The Little Prince
“The Little Prince”
“Ele era tão pequeno e fofo. Mas quem era eu pra dizer algo, se era mais baixa que ele?”
Eu moro na Coréia desde os meus 12 anos. Meus pais se mudaram para cá por causa do trabalho do meu pai, desde então eu estudo em um dos mais famosos colégios de Seul. Agora estou com 17 anos, e há dois anos conheço Ryeowook, porque dividimos a mesma turma. Ele tinha 18 anos, era filho de uma família rica e de grande nome na Coréia, mas não era metido como os pais, pelo contrário, sempre foi amável e carinhoso (e bem humilde, comparado ao seu status social), nem parecia ser da família que pertencia. O Sr. e a Sra. Kim não queriam que ele estudasse ali, e sim no melhor colégio do Japão, mas Ryeowook sempre se opôs a isso, o que se tornou um problema entre eles.
– ! ! – Wook, veio correndo atrás de mim quando eu estava saindo da sala.
– Olá Wookie! T... – ele me abraçou de repente, me interrompendo e eu agradeci mentalmente pelo abraço – Tudo bem? – falei sorrindo quando soltamos o abraço.
– Sim! "Tô" feliz em te ver – ele sorriu e fomos caminhando em direção às escadas – E você como está?
– Que bom! Estou bem também... E como assim está feliz em me ver? Nós nos vemos todos os dias – eu sorri, tímida. Não podia deixar ele perceber que eu também estava muito contente em vê-lo, se ele soubesse o que eu sentia podia se afastar ou algo do tipo – Brincadeira, também senti saudades!
– Ia sentar do seu lado, mas quando cheguei já tinham roubado meu lugar... – ele reclamou.
– A Seomin precisava de ajuda com um trabalho e me pediu para ajudá– la. Mas podemos sentar juntos depois do intervalo!
– Combinado! – ele sorriu – ... – ele hesitou por um segundo e eu esperei. Agora estávamos lá em baixo, e o pátio estava ficando cheio – Nada deixa...
– Fala...
– Não, esquece.
– Aaaah, não me deixa curiosa, fala logo!
– É que... Eu queria saber se você...
– Fala aí cara! – o interrompeu, pulando nas suas costas de repente, quase o derrubando. Ele era tão pequeno e fofo, mas quem era eu pra dizer algo, se era mais baixa que ele?
– Fala aí! – eles se abraçaram.
– Fala aí, ! – ) ele me abraçou – Interrompo algo?
– Olá! – eu sorri – Bom, na verdade o Ryeowook ia me falar algo... Ele ficou enrolando e aí você apareceu e ele não disse nada. – falei olhando pra ele.
– Hummm... – cutucou o amigo com o cotovelo. Eles eram amigos desde crianças.
– Não era nada demais. Era só que... Eu queria saber... – ele pareceu pensar numa resposta – Se você fez o trabalho de Biologia? É que estou em dúvida em uma questão... – ele coçou a cabeça. Por um momento imaginei que ele me pediria pra sair... Eue burra eu sou, ele não sairia comigo, a não ser como amigos!
– Ah tá! – tentei esconder minha decepção – Fiz sim, na sala eu te passo a resposta.
– Obrigado, ... Você é um amor! – ele me abraçou.
– Agora vamos lanchar, gente! Tô morrendo de fome... – disse e fomos juntos para o refeitório.
No dia seguinte fui para a escola, cheguei em cima da hora, o portão estava quase fechando. Quando abri o armário para pegar o material da primeira aula, um envelope caiu no chão... Olhei para os lados, as pessoas passavam normalmente. Abri o envelope e tinha um papel escrito: "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quando a contempla.” (The Little Prince).
Para mim você é como essa flor, é única e perfeita. Sou feliz por contemplar sua beleza... É uma pena que você mesma não perceba como é linda".
– Não acredito que até na Coréia fazem isso! – murmurei baixinho. Em baixo estava escrito: "Seu admirador secreto". – Ninguém merece... – virei os olhos. – Gostei, lindo o que ele escreveu. – murmurei depois que li novamente. E logo pensei, era muita coincidência... Eu chamo o Ryeowook de Pequeno Príncipe por ser tão fofo, mas ninguém sabia disso, nem mesmo ele. Eu o nomeei assim só em meus pensamentos, nunca tive coragem de falar pra ele que o chamava assim! E agora, usam logo a frase desse livro pra me mandar numa carta, nossa...
Cheguei na minha sala, o Ryeowook estava lá sentado e sorriu assim que me viu. Ele tirou a mochila que estava na cadeira ao lado da dele.
– Guardei seu lugar!
– Obrigada, oppa! – sorri e sentei do lado dele. – Chegou que horas?
– Ah, tinha acabado de abrir o portão, porque tinha poucas pessoas... Não cheguei a olhar o relógio. – ele deu de ombros.
– Entendi... Enquanto eu cheguei e estava quase fechando. – nós rimos. Como eu amava ver esse sorriso.
– Chegou o professor chato... – Wook murmurou quando ele entrou na sala.
– Affz, acabou nossa conversa... – murmurei, arrumando as coisas na mesa – Pois é! – Wook concordou.
Quando o professor saiu, resolvi contar ao Wook sobre a carta. – Você acredita que tinha uma carta de um "admirador" secreto no meu armário?
– Sério? Tem ideia de quem seja?
– Não faço ideia! Talvez seja brincadeira de mal gosto, sei lá... – dei de ombros.
– Não acho que seja... – ele comentou.
– Por quê? – olhei pra ele confusa.
– Ah, sei lá, você é bonita... Muito, então acho que pode ser verdade. – ele deu de ombros e fiquei pensando em quem poderia ser... – Posso ver?
– Claro! – sim, eu deixei, afinal somos muito amigos. Tirei o envelope da bolsa e entreguei pra ele.
– Muito inteligente ele ter digitado num computador e imprimido... Não dá pra tentar adivinhar de quem é a letra! – ele disse ao ler.
– Caramba! Nem reparei nisso... Verdade, nem tem como.
– Aqui. – ele me entregou a carta de volta.
– O que achou?
– Bonita... E você, o que achou? – ele parecia um pouco nervoso, mas acho que era impressão minha.
– Gostei. Mas tanto faz também, não poderia corresponder... – comentei e me arrependi de ter dito a última frase.
– Por que não? – como eu imaginava, ele perguntou.
– Como vou corresponder uma pessoa que não conheço? – ainda bem que inventei uma resposta rápido.
