Autora: Aline Patzz
Beta (até capítulo 25): Sofia Queirós | Beta (demais capítulos): xGabs Andriani



Capítulo 21 – Pressentimento

’s POV

Ela dormia tranquilamente aninhada em meu peito, sua respiração estava pesada e seu coração batia num compasso leve e sereno. Eu podia notar um leve sorriso em seus lábios e não tinha palavras para agradecer aquele momento em minha existência.
Contudo essa paz toda foi quebrada quando senti que ela começou a se agitar, seu coração acelerou e sua respiração ficou angustiada: um pesadelo. Já fazia mais de duas semanas que ela não tinha pesadelos e esse parecia ser bem assustador. Apertei-a mais em meus braços e fui cantarolando a sua melodia, mas nem isso estava funcionando.
- Rose... – ela sussurrou com muita dor em sua voz e eu petrifiquei. O que estaria acontecendo em seu sono?
- Amor? – eu a chamei, precisava tirá-la de lá. – Acorde, minha linda.
- NÃO! – ela gritou sentando-se ao meu lado.
- Shiii. – eu a abracei. – Já passou, já passou.
- Edward... – ela se virou para mim e me olhou fundo nos olhos. – Que bom que você está aqui.

’s POV

Havia umas luzes estranhas ao nosso redor, minha cabeça latejava muito e quando finalmente consegui abrir os olhos vi sangue, muito sangue. Rose estava ao meu lado, encharcada. – Rose? – eu a chamei, mas minha voz era fraca demais. Tentei uma segunda vez, mas ela não se mexeu e uma dor dilacerante me dominou e eu voltei a ficar no escuro. Eu não conseguia identificar o lugar onde eu estava quando abri meus olhos novamente: era escuro, frio, quase assombrado e, ao mesmo tempo, lembrava a clareira dos meus antigos pesadelos. Não havia mais as luzes e nem o sangue e eu estava sozinha, andando em círculos tentando sair dali, pois sentia que algo me perseguia, mas não fazia idéia do que era. Esbarrei em alguma coisa que estava no chão e cai violentamente, apoiando as mãos no chão para evitar bater a cabeça e imediatamente senti o ardor em minha mão. Eu havia me machucado no mesmo lugar onde Carlisle havia dado aqueles pontos. Senti o liquido quente escorrendo pela minha mão e em seguida, olhos vermelhos apareceram bem ao meu lado. – Rose? – eu perguntei incrédula. – Alice não te viu transformada, como pode ser? – eu repetia quase para mim mesma. – ... porque você não me contou? – ela disse com certa dor na voz. – Não confiava em mim não? Eu saberia guardar esse segredo tão bem quanto você, amiga. – e seu tom já mudava para algo como deboche. – Mas, sabe de uma coisa? Isso é muito legal. Não gostei dos animais, o gosto não é bom. – ela dizia quase com nojo. – Já seu sangue! Ah, que aroma delicioso! Você vai ficar muito chateada comigo se eu te matar? – seu tom ainda era de deboche. – Rose... – eu disse com medo do que viria a seguir, com dor por ter escondido aquilo dela. Ela segurou forte em meu braço, levando minha mão sangrando até seu nariz e aspirando demoradamente o cheiro do meu sangue. – Delicioso. – ela exclamou satisfeita e então me atacou.

