Capítulo Único
O quarto de null estava uma bagunça naquela tarde, todas as roupas estavam jogadas no chão enquanto ela se entupia de sorvete, ouvindo pela milésima vez a mesma voz grossa de Adele....
— Dont forget me, I beg... — gritava ela junto com o rádio.
— null, chega! — berrou sua roommate do outro lado da parede. — Se eu ouvir Adele de novo, eu vou me matar!
— Me deixa, null, eu quero sofrer!
— Você tá nessa já tem uma semana! — ela disse, abrindo a porta e indo até a janela abrir a cortina. A claridade invadiu o quarto, fazendo null se esconder nas colchas.
— Levanta! Agora! — ela disse, puxando a amiga pelo braço. — Você tem que ir estudar!
— Eu sei, null, eu sei. Mas não vou conseguir encarar ele — suspirou, derrotada.
— Sua melhor amiga não faz moda à toa. Levanta, toma um banho bem tomado, vou te dar uma das roupas que eu fiz na aula de costura e design.
null levantou contra sua vontade enquanto chutava as coisas do seu quarto. Entrou no chuveiro e tomou um banho quente e relaxante. null e null tinham terminado há dois meses, depois que ela descobriu que ele estava a traindo com Tifanny, a líder das líderes de torcidas do time de futebol americano, no qual ele era o capitão. A fossa de sete dias de null era devido a uma recaída que os dois tiveram que culminou em potes de sorvete vazios, muitos lenços de papel e muitas, mas muitas, músicas da Adele.
— Voltei! — cantarolou null. — Amiga, você vai ficar perfeita nessa roupa, a Tifanny vai morrer de inveja e aquele pau mole do null vai se arrepender.
— Ele disse que a gente nunca mais ia voltar, ele me enganou. E aí agora ele manda mensagem pedindo pra voltar!
— Se você der uma chance pra ele de novo, eu te mato!
— Por que você acha que eu não peguei no telefone ainda? Olha a mensagem dele!
null soltou a roupa na mini poltrona do quarto e pulou na cama da amiga pegando o smartphone com 200 ligações, 30 mensagens e sabe se lá quantos likes em todas as redes sociais dela.
— Uou, por que ele ficou tão desesperado assim?
— A Tiffany chifrou ele. Ouvi dizer. Me contaram, na verdade.
— Não responde ele. Você vai responder aparecendo naquela aula de defesa criminal igual a Annalise Keating! Tirando toda aquela merda que acontece na série — riu.
— Não sei não — ela disse, se jogando na cama.
— Vai sim! Eu fiz essa roupa pensando em você, vai. Vamos? Eu vou te arrumar, você vai ficar mais linda ainda!
— Tá. Você venceu.
null bateu palminhas e saiu pulando do quarto, voltando logo em seguida com uma maleta de maquiagem, babyliss, e saltos altos. Arrumou os apetrechos na cama e sentou a amiga na cadeira.
— Você, meu amor, vai ficar ainda mais linda! — ela disse enquanto passava algodão molhado no rosto da amiga. — Vou fazer uma maquiagem levinha e umas ondas no seu cabelo. Nada demais, eu sei que você é mais simples na maquiagem.
— Você sempre me salvando, né? — riu.
— Pra sempre! — ela sorriu.
null arrumou a amiga pra operação “null null deve morrer”, apelidada pela mesma desse jeito. O conjunto rosa choque parece que foi feito sob medida pra ela. Ela estava maravilhosa e pronta pra dar o troco.
— Eu vou arrumar seu quarto e te vejo no segundo tempo, não preciso ver a primeira aula hoje. Arrasa.