– Provavelmente você conhece, ele deixou no seu armário, então ele estuda aqui...
– Verdade, mas mesmo assim não sei de quem se trata. – dei de ombros.
– Mas pode gostar se descobrir quem é, conhecer ele...
– Não. – eu o interrompi e ele ficou me olhando – Eu já gosto de uma pessoa, e sei que não poderia ser ele quem escreveu.
– Você nunca me disse que gostava de alguém... Pensei que eu fosse seu amigo. – ele ficou chateado.
– E você é... Mas é mais complicado do que parece.
– Quem é?
– Não posso dizer.
– Ok! – ele ficou sério e se ajeitou na cadeira.
– Wook, por favor, não fica chateado...
– A professora chegou, vamos assistir à aula! – ele disse sem olhar pra mim. E o resto da aula foi assim, ficamos sem nos falar, nem mesmo depois que a professora saiu.
Quando deu o intervalo eu tentei puxar assunto.
– Wook Oppa, vai comer algo?
– Não... Tô sem fome, vou aproveitar pra revisar umas matérias.
– Precisa de ajuda? Sabe, eu também não quero comer e...
– Pode deixar, eu preciso me concentrar...
– Mas...
– Não precisa.
– Tudo bem. – abaixei a cabeça.
– Oi, gente! – chegou sorridente. Ele era da nossa turma, mas esse ano separaram a gente.
– Oi! – tentei retribuir o sorriso.
– Fala aí – disse Wook com indiferença.
– Algum bicho te mordeu? – perguntou pra ele.
– Só tô cansado.
– Entendi...
– Vamos lá comer. – chamei e me acompanhou.
– Não vai com a gente? – ele perguntou.
– Não, preciso estudar.
– Ok!
– O que aconteceu com ele? – me perguntou assim que pegamos nosso lanche.
– Tá chateado comigo...
– Chateado?
– Sim, eu não tinha contado uma coisa pra ele, agora ele se sente traído por isso.
– Entendi. Ah, é normal que ele fique assim, depois passa... – ele disse bagunçando meu cabelo.
– Assim espero! – ele assentiu e eu sorri.
Passou uma semana. Ryeowook continuava me evitando, trocava poucas palavras e mal respondia minhas mensagens. falava comigo, mas passava mais tempo com Ryeowook... Então eu não tinha muito com quem conversar. Até mesmo o tal admirador parou de mandar as cartas, talvez fosse mesmo uma brincadeira, como eu disse ao Ryeowook.
– Oi )! – veio até mim no intervalo, interrompendo meus devaneios.
– Oi oppa! – fiz uma linha com a boca.
– Tudo bem?
– Mais ou menos... E você?
– Tô bem. Mas tô preocupado, faz uma semana, sei lá... Que você e o Wook não se falam. Ele parece até um zumbi, tento conversar e animar ele, mas ele continua com aquela cara. – ele bufou – O que aconteceu em? Parece sério, pra ele ter ficado desse jeito...
– Eu também acho um exagero sabe... Não sabia que ele ficaria assim! – suspirei – Vou te contar tudo... Eu recebi uma carta de um "admirador secreto" – virei os olhos – Aí contei pra ele e ele leu a carta, comentou sobre e depois falamos sobre eu corresponder essa pessoa, sendo que eu nem sequer conheço esse cara! – dei uma pausa, ele esperou, depois continuei – Depois ele insistiu e falei que gosto de outra pessoa... Ele ficou chateado por eu não ter contado, quis saber quem era... Mas eu não podia contar! Desde então ele tem me evitado. – abaixei a cabeça.
– Agora tá explicado! – ele disse e sorriu.
– O que? Pra mim tá tudo confuso!
– Quem é essa pessoa que você gosta?
– Não posso falar...
– Ah fala! Eu não vou contar pra ninguém!
– É ele.
– Ele quem?
– O Ryeowook né... – abaixei a cabeça envergonhada – Por isso eu não podia contar nada pra ele. – ficou de boca aberta.
– Não acredito! – ele ficou fitando o nada por 1 minuto, que mais parecia 1 hora – Pensa comigo... Ele disse pra você corresponder esse cara que manda as cartas...
– Que eu PODERIA corresponder, caso eu conhecesse ele e tudo mais. – eu o interrompi.
– É, tanto faz... Depois você falou que não podia porque já gostava de alguém. E foi aí que ele ficou chateado! – ele olhou pra mim como se estivesse mais do que claro.
– E...?
– E se for ele quem escreveu a carta? E ficou chateado por você gostar de outro e não poder corresponder ele?
– Impossível, !
– Por quê seria impossível?
– Não sei... Somos de classes sociais diferentes e eu sou bonita, mas não sou tão linda assim. – dei de ombros.
– Você sabe que ele nunca ligou pra isso de dinheiro, e você também não é pobre, tanto que estuda num dos melhores colégios daqui de Seul...
– É não sou pobre, mas também não sou rica... Meu pai só tem um bom emprego. Estudo aqui porque consegui uma bolsa de 50% e assim meu pai pode pagar.
– Tudo bem, mas o Ryeowook não liga... Nunca ligou!
– Eu sei oppa, ele não liga... Só os pais dele.
– Verdade, mas eles não tem nada a ver com isso né?!
– Ok! Mesmo assim, não acredito que ele goste de mim! E não sei como fazer pra voltar a falar com ele, porque ele me evita o tempo todo. O que eu faço?
– Aaah, sei lá... Fala pra ele que deixou de gostar do garoto que você gostava, pra ver se ele volta a falar com você... Vamos ver a reação dele também.
– Ok... Vamos lá agora? –chamei.
– Vamos!
Cheguei lá e Ryeowook estava lendo um livro.
– Wookie oppa, preciso falar com você! – eu disse e o livro dele caiu, rapidamente peguei pra ele, e aí reparei... – Você também tem The Little Prince? Não sabia.
– Sim... – ele disse sem me olhar, então entreguei pra ele – Obrigado!
– De nada, podemos conversar?
– Não sei...
– Ryeowook, conversa com ela... Vocês estão séculos sem se falar! – deu uma força.
– Ok, senta aqui. – ele deu espaço pra eu sentar do lado dele.
– Vou deixar vocês conversarem... – disse, e eu sorri agradecendo.
– Olha, não sei porque estamos agindo igual crianças! – comecei – Me conta, por quê está tão chateado comigo?
– Não é nada , eu só preciso de um tempo.
