História por Aline Patzz | Revisão por Sofia Queirós
Prólogo
When I first saw you, I saw love.
And the first time you touched me, I felt love.
And after all this time, you're still the one I love. (You’re Still the One – Shania Twain)
Capítulo 01 – A Proposta
Rob's POV
Não fazia nem dez minutos que eu tinha entrado pela porta do meu apartamento, agradecendo por não ter sido perseguido loucamente por uma legião de papparazzis, quando meu celular tocou:
– Poxa, Jenny, não deu tempo nem de eu tomar um gole de água.
– Desculpe Rob, mas eu tinha que te contar. – minha agente disse, com muita expectativa na voz.
– Ok, ok. – eu soltei. – Manda a bomba.
– Sabe quem acabou de entrar em contato comigo, para uma maravilhosa sessão de fotos?
– Humm?? Jack Nicholson? – eu rebati sem vontade, só imaginando o que viria pela frente.
– Claaaaaro... – Jenny disse, sem se deixar afetar pelo meu humor. – ... ele e a assessoria de marketing do Empório Armani.
– Armani, é? – eu disse, mudando um pouco o timbre da minha voz. – E qual é a linha?
– Moda praia. – Jenny disse, de tal modo que eu pude até ver seu sorriso largo.
– Moda praia, Jenny? Fala sério!!! – eu resmunguei, me jogando no sofá. – Isso é coisa pro Taylor ou pro Kellan, não pra mim.
– Bom, pode até ser. – ela disse, reticente, mas eu sabia que era pra me provocar. – Mas eles não querem nem o Kellan e nem o Taylor, querem você.
– Sei. – eu disse, ainda desanimado. Eu não tinha problemas com fotos, mas moda praia e meu físico não eram duas coisas que combinavam perfeitamente.
– Anime-se, por favor. – ela disse, do outro lado da linha. – Vamos fazer o seguinte, passo aí daqui a pouco pra te mostrar o contrato, ok?
– Claro. – eu respondi. – Mas não vá se animando muito, ok?
– Pense com carinho. Até mais.
– Tchau, Jenny. – e joguei o telefone longe.
Deixei que o suspiro preso em minha garganta escapasse com liberdade, fechei os olhos e tombei a cabeça para trás: fotos para moda praia? Como eu sairia dessa enrascada? Não é todo dia que se recebe uma proposta dessas, mas essa, definitivamente, não era a MINHA praia.
Fui para o banho tentar relaxar depois de mais um dia de trabalho e depois fui comer alguma coisa. Não demorou muito para Jenny aparecer em meu apartamento e me mostrar o contrato.
– Quer dizer que será um ensaio com outra modelo? Eles já têm um nome? – eu perguntei depois de ler a proposta.
– Tem sim, e para nossa surpresa, é alguém que você conhece.
– É mesmo? – eu me surpreendi, tentando imaginar quem seria a moça. – E quer, por favor, me dizer o nome?
– , sua antiga colega de teatro na Barnes Theatre Company, em Londres.
Aquele nome bateu em meus ouvidos como um soco na boca do estômago; não podia ser, não ELA. Ok, eu sabia que ela estava fazendo muito sucesso no mundo da moda, que era extremamente requisitada pelas maiores marcas do mundo, mas nunca imaginei que seria colocado frente a frente com ela em uma campanha.
– Rob? Robert? Hei, o que aconteceu?
– Ela... – eu engasguei. – A já aceitou a proposta?
– Não sei. Assim como eu, o agente dela recebeu hoje a proposta. Deve estar falando com ela nesse momento. – e então ela me olhou de modo especulador. – Algum problema entre vocês dois?
's POV
Eu estava preguiçosamente deitada na beira da piscina em minha cobertura, deliciando-me com os raios de sol daquele quase fim de tarde quando o celular tocou.
– Olá, meu amor! – disse a voz característica de Peter, meu agente.
– Olá, meu querido. – eu respondi com um sorriso. – Já estava estranhando a demora em me ligar.
– Ah, meu bem, tenho uma surpresa M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.A pra você.
– Surpresa, é? – eu disse toda animada e me sentei. – O que é?
– Curiooooosa! – ele gargalhou do outro lado. – Me dê mais cinco minutinhos que logo te contarei tudo pessoalmente.
– Como você é terrível, Peter! – eu disse num tom de tristeza. – Agora você só tem quatro minutos e meio.
Desliguei o telefone e voltei a deitar na borda da piscina, esperando ansiosamente a chegada do meu agente. Claro que eu estava curiosíssima, mas também estava um tanto receosa, pois quando aquele ser começava com suas surpresas, nem sempre era um bom sinal. Não demorou muito e ele já chegou fazendo alvoroço.
– Pode me agradecer desde já, meu amor. Sou o melhor agente do mundo. – ele disse convencido.
– Ok, do que se trata afinal? – eu disse quase aflita.
– Sabe o que tenho nessa singela maleta Louis Vuitton da última coleção???
– Um contrato de exclusividade com a Victoria’s Secret? – eu lhe lancei um largo sorriso.
– Quase tão bom quanto isso. – ele fez mistério puxando o documento de dentro da pasta. – Um contrato para uma campanha de moda praia do Empório Armani.
– AAAAAAhhhhhhhh!!!!!!!! – ambos gritamos e batemos palmas ao mesmo tempo. – Como assim? Uau! Me dá logo esse contrato, criatura!
Eu praticamente arranquei o papel das mãos de meu adorado agente e comecei a ler atentamente as cláusulas.
– A campanha envolve um modelo masculino também. – eu me animei. – Eles já têm um nome? Bem que podia ser o um dos modelos Calvin Klein, né? Tem um lorinho agora, Kellan alguma coisa. Que corpo é aquele, fala sério! – eu disse maliciosamente, já imaginando aquele belíssimo homem só de sunga.
– Você nem é boba não, né? – ele riu. – Mas, na verdade, eles já têm um nome sim. – Peter ficou misterioso. – E é alguém que eu sei que você conhece.
– Jura? Quem é? Diz logo Peter! – eu estava quase em cólicas.
– O mais novo queridinho de Hollywood, baby: Robert Pattinson.
Aquele nome invadiu meus pensamentos e meu coração deu um pulo em meu peito. Não, não, não e não! Não ele. Qualquer um, menos ELE! Eu sabia que ele estava sob todos os holofotes no momento, mas nunca imaginaria que ele estaria envolvido numa campanha dessas.
– ? ? Meu anjo, o que foi? Qual o problema? – a voz agora preocupada de Peter me trouxe de volta à realidade.
– Ele... – raspei a garganta para tentar proferir seu nome. – O Sr. Pattinson já deu a resposta?
– Não sei. Provavelmente a agente dele deve estar falando agora com ele. – eu fiquei em silêncio, com o olhar perdido na água da piscina. – O que há de errado, ?
– Eu... eu não posso, Peter. – eu disse subitamente. – Não vou fazer essa campanha. Não se ele for fazê-la.
– ... – percebi sua voz sumindo. – É uma oportunidade única. Uma das maiores marcas do mundo, junto com o astro mais cobiçado da atualidade. Você não pode recusar, meu bem.
– Eu simplesmente não posso, ok? – eu disse num tom um pouco mais agudo.
– Muito bem, é assim que você quer agir? Como uma iniciantezinha que não consegue lidar com algum problema pessoal? – agora era a sua voz que soava rude. – Ambos sabemos que você é uma modelo famosa internacionalmente, você não precisa desse trabalho para se destacar. – ele fez uma pausa para respirar. – Mas se for para recusar um convite Armani, recuse por algum motivo profissional, e não por qualquer pendenga do passado que você tenha com o outro modelo.
– Peter, eu...