— Obrigada, null. Vou tentar — ela disse, colocando uma bolsa pequena nos ombros, e saiu.
null andava em passos tímidos pelo campus, todo mundo sabia do que tinha acontecido, ela não estava mais tão afetada pela traição... Bom, estava sim. Mas o que mais doeu foi a humilhação de todos falando dela. Quanto mais perto a sala 504 de defesa criminal ficava, mais nervosa ela ficava. Parou em frente à porta, respirou fundo e a abriu. Respirou aliviada por ninguém ter percebido sua chegada e se sentou no lugar que estava acostumada. Passou a aula toda prestando atenção se null ia chegar pra aula e agradeceu a Deus quando ele não chegou. Saiu da sala, ouvindo múrmuros do tipo “Da onde veio essa roupa?”, “Que roupa incrível!’’, isso fez com que ela voltasse a andar mais confiante que antes pelo local. Sorriu sozinha, agradecendo null por ter a convencido a sair da cama, e discou que a roupa era um sucesso.
“Eu sei que sou talentosa, obrigada.”
“Operação null null deve morrer vai continuar. Quero mais roupas, tenho um plano.”
“Você quem manda. Qual próximo passo?”
“Festa da piscina da fraternidade.”
null enfiou o telefone no bolso e saiu com um sorrisinho de quem estava pronta para dar o troco. Foi até a cantina do campus e entrou na fila pra pegar um café para ela e null. Enquanto esperava, ouviu o time entrar depois dos treinos e sabia que ele também estaria na comemoração. Respirou fundo e continuou na fila.
— null, não acredito que é você! — null disse, indo até ela. — Tá gata! Vai na festa ainda, né? Preciso de você no beer pong.
— Não perderia essa por nada, null. Nada mesmo — sorriu.
—Você sabe que o null vai, né?
— Relaxa. Eu tô tranquila.
— Ótimo. Que bom que você tá bem, então. Bem o suficiente pra sair comigo qualquer dia?
— Qualquer dia a gente marca, sim. — Ele assentiu.
— Eu vou cobrar!
— Toma meu número — disse, rasgando um pedaço de papel da bolsa e anotando os números.
— Eu te ligo. — Ele balançou os dedos na direção dela. — Vamos juntos na festa da liga.
— Topo. Vamos.
null piscou, rindo, e saiu. null riu sozinha da situação, pensando em como havia a pego de surpresa. Até uns dias atrás, precisava fingir que estava bem e agir como se aquilo não tivesse a magoando. Pagou pelos dois cafés e estava quase entrando no seu mini apartamento, quando ela sentiu seu braço sendo puxado pra trás, que a fez ir de encontro com um tórax bem marcado que ela conhecia muito bem. null.
— Que porra é essa de sair com o null?! — gritou.
— Primeiro de tudo, me solta — bufou, enquanto ele soltava o braço dela. — Segundo, quem é você pra me dizer o que eu faço ou deixo de fazer?! Você me traiu e eu não lembro de ter sido perguntada se você podia fazer isso. Se eu quiser sair com o null, eu vou sair, aliás, eu vou chamar ele pra festa da fraternidade. De manhã, vai ser um pool day, e depois, uma balada.
— Você não se atreva a fazer isso null. null, qual é? Vai me trocar pelo meu substituto? — ele disse, enfiando as mãos no cabelo dela, ele sabia que ela perdia a pose quando fazia isso.
— V-vou. — Engoliu seco.
— Pra uma advogada, você mente mal. — null tentou se aproximar, mas null o empurrou antes que ele chegasse mais perto.
— Eu não vou cair mais no seu joguinho! Eu vou me vingar de cada coisinha que você me fez, null. Você ainda vai comer na minha mão. Ah, se vai! — ela disse, batendo a porta na cara do ex-namorado.
xXxX
Festa da fraternidade Pi Beta Gama
— E aí, null? Como eu tô? — ela disse, dando uma volta em torno de si mesma.
— Linda! Eu realmente sou talentosa, hein — riu. — Eu amei esse biquíni.
— O null vai na festa. Ele vai começar a ver o que é bom pra tosse.
— Assim que eu gosto de te ver! Vamos logo pra festa que estão esperando a gente.
— Vamos — null disse, colocando os óculos escuro no topo da cabeça.