– Eu sei que não é isso... Conheço você muito bem! Olha, se for pelo lance de eu gostar de uma pessoa, eu só fiquei com vergonha de contar... E sabe, eu nem gosto mais dele!
– Não? – ele olhou pra mim.
– Não. – eu menti.
– Quem é ele?
– Você não conhece... Mora na minha rua, esses dias passei e cumprimentei ele, mas ele foi um grosso... Então eu percebi que não vale a pena. – dei de ombros.
– Entendi... Desculpa me afastar de você, levei tudo muito à sério.
– Tudo bem, desculpa não contar também. – eu disse e ele assentiu – Me diz, quando começou a ler O Pequeno Príncipe?
– Faz um tempo, todo mundo falava que era um livro muito bom, aí eu comprei ele. – ele sorriu – Gostei bastante!
– Acredita que eu te chamo assim, internamente claro...
– Assim como?
– Pequeno Príncipe – eu sorri envergonhada.
– Sério? Por quê?
– É que você é pequeno, e... Bem fofo também! – eu disse.
– Aaah, nem vem, você é mais baixa que eu! – ele corou – Isso é bullying, sabia? –brincou.
– Não, não é por maldade... É que você é lindo e é baixo, em comparação com os meninos da nossa turma, que são gigantes. – fiquei sem graça.
– Relaxa, tô brincando! – ele riu.
– Chato! – eu o empurrei e ele quase caiu do banco, fazendo eu rir.
– Chata! Vamos pra sala, o sinal tá tocando... – ele disse levantando e eu fui junto com ele.
No dia seguinte cheguei na escola e tinha uma rosa vermelha presa na porta do meu armário. Será que o tinha razão? Peguei a rosa e tinha um pequeno bilhete colado nela... "Quero que saiba quem sou eu... Podemos nos encontrar? (Seu admirador secreto)", fiquei curiosa, olhei atrás do papel e estava escrito "Se sim, escreve aqui e deixa o papel em cima do armário, que eu vou pegá-lo, quando passar por aqui ;)". Olhei para os lados e passava um grupo de três meninas tagarelando sobre alguma coisa, e tinha também um menino e uma menina parados conversando... Nada dele. Deixei um "Sim. Quando e aonde?".
Fui para sala e sentei ao lado de Ryeowook.
– Deixa eu adivinhar... Seu admirador? – ele apontou pra rosa.
– Sim... – eu disse, sem graça – Ele quer que eu saiba quem é ele.
– E você vai? – perguntou curioso.
– Vou, ele falou pra eu deixar a resposta no papel, aí eu disse que sim e perguntei quando e aonde.
– Entendi, que bom! Depois me conta o que aconteceu! – ele sorriu.
– Tudo bem. – sorri sem vontade. Eu gosto dele, não desse cara. Mas o oppa pode ter razão, e se for ele quem escreve? Só voltaram com isso depois que eu e ele voltamos a nos falar... Estou curiosa pra saber quem é, mas não quero me iludir, então vou sem nenhuma expectativa.
– , eu vou ali no banheiro antes de chegar o professor. – disse o Wook interrompendo meus pensamentos. Assenti e ele saiu.
No intervalo, fui até o armário, o papel não estava mais lá em cima. Então, abri o armário e lá estava outro papel, um pouco maior que o anterior: "Fico muito feliz! Me encontra sábado às 14h no Namsan Park, estarei numa parte com árvores de folhas vermelhas, tem coração também... Alguns casais ficam por ali, te espero lá! ^– ^ ".
Desci as escadas e encontrei os meninos no pátio.
– Vamos lanchar gente? – perguntei.
– Vamos, a gente tava esperando você! – falou me abraçando.
– E aí, ele disse algo? – Wook perguntou enquanto caminhávamos.
– Sim, pra eu encontra-lo no Namsan Park. Inclusive eu queria te pedir um favor... Pode ir comigo lá? Eu não quero ir sozinha, porque não dá pra confiar assim, aí você pelo menos fica de longe sabe...
– O Namsan Park é lindo! Depende do dia, ... Quando vai ser?
– Sábado, às 14h. – eu disse.
– Caramba, logo sábado?! – ele disse e eu assenti – Infelizmente não dá... Meu pai vai pra Busan resolver umas coisas no sábado de manhã e quer que eu vá junto, só estarei em casa à noite... – ele lamentou.
– Poxa, que pena! , você pode ir comigo? – olhei pra ele esperançosa.
– Posso levar minha namorada junto? Não quero ficar de vela sabe, nem ficar andando sozinho por lá...
– Pode sim, só preciso de alguém pra "vigiar", entende?! – Claro, não dá pra confiar em qualquer um.
– Uhum, e eu nem sei se vou gostar dele... Só aceitei porque tô curiosa mesmo!
– Até eu estou! – ele riu. Nesse momento já tínhamos sentado e começamos a lanchar.
Estava indo para casa, ainda era quinta-feira. Daqui a 2 dias seria esse tal encontro, não sei por quê eu estava tão curiosa com isso, estava errado... O Ryeowook não é o admirador, porque ele nem vai estar em Seul no sábado. Me deu vontade de cancelar isso tudo, mas não tinha como se eu nem sabia quem era! O jeito é esperar esses dois dias e ver no que vai dar.
O dia chegou, sorte que eu não tinha aula hoje. Podia pensar tranquilamente em qual roupa escolher para ocasião, mas estava muito confusa. Meu pai estava trabalhando, minha mãe aproveitou o fim de semana e saiu com uma amiga depois do almoço. Eu estava sozinha, ia sair de casa 13h e já era 12:30.
– Aaaaah, o que eu faço? – resmunguei sentando pesadamente na minha cama, pelo menos o banho eu já tomei.
Meu telefone tocou.
~Oi !
~Olá, ... Não desistiu não né?! –ele deve ter percebido a minha voz chateada.
~Tô quase, porque não faço ideia do que vestir... – choraminguei.
~Ah, coloca um vestido qualquer.
~Qual? – falei pensando nos que tenho.
~Não sei ué, não conheço seus vestidos...
~Mas não acho que esteja calor pra usar vestido...
~É, isso é verdade! – ele disse e ficamos alguns segundos pensando.
~Já sei! Vou me arrumar logo, porque o tempo ta passando...
~Tudo bem, estou saindo de casa agora, vou buscar minha namorada e nos encontramos na entrada do parque, ok?!
~Combinado! Tchau, oppa! ~Tchau, ! Até logo... – desligou.
