Capítulo 1
Day 1:
Meu telefone vibrou no meu bolso e eu sorri encarando a fachada do hotel à minha frente, meu corpo tremeu em excitação e eu caminhei até a recepção sentindo meu coração bater cada vez mais rápido.
Finalmente, depois de longos quatro anos de amizade virtual, , , , e eu iriamos nos conhecer pessoalmente.
Foi difícil para todas tirar aquela semana e decidir uma cidade na qual faríamos o encontro tão esperado, foram meses de trabalhos extras pra juntar dinheiro e conseguir fazer daquela a melhor semana de nossas vidas.
é de São Paulo, ela, recém—formada e trabalhando em turnos loucos pra ajudar em casa e juntar dinheiro, foi a que mais nos incentivou a fazer desse sonho real.
é do Pará, sempre a mais calma de nós cinco, foi a que fez esse encontro possível, ela botou juízo em nossas cabeças e nos fez enxergar com clareza todas as merdas que planejamos fazer juntas.
é a mais nova de todas nós, e a garota mora no México! Você quer amigas estrangeiras, @?
é nossa princesinha e nossa mediadora na hora de tomar decisões, ela sempre tem algum argumento quando eu ou começamos a planejar coisas que provavelmente nos levariam pra prisão.
, Paulista, é a mais velha e a menos responsável do grupo, ela leva bem a sério o “Você só vive uma vez”, filtro não existe na mente ou língua dela e a lindona não pensa duas vezes antes de mandar alguém se foder.
E, bom, temos eu, , prazer. Carioca da gema, eu sou a mais dada do grupo, e a menos delicada também. Fiquei extremamente feliz em ter o Rio de Janeiro como cidade escolhida pelo encontro. A felicidade é fruto do meu desemprego causado pela minha total dedicação aos estudos. Obrigada pelo patrocínio, pai.
Caminhei até a recepção do hotel e encarei todo o hall de entrada, logo localizei e dei um grito correndo em sua direção, me joguei em seus braços e a mesma me agarrou antes de irmos as duas ao chão, rindo, e se jogaram em cima da gente fazendo com que todas pessoas ao nosso redor nos encarassem comose fossemos loucas.
— Eu não acredito que finalmente estou abraçando vocês! — agarrei o pescoço de e a mesma riu, beijando meu rosto.
— Sua vadia, você mora aqui, deveria ter sido a primeira a chegar! — bateu no meu pescoço assim que levantamos e eu reclamei, rindo em seguida.
— Desculpas eu dormi de mais! Cadê a ? — olhei em volta e o segurança vinha em nossa direção com uma cara nada agradável.
— subiu pro quarto, ela precisava ir ao banheiro. — respondeu e puxou minha mala do chão.
— Senhoritas, já avisei que esse tipo de comportamento não é permitido No hall do hotel. — o segurança falou olhando pra , que revirou os olhos.
— Relaxa ai, Carlão, ela é a última, nós já vamos subir. — eu ri quando ela bateu no ombro do Carlão.
— Meu nome é Kaio, senhorita. — o segurança respondeu e eu ri.
— Kaio, você é uma gracinha. — falei me aproximando dele e me puxou pelo braço.
— Nem pense nisso! — e saíram me puxando em direção ao elevador e eu gargalhei cantando Call me maybe da Carly Rae para o segurança que riu voltando pro seu posto na entrada.
— , você não me faz passar vergonha, pelo amor de Deus. — falou me encarando, depois que o elevador chegou ao nosso andar.
— Relaxa, , eu só estava brincando. — dei de ombros e riu.
— Ah tá, você só estava sendo a vadia que você realmente é. — ela riu e eu fiz cara de ofendida.
— Você me conhece tão bem!
Assim que a porta do quarto abriu eu pulei em cima da , que caiu me levando ao chão novamente. e começaram a rir, enquanto se jogou na cama, nos julgando com o olhar.
— Agora sai de cima de mim, por favor! — me empurrou e eu rolei pro lado dando espaço pra ela levantar.
— Eu tô tão feliz de estar aqui, — suspirei e encarei as quatro meninas a minha frente. — nem acredito que isso está acontecendo com a gente, sério!
— É realmente surreal. — abriu as persianas e encarou o mar através da janela. — Esse lugar é fantástico!
— Valeu a pena todos os meses de trabalhos extras pra bancar essa viagem. — se jogou na cama ao lado da , que ainda estava jogada na mesma. — Eu tô apaixonada por essa cidade.
— VAMOS A PRAIA! — veio correndo do banheiro e eu me assustei com o grito dela.
— Não grita, porra! — falei e ela me deu língua.
— Não posso ir à praia hoje. — levantou e foi até a mala dela. — Último dia de menstruação.
— Nojinho, amiga, você já ouviu falar de o.b? — perguntei mexendo na mala que eu havia trago.
— Odeio, aguentem, por favor, um único dia. — ela foi pro banheiro e eu encarei as meninas.
— Podemos ir pra piscina, é só a ficar fora da água. — deu de ombros como se não fosse uma ideia genial.
— , nós vamos pra piscina. — gritou, batendo na porta do banheiro.
— Qual parte do “menstruada” vocês não entenderam? — ela gritou, de dentro do banheiro.
— É só você não entrar na água. — falou e começou argumentar sobre como éramos as piores amigas do mundo e que ela não iria de jeito nenhum.
— Não acredito que eu cedi a vontade de vocês. — sentou na espreguiçadeira e botou os óculos escuros no rosto. — Não me perturbem e peçam uma caipirinha pra mim.
— Nós somos tipo as empregadinhas dela, que lindo. — sentou na beirada da piscina e entrou na água.
— Vou buscar as bebidas, caipirinha pra todas? — perguntou e todas concordamos.
— Eu não aguento mais ver a afogando a , sério, você é a pior nadadora desse mundo, . — falou depois de se recuperar de outro ataque de risos.
— Eu não sei nadar direito, sua ridicula! E olha minha altura! Meus pés não chegam ao chão. — falei, depois de tossir toda a água que me fez engolir.
— Você é ridícula, . — falou e eu mandei língua pra ela.
— Hey, do you speak english? — um asiático ridiculamente lindo se aproximou e perguntou pra , que estava na beirada da piscina.
— Minha chance de mostrar meu inglês maravilhoso. — comentou em português pra gente e virou falando em inglês pro garoto a nossa frente. — Oi, falamos sim, em que posso te ajudar?
— Graças a Deus! Eu e meus amigos queremos beber alguma coisa e não sabemos o que pedir, vocês são brasileiras? — ele perguntou e tirou os óculos de sol nos encarando.
Coreano. O garoto era, claramente, coreano.
— Sim, somos brasileiras, o que vocês querem pedir? Algo com ou sem álcool?— perguntou chamando a atenção do coreano pra ela. — Aliás, sou a .
— TaeHyun, é um prazer. — ele apertou a mão dela e sorriu de uma forma que fez suspirar.
Asiáticos eram nossa paixão em comum, coreanos, então, era nosso amor de uma vida.
— O prazer é todo meu. — o encarou e olhou pra nós. — Esse aqui é meu. — ela comentou em português e nós rimos concordando.
— Ele é uma graça. — falei sorrindo e ela me mandou o dedo do meio.
— Algum problema? —TaeHyun perguntou, nos olhando confuso.
— Não, nenhum, então, me diz, álcool ou não? — perguntou pra ele que virou pra um grupo de meninos sentados em uma mesa um pouco distante de onde estávamos.
— Acho que é nosso dia de sorte, olha esse monte de coreano caindo do céu. — Comentei e tacou água na minha cara.
— Não me faz passar vergonha. — ela falou e eu revirei os olhos.
— Eles não entendem português, gênio!
— Que seja.
— Esses são meus amigos, , , Hoony e . — TaeHyun apresentou apontando cada um dos meninos que acenaram timidamente.
— É um prazer. Sou a . — acenou.
— .
— .
—
— Oi, sou a , — dei um tchauzinho pra eles. — sentem ai, nós vamos mostrar pra vocês as melhores bebidas que esse lugar tem.
Pedi uma bebida diferente para cada menino e eles se sentaram na beirada da piscina, junto com a gente.
— E, então, vocês são daqui do Rio?— perguntou e eu levantei o braço.
— Eu sou, carioca de raiz. — brinquei e me jogou água.
—Tão raiz e se perde dentro da própria cidade. — falou e eu mandei língua pra ela.
— Foi só uma vez!
— Se só a é do Rio, de onde vocês são? — olhou pra gente sorrindo. Nossa ele tinha um sorriso ridiculamente lindo.
— Eu sou do Pará, é um estado aqui do Brasil, e são de São Paulo e a é do México. — falou, apontando pra cada uma das meninas.
— México o país? — perguntou entrando na água e indo pro lado da que assentiu com as bochechas vermelhas. — Que maneiro! Nós já estivemos lá.
— Vocês viajam muito? — perguntei e eles se encararam.
— Nós somos um grupo musical. — falou e me encarou. — Kpop, já ouviu falar?
— AAAA NÓS AMAMOS KPOP! — falou e sorriu pra ela.
— Nós debutamos há pouco tempo, talvez vocês já tenham ouvido algo. — falou e pegou o celular no bolso da bermuda, ele mexeu um pouco e uma música começou a sair do aparelho. Eu reconheci a música e também, e começaram a cantar a música e riu do coreano ridículo delas.
— ESSA MÚSICA É DE VOCÊS? MEU, É MUITO BOM! — falou e abraçou os ombros a apertando.