O caminho até a festa não demorou muito. Assim que chegaram, as amigas se separaram, já que null estava começando um namorico com um dos rapazes de medicina e combinaram de passar a festa juntos, mesmo que ela tenha insistindo em ficar com a amiga. null pegou uma long neck de cerveja e começou a caminhar pela festa, até que viu null, null e o time de basquete reunido.
— Oi, gente! — sorriu.
— Oi — disseram em uníssono, menos null.
— Oi, null — sorriu, travessa. — Quer ir pra balada depois?
— Eu?
— Você sim. Por quê?
— Claro! Eu te pego às oito.
— Com certeza você me pega.
— T-tá — gaguejou. — Às oito, então.
— Aliás, quero que conheça minha amiga. Vamos lá — ela disse, puxando-o, fazendo com que todo o time olhasse pra null, que parecia prestes a explodir.
— Ah, oi, null. Nem te vi aí, tudo bem? — sorriu, cínica.
— Tudo ótimo — bufou.
null se afastou com o null, que a olhava confuso.
— null, eu não entendi aquilo... — começou.
— Me desculpa, null! — pediu. — Eu só queria provocar o null. E aí eu lembrei que me chamou pra sair e eu queria deixar ele com raiva, me desculpa mesmo.
— Você quer provocá-lo comigo? — riu. — Por que não disse antes? — ele disse, puxando o cabelo dela pela nuca e agarrando seus lábios.
Era isso. null null estava beijando a ex-namorada do capitão do seu time de basquete. E por mais que isso tenha começado como uma provocação ao ex, null sentiu um borboletário inteiro no estômago. Ela não era beijada assim há tanto tempo que ela já havia esquecido a sensação. null sabia muito bem como beijar, ela sentia como se fosse entrar em combustão se ele continuasse a beijando daquele jeito. Antes que ela pudesse afastar ele, null empurrou o colega de equipe, o acertando em cheio com um soco.
— Que porra é essa, null?! Ficou louco? — gritou.
— Qual o problema, null? Com medo de perder a reputação de macho alfa? — debochou, massageando a boca.
— Eu. Vou. Quebrar. A. Sua. Cara — disse devagar.
-- Bate! Fica à vontade pra me bater, não vai mudar o fato que eu e sua ex estamos saindo, vai? Achou que ia enganar ela assim e ela não ia poder revidar? Sinto muito, capitão. Essa você perdeu. Vamos, null — ele disse, passando os braços na cintura dela. — Tudo bem pra você, querida?
— Tudo ótimo, querido. Eu só quero curtir um pouco da piscina antes, podemos?
— Claro, princesa — sorriu. — Licença, null, tá no caminho. — null o olhou feio, mas acabou abrindo espaço enquanto via null e null se divertindo na água.
xXxX
Balada da fraternidade Pi Beta Gama
— Como assim você e o null se beijaram?! — null disse, surpresa.
— Se beijando, ué. Ele topou me ajudar a provocar o null.
— Isso não vai acabar depois dessa provocação — riu.
— Como assim?
— Ah, sei lá, por que não sai com ele de verdade? Ele já te chamou mesmo!
— Não sei, null....
— Para com isso! O cara só devia tá esperando vocês terminarem pra chegar em você. Você merece ser feliz, amiga.
— Tudo bem. Eu vou pensar.
null e null se arrumaram juntas e ficaram esperando a carona de null, que ia levar null e o amigo colorido dela. null usava um vestido branco curto e saltos altos também brancos. A casa noturna piscava com as cores do time, null desceu primeiro e abriu a porta para as duas. null saiu de braços dados com seu acompanhante, enquanto null e null entraram juntos na festa e todos vidraram os olhos neles. Desde a festa mais cedo, todo campus estava comentando sobre eles.
— O que quer fazer agora? — perguntou, animada.
— Você me deve uma partida de beer pong!
— Então, beer pong!
Os dois se aproximaram do grupo que estava jogando e entrariam na próxima rodada. No tempo que esperavam, null pensava no que null tinha dito mais cedo. Ela realmente merecia ser feliz e ficou questionando se não era null aquele cara. Ele nunca tinha dito nada a ela e, quando se encontravam, ele sempre a tratava com poucas palavras, talvez por saber que ela era comprometida. Mas agora, nada impedia os dois de ficarem juntos.