Corri pra me arrumar. Não podia ir simples, mas também não ia ficar toda produzida... Peguei uma calça jeans azul clara, meu tênis all star preto, uma regata rosa clara e minha jaqueta preta de couro também. Me vesti e fui arrumar o cabelo, estava liso, experimentei uma boina, depois um gorro... Mas decidi não usar nada e deixei solto, passei um rímel nos cílios, um blush pêssego só pra corar um pouco e passei um brilho labial, nada de exageros!
Saí de casa 13:05, apesar de ter sido 5 minutos depois do planejado eu estava bem adiantada.
Encontrei e sua namorada em frente ao parque às 13:45.
– Sabia que chegaria antes da hora. – comentei.
– Nem tá tão tarde, ainda vamos procurar o local... – falou.
– Acho melhor perguntar pra alguém, o parque é grande. – a namorada dele disse.
– Verdade! – concordei.
– Vamos entrar então... – disse e fomos.
O lugar era realmente lindo, árvores muito bonitas... E era muito grande! Pelas descrições, perguntamos logo à um casal onde ficava essa parte do parque e seguimos pela direção que nos indicaram.
Chegamos lá, e sua namorada sentaram num banco, segundo eles “para não atrapalhar”. O lugar era lindo, cheio de romantismo... Não é à toa que ele mandou nos encontrarmos aqui! Como ele disse, haviam as árvores vermelhas de tronco fino em uma área e perto haviam também outras de tronco fino, mas de folhas verdes. No chão tinha 3 áreas com folhas de tom bege em formato de grandes corações, e uma era um círculo com folhas da árvore vermelha... Eu estava impressionada, era admirável! Depois reparei que tinha uma caixa de som com um microfone e um pen– drive conectado ali, agora sim eu saio correndo! Tinha também balões de coração amarrados na caixa de som, escrito “Sarang” em hangul. Além de eu não conhecer, ele ainda vai fazer eu passar vergonha?!
Depois de alguns minutos observando o local, chegaram 3 rapazes que se colocaram em volta do local, 2 deles carregavam uma cesta de palha média e 1 veio com um pequeno ventilador, só não entendi muito bem pra que era aquilo... que vergonha, muitos olhavam confusos, tive vontade de fugir dali! Virei– me para o lado onde estava o , e falei sem emitir som, apenas dublando “O que eu faço?”, ele respondeu algo que parecia “espera ele”, mas depois apontou, eu virei de costas e ali estava ele.
Com um rosa vermelha na mão, seu cabelo castanho escuro, aquele lindo sorriso no rosto... Ele usava uma calça e tênis preto, um suéter branco e um sobre– tudo vermelho... Estava lindo demais! Eu não conseguia dizer nenhuma palavra.
– Olá! – ele disse me entregando a rosa.
– O...Olá! – hesitei por um segundo e peguei ela – Wook oppa?! Não acredito que é você!
– Pois é... Sou eu! – ele pegou minha mão livre dando um leve beijo na mesma.
– Você tinha que fazer uma viagem por...
– Não tinha nenhuma viagem, ... Eu não podia deixar você perceber que era eu! – não conseguia parar de olhar nos olhos dele. – Obrigado por ter vindo! – eu apenas sorri e assenti. Então ele virou de costas sem soltar minha mão, pegou o microfone e começou a cantar olhando em meus olhos...
The Little Prince.
A voz dele era tão linda! Não sabia que ele cantava tão bem... Provavelmente ele gravou ou pediu pra gravarem a melodia e depois passou para o pen-drive que estava ali. Mas a voz era dele e era muito agradável ouvir! Fiquei ali sorrindo e com os olhos marejados, percebi que ligaram o pequeno ventilador, depois um dos rapazes com a cesta foi até lá e de repente começou a caiu pétalas de rosa sobre nós dois... Era isso que tinha na cesta e o ventilador era para soprá-las! Não dava pra descrever o que eu sentia, meu coração parecia que ia sair pela boca!
A música acabou, mas ele não largou o microfone...
– Não sei se você pode me amar, mas pretendo te fazer muito feliz! Espero que tenha mesmo esquecido àquele cara e...
– Wookie... Eu menti sobre isso! Não deixei de gostar dele... – disse interrompendo-o, estava perto do microfone em sua mão, o que fez minha voz ficar mais alta, olhava nos olhos dele, porém ele soltou minha mão – Eu só não podia dizer quem era e não é um menino que mora na minha rua... – peguei a mão dele de volta – Essa pessoa que eu gosto, é você! – ele sorriu de novo, agora com um brilho maior nos olhos.
– Eu nunca imaginei!
– Eu também não imaginava que poderia ser você o admirador!
– Isso não é difícil imaginar, você é encantadora! – ele sorriu tímido, nessa hora eu devo ter ficado vermelha igual à um tomate e escondi o rosto com a mão que segurava a rosa.
– Digo o mesmo sobre você, não é à toa que te chamo de Pequeno Príncipe! –retribuí o sorriso. E foi aí que olhamos em volta, tinha várias pessoas, provavelmente atraídas por ele cantando.
– Então... Minha Pequena Princesa... – ele hesitou por um momento, em seguida ajoelhou colocou sua outra mão livre por cima da minha que ele já segurava... Olhou para mim com os olhos marejados, mas com um lindo sorriso no rosto. Sinalizou para o outro rapaz que segurava a cesta, e ele caminhou até o rapaz do ventilador. – Minha Pequena Princesa... – ele repetiu – Você me daria a honra de ser minha namorada?
Hesitei por um segundo e respondi: – Claro que sim! – eu sorri, as lágrimas já estavam caindo – Quero ser sua princesa, meu Pequeno Príncipe! – tentei secar as lágrimas que rolavam. Ele levantou... Deu um beijo no meu rosto, sorriu e soltou minha mão para pegar os grandes balões.
– Eu te amo, ! – ele disse, puxando minha mão para segurá-los juntos.
– Eu te amo, Wook! – e soltamos. Olhamos para o céu e eles subiam, logo várias pétalas de rosas caíam sobre nós novamente, ele olhou em meus olhos e me beijou. Nosso primeiro e inesquecível beijo!
E assim foi o começo da nossa linda história de amor!
“Ele era tão pequeno e fofo. Mas quem era eu pra dizer algo, se era mais baixa que ele?”
Eu moro na Coréia desde os meus 12 anos. Meus pais se mudaram para cá por causa do trabalho do meu pai, desde então eu estudo em um dos mais famosos colégios de Seul. Agora estou com 17 anos, e há dois anos conheço Ryeowook, porque dividimos a mesma turma. Ele tinha 18 anos, era filho de uma família rica e de grande nome na Coréia, mas não era metido como os pais, pelo contrário, sempre foi amável e carinhoso (e bem humilde, comparado ao seu status social), nem parecia ser da família que pertencia. O Sr. e a Sra. Kim não queriam que ele estudasse ali, e sim no melhor colégio do Japão, mas Ryeowook sempre se opôs a isso, o que se tornou um problema entre eles.
– ! ! – Wook, veio correndo atrás de mim quando eu estava saindo da sala.
– Olá Wookie! T... – ele me abraçou de repente, me interrompendo e eu agradeci mentalmente pelo abraço – Tudo bem? – falei sorrindo quando soltamos o abraço.
– Sim! "Tô" feliz em te ver – ele sorriu e fomos caminhando em direção às escadas – E você como está?
– Que bom! Estou bem também... E como assim está feliz em me ver? Nós nos vemos todos os dias – eu sorri, tímida. Não podia deixar ele perceber que eu também estava muito contente em vê-lo, se ele soubesse o que eu sentia podia se afastar ou algo do tipo – Brincadeira, também senti saudades!
– Ia sentar do seu lado, mas quando cheguei já tinham roubado meu lugar... – ele reclamou.
– A Seomin precisava de ajuda com um trabalho e me pediu para ajudá– la. Mas podemos sentar juntos depois do intervalo!
– Combinado! – ele sorriu – ... – ele hesitou por um segundo e eu esperei. Agora estávamos lá em baixo, e o pátio estava ficando cheio – Nada deixa...
– Fala...
– Não, esquece.
– Aaaah, não me deixa curiosa, fala logo!
– É que... Eu queria saber se você...
– Fala aí cara! – o interrompeu, pulando nas suas costas de repente, quase o derrubando. Ele era tão pequeno e fofo, mas quem era eu pra dizer algo, se era mais baixa que ele?
– Fala aí! – eles se abraçaram.
– Fala aí, ! – ) ele me abraçou – Interrompo algo?
– Olá! – eu sorri – Bom, na verdade o Ryeowook ia me falar algo... Ele ficou enrolando e aí você apareceu e ele não disse nada. – falei olhando pra ele.
– Hummm... – cutucou o amigo com o cotovelo. Eles eram amigos desde crianças.
– Não era nada demais. Era só que... Eu queria saber... – ele pareceu pensar numa resposta – Se você fez o trabalho de Biologia? É que estou em dúvida em uma questão... – ele coçou a cabeça. Por um momento imaginei que ele me pediria pra sair... Eue burra eu sou, ele não sairia comigo, a não ser como amigos!
– Ah tá! – tentei esconder minha decepção – Fiz sim, na sala eu te passo a resposta.
– Obrigado, ... Você é um amor! – ele me abraçou.
– Agora vamos lanchar, gente! Tô morrendo de fome... – disse e fomos juntos para o refeitório.
No dia seguinte fui para a escola, cheguei em cima da hora, o portão estava quase fechando. Quando abri o armário para pegar o material da primeira aula, um envelope caiu no chão... Olhei para os lados, as pessoas passavam normalmente. Abri o envelope e tinha um papel escrito: "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quando a contempla.” (The Little Prince).
Para mim você é como essa flor, é única e perfeita. Sou feliz por contemplar sua beleza... É uma pena que você mesma não perceba como é linda".
– Não acredito que até na Coréia fazem isso! – murmurei baixinho. Em baixo estava escrito: "Seu admirador secreto". – Ninguém merece... – virei os olhos. – Gostei, lindo o que ele escreveu. – murmurei depois que li novamente. E logo pensei, era muita coincidência... Eu chamo o Ryeowook de Pequeno Príncipe por ser tão fofo, mas ninguém sabia disso, nem mesmo ele. Eu o nomeei assim só em meus pensamentos, nunca tive coragem de falar pra ele que o chamava assim! E agora, usam logo a frase desse livro pra me mandar numa carta, nossa...
Cheguei na minha sala, o Ryeowook estava lá sentado e sorriu assim que me viu. Ele tirou a mochila que estava na cadeira ao lado da dele.
– Guardei seu lugar!
– Obrigada, oppa! – sorri e sentei do lado dele. – Chegou que horas?
– Ah, tinha acabado de abrir o portão, porque tinha poucas pessoas... Não cheguei a olhar o relógio. – ele deu de ombros.
– Entendi... Enquanto eu cheguei e estava quase fechando. – nós rimos. Como eu amava ver esse sorriso.
– Chegou o professor chato... – Wook murmurou quando ele entrou na sala.
– Affz, acabou nossa conversa... – murmurei, arrumando as coisas na mesa – Pois é! – Wook concordou.
Quando o professor saiu, resolvi contar ao Wook sobre a carta. – Você acredita que tinha uma carta de um "admirador" secreto no meu armário?
– Sério? Tem ideia de quem seja?
– Não faço ideia! Talvez seja brincadeira de mal gosto, sei lá... – dei de ombros.
– Não acho que seja... – ele comentou.
– Por quê? – olhei pra ele confusa.
– Ah, sei lá, você é bonita... Muito, então acho que pode ser verdade. – ele deu de ombros e fiquei pensando em quem poderia ser... – Posso ver?
– Claro! – sim, eu deixei, afinal somos muito amigos. Tirei o envelope da bolsa e entreguei pra ele.
– Muito inteligente ele ter digitado num computador e imprimido... Não dá pra tentar adivinhar de quem é a letra! – ele disse ao ler.
– Caramba! Nem reparei nisso... Verdade, nem tem como.
– Aqui. – ele me entregou a carta de volta.
– O que achou?
– Bonita... E você, o que achou? – ele parecia um pouco nervoso, mas acho que era impressão minha.
– Gostei. Mas tanto faz também, não poderia corresponder... – comentei e me arrependi de ter dito a última frase.
– Por que não? – como eu imaginava, ele perguntou.
– Como vou corresponder uma pessoa que não conheço? – ainda bem que inventei uma resposta rápido.
– Provavelmente você conhece, ele deixou no seu armário, então ele estuda aqui...
– Verdade, mas mesmo assim não sei de quem se trata. – dei de ombros.
– Mas pode gostar se descobrir quem é, conhecer ele...
– Não. – eu o interrompi e ele ficou me olhando – Eu já gosto de uma pessoa, e sei que não poderia ser ele quem escreveu.