— Obrigado, . — o nome dela ficava ridículo com o sotaque dele.
Day 2:
— OH, , SE VOCÊ NÃO SAIR DESSE BANHEIRO AGORA EU VOU TE ARRASTAR PELOS CABELOS! — socou a porta do banheiro pela quarta vez e eu bufei.
— Ai, porra, minha cabeça tá doendo! — resmunguei enfiando meu rosto em um travesseiro.
— Eu não ligo, não sei porque tentou acompanhar a . Você não aguenta beber tanto. — socou a porta de novo e dessa vez saiu de dentro do banheiro.
— Já tô pronta!
Nós iriamos finalmente à praia, o sol estava rachando e o mar parecia a coisa mais atrativa do mundo da janela do hotel.
tinha nos acordado às oito da manhã nos obrigando a arrumar as coisas e nos vestirmos rápido, porque ela combinou com às nove no saguão do hotel. Eu duvido muito que eles cheguem a tempo, já que e ficaram até tarde da noite bebendo comigo e no bar do hotel.
— ! — gritei assim que a memória se apossou da minha mente. — VOCÊ PEGOU O !
— É O QUE? — veio correndo da sacada pra dentro do quarto com meu grito.
— SUA SAFADA! — começou a rir e abriu a boca em choque.
— NÃO ACREDITO!
— Ai, gente! — escondeu o rosto e começou a rir. — Ele disse que eu era bonita e depois ficou falando umas coisas fofas pra mim, e estavam em uma competição RIDÍCULA de quem virava mais shots de tequila — eu coloquei as mãos na cabeça lembrando dos efeitos daquele jogo ridículo. — e acabou rolando.
Nós gritamos juntas e pulamos em cima dela.
— SUA VADIA, VOCÊ FOI A PRIMEIRA A PEGAR UM COREANO DE VERDADE! — gritou
— EU TÔ MUITO CHOCADA. — falou.
— ELE BEIJA BEM? — perguntou.
— O PAU É GRANDE? — perguntei, pois era o que eu mais queria saber, na realidade.
— Deixa de ser piranha, ! — me tacou uma almofada e eu ri.
— Vocês estão me julgando, mas sei que também querem saber.
— É verdade. — concordou e riu.
— É óbvio que eu não toquei no pau dele, né. — levantou e pegou sua bolsa de praia. — A cultura deles é diferente, ele provavelmente sairia correndo se eu pegasse no pau dele.
— Ou ele sairia correndo com você pra um quarto. — supôs e eu concordei.
— Enfim, ele me mandou mensagem de bom dia. — mostrou a mensagem pra gente e nós suspiramos encantada com a foto de no contato.
— Já estão trocando emoji, que fofo. — comentou.
— Bem rápido esse korean boy. — abriu a porta e nós saímos em direção ao hall do hotel.
Os meninos estavam sentados nos sofás espalhado pelo saguão, estava com a cabeça encostada na parede e com os olhos fechados, ele provavelmente estava com a mesma dor insuportável que eu. Me aproximei devagar e dei um grito em seu ouvido fazendo o garoto se debater e me xingar.
Kaio, o segurança bonitinho, me olhou repreendendo minha atitude e eu me desculpei.
— Bom dia, flores do dia! — abraçou cada um dos meninos e o resto de nós acenou pra eles.
deu um abraço em e eu fizemos um pequeno corinho apaixonado entre a gente.
— Tem como irmos logo? — perguntou e saiu puxando e com ele.
Eu parei do lado de e estendi um comprimido e uma garrafa de água em sua direção..
— O que é isso?
— Analgésicos pra curar essa dor de cabeça. — ele agradeceu e bebeu o remédio.
A praia estava maravilhosa e um pouco vazia, nos estalamos perto da água e alugamos cadeiras e guarda-sol. e obrigaram todo mundo a passar protetor solar e colocar boné na cabeça, porque o sol estava escaldante.
Forrei uma canga na areia e me sentei observando o mar, sentou ao meu lado na canga e eu sorri pra ele.
— Gosto do seu cabelo dessa cor. — ele mexeu nos meus cabelos descoloridos e eu sorri. — É como se fosse a neve.
— Se fosse a neve, já estaria derretida nesse sol todo. — brinquei e ele sorriu concordando.
— Eu tô muito apaixonado por essa cidade, as coisas são lindas e as pessoas também. — eu encarei seu rosto e mexi em seus cabelos.
— Na Coréia também deve ser bonito, e as pessoas lá são maravilhosas. — ele bufou e eu ri.
, , , e foram em direção ao mar correndo e eu comecei a rir do escândalo que fez quando a água gelada bateu nela, ela até tentou correr de volta pra areia, mas e a puxaram em direção ao mar.
— Vocês não vão entrar? — perguntei e deitou na cadeira cobrindo o rosto.
— Minha cabeça vai explodir. — ele murmurou e eu gargalhei.
— Vou comprar uma salada de frutas para você, ajuda com a ressaca, — levantei e vesti minha bermuda. — quem vai comigo?
— Aonde você vai? — voltou da água e sacudiu o cabelo molhando, e que estavam deitados tomando sol.
— Comprar uma salada de frutas pro , muito fraco pra bebida ele. — ela riu e disse que me acompanharia.
— , posso te perguntar uma coisa? — me encarou enquanto esperávamos a salada de fruta de e a que ela tinha pedido ficarem prontas.
— Claro, o que foi?
— Você tá a fim do ? — ela olhou pra baixo por um segundo e depois voltou a me encarar.
— Claro que não! — eu ri. — Por que você acha isso?
— Ah, não sei, ontem vocês ficaram lá no bar bebendo juntos e hoje você tá meio que cuidando dele. — ela deu de ombros e suas bochechas ficaram vermelhas.
— ! Você está a fim dele!— ela tentou negar, mas eu não dei chances. — Amiga, ele e eu somos “amigos”, ele é muito legal e eu te juro que eu não tenho nenhuma pretensão de tentar algo, e outra ele também não gostou de mim assim.
— Como você pode ter certeza? — ela pegou a salada de fruta que o moço ofereceu e pagou as duas.
— Ontem o disse que nós éramos fofos juntos, ele riu e disse que nós éramos amigos e que não me via com outros olhos. — voltamos a caminhar pra praia e ela me encarou sorrindo.
— Você acha que eu tenho chances? Eu realmente o achei uma graça. — perguntou e eu sorri afirmando.
— Eu acho que sim, ele é solteiro, e você é linda. Se eu fosse você eu investiria.
— Você não se interessou por ninguém? — ela questionou e eu dei de ombros.
— Eu já achei um candidato, mas vou testar as coisas primeiro. — ela riu.
— ?
— Como você sabe?
— Eu vi você o deixando tocar em seu cabelo com a mão cheia de areia sem dar um ataque. — nós descemos do calçadão e eu deixei o assunto morrer quando nos aproximamos do grupo.
— Essa salada de frutas é maravilhosa. — comentou enquanto comia, sentou encostada nas pernas dele e eu sorri pra ela.
— Olha o moço do açaí! — fez sinal pro senhor que estava vendendo açaí e ele veio sorrindo em nossa direção. — Qual o valor, moço?
— Dez reais o pote.
— Tá bom, me vê um por favor, alguém mais quer? — olhou pra gente e eu levantei.
— Moço, o senhor pode ir embora, dez reais um pote desse tamanho de açaí? O senhor tá achando que tá lidando com gringo? — perguntei em português e o senhor me encarou.
— , fica quieta. — falou e eu rolei os olhos.
— Todo mundo vende a esse valor, moça. — ele respondeu eu ri.
— Comprei um aqui quase agora por sete reais, moço, o senhor pode ir que vamos esperar o outro senhor voltar. — falei e me encarou com o semblante nada bom. — Pode ir, moço.
— Eu faço por sete, então. — o senhor falou e eu sorri confiante.
— Pode ser quatro por vinte e cinco, então?— perguntei e ele bufou baixo.
— Pode ser. — o senhor começou a preparar os açaís eu sorri pras meninas.
— Então, o senhor pode fazer oito por cinquenta. — falei e me deitei nas pernas de sorrindo. — , paga ele ai.
— O que aconteceu? — perguntou depois que o moço foi embora.
— Negócios, amor. — respondi em inglês e ele me olhou confuso.
— Como você sabia que ele ia ceder? — perguntou e eu ri.
— Vinte e um anos frequentando essas praias, sei todas as artimanhas.
— Então vocês tem shows marcados, deve ser bem legal viajar pra fazer algo que goste. — falou e eles concordaram.
— É sim, quer dizer nós não somos muito conhecidos aqui, por isso conseguimos andar tranquilamente pelas ruas e conhecer bastante a cidade. — falou. — é como se fosse férias!
— Eu imagino como deve ser legal, fazer música e ser reconhecido. — comentou e eu concordei.
— Você ter o poder de fazer músicas que várias pessoas vão cantar junto é surreal, sabe. — sorriu e continuou. — Quero ser um cantor que leva as pessoas às lágrimas, mesmo se eu estiver cantando músicas divertidas, quero tocar no coração de todo mundo, entende?
— Ai você é um fofo. — apertou as bochechas dele e ele sorriu meio tímido.
— Eu acho isso tudo muito lindo, viver do que você ama, ser feliz e fazer pessoas felizes. É incrível. — se espreguiçou e levantou. — Quem quer ir na água?