– Você é quem sabe. – ele se levantou e seguiu para o portão. – Você tem até amanhã de manhã para me dar uma resposta definitiva.
Fiquei completamente abismada com o comportamento dele. Peter nunca tinha falado comigo daquela maneira. Ele não entendia que eu simplesmente não podia encará-lo novamente? Oh, Deus, não, ele não entendia. Ele não sabia de nada do que havia acontecido, e nem poderia saber. Ninguém sabia além de nós dois. O que eu faria agora?
Rob's POV
– Jenny, eu não sei se posso fazer essa campanha. – eu disse ainda atordoado.
– Por que não? – ela me questionou. – Rob, é uma bela proposta... Além disso, moda praia agora pode ser uma boa oportunidade pra você mostrar que não está nada atrás do Kellan nem do Taylor.
– Jenny, não é...
– Você pode até achar que isso é insignificante, mas pode fazer diferença mais pra frente um pouco.
– Não é isso, Jenny. – eu a cortei. – Eu só não sei se consigo.... com ela. – eu disse as últimas palavras num sussurro.
– Bom, quando vi o nome dela e me lembrei que vocês já se conheciam, achei que seria uma boa experiência... – Jenny se calou por um segundo e depois se levantou, indo em direção à porta do meu aparamento. – Pense um pouco. Você tem até amanhã de manhã para me dar uma resposta definitiva. Até mais. – e saiu.
E agora, o que eu faria? Já fazia quase dez anos que eu não a via e então, quando eu estou completamente imerso em minha zona de conforto, ela volta para minha vida?
Soltei o peso do meu corpo no sofá e inspirei profundamente; imediatamente meus pensamentos voaram através do tempo e fui parar em Londres, numa linda tarde de verão, ao lado de uma doce e adorável garota.
's POV
Apesar de não estar um clima tão quente em Nova York e a água da piscina não estar realmente convidativa eu acabei mergulhando para tentar, com a ajuda da água gelada, espairecer e pensar no que fazer.
Demorei-me bem quase uma hora ali, mas honestamente não resolveu muita coisa. Saí da água fria da piscina para a quente da minha banheira e em seguida me aninhei em minha grande cama.
Ah, Deus! Por que isso foi acontecer bem agora? Uma coisa era ver notícias na TV, uma ou outra foto em revista e os cartazes de divulgação de seus filmes; outra, bem diferente, era ter a chance real de encontrá-lo novamente, de olhar fundo em seus olhos, de ouvir sua voz aveludada.
Eu poderia recusar a proposta, afinal. Como o Peter disse, eu não precisava realmente daquela campanha para me promover; mas como ele também ressaltou, eu não podia agir por impulso, deixar de ser profissional, por mais que o motivo pessoal fosse justo.
Aos poucos um sono pesado foi tomando conta do meu corpo e nem vi quando adormeci.
Rob's POV
No meio da madrugada eu acordei todo dolorido por ter capotado ali mesmo no sofá. Fui até a cozinha pegar qualquer coisa para comer, mas percebi que não estava realmente com fome. Mordi uma maçã só por hábito e segui para a sacada para respirar um pouco de ar fresco. A noite estava um pouco abafada em Los Angeles, mas uma brisa mais fresca passou por mim e me ajudou a limpar o pensamento.
Já fazia quase 10 anos que não nos víamos, será que ela guardaria qualquer tipo de sentimento? E tenho que confessar: fiquei com uma baita vontade de revê-la, de falar com ela, de olhar em seus lindos olhos. Mas e se as coisas não fossem assim? E se ela ainda não quisesse falar comigo? Aquilo tudo foi tão marcante, tão doloroso.
– O que eu estou pensando? – eu disse em voz alta. – Nem eu sei se eu estou realmente pronto para vê-la outra vez.
Capítulo 02 – Reencontro
's POV
O sol brilhava intensamente quando eu e Peter desembarcamos numa das muitas ilhas caribenhas. O tom azul quase transparente da água era fascinante, assim como a areia branca e fininha.
– Isso, definitivamente, é o paraíso. – ele disse ao meu lado, um pouco encoberto pelo novíssimo chapéu de panamá.
– Não sendo o inferno, já estará de bom tamanho para mim. – eu disse baixinho, respirando profundamente e dando o primeiro passo em direção à belíssima casa que havia sido alugada para as fotos.
Conforme nos aproximávamos da casa meu coração foi se acelerando e senti minhas mãos congelarem. Havia uma pequena movimentação no deck da piscina, pessoas com câmeras e instrumentos de fotografia, todos arrumando o cenário.
– Muito bem, querida. – disse Peter assim que entramos na sala. – Vamos para o seu quarto agora e lá você poderá se preparar. Haverá uma reunião antes, para vocês dois se familiarizarem com o tema da campanha, ok?
– Claro. – eu respondi e fiz a pergunta que estava entalada em minha garganta. – O Sr. Pattinson já chegou?
Rob's POV
Jenny e eu chegamos bem cedo à ilha, e pude presenciar um belíssimo amanhecer. Logo em seguida a equipe começou a chegar e em minutos toda a tranqüilidade paradisíaca foi substituída pelo alvoroço das pessoas trabalhando.
Fiquei ainda um tempo ali, mas logo me recolhi em meu quarto de onde tinha uma boa vista da praia e também do píer em que chegamos. Minha mente novamente vagou para o passado e não sei bem quanto tempo fiquei perdido em minhas lembranças; e foi o barulho de uma lancha que me trouxe de volta à realidade.
Sentei-me na cama e minha visão foi atraída para o píer, de onde duas pessoas desembarcavam da lancha. O ar me faltou por um segundo quando eu a vi. Ela estava linda! Tinha crescido um pouco, adquirido um corpo mais definido, mas as feições doces de seu rosto continuavam ali. Ela caminhou tranquilamente pelo píer até que sumiu do meu campo de visão.
Tive uma vontade súbita de sair de onde estava e ir recebê-la, mas algo me refreou. Como seria esse encontro? Como reagiríamos a isso? O que diríamos ou o que deixaríamos de dizer?
's POV
– Relaxe por alguns minutos, . – disse Peter. – O Sr. Pattinson já chegou sim e a reunião será iniciada em 15 minutos.
– Obrigada, Peter. – eu agradeci e ele encostou a porta do quarto.
Ok, eu tinha 15 minutos para aliviar toda a tensão que estava esmagando meu coração e depois seriam dois dias, apenas dois dias de fotografias e tudo estaria acabado. Eu só precisava me segurar por dois dias.
Como será que ele estaria? O que estaria sentindo? Estaria sentindo alguma coisa ou nem se lembrava mais de mim? Afinal, já fazia tanto tempo. Segui até perto da varanda do meu quarto e observei a paisagem: uma bela vista da praia e também do píer pelo qual eu passara minutos atrás.
Inspirei profundamente o ar vindo do oceano e fechei os olhos. Algumas lembranças do passado vieram à tona e senti novamente o bolo se formar em minha garganta. Eu não queria estar ali, não queria ter que passar por aquilo, mas agora era tarde demais para desistir, para fugir.
Duas batidas na porta trouxeram-me de volta à realidade e Peter enfiou a cabeça pela fresta.
– Está na hora, querida. Vamos? – apesar de ele ainda não saber o que se passava, Peter estava sendo extremamente delicado comigo. Ele havia percebido que o problema não era pequeno e estava, a seu modo, tentando me confortar.
– Claro, meu querido. – eu disse e me virei em sua direção, colocando em meu rosto o sorriso mais simpático e teatral que eu conseguia.
Eu era uma profissional extremamente responsável e ninguém nunca imaginaria que eu não estaria perfeitamente confortável naquela situação.