— Eu também quero jogar — disse null, entrando na roda com Tiffany. — Tudo bem, null?
— Tudo perfeito. E vocês? — respondeu, tentando manter o rosto neutro.
— Ótimos — riu. — Espero que não se importe de jogar com a gente, ne? Você sabe...
— Não sei do que está falando — disse calmamente.
— Não importa, tigrão... Vamos ganhar desses dois. — A voz esganiçada da loira entrou nos ouvidos de null, fazendo-a respirar fundo. — Afinal, eu consigo ganhar tudo dela mesmo. Nem o namorado ela foi capaz de segurar por conta própria.
Aquela foi a gota d’água. null atravessou a mesa e deu um tabefe no rosto da outra. Ela não gostava dessa coisa de bater na cara de outra mulher, mas ela mereceu aquilo. Ela não ia deixar aqueles dois a humilharem de novo.
— Olha aqui, sua vaca... — Tiffany tentou avançar nela de novo, mas levou outro tapa.
— Cala a boca, Tiffany! Você se acha melhor do que eu porque roubou meu namorado? Se enxerga, se você o roubou, foi porque não era mulher o suficiente pra tê-lo de forma honesta como eu tive! E quer saber? Fica com o meu resto pra você, é o máximo que vai conseguir mesmo, até ele achar outra, ou você achar outro, já que você o traiu também, acho que vocês se merecem! E se não gostou, me processem, baby.
A festa toda ficou em silêncio, ouvindo o que null esbravejou na cara da outra. Algumas pessoas riam, enquanto outras reprovaram a atitude dela de causar uma cena na festa. Mas null não ligava mais. Ela cansou de ficar quieta e tomarem conta da vida dela.
— Eu quero dançar, null. — O olhou, séria.
— Então, vamos dançar — ele disse, a levando pela cintura. — DJ, por que você parou a música? Estamos pagando pela hora por você.
O DJ reativou o som e os auto falantes dançavam com a batida de uma música pop, onde a cantora falava sobre um término e sobre como ela estava superar o boy lixo.
— null, é a nossa música! — null chegou por trás, pulando. — Vamos dançar na mesa!
As duas amigas subiram na mesa enquanto a música estourava pelo lugar...
So sue me
Então me processe
For looking too pretty tonight
Por parecer muito bonita esta noite
Wearing your favorite color under the lights
Vestido sua cor favorita sob as luzes
For moving on, doing everything right
Para seguir em frente, fazendo tudo certo
So sue me
Então me processe
For being good friends with your friends
Por ser um bom amigo de seus amigos
And running into you the place that we met
E correndo até você nos lugares que nos conhecemos
For being something you can't forget
Por ser algo que você não pode esquecer
So sue me
Então me processe
null e null cantavam e dançavam na mesa, enquanto todos olhavam para elas, inclusive null e null, que acompanhava null. Elas faziam até a própria coreografia enquanto riam juntas, se divertindo. Quando a música acabou e elas foram ovacionadas pelos convidados, null a ajudou a descer a beijou na frente de todos.
Umas semanas depois, o time venceu o recém campeão da liga com uma cesta de três pontos de null, o que o catapultou direto como novo capitão do time na próxima temporada, fazendo null ficar como seu substituto. Ele, null, null e seu namorado, null, vão muito bem, se querem saber.
— Dont forget me, I beg... — gritava ela junto com o rádio.
— null, chega! — berrou sua roommate do outro lado da parede. — Se eu ouvir Adele de novo, eu vou me matar!
— Me deixa, null, eu quero sofrer!
— Você tá nessa já tem uma semana! — ela disse, abrindo a porta e indo até a janela abrir a cortina. A claridade invadiu o quarto, fazendo null se esconder nas colchas.
— Levanta! Agora! — ela disse, puxando a amiga pelo braço. — Você tem que ir estudar!
