Tá Todo Mundo Louco
História por Aline Santos | Revisão por Sarah C.
Capítulo 1
Edward’s Pov
Aqui estou, voltando para aquela cidade porcaria por causa do mais novo casamento de minha mãe. Cara, sem noção, é o 3º casamento depois de 3 anos! 1 por ano, dá pra acreditar? Quem olha de fora pensa que ela é “dada”, mas coitada, não tem sorte no amor. Os outros casamentos foram até toleráveis, mas este não dá pra agüentar. O cara é um otário e minha mãe só pode tá cega.
Boston, Massachusetts. Só muito azar mesmo para ter que voltar pra aqui. Na verdade, eu não sei porque detesto tanto essa cidade. Saí daqui quando tinha apenas 10 anos de idade. Meus pais são separados, mas sempre fui mais apegado à minha mãe, como ela foi morar na Inglaterra, eu fui junto. Jasper, meu irmão mais velho, ficou aqui com meu pai, Carlisle.
Cheguei ao aeroporto às 10:00 da manhã e aqui estou, sentado numa lanchonete esperando Jasper me pegar. 11 horas e nada... 12 horas e nada... Fala sério, esqueceram de mim.
Peguei um táxi, coisa que eu já deveria ter feito, mas tudo bem... Felizmente ainda lembrava o endereço de minha antiga casa. Procurei aquela velha chavezinha que fica escondida dentro de uma vaso de planta, e para minha sorte, ela estava lá. Abri a porta e fui adentrando em direção à sala, ouvi sons estranhos...
-Oh... Sim... Assim boneca....
Andei até presenciar uma cena que seria, no mínimo, constrangedora. Havia uma garota vestindo trajes mínimos, ajoelhada na frente de Jasper. Este estava sentado no sofá, nú e, bem... ”Jasper Júnior” estava desaparecido dentro da boca da garota.
-Muito obrigado por se lembrar de mim, irmão. – falei sarcástico e entrei na sala tranquilamente. Ele olhou pra mim assustado e a garota engasgou.
-Puta merda! Que horas são? Tu não só vinha às 10? – ele empurrou a garota “delicadamente” e começou a tentar se cobrir sem sucesso.
-Jasper, já são 13:00 horas... - respondi entediado.
-Porra velho, foi mal... - ele coçou a cabeça constrangido e eu dei de ombros.
-Você deveria procurar um quarto, sabe... - dei as costas e subi as escadas. – Ele resmungou alguma coisa que não ouvi.
Andei até meu antigo quarto, abri a porta e, fala sério! Puta que pariu, meu quarto parecia um depósito de tranqueiras. Saí pisando fundo e desci as escadas.
-Jasper, caralho, que desgraça é aquela no meu quarto? – falei e vi que aparentemente ele se despedia da garota do lado de fora da casa. Ele fechou a porta e veio me abraçar.
-Man, quanto tempo! Cara foi mal mesmo pelo aeroporto, mas é que aquela pestinha me tira do sério, tá ligado?
-Esquenta não, eu só quero saber que porra é aquela no meu quarto?
-Ah... Meu pai pediu pra arrumar, eu esqueci... - ele falou, coçando a cabeça.
-Ótimo, maravilha! Eu vou ter que arrumar a porcaria que fizeram no meu quarto! Bela recepção! – resmunguei e não esperei por resposta, voltei para o meu quarto, afinal, a minha tarde seria longa arrumando essa porcaria.
Jasper’s Pov
-Jasper, acorda! – meu pai me cutucou.
-Hum... Só mais 5 minutos... - resmunguei sonolento.
-Já são 08:00 horas, seu irmão chega às 10:00, se apresse e vá buscá-lo.
Levantei a contragosto. Tomei uma ducha. Quando descia as escadas, deparei-me com minha pequena distração. Alice. Minha namorada, ela não era lá das melhores, mas dava pra quebrar um galho, na falta de coisa melhor...
Tomamos café juntos e Carlisle saiu pro hospital. Perdi a noção do tempo quando aquela baixinha me arrastou pra sala. Oh man, essa garota sabia como fazer um boquete...
E quando eu estava quase “lá”, eis que me aparece um Edward resmungando. Não sei de onde ele saiu, só sei que a situação em que ele me pegou não era nada confortável.
Embolei-me todo e tentei me cobrir sem sucesso. E só então lembrei que esqueci de buscá-lo. Cacete, onde foi que eu tava com a cabeça?! Ah é... Na boca de Alice.
Emmett’s Pov
Ah, o domingo! Nada melhor do que um belo domingo! Levantei às 10:00 da manhã e desci para comer qualquer porcaria.
Chegando na cozinha, deparei-me com a e suas amigas. e , se não me engano. A é até uma gracinha, tem umas pernas.... Mas, sei lá, acho que ela é meio doida, toda vez que chego perto ela vira a cara... Parece que tem nojo de mim. Cara, eu não sou essa coisa toda, mas também não sou de se jogar fora. Eu malho tanto pra ficar gostoso e essa garota vira a cara em vez de aproveitar a bela paisagem, afinal, dentro de casa eu só ando de shorts e sem camisa...
-Hei, meninas, o que tem de bom aí pra comer? – perguntei tranqüilo e me aproximei da mesa. Fiquei do ladinho da , ah ela vai ter olhar!
-Ovos mexidos com bacon e suco de laranja, seu predileto, Em! – respondeu animada, como sempre. Minha irmãzinha linda e graciosa.
-Ótimo, se importa se me sentar aqui? – direcionei a pergunta pra enquanto arrastava a cadeira ao seu lado. Ela me olhou assustada, engasgou, tossiu e saiu correndo . Cara, fala sério, eu não posso ser tão feio assim...
-Credo, o que deu nela? – perguntou entediada.
-O mesmo de sempre, ... - respondeu, torcendo a boca, e piscou pra , como se eu não fosse notar.
-O mesmo de sempre o quê? – perguntei e me sentei na cadeira.
-Dor de barriga. – respondeu com o risinho baixo.
-Ham... De caganeira em pleno domingo, coitada... - murmurei e as meninas me olharam espantadas com o comentário e logo em seguida desataram a rir. Eu acabei por rir também. No instante seguinte, ouvimos a porta da frente bater.
-Ops! Acho que a saiu... - murmurou.
-O negócio deve tá brabo mesmo... - falei e elas gargalharam.
-Emmett, você é impossível! Eu vou atrás dela... - falou.
-Não, deixa que eu vou. – eu falei e andei pra porta da frente.
Abri a porta e olhei em volta. Avistei a garota a alguns metros da casa, encostada numa parede e com as mãos na cabeça. Ué, mas não era dor de barriga? Deveria estar com as mãos na barriga...
Andei em sua direção até ouvir pequenos soluços, ela tá chorando?
-Hei... Tá se sentindo mal? – perguntei e coloquei uma mão sobre seu ombro, que no mesmo instante ficou rígido. – ... -insisti.
-E-u... Estou.. Bem. - ela gaguejou entre soluços.
-Quer que eu te leve pra um médico? – perguntei complacente.
-Hã? Por quê?- ela perguntou confusa.
-Ah sei lá, mas às vezes dor de barriga pode ser alguma coisa mais séria, sabe... - respondi tranqüilo.
-DOR DE BARRIGA? – ela berrou assustada. Eu hein, menina doida.
-A que disse... - murmurei coçando a cabeça.
-Eu não tô com dor de barriga! Ah! – ela berrou e saiu andando.
-Ou! Nem precisa essa vergonha toda, todo mundo sente dor de barriga uma vez na vida... - insisti, tentando acompanhar seus passos largos.
-Vai à merda, Emmett! – ela falou e continuou andando apressada. Cara, mulher é um bicho complicado mesmo, eu não fiz nada e ela me manda à merda!
-Ei, cuidado! – berrei enquanto ela andava distraída em direção a um poste.
Ela não me ouviu e bateu a cara no poste. Ridículo! Corri até ela enquanto ela ainda estava tonta.
-Merda! Quebrei meu nariz! – ela berrou e colocou as mãos em cima no nariz.
-Calma, deixa eu ver isso. – afastei as mãos dela e observei o nariz que sangrava.
-Ai, tá doendo! – ela resmungou e tentou se afastar.
-Você precisa de um médico. – afirmei e a puxei pelo braço, ela me olhou arregalando os olhos.
-Não preciso de médico, eu sei me virar! – ela protestou.
-Se soubesse se virar não tinha batido a cara no poste! – retruquei vitorioso e ela se calou. A levei pra dentro de casa.
-Me espere aqui, volto em 1 minuto, e nem pense em sair! – ordenei e ela se assustou, dando um pulinho pra trás. Prendi o sorriso e subi, balançando a cabeça de leve. Vesti-me rápido e desci, ela estava na mesma posição, com as mãos no nariz.
-Sinceramente, Emmett, eu poderia resolver isso sozinha, não precisa se incomodar... – ela resmungou enquanto eu a arrastava porta a fora.
- É, e o que você iria fazer com esse nariz? Colar com superbonder? – perguntei sarcástico, ela encolheu os ombros envergonhada e eu ri. Se ela não fosse tão novinha... E doida... Foco, Emmett!
Chegamos ao hospital em poucos minutos, minutos esses extremamente chatos, afinal, a menina não disse um “ai” o caminho todo, além de doida é muda.
Não demorou muito e logo ela foi atendida por um médico muito simpático. Pera aí, isso soou meio gay. O que eu quis dizer foi que ele é um médico legal, não! Essa foi pior que o simpático! Bom, acho que deu pra entender o que eu quis dizer do médico.
Alguns minutos depois “a doida” voltou com uma bandagem no nariz. Ficou até uma gracinha. Não mais que as pernas dela... Porra, hoje eu tô foda viu, comparar um nariz quebrado com as pernas! Fala sério.
-Vai voltar pra minha casa ou pra sua? – perguntei enquanto voltávamos para o carro.
-Sua casa... Vou sair com as meninas... - ela respondeu, fitando o nada.
-Oh, pra onde vocês vão? – perguntei, tentando puxar assunto, porque voltar naquele silêncio do cão de novo não dá!
-Não sei... - ela deu de ombros e voltou a fitar o nada. Ok, elas vão sair não sabem pra onde, e agora, o que eu falo? Pensa, Emmett! Um assunto, porra! Desisto.
Silêncio.
Carlisle’s Pov
Mais um dia entediante começa. Sim, definitivamente eu estava entediado. Todo dia a mesma coisa: casa – hospital –casa. Nada novo, ninguém novo. Espero que as coisas melhorem com a chegada do meu filho mais novo. Não o vejo faz 8 anos! 8 anos! Até hoje não me conformo com o fato daquela infeliz ter levado meu filho pra longe de mim.
Ele chegará hoje às 10:00 da manhã. Infelizmente não ficarei para recebê-lo. Mas deixei essa incumbência com Jasper, meu filho mais velho.
Segui pra minha rotina enfadonha. Sou clínico geral e responsável pelo setor de emergências do hospital. Logo cedo tratei de uma garota que quebrou o nariz num poste. Sinceramente não sei o que se passa na cabeça desses jovens hoje em dia... Pelo amor de Deus, como uma pessoa em sã consciência bate com a cara num poste?
O resto do dia continuou a mesma chatice. Sangue, sangue e mais sangue. Se eu fosse um vampiro não me faltaria o “pão” de cada dia... Meu Deus, onde é que tô com a cabeça? Vampiros, Carlisle Cullen? Ridículo.
Preciso de um café! Nesse exato momento tudo o que eu preciso é de um café.
Andava distraído e apressado pelos corredores, observando um prontuário. Na verdade, eu olhava pro papel e só enxergava o maldito café, minha boca salivou.
De repente, tombei com uma mulher de cabelos pretos e escorreguei no chão liso, caindo de bunda no chão, detalhe, a figura caiu em cima de mim.
-Ai! – gemi de dor quando a infeliz bateu com o joelho num lugar bastante inapropriado...
-Ah... Você... Pai... Onde... Doutor... Está... Tarde.... E... Er... Como... - a maluca começou a gaguejar um mundo de palavras sem nexo e a gesticular com as mãos, detalhe, o joelho no mesmo lugar dolorido.
-O joelho, o joelho! – reclamei dolorido. Só então percebi que a maluca estava com a cara inchada de choro.
-Oh, ele machucou o joelho?! – enfim ela conseguiu formular uma frase coerente, mas ainda mantinha a porcaria do joelho lá, essa maluca vai me aleijar!
-Não sei do que você está falando, só sei que o seu joelho está em cima do meu pênis!. – é eu sei que fui rude, mas, puta merda, a mulher além de maluca é cega!
-Oh, desculpe! – enfim ela se tocou e tirou o maldito joelho toda destrambelhada. – Er... Foi sem querer... - ela se levantou e ajeitou as roupas. Eu fiz o mesmo.
-Tenha mais cuidado, menina, isso aqui é um hospital... - novamente fui rude, mas eu já estava à flor da pele, primeiro porque ainda não tomei a porcaria do café e agora porque uma maluca esmaga meu bem mais precioso. Fala sério!
-Ah desculpe, eu... Er... Cheguei tarde... - ela gaguejou e desatou a chorar, quem entende?
-Ei... Eu já desculpei tá, não precisa chorar... - Coloquei minha mão sobre seus ombros e, para minha surpresa, ela me abraçou. Enterrou a cara no meu jaleco e continuou chorando. Eu hein... Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece...
-Ei... Me conte o que está acontecendo, talvez eu possa ajudá-la. – falei complacente. Ela levantou o rosto, olhou para mim e enterrou a cara de novo, voltando a chorar.
-Ele morreu... Cheguei tarde, sei que cheguei tarde... - ele falou com som abafado. Mas que droga, a menina perdeu algum parente e eu aqui consolando...
-Você tem que me explicar direito, não estou te entendendo, menina. Você tem algum parente internado aqui?
-Uhum...,- uhum? Isso lá é resposta que se dê?
-E você acha que ele faleceu? – insisti.
-Eu... Não sei... - ela sussurrou e voltou a chorar. Oh, menina complicada!
-Certo, se você não sabe, porque está chorando?
-Hã? Er... Não sei... Mas e se ele morreu? – ela gaguejou e dessa vez me deu vontade de dar uns tapas no traseiro dela, fala sério, ela tá se acabando de chorar sem nem saber se o cara morreu.
-Façamos o seguinte, me dê o nome do seu parente e eu procuro saber a situação, você senta ali naquela cadeirinha e me espera, está bem? – ela assentiu com a cabeça e limpou as lágrimas.
-Richard Fox. – ela falou e se encaminhou para a cadeira de espera.
Procurei as informações sobre o paciente e descobri que o sujeito só havia torcido o tornozelo.
Voltei para o lugar onde ela estava e não a encontrei sentada. Olhei em volta e nada. Não acredito que a maldita foi embora sem nem agradecer... O que acontece com as escolas de hoje em dia? Pelo visto a educação tá passando longe...
Ah, que se dane, eu vou é tomar meu café...
’s Pov
Acordei cedo no domingo. Teria que aproveitar o meu último dia de férias. Amanhã recomeço as aulas do meu curso de medicina, 6º semestre.
Desci pra recepcionar minhas amigas, marcamos de passar o dia fora, só não sabíamos onde.
-Bom dia, dorminhoca! – me espremeu em um abraço de urso. Ela é aquele tipo de garota “pé no chão”, porém extremamente tímida. Era hilário quando meu irmão aparecia sem camisa do lado dela. Só falta morrer de vergonha. Detalhe, ela é arriada os quatro pneus por ele.
-Dorminhoca? Ainda são 09:00 horas! – resmunguei, tentando parecer ofendida.
-Eu também não ganho abraço não? Porra, um dia eu descubro porque sou sempre ignorada. - resmungou, fazendo bico. Ela é do tipo “cara de pau” e “não tô nem aí”, mas, por Deus, nunca, eu disse nunca, acorde-a cedo, a bichinha fica com um mal humor do cão.
-, quem foi que te ignorou? Não percebeu que eu sou uma só? Só dá pra abraçar uma de cada vez, doente! – brinquei e ela fez bico.
-, minha filha, tô com fome, cadê o café? – . Outra característica dela: ela sempre está com fome.
-O armário é meu! – protestou.
-A geladeira é minha! – saiu saltitando pra cozinha.
-Vê se deixa alguma coisa pra mim! – falei, observando as duas malucas que assaltavam minha cozinha.
Depois de muita bagunça, preparamos um café da manhã decente. Minutos depois aparece o Emmett, de shorts e sem camisa. Preciso falar que a quase cai da cadeira?
Eu não sei o que dá nele quando vê a , acho que faz questão de provocar a coitada, encostou nela, a bichinha engasgou, tossiu e saiu correndo, fala sério!
O Emmett não entendeu bulhufas e aí eu tive que inventar uma desculpa qualquer. Disse que ela tava com dor de barriga, fato este que vai me levar pro caixão depois que ela descobrir.
Emmett foi atrás dela. Agora que ela morre mesmo. Eu e subimos pro meu quarto, ainda tínhamos que decidir pra onde ir.
’s Pov
Obrigada, Senhor! Último dia de férias! É, eu sei, estranho eu agradecer pelo último de férias, mas a verdade é que pra mim férias = tortura. Não entendeu? Vou tentar simplificar. Nas férias eu não vejo o meu lindo, maravilhoso e gostoso amor-platônico-Jasper Cullen. Entenderam agora? Pois é, amanhã estaria de volta pra Havard cursando engenharia civil. Detalhe, a única mulher da minha turma. Calma gente, eu não escolhi o curso por causa do Jasper, eu realmente gosto dessa área, e felizmente, ou infelizmente, o conheci. Felizmente porque ele é simplesmente um Deus em forma de gente, e infelizmente porque o miserável tem namorada.
Reuni todas as forças do meu corpo e consegui levantar cedo. Odeio acordar cedo! Mas milagrosamente eu consegui levantar e seguir pra casa da . De lá iríamos bater perna em qualquer lugar.
Lá tive a felicidade de assaltar o armário dela, ah, achei o meu tão cobiçado cereal. Sim, eu amo cereal, o melhor café da manhã que já inventaram. Emmett apareceu pra comer com a gente, êta homem lindo, mas, sinceramente acho ele meio retardado, nunca falei isso pra , claro, ainda preso muito o meu pescocinho.
A como sempre deu um showzinho quando ele chegou e eu tive que rir, a maluca saiu correndo! Ridículo!
’s Pov
Respira, inspira, respira, inspira. Vamos lá, , você consegue! Só mais um passinho, um na frente do outro, só mais um.
Vocês devem tá se perguntando o que essa demente tá fazendo. Bom, estou tentando bater na porta da casa da . Eu sei que é uma coisa ridiculamente fácil, mas pra mim não é, e se Emmett atender? Eu morro!
Ah, graças a Deus foi a que atendeu!
Eu, e fomos direto assaltar a cozinha. Pergunto-me porque a geladeira lá de casa não é tão sortida quanto a da ... Ah, se eu pudesse passava o dia todo aqui comendo, comendo e comendo. Cara, tem coisa melhor do que comer?
-Ei meninas, o que tem de bom aí pra comer? – MORRI! É ELE! Não vou olhar, não vou olhar! Só uma espiadinha não vai matar, né? Será que ele está pelo menos vestido?
-Ovos mexidos com bacon e suco de laranja, seu predileto, Em! – respondeu animada
-Ótimo, se importa se me sentar aqui? – Ele perguntou, arrastando a cadeira ao meu lado, e eu tenho a impressão que a pergunta foi pra mim. E agora? Eu tenho que responder, certo? Mas aí eu vou ter que olhar, certo? Mas se eu olhar eu MORRO!
Acabei tendo que olhar e, como eu já imaginava, oh céus! Ele ta semi-nú! Vou morrer, vou morrer! Um nó se formou na minha garganta e eu engasguei com minha própria saliva, tossi e, morrendo de vergonha, saí correndo. Nem eu acredito no que eu fiz, sair correndo! Que tosco!
Depois dessa mancada, não dá pra voltar pra lá, né. Vou embora. Saí batendo a porta da frente. Ai cara, que vergonha, eu sou uma retardada mesmo! Só porque o cara é lindo, maravilhoso e fofo... Era uma coisa tão simples, eu só precisava dizer “oh sim, fique à vontade” ou então “bom dia Emmett, como vai?”
Burra! Estúpida! Merda! Merda! Merda!
Encostei num muro e deixei as lágrimas escorrerem. Por que tenho que ser tão sensível? Merda mais uma vez!
-Ei... Tá se sentindo mal? – ELE DE NOVO! E pior, ele colocou a mão no meu ombro! Socorro! – ... -ele insistiu.
-E-u... Estou.. Bem. – Isso, , gagueja que fica mais lindo ainda o show.
-Quer que eu te leve pra um médico? – ele perguntou complacente.
-Hã? Por quê?- Médico? Por que eu iria querer um médico? Estou tão mal assim?
-Ah sei lá, mas às vezes dor de barriga pode ser alguma coisa mais séria, sabe... - respondeu tranqüilo.
-DOR DE BARRIGA? – berrei assustada. Que porra é essa? De onde ele tirou essa idéia ridícula?!
-A que disse... - murmurou coçando a cabeça. Eu mato a ! Como ela diz um absurdo desses?! Como se minha situação fosse das melhores!
-Eu não tô com dor de barriga! Ah! – berrei e saí andando. Eu que não ia ficar ali parada ouvindo essas barbaridades. Seria muito melhor se tivesse um buraco pra me enterrar logo.
-Ou! Nem precisa essa vergonha toda, todo mundo sente dor de barriga uma vez na vida... - insistiu, tentando acompanhar meus passos.
-Vai à merda, Emmett! – Ok, eu fui rude, mas, fala sério, eu já disse que não tô com dor de barriga, caramba!
-Ei, cuidado! – ele berrou e eu não entendi o motivo, continuei andando e me choquei com algo duro. Ai, cacete! Minha vista apagou por um instante e senti aquela dor horrorosa no nariz.
-Merda! Quebrei meu nariz! –berrei e coloquei as mãos em cima do nariz que sangrava.
-Calma, deixa eu ver isso. – ele afastou minhas mãos dele e observou meu nariz quebrado.
-Ai, tá doendo! – resmunguei e tentei me afastar. Afinal, a culpa foi toda dele. Primeiro me faz passar vergonha e agora me faz bater a cara no poste!
-Você precisa de um médico. – afirmou e me puxou pelo braço, olhei pra ele assustada. Fala sério, ele vai me levar pro médico?
-Não preciso de médico, eu sei me virar! – protestei.
-Se soubesse se virar não tinha batido a cara no poste! – retrucou vitorioso e eu engoli em seco. Realmente, que idiota anda por aí batendo a cara num poste? Ele me levou pra dentro da casa.
-Me espere aqui, volto em um minuto, e nem pense em sair! – ordenou com um tom firme e me assustei dando um pulinho pra trás. Ele prendeu o sorriso e subiu balançando a cabeça negativamente. Minutos depois ele voltou vestindo algo decente.
-Sinceramente, Emmett, eu poderia resolver isso sozinha, não precisa se incomodar... – resmunguei enquanto ele me arrastava porta a fora.
- É, e o que você iria fazer com esse nariz? Colar com superbonder? – ele perguntou sarcástico e eu me encolhi envergonhada, ele riu. Ai ai... Que sorriso lindo... Se eu não fosse tão tímida...
A viagem até o hospital foi o ó. Ele não disse um “ai”, nem eu, claro. Até parece que no meu estado e, tão pertinho dele, eu falaria alguma coisa...
Chegamos ao hospital e logo fui atendida por um médico do tipo deus grego. Além de lindo o médico era extremamente simpático e atencioso. Tratou meu nariz e logo fui liberada.
-Vai voltar pra minha casa ou pra sua? – ele perguntou enquanto voltávamos para o carro.
-Sua casa... Vou sair com as meninas... - respondi, evitando olhá-lo, minha cota de olhadas pra ele se esgotou, não iria suportar passar mais vergonha em um dia só. Tinha que deixar um pouco para os próximos dias, né?
-Oh, pra onde vocês vão? – ele perguntou, provavelmente tentando puxar assunto.
-Não sei... - dei de ombros e voltei a olhar pra lugar nenhum. Pelo menos com essa maluquice toda eu descobri uma coisa dele: ele é péssimo com conversas.
Silêncio.
’s Pov
- Alô? ? – uma voz irritante falou ao telefone.
-Que seja algo realmente importante, caso contrário providencie o caixão!
– respondi sonolenta. Fala sério, é desumano acordar uma pessoa em pleno domingo às 10:00 da manhã!
-É importante, sua chata! – Elisa, minha irmã, retrucou.
-Então fala logo que quero voltar a dormir.
-Papai sofreu um acidente, ele está no hospital St. Louis. [N:A: nome inventadíssimo xD]
-ACIDENTE? – levantei da cama com um solavanco.
-Mas... - ela ia falando mas interrompi.
-Tô indo pro hospital! – falei e desliguei o telefone.
Ai meu Deus! Ele sofreu um acidente! Acidente! Que ele esteja bem, que ele esteja bem!
Que tenha sido só um atropelamento ou uma batida de carro....
Que tenha quebrado só algumas costelas, uma perna e um braço....
Que ele esteja vivo! Meu Deus, que eles esteja vivo!
E se eu chegar tarde? Não! Não vou chegar tarde! Ele tem que estar bem!
Vesti a primeira roupa que vi e disparei pro meu carro. Arranquei com tudo, minha vista já embaçada com as lágrimas. Que ele esteja vivo, que eles esteja vivo!
Meu pai destrambelhado era responsável por 98% de todos os meus problemas e preocupações, mas ainda assim o amo mais do que tudo no mundo. Que ele esteja vivo! E se ele...? Ah não! Ele está bem, ele está bem!
Cheguei ao hospital, encostei o carro em qualquer lugar de qualquer jeito e parti em disparada para o setor de emergências. Não conseguia ver um palmo na minha frente por causa das lágrimas.
Ok, agora só preciso achar a recepção, onde está essa maldita recepção. Recepção, recepção... Pera aí! A recepção não costuma ficar logo na frente? Mas eu já tô longe da frente, droga! Acho que passei batida! Já que tô aqui, vou procurar uma enfermeira ou um médico.
Continuei andando desnorteada e distraída, quando de repente me choco com um homem. Ele escorregou e eu acabei caindo em cima dele.
-Ai! – ele gemeu. Eu tentei levantar, mas estava toda atrapalhada, os cabelos colados nas lágrimas. Consegui olhar pra ele e percebi que era um médico. Ótimo, ele deveria saber alguma coisa sobre meu pai.
-Ah... Você... Pai... Onde... Doutor... Está... Tarde.... E... Er... Como... - Aff, nem eu entendi o que eu disse. As palavras saíram emboladas e completamente sem nexo. É, eu fico assim quando tô nervosa.
-O joelho, o joelho! – ele reclamou, fazendo uma cara de dor, não entendi direito, será que ele tá falando do meu pai?
-Oh, ele machucou o joelho?! – enfim consegui formular uma frase coerente, mas ele ainda me olhava dolorido.
-Não sei do que você está falando, só sei que o seu joelho está em cima do meu pênis!. – ele falou ríspido e só então eu me toquei. Fala sério, , como ele iria estar falando do seu pai se ele nem te conhece? Dãã!
-Oh, desculpe! – saí desengonçada de cima dele. – Er... Foi sem querer... - desculpei-me e levantei, ajeitando minhas roupas emboladas. Ele fez o mesmo.
-Tenha mais cuidado, menina, isso aqui é um hospital... - ele falou ríspido, e não me importei, afinal, esmaguei os “países baixos” dele.
-Ah desculpe, eu... Er... Cheguei tarde...- gaguejei, lembrando-me do motivo de minha ida ao hospital. E desatei a chorar de nervoso, o medo começando a me invadir.
-Ei... Eu já desculpei tá, não precisa chorar... - ele colocou a mão sobre meus ombros, bateu-me uma vontade enorme de abraçar aquele homem lindo e assim o fiz. Sou doida, né? Mas sei lá, acho que é por causa do nervoso. Ah... Vou chorar de novo.
-Ou... Me conte o que está acontecendo, talvez eu possa ajudá-la. – ele falou, complacente. Levantei o rosto, olhei para ele e desabei de novo.
-Ele morreu... Cheguei tarde, sei que cheguei tarde... - solucei desesperada.
-Você tem que me explicar direito, não estou te entendendo, menina. Você tem algum parente internado aqui?
-Uhum... - Foi só isso que consegui responder.
-E você acha que ele faleceu? – ele insistiu.
-Eu... Mão sei... - sussurrei e voltei a chorar. Eu sei, eu sou complicada.
-Certo, se você não sabe, por que está chorando?
-Hã? Er... Não sei...Mas e se ele morreu? – gaguejei.
-Façamos o seguinte, me dê o nome do seu parente e eu procuro saber a situação, você senta ali naquela cadeirinha e me espera, está bem? – assenti com a cabeça e limpei as lágrimas.
-Richard Fox. – falei o nome do meu pai e me encaminhei para a cadeira de espera.
Fiquei com uma vontade horrorosa de fazer xixi, acho que de nervoso. Fui correndo procurar um banheiro. Demorei a encontrar o maldito, mas voltei o mais rápido que pude, não poderia me dar o luxo de me desencontrar do médico.
Sentei novamente na cadeira e esperei. 10 min....20 min....30 min.... Fala sério, será que o médico me deu um toco? Não, não é possível! Vou esperar mais um pouco. 40 min...50 min... Ah! Puta merda, o que andam ensinando as esses médicos? Onde foi parar a educação?
Saí pisando fundo e, por acaso, encontrei Elisa saindo com meu pai. Ele estava com uma muleta e o pé engessado. Não acredito que eu me preocupei tanto por causa de um pé quebrado.
Capítulo 2
Edward’s Pov
Finalmente terminei de remover a bagunça do meu quarto. Minhas mãos já estavam fazendo calos. Carlisle chegou à noite e ficamos conversando por um bom tempo. Acabei dormindo tarde. O pior de tudo era ter que acordar cedo pra ir pra faculdade. Consegui a transferência de Oxford pra Harvard e continuaria cursando medicina, 6º semestre.
Chegando na faculdade, resolvi toda a parte burocrática e segui para minha primeira aula. Pra minha sorte, todo mundo parecia receptivo e “normal”. Nada de olho torto ou brincadeirinha boba. Até recebi uns olhares nada discretos do público feminino.
Ao final das aulas, encaminhei-me para minha moto. Estranhamente, haviam três homens parados próximo à ela. Tentei ignorar, mas fui abordado por um deles.
-Ei, calouro! – o sujeito falou.
-Não sou calouro, sou transferido. – falei tranquilamente.
-Mas pra mim é tudo a mesma coisa, sabe... - ele respondeu cínico.
-Que seja. – dei de ombros e, já ia subindo na moto quando o outro me puxou pela jaqueta.
-Não vai querer saber qual é o trote, calouro? – ele perguntou, segurando firme a jaqueta. Balancei o braço com força e me afastei dos sujeitos.
-Que trote? – perguntei.
-Man, não precisa fazer essa cara de “mamãe eu quero colo”, o trote é coisa fácil, ta ligado? - o sujeito falou e os outros riram.
-Cara, tenho mais o que fazer! – retruquei ríspido.
-Meu irmão, se tu não fizer o trote tu na merda, tá ligado? – ele falou intimidativo. Sabia que tava bom demais pra ser verdade....
-E se eu não fizer? – perguntei incisivo. Eles se entreolharam e gargalharam.
-Tu quer mesmo saber? – ele perguntou, ainda rindo. Alguma coisa me disse que não seria boa coisa recusar a porcaria do trote. Merda!
-O que eu tenho que fazer? – perguntei derrotado.
-É mole, mole, Brow! Tu vai na casa dessa mina e pega uma calcinha dela pra agente, tá ligado?
-Uma calcinha? – perguntei, tentando digerir a informação. Mas é óbvio que tô me metendo numa fria.
-Só uma calcinha. Mas nem tente enrolar com qualquer calcinha, que a gente vai tá olhando tu entrar na casa, tá sabendo? – o sujeito falou cínico.
-Pra quando é o “serviço”? – perguntei, guardando o endereço da garota no bolso da jaqueta.
-Pra hoje mano, esteja lá as 19:00, sem atrasos! – ele falou e saiu com os outros sem esperar resposta. Caralho, vou invadir a casa de uma garota e pegar uma calcinha! Isso não vai dá o que preste.
Voltei pra casa contrariado. Fiquei batendo perna até dá a hora da “invasão”. Cheguei no endereço da garota e os caras já estavam lá me esperando.
-Seguinte mano, tu tem que entrar pela janela, aproveita que ela deve ta jantando. – um deles falou. Os outros não paravam de rir.
-Ela mora sozinha? – perguntei, tentando recolher o máximo de informações possíveis.
-Sozinha? – eles se entreolharam e gargalharam ainda mais.
-Não queira conhecer o irmão dela! – ele respondeu ainda rindo. Puta que pariu, imagina se bato com alguém da família, ou pior, com o irmão dela!
-Mano, o tempo tá passando, anda logo. – o sujeito falou.
Olhei para os lados verificando o perímetro e, por sorte, não havia ninguém. Fui circundando a casa e olhando pelas janelas. As luzes de baixo estavam acesas. Olhei pra janela da garota e as luzes estavam apagadas. Ok, era agora.
Escalei pelas vigas da casa até alcançar a janela dela. O suor escorrendo no rosto e as pernas bambeando. Cara, se o irmão dela me pega, eu to fudido!
Por sorte a janela estava aberta, olhei pra dentro e estava vazio. Adentrei com cautela. Não conseguia enxergar nada, andei e bati em alguma coisa, caindo de joelho no chão. Cacete, essa doeu!
Fui engatinhando (ridículo) e tateando o chão. Porra, não vou achar nada nesse escuro. Acho que se eu acender a luz rapidinho ninguém vai notar, né?
Fui andando até onde eu achava que estava a porta e levantei. Tateei a parede atrás do interruptor e acendi.
Olhei em volta e vi uma porta que supostamente seria um closed. Abri e vi que estava certo. Fui abrindo as gavetas com pressa e ouvi um ruído de porta abrindo. Ok, me fudi! E agora?
-? Tu ta em casa ainda? – uma voz masculina.
Corri pra debaixo dos cabides cheios de roupas e me escondi.
-? – a voz chamou de novo.
Que não seja o irmão, que não seja o irmão... Pai nosso que estais no céu.....(comecei a rezar).
Ouvi passos entrando no closed. Ave Maria cheia de graça....
-? – enxerguei os sapatos do sujeito bem na minha frente.
Que ele não me veja, que ele não me veja... Santo anjo do senhor....Estava ficando sem orações, não sabia mais a quem pedir socorro.
O sujeito ficou parado alguns instantes e saiu a passos largos. Cara, se ele não saísse logo eu ia morrer de parada respiratória. Esperei uns minutos e saí com cuidado. E agora? Corro ou pego a porcaria da calcinha? Já que tô na merda, por que não se sujar?
Revirei as gavetas até achar uma repleta de calcinhas de todas as cores e tamanhos. Avistei uma com o nome “” , peguei e botei no bolso.
Quando botei a cara pra fora do closed senti uma pancada na cabeça e depois não vi mais nada.
Emmet’s Pov
Porra, não tive nada de interessante pra fazer no domingo, mó sem graça. As garotas saíram e eu fiquei sozinho. Fiquei na mesma paradeira o resto do dia, assistindo e comendo porcaria.
Na segunda segui minha rotina casa – trabalho – casa. É, eu administro os negócios da família, sou importante, tá? Eita, to falando como gay de novo.
Voltei no horário de costume, às 18:30h. Meus saíram pra jantar fora e a saiu (de novo) com as amigas. Fiquei sozinho (de novo), cara, to me tornando um típico solitário. Ô vidinha sem emoção...
Apaguei as luzes do andar de cima e desci pra assistir merda na TV. Ouvi um movimento no andar de cima e subi pra verificar. Estranhamente, encontrei a luz do quarto de acesa.
Abri a porta com cautela e observei ao redor. Nada. Será que voltou pra pegar alguma coisa e eu não vi?
-? Tu ta em casa ainda? – perguntei, mesmo sabendo que era quase impossível ela ter passado por mim e eu não ter notado.
-? – insisti e nada.
Andei lentamente pra dentro do closed. Olhei em volta e nada.
-? – mais uma tentativa e constatei que não havia ninguém. Dei meia volta e, quando ia saindo, reparei em um par de sapatos masculinos escapando por debaixo das roupas de . Estranho? Magina...
Olhei mais um pouco pra constatar que era um filho da puta escondido. Pude jurar que ouvi uns sussurros tremidos como “Santo anjo do Senhor”. Ridículo. O ladrão safado invade a casa dos outros e ainda se esconde se cagando de medo? Ah, mas ele vai ver só o que é bom pra tosse!
Andei a passos largos pro meu quarto. O meu taco de basebol estava guardado aqui em algum lugar...
Voltei rápido e me posicionei ao lado da porta do closed. Ainda pude ouvir os sons de gavetas sendo abertas. Ah, esse filho da mãe não sai daqui vivo!
Quando ele botou a cabeça pra fora... Foi uma só, uma paulada na cabeça e o miserável tombou.
O sujeito até que era “boa pinta” (lá vai eu falando gay de novo). Peguei o corpo e arrastei pro pé da cama. Corri no meu quarto e peguei uma corda. Amarrei o ladrão safado.
E agora? Chamo a policia ou dou mais umas pauladas nele? Ah, já sei! Vou ver o que ele tava levando. Fucei os bolsos e achei uma calcinha da e a carteira dele. Na carteira não tinha nada suspeito, apenas dinheiro, documentos e cartões de credito. Cara, que estranho, porque ele iria querer roubar só uma calcinha da ? Vai entender né, cada doido com sua mania...
Decidi esperar o maluco acordar. Coitado, ficou com um galo imenso na cabeça. Bem pouco!
Quando percebi que ele tava acordando, posicionei-me na sua frente, segurando o taco no ombro, fazendo cara de brabo. Ele me olhou e ficou tão pálido que tive que prender a vontade de rir.
-E-u... Po-sso... Explicar... - ele gaguejou todo se tremendo. Cara, isso merece um vídeo no youtube.
-Mano, se tu ainda presa o que tem entre as pernas, é bom que tenha mesmo uma explicação. – o maluco estremeceu, e se eu fizesse mais pressão ele ia se mijar nas calças. Cômico.
-Não é o que você tá pensando! – ele falou amedrontado.
-Não? E o que é então? Tu entra na casa dos outros pra roubar a calcinha da minha irmãzinha e não é o que eu tô pensando? – fiz cara de mal. Tava adorando isso, pelo menos uma coisa aconteceu pra agitar minha vidinha sem graça.
-Eu não queria roubar, fui obrigado, cara, foi a porcaria de um trote! – ele cuspiu as palavras num jato só.
-Trote? E o que eu tenho a ver com isso? Brother, tu vai morrer! – Há Há Há, não resisti, agora é a hora que ele se mija nas calças.
-Não! Pera aí mano, peloamordedeus! – ele suplicou quase chorando de medo e dessa vez eu não agüentei, caí no chão gargalhando. Cara, se eu tivesse uma câmera aqui...
-Mano tu tem muita sorte, sabia? Tenho certeza que se fosse meu pai tu tava no xadrez. – falei ainda gargalhando.
-Velho, na moral, me deixa ir embora, eu juro que não piso mais os pés aqui... - ele suplicou e eu ri ainda mais. Ô medo da peste.
Levantei e desamarrei o Mané.
-Cara, pensa bem antes de aceitar esses trotes, tu pode se dar mal maluco. – falei enquanto ele tentava se levantar, as pernas ainda tremendo.
-Falar é fácil... - ele resmungou.
-Emmet Swan – estendi as mãos para cumprimentar o medroso.
-Edward Cullen.- Ele sorriu sem graça.
- Vem, acho que você precisa beber uma cerveja, tá quase morrendo de tão branco... - chamei e fui saindo pelo quarto – Ah, e pode levar a calcinha dela, ela não vai sentir falta... – completei e desci as escadas.
-Tem certeza? – ele perguntou no meu encalço.
-Relaxa man, depois de tanto trabalho, sair de mãos abanando é foda. – falei e fui em direção à cozinha. Peguei umas cervejas na geladeira e joguei uma pra ele.
Por incrível que pareça, ficamos jogando conversa fora até tarde da noite. O cara é gente fina, colega de sala da , há há, deixa só ela descobrir a parada da calcinha...
Mike’s Pov
Chegou mais um mané transferido pra minha turma. Juntei logo a galera do mal pra bolar um trote pro calouro. Eu aproveitei a chance e sugeri que o Mané roubasse a calcinha da . Era o mínimo que ela poderia fazer por não ter me dado aquela buceta gostosa.
Pegamos o cara quando ele ia pra moto. Lá ditamos as regras e o otário comeu a pressão no mole. Ele chegou no horário marcado e até demos uma dica pra ele subir pela janela dela.
Ficamos esperando o calouro e nada. Quase uma hora esperando e o mané não saiu da casa.
-Rapaz... Acho que pegaram ele de jeito. – Tyler falou gargalhando.
-É, vamos dar o fora daqui, deixa o babaca se fuder sozinho. – falei. E em seguida entramos no carro do Tyler. Eu é que não ia ficar ali pra apanhar do Emmet.
Jasper’s Pov
Hoje fui pra faculdade praticamente arrastado. Minhas férias estavam tão boas. Até a companhia da Alice estava interessante. Na verdade, eu não conseguia ficar perto daquela garota por mais de duas horas, ela é muito chata. A única coisa que ela tem de bom é o que ela tem melhor pra dar, se é que vocês me entendem...
As aulas foram exatamente como eu esperava. Chatas. Mas uma coisa interessante ocorreu hoje e me deixou... Como é que eu posso dizer...Curioso.
Eu estava andando pelo corredor em direção à minha próxima aula e notei que duas garotas estavam rindo baixando e olhando fixamente em outra direção. Olhei pra ver o motivo da graça e não vi nada estranho. Havia apenas uma garota, , da minha sala, que estava parada olhando um mural de avisos.
Olhei de novo para as garotas e elas ainda riam, olhei mais atentamente para , de cima a baixo, mas acabei parando no traseiro, oh man, que traseiro! Fazia muito tempo que não via um traseiro tão... Foco, Jasper, não foi por isso que você parou no traseiro, man!
Bom, voltando ao que eu estava dizendo, no lindo traseiro dela havia uma pequena e sutil manchinha, mas tão sutil que só dava pra notar se você olhasse tão atentamente como eu tava olhando. Céus, se alguém me vir olhando assim pra ela... Se Alice visse... Mas tá, quem liga pra Alice?
Resolvi intervir. Pelo lugar inapropriado e distante do seu campo de visão, é óbvio que a garota nunca ia ver a manchinha. Encostei do ladinho dela e a fitei antes de começar a falar, mas perdi o fio da meada quando vi aquele decote, oh man, e que decote! Foco, Jasper!
-Hum, hum...?- limpei a garganta. Ela parecia distraída – ? – tentei de novo.
-Hã? – ela deu um pulinho engraçado saindo do transe.
-Acho que você encostou em algum lugar sujo, tem uma manchinha na sua calça. – falei tranqüilo. Ela me olhou meio desnorteada depois abriu a boca em um “O”. Virou a cabeça pra trás tentando fitar o próprio traseiro, inutilmente.
-Onde? Não consigo ver... - ela resmungou tranqüila, virando a cabeça de um lado a outro.
-Acho que daí você não vai conseguir ver... Tá bem embaixo, sabe... - sorri de leve e ela só abriu a boca em “O”.
-E como tá? Tá muito grande? Tá feio? Tá dando pra ver muito? Olha ai pra mim... - Acredita que ela virou o traseiro pra mim? Definitivamente essa garota não é normal.
Primeiro que nenhuma garota em sã consciência sai por ai arrebitando a bunda e dizendo “olha ai” , segundo: ela tá com uma mancha na roupa, se fosse qualquer outra garota sairia gritando descabelada “ai meus Deus, tenho que trocar de roupa.” ou “ai meu Deus, e agora?” ou “ai meu Deus, preciso de calças novas.”, e ela não, ela simplesmente olhou pra mim e fez “O”, como se fosse a coisa mais banal do mundo, nenhuma garota faz isso.
De duas uma: ou ela é muito inocente ou é muito desligada. Prefiro a segunda opção, porque com um decote desse tamanho, inocente é que não é...
-Tá bem, pequena... Se você quiser eu te empresto minha jaqueta pra cobrir. – não custa nada ajudar, né? Ela ficou olhando pro nada como se tivesse digerindo a informação.
-AH, JÁ SEI! – ela gritou e eu me assustei.
-Que foi? – perguntei confuso.
-Minha menstruação desceu! – ela falou sorridente, como se aquilo fosse maravilhoso. Não disse que ela não é normal? Que garota sai por ai dizendo “minha menstruação desceu”? NENHUMA! Ela é louca, só pode! E eu sou claramente um homem, isso não está obvio? Como ela vira a bunda pra mim e ainda diz que tá menstruada?
-, tu tá bem? – instintivamente coloquei minha mão sobre sua testa verificando a temperatura.
-Hã? E por que não estaria? Menstruação não é doença Jasper... É aquela coisa que toda mulher tem todo mês e que sai sangue, sabe... - MEUS DEUS! Ela tá querendo me explicar o que é menstruação? A menina é sem noção!
-, você estará ocupada depois da aula? – perguntei antes que ela começasse a me dar aulas de anatomia também.
-Hã? – ela perguntou confusa. Cara, essa é a garota mais desligada que já vi. E, quer saber? Eu esout adorando isso, ela é tão... Diferente.
-Ocupada, sabe... Aquela coisa que acontece quando você tem alguma coisa pra fazer... - tentei explicar e novamente ela fez “O”. Louca!
-Ah sim... Quero dizer, NÃO! Não tô ocupada. – ela quase gritou no não e foi até cômico. – por quê? – ela perguntou.
-Você vai sair comigo, vou te mostrar um lugar maneiro. – não foi um pedido, com garotas “aluadas” tem que ser na base da ordem mesmo. E como eu já esperava, ela fez “O”. Cara, ela fazendo essa boquinha em “O” tá poluindo meu juízo de coisas impróprias, imagino ela fazendo “O” no meu... Foco, Jasper!
-Depois da aula? – ela respondeu calma. Calma até demais pro meu gosto. Ela poderia pelo menos ter feito uma carinha mais empolgada?
-É! Depois da aula. – falei autoritário e dei as costas. Comigo é assim, ela tem que beijar os meus pés, me chamar de gostoso e dizer “me joga na parede e me chama de lagartixa”.
-Jasper! – ela me puxou pela jaqueta. Ah agora ela vai dizer “não vejo a hora de te ver no final da aula”. Virei em câmera lenta e a fitei nos olhos. É agora...
-A jaqueta... - ela falou. Porra! essa garota é foda viu, nunca diz o que eu quero ouvir!
-O que tem a jaqueta, ? – perguntei ríspido, ela já tava me tirando do sério! Será que é tão difícil admitir que eu sou lindo e gostoso? Ou então pelo menos agradecer pelo aviso da porcaria da mancha?
-Você me ofereceu a jaqueta, lembra? – ela falou sorridente. Pelo menos ela tem um sorriso de tirar o fôlego... E uma bunda... E um par de peitos.... Foco, Jasper!
-Ah... A jaqueta... Tá, pega... - tirei a jaqueta e entreguei. Ela pegou e saiu andando pra sala. Nem agradeceu.
Carlisle Pov
Ok, eu não queria admitir isso, mas eu sonhei com ela. Não dormi quase nada pensando nela, e quando dormi, ainda sonhei com ela! Deve ser a abstinência sexual, afinal, faz quanto tempo mesmo desde a última vez que eu fiz? Nem me lembro mais.
O que ela tinha de tão especial pra poluir meus pensamentos? Deixa eu ver...
Aqueles cabelos pretos, lisos e compridos... Aquela bochecha rosada e aquela boca carnuda.... Ai, ai, definitivamente eu tô fudido. Numa seca do cão e pensando numa mulher maluca que só vi uma vez na vida.
Se pelo menos ela tivesse sido gentil ou atenciosa... Se pelo menos ela fosse normal... Chega, Carlisle Cullen! Já amanheceu, idiota, e você aqui pensando nela!
Hora de trabalhar, Carlisle. Tra-ba-lhar!
Segunda-feira e tudo percorria como de costume. Às 18:30h, quando me arrumava pra voltar pra casa, uma enfermeira bate na porta de minha sala.
-Entre. – pedi e ela o fez.
-Doutor, temos um pequeno problema no setor de ginecologia. A médica que estava atendendo teve uma urgência com outra paciente que entrou em trabalho de parto.
-E? – perguntei já impaciente.
-E não conseguimos achar outro doutor pra substituí-la, no momento tem uma paciente que esperou a tarde toda pra ser atendida... Você é o único médico que está livre...
-Não sou ginecologista e não estou livre! – resmunguei.
-Se não for possível tudo bem, vou dispensar a garota...
-Só falta uma paciente? – perguntei entediado.
-Só uma, doutor... - ela falou tranqüila.
-Tudo bem, do que se trata a consulta? – perguntei enquanto andávamos para o andar de ginecologia.
-Só preventivo de rotina. – ela respondeu.
-Ok, qual a sala?
-Sala 03, doutor.
Entrei na sala e a paciente já estava posicionada para o exame. Graças a Deus, porque a parte de orientar a paciente a tirar as roupas e abrir as pernas é a pior de todas. Elas ficam morrendo de vergonha; coisa é quando a gente enfia o equipamento do exame... É um tal de “ai ta doendo” , é irritante. Um exame tão bobo e ficam agindo como se a gente fosse um bando de tarado que vai estuprá-las a qualquer momento. Ridículo.
Peguei a fixa da garota e olhei com cuidado: 28 anos, solteira, virgem. Tudo normal aparentemente. PERA AÍ! 28 anos e VIRGEM? MEU DEUS! Isso não existe! Não acredito que vou examinar a única garota do mundo que tem 28 anos e ainda é virgem!
Carlisle Cullen! Onde foi que você deixou o seu profissionalismo? O que importa se a garota é virgem? Isso é problema dela e você é médico a exatamente 14 anos!
Finalizei a análise olhando o nome da paciente: Fox.
Fox... Eu já vi esse sobrenome em algum lugar... Só não me lembro onde...
’s Pov
AH! É uma droga ter que acordar cedo quando não se dormiu nada! Pois é, meu pai bebeu de novo e me deu um trabalho danado a noite toda. E agora estou aqui, levantando apulso pra ir à faculdade. Pelo menos esse era o meu último semestre no curso de medicina.
Fui para faculdade e tudo ocorreu do mesmo jeito de sempre. Voltei pra casa doida pra tirar uma soneca, mas me lembrei que tinha uma consulta marcada para as 14:00h.
Eu seria atendida no hospital St. Louis, encaminhei-me pra lá, mas com o sono que eu tava, era bem capaz de eu dormir em pé antes de chegar.
Acho que hoje eu acordei com o pé esquerdo, porque já eram 16:00h e nada de eu ser atendida... 18:00h e nada. Fala sério! Eu to pagando essa zorra e me fazem esperar a tarde toda! Vou espera só mais meia hora!
- Fox. – uma moça chamou. Levantei já estressada e me encaminhei para a sala.
-Olá , tudo bem com você? – Dra. Heloísa me cumprimentou sorridente. Eu bem que poderia quebrar um daqueles dentes por me fazer esperar tanto... Mas como ela é minha médica desde que me entendendo por gente, vou deixar essa passar...
-Ah, oi... Tudo bem, sim... Eu acho... - murmurei e sentei na cadeira à sua frente.
-Desculpe por ter esperado tanto, mas parece que hoje todas as gestantes resolveram aparecer com problemas, e você sabe que gestante sempre passa na frente... - ela se desculpou, mas não parecia se importar nenhum pouco... Bom, acho que se eu quebrar um ou dois dentes dela não vai ter problema, né?
-Não... Tudo bem... Eu entendo. - por fora eu entendo, mas por dentro... Melhor não comentar.
-E então? Só preventivo de rotina, certo? – Ela me perguntou calma. Calma demais pro meu gosto, eu aqui com pressa e ela toda lerda.
-Isso... Só rotina. - respondi um tanto impaciente.
-Ok... Vamos checar a sua fixa. Ainda continua virgem, meu bem? – ela perguntou com malícia. OK, tô mudando de idéia, acho que vou quebrar quatro dentes dela! Putz, porque todo mundo acha graça por eu ser virgem? Qual o problema nisso? Só porque tenho 28 anos? Tá, eu sei que é estranho, mas o que eu posso fazer se sou do tipo que espera o homem certo? O único problema é que eu não o achei ainda! Um dia eu acho esse idiota que tá me fazendo esperar... Talvez eu arranque uns dentes dele também.
-Oh... Sim, continuo. - sorri amarelo e sem graça, claro.
-... Você é tão jovem e bonita, deveria aproveitar as coisas boas da juventude meu bem, sexo é saudável, sabe. - Eu sabia! Ela sempre me dá essas liçõezinhas, não sei porquê até hoje não mudei de médica, mulherzinha enxerida.
-Oh... É, eu sei... Podemos fazer o exame? – fugi do assunto, claro que não vou ficar discutindo minha vida particular, tenho mais o que fazer.
-Claro, meu bem... Troque-se naquele banheiro e se sente na mesinha do jeito que você já sabe. – ela me indicou com o dedo indicador, e, enquanto eu ia ao banheiro, o telefone dela tocou. Quando é que esse povo vai aprender que não se atende celular em horário de trabalho? Se ela me deixar esperando muito tempo com as pernas abertas... Quebro 6 dentes dela!
Vesti aquele roupão transparente e fui andando pra mesinha. A doutora não estava mais na sala, provavelmente foi atender o celular lá fora. Deitei-me naquela maldita posição esquisita, perna direita no leste, perna esquerda no oeste, tuuuudo aberto... E lá fiquei esperando a futura “Dra sem dentes”. 5 min. 10 min. 15 min... Quantos dentes a gente tem mesmo? Acho que vou arrancar todos os dentes dela!
Estava olhando pro teto, completamente estressada e entediada, quando a porta do consultório se abriu. ALELUIA! A “sem dentes” voltou, pelo menos eu acho, porque tava com tanta raiva que preferi ficar olhando pro teto. Ouvi os passos em direção à mesa do consultório e um tempo se passou. Resolvi quebrar o gelo.
-Dra., dentaduras custam muito caro? – perguntei entediada. Eu tinha que saber o preço da dentadura, iria dar de presente depois que arrancasse os dentes dela...
-Hã?! – ele perguntou assustado. PERA AÍ! PARA TUDO! ELE? – virei a cabeça quase que em câmera lenta, fitei aquele ser vestindo um jaleco branco e segurando minha fixa nas mãos. MORRI!
-Você... Doutora... Foi... Telefone... Cadê... Aqui...? – ah! Porcaria, embolei tudo, eu sempre faço isso quando tô nervosa. Minhas pernas estavam tremelicando, meu queixo caído, minhas mãos suando e eu deveria estar vermelha feito pimentão.
-Desculpe, senhorita Fox, não entendi uma palavra do que disse... - ele murmurou depois de um tempo me fitando. Ele parecia meio... Aéreo...
Engoli em seco. Vejam só a minha situação: literalmente nua, deitada toda aberta numa mesa e ele parado à minha frente, olhando-me com cara de paisagem. Alguém pode me explicar o que um HOMEM faz no consultório ginecológico, quando deveria ser uma MULHER à me atender?
NÃO! NINGUÉM PODE EXPLICAR PORQUE ISSO É UM ABSURDO! EU – VOU – ARRANCAR – OS – MEUS - DENTES! EU – VOU – ARRANCAR – OS – DENTES – DE – TODO - MUNDO!br>
-Senhorita Fox? – ele ainda esperava uma resposta, mas eu estava incapacitada de responder, tinha um nó na minha garganta e provavelmente esse nó era o meu próprio coração. – Senhorita Fox, você está se sentindo mal? – ele perguntou. Magina... Por que estaria? Ele começou a andar em minha direção e era esse o momento em que eu deveria sair correndo, certo?
-NÃO! – gritei embargada. Ele se assustou e parou. – Onde ela está? – perguntei exasperada.
-Ela quem? – ele perguntou desnorteado. Fala sério, que médico lerdo!
-A Doutora! Ela estava aqui agorinha! E o que você faz aqui? – perguntei, a voz tremida de nervoso.
-Uma paciente dela entrou em trabalho de parto e ela teve que sair. E eu estou aqui para substituí-la.
-O QUE?! – OH, Céus! Joguei pedra na cruz? Como posso ser tão azarada? Esperar a porra do dia todo pra ser atendida por um homem, um lindo homem! SOCORRO!
-Senhorita, se você se sente mal com isso, remarque sua consulta, está bem? Mas espero que entenda que eu tenho 14 anos de profissão e não há nada em você que eu já não tenha visto, e eu não sou nenhum maluco de tentar alguma sandice com você... - ele falou, um pouco ofendido, e eu fiquei envergonhada... Coitado, ele nem tem culpa de nada, deve ter caído aqui de pára-quedas... E eu aqui agindo como uma criança idiota!
-Não... Sim... Quero dizer...Não precisa remarcar... - murmurei, explodindo de vergonha. MEU DEUS! VOU SER EXAMINADA POR ELE!
-Tudo bem, então... Será rápido, visto que você é... Bem... Virgem... - ele tossiu de leve e posso jurar que ele deu um sorrisinho torto. É hoje que deixo todo mundo desdentado!
-Vou começar pelos seios, tudo bem? Só vou checar se tem algum nódulo... - ele encostou do meu lado e, oh céus, é hoje que morro de ataque cardíaco... ELE – VAI – PEGAR – NOS – MEUS –SEIOS!
-Ok... – respondi num fio de voz. Será que dava pra ouvir minhas pernas tremendo? Eu acho que tô ouvindo...
Ele afastou o roupão e fez o procedimento padrão do toque nos seios. Eu estava prestes a ter um colapso nervoso, vocês têm que entender que NENHUM homem NUNCA tocou os meios seios!
Terminado o toque ele andou em direção aos meus pés.
-Vou passar um antisséptico, pode arder um pouco... – O QUE?! OH SENHOR! ELE VAI MEXER “LÁ”
E antes que eu pudesse falar alguma coisa ele estava “lá”, passando um algodão molhado. E logo em seguida começou a mexer pra lá e pra cá.
-Hi hi hi – deixei escapar uma risadinha. Não sei se era de desespero ou se era das cócegas.
-Machucou? Desculpe, só estou verificando a parte externa... - ele murmurou e eu dei uma gargalhada. Já ouviram falar que rir demais é desespero? Pois é, eu estava desesperada. Tinha um homem me cutucando no lugar mais impróprio possível e tudo o que eu consegui fazer foi gargalhar, mas isso não foi o pior. O pior foi que eu estava chorando também, as lágrimas despencaram sem que eu percebesse.
-, você está bem? – ele olhou pra mim assustado e eu não consegui responder, os soluços passaram por cima. – ? – ele insistiu e eu fitei aqueles olhos lindos, fiquei presa naquele olhar por uns instantes pra depois conseguir formular uma frase coerente.
-Es-tou... Bem... Ardeu um pouco... Foi isso... - gaguejei e ele me olhou desconfiado.
-Já estou acabando... - ele sentou na cadeira de frente pra minha genitália, fez mais algumas coisas típicas do exame. E eu? Oh eu já estava quase morta...
Depois de um tempo ele levantou.
-Pronto, pode ir se trocar. – ele falou tranqüilo. Eu levantei quase que num pulo e apertei o roupão no corpo, como se isso fosse esconder alguma coisa, como se ele já não tivesse me visto completamente nua.
Troquei-me o mais rápido que pude. Definitivamente eu precisava sair daqui. Não ficaria nem mais um minuto. Oh, nunca mais eu volto nesse hospital, mas nem que me paguem! Saí apressada e, quando eu pegava a minha bolsa na cadeira, ele falou.
-O resultado fica pronto em uma semana.
-Obrigada. – falei rápido e nem olhei pra trás, abri a porta e saí batendo com mais força que o necessário.
’s Pov
Levantei num pulo e, como sempre, embolei-me nas cobertas e caí de cara no chão. Meu nariz doeu pra porra, mas quem liga? O importante é que hoje é segunda-feira e estou indo ver o meu amor-platônico!
Como eu disse antes, eu sou a única mulher de minha turma e, portanto, eu tinha absoluta certeza que pelo menos meu nome ele sabia. Isso era um grande avanço, não?
As aulas foram exatamente como eu esperava. Maravilhosas. E sabe por quê? Porque eu estava sentada num canto da sala que me dava o ângulo perfeito pra olhar aquela beleza sobrenatural. Lindo!
Mas isso não foi o melhor. O melhor foi quando eu estava distraída tentando ler um aviso que estava em japonês. Eu tenho a impressão de que iria ficar aqui o dia todo e não vou conseguir ler nem a primeira linha. E quem liga? Será que Jasper sabe Japonês? Eu poderia pedir ajuda.
Mas como eu ia dizendo, do nada surge um “Deus” do meu ladinho. Preciso dizer que senti a presença dele antes mesmo que ele falasse? Ah, ele tem um perfume inconfundível...
Querem saber o melhor de tudo? Tenho absoluta certeza de que ele olhou pro meu decote. Taradinho! Adoro! Pode olhar, meu filho, pode pegar também! Mas vai ter que me dar alguma coisa em troca, claro. Olho por olho, dente por dente, não sou besta, né!
-Hum, hum... ?- ele limpou a garganta. Fingi estar distraída. Jasper é do tipo que gosta de atenção, sabe, então se eu fizer o contrário ele vai me notar, saca? Estratégia! – ? – tentou de novo e eu quase ri, mas segurei, tinha que manter o teatrinho.
-Hã? – dei um pulinho fingido e ele franziu o cenho.
-Acho que você encostou em algum lugar sujo, tem uma manchinha na sua calça. – ele falou tranqüilo. PERA AÍ! MANCHA?!! MERDA! Putz e agora? Ir em casa trocar de roupa estava fora dos meus planos... Olhei pra ele meio perdida, eu não poderia sair gritando feito doida, né? Isso é o tipo de coisa que a Alice faz, e eu não vou agir como aquela mocréia. Não falei nada, apenas abri a boca de leve e me virei pra procurar a maldita mancha. Porra, não to vendo nada! Ele ta me zoando?!
-Onde? Não consigo ver... - resmunguei tranqüila, virando a cabeça de um lado a outro.
-Acho que daí você não vai conseguir ver... Tá bem embaixo, sabe... - embaixo? Ele quis dizer na minha bunda? PERA AÍ! ELE TAVA OLHANDO PRA MINHA BUNDA? Há há, sabia que não sou de se jogar fora... -E como tá? Tá muito grande? Tá feio? Tá dando pra ver muito? Olha ai pra mim... - Empinei a bunda me fazendo de inocente e senti seus olhos me olhando espantado. Não pensei que fazê-lo me notar seria tão fácil. Ele tá no papo!
-Tá bem pequena... Se você quiser eu te empresto minha jaqueta pra cobrir. – Opa! Ele quer me emprestar a jaqueta? Mas se é só uma manchinha... Êpa! PARA TUDO! Manchinha na bunda... Ah, droga minha menstruação desceu, cacete!
-AH, JÁ SEI! – gritei e ele se assustou.
-Que foi? – perguntou confuso.
-Minha menstruação desceu! – falei sorridente, afinal, a menstruação veio em ótima hora, ela está sendo a causa maravilhosa por eu estar nesse exato momento conversando com meu Deus grego.
-, tu tá bem? – ele colocou a sua mão sobre minha testa e eu, pra variar, não entendi bulhufas.
-Hã? E por que não estaria? Menstruação não é doença, Jasper... É aquela coisa que toda mulher tem todo mês e que sai sangue, sabe... - Fala sério, não acredito que ele não sabe o que é menstruação.
-, você estará ocupada depois da aula? – ele me cortou e ignorou minhas explicações científicas, eu quase fiquei ofendida, quase. O que foi que ele perguntou mesmo?
-Hã? – perguntei confusa. Acho que perdi o fio da meada.
-Ocupada, sabe... Aquela coisa que acontece quando você tem alguma coisa pra fazer... - ele explicou como se eu fosse uma retardada, e não tiro a razão dele, porque eu sou uma retardada por não ter ouvido uma pergunta tão simples.
-Ah, sim... Quero dizer, NÃO! Não tô ocupada. – Quase gritei ao perceber onde essa história ia chegar. Caraca! Se ele me chamar pra sair eu juro que morro! – por quê? – perguntei curiosa.
-Você vai sair comigo, vou te mostrar um lugar maneiro. – WOW ele tá mandando em mim? AMEI! Adoro caras com pose de durão! É por isso que adoro esse homem! Ele é tão... Tão... Tesudo!
-Depois da aula? – respondi calma. Óbvio que não vou mostrar a empolgação me queimando, né? Isso é coisa pra Alice, pra mim não, tenho que fazê-lo sentir a diferença, saca?
-É! Depois da aula. – Ele falou autoritário e me deu as costas. Deu vontade de gritar: GOSTOSO! Mas me contive e apenas o chamei.
-Jasper! – o puxei pela jaqueta. - A jaqueta... - falei com um sorriso amarelo. Ele franziu o cenho, decepcionado? Magina...
-O que tem a jaqueta, ? – perguntou ríspido. Ui! O que ele queria que eu dissesse? Que ele é lindo, maravilhoso e gostoso?
-Você me ofereceu a jaqueta, lembra? – falei sorridente. Imagina se eu iria perder a chance de ficar com a jaqueta dele! Essa aqui não devolvo tão cedo. Talvez eu nunca devolva, nem a jaqueta pro Jasper, nem o Jasper pra Alice! Há Há! É MEU! É TUDO MEU!
-Ah...a jaqueta...tá pega...- ele tirou a jaqueta e me entregou. Peguei e sai andando pra sala. Nem agradeci claro, isso é coisa pra Alice. XD
Pov
Depois do meu trágico domingo. Não tão trágico assim né, afinal eu fiquei tão pertinho dele....Uh! ai ai!
Mas voltando a realidade, voltei às aulas ontem. Faço enfermagem na faculdade de Harvard. Nada diferente do habitual aconteceu. Só a noite que sai com as meninas, pegamos um cineminha básico.
Hoje era terça-feira e tudo ocorrera da mesma forma. Até encontrei com a pelos corredores e ela tava pê da vida por que a calcinha que ela ganhou da avó foi roubada. Tadinha, até eu iria ficar chateada.
Mas uma coisa super legal aconteceu. Ganhei uma bolsa pra estagiar no hospital St. Louis. Iria ficar no setor de emergências e teria como orientador um dos renomados médicos de Massachusetts, Carlisle Cullen. Eu estava nas nuvens...
Pov
Nossa eu não me lembrava mais o quão cansativo era fazer medicina em Harvard. Primeiro dia de aula e eu já estava puxando os cabelos fora. Nada que um cineminha com as amigas não resolvesse.
Dito e certo. Assistimos um filme de comédia, e logo eu já estava mais “desestresada”. Voltei pra casa tarde da noite e peguei Emmet babando no sofá. Eca! Ele sempre faz isso ¬¬
Dei de ombros e fui pro meu quarto. O estranho é que a luz estava acesa e havia uma corda amarrada no pé da cama e um taco de basebol jogado no chão. Estranho? Magina...
Desci as escadas e sacolejei o Emmet.
-Emmet! Acorda! – berrei e ele resmungou coisas sem nexo.
-Emmet porra acorda! – dei uns tapas na cara dele e nada. Aff Emmet parece uma pedra dormindo. Acho que só água fria pra resolver.
-Mas ela tão gostosinha...- ele sussurrou ainda dormindo. É, ele fala dormindo. E eu me divirto quando isso acontece,., porque se você perguntar ele responde. E é assim que descubro os podres deles. Malvada? Magina...eu diria “inteligente”
- Quem é gostosinha Emmet? – perguntei prendendo o riso.
-Ela...tem umas pernas...- ele disse babando.
-Ela quem? – insisti.
-... –HÃ?!! – amiga da – ele completou, nossa eu já estava pronta pra quebrar o vaso na cara dele.
-A ? – perguntei curiosa. Afinal ele nunca falava de mulheres comigo.
-Não...a outra...- WOW!!! Emmet sonhando com a ?
-Você gosta dela Emmet? – perguntei curiosa.
-Um...ela é boa... - putz devia ter gravado isso no celular...
-O que você quer com ela? – insisti.
-Comer – UAU! – eu quero comer pipoca...- aff ele mudou de assunto ¬¬ eu aqui pensando obscenidades...
É agora ele não me dizer mais nada. Será que até o subconsciente dele sabe que tô xeretando sua vida amorosa? Eu nem ia falar nada pra ...Os detalhes não...
Fui pra cozinha e peguei um copo de água gelada. Estava na hora de acordar o grandão. Joguei a água na cara dele, e a cena seguinte foi cômica. Emmet se debatendo como se tivesse se afogando.
-Acorda Emmet!!! – gritei e ele abriu os olhos arregalados.
-Hã? Hein? Que foi?! – ele perguntou desnorteado. Hilário.
-Que porra é aquela no meu quarto? Tem uma corda e um taco – reclamei com as mãos na cintura.
-Ah...esqueci lá...- ele falou coçando a cabeça.
-Ham...e? – insisti. Aí tem coisa...
-E nada, só esqueci lá...- ele falou fitando os próprios pés. Ah Emmet, conheço todos os seus tics, e olhar pros pés não é bom sinal...
-Pra que diabos você pegou essa corda e esse taco? E porque entrou no meu quarto hein? Desembucha!- retruquei agora cruzando os braços.
-, tu quer mesmo saber o que eu fazia com um taco e uma corda? – ele me olhou com malícia. Eu sabia que aí tinha merda.
-Quero.
-Mas eu não vou dizer! Há Há! – ele falou e saiu correndo escada a cima.
-EMMET SWAN!!! Nem adianta fugir! Se você não me disser eu conto pra mamãe e ai eu quero ver qual vai ser a sua desculpa!
-Hei! Pra mamãe não! – ele voltou fazendo bico.
-Tu levou uma nega pra meu quarto Emmet?! – perguntei batendo o pé no chão. Ele arregalou os olhos e era óbvio que não, ele não sabe mentir.
-NÃO! Tá doida ?! – ele berrou assustado.
-Então o que? – falei já impaciente.
-Entrou um cara no teu quarto...
-Hein?!! Como assim? – perguntei assustada.
-O cara entrou pela tua janela, eu vi e dei uns pau nele saca? Ai prendi ele na tua cama...- olhei pra ele incrédula. E o pior de tudo é que ele não estava mentindo.
-E o que tu fez com ele Emmet? – perguntei temendo que ele tenha feito alguma sandice.
-Nada ué! Deixei ele ir embora...
-Emmet! Porque não chamou a polícia?! – perguntei exasperada.
-O cara é brother, fiquei com pena...- Meu Deus, meu irmão é maluco!!
-Como assim o cara é brother? Tu bateu na cabeça dele ou foi ele que bateu na tua?
-O cara é novo na cidade sabe, ai ele faz faculdade e os caras de lá mandaram ele fazer um trote saca? – Emmet falava como se fosse a coisa mais normal do mundo.
-Trote? E o que isso tem a ver com ele invadir o meu quarto e virar teu “brother”?.
-Ah...ele só tinha que entrar e sair do teu quarto – ele olhou pros pés de novo. Mentindo descaradamente...Olhei pra ele com aquela cara de “ou tu conta a verdade ou tu morre”.
-Tá, ele veio roubar uma calcinha tua...- ele deu de ombros e voltou a subir as escadas.
-O QUE?!!!!! E TU DEIXOU ELE LEVAR NA BOA?! E AINDA CHAMA DE BROTHER?!! – gritei histérica.
-Ah , relaxa é só uma calcinha...e o cara teve tanto trabalho, até rezou o papai do céu pra eu não matar ele, e quase se mijou nas calças, fiquei com pena do coitado...
-Ele rezou papai do céu? – perguntei incrédula.
-Tu precisava ter visto, o cara encolhido no teu closed, os pesinhos pra fora, e ele lá rezando, e depois quando eu prendi ele na cama, ele ficou tão branco que pensei que ia desmaiar, aí eu falei “Brother tu vai morrer” e ele só faltou se mijar de tanto medo que tava. – Emmet falou rápido e gargalhando feito criança. Até eu acabei rindo, imaginei a cena do sujeito medroso. Hilário.
-E depois? – perguntei curiosa.
-Depois ele me contou a parada do trote e eu o soltei. Aí a gente ficou resenhando. Depois ele foi embora. Ah, pede a tua calcinha de volta depois, ele é da tua sala...
-O QUE?!! – Cara nem acredito que um maluco de minha turma veio me roubar!
-Ele veio transferido de Oxford...é gente boa...
-Emmet, gente boa não sai por ai roubando a calcinha dos outros!!! – berrei estressada.
-Fica fria , quando tu conhecer, tu vai mudar de idéia. – ele falou e foi pro quarto.
Ah mas eu já sei de quem se trata. Óbvio! Só havia uma aluno transferido na minha turma, e sim, era Edward Cullen. Aquele que fez as garotas quase pularem no colo dele. Ele que me espere amanhã, porque a cobra vai fumar!
Capítulo 3
*Carlisle Pov*
Quase cai pra trás quando vi quem estava deitada naquela mesa. ELA! O destino só pode tá de brincadeira comigo! Meu Deus, eu já falei como ela é linda? E oh céus, estava vestindo aquele roupão transparente...
Pera aí! O que é que eu estou falando? Foco Carlisle! Isso é um exame, isso é um exame, isso é um exame...Repeti mil vezes a mesma frase na minha cabeça antes de pronunciar qualquer palavra. Ela estava fitando o teto.
-Dra., dentaduras custam muito caro? – ela perguntou com tom entediado. Dra? Ela não sabia que eu faria o exame...Isso vai ser problemático, pra mim e pra ela...
-Hã?! – perguntei um tanto assustado. Ela virou o rosto lentamente e me fitou por uns instantes, e eu me perdi naquela beleza...ela estava completamente vermelha e os olhos arregalados.
-Você...doutora...foi...telefone...cadê...aqui...? – Ela falou um monte de palavras desconexas. Deveria ser um tic nervoso.
-Desculpe senhorita Fox, não entendi uma palavra do que disse...- murmurei ainda me recuperando da letargia. É, ela me deixava assim, completamente fora de sintonia, fora do chão, fora do ar...
Engoli em seco. Vejam só a minha situação: A mulher que habitou e poluiu meus pensamentos e meus sonhos noite passada estava completamente nua, toda aberta numa mesa, e eu estava parado na sua frente, pronto pra examiná-la. E isso não foi o pior. O pior é que “Carlisle Junior” também estava pronto!!!
COMO UM MÉDICO COM 14 ANOS DE PROFISSÃO SE METE NESSA FRIA?! COMO EU VOU ME CONTROLAR SE ESTOU MORRENDO DE VONTADE DE PULAR NAQUELA MESA E FAZER COISAS IMPRÓPRIAS?!!
O segredo é respirar. Respira, inspira, respira, inspira. Depois de alguns instantes agindo como “homem” , voltei a agir como “médico”.
-Senhorita Fox? –perguntei esperando que ela despertasse de seu transe – Senhorita Fox, vocês está se sentindo mal? – perguntei preocupado. A coitada tava com cara de que iria morrer ali mesmo ou sair correndo.
-NÃO! – ela gritou embargada. – Onde ela está?! – perguntou exasperada.
-Ela quem? – perguntei desnorteado.Acho que perdi o fio da meada...
-A Dra!! Ela estava aqui agorinha! E o que você faz aqui?! – ela perguntou com a voz tremida de nervoso.
-Uma paciente dela entrou em trabalho de parto e ela teve que sair. E eu estou aqui para substituí-la.
-O QUE?!! – ela gritou com os olhos arregalados. Sabia que seria problemático...
-Senhorita, se você se sente mal com isso, remarque sua consulta está bem? Mas espero que entenda que eu tenho 14 anos de profissão e não há nada em você que eu já não tenha visto, e eu não sou nenhum maluco de tentar alguma sandice com você...- tentei parecer ofendido e ela me pareceu envergonhada.
-Não...sim...quero dizer...não precisa remarcar...- ela murmurou envergonhada. E eu fiquei um tanto nervoso, afinal, iria examiná-la, se fosse qualquer mulher, não teria problema nenhum, mas cacete! Tinha que ser ela?!
Meu auto-controle estava sendo posto em teste, ai meu Deus, vou acabar perdendo o meu diploma...
-Tudo bem então...será rápido visto que você é...bem...virgem...- tossi de nervoso e não consegui prender um sorriso torto, putz ainda não consigo acreditar que ela é virgem!
-Vou começar pelos seios tudo bem? Só vou checar se tem algum nódulo...- encostei do seu lado, e oh céus é hoje que perco o emprego... EU– VOU– PEGAR – NOS – SEIOS –DELA!!! Foco, foco, foco, foco...exame, exame, exame,exame...é simples, é só seguir o padrão...Fiquei repetindo a mesma frase uma milhão de vezes tentando controlar um instinto animal que se apoderava das minhas mãos.
-ok... – ela respondeu num fio de voz. Coitadinha tava tão nervosa que as pernas estavam trimilicando.
Afastei o roupão e graças a Deus consegui fazer o procedimento padrão do toque nos seios. “Carlisle Junior” se controle!!!
Terminado o toque, andei em direção ao paraíso... Foco, foco, foco, foco...exame, exame, exame,exame...Acho que vou ter um colapso nervoso...
-Vou passar um antisséptico, pode arder um pouco... –Oh Jesus, eu vou pegar “nela”, eu vou mexer “nela”, eu olhar pra “ela”...eu vou morrer! ... Foco, foco, foco, foco...exame, exame, exame,exame...
E antes que ela pudesse falar alguma coisa, prossegui com o exame. Comecei a sentir um gosto de sangue, acho que mordi minha língua...
-Hi hi hi – ela deixou escapar uma risadinha. Não sei se ela estava rindo de desespero ou se estava sentindo cócegas. Perguntar se estava doendo era mais fácil que perguntar se coçava...
-Machucou? Desculpe só estou verificando a parte externa...- murmurei e pra meu espanto ela deu uma gargalhada. É, com certeza ela estava desesperada. Provavelmente ela nunca fora tocada por outro homem. O pior de tudo é que ela começou a chorar. Me partiu o coração, se eu soubesse que seria tão traumático assim não teria feito o exame.
- você está bem? – olhei pra ela preocupado e ela não conseguiu responder – ? – insisti e ela me fitou, fiquei preso aqueles lindos olhos por uns instantes até que ela conseguiu falar.
-Es-tou...bem...ardeu um pouco...foi isso...- ela gaguejou e eu olhei desconfiado.Era óbvio que ela estava chorando de vergonha.
-Já estou acabando...- falei e me sentei na cadeira de frente pra “ela”.
Essa era a hora em que eu perderia o meu diploma. E agora? Que merda minha calça vai explodir!!!! Respira, inspira, respira. Foco, foco, foco, foco...exame, exame, exame,exame... Milagrosamente consegui terminar o maldito exame e me levantei quase num pulo. Não conseguiria ficar ali olhando aquele paraíso...
-Pronto, pode ir se trocar. – falei tentando parecer mais tranqüilo. E fui direto me sentar na mesa do consultório, imagina se ela vir o tamanho de minha ereção?
Ela se trocou rápido demais, não deu tempo nem de eu baixar o “menino”. Ela saiu apressada quase tropeçando nos próprios pés e já ia pegando a bolsa quando eu falei.
-O resultado fica pronto em uma semana.
-Obrigada – falou rápido sem me olhar, abriu a porta e saiu batendo com força.
Ufa! Se eu pegar aquele roupão pra dormir cheirando vai ficar muito ridículo? Ninguém precisa saber né ...
*Edward Pov*
Cara, esse capítulo de minha vida nunca mais vou esquecer. Acho que nunca senti tanto medo de morrer quanto tive hoje. Quando eu vi aquele sujeito duas vezes maior do que eu, parado a centímetros de mim, segurando um taco no ombro e cara de “tu tá fudido”, eu quase me mijo nas calças.
Não sei se foi ironia do destino, mas eu tive muita sorte que o cara era “tranqüilo”. Acabei ganhando um amigo e levando a calcinha. Fiquei curioso a respeito da dona, não me liguei muito nas garotas de minha turma, são quase sempre fúteis, e não é por esse tipo que procuro. Deus queira que ela nunca saiba que roubei sua calcinha...
O dia seguinte foi um tanto...estranho.
Cheguei antes da aula começar. Procurei logo pelos “caras” pra entregar logo a porcaria dessa calcinha cheirosa. É, eu cheirei, não resisti. Logo avistei o cara que me botou naquela “cócó” e andei até ele.
-Hei, pega essa porcaria – joguei a calcinha na cara dele. Ele me olhou incrédulo e em seguida reconheceu o nome de na calcinha.
-Pensei que o Emmet tinha te matado man – ele falou como se isso fosse rotineiro.
-É, não foi dessa vez, talvez na próxima ele consiga...- falei sarcástico, mal ele sabendo que fiquei amigo do grandão.
-Tu bateu no cara?! – ele arregalou os olhos.
-Não precisei...- dei de ombros.
-Ham... a propósito me chamo Mike – ele falou e estendeu as mãos pra cumprimentar.
-Creio que já saiba meu nome – ignorei o aperto de mãos. Até parece que eu iria querer amizade com esse pulha.
-Man tu ainda ta vivo? – o outro sujeito se juntou.
-É aparentemente sim – dei de ombros.
-Meu nome é Tyler – falou me dando um mini-murro nas costas.
-Tá entregue a calcinha agora vou nessa – ia dando as costas quando Mike falou.
-Hei mano esse trote não tá valendo mais, era pra ser entregue ontem e não hoje saca? – ele falou cínico. Oh vontade de quebrar aquele nariz empinado...
-E? – perguntei entediado.
-E tu vai ter que fazer outro – Tyler respondeu prendendo o riso.
-Man qual é? Tu tá me zoando? A porcaria da calcinha tá ai não é? Porque não vão encher o saco de outro calouro? – perguntei irritado.
-Man, se tu não quer fazer o trote então eu acho que deveria ter mais cuidado com aquela Suzuki Hayabusa Foto – ele falou com malícia e eu congelei. Cara ele vão pegar minha moto?!!
-Cara tu tá me ameaçando? – perguntei incrédulo.
-Eu? Que isso...longe disso...- Mike respondeu sorrindo torto. Um murro e ele ficava torto resto da vida.
-Se tocar na minha moto eu sei qual a primeira casa que a polícia vai parar tá sabendo? – apontei o dedo indicador na direção dele.
-Bom, se você prefere pelo caminho mais difícil...o problema é todo seu...- ele deu de ombros, e eu já estava fervilhando de raiva.
-Deixa ele Mike, depois não vem chorar man...- Tyler falou e gargalhou.
Isso é mal, isso é péssimo! E eu pensando que tinha começado bem, tô com duas pragas no meu encalço. E ainda corro o risco de perder ou achar destruída a minha moto de estimação. Quem ver pensa que eu vivo nadando em dinheiro, quando na verdade aquela moto foi um milagre dado pelo meu pai. Milagre este que só aconteceu uma vez e provavelmente não vai acontecer mais. Meu pai não é do tipo que mima filho ou coisa parecida, ele é do tipo que diz “vai ter que ralar pra conseguir”.
Fui pra sala espumando de raiva. Chegando lá, sentei na primeira cadeira que vi, joguei meu material sobre a mesa de qualquer jeito. Senti um perfume familiar e me virei na cadeira pra olhar quem estava ao meu lado.
Tinha uma garota de lindos cabelos castanhos e um par de olhos também castanhos me fitando. Seria bastante normal encontrar uma garota me olhando, se não fosse o fato de que essa estava me assassinando com os olhos.
Juro que com aquele olhar assassino eu tive vontade de sair correndo e chamando “mamãe socorro”. E de quebra, parar no banheiro e rezar o papai do céu pra espantar o mal olhado.
Sabe o que é pior? Ela ficava me olhando a aula toda, torcia a boca diversas vezes, e perdi a conta de quantos lápis ela quebrou apertando na cadeira. Ai Jisus! Tenho uma péssima impressão sobre o que vai acontecer quando essa aula acabar...
Ok, só falta 1 min pra acabar a aula, se eu sair de fininho...
-Edward Cullen!!! – Ops! Ela sabe o meu nome! Preferia que não soubesse, vai que ela faz uma macumba com meu nome? Ou um boneco de vodoo?
-Oi? – respondi com a cara mais amarela que eu tinha.
-Faça o favor de me acompanhar – Ok, eu vou ou eu corro? Vai que ela é uma serial killer? Eu vou! Se ela me matar, eu volto pra puxar o pé dela de noite.
Ela andou pra fora sala e parou num lugar meio deserto do campus. Cacete ela vai me matar! Quando finalmente ela parou, eu estanquei atrás esperando ela sacar uma faca ou um serra elétrica. Ela se virou pra mim rapidamente e num estalo...
Plaft! (levei um tapa)
-Ai! Tá doida? Isso doeu!! – reclamei massageando minha bochecha que estava ardendo.
-Esse foi por entrar no meu quarto sem autorização! – ela falou cínica. E só então eu entendi de quem se tratava.
-? – perguntei e sabe qual foi a resposta que ela deu?
Plaft! (outro tapa)
-Puta que pariu! Tu tem uma mão pesada do cão! – resmunguei massageando a outra bochecha.
-E esse foi por ter roubado a minha calcinha! – ela berrou entre dentes.
-Eu posso explic....
Plaft!
AHHH EU VOU DAR NA CARA DELA!
-Esse foi por ter enrolado o meu irmão!
-Hei! Quer parar com isso? Eu não enrolei ninguém não!
-Ah não? Posso saber como levou a minha calcinha então? – ela perguntou incisiva. Cara essa garota é louca!
-Ele me mandou levar, disse que não te faria falta...- tentei argumentar, mas ela torceu o bico e do nada....
Plaft!
-Ai!! Virou festa foi? – reclamei e ela deu de ombros. Se eu batesse em mulher essa tava ferrada...
-Você não me devolveu minha calcinha ainda – ela abriu a mão em minha direção.
-Não tá comigo. isso foi um trote, se alguém tem que apanhar, bata no Mike que ele que fez o trote e ele que está com sua calcinha!
-Mike?! – ela me olhou espantada, revirou os olhos. – ele não é flor que se cheire sabe...ele já te ameaçou de morte? Cuidado hein...- ela falou e eu estremeci. Só me faltava essa, um maluco psicopata no meu pé!!
-Não diretamente...- falei coçando a cabeça e...
Plaft!
-CACETE!!!! Que é que foi agora?!! – berrei já no limite da paciência.
-Você não pediu desculpas ainda....- ela sorriu cínica. Ah miserável...
-Oh Lady , rainha da cocada preta, suplico humildemente as suas desculpas – fiz uma reverência ridícula. Não ia perder a chance de caçoar com a cara dessa louca. Mas quando levantei a cara pra fitá-la...
Boom! (levei um murro)
Dessa vez nem a voz saiu. Tive que xingar internamente porque doeu pra porra. Levei minha mão pra meu queixo dolorido e olhei assustado pra aquela serial killer dos infernos.
-Da próxima vez, pensa bem antes de zoar com a minha cara, OTÁRIO! – cara eu não ouvi isso! Ela me enche de tapas, me soca no queixo e ainda me chama de otário?!!
-Como é que é? – berrei entre dentes enquanto ela me dava as costas e saia andando.
- Cullen na boa, fica na tua que tenho mais o que fazer, se não quiser apanhar de novo me ajude a achar o babaca do Mike – ela falou tranquilamente como se nada tivesse acontecido.
-E porque ajudaria? Tu acabou de me chamar de otário! – resmunguei andando no seu encalço.
-Porque se não ajudar eu dou um jeito do Mike te pegar de jeito – ela falou como se fosse a coisa mais natural do mundo. E o que eu faria? Ajudaria claro! Se eu tou apanhando dessa garota quem dirá da turma do “mal”.
- já lhe ocorreu que ele possa estar a caminho da próxima aula? É o que os alunos costumam fazer sabe...- tentei não parecer irônico, mas não deu certo. Ela me deu aquele olhar assassino e eu me encolhi.
-Sabe que se eu for atrás da calcinha o Mike vai saber que você dedurou ele né...acho que ele não vai gostar de saber disso...- ela falou cínica e eu congelei.É, tou na merda. Vou apanhar feito mala velha agora...
- é só uma calcinha, eu compro outra pra você...- tentei não parecer medroso, sem sucesso, ela olhou pra mim e riu ¬¬
-Isso tudo é medo Cullen? – ela gargalhou. Um dia ainda descubro porque é tão bom rir da desgraça alheia...
-, pára de andar um pouco, vamos conversar – a puxei pelo braço e ela continuou rindo.
-Edward relaxa, você não vai apanhar do Mike, confie em mim...- confiar numa serial killer? Não mesmo...
-...por favor...- pedi, eu sei ridículo, mas o medo falou mais alto. Ela parou de andar, me fitou por uns instantes e sorriu. Wow man, que sorriso!
-Edward fica frio...- ela se virou e voltou a andar. Chegou próxima da sala de aula, onde já se avistava Mike e Tyler conversando. É Edzinho começa a rezar que tu vai morrer!
-...- sussurrei. Minhas mãos já estavam suando frio.
-Edward finge que nem me conhece beleza? E sai do encalço fazendo o favor...- ela sussurrou e já chegávamos perto da sala. Ela parou próxima a Mike e eu entrei, não porque ela mandou, mas porque eu tava com medo.
Sentei próximo a porta na intenção de ouvir a conversa.
-Mikeeeee – ela falou com uma voz dengosa. Ela tá fazendo charme?!
-Hei princesa! – princesa?! Que brega ¬¬
-Uma coisa horrível aconteceu comigo! – ela continuou com sua voz melodiosa. Parecia uma criança pedindo doce pro pai.
-O que aconteceu? – o pulha do Mike falou.
-Fui assaltada acredita? Levaram a calcinha que minha vovozinha me deu de presente...- ele falou manhosa.
-Não brinca?!! Você viu quem foi? A gente pode dar um jei...
-Não vi, não tava em casa...se você souber de alguma coisa, ou encontrar minha calcinha por ai...você me avisa tá? Você será bem recompensado...- Meu Deus ela tá se botando pra ele? Aff ¬¬
-Pode deixar princesa, vou achar sua calcinha e acabar com a raça do ladrão tá ligado! – Mas que cara mais safado! Mentiroso cara de pau!
-Eu sei que vai...você é o melhor...- ela falou e logo em seguida entrou na sala piscando pra mim. Essa garota não bate bem da bola!
*Jasper Pov*
Não sei o que deu em mim pra chamar a pra sair. Eu tenho namorada! Tudo bem que é uma namorada quebra-galho, mas ainda assim! Mas porra aquela garota me tirou do sério...tão...tão...diferente!
Esperei ansioso pelo fim das aulas. E estranhamente não consegui parar de olhar pra ela. Ah, o que é bonito é pra se olhar mesmo!
Terminada a aula, não esperei nem que ela se levantasse, já estava nervoso. Andei até a cadeira dela e a puxei pelo braço.
-Vem! – mandei enquanto a arrastava da sala.
-Ui! – ela disse enquanto tentava arrumar o material.
-Você tá de carro? – perguntei enquanto a puxava pelos corredores.
-Hi hi hi...- ela deu uma risadinha boba e eu parei instantanemante.
-Do que você tá rindo?! – perguntei ríspido.
-Hum? Ah, sua mão tá me fazendo cócegas...- ela disse com um sorriso amarelo. Fala sério, eu tou puxando ela com força, e ela diz que faz cócegas?! Não era pra ela tá dizendo “ai ta doendo” ou “ai ta machucando”? Óbvio que vindo dessa louca ela iria dizer justamente o contrário!
-Você tá de carro ou não? – perguntei impaciente.
-Tô porque? – ela perguntou aérea.
-Deixa ele aí, vamos no meu – falei e voltei a arrastá-la pelos corredores.
Chegando ao carro, abri a porta para ela entrar. Ficamos alguns instantes dentro do carro em silêncio. Isso era perfeito demais pra ser verdade. Se fosse Alice, já estaria tagarelando feito a “nega do leite”.
-Onde você quer ir? – quebrei o silêncio.
-Onde você quer me levar? – ela respondeu sorridente. Não é possível que esta garota seja tão “aluada”. Garotas nunca dizem “onde você quer me levar”, e sabe porque? Porque a resposta é óbvia! PRA CAMA! Lógico que eu não iria responder isso...
-, você é bem estranha sabia? – falei enquanto dava partida no carro.
-Pode me chamar de ...- Não disse que ela é louca? Eu aqui dizendo que ela é estranha e ela só me pede pra chamar pelo apelidinho.
Respirei fundo e prossegui com o carro até uma sorveteria qualquer.
-Sorvete?! – ela perguntou empolgada, e eu quase respondo “NÃO, ÁGUA”.
-É, sorvete ...- respondi entediado. Ela sorriu abobalhada e até agora não entendi o motivo da graça. Se minha companhia fosse tão boa assim, se pelo menos eu tivesse sendo gentil ou um cavalheiro, mas não, estou sendo exatamente o contrário, e olha só como ela age!
Nos sentamos numa mesa ao fundo. E uma atendente logo veio com seu bloquinho de notas.
-Boa tarde, sejam bem vindos. O que gostariam de tomar? – a garçonete perguntou sorridente.
- Ah eu quero sorvete de algas!! – levantou o dedinho como se tivesse no jardim de infância.
-ALGAS?!!- perguntei assustado. Isso existe? Quem em sã consciência tomaria uma gororoba dessas? Ah, claro, claro, tinha que ser a !
-Uhum! É o melhor sorvete, que já inventaram! – ela bateu palminhas e quicou na cadeira.
-E o senhor o que vai querer? – a garçonete perguntou.
-Me trás o mesmo – Esse sorvete tem que ser muito bom pra essa doida estar tão feliz.
-, me fala, porque escolheu engenharia civil? – perguntei curioso.
-Gosto de construir coisas...- ela falou com simplicidade.
-Só por isso?
-Ah, não sei se é só por isso...eu gosto do curso, só isso...- ela respondeu calma. -Porque me trouxe aqui? – ela concluiu.
-Quero entender você, só isso...- dei de ombros.
-Não entendi...- ela falou pensativa.
-O que você não entendeu? – perguntei intrigado.
-Não entendi o que você não entende e o que você quer entender sobre mim, entendeu? – Hã?! Colocando desse jeito quem entende?
-Desculpe, não entendi...- Ótimo, agora vamos ficar aqui o dia inteiro nessa idiotice de entendi e não entendi.
-O que você não entendeu? – ela perguntou.
-NÃO ENTENDI NADA!!! – falei um pouco mais alto e ela se assustou.
-Você não entendeu o que eu não entendi ou não me entendeu? – Oh céus! Daí-me paciência!!
-,, peloamordedeus! Não entendi nada e nem quero entender nada, tá me entendendo? – Ok, agora eu fiquei irritado!
-Não, não entendi...- ela fez biquinho. Desisto ¬¬ Definitivamente não dá pra entender essa garota.
Ficamos em silêncio até os sorvetes chegarem. Olhei por uns instantes pra aquela coisa que a chama de sorvete de algas. Sim, era uma coisa, horrorosa por sinal, tinha uma cor verde escura, parecida com lama. Coragem Jasper, é só um sorvete!
Olhei pra e ela já estava literalmente se lambuzando no sorvete. Não deve ser tão ruim assim... Peguei na colher em câmera, encarei o bicho verde e dei a primeira tragada.
CARALHO!!!!!! Que desgraça é essa?!!!!!!
Cuspi toda aquela porcaria com gosto de lama e corri pro banheiro. Cara, só mesmo um louco pra tomar isso. Lavei minha boca várias vezes seguidas, mas não tava adiantando, aquela merda grudou na minha boca. Meu Deus! Minha boca tá com gosto de LAMA!!!!
Empurrei a porta do banheiro com força e ouvi um “ai”.
-?! – olhei por trás da porta e a vi massageando o nariz.
-O que fazia atrás da porta?! – perguntei assustado.
-Estavaesperandovocêsairpralavaromeurosto – ela cuspiu as palavras e eu quase não compreendi (a palavra entendeu não consta mais no meu vocabulário, traumatizei)
-Que meleca é essa no seu rosto?! – perguntei observando uma gosma verde espalhada pela face dela.
-Você cuspiu na minha cara...- ela falou tranqüilo como se fosse normal. Ela não deveria tá gritando “eca” ou algo do tipo? Não, claro não, não esqueçam que essa é a !
-Desculpe, mas aquela porcaria verde não desceu.
-Tudo bem, eu tomo o seu, já pedi outro pra você...- ela murmurou e entrou no banheiro. Não quero nem imaginar o sabor do sorvete que ela pediu pra mim...
Voltei pra mesa e a garçonete já vinha trazendo outra taça com outro sorvete verde. Mas dessa vez era um verde claro.
-Qual a gororoba dessa vez? – perguntei pra garçonete.
-Maçã verde, senhor – ela respondeu e saiu. Instantes depois voltou e se sentou na cadeira.
-Como sabia que meu predileto é maçã verde? – perguntei intrigado.
-Esse é seu predileto? Não sabia...Eu escolhi o primeiro da lista...- ela deu de ombros.
-O primeiro da lista é flocos – retruquei vitorioso.
-Sério? Juro que enxerguei maçã verde...- ela falou e voltou a devorar a lama verde. Alguém me explica como é que uma pessoa confunde flocos com maçã verde? Mais uma das coisas que só a consegue fazer...
Esperei que a terminasse a mundiça dela e comecei o meu interrogatório. Era incrível a simplicidade com que ela respondia as perguntas. Ela não tinha nenhuma obrigação de responder, mas parecia que ela estava gostando. E olha que eu perguntei de tudo, do mais banal ao mais, como posso dizer...íntimo...
O tempo passou voando, e quando percebi já estava anoitecendo. Fomos andar pelo calçadão. Era estranho, parecíamos um casal de namorados, e pior agora que eu sabia até a cor da calcinha que ela vestia. Percebi que a companhia dela era agradável e que ela não era tão estranha assim. Com algumas exceções claro, como o fato dela criar minhocas porque acha fofo, e mijar na cama toda vez que tem trovoadas.
De todas as descobertas possíveis, havia apenas uma que ainda estava me deixando incomodado. Será que ela beija bem?
* Pov*
Fui pra faculdade determinada a falar poucas e boas pra aquele ladrãozinho barato. Como pode? Sair por aí roubando a calcinha dos outros!
Cheguei mais cedo na esperança de encontrar o infeliz. Não o vi pelo campus então me encaminhei para a sala de aula. No meio do caminho ainda encontrei com a , e acabei sendo um pouco grossa, ainda bem que ela me conhece e sabe que meu stress é momentâneo.
Momentos depois, o bandido senta exatamente do meu lado. Não poderia ser melhor. Ainda estava me decidindo de que forma iria torturá-lo, me arrependi de não ter pesquisado no Google, certeza que acharia alguma coisa, principalmente naqueles sites que trata dos campos de concentração da segunda guerra mundial.