Rob's POV
– A reunião será em 15 minutos, Rob. – disse Jenny em minha porta.
– Ok. – eu disse e voltei a olhar o mar.
Após me perder novamente na imensidão azul a minha frente, eu decidi que apenas reagiria à postura que ela adotasse. De que adiantaria eu me mostrar sentimentalista se ela viesse com quatro pedras na mão? Ambos éramos profissionais ali, realizando um trabalho, não havia espaço para intimidades ou emoções pronunciadas.
Jenny deu duas batidas na porta me avisando do horário; eu inspirei profundamente, baguncei meus cabelos pela enésima vez e atravessei a porta do meu refúgio. Caminhei até a sala principal e a encarei firmemente. mantinha um belo sorriso nos lábios e parecia confortável conversando com os produtores. Dei outra longa inspirada e tratei de botar em meus lábios o sorriso maroto de sempre.
– Olá, pessoal. – disse Jenny ao meu lado. – Acho que agora estamos prontos para começar. – e foi nessa hora que nossos olhos se encontraram depois de tanto tempo.
Por uma fração de segundo eu vi algum sentimento ali, mas ela imediatamente fugiu para uma máscara muito convincente de amabilidade.
– Ora, ora. – ela disse e sua voz foi imediatamente reconhecida por meu corpo inteiro. – Parece que alguém virou gente grande por aqui. – e eu pude sentir a alfinetada por debaixo da frase aparentemente sem significado.
– E parece que eu não fui o único a encorpar. – eu disse imitando seu tom de brincadeira. Ela sorriu amigavelmente e estendeu a mão.
– Há quanto tempo, Robert. – ela disse educadamente.
– Algum tempo mesmo, . – eu respondi e segurei em sua mão.
A mesma corrente elétrica de sempre me invadiu e um arrepio desceu pela minha coluna. Não podia imaginar que ela mexeria comigo exatamente do mesmo modo depois de tanto tempo.
Afastamo-nos e seguimos para as poltronas ao lado dos nossos agentes, dando início à reunião.
's POV
Saímos do quarto e seguimos para a sala, onde os produtores já se encontravam. Ele não estava ali ainda, então inspirei mais uma vez e tratei de ser completamente amável com eles. Foi bem no meio de um elogio que eu senti sua presença: não o tinha visto ainda, mas eu sabia, meu corpo reconheceria sua presença em qualquer lugar do mundo, não importando quanto tempo tivesse se passado.
A agente dele anunciou sua presença e o momento que eu estava evitando por quase 10 dez anos chegou: nossos olhares se encontraram. Havia um misto de sentimentos naqueles belos olhos esverdeados e aquilo fez com que meu coração falhasse uma vez, mas imediatamente eu me recompus: é só mais um trabalho, nada mais. Tratei de intensificar meu sorriso amigável e me dirigi a ele:
– Ora, ora. – e dei um passo em sua direção. – Parece que alguém virou gente grande por aqui. – e eu sabia que ele tinha entendido a indireta.
– E parece que eu não fui o único a encorpar. – ele disse naquele tom de brincadeira de sempre.
Sorri e estendi minha mão para a sua, prendendo a respiração, pois não tinha certeza de como meu corpo reagiria àquilo. Quando elas finalmente se encontraram a mesma corrente elétrica de antes me invadiu e meu corpo inteiro se arrepiou. Não parecia que havíamos ficado tanto tempo longe, não parecia que havíamos passado por tudo aquilo.
– Muito bem. – disse um dos produtores. – Vamos trabalhar, pessoal. – e em seguida nos afastamos, sentando cada um ao lado de seu agente.
A reunião não foi demorada e, como eu imaginava, teríamos que interpretar um casal apaixonado em lua de mel numa ilha paradisíaca. Logo em seguida seguimos para os camarins improvisados em outros quartos e começamos a nos preparar para as fotos.
Assim que sentei na cadeira do maquiador, me coloquei em "modo profissional" e não pensei em nada, apenas nas recomendações dos "stylists". Cerca de meia hora depois Peter veio me buscar para a primeira tomada das fotos.
– Você está bem? – ele sussurrou em meu ouvido.
– Perfeitamente. – eu respondi com a maior convicção que consegui e deve ter funcionado, pois ele abriu um belo sorriso.
Finalmente chegamos ao deck da piscina e Rob já estava lá, vestindo uma bermuda estilo surfista azul marinho com detalhes em branco, chinelo de dedos branco e óculos escuros. Respira, se controle, respira, OMG, respira.
Ordenei a meu cérebro que voltasse ao "modo profissional" e caminhei até ele. Notei que seu queixo teve uma ligeira e sutil queda, que foi rapidamente disfarçada, mas isso fez com que eu me sentisse realmente mais segura: se ele podia mexer comigo daquela maneira, eu também podia mexer com ele.
– Essa coleção foi feita para você, querida. – disse um dos produtores.
– Sinto-me lisonjeada. – eu disse.
Passamos então a nos posicionar para as primeiras fotos, em que estávamos afastados um do outro, como se estivéssemos apenas apreciando a paisagem. Logo em seguida começou a parte mais difícil: interagirmos.
Eu me coloquei encostada ao parapeito, olhando para o mar enquanto ele se posicionou atrás de mim, envolvendo minha cintura com um dos braços e apoiando o queixo em meu ombro.
- Você está realmente linda... . – ele sussurrou em meu ouvido e eu quase perdi o equilíbrio devido ao tremor que percorreu meu corpo inteiro.
Capítulo 03 – Um Dia Difícil
Rob's POV
Conforme eu imaginava, teríamos que interpretar um casal apaixonado, e mesmo assim um quase pânico se abateu sobre mim. Afinal, como iríamos interagir daquela maneira se nem conseguíamos nos olhar por mais de dois segundos? Profissionalismo, Robert, foi o que minha consciência me disse. Sou um ator, posso interpretar qualquer papel ao lado de qualquer pessoa!
Depois disso, seguimos para os "camarins" e fomos nos preparar. Fiquei pronto até que rápido e fui para o deck. Sabe que até gostei da bermuda? Só não conseguia me sentir completamente à vontade sem camisa. Pode parecer besteira, mas sou tímido e nunca havia me preocupado muito com meu corpo, até que surgiu Twilight em minha vida. E é por causa disso que estou aqui nesse momento.
Voltei das minhas divagações quando o alvoroço teve início ao meu redor: ela estava vindo. Ouvi alguns assobios e suspiros ao meu lado, mas ainda não a tinha visto. Virei-me e tive que me segurar no parapeito em que estava apoiado: estava perfeita usando um biquíni vermelho, uma blusa toda furadinha – como se fosse renda – branca, um chapéu e óculos escuros. Linda! Involuntariamente meu queixo caiu, mas eu tratei logo de disfarçar, pois não queria ser pego na minha admiração.
Ela se aproximou toda segura de si e logo as instruções começaram. As primeiras fotos nós fizemos separados um do outro, mas logo chegou a parte mais complexa. Ela se posicionou apoiada no parapeito e eu me posicionei atrás de suas costas, passei o braço direito em sua cintura e apoiei o queixo em seu ombro esquerdo. Senti o delicado perfume que vinha de seus longos cabelos e não resisti.
– Você está realmente linda... . – eu disse num sussurro ao pé do seu ouvido e a senti tremer sob meu corpo.
– Você também está bem, Robert. – ela disse depois de alguns instantes enfatizando meu nome e em seguida engoliu em seco. Oh, céus, essas fotos seriam muito difíceis de serem feitas.
Ela assumiu novamente a postura de modelo, negando-me qualquer chance de conversarmos, então eu também fiz isso e deixei que as coisas corressem em seu tempo.
Fizemos quatro trocas de roupa antes de podermos parar para almoçar, às quarto da tarde. Algumas foram mais fáceis, outras mais difíceis, pois exigiam olhares mais apaixonados, alguns toques e tal. Mas para minha surpresa, depois daquele primeiro momento, não teve mais nenhuma demonstração de que eu causava qualquer efeito sobre ela. Confesso que isso me frustrou – muito.
Depois da rápida pausa, voltamos a fotografar até que a luz do dia começou a diminuir e terminamos aquela sessão.
– Venham ver as fotos. – disse um dos fotógrafos e logo estávamos novamente lado a lado, diante do monitor do computador. – Eles são perfeitos juntos. – a declaração doeu fundo em meu peito e instintivamente olhei para ela que, para minha surpresa, estava me encarando com olhos tristes.
's POV
A frase sussurrada em meu ouvido quase colocou tudo a perder, mas eu tinha prometido a mim mesma que não cairia nos encantos dele, então me recompus e o elogiei, por cordialidade.
Continuamos a fazer fotos insinuantes, mas dessa vez eu me programei e não deixei que nenhum toque ou sorriso ou olhar mexesse novamente comigo. Lá pelas quatro horas da tarde fizemos uma pausa para almoçarmos e depois voltamos às fotos até que o dia terminasse.
Antes de sermos liberados completamente, um dos fotógrafos nos chamou para avaliarmos as fotos do dia. Ele ficou ao meu lado enquanto observávamos o trabalho e, internamente, eu me senti satisfeita, pois em nenhuma foto eu deixei transparecer os sentimentos profundos e confusos que me envolviam completamente.
– Eles são perfeitos juntos. – foi a frase que me trouxe dos meus pensamentos e aquilo mexeu comigo involuntariamente.
Tive o ímpeto de olhar para ele e me surpreendi ao ver que ele também me olhava e que tinha percebido o efeito que as palavras haviam causado em mim: sempre fomos perfeitos juntos, enquanto isso nos foi permitido.
– Parabéns, vocês foram ótimos hoje. – um dos produtores disse. – Descansem porque amanhã haverá muito mais.
Houve uma salva de palmas para todos nós e sabíamos que o dia de trabalho finalmente estava encerrado. Segui rapidamente para o meu quarto, seguida de perto por Peter.
– Você estava uma verdadeira diva, meu anjo.
– Obrigada, querido.
– Viu, nem doeu tanto assim, doeu? Apesar do histórico de vampiro, ele não morde.
– Claro que não. – eu disse concordando, mas no fundo estava gritando desesperadamente, tamanha era a dor no fundo do meu coração.
– Descanse agora, linda. – ele beijou minha mão. – Estarei aqui do lado se precisar de qualquer coisa.
– Pode deixar que eu gritarei. – eu disse, rindo, e ele fechou a porta atrás de si quando saiu. Ok, agora seria eu com a minha dor.
Rob's POV
Encarar a tristeza em seus olhos me feriu ainda mais. Quase não consegui prestar atenção ao restante das fotos e saí praticamente fugido quando nos liberaram para o merecido descanso.
– Boa noite, Sr. Pattinson. – disse-me o agente dela saindo do quarto ao lado do meu e só então percebi que ela estava mais perto do que eu imaginava.
– Humm.... boa noite. – eu disse quase sem perceber e entrei em meu quarto.
– Rob? – Jenny me chamou antes que eu pudesse me fechar ali. – Você fez um ótimo trabalho hoje. Parabéns.
– Os créditos não são só meus. – eu disse rindo internamente.
– Estarei aqui ao lado se precisar de alguma coisa. – eu apenas assenti e finalmente estava sozinho. Só não sabia se isso era bom ou ruim.
Fiquei encarando a parede à minha frente, tentando adivinhar o que ela estaria fazendo naquele segundo, mas sem uma visão de raio-x eu não obtive muito sucesso. Abanei a cabeça me achando o maior idiota da face da Terra e segui para um longo banho.
Deixei a água morna escorrer pelo meu corpo na tentativa de aliviar a tensão e funcionou até certo ponto, mas não consegui impedir meu pensamento de voltar outra vez para Londres.
Flashback on
Era o meu primeiro dia na companhia de teatro e eu estava nervoso, como não podia deixar de estar. Senti-me um pouco ridículo e desengonçado no auge dos meus 15 anos, mas quando olhei ao redor e vi que a maioria das pessoas ali também era meio desengonçada, me senti mais tranqüilo. E foi então que eu a vi, andando graciosamente até o palco, quase como se flutuasse. Meus olhos não conseguiam se desviar daquela linda garota. Só fui conseguir falar com ela dois dias depois enquanto eu arrumava algumas coisas nos bastidores da peça que ela estava fazendo.
– Olá, por acaso você não viu o meu chapéu, viu? – ela perguntou de modo delicado, com um sotaque um pouco diferente.
– O azul com fita branca? – eu perguntei meio devagar demais.
– Isso, esse mesmo! – ela abriu um largo e iluminado sorriso.
– Aqui está. – eu lhe entreguei o objeto.
– Obrigada. – ela agradeceu. – Eu sempre perco as minhas coisas.
Depois disso, passei a observar seus ensaios e tive uma súbita vontade de estar ali ao seu lado, atuando com ela. Acabei fazendo o teste para uma outra peça em que ela também atuava e passei.
– Resolveu sair dos bastidores, Rob? – ela perguntou quando ficou sabendo do resultado.
– Pois é. Meus interesses para o palco foram despertados de repente. – eu respondi um pouco tímido.
– Ah é? E o que despertou esse interesse? – ela perguntou diretamente, mas logo se corrigiu. – Oh, desculpe, não quero ser intrometida.
– Tudo bem. – eu respondi rápido demais. – Bom, vi como algumas pessoas se entregam a isso de verdade e... bom, fiquei com vontade de experimentar pra ver como é.
– Acho que você se dará super bem nessa carreira. – ela disse, desviando os olhos para o chão.
– Ah é? Por quê?
– Não sei. Intuição talvez. – e ela sorriu de lado.
Depois desse dia nos tornamos amigos e logo o inevitável aconteceu: nos apaixonamos.
Flashback off
Saí do chuveiro quase rindo com essa lembrança. Intuição! E não é que no fim ela estava certa? Me dei muito bem na carreira de ator. Só não tinha entendido ainda como ela tinha ido parar nas passarelas ao invés dos grandes palcos; era uma atriz maravilhosa. Coloquei a velha calça de moletom quase inseparável e segui até a varanda deparando-me com a bela noite que caía lá fora. Inspirei profundamente a brisa que vinha do mar e foi então que ouvi um soluço.
Olhei para meu lado esquerdo e percebi que era o quarto dela e era de lá que vinha o choro abafado. Meu instinto falou mais alto e fui me aproximando da porta de vidro que estava entreaberta. estava aninhada numa poltrona, abraçada aos próprios joelhos e o rosto escondido ali. Naquele momento, meu coração falhou uma batida.
's POV
Fui direto para o banho para tirar toda a maquiagem e ver se a água quente ajudaria a relaxar meu corpo, mas não foi bem o que aconteceu e finalmente desisti de tentar e deixei que as lembranças me invadissem.
Flashback on
Já fazia quase um ano que eu tinha saído do Brasil e tinha decido morar com meu pai inglês em Londres. Apesar de eu ter minha vida no colégio, ele achava que eu precisava me enturmar mais e só ficou satisfeito quando eu entrei na companhia de teatro. No começo eu não gostava muito, mas depois de algum tempo, até achei que tinha jeito para as artes cênicas. E foi lá que nos conhecemos. Rob tinha começado nos bastidores, mas eu sabia que seu lugar não era lá e sim nos palcos, encantando as pessoas como ele havia me encantado desde a primeira vez em que o vi.
Ele fez um teste para uma peça e passou; e foi desse jeito que nos tornamos amigos. Mas não ficou só nisso.
– , eu... eu preciso falar com você. – ele disse um dia, muito nervoso.
– O que houve? Qual o problema, Rob? – eu me desesperei.
– Não é problema, bom, eu acho que não... ah, não sei...
– Hei, você está me deixando aflita! – eu disse e segurei em suas mãos.
– Eu acho que eu.... eu me apaixonei por você. – ele disse muito baixo, mas alto o suficiente para meu coração dar pulos de alegria em meu peito e lágrimas de felicidade deslizarem por meus olhos.
– Eu também estou apaixonada por você, Rob. – eu disse e ele me encarou com os olhos mais brilhantes do que nunca.
Sutilmente fomos nos aproximando e nos entregamos ao nosso primeiro beijo. Daí pra frente tudo foram flores e amores. Claro que nossos pais não sabiam de nada, primeiro porque meu pai surtaria totalmente e segundo porque a mãe dele não queria que ele se apegasse a ninguém logo no começo de sua carreira.
Mantivemos nosso romance em segredo total por um bom tempo, mas ele estava sempre fotografando com várias meninas lindas e muitas vezes eu me pegava com medo de que eu não fosse a única em sua vida.
A nossa maior briga foi por causa disso, mas ele me garantiu que eu era a única e foi nesse dia que nos entregamos um ao outro. E foi lindo, maravilhoso, perfeito. Tudo voltou ao normal em nossas vidas até que certo dia tudo desmoronou.
– Rob? – minha voz quase não saiu quando, depois de pensar e repensar em como falaria com ele, eu o encontrei no maior beijo com uma colega do teatro.
– ! – ele se afastou da menina e me encarou apavorado. – Não... não é isso que você está pensando.
– Como não? Então você não a estava beijando? – minha voz estava embargada pela dor implacável que me cortava.
– Não... quer dizer... eu posso explicar...
– Adeus, Rob. – eu disse e corri o mais rápido que pude até minha casa.
A única sorte naquele momento era que as férias tinham acabado de começar e eu consegui fugir para o Brasil sem levantar suspeitas de meu pai.
Flashback off
Quando dei por mim estava toda contraída numa poltrona, quase em bola, agarrando-me com força e soluçando alto, reações provocadas pelas lembranças reprimidas.
– E ele não foi tudo o que perdi. – eu disse baixinho, apertando-me ainda mais em meus próprios braços.
– ? – sua voz doce e aveludada rompeu a escuridão em que eu me encontrava e quando ergui minha cabeça topei com aqueles lindos olhos, agora azulados.
– Sai daqui, Rob. – eu disse num sussurro. – Por favor.
– Mas a gente...
– Não existe "a gente". Não mais. Isso é passado.
– Fale comigo, , por favor.
– Não há o que falar. – eu disse enxugando as lágrimas com os dedos e endurecendo a expressão. – Saia do meu quarto, por favor.
Rob's POV
Não resisti ao vê-la ali, tão indefesa e ferida. O que ela quis dizer com "ele não foi tudo o que eu perdi"? Depois do dia em que ela me viu com a menina no teatro, nunca mais nos falamos, ela nem me deixou explicar o que tinha acontecido! Outro soluço invadiu o quarto e eu fui impelido a me aproximar.
– ? – eu a chamei baixinho e ela se assustou com minha presença ali.
– Sai daqui, Rob. Por favor. – sua voz trazia tanta tristeza que eu não conseguia me mexer. Eu queria conversar com ela, queria ajudá-la de alguma maneira, contar que tudo havia sido um mal-entendido.
– Mas a gente....
– Não existe "a gente". Não mais. Isso é passado. – ela disse quase me fuzilando, mas com muita dor em suas palavras.
– Fale comigo, , por favor. – eu tentei mais uma vez.
– Não há o que falar. – ela disse em um tom seco e duro. – Saia do meu quarto, por favor. – e a expressão de seus belos olhos era quase tão fria quanto um bloco de gelo.
– Não vou desistir. – eu disse quando já estava na varanda, num tom baixo, mas alto o suficiente para que ela me escutasse.
Eu não sabia de onde tinha vindo aquilo, de onde vinha aquela certeza de que resolveríamos aquilo de uma vez por todas, apenas sabia que eu não desistiria, eu não a perderia novamente, não sem uma conversa franca.
's POV
Ele saiu finalmente, mas antes disse que não desistiria. Céus, o que ele queria afinal? Torturar-me ainda mais? Fazer-me passar por todo aquele sofrimento outra vez? Só Deus sabe como eu demorei para conseguir me reerguer depois de tudo o que me aconteceu, depois de tudo pelo que passei. Ele não tinha o direito de aparecer e dizer que não desistiria, não era justo.
Capítulo 04 – Fugir é a melhor saída?
Rob's POV
Demorei uma eternidade para dormir, e quando isso aconteceu, meu sono foi conturbado por imagens do nosso passado. Acordei esgotado quando Jenny bateu em minha porta pela manhã.
– O que houve? Você está horrível, Rob!
– Pernilongos. – eu inventei na hora. – Não me deixaram dormir direito.
– Bom, ainda bem que temos os melhores maquiadores conosco. – ela tentou me divertir e por um segundo eu consegui não pensar em tudo aquilo.
Tomei uma ducha rápida e logo já estava tomando meu café juntamente com Jenny e o pessoal da campanha.
– Onde está a senhorita ? – perguntou um dos produtores.
– Oh, ela pediu desculpas, mas parece que não teve uma boa noite de sono. Está tomando o café em seu quarto, a fim de se preparar melhor para o dia de hoje. – disse uma das assistentes de produção.
Jenny me deu uma olhada de canto, como se percebesse a semelhança de comportamento, mas logo ela desistiu de me interrogar.
O pessoal da produção queria fazer uma nova reunião, pois queriam mudar algumas coisas nas fotografias do dia e todos nos sentamos na sala após o café, apenas esperando que aparecesse. Não havia se passado nem dez minutos quando ela apareceu esplêndida na sala.
– Desculpem-me por não ter me juntado a vocês durante o café, mas o calor daqui me provocou insônia. – ela disse em seu tom educadamente perfeito.
– Minha querida, se minhas noites de insônia me deixassem metade de como você está, nunca mais reclamaria delas. – disso um dos produtores.
– Ah. – ela sorriu. – Nada como uma bela massagem proporcionada pelas mágicas mãos do Peter. – ela sorriu encantando a todos. – Esse eu não troco por nada no mundo.
Todos riram de sua brincadeira e passamos aos detalhes das fotos do dia. não me olhou nos olhos nenhuma vez, por mais que eu a tenha fitado a reunião inteira.
's POV
Aquela, sem dúvidas, foi uma das piores noites da minha vida. Não suportando a angústia em meu peito, chamei por Peter e lhe contei toda a história. Depois de meu relato ele se sentiu extremamente sensibilizado e até me pediu desculpas por ter forçado a barra para que eu aceitasse a campanha, mas eu o demovi dessa ideia. Não queria que ele se sentisse culpado. A culpa não era dele.
Só fui dormir no final da madrugada, o que não me propiciou a quantidade certa de horas de sono para que minha beleza não fosse afetada. Optei então por tomar meu café no quarto, enquanto Peter e suas mãos mágicas relaxavam meu corpo de todo aquele estresse.
Fui ao encontro dos produtores algum tempo depois e eles explicaram detalhadamente o que queriam para aquele dia de fotos. Internamente eu não estava mais suportando aquilo, mas externamente era a amabilidade em pessoa.
Logo depois seguimos para nossos camarins e a tortura começou: fotos felizes, brincando na areia, um fugindo do outro, quase beijos no mar. Cada toque do Rob em minha pele era como se fosse uma facada em meu coração. Eu ainda o desejava tanto, o amava tanto, mas a lembrança do sofrimento ainda estava muito viva em mim para que eu me deixasse levar por tudo aquilo.
Fizemos uma rápida pausa por volta do meio dia, mas logo voltamos ao trabalho, dessa vez na pequena mata tropical que existia na ilha. Fotografamos por mais três horas mais ou menos até que tudo estava terminado.
– , Robert, vocês foram fantásticos. Nunca fizemos fotos tão perfeitas e maravilhosas assim. – disse um dos produtores.
– Obrigada. – eu agradeci. – Foi maravilhoso trabalhar com vocês. E nesse cenário.... – eu olhei para o mar. – ...impossível não se sentir inspirado.
– Concordo com as palavras da . – disse Rob ao meu lado.
– Bom, a casa está alugada até amanhã, caso queiram aproveitar o lugar para descansar agora. – o produtor riu alegremente. – Logo nos veremos novamente, ok?
Ambos assentimos e eu segui novamente para o quarto, a fim de tomar um relaxante banho de banheira.
– ? – Peter bateu suavemente na porta do banheiro. – Posso falar um instante com você?
– Claro, o que houve? – eu disse preocupada ao ouvir sua voz angustiada.
– Querida, você pretende ficar aqui ou quer voltar para sua casa?
– Depende. – eu sorri sem vontade. – ELE vai ficar o vai embora?
Rob's POV
O tema desse dia de fotos era a paixão do jovem casal, então reproduzimos todas aquelas cenas felizes correndo na praia, brincando na areia, nadando juntos no mar. Cada vez que nossos corpos se encontravam eu sentia a velha corrente elétrica fluindo entre nós e a cada momento eu tinha mais consciência de que ainda a desejava, de que ainda a queria para mim.
Contudo, não parecia sentir o mesmo. Ela lançou mão de todo o seu lado atriz naqueles momentos e ninguém de fora diria que ela não estava totalmente à vontade durante aquelas fotos.
Mas eu via em seus olhos, quando éramos "obrigados" a nos encarar, a força sobre humana que ela fazia para se manter assim. Fizemos a pausa para um rápido lanche por volta do meio dia e depois fomos para o tema final da campanha, que era um pouco mais selvagem, com árvores, pedras, troncos e até um pequeno riacho.
Ao final do trabalho, por volta das três da tarde, fomos muito elogiados e recebemos a notícia de que poderíamos ficar até o dia seguinte, se quiséssemos. Não consegui saber a resposta dela, pois ela praticamente fugiu para seu quarto.
– E então? – perguntou-me Jenny depois que eu saí do banho. – Vai ficar ou vai voltar pra LA?
– Você sabe se a vai ficar? – eu fui direto.
– Acho que ela vai embora. Vi o agente dela levando as malas para o barco quando fui levar as minhas.
Bom, aquilo foi um belo balde de água fria em meus planos: ela nitidamente não queria falar comigo, mas agora eu tinha seu contato, então era só esperar que a poeira baixasse um pouco e tentar novamente mais pra frente.
– Vamos para casa. – eu disse por fim.
Eu terminei de fechar minha única mala e dei uma olhada pela casa: estava tudo em silencio então eu e Jenny seguimos pelo píer.
's POV
– Não sei, querida. – ele disse reticente.
– Qual o problema, Peter? – eu insisti ao perceber que ele estava agitado demais.
– Recebi uma ligação da minha irmã. – ele hesitou. – Minha mãe foi internada.
– Peter, sinto muito. – eu disse segurando em sua mão. – Você tem que ir vê-la. Vamos para casa.
– Mas eu sinto que você quer ficar. – ele disse.
– Já descobri o caminho. – eu sorri. – Depois a gente consegue o contato do proprietário e voltamos para cá sem intrusos e preocupações, ok?
– Ah, meu anjo. Obrigado.
Acelerei o término do meu banho enquanto Peter arrumava algumas das minhas coisas. Coloquei um vestido fresco e passei a terminar de arrumar minhas coisas pessoais enquanto ele levava as malas para o barco.
– ? – ele me encarou. – Ele vai embora no mesmo barco que nós. – eu o encarei um pouco desesperada.
– Vá você. – eu disse. – Você precisa ver sua mãe. Eu ficarei bem por aqui. É só até amanhã.
– Tem certeza, meu anjo? – ele questionou.
– Absoluta. – ele me abraçou. – Vá logo e dê um beijo nela por mim.
– Você vai mesmo ficar bem?
– Vou. – eu disse rindo. – Não vai perder seu barco.
E então ele saiu pela porta, deixando-me sozinha. Sentei na mesma poltrona da noite anterior e fiquei observando o seu embarque. Logo em seguida vi Rob andando lentamente até a lancha e subindo a bordo segundos antes da mesma arrancar mar adentro.
Toda a equipe já tinha ido embora e agora só restavam eu e o caseiro, que educadamente se retirou para a casa dos fundos, depois de me passar algumas recomendações e se colocar ao meu dispor.
Rob's POV
Fui o último a subir na lancha e em seguida ela arrancou. Ainda lancei um último olhar para a casa, e tive a impressão de ter visto alguém se movimentando no quarto que era dela, mas desfiz essa ideia maluca, já que de dentro do barco logo surgiu o agente dela e eu tinha certeza de que ela estaria ali embaixo.
– Eu poderia falar um momento com a , Sr. Reynes? – eu me dirigi diretamente a ele.
– Desculpe, Sr. Pattinson, mas a ficou na ilha. – ele respondeu me deixando estático por um momento. Então ela tinha ficado lá? Sozinha? Não tinha sido uma ilusão, uma peça da minha mente?
Olhei novamente para a ilha, que já estava um pouco longe, mas não consegui pensar em outra coisa. Segui para a borda do barco e mergulhei na água transparente do mar caribenho, seguindo a nado para a ilha.
Ainda pude ouvir os gritos de Jenny, mas isso não me faria mudar de ideia. O som da lancha foi se afastando e logo eu percebi que não voltariam para me buscar. Não sabia qual era o motivo, mas fiquei grato, pois assim teria o tempo que quisesse para falar com ela a sós.
Ouvi um estrondoso trovão e olhei para cima: uma bela tempestade estava prestes a cair. Então nadei o mais rápido que pude, para chegar à ilha antes que o mar ficasse revolto e eu me perdesse por ali, me perdesse dela para sempre outra vez.
Capítulo 05 – A Hora da Verdade
's POV
Ainda observei a lancha por alguns minutos, até que ela desapareceu do meu campo de visão. Segui então para o deck da piscina e passei a observar o céu: nuvens escuras e pesadas seguiam em nossa direção prometendo uma bela tempestade tropical. Pude ouvir um alto trovão e lembrei que o caseiro havia dito para eu trancar bem as janelas.
Fui então fazer o que ele havia dito antes que fosse tarde demais, já que não queria ter que sair correndo pela casa enquanto a chuva a inundasse. Depois do trabalho feito, segui até a cozinha, preparei uma xícara de chá e voltei para meu quarto, sentando-me confortavelmente na poltrona, apenas esperando que a chuva começasse a cair.
– ? – sua voz inconfundível gritou meu nome. – , onde você está?
Não! Não podia ser! O que aquele maluco estava fazendo ali? Eu não tinha visto a lancha voltar.
– Robert? – eu perguntei seguindo até a sala. – O que diabos.... – fui interrompida no meio da frase ao vê-lo completamente encharcado.
– Eu tenho que falar com você. – ele disse tentando recuperar o fôlego.
– Você ficou maluco? – eu perguntei completamente abismada. – Você veio nadando?
– A gente precisa conversar. – ele disse sério, olhando fundo em meus olhos.
– Não.... a gente.... não tem nada pra falar. – eu disse um pouco tonta com tudo aquilo.
– ... – ele veio se aproximando e eu entrei em pânico.
Um forte clarão seguido por um estrondo ruidoso invadiu o ambiente e eu corri para fora, para a chuva que caía forte. Eu tinha que sair dali.
Rob's POV
Minha sorte naquele momento foi que meu preparo físico estava muito melhor do que eu imaginava. As idas à academia estavam surtindo resultado finalmente. Não demorei muito para chegar à praia, apesar de ter que me esforçar mais para nadar contra as correntes marítimas.
Assim que cheguei, corri para a casa gritando por seu nome, sem nem notar o cansaço devido ao meu esforço. apareceu na sala, não acreditando muito que eu estivesse mesmo ali. Agora ela iria me ouvir. Fui me aproximando, mas depois de um trovão ela deu um pulo e saiu correndo para a tempestade.
– Volta aqui, ! – eu berrei antes de começar a correr atrás dela.
– Vai embora, Rob! Me deixa em paz! – ela gritou de volta.
Eu não falei nada, apenas apressei mais meus passos e em seguida a prendi em meus braços, rodando-a no ar e ambos caímos na areia. A água gelada chicoteava em nossos rostos, mas isso não era o mais importante naquele momento.
– Pára de fugir de mim, . – eu disse mantendo-a sob meu corpo.
– O que você quer de mim, Rob? – ela perguntou e só aí fui perceber que ela estava chorando.
Saí de cima de seu corpo e nos coloquei de pé, frente a frente, como deveríamos ter feito dez anos atrás.
– Olha, eu sei que o que você viu no teatro naquele dia não foi legal... – eu tentava medir as palavras. – ...mas realmente não era o que você estava pensando.
– Por favor... – ela implorou, mas eu não ia parar naquela hora.
– A Anne tinha pedido para ensaiarmos mais uma vez a nossa parte na peça e, se você se lembra, ela me dava um selinho em determinado momento. – eu fiz uma pausa, ela me encarava fixamente. – Só que ela se empolgou e me beijou bem na hora que você chegou. – permanecia em silêncio. – Eu não estava ficando com ela ou qualquer outra coisa, eu nunca faria isso com você. – suas lágrimas haviam aumentado e eu não sabia mais o que fazer. – Mas você não me deu chance de explicar, só saiu correndo e eu nunca mais te vi. – aquelas palavras saíram carregadas de tristeza e dor.
Ela começou a se afastar novamente, eu achei que ela voltaria a correr pela chuva, mas ela apenas andou, os braços largados ao lado do corpo.
– Por que você sumiu daquele jeito? ? – e a virei para que ela me olhasse novamente.
– Você não faz ideia do que estava acontecendo comigo naquela hora. – ela gritou em desespero.
– E por que você não conversou comigo? – eu também aumentei o volume da minha voz. Ela se virou e se afastou novamente. – O que estava acontecendo, ? Me diz de uma vez!
– Eu estava grávida, Robert! – ela gritou enquanto girava e me encarou. – Grávida!
's POV
A chuva gelada batia cortante em minha pele, mas eu não me importava. Ele veio atrás de mim e começou a contar o que tinha acontecido. Olhando pelo lado dele, realmente era plausível o que ele contava, já que ele e a menina contracenavam mesmo, mas naquela hora era demais pra mim.
Minha cabeça estava cheia demais, perdida demais para eu poder olhar com olhos racionais toda aquela cena. Eu só podia me preocupar com uma coisa: eu carregava um filho dele em meu ventre.
– O quê? – ele engasgou com a revelação.
– Eu tinha acabado de descobrir e fui correndo te contar. – eu solucei. – Tínhamos um baita problema nas mãos, ninguém sabia da gente, como eu poderia aparecer grávida do nada? Mas aí eu te vi com ela... – minha voz era um fio. – ...e meu mundo terminou de desabar. Eu não podia ficar ali, eu não conseguia falar com você, eu tinha que sumir, que desaparecer.... pra sempre.
– ... – agora sua voz era quase solidária.
– Eu inventei uma desculpa qualquer para o meu pai e voltei correndo para o Brasil, longe de tudo... longe de você. – e quando finalmente ergui meus olhos para encarar os dele, vi compaixão e não raiva.
– E como foi..?
– O surto da minha mãe foi tolerável.... mas ela não precisou se preocupar por muito tempo...
– Você não... – e havia quase pânico em sua voz.
– Eu perdi o bebê... – e aquilo doeu fundo demais em meu coração. Falar daquela perda era praticamente insuportável. – Perdi nosso filho algumas semanas depois de ter voltado para o Brasil.
Eu ouvi o seu arfar e seu silêncio estava me sufocando. Agora ele sabia. Conhecia a triste verdade que havia nos separado no passado.
– Você tinha que ter me contado! – ele esbravejou, assustando-me. – Nós daríamos um jeito!
– Então a culpa é minha? – eu gritei também, revoltada com aquele tom de voz. – Era exatamente o que teria acontecido, se você não estivesse com aquela menina!
– Eu já expliquei aquilo! – ele continuava gritando. – Mas você teve que bancar a menina mimada e sair correndo sem me dar nenhuma explicação
– Eu estava completamente perdida! Desesperada! Apavorada! Fui atrás de você e a única coisa que eu vi foi você me traindo!
– Você devia ter acreditado mais no meu amor! Eu te amava, ! – ele gritou mais alto ainda e eu perdi as minhas forças.
Meus joelhos falharam e eu caí na areia derrotada, desolada, impotente. A culpa era minha afinal. O desespero daquela situação me deixou cega demais e eu perdi tudo: meu amor, meu filho, minha felicidade. Foi então que eu senti seus braços acolhedores ao meu redor, me confortando e me protegendo.
– E eu ainda amo. – foi o que ele disse ao puxar meu rosto para cima e me fazer encarar seus olhos mais uma vez.
Rob's POV
As suas palavras entraram em minha cabeça como lâminas afiadas. Grávida? Como assim grávida? E foi então que tudo se encaixou. Éramos jovens demais, namorávamos escondido, ela tinha ficado grávida e me viu com outra menina.
Claro que ela entenderia tudo errado, claro que ela fugiria, claro que ela nunca mais iria querer saber de mim. Mas ela tinha que ter confiado mais em mim, no nosso amor. Vê-la tão indefesa ali, sofrendo tanto depois de tantos anos fez com que todo o ódio que um dia eu tinha sentido desaparecesse, eu só queria protegê-la, só queria tê-la segura em meus braços novamente, só queria amá-la como eu sempre tinha amado.
– E eu ainda amo. – eu disse quando nossos olhares se encontraram novamente. – Não posso lutar contra isso. Não quero lutar contra isso.
– Oh, Rob! – ela me abraçou com força, colando nossos corpos, num apego desesperado. – Me perdoe! Por favor, me perdoe! Eu fui a pessoa mais mesquinha e egoísta do mundo. Eu não podia ter feito aquilo com você, mas eu estava com tanto medo, tudo estava tão confuso que eu não...
– Shiiii... – eu a interrompi. – Está tudo bem agora. Está tudo bem. – eu disse afagando seus cabelos.
Ela se afastou um pouco para me olhar, eu desci minha mão para afagar seu rosto e simbolicamente enxugar suas lágrimas e então descansei meu polegar em seus lábios, deslizando-o suavemente.
– Eu ainda te amo tanto. – eu deixei escapar enquanto nossos olhos continuavam conectados e esperei que ela dissesse o mesmo. Mas ao invés disso, ela voou até meus lábios, beijando-me intensamente, como se quisesse recuperar todo aquele tempo num único beijo.
Seu gosto ainda era o mesmo e minha língua logo o reconheceu, apesar de estar misturado com a água da chuva e um pouco de sal dos respingos do mar. Entreguei-me completamente àquele beijo, com medo de que fosse um sonho, de que fosse apenas uma ilusão provocada pelos meus desejos mais profundos e que acabaria de repente. foi diminuindo o ritmo bem lentamente, ainda explorando cada cantinho da minha boca, até que se contentou em apenas me presentear com breves selinhos.
– Eu também te amo. Muito. Mais do que posso suportar. – ela disse delicadamente, afagando meu rosto com uma das mãos.
Não havia mais o que ser dito naquele momento. Pude ver a alegria novamente em seus olhos e sabia que era isso que ela via nos meus. Passei um dos braços por trás dos seus joelhos e a carreguei de volta à casa.
's POV
Ouvir que ele ainda me amava foi o golpe de misericórdia. Eu tinha que pedir perdão e ele tinha que saber que eu também o amava, que eu sempre o amara. E então eu o beijei. Beijei como desejava há dez anos, com a necessidade de uma adolescente, com a paixão de uma mulher.
Ele se entregou ao beijo com tanto sentimento quanto eu e só depois fui capaz de dizer que eu também o amava. Estávamos juntos novamente. Rob me carregou para dentro da casa e seguiu direto para o meu quarto. Não havia mais o que ser dito, palavras ali só atrapalhariam o nosso momento.
Delicadamente eu tirei a sua camisa encharcada e depois ele tirou o meu vestido. Passou algum tempo apenas me admirando, exatamente como eu fazia com ele. E então ele me deitou, beijando meu pescoço, meus ombros e meu colo, enquanto eu percorria suas costas nuas e bagunçava ainda mais seus cabelos rebeldes.
Fizemos amor durante várias horas, até que nossas almas estivessem extasiadas e nossos corpos exauridos. E como na nossa primeira vez, dormimos abraçados, felizes demais com a nossa sorte, com a certeza do nosso amor.
Epílogo
agora dormia tranquilamente, recuperando-se do esforço de mais cedo. Eu estava ao seu lado, numa poltrona e, apesar de também estar cansado, a excitação era muito maior e não havia sinal de sono em minha mente.
Eu peguei uma revista a esmo, no criado ao lado da poltrona, e para minha surpresa eu e estampávamos a capa: era uma foto da sessão que havíamos feito na ilha caribenha, dois anos atrás.
Folheei as páginas até que encontrei a matéria e as fotos e imediatamente meu pensamento foi levado de volta para aqueles dois dias quase infernais, de reencontros, sentimentos reprimidos, dor e finalmente amor.
Ela continuava teimosa e me deu muito trabalho para descobrir o que tinha acontecido para que ela me abandonasse, mas quando soube, meu mundo caiu. A revelação que ela fez doeu em meu peito, mas por fim conseguimos fazer as pazes.
O amor que ambos sentíamos um pelo outro falou mais alto e conseguimos superar tudo aquilo. Claro que ainda conversamos muito sobre tudo, tivemos até algumas discussões, mas no fim, sempre conseguíamos nos entender.
Logo a mídia ficou sabendo do nosso relacionamento e houve o maior tumulto, inclusive alguns atritos com a produtora dos meus filmes, já que eu teoricamente tinha que estar livre e desimpedido para alimentar os rumores sobre meu suposto romance com minha colega de elenco. Mas nem isso nos afastou. Nada, nunca mais, me afastaria da mulher que eu amo.
Fizemos várias campanhas juntos e meio que viramos o casalzinho mais querido de Hollywood, mas isso também não nos afetou, pelo contrário, só fez com que nosso sentimento se fortalecesse.
Ao contrário do que eu cheguei a pensar logo no começo do nosso namoro, nunca mais demonstrou insegurança em relação ao meu amor por ela e isso fez com que eu também me sentisse seguro em relação ao seu sentimento, já que, tenho que confessar, fiquei com receio no começo, de que ela não suportasse minha vida maluca.
Mas esse desafio foi superado e nossa vida foi maravilhosa ao longo desses últimos dois anos.
– Rob? – sua voz doce e um pouco fraca me trouxe dos meus pensamentos.
– Tudo bem, meu amor? – eu logo me coloquei ao seu lado. – Está se sentindo bem? – e as leves olheiras em seu rosto despertaram meu instinto mais protetor.
– Estou ótima, Rob. – ela disse sorrindo. – Não estou doente, apenas acabei de ter um bebê. – e seus olhos brilharam mais intensamente.
– Mesmo assim, quero me certificar de que você está bem. – eu disse afagando sua bochecha.
– Homens! – ela soltou numa divertida gargalhada. – Que horas são? Onde está nossa pequena?
– Hora de amamentar! – disse num sussurro uma enfermeira entrando no quarto naquele exato momento.
Afastei-me para que ela pudesse colocar nossa filha nos braços da e dar início à amamentação. O meu mundo não poderia estar mais perfeito do que naquele instante: as duas pessoas mais importantes da minha vida diante de mim: e a pequena Júlia.
Enquanto ambas compartilhavam aquele momento mágico de interação, eu voltei novamente no tempo, exatamente há nove meses, quando me deu a notícia. Fazia apenas um mês que estávamos oficialmente casados e quando ela disse que estava grávida... Eu achava que já tinha sentido toda a felicidade possível no mundo, mas estava enganado. A ideia, a simples ideia de ser pai encheu meus olhos de lágrima e me fez amar ainda mais a mulher à minha frente.
A gravidez transcorreu tranquilamente e insistiu em ter parto normal. Eu sabia que era a melhor opção para ambas, mas quando vi minha amada sofrendo com as contrações e com o parto, eu quase entrei em pânico. Minha mulher foi uma guerreira!
E agora estava tudo bem, estávamos todos bem. , Júlia e eu. Outra fase estava começando nas nossas vidas e eu sabia que seria tão maravilhosa como fora meus últimos dois anos: ao lado das mulheres da minha vida.
Fim.
N/A: Oi, amores do meu coração!!!! E nossa short fic se acabou-se!!!!! Dá uma dorzinha no coração qdo uma história chega ao fim.... Mas e aí, digam-me o que acharam....rss... todas as q palpitaram sobre a gravidez estavam certas afinal...rss...pelo menos ela não fez um aborto, né.... foi uma solução do destino....e qto às explicações dele, o q acharam?????
Bom, quero agradecer imensamente a todas vcs q dedicaram alguns momentos dos seus dias para acompanharem minha fic, agradecer o carinho que sempre demonstram ao comentar as histórias e dizer que vcs são mto importantes pra mim. Apesar de não conhecê-las pessoalmente, cada comentariozinho novo q vejo na caixa enche meu coração de alegria.....algumas comentam sempre, outras apenas de vez em qdo, mas fico feliz do mesmo jeito, pois é o "pagamento" pelo meu trabalho...rss
Ok, agora chega de n/a senão vou começar a chorar aki.....rsss...então, dedinhos à obra e digam-me o q acharam desse final, ok??? Ah, só pra avisar, o "epílogo" não existia, mas como algumas pediram um capítulo extra, eu resolvi contar um pokinho da vida deles depois da ilha. Sei q não foi um capítulo, mas acho q deu pra amarrar a história, né???? Bjokas, minhas flores!!! Adoro mto vcs!!!! E continuem acompanhando You’re my Destiny pq as coisas vão ficar bem boas por lá!!!! Obrigada, de coração!!! Line