– Você nunca me disse que gostava de alguém... Pensei que eu fosse seu amigo. – ele ficou chateado.
– E você é... Mas é mais complicado do que parece.
– Quem é?
– Não posso dizer.
– Ok! – ele ficou sério e se ajeitou na cadeira.
– Wook, por favor, não fica chateado...
– A professora chegou, vamos assistir à aula! – ele disse sem olhar pra mim. E o resto da aula foi assim, ficamos sem nos falar, nem mesmo depois que a professora saiu.
Quando deu o intervalo eu tentei puxar assunto.
– Wook Oppa, vai comer algo?
– Não... Tô sem fome, vou aproveitar pra revisar umas matérias.
– Precisa de ajuda? Sabe, eu também não quero comer e...
– Pode deixar, eu preciso me concentrar...
– Mas...
– Não precisa.
– Tudo bem. – abaixei a cabeça.
– Oi, gente! – chegou sorridente. Ele era da nossa turma, mas esse ano separaram a gente.
– Oi! – tentei retribuir o sorriso.
– Fala aí – disse Wook com indiferença.
– Algum bicho te mordeu? – perguntou pra ele.
– Só tô cansado.
– Entendi...
– Vamos lá comer. – chamei e me acompanhou.
– Não vai com a gente? – ele perguntou.
– Não, preciso estudar.
– Ok!
– O que aconteceu com ele? – me perguntou assim que pegamos nosso lanche.
– Tá chateado comigo...
– Chateado?
– Sim, eu não tinha contado uma coisa pra ele, agora ele se sente traído por isso.
– Entendi. Ah, é normal que ele fique assim, depois passa... – ele disse bagunçando meu cabelo.
– Assim espero! – ele assentiu e eu sorri.
Passou uma semana. Ryeowook continuava me evitando, trocava poucas palavras e mal respondia minhas mensagens. falava comigo, mas passava mais tempo com Ryeowook... Então eu não tinha muito com quem conversar. Até mesmo o tal admirador parou de mandar as cartas, talvez fosse mesmo uma brincadeira, como eu disse ao Ryeowook.
– Oi )! – veio até mim no intervalo, interrompendo meus devaneios.
– Oi oppa! – fiz uma linha com a boca.
– Tudo bem?
– Mais ou menos... E você?
– Tô bem. Mas tô preocupado, faz uma semana, sei lá... Que você e o Wook não se falam. Ele parece até um zumbi, tento conversar e animar ele, mas ele continua com aquela cara. – ele bufou – O que aconteceu em? Parece sério, pra ele ter ficado desse jeito...
– Eu também acho um exagero sabe... Não sabia que ele ficaria assim! – suspirei – Vou te contar tudo... Eu recebi uma carta de um "admirador secreto" – virei os olhos – Aí contei pra ele e ele leu a carta, comentou sobre e depois falamos sobre eu corresponder essa pessoa, sendo que eu nem sequer conheço esse cara! – dei uma pausa, ele esperou, depois continuei – Depois ele insistiu e falei que gosto de outra pessoa... Ele ficou chateado por eu não ter contado, quis saber quem era... Mas eu não podia contar! Desde então ele tem me evitado. – abaixei a cabeça.
– Agora tá explicado! – ele disse e sorriu.
– O que? Pra mim tá tudo confuso!
– Quem é essa pessoa que você gosta?
– Não posso falar...
– Ah fala! Eu não vou contar pra ninguém!
– É ele.
– Ele quem?
– O Ryeowook né... – abaixei a cabeça envergonhada – Por isso eu não podia contar nada pra ele. – ficou de boca aberta.
– Não acredito! – ele ficou fitando o nada por 1 minuto, que mais parecia 1 hora – Pensa comigo... Ele disse pra você corresponder esse cara que manda as cartas...
– Que eu PODERIA corresponder, caso eu conhecesse ele e tudo mais. – eu o interrompi.
– É, tanto faz... Depois você falou que não podia porque já gostava de alguém. E foi aí que ele ficou chateado! – ele olhou pra mim como se estivesse mais do que claro.
– E...?
– E se for ele quem escreveu a carta? E ficou chateado por você gostar de outro e não poder corresponder ele?
– Impossível, !
– Por quê seria impossível?
– Não sei... Somos de classes sociais diferentes e eu sou bonita, mas não sou tão linda assim. – dei de ombros.
– Você sabe que ele nunca ligou pra isso de dinheiro, e você também não é pobre, tanto que estuda num dos melhores colégios daqui de Seul...
– É não sou pobre, mas também não sou rica... Meu pai só tem um bom emprego. Estudo aqui porque consegui uma bolsa de 50% e assim meu pai pode pagar.
– Tudo bem, mas o Ryeowook não liga... Nunca ligou!
– Eu sei oppa, ele não liga... Só os pais dele.
– Verdade, mas eles não tem nada a ver com isso né?!
– Ok! Mesmo assim, não acredito que ele goste de mim! E não sei como fazer pra voltar a falar com ele, porque ele me evita o tempo todo. O que eu faço?
– Aaah, sei lá... Fala pra ele que deixou de gostar do garoto que você gostava, pra ver se ele volta a falar com você... Vamos ver a reação dele também.
– Ok... Vamos lá agora? –chamei.
– Vamos!
Cheguei lá e Ryeowook estava lendo um livro.
– Wookie oppa, preciso falar com você! – eu disse e o livro dele caiu, rapidamente peguei pra ele, e aí reparei... – Você também tem The Little Prince? Não sabia.
– Sim... – ele disse sem me olhar, então entreguei pra ele – Obrigado!
– De nada, podemos conversar?
– Não sei...
– Ryeowook, conversa com ela... Vocês estão séculos sem se falar! – deu uma força.
– Ok, senta aqui. – ele deu espaço pra eu sentar do lado dele.
– Vou deixar vocês conversarem... – disse, e eu sorri agradecendo.
– Olha, não sei porque estamos agindo igual crianças! – comecei – Me conta, por quê está tão chateado comigo?
– Não é nada , eu só preciso de um tempo.
– Eu sei que não é isso... Conheço você muito bem! Olha, se for pelo lance de eu gostar de uma pessoa, eu só fiquei com vergonha de contar... E sabe, eu nem gosto mais dele!
– Não? – ele olhou pra mim.
– Não. – eu menti.
– Quem é ele?