- NÃO! – eu gritei desesperada ao sentar na cama e sair daquele martírio.
- Shii. – disse a voz que eu mais precisava ouvir naquele momento: a voz do Edward. – Já passou, já passou. – ele disse e me abraçou forte.
- Edward... – minha voz saiu em um fio. – Que bom que você está aqui. – e eu enterrei meu rosto em seu peito tentando aliviar aquela angústia toda.
- O que houve, ? – ele parecia bem preocupado. Eu respirei fundo, me ajeitei na cama para olhá-lo de frente.
- No começo havia muito sangue em mim e em Rose, não sei onde estávamos, mas havia umas luzes estranhas. Depois tudo ficou escuro e quando alguma coisa voltou a fazer sentido, Rose estava transformada e me atacou. – eu suspirei pesadamente. – Não faz sentido.
- Calma, foi só um pesadelo. – ele acariciou minha bochecha. – Isso não vai acontecer.
- Eu sei, é só que... parecia tão real quanto o pesadelo que tive com os caras do beco. Ou com você vampiro, ou com os Volturi.
Ele ia falar alguma coisa, mas fomos interrompidos pelo meu celular. Até Edward deu um pulo com o susto. Era Rose querendo conversar sobre nossa apresentação à noite, ela estava nervosa e tagarelava sem parar.
- Rose? – eu sorria. – Vamos fazer o seguinte: venha almoçar comigo e a gente fala mais sobre isso, ok?
- Ai, obrigada, amore! Em uma hora estarei aí. – ela desligou e Edward me puxou para seus braços.
- Mais calma?
- Ahã. – eu fiquei brincando com seu abdômen. – Só foi meio estranho ela ter ligado bem agora. – respirei fundo e dei um leve sorriso. – Acho que estou ficando supersticiosa.
- Vem cá, vem. – ele levantou meu queixo até nossas bocas ficarem muito próximas. – Eu faço você se esquecer de qualquer superstição. – deu aquele sorriso de tirar o fôlego e em seguida me beijou com muito amor. Realmente esqueci onde estava, meu nome, quem eu era; só havia uma coisa que importava: Edward.
Passamos algum tempo ali, só namorandinho até que decidimos sair da cama e eu fui me arrumar, já que se eu bem conhecia a Rose, ela não demoraria a chegar.
- Jura que só nos veremos em Port Angeles agora? – ele fez um bico lindo.
- Ah, não faz assim que eu desisto de tudo, heim! – eu apertei suas bochechas. – Os pais da Rose fizeram questão absoluta que eu fosse com eles, amor. E eu tenho que confessar que é bom sentir a empolgação deles, sabe. Meus pais nunca ficaram animados assim comigo. Eles estão me dando um pouquinho daquilo que eu tanto esperei dos meus pais.
- Não tenho como discutir perante isso. – ele afagou meu rosto. – Bom, nos vemos à noite então.
- Já estou contando os segundos. – eu disse beijando-o docemente. E logo depois ele desembestou floresta adentro.
No segundo seguinte a campainha tocou e eu corri para meu almoço com a Rose. Ela estava muito nervosa no começo, nunca tinha participado de uma competição daquelas e, por mais que todos dissessem, ela ainda se sentia insegura. Conversamos bastante, eu reafirmei que ela não precisava se preocupar, pois o Emm dançava super bem e ela, apesar de não acreditar, já era uma ótima dançarina. Enfim, passamos algumas horas tagarelando e no meio da tarde Alice apareceu em casa com nossos vestidos.
Óbvio que minha cunhadinha amada tinha se encarregado dos nossos figurinos e ela fez um trabalho maravilhoso. Rose usaria um vestido amarelo (Foto 03) e eu vestiria um preto sensual. (Foto 04) Ela ficou empolgada quando viu sua roupa e o nervosismo começou a ceder finalmente. Decidimos nos arrumar por lá mesmo e Alice adorou poder dar seus toques fashionistas na nossa produção. No começo da noite os pais da Rose passaram em casa e seguimos muito animados para Port Angeles, onde aconteceria a apresentação.