— Eu sei, null, eu sei. Mas não vou conseguir encarar ele — suspirou, derrotada.
— Sua melhor amiga não faz moda à toa. Levanta, toma um banho bem tomado, vou te dar uma das roupas que eu fiz na aula de costura e design.
null levantou contra sua vontade enquanto chutava as coisas do seu quarto. Entrou no chuveiro e tomou um banho quente e relaxante. null e null tinham terminado há dois meses, depois que ela descobriu que ele estava a traindo com Tifanny, a líder das líderes de torcidas do time de futebol americano, no qual ele era o capitão. A fossa de sete dias de null era devido a uma recaída que os dois tiveram que culminou em potes de sorvete vazios, muitos lenços de papel e muitas, mas muitas, músicas da Adele.
— Voltei! — cantarolou null. — Amiga, você vai ficar perfeita nessa roupa, a Tifanny vai morrer de inveja e aquele pau mole do null vai se arrepender.
— Ele disse que a gente nunca mais ia voltar, ele me enganou. E aí agora ele manda mensagem pedindo pra voltar!
— Se você der uma chance pra ele de novo, eu te mato!
— Por que você acha que eu não peguei no telefone ainda? Olha a mensagem dele!
null soltou a roupa na mini poltrona do quarto e pulou na cama da amiga pegando o smartphone com 200 ligações, 30 mensagens e sabe se lá quantos likes em todas as redes sociais dela.
— Uou, por que ele ficou tão desesperado assim?
— A Tiffany chifrou ele. Ouvi dizer. Me contaram, na verdade.
— Não responde ele. Você vai responder aparecendo naquela aula de defesa criminal igual a Annalise Keating! Tirando toda aquela merda que acontece na série — riu.
— Não sei não — ela disse, se jogando na cama.
— Vai sim! Eu fiz essa roupa pensando em você, vai. Vamos? Eu vou te arrumar, você vai ficar mais linda ainda!
— Tá. Você venceu.
null bateu palminhas e saiu pulando do quarto, voltando logo em seguida com uma maleta de maquiagem, babyliss, e saltos altos. Arrumou os apetrechos na cama e sentou a amiga na cadeira.
— Você, meu amor, vai ficar ainda mais linda! — ela disse enquanto passava algodão molhado no rosto da amiga. — Vou fazer uma maquiagem levinha e umas ondas no seu cabelo. Nada demais, eu sei que você é mais simples na maquiagem.
— Você sempre me salvando, né? — riu.
— Pra sempre! — ela sorriu.
null arrumou a amiga pra operação “null null deve morrer”, apelidada pela mesma desse jeito. O conjunto rosa choque parece que foi feito sob medida pra ela. Ela estava maravilhosa e pronta pra dar o troco.
— Eu vou arrumar seu quarto e te vejo no segundo tempo, não preciso ver a primeira aula hoje. Arrasa.
— Obrigada, null. Vou tentar — ela disse, colocando uma bolsa pequena nos ombros, e saiu.
null andava em passos tímidos pelo campus, todo mundo sabia do que tinha acontecido, ela não estava mais tão afetada pela traição... Bom, estava sim. Mas o que mais doeu foi a humilhação de todos falando dela. Quanto mais perto a sala 504 de defesa criminal ficava, mais nervosa ela ficava. Parou em frente à porta, respirou fundo e a abriu. Respirou aliviada por ninguém ter percebido sua chegada e se sentou no lugar que estava acostumada. Passou a aula toda prestando atenção se null ia chegar pra aula e agradeceu a Deus quando ele não chegou. Saiu da sala, ouvindo múrmuros do tipo “Da onde veio essa roupa?”, “Que roupa incrível!’’, isso fez com que ela voltasse a andar mais confiante que antes pelo local. Sorriu sozinha, agradecendo null por ter a convencido a sair da cama, e discou que a roupa era um sucesso.
“Eu sei que sou talentosa, obrigada.”
“Operação null null deve morrer vai continuar. Quero mais roupas, tenho um plano.”