Fitei o sujeito durante toda a aula, não sei se foi pela raiva ou se foi distração, mas quebrei uns 10 lápis na cadeira. O coitado já estava assustado, era bem capaz dele sair correndo e pedir socorro. Provavelmente minha cara não tava das melhores.
Quando acabou a aula, reboquei o sujeito pra um lugar deserto do campus. O coitado tava tão assustado que deu pena. Acabei dando uns tapas nele, e de quebra um murro por ter zoado com a minha cara. Normalmente não sou assim tão esquentada, a verdade é que eu estava de TPM. Tinha que despejar meu mau humor em alguém né...
Meu próximo passo seria encontrar o babaca do Mike. O idiota ainda não aceitou o fato de ter levado um fora, mas fazer o que se ele beija mal pra caralho?
Encontrei Mike e Tyler logo na porta da sala. Edward entrou com o rabinho entre as pernas e eu fiz meu showzinho. Botei aquela carinha mais manhosa e enrolei o Mike fácil, fácil. O mais hilário de tudo, é que ele tá cansado de saber que não quero nada com ele, e ainda assim ele cai no meu teatrinho barato. O babaca era tão previsível que amanhã mesmo ele já estaria me entregando minha calcinha dizendo que “pegou o cara”. Ridículo!
Já estava anoitecendo quando sai da faculdade. Liguei para as meninas e marquei de assistirmos um filme lá em casa.
Chegando em casa, tomei uma ducha e desci pra esperar pelas garotas. Fui pra cozinha fazer pipoca e instantes depois o Emmet chegou do trabalho.
-Hum pipoca? – ele me deu um abraço de urso.
-É, as meninas vêm assisti um filme...
-Isso é bom, só assim não fico entediado e sozinho de novo...- ele fez biquinho.
-E quem foi que te convidou? – perguntei brincalhona.
-Vai rejeitar seu irmãozinho querido é? – ele perguntou também em tom de brincadeira.
-Magina...vai se trocar logo, daqui a pouco elas chegam...- dei um murrinho no seu ombro.
-A vem? – ele perguntou curioso.
-Hum... hein! Porque esse interesse todo, posso saber?
-Nada demais...só curiosidade...- ele tentou parecer desinteressado sem sucesso.Emmet era um livro aberto, e estava mais do que claro que ele estava se interessando pela minha amiga maluquinha.
* Pov*
Ainda não entendi qual o real motivo que levou o meu Deus grego me chamar pra sair. E quem liga? Importante é que EU sairei com MEU Jasper! Mal a aula acabou e ele saiu me arrastando porta a fora. Ele parecia nervoso, e imaginei que fosse ansiedade ou algo do tipo, fato este que me levou a rir, não consegui controlar e ele percebeu. Dei uma desculpa ridícula que era cócegas e ele acreditou ¬¬ E ainda fiquei parecendo uma retardada, mas quem liga?
Ele me levou para uma sorveteria qualquer e eu amei. Nunca mais tinha tomado meu maravilhoso sorvete de algas. É, parece estranho, mas eu gosto tá?
Jasper mantinha uma expressão nervosa e incrédula. Acho que ele tá me achando com cara de louca...
Os sorvetes chegaram e eu estava me deliciando, quando do nada sinto um jato gosmento grudar na minha cara. Em seguida vejo Jasper correndo pro banheiro. Ele cuspiu o sorvete em mim. Vocês devem tá pensando que tou achando ruim né? EU ADOREI! Fui agraciada pelo cuspe de Jasper!!! Se eu lamber vai ficar muito feio? Ok, parei isso foi nojento ¬¬
Imaginei que Jasper não tenha ido com a cara do sorvete e pedi o predileto dele. É, eu sei tudo sobre ele, não queiram saber como eu recolhi essas informações...
Fui atrás de um banheiro, e descobri que só havia um. Então esperei que Jasper saísse do banheiro. Fui agraciada com uma porta nada cara... Mas tudo bem, na verdade só está bem porque foi o Jasper, ele pode...
Voltamos pra mesa, e passamos a tarde toda conversando. Se bem que me pareceu mais um interrogatório do que uma conversa, mas tudo bem, sendo o Jasper...ele pode! Respondi tudo sem me importar, afinal, seremos namorados em breve, ele só não sabe ainda, mas não espalha...
Já estava anoitecendo quando fomos andar pelo calçadão. Me sentia nas nuvens só pelo fato de ter passado uma tarde com meu Deus grego. Ele parecia pensativo. Ficamos em silêncio por um bom tempo. Até que ele parou, e ficamos cara a cara.
-, eu...preciso tirar uma última dúvida...- ele falou pausadamente.
-Pergunte o que quiser Jasper...- respondi sorridente. Um súbito arrepio passou pela minha coluna. E agora, o que ele vai perguntar?
-Não é uma pergunta...- ele me fitou, inexpressivo.
-Mas se não é uma pergunta então o que é? – antes mesmo que eu pudesse respirar, Jasper me puxou com força pela cintura e selou nossos lábios. Fiquei estática por uns milésimos de segundos, tomada pelo susto e pelo pânico. MEU DEUS!!! ELE ME BEIJOU! ELE ME BEIJOUUUUU!!!!!
Ele me apertou contra si com mais força, e forçou meus lábios com a língua pedindo passagem. Acordei do meu transe e me permiti ser invadida pela avalanche de emoções.
Rapidamente minhas mãos entrelaçaram seus cabelos. Me apertei ainda mais contra aquele corpo divino, e me embalei naquela boca maçã verde. Não sei quanto tempo ficamos assim, paramos apenas algumas vezes pra respirar e nesse meio tempo ele me dava leves mordidinhas nos lábios, por vez puxava e sugava com força me deixando com os lábios inchados.
Eu não sei se era impressão minha, mas parecia que ele não queria me largar mais...E quem liga? Eu quero é mais!!!!
Mas como alegria de pobre dura pouco...é óbvio que o celular tem que tocar na hora errada, típico de novela mexicana ¬¬ Se eu pudesse eu jogava a porcaria do celular na casa da porra, mas pobre é uma miséria, não dá pra ficar comprando celular todo toda vez que ele atrapalha a desgraça do beijo. É por essas e outras que eu queria ser pobre só por um dia. E não sempre, como agora...
Atendi o celular a contragosto. Era ligando pra marcar para assistir um filme. Não sabia quais eram os planos de Jasper para o pós-beijo, mas mesmo assim aceitei o convite da . Tinha que contar a novidade!
-Jasper eu acho que preciso ir sabe...- tentei parecer indiferente ao beijo, mas provavelmente sem sucesso.
-Tudo bem – acho que ele também não ficou muito animado com a idéia.
Seguimos pra faculdade em silêncio. Ele parou o carro próximo do meu e quando ia saindo do carro...
-O celular...- ele falou rápido.
-Hã?! – perguntei confusa.
-Quero o seu celular, digo, o número...- é impressão minha ou ele está desconcertado?
-Ah tá – falei e passei o número.
-Então...até amanhã...- ele falou ainda inexpressivo. Puta merda será que meu beijo foi tão ruim assim?
Peguei meu carro e segui pra casa de Bella. Assim que cheguei tratei logo de contar tudo, tim tim por tim tim.
-Amiga, ele tá na tua! – deu um gritinho bobo.
-Ai também não é assim né...foi só um beijo, e mesmo assim ele não falou mais nada...
-Vai por mim , ele tá na tua, e digo mais, ele ainda te liga hoje! – ela falou abobalhada. Até parece que quem beijou foi ela ¬¬
Ficamos jogando conversa fora até que a chegou, e seguimos pro cinema.
*Emmet Pov*
Coisas estranhas acontecem comigo...Eu não sei porque diabos eu fico tão ansioso quando as amigas de vêm aqui. Na verdade uma vozinha irritante lá no fundo me diz que não são as amigas de , e sim a amiga de .
Para o bem da minha sanidade, vou continuar ignorando essa voz do além.
Desci tranquilamente, vestindo apenas um shorts como de costume. estava mexendo no DVD enquando e travavam uma guerrinha de pipocas.
“Encosta nela e faz: BOO” (voz do além)
Ficou louco Emmet? Se eu fizer isso a coitada engasga!
“Larga de boiolice, chega nela e diz: Ui”
Se ela morrer de susto a culpa é sua!
“Mas eu sou você doente!”
Você não sou eu! Eu sou eu! E você é do além viado!
“Se eu sou viado, você também é ¬¬”
Vai se fuder desgraça!
“você também vai...”
Desisto ¬¬
Inconscientemente ouvi a voz do além e andei na pontinha dos pés até ficar próximo a .
“Isso, chega nela e diz: vem neném”
Cala a boca desgraça!
“magoei :( ”
Andei mais um pouco e encostei minha cabeça no ouvido dela.
-Oi! – sussurrei baixinho e o movimento seguinte foi no mínimo, cômico.
levantou num pinote do sofá, jogou a vasilha com pipocas pra cima. E isso não foi o pior. O pior aconteceu quando a vasilha caiu emborcada na minha cabeça. Já tomaram um banho de pipocas? Não? Putz não sabem o que estão perdendo...
“Emmet, essa foi pra rir?”
Não falei com você idiota!
“Nem comento ¬¬”
E como eu ia dizendo, é, ainda não acabou...no instante seguinte a tropeçou nos próprios pés e se esbarrou no centro. Caiu com a cara no chão e a mão voou por cima do centro, levando um enfeite da mamãe.
“Mamãe? Que gay ¬¬”
E você não?
“eu? Eu mesmo não!”
Se eu sou você e você sou eu, e eu sou gay, você também é!
“Mas eu não sou você”
Você tinha acabado de dizer que você sou eu!
“Eu não disse nada...”
Disse sim!!!!
“Agora você quer ser eu, é?”
Eu não quero ser, eu sou!!
“Emmet você não reparou que a menina se espatifou no chão e você está aí batendo papo com a voz do além?”
A droga! Tinha esquecido dela! Obrigado voz do além!
“Disponha”
- você está bem? – me abaixei ao lado dela.
-Tô...- ela levantou devagar e me olhou assustada. – desculpe...- ela completou envergonhada.
-Eu que peço desculpas...não tinha a intenção de te assustar...
-Acho que fiz um estrago aqui né? – ela perguntou coçando a cabeça e olhando o enfeite quebrado.
-Não esquenta não , minha mãe não gostava desse mesmo...- falou ainda entretida com o DVD.
-Não, imagina! Eu tenho que consertar isso, acho que uma cola resolve – ela começou a catar os pedaços.
- não seja boba, isso não tem conserto, e nem precisa sabe, eu sempre achei esse troço feio pra caralho – falei já catando os pedaços também.
-Não, preciso consertar senão não durmo em paz – ela murmurou e me olhou suplicante. Ai ai...graciosa...
“Não viaja Emmet! Ela não é pro teu bico Mané!”
E porque não? Não sou tão feio assim...
“Velho, tu é feio pra caralho. Eu sou mais eu...”
Magoei....
- larga de idiotice, deixa isso ai que o filme já vai começar – resmungou.
-Vem , vamos tentar dar um jeito. – a puxei pela mão, e tenho quase certeza que senti um tremor. Ponto pra você Emmet.
“Nesse caso, eu!”
Nem comento ¬¬
Fomos na dispensa e eu comecei a revirar os bagulhos atrás de alguma cola.
* Pov*
E mais uma vez atrapalhada dá um showzinho. Mas também pudera né, Emmet sussurrando no meu ouvido eu não agüento!
Fiquei observando a bagunça que ele fazia atrás de uma cola.
-ACHEI! – ele gritou e eu dei um pulinho de susto. – Essa aqui é da boa.
Ele me passou um tubo de cola estranho que tinha no rótulo: Super bonder ultra-power.
-Nossa nunca tinha visto dessas...- murmurei.
-É importada, cola qualquer coisa...- ele respondeu e em seguida pegou os pedaços do enfeite e espalhou pela mesinha.
-Você segura as peças e eu colo tudo bem? – perguntei enquanto ele arrumava os pedaços.
-Mas cuidado com essa cola hein...
-Tá, vou espremer só um pouquinho...- apertei a bisnaga, mas nada saiu. – Emmet, acho que ta entupida... – falei ainda apertando a bisnaga.
-Deixa eu tentar...- eu continuei com o tubo na mão enquanto ele apertava o meio com força...
Ficamos ambos segurando a bisnaga e fazendo força pra cola sair até que de repente sai um jato gosmento e espirra no peito de Emmet.
-Oh merda! – ele resmungou e passou a mão pra limpar a gosma.
-Deixa que eu ajudo a tirar isso...- passei a mão da mesma forma que Emmet, mas a gosma parecia não sair. Quando mais eu passava a mão mais ficava grudento.
-Deixa acho que assim não vai sair, vou tomar um banho...- ele falou e tentou tirar minha mão do seu peito. Ele ficou com a mão em cima da minha e ficou encarando com uma cara estranha.
-Que foi? – perguntei curiosa.
-Não sai...
-O que não sai?
-Sua mão não sai do meu peito, e minha mão não sai da sua...- ele me olhou franzindo o cenho.
-Hã?! Como não? É claro que sai ó...- eu puxei minha mão com força e ele veio junto chocando seu corpo no meu. AI Jisus! É hoje que morro do coração!
-Ai não puxa que dói...- ele reclamou.
-Emmet tira tua mão da minha que fica mais fácil...
-Não quer sair!!! Tá colada! – Ai meu pai do céu!!!
-A GENTE TÁ COLADO?!!! – berrei assustada.
-É!! – ele respondeu e em seguida começou a gargalhar.
-Emmet do que você tá rindo? Isso é sério!! – resmunguei e ele não deu ouvidos, continuou rindo.
-E agora o que a gente faz? – ele perguntou em meio a risos.
-Vamos tentar puxar oras! – falei e fiz força com a mão inutilmente. A porcaria tava colada. Ok, vamos raciocinar. Eu estou numa dispensa escura, com a mão espalmada no peito maravilhoso de Emmet e estamos completamente colados. O que fazer? Naturalmente eu sairia correndo ou algo do tipo, mas se não posso correr, eu fico e morro por aqui mesmo, simples!
-Ai! Não puxa que dói!
-Outra sugestão? – perguntei já ficando nervosa.
-Ficamos colados oras! – ele falou zombeteiro.
-Emmet essa hipótese está fora de questão...precisamos de um removedor.
-Não tenho removedor.
-Como você tem uma cola desse tipo em casa e não tem um removedor?!! – falei exasperada.
-Porque a cola é pra colar e não pra remover dãa!
-Emmet...que a cola é pra colar isso é óbvio, o que eu quis dizer é que removedores são úteis pra esse tipo de situação...
- quando é que eu ia pensar que ia ficar colado contigo? – Aff o espírito da burrice resolveu baixar em Emmet hoje?
-Emmet...não estou me referindo a essa situação exatamente, mas a qualquer outra situação parecida...
-Dá tudo no mesmo...- ele fez biquinho. Ai ti fofo!
-E agora? O que faremos?
-Vem, vamos assisti o filme...- ele saiu me arrastando. Que ridículo, os dois andando colados pela casa.
-Tá doido? Eu não quero assistir filme colada!!! – resmunguei enquanto ele me arrastava.
-Minha companhia é tão ruim assim? – ele parou abruptamente.
-Er...sim..quero dizer não,...é que...bem...é...- gaguejei e senti minhas bochechas queimarem.
-Eu não me incomodo de assistir o filme colado com você...você é até quentinha...- ele sussurrou no meu ouvido e eu arrepiei dos pés a cabeça.
-Emmet essa não é a questão...eu ainda tenho que voltar pra casa lembra? – falei embasbacada.
-Hum...por mim você dormiria aqui...minha cama tem espaço pra dois...- ele murmurou pensativo. Fala sério ele está realmente cogitando essa hipótese?!
-Tá doido?!
-Você não quer dormir comigo ? – ele perguntou cínico. E tenho absoluta certeza que corei feito pimentão.
-Emmet para com isso, tá me deixando sem graça...- murmurei envergonhada.
-Você fica linda corada sabe...acho que vou fazer isso mais vezes...- não consegui falar mais, a voz entalou na garganta e minhas pernas bambearam. É impressão minha ou ele ta flertando comigo? Não, não é possível, eu tô vendo coisas...
-N-ão – gaguejei.
-Não o que? – ele sussurrou no meu ouvido. Eu vou morrer! Eu vou morrer!!!!
-Nãopossoficarcolada – cuspi as palavras tentando não cair das pernas. Ele se afastou e me fitou nos olhos. Tinha um expressão decepcionada? Ele realmente quer ficar colado em mim? Impossível...
-Pena...vem, eu vou ligar pra meu pai, peço pra ele comprar um removedor...- ele me puxou e voltamos pra sala. e nos olharam com os olhos arregalados.
-Meu Deus o que aconteceu com vocês? Foi uma declaração mútua? - falou e eu a fuzilei com os olhos.
-Ai que lindo! Quem me dera o Jasper me segurar assim com tanto carinho...- suspirou quase babando . Nem queria imaginar o que se passava naquela cabeçinha de vento.
- menos...- cutucou as costas dela.
-Não é nada do que estão pensando suas doidas! – resmunguei.
-Se não é amor, então o que é? Tesão? – perguntou com malícia. Emmet riu e eu rolei os olhos. Sabia que da cabeça de só ia sair sacanagem.
-, me faz um favor, liga pra nosso pai e pede pra ele trazer um removedor de cola – Emmet falou e me arrastou pro sofá. Ele sentou e depois eu sentei do lado de uma forma completamente desconfortável, meu braço ficou transpassado pelo corpo dele, me deixando quase imóvel.
- acho melhor você sentar no meu colo...- ele falou sorridente. Até parece que eu iria sentar no colo dele. Só se for pra ele me levar direto pro caixão.
-Tô bem aqui, obrig...- e antes que pudesse concluir, ele me puxou pra cima dele. Ok, respira, inspira, respira. Vou morrer!!! EU TOU NO COLO DELE!!!!! Meu pai do céu!!!
Fiquei petrificada no colo dele, enquanto falava com o pai ao telefone e ria baixinho.
-Emmet! Me bota no sofá!! – reclamei exasperada e ele apenas riu.
-Bota esse filme logo – ele falou me ignorando.
-Hei! Me solta Emmet! – me debati nos seus braços, mas quanto mais força eu fazia, mais forte ele apertava.
-Fica quieta aí que já começou o filme – resmungou e eu fiz bico.
Preciso dizer que ficou por isso mesmo? Pois é, eu e Emmet coladinhos à noite toda. Nem consegui prestar atenção na droga do filme. E o pior é que ele ficava fungando meu pescoço!!
No meio do filme Emmet começou a ficar inquieto.
-, levanta um pouquinho, preciso usar o banheiro – ele falou calmo.
-O QUE?!!! – berrei, as meninas caíram na risada e Emmet me olhou com cara de paisagem. Será que ele esqueceu que estamos colados?
-Preciso tirar água do joelho, com você no meu colo não dá...- ele continuava aluado.
-Emmet acorda! Estamos colados! – falei exasperada.
-Oh...é mesmo...então tu vem comigo oras...- ele sorriu como se fosse a coisa mais simples do mundo.
-Tá doido?!! Eu não vou com você ao banheiro!!!
- eu tou apertado, se eu ficar aqui vai ser pior...
-Ah não, então vamos descolar agora! pega uma faca! – berrei e ele arregalou os olhos.
-Pra que você quer uma faca? Perdeu o juízo? – perguntou assustada.
-Vou tentar arrancar essa cola! Peloamordedeus eu não vou ao banheiro com Emmet! – berrei e a já estava caída no chão morrendo de rir.
- você vira pro lado e ele faz...- falou calma. Não é possível que só tem louco nessa casa. Eles não tem noção da barbaridade que estão propondo? Eu e Emmet no banheiro?!!
-NÃO!!! A FACA, PEGA A PORCARIA DA FACA!!! – gritei desesperada. Emmet começou a gargalhar também.
-Emmet se você ficar rindo vai se mijar nas calças!! – falou impaciente.
- Ai meu Deus isso não pode estar acontecendo! Emmet eu vou puxar essa droga! – comecei a fazer força com a mão e ele fez uma careta de dor.
-Assim não ...Ai cacete! – continuei puxando e ele resmungando.
-, ajuda aqui a puxar essa merda! – berrei e só veio, ainda estava tendo um ataque de risos.
-No três – se posicionou. – um, dois, três!! – puxamos com força.
-AI CARALHO, PÁRA! – Emmet berrou fazendo careta. – quer saber, tu vem nem que seja arrastada...- ele falou e me pegou no colo, saiu me arrastando pela sala.
-Onde você vai?!! PÁRA! PÁRA EMMET! , ! SOCORRO!!! – me debati em Emmet e ele continuou.
Abriu a porta do banheiro e eu petrifiquei. Meu Deus, ele quer mesmo fazer isso. Ele quer me matar!!!
Ele me botou no chão e eu não consegui falar nada. Tinha um nó na garganta, meu rosto estava queimando, minhas pernas fraquejando e minhas mãos suando frio.
-Emmet...por favor...- supliquei num fio de voz.
-Fica fria , vira pra lá – ele falou e eu entortei meu pescoço o máximo que pude. No mesmo instante aquele sonzinho de xixi ecoou no banheiro e eu pedi a morte.
-Anda logo Emmet! – resmunguei e ele gargalhou.
-Viu? Não doeu nada – ele riu enquanto arrumava as calças, eu acho, não estava olhando claro. Ainda está muito cedo pra eu morrer de um AVC.
Voltamos pra sala e minutos depois os pais de Emmet chegaram trazendo a porcaria do removedor. Tiramos a cola maldita e eu nem esperei pelo fim do filme. Fui embora emburrada.
Capítulo 4
* Pov*
Depois daquele episódio trágico na clinica, não pensei duas vezes e fui pra casa. Peguei uma garrafa de uísque e me tranquei no meu quarto. Bebi até cair. É, eu sei, idiotice, mas eu precisava esquecer daquele médico lindo me “tocando”, foi demais pra minha sanidade.
Na manhã seguinte levantei com uma ressaca do cão. E o pior é que beber não ajudou em nada. Eu ainda lembrava cada mínimo detalhe da “tragédia”. Tomei um analgésico e fui pra faculdade.
As duas primeiras aulas foram um saco. Eu já sabia aquela porcaria de có e salteado, mais um semestre e eu seria a Dra. .
Minha cabeça não tinha melhorado nada, por isso resolvi cabular a próxima aula e tirar um cochilo em algum lugar. Cambaleei pelo campus atrás de uma cama pra deitar. Por fim achei uma sala entreaberta, tinha uma maca bem no meio. Parecia tão confortável e convidativa que não pensei duas vezes. Me cobri com o lençolzinho branco e apaguei.
*Carlisle Pov*
É, depois de um dia “anormal” como esse, só me resta voltar pra casa e dormir. Definitivamente eu preciso dormir. E de preferência sem sonhos!!!
Eu já disse como ela é linda? Acho que já falei...mas não falei como ela tem uma pele rosada, seios de dar água na boca...não deu pra não notar né...eu sei que não fui nada profissional mantendo esses pensamentos impróprios, mas foi mais forte do que eu. Sim, eu olhei mesmo, ela tinha um corpo magnífico. Pelo menos o exame foi bem sucedido, tirando o fato de que eu “bulinei” mais que o necessário...É, eu tava escondendo esse fato, mas é verídico, eu passei mais tempo pegando e peguei onde não deveria pegar, pronto contei, eu tinha que desabafar. Mas ela não percebeu, então abafa o caso, fica só entre nós tá?
Graças a Deus consegui dormir em paz. Acordei mais tarde do que o costume. Não encontrei meus filhos mais em casa e resolvi assistir tv pra esperar a hora passar.
Fui convidado por um professor de Harvard a dar uma aula sobre necrópsia para seus alunos. Aceitei e dentro de 1 hora eu estaria lá.
*Edward Pov*
Na quarta-feira pretendia voltar a minha rotina miserável de estudante, mas nem isso eu pude fazer, pois um ser repugnante chamado Mike, aprontou mais uma pra cima de mim.
Quando eu andava pelos corredores em direção a próxima aula, me bato com a turma do “mal”.
-Hei mané, tu já decidiu aquela parada? – Mike falou bloqueando minha passagem.
-Não sei do que está falando...- falei e tentei passar sem sucesso.
-Claro que sabe, já esqueceu que tem um trote pra pagar? – Tyler se intrometeu.
-Não já deixei claro que não vou fazer porra nenhuma?! – falei já impaciente.
-Acho que ele não foi ao estacionamento ainda Mike...- Tyler falou cínico.
-O que tem no estacionamento? – perguntei já sabendo onde isso me levaria. Minha moto.
-Você quis dizer, o que não tem no estacionamento...- Mike falou com um sorriso irônico.
-Se vocês fizerem alguma coisa com minha moto...
-Você vai o que? Hein? Não vai fazer nada, e sabe porque? Porque se tu abrir o bico tu só vai achar o bagaço da moto tá ligado? – Mike ameaçou, e eu petrifiquei. Tou fudido!
-O que eu tenho que fazer? – perguntei derrotado.
-Muito simples mano, tu tem que comer a até o final do semestre.
-O QUE?!!! – berrei exasperado. Eu ouvi isso mesmo? Esses caras só podem ter fumado bosta!
-Isso que tu ouviu, comer a , e, tem que gravar um vídeo tá ligado?
-Cara você tá louco?! Isso é um absurdo! Eu nem conheço a garota e muito menos iria gravar um vídeo desses! – falei entre dentes.
-O negócio é o seguinte, tu tem até o final do semestre, se não quiser o trote diga adeus a moto, se você aceitar, a moto estará no estacionamento ainda hoje.
-E se eu não conseguir? – perguntei assustado.
-Aí você perde a moto de novo – ele deu de ombros.
-Cara qual é? Tu tá fumando bosta? Eu não vou cair nessa idiotice! Não é tão simples assim!
-Mano é pegar ou largar, aceita ou não aceita? Só tem essas opções.
-Porque a ? – perguntei já me sentindo derrotado.
-Porque ela não dá pra ninguém.
-Há Há! Ela não dá pra ninguém e vai dar pra mim? Que ridículo! – ri de nervoso.
-Se fosse fácil não seria um trote, e então? Tá dentro? – Mike perguntou incisivo.
-Tenho outra opção? – respondi derrotado, eles riram e saíram.
Fiquei ali petrificado, tentando digerir a situação. Eu tenho que transar com a . Fala sério, como se isso fosse assim tão fácil. E logo a garota que eu roubei, logo a garota que me estapiou e me esmurrou. Simples, eu chego nela e digo “bora ali no cantinho que vou te comer” Ridículo!
Caminhei a passos lentos para a próxima aula, analisando milhões de formas de me aproximar dela. Encontrei todos em frente ao laboratório onde seria ministrada uma aula de necrópsia, por um médico convidado pelo professor da disciplina.
Ficamos esperando o médico chegar, enquanto isso eu observava cada passo dado pela . Analisei cada detalhe, cada movimento. E não pude deixar de reparar na sua beleza, no seu sorriso. Ela parecia tão...espontânea, encantadora. Em pensar que eu teria que fazer uma brincadeira idiota com ela...meu estômago embrulhou só de imaginar sua reação quando descobrisse...
-Bom dia, vocês são da turma do 6º semestre certo? – uma voz muito familiar falou. Me virei e me assustei ao perceber que se tratava do meu pai. Ele me olhou e sorriu ternamente.
-Sim, e você deve ser o Dr. Cullen certo? – um aluno qualquer respondeu.
-Exato, me dêem só um minuto que vou procurar o laboratório. – ele falou e partiu em direção a gama de laboratórios. Abriu e fechou algumas salas, e por fim acenou para que o seguíssemos.
Entramos na sala e ficamos de pé em frente à uma maca coberta por um lençol.
-Muito bem, eu gostaria que fizessem duplas. Vistam seus EPIs (equipamento de proteção individual) e façam um círculo em volta do cadáver. Como já devem saber, será uma aula de necrópsia, logo todos terão que manipular. Ali naquela bandeja se encontram as pinças e os demais matériais necessários. – ele explicou mais alguns detalhes e fizemos todas as orientações.
-Hei Cullen, você já tem uma dupla? – alguém me cutucou as costas. Me virei e me deparei com a minha “vítima”, .
-Er...não...
-Podemos fazer juntos então...- ela sorriu e se posicionou ao meu lado. Olhei atentamente pra ela e percebi que estava tremendo.
- você está bem? – perguntei preocupado.
-Hã? Er...não...digo...sim...- ela gaguejou.
-Não me diga que está com medo do cadáver! – perguntei segurando a vontade de rir.
-Já trabalhei com cadáveres antes Edward! – ela falou tentando parecer convincente.
- você tá tremendo de medo! – insisti e ela fez bico. – como pretende ser médica se tá com medo de cadáveres? – perguntei incrédulo.
-Não estou com medo! – ela fez birra e eu mordi os lábios pra não cair na gargalhada. A garota estava quase se mijando de medo.
- Visto que estão todos prontos, vou apresentar o cadáver – Carlisle falou e tocou na cabeça do cadáver que estava embaixo do lençol.
-HEI DEIXA EU DORMIR CACETE! – nesse momento o que estava embaixo do lençol gritou e levantou, ficando ainda escondido embaixo do lençol.
-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! – no mesmo instante que o cadáver levantou ouço um grito agudo do meu lado, e em seguida vários outros gritos histéricos.
-Valei-me nossa senhora! Um zumbi!!!! – alguém gritou, o que fez a histeria aumentar. Só vi os vultos correndo da sala em desespero. Olhei pro lado e não vi a . Busquei pela sala e nada vi, até que me choquei com algo duro no chão. Olhei pra baixo e era ela, esparramada no chão.
-!!! – me abaixei do seu lado, chequei o pulso e a peguei no colo. Olhei em direção ao meu pai, e ele estava na mesma posição, com uma mão tapando a boca e o rosto vermelho, ele estava rindo? Dei mais uma olhada na sala e não havia mais ninguém. Todo mundo correu amedrontado, e o pior é que tinha até uma poçinha de mijo no chão, e outra de vômito. E eu pensando que a tava com medo...tinha nego se mijando nas calças, ridículo! Será que eles não viram que era uma pessoa na maca?
-Pai! Me ajuda aqui, ela desmaiou – pedi e ele continuou fitando a figura agora descoberta. O interessante é que ambos se olhavam tão compenetrados que parecia que já se conheciam a tempos. – Pai! – berrei e ele pareceu sair do transe.
-Hã?! – ele perguntou assustado.
-Preciso de ajuda aqui.
-Ah, tá. , você poderia dar licença? – Ué, não é que eles se conhecem mesmo!
-O que você faz aqui? E o que vocês fazem aqui? – ela apontou pra meu pai e depois pra mim e , completamente desnorteada.
-Eu é que pergunto isso! Estava tentando dar minha aula e você assustou os alunos...- Carlisle falou sorridente. Sabe o que é mais estranho? É que se fosse eu no lugar dele, eu estaria puto com essa garota aí, ela acabou com a aula dele, e ao invés disso, ele ri.
-E eu estava tentando dormir, e você me acordou! – ela resmungou.
-Hum-hum! – pigarreei impaciente. – tô com uma garota desmaiada aqui e vocês ficam aí discutindo? – resmunguei.
-Oh, desculpe – a suposta zumbi levantou e deu lugar para . Ela coçou a cabeça desajeitada – Er...eu vou indo...- ela falou e saiu da sala.
Carlisle passou uns segundos fitando a porta e depois voltou sua atenção pra .
-Ela está bem, um pouco de éter deve acordá-la. – ele falou e foi pra um armário pegar um frasco. Encharcou um chumaço de algodão e colocou pra ela cheirar.
-Ai...- ela resmungou colocando a mão na cabeça.
-, como se sente? – perguntei preocupado.
-Bem...eu acho...onde estou? – ela perguntou olhando pra sala.
-No laboratório...- ela me fitou e depois olhou pra maca, arregalou os olhos e deu um pinote da maca.
-AHHHHHH! AHHHHH!!!! AHHHH!!!!- começou a dar gritinhos histéricos e a pular no mesmo lugar. Eu olhei pra Carlisle que já estava vermelho de tanto segurar o riso, e ambos caímos na gargalhada.
-EU SABIA! EU SABIA QUE ELE IA LEVANTAR!!!! AHHHH!!! – continuou chacoalhando no mesmo lugar e a se descabelar feito louca.
- pára com isso, não tinha cadáver! – eu falei entre risos e ela estancou.
-Co-mo assim? Eu vi!!! Ele levantou!
-, era um garota dormindo...- falei tentando prender o riso.
-Porque não falou logo?! – ela fez biquinho.
-Fala sério , tu pensou mesmo que era um cadáver? – ela apenas deu de ombros.
-Bom, vou ver se acho o cadáver pra continuar minha aula – Carlisle falou e se retirou da sala.
Minutos depois a turma se reagrupou e Carlisle conseguiu dar a aula. não quis conta com o cadáver e se recusou a manipular. Grudou no me braço e ficou só me observando atenta. E nem gostei né? Minha “vítima” assim grudada em mim, já era um grande progresso...
* Pov*
Entrei naquele laboratório a contragosto. Me arrependi profundamente por não ter cabulado essa aula. Quando vi a droga daquele cadáver se levantar, foi a gota d’água. Depois do meu quase AVC, me recusei a manipular o cadáver. Grudei no braço musculoso de Edward e fiquei só observando como ele fazia o serviço com maestria. Notei os olhares que o pai dele lançava pra Edward, cheios de orgulho e satisfação pelo progresso do filho.
Saí da sala exausta, quando me deparei com um anúncio colado na parede. Tratava da festa da calourada que ocorreria no sábado. Imediatamente pensei em ligar para as meninas e checar se elas iriam.
-Alô, ? Oi é a .
-Oi !
-Tá sabendo da calourada?
-Claro! Eu já ia te ligar pra te pedir ajuda!
-Ajuda pra que?
-Preciso de um acompanhante!!
-Porque não leva o Jasper?
-É exatamente por causa dele que preciso de um acompanhante.
-, não estou entendendo nada!
-Aff , acorda! É óbvio que ele vai com a mocréia, por isso quero ir com outro cara. Preciso fazer um ciuminho nele né! Se ele me vir sozinha vai pensar que tô caída por ele. Se ele me vir com outro, vai se sentir ignorado sabe...
-Ah tá entendi...porque você não chama alguém de sua turma?
-Porque não vai ter graça, ele vai saber que é mutreta. Tem que ser alguém desconhecido...Eu pensei no Emmet, mas a arranca meu pescoço...Tu não conhece ninguém que possa ir comigo não?
-Hum...eu tive uma idéia...vou ver se dá certo, te ligo mais tarde. Deixa eu ir, Beijos!
-Beijos.
Desliguei o celular e olhei em volta do campus. Achei quem eu procurava. Ele estava parado no estacionamento, olhando para os lados como se procurasse por algo.
-Hei, Edward! Esperando por alguém? – perguntei casualmente.
-Oi , mais ou menos isso...- ele falou com uma feição preocupada.
-Estou incomodando?
-Não! Claro que não...,é que eu acho que perdi minha carona...- ele murmurou meio receoso.
-Vem comigo, eu tô de carro. – falei e caminhei até meu carrinho Foto . Ele ficou parado uns instantes e depois me seguiu.
-Não precisa se incomodar , eu me viro...- ele retrucou.
-Não será incômodo Edward, vamos. – entrei no lado do motorista e ele me seguiu sentando no passageiro. Dei partida no carro.
-Edward você vai para a calourada? – perguntei tentando parecer indiferente.
-Não sei...você vai? – ele perguntou curioso.
-Vou – dei de ombros.
-Ah...
Silêncio.
-O que você acha de me acompanhar? – mordisquei o lábio inferior e continuei fitando a estrada.
-Hã? – ele perguntou confuso.
-Pra calourada Edward...quer ir comigo? – senti meu rosto corar, afinal nunca fui tão direta assim com os homens. E Edward não é lá de se jogar fora...tinha uns braços...de dar água na boca...Mas o que eu não faço por minhas amigas?
-Oh...er...claro! seria ótimo...- ele gaguejou e começou a tamborilar os dedos nas próprias pernas, nervoso? Magina....
Ele me indicou o caminho até sua casa e o deixei, seguindo pra minha casa em seguida.
Chegando em casa corri pra meu quarto e tratei de ligar pra .
-Novidades amiga!!
-Conta tudo!!!!
-Já arrumei seu acompanhante!
-MENTIRA!!! SÉRIO?!!
-Seríssimo! Ele pensa que vai comigo, mas já tenho tudo planejado!
-Ai , se der pepino? Porque ele pensa que vai contigo?
-Relaxa , vai dar tudo certo. Não se preocupe que ele é gato, o Jasper vai morrer de ciúmes.
-Ham, vou confiar em você então...
-Depois a gente se fala amiga, beijinho!
-Tchau.
Tomei uma ducha e desci a procura de Emmet.
-Emmet! Ótimas notícias!!! – falei enquanto lhe dava um abraço de urso. Ele arqueou as sobrancelhas curioso.
-Sabe que quando você faz essa cara sapeca, eu fico assustado...- ele brincou me esmagando no abraço.
-Vai querer saber ou não? – perguntei sufocada.
-Fala.
-A acabou de me ligar, perguntando se você já tem acompanhante pra calourada...- menti descaradamente. O que eu não faço por minhas amigas? Eu sei que quando ela descobri eu perco pelo menos um braço, mas ela vai me agradecer depois...
- por acaso ainda estou na faculdade? – ele perguntou intrigado. Ops, tinha esquecido esse detalhe.
-Isso foi um não, certo? Ótimo, porque agora você tem. Você vai com a pra festa! – saltitei pela casa e não esperei por resposta. Ele ficou petrificado no mesmo lugar diferindo a informação. Fala sério, ele tá apaixonado!!!
*Emmet Pov*
“Emmet! Emmet! Acorda idiota!”
Hã?!
“Vai ficar aí parado é?”
Você ouviu o que eu ouvi?
“Claro que ouvi, eu sou você, esqueceu? ¬¬”
Cara, eu vou pra festa com a !!!
“Novidade...Dãa!”
Hiii, tu tá chato hoje hein, voz do além...
“Pelo menos não tô paradão no meio da sala com cara de paisagem, só porque vai sair com uma garota, mó tosco ¬¬”
Claro que você também está paradão, esqueceu que você habita o mesmo corpo que eu?
“Isso é um mero detalhe...”
Estou pensando seriamente em te ignorar, você não ajuda em nada...
“Faça como quiser, mas depois não venha chorar que se sente sozinho e blá blá blá”
Aff cala a boca!
“...”
Bom, voltando ao planeta terra....Eu tinha quase certeza de que essa história da me convidando pra festa era mutreta da . Onde que a em sã consciência faria isso? A coitada quase morreu só porque ficou coladinha em mim. Não vou dizer que não gostei né... ela é tão fofa! (pqp isso foi muito gay ¬¬), o que eu quis dizer foi que ela é gostosa! (agora sim, falando como macho).
“permissão para falar”
NEGADA!
“ok, não tá mais aqui quem falou...”
Como eu ia dizendo, o fato é que eu vou sair com a , sendo mutreta ou não, não importa, eu vou sair com ela e ponto final!
“Até parece que vai rolar alguma coisa...”
Hei! E porque não rolaria? Ela é caidinha por mim...E quem foi que te deu permissão para falar?!
Primeiro, eu não preciso de permissão para falar, só estava zoando com a sua cara; e segundo, você é feio pra caralho, a não vai te querer nem pintado de ouro!! Muahauhauah”
-EU NÃO SOU FEIO!!!
-Emmet meu filho, você está bem? – Ops, acho que pensei alto demais... – filho você está parado aí a mais de meia hora...
-Hã?! Er...não...digo...eu tô bem...Não vi que tinha chegado mamãe...
“Quando eu digo que você é gay, ninguém acredita ¬¬”
Calado!!!
-Cheguei tem pouco tempo...cadê a ?
-No quarto...bom, eu vou pro meu também...
Deitei em minha cama, mas não consegui dormir, ela, não saia da minha cabeça...
* Pov*
Ai ai…Sabe que não consegui dormir a noite lembrando do episódio na casa de ? Pois é, Emmet está poluindo os meus pensamentos de uma forma um tanto...inapropriada...
Mas enfim, a vida continua, os sonhos acabam, e é dia de aula. O dia foi a mesma coisa de sempre, ouvi rumores pela faculdade sobre um suposto zumbi na turma de medicina, mas fora isso, foi tudo normal.
Pela tarde fui conhecer o hospital em que eu faria estágio, e conheci também o meu orientador. Gatíssimo!!! Não mais que o Emmet, claro. Voltei pra casa e resolvi ligar pra e saber das novas.
-Alô, ?
-Oi !! Eu tava mesmo querendo falar contigo!
-Novidades?!
-Ótimas por sinal!
-Ain conta logo!!!
-O Emmet quer te levar pra festa da calourada!!!!
-MENTIRA?!!! JURA?!!
-Desde quando eu minto amiga?
-Hii não vem com essa não que não cola...fala sério, ele me convidou mesmo? Porque ele não ligou pra mim?
-Ele não tem o seu número né, dãa!
-Mesmo assim, se for mutreta sua...
-Ai larga disso! Até parece que você não gostou da novidade…Pensa que eu não vi a sua cara quando tava coladinha nele?
-Você não viu nada! A única cara que fiz foi de ódio!
-, francamente, eu não nasci ontem, e já estou cansada de saber que você é arriada por ele, então aproveita essa oportunidade pra dar uns pegas nele!!!
-Você fala como se isso fosse fácil...
-Mas é fácil ué! Ele tá afim de você, e você morre de amores por ele, é tão simples...
-, não é tão simples…
-Se você ficar sofrendo por antecipação não vai ajudar, olha só, relaxa, vai dormir e amanhã a gente se ver na facul beleza?
-Uhum...
-Beijocas!
Tava na cara que isso era mutreta dela. Emmet me chamar pra sair? Nunca! Eu não faço o tipo dele, eu não sou boa o suficiente...Ain que deprê...
*Jasper Pov*
Estou com problemas...sérios problemas...
O que foi aquele beijo? O que era aquela boca?!!! Meu Deus, um dia essa garota me mata!
Agora eu estou aqui, deitado na minha cama, batendo um papo muito sério com “mister Jazz” e ele não me obedece!!! Dá pra acreditar? Meu corpo não me obedece mais!!! E tudo por causa de quem? Da !!!
Depois que beijei aquela boca gostosa, que apertei aquele corpo…Oh céus! Nem consegui falar com a garota direito, mas como conseguiria? “mister Jazz” empedrando dentro das calças, se eu falasse um “ai” eu pulava em cima dela... A garota saiu do carro com uma cara estranha, acho que me achou com cara de psicopata, o que não deixa de ser, afinal, quem em sã consciência não controla o próprio corpo? Pareço até um vampiro sedento!!! Pareço um virgem!!!! Ridículo!
O celular, preciso do celular, droga onde tá a porra do celular?!!
-Alô, Alice! Socorro!!
-Credo Jasper, que aconteceu?!
-Vem pra minha casa agora!!! Estou com problemas...
-Hum...que tipo de problemas hein...tá me deixando excitada sabia?
-Alice, peloamordedeus vem logo!
-Ok bonitão, chego em 5 minutos...
Nessas horas não tem coisa melhor do que uma namorada quebra-galho. Elas fazem um “serviço” de primeira...digo, de segunda, tô começando a achar que a vai fazer melhor...É, ela não sabe ainda, mas ela vai fazer, e logo, logo...
Alice chegou rápido, e como eu imaginei, o sexo não era mais a mesma coisa. destruiu a minha a vida, pqp, agora só penso nela, “mister Jazz” só quer a “casinha” dela...
Acabado o “serviço”, mandei Alice pastar. Até pensei em ligar pra , mas “mister Jazz” ficou animado só em pensar no som daquela voz melodiosa... Só espero que ela não fique chateada...
* Pov*
Idiota! Lindo! Gostoso!! Ele não me ligou!!!! Fui acreditar na conversa da , e olha só no que deu! Ele não me ligou! Ah, mas ele não perde por esperar...
Terça-feira, e como eu pensei, o Jasper estava todo estranho, me fingi de indiferente e não toquei no assunto “o beijo”. Ele também não falou nada. Acho que levei um gelo...merda! Fui pra casa da assistir um filme, mas não tivemos nem tempo de conversar, a aprontou de novo e ficou a noite toda colada no Emmet, foi hilário, quase tive um ataque de tanto rir.
Na quarta, levei outro gelo do Jasper, e eu correspondi o gelo, mal falei com ele. Idiota! Lindo! Gostoso!
Ouvi os rumores sobre a festa da calourada, mas nem me animei tanto, pois só em pensar no meu Deus grego agarrado com aquela mocréia lá...Se bem que...Seria uma ótima oportunidade de saber se ele sente algum coisa por mim...um ciumezinho seria uma ótima idéia...
Como se tivesse lendo meus pensamentos, a liga, e prometeu me ajudar com um acompanhante pra festa. Nada melhor do que um gatão do meu lado pra matar o Jasper do coração...
Capítulo 5
*Jasper Pov*
Não sei o que deu em mim...Não consegui falar com a no dia após “o beijo”. Toda vez que eu encostava nela pra falar alguma coisa, “mister Jazz” acordava, não dava pra falar com ela todo aceso né? Acabei passando uma má impressão de indiferença. Talvez tenha sido melhor assim, afinal, eu tenho namorada né? Mas que porra, tô nem ai pra Alice, quem eu tô querendo enganar?
De qualquer forma, no final de semana terá uma festa, vou com a Alice só pra manter as aparências, mas lá dou um jeito de me “entender” com a . Se ela me quiser ainda é claro...Até parece que ela não vai me querer ¬¬ Todas elas me amam, fato!
Na quarta-feira, cheguei da faculdade e fiquei no quarto revendo algumas matérias. Fui pra cozinha bater um rango e me deparo com Edward com a maior cara de bunda que já vi.
-Mano, que cara bizarra é essa? – falei dando um murrinho básico em suas costas.
-Tô de pé...- ele falou choramingando.
-Hã?! – perguntei confuso.
-Pegaram a minha moto, tô de pé...
-Roubaram a tua moto cara? – perguntei assustado.
-Mais ou menos isso...
-Mais ou menos? Não tô entendendo...- coçei a cabeça confuso.
-É uma parada com um trote, eles pegaram a minha moto como garantia até eu fazer o trote saca? Mas eles falaram que iam devolver, mas não devolveram e eu tô de pé...- ele resmungou e se jogou no sofá.
-Cara isso é caso de polícia, você vai ficar aí sem fazer nada? – reclamei intrigado.
-Não é tão simples assim, se eu acionar a polícia, o máximo que vou encontrar é o bagaço da moto saca?
-Puta que pariu, que trote dos infernos é esse?
-Há, você não vai nem acreditar na maluquice...- ele riu nervoso.
-Se eu puder ajudar...- me larguei no sofá em frente a ele.
-Cara eu tenho que transar com uma mina da minha sala...- ele falou enquanto passava repetidamente a mão nos cabelos. Tic nojento ¬¬
-É só isso?! Tu tá com essa cara de merda só por causa de uma transa?
-Jasper não é só uma transa...e eu ainda tenho que gravar um vídeo pra provar!!! É ridículo! Eu não posso fazer isso com a garota! – ele falou exasperado.
-Porra um vídeo é foda mesmo...
-E a garota é tão...tão...normal sabe...
-Normal?! – arqueei as sobrancelhas confuso. – a maioria não é? – completei.
-É, mas sei lá...ela é diferente...ela é na dela saca?
-Hã...é normal, mas é diferente...e é “na dela”...Mano, uma coisa não tem a ver com a outra...
-Ah, esquece...
-Bom, quanto ao transporte, você pode ir comigo no meu carro. E quanto a garota, tenta levá-la pra festa dos calouros...vai que ela bebe demais e “libera geral?” – brinquei e ele fez cara feia. Porra meu irmão é mó sem graça, parece até gay ¬¬
-É...ela me convidou pra ir com ela...- ele murmurou pensativo.
-Wow! Já é um avanço né?
-É...- ele murmurou cabisbaixo.
-Shiii Edward, tu tá um molenga hein...eu vou sair daqui que essa aura morta vai me contaminar...
* Pov*
Nunca imaginei que me encontraria com o médico numa situação tão...anormal. E olha que eu só queria dormir!! E o interessante é que quando tirei o lençol, ele me olhou com uma mistura de espanto e divertimento. Não sei ele, mas eu não achei graça nenhuma no fato dele ter me acordado...Ele não deveria tá chateado por eu ter arruinado a aula dele? Cara esquisito...Pelo menos ele lembrou o meu nome! Ponto pra mim hehe. Falando em nomes, eu ainda não sei o dele...Bom, melhor aproveitar o bom humor dele e cair fora, vai que ele me delata pro colegiado?
Sai da sala sem trocar muitas palavras e andei apressada pelo campus. Avistei uma picape enorme, repleta de caixas de som, e duas garotas entregando papéis para o povo que passava. Curiosidade....
Encostei no carro e peguei o panfletinho.
“Calourada, sábado a noite. Participem do evento de novos talentos : Vai com tudo!”
Nossa, festinha no final de semana, nunca perco!
*Carlisle Pov*
Essa garota só pode estar me perseguindo! Eu só queria dar minha aula! E olha só quem me aparece dormindo na maca, ELA!. Se a situação não fosse tão cômica eu teria ficado chateado, mas vê-la ali, deitadinha e dormindo foi adorável... É, acho que tô ficando mole... Mas o que posso fazer se ela tem esse efeito sobre mim?
Não trocamos muitas palavras, afinal, ainda éramos completos desconhecidos um para o outro. Embora eu queira mudar isso o mais rápido possível. E agora que eu sei que ela estuda aqui então...Preciso trocar umas palavrinhas com Edward, talvez ele a conheça melhor...
Bom, eu até tentei falar com meu filho depois do acontecido, mas a peste não pára em casa. No sábado, consegui voltar mais cedo do hospital e o encontrei saindo do quarto.
-Filho, vai sair? – perguntei casualmente.
-É. – Nossa.como ele é comunicativo ¬¬ Me pergunto que tipo de criação ele teve durante esses anos na Inglaterra.
-Vai onde? Volta ainda hoje? – tentei não parecer pai coruja, mas sem sucesso, pois ele arqueou as sobrancelhas.
-Pai...fala sério né? Vai pegar no meu pé agora? Assim do nada? Até parece que você se importa... – ele respondeu ríspido e desceu as escadas.
-Edward! Olha o jeito com fala com seu pai! Eu não estou tentando pegar no seu pé, só quero saber por onde anda, afinal, se te acontece algo, como ficarei sabendo hein?
-Estou indo pra calourada, no clube Massachussets Golden Club [n/a: nome criado por nossa querida Lettie, vlw amiga XD]. E não sei se volto hoje...Satisfeito? – ele respondeu revirando os olhos.
-Está com pressa? Queria te perguntar umas coisas...- falei embargado, tossi de nervoso. Ele me olhou curioso.
-O que?
-Sabe aquela garota que estava dormindo na maca na faculdade? – perguntei tentando parecer mais desinteressado.
-A ?
-Sim, você a conhece? Ela é de sua turma? – perguntei curioso.
-Hum, ela é uma dos formandos, porque? Pensei que já a conhecesse...- ele arqueou as sobrancelhas.
-Ela é uma das minhas pacientes...
-E? porque esse interesse todo? – ele perguntou inquisitivo.
-Interesse? Interesse nenhum, foi só uma curiosidade...- retruquei evitando o olhar nos olhos, tinha certeza que minha mentira deslavada não ia passar em branco por Edward.
-Aham...sei...Pai, ela tem idade pra ser sua filha sabe...- ele murmurou.
-Já disse que não estou interessado nela! E eu não tenho filhos de 28 anos! Tá me chamando de velho? – falei um tanto exaltado. Porra, não posso estar tão mal assim..., ainda dou um caldo...
-Ew, calma! O que eu quis dizer é que você é muito mais velho do que ela, e não que você é velho. São o que? 10 anos de diferença?
-Não é tanto assim...
-Você está interessado nela. – ele afirmou.
-Não, não estou. – retruquei.
-Pai, tem uma placa imensa na sua testa dizendo: estou louco por ela! E cara, você mente super mal...
-Ah...digamos que eu esteja um pouco interessado nela...você acha que ela se interessaria por um velho? – perguntei receoso. Eu não acredito que estou tendo essa conversa com meu filho...Não deveria ser o contrário? Ridículo ¬¬
-Pai, não faço a mínima idéia...porque não pergunta isso a ela? Chame-a pra sair oras! Se você quiser, arrumo o telefone dela...
-Dela quem? – Ótimo! Agora Jasper se juntou ao clube do bolinha...
-...Ele tá apaixonado por ela – Edward respondeu como se fosse a coisa mais banal. Jasper arregalou os olhos e me olhou procurando em mim uma suposta brincadeira.
-Sério?! Que ? Aquela que faz medicina? – Jasper perguntou espantado. Ok, quero um buraco pra me enterrar. Virei motivo de chacota pra meus próprios filhos.
-A própria – Edward respondeu agora entediado.
-Wow! Eu sempre a achei mó gostosa! Hehe, o velho ainda tem bom gosto – Jasper caçoou e eu o fuzilei com os olhos.
-Ok, já chega. Nem mais uma palavra sobre isso, tão entendendo? – falei ríspido e eles me olharam assustados.
-Ninguém ia falar nada...Pai, se tu gosta da mina, vai com tudo...- Edward falou e saiu sendo acompanhando por Jasper.
Vou com tudo? Hum...uma coisa a se pensar...
* Pov*
Ok, chegou o grande dia! Ainda não sei de onde tirei forças pra ir pra essa festa. EU VOU COM EMMET!!!! OMG!!!
Fiquei em casa esperando que ele viesse me buscar. Não sei pra que fiz as unhas, acabei roendo tudo de nervoso.
Bi Bi
Omg! Ele chegou! Morri!
Cambaleei até o Jipe imenso dele. Ele saiu do carro pra me cumprimentar.
-Hei, nossa , você está Linda! – ele falou e me beijou a face. Ô...mas foi tão pertinho da boca...Morri....
-Er...hum...o-bri-gada... – gaguejei já me trimilicando toda de nervoso.
-Deixa eu te ajudar a subir... – ele falou e me encaminhou pro banco do passageiro. Oh porcaria isso é muito alto...
Antes que eu pudesse reclamar, Emmet me pegou no colo e me colocou no banco. Morri né?
Silêncio.
Porra ele não vai falar nada não? Ele quer que eu fale? Logo eu que tô meio morta aqui?
-Er...obrigada por me chamar pra festa...- quebrei o maldito silêncio, mas fitando a janela claro. Se eu olhar pra ele agora eu morro de novo e de novo...
-Hã? – Hã? É tudo o que ele consegue dizer?
-Obrigada por me chamar...pra festa...- repeti receosa. Será que ele se arrependeu de me levar?
-Ah...- ele ficou pensativo, fitando a estrada. Estranho. – Gosto de sua companhia sabe... – ele concluiu ainda sem me fitar.
-Hum...digo o mesmo...- murmurei baixinho, senti minhas bochechas formigarem.
Silêncio.
- você aceitou o convite por conveniência ou por que realmente queria minha companhia? – ele perguntou franzindo o cenho.
Omg! que pergunta é essa? Será que falei alguma besteira? E porque eu iria aceitar por conveniência? Fala sério!
- Emmet você não se vê com clareza né? Que mulher nesse mundo iria recusar um convite seu? – Ops, de onde foi que saiu isso?
Ele parou o carro no acostamento e suspirou alto. Oh God, o que ele vai fazer? Porque ele parou? E porque essa cara de quem comeu e não gostou?
-, não me importa o que as outras mulheres acham de mim, e não me importa se todas elas aceitariam um convite meu. Me importa se você quer, tá me entendendo? Eu quero saber se realmente você me quer ao seu lado...- ele falou com os olhos faiscando, quase me perco naquele olhar tão profundo.
-Você ainda tem dúvidas? Emmet...eu gosto...da sua companhia...- gaguejei e ele continuou me olhando como se estivesse procurando resquícios de alguma mentira. Bobinho! Só ele não percebeu o que eu sinto por ele...
-Isso é bom, porque não pretendo sair do seu lado tão cedo. – ele falou e religou o carro.
Morri. Eu ouvi o que eu ouvi? Eu ouvi mesmo? O que ele quis dizer com isso? Imagina se vou me importar com ele do meu lado...Eu quero mais é que cole mesmo!
*Emmet Pov*
Até que enfim chegou o dia da festa. Corri pra casa da , estava quase saltitando de felicidade. Ele me convidou pra sair!
“saltitanto? Tá se assumindo é?”
Voz do além, na moral mesmo, dá um tempo!
”Vai mesmo saltitando atrás da garota, depois quando ela te chamar de bambi não venha chorar no meu ouvido”
Eu mereço ¬¬
Como eu ia falando, cheguei na casa dela e buzinei. Logo ela apareceu, linda e gostosa. É, gostosa mesmo, com aquele vestidinho curto e aquele decote assassino...Oh, “Emmetinho” fique na sua!
“Emmetinho?! Tu deu nome pra teu pênis? Cara, tu só pode ser gay mesmo”
Não enche! Emmetinho é carinhoso tá? Se bem que de “inho” ele não tem nada...Mas isso não vem ao caso.
“É bom mesmo, não tô nenhum pouco afim de discutir sobre seus atributos.”
Vou fingir que não ouvi isso. Até onde eu sei, meus atributos são também seus atributos.
“Isso é um mero detalhe”
Nem comento ¬¬
Enfim, coloquei minha garota no carro.
“Sua garota? Já tá assim é?Engraçado, não me lembro de ter ouvido ela falar que é sua...”
Puta que pariu, não te mandei ficar calado?
“Ok, não falo mais.”
Começamos a noite com pé esquerdo. Com aquele maldito silêncio. Ela quebrou o gelo me agradecendo pelo convite. Mas não tinha sido ela que me convidou?! Só podia ser arte de . Resolvi não contar a verdade pra , apenas assenti.
Mas poxa, fiquei um tanto decepcionado com isso. Eu aqui todo radiante pensando que ela tava na minha. E tomo esse banho de água fria. Será que ela me quer mesmo?
Parei o carro pra esclarecer as coisas. Não iria a essa festa se ela não me quisesse de verdade. Pra meu alívio, ela queria estar comigo. E isso é o que importa.
*Edward Pov*
Carlisle apaixonado? Essa foi boa! Vou deixar pra pensar nisso depois, afinal tinha uma festa pra ir, acompanhando a minha “vítima”. E oh, ela vem me buscar não é ótimo? NÃO! É ridículo! Eu que deveria estar buscando ela! Mas é claro, se o pulha do Mike não tivesse dado fim na minha moto.
Agora estou aqui, esperando a minha dama. Estou me sentindo uma donzela. Tosco.
Jasper foi na frente, ele foi buscar a Alice. É, ele foi buscar, e não ela!. Só eu que serei buscado por ela! Ahh! Merda!
Esperei uns 10 minutos e logo apareceu. Ela e mais uma garota, possível vela.
-Hei! Você está linda - falei quando entrei no carro.
-Ah, obrigada. Você também não está de se jogar fora hein...- ela piscou e eu gamei. Oh, ela é realmente linda.
-Oi, como fui ignorada de novo, deixa eu me apresentar, sou , mas pode me chamar de .
-É um prazer . Eu sou Edward.
-Eu sei, a fala muito de você – ela respondeu empolgada.
-Fala é?
-Falo? – arqueou as sobrancelhas.
-Fala né , você me disse que é de sua turma...- murmurou tentando disfarçar sem sucesso. Mulheres...
Fomos o caminho todo discutindo amenidades até chegar no local da festa.
Chegando lá, avistamos alguns amigos e nos sentamos na mesma mesa que o irmão da estava.
-Hei Edward! Que bacana te ver por aqui – Emmet me cumprimentou.
-Digo o mesmo Emmet – respondi.
-Essa é a , amiga de . – ele me apresentou uma garota que o acompanhava.
-É um prazer .
-Igualmente Edward – ela respondeu ternamente.
-, , vem comigo no toilet? - chamou. Elas sairam juntas logo em seguida.
-Edward você é o cara, roubou a calcinha da , e ainda a acompanha pra festa. – Emmet caçoou enquanto bebia sua cerveja.
-Ah, a gente conseguiu se entender sabe...
-Sei...cerveja? – ele ofereceu.
-Sempre! – aceitei e ficamos um tempo jogando conversa fora.
Estranhamente voltaram pra mesa apenas a e a .
-Cadê a ? – perguntei intrigado.
-Ah, ela ficou conversando com umas amigas...- respondeu indiferente.
Mas que porra é essa? Ela me convida pra festa e fica de conversinha com as amigas? Não mesmo! Vou atrás!
Já ia me levantando quando a me puxou pela camisa.
-Hei Edward, eu adoro essa música que tá tocando, dança comigo? Tenho certeza que a não vai se importar – ela pediu sorridente, e quem sou eu pra negar né? Vai que eu não aceite e ela faz minha caveira com a ?
Fomos pra pista de dança, onde já haviam alguns casais se atracando.
Bom, a música que estava tocando era um tanto...inconveniente. Mas ela disse que gosta, o que eu posso fazer?
Trilha Sonora (OUÇAM, FAZ TODA A DIFERENÇA)
A garota começou a rebolar na minha frente, eu nem sabia muito o que fazer, mas oh céus, ela estava se esfregando em mim! Ok, e agora? O que eu faço? Fico ou saiu? Se eu sair corro o risco dela me chamar de viado, se eu ficar corro o risco dela me chamar de tarado. Mas ela quem pediu né? Problema dela então.
Segui o ritmo dela e me envolvi na dança. Quando a música já estava quase acabando, sinto uma mão puxar meu ombro e de repente Boom!
É, onde é que está escrito que virei saco de pancadas? Só que dessa vez não foi um murro qualquer, foi uma porra de um mega murro e dado pelo meu próprio irmão!!! Caralho eu cheguei a ver passarinhos verdes na minha cabeça!
-Não acredito que você estava se esfregando na minha garota!! – Jasper berrou e veio pra cima, mas o segurei antes de levar outro pau.
-Tá louco Jasper?!! Você tem noção do que está fazendo? Você me bateu!!! Eu sou seu irmão caralho! – berrei entre dentes.
-Irmão? Irmão não fica se agarrando com a mina dos outros!!! – ele retrucou exasperado.
-Cara você fumou bosta? Cadê sua mina aqui? Cadê a Alice Jasper?!!! Ficou cego foi? – gritei e observei a rodinha que já tinha se formado.
-Pera aí! Vocês se conhecem? - perguntou confusa.
-Claro! Somos irmãos! – respondi ainda alterado.
-Oh... – ela murmurou aluada.
-Não é da Alice que estou falando Edward, estou falando da ! – Jasper resmungou ainda alterado.
-E desde quando a é sua hein? Você tem duas namoradas agora é? Desculpe se eu não sou adivinho! E pra seu governo, eu só estava dançando com ela. – falei ríspido.
-Pera ai! Para tudo! Que porra é essa que eu sou sua hein Jasper? Fumou maconha ou algo do tipo? – a garota perguntou exaltada.
-Olha pra mim e diz que não é. , isso é um fato, e ninguém pode mudar tá entendendo? Você é minha e ponto final! – Jasper falou. A garota arregalou os olhos e meteu um tapa na cara dele.
-Baixa a bola Jasper! Tu tá se achando demais, eu não sou de ninguém. Se você me quiser, vai ter que fazer por merecer tá entendendo? E tenha certeza que não será só com uns dois beijos idiotas! E da próxima vez que você decidir me dar um gelo, me avise ok? Quero estar psicologicamente preparada. – ela falou e saiu dando as costas. Jasper estava olhando a garota assustado.
-Edward, é impressão minha ou eu acabei de levar um fora? – Jasper perguntoU ainda observando a garota andando.
-Só um fora? Ao meu ver isso foi bem mais humilhante de que um simples fora...- respondi irônico.
-Edward, você não está ajudando...
-E porque ajudaria? Você pisa na bola, me bate eu tenho que ser bonzinho?
-É ela a garota do trote? É com ela que você tem que transar? – ele perguntou agora voltando a atenção pra mim.
-Eu nem a conhecia Jasper, a garota do trote é amiga dela.
-Ah...cara, foi mal, sério, não sei o que me deu. Quando a vi dançando com você daquele jeito, meu sangue ferveu saca? Eu não sei o que está acontecendo comigo... – ele me olhou com uma feição dolorida que deu pena.
-Cara, você está apaixonado – dei um tapinha nas suas costas e ele arregalou os olhos.
-Tá louco? Eu apaixonado? Isso foi uma piada né?
-Jasper todo mundo está sujeito a se apaixonar, porque todo esse drama? Sinceramente não vejo problema com isso...
-Edward, homem que se apaixona vira capacho de mulher saca? O cara fica mole feito retardado, tô fora...
-É mesmo? Então fica ai “fora”, e deixa o lugar pra quem tá “dentro”. Se eu fosse você eu ia atrás dela, ela ficou um fera com você...Vai acabar perdendo...
-É, vou falar com ela...- ele falou e saiu atrás da garota. Voltei pra mesa e observei que ainda não tinha voltado.
-Cara que foi aquilo na pista de dança? – Emmet perguntou curioso.
-Meu irmão fumou maconha e perdeu o juízo... – brinquei já me sentando.
-E deu sinal de vida?
-Ela deve tá por ai com os amigos... - murmurou indiferente.
-A propósito, Edward, você vai participar do show de talentos? – Emmet perguntou.
-Show de talentos? – perguntei intrigado. Que porra é essa?
-Nossa Edward em que mundo você vive? Até eu que não faço mais faculdade sei do evento...- Emmet zombou.
-É um evento feito pelas irmãs Alice e Rosálie Hale. Elas fazem publicidade e todo ano nas festa de calourada tem. - comentou empolgada.
-E o que rola nesse evento? – perguntei curioso.
-As pessoas pagam 200 dólares pra participar, e ela terão 3 minutos para fazer alguma apresentação no palco. Pode ser qualquer coisa, pode ser sozinho ou em grupo. A platéia faz a votação e só um ganha. Quem ganha leva o prêmio de 3 mil dólares. - explicou.
-Wow! Muita grana hein!
No mesmo instante comecei a raciocinar. Uma grana dessas seria o ideal pra gastar com possíveis passeios e presentes pra , afinal, a mixaria da minha mesada não dava pra nada.
Hum...o que eu poderia fazer num show de talentos?
* Pov*
-, , vem comigo no toilet? - chamou. Saimos juntas logo em seguida.
No toilet…
- Ai isso não vai dar certo! O cara não para de olhar pra você, o Jasper vai notar que ele está te acompanhando! – reclamei.
- Relaxa , está tudo sob controle. Seguinte, eu vou dar umas voltas por aí, vocês voltam pra mesa e dizem que eu estou conversando com umas amigas. Aí você chama o Edward pra dançar. Tenta parecer envolvida com ele saca? Sei lá dá umas reboladas loucas, o Jasper vai surtar. - falou como se fosse fácil.
-Credo , não vou conseguir fazer isso não! Rebolar pra outro? Ew, Ew! Eca! – resmunguei enojada.
-, foi você quem pediu o acompanhante, se você só ficar do lado dele não vai colar! A não ser que você beije o Edward...você quem sabe...
-Ew! Ew! Beijar o Edward? Ew! Credo ! Dançar é o menos pior…
-Eu ainda acho isso totalmente desnecessário. , porque você não chama o Jasper pra uma conversa? Resolve logo isso cara a cara. - praticamente filosofou.
-Quem é você e o que fez com a ? – perguntei assustada. Sério, nunca vi a tão profunda.
-Há há! Muito engraçado . - buffou e deu de ombros.
-, não é tão fácil assim tá? Até porque ele tem namorada. Eu não posso chegar e botar o garoto contra a parede, não que eu não quisesse, mas ele pode simplesmente dizer que foi só um beijo...E sinceramente não tô afim de levar um fora desses não...- retruquei impaciente.
-Você quem sabe então...Vamos? - chamou e eu a segui.
Fomos pra mesa e Edward logo estranhou a falta da . Demos a desculpinha esfarrapada e segui com o plano. Chamei Edward pra dançar aquela música escrota. Ew, até me esfregar nele eu fiz, Ew, Ew, eca! Não que ele não fosse bonito e talz, mas pow, ele não é o Jasper né...só o Jasper pode.
E pra minha surpresa o Jasper apareceu do nada e esmurrou o coitado do Edward. Deu pena. Ele não tinha nada a ver com a minha história e pagou o pato. Tadinho.
Os dois começaram uma discussão e Jasper até disse que eu era dele!!! Uhuuuu!!! Quase falei que eu era mesmo, mas não ia dar esse mole né? No final das contas descobri que eles eram irmãos. Fala sério, com tanto homem no mundo, arrumei logo o irmão dele. E agora que minha máscara ia cair né? Afinal, ele tecnicamente não era meu acompanhante, portanto, voltei pra estaca zero ¬¬
Mas o Jasper foi tão arrogante que tive que rodar a baiana. Eu não me importava que ele me chamasse de sua, mas da forma que ele falou, me senti qualquer uma saca? Não deu outra, acabei dando um tapa naquele rosto esculpido divinamente. Era necessário né?
O deixei lá a ver navios e sai. Precisava pensar.
Andei sem rumo e parei em frente a uma das piscinas do clube. Estava fechada obviamente, e estava tudo escuro, mas mesmo assim, pulei a grade e entrei. Tirei a sandália e me sentei na beirada, colocando os pés pra dentro. De repente sinto uma mão quente repousar no meu ombro. Dei um pinote com o susto e olhei pra trás. Ele.
-…Precisamos conversar…- Jasper falou embargado. É impressão minha ou ele estava nervoso?
-Hum...- murmurei.
-Vou entender esse “hum” como um sim...- ele falou e retirou os sapatos fazendo o mesmo que eu. Sentou ao meu lado e ficou em silêncio.
-Jasper eu não sua puta pra você me tratar daquele jeito – falei um pouco mais alto do que o necessário.
-Céus , quando foi que eu falei isso? Eu nunca te tratei desse jeito! – ele retrucou abismado.
-A não? E o que foi aquela ceninha na pista de dança hein? “Ela é minha e ponto final”, qualquer um em sã consciência entende que você está me tratando como qualquer uma...
-, me perdoe, não era essa a minha intenção. Não sei o que me deu quando te vi com Edward. Sei lá, eu fiquei com muita raiva sabe? Porra você estava se esfregando nele! Como você queria que eu reagisse?
-Eu não esperava que você reagisse porque não sou nada sua Jasper! Nós não temos nada, e se eu estava com outro isso não é problema seu.
-Desculpe, mas não é assim que eu vejo. Eu...me sinto diferente com você...Eu...quero que você seja...digo...que você...fique comigo. – ele gaguejou me olhando profundamente.
Engoli em seco. Eu ouvi isso mesmo?
-Não estou entendendo onde você quer chegar Jasper. – falei um tanto ríspida.
-Eu quero que você seja minha namorada. Eu...realmente gosto de você...- ele disse enlaçando meu rosto em suas mãos.
-Você já tem namorada Jasper.
-A Alice não significa nada pra mim, não sinto absolutamente nada por ela...- Hehe, tudo o que eu queria ouvir, lá lá lá, ele quer ser meu namorado! Não disse? Eu sabia! Lá lá lá! Babem!!!
-Você vai terminar com ela então? – perguntei radiante.
-Por enquanto não...
-NÃO?! VOCÊ QUER QUE EU SEJA A OUTRA?!!!- perguntei exasperada. Ah fala sério! A outra não né!!
-Calma , deixa eu explicar direito. Não quero terminar agora porque a Alice é uma diabinha saca? Se ela só imaginar que terminei por causa de outra, ela vai fazer de nossas vidas um inferno.
-Como ela faria isso? O que ela poderia fazer Jasper? – perguntei incrédula. Só espero que ele não esteja me enrolando ¬¬
-Ela bem rica saca? Ela tem tudo nas mãos. O que ela quer, ela consegue. E a irmã dela, é um capeta em forma de gente. Ela acaba com qualquer um que cruze seu caminho. Se ela ficar sabendo de você, nem imagino o que ela fará contigo...
-Credo Jasper, tá me assustando...
-Não se assuste. Temos que ficar em segredo ainda. Mas só até eu dar um jeito em Alice. Preciso pensar em algo antes. Você entende isso né? Eu não quero que ela te faça mal .
-Hum, entendo né...mas assim, posso contar pra minhas amigas né? E posso te ligar quando quiser né? E você vai ligar pra mim né? E vamos sair juntos né?
-, pára de falar feito Alice, tá me dando nos nervos. E sim, nós seremos namorados com todos os direitos e deveres. Não se preocupe tá?
-Hum...porque você me deu um gelo essa semana? Meu beijo foi tão ruim assim? – perguntei envergonhada.
-Ruim?! , não seja absurda! Se te dei um gelo não foi intencional, eu realmente gostei de você, gostei de nosso passeio, gostei dos seus beijos...O que aconteceu foi que toda vez que ia falar contigo, eu perdia a fala...é eu sei, eu sou um idiota, mas é a mais pura verdade...
-Hum...- murmurei tentando assimilar tanta informação.
Ele me olhou profundamente e enlaçou sua mão na minha nuca e me trouxe pra mais perto de si. Selou nossos lábios com carinho e ternura. Começamos um beijo calmo e cheio de sentimentos ocultos que vinham à tona. Ele lambia e mordia meus lábios, e nossas línguas dançaram em sincronia perfeita à medida que ficava mais urgente. A outra mão me apertou a cintura e me puxou com força contra seu corpo quente. No calor do momento me exaltei e pulei em seu colo, uma perna de cada lado. E oh...que beijo!!! Já tinha perdido noção do tempo-espaço e não sabia mais por quando tempo permanecemos nos beijando tão intensamente. Jasper cessou o beijo com selinhos e encostou sua testa na minha. Suspiramos alto e assim ficamos uns instantes.
-Tenho que ir...Alice deve tá me procurando...Não queremos um barraco em plena festa né? – ele suspirou derrotado.
-Ok, vai me ligar né? – perguntei receosa. Será que ele vai me achar grudenta?
-Ligo sim, que horas você dorme?
-Pode ligar a hora que quiser! – respondi empolgada.
-Ok, vamos indo então.
Caminhamos em silêncio até a mesa dos meus amigos.
-, , toilet agora. – falei e seguimos deixando os outros curiosos.
-Estou namorando o Jasper!!!! – gritei histérica.
-OMG!!! – elas gritaram e pularam feito duas malucas.
-Ai ele é um fofo! – falei ainda pulando de alegria.
-Edward me contou que Jasper bateu por causa do ciúmes!!! Nossa nem acreditei! - falou empolgada.
-Nem eu acreditei amiga! Mas ele disse que me quer e não a Alice! Mas tipo, ainda em segredo saca? Ele disse que a Alice é bandidona, e vai fazer minha caveira se descobrir.
-Porque você não falou que a gente quebra aquela mocréia no pau? - falou.
-A Alice é rica sabe? E tem tudo que ela quer. Daí não vamos atacar assim de cara. Mas isso não importa agora. O que importa é: ESTOU NAMORANDO O JASPER!!!
Ficamos lá resenhando por um bom tempo. E quando voltamos pra mesa, ela estava vazia. Estranho? Magina....
De repente as pessoas se aglomeraram em frente a um palco. E uma loira se achando estava com um microfone em mãos.
-Boa noite a todos! É com muita honra que damos início ao nosso evento “Vai com tudo”. Acredito que todos já estão a par das regras. E nós temos nosso primeiro grupo da noite. Uma salva de palma para AS MENINAS SUPER PODEROSAS!!!
-OMG!!!!! OLHA LÁ!!! - gritou exasperada.
-Não acredito no que estou vendo. MORRI! - botou a mão no coração e eu pensei que ela ia dá um treco. Segui seu olhar e vi.
-Valei-me nossa sinhora!!! – berrei quase caindo de costas.
Eu não posso acreditar nos meus olhos!
Capítulo 6
* Pov*
Ok, aquilo era demais pra minha sanidade. O que era aquilo?!!!!
Tinham três monumentos divinos no palco. Emmet, Jasper e Edward. Jasper e Edward estavam de calças e sem camisa, e uma gravata vermelha folgada no pescoço. E Emmet estava só de sunga, uma gravata rosa e uma capa do Drácula no pescoço. Jasper segurava um baixo, Emmet e Edward uma guitarra.
Eles se posicionaram em frente aos microfones e começaram a tocar.
Trilha Sonora (OUÇAM, FAZ TODA A DIFERENÇA)
Edward começou a cantar, mas de um jeito tão gay e tão bizarro que não deu pra segurar a risada.
Um tanto quanto másculo
Ai, e com M maiúsculo
Vejam só os meus músculos
Que com amor cultivei
Emmet e Jasper faziam uma espécie de back vocal. Hilário.
Minha pistola é de plástico (quero chupar-pa)
Em formato cilíndrico (quero chupar-pa)
Sempre me chamam de cínico (quero chupaar...)
Mas o porquê eu não sei (quero chupar-pa)
Emmet começou a andar pelo palco e a rebolar super gay. Nem preciso dizer que a quase morre né?
O meu bumbum era flácido
Mas esse assunto é tão místico
Devido a um ato cirúrgico
Hoje eu me transformei
O meu andar é erótico (silicone yeah! yeah!)
Com movimentos atômicos (silicone yeah! yeah!)
Sou um amante robótico (silicone yeeah...)
Com direito a replay (silicone yeah!)
Um ser humano fantástico
Com poderes titânicos
Foi um moreno simpático
Por quem me apaixonei
E hoje estou tão eufórico (doce, doce, amor)
Com mil pedaços biônicos (doce, doce, Amor)
Ontem eu era católico (doce, doce, amoor...)
Ai, hoje eu sou um GAY!!!
Nossa Emmet deu um gritinho ridículo que todo mundo explodiu em risadas.
Abra sua mente
Gay também é gente
Baiano fala "oxente"
E come vatapá
Você pode ser gótico
Ser punk ou skinhead
Tem gay que é Mohamed
Tentando camuflar:
Allah, meu bom Allah!
Faça bem a barba
Arranque seu bigode
Gaúcho também pode
Não tem que disfarçar
Faça uma plástica
Aí entre na ginástica
Boneca cibernética
Um robocop gay...
Um robocop gay,
Um robocop gay.
Ai... eu sei,
Eu sei
Meu robocop gay...
Ai como dói! ( Emmet gemeu, cômico)
Quando eles deram os últimos acordes, a platéia em peso ovacionou com aplausos e assobios. Nossa, não pensei que fosse fazer tanto sucesso. Mas que foi engraçado foi. Tinha que ter o Emmet no meio né? A estava hiperventilando vendo o Emmet só de sunguinha.
Reboquei as meninas quase mortas pra nossa mesa.
-Respira - falei tentando abanar a coitada.
-Vo-cê viu? Você viu? Eu vou morrer! – ela falou exasperada.
-Oh céus o Jasper tava gostoso demais! Era pra eu ter pedido bis!!! - deu um gritinho histérico.
-Vocês tão parecendo que nunca viram homem na vida – resmunguei.
-Ah não vem não , vai me dizer que tu não olhou aquele peitoral divino do Edward? Até eu olhei!!! - falou.
-Olhar eu olhei claro, mas não tô morrendo por isso...
-Sei...sei...- ela zombou arqueando as sobrancelhas.
Ficamos esperando “as meninas super poderosas” chegarem, enquanto outros talentos porcaria tocavam no palco. Sério, nunca vi tanta merda junto. Depois daquele mega show que os garotos deram, os outros ficaram ofuscados.
Olhei ao longe e lá vinham. Bom, pelo menos tentando vir, já que tinha um bolo de garotas histéricas se esguelando e pulando no pescoço deles. Até fiquei com um ciumezinho. O Edward tá me acompanhando caralho!! Tá, eu sei que nem dei bola pro coitado a noite toda, mas nunca é tarde né?
*Edward Pov*
Não me perguntem de onde veio essa idéia maluca. Eu também não sei, mas com certeza a grana gorda teve uma grande participação. Putz eu precisava da grana né?
Pois é, assim que as garotas foram no toilet, eu incentivei Emmet e Jasper a participarem comigo numa apresentação improvisada. Fazia séculos que eu não tocava numa guitarra, mas o que é que o desespero não faz né?
Fomos nos cadastrar nos bastidores. Lá encontramos com as organizadoras do evento, que por coincidência eram Alice, namorada de Jasper, e sua irmã, Rosalie.
Fingi que não notei as indiretas e olhadas que a Rosalie me deu e me cadastrei. Elas nos levaram para uns camarins, e lá havia uma porção de roupas e fantasias. Tudo muito bizarro e berrante. Eu e Jasper optamos por algo mais “simples”, enquanto o Emmet, er...bem...vestiu algo mais...hehe tosco...pelo menos seria útil pra atrair a atenção feminina né? Quem sou eu pra julgar...
Fomos os primeiros a se apresentar. Bom, foi cômico, Emmet parecia uma gazela no palco e a aceitação pelo público foi unânime. Ponto pra mim né? Afinal toda a idéia foi minha hehe, me senti agora.
Nos trocamos em meio a gargalhadas e tentamos voltar pra mesa. Jasper foi barrado pela namorada, eu e Emmet seguimos no meio da multidão feminina. Avistei a ao longe e acenei pra ela que apenas respondeu com um sorriso matreiro.
Ela começou a andar em minha direção, sério, parecia aquelas cenas de filme, ela praticamente desfilava, mexendo os quadris de uma forma tão sexy que até esqueci onde eu tava, só despertei da letargia quando me deram um beliscão na bunda. Porra, doeu!! Porque mulheres adoram apertar nossa bunda? Coisa mó sem graça...Tá, eu gosto, confesso, é até excitante...
Enfim minha garota, que não sabe ainda, mas não por muito tempo, chegou até mim, e pra meu espanto me puxou forte pela camisa e me arrastou do meio da multidão.
-Que isso?
-Quem é essa?
-Ó lá, a maldita puxou o gatão!
-Hei solta ele!
-Deixa um pedaço pra gente! – As mulheres resmungaram enquanto me arrastava pela camisa.
-Volta aqui tesudo! Também quero uma lasquinha desse bofe Uhuuuu!!!! – Ew! Essa com certeza não era uma mulher. Ew! Ew! Eca!
-Nossa Ed. Você tá famoso hein...sabe que vai ser o assunto da faculdade por pelo menos um ano né? - brincou e parou em seguida, no meio da pista de dança. Wow, ela me puxou pra dançar? Nem gostei né...
-Hum...não me importo...na verdade eu prefiro que eu seja assunto permanente pra uma única pessoa...- respondi sorrindo torto.
-Oh...e quem seria essa pessoa? – ela perguntou mordiscando o lábio inferior. Sexy...
-Hum...dança comigo que eu conto...- sussurrei em seu ouvido e a senti estremecer.
-Porque acha que te trouxe aqui se não fosse pra dançar? – ela perguntou com um sorriso maroto.
Passei uma mão por sua cintura trazendo-a pra perto, e a outra, tomei sua mão na minha.
Trilha Sonora (OUÇAM, FAZ TODA A DIFERENÇA)
E quando a música começou a tocar, nos envolvemos na dança como se não houvesse nada nem ninguém por perto. Aproveitando que conhecia a letra da música, resolvi botar em prática meus dotes de Don Juan.
Cantei em seu ouvido, e ela me acompanhou cantando também:
Just you and me
É apenas você e eu
And there’s no one around
E não há ninguém por perto
Feel like I’m hanging by a thread, it’s a long way down
Sentindo que estou pendurada por um fio e é um longo caminho sem volta
I’ve been trying to breathe, but I’m fighting for air
Tenho tentado respirar, mas estou lutando por ar
I’m at an all time low, with no place to go, but you’re always there
Mesmo quando há pouco tempo, nenhum lugar para onde ir, você sempre está lá
When everything falls apart
Quando tudo desaba
And it seems like the world is crashing at my feet
E isso é quando o mundo parece cair sobre o meu pé
You like me the best, when I’m a mess
Você gosta do melhor em mim, quando estou uma bagunça
When I’m my own worst enemy
Quando estou em um mal momento
You make me feel beautiful
Você me faz sentir bonita
When I have nothing left to prove
Quando eu não tenho nada a provar
And I can’t imagine how I’d make it through
Eu não posso imaginar como eu irei conseguir
There’s no me without you
Não há você sem eu
No me without you, no, no
Não existe você sem mim, não, não
You hear what I say, when I don’t say a word
Você escuta o que eu digo, quando eu não digo nada
You are my rising sun,You’re the place I run
Você é meu nascer do sol, você é o lugar a que eu recorro
You know how it hurts, When everything falls apart
Você sabe como isto machuca, quando tudo vai abaixo
And when you say “baby, it’s gonna get better”
E quando você diz “Querida vai ficar tudo legal”
I believe you
Eu acredito em você
And I wish that somehow I could see me the way you do
E eu desejo que de alguma forma eu possa me ver através do que você diz
With my imperfections, you think I’m perfect
Com minhas imperfeições, você acha que sou perfeita
When it’s not easy, you make it worth it
Quando não é fácil, você faz isto.
Quando a música tocava seus últimos acordes, não resisti a tentação e beijei o cantinho de sua boca suavemente. Olhei-a receoso esperando algum tipo de reação, tipo um murro ou coisa parecida, e pra minha surpresa, ela enlaçou suas mãos em meus cabelos e me puxou pra perto selando nossos lábios. Ok, ok isso foi bom, foi melhor do que eu esperava.
Retribui o beijo fazendo com que nossas línguas dançassem. Apertei-a contra mim e quando não havia mais ar, separei alguns milímetros apenas, recomeçando o beijo. É, eu não queria parar, que posso fazer se a boca dela é gostosa pra caralho? O problema é que “Edzinho” estava se animando, e é muito provável que ela já esteja sentindo um volume peculiar pressionando o corpo dela. Nada bom, nada bom, e agora? Merda tô até parecendo um virgem!
Bom, seria um momento excelente para propor uma saída a francesa dessa festa enfadonha, mas ela pode pensar que estou querendo “algo” mais. Não que eu não queira, mas o fato é que ainda é cedo demais. Tenho até a porra do final do semestre pra chegar “lá”.
Muito embora eu também não quero chegar “lá” por causa dessa merda de trote, afinal, é uma garota legal, e bonita, e gostosa, e interessante...tá eu já sei que vocês já entenderam, mas eu tenho falar!
Enfim, eu quero chegar “lá” porque gosto dela, e não por causa do trote, tá, por causa do trote também, mas ela não precisa saber dessa parte sórdida, eu ainda quero minha moto né? Andar a pé é foda, e de carona com o Jasper é pior ainda. Eu só preciso dar um jeito do Mike desistir do vídeo, óbvio que não vou filmar a “coisa” toda, imagina se ele bota no youtube? Bem capaz da me capar! E até parece que eu ia querer que minha bunda branca aparecesse em rede mundial, Ew!
De qualquer forma, não vou conseguir muita coisa ficando aqui nessa festa chata.
-, o que você acha de irmos pra outro lugar mais reservado? – perguntei receoso.
-Hum...só se me disser quem é a garota – ela sorriu matreira e eu boiei, que garota?
-Hã? Quem? – perguntei confuso. Ela revirou os olhos. O que foi que eu perdi?
- “eu prefiro que eu seja assunto permanente pra uma única pessoa” – ela forçou uma voz mais grossa. Ela tentou me imitar? Credo, foi O-river! (n/a: créditos da Lettie XD). Disfarcei a vontade de rir.
-Ah, tá. Você ainda tem dúvidas ? – perguntei sorrindo torto.
-Uhum...- ela acentiu. E eu revirei os olhos.
-Quem mais poderia ser se não fosse você ?
-Eu?! Sério? Porque? – ela fez uma cara fingida de desentendida.
-Porque será...? – brinquei e ela me acariciou com um tapa no ombro.
-Não responda com outra pergunta Cullen! Estou falando sério e você ainda brinca – ela resmungou.
-, eu gosto de sua companhia, gosto de você sabe...e se possível, quero fazer parte de sua vida...nem que seja um pedaçinho dela...se você quiser ser minha amiga já é o suficiente pra mim, por enquanto...
-Por enquanto...? – ela sorriu torto e eu retribui com o mesmo sorriso.
-É, por enquanto. – respondi e ela riu.
-Sei...
-Podemos sair agora? – perguntei enquanto acariciava sua face.
-Hum? Sair?
-, sair para um lugar mais reservado, lembra? – estalei os dedos a sua frente.
-Ah tá, tudo bem. Acho que perto das piscinas está mais calmo....
-Não estou falando daqui , digo outro lugar que não essa festa sabe...
-Porque? – ela perguntou um tanto...ríspida? Nossa a feição dela mudou da água pro vinho!
-Porque o que ?
-Cullen você acha que eu sou idiota? Puta que pariu, homem é tudo igual mesmo! – ela berrou exasperada.
-Do que você está falando ? Falei alguma coisa errada? – perguntei receoso.
-Não imagina...você só quer me levar pra um motel e me comer! Nada errado...- ela berrou entre dentes.
É, e eu sabia que ela poderia pensar isso. Puta merda, deveria ter ficado na minha...
-, não te chamei pra um motel não! Pelo amor de Deus, eu só queria sair dessa festa!
-Ah nem vem que você não me enrola, vai me dizer que você não quer transar comigo?!
-Não! Claro que não! – respondi nervoso.
-Ó o cara, só pode ser gay!! – Olhei pros lados e percebi que todo mundo estava parado olhando a discussão. Ótimo, agora sai como viado!
-Não quer? - perguntou sarcástica.
-Não! Digo...quero...claro que eu quero, quem não iria querer? Mas não quero agora, não ainda. Você está me deixando confuso!!! – falei embolado e as pessoas gargalhavam. Qual o problema com essa gente? Não tem o que fazer não?
-Cullen...eu até pensei que você fosse diferente...mas como pode ver, não durou nada né? Bom, já que você quer tanto sair da festa, aproveita e vai sozinho! – ela falou e saiu andando, me deixou lá, no vácuo. Não tão vácuo, já que todo mundo tava rindo da minha cara. Ótimo Edward, um belo fora em público, agora que viro assunto do ano mesmo: “Edward boiola leva pé na bunda de -não-dá-pra-ninguém”
E mais perfeito ainda é saber que agora eu tô de pé. Será que passa ônibus por aqui?
*Emmet Pov*
“Emmet estou pensando seriamente em sair desse corpo”
Ué, e porque?
“Cara o que foi aquilo no palco? Foi muito GAY!!!”
Claro que foi gay, era o robocop gay né, dãa!
“E daí que era o robocop gay? Precisava ficar rebolando e chacoalhando feito um?”
Claro ué, interpretação meu caro!
“Eu chamo isso de desmunhecada isso sim ¬¬”
Ew! Você não entende nada de arte.
“Arte, sei, sei...porque não vestiu um cuecão de couro pra dar mais ênfase a arte?”
Cuecão de couro? Putz nem pensei nisso! Porque você só falou agora?
“Me recuso a comentar ¬¬”
Hii voz do além tá de TPM é?
“Vou fingir que não ouvi isso...”
Menopausa então?
“Mais uma palavra idiota e eu abdico desse corpo aviadado”
Já vai tarde...
Que foi, não vai falar nada?
Voz do além? Hei! Hei!
Não me abanda que eu choro!!!
Volta que não falo mais nada!!!
“Brincadeirinha XD”
Puta que pariu isso lá é hora pra brincadeira?
“sorte sua que não fiz você pedir de joelhos”
Até parece ¬¬
“Quer apostar?”
Me poupe...
“Hehe, não cutuca a onça com vara curta”
Eu não tenho vara curta Há Há!
“Vou ignorar isso que disse ¬¬”
Tá com inveja é?
“Magina...”
Sei...sei...
-Emmet? Emmet? - estava abanando a mão na minha cara.
-Hã? Que foi? – perguntei desnorteado.
-Nossa tô falando sozinha?
-Er..desculpe...eu viajei um pouquinho...
-Sei...
-Hei foi sem querer...não faz essa carinha...- sussurrei puxando o rosto dela pelo queixo.
-Hum...
-Nossa tá rolando mó barraco ali! - falou enquanto fitava a pista de dança.
-Onde? - perguntou curiosa.
-Ali ó, e parece que a tá brigando com o Edward...
-Você não vai fazer nada Emmet? - perguntou preocupada.
-Eu mesmo não! Eles são adultos, que se entendam sozinhos...
-Xii oh lá, ela tá vindo pra cá - falou.
- , , toilet agora! - passou pisando fundo e indo em direção ao banheiro. Eu hein, quem entende?
Êpa, pera aí! FIQUEI SOZINHO!!!
* Pov*
Nossa a passou por nós cuspindo fogo. Credo, a briga deve ter sido feia mesmo. E o coitado do Edward ficou ,lá paradão com cara de paisagem, deu até pena...
No toilet...
-Credo , que aconteceu? - perguntou assustada.
-Aquele idiota do Cullen! - berrou entre dentes.
-O que ele fez? Ele te machucou?! – perguntei preocupada.
-Ele queria me levar pro motel!!! - .
-Não brinca!!!! - .
-Sério amiga? – perguntei.
-Seríssimo! – ela respondeu.
-E você não quis?!!! Credo até eu queria! - .
-Ew! Menos . – falei.
-Tá exagerei, mas fala sério, o Edward é mó gostosão!
-E daí que ele seja gostoso? Eu não vou sair dando pro outros assim só por isso! - exasperou-se.
-Ai , você tá muito antiquada sabia? - .
-Hi você tá muito piriguete ! – falei.
-Aff fica na tua , não vem dá uma de santa não que eu te conheço! - .
-ALôoo! Ainda estou aqui! Preciso de apoio viu! - .
-Foi mal, mas voltando, jura que ele te chamou pro motel? – perguntei curiosa.
-Não chamou, chamou sabe...mas ficou subentendido.
-Subentendido? Sei... , cá pra nós? Se não me engano esse já o 5º cara que você sai em 2 meses, e todos você diz que te chamou pro motel. Isso é coisa da sua cabeça, sério mesmo, você precisa de um psicólogo! -
-Psicólogo? Me poupe ! Eu sei muito bem que estou falando tá? Tenho certeza que Edward só queria me levar pra cama, ou pro mato mesmo, vai saber...
-, me conta, como foi que você chegou a essa conclusão? O que foi que ele disse exatamente? – perguntei calma.
-Ah, ele me chamou pra ir pra um lugar mais “reservado” - falou fazendo aspinhas no ar.
-SÓ ISSO?!!! - berrou colocando as mãos na cintura.
-E você acha pouco?! Tá na cara que ele queria me comer!
-, peloamordedeus! Qualquer cara iria querer ir pra um lugar mais reservado né? Quem é que gosta de ficar conversando e se beijando numa pista de dança? Ou numa festa cheia de manguaçeiro e malouqueiro junto? - .
-, eu concordo com a , Edward só queria conversar, ou te namorar mais a vontade. – falei calmamente.
-Ai que horror hein, com amigas como vocês, quem precisa de inimigas? - resmungou impaciente.
-Aff , larga de drama, você fez merda mesmo, deu um pé na bunda do coitado sem necessidade nenhuma - .
-Mas ele queria transar comigo caralho!! - berrou.
-E DAÍ?!!! – eu e berramos em coro.
-Como assim e daí? - perguntou confusa.
-, por um acaso você esqueceu que ele é homem? - .
-Qualquer homem em sã consciência iria querer fazer sexo com você !! Isso é perfeitamente normal. Mas não significa que ele seja um crápula como o Jacob. Você tem que superar isso! – falei impaciente. Esses traumas de ninguém suporta mais. Todo cara que se aproxima ela mete o pé na bunda do coitado.
-Ah, falar é fácil...
-...
-Tá tá tá, já entendi que fiz merda!
- E vai ficar aí parada?
-Não né! Vou me desculpar o Cullen...
-Vai logo ué!
-Fui!
saiu correndo porta a fora. Olhei pra e acabamos caindo na gargalhada.
-Caraca, nossa amiga é maluquinha das idéias viu! - caçoou.
-Coitado do Edward, ficou lá na pista com mó cara de bunda – gargalhamos.
-Ai aproveitando que tô aqui, vou fazer xixi – Tinha que ser a ¬¬.
-E eu vou voltar pra mesa.
* Pov*
Depois de quase morrer do coração com o super show do Jasper, tive que quase morrer de rir com as maluquices da .
E falando em Jasper, acredita que ele nem saiu de dentro dos bastidores? No mínimo a Alice mocréia o segurou lá dentro. Mó sem graça isso...Vou ter que ditar umas regras pra ele, isso não tá dando certo...
Fui fazer meu xixizinho e quando estava me arrumando dentro do banheiro ouvi uma conversa. Oh, e eu conhecia essa maldita voz...
*Jasper Pov*
É saindo de um problema e arrumando outro. Alice não sai do meu pé ¬¬. Logo hoje que me entendi com minha deusa, sim, ela é uma deusa do Olimpo que caiu de pára-quedas em minha vida mais-ou-menos. Ok, isso foi meloso demais. O que eu quis dizer foi, agora que arrumei uma segunda namorada, arrumei também sérios problemas: namorar a sem que a Alice descubra; descobrir uma maneira de chutar a bunda magra de Alice sem que ela infernize a minha vida; fingir estar namorando a Alice.
Eu não quero namorar a Alice, fato. Sabe quando você enjoa de comer feijão com arroz todo dia? Alice é o meu feijão com arroz. Não suporto mais.
Tentei sair a todo custo dos bastidores do show, mas o feijão azedo não deixou. Grudou no meu pescoço e não largou mais.
-Alice, dá um tempo. Preciso respirar sabia? – resmunguei tentando me desgrudar dela.
-Hii bonitão cê tá esquisito hoje hein! – ela falou colocando as mãos na cintura.
-Estou perfeitamente normal Alice. Eu só preciso tomar um pouco de álcool e você não deixa!!
-Ok, ok, eu vou ao toilet com a Rose, vai pegar algo pra a gente beber e volta, e não demora tá? – ela falou e saiu com a Rose logo em seguida.
Ew chiclete!
Aproveitei que ela saiu e fui pra mesa na esperança de dar uns beijinhos na minha garota hehe, tô ficando besta...
Cheguei lá, mas só tinha o Emmet e a garota dele, mó sem graça ¬¬
* Pov*
Hehehe, sabe que hoje está um dia tãaaaao legalll! Tá tudo brilhando, olha só quanta borboleta!!!!
Olha só quanto médico! Uhuuu!!! Mas eu não quero esses médicos feios, eu quero o meu médico! É, ele merrrmooo!
Nossa esse hospital tá tãaaoo cheioo hoje.... onde será que ele está?
HÁ HÁ! Achei!!!!
-Doutorrrrrrrrrrrr.....acho que estou com gripe suínaaaaa!!!
-Ai sai pra lá garota! Você tá bêbada!!!
Hunf! Não era ele! Buá! Buá! Eu quero meu médico!!!
