Capítulo Único
Universidade da Califórnia, unidade San Diego
Hoje parece que os mais de 31 mil estudantes da UCSD circulam ao mesmo tempo pelo campus da universidade. O calor está intenso e a quantidade de pessoas passando para lá e pra cá não ajuda. A moça caminha a passos firmes rumo à biblioteca do campus localizada logo à frente, ela tem um único objetivo: se declarar para ele. Um dos caras mais bonitos e desejados de toda a universidade: Mark O’Brien. Faz algumas semanas que eles se encontram, mas nunca houve uma conversa esclarecedora sobre qual o status do relacionamento deles e é justamente isso que a jovem null null irá buscar de Mark agora. Mas, a trajetória da moça é interrompida pelo grito desesperado de sua amiga.
— ! – ela se vira e vê null correr em sua direção acompanhada de seu grupo de amigos.
— Ai, meu Deus, justo agora? — resmunga ela para si mesma e para de andar, aguardando a chegada de todos. — Qual a emergência?
— Precisamos de ajuda, null, e precisa ser agora — diz Chuck a encarando com seu olhar fofo de cãozinho abandonado.
— Não me olhe assim, Chuck, credo — alerta ela e todos riem.
— Estou tentando te convencer a nos ajudar — defende-se ele.
— Eu irei ajudar de qualquer maneira, falem o que precisam?
— De você inteira — diz Pete, de supetão, e todos o encaram. — Não do jeito que está pensando, null — ele a encara com o olhar malicioso.
— Não estou pensando em nada, Pete.
— Sei... — diz null rindo.
— Deixem-na — null diz, pela primeira vez, de maneira tímida e é bombardeado de olhares.
— Falou o defensor — revirando o olhar Chuck diz e ri em seguida, se aproximando mais de null. — null, meu amor, precisamos que você digite um trabalho para nós — ele dá um de seus sorrisinhos encantadores e faz a jovem soltar uma risada nervosa.
— Já disse para não me olhar assim, Chuck! — diz ela.
— Ela vai se apaixonar, dude — alerta Pete e todos riem, menos null que mantém seu olhar arregalado e o corpo tenso.
— Enfim, null, você pode fazer esse imenso favor para nós? — reforça ele, sorrindo.
— Me mandem ainda hoje por e-mail ou nada feito — ela responde, finalmente, e ganha um beijo exagerado na bochecha dado por Chuck que ainda está pendurado em seus ombros.
— Você é incrível, null!
— Salvará nossas vidas, amiga — diz null e também abraça a amiga.
— Tá, tá... se era só isso, eu preciso ir — ela já ia saindo, quando avista de longe Mark saindo da biblioteca acompanhado de seus amigos.
— Aonde vai? Vai estudar agora? Já está na hora de ir embora, null — diz Pete e olha na direção da biblioteca e entende o que está rolando. — Vem, null — ele passa o braço nos ombros da amiga e a conduz para o lado oposto à biblioteca — Vamos à praia!
— Mas, eu...
— Nada de “mas, eu...”, null, vamos à praia! — determina Chuck e todos concordam empolgados.
Mesmo bastante contrariada, null acompanha os amigos até à praia. Vão todos no carro, mesmo apertados, dirigido por Pete. Obviamente, null não vai preparada para isso, então vai até uma lojinha onde vende biquinis juntamente com sua amiga null que também resolve comprar um novo para usar hoje.
— Que tal esse? — indaga null mostrando um modelo verde com listras brancas para null.
— Não! — diz a moça de imediato e ri. — Horrível! — completa ela.
— Aff, você não gosta de nada, também — null dá de ombros e escolhe outra estampa. — Eu sei para onde a senhorita ia hoje, viu?!
— Oi? — null diz, distraída.
— Sei que ia atrás do tal boy misterioso que você não contou quem é nem para mim que sou sua melhor amiga, null! — null usa um tom falsamente magoado, o que faz a amiga rir.
— Irei te contar quem é assim que conseguir falar com ele e pedi-lo em namoro — diz a outra.
— Olha só, já está assim? Gostei de ver! — orgulha-se null.
— Pois é. Ah, mas eu sei que a senhorita também está de rolo com um boy aí que não me disse quem é — rebate null e pega um biquíni vermelho com um lacinho nas laterais da parte de baixo.
— Te mostro quem é na festa de sábado — diz null, falando sobre a festa que terá sábado na casa de um dos colegas de faculdade.
— Não sei se eu quero ir.
— Foda-se, você vai — determina null.
— Ai, , nem começa...
— Nem começa você, null!
Sem querer discutir, null dá de ombros e vai até o provador, deixando null sozinha na baia de peças, ainda escolhendo um biquíni para ela. Assim que finalmente escolhe uma peça para si, null se troca e sai do provador.
— Esse tá bom? — ela mostra para null que já havia pago o dela e também já o usa.
— Perfeito! null vai amar! — comenta ela e ri.
— O null? — diz null, confusa.
— Quem mais haveria de ser?
— Ah, mas eu já tenho um boy e o null... bom, o null é meu amigo.
— Ninguém namora inimigos, null — null diz, simplesmente e completa: — Vai pagar logo, pois estou com calor, quero me jogar na água!
— Na água ou nos braços do null? — provoca null recebendo um olhar incrédulo da amiga.