“Você quem manda. Qual próximo passo?”
“Festa da piscina da fraternidade.”
null enfiou o telefone no bolso e saiu com um sorrisinho de quem estava pronta para dar o troco. Foi até a cantina do campus e entrou na fila pra pegar um café para ela e null. Enquanto esperava, ouviu o time entrar depois dos treinos e sabia que ele também estaria na comemoração. Respirou fundo e continuou na fila.
— null, não acredito que é você! — null disse, indo até ela. — Tá gata! Vai na festa ainda, né? Preciso de você no beer pong.
— Não perderia essa por nada, null. Nada mesmo — sorriu.
—Você sabe que o null vai, né?
— Relaxa. Eu tô tranquila.
— Ótimo. Que bom que você tá bem, então. Bem o suficiente pra sair comigo qualquer dia?
— Qualquer dia a gente marca, sim. — Ele assentiu.
— Eu vou cobrar!
— Toma meu número — disse, rasgando um pedaço de papel da bolsa e anotando os números.
— Eu te ligo. — Ele balançou os dedos na direção dela. — Vamos juntos na festa da liga.
— Topo. Vamos.
null piscou, rindo, e saiu. null riu sozinha da situação, pensando em como havia a pego de surpresa. Até uns dias atrás, precisava fingir que estava bem e agir como se aquilo não tivesse a magoando. Pagou pelos dois cafés e estava quase entrando no seu mini apartamento, quando ela sentiu seu braço sendo puxado pra trás, que a fez ir de encontro com um tórax bem marcado que ela conhecia muito bem. null.
— Que porra é essa de sair com o null?! — gritou.
— Primeiro de tudo, me solta — bufou, enquanto ele soltava o braço dela. — Segundo, quem é você pra me dizer o que eu faço ou deixo de fazer?! Você me traiu e eu não lembro de ter sido perguntada se você podia fazer isso. Se eu quiser sair com o null, eu vou sair, aliás, eu vou chamar ele pra festa da fraternidade. De manhã, vai ser um pool day, e depois, uma balada.
— Você não se atreva a fazer isso null. null, qual é? Vai me trocar pelo meu substituto? — ele disse, enfiando as mãos no cabelo dela, ele sabia que ela perdia a pose quando fazia isso.
— V-vou. — Engoliu seco.
— Pra uma advogada, você mente mal. — null tentou se aproximar, mas null o empurrou antes que ele chegasse mais perto.
— Eu não vou cair mais no seu joguinho! Eu vou me vingar de cada coisinha que você me fez, null. Você ainda vai comer na minha mão. Ah, se vai! — ela disse, batendo a porta na cara do ex-namorado.
Festa da fraternidade Pi Beta Gama
— E aí, null? Como eu tô? — ela disse, dando uma volta em torno de si mesma.
— Linda! Eu realmente sou talentosa, hein — riu. — Eu amei esse biquíni.
— O null vai na festa. Ele vai começar a ver o que é bom pra tosse.
— Assim que eu gosto de te ver! Vamos logo pra festa que estão esperando a gente.
— Vamos — null disse, colocando os óculos escuro no topo da cabeça.
O caminho até a festa não demorou muito. Assim que chegaram, as amigas se separaram, já que null estava começando um namorico com um dos rapazes de medicina e combinaram de passar a festa juntos, mesmo que ela tenha insistindo em ficar com a amiga. null pegou uma long neck de cerveja e começou a caminhar pela festa, até que viu null, null e o time de basquete reunido.
— Oi, gente! — sorriu.
— Oi — disseram em uníssono, menos null.
— Oi, null — sorriu, travessa. — Quer ir pra balada depois?
— Eu?
— Você sim. Por quê?
— Claro! Eu te pego às oito.
— Com certeza você me pega.
— T-tá — gaguejou. — Às oito, então.
— Aliás, quero que conheça minha amiga. Vamos lá — ela disse, puxando-o, fazendo com que todo o time olhasse pra null, que parecia prestes a explodir.