Ui Ui Ui, tem alguma coisa vibrando aqui...deve ser aquele trequinho ginecológico hehe...
Ops...acho que é meu celular....
-Alôooooooooooooooo!!!!!
-, onde você está?!!!
-Hein?! Quem é?
-Elisa né!! Onde diabos você está? Sabe que horas são?!!
-Hehe, eu tô brincando de médicoooo!!!
-O QUE?!!! Meu Deus você está bêbada!!!
-Eu? Magina...eu tô ótima! O meu médico é tãooooooooo carinhosoooo
- Fox, me diga agora onde você está!!! Estou indo te buscar, e não bote mais nenhuma gota de álcool nessa merda de estômago ouviu bem?!!!
-Hehe, minha boca está ocupada lá lá lá
-Puta que pariu, me fala onde você tá!
-Se eu tô brincando de médico eu só posso estar no hospital né? Dãaa!!!
-Eu sei muito bem que você não está em hospital porra nenhuma! Olha essa zoada, que festa é essa?!
-É uma festa legalll, só tem médico gostoso aqui...tá todo mundo de banco e girando, girando, girando.....
-Meu pai do céu, você tá surt.....
Ops...apagou...hehe, quem liga? Eu quero é brincar de médico!
Capítulo 7
* Pov*
Hehehe, que volume é esse? Não vou dizer que gostei porque fico parecendo uma tarada, mas também não vou mentir que não gostei, afinal essa reação de Edward era por mim uhuu! Tô podendo!
Depois de dançar e cantar com ele, eu estava literalmente nas nuvens. Que homem é esse gente? Não pensei que ele fosse tão...Hot! E pra completar, ele ainda diz que quer fazer parte de minha vida! Claro que não engoli essa de querer ser meu amigo, até onde eu sei, amigos não andam por ai se beijando, mas eu finjo que acredito.
Essa criatura divina me chamou pra um lugar mais reservado. Até então pensava que seria pra um lugar qualquer da festa, mas aí ele me dá um banho de água fria querendo sair da festa. Não que estivesse gostando daqui, mas é que meus traumas passados acenderam o sinal vermelho e eu recuei.
Porque eu recuei? Bom é um longa história, mas em resumo: A mais ou menos um ano atrás, eu namorava um sujeito, Jacob, o infeliz infernizou a minha vida querendo que eu “desse” pra ele. Enrolei até onde pude, mas enfim o dia fatídico aconteceu e eu dei pra ele. Mas pense num dia uó! Ele não foi nada cavalheiro e me traçou num piscar de olhos, nem se importando como eu estava me sentindo, doeu pra caralho sabe? E ele ligou? Nada, só me fudeu e virou pro lado roncando. Ew! Cara nojento! E isso nem foi o pior! No dia seguinte ele me largou! Terminou tudo! Sério que eu quase tive uma síncope, o cara me fode e me larga, é mó sacanagem né? Não que eu gostasse assim dele, mas poxa ninguém merece isso não! E pensam que acabou? Acabou não!! Algumas semanas depois do dia “d”, descobri por acaso que ele só namorou comigo pra me comer, ele tinha feito uma desgraça de aposta! UMA APOSTA!!! Eu mereço isso? Eu não tinha feito mal pra ninguém, e olha só o que eu ganho? Pois é, depois dessa “tragédia”, cismei pro lado de homens. Calma, não parei de namorar não, não sou de ferro né? Mas nunca mais “fiz” com ninguém. Aquela foi minha primeira e última vez. Não que eu não volte a fazer um dia, mas é certo que só farei quando realmente valer a pena, quando o cara fizer por merecer né?
E portanto, quando Edward me chamou pra sair, logo pensei na hipótese mais provável: ele só quer me comer!
Meu lado estressadinho falou mais alto e acabei dando um belo chute na bunda branca do Edward. Coitado ficou com uma cara de paisagem horrorosa. Quase voltei atrás, quase.
Chamei as meninas pro toilet e acabei descobrindo que fiz merda. Porra porque sempre piso na bola na hora errada?
Corri atrás do Edward e ele não estava mais na pista. Olhei em volta e nada. Dei umas voltas pelo clube atrás dele e nem sinal.
Merda!
Liguei pro celular dele, mas ninguém atendeu. Óbvio que Ele não ia atender, depois do vexame que eu o fiz passar...
Voltei pra mesa de cara fechada. Ótimo , você estragou sua noite, maravilha!!!
* Pov*
Fiquei quietinha dentro do banheiro privativo e com o ouvido colado na porta. Tinha que ouvir cada detalhe daquela conversa.
- Ai amiga ontem foi tão frustrante! – essa voz eu reconhecia como sendo de Rosalie.
- Que é o que Jake fez dessa vez? – Alice mocréia falou.
- Ele broxou!! Foi horrível! Eu lá toda pronta e ele vai e broxa!
- Ew! O Jacob é um bocó mesmo viu! Ainda bem que não sofro desse mal.
- Alice você não está me ajudando!
- Só estou sendo sincera amiga! Não tenho culpa se o Jasper é um gostosão e nunca broxa....
- Se sua intenção era me deixar deprê você está conseguindo querida!
- Credo Rose, só estou compartilhando um pouco da minha felicidade ok? Você precisa ver o que o Jazz faz na cama! Uh...é uma coisa...
Eu mereço né? O que foi eu fiz pra merecer isso hein? Colei chiclete na cruz?
Tudo bem que saber que o Jasper é bom de cama é até legal, mas não preciso ficar sabendo desses detalhes da boca da mocréia né?!
Me segurei com força no trinco da porta pra não abrir e dá na cara daquela vaca. Ela precisa saber que ele é MEU!!!
- Alice você nasceu com a bunda virada pra lua!
- Eu sei amiga, eu sei! Sabe o que estava pensando?
- Hum, conta logo sua safada!
- Quero tentar umas coisas diferentes com ele hoje...tipo no carro sabe?
EW! EW! EW! Vou aqui vomitar e volto.
- Vai com tudo amiga! Se você quiser te empresto um gelzinho de menta, perfeito pra um oral dos bons!
Morri. Sério, meu estômago embrulhou com essa. Ah se ela tocar no meu Jasper, eu mato!!!
Até parece que vou sair perdendo nessa. Essa mocréia não perde por esperar. Ah, mas ela vai comer o pão que o diabo amassou! Ah se vai!
Respirei fundo, barriga pra dentro, peito pra fora, cabeça erguida. Sai do privativo como se tivesse alheia a tudo e fingi retocar a maquiagem enquanto elas continuavam suas conversas indecentes.
Elas começaram a sair do banheiro e eu fui atrás de mansinho. Pelo menos aquele vestido da mocréia ia servir pra alguma coisa. Se é que podemos chamar aquilo de vestido né? Parecia mais um blusa que ia até um pouco abaixo da virilha, e o tecido? Parecia guardanapo, de tão fino. Um suspiro e ele rasga. Perfeito!
Quando ela pisou os pés fora do toilet eu puxei a barra do vestido e no primeiro passo dela, ele se foi. Rasgou toda a lateral e planou no ar até cair no chão.
- Alice! Seu vestido! – Rosalie berrou e eu sai de fininho sem ser notada.
- OMG! – a mocréia deu um gritinho agudo e petrificou quando se viu vestindo apenas uma micro calcinha e sem sutiã.
Mas não teria graça se ninguém visse né? Me misturei num pessoal que dançava ali perto e gritei bem alto.
- GENTE OLHA A ALICE TÁ NUA!!!
Cai na gargalhada quando vi todos os olhares e flashes de câmeras sendo direcionados pra mocréia. Ela continuava estática enquanto os povo assobiava e até gravavam vídeos em seus celulares. Cômico, ela ia parar no youtube!
Meu sorriso se desfez quando Jasper apareceu assustado e a rebocou pra dentro do banheiro. Odiei!
Um tempo depois ele saiu sem camisa e levando a vaca, que agora vestia sua camisa, pra fora da festa. Ok, eu precisava ditar uma regras. Se eles fizerem “algo” indevido eu mato. Ele é meu namorado poxa! Ela só não sabe ainda...Mas ele sabe!
Voltei pra minha mesa com a cara mais lisa do mundo e me sentei como se nada tivesse acontecido.
me olhou desconfiada e eu pisquei pra ela, deixando bem clara a minha participação no “incidente” da vaca. Ah minha filha tá pensando o que? Eu posso ser aluada, mas burra não! Tô marcando meu território né? Até parece que vou aceitar urubu em cima do meu macho!
Peguei uma bebida qualquer e pensei no meu próximo passo. Afinal, a bandida tinha saído daqui semi nua com meu Jasper. Isso não é nada bom. E aquele lance de “oral” dentro do carro, ainda não me desceu não!
Peguei meu celular e pensei se mandaria uma mensagem ou ligaria mesmo. A mensagem corria o risco dele não ler né?
Levantei da mesa e fui pra um lugar mais afastado. Disquei o número dele. Chamou algumas vezes até atender.
- Oi. – ele falou curto e grosso. Obviamente pelo fato de estar “acompanhado”
- Eu sei que você não pode falar, mas só precisa ouvir ok?
- Ok.
- Seguinte, você está proibido de tocar na Alice e vice-versa ok?
- Como você espera que eu faça isso?
Ele é surdo ou o que?
- Não interessa! Se vira! Lembre-se que você tem namorada. Ai de você se fizer alguma sacanagem com a Alice ok? Não vou aceitar essa putaria não!!!
- Isso é quase impossível! Conversaremos mais tarde ok?
- Impossível o escambau! Me prometa que vai se comportar Jasper?
- Céus, você bebeu? Tem noção do que está me pedindo?
- Não bebi, e tenho perfeita noção do que estou falando. Você ainda não prometeu!
- Ok.
- Ok o que?
- Ok, eu prometo. Nos falamos mais tarde.
Escutei ele buffando enquanto desligava o telefone.
Menos um problema pra pensar. Só me resta confiar nele agora né? Coloquei o coitado numa saia justa. Mas foi ele quem procurou por isso! Não tenho culpa se ele está com medo de terminar com aquela biscate. Agora vai ter que sofrer as conseqüências oras!
Voltei pra mesa e notei que a e o Emmet estavam um tanto...entrosados. Interessante.Em compensação a tava com uma cara inchada de dá dó. Quem manda ser burra?
*Jasper Pov*
Cara tinha que ser a Alice mesmo pra me fazer passar essa vergonha! Pelada no meio da festa? Eu mereço né!
Fiz a coitada vestir minha camisa, que não tapou muita coisa, mas o que mais eu poderia fazer?
Levei-a pro meu carro e enquanto dirigia meu celular tocou.
Pra meu espanto era a . Tinha que ser algo muito importante pra ela estar me ligando justamente quando estou com a Alice.
Atendi, mas me arrependi logo de cara. Ela queria que eu não tocasse em Alice. Isso era algum tipo de piada? Ela esqueceu que oficialmente a Alice ainda era minha namorada?
Até me senti ofendido. Ela falou como se eu fosse um típico cafajeste que tem duas namoras por pura diversão! Eu aqui aturando essa mala da Alice pro bem dela, e ela fazendo essas coisas estúpidas!
- Quem era no telefone Jazz? – Alice além de chata era curiosa.
- Meu pai...ele deu pra pegar no meu pé agora...- menti descaradamente.
- Ah...
Estávamos na estrada a caminho da casa de Alice, quando a mesma começou a ficar inquieta.
- Tá com formiga na bunda Alice? – perguntei já incomodado.
- Hi Hi Hi...- ela deu uma risadinha sapeca. Típica de quando ela estava aprontando algo.
Desviei rapidamente minha atenção do trânsito e me assustei quando vi uma Alice nua sentada de joelhos no banco do carro.
- ALICE!!! Vista-se! – berrei focando minha atenção na estrada.
- Na-nã-ni-nã-não! Estou sentindo um calooorrr...- ela falou cínica e eu suspirei.
Estou ferrado.
- Não vou falar outra vez Alice! Vista essa porra de camisa!
E ela me ouviu? Não! Pra piorar minha situação, ela enfiou as mãos na minha calça, me fazendo ziguezaguear na estrada.
- Tire a mão daí caralho! – berrei já suando frio.
Céus! A vai me matar!
- Credo Jasper, que te deu hoje hein? Primeiro rejeita meus beijos e agora rejeita uma punheta? Você está esquisito!
- Cala essa porra de boca Alice! Tá me chamando de viado é?
- É o que está parecendo! Nunca vi você negar fogo!
- Estou dirigindo caralho!
- Sei...vou ter que esperar até chegarmos então...- ela fez biquinho.
Ok. Estou com sérios problemas. Esqueci completamente do fato que a casa de Alice estaria vazia.
Fuck! Que desgraça eu vou inventar pra sair dessa?
Dirigi calado até chegarmos na casa dela. Pensa Jasper, pensa!
Antes que eu pudesse pensar em algo plausível, Alice me rebocou pro quarto dela. Arrancou sua única peça de roupa e veio pra cima de mim.
Dei graças quando meu celular tocou.
- Jasper Cullen! Onde você está?
Sério que ela tá falando assim comigo? Eu sabia que esse negócio de apaixonado ia me deixar mole. Cadê minha moral?
- Pai, não posso falar agora ok? – disfarcei rezando pra que ela entendesse.
- PAI?!! Tá me zoando Jasper? É !! – Não diga? Como se eu não soubesse ¬¬.
Céus, minha namorada é aluada!
- PAI! Agora não ok? Te ligo mais tarde.
Desliguei o telefone e suspirei. Estou fudido, fato. Onde foi que fui amarrar o meu jegue?!!
Senti as mãos de Alice me envolverem a cintura, ao mesmo tempo que elas foram parar no botão da minha calça.
Ótimo, estou prestes a ser estuprado pela minha ex-namorada-desinformada, e correndo o risco de perder a minha recém namorada-aluada-possessiva.
- Ai! – resmunguei com uma voz dolorida.
- Que foi? – Alice perguntou preocupada.
- Minha barriga...
Falei e saí correndo pro banheiro, me trancando lá. É, inventar uma dor de barriga não foi lá das melhores, mas eu precisava ganhar tempo né?
- Jazz você está se sentindo mal?
- Muito mal...- fiz aquele velho teatrinho de menino doente e pra completar torci minha boca pra ecoar um som de bufa.
- Ew! É dor de barriga? – ela perguntou com nojo e eu quase caí na gargalhada.
Aproveitei que ela comeu o H, e continuei fazendo sons explosivos com a boca.
- Meu Deus Jasper isso é caso pra hospital! Ew!
- Acho que foi algo que eu comi...- mais uma bufa de mentira.
- Vou procurar um remédio pra você...
- Traz papel higiênico também!! – pedi segurando a vontade de rir.
- Ew! – ouvi Alice resmungar enquanto batia a porta do quarto com força.
Me joguei no chão e caí na risada. No final, fingir a dor de barriga não foi tão ruim assim. Agora a chata da Alice ia ficar traumatizada por pelo menos uma semana.
- Jasper pega aqui o remédio...- ela bateu na porta do banheiro.
- E o papel? – perguntei enquanto emitia os sons de bufa.
- Ew! Tá aqui também...
- Ah, mas como vou pegar? Tou colado no trono! – dessa vez eu quase ri alto.
- Eca Jasper! Me poupe do detalhes por favor! Tá aqui no chão, quando quiser vem pegar! Tô indo tomar banho no outro banheiro!
- Hei você não vai mais querer transar? – perguntei mais pra desencargo de consciência.
- Ew Jasper você tá cagando!!! Ew!!!
- Ah...- ri baixinho enquanto ouvia o som da porta do quarto bater.
Abri a porta e peguei o remédio e o papel. Joguei o remédio no lixo juntamente com um bolo de papel que desfiz só pra manter o teatro.
Saí do banheiro com a cara mais lisa do mundo. E fui bater na porta do outro banheiro. Queria provocar mais um pouquinho.
- Alice? – bati na porta.
- Oi?
- Depois você coloca mais papel lá, que aquele acabou...- prendi o riso quando ouvi ela resmungar.
- Ew!
- Vou pra casa, acho que a dor de barriga tá voltando...deve ser diarréia...- falei fazendo aquela vozinha dolorida.
- Eca! Vai logo! Ew!
- A gente se vê amanhã...
- Amanhã não posso!
Não falei que ela ia ficar traumatizada? Se tudo der certo, ela vai me evitar a semana toda. Ponto pra mim He He!
* Pov*
Cara essa festa tava um saco. Nada de interessante ocorria. Se não fosse a companhia da minha garota eu já tinha morgado aqui.
“Você é tão patético Emmet!”
Que foi? Porque patético?
“Se deu conta que passou a noite toda aí com essa bunda mole grudada na cadeira, e nem chamou a garota pra dançar?”
Hei! Quem você tá chamando de bunda mole? Eu malho a bunda ok? E ela tá no lugar!!
“Ew! Me poupe dos detalhes Emmet!”
Você quem começou!
“E você é um lesado! A mina deve tá enjoada dessa tua cara amassada!”
Cala a boca otário, ela tá na minha já!
“Duvido!”
Quer apostar?
“Ok, se você conseguir beijá-la hoje eu paro de te perturbar”
E se eu não beijar?
“Vou fazer da tua mente um inferno Muahhhh!”
Feito!
- Er... , o que acha de sairmos daqui? Ir pra outro lugar mais tranqüilo...
“Não dá pra ser mais direto não? Porque ninguém entendeu que você quer comer a garota...”
Cala a boca!
- Você não quer esperar o resultado do evento? Se você ganhar só tem você aqui pra receber o prêmio...- falou preocupada.
“HE HE HE, sabia que ela não ia comer teu H”
Fica quieto aí voz dos infernos!
- Será que vai demorar muito o resultado? – perguntei.
- Acho que só falta mais duas apresentações...
- Vamos esperar então...- falei a contra gosto.
“Sério que tu vai esperar o prêmio mesmo? Cara com uma gata dessa eu não esperava por nada...”
........
Melhor ignorar né? Que coisa chata essa voz me perturbando!
Esperei o tempo passar enquanto conversava amenidades com as garotas. Eram 02:00 da manhã quando finalmente o resultado saiu. E obviamente nós ganhamos.
Fui pegar o dinheiro do prêmio e ignorei as indiretas de Rosalie. Mulher com mó cara de vagaba...
- Pronto estou com a grana. você entrega a parte do Edward? – perguntei pra uma visivelmente estressada.
- Me dá, acho que vou dar uma passadinha na casa dele...- ela murmurou baixinho.
- Então aproveita e leva o do Jasper também – conclui e passei a grana pra ela.
- Hei , você vai mesmo na casa deles?
- Estou me decidindo ainda...- murmurou pensativa.
- Ai amiga você é demais! Eu vou com você, te dou todo o meu apoio!! - levantou e tentou puxar a .
- , não vem com essa não que eu sei muito bem que você só quer ir por causa do Jasper! - retrucou fazendo birra.
- Er...Emmet? - me cutucou.
“Também só assim pra você parar de prestar atenção na vida dos outros e olhar pra garota né?”
Nem comento ¬¬
- Oi? – perguntei me virando pra ela.
- Podemos ir?
Hein?!
- Oh, claro !
Nem queria….
Saimos daquela festa chata e fomos pro meu carro. Coloquei a garota no banco do passageiro e fui pro outro lado, dando partida.
- Então...- comecei. – onde gostaria de ir?
- Oh...pra casa? Está tarde...- ela respondeu envergonhada.
- Ah...
Putz! Tinha esquecido do horário!
“Claro, lesado do jeito que você é!”
Menos, voz do além! Menos!
- Tá...te levo pra casa então...- respondi a contra gosto.
Silêncio constrangedor.
Parei em frente a sua casa.
Silêncio mortal.
- Então...o-brigada...- ela gaguejou.
Tirei o cinto e me virei de frente pra ela. A olhei profundamente e me senti hipnotizado pela sua boca rosada e convidativa.
- eu…
Sussurrei enquanto me inclinava em sua direção.
Não sei se foi por reflexo, mas em vez dela fazer o mesmo, ela recuou e colocou as costas na porta do carro. Ela estava assustada?!
- ? – perguntei preocupado.
Putz, isso foi um fora, certo? Cara ela me deu um fora?!
“HÁ HÁ HÁ!!!! Eu disse que você é feio!!!”
- ? Você não quer? – tentei de novo, mas ela não se mexeu.
Ok. Essa garota é mais complicada do que eu pensei. Eu aqui todo mole tentando beijá-la, e ela colada na porta com cara de quem viu assombração. Não é possível que eu seja tão feio assim!!
- Er...eu..te-nho...que ir...- ela gaguejou e tentou abrir a porta do carro, mas por sorte ainda estava travada.
- qual o problema? Eu pensei que nós já tevessemos passado essa fase...eu não vou te atacar nem nada...era só um beijo...
“Oh, Emmet, que fossa hein? Isso já está humilhante...”
Cale-se! Não ajuda, mas também não atrapalha né!
- Vo-cê...q-quer...me be-beijar?! – ela perguntou e corou mais ainda.
Cacete! Vai ser tímida assim na casa da porra!
“Você gosta que eu sei...Sabe que as tímidas tem um fogo escondido...”
Tem?! Wow! Bom saber…
- Bom, querer eu quero, mas você não está ajudando ficando tão longe de mim...- encostei mais.
- Oh...
Ela ia falando, mas eu a calei com minha boca. Eu estava praticamente em cima dela, já que a mesma não descolou da porta.
“Pega, pega, pega!! Passa a mão nos peitos!!”
Tô pegando caralho, me deixa eu beijar porra!!!
* Pov*
MORRI!
Caraca, tinha um Emmet gostoso me pressionando na porta do carro.
Oh, que boca gostosa é essa?! Eu imaginei que fosse bom beijar o Emmet, mas não achava que fosse tão maravilhosamente maravilhoso sacou?
Ele invadiu minha boca com sua língua quente e me beijou no melhor estilo desentupidor de pia. Não que estivesse ruim claro. Foi só jeito de falar. Mas enfim, deu pra entender que o beijo estava cheio de tesão embutido né?
É, você deve estar entranhando me ver falar assim de tesão numa naturalidade. A verdade é que sou tímida, mas não sou idiota né? O homem é muito gostoso, fato. E esse beijo estava me deixando um tanto...He He..úmida...
Arfei e tentei me afastar um pouco procurando por ar. Ele não gostou muito e rosnou. Rosnou?!! Que isso gente? Sério que ele rosnou? Nem eu estou acreditando!!
Arregalei os olhos, mas ele não pareceu se importar. Me puxou com força e me colocou no seu colo. Entenderam? NO COLO!!!!
Eu já estava molinha, e não tinha mais onde enfiar minha cara que queimava de vergonha. Eu estava sentada no colo dele, uma perna de cada lado. E ele me apertava a cintura com as mãos, enquanto nossas bocas dançavam num ritmo quente.
Eu meio que perdi o controle, quando arranquei a camisa dele expondo aquele peitoral esculpido. Passei minha unhas de leve pelo seu tanquinho e o senti estremecer. Ok, que calor dos infernos é esse? Eu estava completamente untada e já podia sentir um volume a mais em baixo de mim.
Hora de parar.
Não sei de onde tirei forças, mas saí de cima dele, arrancando outro rosnado dele. Nossa, ele é tão selvagem!!! ADORO!!!
- Hei! – ele resmungou fazendo bico.
- Des-culpe – gaguejei. – Rápido demais...- conclui envergonhada.
- Hei...não tem do que se envergonhar ok? Eu que fui longe demais, não ia acontecer nada se você não quisesse...
- Eu sei...tenho que ir...
- Mais um beijo e te liberto...- ele sorriu maroto.
Quem resiste? Eu que não ia negar mais um beijo a esse homem!!
Me inclinei em sua direção e o beijei. Mas agora com calma e ternura. Passei as mãos por sua nuca e ele gemeu. Oh, ele gemeu?! He He, tô podendo hein!!
- Ok, agora tenho que ir...- me afastei muito a contra gosto.
- Vou te ligar, pode ser? – ele perguntou visivelmente abalado com a nossa “separação”.
- Ligue quando quiser Emmet...- eu não queria parecer fácil, mas era melhor ser sincera né? Eu queria que ele ligasse mesmo...
- , foi uma noite maravilhosa...- ele falou e me deu um selinho.
- Digo o mesmo...- eu que não sou besta nem nada, dei outro selinho.
Ele destravou a porta e saiu pra me ajudar a descer daquele monstro que ele chama de carro.
Fui em direção a porta e procurei por minha chave na bolsa.
Emmet entrou no carro e bateu a chave na ignição.
Bateu outra vez, e mais outra vez.
Mais cinco tentativas e nada do carro pegar.
Andei em direção ao Jipe e ele estava visivelmente irritado.
- Emmet? Algum problema? – perguntei preocupada.
- O carro não quer pegar! – ele respondeu ríspido e alto. Me assustei e dei um pulinho de susto. – Desculpe , não queria te assustar, é só...odeio quando meu carro quebra...- ele respondeu agora mais calmo.
Ele abriu o capô e saiu com uma lanterna do carro. Ficou olhando o motor por um tempo e eu o acompanhei sem entender nada. Voltou pro carro e tentou de novo.
O carro não pegou.
- Merda! Acho que vou ter que deixar o carro aqui e pegar um táxi. – ele falou franzindo o cenho.
- Oh Emmet a essa hora não tem táxi circulando.- falei preocupada.
- Vou ter que dormir no carro então.
- Não Emmet! Você dorme lá em casa ok?
- E seus pais? – ele perguntou arqueando as sobrancelhas.
- Já devem estar dormindo. Mas não se preocupe, de manhã eu aviso a eles. Não vão se importar. Espero que não importe em dormir no sofá...
- Pra quem ia dormir no carro, o sofá me parece ótimo!- ele falou e trancou o carro.
He He. Emmet dormindo na minha casa? Nem tinha parado pra pensar direito até que entramos em casa.
Bom, isso vai ser...interessante.
* Pov*
Sai puto daquela merda de festa. Levei um belo de um chute na bunda e ainda por cima estava a pé!
Andei pisando fundo pelo estacionamento. Uma hora dessa não deveria estar passando nem ônibus, nem táxi. Ótimo! Estou definitivamente a pé.
Avistei de longe algo muito estranho. Parecia com dois pés estirados próximo a um carro. Corri até lá e meu estômago embrulhou.
Senti um suor frio escorrer nas minhas costas quando observei de perto a figura estirada no meio do estacionamento.
Tinha certeza que era a garota do meu pai. . Completamente desmaiada.
Abaixei e verifiquei a pulsação, que graças a Deus estava normal, um pouco fraca, mas nada tão crítico. Ela tinha um chaveiro nas mãos, provavelmente do seu carro. A considerar pelo bafo de álcool, julguei que ela desmaiou de bêbada. Sério que ela queria dirigir nesse estado?
A peguei no colo, e pra encontrar seu carro, acionei o alarme do chaveiro.
A coloquei no banco traseiro e parti em direção ao hospital.
Entrei no setor de emergências e logo encontrei o meu pai. O coitado entrou em choque quando viu sua paixonite em meus braços.
- Edward? O q-que aconteceu? – ele gaguejou e a tirou dos meus braços.
- Não sei,, acho que ela está alcoolizada...a encontrei caída no estacionamento.
- Céus! – ele resmungou algumas coisas inaudíveis e a encaminhou para um provável processo de desintoxicação (n/a:não sei o que se faz nessas situações, então qualquer coisa, ignorem XD)
Sentei numa das cadeiras da recepção e esperei por notícias.
Senti meu celular vibrar.
- Oi …- falei já cansado.
- Edward…onde você está? Precisamos conversar…
- No hospital...
- NO HOSPITAL?!!! – ela berrou quase me deixando surdo.
- O que você quer - perguntei um tanto ríspido. Não ia deixar passar em branco o fora né? Também não sou cachorro pra voltar abanando o rabinho ao primeiro estalar de dedos dela.
- Edward, o que aconteceu? O que faz no hospital? Está machucado?!
- Estou bem , não tem nada errado ok?
- Não está mentindo né? Você me assustou Edward!!
- Vai me dizer o que quer ou vai ficar aí enrolando?
- Credo Edward, que bicho te mordeu?
- Quer mesmo que eu responda? – perguntei ríspido.
- Oh...certo...Vai demorar muito pra voltar pra casa?
- Como sabe que não estou em casa?
- Porque estou nela nesse exato momento...
- ...o que diabos você faz aí? É perigoso ficar aí na frente sozinha...
- Não estou na frente Edward, estou dentro, sentadinha no sofá.
- Como? Jasper está em casa?!
- Claro né!
- Você quer mesmo conversar?
- Estaria aqui se não quisesse conversar?
- Ok, chego ai em 15 minutos.
Desliguei o celular e fui atrás de meu pai. Iria pedir o carro dele, de pé é que eu não ia!
Encontrei-o visivelmente transtornado.
- Pai?
- Oi Edward...- ele murmurou em um tom cansado.
- Está tudo bem?
- Não...
- Quer conversar? Há algo que eu possa fazer? – perguntei preocupado.
- O que podia fazer já foi feito...e agradeço por tê-la trazido, ela...não está bem...
- Posso saber o que houve?
- Ela está em coma alcoólico...- ele respondeu triste.
- Oh...
Putz, eu realmente não nasci pra confortar ninguém. Nem sabia o que falar.
Resolvi não estender o assunto e peguei a chave do carro. Ainda teria uma longa conversa com minha “vítima”...
*Carlisle Pov*
Meu mundo caiu quando a vi naquele estado. Desabou quando diagnosticamos o coma.
Nunca senti tanto medo. Tinha feito tantos planos, e olha só o que aconteceu? Coma?!
O que se passa naquela cabeça de vento pra beber tanto?
Fiquei horas a fio esperando uma resposta da UTI. Me doía saber que essa resposta poderia não ser a que eu esperava...
Abdiquei do meu domingo de folga pra ficar ao lado dela. Queria estar lá quando ela acordasse.
* Pov*
Senti minha cabeça explodindo. Abri os olhos e fechei logo que recebi uma enxurrada de luz fluorescente na cara. Onde diabos eu estava?!
Tentei abrir os olhos mais uma vez e senti tudo embaçado.
- ? Consegue me ouvir? – uma voz muito familiar martelou no meu ouvido.
- Hum...- murmurei dolorida.
- ? Consegue falar alguma coisa?
- S-sim...- gaguejei enquanto abria e fechava meus olhos, tentando focalizar a figura.
- Vamos fazer alguns exames ok?
- Uhum...
Logo senti pessoas entrando, saindo e falando. Me pediam pra fazer e falar coisas, me espetaram várias vezes até que eu caí na escuridão de novo.
Mais uma vez acordei, mas agora sem dor. Abri meus olhos e fitei aquela silhueta que eu tanto conhecia.
- Hei...que bom que acordou!
-Elisa?! – perguntei.
- Ai como você pode fazer isso comigo?! Não sabe o quanto fiquei preocupada!!
-Estou num hospital?! – perguntei enquanto fitava o ambiente em volta.
- Claro né?! É pra onde levam as pessoas estabacas que nem você! – ela zombou e depois me abraçou.
- O que aconteceu? Não me lembro de nada...
- Você bebeu demais, e caiu no estacionamento, um rapaz te achou e te trouxe pra cá. você ficou em coma!!! Quase morri do coração quando fiquei sabendo!
- Menos Elo, eu estou nem, não estou?
- Tá né? Quem não ficaria depois de ter sido tratava por aquele médico gostoso?
Hein?!
- Que médico? – perguntei curiosa.
- Um médico loiro e gostoso!!! Ele ficou aqui o tempo todo sabia? Acho que ele tem uma quedinha por você!!
Oh, mas médico loiro e gostoso eu só conheço um!!!
- Olha só quem acordou! Bom dia . – Oh, mas essa voz melodiosa eu conheço muito bem...
Virei pra fitar o meu médico. Eu já sabia que era ele. Só podia ser ele.
Se eu soubesse que seria tratada por ele, teria ficado em coma outras vezes...
Capítulo 8
* Pov*
Fiquei perdida olhando aquele homem lindo, e imaginando como seria beijar aquela boca avermelhada...
Ok, preciso parar de pensar bobagens! Devo ter batido com a cabeça, afinal, ele deve ter idade pra ser meu pai!
Tá, tá, a quem eu quero enganar? Quem se importa se ele é mais velho? Sempre preferi os mais experientes...
- ? Não vai responder o médico? – Elisa me cutucou.
- Er...oi...- respondi envergonhada.
- Como se sente ? – o médico encostou com uma prancheta em mãos.
- Bem, eu acho...
- Sente alguma dor? – ele perguntou enquanto colocava a prancheta em cima de uma mesinha e voltava com um estetoscópio em mãos.
- Acho que não...
Ele me olhou complacente e sorriu. Oh céus, ele sorriu! Preciso arrumar outras formas de vir parar nesse hospital!!!
- Vou fazer alguns exames ok?
Ele se aproximou e começou a me bulinar e perguntar se doía. Colocou o estetoscópio e me fez respirar e inspirar várias vezes. Até marteladas no joelho eu levei. Dizendo ele que era pra checar meus reflexos.
- Você está ótima. Ficará em observação mais algumas horas e se tudo estiver certo, terá alta ainda hoje. – ele concluiu e sorriu de novo. He He, tô ficando besta. Ele rindo assim pra mim eu não agüento!!
- Er...obrigada, doutor...? – perguntei curiosa.
- Carlisle Cullen. Mas pode me chamar apenas de Carlisle ok?
- Nesse caso, pode me chamar de ! – respondi empolgada.
- Hum.Hum. Vou alí comer algo...- Elisa pigarreou e piscou pra mim, saindo logo em seguida.
- Bom , espero que não repita uma segunda dose dessa “aventura”, sua vida ficou por um fio...- ele falou com ternura e puxou uma cadeira pra se sentar ao meu lado.
-Oh...primeira e última vez com certeza!
- Pra quem é quase médica foi muito irresponsável menina...
Mas hein?! Menina?
- Não é como se isso sempre ocorresse, foi uma eventualidade...- falei com birra e quase o chamei de vovô. Mas seria muita maldade, afinal de vovô ele não tinha nada...
- Vou deixá-la descansar. Mais tarde volto pra te dar alta – ele fez menção de levantar, mas eu fui mais rápida e gemi alto.
- Ai ai ai!
Imagina se eu ia deixá-lo se livrar de mim assim tão fácil! Tinha que curtir meus últimos momentos de hospital né? Sabe-se lá quando eu iria poder vê-lo novamente....
- O que está sentindo ?! – ele prontamente veio me examinar com sua mãos macias...
- Dor...ai tá doendo...- gemi dolorida e me mexi inquieta na cama.
- Me diz onde dói – ele me olhou preocupado e eu quase ri.
- Dói alí...- balancei meus pés e indiquei com a cabeça.
- Alí onde? Pode ser mais específica?
- Meus pés...- sacudi mais e fiz careta.
- Ah, não é nada demais, apenas falta de circulação, vou pedir pra aplicarem um analgésico ok?
- NÃO! – falei alto.
- Não? Prefere ficar com dor?
- Er...tá doendo aqui também...- sacudi meus braços e ele franziu o cenho.
Só espero que ele não desconfie do teatro. Ele vai me achar com cara de mongolóide. Não que eu não esteja sendo uma maluca em ficar encenando dor pra um médico...
- Hum...você está precisando de uma sessão de fisioterapia então...- ele me olhou pensativo.
- Não!!! Er...digo...não seria melhor uma massagem?
Ele me olhou arqueando as sobrancelhas. Ops! Acho que fui descoberta, pois ele abriu um meio sorriso e pigarreou. Ótimo , se mata logo que é melhor! Fazendo papel de idiota pro médico!
- Massagens não fazem parte do serviço hospitalar , mas já que está sentindo tanta dor assim, posso te fazer esse favor...- ele sorriu torto e eu me derreti toda.
Sério que ele está flertando comigo? Vou ali morrer e volto...
Ele passou a língua nos lábios e se sentou na ponta da cama, de frente pra meus pés. Oh, céus ele vai mesmo me fazer uma massagem?!!
Não é que ele está fazendo mesmo? O doutorzão começou a bulinar os meus pés, massageando toda a extensão e depois subiu pela canela, panturrilha e wow, ele estava agora pegando em minhas coxas!!!
- Dói aqui também? – ele perguntou com uma voz rouca.
Eu quase pedi pra ele não falar desse jeito que estava me matando, mas minha voz não saiu, ao invés disso, o que saiu foi um gemido agudo que o fez sorrir torto.
- Uhum...aqui também dói...- apontei pras minhas costas e ele veio prontamente.
Se ajoelhou na cama e me inclinou pra poder massagear as costas. He He, eu estava no céu e ninguém me disse? Oh merda será que isso é um sonho?! Ah, não, não, não! Não quero acordar nunca!!!
O doutorzão massageou lentamente, desfazendo a tensão em meus ombros e ficou mais próximo....muito perto....
- Você é uma menina muito má sabia? Posso perder meu diploma com essa brincadeira de médico...- ele sussurrou rouco no meu ouvido me fazendo estremecer.
Oi oi oi, esse médico não quer me tratar, ele quer me matar!!! Como assim que ele chega por trás e sussurra no meu ouvido? E que historia é essa de brincar de médico? Era só uma massagem boba...tão inocente...
- Er...hum...hum...- não consegui falar nada coerente com aquelas mãos me apalpando meus ombros, e sua respiração descompassada no meu pescoço.
- Onde mais dói ? – Ele continuou sussurrando em meu ouvido, e eu já estava quase desfalecendo com aquele simples contato.
- Aqui dói bastante...- Fiz a maior insanidade de todas e apontei pra meus próprios lábios.
Senti o doutorzão suspirar profundamente e expirar seu hálito doce em meu pescoço. Quase morri, quase...
- Oh, se dói aí é porque é perigoso...vamos ter que tratar...
Hein?!
Que médico safado é esse gente?! ADOROO!!!
Senti minhas bochechas corarem violentamente, no mesmo instante em que ele ficou de frente pra mim e passou sua mão por minha bochecha e se aproximou lentamente...
Agora sim eu morri.
Ele encostou seus lábios nos meus e pressionou forçando uma leve abertura. Passou a ponta da língua no meu lábio inferior e depois invadiu minha boca com fúria. Alternamos entre um beijo terno e calmo para um mais urgente e feroz.
Nossa fez um calor hein...
Ele pressionou meu corpo fazendo-o deitar na cama, enquanto ele ficava por cima. O que é isso? Amasso no hospital? Desse jeito vou parar no necrotério, mortinha da silva!
- Doutor Cullen?!
Ops. Essa voz eu não conheço.
Mas pelo visto ele conhece, porque pulou da cama num impulso brusco e acabou se estatelando no chão. Eu riria horrores se não fosse uma situação tão constrangedora.
Carlisle estava parecendo um vampiro de tão branco.
- Eu,...er....cof cof cof- o coitado tentou falar algo, mas engasgou com a própria saliva. Ele tinha uma cara tão assustada que deu dó.
A enfermeira empata-foda ainda estava parada na porta, com cara de poucos amigos e provavelmente esperando uma explicação plausível.
Fiquei com medo por Carlisle estar arriscando seu emprego e sua reputação com uma brincadeira boba que eu comecei. Resolvi agir.
- Nossa essa foi por pouco. Graças a Deus que esse médico estava por perto...quase morro de parada respiratória, foi horrível...
- Parada respiratória? – a enfermeira perguntou incrédula.
- É! Nossa essa respiração boca a boca foi minha salvação...- comecei a gesticular e fazer o meu teatrinho de menina assustada.
- Respiração boca a boca? Isso é algum tipo de piada Doutor? – a enfermeira ainda estava irredutível.
Opa, entendi. Era ciúmes!!
- Piada? Não, claro que não! Foi exatamente isso que a garota falou. Estava passando por aqui e a vi se debater...como não tinha muito tempo optei por uma respiração boca a boca...Mas deu tudo certo não é mesmo? – ele levantou ajeitando suas roupas e tentou disfarçar seu constrangimento enquanto pegava a prancheta da mesinha.
Esse médico precisa de umas aulinhas de teatro. Ele mente muito mal!!
- Aham...sei...- ela falou ainda desconfiada.
- Já que está tudo sob controle aqui, vou olhar os outros pacientes...- Carlisle falou fitando apenas o chão.
- Vim trazer os sedativos dela – a enfermeira entrou com uma seringa enorme.
Wow wow wow, seringa não!!!
- NÃO! Estou ótima! Não preciso de sedativos! – berrei amedrontada.
- Precisa sim, sede-a! – Carlisle falou um tanto ríspido, e eu não entendi o motivo.
Olhei pra ele tentando encontrar seus olhos, mas eles ainda fitavam o chão. Mas não gostei nada de ver sua feição fechada. Arrependimento?
- Já disse que estou bem, não quero sedativos! – falei também ríspida.
- Sede-a. Voltarei mais tarde pra lhe dar alta. Passar bem senhorita Fox. – ele falou sem nem mesmo me olhar e saiu do quarto.
Mas hein?! Que porra foi essa? Me ignora e ainda me chama de senhorita Fox?
Magoei...
Deixei algumas lágrimas caírem enquanto a escuridão me alcançava.
*Carlisle Pov*
Quase não acreditei que ela estava fazendo charminho pra cima de mim. Fingindo estar com dor? Foi uma situação no mínimo, cômica.
Segui um impulso nada profissional e me deixei levar pela brincadeirinha.
Confesso que passei dos limites e acabei beijando aquela boca que povoava meus sonhos há dias. Oh boca gostosa hein! Perdi totalmente o controle e fiquei por cima dela enquanto entrelaçávamos nossas línguas. Aquilo estava muito bom, e algo me dizia que eu não iria parar...
Se não fosse a enfermeira claro.
Tive de vontade de xingar a enfermeira de tudo quanto é nome, mas percebi que eu é que estava em apuros. Céus, vou perder meu diploma!!!
Sai de cima da e me estabaquei no chão. Tentei formular um desculpa qualquer, mas engasguei com a própria saliva. Ô coisa horrorosa...
Pra minha sorte, a inventou uma desculpa ridícula e a enfermeira fingiu acreditar.
Nem consegui fitar minha garota em meio a tanto constrangimento. Acabei sendo um tanto ríspido com ela, mas seria melhor do que levantar suspeitas na enfermeira.
Saí apressado daquela sala e fui tomar um ar. Não demorei muito e fui pro refeitório quando meu estômago reclamou.
Comi um sanduíche horrível e voltei pra minha sala, sendo acompanhado por pensamentos impróprios. Aquela garota está me tirando do sério! Olha só o que ela me fez fazer!
Fiquei revendo alguns prontuários, até que bateram na porta.
- Entre. – pedi ainda entretido com meu trabalho.
Ouvi o som dos saltos batendo até encostar do meu lado. Virei a cabeça pra fitar a figura, mas foi mal calculado porque havia um par de seios bem na minha cara.
Afastei pra trás com o susto.
-Mas o que...?! – resmunguei e desviei meu olhar das duas colinas que estavam saltando pra fora daquela roupa.
- Doutor estou com um problema...- olhei pra figura e constatei ser a mesma enfermeira que me pegou no flagra.
* Pov*
Pensei, pensei e pensei mais um pouco. Não entendia porque eu estava tão motivada em me explicar com o Cullen. Ele nem valia tanto esforço...
Mas enfim, resolvi ir na casa dele com a .
Saímos daquela festa uó e entramos no meu carro. estava roendo as unhas e com os olhos arregalados.
- Posso saber o motivo de tanto estresse? – perguntei enquanto dirigia.
- Hein?! – Aff minha amiga vivia fora de sintonia.
- Estresse ! Estresse!! Porque está roendo as unhas? – perguntei impaciente.
- Ah...não sei...
Eu mereço? ¬¬
Dei um “delicado” tapa na nuca dela.
- Ai...- ela resmungou massageando a própria cabeça.
- Acorda cacete! Se tá roendo as unhas é porque tem algum motivo!
- Credo , pra que tanta violência hein?
- Porque você só funciona assim!
- Você que é má comigo!!! Eu tava quietinha aqui...- ela resmungou chorosa.
- Menos .
- Estava pensando no Jasper…- ela falou fitando a janela do carro.
- Quando você pensa em Jasper você suspira , e não rói as unhas!
- Mas agora ele está com a mocréia né? Como vou ficar calma sem saber o que eles estão fazendo?
- Você deveria dar um voto de confiança a ele sabe? Ele não prometeu que ficaria tudo bem? Então relaxa amiga!
- Falar é fácil ...
- Tira essa cara de bunda e relaxa que já estamos chegando!
Foi mesmo que dizer o contrário, já que a doida começou a roer mais ainda as unhas. Fala sério!
Encostei na frente da casa dos Cullen e buzinei pra uma figura que estava nesse exato momento com a mão na maçaneta da porta.
O sujeito deu um pinote com o susto e virou pra olhar. Oh, era Jasper.
no mesmo instante suspirou. Típico.
Descemos do carro e correu para os braços do Jasper.
Ok, espero que Edward esteja aí, não nasci pra ser vela!
- Er...Jasper, Edward está? – perguntei.
-Nem sei , só entrando pra ver. – ele abriu a porta e nós acompanhamos.
- Bela casa...- comentei enquanto entrávamos.
- Edward?! – Jasper chamou e não obteve resposta. – Pelo visto a casa está vazia...- ele falou me fitando.
- Se importa se eu esperar aqui? – perguntei constrangida.
- Fique a vontade , ele já deve estar chegando. Vou ficar lá em cima com a , qualquer coisa grita. Se estiver com fome, a cozinha é por alí.
Receptivo, não?
- Obrigada Jasper, e pode me chamar de ok? - Ele apenas sorriu e arrastou a escada a cima.
Sentei-me no sofá e esperei...
Mofei melhor dizendo.
Liguei de novo e finalmente consegui falar com ele. Tomei um susto quando ele disse que estava no hospital!
Mas enfim, ele estava bem e vindo pra casa.
Comecei a suar, só de imaginar que eu teria que pedir desculpas pela merda que eu fiz. E não fazia idéia de como falar!
Passados alguns minutos, a porta da frente foi aberta. Suei mais ainda quando vi que era Edward.
Ele veio até mim com uma cara cansada, e sentou-se do meu lado.
- Er...oi...- Nossa isso é tudo que consegue dizer?
- Oi.- ele respondeu seco.
- Acho que te devo um pedido de desculpas né? – falei envergonhada.
- Era só isso que você queria conversar? – ele continuou seco.
- Er...bem...eu queria que você soubesse que agi por impulso sabe? Eu sempre faço merda nessas horas...Não é como se todos os homens fossem iguais sabe...mas é que...sei lá...é tipo um trauma que eu tenho...
- …,você poderia pelo menos arrumar suas idéias? Não estou entendendo nada...
- O que eu quero dizer é que estou realmente arrependida pela forma como agi. Eu sei que você é uma boa pessoa. Me desculpe mesmo...
- Vamos esquecer isso ok?
- Ok.
De repente ficou aquele silêncio constrangedor.
- Er...poderíamos fazer alguma coisa pra passar o tempo né...tipo um filme, sei lá...- quebrei o silêncio pra falar essa merda. Porra , não tinha nada mais construtivo na cabeça não?
- Hum...não sei não...está tarde, acho que vou dormir...- ele coçou a cabeça e ficou sem graça.
Sério que levei um fora? Ok, se ele quer tanto pagar na mesma moeda, ele vai ter que se esforçar porque eu não vou desistir tão fácil assim.
- Posso dormir com você? – perguntei dengosa.
He He, a cara que ele fez foi impagável!! O que eu não faria pra saber o que passou pela cabeça dele agora...
*Edward Pov*
Alguém me belisca, por favor?
Eu ouvi isso mesmo? Tipo eu ouvi a dizer que queria dormir comigo?
Deve ser o sono! Logo a que mais cedo me deu um belo chute na bunda?
- Desculpe, o que você disse? – perguntei incrédulo.
- Perguntei se posso dormir com você...- ela respondeu como se estivesse explicando pra um retardado.
- …você bebeu? Está doente? – coloquei a mão na testa dela pra checar.
- Não Edward, não bebi, e estou ótima, porque? Estou com cara de doente? – ela perguntou assustada.
- Não, mas é que...eu não estou te entendendo...- coçei a cabeça desajeitado.
- Edward qual o problema? Se você não quer dormir comigo é só dizer que vou embora...
Nossa, então ela estava mesmo falando sério!
- não é só o problema, são os problemas! Nós acabamos de brigar justamente por causa disso, e agora do nada, você vem me pede desculpas e ainda quer dormir comigo!
- Edward, francamente, o que diabos você entende por dormir comigo?
- Como assim o que eu entendo? Eu entendo que vamos dormir...juntos...- respondi agora mais confuso.
- Exato, dormir Edward. Dormir! E não transar que é o que você está pensando.
Pra que melhor banho de água fria do que esse? Por acaso ela pensa que eu sou gay pra dormir com uma gata e não fazer nada?
- , é melhor você ir…pra sua casa. – engoli em seco e disse a contra gosto.
- Não consegue se controlar Ed.?
Ed? Ela não tinha um apelido pior não?
- Não é questão de me controlar ou não . Eu só não acho certo ok? E além do mais, minha cama é de solteiro, não cabe nós dois lá. E antes que você diga, não, eu não vou dormir no sofá.
- Bem que eu desconfiava que você fosse gay...
Hã?!
- O que disse? – perguntei abismado.
- Poxa Ed. Porque não me disse antes? Eu não sou preconceituosa nem nada...podemos até ser boas amigas?
AMIGAS?! Ela só pode estar de gozação!!
- ficou louca?! Eu não gay! Isso é ridículo! – berrei exasperado.
- Mas é o que parece...tipo, tem um mulher na sua frente pedindo pra dormir contigo, e você simplesmente descarta.
- Você preferia o que? Que eu te levasse pra cima e fizesse o que tenho vontade é isso? Por que se for, eu posso fazer aqui mesmo!
- Edward eu não disse isso, disse apenas que queria dormir, mas você não quer.
- realiza, eu sou homem ok? Como você espera que eu durma numa cama apertada com uma mulher gostosa como você, sem fazer nada?
- Eu sou gostosa Edward? – ela perguntou com malicia.
Oh, ela está me provocando? Acho que ela ainda não percebeu que esse é um jogo que dois podem participar...
- …- respirei fundo – vamos dormir então.
A puxei pelo braço e subi as escadas em direção ao meu quarto.
- Preciso falar com a , onde é o quarto do Jasper? – ela perguntou enquanto passávamos pelo corredor.
- Você não veio sozinha?
- Vim com a , mas ela foi pro quarto com o Jasper.
- Tem certeza que quer ir no quarto dele? Você pode ouvir coisas...- brinquei e ela arregalou os olhos.
- Até parece Edward, teu irmão tem mó cara de molenga...- ela zombou incrédula.
Inocente ela, não?
- Fala isso porque não conhece o Jasper...- falei e a levei pra frente do quarto dele.
“Mais um pouquinho pro lado....oh...hum...assim...”
“Assim que você gosta?”
“Hum...mais forte...”
“Assim?”
“Hum...delícia...mais pra baixo....molha mais....hum...”
petrificou quando ouviu as vozes de Jasper e ecoarem como gemidos.
- Eu disse, não disse? – zombei da cara que a fazia.
- Credo a é rápida no gatilho! – ela ironizou ainda chocada.
- Você ainda quer falar com a ? – perguntei prendendo o riso.
- Er...uh...não acho uma boa idéia. Bem capaz dela me matar se eu atrapalhar a pegação. – ela respondeu pensativa.
- Coloque o bilhete em baixo da porta, ela verá quando sair pra te procurar – sugeri.
- Isso se ela sair né Edward? Eu no lugar dela, não sairia.
Oh, mas ela é tão ingênua...como ela diz uma coisa dessas logo pro cara que vai dormir com ela?
- A não? Bom saber...- brinquei e a fiz corar.
- Er...não foi isso que eu quis dizer...- ela gaguejou sem graça.
- Sei, sei...
Fomos pro quarto, e ela tratou de escrever o bilhete pra amiga. Ela saiu pra colocar o papel no quarto de Jasper e voltou minutos depois.
- Vou tomar um banho, quer vir? – pisquei pra ela com malícia e ela corou.
- Há Há Há, muito engraço Edward! – ela respondeu ainda sem graça.
Tomei uma ducha rápida e voltei só de toalha, pra praticar o meu mais novo hobbie: provocar a .
Assim que entrei no quarto, ela me olhou com o queixo caído e ainda havia um filete de baba escorrendo pelo canto da boca. Dei aquele sorriso torto que levava as mulheres a loucura e andei até meu closet, mas bem lentamente. Senti seus olhos me acompanhando e babando nos meus músculos trabalhados.
- fecha a boca pra não entrar mosca. Se você ficar me secando assim, não vai sobrar pra quem quer...- zombei e entrei no closet sem olhar pra a expressão dela, que deveria estar no mínimo cômica.
- Há! Baixa a bola Cullen! Até parece que eu ia ficar secando um bando de osso e pelanca!
Mas hein?! Pelanca?
- já te disseram que você mente mal pra cacete? – falei alto de dentro do closet.
Vesti um cueca box preta e voltei pro quarto. arregalou os olhos e engasgou.
- Ow Edward vista-se! – ela resmungou fitando o chão.
- Se bem me lembro, estou na minha casa e no meu quarto, se está incomodada, vá dormir no sofá...- respondi indiferente passei roçando nela de propósito.
- Sério que você vai ficar só de cueca?
- Uhum...sinto muito calor de noite...- falei e me deitei estirado na cama.
- Você deveria tratar melhor suas visitas! – ela resmungou se levantando da cama.
- Visitas não, oferecidas!! – provoquei e ela corou.
- OFERECIDA?! Melhor do que GAY! – ela retrucou e entrou no banheiro batendo a porta.
- Veremos quem é gay! – falei alto pra que ela pudesse ouvir.
- Veremos!
*Emmet Pov*
“Se deu bem hein mané!”
Do que você está falando voz do além?
“Ué, vai dormir com a mina!”
Não vou dormir com ela idiota!
“Bem que eu suspeitava da sua boiolice...”
E eu tenho que ouvir isso ¬¬
Revirei os olhos e me sentei no sofá, esperando a voltar com os lençóis e travesseiros.
“Se eu fosse você, eu ia no quarto dela....”
Você sou eu babaca!
“Oh, você é babaca então?”
Eu não, você é!
“Você disse que eu sou você...”
Ai fala sério, isso de novo? Muda a fita cara!
“Você está ficando sem graça Emmet!”
Tenho culpa se você não tem criatividade nenhuma?
“Pelo menos não sou gay como uns e outros...”
Ok, vou fingir que não ouvi isso.
voltou e ajeitou as coisas para eu dormir.
- Você tem certeza que seus pais não vão reclamar ? – perguntei receoso.
- Relaxa Emmet, está tudo sob controle. – ela garantiu sorridente.
“Pede a ela pra ficar no quarto dela! Pede, pede, pede!!!”
Não viaja voz do além. Eu respeito a garota ok?
“Sei...”
- Bom, é isso, a cozinha tá alí, o banheiro alí, se precisar de algo pode me chamar ok? – ela apontou os lugares.
- Obrigado ...- sorri calmo.
- Então vou indo...- ela falou desajeitada.
- Hei, não ganho beijinho de boa noite? – perguntei dengoso.
Peguei-a pela cintura e a beijei com ternura. Ela correspondeu passando as mãos por meu cabelos e colando o corpo no meu.
“Own, joga ela no sofá!!!”
Não sei o que me deu, mas ouvi uma voz irritante e dei uns passos pra trás, sentando no sofá e a trazendo pro meu colo. Ela não negou o contato e continuou me beijando, agora mais urgente.
“Isso! Passa a mão nos peitos!”
Dá pra calar a porra da boca voz do além?! Tá me tirando a concentração caralho!
“...........”
- Hum...eu...tenho..que...ir – ela murmurou entre beijos.
“Oh não vai não gatinha!!”
- Tudo bem...- respondi muito a contra gosto.
Ela se levantou desajeitada e voltou pro quarto dela.
“Cara tu é uma bicha mesmo! Como tu deixa ela assim no mole?”
Fica na tua, preciso jogar água gelada na cara.
* Pov*
Ai, eu até queria ficar aos amasses com o Emmet, mas quando senti aquele volume anormal embaixo de mim…
Como uma boa medrosa, voltei pro meu quarto, deixando o coitado na sala.
Essa seria uma longa noite...
*Jasper Pov*
Voltei pra casa feliz da vida por ter me livrado de Alice. E fiquei mais feliz ainda quando vi minha garota correndo em minha direção. Oh, ela é tão linda, e gostosa...
Acabei levando a para meu quarto, enquanto a esperava por Edward na sala.
Entrei no quarto e tranquei a porta. Precisava ter um papo sério com ela.
* Pov*
Own fiquei tão feliz quando vi meu lindo Jasper já em casa. Estava com tanto medo que ele aprontasse com a mocréia, mas pra minha sorte ele foi super responsável. Tão fiel ele né? Amei!!
Não sei onde estava com a cabeça quando aceitei subir pro quarto do Jasper, mas o que eu posso fazer se já estou dominada por esse homem?
Ele trancou a porta.
Ele trancou a porta.
Ele trancou porta sacou?!
Morri né?
Se ele trancou a porta é porque...ele quer....Own, morri.
Me pegou pelo braço, e olhou-me com uma expressão tão séria que me deu arrepios.
Sentou-se na cama e me fez sentar a seu lado.
- , precisamos conversar. – ele falou sério e eu engoli em seco.
O que ele queria conversar? Se ele quer me assustar, está conseguindo.
Será que ele quer terminar? Será que ele já desistiu de mim?
Oh, será que ele não conseguiu se livrar da Alice e acabou....e acabou....Ew!!! Não ele não pode ter feito isso!!
Ai meu Deus ele abriu a boca pra falar. É agora, é agora, é agora.
Ele vai me deixar, own, morri, morri, morri!
Vou chorar....
Capitulo 9
*Carlisle Pov*
- Doutor estou com um problema...- olhei pra figura e constatei ser a mesma enfermeira que me pegou no flagra.
Ela fez uma careta de dor e se inclinou em minha direção, quase colando os seios em mim.
- Qual o seu problema Maggie? – falei tentando afastar meu rosto.
- Estou com uma falta de ar...
Oi?!
Ela falou passando a mão sobre o peito e fingindo respirar com dificuldade. Ridículo.
A garota agora veio me zoar?
- E o que eu tenho com isso? – perguntei ríspido.
- Você é médico né? Preciso de ajuda...- ela se aproximou mais.
- Maggie...esse teatro não vai funcionar ok? Diz logo o que você quer.
- Você! – ele falou mordendo os lábios.
Era só o que me faltava mesmo. A enfermeira dando em cima de mim!!
- Maggie não seja ridícula!
- Fico satisfeita com uma respiração boca a boca...- ela falou cínica e sentou no meu colo!
- Quer parar com isso? Sai de cima Maggie! – resmunguei tentando tirar o canhão de cima de mim.
É, ela era gorda, cheia de espinhas e fedia pra cacete!
- Se aquela branquela pode ter respiração boca a boca eu também posso! – ela falou cheia de manha e se esfregou em mim. Ew! Eca!
- Sai sai sai! Isso aqui é ambiente de trabalho!
- Não saio até ganhar um beijinho...- ela fez um bico de peixe horrível e veio querendo me beijar.
Ew!!!!!! Que nojo!!!
Tentei afastar a desgraçada da mulher, mas ela era pesada pra caralho!
- SAI INFERNO!!!! – reuni toda a minha força e empurrei o tribufu. Ela se estatelou no chão.
- Ou você me come, ou eu conto pro diretor que você estava estuprando a paciente!!
Mas hein?! Estuprando? Nada bom, nada bom!
- Como é que é? – berrei exasperado.
- Isso mesmo que você ouviu! Só precisa me comer....
Oh, céus! Que foi que eu fiz pra merecer isso? Um canhão na minha cola? Um CANHÃO?!!!
- Maggie te dou 30 segundos pra sair da minha vista! – falei ríspido e ela não se moveu.
Ao invés disso, ela abriu as pernas pra mim. Ew! Ela estava sem calcinha e virada em minha direção.
Oh, vou aqui vomitar e volto....
Aliás, não volto não! Prefiro morrer a ver aquela mata atlântica nojenta de novo!!! Ew!!!
-Maggie, conte o que você quiser, pra quem quiser, será a sua palavra contra a minha. Mas cuidado hein? A corda sempre rompe do lado mais fraco...- falei ríspido e sai da sala, deixando aquela bola de pelos estirada lá no chão.
Terei pesadelos hoje...
* Pov*
Edward já estava passando dos limites!! Se a intenção dele era me provocar ele estava conseguindo.
Como ele teve a cara de pau de passar só de toalha e voltar só de cueca? Sério que eu quase enfartei!
O homem é gostoso demais! Aqueles músculos definidos e perfeitos, oh, e aquela bunda! O que era aquilo?!!!
Fiz um esforço sobre-humano pra não pular em cima dele e fazer coisas indevidas! Ai Jisus me abana!!
Corri pro banheiro e tomei uma ducha gelada. Ainda não sabia de onde foi que eu tirei essa idéia maluca de dormir com ele. Tudo bem que ele é lindo e gostoso, e tesudo, e fofo, e bom, deu pra entender né? Mas enfim, não precisava eu ter me atirado assim né?
Será que ele vai me atacar? Ai ai...quem sou eu pra resistir...
Ops, eu não tinha uma roupa de dormir.
Vesti uma toalha e coloquei minha cabeça pra fora do banheiro.
- Edward?
-Hum?- ele estava deitado de barriga pra cima, e com as mãos cruzadas na cabeça. Apenas virou a cabeça pra me olhar.
- Me empresta uma camisa sua? – pedi um tanto sem graça.
Fiquei no vácuo.
- Edward? – insisti e ele ainda continuava me olhando inexpressivo.
- Estou pensando...- ele respondeu.
- Pensando em que Edward? Vai me dizer que você não tem uma camisa pra me emprestar? – retruquei já impaciente.
- Estou pensando se te empresto ou se deixo nua...- ele falou com malícia.
- Há Há, hilário você! Anda Edward, pega uma camisa! – mandei irritada. Que cara sem noção!
Ele levantou com um sorriso torto e foi pro closet, voltou instantes depois me entregando uma camisa.
Entrei no banheiro e vesti a camisa. Own, que camisa era aquela? Ele só pode estar de sacanagem!!!
A porra da camisa não cobria nada!!! Era super curta, e malmente passava da virilha. Tipo assim, se eu levantar o braço ou me abaixar só um pouquinho minha calcinha aparece toda. Ridículo!
- Edward não tinha uma camisa maior não?!! – resmunguei de dentro do banheiro.
Vácuo.
- Edward?!!! – berrei e coloquei a cabeça pra fora do banheiro.
O idiota estava fingindo que tava dormindo!!!
- Idiota! – resmunguei enquanto andava pelo quarto e segurava a camisa esticando pra baixo.
Ele se virou pra mim e me olhou dos pés a cabeça. Eu tinha vontade de quebrar todos aqueles dentes quando ele me sorria daquele jeito.
Mentira pura. Eu queria era pular no colo dele e beijar no melhor estilo desentupidor de pia.
- Belas pernas ...- ele brincou, e eu o fuzilei com raiva.
- Cala a boca Edward! Sei muito bem que me deu essa porcaria minúscula de propósito!
- Imagina , eu só achei que você fosse pequena, então essa camisa serviria...
- Conta outra Cullen – retruquei e deitei na cama puxando os lençóis.
Senti a cama se movimentando, e imaginei que fosse o Edward se acomodando pra dormir. Fiquei de lado e o mais próximo possível da ponta da cama.
- Chega pra lá - Edward chegou por trás me empurrando pra frente.
- Ai Edward tô quase caindo da cama!
- Sou espaçoso, sinto muito – ele falou e colou em mim de conchinha.
Own assim não dá né? Ele quer me matar, fato!
- Edward?
- Hum?
- Que pensa que está fazendo?
- Hein?
- Você tá grudado em mim, não dá pra afastar não? – reclamei tentando afastar.
- A cama é pequena ...
- Você tá de brincadeira né? O seu lado da cama está vazio, e você está colado em mim!!
- Tá mais quentinho aqui, larga de drama , nem estou tão perto assim...
- Imagina, deve ser só minha imaginação mesmo...- murmurei irritada.
Edward ainda me fez o favor de me abraçar. Preciso dizer que meu coração foi na boca?
Ai ai, e ele estava tão cheirosinho...Aquele cheiro de quando acaba sair do banho sabe? Tãooo bom...
Own que volume é esse na minha bunda?
- Edward?
- Hum? – ele sussurrou soltando seu hálito quente em meu pescoço. Fui na lua e voltei né?
- A-fa-afasta um pouquinho? – gaguejei envergonhada.
- Hum porque? – ele resmungou e se apertou mais ainda contra mim.
- Po-porque está incomodando...o seu...o seu...
- O meu...?
- Você sabe...o seu...está incomodando...
- Não estou te entendendo , pode ser mais clara?
Ele adora me provocar né? Óbvio que ele já entendeu!
- O seu “coisa” Edward!!
- O meu “coisa”? Continuo sem entender...
- O seu órgão genital Edward!! E não se faça de desentendido que você entendeu!! Afasta! – resmunguei irritada.
- Own , esse drama todo pra falar do meu pênis?
Ai que idiota! Como ele fica falando dessas coisas tão diretamente? Ele não percebeu que me deixa com vergonha?!
- Edward afasta, está incomodando...
- Ué mas ele tá quietinho...
- Não tá nada que estou sentindo!
- , ele está normal, quer conferir? – ele falou cínico.
- Cala a boca Edward! Eu sei muito bem que não está normal! – me debati tentando descolar dele.
- Oh desculpe se o tamanho do meu pênis te incomoda... as mulheres costumam gostar quando é grande...- ele falou com malícia e eu corei feito pimentão.
- Edward não me interessa o tamanho do seu...do seu. – retruquei envergonhada.
- Então pára de reclamar e dorme ok? Daqui a pouco amanhece – ele resmungou e voltou a dormir.
Me acomodei de novo e tentei me acostumar com aquele maldito volume na minha bunda. Será que ele falou sério quanto ao tamanho? Own você está virando uma perva de carteirinha!
Adormeci pensando “bobagens”.
Acordei com um feixe de luz passando pela janela e acertando meu rosto.
Estaria tudo perfeito, se não fosse um hálito quente soprando em minha nuca, e um corpo másculo apertado contra o meu, e uma mão parada em cima dos meus seios, e oh, um volume absurdo pressionando a minha bunda. Mas quando eu digo um volume absurdo, é porque o que eu senti ontem nem se compara com o que eu sinto agora entende? Estava rijo e bem maior.
Bem que eu poderia morrer logo né? Como assim que ele tem uma ereção enquanto dorme?
Tentei me desvencilhar, mas estava imobilizada.
- Edward!
- Mumhumm – ele murmurou ainda dormindo.
- Edward!!!
- Hum...que? – ele respondeu ainda sonolento.
- Seu...seu....seu “coisa” está...- murmurei envergonhada.
- Oh...é manhã …sempre acontece…desculpe – ele se afastou constrangido.
Levantei desajeitada e segui pro banheiro sob os olhares de Edward.
- As de rendinha são as melhores...- ele falou com aquele maldito sorriso torto.
E só então que percebi que a maldita blusa estava suspensa na altura do umbigo e a minha calcinha de renda branca estava toda a mostra.
Morri né?
Corei violentamente e bati a porta do banheiro com força.
Como assim que ele fica me secando descaradamente?
* Pov*
Não pensei que seria tão difícil dormir. Só porque havia um Emmet gostoso dormindo no meu sofá!
O que está acontecendo comigo? Porque estou sentindo tanto calor? Credo nem ligando o ar condicionado o fogo baixa?
Milagrosamente consegui pegar no sono, mas infelizmente acordei com gritos histéricos ecoando pela casa.
Opa! Pera aí! Esse gritinho agudo e insuportável só poderia ser de uma pessoa!
Minha mãe!
Desci as escadas correndo e estanquei quando vi a cena mais ridícula de toda a minha vida.
Minha mãe estava pulando no mesmo lugar, com o nosso gato Foto na mão e apontando o mesmo para um Emmet acuado atrás do sofá.
Emmet estava com as duas mãozinhas em cima do encosto do sofá, e só a ponta da cabeça pra fora, olhando pra minha mãe assustado.
- Pega ele Ruffles! Pega, pega, pega!!! – minha mãe sacudia o gato na direção do Emmet.
O mais engraçado não era só o fato dela querer que um gatinho domesticado atacasse o Emmet, e sim o fato dela nem sequer largar o gato.
- Oh meu Deus ! Se esconde! Ele é perigoso! Pega ele Ruffles!
- Mãe, qual o nível de ameaça que esse gato possui pra um homem daquele tamanho? – gargalhei já com o estômago doendo de tanto rir.
- isso é sério! Tem um ladrão na nossa casa e você ri? Pega o espanador e bate nele!! – ela falou ainda sacudindo o gato, que nem miava de tão entediado.
- Mãe esse é o Emmet, meu amigo. Larga o coitado do Ruffles. – caçoei e ri mais ainda com a cara de paisagem que ela fez.
- Ele...é...seu...amigo? – ela perguntou pausadamente. – E VOCÊ NÃO ME AVISA?!!! VOCÊ TRAZ UM HOMEM GOSTOSO DESSES PRA CASA E NÃO ME AVISA?!! – ela berrou chacoalhando o gato. Tadinho do Ruffles!
- Mãe olha a boca!! E Emmet saia daí de trás! Não acredito que ficou com medo do Ruffles! – zombei e esperei um Emmet acuado sair de trás do sofá.
- Er...oi.- ele falou e acenou tímido.
- OMG! ! Não brinca que um homem desses é só seu amigo? Céus, agarra logo minha filha! Não sabe que homem tá difícil? Hoje em dia homem ou é comprometido ou é gay!
Minha mãe não sabe ficar de boca calada né? Me mata de vergonha!
- Mãe!!! – resmunguei envergonhada.
- Estou falando sério dona ! Olha só pra esses músculos! E você deixou o coitado dormir nesse sofá horrível? Porque não levou pro seu quarto? No meu tempo não era assim...- ela retrucou como se fosse a dona da razão.
Sem noção ela, não?
- Mãe!! Por favor? No seu tempo nem beijo na boca não podia dar! – zombei e ela arqueou as sobrancelhas fazendo uma cara de ofendida.
- Oh como você é boba! Minha filha, no meu tempo a gente levava o homem e pro quarto e fazia...
- Mãe!! Menos, por favor! Não preciso ficar sabendo desses detalhes sórdidos ok?
- Er...eu acho melhor ir andando...- Emmet falou encabulado.
- Imagina! Você vai tomar café com a gente! A faz umas panquecas maravilhosas! Não é querida? – minha mãe piscou “disfarçadamente”.
- Eu não quero incomodar senhora...?- Emmet perguntou.
- SENHORA NÃO!! Só Kate. – minha mãe se apresentou empolgada, demais até.
- Er...bom, muito obrigado pela hospitalidade senh...Kate. Eu...já vou.- Emmet falou desajeitado.
- Emmet! Você não sai dessa casa sem comer! , coloque a mesa sim?
- Ok. – falei e saí puxando Emmet pela mão.
- Não liga pra minha mãe não, ela é meio sem noção mesmo – falei casualmente enquanto abria os armários em busca dos itens para o café da manhã.
- Oh, sem problemas, ela é muito gentil .
- Claro, depois que ela te atacou com um gato...- brinquei e ele riu.
- querida por que não faz aquele suco de laranja maravilhoso que só você sabe fazer? – minha mãe apareceu na cozinha e sentou-se, obviamente, ao lado de Emmet.
Sério, eu sabia que minha mãe era sem noção, mas não conhecia esse lado taradona dela. E o pior é que eu não sabia se ela estava me atirando pra cima dele, ou se ela mesmo estava se botando pra ele.
- Emmet querido, me passa o açúcar...- ela falou alisando o ombro dele. Eu mereço?
- Mãe, por favor? – murmurei abrindo os olhos em sinal de reprovação.
- Venha , as panquecas vão esfriar…Elas estão ótimas não é grandão?
OMG! Grandão? Até apelido tem agora?
- Er...estão perfeitas! – ele respondeu sem graça.
- A é cozinheira de mãos cheias! Tão difícil achar meninas prendadas hoje em dia, não é verdade?
OMG! Ela está me atirando pra cima dele, fato!
- Mãe! – resmunguei já impaciente.
Preciso dizer que ela não me deu ouvidos? Pois é, agora não parava a boca. Começou a tagarelar e falar sobre as minhas “qualidades”. Morri né?
- Mãe dá pra calar a matraca? Não consigo comer desse jeito!
- E quem está falando nada aqui? Eu não disse nada!! – minha mãe fez aquela carinha de ofendida. Cínica ela não?
Terminamos o café em silêncio.
- Oh, grandão você sabe alguma coisa sobre encanação? – ela perguntou antes de levantarmos da mesa.
- Mãe, chame um encanador!!
- Er...acho que sei alguma coisa...- Emmet respondeu acuado.
O que é isso? É impressão minha ou ele está tentando agradar minha mãe?
- Emmet não dê ouvidos pra minha mãe ok? Vamos. – falei e puxei-o pelo braço, mas estanquei quando outra força o puxava pra trás. – Mãe solta ele! – pedi irritada.
- hoje é domingo, preciso de ajuda com a pia da cozinha – ela falou ainda puxando Emmet pra trás.
- Tudo bem , posso tentar consertar...- Emmet falou. Bonzinho ele não?
- Emmet você não precisa fazer isso. – retruquei.
- Relaxa , é só uma encanação, não pode ser nada demais ok?
- Depois não diga que não avisei. Vou me trocar e...
- Não! Você fica aqui e ajuda no que for preciso, eu vou pro meu quarto.- minha mãe falou e saiu saltitando. O que dona Kate está aprontando?
Voltei minha atenção pra Emmet, que agora estava sem camisa. Babei né?
- Er...vou pegar a caixa de ferramentas...- falei encabulada e saí arfando.
Voltei com as ferramentas e ele estava analisando a encanação embaixo da pia.
- Acho que está entupida. – ela falou e começou a futucar os canos com as ferramentas.
Encostei na bancada e fiquei apreciando a bela vista de Emmet sem camisa. Ouvi um barulho estranho e olhei pra frente. Minha mãe estava agachada e com a ponta da cabeça pra dentro da cozinha. Céus, ela achava mesmo que estava escondida?
Ela viu que eu a encarava em sinal de reprovação e fez um sinalzinho com a mão pra que eu fosse lá.
- Mãe o que pensa que está fazendo? – murmurei irritada.
- Credo filha que mau humor é esse? Só estava conferindo o serviço...
- Sei...
- Você viu aqueles músculos? Filha você tem que agarrar esse homem!!!
- Mãe, francamente!
- Shiii, volta lá e dá uns pegas nele! – ela abanou o ar e me empurrou pra cozinha.
Bufei e voltei pro lado de Emmet que continuava futucando os canos. De repente um jato de água espirrou pra cima da gente.
- Merda! – ele resmungou tentando fechar o jato.
- Deixa que eu ajudo...
Me agachei ao seu lado e tentava fechar a rosca junto com ele. Mas a essa altura já estávamos completamente molhados.
Depois de fecharmos o jato Emmet me olhou de um jeito...malicioso?
- Que foi? – perguntei encabulada.
- Nada ué...- ele desconversou e continuou com aquele sorrisinho bobo na cara. Estranho? Magina....
- Bom, eu vou me troc...- olhei pra mim mesma e oh, agora eu entendi o porque do sorriso.
Saí correndo da cozinha morrendo de vergonha. Meu pijaminha estava todo molhado e transparente. Eu não estava de sutiã saca? Pois é, Emmet viu meus seios alterados pela água.
Subia as escadas quando minha mãe apareceu no topo barrando minha passagem.
- Onde pensa que vai moçinha?
- Me trocar – falei ainda corada.
- Pra que se trocar? Volte pra lá agora!
Mas hein?!
- Mãe olha pra isso! Está transparente!
- Sim eu vi, e o que tem? Está perfeito !
- Mãe!!!- retruquei abismada.
- Querida não seja burra! Volte lá e dê pra ele! Segure-o com unhas e dentes! – ela gesticulava como se eu tivesse indo pra guerra.
- Mãe quer parar com essa sandice? Dá licença? – pedi tentando passar.
- Ah já entendi! É porque estou em casa né? Ok, eu vou pra casa da vizinha, e você aproveita, fui! Ruffles querido vem aqui com a mamãe! – ela pegou o gato e saiu porta a fora, me deixando alí com cara de paisagem.
- Acabei. – me assustei com uma voz grossa pertinho de mim. Emmet.
- Uh...você não precisava ter...
- Não esquenta , foi até divertido – ele falou e sorriu torto. Ok, ainda estou semi-nua.
- Er...eu vou...
Antes que eu pudesse concluir ele me puxou pela mão e me colou no seu corpo, beijando-me com urgência. Como resistir a um homem desses? Correspondi né? Tudo de bom...
Senti que meu corpo foi levemente arqueado e meus pés não mais sentiam o chão. Ele começou a me carregar escada a cima. Abriu a primeira porta que viu pela frente e entrou. Jogou-me na cama e caiu por cima ainda sustentando um beijo avassalador.
Meu coração foi a boca quando uma mão boba passeou pelas laterais do meu corpo e parou logo embaixo do meu busto. Um polegar nervoso e indeciso alisava a polpa inferior do meu seio enquanto uma boca molhada brincava com minha orelha.
- Se você não resistir de verdade, eu vou continuar ...- ele sussurrou em meu ouvido me fazendo estremecer e soltar um som parecido com um gemido.
Não consegui responder, e ele entendeu como um “tá liberado”, porque no instante seguinte ele encheu a mão com meu seio e o apertou forte, enquanto a outra mão desceu até minha coxa esquerda e a levantou para que ele ficasse no meio das minhas pernas.
- Hum...- gemi baixinho quando senti sua ereção pressionar minha pélvis.
Felizmente, ou infelizmente meu celular tocou me tirando do torpor Alá Emmet.
*Emmet Pov*
“Cara tu tá vendo isso?”
Claro que estou idiota!
“Olha só esses peitos Emmet!!!”
Tô olhando porra!!
“Pega neles! Pega, pega, pega!!!”
Fica quieto aí que ela vai perceber! Não vou atacar a garota na cozinha né!
“Idiota, agarra a filha aqui e depois sobe e pega a coroa, ela dá um caldo ainda!”
Ficou louco? A mãe dela? Credo voz além!
“Ué, qual o problema? Vai dizer que não reparou que ela estava te secando?”
E daí que ela estava me secando? Ela é a mãe da minha garota porra!
“Burro!”
Nem dá pra ter uma conversa descente com esse ser né? Agora a garota reparou!
saiu correndo envergonhada e me deixou sozinho na cozinha pra terminar aquela porcaria de encanação.
Terminei o serviço e fui atrás de , que ainda estava parada na escada com cara de paisagem.
“Cara, ela ainda está com os peitinhos à mostra...”
É eu vi.
“E não vai fazer nada?”
Claro que vou porra.
Arrastei minha garota pro primeiro quarto que vi e comecei a fazer tudo que estava com vontade há dias. Ela era perfeita pra mim, encaixava direitinho...
Mas óbvio que alegria de pobre dura pouco. A porra do celular dela tocou.
*!@(#P!*@!`$*¨!@`#(*!@`(@)#!*)@#*!@)(#I!`@#&!@$¨!&@$!&Ç@!@`
“Êêeee, que azar hein...”
Se eu jogar essa porcaria janela a fora será que ela briga?
“Sei lá, joga aí pra ver...”
Até parece que vou ouvir seus conselhos ¬¬
atendeu o celular ainda arfando e desligou minutos depois.
- Vou ter que sair...- ela falou desajeitada.
Hã?! E me deixar aqui nesse estado?
“Agora você fica na mão amigo...”
Me poupe de seus comentários.
- Hei, vai deixar seu namorado sozinho? – fiz carinha de cachorro abandonado.
- Namorado? – ela perguntou espantada.
- Não somos? – perguntei confuso.
- Não sei...você não me pediu em namoro...- ela falou encabulada.
- Ok, namora comigo? – perguntei com um sorriso amarelo.
- Credo Emmet, isso não foi nada romântico...- ela resmungou cruzando os braços.
- Hei o que quer que eu faça? Não sei fazer essas coisas ...
- Esquece...- ela já ia saindo quando a puxei pela mão.
- …eu gosto de você, da sua companhia, dos seus beijos...do seu sorriso, e não consigo parar de pensar em ti...namora comigo? – ok, não sei de onde vieram essas palavras, mas parece que fez efeito, pois ela abriu um sorriso abobalhado e pulou em cima de mim me cobrindo de beijos. Nem gostei né?
- Agora sim! – ela falou empolgada.
- Podemos continuar onde paramos? – falei mordiscando o lábio inferior e olhando pra ela com a melhor cara de safado que eu tinha.
- Agora não, vamos passear no zoológico! – ela saiu de cima de mim e saiu correndo do quarto.
Zoológico?! Só podia ser brincadeira...
“Dá pra fazer altas coisas no zoológico...atrás das árvores...”
- !! Zoológico? Você não falou sério né? – gritei saindo do quarto.
- Seríssimo Emmet! Vai ser divertido! – sua voz ecoou de dentro de outro quarto.
- Mas eu quero ficar aqui…- fiz birra andando pro quarto dela.
- Emmet temos todo o tempo do mundo…
Droga!
*Jasper Pov*
Eu taquei pedra na cruz, fato.
Cara, minha garota era louca, outro fato.
Alguém consciente, por favor, me explica porque a nesse exato momento está chorando?
Sim, ela está soluçando horrores sem motivo aparente. Eu nem abri a boca!!!
- ? Posso saber porque está chorando?
- Eu...eu....eu....você...Alice...e aí...ela...você...terminar...eu...- ela começou a gesticular e falar coisas sem nexo.
- Hein?! Porra , dá pra parar de chorar, por favor?
- Não....- e ela abriu o berro de novo.
Eu mereço?
- Ok, você quem pediu! – falei e me joguei em cima dela, beijando aquela boca rosada com gostinho de lágrimas salgadas.
Elas não resistem ao meu beijo. Logo ela se calou e enfiou as mãos no meu cabelo intensificando o beijo.
- Você transou com a Alice? – ela perguntou entre beijos.
- Não.
- Vai terminar comigo?
Hein?!
- Hã?! Claro que não!! De onde você tirou essa idéia? – perguntei finalizando o beijo e voltando a me sentar a seu lado.
- Você disse que queria conversar...- ela falou envergonhada.
- Sim, exato. Con-ver-sar! E não ter-mi-nar! Duas coisas completamente diferentes.
- Tá, já entendi. – ela falou se ajeitando na cama.
- Em primeiro lugar, não quero que você fique me ligando quando eu estiver com a Alice, ela é muito observadora e vai notar que se trata de outra mulher ok?
- Mas...
- Não tem “mas” , isso é uma ordem e não um pedido. Segundo, se você não quer que eu toque em Alice, vai ter que deixar eu te tocar.
* Pov*
Morri.
Capítulo 10
* Pov*
Como assim que ele fala uma coisa dessas?
Tipo: vai ter que deixar eu te tocar.
OMG!!!!
Surtei total!!!
Ele quer me tocar?!
Ele quer me tocar!!!!!
- Ai Jasper eu super deixo você me tocar!!!! – falei empolgada e quase quicando na cama.
- Você “super” entendeu o que eu quero dizer com “tocar” né? – ele perguntou irônico.
- Entendi!!!!
- Ok, temos um progresso então...- ele falou com uma voz levemente rouca e me pegou pela nuca me roubando um beijo molhado.
Ele passou as mãos em minhas costas e foi inclinando meu corpo até eu ficar completamente deitada com seu corpo sobre o meu.
Desceu as mãos até minhas coxas e abriu minhas pernas, encaixando seu corpo e pressionando-o contra o meu.
Morri né?
Untei total quando senti sua ereção pressionando minha pélvis.
- Er...Jazz? – gaguejei enquanto ele me apertava o bumbum com força.
- Hum...?- ele sussurrou tão perto do meu ouvido que me fez soltar um gemidinho agudo.
- Po-podemos...ir...co-com ca-calma? – pedi envergonhada.
Tá eu sei que me empolguei demais ok? Eu admito, eu nunca fiz isso antes...então...mesmo sendo o meu Jazz, eu fico com medinho...
- você é virgem? – ele me olhou assustado.
- Er...bem...er...bom...assim...é...- gaguejei corando violentamente.
- Você é virgem. – ele afirmou e saiu de cima de mim.
- E qual o problema com isso? – perguntei fazendo birra.
- Todos os problemas !! Porque não me falou antes? – ele perguntou visivelmente chateado.
- E precisava?
- Claro ! Muda tudo, eu não posso fazer isso com você assim de qualquer jeito entende? – ele se aproximou e me beijou ternamente.
- Hum...você está sendo antiquado Jasper...- falei ainda embirrada.
- Hei...você é importante pra mim ok? Se eu serei seu primeiro, então tem que ser especial...
Tem como eu ser mais feliz? Tão fofo ele!!!
Mas ainda assim, antiquado ¬¬
Essa coisa de “especial” tá tão batida...
- Jazz já será especial só por ser com você...- falei tentando convencê-lo. Ele apenas arqueou as sobrancelhas confuso.
- ...não precisamos fazer isso hoje. Vamos só conversar. – ele falou calmo e me puxou pra deitar ao seu lado.
- Você é mau Jazz...- falei fazendo biquinho.
- Não fique chateada minha linda...o que você quer que eu faça pra te recompensar?
- Hum...você poderia começar com uma massagem...- pedi com um sorriso maroto e ele apenas riu.
- Sim senhora, seu desejo é uma ordem! – ele bateu continência e levantou indo até seu armário e pegando algo que julguei como um creme de massagens.
Ele se ajoelhou na cama e pegou meu pé. Passou o creme com leveza e começou a massagear calmamente.
- Hum Jazz isso está bom...
- Assim está bom ou faz mais forte?
-Mais um pouquinho pro lado....oh...hum...assim...
- Assim que você gosta?
- Hum...mais forte...
- Assim?
- Hum...delícia...mais pra baixo....molha mais....hum...
- Vai ficar lambuzado com tanto creme . – ele gargalhou e entupiu meu pé de creme.
- Onde você aprendeu a fazer massagens Jazz? Está quase um profissional!
- Bom...como eu aprendi você não vai querer saber, acredite. – ele falou com cinismo e piscou.
- Ok, já entendi.
Mentira. Não entendi porra nenhuma. Será que foi a mocréia que ensinou? Ou alguma massagista biscate? Ew! Não gosto nem de imaginar!
*Jasper Pov*
Puta que pariu! Virgem?!
Fala sério! Eu aqui cheio de amor pra dar, com um tesão desgraçado e tomo esse banho de água fria.
Não que eu não goste de virgens, mas era a poxa, tinha que fazer algo legal pra ela. Sei que pareço um idiota pensando assim, mas no fundo, no fundo todas elas gostam quando a gente faz algo diferente...
Eu só precisava pensar no que faria pra tê-la o mais rápido possível. Óbvio que não vou agüentar esperar muito tempo, já tô na seca...
- Hei tem algum problema se você dormir aqui comigo?
- HEIN?!! Mas você não acabou de dizer que...
- Calma , não é disso que estou falando. Nós não vamos transar, ainda.
- Ah...- ela fez uma carinha desapontada que me deu vontade de pular em cima dela e jogar pro alto essa ladainha de “especial”.
- E então? Você pode dormir aqui?
- Posso...eu só preciso avisar a . – ela falou mordendo o lábio inferior.
- Ok, vai lá e volta. – dei um selinho nela e ela se levantou.
Andou até a porta e parou olhando pra baixo. Se agachou e pegou algo no chão.
- O que tem aí? – perguntei curioso.
- Um recado da ...
- O que diz?
- Wow! Ela vai dormir com o Edward! – ela falou visivelmente espantada.
- Imaginei...- murmurei rindo.
- Imaginou porque? Você está sabendo de algo que eu não sei? – ela se aproximou e voltou a se sentar na cama.
- Não exatamente...- tentei desconversar, mas ela mantinha os olhos apreensivos em mim.
- Jazz?
- Ok, o Edward está interessado na , e pelo que pude reparar, é recíproco...
- Hã...era só isso?
Se ela soubesse da aposta....Mas enfim, não é coisa minha, não posso contar né?
- Era só isso minha linda...vem aqui vem...- dei uns tapinhas no colchão.
- Jazz...
Até já sabia o que ela queria dizer com essa carinha sapeca. Tão previsível ela!
- Não , não vamos fazer o mesmo que a e o Edward estão fazendo...
- Own!!! Chato! – ela embirrou e levantou indo na direção do banheiro.
- Hei!
- Estou de mau!!! – ela vociferou e bateu a porta do banheiro com força.
Fala sério! Minha garota é sem noção né? Que porra é essa de “de mau”? Quantos ela tem mesmo?
- !! Abre a porta por favor? – bati na porta já irritado.
Ainda não consigo entender o que acontece com as mulheres de hoje em dia. Ou fazem cú doce pra não dar, ou querem dar de qualquer jeito.
Eu sei que sou gostoso, mas porque a quer tanto me dar assim de uma hora pra outra? Custa esperar um pouquinho?
- Vou tomar banho Jazz, pode entrar se quiser, mas estou nua!
Wow! Espertinha ela, não?
- Vou esperar você terminar então...- murmurei e encostei a cabeça na porta já imaginando como seria passar a noite do ladinho dela sem fazer nada.
- Idiota!! – ela murmurou baixinho.
- Eu ouvi !! – resmunguei me irritando de novo.
Eu mereço né? Agora ela está me xingando!
Voltei pra cama e fiquei esperando a teimosa sair do banho.
A porta do banheiro abriu e de lá saiu uma com uma toalha em mãos enxugando os cabelos e...
Caralho!!!
- O que é isso ?!!! – vociferei tapando os olhos.
- Hein? Isso o que? – ela perguntou se fazendo de desentendida.
Porra, ela estava só de calcinha e sutiã. E era de rendinha, e praticamente transparente!!! Cara, eu estava vendo tudo!!!
- Vista-se!!! – ordenei exasperado. O que deu nela pra fazer isso? Isso era quase um estupro!!! E eu sou a vítima!
- Você quer que eu durma de roupas Jazz? Eu hein...- ela falou e sentou ao meu lado com a maior cara de pau.
- isso é sacanagem!!
- Qual o problema Jazz? Sou tão feia assim? – ela fez biquinho e eu não consegui desviar os meus olhos do seu sutiã transparente.
- Você está me provocando ...,pode se arrepender depois...- murmurei agora com minhas vistas pregadas um pouco mais embaixo...
Own, puta que pariu, minha garota é gostosa pra caralho!
- Oh...não costumo me arrepender dos meus atos...Só me arrependo quando não faço...- ela sussurrou com malícia.
- Ok, foi você quem pediu...
Empurrei a na cama e fiquei por cima. Passei alguns longos minutos só apreciando aquela bela paisagem que era o seu corpo. Perfeitamente delineado e feito sob medida. E era tudo meu.
Passeei com minhas mãos por toda a extensão de sua pele macia e apertei seus seios em minhas mãos. Eram pequeninos, mas perfeitos pra mim.
Olhei pra ela em busca de resquícios de medo ou algo do tipo, e lá estava, sua feição amedrontada e retraída.
Desci minha mão até sua virilha e apertei alí, fazendo seu corpo automaticamente se contrair.
- Percebe agora porque não quero que seja assim de qualquer jeito? – perguntei saindo de cima e pendendo pro lado.
- Hum? – ela me olhou desapontada.
- Você não está pronta ...Vá se vestir sim?
- Não...- ela embirrou de novo e se virou de bruços afundando a cara no travesseiro.
- …- acariciei seus cabelos.
- Me deixa Jazz...- ela murmurou com a voz abafada.
- Vou tomar um banho...
Levantei e fui pro banheiro. Precisava de uma ducha gelada e resolver meu problema com “mister Jazz” que estava inquieto dentro das calças.
Me aliviei no banho e segui de toalha pro meu closet. Felizmente já estava ressonando tranqüila embaixo do edredom.
Vesti uma calça de moletom e deitei ao seu lado. Abracei seu corpinho quente e dormi feito criança.
Era tão bom ficar assim com ela...
* Pov*
Acordei meio grogue ainda sob os efeitos dos medicamentos.
Me assustei quando uma figura se mexeu ao meu lado.
- Hei dorminhoca! – era Elisa.
- Nossa quanto tempo eu dormi? – perguntei desnorteada.
- O suficiente pra podermos voltar pra casa – ela falou com ternura.
- O Carlisle já me deu alta? – perguntei curiosa.
- Ele esteve aqui faz alguns minutos. Disse que você poderia sair assim que acordasse, isso não é ótimo?
- É. – falei um tanto desapontada.
Queria tanto ter visto meu doutorzão...Mesmo ele tendo sido grosso comigo, eu ainda queria me despedir, sabe-se lá quando eu poderia revê-lo né?
- Ele estava bem triste sabe...- Elisa falou com um sorriso maroto.
- O que você quer dizer com isso?
- Quero dizer que ele queria falar com você antes de sair, mas ficou triste por você estar dormindo.
- Isso não tem nada a ver. Você está vendo coisas que não existe Elisa. – falei ríspida e apenas dei de ombros.
- Pense o que você quiser irmãzinha, mas eu tenho certeza que ele está caidinho por você!
- Hunf! – bufei irritada e me levantei.
Troquei minhas roupas e fui liberada pela enfermeira. Seguimos pelos corredores do hospital e esperamos o elevador chegar.
Meu estômago embrulhou só em pensar naquela caixinha de fósforos se movimentando. E se ele caísse?
É, eu tenho pavor de elevadores.
- Er...Elisa? – perguntei um pouco nervosa.
- Oi?
- Em que andar nós estamos?
- No décimo, porque?
- Como porque? Você sabe que tenho pavor de elevadores! Vou pelas escadas! – já ia andando quando ela me segurou pelos cotovelos.
- Nem pensar! Você ainda está debilitada, não pode ficar descendo escadas. Largue de drama e venha. Não vai doer nada !
- Fala isso porque não é você que tem fobia! – retruquei irritada.
- Elisa? – uma mulher que desconheço falou com minha irmã.
- Omg Cláudia?!
- Quanto tempo amiga!!!
As duas começaram a conversar até que o elevador chegou.
- , vai na frente sim? Te encontro lá embaixo. – ela falou rápido e me empurrou pra dentro do elevador.
- Hei você não vem?!! – perguntei já me tremendo dos pés a cabeça.
Como assim que eu iria descer nesse troço sozinha? Vou morrer do coração!!!
Ela não teve tempo de responder, pois a porta do elevador fechou me deixando sozinha no mesmo. É hoje que eu morro!!
O bichão começou a se mover e eu grudei no cantinho me segurando onde podia.
OMG! E se isso cair!!
O elevador deu um solavanco e parou. Abriu-se as portas e oh, morri mais uma vez.
Tinha um certo doutor lindo parado com as mãos dentro dos bolsos do jaleco, e me olhando dos pés a cabeça.
- Hei...- ele falou sorridente e adentrou o meu futuro caixão.
- Er...oi...- gaguejei, não sei se por medo do elevador ou por espanto de reencontrá-lo nessa situação desagradável.
Continuei grudada no cantinho enquanto ele apenas me olhava profundamente. Por uns instantes consegui esquecer a minha fobia, mas só durou até o bicho solavancar de novo e começar a descer.
- Hum...- deixei um gemidinho de medo escapar.
- Você está se sentindo mal ? – ele me perguntou preocupado.
E detalhe, ele me chamou de !!!
- Eu...er...- tentei falar algo coerente, mas a voz me faltava mediante o pavor de ver aquela coisa se movimentando.
Pra meu azar o troço deu um solavanco forte e parou.
- AHHH!!!- dei um gritinho assustado e Carlisle me olhou apavorado.
- , por favor, me diz o que está sentindo?
Antes que eu pudesse responder as luzes do elevador se apagaram.
- OH MEU DEUS!!!! – gritei desesperada.
- Calma , deve ter sido uma queda de energia, já já volta ao normal.
- NÓS VAMOS CAIR?!! – perguntei apavorada.
- você é claustrofóbica?
- So-sou…- gaguejei.
- Hei você não está sozinha ok? – ele se aproximou e tomou minha face em mãos.
-Eu...eu...na-não es-estou...sozinha...- disse pra mim mesma.
- Isso, agora respire fundo...- ele se aproximou mais e ficou a centímetros de minha boca.
Como ele quer que eu respire ficando assim tão perto? Não dá né?!
- Respire ... – ele sussurrou.
- Não dá…- sussurrei e desgrudei minhas mãos do elevador para apertar os seus braços que agora me envolviam.
O elevador deu outro solavanco brusco.
- Ahhh!!! Vou morrer!!! OMG!!! – berrei desesperada e me grudei mais ainda nele.
- Hei...shiii. eu estou aqui – ele me acalentou e começou a acariciar minha nuca por baixo do emaranhado de cabelos.
Outro solavanco.
- AHHH SOCORRO!!!! Gritei apavorada e deixei as lágrimas escorrerem por sobre o jaleco de Carlisle.
- não vai acontecer nada. Fique calma querida...
Mas hein?!!!
Ele me chamou de querida ou estou tendo alucinações?
Outro solavanco.
- AHH VAMOS CAIR!! NÃO ME SOLTA CARL!!!
- Não vou soltar...- ele me apertou mais contra si e novamente esqueci os meus medos.
Sentia-me tão segura com ele!!
Pra meu espanto, ele começou a cantarolar uma canção em meu ouvido, na tentativa de me acalmar.
Trilha Sonora (OUÇAM, FAZ TODA A DIFERENÇA)
Eu!
Prisioneiro meu
Descobri no brêu
Uma constelação...
Céus!
Conheci os céus
Pelos olhos seus
Véu de contemplação...
Deus!
Condenado eu fui
A forjar o amor
No aço do rancor
E a transpor as leis
Mesquinhas dos mortais...
Vou!
Entre a redenção
E o esplendor
De por você viver...
Sim!
Quis sair de mim
Esquecer quem sou
E respirar por ti
E assim transpor as leis
Mesquinhas dos mortais...
Agoniza virgem Fênix
O amor!
Entre cinzas arco-íris
Esplendor!
Por viver às juras
De satisfazer o ego mortal...
Coisa pequenina
Centelha divina
Renasceu das cinzas
Onde foi ruína
Pássaro ferido
Hoje é paraíso...
Luz da minha vida
Pedra de alquimia
Tudo o que eu queria
Renascer das cinzas...
Ainda estava tremendo, mas ao ouvir sua voz melodiosa cantando pra mim, tudo se dissipou. Todos os meus medos desapareceram e meu corpo se acalmou, ficando uma paz reconfortante no lugar.
Ele continuou cantando e começou a me embalar com canção, estávamos praticamente dançando em pleno elevador!
E eu!
Quando o frio vem
Nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
A luz da escuridão
E a dor revela a mais
Esplêndida emoção...
O amor!
Quando o frio vem
Nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
A luz da escuridão
E a dor revela a mais
Esplêndida emoção...