– Você não conhece... Mora na minha rua, esses dias passei e cumprimentei ele, mas ele foi um grosso... Então eu percebi que não vale a pena. – dei de ombros.
– Entendi... Desculpa me afastar de você, levei tudo muito à sério.
– Tudo bem, desculpa não contar também. – eu disse e ele assentiu – Me diz, quando começou a ler O Pequeno Príncipe?
– Faz um tempo, todo mundo falava que era um livro muito bom, aí eu comprei ele. – ele sorriu – Gostei bastante!
– Acredita que eu te chamo assim, internamente claro...
– Assim como?
– Pequeno Príncipe – eu sorri envergonhada.
– Sério? Por quê?
– É que você é pequeno, e... Bem fofo também! – eu disse.
– Aaah, nem vem, você é mais baixa que eu! – ele corou – Isso é bullying, sabia? –brincou.
– Não, não é por maldade... É que você é lindo e é baixo, em comparação com os meninos da nossa turma, que são gigantes. – fiquei sem graça.
– Relaxa, tô brincando! – ele riu.
– Chato! – eu o empurrei e ele quase caiu do banco, fazendo eu rir.
– Chata! Vamos pra sala, o sinal tá tocando... – ele disse levantando e eu fui junto com ele.
No dia seguinte cheguei na escola e tinha uma rosa vermelha presa na porta do meu armário. Será que o tinha razão? Peguei a rosa e tinha um pequeno bilhete colado nela... "Quero que saiba quem sou eu... Podemos nos encontrar? (Seu admirador secreto)", fiquei curiosa, olhei atrás do papel e estava escrito "Se sim, escreve aqui e deixa o papel em cima do armário, que eu vou pegá-lo, quando passar por aqui ;)". Olhei para os lados e passava um grupo de três meninas tagarelando sobre alguma coisa, e tinha também um menino e uma menina parados conversando... Nada dele. Deixei um "Sim. Quando e aonde?".
Fui para sala e sentei ao lado de Ryeowook.
– Deixa eu adivinhar... Seu admirador? – ele apontou pra rosa.
– Sim... – eu disse, sem graça – Ele quer que eu saiba quem é ele.
– E você vai? – perguntou curioso.
– Vou, ele falou pra eu deixar a resposta no papel, aí eu disse que sim e perguntei quando e aonde.
– Entendi, que bom! Depois me conta o que aconteceu! – ele sorriu.
– Tudo bem. – sorri sem vontade. Eu gosto dele, não desse cara. Mas o oppa pode ter razão, e se for ele quem escreve? Só voltaram com isso depois que eu e ele voltamos a nos falar... Estou curiosa pra saber quem é, mas não quero me iludir, então vou sem nenhuma expectativa.
– , eu vou ali no banheiro antes de chegar o professor. – disse o Wook interrompendo meus pensamentos. Assenti e ele saiu.
No intervalo, fui até o armário, o papel não estava mais lá em cima. Então, abri o armário e lá estava outro papel, um pouco maior que o anterior: "Fico muito feliz! Me encontra sábado às 14h no Namsan Park, estarei numa parte com árvores de folhas vermelhas, tem coração também... Alguns casais ficam por ali, te espero lá! ^– ^ ".
Desci as escadas e encontrei os meninos no pátio.
– Vamos lanchar gente? – perguntei.
– Vamos, a gente tava esperando você! – falou me abraçando.
– E aí, ele disse algo? – Wook perguntou enquanto caminhávamos.
– Sim, pra eu encontra-lo no Namsan Park. Inclusive eu queria te pedir um favor... Pode ir comigo lá? Eu não quero ir sozinha, porque não dá pra confiar assim, aí você pelo menos fica de longe sabe...
– O Namsan Park é lindo! Depende do dia, ... Quando vai ser?
– Sábado, às 14h. – eu disse.
– Caramba, logo sábado?! – ele disse e eu assenti – Infelizmente não dá... Meu pai vai pra Busan resolver umas coisas no sábado de manhã e quer que eu vá junto, só estarei em casa à noite... – ele lamentou.
– Poxa, que pena! , você pode ir comigo? – olhei pra ele esperançosa.
– Posso levar minha namorada junto? Não quero ficar de vela sabe, nem ficar andando sozinho por lá...
– Pode sim, só preciso de alguém pra "vigiar", entende?! – Claro, não dá pra confiar em qualquer um.
– Uhum, e eu nem sei se vou gostar dele... Só aceitei porque tô curiosa mesmo!
– Até eu estou! – ele riu. Nesse momento já tínhamos sentado e começamos a lanchar.
Estava indo para casa, ainda era quinta-feira. Daqui a 2 dias seria esse tal encontro, não sei por quê eu estava tão curiosa com isso, estava errado... O Ryeowook não é o admirador, porque ele nem vai estar em Seul no sábado. Me deu vontade de cancelar isso tudo, mas não tinha como se eu nem sabia quem era! O jeito é esperar esses dois dias e ver no que vai dar.
O dia chegou, sorte que eu não tinha aula hoje. Podia pensar tranquilamente em qual roupa escolher para ocasião, mas estava muito confusa. Meu pai estava trabalhando, minha mãe aproveitou o fim de semana e saiu com uma amiga depois do almoço. Eu estava sozinha, ia sair de casa 13h e já era 12:30.
– Aaaaah, o que eu faço? – resmunguei sentando pesadamente na minha cama, pelo menos o banho eu já tomei.
Meu telefone tocou.
~Oi !
~Olá, ... Não desistiu não né?! –ele deve ter percebido a minha voz chateada.
~Tô quase, porque não faço ideia do que vestir... – choraminguei.
~Ah, coloca um vestido qualquer.
~Qual? – falei pensando nos que tenho.
~Não sei ué, não conheço seus vestidos...
~Mas não acho que esteja calor pra usar vestido...
~É, isso é verdade! – ele disse e ficamos alguns segundos pensando.
~Já sei! Vou me arrumar logo, porque o tempo ta passando...
~Tudo bem, estou saindo de casa agora, vou buscar minha namorada e nos encontramos na entrada do parque, ok?!
~Combinado! Tchau, oppa! ~Tchau, ! Até logo... – desligou.
Corri pra me arrumar. Não podia ir simples, mas também não ia ficar toda produzida... Peguei uma calça jeans azul clara, meu tênis all star preto, uma regata rosa clara e minha jaqueta preta de couro também. Me vesti e fui arrumar o cabelo, estava liso, experimentei uma boina, depois um gorro... Mas decidi não usar nada e deixei solto, passei um rímel nos cílios, um blush pêssego só pra corar um pouco e passei um brilho labial, nada de exageros!