— Sua vaca! — null bate no braço de null que se defende. Ambas riem.
Após pagarem os biquínis, as amigas saem e percorrem o olhar pela areia da praia à procura dos rapazes. Assim que os localizam, elas vão ao encontro deles.
— Nossa, foram fabricar os biquínis? — comenta Pete que está esticado na areia com óculos escuros no rosto.
— HA HA HA, muito engraçado, Pete — diz null e joga a bolsa ao lado dele. — Olha para mim, vem null, vamos na água — ela puxa o braço da amiga.
— Espera... — null joga sua bolsa entre Pete e Chuck e sai junto com a amiga na direção da água onde estão null e null.
— Hey, guys! — diz uma voz conhecida.
— Deryck! Hey, dude! Como vai? — diz Pete, animado em ver o amigo.
— Muito bem e vocês? — Deryck cumprimenta os amigos e senta-se ao lado de Chuck, Pete continua deitado na areia.
— Muito bem também, cara — responde Chuck. — A festa de sábado será incrível, hm?!
— Oh, estou contando com isso! — diz Deryck animado.
— Soube que terá banda ao vivo, sério? — indaga Pete apertando o olhar para enxergar o amigo.
— Vai sim! — responde Deryck e completa: — Chamaria vocês, mas já havia combinado com a banda de uns amigos — diz ele em tom levemente triste.
— Não faz mal, Dudu, fica para próxima festa — diz Chuck e Pete concorda.
— Estão convidados de antemão! — eles riem.
Os três engatam uma conversa sobre os convidados e atrações da festa. Enquanto isso, null e null saem da água, deixando null e null lá, para darem uma volta na areia. null havia se irritado com null, pois ele a provocou dizendo que ela estava namorando um fantasma, já que nem mesmo a null conhece o tal namorado dela. Muito irritada, ela resolve sair da água e arrastar a amiga junto.
— Vamos entrar na água de novo, null, está quente! — reclama null enquanto dá leves puxadas no braço da amiga.
— Mais para frente a gente entra, quero distância do null e suas piadinhas idiotas — diz null, irritada.
— Ah, mas...
— Antes que você concorde com ele, você está na mesma situação que eu, ! — rebate null, antes mesmo da amiga falar algo. null retorce a boca, contrariada e solta um risinho derrotado.
— Que seja...
Elas caminham mais um pouco, até que avistam alguém especial caminhando mais ao longe.
— Ai, meu Deus, não acredito que ele está aqui — comenta null, ajeitando o biquini no corpo. — Como estou?
— Lindíssima — diz null. — De quem tá falando? — indaga ela, mas, ao olhar para frente, vê de quem se trata. — OMG, meu gato tá aqui, amiga!!
— Está? Cadê?! Me apresenta ele! — diz null, empolgada. null também ajeita o biquíni no próprio corpo. — Aliás, deixa para depois, eu tenho que ver o meu gato logo antes que ele fuja!
— Ele tá aqui? Me mostra quem é, pelo menos — diz null.
— Aquele ali — null aponta para Mark que caminha com os amigos há alguns metros delas. null quase perde o chão.
— Não pode ser, amiga, aquele é o Mark O’Brien — null solta uma risada nervosa.
— Eu sei, é o meu boy — null sai caminhando na direção de Mark, mas tem o braço puxado pela amiga.
— Como assim, null?! — ela pergunta com urgência.
— O que você tem, amiga?
— null, ele é o meu boy! — anuncia null, nervosa.
— Quê?! — espanta-se null. — Não pode ser... Não, tem certeza, null?
— Claro que eu tenho, null!
— Mas ele... é com ele que estou me encontrando — diz null com a voz já embargada.
— Que desgraçado canalha! Ele tá enganando a gente, null!
null fica alguns segundos parada, imóvel e com a expressão tão estática quanto. O olhar voltado para a amiga, as mãos trêmulas e uma vontade imensa de chorar. De repente, ela se descontrola.
— Eu vou matar ele! — null sai andando firmemente na direção de Mark, mas null a puxa de volta.
— Não! Espera, amiga! — implora null.
— Ele merece morrer pelo que fez com a gente, null! — insiste null e tenta sair do aperto que null dá em seu braço.
— null, me escuta! — null grita para conseguir ser ouvida pela amiga que para e a encara, os olhos saltados de raiva. — Eu tive uma ideia para foder com a vida desse desgraçado! — os olhos de null têm o mesmo brilho raivoso que os de null.
— Qual?
null sorri com as ideias que surgem em sua mente agora. Ela puxa a amiga para a direção oposta de onde Mark está e elas seguem caminhando em direção onde os amigos estavam, conversando sobre o plano de vingança.
— Enfim, é isso que faremos, o que acha null?
— Perfeito amiga — Elas se sentam ao lado de Pete e null que ficam em silêncio.
— O que as duas estão planejando? — Pete se ajeita enquanto aguarda a resposta.
— Bom, a coisa é mais complicada do que imagina.
— Como assim, null?
— Porra, velho, o boy misterioso dela é o mesmo que o meu! Acabamos de descobrir isso e queremos nos vingar.
— Como é? — null indaga-se e senta ao lado do Pete.
— Exatamente o que ouviu, null — null murmura triste.