Quando o frio vem
Nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
A luz da escuridão
E a dor revela a mais
Esplêndida emoção
O amor!...
Era tão mágico...
Carlisle começou a me beijar o pescoço, mordiscar o lóbulo de minha orelha até chegar aos meus lábios e repousando os seus com tanto carinho que nem sabia mais onde estava.
- … - ele sussurrou entre beijos.
- Hum? – resmunguei tentando manter nosso lábios fundidos. Eles eram tão quentes!!!
- Sei que vai parecer estranho...mas...eu acho que...
- Acha que...? – incentivei sentindo borboletas chacoalharem no meu estômago.
- Eu...estou me...apaixonando...por você...- ele sussurrou tão baixinho que tive que aproximar meu ouvido.
As borboletas agora ameaçavam sair voando pela minha garganta. Como assim apaixonado?
Apaixonado por mim?!!!
OMG!!!
OMG!!!
OMGGGGGGG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Is-isso é sério Carl? – gaguejei me segurando pra não espremê-lo mais contra mim.
- Pareço estar brincando? – ele falou encabulado.
- Não...só é...estranho...
- Eu sei que é estranho...mas...quando estou com você...parece que tudo pára...
- Eu sei bem como você se sente Carl, eu sinto o mesmo, acredite...- falei sorridente e o beijei com ternura. Ah...esses lábios...
- Então...é recíproco? – ele perguntou receoso.
- O que você acha? – perguntei mordiscando seu lábio inferior e o olhando profundamente. Ele suspirou e por fim sorriu feito criança.
- Isso é bom...- ele murmurou contente.
Pra nosso espanto, as luzes se acenderam e o elevador voltou a andar. Mas agora eu não sentia medo. Não mais.
Estava perfeitamente segura ao lado do meu médico gostoso. Ao lado do homem que amo.
As portas do elevador se abriram e eu vi uma Elisa descabelada e branca feito papel correndo em nossa direção. Mas não fiz menção de desgrudar de Carlisle.
- agora você pode me soltar, está segura meu bem...- ele sussurrou no meu ouvido.
Ain ele me chamou de meu bem!!! Tão lindo!!!
- Não quero soltar! – resmunguei fazendo birra.
- você está bem?! Fiquei tão preocupada!!!
- Estou ótima! – falei ainda grudada no pescoço dele.
- É deu pra perceber...- ela me olhou com malícia e piscou.
- …pode soltar…
- Não vou soltar!
- solta ele, ficou doida? – Elisa repreendeu.
- Fiquei! Doida de amor!! Não solto!!!
E não vou soltar mesmo! Nunca mais!!!
*Carlisle Pov*
Céus! minha garotinha surtou!!!
Ela não quer desgrudar!!!
Tive que sair do elevador rebocando a grudada em meu pescoço.
Isso estava ficando ridículo.
Todo mundo que passava olhava para aquela cena bizarra.
- estou trabalhando…solta…
- Não!!
Ok, talvez eu deva repensar essa coisa de “apaixonado”.
Como posso gostar de uma piradinha dessas?
Tá, eu confesso, é até um graça...é diferente.
- Vou te levar até o seu carro e você solta ok?
- Não!!
- !!! Por favor?! – supliquei e ela me olhou fazendo biquinho.
- Só se você me chamar de querida de novo!! – ela sorriu abobalhada.
- Ok, te chamo de querida no carro, vamos.
Reboquei minha menina dengosa até o estacionamento.
Como ela é pesada!!!
- Prontinho minha querida! – falei sorridente e lhe dei um selinho.
- De novo!! – ela pediu toda boba.
- Minha querida, linda, maravilhosa, meu amor...
- Own!!! Também te amo!!! – ela me beijou com ternura e finalmente desgrudou do meu pescoço que agora estava dolorido.
- Vou te ligar ok? – falei enquanto ela entrava no lado passageiro e a irmã no motorista.
- Vou esperar!
Ela falou e o carro saiu me deixando alí com cara abobalhada.
Definitivamente eu estava apaixonado.
*Edward Pov*
Não poderia acordar melhor do que agora. E sabe porque? Porque tinha uma gostosa agarradinha comigo!! Ah eu ainda terei muito mais dela do que uma simples noite de sono...
A coitadinha surtou quando notou a minha clássica ereção matinal. Será que ela é virgem? Hum isso seria tão problemático...
Antes que ela fugisse de mim ainda pude apreciar a sua bundinha empinada vestida com uma mini calcinha de renda. Edzinho animou mais ainda...
Fiquei sentado batendo um papo sério com Edzinho enquanto a gostosa, digo, , estava entalada no banho. Porque mulheres demoram tanto pra fazer uma simples higiene matinal? Coisa chata isso...
Quarenta minutos se passaram e a infeliz ainda estava lá dentro. Levantei impaciente e bati na porta do banheiro.
- ? Vai morar no banheiro agora?
- Não enche Edward! Já estou saindo.
Cinco minutos depois ela saiu com a maior naturalidade.
- Quase chamei uma ambulância, não é todo dia que morrem no meu banheiro sabe...
- Há Há! Tão engraçado....- ela sorriu irônica.
- Você é tão sem graça ...esse tempo todo que você passou no banheiro sozinha, poderíamos ter usado pra fazer coisas muito mais interessantes...juntos...- falei com malícia e pisquei sorrateiro.
- Há! Como o que Ed? Olhar revistas de moda? É o que os gays gostam de fazer né...- ela sorriu amarelo e eu fechei a cara.
- Sabe que revistas de moda podem até ser interessantes? Principalmente na parte em que as modelos usam aqueles micro biquínis...- ela abriu a boca pra retrucar mas eu interrompi – Masss, é muito melhor quando se tem uma modelo que faça ao vivo sabe? Então ...você gostaria de desfilar pra mim? – fiz a minha melhor cara sacana e sorri vitorioso quando ela abriu a boca em “O”.
- Edward...Edward...essa é uma proposta realmente tentadora, mas fica pra outra vez ok? Eu tenho mais o que fazer! – ela falou irônica e fez menção de abrir a porta do quarto, mas eu fui mais rápido e espalmei uma mão na porta, impedindo sua abertura.
Fiquei a poucos centímetros dela que agora estava de costas pra mim. Sorri involuntariamente quando a senti arfar com o meu movimento brusco.
- Swan…estou cansando de ser bonzinho com você. – falei calmamente e bem pertinho de seu ouvido.
- Você foi bonzinho comigo Edward? Não me recordo disso...
- Oh não? Vamos refrescar sua memória então. Você dormindo comigo e eu não fiz absolutamente nada... Isso não te diz nada? – sussurrei agora mais perto.
- Não fez nada? E o que foi aquela coisa imensa pressionando a minha bunda? Você não tem um pingo de vergonha na cara Edward!
- Até onde eu sei, foi você quem procurou sarna pra se coçar. Eu sou homem , pensei que já tivesse notado isso.
- Não Edward, você é gay. Pensei que já tivesse se conformado com isso. – ela riu sarcástica.
Ah fala sério! Ela está achando que vai me irritar só com isso? Vai ter que suar muito baby...
- Gay? Há! – gargalhei irônico e no instante seguinte virei seu corpo de frente pra mim e a apertei contra a porta.
- Uh...- ela arfou.
- Gay? – perguntei novamente, e agora a apertando mais.
- Uhum...- ela balbuciou agora ganhando uma tonalidade rósea nas bochechas.
- Gay? – Encostei minha cabeça no vão do seu pescoço e comecei com leves mordidinhas desde a clavícula até o lóbulo de sua orelha.
- Hum...- ela gemeu baixinho.
- Ainda acha que sou gay ? – incentivei, e dessa vez peguei suas mãos e as levantei a cima de sua cabeça usando minha mão esquerda. Com a mão direita apalpei a lateral de seu corpo.
- Edward...- ela tentava reagir, mas era evidente o seu estado letárgico.
- E agora , que é gay? – continuei acariciando seu corpinho até chegar na sua bunda e dar um apertão com vontade.
- Uh...- ela arfou provavelmente sentindo minha ereção evidente.
- ? – chamei sua atenção.
Ela abriu os olhinhos e corou mais ainda quando pressionei meu corpo contra o seu e selei nossos lábios com furor.
- Hum...- ela gemeu na minha boca e enterrou suas mãos em meus cabelos desalinhando-os ainda mais.
Espalmei ambas as mãos em suas nádegas e levantei seu corpo de forma que ela pudesse entrelaçar suas pernas em minha cintura.
Caminhei com ela a cama e a joguei ficando por cima, e dando continuidade ao beijo repleto de tesão.
* Pov*
Perdi o jogo.
Agora estava deitada com esse homem gostosão grudado em mim. Não era pra ser assim!!
Como eu fui ceder aos encantos dele assim tão fácil?
Tudo bem que ele é uma “coisa”!! Mas não justifica o fato de eu estar quase dando pra ele nesse exato momento.
Não que eu não queira dar pra ele, mas tipo assim, a gente nem se conhece direito!!!
- Edward?
- Hum...- ele gemeu baixinho enquanto beijava o meu colo.
- Is-isso não está certo...- gaguejei enquanto arfava.
Ele é tão quente!!!
- O que não está certo ? – ele resmungou ainda apalpando o meu corpo.
- Isso! – acenei com a mão pra nossa situação.
- somos adultos! Qual o problema com isso? – ele retrucou visivelmente chateado.
- Nem te conheço direito Edward! É claro que isso não está certo! Não é como se eu fosse qualquer uma das mulheres com que você costuma sair ok?
- Eu não pensei isso de você . Eu não te entendo. Você me pediu pra dormir aqui! E agora quebra todo o clima por causa dessa idiotice. Vai me dizer que você é virgem?
- Não sou virgem Edward...mas não estou afim de transar assim do nada...
- Falasse isso antes !! Olha o meu estado! – ele falou irritado e puxou minha mão levando de encontro a sua ereção.
WOW! Como assim que ele faz essas coisas obscenas sem minha autorização? E ainda me pegou desprevenida! Tenho certeza que agora estou da cor de tomate!
Minha mão ao sentir o volume extra, automaticamente soltou afastou.
- Edward eu não tenho nada a ver com seus “probleminhas”. Se precisa de ajuda, procure alguma instituição de caridade. Agora me da licença, por favor? – falei impaciente.
- Ah …você me deixa frustrado…- ele murmurou com uma feição derrotada.
- Edward...- tentei argumentar, mas ele se adiantou e levantou indo direto pro banheiro.
Ok, isso não foi legal.
As coisas até que estavam indo bem, mas não poderia ir do jeito que estavam né?
Talvez ele mereça uma colher de chá...
Esperei sentada na cama até que ele saiu do banheiro, novamente só de toalha. Babei em cada gominho daquele tanquinho perfeito. Mas não durou muito, pois Edward entrou no closet e logo saiu todo vestido. Que pena...
Ele mal me olhou e sentou na cama pra calçar os sapados. Estava com uma feição carrancuda.
- Edward? – comecei.
- Que? – ele respondeu seco.
- Eu estava aqui pensando...
- Oh você pensa? – ele falou sarcástico.
- Vai me deixar falar ou vai ficar de graçinhas? – resmunguei irritada.
- Continue.
- Bom, eu acho que começamos com o pé esquerdo.
- Não diga...
- Edward!
- Prossiga. – ela terminou de calçar os sapatos e me fitou.
- Então...eu pensei que poderíamos consertar isso...
- E posso saber como?
- Bom...não sei...poderíamos passar mais tempo juntos...e se conhecer melhor sabe...- falei um tanto desajeitada.
- Não entendo onde quer chegar ...
- Ai Edward você entendeu!!!
- Não, não entendi.
- A gente podia...namorar...- falei com a voz fina e baixinha.
- Hein? Fala mais alto, não ouvi nada...
- A GENTE PODIA NAMORAR!!! – gritei impaciente e corei violentamente quando ele me olhou de sobrancelhas arqueadas e com aquele maldito sorriso torto na cara.
- Sabe...- lá vem bomba – Você é uma mulher bem determinada...primeiro se auto-convida pra dormir aqui, e depois se auto-convida pra ser minha namorada...isso é bem interessante ...
- O que? Qual o problema com o fato de eu tomar atitude? Tenho culpa se você é um lesado?
- Lesado?
- É. Digamos que você foi promovido de gay pra lesado. É um grande progresso hein!! – sorri sarcástica.
- Então você quer ser minha namorada...- ele continuou sorrindo torto.
- Ah Edward, eu vou embora! – ia me levantando, mas sua mão me puxou de volta pro colchão.
- Só me tire uma dúvida, sim? – ele perguntou.
- Que?
- O fato de ser seu namorado me dá certos “direitos” não é mesmo? – ele falou com malícia.
- Hiii Edward, esses direitos você só vai ter se fizer por merecer ok? Vai ter que me provar que me merece! – falei imponente.
- Ok, feito.
- Como assim feito? Isso não é um contrato Edward! Estou falando super sério quanto ao namoro!
- Estamos namorando então . – ele falou e no instante seguinte me puxou para um beijo avassalador.
- Ok, nós temos todo o domingo pra fazer coisas legais! E vamos começar com um passeio no zoológico!! – falei empolgada e deixando Edward deitado com cara de paisagem.
- O QUE?!!
* Pov*
Depois de muita discussão, consegui convencer meu lindo Emmet a ir pro zoológico.
Não sei porque tanta birra...Ia ser tão divertido!!!
Eu adoro ver os macaquinhos!!!
Nesse exato momento estávamos num táxi a caminho do dando do zoológico.
Emmet claro, não parava de resmungar um minuto.
*Emmet Pov*
Onde já se viu isso? Passear no zoológico? Isso lá é coisa de macho?
“E desde quando tu é macho?”
Não falei com você voz do além ¬¬
“E com quem mais você estaria falando se não fosse com sua voz interior?”
ARGH!!!
“Ê mau humor...”
Cara qualquer um estaria mau humorado na minha situação. Fala sério, eu aqui louco pra dar um chega pra lá na , e a bocó da minha irmã inventa uma merda dessas. Tinha que ser a !!!
“Cara vou te falar uma coisa, tu tá reclamando a toa, relaxa e aproveita man”
Há! Vou mesmo aproveitar vendo as macaquinhas catando piolho nos macaquinhos!! Super divertido!!
“Se veste de Tarzan e urra pra , tenho certeza que ela vai gostar...”
Tarzan? Porra isso ia ser legal...
Capítulo 11
*Emmet Pov*
- Chegamos Emmet!! - quicou no banco do táxi e saiu do carro.
- Calma , ainda temos que encontrar com a ...- resmunguei enquanto ela me arrastava até a entrada do zoológico.
- Nossa isso aqui é tão lindo! – ela murmurou admirada com toda aquela vegetação que nos envolvia.
- Posso saber quantas vezes você já veio aqui? – perguntei casualmente.
- Perdi as contas...- ela respondeu ainda observando o ambiente.
- Você já não viu tudo isso? Não entendo como pode estar tão admirada como se fosse a primeira vez...- retruquei enquanto sacava a carteira e pagava nossas entradas.
- Por que sempre parece ser a primeira vez ué...Olha pra isso Emmet, como você não admira tanta beleza? A natureza é tão perfeita!!
- Com essa eu serei obrigado a concordar, afinal, foi a natureza que te criou...então...- falei com malícia e mordiscando os lábios. Ela corou e deu um sorrisinho desajeitado.
- Ah...olha lá! É a ! – Ela gritou e saiu me puxando em direção a dois casais que estavam logo na entrada do zoológico.
- Hei...- cumprimentei a todos com um aperto de mão.
- Fala brother! – Edward e Jasper responderem quase em uníssono.
- Cara, o que fizeram com você? Te colocaram na boca de um leão? – Perguntei pra Jasper. Ele estava com uma camisa totalmente amarrotada, cara inchada e feição de poucos amigos.
- É o que acontece quando te acordam na melhor parte do sonho e te arrastam pra um parquinho de diversões...- Jasper respondeu irônico.
- Não é parque Jazz! É zoológico! Já falei isso mil vezes...- retrucou cruzando os braços e fazendo birra.
- É tudo a mesma merda ! – Jasper respondeu entediado.
- Parece que não sou só eu que não gostou dessa idéia idiota de vir pro circo...- Edward falou também com feição entediada.
- É ZOOLÓGICO!! Credo isso é mal de família? - resmungou dando um tapa estalado nas costas do Edward.
- Ai ! – ele resmungou massageando o lugar que provavelmente deveria estar ardendo. Eu bem sei como são aqueles tapas desgraçados da ...
- Bom, já que estamos na merda, porque não se sujar? – falei tentando melhorar aquelas caras de enterro dos outros garotos.
- É né? Fazer o que? – responderam forçando um meio sorriso.
~*~
Adentramos o zoológico. Era tudo muito verde, árvores enormes e planta pra tudo quanto é lado. Havia um caminho de pedras rústicas que nos guiavam para as jaulas dos animais, o restante era basicamente terra e barro. Só havia uma única grade que nos separavam dos bichos. E alguns eram considerados inofensivos, portanto, circulavam livres pelas copas das árvores. Havia também algumas barraquinhas de suvinís, e uma pracinha de alimentação.
- Meninas, o que acha de comprarmos pipoca antes de visitarmos as jaulas? - sugeriu no momento em que passávamos em frente a praçinha.
- Ok. – as outras responderam e saíram nos deixando a ver navios.
- Eu não sei vocês, mas não tô afim de ficar vendo bicho! – falei em tom de revolta.
- Entre pro clube Emmet! – Edward ironizou torcendo a cara.
- Precisamos arrumar uma boa desculpa pra cancelar essa idiotice...- Jasper murmurou pensativo.
- Bom, eu vou levar a pra moita...- falei já me gabando.
- Moita?! – eles perguntaram espantados.
- Uhum...dar uns pegas nela e...
- Ok, sem detalhes Emmet – Edward me cortou na melhor parte. Qual a graça de contar o meu plano se eles não querem os detalhes?
- Hum, não posso levar a pra moita...- Jasper murmurou pensativo.
- E porque não? Eu vou fazer o mesmo com a ...- Edward falou com malícia.
- Porque se eu fizer isso, a me estupra. – ele afirmou naturalmente.
- Wow! A garota é uma tigresa então...- brinquei e recebi um olhar assassino do Jasper.
- E qual o problema se ela te agarrar Jasper? Eu aqui lutando pra me dar bola, e você rejeitando? Eu hein...- Edward perguntou encucado.
- Ela é virgem...- Jasper falou.
- E daí? – perguntamos eu e Edward em uníssono.
- E daí o que? Vocês querem que eu pegue a minha garota num parquinho?
- ZOOLÓGICO JASPER! – falamos revirando os olhos.
- Que seja...
- A também é virgem, mas não por muito tempo saca? – falei com malícia e ele revirou os olhos.
- Ainda bem que não sofro desse mal...- Edward murmurou casualmente.
- Como assim? Como não? – perguntei curioso. Até onde eu sei a é virgem!! Não é?
“He He He...tem certeza?”
- Como assim o que? – Edward me encarou aturdido, depois arregalou os olhos e deu um tapa na própria testa. – Preciso ir ao banheiro. – ele desconversou e começou a andar, mas eu o puxei pelo braço.
- Não fuga do assunto Edward. – falei com o meu tom mais ameaçador que tinha. – Você tirou o cabaço da minha irmãzinha?
- Hã? Eu? NÃO!! – senti o medroso estremecer quando apertei mais ainda o sei braço.
- NÃO MINTA PRA MIM MOLEQUE!!! – vociferei e o puxei pela gola da camisa.
- Eu...eu...não...er...- ele se tremeu todo e um filete de suor escorreu na sua testa enquanto ele mantinha seus olhos amedrontados em mim.
- EMMET!! QUE PORRA VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!! - berrou e puxou meu braço que segurava o medroso.
- Que história é essa de que você não é mais virgem ? – perguntei cruzando os braços no peito.
- História essa que só diz respeito a mim Emmet. Vamos Edward? – ela falou com desdém.
- Hei, ainda estou falando com você !! – retruquei impaciente.
- Emmet. – ela suspirou fundo. – tá vendo a minha mão? – ela perguntou levantando a palma da mão em minha direção.
- Estou. – falei alto e imponente.
- Fala com ela. – ela falou sarcástica e saiu puxando o medroso pela camisa.
Fiquei parado tentando absorver a mensagem.
É impressão minha ou ela tirou onda com a minha cara?
“Cara, com essa eu cavava um buraco e me enterrava...”
Despertei do meu súbito transe quando ouvi a gargalhada de Jasper e os sorrisinhos das garotas. Até a estava rindo!!! De mim!!!
* Pov*
Fomos comprar as pipocas e deixamos os garotos nos esperando.
- Desembucha , porque nos convocou pra essa mini-reunião? - inquiriu.
- Ain vocês não vão acreditar!! – ela bateu palminhas empolgada.
- Tem a ver com o fato de você estar andando de mãos dadas com o Edward? – perguntei curiosa.
- SIMMM!!!
- Vocês estão namorando? - perguntou com os olhos arregalados.
- SIMMMM!!! – ela deu um gritinho histérico.
- Porque todo esse histerismo? Como se isso não fosse acontecer mais cedo ou mais tarde...- perguntei naturalmente.
- Conta como foi ? Quero todos os detalhes, inclusive os amassos no quarto dele!! - falou enquanto nos puxava em direção a uma mesinha da praça.
- Wow? Amassos hein?! Então está mais evoluída do que eu e Emmet...
- Uh?! – elas me olharam com os olhos arregalados.
- Ah...er...nós também estamos...
- NAMORANDO?!! OMG!!! – elas berraram aturdidas.
- Hei não é pra tanto...
- Claro que é ! Isso é histórico!
E assim ficamos alguns longos minutos contando todos os detalhes de nossos recentes namoros.
Voltamos em tempo de presenciar o Emmet quase estrangulado o coitado do Edward que parecia apavorado. A como sempre, deu um chega pra lá no meu garoto e saiu com o Edward zoológico adentro.
Emmet ficou lá paradão, com cara de paisagem enquanto os outros se estatelavam de tanto rir. Eu até tentei, mas não consegui prender a risada. Foi hilário.
- Até você ? Poxa você deveria estar do meu lado! – ele resmungou visivelmente chateado.
- Ah Emmet, foi impossível não rir. Me desculpa? – pedi com os olhinhos pidões.
- Você sabia disso? – ele perguntou.
- Disso o que?
- Que a não é virgem…
- Ah Emmet, esquece isso. é adulta e não precisa de um irmão coruja pra atazanar a vida dela...
- Eu não sou assim! – ele resmungou.
- Ah não? E porque está tão preocupado com a vida dela, quando deveria estar se preocupando com coisas muito mais interessantes? – falei com malícia e pisquei.
- Oh...e quais seriam essas coisas interessantes? – ele perguntou já se animando.
- Eu por exemplo. Eu não sou interessante Emmet?
- Podes crer que sim! – ele falou sorridente e me puxou pra um abraço apertado seguido de um beijo repleto de segundas intenções.
- Ham...Nós estamos indo na frente...- Jasper pigarreou e saiu abraçado com a .
- Enfim sós...- ele sussurrou em meu ouvido e mordeu meu lóbulo me causando arrepios.
- Então...vamos? – perguntei enquanto transpassava o braço em sua cintura.
- Tenho outra opção? – ele brincou e me abraçou sobre os ombros.
Seguimos a trilha de pedras e observamos algumas jaulas. Enquanto eu sorria e falava empolgada, ele apenas respondia com breves “uhum” “aham”, visivelmente entediado.
- Olha alí, vamos ver. – ele falou e me puxou em direção a um lugar pouco movimentado e repleto de árvores.
- Emmet não podemos entrar aí, olha a placa! – tentei refreá-lo, mas ele não me deu ouvidos.
- Tem macaquinhos aqui , você não queria ver? – ele me puxou por entre as árvores.
- Esse lugar é perigoso Emmet! A placa diz que tem animais livres nessa área...
- Está com medo ? – ele perguntou enquanto me prensava numa árvore gigantesca.
- Er...você não deixaria nada me acontecer né? – perguntei um tanto assustada com o silêncio do local. Estava um pouco escuro e só se ouvia os sons de animais.
- Não se preocupe pequena, eu te protejo...- ele aproximou nosso corpos e me beijou com doçura.
Ficamos alí escondidos entre beijos e amassos por um bom tempo.
Nossos corpos estavam incendiando e as mãos de Emmet agora não paravam quietas. Traçavam um caminho perigoso desde as minhas nádegas até os meus seios, onde ele apertava com desejo e me fazia soltar gemidos de prazer.
Ele retirou minha jaqueta e tentou retirar minha camiseta, mas eu o impedi.
- Emmet aqui não...
- Porque não ? Você não me quer? – ele fez um biquinho, mas eu não cedi. Não iria dar pra ele no meio do mato!!
- Não é isso Emmet, eu só não quero fazer isso aqui ok?
- Ok, podemos ir pra minha casa então...- ele sugeriu com os olhinhos pidões.
- Mais tarde quem sabe...vamos aproveitar o passeio primeiro...
- Prefiro ficar aqui te beijando...- ele sussurrou em meu ouvido e recomeçou a me bulinar enquanto deixava rastros de fogo por onde beijava.
- Hum...Emmet...- tentei raciocinar, mas ficava cada vez mais difícil. O oxigênio parecia não chegar aos pulmões. Me sentia desfalecer nas mãos ágeis dele. Eu estava cedendo.
Eu ia dar.
No mato.
- Ai! – Emmet cessou a minha tortura e massageou a cabeça.
- Que foi? – perguntei ainda meio zonza.
- Alguma coisa bateu na minha cabeça...- ele resmungou e olhou pro chão em busca do suposto objeto.
- Deve ter sido alguma noz Emmet...
- É, deve ter sido...- ele falou e voltou a me beijar com fúria.
- Ai!! – ele se afastou de novo e olhou pra cima com uma feição irritada. – Mas que porra é essa?!!
- Acho que foi outra noz...- olhei pra cima e não vi nada. Só alguns macaquinhos que corriam pra lá e pra cá.
- Vamos pra outra árvore – ele me puxou e me prensou novamente em outra árvore.
- Puta que pariu!!! – ele resmungou com a voz alterada e olhou pra cima enquanto massageava a cabeça.
- Outra noz? – perguntei.
- Tem alguém me sacaneando!
Olhei pra cima e continuei só vendo macacos. Até que um deles abriu um sorriso sapeca e jogou uma noz na minha testa.
- Ai! É o macaco Emmet! – resmunguei e ele me olhou como se eu fosse um alien.
- Fala sério , porque um macaco iria nos tacar nozes?
- Porque eu vi oras!
- Au!! – ele resmungou quando recebeu outra noz na testa.
Olhei pra cima, e lá estava o macaco malandro. Ele sorria com aqueles dentinhos ridículos e segurava outra noz.
- Olha aqui seu pivete, se você jogar outra porcaria dessas, eu vou aí te pegar!! – Emmet berrou com o macaquinho.
- Emmet, você percebe que ele é um macaco né? – perguntei pra ter certeza.
- Tá me achando com cara de retardado ? Claro que vi que é um macaco! Ai!! Caralho eu vou matar esse desgraçado!
- Emmet, é só um macaco! Vamos sair daqui ok?
- Não! Ai! Au!! Oh!! – Emmet começou a se sacudir enquanto recebia uma rebombada de nozes pelo corpo. – Ai! Faz alguma coisa !!
- O que você quer que eu faça? Foi você que ameaçou o macaco!
- Ai! Oh, ah, porra! Caralho! – ele começou a pular no mesmo lugar enquanto tentava se esquivar das nozes. – Eu vou matar esses bichos!!!
Ele se abaixou e juntou uma porção de nozes e começou a jogá-las em direção ao macaco malandro. O macaco apenas ria e se esquivava fácil de todos os ataques do Emmet.
- Toma isso!! E isso!!! – ele berrava e jogava as nozes.
Eu comecei a rir descontroladamente com a cena bizarra. Emmet brincando de tiro ao alvo com o macaco. E ele estava perdendo feio!
Eu tinha que registrar isso né? Peguei meu celular e comecei a bater fotos de todos os ângulos. Eventualmente eu recebia algumas nozes na cara.
- Pára com isso Emmet, não vê que isso não tem fim? – segurei seu braço, mas ele não me deu ouvidos.
- Eu não saio daqui enquanto não matar esse monstrinho!
- Hei macaco feio! Você está se achando né? Porque não tenta me pegar? – balancei o celular no ar tentando chamar a atenção do malandrinho.
Ele me olhou. Abriu aquele sorriso sacana e numa velocidade absurda ele pulou da árvore em cima de mim.
- OMG!! SOCORRO!!! – gritei exasperada enquanto o malandro estava grudado na minha cara e bagunçava meus cabelos.
- Calma, eu vou tirar ele daí! – Emmet agarrou o macaquinho e tentou puxar, mas ele estava grudado na minha cara e dava aqueles sorrisos sapecas.
- Tira Emmet!!! – tentava inutilmente tirar o bicho da minha cara. Comecei a bater na barriguinha do bicho com o celular e ele deu um gemidinho de dor. Mas no instante seguinte ele grudou as mãozinhas na minha mão e arrancou meu celular.
- HEI!!! – Emmet gritou quando o macaco desgrudou de mim e saiu levando o meu celular.
Olhei pra cima e vi o miserável abanando o meu celular e com uma feição vitoriosa.
- Emmet meu celular!! – choraminguei e corri em direção ao macaco.
- Eu vou pegar esse filho da puta!! – ele falou e começou a correr atrás do macaco.
O malandrinho corria pelas copas das árvores e saiu em direção às jaulas do zoológico. Emmet corria atrás dele enquanto eu seguia logo atrás com os cabelos em pé e as roupas desgrenhadas.
- Pega ele Emmet!! – pedi.
- Ele é rápido! – Emmet resmungou e continuou correndo feito louco no meio do zoológico.
As pessoas agora pararam pra olhar o circo que armamos. Ótimo, agora vou virar assunto de noticiário: “Um homem e uma mulher corriam feito loucos atrás de um macaco inofensivo”
* Pov*
Vou dizer uma coisa, acordar na cama de Jazz, com o próprio me abraçando apertado não é fácil. Tipo assim eu só quase morri do coração entende? Mas até aí tudo bem, consegui superar. O mais difícil mesmo foi convencer essa mula empacada a ir pro zoológico.
A nos convidou enquanto tomávamos o café da manhã na cada dos garotos. Mas nem Edward, nem Jazz gostaram da idéia maluca. Eu não me importei muito, afinal, ficar em casa não ia me render muita coisa. Jasper não estava muito determinado a me desvirginar, e isso estava ficando irritante!
No final das contas, conseguimos convencer os garotos para o passeio.
~*~
Eu e Jasper estávamos observando a jaula dos ursos quando de repente surgem um Emmet alucinado correndo atrás de um macaquinho, e uma completamente descabelada gritando e pedindo socorro.
- !!! O que está acontecendo? – corri em sua direção.
Ela parou e colocou as mãos nos joelhos tentando recuperar o fôlego.
- Aquele...macaco...roubou...meu...celular...- ela falou arfante.
O que eu fiz?
Ri.
Gargalhei.
Essas coisas só poderiam estar acontecendo com a !!
- Como isso aconteceu? – perguntei tentando parar de rir.
- Emmet estava brigando com ele, aí eu tentei intervir, o macaco não gostou, veio pra cima de mim e me roubou!
- Nossa...- Jasper murmurou tentando prender o riso.
- Não riam ok? – ela resmungou raivosa.
- Desça daí agora!!! Olha aqui seu macaco travesso, se você não me devolver o celular eu vou até aí!!! – olhei abismada pra Emmet que discutia com um macaco.
Olhei pra Jasper, olhei pra , e acabamos caindo na gargalhada.
- Emmet ele não vai entender o que você está falando! - falou se recuperando da recente crise de risos.
- Claro que entende! Ele está me dando dedo !!
- Não está não Emmet, isso já é sua imaginação fértil!
- Eu vou lá pegar esse viado!!
- Emmet não faça isso!!! - gritou exasperada enquanto Emmet tentava escalar a jaula de ursos.
O macaquinho fofo estava pendurado no topo da jaula, abanava o celular em nossa direção e emitia sons que julguei como risadas. Animais riem, certo? Sei lá...
Emmet terminou de escalar a jaula e andava no topo tentando se equilibrar.
- Oh meu Deus, desça daí Emmet!!! - apareceu com Edward e olhava aturdida para Emmet que bancava o equilibrista.
- Ele é louco? Por acaso esqueceu que lá dentro têm ursos? – Edward perguntou intrigado.
- Acho que muita noz na cabeça não fez muito bem...- murmurou preocupada.
- Hein?! – perguntamos em coro.
- Depois eu explico...- ela desconversou enquanto olhava pra Emmet.
- wow wow wow!! – Emmet balbuciou quando perdeu o equilíbrio e se estatelou no chão.
O problema foi. Ele caiu do lado de dentro da jaula.
- OMG! – gritei aturdida.
- EMMET!! - correu para a jaula e tentou inutilmente abri-la.
- SOCOROO!!!! - gritou desesperada.
Emmet levantou meio zonzo e coçou a cabeça despreocupado.
- Relaxa gente, é só eu escalar isso aqui e...
- OMG! ATRÁS DE VOCÊ!!!! - gritou quando um urso imenso se levantou atrás de Emmet.
A cena toda parecia se processar em câmera lenta. Emmet girou nos calcanhares lentamente enquanto o urso se posicionava para o ataque. Emmet ficou cara a cara com o ursão e inevitavelmente o bicho caiu sobre ele o levando para o chão.
- EMMET!!! – gritamos desesperados.
Tudo virou um pandemônio. As pessoas gritavam assustadas e tentavam afugentar o urso usando cabos de vassoura.
e choravam e pediam por socorro.
- Eca!!! Ew!!! Tira esse bicho daqui! – ouvimos a voz de Emmet sair debaixo do urso.
Nesse instante todo mundo parou. Tudo ficou silencioso.
- Ai caralho, que porra é essa?!! Ninguém vai tirar esse monstro de cima de mim? Ele está me lambendo!!!!
Novamente em câmera lenta, todas as pessoas se aproximaram mais da jaula. Observamos atentamente a cena que era no mínimo, cômica.
O urso que até então parecia assustador, estava deitado sobre Emmet e lambia a cara dele como se fosse um imenso pirulito.
- Ew!!! Eca!! Sai de cima de mim porra!! – ele resmungava tentando inutilmente livrar o rosto das lambidas cheias de baba.
- Oh, não se preocupem. É só uma ursa velha e carente. – um funcionário apareceu com um molho de chaves nas mãos.
- É fêmea?! – perguntamos incrédulos.
- Sim, acho que ela gostou dele...- o funcionário respondeu tentando prender o riso.
- E eu tenho cara de urso por acaso? Tira essa porra de cima de mim!! – Emmet berrou impaciente enquanto a ursinha continuava o lambuzando e ronronando.
Aproveitei que estavam todos distraídos com a cena e tirei algumas fotos com o meu celular. Era até fofo a ursinha fazendo carinho com a pata na barriga dele.
- Hei tira a pata daí!!! AHHH!! Tira, tira, tira!!! Merda, caralho estou sendo estuprado por uma ursa!!!
Todo mundo caiu na gargalhada quando a ursa tarada começou a bulinar nos “documentos” de Emmet com a mega pata.
Os funcionários abriram a jaula e tiraram a taradona de cima do coitado. Fiquei com pena da bichinha, ela começou a emitir uns sons estranhos, como se tivesse chorando ou algo do tipo. Acho que ela ficou com saudades do ursinho dela...
e já estavam mais calmas, enquanto Jasper e Edward estavam roxos de tanto rir.
Emmet finalmente levantou e saiu espumando da jaula.
- Vocês riem né? Pra mim não teve graça nenhuma! – ele resmungou tentando enxugar a baba melequenta de seu rosto.
- Hei, quem procurou isso foi você! – Jasper falou tentando segurar o riso.
- Emmet você está bem? Não tem nada quebrado né? - perguntou preocupada.
- É preciso muito mais do que uma ursa velha pra me quebrar . – ele falou todo convencido.
- Alguém pode me explicar porque exatamente o Emmet foi parar dentro de uma jaula de ursos? – Edward perguntou ainda confuso.
- Um macaco safado roubou o celular da , e eu caí tentando pegá-lo...- Emmet suspirou derrotado.
- Aquele macaquinho alí? – Edward apontou pra um macaco sorridente que estava pendurado num galho de árvore.
- É, eu ainda mato aquele sacana! – Emmet vociferou fuzilando o macaquinho com os olhos.
- Você não vai conseguir nada tentando enfrentá-lo. Vou te mostrar como é que se faz. – Edward falou e saiu andando em direção a praça de alimentação.
- Alguém entendeu alguma coisa? – perguntei confusa.
Nos entreolhamos com uma interrogação imensa na cabeça e esperamos por Edward. Ele voltou com um sorriso amarelo e uma banana na mão. Encostou na árvore em que o macaco malandro estava. Nós encostamos também pra saber o que ele pretendia. E pra nosso espanto, Edward estava conversando com o macaco.
E eu aqui pensando que já tinha visto de tudo na vida...
É cada doido que me aparece...
Fala sério, conversar com macaco?!
Piada né?
- Hei amigão!
- !*#&$P$*&P!$* - o macaquinho respondeu na sua linguagem que apelidei de “macaquês”
- Acho que você tem algo que não te pertence, certo?
- @)&$@P$¨- o macaco respondeu com um balançar de cabeça e mantendo aquele sorrisão patético.
- E olha só, eu tenho algo que você quer! – Edward mostrou a banana pro macaco, e o bichinho arregalou os olhinhos e esticou a mãozinha tentando roubar a banana.
- Hã Hã! Não é assim que funciona Cheetos!
Mas hein?! Cheetos?
- Cheetos?!! – perguntamos em coro. Edward nos olhou como se fôssemos retardados e revirou os olhos.
- É o nome dele...- ele respondeu ainda fitando o macaco.
- Como você sabe? - perguntou intrigada.
- Porque foi eu que dei o nome...- novamente ele revirou os olhos.
Ok. E eu pensando que ele era um pouquinho doido.
Ele é completamente LOUCO!!!
Primeiro fala com macacos, e depois dá nome?!
- E então Cheetos, o que me diz? Aceita uma troca? Você me passa o celular, e eu te dou a banana. – ele falou sério e instigou o bichinho enquanto balançava a banana insistentemente na frente do macaco.
O macaco parecia hipnotizado pela banana. Os olhinhos acompanhavam todo e qualquer movimento que Edward fazia com a banana, e por vezes tentava dar o bote com a patinha, querendo roubar.
- Edward isso não vai funcionar. Ele não vai entender...- falou.
- Shiii, ele já entendeu, só está decidindo se aceita ou não a troca.
- Fala sério Edward...- resmungou já impaciente.
- Vamos lá Cheetos, eu não tenho o dia todo. O seu celular pela minha banana, é pegar ou largar. – Edward continuou com sua persuasão.
- Cara, você sabe que isso soou muito gay né? – Emmet ironizou.
- É, essa coisa de “seu celular pela minha banana”...Tem certeza que quer dar sua banana pro macaco? – Jasper concluiu zombeteiro.
- Jasper tá vendo aquela esquina? – Edward apontou pra Jasper.
- Tô porque...- Jasper coçou a cabeça confuso com a repentina mudança de assunto.
- Vai ver se eu tô lá. – Edward ironizou e voltou sua atenção pro macaco.
- Há! Hilário “Ed bananinha” – Jasper falou sarcástico.
- Shii...cala a boca aí! Ele já se decidiu. Mas ele está se sentindo lesado, está achando que o celular vale mais que a banana.
- Edward...você bateu com a cabeça? Por favor, me diz que sim, eu não quero namorar um lunático! - exasperou-se.
- Só espero que isso não seja mal de família...- falei enquanto dava uma olhadinha sugestiva pra Jasper.
- Tá me chamando de doido ? – Jazz perguntou irritado.
- Eu? Longe disso amor...- sorri amarelo e voltei a olhar a suposta negociação de Edward com o macaco.
- @*#(P@$¨@*P@(*$P$@(*¨@P – o macaco se aproximou mais e balançou a cabeça negativamente.
- Então você quer duas bananas? – Edward perguntou confuso.
- @&$*@*p@ - O macaco negou de novo e esticou a mãozinha na direção de .
- Ah...entendo. – Edward colocou a mão no queixo e ficou pensativo por uns instantes.
- O que ele quer Edward? – perguntei curiosa.
- Ele quer dar um beijo na ...- ele respondeu calmamente.
- O QUE?!! – perguntamos em coro.
- Ele quer a banana e o beijo em troca do celular. – Edward reafirmou e deu uma olhada sugestiva pra .
- Nem pensar!! Nem me olhe assim! Eu não vou beijar um MACACO!!! - berrou exasperada e nós caímos na gargalhada.
- Que isso , é só um beijinho! – zombei entre risos.
- Cala a boca ! Porque você não beija então? E além do mais, quem garante que isso é verdade? Não dá pra confiar mais na sanidade de Edward! - falou alterada.
Emmet estava caído no chão dando risadas, Jasper estava roxo tentando prender, estava virada de costas toda se tremendo pra não mostrar que estava rindo. E Edward? Ainda estava negociando com o macaco ¬¬
- não é você que vai beijar o macaco, é ele que vai te beijar, na bochecha...- Edward insistiu e continuava com a cara inchada de raiva.
- Nem em sonhos Edward! – ela retrucou cruzando os braços e fazendo birra.
- Ain você vai me deixar ficar sem celular? Não vai fazer esse esforço por sua amiga? - pediu com carinha de cachorro abandonado.
- Hiii nem vem com essa chantagem emocional! O celular é seu, vai você e beija essa coisa asquerosa! - falou entre dentes.
- Ew! Eu não, ele quer você ! - logo tirou o corpo fora.
- Ok, a gente troca primeiro, depois o beijo. – Edward continuava negociando.
- O que você tá conversando aí Edward? Eu já disse que não vou deixar essa coisa me beijar!
- No três você me entrega o celular e eu lhe dou a banana – Edward falou com o macaco ignorando a .
- Edward!!! - berrou com as veias da testa pestes a explodirem de raiva.
- Um, dois, três. – ele contabilizou e esticou a banana enquanto o macaco fazia o mesmo com o celular.
As pessoas que passavam pararam pra admirar a conversação de Edward com o macaco.
- Agora você pode beijar. – Edward falou e arregalou os olhos.
- EWDARD!!! – berrou e partiu pra cima dele com os punhos cerrados.
Mas brecou no meio do caminho quando um macaco muito doido pulou na sua cabeça e roubou um beijo estalado da boca dela.
Edward arregalou os olhos, e fumaçou pelas ventas quando viu sua garota sendo beijada por um macaco.
- Hei seu trapaceiro!!! Você disse na bochecha! – Edward exasperou-se e deu um tapa estalado na cabeça do macaco.
E ?
Coitada, estava branca e congelada no lugar.
Todo mundo congelou esperando a reação dela. Tudo ficou silencioso, exceto pela gritaria entre Edward ciumento e o macaco trapaceiro.
continuava estática enquanto Edward se atracava com o macaco.
- ? Você está bem? – abanei a mão na frente do seu rosto.
- OMG! O macaco me beijou? – ela perguntou com os olhos arregalados.
- Er...beijou...- respondeu receosa.
Estávamos esperando uma reação explosiva típica da . Mas ela não veio. Ao invés disso ela fez o que ninguém imaginava.
Capítulo 12
* Pov*
Estávamos esperando uma reação explosiva típica da . Mas ela não veio. Ao invés disso ela fez o que ninguém imaginava.
Ela colocou uma mão em cima do estômago e num movimento inesperado se contraiu e jogou um jato nojento bem nos sapatos de Jasper.
EW! vomitou no meu Deus grego!
- você vomitou em Jasper?!! – gritei exasperada.
Como assim que ela suja o meu homem?!
Imperdoável!!!
*Jasper Pov*
Isso não pode estar acontecendo.
Meus sapatos novos!!!!
vomitou aquela meleca fedorenta nos meus sapatos!!!!
- Puta que pariu!!! – vociferei enquanto sacudia meus pés pra tentar tirar o excesso da porcaria.
- Own Jasper desculpe...- falou enquanto terminava de gofar os últimos vestígios de vômito.
- você está bem? – Edward largou o macaco e veio socorrer a garota.
- Hum...acho que estou melhor...um gostinho de ácido e pipoca, mas fora isso...- falou irônica e Edward torceu a cara com nojo.
- Ew! sem detalhes, por favor…- Edward resmungou enquanto colocava uma mecha de cabelo dela pra trás da orelha.
- Isso é tudo culpa sua Edward! – ela se afastou e deu um tapa estalado no braço dele.
- Minha culpa? O que eu fiz? – ela perguntou ofendido.
- Mandou o macaco me beijar! Ai que ódio Edward, eu deveria te beijar agora com a boca cheia de vômito, o que você acha? – ela se aproximou com um sorriso maquiavélico nos lábios.
- Eca ! Vai lavar a boca vai…- Edward deu dois passos pra trás enquanto ela ia se aproximando dele e fazendo um biquinho de peixe.
- Oh Edward é só um beijinho...vem cá vem...- ela continuou se aproximando e Edward se afastando com uma cara apavorada. Ele me encarou como se pedisse socorro e eu dei de ombros.
- Se vira cara...- murmurei.
- vamos conversar ok? Esquece esse negócio de beijo…- Edward pediu e espalmou as mãos pra frente tentando impedir o avanço de uma demoníaca.
- Não Edward, eu não quero conversar...eu preciso muito, mas muito mesmo te beijar...você vai gostar eu prometo...- ela deu uma risada de bruxa e acelerou os passos pra frente.
- Não !!! Pára com isso…- Edward suplicou desesperado e finalizou seus passos quando chocou suas costas com uma árvore.
- Edward, Edward...você não aprende né? Não sabe que quando eu quero uma coisa eu consigo? - sorriu sarcástica e finalizou seus passos a milímetros de distância de Edward. O coitado tremia feito vara verde.
- ...por favor...- ele suplicou aterrorizado – não ...não...- ele balançava a cabeça de uma lado pro outro tentando se esquivar do biquinho de peixe da .
- Relaxa mano, é só um pouquinho de vômito...- Emmet gargalhou nos fazendo rir em conjunto.
- Vai Edward, beija a !!! - falou empolgada e eu a olhei intrigado.
- Não sabia que você gostava de ver a miséria dos outros ...- falei ainda rindo.
- É o mínimo que ele pode fazer pra pagar pelo que fez. Por culpa dele a te sujou. Isso é imperdoável. – ela respondeu vitoriosa.
- Ai meu santinho...- Edward choramingou quando via que não tinha mais como escapar das garras de . – NÃO! Não te beijo nem morto, ! – ela findou empurrando a garota com força e a fazendo cambalear pra trás.
Emmet a amparou enquanto víamos um Edward descabelado correndo zoológico a dentro.
Exatamente isso que eu falei. Ele estava literalmente correndo.
Ridículo.
Sério mesmo que ele é um Cullen? Estou começando a duvidar...
- EDWARD! - gritou enquanto se recompunha.
- Hei você pegou pesado com o cara. – Emmet falou.
- Fica na tua Emmet, parte da culpa também é sua, afinal quem arrumou confusão com macaco foi você! - acusou apontando o indicador pra Emmet.
- enquanto tu foi beijada por um macaco eu fui estuprado por uma ursa, quer trocar de lugar comigo?
- Idiota! - retrucou irritada.
- Jazz, você não quer limpar os seus sapatos? Não adianta nada ficar aqui presenciando o ataque de histerismo da ...- falou agora mais calma.
- É, eu vou no banheiro tentar tirar essa meleca – falei enquanto fitava meus pés.
- Bom, eu vou beber algo na praça, foram muitas emoções para uma manhã só...- Emmet falou e saiu abraçado a . – vejo vocês mais tarde – finalizou acenando com as mãos.
- E eu vou atrás do meu namorado maluco...- bufou e saiu na direção que o Edward correu.
- Vamos? - sorriu ternamente me fazendo esquecer temporariamente o meu pequeno problemas nos pés.
- Vamos.
NHEC!
Dei o primeiro passo desde a vomitada da e parei nos mesmo instante em que ouvi esse som irritante.
- Você ouviu isso? - perguntou curiosa.
- Ouvi, mas parou. – dei de ombros e voltei a dar mais um passo.
NHEC!
E depois outro passo...
NHEC!
E outro
NHEC!
- Ok, isso já está me irritando! – parei atordoado quando percebi que os “nhecs” vinham do meu sapado inundado de vômito.
- Own...acho que é o seu sapato Jazz...- deu um sorrisinho.
- E você ri? A porra do vômito entrou no meu sapato! – resmunguei irritado e continuei andando e ouvindo nhec, nhec, nhec...
- Acho que se você tirar as meias e limpar o sapato...
- Não fala nada , você só está piorando as coisas. – falei ríspido e me arrependi no mesmo instante em que ela fez um biquinho mimado.
- Hei...me desculpe ok? Não posso descontar em você...Me espere aqui que vou resolver meu problema. – dei um beijo em sua testa e entrei no banheiro.
Tirei os sapatos e joguei as meias no lixo, elas agora estavam inutilizáveis. Com o auxílio de papel toalha fiz o melhor que pude pra extrair todo o conteúdo gosmento dos meus pobres sapatos.
Saí do banheiro tentando disfarçar a minha carranca que só aumentava a cada minuto a mais naquele maldito zoológico.
- E aí? Conseguiu limpar? - perguntou meio sem jeito.
- Dá pra sobreviver por enquanto...- resmunguei e suspirei fundo. – Podemos ir embora?
- Hã? Mas já? A gente não viu nada ainda...- ela fez biquinho e me desarmou.
- Ok, mas só mais uma hora.
Fomos andando e olhando jaula por jaula. Já estava ficando entediado, quando avistei um cantinho escondido entre uma jaula e outra. Lugar perfeito pra “brincar” com minha garota e tirar o meu tédio.
- Vem aqui...- puxei a pelo braço e a levei até o lugar.
- Ui...- ela murmurou quando eu prensei seu corpo numa árvore. – Jazz o que você está faz...- ela tentou falar, mas foi bloqueada quando a beijei e minha língua invadiu aquela boquinha quente e gostosa.
Ela gemeu baixinho em minha boca me fazendo estremecer. Oh céus, como resistir a uma coisinha linda dessas? Assim eu perco a cabeça...
Continuamos nos beijando por um longo tempo, mas me afastei ofegante enquanto tentava raciocinar e abaixar o fogo que crescia visivelmente em minhas calças.
- Você quer ir pra casa agora? Acho que não tem ninguém lá...- perguntou num sussurro tímido enquanto mordiscava o lábio inferior e corava violentamente.
- Hum...querer eu quero...mas ainda não está na hora minha pequena...- sussurrei em seu ouvido e mordi levemente o lóbulo de sua orelha. Ela estremeceu e deixou escapar outro gemidinho agudo.
- Por favor? – ela espalmou suas mãos em meu peito e me olhou suplicante.
- Por favor o que? – perguntei mesmo sabendo o que ela queria.
- Me leva pra casa...? – ela falou ainda mordendo os lábios. Oh God, dai-me forças pra resistir essa tentação dos infernos...
- …nós não já conversamos sobre isso? – tomei sua face em minhas mãos, mordi e suguei seus lábios com ternura.
- Hum...- ela ofegou e eu me afastei quando percebi que meus toques só estavam piorando o seu estado.
Minha garota estava com os hormônios borbulhando e eu aqui agindo feito um maricas tentando não jogá-la na moita, preenchê-la com meu corpo e mostrar o que o “mister Jazz” sabe fazer.
- Jazz...eu...preciso...- despertei de meus devaneios quando senti suas mãos trabalhando no zíper da minha calça.
- , agora não. Não vou fazer isso com você aqui ok? – tirei suas mãos que estavam muito próximas de um “mister Jazz” sapeca e animadinho.
- Não vai fazer isso aqui e nem em lugar nenhum! Não sou boa o suficiente pra você, não é mesmo? – ela se afastou grosseiramente me deixando boquiaberto.
- Não é boa o suficiente? francamente! De onde você tirou essa idéia absurda? Eu já não disse que gosto de você? Você é perfeita pra mim, minha pequena...- voltei a grudar seu corpo contra a árvore e a senti bufando e resmungando coisas inaudíveis.
- Isso não é o suficiente...eu preciso de mais que isso...- ela falou fitando o chão.
- O que mais você quer? estou dizendo que eu te amo e você não acha o suficiente?! – exasperei-me e levantei seu rosto obrigado-a a me olhar.
- Hum? O que você disse? – ela perguntou com os olhos arregalados.
- Que te amo? – era pra ser uma afirmação, mas soou mais como uma pergunta.
- OH. MY. GOD! OMG! OMG!!! Você não está brincando né? OMG! - me empurrou e começou a se sacudir e fazer uma dançinha esquisita, jogando os braços pra cima e sacudindo os quadris.
Estranho? Nem um pouco. Afinal, essa é a minha garota...Aquela completamente sem noção que me fez ficar abobalhado e com cara de um idiota apaixonado, que é exatamente o que estou fazendo agora.
- …- tentei chamar a atenção da maluquinha.
- Ain Jazz você é o melhor!! – ela falou enquanto se pendurava no meu pescoço e me cobria a face de beijos.
- Como assim o melhor? Tem outros? – perguntei brincalhão.
- Claro que não tem outros, seu bobo! Mas mesmo se tivesse, você seria o melhor de qualquer jeito. – ela sorriu mostrando todos os seus lindos dentes e pulou no meu colo, enlaçando suas pernas em minha cintura.
Inferno!
Abrindo as pernas assim ela não ajuda!!!
- …- repreendi, mas ela não deu ouvidos e sutilmente se “esfregou” em “mister Jazz”. - !!! Isso é tortura sabia?
- Só é tortura porque você não me quer! Eu já falei um milhão de vezes que quero fazer isso com você, e parece que entra por um ouvido e sai pelo outro...aposto que se fosse a Alice...
- Se fosse a Alice nada iria acontecer . Eu não te provei que é só você que eu quero? Só vou repetir mais uma vez. Eu amo você, e quero só você, e não vou te trair ou substituir por nada no mundo, tá me entendendo? – falei com veemência enquanto a olhava profundamente.
- Uhum...mas...
- Mas o que ?
- Quando nós vamos...?
- Você quer datas? É isso?
- Você disse que não estou pronta...se eu souber quando será, poderei me preparar...- ela murmurou envergonhada.
- Certo...eu não tinha pensando numa data específica. Mas já que você está subindo pelas paredes...- brinquei e recebi um tapa estalado nas costas.
- Não estou subindo pelas paredes! – ela falou fazendo birra.
- Não, não, imagina...- zombei enquanto ela sustentava o biquinho dengoso. – Você será minha no próximo final de semana, .
* Pov*
OMG! Como ele fala uma coisa dessas assim tão naturalmente?
Quase tive um AVC só com isso!!!
- Eu já sou sua Jazz, você sabe disso...- revirei os olhos e ele apenas riu ternamente.
- Não , ainda falta um pedaço seu que não me pertence...ainda.
- Ok, já entendi. Mas uma semana é muito tempo Jasper! – resmunguei.
- , você pediu uma data. Eu te dei uma data. Se continuar reclamando, eu te farei esperar mais. Estamos entendidos? – ele falou um pouco ríspido e eu me encolhi envergonhada.
Será que ele me achou uma assanhada?
Mas o que eu posso fazer se ele é gostoso demais e me deixa louca?
Sem falar que eu não pretendo passar minha vida inteira virgem!!!
E ainda tem o fato super mega importante de que ele me ama!!
O que poderia ser mais perfeito do que isso?
- Entendi perfeitamente! Então podemos aproveitar nosso passeio? – falei enquanto descia do seu colo.
- Ok. – ele falou já ficando carrancudo de novo.
Visitamos mais uma porção de jaulas cheias de bichinhos fofos. Jasper começou a ficar impaciente e nervoso.
- Já vimos os ursos, tigres, macacos...- contabilizei nos dedos todos os lugares enquanto Jasper revirava os olhos – agora só falta o viveiro, os leões e...
- Vamos logo ! – ele me puxou com impaciência em direção ao viveiro.
Entramos no viveiro repleto de aves de todos os tipos e cores. Era lindo!
- Olha aquele alí! É azul! – falei empolgada enquanto Jasper não esboçou nenhum tipo de reação. O coitado estava realmente entediado.
- Não vejo graça nenhuma nesses pássaros. Só sabem fazer zoada e soltar penas. Fora o fato de serem fedorentos...- Jasper resmungou.
Nesse momento um pássaro voou de um suporte pro outro, sobrevoando nossas cabeças. Olhei pra cima maravilhada, e Jazz por impulso olhou também. Mas ele não esperava o que vinha a seguir.
- QUE DESGRAÇA!!! – ele explodiu no mesmo instante em que o pássaro largou seus dejetos bem na testa de Jasper.
- Calma Jazz...isso de vez enquando acontece e...- tentei suavizar a carranca de Jazz, mas não funcionou, pois no instante seguinte outro pássaro passou por nós, e despejando sua merda na minha testa!
- AHHHHH QUE NOJO!!!! – gritei exasperada enquanto observava aquela porcaria fedorenta escorrendo em minha testa.
Olhei pra Jasper pedindo socorro, mas ele estava mais preocupado em achar algo em seus bolsos pra limpar a própria testa.
- Viu só porque não gosto de zoológico? Odeio esses bichos nojentos!! – Jasper falou com a voz grossa e ríspida.
Mas acho que os pássaros não gostaram do desabafo de Jasper.
Assim que ele fechou a boca, todos os pássaros do viveiro levantaram vôo e passaram por nós.
Todos eles cagaram em nós.
- QUE INFERNO!!!!!
- OMG! SOCORRO! Estou sendo atacada!
Quando os pássaros se dispersaram eu olhei pra Jazz e ele olhou pra mim. Estávamos horríveis. Completamente sujos dos pés a cabeça.
- Pelo amor de Deus, me diz que isso é só um pesadelo? – Jazz choramingou enquanto fitava suas roupas de marca destruídas.
- Er...isso é só um pesadelo. – gaguejei já com vontade de chorar.
- Não foi convincente . E a propósito, você está péssima. – ele falou sarcástico.
- Não estou pior que você...- forcei um sorriso quando na verdade eu queria sair dali correndo e chorando.
Minhas roupas estavam arruinadas. Meu cabelo estava um lixo. E eu estava num zoológico, cheio de gente pronta pra tirar sarro da minha cara.
Como eu vou sair daqui sem ser notada?!
OMG! É O FIM!!!
- Jazz?
- Que é?
- Como vamos sair daqui?
- Do mesmo jeito que entramos, .
- NÃO!
- Não? Você acha que existe outro modo de sair daqui, se não for usando nossos próprios pés e passado por toda essa gente?- ele perguntou irônico.
- Eu tenho um plano! – respondi convicta e ele arqueou as sobrancelhas duvidoso.
- , vamos embora ok? Esqueça o que as pessoas vão dizer.
- NÃO! Não vou ser motivo de chacota Jasper! Imagina só se a e a me virem nesse estado? Nem morta que vou deixar isso acontecer!
- Mulheres! – ele resmungou torcendo a boca. – Fala logo o seu plano, não quero ficar cagado o dia todo!
- Ok, nós vamos sair daqui por aquela porta dos fundos. Lá fora tem uma floresta, certo?
- Imagino que sim...- ele revirou os olhos.
- Então, a gente rola nas folhas caídas no chão e pega um galho pra sairmos camuflados de moita. Não é perfeito?! – falei empolgada.
- Camuflado de moita? Você parou pra pensar que moitas não saem andando sozinhas no meio de um zoológico? – ele zombou sarcástico.
- Não vamos andar no meio do zoológico, dãa!! A gente vai escondido pelos espaços atrás das jaulas. Se alguém perceber o movimento, a gente pára e fica de moita. Simples!
- Você tem noção do quão ridículo é isso né?
- Tenho, mas não tem outro modo. Se você quiser sair por aí todo cagado vá. Eu vou de moita. – falei convicta e ele suspirou derrotado.
- Ok, vamos logo com isso.
Saímos de fininho do viveiro, olhamos pra todos os lados e corremos pra dentro da floresta. Encontramos uma árvore com folhas caídas no chão.
- Vai Jazz rola no chão. – mandei enquanto verificava o perímetro.
- Hei eu não sou cachorro pra rolar no chão! – ele resmungou irritado.
- Então olha o movimento que eu rolo. – deitei no chão e rolei de um lado pro outro até ficar toda colada de folhas. Levantei e olhei pra um Jazz explodindo em risadas. – Qual é o motivo da graça? – perguntei fazendo bico.
- Você está ridícula! – ele gargalhou alto e eu apenas rolei os olhos.
- Sua vez Jazz – apontei para as folhas no chão. No mesmo instante ele cessou as risadas e voltou à carranca.
Ele olhou pro chão suspirando profundamente e deitou entre as folhas.
- Vai totó, rola no chão! – gargalhei zombeteira.
- Fica na tua ! Nem uma palavra sobre isso tá me entendendo? – ele falou ríspido antes de rolar nas folhas.
- Rola cachorrinho!!! – gargalhei histericamente quando Jasper começou a rolar no chão.
Ele rolou umas três vezes e levantou num pulo.
- Se você falar com alguém sobre isso, eu juro que faço que você pagar, tá ouvindo? – ele apontou o indicador pra mim, e mesmo coberto de folhas pude perceber que ele estava completamente vermelho. Vergonha ou raiva?
- Ok, prometo que não falo nada. Totó...- brinquei e ele me fuzilou com os olhos me fazendo rir ainda mais.
- Vamos logo, não suporto mais esse fedor de bosta de pássaro! – ele resmungou irritado.
- Espera, vamos pegar algum galho de folhas pra ajudar no disfarce.
Não demoramos a achar alguns galhos soltos repletos de folhas. Cada um pegou um galho e saímos da floresta a passos curtos e calculados. Entramos no pequeno espaço que havia atrás de uma jaula e nos arrastamos colados na parede gélida do zoológico.
- Vai mais rápido ! – Jasper murmurou impaciente.
- Calma, aqui está apertado!!
Continuamos passando atrás das jaulas e quando chegávamos no espaço entre uma jaula e outra, nos agachávamos feito dois idiotas, e fingíamos ser duas moitas inocentes e deslocalizadas do resto da floresta.
- Isso é ridículo! – Jazz resmungou enquanto estávamos abaixados esperando um grupo de pessoas passar pelas jaulas.
- Olha mamãe, tem um bucadão de folhas alí!! – uma garotinha fofa puxou a saia da mãe e apontou o dedinho em nossa direção.
- Omg! Corre Jasper! – rapidamente nos esgueiramos atrás da jaula e recomeçamos processo de fuga. Ainda consegui ouvir a mãe reclamando com a garotinha.
- Não tem nada alí filha!
- Mas eu vi! Eu juro mamãe!
Fiquei até com pena da garotinha.
Andamos mais alguns metros até chegarmos bem próximo da saída.
- E agora ? Qual o resto do plano?
- Hein? Não tem resto.
- E como você imaginou que sairíamos pela frente ser sermos notados?!!! – ele perguntou exasperado.
- Eu não imaginei. – murmurei envergonhada.
- ÓTIMO! – ele berrou alto chamando atenção de um grupo de pessoas. Rapidamente nos agachamos e colocamos o galho de folhas na nossa cara.
- Olha, alí tem uma árvore. Se a gente conseguir escalar, acho que os galhos dela vão nos levar até a parede lateral do zoológico. – sugeri apontando para uma árvore imensa que ficava perto da entrada.
- Ok, vamos.
Engatinhamos sorrateiramente até a árvore. Verificamos o perímetro e procuramos um ponto seguro pra escalar a árvore.
- Vem, sobe aqui. – Jazz cruzou as mãos e criou um apoio pra me levantar.
Prontamente pisei no apoio de Jasper e me pendurei num galho da árvore.
- Vem. – ofereci minha mão e ele segurou, escalando a árvore com destreza.
Engatinhamos sobre a árvore feito dois macacos e calmamente encontramos um galho que nos levava até a saída do zoológico.
- Olha mamãe, aquelas folhas estão na árvore!! - a mesma guria gritou e apontou em nossa direção.
- Filha toda árvore tem folhas...
- Que droga, pula logo Jasper! – empurrei Jazz com “carinho”, ele acabou escorregando e se estatelando no chão, do lado de fora do zoológico.
Fechei os olhos e pulei da árvore.
- AI CARALHO!!! – só ouvi um grito rouco quando me senti cair sobre um corpo quente e macio.
- Você está bem Jazz? – perguntei preocupada.
- Não!!! Estou sendo esmagado !! – ele murmurou num fio de voz.
- Own desculpe...- falei envergonhada quando percebi que estava em cima dele.
- Está esperando o que pra sair de cima?!
- Oh...- rolei pro lado desajeitada.
- Vamos sair daqui. – Ele levantou começou a sacudir as folhas.
Eu fiz o mesmo, mas me assustei quando vi um flash em nossa direção.
Virei pra trás e quase enfartei quando percebi que estávamos sendo alvos de uma multidão de espectadores, segurando câmeras e celulares.
- Vocês são comediantes?
- Quanto cobram pela apresentação?
- Fazem show pra aniversário infantil?
- Onde conseguiram essas roupas?
- Nossa essa camuflagem é perfeita!
- Que fedor é esse?
As pessoas batiam fotos e faziam um milhão de perguntas.
OMG! ISSO É UM PESADELO!!!!
- , no três. – ele olhou pra mim sugestivamente e eu assenti apavorada.
- Um, dois, três!!! – ele contou, e no três começamos a correr alucinados pelo estacionamento do zoológico.
- Hei! Esperem, só mais uma foto!
- Eu não acabei o vídeo do youtube!!
- CORRE JAZZ!!! – gritei desesperada quando percebi que a multidão nos seguia com suas câmeras.
- ENTRA NO CARRO!!! – ele berrou e acionou o carro com o controle.
Entramos nos carro e Jasper saiu do estacionamento cantando pneu.
- , eu nunca mais vou ao zoológico. NUNCA MAIS!!! – Jasper falou em alto e bom som. Estremeci até o último fio de cabelo.
- Tudo bem...- respondi num fio de voz.
- Merda!! – ele resmungou enquanto dirigia.
- Que foi agora? – perguntei receosa.
- Meu carro vai ficar sujo e fedorento. Que inferno!
- Er...desculpe...a culpa é minha...
- Hunph! – ele resmungou e não disse mais nada.
Ele me levou até em casa e não fez menção pra se despedir.
- Jazz...- falei antes de sair do carro.
- Amanhã a gente fala . – ele respondeu seco.
- Ok. – respondi entristecida e saí do carro.
Ele saiu cantando pneu e eu entrei em casa determinada a passar o resto do dia dentro do banheiro.
Capítulo 13
* Pov*
Quando eu sugeri um passeio no zoológico, não imaginei que seria um completo desastre.
E jamais imaginaria que um dia eu seria beijada por um macaco.
Esse dia seria registrado como um dos piores da minha vida.
Já não mais me importava o fato de eu estar namorando um super gato. Nem o fato de termos quase chegado ao “finalmente”. Muito menos o fato de eu me sentir completamente sem ar e desorientada perto dele.
Mas me importei com o fato de estar me apaixonando por um maluco que fala com macacos.
~*~
Andei calmamente na direção em que meu namorado correu, ou melhor, fugiu. De mim. Do meu beijo. Ok, estou sendo dramática, afinal, quem iria querer beijar outro com a boca fedendo a vômito?
Avistei um banheiro e entrei pra tentar resolver meu problema.
Sorte de eu ser uma garota extremamente prevenida e ter na minha bolsa um quite de “primeiros socorros”. Peguei minha mini escova de dentes e meu mini creme dental. Fiz uma higiene mais apurada da minha boca e finalizei colocando uma bala de hortelã na boca. Agora meu gostoso Cullen não teria do que reclamar né?
Voltei a caminhar pelo zoológico a procura daqueles cabelos acobreados e bagunçados. O encontrei sentado num banquinho em frente a um lago repleto de cisnes.
- Edward...- falei calmamente e me sentei ao seu lado. Ele automaticamente se afastou pra ponta do banco.
- Oi. – ele respondeu desconfiado.
- Pára com isso Edward. – rolei os olhos – já escovei os dentes, e estou 100% hortelã. Olha. – soprei uma rajada do meu hálito em sua direção.
- Hum...- ele murmurou e voltou a se aproximar. – Então...
- Ainda com medo de me beijar? – perguntei enquanto aproximava meu rosto e beijava sugestivamente o cantinho de seus lábios.
- Não...- ele murmurou num fio de voz.
- Não? – insisti enquanto roçava meus lábios nos dele.
Ele não respondeu. E nem precisava. Quem precisa de palavras quando se tem uma língua gostosa invadindo nossa boca e nos fazendo perder a compostura?
Edward segurou minha nuca carinho e me beijou com tanto desejo que me fez repensar no real motivo que me trouxe a um zoológico.
A verdade é que havia uma tensão sexual entre nós que me fazia perder a razão. Eu não poderia ficar no mesmo quarto que ele sem fazer nenhuma “besteira”. E foi pensando nisso que eu achei melhor sair pra algum lugar movimentado. E o primeiro lugar que me veio em mente foi um estúpido zoológico.
- Hum...- gemi baixinho em sua boca quando senti a sua outra mão me apertar a cintura com força.
- …- ele sussurrou ofegante.
- Edward…as pessoas estão olhando…
- Deixa elas morrerem de inveja...
- Não Edward. Não viemos aqui pra fazer sexo explicito! Vamos ver os animais. – falei imponente e levantei do banco deixando um Edward carrancudo.
- Podemos ir pra um cantinho mais reservado e...
- Não Edward. Não foi pra isso que vimos pra cá. – retruquei impaciente. Ai ai...era tão difícil dizer não pra ele...
- Caso você não se lembre, eu vim forçado pra essa joça.
- Caso você não se lembre, eu não te obriguei a vir. Se quiser voltar, volte. Eu vou ficar. – respondi cruzando os braços.
- Caso você não se lembre, nós somos namorados, e eu pretendo passar o meu final de semana NAMORANDO!!
- Quer parar com essa chatice de “caso você não se lembre”? E pra seu governo, namorar não é só ficar de beijos e amassos não! – retruquei e ele revirou os olhos.
- …estamos perdendo nosso tempo aqui...amanhã é segunda e só teremos tempo pra estudar...
- Edward não percebe que esse momento aqui é pra podermos nos conhecer melhor?
- Céus tudo o que você quer saber sobre mim eu posso responder em qualquer lugar! O que você quer saber? Me diz.
Respirei fundo e voltei a me sentar ao seu lado.
- Eu quero saber tudo ué...- dei de ombros.
- Ok. Eu sou filho de pais separados. Minha mãe se chama Esme e acabou de se casar pela terceira com um babaca. Meu pai você já conhece, é o Carlisle e está arriado os quatro pneus por uma universitária que tem idade pra ser filha dele. Só tenho um irmão, o Jasper que está namorando uma patricinha e uma lunática ao mesmo tempo. Tenho vinte anos, solteiro e estudo medicina com a garota mais linda e cheia de paranóias do planeta, que por um acaso é a minha namorada.
*Edward Pov*
E que por acaso também é a garota que eu tenho que transar por causa de um trote maldito.
Claro que não falei isso em voz alta. Se a só imaginar uma coisa dessas, eu definitivamente perco o que tenho no meio das pernas.
Eu pensei seriamente em largar de mão toda essa palhaçada. Que se foda a minha moto.
Bom, eu queria mesmo dizer isso, mas não dá. Eu não vou ficar andando a pé, ou de carona com o carro rosa da . Sem chance. Eu preciso da minha moto!
E se tudo o que eu tenho que fazer é comer a minha garota, eu como. Não é o fim do mundo no final das contas. Pelo contrário, eu não vou conseguir ficar muito tempo sem dar uns pegas nela. Ela é tão...tão...
- Edward? Alôooo!! Terra chamando! – despertei dos meus devaneios com balançando a mão em minha frente.
- Oi? – perguntei desnorteado.
- Credo Edward, eu estou aqui falando e você viajando na maionese?
- Desculpe...O que você estava falando mesmo?
- Que preciso comprar umas lembrançinhas do zoológico...- ela levantou e me puxou pela mão.
- Lembrançinhas ? Fala sério…
- Qual o problema? Eu sempre compro quando venho aqui...são tão fofos Edward, você precisa ver...- ela saiu me puxando zoológico adentro, falando e gesticulando como se tivesse passeando com um bando de menininhas.
Será que ela ainda não percebeu que eu sou homem? E que não tenho a míninma paciência pra essas babaquices?
Péssimo dia.
O que deveria ser um domingo perfeito, namorando a minha garota embaixo dos edredons e fazendo de tudo e mais um pouco, se tornou um pesadelo repleto de bichos zoadentos e lembrançinhas de todos os tamanhos e cores.
Fiquei “super feliz” descobrindo o quão a minha é indecisa. Ela simplesmente parou em todas as barraquinhas de adereços e olhou cada “coisinha” uma por uma.
- Ai Edward olha esse, não é lindo? Ain mas esse aqui é tão lindo também...Qual você prefere? - falava....falava...e falava....
- Qualquer um , é tudo igual...- respondi mais do que entediado.
Foi a primeira vez que eu realmente perdi a paciência. Porra, eu sou paciente não sou? Eu tenho tudo o que médico precisa ser, paciência, muita paciência!
MAS QUE DESGRAÇA!!! É PEDIR DEMAIS IR PRA CASA E FODER MINHA NAMORADA?!!!
- Edward! Olha esse, é um leãzinho!!
- essa coisa esquisita parece mais o Jasper do que um leão...- falei indiferente e ela gargalhou me fazendo rir da minha própria piadinha idiota.
- Jasper?! Você tem razão!!! Acho que vou dar esse de presente pra ele! – ela continuou gargalhando o que me deu um certo alívio. Pelo menos eu pude aproveitar o seu sorriso lindo que me fazia parecer um retardado.
- Porque você não leva aquele macaquinho alí? – perguntei enquanto observava as “coisinhas” da barraca.
- Ew! Macaco não!
- Porque não? É o mais legal de todos...
- Edward, tudo menos macaco ok?
- Sim senhora! – zombei e ela rolou os olhos enquanto continuava sua busca interminável.
De repente ela parou, olhou para os lados com o cenho franzido, e voltou a olhar a barraquinha.
- Que foi? – perguntei curioso.
- Que foi o que?
- Isso que você fez...
- Ah...bom...não foi nada...é só que...- ela mordeu os lábios pensativa e balançou a cabeça como se quisesse espantar algum tipo de pensamento.
- É só que? – insisti.
- Edward...alguma vez você já se sentiu sendo observado? – ela me olhou séria.
- Não que eu me lembre, porque? Você acha que tem alguém te observando?
- Eu não sei, mas...eu me sinto estranha as vezes...como se tivesse algo me seguindo...é coisa da minha cabeça, esquece isso. – ela deu de ombros e depois de muito procurar barraca por barraca, finalmente comprou as lembrançinhas “perfeitas”.
- Pronto, agora podemos voltar pra casa? – perguntei aliviado.
- Claro que não! Ainda temos tantos bichinhos pra ver!!!
- …
- Nem começa Edward, eu só preciso tirar algumas fotos...- ela continuou andando e ignorando totalmente o fato de eu estar entediado.
Mulheres ¬¬
Os minutos seguintes pareciam intermináveis. parava em todas as jaulas e passava uns 20 minutos só tirando fotos com seu celular de última geração.
Paciência Edward. Paciência....
- …
- Calma Edward, só mais algumas fotos e podemos ir ver os leõezinhos.
- Essa não era a última jaula ? – resmunguei irritado.
- Eu não disse isso...
- Disse sim!!! – falei com tom de voz elevado.
- Xiii Edward você está precisando relaxar, porque não vai comprar algo pra agente beber?
- Não , eu tenho algo melhor em mente…
* Pov*
Preciso confessar o quanto eu estava me divertindo à custa de Edward. O coitado estava a ponto de explodir a qualquer momento.
Eu só não pensei que ele realmente fosse explodir. E de uma forma um tanto...
Perigosa.
Num segundo, Edward está na minha frente resmungando, no outro ele está se agachando, me pegando pelas pernas e me jogando por sobre seus ombros. Uma coisa do tipo homens das cavernas.
- EDWARD!!! ME BOTA NO CHÃO!!! – berrei assustada enquanto ele me carregava de ponta a cabeça pra Deus sabe onde.
Ele me ignorou e continuou seu caminho enquanto eu berrava entre dentes.
- Edward!!! Edward!!!
Ele abriu uma porta que não consegui visualizar, e em seguida ouvi uns gritinhos femininos e histéricos.
- Sai! – Edward falou imponente e com uma voz extremamente grossa.
Ui, arrepiei até os cabelos da piriquita. Esse homem falando assim tão “macho” me deixa toda mole...
Ele bateu a porta e trancou. Me tirou de seus ombros e me colocou sentada em cima de uma pia.
Passei as mãos nos cabelos pra arrumar a bagunça e tentar me localizar. Arfei quando percebi que estávamos trancados no banheiro feminino.
- O que...o que você pensa que está fazendo Edward? – questionei ainda ofegante.
- Aproveitando as múltiplas opções que o zoológico me dá. Não vê? O banheiro é uma delas, e eu ainda não tinha vindo aqui, então...- ele abriu o seu melhor sorriso matreiro e se aproximou ficando encaixado entre minhas pernas.
- Edward...isso...isso é ridículo...- falei num fio de voz enquanto ele brincava de morder o meu pescoço.
- Shiii...- ele me ignorou e traçou uma trilha de beijos e mordidas do meu maxilar até a minha boca.
Roçou seus lábios nos meus e mordiscou de leve, me fazendo suspirar. Passou a língua por meus lábios e gerando uma corrente de alta tensão quando em contato com a minha.
Num momento completamente fora de controle, apertei minhas pernas em volta de sua cintura e o puxei contra mim. Nos beijávamos avidamente enquanto nossas mãos brincavam de explorar nossos corpos. Minha mão desceu para o cós de sua calça e involuntariamente abriu o cinto e o zíper revelando um pedaço de sua box preta.
Ofeguei um pouco nervosa. Aquela seria a minha segunda vez, e provavelmente a primeira em que eu realmente saberia o significado do sexo. Meu corpo estava ardendo de tanto desejo, coisa que não aconteceu quando eu estava nas mãos imundas do Jacob. Edward era estupidamente melhor do que Jake, e suas mãos eram tão macias e se moviam com tanta destreza por meu corpo que me fazia perder toda a razão que me restava. Eu queria isso. Eu precisava disso. Edward em mim era tudo o que mais necessitava agora.
- Edward...- gemi em antecipação quando senti suas mãos ágeis se livrarem da minha calça.
- Hum...- ele gemeu no meu ouvido. Oh céus, ele gemeu pra mim. Como eu vou conseguir dormir depois de Edward Cullen ter gemido assim?
Logo minha blusa também estava sendo retirada, me deixando apenas de calcinha e sutiã em cima daquela pia. Edward me olhou meticulosamente com uma feição faminta e cheia de tesão. Ele balançou os quadris e deixou que sua calça caísse em seus pés. Minhas mãos automaticamente se prepararam pra se livrar de sua box enquanto as mãos dele foram parar espalmadas nos meus seios.
- …você é…perfeita…- ele ronronou com a voz repleta de desejo.
- Edward...- sussurrei e me inclinei para mais um beijo molhado enquanto apertava meu corpo na sua ereção volumosa.
Ouvimos batidas na porta do banheiro.
- Ignora! – pedi e me apertei mais contra ele.
Mais batidas.
- Merda! – Edward resmungou irritado.
- Deixa lá, vem Edward...- supliquei inquieta.
- Aqui é a segurança do zoológico, abram essa porta ou vamos arrombar!
- Puta que pariu! – Edward arregalou os olhos e em um segundo estávamos nos vestindo.
- E agora? O que vamos fazer Edward? – perguntei assustada.
- Eu sei lá, vamos inventar qualquer coisa...
- Merda Edward, vamos acabar no xinlindró desse jeito!
- Relaxa , eu tenho um plano. – ele falou enquanto adotava uma postura ereta e imparcial. Abriu a porta calmamente. Havia dois seguranças enormes com cara de poucos amigos e mais duas meninas.
- A senhorita está bem? Esse rapaz fez algo com você? Fomos informados que havia um estuprador no banheiro. – o segurança falou seriamente.
- O que? Não! Quero dizer, eu estou bem. – gaguejei desajeitada.
- Foi um mal entendido senhor. Minha namorada está grávida, e passou mal. Eu fiquei preocupado e por isso pedi pra ficarmos sozinhos no banheiro. – olhei assustada pra Edward que falava com a maior naturalidade aquele mundo de baboseiras. Fala sério, namorada grávida? Não tinha nada pior do que isso não?
- Grávida? – o sujeito arqueou as sobrancelhas e olhou pra minha barriga inexistente.
- É...grávida...- confirmei com um sorriso amarelo. – Me deu uma vontade louca de vomitar, sabe como é né... – completei e quase ri quando eles fizeram uma cara de nojo.
- Se precisar de ajuda nós...
- Estamos bem senhor, muito obrigado pela preocupação. Vamos querida? – Edward olhou pra mim com um sorriso vitorioso e me arrastou pela cintura.
- Ficou louco Edward?! Grávida? Credo, não tinha nada melhor do que isso não? – resmunguei.
- Ah , não reclama. Só consegui pensar nisso. Sem contar que estava tentando me concentrar pra baixar o...
- Já entendi Edward...
- Podemos ir pra casa e terminar o que começamos, o que você acha? – ele me puxou pela cintura e me apertando num abraço gostoso.
- Hum...é uma proposta tentadora, mas...ainda temos algumas jaulas pra tirar fotos...- sorri amarelo e me desprendi do abraço correndo em direção a próxima jaula.
- !!! – ouvi Edward gritando, mas ignorei e continuei meu caminho.
Aproveitei os poucos minutos sozinha pra repensar a merda que eu quase fiz naquele banheiro. Tudo bem que eu estou na seca há quanto tempo mesmo? Mas isso não justifica o fato de eu ter quase transado, assim sem mais nem menos, com um cara que eu mal conheço. Mesmo ele sendo meu namorado super gostoso...mesmo eu estando super afim...mesmo eu tendo certeza de que eu ia gostar e pedir bis...
Enfim, não é o certo. Eu não posso fazer isso assim de qualquer jeito. E se ele só está querendo o meu corpo e mais nada? E se ele só estiver brincando com meu pobre coraçãozinho?
- …- Edward me abraçou sobre os ombros me assustando.
- Oi...- respondi encabulada e não entendi por que diabos ele tinha um sorriso bobo na cara.
Ele não deveria estar carrancudo? Afinal, estávamos quase “lá” quando apareceram os empatas foda...Eu hein...vai entender a cabeça dos homens...
- Vem, vamos ver os leões da montanha. – Edward me chamando pra ver leões? Estanho? Imagina...
- Edward? Você está bem? – perguntei confusa.
- Estou ótimo, porque não estaria?
- Eu pensei que você estivesse com raiva por não termos...você sabe...
- , …ainda temos todo o domingo…sem contar que fazer isso em casa, em nossa cama quentinha é bem melhor...- ele sorriu sacana e me arrastou para a tal jaula dos leões.
Eu sabia que aí tinha coisa. É óbvio que ele não estaria com esse bom humor todo se não fôssemos ter outra oportunidade de se “pegar” como no banheiro.
Homens ¬¬
Paramos na jaula dos leões e eu recomecei a minha sessão de fotos.
- não olha agora! – Edward tapou minhas vistas com a mão e me virou para o lado oposto da jaula.
- Que foi Edward? – perguntei assustada.
- Vamos pra outra jaula, você não vai querer ver isso. – ele sussurrou no meu ouvido.
- É claro que eu quero ver Edward, é por isso que eu vim! – resmunguei tirando a mão dele do meu olho.
- Não diga que eu não avisei...- ele falou com malícia.
- O que? – perguntei confusa enquanto me virava pra fitar a jaula. – Oh...- exclamei quando vi aquela ceninha engraçada.
- Eu disse...- Edward comentou.
- O que tem demais nisso Edward? É tão lindo!!! Eles estão brincando!!!
- eles estão acasalando…
- Aff Edward é claro que não! Eles não fazem isso em pé? Eles estão sentadinhos oh...- apontei para o casal de leões.
- Não sei, está estranho, eu não consigo ver “a parada” dele...- Edward murmurou enquanto olhava minuciosamente para os bichos.
- Claro que você não vai ver Edward, ele não está usando “o coisa” dele...
- Tá sim , só que está dentro dela né?
- Edward não seja absurdo! Eles não estão fazendo nada, só estão brincando. Animais não fazem isso deitados Edward!
- eles estão testando uma nova posição...- ele falou com malícia e eu tive que gargalhar.
- Cala a boca Edward! – dei um tapa estalado em suas costas e voltei a tirar fotos dos bichinhos.
Nos aproximamos de um grupo de crianças que gritavam e batiam na grade próxima a uma leão dos grandes.
- Eu tenho a impressão de que o leão não está gostando disso...- murmurei enquanto observava o leão aparentemente nervoso.
- Que isso , é claro que ele gosta, ele só está se exibindo.
- Sei não Edward, eu acho que ele está nervoso...melhor não encostar ai...
- Tá com medo ?
- Não Edward...- rolei os olhos, mas mantive minha distância segura. – Edward vai lá e bate uma foto dele. – pedi esticando o celular pra ele.
- Medrosa...- ele zombou e foi tirar as fotos.
O leão se aproximou da jaula e abriu a boca fazendo aquele som gutural típico de leões. Sorte que Edward pegou bem o lance e bateu a foto.
- Chega Edward, vamos pra outra jaula...
- Calma só mais uma e...
- Edward o bicho não está gostando...
- Relaxa …
O leão se aproximou sorrateiramente e levantou a pata traseira na direção de Edward.
- Edward, acho melhor você sair daí...- falei tentando impedir o que eu imaginava que fosse acontecer.
- Só mais essa...
- Edward ele vai...
Ops. Não deu tempo.
O leão soltou um jato forte de xixi bem em Edward.
- Mas o que...? – Edward olhou indignado pra suas calças agora completamente molhadas de mijo de leão.
Não consegui segurar. Foi inevitável. A gargalhada era mais forte do que eu.
Ri até as lágrimas escorreram na minha face. A cara que Edward fez foi impagável.
- Eu disse, não disse? – gargalhei ainda mais quando Edward me olhou furioso.
- Você não disse que ele ia mijar em mim !!!
- Não me culpe se você é lerdo o suficiente pra não perceber!
- Puta merda! Que inferno! Não vou ficar mais aqui nem mais um minuto! – ele resmungou irritado e saiu me deixando sozinha.
Quando finalmente eu consegui parar de rir, eu percebi que estava só e novamente me veio aquela sensação de estar sendo observada.
Um calafrio passou na minha espinha e eu corri na direção que Edward saiu.
Saí do zoológico e o encontrei encostado no meu carro.
- O que foi? Você não ia embora? – perguntei com um sorriso maroto. Ele rolou os olhos.
- Infelizmente eu estou de carona – ele resmungou e rumou pra o lado do passageiro.
- Infelizmente? Não fale assim que eu posso te deixar aí Edward...- brinquei enquanto destravava o carro.
- Se você me deixar aqui, quem é que vai dar o que você queria tanto no banheiro? – ele sorriu sacana e abriu a porta do passageiro.
Pisquei algumas vezes atordoada e tentando deglutir aquelas informações.
- Que foi? Ficou muda ? – ele zombou ainda com a porta do carro aberta.
- Eu não queria nada no banheiro...- falei embirrenta e abri a minha porta.
- Claro, claro...- ele zombou e entrou no carro.
Entrei no carro a contra gosto e rumei para a casa dele. É, eu sei que disse que não iria “fazer” nada. Mas eu não vou fazer ok? Só vou deixá-lo em casa. Só isso.
Mas não haveria mal nenhum em dar uns amassos no quarto dele né? Só uma brincadeirinha boba...nada de mais...
E por que eu ainda tinha a impressão de estar sendo observada?
*Cheetos Pov*
Vocês não devem me conhecer, mas eu posso me apresentar. Eu sou o macaco tá ligado?
É, aquele macaco lindo e gostoso que acaba de beijar a mulher mais gata do universo.
Porra, ela beija bem pra caralho!
Eu sei que foi rápido e talz, mas foi o suficiente pra me fazer gamar.
A mina é uma coisa linda. Ela é perfeita tá ligado?
Aqueles cabelos sedosos, aquelas mãozinhas macias...e aquela boca...
Ainda mais linda emburrada. Ela não quis admitir que o meu beijo foi o melhor da vida dela. Mas é só charme...tenho certeza.
Ela me ama. Só não sabe ainda, mas me ama. Assim como eu a amo.
Cara, foi amor à primeira vista.
Eu só não sabia ainda o que fazer com aquele paspalho de cabelo bagunçado. Tinha que dar um jeito nele e pegar minha mina de volta.
Ela está enfeitiçada por ele, coitadinha. Mas eu vou salvá-la. E ela vai enxergar quem é o verdadeiro amor da vida dela.
E é por isso que eu estou colocando meu plano em ação.
É coisa simples, só preciso seguí-la, observá-la. E descobri onde ela mora, saca?
O meu único problema é que ela não entende a minha língua. Só o paspalho sabe falar macaquês.
Mas eu sou paciente. Eu ensino a ela. Tudo o que ela precisa fazer é me beijar de novo.
Céus, estou tão apaixonado....
Ela ainda não percebeu, mas a estou seguindo desde o nosso primeiro beijo. Por onde ela anda, eu tô atrás.
Fiquei puto quando aquele babaca beijou minha garota perto do lago. Ah deixa só eu crescer um pouco mais pra ele ver o que é bom pra tosse...
Ele vai se arrepender do dia em que tocou nos fiozinhos de cabelo dela. Ela é minha porra!!!
Foi super irritante não poder ver o que acontecia dentro daquele banheiro. Ah se ele fizer alguma coisa com ela... Ele vai se ver comigo!
Quase caí da árvore de tanto rir quando meu amigo Leon mijou nas calças dele. O que os amigos não fazem não é verdade?
Continuei seguindo a minha deusa até que ela saiu da minha casa. Droga!!
Mas meu coração falou mais alto, acabei indo atrás dela. Depois darei um jeito de voltar pra casa.
Aproveitei que o paspalho deixou a porta daquela coisa rosa aberta, e entrei de mançinho. Ninguém me viu. Ponto pra mim.
Agora sim, eu vou descobrir onde ela mora, e vou entrar no quarto dela...hum...vou fazer altas coisas com ela...
Nunca mais ela vai olhar pra aquele babaca.
Seremos só eu e minha linda ...pra sempre...
Ai ai...o amor é tão lindo né?
Capítulo 14
*Carlisle Pov*
Depois que deixou o hospital eu voltei pra encerrar o meu plantão, aliviado pelo fato de poder aproveitar a tarde do domingo.
Voltei pra casa e acabei dormindo algumas horinhas. Acordei e ainda eram 14:00 da tarde. Fiquei imaginando o que minha garota maluquinha estaria fazendo...
Prometi que ligaria pra ela, mas esqueci que ainda não tinha o número. Edward havia me prometido conseguir, mas não tinha certeza se ele já o tinha. Então, teria que esperar a criança chegar em casa.
Tomei uma ducha caprichada, me arrumei e desci pra fazer um almoço descente. Sorte a minha que tinha aprendido a cozinhar. Era uma coisa que eu gostava de fazer nas minhas folgas.
Coloquei meu avental, e comecei a preparar uma bela lasanha à lá Carlisle Cullen. Quando terminava de colocá-la no forno, a porta da frente bateu com força.
Fui averiguar e só cheguei a tempo de ver o meu filho Jasper passando pela sala, com uma cara péssima, e bem, o seu visual também era péssimo.
- Filho, o que aconteceu com você? Parece que foi atropelado por uma boiada...- perguntei antes que ele subisse as escadas. – Ew! Que cheiro é esse? – tapei o nariz quando senti um odor horroroso de dejetos de animal.
- Nem queira saber...- ele passou enfezado e subiu as escadas.
- Só espero que se lembre de limpar essa merda que fez na casa...- falei antes que ele sumisse do meu campo de visão.
- A Brice limpa quando chegar! – ele berrou já distante.
- Brice só trabalha de segunda a sábado Jasper! – gritei sabendo que ele ouviria.
- Depois eu limpo então! – ele respondeu com outro grito.
Bufei e voltei pra cozinha. Fiz uma salada e separei um bom vinho pra acompanhar. Alguns minutos depois a lasanha estava pronta. Coloquei uma luva e retirei a travessa do forno. Ouvi outra vez a porta da frente bater quando colocava a travessa num suporte em cima do balcão.
Novamente fui ver o que estava acontecendo e vi que dessa ver era o Edward com a garota que deu chilique na minha aula de necropsia.
- Filho...o que aconteceu com sua calça? – falei observando sua calça toda molhada.
- Um leão mijou em mim...- ele revirou os olhos e continuou arrastando a garota para a escada.
- Não vai me apresentar a garota? – perguntei quando eles subiam a escada. Edward me olhou de cara amarrada e novamente revirou os olhos.
- Pai essa é a minha namorada, Swan, esse é Carlisle Cullen…- ele apresentou visivelmente impaciente.
- , só …- ela corrigiu com um sorrisão amigável.
- É um prazer - estendi a minha mão desocupada e a cumprimentei.
- Igualmente Doutor.
- Ah, só Carlisle, vamos deixar as formalidades de lado. – corrigi tranquilamente.
- Certo...- ela respondeu um tanto envergonhada.
- Vamos …- Edward voltou a puxá-la escada a cima.
- Edward? – chamei.
- Que foi agora pai? – ele se virou já irritado.
- Você não chegou a pouco mais de uma semana?
- O que isso tem a ver? – ele perguntou carrancudo.
- Você disse que está namorando...e só se conhecem a uma semana...então fiquei me perguntando se quando você disse namorada, era namorada mesmo, ou se era só...você sabe...- dei uma olhada significativa pra ele e a garota ficou vermelha feito pimentão.
- Pai! Dá pra parar de ser inconveniente? E é óbvio que estou namorando sério! – Edward respondeu agora mais irritado.
- Eu precisa saber oras! É estranho essa coisa de namoro em uma semana...- retruquei cruzando os braços.
- Pai você está deixando a sem graça, depois nós conversamos ok? E não se esqueça que você ficou apaixonado pela também em uma semana, então você perdeu a moral pra contestar. – ele respondeu vitorioso, me deixando boquiaberto. Mas que moleque insolente!
- Eu não sei do que você está falando Edward! – menti descaradamente.
- Ah, qual é pai?
- Você está apaixonado pela , Edward? – mudei rapidamente de assunto deixando-o na maior saia justa.
- Eu não disse isso! – ele retrucou sem graça.
- Foi o que pareceu...- sorri vitorioso e ele bufou irritado.
- Pai, por favor, isso não é hora nem lugar pra ficar falando essas coisas – ele me olhou significativamente e eu dei de ombros.
- Ok. – falei e ele voltou a puxar a que estava petrificada. – Ah, espere Edward! – fiz um aceno para que ele esperasse e corri rapidamente para uma mesinha que tinha na sala. Tirei o que eu queria da gaveta e voltei pra escada. – Tome, não esqueça nunca de usar!
- PAI!!! Quem disse que eu preciso de camisinhas?! – ele vociferou.
- Oh meu Deus, não é isso que você está pensando Carlisle! A gente não ia fazer nada! – a garota esbravejou envergonhada.
- Edward, é óbvio que você vai precisar...não esqueça das responsabilidades que vem com uma gravidez indesejada. – aconselhei calmamente.
- Eu não disse que não uso, eu disse que não preciso porque eu já tenho! E não preciso dos seus conselhos, tenha dó né! Olha a minha idade, e por Deus você acha que sou tão irresponsável assim?
- Cala a boca Edward! Você fala como se fossemos fazer alguma coisa!
- É claro que nós vamos fazer ! Não é pra isso que vimos pra cá?
- Edward!!! – ela ficou ainda mais vermelha de vergonha e se escondeu nas costas dele.
- Filho, eu tenho obrigação de orientar. Depois que vocês fazem merda, os primeiros as serem acusados são os pais que não deram a devida educação. E pare de fazer essa cara, sabe que estou certo.
- Pai você não está errado, só não fez isso na hora certa. Sério, você não acha isso inconveniente no momento?
- Porque? Por causa da garota? As recomendações servem pra ela também, não quero ser avô tão cedo.
- Ok, já chega. Vamos . – ele chamou e garota ainda continuava petrificada e vermelha. - ?
Qual o problema com os jovens de hoje dia? Eu só estava exercendo meu papel como pai oras! Se a gente não orienta é taxado de negligente, se orienta é taxado de inconveniente!
- Er...eu acho que...eu vou...embora...- ela sibilou num fio de voz.
- Vem , não liga pra meu pai, é a idade que tá deixando ele caduco...
- CADUCO?! – esbravejei ofendido.
- É, caduco! Olha só como você está ridículo! Vestindo um avental florido, um pano de prato nos ombros e luva na mão, parece uma dona de casa! – ele zombou com um tom divertido.
- Você zomba agora, depois não venha querer minha lasanha! – sorri vitorioso e ele desfez o sorriso bobo.
- Aquela lasanha?! – ele perguntou interessado.
- É, aquela que você não come há oito anos...- provoquei.
- Ah...eu não queria mesmo...- ele fingiu desinteresse. Até parece que eu não sei o quanto ele gosta daquela lasanha...
- Que bom que você não quer, o Jasper vai adorar devorar sozinho...
- Há! Quem se importa? – ele deu de ombros.
- Eu me importo...- falou inclinando a cabeça e saindo do seu esconderijo.
- ? – Edward questionou confuso.
- O que? Você pode não querer, mas eu quero ué...- ela falou envergonhada.
- Não se preocupe , tem o bastante pra todos, menos pra Edward que não quer...
- Hein?! – ele resmungou.
- Que foi Edward? Agora você quer a lasanha?
- Eu? Claro que não...ela nem é tão boa assim, mas já que você tá insistindo tanto, e por ser um cavalheiro, não vou deixar a comer sozinha...- ele fingiu indiferença me fazendo rir. Meu filho é uma figura.
- Que isso Edward, não precisa me acompanhar se não quiser...- falou enquanto descia as escadas.
- Mas eu vou acompanhar mesmo assim...- ele retrucou em seu encalço.
- Ele tá louco pra comer , mas não quer admitir...- zombei enquanto andávamos em direção a cozinha.
- Há! Até parece, é bem capaz de me dar uma indigestão...
- Edward é sério, eu sou perfeitamente capaz de comer sozinha, além do mais, o seu pai estará me acompanhando. Porque você não sobe e vai tomar um banho? Você ainda está horrível...
- eu vou tomar banho, mas só depois de comer. Até parece que vou te deixar sozinha com esse velho tarado...
- ignore as idiotices que ele fala. Ele ainda não superou o fato de eu ter me divorciado da querida mãe dele. – falei enquanto colocava os pratos na mesa.