Saí de casa 13:05, apesar de ter sido 5 minutos depois do planejado eu estava bem adiantada.
Encontrei e sua namorada em frente ao parque às 13:45.
– Sabia que chegaria antes da hora. – comentei.
– Nem tá tão tarde, ainda vamos procurar o local... – falou.
– Acho melhor perguntar pra alguém, o parque é grande. – a namorada dele disse.
– Verdade! – concordei.
– Vamos entrar então... – disse e fomos.
O lugar era realmente lindo, árvores muito bonitas... E era muito grande! Pelas descrições, perguntamos logo à um casal onde ficava essa parte do parque e seguimos pela direção que nos indicaram.
Chegamos lá, e sua namorada sentaram num banco, segundo eles “para não atrapalhar”. O lugar era lindo, cheio de romantismo... Não é à toa que ele mandou nos encontrarmos aqui! Como ele disse, haviam as árvores vermelhas de tronco fino em uma área e perto haviam também outras de tronco fino, mas de folhas verdes. No chão tinha 3 áreas com folhas de tom bege em formato de grandes corações, e uma era um círculo com folhas da árvore vermelha... Eu estava impressionada, era admirável! Depois reparei que tinha uma caixa de som com um microfone e um pen– drive conectado ali, agora sim eu saio correndo! Tinha também balões de coração amarrados na caixa de som, escrito “Sarang” em hangul. Além de eu não conhecer, ele ainda vai fazer eu passar vergonha?!
Depois de alguns minutos observando o local, chegaram 3 rapazes que se colocaram em volta do local, 2 deles carregavam uma cesta de palha média e 1 veio com um pequeno ventilador, só não entendi muito bem pra que era aquilo... que vergonha, muitos olhavam confusos, tive vontade de fugir dali! Virei– me para o lado onde estava o , e falei sem emitir som, apenas dublando “O que eu faço?”, ele respondeu algo que parecia “espera ele”, mas depois apontou, eu virei de costas e ali estava ele.
Com um rosa vermelha na mão, seu cabelo castanho escuro, aquele lindo sorriso no rosto... Ele usava uma calça e tênis preto, um suéter branco e um sobre– tudo vermelho... Estava lindo demais! Eu não conseguia dizer nenhuma palavra.
– Olá! – ele disse me entregando a rosa.
– O...Olá! – hesitei por um segundo e peguei ela – Wook oppa?! Não acredito que é você!
– Pois é... Sou eu! – ele pegou minha mão livre dando um leve beijo na mesma.
– Você tinha que fazer uma viagem por...
– Não tinha nenhuma viagem, ... Eu não podia deixar você perceber que era eu! – não conseguia parar de olhar nos olhos dele. – Obrigado por ter vindo! – eu apenas sorri e assenti. Então ele virou de costas sem soltar minha mão, pegou o microfone e começou a cantar olhando em meus olhos...
The Little Prince.
A voz dele era tão linda! Não sabia que ele cantava tão bem... Provavelmente ele gravou ou pediu pra gravarem a melodia e depois passou para o pen-drive que estava ali. Mas a voz era dele e era muito agradável ouvir! Fiquei ali sorrindo e com os olhos marejados, percebi que ligaram o pequeno ventilador, depois um dos rapazes com a cesta foi até lá e de repente começou a caiu pétalas de rosa sobre nós dois... Era isso que tinha na cesta e o ventilador era para soprá-las! Não dava pra descrever o que eu sentia, meu coração parecia que ia sair pela boca!
A música acabou, mas ele não largou o microfone...
– Não sei se você pode me amar, mas pretendo te fazer muito feliz! Espero que tenha mesmo esquecido àquele cara e...
– Wookie... Eu menti sobre isso! Não deixei de gostar dele... – disse interrompendo-o, estava perto do microfone em sua mão, o que fez minha voz ficar mais alta, olhava nos olhos dele, porém ele soltou minha mão – Eu só não podia dizer quem era e não é um menino que mora na minha rua... – peguei a mão dele de volta – Essa pessoa que eu gosto, é você! – ele sorriu de novo, agora com um brilho maior nos olhos.
– Eu nunca imaginei!
– Eu também não imaginava que poderia ser você o admirador!
– Isso não é difícil imaginar, você é encantadora! – ele sorriu tímido, nessa hora eu devo ter ficado vermelha igual à um tomate e escondi o rosto com a mão que segurava a rosa.
– Digo o mesmo sobre você, não é à toa que te chamo de Pequeno Príncipe! –retribuí o sorriso. E foi aí que olhamos em volta, tinha várias pessoas, provavelmente atraídas por ele cantando.
– Então... Minha Pequena Princesa... – ele hesitou por um momento, em seguida ajoelhou colocou sua outra mão livre por cima da minha que ele já segurava... Olhou para mim com os olhos marejados, mas com um lindo sorriso no rosto. Sinalizou para o outro rapaz que segurava a cesta, e ele caminhou até o rapaz do ventilador. – Minha Pequena Princesa... – ele repetiu – Você me daria a honra de ser minha namorada?
Hesitei por um segundo e respondi: – Claro que sim! – eu sorri, as lágrimas já estavam caindo – Quero ser sua princesa, meu Pequeno Príncipe! – tentei secar as lágrimas que rolavam. Ele levantou... Deu um beijo no meu rosto, sorriu e soltou minha mão para pegar os grandes balões.
– Eu te amo, ! – ele disse, puxando minha mão para segurá-los juntos.
– Eu te amo, Wook! – e soltamos. Olhamos para o céu e eles subiam, logo várias pétalas de rosas caíam sobre nós novamente, ele olhou em meus olhos e me beijou. Nosso primeiro e inesquecível beijo!
E assim foi o começo da nossa linda história de amor!
Fim.
Nota da autora: Olá leitoras! Fiz essa fanfic com muito carinho pra vocês que amam o Wookie!
Uma amiga me pediu pra participar desse especial de MVs, mas não irei continuar escrevendo, então espero que possam entender... Obrigada por lerem, fico feliz por compartilhar com vocês e espero mesmo que tenham gostado! Muitos beijos!! ♥♥
Uma amiga me pediu pra participar desse especial de MVs, mas não irei continuar escrevendo, então espero que possam entender... Obrigada por lerem, fico feliz por compartilhar com vocês e espero mesmo que tenham gostado! Muitos beijos!! ♥♥