— A vingança vai vir amiga, fica tranquila, vai ser algo bem marcante para aquele desgraçado.
— O que vocês vão fazer? — pergunta null num tom preocupado.
— Pretendo atear fogo na casa dele, isso se a null realmente topar — null falou séria enquanto rabiscava na areia ao lado dela.
— Ah, claro, como se fosse fácil fazer isso — null falou em tom irônico.
— Aguarde e verá do que somos capazes, null — null bufa, irritada. — Ele iludiu duas amigas, isso ultrapassou os limites do bom senso.
Eles se levantaram da areia e voltaram para suas casas, a vingança ficou combinada entre as amigas que seria no sábado, mesmo dia da festa, afinal Mark não estaria em casa e ambas tinham a cópia da chave para entrar.
[...]
Sábado de manhã as duas amigas acordam cedo para poderem programar tudo, se encontram na casa da null que era mais próxima da de Mark e já arrumam uma mochila com tudo que precisavam, produtos inflamáveis, isqueiro, chaves e finalmente foram se arrumar para a festa.
As duas estão vestidas maravilhosamente bem, null está usando uma calça jeans preta, um coturno e uma camiseta regata roxa escura de um tecido leve com um decote grande, também tinham colares que davam mais ênfase ao decote, ela também havia feito uma maquiagem mais carregada. A null usa uma calça jeans com all star, uma regata branca, também havia colares para dar ênfase ao contorno do decote e por cima uma jaqueta de couro.
— Vocês estão lindas — null elogia assim que as vê passar pela porta da casa de Deryck.
— Parece que estão prontas para matar — comenta Pete.
— Matar não, mas nos vingar, sim — null fala fuzilando Mark com o olhar. — Lembra do esquema, null?
— Claro que lembro!
— Está linda hoje, null! — null fala tímido com um sorriso de canto.
— Obrigada, null!
Elas curtem um pouco a festa antes de colocar seu plano em prática, ambas dançaram bastante com os amigos e beberam um pouco, lá pelas nove horas elas decidem que era o momento da vingança, foram atrás de Mark para ter certeza que ele estava na festa e assim que o viram foram buscar seus amigos.
— Pete, precisamos de um favor — a null fala meio sem graça.
— Claro.
— Leva a gente até a casa do Mark?
— Se me contarem o que vão fazer, eu levo.
— Atear fogo na casa — null falou observando o Mark à distância. — É ele quem está nos enganando.
— Espera, ele é o boy misterioso?
— Sim, null.
— Levo com prazer e se quiserem ainda ajudo a atear fogo na casa desse desgraçado.
— Ei, aonde vão? — pergunta Deryck chegando próximos aos amigos.
— Atear fogo na casa do Mark.
— É o quê? — Derick os olha confuso.
— Olha, lembra de ontem na praia? — null apoia a mão no ombro do amigo, que concorda com a cabeça. — Pois então, é ele.
— Não, gente, eu também vou — Chuck fala, preocupado.
— Então vamos todos.
— Não acho certo fazer isso…
Elas deixam os amigos decidindo se irão ajudar ou não e vão caminhando até a casa da null, onde pegam a mochila e continuam em direção a casa de Mark. Quando chegam na frente da casa veem o carro de Pete estacionado do outro lado da rua.
— Acho que eles resolveram vir, null. — Bom, a gente não tem tempo a perder — null fala se aproximando do carro. — Vamos entrar e qualquer coisa gritamos por ajuda.
— Estaremos aqui — null fala, sorrindo.
— Obrigada por nos apoiarem. — null caminha até a null que a esperava na frente da porta.
— Juntas? — a null pergunta segurando a chave com as mãos trêmulas.
— Juntas — null apoia a mão sobre a da null e giram a chave juntas.
Elas entram na casa que, inclusive, conheciam bem, as duas pararam e começaram a chorar, elas se entreolham e começam a derrubar os quadros no chão, quebrar as coisas da mesa de centro, null pega o violão de Mark e o joga contra a parede destruindo por completo o instrumento.
— Isso é libertador — null sorri para a amiga que está rasgando as almofadas.
— Amiga nem me fale.
null vai até a geladeira e mistura tudo o que vê pela frente em um prato, gelatinas, pães, chantilly, pasta de amendoim, pega a jarra de leite e a joga no chão enquanto null vai até o quarto e desaba em choro enquanto joga o colchão para a parede e pisa na cama de madeira a deixando em pedaços.
null pega a mistura de tudo que fez no prato e joga no chão no meio da sala, e caminha até o quarto para encontrar a amiga. Ela encontra null sentada, rasgando as roupas de Mark, pega um taco de beisebol e começa a quebrar o banheiro.
— Pronta, null?
— Mais do que nunca, .
Elas juntam várias fotos e cartas que ambas haviam escrito para ele na sala enquanto null fuma um cigarro, null joga os produtos inflamáveis e ambas dão alguns passos para trás e para ao lado da amiga, null joga a bituca de cigarro no amontoado de papel que no mesmo instante pega fogo. Ambas ficam admirando o fogo se espalhar rapidamente pelas fotos e cartas ali. A satisfação que sentem é enorme, inconscientemente elas começam a pular comemorando a vitória em cima do enganador do Mark.
A mais concentrada nas labaredas e na sensação gostosa que sente é null que nem percebe o que acontece ao seu redor. Ela só enxerga as lembranças de Mark queimarem a sua frente, ela gostaria que o Mark estivesse queimando ali.
Distraída demais para ouvir ou perceber algo, null não vê que o fogo se espalha muito rápido pela casa. Quando null jogou os produtos inflamáveis, acabou respingando pelas paredes e alguns móveis, o resultado disso é a sala inteira pegando fogo. null só nota que há algo errado quando começa a tossir e olha ao redor vendo a fumaça que toma conta do ambiente se espalhar cada vez mais densa. Desesperada, ela olha para os lados, procurando pela amiga e não a vê, quando olha para a escada vê null descendo e gritando de medo.
— Meu Deus, null, tá tudo pegando fogo! — grita null, desesperada.
— Cuidado, null, cuidado! — alerta a outra ao ver que o móvel perto da escada pega fogo.
— Como você vai sair daí? — pergunta null ao ver que null está, literalmente, cercada pelo fogo. Todas as coisas que elas espalharam pela sala estão com chamas, até o papel de parede está pegando fogo. — Eu vou chamar ajuda! Vou sair pelos fundos, tá?
— Chama os meninos, vai, rápido!
— Tá!
null consegue escapar pelos fundos da casa e encontra a figura aflita do null ali onde o rapaz a abraça forte, colocando as mãos em sua cabeça, apertando-a contra seu corpo.
— Você está bem? — ele diz, aflito.
— Estou. Estou, null. Calma, eu estou bem — null diz, vendo que ele está muito nervoso, suas mãos tremem agora.
— Eu quase… por favor, não faça mais isso. Não me faz pensar que ia te perder assim — ele segura o rosto dela e a encara.
— null…
Por impulso, o rapaz puxa o rosto dela e a beija com urgência, algo que ele queria fazer há muito tempo. Ele realmente sentiu medo de perdê-la para sempre.
— A null… — sussurra null assim que o beijo acaba. null a encarou, confuso.
— null?
— A null! Ela tá presa na sala, temos que ajudar ela! — explica a moça, finalmente.
Voltando à realidade, ambos voltam para a sala, mas não conseguem avançar. Ao mesmo tempo, null e Pete finalmente conseguem arrombar a porta da frente, assim que a porta abre eles entram e tentam chegar mais perto da null.
— null! null! — grita null, desesperado, olhando ao redor para ver se acha a null.
— Ela tá no meio da sala, null! — grita null do outro lado do cômodo.
— Fica aqui, null — alerta null, segurando a moça pelos ombros, pois ela faz menção de ir ajudar a amiga.
— null!!! — null volta a gritar e consegue pular um dos móveis.
— Cof cof — ele ouve uma tosse de null e consegue a ver deitada no chão perto do sofá.
— Me ajuda aqui, Chuck — grita Pete e Chuck se aproxima dele para ajudar a ativar o extintor que eles levaram, caso precisassem.
— null! — null consegue, após Chuck jogar o conteúdo do extintor no caminho onde null está, e se agacha ao lado dela.
— Cof cof— ela tosse novamente, ainda de olhos fechados. null a carrega no colo e sai dali, seguido por Check e Pete.
Ao verem que os amigos saíram, null e null dão a volta na casa e os encontram na grama na frente do imóvel. null está deitada na grama, com a cabeça apoiada no colo do null.
— null? — ela diz, sussurrando ao ver o rapaz acariciar seu rosto.
— Por que você tem que ser tão inconsequente? — pergunta ele com a voz trêmula.
— Desculpa… — diz null. — Onde está a null? — ela procura a amiga com o olhar.
— Estou aqui, sua doida — diz null, rindo.
— Tá tudo bem, null?
— Estou bem… — responde ela.
— Hey — chama null e null o encara —, não faz mais isso, tá?
— Isso o quê? Atear fogo na casa do embuste do Mark?
— Não… me assustar desse jeito — ele diz.
Eles se encaram por um tempo e, após se ajeitar, null beija null num beijo tão esperado por ele que só queria uma chance. E ele teve.
Após concluírem o beijo, null e null se levantam e vão até o carro de Pete, que está estacionado do outro lado da rua. Todos embarcam no carro e seguem a caminho do hospital para que null e null sejam avaliadas pelos médicos, já que ficaram muito tempo inalando fumaça.
O fogo na casa do Mark não durou muito, pois logo os vizinhos chamaram os bombeiros para apagar o fogo. O extintor usado por Chuck apagou uma parte do incêndio, o que não foi suficiente para não destruir a sala de Mark, que ficou possesso quando chegou em casa e viu tudo destruído. Ele nem desconfia de quem é a autoria dessa destruição.
Alguns dias se passam e null e null resolvem ignorar a existência de Mark que, vez ou outra, tenta se aproximar delas, mas é espantado por null e null, que agora estão saindo com as duas moças. Mark segue sendo um idiota e enganando outras mulheres. null e null estão no maior clima de romance; null e null no mesmo clima, mas com uma pitada de selvageria entre quatro paredes.
A vida na Universidade da Califórnia, unidade San Diego, segue normal, mesmo que a vida dos amigos tenha sido mexida após a vingança de null e .
Hoje parece que os mais de 31 mil estudantes da UCSD circulam ao mesmo tempo pelo campus da universidade. O calor está intenso e a quantidade de pessoas passando para lá e pra cá não ajuda. A moça caminha a passos firmes rumo à biblioteca do campus localizada logo à frente, ela tem um único objetivo: se declarar para ele. Um dos caras mais bonitos e desejados de toda a universidade: Mark O’Brien. Faz algumas semanas que eles se encontram, mas nunca houve uma conversa esclarecedora sobre qual o status do relacionamento deles e é justamente isso que a jovem null null irá buscar de Mark agora. Mas, a trajetória da moça é interrompida pelo grito desesperado de sua amiga.
— ! – ela se vira e vê null correr em sua direção acompanhada de seu grupo de amigos.
— Ai, meu Deus, justo agora? — resmunga ela para si mesma e para de andar, aguardando a chegada de todos. — Qual a emergência?
— Precisamos de ajuda, null, e precisa ser agora — diz Chuck a encarando com seu olhar fofo de cãozinho abandonado.
— Não me olhe assim, Chuck, credo — alerta ela e todos riem.
— Estou tentando te convencer a nos ajudar — defende-se ele.
— Eu irei ajudar de qualquer maneira, falem o que precisam?
— De você inteira — diz Pete, de supetão, e todos o encaram. — Não do jeito que está pensando, null — ele a encara com o olhar malicioso.
— Não estou pensando em nada, Pete.
— Sei... — diz null rindo.
— Deixem-na — null diz, pela primeira vez, de maneira tímida e é bombardeado de olhares.
— Falou o defensor — revirando o olhar Chuck diz e ri em seguida, se aproximando mais de null. — null, meu amor, precisamos que você digite um trabalho para nós — ele dá um de seus sorrisinhos encantadores e faz a jovem soltar uma risada nervosa.
— Já disse para não me olhar assim, Chuck! — diz ela.
— Ela vai se apaixonar, dude — alerta Pete e todos riem, menos null que mantém seu olhar arregalado e o corpo tenso.
— Enfim, null, você pode fazer esse imenso favor para nós? — reforça ele, sorrindo.
— Me mandem ainda hoje por e-mail ou nada feito — ela responde, finalmente, e ganha um beijo exagerado na bochecha dado por Chuck que ainda está pendurado em seus ombros.
— Você é incrível, null!
— Salvará nossas vidas, amiga — diz null e também abraça a amiga.
— Tá, tá... se era só isso, eu preciso ir — ela já ia saindo, quando avista de longe Mark saindo da biblioteca acompanhado de seus amigos.
— Aonde vai? Vai estudar agora? Já está na hora de ir embora, null — diz Pete e olha na direção da biblioteca e entende o que está rolando. — Vem, null — ele passa o braço nos ombros da amiga e a conduz para o lado oposto à biblioteca — Vamos à praia!
— Mas, eu...
— Nada de “mas, eu...”, null, vamos à praia! — determina Chuck e todos concordam empolgados.
Mesmo bastante contrariada, null acompanha os amigos até à praia. Vão todos no carro, mesmo apertados, dirigido por Pete. Obviamente, null não vai preparada para isso, então vai até uma lojinha onde vende biquinis juntamente com sua amiga null que também resolve comprar um novo para usar hoje.
— Que tal esse? — indaga null mostrando um modelo verde com listras brancas para null.
— Não! — diz a moça de imediato e ri. — Horrível! — completa ela.
— Aff, você não gosta de nada, também — null dá de ombros e escolhe outra estampa. — Eu sei para onde a senhorita ia hoje, viu?!
— Oi? — null diz, distraída.
— Sei que ia atrás do tal boy misterioso que você não contou quem é nem para mim que sou sua melhor amiga, null! — null usa um tom falsamente magoado, o que faz a amiga rir.
— Irei te contar quem é assim que conseguir falar com ele e pedi-lo em namoro — diz a outra.
— Olha só, já está assim? Gostei de ver! — orgulha-se null.
— Pois é. Ah, mas eu sei que a senhorita também está de rolo com um boy aí que não me disse quem é — rebate null e pega um biquíni vermelho com um lacinho nas laterais da parte de baixo.
— Te mostro quem é na festa de sábado — diz null, falando sobre a festa que terá sábado na casa de um dos colegas de faculdade.
— Não sei se eu quero ir.
— Foda-se, você vai — determina null.
— Ai, , nem começa...
— Nem começa você, null!
Sem querer discutir, null dá de ombros e vai até o provador, deixando null sozinha na baia de peças, ainda escolhendo um biquíni para ela. Assim que finalmente escolhe uma peça para si, null se troca e sai do provador.
— Esse tá bom? — ela mostra para null que já havia pago o dela e também já o usa.
— Perfeito! null vai amar! — comenta ela e ri.
— O null? — diz null, confusa.
— Quem mais haveria de ser?
— Ah, mas eu já tenho um boy e o null... bom, o null é meu amigo.
— Ninguém namora inimigos, null — null diz, simplesmente e completa: — Vai pagar logo, pois estou com calor, quero me jogar na água!
— Na água ou nos braços do null? — provoca null recebendo um olhar incrédulo da amiga.
— Sua vaca! — null bate no braço de null que se defende. Ambas riem.
Após pagarem os biquínis, as amigas saem e percorrem o olhar pela areia da praia à procura dos rapazes. Assim que os localizam, elas vão ao encontro deles.
— Nossa, foram fabricar os biquínis? — comenta Pete que está esticado na areia com óculos escuros no rosto.
— HA HA HA, muito engraçado, Pete — diz null e joga a bolsa ao lado dele. — Olha para mim, vem null, vamos na água — ela puxa o braço da amiga.
— Espera... — null joga sua bolsa entre Pete e Chuck e sai junto com a amiga na direção da água onde estão null e null.
— Hey, guys! — diz uma voz conhecida.
— Deryck! Hey, dude! Como vai? — diz Pete, animado em ver o amigo.
— Muito bem e vocês? — Deryck cumprimenta os amigos e senta-se ao lado de Chuck, Pete continua deitado na areia.
— Muito bem também, cara — responde Chuck. — A festa de sábado será incrível, hm?!
— Oh, estou contando com isso! — diz Deryck animado.
— Soube que terá banda ao vivo, sério? — indaga Pete apertando o olhar para enxergar o amigo.
— Vai sim! — responde Deryck e completa: — Chamaria vocês, mas já havia combinado com a banda de uns amigos — diz ele em tom levemente triste.
— Não faz mal, Dudu, fica para próxima festa — diz Chuck e Pete concorda.
— Estão convidados de antemão! — eles riem.
Os três engatam uma conversa sobre os convidados e atrações da festa. Enquanto isso, null e null saem da água, deixando null e null lá, para darem uma volta na areia. null havia se irritado com null, pois ele a provocou dizendo que ela estava namorando um fantasma, já que nem mesmo a null conhece o tal namorado dela. Muito irritada, ela resolve sair da água e arrastar a amiga junto.
— Vamos entrar na água de novo, null, está quente! — reclama null enquanto dá leves puxadas no braço da amiga.
— Mais para frente a gente entra, quero distância do null e suas piadinhas idiotas — diz null, irritada.
— Ah, mas...
— Antes que você concorde com ele, você está na mesma situação que eu, ! — rebate null, antes mesmo da amiga falar algo. null retorce a boca, contrariada e solta um risinho derrotado.
— Que seja...
Elas caminham mais um pouco, até que avistam alguém especial caminhando mais ao longe.
— Ai, meu Deus, não acredito que ele está aqui — comenta null, ajeitando o biquini no corpo. — Como estou?
— Lindíssima — diz null. — De quem tá falando? — indaga ela, mas, ao olhar para frente, vê de quem se trata. — OMG, meu gato tá aqui, amiga!!
— Está? Cadê?! Me apresenta ele! — diz null, empolgada. null também ajeita o biquíni no próprio corpo. — Aliás, deixa para depois, eu tenho que ver o meu gato logo antes que ele fuja!
— Ele tá aqui? Me mostra quem é, pelo menos — diz null.
— Aquele ali — null aponta para Mark que caminha com os amigos há alguns metros delas. null quase perde o chão.
— Não pode ser, amiga, aquele é o Mark O’Brien — null solta uma risada nervosa.
— Eu sei, é o meu boy — null sai caminhando na direção de Mark, mas tem o braço puxado pela amiga.
— Como assim, null?! — ela pergunta com urgência.
— O que você tem, amiga?
— null, ele é o meu boy! — anuncia null, nervosa.
— Quê?! — espanta-se null. — Não pode ser... Não, tem certeza, null?
— Claro que eu tenho, null!
— Mas ele... é com ele que estou me encontrando — diz null com a voz já embargada.
— Que desgraçado canalha! Ele tá enganando a gente, null!
null fica alguns segundos parada, imóvel e com a expressão tão estática quanto. O olhar voltado para a amiga, as mãos trêmulas e uma vontade imensa de chorar. De repente, ela se descontrola.
— Eu vou matar ele! — null sai andando firmemente na direção de Mark, mas null a puxa de volta.
— Não! Espera, amiga! — implora null.
— Ele merece morrer pelo que fez com a gente, null! — insiste null e tenta sair do aperto que null dá em seu braço.
— null, me escuta! — null grita para conseguir ser ouvida pela amiga que para e a encara, os olhos saltados de raiva. — Eu tive uma ideia para foder com a vida desse desgraçado! — os olhos de null têm o mesmo brilho raivoso que os de null.
— Qual?
null sorri com as ideias que surgem em sua mente agora. Ela puxa a amiga para a direção oposta de onde Mark está e elas seguem caminhando em direção onde os amigos estavam, conversando sobre o plano de vingança.
— Enfim, é isso que faremos, o que acha null?
— Perfeito amiga — Elas se sentam ao lado de Pete e null que ficam em silêncio.
— O que as duas estão planejando? — Pete se ajeita enquanto aguarda a resposta.
— Bom, a coisa é mais complicada do que imagina.
— Como assim, null?
— Porra, velho, o boy misterioso dela é o mesmo que o meu! Acabamos de descobrir isso e queremos nos vingar.
— Como é? — null indaga-se e senta ao lado do Pete.
— Exatamente o que ouviu, null — null murmura triste.
— A vingança vai vir amiga, fica tranquila, vai ser algo bem marcante para aquele desgraçado.
— O que vocês vão fazer? — pergunta null num tom preocupado.
— Pretendo atear fogo na casa dele, isso se a null realmente topar — null falou séria enquanto rabiscava na areia ao lado dela.
— Ah, claro, como se fosse fácil fazer isso — null falou em tom irônico.
— Aguarde e verá do que somos capazes, null — null bufa, irritada. — Ele iludiu duas amigas, isso ultrapassou os limites do bom senso.
Eles se levantaram da areia e voltaram para suas casas, a vingança ficou combinada entre as amigas que seria no sábado, mesmo dia da festa, afinal Mark não estaria em casa e ambas tinham a cópia da chave para entrar.
Sábado de manhã as duas amigas acordam cedo para poderem programar tudo, se encontram na casa da null que era mais próxima da de Mark e já arrumam uma mochila com tudo que precisavam, produtos inflamáveis, isqueiro, chaves e finalmente foram se arrumar para a festa.
As duas estão vestidas maravilhosamente bem, null está usando uma calça jeans preta, um coturno e uma camiseta regata roxa escura de um tecido leve com um decote grande, também tinham colares que davam mais ênfase ao decote, ela também havia feito uma maquiagem mais carregada. A null usa uma calça jeans com all star, uma regata branca, também havia colares para dar ênfase ao contorno do decote e por cima uma jaqueta de couro.
— Vocês estão lindas — null elogia assim que as vê passar pela porta da casa de Deryck.
— Parece que estão prontas para matar — comenta Pete.
— Matar não, mas nos vingar, sim — null fala fuzilando Mark com o olhar. — Lembra do esquema, null?
— Claro que lembro!
— Está linda hoje, null! — null fala tímido com um sorriso de canto.
— Obrigada, null!
Elas curtem um pouco a festa antes de colocar seu plano em prática, ambas dançaram bastante com os amigos e beberam um pouco, lá pelas nove horas elas decidem que era o momento da vingança, foram atrás de Mark para ter certeza que ele estava na festa e assim que o viram foram buscar seus amigos.
— Pete, precisamos de um favor — a null fala meio sem graça.
— Claro.
— Leva a gente até a casa do Mark?
— Se me contarem o que vão fazer, eu levo.
— Atear fogo na casa — null falou observando o Mark à distância. — É ele quem está nos enganando.
— Espera, ele é o boy misterioso?
— Sim, null.
— Levo com prazer e se quiserem ainda ajudo a atear fogo na casa desse desgraçado.
— Ei, aonde vão? — pergunta Deryck chegando próximos aos amigos.
— Atear fogo na casa do Mark.
— É o quê? — Derick os olha confuso.
— Olha, lembra de ontem na praia? — null apoia a mão no ombro do amigo, que concorda com a cabeça. — Pois então, é ele.
— Não, gente, eu também vou — Chuck fala, preocupado.
— Então vamos todos.
— Não acho certo fazer isso…
Elas deixam os amigos decidindo se irão ajudar ou não e vão caminhando até a casa da null, onde pegam a mochila e continuam em direção a casa de Mark. Quando chegam na frente da casa veem o carro de Pete estacionado do outro lado da rua.
— Acho que eles resolveram vir, null. — Bom, a gente não tem tempo a perder — null fala se aproximando do carro. — Vamos entrar e qualquer coisa gritamos por ajuda.
— Estaremos aqui — null fala, sorrindo.
— Obrigada por nos apoiarem. — null caminha até a null que a esperava na frente da porta.
— Juntas? — a null pergunta segurando a chave com as mãos trêmulas.
— Juntas — null apoia a mão sobre a da null e giram a chave juntas.
Elas entram na casa que, inclusive, conheciam bem, as duas pararam e começaram a chorar, elas se entreolham e começam a derrubar os quadros no chão, quebrar as coisas da mesa de centro, null pega o violão de Mark e o joga contra a parede destruindo por completo o instrumento.
— Isso é libertador — null sorri para a amiga que está rasgando as almofadas.
— Amiga nem me fale.
null vai até a geladeira e mistura tudo o que vê pela frente em um prato, gelatinas, pães, chantilly, pasta de amendoim, pega a jarra de leite e a joga no chão enquanto null vai até o quarto e desaba em choro enquanto joga o colchão para a parede e pisa na cama de madeira a deixando em pedaços.
null pega a mistura de tudo que fez no prato e joga no chão no meio da sala, e caminha até o quarto para encontrar a amiga. Ela encontra null sentada, rasgando as roupas de Mark, pega um taco de beisebol e começa a quebrar o banheiro.
— Pronta, null?
— Mais do que nunca, .
Elas juntam várias fotos e cartas que ambas haviam escrito para ele na sala enquanto null fuma um cigarro, null joga os produtos inflamáveis e ambas dão alguns passos para trás e para ao lado da amiga, null joga a bituca de cigarro no amontoado de papel que no mesmo instante pega fogo. Ambas ficam admirando o fogo se espalhar rapidamente pelas fotos e cartas ali. A satisfação que sentem é enorme, inconscientemente elas começam a pular comemorando a vitória em cima do enganador do Mark.
A mais concentrada nas labaredas e na sensação gostosa que sente é null que nem percebe o que acontece ao seu redor. Ela só enxerga as lembranças de Mark queimarem a sua frente, ela gostaria que o Mark estivesse queimando ali.