— Ah, oi, null. Nem te vi aí, tudo bem? — sorriu, cínica.
— Tudo ótimo — bufou.
null se afastou com o null, que a olhava confuso.
— null, eu não entendi aquilo... — começou.
— Me desculpa, null! — pediu. — Eu só queria provocar o null. E aí eu lembrei que me chamou pra sair e eu queria deixar ele com raiva, me desculpa mesmo.
— Você quer provocá-lo comigo? — riu. — Por que não disse antes? — ele disse, puxando o cabelo dela pela nuca e agarrando seus lábios.
Era isso. null null estava beijando a ex-namorada do capitão do seu time de basquete. E por mais que isso tenha começado como uma provocação ao ex, null sentiu um borboletário inteiro no estômago. Ela não era beijada assim há tanto tempo que ela já havia esquecido a sensação. null sabia muito bem como beijar, ela sentia como se fosse entrar em combustão se ele continuasse a beijando daquele jeito. Antes que ela pudesse afastar ele, null empurrou o colega de equipe, o acertando em cheio com um soco.
— Que porra é essa, null?! Ficou louco? — gritou.
— Qual o problema, null? Com medo de perder a reputação de macho alfa? — debochou, massageando a boca.
— Eu. Vou. Quebrar. A. Sua. Cara — disse devagar.
-- Bate! Fica à vontade pra me bater, não vai mudar o fato que eu e sua ex estamos saindo, vai? Achou que ia enganar ela assim e ela não ia poder revidar? Sinto muito, capitão. Essa você perdeu. Vamos, null — ele disse, passando os braços na cintura dela. — Tudo bem pra você, querida?
— Tudo ótimo, querido. Eu só quero curtir um pouco da piscina antes, podemos?
— Claro, princesa — sorriu. — Licença, null, tá no caminho. — null o olhou feio, mas acabou abrindo espaço enquanto via null e null se divertindo na água.
Balada da fraternidade Pi Beta Gama
— Como assim você e o null se beijaram?! — null disse, surpresa.
— Se beijando, ué. Ele topou me ajudar a provocar o null.
— Isso não vai acabar depois dessa provocação — riu.
— Como assim?
— Ah, sei lá, por que não sai com ele de verdade? Ele já te chamou mesmo!
— Não sei, null....
— Para com isso! O cara só devia tá esperando vocês terminarem pra chegar em você. Você merece ser feliz, amiga.
— Tudo bem. Eu vou pensar.
null e null se arrumaram juntas e ficaram esperando a carona de null, que ia levar null e o amigo colorido dela. null usava um vestido branco curto e saltos altos também brancos. A casa noturna piscava com as cores do time, null desceu primeiro e abriu a porta para as duas. null saiu de braços dados com seu acompanhante, enquanto null e null entraram juntos na festa e todos vidraram os olhos neles. Desde a festa mais cedo, todo campus estava comentando sobre eles.
— O que quer fazer agora? — perguntou, animada.
— Você me deve uma partida de beer pong!
— Então, beer pong!
Os dois se aproximaram do grupo que estava jogando e entrariam na próxima rodada. No tempo que esperavam, null pensava no que null tinha dito mais cedo. Ela realmente merecia ser feliz e ficou questionando se não era null aquele cara. Ele nunca tinha dito nada a ela e, quando se encontravam, ele sempre a tratava com poucas palavras, talvez por saber que ela era comprometida. Mas agora, nada impedia os dois de ficarem juntos.
— Eu também quero jogar — disse null, entrando na roda com Tiffany. — Tudo bem, null?
— Tudo perfeito. E vocês? — respondeu, tentando manter o rosto neutro.
— Ótimos — riu. — Espero que não se importe de jogar com a gente, ne? Você sabe...
— Não sei do que está falando — disse calmamente.
— Não importa, tigrão... Vamos ganhar desses dois. — A voz esganiçada da loira entrou nos ouvidos de null, fazendo-a respirar fundo. — Afinal, eu consigo ganhar tudo dela mesmo. Nem o namorado ela foi capaz de segurar por conta própria.