Eu levantei e puxei comigo, e também levantaram.
— Vamos, . — puxou com ele.
Nós caminhamos até a água e entramos, o mar estava um pouco agitado o que fez com que eu quase me afogasse várias vezes.
— Ei! Vocês parem, porque eu já não consigo por o pé no chão! — reclamei e eles riram.
— Aqui é onde as ondas quebram, temos que ir mais para o fundo. — falou e eu revirei os olhos.
— Meus pés não chegam ao chão, eu vou me afogar!
— Quem manda ser baixa, agora sofre ai. — falou e eu bufei.
— Ótima amiga você é!
— Vem, , segura no meu pescoço que eu te puxo. — falou e eu sorri pra ele.
— Obrigada, Baby Lion. — beijei seu rosto e abracei seu corpo pelas costas.
— Você é uma folgada. — falou e nós voltamos a caminhar mar a dentro.
Paramos em uma parte que a água batia no pescoço da , estava apoiada em por não conseguir por o pé no chão também.
— É só vocês nadarem, é fácil. — falou e eu neguei.
— Não, valeu, estou bem aqui.— passei minhas pernas na cintura de e ele sorriu passando os braços pelos meus joelhos.
O dia foi chegando ao fim e nós recolhemos nossas coisas pra voltar para o hotel, surpreendeu a todos quando pegou na mão de enquanto caminhávamos no calçadão.
— Queria um na minha vida só pra carregar essa bolsa pra mim, meus ombros estão ardendo. — falou e se ofereceu para carregar a bolsa dela, eu achei bem fofinho a cara dele quando ela agradeceu e deu um beijo no rosto dele.
— Quer que eu leve a sua? — perguntou e eu neguei.
— A minha tá leve, botei quase tudo na bolsa da . — ele riu e ajeitou o boné na cabeça, seus olhos eram apenas pequenas frestas abertas por causa do sol e eu sorri.
Ele era lindo.
— Você tem quantos anos mesmo? — perguntei e ele me encarou.
— Por que?
— Só para saber mesmo. — dei de ombros e ele sorriu.
— Vinte e seis. — eu sorri de volta pra ele. — E você?
—Vinte e um.
— Você é muito nova! — eu gargalhei concordado.
— Um pouco nova!
— Você é muito bonita sorrindo assim, . — eu fiquei constrangida e desviei o olhar dele.
— Obrigada, .
— Meu nome fica engraçado quando você fala. — ele falou enquanto atravessávamos a rua.
— Você não quer ouvir como ele vai ser quando eu tiver gemendo. — falei em português e começou a rir.
— , PELO AMOR DE DEUS! — gritou rindo de mim.
— O que você falou? — perguntou e eu fiz cara de inocente.
— Só falei que quero fazer xixi.
— E ai a riu assim e a gritou com você? — me olhou desconfiado.
—Sim, por que algum problema? — desafiei e ele deu de ombros.
— Não, nenhum. — comentou e virou pros meninos falando algo em coreano, respondeu e soltou uma gargalhada e falou alguma coisa.
— O que vocês estão falando? — perguntou e sorriu pra ela.
— Nada de mais. — eu olhei desconfiada pra ele.
— Você está mentindo! — acusei enquanto entrávamos no elevador.
— Não estou não! — ele falou rindo e eu empurrei seus ombros.
— Odeio coreano! — bufei e riu.
— Odeia nada.
Day 3:
— Que horas você marcou mesmo, ? — perguntou enquanto terminava de passar a prancha no cabelo de .
— Dez horas.
Nós iríamos pra uma boate, passamos o dia na praia novamente e decidimos fazer algo diferente essa noite, já que ontem ficamos a noite toda espalhados pelo quarto assistindo filmes na Netflix.
deu a ideia de sairmos pra dançar e acabamos escolhendo uma boate recomendada pelo hotel.
estava arrumada há séculos e esperava terminar de ajeitar seus cabelos.
— Vocês acham que esse vestido tá bom? — ela ajeitou o vestido no corpo e eu fiz joinha com a mão.
— Você tá linda, . — saiu do banheiro já pronta e eu sorri.
— Nossa, gatinha, isso tudo é pra mim? — perguntei e ela rolou os olhos.
— Não, meu amor, isso aqui é pro . — eu comecei a rir e bateu palminhas.
— Eu vi vocês sussurrando no ouvido um do outro no restaurante hoje. — ela falou e deu de ombros.
— Ele já caiu em meus encantos.
— A ACHA QUE TÁ PASSANDO DESPERCEBIDA, EU VI O BEIJINHO NO PESCOÇO QUE O TE DEU ONTEM A NOITE. — gritei e reclamou.
— Para de gritar, sua louca!
— Eu pensei que eles seriam mais devagar com essas coisas, sabe. — comentou e eu ri.
— Nos iludimos muito com doramas, mas a real é que eles são homens como quaisquer outro. — falei e elas concordaram.
— Verdade, mas tá bom, eu não acho que vá rolar algo sério, porque eles vão embora em dois dias, mas podemos aproveitar um pouco, né? — perguntou e eu confirmei.
— Vamos logo que já estamos atrasadas. — levantei e tentei me equilibrar no salto. — Que eu não caia, amém.
Encontramos os meninos e nos dividimos em dois carros alugados pelo hotel. foi dirigindo um e ia dirigir o outro.
, , e foram com a enquanto eu, , e íamos com . — Eu vou na frente porque conheço a cidade. — falei sentando-me no banco do passageiro.
— Aham, acredito nisso. — , que descobriu meu interesse por ontem, debochou e eu ofereci meu dedo do meio pra ele.
A boate estava lotada, mais do que esperávamos. Nós pedimos algumas cervejas e achamos uma mesa pra ficar.
Muitas bebidas depois , e eu fomos dançar, sendo acompanhadas por , e .
A cena da gente tentando ensinar eles a dançar nosso famoso funk foi a cena mais engraçada da minha vida, eles sabiam rebolar muito bem e acabaram sendo melhor do que nós três na dança. Os meninos observaram as outras pessoas a sua volta e logo dançavam como se o funk fosse sua dança natural.
Nós rebolamos e dançamos ao som de todo o tipo de funk imaginável, era incrível como, eu e as meninas, reconhecíamos todas as músicas tocadas ali.
Um cara me “encoxou” por trás logo depois de e se juntarem a nós na pista de dança, eu me afastei dele e voltei a dançar tranquilamente, o idiota do cara repetiu e o empurrei.
— Tem como você parar? — falei em português e ele riu.
— Que foi, gatinha? Vem dançar, vem. — Ele tentou me agarrar de novo e eu percebi que e já nós olhavam, perguntou alguma coisa a e ela respondeu.
— Se você tocar em mim novamente eu vou quebrar sua cara. — falei e virei de costas pro idiota, que se mostrou mais idiota ainda quando me puxou novamente pelo braço.
— Deixa de ser ridícula, você nem é bonita, deveria estar dando graças a Deus de alguém como eu querer algo com você. — ele agarrou meu braço com força e em seguida eu senti os braços de alguém me rodearem a cintura e me puxar, olhei pra cima e vi me abraçando por trás.
— Ela já disse que é pra você soltar o braço dela. — falou e eu torci internamente pro idiota falar inglês. — E quem você é? — idiota perguntou em um inglês ridículo.
— EU sou o namorado dela, mas isso não importa desde que VOCÊ deveria ter respeitado o pedido dela desde o começo. Que tipo de homem é você que precisa menosprezar uma mulher pra tentar a fazer ficar contigo. — falou e o idiota soltou meu braço, puxou meu corpo mais pra perto do seu e eu relaxei em seus braços.
— Desculpa ai, cara, eu não sabia que ela estava acompanhada. — o idiota se afastou e eu bufei.
— Que cara escroto!
— Nossa tenho nojo de homem assim. — falou e abraçou ela de lado.
— Vamos voltara dançar que é a melhor opção.
Nós voltamos a dançar e não me deixou afastar meu corpo muito do dele, o que fazia com que nos esfregássemos um no outro as vezes, suas mãos pararam em minha cintura e eu sorri sentindo ele se aproximar mais.
estava agarrada ao corpo de Jinwoo e ele beijava seus lábios com as mãos no cabelo dela, olhei para o lado e e se agarravam como se não houvesse mais ninguém em volta deles, desviei o olhar e encontrei que tinha seus braços ao redor do pescoço de , ele beijava o pescoço dela que sorria dizendo alguma coisa no ouvido dela. Bufei indignada quando olhei em direção a nossa mesa e encontrei quase no colo de .
POR QUE SÓ EU NÃO ESTAVA BEIJANDO?
Enrolei meus dedos à mão de que seguravam minha cintura e colei meu corpo no dele, seu nariz e sua boca colaram no meu pescoço e ele encostou sua boca ali de leve, eu suspirei e movi meu corpo contra o dele no ritmo da música. beijou meu pescoço com mais fome e eu cravei minhas unhas em seus braços. Virei-me de frente pra ele e encarei seus olhos fechadinhos, ele sorriu de lado e eu mordi meu lábio inferior.
— Você é muito bonito pra ficar por ai sozinho. — comentei mexendo na parte raspada de seu cabelo.
— Eu não estou sozinho. — ele me puxou para mais perto e colou nossos lábios em um beijo.
Day 4:
Deitei minha cabeça nas pernas de e ela fez carinho no meu cabelo.
— Sua raiz tá começando a desbotar. — ela comentou e eu murmurei alguma coisa que nem meu cérebro foi capaz de decifrar.