Distraída demais para ouvir ou perceber algo, null não vê que o fogo se espalha muito rápido pela casa. Quando null jogou os produtos inflamáveis, acabou respingando pelas paredes e alguns móveis, o resultado disso é a sala inteira pegando fogo. null só nota que há algo errado quando começa a tossir e olha ao redor vendo a fumaça que toma conta do ambiente se espalhar cada vez mais densa. Desesperada, ela olha para os lados, procurando pela amiga e não a vê, quando olha para a escada vê null descendo e gritando de medo.
— Meu Deus, null, tá tudo pegando fogo! — grita null, desesperada.
— Cuidado, null, cuidado! — alerta a outra ao ver que o móvel perto da escada pega fogo.
— Como você vai sair daí? — pergunta null ao ver que null está, literalmente, cercada pelo fogo. Todas as coisas que elas espalharam pela sala estão com chamas, até o papel de parede está pegando fogo. — Eu vou chamar ajuda! Vou sair pelos fundos, tá?
— Chama os meninos, vai, rápido!
— Tá!
null consegue escapar pelos fundos da casa e encontra a figura aflita do null ali onde o rapaz a abraça forte, colocando as mãos em sua cabeça, apertando-a contra seu corpo.
— Você está bem? — ele diz, aflito.
— Estou. Estou, null. Calma, eu estou bem — null diz, vendo que ele está muito nervoso, suas mãos tremem agora.
— Eu quase… por favor, não faça mais isso. Não me faz pensar que ia te perder assim — ele segura o rosto dela e a encara.
— null…
Por impulso, o rapaz puxa o rosto dela e a beija com urgência, algo que ele queria fazer há muito tempo. Ele realmente sentiu medo de perdê-la para sempre.
— A null… — sussurra null assim que o beijo acaba. null a encarou, confuso.
— null?
— A null! Ela tá presa na sala, temos que ajudar ela! — explica a moça, finalmente.
Voltando à realidade, ambos voltam para a sala, mas não conseguem avançar. Ao mesmo tempo, null e Pete finalmente conseguem arrombar a porta da frente, assim que a porta abre eles entram e tentam chegar mais perto da null.
— null! null! — grita null, desesperado, olhando ao redor para ver se acha a null.
— Ela tá no meio da sala, null! — grita null do outro lado do cômodo.
— Fica aqui, null — alerta null, segurando a moça pelos ombros, pois ela faz menção de ir ajudar a amiga.
— null!!! — null volta a gritar e consegue pular um dos móveis.
— Cof cof — ele ouve uma tosse de null e consegue a ver deitada no chão perto do sofá.
— Me ajuda aqui, Chuck — grita Pete e Chuck se aproxima dele para ajudar a ativar o extintor que eles levaram, caso precisassem.
— null! — null consegue, após Chuck jogar o conteúdo do extintor no caminho onde null está, e se agacha ao lado dela.
— Cof cof— ela tosse novamente, ainda de olhos fechados. null a carrega no colo e sai dali, seguido por Check e Pete.
Ao verem que os amigos saíram, null e null dão a volta na casa e os encontram na grama na frente do imóvel. null está deitada na grama, com a cabeça apoiada no colo do null.
— null? — ela diz, sussurrando ao ver o rapaz acariciar seu rosto.
— Por que você tem que ser tão inconsequente? — pergunta ele com a voz trêmula.
— Desculpa… — diz null. — Onde está a null? — ela procura a amiga com o olhar.
— Estou aqui, sua doida — diz null, rindo.
— Tá tudo bem, null?
— Estou bem… — responde ela.
— Hey — chama null e null o encara —, não faz mais isso, tá?
— Isso o quê? Atear fogo na casa do embuste do Mark?
— Não… me assustar desse jeito — ele diz.
Eles se encaram por um tempo e, após se ajeitar, null beija null num beijo tão esperado por ele que só queria uma chance. E ele teve.
Após concluírem o beijo, null e null se levantam e vão até o carro de Pete, que está estacionado do outro lado da rua. Todos embarcam no carro e seguem a caminho do hospital para que null e null sejam avaliadas pelos médicos, já que ficaram muito tempo inalando fumaça.
O fogo na casa do Mark não durou muito, pois logo os vizinhos chamaram os bombeiros para apagar o fogo. O extintor usado por Chuck apagou uma parte do incêndio, o que não foi suficiente para não destruir a sala de Mark, que ficou possesso quando chegou em casa e viu tudo destruído. Ele nem desconfia de quem é a autoria dessa destruição.
Alguns dias se passam e null e null resolvem ignorar a existência de Mark que, vez ou outra, tenta se aproximar delas, mas é espantado por null e null, que agora estão saindo com as duas moças. Mark segue sendo um idiota e enganando outras mulheres. null e null estão no maior clima de romance; null e null no mesmo clima, mas com uma pitada de selvageria entre quatro paredes.
A vida na Universidade da Califórnia, unidade San Diego, segue normal, mesmo que a vida dos amigos tenha sido mexida após a vingança de null e .
FIM
Nota da autora: ACABOOOOU, nossa esse MV foi uma LUTA para concluir, mas foi! Obrigada Paah pela parceria, ficou incrível o resultado do nosso trabalho, migaaa <3 Quero de novo ahhaa
Obrigada a quem leu <3
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Obrigada a quem leu <3