- Há, Há! Até onde eu sei, minha mãe vive muito melhor sem você...- ele desdenhou.
- Dá pra calar a boca você dois? Eu estou tentando comer aqui ok? – a garota resmungou com a boca cheia. Eu e Edward a olhamos estupefatos e começamos a comer.
Comemos em silêncio e logo Edward arrastou a garota pro seu quarto.
Fiquei sozinho novamente, não tinha absolutamente nada de interessante pra fazer. Andei pela sala de um lado a outro, ouvi uma música clássica, deitei no sofá, levantei, deitei de novo e assim fiquei por alguns longos 15 minutos que pareceram uma eternidade. Porque quando mais a gente precisa o tempo não passa?
É, a única forma de alegrar o meu lamentável domingo é ligando pra ela. Bom, bater no quarto de Edward agora não seria nada conveniente, tenho quase 100% de certeza de que eles estão...er...ocupados. O melhor a se fazer é verificar se o Jasper tem.
Bati no quarto dele e não obtive resposta. Entrei assim mesmo. Ele estava no banheiro com o chuveiro ligado. Bati na porta.
- Jasper?
- Que é?!
- Posso dar uma palavrinha com você?
- Não vê que estou no banho? Espera aew! – meus filhos são uma simpatia pura né?
- É coisa rápida Jasper...
- Então entra aew!
Entrei no banheiro, na verdade, aquilo que um dia foi um banheiro...Ele estava imundo, lama pra todo lado, roupas sujas jogadas no chão e uma porção de recipientes no chão do lado de fora do box que estava aberto. Jasper estava esfregando freneticamente suas partes íntimas com uma esponja e as costas com um esfregão.
- Nossa que cheiro forte de água sanitária! – tapei o nariz quando senti arder com o odor. – Jasper você está tomando banho com água sanitária?
- Qual a outra forma de me desinfetar? Aqueles passarinhos imundos e cheios de doenças...Argh!!! – ele resmungou enquanto continuava sua limpeza grotesca.
- Filho não acha que está exagerando? Esses produtos estão muito concentrados...
- Você veio aqui pra me dar uma regulagem?
- Não...eu só queria saber se...você...por um acaso...
- Fala logo pai! Não tenho o dia todo né?
- Bom...- me remexi desajeitado – você tem o número da... ?
- O Edward não ficou de te arrumar?
- É, mas ele está ocupado com uma garota...
- Então espera ué...
- Você não tem. – afirmei.
- Não.
- Ok...- antes de sair ainda o vi despejar no cabelo um frasco inteiro de desinfetante. Coitado...
Andei até o quarto de Edward. Eu teria que arriscar, vai que eles não estejam fazendo nada? Bati algumas vezes.
- Edward? – chamei.
- NÃO ENCHE!!! – ele berrou.
Certo, talvez não seja uma boa hora.
Novamente no sofá. Eu e ele, ele e eu. Oh vida...
Vou ter que apelar para os meus “privilégios” profissionais. Liguei para o hospital.
- Hospital Geral St. Louis, boa tarde. – a atendente falou.
- Oi Cassy, quem fala é o Doutor Cullen.
- Pois não Doutor?
- Preciso que você verifique a ficha de uma paciente e me consiga o contato dela. – falei no meu melhor tom profissional.
- Receio que não seja possível Doutor, as normas do...
- Eu conheço bem as normas Cassy, estou precisando disso para uma emergência, então seja boazinha comigo e me veja esse número? – tentei passar uma entonação “sexy”.
- Er...eu...ve-verei o que posso fazer...- ela gaguejou.
- Ficarei muito grato, querida...- sustentei minha voz galanteadora.
- Qual o nome da paciente?
- Fox.
- Só...só um minuto e eu já te passo Doutor. – ela completou e eu apenas aguardei na linha.
Minutos depois ela me passou o número e eu já estava ligando pra ela.
* Pov*
- Alô?
- Hei…sou eu Carlisle…
- Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!
- Como você está minha linda?
- Melhor agora!!! Ain não acredito que você ligou!!!
- Eu disse que iria ligar...
- Eu sei, mas achei que fosse demorar mais...
- Estou ligando em má hora?
- NÃO! Claro que não! Eu nem estava fazendo nada....- mentira eu estava no meu quinto sono...
- Hum...então...eu estava pensando em...
- SAIR?! Aceito! Que horas? Anota meu endereço aí!
- Ah...ok...pode falar...
Falei meu endereço, combinamos o horário. Ele viria as 17:00, mas eu já me arrumaria desde as 15:00 claro.
Como o esperado, ele foi pontual e já estava tocando a minha campainha. Corri para abrir a porta. Ele estava impecável e segurando um buquê de rosas. OMG! Morri né?
- Boa tarde linda – ele falou e me entregou o buquê.
- Oh my God! São pra mim? – perguntei e ele rolou os olhos.
- Claro que são pra você...
- Ainnnn!!! Obrigada, obrigada, obrigada!!! – pulei no pescoço cheiroso dele e lhe roubei mil beijinhos. – vou colocar num vaso e já volto.
Coloquei as flores num vaso e voltei correndo.
- Vamos? – perguntei um pouco arfante. Ele assentiu sorridente.
Adentramos o carro e pegamos a estrada.
- Onde vamos? – perguntei curiosa.
- Tem um restaurante chinês novo que nunca fui, o que você acha? Gosta de comida chinesa? – ele perguntou enquanto dirigia.
- Adoro!
Seguimos o resto do caminho num silêncio tranqüilo. Chegamos ao tal restaurante e seguimos para uma área reservada.
- Nossa muito legal aqui! – exclamei enquanto observava a decoração típica do lugar.
- Concordo, muito bem decorado. Espero que a comida seja tão boa quanto. – ele falou casualmente.
O garçom nos guiou até nossa mesa e trocou algumas palavras com Carlisle. Logo o garçom voltou com um vinho e com o cardápio.
- Tem alguma preferência querida? – ele perguntou antes de abrir o cardápio.
- Er...não, o que você escolher pra mim estará perfeito.
Ele assentiu e abriu o cardápio. Passou algumas páginas, franziu o cenho e fechou. Acenou para o garçom que veio rapidamente.
- Me veja um cardápio em inglês, por favor. – Carlisle falou ainda de cara amarrada.
- Só temos em chinês senhor...- o garçom respondeu.
- Só tem em chinês? Como vocês não têm cardápios em inglês? Estamos nos Estados Unidos! – Carlisle retrucou nervoso.
- Desculpe senhor, mas são as normas da casa.
- Existe alguém que traduza o que tem aqui?
- Vou averiguar senhor. – o garçom falou e saiu.
- Nossa...que tipo de restaurante não tem um cardápio em inglês? – falei casualmente.
- Deve ser por isso que está vazio. Me perdoe , eu não sabia que aqui funcionava assim…
- Que isso, não se preocupe, você não tinha como adivinhar.
Minutos depois o garçom voltou acompanhado com um gorducho chinês, vestindo um avental branco e um chapéu de chefe de cozinha.
- Pronto senhor, esse é o nosso chefe, ele é o único que entende o tem escrito no cardápio. – o garçom comunicou.
- Certo. Por favor, poderia me informar o que vem nessa primeira opção? – Carlisle apontou o dedo no cardápio.
- Tôi không hi?u ngôn ng? c?a b?n – o chefe respondeu.
- Desculpe, não entendi. – Carlisle o olhou confuso.
- Tôi không hi?u ngôn ng? c?a b?n – o chefe repetiu.
Carlisle olhou pra mim como se estivesse perguntando “você entendeu alguma coisa?” E eu girei o meu indicador em volta do meu ouvido como se estivesse falando “esse chinês é louco”.
- Você não disse que ele poderia traduzir? – Carlisle perguntou irritado para o garçom.
- Não senhor. Eu disse que ele entendia o cardápio.
- Ok, olha bem pra mim e diz se eu tenho cara de quem entende essa língua?
- Não senhor. – o garçom respondeu.
- Então por que diabos você me trouxe uma merda de cardápio chinês, e uma porra de um chinês maluco?
- O senhor que pediu, senhor.
- Tôi có th? giúp d? v? b?t c? di?u gì? – o chefe falou.
- Meu senhor, eu não estou entendo o que você está falando, muito obrigado pela tentativa, mas não preciso mais da sua ajuda inútil. – Carlisle falou rispidamente para o coitado do chefe que parecia estar entendendo tão bem quanto Carlisle.
- b?n có th? nói chuy?n b?ng ti?ng Trung Qu?c b?n? – o chefe insistiu.
- Você poderia, por favor, levar o seu chefe de volta para a cozinha dele? – pedi antes de Carlisle tivesse um ataque de nervos.
- Ði?u này ph? n? d?p.
- Alguém manda ele calar a boca, por favor! – Carlisle vociferou extremamente vermelho de raiva.
- Calma Carl...acho que ele também não está te entendendo...
- Não dá pra ficar calmo! Vamos sair daqui, que coisa mais absurda isso!
- Carl, relaxa ok? Façamos o seguinte, pedimos qualquer coisa do cardápio, e se estiver ruim, o que eu acho difícil, nós vamos pra outro. O que me diz?
- Você tem certeza? Esse lugar só tem louco...
- diên là ông bà n?i – o chefe colocou as mãos na cintura e fez uma cara feia pra Carlisle.
Carlisle olhou pra mim, respirou fundo e ignorou o chefe.
- Por favor? – pedi mais uma vez para o garçom tirar o gorducho antes que Carlisle perdesse as estribeiras.
O garçom saiu praticamente arrastando o chefe. A cena era até cômica, o gorducho falando uma porção de maluquices em chinês, provavelmente xingando o Carlisle, que por sinal, estava com a cara inchada e soltando fumaça pelas ventas. Tá aí uma coisa que não pensei que fosse acontecer nunca, Carlisle nervoso. Ele é sempre tão calmo...
- Carl? – deslizei minha mão sobre a dele.
- Hum? – ele pareceu despertar de seus devaneios.
- Melhor?
- Desculpe, eu não sei porque fiquei tão irritado. Vamos pedir? – ele falou se acomodando melhor na cadeira.
- Claro.
Carlisle escolheu o primeiro prato que viu na frente e fez o pedido. Enquanto isso, ficamos conversando amenidades.
- Então , falta muito pra você pra você se formar?
- Não exatamente. Só mais esse semestre de aulas, e mais um tempinho fazendo residência no hospital. – respondi enquanto bebericava do vinho.
- Já sabe onde fará a residência?
- Não pensei nisso ainda. Mas ficaria muito feliz se fosse no St. Louis. – falei e dei uma piscadela pra ele. Ele sorriu.
- E eu adoraria ser o seu preceptor. – ele concluiu. - Você mora com seus pais? – ele perguntou curioso.
- Só com meu pai. Minha mora em outra cidade...
- Hum...e você tem irmãos?
- Só uma irmã mais velha, Elisa. Mas estamos falando só sobre mim, isso não é justo! – falei falsamente ofendida.
- Oh, desculpe. O que você quer saber sobre mim?
- Hum...quantos anos você tem? – perguntei casualmente. Carlisle arregalou os olhos e engasgou com o vinho, cuspindo parte dele na minha cara ¬¬.
- Desculpe! Deixa eu te ajudar a limpar...- ele levantou exasperado e tentava me limpar com o guardanapo.
- Não foi nada, relaxa Carl...- abanei com as mãos para que ele se sentasse.
- Desculpe, foi sem querer...- ele falou sem jeito.
- Não foi nada demais, isso acontece. Mas você ainda me deve uma resposta. A não ser que seja pessoal demais, não precisa responder se não quiser...
- Hum-hã... – ele limpou a garganta visivelmente desconfortável – Tenho 38...
- Ah...
Silêncio desconfortável.
- Hum...- ele pigarreou – Isso te incomoda? – ele me encarou curioso.
- Não, nenhum pouco. Só me admira muito um homem como você estar solteiro...
- Um homem como eu? Isso é uma coisa boa ou ruim? – ele perguntou divertido.
- Você sabe...bonitão, novo e com uma carreira promissora...acho que é tudo o que as mulheres procuram, não? – murmurei levemente envergonhada.
- É o que você está procurando? – ele perguntou com uma voz super sedutora, me fazendo arrepiar.
- Não estou procurando. – afirmei entrando na brincadeira.
- Não? – ele recuou confuso.
- Já achei, dãa! – zombei rolando os olhos. Ele gargalhou aliviado.
- Você conseguiu me assustar.
- Era essa a intenção. – pisquei e sorri amarelo. – Mas me diga, porque ficou solteiro por tanto tempo? Nunca encontrou ninguém para um relacionamento mais sério?
- Na verdade eu já fui casado...mas me divorciei tem oito anos. Tenho dois filhos...
- Oh...nossa eu não sabia. Quantos anos eles têm?
- O mais velho, Jasper, tem 22 e o mais novo, Edward, tem 20. Você deve conhecê-los, eles também estudam em Harvard.
- Oh, você começou cedo hã? – falei e ele gargalhou.
- É, nós éramos muito jovens...
- E sua ex, ela mora aqui? – perguntei curiosa.
- Não, ela mora em Londres, foi embora assim que rompemos, e levou meu filho mais novo...- ele murmurou com um toque de ressentimento.
- Entendo.
Silêncio constrangedor.
Alguns instantes bebericando nosso vinho, o pedido chegou. Não falamos mais nada e começamos a comer naturalmente. Entre uma garfada e outra nós conversamos amenidades.
- Hum, isso está muito bom...- murmurei enquanto me deliciava com a refeição.
- Realmente. Pelo menos o chefe sabe cozinhar um bom prato...- Carlisle brincou divertido. – Eu só estou achando um pouco picante demais...está fazendo minha garganta coçar... – ele pigarreou um pouco e coçou a lateral da garganta com a ponta das unhas.
- Mas tá coçando por dentro ou por fora? – perguntei observando ele se coçar ainda mais.
- Ca-ham...ham...os dois...ham...- ele pigarreou mais.
- Acho melhor você beber um pouco de água. – acenei para o garçom. – Por favor, pode trazer água? – pedi e ele assentiu, saindo pra buscar.
- Ca-ham...que estranho...ham...- ele resmungou agora coçando o pescoço com as duas mãos.
- Você não quer passar uma água aí pra ver se melhora? Talvez você tenha sido picado por um inseto...
- É...ham...pode ser...ca-ham...- ele levantou e foi para o banheiro.
Ele voltou no mesmo instante em que o garçom trouxera a água.
- Melhorou?
- Ca-ham...ham...cof...cof...cof... – ele tentou falar, mas começou uma crise de tosse.
- Carl? – perguntei preocupada, ele continuou tossindo e coçando não só o pescoço, mas os braços também. – Carl?
- Estou bem...ham...eu...água...- ele falou e bebeu a água pelo gargalo da garrafinha. – bebeu toda a água e parou com o acesso de tosse.
- Oh meu Deus, a sua boca! – exasperei-me quando vi os lábios dele totalmente inchados.
- O que tem? – ele me olhou preocupado.
- Estão inchados! E...oh suas orelhas também...e estão vermelhos...
- Droga, estou tendo uma reação alérgica...ham...
- Oh meu Deus!!! Vamos pro hospital! – levantei exasperada.
- Calma , eu tenho antialérgico em casa.
- Mas Carlisle está ficando pior! Olha só as suas mãos, estão enormes, e os seus olhos estão inchando, seus braços estão vermelhos...
- Hei eu ainda sou médico, sei o que estou fazendo...- ele falou com a voz um pouco embolada.
- Nada disso, você agora é um paciente. Portanto nós vamos para um hospital agora mesmo! – o puxei pela mão, mas ele não se levantou.
- Ainda...ham..tenho...ham ham...pagar a conta...- ele falou puxando a carteira do bolso.
Sacou algumas notas e largou em cima da mesa. Levantou como se nada estivesse acontecendo e caminhou até o carro.
- Você não vai dirigir nesse estado! – puxei a chave da mão dele e entrei no lado do motorista.
- Hei! Eu estou em ótimas...ham...condições...ham...ham...dirigir...
- É, eu estou vendo...
Continuei dirigindo e ignorando os constantes resmungos dele.
- Estou ham...ótimo...você...está fazendo tempestade ham...num copo d´água ham...Um antialérgico ham...é suficiente...ham...
- Carlisle você já se olhou no espelho? Está quase irreconhecível!!
- Não ham...está tão ruim assim...ham...ham...ham... – ele falou enquanto abaixava o visor com o espelho.
- WOW!! Ham... acelera esse carro ham!!!
- Oh não diga... – falei irônica.
Carlisle bufou e não falou mais, exceto pelos seus insistentes pigarros.
Estacionei o carro e entramos na emergência do hospital. Pouco tempo depois ele estava sendo atendido pelo seu colega de trabalho.
- Nossa Cullen você está horrível! – o médico (colega dele) zombou enquanto fazia a anaminese.
- Isso é ham...totalmente desnecessário...- ele resmungou.
- Você não tem medo de agulhas né? – ele continuou zombando de Carlisle.
- Há Há, você é hilário Marcos...ham...hei o que você está injetando aí? Aquele outro não é melhor? Você está me ouvindo?
- Carlisle deixa o rapaz trabalhar...- cutuquei suas costelas quando ele começou a questionar o procedimento do médico.
- O que? Ele está fazendo tudo errado...- ele resmungou com cara amarrada.
- Carlisle! – repreendi abismada.
- Não se incomode comigo senhorita, nunca ouviu falar que os piores pacientes são os médicos? – o médico riu enquanto terminava de escrever alguma coisa na sua prancheta.
- Hunph! Quem é paciente aqui? Eu sou médico...- Carlisle resmungou fazendo birra.
- Carlisle você ficará em observação por uma hora, se estiver melhor eu te libero. – o médico concluiu ainda rindo da birra de Carlisle.
- Observação? Pra que observação? Não preciso disso, estou ótimo! – Carlisle resmungou e o médico revirou os olhos ignorando o protesto dele.
- Boa sorte com ele – o médico me deu um tapinha nos meus ombros e saiu dando risadas.
- Carlisle eu não acredito que você fez isso! – repreendi cruzando os braços.
- Isso o que? Eu não sabia que tinha essa alergia, como poderia adivinhar?
- Você sabe que não estou falando da alergia, estou falando dessa birra boba com o médico!
- Não sei do que você está falando...- ele virou a cara e ficou fitando o teto.
- Não sabe...sei... – revirei os olhos e me sentei na maca ao lado dele. – quer que eu ligue pra seus filhos?
- Hum, não. Edward está ocupado com uma garota, e Jasper está ocupado com um escovão e água sanitária. – ele sorriu com um falso humor.
- Não tem problema, vou te levar pra casa de qualquer jeito.
- Não precisa ficar aqui. Me desculpe por esse fiasco...- ele murmurou envergonhado.
- Ah...foi até divertido...- abanei o ar com a mão e dei de ombros.
- É, ficar todo inchado e vermelho num jantar com a minha namorada é bem divertido mesmo...- ele falou irônico.
- Hein?! – me sobressaltei.
- O que?
- O que você disse?!
- Inchado...vermelho...namorada...? – ele falou pausadamente como se eu fosse uma retardada.
- Namorada?!
- Oh...desculpe...eu achei que...desculpe. – ele virou o rosto e fitou o chão.
- Carl? Olha pra mim...- falei baixinho perto do seu ouvido. Ele virou o rosto ficando a centímetros do meu.
- Eu só achei estranho...não é como se eu não quisesse ser sua namorada ok? Eu adoraria, e eu quero muito! Nossa eu só não achei que fosse ser assim tão rápido...
- Rápido? – ele riu baixinho – Você acha que na minha idade eu posso perder tempo? – ele sorriu brincalhão.
- Não aja como se você fosse um velho Carl! Você está na flor da idade! – ele riu sem humor.
- Se você acha, é isso que importa – ele sorriu ternamente com seus lábios absurdamente inchados.
Não resisti ao impulso e roubei um beijo estalado de sua boca inchada. Ele se sobressaltou e se afastou.
- Você não vai querer fazer isso, eu estou horrível...- ele falou envergonhado.
- Seu bobo, não sabe que horrível e Carlisle são palavras que não se encaixam numa mesma frase?
- Você está falando isso pra eu não me sentir pior do que já estou...- ele revirou os olhos e eu ignorei novamente selando nossos lábios.
Foi um beijo calmo, mas extremamente significativo pra ambos. Um beijo sem segundas intenções, repleto de carinho e confiança que fez meu coração inflar e bater tão forte que chegava a doer.
- Eu amo você, minha maluquinha...- ele sussurrou entre beijos.
- Eu também amo você, meu Doutor Sexy...- conclui absolutamente satisfeita.
Capítulo 15
*Emmet’s Pov*
Cara, eu até tentei, mas não deu. Tudo o que eu tinha planejado foi por água abaixo. A podia até ser tímida, mas era tinhosa. Quando enfiava uma idéia na cabeça, não tinha quem a fizesse mudar. E é por isso que fui obrigado a ficar aqui nessa porcaria de zoológico até ela decidir que estava cansada e com fome.
Já passavam das 13:00 horas quando finalmente tomamos um táxi de volta para casa, a dela. Pelo menos uma coisa boa, né? A casa dela estaria vazia pelo resto da tarde...
“Aew mané, você tá começando a subir no meu conceito.”
E quem te perguntou alguma coisa, idiota?
“ó o cara, aew... A gente elogia e leva patada, mó sem graça...”
Vai procurar o que fazer, vai!
Voz chata da porra! Eu aqui tentando me concentrar nas pernas gostosas da minha garota...
“Magoei... Tô de mal.”
E quem liga?
“É assim, né? Cospe no prato que comeu! Pisa, me amassa! Quer saber? Eu vou embora, vou te deixar aí sozinho! Há Há Há! Você vai implorar pra eu voltar, mané!”
Não estou ouvindo nada... Não estou ouvindo nada... lá lá lá...
“Humph!”
Talvez esteja na hora de eu procurar um psiquiatra. Não dá mais pra ficar vivendo ouvindo vozes!
- Emmet... Emmet! – senti meu ombro sacolejar – Acorda, Emmet! – despertei de meus devaneios quando senti meu rosto arder com o “tapinha” da .
- Ai, ! – resmunguei, passando a mão no local ardido.
- Ai nada, estou falando sozinha aqui, ok? Se é pra ficar assim viajando, melhor você ir pra sua casa!
- Não! Desculpa, foi só aquela voz irritante me perturbando...
- Que voz, Emmet? – ela franziu o cenho confusa.
- Er... Nada não... - tentei disfarçar o meu embaraço, sem muito sucesso, já que a me lançou um olhar duro e questionador.
- Hã... Sei... - ela virou a cara pra janela do táxi e não falou mais nada.
- Hei... Desculpa vai... Foi sem querer... - aproximei-me do lado dela e massageei sua nuca com carinho.
- Chegamos... - ela fugiu do assunto e saiu do carro, batendo a porta com força.
Paguei o táxi e caminhei até , que estava parada procurando as chaves da casa em sua bolsa.
- Vai ficar com essa cara amarrada? – esbravejei, cruzando os braços.
- Não estou com cara amarrada. – ela retrucou, sem me fitar nos olhos.
- … Qual o problema? Vamos mesmo brigar por causa dessa bobagem? – segurei o seu braço antes que ela passasse pela porta.
- Você é o problema, Emmet! Eu juro que eu tento te entender, mas está ficando difícil! Uma hora você está aqui, outra hora você está viajando sabe-se lá onde...
- Eu me distraio fácil, só isso! Não vai acontecer mais, eu prometo! – falei enquanto aninhava seu rosto em minhas mãos.
- Minha companhia não é suficiente pra prender sua atenção. – não foi uma pergunta. Rolei os olhos mediante sua afirmação descabida.
- , é você que está viajado agora… Sua companhia é maravilhosa e eu nem mereço tanto. É só que... Às vezes eu fico lembrando de alguns problemas do trabalho... - menti, tentando botar um ponto final nessa conversa. Ela rolou os olhos e suspirou derrotada.
- Hoje é domingo Emmet, deixe o trabalho no trabalho. Eu realmente gostaria de aproveitar o restinho de hoje... - ela murmurou fazendo biquinho.
- Desculpe... Eu vou reparar minha falta de atenção, se você permitir... - falei com malícia e sorri quando ele corou e desviou os olhos pro chão.
- Certo... - ela sibilou e adentrou a casa. – Vou preparar alguma coisa pra a gente almoçar, você pode tomar um banho, se quiser. – ela falou rapidamente enquanto seguia pra cozinha.
- Hum... Não quero tomar sozinho... - falei, fazendo um bico manhoso. Ela me olhou sobressaltada e sorriu meio sem graça.
- Depois Emmet, depois... - ela falou com a voz esganiçada e atravessou a divisória da sala de jantar com a cozinha. – pode usar o meu banheiro, pegue uma toalha limpa na gaveta do armário. – ela concluiu e começou a procurar os condimentos nos armários da cozinha.
- Ok!
Fiquei parado alguns instantes, babando toda vez que ela se abaixava pra pegar algo num armário. Oh... Que traseiro...
- Emmet! Vai ficar aí parado? – ela me repreendeu.
- Ah... Tô indo... - falei desajeitado e segui para o quarto dela.
Entrei no banheiro e me decepcionei quando não encontrei nada comprometedor dela. Nenhuma calcinha pendurada, nenhum pacote de absorventes à vista, nenhum “brinquedinho” de sexy shop... Ela é certinha demais pro meu gosto... Vou ter que mudar isso, e logo!
Peguei a toalha no armário e coloquei sobre os ombros, mas não segui pro boxe. Fui para o closet dela xeretar as suas coisinhas. Hum... Que tipo de calcinhas ela veste? De bichinhos? De renda? De onçinha? Hum...
Abri silenciosamente gaveta por gaveta até chegar à que eu queria. Sorri abobalhado quando notei que ela não tinha exatamente um estilo. Havia vários tipos de calcinhas, tinham até umas fio-dental! Wow, “Emmetinho” se animou com o pensamento de vê-la vestindo uma dessas pequenas peças... Eu poderia roubar uma dessas pra mim... Mas não sei que tipo de reação ela terá...
- O que pensa que está fazendo? – sobressaltei-me quando ouvi a voz estridente da . Fechei a gaveta por impulso, mas esqueci de tirar meus dedos.
- Ai! – resmunguei quando senti meus dedinhos espremidos.
- Emmet, não acredito que você estava xeretando as minhas coisas! – ela esbravejou visivelmente irritada.
- Eu... er... - gaguejei sem saber o que falar. Ela rolou os olhos e bufou.
- Se quer saber algo sobre mim você tem que perguntar, Emmet. – ela falou enquanto apoiava os ombros no batente do closet.
- Er... Foi mais forte do que eu... - falei cabisbaixo.
- Você está sangrando... - ela falou baixo enquanto fitava os meus dedos amassados.
- Não é nada de mais...
- Vem, deixa eu cuidar disso. – ela mandou e saiu em direção ao banheiro, eu supus.
Entrei no banheiro e arfei quando a vi abaixada com a bunda pra cima e na minha direção. Ela pegou um kit de primeiros socorros e, graças a Deus, ela levantou antes que eu perdesse o controle.
- Sente-se ali. – ela mandou calmamente, apontando o vaso sanitário com a cabeça.
Abaixei a tampa e sentei, esticando as mãos na direção dela. Ela encostou e se posicionou entre minhas pernas. Limpou o pequeno ferimento e fez um curativo com habilidade.
- Você é boa nisso. – elogiei enquanto observava o curativo bem feito.
- Tenho que ser, né? – ela sorriu timidamente e guardou o kit.
- Hum... Namorar uma enfermeira tem lá suas vantagens... - brinquei.
- Sei... - ela rolou os olhos. – tome seu banho, estarei na cozinha terminando o almoço. – ela concluiu e já ia saindo, mas eu a puxei pelo braço e a forcei a se sentar no meu colo com uma perna de cada lado do meu corpo.
- EMMET! – ela esbravejou envergonhada.
- Relaxa, ... Eu só quero te fazer um carinho... - sussurrei no seu ouvido e dei uma mordidinha no seu lóbulo.
- Emmet... O almoço vai queimar... - ela sibilou baixinho.
- Um beijo e eu deixo você ir... - sussurrei com a voz um pouco rouca e pressionei seu corpo contra a minha ereção evidente.
- Hum... Só um beijo. – ela concordou e gemeu baixinho quando nossos lábios se encontraram.
Começamos um beijo cálido e cheio de luxúria enquanto nossas mãos se embolavam por nossos corpos em chamas. Sorrateiramente eu tirei sua camiseta a deixando apenas de sutiã e calça jeans. Espalmei minhas mãos com vontade naquelas perinhas macias e ofeguei quando a senti rebolar sobre minha ereção.
- Ok, chega! – ela repentinamente finalizou o beijo e levantou num pinote do meu colo.
- Hein? – perguntei confuso.
- Era só um beijo, lembra? – ela falou ainda arfante.
- Ah... Mas...
- Não, Emmet, isso fica pra depois. – ela falou e se abaixou pra pegar a blusa, dando-me uma visão privilegiada de seu decote.
- Hum... - gemi em antecipação. Como eu queria minha boca naqueles seios...
- Se você continuar me secando assim não vai sobrar nada pra depois... - ela zombou timidamente.
- Tá... Eu só preciso de um banho...
Ela vestiu a camiseta e saiu do banheiro, deixando-me sozinho, ou melhor, eu e meu amigão assanhado.
Tranquei a porta do banheiro e corri pro chuveiro, eu precisava de um alívio imediato...
*’s Pov*
A cara de pau de Emmet era incrível. Às vezes eu penso que ele não tem noção das coisas que faz, nem do efeito que ele tem sobre mim. Ele me fazia perder o controle! O interessante é que eu nunca cheguei tão longe com os meus antigos namorados, era sempre só beijinho e abraço. Mas com Emmet era diferente, eu me sentia entregue, um pouco de vergonha, que é natural, mas ainda assim eu confiava nele o suficiente para dar tudo de mim.
Infelizmente, essa cara de pau dele também trazia algumas conseqüências desagradáveis, como aconteceu alguns minutos atrás, quando o peguei xeretando minhas coisas. Não vou mentir que só senti raiva, porque não foi. Eu também me senti um pouco importante, afinal, se ele xeretou minhas coisas, significa que eu sou de alguma forma importante pra ele, e ele queria me conhecer um pouco mais. Essa pequena curiosidade dele amaciou o meu ego, e eu me senti bem.
E aquele amasso nada inocente no banheiro também me fez bem. Uh... Muito bem por sinal!
Desci pra cozinha abobalhada, me bati em algumas quinas, mas nada que me fizesse esquecer que há alguns minutos eu estive grudada nos braços dele, com a boca colada na dele, com a língua enrolada na dele, enfim...
~*~
Estava mexendo com a colher o molho do macarrão quando senti os braços fortes de Emmet me envolvendo e me apertando por trás.
- Hum... O cheiro está ótimo! – ele exclamou enquanto fungava o meu pescoço.
- Receita da vovó! – sorri contente por ter a aprovação dele.
- Não estava falando do molho... hum... seu cheiro é o melhor... - ele sussurrou zombeteiro.
- Humph! – bufei desapontada.
- O molho também está cheirando bem, ... - ele tentou reparar apreensivo.
- Ok... - respondi indiferente.
- Se você ficar chateada toda vez que eu brincar contigo, nós teremos problemas... - ele murmurou com a cabeça apoiada no meu ombro.
- Desculpe... Eu só... Não estou acostumada...
- Teremos tempo suficiente pra você se acostumar comigo... Em todos os sentidos... - ele mordeu meu pescoço e eu pude senti o toque de malícia em sua voz.
- Hã... - murmurei desconcertada.
- , o quão concentrada você pode ser enquanto cozinha e eu faço algumas coisas contigo? – ele perguntou sério.
- Hein? Desculpe, eu não entendi...
- Só não queime o almoço, ok? – ele falou em tom divertido.
- Emmet eu não estou entend... - ia falando, mas estaquei quando senti suas mãos apertarem meus seios com vontade. – o-o-q-que você está fazendo? - Gaguejei enquanto tentava me concentrar no almoço.
- Relaxa, linda... - ele sussurrou com uma voz extremamente sexy, fazendo-me arrepiar por completo.
- Emmet... - sibilei num fio de voz.
- Estou aqui... Não está bom assim? – ele sussurrou enquanto apertava seus quadris contra minha bunda, fazendo-me sentir seu volume alterado.
- Hum... - balbuciei, já sentindo meu pobre corpo ficando entregue.
- Levante seus braçinhos um pouco... - ele pediu enquanto puxava minha camiseta pra cima.
Levantei meus braços e ele retirou minha camisa com facilidade. E novamente senti um friozinho na barriga e a sensação de estar totalmente exposta. Mas nada que me fizesse realmente parar o que estava acontecendo. Eu queria isso.
Estremeci quando senti suas mãos quentes passeando pela minha cintura nua e parando no cós da minha calça.
- Você confia em mim, ?
- S-sim... - gaguejei envergonhada.
- Não vou fazer nada com você aqui, eu sou quero te mostrar algumas... Sensações... - ele concluiu e eu concordei com um aceno de cabeça.
Suas mãos seguiram para o botão da calça e o abriu. Ele puxou minha calça pra baixo e a deixou cair nos meus tornozelos. Afastou seu corpo por uns instantes e senti quando sua calça escorregou até o chão. Estávamos semi-nus na cozinha da minha casa. Agradeci mentalmente pelo fato de meus pais só voltarem à noite.
Desliguei o fogo e repousei a colher na bancada. Andei atrapalhada com as calças até ficar de frente pra bancada, com as mãos apoiadas nela. Ele voltou a colar seu corpo no meu e literalmente se esfregar em mim. Roçou seu membro rijo na minha bunda enquanto mordia e lambia meu pescoço e balbuciava elogios de como eu era quente e gostosa.
- Empina o bumbum um pouquinho... - ele pediu com a voz rouca e melodiosa.
- Hummm... - gemi quando senti um contato maior de seu membro com o meu sexo em chamas.
- Você me quer aqui, ? – ele perguntou quando espalmou sua mão na fonte do meu calor, ainda por cima da calcinha.
- S-sim... Eu... Eu quero... - revirei os olhos, sentindo um prazer antecipado.
- Ainda não, minha pequena, vou te mostrar um coisa gostosa primeiro... - ele sussurrou enquanto espalmava sua mão esquerda no meu seio e sua outra mão começava a invadir lentamente o interior da minha calcinha.
- Uh... Emmet... - gemi ofegante quando senti seus dedos descendo...
- Abre um pouco as pernas... - ele pediu com sua voz adocicada e eu obedeci. – relaxa tá?
- Tá... - sibilei com a voz vacilante.
Ele escorregou sua mão até encontrar meu “botãozinho” e pressionou com delicadeza, mas foi o suficiente pra me fazer ver estrelas...
- Que cheiro bom é esse? , querida, você está co…zi…nhan…do…?.
- MÃE?
Tudo aconteceu muito rápido. Ouvi a voz da minha mãe ecoar na cozinha e morrer aos poucos quando ela viu aquela cena... Erótica. Emmet se assustou e cambaleou pra trás, mas se embolou com as calças e caiu de bunda no chão. Eu petrifiquei e apenas virei minha cabeça em câmera lenta pra fitar duas orbes arregaladas e olhando não pra mim, e sim pra Emmet caído no chão com uma puta ereção apontando pra cima.
- OH-MY-GOD! Alguém me abana! – minha mãe exasperou-se e uma mão foi parar no peito enquanto a outra se abanava freneticamente.
- Mãe, eu posso explicar! – adiantei-me amedrontada.
- , minha filha, você já comprou um creme pra assadura?
Mas hein?
- Hã? – perguntei confusa.
- Você viu o tamanho daquela coisa? Isso vai te destruir! – ela usou a mão que se abanava e apontou para as partes baixas de Emmet. O coitado ainda estava estático e quando percebeu o comentário, colocou as duas mãos, ridiculamente, sobre sua ereção.
- Mãe! – resmunguei incrédula.
- Filha, eu juro que não queria interromper essa pegação, mas seu pai está em casa querida e ele não vai gostar de ver isso aqui... Se arrume que eu vou levar seu pai pro quarto. – ela falou rapidamente como se ver sua filha e o namorado semi-nus na cozinha não fosse nada de mais, e saiu da cozinha.
- Você não disse que eles só chegariam à noite? – Emmet finalmente se pronunciou com a voz saindo como um rosnado.
- Não sei porquê eles voltaram antes, droga! Vista-se logo! – suspirei frustrada e me vesti rapidamente.
- Certo, e agora? – ele me perguntou, também frustrado.
- E agora eu acho melhor você ir pra sua casa. Meu pai não vai gostar de saber que estávamos aqui sozinhos...
- Ah, ótimo! Pra fechar meu domingo com chave de ouro, né? – ele retrucou irritado.
- Ei, não desconte a sua raiva em mim! Eu também sou vítima aqui, ok?
- Tá... Amanhã eu venho buscar meu carro. – ele murmurou e saímos da cozinha de mãos dadas.
Não havia sinal de meus pais, por isso arriscamos uns últimos amassos antes dele ir embora. Ele se despediu e seguiu para o ponto do táxi. Ia subindo as escadas quando minha mãe apareceu no topo com uma feição cheia de malícia.
- Nossa hein! O que foi aquilo, filha? – ela falou com um tom divertido.
- Nada de mais, mãe. – respondi entediada e continuei subindo.
- Hã... sei... você não vai comer?
- Perdi a fome.
Ignorei os últimos comentários pervertidos dela e segui pro meu banheiro. Eu precisava urgentemente terminar o que meu namorado tarado começou...
*’s Pov*
Eu gostaria muito de dizer que meu passeio não foi bom ou simplesmente não foi como planejei. Mas pra falar a verdade, eu adorei. Foi hilário ver as confusões que o Emmet arrumou e as maluquices do Edward. Só não foi legal o beijo do macaco, é, isso não foi nada bom. Mas ver o leão mijando no Edward compensou, o coitado ficou uma arara! Não podemos esquecer do amasso no banheiro, né? Uh...i Isso foi muito, muito bom mesmo! E pra finalizar, ainda pude presenciar uma briguinha de família entre o Edward e o pai. Era sempre bom conhecer um pouco mais dele, e pelo que pude notar, ele não se dava muito bem com o Carlisle, provavelmente por ele ter se divorciado da mãe dele. Enfim, foi um dia cheio de “novidades”.
Mas o melhor de tudo ainda estava por vir. O quarto de Edward... Eu e ele...
Depois de almoçar a lasanha magnífica do Carlisle, Edward me puxou escada a cima pra seu quarto. Trancou a porta e me rebocou pra cama com a boca grudada na minha.
- ... - ele sussurrou com sua voz rouca no meu ouvido.
- Edward... Eu quero tomar um banho... Você sabe... Antes de... - falei entre beijos.
- Podemos tomar juntos...
- Não Edward, eu preciso de uns minutos sozinha...
- Tá... Vai lá, eu vou tomar um banho no quarto de hóspedes. – ele falou, fazendo um biquinho manhoso e saiu do quarto, deixando a porta aberta.
Fui pro banheiro e me tranquei lá. Ok, estava mais do que óbvio de que nós iríamos transar agora. Eu queria isso, não queria? Eu estava pronta pra fazer isso depois de tanto tempo? Eu já teria superado o idiota do Jacob?
Sim, eu estava pronta, e eu sabia disso porque minha calcinha molhada não nega... Sentir o corpo de Edward tão perto do meu naquele banheiro do zoológico foi tão... Excitante...
Tomei uma ducha caprichada e fiquei alguns minutos me olhando no espelho. É, eu tô até em cima. Meus seios não são grandes, mas são bonitos. Minha cintura está enxuta e meu bumbum não é nenhuma tábua... Ele vai gostar de mim. Ele tem que gostar...
- ? – despertei dos meus devaneios quando Edward bateu na porta do banheiro.
- Oi, já estou saindo...
- Não demore... - ele pediu com a voz firme.
Encarei minhas peças íntimas com desgosto. Por que eu não me lembrei de vestir alguma coisa mais sexy? Tudo bem que ele já viu e disse que gosta de renda, mas olhando bem, ela não me parece nada sexy. Bufei frustrada e ignorei as peças, vestindo apenas um roupão de seda de Edward. Ficou enorme, mas o efeito maior está sob ele...
Abri a porta do banheiro e saí do quarto. Edward estava deitado despreocupado sobre a cama, com os braços cruzados atrás da cabeça e vestindo apenas uma maldita boxer.
Gostoso. É isso o que ele é. Um maldito de um gostosão! Puta que pariu, que pernas grossas são essas? E porra, o peitoral tão definido, e aquelas entradinhas em V... Ofeguei instantaneamente com aquela visão dos Deuses...
- … Estou ficando impaciente aqui… - ele arqueou o corpo ficando apoiado nos cotovelos.
- Não tenho culpa se você é apressado... - desconversei timidamente.
- Não adie o inevitável, , venha aqui… - ele deu duas batidinhas no colchão ao seu lado.
Rolei os olhos mediante a sua atitude presunçosa e andei até a cama, mas não deitei. Engatinhei de joelhos até ficar sobre ele e lhe roubei um beijo urgente e duro, cheio de segundas intenções.
Ele espalmou suas mãos em minhas nádegas e forçou meu corpo pra baixo. Acomodei minha pélvis sobre sua ereção e arrisquei uma reboladinha, fazendo-o gemer.
- Porra, … - ele balbuciou e forçou seus quadris pra cima, aumentando o contato entre nossos sexos excitados.
- Edward... - gemi baixinho quando senti suas mãos apertarem meus seios, ainda sob o roupão.
- Você está sem...? – ele perguntou sobressaltado quando deu falta do tecido do sutiã.
- Sem nada...
- Puta merda, … - ele sibilou, ainda apalpando meus seios.
Suas mãos desceram até o laço do roupão e lentamente foi sendo puxada...
Toc Toc
- Edward? – Carlisle chamou do lado de fora do quarto.
- NÃO ENCHE! – Edward vociferou, fazendo-me dar um pulinho de susto.
- Edward, é o seu pai! – falei resignada.
- E daí? – ele desdenhou.
- Como assim e daí? Você fala com ele como se fosse um desconhecido...
- , esquece isso, não quero estragar esse momento pensando no meu pai...
- Hum... - murmurei pensativa.
- … Vem aqui, vem... - ele afagou meu rosto com as mãos e puxou meu corpo pra baixo até que nossos lábios se encontraram.
O clima sensual e tenso novamente se instalou entre nós, e nossos corpos já gritavam e clamavam um pelo outro. As mãos de Edward voltaram a puxar o laço do roupão e minhas mãos se enfiaram no emaranhado de seus cabelos, ora acariciando e ora puxando. Eu ainda estava deitada sobre o peitoral dele quando finalmente o roupão fora aberto. Edward começou a levantar meu corpo na tentativa de apreciar a minha nudez, mas antes mesmo disso acontecer, senti um peso horroroso pongando em minhas costas.
- AHHHHHH! – soltei um grito agudo e apavorado.
- Mas o quê...? – Edward arregalou os olhos para a coisa que estava presa em minhas costas.
- Edward, tem alguma coisa nas minhas costas! Socorro!
*Edward’s Pov*
PUTA. QUE. PARIU!
Isso não poderia estar acontecendo. Eu não estou vendo isso... Eu não estou vendo isso... Eu não estou vendo isso...
Era muito azar pra uma pessoa só. Eu não mereço isso, mereço? Tudo o que eu queria era um momento de “paz” com a minha garota!
estava em cima de mim, toda “aberta”, nua em pêlo e eu nem podia ver! É pedir muito apreciar a beleza da minha namorada? E pra completar, ela se grudou em mim, cravou suas unhas nos meus ombros e começou a sacudir e a rebolar, pra tentar tirar aquilo de cima dela, e oh... Eu podia sentir com perfeição os seus seios se esfregando no meu peito. Puta merda, nem isso eu pude apreciar direito no momento de pânico!
- TIRA! TIRA, EDWARD! - vociferou amedrontada.
- O que a desgraça desse macaco está fazendo aqui? – perguntei mesmo sabendo que não haveria uma resposta lógica pra isso.
- MACACO? TEM UM MACACO EM CIMA DE MIM? – ela arregalou os olhos apavorada.
- Saia já daí, Cheetos!! – ordenei com firmeza.
Mas quem disse que ele obedeceu? O macaco malandro grudou mais ainda e começou a emitir sons desconexos e a puxar o corpo da pra cima. Não vou mentir que a idéia de se levantar era muito tentadora... mas se ela fizer isso, o macaco tarado também verá minha namorada nua. Isso eu não vou permitir. Ela é só minha!
- SAI – DE – CIMA – DELA! – vociferei agora mais imponente e ameaçador.
O macaco resmungou, arregalou os olhinhos e largou o corpo de . Ele correu pro canto oposto do quarto e ficou agachado numa posição esquisita que eu julguei como sendo de defesa.
Voltei minha atenção pra . Ué, mas cadê a ?
Olhei pro lado e vi que ela já estava em pé com o roupão fechado. DROGA! Quase chorei por ter não ter visto nadinha! Eu não vi nada!
Mas o mais instigante mesmo foi quando ela adotou uma posição tão esquisita quanto à do macaco. Só que parecia uma posição de ataque. Ela abriu as pernas, flexionou os joelhos e esticou as mãos e lançou um olhar assassino pro macaco, o qual retribua igualmente o olhar.
- , o que é… Isso? – perguntei intrigado.
- Fica parado, Edward! Observe como se mata um macaco no melhor estilo kung fu. – ela falou numa voz melodiosa e sem me fitar nos olhos.
- Kung fu? – olhei incrédulo pra aquela cena patética.
- É, aprendi no filme Kung Fu Panda. – ela se gabou concentrada.
Eu continuei olhando pra “aquilo” chocado e imaginando que tipo de merda iria sair daquela luta ridícula.
- UUUUUYYYYAAAHHHHH! YAH YAH YAH! - deu uns gritos agudos, fazendo-me pular de susto. – IIHHAH YAH YA! – ela começou a emitir essas coisas esquisitas se achando a própria Chun Li e a gesticular as mãos, fazendo movimentos bizarros.
Eu não resisti. Explodi com gargalhadas. Era demais pra minha sanidade. Aquilo foi a coisa mais ridícula que já presenciei. Acabei de constatar que minha namorada era louca. Completamente louca!
- AHHHH! – ela deu outro grito de “guerra” e correu alucinada pra cima do pobre macaco.
O macaco por sua vez correu na direção dela e se chocou bruscamente, fazendo-os cair no chão. caiu de costas no chão e o macaco começou a pular em cima dela e... Isso não! Isso não pode! O miserável começou a apalpar os seios dela! Filho da puta!
- Ei, ei, ei! Larga!
- EU VOU MATAR! VOU MATAR ESSE MACACO! - se sacudiu, esmurrou e estapeou o macaco enquanto ele tentava apertar os peitos dela.
- Eu que vou matar esse sacana! – vociferei enciumado e me joguei contra ele, tirando-o de cima dela.
Ele começou a gritar e a emitir aqueles sons agudos de macaco e a se debater enquanto eu o imobilizava no chão.
- Afasta, Edward! – olhei pro lado e vi uma descabelada com uma feição assassina e assustadora e com um taco de basebol, que não sei de onde ela tirou.
- Wow! Calma aew, ! Abaixa esse taco! – pedi com medo de eu ser acertado erroneamente.
- Se você não sair, não garanto que você não seja atingido, Edward! – ela continuou em sua posição de ataque com o taco.
- , senta esse traseiro na cama e deixa essa droga comigo! – ordenei imponente e voltei minha atenção pro macaco que se debatia.
Depois de muitos tapas e pontapés eu consegui prender o maldito e amarrá-lo no pé da cama.
- Pronto.
- Pronto uma ova! Ele ainda está bem vivo! - resmungou com os braços cruzados.
- , relaxa aí, esse negócio de Kung fu subiu na sua cabeça. Precisamos descobrir como esse malandro veio parar aqui.
- Edward ele me atacou! Ele... Pegou nos meus seios! – ela gaguejou, fazendo bico.
- Eu acho que ele ficou com ciúmes de você... - zombei enquanto dava um peteleco nas orelhas dele.
- Há! Muito engraçado isso! Por acaso ele está me achando com cara de macaca?
- Não, mas ele gosta de você mesmo assim... - gargalhei e me sentei na cama, exausto.
- Você não está ajudando em nada, Edward!
- Temos que levá-lo de volta pro zoológico. – murmurei pensativo. O macaco resmungou e se remexeu.
- Eu não vou colocar essa coisa horrorosa no meu carro. - retrucou, fazendo birra.
- E onde você acha que ele veio, ?
- Hã? Você acha que ele veio no meu carro?
- Óbvio, ! – rolei os olhos impaciente.
- Eca!
- Vamos levá-lo logo antes que dêem falta do bicho e achem que foi roubado – levantei determinado.
- Ew! Mas coloque-o no porta-malas. – ela resmungou com cara de nojo.
- Vou pegar uma roupa pra mim, aproveite e vista-se também. – falei já me encaminhando pro closet. seguiu pro banheiro.
Vesti-me e saí do closet ao mesmo tempo em que saia do banheiro. Preparei-me pra pegar o macaco mas...
- CADÊ ELE? – falamos eu e ao mesmo tempo.
- Puta que pariu, o macaco fugiu! – exasperei-me preocupado.
- Deve estar em algum lugar dessa casa! - falou também preocupada.
- Ok, você procura lá embaixo, eu procuro aqui em cima. – falei, já andando para os quartos.
Vasculhamos a casa de ponta a cabeça e nada do macaco fujão.
- E agora, Edward?
- Vamos procurar pelo bairro, ele pode estar pendurado em alguma árvore.
- Ok.
Pegamos o carro de e rondamos o bairro. Não avistamos nada. Que merda! Bufei irritado quando percebi meu domingo indo pelo ralo...
Já havia escurecido e não havia mais possibilidade de encontrar o maldito.
- Edward, estou cansada. Me deixe em casa e fique com o carro. Se você encontrá-lo, leve pro zoológico. Amanhã você me pega para irmos pra faculdade, ok? – ela suspirou derrotada.
- Certo. – concordei e a deixei em casa.
Voltei pra casa, mas já havia esquecido do macaco de tão cansado que eu estava.
*Cheetos’ Pov*
Cara, foi fácil demais invadir a casa do mané. O idiota deixou a porta do quarto aberta quando foi tomar banho, entrei e me escondi no closet, há há!
Mas não resisti quando vi que ele fazia “coisas” com a minha Deusa do Olimpo. Tive que entrar em cena.
Fiquei muito chateado por ela ter ficado do lado daquele pulha, mas não deixei de tirar minha lasquinha... Peguei naqueles peitinhos macios...
Fiquei puto quando aquele retardado me prendeu, nem tive chance, ele era forte! Mas burro o suficiente pra me prender de mau jeito.
Escapei fácil! Há Há! Vi quando eles me procuraram pela casa toda. Tolinhos, eu estava pendurado na laminária do teto!
*Carlisle’s Pov*
Finalmente fui liberado da emergência e pudemos voltar pra casa.
Entramos no carro e eu já estava em condições de dirigir, mesmo ainda estando um pouco inchado. resmungou bastante, mas no final consegui convencê-la de que eu estava ótimo.
Tomei o lugar do motorista e ela entrou no lado do passageiro.
- Ainda é cedo, você gostaria de ir pra algum lugar? – perguntei receoso.
- Hum, poderíamos ir pra sua casa mesmo, ainda não estou confiante de seu estado de saúde... - ela respondeu naturalmente.
- Certo, pra casa então. – confirmei mais pra mim mesmo e dei partida no carro.
Seguimos em silêncio todo o caminho. Estacionei o carro e conduzi pela casa. Fomos pra sala de estar e ficamos conversado e bebendo um bom vinho, sem esquecer dos beijos e carícias trocados.
Ela estava sentada no meu colo e suas pernas apoiadas no encosto do sofá, seus braços transpassados no meu pescoço e nossas bocas seladas em um beijo calmo e sem segundas intenções.
- Hum... Está tarde... Preciso ir. – ela sussurrou entre beijos.
- Não vá, fique... - pedi manhoso, mas me chutei mentalmente quando a vi arregalar os olhos. – Não vou fazer nada com você... Eu só queria a sua companhia... - apressei-me em reparar o mal entendido.
Ela suavizou a expressão e ficou pensativa por uns longos segundos.
- Tudo bem... - ela assentiu ainda um pouco relutante.
- Não precisa ficar se não quiser, nem precisa ficar com medo. Eu juro que não vou fazer nada. – falei calmamente enquanto acariciava sua nuca.
- Eu confio em você, Carl. – ela sorriu ternamente e se levantou do meu colo.
Caminhamos em silêncio para meu quarto.
- Posso te emprestar uma camisa minha pra você dormir. Você quer? – perguntei casualmente enquanto adentrávamos o meu quarto.
- Adoraria.
Fui para o closet e peguei uma camisa que julguei confortável e a entreguei antes que ela fosse se banhar.
Ela saiu do banho vestindo a minha camisa e eu arfei com aquela visão tão... Sexy. Ela me olhou envergonhada e correu pra se cobrir com o edredom.
- Eu... Eu vou tomar um... Banho. – gaguejei desajeitado e corri pra me trancar no banheiro.
Certo. Dormir com ela talvez não tenha sido uma boa idéia. Como me controlar diante de tamanha beleza? Como suportar àquele calor e maciez do seu corpo perfeito? Céus, quanto tempo faz que eu não faço sexo? Minha abstinência vai me levar à loucura essa noite!
Arrumei um problema dos grandes. É, “Carlisle Junior”, seremos eu e você, aqui e agora, no banheiro...
*’s Pov*
Aconcheguei-me naquela cama maravilhosa e inspirei tudo o que eu podia daquele aroma que emanava daqueles travesseiros. Hum... O cheiro dele era tão doce...
Eu vou dormir com ELE!
OK-OK-OK! Dormir! D-O-R-M-I-R! Nada mais, nadinha!
Respira, respira, respira!
É o que dá ser virgem nessa idade! Eu não deveria estar com tanto medo! É ele quem eu amo, não é? Eu deveria estar louca de tesão e doida pra dar tudo e mais um pouco! Mas não, eu estou aqui toda me tremendo de medo!
Ele vai me achar uma criança idiota! Somos adultos, eu deveria estar mais confiante!
Estremeci quando ouvi a porta do banheiro abrir. Arrisquei uma olhadela por uma fresta do cobertor e se eu não estivesse deitada, eu teria caído pra trás. Ele estava vestindo apenas uma calça de moletom branca, tão lindo! E o que eram aqueles músculos?! Aquelas entradinhas em V...
Ele não parecia ter 38 anos. Era novo demais pra isso. Ele parecia mais um adolescente! Um corpo escultural, um ar jovial... Gostoso!
Ele caminhou majestosamente até o ar condicionado e o ligou. Voltou até a nossa cama e adentrou o edredom. Virou pra meu lado e apoiou a cabeça com o cotovelo.
- Eu sei que ainda está acordada, ... - ele falou com um tom divertido na voz.
- Há Há... - deixei uma risada nervosa escapar. – eu não estava fingindo... - completei enquanto tirava o cobertor da cabeça.
Corei violentamente quando notei aquelas duas esmeraldas me fitando profundamente.
- Eu disse que não precisava ficar com medo. – ela falou enquanto acariciava minha bochecha avermelhada.
- Não estou com medo... - menti.
- Não minta pra mim, querida... - ela rolou os olhos.
- Eu sou uma idiota! – resmunguei e escondi minha cabeça embaixo do travesseiro.
- … Por que diz isso? – ele perguntou e puxou o travesseiro.
- Porque estou agindo como uma criança... Eu não deveria estar com medo de você... Eu... Eu o amo! E eu deveria querer fazer... Aquelas coisas... - soltei todas as palavras numa lufada, ele me olhou divertido e deixou uma risada escapar. Corei mais ainda e voltei a me esconder no travesseiro.
- , minha linda, isso é normal. A maioria das mulheres tem medo de perder a virgindade. Não se preocupe com isso, eu não vou te pressionar e não vou te achar infantil por isso. Temos tempo, e eu posso esperar o tanto que for preciso.
- Ain... - não consegui segurar as lágrimas e soluços.
- Ei... Por que está chorando? – ela retirou o travesseiro e me puxou para um abraço apertado.
- Porque você é perfeito... - choraminguei e enfiei minha cabeça no seu peito.
- Shiii... Tente dormir, sim?
Ele me acalentou por um longo tempo, ora cantarolando baixinho, ora me fazendo cafuné e por diversas vezes me dando selinhos carinhosos. Não percebi o momento que dormi em seus braços quentes, mas despertei assustada quando senti um peso no meu peito.
Era ele. Lindo e maravilhoso parecendo um anjo, ressonando profundamente com a cabeça apoiada no meu peito.
Eu não merecia isso tudo. Ele era perfeito demais pra mim...
Capítulo 16
*Jasper’s Pov*
Wow! Essa semana passou como uma bala. Foi rápido demais pra perceber. Quando pisquei os olhos, já havia chegado o fim de semana.
Depois daquele episódio fatídico no zoológico do domingo passado, não tive muito tempo para namorar a . As aulas começaram a ficar puxadas, os professores não paravam de passar atividades, trabalhos, seminários, provas. Enfim, essa semana foi um verdadeiro caos.
Alice não me procurou durante a semana, como eu havia imaginado, mas em compensação a resolveu pegar no meu pé. Não vou mentir que não gostei, eu gostei porque meu ego ia lá pra cima. Minha garota parecia que estava subindo pelas paredes, vivia me agarrando pelos cantos da faculdade e fazia uma porção de artimanhas pra tentar me seduzir. Seduzido eu era, obviamente, mas eu nunca chegava “lá” pra não estragar o que eu tinha planejado pra nosso final de semana. Tudo tinha que sair perfeito, ela iria me agradecer, no final das contas.
Aproveitei meus poucos momentos vagos durante a semana para providenciar tudo nos mínimos detalhes. Deixei a casa de praia da família impecável e me certifiquei de que a levasse roupas de banho sem desconfiar de nada, pelo menos eu acho que ela não imaginou pra onde iríamos. E a Alice foi ainda mais fácil de me livrar. Bastou eu inventar uma mentira descabida de que eu estava com a gripe A, que ela correu léguas de mim.
E hoje, sábado, exatamente às 09:00 horas, eu estava parado na frente da casa dela, esperando com o porta-malas aberto. Já estava acostumado com os atrasos femininos, portanto marquei às 08:00 e cheguei às 09:00 e, bem, o porta-malas era pelo fato de que elas sempre trazem pelo menos três malas para um simples passeio. Elas são todas iguais...
- JASPER CULLEN!
- Bom dia minha lind...
PLAFT!
É impressão minha ou ela me deu um tapa na cara?
- ATRASADO! Sabe quanto tempo fiquei feito idiota esperando? DUAS HORAS! Fiquei duas malditas horas esperando você chegar! E por que está com esse porta-malas aberto? Não é só um passeio de fim de semana?
Oh, ok. Por um momento eu esqueci que essa não era qualquer garota. Essa sim era a minha ! É óbvio que ela não seria igual às outras! Como fui estúpido!
- Pensei que você traria mais bagagens... – respondi enquanto passava a mão no meu rosto ardido e fechava o porta-malas.
- Fala sério Jasper, quem se arruma pra ir à praia é pobre! – ela rolou os olhos e eu estaquei.
- Co-como você sabe? – perguntei abismado.
- Você tem uma casa na praia, quando você me pediu pra levar roupas de banho foi fácil deduzir... - ela deu de ombros e abriu a porta do fundo do carro e jogou a pequena bolsa em cima do assento.
- Era pra ser surpresa... - resmunguei, fazendo bico, e adentrei o carro.
Dirigi para o litoral de Boston e estacionei o carro na garagem da casa de praia.
- Uau! - exclamou quando avistou a bela casa acompanhada por uma paisagem perfeita.
- Lindo, né?
- Nossa! É maravilhoso aqui!
- Que bom que gostou. Vem, vou te mostrar a casa.
Peguei nossas bagagens e adentrei a casa. Mostrei pra ela todos os cômodos e, por último, o nosso quarto, é claro.
Não me espantei nem um pouco quando a largou a bolsa no chão, correu pra cama e começou a pular em cima como se fosse uma cama elástica. Coisas que só ela faz...
- Uhu! Esse vai ser o melhor fim de semana da minha vida! – ela gritou descabelada enquanto pulava na cama.
- Se você quebrar a cama não vai ser tão bom assim... - ironizei enquanto pegava nossas bagagens e levava pro closet.
- É tão lindo aqui! Podemos tomar banho de mar agora? – ela correu no meu encalço e grudou na minha camisa. – diz que sim, diz sim! Sim? – ela fez uma imitação perfeita da careta e dos gestos do Kiko, do programa Chaves, e eu tive que rir. - Isso é um sim? – ela insistiu, agora com uma carinha de cachorro pidão.
- Vista um biquíni e...
- Uhu! – ela pulou e me deu um beijo estalado na bochecha.
Num segundo ela procurava suas roupas de banho, no outro ela estava no banheiro e no outro ela já estava parada do meu lado, vestida, ou quase, aquele projeto de biquíni só passou pela minha vistoria porque a praia era praticamente deserta.
- Você ainda está aí parado? Vamos, vamos, vista-se! – ela me sacudiu divertida.
Eu revirei os olhos e peguei minha sunga. Troquei-me no banheiro e, quando saí, já estava sendo arrastado pelas mãozinhas da .
- A praia não vai fugir, ...
- Não corta meu barato, Jazz! – ela gritou empolgada e saiu correndo em direção à água.
Caímos na água e só saímos quando bateu a fome. Voltamos pra casa e preparamos um almoço rápido. Comemos e jogamos conversa fora até que ela resolveu subir pra tomar banho.
Fui para o outro quarto e tomei um banho. Aproveitei que ela ainda estava no banho e terminei de arrumar as outras coisas. Som, cama, champagne, camisinhas, ar condicionado, gel de massagens. Tudo no seu devido lugar, agora só faltava ela.
Deitei na cama e fiquei esperando.
- AHHH! SOCORRO! – ouvi o grito vindo do banheiro.
Corri assustado e abri a porta com tudo.
- O que foi? – perguntei para uma amuada dentro do boxe.
- Uma, uma, uma... Borboleta bruxa! – ela gritou enquanto apontava o dedo para uma borboletinha no teto.
- Fala sério, ! – resmunguei indignado.
- Mata, Jasper! – ela pediu chorosa. Rolei os olhos, entediado.
Desci as escadas e peguei uma vassoura na área de serviço. Quando voltei, ela ainda estava amuada no mesmo lugar. Bati a porta do banheiro para a borboleta não fugir e, com um único movimento, esmaguei-a.
- Pronto, . – falei enquanto jogava os restos mortais da borboleta no lixo.
Ela saiu do boxe e só então eu percebi que ela estava vestida com um roupão de seda, tinha umas orelhinhas na cabeça e uma máscara que só cobria os olhos.
- O que é isso na sua cabeça? – perguntei, já imaginando o que minha garota estava aprontando.
- Ah... isso... er... Sai do banheiro, Jasper, não terminei de me vestir! – ela fugiu do assunto, empurrando-me contra a porta do banheiro.
- Ok, ok, não vou estragar sua surpresa... - falei com um tom divertido e tentei abrir a porta.
Só tentei, porque a infeliz não queria abrir. Puxei com mais força e nada. Sacudi a maçaneta e fiz pressão e nada da zorra da porta abrir.
- A porcaria da porta emperrou! – resmunguei enquanto tentava outras formas de abrir.
- Deixa eu tentar. - tentou inutilmente. – ok, estamos presos.
- Não! De jeito nenhum, vou dar um jeito nessa porta, eu vou arrombar!
- Jasper, a porta abre pra dentro, como você pretende arrombar?
- Tem que ter algo aqui que ajude. – falei nervoso e comecei a fuçar os armários.
- Jazz, deixa, o banheiro é grande, nós podemos...
- Não! Não! Aqui não! Está tudo pronto lá fora! De jeito nenhum que vou fazer isso com você aqui nesse banheiro! – vociferei.
- Jazz... Aproveitamos o quarto outra hora... Vamos fazer aqui mesmo... Eu estou com muita vontade... - ela sussurrou com uma voz melodiosa e me abraçou por trás.
- , eu já disse que aqui não! Eu tive o maior trabalhão pra bolar um momento bacana, não vou jogar tudo no ralo, e você merece mais do que uma transa no banheiro!
- Eu não ligo pra isso, Jasper, contanto que seja com você... - ela continuou com suas carícias maliciosas.
- Céus, , é a sua primeira vez!
- O problema é meu então, pare de se martirizar com isso, ok? Eu quero aqui e agora! – ela falou imponente e apertou meu membro com força.
- Uh... - urrei quando senti o contato brusco e suas unhas arranhando o meu peitoral nu. - , eu quero fazer isso direito... - insisti com meus argumentos.
Ela se afastou de mim e por um instante eu pensei que tinha vencido a batalha, mas eu estava completamente equivocado.
Quando girei meu corpo pra ficar de frente pra ela, eu literalmente caí pra trás. Bati minha bunda no chão duro, mas não me incomodei com a dor, e sim com o quase orgasmo espontâneo que eu tive com aquela visão.
Eu sempre soube que a minha garota era uma gatinha selvagem. E eu tive a certeza da minha teoria quando a vi vestindo uma fantasia minúscula de oncinha.
Minha cabeça rodou, “mister Jazz” acionou e meus olhos iam de cima a baixo sem saber qual era o melhor lugar pra ficar. Eu poderia comê-la ali, só com os olhos. Ela estava um tesão...
- Puta que pariu, , assim você me mata!
Ela sorriu sacana e veio engatinhando e rebolando como a perfeita gatinha que ela era, segurava alguma coisa que eu não dei atenção, os seios dela estavam muito mais interessantes pra se apreciar...
Finalizou sua performance em cima de mim, com uma perna de cada lado e sua pélvis perfeitamente encaixada no meu membro duro. Inclinou-se sobre mim e levantou meus braços até minha cabeça. Fiquei inebriado demais para perceber o que ela estava fazendo, até que eu ouvi...
CLAC!
- Mas o que...? O que é isso, ? – perguntei mesmo sendo óbvio o fato de eu estar algemado e preso num suporte metálico do banheiro.
- Relaxa, Jazz, só estou assumindo o controle... - ela sorriu maliciosa, deixando-me boquiaberto.
- Hein? Você assumindo o controle? Tá brincando, né? Me solta! – ordenei imponente.
Ela me olhou com uma feição divertida e ignorou meus protestos. Serpenteou até o cós da minha bermuda, abriu o botão, desceu o zíper e fez força para retirar a peça de roupa, mas eu forcei meus quadris pra baixo e impedi a saída.
- , minha linda, seja boazinha comigo e me solte, sim? Me deixe fazer meu trabalho direito... - pedi com uma voz manhosa que eu sabia que ela não resistiria, mas eu estava enganado, de novo.
- Jazz, querido, se você não me deixar fazer o que eu quero, eu vou ficar muito, mas muito decepcionada mesmo... - ela fez um biquinho infantil, fazendo-me derreter todo.
Levantei meus quadris e ela retomou seu sorriso sacana quando conseguiu tirar a porcaria da bermuda.
- , eu sei que você quer muito fazer isso, eu deixo você fazer depois... Me deixe fazer as honras, sim? – insisti nervoso.
- Do que você está falando, Jazz? Você vai estar dentro de mim de qualquer jeito... - ela deu uma risadinha sapeca e apertou meu membro ainda preso na cueca.
- Uh... Não faz isso, ... Me solta, vai... Por favor? – implorei meio que revirando os olhos quando a sentia apertando e movimentando “mister Jazz”.
- Não vou soltar você, mas vou soltar “mister Jazz”. – ela sorriu divertida e abaixou com tudo a minha boxer, expondo meu mastro mais do que duro e pulsante.
- , pelo amor de Deus, me solta, eu quero fazer isso do jeito certo! – choraminguei, mesmo sentindo um prazer descomunal com toda aquela situação.
Ao mesmo tempo que eu não queria, eu queria tanto que minha ereção chegava a doer. Minha gatinha selvagem estava dando um show de sensualidade e se eu não me controlasse direitinho, “mister Jazz” iria chorar antes da hora.
Como se adivinhando meus pensamentos de pura luxúria, ela deslizou mais pra baixo e ficou cara a cara com meu membro. Joguei minha cabeça pra trás e gemi em antecipação.
- Ah... Não faz isso, ... Não faz... oh... faz... Faz, não pára não... - urrei alucinado quando senti seus pequenos lábios tocarem meu membro e sua língua circular com movimentos sutis. – porra , que delícia! – ela começou a estocar sua boca e a fazer movimentos rápidos de vai e vem. – Hum... Calma linda senão eu gozo... Senta nele vai...
Ela cessou os movimentos e por um instante eu senti um flash de receio em seus olhos.
- Se estiver com medo deixe que eu faço, . – falei com convicção.
- Eu comecei, quero terminar... - ela falou timidamente e começou a corar quando despiu o sutiã e se levantou um pouco pra retirar a calcinha.
- , você não precisa…
- Cala a boca, Jasper! – ela retrucou agora completamente vermelha.
- Oh, ok. Você que sabe... - murmurei enquanto secava o seu magnífico corpo nu. Era uma visão dos deuses...
Ela terminou de se levantar, remexeu na sua bolsa que estava em cima da pia do banheiro, dando-me uma visão privilegiada de seu traseiro, e voltou com um pacotinho de camisinha na mão.
Desenrolou o preservativo em “mister Jazz” e se posicionou meio desajeitada sobre ele.
- Devagar, querida... - ela direcionou meu membro em sua entrada e me fez arfar com o mínimo contato com sua entradinha. – Isso... Desça devagarzinho pra não se machucar...
Ela pressionou a entrada e largou o peso do corpo todo de uma vez.
- Eu disse devagar! – exclamei mesmo sentindo um prazer descomunal com o contato íntimo de meu membro em seu interior acolchoado.
- Doeu... - ela sussurrou com a voz entrecortada, as bochechas inchadas e vermelhas, os olhos marejados, e a boca formando um bico infantil.
- Doeu porque você é teimosa!
- O que eu faço agora? – ela choramingou com o bico ficando ainda maior.
- Como o que você faz agora? Se mexe oras! Pra cima, pra baixo, rebola... Quer que eu faça um manual também? – falei um tanto ríspido, mas me chutei mentalmente quando ela fez uma careta de choro.
- Seu grosso! – ela chorou.
- Droga, desculpa! Me desculpe, , acho que ainda estou nervoso... Me deixe reparar isso, abre essas algemas, eu juro que vou te fazer sentir tanto prazer ao ponto de você pedir arrego! – falei, tentando reparar a minha atitude grosseira.
- Hum... Mas vai ser muito, muito, muito prazer mesmo? – ela perguntou com a voz dengosa.
- Muito mesmo! – respondi, já me animando com a idéia de tomar o controle de volta.
Ela pensou uns instantes e suspirou derrotada. Inclinou-se com dificuldade sobre mim e destravou as algemas. Suspirei aliviado e com um movimento certeiro eu inverti nossas posições.
- Então, senhorita , está pronta pra enlouquecer de prazer? – perguntei com malícia enquanto serpenteava até ficar cara a cara com a delícia dela.
- Uhum... - ela murmurou com a cabeça deitada no piso e fitando o teto.
- Hei, olha pra cá. Eu quero que você olhe atentamente a forma como eu vou amar você... - sibilei enquanto massageava com cautela o interior de suas coxas.
Ela me olhou com as bochechas avermelhadas e largou um gemido agudo quando eu passei a língua no seu “botãozinho”.
*’s Pov*
Eu começava a achar que a minha primeira vez seria um fiasco, mas estava redondamente enganada.
Minha primeira vez só começou realmente quando ele assumiu o controle. Jasper sabia exatamente o que estava fazendo. Ele manejava o meu corpo como se ele já o conhecesse com a palma de sua mão. E quando ele disse que me faria enlouquecer de prazer, ele foi até modesto...
- Ah... oh... não pára Jazz, não pára... - à esse ponto eu já gritava e gemia alucinada toda vez que ele bombava com força pra dentro de mim.
- Diz pra mim quem é seu dono, diz! – ele falava com uma voz extremamente grossa e sensual.
- Você! Você é o meu dono! – eu respondia e sorria abobalhada quando ele me presenteava com uma estocada brusca.
- E quem é que manda aqui? Quem é que manda em você? – ele perguntou e diminuiu os movimentos como forma de provocação, e ai de mim se não respondesse o que ele queria ouvir...
- Jasper, Jasper Cullen quem manda! – eu respondi com um tom totalmente submisso.
- Boa menina, merece um presente... - ele sussurrou no meu ouvido e com um movimento brusco, me virou de quatro e estocou por trás com uma velocidade alucinada e forte, ao mesmo tempo em que puxava meus cabelos pra trás.
- Oh... assim eu vou... eu vou... - sussurrei quase sem voz quando senti aquela explosão de flashes e fogos de artifício apertarem a minha mente e me fazerem estremecer até o dedinho mindinho do pé.
Essa já era a terceira vez desde o momento em que o tirei das algemas. Ele havia cumprido a sua promessa e me fez sentir prazer de todas as formas possíveis. Foram tantas posições... Eu não consigo decorar! Suas mãos exploraram tantos lugares que até eu desconhecia... E a sua língua... Ela sim fez um trabalho digno de Oscar!
- Me dê... me dê cinco minutinhos... - ele sibilou quando largava seu corpo ofegante do meu lado.
- Jazz... Eu não sei se você percebeu, mas eu sou só uma pobre humana... Eu não agüento mais! – ofeguei num fio de voz.
- Mas eu disse que...
- E você cumpriu! Céus, nesse ritmo eu fico esfolosada em apenas um dia!
- Não fale besteira, você ainda vai ficar apertadinha e gostosa por muito tempo. – ele gargalhou.
- Humph! Mas se eu ficar folgada você me larga! – resmunguei, fazendo birra.
- , eu não vou te largar nem que você tenha uma cratera no meio das pernas...
- Você fala isso da boca pra fora...
- Não linda, eu falo isso do coração... Eu amo você, sua boba! – ele falou com um sorriso terno e com um olhar tão profundo que me desarmou.
- Own! Eu vou chorar... - solucei com os olhos marejados.
- Vem aqui, vem... – ele me puxou pra um abraço apertado e assim ficamos até pegarmos no sono.
~*~
- Edward, é o Jasper. Preciso de sua ajuda. – Jasper usou meu celular para ligar pra Edward. – Eu sei que são 23:00 horas, Edward! ... Não! Por favor! Isso é extorsão! Nada feito! Não, espera, espera, espera! 50 pratas, pode ser? Que porra de irmão é você? 100 e não se fala mais nisso? Puta que pariu! 200 então, venha logo e traga alguma coisa pra arrombar a porta! – Ele desligou o telefone com a cara vermelha de raiva.
- Ele cobrou 200 dólares pra vir te ajudar? – perguntei incrédula.
- Aquele filho da puta queria me extorquir 500 dólares!
- Uau! Sua mãe é uma puta, Jazz? – perguntei sem pensar.
- Perdeu a noção do perigo, ? – ele me olhou de cara feia.
- Ops, foi sem querer... - encolhi os ombros diante da minha gafe.
Depois de Jasper xingar o irmão de tudo quanto era nome, tomamos banho juntos e nos arrumamos para esperar o Edward chegar com o nosso socorro.
Duas horas depois ele chegou e usou um pé-de-cabra pra abrir a porta.
Quando ele finalmente “destruiu” a porta, saímos e demos de cara com quatro pares de olhos, nos fitando com uma cara maliciosa.
- Mas que porra é essa? – Jasper exasperou-se.
- Er... Oi gente... - acenei desajeitada e me encolhi atrás de Jasper.
- Sua bandida, veio pra praia e nem chamou os amigos! - falou com um falso tom indignado.
- Edward, dá pra explicar o que diabos está acontecendo aqui? – Jasper perguntou, cruzando os braços.
- Eu precisei pegar o carro da emprestado, mas ela só deixou se pudesse vir também, o Emmet ouviu toda a discussão e se auto-convidou pra vir também, e conseqüentemente a veio junto. Enfim, viemos todos pra curtir o domingão na praia! – Edward falou rapidamente e largou os braços de forma derrotada.
- Mas nem pensar! Podem tirar o cavalinho da chuva! Xô, todo mundo! – Jasper abanou o ar como se estivesse espantando algum cachorro.
- Há Há! Essa casa também é minha, querido irmão, e, falando nisso, pode passar a grana. – Edward esticou a mão na direção de Jasper.
- Seu idiota, espera só até eu falar com o papai o tipo de extorsão que você fez... - Jasper resmungou e sacou o dinheiro da carteira.
- Espera só até eu falar para o Carlisle que tipo de fetiche você está fazendo na casa de praia dele. – Edward piscou pra mim e sorriu vitorioso. Jasper se encolheu com o comentário e jogou as notas em cima do irmão.
- Façam o que quiserem, só não atrapalhem o MEU final de semana! – Jasper vociferou, visivelmente irritado, e saiu do quarto me rebocando.
- Jazz? – perguntei enquanto descíamos a escada.
- Que?
- Pra onde estamos indo? Está tarde...
- Dar uma volta na praia, preciso esfriar a cabeça.
Seguimos pra praia e caminhamos um bom tempo pela areia fria. Não demorou muito pra nós estarmos novamente sorrindo e conversando como se não tivesse nada nem ninguém por perto.
Ele insistia em dizer que seus planos foram todos por água abaixo, que tudo tinha dado errado e que minha primeira vez não deveria ser um fiasco, mas eu insistia em dizer que tinha sido o melhor dia da minha vida, que tudo tinha sido perfeito, mesmo depois que senti aquela dor do cão. Estar com Jasper assim, “sozinhos” numa praia maravilhosa, era tudo mais do que perfeito...
*Carlisle’s Pov*
Eram 23:00 horas quando eu finalizei o meu plantão e voltei pra casa, extremamente cansado. Era sábado e a semana toda tinha sido assim, do trabalho pra casa, de casa pro trabalho. Não tive uma única oportunidade de ver minha garota. Nós só nos comunicamos por telefone, e às vezes nem esse tempinho temos. Estava começando a ficar com medo dela não suportar esperar pela minha pouca disponibilidade de tempo. Fico imaginando como vai ser quando ela se formar e começar a atuar como médica, aí sim é que nós nos veremos menos ainda, a não ser que... Não, não, impossível... Ela não iria querer...
Balancei minha cabeça pra espantar esses pensamentos fantasiosos e abri a porta da minha casa. Entrei e subi as escadas ao mesmo tempo em que Edward descia e falava ao telefone.
- Já estou descendo. – ele falou e desligou o celular. Passou direto por mim sem dizer um “oi”.
- Boa noite pra você também, Edward... - ironizei antes de perdê-lo de vista.
- Oi, pai. – ele falou seco sem se virar.
- Aonde vai a essa hora? – perguntei calmamente.
- Resolver uns problemas, não volto hoje. – ele falou um pouco mais alto, devido à distância, e bateu a porta.
Eu não pensei que fosse ter uma relação difícil com o meu filho mais novo. Ele era tão calmo e carinhoso antes de ir pra Inglaterra... Depois que voltou, parece mais um cavalo. O pior é que eu não sei se é assim só comigo...
Respirei fundo, tentando não me estressar com isso, e estaquei na escada com o pensamento repentino que me assolou.
Edward não ia dormir em casa. Jasper também não.
Eu estou sozinho em casa. E eu estou de folga... E ela também está livre...
Peguei meu celular e disquei o número dela. Chamou até o último toque e ninguém atendeu. Que coisa estranha... Ela sempre atende ao primeiro toque...
Insisti mais duas vezes e nada. Ela estaria me evitando? Teria esquecido o celular? Não, não faz sentido. Ela me disse que estaria em casa... Insisti novamente e ao terceiro toque ela atendeu.
- Alô? – ela perguntou com a voz esganiçada.
- ?
- Você ligou pra ela, não foi? – ela respondeu com um tom irônico.
- , sou eu, Carlisle… - falei um tanto incomodado com o barulho que vinha do outro lado da linha.
- Ah... O que quer? Você não estava trabalhando? – ela perguntou com um tom ríspido.
- , o que está acontecendo? Onde você está?
- Eu avisei que estaria ocupada, vai ficar pegando no meu pé agora?
Mas o que diabos estava acontecendo? Essa não é a minha !
- , você está bebendo? – perguntei exasperado.
- Não sei do que você está falando... Olha só, acho que a ligação está ficando ruim... Vou desligar, tá?
- Eu não acredito que você está bebendo de novo! , você me prometeu!
- Carlisle que mal humor é esse? Me liga quando você estiver mas relaxado, beleza? – ela gargalhou alto e bateu o telefone na minha cara.
INACREDITÁVEL!
Absurdamente inacreditável!
Eu não posso acreditar que ela fez isso comigo! Ela tinha me prometido que não faria mais nada imprudente... Ela mentiu pra mim!
Eu... eu.... eu precisava encontrá-la. Mas onde?
Eu não conhecia nenhum amigo dela, apenas a irmã, mas não tinha o número...
Hum... Deve ter algum point de encontro de jovens. Meus filhos devem saber.
Rapidamente disquei o número de Edward e já me preparei mentalmente para levar uma patada.
- Fala, pai. – ele atendeu ao primeiro toque, até que não foi grosso dessa vez.
- Edward, você conhece algum ponto de encontro que seus amigos costumam ir?
- Pai, eu estou aqui há duas semanas... Não conheço nada ainda.
- Não conhece ninguém que possa me ajudar?
- Por que tanto interesse? Desde quando você sai pra baladas? – ele perguntou divertido.
- Er... bem... eu estou procurando uma pessoa...
- A suposta zumbi?
- Hein?
- A , pai…
- Ah… você sabe onde eu posso encontrá-la?
- Hum... não... você sabe onde a pode estar?
- Ela sempre vai parar na “Lôca”... fica perto da faculdade. – ouvi a voz de .
- Ouviu, pai? – Edward perguntou.
- Ouvi, obrigado Edward, e agradeça a por mim.
Desliguei o celular e minutos depois eu já estava a caminho dessa tal balada.
Rodei alguns quarteirões próximos à faculdade, até finalmente encontrar um letreiro escrito em cores berrantes: A LÔCA.
É, só sendo muito louca mesmo pra estar aí nessa baderna.
Estacionei meu carro com dificuldade, afinal, havia uma multidão de gente no local, e vários outros carros empilhados e atrapalhando a passagem.
Saí apressado em direção à entrada e fiquei esperando a minha vez pra entrar. Por sorte só havia três adolescentes na minha frente.
Quando chegou a minha vez, eu saquei a carteira pra pagar, mas algo estranho aconteceu...
Senti um forte aperto no glúteo e um braço transpassar sobre meus ombros.
- O bofe tá comigo, beleza? – uma voz meio masculina, meio afeminada, falou com o segurança.
Eu arregalei os olhos assustado, mas nem pude reagir, pois o homem... mulher... travesti... enfim, o ser me deu um empurrão e eu cambaleei pra dentro da balada.
- Nossa, como é difícil encontrar um bofe desses! Me conta onde você arrumou? Eu também quero um... - outro ser apareceu do nada e começou a me fazer girar em círculos.
- Tira o olho, sua bandida! Esse é meu e ninguém tasca!
- CHEGA! Acho que está havendo algum engano aqui! – vociferei enquanto tentava recobrar meus sentidos. Eram tantas luzes!
- Engano? – o sujeito amoleceu o pulso teatralmente – Eu não me importo se sua idade já está um pouco... Avançada...
- Eu gosto dos mais experientes... Se você não quiser eu quero, biba! – o outro sacudiu os quadris e rodou uma bolsa.
- Parem já com isso! Eu não sou homossexual! – falei já irritado.
- Ah não? É o que então? Gilete? Eu não sou preconceituosa, querido... – o sujeito falou com a voz ainda mais afinada e tentou me alisar, mas eu me afastei pra trás.
Mas me choquei com o corpo do outro. Inferno!
- Ui! Não faz assim que eu gamo!
Dei um pinote pra frente já espumando de raiva e fiz menção pra adentrar a balada, mas o infeliz segurou o meu pulso.
- Já vai, fofo? Tá cedo...
Ignorei o sujeito e desprendi o meu pulso. Andei alguns passos pra dentro da baderna.
- Aonde pensa que vai, lindo? Tem espaço pra mim ai atrás? – Pra meu infeliz azar, apareceu outro homossexual no meu caminho.
- Sai da frente! – vociferei com a voz mais ríspida que tinha.
- Ui... Estamos irritadas, hein... - o sujeito se sacudiu ridiculamente e saiu.
E foi aí que eu pude reparar na merda que eu fui me meter.
Aquilo era uma balada gay. Eram todos homossexuais. Uns travestis, outros não. Alguns até de paletó e gravata. Havia poucas garotas, bom, eu acho que eram garotas, mas não ponho a minha mão no fogo...
A questão é: O que diabos a estava fazendo ali?
Isso não é lugar pra ela!
Caminhei por entre a multidão, às vezes recebendo uns apertões nas nádegas, mas nada que me tirasse do meu foco.
Avistei um bar e caminhei até lá. Se ela estava bebendo, seria ali que ela deveria estar. Havia algumas pessoas sentadas, mas ninguém parecido com ela. Acenei para o barman.
- Boa noite, você sabe me informar se uma garota chamada passou por aqui?
- Sei não, senhor. Mas você tem certeza que ela veio aqui? Eu tenho uma boa memória e não me recordo desse nome... – o rapaz respondeu naturalmente.
- Ok, obrigado.
Fiquei intrigado e resolvi dar algumas voltas no lugar. Não a encontrei.
Saí daquele lugar horrível e fiquei aliviado por poder respirar um ar isento de álcool e drogas.
Meu celular tocou quando eu caminhava para o carro. Era ela.
- Por Deus, , me diga onde você está!
- Carl? Eu... eu... me desculpe... – ouvi seus soluços ecoarem.
- O que aconteceu? , por favor, me diga onde está e eu te pego! – supliquei apavorado.
- Eu tô no bar... Não precisa me pegar... Eu vou sozinha...
- Por que você está chorando?
- Por que você brigou comigo... e... Você não vai me querer mais... – ela soluçou agora mais alto.
- Pare de bobagens, ! Onde você está?
- Na Lôca bar… perto da faculdade…
- Eu estou aqui, não te vi em lugar nenhum!
- Você está aqui? Eu não estou vendo!
- Em que lugar do bar? Espera aí, você disse bar? Não é balada?
- É bar... – ela sussurrou, parecendo envergonhada.
- Você sabe o nome da rua?
- Na rua de trás da faculdade... Você... Você vem mesmo?
- Claro que vou!
- Tá... Estou logo na frente... - ela sibilou baixinho e desligou.
Ótimo, Carlisle! Só você mesmo pra achar o lugar errado!
Manobrei o carro e logo cheguei ao tal bar. Pelo menos era um lugar bem mais tranqüilo. Mesmo eu não concordando com a idéia de vê-la indo pra esse tipo de lugar. Ela merece muito mais do que isso. Ela merece um jantar a luz de velas em Paris...
Avistei minha menina sentada no passeio. Ela abraçava as pernas e tinha a cabeça enfiada no vão entre elas. Eu meagachei ao seu lado e afaguei seus cabelos com carinho. Era disso que ela precisava. Um pouco mais de carinho e atenção...
- Vamos pra casa, minha pequena... – sussurrei no seu ouvido.
- Você veio brigar comigo? – ela falou com a voz abafada e mantendo a cabeça escondida.
- Não, pelo menos não agora. Venha. – levantei e forcei o seu corpo pra cima.
Ela levantou e me abraçou, mantendo a cabeça aninhada no meu peito e escondida dos meus olhos.
Voltamos em silêncio para casa. Eu dirigindo e ela escondida no próprio casulo.
Capítulo 17
*Carlisle’s Pov*
Estacionei o carro na garagem e levei a para o meu quarto.
- Venha, você precisa de um banho. – falei calmamente e estranhei quando ela sorrateiramente cheirou as axilas. – Oh... oh! não foi isso que eu quis dizer, você não está com mal cheiro, ! – tentei corrigir a minha gafe e lhe dei um selinho antes que ela retrucasse com alguma besteira.
Levei-a até o banheiro e me perguntei se seria melhor uma chuveirada ou uma imersão na banheira. Olhei atentamente para a expressão cansada, as olheiras que se destacam sob os olhos, os cabelos desgrenhados e a boca trêmula que ela tentava disfarçar enquanto mordiscava o canto da unha. Banheira. Definitivamente ela precisava relaxar numa água morna e acrescida de sais de banho.
Rapidamente liguei a torneira e deixei a água preencher a banheira. Adicionei sais de banho, aromatizados com canela, e esperei até se formar uma espuma sobrenadante. Olhei para e ri com a expressão curiosa e infantil que ia de mim para a banheira.
- O quê? – perguntei curioso. Ela fixou o olhar em mim corou.
- Você vai me dar... Banho? – ela murmurou envergonhada e fitou os próprios pés.
- Não, a menos que você não sabia mais como se banhar sozinha... – falei num tom divertido que a fez corar ainda mais.
- Oh... ok. – ela sussurrou e continuou estática.
- Certo. – falei meio desajeitado. – eu vou... Pegar umas roupas limpas pra você. Se precisar de algo, não hesite em me pedir, sim? – conclui e saí do banheiro, fechando a porta atrás de mim.
Inspirei profundamente e caminhei até o meu closet. Deveria haver algo ali que servisse pra ela. Procurei por alguns minutos e encontrei uma camisa social, grande o suficiente para cobrir seu corpo até os joelhos. Peguei um par de meias para proteger seus pequeninos pés e um casaco para o caso dela sentir frio.
Arrumei todas as peças sobre a cama e caminhei até um banheiro social para tomar um banho. Entrei no box, abri o chuveiro e deixei que a água quente molhasse os meus cabelos e serpenteassem por minha coluna até chocar-se com o azulejo e ecoasse como um tilintar de chuva. Enquanto isso, eu podia sentir os meus músculos tensionados relaxarem, e esquecer algumas das minhas preocupações, como, por exemplo, o motivo que levou a minha pequena a mentir pra mim e beber mais do que devia.
Enxuguei meu corpo, mantendo os cabelos úmidos, e voltei ao meu aposento. ainda estava no banheiro, o que me deu tempo suficiente para me trocar e descer para preparar um jantar.
Estava terminando de temperar uma salada tropical quando ela apareceu na cozinha.
- Onde estão o casaco e as meias? – perguntei enquanto a fitava da cabeça aos pés. Sem deixar de reparar nas suas lindas pernas descobertas.
- Não estou com frio, e as meias não são necessárias, obrigada de qualquer forma. – ela respondeu num tom estranhamente formal.
- Você vai machucar os seus pés... – resmunguei enquanto deixava a travessa na mesa e andava até ela.
- Não. Não vou. Não imaginava que fosse tão super protetor, Carl... – ela deu um sorriso contido, que não chegava aos olhos.
- Me preocupo com você, pequena. – afaguei suas bochechas. – Precisa secar esses cabelos, não quero que pegue um resfriado...
- Carl... – ela suspirou e me fitou. – Você está sem camisa, descalço e com os cabelos molhados, isso também não é preocupante?
- Não é a mesma coisa, eu não estou com frio e... – ela me interrompeu, selando minha boca com o dedo e me puxando pela nuca para encostar nossos lábios.
- Aprecio a sua preocupação, mas eu sei me cuidar, ok? – ela se afastou um pouco e me fitou com um olhar penetrante.
- Não. Você não sabe se cuidar. Se soubesse, você teria ficado em casa, estudando, que foi o que você tinha me dito que faria, e não iria para aquele lugar fazer coisas que você me prometeu que não faria mais. – falei sem pensar e me chutei mentalmente quando a vi torcer o rosto numa expressão dolorida.
- Eu não... – ela se afastou bruscamente. – eu vou pra casa. – ela murmurou com a voz esganiçada e fez menção de sair, mas eu a segurei pelo braço.
- Desculpe, falei sem pensar... Eu sei que tinha prometido não discutir com você, mas é que... – suspirei derrotado. – eu só não entendo...
- Não há nada pra entender, Carlisle. Eu sou assim, e não preciso que você vire a minha babá ou que tenha pena de mim... – ela soluçou alto e fez força para se soltar.
- Pare de falar bobagens! Eu não preciso que você peça para cuidar de você, eu faço isso porque a amo e a quero bem! – falei um tanto exaltado.
- Eu não me importo que você cuide de mim, só não quero que se meta na minha vida! – ela gritou enquanto chorava copiosamente.
- Você quer ser a minha companheira e me manter alheio da sua vida pessoal? Como espera que isso funcione?
- Eu não quero te deixar alheio à minha vida, só que existe coisas que eu não posso compartilhar ainda...
- Coisas que te fazem beber feito uma adolescente problemática?
- É! – ela gritou – E vou continuar fazendo até quando eu tiver vontade!
- Não, você não vai.
- E quem é que vai me impedir? Você? – ela perguntou com um tom sarcástico.
- Sim, você não vai mais fazer essas bobagens, e vai me prometer. – falei imponente.
- Há! Você não consegue controlar seus filhos e tá querendo me controlar? – ela falou com ironia e conseguiu me afetar no meu ponto fraco. Soltei seu braço e esfreguei meus cabelos com a mão, um velho tique nervoso que herdei do meu pai e acabei passando para os meus filhos.
- Eu não consigo controlar meus filhos porque eu nunca tentei realmente. Eu sempre quis ser um pai “liberal”, e no final das contas, eu percebi que essa não foi uma boa idéia, que eu não deveria passar a borracha em cima dos erros deles, e que eu fui um péssimo pai. – suspirei, cansado. – Se eu estivesse realmente tentando te controlar você saberia. Eu só estava tentando te amar da maneira que você merece. Me desculpe se eu fui um idiota e invadi o seu espaço. Você pode ir e deixar que algum problema pessoal te destrua, ou você pode ficar e me deixar ajudá-la a resolver. – falei resignado e esperei que ela conseguisse parar de chorar.
- Co-como você consegue fazer isso comigo? – ela gaguejou. – Você... Você me faz sentir uma gelatina mole a ponto de explodir com o meu próprio coração!
- Isso é um elogio? – perguntei com a voz tremida.
- Eu me sinto tão feliz... – ela sussurrou ainda com a cabeça abaixada.
- E eu nem comecei a te fazer feliz de verdade... – falei com um tom divertido.
- Então eu mal posso esperar que você comece... – ela levantou a cabeça enquanto ria e chorava ao mesmo tempo.
Ela diminuiu a distância entre nós e enlaçou seus braços no meu pescoço, enquanto me puxava para um beijo calmo, recheado de sentimentos que a própria razão desconhece. Deus, como eu amava essa mulher...
- Eu te amo, minha pequena. Não se esqueça disso. – falei entre beijos e ri quando ela soluçou alto.
- Euteamotambém... – ela falou embolado, mas claro o suficiente para eu entender.
- Venha, vamos comer. – a puxei pelo braço e a acomodei na mesa.
- Ora, veja só! O meu Dr. Sexy não é só um médico brilhante! – ela exclamou enquanto observava a mesa repleta de petiscos.
- Dr. Sexy uh...? – perguntei com um sorriso torto e gargalhei quando ela corou violentamente.
- Metido! – ela me deu um tapa estalado no ombro fez um biquinho encantador.
Seguimos nossa noite tranquilamente. Após o jantar, ficamos deitados no sofá da sala de estar assistindo bobagens na televisão. Quando a vi bocejando repetidamente, decidi que era hora de irmos dormir.
Dormir... Pra falar a verdade, eu não queria dormir... Mas minha pequena estava tão frágil que eu teria que fazer um esforço sobre-humano para não atacá-la no meio da noite. E não era uma coisa fácil, visto que eu a desejava ainda mais, e a minha abstinência sexual estava cada vez mais gritante.
A peguei no colo, sob protestos, e a aconcheguei na minha cama. Deitei ao seu lado e a trouxe para meus braços. Apaguei o abajur e permiti que o sono me alcançasse.
Acordei com um movimento estranho e abri os olhos, ainda sonolento. Estranhamente, estava tudo escuro e não se ouvia nenhum barulho, a não ser pelos beijos estalados que ecoavam pelo quarto.
BEIJOS?
- …? – perguntei cautelosamente.
- Hummm… - ela gemeu.
ELA GEMEU?
- O que você está…?
- Carl, eu preciso que você me faça sua, agora! - Ela falou e atacou os meus lábios com um beijo violento.
Eu fiquei estático por uns segundos, tentando processar esse nível de informação. Ela queria que eu...? Que nós...?
- Carl, se você não reagir eu vou me sentir rejeitada... – ela lamuriou enquanto afastava seus lábios.
- Não, eu não... – gaguejei, tentando organizar as idéias e controlar um espertinho que se animava dentro das calças. – você não precisa fazer isso se não quiser... Por Deus, , não se sinta obrigada a isso...
- “Por Deus” digo eu! Eu estou com um puta tesão aqui, ok? Se você não fizer nada, eu vou enlouquecer! – ela falou exasperada e com a voz levemente tremida. Nervosa?
Provavelmente sim. não era extrovertida ao ponto de me fazer essa proposta-ordem. Algo deve ter acontecido para ela agir dessa maneira... er... excitada.
- , você está… com vontade mesmo? Eu não quero fazer nada contra a sua vontade...
- Oh, qual é Carl? Você não me quer, é isso? Sério, eu vou entender se... – ela começou, mas eu a silenciei com um beijo pra lá de urgente.
Eu não permitiria que bobagens perpetuassem na sua mente. Ela era muito boba em pensar que eu não a desejava. Era tudo o que mais queria!
A abracei com força e a trouxe pra cima de mim. Eu não conseguia ver por causa do escuro, mas podia jurar que ela estava 100% corada. Estiquei meu braço para acender o abajur, mas a mãozinha dela me impediu.
- Er... Podemos ficar assim...? – ela perguntou nervosa.
- No escuro? – perguntei para confirmar.
- É...
- Ok... – assenti sem perguntar o motivo. Era óbvio que ela estava com vergonha, se eu questionasse, ela iria dar pra trás. E isso eu não iria permitir... não agora que Carlisle Junior está clamando por carinho...
- Você vai ter que me ajudar... Eu não sei... – ela se adiantou em explicar, mas eu selei seus lábios com um dedo.
- Shiii! Não tenha medo. Você não precisa fazer nada, eu vou te ensinar o que precisa saber. Eu só preciso pegar uma...
- Não precisa... Eu uso anticoncepcional pra regular meu período menstrual... E eu ando com meus exames em dia... então...
- Ainda assim, , não quero fazer nada imprudente... – respondi, mesmo morrendo de vontade de fazer sem aquela borracha chata.
- Você não vai achar nada nesse escuro...
- Eu acendo a luz e...
- NÃO! Você prometeu... – ela diminuiu o tom e encerrou num suspiro nervoso.
- Tá, tudo bem. Mas ainda assim eu preciso pegar um gel lubrificante, não quero que se machuque. – falei calmo para não assustá-la, mas não surtiu muito efeito, pois ela começou a respirar descompassadamente. - ... Não precisa fazer se...
- Eu quero! Por Deus, eu quero tanto! – ela lamuriou e começou a levantar minha camisa.
Deixei-a livre para tirar minhas roupas enquanto esticava meu braço para abrir a gaveta da mesinha, que ficava imediatamente ao lado da cama. Abri a gaveta que eu sabia que tinha o que eu chamava de acessórios de sexo. Peguei a bisnaga que, mesmo sem ver, eu tinha certeza de que era o lubrificante. Perguntei-me se um sexo oral iria assustá-la... Ela ficaria tão molhadinha ao ponto de eu não precisar desse gel... Oh sim, ela ficaria assustada. Se ela já não quer acender a luz...
Esperei até que ela tivesse tirado as suas roupas, infelizmente eu não a veria sem, fiquei curioso quando ela continuou em cima de mim e pegou a bisnaga da minha mão.
- Eu posso... colocar aqui...? – ela perguntou embaraçada, enquanto tocava a pontinha do dedo na minha glande.
- Pode... – tentei parecer firme, mas minha voz me traiu e saiu rouca, carregada de desejo.
Ouvi o som do conteúdo sendo espremido em suas mãos e praticamente urrei quando ela a fechou em volta do meu membro absurdamente rijo.
- Fiz algo errado? – ela se apressou em perguntar e retirou a mão do “abraço”.
- Céus, não! Estava tão bom... – sussurrei um tanto desesperado. Eu precisava tanto sentir aquele contato...
Ela voltou a “afagar” meu membro e o massageou com movimentos suaves e tímidos.
- Está certo? Está bom assim? – ela perguntava ainda envergonhada.
- Hum... sim... está ótimo, ... – sussurrei e me perguntei porque diabos o meu Junior estava ficando tão quente. Eu me lembrava que o gel era gelado... – Hum... – gemi, numa sensação meio prazerosa, meio incomodada.
- Carl... Eu já posso...?
- Não espere um pouco... tem algo errado... Droga! – me sentei na cama e peguei a bisnaga que estava em cima da cama.
- Fiz algo errado? – ela perguntou nervosa.
- Não, não foi você. Acho que é algo no gel... Talvez tenha passado da validade, não sei... Ai, merda! – gemi de dor quando senti meu membro arder violentamente.
- Carl? O que você está sentindo?
- Tá ardendo! Oh, céus! - Levantei num pulo e comecei a limpar meu membro com o lençol.
- Calma, deixa eu te ajudar...
- Santo Deus! É como se tivesse caído ácido em cima! Não está parando de arder! – choraminguei enquanto limpava inutilmente.
- Não acha melhor lavar?
- É, eu vou tomar um banho... Oh meu Deus... Oh merda... – lamuriei desesperado enquanto tateava as coisas para achar o banheiro.
Foi quando senti algo enrolar nos meus pés que me fez tropeçar e cair de cara no chão.
- Oh meu Deus Carl! Onde você está? Não estou te vendo! O que aconteceu? Você caiu?
- Eu... estou bem... ou quase... – choraminguei enquanto massageava meu queixo recém-lesionado.
- Espera, eu vou te ajudar!
- Não! Não venha, você vai...
Não consegui concluir a frase, pois o corpo dela despencou sobre o meu. E como eu ando sortudo, meu rosto foi parar novamente no chão, e acabei mordendo meu lábio inferior a ponto de sentir o gosto de sangue.
- Inferno! – resmunguei irritado. Não com ela, mas com toda essa situação ridícula. Céus! Eu só queria transar com a minha namorada! Que mal há nisso?
*’s Pov*
Essa estava sendo uma noite “daquelas”. Daquelas que tudo dá errado.
Primeiro, eu estava dormindo maravilhosamente bem quando comecei a ter sonhos... er... eróticos... E bem, nesses sonhos... eu estava tão... solta! Eu me sentia a própria Marilyn Monroe no auge do meu apetite sexual. E... era o Carl o homem maravilhosamente sexy e viril que me tomava em seus braços. Eu me sentia nas nuvens... Quando acordei, tudo o que eu conseguia pensar era: eu preciso dar pra Carlisle. Era mais do que uma necessidade fisiológica. Era quase um caso de vida ou morte!
Segundo, a crise de ardência do Carl. Eu cheguei até pensar que ele estava me zoando, mas quando o vi praticamente chorar de dor, eu constatei que hoje não seria o dia em que eu iria ser deflorada.
Terceiro, o rombo que acidentalmente eu acabei causando na boca dele.
Já passavam das 04:00 da manhã quando finalmente ele se banhou, livrou-se do causador de sua ardência e cuidou do ferimento na boca. Eu havia ligado o abajur para ajudar a ver alguma coisa, e fiquei escondida embaixo do edredom, enquanto ele se reorganizava. E oh, céus! Ele estava andando pra lá e pra cá, peladinho! Era demais pra mim, ver aqueles traços tão másculos, tão perfeitamente delineados... E o que era aquilo no meio de suas pernas? Eu estava chocada com ele flácido, imagine quando estiver... Oh meu Deus! Aquilo não vai caber em mim! Vai me rasgar toda!
- Hum, eu sabia que tinha algo errado. – ele falou, retirando-me dos meus devaneios impróprios.
- O quê? – perguntei curiosa.
- Peguei o gel errado. Esse era o de massagem, e aqui diz que não poderia ser aplicado sobre genitálias... – ele me jogou a bisnaga e eu pude confirmar.
- Poxa Carl, isso é tudo culpa minha... me desculpe...
- Culpa sua? Por que diz isso? – ele andou até mim, não pude deixar de reparar o “coisa” balançando...
- Er... – tentei me focar na conversa. – porque... porque...
Acho que ele percebeu onde estava o meu olhar nada discreto e se sentou na cama, puxando o lençol para cobrir as partes baixas.
- Porque fui eu que pedi pra luz ficar apagada... Se você tivesse visto a bisnaga, saberia que era errada...
- Eu não a culpo por isso. Foi apenas um acidente. – ele me olhou profundamente e passou as mãos pelos cabelos - Eu queria saber se você vai ficar muito chateada se eu prorrogar nossa primeira vez...
- E por que ficaria? – perguntei curiosa. – Você não está em condições de continuar. Você pode até negar, mas a sua cara não esconde que você ainda está sentindo dor. – falei convicta.
- É, eu ainda estou um pouco mal. Me desculpe por isso... – ele afagou minhas bochechas e sorriu timidamente
Como ele conseguia ser tão sexy e tão fofinho ao mesmo tempo?
- Eu amo você, Carl, e só estarei bem se você estiver bem.
- Fico feliz em ouvir isso, ... – ele fechou os olhos por uns instantes, como se estivesse apreciando as informações.
- Podemos voltar a dormir, então? – perguntei divertida, enquanto me acomodava embaixo do edredom.
Ele respondeu com um aceno de cabeça e se aconchegou ao meu lado. Eu podia sentir todas as linhas do seu corpo másculo e nu em contato com o meu. Eu conseguia definir onde começava e onde terminava cada gominho do seu peitoral, e, principalmente, eu podia sentir a extensão do seu... er... pênis, em contato com a minha bunda nua. Oh céus! Eu não queria ter outro sonho erótico! Eu não podia!
~*~
Abri os meus olhos sentindo-me tão renovada! Eu não tive outro sonho erótico e isso foi maravilhoso! Eu tive um pequeno pesadelo, em que eu estava parindo! E quer saber? Isso não foi o pior... O pior veio quando eu soube que eu pari 5 babões, e chorões, e cagões... enfim, eu havia tido 5 filhos do Carlisle. Bem melhor do que um sonho erótico, né...?
Senti os braços fortes de Carlisle me envolverem por trás. Lutei contra a vontade de me girar e acariciar todo o seu corpo... Beijar aqueles lábios avermelhados... Santo Deus, quando foi que fiquei tão depravada? Decidi por me desvencilhar sorrateiramente e ir tomar uma ducha.
- Não vá agora... está tão bom aqui... – ele sussurrou, deixando uma rajada de ar quente percorrer a minha orelha.
- Hummm... – tudo o que eu consegui fazer foi gemer, enquanto ele me apertava contra o seu corpo e me fazia sentir a típica ereção matinal.
- Está desconfortável? Se quiser eu posso... – ele questionou quando sentiu meu corpo tenso.
- Não... não é nada... é só que... – gaguejei, tentando encontrar palavras que não me fizessem parecer uma retardada.
- Desculpe por isso... Eu não posso evitar...
- Está tudo bem, eu estou bem... – apressei-me em dizer, mesmo não estando realmente bem. Eu estava com vergonha, com medo... Não conseguia parar de imaginar que aquela coisa não iria caber... de jeito nenhum que aquilo iria entrar...
- , você não me parece bem, eu vou me afastar… - ele falou convicto.
- Não, por favor! Eu só preciso de um tempo pra me acostumar...
- Hum... – não conseguia ver sua expressão, mas podia jurar que ele ainda estava ponderando a situação...
No segundo seguinte ele começou a me beijar o ponto sensível logo abaixo da orelha, seguindo com leves mordidas no lóbulo, pescoço... Eu conseguia sentir o meu corpo incendiando em cada pedaçinho de pele que ele tocava, e não havia nada no mundo que me fizesse rejeitar aquelas carícias. Podia sentir um leve formigamento no meu baixo ventre e... Eu conseguia sentir com perfeição o toque dos seus dedos nos meus mamilos...
- Hummm... – foi inevitável deixar um lamurio escapar dos meus lábios.
E as coisas só tendiam a piorar, no sentindo bom da coisa. Principalmente, pelo fato de que meu corpo parecia agir por conta própria. Eu queria parar, sentir medo e adiar o inevitável, mas cada pensamento desse não durava mais do que um segundo. Carlisle sabia que tipo efeito tinha sobre mim e estava se aproveitando disso para esvair todos os meus medos e limitações. Eu não poderia ter escolhido um parceiro melhor do que ele. Ele era a perfeição em carne e osso.
Carlisle manteve a sua cabeça enterrada no vão do meu pescoço, onde ele continuava estimulando toda essa área com a boca e me fazendo praticamente implorar por outro tipo de contato... Eu emiti sons desconexos com a boca e arfei descontroladamente quando senti seus dedos darem uma última beliscada nos meus mamilos e serpentearem para o meu baixo ventre.
- Ahh... – soltei um gemido agudo quando, finalmente, ele tocou a minha fonte de calor.
Instintivamente, minhas pernas se flexionaram e se abriram numa posição ginecológica, permitindo um livre acesso dos seus dedos por toda a minha intimidade. Carlisle aproveitou o meu momento de loucura e retirou o lençol que me cobria, deixando-me inteiramente nua e exposta. Eu não senti vergonha, talvez um pouco de medo pelo que estava prestes a acontecer e minha cabeça voltou a devanear... “não vai caber... não vai caber...” Santo Deus, eu estava morrendo de medo.
Senti o suor frio escorrendo em minha testa, mas novamente os meus devaneios foram camuflados pela onda de calor que começava a me assolar. Carlisle se inclinou sobre mim, assaltou meu mamilo com a boca e estimulou o meu clitóris com mais vigor. O meu corpo respondeu automaticamente e eu praticamente quiquei na cama enquanto lançava meus quadris pra cima em busca de um contato maior com os seus dedos.
- Oh meu Deus, Carl... está tão quente... eu acho que vou... – lamuriei quando a onda de calor veio com violência, retirando-me os sentidos por uns longos segundos. Oh céus, eu havia tido um orgasmo nas mãos dele!
Ele me olhou com um sorriso terno e atacou a minha boca com um beijo cheio de segundas intenções. Novamente minha cabeça devaneou “É agora! É agora! É agora!”
- Hum... Tão molhadinha... – ele arfou contra a minha boca enquanto circundava seus dedos por minha entrada. - , eu não agüento mais, me deixe...
- Não hesite em me fazer sua, Carl... Eu estou pronta pra você... – menti descaradamente. Eu estava mais que nervosa!
Num movimento certeiro ele ficou totalmente sobre mim se acomodou entre minhas pernas, que agora tremiam feito vara verde.
- Não fique nervosa, prometo que serei paciente, sim? – ele me olhou com os olhinhos de cachorro sem dono e eu me derreti toda.
- S-s-sim... – eu queria parecer firme, mas era impossível lutar contra o medo. Eu tinha a leve impressão de que ele iria me rasgar toda com aquela ereção grotesca.
- Hei... Olhe pra mim... Se você não estiver segura... – ele levantou minha cabeça pelo queixo, mas eu o impedi de continuar a falar.
- Carl, dá pra você calar essa boca e fazer isso logo? Estou ficando nervosa com essa sua preocupação excessiva! – não sei de onde veio toda essa determinação, mas já passou da hora de eu perder essa porcaria de virgindade!
- Sim, senhora! – ele sorriu divertido e ajeitou seu membro na minha entrada.
Oh céus, que não doa muito, que não doa muito!
Ele buscou a minha mão esquerda, entrelaçou nossos dedos e levou esse pequeno gesto de união de encontro ao seu peito esquerdo, onde eu pude sentir os seus batimentos cardíacos indo a mil por hora. No segundo seguinte, ele apoiou a mão direita no colchão, mantendo sempre a outra unida com a minha no seu peito e forçou a entrada. Eu contrai a musculatura quando senti uma fisgada dolorosa. Ele viu a minha expressão de dor e parou.
- Quer que eu pare? – ele se adiantou em perguntar.
- Es-espere um pouco... – lamuriei, tentando evitar as lágrimas traiçoeiras. – continue. – respirei fundo já esperando a próxima onda de dor.
Ele empurrou mais um pouco e eu senti outra fisgada, e mais outra, e mais outra... E foi nesse processo de empurra, pára e continua que ele finalmente estava todo dentro.
- Você está bem, minha pequena? – ele parou de se movimentar para que eu me acostumasse com o imenso volume dentro de mim e retirou uma mecha umedecida de suor do meu rosto.
- Sim... acabou? – perguntei envergonhada, torcendo pra ele dizer que sim. Ele me olhou com uma feição divertida e gargalhou uma risada musical e extremamente sexy.
- Eu paro na hora que você quiser, meu amor...
Merda! Como pedir pra ele parar sem que ele tenha tirado nenhum proveito disso?
- Não... Pode continuar... você ainda não...
- Não importa. Se você acha que chegou ao seu limite, eu paro – ele falou e afagou minhas bochechas num carinho tão leve que eu mal podia sentir o contato.
- Eu faço questão Carl, continue...
Ele me analisou por uns instantes e voltou a se movimentar. Eu imaginei que seria mais uma sessão de tortura, mas não foi bem isso que aconteceu. Ele separou nossas mãos e começou a estimular o meu clitóris, ao mesmo tempo em que se movimentava lentamente. Depois de algumas investidas, eu fui agraciada com uma sensação prazerosa, e pouco tempo depois eu já estava gemendo e chamando seu nome. Ele tinha uma expressão de êxtase e algumas vezes dolorida, eu não entendia muito bem o que se passava com ele, mas eu comecei a perceber que ele estava se esforçando pra não gozar.
Inclinei meu corpo um pouco pra cima, o suficiente para enlaçar meus braços em seu pescoço e o trazer para baixo. Ele depositou um pouco do seu peso em mim e nos manteve num abraço apertado, enquanto ele continuava suas investidas.
- Não segure, Carl... – gemi em seu ouvido, sabendo que isso seria o suficiente para ele extravasar.
- Oh... … - Seu corpo estremeceu sobre mim e ele gemeu o meu nome por várias vezes seguidas.
Esperei até que sua respiração estivesse controlada e depositei um beijo cálido em sua bochecha.
- Você não gozou... droga, eu estava certo de que conseguiria te fazer... – ele escondeu a cabeça no vão do meu pescoço enquanto se martirizava.
- Pare com isso Carl, você foi maravilhoso!
Ele permaneceu calado e eu supus que ele não aceitou o meu elogio. No segundo seguinte ele serpenteou sua mão para o meu sexo e voltou a estimular o meu clitóris.
- Carl, sério, você não precisa... oh... oh... não pare... – tentei formular algo coerente, mas já podia sentir aquele calor gostoso chegando e atacando as minhas entranhas.
Mais algumas investidas dos seus dedos e eu gemi histericamente e meu corpo convulsionou num orgasmo violento.
Ele saiu de cima de mim e pendeu para o lado, trazendo-me para ficar de conchinha.
- Eu vou deixar você relaxar agora, mas à noite eu quero bis, tudo bem? – ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar até o último fio de cabelo.
- Uhum... – respondi meio grogue.
É, quem sou pra negar bis para esse homem?
Capítulo 18
*’s Pov*
Eram exatamente 23:10 da noite de sábado quando Edward gentilmente me acordou e disse algo assim: “Se arrume e venha me buscar, nós vamos para a praia”. E desligou.
Meu gatinho era a simpatia em pessoa, né? Eu não fazia idéia do que se passava com ele, mas nessa última semana ele parecia meio aéreo, às vezes irritado, mal humorado. De início eu pensei que fosse só comigo, mas constatei que era com todos quando o vi quase se atracando com Mike no campus de Harvard. Algo estava ocorrendo e ele sempre me distraia com beijos e carícias quando eu retomava o assunto. O safado sabia como me deixar mole...
Talvez fosse algo com a moto dele, que já estava a quase duas semanas no conserto, e por isso eu fazia questão de buscá-lo e levá-lo em casa. Ele odiava isso, dizia que se sentia um gay. Às vezes ele era tão machista... Que mal há nisso? Ele estava passando por problemas, e o mínimo que eu poderia fazer era ajudar, oras!
Arrumei uma pequena bolsa de viagem e desci as escadas. Encontrei com Emmet esparramado no sofá e meus pais se engolindo na cozinha.
- Pai, mãe, tô indo pra praia com Edward. – falei, mesmo sabendo que eles não estavam nem aí pra onde eu vou ou deixo de ir.
- Não esqueça a camisinha, querida! – ela descolou a boca do meu pai por uma fração de segundos para falar isso. Coisa que eu já estava acostumada.
- Eii! Que praia? Não vai me convidar, não? – Emmet surgiu bruscamente atrás de mim.
- Edward que me convidou, Em...
- Ah, Edward é brother, vou ligar pra , não saia sem mim!
- Ande logo! – gritei enquanto ele subia os degraus de dois em dois.
Minutos depois ele descia com uma prancha de surf debaixo do braço e mais nada.
- Pronto. Você vai no seu carro que eu te sigo atrás, mas antes a gente passa pra pegar a , beleza?
- Emmet, onde está sua mochila? Não vai levar roupas? – perguntei entediada.
- Pra que roupa, ? Quem se arruma pra ir para a praia é pobre.
- Emmet, nós vamos ficar hoje, amanhã e segunda na praia, você pretende ficar com essa mesma roupa por três dias? Você quer matar a com a suas roupas catinguentas ou pretende ficar peladão por esses dias?
- Ok, você venceu. MÃE! ARRUMA UMAS ROUPAS PRA MIM? – o filho da mãe berrou bem no pé do meu ouvido.
- Você é aleijado ou o quê? Qual a dificuldade de se colocar umas roupas na mochila? – perguntei, já começando a ficar irritada.
Qual o problema com os homens, afinal? Não conseguem fazer nada sozinhos? Quando são solteiros tem que pedir pra mãe, quando são casados tem que pedir pra mulher. Rebanho de preguiçoso...
- , tu tá chata pra caramba hoje!
- Chata vai ficar a sua cara quando eu te bater com essa prancha... – retruquei sarcasticamente.
- Até parece... Segura isso pra mim que eu já volto. – ele me passou a prancha e voltou a subir as escadas.
- Não esqueça a escova de dentes, Emmet! – falei antes que ele sumisse escada a cima.
- NÃO ESQUEÇA AS CAMISINHAS, EMMET! – e essa foi a mamãe, é claro. Ela podia até fingir que estava ocupada demais com o papai, mas ela tinha um ouvido pra lá de atento.
Minutos depois Emmet descia com uma mochila na mão.
- Tchau mãe, tchau pai. – falei antes de sair.
- Divirtam-se, queridos!
- Vocês também...
Entrei no meu carro e segui para a casa de . Felizmente ela já estava esperando na porta. Ela entrou no carro de Emmet e pudemos seguir para a casa de Edward.
Parei na porta dele e liguei para o seu celular.
- Estou na sua porta, gatinho.
- Já estou descendo.
Alguns instantes depois ele saiu de casa. Eu mudei para o banco do passageiro e deixei que ele tomasse a direção. Uma coisa que eu ficava eternamente grata. Eu odiava dirigir. Ele jogou uma bolsa no banco de trás e me deu selinho antes de começar a dirigir.
- Não vai me dizer o motivo desse passeio repentino? – perguntei enquanto pegávamos a estrada.
- Jasper ficou preso no banheiro com a , vai me pagar 200 pratas para abrir a porta pra ele. – ele respondeu casualmente.
- Você cobrou 200 dólares para ajudar o seu irmão? – perguntei incrédula.
- Cobrei 500, mas ele pechinchou. – Edward falou sorridente.
- Você tem que me ensinar como fazer isso, Edward! Eu nunca consigo chantagear o Emmet... – falei em tom divertido, o que nos fez cair na gargalhada.
- Você já ameaçou contar algum podre dele para a ?
- Você acha que ele me pagaria pra fechar a boca?
- É uma possibilidade, a não ser que ele não ligue para as merdas que fez no passado...
- Hum... Eu acho que ele não se importa... – suspirei derrotada.
- Encontraremos outro meio. – Edward falou, ficando sério novamente e atento à estrada.
No meio do caminho o pai de Edward ligou pedindo algumas informações sobre a manguaçeira. Acabei me recordando de que fazia um bom tempo que não nos falávamos. Costumávamos ser boas amigas, até saímos juntas algumas vezes. Sempre a admirei em todos os sentidos, ela era muito inteligente e até me ajudou diversas vezes com algumas matérias. Não sei bem quando foi que nos distanciamos... Mas nunca é tarde para retomar uma velha amizade, não é verdade?
Chegamos à casa de praia e fomos para o quarto de Jasper com uma caixa de ferramentas. Pouco tempo depois a porta fora aberta e de lá saíram um Jasper e uma com lábios vermelhos e inchados.
Jasper deu uma pequena crise de histeria por ver tanta gente lá, mas não havia nada que ele pudesse fazer. Ele arrastou a porta fora e nós seguimos para nossos quartos.
- Com fome? – Edward perguntou, jogando as bolsas no chão, próximo a cama.
- Não... – respondi e me joguei de costas na cama.
- Nesse caso eu vou tomar um banho e volto. – ele se inclinou sobre mim e depositou um singelo beijo nos meus lábios.
Ele entrou no banheiro e eu corri para trancar a porta do quarto. De hoje não passa...
Mas por que diabos eu estou aqui parada enquanto o meu gato gostoso está peladinho tomando banho sozinho? Ri comigo mesma enquanto retirava a minha última peça de roupa e jogava no chão.
Mordi o lábio antes de abrir a porta do banheiro. Sorrateiramente eu abri uma pequena fresta, o suficiente para visualizar sua silhueta molhada por trás do box transparente. Oh céus! Ele era mais gostoso do que eu pensava...
Senti um formigamento no meu baixo ventre e criei coragem para adentrar o banheiro. Fechei a porta atrás de mim com um certo barulho, chamando a atenção dele, que arregalou os olhos.
Rapidamente ele suavizou sua expressão e a transformou numa mais safada e faminta. Meus olhos percorreram todo o seu corpo, acompanhando uma gota de água que escorria desde o seu pescoço até a sua intimidade, que por sinal, estava pra lá de excitada.
- Então... – ele tirou os olhos do meu corpo e me fitou – preciso ir aí te buscar ou você vem sozinha? – perguntou com sua voz levemente rouca.
- Não costumo dar pra trás... – falando isso, eu desfilei até a porta do box e a abri.
Antes que eu pudesse me dar conta, eu já estava em sendo esmagada em seu corpo másculo.
- Hummm... – gemi, quando senti sua ereção roçar na minha coxa.
- , você é mais linda do que eu imaginei… - ele sussurrou em meu ouvido e balbuciou outras coisas que não consegui entender.
Ao contrário do que eu imaginei, Edward estava sendo extremamente gentil e paciente. Pensei que ele fosse me tacar na parede e me destruir, mas em vez disso, ele me encostou no azulejo com calma, como se eu fosse de porcelana, e distribuiu beijos, toques e carícias por todo o meu corpo, deixando-o ardendo em chamas.
- Edward... Edward... por favor... – gemia e suplicava quando ele se ajoelhou e começou a lamber o interior de minhas coxas, sem tocar na minha fonte de prazer.
- Por favor, o quê, ? Você quer isso? – ele sussurrou e escorregou sua língua para meu clitóris, fazendo-me arquear o corpo para frente e soltar um gemido agudo de prazer.
Ele apoiou a minha perna esquerda sobre seu ombro, segurou os meus quadris com força e investiu sua língua por todo o meu sexo.
- Oh meu Deus! – gritei histericamente quando senti um calor intenso me atacando.
Espalmei minha mão direita no box e a mão esquerda na parede e tentei sustentar a minha perna direita, com medo de despencar sobre Edward.
O momento em que ele estocou a minha entrada com a língua foi o que faltava para eu explodir num universo de sensações. Senti meu corpo todo estremecer e Edward segurar mais firme nos meus quadris, para evitar uma provável queda.
Edward levantou logo depois que eu me acalmei e me beijou com urgência. Espalmou as mãos em minhas nádegas e forçou pra cima para que eu ficasse no seu colo. Quando eu pensei que ele fosse me preencher com seu membro, ele se virou e abriu a porta do box. Descolei nossas bocas e o olhei confusa, ele apenas sorriu e continuou o seu caminho para a cama.
- Edward, não precisava... – repliquei quando ele me acomodava sobre a cama.
- E onde ficaria o meu cavalheirismo se eu fizesse amor com você no banheiro? – eu ri internamente, lembrando de que ele quase me comeu no banheiro do zoológico...
Ele pegou um preservativo em sua mochila e desenrolou sobre o seu membro. Prostrou-se sobre mim e ficou entre minhas pernas, mas ainda sem me penetrar. Parecia que ele queria me torturar, pois recomeçou a acariciar o meu corpo, parando nos meus seios e os estimulando com a boca.
- Edward... – lamuriei, cruzando as minhas pernas nos seus quadris e o puxando para perto.
- … - ele me olhou com reprimenda – você só fez isso uma única vez, não sejamos apressados, sim? Não quero te machucar. – ele falou seriamente e voltou e me bulinar.
- Edward... por favor... – choraminguei, desesperada por senti-lo dentro de mim.
Ele riu abafado, mordiscando e beijando o vão do meu pescoço.
- Edward... – implorei mais uma vez, enquanto espalmava minhas mãos em suas costas e arranhava com as unhas. Ele gemeu com o meu movimento e eu aproveitei para deixá-lo mais afoito.
Desci minhas mãos pelas laterais do seu corpo e deixei-as escorregar até o seu membro rijo. Abracei sua ereção com uma mão e fiz movimentos leves de vai e vem, fazendo com Edward praticamente rosnasse.
- … tão teimosa… - ele sussurrou e segurou meu pulso, retirando a minha mão de seu membro. Bufei contrariada.
Ele pegou com sua mão esquerda as minhas mãos e segurou-as sobre minha cabeça e, com a mão direita, ele levantou um pouco a minha coxa. Endireitou seu membro em meu sexo e forçou a entrada. Senti uma leve fisgada, como aconteceu em minha primeira vez, mas não era nada que me fizesse recuar.
Ele investiu com calma, mas mordendo os lábios numa expressão dolorida, provavelmente por estar se contendo para não me possuir com fúria. Ele empurrou com um pouco mais de força e soltou uma lufada de ar quando me preencheu completamente. Eu gemi num misto de dor e prazer e arfei contidamente quando ele começou a se movimentar lentamente. Ele soltou minhas mãos, deitou totalmente sobre mim, enquanto minhas mãos o abraçavam sobre o pescoço.
- Não pare, Edward... Está delicioso... – sussurrei em seu ouvido, fazendo-o lamuriar e contrair a musculatura, seguido por uma investida brusca.
- … … não me deixe perder o controle… - ele balbuciou em meu ouvido.
- Perca o controle, Edward...
- Droga, ! – ele rosnou e se levantou bruscamente, ficando de joelhos, mas ainda sustentando a penetração.
Ele me fitou com uma olhar faminto e ameaçador, como um predador prestes a devorar sua presa indefesa. Quase senti medo, mas a adrenalina estava me fazendo adorar aquele Edward selvagem e sexy.
- Oh, Edward, pare de se controlar e me foda com força... – supliquei desesperadamente.
Ele levantou minhas pernas sobre seus ombros e apoiou os braços na cama, como se ele fosse fazer flexões, e me estocou, com força.
- AHH! – gritei abruptamente, tamanho o prazer que eu senti com seus movimentos.
Ele continuou investindo com fúria, fazendo-me gemer histericamente enquanto a cama rangia. Algumas estocadas depois nós estávamos estremecendo um contra o outro e arfando descompassadamente.
Edward se retirou de dentro de mim e pendeu para o lado, levando-me junto para ficarmos abraçados.
- Te machuquei? – ele perguntou, retirando os fios de cabelo molhados do meu rosto e colocando-os atrás da orelha.
- Nem um pouco. Você foi perfeito... – suspirei profundamente e ajeitei o meu corpo para ficar de conchinha.
- Não minta pra me agradar, ...
- Edward, cala a boca... – bocejei e deixei minhas pálpebras se fecharem.
- , vamos tomar banho antes de dormir... – ouvi sua voz ao longe, mas não me dei o trabalho de responder - ...?
*Edward’s Pov*
Sentia-me um verdadeiro molenga depois de ter feito amor com . Não fisicamente, mas sim pelo teor de emoções que eu consegui sentir com esse simples ato. Era como se um imenso buraco em meu peito fosse preenchido. Sentia o meu coração inflado, mas não sabia definir o que era isso. Talvez eu estivesse me apaixonando... Ou talvez eu já estivesse apaixonado...
E isso era uma coisa que eu não pretendia, por hora. era linda, prestativa, altruísta, doce, carinhosa, desinibida... Era tudo que qualquer homem quer, mas eu não me sentia preparado para assumir um relacionamento nesse patamar. Não poderia colocar o meu coração no meio de um campo minado para ser destruído em mil pedacinhos. Ela nunca me deixou claro o que sentia por mim, eu é que não seria o primeiro a me declarar. Existe coisa pior do que rejeição? E se ela me disser que não é isso o que ela quer, que ela só queria curtir um namoro sem compromissos mais profundos? Ouvir isso da boca dela seria mais do que doloroso...
Deixei meus devaneios de lado e levantei da cama, deixando-a ressonar sob o edredom. Fitei a sua face angelical e me perguntei o que eu faria em relação ao trote. Essa história já estava me tirando do sério, e quase me fez quebrar a cara do Mike durante a semana. Ele agora deu pra ficar no meu pé e cobrar o vídeo. E é claro que eu não iria fazer vídeo nenhum. Não faria uma sacanagem dessas com a minha , nem sob tortura.
Mike teria que aceitar o fato de que eu havia transado com ela e ponto final. Talvez eu conseguisse fazer com que a confirmasse. E, com sorte, eu teria a minha moto de volta.
Fui para o banheiro e tomei um banho relaxante. Vesti uma calça de moletom e segui para a cozinha.
No corredor, eu pude ouvir sons pra lá de esquisitos. No quarto de Jasper: “Cowboy, a sua arma é enorme! Posso tocá-la?”. No quarto de Emmet: “Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oh meu Deus!”.
É cada uma que me aparece... Segurei o riso e desci as escadas. Fiz um lanche na cozinha e voltei para o meu quarto, não sem antes ouvir coisas... No quarto de Emmet: “Vem, , vem...”. No quarto de Jasper: “Esse cowboy solitário pode montar na sua égua arisca?”.
Com essa eu tive que rir. Gargalhei alto e encostei na porta.
- PEGA ELA, COWBOY! – zombei ainda gargalhando.
- VAI SE FODER, EDWARD! – Jasper berrou e corri pra meu quarto antes que ele saísse de lá pelado pra me bater, coisa que eu realmente não queria presenciar.
Deitei na cama com cuidado para não acordar minha garota. Abracei o seu corpo quente e deixei que o sono me alcançasse.
Acordei sentindo um comichão em minha ereção matinal e abri os olhos para tentar recobrar os sentidos. Olhei para o lado e não vi a , mas senti um calor gostoso no meu sexo e puxei o lençol para saber o que diabos estava acontecendo. E lá estava , com o meu membro na mão e a língua serpenteando-o.
- , o que você…? Oh, céus... – joguei minha cabeça pra trás e gemi quando ela enterrou o meu membro em sua boca.
Fiquei estático, tentando raciocinar, mas no instante seguinte ela estava desenrolando uma camisinha no meu membro e sentando em cima. Ela estava com as bochechas rosadas, o que me deixou ainda mais excitado, e mantinha os olhos fechados enquanto rebolava, subia e descia na minha ereção.
Deixei o raciocínio de lado e permiti que o meu instinto me dominasse. Segurei em sua cintura e forcei meus quadris pra cima, estocando-a com força, enquanto ela soltava suaves gemidos de prazer. Ela arqueava os seios pra frente, jogava a cabeça pra trás, passava as unhas em meu peito e eu continuava com minhas investidas. Ela arqueou ainda mais as costas e colocou os braços para trás, apoiando-os nos meus tornozelos. Senti um forte impulso de lhe tomar os seios na boca e, com um movimento rápido, inverti nossas posições e fiquei sobre ela. Coloquei tudo que podia de seu seio em minha boca e a estoquei ao mesmo tempo. Ela enfiou as mãos nos próprios cabelos, numa expressão extasiada e desesperada de prazer, e estremeceu pouco tempo depois, sendo seguida por mim.
- … … se aproveitando de mim enquanto durmo? – perguntei, divertido.
- Você estava muito gosto dormindo... não resisti... – ela murmurou, ruborizando nas bochechas.
- Banho? – perguntei, enquanto a pegava no colo e a levava para o banheiro.
~*~
Depois do banho nos vestimos para curtir uma manhã na praia. Descemos as escadas e estranhamos quando vimos uma totalmente descabelada, estirada no sofá.
- Ei! Por que está dormindo no sofá? - a cutucou.
- Humm... Bom dia... – ela balbuciou, sonolenta.
- Onde está o Emmet? – perguntei, curioso.
- Preso no quarto. – ela respondeu, ruborizando.
- Preso? – perguntamos em coro.
- Nós brigamos e eu o prendi lá.
- Wow! Ele deve estar uma fera. - exclamou num tom divertido.
- Mas vocês não estavam se comendo ontem? – perguntei intrigado.
- É uma longa história... Vocês podem libertá-lo pra mim? Não quero estar aqui quando ele sair de lá.
- Vocês vão mesmo ficar brigados? Fala sério, !
- Eu não queria brigar, mas ele é teimoso!
- Faça as pazes, então!
- Não sei como... - abaixou a cabeça.
- Prepare um café da manhã pra ele. Ele adora ser mimado. - sugeriu.
- Você me ajuda?
- Claro, vamos pra cozinha. Vem Edward, a gente aproveita e toma nosso café da manhã.
- Ok!
Depois de ajudar a , seguimos para a praia, que estava deserta. E logo minha mente pervertida fez planos mirabolantes para possuir a minha garota naquela água quentinha... Ninguém iria ver mesmo...
Capítulo 19
*Emmet’s Pov*
Cara, eu estava me sentindo estranho por esses dias... Minha mente parecia meio vazia... Se aquela voz não fosse tão desagradável e irritante, eu poderia pensar na possibilidade de estar com saudades. Mas é claro que eu não estava com saudades! Quem sentiria a falta de uma voz do além? Só porque ela me abandonou e me ignorou por uma semana? Quem se importa? Há! Não tô nem aí... não tô nem aí...
- Emmet, você não está viajando de novo, está? - me agraciou com um pequeno murro no braço.
- Hã? Eu? Não... claro que não! Eu só estava lembrando da cara que o Jasper fez quando abrimos a porta do banheiro, foi impagável! – desconversei com um falso divertimento.
- Aham... sei... Eu vou tomar um banho. – ela falou e se adiantou até a porta do banheiro.
- Ei! Sozinha? Isso é um insulto à minha pessoa, sabia? – fingir estar ofendido.
- Claro, claro... Por que você não desce e prepara algo para a gente comer? Estou faminta. – ela falou e, sem esperar por resposta, fechou a porta do banheiro.
Bufei, desgostoso, e fui fazer o que a patroa mandou. Preparei uns sanduíches na cozinha e voltei para o quarto. Ela já estava deitada sobre a cama e...
- Uau! Você realmente pretendia comer? Vestida desse jeito... hum... Acho que o lanche pode esperar... – falei malicioso e deixei a bandeja em cima do criado-mudo.
- Eu realmente estou com fome, Emm... - ela retrucou com olhos famintos sobre o lanche.
- Ok, vamos comer. – peguei a bandeja e a levei para a cama.
- Isso parece ótimo!
Comemos todo o lanche e eu fui tomar uma ducha. Vesti apenas uma boxer branca e voltei para o quarto, onde eu pretendia me divertir muito com a ...
Abri a porta do banheiro e observei que a havia apagado as luzes e acendido apenas os dois abajures. Aparentemente ela estava encolhida dentro do edredom, tive até que prender o riso. Ela não estaria com vergonha de mim, estaria? Não depois do que aconteceu na cozinha da casa dela...
- ? – engatinhei sorrateiramente por debaixo das cobertas.
- Hum? – ela balbuciou com a voz tremida.
- Está com vergonha? – perguntei, aproximando-me mais do seu corpo e ficando em cima dela.
- Não, sim, mais ou menos... – ela falou rapidamente – maldição, estou com medo, Emm... – ela finalizou, descobrindo a cabeça e me fitando com um olhar temeroso.
- Não está com vergonha, mas está com medo?
- Não tenho vergonha de você, Emm, pelo contrário, sinto-me bastante confortável, mas... – ela falou hesitante.
- Mas...? – incentivei.
- me falou sobre a primeira vez dela…
- E...?
- E disse que foi horrível... Doeu muito... E não sentiu nada bom... Então...
- Você está com medo de te acontecer o mesmo. – afirmei, convicto.
- É – ela suspirou, derrotada.
- , você precisa entender que não acontece o mesmo com todas as mulheres. Depende muito da pessoa, do parceiro... E eu te dou a minha palavra que vou ser cuidadoso e tentarei te fazer sentir o mínimo de dor possível, você só precisa relaxar, sim?
- Certo... – ela assentiu, ainda relutante.
Eu sorri ternamente, tentando passar confiança, e retirei os cobertores que estavam sobre nós. Empenhei-me em deixá-la excitada tanto quanto fosse possível e assim eu a beijei e acariciei o seu rosto, lábios, pescoço... Serpenteei minhas mãos sob o tecido fino e transparente de sua camisola e a retirei com cuidado. Aparentemente ela não estava envergonhada de nossa semi-nudez e isso tornava os meus estímulos muito mais fáceis.
Acariciei os seus seios, um a um eu beijei, chupei e lambi até que ficassem vermelhinhos e a gemesse inquieta sob mim. Ignorei os seus protestos e desci meus beijos e carícias até encontrar-me entre suas pernas. A senti prendendo a respiração e abrir as pernas instintivamente. Passei a língua por sua virilha, evitando o contato direto com seu sexo, e sustentei as carícias até que ela arqueou os quadris, resmungando palavras incompreensíveis.
- Emm... Isso é tortura...
- Eu sei... – ri contidamente e me concentrei no centro de sua intimidade.
Ela gritou, extremamente alto, quando eu lambi o seu clitóris. Senti o meu próprio corpo estremecer com o som de seus gemidos e fiz uma força descomunal para não acabar com toda essa aflição e possuí-la de todas as maneiras. Continuei com meus estímulos linguais até que seu corpo estremecesse com o orgasmo. Aproveitei o seu momento entorpecido para desenrolar a camisinha em meu membro e me posicionar em sua entradinha.
Antes que ela se desse conta do que estava acontecendo, eu dei minha primeira investida, sutil, tinha praticamente só encostado, mas foi o suficiente para fazê-la gritar e deslizar o corpo pra trás, ficando colada com a cabeceira da cama.
- Eu só encostei... – repliquei, franzindo o cenho.
- Não. Não. Não estou preparada, Emm. – ela falou rapidamente, perdendo o fôlego.
- É claro que está, ! Você está mais do que pronta! Está molhadinha, por Deus, você acabou de ter um orgasmo!
- Não. – ela estendeu a palma da mão, sinalizando para que eu parasse – eu sei que vai doer, eu... Eu não quero isso agora... Podemos tentar amanhã ou...
- Não! Nem pensar! Você pretende ficar me enrolando até quando? Amanhã ou depois você vai ter o mesmo tipo de preparação! – falei, tentando não perder a paciência, mas me derreti com a sua expressão desolada – Tá! Tá bom! Não posso te forçar a nada. Vou dormir no sofá. – tentei não parecer muito ácido, mas não foi bem isso que aconteceu, pelo contrário, ficou parecendo que eu estava fazendo chantagem emocional.
- Emm...
- É sério, , não se sinta pressionada. Amanhã ou quando você quiser, nós poderemos tentar. – falei mais calmo e levantei da cama.
- Não, vem. Estou sendo idiota, se vamos tentar amanhã, podemos tentar hoje... – ela falou mordiscando os lábios e eu ponderei.
Cara, eu tava numa seca desgraçada! Se ela quer tentar, eu que não vou fazer objeção. Voltei para a cama e me ajeitei entre suas pernas, no mesmo instante eu a senti prender a respiração.
- , relaxa um pouco, respire… - fiz um carinho em sua nuca antes de dar o primeiro movimento. E como ela não relaxou bulhufas, eu me vi obrigado a começar tudo de novo...
No momento em que a senti resfolegar e a pedir por mais, eu dei minha segunda investida, que foi tão sutil quanto a primeira. O problema é que a reação dela foi tão explosiva quanto antes...
- AHHH! NÃO! NÃO DÁ! – num segundo ela estava sob mim, no outro ela estava fora da cama, em pé, no canto oposto do cômodo.
- Fala sério! Eu nem fiz nada, vem aqui, , vem... – falei calmamente e dei dois tapinhas no colchão.
- Não!
- Se você não vir, eu vou aí te pegar... – falei em tom ameaçador e ao mesmo tempo divertido.
- Não. – ela arregalou os olhos, completamente amedrontada.
- … Eu vou te pegar… - brinquei e engatinhei até a ponta da cama.
- Nem vem, Emm! – ela advertiu enquanto vasculhava o quarto em busca de uma rota de fuga.
- Vem, … Não concordamos em tentar hoje? – suspirei já perdendo a paciência.
- Já tentamos. Duas vezes!
- Mas eu não fiz nada! Aquilo não foi nem uma tentativa. Venha aqui, eu vou te fazer gozar mais umas dez vezes até você ficar anestesiada e não sentir mais nada.
- Não. Não quero. – ela negou balançando a cabeça insistentemente e eu levantei da cama – fique onde está, Emmet!
- Isso é uma ameaça, senhorita ?
- Estou avisando, Emmet!
- Olha a minha cara de medo. – dei o meu melhor sorriso amarelo, ao estilo coringa do Batman, e corri rapidamente em sua direção.
- AHH! Me solta, Emm! Me solta! – ela gritou estridente e começou a se bater até que eu a joguei sobre a cama.
- Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oh meu Deus! – paralisei quando ela começou a clamar com os olhos travados e toda encolhida na cama.
- , o que é isso? – saí de cima da cama e a olhei, desolado – Está me fazendo sentir um estuprador o algo do tipo... Eu não ia te obrigar a nada... – passei a mão no cabelo num gesto nervoso – Você poderia confiar um pouco mais em mim, eu não pretendia e nem pretendo fazer nada que você não queira, muito menos te machucar – falei num tom duro, peguei minha boxer da cama, ainda sustentando o nosso olhar, e me tranquei no banheiro.
Se ela não estava preparada, eu teria que me virar no cinco contra um...
Antes que eu ligasse o chuveiro, ouvi a porta do quarto batendo com força.
Quem deveria estar com raiva nessa história toda? Primeiro ela fica toda fogosa me fazendo acreditar que iria rolar tudo numa boa, depois vem com esse medo bobo, me faz sentir o pior namorado do mundo e ela é que sai como a vítima!
Tudo bem que eu não sou o cara mais paciente do mundo, mas ela tinha consciência disso! Ah! Mas eu fui um babaca tentando forçar a barra... Em vista disso, eu poderia dar o braço a torcer, mas só por hoje!
Saí do banheiro determinado a pedir desculpas. Vesti uma calça de moletom e tentei abrir a porta. Apenas tentei.
- ! Por que trancou a porta do quarto? E comigo dentro! – gritei entre dentes. - , abra essa porta! – esmurrei a porta com força, mas não houve resposta.
Era só o que me faltava! Além de correr do sexo, ela corre da discussão! Quantos anos ela tem mesmo? Tenho que me lembrar de perguntar...
Voltei pra cama, resignado, e tentei dormir. Apenas... tentei.
Nessas horas solitárias a voz do além viria a calhar... Não! Não viria coisa nenhuma! Eu é que não quero aquela maldição me perseguindo de novo!
Senti o sono me alcançando quando estava quase amanhecendo e desejei que nenhum infeliz me acordasse até que eu tivesse dormido tudo o que eu perdi...
Até que num pinote eu levantei, aturdido, com as batidas insistentes na porta.
- Porra! – praguejei, irritado. – Que é?!
- Emm... Eu trouxe o seu café da manhã... - falou, hesitante, por trás da porta.
- Você não está com a chave? Por que não entrou logo? – falei um tanto ríspido.
- Eu pensei que... er...
- ... Entre. – suspirei, tentando ficar mais alerta.
Ela abriu a porta e passou, segurando uma bandeja recheada, instantaneamente meu estômago protestou e eu senti a minha fúria se diluindo.
- Você me trancou no quarto. – acusei, enquanto ela depositava a bandeja na cama.
- Desculpe. – ela falou com segurança e sinceridade – eu senti muito medo de que você fosse brigar comigo... E por isso tranquei a porta...
- E por que eu iria brigar com você? – puxei-a pela mão e a coloquei em meu colo.
- Porque eu fui uma idiota com você... Agi como uma criança medrosa...
- Não vou negar que você agiu assim, mas vamos esquecer isso. Só confie em mim da próxima, sim? – afaguei as suas bochechas com o polegar.
- Uhum...
Tomamos o café da manhã num silêncio confortável. Ela levantou e depositou a bandeja no chão e eu me espreguicei, preparando-me para levantar e dar uma volta na praia. Estranhamente, pulou na cama e sentou-se em meu colo, com uma perna de cada lado.
- Er... Emm? – ela falou, mordendo os lábios e fitando algum ponto da cama.
- Quê? – perguntei receoso. Ela estava estranha...
- A próxima vez pode ser agora?
- … - levantei o seu queixo e a fiz me olhar – não acho uma boa idéia...
- Por quê? – ela fez um biquinho birrento.
- Quer mesmo que eu diga? – afaguei a sua bochecha, carinhosamente.
- Eu vou conseguir agora, Emmet... Eu tive uma idéia...
- Que seria...?
- Você fica aí sentadinho e eu faço... Se eu puder controlar, saberei quando parar e quando continuar...
- Ok. Você quem sabe. – falei num falso entusiasmo e me recostei na cabeceira da cama. Estava claro como água de que ela iria recuar ao primeiro contato...
Ela veio timidamente e me beijou nos lábios, depois desceu fazendo carícias em meu pescoço e mamilos. Eu já me sentia mais do que aceso e me adiantei em retirar a boxer. Ela retirou o resto de suas roupas e desenrolou uma camisinha em meu membro. Fiquei sentado, esperando seu próximo movimento, apenas mexendo minhas mãos por sua cintura e acariciando suas costas nuas. Ela se ajeitou em meu colo e posicionou o meu membro em sua entrada, espalmou as mãos em meus ombros e deu sua primeira investida, soltando um pequeno gemido de dor. Com a minha mão, estimulei o seu clitóris enquanto ela continuava com suas tentativas, investindo e parando. Até que num movimento ansioso, segurei sua cintura e forcei um pouco mais, fazendo-a lamuriar.
- Só mais um pouco, ... – soltei o ar que involuntariamente estava prendendo.
- Sim, só mais um pouco... – ela sorriu fracamente e investiu com vontade, ficando completamente fundida com meu corpo.
Apertei ainda mais o seu corpo contra o meu e esfreguei calmamente o seu quadril, para que ela se acostumasse com o volume.
- Você conseguiu, linda. – balbuciei com a voz entrecortada, fazendo o máximo de esforço pra não perder a cabeça e jogá-la na cama e possuí-la com vontade.
- Hummm. – ela gemeu num misto de dor e excitação, fazendo-me eriçar ainda mais.
Tentei distraí-la com um beijo cálido e comecei a me movimentar contra o seu corpo. Fiz movimentos leves de vai e vem e ela seguiu o meu ritmo subindo e descendo no meu membro.
Ela me abraçou apertado, permitindo que eu ditasse o ritmo, embalando os seus quadris para frente e para trás, para cima e para baixo, conforme eu movimentava os seus quadris com as mãos.
- Emm... está... ficando tão bom... – ela arfou contra o meu pescoço, fazendo-me deleitar num prazer desenfreado.
- … … estou quase… - gemi, enquanto aumentava o ritmo.
- Emmet... – ela gemeu um pouco mais alto, tirando-me o resto de sanidade.
Peguei-a pela cintura e acomodei seu corpo sobre a cama, posicionei-me entre suas pernas e as afastei, segurando e flexionando apenas uma com minha mão, para ganhar mais acesso ao seu sexo. Penetrei-a até o limite e voltei lentamente, repetindo os movimentos até ganhar velocidade e força suficientes para nos embriagarmos de prazer.
- Uh... gostosa demais... – deixei escapar segundos antes de estremecermos com o orgasmo.
Até então estava me esforçando para não falar obscenidade com ela, mas ficava cada vez mais difícil quando a sanidade me deixava na mão. Mas que ela era gostosa pra caralho, isso não tinha como negar!
Deixei meu corpo pender para o lado e fiquei apoiado no cotovelo, fitando seu lindo corpo nu, enquanto ela ainda arfava. Deslizei minha mão por seu umbigo e tentei controlar o meu desejo de tomá-la em meus braços mais uma vez.
- … está tudo bem? – perguntei receoso.
- Sim... está tudo perfeitamente bem. – ela abriu os olhos e me sorriu com sinceridade.
- O que você quer fazer agora? Descansar... ir pra praia...
- Praia, com certeza! – ela respondeu entusiasmada e se levantou como se não tivéssemos feito nada demais.
- Vocês está bem mesmo? Não está dolorida?
- Não muito, nada que eu não possa suportar. Vem. – ela esticou a mão pra mim – vamos tomar uma ducha.
~*~
Caminhamos alguns metros até ficarmos um pouco distantes de Edward e , que se agarravam na água feito coelhos, e Jasper e , que faziam movimentos estranhos na água, eu queria que aquilo fosse obra das ondas do mar, e não outra coisa desagradável...
Parei numa parte mais profunda, mas que não sobrepusesse a altura da . Ficamos nos beijando e conversando por um tempo até que...
- Corra, corra... vamos! Saia da água! – gritei a todos pulmões e comecei a empurrar a para fora da água. - AI CARALHO! – berrei quando senti as minhas costas queimando.
- O que foi, Emmet? O que está acontecendo?
- Sai logo da água!
Ela saiu correndo e lutando contra a força da água. Eu segui correndo atrás e cambaleei até a areia. Depois puxei a pelo braço e me aproximei dos outros casais.
- SAIAM DA ÁGUA! – berrei, fazendo gestos desesperados com as mãos.
Rapidamente eles cambalearam até a areia com os olhos arregalados.
- O que foi?
- Você viu algum tubarão?
- Alguma cobra?
- Quem morreu?
Todos perguntaram exasperados e esbaforidos.
- Não, águas vivas. – respondi calmamente.
- E precisa esse escândalo todo? - gritou, jogando saliva pra tudo quanto era lado.
- Ew! , que nojo… - repliquei limpando o rosto.
- Engole o cuspe, amorzinho… - Edward afagou as costas dela.
- Cala a boca, Edward! – ela gritou dando outro banho no Edward.
- Posso saber qual o problema com as águas vivas? Elas são inofensivas, Emmet! - continuou com o sermão.
- Inofensivas? Então dá uma olhada nisso. – falei sarcástico e virei de costas.
- Jesus!
- Oh meu Deus!
- Cruzes!
- Ew! Isso tá horrível...
- Obrigado pela parte que me toca. – desdenhei.
- Ora, não está tão ruim assim. - esticou as palavras, dando um leve ar de falsidade. É claro que estava horrível, afinal, era eu quem estava sentido dor.
- Lembram-se daquele episódio de Friends? - perguntou, pensativa.
- Aquele que o Chandler faz xixi na Mônica? - prosseguiu com o raciocínio e eu tentei me lembrar do episódio...
Oh, não! Mas nem morto!
- Nem vem! Ninguém vai mijar em mim! – saí correndo antes que me prendessem e mijassem em cima da queimadura.
- Volta aqui, Emmet! É só um mijozinho!
- É, Emmet, não vai doer nada!
- Pára, Emmet!
Ouvi as gritarias, mas não fiquei para contar história. Corri para dentro da casa e me tranquei no quarto.
- Emmet... Abre essa porta vai... - falou numa voz extremamente assustadora.
- Vai se ferrar, ! – gritei, irritado.
- Você tem que aproveitar que os meninos estão com a bexiga cheia...
- Vão se foder todo mundo! – respondi, ainda escutando as gargalhadas do outro lado da porta. Fui para o banheiro tentar tomar um banho.
Choraminguei de dor quando a água bateu nas queimaduras, mas consegui tomar um banho descente. Vesti apenas uma bermuda e procurei na minha mala alguma coisa que ajudasse. E é óbvio que não teria nada. Como se lendo meus pensamentos, a bateu na porta e disse que tinha pomada para assaduras.
Abri, analisando bem se não tinha nenhum espertinho querendo me sacanear e a deixei entrar. Ela remexeu em sua bolsa e tirou uma pomada de lá. Ela me fez deitar na cama e melecou as minhas costas.
- Ainda estão tentando me pegar? – perguntei quando ela terminou.
- Não, já voltaram para a praia. Eles não iam fazer nada, só estavam te assustando.
- Sei...
Decidimos ficar na sala de estar, para evitar que o sol agravasse as minhas queimaduras. Fiquei deitado de bruços no sofá, com a cabeça no colo de , enquanto ela me fazia cafuné e assistíamos a um filme qualquer na televisão.
Aparentemente acabamos dormindo ali mesmo. Acordei com um barulho estridente, parecido com alguém chorando... Levantei-me, aturdido, e olhei para a entrada da casa.
- , o que aconteceu com você?
Capítulo 20
*Edward’s Pov*
Passado o ataque das águas vivas, resolvemos dar um tempo da água. insistiu que queria pegar um bronzeado e se deitou com as costas na espreguiçadeira, colocou os óculos escuros e lá ficou, tostando no sol. Aproveitei para montar uma mesa com guarda-sol e deixei a minha espreguiçadeira na sombra.
- , você está ficando vermelha… me deixe passar protetor solar em você.
- Tá, mas não passa muito senão eu não vou me queimar.
Peguei o protetor solar e me agachei ao seu lado. Depositei uma camada generosa em sua pele e massageei-a, desejando que estivéssemos no quarto e eu pudesse tomá-la todinha pra mim... Sua pele era tão macia...
- Humm... – ronronei quando cheguei em seus seios. Ela abaixou os óculos até a ponta do nariz e mordeu o lábio inferior.
- Edward, você está ficando excitado ou é impressão minha?
- Não posso evitar... Você é tão deliciosa...
- Sei... Guarde sua excitação para mais tarde, eu realmente preciso pegar uma corzinha. – ela reajustou os óculos e se virou de costas.
Passei o protetor em toda a sua extensão, dando maior atenção ao seu traseiro macio. Ela se virou novamente e eu aproveitei para roubar-lhe um beijo.
- Edward... está bloqueando o sol...
- Ok, ok! – bufei e voltei para a sombra.
Deitei na espreguiçadeira e fechei meus olhos para relaxar...
Acordei meio desnorteado e olhei no relógio, já passavam das 16:00. Espreguicei-me e olhei para , que ainda estava deitada do mesmo jeito, e dormindo, e...
Santo Deus!
- ? acorde!
- Ai, Edward!
- Você dormiu no sol, !
- Hum? Dormi? – ela levantou meio zonza e retirou os óculos.
Tive que prender a vontade de gargalhar. Ela estava completamente vermelha, dos pés a cabeça, e ainda ficou com a marca dos óculos no rosto. Tapei minha boca, ela franziu o cenho.
- Do que você está rindo? – ela inquiriu fazendo bico e passou a mão no rosto – Ai! Ai, ai, ai!
- O que foi? – perguntei, agora preocupado.
- Acho que... – ela fitou o corpo todo assado – Merda! Por que você não me acordou? Estou toda queimada!
- Eu dormi também...
- ARGH! – ela tentou se levantar, mas caiu sentada gemendo. – Oh, meu Deus! Edward, me ajude!
- Vem, sai do sol. – tentei ajudá-la a levantar, mas ela puxou o braço com força e gemendo de dor.
- NÃO ME TOCA! – ela gesticulou nervosamente.
- Como vou te ajudar sem te tocar?
- Não sei, Edward, só não me toca, está ardendo!
- Me dê sua mão. – levantei e estiquei minha mão para ela. Ela aceitou cautelosamente e eu a puxei para frente, fazendo-a levantar.
- Devagar, Edward...
Continuei apoiando-a pela mão e ela começou a andar de pernas e braços abertos, com movimentos tortos e esquisitos. Tive que fazer muito esforço para não cair na gargalhada. Minha garota estava ridícula!
- Eu não acredito que você está rindo da minha cara, Edward!
- Não estou rindo!
- Está prendendo o riso, é a mesma coisa!
- Você está vendo coisas... – desconversei e abri a porta da frente, entrei, puxando-a pela mão, mas a porta escorregou e voltou com tudo pra cima dela.
- AHHH! OH MEU DEUS! EDWARD! – ela tentou segurar a porta com as palmas das mãos e acabou ficando espremida contra a porta, braços e pernas abertas e o nariz esmagado no vidro. Dessa vez não tive como não rir. – Por que você soltou a porta? – ela berrou, ainda com a cara espremida na porta.
- Escorregou... – falei enquanto tentava abrir a porta.
- Espere! Devagar, estou colada, está ardendo!
- Tá, eu vou puxar bem devagar...
Puxei a porta lentamente, até que ela ficasse totalmente livre. Ela deu alguns passos de macaco para dentro, sem deixar de xingar e resmungar um só segundo.
- , o que aconteceu com você? – Emmet perguntou, sentado no sofá.
- É tudo culpa do Edward, pode bater nele se quiser! – ela resmungou enquanto tentava subir as escadas. Emmet me olhou com uma carranca nada agradável.
- Ei! A culpa é sua que dormiu no sol! – repliquei, enquanto subia as escadas de mancinho.
- Hei Edward, se você não cuidar da minha irmãzinha direito eu não repondo por mim, entendeu? – Emmet gritou.
- , você quer que seu irmão me mate? A culpa não foi minha! – resmunguei, enquanto abria a porta do quarto para ela entrar.
- Vai se ferrar, Edward!
- Ah, então vai ser assim na base da ignorância? Ótimo! Não perca seu tempo pedindo a minha ajuda! – cruzei os braços, mais do que irritado.
- Não, não, não! Desculpa! Eu não queria ser grossa, me desculpe... – ela mancou até mim e se virou de costas com os braços abertos.
- O que você quer? – perguntei, confuso.
- Um abraço... devagar... e não encosta na frente... – ela ficou lá com os braços estirados e eu deixei escapar uma risada. – Não vai abraçar não? Estou precisando de carinho... – ela perguntou meio ríspida, meio dengosa. Aquilo estava sendo hilário!
Encostei em suas costas com cuidado e a abracei, evitando muito contato corporal.
- Hum... acho que preciso de um banho de gelo... – ela lamuriou, fazendo dengo.
- Vou ver se acho gelo lá embaixo.
Fui na cozinha e peguei todo o gelo que tinha, despejei na banheira, e preenchi com água gelada. Coloquei sais de banho e a ajudei entrar. Ela ficou lá choramingando enquanto eu me banhava no chuveiro e lembrava que nessa situação nós não poderíamos fazer nada hoje... Droga!
*’s Pov*
Era muito azar pra uma pessoa só. Eu estava ridiculamente queimada, e só de um lado do corpo, de modo que ficava um camarão na frente e branquela atrás. Já podia visualizar os meus amigos da faculdade me chamando de duas cores. Ninguém merece!
Depois que saí do banho, continuei despida e me esparramei na cama, de barriga para cima. Edward me ajudou a passar a pomada para queimaduras. Ele não falou nada, mas era notável a sua frustração sexual, totalmente excitado, mas não podia me tocar direito. E eu nem tinha lhe dado a pior notícia da noite...
- Edward, você vai ter que dormir no chão.
- O quê? – ele parou automaticamente de arrumar os seus travesseiros.
- Você se meche muito quando dorme... vai acabar se esbarrando em mim... – argumentei com um sorriso amarelo.
- Eu fico no canto, não vou te tocar.
- Não vai dar certo, Edward. Vou precisar da cama toda, assim... – me estirei na cama, abri braços e pernas, de forma a tomar toda a extensão da cama – Dessa forma eu não corro o risco de me tocar também, entende?
- Pára de inventar moda, ! Eu não vou dormir no chão!
- Então durma no sofá...
- Não.
- Edward...
- …
O resultado da discussão? Eu ganhei, é claro.
*Jasper’s Pov*
É, até que o final de semana não estava sendo ruim. Tirando a tiração de onda que Edward fez na noite passada, estava tudo indo de vento em polpa. Ainda mais quando eu descobri que minha garota era uma danadinha na cama...
- Jazz, olha só o que eu comprei no sex shop. – ela sentou na cama com uma sacolinha e despejou vários itens.
- Pra quê esse vibrador? Você vai querer tentar uma dupla penetração? – perguntei casualmente.
- Ew! Não! Achei engraçadinho e comprei, só isso... – ela deu de ombros.
- Engraçadinho? Só você mesmo... E por um acaso você sabe pra que serve essas bolinhas aqui? – perguntei com malícia, pegando o adereço.
- Hum... – ela colocou a mão no queixo e ficou fitando o objeto – É bonitinho, parece um colar de contas...
- São bolas para anal, . – ela arregalou os olhos e abriu a boca em “O”.
- Eu já sabia disso... Só estava esquecida. – ela desdenhou falsamente.
- Aham... sei... Olha, isso aqui é legal. – peguei uma caixinha preta e retirei as cartas de dentro.
- É um baralhinho ilustrado. Não é fofo?
- Fofo? – indaguei, franzindo o cenho – São as posições do Kama Sutra. Vamos jogar – peguei o restante dos itens e devolvi para a sacola, coloquei-a no chão, ao lado da cama. – Três partidas de 21, quem ganhar escolhe uma posição. – expliquei enquanto embaralhava as cartas.
- Ok! – ela se acomodou na cama, ficando na posição de Buda, e eu fiz o mesmo.
Ganhei duas partidas e ela ganhou uma.
- Eu vou escolher duas posições. – estirei as cartas na cama e observei-as – Essa: Chão de estrelas: De costas para ele, curve o corpo para a frente, até apoiar as mãos no chão (se flexibilidade não for o seu forte, pode dobrar os joelhos). Faça-o encaixar por trás, abraçando-a pela cintura. Se seu homem for muito impetuoso, você pode usar um travesseiro para apoiar as mãos. – Li a pequena descrição e mostrei a imagem para ela. – E essa: Gangorra sexual : Faça alguns exercícios de alongamento antes. Então, deite-se de costas e levante as pernas o máximo possível, dobrando-as para trás, paralelas ao chão. Ajoelhado à sua frente, o homem vai ajudar a manter o equilíbrio, sustentando seu bumbum nas coxas. Depois da penetração, comecem um lento e sensual movimento de sobe-e-desce, como numa gangorra. - ela analisou as cartas, fazendo algumas caretas. – Que foi?
- Não são meio esquisitas, não?
- Eu não acho... São legais...
- Ah... ok. Eu vou escolher... – ela observou as cartas – Essa: Parece, mas não é: A posição tem um segredo. Observe na ilustração que o bumbum da mulher não está apoiado na cama. O homem deve ficar de quatro (sobre os joelhos e as mãos) e você, erguer o corpo ao encontro do pênis. Enquanto ele mantém a posição, a iniciativa dos movimentos de entra-e-sai é sua.
- Certo. – arrumei as cartas e coloquei no criado mudo. Liguei o som e deixei uma música leve tocando. – Você está muito vestida, ... – engatinhei na cama até ficar sobre ela.
Selei nossos lábios com calma, enquanto minhas mãos trabalhavam no botão de seu short. Ela, por sua vez, trabalhava em minhas roupas, assim como acariciava e arranhava as minhas costas com suas unhas, fazendo-me arder de desejo. Retirei o restante de suas roupas, com um pouco mais de pressa, e ataquei os seus seios, fazendo-a arquear para frente, deleitando-se em prazer. Deslizei minha mão por seu baixo ventre e estimulei toda a extensão do seu sexo. Penetrei-a com dois dedos, enquanto lambia e mordia seus seios.
- Jazz... Eu vou... – ela gemeu, eu acelerei os movimentos com os dedos até senti-la convulsionar e ficar toda mole na cama.
- Vem, vamos tentar a primeira. – ajudei-a a se levantar e se inclinar conforme pedia a posição.
- Jazz... isso... isso é estranho...
- Você vai gostar... – falei meio rouco, e rapidamente desenrolei uma camisinha em meu membro, enquanto fitava atentamente o seu traseiro empinado, aquela posição me dava uma visão tão privilegiada...
- Jazz... não me deixe cair...
- Você não vai cair. – segurei firme em sua cintura e a penetrei num movimento brusco.
- Oh... Jazz... ah... eu tô... eu tô...
- Está bom, não está? – perguntei, enquanto estocava fundo e gemia.
- Não, eu tô... eu tô ficando tonta... – ela falou com a voz meio embriagada, mas eu não conseguia me concentrar, mediante as sensações prazerosas que estava sentindo.
- Uh... delícia...
- Jazz.... o chão.... o chão está rodando... Jazz... me levanta... estou quase beijando o chão... JASPER! – ela gritou, fazendo-me despertar.
- Ah... desculpe... – ajudei-a a levantar e ela não estava com uma cara nada boa.
- Vamos tentar a outra. – ela falou num tom imponente, o que me fez ficar ainda mais excitado.
Ela se deitou na cama e flexionou as pernas, como pedia a posição. Inclinei-me sobre ela e a penetrei.
- Agora está melhor? – perguntei enquanto iniciava os movimentos.
- Uhum... Minhas costas não vão ficar legais depois de hoje... – ela balbuciou entre gemidos.
- Mas está bom, não está? Oh céus... que gostoso... – gemi, enquanto aumentava o ritmo das estocadas.
- Ai, ai, ai! Você ouviu isso?
- Isso o quê?
- O estralo! Minhas costas, Jasper! Ai, me ajuda, acho que dei um jeito na coluna...
Saí de cima e a virei de costas para verificar a coluna.
- Dói? – perguntei, enquanto apalpava a sua coluna.
- Um pouco... vamos tentar a outra posição... – ela suspirou.
Ela se acomodou novamente e eu fiquei por cima, tentando imitar a posição.
- Você tem que ficar de quatro, Jasper, e não de joelhos.
- Eu não tenho que ficar de quatro! Assim está ótimo...
- Não, não está. Aqui diz que você tem que ficar de quatro.
- Não precisa ser ao pé da letra, .
- Mas você está de joelhos, Jasper! Se incline mais!
- Assim está perfeito, . Levante os quadris.
- Não dá, Jasper, está muito alto! Se incline mais.
- Assim?
- Mais...
- Se eu descer mais vamos ficar de papai e mamãe... – resmunguei.
- Claro que não! Sou eu que vou mexer, lembra?
- Pronto, mexe...
Vácuo...
- ? Mexe…
- Não dá…
- Por que não dá?
- Minhas costas…
- Fala sério…
- Desculpe… - ela largou minhas costas e despencou sobre a cama.
- Não tem problema, fique aí paradinha que eu faço...
Ajeitei-me entre suas pernas e apoiei uma delas em meu ombro. Deslizei para dentro dela e estoquei com calma, até que seu corpo respondeu pedindo por mais.
- Mais forte, Jazz..
- Uh...
Continuei bombando e pouco tempo depois nós nos deleitamos com as explosões do orgasmo.
Deitei ao lado dela e a puxei para ficar de conchinha.
- Jazz?
- Sim?
- Da próxima vez, escolha posições mais simples...
- Sim, senhora.
*’s Pov*
Estou quebrada. Oh merda! Estou mais do que quebrada. Tudo culpa daquelas posições malditas!
Levantei toda torta e manquei até o banheiro. Olhei-me no espelho e vi uma assombração. É, eu mesma.
Virei para checar a minha coluna e a manchinha roxa que lá estava não me agradou nem um pouco. Nunca mais faço aquelas posições...
Tomei um banho, vesti um biquíni e uma saída por cima. Desci e encontrei todos na cozinha.
- Ei... Eu ia te levar o café da manhã... – Jasper resmungou, fazendo biquinho.
- Hum... isso seria ótimo, mas já que estou aqui... – puxei a cadeira e com muito, muito, muito cuidado, eu me sentei. Não deixando de sentir dor, é claro.
- Que cara é essa, ? Parece que está com dor de barriga... - perguntou.
- Dor nas costas. – dei de ombros.
- A noite foi longa, uh? – Emmet balançou a sobrancelha sugestivamente.
- É, longa e difícil... – repliquei, mal humorada.
- Coitada da menina, Jasper! Dá uma trégua pra ela! – Edward zombou, fazendo todos gargalharem, exceto Jasper que fez uma careta.
- Como estão as suas queimaduras, ? – indaguei, enquanto me servia o café.
- Melhorando... – ela respondeu com uma careta.
- Você deveria tomar sol do outro lado hoje... – sugeri, num tom divertido.
- Nem vem, . Já bastam os meninos tirando onda com a minha cara. Não está tão ruim assim... - retrucou com a boca cheia de pão.
- Verdade, está até legal... Vermelho na frente, branco atrás... – Jasper zombou.
- Cala a boca, Jasper! – Edward repreendeu, irritado.
- Vem calar, irmãozinho. – Jasper respondeu, ainda em tom de brincadeira.
Edward bufou, fazendo uma careta, e o restante permaneceu em silêncio.
- Edward, aquele seu violão ainda está por aqui? – Jasper quebrou o silêncio.
- Acho que sim, por quê?
- Pelo visto ninguém vai querer sair no sol hoje. Você poderia tocar para a gente...
- Aham... Eu me acabo tocando, pra vocês ficarem se comendo... Ligue um rádio que é melhor...
- Credo, Edward! Ninguém vai ficar se agarrando enquanto você tocar. Vai ser divertido... - incentivou.
- É, Edward, eu nunca te vi tocar... - completou.
- Tá bom, tá bom! Vou procurar o violão.
Levantamos e fomos para a sala de estar. Os casais se esparramaram nos sofás e esperaram até que Edward afinasse o violão.
- , essa música me lembra você... – Edward falou num tom divertido e começou a dedilhar o violão...
Trilha Sonora
Vem chegando o verão
Um calor no coração
Essa magia colorida
Coisas da vida
Não demora muito agora
Toda de bundinha de fora
Top less na areia
Virando sereia
Essa noite eu quero te ter
Toda se ardendo só pra mim
Essa noite eu quero te ter
Te envolver, te seduzir
O dia inteiro de prazer
Tudo que quiser, eu vou te dar
O mundo inteiro aos seus pés
Só pra poder te amar
Roubo as estrelas lá no céu
Numa noite e meia desse sabor
Pego a lua, aposto no mar
Como eu vou te ganhar
Essa noite eu quero...
Nos últimos acordes, estávamos todos cantando, enquanto tentava sustentar uma carranca, sem muito sucesso. Não tinha como não se divertir com a situação.
- Toda se ardendo, uh? – Jasper zombou, fazendo-nos gargalhar ainda mais.
- Há! Há! Muito engraçado... – ela resmungou, fazendo bico.
- É só uma música, ... – Edward se defendeu, tentando prender o riso.
- Sei...
Edward seguiu cantando mais algumas músicas até a hora do almoço. Depois disso, cada casal seguiu seu destino para seus respectivos quartos... E o resto já dá pra imaginar, né?
No final do dia, ao pôr-do-sol, seguimos viagem de volta pra casa, infelizmente.
Capítulo 21
*Carlisle’s Pov*
Hum... Não consigo imaginar que haja um homem mais feliz do que eu nesse momento. Não, definitivamente não há. Passei o melhor final de semana da década, com minha garota em meus braços. E ela era tão perfeita... tão pequena e frágil, mas ainda assim conseguia me deixar de pernas bambas depois de fazermos amor. Eu poderia ficar eternamente assim, abraçado a ela na cama, e teria a certeza de que nunca iria enjoar. Mas como nem tudo são flores, era segunda-feira e eu precisava ir ao banco resolver alguns problemas monetários e voltar para o trabalho.
- Tem certeza de que não quer que eu te acompanhe no banco? – ronronou com a cabeça enfiada em meu peito.
- Absoluta. Tenho muitas coisas pra resolver e vai ser muito chato. Quero que você aproveite o seu feriado, está bem? Eu queria muito poder ficar aqui contigo...
- Tudo bem, posso me acostumar com isso. – ela se desprendeu dos meus braços e levantou, indo em direção ao banheiro. – que tal um banho de despedida? – ela mordeu os lábios e piscou sensualmente, mas mantendo as bochechas coradas.
- Só um banho? – perguntei fazendo biquinho.
- E outras coisas mais... – ela deu um sorriso travesso e entrou no banheiro.
~*~
Agora, totalmente feliz e saciado, parti para uma manhã tumultuosa no banco. Contas a pagar, depósitos e transferências a fazer, detalhes a acertar com a gerência... E uma bela dor de cabeça pra fechar com chave de ouro. Tinha tudo planejado, e com sorte eu sairia de lá antes do meio dia. Estacionei o carro e entrei no banco. Aparentemente a gerência estava ocupada, então segui para os caixas para resolver as coisas mais simples. Quando terminava de ajeitar os papéis na minha maleta, ouvi disparos de arma de fogo. Sobressaltei-me e avistei o causador do tumulto.
- TODO MUNDO NO CHÃO! ISSO É UM ASSALTO! – vários sujeitos com máscaras adentraram o local, empunhando armas.
Em apenas alguns segundos o barulho típico do banco havia cessado. Todos foram parar no chão e o único som vigente era o de nossas respirações.
- A parada é a seguinte: eu quero a porra do dinheiro nessas maletas. AGORA! – um dos assaltantes apertou a arma contra a cabeça de um funcionário e o obrigou a encher as maletas.
Os demais assaltantes se dispersaram e cada qual exercia uma função, segundo algum plano previamente elaborado, eu supus. Aparentemente não havia nenhuma rota de fuga disponível, e se alguém tentasse algo, era bem capaz de falhar, e sabe-se lá o que poderia acontecer com o infeliz que tentasse.
Em minutos, a frente do banco estava infestada de policiais e pessoas desesperadas. Pedi a Deus que eles conseguissem negociar e os reféns pudessem ser liberados. Observei atentamente todos os movimentos dados, inclusive a forma como eles empunhavam as armas. Havia uns dez assaltantes e muitos deles pareciam extremamente nervosos e instáveis. E tinham dois que pareciam dois armários, aqueles sim eram de dar medo.
- Você! Tá olhando o quê? – um deles me cutucou na cabeça com uma escopeta.
- E- e-e-u? – gaguejei, assustado.
- Não, minha avó... tô falando com outro, mané? Tava olhando o quê? – ele pressionou a arma em minha nuca, fazendo minha cabeça encostar no piso.
- Na-nada...
- Olha só o cabelo dele... – ele falou com sarcasmo e bagunçou meus cabelos com o cano da arma – tu é montado na grana, né? Mó cara de barão aew... Ô Ricardão! Leva esse mané lá pra dentro e dá um trato nessa juba. Corta com uma navalha, vai ficar irado!
Uh?! Meu... meu... meu cabelo? Santo Deus!
Num segundo, um dos armários me puxou pelo cabelo e me levou para algum compartimento do banco. Jogou-me no chão e puxou uma navalha do bolso. Pegou uma cadeira e sentou na minha frente, cruzou as pernas de um jeito meio... peculiar... para não dizer gay... começou a limpar as unhas e assobiar.
- Seu cabelo é uma graçinha, estou com pena de cortar, bofe! – ele falou com uma voz extremamente fina para alguém daquele tamanho. – Estou pensando em te punir de outras formas... – ele me olhou de cima a baixo e piscou ridiculamente, fazendo-me sentir um aperto no estômago.
Meu pai do céu! Por que sempre tenho que me bater com gente desse tipo? Só porque eu estava feliz há algumas horas atrás?
Engoli em seco e me preparei para contestar.
- Ô Ricardão, chegou mais um pra você dar um trato. O chefe mandou você comer a bunda dele, ele tava falando no celular...
Engoli em seco mais uma vez e olhei para o rapazinho que acabara de ser jogado ao meu lado. Ele parecia pior do que eu...
- Veja bem, senhor... Ricardão. – comecei, enquanto ele nos analisava e futucava as unhas com a lâmina – acho que nós podemos negociar...
- Tu fica quietinho aí branquelo, tá tirando a minha concentração. – o armário gay repreendeu com sua linda voz de fada.
- Ô Ricardão, o chefe mandou tu furar os zói desse aqui, ele tava olhando demais... – e lá veio mais um condenado...
- Ah... o negócio tá ficando bom! – o armário gargalhou. Mal ele se sentou, o outro assaltante chegou trazendo mais um.
- Esse aqui é pra puxar os cabelos da bunda de pinça, ele tava chorando demais...
E mais outro...
- Esse aqui é pra cortar os cabelos, comer a bunda, furar os zói, puxar o cabelo com a pinça e cortar os “troço”, o idiota tentou fugir...
Engoli em seco e olhei para o futuro aleijado, o coitado tremia dos pés a cabeça.
- Oh porra, agora fiquei confuso... Era pra eu fazer o que e em quem mesmo? – o armário coçou a cabeça.
- HEi! Só pra o senhor lembrar... Eu sou o do cabelo, tá? Do cabelo de cima... e SEM PINÇA! – exasperei-me antes que ele viesse me cortar o... Deus me livre!
Antes que ele pudesse retrucar, dois assaltantes entraram esbaforidos na sala.
- Cara, “vambora”, sujou! Os tiras invadiram a parada! Se manda, brow! – eles falaram em seu dialeto e saíram sem se preocupar com os reféns.
Tentei não entrar em pânico, afinal, se a polícia invadiu, era possível que tiros fossem disparados. Os condenados ao meu lado também pareciam apavorados, inclusive um deles havia urinado nas calças... aquele que tentou fugir... Coitado, minutos atrás estava em maus lençóis...
Depois de ouvir pessoas gritando, sirenes apitando, policiais indo e vindo, perguntas e mais perguntas, pude voltar pra casa. Não havia a mínima condição de eu conseguir trabalhar depois dessa.
*’s Pov*
Fiquei apavorada quando liguei a televisão e assisti a notícia sobre o assalto ao banco. O banco em que o meu Carlisle estava! Liguei pra todo mundo que conhecia, tentei contatar os filhos dele, chorei bicas, puxei os cabelos, desmaiei uma ou duas vezes, ou três... Até que, finalmente, os reféns foram libertados e o meu Carl voltou pra casa.
- , o que aconteceu com você? Parece que foi atingida por um furação... – ele zombou, tentando disfarçar o seu próprio nervosismo.
- Fiquei preocupada! Como você está? Eles te machucaram? – abracei-o com força e depois analisei o seu estado físico.
- Estou bem, quase fiquei careca, mas agora está tudo certo.
- Careca?
- Uma longa história... – ele deu de ombros e se esparramou no sofá, ao passo que folgava o nó da gravata.
- Vamos para o quarto, vou te fazer uma massagem... – puxei-o pela mão escada a cima.
- O assalto não foi de todo ruim, sabe... – ele murmurou, entrando no quarto e se estirando na cama.
- Como não?
- Ora, estou aqui, não estou? A essa hora eu deveria estar trabalhando... E não vou mais... – ele me olhou significativamente e me puxou pra cima dele.
- Oh... Entendo... – murmurei antes de ter minha boca atacada pela sua.
Ele rolou comigo e ficou por cima. Beijou a minha face e desceu com leves selinhos até o meu pescoço, mordiscou a pele sensível abaixo do ouvido e seguiu até meu colo, desabotoando a sua camisa, que eu me apossei, e expôs os meus seios, atacando-os e umidecendo-os com sua boca. Suspirei e lamuriei enquanto tentava tirar as suas roupas. Mais uns poucos instantes de luta, nos desfizemos das últimas peças e completamos nossos corpos com um gemido de prazer. Abracei-o contra mim como prova de que eu precisava dele em mim e sabendo que nada no mundo me faria deixá-lo. Ele havia se tornado parte de mim, essencial para minha existência, já se tornara a minha própria vida.
- Carl...
- …
- Eu amo você… - sussurramos ao mesmo tempo e gememos com o último pico de prazer.
~*~
Após aquele pequeno ritual de fazer amor, tomar banho e comer besteira, ficamos embolados entre lençóis e assistindo um documentário chato do Animal Planet, pois Carlisle julgou aquilo mais interessante e construtivo do que um filme de comédia romântica, “Muito importante para anexar conhecimentos”, foi o que ele disse pra tentar me convencer. Eu não estava muito afim de discussão, então deixei aquela coisa enfadonha rolar, enquanto ele assistia veementemente e fazia comentários, e eu fingia que prestava atenção. A verdade é que o peitoral másculo dele me atraia muito mais... E aquele cheiro então...
No final do dia os garotos chegaram e a casa de repente virou uma zona. Fui apresentada a todos oficialmente, e aparentemente fui aceita, embora o Edward tenha fingido total indiferença ao assunto.
Eu e as garotas nos reunimos na cozinha para preparar um jantar. , minha querida amiga da faculdade, ficou de preparar a salada, enquanto eu e preparávamos a macarronada. A não sabia fazer nada, então ficou cortando os temperos.
Ao final do processo, arrumamos a mesa e chamamos os garotos para o nosso primeiro jantar em família. Confesso que fiquei temerosa, afinal, eram os filhos de Carlisle que estavam ali, e isso me preocupava. Se eles não gostassem de mim? Se estivessem apenas sendo cordiais? Eu não queria meter o Carl em problemas, ele já tinha tantos!
Todos tomaram os seus lugares e começaram a se servir silenciosamente. A atmosfera que até minutos antes estava tranqüila, agora parecia pesar toneladas. Havia um clima de desconforto na mesa...
- Hum... Essa macarronada ficou uma delícia... - balbuciou com a boca cheia.
- Receita da , ainda estou tentando barganhar o segredo, mas ela é dura na queda! - continuou.
- Ora, não tem segredo nenhum, você me viu fazendo... – falei, relaxando os ombros, que agora pareciam menos tensos.
- Não é a mesma coisa, eu não vi tudo que você colocou no molho... - retrucou.
- Eu vi tudo e só te conto se você me disser o que diabos foi aquilo no seu quarto ontem à noite - se intrometeu, divertida.
- No meu quarto? Não teve nada de mais... – ela deu de ombros, mas o rubor de sua face a entregou.
- Ah! Eu ouvi muito bem quando você gritou “Vem Emmet!” - zombou, imitando com uma voz bem fina e sensual.
Todos na mesa riram, deixando a atmosfera mais agradável.
- Eu não posso fazer nada se o Emmet não sossega nem com as costas queimadas... - rebateu, entrando no clima.
- Você queimou as costas? – Carlisle inquiriu com aquele tom de “médico”.
- Águas- vivas. – ele respondeu com a boca cheia.
- Oh... Eu posso dar uma olhada nisso. – Carlisle se prontificou.
- Ah, relaxa, eu tô ótimo! já cuidou direitinho… - ele balançou a sobrancelha numa expressão zombeteira. – mas você poderia olhar a , ela tá bem pior do que eu...
- , você se queimou também? – Carlisle a fitou com preocupação.
- Queimadura de sol... – ela fez biquinho e estirou o braço para ele ver melhor.
- Depois do jantar eu vou... – Carlisle ia falando, mas foi interrompido.
- está ótima, não precisa dos seus cuidados, eu fui perfeitamente capaz de cuidar da minha namorada. – Edward falou com acidez.
- Edward... - o repreendeu com as sobrancelhas franzidas.
- Só estava tentando ajudar. – Carlisle rebateu num tom fraternal.
Edward deu de ombros e aquele clima pesado voltou a se instalar.
- Pensei que sua folga era apenas no final de semana, pai. – Jasper quebrou o silêncio num tom casual.
- E era, não fosse pelo assalto no banco. – Carlisle respondeu.
- Assalto? – todos questionaram com suas feições preocupadas.
E foi nesse momento que eu fitei o Edward e nossos olhos se encontraram. Ele tentou disfarçar, mas não me fugiu a sua visível preocupação com o pai. Ele parecia carregar uma máscara quando estava na presença do Carlisle, e eu jurei pra mim mesma que iria de alguma forma fazer essa máscara cair e revelar o verdadeiro filho de Carlisle.
- Carlisle foi mantido como refém num assalto a banco, hoje de manhã. – falei, num tom dramático.
Observei as reações de Edward e, como eu já esperava, ele fingiu não se interessar, mas a sua mão pressionou o talher e havia aquele brilho de preocupação em seus olhos. Era notável que ele tinha aquele carinho especial pelo pai, eu só não sabia o porquê dele tentar escondê-lo.
- Caramba! Como não ficamos sabendo disso? Por que não nos ligou? Eles te machucaram? – Jasper exasperou-se, numa atitude que qualquer filho teria.
- Ora, não houve nada. Estou ótimo. – Carlisle murmurou com indiferença.
- Claro que houve! Eles iam cortar os seus cabelos e sabe-se lá mais o quê, não finja que não é algo importante! – resmunguei enquanto afagava a sua mão sobre a mesa.
- Ele está aqui, não está? Não sei pra quê tanto drama... – Edward desdenhou.
- , me passa a maionese? – Emmet limpou a garganta e tentou desviar a atenção.
- Claro... – ela respondeu, visivelmente desconfortável.
- Não é legal essa coisa de jantar em família? Nossa eu adoro isso... - tentou ajudar a quebrar a tensão.
- É verdade, . Não me recordo a última vez que jantei com a minha família. – Carlisle concordou cordialmente.
- Deve ser porque você nunca se importou com isso... – Edward alfinetou.
- Como não? Eu sempre tentei estar presente e garantir os momentos em família... – Carlisle replicou com a feição levemente triste.
- Edward não sabe disso porque ele nunca esteve aqui. Ele preferiu ficar com a mamãe, não sabe nada do que acontecia aqui, portanto não tem motivos para reclamar. – Jasper interferiu já com a postura afetada pela discussão.
Limpei a garganta e tossi falsamente, sentia-me no meio de um campo minado.
- Essa salada está ótima, não? Que molho você usou ? – tentei desviar o assunto.
- Oh, nenhum em especial, só o tradicional mesmo...
- Ah... – pensei em algo para estender o assunto – mas ainda assim eu queria que você me ensinasse, faz tempo que não fazemos essas coisas juntas, uh?
- É verdade, com tanta coisa na faculdade, né? Podemos marcar qualquer dia desses...
- Claro, isso seria ótimo! Um cinema em família, o que você acha? – sugeri descontraída.
- Perfeito! O que você acha, Edward? Poderíamos ir todos ao cinema, seria divertido! - perguntou.
- Não vejo nada de divertido nisso. – Edward respondeu acidamente.
- Credo, Edward! Você fica tão ranzinza às vezes, está precisando relaxar um pouco... - replicou, fazendo biquinho.
- Se eu sou ranzinza, o problema é meu, não acha? – ele rebateu grosseiramente.
ficou literalmente de queixo caído e deixou os talheres caírem sobre a mesa.
- Se você tem um problema, acho que você precisa resolvê-lo, não acha? – ela rebateu com acidez.
- Certamente, mas cada um lida com os problemas da forma que lhe convém. – ele respondeu enquanto repousava os talheres na mesa – Por exemplo, tem gente que opta pela bebida, consideram uma boa rota de fuga... – ele completou com desdém e me deu uma olhada significativa.
Senti um aperto desconfortável no estômago, meus olhos marejarem e me deu uma vontade louca de responder àquela ofensa jogando a travessa de macarrão na cabeça dele. Mas controlei os meus instintos primitivos e fingi não me importar com aquela indireta.
- Pisar nos sentimentos dos outros também não é uma boa forma de lidar com os problemas. – Carlisle afagou minha perna por baixo da mesa e tomou a frente da discussão.
Edward pareceu engolir em seco e se manteve calado, o que foi um grande alívio para todos nós.
- Estou satisfeito, o jantar estava ótimo, parabéns meninas. – Edward falou secamente e jogou o guardanapo sobre o prato, levantado-se da mesa.
- Er... também estou satisfeita... - se atrapalhou para recolocar a travessa na mesa, aparentemente ela ainda iria repetir a refeição.
- , você não precisa levantar se não estiver satisfeita... – sugeri complacente.
- Er... Obrigada, mas estou bem. – ela falou e levantou da mesa.
Em instantes o restante do pessoal se dispersou e ficamos apenas eu e Carlisle à mesa.
- É, parece que deu tudo certo. – ele falou num tom calmo.
- Sim, foi tudo muito bem... – afaguei a sua nuca com a mão.
- Droga! – ele exasperou-se de repente – foi horrível! Edward não tinha o direito de falar assim com você!
- Ora, ele não falou nada comigo, você está vendo coisas... – menti, tentando apaziguar o seu estado de nervos.
- Não sou idiota, ! Ele a agrediu verbalmente, e não finja que não sabe. E o que me deixa mais frustrado é que ele só fez isso pra me atingir...
- Ele te ama...
- Não tenho dúvidas sobre isso, só não entendo porque ele tem sido tão hostil desde que voltou da Inglaterra.
- Vocês não têm algum assunto inacabado? – incentivei, curiosa.
- Não que eu saiba. Edward foi embora muito novo e nós éramos uma família normal. Podia ser impressão minha, mas eu sempre pensei que ele me adorasse como pai, ele vivia grudado no meu pé, e dizia que queria ser como eu...
- Ele ainda continua tentando ser como você...
- É, e ele vai ser um excelente médico...
- Não estou falando disso, Carl, ele ainda te venera, não tenha dúvidas disso.
- Não sei, , ele parece me odiar cada vez mais, e eu nem sei o que foi que eu fiz...
- Ele pode estar com ciúmes de mim...
- Não, Edward não é assim, ele até me incentivou a me declarar pra você, não faria sentido os ciúmes, parece ser algo mais profundo, entende? Algo que o deixou ferido e ele não consegue botar pra fora...
- Tipo um trauma?
- É, tipo isso.
- Uma hora ele vai explodir. Ele te ama o suficiente para não suportar ficar assim pra sempre, você vai ver.
- É até estranho, mas eu quero muito que ele exploda, que bote tudo pra fora, só assim eu vou saber o que tem dentro dele. – ele suspirou profundamente.
- Vamos para o quarto, você precisa se animar. – levantei e o puxei pelos ombros.
- É mesmo? E o que você pretende fazer quanto a isso? – ele riu, tentando descontrair.
- Farei tudo o que você quiser, está bom assim?
- Cuidado com o que diz, dona ... Eu posso me aproveitar...
- Então se aproveite, oras! – gargalhei e subi as escadas correndo.
Capítulo 22
*Edward’s Pov*
Nosso feriado finalmente chegou ao fim e a semana de aulas voltou com toda aquela carga de cansaço e estresse, não deixando muito tempo livre para diversões, no entanto, o tempo passara extremamente rápido e hoje já era sexta-feira.
- , o que acha de passar o final de semana lá na minha casa? Nós podemos fazer os relatórios das aulas práticas e namorar um pouquinho nos intervalos... – sugeri enquanto saíamos da última aula.
- Oh, Edward, não vai dar. Não te contei que minha avó estava pra chegar? – ela perguntou e eu assenti com a cabeça – Pois é, ela chegou hoje e minha mãe pediu para ficar cuidando dela. Mas hoje terá um jantar especial, você pode ir e dormir lá em casa, o que acha?
- Bem, se os seus pais não se incomodarem...
- Ah, relaxa, eles não ligam pra nada.
- Tudo bem, então, mas preciso passar em casa para pegar roupas.
- Ok, vamos lá.
Seguimos em seu carro para a minha casa, arrumei uma mochila com roupas e itens de higiene pessoal e partimos para a casa de .
Ela estacionou o carro na garagem e me guiou até a porta de entrada. Quando ela procurava pelas chaves, eu me adiantei em perguntar:
- Você tem certeza que seus pais não vão se incomodar? Seu pai não vai gostar de...
- Edward, já falei que está tudo sob controle, apenas relaxe. – falando isso ela destrancou a porta e adentramos a casa.
- A TV está ligada, Emmet já deve ter chegado do trabalho. – ela salientou enquanto andávamos para a sala.
- Ei, Edward! E aí, tudo beleza? – Emmet acenou com a mão, mas mantendo-se estirado no sofá.
- Oi... – acenei meio sem jeito.
Ainda não me sentia confortável naquela casa, afinal, essa era a segunda vez que eu estava ali, sendo que a primeira foi um perfeito desastre ao tentar roubar a calcinha da .
- Senta aí, gosta de futebol? – ele sugeriu enquanto apontava para uma das poltronas.
- Sim... – respondi e me sentei.
- Bem, eu vou tomar um banho e levar suas coisas lá pra cima, o seu quarto é o primeiro à esquerda, para o caso de você querer se trocar também. - falou e subiu as escadas.
- Vai dormir aqui hoje? – Emmet perguntou, fitando-me de canto de olho.
- Acho que sim... disse que não tinha problema... – cocei a cabeça, um tanto sem graça.
- Nesse caso, devo alertá-lo para ter cuidado com a vovó. – ele riu contidamente e voltou a fitar a TV.
- O que tem a sua avó?
- Emmet, meu filho, ajude a vovó a subir essas escadas. – uma voz aguda ecoou logo atrás de nós.
- Tô indo, vó! – ele gritou e rapidamente se levantou, indo para as escadas.
Arrisquei um olhar pra trás e vi uma figura de cabelos grisalhos, segurando uma bengala e com as costas levemente encurvadas.
- Oh, e quem é esse lindo rapaz? – a velhinha perguntou enquanto me fitava.
- Namorado da , venha, se apóie em mim. – ele transpassou um braço em suas costas.
- Ah, se eu fosse alguns anos mais jovem... – ela suspirou e... Piscou pra mim...
Ela piscou pra mim? Ew!
- Não começa, vovó! – Emmet repreendeu enquanto a levava escada a cima.
- Mas eu não fiz nada...
- Sei...
Esperei que eles subissem e me adiantei para tomar um banho. Quando saía do banheiro com uma toalha amarrada à cintura, dei de cara com vestindo um shortinho curto e uma camiseta de flanela, deitada na minha cama com os braços cruzados na cabeça.
- Quer me matar de susto, ? – resmunguei enquanto caminhava até minha mochila repousada no chão.
- Nossa, estou tão mal assim? – ela perguntou enquanto se apoiava nos cotovelos.
- Você entendeu o que eu quis dizer... – resmunguei enquanto retirava uma roupa da mochila. - Qual o problema com a sua avó? – Perguntei enquanto me vestia.
- Vovó? Ah, ela tem reumatismo, asma, osteoporose...
- Não nesse sentido, ! O Emmet me falou pra ter cuidado com ela, não entendi o porquê...
- Ah... não sei do que o Emmet estava falando... Ele deve estar tentando te assustar. Venha, vamos aproveitar que meus pais ainda não chegaram... – ela deu dois tapinhas ao seu lado e eu, como bom menino, fui, é claro.
Engatinhei na cama até ficar totalmente sobre ela e mordisquei os seus lábios ao passo que minhas mãos apalpavam os seus delicados seios. E eu teria feito mais se não houvessem batidas insistentes na porta.
- Mas que merda! – resmunguei.
- Quê é? - perguntou com uma carranca.
- , minha netinha querida, ajude a vovó a descer essas escadas?
- Como ela sabia que você estava aqui? – perguntei intrigado.
- Essa velha bisbilhoteira fica ouvindo atrás da porta. – ela rolou os olhos e me empurrou para sair de cima.
- Deixa ela chamar o Emmet. – permaneci estático em cima dela.
- Edward, se eu não for ela vai tentar descer sozinha e vai se esborrachar toda, vai dar mais trabalho...
- Aff...
Saí de cima dela e a deixei ir ajudar o trambolho. Esperei alguns minutos até que ela apareceu na soleira da porta, e com uma cara nada boa.
- Que foi agora?
- Meus pais chegaram, e eles trouxerem a janta, temos que descer agora...
- Fala sério... – resmunguei enquanto saía e dava uma olhada rápida no visual para não decepcionar meus futuros sogros.
Descemos de mãos dadas e seguimos para a sala de jantar, onde já estavam Emmet, os pais e a velhinha.
- Mamãe, papai, esse é o Edward. - me cutucou quando eu não consegui falar nada de nervoso.
- Er... Boa noite, senhor e senhora Swan... – cumprimentei, mas permanecendo estático no mesmo lugar.
- Ora, que belo partido, uh? Acho que dessa vez você acertou, querida. – a mãe de levantou e me segurou pelos ombros, dando dois beijos estalados em minhas bochechas.
- Sim, dessa vez eu acertei. – assentiu com um sorriso abobalhado.
- Que papo mais chato esse! Sentem logo que estou com fome. – Emmet resmungou.
Olhei de relance para o pai de , que estava sentado na cabeceira da mesa, mas ele parecia distraído, se olhando num espelhinho... Estava ficando mais do que claro de que a família da era excêntrica. Acomodei-me ao lado de e acabei ficando de frente para a velhota, que, por sinal, ficava fazendo umas caretas estranhas, as quais eu preferi ignorar.
- Oh, esqueci meu remedinho, , minha netinha linda, poderia pegá-lo pra mim?
- Qual deles, vovó?
- O azulzinho, querida.
- Busco num minuto. - se levantou e saiu em direção às escadas.
- Oh, preciso ir ao banheiro. – a velhota se levantou e saiu em passos lentos.
- Nem bem chegou e já está dando trabalho... – Emmet resmungou enquanto rolava os olhos.
- Não fale assim da sua avó, querido.
Esperamos mais alguns minutos e nenhuma das duas apareceu.
- Ok, vamos adiantando, quem gostaria de fazer a oração? – a mãe de perguntou e olhou para todos. Emmet fingiu estar procurando algo no chão, o pai fingiu estar ocupado com a gravata e eu fiquei totalmente perdido sem saber o que fazer – Edward?
- Hum? – a fitei meio desnorteado.
- Faça um agradecimento, querido.
- Hum? Eu não sei... Eu não... – olhei pra Emmet pedindo socorro, mas ele olhava para o teto e mantinha a mão na boca, prendendo o riso.
- Ora, não se acanhe... – ela insistiu.
- Eu... hum... ok... - pigarreei, pensando em algo pra falar, mas antes de abrir a boca eu senti alguma coisa mexendo em minhas calças. – Er...
Tentei raciocinar e entender o que se passava embaixo da mesa. Ajeitei-me na cadeira e arrisquei olhar pra baixo para ver se identificava o que diabos estava futucando o botão da minha calça. O problema é que eu não consegui ver nada. Mas, infelizmente, eu pude sentir com perfeição que um par de mãos abaixou o meu zíper e apalpou o conteúdo. Eu não acredito que vai me fazer passar essa vergonha!
- Oh me Deus! – pressionei minhas mãos na beirada da mesa e remexi os quadris para espantar as malditas mãos da .
Olhei apavorado para os pais de e tudo o que eu vi foi a mãe dela me fitando com os olhinhos brilhando. Aparentemente ela entendeu o meu clamor como o início da oração.
- Er... Eu agradeço... Oh céus, pare com isso! Digo, não pare, digo, o jantar, eu agradeço... oh... Agradeço por esse jantar, e SÓ! – me contorci quando a maluca puxou o meu garoto pra fora e o masturbou com a mão.
Tentei arrastar a cadeira pra traz e avancei com uma mão por baixo da mesa para estapear a mão da , mas ela logo recolocou as mãos e continuou me torturando enquanto todos na mesa me fitavam atentamente.
- Edward, querido, você está bem? Está vermelho e suando... Não está com febre? – a mãe de se inclinou na mesa e apalpou a minha testa – Ora, você está pegando fogo!
- Er... Eu não estou bem... Eu Uh! – tentei disfarçar os meus gemidos com uma tosse fajuta e me senti desesperado quando senti a língua dela brincar com meu membro, quase me fazendo explodir em plena mesa de jantar.
- Emmet, querido, vá buscar um remédio para o Edward. – Emmet estreitou os olhos em minha direção e se levantou, mantendo seu olhar perscrutador.
- Eu tô bem... oh... não! Não tô bem... preciso... preciso... – fechei os olhos tentando segurar a vontade de gozar – banheiro... – abaixei minha cabeça na mesa e mordi minha mão para evitar o gemido quando o orgasmo me atingiu.
- Edward? – a mãe de chamou num tom preocupado.
Fiquei de cabeça baixa enquanto regulava minha respiração e aproveitava para passar um guardanapo por debaixo da mesa pra diabinha que me fez pagar esse mico. Depois de restabelecido, levantei minha cabeça, totalmente sem graça, para encontrar o olhar preocupado da senhora Swan, o desinteresse do pai e Emmet me oferecendo um copo com água e um comprimido.
- Toma, para febre... – ele falou com ironia.
- O-obrigado. – gaguejei e tomei o comprimido – Eu vou... ao banheiro... – murmurei e levantei, olhando atentamente para baixo, para ter certeza de que não tinha nada pra fora.
Caminhei meio grogue para o banheiro e abri sem bater, arrependendo-me instantaneamente. Havia uma velhinha sentada no vaso sanitário, segurando alguma revista de cabeça para baixo.
- Oh! Desculpe... – bati a porta rapidamente e voltei cambaleando para a mesa.
No caminho me choquei com alguém. .
- ! Por que diabos fez aquilo? Perdeu o juízo? – falei aos sussurros e a sacudi pelos ombros.
- O quê? Não sei do que está falando! – ela respondeu com a voz entrecortada por estar sendo sacudida.
- Droga, ! Nunca mais faça uma coisa dessas! Ouviu bem?
- Pára, Edward! Não sei do que está falando! Por acaso você viu a minha avó? Não achei a droga do remédio azul, só tinham brancos, rosas e amarelos.
- Ela está no banheiro. Olhe pra mim, teremos uma conversa séria quando formos dormir, onde fica o seu quarto? Não me lembro mais... – segurei o seu rosto em minhas mãos e a fiz me fitar.
- No fim do corredor. – ela se soltou e caminhou até o banheiro, batendo na porta – Vovó?
- Sim?
- Você está bem? Não encontrei o remédio, tem certeza que era azul?
- Oh... Eu disse azul? Ando tão esquecida, querida, eram os amarelinhos...
- Dá pra acreditar nisso? – ela se virou pra mim – Revirei a droga do quarto atrás da porcaria azul e eram os amarelos!
- Então entregue os amarelos e vamos jantar de uma vez... – resmunguei já impaciente.
- Posso entrar, vovó?
- Já estou saindo, querida, de repente me deu uma dor de barriga, você sabe como é... – ela abriu a porta e pegou os comprimidos.
- Oh, aqui estão eles, você é um doce, minha netinha predileta!
- Você diz isso pra todos... – ela resmungou enquanto voltávamos para a mesa.
Felizmente o jantar seguiu normalmente, a maior parte do tempo permanecemos em silêncio, e apenas uma vez ou outra a mãe de me fazia algumas perguntas pessoais. Não me importei com isso, afinal, era de se esperar que ela fosse querer saber com quem a filha está se envolvendo.
Ao final do jantar, seguimos para a sala de estar e ficamos assistindo bobagens na TV. Não muito tempo depois, a disse que estava cansada e seguiu para o quarto dela, mas antes me confidenciando no ouvido que me esperava lá. Enrolei mais um tempo, deixei o Emmet sozinho na sala e subi as escadas. Segui para o fim do corredor e observei que havia duas portas, uma de frente para a outra. Como vou saber qual é o quarto dela?
Vasculhei minha mente, tentando relembrar do dia que estive aqui, mas tudo o que eu lembrava era de ter recebido uma paulada na cabeça. O jeito seria abrir as duas portas e checar. Tentei abrir a porta da direita, ela estava trancada, então supus que seria a da esquerda, já que a avisou que estaria me esperando, ela deve ter deixado a porta aberta, né?
Girei a maçaneta da porta da esquerda e, felizmente, a porta abriu. O quarto estava escuro, fechei a porta com cuidado e caminhei a passos silenciosos na direção que eu julguei estar a cama dela. Parei quando senti a cama encostar nas minhas pernas, sentei no colchão macio e puxei o edredom. Engatinhei até encontrar o corpo de e, num movimento rápido, eu a girei e fiquei sobre ela, selando nossos lábios com furor. Tentei sustentar o beijo, mas havia algo muito estranho nos lábios de ... Eles estavam mais frios e incrivelmente... flácidos...
Parei o beijo por um instante.
- …? – perguntei, sentindo-me um idiota, afinal, quem poderia ser senão ela?
- Vem gostosão, me joga no Google, me chama de pesquisa e diz que eu sou tudo que você procurava!
Sobressaltei-me com essa voz aguda, ao passo que a infeliz me apertava contra ela.
- VOVÓ? – perguntei retoricamente e tentei me livrar do seu aperto forte demais para uma velhinha de 80 anos.
- A que me perdoe, mas eu vou te roubar pra mim, porque roubar pra comer não é pecado! – ela deu uma gargalhada maquiavélica e começou a salpicar beijos molhados e nojentos no meu rosto.
Será que ninguém disse para ela que não se usa mais essas cantadas de quinta categoria? E o que diabos ela quis dizer com “roubar para comer”?
- Me solta, vovó, isso foi um engano! – espalmei minha mão em seu rosto, evitando o contato com aquela boca molenga.
- Me dá um beijinho aqui, tigrão!
Mas hein? Que velha tarada!
- Não, vovó! – me debati contra ela, mas a miserável era forte!
- Você gosta de mim que eu sei!
- EU NÃO! ME SOLTA! – gritei com vontade e num movimento mais brusco, eu me soltei, cambaleando pra trás e caindo de bunda no chão.
- Vovó? Ouvi um estrondo... Edward? – olhei para trás e vi segurando um bastão de basebol.
- Er... Oi... – murmurei totalmente sem graça.
Ela andou até o interruptor, acendeu a luz do quarto e repousou o bastão num canto.
- O que está fazendo aqui? E por que sua boca está manchada de batom?
- Er...
- Esse tarado estava me atacando, querida! Eu disse que era só uma velhinha... mas ele disse que me queria mesmo assim... – a vovó choramingou falsamente.
- EU? Foi ela que me atacou, ! – levantei e cruzei os braços fazendo birra.
- Você beijou a minha avó?
- Foi um mal entendido! Eu estava...
- Ele veio me chamar de Google! – a vovó me interrompeu.
- Hein?
- Cala a boca, sua velha tarada! – repliquei irritado.
- Edward! Não fale assim com a vovó! - me estapeou no peito - O que você veio fazer no quarto dela, Edward?
- Ela está me difamando, ! Você acha mesmo que eu vim atacar esse trambolho desdentado?
- Desdentada nada, eu uso chapa, aqui ó. – a velhinha pegou um copo transparente com uma prótese dentária dentro e nos mostrou.
- Você ainda não respondeu o que fazia aqui, Edward.
- Eu estava procurando o seu quarto e esse era o único no final do corredor com a porta aberta, então eu entrei... E confundi a velha com você... – cocei a cabeça sem jeito.
- Você me confundiu com a minha avó? - me olhou horrorizada.
- Estava escuro! – repliquei indignado.
- Mesmo assim, Edward! Você beijou a minha avó!
- Já disse que foi sem querer! E nem venha se fazer de santa, ! Eu ainda não esqueci o que você me fez no jantar!
- Eu não fiz nada no jantar!
- Há! Ainda se faz de desentendida! – joguei as mãos pra cima com impaciência.
- Mas que droga, eu não sei do que você está falando!
- Você... – apontei o dedo indicador em sua direção e depois recuei, pensando na melhor forma de tratar do assunto na frente de uma velhinha de 80 anos – você fez aquelas coisas embaixo da mesa...
- Hein? Que coisas? Embaixo da mesa? Eu não estive embaixo da mesa, Edward! – ela replicou, cruzando os braços e sacudindo os pés com nervosismo.
- É claro que foi você! Se não, quem teria mexido no meu Junior?
- Eu não... – ela arqueou as sobrancelhas e me fitou como se tivesse tendo um lapso de memória – Alguém pegou no seu... Embaixo da mesa? – ela questionou incrédula.
- Não só pegou como fez... você sabe... Mas que droga, ! Por que está me perguntando se foi você quem fez?
- Eu já disse que não fiz isso!
- Então foi uma alma penada? Que eu saiba, ninguém mais poderia ter feito isso, estavam todos na mesa, menos você e... – arregalei os olhos de modo que a própria entendesse o que eu acabara de especular. Ambos viramos para fitar a velha, que estava encolhida e totalmente encoberta pelo edredom.
- Ah, vovó! Você fez isso de novo? - caminhou até ela e puxou o edredom, revelando uma velhinha se fingindo de desentendida.
- Não sei do que você está falando, querida...
- Hei! Como assim “de novo”? – perguntei intrigado.
- Vovó, eu não acredito que você fez isso! - ignorou minha pergunta e continuou olhando com cara feia para a avó.
- Eu não resisti, ! Foi mais forte do que eu... – a velhinha se tremeu toda e fez cara de cachorro sem dono.
- Eu disse que essa velha era tarada... – resmunguei.
- Ela fez isso com meu ex-namorado... Ela tem uma tara por homens bonitos, sabe? - suspirou profundamente – Vou falar com a mamãe amanhã, essa velha está ficando impossível!
- E eu vou me lembrar de não me sentar à mesa quando a velha não estiver bem visível. – resmunguei, caminhando para fora do quarto.
Seguimos para o quarto de e eu logo tratei de tomar um banho. Resolvi deixar minhas roupas no banheiro e voltei nu para o quarto.
- Uai, Edward! Quer matar do coração? - exclamou com uma mão no peito.
- Estou precisando extravasar, pode me ajudar com isso? – murmurei com a voz rouca e repleta de malícia.
- Pensei que a vovó já tivesse te ajudado... – ela sorriu contidamente, mas eu fiz cara feia.
- Poxa , desse jeito eu broxo… - resmunguei enquanto me deitava ao seu lado.
- Foi mal... – ela riu baixinho, mas logo adotou uma postura sexy, enroscando-se por cima de mim.
- Hum... bem melhor assim... – sussurrei enquanto enterrava minhas mãos em seus cabelos e a puxava para um beijo molhado.
Ela gemeu em minha boca enquanto eu serpenteava minhas mãos por seu roupão e desatava o nó, abrindo-o e expondo sua pele deliciosamente macia e nua.
- Tão linda... – sussurrei enquanto acariciava e admirava o seu corpo.
- Edward... faça amor comigo... – ela suplicou enquanto deleitava-se de prazer.
- Sempre que você quiser, meu amor... – sussurrei enquanto trocávamos de posição e fundíamos nossos corpos com uma penetração profunda e prazerosa.
Enquanto fazíamos amor, eu devaneei sobre como se tornara fácil chamá-la de meu amor, sem nem ao menos ter-lhe dito que estava apaixonado por ela. Talvez, só talvez, ela também compartilhe o mesmo sentimento, e eu teria que arrumar um jeito de fazê-la se declarar pra mim. Eu não seria o primeiro a entregar o meu coração aos leões. Logo perdi a linha do raciocínio quando lancei as últimas estocadas que nos levaram a um orgasmo sensacional.
- …
- Edward… eu…
- Hum? – ronronei enquanto pendia para o lado.
- Eu... – ela fechou os olhos por uns instantes, e logo depois os abriu me fitando com uma expressão profunda – Eu... estou me apaixonando por você...
Mas hein?
- … você… - me sentei na cama e a olhei – Está falando sério?
- É tão ruim assim? Eu sei que você não sente o mesmo, mas... – ela também se sentou e começou a falar, olhando para as próprias pernas, mas eu a interrompi e levantei seu rosto pelo queixo.
- Quem disse que eu não sinto o mesmo? Eu não falei antes porque...
- Porque é assustador...
- É, isso me assusta. – ri fracamente e puxei seu rosto para selar nossos lábios.
No final das contas, eu não precisei mover uma palha. Eu deveria ter imaginado que é decidida demais para ocultar os próprios sentimentos. Tão diferente de mim! Mas ainda assim eu não conseguia mais me ver com outra pessoa que não fosse .
- Podemos falar disso amanhã? Essa coisa de falar de amor dá uma canseira... - bocejou e se aninhou ao meu peito.
- Como você quiser... – sussurrei e apaguei a luz do abajur – Eu... amo você... – sibilei baixinho, sem ter certeza de que ela ouviria, mas a resposta veio logo em seguida.
- Idem – ri com sua resposta curta e grossa, como sempre, mas do jeitinho que eu adorava...
Capítulo 23
*’s Pov*
Essa semana que passou não foi lá das melhores, afinal, mal tive tempo de namorar decentemente, e ainda tive que presenciar algumas cenas desagradáveis, como Alice agarrando e beijando o Jazz nos corredores da faculdade, Alice roubando todo o tempo e atenção dele e me deixando apenas chupando o dedo. Irritante! Totalmente irritante! E o pior era que Jasper, de alguma forma, parecia estar fugindo de mim, toda vez que eu encostava e questionava sobre onde passaríamos o nosso final de semana, ele disfarçava, enrolava e acabava fugindo do assunto, seduzindo-me descaradamente, só porque eu não resisto... Safado! Mas isso não iria ficar assim, assim que terminasse a última aula eu iria grudar no seu encalço até ele me contar o que raios estava acontecendo, e foi nesse mesmo instante que o professor finalizou a aula, aproveitei que Jasper estava distraído arrumando suas coisas e parei na sua frente.
- Podemos conversar um instante? – perguntei, incisiva.
- Ah... eu... – ele continuou arrumando as coisas sem me fitar – estou com um pouco de pressa...
- Para quê?
- Er... eu vou...
- Pode parando por aí! Se é para inventar mentiras, melhor ficar calado. Dá pra olhar para mim? – repliquei, impaciente.
- , está chamando a atenção... – ele me olhou e rapidamente desviou o olhar.
- E eu com isso? Você quer conversar num lugar mais reservado? Pois então te esperarei no banheiro feminino, você tem 3 minutos para chegar lá. – falei num tom imponente e o deixei lá parado com o queixo caído.
Peguei minhas coisas e segui pisando fundo para o banheiro. Abri a porta com força e assustei algumas garotas que se embelezavam no espelho.
- SAIAM! – gritei, enquanto abria a porta para elas passarem.
- Hein?
- Quem é essa louca?
- EU DISSE PRA SAIR! – larguei a porta e caminhei até as torneiras, abrindo-as e espirrando água em cima delas.
- Que horror! Sua maluca! – elas resmungaram, assustadas, e saíram correndo com medo da água.
Fechei as torneiras e me encostei na pia, cruzando os braços e batendo o sapato impacientemente no chão. Minutos depois Jasper abriu a porta e entrou, olhando desconfiado para os lados.
- Não tem ninguém aqui, pode ficar tranqüilo. – Assegurei, enquanto ele trancava a porta.
- Não combinamos de ter mais cuidado na faculdade? Esqueceu que a Alice tem amigos espalhados por todo o canto? – ele resmungou, caminhando até mim e parando em minha frente, com uma mão de cada lado do meu corpo, apoiadas na pia.
- Não esqueci, mas não dá mais para ficarmos assim, Jasper. Você andou fugindo de mim a semana inteira e não me diz o motivo. O que está acontecendo?
- Alice está desconfiada, ela é mais esperta do que eu pensei. – ele me fitou com um olhar preocupado, enquanto passava as mãos nervosas nos cabelos.
- Não justifica o fato de você estar me evitando tanto.
- Alice quer me apresentar para os pais dela. – ele falou rapidamente, evitando o contato visual e fitando os próprios pés.
- Hein?
- Ela quer me apresentar oficialmente. É muito estranho, porque em todo o tempo que estivemos juntos ela nunca se preocupou com isso e agora ela decide que está na hora de oficializarmos o nosso namoro. E o pior é que o pai dela é o diretor do hospital em que meu pai trabalha, muito rico e influente, e provavelmente amigo de meu pai. Imagina que situação ficaremos quando eu terminar com a Alice?
- Ora, não oficialize nada! Invente uma desculpa qualquer...
- Já tentei! Já tentei inventar mil e uma desculpas, mas ela de repente parou de se importar se estou gripado, com conjuntivite ou suspeita de tuberculose.
- Seja mais criativo, Jasper! Até quando você pretende ficar inventando doenças?
- A Alice tem pavor de doenças...
- Mas não está funcionando, está?
- O que você sugere então?
- Quando ela pretende te apresentar aos pais?
- Amanhã... – ele respondeu quase num sibilo.
- Amanhã? E você só me fala isso agora? Você tinha prometido que o final de semana seria nosso!
- Eu sei... mas...
- Que horas será? – perguntei com impaciência.
- Terá um jantar na casa dela, às 19:00 horas.
- E o que a Alice fará antes disso?
- Bom... – ele coçou a cabeça, pensativo – ela provavelmente vai ao salão de beleza pela manhã, e deve ficar lá até a tarde...
- Ótimo, qual o salão?
- Instituto Embelleze, por quê?
- Por nada... Vou indo agora, estou atrasada. – tentei me desvencilhar dele, mas ele se manteve firme – Que foi? – perguntei confusa.
- Eu que pergunto! Quero saber exatamente o que você está maquinando nessa sua cabecinha de vento! – ele falou rispidamente e avançou com as mãos em minha cintura, levantando-me e sentando na pia, ficando entre minhas pernas.
- Não estou maquinando nada, me deixe sair, Jazz... – falei num tom indiferente.
- É bom mesmo, não vá fazer nenhuma besteira, deixe que eu cuido da Alice, tentarei me livrar dela no domingo e podermos nos ver, ok?
- Ok... – respondi com a melhor cara lisa que eu tinha.
Como se eu fosse obedecer...
- Agora... – ele falou com rouquidão, enquanto mordiscava os lábios e me fitava com olhos famintos, fazendo-me estremecer da cabeça aos pés – vamos aproveitar nosso momentos a sós... – ele me puxou de encontro ao seu corpo e me apertou contra si, beijando-me em seguida com urgência – Uh... Estava com tanta saudade de você, ...
- Eu também... senti muita, muita, muita saudade... – murmurei entre beijos.
- Ora, vamos matar essa saudade então! – ele cessou o beijo bruscamente e atacou o botão da minha calça, abrindo e puxando-a juntamente com minha calcinha.
Enquanto isso tratei de desabotoar sua camisa e jogá-la no chão, depois seguindo para o botão de sua calça e a empurrando para baixo, deixando-o totalmente nu, assim como eu agora estava.
Mordi os lábios em aprovação e espalmei minhas mãos em seu peito, acariciando-o e o arranhando com as unhas. Ele ronronou e me fitou com desejo e urgência, apertou meus quadris com força, deslizou uma mão por minhas costas nuas e puxou meus cabelos para trás, expondo meus seios para frente. Atacou-os com furor, sugou e beijou até que ficassem túrgidos e vermelhos, enquanto eu gemia em desespero.
- Jazz... Jazz... agora... depressa, depressa...
Ele atendeu as minhas súplicas e deslizou para dentro de mim, fazendo ambos gemerem enlouquecidamente. Firmou as mãos em meus quadris para controlar os movimentos e estocou com furor, até não suportarmos mais a pressão e o desejo e nos deixarmos levar pelo orgasmo iminente.
~*~
Terminada a sessão de amassos no banheiro, seguimos cada qual para um lado e ficamos de nos falar por telefone. A verdade é que eu já tinha planos mirabolantes para a manhã de sábado... Alice mocréia que me aguarde...
Voltei para minha casa, mas antes passei numa loja de cosméticos e comprei alguns apetrechos para por o meu plano em ação. Em casa, acertei os últimos detalhes e dormi maravilhosamente bem à espera da manhã seguinte.
Acordei com o som do despertador e apressei-me em agilizar as coisas para chegar cedo ao salão de beleza. Se eu bem conhecia a Alice, ela deveria ser uma das primeiras a chegar. Belisquei o café da manhã e corri para o salão.
Entrei no salão, contente por não poder ser reconhecida, afinal eu estava usando um lenço cobrindo os meus cabelos, óculos enormes e uma roupa horrorosa do tempo de minha avó. Sentei numa das poltronas da recepção e peguei uma revista, fingindo ler ao mesmo tempo em que observava o movimento do salão. Observei quando Alice entrou no salão, acompanhada por sua amiga Rosalie, e conversou com a recepcionista, que anotou os pedidos dela e a encaminhou para um lugar mais reservado. Aproveitei a saída da recepcionista e fui xeretar o que a Alice pretendia fazer. Cabelos, unhas, depilação... Bem típico, e exatamente do jeito que eu precisava.
Caminhei pelo salão e procurei a salinha em que as cabeleireiras preparavam os produtos. Não foi difícil encontrar, mas eu precisava esperar para saber o momento exato em que ela iria entrar para preparar o de Alice. Sentei em outra poltrona, próximo a cadeira em que Alice estava sendo preparada para a sessão de embelezamento.
- Olha, eu quero só algumas mechas para clarear os cabelos, aparar essas pontas e as unhas pode pintar de vermelho.
- Como queira senhorita, aguarde um instante. – a cabeleireira seguiu para a salinha.
Aguardei alguns instantes e fui bater na porta.
- Com licença. – abri uma fresta da porta e pude vislumbrar o potinho que ela tinha nas mãos – Estão te chamando na recepção...
- Ah... Obrigada. – ela largou o pote de Alice no balcão e saiu da salinha, deixando-a livre para mim.
Entrei sorrateiramente e despejei o produto que eu tinha preparado em casa no pote de Alice, misturei bem e saí da sala, com um sorriso vitorioso nos lábios.
Voltei a sentar numa poltrona e fiquei folheando uma revista, enquanto a cabeleireira tratava dos cabelos de Alice.
- Senhorita Alice, gostaria de fazer a depilação enquanto o produto age nos cabelos? – a cabeleireira perguntou enquanto terminava de aplicar o produto.
- Sem problema. – Alice respondeu com indiferença.
- Aguarde só um minuto que vou ligar a cera. – falando isso, a cabeleireira seguiu para a sala de depilação, e eu que não sou boba nenhum pouco, segui no seu encalço, ficando parada do lado de fora, com a revista tapando o meu rosto e esperando ela sair para chamar a Alice.
A cabeleireira logo saiu da sala e eu aproveitei para entrar. Corri até a máquina com a cera e despejei ali o meu pozinho mágico, mexi bem e saí rapidamente. Voltei para a minha poltrona e esperei o tempo passar, enquanto Alice passava pela tortura de depilações.
Logo elas voltaram para retirar o produto dos cabelos de Alice e eu aguardei ansiosa para ver o resultado.
- Vocês mudaram a marca da cera ou algo assim? – Alice resmungou, enquanto se contorcia para coçar as pernas e a virilha, e a cabeleireira enxaguava os seus cabelos.
- Não, por quê?
- Porque estou toda me coçando!
- Que estranho... Você não tem alergia a essa cera...
- Ai ai ai! Está coçando muito... – ela levantou uma perna para olhar como estava e arregalou os olhos. – Oh meu Deus! Olha isso!
- Oh... Só está um pouquinho vermelho...
- Um pouquinho? Está um horror!
- Calma senhorita, ficar vermelho é normal, depois passa...
- Nunca ficou vermelho assim, e muito menos coçando!
- Calma, vamos ajeitar os seus cabelos e daremos um jeito nisso, ok?
- Sim, mas ande logo com isso! Não posso me apresentar ao meu namorado nesse estado deplorável!
HÁ! Namorado... Não por muito tempo, fofa!
Elas voltaram para a cadeira e a cabeleira secou os cabelos de Alice rapidamente. E o resultado esperado foi um belo grito ensurdecedor.
- O QUE É ISSO? – Alice berrou enquanto se olhava no espelho com os olhos arregalados – MEU CABELO ESTÁ AZUL! AZUL!
- Er... Eu não sei o que aconteceu... – a cabeleireira falou desesperada.
- AZUL! AZUL! – Alice continuou choramingando, enquanto todos do salão a olhavam e soltavam gargalhadas – ROSE, OLHA ISSO!
- Nossa... – Rosalie colocou a mão no peito com o susto – Mas o que aconteceu com o seu cabelo?
- Essa louca pintou o meu cabelo de AZUL!
- Mas eu tenho certeza que preparei a cor certa! – a cabeleireira tentou se defender.
- NÃO QUERO SABER! CONSERTE O MEU CABELO OU EU PROCESSO ESSA ESPELUNCA!
- Mas... não dá pra pintar assim... tem que esperar dois dias...
- PARA O INFERNO COM ESSES DOIS DIAS!
- Alice, acalme-se! Se você pintar de novo, corre o risco de ficar careca, é isso que você quer? – Rosalie a repreendeu, enquanto eu permanecia no meu cantinho me acabando de rir.
- Como vou jantar com Jasper e meus pais assim? E ainda estou toda me coçando... – Alice choramingou.
- Não se preocupe, senhorita, volte daqui a dois dias que nós cuidaremos de tudo de graça. – a cabeleireira falou.
- Mas...
- Alice, não há nada que você possa fazer, vamos pra casa e você desmarca o jantar. – Rosalie a rebocou pra fora do salão, enquanto tentava acalmá-la.
Esperei até que elas sumissem de vista e saí do salão cantarolando de felicidade. Isso é o que dá quando se mete com o namorado das outras...
~*~
Voltei para casa e aguardei ansiosamente pela ligação de Jasper, a qual não demorou muito.
- Alô, ? Tenho boas notícias!
- Oh... é mesmo? – me fingi de desentendida – Que notícias?
- Alice desmarcou o jantar e não me deu previsão para um próximo!
- Oh! Isso é fantástico!
- Se arrume, passarei em sua casa em minutos. – ele finalizou e desligou o telefone.
Como se eu já não estivesse pronta...
Jasper chegou pouco tempo depois e me levou para almoçar num restaurante maravilhoso, e depois fomos para uma pracinha para passearmos de mãos dadas, enquanto conversávamos amenidades e namorávamos como um verdadeiro casal apaixonado.
Ao pôr-do-sol, seguimos para um parquinho de diversões, onde ele não descansou até me conseguir um urso panda no tiro ao alvo. E para finalizar com chave de outro, levou-me para sua casa, onde preparou um jantar dos deuses e em seguida me carregou no colo para o seu quarto, fazendo-me sentir a rainha do palácio de prata.
Fizemos amor. Como nunca antes. Jasper parecia mais controlado, calmo e paciente. Cada carícia, cada toque, era sob medida, como se eu fosse feita de porcelana. Como se ele estivesse querendo me mostrar o que havia por baixo dos panos, que aquilo não era apenas desejo e sexo... era como se...
- Oh... … Estou completamente apaixonado por você... – ele sussurrou com o rosto enterrado em meus cabelos.
- Hum?
- Estou apaixonado por você... Por Deus, diga-me que é recíproco... – ele levantou o rosto para me fitar profundamente.
- Eu... eu... – pisquei algumas vezes, tentando me recuperar do baque – é claro que é recíproco! – suspirei quando finalmente as palavras saíram – sempre fui apaixonada por você, você que sempre foi cego por não reparar...
- Desculpe, eu não conseguia enxergar um palmo a minha frente. Mas agora tudo será diferente, darei um jeito de terminar com a Alice e não vamos mais precisar ficar nos escondendo.
- Oh... Isso é ótimo, Jasper!
- Temos um ótimo motivo para comemorar! Espere um minuto. – ele levantou da cama, eu imaginei que ele fosse buscar champagne ou algo do tipo, mas ao invés disso, ele foi até o criado-mudo e abriu uma gaveta, voltando para a cama com uma bisnaga na mão.
- Um lubrificante para comemorar? – perguntei com sarcasmo.
- Estive pensando por um tempo e acho que já podemos passar para o próximo estágio. Você confia em mim?
- Confio, mas...
- Ótimo! Prometo que serei cuidadoso, não vou te machucar. – ele estalou um beijo em meus lábios e começou e me estimular nos pontos sensíveis.
- Jazz... Não estou te entendendo... – tentei me afastar, antes que sentisse os meus ossos derretendo e as forças me faltarem.
- Vira de quatro que você vai entender... – ele sussurrou em meu ouvido e tentou girar o meu corpo.
- Virar? Por quê? Nós acabamos de fazer essa posição, podemos tentar outra e...
- Não é a mesma coisa , eu quero fazer anal com você...
- HEIN? – arregalei os olhos, exasperada.
- Sexo anal, … Você sabe, o próximo estágio...
- MAS NEM FERRANDO!
Capítulo 24
*Emmett’s Pov*
Impressionante como o tempo passa rápido. Já se passou pouco mais de um mês desde que eu e a começamos a namorar. E praticamente esse mesmo tempo desde que a voz do além me abandonou. Não que estivesse sentindo falta dele... longe disso, mas de vez em quando era legal quando a gente discutia sobre uma partida de futebol, ou quando ele me e enchia o saco falando aquele mundo de besteiras, enfim, era divertido, e agora... bem, agora sou só eu e eu.
Balancei minha cabeça numa tentativa de esvair meus devaneios, juntei toda a papelada pendente e saí para a ante-sala.
- Cassy, desmarque os meus compromissos dessa tarde, preciso resolver umas coisas no banco. – falei para minha secretária enquanto saía do meu escritório.
- Sim, senhor.
Saí apressado para o banco, motivado pela expectativa de ver minha garota se eu conseguisse acabar cedo. Estacionei o carro do outro lado da rua, ignorei a faixa de pedestres e me preparei para atravessar por entre os carros.
“E aew meu, camarada!”
Uh?
- CUIDADO! – alguém gritou, dando-me tempo apenas de ver um carro vindo em minha direção.
...
- Como ele está?
- Está ótimo, nada quebrado, apenas uma pequena lesão no tornozelo, vai precisar ficar engessado por um tempo. – ouvi vozes ecoarem estridentes em meus ouvidos, provocando-me dor de cabeça e forçando-me a abrir os olhos.
- Ele está acordando! Emmett?
- ? – perguntei, piscando algumas vezes para desembaçar as vistas.
- Oi, meu amor! Como se sente? – ela respondeu, inclinando-se sobre mim e ajeitando os travesseiros nas minhas costas.
.- Vou deixar vocês a sós, quaisquer problemas me chamem. – Carlisle falou, retirando-se do quarto.
- O que aconteceu? – perguntei um pouco desnorteado.
- Você se considerou especial demais para usar a faixa de pedestres... – ela respondeu com reprimenda.
- Oh... A faixa de pedestres estava longe...
- Aham... sei...
“Mal cheguei e o cara já quer se matar... Eu hein!”
- Hein?
- Hein o quê?
- Eu não quis me matar, foi um acidente!
- Emmett, eu não disse que você queria se matar...
- Disse sim, eu ouvi!
- Ok... Acho que você bateu com a cabeça.
“Ó o cara, aew! Nem me reconhece mais...”
Oh não! Você de novo?
“Até que enfim! Pensei que tinha me esquecido.”
O que você quer? Por que voltou? E onde raios você esteve?
“Estava de férias, você sabe, tinha que dar uns pegas nas minas e pá...”
De férias? Há Há! Só falta me dizer que estava no Caribe...
“Como você sabe? Cara, estamos sincronizados!”
Ah vai se ferrar!
- Emmett... Emmett... EMMETT!
Plaft!
- Ai! Por que me bateu? – perguntei enquanto massageava minha bochecha ardida.
- Você estava fazendo de novo! - berrou, espumando de raiva.
- Fazendo o quê? Eu não fiz nada!
- Estava viajando! Eu estava aqui toda preocupada, falando com você, e você não estava nem aí!
- Foi aquela voz irritante que me distraiu...
- Voz? Que voz, Emmett?
- Já conversei com você sobre isso, aquela voz que eu ouço de vez em quando... Estou ouvindo de novo... – respondi meio sem graça.
- Vou chamar o Carlisle, você não está bem, precisa de um sedativo, ou melhor, um antipsicótico!
- Eu não estou louco, ok? Estou sendo sincero com você!
- E eu estou sendo sincera com você. Precisa de um psiquiatra, urgente!
- Vou me lembrar de não te contar mais nada, afinal, pra quê compartilhar meus problemas com a minha namorada? Ainda mais se ela é uma quase enfermeira e acha que estou louco? – repliquei, contrariado.
- Emmett... – ela sibilou, esfregando as mãos contra o rosto – Me desculpe, eu não quis dizer que você está louco, mas você tem de convir que isso não é normal...
- Eu não disse que era normal.
- Certo, então vamos supor que você esteja mesmo ouvindo essa... essa voz. – ela falava enquanto andava de um lado a outro.
- Eu estou mesmo ouvindo essa voz. – retruquei, tentando não ficar ainda mais ofendido.
- Ok. Ela está falando com você agora?
- Ela fala quando quer. – rolei os olhos, impaciente – Ouça, não quero mais falar sobre isso, você não me compreende, portanto não vamos acabar em lugar algum.
- Não, calma. – ela parou de andar e caminhou até a cama, sentando-se ao meu lado – Vamos consertar isso juntos, se você diz que ouve, eu vou acreditar, mas precisamos...
- Não há nada para consertar, . É só uma voz, ok?
- É só uma voz... é só uma voz... – ela resmungava com acidez, voltando a andar pelo quarto – Não é só uma voz, Emmett! Sério, eu vou chamar o Carlisle e ele vai te indicar um bom psiquiatra e então...
- … Está fazendo de novo…
- Fazendo o quê?
- Me chamando de louco, eu não vou procurar psiquiatra algum.
- Você está sendo preconceituoso! Só porque é um psiquiatra não significa que você esteja louco, você precisa de um médico que entenda dessas coisas... da mente.
- , vamos parar por aqui, está bem? Esqueçamos esse assunto e ponto final. Preciso que me deixe sozinho, quero descansar antes de...
- De jeito nenhum! Não vai fugir do assunto, isso é coisa séria, Emmett!
- Vou precisar gritar pra você sair?
- Está me expulsando do quarto?
- É o que parece, não? – respondi com acidez.
- Estou tentando ajudar e você está sendo rude.
- Não, você está tomando decisões por mim. E tudo o que eu quero é que você não se envolva mais com isso.
- Uma forma delicada de me mandar não se meter na sua vida...
- …
- Não, tudo bem. – ela ajeitou os travesseiros pela centésima vez, evitando o contato visual – Vou deixar você descansar, qualquer problema é só apertar aqui e...
- … - murmurei enquanto pegava na sua mão.
- Está tudo bem, Emmett, é sério. – ela puxou a mão e andou apressada para fora do quarto.
Ótimo, Emmett! Perfeito! Você conseguiu escolher a melhor hora para brigar com a sua namorada, e por causa de quem? Da voz do além!
Que ridículo!
“Ridículo nada, eu sou importante, porra!”
Nem comento...
*’s Pov*
É isso que a gente ganha quando tenta ajudar, um belo chute na bunda. Mas tudo bem, eu não vou me estressar com isso...
- Boa tarde, ! – uma enfermeira me cumprimentou com um sorrisão esfuziante.
- Só se for pra você.
- Nossa! Quanto estresse!
Ignorei o comentário e segui a passos largos para a sala de Carlisle. Uma ova que eu não ia me meter! Só porque ele me mandou esquecer o assunto, não significa que eu tenha que obedecer, poso me dar o luxo de ser teimosa de vez em quando. Eu que não iria casar com uma pessoa que ouve vozes! O detalhe do casamento ele não sabe ainda, mas deixemos tudo em segredinho por enquanto, primeiro preciso consertar a cabeça dele, depois eu penso no casamento.
Bati na porta da sala do Dr. Carlisle e ele me mandou entrar.
- Eu gostaria de falar contigo sobre um probleminha do Emmett, se você estiver ocupado, posso voltar outra hora. – falei, permanecendo parada na porta.
- Não estou ocupado, sente aqui e me diga qual o problema. – ele indicou a cadeira a sua frente.
- É o seguinte...
Falei tudo o que eu sabia e, para minha sorte, o Dr. Carlisle resolveu me ajudar. Saí da sala assobiando de felicidade e fui em busca de um telefone, precisava fazer algumas ligações...
~*~
Emmett recebeu alta no mesmo dia. Ele ainda estava com a cara fechada para mim, mas eu não me importei muito, logo, logo isso iria mudar...
Os astros pareciam estar do meu lado, e graças a eles a casa de Emmett estaria vazia... agora só sabia dormir na casa de Edward, estavam parecendo dois coelhos apaixonados. Os pais de Emmett não paravam em casa, ao que parece, eles estavam na sua vigésima lua-de-mel, agora eu compreendo de onde Emmett herdou todo aquele apetite sexual... Enfim, a casa estava livre para eu colocar o meu plano mirabolante em ação.
O primeiro de tudo era passar no supermercado e num sexy shop. Comprei tudo o que eu precisava e segui meu caminho para a casa de Emmett. Chegando ao meu destino, peguei as sacolas, saí do carro e com uma certa dificuldade, abaixei-me para pegar aquela velha chave escondida sob o tapete. Entrei na casa e logo avistei o fruto de minha perdição largado no sofá, com o pé engessado, levantado sobre um travesseiro e assistindo algum jogo esportivo. Deixei as sacolas no chão e caminhei até ele.
- Boa noite, amor. – falei enquanto me abaixava para depositar um beijo em seus lábios.
- Boa... muito boa por sinal... – ele me olhou com aquele sorriso torto e mordeu o lábio inferior, deixando-me de água na boca.
- Vou preparar o jantar, não demoro. – avisei enquanto me recompunha.
- Vai, e volta logo. – ele falou, dando-me um tapa estalado no bumbum quando me virei. Isso havia se tornado um hábito...
Preparei o jantar e arrumei tudo sobre a mesinha de centro da sala. Quando terminava de colocar os pratos, Emmett me puxou pela cintura para ficar em seu colo.
- EMMETT! – resmunguei, tentando me levantar.
- O quê? Você fica me tentando com essa bunda na minha cara e quer que eu fique parado?
- Eu não estava...
- E ainda veste essa mini-saia assassina! Sabe quantos dias que estou na seca?
- Dois dias, Emmett... Apenas dois dias!
- O diabo que foram só dois dias! Tem mais de uma semana, isso é o caos! – ele falou numa mistura de indignação e divertimento.
- Foram só dois dias, e você está sendo dramático. Estou aqui, não estou? – repliquei, desvencilhando-me de seu abraço apertado e levantando.
- Exatamente! Está aqui, mas não quer me dar! – ele resmungou, fazendo biquinho e cruzando os braços.
- Nossa, quanto dengo! Às vezes você parece uma criança grande. – zombei com divertimento.
- Então senta aqui de novo e eu te mostro a criança grande...
- De jeito nenhum. O jantar está esfriando, vamos comer e depois eu penso se você merece matar a seca de absurdos dois dias.
Sentei-me na posição de Buda no lado oposto da mesinha, Emmett sentou meio torto por causa do pé engessado. Comemos num silêncio harmonioso enquanto uma música clássica era transmitida pelo aparelho de som. De repente, Emmett largou os talheres e se mexeu até sentar novamente no sofá. Tirou a camisa e começou a abrir o botão da bermuda, fazendo-me abrir a boca num misto de confusão e desejo, até podia sentir alguma coisa escorrendo pelo canto de minha boca...
- O que está fazendo? – perguntei quando consegui recobrar os sentidos – Nem terminou de comer, estava ruim?
- Estava ótimo, mas estou mesmo é com fome de você, vem aqui. – ele respondeu enquanto abria a bermuda e a tirava com dificuldade.
- Emmett, você costumava ser mais romântico. – zombei, levantando e saindo da sala, deixando-o com um imenso ponto de interrogação na cabeça.
- Ei! Onde está indo? , prometo ser romântico depois que a gente... ? ! Estou subindo pelas paredes…
Deixei-o resmungando enquanto caminhava para a cozinha e retirava uma caixinha de uma das sacolas de compras. De outra sacola tirei o corpete, a cinta-liga e as meias, todos numa tonalidade rosa bebê. Retirei minhas roupas e os vesti com toda a paciência do mundo, confesso que eu estava um pouquinho nervosa, afinal, seria a primeira vez que eu tentaria algo mais ousado com o Emmett, e eu nunca tinha feito com ninguém... Calcei os saltos, soltei os cabelos e peguei a caixinha mágica. Voltei para a sala rebolando e me sentindo ridícula porque ninguém iria ver o meu rebolado. Assim que apareci na sala, Emmett, que bebia uma cerveja, cuspiu tudo fora e engasgou, deixando-me preocupada, será que não ficou legal?
- Quê? Estou horrível, não estou? – choraminguei enquanto dava uma voltinha para checar o visual.
- Santo Deus! – Emmett engasgou mais ainda quando dei as costas – Assim você me mata mulher!
- Ok, foi uma péssima idéia... – sibilei entristecida, inclinando-me para retirar os saltos e sair correndo da sala.
- NEM PENSE NISSO! – ele se inclinou no sofá e apontou o dedo pra mim – Você nunca mais vai tirar esse salto!
- Mas...
- Shiii.... Dá uma voltinha, dá. – ele pediu, agora deitado de bruços e com a cabeça apoiada nos braços cruzados sobre o braço do sofá. E detalhe, completamente nu. Pelo visto ele realmente estava com pressa...
Dei uma voltinha como ele pediu, sentindo minhas bochechas pegarem fogo. Mas que droga! Por que diabos eu tenho que ficar envergonha logo agora? Era o Emmett, não? O meu Emmett!
- Oh puta que pariu! Você está gostosa demais, ! – Agora vem aqui, estou quase explodindo só de olhar!
Segurei a caixinha junto ao peito, mordi os lábios e cruzei o espaço até o sofá enquanto Emmett se endireitava e ficava sentado. Repousei a caixinha no sofá e sentei no colo de Emmett, uma perna de cada lado. Ele me fitou com olhos famintos e deslizou as mãos pelo corpete, analisando e namorando-o. Serpenteou as mãos por minhas meias, até chegar aos seios, onde ficou apalpando e beliscando os mamilos, fazendo-me arquear o corpo numa suplica muda. Ele beijou o meu pescoço e desceu pelo colo, usando os dedos para forçar o corpete para baixo. Não obtendo muito sucesso, resmungou impropérios e espalmou as mãos em minhas costas, achando e desprendendo os ganchinhos com habilidade. Desceu as mãos até a cinta e a desprendeu das meias, livrando-me de boa parte do traje.
- Que delícia, … - ele ronronou enquanto atacava meus seios com a boca. – Me dê o doce, quero prová-lo em você...
- Não. – respondi com convicção, ele levantou a cabeça e me olhou com o cenho franzido.
- Não?
- Não antes de eu usar em você...
- Ah... Hein? Você vai...? Você...? – ele arregalou os olhos e ficou trocando olhares entre eu e a caixinha que agora eu segurava – Ah meu pai, é hoje que eu infarto...
Ri descontraidamente ao passo que me levantava e ficava de joelhos, ficando no meio de suas pernas. Abri o lacre do leite condensado e despejei uma camada generosa desde o seu peito até a sua virilha, fazendo uma verdadeira lambança. Me inclinei sobre ele, apoiando as mãos no sofá, senti sua respiração alterada e comecei a sessão de “tortura sexy”, lambendo e mordiscando todo o caminho onde tinha o doce.
- Depressa, depressa... – ele suplicava enquanto acariciava minha cabeça e a forçava levemente para baixo.
Desci lentamente até seu membro, lambendo e brincando com toda a sua extensão, fazendo com que Emmett jogasse sua cabeça para trás e emitisse gemidos mais parecidos com rosnados. Finalmente, segurei firme na base de seu membro e coloquei a extremidade em minha boca, fazendo movimentos de vai e vem. De movimentos lentos a acelerados, eu conseguia fazer o Emm revirar os olhos e pedir por mais, deixando-me extasiada.
- Ti-tire a...
- Hein? – tirei-o de minha boca e questionei, no mesmo instante em que um jato atingiu o meu rosto, deixando-me embasbacada – Porra, Emmett! – resmunguei enquanto me levantava e andava a passos largos para o banheiro.
- Desculpe! – ele gritou da sala.
Continuei resmungando impropérios enquanto lavava o rosto. Voltei para a sala com a cara fechada, mas logo amoleci quando o vi com aquela carinha de cachorro abandonado.
- Desculpe... Me deixe compensar isso? – ele deu duas batidinhas no sofá ao seu lado.
Caminhei até ele e me deitei estirada no sofá, de pernas abertas.
- É bom que você faça o serviço bem feito, ainda não te perdoei por... – as palavras ficaram presas na garganta quando ele atacou a minha calcinha e a estraçalhou em duas partes, caindo de boca em meu sexo no segundo seguinte.
De uma coisa eu não poderia reclamar, ele era bom com a língua... Tanto que não durei nem dois minutos. Mal tive tempo para respirar, ele já estava pongando em mim e investindo com todo o gás. Depois de muitas investidas e algumas trocas de posições, estávamos explodindo em mais um orgasmo devastador.
Venhamos e convenhamos, meu homem é muito bom!
~*~
Primeira parte do plano estava cumprida. Consistia basicamente em deixar o Emm mole e abestalhado. O que realmente foi muito fácil, afinal, homem é tudo igual mesmo, não resistem a uma boa noite de sexo.
Na manhã seguinte, ele estava do jeitinho que eu queria, todo atencioso, me fazendo carinho e me trazendo café da manhã na cama. Passamos a manhã toda no quarto... Na hora do almoço, eu o arrastei para um restaurante, outro pequeno detalhe que fazia parte do plano.
Já estávamos acomodados no restaurante quando meu convidado-surpresa chegou.
- Ah... Ela chegou! – levantei-me para cumprimentar a mulher que acabara de se juntar a nossa mesa.
- Uh? – Emmett me olhou com um ponto de interrogação na cabeça.
- Emmett, esta é a Dra. Brice Wallace, psicóloga. - falei sorridente, enquanto observava que o sorrisão de Emmett morria e se fechava numa carranca.
- O que é isso, ? Está me zoando?
Capítulo 25
*Carlisle’s Pov*
Ainda era cedo, mas a luminosidade do dia teimava em invadir o quarto, fazendo-me acordar. Abri os olhos lentamente e espreguicei-me. Ao meu lado, ainda dormia. Revistei a minha mente em busca de algo que fizesse jus a sua descrição, mas nada se encaixava tão bem quanto perfeita. Sim, definitivamente ela era perfeita. Perdi-me no seu corpo pequeno, completamente nu, mostrando-me todas aquelas curvas delineadas e aqueles cabelos macios esparramados sobre o travesseiro. Soltei um bufo de ansiedade por não poder ter uma visão melhor de seus seios, ela estava de bruços, mas eu queria virá-la e tomá-la em meus braços, saciar todo o desejo que se acumulava e incendiava minha virilha. Mas como disse, era cedo, e nós tínhamos dormido muito tarde... Ela precisava descansar, enquanto isso prepararia um café-da-manhã e traria na cama, como sempre vinha fazendo toda vez que ela dormia aqui. Infelizmente ainda não havia conseguido convencê-la a morar definitivamente comigo, mas isso era uma coisa que eu estava trabalhando aos poucos. Uma hora ela iria ceder.
Levantei com cuidado e segui para o banheiro. Depois da ducha, desci para a cozinha e separei os itens necessários para um bom café. Enquanto o preparava, relembrei de alguns episódios interessantes que nos ocorreram no decorrer dos últimos meses. Um deles aconteceu a mais ou menos um mês atrás, quando apareceu no meio da madrugada em minha casa, com o rosto inchado de tanto chorar, infelizmente, ela não me contou e nem pretende me contar o que raios aconteceu naquele dia. Essa era outra coisa que eu estava trabalhando. O outro episódio, que se não fosse tão preocupante, eu até teria rido, mas o meu lado médico, somado ao meu senso de proteção falaram mais alto, e eu só dou algumas boas risadas longe das vistas de , e depois que ela melhorou, é claro. Está aí um dia que realmente me deixou nervoso...
Flashback
Tínhamos acabado de sair de um restaurante, onde ocasionalmente os garçons me enviavam bilhetinhos anônimos questionando se minha filha era solteira, mas isso é um detalhe a parte, não é hora para divagar sobre o meu complexo de homem semi-idoso, é assim que o Edward me chama, mas esse também é outro detalhe a parte. Como eu ia dizendo, saímos do restaurante porque a não estava se sentindo bem. Voltamos para a minha casa e, quando acabava de estacionar, saiu apressada do carro.
- Ai meu Deus, eu acho que vou... – ela choramingou enquanto se abaixava do lado de fora do carro.
- ? O que aconteceu? ? – perguntei, sentindo um nó se formando em minha garganta, tamanho o desespero.
- Estou bem... – ela esticou a cabeça para que eu pudesse vê-la. – Você não vai acreditar...
- Espere, estou saindo para te ajudar. – falei num tom preocupado e me adiantei para sair do carro.
- NEM PENSE NISSO! – ela vociferou, fazendo-me paralisar no mesmo instante.
- Não estou entendendo...
- Eu... eu... – ela continuou com a cabeça esticada sobre a janela da porta do passageiro, suas bochechas rapidamente avermelharam. – Fiz xixi.
- Uh?
- Não ria! Fiz xixi nas calças...
- Mas...
- Acho que é infecção urinária... Não consegui segurar...
- Ah... Isso é... – passei as mãos pelos cabelos e pela primeira vez fiquei sem palavras.
- É ridículo, eu sei, juro que se você rir...
- Não vou rir! Por que não me falou antes que estava com infecção?
- Eu não sabia!
- Está ardendo?
- O que você acha?
- Hum... – limpei a garganta tentando ganhar tempo – Precisamos fazer uns exames e...
- Carlisle eu não preciso de exame para saber que estou com infecção urinária! Você não viu o aconteceu aqui? Eu me mijei nas calças!
- Certo, então fique aí que eu vou comprar um remédio.
- O quê? Mas...
Não esperei por resposta, arrastei o carro e procurei uma farmácia.
Flashback off
Felizmente a medicação caiu como uma luva e dois dias depois ela já não teve problemas para sair de casa, nem estava sentindo os demais efeitos dolorosos da infecção, o que de fato foi um grande alívio.
- Que cara de abestalhado é essa? A noite foi boa, uh? – Jasper apareceu, fantasmagoricamente na cozinha, fazendo-me bater a cabeça no armário quando levantava.
- Que susto, Jasper! – resmunguei enquanto massageava minha cabeça, esperava mesmo que não nascesse um galo.
- Isso é o que dá ficar aí viajando na maionese. – ele zombou, caminhando até o balcão e roubando uma das torradas que eu havia preparado.
- Ei! Tire a mão!
- O quê? Vai negar comida para seu próprio filho? Que desalmado...
- Pois saiba que tudo o que faço eu penso também nos meus filhos, tem mais no forno. – resmunguei enquanto pegava a bandeja.
- Eu estava brincando... – Jasper falou com a boca cheia, cuspindo pedacinhos para todo o lado.
- Feche a boca para...
- Comer, eu sei. Você já me ensinou isso muito bem.
- E você não aprende nunca.
- Ora, como é fácil te irritar, pai. – ele gargalhou as minhas custas, deixando-me ainda mais irritado.
- Escute aqui, menino...
- Que barulheira é essa a essa hora da manhã? – Edward me interrompeu, passando por nós e, como sempre, roubando uma de minhas torradas.
- Ei! – resmunguei.
- E aew semi-idoso, como vão os fios brancos? – Edward perguntou, fazendo-me apertar mais forte a bandeja. Se ele não fosse meu filho, juro que jogava na cabeça dele.
- Edward, deixa ele, já consegui irritá-lo, não é bom ficar aumentando a cota de estresse. – Jasper interveio.
- Chega, vocês dois!
- Não está mais aqui quem falou... – Edward levantou os braços em rendição. – A proprósito, Jasper, como andam as coisas com a ? Ela resolveu dar o número dois?
- Número dois? – girei nos calcanhares, curioso.
- É, o Jasper quer o número dois da . - Edward respondeu, fazendo um pequeno círculo com os dedos, um gesto que os adolescentes costumavam usar quando falavam do... ânus?
- O Jasper quer... – sibilei enquanto tentava assimilar aquele conteúdo de informação – Oh... Mas que conversa imprópria é essa? – perguntei, sobressaltado.
- Ah, corta essa! Ninguém é mais criança aqui. – Edward replicou enquanto remexia em algo na cozinha.
- Ainda assim, não está certo.
- Jasper, por que você não pede uns conselhos para ele? Ele é muito experiente sabe... A idade ajuda nessas horas... – Edward sugeriu com zombaria.
- Sabe que não é má idéia? E então, pai? Quais são os seus conselhos? – Jasper perguntou, escorando-se na parede, com os braços cruzados.
- Uh?!
- O quê? Vai me dizer que a nunca te deu o nº 2?
- Ok, já chega desta conversa. – falei, contrariado. – Se você quer ultrapassar os limites de sua parceira, sugiro que mostre para ela as vantagens e como o processo pode ser indolor, mostre um vídeo educativo, se mesmo assim ela não quiser, paciência. – falei tudo rapidamente, tentando sair dessa situação constrangedora o mais rápido possível.
Saí sem mais uma palavra e me permiti rir quando subia as escadas, eles haviam ficado embasbacados, nem sequer souberam o que falar. Isso é que dá ficar achando que eu sou idiota. Se eles soubessem que eu já havia sondado a minha ... E que a resposta dela foi um “DEFINITIVAMENTE NÃO!”. Uma pena porque eu estava tão curioso...
*’s Pov*
Despertei com o som de uma porta batendo. Estiquei-me como uma gata manhosa e abri os olhos para encontrar o meu Dr. Sexy me trazendo o café-da-manhã na cama. Ele é um fofo, não?
- Bom dia, dorminhoca! – ele colocou a bandeja na cama e se inclinou para me dar um selinho.
- Hum... Bom dia, Dr. Sexy.
- Vamos, acorde, preciso aproveitar você antes de voltar para o trabalho.
- Isso é realmente tentador, se não fosse pelo meu estômago roncando...
- Ótimo, porque eu fiz aquelas torradas que você adora.
- Desse jeito eu fico muito mal acostumada... – brinquei, enquanto pegava uma das torradas e inspirava o aroma. – O que você colocou aqui? – fiz uma careta.
- Hum? O de sempre... Por quê? Está ruim? – ele me tomou a torrada e a analisou – Me parece normal...
- Está com um cheiro estranho...
- Mas o gosto está bom. – ele falou depois de ter dado uma mordidela – Prove.
Ele me passou a torrada. Analisei novamente e me arrisquei. Cuspi tudo fora.
- Eca! Está com gosto de mofo! – levantei apressada e corri para o banheiro.
- Mofo? – ele veio no meu encalço – estranho, para mim estava bom...
- Então sua língua está com problemas. – resmunguei – Ai... – coloquei as mãos nas têmporas, para recobrar o equilíbrio.
- Quê? O que você está sentindo?
- Nada... é só uma tontura...
- Sente-se, você não está normal. O que mais está sentindo? – ele me rebocou até o vaso sanitário, abaixando a tampa e me sentando ali.
- Nada, estou bem, já passou.
- Espere um pouco. – ele saiu do banheiro, deixando-me matutando sobre o que eu havia comido na noite anterior para ter me deixado com esse enjôo. – Olhe para cá. – ele passou uma lanterninha nos meus olhos.
- Carlisle eu estou bem, pare com isso. – resmunguei e me levantei do vaso.
- Não está. Está branca feito papel.
- Já disse que estou bem, caramba! – falei rispidamente, causando-lhe um sobressalto – Eu sei que você está preocupado, não se preocupe, ok? Estou bem. Me deixe tomar um banho.
- Você não comeu nada, precisa se alimentar.
- Perdi o apetite, agora saia, preciso de privacidade.
Fechei a porta e me escorei nela, encostando a cabeça e fechando os olhos. Certo, o que foi que eu comi? Uma salada e... Oh droga, só comi uma salada. Certo, o que mais me deixaria tonta e enjoada? Se eu não me prevenisse sempre eu poderia até pensar numa suposta gravidez, mas isso está fora de questão, é impossível, eu tomo pílulas desde... Desde sempre, religiosamente. Tudo bem que minha menstruação está atrasada, mas e daí? Elas sempre atrasam uma vez na vida...
Senti outra tontura, me apoiei na pia e vi o mundo girar. Olhei para uma alma penada no espelho e descobri que era eu. Oh céus! Fui nocauteada por uma virose!
~*~
Passei o restante da manhã me sentindo péssima e mentindo descaradamente para Carlisle. Felizmente já tinha chegado alguma cor para o meu rosto, o que ajudou a disfarçar o mal estar. Esperava que ele não percebesse o pequeno assalto que fiz nas aspirinas que ele guardava na gaveta. À tarde, retomamos nossa rotina. Eu fui para a faculdade e ele foi para o hospital. Graças aos céus o mal estar passou, benditas aspirinas!
À noite, decidi dormir novamente na casa de Carl, coisa que estava se tornando um hábito, mas que infelizmente eu não poderia transformar em algo permanente. Meu pai ficaria louco se eu o fizesse. Carlisle chegou de madrugada exausto como sempre. Desabou na cama depois do banho e dormiu como uma pedra.
Na manhã seguinte, acordei no meu horário habitual, mas Carlisle ainda ressonava pesadamente. Peguei um gel de massagem e sentei sobre ele. Massageei suas costas, enquanto ele murmurava palavras desconexas.
- Só posso estar no céu... – ele ronronou, abrindo os olhos. – Bom dia, anjo.
- Bom dia, Dr. Sexy. O que andou fazendo? Carregando sacas de feijão? Está cheio de nós!
- Ossos do ofício, querida. Hum... continua aí... isso...
- Não se acostume porque é só desta vez!
- Oh... Então da próxima vez terei que contratar uma massagista tailandesa, elas fazem cada coisa... – ele falou num tom divertido ao passo que eu estalava um tapa em suas costas.
- Continue e você vai ver o que EU farei!
- Oh... Mal posso esperar... Como eu ia dizendo, as tailandesas fazem...
Ele começou, mas eu levantei abruptamente, arranquei minhas roupas e peguei o jaleco dele do suporte, jogando para ele. Carlisle me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Tailandesas, né? Tire as roupas e vista o jaleco!
- Uh? Eu estava brincando...
- Vista!
- Ok... – ele se sentou na cama e fez o que eu mandei.
Oh caramba! Carlisle vestido apenas com um jaleco era o mais puro pecado... Tanta gostosura num homem só... E é tudo meu! Depois de comê-lo com os olhos, suspirei profundamente, já iniciando a minha pequena atuação.
- Dr. Sexy... me informaram que você é o médico mais hot das redondezas. Por favor, me conserte! – Rebolei sensualmente até a cama e engatinhei até ficar com a boca a centímetros da dele. Carlisle me olhou com a boca levemente aberta.
- Eu, er... Hum. – ele limpou a garganta, ainda um pouco desconcertado – O que você está sentindo, senhorita...?
- Me fode gostoso.
- Uh?
- É o meu nome, Doutor.
- Ah... E o que a senhorita está sentindo?
- Tesão. Muito tesão. Acho que sou ninfomaníaca. Isso é muito ruim, Dr.?
- Só tem um jeito para isso. – ele falou, com um sorriso sacana.
- Então me ajude, Dr. Sexy, me ajude logo! Estou desesperada! – engatinhei para mais perto e desci minha cabeça para o pescoço dele, passando a língua e mordiscando.
- Não se preocupe, querida, não há nada que eu não possa consertar. – ele falou sensualmente, olhando-me com luxúria e serpenteando as mãos por meu corpo nu.
- O que você vai fazer comigo, Dr.?
- O tratamento é pesado, me pergunto se você vai agüentar...
- Eu agüento qualquer coisa...
- Poderá causar alguns efeitos colaterais...
- Oh... Como o quê?
- Arranhões... mordidas... cansaço excessivo, falta de ar, e talvez alguns hematomas. Ainda quer continuar, senhorita?
- Absolutamente sim!
- Neste caso, começaremos imediatamente, o seu problema é gravíssimo!
- Oh... W o que eu preciso fazer?
- Meu bem, você só precisa abrir as pernas. – ele falou com luxúria e num movimento habilidoso, inverteu nossas posições e ficou sobre mim.
Começou atacando meus seios, beijando, mordendo e apalpando. Desceu para meu baixo ventre e provou do calor de meus pontos mais sensíveis, levando-me ao pico rapidamente. Estimulou-me com os dedos e me levou novamente ao abismo. E, por fim, enterrou-se em mim, levando ambos à loucura.
- Dr.?
- Hum?
- Você atende todo dia?
~*~
O restante da semana foi um inferno, a virose insistia em não me deixar em paz. Os enjôos ficavam cada vez mais fortes e mais freqüentes e, pra completar o quadro deplorável, ainda estava colocando tudo o que comia para fora. Era o caos! Tirei um dia da semana para ir ao médico, sem Carlisle saber. Se ele só desconfiasse que eu estava mal, ia me encher o juízo de tanta preocupação. Peguei o resultado no dia seguinte e coloquei na bolsa, mostraria a minha médica no horário da tarde.
Fui almoçar na casa de Carlisle, como de costume. Depois do almoço ficamos na sala, descansando e conversando amenidades. Repentinamente, um estrondo ecoou de algum compartimento da casa, causando-nos um sobressalto.
- O que foi isso? – perguntei, exasperada.
- Parece que veio do porão. – Carlisle levantou. – Fique aí, pode ser um ladrão.
- De jeito nenhum que vou te deixar ir sozinho!
- Shii... Fique aqui!
- Sem chance, eu vou com você.
- Fique atrás de mim, e se eu mandar correr, você corre, ouviu?
- Ok. – Até parece...
Caminhamos de ponta de pé até o porão. Carlisle ligou a luz e desceu a escadinha.
- Mas o que é isso? – ele falou com espanto.
- O quê? – meti a cabeça para bisbilhotar, e vi um... – UM MACACO?
- Tem um macaco no meu porão...
- É, eu percebi... E parece que ele está aqui há um bom tempo. Olha só essa bagunça. Tem resto de comida pra todo lado, coisas mofadas e estragadas. Quanto tempo será que ele ficou aqui?
- Bem que eu percebi que minha dispensa estava diminuindo rápido... – Carlisle coçou o queixo, pensativo.
- Temos um macaco ladrão em casa. É cada uma que me aparece...
- Alguém deve saber algo a respeito. Edward ou Jasper. Esse macaco não chegou aqui sozinho.
- E agora? O que vamos fazer?
- Vamos deixá-lo aqui trancado, vou contatar os meninos.
Alguns minutos depois...
- NÃO IMPORTA SE O MACACO TINHA ESCAPADO! – Carlisle gritava a todo pulmões.
- O QUE VOCÊ QUERIA QUE EU FIZESSE? CHAMASSE A GUARDA FLORESTAL? – Edward berrava no mesmo tom.
- Você trouxe o macaco pra casa, portanto tinha a obrigação de devolvê-lo ao zoológico! E diminua o tom para falar comigo, rapaz!
- Eu não trouxe porra nenhuma! Ele veio por vontade própria.
- Pois então trate de devolver o bicho, não quero mais problemas na minha casa, ouviu bem?
- Devolva você, defensor dos animais perdidos e indefesos.
- Edward, não teste a minha paciência, e olha que eu já não tenho muita sobrando. O macaco é seu problema, resolva-o e fim de conversa.
- ÓTIMO! – Edward saiu resmungando impropérios, enquanto Carlisle desabava no sofá.
- Filhos... Uma danada de dor de cabeça. Pense duas vezes antes de querer um , não, pense cinco vezes, dez, pense dez vezes antes. – ele resmungava, enquanto eu lhe massageava as têmporas.
- Não deve ser tão ruim assim...
- Não. Não é, é a melhor coisa do mundo. Mas é danado para dar uma dor de cabeça, preciso de aspirinas.
- Você acabou de tomar duas.
- Tomei? Nossa, onde estou com a cabeça?
- Nos filhos...
- É... Metade do meu estresse vem deles, mas 80% de minha alegria também, que complicado, não?
- Considerando o risco-benefício, é mais vantajoso com eles do que sem eles. Você não acha?
- É, mas chega de filhos, já tenho dor de cabeça demais com aqueles dois. Porque não me fala de...
Nesse ponto eu já não ouvia mais nada. A sala girou, o estômago embrulhou e, sem falar nada, corri para o banheiro e coloquei tudo para fora.
- ? – Carlisle rapidamente se aproximou e me ajudou, segurando meus cabelos.
- Maldita virose... – choraminguei.
- Virose? Que virose?
- A mesma dos últimos dias... Droga, Carlisle, dê-me privacidade!
- Você está passando mal, você esteve doente e não me falou nada?
- Eu fui ao médico...
- Você foi... E eu? Eu não sirvo de nada?
- Não falei nada para não te deixar exatamente com essa cara. Não quero que se preocupe comigo.
- Eu sempre irei me preocupar com você! Droga, , eu te amo! Como espera que eu não me preocupe?
- Eu posso me virar sozinha...
- É claro que pode! Mas não precisa, é para isso que serve os companheiros, para dividir e compartilhar, portanto aprenda e se acostume a precisar de mim. – ele falou rispidamente e saiu porta a fora, deixando-me embasbacada.
Depois de restabelecida, voltei para a sala e peguei minha bolsa, determinada a ir para a minha casa e esperar dar a hora marcada com a médica.
- Aonde pensa que vai? – Carlisle surgiu no topo da escada, com as mãos ocupadas com travesseiros.
- Para minha casa...
- Não vai sair nesse estado.
- Claro que vou.
- Continue e eu a amarro na cabeceira da cama.
- O céu vai desabar no dia em que você forçar alguém a fazer alguma coisa, Carlisle. Estou saindo. – falei com um pouco de rispidez e saí a passos largos.
- ! – ouvi sua voz exasperada, mas ignorei e continuei meu caminho.
*Carlisle’s Pov*
Uma pessoa não poderia ser mais teimosa do que a ! Primeiro despreza as minhas habilidades médicas e não tem um pingo de consideração pelo próprio namorado. Mas isso não iria ficar assim.
Larguei a porcaria do travesseiro que tinha levado para aquela ingrata e fui me arrumar para ir para o trabalho. Se ela acha que não precisa de mim, que eu não tenho a mínima importância, ótimo! Porque eu também não vou precisar dela. E para quê dar satisfações, não é mesmo? Há! Doente por dias! DIAS! E não me fala nada! Ótimo, menos uma preocupação para minha cabeça.
Inferno, onde deixei meu celular? Preciso ligar para ela e ver como está. E se ela passar mal ao volante? Só essa mera possibilidade me fez o estômago embrulhar. Eu precisava tanto daquela cabeça de vento que a mínima possibilidade de perdê-la me doía a alma.
Achei o celular e disquei o número dela. Chamou e não atendeu. Ótimo! Como diabos vou trabalhar direito com tanta preocupação na cabeça? Mulheres! Deveria ter pensado vinte vezes antes de decidir namorar uma desmiolada. Linda, maravilhosa, mas desmiolada.
Fui para o hospital, ligando quase que a todo instante para ela. E depois de muito tentar ela atendeu apenas para me dizer que estava bem e que o celular estava descarregando. Ela mentia tão mal.
Como não havia mais nada para fazer, tentei me focar no trabalho e, veja bem, apenas tentei, porque no fim da tarde meu colega de trabalho me expulsou, afirmando que eu precisava de uma folga. Eu não precisava de folga nenhuma! Eu só precisava dela sã e salva, e em meus braços! Que mal há nisso?
Depois de muito resmungar e brigar com o meu colega, ele conseguiu me despachar e eu me vi disparando em direção a casa de . Já estava escurecendo, fiquei tantas horas sem falar com ela... Se ela estivesse desmaiada no banheiro? Ou tivesse caído no meio do supermercado enquanto comprava nuggets?
Estacionei o carro, cantando pneu. Desci apressado e logo estava na porta dela, praticamente socando a madeira que não tinha nada a ver com a história.
- Que porra é essa na minha porta? – um sujeito de cabelos brancos e barba por fazer abriu a porta bruscamente.
- Fox se encontra? – perguntei, afastando-me um pouco para não aspirar aquele odor de cachaça.
- Deve tá aí em algum lugar, por quê?
- Se me der licença. – afastei-o para o lado e entrei na casa.
Fiquei aturdido quando vi a zona que se formava logo na entrada. Vidros estilhaçados e espalhados pelo chão, roupas largadas para todo lado, pratos com restos de comida sobre as mesinhas, dentre tantas outras bugigangas.
Caminhei por um caminho que julguei me levar até o quarto dela. Na primeira porta que vi, forcei a maçaneta e a porta abriu, revelando-me uma mulher descabelada e sentada na cama, com a cabeça enfiada nos joelhos.
- O que diabos está acontecendo, ?
Ela levantou a cabeça com um sobressalto e me revelou um rosto inchado e repleto de lágrimas.
- O que está acontecendo? O que houve com você?
- O que está fazendo aqui? – ela perguntou com rispidez.
- O que aconteceu com você? – insisti, andando até ela e me sentando na cama.
- Nada! Não aconteceu nada! Vá embora!
- De jeito nenhum! – peguei numa de suas mãos, mas ela puxou rapidamente, dando-me um pequeno vislumbre de um círculo roxo em seus pulsos.
- O que é isso no seu pulso? RESPONDA, !
- NADA! NADA! SAI DAQUI!
- Sair daqui? Ok, eu saio, mas você vem comigo!
- Hã?
Levantei, inclinei-me sobre ela e a joguei sobre meus ombros, deixando-a de ponta a cabeça.
- AH! ME SOLTA! FICOU LOUCO?
- Talvez...
- Ei! Que pensa que está fazendo? – o sujeito questionou quando passei pelo que deveriam chamar de sala.
- Estou raptando a sua filha, algum problema com isso? – perguntei, ele ficou mudo com os olhos arregalados – Ótimo, porque não tenho a intenção de devolver.
Ela se bateu, esperneou, choramingou, mas se aquietou quando finalmente a joguei sobre minha cama.
- Agora que se acalmou, dona , comece a falar.
Capítulo 26
*’s Pov*
E finalmente o meu dia se tornou um inferno.
Já não bastava os meus problemas pendentes, agora outro e mais outro. O que eu fiz para merecer isso? Poxa, nunca fiz nada de errado, não fiz mal a ninguém, e tudo o que eu ganho por ter sido uma “boa menina” é me ferrar o tempo todo.
- Não adianta ficar me olhando com essa cara de gato assustado. Quero respostas, . – Carlisle continuou impassível na minha frente, mantendo os braços cruzados e uma feição aterrorizante.
- Não tenho nada para falar. – retruquei com birra e fiz menção para me levantar, mas Carlisle foi mais rápido e me empurrou para baixo, segurando firme em meu ombro.
- Estou te dando a chance de se explicar por bem. – ele me fuzilou com aquele olhar “Ou fala ou morre”. Estremeci até o último fio de cabelo.
- Não aconteceu nada. – insisti.
- Bom, já que não vai ser por bem, será por mal. – ele avançou sobre mim, enquanto eu dava um pinote para trás, na tentativa de escapar de seja lá o que ele estivesse tentando me fazer. Essa foi a primeira vez que eu realmente fiquei com medo de Carlisle, ele estava assustador.
- O que você...? – mal pronunciei as palavras e já estava sendo atacada por suas mãos. – Oh meu Deus! Cócegas não! – choraminguei ao mesmo tempo em que dava gargalhadas desesperadas. O infeliz sabia que cócegas nas costelas era o meu maldito ponto fraco.
- Comece a falar, , senão continuo o meu trabalho aqui.
- Pá-Pára! Pára! Por favor! – supliquei enquanto me retorcia na cama.
- O que aconteceu com você? Diga!
- Tá! Tá eu conto, mas pára pelo amor de Deus! – supliquei ofegante. Ele parou as mãos, mas manteve firme sobre minhas costelas. – Eu... er... – tentei formular alguma desculpa enquanto retomava o fôlego.
- Não tente me enrolar, querida, sei muito bem que está pensando numa mentira deslavada. Quero a verdade. – ele ameaçou e pressionou as mãos nas costelas.
- Ok! Ok! Meu pai e eu... nós brigamos...
- Hum... - ele me analisou com os olhos semi-cerrados – Foi ele quem machucou seus pulsos?
- Er... – fechei os olhos e engoli em seco – Foi...
- Aquele filho da... – Carlisle enrubesceu de raiva e tentou se levantar, mas eu consegui segurá-lo pela camisa.
- Não! Você não vai fazer nada! – berrei entre ofegos – Ele não teve culpa, não fez por mal.
- Como não fez por mal? – ele vociferou enquanto segurava firme em meus ombros e me sacudia, deixando-me levemente tonta – Ele te machucou! – gritou exasperado ao passo que seus olhos adotavam um brilho diferente, como se estivesse captando outra informação - Onde mais ele bateu? Onde? – ele avançou com as mãos em minha blusa e levantou até a altura dos seios.
- Pare com isso, Carlisle, ele não me bateu! – repliquei enquanto tentava apartar as suas mãos desesperadas.
- E esses hematomas nos pulsos apareceram com a força da mente?
- Nós estávamos discutindo e ele me segurou com um pouco mais de força, ele não teve a intenção...
- Ora essa! Claro que teve a intenção! Se ele apertou com força foi porque queria machucar.
- Ele não sabia o que estava fazendo, estava bêbado!
- Explica, mas não justifica, .
- Eu sei, mas meu pai nunca levantaria a mão contra mim, ele é uma boa pessoa, mas sofre com a bebida, você é médico, sabe como isso funciona.
- Não apele para o meu lado profissional, . Preciso agir sem pensar, preciso extravasar, afinal, também sou humano. Droga, também preciso partir o nariz de um imbecil de vez em quando, e o seu pai me serve perfeitamente como vítima. – ele saiu de cima de mim e se sentou ao meu lado, mantendo um sorriso torto e ameaçador.
- Que trabalho de português, partir o nariz do coitado para depois ter que consertar.
- Ainda assim valia o trabalho. – ele me olhou com uma feição preocupada – Há quanto tempo seu pai bebe? – ele questionou polidamente ao passo que eu deixava uma risada estrangulada e nervosa escapar.
- Muito tempo. Anos. – respondi com a voz tremida.
- Ele já te machucou antes?
- Não, nunca. Ele é do tipo que fica resmungão quando bebe, mas nunca agrediu ninguém, acho que é porque ele é muito calmo quando não está sobre o efeito da bebida...
- E quando é que ele não está sobre o efeito da bebida?
- Ah... de manhã cedo, eu acho...
- Só o tempo que ele leva para levantar da cama e correr para a cozinha atrás de uma dose, não é mesmo? – Carlisle falou com reprimenda, deixando-me envergonhada.
- É sim, e daí? Você não tem nada que ficar se metendo nisso. Isso é problema único e exclusivamente meu! – protestei, sentindo as bochechas enrubescerem de raiva e embaraço.
- Não vá por esse caminho, . - ele sinalizou com um olhar cortante – Sabe que tudo que envolve você envolve a mim também. Não se faça de auto-suficiente quando na verdade precisa de ajuda. Precisa da minha ajuda.
- Você não pode fazer nada, tanto quanto eu não posso. – retruquei com impaciência.
- É aí que você se engana, meu bem. – ele me fitou com um sorriso torto.
- Não podemos fazer nada, ele não quer se curar. Ele já tentou as reuniões para alcoólicos, nunca dá certo...
- É claro que ele quer se curar, só não encontrou o impulso e o motivo para tal. Ele precisa ser internado numa clínica especial, .
- Internado? – arregalei os olhos, apavorada – Ele nunca vai querer, nunca vai deixar. – balancei a cabeça em negação.
- Conheço uma clínica muito boa, tenho contatos, posso colocá-lo lá sem problemas. – ele falou complacente, enquanto afagava minhas bochechas.
- Não posso simplesmente jogar meu pai numa clínica qualquer, não posso fazer isso com ele. – murmurei, sentindo os olhos arderem.
- Você não estará abandonado-o, pelo contrário, estará amparando-o. Ele precisa de um estímulo para seguir em frente, precisa de você.
- Não posso fazer isso. – solucei, deixando as lágrimas escaparem.
- Oh, , venha aqui, querida… - ele me puxou para um abraço e eu pude recostar minha cabeça em seu peito. - Você quer que eu converse com ele? Posso tentar convencê-lo a ir de livre e espontânea vontade.
- Você levou a filha dele nos ombros e disse que não ia devolver, acha mesmo que ele irá te receber de braços abertos? – resmunguei com uma risada nervosa.
- Tenho meus métodos.
- Claro, claro. – desdenhei – você sempre tem uma solução, não é mesmo, Dr. Cullen?
- E você acha sempre uma forma de agredir quem tenta te ajudar? Muito maduro da sua parte. – ele replicou com acidez.
- Carl, eu... – levantei a cabeça para fitá-lo. – Sinto muito...
- É claro que sente. – ele resmungou desdenhoso – Quando pretendia me contar os seus problemas, ? E por que raios você estava seguindo o mesmo caminho tortuoso do seu pai?
- Eu não estava... – comecei a protestar ao passo que a compreensão me atingiu – Eu nunca fui alcoolista, não chegaria ao ponto que meu pai chegou, eu só bebia de vez em quando!
- É mesmo? Então me diga, onde você estaria agora e o que estaria fazendo se não tivesse me conhecido? – ele questionou com um olhar acusatório.
- Eu não estaria bebendo! Não muito... – respondi amuada.
- Querida, você deveria agradecer por eu existir em sua vida. – ele falou com um sorriso torto enquanto levantava o meu queixo para fitá-lo.
- Seu arrogante e presunçoso! – resmunguei, agora com a raiva diluída.
- Desculpe, mas arrogância e presunção são um pequeno mal de família. Ah, não podemos esquecer que amar incondicionalmente também é um problema genético. – ele sorriu abertamente, fazendo o meu cérebro dissolver e meus ossos amolecerem – Eu te amo, , farei qualquer coisa por você. – ele se inclinou sobre mim e repousou os lábios sobre os meus, iniciando um beijo cheio de ternura – Convencerei o seu pai a se internar, ajudarei no que for preciso, tudo bem? – falou entre beijos.
- Uhum... – aceitei, mal entendendo o que ele estava falando. Não dava pra raciocinar com ele tão próximo.
- Ótimo! – ele abriu um sorriso matreiro e eu me afastei, franzindo o cenho.
- Seu safado! – dei um gritinho agudo, enquanto estapeava o seu peito - Você me enrolou com esse papo apaixonado! Não acredito que me levou na conversa, me deixou abestalhada para eu aceitar sua ajuda!
- Eu disse que tinha meus métodos... mal de família... – ele deu de ombros e continuou sorrindo com um ar vitorioso.
- Mal de família... – fitei-o com uma careta – Se meu filho nascer com esses problemas genéticos, estarei perdida! – falei sem pensar ao passo que Carlisle murchou o sorriso, passando a me olhar como se eu fosse uma alienígena. Tapei minha boca com uma mão e permaneci estática com os olhos arregalados.
- O que você disse? – Carlisle perguntou com a voz estrangulada.
- Ops, falei demais. – murmurei com a voz abafada pela minha mão.
- Você... você não está...? Está? Você está...? – ele gaguejou e eu quase soltei uma gargalhada nervosa. Oh merda! Eu e minha boca grande!
- Bom, talvez você tenha uma explicação lógica para isso. – falei enquanto retirava um envelope dobrado do meu bolso da calça e passava para ele. Ele fitou o envelope com um olhar horrorizado e demorou uns instantes para pegá-lo, como se fosse algo contaminado. Pegou o papel com o maior cuidado e abriu devagar, num suspense que me deixou ainda mais nervosa.
- Santo Deus! – foi o que ele sibilou antes de rolar os olhos e cair duro no chão.
- Carl? Pára com essa brincadeira, levanta daí! – falei com uma risada nervosa e me agachei sobre ele – Carl? Já chega, conseguiu me assustar, levanta. – supliquei enquanto estapeava de leve a sua face. – Carlisle Cullen, isso não tem graça! – senti minhas mãos tremerem de pavor - Oh meu Deus! Carlisle, acorda!
*Carlisle’s Pov*
Senti a cabeça rodar e uma forte pressão no peito, e... uma coisa molhada pingando em meu rosto. Abri os olhos, pisquei algumas vezes e observei enquanto pressionava o meu peito com ambas as mãos ao passo que lágrimas desesperadas pingavam em meu rosto.
- Ei... O que está fazendo? – questionei com o cenho franzido. Ela me fitou com os olhos arregalados e começou a soluçar mais alto.
- Oh meu Deus, Carl, eu pensei que... Eu pensei que... Pensei que tinha tido uma parada cardíaca...
- Você por acaso checou o meu pulso?
- Não...
- Que boa médica você vai ser, hein? – falei com arrogância, sabendo que isso a deixaria enfurecida.
- Idiota! – ela estapeou o meu peito com força e levantou-se num impulso – Fiquei apavorada, não consigo pensar quando estou nervosa. – ela sentou na cama com os braços cruzados.
- Mais um motivo para eu ser o seu preceptor enquanto estiver na residência. – sorri amarelo e me levantei pra me sentar ao seu lado.
- Arrogante, estúpido. – ela resmungou entre dentes. – É isso que ganho por me preocupar com você. Da próxima vez... – ela começou, mas eu a interrompi, segurando firme em sua mão.
- , eu estava brincando com você. Não é só você que está nervosa ou apavorada, eu também estou.
- Você desmaiou. Nunca imaginei que Carlisle Cullen desmaiasse assim, isso é ridículo.
- Ah... Obrigado, isso foi bastante reconfortante, agora me sinto um idiota.
- Desculpe...
- Não importa, mas precisamos voltar ao ponto de partida. Eu te disse que não queria outro filho. – falei pausadamente, e senti as mãos dela estremecerem sob as minhas.
- Eu... não foi intencional... – ela se apressou em explicar como eu imaginei que faria.
- Ainda não acabei de falar. – repreendi num tom tranqüilo. – Hoje, logo depois que discuti com o Edward, eu te falei que não queria mais filhos, e isso te deixou apavorada ao ponto de não querer me contar que estava grávida.
- Não foi bem assim. – ela retrucou com a voz tremida. – Ainda não tinha certeza que estava grávida, eu queria acreditar que era apenas uma virose... Só confirmei mesmo agora à tarde quando peguei o exame.
- Mas não pretendia me contar tão cedo, não é verdade? O que você iria fazer? Em algum momento você pensou em tirar...?
- Hã? Não! Nunca faria uma coisa dessas! É meu filho! Nosso filho! – berrei exasperada. – Eu... não ia te contar de imediato, mas pretendia te convencer que um terceiro filho não seria ruim... Eu queria que você desejasse esse bebê... não me peça para tirar... – ela balançou a cabeça em negação e começou a chorar.
- Ora, mas que baboseira é essa? Quem te pediu para tirar?
- Você disse... – ela me fitou com confusão.
- Eu perguntei o que você planejava, nunca me passou pela cabeça uma coisa dessas. Quero esse filho tanto quanto você, sua boba. – levantei o seu rosto pelo queixo e beijei os seus lábios. – Por que acha que eu apaguei? É emoção demais para um velho...
- De velho você não tem nada. – ela repreendeu com rispidez. – Vou ter que dar uns tapas em Edward por depositar esses pensamentos descabidos em sua cabeça.
- Mas já está posando de madrasta rabugenta? – falei num tom divertido.
- Madrasta? Oh meu Deus! Nunca tinha pensado por esse lado... Edward, Jasper... Jesus! Mas eu nem tive tempo de ser mãe ainda! Como posso ser madrasta de dois homens daquele tamanho?
- Calma, você terá tempo suficiente para se acostumar. Deixe para pensar nisso depois do casamento. – falei deliberadamente e esperei por sua reação.
- CASAMENTO? – ela arregalou os olhos e arfou com a idéia – Mas... casamento?
- É claro! Acha mesmo que meu filho já vai nascer de pais separados?
- Mas não estaremos separados...
- Legalmente. Você deveria imaginar que eu sou do tipo certinho.
- Não quero que se case comigo por obrigação! – ela objetou com acidez.
- Você está mesmo afetada com essa gravidez, deve ser os hormônios que não te deixam ver um palmo a sua frente. , quantas vezes terei que repetir que eu AMO VOCÊ? – a sacudi pelos ombros.
- Ah... Tantas vezes for preciso. Diz de novo. – ela gargalhou com diversão.
- Amo você! Amo você! E você também! – espalmei a mão em sua barriga e aguardei o que seria um acesso de choro de .
- Oh... – ela chorou.
- Deixe-me beijar o nosso bebê. – falei enquanto levantava a sua camisa. – Ei... você aí dentro, saiba que você vai ser muito bem vindo e eu já te amo muito, até mais do que a mamãe. – levantei a cabeça para fitá-La. – desculpe querida, mas filho é filho, você logo vai entender.
- Eu sei, eu já entendo.
*Edward’s Pov*
Os últimos meses tinham se tornado um verdadeiro pesadelo. Aparentemente, tudo conspirava contra mim. A pequena gangue do Mike deu para ficar me perseguindo, principalmente agora que meu prazo estava se esgotando, e tudo porque eu simplesmente não conseguia falar que eu não iria fazer vídeo nenhum com a minha . E para piorar minha situação, decidiu que deveríamos “apimentar” nossa relação. Ela queria filmar o nosso ato sexual. Garota sem noção, né? Ela simplesmente não tinha idéia do perigo. Não que eu fosse me deixar cair em tentação e entregar o suposto vídeo para a turma do Mike, eu nunca faria isso, mas tantas coisas loucas poderiam acontecer, afinal, tudo dá errado quanto tem que dar errado, sacou? E eu tinha essa leve impressão de que eu ia me ferrar nessa história.
Hoje estava sendo um dia especialmente aterrorizante. Não é que o desgraçado do Cheetos reapareceu? Dá pra acreditar que o infeliz estava morando no nosso porão? E eu, um coitado que não tinha nada a ver com isso, sou obrigado a me desfazer do animal. Esse mundo é muito injusto mesmo!
- Edward, não vou falar novamente. Não quero esse bicho asqueroso no meu carrinho.
- … - pressionei a ponta do nariz e respirei fundo. - querida, vai me deixar na mão quando eu mais preciso de você? – falei no meu melhor tom desamparado.
- Chantagem emocional não vai funcionar. – ela cruzou os braços e fez uma careta quando o macaco tentou agarrar suas pernas.
- Façamos um acordo então. O que me diz?
- Hum... – ela coçou o queixo, pensativa. – Eu deixo levar o bicho no porta-malas se você deixar que eu faça um vídeo de nós...
- Nem pensar! – retruquei com rispidez. – Nem sonhando! De jeito nenhum!
- Então leve o seu macaco de ônibus!
- , por favor… - supliquei.
- Você só tem que aceitar o acordo, Edward.
- Tudo bem, mas com uma condição.
- Sem condições, Edward.
- Ora , deixe de ser cabeça dura.
- O que você quer?
- Você terá que guardar o vídeo num lugar ultra-secreto, com chave, e não pode contar a ninguém, a absolutamente ninguém.
- Até parece que eu iria ficar contando sobre minha vida sexual para outras pessoas.
- Estamos entendidos então?
- Ok!
Depois de duas horas tentando convencer a , passamos mais uma tentando colocar o macaco no porta-malas, e mais uma hora para levá-lo de volta para o zoológico e explicar para os responsáveis o que tinha acontecido. Finalmente, o desgraçado foi posto no seu lugar de origem.
- Pronto, assunto resolvido. Agora precisa cumprir a sua parte do acordo. - falou enquanto voltávamos para o carro.
- Para que tanta pressa, ? Podemos fazer isso outro dia... – falei na tentativa de me esquivar do assunto.
- Nem pensar. Te conheço, Edward, você vai querer me enrolar. Vamos comprar uma câmera! – ela comemorou sorridente enquanto eu dava partida no carro.
- … Podemos rever as cláusulas desse acordo…
- Sem chance.
Fiz uma careta desgostosa e rumei para a tal loja.
- Aqui, aqui! Essa loja é muito boa, conheço a vendedora. - apontou para a loja onde tinha vagas de estacionamento na frente. Parei o carro e pensei numa forma de dissuadi-la.
- …
- Edward, você parece que está indo para a forca. Não é tão ruim assim, no final você é quem vai gostar mais.
- Eu estou realmente indo para a forca, tenho certeza disso. – resmunguei, fazendo um biquinho.
- Pára de drama, vamos. – ela falou e saiu do carro, deixando-me livre para esmurrar o volante e soltar alguns bons palavrões.
Saí do carro e entrei na loja, onde já estava entrosada e discutindo sobre a possível compra. Fitei a mulher atrás do balcão e tive uma leve impressão de conhecer aquele rosto, só não sabia de onde.
- Olha ele aí. - apontou para mim. – Esse é o Edward, meu namorado. Edward, essa é a Lauren.
- Muito prazer. – cumprimentei com um aperto de mãos.
- O prazer é todo meu. – ela respondeu, com um sorriso aberto demais para o meu gosto.
- Então, como eu ia dizendo, eu quero uma câmera simples, só para vídeos caseiros...
- Sem detalhes, . - repreendi num sussurro disfarçado.
- Tenho uma perfeita. – a mulher colocou uma câmera em cima do balcão. – Tem uma ótima qualidade de vídeo e ainda vem com um suporte.
- Essa está ótima, vamos levar. – adiantei-me antes que continuasse a falar besteira.
- Espera, Edward! Preciso saber como monta isso e como vou saber qual o melhor ângulo?
- Eu te mostro. – Lauren respondeu. – tem alguma idéia da altura que quer filmar?
- Ah... Vamos filmar uma cama. – ela falou e eu arregalei os olhos.
- Da altura de uma cama, ela quis dizer. – corrigi, torcendo para a mulher não ter entendido nada.
- Então você ajusta assim... – Lauren seguiu explicando para como montar e reajustar a altura da câmera. Efetuamos a compra e voltamos para o carro.
- Que cara é essa, Edward? Parece que vai matar um a qualquer instante... - questionou enquanto colocava o cinto de segurança.
- Você não vai querer saber a resposta, . – respondi, olhado-a de canto de olho e dando partida no carro.
- A Lauren é uma amiga, não temos motivos para nos preocupar. – ela tentou se explicar, mas com o meu olhar assassino ela se calou.
- É exatamente esse o problema, ela é uma conhecida sua, e depois que você praticamente contou que vamos fazer um vídeo nosso, ela pode muito bem dar com a língua nos dentes.
- Ela é inofensiva, só porque ela é irmã do Mike não significa que seja igual a ele.
- Irmã de quem? – freei bruscamente.
- Irmã do Mike... Sabe, aquele cara loiro, chato...
- Eu sei muito bem quem é o Mike! Mas que inferno, ! Você só me fala isso agora?
- Ei, ei, ei! – ela levantou as mãos em sinal de paz e me fitou com o cenho franzido. – Qual o problema nisso? Não estou entendendo essa sua reação exacerbada!
- Problema nenhum. – falei enquanto voltava a ligar o carro. – problema nenhum. – repeti pra mim mesmo, tentando me convencer.
Seguimos viajem sem falar mais nada. Fiquei remoendo a minha situação por todo caminho e a única conclusão que eu cheguei foi de boicotar o vídeo. Destruir a gravação, sumir com ela, intacta é que não poderia ficar.
Estacionei o carro na garagem de minha casa e estranhei que o carro de meu pai também estava lá, afinal, ele deveria estar no trabalho. Entrei em casa com em meu encalço e observei que havia vozes ecoando da cozinha. Segui até lá.
- Sem vinho branco, , sabe que não pode tocar em álcool. – ouvi a voz de meu pai.
- Credo, Carlisle, é só um pouquinho no molho.
- Nem um pouquinho, você não pode.
- Hum... O cheiro está muito bom. – falei enquanto parava no balcão que separava a cozinha da copa.
- Ah... Olá, Edward. - cumprimentou com um aceno discreto.
- Edward, estávamos falando de você. – meu pai falou, continuando a cortar legumes enquanto a remexia numa panela.
- Que coisa, não senti minha orelha arder... – falei num tom descontraído.
- Não falávamos mal. - se apressou a explicar. – Carlisle estava apenas lembrando de coisas que você aprontava com o Jasper quando eram crianças.
- Ah... Ele ainda se lembra? – questionei com desdém.
- Edward, por favor... - acotovelou minhas costelas com reprimenda.
- É claro que lembro, Edward. Por que haveria de esquecer? – Carlisle falou com uma expressão entristecida.
- Não sei, talvez por eu ser a ovelha negra da família... – dei de ombros.
- Ora essa! Mas que disparate! – Carlisle falou com indignação. – Nunca tive problemas com você ou com Jasper, de onde você tirou essa idéia descabida?
Eu tencionava responder que era o que minha mãe sempre dizia. “Você deveria agradecer por eu cuidar de você, seu pai não está nem aí, ele nunca quis você”, “Seu pai nunca gostou de você, implorou para te levar comigo para a Inglaterra”, “Você é uma ovelha negra, Edward, por isso seu pai te abandonou”. Era sempre assim que ela falava quando eu fazia alguma coisa errada. Nunca entendi se era só para me deixar amuado ou se era realmente verdade, mas também eu nunca questionei. Devo ter aceitado aquelas verdades por osmose, mesmo não querendo aceitar.
- Não tirei de lugar nenhum, foi só algo que me surgiu à mente. – dei de ombros e me virei para sair da cozinha.
- Edward, jante conosco essa noite. Temos algumas notícias para dar. – meu pai falou antes que eu sumisse de suas vistas.
- Ok. – respondi automaticamente e caminhei a passos curtos para o meu quarto.
continuou calada, o que foi de grande alívio para mim. Essas súbitas conversas com meu pai sempre acabavam me deixando numa fossa. Era sempre assim, eu o acusava de ser um pai desnaturado enquanto ele discordava e achava que eu estava sendo um filho ingrato, como se eu fosse mentiroso e ele estivesse coberto de razão. Mas não importa o que ele acha, eu tenho os fatos a meu favor.
- Edward, eu gostaria de entender porquê você briga tanto com seu pai. Por que não conversa comigo sobre isso? - falou enquanto sentava na cama.
- Não tenho nada para falar sobre isso. – respondi com rispidez.
- Às vezes o melhor é botar para fora, toda essa mágoa não pode fazer bem.
- , meu dia já foi suficientemente estressante, então, por favor, não piore as coisas. Não quero brigar com você também. – falei enquanto retirava minhas roupas e jogava no chão. – vou tomar um banho. – conclui e caminhei para o banheiro, sem trocar nenhum olhar com . Eu realmente não estava afim de receber aquele olhar que me deixava desarmado.
O banho quente não foi suficiente para esvair a minha tensão, mas deu para relaxar um pouco. Saí do banheiro e fui para o closet enquanto foi tomar o banho dela. Depois de prontos, descemos para a cozinha, onde já se podia ouvir mais vozes.
- Jazz, . - cumprimentei com um aceno de cabeça.
- Oi, Edward, . - eles acenaram e retomaram o seu assunto com meu pai. Sentamos na mesa e aguardamos que o jantar fosse servido. Pelo menos os assuntos tratados eram amenos e descontraídos.
Não demorou muito e o jantar foi servido, e todos pararam para prestar mais atenção ao seu prato. Carlisle preferiu nos aterrorizar com sua notícia quando estávamos desfrutando da sobremesa.
- está grávida. Vocês terão um irmão ou irmã muito em breve.
Silêncio.
- O quê? Por que essas caras pálidas? É uma boa notícia! – Carlisle falou, tentando não demonstrar o seu nervosismo.
- Um filho... Você vai ter outro filho... – sibilei, tentando não parecer tão abalado. – Perderam o juízo? Outro filho?
- Qual o problema com isso? Não estou morto.
- Há! Há! – ri com desprezo. – Pois foi isso que me pareceu enquanto estive na Inglaterra. Você parecia um pai morto.
- Edward! - repreendeu.
- Você não soube cuidar dos filhos que tem e agora quer cuidar de outro? – continuei, ignorando os protestos de .
- Espere aí, garoto! - se pronunciou com uma voz alterada, – Você e seu irmão não foram bem cuidados? Então que raios estão fazendo aqui, vivos e saudáveis? Estudam numa das melhores faculdades do mundo, têm tudo do bom e do melhor, têm uma família maravilhosa, o que é isso, afinal? Você não sabe o que é ser mal tratado por um pai, não faz idéia do que seja isso! – ela concluiu, deixando todos embasbacados.
- , meu bem, você não pode se alterar. Deixe que eu cuido disso.
- Não, Carlisle, não vou mais ficar parada e vendo o seu filho falar assim com você! Isso já passou dos limites!
- Pai, você já ensinou para ela que gestantes não podem beber álcool? – alfinetei, sabendo que o deixaria enfurecido.
- Já chega, Edward! Isso foi extremamente rude. – ele repreendeu ao passo que a permaneceu estática e branca feito papel.
- Você me fala um disparate desses e quer que eu aceite calado? – repliquei indignado. – Só falta me dizer que vão se casar e serem felizes para sempre.
- Pois é exatamente esse o plano, se você está achando ruim, a porta da rua é a serventia da casa. – Carlisle falou com as faces vermelhas de raiva.
- Ótimo! – levantei bruscamente da cadeira. – Isso foi bastante esclarecedor. Pelo menos você teve a decência de falar na minha cara dessa vez.
- Ei, espere! Do que você está falando? – Carlisle perguntou com uma expressão confusa.
- Estou falando do dia em que você pediu para a minha mãe me levar com ela porque eu era o seu filho inútil e indesejado!
- Mas o quê...? Você que pediu para ir com ela, e eu nunca disse um absurdo desses!
- Mentiroso. Continua um desgraçado mentiroso. Eu deveria ter ficado na Inglaterra e seguido os conselhos de minha mãe, no final das contas ela estava certa.
- O que diabos ela falou? O que aquela mulher falou sobre mim? – Carlisle exigiu aos berros.
- Aquela mulher é a minha mãe e limpe a boca ao falar dela! Ela não precisou falar nada, afinal, que tipo de pai não responde uma carta sequer do filho? Não responde e-mails, não telefona, não faz uma droga de visita, nem mesmo no natal. Que porra de pai é esse? Eu só tinha 10 anos! Pode não parecer pra você, mas as crianças precisam de um pai. – vociferei num impulso e logo me arrependi quando todos olharam pra mim com pena. Eu não precisava da pena de ninguém.
- Edward, você é um bosta mesmo. – Jasper, que até então esteve calado, levantou-se e caminhou apressado até mim. – Isso, é por ter sido um burro, estúpido. – ele falou e avançou com um soco bem no meu nariz, fazendo-me ver estrelinhas.
- Porra, Jasper! Você quebrou meu nariz! Quebrou a porra do meu nariz! – berrei entre dentes e avancei com outro soco pra cima dele, acertando a sua boca e partindo o lábio dele.
- Oh meu Deus! Parem! – as garotas começaram a gritar em histeria, mas nem eu nem Jasper estávamos propensos a parar a briga.
Continuamos nos atracando, dando murros e pontapés, até cairmos sobre a mesa e derrubar os talheres no chão.
- PAREM AGORA! – Carlisle vociferou com dureza, automaticamente paramos. – Que pensam que estão fazendo? Agindo como dois moleques! Jasper, vá buscar aquela caixa, Edward, vá para a sala.
- Você não manda...
- Para a sala, Edward! – ele ordenou furioso.
Passei a mão pelo nariz sangrando e fui para a sala. Sentei no sofá e esperei com impaciência. Jasper chegou pouco tempo depois e jogou uma caixa sobre o centro, sentando do outro lado do sofá. Carlisle logo se juntou a nós e se sentou no meio.
- Edward, você diz que eu nunca mantive contato com você. Eu não entendo como isso seja possível.
- Há! Há! Boa desculpa.
- Não é desculpa. Acho que nós temos um mal entendido em comum. Tenho a absoluta certeza de que respondi todas as suas cartas. Tenho todas elas guardadas. Você mandava uma todo mês, depois começou a diminuir até ficar apenas uma por ano.
- Não mandei cartas nos últimos anos, parei de mandar quando não obtive respostas.
- Viu só? Não vê que algo está errado? Olhe as cartas, tenho todas elas, inclusive respostas das minhas.
- Isso não é possível. – peguei na caixa e folheei os envelopes até naqueles que desconhecia, os que eu nunca tinha escrito. – são cartas digitadas no computador, sempre escrevi minhas cartas a mão, não vê a diferença? Não são minhas!
- Têm a sua assinatura...
- Assinatura digital. Tem algo errado nessa história. E os e-mails? Você mandou algum? Não recebi nada...
- Respondi todos os seus emails, Edward. Juro por Deus que é verdade, o Jasper está de prova, sempre respondemos juntos.
- Jasper? – inclinei-me para fitá-lo.
- Você é um idiota, Edward. – Jasper respondeu.
- Jasper, filho, assim você não ajuda.
- Ele respondeu tudo, te mandou presentes, ligou pra você. Aparentemente você estava sempre muito ocupado para responder. Pelo menos era o que a mamãe sempre dizia ao telefone.
- Tentei visitá-lo várias vezes, mas sua mãe sempre dizia que você estava viajando ou coisa parecida.
- Tudo mentira! Nunca recebi presente nenhum, nem suas cartas, nada! Ela nunca me disse que você tinha ligado e, por Deus, eu nunca saí da Inglaterra em viagens!
- Fomos todos enganados por Esme. Parece que ela não me queria perto do meu próprio filho e ainda teve a indecência de te colocar contra mim. Se eu soubesse disso... – Carlisle suspirou profundamente e apoiou os cotovelos nos joelhos, afundando a cabeça entre as mãos.
- Isso tudo é... é demais para minha cabeça. – levantei bruscamente e saí, sentindo tudo ao meu redor girando.
- Edward, espere, Edward. – ele pediu, mas eu acenei com a mão, pedindo para ele me deixar sozinho.
Todos esses anos... enganado. Acusando uma pessoa inocente, machucando a única pessoa que sempre admirei secretamente. Tenho até que concordar com o Jasper. Eu sou um bosta mesmo.
*’s Pov*
Passado todo o alvoroço na mesa, Edward, Jasper e Carlisle foram para a sala. E como nem eu, nem as garotas, estavam dispostas a ficar de fora, ficamos espreitando atrás da parede que separava a sala de visitas da sala de jantar. Pelo que pudemos captar da discussão, Edward havia sido manipulado pela própria mãe, de forma que ele ficou anos odiando o pai por não receber sua atenção paterna, e é claro que tudo não passou de mentiras, sendo que o próprio Carlisle também fora enganado, de certa forma.
Edward foi para o quarto totalmente desolado e muito provavelmente sentido-se humilhado e embaraçado. Senti uma vontade enorme de lhe seguir e ajudá-lo a afugentar toda aquela angústia, mas se eu bem o conhecia, ele pensaria que eu estaria sentido pena e me poria para fora do quarto antes mesmo de eu pronunciar uma só palavra. E, dessa forma, consegui me sentir ainda pior por não poder fazer nada, num momento tão importante da vida do homem que eu amo e eu sem a menor capacidade de ajudar, compartilhar a sua dor. Recolhi-me a minha insignificância e me preparei para ir embora.
- Jasper, você poderia me dar uma carona? – perguntei enquanto me levantava do sofá, onde estavam eu, Jazz e . - Minhas coisas estão no quarto de Edward... não queria incomodá-lo... – cocei a cabeça em desconforto.
- Claro, mas se quiser temos quarto de hóspedes...
- Não. – respondi apressadamente. – Não quero incomodar, e além do mais, o Edward não quer a minha companhia nesse momento... – murmurei, tentando não parecer ainda mais patética.
- Está enganada. – estremeci quando a voz rouca de Edward entoou das escadas. – Pensei que viria para o quarto, , estava te esperando.
- Eu... ah... pensei que... – me embaralhei com as palavras e senti as bochechas esquentarem com o embaraço.
- Seja lá o que passou na sua cabeça, pensou errado. Preciso de você comigo, não demore. – ele concluiu e andou escada a cima.
Ele falou preciso de você, não falou? Será que estou tendo alucinações? Ninguém nunca me falou que precisa de mim. Ele disse que precisava de mim!
- ? Você está bem? – Jasper abanou uma mão em frente ao meu rosto.
- Hã?! Eu... er...
- , fecha a boca. Coitada, está caidinha pelo Edward. - exclamou com um sorriso maroto nos lábios.
- Ah... Eu vou... Eu vou subir.
Abri a porta do quarto com uma certa cautela e logo avistei o Edward a mexer na nossa câmera, já suspensa no suporte.
- Edward? – perguntei, ele continuou compenetrado na máquina, acenando com a mão para que eu entrasse. – O que está fazendo?
- Tenho um acordo para cumprir, lembra? Tranca a porta quando passar.
- Mas... eu pensei que você quisesse conversar...
- Estou bem, , sério. Não quero ficar remoendo águas passadas. – ele falou sem me fitar, mas não conseguiu de deixar um suspiro ressentido lhe escapar.
- Não é remoer, é desabafar, conversar, botar para fora. Você disse que me queria aqui, que precisava... – repliquei, tentando não transparecer o meu desapontamento. – Mas me parece que você precisava de mim apenas para aliviar a tensão, não é? Dar umazinha para espairecer. – complementei agora com a fúria explicita em minha face enrubescida. Edward virou a cabeça para me fitar, com uma expressão transtornada.
- Você está falando asneiras! Como pode pensar uma coisa repugnante dessas? Já não te disse que eu amo você? Quero e preciso de você comigo, e só porque não quero falar sobre meus problemas agora, não significa que você não tenha importância ou que eu não vá compartilhar com você. Acontece que eu realmente preciso não pensar nisso agora.
- Pensei que confiasse em mim, eu poderia ajudá-lo...
- … - ele andou até mim e me segurou pelos ombros. – Fui enganado pelos últimos dez anos, e é ainda pior porque foi a minha mãe a causa disso tudo, você não faz idéia de como me sinto destruído, acredite, você não pode me ajudar, não do jeito que você quer, não nessa situação. Ajudaria, e muito, se você só me compreendesse e ficasse ao meu lado. Você pode fazer isso por mim? – ele perguntou numa súplica, eu apenas suspirei derrotada.
- Posso tentar...
- Ótimo, já é um bom começo.
*Edward’s Pov*
Aproveitei o tempo que fiquei sozinho no quarto e arrumei toda a parafernália para a filmagem. Essa foi a melhor solução que encontrei para não pensar no meu atual problema. Visto que eu não fazia a menor idéia de como mexer naquele equipamento, fiz o melhor que pude, tentei colocar no ângulo adequado e fiz o possível para acertar nos botões, mas meu conhecimento nessa área era lamentável. E, para falar a verdade, eu não estava muito preocupado com isso, se a filmagem não ficasse boa, melhor pra mim, já me pouparia o trabalho de boicotar a gravação.
Depois de ter uma discussão civilizada com , permanecemos parados, olhando um para a cara do outro, numa situação estranhamente desconfortável e constrangedora.
- Você tem certeza de que quer fazer isso? – perguntei, apontando para a câmera já em ponto de bala.
- Não costumo voltar atrás em minhas decisões. - assentiu, sem nenhum vestígio de indecisão.
- Ah... ok. – pigarreei e caminhei até a câmera, ligando-a. – Está ligada...
- Edward... você está muito tenso... – ela falou, aproximando-se de mim e começando a desabotoar minha camisa. – Aja naturalmente... Esqueça a câmera...
- Como se isso fosse fácil... – resmunguei enquanto colocava minhas mãos em seu corpo e acariciava-lhe a cintura.
- É muito mais fácil do que imagina, você só precisa colocar suas mãos em mim. Toque-me, Edward, pegue tudo o que tem direito, eu sou toda sua...
- Hum... – emiti um gemido desconexo. – se for nesses termos, acho que posso aguentar... – murmurei já extasiado com o seu corpo estremecendo sob as minhas mãos.
- Faça amor comigo, Edward. Quero fazer amor até não nos restar mais forças... – ela sussurrou enquanto atacava o botão da minha calça e colava o seu corpo ao meu, deixando-me inebriado e louco de desejo.
Esqueci completamente a câmera, esqueci qualquer preocupação ou angústia, ali só havia espaço para mim e para . Toquei-lhe como ela desejava e mais um pouco, beijei-lhe como ela pediu e mais, arranquei suas roupas sem restrições, avancei sobre ela sem cuidado, com pressa, com desejo, com amor. Enterrei-me nela com desespero, estremeci de satisfação e deleite quando de sua boca ecoava o meu nome, pedia por mais e eu cedia até sentir os nossos corpos caindo de um precipício e chocando-se com o mais alto pico de prazer.
- Oh... Ru te amo tanto, … Obrigado por ficar comigo... – sussurrei entre ofegos, arrastando seu corpo desfalecido para ficar sobre o meu.
- Hum... Vou começar a cobrar comissão... – ela balbuciou com um bocejo, fazendo-me soltar uma gargalhada. – Também te amo, Edward. Onde é que nós vamos parar?
- Ora, vamos pagar para ver.
*Mike’s Pov*
Há muito que eu vinha insistindo no lance do vídeo. Já não se tratava mais de um trotezinho bobo, agora era uma questão de honra. Aquela vadiazinha da nunca me deu bola e agora anda se esfregando com aquele panaca para cima e para baixo. Pois ela vai ver o que é bom para tosse. O idiota do namoradinho dela parece gostar mais da moto do que dela, o que me dá uma boa vantagem e facilita o processo. Em pouco tempo ele cederia e eu teria um bom vídeo para sacanear a . O que os pais dela iriam pensar quando a visse dando o rabo no youtube? Essa eu pago para ver. Nem que eu tenha que gastar todo o meu lucro com a venda de drogas na faculdade, eu teria aquele vídeo de qualquer jeito.
- Mike, tu não sabe quem foi lá na loja hoje. – minha irmã falou, tirando-me de meus devaneios.
- Não me interessa. – respondi secamente, continuando a fitar a televisão.
- Êh! Só por essa eu não deveria falar que a e o namorado andaram comprando uma câmera... – ela passou por mim e se sentou despojada na poltrona ao meu lado.
- Uma câmera? – virei a cabeça pra olhá-la.
- Das boas, por sinal. Mas como você não está interessado... – ela deu de ombros e fingiu estar lixando as unhas.
- Uma câmera de vídeo? – perguntei, ignorando a sua ressalva. – Ela falou para quê era a câmera?
- Uma câmera para filmar uma cama...
- Você tem certeza ou tá me zoando?
- Tenho mais o que fazer pra ficar te zoando. Só achei que você gostaria de saber, afinal, nunca sarou essa tua dor de cotovelo.
- Dor de cotovelo uma ova! – falei com acidez e me levantei, indo para o meu quarto. – De qualquer forma, foi bom saber. – completei antes de sumir da vista de Lauren.
No meu quarto, peguei o telefone e acionei a minha pequena, mas promissora, gangue. Ah … Tu vai comer o pão que o diabo amassou.
Capítulo 27
*Emmett’s Pov*
- Emmett, esta é a Dra. Brice Wallace, psicóloga. - ela falou sorridente, enquanto eu sentia o meu sorriso morrendo e se fechando numa carranca.
- O que é isso, ? Está me zoando?
Viu só porque o melhor mesmo é ficar solteiro? Porque, do contrário, a gente só arruma problemas! Quando pensei que estava tudo lindo e maravilhoso, ela vem e me dá esse banho de água fria. Eu tinha confiado nela, poxa!
- Conversei com a Dra. Brice sobre seu problema e...
- Que problema? Não tenho problema nenhum! – espalmei as mãos na mesa, causando um estrondo e chamando a atenção das outras pessoas.
- Calma, Emmett, ela só veio conversar...
- É com VOCÊ que eu vou conversar! AGORA! – vociferei, sentindo meu sangue ferver de raiva. Segurei o braço de com força e a reboquei para fora do restaurante. É claro que não foi tão rápido quanto eu queria, afinal ainda estava com um pé engessado que me deixava meio manco.
- Emmett, você está fazendo uma cena! – ela resmungou já com as bochechas vermelhas de vergonha.
- Mas eu nem comecei! – satirizei enquanto parava na escadaria da entrada do restaurante.
- Não precisava todo esse show, a Dra. Brice só queria conversar com você.
- Pois eu vou te dizer o que é que eu preciso!
- Emmett...
- Cale-se enquanto eu falo! – repreendi com rispidez ao passo que ela arregalava os olhos e encolhia os ombros. – Eu preciso que você pare de passar por cima de mim e de tomar decisões que bem entender. Você não tem esse direito!
- Mas...
- Não me interessa se suas intenções são as melhores. Você não pode me controlar nem manipular. Eu sou seu namorado e não seu capacho, entenda isso de uma vez! E engula essas lágrimas, não vai me desarmar com a porcaria de um choro. – repreendi quando seus olhos brilharam de lágrimas.
- Desculpe, eu não queria...
- Não. Não desculpo. Para falar a verdade, o melhor mesmo é acabar isso logo agora. Não vai dar certo.
- Vo-você está...? – ela gaguejou e deixou densas lágrimas escorrerem em sua face, quase me fazendo voltar atrás.
- É, estou. Acabou, . – falei exasperado, enquanto sentia um aperto no peito. - Não era esse tipo de relacionamento que eu queria pra mim. Preciso de uma mulher que me compreenda e me aceite como eu sou. Maluco ou não, eu sou quem sou.
- Eu compreendo, eu não me importo mais, não faça isso comigo, Emmett... está destruindo meu coração... – ela soluçou e tentou se aproximar com os braços estendidos, mas eu a segurei pelos pulsos. Se ela me tocasse agora... se ela só tocasse...
- Não é só seu coração que está em pedaços, . Eu sinto muito. – dei por encerrada a discussão e virei as costas. – Acho que sua psicóloga pode te dar uma carona, sim? – perguntei retoricamente e caminhei para o meu carro.
Dentro do carro eu pude inspirar e expirar várias vezes para tentar controlar o pânico. Não, eu não iria derramar uma só lágrima. Não valia a pena. Quando estava mais ou menos sob controle, peguei na chave com as mãos ainda tremendo e finquei na ignição. Quando estava chegando a minha casa, observei que o carro de estava parado logo na frente. Pensei seriamente em dar meia volta e evitar a possível discussão, considerando que a amiguinha dela já deveria ter ligado e contado que levou um chute no traseiro. Do jeito que ela são unidas, virá feito uma leoa em cima de mim, e eu é que vou levar um belo chute na bunda, no sentido literal da coisa. Bom, isso vai ter que acontecer mais cedo ou mais tarde... então que seja logo agora.
Passei pela porta, caminhei até a sala ao mesmo tempo em que descia as escadas.
- Emmett? Nossa, o que aconteceu? Você está pálido, parece que vai desabar a qualquer minuto! E esse pé, oh meu Deus, você sofreu um acidente! – ela desceu os últimos degraus rapidamente e veio correndo até mim. Pelo visto a ainda não tinha ligado para ela.
- Estou bem, , o acidente foi ontem, e não foi nada demais, apenas uma torção.
- E a ? Por que não está com você? – ela perguntou enquanto me analisava dos pés a cabeça como se fosse minha mãe. Estremeci em resposta e tentei não desabar ali mesmo.
- Emmett? Você não está legal. Vem, senta aqui no sofá. – ela me puxou pela mão, fazendo-me sentar.
- Estou bem, ... – tentei parecer natural, mas a minha voz me traiu e saiu estrangulada.
- Não está, não! Deite sua cabeça no meu colo, como nos velhos tempos, e me conte o que houve. – ela falou enquanto sentava numa ponta do sofá e dava batinas nas pernas em convite.
- Mas era você que deitava no meu colo. – tentei ironizar, mas o máximo que consegui foi o seu olhar complacente.
- Oh, Emmett, você está mesmo muito mal, deite aqui, não precisa falar se não quiser, mas estarei aqui para ouvir caso você queira. - Obedeci e me deitei de costas no sofá, ficando com a cabeça no colo de . Ela pousou uma mão em meus cabelos e começou a acariciá-lo.
- e eu… - comecei, tentando não parecer tão desesperado, quando na verdade eu estava mais do que desmoronando, e meu coração... parecia que tinha murchado por completo. - e eu terminamos.
- Oh... – ela continuou em silêncio, deixando que eu seguisse no meu tempo.
- Ela... ela acha que eu sou louco.
- Você me parece bem normal...
- Eu ouço uma voz... e ela conversa comigo...
- Ah... bem, isso não quer dizer que você esteja louco. Pode ser um reflexo de seu estado emocional. Estresse, ansiedade... Essa voz, ela te incomoda?
- Ai , não banque a médica comigo, ok? Já basta a querendo que eu procure um psiquiatra ou psicólogo.
- Tudo bem, mas você se sente bem com isso? Você não quer mesmo ajuda profissional?
- Me sinto muito bem, obrigado. – respondi com uma certa acidez. – Talvez eu esteja mesmo meio louco, mas quem ela pensa que é para tomar decisões por mim?
- Emmett, não vou dizer nem que você nem que ela estão errados, mas você não acha que terminar o relacionamento foi drástico demais? Vocês se gostam e...
- Eu a amo...
- Oh, Emmett...
- Mas não vou voltar atrás. Ela pode ter sido a primeira, mas não será a única que vou amar. Vou chutar a bola pra frente.
- Você está sendo muito duro, está machucando a ambos.
- Agora você vai defendê-la?
- Não estou defendendo ninguém, mas você é meu irmão e ela é minha amiga. Amo os dois e não quero vê-los sofrendo.
- Vamos superar. – suspirei com uma falsa resignação.
- Oh, eu duvido... – ela falou baixinho, como se não quisesse que eu ouvisse, mas resolvi não rebater. Para quê discutir por algo que não tinha mais jeito?
Continuamos do mesmo jeito por um tempo, e quando eu estava quase cochilando, o celular de tocou, dando um susto danado em nós dois. Levantei os olhos para e observei que ela estava nitidamente divida se atendia ou não.
- É ela, atenda. – falei enquanto me levantava do sofá. – Se ela perguntar por mim, pode dizer que eu morri.
- Credo, Emmett!
*’s Pov*
- Alô, ? … - solucei alto.
- Ei… me fala onde você está que eu vou até aí.
- Estou em casa...
- Certo, chego aí em alguns minutos.
Desliguei o telefone e continuei parada em pé e de frente para a janela do meu quarto, observando os filhos do vizinho se atracando com o cachorrinho. Certas vezes eu via coisas assim e imaginava como seria no futuro. Teria uma casinha e filhos para cuidar? Ficaria com raiva quando o meu pequeno cachorro mastigasse os meus sapatos novos? Nesse exato momento, sentia o estômago embrulhar com a possibilidade de que o fator mais importante para isso acontecesse não estivesse mais presente. Emmett não seria o meu esposo, e muito menos o pai de meus filhos. Agora, pensando um pouco mais, percebia que aquilo soava tão estupidamente romântico... E tão perfeito, se fosse com ele, e só com ele. Mas tudo tornara-se um sonho totalmente fora de alcance. E não conseguia deixar de me culpar por isso.
Ele havia confiado em mim e eu falhei com ele. Feri seus sentimentos e destruí tudo com uma idéia estúpida. Tinha ficado tão cega com a possibilidade de ajudá-lo! Eu só queria ajudar e o máximo que consegui fazer foi uma grande merda.
Não queria chamar a , pois acabaria a deixando numa situação desagradável. Mas como não consegui contatar a , não tive outro jeito.
Passou-se alguns minutos até a chegar. Me senti imediatamente aliava por ter uma amiga por perto. O que eu faria sem elas?
- … - atravessou a porta rapidamente e veio até mim com os braços estendidos, ao passo que eu estendia os meus e me deixava desmoronar no seu abraço.
- Fiz uma grande merda, . - choraminguei entre lágrimas e soluços.
- Não vou dizer que não, porque você fez merda mesmo. – ela sinalizou. – Mas não acho que você deva simplesmente aceitar isso e ficar aqui se acabando de chorar. Você não o ama o suficiente para lutar pelo que quer?
- Uh? – murmurei embasbacada. Quando foi que ficou tão cheia de filosofia?
- O quê? Tô falando sério! Se você quer o Emmett de volta, vai ter que ralar pra conseguir, oras!
- Fala isso como se fosse fácil! – desdenhei enquanto me afastava e enxugava as lágrimas. – Fala isso porque você está feliz da vida com o Edward. Você não faz idéia de como estou me sentindo!
- Fazendo idéia ou não, isso não muda os fatos. Se você quer, corre atrás. Mas se você prefere bancar a covarde chorona, vai em frente, boa sorte. O Emmett não vai voltar pra você abanando o rabinho. Ele é um cara generoso e tem um coração tão grande e amoroso quanto você possa imaginar, mas ele é orgulhoso demais para voltar atrás em suas decisões. Ele não vai dar o braço a torcer, a não ser, é claro, que você force a barra. – ela me olhou com a sobrancelha arqueada e com um sorriso torto que me lembrou o mesmo que o Emmett costuma usar.
- Hã... e o que diabos eu posso fazer?
- Oras, vamos ligar pra !
*Jasper’s Pov*
Há mais de um mês que minha relação com a tornou-se estável. Razoavelmente estável, se contarmos as inúmeras brigas e discussões que todo casal tem. E hoje em especial, eu estava determinado a recomeçar uma velha discussão que, infelizmente, nunca chegava a um resultado satisfatório. Satisfatório para mim, é claro. Uma coisa eu tinha que admitir, a sabe o que quer e o que não quer, e não dá o braço a torcer. A verdade é que ela é cabeça-dura mesmo, e minha pouca paciência já estava chegando ao seu limite. Poxa, o que eu quero é tão simples!
- Ah! Lá vem você com essa história de novo! Jasper, entenda uma coisa: eu não vou dar o número 2!
- Calma, eu só quero que você assista esse Vídeo Educativo , você vai ver que não é nenhum bicho de sete cabeças.
- Não, imagina... Como dar a bunda em 7 dias...? É isso que você chama de educativo? Eu não vou assistir isso! – ela cruzou os braços e fez o seu biquinho típico.
- Não acredito que você esteja com medo de um videozinho besta! Olhe, eu prometo que se depois disso você não quiser, eu não insisto mais.
- Hum... – ela fitou a tela do computador por um instante. – Tá, mas se eu disser não, não quero mais ouvir choradeira no pé do meu ouvido.
- Fechado. – balancei a cabeça em concordância e dei play no Vídeo.
Assistimos tudo atentamente, com apenas algumas interrupções quando a tinha uma crise de risos.
- Viu só como é simples? Em apenas 7 dias nós podemos...
- Jasper... – ela me interrompeu. – Em primeiro lugar, eu nunca deixaria você colocar o seu dedinho no meu número 2, quem dirá o seu pênis. Portanto, tire o seu cavalinho da chuva e esqueça esse assunto. Eu não vou dar a minha bunda e ponto final.
- E qual o problema com o meu dedo? Não vai doer nada, e além disso, nós usaremos lubrificante...
- Jasper, você prometeu.
- Sim, eu sei, mas você não me deixou terminar de falar. Eu só quero saber como é com você... Sabe, a Alice...
- AH! – ela berrou e se levantou do meu colo bruscamente. – Eu não quero saber que porra você fazia ou deixava de fazer com a Alice! E muito menos desejo ser comparada a um tipinho como ela!
- Não era isso que eu ia dizer! – rebati, também exasperado e me levantei da cadeira tão bruscamente quando ela.
- Pois eu digo que era exatamente isso que você ia dizer! – ela caminhou pelo quarto e girou, apontando o dedo indicador para mim – Só porque a sua ex fazia tudo que dava na telha com você, não significa que eu também tenha que fazer! Eu tenho os meus limites, porra!
- Eu sei...
- Calado! Deixe-me terminar de falar! – ela inspirou uma rajada de ar e voltou a dar voltas pelo quarto. – Olhe, vamos encerrar essa discussão hoje, aliás, vamos acabar com todas as nossas pendências.
- Que pendências? – perguntei um tanto confuso.
- Alice. – ela parou na minha frente e pontuou com frieza. – Alice é a nossa maior pendência. A pedra no nosso sapato, e já está na hora de darmos um fim nisso.
- Não é tão simples assim...
- Não é tão simples assim... – ela desdenhou numa tentativa chula de imitar a minha voz. – Você fala isso há quase dois meses, Jasper! Quanto tempo mais você acha que vai enrolar a Alice?
- Eu estive pensando...
- Esteve pensando coisa nenhuma! – ela me interrompeu novamente. – Você fica aí nesse impasse sem fazer nada a respeito. Pra mim já deu. Ou você termina com ela de uma vez, ou termina comigo.
- Calma! Você não pode simplesmente me dar um ultimato de um dia para o outro! Você sabe que é complicado! A Alice tem influência, ela pode foder com a nossa família!
- Pois deixe ela vir que eu vou mostrar para ela quem é que manda nessa zorra! – ela berrou com toda sua fúria e pegou a bolsa de cima da cama, ajeitando no ombro em seguida. – Cinco dias! Te dou cinco dias para tomar uma posição. Até lá, não ligue para mim, não fale comigo, finja que eu não existo, a não ser, é claro, que você tome uma decisão antes desse tempo. – ela concluiu com frieza e saiu porta a fora, deixando-me embasbacado e com uma baita de uma dor de cabeça.
Porque ela tinha que ser tão cabeça-dura? Que coisa mais ridícula essa história de “Ou ela ou eu”. Ela não percebia que não era uma questão de escolha? Quantas vezes eu tenho dito que a amo? Isso não é suficiente? Eu não posso simplesmente terminar com a Alice e arriscar as conseqüências desastrosas. É claro que a ainda não percebeu o quanto a Alice é possessiva e desequilibrada. Mas o que diabos eu vou fazer então?
Passei o restante do dia remoendo o meu problema e quando eu vi que não ia chega a lugar algum, resolvi fazer uma coisa que há muito não fazia. Bater um papo cabeça com o Edward. Soa até estranho isso, porque só costumávamos conversar quando crianças. E depois que ele voltou, as coisas entre nós continuaram bem esquisitas. Mas agora que ele descobriu o lance das cartas, é bem possível que voltemos a se falar mais. Foi pensando nisso que eu bati à porta de Edward.
- Entra. – ele falou de dentro do quarto.
- tá aí? Não quero interromper seus amassos... – perguntei enquanto adentrava o quarto cautelosamente.
- acabou de sair. – ele respondeu com indiferença enquanto selecionava uns DVDs e arrumava na prateleira. – Diga aí, algum problema?
- Ah... não, não... – respondi sem jeito ao passo que Edward virou a cabeça em minha direção e me fitou com as sobrancelhas arqueadas – Hum... bem...
- Se é sobre o lance lá com a mamãe e o papai, eu já pedi desculpas para você e para ele, não posso fazer mais nada além disso, afinal, eu também sou uma vitima nessa história. – Edward falou com aquela velha expressão dolorida, mostrando que ainda não tinha virado aquela página de sua vida.
- Não é sobre isso que eu queria falar. De minha parte, você sabe que nós já estamos de boa. – esclareci enquanto ele voltava o seu trabalho com os DVDs. – Ah... bem, a quer que eu termine de vez com a Alice... – murmurei enquanto passava as mãos nervosas sobre os cabelos.
- E...?
- E o quê? Você sabe que não posso terminar com aquela maluca!
- Isso é você quem diz. Você já sabe a minha opinião a respeito. Não tem cabimento nenhum você manter esse namoro fingido. Termina logo essa porra.
- Não posso, cara! A Alice é maquiavélica, ela pode fazer um bocado de merda!
- Mano, você nunca vai saber se não tentar. Você só está supondo que ela vai fazer alguma coisa. Pode acontecer de ela nem ligar. E também pode acontecer outra porção de coisas, não adianta você ficar aí parado e medindo as possibilidades.
- Falar assim é fácil...
- É claro que é, por isso estou falando. O fazer já não é comigo. Isso já problema seu, tudo o que eu posso fazer é botar mais lenha na fogueira. – ele se virou para mim e sorriu cinicamente.
- Há! Há! – fiz uma careta desdenhosa. – Você anda muito alegrinho, a te pegou de jeito, uh?
- Você quer mesmo que eu responda? – ele arqueou as sobrancelhas sugestivamente.
- Pra que servem os irmãos se não for para ouvir a merda toda?
- Ah... a teve uma idéia um dias desses…
E ele seguiu contando as suas peripécias, claro que omitindo a melhor parte, mas era melhor do que nada. E porra, esse lance do vídeo... me deu altas idéias... Mas primeiro eu teria que me resolver com a chata da Alice.
~*~
Já era tarde da noite quando eu bati à porta de Alice.
- Jazz! – ela pulou em mim assim que abriu a porta – Você não avisou que vinha dormir aqui! – ela saltitou alegremente, deixando-me nauseado.
- Não vim dormir, mas precisamos conversar. – respondi secamente.
- Ah... tudo bem, entra.
Seguimos para o seu quarto e nos sentamos em sua cama.
- Alice, eu vou ser bem direto. Foi muito legal o tempo que passamos juntos. – falei falsamente. – Mas acontece que não estou mais feliz com essa relação.
- Você está me dando um chute na bunda? – ela perguntou com incredulidade.
- Estou terminando nosso namoro. Não está mais dando certo, já faz um tempo que as coisas esfriaram...
- Há! Mas é claro que esfriaram! Você vive fugindo de mim!
- Porque eu já não sinto mais nada por você. Poderemos continuar sendo amigos, sabe?
- Amigos? – ela me olhou de cima a baixo com desdém. – Você vem até a minha casa, me diz esse mundo de merda e quer que eu simplesmente abaixe a cabeça e aceite?
- É, bem...
- Uma ova que eu vou aceitar isso! – ela se levantou da cama bruscamente. – Pensa que eu não sei por que está me dando um chute? – ela berrou entre dentes.
- Uh? – perguntei enquanto sentia um frio no estômago.
- Você achou mesmo que eu não sabia do seu romancezinho secreto com aquela vadia?
- Não sei do que você está falando...
- Ah não? Mesmo? – ela desdenhou com uma voz aguda. – Querido, as paredes têm ouvidos, e por acaso eu conheço muitas paredes. Eu sei de tudo, Jasper. Sei muito bem que você andou se esfregando com aquela piranha da sua turma. E quer saber mais? – ela parou numa pose arrogante em minha frente enquanto eu sentia todo o meu sangue se esvair do meu corpo – Eu deixei. Deixei que você brincasse à vontade, mas eu me enganei pensando que ia enjoar dela.
- É, se enganou mesmo! – levantei bruscamente e parei ameaçadoramente em sua frente. – Nunca vou enjoar da , e sabe por quê? Porque eu a amo, coisa que nunca aconteceu com você. Você não chega aos pés dela e eu não lamento nenhum pouco por isso.
- Não lamenta agora, mas vai lamentar assim que as coisas complicarem para o seu lado. – ela ameaçou, como eu já imaginava.
- Isso é uma ameaça?
- Nem comecei, querido.
- Você não me assusta, Alice. – ri sarcasticamente e me afastei em direção à porta.
- Por acaso você esqueceu que meu pai é diretor do hospital que o seu pai trabalha? – ela perguntou antes que eu saísse porta a fora.
- Nossos pais não têm nada a ver com essa história. – retruquei com acidez, mesmo sentindo um nó se formar em minha garganta.
- Eu só lamento que você pense assim.
- Ouse fazer qualquer coisa contra a minha família e eu não responderei por mim! – avancei sobre ela e a sacudi pelos ombros.
- Eu posso fazer muito mais do que acabar com a sua família. Eu posso acabar com a raça de sua, queridinha. Pense nisso. – ela se esquivou e caminhou até a cama, sentando-se e cruzando as pernas arrogantemente.
- Não vou cair nessa sua chantagem de quinta!
- Pois faça o que quiser. Eu só estou avisando...
- Porra, Alice! Que merda é essa, hein? Por que simplesmente não aceita os fatos? O que diabos você quer de mim?
- Não aceito que passem por cima de mim, só isso. E já que você está tão determinado a me fazer passar pelo ridículo, eu também tenho que dar o troco. Mas é claro que nada disso vai acontecer se você reconsiderar. Podemos simplesmente esquecer que essa conversa existiu, você pode dormir aqui... amanhã você manda a garota pastar e tudo volta ao normal.
- De jeito nenhum! Eu não vou voltar para você! Garota, eu nem suporto ficar perto de ti!
- Que seja. Agüente as conseqüências.
- Você é louca! Completamente desequilibrada!
- Jasper, não estamos aqui para discutir a minha integridade mental. Se isso era tudo o que você tinha para falar, a porta da rua é a serventia da casa.
- Isso não vai ficar assim, Alice! Não vou permitir que você mexa com a minha família, e muito menos com a !
- Tá, tá, tá... – ela abanou a mão com arrogância. – Já ouvi essa ladainha, agora pode ir. Se mudar de idéia, sabe como me encontrar.
Saí da casa dela espumando de raiva e com a dor de cabeça triplicada. Por que a vida tem que ser tão difícil?
*’s Pov*
Estava anoitecendo quando finalmente conseguimos contatar a . Marcamos o encontro da Luluzinha na casa da e esperamos até que chegasse.
- O que diabos pode ser tão grave a ponto de me fazer sair da minha fossa para vir aqui? Vou logo avisando que não estou no meu melhor dia! - entrou no quarto, empurrando a porta com um estrondo.
- É, percebe-se. – falei com um falso humor. – não é só você que está curtindo uma fossa hoje.
- Ora, então vamos tomar sorvete, assistindo Romeu e Julieta, chorar até umas horas e depois chorar mais um pouco. - falou enquanto se reunia a nós na cama.
- Amiga, eu não tenho motivos para chorar, minha vida está mais do que perfeita, portanto a sessão deprê não vai rolar. – repliquei.
- É, pisa mesmo, humilha as pobres coitadas. - zombou enquanto se estirava na cama de barriga para baixo e os pés elevados. – Conta aew, o que é que está pegando?
- O Emmett terminou o namoro com a .
- Ah... amiga, não é por nada não, mas tu tá um caco. Vou te falar uma coisa, não vale a pena chorar por macho. Eles são uns babacas que só pensam com a cabeça de baixo.
- ! Assim você não ajuda em nada! – repreendi jogando um travesseiro em sua cabeça.
- Eu só estava brincando! Mas é sério, de que adianta ficar choramingando?
- Choro porque dói, caramba! E parem de me criticar, se fosse com vocês, tenho certeza de que estariam do mesmo jeito! - resmungou enquanto se encolhia na cabeceira da cama e abraçava um outro travesseiro.
- Eu também não estou 100% com o Jazz, não! E nem por isso estou choramingando.
- Você vive brigando com o Jasper, , amanhã já estarão no só Love, só Love.
- Pois eu digo que não. Dessa vez a coisa é séria. Briguei feio com ele e dei um ultimato: ou ele termina com a Alice ou eu termino com ele. – ela falou com uma certa arrogância.
- Ora, mas já estava demorando! Até que enfim, hein? Aposto que ele já deve estar batendo na porta da Alice.
- Só se for para dar um belo chute naquela bunda magra.
- Jasper não é covarde, logo ele deve te ligar. – dei de ombros e voltei minha atenção para . – , precisamos de um plano para a voltar com o Emmett.
- Ah, bem, agora você falou a minha língua! Já tenho uma idéia infalível!
~*~
Acabamos passando a noite lá mesmo na casa da , e no raiar do dia cada uma seguiu seu rumo. Eu voltei para casa a fim de me arrumar para mais um dia chato na faculdade. Quase caí para trás quando abri o meu quarto.
- EMMETT! EMMETT! – gritei repetidamente.
- Quê? O que foi? – ele abriu a porta do seu quarto e saiu todo esbaforido com as calças ainda no meio das pernas.
- Que porra é essa no meu quarto? Você mexeu na bosta das minhas coisas?
- Hein? Mexi no quê?
- Nas minhas coisas! Já não falei que não gosto que mexam em minhas coisas?
- Tá doida, garota? Não mexi em porra nenhuma, não! – ele resmungou enquanto levantava as calças e fechava o zíper.
- Ah não? Então quem foi que fez essa zona aqui? Está tudo revirado e... – parei imediatamente quando um estalo passou em minha mente. – Oh, não, oh não! Será que...? – corri a todo gás para o meu criado-mudo e procurei pela mídia que eu e Edward gravamos no dia anterior. – EU FUI ROUBADA! – esbravejei em pânico.
- Calma, , procura direito. O que foi que sumiu? – ele perguntou ao passo que eu tentava inventar uma mentira que não delatasse as minhas peripécias com o Edward.
- Um... um DVD... de um show aí...
- Só isso? Fala sério! Tu deve ter esquecido em algum canto.
- Emmett, mexeram nas minhas coisas!
- Pode ter sido a mamãe procurando algum de seus brincos, ela não faz isso sempre?
- Mas que merda, Emmett! Se tô falando que fui roubada, é porque fui! Agora tenho que olhar tudo para saber o que mais me levaram. Por que raios levariam apenas um DVD? Não faz sentido!
- , você tá viajando, não teve roubo nenhum.
- Ah, vai pra merda, Emmett.
- É, né? Aí o que dá tentar ajudar. – ele saiu resmungando e bateu a porta com força.
Revirei o quarto de cima a baixo e a única coisa que dei falta foi do maldito DVD. Por que foi mesmo que eu disse que minha vida estava perfeita?
*Mike’s Pov*
Nada poderia ser melhor do que acordar numa linda manhã e receber a notícia de um serviço bem feito de meus súditos. Agora eu estava sentadinho em frente a minha televisão e prestes a dar o play. É claro que eu iria avaliar a qualidade do super vídeo que eu colocarei no youtube. Eu deveria fazer melhor e postar com o nome de Edward. Qual seria a reação de ao saber que seu próprio namoradinho gravou um vídeo e postou no youtube? Mas... como eu sou um cara muito legal, eu vou dar essa colher de chá para ele, não dizendo quem foi o benfeitor que postou o vídeo. E depois, muito depois, eu devolverei a moto dele.
Apertei o play e esperei que a putaria começasse. Fiquei incomodado ao perceber que o vídeo não tinha som, era bem provável que aquele mané do Edward não tenha sabido mexer nas funções, mas pior seria nada. Comecei a me animar quando pés pequenos e bem femininos apareceram na ponta da cama, e depois mais um par de pés, dessa vez masculinos, apareceram sobre os dela. Aguardei que a imagem subisse o ângulo e mostrasse o resto, mas depois eu lembrei que não havia um câmera-man. O que mostrava que o ângulo da filmagem estava ridiculamente errado e eu não conseguiria ver nada a não ser que eles descessem para a ponta da cama, o que não aconteceu, pois o vídeo terminou e tudo que eu consegui ver foram dois pares de pés.
Aquele filho da puta só pode ter feito isso de propósito! Tudo bem que ele não esperava que eu roubasse o vídeo antes da hora, mas e daí? Ele me enrolou! Mas ele vai ver só com quem é que ele se meteu!
*Edward’s Pov*
Estava saindo de casa quando o carro de parou cantando pneu. Franzi o cenho enquanto ela descia do automóvel e vinha até mim com uma expressão de pânico e sem um pingo de sangue na face.
- , o que aconteceu? Você está bem? – me adiantei até ela e a envolvi num abraço.
- Edward, eu fui roubada! – ela falou com a voz entrecortada.
- Roubada? Onde? Você viu quem foi? Eles te machucaram? – afastei-me um pouco para observar os possíveis danos.
- Não. – ela balançou a cabeça negativamente. – Entraram no meu quarto, acho que foi durante a noite, eu dormi na casa da , mas eles levaram o DVD, Edward!
- Hum? O... o DVD? Aquele DVD?
- Sim, aquele DVD! E é tudo muito estranho porque só levaram o DVD, é como se soubessem que estaria lá, como se fosse premeditado. Como alguém poderia saber desse DVD? Você contou para alguém?
- Claro que não! Eu pedi para você guardar a sete chaves, você esqueceu?
- Eu... não deu tempo, quando cheguei em casa ontem, eu guardei tudo em cima do criado-mudo e desci para conversar com o Emmett, na hora eu não lembrei...
- Porra, ! E agora?
- E você pergunta para mim?
- Calma, vamos dar um jeito nisso. Alguém deve ter pegado, pode ser que eles ofereçam uma troca por dinheiro...
- Ou coloquem no youtube. – ela fez uma careta e se encolheu no meu peito. – Se meus pais virem isso estarei ferrada Edward!
- Calma, vai dar tudo certo e...
Mal terminei de falar e uma picape parou bruscamente atrás do carro de . Nos afastamos para ver o que estava acontecendo ao passo que dois sujeito mal encarados saíram do lado passageiro e abriram o fundo da picape. De lá eles retiraram o que se parecia com uma carcaça de uma moto.
Mas não era qualquer moto. Era a porra da minha moto!
- Mas o quê...? – falei num fio de voz enquanto examinava o que um dia foi uma Suzuki Hayabusa. Agora ela tinha a pintura quase que totalmente destruída, as rodas empenadas, descarga amassada, retrovisores quebrados e muitos outros estragos que só de olhar me partiam o coração.
- Hei cara, o Mike mandou dizer que o DVD que você mandou estava estragado, não dá pra colocar no youtube, sacou? Tu tem que filmar outro. – um dos sujeitos falou com indiferença e entrou no carro, saindo cantando pneu e me deixando confuso e embasbacado, afinal, do que diabos ele estava falando? Eu não mandei porra nenhuma para ninguém!
- O que diabos está acontecendo aqui? – virei a cabeça e vi uma enfurecida, parada com as mãos na cintura. Senti o coração parando na garganta e o estômago chacoalhando a todo vapor.
- Eu... eu não sei... Também não estou entendendo... – gaguejei, tentando arrumar as idéias.
- Você me disse que sua moto estava fazendo revisão. E agora ela está aqui destroçada e entregue pela gangue do Mike.
- , eu…
- Você mentiu para mim! Mentiu descaradamente! – ela avançou sobre mim e me estapeou no rosto.
- Foi... foi um trote. Eles pegaram a minha moto. Eu não queria que você soubesse que estava sendo chantageado. – afastei um pouco para evitar outro tapa.
- Chantageado? Chantageado com o quê? – ela esperou pacientemente ao passo que eu fiquei calado, sem saber o que dizer. - Ah... entendo. – ela concluiu, transformando sua fúria em decepção. E o coitado do meu coração já estava querendo pular da garganta.
- Eu não fiz isso! Não mandei o DVD para ele! Nunca faria isso, ! – avancei dois passos, mas ela recuou com as palmas estendidas.
- Não toque em mim! – ela gritou com a voz entrecortada. – Nunca mais toque em mim! – ela gritou novamente, mas dessa vez com lágrimas escorrendo na face, fazendo-me sentir muito pior do que um crápula. Mesmo não tendo realmente passado o DVD, sentia-me imundo por ter mentindo para ela e escondido tudo por tanto tempo. E pior ainda, por ter feito ela chorar.
- , eu juro que não fiz isso. O Mike me chantageou por meses, mas eu sempre neguei. Lembra-se que eu não queria fazer a droga do vídeo? Eu jamais faria uma monstruosidade dessas só para recuperar uma moto. Por Deus, , você sabe que eu te amo!
- Como posso confiar em você agora? Como? – ela perguntou com a voz tremida. – Eu te falei o que Jacob fez comigo, você fez a mesma coisa. Me enganou, me usou, mentiu para mim.
- Não! Não te usei, posso ter mentido sobre a moto, escondi os fatos, mas nunca, nunca te usei! Eu te amo, !
- Eu não quero saber. Não quero saber mais nada.
- … - estendi a mão para tocá-la, mas ela se esquivou.
- Não! Não se aproxime mais. Acabou, Edward. Eu não confio mais em você, não posso amar alguém assim. – falando isso, ela entrou no carro e saiu, deixando-me muito mais destruído do que aquele resto da minha moto.
*’s Pov*
Depois de uma noite inteira bolando um plano legal para a , minha tensão diminuiu consideravelmente. No dia seguinte, já me sentia mais relaxada e até ansiosa para ver o Jasper. Eu tinha absoluta certeza de que ele iria me chamar para um cantinho da faculdade e me dar a maravilhosa noticia que estava livre daquela mocréia azeda. Foi pensando assim que eu entrei na sala de aula e meu sorriso esfuziante não durou mais do que dois segundos depois de ver o Jazz.
Ele estava com uma feição abatida, olheiras terríveis e uma aura meio bizarra em volta dele. Quase dei meia volta para manter de pé a idéia de não falar com ele até que ele terminasse com a Alice, mas minha preocupação falou mais alto e eu acabei me sentando ao seu lado.
- Jasper? Esta tudo bem? Você parece meio... caído.
- Meio? – ele riu sem humor. – Mas pelo visto você parece muito bem.
- É claro que estou bem, por que não estaria? – movimentei-me desconfortavelmente na cadeira.
- É, por que não estaria? – ele desdenhou e voltou sua atenção para o professor que acabara de entrar.
- Você falou com a Alice? – não resistindo à tentação, perguntei aos sussurros, mas Jasper continuou calado e fingindo que prestava atenção à aula. – Jazz...
E o silêncio predominou até o final da aula. Quando todos saíram da sala, segurei o braço de Jasper para evitar que ele se esquivasse da conversa.
- Tá, eu sei que falei para você não falar comigo. Mas ambos sabemos que eu não iria conseguir. Me diz o que se passa? – perguntei suplicante.
- Eu pensei... eu pensei muito e decidi que não quero mais isso para mim. – Ele falou sem ânimo, mas evitando um contato visual.
- O que você não quer para você?
- Você. Nós.
- Uh? – perguntei, sentindo um imenso nó preso na garganta.
- Não vale a pena, sabe? Você já deveria ter percebido que eu não sou homem de uma mulher só.
- Hã? Você está querendo me dizer que...
- Estou querendo dizer que eu não quero ficar namorando só você. Isso não tem graça nenhuma, saca? – ele falou enquanto se levantava e ficava andando de um lado a outro, com o gesto típico dos Cullen sobre os cabelos. – Eu gosto das mulheres, de todas elas, e ficar só com uma? É um tremendo desperdício. Você já deixou bem claro que quer exclusividade e, porra, eu não posso te dar isso. Eu quero você, quero a Alice, e tantas outras que eu deseje.
- Seu mentiroso, desgraçado! – olhei para ele com incredulidade e não consegui evitar a gargalhada histérica. – Acha mesmo que vou acreditar nessa sandice? Eu conheço você, seu filho da mãe! O que foi que a Alice te disse, hein? Ela te ameaçou, não foi? – suspirei triunfante quando ele estremeceu e parou de andar. – Não acredito que você inventou esse bando de merda pra me afastar de você. Jasper, não pensei que você fosse tão covarde!
- Pare de se iludir, . Eu nem conversei com a Alice, nem vou conversar.
- Jazz, você mente tão mal! Está escrito na sua testa que aquela bandida te coagiu. E você ainda tem a coragem de tentar me afastar? E pra quê? Pra me proteger? Pois eu te digo uma coisa: Eu não preciso de proteção! Sei muito bem me cuidar sozinha e ajudaria muito se você me desse um pouco mais de credibilidade e me contasse o que está acontecendo. Eu não vou te deixar. Nem que você invente um trilhão de desculpas, não vou deixar.
- Você não sabe com o que está se metendo! – ele finalmente me fitou nos olhos e assim eu pude ver toda aquela fúria misturada com a pressão que ele estava sentindo.
- Alice não me assusta. Eu tenho você, é isso que importa.
- Não somos só nós dois que está em jogo.
- Ela ameaçou sua família? Pois deixe ela vir, daremos um jeito!
- . - ele me segurou pelos ombros. – Entenda uma coisa, não quero você envolvida nisso. Eu quero você longe de mim. Bem longe, ouviu bem?
- Isso não vai acontecer. – rebati com determinação.
- Pois bem, existe outro leque de possibilidades. Você não tem como controlar. Eu quero você longe e eu vou conseguir. – ele falou com rispidez e saiu da sala. Corri no seu encalço e consegui puxá-lo pelo braço.
- Diga que não me ama. Diga sinceramente que não me ama e eu te deixo em paz. – pedi enquanto tentava evitar que as lágrimas escapassem.
- Eu não posso. – ele falou simplesmente e se desprendeu, saindo apressado e deixando um coração inflado e dolorido ao mesmo tempo.
Pelo menos eu tive a resposta que precisava.
~*~
Saí pisando fundo pelos corredores até o prédio onde eram dadas as aulas do pessoal de publicidade. Não precisei nem subir, pois logo no primeiro piso encontrei o meu alvo.
- Quem você pensa que é? – já cheguei com as mãos estendidas e a empurrando para trás. – Você se acha muito boa, né? – continuei avançando, ao passo que ela ia para trás com os olhos arregalados. – Escute com bastante atenção: VOCÊ NÃO É PORRA NENHUMA! VOCÊ NÃO É NADA!
- Mas o que é isso? – Alice replicou com uma expressão apavorada. – Tire essas mãos imundas de cima de mim!
- Ainda nem coloquei minhas mãos em você! – ri sarcasticamente e avancei novamente. – Mas eu pretendo colocar. – conclui enquanto fechava o punho e partia para cima dela, acertando em cheio no nariz.
- AHH! Tirem essa louca de cima de mim! Ela quebrou meu nariz!
- Isso foi só um pequeno aviso. Tente mexer com qualquer um dos meus e você vai ver o que é bom pra tosse. – finalizei, limpando minhas mãos nas calças.
- Com os seus? – ela gargalhou com desdém. – Por um acaso você não está falando do Jasper, está?
- Jasper é MEU namorado! E você já deveria ser capaz de aceitar uma derrota. Você perdeu, garota! – falei com arrogância, ao passo que ela continuava sua gargalhada histérica, deixando-me ainda mais nervosa.
- Por acaso ele te falou que está noivo? – ela questionou com um brilho vitorioso no olhar e eu engoli em seco.
- Noivo? É uma piada? Porque não teve graça nenhuma, mas espera ai, deixa eu ver se me sobrou alguma risada no bolso. – fingi procurar alguma coisa nos bolsos – ah! Acabou a risada...
- Quero ver você fazer gracinha quando o Jasper estiver no altar, aliás, isso não será possível, porque você não vai receber um convite. Uma mulherzinha chula como você não entraria na minha festa de casamento. – ela desdenhou.
- Acha mesmo que vou acreditar em suas mentiras?
- Não são mentiras. – estremeci até o último fio de cabelo quando a voz fria de Jasper ecoou por traz de mim.
- Jasper? – falei num fio de voz.
- Alice está certa. Nós vamos nos casar em breve. Mas enquanto isso, espero que você mantenha suas mãos longe de minha noiva, ouviu bem? – ele falou com tamanha frieza e acidez que cheguei a me perguntar onde diabos foi parar o meu Jasper.
- Mas... que disparate é esse? Você ficou louco?
- Nunca estive mais lúcido. Agora, se não for pedir muito, você poderia se afastar? Preciso cuidar de minha noiva.
A essa altura eu já nem prestava mais atenção no que ocorria ao meu redor. Nem sei como foi que consegui caminhar até meu carro e arrancar até a casa de . Nesse meio tempo, meus dedos se moveram no automático e eu contactei as meninas. Marcamos outro encontro e em instantes estávamos as três com a cara inchada se abraçando como se tudo dependesse daquilo.
- Vou pegar o sorvete. - falou com a voz chorosa.
- Vou colocar o filme. - completou.
- Romeu e Julieta? - perguntei enquanto me sentava no sofá.
- Aham, ainda preciso chorar mais bocadinho.
Capítulo 28
*Emmett’s Pov*
Uma semana tenebrosa se passou desde que eu terminei com a . Eu me sentia meio morto, até as pessoas do trabalho me perguntavam se eu estava doente ou algo assim. De certa forma eu estava mesmo doente. Doente de amor. Eu sabia perfeitamente que era só uma questão de orgulho. Eu sabia que era só dar o braço a torcer e acabar com todo esse sofrimento. Mas eu simplesmente não conseguia vencer essa barreira auto-imposta. Quem sabe com o tempo eu não consigo esquecê-la? Todo mundo sofre de coração partido uma vez na vida e todo mundo supera. Eu também tenho que superar essa fossa!
Hoje, em pleno domingo, sentia-me tão sozinho e tão infeliz que o máximo que consegui fazer foi ficar deitado no meu quarto de cara pra cima e sem ter o que fazer. E quando eu pensava em algo, só me vinha , e na cabeça.
Levantei com impaciência e comecei a caminhar pelo quarto. Tinha que haver um jeito. Eu poderia ir para um bar com os amigos e... E o quê? O que diabos eu iria fazer num bar sem a ? De que adianta sair atrás de diversão se eu não vou conseguir nem olhar para outra mulher que não seja a minha ? Cara, eu tô mesmo na merda!
Foi andando e xingando impropérios que eu vi uma sombra se instalar bem em frente a minha janela. Franzi o cenho em confusão e abri as cortinas para ver o que raios estava acontecendo. Sobressaltei-me quando lá fora estava , dentro de uma coisa parecida com um cesto de palha, vários suportes prendendo o que seria um tecido. Havia também uma cacetada de balões de soprar em forma de coração e com inscrições neles do tipo “Eu te amo”. Fechei minha boca, que até então estava no chão e abri a janela, inclinei-me um pouco para ver o total daquela maluquice e constatei que ela estava dentro de um imenso balão vermelho, também em forma de coração. Senti aquela coceirinha na garganta, uma vontade louca de gargalhar, mas consegui dissimular uma carranca.
- Que porra é essa, ? Perdeu o juízo?
- Eu vim até aqui para te implorar o seu perdão e mostrar que eu sou capaz de fazer qualquer coisa para te ter de volta, inclusive manejar um balão desse tamanho.
- Acha mesmo que vou reconsiderar as suas besteiradas só porque resolveu passear de balão? Não é assim que se resolve as coisas, menina!
- Emmett, você está sendo tão duro comigo. Conosco. – ela me fitou com um semblante tão sofrido que eu quase me derreti todo. – Eu sei que fiz uma grande merda, mas você não acha que eu mereço uma segunda chance?
- Ainda não sei se vale a pena...
- Eu te amo, Emmett. Se você acha que o meu amor não vale a pena então eu posso ir, eu só precisava tentar.
- Foi uma boa tentativa, de qualquer forma. – repliquei ainda determinado a não voltar atrás.
- Você diz que não gosta que eu controle a sua vida, que eu tome decisões por você... Então eu pensei que você poderia fazer o mesmo comigo.
- Não entendo aonde você quer chegar. – falei, agora com mais interesse enquanto me debruçava sobre a janela.
- Por um mês eu poderia fazer o que você quisesse. Você pode controlar a minha vida, tomar as decisões por mim. Eu posso até mesmo ser uma escrava se você quiser. Eu faço qualquer coisa, Emmett, qualquer coisa que possa remediar os meus erros. Contanto que o resultado final seja eu e você, juntos.
- Uh... mas que proposta indecente, . Quem diria? Não sabe que o desejo de todo homem é ter uma escrava? – arqueei as sobrancelhas sugestivamente. – Oh, eu acho que você sabia. – completei quando ela começou a sorrir abertamente.
- Suponho que isso seja um sim?
- Eu não resisto a uma boa proposta indecente. A propósito, você sabe andar nessa coisa?
- Ah... Estou aprendendo...
- Então eu acho que você perdeu mesmo o juízo. Desça daí antes que aconteça um desastre.
- Eu ainda não aprendi a descer, então eu acho melhor você subir aqui.
- Você não aprendeu a descer e quer que eu suba nessa arma mortal?
- Está com medo, Emmett?
- Eu ainda não conheço o significado dessa palavra, querida. – Falei num tom descontraído enquanto me esgueirava sobre a janela e pulava para dentro do balão. – Só espero mesmo que você saiba mexer nessa giringonça, já pensou quantos ossos a gente pode quebrar se cairmos? Ainda não me recuperei do tornozelo.
- Relaxa, Emmett, estamos subindo! – ela falou alegremente enquanto mexia numa coisa parecida com uma manivela.
- Onde diabos você arrumou isso?
- Coisas da . Olhe, não é lindo?
- Ah... Eu sempre quis fazer amor nas alturas, será que isso aqui agüenta?
- Não sei, mas quer testar?
- Por que não? – finalizei, tomando-a em meus braços e a beijando com todo o sentimento que esteve enjaulado por esses dias. Ah... Como era maravilhoso ter minha garota de volta!
*’s Pov*
Duas semanas se passaram desde o meu trágico término de namoro. Semanas estas que não consegui nem obter uma explicação decente da parte de Jasper. Todas as minhas tentativas foram falhas até então, justamente porque Jasper resolveu me ignorar por completo. Não dava para entender onde raios ele queria levar essa historinha de casamento, muito menos quais eram suas reais motivações. Covardia? Medo? Assédio? Provavelmente uma mescla de tudo isso. O que me leva a minha atuação situação: desesperada, descabelada e soltando fumaça pelas ventas e pelo motor do carro que parecia ter escolhido a pior hora para pifar.
- Porra, ! Quando foi a última revisão que você fez nessa lata velha? - perguntou enquanto olhava para o motor esfumaçado.
- Ah, sei lá! Que diferença isso faz agora?
- Se você tivesse feito uma revisãozinha sequer, o carro não estaria nessa situação lastimável. - , que até então estava parada de braços cruzados, salientou com reprimenda.
- Ah, qual é? A errada sempre sou eu! TUDO É CULPA DA ! – berrei exasperada.
- Ainda bem que você sabe disso. - replicou enquanto fechava o capô e batia as palmas das mãos.
- E agora, o que vamos fazer? – perguntei com os lábios tremendo.
- Completar o percurso a pé ou pedir um carona. - respondeu, rolando os olhos.
- E quem vai fazer isso? – perguntei inocentemente, mas me empertiguei quando minhas melhores amigas continuaram em silêncio e olhando sugestivamente para mim. – Quê? Eu não!
- Quem está em apuros aqui é você. Portanto, trate de aumentar esse decote e mostrar essas pernas brancas pra chamar a atenção. - decretou, ignorando os meus protestos.
Respirei fundo três vezes seguidas e lembrei que toda essa bagunça era por uma boa causa: o meu lindo e maravilhoso Deus grego, Jasper Cullen. A desgraçada da Alice conseguiu organizar um maldito casamento em apenas 15 dias, não me deixando tempo para competir. Por isso, resolvi entrar com minha artilharia pesada e partir pra guerra. Como sempre, arquitetei juntamente com as meninas um plano infalível: sequestrar o Jasper. Sim, um sequestro relâmpago era mais do que suficiente para acabar com essa putaria de casamento.
Tudo seria relativamente simples. Primeiro eu teria que subornar o meu vizinho de 10 anos e alugar a sua metralhadora de paintball; depois nós nos paramentaríamos adequadamente para um sequestro, incluindo vestimentas pretas e máscaras do coringa; invadiríamos o casamento que se realizaria numa igreja pomposa do centro de Boston e levaríamos o Jasper como refém.
Até o dado momento, tudo se saiu como o planejado. Estávamos eu e as meninas no meu carro, indo em direção à igreja. Mas a sorte resolveu me deixar na mão, fazendo com que meu carro batesse o motor. Mas nada disso importa agora, eu só precisava dar umas duas reboladas na beira da estrada e pegar uma carona com algum caminhoneiro barbudo e fedorento. Como se procederia o sequestro agora, só Deus sabia, mas isso não era hora para se preocupar com isso. Primeiro eu teria que chegar à igreja.
Rapidamente tirei minhas roupas pretas e fiquei só com o pequeno short de malha e um top que eu havia vestido por baixo. Rebolei até a beira da pista e acenei sensualmente para todo automóvel que passava. Infelizmente as minhas técnicas de sedução não estavam lá muito convincentes e eu fiquei nessa por mais de meia hora. Quando o desespero bateu, eu comecei a dançar e requebrar até o chão para chamar a atenção. Foi então que uma Ferrari vermelha parou cantando pneu. Senti meu coração indo parar na boca, com medo de lá sair um mafioso disposto a nos vender para o mercado negro.
Para meu total alívio, apareceu uma ruiva de cabelos compridos e cacheados, mascando chiclete. Ela me olhou de cima a baixo e depois se inclinou para ver as meninas dentro do carro. Deu um sorriso torto que me congelou a espinha e caminhou lentamente até mim. Quando não havia mais espaço entre nós, ela agarrou os meus cabelos e eu me preparei para gritar de pavor. Mas para meu total espanto, a ruiva não me bateu nem me agrediu. Ela puxou minha cabeça de encontro a dela e me beijou.
Na boca.
Fiquei alguns segundos tentando processar, completamente congelada. O que fazer quando se é assediada por uma autêntica lésbica? Porra, por que nunca me perguntei isso antes? Como vou saber responder quando uma louca está querendo enfiar a língua na minha boca?
- Opa, opa, opa! - chegou nos separando bruscamente. – Primeiro a carona, depois o bônus, valeu?
E eu pensando que ela ia me ajudar...
A ruiva fitou com um olhar especulativo, e depois para , que se prostrou protetoramente ao meu lado. Pelo menos ela eu poderia chamar de amiga, porque, com uma amiga como a , quem precisa de inimigos?
- É isso aí, primeiro tu leva a gente, depois você pode brincar com a gostosa aqui. - salientou enquanto bagunçava os meus cabelos.
Amigas da onça.
Visto que eu ainda estava em choque, rebocaram-me para o carro e seguiram para a igreja. Saímos do carro às pressas e, pra meu espanto, a ruiva arrancou o carro gritando “Tchau, boneca”. Ignorei as piadinhas das meninas e peguei a metralhadora, desisti da máscara e entrei do jeito que estava na igreja no mesmo instante em que Alice soltava um berro ensurdecedor.
- COMO ASSIM VOCÊ NÃO ACEITA?
- Não aceito me casar com você, Alice. Me perdoe senhor e senhora Brandon, isso não é nenhuma brincadeira. Mas a verdade é que eu nunca planejei realmente me casar com sua filha... – ele parou de falar no exato momento em que eu adentrei o local e se virou para mim com uma expressão confusa, assim como os demais convidados.
- Er... eu é... desculpe, cheguei atrasada... – dei uma risadinha falsa e fui caminhando de ladinho para o banco mais próximo, sentando-me e tentando esconder a metralhadora, inutilmente.
- O que essa lambisgóia faz no meu casamento? TIREM ELA DAQUI! – Alice esbravejou.
- Alice, não acha que está na hora de acabar com essa farsa? Você está patética. – Jasper falou com acidez.
- Você, cale a porra da boca e aceite logo esse casamento, senão você sabe o que vai acontecer!
- E o que é que vai acontecer, Alice? Por que você não esclarece isso para os seus pais e seus convidados da alta sociedade? – Jasper replicou ao passo que Alice ficava branca feito papel.
- Eu... eu... Você está me deixando transtornada! Não sei do que é que você está falando!
- Não mesmo? Então permita que eu fale por você.
- NÃO! Cale a boca, seu imprestável! Eu vou acabar com aquela sua vadia! – ela girou bruscamente nos calcanhares e veio em minha direção. Eu levantei na defensiva e apontei a minha arma para ela.
- É melhor você ficar na sua. – falei em tom de aviso.
- Sua desgraçada! Jasper é meu! Meu! – ela avançou ao mesmo tempo em que eu recuava e apertava o gatilho, enchendo-a de bolas de tinta.
- AHHH! – ela gritou enquanto recebia as pancadas nada agradáveis das bolinhas.
- Pare, ! – Jasper avançou até mim e abaixou a minha mão que segurava a arma.
- Foi ela que começou. – repliquei com desdém – Pediu, levou.
- Chega, vamos para casa. – ele pediu pacientemente.
- Hei, espera aí, rapaz! – um homem robusto andou até nós. – Acha que pode armar esse barraco todo, manchar o nome de minha família e sair impune?
- Se o senhor não percebeu, a vitima aqui sou eu. Eu fui ameaçado e assediado por sua filha, portanto, se não quiser responder por um processo judicial, deixe tudo como está. Eu só quero voltar para minha casa em paz.
- Precisava desse estardalhaço todo? – ele insistiu carrancudo e segurando Jasper pelo braço. – Com que cara você acha que vou aparecer nos jornais?
- Com a cara de um pai de uma menina que precisa de um tratamento psicológico com urgência. Sinto muito, senhor Brandon, mas Alice precisava de holofotes para presenciar a queda dela. – Jasper falou sem se deixar alterar e saiu me puxando pelo braço. Mas antes de sumir pela porta da igreja, inclinei-me para Alice, que estava esparramada no chão, e dei língua pra ela.
Me senti renovada depois disso.
~*~
Depois de Jasper ter ralhado comigo por eu ter invadido o casamento, metralhado a Alice e ter acionado um reboque para levar a minha lata velha, voltamos para a casa de Jasper. E quando passávamos pela sala, encontramos com Carlisle e .
- Jasper de terno e gravata? – Carlisle questionou enquanto coçava a nuca em confusão.
- É que Jasper ia casar com a Alice. – falei ironicamente, deixando o doutor ainda mais confuso.
- Foi só um mal entendido, não se preocupem com isso. E como está o bebê? – ele perguntou educadamente.
- Ah, melhor impossível. - respondeu sorridente.
- Se me dão licença. – Jasper falou enquanto me arrastava escada acima.
- Jazz, você fica tão charmoso de terno... – exclamei enquanto adentrávamos o quarto dele.
- Ainda não decidi se estou falando com você. – ele respondeu com rispidez.
- Uh? Que foi que eu fiz?
- Você ainda pergunta? Entrou feito uma louca na igreja, semi-nua e com uma arma de brinquedo. Quase estragou os meus planos.
- Eu não tinha com adivinhar os seus planos! Se você tivesse feito o favor de me contar, eu não teria interferido, mas não, preferiu me chutar para o escanteio. Eu não iria ficar parada enquanto você se casava com aquela lá! – cruzei os braços e forcei uma expressão emburrada.
- E tentar me sequestrar era a melhor opção. – ele desdenhou acidamente. – Pelo amor de Deus, ! Acho que nunca vou entender como funciona esse seu cérebro. O que tem aí dentro? – ele cutucou a minha nuca com o dedo. – Minhocas? Vento?
- Você. Tem apenas você. – falei, fazendo biquinho ao passo que ele se deixava desarmar por completo. – Não tenho pensado em nada que não envolvesse você. Eu te amo, Jasper, consegue entender isso?
- ... – ele roçou o polegar em minha bochecha. – Você é tão insana, será que é por isso que eu te amo tanto? – ele perguntou, mas não me deixou responder, pois seu próximo passo foi para selar nossos lábios com uma explosão de emoções.
- É agora que você me pede em casamento? – perguntei entre beijos.
- Não, querida, talvez quando eu perder o juízo. – ele respondeu com uma risada e eu me fechei numa carranca. – Mas eu vou te dizer para ficar comigo e quando nós estivermos prontos, retomamos esse assunto. Por hora, eu quero você na minha cama, gemendo embaixo de mim, pode ser?
- Tenho outra opção? – falei enquanto desmanchava o bico.
- Você por cima também é uma boa opção.
*Carlisle’s Pov*
Três semanas se passaram desde a descoberta da gravidez da . Infelizmente eu não estava lhe dando a devida atenção por causa do trabalho, mas eu estava fazendo o possível. Não queria negligenciar nenhuma fase de crescimento de nosso bebê e muito menos deixar de cuidar da , que ficava cada vez mais irritadiça. Reclamava de tudo e eu não sabia se era para me provocar ou se era de fato os efeitos da gestação. Sem contar que ela botou na cabeça que queria se casar antes da barriga aparecer e agora vivia para cima e para baixo com uma assessora de eventos, por isso sempre que elas estavam em “reunião” eu corria para o meu escritório e fingia que tinha trabalho para adiantar.
- Carlisle, preciso de sua opinião. – ela irrompeu pela porta do escritório, segurando uma pasta em cada mão.
- Ah... não pode ser depois? Eu estou...
- Não! Estou com tantas dúvidas sobre os arranjos! – ela fez uma cara de choro, desarmando-me por completo.
- Tá, qual a dúvida?
- São tantas!
Ela começou a tagarelar sobre cores, flores e afins, e eu até que tentei prestar a devida atenção. Mas até eu perdia a paciência às vezes.
- Já te contei porque é que você ficou grávida? – interrompi o seu falatório e consegui ganhar sua atenção.
- Eu posso não ser formada, mas tenho certeza que posso imaginar como é que se fazem os bebês... – ela respondeu com um leve sarcasmo.
- Engraçadinha... – resmunguei. – Não é disso que estou falando.
- Então o quê?
- Você tomava as pílulas anticoncepcionais regularmente e a probabilidade de o método ter falhado é de apenas 1% ou menos. Então eu andei investigando e descobri que a culpa foi toda minha.
- Não diga... Se você não me contasse eu nunca chegaria a essa conclusão... – ela ironizou.
- Querida, essa gravidez não está te fazendo bem. Seu humor está muito... aguçado por assim dizer. Mas como eu ia dizendo, a culpa foi minha por eu ter te passado um antibiótico que reduz a eficiência dos anticoncepcionais na época em que você teve infecção. Lembra?
- Ah, bem... Eu tomei o medicamento por uns 15 dias. Bastante tempo para quem tinha a vida sexual ativa e tomava pílulas. Que coisa... – ela respondeu pensativa.
- É, que coisa...
- Está arrependido? – ela perguntou de repente.
- Hum? Arrependido de quê?
- De ter me passado o remédio... você sabe... eu acabei engravidando e...
- ! Que pergunta mais descabida! Eu amo a criança que cresce aqui. – a puxei pela mão e a sentei em meu colo, acomodando minhas mãos em seu ventre logo em seguida. – Eu amo os dois e nunca me arrependeria de tê-los comigo. Não duvide disso.
- Eu sei... desculpa, é só que...
- É só que os hormônios estão fritando o seu juízo. Não quero mais ouvir essas bobagens, ok? Eu amo você. – acariciei sua face e a beijei ternamente.
- Eu também te amo muito... – ela falou ao mesmo tempo em que a porta se abria com um estrondo e por ela passava uma garota descabelada.
- Cadê o Edward? É verdade que ele foi embora? Ele voltou para a Inglaterra?
- O quê? – perguntamos eu e em uníssono.
*’s Pov*
É incrível como minha vida passou de maravilhosa para uma grande merda. Já tinha até perdido as contas de quanto tempo passei sem falar com o Edward. Na faculdade ele até tentava se aproximar, mas eu sempre o repelia com alguma grosseria. E o pior é que eu queria muito voltar com ele, mas parecia que na hora H o meu lado negro me fazia repensar tudo e o resultado era sempre eu sozinha e sofrendo.
Edward tinha sido um verdadeiro babaca, mas todo mundo merece uma segunda chance, não? Eu poderia dar essa chance para ele. Meu coração precisava disso, mas eu não conseguia!
Fiquei muito feliz por minhas amigas terem lutado pelos seus amores e conseguido o tal felizes para sempre, mas não consegui reprimir o pouquinho de inveja que me invadiu. Eu também queria lutar por Edward, mas então eu me pergunto: Por que eu não consigo?
Foi quando Edward parou de tentar se aproximar que eu me preocupei de verdade. Ele havia desistido de mim? Parou de me amar? Apaixonou-se por outra? Eram tantas dúvidas, tantas perguntas sem resposta. Sempre fui tão determinada, mas agora eu não conseguia enxergar aquela garota confiante e sagaz que um dia fui.
O que aconteceu com você, ?
Continuei dirigindo e devaneando enquanto seguia meu caminho em direção ao aeroporto. Minha mãe estava chegando de uma viagem de trabalho e me prontifiquei para buscá-la.
Não demorou muito e logo eu pude vê-la, acenei e ela veio correndo ao meu encontro, abraçando-me em seguida.
- Oh, , senti tantas saudades!
- Que exagero, mãe, foram só uns dias!
- Como estão vocês? A casa ainda está intacta? – ela perguntou enquanto caminhávamos para o carro.
- Em perfeito estado, e a viagem como foi?
- Ah, foi tudo muito bem. Sabe quem eu acabei de ver?
- Não faço a mínima idéia. – respondi, já sentando ao volante e dando partida no carro.
- Edward. – ela falou casualmente e ganhou toda a minha atenção.
- Ele... ele estava aí dentro? – gaguejei.
- Sim, eu vi aquele cabelo despenteado e percebi que era ele. Consegui falar com ele antes que ele embarcasse.
- EMBARCAR? Como assim? – freei bruscamente o carro e a fitei com os olhos arregalados.
- Ora, como assim o quê, ? Alôo! Ele estava num aeroporto!
- Mas... mas ele podia estar esperando alguém! Não deve ter sido o Edward, você se confundiu. – neguei veementemente com a cabeça.
- Querida, ainda não envelheci ao ponto de não saber distinguir as pessoas.
- Mãe, é impossível o Edward ter viajado. Ele tem aulas aqui, lembra-se? Ele não me falou nada sobre... – de repente percebi que ele não me falaria mesmo. Nós não éramos nem amigos mais. – Não, não... Edward não iria embora, de jeito nenhum. – continuei negando e dei partida no carro novamente.
- … - minha mãe pousou uma mão em meu braço num gesto complacente. – ele tentou fugir do assunto, mas eu consegui fazê-lo me dizer para onde estava indo...
- Não quero saber! Não era o Edward, mãe!
- … Ele estava indo para a casa mãe, na Inglaterra.
- Mas que merda, mãe! Já falei que não era o Edward!
O restante do caminho minha mãe não insistiu mais no assunto e eu continuei negando para mim mesma que Edward havia me deixado. Ele não podia fazer isso comigo! Ele não tinha esse direito!
Deixei minha mãe em casa e quando percebi já estava estacionando na frente da casa de Edward. Encontrei a porta aberta e fui logo entrando. Subi as escadas e rumei para o quarto de Edward. Abri e averigüei todos os cantos. Ele não estava lá, mas havia sinais de que o closet tinha sido remexido, algumas roupas haviam sido retiradas.
Elas podiam estar na lavanderia... Mas uma de suas malas não estava no lugar habitual. Oh, céus! Ele tinha me deixado. Largou-me aqui e foi embora. Abandonou-me.
Engoli o nó formado em minha garganta e reprimi o choro. Se ele pensava que podia simplesmente me deixar assim sem mais nem menos, ele ia ver só. Eu iria até o inferno atrás dele. Ah, se ia... ou melhor, ah se vou!
Desci as escadas pisando fundo e irrompi a porta do escritório de Carlisle.
- Cadê o Edward? É verdade que ele foi embora? Ele voltou para a Inglaterra?
- O quê? – perguntaram ele e em uníssono.
- Minha mãe o viu no aeroporto. Disse que ele ia para Inglaterra. Ele foi embora.
- , deve estar havendo algum equivoco. Edward não saiu do quarto desde ontem... - ia falando, mas parou e fitou apreensivamente o Carlisle.
- Vamos bater no quarto dele e...
- Eu já fui lá. Ele não está, seu closet está remexido, falta algumas roupas e uma mala. Ele foi embora, ele foi embora. – falei repetidamente.
- Calma, . Ele deve ter ido para a casa de algum amigo. Ele não viajaria sem me falar nada. – Carlisle falou, mas sua convicção não chegava aos seus olhos.
- Qual o endereço dele na Inglaterra? – perguntei com a voz estrangulada.
- Quê? Você não está pensando em... . - Carlisle replicou, levantando-se e vindo até mim. – Você está sendo precipitada. Edward não é de fazer as coisas em segredo, ainda mais algo assim. Vamos ligar para ele e descobrir o que está havendo.
- Não estou, não estou. Eu tenho certeza que ele me deixou. Ele não vai voltar mais... – solucei e deixei as lágrimas escaparem.
- , você não está vendo as coisas com clareza. Pense bem, se ele realmente deixou o país, por que não levou todas as roupas, todas as coisas pessoais? Por que não se despediu de ninguém?
- Ele... ele... está com raiva de mim... ele me odeia...
- Viu só? Você está transtornada. Vá pra casa, esfrie a cabeça que eu me ocupo de achar o Edward.
- Não, eu vou para a Inglaterra, vou trazer ele de volta!
- Agora eu sei porque o Edward é tão caído por você. Você é tão teimosa quanto ele. – ele riu complacente e bagunçou meus cabelos. – Vamos trazer a criança de volta.
- Uh? Você... você...?
- Se você tem tanta certeza que ele foi para Londres, só me resta ir lá e o puxar pelas orelhas.
- Vamos para Londres? - perguntou com empolgação.
- Eu vou, vocês ficam. – ele falou com autoridade.
- Mas... – resmungamos em uníssono.
- Nenhum “mas”. Se eu for sozinho será mais rápido, se tudo der certo voltaremos amanhã cedo. , se você puder ficar aqui com a , eu agradeceria muito.
- Não estou inválida, não preciso de babá e quero ir pra Londres! - resmungou, cruzando os braços e fazendo bico.
- Querida, você não está em condições de viajar. Vai me dar mais trabalho e preocupação. Eu volto rápido, prometo.
- Eu quero ir. – ela continuou.
- , eu preciso fazer isso sozinho. Você entende, não?
- Hum... tudo bem, mas você tem que me ligar para me contar tudo. E eu vou te buscar no aeroporto amanhã.
- Tudo bem, vou arrumar minha bagagem.
*Carlisle’s Pov*
O vôo para Londres foi até rápido, visto que eu estava distraído e tentando conjecturar os possíveis motivos que levaram o meu filho a viajar sem aviso prévio. Ele não costumava ser impulsivo, logo eu imagino que ele já havia pensado nisso muito tempo antes. Provavelmente desde o dia em que ele descobriu que tínhamos sido enganados por Esme. E se eu bem o conheco, ele estava indo acertar as contas com ela, sozinho. Moleque estúpido. Ele ainda não percebeu que eu também estou envolvido nessa confusão? Ele não viu que tudo seria mais fácil se resolvêssemos isso juntos?
Foi pensando nisso que eu tomei essa decisão em cima da hora. Estava na hora de eu acertar minhas contas com a Esme também.
Apertei a campainha da porta e esperei pacientemente. Não estranhei quando Edward abriu a porta e me olhou com total confusão.
- O que diabos está fazendo aqui? – ele perguntou imediatamente.
- Sempre tão educado... não vai me convidar para entrar? – perguntei com sarcasmo.
- O que está fazendo aqui? – ele insistiu, mas se afastou para me deixar entrar.
- Vim ter uma conversinha com a sua mãe, onde ela está?
- Não chegou ainda. O que você quer, pai?
- Acredito que o mesmo que você. Você não precisava fazer isso sozinho, Edward. – repliquei, sentando-me no sofá.
- Você não sabe o que eu quero, muito menos o que eu vim fazer aqui.
- Sabe, vir até aqui e jogar as coisas na cara de Esme não vai surtir efeito. Esme acha que os fins justificam os meios.
- Ela precisa ouvir o quão egoísta foi. Não posso cruzar os braços e esquecer.
- Sim, é claro, mas por que deixar a diversão de fora? – arqueei a sobrancelha sugestivamente.
- Não estou entendendo aonde quer chegar.
- Sente aqui. – falei dando batidinhas ao meu lado. – Eu tenho um plano.
~*~
Acomodei-me confortavelmente em um dos quartos de hóspedes e depois de tomar uma ducha relaxante, desci as escadas e fui para a sala de estar. Abri um dos melhores vinhos da Esme e fiquei bebericando juntamente com o Edward, a espera de nossa anfitriã. Pouco tempo depois, ela irrompe a todo gás pela sala, sorrindo abertamente.
Até que me viu e fechou-se numa carranca.
- Edward, querido, você voltou para a mamãe! – ela me ignorou e puxou Edward para um abraço, o qual foi correspondido falsamente.
- Er... – ele se embolou e me olhou pedindo socorro.
- Na verdade, nós só estamos de passagem. – falei enquanto me adiantava para cumprimentá-la. Ela aceitou o aperto de mão e me fitou, fazendo uma careta desgostosa.
- De passagem?
- É, você sabe, viemos fazer uma visita a um amigo e decidimos fazer uma visitinha rápida.
- Ah... Em que hotel vocês estão? – ela alfinetou.
- Estamos por aqui mesmo, se você não se incomodar, é só por uma noite. Edward está namorando com uma garota, está tão apaixonado que não consegue ficar muito tempo longe dela. – falei sorridente ao passo que Edward me fuzilava com os olhos e Esme ia murchando a cada palavra dada.
- Apaixonado? – ela colocou a mão sobre o coração. – Meu filhinho apaixonado? Por uma americana? – ela perguntou com espanto. – Mas você não me contou nada, Edward? Desde quando? Não vai me apresentar?
- Er... – Edward empalideceu.
- A menina é uma graça. Ela não entende como eu e Edward somos tão próximos. Ela acha incrível nossa relação, não é mesmo, Edward? – Sentei-me no sofá e falei com convicção, divertindo-me internamente com as expressões horrorizadas de Esme.
- Hum? É... – Edward continuou monossilábico e se sentou também, pegando numa taça de vinho para distrair as mãos.
- Você e o Edward? – Esme apontou com um dedo, desdenhosa. – Desde quando vocês se dão bem? Não se viam há anos!
- A distância não foi empecilho. Sempre nos mantivemos em contato. E agora que ele está morando definitivamente em minha casa, tudo ficou ainda melhor. Nós fizemos um bom trabalho com ele, sempre tão educado... – falei sorridente e olhei sugestivamente para Edward que fez uma careta.
- Ew! Que conversa mais piegas, eu estou aqui, ok? – Edward resmungou.
- Como vocês mantiveram contato? Você nunca mandou nada para Edward! – Esme replicou.
- Não? – fiz-me de desentendido. – Pois eu jurava que escrevia sempre e que obtinha respostas com freqüência. Você não recebeu minhas cartas, Edward?
- Oh, recebi todas, inclusive e-mails e presentes. Pena que as visitas não foram possíveis, pois eu estava sempre viajando, não é, mãe?
- Mas... mas...
- O que foi, Esme? Não está se sentindo bem? – perguntei com uma falsa preocupação. – você empalideceu de repente...
- Você sempre detestou o seu pai, Edward. Que história é essa de agora serem amiguinhos?
- Ai é? Que coisa... Quase não me lembrava mais disso. Por que será que eu detestava o meu pai?
- Você sabe, ele nunca ligou pra você, nunca se importou!
- Ora, vamos parar com essa palhaçada, Esme! – desisti da brincadeira e parti para os finalmentes. – Suas tentativas chulas de me afastar de meu filho foram todas em vão. Você falhou, Esme. Aliás, não foram de todo em vão, serviu para nos aproximar ainda mais. – falei com convicção e me levantei para ficar cara a cara com ela. – Você não conseguiu levar o Jasper e fez de tudo para me roubar o amor de Edward. Ele é meu filho, você não tinha esse direito.
- Deve ser mesmo muito ruim estar em segundo plano. Você sempre soube que eu preferia estar com meu pai e por isso tentou me afastar dele. Que mesquinho. – Edward falou com desdém. – O grande lance é que você só conseguiu me afastar de você mesma.
- E agora, Esme? Qual é a sensação de ser desprezada pelo próprio filho? – alfinetei. – Engraçado, eu não me lembro mais. É ruim? É triste? Dói?
- É pra isso que você veio aqui, seu desgraçado? Pra me roubar meu filhinho? Por que você não volta pra sua vidinha sem graça e vai curar seus perebentos? – ela berrou exasperada. – Edward é meu filho! Fui eu que cuidei dele! Eu que o trouxe ao mundo! – ela bateu firme no peito.
- Oh, não vá por esse lado, Esme. Não vai chegar a lugar algum. Edward é tão meu quanto seu, você não precisava me jogar contra ele, tinha espaço para os dois.
- Cale-se! Você sempre se achou porque Jasper te venerara, não é mesmo? Ele já estava perdido quando nos separamos, mas Edward, Edward era tão novo, tão inocente, e quase seguia o mesmo caminho que o irmão. Você queria que eu deixasse?
- Oh meu Deus, parem com essa conversa, estou quase vomitando. Já não falei que estou aqui? Não preciso ficar ouvindo isso! – Edward resmungou, fechando-se numa carranca, mas mal disfarçando a satisfação de ver que lutávamos por ele. Muito embora as motivações de Esme fossem meio distorcidas.
- Edward, filho, não acredite nesse homem. – Esme se ajoelhou perante Edward. – Ele só sabe mentir, ele quer te afastar de mim!
- Argh! Esme, sai dessa! – Edward repudiou com uma careta. – Pára com esse drama e vai cuidar dessa cabeça. Isso não pode ser normal.
- Está me chamando de louca? – ela levantou-se bruscamente. – O que você falou pra ele? Que mentiras contou? Disse que eu estava doente? Seu crápula, desgraçado! – ela se avançou em minha direção e tentou me estapear, mas eu segurei firme em seu braço.
- Chega, Esme. Acabou o teatrinho. Se eu fosse você, eu pediria perdão ao seu filho, quem sabe um dia ele não aceite?
- Não tenho que pedir nada a ninguém! Você vai me pagar caro por ter me roubado meu outro filho. Quero os dois fora daqui! FORA!
- Não pretendia mesmo ficar, tenho alguns lugares para visitar com o Edward, você sabe, programa de pai e filho... – não resisti mais uma alfinetada e sorri em satisfação.
- FORA!
Ignoramos os seus berros e partimos para um hotel. Passamos boa parte da noite conversando amigavelmente, como se nada tivesse acontecido. De certa forma, eu não havia mentido para Esme. Meu filho e eu estávamos mesmo mais próximos. E depois de muito tempo eu consegui me sentir verdadeiramente realizado. Eu tinha dois filhos maravilhosos, outro por vir, e a mulher mais perfeita do mundo. O que mais eu poderia querer? Até que ponto um homem poderia ser feliz?
Aparentemente não havia um limite.
*Edward’s Pov*
Pelo menos algo de bom aconteceu na minha vida frustrada. Uma reconciliação completa com o meu pai me fez sentir menos destruído. Mas ainda havia uma parte de mim que estava pisoteada e longe de obter os reparos necessários. já havia deixado bem claro que não iria me perdoar. Eu não entendia como ela conseguia ser tão inflexível. E ela tinha me dito que me amava... e mesmo assim não conseguia me dar uma nova chance. Que espécie de amor é esse? Ela agia como se eu fosse o pior dos piores, quando na verdade eu só tinha omitido alguns fatos. De qualquer forma, eu já havia desistido de tentar. Agora eu só tinha que suportar alguns anos de faculdade ao seu lado, e quem sabe um dia eu conseguisse esquecê-la...
Balancei a cabeça para esquecer esses pensamentos depressivos e peguei minha bagagem, preparando-me para deixar o aeroporto. Meu pai fez o mesmo e ficou alguns passos atrás de mim, com uma expressão de divertimento que eu não conseguia decifrar. O que diabos ele estava escondendo?
Foi então que alguém se chocou contra mim, fazendo-me largar as malas e cambalear para atrás, tentando manter o equilíbrio. Quando eu me reorientei, percebi que havia ma garota descabelada presa no meu colo e me beijando toda a face desesperadamente.
- ? – perguntei, imaginando se eu havia pegado no sono no avião e estava sonhando.
- Não me deixe mais, não me deixe nunca mais! Você não pode fazer isso! – ela repetia insistentemente e eu continuava aturdido, sem saber o que estava acontecendo.
- Mas foi você que me deixou...
- Você não pode ir embora e me deixar aqui! Você não pode me deixar, Edward! Meu coração não agüenta! – ela continuou me beijando a face até que encontrou os meus lábios, provocando-me um fulgor pelo corpo e me fazendo estremecer em deleite. A boca de ... era tão... tão ...
- ... – murmurei entre beijos. - …
- Me perdoe, me perdoe, por favor! Eu fui uma idiota. Eu tive tanto medo de te perder, Edward! Oh meu Deus, eu te amo tanto... – ela chorou com os lábios ainda colados nos meus.
- Não chore, . Está tudo bem, está tudo bem. Não vou te deixar, ok? Eu te amo também, eu te amo muito...
- Promete que vai ficar comigo? Promete? – ela pediu com os olhinhos brilhando.
- Prometo que vou ficar com você, porque eu te amo, e vou amar sempre.
Epílogo
No altar, Carlisle empertigava-se pela demora de sua noiva. Por que elas têm que demorar tanto? Ele pensava. Jasper por sua vez tentava acalmá-lo, sem muito sucesso. Edward também se compadecera da agonia do pai, mas ficou quieto no seu canto, sem saber o que dizer para ajudar, afinal, ele também estava nervoso e perguntando-se se na sua vez também ficaria assim. Mais parecia que ele ia morrer se ela não chegasse, ele pensou.
E foi então que a clássica marcha de casamento soou e a noiva surgiu na entrada da igreja. Ela estava exultante no seu vestido branco. E ai daquele que falasse que já havia uma barriguinha saliente. Ela não conseguia esconder toda aquela felicidade, sorria abertamente enquanto caminhava de braços dados com o seu pai. Há pouco mais de dois meses que Carlisle conseguira que ele se internasse, a verdade é que não precisou muito esforço, pois não havia nada no mundo que seu pai não fizesse por sua menina, foi isso que ele disse quando Carlisle lhe fez a proposta. Felizmente Carlisle também conseguiu o consentimento dele comparecer ao casamento da filha, sob o cuidado expresso de um funcionário da clínica, afinal, haveria muito álcool circulando e ele não poderia se dar ao luxo de tocar numa gota sequer.
Carlisle não se acalmou, pelo contrário, ficou ainda mais nervoso em saber que estava chegando a hora. O momento tão esperado do dia mais esperado. Ele estava ansioso. Queria poder chamá-la de esposa, queria cuidar dela, ver seu filho nascer e amá-los todos os dias de sua vida. Queria ser feliz ao lado de sua família.
Ele a tomou pela mão e esperou pacientemente o momento de dizer as palavras mágicas.
- Sim, eu aceito. – ele disse com convicção.
- Sim, eu aceito. – ela confirmou com determinação.
E eles selaram aquele momento com um beijo cálido, cheio de amor e esperança. Não havia limites para sua felicidade. Ainda que viessem os problemas e as dificuldades, ainda que viessem os maus momentos, eles estariam juntos e passariam juntos e venceriam todos os obstáculos, e seguiriam firmes e fortes, e permaneceriam felizes.
Quem foi que disse que não havia um felizes para sempre? Pensou Carlisle, enquanto levava sua esposa sob uma chuva de arroz.
~*~
A festa de casamento foi programada para as pessoas mais próximas. Mas nem por isso deixou de ser divertida e contagiante. Os noivos deram um pequeno show ao dançarem livremente pelo salão. Os demais seguiram o ritmo e tudo se tornou uma verdadeira festa.
Num canto do salão, dançavam Emmett e . Ela trazia uma coleira de prata presa no pescoço, com as inscrições: Escrava eterna de Emmett. Aparentemente, ele havia se empolgado com a história e resolveu prolongar o prazo de um mês. E ela não se importou nenhum pouco, ela era dele mesmo afinal. A coleira tinha sido um exagero, ela pensou, mas era até engraçado. Onde ficou aquela menina tímida e franzina? Agora ela era tão... , e não importava se ela era tímida ou desinibida, ele a amava de qualquer jeito, ele pensou enquanto a rodopiava pelo salão e segurava firmemente em sua coleirinha que ele presenteou carinhosamente.
- , quando essa festa acabar, eu quero uma massagem de corpo inteiro...
- Se eu for bem recompensada, farei com o maior prazer... – ela piscou sugestivamente e ele gargalhou com divertimento.
- Essa é a minha garota!
No outro canto, seguiam Jasper e . Por mais que eles estivessem felizes, não conseguiam deixar de se morder uma vez ou outra. Fazia parte de sua relação, briguinhas e desavenças, mas para eles era isso que tornava tudo tão dinâmico e menos tedioso. Eles se amavam assim, entre tapas e beijos.
- Não entendo porquê não podemos nos casar agora! – ela resmungou.
- Porque não estamos prontos, ainda é muito cedo.
- Você diz isso por você. Me sinto perfeitamente pronta!
- Claro, claro. Você não sabe fritar um ovo.
- Eu sei fritar ovo, sim! E o que isso tem a ver? Por que tem que ser eu a cozinhar?
- Preciso mesmo responder?
- Machista!
- Chata!
E não é de hoje que essa discussão começou, e nem é hoje que ela vai acabar...
E, finalmente, Edward e . Não importava qual o ritmo da música ou o ritmo dos outros dançarinos. Para eles o que importava era o seu próprio ritmo. Eles dançavam coladinhos, bochecha com bochecha, e as mãos firmes sobre seus corações saltitantes. Seguiam numa marcha lenta e romântica quando o mundo lá fora cantava e dançava ao som de LadyGaga, mas quem se importa? Pensou , o mundo era deles e poderiam fazer o que quisesse.
- , como se sente em relação a casamento?
- Nem me olhe com essa cara, Edward, casamento agora não rola.
- E por que não? Temos que fazer as coisas do jeito certo.
- Porque ainda estamos na faculdade, não temos onde cair mortos. Quem sabe daqui a uns 2 ou 3 anos?
- 1 ano.
- 1 ano e meio.
- 1 ano e 2 meses e não se fala mais nisso.
- Feito.
Ele sorriu vitorioso e respirou profundamente para soltar um grito estridente.
- HEI PESSOAL! ESTAMOS NOIVOS!
- O QUÊ? Ficou louco? Nós não estamos noivos!
- Claro que estamos, . Acabamos de marcar a data!
- Caramba, , casar tão cedo, quem diria! - ironizou, deixando vermelha de raiva.
- Não vamos casar! Não vamos!
- Vamos sim, , daqui a um ano e dois meses, não pode mais voltar atrás!
- Vai se ferrar, Edward!
- Tão simpática minha noiva, não?
O restante da festa seguiu o rumo habitual, com a saída dos noivos e a tão esperada lua-de-mel.
~*~
O tempo se passou e na sala de parto todos aguardavam ansiosamente pela chegada da criança. Os homens da família preferiam aguardar num cantinho longe da gestante descabelada e irritadiça que estava de pernas abertas sobre a mesa de parto. As mulheres permaneceram complacentes ao seu lado, dando apoio que de nada ajudava nas dores horrorosas que ela sentia e a fazia gritar e xingar a cada contração.
- Seu desgraçado! Carlisle, seu desgraçado! A culpa é toda sua! SUA!
- E vem mais uma contração, querida. – ele falou pacientemente, ignorando os xingamentos voltados pra si.
- AHHHH! AHHH!
- Só mais um pouco... – Carlisle disse, sentado de frente para as pernas abertas de sua esposa. Ele fez questão de realizar o parto de seu bebê e se sentia ainda mais realizado com isso. Mesmo recebendo toda a culpa por estar sentindo dor.
- Porra, caralho! Que dor dos infernos! Nunca mais! Nunca mais, ouviu bem, Carlisle? Da próxima vez você é que vai parir! É você que vai abrir as pernas e se espremer de dor!
- , querida, está quase na hora de empurrar. Está pronta?
- E quem está? Ninguém fica pronta pra uma miséria dessas! É O FIM! AHHHH!
- Empurre!
- Tô empurrando, cacete!
- Mais um pouco...
- VAI SE FERRAR, CARLISLE!
E de repente tudo silenciou e aquele som maravilhoso ecoou, deixando todos abobalhados e curiosos.
- Uma menina. – Carlisle falou mal contendo sua própria emoção. – Uma menina, !
- Já tem um nome? – os espectadores aguardaram ansiosos.
- Letícia, porque significa felicidade plena.
- Bem vinda ao mundo, Leticia.
- , você está horrível. - zombou com diversão.
- Vão se ferrar.
~*~*~*~FIM~*~*~*~
Nota da Autora: ACABOU! (chora litros). Estou sem palavras, já chorei um bocado escrevendo o final, vou chorar de novo escrevendo a última nota. Gente, espero mesmo que vocês tenham curtido a fic, essa eu escrevi com muito carinho, também de diverti muito. Vou demorar um tantinho a postar outra fic, mas saibam que já tenho uma em andamento. Quando eu postá-la, espero rever todas vocês lá!! Agradeço a todas que me seguiram até aqui, e por todos os comentários. Um super beijo e até a próxima!!! Fuizzzzz......