— Eu vou buscar a pizza lá recepção, alguém vem comigo, por favor. — levantou depois de atender o telefone do quarto.
— Eu vou. — levantou e as duas saíram.
— Vocês acham que nós deveríamos ter ido ao show? — nos encarou e eu fechei os olhos.
— Eu tentei comprar ingressos ontem quando chegamos da boate, — falei. — estavam esgotados por ser um evento grande. É uma espécie de festival.
— Mesmo assim, eu tô com o coração apertado de não estar lá. — falou e eu concordei. — Acho que nós nos apegamos muito rápido.
— Como não se apegar? Aqueles sorrisos maravilhosos sendo jogados na nossa cara todo dia. — disse e eu ri.
— Vocês notaram como eles são fofos? Gente eu juro que não me importaria de passar o resto da minha vida tendo que conviver com todos eles. — falei e resmungou.
— Eu também não.
Fechei os olhos e lembrei-me da forma que me espremeu contra a parede do corredor quando veio me deixar no quarto ontem, a forma como ele teve que me erguer do chão pela nossa diferença de altura. Meus 1,53cm não eram nada perto dos 1,82cm dele. me ergue e me deu um dos melhores beijos de despedida da minha vida, me fazendo ir dormir com as famosas borboletas no estômago.
Pela manhã, enquanto todos tomávamos café da manhã, os meninos se mostraram incríveis deixando claro que a noite passada não tinha sido só pegação.
Mas, infelizmente, a vida não era um conto de fadas, eles e toda magia que sua presença trouxeram iriam embora amanhã.
Day 5:
Senti uma mão alisar meu calcanhar e resmunguei sem abrir os olhos, a mão começou a apertar e eu resmunguei de novo.
— Oh, , me deixa dormir, pelo amor de Deus! — falei e enfiei minha cabeça embaixo do travesseiro. Ouvi uma risada e então a mão subiu pra minha coxa.
Okay, aquelas mãos não era as da .
— Olha, eu espero que você não seja um funcionário maluco do hotel, ou eu vou processar até a última parte do seu ser. — ameacei e outra risada foi dada.
.
— E se você for um daqueles asiáticos gatinhos que estão hospedados no andar de cima eu te peço que venha até aqui e me dê um beijo. — murmurei.
— Até se eu for o ?
— Principalmente se for o . — falei sorrindo.
— ! — tirou o travesseiro do meu rosto e eu encarei ele sorrindo.
— Eu tô brincando, Baby Lion, — ele se aproximou de mim e eu virei o rosto. — me deixa escovar os dentes primeiro.
— Okay. — ele se jogou na cama e eu levantei indo até o banheiro.
— Cadê todo mundo?— perguntei deitando do lado dele na cama.
— Saíram, os meninos queriam as levar pra sair, você sabe, coisas de casal e blá blá blá. — ele falou me puxando pra perto dele.
— E por que você não me levou pra sair? — perguntei e ele riu.
— Eu pretendia, mas o show de ontem me arriou e eu tô resfriado, se você não percebeu. — Realmente, sua voz tá rouca — passei a mão em sua testa e constatei que ele estava quente. — e você também está com febre.
— É, eu sei, meu produtor já me medicou, eu só não posso sair do hotel hoje. — ele falou chateado e eu sorri.
— Não tem problema, eu faço esse esforço de perder esse dia lindo aqui com você. — brinquei e ele beijou minha testa.
— Você é incrível.
— É eu sei. — dei um pequeno beijo em seus lábios e ele fez questão de aprofundar o beijo.
— Eu não sei como vou ficar sem esses beijos. — murmurou e eu sorri triste.
— O que a gente vai fazer hoje? Que tal filme? — perguntei depois de outra seção de beijos.
— Pode ser, o que você quer ver?
— PODEMOS MARATONAR DESCENDANTS OF THE SUN. — falei pulando na cama e ele riu.
— Pode ser, eu já assisti alguns episódios, mas podemos novamente. — ele se acomodou na cama e tirou o tênis. Liguei a tv e entrei na Netflix colocando o primeiro episódio pra rodar.
Pulei de volta na cama e sentei na cintura de , como uma perna de cada lado do seu corpo.
— Oi. — dei um beijo estalado em seus lábios e ele sorriu fazendo com que seus olhos ficassem mínimos.
— Oi. — ele fez carinho no meu rosto.
Nós nos encaramos por um tempo e nós dois suspiramos. Ele me abraçou e eu encostei minha cabeça em seu ombro beijando seu pescoço em seguida.
— Vamos ver esse dorama logo. — ele se endireitou e nós começamos a assistir.
Cinco horas depois...
O telefone de tocou e ele atendeu falando em coreano por cerca de três minutos e desligou respirando fundo em seguida.
— Você precisa ir, né? — perguntei e ele confirmou, me agarrei ao corpo dele e ele me segurou forte contra ele.
— Eu não posso namorar, . — beijou meus cabelos e eu olhei em seus olhos. — Não posso namorar, meu contrato diz que nos três primeiros anos depois do debut eu não posso assumir nenhum relacionamento amoroso.
— Eu entendo. — murmurei e deitei minha cabeça em seu peito.
— Mas quero ficar com você, e eu sei que os meninos também estão nesse mesmo dilema, conversamos ontem e eu tomei uma decisão. — ele se sentou e ficou de frente pra mim. — Que decisão?
— Um ano e meio. — ele segurou meu rosto em suas mãos. — Um ano e meio é o que falta pra essa regra no contrato acabar. Eu estou disposto a esperar, e você?
— Como assim, ?
— Eu vou voltar pra Coréia, você vai continuar sua vida aqui, nós temos contato de telefone um do outro e podemos tentar levar isso assim — ele suspirou e segurou minhas mãos. — e se daqui a um ano e meio você estiver disposta a tentar, se você achar que vale a pena. Se nós acharmos que vale a pena, nós tentaremos de novo, eu venho para o Brasil ou você vai pra Coréia e nós tentamos.
— Você quer manter um relacionamento à distância?
— Não, eu quero que você continue a viver, eu vou continuar também. Não quero perder o contato com você, mas não posso te prometer um relacionamento agora, minha empresa pode criar relacionamentos fakes pra mim a qualquer momento, e eu não estou disposto a magoar você.
— Então você está dizendo que nós vamos “seguir o baile”, e se daqui a um ano e meio nós ainda estivermos com essa faísca dentro do estômago um pelo outro, você vem pro Brasil e tentamos? — falei tentando digerir toda aquela confusão.
— Ou você vai irá Coreia. — ele sorriu e eu suspirei me abraçando ao seu corpo por um tempo.
— Sinto muito, , — murmurei e ele ficou tenso em meus braços. — mas você vai ter que vir ao Brasil, por que eu não tenho dinheiro pra ir pra Coreia.
Ele riu e se agarrou com mais força ao meu corpo.
— Eu espero que todas as meninas topem a ideia. — falou fazendo carinho em meus cabelos. — Eles ficariam decepcionados se elas dissessem não.
— Eu acho que eles topariam, sim. — beijei seu rosto. — Vocês valem a pena esperar.
— Então daqui um ano e meio você vai ser minha namorada?
— Daqui a um ano e meio eu serei toda sua. — beijei seus lábios devagar e ele sorriu.
— Eu vou contar os segundos.
Meu telefone vibrou no meu bolso e eu sorri encarando a fachada do hotel à minha frente, meu corpo tremeu em excitação e eu caminhei até a recepção sentindo meu coração bater cada vez mais rápido.
Finalmente, depois de longos quatro anos de amizade virtual, , , , e eu iriamos nos conhecer pessoalmente.
Foi difícil para todas tirar aquela semana e decidir uma cidade na qual faríamos o encontro tão esperado, foram meses de trabalhos extras pra juntar dinheiro e conseguir fazer daquela a melhor semana de nossas vidas.
é de São Paulo, ela, recém—formada e trabalhando em turnos loucos pra ajudar em casa e juntar dinheiro, foi a que mais nos incentivou a fazer desse sonho real.
é do Pará, sempre a mais calma de nós cinco, foi a que fez esse encontro possível, ela botou juízo em nossas cabeças e nos fez enxergar com clareza todas as merdas que planejamos fazer juntas.
é a mais nova de todas nós, e a garota mora no México! Você quer amigas estrangeiras, @?
é nossa princesinha e nossa mediadora na hora de tomar decisões, ela sempre tem algum argumento quando eu ou começamos a planejar coisas que provavelmente nos levariam pra prisão.
, Paulista, é a mais velha e a menos responsável do grupo, ela leva bem a sério o “Você só vive uma vez”, filtro não existe na mente ou língua dela e a lindona não pensa duas vezes antes de mandar alguém se foder.
E, bom, temos eu, , prazer. Carioca da gema, eu sou a mais dada do grupo, e a menos delicada também. Fiquei extremamente feliz em ter o Rio de Janeiro como cidade escolhida pelo encontro. A felicidade é fruto do meu desemprego causado pela minha total dedicação aos estudos. Obrigada pelo patrocínio, pai.
Caminhei até a recepção do hotel e encarei todo o hall de entrada, logo localizei e dei um grito correndo em sua direção, me joguei em seus braços e a mesma me agarrou antes de irmos as duas ao chão, rindo, e se jogaram em cima da gente fazendo com que todas pessoas ao nosso redor nos encarassem comose fossemos loucas.
— Eu não acredito que finalmente estou abraçando vocês! — agarrei o pescoço de e a mesma riu, beijando meu rosto.
— Sua vadia, você mora aqui, deveria ter sido a primeira a chegar! — bateu no meu pescoço assim que levantamos e eu reclamei, rindo em seguida.
— Desculpas eu dormi de mais! Cadê a ? — olhei em volta e o segurança vinha em nossa direção com uma cara nada agradável.
— subiu pro quarto, ela precisava ir ao banheiro. — respondeu e puxou minha mala do chão.
— Senhoritas, já avisei que esse tipo de comportamento não é permitido No hall do hotel. — o segurança falou olhando pra , que revirou os olhos.
— Relaxa ai, Carlão, ela é a última, nós já vamos subir. — eu ri quando ela bateu no ombro do Carlão.
— Meu nome é Kaio, senhorita. — o segurança respondeu e eu ri.
— Kaio, você é uma gracinha. — falei me aproximando dele e me puxou pelo braço.
— Nem pense nisso! — e saíram me puxando em direção ao elevador e eu gargalhei cantando Call me maybe da Carly Rae para o segurança que riu voltando pro seu posto na entrada.
— , você não me faz passar vergonha, pelo amor de Deus. — falou me encarando, depois que o elevador chegou ao nosso andar.
— Relaxa, , eu só estava brincando. — dei de ombros e riu.
— Ah tá, você só estava sendo a vadia que você realmente é. — ela riu e eu fiz cara de ofendida.
— Você me conhece tão bem!
Assim que a porta do quarto abriu eu pulei em cima da , que caiu me levando ao chão novamente. e começaram a rir, enquanto se jogou na cama, nos julgando com o olhar.
— Agora sai de cima de mim, por favor! — me empurrou e eu rolei pro lado dando espaço pra ela levantar.
— Eu tô tão feliz de estar aqui, — suspirei e encarei as quatro meninas a minha frente. — nem acredito que isso está acontecendo com a gente, sério!
— É realmente surreal. — abriu as persianas e encarou o mar através da janela. — Esse lugar é fantástico!
— Valeu a pena todos os meses de trabalhos extras pra bancar essa viagem. — se jogou na cama ao lado da , que ainda estava jogada na mesma. — Eu tô apaixonada por essa cidade.
— VAMOS A PRAIA! — veio correndo do banheiro e eu me assustei com o grito dela.
— Não grita, porra! — falei e ela me deu língua.
— Não posso ir à praia hoje. — levantou e foi até a mala dela. — Último dia de menstruação.
— Nojinho, amiga, você já ouviu falar de o.b? — perguntei mexendo na mala que eu havia trago.
— Odeio, aguentem, por favor, um único dia. — ela foi pro banheiro e eu encarei as meninas.
— Podemos ir pra piscina, é só a ficar fora da água. — deu de ombros como se não fosse uma ideia genial.
— , nós vamos pra piscina. — gritou, batendo na porta do banheiro.
— Qual parte do “menstruada” vocês não entenderam? — ela gritou, de dentro do banheiro.
— É só você não entrar na água. — falou e começou argumentar sobre como éramos as piores amigas do mundo e que ela não iria de jeito nenhum.
— Não acredito que eu cedi a vontade de vocês. — sentou na espreguiçadeira e botou os óculos escuros no rosto. — Não me perturbem e peçam uma caipirinha pra mim.
— Nós somos tipo as empregadinhas dela, que lindo. — sentou na beirada da piscina e entrou na água.
— Vou buscar as bebidas, caipirinha pra todas? — perguntou e todas concordamos.
— Eu não aguento mais ver a afogando a , sério, você é a pior nadadora desse mundo, . — falou depois de se recuperar de outro ataque de risos.
— Eu não sei nadar direito, sua ridicula! E olha minha altura! Meus pés não chegam ao chão. — falei, depois de tossir toda a água que me fez engolir.
— Você é ridícula, . — falou e eu mandei língua pra ela.
— Hey, do you speak english? — um asiático ridiculamente lindo se aproximou e perguntou pra , que estava na beirada da piscina.
— Minha chance de mostrar meu inglês maravilhoso. — comentou em português pra gente e virou falando em inglês pro garoto a nossa frente. — Oi, falamos sim, em que posso te ajudar?
— Graças a Deus! Eu e meus amigos queremos beber alguma coisa e não sabemos o que pedir, vocês são brasileiras? — ele perguntou e tirou os óculos de sol nos encarando.
Coreano. O garoto era, claramente, coreano.
— Sim, somos brasileiras, o que vocês querem pedir? Algo com ou sem álcool?— perguntou chamando a atenção do coreano pra ela. — Aliás, sou a .
— TaeHyun, é um prazer. — ele apertou a mão dela e sorriu de uma forma que fez suspirar.
Asiáticos eram nossa paixão em comum, coreanos, então, era nosso amor de uma vida.
— O prazer é todo meu. — o encarou e olhou pra nós. — Esse aqui é meu. — ela comentou em português e nós rimos concordando.
— Ele é uma graça. — falei sorrindo e ela me mandou o dedo do meio.
— Algum problema? —TaeHyun perguntou, nos olhando confuso.
— Não, nenhum, então, me diz, álcool ou não? — perguntou pra ele que virou pra um grupo de meninos sentados em uma mesa um pouco distante de onde estávamos.
— Acho que é nosso dia de sorte, olha esse monte de coreano caindo do céu. — Comentei e tacou água na minha cara.
— Não me faz passar vergonha. — ela falou e eu revirei os olhos.
— Eles não entendem português, gênio!
— Que seja.
— Esses são meus amigos, , , Hoony e . — TaeHyun apresentou apontando cada um dos meninos que acenaram timidamente.
— É um prazer. Sou a . — acenou.
— .
— .
—
— Oi, sou a , — dei um tchauzinho pra eles. — sentem ai, nós vamos mostrar pra vocês as melhores bebidas que esse lugar tem.
Pedi uma bebida diferente para cada menino e eles se sentaram na beirada da piscina, junto com a gente.
— E, então, vocês são daqui do Rio?— perguntou e eu levantei o braço.
— Eu sou, carioca de raiz. — brinquei e me jogou água.
—Tão raiz e se perde dentro da própria cidade. — falou e eu mandei língua pra ela.
— Foi só uma vez!
— Se só a é do Rio, de onde vocês são? — olhou pra gente sorrindo. Nossa ele tinha um sorriso ridiculamente lindo.
— Eu sou do Pará, é um estado aqui do Brasil, e são de São Paulo e a é do México. — falou, apontando pra cada uma das meninas.
— México o país? — perguntou entrando na água e indo pro lado da que assentiu com as bochechas vermelhas. — Que maneiro! Nós já estivemos lá.
— Vocês viajam muito? — perguntei e eles se encararam.
— Nós somos um grupo musical. — falou e me encarou. — Kpop, já ouviu falar?
— AAAA NÓS AMAMOS KPOP! — falou e sorriu pra ela.
— Nós debutamos há pouco tempo, talvez vocês já tenham ouvido algo. — falou e pegou o celular no bolso da bermuda, ele mexeu um pouco e uma música começou a sair do aparelho. Eu reconheci a música e também, e começaram a cantar a música e riu do coreano ridículo delas.
— ESSA MÚSICA É DE VOCÊS? MEU, É MUITO BOM! — falou e abraçou os ombros a apertando.
— Obrigado, . — o nome dela ficava ridículo com o sotaque dele.
Day 2:
— OH, , SE VOCÊ NÃO SAIR DESSE BANHEIRO AGORA EU VOU TE ARRASTAR PELOS CABELOS! — socou a porta do banheiro pela quarta vez e eu bufei.
— Ai, porra, minha cabeça tá doendo! — resmunguei enfiando meu rosto em um travesseiro.
— Eu não ligo, não sei porque tentou acompanhar a . Você não aguenta beber tanto. — socou a porta de novo e dessa vez saiu de dentro do banheiro.
— Já tô pronta!
Nós iriamos finalmente à praia, o sol estava rachando e o mar parecia a coisa mais atrativa do mundo da janela do hotel.
tinha nos acordado às oito da manhã nos obrigando a arrumar as coisas e nos vestirmos rápido, porque ela combinou com às nove no saguão do hotel. Eu duvido muito que eles cheguem a tempo, já que e ficaram até tarde da noite bebendo comigo e no bar do hotel.
— ! — gritei assim que a memória se apossou da minha mente. — VOCÊ PEGOU O !
— É O QUE? — veio correndo da sacada pra dentro do quarto com meu grito.
— SUA SAFADA! — começou a rir e abriu a boca em choque.
— NÃO ACREDITO!
— Ai, gente! — escondeu o rosto e começou a rir. — Ele disse que eu era bonita e depois ficou falando umas coisas fofas pra mim, e estavam em uma competição RIDÍCULA de quem virava mais shots de tequila — eu coloquei as mãos na cabeça lembrando dos efeitos daquele jogo ridículo. — e acabou rolando.
Nós gritamos juntas e pulamos em cima dela.
— SUA VADIA, VOCÊ FOI A PRIMEIRA A PEGAR UM COREANO DE VERDADE! — gritou
— EU TÔ MUITO CHOCADA. — falou.
— ELE BEIJA BEM? — perguntou.
— O PAU É GRANDE? — perguntei, pois era o que eu mais queria saber, na realidade.
— Deixa de ser piranha, ! — me tacou uma almofada e eu ri.
— Vocês estão me julgando, mas sei que também querem saber.
— É verdade. — concordou e riu.
— É óbvio que eu não toquei no pau dele, né. — levantou e pegou sua bolsa de praia. — A cultura deles é diferente, ele provavelmente sairia correndo se eu pegasse no pau dele.
— Ou ele sairia correndo com você pra um quarto. — supôs e eu concordei.
— Enfim, ele me mandou mensagem de bom dia. — mostrou a mensagem pra gente e nós suspiramos encantada com a foto de no contato.
— Já estão trocando emoji, que fofo. — comentou.
— Bem rápido esse korean boy. — abriu a porta e nós saímos em direção ao hall do hotel.
Os meninos estavam sentados nos sofás espalhado pelo saguão, estava com a cabeça encostada na parede e com os olhos fechados, ele provavelmente estava com a mesma dor insuportável que eu. Me aproximei devagar e dei um grito em seu ouvido fazendo o garoto se debater e me xingar.
Kaio, o segurança bonitinho, me olhou repreendendo minha atitude e eu me desculpei.
— Bom dia, flores do dia! — abraçou cada um dos meninos e o resto de nós acenou pra eles.
deu um abraço em e eu fizemos um pequeno corinho apaixonado entre a gente.
— Tem como irmos logo? — perguntou e saiu puxando e com ele.
Eu parei do lado de e estendi um comprimido e uma garrafa de água em sua direção..
— O que é isso?
— Analgésicos pra curar essa dor de cabeça. — ele agradeceu e bebeu o remédio.
A praia estava maravilhosa e um pouco vazia, nos estalamos perto da água e alugamos cadeiras e guarda-sol. e obrigaram todo mundo a passar protetor solar e colocar boné na cabeça, porque o sol estava escaldante.
Forrei uma canga na areia e me sentei observando o mar, sentou ao meu lado na canga e eu sorri pra ele.
— Gosto do seu cabelo dessa cor. — ele mexeu nos meus cabelos descoloridos e eu sorri. — É como se fosse a neve.
— Se fosse a neve, já estaria derretida nesse sol todo. — brinquei e ele sorriu concordando.
— Eu tô muito apaixonado por essa cidade, as coisas são lindas e as pessoas também. — eu encarei seu rosto e mexi em seus cabelos.
— Na Coréia também deve ser bonito, e as pessoas lá são maravilhosas. — ele bufou e eu ri.
, , , e foram em direção ao mar correndo e eu comecei a rir do escândalo que fez quando a água gelada bateu nela, ela até tentou correr de volta pra areia, mas e a puxaram em direção ao mar.
— Vocês não vão entrar? — perguntei e deitou na cadeira cobrindo o rosto.
— Minha cabeça vai explodir. — ele murmurou e eu gargalhei.
— Vou comprar uma salada de frutas para você, ajuda com a ressaca, — levantei e vesti minha bermuda. — quem vai comigo?
— Aonde você vai? — voltou da água e sacudiu o cabelo molhando, e que estavam deitados tomando sol.
— Comprar uma salada de frutas pro , muito fraco pra bebida ele. — ela riu e disse que me acompanharia.
— , posso te perguntar uma coisa? — me encarou enquanto esperávamos a salada de fruta de e a que ela tinha pedido ficarem prontas.
— Claro, o que foi?
— Você tá a fim do ? — ela olhou pra baixo por um segundo e depois voltou a me encarar.
— Claro que não! — eu ri. — Por que você acha isso?
— Ah, não sei, ontem vocês ficaram lá no bar bebendo juntos e hoje você tá meio que cuidando dele. — ela deu de ombros e suas bochechas ficaram vermelhas.
— ! Você está a fim dele!— ela tentou negar, mas eu não dei chances. — Amiga, ele e eu somos “amigos”, ele é muito legal e eu te juro que eu não tenho nenhuma pretensão de tentar algo, e outra ele também não gostou de mim assim.
— Como você pode ter certeza? — ela pegou a salada de fruta que o moço ofereceu e pagou as duas.
— Ontem o disse que nós éramos fofos juntos, ele riu e disse que nós éramos amigos e que não me via com outros olhos. — voltamos a caminhar pra praia e ela me encarou sorrindo.
— Você acha que eu tenho chances? Eu realmente o achei uma graça. — perguntou e eu sorri afirmando.
— Eu acho que sim, ele é solteiro, e você é linda. Se eu fosse você eu investiria.
— Você não se interessou por ninguém? — ela questionou e eu dei de ombros.
— Eu já achei um candidato, mas vou testar as coisas primeiro. — ela riu.
— ?
— Como você sabe?
— Eu vi você o deixando tocar em seu cabelo com a mão cheia de areia sem dar um ataque. — nós descemos do calçadão e eu deixei o assunto morrer quando nos aproximamos do grupo.
— Essa salada de frutas é maravilhosa. — comentou enquanto comia, sentou encostada nas pernas dele e eu sorri pra ela.
— Olha o moço do açaí! — fez sinal pro senhor que estava vendendo açaí e ele veio sorrindo em nossa direção. — Qual o valor, moço?
— Dez reais o pote.
— Tá bom, me vê um por favor, alguém mais quer? — olhou pra gente e eu levantei.
— Moço, o senhor pode ir embora, dez reais um pote desse tamanho de açaí? O senhor tá achando que tá lidando com gringo? — perguntei em português e o senhor me encarou.
— , fica quieta. — falou e eu rolei os olhos.
— Todo mundo vende a esse valor, moça. — ele respondeu eu ri.
— Comprei um aqui quase agora por sete reais, moço, o senhor pode ir que vamos esperar o outro senhor voltar. — falei e me encarou com o semblante nada bom. — Pode ir, moço.
— Eu faço por sete, então. — o senhor falou e eu sorri confiante.
— Pode ser quatro por vinte e cinco, então?— perguntei e ele bufou baixo.
— Pode ser. — o senhor começou a preparar os açaís eu sorri pras meninas.
— Então, o senhor pode fazer oito por cinquenta. — falei e me deitei nas pernas de sorrindo. — , paga ele ai.
— O que aconteceu? — perguntou depois que o moço foi embora.
— Negócios, amor. — respondi em inglês e ele me olhou confuso.
— Como você sabia que ele ia ceder? — perguntou e eu ri.
— Vinte e um anos frequentando essas praias, sei todas as artimanhas.
— Então vocês tem shows marcados, deve ser bem legal viajar pra fazer algo que goste. — falou e eles concordaram.
— É sim, quer dizer nós não somos muito conhecidos aqui, por isso conseguimos andar tranquilamente pelas ruas e conhecer bastante a cidade. — falou. — é como se fosse férias!
— Eu imagino como deve ser legal, fazer música e ser reconhecido. — comentou e eu concordei.
— Você ter o poder de fazer músicas que várias pessoas vão cantar junto é surreal, sabe. — sorriu e continuou. — Quero ser um cantor que leva as pessoas às lágrimas, mesmo se eu estiver cantando músicas divertidas, quero tocar no coração de todo mundo, entende?
— Ai você é um fofo. — apertou as bochechas dele e ele sorriu meio tímido.
— Eu acho isso tudo muito lindo, viver do que você ama, ser feliz e fazer pessoas felizes. É incrível. — se espreguiçou e levantou. — Quem quer ir na água?
Eu levantei e puxei comigo, e também levantaram.
— Vamos, . — puxou com ele.
Nós caminhamos até a água e entramos, o mar estava um pouco agitado o que fez com que eu quase me afogasse várias vezes.
— Ei! Vocês parem, porque eu já não consigo por o pé no chão! — reclamei e eles riram.
— Aqui é onde as ondas quebram, temos que ir mais para o fundo. — falou e eu revirei os olhos.
— Meus pés não chegam ao chão, eu vou me afogar!
— Quem manda ser baixa, agora sofre ai. — falou e eu bufei.
— Ótima amiga você é!
— Vem, , segura no meu pescoço que eu te puxo. — falou e eu sorri pra ele.
— Obrigada, Baby Lion. — beijei seu rosto e abracei seu corpo pelas costas.
— Você é uma folgada. — falou e nós voltamos a caminhar mar a dentro.
Paramos em uma parte que a água batia no pescoço da , estava apoiada em por não conseguir por o pé no chão também.
— É só vocês nadarem, é fácil. — falou e eu neguei.
— Não, valeu, estou bem aqui.— passei minhas pernas na cintura de e ele sorriu passando os braços pelos meus joelhos.
O dia foi chegando ao fim e nós recolhemos nossas coisas pra voltar para o hotel, surpreendeu a todos quando pegou na mão de enquanto caminhávamos no calçadão.
— Queria um na minha vida só pra carregar essa bolsa pra mim, meus ombros estão ardendo. — falou e se ofereceu para carregar a bolsa dela, eu achei bem fofinho a cara dele quando ela agradeceu e deu um beijo no rosto dele.
— Quer que eu leve a sua? — perguntou e eu neguei.
— A minha tá leve, botei quase tudo na bolsa da . — ele riu e ajeitou o boné na cabeça, seus olhos eram apenas pequenas frestas abertas por causa do sol e eu sorri.
Ele era lindo.
— Você tem quantos anos mesmo? — perguntei e ele me encarou.
— Por que?
— Só para saber mesmo. — dei de ombros e ele sorriu.
— Vinte e seis. — eu sorri de volta pra ele. — E você?
—Vinte e um.
— Você é muito nova! — eu gargalhei concordado.
— Um pouco nova!
— Você é muito bonita sorrindo assim, . — eu fiquei constrangida e desviei o olhar dele.
— Obrigada, .
— Meu nome fica engraçado quando você fala. — ele falou enquanto atravessávamos a rua.
— Você não quer ouvir como ele vai ser quando eu tiver gemendo. — falei em português e começou a rir.
— , PELO AMOR DE DEUS! — gritou rindo de mim.
— O que você falou? — perguntou e eu fiz cara de inocente.
— Só falei que quero fazer xixi.
— E ai a riu assim e a gritou com você? — me olhou desconfiado.
—Sim, por que algum problema? — desafiei e ele deu de ombros.
— Não, nenhum. — comentou e virou pros meninos falando algo em coreano, respondeu e soltou uma gargalhada e falou alguma coisa.
— O que vocês estão falando? — perguntou e sorriu pra ela.
— Nada de mais. — eu olhei desconfiada pra ele.
— Você está mentindo! — acusei enquanto entrávamos no elevador.
— Não estou não! — ele falou rindo e eu empurrei seus ombros.
— Odeio coreano! — bufei e riu.
— Odeia nada.
Day 3:
— Que horas você marcou mesmo, ? — perguntou enquanto terminava de passar a prancha no cabelo de .
— Dez horas.
Nós iríamos pra uma boate, passamos o dia na praia novamente e decidimos fazer algo diferente essa noite, já que ontem ficamos a noite toda espalhados pelo quarto assistindo filmes na Netflix.
deu a ideia de sairmos pra dançar e acabamos escolhendo uma boate recomendada pelo hotel.
estava arrumada há séculos e esperava terminar de ajeitar seus cabelos.
— Vocês acham que esse vestido tá bom? — ela ajeitou o vestido no corpo e eu fiz joinha com a mão.
— Você tá linda, . — saiu do banheiro já pronta e eu sorri.
— Nossa, gatinha, isso tudo é pra mim? — perguntei e ela rolou os olhos.
— Não, meu amor, isso aqui é pro . — eu comecei a rir e bateu palminhas.
— Eu vi vocês sussurrando no ouvido um do outro no restaurante hoje. — ela falou e deu de ombros.
— Ele já caiu em meus encantos.
— A ACHA QUE TÁ PASSANDO DESPERCEBIDA, EU VI O BEIJINHO NO PESCOÇO QUE O TE DEU ONTEM A NOITE. — gritei e reclamou.
— Para de gritar, sua louca!
— Eu pensei que eles seriam mais devagar com essas coisas, sabe. — comentou e eu ri.
— Nos iludimos muito com doramas, mas a real é que eles são homens como quaisquer outro. — falei e elas concordaram.
— Verdade, mas tá bom, eu não acho que vá rolar algo sério, porque eles vão embora em dois dias, mas podemos aproveitar um pouco, né? — perguntou e eu confirmei.
— Vamos logo que já estamos atrasadas. — levantei e tentei me equilibrar no salto. — Que eu não caia, amém.
Encontramos os meninos e nos dividimos em dois carros alugados pelo hotel. foi dirigindo um e ia dirigir o outro.
, , e foram com a enquanto eu, , e íamos com . — Eu vou na frente porque conheço a cidade. — falei sentando-me no banco do passageiro.
— Aham, acredito nisso. — , que descobriu meu interesse por ontem, debochou e eu ofereci meu dedo do meio pra ele.
A boate estava lotada, mais do que esperávamos. Nós pedimos algumas cervejas e achamos uma mesa pra ficar.
Muitas bebidas depois , e eu fomos dançar, sendo acompanhadas por , e .
A cena da gente tentando ensinar eles a dançar nosso famoso funk foi a cena mais engraçada da minha vida, eles sabiam rebolar muito bem e acabaram sendo melhor do que nós três na dança. Os meninos observaram as outras pessoas a sua volta e logo dançavam como se o funk fosse sua dança natural.
Nós rebolamos e dançamos ao som de todo o tipo de funk imaginável, era incrível como, eu e as meninas, reconhecíamos todas as músicas tocadas ali.
Um cara me “encoxou” por trás logo depois de e se juntarem a nós na pista de dança, eu me afastei dele e voltei a dançar tranquilamente, o idiota do cara repetiu e o empurrei.
— Tem como você parar? — falei em português e ele riu.
— Que foi, gatinha? Vem dançar, vem. — Ele tentou me agarrar de novo e eu percebi que e já nós olhavam, perguntou alguma coisa a e ela respondeu.
— Se você tocar em mim novamente eu vou quebrar sua cara. — falei e virei de costas pro idiota, que se mostrou mais idiota ainda quando me puxou novamente pelo braço.
— Deixa de ser ridícula, você nem é bonita, deveria estar dando graças a Deus de alguém como eu querer algo com você. — ele agarrou meu braço com força e em seguida eu senti os braços de alguém me rodearem a cintura e me puxar, olhei pra cima e vi me abraçando por trás.
— Ela já disse que é pra você soltar o braço dela. — falou e eu torci internamente pro idiota falar inglês. — E quem você é? — idiota perguntou em um inglês ridículo.
— EU sou o namorado dela, mas isso não importa desde que VOCÊ deveria ter respeitado o pedido dela desde o começo. Que tipo de homem é você que precisa menosprezar uma mulher pra tentar a fazer ficar contigo. — falou e o idiota soltou meu braço, puxou meu corpo mais pra perto do seu e eu relaxei em seus braços.
— Desculpa ai, cara, eu não sabia que ela estava acompanhada. — o idiota se afastou e eu bufei.
— Que cara escroto!
— Nossa tenho nojo de homem assim. — falou e abraçou ela de lado.
— Vamos voltara dançar que é a melhor opção.
Nós voltamos a dançar e não me deixou afastar meu corpo muito do dele, o que fazia com que nos esfregássemos um no outro as vezes, suas mãos pararam em minha cintura e eu sorri sentindo ele se aproximar mais.
estava agarrada ao corpo de Jinwoo e ele beijava seus lábios com as mãos no cabelo dela, olhei para o lado e e se agarravam como se não houvesse mais ninguém em volta deles, desviei o olhar e encontrei que tinha seus braços ao redor do pescoço de , ele beijava o pescoço dela que sorria dizendo alguma coisa no ouvido dela. Bufei indignada quando olhei em direção a nossa mesa e encontrei quase no colo de .
POR QUE SÓ EU NÃO ESTAVA BEIJANDO?
Enrolei meus dedos à mão de que seguravam minha cintura e colei meu corpo no dele, seu nariz e sua boca colaram no meu pescoço e ele encostou sua boca ali de leve, eu suspirei e movi meu corpo contra o dele no ritmo da música. beijou meu pescoço com mais fome e eu cravei minhas unhas em seus braços. Virei-me de frente pra ele e encarei seus olhos fechadinhos, ele sorriu de lado e eu mordi meu lábio inferior.
— Você é muito bonito pra ficar por ai sozinho. — comentei mexendo na parte raspada de seu cabelo.
— Eu não estou sozinho. — ele me puxou para mais perto e colou nossos lábios em um beijo.
Day 4:
Deitei minha cabeça nas pernas de e ela fez carinho no meu cabelo.
— Sua raiz tá começando a desbotar. — ela comentou e eu murmurei alguma coisa que nem meu cérebro foi capaz de decifrar.
— Eu vou buscar a pizza lá recepção, alguém vem comigo, por favor. — levantou depois de atender o telefone do quarto.
— Eu vou. — levantou e as duas saíram.
— Vocês acham que nós deveríamos ter ido ao show? — nos encarou e eu fechei os olhos.
— Eu tentei comprar ingressos ontem quando chegamos da boate, — falei. — estavam esgotados por ser um evento grande. É uma espécie de festival.
— Mesmo assim, eu tô com o coração apertado de não estar lá. — falou e eu concordei. — Acho que nós nos apegamos muito rápido.
— Como não se apegar? Aqueles sorrisos maravilhosos sendo jogados na nossa cara todo dia. — disse e eu ri.
— Vocês notaram como eles são fofos? Gente eu juro que não me importaria de passar o resto da minha vida tendo que conviver com todos eles. — falei e resmungou.
— Eu também não.
Fechei os olhos e lembrei-me da forma que me espremeu contra a parede do corredor quando veio me deixar no quarto ontem, a forma como ele teve que me erguer do chão pela nossa diferença de altura. Meus 1,53cm não eram nada perto dos 1,82cm dele. me ergue e me deu um dos melhores beijos de despedida da minha vida, me fazendo ir dormir com as famosas borboletas no estômago.
Pela manhã, enquanto todos tomávamos café da manhã, os meninos se mostraram incríveis deixando claro que a noite passada não tinha sido só pegação.
Mas, infelizmente, a vida não era um conto de fadas, eles e toda magia que sua presença trouxeram iriam embora amanhã.
Day 5:
Senti uma mão alisar meu calcanhar e resmunguei sem abrir os olhos, a mão começou a apertar e eu resmunguei de novo.
— Oh, , me deixa dormir, pelo amor de Deus! — falei e enfiei minha cabeça embaixo do travesseiro. Ouvi uma risada e então a mão subiu pra minha coxa.
Okay, aquelas mãos não era as da .
— Olha, eu espero que você não seja um funcionário maluco do hotel, ou eu vou processar até a última parte do seu ser. — ameacei e outra risada foi dada.
.
— E se você for um daqueles asiáticos gatinhos que estão hospedados no andar de cima eu te peço que venha até aqui e me dê um beijo. — murmurei.
— Até se eu for o ?
— Principalmente se for o . — falei sorrindo.
— ! — tirou o travesseiro do meu rosto e eu encarei ele sorrindo.
— Eu tô brincando, Baby Lion, — ele se aproximou de mim e eu virei o rosto. — me deixa escovar os dentes primeiro.
— Okay. — ele se jogou na cama e eu levantei indo até o banheiro.
— Cadê todo mundo?— perguntei deitando do lado dele na cama.
— Saíram, os meninos queriam as levar pra sair, você sabe, coisas de casal e blá blá blá. — ele falou me puxando pra perto dele.
— E por que você não me levou pra sair? — perguntei e ele riu.
— Eu pretendia, mas o show de ontem me arriou e eu tô resfriado, se você não percebeu. — Realmente, sua voz tá rouca — passei a mão em sua testa e constatei que ele estava quente. — e você também está com febre.
— É, eu sei, meu produtor já me medicou, eu só não posso sair do hotel hoje. — ele falou chateado e eu sorri.
— Não tem problema, eu faço esse esforço de perder esse dia lindo aqui com você. — brinquei e ele beijou minha testa.
— Você é incrível.
— É eu sei. — dei um pequeno beijo em seus lábios e ele fez questão de aprofundar o beijo.
— Eu não sei como vou ficar sem esses beijos. — murmurou e eu sorri triste.
— O que a gente vai fazer hoje? Que tal filme? — perguntei depois de outra seção de beijos.
— Pode ser, o que você quer ver?
— PODEMOS MARATONAR DESCENDANTS OF THE SUN. — falei pulando na cama e ele riu.
— Pode ser, eu já assisti alguns episódios, mas podemos novamente. — ele se acomodou na cama e tirou o tênis. Liguei a tv e entrei na Netflix colocando o primeiro episódio pra rodar.
Pulei de volta na cama e sentei na cintura de , como uma perna de cada lado do seu corpo.
— Oi. — dei um beijo estalado em seus lábios e ele sorriu fazendo com que seus olhos ficassem mínimos.
— Oi. — ele fez carinho no meu rosto.
Nós nos encaramos por um tempo e nós dois suspiramos. Ele me abraçou e eu encostei minha cabeça em seu ombro beijando seu pescoço em seguida.
— Vamos ver esse dorama logo. — ele se endireitou e nós começamos a assistir.
Cinco horas depois...
O telefone de tocou e ele atendeu falando em coreano por cerca de três minutos e desligou respirando fundo em seguida.
— Você precisa ir, né? — perguntei e ele confirmou, me agarrei ao corpo dele e ele me segurou forte contra ele.
— Eu não posso namorar, . — beijou meus cabelos e eu olhei em seus olhos. — Não posso namorar, meu contrato diz que nos três primeiros anos depois do debut eu não posso assumir nenhum relacionamento amoroso.
— Eu entendo. — murmurei e deitei minha cabeça em seu peito.
— Mas quero ficar com você, e eu sei que os meninos também estão nesse mesmo dilema, conversamos ontem e eu tomei uma decisão. — ele se sentou e ficou de frente pra mim. — Que decisão?
— Um ano e meio. — ele segurou meu rosto em suas mãos. — Um ano e meio é o que falta pra essa regra no contrato acabar. Eu estou disposto a esperar, e você?
— Como assim, ?
— Eu vou voltar pra Coréia, você vai continuar sua vida aqui, nós temos contato de telefone um do outro e podemos tentar levar isso assim — ele suspirou e segurou minhas mãos. — e se daqui a um ano e meio você estiver disposta a tentar, se você achar que vale a pena. Se nós acharmos que vale a pena, nós tentaremos de novo, eu venho para o Brasil ou você vai pra Coréia e nós tentamos.
— Você quer manter um relacionamento à distância?
— Não, eu quero que você continue a viver, eu vou continuar também. Não quero perder o contato com você, mas não posso te prometer um relacionamento agora, minha empresa pode criar relacionamentos fakes pra mim a qualquer momento, e eu não estou disposto a magoar você.
— Então você está dizendo que nós vamos “seguir o baile”, e se daqui a um ano e meio nós ainda estivermos com essa faísca dentro do estômago um pelo outro, você vem pro Brasil e tentamos? — falei tentando digerir toda aquela confusão.
— Ou você vai irá Coreia. — ele sorriu e eu suspirei me abraçando ao seu corpo por um tempo.
— Sinto muito, , — murmurei e ele ficou tenso em meus braços. — mas você vai ter que vir ao Brasil, por que eu não tenho dinheiro pra ir pra Coreia.
Ele riu e se agarrou com mais força ao meu corpo.
— Eu espero que todas as meninas topem a ideia. — falou fazendo carinho em meus cabelos. — Eles ficariam decepcionados se elas dissessem não.
— Eu acho que eles topariam, sim. — beijei seu rosto. — Vocês valem a pena esperar.
— Então daqui um ano e meio você vai ser minha namorada?
— Daqui a um ano e meio eu serei toda sua. — beijei seus lábios devagar e ele sorriu.
— Eu vou contar os segundos.
Epílogo
Eu fechei o casaco e endireitei meu gorro tentando me proteger do frio, o aeroporto estava lotado e as pessoas esbarravam ocasionalmente em mim. Caminhei até a saída do salão de desembarque puxando minha mala roxa com toda a força que eu podia, meu coração batia acelerado e meu estômago revirava ansioso.
Tudo a minha volta me encantava conforme eu andava pelo saguão do aeroporto, as letras vermelhas berrantes das lojas de conveniências, as pessoas falando em um idioma que eu mal entendia, as máscaras com diversos temas espalhados nos rostos boa parte das pessoas ali presentes me deixavam cada vez mais nervosa.
Eu caminhei lentamente até a saída, e a primeira coisa que eu vi foi o corpo de sendo jogado contra o meu, eu me desequilibrei e fui ao chão rindo do entusiasmo dela. e me abraçaram depois que eu me livrei dos braços firmes de e eu olhei em volta procurando pelo motivo pelo qual eu estava ali.
— Ele teve que ficar em casa, finja surpresa quando ver sua festa de boas vindas. — me ajudou a arrastar minha mala e eu gargalhei vendo bater nela.
— Você é uma linguaruda!
— Nós estamos muito feliz de você finalmente estar aqui! — me abraçou de lado enquanto caminhávamos para o carro. — Não acredito que você ficou a porra de dois anos longe da gente!
— Eu só estava estudando! — me defendi sorrindo ao ver que ela não estava realmente brava.
— Vocês conseguem acreditar que já tem um ano que nós chegamos aqui? — falou enquanto dirigia pelas ruas de Seul.
— Vocês conseguem acreditar que já tem quatro anos que nós conhecemos os meninos? — comentou e eu respirei fundo.
—Estou com saudades de todos, espero de não me odeie muito. — murmurei e riu.
— Ele não te odeia, ele está te esperando para que vocês possam finalmente viver a história de amor de vocês. — ganhei um beijo no rosto e um sorriso dela que fizeram meu coração aquecer.
A porta da casa foi aberta e uma explosão de risos invadiu meus ouvidos, eu me joguei em cima do grupo de meninos a minha frente rindo.
me puxou do montinho e me abraçou respirando fundo.
— Finalmente você está nos meus braços novamente…
— Finalmente eu serei toda sua. — sussurrei em seu ouvido e ele me beijou.
Tudo a minha volta me encantava conforme eu andava pelo saguão do aeroporto, as letras vermelhas berrantes das lojas de conveniências, as pessoas falando em um idioma que eu mal entendia, as máscaras com diversos temas espalhados nos rostos boa parte das pessoas ali presentes me deixavam cada vez mais nervosa.
Eu caminhei lentamente até a saída, e a primeira coisa que eu vi foi o corpo de sendo jogado contra o meu, eu me desequilibrei e fui ao chão rindo do entusiasmo dela. e me abraçaram depois que eu me livrei dos braços firmes de e eu olhei em volta procurando pelo motivo pelo qual eu estava ali.
— Ele teve que ficar em casa, finja surpresa quando ver sua festa de boas vindas. — me ajudou a arrastar minha mala e eu gargalhei vendo bater nela.
— Você é uma linguaruda!
— Nós estamos muito feliz de você finalmente estar aqui! — me abraçou de lado enquanto caminhávamos para o carro. — Não acredito que você ficou a porra de dois anos longe da gente!
— Eu só estava estudando! — me defendi sorrindo ao ver que ela não estava realmente brava.
— Vocês conseguem acreditar que já tem um ano que nós chegamos aqui? — falou enquanto dirigia pelas ruas de Seul.
— Vocês conseguem acreditar que já tem quatro anos que nós conhecemos os meninos? — comentou e eu respirei fundo.
—Estou com saudades de todos, espero de não me odeie muito. — murmurei e riu.
— Ele não te odeia, ele está te esperando para que vocês possam finalmente viver a história de amor de vocês. — ganhei um beijo no rosto e um sorriso dela que fizeram meu coração aquecer.
A porta da casa foi aberta e uma explosão de risos invadiu meus ouvidos, eu me joguei em cima do grupo de meninos a minha frente rindo.
me puxou do montinho e me abraçou respirando fundo.
— Finalmente você está nos meus braços novamente…
— Finalmente eu serei toda sua. — sussurrei em seu ouvido e ele me beijou.