Aquela foi a gota d’água. null atravessou a mesa e deu um tabefe no rosto da outra. Ela não gostava dessa coisa de bater na cara de outra mulher, mas ela mereceu aquilo. Ela não ia deixar aqueles dois a humilharem de novo.
— Olha aqui, sua vaca... — Tiffany tentou avançar nela de novo, mas levou outro tapa.
— Cala a boca, Tiffany! Você se acha melhor do que eu porque roubou meu namorado? Se enxerga, se você o roubou, foi porque não era mulher o suficiente pra tê-lo de forma honesta como eu tive! E quer saber? Fica com o meu resto pra você, é o máximo que vai conseguir mesmo, até ele achar outra, ou você achar outro, já que você o traiu também, acho que vocês se merecem! E se não gostou, me processem, baby.
A festa toda ficou em silêncio, ouvindo o que null esbravejou na cara da outra. Algumas pessoas riam, enquanto outras reprovaram a atitude dela de causar uma cena na festa. Mas null não ligava mais. Ela cansou de ficar quieta e tomarem conta da vida dela.
— Eu quero dançar, null. — O olhou, séria.
— Então, vamos dançar — ele disse, a levando pela cintura. — DJ, por que você parou a música? Estamos pagando pela hora por você.
O DJ reativou o som e os auto falantes dançavam com a batida de uma música pop, onde a cantora falava sobre um término e sobre como ela estava superar o boy lixo.
— null, é a nossa música! — null chegou por trás, pulando. — Vamos dançar na mesa!
As duas amigas subiram na mesa enquanto a música estourava pelo lugar...
So sue me
Então me processe
For looking too pretty tonight
Por parecer muito bonita esta noite
Wearing your favorite color under the lights
Vestido sua cor favorita sob as luzes
For moving on, doing everything right
Para seguir em frente, fazendo tudo certo
So sue me
Então me processe
For being good friends with your friends
Por ser um bom amigo de seus amigos
And running into you the place that we met
E correndo até você nos lugares que nos conhecemos
For being something you can't forget
Por ser algo que você não pode esquecer
So sue me
Então me processe
null e null cantavam e dançavam na mesa, enquanto todos olhavam para elas, inclusive null e null, que acompanhava null. Elas faziam até a própria coreografia enquanto riam juntas, se divertindo. Quando a música acabou e elas foram ovacionadas pelos convidados, null a ajudou a descer a beijou na frente de todos.
Umas semanas depois, o time venceu o recém campeão da liga com uma cesta de três pontos de null, o que o catapultou direto como novo capitão do time na próxima temporada, fazendo null ficar como seu substituto. Ele, null, null e seu namorado, null, vão muito bem, se querem saber.
FIM
Nota da autora: Oi galera! Obrigada por clicarem no link! Espero que vocês tenham gostado, se não gostaram, falem com carinho hahaha. Adorei participar do projeto, obrigada para as organizadoras e todas as betas e capistas que entraram nessa. Eu tenho mais duas músicas no projeto: Out of The Woods em andamento e Skinny Dipping – também da Sabrina, finalizada.
E também tenho uma fanfic em andamento chamada “A Curandeira”.
Qualquer coisa, me deem um oi no twitter pelo @exizle ou na caixinha de comentários!
Beijos e até a próxima!
Nota da beta: Que história maravilhosa! Combinou perfeitamente com o clipe e foi aquela história deliciosa, com os clichés perfeitos e uma pp super forte e linda superando tudo! Amei demais, parabéns, Noelle <3
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
E também tenho uma fanfic em andamento chamada “A Curandeira”.
Qualquer coisa, me deem um oi no twitter pelo @exizle ou na caixinha de comentários!
Beijos e até a próxima!
Nota da beta: Que história maravilhosa! Combinou perfeitamente com o clipe e foi aquela história deliciosa, com os clichés perfeitos e uma pp super forte e linda superando tudo! Amei demais, parabéns, Noelle <3
COMENTÁRIOS: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI