Autora: Heloísa | Beta-Reader: Aline Santos




Moments



Capítulo 1 - LOUCA VIDA

Ter que mudar, de vida, escola, casa, e o pior família, na metade do ano, sem dúvida é pior do que passar uma noite em um desses castelos mau assombrados, das séries –proibido para menores de 18 anos.
Eu, não queria me mudar, estava bem onde eu morava; pois morar na cidade dos sonhos de qualquer adolescente de 16 anos, era a maior sorte do mundo.
Sem dúvida Nova York era a minha cara, lojas, butiques, os melhores shows de rock do mundo. Mas porque, a minha mãe tinha que sempre optar, apenas pelo que fazia bem a ela?
Minha mãe era uma mulher de apenas 33 anos, e vivia como se não tivesse filha. Eu e ela somos como amigas, tipo, dividindo o mesmo apartamento, fazendo compras, juramentos de nunca nos separarmos, e o mais importante, em nenhum momento eu poderia comentar que era filha dela; pois ela tinha uma aparência jovial, aparência desse tipo de adolescente de 18 anos; um corpo esplêndido.
Cada uma fazia o que dava na telha, eu tinha plena e total liberdade. Ia para qualquer lugar, e ela nem ligava se eu chegava às 4 da manhã em casa, por isso eu a amava.
Com apenas 16 anos, eu já fui presa, me meti em briga, entrei de penetra na mais louca boate de Nova York. E ela o que disse? nada, ia lá me tirava da cana, pagava o que precisava, e nem tocava no assunto depois.
Mas e agora, ela tomou a decisão mais errada da vida dela, uma decisão que me afetava integralmente. Ela decidiu se mudar, ela vai para Itália, recebeu uma proposta, de emprego, que como ela mesma diz irrecusável.
Cara até ai tudo bem, bora, morar na Itália que Máximo, todos me invejariam. Mas a pior noticia veio ontem à noite, enquanto nós jantávamos em um restaurante, ela disse que não poderia me levar, que ela não teria tempo pra passar comigo. Mas o que é que tenho eu com isso?, eu sempre passei o dia sozinha em Nova York, não me importaria.
Mas ela disse que não dava, e me deu a pior noticia do mundo “você vai morar com seu pai, e a família dele, em Forks”. A minha cara caiu, eu implorei, me leva, ela nem iria perceber a minha presença. Mas pela primeira vez ela fez cara de mãe, e me disse “não”. Falou que já estava decidido, meu pai estava feliz com a noticia de me receber, e a nova família dele também. Que tinha um quarto só para mim.
E eu fiz uma cara, e perguntei “Quando?”. E com a resposta meu mundo caiu. “Amanhã , já estava decidido, só faltava eu tomar coragem e contar”.
Eu sai do restaurante, tremendamente abalada. Subi pro meu quarto, e me pus a arrumar a minha mala. Eu estava em transe, não conseguia dialogar, gesticular, brigar, gritar. Eu estava meio que morta.
Mas também decidida a não atrapalhar a vida da minha mãe, ela sempre me deu tudo, fez tudo o que eu queria. Talvez Forks fosse legal. Mesmo que não fosse; com a minha presença tudo vai mudar, eu sou louca. Cabelos vermelhos, olhos negros, e a pele extremamente pálida. Minha mãe sempre disse que eu sai de um conto glamouroso. Rolaria festas todos os dias, eu garanto.
Dormi. E quando acordei, me impressionei, com a minha facilidade de aceitação, isso devia mudar. Tomei meu banho e me arrumei.
Coloquei minha calça skiner preta; uma regatinha branca; e um tênis verde florescente; soltei meus cabelos vermelhos, arrumei a minha franja, que já estava batendo no olho; coloquei dois brincos verdes bem chamativos, forcei no lápis preto, escureci bem a minha vista, e joguei por cima um óculos pretos.
Estava estilosa, peguei meu I-Pod, coloquei no último volume. E quando sai do banheiro minhas malas já não estavam mais lá. Minha mãe já havia descido com elas.
Peguei o elevador, e minha mãe, estava em frente ao táxi, com uns óculos vermelhos, para disfarçar os olhos roxos de tanto chorar. Pois mesmo dormindo eu conseguia ouvir as suas lágrimas.
Entrei no táxi, e em menos, de 22 minutos estava no aeroporto. Já estava atrasada, o terminal, anunciava que o vôo para Forks já iria sair.
Precisava me despedir da minha mãe. Eu a abracei fortemente. E disse:

-Mamãe eu sei que eu nunca disse isso, mas... eu te amo.
-Eu te amo .

O terminal anunciou que era a última chamada, que vôo para Forks já iria partir. Mais minha mãe me abraçava, e não me largava, e de repente eu senti as lágrimas geladas tocando a pele quente das minhas gostas. E eu a abracei com toda a força que tinha.
Depois a larguei, e fui andando, e antes de me virar para pegar o avião, eu a vi dar um tchau tímido.

Capítulo 2 - MUDANÇA

Depois de 2 horas e 20 minutos o avião aterriçou. Eu estava enjoada, pelo grande tempo que passei voando. Desci do avião, e meu pai me esperava de braços abertos, com uma emoção desconhecida no rosto.
Eu fui me arrastando até ele e apenas o abracei, enquanto ele deu-me um beijo no alto da cabeça.
Ele pegou minhas malas, e saímos do aeroporto, viramos a direita e o carro dele estava estacionado.
Se é que aquilo pode se chamar de carro. Carro deve ser um insulto, pelo modo que aquele carro é. Preto, blindado, cromado, vidro fume. E naquele momento, enquanto ele colocava a minhas malas no porta-malas, eu me perguntei, o que ele deveria ter feito enquanto nós estávamos longe. Pois aquele carro devia custar uma fortuna; digno de um 007.
Após ele colocar, as malas no carro, ele abriu a porta para mim, e por dentro o carro era puro luxo, totalmente de couro, e extremamente tecnológico.
Nós ficamos por uns vinte minutos, sem falar nada, e eu percebi que se eu não começasse o papo, ele não iria se manifestar.

-Quanto tempo pai, como é que vai a vida?

Eu esperei pela resposta, mas parecia que ele não iria me responder; ele estava rígido, as mãos firmes no volante, olhando diretamente para estrada. Ele ficou uns 2 minutos assim, até que relaxou os ombros, e me olhou pelo espelho do carro. E depois finalmente falou.

- Como você cresceu querida; a última vez que eu te vi você ainda batia na minha cintura.
- Você nunca teve tempo de me ver, né pai.

Depois do que eu disse, eu me senti mal, virei a cabeça para o lado, com vergonha de encará-lo. Eu sou o que uma psicopata, louca, maluca, maníaca ou algo pior? Acabei de revê-lo, vou passar os próximos anos da minha vida com ele e a esposa. Estava jogando a minha cabeça aos leões.

- Sua mãe nunca me deu espaço , por isso que eu não ia te ver.

Eu senti pena dele, tentei me acalmar, me concentrar, e tomar cuidado com o que eu ia dizer, eu precisava me concentrar para não dizer nenhuma baboseira.

- Papai, eu não vim para cá porque a minha mãe não podia me levar. Eu vim, pois sentia saudade, sentia a sua falta.
- Obrigado .

Eu vi as lágrimas se formarem no canto de seus olhos. E ali eu vi o humano dele, o pai. E não só o brutamontes que eu via, que largou minha mãe e me deixou tão mau. E então decidi me humanizar também; eu precisava descobrir algo sobre ele, sobre sua esposa, não podia chegar lá e dar minha cabeça como alvo, para uma mulher que eu nem conhecia.
Precisava que ele gostasse de mim, pois se qualquer coisa acontecesse, ele iria me defender. Se opor.
Respirei fundo, e pensei como começar a interrogá-lo, a pegar o máximo de informação que eu pudesse. Mostrar-me mais interessada do que eu já estava.

- E aí pai, como vai a família, a vida?

Ele sorriu, por eu ter perguntado sobre a nova família dele, pelo visto ele estava feliz; estava com um sorriso tocando as orelhas de tão grande. E um brilho nos olhos; que eu não sei se era por que ele estava chorando, ou de felicidade pela minha pergunta.

-Ah , a minha família vai bem. Mas não completa, sem você ela não é completa. Agora que você chegou minha felicidade vai ser completa. Esme vai te adorar, uma menina tão linda e maravilhosa. E os meus filhos, ah eles sem dúvida vão gostar de você.

Filhos? Ai é, minha mãe falou que ele tinha filhos. Agora eu teria irmãos, será que eles vão gostar de mim, ou não?

- Eh, filhos?Pai.
- Sim, cinco filhos; e com você seis, minha querida.

Cinco filhos? Caraca. Como ele conseguiu se reproduzir tão rápido? Os filhos deles devem ser tudo criancinha. Ai eu odeio crianças. Odeio; eu teria irmãos, e ainda crianças? Não acredito.
Enquanto eu pensava, ele virou por uma estrada de terra, e apontou para frente, sorrindo. Bem à frente, entre as árvores, tinha uma casa branca. Casa? Não, falei errado, mansão, aquilo era enorme, deveria custar uma fortuna, igual tudo dele, o carro, a casa. Tudo.
Ele dirigia bem rápido pela estrada, em volta só havia árvores. Devia ser uma floresta, reserva ou algo bem parecido. Tudo muito grandioso.
Chegamos bem em frente a casa, ele parou e buzinou, e saiu para pegar as minhas malas. Eu esperei dentro do carro, que um bando de pirralhos saíssem correndo e pulassem no colo daquele homem. O meu pai.
Mas eu pasmei, saiu de dentro da casa três moços e três moças, todos lindos, eu os olhei abismada. Meu pai com as malas na mão beijou a moça, com o rosto mais maduro. Meu pai, aquele cara me devia explicações sérias. Ainda bem que o carro tinha vidro fume, pois eu estava extremamente constrangida, com aquilo.
Olhando de fora, eles pareciam à família perfeita, não tinha lugar ali para mim, e isso me angustiou.
O terminal anunciou que era a última chamada, que vôo para Forks já iria partir. Mais minha mãe me abraçava, e não me largava, e de repente eu senti as lágrimas geladas tocando a pele quente das minhas gostas. E eu a abracei com toda a força que tinha.
Depois a larguei, e fui andando, e antes de me virar para pegar o avião, eu a vi dar um tchau tímido.
Meu pai me chamou, duas vezes, mas eu não me movi; estava dentro do carro, olhando, meu pai com a mão na cintura daquela moça. E os outros cinco a seu lado.
Meu pai percebeu que eu não iria, então se moveu e veio me buscar, abriu a porta, e percebeu a minha cara de espanto. Ele me estendeu a mão, e sorriu; e então finalmente eu sai, me jogando nos seus braços como uma pirralha de cinco anos; afundei minha cara no seu ombro. E ele disse baixinho:

-, depois eu te explico.

Então ele colocou a mão firme em volta da minha cintura, percebendo que eu ia desabar, aquele não era o meu mundo, aquela família já estava completa. Eu precisava da minha mãe. Quando eu me lembrei da minha mãe eu quase desabei de verdade; cai e joelhos na frente de todos. Meu pai foi comigo preocupado.

- , você está bem?
-Eu acho que foi a viagem pai, muito tempo de avião não me fez bem. Eu quero deitar. Me leva pro quarto, por favor.

Eu disse sussurrando; e a Esme já estava atrás de mim, me ajudando a me erguer. Eu afundei mais ainda, o rosto no ombro do meu pai, já com lágrimas nos olhos, pela minha mãe. A Esme estava atrás de mim auxiliando o meu pai. Eu passei, pelos filhos dele, sem vergonha, pois estava aconchegada com o rosto escondido no ombro do meu pai, já encharcado.

- Obrigado amor, eu a levo.

Esme concordou, com um sinal de cabeça; e meu pai me auxiliou até o meu quarto, deixando os outros filhos dele na frente da casa. Enquanto isso eu entrei, no meu quarto, e sem pensar desabei na cama, e dormi.
Tive pesadelos terríveis, da minha mãe precisando da minha ajuda, e eu não estando lá para auxiliá-la, ela derramando lágrimas por mim. E quando acordei, eu estava com lágrimas nos olhos, e a colcha da cama encharcada.



Capítulo 3 - RECONHECIMENTO

Levantei-me, sentando na cama, o despertador do meu lado informava que era 20:00 horas, caramba eu havia dormido praticamente umas 7 horas.
Eu ainda estava com a mesma roupa, que eu havia chegado; e as minhas malas se encontravam abertas, em cima da cama. Falando nisso a cama era de casal, enorme. O quarto todo na verdade era imenso. O teto todo era de vidro, e a minha aparência refletida lá, estava horrível. Eu me levantei, cambaleei um pouco, e então precisei do auxilio, do criado-mudo do lado da cama.
No quarto, havia um banheiro, e falando nisso eu precisava, de um banho urgentemente. Entrei no banheiro, e me assustei, o banheiro era todo de vidro, com uma vista linda para as colinas. No banheiro havia toalhas, sabonete, perfumes, tudo para minha higiene.
Tomei um banho demorado, quando sai do chuveiro me enrolei em uma toalha, e me olhei no espelho embaçado. Meu cabelo estava escorrido, e naquele momento eu percebi que ele estava enorme; batendo na minha cintura; e pra minha sorte havia uma tesoura, no armário do banheiro, peguei-a e cortei-o, acima dos ombros, e quando eu peguei meus cabelos nas mãos eu me assustei com o tanto que eu havia cortado, mais estava numa aparência bom, repicado acima dos ombros, com a franja bagunçada como eu gosto.
Sai do banheiro, e fui até a minha mala, me vesti com um short branco curtinho amostrando as minhas belas pernas, peguei uma blusa azul sem manga. Mas depois olhando o tempo, decidi que eu sentiria frio; então peguei um casaco branco, que estava no fundo da mala. E um chinelo azul, enfeitado com pedras azuis. Deixei o cabelo solto para secar.
Olhei de novo para o despertador, 21:25, e decidi descer, a escada ficava bem no final do corredor; estava tudo silêncio, mas havia uma luz vinda do 1° andar; fui com toda a calma. Espiei, e era uma sala, estavam todos lá, inclusive meu pai conversando. E olhando aquela família perfeita, eu me lembrei que pela hora, eu já deveria ter ligado para minha mãe.
Então decidi entrar, parar atrás do sofá, e olhar pro meu pai que estava no sofá da frente com Esme e pedir um telefone, pois eu precisava falar com a minha mãe; eu não falaria com ninguém, apenas com meu pai.
Entrei em silêncio, mas meu pai me viu, e se levantou, e todos me olharam.

-Meu amor, como você está? Melhorou?
-Eu preciso de um telefone, para ligar para minha mãe.

Eu percebi o quanto havia magoado, meu pai; por eu nem querer saber da família dele, apenas querer saber da minha mãe; eu não agüentei, ele me amava, me tratou como se fosse morrer, quando eu cai. E a Esme, ela merecia um obrigado, então decidi, esperar um pouco para ligar para minha mãe, e fazer papel de boa filha.
Meu pai estava parado na minha frente, com as mãos nos meus ombros. E então eu dei a volta nele. E fui em direção a Esme.

-Esme correto? Muito obrigado, por ter se preocupado comigo, você foi muito gentil.
-Não precisa, agradecer. E...Seja bem-vinda a família.

Ela me abraçou fortemente, e me beijou. Mas eu não estava à vontade para retribuir o beijo. Virei-me e vi meu pai, sorrindo como um bobo. Então decidi alegrá-lo mais ainda.

-Papai, você vai ficar ai parado, não vai me apresentar a “sua” família.
Eu dei uma grande ênfase, na “sua”; mas ele fingiu não perceber, e veio me apresentar, a família dele.

-Amor essa é Alice.

A tal de Alice era uma menina magrela, baixinha, cabelo espetado, e com um sorriso que não me convenceu, muito. Ela veio na minha direção e me abraçou, e me beijou, com grande graciosidade.

-Prazer , seja bem-vinda.

Após ela, ele me apresentou uma tal de Rosalie; uma menina loira, cabelos, longos, alta, um corpo normal. E o mais incrível não fez muito caso de mim. Apenas estendeu a mão por educação.
A próximas vitimas, foram uns tais de Jasper e Emmet, que também só apertaram a minha mão, depois do olhar reprovador da Rosalie.
O último, mas não menos importante, um tal de Edward, cabelo cinza bronze, alto, musculoso, mas não mais que Emmet. Ela apenas abaixou a cabeça para me cumprimentar.
Agora a única coisa que eu queria era falar com a minha mãe, dizer a ela, que eu era o patinho feio da família, ou melhor, que eu não fazia parte dessa família. Mas eu não teria essa coragem, apenas falaria, que sentia falta dela, que estava bem, e que a amava; fui retirada dos meus pensamentos, pelo puxão que Rosalie me deu.

-Ah, oi, fala.

Os meninos riram baixinho da minha reação, ao puxão de Rosalie. Eu a olhei, fuzilando-a com os olhos, mas o olhar dela era mais poderoso do que o meu, então eu me contrai.

-Eu acho, melhor você colocar, uma roupa mais adequada Keit, aqui; Não é Nova York e sim Forks.

Eu não gostei da repreensão dela, então descidi, acabar com a brincadeira. E jogar logo na cara do meu pai, não pai não; Carlisle, que eu não fazia parte daquilo, mas de um modo, que eu sabia que o magoaria muito mais.

-Rosalie, Nova York, não é ensolarada, é frio; só que eu não sinto frio. Esse frio, ele não me afeta, como afeta a você.

Ela me olhou morrendo de raiva, com vontade de cuspir todo o seu veneno, só não o fez, pois Carlisle estava ali. Ah é, e falando nele, agora eu ia acabar com a felicidade dele, pois eu não estava feliz.

-Pai foi prazeroso conhecer sua família, mas agora eu quero, ligar para a minha família, a minha mãe.

Ele me olhou, e quase choramingou com o que eu disse, só que dessa vez eu não tive pena, pois a família dele não teve pena de mim.
Ele apontou, para um telefone, ao lado do sofá. Só que eu não iria ligar, dali, com todos eles ali; eu poderia chorar e não queria que ninguém visse a cena. Fiquei parada, olhando meu pai, apontar pro telefone; eu não sabia o que falar; pedir mais privacidade talvez. Mas enquanto eu pensava, vi o olhar desafiador de Rosalie, e decidi, contradizê-la, iria ligar dali, não derramaria nenhuma lágrima, iria me conter, falaria o mais rápido possível. E no próximo dia compraria urgentemente um cartão pro meu celular, pois assim eu não precisaria passar, por essa situação novamente.
Dirigi-me, lentamente até o lado do sofá, me sentei em um banco, em frente ao telefone, com o meu rosto virado, para todos, verem a cena lastimável; eu não sabia, se eu era forte o suficiente, para falar com ela e não derramar lágrimas. E pior a família de Carlisle toda, havia parado de falar, para me ver ligar.
Peguei o fone, e disquei os oito números. Tocou quatro vezes, e finalmente ela atendeu, já chorando, ao ver no visor do celular que era eu. Eu respirei fundo, e escutei o que ela tinha a me dizer:

-Meu amor, porque você demorou tanto a ligar? Como foi a viagem? Gostou do quarto? E já falaram sobre a escola? E seu pai te tratou bem? E a família dele é legal? Já esta planejando festas? Já conseguiu arrumar tudo? Gostou de Forks? Já comeu algo? , filha, você está ai?

Eu estava com a voz embargada, não sabia se iria falar gaguejando, então respirei fundo, e comecei a responder, todas as perguntas, que eu já havia gravado:

-A viagem foi longa mãe, estava cansada e dormi a tarde toda, esse foi o motivo da primeira pergunta. A resposta da terceira é sim, pra quem gosta de extravagância. A quarta é ainda não, acabei de chegar. Já ele é legal, mas não se compara a você. As pessoas são diferentes. A resposta para sétima é ainda não, mas pode deixar tudo vai mudar. Ainda esta tudo na mala, e não estou com fome... E mamãe eu te amo, mas preciso desligar.
-Filha eles estão ai né?
-Sim mãe, mas pode deixar que eu vou contornar esse empecilho. Eh... mãe, como está a Itália?
-Linda e romântica como sempre. Estarei te esperando em Dezembro. Ah filha vou ter que desligar, me liga amanhã, meu amor. Ah e, curta as lojas, ai tem várias lojas de rock. Te amo.

Não consegui falar te amo de novo, ela desligou rápido demais, mas estava mais feliz agora, primeiro pois consegui falar, foi mais fácil do que pensei; e segundo pois aqui tem boas lojas de cd. E já que amanhã era domingo, eu iria sair, ficar o maior tempo possível fora. Coloquei o fone de volta no local. E os olhei.

-Como está a sua mãe, ?
-Bem pai, feliz pois a Itália ainda é a mesma.
-Que bom, e você, está bem? Melhorou?
-Na realidade, estou tão legal que queria conhecer um pouco melhor a casa, me apresenta?

E antes dele dizer que sim, a Alice estava de pé, já se oferecendo. E eu a olhei de cara feia, mas pelo visto ela não percebeu, já foi me puxando, e falando um monte de coisa sobre a casa. E quando já estávamos longe da vista, ela mudou do assunto de casa para outros, que eu me interessei, enquanto andávamos, pelos longos corredores, e entrávamos nos cômodos, para eu conhecer.

-Ah maninha, que bom que você veio, pensei que não iria topar tão fácil.
-Eh, eu não tinha muitas opções.
-Que bom, você ta com fome?

Ela disse no mesmo momento que entravamos na imensa cozinha. E ela foi saltitando, até uma fruteira e pegou duas maças, e veio me dar a minha já comendo a dela.

-Valeu, Ali... maninha.

Eu disse depois, que ela fez cara vendo que eu ia chamá-la de Alice. Então decidi e aproveitar daquela generosidade em abundancia, da menina, que devia ter seus 15 anos, a meu favor.

-Alice, como papai conheceu Esme?

Ela me olhou de cara feia, claramente aborrecida, pela pergunta. O que será, que havia feito ela mudar de cara tão rápido.

-Escuta , eu não vou fazer o boletim da vida do papai, pra você. Te garanto que ele quer te explicar tudo . Só não explicou, pois você passou mal.

Caraca a garota sabia mudar de gênio rapidamente. Até demais. Então decidi mudar de tática, pois dela eu não tiraria nada sobre o Carlisle.

-Eh, adorei o quarto, é a minha cara. -que mentira braba, que eu disse.
-Ai que bom que você gostou, eu que decorei, não tive muito tempo, uma semana é pouquíssimo tempo, pra se organizar um quarto, mas eu dei o meu melhor, pensei que você era igual a mim, adorava espelhos e uma bela vista.

Andei por quase 50 minutos para conhecer a casa. E por cinqüenta minutos, eu escutei, da onde ela tinha tirado cada idéia, para a decoração do meu quarto. E eu até que senti orgulho dela, pela preocupação. Mas pena que a garota não acertou em quase nada. Primeiro aquela cor bege de teatro era horrível, preferia mil vezes um roxo. Aquelas flores brancas, copos de leite, lírios, rosas; aquele cheiro me deu um pouco de mal estar. Mas não falaria nada; ela teve tanto cuidado, que eu não iria magoá-la.
Depois de um milênio, nós voltamos a sala de estar, ela havia me amostrado, tudo menos os quartos. E eu agradeci a Deus, pois se ela fez aquilo do meu quarto em uma semana, imagina como era os quartos deles que estavam lá há anos. Ai só de imaginar, me deu cansaço. E a garota ainda estava saltitante, me contando os últimos detalhes do banheiro, detalhes que eu nem havia percebido. O meu nome estava gravado em todas as toalhas, e eu pasmei com a declaração.
O meu... Nosso pai estava sorridente. E aquilo era mais que estranho, ainda mais com Alice vindo abraçada comigo por trás.

-E ai , amor. Gostou da casa, ou a baixinha ai te importunou tanto que você não conseguiu conhecer nada?
-Muito bonita, e ela não me importunou, até que a ... baixinha é legal.

E ela mostrou a língua pra Carlisle, como se tivesse vencido. E todos riram, menos, vocês sabem quem, a rainha do gelo(Rosalie).
E meu pai agora, fechou um pouquinho a cara, estava meio sério. E depois abriu um meio sorriso, antes de falar:

-O Edward tem uma noticia pra família.
Então eu e a Alice, nos sentamos no braço do sofá para escutar a noticia, que o tal de Edward tinha para falar. Eu o fitei meio, quer dizer, bem curiosa. E ele então, abriu um pouco a boca, pra falar.

-Amanhã, domingo, eu vou trazer a minha namorada Bella, aqui em casa, e gostaria que todos estivessem.

Ele me olhou com os olhos suplicando, que eu ficasse, Caraca o garoto havia estragado todos os meus planos. Eu olhei emburrada. Já percebendo que amanhã o dia seria horrível. Então decidi não alegrá-lo, eu não ficaria, seria uma festinha de família e eu não fazia parte da família. E ainda seria em casais (Rosalie e Emmet; Alice e Jasper; Carlisle e Esme- e por fim Edward e Bella) . E para me tirar dos meus pensamentos, o meu celular tocou altíssimo no bolso da short, um rock pesadíssimo, e todos me olharam.
Eu o peguei, e sorri, e todos me olharam curiosos. Era Jacob, o meu (big mega super-melhor amigo), eu quase pulei ao ver que era ele. E então com um sorriso esplêndido, e brilhos nos olhos, atendi esplêndida.

-Alo Cãozinho. -eu disse e todos me olharam confusos, mais eu não iria me intimidar
-Fala pedrinha de brilhante -meus olhos se encheram de água, quando ele me chamou pelo meu velho apelido, parecia que eu estava em casa... e todos me olharam com um ponto de? Na cara.
-Pensei que depois de 18 horas você, iria se esquecer de mim -disse rindo.
-É quase esqueci mesmo, mas estava mexendo na lista telefônica do meu Bog -apelido do celular dele- e vi o nome de uma tal de , já ia apagar, mas decidi ligar pra ver se não era uma das minas que eu peguei. -disse ele rindo trovejante e eu ri junto.
-Quem dera que tivesse muitas -eu ri mais alto ainda, e todos me fitavam constrangidos, por não estarem entendo nada.
-Te garanto que mais do que você.
-É claro eu nunca peguei mulher. -eu disse, e depois me arrependi, ao olhar pra cara do meu pai.
-Vai fazer o que amanhã ?
-Até agora planejando uma festinha em família, para apresentar a namorada, do meu...Irmão -eu disse e olhei pra Edward, ele estava meio chateado. De eu não estar interessada, mas ai eu sorri e ele se alegrou.
-Rsrsrs, numa festinha de família. Ta de brinca?
-O tempo muda -disse ofendida, por ele não acreditar.
-Só se passaram 18 horas , conta uma melhor.
-Eu estou em Forks seu bobo, não em Nova York, é diferente -eu estava muito alegre pensando o quanto viria à conta dele.
-Topa fugir da festa-brega?
-To gostando da idéia. Elabora.
-Eu to com uma moto nova muito, louca. Agente faz assim, você se arruma pra festa, e eu te seqüestro, é só passar, o endereço.
-Adorooooo. Mais eu acabei de chegar.
-Ta cansada?
-Claro que não, mas você sabe. Num sabe?
-O negocio de nova família né?
-Aham.
-Que pena, eu estou em Forks na casa do meu avô, sabe, me mudei pra cá.
-Jura, ou é brinca?-eu disse, surpresa.
-É ele ta meio velho, e precisa de mim.
-Vem pra cá? -eu chamei, sem nem pedir permissão, mas eu era nova meu pai não ia se importar.
-Pra festa-brega?
-É.
-Fala sério, .
-Com nós não vai ser brega, agente Elabora.
-Topado.
-Valeu, bixux.
-Até, amanhã.
-Igualmente.
-O endereço ? -demorei um ano, pra entender o que o meu pai, falou e depois passar pra Jacob.
-Amanhã quero explicações sobre a mudança.
-Ta, e pode deixar que eu levo a conta junto.

Depois ele desligou, não estava acreditando, eu teria que pagar essa ligação, pois pelo que eu conheço dele, ele iria me obrigar a pagar. Mas estava tão feliz de ele vir, que nem liguei. Após desligar olhei pro meu pai. Ele estava esperando explicações. E eu sabia, que ninguém falaria nada até eu explicar. E então eu suspirei, e me levantei para explicar.

- Sabe pai, meu amigo ta na cidade, amanhã vai rolar, uma apresentação, ele deve ficar aqui o dia todo. Ai eu não vi mal convidá-lo, sabe, se você não quiser olhar pra cara dele, não importa, agente se tranca no meu quarto, e só saímos de lá quando você não tiver no caminho.

Eu achei super engraçado a idéia de eu e Jacob, trancados dentro do meu quarto sozinhos. E, é melhor não pensar. Porque do modo que ele é. Não seria nada engraçado. E me parece que ele também, não achou graça, pois ele não sorriu, abaixou a cabeça.

- era um evento família, e não para todo mundo, você entende?

Eu fiquei inconseqüentemente mau, ele falou que é um evento família, então eu que iria sair dali, pois eu não era da família, eu era uma estranha no ninho. E eu iria falar isso agora, mesmo que ele não gostasse, mesmo que eu começasse uma discussão. Acabei de Chegar eu precisava do colo do meu melhor amigo. Precisava dos conselhos dele; e melhor, torcer para que ele estudasse na mesma escola que eu; talvez agora, com ele morando aqui, a minha estadia em Forks, fosse mais fácil, menos complicada, dolorida.

-Pai, eu acabei de chegar; você quer a verdade, eu não entendo, se é um evento família essa tal de Bella não deveria, participar, pois ela não faz parte da família.

Eu joguei a bomba toda para cima do Edward. Pois se Jacob não participasse, ela também não participaria, esperei ansiosa pela resposta, eu já sabia meio que de cor o que ele iria me dizer, e a minha resposta, para o que ele ia me dizer já estava formulada. Talvez ali, ele percebesse, que eu sou mais parecida com a mulher que ele abandonou do que com ele. Eu o olhei, a conversa era entre eu e ele. Eu torcia para que ninguém se metesse, eu ia jogar, tudo o que eu senti na cara dele, por ele ter me abandonado por 8 anos, e agora, voltar, tentando fazer parecer que nada aconteceu, que ele sempre foi um pai presente

. -Bella, mas ela vai fazer, ela namora com o seu irmão, então você tinha que ser mais compreensiva.

Então o motivo era que o filhinho, dele ia apresentar, a namorada, era esse. Então eu iria jogar um pouquinho com a vida de Jacob; ele me devia essa, por tudo que eu já fiz pra ele. Se era esse o real, o motivo, o namoro, então eu iria jogar uma das quentes nas mãos de Carlisle.

-Então, vou aproveitar, que ele vai apresentar a namorada dele, e vou apresentar o meu.

Eu sabia, tinha certeza que ele não esperava por aquilo. E Jacob, não ia se importar em fazer o papel de meu namorado. Ainda, mais que eu sei que ele me adora. Não se importaria, em me dar uns beijos, fazer algumas caras e bocas, ou talvez vender uma das belas motos, para me dar um anel de brilhantes. Carlisle com certeza estava sem jeito, com a minha declaração de ter um namorado.

-Sua mãe não me contou que você estava namorando querida.

Ah, fala sério, ele estava me falando com uma voz de ternura, patriarcal. Parecia que ele vivia por mim, como um soldado vive pela sua nação. Se ele tocou no assunto, agora eu iria abrir a ferida, se conseguisse fazê-lo ajoelhar-se e pedir-me desculpas, com lágrimas nos olhos, na frente de toda essa família nova.

-Pai me diz? O que você sabe de mim? Nada. É essa a conclusão que todos chegamos. Eu acabei de chegar, você que deveria ser mais compreensivo. Eu não conheço ninguém. Mudei-me, para uma nova cidade, uma nova família, e tecnicamente novos pais. Você nunca ligou pra mim, essa é a verdade. Então não queira fingir, que isso daqui é uma família perfeita. Você saiu de casa a oito anos, e já tem cinco filhos, mas o mais incrível, é que são filhos praticamente da minha idade. Você tem uma casa luxuosa. Eu não queria vir pra cá. Então em nenhum momento pensei em atrapalhar a sua vida. Modificar a sua família.

Eu estava chorando, soluçando, não tinha forças, pra nada daquilo; estava morrendo por dentro. Queria a minha mãe, necessitava, precisava dela. E todos olhavam a cena lastimável, com pena, os cinco filhos. Eu queria sair dali; ele estava imóvel, e eu a única em pé fazendo de novo, o papel de pirralha de 5 anos. Eu não agüentei, me virei chorando desesperadamente, pro meu quarto, subi as escadas correndo, e me tranquei. Depois, eu só ouvi murros na porta, pedindo pra eu sair, meu pai estava em pânico. Ele dizia que iria me explicar. Mas eu não abri afundei, a cabeça no travesseiro. E depois de alguns 25 minutos, estava tudo silêncio. No despertador, marcava que era 1 da manhã. Eu não estava com, sono.



Capítulo 4 - ANJO

Estava escuro, e eu liguei o abajur do lado da cama. Pensei em ligar para minha mãe, mas desisti da idéia, pensando nas conseqüências, me virei de costas tentando dormir, fechei os olhos com força, e depois de um tempo, eu podia jurar que estava dormindo. Eu escutava a voz de um anjo, chamando pelo meu nome. , eu queria seguir a voz desse anjo, abraçá-lo, mas não conseguia. Até que percebi, que infelizmente, não estava dormindo, estava acordada, lúcida, e acordada. Percebi isso quando, eu ouvi pequenos socos na porta. Então bem sonsa eu me levantei e fui até a porta, nem me importando saber quem era do outro lado. A abri, e tomei um susto com a beleza sobrenatural, do garoto a porta. Quando eu o vi, cambaleei, para trás, e numa velocidade sobrenatural, a mão do garoto estava na minha cintura impedindo que eu caísse.
Era o Edward, ai que susto, os braços dele estavam na minha cintura, e o seu rosto tão perto do meu, que dava para sentir o seu hálito fresco. Eu me afastei o mais rapidamente possível, tossindo, para tentar afastar os maus pensamentos que passaram. Ele agora estava na porta do quarto, com um prato de bolachas, e um copo de leite na mão. Ele se encontrava de cabeça abaixada. Eu virei para olhar o despertador. Sim, ainda era cerca de 1: 13 da madrugada.
Eu, ainda tonta com o susto. Fui direto pra cama me sentar, e observá-lo. Ele entrou e fechou a porta com o pé, veio na minha direção, passou por mim, e depois colocou, o copo de leite e bolachas, em cima do criado-mudo. Depois veio até mim e se sentou, ao meu lado. Olhou pra mim, e percebeu a minha cara de espanto, e então finalmente sorriu.
Eu ainda estava desnorteada. Percebi que a minha cabeça latejava, muita coisa havia ocorrido nessas últimas 18 horas. E eu ainda não estava completamente acostumada a ter irmãos, aquele garoto dentro do meu quarto era um estranho para mim; mas o pior era que eu não sentia medo. Analisei suas feições, e pelo visto finalmente ele decidiu falar.

- Pensei que você poderia estar com fome. - ele disse, visualmente constrangido.
- Ah, obrigada. - foi a única coisa que eu consegui dizer.
- Sabe , você não precisa ficar amanhã se você não quiser. - ele disse isso, com uma cara de cachorro sem dono, e eu fiquei com peninha. Decidi ser educada, pois ele merecia.
- Não é que eu não queira ficar, sabe. Mas eu, não conheço nada. E tipo não esperava encontrar os filhos dele desse tamanho. Entende?
- escuta, nós não somos filhos legítimos, somos todos adotados, pois Esme não pode ter filhos. Eu fui o último a ser adotado. Cheguei a mais ou menos quatro anos. Quando eu cheguei, também foi difícil, sabe, mas todos são muito legais.
- Talvez com você, mais parece que todos me odeiam, a tal de Rosalie, parecia que ia me assassinar, quando me viu.
- Ela foi a primeira a chegar, ela, quer disser, todos, somos como filhos legítimos; e ela não gostou, e ainda não gosta, muito de você, pois você é a única filha legitima, e ela verdadeiramente, não.

Naquele momento eu entendi o motivo, dela não gostar de mim. Ciúmes, ela não era filha legitima, mesmo que Carlisle os tratassem assim, talvez ela pensasse, que eu iria roubar todo o tempo dele; que era pelo visto o que eu estava fazendo, magoando o pai dela. Eu engoli em seco; me levantei e fui até o copo de leite, que naquele momento estava gelado, mais tomei assim mesmo, para ver se o nó que estava na minha garganta descia junto.
Eu tomei o leite tão rápido, que quase me engasguei. Depois me virei, para continuar a conversa, e ele estava me olhando atento, como se já estivesse calculando cada reação. Ou talvez, ai eu nem quis saber como estava a minha aparência, nem tive coragem de olhar para o espelho acima da minha cabeça.

- Que horas a Bella chega, maninho? - a palavra maninho, me pareceu engraçada, eu não segurei, acabei rindo. E ele ao entender riu junto.
- Ela vem de tarde lá pra umas 18 horas, vem jantar.Porque maninha?
- Eu tenho que me planejar amanhã, quer dizer, hoje, mais tarde eu vou conhecer um pouco a cidade.

Depois do que eu falei, ele olhou pro despertador, e se assustou com a hora, 2:15 da madruga. Ficou totalmente rosa de vergonha pela, hora.

- Desculpa pela hora, ...Maninha.

O mais engraçado, é que ele veio me cobrir, igual um pai, e me beijou na testa. Depois daquilo eu tive uma madrugada tranqüila, estava sonolenta e dormi rápido. Agora tive sonhos, maravilhosos. O mais engraçado é que eu sonhei, com a namorada do meu irmão; sonhei eu e ela sendo boas amigas. Saindo em, casais. Eu e Jacob, Ela e Edward; talvez a minha vida, não estivesse totalmente perdida. Talvez, ele fosse um anjo. Um anjo, com sua voz sobrenatural, com sua velocidade surreal, com sua beleza que ultrapassa a lei da física.

Capítulo 5 - ENTENDIMENTO

Quando acordei, estava renovada; ainda era estranho, pensar no Edward como meu irmão; ou em qualquer uma daquelas lindas pessoas, como minha família. Mas estava aceitando; todos os meus pensamentos, de Carlisle ter traído minha mãe, pela idade dos filhos dele passaram. Edward era o meu preferido, me entendia, talvez nem tanto, mas foi o único a me estender à mão.
O relógio anunciava que era 8:00 da manhã, e eu estava viva, e com meu dia cheio. O meu cérebro necessitava, clamava por explicações, eu precisava, entender algumas coisas e também ficar a par de outras. Depois, pretendia chamar o meu maninho, para um reconhecimento da cidade; e arranjar uma desculpa, pro Jacob, não vir; eu precisava pensar, só tinha 12 horas, pra conseguir, realizar tudo isso.
Levantei-me rapidamente, tão rápido, que eu senti uma fisgada na parte inferior da minha cabeça, a fisgada foi tão forte, tão potente, que me fez cambalear e cair de joelhos, no chão. Eu não entendi o porque do tamanho da dor; talvez fosse, por ter tantos, transtornos, mudanças em tão pouco tempo. Instintivamente elevei a minha mão na parte em que sentia dor. Fiquei ajoelhada, pressionando a cabeça até a dor diminuir. Depois me levantei, com o auxilio da cama, e cambaleei até a mala, dentro da mala tinha um vidrinho de plástico, com calmantes. Indicado pelo médico da minha mãe, pois eu não vinha conseguido dormir, nos últimos meses, eu deveria tomar um por dia, mas a minha cabeça doía tanto, que eu ingeri quatro de uma vez sem água; e me dirigi ao banheiro para me arrumar.
As 8:45 eu estava saindo do quarto, melhor. Os calmantes haviam feito efeito. Estava animada, feliz, viva. E o banho que eu tomei, havia me ajudado a relaxar e pensar um pouco. E havia seguido o conselho de Rosalie, vestia calça jeans, e um casaco de couro, e botas preta.
Desci as escadas bem rápido, passei, pela sala de tv, e cheguei a sala de jantar. Todos estavam lá menos Emmet, e eu estranhei, ele sempre estava presente ao lado da Rosalie. Entrei e o meu pai sorriu pra mim, ainda com os olhos, demonstrando magoa, pelo acontecimento da noite anterior. Mas eu tentei passar, um pouquinho da felicidade que eu estava pra ele. Quase que voei ao seu encontro, e o abracei apertadamente, beijando a sua bochecha, e eu vi pelo canto do olho o sorriso do meu maninho. E quando me afastei do meu pai, vi seus olhos brilhando. E Edward me esperando para sentar do lado dele.

- Bom dia, família. - eu disse toda feliz.
- Qual o motivo da felicidade, querida? - perguntou meu pai.
- Tive bons sonhos papai.

E Edward me olhou curioso, para saber dos sonhos, mas eu não contaria que sonhei com a namorada dele, na frente de todos. Lanchamos em silêncio, Alice foi a primeira a se retirar, falando que iria preparar um look, para a festinha da noite. Ela saiu e carregou Jasper junto. Esme foi logo após, falando que resolveria os assuntos do bufê. Rosalie decidiu sair de carro, pelo visto pra se encontrar com Emmet. Papai, depois foi, dando explicações a mim e Edward, ele disse que iria para o escritório.
E quando ele já ia se retirando do cômodo, eu perguntei se ele poderia falar a sós comigo, e ele disse que me esperaria no escritório. Enquanto ele ia me virei pra Edward e disse:

- Maninho, você topa me mostrar um pouco da cidade, daqui a pouco?
- Claro, maninha. - ele disse com tom de comédia.
Então me levantei, pra ir encontrar meu pai, mas Edward me chamou, antes de eu sair.

- pega leve com papai, ta bom?
- Aham. - disse suspirando, com medo de quebrar a promessa.
- Vou te esperar, quando você estiver pronta pra ir passa no meu quarto e me chama.
- Qual é o seu quarto?
- Em frente ao seu. - disse-me rindo.

Depois fui ao encontro do meu pai disposta a fazer as pazes, e viver finalmente em paz. Como dois países, que depois de anos de guerra, fazem um tratado de paz. Quando cheguei, a porta do escritório estava fechado. Então decidi bater.

- Entre, amor.
- To, te incomodando pai?
- Claro que não, querida, sente-se - ele apontou pra uma cadeira, à frente da mesa dele.
- No que, eu posso te ajudar? - disse-me cruzando as mãos.
- Sabe pai, eu queria entender a sua vida. Você me explica?
- O Edward já te contou, que eles são filhos adotados, e que Esme não pode ter filhos.Correto?
- Aham.
- Meu amor, após eu me mudar, eu fiz faculdade de medicina, e comecei a trabalhar no hospital da cidade, e Esme, era uma das enfermeiras. Quando eu me envolvi com ela, eu já não tinha nada mais com sua mãe. Já éramos separados. Esme é de boa família, essa casa era dos antepassados dela, e nós reformamos há pouco tempo. Ela sentia falta, de movimentação, eu passava todo o dia, e às vezes madrugadas inteiras no hospital. Então decidimos adotar; mas antes eu tentei concordar com sua mãe, para você vir, mas você a conhece.

É eu a conhecia, ela diria não, mil vezes, nunca toparia me perder. Armaria uma escassez para não me perder. Contrataria todos os advogados, pararia Nova York, por minha culpa. Depois do pensamento eu voltei ao meu mundo, e atrapalhei o que meu pai estava falando, para fazer uma pergunta:

- Pai, então porque não adotaram crianças?
- Esme se apaixonou por eles, amor. Ela ficou horas, dias indo ao orfanato conversando com eles, e então decidimos adotá-los.

Enquanto, ele continuava, me contando os motivos, eu me lembrei do fato de ele ser médico, e o atrapalhei de novo. Mas agora, mais preocupada, com algo.

- Pai, aconteceu algo essa manhã, que ta me preocupando.
- Preocupando, ? - ele me olhava atenciosamente.
- Sabe, eu acordei e me levantei, mas senti uma fisgada na parte inferior da cabeça, fiquei tonta, e cai. Quer dizer, não deve ser nada, tipo preocupação, o que você acha?
- Acho não; tenho certeza que amanha, após a escola, você vai ao hospital, fazer uma radiografia, para não ficarmos preocupados. - ele respondeu sério.

Eu engoli em seco a resposta. Mas me lembrando que eu teria que estudar. Então decidi descobrir, algo sobre esse assunto.

- Pai e a escola?
- Não se preocupa, você vai estudar na escola de Edward e Alice, você vai de carro com eles.
- E a Rosalie, Emmet e Jasper?
- Eles fazem faculdade, amor.
- Ah - caramba, eles já faziam faculdade?.
- Quer mais alguma coisa querida?
- Sabe pai, vou dar uma volta na cidade com Edward. E pode deixar, que o meu amigo não aparecerá. E desculpas por ontem; minha mente estava confusa, pensei que você havia traído ela. - disse abaixando a cabeça, com vergonha.
- Nunca, meu amor. Eu ia te explicar, mas foram tantas coisas, tantas mudanças. Mas agora estamos em paz correto? - disse-me sorrindo.
- Claro papai, eu te amo.

Levantei-me e abracei-o, foi tão bom, parecia que eu estava de volta em casa. Com ele me abraçando, e fungando o meu cabelo. Ao sair pela porta, soprei um beijo, e ele sorriu estupendo.
Depois, fui correndo pro meu quarto, peguei meu celular. E fui para o quarto da frente; quando cheguei na frente da porta, eu escutei um som de piano ao fundo, um som encantador. Decidi entrar de fininho, abri um pedacinho da porta, e vi as costas de Edward à frente de um piano. Esplêndido, ele tocava piano, e perfeitamente, ele tocava em tal velocidade, que parecia uma orquestra completa. Eu entrei colocando um pé na frente do outro, em silêncio, mas pareceu que ele conseguiu me ouvir, pois parou de repente e se virou, quando eu vi sua expressão ele estava sério, me deu medo, arrepios, calafrios pela expressão. Será que ele tinha se chateado, com a minha entrada de fininho. Aprecei em me desculpar.

- Eh desculpa Edward, eu deveria ter batido, chamado, anunciado que estava entrando; foi um erro meu, não vai se repetir, eu prometo. - ele amenizou a expressão, e me estendeu a mão.

Eu relutei, mas depois ele me sorriu. Abriu um longo sorriso, e riu baixinho, da minha expressão de pânico. Depois abriu os braços como se esperasse um abraço. Eu o fitei, paralisada, meus músculos não agiam como devia, eu estava parada, apesar de ele estar sorrindo, aqueles olhos me assustavam. Eu balancei a cabeça tentando clarear meus pensamentos. Estava com medo dele, aqueles olhos vermelhos como sangue, me apavoravam. Eu senti meu sangue gelar, minha visão ficou turva, e eu senti a fisgada, mais forte no meu cérebro, doía muito, parecia, que estavam enfiando mil agulhas nele, ele estava explodindo, eu cambaleei, a dor era imensa, incontrolável; depois eu não vi mais, nada. Só escuro, o ímpeto e turvo escuro. Tentei me agarrar ao único ponto de luz, mas não consegui.
Vaguei pelo escuro por muitas horas, até que tudo começou a clarear, eu me lembrei dos olhos, mas tentei me esquecer, lembrar, de algo bom, então me lembrei da música, a bela e estupenda música. A velocidade, o som encantador. Tudo ficou claro, a conversa com Carlisle, eu estava em casa; estava lúcida agora, mas com medo de abrir os olhos e me deparar com o vermelho sangue de novo. Mas eu tinha que voltar, devia isso a Edward, a Bella principalmente. Mesmo não a conhecendo eu gostava dela; então me lembrei do jantar, e me levantei rápido demais, tão rápido que a minha cabeça latejou, e os braços firmes de alguém estavam nas minhas costas. Eu o olhei morrendo de medo de encontrar outra coisa, mas só encontrei o azul alvo dos olhos do meu pai. Olhei em volta, ainda estava no quarto de Edward. Ele estava de costas olhando para fora da janela de braços cruzados, eu me encontrava em sua cama. E Carlisle estava falando algo.

- Amor, você consegue me escutar, querida o que você está sentindo?

No mesmo momento, que meu pai, falou comigo, Edward se virou, com os olhos castanhos de volta, eu tremi, não conseguia entender, ele veio para o meu lado, preocupado como meu pai também estava.

- ? - Edward falava, me chamava, só que eu ainda estava zonsa, tentei responder.
- Ai. - foi a única coisa que saiu, um gemido de agonia e dor, e na mesma hora minha mão se elevou à cabeça, e Carlisle entendeu.
- Edward prepara o carro, ela tem que ir ao hospital, não fala nada a Esme, não muda os planos, estaciona o carro na porta dos fundos.

Após isso, meu pai me ajudou a erguer-me, meu braço em volta do pescoço dele, e suas mãos em minha cintura, demoramos mais conseguimos; passamos sem ser percebidos, e finalmente chegamos ao carro. Edward estava no volante.

- Não Edward. Você fica. Se perguntarem por nós, diz que foi conhecer a cidade de carro comigo. Não conta o que aconteceu, se for algo sério, eu ligo e aviso. Não muda os planos, trás Bella, eu ainda tenho 8 horas, para descobrir o motivo do desmaio.
- Pai, mas...
- Mas nada Edward, eu mantenho contato, volta pro seu quarto, e não fala nada, por favor. Ajuda-me a entrar com ela.

Eu entrei no carro, e senti os olhos de Edward em cima de mim, olhos de pavor, com a minha situação, ele me olhava, meio que pedindo desculpas. E eu em meio a tanta dor, sorri, meu sorriso pareceu de agonia, não sei, mas ele retribuiu o sorriso.
Depois eu só me lembro, de estar sentindo a vento chicoteando o meu rosto, por causa da velocidade. Olhei e meu pai estava a 120 km/h. Eu ia falar algo, mas não conseguia, eu estava suando em bica, as mãos trêmulas, a cabeça latejando, parecia que a tinha enfiado em ácido puro. Em menos de meia hora, eu estava numa sala de hospital, tomando injeção. E de volta ao escuro, agora pela minha contagem, eu não passei tanto tempo lá, naquele local fúnebre.
Quando eu abri os olhos, meu pai estava do meu lado me observando. Minha cabeça estava bem, eu não suava, não tremia. Estava calma, a mente clara, as fisgadas haviam passado, e eu agradeci, a Deus mentalmente. Eu sorri pro meu pai, e tentei me sentar, ele se moveu e me ajudou, ele estava sério; e isso me preocupou.
Eu o observei, cada feição, mas ele estava imóvel, era impossível saber o que se passava, será que estou doente, ou algo pior? Eu estava morrendo?

- Papai? - eu disse sufocada, com os pensamentos. Fechei os olhos firmemente esperando pela resposta.
- , o seu exame de sangue apontou algum tipo de droga. - ele disse sério, não era brincadeira, eu tive vontade de rir. Droga? Eu não tomava nem cerveja imagina droga.
- Pai, eu não uso droga. - disse mais séria ainda, ele tinha que acreditar em mim, acreditar que a filha dele não era uma drogada, viciada, ou algo por ai.
- Você vem tomando calmantes ?- ele disse mais como tom de afirmação do que interrogação.
- O médico receitou, pai. - eu disse tirando toda a culpa de cima de mim.
- , esse remédio é tarja preta, e ele se encontra em grande quantidade no seu sangue. Você poderia ter morrido . - eu engoli em seco. Morrido?.
- Papai. - disse com lágrimas nos olhos, levantando as mãos, como uma criança procurando, abrigo, socorro.
- Calma amor, eu já tirei todo esse remédio do seu sangue. Você agora vai ficar bem. Ele estava aumentando o seu metabolismo, e tudo no seu corpo estava agindo tão rápido que o cérebro entrou em pani; juntando aos últimos acontecimentos o seu emocional foi abalado, esse é o motivo dos desmaios e das fisgadas, querida.
- Eu vou ficar bem?
- Você está bem, mas agora você vai precisar beber muita água, liquido, para os últimos resíduos do remédio saírem junto à urina, mas não se preocupe.

Enquanto isso o celular dele vibrou, e ele olhou o visor e suspirou, e olhou para mim me analisando, e eu levantei uma sobrancelha.

- Edward, ele já ligou umas vinte vezes; ele já sabe que eu achei algum tipo de droga no seu sangue, mas não sabe o resto. Você quer atender? - eu estendi a mão, e ele me entregou o celular dele, e muito rápido se retirou do quarto, para eu falar com privacidade.
- Oi. - disse, sufocada, pois ainda estava assimilando tudo aquilo.
- Você é maluca, louca , você ta se drogando. - ele disse quase gritando, e pelo visto ele estava chorando.
- Foi alguns remédios, esse é o motivo dos desmaios, mas agora estou bem.- respondi.
- Quando você vem?- falou ele mais calmo, agora, depois da minha resposta.
- Eu acho que já posso ir embora. E a festa? - disse animada.
- Daqui a meia hora, maninha, chega logo, vou buscar a Bella.
- Você falou algo? perguntei preocupada.
- Não. segui as ordens do papai, mas Alice está louca, disse que você não chegaria a tempo.
- Eu estarei ai, eu juro.
- Te amo, maninha.
- Também.

Levantei-me, e Carlisle estava na porta a minha espera, com um casaco, e meu celular na mão. Eu sorri e trocamos de celular.

- Podemos ir? - perguntei animada.
- Claro filha.
- Pai quanto tempo até em casa?
- Talvez uma hora - que?... uma hora, eu chegaria atrasada, e ainda tinha que me arrumar.
- Pai não vai dar tempo. - disse de novo sufocada.
- Agente vai chegar lá arrumados, querida.
- Como? - perguntei, curiosa.
- Nós estamos no centro da cidade, aqui tem lojas. - naquele momento, sim, eu percebi, que ele já estava pronto, e lindo, parecia um desses personagens de cinema dos filmes dos anos 60. Lindo, era essa a palavra.



Capítulo 6 - VELOZES

Passamos em milhares de lojas, nenhuma era a minha cara. Até que encontramos uma de roupas sociais, perfeita para ocasião. Vi um vestido da cor da pele, batia na metade da coxa, tomara que caia, franzido na cintura, e rodado nas pernas, lindo. E ainda achei uma sandália de salto fino branca, florida e cheia de tiras saindo das flores. Ainda achei um arco, desses de noiva, dourado com umas 16 linhas vindo todas do mesmo ponto um coração. Arrumei o cabelo no provador, e sai para o meu pai me ver. Ele me olhou, re-olhou, e enfim falou.

- Sabe amor, você está parecendo uma...Princesa, sim essa é a palavra princesa.
- Ah pai.
- Sim, a minha princesinha.

Eu corri, de salto, e o abracei, muito forte. E ali eu percebi, o quanto eu senti a sua falta. Em todos os anos o vazio, que eu sentia era porque ele não estava presente.

- Não me faça chorar senhor Carlisle.
- Vamos amor, vou pagar. Já estamos atrasados.
- Espero-te no carro.
E corri pra fora, e entrei no carro. E o meu celular vibrou, e quando olhei era uma mensagem. E nela dizia: “os seus créditos foram aceitos com sucesso, utilize-os”. Ai não acreditava, ele havia colocado créditos. Falando em créditos eu tinha que ligar pra Jacob, e para a minha mãe. Pensei para quem ligar primeiro, e decidi que deveria ser para minha mãe. Tocou apenas duas vezes, e ela atendeu.

- Amor, você demorou a ligar. Como você está?
- Bem mãe - eu, não iria de jeito nenhum, contar a história da droga, porque se não ela voltaria correndo. - E você?
- Me arrumando, hoje tem um desfile para eu ir, sabe, colunista de coluna social é assim.
- Que chique. E eu acabei de sair de uma loja. Hoje tem festinha para apresentação da namorada do meu irmão.
- Como você está? - sabia que Ela se referia a roupa.
- Meu pai disse que eu estou uma princesa.
- Então deve ser verdade. Pois ele tem bom gosto - disse ela se esnobando.
- E você?
- Festinha de gala sabe. Preto básico. - mas eu tinha certeza, que com o corpo que ela tinha, nada ficaria básico.
- Boa festa. E sabe, vê se arranja tempo e me liga. Eu preciso economizar crédito.
- Ta bom, bom jantar. Beijo.

E de novo não deu tempo de eu enviar beijos, ela já havia desligado. E finalmente eu olhei para ver se meu pai estava vindo; mas ainda não, haviam duas pessoas na frente dele no caixa, e ele parecia impaciente, então finalmente eu olhei o relógio, já era 17:45, caramba agente chegaria lá pras 18:40 quase uma hora de atraso. E falando na festa, eu tinha que arranjar uma desculpa, para Jacob não vir. Mas não iria gastar crédito. Ligaria e desligaria para ele me ligar de volta. E foi o que ocorreu.

- Que bom que você ligou.
- É pedrinha, a segunda conta, valeu?
- Fala sério; seja bonzinho.
- Igual a você ah. Se drogando pedrinha, que horroroso, nem eu faço isso. - como ele sabia?
- Como você sabe?
- Ué, o seu irmão me contou. Ah e falando nele, a namorada dele é linda.
- Não estou entendendo.
- Eu estou na sua casa, e falando nisso, desenrola com a loira pra mim.valeu?
- Que? Na minha casa.
- A galera aqui gostou de mim, sabia. Estavam pensando que eu era um cão mesmo, acredita?
- Tchau Jacob, até daqui a pouco.

Que? Eu não acredito ele, estava na minha casa? Precisava falar com Edward. O que estava acontecendo? Disquei tudo muito rápido, pois meu pai estava passando o cartão.

- Maninha, já estão chegando?
- Edward, o que Jacob está fazendo ai?
- Ah, o seu namorado? Tipo ele chegou, você ainda não estava, então falei para ele entrar. E sabe tipo, todo mundo gostou dele, só Emmet e Rosalie, que não. Emmet, pois Jacob é mais forte. Já Rosalie, eu acho que ela não gosta de nada que seja relacionado a você.
- Ele falou alguma coisa?
- Engasgou-se algumas vezes, estava meio confuso, mas agora foi utilizar o banheiro.
- Ah valeu, estamos chegando.

Caraca, eu tinha que ligar pra Jacob, desliguei rápido e liguei de novo, agora esperando ele atender, não tinha tempo de esperá-lo ligar de novo.

- De novo, pedrinha?
- Jacob me desculpa em menti, mas, por favor, me acoberta.
- Se você tivesse me avisado, eu teria trago um buquê de flores, né. Foi difícil de entender, mas compreendi a tempo de alguns engasgos, pode deixar eu vou te acobertar, além do que fazer papel do seu namorado, vai se engraçado. Te espero... amor.

Ah! Não acredito. Meu pai já estava dirigindo, as ruas estavam vazias. E ele dirigia a 190 km/h muito louco, eu não via nada passar.

- Você está bem ?
- Claro pai. porque?
- Não sei, você está mais pálida do que de costume. E, pode se acalmar em menos de 20 minutos agente vai estar em casa, pois essa belezinha é impressionante.

Ele batia no volante, com orgulho do carro. Mas eu nem ligava pra isso; agora eu queria não chegar dentro de casa, Jacob ia se aproveitar dessa cena; e o pior, eu que tinha colocado ele naquela situação. O que será que Carlisle vai achar? E a família dele, quando nos vir? Será se ele seria bonzinho? Ai tantas perguntas, e agente já passava, pelas árvores, e a casa cintilava a longe. E ai sim, eu me impressionei, com a rapidez do carro. Então finalmente paramos. Meu pai saiu primeiro, enquanto eu fiquei lá dentro, não acreditando na estupidez que eu fiz. Mas eu sai, tinha que sai, era obrigada a isso.
Fui me arrastando, até a porta da casa e meu pai mexeu na maçaneta, e abriu a porta...

Capítulo 7 - PARECE VERDADE

Ele entrou, e Esme veio a seu encontro, beijou-o apaixonadamente. Eu estava atrás de meu pai, e Jacob atrás de Esme. Esme e papai saíram do caminho, eu fiquei a uns cinco passos de Jacob, todos nos olhavam ansiosamente e atenciosamente, Jacob estava com o cabelo desgrenhado, lindo sob aquelas luzes, ele estava tão forte que parecia que se ele fizesse algum movimento brusco a camisa rasgaria, ele se encontrava com um copo de chapem na mão. Ele sorriu esperando que eu me movesse, todos nos fitavam, eu queria enfiar minha cabeça em algum buraco de terra.
Ele sorriu, mas mesmo assim eu não me movi, e todos ficaram com caras impacientes, então finalmente Jacob rompeu os cinco passos que nos separavam. Ele me abraçou, e eu o agradeci mentalmente, então ocorreu, o que eu não queria, ele passou o braço direito na minha cintura, segurando a taça de champagne na mão esquerda, ele me apertou em seus braços, cheirou meu cabelo e finalmente encostou os lábios no meu.
Eu senti um pouco de nojo, apesar de já haver beijado alguém, foi diferente beijar o meu melhor amigo. Ele era mais experiente nessa área, ele movia os lábios bruscamente nos meus; e o pior, ele me beijou de língua, eu queria me afastar aquela língua nojenta de perto de mim, mas ele me segurava esmagadoramente, parecia que já havia passado minutos, até que finalmente ele me largou, e desencostou os lábios do meu.
Eu não conseguia encontrar os olhos do meu pai, e Jacob me ajudou, virou-me pela cintura para olhar as pessoas, todos me olhavam, inclusive, uma menina nova, cabelos cacheados longos castanhos escuros, olhos mel. Sem dúvida era Bella. Primeiro, pois Jacob disse que ela era linda, e aquele era o tipo de garota que Jake gosta. Eu tinha que me mover, então me movi até ela, que estava tímida ante a cena.
Apesar, de eu querer ir lá falar com ela, conversar, ser amiga, não me movi. Então foi meu pai, que se pôs a falar, a dar as boas-vindas a Bella, todos a abraçavam, beijavam, até Rosalie foi um pouco simpática. Eu não conseguia me mover, Jacob ainda, se encontrava com o braço na minha cintura, então, eu decidi ir ao banheiro, me soltei dele, e fui até lá, sem falar com ninguém. A minha aparência no espelho do banheiro era horrível, eu estava de verdade mais pálida, meus lábios se encontravam meio inchado com a pressão que Jacob exerceu neles. Eu molhei o rosto, deixando sair o lápis de olho.
Estava tão imersa, que não percebi, os socos na porta, até ouvir alguém mexendo no trinco, então me movi rápido e abri, era Jacob com cara de zombaria, pelo visto ele havia achado graça.

- Ah , não foi tão ruim assim, mesmo que você não admita, eu beijo bem.
- Convencido.
- Eu sabia - disse ele em, gargalhadas.
- Eu não acredito, o que meu pai vai pensar de mim. - eu falei, colocando minhas mãos no rosto, de vergonha.
- Nada , ele até que foi bonzinho comigo, agora seja uma boa namorada e venha.
- Meu pai bonzinho, o que ele disse?
- Nada de interessante na verdade, perguntou o que eu fazia? aonde eu morava? Como nos conhecemos? Se nossos pais sabiam? Entre outros. Ficou interessado; e eu como um bom namorado, fiz minha fita.
- O que você disse?
- Que eu só estudava no momento, que estava morando aqui em Forks, com meus avós; contei uma lorota, sobre como nos conhecemos, falei que nossos pais sabiam, se eu não me esqueci e foi só isso.
- Que lorota você contou?

Mas antes de ele me contar, meu pai nos chamou, chegou perto e tossiu; a cena devia parecer estranha aos olhos dele, Jacob rindo igual um bobo, e eu saindo do banheiro. Que estranho. Eu apaguei a luz do banheiro correndo e fechei a porta, já abraçando Jacob, nós voltamos pra sala. Estava tudo mais calmo, mas Edward ainda me olhava com uma cara de graça, que vergonha.
E o pior, é que todos se puseram a fazer perguntas ao Jacob, parecia que só existia ele de novo ali; mas pelo visto a Bella e o Edward, me agradeceram, ela parecia se sentir em casa e isso era bom. Mas Emmett entrou em uma conversa, que eu não gostei nem um pouco.

- E ai Jacob, vocês pretendem se casar? - Jacob se engasgou com a pergunta, mas pelo visto até Carlisle se interessou, pois olhava curioso. Me deu vontade de matar Emmett, mas esperei, para ver se Jacob resolvia.
- É... Sabe, nós somos novos, ainda não. - que bom, por isso que Jacob, era meu amigo, ele me tirava de umas furadas, ele sabia agir certo na hora certa.

Mas Emmett se meteu a pressionar, estavam todos colocando Jacob na parede, só Edward e Bella olhavam de fora, pareciam submersos a conversa; e o ruim era que eu não sabia o que falar, como defende-lo.

- Você já tem dezessete anos, Jacob, Você não é tão novo. você pretende trabalhar? - perguntou, meu pai.
- Trabalhar sim, seu Carlisle, mas não me casar, ainda não.
- Trabalhar em que? - perguntou Rosalie, apenas observando o físico de Jacob.

Ele me cutucou delicadamente para ninguém perceber, ele queria, ajuda. Eu não sabia o que dizer; eu tinha certeza, que ele ainda não havia pensado em que, ou como trabalhar. Mas tinha que responder, ele estava me ajudando. Enquanto eu bolava algo, ele respondeu e até me surpreendeu.

- Algo referente à música, seu Carlisle - música? Cara de pau, eu queria ser músico. A única vez que ele falou sério, disse que queria ser dançarino de boate, e todos rimos. Mas pelo visto meu pai mordeu a isca.
- Músico Jacob, que tipo de músico? - antes de ele responder, eu interrompi, agora usaria os dotes dele, para me esnobar.
- Sabe pai, Jake, toca vários instrumentos, talvez ele monte uma orquestra.

Jacob sorriu, e eu entrelacei meus dedos nos dele, e meu pai percebeu. E então depois de eu ter salvado a cabeça de Jacob, a minha foi à mira, ou pior a minha cabeça era o alvo e Rosalie estava com a flecha.

- E você , pretende se casar com o Jacob? - caramba pareceu-me que eles iriam insistir nesse assunto pro resto da minha vida.
- Eu o amo Rosalie, não preciso me casar, para demonstrar esse amor, e muito menos ele. Nós temos muito a fazer antes, mas pode deixar quando decidirmos nos casar eu envio o convite, até então, nós não vamos nos casar. - soltei as palavras bruscamente, e senti Jacob rir por dentro.

Depois daquilo a noite seguiu calma, Edward levou Bella para casa, pois já passava das 22:00 horas, e Jacob também se foi, me beijando e prometendo ligar. Eu subi a escada morta de cansaço, e ainda levando o lembrete de ter que acordar as 6:00, pois 6:45 da manhã, Edward e Alice, iam para escola. Pensei que nunca iria acordar naquela hora, pra mim acordar as 8:00 horas já era um absurdo, imagina as 6:00.
Dormir foi fácil, tive sonhos estranhos, mas bons. De eu e Jacob, em frente a um lago, nos beijando, mas agora sem nojo, mas sim apaixonadamente. O sonho estava bom de se ver, até que o meu celular vibrou, eu acordei com o susto, devia ser 6:00 da manhã, garoava, e o frio invadia o meu quarto. Eu não queria sair, debaixo do edredom, mas era obrigada.
Levantei-me, e tive a surpresa de ver, o meu uniforme, em cima da penteadeira, fui lá e analisei-o.



Capítulo 8 - EXPERIÊNCIAS

Tomar banho, mesmo quente as 6:00 da manhã, é algo praticamente impossível. Eu pulei igual grilo, não conseguia parar de me mexer. Junto à roupa, havia umas regras da escola; andar com unhas sem esmalte, sempre cortadas e limpas; cabelos presos, ouvidos limpos... Ai que brega. Olhei para as minhas unhas, longas e vermelhas, e depois para o despertador, não tinha tempo. Coloquei a uniforme (uma saia xadrez rodada, blusa pólo branca, tênis preto, e um lenço vermelho) na blusa tinha o símbolo e o nome da escola - High School Forks.

Enquanto calçava o tênis, extremamente sonolenta, Alice entrou saltitando como sempre, com um sorriso estrela no rosto. Ai que garota insuportável. Sai entrando, não chama. Argh. Entre ela e Rosalie, eu não sei qual era a mais insuportável, a rainha de gelo ou a libélula saltitante( Montem o ringue eu quero saber). Eu estava sendo boazinha, nada comparado a roqueira estudiosa e estilosa de Nova York, e olha que eu já estou enchendo o saco de ser a boa filha, boa irmã, boa em tudo.

Eu dava tudo, pra matar esse dia de escola, e ir colocar de novo o meu pircing, que fui obrigada a retirar, para não assustar a família perfeita. Mas a garota podia ter um pouco de educação, bater, chamar da porta pelo menos. E o pior ela me olhou com uma cara de assassina, veio até a mim e retirou na maior grosseria o lenço vermelho, que coloquei para prender o cabelo; depois fez bico, e colocou-o num laço perfeito em volta do meu pescoço. Argh.

-Vê se não demora, você só tem 5 minutos .

Será se ela achava que eu não sabia? em meio, meio segundo eu olhava pro despertador – não exagerou!. Minha mochila já estava pronta, se é que aquilo pode se chamar de mochila, rosa clara, com corações rosa escuro. Horrível, trataria de comprar outra ainda hoje, talvez preta com umas caveiras rosa choque, a idéia foi boa. Decidi descer logo, antes que algo saltitando entrasse com uma faca, pra me assassinar.

A criatura com mola nos pés, e o meu querido maninho estavam sentados, a lanchar. Eu não iria nem obrigada colocar a metade daquela gororoba pra dentro (leite, café, bolo de chocolate, laranjada, pão doce, francês, bisnaga, um bando de fruta, entre outros). Olhando tudo aquilo, decidi pegar uma maça e vazar para a garagem, esperaria eles lá. Fui andando, e escutei passos me seguindo pra garagem. Entramos, Edward e Alice foram nos bancos da frente; Alice pelo visto se ocupava com a nova revista de moda, e Edward apreciava a música que estava tocando no rádio. Enquanto isso eu retornei anos atrás, me lembrando de quando eu entrei na School musical secret. Uma das melhores escolas de música de Nova York, lá que a minha vida realmente começou.

Minha mãe sem tempo pra me levar, e eu louca pra começar a estudar lá. Decidi ir sozinha era perto, e me sai bem. Lá conheci Jacob, marine, luize e claiter. Os meus quatro melhores amigos. Claiter foi o primeiro a falar comigo, ele estava encantado com a minha rapidez na guitarra, e. Logo Jacob veio, mas não prestando atenção na música, mas sim nas minhas belas pernas a mostra. Luize e Marine vieram loucas pra saber sobre os meus cabelos vermelhos, apesar de ser besteira esse assunto, elas são boas pessoas.

Nesse momento, um nó veio a minha garganta, um medo de como seria a nova escola, uma saudade dos meus melhores amigos, dor por talvez demorar anos para revê-los, ira por estar me sentindo assim. Então peguei meu I-pod e coloquei no último volume, esperando que ele explodisse meu cérebro. Eu não estava com vontade de arranjar novos amigos, muito menos de me martirizar lembrando dos velhos e únicos amigos. Sem dúvida eu não queria fazer o papel de irmã chata, ficando na cola de Edward e Alice, não queria conhecer os amigos deles, de jeito nem maneira.

E quanto voltei a minha realidade, estávamos entrando no estacionamento, todos analisavam o volvo preto, pelo visto já sabendo quem era; Bella esperava Edward de braços cruzados, e havia umas garotas extremamente riquinhas, pelo visto a espera da Alice. Rodei o olho no estacionamento, todos os carros extremante chiques. As garotas metidas a patricinhas olhavam o carro com inveja. Ainda bem que todos os carros do meu pai eram de vidro fumê.

Pelo visto, na minha vida anterior, eu havia sido Judas, pois entrar em uma escola de riquinhos na metade do ano, e sendo irmã pelo visto dos populares da escola, era praga. Eu não ia agüentar, Alice já estava fora do carro, saltitando e abraçando as garotas, e Edward beijando Bella.

Eu bati a minha cabeça duas vezes no banco da frente e decidi sair, mais antes soltei os cabelos, e nem me importei com as unhas vermelhas, passei um batom vermelho, e coloquei a primeira perna pra fora; e todos olharam, os meninos com excitação, as meninas com inveja pela perna, e olha que era só a primeira. Decidi ser a praga que afetou o Egito, seria a mais popular; e todas me invejariam. Mas antes do meu showzinho, eu tinha que passar na diretoria.

E antes de colocar a outra perna e o corpo pra fora, eu percebi umas garotas olhando pro outro lado do estacionamento, com cara de empolgação, então me virei um pouco pra ver. Era Jacob, ai tudo completou, o show vai começar. Ele estava com uma camisa, agora simplesmente se desfazendo por cima dos músculos. Decidi sair logo, e acabar com a animação de Jacob, que estava encostado na parede com uma moto simplesmente espetacular do lado; e fitando tanto as garotas. Que nem reparou nos meus irmãos.

Finalmente sai, e bati a porta do volvo; os garotos ficaram sem respiração, ao me ver, sem dúvida eu era a mais linda da escola. Era vermelho natural, não loiro oxigenado. E ao bater a porta, Jacob encontrou meu olhar e sorriu, e Edward não gostou muito da batida.

Os garotos me olhavam, como um homem que estava no deserto há anos e eu era o único copo de água gelada; enquanto as meninas olhavam tímidas pro Jacob, outras o encaravam, esperando que ele se movesse; e eu sei, que se ele não tivesse me visto e visto os meus irmãos ele teria ido ao encontro delas. Fui dando, pequenos passos, com ar de misteriosa, ao chegar enfrente a ele, ele passou o grande braço na minha cintura e finalmente me beijou; mas dessa vez eu estava preparada, até ansiosa, o beijo foi romântico; ele não foi com brutalidade, foi suave, aconchegante.

Ele pegou a minha pequena mochila, e colocou naquele imenso ombro, depois entrelaçou os dedos no meu, me puxando pra diretoria, mas eu estava imóvel, paralisada; olhando encantada a moto que estava atrás dele; e quando ele percebeu riu. Apesar de todos estarem observando pelo visto o casal mais lindo de todos, ele agia totalmente natural, então eu decidi segui-lo, ser a roqueira estudiosa estilosa de sempre.

-Gostou? -ele me perguntou, a resposta já sendo obvia na minha cara.
-Andou assaltando alguma loja Jake? -eu sabia que aquela moto com aquele motor de 180 cavalos devia custar no mínimo uns 320.000,00 dólares; e que ele não estava trabalhando nem fazendo biscate.
-Assim, você me ofende querida. -ele disse com tom de zombaria.
-E ai, eu tenho que me preocupar de se abordada pela policia?
-Não vai pedir, por favor? -ele perguntou, já entendendo a minha pergunta, sem dúvida eu iria andar naquela moto.
-Sabe, amor -disse-me ele passando o braço no meu ombro e me puxando, pra longe da moto- eu estou te fazendo muitos favores. Me paga antes, depois penso em te emprestar.
-Pagar? -perguntei morrendo de medo, de que forma de pagar ele estava falando.
-Hum... Não sei; sabe, não quero assistir essas aulas, muito menos ter que ir a secretaria. -ele disse antes de entrar na secretaria, estávamos em frente, e a escola toda nos observando, só Edward, que parecia mais ocupado em mexer no cabelo de Bella.
-Dou tudo pelos seus pensamentos?
-Topa ser fugitiva? -disse ele rindo.

Pensei por um minuto na alternativa que ele me dera, era ótimo, pelo menos colocaria meu pircing. Mas Edward, Alice, Bella, meu pai, o que pensariam? Se minha mãe soubesse voltaria imediatamente, e me levaria de volta, apesar de ela nunca ser assim, visto como ela está na Itália era possível. E eu não queria magoar Carlisle, muito menos ficar um dia inteiro perto de Jacob do que já estávamos, ele era mais forte que eu, e aquele olhar malicioso, não daria certo.

Não respondi, simplesmente adentrei na secretaria, e ele percebeu que a resposta era “não” então me seguiu. Não me importei, em observar a decoração, fui diretamente até a secretaria, e me encostei na bancada. Tinha um sininho, mas pelo visto ela tinha nos vistos, apesar de prestar mais atenção nos músculos do garanhão atrás de mim do que em mim. Então eu tossi, sendo inconveniente; e finalmente ela abaixou a cabeça para me olhar, com muito pouco prazer.

-Alunos novos? -perguntou ela, claramente desinteressada.
-Sim, senhorita -disse, Jacob com uma voz suava sedutora, tirando a impressão de adolescente que toma bomba e colocando a de homem, mais experiente do que a da funcionária pública.
-Que ano? -ela perguntou agora mexendo no cabelo, tentando se mostrar sedutora, pro garanhão atrás de mim, me deu vontade de beija-lo pra vê se ela percebia que ele era meu.
-Terceiro -disse tossindo, e ela me jogou um olhar meio que dizia “não seja inconveniente garota”.
-Esses são os livros, e esse um papel, que deverá ser assinado por todos os professores, e entregue no final da aula. E esse outro indica as aulas.
-Obrigado pela atenção -disse ele jogando, todo o charme, e a moça caiu na teia.
-Eh, se precisar de algo, não se importe, me procure -disse ela claramente, deixando claro que era com ele e não comigo.
-Obrigado -disse ele se retirando, e eu posso jurar que quando estava saindo escutei ela suspirando, e depois assoviando

Eu sai da secretaria irritada, Edward e Bella, nos esperavam a menos de quinze passos em um corredor; todos estavam seguindo a sua vida, mas quando eu e Jacob aparecemos, todos pararam observando curiosos. Eu estava com tanta raiva que nem me liguei; Jacob estava se sentindo, todo sorridente, segurando minha mão, brincando com os meus dedos nos dele.

-Isso foi assédio sexual. -disse, com raiva.
-Que isso, . -disse-me despreocupadamente.
-Ela é uma funcionária pública, Jacob.
-Não liga não .- Sorriu meu irmão e a namorada.

Eu dei o melhor sorriso que pude, ainda me corroendo por dentro, Edward e Bella estavam sorridentes; e enquanto nos aproximamos o sinal tocou, como um zunido dentre toda a raiva, dentro de mim; uma raiva que eu não conhecia.

-Ajuda pra se encontrar? -perguntara Edward sorrindo.

Eu não queria ajuda, puxei o papel da mão de Jacob, olhei com atenção. Descobri sem muito esforço a aula; era Biologia, no segundo andar, sala 7– professor Wilson. Olhei pra parede 1° andar. E olhei pra frente uma escada. Puxei minha mochila do ombro de Jacob, e sai andando, subi as escadas, todos me olhavam enquanto eu passava; pela minha contagem escutei nove assovios, e nove broncas de Jacob nos caras, e dezoito risos entre Edward e Bella. Não se desconcentre . Sala um, sala dois, três, quatro, cinco, seis... Finalmente sete. Parei e olhei pra trás, os três bobos estavam me seguindo. E suspirei.

-Aonde é a sua aula Edward? -perguntei com sutileza.
-Geometria dois, na sala nove.

Não falei mais nada, adentrei na sala sete, e entreguei o papel ao Wilson ele assinou, me sentei e não prestei atenção na aula. O dia passou lento e desinteressante. Dois tempos de biologia, um de Física, Dois de religião e um último de literatura; entre física e religião intervalo, passei vendo Jacob brincar com Bella e Edward; Alice ficou longe com as amigas. O sinal tocou uma hora em ponto pra terminar as aulas, Jacob foi só a secretaria, pois eu não tinha estômago de vê a secretária de novo.

Encontramos Bella e Alice dentro do carro, Edward ao volante, eu decidi ir de moto, mas queria ir só; apesar de só ter 16 sabia pilota-la perfeitamente. Discuti com Edward, mas venci, a casa de Jacob era no caminho, ele deixaria Jacob lá, enquanto eu ia de moto. Depois eu entregava a moto pra ele e entrava no carro e Edward me levava e Alice, para casa e finalmente Bella.

Jacob me olhou ainda meio apreensivo, subir na moto que deveria ter o triplo do meu tamanho; então ele veio e me ajudou a subir, mesmo que eu não tivesse pedido. Quando eu já estava em cima da moto, lancei-lhe uns olhares estritamente desaprovadores. E Edward ria um pouco de dentro do carro.

Eu não me importei, peguei minha mochila que Jacob segurava e acelerei; parecia que a moto não ia se mexer, então acelerei mais um pouco, e a moto foi com tudo pra frente, pensei que ia cair com tudo mais consegui me equilibrar, apertando o freio a tempo suficiente. Eu estava suando frio, se eu estivesse em Nova York nem me importaria, mas agora eu tinha uma platéia nova, o mundo me observava. Tentei de novo, então consegui me equilibrar, entendi como funcionava, acelerei mais um pouco, e finalmente sai do estacionamento indo direto para estrada; então parei e olhei para trás esperando que eles viessem; então o carro de Edward se moveu e em menos de 15 segundos ele estava do meu lado, com o braço pra fora segurando o capacete.

-Eu não preciso disso, Edward -disse, falando alto para ele ouvir, mais me parecia que mesmo que eu sussurrasse ele me escutaria, então normalizei a voz.
-, ou você usa o capacete, ou você entra no carro.

Ele disse com tom de ordem, e não de pedido, me abaixei um pouco para olhar para dentro do carro, Alice, Bella e Jacob, no banco de trás, e Edward no volante. Encontrei o olhar de Jacob, ele me olhava como se tentasse me reconhecer, ele sabia que se eu estivesse em Nova York, já estaria na maior velocidade, sem nem ligar para ele; mas eu estava imóvel, a minha sensatez me levava a pegar o capacete; mas eu nunca fui sensata, sempre fui impulsiva; decidi esquecer onde estava, quem falava, ou quem nos observava, seguir os meus extintos, seguir a minha própria definição de vida, acelerei, ouvi o motor ronca, com a aceleração tão repentina, senti os olhares queimarem as minhas costas, o bufar desaprovado de Edward; e o sorriso de quem reconhece alguém que não via a anos, Jacob, esta sorrindo. Acelerei mais, muito mais o visor indicava 120 km/h mais me parecia que eu estava a mais de 200, o vento batia como chicote no meu rosto, os meus cabelos longos e vermelhos balançavam para trás, com a pressão que exercia o vento,
parecia que o vento arrancaria cada fio de cabelo da minha cabeça.

Olhei pelo retrovisor, e vi o carro de Edward como um pontinho preto no asfalto cinza que estava atrás de mim, ele ainda estava parado. Mas o carro começou a se movimentar, como um tubarão a procura de sua preza, então eu acelerei mais cheguei a 210 km/h estava muito rápido, estava bem longe, já havia passado da casa do avô de Jacob, pelo que ele me informou do local. E com certeza Edward havia parado e um garanhão saído do carro, sem dúvida era Jacob. Eu continuei a pilotar, depois devolveria a moto a Jacob, agora estava a 200 km/h. Decidi sair da pista, voltar pra casa tarde, conhecer a cidade só, não me comunicar, desligaria o celular.



Capítulo 9 - DESCOBERTAS

Saí da estrada, Edward sem dúvida, não deve ter percebido eu já estava bem longe da sua visão, agora estava em uma estrada de terra, havia algumas casinhas bem rústicas; parei umas três vezes, pra me certificar, que estava seguindo o caminho certo pra cidade.

A terceira e ultima parada, foi na casa de uma senhora de 86 anos, uma índia, cabelo branco longos, contrastando com a belíssima pele negra. Ela me ofereceu o que comer, e eu aceitei; fiquei vagando por praticamente horas, não havia reparado, eu não estava perdida, apenas vagando em pensamentos que eu não entendia. Rodei o pequeno lago, no final da estrada de terra por mais ou menos uma hora, e nem percebi que já passavam da 15:00 horas.

A comida que ela me dera era caseira nada de que se pudesse orgulhar, mas fiquei tremendamente agradecida, pois quando a fome bate... Comi arroz, feijão e um frango a passarinho, tudo bem simples, com um temperinho caseiro apetitoso. A observei em todo momento. E ela pelo visto me observou, mais ainda, ela observava os meus movimentos com olhos experientes.

-Obrigada -disse após acabar de me alimentar.
-Não precisa agradecer .

Eu paralise, em pé com o prato na mão. Eu estava de costas pra ela levando o meu prato para pia, quando ela disse meu nome; eu não conseguia me virar, como ela sabia? Eu tinha certeza, que em nenhum momento, da minha vida, havia falado o meu nome pra ela; não a conhecia de nenhum lugar; mas ela me conhecia, eu em nenhum momento tinha me preocupado em saber quem era ela. Uma velha, que estava em uma cadeira de balanço, eu só queria informação, nem pra comer eu tinha pedido, ela se ofereceu.

-Quem é você? -disse visivelmente severa, por ela me conhecer.
-Pensei que você me reconheceria, mas faz tanto tempo. Mas você é reconhecível, mesmo depois de anos, essa pela pálida, cabelos vermelhos, e esses olhos penetrantes. Única. Realmente única.
-Quem é você? -perguntei com raiva, e algumas lágrimas se formando, minha vista pinicando. Mas me aproximei voltei a me sentar e coloquei o prato de volta na mesa.

Eu pensei, olhei para senhora sentada, ela não se encontrava em nenhuma das minhas lembranças; todos sempre dizem que eu sou a rainha da lembrança, pois me lembro de fatos da minha infância, então cheguei fácil a conclusão que não conhecia aquela mulher, não melhor, ela não fazia parte da minha vida, eu tinha certeza.

- Como você cresceu, .
-Olha senhora, eu tenho muita educação, respeito aos mais velhos, mas ou a senhora diz quem é, ou eu vou meter o pé daqui, desinteressadamente de quem você seja.
-Como está a sua mãe, querida?
-Quem é você? -perguntei agora furiosa, se ela não me respondesse, eu iria me levantar e iria embora.

Até que finalmente ela apontou para uma caixinha de madeira em cima da cômoda; eu olhei para ela para ver se eu tinha entendido, e ela fez um sim com a cabeça. Então me levantei determinadamente e andei com pressa, dei passadas longas até chegar a cômoda; peguei a caixinha e voltei a me sentar, olhei a caixa desinteressada, e voltei a olhar para senhora, ela fitava o vazio fora da casa. Abaixei a cabeça para analisar melhor a caixinha que estava no meu colo.

Uma caixinha que devia ter uns 12 centímetros, de uma madeira escura, uma flor esculpida na tampa da caixinha. Eu voltei a olhar para a senhora, mas ela ainda olhava pra fora. Virei a caixinha, para observa-la de todos os ângulos, e ao passar a mão na parte inferior na caixa, eu senti um relevo, e a virei para ver o que é que era; eram três letras, parecia que foram escritas com canivete, eram as letras CKR entrelaçadas; eu não entendi o significado. Então perguntei, eu queria ter informações, mas antes de eu falar, ela se virou e disse:

-Abre.
-O que significa, as letras? -perguntei curiosa, e relutante a abri-la)-.
-Carlisle, , e Renné.

Engoli em seco; será se eu era tão besta, a ponto de não compreender? Aquela caixinha era cheia de significados, eu podia compreender isso ao olhar para os olhos daquela senhora. Carlisle, , e minha mãe Renné. Agora eu estava tremendo por dentro, o que eu encontraria ao abrir aquela caixinha? mas a minha curiosidade era maior. Respirei fundo, umas três vezes, e finalmente abri.

Dentro da caixa havia fotos minha, da minha época de bebê, e o mais incrível, fotos na frente daquele lago, comecei a duvidar das minhas lembranças, elas me traíram, aquela mulher me conhecia, não sei como, mas sim, conhecia. Passei foto por foto, havia fotos minha no colo daquela senhora, fotos do meu pai a abraçando, e da minha mãe ao seu lado; pela aparência da minha mãe, eu devia ter meus cinco, seis anos de idade. Havia desenhos, que eu me lembrava, mas não sei como foram parar ali. Havia tantas coisas minhas, minha primeira chupeta, meu primeiro dente de leite, fotos que não se acabam, desenhos feitos por mim na infância, cartas. Eram tantas coisas, que me remetiam a pensar, que sim ela me conhece, não só a mim, mas a minha família; entre tantas fotos, havia fotos dela com a nova família de Carlisle, fotos novas, eles já estavam grandes quando as fotos foram tiradas, fotos de Edward beijando-a, de Alice trançando os seus longos cabelos brancos.

Eu estava mais do que atordoada, eram tantas coisas; a única certeza que eu tinha naquele momento era que ela me conhecia; eu não conseguia olhar, para ela. Porque o meu cérebro me traiu dessa forma, minhas lembranças me confundiam, era uma explosão de novos acontecimentos, de novas informações, lembranças, uma se debatia na outra no meio do caminho, fazendo-me confundir.

Tinham cartas, não havia sido escritas por mim; pela letra, deveria ter sido escrita por Carlisle, uma letra repuxada de médico; outras pela letra oval devia ter sido escritas por Edward.

Eu abri umas das cartas com letra oval, para lê. Abri com calma, com medo de quais informações ela poderia me acarretar.

“também tenho saudades, a vida está meio conturbada, muitos estudos; prometo logo lhe visitar, ou então apareça logo; sinto falta de estar ai, mas estou me preparando para aparecer em breve, te amo vovó. Ass: Edward Cullen”.

Vovó? Ela era avó deles? Isso poderia explicar algumas coisas, mas não todas, quando meu pai saiu de casa, eu devia ter, uns oito anos, então como ela me conhecia? Ela pode ser avó deles, mas não minha; pelo que eu me lembro da minha avó ela não era assim. Agora era hora de ela me dar explicações, procura-las só não me fazia bem; ela podia me explicar tudo, com muito mais facilidade, me pouparia tempo; e se ela era mesmo mãe de Esme, que legal, eles tinham uma avó.

-Que legal. Você é avó deles? -disse mais com tom de interrogação do que de afirmação.
-Sim. -ela disse, com a voz rouca, pelo visto emocionada com a minha descoberta; isso era óbvio, pelas cartas, ela era avó deles, agora eu só tinha que saber, como ela tinha fotos minha, da minha infância; a única forma disso, era meu pai ter conhecido Esme, enquanto eu era pequena, mais então... ele traiu minha mãe.
-Essa parte eu entendi, você é avó deles, mãe de Esme correto?
-Não -não? Como assim, não? Todos os meus pensamentos estavam errados, agora eu não entendia.
-Como, não? Tudo se encaixa, menos uns pequenos detalhes, mas tudo se encaixa.
-Eu sou a mãe de Carlisle, pequena . -Carlisle? Impossível. Ela só podia estar ficando demente, precisando de um asilo, como uma mulher negra, era mãe de homem Caucasiano?
-É sabe, isso é impossível. -disse com precisão na voz.

E ela suspirou fundo, como se estivesse se preparando, para contar uma longa história, então eu me reencostei na cadeira, e ela começou:

-Sou índia, nasci em Forks, morei aqui até meus 37 anos, na reserva Quileute, quando eu fiz 37 anos e sai daqui, queria conhecer o mundo; viajei muito, até parar na Rússia, lá vivi por vários anos, conheci um senhor caucasiano, chamado Rosdof, nos envolvemos, até que ele foi convocado pra guerra, se foi e não voltou, morreu em combate. -ela disse e suspirou, e eu estava atenta, em tudo que ela falava. - Um mês depois da morte, descobri que estava grávida, não tinha quem me ajudar, então voltei para cá, e recebi amparo, pela minha mãe; o bebê nasceu saudável, com a cara, pele, traço do pai, a única lembrança que eu tinha dele, decidi então dar um nome que sempre que eu falasse me remete-se ao Rosdof, então dei-lhe o nome de Carlisle. Carlisle era o nome do general, que convocou seu avô.

Então sim, ela era a minha avó. Mas porque ela nunca me visitou? ou porque a minha mãe não me trouxe? porque Carlisle não me disse que ela existia? Porque Edward ou Alice, não me avisaram? Ela podia ver todas essa perguntas estampadas no meu rosto, mas esperou eu falar algo, então eu suspirei três vezes, tentando assimilar, tudo.

-Porque eu não te conheço?
-Carlisle viveu aqui, até fazer 18 anos; então decidiu se mudar, para estudar; eu como mãe não podia impedir; ele foi para Nova York, fazer faculdade, mas encontrou Renné -ela disse com um suspiro de arrependimento, e eu não entendi - uma mulher linda, mas que vivia para badalar, não se importava com nada, estudo, carreira; mas foi por ela que Carlisle se apaixonou, moraram juntos, e a vida dele ficou dividida entre estudar, namorar e badalar; e ela com todo o seu charme e sedução o fez escolher, pelas duas piores opções, namorar e badalar; ele ficava até altas horas nas boates, chegava tarde na faculdade, até que ela engravidou, mas não mudou de vida, continuou bebendo, fumando, teve um parto dificil, e teve você; você morou aqui em Forks por um ano e meio, eu cuidei de você; Carlisle e Renné continuaram vivendo a vida louca, até que Carlisle foi expulso da faculdade; ele entrou em depressão, e Renné te pegou, disse que não queria que você vivesse nesse local, com os nossos costumes.
Você se foi, seu pai agüentou, por anos, vendo sua mãe, quase se matar, ela não cuidava de você, então ele decidiu. Não viver mais com ela, mas nunca quis te abandonar, agüentou tudo por oito anos, por você. Tentamos várias vezes, falar com sua mãe, lhe trazer para cá, mas você era o tesouro dela. O resto você já sabe, ela te impediu de ver Carlisle e a mim, ele conseguiu fazer faculdade aqui; e encontrou Esme.

Eu não conseguia acreditar, mais tudo se encaixava, Carlisle me amava, mas Renné, minha própria mãe, me impediu de vê-lo; eu vivi ali. Era muita coisa, e o relógio apontava seis da noite, eu tinha que sair dali, mas não queria ir para casa, estava atordoada com tantas descobertas; me levantei, tinha que dar alguma explicação a ela, se não Carlisle ficaria sabendo, que eu a conheci.

-É, eu tenho que ir, Carlisle deve estar preocupado.
-Você volta? -disse-me ela segurando o meu braço.
-Talvez.

Soltei-me de seu braço, e sai da casa, subi na moto tão rápido, que pensei que ia cair de lado, mas me equilibrei, acelerei o máximo que pude, eram tantas coisas; tantas descobertas. Eu queria me tacar de um penhasco, não melhor, ligar para minha mãe e jogar na cara dela, o quanto ela estragou a minha vida, que é culpa dela, eu ser o que eu sou hoje, disser que eu sempre vou a odiar, por ela ter feito isso comigo, que eu não quero mais vê-la, que é para ela deixar eu seguir o meu caminho, que agora, ela podia badalar, me deixar em paz, disser que agora eu sei que ela nunca me amou, que ficou comigo pra segurar um homem.

Eu chorava soluçando, sem saber aonde eu me encontrava, eu tinha que clarear a minha cabeça precisava de alguém que me amasse, que me entendesse; e com certeza essa pessoa, não seria meu pai, muito menos aquela família falsa dele. Eles já estavam completos há anos, eu sou como a ovelha negra, ninguém gostou de mim, parecia-me que todos estavam me aturando, apenas abrigando a pequena órfã.

Quem? Quem gostava de mim? Será que alguém me aturava? Nova York era a minha vida, rock era a minha vida; eu estou sentindo falta da cerveja, da vodca, de armar encrenca, de ver Jacob sair ferido pra me proteger; saudade de ficar até altas horas na rua, de ser presa, chegar bêbada em casa; estou com saudade de ser eu. Eu aturei por muito mais tempo do que pensei que aturaria; quase uma semana, já era de mais; eu estava sendo massacrada; eu fui boazinha, ninguém pode mentir, fui boa-filha, boa-irmã, boa-amiga; me comportei, não xinguei, não bebi; dormi cedo, acordei mais cedo ainda.

Eu, não havia pedido pra nascer; minha mãe, nunca me amou, só me teve, só ficou comigo pra segurar a droga de um homem. Eu chorava soluçando, e voando em cima da moto.

Eu não iria pra casa, enfrentar a libélula saltitante, ou a rainha do gelo; muito menos, dar explicações pro meu pai, e nem olhar pra cara carinhosa de Edward; eu queria ver alguém que não me julgasse, me apoiasse acima de tudo, topasse qualquer parada, não falaria nada sobre os meus atos, alguém que conhecesse o meu interior mais do que tudo, alguém que me conhecesse há anos, alguém que me amasse, alguém como... Jacob. Sim Jacob.

Liguei meu celular, o mais rápido possível, tinha que saber exatamente onde ele morava, eu precisava de alguém que me abraçasse, não falasse nada, não quisesse saber de nada, não perguntasse, apenas me abraçasse. Tocou várias vezes, umas sete, pensei que ele não iria atender.

-Pedrinha, eu quero a minha moto, vou ai na sua casa buscar, to saindo; daqui a pouco eu estou ai.
-Nãoooooo. -disse apressadamente.
-, o que foi?-sim, ele percebeu, o meu grito de agonia.
-Eu vou pra ai, me espera na pista, por favor.
-, o que ocorreu? -ele agora estava preocupado.
-Eu tô chegando.



Capítulo 10 - DECISÕES

Desliguei, eu conseguia vê-lo bem a longe, eu precisava abraçá-lo. Cheguei bem perto e parei, ele estava com as feições de preocupação, eu queria o colo dele. Desci da moto, e ela bateu tão forte no chão amassando um pedaço da lataria, mas ele não falou nada, apenas me abraçou e me deixou chorar. Nós ficamos ali na estrada abraçados por minutos. Ele nada falou, não perguntou; me conduziu pra dentro de um local que parecia uma oficina, jogando a moto em cima de um monte de brocas que estavam jogadas no chão; ele me deu água, mas eu não aceitei, queria algo que queimasse os meus pensamentos, tinha uma lata de cerveja em cima da bancada, abri e bebi, como se fosse água, refrigerante, suco talvez, desceu rápido, sem nem ligar pra ardência que me ocasionou quando chegou a minha garganta. Ele estava sentado na mesa, que tinha no canto direito da oficina, me olhando, analisando. Eu sei, que mesmo que ele não perguntasse, ele esperava uma resposta. Que eu agisse, dissesse algo.

-Todos me odeiam, Jacob, todos; ninguém tem pena, todos me massacram; minha mãe não me ama, meu pai tem pena, aqueles filhos dele me odeiam, só me acolhem porque eu sou filha do pai deles. Diz-me o que é que eu fiz de errado, será que eu era amiga de Hitler na outra encarnação? -eu gritava, chorava, andava de um lado pro outro com uma lata de cerveja na mão.
-, -ele começou a falar, mas ele não sabia o que dizer, ele não entendia nada, ele não sabia.
-Eu tenho que ir embora daqui, esse lugar me sufoca, eu tenho que fugir deles; eles querem me confundir, me matar.
- -ele agora gritava, não sei se por estar apavorado pelo meu estado, ou por raiva- fugir de quem? Quem quer te confundir? Quem te persegue? -ele estava em pé, com as mãos estendidas.
-Todos Jacob, você não vê? É uma conspiração contra mim; eles querem me derrubar.-eu estava sufocada, não estava fazendo certo, ele não entendia.
-Todos quem ? dá um exemplo; eu não entendo.
-Eles mentiram, esconderam fatos. Renné não me ama Jacob, nunca me amou.
-Claro que ela te ama , eu conheço sua mãe; apesar de ela ser meio louquinha ela sempre te amou.

Ele não entendia; que mãe que tem a filha só pra segurar um homem. Eu precisava que ele entendesse; e aquela cerveja não ajudava, me impedia de falar, taquei a lata ainda meio cheia do outro lado da oficina fazendo um grande barulho. Ele era obrigado a me ajudar, a entender; eu tinha que explicar, não, eu precisava sair de Forks, eles ainda podiam me achar. Pra onde eu iria? Pensa , pensa, pensa, vamos cérebro pensa logo.

-Vamos fugir Jacob. Foge comigo, por favor?
-Fugi pra onde ? Fugi porque? -verdade fugir pra onde, onde, onde....
-Nova York, Jacob. Claro Nova York. Claiter, claro ele vai nos receber. Vamos Jacob, se mexe, vamos logo.
- não. - ele gritou furioso - eu não vou me mover daqui, me explica, você não pode fugir assim. Primeiro porque você é menor de idade. Não vou envolver Claiter,receber dois fugitivos. O que aconteceu ? Fala.
-Aqui não, eles podem escutar.
-Quem , quem pode te escutar?
-Minha família seu lerdo. Edward esta aqui não ta? Aquele falso.
-, só tem nós aqui, meus avós saíram e Edward ou sua família não esta aqui; agora calma. Respira e me conta. -ele me abraçou, e junto com a batida do coração dele eu me acalmei.
-Eles mentiram, eu vaguei por horas, e encontrei -eu agora chorava.

Chorava muito e soluçava. Mas contava tudo, a história daquela velha, o que minha mãe fez, da caixinha, das mentiras de Edward e Carlisle. Ele me escutava, não falava nada, apenas me escutava, me abraçava cada vez mais forte; como se ele tivesse medo de me perder. Quando em acabei de contar tudo, eu o olhei, olhei firmemente, ele estava sem expressão.

-Jacob?
-Eu, não sei o que falar .
-Não fala, apenas foge comigo, por favor. -falei o, por favor com um gemido de agonia e dor.
-, eu não quero te negar, mas é difícil; meus avós.
-Não é por muito tempo Jacob, eles viveram anos sem você. E você me deve isso.
-Devo? , desde que eu cheguei eu só te ajudo, eu não devo mais nada.
-Jacob, só por alguns dias, até eu me arranjar lá, depois você volta. Por favor?
-, nós somos menores de idade.
-Nós temos 16 anos Jacob, desde quando ter 16 é ser menor de idade pra nós? com 12 nós já havíamos sido presos, que preocupação é essa agora? vamos Jake, vamos.

Eu balançava os ombros dele, ele estava em um transe profundo. Eu ao contrário dele, reagia de um modo diferente. Eu gritava, chorava, berrava; ele não, ele ficava em pânico, e paralisava. Mas dessa vez não, ele tinha que sair desse transe o mais rápido possível. Eu estava quebrada por dentro, que mal tinha em me contar a verdade? eu preferia sofrer ouvindo tudo do meu pai, do que encontrar uma estranha e descobrir que a minha vida é nada mais nada menos do que uma farsa.

- vamos falar com Carlisle, talvez ele tenha uma explicação lógica pra tudo isso.
-Jacob, eu não to te pedindo, pra matar, roubar ou algo pior. Me ajuda a fugir, depois você volta e vive essa vidinha medíocre.
-Eu sei, que você não está me pedindo pra roubar nem matar; mas ta me pedindo pra ajudar uma pessoa menor de idade, sem autorização dos pais, a fugir de uma cidade, e deixá-la vagando na mais louca cidade do mundo.
-Pelo amor de deus Jacob, que isso? Você nunca foi assim, sempre topou tudo, vai me deixar na mão? Por favor, por favor, por favor...
-Ta , ta bom,eu topo. - ele berrou.

Ele disse abaixando a cabeça, eu sei que o meu pedido era algo monstruoso, ele poderia se dar mal. Agente tinha que passar pela fronteira, e eu sei muito bem, que iríamos nos dar mal. Mas ele tinha que me ajudar, e ele ia. Não porque ele estava com pena, mas sim, pois se eu fosse entrar em encrenca, ele iria comigo. Mesmo que fosse apenas, para me ver caindo. Nós ficamos por mais ou menos quarenta minutos resolvendo todos os planos. Ainda tivemos que contornar os avós deles; o meu celular tocou umas mil vezes, e eu quase atendi e mandei Edward ir pra ponte que partiu.

Jacob decidiu uma rota que demoraria mais ou menos 4 horas pra chegar na casa de Claiter. Nós deveríamos estar em Nova York, lá pras 23 horas. Iríamos de moto, pararíamos umas duas vezes. Estava na hora de ir. Ele achou melhor ir com a moto vermelha, ela era mais barata e não chamaria muita atenção além de ser mais lenta.



Capítulo 11 - CHEGADA

Acordar e escutar duas guitarras e uma bateria tocando era muito bom, sentir o cheiro de cigarro, apesar de não ser eu fumando era ótimo; e escutar vozes familiares melhor, ainda. Louise e Marine correram pra casa de Claiter, quando souberam que eu e Jake, viemos fazer uma visitinha.

Nós havíamos mandado uma bela mentira; “a escola foi interditada, por causa da invasão de elefantes, e as aulas só retornam daqui a uma semana”. Claiter nem quis saber na real, apenas curtiu a nosso retorno; eu não votaria e não sei o que Jacob faria. Mas o meu retorno seria, “O RETORNO”. Iria rolar a inauguração da nova boate, quer dizer, super ultra mega boate. Eu tinha que comprar roupas; mas o meu celular, como sempre é o inferno na terra; pelo visto passar a noite fora de casa, deixou Edward e Carlisle mais do que atordoado. Agora era o Edward, pela hora era intervalo na school. Eu pensei, se deveria ou não atender; pesei os dois lados, e decidi dar um oisinho.

- Fala - falei, mais com arrogância, do que com carinho, ainda não tinha engolido a mentira.
- , que bom ouvir sua voz; cadê você, Carlisle está preocupado.
- E você? Não está?
- Claro que estou, nem fui pra escola. Cadê você?
- Você não precisa saber; só to falando pra avisar que ainda estou viva.
- , você bebeu? Cadê você garota? Volta pra casa.
- Eu não vou voltar.
- O que aconteceu ?
- Além da falsidade da sua familiazinha, de descobrir um bando de farsa; nada, nada de importante aconteceu.
- Farsas?

Edward Pov

Farsas? O que ela quis disser com farsas, e falsidade da minha família? O que aconteceu, porque ela está agindo assim; Carlisle está dormindo a base de calmantes, está tremendamente estressado, pensa que ... Morreu.

Onde será que ela está? Pensa Edward, pensa; ela deve, sem dúvida estar com o Jacob; mas onde, porque ela não voltou? Que farsas? Porque ela desligou?
Pensa Edward, o que poderia ter acontecido.

Eu já estava acostumado, com a presença dela, a novayorkina maluca; era engraçado o modo que ela encarava a vida; mesmo tendo passado pouco tempo com ela, eu sentia algo perto dela, diferente do que eu sentia perto dos meus outros irmãos. Ela a minha irmã mais nova, me fazia sentir um bobo ao lado dela; calma não é amor, nem paixão; desde que eu a vi pela primeira vez, lá em frente à casa, quando ela caiu dos braços de Carlisle, eu senti a necessidade indescritível de protegê-la. Como que se ela morresse ou se machucasse eu não teria mais motivo de viver.

Isso é estranho, nem a Bella a mulher da minha vida me faz sentir assim; quando eu estou com a Bella é como se finalmente o sol aparecesse, o ar voltasse aos meus pulmões, eu perto dela sou um viciado, e ela é a melhor droga do mundo, sem ela eu não vivo.

Mas a , ela é diferente, desde que ela chegou, eu descobri o significado da palavra feliz, quando eu bati os olhos nela, era como se eu já a conhecesse há anos, e agora sem ela aqui, é como se o meu piano estivesse sem som, as estrela sem brilho. Sim é isso, a Bella é o meu sol, e a é a minha lua. E porque um vampiro não pode ter os dois, será se era pedir demais, ter a noite e o dia só pra mim?

Pov

É, talvez tenha sido um erro ter atendido; nem essa droga de maço de cigarro, consegue afugentar os meus pensamentos; aqueles olhos, aquelas lábios finos, aqueles braços na minha cintura no meio da noite; o hálito fresco fazendo cócegas no meu rosto; o protetor, com o capacete na mão; aquele sorriso torto. Tantas coisas, nem ele ser um mentiroso me fazia sentir ódio dele. Ai chega, esquece ele, ele ta namorando e ele é seu irmão, garota.

Saí do quarto de Claiter e fui à procura deles, eles estavam em um cubículo. Jacob tocando guitarra, e Marine e Louise fumando cigarro, só Claiter se encontrava de costas pra todos; aquele cubículo estava enfumaçado por causa dos cigarros, mas o cheiro era insuportável, me dava ânsia de vômito;

Fui até Claiter pra ver o que ele estava fazendo, e me assustei com a cena, Claiter debruçado nas mãos cheias de maconha; que isso ele estava se drogando é isso, mesmo? Eu vi certo? É com certeza ele estava maconhado, pela cara que ele olhou pra mim; sem expressão, se nexo, os olhos meio revirados. Eu me retirei daquele local o mais rápido possível, e o mais impressionante é que ninguém me seguiu. O que estava acontecendo; Claiter fumando? Que ele era meio louco eu sei, mais eu não estava assustada pelo motivo da maconha, mas pela expressão dele. Aqueles olhos revirados, mostrando mais a parte branca do que a própria íris. Ai preciso dormir, dormir muito pra afugentar aquela, aquela...



Capítulo 12 - O RETORNO

Quando eu acordei de novo, estava escuro; a noite estava pesada, e o meu celular anunciava 22:00 horas. Ai eu estava atrasada, mais renovada; que se dane Claiter, ele que está se drogando não eu; eu quero...ops...Eu vou curtir a vida, conseguimos passes livres pra nova boate “seduction”, estávamos loucos para ir.

A roupinha escolhida foi uma mini-saia jeans, com uma meia calça preta, salto alto, e uma blusinha branca; tudo bem simples, pois eu vou me acabar.

A entrada na boate foi simples, 1° porque nós tínhamos passes (falsificado mas passes) e 2° porque pela nossa aparência, sem dúvida eles pensariam que nós tínhamos mais de 18 anos.

Ao adentrar na mais nova boate de Nova York, eu entendi o significado do nome da boate, sim o local foi feito para pura sedução; e mal entramos Louise já estava dando uns amassos em Claiter, que ainda estava meio doidão; sabe eles são só amigos, mas quando ele bebe ou fuma um pouco mais da conta, um acaba se aproveitando do outro.

Marine, já estava fora do meu campo de visão, pelo visto já se enturmando. Jacob, mesmo de olho em mim, agarrou uma loira siliconizada que deu mole pra ele (nessas boates o que mais tem é mulher fácil).

Eu estava meio perdida, seis dias sem boate é uma loucura, mas eu conhecia o DJ, na real o mais louco e pirado DJ de Nova York; sem dúvida essa boate tinha poder, pois pra trazê-lo... Eu iria até lá, mas um nino ruivo com uns 1.85 m me abordou com uma bebida na mão. Apesar das luzes eu conseguia ver o seu olhar e sorriso malicioso, a boate estava tão cheia que eu estava praticamente grudada nele, e ele era forte, aquele peito definido. Gostei, começamos a conversar gritando, em meio à música altíssima.

- Qual o seu nome? - ele perguntou gritando e me entregando a bebida, que por sinal estava com alta dose de álcool.
- , e o seu?
- Felipe, mas pra você Lipe linda. - ele estava dando em cima de mim, fala sério, iria brincar depois encontraria o meu DJ.
- Nunca te vi nas boates. - tentei puxar assunto mas ele só queria é beijar, foi passando a mão nas minhas costas e sussurrou no meu ouvido.
- Vamos sair daqui, vamos pra um local mais aconchegante.
- Eu acabei de chegar.
- Eu tenho coisa melhor pra oferecer do que essa balada. - triplo sentido.
- Será?
- Experimenta. - chega, dei um beijinho em seu pescoço, passando a minha língua até o ladinho do lábio, depois o larguei, e fui direto pra onde o DJ estava.

Mas o nino ruivo, pelo visto gamou, pois me seguiu, eu apertei o passo, mas ele deu uma corridinha e segurou o meu cotovelo; me obrigando a me virar.

- Você seduz e depois cai fora? - ele perguntou, agora passando os dois braços na minha cintura, obrigando-me a ficar na ponta do pé e encará-lo.
- Ninguém mandou você gamar - disse lançando-lhe um olhar sedutor.
- Você pensou que ia sair assim, depois de me seduzi? - ele perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Olha Felipe, dá licença ta - tentei me soltar, mas não consegui.

O garoto estava sem dúvida exagerando, eu nem tentei seduzi-lo, apenas conversei com ele. Fala sério, mas ele estava me machucando, meu corpo estava dolorido entre os braços dele; e ele tentava me beijar a força, eu estava ficando agora verdadeiramente com medo, não havia percebido o tamanho de seus braços; eu não queria beijá-lo.

- Me larga Felipe, você esta me machucando.

Mas ele não me obedeceu, a minha maquiagem estava borrada de tanto eu virar o rosto, daquela língua nojenta, querendo encontrá-lo; ele me beijava em todos os lugares, mas tentando alcançar o seu verdadeiro objetivo, meus lábios. Eu dei alguns gritinhos, mas ninguém me ajudou. Será que era comum ser praticamente assedia e ninguém vir ao seu socorro? até que ele avançou muito o sinal, foi subindo a minha regata, querendo encontrar meu corpo, e eu só vi depois o punho de Jacob cravado na bochecha do Felipe.

E uma correria louca, todos corriam pra fora da boate; é a policia chegou! Muitos daqueles que estavam lá eram menores de idade; eu me perdi de Jacob, Claiter, Marine e Louise; eu estava muito mau, e vagando sozinha nas ruas escuras de Nova York; me perguntava a toda hora “se eu tivesse ficado, como eu estaria?”.

Agora eu estava só, andando praticamente no escuro só com a luz dos postes; se eu fosse fazer um boletim de tudo que ocorreu, na última semana...
Mudei de cidade, escola, família; descobri que tenho uma avó; quase morri por causa de remédios; fiz do meu melhor amigo-namorado fugir do estado; entrei com passe falsificado em uma das maiores boates de Nova York; fui assediada; e agora estava só depois de tudo isso eu voltei a ficar só.

Andando só nessa noite fria. Eu tinha que ir para a casa de Claiter, e agradeço por saber andar em Nova York; mesmo tendo nos separado, teríamos que nos reencontrar; e entre tudo eu esperava é que nenhum deles tivessem se dado mal, com a situação da PM.

Tanta coisa pra pensar, pra repensar, pra decidir agora. Mas fui tirada dos meus devaneios por uma abraço por trás; sem duvida era Jacob, me virei para pular em seus braços, mais paralisei. Era Felipe, o louco, psicopata que me agarrou na boate. Rebati-me em seus braços. O rosto dele estava machucado pelo soco de Jacob. Ele estava disposto pelo visto a tirar a minha virgindade, eu estava me arrependendo de ter fugido de Forks; ele soltava o ar da sua boca em meu rosto, na realidade um bafo de cerveja e vinho.

Eu tinha que me livrar dele, mas ele era mais forte do que eu, muito mais forte; eu me rebati mais ainda, e ele arrebentou a minha corrente de ouro, que caiu no chão. Ele me acariciava me abraçava tão forte. Eu estava com medo, eminente na minha expressão. Ele puxou o laçinho das costas da minha regata, e ela se abriu por trás.

Ele estava querendo tirar a minha virgindade no meio da rua? Eu segurava a minha blusa, e sem meus braços pra impedi-lo ele me beijou, um beijo de fúria, ódio; eu não sabia se impedia o beijo, ou se segurava à blusa; ele segurava com as duas mãos o meu rosto.

E quando finalmente ele começou a descer as mãos até a minha saia um volvo preto, veio voando e parou tirando fumaça do asfalto.

- Larga ela - ele estava com o rosto em fúria, os olhos vermelhos, as mãos em punhos.
- Fala sério cara, cai fora seu estraga prazeres. - Felipe não me largava, me apertava mais.

Então Edward se moveu numa velocidade sobrenatural, e socou o estômago do Felipe, que voou até o outro lado do beco que nós nos encontrávamos. Eu estava parecendo uma puta, com a blusa sem o laço, totalmente aberta na parte de trás; uma saia de um palmo; o cabelo desgrenhado de tanto brigar com o Felipe. Falando nele, ele esta caído pelo visto inconsciente.

Edward me olhava com uma cara inexpressiva, então eu me movi, não pra perto dele, mas sim pra direção da casa de Claiter. Mas Edward não deixou, me puxou pelo ombro e me empurrou a força pra dentro do carro.

Ele não corria, ele voava pela pista; ele não falava nada, eu não sabia para onde ele me levava. Eu estava horrível, e tendo certeza que ele viu meus seios quando me empurrou pra dentro do carro.



Capitulo 13 - APAIXONANTE

Ele me levou pra um hotel, puro luxo; pediu um único quarto. O recepcionista do hotel o olhou pensando se devia ou não devia ligar para policia, ou se deveria mandá-lo procurar um motel. É sem dúvida eu parecia uma puta ou algo pior.

O quarto era enorme, e eu estava cansada então me sentei na casa de casal imensa.

- Edward, eu preciso falar com Jacob, ele deve ter achado que eu morri.
- CALA BOCA - ele berrou e eu me assustei.
- Ah, Edward eu não pedi pra você me salvar.
- Você é louca, porque você fez isso, queria morrer?
- Eu sei me cuidar.- ele veio e se sentou na minha frente.
- Sabe se cuidar? Ta de brincadeira? , ele quase te...te...
- Que?
- , você quase morreu, você ta louca, fugir de casa você está matando Carlisle. E como você entrou naquela boate? Você queria se matar, me matar?

Ele falava gritando, e sussurrando ao mesmo tempo, não sei mas se fosse eu, eu estaria chorando com certeza; mas eu não agüentava mais vê-lo falando, ouvindo apesar da voz melodiosa que saia daqueles lábios finos. Ele continuava a reclamar “você poderia ter morrido, e você diz que sabe se cuidar”. Eu pensei em mandá-lo calar a boca, ou tacá-lo pela janela na varanda do apartamento.

Mas fiz diferente, por impulso, estava tão perto que o calei com os meus lábios. E segurando firmemente o seu cabelo com as duas mãos. Era estanho beijá-lo, não porque ele era o meu irmão, mas porque parecia que eu estava beijando uma pedra de gelo.

Mas mesmo assim aconcheguei mais o meu corpo; só eu que estava com os braços em volta do pescoço dele, ele estava rígido, mas não me afastava e também não resistia ao beijo; eu comecei a sentir minhas veias funcionarem irregular; é sem dúvida Edward Cullen, não era normal; decidi retirar as mãos dele, apenas deixei os lábios encostados.

Se ele quisesse sair estava livre, mas em vez disso, ele me apertou pra perto de si. Agora retribuindo o beijo com fúria, nossos lábios se moviam em sincronia; ele me deitou na cama, e nossos corpos estavam colados, eu já não sentia mais os meus músculos, estava tremendo de tanto frio mas ele não me afastou; ele estava em cima de mim, e quando dei por mim ele estava sem a blusa branca, só com a calça preta; o beijo dele era gelado mas gostoso.

Eu queria me afastar, mas o meu corpo pedia por mais; mas mesmo assim eu forcei o corpo dele a ir para trás, e quando ele percebeu saiu de cima de mim. Ele me observava com um rosto de pavor, eu estava quase inconsciente com o frio que ainda percorria a minha veia. E eu me perguntava se era assim que era a morte; então mesmo que quase inconsciente, eu vi ele voando, e trazendo muitos cobertores e edredons para colocar em cima de mim.

Logo após eu senti um pano quente e úmido sendo passado nos meus lábios; é sem dúvida ele estava tentado me ressuscitar. Eu levantei minhas mãos para olhá-las e elas estavam brancas, como se estivessem ficado por horas no congelador, e o sangue tivesse parado de circular.

Depois de vários minutos, eu senti o sangue voltar a circular, com dificuldade mas voltava; devia ter se passado horas, quando finalmente o meu corpo voltou a funcionar normalmente. Eu estava viva, minha respiração normalizada; eu ergui a cabeça, para tentar analisar o local, é era o quarto do hotel. E eu encontrei Edward, a praticamente quilômetros de mim.

Ele estava sentado e com uma cara de pavor, medo e ódio, não por mim, mas parecia ódio por ele. Eu me sentei, e ele não tirava os olhos vermelhos de pavor de cima de mim.

- Ah Edward, eu sei que eu não devo ser a Cinderela quando eu acordo, mas eu não estou tão mau né. - ele não mudou de expressão. É talvez eu estivesse horrorosa.
- Ta tão ruim assim? - agora perguntei com um gemido, com medo de como eu estava, eu não me lembrava muito do que ocorreu ontem, só do frio me matando.
- Você está linda . - ele disse com um suspiro.
- Então por que essa cara? Não precisa ser educado, nem bonzinho se eu tiver feia me avisa.
- SILÊNCIO. EU QUASE TE MATEI E VOCÊ ESTÁ PREOCUPADA COM A APARÊNCIA. - ele berrou comigo.
- Matou? Ah, Edward; então você não concluiu o seu trabalho, pois eu ainda estou vivinha. - é pelo visto ele não gostou nem um pouco da piada.
- Como você ta se sentindo?
- Com fome. - tentei não fazer brincadeira, mas ele pelo visto achou que era uma.
- Eu to falando sério .
- Eu to bem Edward, que drama é esse; mas eu estou com fome. Então ou você me arranja algo pra comer, ou então você vai concluir o seu trabalho. Eu vou morrer de fome!

Então ele se moveu, e trouxe até mim uma bandeja com várias guloseimas. E quando ele chegou perto da cama, eu me lembrei de tudo. Ele ainda emanava o frio; e no silêncio do momento como uma explosão de intuição, todas as peças se encaixaram. Não só do que aconteceu ontem, mas do que ele era.

A pele sempre fria; os olhos que mudam de cor; a força brutal; a velocidade sobrenatural; a pele pálida; eu nunca vi de verdade ele se alimentar, nem ele nem a família; eu nunca senti o seu coração; e a beleza a beleza surreal. Sim ele era um vampiro, não, eu estava enlouquecendo.

E naquele exato momento, eu me levantei da cama, me afastando dele, indo em direção a varanda do apartamento. Eu me lembrei que o alimento deles é sangue humano, e que eu era a humana. Ele ontem estava me matando pra se alimentar? Carlisle construiu uma família de monstros? Tudo nele era convidativo, a educação, o cavalheirismo, a beleza, o hálito; tudo nele foi feito, magnificamente para atrair as suas presas. Meninas inocentes, como eu. Ele me olhava com um ponto de interrogação esculpido na cara, e então eu fiz a pergunta mais idiota possível.

- Cadê o seu coração? - ele me olhou, ainda mais confuso, ou fingindo confusão.
- Dentro do meu peito . - ele disse apontando para ele.
- Porque ele não bate? - perguntei com lágrimas nos olhos, como eu fui tonta, esse tempo todo sem perceber.
- , claro que ele bate.
- MENTIROSO; SEU MONSTRO MESNTIROSO; O QUE VOCÊ É EDWARD CULLEN?- eu berrava descontroladamente.
- Sou seu irmão.
- VOCÊ VAI CONTINUAR MENTINDO? VOCÊ QUASE ME MATOU EDWARD; O QUE EU ERA?O SEU LANCHINHO DA NOITE?

Então ali ele percebeu que eu tinha entendido o que ele era; ele acalmou a expressão, mas ainda demonstrando pena pela minha descoberta; ele se moveu até mim. Então eu gritei estridente.

- PARA!
- deixa eu te explicar. - ele falava com calma, com medo da minha reação.
- Explicar o que? Que Carlisle construiu uma família de monstros? Que você veio atrás de mim pra beber o meu sangue? Ou que você e a sua familiazinha de quinta é uma farsa?
- Eu não bebo sangue humano, maninha.
- NÃO ME CHAMA DE MANINHA, EU NÃO SOU IRMÃ DE MONSTROS! - ele estava magoado, pela palavra “monstros”.
- Eu nunca coloquei uma gota de sangue humano na minha boca, .
- VOCÊ VAI CONTINUAR MENTINDO?
- Eu e a nossa família bebemos sangue animal. Nunca encostamos em um humano pra matá-lo, ou tomar o seu sangue. Eu não vim pra te matar, eu vim pra te proteger.
- COMO VOCÊ SABIA ONDE EU ESTAVA! VOCÊ ESTAVA ME SEGUINDO?
- A nossa família tem poderes ; eu leio mentes, Jasper altera o humor das pessoas; e Alice vê o futuro. Ela te viu em um beco escuro, sendo... E então eu vim. E quase não cheguei a tempo.
- Lê mentes? Alterar emoções? Visões do futuro?
- Sim, eu consigo saber o que as pessoas estão pensando sem elas falarem; o Jasper consegue fazer a pessoa mudar de humor, tipo você esta com raiva e ele muda a sua emoção pra carinho, entende. E Alice vê o futuro das pessoas que ela se permiti vê.

Eu fiquei em silencio. Esperando que ele reagisse ao meu pensamento.

- EDWARD, não se faça de desentendido, segue o que eu estou pensando e pronto.
- Eu não consigo lê os seus pensamentos. - ele disse abaixando a cabeça.
- Como?
- A sua mente é indecifrável , a única mente que eu não consigo lê; e que Jasper não consegue invadir pra alterar o humor.
- Então, eu vou decifrar os meus pensamentos pra você. CAI FORA! SAI DAQUI! ME DEIXA EM PAZ! VAI PRA PUTA QUE...
- , você tem a boca muito suja garota.



Capítulo 14 - DOIS LADOS

Sem dúvida em questão de sanidade a minha poderá ser questionada.

O medo e pavor que me vieram subitamente, desapareceram da mesma forma.

Agora eu estava perto demais dele; de volta ao inicio sentados na cama um olhando nos olhos do outro, só com uma única diferença, eu me encontrava enrolada em quilos e mais quilos de edredons e cobertores.

Eu sem dúvida não era normal; me encontro simplesmente indefesa na frente do meu predador; o segundo maior predador e assustador de todos os tempos, só perdia para os lobisomens que me apavoravam indescritivelmente.

Ele me explicou tanta coisa; e eu não sabia se deveria sentir medo, de o meu sangue ser o mais tentador da vida dele. Mais mesmo com tudo isso, eu não sentia medo, na realidade mais queria saber.

Fiquei por horas tentando entender sobre a realidade dele; e o pior a família dele não era a única, tinham muito mais clãs (grupos de vampiros). Eu estava até feliz em saber de tudo aquilo, porém a minha felicidade se acabou quando chegou a minha vez de explicar os meus motivos.

A minha explicação foi simples; não contei detalhes, não tentei me defender, e ainda escondi alguns fatos, jogando a impotência dele de ler os meus pensamentos ao me favor.

Ele tentou me explicar os assuntos da mãe de Carlisle só que eu nem prestei atenção. Apenas olhava para aqueles lábios se movendo. A única parte que eu ouvi direito foi que nós voltaríamos para Forks. E eu sei que mesmo que eu dissesse não, ele me obrigaria com aquela força.

Enquanto ele descia para fechar a conta, eu tomei um banho e me arrumei como podia. Coloquei a blusa branca dele, que ainda tinha o cheiro amadeirado do seu corpo; e a minha mini saia jeans, e o meu salto. Ele estava só de casaco e a calça preta. Ele me emprestou a sua blusa, pois a minha regata se acabou. Quando ele voltou eu estava acabando de arrumar o meu cabelo. Ele me olhou, e chegou mais perto. Se postou atrás de mim, me olhando diferente, de um modo interessante.

- Posso fazer um último pedido, em Nova York? - ele me perguntou.
- Diga.
- Nova York é a cidade dos sonhos correto?
- Sim. - me virei agora para olhá-lo melhor.
- Dá-me um último beijo? - ele perguntou, passando os dedos gélidos pela blusa. Dessa vez eu não tremi, o calor do momento me aqueceu.

Eu não respondi. Apenas coloquei os meus braços em volta de seu pescoço, e aconcheguei mais o meu corpo, mas dessa vez eu apenas senti uma corrente elétrica.

Ele que aproximou o rosto primeiro e me beijou. Apertando esmagadoramente o meu corpo no seu. Nos beijamos por minutos até que ele se afastou e me olhou preocupado. O motivo eu não sei, mas tinha certeza que não estava tremendo; então sorri, ainda com os meus braços o envolvendo. E ele quando viu que eu estava bem, me espremeu contra a cômoda, me beijando calorosamente.



Capítulo 15 - QUEM DISSE QUE TUDO NÃO PODE SER PERFEITO?


Edward Pov

Estar tão perto dela e não matá-la era bom; já estava tarde e o caminho era longo. Ela se encontrava sonolenta, mas ainda me olhando com a cabeça encostada delicadamente no banco do carro. Nossas mãos estavam unidas como um só. Ela sorria; e o sorriso dela era como se a noite voltasse a ter as estrelas a brilhar. O beijo dela era apaixonante; de um modo diferente do de Bella. Eu sem dúvida havia encontrado a minha alma nos braços da .

Ela não era a minha irmã mais nova, ela era uma mulher. Uma mulher apaixonante, capaz de fazer o coração de um vampiro acelerar. Ontem a noite se dependesse de mim, eu teria avançado o sinal; porém eu sou gelado e em vez de eu chegar aos primórdios como eu vim ao mundo, eu quase a matei.

Olhá-la ainda viva era algo apaixonante. Eu queria larga o volante e a beijar. Em vez disso tirei a minha mão da dele, e puxei o seu rosto pra perto do meu. E simplesmente a beijei; ela retribuía e isso era bom. Eu descia a minha mão pela as suas costas, mas ela se afastou e olhou pro lado. Eu não entendi, eu queria beijá-la. Eu não conseguia pensar em nada mais do que nela; ela era a definição de vida que eu havia procurado durante anos. E eu fui retirado dos maus pensamentos pela voz encantadora da .

- Edward?
- Oi.
- É melhor nós não nos encostarmos enquanto você não resolver o seu caso com a Bella. - verdade eu tinha me esquecido, então me endireitei e firmei as duas mãos no volante.


Pov

Na verdade, na verdade eu queria beijá-lo, mas eu me sentia traída vendo ele me beijar e sabendo que ele não era todo meu; tinha medo que na volta pra Forks tudo voltasse ao normal, ele voltasse pra Bella e me esquecesse.

E eu estava intrigada, com todos os sonhos de melhores amigas, eu e Bella, saindo juntas nos divertindo; depois dessa ela nem vai querer olhar na minha cara. Sem dúvida até os meus sonhos mentiam, me traíam.

Mesmo sem ter os seus lábios no meu. Eu conseguia sentir os seus olhos em cima de mim. Estava tudo perfeito, a não ser pelo pequeno detalhe de ele ter uma namorada; e nós tecnicamente perante a lei éramos irmãos. E pra piorar teria que explicar a meu pai o caso (Jacob Black).

É sem dúvida antes do “felizes para sempre” ainda tinha muita coisa por vir; muita explicação. E eu não sei como a família dele reagiria. E eu agora tinha certeza que eu tinha problemas; pois eu estava mais preocupada com o nosso “felizes para sempre” do que o fato de estar dentro de um carro e tão perto de uma pessoa que acha o meu sangue o mais atraente de toda a vida dele. Sem dúvida eu necessitava de um médico. E entre tantos pensamentos eu me lembrei de um pequeno detalhe que poderia mudar tudo (Renné).

É a minha amada, querida e mentirosa mãe; ela na realidade não tinha o menor caráter pra falar das minhas ações. Mas elq ainda era a minha a mãe.



Capítulo 16 - SEM DÚVIDA A PALAVRA “PERFEIÇÃO” NÃO DEVERIA EXISTIR.

Uma coisa é você ter a sua família ao seu lado; outra é descobrir que o maior mito de todos os tempos era real. E que esse mito estava disposto, a criar a luta do milênio por você.

Jacob Black, meu melhor e único amigo; companheiro de baladas, loucuras e curtição; namorado nas horas vagas; defensor nas encrencas.

E um lobo, que havia declarado guerra abertamente contra todos os Cullen. Era assustador vê-lo como um animal gigante; e mais assustador ainda foi descobrir de verdade o que ele era. A descoberta foi pior, do que o próprio fato de ele ser um lobo.

A descoberta não foi só assustadora mas também dolorida; nós estávamos na mata, atrás da casa dele. Ele havia voltado pra Forks, quando soube que eu estava aqui. No meio de um abraço apertado, eu contei tudo. À noite no hotel, a briga com Felipe, os beijos entre outros; então ele começou a tremer, como um ser humano entrando em convulsão. Eu gritei, ele estava me machucando, os meus ossos estavam sendo partidos um por um; e então ele se transformou, eu voei longe e bati em uma árvore. Quebrei meu braço direito, mas a dor do braço não era nada comparada a vê-lo daquela forma.

Ele me levou pro hospital; e quando eu cheguei em casa Edward voou pela porta, prometendo voltar apenas com a pele daquele animal. Emmet e Jasper correram atrás dele; pelo visto houve uma briga, pois Jasper voltou com o pescoço completamente deformado. Mas sem dúvida, eu tinha certeza que se fosse um ser humano na briga, não teria sobrevivido.

Alice ao vê-lo prometeu acabar com a vida do fedorento (como ela e Rosalie o chamavam); se não fosse Carlisle para acalmar os ânimos mais uma teria voltado desfigurada pra casa.

O clima estava um porre, totalmente sufocante. Edward estava se debatendo descontroladamente no quarto da frente, Emmett tentava acalmá-lo, mas ele falava que iria haver um assassinato em Forks. E eu me perguntava, “como Jacob, conseguiu bater em três vampiros”. Será que ele era tão forte? Mais forte do que vampiros?

Vocês acham que isso era ruim? Enganados tinha coisa pior. Esme tentava segurar Rosalie, ela tinha jurado me matar se eu encostasse um dedo no Edward. Ele entrou ao meu favor, disse que se um fio de cabelo meu fosse tocado, o primeiro vampiro na face da terra morreria.

Alice também me olhava como se eu fosse a culpada da desfiguração do rosto do Jasper. Eu era a culpada, a infame.



N/a: dedico esse capítulo a duas grandes amigas(Milah e Manu), ganhadoras da fanfiction do mês. Parabéns meninas... Adorooo Vocês!! Beiojoxx

Capítulo 17 - DECISÃO TOMADA


O resto da semana? FUNEBRE, essa é a palavra que definiria os meses que sucederia a desfiguração de Jasper e a minha descoberta sobre o Jacob; para muitos a palavra fúnebre seria o perfeito sinônimo de tristeza, para mim é um momento de reflexão. Aquele momento que eu consigo me ver com clareza, não que eu não seja clara aos meus olhos, mas na realidade eu tenho uma clareza enevoada por fumaças de maços de cigarro.

Alice me olha com um olhar assassino e isso vem me dando insônia, o medo de a garota aparecer no meio da noite e me cravar o punho no peito, apesar de isso ser mais cara da Rosalie; meu pai como sempre a perfeição em pessoa, uma calma de santo padroeiro, daquele tipo que escuta tudo o que os outros pedem mais suas orelhas não caem; Rosalie faz questão que eu volte pro fim de mundo onde vivia (obs: um local muito mais civilizado do que aqui), ela diz que com a minha chegada tudo mudou pra pior, ela dizia que eu tive a cara de pau de pegar meu próprio irmão.

Pelo amor de Deus, eu não peguei meu irmão; desde quando irmão por parte de pai, é irmão de verdade? Apesar de que se hoje alguém me perguntasse se eu estou arrependida pelos tais acontecimentos com o meu maninho eu diria que sim; pois tudo está de volta aos seus devidos lugares; Bella e Edward o casal perfeito, e eu a sobra.

Eu me sinto um pouco que rejeitada, por ele ter escolhido ela, com o pretexto de ela ser indefesa; já eu tinha o Jake pra me defender. Um jake que está perpetuamente proibido pelo meu pai, de chegar a menos de um quilômetro de mim; eu? Estou em uma depressão sem fim, ando morta pelos corredores da escola, como uma viciada que tivesse perdido todo o seu estoque de drogas de uma vez. Para terminar eu me afundei de cabeça e tudo em uma vida sem finalidade.

Minhas notas de A estão caindo pra C, e o que mais me irrita é a preocupação de Carlisle (se ele estivesse mesmo tão preocupado não teria me impedido de ver o Jake); a comida? Estou sendo obrigada a comê-la, mas acabo colocando-a pra fora; não sei, mas todos me dizem que um roqueiro de verdade sempre passa por esses momentos, então pelo visto chegou a minha vez. Eu acabo descontando toda a minha raiva em todos que entram na minha frente. Os três meses que se sucederam foram meses de guerra, eu era o canhão; nunca havia brigado tanto na minha vida.

Três semanas atrás eu acordei em pleno sábado com os olhos roxos e fedendo terrivelmente a vodca; não me lembrava como eu tinha ficado com aquele cheiro, mas afinal ele parecia uma pequena pétala na minha solidão; ao me olhar no espelho eu tomei um pequeno susto ao constatar uma pequena rosa com uma espada de gelo cravada nela tatuada no meu pescoço; engoli em seco, pensando em mil significados.

Então quando finalmente eu me dirigia para o meu banheiro Emmet entra com os olhos em fúria e as mãos em punho vindo em minha direção; eu o olhei com um olhar assassino, demonstrando que se ele desse mais um passo ele seria aquela rosa.

Depois de eu me livrar do tormento do Emmet, eu me afundei na banheira, ficando uns cinco minutos com a cabeça submersa; então me retirei da banheira e fiquei jogada em cima da toalha completamente nua, no chão do bainheiro; a ressaca abateu sobre mim de um modo que dava pra morrer; então pra me retirar dos meus devaneios eu ouvi toques fracos na porta do banheiro; é alguém teve a cara de pau de adentrar no meu quarto; então eu me enrolei rapidamente na toalha pra abrir a porta do banheiro (obs: toalha de rosto).

Do outro lado da porta havia uma respiração forçada e pesada, e constatei que um pouco acelerada; então abri a porta e constatei que estava errada, do outro lado da porta estava Jasper Cullen não Edward; então arqueei uma sobrancelha e ele retirou o seu imenso casaco e me ajudou a colocá-lo; então ele se moveu e trouxe-me um copo de água com dois comprimidos.

- Você com certeza não se lembra de nada.

Eu o olhei e percebi que ele sabia que eu estava totalmente de ressaca; eu o fitei por vários minutos e ele não se movia; era completamente estranho ter Jasper no meu quarto; ele e o Emmet foram sempre os que não me deram atenção, viviam as suas vidas indiferentes de tudo até de mim; eu não tinha o que reclamar dele, pois ele era até legal e bonito, é sinceramente Jasper Cullen é um homem lindo; se não fosse namorado da Alice e eu não estivesse na situação que estou eu iria adorar tê-lo pra mim (quer dizer, foco,foco EDWARD CULLEN).

- Deveria lembrar? - fiz de completa desentendida mordiscando sem nem perceber o lábio inferior; fala sério eu estava me insinuando pro Jasper?.

Então ele balançou a cabeça negativamente com a minha ação e seus longos fios quase que dourados balançaram de um modo que me pareceu sexy; putz, a abstinência está me fazendo delirar com o Jasper; Cara eu amo é o Edward, e dois eu estava em depressão. Foco .

Então eu voltei a olhá-lo e ele se moveu pegando do bolso o meu colar; eu o olhei e então finalmente me toquei que estava sem ele; e mesmo sabendo elevei a minha mão ao pescoço a procura dele. Eu não me lembrava de tê-lo retirado, ou de tê-lo perdido, muito menos de tê-lo deixado com o Jasper, porém ergui meu braço e peguei o colar; ele balançou novamente a cabeça e foi se sentar na minha cama.

- Perdoe-o.

Sua voz estava roca, como se estivesse ali pela própria vontade, mas não sabendo o verdadeiro significado; mesmo sendo humana eu conseguia perceber o seu conflito por dentro, as perguntas que ele se fazia, talvez ele próprio nem soubesse o que estava fazendo no meu quarto, ainda mais me tendo semi-nua apenas com o seu casaco que muito mal cobria a coxa.

O mais esquisito era vê-lo alí pedindo para que eu perdoasse o seu irmão, é porque esse “ele’ só podia se referi ao Edward. Pow, se fosse o Emmet alí pedindo que eu perdoasse o Edward eu até entendia, mas o Jasper o intelectual; sempre me pareceu que o Jasper só vivia naquela família pela Alice, porém ele é caladão bem estilo Claiter .

- Eu não preciso perdoar ninguém Jasper.

Disse sem me importar quem era ele e me tacando no meio da cama; estendi minhas pernas e o casaco diminuiu mais de tamanho; é eu sou assim sem noção, faço tudo sem pensar, nem quero imaginar o que ele devia estar pensando desses meus atos insanos.

- ,não quer dizer que ele não te am...
- Não acabe essa frase Jasper; você quer o que? Que eu esqueça que ele a escolheu e que eu seja a outra; por favor Jasper, cansei, eu estava aqui tentando me esquecer de tud...
- Se esquecer bebendo? ontem o seu estado era lastimável; você poderia ter morrido naquela floresta gelada, ainda mais bêbada.

Floresta? Morrido? Bêbada? Ele falava grego naquele momento pra mim; esse “moments” pra mim não era nada bom; eu não estava com saco de ouvir nada; muito menos alguém implorando que eu perdoasse alguém que me rejeitou; o Edward tinha a escolha nas mãos, se ele me amava tanto porque não ficou comigo? Ninguém tinha esse direito, o direito de me pedir o perdão; porém eu não sabia do que ele falava, tudo estava confuso na minha cabeça, as lembranças passavam turvas e ele percebeu o meu desentendimento e se endireitou como se fosse começar um discurso; então eu recostei minha cabeça no braço me preparando para ouvir.

“ ontem eu fui encontrar um amigo antigo, que estava de passagem por Forks; na realidade amigo de Carlisle, veio trazer uma encomenda que Carlisle havia pedido a dias; quando nos encontramos já era umas 20:15, sentamos conversamos um pouco; o que eu fiz depois não importa, só sei que saí de onde estava já era 23:00 então decidi vir pela mata, não queria enfrentar a pista naquela hora; não queria ter a sorte de encontrar nenhum lobo; eu voltava pela beirada da floresta, e enquanto corria encontrei o seu rastro, um rastro fraco como se você já houvesse passado ali a horas; me perguntei se você havia adentrado ou saído da floresta, então decidi adentrar um pouco só para ter certeza. As árvores estavam cobertas por espessos blocos de neve e o seu rastro cada vês ficava mais forte, então você avia adentrado; quando te encontrei você estava a uns 3 quilômetros da estrada; você estava com uma garrafa de vodca na mão e um maço de cigarro já pela metade no bolso; seu estado era lastimável e sua roupa nem um pouco apropriada para o clima; você estava desacordada e coberta por gelo. Te peguei em meus braços e te carreguei pra fora da floresta, em casa só estava Esme e Alice, que me ajudaram a te limpar; iríamos te dar um banho, mas Alice viu Edward chegando a alguns quilômetros então eu corri rapidamente e te deitei; sua corrente havia ficado pressa na minha gola. Edward como sempre viria ao seu quarto te beijar e dar boa noite; então eu armei uma desculpa e impedi ele de chegar aqui. Não sei o que ocorreu, mas eu acho melhor você se explicar com o Edward pois hoje ele não gostou nada, nada da sua aparência.”

Eu não me lembrava de ter adentrado na floresta, só me lembrava do frio intenso se abatendo sobre mim; eu me lembro de ter bebido um pouco, mas não a ponto de ficar bêbada, muito menos desmaiar; Jasper já se movia pra porta e eu estava meio que paralisada pensando como eu fui parar a 3 quilômetros adentro da mata; a única coisa que eu tinha certeza era que eu não devia a mínima explicação ao Edward, ainda mais depois de ele ter decidido ficar com a Bella; eu ainda estava com o casaco do Jasper, então a primeira coisa que eu iria fazer era colocar uma roupa e devolver o casaco.

Peguei meu chinelo e uma bata amarela, com um mini-short roxo; estava sem a mínima vontade de me arrumar, ficar linda, maravilhosa agora eu não tinha motivo. Saí do quarto e pude escutar o som do piano do Edward; mas me movi pro quarto ao lado do dele, o quarto do Jasper - aliás um quarto que eu nunca havia adentrado, então bati verdadeiramente curiosa. Ele se moveu e abriu como sempre sério.

O quarto do Jasper era praticamente uma biblioteca, por todos os lados das paredes havia livros e mais livros; enquanto eu olhava abismada ele disse “5.374 exatamente” então eu me abismei muito mais. 5.374? meu Deus, era muito livro. Eu balancei a cabeça um pouco desconcertada, no quarto havia duas portas uma na parede direita e a outra na parede esquerda simultaneamente uma à frente da outra; no centro o quarto um jogo de xadrez de vidro incrível; não havia cama, nem armário então deduzi que uma das portas levava ao closet e a outra ao banheiro (apenas para manter as aparências). Uma pequena poltrona com um encosto para pés na frente.

O chão do quarto era coberto com um carpete vinho;e ao lado da poltrona havia uma adega conseqüentemente cheia das melhores iguarias. O teto do quarto era coberto por espelhos triangulares, fazendo assim o quarto aparecer muito maior do que era; em um pequeno espaço ao lado da porta do lado esquerdo tinha uma escada e uma curiosidade muito maior se abateu sobre mim; então ele se locomoveu indo em direção para me amostrar o que havia lá em cima. A escada subia numa circunferência perfeita.

A cima do quarto do jasper havia um pequeno cômodo, coberto por um tapete bege; um cômodo bem menor do que o quarto do Jasper; nele se encontrava estendido várias cortinas de seda translúcida que descia da parede até o chão, as cortinas estavam estendidas em forma de círculo e dentro dela havia várias almofadas; o local parecia-me decorado pela Alice, bem diferente do quarto abaixo; ao lado direito desse pequeno cômodo estava uma vidraça que levava direto aos mesmos picos de gelo que se amostravam todas as manhãs para mim no meu quarto, a única diferença era que do quarto do Jasper dava para ver o lago que brilha resplandecendo tudo.

Aquele pequeno espaço era extremamente romântico, eu se pudesse passaria dias e mais dias ali olhando aquela paisagem abraçada a alguém especial; Jasper me fitava com olhos curiosos. Então eu disse:

- Lindo.

Ele sorriu dando-me a mão direita e me dirigindo a vidraça do quarto; ele me segurou pelos ombros e me forçou a inclinar-me pra frente, a vista era muito mais esplêndida daquele ângulo; ele aconchegou o rosto perto do meu e ao falar seu hálito fresco adentrou nas minhas narinas magnificamente.

- Você confia em mim? -perguntou-me em tom convidativo.

Eu apenas assenti, com medo que se eu falasse todo aquele paraíso se despedaçasse; então ele desceu as mãos do meu ombro até a minha cintura, passando instintivamente suas mãos frias pelo meu corpo, então meus lábios se abriram em total agradecimento. Ele me pegou delicadamente em seus braços e eu instintivamente aconcheguei meus braços pelo seu pescoço; ele passou voando por uma brecha do vidro que eu não havia percebido; nós subimos os picos gelados das montanhas fazendo conseqüentemente os gelos subirem em um espiral magnífico; ele corria e me olhava nos olhos; o momento era mágico, só não era perfeito por um único detalhe (quem me carregava não era o Edward Cullen).

Quando estávamos bem acima da montanha ele me colocou no chão ainda tendo suas mãos em minha cintura; ele me virou delicadamente me fazendo ver a paisagem mais esplêndida da minha vida; eu não sentia meus pés tocar o chão, e quando olhei pra baixo cambaleei, nós estávamos, ou melhor ele estava sobre um pequeno pedaço de gelo que cobria o pico da montanha; o pedaço de gelo não se movia como se ele nem o estivesse tocando; ele subiu as mãos da minha cintura até os meus ombros, fazendo os meus braços se abrirem; a cena parecia bem estilo titanic, porém o local era muito mais lindo.

Ele fez meu corpo ficar completamente inclinado pra frente e nós rimos juntos; a sensação era incrível parecia que eu estava no centro do mundo. Então eu entendi porque Alice amava tanto o Jasper. Ele não apenas era lindo, mas ele era cuidadoso, romântico, carinhoso, educado, protetor e muito mais. Porém meu coração ainda estava tomado pela droga do Edward que o contaminava cada vez mais.

Voltar para casa foi um sacrifício pra mim, eu queria ficar com o Jasper por muito mais tempo. Depois daquele acontecimento eu e o Jasper acabávamos sempre todos os dias naquele pico, depois de conversarmos. Eu até experimentei ficar um dia inteiro deitada naquelas almofadas, tendo o Jasper me abraçando. Porém ele me tratava como uma irmã e até a Alice percebia isso, por isso não se importava.

Porém os meus momentos com o Jasper Cullen era uma pequena luz no meio de toda a minha escuridão. E a gota d’água foi quando a Bella veio me pedir ajuda para seduzir o Edward, ela chegou aqui em casa de tarde e o Edward não estava então ela veio ao meu quarto. Eu estava até bem, havia acabado de sair de uma guerra de travesseiros com o Jasper, meus cabelos estavam cheios de penas, então ela entrou e veio se sentar atrás de mim pra me ajudar a tirar as penas; até ai tudo bem até que...

- Sabe ... Amanhã eu e o Edward vamos fazer um ano de namoro - será que ela me acharia mal educada se eu saísse andando agora?- eu acho que tá na hora de nós darmos um passo a frente... você entende né?

Depende! Eu posso pensar em mil e uma formas de dar um passo a frente em uma relação; mas era óbvio em que passo a Bella estava falando, eu não sabia o que responder; na realidade eu queria dizer que não, que ela poderia morrer se ele tocasse nela por muito tempo, esse tipo de coisa.

- Amanhã nós vamos passar o dia em um chalé, só nos dois; eu queria saber a sua opinião, sabe você é a única que me entende e entende o Edward, eu queria saber se ele não te falou nada sobre... Você sabe, ficarmos, avançarmos.
- Minha opinião? Você não deve fazer isso, nem pensar - eu já estava ficando vermelha de raiva pelo assunto; eu ainda sonhava em ser a primeira a tocar nele de todas as formas possíveis.
- Porque? - ela parou abruptamente de retirar as penas do meu cabelo, agora me olhando com os olhos semicerrados.
- Sabe Bella, não é que ele não queira, eu acho; mas você sabe tudo o que pode ocorrer não sabe? Ele se culparia o resto da vida pela sua morte.
- Ele não vai me matar - ela disse fazendo biquinho- eu sei disso, eu sei que ele é forte o suficiente; eu sei que o amor dele supera tudo, que o amor dele por mim, o fará fazer tudo e não me machucar.

Depois daquilo eu corri pro banheiro, e gritei que ela fosse embora; gritei que eu estava passando mal, que depois nós continuaríamos aquela conversa; na realidade uma conversa que nunca deveríamos ter começado. Eu fiquei no banheiro por quase meia hora até ouvir a Bella bater a porta e ir embora. Pra completar ela ficou pro jantar. Eu me vesti totalmente de Preto, sem me esquecer nem dos lábios, muito menos dos olhos. Eu estava bem emo, com certeza eu cheguei ao extremo da depressão.

Como sempre Edward estava com os longos braços envolvendo Bella, ele me olhou surpreso com a minha aparência quando eu apareci no início da escada; Jasper me olhou fixamente e Bella meio que se assustou. Eu estava com um vestido (é v-e-s-t-i-d-o) preto, tomara que caia balone; um bracelete de cobra preta envolvendo o meu braço, e um all-star de cano alto roxo, com bolinhas brancas (presentinho de Claiter).

Desci as escadas com a cabeça erguida e me sentei no sofá ao lado do Carlisle; encostei minha cabeça no sofá, e fechei meus olhos em sinal de reflexão; eu sentia os olhares me fitando quase me queimando; minha maquiagem estava bem estilo “Amy Wine House” . Então no silêncio mortal a voz delicada na Esme apareceu.

- Bella, vou pegar a comida para vocês jantarem.
- Eu não vou jantar Esme - me pronunciei ainda de olhos fechados. Então a Bella também falou.
- Também estou sem fome Esme.

Passaram-se os minutos, as horas todos falando; na realidade relembrando os acontecimentos do último ano de namoro da Bella com o Edward; Bella contava e recontava animadamente o momento em que ela entrou na sala e Edward tampou o nariz; de como todos os fitavam quando eles sentavam sozinhos na mesa no refeitório.

Já estava me dando agonia ouvir aquilo, e graças a Deus o telefone tocou; eu corri prontamente pra atender e todos se silenciaram.

- Alô!
- por favor - alguém querendo falar comigo, ligando pra casa de Carlisle?.
- Ela própria, quem é?
- Que animação em ; parece que você está em um velório. Só pra saber, alguém morreu?
- Não mamãe.
- Como você está?
- Viva.
- Uau! Não que isso, eu estou falando com um defunto. Claro que você está viva né .
- E você?
- Viva eu estou né garota! Mas estou bem, quer dizer excepcionalmente bem, ah e feliz - minha mãe era pura animação do outro lado da linha.
- Aham. Novidades?
- Você está com tempo? Ah tem que estar,escuta querida - ela falava como se fôssemos amiguinhas, ela não era a minha mãe- estou noiva, isso mesmo noiva! N-o-i-v-a - fez questão de silabar como se eu fosse uma analfabeta- ele é lindo, quer dizer, lindo é ofensa pra o que ele é; ele é um príncipe já falei? Príncipe Kaio Maçom; ele mora em um castelo, é eu sei brega, mas tipo ele é lindo assim mesmo...
- Você gosta dele, mamãe?
- Aham, claro; amo, isso essa é a palavra A-M-O! ele é tão romântico, intelectual, adora rock, isso mesmo rock!; ele é fã de todas essas bandas que você gosta. Já falei que ele mora em um castelo?
- Já - falei nem um pouco animada.
- Já falei que ele é um príncipe?
- Também mamãe. Vocês pretendem se casar? - disse quase desabando, sou nova de mais pra ter um padrasto.
- Ainda não; pretender sim, mas não agora. Ainda mais, que eu quero que você conheça e aprove primeiro - minha mãe falava como uma adolescente pedindo permissão pra namorar pro pai.
- Adoraria conhecê-lo
- Sabe filha... - ela agora estava meio chorosa, ih lá vinha bomba- eu sinto saudades, sinto muito a sua falta; sinto falta da nossa irmandade, sabe, de sairmos a noite, beber todas, comer de tudo, pegar vários gatinhos; sinto muita falta disso; eu queria lhe propor algo.
- Fala!
- Vem pra cá;vem morar comigo na Itália, eu sei que você não gosta mesmo daí e aqui tem tant...

Eu não escutava mais nada só olhava pro Edward olhando fixamente nos olhos da Bella e brincando com os seus cabelos; ele era, é o motivo de eu ficar aqui, mas eu não o tenho mais; a resposta estava na ponta da língua eu ia dizer não, ainda tinha chance de ficar com o Edward.

- , você esta me escutando ?
- Aceito.
- Jura?
- Isso mesmo aceito. A-C-E-I-T-O.

Minha mãe explodiu de alegria do outro lado da linha, e disse que tinha certeza que eu toparia e por isso já havia comprado as passagens; eu estava como um zumbi escutando tudo o que ela falava.

- você quer vir pra cá amanhã mesmo?

Então eu me lembrei da conversa pela tarde com a Bella, amanhã era o dia H entre ela e o homem da minha vida; com certeza depois ela viria querer me contar tudo com detalhes, eu não agüentaria.

- Pela manhã?
- Claro; o mais rápido possível, querida.
- Aceito.

Não consegui falar mais nada, minha voz embargou me mudaria de novo; mas agora seria pra nunca mais voltar pra Forks; Ela me deu “tchau”, mas eu ainda tive tempo de escutá-la dar a notícia pro Kaio; eu coloquei o telefone no gancho e andei em direção ao quarto, mas tendo tempo de ver Jasper me seguindo.



Capítulo 18



É inexplicável como Jasper estava colaborando comigo, ele talvez fosse a minha cura, ele sabia que eu estava sufocada, que eu necessitava desse tempo sozinha na Itália para pensar realmente em tudo o que ocorreu; para eu tomar uma segunda decisão, pra eu decidir se estou disposta a enfrentar a Bella; decisões que estão sendo impossíveis de serem tomadas na situação que eu estou.

Enquanto eu dobrava a primeira peça, ela já dobrava a décima então decidi ir arrumar outras coisas; pegar cada um dos livros, que eu não tive tempo ou talvez coragem de ler. Pegar meus cds, meus alls-stars e a cada minuto eu dava uma espiada no Jasper agachado em frente a minha cômoda. Enquanto ele me ajudava a arrumar as minhas coisas, Carlisle adentrou no meu quarto e Jasper não sei porque se retirou.

- , sinceramente minha filha, você tem certeza disso?
- Eu não tenho mais certeza de nada.

Será que Carlisle não percebia que ele ali só piorava as coisas? Eu não tava com saco, nem vontade de falar; em vez de colaborar um pouquinho ele me obrigava a falar e deixando claro que Jasper não voltaria, pois ele já havia tomado o seu lugar em frente a minha cômoda.

- desde o inicio você sabia que eles namoravam, a um ano minha filha; vê pelo lado Del...
- Eu por acaso tô reclamando? Eu quero passar um tempo com a minha mãe, posso?
- Eu só acho isso injusto.
- Injusto?
- É, você como sempre vai voltar pra ela e por uma besteira.
- Pai me escuta - disse puxando-o pra perto de mim- eu voltarei, eu prometo; não sei quando, mas eu adoro esse lugar e você sabe, por nenhum motivo eu largarei esse lugar; mas eu tenho mãe com um novo namorado que eu preciso conhecer, mas como sempre o filho retorna a sua casa e a minha é forks; como sempre eu voltarei a Forks.

Ele me abraçou forte, como se percebesse que as minhas palavras não eram firmes; como se percebesse que talvez eu nunca mais voltasse. Porém eu sabia bem cravado no meu coração que eu voltaria, porém mais forte, com o poder que eu tinha para finalmente poder enfrentar a Bella.

Carlisle me ajudou a arrumar as minhas três malas, eu deixei roupas aqui pra deixar claro pro Carlisle que sim eu voltaria, só não sabia quando. Carlisle colaborou calando a boca depois do abraço e contradizendo as palavras dele, Jasper voltou logo após que Carlisle se foi.

Eu já estava na cama, abraçando meus joelhos; me segurando para que nenhuma lágrima rolasse, fazendo esse momento ficar depressivo. Já devia ser umas 23:45, pois no céu não se via nada além da escuridão; eu tinha a obrigação de dormir, para amanhã acordar com um rosto bom pra olhar pra minha mãe.

O avião estava marcado para sair as oito e dez da manhã, então não tenho total certeza, mas ele deveria estar pousando na Itália quase uma hora da tarde; Jasper estava sentado em uma cadeira do lado da minha cama me esperando dormir; a Alice já havia chamado-o umas três vezes, eu sei ela devia estar querendo me matar por eu estar roubando o tempo todo do Jasper.

- Jazz vai, por favor; eu já estou dormindo, fica com a Alice.

Então ele se ergueu e eu fiquei com medo de não vê-lo mais depois de hoje.

- Eu te verei de novo? - Perguntei me ajoelhando ma cama.
- Claro.

Ele me disse beijando meus cabelos, ele se movimentava em direção a porta com passos humanos, como se aquele momento não devesse terminar. Após Jazz sair, eu demorei muitos minutos para conseguir fechar as pupilas, mas finalmente consegui; me enrosquei no edredom, comprimindo as pernas na barriga e assim fiquei por muito tempo (pelo menos pra mim).

A noite, ou melhor, madrugada esfriava cada vez mais, o meu edredom não me aquecia e o meu corpo congelava; meu quarto estava frio e eu precisava de outro edredom, então ainda meio zonza com o escuro do quarto eu movi meu braço pra ligar o abajur.

Eu não esperava, mas ele estava lá, me fitava indiferente da escuridão que antes o meu quarto se encontrava. Então finalmente encontrei o motivo do meu frio “Edward Cullen”.

- Espero sinceramente não ter te acordado.
- Não, você apenas fez o quente ficar frio. (duplo sentido).
- Desculpa.

Então finalmente eu reparei como ele estava envelhecido ao meu lado, não sei como, mas eu ainda sentia o cheiro do shampoo da Bella na camisa do Edward; eu queria que Edward se fosse, do mesmo modo que eu queria que ele me agarrasse e me fizesse ser sua pra sempre, que ele selasse nossos lábios e dissesse que me amava. Mas era só o querer e querer não é poder.

- Você quer algo Edward? - era estranho tê-lo no meu quarto, se não fosse pra me beijar.
- Você pode me dar o que eu quero, mas duvido que dê.
- Eu não estou conseguindo te entender. - putz,era 2:00 da madruga, ai que sono.
- Seria pedir de mais pra você ficar?
- Seria pedir muito pra você deixar a Bella?
- Seria.
- Então sim, seria pedir muito eu ficar.
- O problema todo é a Bella?
- Ai Edward, você tomou a sua decisão e eu estou tomando a minh...
- Decisão insensata e injusta.
- Você que é injust...

Não tive tempo de terminar a frase, lá estava eu de novo em seus braços; mesmo comprimindo meus lábios, sua língua pediu passagem quebrando todas as minhas defesas; o magnífico não era só ter seus lábios no meu, mas ter suas mãos tocando o meu corpo, como se ele já o conhecesse a anos.

- Edward... - o fôlego me faltava e o beijo começou a ficar mais intenso- ... você está me fazend.. so..fr.er - as palavras saiam falhadas, então como última tentativa de me desvencilhar daquele homem, que me possuía eu cravei minhas unhas no seu pescoço; mas isso só o fez gemer e descer a mão até a minha coxa. Edward pa..ra..
- Eu te amo - como ele tinha fôlego? Me diz?- não me deixa, por favor; eu não consigo viver sem você, eu te amo entenda isso.
- En..tão fi...ca comigo - ele finalmente tirou os lábios de cima dos meus, me deixando respirar um pouco.

Seus olhos transpareciam dor e isso me cortou o coração; eu não sabia como eu conseguia sentir pena, dó dele depois de tudo; mas aquele olhar me deixava fascinada de um modo...

- Edward vai embora - disse saindo de perto dele.
- Eu te amo.

Disse-me ele me seguindo e voltando a me beijar, me conduzindo de volta ao nosso ninho, minha cama; minhas mãos instintivamente começaram a tentar reconhecer aquele corpo; elas se moviam o apertando enquanto passava cada dobrinha dos músculos. Putz, eu sei eu devia estar mandando ele se ferrar, ou algo bem pior; mas isso era impossível e a droga do meu corpo não reagia. Mas de repente na hora mais desapropriada do mundo me veio imagens da Bella gritando de prazer nos braços do Edward, enroscados em lençóis molhados. Ele a amando de um modo que eu nunca havia visto, seu corpo nu reluzente sobre o dela (puta merda, aquilo era cena pra se vê; enquanto eu estava debaixo dele e ele me beijando convulsivamente?) ela o arranhava, gritava e gemia de tanto prazer (enquanto isso no mundo real ele deslizava os dedos pelos botões da minha blusa), mas ao mesmo tempo no meu subconsciente ele vasculhava o corpo da Bella com sua língua, sua boca repousava nos lugares mais desapropriados do mundo e ele dizia que a amava e sempre a amaria pra todo o sempre.

No mundo real eu estava arfando após ele retirar seus lábios do meu para admirar minha pele branca que agora não mais coberta pela blusa resplandecia com a luz do abajur. Ele estava sentado sobre mim, com cada perna de um lado do meu corpo e sua boca foi de encontro a minha mão, subindo pouco a pouco; enquanto isso sua mão direita foi de encontro ao meu cabelo, fazendo leves caricias no meu pescoço; então ele puxou meu cabelo com força assim deixando meu pescoço amostra para beijá-lo. Enquanto isso sua mão esquerda foi de encontro a minha calça (como um único homem, que acabou de te dar um fora, consegue te fazer chegar ao ápice da loucura?); seus lábios chegaram ao meu ombro assim começando a passar a língua pelo meu pescoço, insinuando que desceria e encontraria meu corpo. Sua língua brincava no meu pescoço, mas deixando claro que logo, logo desceria, então...

- ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

*Edward Pov*

Eu pensei que havia gritado de prazer após minha mão gélida encontrar sua calça;mas só percebia que não era nada disso, após ver a cama suja de sangue, Jasper puxando pro banheiro e Emmet voando comigo nos braços. Só então eu senti o gosto doce na minha boca e instintivamente arregalei os olhos. Eu havia mordido a minha vida, o meu ar, o meu amor.

Eu comecei a socar o meu irmão, eu queria ver como ela estava, mas as forças me faltavam. Emmet corria pela mata me levando pra longe da . Eu tinha que voltar, eu tenho o controle, não a machucaria, eu sei disso (não eu estava errado o meu subconsciente dizia, se não eu não haveria mordido; mas o lençol tinha tanto sangue, será se eu... eu... ai meu Deus, será se ela... ela... vai... virar... não eu não posso ter dado o pior futuro, eu não posso ter decidido a vida dela, eu não posso ter arruinado a vida da minha paixão, eu não posso ter tirado-a o ar.

- Me solta, porra.
- Caralho Edward - eu comecei a socar convulsivamente o Emmet, que porra, que droga, cacete eu to xingando? Não eu não acredito; ai esquece, eu quero saber dela, eu preciso dela. Porraaaaaaaa.....

Emmet me jogou contra árvore, demonstrando que a mordida na orelha havia doido; então eu comecei a correr, mas ele me segurou pela cintura.

- Eu não quero te machucar veio - disse-me ele, que droga nem eu, mas se ele não me soltasse agora ele morreria, ah sim morreria.

Ele me jogou contra a imensa parede de rochas que estava à frente, assim fazendo um barulho absurdo ecoar na floresta. Merda, só o que me faltava, lobos, é lobisomens, o cheiro adentrou no meu nariz como álcool. Putz, era Jacob e Seth, ai não.

Eu vi o rosto do Emmet se contorcer; só faltava dois pirralhos iguais a eles, interferirem na nossa briga; mas Emmet não me deixou pensar, ele já estava me tacando contra as rochas de novo e me socando assim afundando-me mais e mais na rocha.

- Eu aposto 200 no gorila - disse Jacob já rindo da cena, de Emmet me socando contra parede;
- Eu aposto 300 que Edward vai vencer.
- Aposto 350 mais minha moto no gordo.

Putz, Emmet odiava que chamassem ele de gordo, enquanto eu estava arfando por tantos socos no estômago e ainda afundado na rocha, Emmet olhou com olhar assassino pro Jacob (que estava humano, só Seth que ainda estava em forma de lobo). Emmet correu como um louco e deu de lado no Jacob enquanto o cara ria, ai, essa deve ter doido.

- Você vai ser o próximo? - perguntou Emmet ao Seth, que se contraiu e parou de rir na mesma hora.

Antes de eu me recuperar Emmet já veio com tudo sobre mim;chega de brincadeira segurei os dois socos de Jasper com uma só mão, torcendo os seus dedos e ele revirou os olhos. Eu tinha certeza que a cena era amedrontadora, Emmet de joelhos e eu segurando sua duas mãos com uma única mão.

- Chega Edward, pára por favor - ele pedia clemência. Eu não tinha tempo, estava com meu corpo doendo, não pelos socos, mas por que eu estava sofrendo por amor. Eu conseguia ouvir os pensamento do Jasper, mas ele não pensava em nada, apenas corria, mas eu não sabia pra onde. Merda porque ele estava correndo??.

Enquanto eu pensava, ou melhor, tentava vasculhar os pensamentos do Jasper, Emmet me chutou nas áreas baixas (ainda bem que eu não sou humano).

- Merda, porque vocês estão brigando?

Jacob Conseguiu dizer algo, após se recuperar do soco no seu estômago humano, já vindo ainda como humano adentrar entre eu e Emmet.

- Esse louco a mordeu.

Não acredito, Emmet bebeu, porque ele falou aquilo, apenas por eu ter arrancado os seus dez dedos? Não tive tempo de me responder, Jacob se transformou e veio com tudo pra cima de mim. Então Emmet tomou o lugar que antes o Jacob ocupava.

- Aposto 500 na chama. - não acredito.
- Continuo apostando no Edward, hum, 500 e a moto do Jake. - como assim?.
- Não vale, mané; tem que ser algo seu.
- Tah, 500 e um jantar aonde você quiser.
- Fechado.

Depois só ouvi gritinhos histéricos (Ed,Ed,Ed,Ed, Jake, Jake, Jake, Jake) os dois gritavam como duas menininhas sem nem ligar pro fato da poder está morta. Merda, esse soco doeu.

Já estava claro, quando a explosão ocorreu, eu e Jacob nos encontramos no meio de uma corrida em pleno ar. Ele foi parar arrastando árvores, enquanto eu explodi fazendo um pedaço da montanha vir abaixo. Cacete o que a policia local vai achar, das árvores derrubadas e da montanha? Não sei, mas eu estava cansado e não conseguia mais ouvir os pensamentos do Jasper, como se ele estivesse a milhas de Forks e já os pensamentos que estavam na minha casa, eram calmos.

- Ah não, não vale; quem ganhou? - perguntou Emmet.
- Empatou seu idiota; mas como fica a regra se empatou, eles têm que brigar de novo, eu quero os seus quinhentos reais.

Nem eu nem Jacob demos tempo de eles falarem mais nada, eu meti um soco incrível no Emmet; enquanto o Jacob fez a mesma coisa no Seth. Logo após todos caímos exaustos pela madrugada que tivemos.



Capitulo 19


- Sua mãe se gabou tanto de você; sinceramente eu esperava uma garota punk, não essa criança chorosa.

Merda! Que droga, o que eu fiz pra merecer isso? Só me faltava ter que dar explicações do meu estado pro filho do noivo da minha mãe. Falando nisso e que filho, ainda estou meio sem ar com aquela imagem absurda.

Mas, além disso, ainda estou incrivelmente cheia de raiva pelo imbecil do Edward. Será que ele me confundiu com um animal ou algo pior...?

- Você quer um psicólogo? Você está passando mal? Sentindo dor ou algo parecido? Está com cólica, é isso?
- Merda! Cala boca!
- Aeeee – comemorou o Deus grego ao meu lado (cara eu sou um ímã de homens bonitos, só pode) – vamos pra um bar afogar as mágoas beber – disse ele me estendendo a mão.

Um bar, beber; topei, afinal nada melhor do que umas garrafas de álcool para me fazer esquecer o desastre de ontem e ainda pra tirar a dor de uma madrugada inteira voando nas costas do Jasper.

Eu estava indo pra quinta garrafa de cachaça (é nem quero imaginar a situação do meu hálito) enquanto ele estava já na décima e totalmente lúcido e eu meio que estava desnorteada; mas a droga do álcool não me fez esquecer o que ocorreu ontem.

Flash back on

Eu estava ainda meio desnorteada quando senti as mãos do Jasper tocar na minha pele nua; o Emmet e o Jazz estavam tirando o meu prazer, que merda! Eu queria continuar nos braços do meu anjo; antes de Emmet sair pela porta com o Ed. Eu consegui ver seus olhos arregalados, então reparei no lençol e elevei minha mão a um ponto dolorido, meu pescoço. Não tive tempo de nada, lá estava Jazz chupando o meu pescoço e se contorcendo pra não perder o equilíbrio; não demorou muito pra Carlisle chegar e tomar o seu lugar, enquanto Jasper fugia do banheiro desnorteado.

Eu me sentia dolorida, mas Carlisle me dera certeza que eu estava sem nenhum veneno no corpo; a cena do banheiro era lastimável eu não entendia como meu pai conseguia ficar ali; a banheira que antes estava cheia de água, uma água agora tingida de vermelho. Toalhas estavam manchadas de sangue, a pia também. Jazz apareceu na porta com os dentes amostra, pegando uma toalha e chupando-a; eu estendi minha mão ensangüentada para que ele chupasse-a e ele o fez.

Eu estava sentada no colo de Carlisle, que estava encostado na banheira, enquanto Jazz lambia o meu corpo se saciando. Alice apareceu de repente na porta, os olhos arregalado (não pela cena), mas sim...

- você tem que ir! As visões não são boas, ele e o Emmet estão brigando; o Edward vai vencer e no amanhecer do dia ele voltará, pensando que está sobre controle, mas ele o perderá de novo. seu futuro é gelado! Eu te vejo daqui a alguns dias como vampira, após Edward te atacar de novo. Nós não podemos esperar até amanhã.
- Eu não vou deixá-lo acabar com a vida dela!

Disse estridente o Jazz me pegando nos braços e começando a correr; ele correu demais, eu não consegui falar nada, eu apenas chorava pois nunca havia imaginado isso do Edward. Quando abri os olhos novamente estava numa floresta, com roupa limpa, dinheiro no bolso e um bilhete escrito pelo Jazz. Que dizia:

A vida não necessariamente se completa por saciar desejos. A vida se completa apensas pelo estar viva! Existem caminhos que no início parecem ser os piores, mas na realidade são a verdadeira fuga. Você foi um ímã pra mim, aquela que eu nunca consegui me afastar (você nunca percebeu né? O quanto eu te olhava tentando usar meus poderes). Afinal tudo isso eu escrevo pra chegar num único ponto “não nos procure mais”; Forks depois de ontem morreu pra nós, descumprimos um acordo feito a séculos e agora nós partimos. O Edward? Ele ficara bem, nós cuidaremos dele. O importante é você querida , se cuide, que eu cuidarei de você, eu sempre estarei do seu lado; não se mete em encrencas garota, eu não quero precisar te tirar delas. Beijos e desejos para que você recomece e se esqueça que um dia existiu esse sobrenome “Cullen”.

Jasper Cullen

Flash Bach off


Eu apertei minha mão contra o meu bolso local onde estava o bilhete e então percebi a discussão que se decorria no castelo.

- Você está louco Sebastian? Como você leva uma garota de dezessete anos pra se acabar em um bar.
- Calma amor – dizia a minha mãe.
- Renné querida, por favor – disse ele calmamente pra recomeçar a berrar – escuta garoto, se você quer acabar com a sua vida que se dane, mas deixa a daquela menina em paz!

Com certeza aquela era a voz do homem mais educado do mundo; a voz da minha mãe era suave, tanta saudade dela...

- Nós mal saímos, ficamos apenas 45 minutos fora; então ela chega mais cedo e você decidi recepcioná-la enchendo a cara.
- Isso mesmo, ela tem dezessete anos – berrou mais alto o Sebastian – se ela não quisesse, que dissesse não!

Pelo visto eu teria que resolver mais essa; me olhei no espelho e percebi que eu havia bebido muito mais do que devia (perai! Desde quando inventaram o limite que uma pessoa deve beber?) me movi seguindo as vozes e adentrei no que me parecia um salão muito bem decorado para uma festa (pelo visto pra mim, pois tinha o meu nome e um seja-bem vindo bem grande no meio do salão) todos se calaram quanto eu adentrei, e eu decidi não modificar muito como eu era em nova York pra não assustar minha mãe.

- Ué, não precisam parar com o barraco – vi Sebastian o Deus grego sorrir (só me faltava mais um Jacob na vida) – pelo amor de Deus, qual é o problema de beber? É divertido! E me impressiona você mamãe, que tomava umas doses em Nova York; se lembra que você até competia com aqueles caras bem metaleiros, após os shows – disse abraçando minha mãe.
- Eu esperava te ver lúcida quando você chegasse – disse-me ela – mas pelo visto, será para sempre .
- Kaio Maçom – disse, e ele me estendeu a mão; mão que eu recusei e o abracei – sabe nunca pensei em ter um padrasto – disse passando a mão em seus ombros.

Todos estavam em silêncio, ai que chato; eu agora preciso falar e começar assuntos. Será se eu não podia apenas me acabar em copos de álcool.

- Olha não sei vocês – disse olhando ao redor – mas eu sinceramente quero essa festa! E ai quais são os planos?
- Nós contratamos um bufê – cara como era difícil escutar tudo aquilo, não sabendo pra onde “eles” haviam ido – mas sua mãe disse que a música e etc... era melhor deixar por sua conta.
- Hum... vamos contratar um dj, uns bar-mens; convidar uns amigos do Sebastian e da sua filha (obs: que eu ainda não conheço); temos que contratar o sistema de som, as luzes; hum... já sei vou querer uma discoteca a fantasia; hum... cada um devera vir caracterizado como um personagem amedrontador. Personagens de filme, livro e indo por ai.
- Já sei como eu vou vir – disse sorridente o Sebastian, ele tinha cara de “o exterminador do futuro” ou “007”, algo bem maluco.
- O que? – perguntamos todos em coro, mas minha mãe se adiantou falando a dela.
- Personagem amedrontadora? Que missão em deixa eu ver – se fosse pra vir de donzela seria mais fácil pra minha mãe decidir – poderia vir caracterizada como a Esme – disse rindo minha mãe (só me faltava essa) – quando a mulher me viu beijando Carlisle no dia do seu casamento foi amedrontador – não consegui me segurar ri também, a cena devia ter sido demais; minha mãe em um mini, apertado preto se esfregando em Carlisle no dia do casamento da Esme – isso, vou pegar umas fotos antigas e ir pro shopping pra achar algo bem parecido com o que ela usa.
- Isso é brincadeira né mãe? – inacreditável.
- Não; por acaso vocês não me acham com cara de santa – aquele olhar malicioso não era bom.
- Então eu virei de... – começou a pensar o Kaio – lobo mal, que caçam as donzelas indefesas.
- Vocês estão querendo remontar alguma historinha pra criança?
- Eu não – deu o ar da vida o Sebastian – eu virei de vampiro – eu petrifiquei – não sei como me caracterizar, mas estou pensando em dar muitas mordidas hoje a noite – essa história está ficando meio apimentada isso sim – e você ?
- Surpresa queridos! – disse sem a menor idéia do que vestir.
- Tah... o sistema de som, os bars-mans, as luzes e as pessoas pra montar a discoteca eu e a Renné vamos contratar.
- Eu e a vamos arrumar a música; e dos convidados cuido eu.

~*~

Fiz tanta coisa nesse dia que era inacreditável eu ter me esquecido de tudo o que andou ocorrendo; o Sebantian estava num provador de uma loja provando algumas fantasias.

- eu estou morrendo de curiosidade sobre a sua fantasia – disse ele ainda se trocando – você já tem idéia? – não eu não tinha, mas não ia dar o braço a torcer.
- É claro – disse me gabando.
- Viu algo aqui na loja?
- Não. A minha fantasia é inspirada em mim.
- Você por acaso é alguma personagem? – ah se ele soubesse que eu sou a pp de uma fanfiction, mas esquece – eu estou dando a festa, eu tenho o direito.

Ele saiu do provador usando uma causa jeans preta, óculos escuros, um casaco de couro marrom e dentes pontiagudos.

- Se fosse uma festa de dia o óculos cairia bem; mas os vampiros são do modo antigo, não essa modernidade contorcida.
- Vou mudar – disse ele dando de ombros – o que você acha – disse ele andando pela loja – calça social preta, hum... um casaco até o pé preto de couro – até que está melhorando – vou precisar usar lentes pra ficar legal, o que tu acha? Rosa choque ou preta? – hã? – mas antes, se liga no resto da fantasia; ai eu compro uma gravata não sei que cor; vou pra festa com a capa, casaco como for abotoado totalmente e quando a festa começar a animar eu tiro a capa e faço um strip-tease de boas vindas.
- Se você quer me impressionar querido – disse quase colando meu rosto no dele – faça isso pra mim entre quatro paredes – merda, tudo o que ocorreu me afetou o cérebro.
- Eu faria... – hum – se não tivesse namorada.

Como é que é? Ah não, porque todos os homens lindos do mundo têm namoradas; só me sobrou o Jacob? Eu não mereço isso.

~*~

E ai qual cor de lentes? – perguntou-me ele logo quando adentramos numa loja de óculos e lentes; logo após de termos escolhido a fantasia mais sem noção da minha vida.

- Dourada.
- Como é? Pelo visto você não entende nada de vampiros , vermelha ou preta escolhe.
- Dourada. – disse firme.
- Aff... vou levar as duas vendedora, a vermelha e a preta.
- Dourada! – disse batendo a mão no vidro da loja.
- Que isso , eu nunca vi vampiro com olho dourado; tá maluca?
- Não! – disse começando a fazer birra (que merda é essa!).
- Tá, vou levar três, vermelha, preta e dourada; depois eu decido.

O filho da mãe do Sebastian não só era o “humano” mais lindo que eu vi na vida, mas também tinha uns carros de tirar o fôlego; o pior é que o cara mesmo tendo namorada é um cafajeste de primeira.

Nos sentamos na praça de alimentação do shopping, e enquanto eu bebia um suco de maracujá ele meteu pra dentro três hambúrgueres, duas cocas, três sorvetes de casquinha entre outras. A garçonete do local se aproximou da gente com um sorriso maravilhoso (ela sem dúvida ganharia uma ótima comissão, com tudo o que o Sebastian comeu).

- Vocês vão querer comer mais alguma coisa? – perguntou ela sorridente demais.
- Vocês fazem entrega em domicilio? – eu não acreditava que ele iria pedir algo, pra entregar em casa.
- Claro! Temos dois entregadores disponíveis.
- Não! Só aceito se você levar – fala sério cara.
- Posso tentar – que garçonete oferecida – onde você mora?

A entrega vai ser no castelo da rua Mondre reallette, segundo andar, terceiro quarto da direita – para! Eu não ouvi aquele absurdo. A mulherzinha riu e se retirou levando consigo um guardanapo com o número do Sebatian.

~*~

- Você não está nem um pouquinho animada .
- Eu? Claro que tô, talvez até dance macarena – ele me olhou de lado e abaixou a cabeça rindo, enquanto dirigia.

Então eu parei pra me ligar que o caminho que estávamos seguindo não era o certo.

- Sebastian, pra onde nós estamos indo?
- Buscar minha irmã, Margaret Maçom.
- Aham, e a onde ela está.
- Na faculdade!
- Faculdade?
- Sim!

Não tive tempo de falar nada, o carro estacionou em frente a um grande prédio azul e o Sebastian enrugou a cara; a menina que adentrou no carro era perfeita e extremamente pálida, seus olhos eram cor de âmbar, seus finos lábios rosados e sua postura totalmente de superioridade.

- Você se atrasou – disse a vampira estridente; Cara minha mãe tem algo de errado, toda a família que ela arranja tem algo relacionado a vampiros.
- Agradece por eu ter vindo, podia ter lhe deixado ai.

O teatrinho era ridículo e a vampira me observava de um modo nada bom. Eu me contentei em ligar o i-pod e fingir dormir até o castelo; bem que eu poderia estar dormindo, pois tive pesadelos mesmo acordada.

À noite penumbrava, quando finalmente eu decidi ver algo pra vestir. Devia ser umas seis horas e só se via estrelas e as luzes pela janela. Então pelo visto chegou a hora da festa começar, pois como dizem “quando a luz cai e as estrelas aparecem é hora da festa”!



Capítulo 20 – Insanidade


Vê se pode! Invadir o quarto dos outros, esse cara era insano. La estava ele de olhos fechados e mãos na cabeça estendido na minha cama, enquanto eu saia do banho só de toalha. Dei umas tossidas, pra vê se ele se tocava, mas nada, então lá fui eu cutucá-lo.

- Hum...
- Dá pra sair do meu quarto? Eu quero me trocar – falei o mais educada possível.
- Eu não ligo.
- Ah, liga sim! Sai Sebastian.
- Não quero!

Ele sim estava insano, ainda mais com aquela fantasia medíocre; nunca vi nada mais sem noção, e aqueles óculos vermelhos não ajudavam nada (de moreno sarado, passou pra um branquelo). Decidi não rir, pra ele não achar que eu tava dando mole.

- Sebastian, eu quero muito não te socar.
- Ai bravinha, que linda! Soca meu bem!

Sim enlouqueceu de vez, e eu estava começando a enlouquecer também. Eu estava querendo me trocar e esse louco no meu quarto. Pensei em gritar minha mãe (mas muito pirralha), pensei em me trocar ali mesmo (mas insana demais) então soquei.

- Ai! Puta merda , bebeu!
- Cai fora Sebastian!
- Você pega, usa e joga fora?

Sim ele enlouqueceu de vez, quando eu o usei? Haha! Me dêem o número do hospício, achei um louco pra internar.

- Pede com jeitinho que eu saio – meu Deus, eu não ouvi isso.

Peguei uma calcinha na mala e coloquei por baixo da toalha e me virei de costas jogando a toalha no chão pra conseguir colocar o sutiã. Ok (na praia as pessoas ficam assim) e eu insana andei pelo quarto assim.

Ele me observava de cima a baixo enquanto eu desfilava pelo quarto; só faltava ele babar de vez. Ele se ergueu pra me fitar melhor, e eu comecei a corar. Ele se moveu até mim sorriu e disse:

- Vê se não demora – então ele se retirou do quarto, e eu suspirei muito fundo.

Pus-me em frente a minha mala, nada ali montaria um personagem, ainda mais se você tinha que copiar o estilo de um personagem já existente. Pensei em algo parecido com James Bond feminina, mas não. Eu precisava urgente de um shopping.

- Sebastian! – berrei o mais alto possível.
- Eu sabia que tu me amava – retornou ele e seu humor sarcástico pro meu quarto.
- Você não perde uma né? – quis confirmar.
- Você está muito linda – ele sorriu sinicamente, então eu me toquei e corri pra pegar a toalha.
- Cai fora Sebastian! – berrei exasperada – não espera – corri pra fora a tempo de pedir pra ele esperar, o corredor estava escuro então eu cheguei perto dele e ergui a mão – a chave!
- Calma ! Ainda nem começou a noite e você sabe que o meu quarto sempre estará aberto pra você, não precisa de chave
– A chave do carro idiota.
- Achave do ‘meu” carro? – ele perguntou incrédulo.
- Você está vendo mais alguém aqui? – ele fez biquinho – não né, então é claro que é a chave do seu carro.
- Tem carteira mocinha?
- Tem plano de saúde? – eu levantei os pés pra poder olhar nos olhos dele “uma verdadeira guerra de titãs”.
- Você se acha forte né? Será?
- Quer tentar? – ele me olhou e sorriu, puxou meus cabelos pela nunca me fazendo inclinar.
- Dona presta atenção! Eu não sou igual a esses daí que você faz o que quer. Eu retirei a mão dele da minha cabeça furiosa.
- Me toque de novo e esta mão nunca mais tocará em nada – ele sorriu mais ainda.

Ele passou então seu forte braço pela minha cintura, me beijou o pescoço e colocou a chave no meu ombro.

- Vou cobrar, tenha certeza – ele disse e foi embora, eu desabei ali mesmo, depois respirei fundo e entrei no meu quarto.

Após um discurso da minha mãe eu saí em direção ao shopping; as ruas estavam escuras, só havia uns per rapados fumando, cheirando e bebendo. Sem falar nos engraçadinhos que achavam que sabiam andar de moto, era tão cômico a cena deles tentando empinar as motos (ridículo).

O estacionamento do shopping estava bem cheinho então tive que rodar muito e só havia vaga no final do estacionamento, um local escuro e que havia uns moleques cheirando. Eu não me importei, o que não podia era deixar a preciosidade da vida do Sebastian na rua.

- Quer que eu tome conta senhora? – um pirralho com droga na mão perguntou.
- Toma conta de quem? Se só você é o perigo por aqui? – não tenho saco com essas pessoas, se pelo menos ela estivesse fazendo malabarismo, mas pô ele tá se drogando.
- Sim nós somos perigosos – disse um cara que pela cara devia ter seus 26 anos, se levantando do chão e encostando no carro.
- Desencosta – disse já furiosa, sabia que teria que limpar a merda do carro.
- Se eu disser não? – eu mereço.
- Você vai desencostar daí, querendo ou não amigo.
- Agora nós somos seus amigos? – disse o pirralho que se ofereceu no inicio, ele devia ter seus 10 anos.
- Você não deveria estar em casa, tomando leite na caminha? – merda!
- Você não deveria ser mais educada com os amigos? – disse o mais velho.
- Cara desencosta, ai eu vou faço o que tenho que fazer, e você continua se drogando.
- Você se acha corajosa, mas será que tem coragem de cheirar conosco – ele me ofereceu e uma voz ecoou na minha cabeça “sai, entra no carro e sai”. Tô ficando maluca só pode.
- Menor vontade de fazer isso.
- Medrosa, metida a valente – “sai daí, agora, entra no carro e sai”. A voz não era desconhecida, mas era furiosa.
- Droga! Cara eu tô atrasada, vê se colabora.

O cara exagerou tacando álcool no carro, agora ele morre, pois eu o mato de todas as formas possíveis.

- Bebeu desgraçado? Perdeu noção do perigo – berrei chutando o pneu, e montaram uma rodinha a minha volta “sai daí , agora! Nem mais um minuto, sai!” a voz berrava desesperada. E então eu reconheci, Edward Cullen se apossou dos meus pensamentos.
- Bravinha, éh? Adoroo – zombou um dos caras, eu não sabia pra quem olhar, a qualquer momento algum deles poderia me atacar por trás; devia ser uns 12 homens, e uns 4 pirralhos.
- Eu mereço – falei e logo depois só vi os arranhões feitos pela garrafa estilhaçada no capô do carro – você vai ter que pagar isso! – disse com convicção apontando para os arranhões no carro.
- Não vou não – disse o cara chegando a alguns centímetros de mim.
- Ah vai, tenha certeza disso – disse dando um passo em sua direção.
- Quem vai me obrigar? – perguntou-me segurando o meu braço. E a droga da voz então se apoderou de vez “corre , sai daí agora, entra no carro e sai, agora”.
- Se você tem amor pela sua vida desencosta – disse tentando me desvencilhar daquelas mãos horrorosas.
- Você se acha forte, corajosa mas não passa de uma pirralha, que não sabe o que é a vida – disse ele me olhando com olhos em fúria.
- Posso ser tudo isso e mais um pouco, mas eu ainda tenho amor pela minha vida – disse chutando ele nas partes baixas. Ele se contorceu e me soltou abaixando as mãos no ponto dolorido.

Após isso eu não tive tempo de mais nada, só senti mãos puxarem meus braços pra trás das costas me imobilizando e num movimento súbito o carro do Sebastian estava em chamas na minha frente, merda, puta merda, droga agora eu morri de vez (n/a: doida, aonde já se viu se preocupar com o carro em vez da sua própria vida?). Eu sei me cuidar, mas não tô afim de passar os meus últimos dias trabalhando pra pagar esse carro medíocre.

Eu senti o bafo quente da boca do cara atrás de mim no meu pescoço, eles riam insinuadamente enquanto o carro queimava a minha frente “ por favor, não faça besteira, se você morrer eu morro, você é a minha vida, você é o meu viver, você é o meu ar, sem o meu ar eu não respiro, então eu morro”. Pensei que vampiro não precisasse respirar, merda to discutindo com quem? Com uma pessoinha zombeteira que está na minha cabeça? É isso mesmo.

Senti meus ossos se contorcerem, o sangue pedindo passagem e meus braços começaram a latejar; levei uma rasteira por trás que me fez ir ao chão, me levantei a tempo de ver o soco me atingir o peito me tirando o ar, não sei da onde saiu, mas meus lábios começou a jorrar sangue. O homem de 26 anos, estava com um pedaço de ferro na mão, e me olhava furioso (pronto morri de vez).

Ele ergueu o pedaço de ferro, enquanto outro homem me segurou me erguendo, meu cabelo estava molhado, eu estava suando então ele estava totalmente grudado no meu rosto, eu fechei os olhos e me preparei para o ataque do cara...

- Larguem ela – dizia a voz na minha mente – agora – a voz fica mais furiosa, e os caras riam pelo visto da minha cara.

A única coisa que eu tive tempo de perceber é que me chutaram as costas e eu fui instintivamente pra frente com tudo. Depois eu escutei socos, e mais socos, mas meu corpo estava grudado no chão e eu não tinha forças de me erguer. Eu escutava movimentos rápidos, e percebia que os homens que antes tentavam me machucar corriam. Depois eu simplesmente estanquei e não vi mais nada.

Eu estava deitada em algo fresco e o cheiro que invadia as minhas narinas era calma.

Eu ouvia uma voz cantando, e águas no rio chorando.

- Te acordei? – aquela pergunta já era conhecida pra mim e a voz também.
- Hum... – dei um gemido, e tentei encontrar o dono daquela voz. Sim ele estava deitado ao meu lado cantando pra mim, me ergui e reparei no lindo lugar que estávamos; não sabia quanto tempo havia se passado, nem porque estava ali, mas era um lugar lindo e calmo.
- Como estás? – ele estava lindo, com as mãos em baixo da cabeça, a blusa branca meio aberta e o seu sorriso magnífico, já eu estava perdida naquele lindo homem que ali estava.
- O que aconteceu Edward? – perguntei incisiva.
- Tudo está de volta ao normal, meu amor - agora a minha pergunta era, o que é “normal” para ele? Normal quer dizer, ele com a Bella e eu só novamente, normal quer dizer eu e ele nos amando para sempre?
- Normal? – perguntei preocupada.
- Sim normal – ele afirmou.
- Onde nós estamos?
- Itália – disse-me ele fechando os olhos para apreciar o cheiro do lugar.
- Edward dá pra me explicar, o que ocorreu, o que está ocorrendo e o que ocorrerá depois?
- Hum... você quase se suicidou! Eu te salvei, e agora estamos aqui – nunca tinha ouvido um resumo, tão ruim na minha vida.
- Edward depois do que ocorreu no shopping o que houve? - Ele se sentou, pelo visto disposto a me contar tudo.
- Eu estava fazendo uma visita a uns antigos amigos aqui na Itália, como não podia sair de dia, estava saindo a noite, senti o seu rastro e então o segui; não sei porque, mas algo nele me dizia que você estava em apuros e sim você estava – ele me olhou fixamente – cheguei a tempo de te defender. Levei-a até Carlisle e ele cuidou dos seus ferimentos, logo após Alice lhe trocou a roupa – só ai me toquei no vestido rosa longo que eu usava – Carlisle ligou para sua mãe, ele disse que você havia sofrido um acidente e que eu a levaria pro castelo de manhã.
- Então o que eu estou fazendo aqui?
- Não resisti, achei que você gostaria de acordar aqui, o lugar é lindo – sim o lugar é lindo, mas não é muito a minha cara, preferia uma montanha, algum lugar nevando, não um campo verde, mas tudo bem.
- Sim é.. bonitinho – dizendo sorrindo.
- Bonitinho? – perguntou ele incrédulo me abraçando.
- É, preferia outros lugares, você não me vê com clareza Edward.
- Você não se vê com clareza , seus olhos estão brilhando nesse exato momento – ele disse sorrindo.
- Hum... Forks? – perguntei olhando-o nos olhos.
- O que é que tem Forks? – ele perguntou sem entender.
- Bella? – especifiquei.

Ele me soltou e suspirou, retornando a fechar os olhos. Eu sabia que não era só alegria de pobre que durava pouco.

- Porque é tão difícil terminar com ela e vivermos felizes para sempre? – indaguei.
- É tudo mais complicado do que parece . Eu prometi a “eles” que a transformaria.
- Porque você não transforma e ponto? – eu tentava achar um jeito de tudo dar certo, qualquer jeito, qualquer saída para nós.
- Porque se eu a transformar eu precisarei ficar com ela; eu não posso escolher uma para amar, não posso tenta me entender.



Capítulo 21: “O” fim de semana


Como? Porque? Pra quê? Eu não sei; mas implantaram um cérebro alienígena na minha mãe. Louco? Também achei, nunca acreditei na teoria do big-bang, mas depois desse feito, vou repensar. Não está entendendo né? Ok, após aquele papinho de “não posso escolher entre você ou ela” Edward me levou pro castelo (obs: perdi a festa, me mato por isso). Ao chegar no castelo, a primeira coisa que minha mãe disse foi:

- Você vai voltar pra Forks – hã? - não existe possibilidade plausível de uma garota louca e desastrada como você morar na Itália, muito menos em NY – disse tirando minhas esperanças.
- Você está me expulsando daqui, é isso mesmo? – disse quase chegando à indignação.
- Se você vê desse modo, sim. Você tem que morar em um lugar calmo, sem muita movimentação. Então prefiro tê-la longe e viva, do que perto e morta – curta e grossa, estilo natural de Renné ser.
- Mas Carlisle se mudou - disse vitoriosa.
- Ele está resolvendo uns problemas para voltar pra lá – lobos sabe? – enquanto isso você vai passar o final de semana na casa de uma amiga do Edward – amiga do Edward?
- Amiga do Edward? – perguntei olhando pra ele.
- A Isabella Swan – respondeu minha mãe, eu? Fiquei indignada totalmente, entenderam agora por que o cérebro alienígena? Ninguém na sua sã consciência faria isso; eu iria explodir, até que me lembrei de uma frase muito animadora “mantenha seus amigos por perto, seus inimigos mais perto ainda”. Entendeu né? Um final de semana?? Não, seria *o final de semana*.

Subi sem reclamar, estranho? Não quando se tem uma mente igual a minha funcionando a todo o vapor. Edward ficou lá em baixo conversando com a minha mãe, não me pergunte o que; entrei no meu quarto e me pus a arrumar o que tinha pra arrumar.

Mas me digam como se arruma as malas, se tem uma barriga-grega saindo nua do seu banheiro? É Sebastian estava só de toalha, saindo do “meu” banheiro. Sua barriguinha-grega estava cheia de gotículas de água-grega, e seu cabelo ai meu Deus estou tendo pensamentos obscuros.

- O que você está fazendo aí? Desse jeito? – tentei me recompor.
- Meu chuveiro quebrou, tinha que tomar banho – disse ele balançando aqueles cabelos.

Eu mereço? Devo merecer, um vampiro que lê a mente das pessoas lá embaixo na minha sala, e uma barriga-grega com lábios incríveis no meu quarto, só de toalha.

- Hey , você não acha que eu me esqueci né? Você agora está me devendo dois favores – ele refrescou minha memória.
- Quando eu voltar pra Forks eu te arranjo um carro – disse sem nem piscar.
- Certo, mas tem um favor que você pode e vai pagar agora – eu olhei firme pra ele.

Ele se moveu sorrindo vitoriosamente, passou seu longos braços fervorosos pela minha cintura, eu? Por favor, o que é que se faz quando se tem um Adônis te apertando? Fiquei imóvel. Ele beijou o meu pescoço, e eu arrepiei até o ultimo fio possível.

Pra piorar minha situação ele fechou a porta, e eu me virei para encará-lo; o que eu fiz em seguida? Prendi minhas mãos naqueles longos fios de cabelo, e beijei apressadamente, calorosamente, eletricamente, arrepiadamente aqueles lábios carnudos. Ele? Retribuiu sem exitar, imprensando meu corpo na cama, e se jogando sobre mim.

Estávamos nos beijando fervorosamente, sentindo cada corrente elétrica que passava por nossos corpos... até que... alegria de pobre dura pouco. Bateram na porta do quarto.

- você quer ajuda? – quem era? Tem dúvida? O vampiro mais lindo da face da terra, quando eu ouvi a voz dele, quase que me engasguei com a língua do Sebastian. (n/a: Edward estraga prazer Cullen, começando a atuar. Tem hora mais inapropriada de se bater na porta do quarto, quando você está se divertindo lá dentro? Prefiro não comentar).
- Diz que não – sussurrou Sebastian no meu ouvido, me fazendo tremelicar. Como assim diz que não? Com certeza Edward sabia o que estava ocorrendo aqui dentro.
- Éh... claro, um minutinho só – gritei. Não sei como, mas eu não consigo traí-lo.

Tonta, idiota, me chamem de tudo que quiserem, mas não dá – sai de cima Sebastian, e vê se coloca algo que preste – sussurrei.

O Sebastian? Quase que pula no pescoço do Edward quando ele entrou no quarto. Por acaso vocês acham que ele se retirou? Claro que não, fez questão de sentar na cama, e nos fitar. Sebastian é duro na queda.

Fiquei nessa situação por quase meia hora, Edward se movimentando como humano e Sebastian podemos dizer de vela. Mas assim mesmo, com o Edward ali eu não conseguia tirar da cabeça o como é bom aqueles lábios carnudos do Sebastian.

~*~

- Hey – correu a Bella assim que eu desci do volvo do Edward – estava tão preocupada amiga – me abraçou e...

Correu e se tacou nos braços do Edward beijando-lhe amorosamente, aff’s, entrei pra casa dela, sem nem olhar para trás. Subi e achei um quarto decorado para mim. Não era lá essas coisas, mas dava para o gasto de um final de semana. O mais esquisito é que o meu quarto parecia que não fazia parte da casa, pois não combinava nadica com a decoração.

Mal eu pude me aconchegar e ela subiu sentando na cama, e me observando sorridente demais. A Bella às vezes dá esses tiltis, fica muito estranha.

- Cadê o Edward? – perguntei sem me virar para fitá-la.
- Foi caçar – disse ela indiferente, como se fosse a coisa mais comum do mundo – vamos lanchar? – a fome se abatia sobre mim, era 9:15 e eu só estava com o lanche do avião na barriga.
- Vou sair, lancho na rua – avisei pegando um casaco, e deixando as malas no lugar que estavam. O mais incrível é que ela se moveu e colocou o braço, bloqueando a minha passagem.
- Você não pode sair , o Edward pediu para você ficar – depois de ela disser isso sério, ela sorriu – nós vamos nos divertir juntas, vem.

Sinceramente eu estava tão anestesiada pela ousadia da garota que não fiz nada, apenas a segui. Ela me levou Até o seu quarto, um quarto posso falar, bem estilo Isabella Swan.

- Vem sentar – ele me colocou na sua cadeira de computador – vou te mostrar umas fotos – eu olhei para ele sem entender.

Começou a passar fotos dela quando criança, da mãe dela, do pai, dos Cullen felizes e animados, de aniversário dela com os Cullen. Pra que ela esta me amostrando isso? Aff’s, começou a aparecer fotos dela com o Edward, e um nó, um maldito nó se formou na minha garganta. Ela sorria me contando, meio que narrando os momentos.

Eu? Me retirei do recinto e saí daquela maldita casa; andei por praticamente uma hora e meia, lágrimas se misturavam a chuva (n/a: que foi gente? Até loucos choram tá, sem preconceito). Mesmo sem perceber eu me dirigia à droga da casa do Jake, em todo o mundo o único que me restou foi ele, então eu quero estar do lado dele.

Eu não precisei nem bater, chamar, lá estava ele (só de bermuda)! Saindo de dentro da mata, me mata né. Abracei-o, e nosso afeto se misturou, junto com a chuva que caia e as minhas lágrimas (n/a: nada igual ao filme!! Prefiro não comentar!!).

- O que você está fazendo aqui? – com certeza ele não esperava me ver agora – vem, vamos entrar – fui conduzida para aquele quarto muito bem conhecido pra mim.
- Cadê seus avós? – reparei – eles nunca estão aqui.
- Está ocorrendo uma reunião na reserva; os anciões estão presente – reunião?? Pensaram a mesma coisa que eu?
- Para decidir o que? – pergunta totalmente tola, mas eu a fiz.
- Vamos mudar de assunto , vem trocar de roupa pra você não adoecer – e eu o fiz, mas sem me esquecer da pergunto, lógico.

~*~

Edward Pov (n/a: quanto tempo sem pensamentos do nosso eros né??)

Tive que mentir, dizer que ia caçar para poder estar aqui. O dia decisivo, o momento que os lobos e os vampiros iram fazer uns ajustes nessas leis de séculos. Os lobos não estão nada amistosos, essa é a verdade.

- Vocês descumpriram uma regra, vocês devem ir embora daqui – esbravejava o Sam.
- Nós não transformamos ninguém – dizia Carlisle – ela é a minha filha – ele tentava argumentar. Um dos assuntos em pauta, era a segurança da .
- Ela é filha dele – esbravejou o Sam para os anciões – se ele mordeu a própria irmã – ele apontou pra mim – imagina o que não fará com outros.
- Eu... eu... – o que eu podia dizer em minha defesa? – isso não ocorrerá mais – disse me dirigindo aos anciões, ignorando os lobos jovens – foi um erro meu, minha família não deve ser expulsa de Forks pelo erro de um. Se vocês não puderem me perdoar, eu vou embora – disse me ajoelhando em sua frente (n/a: isso mais ta parecendo cena de Volturi, ma Ok).

Os anciões se reuniram, Sam ainda esbravejava dizendo que nós deveríamos ser punidos. A Alice não estava bem, seus poderes não estavam funcionando com tantos lobos em volta.

Um homem velho, de cabelos brancos e a pele extremamente morena se ergueu se apoiando numa bengala e veio até mim.

- Você foi absolvido – Sam? Explodiu de vez – dessa vez nós iremos lhe absolver, se isso voltar a acontecer as conseqüências não serão boas. Vá e não erre mais. (n/a: não comentem isso por favor... ).

~*~

Sam estava, podemos falar, quebrando a casa do Jake, mas eu estava feliz, os Cullen foram absolvidos. O Sam não lidou muito, quer dizer, nada bem com isso.

- Ele morde, quase mata e sai impune? – ele berrava.
- Calma Sam – Jake tentava amenizar.
- isso não vai ficar assim. Não vai – ele berrou e saiu correndo pela mata.
- O que ele vai fazer Jake? – perguntei preocupada.
- Não se preocupe – como não me preocupar se tem um lobo estressadinho querendo a cabeça do meu amado? – você vai ficar em Forks?
- Eu preciso retornar pra casa da Isabella – disse arfando, o Edward deveria estar lá, e preocupado comigo – me leva?
- Claro – topou fácil, percebeu né?

Ele me levou de moto, mas me deixou a quilômetros de distância literalmente. Então eu tive que andar até a casa da Isabella. Quando eu entrei, eles estavam na cozinha, inclusive o pai dela. Aff’s mais uma vez.

- Hey , o que aconteceu? Me deixou preocupada menina, saiu do nada lá do quarto – disse a Isabella assim que me avistou.

O Edward olhou para roupa que eu usava, roupas do Jacob; eu decidi não falar nada e subir, mas repensei pelo pai da menina.

- Olá Charlie – disse educadamente apertando sua mão – como está o trabalho da policia local? – me sentei.
- Parado, nada de tão importante acontecendo. Pensei que você não fosse voltar para Forks – ele olhou para a minha cara, depois passou para do Edward e finalmente para a Isabella. Ele devia ter se tocado do que estava rolando.
- Também pensei, mas mudei de idéia – disse me acabando de rir por dentro, ele olhava para os três sem parar. Um triângulo amoroso.

O silêncio se apoderou, ninguém falava, ninguém gesticulava, o tempo tinha parado.

- Você estava com o Jacob? – perguntou-me Bella abrindo um sorriso imenso.
- Sim .... por que? – perguntei indiferente.
- Por que vocês formar o mais belo casal, depois de eu e o Edward claro – eu mereço? Pelo visto sim. Mas também não me agüentei.
- Enganada Bella, eu e o Jake somos um casal; você e o Edward é como, o herói que protege a menina indefesa – Charlie naquele exato momento parou de comer. Eu sei que estava na casa dele, na mesa dele, falando com a filha dele, mas ela começou.
- Sim o Edward é o meu eterno herói, e o seu também ; pois ele que te defende – ela falou assim jogando as palavras na mesa, o Charlie? Se retirou da mesa sem nem se importar.
- Um único ponto de diferença, eu não preciso que me defendam, ele defende por que quer – disse cuspindo tudo.
- Enganada, você é desastrada e sempre se mete em encrenca, e ele tem que ficar atrás de você, como um pai cuidando de uma criança – disse ela se alterando. Eu?
- Não, não. Ele gosta de me defender Bells, eu não preciso que me defendam. E se você não se tocou, você acabou de se descrever – respondi.
- Meninas, chega – disse Charlie retornando a cozinha – as duas tem parceiros lindos,e formam lindos casais.
- Ela tá solteira pai, eu só disse isso pra vê se ela tirava o olho do “meu” namorado – eu não deixei por baixo.
- Você tá maluca? Bebeu? Ele é meu irmão sua insana, se toca.

Nem fiquei pra ouvir a reposta sai andando, ela? Subiu atrás de mim.

- Você que tem que se tocar – agora ela sussurrava – você acha que eu não sei que ele te mordeu no meio do rale e rola (n/a: mete a faca no meu amigo, é gente sou um ó pra escrever barraco, preciso de alguém incentivando pra escrever. E rale e rola não é palavra minha, hem).
- E foi bom... – tinha que falar isso – você nem imagina, quer os detalhes? Vem vamos subir eu te conto – ela? Explodiu de vez.
- Sai fora da minha casa, sua ridícula, idiota, insana, filha da puta – eu? Meti a mão naquele rostinho de santa Maria Madalena. O Edward no mesmo momento entrou na frente pra apaziguar a briga.

Eu? Não me segurei, parti pra cima, e como o Edward não podia se mover como vampiro nem fazer nada parecido, ficou lá tentando entrar no meio de nós duas.

- Vaca, vagabunda – ela perdeu totalmente a compostura, inacreditável a cena.

E de repente em um movimento súbito que ela fez...



Capítulo 22


E de repente em um movimento súbito que ela fez...

Ela foi de encontro ao chão, a cena? Foi hilária, ela foi com tudo, de bunda no chão, e ainda deu um gritinho. O Edward? Ajudou ela a se levantar, todo preocupado.

Eu subi pro quarto, eu ouvia a Isabella e o Charlie discutindo. Ele disse que não aviam culpados, que nós duas estávamos erradas. O Edward? Depois de uma sessão médico, subiu até o quarto que eu estava “hospedada”.

- Vamos – ele disse pegando a minha mala. Hã?
- Como é que é? – como assim, vamos?
- Você e a Isabella não podem ficar de baixo do mesmo teto – disse ele olhando sério pra mim, quase que reprovador.
- E pra onde você acha que eu vou? À essa hora? – disse constatando que logo após que Sam foi embora, eu demorei demais na casa do Jake. Pois já eram 16:00.
- Você vai passar o fim de semana numa cabana – ele disse sério demais.
- Numa cabana? - queria confirmar.
- Sim a antiga cabana da Esme, fica num local calmo, sem tanta movimentação. É só por amanhã, logo após eu vou te buscar, quando a casa estiver pronta – ele disse assim simplesmente.
- Vai ficar comigo? – a idéia poderia me parecer boa, se ele estivesse comigo.
- Não vou poder, ficarei com a Bella. Vou te levar até lá, arrumar algo para você comer amanhã. E à noite irei te buscar.

~*~

Ele me olhou com uma cara que dizia “sem contestar”. Eu desci as escadas contrariada, sem saber o que falar. A Isabella ainda me deu tchauzinho. Saí pela porta e entrei no volvo. A cabana era longe, pois foi quase 55 minutos de carro. Nós estávamos no meio da mata, quando descemos.

- Vamos, só 15 minutos a pé.
- Edward! – berrei – que merda de lugar é esse? Você tá pensando em me deixar nesse fim de mundo? Bebeu? – outro insano.
- O lugar é lindo , serve pra pensar, vai te fazer bem – disse assim, como se fosse algo simples.

Ele me conduziu por um caminho estreito e cheio de ervas, eu ia tropeçando, ele me segurava a cada tropeço. Eu estava suada, o lugar era bem quente para Forks.

Acho que já havia andado quilômetros, e ele nem se oferecia para me levar nas costas. Dei mais um passo e ...

- AAAAHHH, puta merda – berrei ao sentir a dor da torção se apoderar do meu tornozelo.
- cuidado – ele disse me ajudando a levantar.
- Só agora você me diz cuidado, porque você não me segurou Edward? Porque você esta fazendo isso comigo? – berrava mais ainda, ele não respondeu me colocou em suas costas, e em segundos nós estávamos à frente de uma bela cabana, no meio do mato. E mesmo sendo no meio do mato, era linda, perfeita como os cullens.
- Cuidado – ele disse enquanto me sentava numa cadeira na cozinha.
- Por que você não me segurou Edward? – perguntei mais uma vez, ele Havia prometido para sempre me proteger, e agora isso.
- Você afirmou que não precisa de mim, então vamos ver como você se vira sem mim – ele disse essas palavras como se fosse à coisa mais normal do mundo.

O que falar quando o seu anjo decide te abandonar, decide deixar você viver a sua vida por conta própria, como contestar? Eu não sabia. Mas o que me parecia, era que havia chegado o momento de eu me virar só, de eu descobrir como me livrar sozinha. Mas eu até deixaria, se não soubesse que ele estaria nos braços da Bella essa noite e amanhã inteira.

- Você prometeu me proteger Edward – afirmei – Isso então quer dizer que você está se desfazendo da sua noite, e vivendo para sempre no dia? – minha voz embargou.

- Não posso escolher entre a minha noite ou o meu dia, mas você decidiu que não precisava mais de mim; como eu vou ficar com a noite, se ela decide não aparecer mais?
- Como pedir para noite brigar com o dia, como pedir para a lua brigar com o sol? Você não pode ter tudo, se esse tudo indica que um dos lados sairá ferido – disse me segurando na mesa, e me aproximando dele.
- Não quero vê-la sofrer, é a única coisa que não quero; não quero ver a noite ferida por um rastro vermelho, mas se eu sei que para a noite continuar a ter a lua eu preciso me afastar. ,Me afastarei para o dia não consumir a noite, eu me afastarei.
- A noite não tem graça sem as estrelas, e você o é.
- Infelizmente eu não posso fazer a escolha que você quer – ele disse segurando o meu rosto e olhando nos meus olhos.
- Isso não é amor Edward, isso é loucura por proteção. Quando você ama, você quer estar por perto, você não quer saber mais de nada; e é impossível amar duas pessoas Edward.

Ficamos assim por instantes, um fitando os olhos do outro, imóveis, como se o tempo tivesse parado e só houvesse nós dois. O que mais falar? Eu não sabia, tentava achar a resposta nos olhos dele, a resposta de como tê-lo só pra mim; não sou egoísta, mas não vejo como dividi-lo com o dia. Não consigo aceitar só tê-lo comigo de noite, sabendo que assim que amanhecer ele estará com ela. Como dividir o seu amor, se com isso um pedaço do seu coração vai embora, e sem seu coração você não vive?

- Me perdoe por não poder escolher – ele beijou o alto da minha testa.
- Você prometeu não me fazer sofrer; mas você está descumprindo a sua promessa – disse chorando compulsivamente, se era necessário derramar lágrimas pelo seu amor, eu derramaria.
- Não chore minha ; pois isso me faz sofrer – eu via a dor tingida de vermelho no seu rosto, eu via que ele sofria, mas eu não podia, não dava para dividi-lo com ninguém.
- Me diga o que eu preciso fazer para não te perder, me diga, eu o farei – olhei fria e séria nos olhos dele.
- Não tem como, eu sei que te farei sofrer, mas eu também sofrerei, saiba disso.
- Você sabe que eu morrerei se te perder – disse enquanto ele se dirigia a porta.
- Você vai ficar bem, amanhã o Jasper te buscará, não faça besteiras , me prometa que você continuará a brilhar - ele me olhou suplicante.
- Não prometo, se sei que não poderei cumprir – disse chorando e querendo ir em direção a ele, mas o meu pé me impedia.
- Eu sou um monstro – ele berrou voltando – eu sou um monstro, não posso amar, não posso te dar aquilo que você quer.
- Eu só quero você, mas isso me faz sofrer – mais lágrimas, elas não secavam, elas continuavam tornando o momento mais lastimável.
- Mas você não pode me ter, se isso faz você estar em perigo. Eu estive ao seu lado nas últimas vezes, mas não posso me certificar que você e ela estarão vivas pra sempre – eu morri com aquelas palavras.
- Então você me deixa, para não se sentir culpado com a minha morte depois?
- Claro que não – ele me olhou absurdamente lindo.
- Eu um dia vou morrer Edward, independente de você se certificando ou não; você por acaso pensou que estando ao meu lado eu viveria pra sempre? Não Edward, eu vou morrer, isso faz parte da vida.
- Mas você não morrerá, eu não agüentaria te perder.
- Mas vai, e você quer antecipar isso Edward? – eu sabia que as minhas palavras o feriam, mas era a verdade, um dia eu morreria, e quando esse dia chegasse o meu único pedido seria: continue vivendo meu Edward, por mim, continue, pois sei que nos seus olhos eu estarei para sempre, posso não continuar em corpo, mas eu sei que enquanto você se lembrar eu estarei viva, então isso será eterno.
- ... – dessa vez nem ele sabia o que falar, ele voltou e me abraçou.
- Edward eu vi o pedido dela, eu li, eu vi nos olhos dela – eu chorei em seu ombro.
- Do que falas minha .
- Ela quer que seja eterno. Ela quer poder viver pra sempre Edward, o faça. Mas então, viva comigo antes, depois você terá a eternidade ao lado dela.
- Como você sabe? – ele me olhou. Como não saber, que uma simples mortal decidiu virar imortal, pra que seu amor seja eterno? Eu não o quero, eu quero apenas que ele seja perfeito enquanto dure, pois é pedir demais pra qualquer ser humano, tê-lo pra sempre.
- Eu não o farei...
- Você o fará Edward, eu sei disso, você prometeu – derramei mais uma lágrima, agora saindo do fundo da minha alma.
- eu não queria...
- Eu sei, você prometeu há muito tempo isso, mas eu não quero que seja eterno, eu quero apenas que dure enquanto eu estiver viva e com isso estarei satisfeita.

~*~

*Bella Pov*

Como negar a uma simples mortal, que aquele conto dure enquanto ela estiver viva, como negar isso? Se eu o fizesse seria a pior pessoa do mundo. Então que ela viva com ele enquanto puder, pois eu sei que a eternidade será minha.

* Pov*

Um ato de generosidade, mas o Edward não o aceitou, ele não consegue entender o porquê das minhas palavras. Mas eu sei que não durarei pra sempre, daqui a um mês 17, daqui a um ano, 18 e assim decorrerá até eu desfalecer. E é bom saber que após isso ela continuará a viver, pelo menos tentará.

- Isso é insano , não posso viver com você e de repente quando você morrer eu ficar com outra – ele berrou após a Bella topar o meu pedido, feito por telefone.
- Você consegue Edward – eu sei que ele conseguiria, ela o ajudaria.
- Não eu não consigo, o que você me pede é impossível. Eu te amo , sempre te amarei, independente de sol, de lua, de tempo de tudo.
- Então faça-o ser eterno, enquanto durar; se você me ama, me ame de verdade, faça ser perfeito enquanto durar, eu te peço, só isso.
- Você fala como se estivesse morrend... – ele embargou não sei como.
- Mas eu estou, dia após dia chega mais perto, eu sinto; e é hipocrisia da sua parte achar que pra sempre eu viverei.
- Você não pode morrer, você sabe que isso me fará sofrer – ele disse, se seu coração pudesse bater eu tinha certeza que agora ele o faria.

Ele olhou-me ternamente, seus olhos tingidos de sangue, sua boca entreaberta e uma feição de mais de 200 anos. Ele segurava o meu rosto com as duas mãos, ele chegou o rosto mais perto e então eu ergui os pés, enlacei meus braços no pescoço dele e o beijei.

- Que seja eterno enquanto dure Edward – eu pedi entre beijos – enquanto dure, por favor – uma mistura de saliva e lágrimas, numa sincronia perfeita, e nossos lábios como personagens principais.
- Se é isso que você quer eu o farei – ele me pegou em seus braços, e como em um conto de fadas me fez ser sua mulher. Sem medo sem barreiras, ele me penetrou como se sua vida dependesse daquilo; ficamos entrelaçados um no outro por horas, esquecendo que existia um mundo lá fora, um mundo que não queria que o nosso amor fosse eterno.
- ... – eu o impedi com mais um beijo, tinha medo que se mais uma palavra fosse dita, esse conto se despedaçasse como um espelho caindo ao chão.
- Não diga mais nada meu amor, mais nada – a chuva Caía lá fora, sem saber se era de alegria ou tristeza pela acontecimento, eu encontrei refúgio em seus olhos.
- Eu preciso falar .... – ele queria de um modo ou de outro estragar o momento, por que ele não calava a boca me beijando? Mas se ele quer tanto falar, despedaçar o momento como um espelho se espatifando no chão, então que o faça.
- Fala Edward, mas tome cuidado com o que falara – avisei, e me segurei com medo de chorar enquanto ele pronunciava as palavras que desejava.

*Edward Pov* (n/a: pov especial pra vocês meninas).

e Isabella, duas loucas, elas pensam que eu sou o que? Um cafajeste imoral? Para ficar com uma e de repente quando essa morrer, me entregar a outra. Não, eu não conseguiria fazer aquilo, é nojento, repugnante.

Mas o que eu faço agora? Já havia decidido deixar a viver a vida dela, ainda mais após a visão da Alice.

Flash back on:

Estávamos todos sentados na sala, ficou assim o clima parado após ir; a Bella começou a ficar um pouco insuportável, ainda mais por que ela agora todo dia tocava na idéia da transformação,ne ela queria que eu a transformasse.

Minha mente estava dividida nesses dois assuntos, Cullen e Isabela Swan. Até que toda a minha mente foi invadida quando a Alice simplesmente do nada, pulou em cima do piano e o quebrou; ela olhava pela janela firmemente, fixamente.

- Alice, o que ouve? – perguntei chegando perto dela preocupado, seus olhos estavam vermelhos, ela estava tendo uma visão.
- O que você tá vendo Alice? Me diz? – perguntei mais preocupado ainda.
- Ela... Ela... Ela... – ela gaguejava.
- Ela quem? Isabela? ? Quem Alice? – berrei com ela.
- ... – meu coração apertou.
- O que tem ela Alice? Diz.
- Ela vai ficar grávida – eu perdi o fôlego.
- Como é que é? Alice fala logo.
- Do cachorro.

Flash Back off


Por esse motivo eu decidi...

- eu não posso, eu amo apenas ela, o meu amor com ela já estava escrito, você foi um erro no percurso.

* Pov*

Como é? Ele acabou de me ter, ele acabou de me ter por completo, de me consumir com tantas chamas e agora diz que eu sou um erro de percurso?

- Edward – eu queria berrar, bater nele, mas a única coisa que consegui fazer foi chorar.
-Isso você foi um erro, não posso fazer nada se não te amo – ele falava tão seriamente que parecia real.
- Que merda é essa Edward? E as palavras de “não posso viver sem você”?
- Mentiras.

*Edward Pov*

Estava morto por dentro, mas eu precisava fazer aquilo já que sabia que no futuro seria ela e o animal, então se é para aquilo se realizar eu a deixo. Me ergui da cama deixando ela chorando por lá e comecei a correr, corri muito sem me virar, sem pensar em olhar pra trás. Até que...



Capitulo 23


Mentiras, então quer dizer que foram tudo mentiras. Quando me dizia que me amava, que gostava de estar perto de mim, que gostava de conversar comigo foram tudo mentiras. Medíocres e insensatas mentiras.

A frase dele me corroia lentamente *eu não te amo, foram tudo mentiras*.

Mentiras... Mentiras... Mentiras... Mentiras... Mentiras... Mentiras...

Como era difícil de assimilar aquilo, eu estava ajoelhada na cama ainda olhando fixamente para porta onde o ladrão da minha alma, do meu coração havia fugido. Palavras me faltavam naquele momento, um turbilhão de sentimentos e sensações me metralhavam por dentro.

Tentei engoli a saliva, mas me faltava forças, ouvi aquilo foi pior que levar uma bofetada. Tentei me erguer, mas meu corpo cambaleou ainda de joelhos e eu pendi pra trás.

Fiquei ali inerte a tudo, um simples corpo estendido na imensidão, sem saber qual era o seu lugar. Aquela cama que a minutos atrás era totalmente conhecida por mim, agora era um lugar desolado, desabitado, uma prisão.

Aquela cama que há minutos atrás pegava fogo, agora era um lugar gélido, um calabouço mergulhado na escuridão dos meus pensamentos. Todos os acontecimentos da noite passavam como um flash, e isso dificultava para minha memória assimilar.

Senti minhas pernas pinicarem, as veias e artérias se contraírem, o sangue pedindo passagem com a pressão do meu corpo sobre elas, com muita dificuldade eu me estiquei na cama ficando estirada; meu corpo estava mais pro gélido do que pro frio. Mesmo sem olhar, eu apostava todas as minhas fichas que o meu semblante era terrível.

Tantas noites perdidas, tantos beijos roubados, badalares incessantes do coração para tudo terminar assim. Finalmente, terminar.

Sentimentos cravados, palavras não ditas e tudo sempre terminou em despedidas. A casa continuava a mesma, porém sem vozes... O único som que escutava era o da minha própria respiração.

Senti meu pobre e frágil corpo tremer, então tudo termina assim. Seus beijos ainda queimavam em minha pele, sentia-me fraca, sem forças pra lutar contra aquela nuvem negra que me consumia.

Nenhuma lágrima, só os lábios entreabertos de uma mulher eternamente apaixonada. Não adiantava mais chorar... Correr atrás era impossível. Às vezes é tarde quando nos damos conta de como pequenos atos se transformam em grandes mudanças.

Minhas mãos penderam para os lados do corpo, observava o teto ainda refazendo a nossa dança do sexo e do amor; os beijos trocados, os olhares cúmplices, o ritmo de mãos frenéticas, o pulsar das veias, tudo se tornando mais intenso como se nós dependêssemos mais daquilo do que da nossa própria respiração. Gemidos baixos alternados a gritos estridentes de prazer, para tudo terminar assim, enfim terminar.

Senti um peso pressionando o meu coração, respirar doía; meus pulmões se contraiam com a falta de ar, tornando o momento mais claustrofóbico. O que fazer? O que dizer? O que pensar? Como agir? Minha cabeça doía, latejava, meu corpo reclama pela repentina falta de movimento.

Eu suspirei fundo, e senti uma lágrima silenciosa e solitária rolar, como em um reflexo repentino minha mão se moveu e a secou, eu arregalei os olhos e estanquei mais uma vez. Eu não queria, mais meu corpo estava reagindo, ele queria se movimentar, mas a única coisa que eu pedia naquele momento era o silêncio, eu queria ficar parada e não respirar, como num globo de vidro, só eu e a minha angústia.

Uma batalha repentina se iniciou dentro de mim, a reação e a paralisia, a solidão e a vontade de ter alguém por perto; eu queria morrer, mas meu corpo pedia por reação, forças maiores do que eu conseguia entender me forçavam a reagir e isso me doía mais e mais.

Me sentei na cama e me olhei, reparei nas manchas rosadas, lilás e roxas que se estendiam pelo meu corpo e mais uma lágrima rolou, mas não solitária, seguida por mais duas e mais uma, até que novamente estancou. Eu fiquei olhando pro meu corpo, para o aglomerado de manchas, toquei minha coxa e um arrepio me percorreu a espinha com a dor, como se uma espada de gelo tivesse passando ali.

Ele me machucou, isso me doeu mais na hora do que qualquer outro acontecimento. Meus olhos não se moviam do meu corpo, forcei minha mão gélida percorrer a mancha mais escura que estava no meu abdômen, senti calafrios e mais pontadas de dor.

Num movimento rápido eu virei meu corpo e encarei o espelho que antes estava atrás de mim; meus lábios estavam vermelhos, quase chegando ao vinho; envolto nos meus olhos jaziam manchas claras, mas visíveis. Minha boca se abriu repentinamente, como se quisesse gritar, mas nada saiu, só um gemido de dor.

Voltei a deitar, agora ignorando a dor e apertando o joelho contra o meu corpo e simplesmente, ali deitada, tremendo, paralisada eu gritei, um grito de agonia, dor e uma pontada de perdão, como se aquilo houvesse sido libertador, como se só aquele grito tivesse dito *chega! Seja feliz e siga o seu caminho, pois cansei de lutar por você; pois tudo foi em vão* como se eu precisasse daquilo pra retornar a sanidade, e perceber tudo o que estava ocorrendo, mas mesmo assim eu fiquei ali deitada.

Edward Pov

Se eu pudesse chorar eu o faria, se o meu coração badalasse agora ele falharia; correr, me faltavam forças; eu caminhava pela floresta, querendo me impedir de me afastar daquela cabana. Um imã me impedia de ir mais rapidamente, mas eu sabia que era preciso.

A imagem de Alice ainda me maltratava por dentro, ele iria conseguir, ela seria dele; ela, o seu corpo, o seu coração. Passei as mãos rapidamente nos meus cabelos, não acreditando que eu tava fazendo aquilo, estava deixando a minha vida, o meu ar, a minha alma. Sim essa é a palavra, eu estava abrindo mão da minha alma, para ela ser feliz.

E ela parecia estar feliz, com ele e uma criança envolta em uma manta em seus braços, seus olhos brilhavam de amor pela criança; como eu queria ser o pai daquela criança, mas não poderia. E isso me doía, me doía pensar retirar aquela felicidade dela. Eu não podia, o importante para mim era vê-la feliz, não me importava se eu fosse sofrer, se ela tivesse feliz, bem e viva eu me satisfaria.

Enquanto caminhava pela mata ouvi um grito, e isso me fez estancar e me virar em direção a cabana, uma vontade insana de voltar abraçá-la, beijá-la, dizer que eu a amava, que dizer que não a amava foi o meu modo de fazê-la feliz, mas em vez disso eu corria loucamente na direção contrária sabendo que pra sempre seria infeliz.

E pior que o homem mais canalha do mundo eu encontrei refúgio nos braços de outra, outra não, da Isabella que estava lá disposta a me amar independente de tudo que havia acabado de acontecer. Não menti, não escondi, eu estava usando-a, o corpo dela, a boca dela, pra tentar aliviar tudo o que eu sentia naquele momento.

Eu nem prestava atenção no que estava fazendo, apenas sentia nossos corpos comprimidos um contra o outro, nossas línguas dançando sem ritmo, nossas mãos se movendo, eu tentava reconhecer aquele corpo, mas não conseguia; eu tentei sentir prazer com aquilo, mas não senti. Suados e ofegantes nos deitamos e nos abraçamos, ela ainda beijava meu pescoço, mas eu só tinha olhos pra lua encoberta que estava no céu sobre nossas cabeças.

Bella sorria abertamente, mesmo sabendo que minha cabeça estava longe, ela estava feliz, mesmo sabendo que o que eu fiz foi pra aliviar o que eu sentia, não porque a queria. Ela me olhava com olhos curiosos.
-Edward – ela sussurrou e abaixou a cabeça com vergonha, eu voltei minha atenção pra ela, mesmo minha cabeça estando longe, em outro quarto, em outra cama, em outro corpo, em outro coração, em outros lábios.
-Sim – disse erguendo o seu queixo com a ponta do meu dedo, obrigando-a a me fitar.
- Eh... – ela me fitava, olhos nos olhos – Edward – ela sussurrou – foi bom pra você? – disse por fim, eu a olhei e sorri, mesmo fraco, mas sorri.
- Claro – respondi, mas a feição preocupada dela não passou, ela começou a movimentar os lábios para falar mais alguma coisa.
- Melhor do que foi com ela? – ela perguntou ruborizando; eu não sabia o que responder aquilo, mas decidi fazer o certo.
- Incomparável – respondi sabendo que estava mentindo, ela sorriu de ponta a ponta da orelha e se deitou no meu peito nu; já que teria que deixar a no passado, preferia não me lembrar desse momento. Enquanto pensava em tudo, me deu uma pontada de medo, havia sido a primeira vez da Bella... Então....
- E pra você? Foi bom? – eu queria que tivesse sido perfeito esse momento especial pra ela.
- Você ainda me pergunta? – ela disse revirando os olhos – Pelo amor de deus Edward, foi divino, não podia querer nada melhor – ela respondeu me tascando um beijo e me fazendo revirar de prazer.
- Bella? – chamei, então ela se apoiou no meu peito e me fitou. O meu próximo passo, era uma tentativa de me esquecer mais ainda da .
- Diga logo Edward - ela disse me dando um tapa leve, me fazendo ri forçadamente.
- Vamos viajar? – convidei, fazendo os olhinhos dela brilharem.
- Lógico, pra onde? – ela perguntou toda animada.
- Pra onde você quiser – respondi vendo-a fazer cara de quem está pensando.
- Pensa logo amor, vamos viajar amanhã – disse sorrindo, quando mais rápido e longe eu estivesse da , melhor.
- Mas já? Edward – ela disse se ajoelhando na cama – é muito pouco tempo.
- Você não precisa levar nada – disse me sentando também – lá nós compramos tudo, seremos dois fugitivos por uma semana – disse vendo os olhos dela brilhar.
- Vai me seqüestrar? – ela perguntou sorrindo mais e mais – topo – ela disse se jogando no meu pescoço.

Isabella Pov

O que eu podia pedir a mais? Lógico que a resposta é nada. Edward finalmente me fez ser sua mulher, foi tão bom, divino, nunca pensei que você sentir tanto prazer, mas foi melhor do que eu sonhava, ou imaginava. E o bobo, ainda me fez a pergunta *foi bom pra você?*, claro, como não poderia ser? Quando você está com o homem da sua vida ao seu lado.

Não posso mentir, o chamado para viagem foi super estranho, mas não consegui resistir viajar com ele depois dos últimos acontecimentos. Era o momento de nos reconciliarmos, de voltarmos a ser o casal que éramos antes da chegada “dela”.

Como destino, escolhemos o Brasil, não exatamente uma praia no Rio de Janeiro, mais sim um chalé no sul do Brasil, onde nós poderíamos andar sem se preocupar com o sol, ou com pessoas olhando diferente para um homem como Edward.

Os Cullen acharam estranho, mas entenderam; a Alice me ajudou a arrumar a minha mala, escolhemos peças que pudessem apimentar os nossos dias nesse local frio. Não posso mentir que fiquei com um pé atrás, achando que ele só estava viajando pra fugir dela, mas aquele sorriso torto retirava todas as minhas preocupações e me dava segurança.

Pensei que iríamos correndo, na realidade que ele me carregaria, mas nós fomos de avião pro Brasil; preciso nem comentar que as acomodações eram simplesmente divinas, né? Edward foi super silencioso no vôo, se ele não fosse um vampiro eu poderia jurar que ele estava dormindo, e tendo pesadelos, pois a expressão dele transbordava dor.

Eu juro que aquele olhar ferido me cortava o coração, eu sabia que ele estava sofrendo e tentava tirar forças do subconsciente para fazê-lo feliz, e eu conseguiria. Mas infelizmente eu cometi um deslize enquanto lanchávamos.

- Sabe amor – eu tentava medir as palavras para abordar aquele assunto, eu sabia que seria difícil - meu aniversário está chegando – ele me observava quieto e eu me repreendia a cada palavra – e eu tô ficando mais velha do que você...

Eu tentava observar seus olhos por trás daqueles óculos escuros, mas estava difícil. Inspirei fundo antes de continuar.

- Então... Eu estou ficando mais velha e... – respira, inspira, respira, inspira – e você prometeu... – calma Isabella – me transformar Edward – disse por fim. E observei.

Um incômodo silêncio se instalou no local, eu continuava fitando-o e ele me fitando por trás dos óculos, enfim ele retirou os óculos e me fitou; seus olhos eram sem emoção, mas enfim ele falou.

- Quando voltarmos para Forks – uma alegria e um medo batalhavam dentro de mim, uma batalha de gladiadores. Depois daquilo eu nem soube mais o que falar, apenas o fitava sorrindo, mas sentindo um medo e uma precisão dentro de mim; eu queria aquilo, estava decidido, eu seria eternamente dele.

Pov

Estou tão cansada de estar aqui Reprimida por todos os meus medos infantis E se você tiver que ir Eu desejo que você vá logo Porque sua presença ainda permanece aqui E isso não vai me deixar em paz

(trecho de My Immortal – Evanescence – vaga lume)

O cansaço se abatia sobre o meu corpo, mas mesmo assim eu sentia o cheiro dele impregnado em cada lençol, em cada pedacinho do meu corpo, ele se foi, mas eu ainda sentia a presença dele ali, eu queria que ele fosse embora logo, mas ele não ia, eu o via em cada pedaço daquele quarto, do meu corpo, em cada canto, em cada respiração. Ai meu Deus, eu vou pirar.

Essas feridas parecem não querer cicatrizar Essa dor é muito real Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar

(trecho de My Immortal – Evanescence – vaga lume)

E o quanto mais eu me lembrava dele, mais eu me sentia ferida e mesmo o meu corpo tentando reagir eu não conseguia, quando mais meu corpo tentava reagir mais eu me feria. Duvido que mesmo que o sempre se acabasse, que a eternidade terminasse essas cicatrizes da minha alma fossem sarar, muitas delas foram feitas para ficarem ali, fazerem parte de mim. E isso me doía, me machucava e lágrimas eu derramava.

Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que você se foi Mas embora você ainda esteja comigo Eu tenho estado sozinha todo esse tempo.

(trecho de My Immortal – Evanescence – vaga lume)

Dizer que eu não tentei seria mentira, pois eu tentei. Mas tudo ao me redor dizia que você mesmo estando longe ainda estava ali, impregnando todos os cantos, marcado no meu corpo, enrolado em lençóis. Eu precisava de uma sessão de alguma coisa, até pedir ajuda aos espíritos, para vê se essa impregnação saia de mim, se eu ficava limpa.

Porque eu fico em pedaços quando estou solitário E eu não me sinto bem quando você vai embora

(trecho de Broken – Evanescence – vaga lume)

A verdade é dura, mas eu fico em frangalhos sem ele, mas agora eu sei que ele não vai voltar e isso só intensifica a minha dor, a minha capacidade está se esvaindo e eu tô maltratada, acabada, amassada, em frangalhos se tiver frangalhos literalmente por dentro. Era uma luta, uma briga, uma guerra por dentro e por fora. Meu corpo querendo reagir, minha alma já desistindo da luta, quem irá ganhar, uma guerra que só aumentava as cicatrizes. Dói ainda mais perceber que eu dependia dele para me sentir bem, e como eu estava sem ele eu estava em pedaços, pois agora estava solitária.

Solitária... Solitária... Solitária... Sozinha... Sozinha... Sozinha... Só... Só... Só...

Como um viciado depende da droga eu dependia dele; isso me frustrava ser dependente de algo, de uma pessoa. Cadê toda aquela independência que me rodeava? Foi pelo ralo; agora eu chorava descontroladamente...

Eu não te amo mais, foi tudo mentiras...

Porque aquilo doía tanto, porque aquilo me feria tanto, porque aquelas palavra me rasgavam por dentro...

Não te amo mais... Não te amo mais... Não te amo mais...

Então era isso, eu devia me conformar e seguir em frente, mas eu sentia algo me rasgar por dentro, algo me corroer, pedindo minha reação e isso doía muito, demais. Perdi a noção do tempo, de tudo, só me toquei de quanto tempo havia passado quando vi a desolada Forks clarear, nuvens brancas e uma brisa fresca adentrar no quarto.

O cheiro de terra molhada me invadiu, senti meu estômago embrulhar e não sei como, vomitei no chão, não houve tempo de eu levantar, ainda mais porque as forças me faltavam, só houve tempo de eu não sujar os lençóis; forcei-me a descer as escadas da cabana, me forcei a ir pra cozinha e lavei minha boca na pia. O gosto ainda estava na minha boca, um gosto ruim, um gosto amargo.

Abri a porta da geladeira e fiquei olhando, eu sabia que estava com fome, mas nem forças pra mastigar eu tinha, inspirei fundo e senti meu estômago revirar, então corri de novo agora pra pia da cozinha. Que merda é essa? Eu tô doente, passando mal ou o que? Mas nem forças para chamar um médico eu tinha, e chamar um “Cullen” mesmo que fosse meu pai, eu não iria fazer.

Foi só eu falar lógico, boca maldita, enquanto eu estava apoiada na pia esperando outro jato vir de dentro de mim o telefone tocou; eu não iria atender, só atendi por que era o meu pai; eu sentia que outro jato estava no meio do caminho, mas mesmo assim atendi.

- Papai – eu disse tentando manter a voz firme, mas ela saiu como uma criança que estava com medo, levantando os bracinhos e chamando papai.
- – ele suspirou do outro lado e mais uma lágrima rolou – eu vou te bus...
- Não – minha voz saiu esganiçada sentindo algo me ferir por dentro.
- ... Filha... Amor... – eu sentia a dor e o pânico na voz dele enquanto eu gemia com uma dor insensata, tirei forças de outro mundo para recuperar a minha voz e falar.
- Eu quero ficar sozinha papai – chorei pedindo – por favor – disse por fim, temendo não ter forças para falar mais nada.
- O que você tá sentindo ? Eu vou te buscar – cacete, eu respirei fundo tentando dizer algo.
- Papai – senti outra pontada de dor no meu ventre, eu não sabia que perder a pessoa amada doía tanto, parecia que eu ia morrer, tudo isso por “ele”... Toda essa dor por Edward? - eu estou bem – disse por fim, sentindo minha barriga, meu estômago para de doer um pouco – papai se você quer me ajudar, me deixa sozinha um pouco – disse conseguindo firmar a voz enquanto apertava a mesinha de telefone – eu sei que você tá preocupado, mas eu estou bem – eu sentia que ele estava acreditando, então prossegui – olha me deixa um pouco, por um pouco de tempo – uma pontada, uma fincada passou pela minha barriga e eu tive que morder a almofada para abafar o grito.
document.write(Keit)? O que foi isso? – ele perguntou, eu só ouvia. Sentia a dor indo pouco a pouco e então coloquei a boca no telefone.
- Papai – eu falava baixinho – por alguns dias, para eu pensar, eu quero alguns dias só; uma semana...
- você vai ficar bem? – ele perguntou, parecia que ele estava batalhando para saber se deixava ou não.
- Claro papai – respondi por fim – uma semana.
- Uma semana. – ele afirmou – qualquer coisa liga pro Jasper – ele disse.
- Porque?
- Eu, Esme, Rose, Emmett e Alice vamos fazer uma visita a Itália – muito propício – o Jasper vai ficar aqui.
- Porque? – perguntei suando frio e sentindo minhas pernas tremerem.
- Espera – me contrai, enquanto esperava ele voltar a falar – ele vai, decidiu – ele riu um pouco e eu tentei rir, mas pareceu mais um grunhido – vamos ficar fora por uma semana e meia meu amor; você ficará bem? – ele perguntou e eu caí de joelhos com a dor.
- Sim papai – se eu ficar viva até lá, pensei – boa viagem.
- Tem certeza ? Não terá ninguém em Forks, o Edward viajou – ouvir o nome dele me fez arregalar mais os olhos com a dor.
- Ok – respondi esganiçadamente – tudo bem, eu... Vou ficar bem papai – disse por fim – boa viagem – disse e ele me enviou beijos e eu desliguei.

Edward viajou, com ela, com ela, com ela, com ela. A cada flash deles juntos que se passava na minha cabeça, mas minha barriga doía, mas eu estava sendo rasgada por dentro. Então sem nem perceber eu desmaiei.

Nota da autora:*oi* xuxus, olha eu aqui de novo ;) antes de tudo, quero enviar megas agradecimentos pelos comentários super lindos que vocês deixaram no cap. 23, amei de paixão *-* segundo perdoem pela demora, mas enviei um cap. Bem grande para vocês *-* terceiro espero de fundo do Tum-tum que curtam esse cap. 24, que foi super complicado fazer – rsrsrs - !! quarto não esqueçam de comentar, senti faltam do comentários de algumas meninas que me ajudam pakas comentando, pq eu sempre pego algumas idéias dos coments – rsrsrs – quinto eu vou me indo e deixando vocês com esse cap. Beijo’kas caramelizadas da Hello e Boa Leitura a Todas ... !! *-*



Capítulo 24:


*Carlisle Pov*

Estávamos todos de volta aquela imensa sala, e eles estavam a nossa frente; pensei que demoraria mais ou menos mais um século para revê-los, mas com os últimos acontecimentos tudo foi antecipado.

- Chegue mais perto – ele chamou Alice, ela demorou quase meio segundo para se mover, como se quisesse retardar aquele momento, mesmo sabendo que não poderia; então ela se moveu, bailando pelo salão até ele. Ele segurou a mão dela e alisou-a, ela estremeceu um pouco e deu um meio sorriso.
- Posso? – ele pediu mesmo sabendo que o faria independente da permissão dela.
- Claro – ela respondeu e deixou que ele usasse seus poderes; todos ficamos em silêncio enquanto Aro, assistia a tudo pela visão da Alice. Caius, Marcus, Jane e Alec fitavam-no apreensivos, esperando a reação dele. Eu estava na mesma que eles, apreensivo, sem saber qual seria a reação dele a tudo isso.
- Interessante – disse ele por fim, largando a mão da Alice e se erguendo, algo que não era muito comum a ele; ele veio até mim e colocou a sua mão no meu ombro, me dirigindo ao corredor, eu o segui; a imensa porta de madeira se fechou atrás de nós, enquanto nós caminhávamos lentamente no corredor.
- Ar... – ele me interrompeu com um aceno de mão.
- Você descumpriu as regras Carlisle – ele disse cruzando os braços atrás das costas, ele se movia vultuosamente – você tem consciência disso?
- Sim – disse abaixando a cabeça e estendendo os braços no lado do corpo.
- E você tem consciência das conseqüências que ocorre aqueles que descumprem as regras, certo? – sim, eu sabia de tudo isso.
- Certo – disse fitando meus pés. Eu agia como uma criança do lado dele, isso era frustrante – mas... – ele me olhou lentamente, talvez desacreditando que eu ia falar mais alguma coisa.
- Mas... – ele me interrompeu – eu não vou matá-los, seria um desperdício – ele disse sorrindo lentamente – somos amigos não somos? – era insano ver Aro falando daquela forma.
- Somos – confirmei com a cabeça.
- Carlisle, você faz parte de uma das mais antigas famílias – ele começou – me decepciona, você ter deixado isso ocorrer.
- Mas...
- Não me interrompa Carlisle – ele disse firme e eu senti meus músculos se contrairem, involuntariamente – mas continuando... Seria um desperdício de poderes matar vocês, então... Eu lhe dou duas opções para esse problema – ele disse e parou de repente de falar e andar.
- Duas opções?
- Primeira, você transforma as duas e faz uma linda e grande família feliz – ele sorriu zombeteiro, algo que não se encaixava com Aro – segunda opção, você as mata.

Um frio percorreu a minha espinha, então eu me virei ficando de frente pra ele, um fitando o outro, parados imersos.

- Eu não posso – respondi – não posso transformá-las, não posso simplesmente chegar lá e transformá-las – disse transtornado.
- Então, sobra-nos a segunda opção, você as mata. Simples – ele disse indiferente.
- Aro – quase berrei, mas me contive – eu não posso matar minha filha, muito menos a namorada do meu filho – disse quase explodindo.
- Filha? – ele perguntou me fitando sem entender.
- Eu tive uma filha antes de ser transformado; o nome dela é – disse.
- Filha? – ele riu alto – Carlisle Cullen tem uma filha – sua voz ecoava pelo castelo.
- Sim Aro, eu tenho – disse encolhendo os ombros – mas não se preocupe, a Isabella será transformada após o seu aniversário.
- Muito bom, e a sua filhinha? – ele estava zombeteiro demais.
- Não posso obrigá-la a nada, e ela não quer ser transformada – eu disse sendo sincero.
- Então ela morre – ele disse simplesmente.
- Aro – disse aumentando a voz – por favor – disse sentindo uma pressão contra meu peito – pela nossa amizade.
- Eu já estou sendo seu amigo Carlisle; era pra eu te matar e a sua família junto, mas não, eu estou te dando essa chance; transforme-a ou mate-a Carlisle.

Como dar essa noticia a ? Ela nunca iria querer viver a eternidade, ela repugnava isso em mim; mas como eu mataria a minha própria filha, a minha princesa, o meu anjo? Não posso. Não posso obrigá-la a viver sem alma, muito menos matá-la.

- Não posso Aro – disse firme, abaixando a cabeça.
- Vou ser mais uma vez seu amigo Carlisle – ele disse suspirando, talvez já cansando desse joguinho – eu mesmo a mato então.

Eu olhei surpreso pra ele, o rosto dele era duro, repugnante pra mim, agora sem nem um tom de zombaria. Eu consegui ver através daqueles olhos, através daquele manto, consegui enxergar o homem que Aro era, consegui enxergar o seu coração.

Sempre a inveja o dominou, a inveja de eu ter construído uma família que me amava, enquanto ele simplesmente tinha pessoas que o obedeciam por medo. A inveja de eu ter uma mulher que cuidava de mim, a revolta por eu não concordar com as leis dele; a repulsa por eu não viver igual a ele. E agora mais essa, a ira por eu ter uma filha; eu tinha tudo o que ele queria, eu tinha tudo o que qualquer um vampiro poderia querer.

- Aro eu não.
- Carlisle estou te dando essa chance, mas se você continuar se opondo eu vou matar todos os Cullens, antes de eu ser seu amigo eu sou um líder, eu sou o comandante dessa nova geração de vampiros, não posso ficar abrindo exceções, muito menos para um vampiro velho como você, que devia conhecer e cumprir as regras –ele estava ficando irado.
- Desde quando você é um líder Aro? Você não conhece o significado dessa palavra, você nunca será um líder. Líder é aquele que o povo confia, que o povo elege porque acha que essa pessoa pode liderá-los justamente. Mas você? Você gosta que todos sigam as suas regras, não se importa se os outros as acham certas ou erradas.

Eu vi o relampejo de fúria cruzar seu olhar; eu não iria transformar, muito menos matar minha filha, enfim que líder é esse? Se for pra seguir esse líder, eu prefiro não ter um. Eu prefiro ser o líder então.

- Carlisle – ele tentava se controlar, dando risinhos sínicos, mas eu sabia que ele estava prestes a explodir e voar em mim – cuidado com o que falas amigo – ele se esforçou muito pra dizer “amigo”.
- Aro amigo – eu disse calmamente agora colocando a mão em seu ombro – a regra mais inabalável é que os humanos não saibam da nossa existência, abra uma exceção para ela, só para ela, é o que eu te peço amigo – olhei apreensivo.
- Carlisle amigo – ele disse retirando minha mão de seu ombro – você não está em condições de pedir nada – ele respirou e me olhou – preste muita atenção, nós vamos voltar para aquela sala – ele apontou para a porta que nós haviamos acabado de transpassar – como se nada tivesse acontecido. E você ainda tem as minhas duas opções, que eu espero pelo seu bem que sejam cumpridas. Daqui a um mês eu vou me certificar da situação das duas – não, eu tinha que arranjar outra forma, não podia me dar por vencido, não agora, agora não por favor.

Sem me dar mais um segundo pra falar, ele voltou para sala a passos largos e eu fiz o mesmo, mas a passos humanos querendo retardar aquilo tudo. Era o veredicto dele, eu estava sentindo algo preso na minha garganta, não sabia o que fazer. Ou eu transformava minha filha ou eu a matava, como escolher isso, qual seria a escolha certa a se fazer quando se tratava de Cullen?

Quando entrei na sala oval recebi olhares frustrados dos meus familiares e sorrisos sínicos dos Volturi. Sem saber mais o que fazer, voltei à formação de antes, me pondo ao lado de Alice e Esme.

- Então amigos – Aro ainda fazia as honras – Rosalie amada, chegue mais perto – ele disse como se fosse um inválido e não pudesse ir até ela.

*Alice Pov*

Eu preciso mesmo falar que eu sinto uma repugnância sem tamanho pelo Aro, além da admiração. Como era difícil entender o que eu sentia pelo meu líder, sem dúvida admirava aquela postura firme, inigualável, mas repugnava veementemente aquele ar superior, aquelas ações.

Os poucos minutos que ficamos sem Carlisle na sala, serviu apenas para Rosalie e Jane trocarem olhares mortais, elas nunca foram as melhores amigas e Jane sempre foi enciumada, por Rosalie ser uma das queridas de Aro e ainda namorar o Emmet.

- Como você está bela Rose? – disse Aro encostando-se a seu rosto; Rose não tinha repugnância por ele, desaprovava claro as atitudes, mas ela era a que menos tinha problemas em agir normalmente com ele.
- Agradeço Aro – ela disse sorrindo e olhando pra Jane que arqueou os lábios.
- Quando sai o casamento do casal? – ele perguntou divertido olhando de relance para o Emmet que estava com as mãos em punho, antes de voltar a olhar suavemente o rosto da Rose.
- Não sabemos Aro, mas quando marcarmos você será o primeiro a saber, pode deixar – ela disse cordialmente.
- Agradeço Rose – ele disse soltando a mão dela e fazendo um sinal pra ela se afastar como se enxotasse um cachorro – Jasper meu caro – ele chamou meu loirinho e eu senti um aperto e uma quase falta de ar em ter que largar sua mão.
- Aro amigo – Jazz agia da mesma forma que Carlisle e pensava também da mesma forma de respeito ao Aro.
- Como estás amigo? – Aro perguntou sem deixar de olhar com admiração para o meu loirinho, ou talvez para os poderes dele.
- Muito bem Aro. E você? – Jazz mesmo repugnando o Aro, o tratava com respeito e talvez um pouco de admiração, nunca me perguntei isso.
- Obrigado por perguntar – ele disse lançando olhar significativo a todos na sala, inclusive a guarda dele, olhares que diziam “aprendam essa parte com ele” – após alguns séculos, eu acho que ainda estou muito bem – ele disse sorrindo pro meu loirinho.
- Esme amada – ele disse soltando a mão do Jazz e abrindo os braços pra

Esme, que sem exitar o abraçou gentilmente. Carlisle se contorceu do meu lado, como se estivesse lutando por dentro, entre ir lá e proteger sua amada, ou ficar alí e assistir a tudo. Enquanto isso Jazz voltou a se por ao meu lado.

- Aro – Esme disse gentilmente tocando sua cabeça; Aro parecia um filho de Esme, pelo menos agia como um do lado dela, aÍ estava a diferença entre ele e Carlisle. Carlisle era um homem, Aro era uma criança que se fechava atrás de mantos e um castelo – quanto tempo se passou – ela disse sorrindo abertamente, fazendo até Jane estremecer.
- Você “deve” me visitar mais vezes Esme querida – ele disse.
- Eu virei Aro, sim, eu virei.
- Afinal nós somos uma família, não somos?
- Claro Aro – respondeu Esme indignada – que pergunta querido – Aro sorriu a palavra “querido” e Carlisle encolheu o ombro, como se estivesse sendo afetado por algum poder maligno, então sim eu olhei pra Jane e reparei que ela usava o seu poder.

Então de um momento pra outro o clima ficou tenso, Rosalie seguiu meu olhar do papai pra Jane e correu em direção a ela. O que foi algo super errado, porque no mesmo momento Jane utilizou os seus poderes nela, fazendo Rosalie ir ao chão e se contorcer de dor. Emmet voou pra cima da loira, mas não adiantou muito, pois Alec se moveu muito rápido. E em questão de segundos a sala virou um pandemônio; Esme dava gritos histéricos enquanto eu e me movi pra ajudar. Rose e Jazz pra ajudar Emmet, Carlisle continuava imóvel.

- Parem com isso - gritava Esme – Aro faça alguma coisa – pediu minha mãe suplicante.
- Jane, Alec por hoje é só queridos – ele disse sorrindo pra eles, meu pescoço se encontrava nas mãos do Alec que continuava o apertando mesmo depois das palavras do Aro. Todos o olhavam assustados, só os volturi que sorriam para a cena, eu começava a ver vultos.
- Alec por hoje é só – repetiu Aro, mas Alec estava fora de controle, então Esme voou e mordeu o pescoço de Alec fazendo-o gritar estridente.
- Chega – ordenou agora severo Aro, e então Esme se recompôs e Alec foi pro lado da Jane já com o pescoço sarado; mesmo sem ter mais as mãos do Alec no meu pescoço, eu sentia que ainda algo o pressionava – Jane querida, chega – eu olhei assassinamente pra ela, o que só a fez sorrir.

*Carlisle Pov*

Nem mais me mover eu conseguia, mesmo quando Jane começou a usar os seus poderes em mim eu consegui me mover, a minha batalha interior era muito mais forte do que qualquer poder de uma vampira adolescente. Matar ou transformar minha filha, quando isso se tratava de Cullen era uma pergunta banal e fatal.

- Vamos jantar – disse aro se levantando e indo em direção à porta oposta de minutos atrás. Eu só me movi, pois Rosalie e Alice me ajudaram, Esme estava indo à frente da guarda Volturi de braços dados vom Aro, nem com isso eu me preocupava, o fator principal agora era minha filha, meu anjo, minha princesa.

Nos sentamos à mesa e duas humanas se moveram com grandes panelas de ouro, mesmo sem elas abrirem eu senti o cheiro de sangue humano que borbulhava ali dentro. Me perguntei quantos humanos foram mortos para isso, e balancei a cabeça sem querer pensar.

Assisti a Jazz perder o controle no meio do jantar e subir na mesa virando a panela e bebendo alí mesmo e fazendo aro sorrir, vi Alice se mover tentando retirar a panela das mãos fortes do namorado. Eu precisava sair daquele mundo por alguns segundos, esquecer por segundos que tinha uma família de vampiros, só para pensar na única humana que me importava Cullen.

- Aro, Sampter ainda mora nos arredores daqui? – perguntei pensando rapidamente na minha forma de escape, mas sem deixar transparecer a verdade, afinal estava no meio de uma dúzia de leitores de mente.
- Sim – respondeu Aro meio irritadinho de repente, não sei se era por causa dos seus atritos com Sampter, um dos maiores vampiros da geração ou porque eu atrapalhei a sua conversa com Esme.
- Irei fazer uma visita a ele – disse me erguendo da mesa.
- No meio do jantar Carlisle? – perguntou Demetri curioso.
- È o único momento que eu posso talvez encontrá-lo em casa, porque ele não costuma ficar em casa de manhã – eu disse de repente sorrindo ao me lembrar das loucuras que eu já havia cometido com Sampter, no meio da manhã.
- Eu também irei sair com Jasper – disse Alice se erguendo seguida por Jazz – tantos anos sem ver a Itália, vamos passear um pouco – disse ela segurando a mão do namorado.
- Rose? – perguntou Aro.
- Vou ficar no terraço com o Emm; tudo bem Aro?
- Claro querida – de repente eu percebi que Esme ficaria sozinha e o resto dos Cullens também, então logo o Emm foi falando.
- Amor, agora não; acabei de comer e eu tinha combinado de resolver uns assuntos com Esme – ele disse pensando tão rápido, que eu não conseguia acompanhar.
- Assuntos? – perguntou Aro.
- Sim, nada demais, vamos mãe? – chamou Emmet e Esme já foi se levantando e ficando ao seu lado.
- Posso te fazer companhia Aro? – perguntou Rose.
- Claro amada – respondeu dando o braço pra ela.
- Antes de saírem – disse Aro – tomem muito cuidado, não quero problemas.

~*~

Já longe do castelo e correndo em alta velocidade eu podia sentir o ar e o peso começar a se dissipar; Alice e Emmet foram muito espertos, enfim poderíamos nos reunir e discutir tudo. Rose ficou no castelo com a missão de tomar conta pra que nenhum deles se retirassem do castelo e pudessem descobrir a nossa secreta reuniãozinha. Sampter não havia saído dos meus planos, eu pensava mesmo em fazer uma visita a ele já que estou na Itália.

Nós iríamos correr em posições diferentes e iríamos nos encontrar em um ponto perto de um dos rios da Itália.

~*~

*Rosalie Pov*

Ok, minha missão é impedir que qualquer um dos cinco saia do castelo, missão super impossível sem dar pista; e eu nem preciso comentar que eu tava super nervosa, se eu falhasse eles iriam descobrir o plano do meu pai, e baubau plano.

Eles ainda bebiam, quer dizer, jantavam; até que o cheiro era super apetitoso, mas eu não iria estragar os anos de treinamento que Carlisle me deu.

- Rose querida – começou Aro, acabando de dar as últimas colheradas na sopa de sangue – você sabe o que exatamente cada um deles foi fazer? – ele estava super desconfiado, então eu tive que me controlar pra não me embaraçar.
- Sampter é um velho amigo de papai, e papai adora conversar com ele; você sabe né?
- O do Carlisle eu entendi, ele e Sampter aquele velho maluco; é bom Carlisle se afastar dele Rose amada, se não seu pai vai começar a caducar.
- Obrigada pela dica Aro – ri um pouco pra manter as aparências e ele sorriu parecendo acreditar.
- A Alice e o Jazz gostam da noite – continuei – isso é normal em Forks, eles sempre saem pra ver as estrelas, a lua, isso é comum aos dois; e a Alice disse que a Itália tem a mais bela vista do céu.
- Isso é verdade – disse Alec dando um meio sorriso; fazendo Aro reprovar e eu e Jane rirmos.
- E Esme? – ele perguntou se inclinando curioso; eu não sabia mesmo o que responder, negócios, que negócios cara?
- Éh... – tô ferrada, e agora? Ele já começava a me olhar super estranho e eu senti um frio terrível, eu ia ser descoberta, eles iam encontrá-los e nós iríamos nos ferrar.

~*~

*Edward Pov*(n/a: eu não ia deixá-las sem pov. dele;)

- Ain é lindo Ed. – ela disse enquanto via a neve cair; o mais estranho é que ela via neve todo o dia em Forks. Na realidade ela estava fazendo tudo para me agradar, mas eu estava super arrogante, como se ela fosse um incômodo. Eu começava a pensar que foi uma má idéia essa viajem, enfim eu ainda teria uma semana pela frente e os meus bons modos tinham ido para o espaço.
- É... - disse seco, fechando os olhos como se aquela neve caindo não fosse importante.

Nós estávamos na varanda do quarto do hotel, de braços dados apreciando a vista; na realidade eu tentava, mas a única imagem que vinha a minha cabeça era aquele cabelo vermelho esvoaçante, aquela boca, aquela pele e isso me doía, me frustrava, eu não era assim; mas não conseguia mudar, eu precisava dela.

- Edward – eu escutava, longe – Edward – não conseguia prestar atenção em nada, minha cabeça voava – EDWARD – berrou e me deu um baita soco que me fez olhá-la sem entender – escuta aqui Edward eu topei viajar porque você disse que seria ótimo para nos reconciliarmos, mas não dá para viver assim, você não me dá atenção, vive nesse seu mundinho paralelo e o pior é que eu não faço parte dele – ela disse marejando os olhos.
- Eu não te mereço Bella – disse por fim me virando pra ficarmos um de frente pro outro.
- Você me merecia Edward, mas desde que “ela” entrou na nossa vida, nós só brigamos, o seu beijo não é mais da mesma forma; mesmo quando nossos corpos se juntam eu não sinto calor como antes, eu sinto um frio; você está distante Edward.
- E mesmo assim você quer dividir a eternidade comigo – eu disse.
- Edward eu quero dividir a eternidade com o Edward que me amava, que cantava pra mim, que fazia poemas pra mim, não com um Edward que pensa em outra.
- Bella você não entend...
- Eu entendo a maior parte Edward; mas eu quero entender a parte dos seus sentimentos por mim, eu sou um passatempo? É isso Edward? Porque se você estiver comigo só pra esquecê-la, se você a amar de verdade eu te deixo pra ser feliz com ela Edward.

Ela disse por fim, firme; ela estava fazendo a mesma coisa que eu fiz, abrindo mão do seu amor, para ele ser feliz. O pior é que ela via nos meus olhos que eu não a amava como antes, eu amava outra, eu amava minha irmã.

O amor é algo repentino, você não sabe a hora que ele chega e te arrebata, mas quando você se dá conta, você já está tão envolvido que não adianta mais fugir, correr, tentar, você e ela já são um. Mas o amor é só um, não há como amar duas pessoas e nesse momento, melhor, desde que eu vi “ela” caindo nos braços de Carlisle em frente aquela casa, cada célula do meu corpo tinha certeza que era ela, ela era o meu amor.

A noite e o dia nada eram, quer dizer, eram simples tempos. Mas o que eu sentia por ela ia além disso, era muito mais complexo que isso. Era mais complexo do que a mente do ser humano podia entender; eu tentei correr, viajei, fiz loucura com a Bella, tentei me desvencilhar daquilo que eu achava absurdo, amar outra mulher; mas eu já estava preso nessa teia, muito antes de qualquer coisa, eu e ela éramos um.

- Edward – eu olhei a Bella enquanto meus pensamentos iam a mil – o amor não é composto por UM e sim por dois, é preciso que os dois estejam conectados na mesma sintonia para acontecer; e nós não estamos. Desde quando eu a vi pela primeira vez, eu me senti ameaçada, como se tivesse previsto que tudo isso iria ocorrer – ela suspirou e eu esperei ela continuar – Edward se eu vou te perder, que seja pra ela Edward; mais pra ninguém – as lágrimas rolaram nos olhos dela – eu só sou feliz quando você está feliz, e você não está - a voz dela embargou – então eu não estou, eu só vou ser feliz quando você estiver. E se a sua felicidade só puder acontecer do lado dela, seja feliz, pois assim eu serei.
- Você é nobre – eu disse sentindo um orgulho imensurável por ela.

~*~

Fui recobrando a consciência pouco a pouco, sentindo meu corpo pesar, minha mente voar e minha visão ainda nebulosa; tentei me erguer e senti minha cabeça latejar então eu voltei a me sentar no sofá e pender a cabeça para trás ainda de olhos fechados.

- Ai que dor – gemi colocando a mão direita na nuca e me assustando com a visão. O que tava acontecendo comigo? Me perguntei desacreditando na visão, fechei os olhos numa tentativa frustrada de que aquilo fosse alucinação, mas ao reabrir os olhos eu percebi que não.
- Ai meu Deus – berrei com os olhos arregalados, eu estou grávida, visivelmente grávida. Olhava a barriga de talvez três meses que estava alí. Não pode ser, me ergui sentindo uma forte dor abdominal.

Com uma força sobrenatural eu me ergui e a minha cabeça funcionava a mil; eu precisava de ajuda, um médico, eu só podia estar doente, nunca grávida, muito menos de três meses.

Eu preciso de ajuda, mas quem? Andei cuidadosamente me escorando e segurando nos moveis até a varanda da casa já podendo ver a mata. Os Cullens estão fora por uma semana, ai meu Deus.

Tudo era muito mais sério do que parecia, eu estava grávida de três meses em um dia, e nenhum dos “Cullens” estavam por perto, e agora? Não tive tempo de pensar mais em nada, desmaiei desabando pela escada da varanda e levando comigo, algo desconhecido, com o último lampejo de visão eu vi o rosto de Edward, depois mais nada.



Capítulo 25


E Então era assim que era a morte, então era essa a linha entre a vida e a morte, entre o real e o surreal, entre o conhecido e o desconhecido; então era assim a dor, tão brutal, tão inconseqüente, tão anormal; nunca tive medo da morte, nunca tive medo de sofrer pra morrer, mas estava com medo, sabia que eu ia e não cumprira tudo o que eu esperava.

Afinal eu havia deixado a minha marca? Por que, o que adianta viver, se quando você morrer, você será esquecido? Não digo de um marco na humanidade, mas pelo menos que meia dúzia de pessoas se lembrem de você.

Talvez aquilo não fosse um pensamento para se ter enquanto se está morrendo, mas era a única coisa que eu estava conseguindo pensar enquanto morria. A morte demorava a me atingir em cheio, ela fazia questão de me fazer sofrer e a dor era insuportável, nunca havia sentido algo tão crucial, algo tão sepulcral.

Outros pensamentos me atingiram em cheio, enquanto a dor continuava a me atingir incessantemente. Pensamentos como, se o que eu fiz na minha vida poderia ser sido feito diferente, para agora isso não estar acontecendo. Nunca pensei em viver a mais que quarenta anos, mais eu só tinha dezessete, talvez o que eu fiz no mundo fosse o motivo de isso estar ocorrendo.

Se alguém sentisse a minha falta, eu queria que sentisse pelo que eu era de verdade, não por uma adolescente birrenta e sem noção, que achava que o mundo girava em torno de si. Na realidade eu não merecia que se lembrassem de mim, não merecia que se lembrassem dos meus atos inconseqüentes, se lembrassem das minhas passagens pela policia ou das minhas quase mortes por overdose.

Não merecia as lágrimas de uma pessoa que me dedicou sua vida, que me dedicou seu coração, mas de quem eu só pedia amizade, pois não conseguia corresponder, não merecia nem uma lágrima do Jake, nem um mero pranto.

Não merecia que Edward se lembrasse de mim, afinal eu havia sido um erro de percurso; eu havia sido algo passageiro, e algo passageiro é algo que não marca, enfim insignificante.

Enquanto mil pensamentos passavam pela minha mente, enquanto a dor continuava me abatendo um pensamento obscuro e que talvez na hora exata que ocorreu, fosse insignificante, agora caiu sobre mim como uma bomba.

Uma noite, uma praia, lobos, e... Lendas... No exato momento que as ouvi, foram lendas insignificantes, agora elas se abatiam sobre mim; mas exatamente uma lenda, mas eram lendas, como acreditar nelas? Mas se eu fosse a prova real, que uma lenda pudesse ser a verdade, que as lendas que os antigos contavam, não fossem simples lendas, criação da imaginação humana? E se eu fosse a prova viva, quase morta de que a lenda sobre os frios fosse real?

E se aquilo que Carlisle não acreditava estivesse acontecendo com a filha dele? E se aquilo que os Cullens tanto abominavam fosse real, e se eu fosse a prova viva, e se eu fosse a única que conseguisse sobreviver aquilo que os lobos falavam sobre os frios? Seria possível? Será que eu ainda teria tempo, será que essa dor abominável era na realidade a prova viva de que um vampiro podia criar um filho, se a sua companheira fosse uma humana? Seria possível? Me sentei no chão a beira da escada e senti o cheiro do meu sangue escorrer, lancei a mão a cabeça e senti o local encharcado; e meu estômago remexeu e eu lambi minha mão, senti meu estômago se revirar de prazer.

Meus olhos se arregalaram, numa mistura de prazer e nojo, numa mistura de anestesia e adrenalina, seria possível? Seria real? Mas, a lenda dizia...

Flash back on...

Era sábado, os Cullens decidiram que iriam passar o sábado em casa e a Bella decidiu que viria pra cá, eu não queria sofrer mais, eu estava morrendo dia após dia por dentro, eu tocava Link Park num solo de guitarra no meu quarto, quando ouvi o som do carro do Edward chegar com ela, eu precisava sair dali, não queria me ferir mais, eu iria fugir.

Mas fugir para onde? Talvez subir na minha moto e simplesmente atingir a velocidade máxima, melhor, ultrapassá-la, enquanto pensava em um modo de fugir daquela opressão, me celular tocou, mais alto do que o próprio solo de guitarra que eu fazia, tocou rompendo algo no meu peito, o atendi num impulso.

- Alô. - Oi – disse a voz suave e firme no Jake, a voz amiga, a voz sedutora, a voz que eu tanto amava. - Jake – suspirei me sentindo repentinamente anestesiada – tudo bele? - Tudo ok, e você? - É, a medida do possível, tudo bele. - Linda, eu tô ligando para saber se você não gostaria de vir passar a noite aqui em La Push, na praia.

Não era o melhor programa que se podia conseguir para uma noite de sábado, mas se era pra ficar bem longe da Bella e do Edward, o casal perfeito demais pra ser real, eu topava.

- Claro. - Vou te buscar? - Não Jake, eu vou de moto, nos vemos lá. - Ok, beijo. - Beijo.

Desliguei o celular e fui até o meu armário, seria algo tipo um lual, mas como Foks é gelada, e não dá pra ficar desfilando um look leve, nem mesmo na praia, então peguei uma calça jeans escura, e um vestido branco, que tinha umas amarras na cintura, de meia manga e um decote em V pequeno, calcei uma rasteira prata, soltei os cabelos vermelhos meio ondulados sobre os ombros, fiz uma make leve no rosto, escurecendo bem os olhos e desci, levando uma bolsa de ombro bege comigo.

Quando desci encontrei a minha “família” sentada na sala conversando como de praxe, sem muito saco fui me dirigindo pra porta, mas como alegria de pobre dura pouco, meu pai me chamou.

- Vai aonde querida? – eu não queria acabar com a minha noite brigando com meu pai, então respondi. - Pra praia – avisei segurando a maçaneta. - A essa hora? - São oito horas pai, nada a ver.- frase típica de adolescente rebelde. - Vai com quem? - Os meninos da reserva. – antes que ele falasse mais algo, eu saí da casa indo em direção a garagem. O que eu não esperava era que o Edward me seguisse, chuviscava um pouco, minha roupa tava meio úmida. - Você faz isso pra me irritar né? - Como? – me virei para olhá-lo na melhor, estávamos parados e ainda chuviscava. - Você sabe ... - Edward... Por favor... – disse ao toque dele em meu rosto, me fazendo sentir as mesmas sensações ou melhores do que da primeira vez do toque dele. - Não vá.

Com um esforço sobrenatural eu me virei e me dirigi a minha moto, subi nela e me forcei a dar uma última olha a ele, antes de partir, mesmo sem querer, chorei enquanto pilotava, eu chorei.

Após uns 40 minutos cheguei à praia e Jake veio ao meu encontro, eu já tinha controlado o meu choro e minhas lágrimas haviam se misturado à água da chuva, disfarçando; eu estava molhada, então Jacob me ofereceu seu casaco, que praticamente me engoliu, o cheiro dele era muito bom.

- Vamos – ele disse e nos dirigimos a uma roda, em volta de uma fogueira que me esquentou um pouco.
- Oi – disse Seth me abraçando, e me dando um beijo, ele se sentou ao meu lado esquerdo – Quanto tempo, hein...
- Éh... Faz um pouco de tempo.
- Você se esqueceu dos amigos, ou o quê?
- Falta de tempo mesmo – disse rindo e pegando um pedaço de Tofu e colocando na boca.

Conversamos animadamente, o calor penetrou em mim, me fazendo retirar o casaco do Jake com esforço pelo cheiro, já devia atingir as onze quando dois velhos se poram no num canto estratégico da fogueira, e todos olharam pra ele.

- Momento das lendas – sussurrou Seth, e Jake passou seu longo braço no meu ombro, me protegendo do frio.

Alguns séculos atrás, os frios habitavam a reserva normalmente, não havia regras restringindo isso. – começou o mais velho da roda, eu me encolhi sabendo que a noite ia ser longa – os frios eram grandes voadores, de pele gelada; bebedores de sangue – todos na roda estremeceram menos eu, afinal minha família fazia isso; no inicio eu senti nojo deles, mas depois me acostumei – vivíamos todos pacificamente, até que... – a voz do lobo chefe, ficou assombrada, fantasmagórica- um dos frios se apaixonou por uma humana, ele começou a persegui-la, encantado pela sua beleza – eu estremeci até o último fio de cabeço possível – nós entramos em ação, mas parecia que os dois estavam hipnotizados, e ai nós descobrimos que os frios tinham esse poder, hipnose pela beleza – Jacob me lançou um olhar cheio de significados, mas eu não amava o Edward só porque ele tinha um rostinho de porcelana, ia muito além disso, talvez essa humana conseguisse me compreender, como eu a ela – eles se envolveram mais intimamente do que o possível – os lobos se eriçaram completamente, e eu me encolhi – o frio fugiu após alguns dias, não sabemos o motivo, deixando a humana no topo da montanha, o topo era tão alto que nem nós conseguimos chegar lá, a humana chorava e gritava sem saber o motivo, depois de alguns dias os gritos cessaram...

Flash back off...

Meus olhos se encheram de lágrimas conseqüentemente, meu rosto se virou para o topo da montanha, a lenda que lobos contavam, com uma história estranha de um bebê vampiro que foi morto por Aro; envolvi minha barriga me lembrando de Aro, dos volturi.

Me ergui, me inclinando pra frente, e me segurando no vão da escada, eu tinha um caminho longo e árduo até o telefone; mas o que mais me preocupava era, para quem ligar...

Meu ego me impedia de ligar para Edward, e se as lendas fossem reais não adiantaria muito, pois tanto os Cullens, quanto Edward estão a dias daqui, enfim não haveria tempo, então quem me ajudaria?

Rosalie Pov

Me ferrei ....
- Rose Querida?
- Foram... Foram... – o que eu digo? Eu não sabia, quer dizer, eu sabia que era uma reunião secreta da minha família a margem do Rio, mas não sabia como mentir.

Num movimento súbito, Aro se ergueu percebendo tudo e mandou Demetri, Alec e Jane irem ao encontro deles, me ferrei. Ele nem precisou me tocar e usar seus poderes, meus olhos me deduravam, meus pais, meus irmãos todos iriam ser descobertos, não haveria tempo de fugirem. Fiquei paralisada, enquanto os via sair do castelo.

Alice Pov

Nos encontramos a margem do Rio principal da Itália; Carlisle estava mais pálido do que o normal, sem dúvida deveria ser complicado tudo isso para ele. Nós já sabíamos das ordens de Aro, cumpriríamos a parte Isabella, mas a , não poderíamos obrigá-la a nada.

- Carlisle? – chamei, todos esperavam uma decisão dele.
- Eu não posso obrigá-la a isso – ele afirmou.
- Você vai deixar Aro matá-la?

Senti o rosto de Carlisle se ferir mais ainda, ele estava se martirizando minuto após minuto; como obrigar uma pessoa a ser aquilo, que nós se tivéssemos escolha não seriamos?

- Transformar ou morrer? – Jazz filosofou – Se formos ver pelos dois pontos, o morrer é mais adequado.
- Adequado? – perguntou Emmet.
- Sim, ela vai sofrer menos.
- Não temos o direito de retirar a vida de ninguém – observou Esme – não temos o direito de impedi-la de viver, ela é tão nova.

O tempo se passava enquanto discutimos, sobre a ; enquanto conversávamos, sentimos o forte cheiro de vampiro, que nos fez paralisar imediatamente, os pensamentos se cruzaram se encontrando num único ponto *Volturi*. Não havia mais tempo de correr ou fugir, estávamos encurralados, numa encruzilhada.

Pov

- Preciso de ajuda – pedi, apertando o telefone e suprimindo um grito.
- O que houve?
- Rápido – senti uma jarda de vômito subindo do meu interior. Eu suprimia um grito e a sensação de querer desmaiar igualmente.
- Ok – disse e eu me sentei no sofá, sentindo uma dor abominável; eu precisava de sangue, mas me faltava coragem.



Capitulo 26


Carlisle Pov

O tempo se passava enquanto discutimos, sobre a ; enquanto conversávamos, sentimos o forte cheiro de vampiro, que nos fez paralisar imediatamente, os pensamentos se cruzaram se encontrando num único ponto *Volturi*. Não havia mais tempo de correr, fugir estávamos encurralados, numa encruzilhada.

O cheiro de vampiro ficava cada vez mais forte, sabíamos que se corrêssemos eles ou ele viria atrás de nós, a Rosalie falhou; Rosalie... Uma pontada de dor me atingiu ao lembrar dela e de onde ela estava...

Jasper abraçou fortemente a baixinha em seus braços, como se assim pudesse impedir que qualquer coisa a tocasse, Fiz o mesmo com Esme, enquanto Emmett tremia parado talvez pensando o mesmo que eu... Rose...

Um vulto negro se movia pelas altas e escuras árvores, que rodeavam a margem direita do rio; Um vulto meio... Manco... Acho eu... Mas que o cheiro denunciava sem nenhum entusiasmo.

Contrai-me, enquanto o vulto se aproximava mais e mais... Calmamente como se saboreasse aquele momento, será que poderíamos contra um dos Volturi? Mesmo sendo cinco, dependendo de quem fosse... Seria suicídio lutar.

- Atchim – um dos Volturi deu atchim? Meus músculos se contraiam involuntariamente enquanto o ser se aproximava – cacete... - ? – Vocês não vão me ajudar?

Aquela Voz...

- Sampter? – perguntei ainda apreensivo.
- Não... A fada dos dentes – ele disse, como sempre com seu humor, sem a menor graça.

Minha família me lançou um olhar, de “esse é o tão temido Sampter?”, eu assinalei que sim. Sampter havia sido transformado já com seus 65 anos, após a guerra; ele era o vampiro que eu mais admirava, o seu disfarce de homem velho e indefeso, nem a pele branca dele o denunciava. Ele parecia mais um velho, manco, com uma terrível doença que o deixava mega pálido.

Mas de velho e manco, ele não tinha nada; os seus poderes e dons superavam o de Aro, o de Alice, Edward, Jasper até... O meu. Ele era um dos Volturi, que não admitiam o modo que Aro os tratava, por isso saiu dessa “fraternidade”. Não do modo feliz, mas sim por meio de uma guerra, uma luta entre ele e Aro, uma luta de uma magnitude impressionante que eu tive o prazer imensurável de presenciar.

- Esse é o Sampter? – perguntou Alice incisiva; ela não conseguia acreditar que aquele velho caquético tinha poderes e dons de lutas, como eu contava.
- Eu já não disse que sou a fada dos dentes? – ele perguntou.
- Háhá – ela riu e cruzou os braços.

Me movi e fui abraçar meu velho amigo, que logo se endireitou esquecendo que usava bengala, esquecendo do personagem.

- Quantos anos! – disse sentindo a velha e interminável admiração, pelo meu velho amigo.
- Sem emoções Carlisle – ele disse sério e nos fitou – você já foi mais cuidadoso amigo.
- Como?

Ele nos contou da ligação de Rosalie e que ela havia fugido e o procurado; os Volturi estavam a caminho...

Merda... Merda... Merda... Merda... Dizia mentalmente...

- Pare de se lamentar Carlisle – resmungou Sampter pegando sua bengala do chão – vamos – ele começou a correr impressionantemente, talvez superasse Edward na corrida; Alice olhou sem acreditar naquele velho e começou a correr numa disputa alucinante entre os dois pelas matas.

Sampter Pov

A baixinha corria... Pensei até que ela iria me superar na inclinação do morro, mas isso era pouco provável; corremos por horas, talvez umas duas, fazendo vários trajetos pra confundir os Vol... ahhhh... Vocês sabem quem.

Depois de quase três horas correndo pela tão misteriosa Itália à noite, nos dirigimos para o centro; mais exatamente uma pequena livraria, que no subterrâneo me servia de casa... Esconderijo ou lá o que aquilo fosse. Cada um tire suas próprias conclusões.

Rosalie se encontrava em pé, ao lado da minha geladeira onde eu guardava vidros e mais vidros, garrafas e mais garrafas de sangue humano. Para os meus lanchinhos, não estava mais em condições de ficar correndo por aí e matando humanos, ainda mais que isso já havia perdido a graça; só me dava ao trabalho quando a presa me agradava demais.

- Rose – disse um gordo que se apelidava Emm, a abraçando e beijando e me deixando um pouco confuso.
- Emm – ela disse. Se fosse humana tinha certeza que teria escorrido uma lágrima, frouxos. Sempre achei a família de Carlisle meio frouxa, nunca entendi por que o destino deu aqueles poderes logo para eles.

Sem muita vontade me dirigi à geladeira e peguei uma garrafa do sangue que pertencia a uma criança de 12 anos, o melhor... Beberiquei e senti borboletas no estomago de felicidade, literalmente.


- Fiquem a vontade – disse, saindo da sala e me dirigindo a biblioteca; ouvi os passos do Carlisle me sequinho e sorri por dentro. O resto da família feliz ficou na minha sala/cozinha.

Adentrei no maior cômodo da casa, esconderijo ou sei lá o que, como eu já disse cada um ache o que quiser do meu local subterrâneo; um cômodo ovular, com quase cinco mil exemplares de todos os tipos, a maioria original. Que ia desde Shakespeare até Dam Brown. Sentei-me na minha Poltrona vinho, enquanto Carlisle se acomodava numa cadeira de madeira.

Em todo o caminho, que percorremos na floresta fiquei pensando em tudo que Carlisle disse; o sacana do Aro era um gênio em algumas áreas, talvez nem eu conseguisse pensar em opções mais pretensiosas. Ele nem tava se importando muito com a humana filha de Carlisle, mas sim com a brincadeira que era o seu forte, ele gostava de ver o rosto ferido dos outros, ele gostava de martirizar, maltratar. Dando mais um gole na minha bebida, disse:

- Matar ou morrer – disse rindo das opções que Aro dera pra ele.
- O que eu faço? – perguntou ele agoniado. Carlisle tava ficando frágil ou o que? Nunca havia o visto dessa forma, lastimável, o tempo não é muito bom com algumas pessoas; o tempo não foi muito amigo dele, como foi meu.
- Quer mesmo saber? – perguntei, passando o dedo pelo bico da garrafa.
- Sim.
- Manda Aro se danar, o que aquela mariposa pensa que é? Deus? Ou o que?

Ah... Paciência, se ele me mandasse escolher entre matar minha filha, ou transformá-la eu metia-lhe um murro naquela cara na mesma hora; folgado ele, e ainda fica dando em cima das mulheres dos outros. Carlisle ouvindo meu pensamento me olhou.

- O que foi? – me fiz de inocente – você que é corno amigo, não eu – disse rindo um pouco.

A expressão dele mudou um pouco, ficou serena e pensativa.

- O que você vai fazer? – perguntei engolindo mais uns goles de sangue.
- Conversar com Aro – ele disse sério.
- Brincadeira né? – perguntei erguendo uma sobrancelha, e parando imediatamente de bebericar o sangue; Carlisle só podia estar fazendo algum curso de como ser palhaço, e ele sabia que eu odiava palhaços.
- Não.
- Carlisle amigo, é a idade que tá fazendo isso com você? Se você aparecer a menos de dois quilômetros dele, depois dessa traição que você fez, ele vai te matar, sem nem ouvir o que for que você queira dizer... – disse isso pra não dizer coisas piores.
- Mas...
- Mas ele já te deu uma chance, e você decidiu apunhalá-lo pelas costas fazendo um joguinho medíocre e encontrando sua família, você achou mesmo que ele não iria sacar?
- Mas...
- Mas... Você pensou que a Rosalie pudesse enganá-lo, enquanto vocês conversavam e achavam uma solução.
- Mas...
- Mas você subestimou o Aro – disse amargamente – e ele descobriu e mandou seus capangas atrás de você.
- Mas...
- Mas a Rosalie fugiu e chamou o único que pensava que poderia ajudá-los. - disse sorrindo – acertou.
- O que você tem em mente Sampter?
- Eu? Carlisle você tem duas opções...
- De novo não – disse ele balançando a cabeça. Eu adorava os jogos de Aro, na realidade eu e ele que montamos esses jogos para maltratar nossas vítimas. Era bom ver o sofrimento dos outros, até mesmo do Carlisle.
- Ir lá e morrer... Ou declarar guerra contra eles.
- Guerra? – ele disse como se aquela palavra fosse um palavrão.
- Eles vão querer a cabeça de vocês Carlisle, Aro não vai pensar mais em nada, nem em poder nem nada parecido – disse – você vai morrer sem lutar?
- Tem que haver outra forma – ele sabia que não havia.
- Se houvesse eu já teria descoberto.
- Qual será o próximo passo deles?
- Tem dúvida?

Carlisle Pov

... ... ...

“Se você não matá-la eu próprio matarei” – NÃO...

- O Edward tá com ela? – ele perguntou. Meu pensamento por alguns míseros instantes voaram da Itália para os E.U.A e Brasil, juntos e imediatamente.
- Não. – respondi seco, com mil pensamentos passando juntos na cabeça.
- Ela tá sozinha? – ele perguntou e como minha cabeça voava, só...

Fiz que sim com a cabeça.

- Carlisle você tá ferrado meu amigo. Edward tá muito longe?
- Brasil.

Ele riu, sinicamente como sempre. Não sei como eu conseguia admirar um cara desses.

- E “eles”?- ele tava louco só podia.
- Sampter, essa não é a hora de brincar. – repreendi.
- Eles odeiam que humanos morram, poderão protegê-la – ele berrou.
- Eu não vou meter os lobos nisso, é meu dever protegê-la.
- Você tem opção melhor? – aquele cinismo dele estava me dando nos nervos, como eu poderia querer ser igual ao Sampter meu Deus?

Mas Não... Eu não tinha, mas não iria pedir para que eles a protegessem.

- De um modo ou de outro eles vão se meter... O cheiro.
- Eles não vão chegar lá – disse aflito.
- Tá pensando em que Carlisle? – ele me conhecia melhor do que a própria Esme.
- Impedi-los.

Ele me olhou como se não acreditasse que eu fosse enfrentá-los, assim mano a mano, sem plano algum. Talvez ele pensasse que só ele teria coragem de fazer aquilo.

- Você também fez isso. – disse sério.

Eu ainda me lembrava, estávamos todos no castelo quando Aro o mandou fazer algo que ia além das opiniões de Sampter; Sampter fez aquilo que ninguém esperava lutou contra Aro.

- É diferente... – ele disse abaixando os olhos.
- Qual a diferença?
- Não vamos tratar desse assunto.
- Então me apóia? – precisava dos poderes dele.
- Aff... Me diz se eu fico de fora? Eu pego o Aro.
- Não... Você já teve a sua chance, agora a minha vez.
- Faminto – ele riu.

Então... Agora só precisávamos saber como e quando eles iriam agir. Estávamos todos reunidos na sala, pra pensar, na realidade imaginar como eles iriam agir nessa situação; Sampter dizia que só deveria ir à guarda, junto a Aro, não iria mais ninguém e que eles agiriam rápido. Mas quando? E era certo a quantidade de vampiros que iria? Qual seria a rota? E o melhor ponto para interceptá-los?

- Eu concordo com Sampter – disse Jazz – deveríamos avisar os lobos, para o caso de nós falharmos...
- Somos poucos, contra eles todos – afirmou Sampter – Eles são experientes Carlisle, isso é suicídio – ele se referia que ninguém mais da minha família além de mim, se garantia nessa luta.
- E além disso – continuou Jazz da onde havia parado – deveríamos avisar os lobos, se nós falharmos eles devem entrar em ação.
- Avisamos ao Edward? – perguntou Ali e nos entreolhamos.

Edward Pov

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.” - William Shakespeare

William Shakespeare... Talvez um dos poucos homens que tivessem entendido o verdadeiro sentido de “amar”. Suas frases me cativavam e me faziam refletir, ou entender aquilo que eu achava tão confuso no “amor”.

Essa frase é uma das frases que me motivava a fazer o que eu estava fazendo; eu não queria perder o meu amor, por simples medo de arriscar, creio que às vezes é necessário se esquecer que há conseqüências após todos os atos, e apenas cometê-los.

Talvez daqui a alguns dias, quando eu chegar lá ela me rejeite, talvez a conseqüência dos atos anteriores sejam o motivo da rejeição, mas na realidade eu prefiro agora é arriscar, me esquecer do que poderá vir após, e simplesmente tentar.

Isabella Swan... Creio que existem vezes que confundimos o “gostar” sentir “carinho” com amor; creio que às vezes nós tentamos sentir aquilo que nunca seriamos capazes de sentir, talvez com medo de como a pessoa se sentirá, talvez com medo de quantas pessoas vão ferir.

Mais aí está algo que eu aprendi um pouquinho com a , simplesmente pensar em você antes de outros; às vezes é preciso ferir alguém, magoá-lo pela sua própria felicidade. Quando o destino lhe dá mais uma chance de ser feliz agarre-a, sem se importar com o resto, com o mundo.

Tenho certeza que a Bells ficará bem, minha irmã podemos falar assim, ela me marcou com um sentimento que eu pensei que nunca pudesse existir. Mas eu tenho certeza que a mulher que eu amo é .

Independente de sol e lua, de manhã e noite, eu me apaixonei pela menina moleca, pelo coração que se acelerava apenas com o meu leve aproximar, me apaixonei pelo modo de sorrir, de abaixar a cabeça envergonhada, de tocar meus lábios; apaixonei-me pela cumplicidade, de apenas pelo olhar um entender o que outro não tinha palavras pra expressar. Apaixonei-me pela forma de ela mexer a boca quando está nervosa; pela forma de ela me olhar de soslaio quando está com ciúmes e não quer demonstrar. Enfim acho que é impossível medir o tamanho do amor que eu sinto por ela, afinal quando se consegue medir um amor, não se ama de verdade.

Talvez ela não entenda. Talvez olhando nos meus olhos ela não acredite, talvez ela me observando sem parar não creia nas palavras que sairão da minha boca; mas eu pedirei que ela escute o meu coração, e veja aquilo que com os olhos não poderá ver, e sinta aquilo que as minhas palavras não conseguiram descrever.



Capítulo 27:


Por alguns instantes o globo terrestre parou de se movimentar; o relógio parou no tempo, o próprio tempo estancou; minha respiração ficou pressa em algum lugar desconhecido; meu coração falhou, mas logo após começou a se acelerar compulsivamente, tudo isso no intenso olhar de um para o outro.

Minha boca se abriu como se quisesse falar algo, mas se falou foram palavras mudas; meus movimentos se paralisaram, meus olhos marejaram, ficou um pouco difícil respirar; minhas mãos suaram tudo isso no intenso olhar de um para o outro.

Seus olhos nesse momento negros estão fixados para o volume que estava na minha barriga; seus olhos estavam negros, aqueles olhos não eram dele, eram olhos possessos, envolvi minha barriga com meus braços como se tivesse tentando protegê-la de um mal invisível.

Tentei encontrar naquele imenso corpo, naquele cabelo com corte MILITAR, naquele rosto que emanava fervor mesmo a distância, naqueles olhos negros o Jake... O meu Jake.

Ele usava apenas uma bermuda, mas nem isso me fez retirar os olhos dos dele, nem uma leve espiada eu dei naquele abdômen. Nem se um meteoro caísse, iria nos dispersar, aquele era um momento de reconhecimento; nós estávamos travando uma batalha épica interior, decidindo os próximos passos.

Seus lábios se moveram, dizendo:

- Por quê?

Uma palavra silenciosa mais que fez o meu chão desaparecer de baixo dos meus pés, a sensação que se apossou de mim: culpa, remorso, injustiça; eu não podia pedir que ele me perdoasse, quando eu era a errada; eu não podia culpá-lo de nada, eu era a culpada de tudo, talvez se eu não tivesse ligado pra ele, talvez assim tivesse retardado esse momento.

Ele se moveu a passos lentos e tão pesados que faziam a madeira abaixo dos seus pés rangerem, ele se moveu com as mãos em punhos; eu me encolhi a cada passo, como um filho na presença de um pai autoritário; ele se pôs a minha frente e nos olhamos fixamente, nossos olhares queimavam um ao outro. Estávamos parados no tempo, fixados em um ponto fixo, nós próprios.

Como se ele tivesse dado uma pausa na sua batalha interior, ele retorceu o rosto de dor e eu senti ele se arrepiar a minha frente, como se estivesse pronto a desabar. Ele contorceu o maxilar e voltou a se encaminhar a porta, como se estivesse retornando a outra batalha interior, e isso só me fazia sofrer. O meu sofrimento ia muito além daquilo que estava maltratando minha carne por dentro e por fora, era algo que maltratava tanto minha alma, meu coração que me fazia ficar sem ar, me fazia estancar no tempo e só presenciar aquele momento.

Quando ele voltou a se virar em minha direção, seu rosto estava ferido por algo invisível a todos os olhos, menos aos meus; sua dor se misturava ao brilho intenso das lágrimas, e aquele pai autoritário se amostrou precisando de mim, me deu uma vontade de abraçá-lo, confortá-lo, pedir perdão, mas eu não sabia se isso era o certo a fazer.

- Por quê? – ele disse num som que só seria possível eu ouvir; o “por quê” era uma pergunta que eu não sabia como responder, talvez não conseguisse colocar em palavras os meus motivos para ter chegado até ali. Eu naquele momento só estava querendo ter o meu Jake, o Jake que não me julgava, que apenas me abraçava e me deixava chorar, sem perguntas, sem falas, compreendia tudo o que eu queria dizer pelos meus olhos, pelas batidas incessantes do eu coração, que acabara de falhar duas batidas após a pergunta.

Mas eu sabia que havia chegado o momento, que eu deveria melhorar; que eu deveria deixar de ser igual a uma criança que comete os seus erros, e depois chora no colo do pai; havia chegado o momento de eu assumir a responsabilidade pelos meus atos.

- Porque...- a frase pairava no ar; ele me olhava fixamente, como se tentasse procurar nos meus olhos a resposta, como sempre fora; mas pelo visto ele não conseguia.

Senti uma forte pontada no peito, indo além da imaginação humana, me inclinei pra frente e caí em um pranto incessante; a dor não era apenas pelo pequeno que me matava e mesmo assim eu amava, mais ver nos olhos do meu melhor amigo o sofrimento.

- Eu não esperava isso de você – ele sussurrou, quase inaudível. Por que me julgar logo agora?
- Por favor Jake – eu sussurrei chorando convulsivamente.
- Eu sempre me obriguei a entendê-la sem pedir explicações – então chegara o momento – eu sempre te amei sem pedir nada em troca – ele se ajoelhou chorando em frente a porta.
- Você queria o que Jake? – absurdamente eu sofria – Que eu fingisse que te amava?

Infelizmente eu me apaixonei perdidamente pelo homem completamente errado; Por que eu não apaixonei pelo Jake? Por quê? Era ele quem estava ao meu lado em todos os momentos, era ele quem me abraçava, era que ele fazia de tudo só para me ver sorrir.

- Você não sabe como me dói te ver assim – ele gemeu contornando o próprio corpo.
- Eu queria que tudo fosse diferente; eu queria conseguir te amar como você me ama, eu queria conseguir retribuir tudo isso Jake. – lágrimas regavam o momento – mas eu não consigo, eu não consigo te amar... – eu não sabia mais o que falar.
- Como é que você consegue – ele chorou mais – me maltratar? E assim mesmo fazer meu coração bater minuto a minuto mais apaixonadamente por ti?

O que falar?

- Eu não mereço o seu amor Jake – berrei me erguendo inclinada pra frente, sentindo dores e pontadas insuportáveis – eu queria, mas não consigo – eu berrava já no ápice.
- Porque sempre na vida, as pessoas se apaixonam pela pessoa errada? – aquilo não era referente a mim e ao Edward, e sim a ele e a mim.
- Porque as pessoas que amamos não tem a capacidade de nos amar? Jake se eu soubesse como te amar, como retribuir tudo o que você sente por mim, eu retribuiria.
- Eu não quero que você se obrigue a se apaixonar por mim – ele disse sombriamente.

Ficamos por minutos em silêncio, como se digeríssemos as últimas frases ditas; como se calculássemos o nosso próximo passo. Eu sabia que as palavras que ele dizia não eram de propósito para me ferir, era o que ele estava sentindo há muito tempo e ao me ver nesse estado foi a última gota para o seu silêncio, ele teve que falar; mas na minha opinião, ele não escolheu o melhor momento pra explodir com todas aquelas verdades.

- Será que seria muito eu pedir que você apenas me abraçasse? – perguntei chorando, ele encostou a cabeça no joelho, ainda ajoelhado e chorou muito, meu coração se partia. Ele se moveu cambaleando, chorando convulsivamente. E me abraçou, mas nesse momento ele era a criança indefesa e eu a pessoa que deveria protegê-la.

Seu coração falhava, e ele tremia muito por causa do choro; ele me abraçava fortemente quase me deixando sem ar, mas eu não reclamei; parecia que ele sentia medo de perder o pequeno carinho que eu sentia por ele, por isso ele se agarrava com tanta força a mim.

- Desculpa – ele encostou sua cabeça no meu ombro, e eu sentei no chão e ele se deitou no meu colo – desculpa, pois sei que te faço sofrer com essas palavras.
- Eu mereço – assumi.

Silêncio...

- Não, você não merece – ele sussurrou entrelaçando nossas mãos; me fazendo derramar uma lágrima silenciosa.
- Como você consegue Jake? – perguntei soltando sua mão – depois de eu te maltratar tanto, ainda me amar, como se nada tivesse ocorrido?

Insano, porque ele não me xingava de tudo que é nome? Mesmo eu sabendo que sofreria morbidamente, por quê? Porque ele me amava independente de tudo? Porque ele fazia isso? Isso não ajudava muito, droga... Como eu queria poder amá-lo, como ele me ama; como eu queria poder retribuir cada sorriso que ele me dava. Como eu queria poder beijá-lo sem sentir culpa?

Eu não seria um monstro igual ao Edward, que fugiu com a Bella só para me esquecer; eu não faria isso com Jake, eu não me entregaria a um homem para esquecer outro, ainda mais quando esse homem estaria se entregando a mim verdadeiramente; Edward... Porque eu me apaixonei perdidamente por esse tonto? Porque eu não me apaixonei pelo homem romântico, cuidadoso, protetor, que é o Jake. Por quê?

- Porque você não tenta fazer meu coração parar de bater descontroladamente por ti? Talvez assim eu deixe de te amar.
- Desculpa – disse beijando sua testa, logo após colando-as.
- Você sabe que mesmo que eu fizesse mil e uma caras e bocas, eu te desculparia, não sabe?

Dessa vez eu tive minhas dúvidas, quis dizer...

...

- Ai... Ele me chutou – disse Jake, eu sabia disso, tinha sentido a cortada por dentro; ri, querendo berrar de dor. – Ele é forte – disse ele encostando a mão fervorosa na minha barriga. – quantos meses? – ele perguntou curioso, eu fiquei me perguntando quantos meses eu teria agora... Uns cinco ou seis.
- Cinco meses e meio – disse sem muita certeza; amanhã provavelmente eu teria sete ou oito, e depois... Eu não queria pensar no que viria depois.
- Carlisle que está cuidando? – ele perguntou voltando a encostar a cabeça, no meu colo.
- Uhum... – disse com uma incerteza na voz.
- Tá tudo bem amor? – porque ele me chama de amor? Ficava tão mais difícil aceitar que eu iria morrer, pra esse ou essa que eu nem conheço, mas que já amo viver.
- Sim – disse afagando-lhe a cabeça.

Ficamos assim por muitos minutos, horas talvez, até que eu adormeci; adormeci quentinha, era bom tê-lo em meus braços, apesar de assim meu “amadinho” me machucar mais, eu não estava disposta a deixá-lo sair dos meus braços.

Adormeci...

Os sonhos me fizeram suar indescritivelmente, sentia-me girando a cabeça descompensadamente, como se estivesse em um filme de terror.

Não... Eu chorava enquanto dormia, quem era ela? Eu não sei... Só sei que ela queria me ferir, mas eu já estava morrendo, mas os olhos dela estavam no meu ventre, mesmo morrendo eu iria defendê-lo com unhas e garras.

Acordei com um solavanco... Mas “ela” não estava ali.

- O que foi ? – perguntou Jake, vindo correndo da direção da cozinha; eu arfava pesadamente. Enquanto chorava e segurava minha barriga – ? – ele me chamou novamente colocando o braço em meu ombro, me envolvendo e me deixando chorar – não importa o que aconteceu, já passou, eu estou aqui – eu chorei soluçando de olhos arregalados.

- Ahh Jake – disse entre soluços – foi horrível.
- Eu estou aqui – ele disse firme – ninguém lhe fará mal... Nem a ele ou ela – ele riu e secou minhas lágrimas com o pano que estava em seu ombro.
- Obrigada – sussurrei, sentindo um nó na minha garganta.
- Falando nele ou nela – disse ele encostando no sofá e puxando-me para encostar-me em seu peitoral – Qual será o nome? – ele riu e encostou o queixo em minha cabeça.
- Nome? – eu não havia pensado nisso, óbvio – Não sei Jake – disse abaixando a cabeça.
- Olha, Jacob é um nome muito bonito sabia? – ele disse gargalhando.
- Ok... – eu ri – se for menino se chamará Jacob – disse e sorri por dentro.
- Não precisa tá? – ele disse afagando meu cabelo.
- Eu quero – disse rindo – e se for menina... Renesme...
- Renesmee? – ele quis confirmar.
- Uhum – disse abaixando a cabeça.
- Renne e Esme? – ele perguntou passando os dois braços pela minha cintura.
- Como você desco...
- Eu sei tudo de você – ele disse e beijou meu ombro – não precisa me contar... cúmplices até a morte – uma lágrima rolou e ele a secou com um beijo.
- Você ainda se lembra? – perguntei rindo.
- Me lembrarei eternamente de tudo sobre você, saiba disso – ele tocou meu ombro com o dedo indicador, me fazendo gargalhar.

Ele ainda se lembrava...

- Sinto saudades daquela época – disse e olhei pra cima – se eu pudesse fazer um último pedido, eu pediria poder passar um dia novamente igual aquele, naquele mesmo lugar.
- Eu realizarei o seu pedido – disse ele e eu estremeci, queria sobreviver para poder voltar a reviver aquele dia.
- Meu primeiro beijo – disse rindo, passando direitinho cada flash daquele dia.
- Meu também... – disse ele abaixando a cabeça e me fazendo girar e ficar de frente pra ele.
- Como?
- O meu também...
- Jake, você era...
- Sim.
- Meu Deus, Jake, eu fui sua primeira garota? E você o meu?
- Você foi minha primeira e única garota.
- Única? E a Luci?
- Inventei mil e uma desculpa para não beijá-la, herpes e muitas outras.
- Meu Deus, Jake... Eu não sabia disso – algo formigava dentro de mim, me deixando feliz em saber que eu havia sido a primeira dele.
- Você foi a “minha garota”, a minha “única” garota – ele tocou meu rosto – sempre fui somente seu.
- Eu pensei que na noite do show, você havia ficado com ela – uma lágrima rolou – por isso não aceitei namor... – meus olhos se arregalaram, como tudo podia ter sido diferente meu Deus, se naquele show ele não tivesse mentido sobre o beijo com a Luci.
- ÉH – ele riu amargamente – esse filho poderia ser meu – ele parou no meio da última palavra me olhando – de quem é esse filho ? – ele havia entendido.
- Dele. – disse segura.
- Como? – ele uniu as sobrancelhas – você ta lúcida ?
- E eles passaram uma noite em cima da montanha, mais intimamente do que o mundo poderia imaginar; nos três próximos dias só puderam se ouvir gritos, os lobos tentarão resgatá-la, mas a neve que caía naquela semana os impediram, quando finalmente encontraram-na ela estava sem uma gota de sangue. – disse fria, fazendo-o relembrar a lenda.
- É, o lobo que ela tinha se apaixonado a matou, deixando marcas nela, e bebericou todo o seu sangue.
- Um bebê vampiro – continuei, e ele me olhou; essa era a história de Carlisle – que Aro matou. – nas mediadoras de Forks.
- E o que isso tem a ver?
- A mulher que se envolveu com o vampiro Jake, o bebê – disse e uma lágrima rolou – três dias após.
- É uma lenda – ele berrou se erguendo abruptamente.- Uma lenda – ele berrou novamente.
- E se eu fosse a prova real, que essa lenda não fosse lend...
- Não existe – ele berrou mais alto – Uma simples lenda.
- Não é uma lenda Jake, aquele vampiro a amav...
- VAMPIROS NÃO AMAM .
- Amam sim Jake – disse chorando e envolvendo a minha barriga.
- Vampiros são estéreis - ele berrou mais.

E eu simplesmente apontei pra minha barriga.

- Três dias.. – gritei estridente com a pontada súbita o fazendo estremecer e arregalar os olhos.
- É verdade?
- É. – disse balbuciando e ele caiu de joelhos, ainda com os olhos arregalados. – E após três dias de gritos estridentes – eu gemi com a dor.
- Os gritos cessaram.
- A criança nasceu e a ma... – parei no meio da palavra.
- Foi o...
- Foi.

Ficamos em silêncio, de novo absorvendo todas as palavras ditas, reabsorvendo todos os gritos, todas as lágrimas, atos, tentando absorver todas as informações.

- Esse monstro vai te matar – ele disse como se somente agora tivesse descoberto isso.

Eu queria contradizê-lo, mas eu sabia que o único modo de sobreviver era se um dos vampiros estivessem aqui, mas não estavam.

- Só se... – ele ergueu uma sobrancelha e eu parei.
- Só se... – ele me imprensou com as palavras.
- Eu posso viver – disse firme.
- Essa criança tá acabando com você – ele se moveu e me pôs em pé pelo ombro – você tem que tirá-la daí – ele disse com os olhos arregalados – você não pode morrer.
- Eu vou viver – agora minha voz não tinha firmeza nenhuma.

Berrei e um jato de vômito agora misturado ao sangue saiu da minha boca, ele me olhando com os olhos arregalados e me pegou em seus braços. Quando eu finalmente consegui parar de expelir sangue pela boca. eu perguntei:

- Jake... aonde você está me levando? – perguntei vendo a mata passar rapidamente por nós.
- Eu vou te salvar,você não vai morrer – disse ele sem fôlego.
- Jake, você não vai mata...
- Shiiiii – ele me interrompeu.

Corremos por mais algum tempo, e eu estava tonta demais para identificar as vozes ou as feições que agora me rodeavam; mesmo sem saber se estava correndo perigo eu envolvi minha barriga...

“Entregaria minha vida para esse pequeno viver”...!

Capítulo 28:


Estava sentado como se não tivesse forças para me manter em pé; Esme estava encostada em um estante fingindo que lia algo e tentando transparecer uma calma inexistente; Rose estava em pé atrás da poltrona que Alice estava sentada, abraçando os joelhos; Jasper estava sentado ao pé do sofá, enquanto Emmet tamborilava os dedos na madeira dura da mesa da sala.

Sampter não estava, ele havia prometido ao sair, encontrar e trazer informações que nos ajudariam, isso ontem às 23h17min, hoje já sendo 11h15min ele ainda não havia voltado e eu começava a pensar no pior; ele havia me dito pra não me preocupar, mesmo se ele demorasse mais, como não se preocupar se nós somos os fugitivos mais procurados pelos Volturi, digamos assim.

- Não agüento mais – disse batendo minhas costas contra a parede de rochas escuras e geladas, e deslizando por ela até me sentar no chão.

Confesso que estava mais preocupado em não saber nada da ida dos volturi até Forks, do que com o próprio Sampter. Eu sei que isso era errado, ele estava arriscando a própria pele, por mim, por .

- Carlisle, não passou da hora? – perguntou-me insegura a Esme, encostando uma mão em meu ombro; e se ele nunca mais voltar...

...

- Nem pense nisso Carlisle – vi Sampter adentrar pela pequena porta, incrustada na parede de rochas escuras – se você quer me ver morto, mate-me você mesmo, não espere que outro me mate – sua expressão endureceu, enquanto ele voltava ao seu personagem de inválido e caminhava com uma mão na coluna, fingindo dor; fez um sinal pra Alice sair da poltrona, como se expulsasse um cachorro, ela olhou-o incrédula, mais por fim se moveu e saiu.

Esperei em silêncio, que ele dissesse algo, mas nada saiu da sua boca, ele apenas analisava o teto.

- Sampter – chamei-o impaciente.
- A impaciência é a inimiga da perfeição sabia? – que vontade que me deu naquele momento, de chegar e socar meu punho naquela cara, mas me contive e fiquei o analisando, esperando que ele falasse algo logo – É, Carlisle – ele respirou e suspirou – você acha mesmo que eu teria saído se soubesse que voltaria sem nenhuma informação?
- Sampter – perdi a paciência e comecei a passar as mãos freneticamente em meus cabelos, que começavam a ficar brancos – o que você descobriu? – pedi impaciente.
- Tá – ele disse por fim – vou falar apenas porque não temos tempo – ele deu uma pausa angustiante, agonizante e sua voz e semblante se tornou sombrio de repente – eles vão sair as oito horas, chegarão lá pela manhã, creio eu. Irão só os melhores corredores, por isso a rapidez – informou-nos.

Um silêncio quase fúnebre se apoderou do lugar, daqui a poucas horas, mais exatamente sete horas, ou nós ou eles estariam extintos.

...

11:45

- Se nós perdermos Jazz – comecei – Eu queria que você soubesse, que o que eu sinto por você vai muito além das leis criadas por vampiros – mesmo ele tentando me colocar pra cima, dizendo que iríamos ganhar, faltaram palavras a ele, então ele apenas me abraçou e engoliu em seco.
- Eu gosto muito de você – disse ele rouco.
- Eu te AMO – disse e me apertei mais contra ele.

Depois daquelas palavras que faltaram a nós dois, ficamos em silêncio apenas nos abraçando.

12:15

- Carl – comei, mas me calei, me sentando ao seu lado – eu nunca lhe agradeci por tudo o que você fez por mim – disse e ele me olhou – nunca lhe agradeci por você ter me salvo, por você ter me amado.
- Não precisa agradecer – ele disse e tocou o meu rosto – eu fiz tudo isso, pois te amo.
- Queria tanto que tudo fosse diferente – disse eu, referindo-me não só a briga entre nós e o volturi, mas também a Edward e , queria tanto, mas tanto que tudo fosse diferente.
- Você não sabe o quanto eu queria que fosse diferente Esme, se eu pudesse dava tudo para isso não ocorrer, para a Bella, a e o Edward serem Felizes, para que esse triângulo amoroso não existisse.

Toquei seus cabelos grisalhos e acariciei-os.

- E se der errado? – perguntei.
- Pelo menos tentamos, e aí então deixaremos nas mãos “deles” – referia-me aos lobos.
- Conseguiremos – disse me sentindo insignificante nessa batalha que estava por vir, como eu poderia ajudar? Nem a Jane eu conseguiria enfrentar, eu era a mesma coisa que uma humana, sem poderes nem forças.
- Iremos ganhar, claro – ele disse sorrindo fracamente, quase desacreditando – confio em você – ele disse e acariciou minha bochecha.

Será? Era difícil acreditar...

12:30

O vento batia nos meus cabelos e fazia minha roupa esvoaçar, forças me faltavam, já corria por mais de doze horas sem parar, mas eu continuaria correndo o quanto precisasse, pois era a pequena possibilidade de ela me aceitar de volta que me fazia correr igual a um louco.

Claro que 98% das chances eram contra mim, mas enquanto eu estivesse os dois por cento eu iria me agarrar com todas as minhas forças neles e iria lutar contra tudo e todos, daria meu coração a ela.

A criança? Palavras me faltavam para a visão da Alice, mas eu não me importava, eu só desistiria, ou melhor me conformaria quando ela olhasse nos meus olhos e me dissesse que não sente nem uma fagulha de sentimentos por mim, quando ela dissesse verdadeiramente que não me amava, que não me queria, que seu corpo não pedia o meu, quando o meu clamava pelo dela, aí sim, eu iria e a deixaria, se isso fosse o melhor pra ela, se ela assim o quisesse.

Mas antes das suas últimas palavras eu pediria que ela me ouvisse, não sei o que falaria, tenho certeza que as palavras me faltariam, que meu corpo agiria por impulso, veria na hora, pois sei que tudo que saísse do fundo do meu coração seria verdadeiro e assim duraria eternamente.

Eu podia amar, o amor é um sentimento que ultrapassa a linha da realidade e do irreal, eu sentia meu coração pulsar e isso era estranho, mas eu sentia; eu precisava dela para poder me aquietar, eu precisava dela para poder viver, parecia que se eu não a tivesse rapidamente eu meus braços, aninhada no meu peito, meu coração explodiria e me mataria junto com ele, eu precisava dela, meu coração pedia isso mais do que eu poderia imaginar, eu me sentia humano, a adrenalina percorria o meu corpo, eu precisava saciar tudo isso, eu precisava amá-la, eu precisava demonstrar o quão arrependido eu estava por tudo o que ocorreu, e que eu podia mudar se ela me desse a chance, que eu podia fazê-la a mulher mais feliz da terra, era só ela permitir eu fazer isso, e eu iria tentar, com todas as minhas forças e garras, eu iria lutar por isso, pois eu a amava, pois eu a amo.

13:15

- Eu faço questão de matá-lo – disse Aro sorrindo sinistramente e isso me fez um bem indescritível, eu gostava de ver meu mestre feliz, eu faria tudo para que ele permanecesse assim, eu me entregaria de corpo e alma, e o ajudaria a vencê-los.
- Alec – disse Aro estendendo a mão e tocando a dele, sorrindo de um modo incompreensível, Alec tremeu de um modo inexplicável ao tocar a palma de sua mão e logo depois seus olhos se arregalaram e eu percebi o que Aro fazia.
- Aro NÃO – berrei estendendo a mão em direção a Alec que caía de joelhos, sem forças... morrendo.
- Traidor – disse Aro se movendo sombriamente e batendo com o ombro no abdômen do Alec que voou por metros, até que caiu no chão do outro lado da sala, com um estampido. Demetri e Felix correram até Alec para se certificar, tacaram fogo nele e Alec gritou no meio das chamas, eu estava aterrorizada, Aro havia o matado... Traidor? Porque, como...
- Jane querida – Aro me chamou estendendo a mão e eu recuei – calma, veja – disse ele estendendo a mão e eu estava paralisada sem saber o que fazer, mas eu fui utilizando da pouca coragem que ainda me restava e toquei sua mão, as imagens passaram pela minha cabeça tão rapidamente e sombriamente que foi difícil de acreditar.

Alec, Sampter a floresta, Alec nos traiu... Eu estava com a boca entreaberta sem saber o que falar diante daquelas cenas

- É isso que acontece com quem nos trai – informou-nos Aro – sairemos mais cedo – ainda me recuperando fiz que sim com a cabeça, ele tinha nos traído, Alec tinha nos delatado, por isso morreu, seus gritos de pavor ainda ecoavam em minha mente, e eu continuei ali segurando a mão de Aro por algum tempo, mas não tínhamos muito, sairemos mais cedo, teríamos que rever o plano.

13:45

- Gata – disse Emmet me imprensando contra a parede do terraço – Eu te amo muito sabia? - Você podia ser mais romântico – disse sorrindo amarelo.
- Rosalie Cullen – começou ele me aliviando um pouco – desde o momento que meus olhos encontraram os seus, que meus lábios tocaram os seus, que meus ouvidos ouviram sua voz, eu tive a certeza que nada mais importava no mundo a não ser você; talvez eu não seja lá o namorado perfeito, mas eu queria que você soubesse que cada palavra de amor e carinho, que cada presente ou demonstração de afeto, foram verdadeiras, pois eu te amei desde o primeiro momento que pousei meus olhos em você.
- Apesar de você ser um troglodita e palhaço demais, você sabe que eu te amo... não sabe?
- Sei? – ficamos nos encarando por milésimos.
- Sabe – afirmei sorrindo.
- Certeza? – ele perguntou me prendendo contra a parede e seu corpo.
- Absoluta.
- Convencida.
- Sou mesmo – respondi.
- Como eu consigo te amar? Qual foi o seu feitiço? – enrosquei meus braços em seu pescoço.
- Eu sou demais – disse e ele gargalhou chacoalhando o corpo sobre o meu,
- Me diz como você consegue ser tão linda? – ele tocou meu rosto.
- Me diz como você consegue me deixar sem graça? – ele parou e me olhou firme, sustentando o nosso olhar.
- Eu deixo?
- Eu te amo – disse convicta das minhas palavras, roçando meus lábios.
- Sempre te amei, te amo e sempre vou te amar.
- será se existirá o futuro, depois de hoje? – perguntei.
- Apenas me ame – ele disse e começou a me beijar, me dando sensações iguais ou melhores do que as do primeiro beijo.

14:00

- Vamos sair às 18 horas – disse Demetri se sentando aos meus pés, eu estava observando a vista no alto do Castelo – duas horas mais cedo.
- Nunca pensei que viveria para presenciar algo assim – disse mais pra mim do que pra ele.
- Nem eu – disse ele se sentando a minha frente, nós estávamos encostados na janela e observávamos o céu.
- Está com medo? – perguntei.
- Eu? Não – disse ele – estou com mais medo por você.
- Por mim? – perguntei quase chegando à incredulidade.
- Você é nova demais pra isso, e fraca demais.
- Eu fraca? Demetri tá me confundindo com quem, hein?
- Seu ego é grande demais.
- Não ultrapassa o seu – afirmei.
- Eu não tenho ego, eu sou bom.
- É?
- Sim.
- Não melhor do que eu – disse me erguendo e me posicionando pra uma luta.
- Tá de brincadeira né?
- Quem cair primeiro de corpo todo no chão perde – disse eu vendo ele se erguer sorrindo.
Que os jogos comecem...

15:25

- Ela não pode morrer – disse chorando convulsivamente pior do que uma criança.
- Ela não conseguirá sobreviver a isso Jacob, sinto muito – disse Sarruel, o curandeiro, ou melhor, médico da tribo.
- Tem que haver um modo – berrei estendendo as mãos, como se pedisse ajuda, meus olhos imploravam pra que ele achasse uma solução; ela agora desmaiava em cinco em cinco minutos, se não fosse na madrugada de hoje, não passaria das dez da manhã, minha razão de viver estava morrendo e eu não sabia o que fazer.
- Mesmo que tirássemos o bebê, ela não agüentaria – disse ele, mas uma voz cortante irrompeu me impedindo de falar o que eu queria e me fazendo erguer e entrar na porta do quarto onde ela estava, um quarto de madeira com uma cama, com lençóis limpos, ela estava gritando de dor, descabelada e toda ferida.

Eu elevei mais um copo de sangue que eu próprio tinha conseguido e dei pra ela, ela bebeu e mesmo sentindo muita dor sorriu pra mim.

- Você é surreal – disse tentando sorrir.

Ela sorriu e estendeu a mão, eu me deitei ao seu lado.

- Jake, se por eventualidades eu não conseguir; você cuida? – perguntou ela apontando para o próprio ventre roxo e inchado. Ela era muito nobre ou doida mesmo, estava dando a própria vida por um monstrinho e ainda estava preocupada com o modo que ele ficaria depois.
- , não me peça isso, por favor.
- Desculpa.
- Não é que eu não queira, mas...
- Eu sei... - sim ela sabia, eu não conseguiria olhar pra cara desse monstro depois que ela morresse, não sei nem se eu conseguiria me controlar quando ele nascesse pra não matá-lo, o Sarruel não quer que eu fique aqui na hora que tudo acontecer; ele disse que o próprio monstro irá sair, ela não precisara fazer nada.
- Leva ele pro Edward?
- ... – eu não conseguiria olhar pra cara dele sem matá-lo, sem matar com muita dor o idiota do Edward – Eu não consigo – disse e uma lágrima escorreu silenciosamente por minha face.
- Você consegue, por favor – disse ela num sussurro.
- – eu não consegui – eu não posso prometer algo que não irei cumprir, me desculp...
- Eu sou uma egoísta, me perdoa – pediu ela, e colocou um dedo na minha boca, me impedindo de falar; ela se aconchegou no meu peito – sabe Jake, poderia tudo ter ocorrido tão diferente.
- Eu não podia lhe obrigar a me amar, às vezes nem tudo ocorre como queríamos.
- É, me perdoa por isso.
- Por que? Por você não poder me amar do modo que eu te amo? Bobagem .
- Uhum – mais duas lágrimas jorraram por sua face, até ela desmaiar no meu peito e eu abraçá-la fortemente e chorar convulsivamente.

18:00

O escuro se apoderava de mim, era como se eu mergulhasse dentro de um lago de ácido, minhas narinas inflaram e eu não conseguia mais respirar; ao mesmo tempo meu corpo parecia flutuar no vazio, minha audição se prendia ao zunido de algo desconhecido; meu coração badalava fraquinho, como uma música de fundo, então era assim que era morrer, era tão bom, tão quente, tão aconchegante. Sem dor, sem gritos.

- – uma voz me encheu de uma quietude, tudo parou ao ouvir aquela voz – , acorda, por favor – dizia a voz. Senti a pessoa inclinar meu corpo e me abraçar, a pessoa era quente, fervorosa; seu choro era agonizante, eu queria abrir meus olhos e olhá-la, dizer que eu estava bem, que o lugar vazio que eu me encontrava era belo, era totalmente azul, incrível; queria dizer para aquele que chorava que não preocupasse, pois a morte era boa.

Mas de repente tudo se tornou vermelho igual sangue, tudo se tornou num tom vivo, um choro de um bebê me invadiu, um choro estridente que cortou o choro do homem que me abraçava.

- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO – a voz gritou me abraçando mais fortemente, e então alí eu senti um frio me enchendo o ventre, eu senti um vazio incompreensível; eu senti minha garganta se fechar, como se eu precisasse de ar. Senti uma vontade incompreensiva de consolar aquele que chorava, mas ao mesmo tempo eu queria abrir meus olhos e encontrar o dono ou a dona daquele chorinho lindo, um chorinho que logo cessou, agora a única coisa que eu ouvia era o soluçar daquele que me abraçava.

20:00

- Então... – eu olhava a minha volta, minha visão estava turva – então tudo acabou?
- Nós vencemos – disse uma voz turva e rouca, eu olhei pra trás e vi uma imagem embaçada, que depois foi se tornando nítida, era Emmet e logo atrás a ele estava Rose, com a roupa extremamente suja e rasgada, mas eles não demonstravma felicidade, não me pergunte o porquê.
- Cadê O Jazz? – olhei a volta e vi a destruição em maça do local, a longe ainda tinham chamas roxas subindo, e mais longe ainda depois da floresta tinham outras chamas; foi tão grande a essa ponto? Uma catástrofe literalmente.
- Ali... – começou o Emmett, mas parou no meio do caminho, não me perguntei porque, eu sei que a destruição foi grande, tão grande a ponto de terem nos descoberto? Será se era isso? Me ergui num solavanco e avistei Sampter a metros de distância perto de uma das chamas roxas – Rose conta você – disse o Emmett abaixando a cabeça e me fazendo olhá-los desde a confusão até o medo.
- Cadê o Jasper, Rosalie? – berrei estridente. - Alí, calma – pediu a Rose estendendo uma mão, ai meu Deus, olhei para as chamas e olhei para ela de novo, num movimento tão rápido e doloroso que me fez cair de joelhos.
- Alice não é o que você está pensando – disse o Emmett se prostrando a minha frente, e me ajudando a me erguer, mais forças me faltavam, eu desabei de novo ao chão.
- Alice o Jazz está bem – informou Rose olhando para o vazio.

Um alívio e uma incerteza me tomaram, alívio por ele estar bem, incerteza pela cara triste deles, eu não sabia mais o que falar, mas eu sabia que algo ruim, terrível havia acontecido, mas não sabia o quê.



Capitulo 29


n/a:esse capítulo da fanfiction é escrito em si, em personagem observador. Os capítulos que tem pensamentos de personagens originais da fic, estão com o POV no início.

Flash back on:

- Prontos? – perguntou Aro, enquanto olhava para os olhos de cada um a sua volta, o seu exército.
- Sim – disseram os seus oito acompanhantes, em um coro estridente. Caius, Marcos, Demetri, Jane, Felix, Heidi, Renata, Chelsea.

Jane sem dúvida sentia-se muito preocupada, como nunca estivera; a ausência do seu mais que companheiro, amigo Alec despertara sentimentos em si que ela nunca experimentara, ela se sentia desprotegida, apesar de todos os seus poderes.

Ela sabia que mesmo eles sendo nove e tendo as habilidades mais impressionantes que qualquer guarda Volturi já teve na vida, seria uma luta complicada contra eles, os Cullens, ainda mais com a ajuda de Sampter... O único que ela não gostaria de enfrentar, seu próprio... Pai. Ela sentiu-se arrepiar com aquela lembrança.

Aro dava últimas instruções, eram exatamente 18:00 quando eles saíram do castelo e começaram a correr a toda velocidade rumo a Forks. Dalí a poucas horas com aquela equipe eles chegariam lá, isso era imprescindível.

17:15

- Que foi Sampter? – Carlisle perguntara, todos na sala se encontravam muitíssimo tensos, mas Sampter ultrapassava aquilo, ele estava encolhido como uma criança com medo e com os olhos arregalados, ele respirava com dificuldade e ergueu-se esquecendo do seu personagem, conseqüentemente da sua bengala.
- Vamos – disse Sampter seguindo em direção a porta, apressado.
- Sampter, faltam três horas – disse Carlisle.
- Vamos já ficar a postos – disse Sampter.
- Sampter o que é que está acontecendo?
- Não sei Carlisle, mas eu sinto que algo de muito ruim vai acontecer, só não me pergunte o quê – disse Sampter.

Carlisle olhou seriamente para o amigo e todos saíram se dirigindo para o ponto a muito marcado. Carlisle melhor do que ninguém conhecia o sexto sentido de Sampter, e por tão bem conhecer, decidiu não contrariá-lo.

18:00

- A Batalha.

A corrida... O tempo... O encontro...

Os olhares se cruzaram como se mísseis fossem lançados no pequeno campo aberto, rodeado por árvores altas e grosas. A respiração da Alice se descondensou, e Sampter arreganhou os lábios, demonstrando que não estava pra brincadeira; Aro sorriu, com um brilho estranho no olhar, sem a menor surpresa pelo grupinho que o esperava, então repentinamente ele aplaudiu, Carlisle jogou o peso da perna esquerda pra direita.

Os Cullens estavam compostos por Sampter e Carlisle na frente, ombro a ombro, oferecendo suas cabeças para morrerem primeiro. Logo atrás deles, numa formação quase triangular, encontrava-se Emmett, Jasper e Alice. E por fim, Rosálie e Esme.

Aro continuava aplaudindo, até que ele parou de aplaudir e seu rosto se contorceu levemente de desgosto, todas as atenções desde os Cullens até aos Volturis, estavam à espera do leve movimento que Aro daria para iniciar a guerra. Aro deu dois passos a frente, Caius e Marcos o acompanharam, mas Aro com um leve movimento de mão ordenou que eles voltassem para seus postos, e assim fizeram.

- Sampter... Amigo – disse Aro se movimentando vultuosamente, e ficando no meio do campo de batalha, a espera que Sampter assim fizesse o mesmo, e ele não o desapontou se moveu e ficou à frente de Aro, a apenas dois passos de distância.
- Aro... Sínico – Sampter inclinou a cabeça pro lado direito e sorriu, e Aro ainda com a cabeça ereta sorriu também, os dois apertaram as mãos, e mesmo não demonstrando sinal de dor ou cansaço, todos no campo tinham a certeza de que a pressão submetida pelo aperto era algo que superava as leis da física, da noética, da astronomia ou biologia.
- Eu sínico? – Aro riu estridente, e todos se enrijeceram a espera de um jogo de nervos, que tinham certeza que ocorreria, Carlisle reviveu por momentos a briga entre os dois a um século e meio atrás, quando Sampter derrotou Aro e se retirou da guarda.
- Não Aro, minha vovozinha que é sínica – Aro estreitou os olhos se controlando pra não avançar contra Sampter, assim mesmo apertando mais e mais fortemente sua mão. Aro sem a menor sombra de dúvida, não estava acostumado a ser tratado, melhor dizendo, desrespeitado do modo que Sampter era acostumado a fazer, e era incrível como ele ainda não se movera e iniciara a batalha, os Volturi a metros atrás de Aro só esperavam, esperavam a qualquer sinal que ele enviasse, e os Cullens estavam atentos a isso.
- Você ainda está atento aos sinais, certo?

Para todos no campo eles falaram grego, ao dizerem a palavra “sinais”, mas para Sampter aquilo desencadeou uma série de sentimentos intensos em suas veias, e ele contorceu o rosto.

- Como não poderia? – disse Sampter se controlando.

Jasper se moveu e se pôs ao lado de Carlisle, sussurrando “que sinais?”, mas Carlisle não sabia, e Aro não deixou de matar a curiosidade de todos.

- Você não contou pra eles, Sampter? – ele riu estridentemente, com ar de vitória – hein? Você não contou mesmo pra eles... Maninho?

Uma névoa fria rebateu-se contra todos, fazendo-os se arrepiarem, se isso fosse possível, Uma angústia e tristeza passou pelos olhos de Sampter, ele nunca pensou que aquele dia chegaria, o dia de revelar a verdadeira identidade, mas ele ainda tentaria encobrir tudo aquilo.

- Cala a boca Aro – disse Sampter em tom de ordem.
- É tão difícil admitir, que o mesmo sangue que corria em minhas veias, corriam nas suas? É tão difícil acreditar que fazemos parte da mesma linhagem? Mesmo você fingindo, mesmo você correndo, você nuca poderá esconder o fato de sermos irmãos – disse Aro calmamente, mas fazendo Sampter se ajoelhar como se tivessem-lhe chutado o estômago. E aro se ajoelhou a sua frente, querendo olhar melhor a dor nos olhos de Sampter.

Carlisle via seu colega, seu amigo, seu professor, seu mestre ajoelhado, ele quis se mover, mas algo o prendia fortemente ali, algo que o exigia concentração, algo que ia além da discussão entre Aro e Sampter, mas Carlisle não conseguia se concentrar, não conseguia entender tudo que estava por vir.

A névoa forte rebatia contra os corpos, O silêncio se apoderou do lugar; o tempo havia se passado, mas pouco havia mudado, Sampter e Aro continuavam assimilando o gostinho da revelação de serem irmãos, não só eles, mas Carlisle também, ainda digeria a informação de que seu mestre, seu mentor era irmão de um dos vampiros mais repugnantes que Carlisle já chegara a conhecer. Carlisle havia perceptivelmente desistido de entender, o que era necessário entender, e o tempo nunca foi tão necessário do que nesse momento, o céu começava a se fechar, como se os anjos já estivessem prevendo o acontecimento catastrófico que estava por vir, poucos raios de esperança resplandeciam, os raios de esperança de que Carlisle finalmente entendesse, a implicação que a nova revelação de Aro dava, na realidade entendesse o significado da revelação de Aro, mas a mente de Carlisle estava mais presa naquele acontecimento, que ele nem sentiu falta daquilo que deveria ter sentido no exato momento que os Volturis apareceram, mas não sentiu.

Flash back off...

18:00

*Jacob Pov*

Ela continuava desmaiada em meus braços, e eu não sabia mais o que fazer ou falar, como reanimá-la, se eu próprio não estava animado? Afinal, como se animar se você sabe que daqui a poucas horas, ou talvez minutos, quem sabe segundos a razão da sua vida não estará mais ao seu lado? Eu me sentia tão impotente e insignificante, sem saber o que fazer, como ajudá-la, eu queria fazer muito mais do que estar ao lado dela, eu gostaria de arranjar um jeito de ela sobreviver.

18:15

Flash back on ...

Minutos se passaram parecendo segundos, Sampter já estava posto ao seu lugar, e com uma feição no rosto que dizia “chega de brincadeira”, os Cullens e os Volturi viram Sampter ranger e amostrar os dentes.

-Tem certeza disso Sampter? – perguntou Aro sorrindo e se inclinando pra frente, em posição de ataque.
- Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida.
- Espera aí – disse Aro se erguendo novamente e fazendo Sampter lança-lhe o olhar mais incrédulo do mundo.

Aro ficou fitando os Cullens por um imenso tempo, sem nada dizer. Uma brisa leve se abateu sobre todos, menos sobre a Alice, que tomara o lugar de Sampter e agora se encontrava ao lado do se “pai”, enquanto os outros se agrupavam atrás deles, Alice que até então prestava atenção no que acontecia no campo, começou a observar a guarda Volturi.

“Aro... Caius... Marcos... Demetri... Felix... Heidi... Renata... Chelsea...e...”

Então como uma bomba recaindo sobre ela, Alice arregalou os olhos e sufocou um grito, tentou gritar novamente, mas no entanto fez apenas sons guturais, roubando a atenção de todos.

- Alice? – sussurrou Carlisle ao pé do seu ouvido; Alice tremia, sem conseguir acreditar no cinismo de Aro de fazer isso, Aro percebeu que ela finalmente havia entendido e começou a aplaudir, rindo estridentemente.
- Alice? – rugiu Sampter do meio do campo, Aro se pôs em posição de ataque, esperando a explosão de Sampter ao Alice revelar que...
- Cadê a Jane? – ele perguntou e todos se viraram para a guarda volturi, mas não deu tempo de absorverem a informação, Aro se tacou em cima de Sampter, fazendo-o ir ao chão com um baque oco.

Não houve tempo de Sampter focalizar a cena, ele só viu vultos voando em direção ao centro, onde se encontrava, sentiu os dentes frios e cortantes do seu próprio irmão morder o seu braço direito, fazendo soltar um grito estridente.

Alice lutava contra as investidas de socos de Demetri, enquanto sua cabeça funcionava a mil, a Jane não estava ali o tempo todo, como ela foi tão burra de não ter percebido isso desde o início? Era o que ela se perguntava. Mas agora era tarde demais pra se lamentar da sua burrice, ela definiu, ela olhou para todos os lados enquanto se esquivava de um soco certeiro do Demetri.

Ela avistou Jazz lutando corpo a corpo com Chelsea, ele estava em profunda vantagem, mas os pensamentos dela foram interrompidos pela mordida no pescoço de Felix, isso era injustiça, ela golpeou com toda a força possível na barriga dele e ele se inclinou atrás dela.

Já quase sem fôlego Jazz ateou fogo nos restos de Chelsea, e a observou gritar estridente mente, roubando até um pouco de atenção dos outros...

... Menos um...

Mas ele não teve muito tempo de apreciar a morte de Chelsea, logo foi ao encontro de Alice, que estava lutando contra dois.

- Uma mãozinha? – perguntou ele, enquanto segurava o soco de Demetri, que iria atingir o rosto preso da Alice, pela mão de Felix.
- Eu dou conta – disse ela, enquanto Felix a prendia pela cintura, e ela arqueava o corpo pra chutar o abdômen do Demetri – vai atrás dela... – ela disse sem fôlego, mordendo o braço de Felix.
- Acho melhor não – disse Jazz torcendo a cabeça de Demetri em suas mãos, e indo ajudar Alice com Felix.
- VAI , AGORA – ela berrou enquanto batia, cabeça com cabeça em Felix.
- Eu te amo – disse Jazz selando os lábios nos delas, por segundos e depois sumindo na escuridão.

Chegue primeiro Jazz... E salve-as.

Flash back off...

20:21

O tempo havia se tornado o principal inimigo dele naquele momento.

- Jane – serrou os punhos Edward, vendo a pele branca e os olhos vermelhos, cintilarem na escuridão, iluminados pela lua que naquela noite estranhamente estava encoberta.
- Edward – disse ela sorridente e abrindo os braços, Edward suspirou e a abraçou – quanto tempo, hein?
- Sim... – disse ele – faz um bom tempo... Mas o que fazes aqui?
- Uau, Edward, que modo receptivo você tem.
- Desculpe-me, mas eu não esperava encontrar uma Volturi por aqui.

O ar estava nublado à noite, as estrelas mandavam pequenos brilhos celestiais, como se fossem pequenas fagulhas de esperança, esperança de que Edward se apressasse, de que logo ele chegasse ao encontro de sua amada, mas pelo visto todos os santinhos decidiram conspirar contra.

- E então Edward – disse Jane se afastando e se pondo em posição de ataque, no meio da campina – melhor de três?
- Sem jogos por hoje Jane, por favor.
- O medo nunca caiu muito bem pra você Edward, você tem mais cara de mocinho, que sempre vive feliz com a donzela – pena que dessa vez a donzela morre, pensou Jane sorrindo.

Jane tinha a seu favor, a não leitura de pensamentos de Edward. Como a , ela era imune a esse donzinho do Edward.

- Não me provoca garota – disse Edward sorrindo de lado e se pondo em posição de ataque – você sabe muito bem do que eu sou capaz.
- Sei? Acho que não. Me mostra? – pediu ela sorrindo sinicamente.
- Depois não pode se arrepender.

Os dois correram, ou voaram e ouviu-se por toda a floresta o baque, mais parecido com um trovão dos dois em pleno ar, que arremessou a longe derrubando árvores em toda a volta.

20:00

*Alice Cullen Pov*

- Então... – eu olhava a minha volta, minha visão estava turva – então tudo acabou?
- Nós vencemos – disse uma voz turva e rouca, eu olhei pra trás e vi uma imagem embaçada, que depois foi se tornando nítida, era Emmet e logo atrás a ele estava Rose, com a roupa extremamente suja e rasgada, mas eles não demonstravam felicidade, não me pergunte o porquê.
- Cadê o Jazz? – olhei a volta e vi a destruição em maça do local, a longe ainda tinham chamas roxas subindo, e mais longe ainda depois da floresta tinham outras chamas, foi tão grande a esse ponto? Uma catástrofe literalmente.
- Ali... – começou o Emmett, mas parou no meio do caminho, não me perguntei porquê, eu sei que a destruição foi grande, tão grande a ponto de terem nos descoberto? Será que era isso? Me ergui num solavanco e avistei Sampter a metros de distância perto de uma das chamas roxas – Rose, conta você – disse o Emmett abaixando a cabeça e me fazendo olhá-los desde a confusão até o medo.
- Cadê o Jasper, Rosalie? – berrei estridente. - Alí, calma – pediu a Rose estendendo uma mão, ai meu Deus, olhei para as chamas e olhei para ela de novo, num movimento tão rápido e doloroso que me fez cair de joelhos.
- Alice não é o que você está pensando – disse o Emmett se prostrando a minha frente, e me ajudando a me erguer, mas forças me faltavam, eu desabei de novo ao chão.
- Alice o Jazz está bem – informou Rose olhando para o vazio.

Minha visão e minha mente começaram a se clarear, lapsos da batalha, Jazz... Chelsea... Fogo... Ajuda... Salve-as... Minha cabeça explodindo como nunca havia ocorrido em séculos, Demetri... golpe... Tudo se escureceu, eu desmaiei ou algo parecido, não presenciei mais nada, não sabia de mais nada.

- O que houve, cadê todos? – ninguém me respondeu, me ergui, cambaleei, caí, me ergui novamente, e me dirigi a Sampter.
- Ah... – ele sorriu timidamente, agora ele parecia muito mais velho do que quando estava com a bengala – como está?
-O que aconteceu, Sampter?
- Vamos – disse ele acabando de se certificar que as chamas começavam a se apagar e que nenhum pedaço ou sei lá o que estava inteiro. Voltamos para onde Emmett e Rosalie se encontravam dispersos – E vocês, como estão?
- Bem – disseram em coro, voltando a ter a visão focalizada neles, então eu vi o ferimento na perna de Sampter, um rasgo na sua calça, e sangue ou sei lá o que seria aquilo.
- O que aconteceu? – insisti.
- Mortes – começou Sampter pelo óbvio, as fumaças que agora se dispersavam indicavam isso – fugas...
- Quem fugiu? Sampter, conta direito isso – berrei estridente, caindo de joelhos.
- Você se lembra até...?
- Jazz sumindo na escuridão, eu me lembro que eu via muita coisa, minha cabeça estava uma zona, e de repente eu senti dor, uma dor latejante invadindo a minha cabeça, depois só me lembro do escuro, mais nada.
- Eu matando Aro? Não?
- Aro... – aquilo me pegou totalmente desprevenida, de repente eu olhei de um modo diferente para o velho na minha frente – você? – não conseguia acreditar, como? Quais eram os poderes dele? Porque Carlisle, senti uma dor no peito... porque Carlisle venerava-o?
- Carlisle tentou... – ele disse com respeito – mas eu era o único, estava no meu sangue, eu havia nascido para destroná-lo, essa era a minha missão, derrubar Aro. Como em toda a história, sempre há alguém que nasce especialmente para cumprir aquele papel, e o meu era, sempre foi acabar com esse poder, na realidade com esse terror que Aro mantinha.
- Como?
- Você nunca ouviu, Carlisle, Esme, ninguém nunca te contou a lenda dos gêmeos?
- O que tem essa lenda? É uma lenda, Sampter. – afirmei.
- O que ela diz?
- Não lembro ao certo, mas falava que dois irmãos gêmeos nasceriam, totalmente iguais, só com uma única diferença, o sangue... No sangue de um correria o veneno da cobra que derrubou o homem, no do outro correria todo a bondade e iniqüidade que existisse.
- Só?
- Ainda dizia de algo como o sangue de cada um ser um veneno para o outro.
- Isso mesmo, Bingo.
- E o que isso tem a ver, com a morte do Aro?
- Olha bem pra mim, Alice.

Senti minha coluna gelar, que olhos, que pele, tudo dele era igual... Não, tinha que haver diferenças, era impossível eu não ter reparado nisso desde o inicio, não pode ser.

- A bondade é a única diferença – talvez... Aro sempre com “A pose” e Sampter tão diferente, mas tão igual.
- No momento que Aro me mordeu – continuou ele – ele provou do próprio veneno – disse ele apontando para a marca dos dentes fincadas na própria pele. Arrepiei-me ao pensar.
- Foi terrível – manifestou-se Rosalie – terrível. Aro se contorcendo e berrando, os berros dele ainda ecoam na floresta – afirmou tremendo e sendo abraçada por Emmett.
- Quem fugiu?
- Tem dúvida? Demetri, claro, foi atrás do...
- SAMPTER – berrou Rosalie alterando-se.
- Do Jazz – concluiu, sentido-me de uma forma indescritível, um vazio, uma eletricidade, uma vontade de gritar, de... chorar. Respirei fundo, controlando-me – continua.
- Chelsea morreu nas mãos do Jazz...
- Novidades por favor – pedi.
- Cala a boca e escuta então... Renata, Heide e Marcos também.
- Marcos?
- Papai... – afirmou Emmet sorrindo contido.
- Lutaram com muita bravura, uma das batalhas mais épicas que eu já presenciei, ocorreram aqui, hoje – se posicionou Sampter, sentando-se.
- Felix e Caius ? – perguntei.
- Vivos – afirmou Sampter.
- Um acordo de paz – continuou Emmett.
- Acordo de paz?
- Só havia nós e eles Alice, você estava desmaiada, Sampter ferido, eles concordaram em rumar para o norte e sumirem.
- E cadê papai e Esme? Foram atrás de Demetri?

Silêncio... O zunido do vento passou pelos meus ouvidos.

- Emmett? Rose? Sampter?
- Morreram – sussurrou Rose. Senti uma lágrima de sangue escorrer por minha face.
- Eu tentei – disse Sampter rouco – eu juro que eu tentei – embargado como se fosse chorar, mas isso era impossível – eu daria minha vida por ele, mas...
- Quem?
- Demetri a mamãe ... E Felix o ....
- E VOCÊS DEIXARAM ELE FUGIR? UM ACORDO DE PAZ? ELE MATOU CARLISLE! – exclamei.
- Alice nós não tínhamos condições de lutar, se eles continuassem lutando, se eles não aceitassem, “nós” estaríamos mortos, não estaríamos aqui para contar tudo isso. Eu nunca conseguiria aceitar, e ainda tinha mais...
- E vocês? Porque não foram atrás do Demetri? – senti novamente um aperto no peito.
- Desculpa Ali, era tarde de mais.

Eu estava literalmente exterminada, não fazia mais sentido viver, Demetri contra Jazz... Ele ia morrer, eu tenho certeza.

- “ 24:00” –

* Pov*

- Eu não agüento mais – disso gritando e sentindo meu corpo todo entrar em mais uma convulsão. A terceira naquela noite, a convulsão era mil vezes pior do que os desmaios. Quando eu entrava em convulsão, meus olhos viravam nas órbitas e meu corpo todo chocalhava, eu sentia as presas já muito afiadas do meu lindo bebê começar a rasgar a minha carne, doía indescritivelmente, mas eu estava feliz, eu me sentia feliz, eu estava morrendo por uma boa causa, eu sabia disso.

Se precisasse eu morreria mil vezes para que ele vivesse, eu sentiria essa dor mil vezes, eu erraria e me entregaria a “ele” mil vezes, eu magoaria o “meu” Jake... mil vezes, para que esse ou essa que eu nem conheço, vivesse, para que esse ou essa pudesse crescer e ser feliz.

- Eu não agüento mais, – disse Jacob segurando firmemente a minha mão – não agüento mais – ele não largava a minha mão, ele havia ficado ali em todo o momento, na realidade deitado ao meu lado, me abraçando, me prendendo, tentando amenizar os meus tremores, as minhas convulsões.
- Já, já tudo isso vai terminar – sussurrei após minha bolsa estourar, com um jato de sangue e água ele foi se sentar no chão, a mão dele tremia, eu sabia que estava sendo muito difícil pra ele, mas ele estava ali; o curandeiro entrou no quarto.
- Jacob, é melhor você sair, daqui a pouquinho isso vai sair.
- Eu agüento – disse ele firme olhando pro chão, eu estava suada, minhas mãos geladas. Estava começando a morrer. – Traga cobertores, mais cobertores – ele pediu e rapidamente o médico da tribo adentrou com vários edredons, que Jake prontamente colocou em cima de mim, pra amenizar o frio, eu já não conseguia discernir muita coisa.
- Jake, pode ir – disse quase saindo de mim.
- Não, eu estou aqui, até o fim.
- Jake – começou o curandeiro – eu não consigo, eu vou ter que sair daqui, se não eu vou matar...
- Tudo bem, mas eu fico – eu ouvi o uivo, que reconheci sendo de Sam e um mais agoniado, reconheci sendo o de Seth, eu estava dando a luz na toca do inimigo.
- Jake – sussurrei.
- Oi, estou aqui – disse ele voltando a segurar a minha mão.
- Não deixa eles matarem. – segurei firme sua mão – por favor, meu último pedido.
- Ok.
- Sim?
- Sim, ele vai viver – disse Jake e eu percebi as lágrimas.
- Obriga – AHHHHHHHHHHHHHHH , senti algo me rasgando por dentro e me inclinei pra frente – dói muito – disse ofegante, voltando a deitar. – porque não sai logo? – a luz era bruxuleante no quarto. – por quê?
- CHEGA – arregalei os olhos pra visão que se decorreu.

*Edward Cullen Pov*

Ouvi dois uivos e um grito estridente, me senti arrepiar, Jane parou abruptamente e fitou a floresta...

00: 15

* Pov*

Eu não acreditei no que vi, pensei estar tendo alucinações, mas era muito real, as lágrimas rolaram silenciosas e um grito foi sufocado em meu ser, senti dentes quentes me rasgarem por fora, comecei a suar de calor, ele me aquecia. Eu estava sendo rasgada de dentro pra fora por “ele ou ela” e de fora pra dentro por Jake, numa tentativa surreal de logo fazer minha dor passar. Seus dentes investiam profundamente em meu ventre, vi o brilho das lágrimas escorrem por seu longo pelo. O meu sangue cintilava em seus dentes, e a última coisa que vi foi seus olhos tingidos de dor. Tudo começou a se enevoar, senti minha visão embaçar, comecei a delirar, e não consegui mais distinguir o real do irreal, e tudo ficou escuro, a dor passou, senti que o tempo havia parado, e de repente o frio se apossou de mim e eu sabia que estava morrendo, mas não havia dor. Senti meu corpo ficar vazio, meu coração badalar mais duas vezes, as minhas artérias se contraírem tentando dar passagem ao sangue, minha respiração cessou e como em um espaço oco meu coração deu um último badalar, uma última tentativa de vida.



Capítulo 30

Edward Pov

Ouvi dois uivos e um grito estridente, me senti arrepiar, Jane parou abruptamente e fitou a floresta, fiz o mesmo; um vulto indiscernível se aproximava se aproximava rapidamente, como se a sua própria vida dependesse daquilo. Sentia os grunhidos a longe e ele foi se aproximando, parecia que vinha de toda a parte; quase não tive tempo de acompanhar, Jazz saltou sobre as árvores tão repentinamente que eu até me assustei, ele pousou ao lado de Jane e mordeu-a, ela se inclinou para frente e não teve tempo de reagir, Jazz mordeu-a novamente e mais uma vez, ela tentava de todas as maneiras retirá-lo de suas costas, mas as unhas de Jazz estavam em punhos puxando seus ombros para trás, quase que partindo-a em dois pedaços. Não tive tempo de perceber Demetri pulando por sobre Jazz, só vi-o voando e batendo na extremidade oposta da clareira, fazendo um estrondo, mas se recompondo rapidamente; Jane se recompôs e eles formaram um triângulo, Jazz sendo o ponto alvo, eu não conseguia entender. A mente de Jazz estava uma convulsão, eu vi reflexos de lutas. Um uivo irrompeu a floresta e logo após outro grito humano, senti uma corrente elétrica percorrer minha espinha e voei em direção ao grito, que naquele momento já havia sido reconhecido por mim.

Pov

Os dentes quentes de Jake me penetraram, senti minha carne sendo rasgada por ele, numa tentativa alucinada de logo acabar com a minha dor, de logo retirar o meu bebê. Minha última visão foi dos dentes ensangüentados de Jake, duas lágrimas rolando por seus olhos e escorrendo por seus pêlos. Logo após não vi mais nada, havia desmaiado, mas a dor não passara, continuava me abatendo e me corroendo.

Logo após, o tempo parou, não corria mais; eu estava caindo em um vazio sem fim, não havia dor, felizmente não havia dor, eu sabia que eu estava morrendo. Meu coração dava seus últimos badalares, badalava em um espaço oco que era meu corpo. Minhas artérias se contraíram expulsando mais rapidamente o sangue do meu corpo pelos espaços abertos. A morte era bela, repleta de pontinhos claros e sem dor, sem dor, e isso era bom. Senti o último badalar no meu peito, sabia que havia chegado a minha hora, e eu esperava, acima de tudo, acima de todos, eu esperava, com todas as minhas forças, eu esperava que Jake cumprisse a sua promessa.

Isabella Pov

Não foi a coisa mais fácil do mundo conseguir me erguer, mas eu o fiz; os últimos dias me pareceram semanas, séculos. E apesar de tudo, eu estava feliz, pois sabia que tinha feito a coisa certa. Eu sabia que não seria feliz, sabendo que ele a amava. Caminhei pela estradinha enevoada do sul, fechando meus olhos e deixando os pequenos raios de sol aquecer minha pele. Eu ainda estava ferida por dentro, e por isso não voltaria a Forks, não queria vê-los juntos, pois sabia que isso sim me feriria, mas eu caminhava feliz, feliz por Edward, feliz pelo homem que eu amo.

Alice Pov

- E agora? – perguntou Rose ainda ligeiramente absorta.
- Vamos voltar para a minha casa – afirmou Sampter se erguendo.
- Como? Nós não vamos fazer nada? – perguntei incrédula.
- Não há mais nada a fazer, o que deverá ser feito está nas mãos dos outros – afirmou Sampter suspirando – e também, logo chegará curiosos, não será bom que nos vejam – afirmou Sampter olhando a destruição em volta.

Então corremos, mesmo eu indo contra a vontade, corremos de volta para a casa de Sampter. Chegando lá ficamos em silêncio absoluto, Emmet e Rosalie sempre abraçados, e eu me sentia vazia sem Jazz aqui... Jazz...

- Sampter – começou Emmett – o que vai acontecer agora... Sem o Aro?
Sampter recostou a cabeça no braço do sofá.
- Não sei... Sinceramente não sei – disse Sampter.
- Ficaremos sem os Volturis? Finalmente sem eles? – perguntou Rose olhando fixamente pra Sampter.
- Eles não acabarão simplesmente porque Aro morreu... Eles são muitos, vão além de Aro e sua elite... Mas sem muita dúvida, o poder diminuiu... E eu não vou descansar enquanto não exterminar de vez com esse poder.
- Não consigo imaginar o mundo dos vampiros sem um líder, mesmo esse líder sendo o Aro – tomei par da conversa – agora sem ele... – não sabia como continuar meu pensamento.
- Acho que só poderemos falar de continuar... Quando acabar o que está ocorrendo em Forks.

Ao Emmett falar isso, visões confusas e insensatas, impossíveis passaram por minha memória.

Jasper Pov

Corria tão rapidamente que não sentia o chão embaixo dos meus pés; não conseguia discernir o que passava a minha volta, nem tinha noção dos meus atos, pulei em cima da Jane por puro impulso, não tive nem tempo de calcular, meu corpo reagiu sozinho. Estava tão absorto, com tanta eletricidade que não percebi Demetri vindo pra cima de mim e muito menos compreendi, só sei que senti um alívio quando vi Edward correndo em direção ao grito estridente de , mesmo sabendo da minha desvantagem, mesmo sabendo que eu com certeza iria morrer nas mãos de Demetri e Jane, seus olhos anunciavam isso sem nenhuma cortesia, mas eu me sentia feliz, muito... Ficaria feliz em morrer pela , me sentiria muito feliz com isso. Um pouco desolado por ficar sem a Alice, mas feliz; não tive muito tempo de pensar, logo Jane veio com toda a sua fúria para cima de mim.

Edward Pov

Chegando à divisão da reserva encontrei com os olhos de Sam, lendo seus pensamentos percebi toda a sua raiva e vi imagens que me apunhalaram, socaram-me, acusaram-me. O sofrimento de , o seu estado fizeram-me paralisar, mesmo tendo plena certeza que ela precisava que eu reagisse. Era insuportável vê-la sofrer e saber que o causador de todo esse sofrimento era eu, era eu o culpado por suas lágrimas, pelo badalar tão fraquinho de seu peito. Supliquei com o olhar para os lobos, a minha passagem, mesmo sabendo que mesmo sem permissão eu faria de tudo, daria minha vida para passar.

- Deixe ele passar Sam – pediu um dos anciões.
Sam grunhiu, eu dei um passou e ele se transformou.
- Sam – disse severamente o ancião.
- Sam – dei outro passo à frente – deixa eu salvá-la, depois você pode matar – disse sinceramente, sentindo um nó em minha garganta – depois você pode me matar, prometo que não me moverei, que não fugirei, que não pedirei, deixe-me salvá-la, depois você pode me matar, fazer de mim o que quiseres, eu prometo – pedi.

Sam sorriu em forma de lobo e foi para o lado, logo após passar por eles corri fervorosamente em direção ao emaranhado de casas e cabanas, mas ainda tive tempo de ver os lobos correndo em direção à luta de Jazz.

Rosalie Pov

- O que foi Rose?

Eu estava sozinha com Emm na sala, Alice e Sampter haviam ido para biblioteca, tentando se ocupar com algo a mais do que os pensamentos incertos que nos abalavam.

- Rose?

Mordi o lábio inferior, uns turbilhões de sentimentos percorriam minhas veias. As declarações das visões de Alice eram inacreditáveis, um bebê... ... Inacreditável.

- Ah Rose – disse Emmett me pegando em seus braços como um bebê, e me abraçando fortemente no sofá, selou nossos lábios, num selinho cheio de significados.
- Por quê? – perguntei.
- Ah Rose, não fica assim, por favor, meu amor – Emm pediu – eu queria poder lhe dar um filho – o senti me abraçando mais fortemente – se tivesse uma forma, eu a faria, independente dos contras – ele disse – mas não fica assim, por favor, não fica assim, isso me entristece, mais do que eu estou, pior de tudo é lhe ver triste.
- Eu estou bem Emm – comecei me apertando mais a ele – apesar de tudo, eu estou feliz, muito feliz por estar ao seu lado, por ainda ter você, obrigada.
- Não precisa agradecer, eu sempre estarei do seu lado, enquanto você quiser.
- Então eu quero pra sempre, não me deixa, por favor, fica comigo eternamente.
- Quando tudo isso acabar, eu prometo, eu juro, que vou te fazer a mulher mais feliz do mundo.
- Eu sou, eu sou a mulher mais feliz do mundo Emm, entenda isso, enquanto eu estiver ao seu lado, eu serei a mulher mais feliz do mundo... Mas não posso deixar de sofrer por Esme e Carlisle, Emm... Eu não consigo acreditar.

Ele não disse mais nada, apenas me abraçou e ficamos em silêncio, nos poupando agora daquelas palavras, já que sabíamos que mais tarde teríamos que dizê-las, aprende-las, sofrê-las.

Alice Pov Eu e Sampter tentávamos nos ocupar conversando, tentado esquecer um pouco de tudo isso.

- Sampter – comecei – porque Carlisle te venerava?
- Carlisle? – ele perguntou.
- Sim.
- Não tenho certeza.
- Mas... O que você supõe?
- Suponho que ele... Respeitava-me, essa é a palavra, creio que Carlisle me respeitava. Ele cria nas lendas, entende... Ele me respeitava como eu o respeitarei eternamente.
- Respeitava – fiquei pensando naquela palavra, respeito – eu também lhe respeito – afirmei, apertando as pernas contra o peito.
- Eu também – disse Sampter - lhe respeito mais do que respeitava Carlisle, Alice, muito mais. Respeito a pessoa que você é – disse ele me estendendo a mão, segurei-a e nos olhamos cumplicimente.
- Sampter... E a Jane?
- Ela... Decidiu seguir o caminho do Aro – disse ele – está ai o motivo pelo que eu respeitava Carlisle, ele soube conduzir a família Cullen, ele e a Esme, eles souberam criar vocês, enquanto eu...
- Você também soube Sampter... Mas você não poderia guiar os caminhos dela a todo momento, deveria chegar a hora de ela decidir isso.
- Infelizmente a minha própria filha escolheu o caminho do mau.
- É... – disse tristemente.
- Ele ficará bem Alice, Jazz ficará bem, eu sei disso. – ele afirmou.
- Não tenho tanta certeza – disse num sussurro.
- Acredite, acredite, acredite do mesmo modo que ele acreditou em você.
- Eu tô tentando, mas tá difícil.
- Ele conseguirá – disse ele puxando minha mão para um abraço apertado, do tipo de um avô para uma neta.
- Obrigada Sampter, muito obrigada, obrigada mesmo. – ele beijou o alto da minha testa, e depois me deixou desabar em seu ombro.

Jasper Pov

Não tinha mais forças para lutar, estava tudo acabado; Jane me mordeu tão friamente e eu me senti desabar, logo após, minha visão embaçou, senti o grito de Demetri a longe e não sentia mais os dentes de Jane penetrando meu pescoço. Quando minha visão voltou para o lugar, avistei seis lobos a minha frente, não tive medo, fiquei deitado ali, esperando que tudo se resolvesse, não tinha mais forças para me erguer. Senti os braços fortes de um dos lobos me pegarem no colo e me deixei levar.

Jacob Pov

Eram tão lindos, tão perfeitos, tão incrivelmente perfeitos; nunca havia visto nada parecido, o tempo tinha parado e minha tristeza cessado por alguns segundos, enquanto eu olhava as duas criaturinhas, que não tinha idéia de Como se chamavam, dois monstrinhos digamos assim. Dois... Os dois filhos da ... Os dois motivos, pelo qual ela entregou a vida.

Ouvi o baque da porta e me virei na direção; nunca o tinha visto assim, era um Edward que aparentava mais idade do que poderia ter, sua camisa social azul marinho rasgada, mostrava ferimentos em seu peito, seus cabelos desgrenhados não era nada, comparado a dor que contorcia o seu rosto. Ele se moveu, e como se nem percebesse a presença dos dois monstrinhos ele se dirigiu para o fundo do quarto e olhou-a. Não soube como reagir; o vi penetrar seus dentes incessantemente no corpo dela, aquilo era demais pra mim, peguei os dois monstrinhos em meus braços humanos e saí com eles para fora; os aldeões olharam-me e se contraíram ao reparar nos dois pequenos volumes que se encaixava perfeitamente em meus braços.

Coloquei-os envolto em um pano e me sentei ao lado daqueles que amara, mesmo antes de conhecer. Um vampiro e uma vampira, eram parecidos com ela, muito. A menina tinha os seus cabelos, vermelhos fogo, ela tinha olhos rubis quase chegando ao sangue, sua pele era branca, alva, como a de Edward, linda. Incrivelmente linda, seu cabelo caía até os ombros onduladamente, seus lábios tinha um rosa vivo. Seus olhos estavam abertos e ela observava tudo ao seu redor.

Ele... Tinha o rosto rosado, os lábios brancos e os olhos de um azul escuro impressionante, bem parecido com a cor do céu em um dia estrelado. Seu cabelo era bronze, bronze igual ao do Edward e suas mãos se abriam e fechavam em um movimento ritmado.

Eles eram lindos, impecavelmente lindos, não consegui me opor, apreciei-os, apreciei a perfeição; ela era tão igual a , não me contive e toquei seus lábios, seus lábios eram quentes, incrivelmente quentes, então retardei minha mão imediatamente e olhei-a, ela sorriu abobalhadamente e lindamente ao mesmo tempo. Ouvi o seu coraçãozinho badalar mais rapidamente do que o do menininho. Toquei o menino e ele era frio, tão frio que senti meu dedão congelar imediatamente, retardei minha mão, sentindo a onda de eletricidade percorrendo minha mão, logo após meu braço.

Tão iguais... Mas tão diferente.

Edward Pov

Olhá-la daquela forma, daquele modo e saber que o culpado por aquilo era eu... A dor era tão indescritível, ela me apunhalava me jogava no chão e mesmo já caído ela ainda me pisava, como se gostasse de assistir minha dor. Eu tinha tentado, e tinha esperanças de ter chegado a tempo e de meu veneno estar agindo de algum modo. Não tinha a máxima certeza, mas segurava sua mão com a esperança que ainda me restava, a esperança de poder olhar em seus olhos novamente, de poder tocar seus lábios, de podermos nos amar novamente, como sempre nos amamos.

Eu sabia que talvez ela não sentisse mais o mesmo por mim, mais isso não me importava mais, o que me importava era vela viva, independente do badalar de seu coração. Eu sabia que duas criaturinhas me esperavam, esperavam para me conhecer, mas naquele momento eu não me importava com nada, não agora.

Alice Pov

- Já escurecera lá fora – afirmei, vendo os últimos pontos de claridade serem encobertos pelo negrume que encobriu Volterra.
- Não agüento mais ficar aqui – disse Emmett se tacando no sofá e encostando a cabeça no colo de Rose - a falta de notícia é agonizante.
- E se... – começou Rose – e se nunca houver notícias...? – perguntou num sussurro que me fez estremecer.

Olhei para o Sampter, esperando uma resposta, um sinal qualquer, mas ele parecia inabalavelmente firme de que haveria noticias, então me sentei e me prontifiquei em me concentrar e tentar descobrir o futuro.

Edward Pov

Ela ficava mais branca a cada segundo que se passava, não sabia se era porque ela havia perdido muito sangue ou se simplesmente o meu veneno estava agindo, me sentia exausto, mas firme. Ali, enquanto esperava percebi que estava dentro da cova dos leões e eu era a carne preferida deles... a porta do quarto se abriu e Jasper adentrou no quarto, me olhou e veio me abraçar, senti-me sem forças naquele momento, ali no chão, abraçado com o meu irmão, esperando a notícia da morte ou da quase morte da mulher que eu amava.

Cinco dias depois

Jacob Pov

- Merda – disse por impulso pela leve mordida da linda filha da em meu dedão. Ela fechou a cara e fez um bico irresistível – oh, não, não – pedi – não chora, não disse por mal, desculpa...

Aquela pequena menininha, que crescera tão rapidamente que me assustara, me encantava, ela era linda demais. E menos humana do que o menino... Jasper me observava de longe, eu sabia que pelos seus olhares ele queria chegar perto das crianças, mas não comigo ali... E ele continuava na mesma postura imóvel, esperando eu me retirar pelos últimos seis dias... Eu não me importava, ele esperaria um século se dependesse de mim.

Edward ainda se encontrava no leito dela, eles me deram certeza que ela sobreviveria, mas isso não parecia verdade, o seu estado era lastimável... Uma escultura esculpida na pedra mais branca que eu havia visto... Seus cabelos continuam no mesmo tom, mais forte digamos assim... De momento em momento eu levava as crianças para perto dela, não sei por que, talvez para ela saber de alguma forma que eu estava cumprindo a promessa.

A filha dela bebia sangue e por isso após quatro dias, eu tive que entregá-la ao Jazz, que foi alimentá-la da forma mais grotesca que eu já havia visto... ele arrancava uma perna, ou um pedaço do braço de um animal de porte médio e dava para ela, que muitas vezes recusava... Jasper sabia que ela queria sangue humano, mas isso é terminantemente contra as regras dentro daqui.

Já o menininho se continha bebendo leite, como uma criança normal... Ele crescia muito mais rapidamente do que ela, como um vampiro... Jazz se empenhava nas noites em estudar mais e mais, para saber como seria o desenvolvimento deles...

Os outros Cullens foram avisados de tudo há dois dias atrás, mas pelo visto um “maioral” de lá, não havia autorizado eles virem agora, e mesmo na curiosidade eu achei melhor, mais vampiros aqui dentro não daria certo...

Pov

Senti minhas pupilas tremerem involuntariamente, como se quisessem se abrir, mas eu não queria... queria continuar no escuro, isso seria o melhor... Mas involuntariamente eu abri meus olhos... demorei cerca de segundos para focalizar totalmente minha visão e ao me sentar, senti uma mão quente em meu braço, ergui a cabeça rápido demais, achei que fosse ficar tonta, mas não o fiz... Encontrei os olhos dele... Seus olhos eram dourados, seus lábios vermelhos e seus cabelos desgrenhados, esperei meu coração se acalmar, mas ele não o fez, na verdade eu não o ouvia mais... tentei engolir a saliva, mas minha boca estava áspera, seca... E então eu percebi... E então eu me olhei, me olhei nos olhos dele e percebi no que eu tinha virado.

~*~

A notícia do incrível ressuscitar, da agora vampira de cabelos vermelhos, correu pela tribo como fogo em palha... Todos não retiraram os olhos da cabana em que se encontrava o vampiro de cabelo bronze e a mais nova vampira, os anciões esperavam a saída do vampiro... Sam fazia o mesmo, tendo certeza de que Edward seria morto, por ter descumprido as regras.

O vampiro loiro... Denominado Jasper se sentou de pernas cruzadas, a menos de meio metro do lobisomem. Ele sabia que demoraria um pouco para que os dois saíssem da cabana, ele sabia que a sabia que os filhos estavam vivos, mas também sabia que eles tinham que conversar... E isso era importante, pois no momento que eles passarem por aquela porta, tudo poderia mudar.

Edward Pov

Ela não desgrudava os olhos de cima de mim, eu sabia que havia chegado o momento e também sabia que eu não tinha o direito de pedir para que ela começasse a falar, era a minha vez de me desculpar, respirei fundo e olhei-a nos olhos.

- – disse tocando seu rosto por segundo, antes de ela se afastar e ficar em pé, mas assim mesmo eu pude sentir a sua pele quente sobre a minha e a sensação foi boa.
- Edward – sua voz era estridente, e eu reparei que ela se desconcertou com a nova voz, era tudo muito novo para ela.
- Eu tenho que pedir tantas desculpas – sussurrei, sabendo que ela me ouviria – não sei por onde começar – terminei com um suspiro, me sentando na cama que a segundos ela estava, me sentindo cansado...
- Se você quer mesmo se explicar – ela começou e se sentou em uma poltrona que ocupava – começa pelo inicio... Sou toda ouvidos – disse ela e eu senti o tom de amargura e a dor, que ainda a assolava por dentro, agora em um espaço quase oco...
- Eu errei... Eu menti e te traí como o homem mais repugnante... Eu te fiz gostar de mim e depois menti... Tudo mentiras... Ainda me lembro como se fosse ontem da Alice me contando que você ficaria grávida e que o bebê nasceria e que o cã...
- Jacob – ela me corrigiu rapidamente.
- Isso... Jacob seria o... Pai – disse friamente e olhei-a finalmente dentro dos olhos, tentando decifrar o que se passava dentro de sua cabeça – a possessão me tomou e eu não soube mais como me controlar... Eu sabia que não poderia lhe dar aqueles filhos, mas mesmo assim me recusava a deixá-la. Me recusava a perder a mulher da minha vida. E então sempre que eu te amava eu me lembrava da visão e fugia. Diversas vezes, eu fugi. Em momentos que eu sabia que você estava feliz eu te deixei. Com medo do depois, medo não, certeza de que depois não poderia lhe deixar totalmente feliz, não poderia lhe dar aqueles...
- Você disse que não me amava, mais de uma vez, quando eu pensava que você estava me amando de verdade, você fugia, e pra piorar, se entregava nos braços de outra...
- Talvez as minhas desculpas não sejam suficientes, para você me perdoar, nem os meus motivos, eu entendo. Não lhe culpo.
- Você quer que eu lhe desculpe? – perguntou ela me olhando firmemente – eu lhe desculpo Edward, claro, lhe desculpo, mas não posso me esquecer de tudo o que você fez, de tudo o que eu passei... Você não pode querer que eu esqueça tudo assim, de uma hora pra outra.

Absorver aquelas palavras foi mais difícil do que eu imaginava, quase impossível.

- Então...
- Então eu espero que você me entenda Edward, eu preciso de tempo, não sei quando tempo – ela respondeu a minha pergunta muda.

Se eu pudesse chorar, eu o faria.

- Mas...
- Os nossos filhos? – ela disse com uma voz feliz – ah Edward, são nossos, e mesmo independente do tempo que eu precisar, eu quero que você esteja perto, presente, eu fui criada sem o meu pai e não posso negar isso aos meus filhos, não posso negar esse direito a eles, o direito de lhe ter perto...
- E você?
- Eu? Eu preciso pensar, preciso muito desse tempo Edward e sei que você pode e vai me entender, eu preciso pensar, preciso muito disso. Mas quando esse tempo terminar, você será o primeiro que eu irei procurar e dar explicações.

Pov

Saímos abraçados pela porta da cama e senti o cheiro horrível de cão, cachorro, e então entendi o que Edward falava do cheiro deles, Sam vinha em nossa direção e Jazz se pôs ao meu lado sorrindo, e eu sorri de volta, ele trazia meus filhos nos braços, Jake estava ao lado de Sam, que vinha em nossa direção, tendo os anciões atrás dele e os lobos a sua volta.

- Vamos para o matadouro Edward? – eu ouvia o que Sam dizia sem entender, e sem esperar li a mente de Edward e de Sam, a sensação era estranha, como estar em dois locais ao mesmo tempo.
- Não – disse estridente olhando a minha volta, olhando para Edward esperando que ele me dissesse que não prometeu a sua cabeça a Sam. Meu coração martelou dentro do peito, algo que eu nunca tinha sentido, ele martela e não martelava ao mesmo tempo, minha pele de repente ferveu, coisas surreais aconteceram, eu não podia acreditar naquilo, não podia perder Edward, independente do tempo que eu precisava, eu não podia deixar que ele morresse por minha causa, por minha culpa. E naquele exato momento todas as células do meu corpo me diziam que eu ainda o amava.
- Anciões? – perguntou Jazz e o mais velho falou.
- Ele descumpriu as regras – disse severo e o sorriso de Sam se alargou.
- Eu ia morrer se ele não me salvasse – disse estridente olhando pro ancião – essa regra tem que mudar, nós temos que ter o direito de transformar alguém se essa estiver a beira da morte. – falar “nós” me incluindo fez um frio gélido percorrer a minha espinha.
- Se nós concedermos isso – disse Jacob – irá desencadear uma geração e mais uma e mais outra de lobos... E todos um dia temos que morrer , não podemos permitir que se conceda o seu pedido – ele sussurrou – me perdoe – eu queria abraçá-lo.
- Estou pronto – disse Edward repentinamente e eu o olhei, ele estava ajoelhado esperando que Sam agisse e ele vinha em sua direção, eu me pus em sua frente.
- Não – disse veemente – anciões, uma vez você concedeu algo a Edward, agora peço que você conceda algo a mim – pedi e me dirigi ao mais velho, enquanto Sam me olhava incrédulo – não o mate – ele me olhou firmemente – mas dessa vez eu e Edward iremos embora, eu peço que os outros Cullens possam ficar, eles não descumpriram as regras... Foram nós... E nós iremos embora pra sempre. – o ancião me olhou firmemente, e eu segurei o seu olhar, eu conheci aquela tensão no ar.
- Concedido

Jacob Pov

Meneava com sua mão gélida em cima da minha, indo em direção floresta; eu não sabia o que tinha ocorrido naquela cabana entre Edward e ela, só sabia que eles saíram abraçados e ele foi em direção aos filhos, enquanto ela me puxava. O vampiro loiro e o vampiro pai foram para mansão onde morava Carlisle, algo no sorriso de Jasper me dizia que a vidente estava de volta com os outros.

Eu não ousei falar nada, esperei que ela algo dissesse, a sensação do frio e do quente era estranha, mas eu ainda conseguia sentir a maciez da pele dela, seu sorriso não havia mudado muito, seus olhos ainda eram os mesmos que os da minha . Adentramos a clareira e sua pele cintilou diante do por do sol, a visão era linda e assustadora.

- Obrigada Jake – sua voz tilintou e ecoou, estridente na imensidão, era diferente, muito diferente, mas eu conseguiria me acostumar com aquilo.
- Por? – perguntei sem muito entender, não podia mentir, ela estava linda, naquela pele alva, apesar de não ouvir mais seu coração, seus lábios, suas curvas, tudo era lindo.
- Pela Adrianne e pelo Jacob. – comecei a ter minhas duvidas sobre as faculdades mentais dela.
- Quem? – ela riu achando alguma graça, que eu não percebi.
- Meus filhos Jake, Adrianne e Jacob.
- Adrianne e Jacob? – meus olhos marejaram diante de tal homenagem. Nós estávamos perto demais, juntos demais, minha pele arrepiada diante do seu frio.
- Sim, Adrianne e Jacob! Adrianne minha avó e Jacob – ela tocou meu rosto.
- Seu melhor amigo – sussurrei.
- Sim, meu melhor amigo – ela sussurrou e me deu um beijo no rosto. – você fede Jake.
- Você também não tem o cheiro mais agradável do mundo – disse e a abracei.
- Para de lembrar das cenas daquela cabana Jake – ela sussurrou me abraçando fortemente – por favor.
- Você vai embora? – perguntei rígido.
- Sim eu vou, mas espero que você venha me visitar – ela sorriu grandemente – afinal, não é nenhuma dificuldade pra você percorrer algumas milhas.
- Ok, passa um perfuminho na casa antes de eu chegar, ok?- pedi fazendo-a rir.
- Ok, e você também, use desodorante. – rimos e trocamos mais algumas palavras, até que ela tomou a sua decisão e se foi. Deixando comigo sua Correntina e o sorriso mais lindo cravado em minha memória. Nunca a vi tão feliz e isso me fez o homem mais feliz do mundo.

Pov

Eles eram lindos, diferentes, incrivelmente diferentes, mas lindos, Rosalie e Alice estavam bobas com eles, eu praticamente não tinha tempo com eles! Logo quando saí da casa de Jake fui falar com a minha avó, e logo após vim ao encontro dos Cullens. Eu não estava totalmente feliz, Carlisle e Esme não estavam mais entre nós, era algo incompreensível, mas existem coisas incompreensíveis, disso eu tinha certeza. Fiquei sabendo que os dois vampiros que fugiram, se refugiaram com os Denalli e estavam se dando bem, isso era bom. Os volturi iriam parar de me procurar, Sampter assumirá o lugar de Aro, impondo as suas regras, as suas leis, com certeza tornando Volterra um lugar melhor.

A Isabella, a Bella, continuou no Brasil e eu fiz questão de conversar com ela, foi uma conversa tensa, mas no final, ela estava bem e vivendo, isso é o mais importante, vivendo.

Emm e Rosalie decidiram se mudar, Forks não havia sido boa para ninguém no final das contas. Não que lobos e vampiros não possam viver juntos, eu e Jake somos o maior exemplo disso, mas sem Carlisle e Esme não havia sentido de eles continuarem aqui. Alice e Jasper se casaram, um casamento ala Alice, digamos assim. Nunca presenciei algo tão lindo, Adrianne foi a dama de honra, levou as alianças, ela estava incrivelmente linda e pra colocar de uma vez por todas as barreiras entre lobos e vampiros de lado, os lobos foram convidados, nem todos foram, mas foi muito bom.

No final Alice e Jasper decidiram viajar juntos, e eu e Edward decidimos andar por ai juntos, afinal, tudo pelos nossos filhos, ele estava incrivelmente lindo dia após dia, nem sei como isso é possível. Nós ainda não estávamos igual a antes, e eu não queria que voltasse a ser como antes, eu queria que fosse algo novo. Tudo fosse novo, entre nós.

Dois anos depois...

Há dois anos em Forks ocorreram coisas que viraram história! Lobos e vampiros viveram juntos, harmonicamente! Uma jovem vampira e um jovem lobo viraram amigos eternos, cravados em um tronco de uma árvore e também na memória deles! Os lobos agora não mais nasciam com freqüência, já que não era sempre que havia vampiros por ali. A vampira vidente e seu parceiro decidiram ficar em Volterra com Sampter, já que estavam acostumados a viver em grupos, tudo por lá estava bem diferente... Rosalie Hale e Emmett foram se dedicar a salvamento dos ursos no Alasca, lá eles usavam sua força pra ajudá-los a se manter nos locais aonde não corriam perigos.

Apesar de os cullens estarem longe, não perdiam contato, e volta e meia se juntavam para pôr as histórias em dia. O casal e Edward... Esses não muito foram vistos, se mantiveram em um lugar e em todos os lugares ao mesmo tempo, a única certeza era que eles foram felizes, do modo deles, do modo de todos... E foi eterno... Eterno enquanto durou... A única certeza é... Que enquanto você, você mesmo, que está lendo, que fez parte e acompanhou até esse último capítulo, a única certeza é que enquanto vocês se lembrarem da fanfiction, e de tudo que passaram e do amor de você e Edward, da amizade com Jake... Enquanto vocês se lembrarem, será eterno...


Fim...

Nota da Autora: Gente! Acabou! Não... Vai continuar na memória de vocês, deixei para que você decidissem o final, o Edward e a ficaram juntos, mas vocês que decidem como! Eu vou deixando moments do papel, mas sempre vou estar com ela na memória e também todas as leitoras amadas e que de um modo ou de outro foram criadoras da fic, escritoras comigo – eternos agradecimentos! Cada dica, cada bronca, cada reclamação serão eternamente agradecidas por mim! Agradecimentos mais que especiais a Aline, que betou a fic até o final, poxa, se não fosse ela a fic não sairia gente, ela foi muito importante no decorrer da fic, os mais eternos obrigadas a melhor beta do mundo! Agradecimentos a Drica que sem ela o último cap. não saia! E obrigada ao FFTT por receber a minha fanfiction e não me expulsa! Genten é isso, obrigada por tudo! E fiquem ligadas, continuem acompanhando essa autora doida aqui! Que eu sempre estarei acompanhando vocês! Deixem seus comentários, são importantes! E Beijos e Gorgonzolas – Fui! Amoo VocÊs! (Beijos a moments) – Vivam os momentos ;)