’s POV

Depois que me contou seu sonho e fez um comentário, eu me peguei pensando se ela não teria algum tipo de sexto sentido ou algo assim, porque, realmente, todos os pesadelos dela acabavam tendo algum fundo de verdade. Primeiro quando ela sonhou comigo e minha natureza peculiar, depois sempre tinham os Volturi em seus sonhos, com aquela fatídica noite no beco ela também teve uma prévia em pesadelo, ela sempre terminava como vampira – coisa que Alice já tinha nos garantido que aconteceria – e agora ela sonhava com Rose transformada. Eu confiava nas visões da minha irmã e até agora não havia nenhum indício de que aquele pesadelo se tornaria realidade, mas eu preferi não alimentar suas dúvidas, não depois da sua reação ao sonho. Eu a distraí com carinhos até a hora em que Rose chegou em sua casa e depois fui para a minha, aguardar ansiosamente por aquela noite.
Você está agitado, Edward. Aconteceu alguma coisa?
- teve outro pesadelo. – eu respondi ao Jasper.
- Com o que ela sonhou?
- Novamente com Rose transformada, Alice.
- Mas Edward, eu não a vejo como uma de nós. – ela respondeu quase indignada.
- Eu sei, mas ela me disse uma coisa que me deixou pensativo.
- O que, filho? – perguntou Carlisle que descia as escadas e vinha participar da conversa.
Eu contei minhas divagações a minha família e senti que eles começavam a ter as mesmas suspeitas que eu. Ainda não podíamos afirmar nada, eram apenas algumas suposições, mas algo me dizia que minha amada possuía algum dom.
Alice vagou mais uma vez pelo futuro de Rose e não encontrou nada de diferente, vagou pelo de também e nada tinha mudado: ela ainda seria uma de nós. Ficamos pensativos por algum tempo até que Emm voltou da caçada que estava fazendo. Ele foi o único que não percebeu o clima, pois estava animado demais com a competição daquela noite e todos decidimos ignorar nossas preocupações e nos deixamos contagiar pela alegria quase infantil de Emmett.
No meio da tarde Alice foi para a casa da levando os figurinos daquela noite. Fez um ótimo trabalho desviando seus pensamentos para que eu não visse o que usaria. Aquela baixinha era praticamente a única – além da , claro – que conseguia se esquivar dos meus poderes e me deixar no escuro quando queria. Ela sorriu divertida para mim e saiu com o meu carro.
O tempo se arrastou até o horário em que Alice voltou e, depois de nos arrumarmos, fomos para Port Angeles. Meus pais, Alice e Jasper foram na Mercedes e eu e Emm fomos no Volvo. Ele também não estava muito feliz com o fato dos pais da Rose quererem as meninas só para eles, mas depois da explicação que a tinha me dado mais cedo, eu consegui controlar melhor minha “decepção” e conversei sobre isso com Emm, fazendo com que ele entendesse a história toda também.
Claro que chegamos primeiro que eles e a ansiedade foi tomando conta do meu irmão, tive até que pedir uma forcinha ao Jazz para que Emm ficasse mais tranqüilo. Funcionou. Cerca de meia hora depois, avistamos o carro da família Hale e em seguida, nossas namoradas surgiram.
Rose estava muito bonita e Emm praticamente babava naquele vestido todo cheio de decotes e recortes, mas meu ser inteiro só tinha olhos para uma pessoa: . Ela estava deslumbrante, simplesmente deslumbrante. O vestido havia lhe caído perfeitamente e para completar o visual sedutor do tango, ela usava uma meia fina preta e sapatos pretos, além de ter o cabelo preso em um coque baixo, enfeitado com uma rosa vermelha.
- Perfeita. – eu disse ao seu ouvido assim que ela se aproximou e em seguida selamos nossos lábios.
- Você também não está nada mal. – ela disse com um meio sorriso extremamente safado. Ai, ai, aquela seria uma longa noite.
Carlisle e Esme foram apresentados formalmente aos pais de Rose e logo depois seguimos todos para o salão de dança. A sequência de apresentações era primeiro crianças, depois jovens e por fim casais adultos. Esperamos cerca de uma hora e meia até que as duas categorias se apresentassem e então chegou a nossa categoria. Carlisle e Esme foram os primeiros a se apresentarem, pois da nossa família eram os únicos a competirem na valsa. Ganharam. Logo depois foi a vez do bolero e Alice e Jazz se juntaram a eles na competição. Digamos que foi uma disputa acirrada, mas a experiência dos meus pais os fizeram levar o troféu daquela dança. Em seguida foi a vez do fox trote e Alice e Jazz arrasaram na pista, levando o troféu com eles. Chegou então a vez da salsa; Rose estava nervosa no começo, mas depois de um beijo encorajador de Emm e palavras de incentivo de seus pais, ela relaxou e nunca a vi dançando tão solta e leve. Obviamente eles foram os vencedores do ritmo. E então chegou a nossa vez. O coração da estava acelerado, até me questionei se era nervosismo, mas seus olhos me disseram que não, que era a expectativa de estar sob os holofotes.
- Vamos mostrar a eles o que é um tango dançado por nós. – ela disse extremamente segura e eu só pude acompanhá-la. (n/a: achei que essa coreografia era bem próxima do que eu tinha imaginado para a apresentação deles – Música 10)
Nossa coreografia não foi muito ousada, mas era extremamente sensual e transmitimos nossa energia amorosa e, porque não sexual, naquela dança. Claro que teve um ou outro passo mais acrobático, afinal estávamos em uma competição, mas essencialmente, éramos apenas nós dois e a música. Ela me olhou de cima a baixo quando a música terminou e sabíamos que tínhamos arrasado.
Voltamos para nossa mesa, recebemos os cumprimentos dos pais de Rose e apreciamos mais algumas apresentações. Emm e Rose estavam no maior chamego ao nosso lado, quase não prestando atenção ao que acontecia na pista de dança e eu tive que comentar isso com .
- Esses dois aqui estão que não se agüentam, mas eu tenho que admitir que compartilho de alguns de seus pensamentos.
- Ah é? – ela disse num tom extremamente sexy. – E quais são esses pensamentos? – e ela mordiscou o lábio inferior.
- Er... que eu adoraria arrancar esse seu lindo vestido com meus dentes essa noite.
- Nossa, é nisso que o Emm está pensando? – ela se fez de desentendida.
- Na verdade, esse pensamento foi da Rose. – eu sorri de lado. – Mas ela está meio triste por não poder passar essa noite com ele.
- Humm.... – murmurou baixinho, fazendo aquela expressão sapeca de quem está elaborando um plano mirabolante. – Sabe, eu estou com uma saudade do seu quarto. – ela disse num meio sorriso e imediatamente eu entendi o que ela estava planejando. Gostei pouco, né? – Rose, vamos ao banheiro? – e ambas saíram juntas.
Não demoraram muito tempo e quando voltaram, foram logo falar com os pais dela.
- Mãe, pai, será que eu posso dormir na casa da hoje? – Rose fez carinha de cachorro abandonado.
- Por favor, senhora Hale. Estamos animadas demais com essa noite e acho que vamos demorar muito para dormir. Seria tão legal se a Rose ficasse comigo lá em casa e poderíamos falar sobre tudo. – e também fez carinha de gatinho do Shrek.
- Muito bem, não vejo problemas. – ela disse enfim, sorrindo para a filha. – Então fica por lá quando voltarmos. Mas antes vamos comemorar esse sucesso das meninas.
Rose deu beijos estalados na bochecha da mãe e segurou a gargalhada o mais que pôde. Ambas voltaram para seus lugares ao nosso lado e Rose foi contar a novidade a Emm, que quase explodiu de felicidade.
- Eu já te disse que você tem uma mente muito perigosa? – eu disse ao pé do seu ouvido.
- Disse. – ela sorriu safada. – Fazer o quê, se minha imaginação é fértil? – e me deu um beijo bem sugestivo. Tive que fazer muita força para não arrastá-la dali naquele momento.
Cerca de uma hora depois disso a noite de dança acabou a e Companhia Cullen de Dança foi a grande vencedora da noite. achava que era um pouco injusto, já que praticamente a família toda era de vampiros, que nunca cometiam erros, mas não conseguia esconder o orgulho daquela noite. Nossos pais, Alice e Jazz foram embora logo em seguida e eu e Emm fomos nos despedir das nossas namoradas – pelo menos para manter as aparências, né?
Eu e estávamos no meio de um beijo quando ouvi seu coração dar uma descompassada e ela ficou um pouco fria.
- Tudo bem, amor?
- Humm.... não sei. – ela franziu o cenho. – Senti um calafrio agora. Uma coisa estranha. – ela virou o rosto para a família de Rose e tremeu novamente.
- ? O que foi? – eu realmente me preocupei naquele momento.
- Ai.... que coisa ruim. – ela fechou os olhos e sacudiu levemente a cabeça. – Me abraça forte, Edward. – imediatamente estreitei meus braços ao seu redor e a mantive ali, tentando protegê-la do que quer que fosse. Cantarolei baixinho sua cantiga e ela foi relaxando.
- Melhor? – eu disse depois de um tempo, quando seus ritmos já tinham se normalizado.
- Ahã. – ela suspirou e me encarou. – Que tal me fazer esquecer das superstições outra vez, heim? – e seguiu até meus lábios, beijando-me com muito amor. Ficamos ali até que ouvimos um raspar de gargantas e sabíamos que era o Sr. Hale. – Devemos demorar umas duas horas ainda. Eu te ligo assim que colocar os pés em casa, ok?
- Claro, amor. – eu disse já pensando em como arrumaria o nosso quarto para aquela noite. – Amo você.
- Idem. – ela respondeu e seguiu até o carro da família Hale.
Eu e Emm fomos direto para o Volvo e logo já estávamos voando pela estrada de volta a nossa casa. Não demoramos muito e logo depois que chegamos, decidimos caçar um pouco, já que teríamos algum tempo até que as meninas estivessem em casa. Voltamos depois de uma hora aproximadamente e ainda tínhamos tempo de sobra, então subi até meu quarto e topei com Alice ali e sua carinha de fada arteira. Ela me ajudou com a arrumação, distribuindo castiçais com velas aromáticas, fez um caminho com pétalas de rosas brancas e vermelhas e arrumou alguns vasos com tulipas brancas.
- Ela vai amar, maninho. – disse Alice toda orgulhosa do seu trabalho.
- Se você diz. – eu fiz de conta que não importava, mas logo em seguida a abracei forte e lhe dei um beijo estalado na bochecha.
- Também te amo, irmãzinho. – ela sorriu.
E foi aí que tudo mudou. Um turbilhão de imagens invadiu a mente de Alice e por um momento eu fiquei sem saber o que fazer com toda aquela informação. Se meu coração ainda batesse, naquela hora ele teria parado definitivamente.


Capítulo 22 – O Acidente

’s POV

Encontramos toda a família a nossa espera em Port Angeles e logo vi, pelo brilho nos olhos do Edward, que eu estava linda para ele. Obviamente ele estava mais lindo do que já era – se é que isso era possível – usando um terno preto risca-de-giz fininha, camisa e gravata pretas. Fiquei até me achando por tudo aquilo ser meu. Nos cumprimentamos com um selinho e logo já estávamos em nossas mesas no salão.
A noite foi maravilhosa. Carlisle e Esme deram um show na valsa e no bolero, Alice e Jazz foram perfeitos em seu fox trote e Emm e Rose arrebentaram naquela salsa. Eles estavam divinos dançando e era possível ver o amor emanando de seus olhos. Logo depois deles foi a nossa vez.
Eu e Edward seguimos até o centro da pista e meu coração batia acelerado com a expectativa daquela dança. Eu sabia que mesmo que quisesse, as coisas não sairiam erradas por causa dele, mas mesmo assim era excitante estarmos ali, as luzes sobre nós e eu dançando com o amor da minha vida. Deslizamos elegantemente pelo salão e foi uma experiência maravilhosa. Nossos olhos não se desgrudaram um segundo sequer e eu sabia que, como tinha acontecido com Emm e Rose, as pessoas podiam perceber a intensidade do nosso sentimento emanando dos nossos corpos.
Depois da nossa apresentação voltamos para a mesa e ficamos ali até a noite de dança acabar. Nesse meio tempo Edward ouviu alguns pensamentos “impróprios” do seu irmão e da minha amiga e eu tive uma brilhante idéia. Rose queria passar aquela noite com Emm – eu passaria a minha com Edward de qualquer jeito – e eu decidi emprestar minha casa novamente para eles, assim poderia curtir a enorme cama do meu namorado. Não foi muito difícil convencer os pais da Rose para ela passar a noite na minha casa “comigo” e logo o plano estava armado. Edward ainda brincou comigo e eu tive que lembrá-lo de que ele mesmo tinha me dito que eu tinha uma imaginação muito fértil.
As apresentações acabaram, a escola de Carlisle fez o maior sucesso e logo começaram as despedidas. Eu tinha acabado de olhar para Rose e sua família conversando com Emm e estava no meio de um beijo com Edward quando um forte calafrio percorreu minha espinha.
- Tudo bem, amor?
- Humm.... não sei. – eu disse franzindo a testa. – Senti um calafrio agora. Uma coisa estranha. – e voltei meu olhar para a família de Rose. Alguma coisa não parecia certa.
- ? O que foi? – seu tom estava realmente preocupado.
- Ai.... que coisa ruim. – eu fechei os olhos e sacudi levemente a cabeça, inspirando na vã tentativa de espantar aquele sentimento ruim. – Me abraça forte, Edward. – eu pedi e imediatamente ele estreitou os braços ao meu redor. Ele tentou me distrair cantarolando baixinho a minha cantiga e eu fui relaxando um pouco.
- Melhor? – ele me perguntou depois de um tempo.
- Ahã. – eu suspirei e queria me esquecer daquela sensação. – Que tal me fazer esquecer das superstições outra vez, heim? – e segui até seus lábios, beijando-o com muito amor. Com aquilo eu quase deixei o episódio cair em esquecimento, mas havia uma espécie de bolo em minha garganta e eu não sabia mesmo explicar o motivo daquilo.
Seguimos então eu, Rose e seus pais para um restaurante para comemorarmos a noite perfeita que vivenciamos. Rose estava extremamente animada, e eu sabia que nem toda aquela animação era por causa da salsa, apesar de saber que boa parte dela era mesmo pelo sucesso da dança. Ficamos no restaurante por uma hora aproximadamente e os pais dela me elogiavam tanto quanto a ela, o que me confortou por um lado e me deixou com uma saudade enorme dos meus pais, por outro. Ok, eles não eram os maiores entusiastas da minha opção, mas eu queria compartilhar com eles meu sucesso daquela noite. Falar que minha vida estava perfeita e que nunca tinha sido tão feliz. Queria deixar meus pais orgulhosos de mim, do mesmo modo que os pais da Rose estavam orgulhosos por ela.
Pegamos a estrada logo depois e nós duas – eu e Rose – tagarelávamos sem parar sobre a noite, sobre as apresentações e tal. Os pais dela tinham se animado tanto que estavam até pensando em fazerem aulas também. A conversa rolava solta no carro e o clima estava muito confortável, mas mesmo assim eu ainda sentia aquele aperto em meu coração. E foi quando tudo aconteceu.
Num minuto estávamos felizes e rindo. No minuto seguinte o movimento não estava certo e sacudíamos dentro do carro desobedecendo qualquer lei da gravidade. Houve um momento de escuridão e silêncio e então tudo parou.

(....)

Meus olhos estavam muito pesados e minha cabeça latejava muito. Eu sentia o gosto forte do ferro em minha boca e tentei me mexer, desencadeando pontadas intensas de dor pelo meu corpo inteiro.

(....)

- Rose? – eu consegui dizer com muito esforço. – Você está bem? – não houve resposta e me obriguei a virar a cabeça para onde ela deveria estar.
Minha respiração estava difícil e meu coração quase parou quando vi minha melhor amiga ensangüentada e estática.
- Rose? Fala comigo! – eu quase berrei. Queria chegar até ela, mas estava presa ao meu banco, travada pelo banco da frente onde estava o corpo da Sra. Hale. – Rose, acorda por favor! – e lágrimas desciam pelo meu rosto.
Ouvi um barulho ao meu lado e vi que ela tinha aberto os olhos, tão perdida quanto eu.
- ... – seu sussurro foi quase inaudível.
- A gente vai ficar bem, linda. – eu tentei encorajá-la, ignorando ao máximo a dor dilacerante em minhas pernas, peito e braço. – Você vai ficar bem. Fica comigo, ok?
- Você é a melhor.... amiga.... que eu.... que eu tenho.
- Você também, meu anjo. – eu tentei ver melhor como ela estava, mas não devia ter feito isso. Havia um grande estilhaço de vidro em seu peito e ela obviamente estava perdendo muito sangue. – Não dorme, tá? Fica comigo.
Estiquei minha mão, lutando contra a dor dilacerante que percorria meu braço esquerdo e segurei sua mão, apertando-a contra meus dedos. Ela sorriu minimamente. Não sei como eu consegui achar meu celular e liguei para a única pessoa que poderia nos ajudar ali.
- Carlisle? – minha voz saiu muito fraca.
- ! – ele quase berrou. – Já estamos chegando, querida.
- Tem muito sangue aqui. Não..... – fui interrompida por uma fisgada em meu peito. – Não deixa os meninos virem até aqui....
- Vai dar tudo certo, minha querida. – ele disse.
- Depressa. – eu engoli, tentando facilitar a respiração, mas isso só piorou.
- ? ?
- Edward..... não.... não vem.... – eu queria gritar para ele ficar bem longe dali, mas eu não tinha forças. Rose apertou minha mão e depois a soltou. Eu só consegui largar o celular e voltar minha atenção a minha amiga. – Rose? Não, Rose... por favor... – mas o cansaço e a dor eram mais fortes do que eu e só houve escuridão novamente.

(....)

- ? , amor? – eu ouvi muito ao longe. Sabia que era sua voz de veludo e podia sentir seus dedos em meu rosto. Eu queria que ele saísse dali, tinha muito sangue e ele sofreria com sua sede interminável. – Você me ouve, meu amor?
- Edward... – eu sussurrei com muito esforço, ainda sem conseguir abrir meus olhos. – Você... você tem que sair....
- Não se preocupe, meu anjo. – sua voz tentava parecer firme, mas eu sabia que ele estava quase em pânico. – A prioridade aqui é você. Você consegue abrir os olhos?
- Oi... – eu disse num fio de voz, depois de lutar arduamente para que meus olhos se abrissem e eu pudesse ver aqueles lindos olhos dourados.
- Oi, minha linda. – ele afagou meu rosto. – Vai ficar tudo bem. – mas eu sabia que se ele pudesse, estaria chorando naquela hora. As coisas não iam ficar bem.
- Rose...
- Carlisle está com ela. – ele não me deixou virar o rosto até minha amiga. – Hei, fica comigo, tá?
- Eu amo você. – e uma lágrima escorreu por meus olhos no momento em que a escuridão me puxou de volta para suas profundezas.

Edward’s POV

- NÃO! – eu me apavorei assim que vi a visão de Alice: minha não poderia morrer.
- O que houve? – Carlisle perguntou seguido por toda a família.
- As meninas. – Alice disse num sussurro. – Um acidente horrível.
Esme foi até Alice e ambas estavam quase em pânico. Jazz não sabia que tipo de sentimento nos induzir, porque ele mesmo estava em estado quase catatônico. Todos em nossa família já amávamos as meninas mais do que qualquer coisa. Carlisle foi o primeiro a pensar friamente.
- Jazz e Emm, fiquem aqui. Edward, você vem comigo.
- Não, eu vou junto. É minha Rose! – Emm esbravejou.
- Terá muito sangue, Emm. – disse Alice com muito pesar.
- Não me importo. – ele berrou e então saímos os três em disparada até o local que Alice tinha visto. Ficava há uns bons 100 km de casa. Antes de sairmos, Carlisle ligou para a emergência anonimamente avisando sobre o acidente.
Corremos o mais rápido que podíamos e o pensamento que dominava nossas mentes era o de chegarmos o mais rápido possível. Mas ainda havia outra coisa me incomodando, o que nem eu nem Alice havíamos contado a mais ninguém: Alice tinha visto Rose transformada.
Ainda corríamos quando o celular de Carlisle tocou.
- Carlisle? – eu pude ouvir sua voz muito fraca do outro lado da linha.
- ! Já estamos chegando, querida. – meu pai tentou confortá-la.
- Tem muito sangue aqui. Não..... – ela ia continuar, mas pude ouvir seu arfar de dor. – Não deixa os meninos virem até aqui.... – ah, por favor! Ela quase morrendo e preocupada conosco?
- Vai dar tudo certo, minha querida. – ele disse.
- Depressa. – ela engoliu e eu não resisti, tomando o aparelho das mãos de meu pai.
- ? ? – eu estava desesperado para ouvir sua voz por mim mesmo.
- Edward..... não.... não vem.... – ela disse num fio de voz, preocupada comigo! Eu apertei o passo, tinha que chegar até ela o mais rápido possível e ajudá-la. Algo aconteceu, pois sua respiração ficou longe do aparelho e eu só pude escutar seu sussurro ao longe. – Rose? Não, Rose... por favor... – olhei instintivamente para Emm que estava logo atrás de mim e eu só via dor em seus olhos. Corremos em silêncio, os três angustiados.
Finalmente chegamos e o cenário era terrível: um caminhão carregado com troncos de madeira estava todo retorcido e prensava o que restou do carro dos Hale contra uma árvore centenária. Carlisle nos mandou trancar a respiração e foi o que fizemos imediatamente. Eu corri meus olhos até achar , enquanto Emm procurava por Rose e Carlisle examinava toda a cena. O motorista e os pais de Rose estavam mortos então ele foi examinar as meninas.
Rose estava aparentemente pior do que , pois havia um enorme estilhaço de vidro cravado em seu peito e a hemorragia era muito intensa. Seu coração batia muito fracamente e a respiração estava cada vez num ritmo mais lento.
- Rose? Anjinho? Acorda, ursinha! – eu podia ouvir Emm ao lado dela. Eu não suportava a dor dele, quando finalmente consegui chegar até .
- ? , amor? – o cheiro do seu sangue me atingiu duramente, mas eu não liguei para o ardor em minha garganta. Eu não podia me preocupar com isso quando a melhor coisa que já tinha acontecido em toda a minha existência estava ali, morrendo perante meus olhos. Ela estava prensada no banco e eu sabia que ainda não podia libertá-la, pois não sabíamos a extensão dos seus ferimentos e como seu humano corpo era frágil demais, qualquer movimento errado poderia ser fatal. Eu precisava fazer com que ela voltasse à consciência. – Você me ouve, meu amor?
- Edward... – ela sussurrou depois de algum tempo e eu tive um novo fôlego de esperança. – Você... você tem que sair....
- Não se preocupe, meu anjo. – ela não podia pensar em mim naquela hora. Tinha que se manter calma e o máximo de tempo consciente. Eu não queria transparecer o desespero em minha voz, mas talvez não tenha feito um bom trabalho. – A prioridade aqui é você. Você consegue abrir os olhos? – eu via todo o seu esforço. Ela lutava com todas as suas forças para ficar ali comigo.
- Oi... – ela disse finalmente num fio de voz.
- Oi, minha linda. – eu respondi afagando seu rosto enquanto nossos olhos se cruzaram. – Vai ficar tudo bem. – eu tentei garantir a ela, mas ainda não tinha essa certeza toda.
- Rose... – ela sussurrou e tentou virar seu rosto para a amiga, mas eu a impedi, não queria que ela visse o estado da amiga.
- Carlisle está com ela. – eu respondi e foi quando voltei minha atenção para os pensamentos de meu pai. Rose estava mortalmente ferida e Carlisle sentia que não poderia fazer mais nada, a não ser uma coisa. – Hei, fica comigo, tá? – eu disse voltando minha atenção para minha pequena. Ela seria forte o suficiente para esperar pelo resgate?
- Eu amo você. – ela disse quando uma lágrima escorreu dos seus olhos e ela foi apagando novamente.
Quase no segundo seguinte pudemos escutar as sirenes da ambulância e do resgate. Tínhamos que nos afastar de lá, pois não poderíamos explicar como ou por que estávamos lá, mas era quase impossível deixá-la ali, sozinha e desamparada.
- Eles vão levá-los ao hospital, e lá eu posso cuidar delas. – disse Carlisle segurando em nossos ombros. – Vamos.
Com muito custo voltamos a correr para nossa casa e Emm já considerava se pediria ou não a Carlisle para transformar Rose. Eu já sabia qual seria a resposta de meu pai. Mal chegamos em casa e o telefone tocou, sabíamos que era do hospital. Carlisle apenas se trocou e saiu voando na Mercedes. Eu e Emm ficamos em casa colocando a família a par dos fatos.
Óbvio que não conseguimos ficar muito tempo ali e logo ambos fomos para o hospital. Emm tinha se decidido a fazer o pedido a Carlisle e eu precisava saber como ficaria.
Chegamos um pouco depois das ambulâncias e Carlisle acabava de decretar o óbito de Rose, ordenando que o corpo fosse levado ao necrotério juntamente com o restante da família.
- Emmett? – Carlisle o chamou. – O coração dela ainda esta batendo.
- Então faça, pai. Por favor. Não posso mais ficar sem ela.
- Leve-a para casa, discretamente. Estarei lá o mais rápido possível. – Emm assentiu e esperou pelo momento certo para seguir as ordens do nosso pai.
- E a ? – eu o olhei profundamente.
- Vou examiná-la agora, filho. Seja paciente.
Fiquei na sala de espera andando de um lado para o outro. O tempo nunca passou tão lentamente quanto naquela hora em que Carlisle fazia os exames em minha amada. Meus pensamentos estavam conectados diretamente aos pensamentos de meu pai e cada vez que ele descobria um novo machucado, mais um pedaço do meu coração morto se apertava em meu peito. Oh, minha menina! Meus pensamentos foram desconectados da sala de exames quando meu celular começou a tocar.
- Como estão as coisas, meu filho?
- Não sei bem, Esme. – eu respondi ainda atordoado pelas imagens daquela noite. – Carlisle está examinando Line nesse momento.
- E a Rose? – ela me indagou.
- Emmett vai levá-la aí para casa. – eu respondi baixo e rapidamente, para que ninguém ouvisse a confissão.
- Claro. – ela disse complacente. – Mantenha-nos informados. – ela respirou profundamente. – E agüente firme. Line é forte. Vai dar tudo certo.
- Obrigado. – foi o máximo que consegui responder. Mais algum tempo se passou até que Carlisle veio até mim.
- Ela vai ficar bem, Edward. – ele disse serenamente. – As lesões foram sérias, mas ela vai se recuperar.
- O que houve exatamente? – eu tinha que saber, apesar de já ter uma boa noção.
- Fratura exposta numa das pernas, luxação de tornozelo na outra, quatro costelas quebradas, braço esquerdo fraturado em dois pontos e um leve traumatismo craniano.
- Oh, céus! – eu não contive. Minha ....
- Ela vai ficar bem, filho. São lesões que se curam bem. Ela teve muita sorte por nenhum órgão vital ter sido afetado.
- Mas você disse traumatismo....
- Há um pequeno inchaço no cérebro, mas não acho que seja grave.
- Posso vê-la?
- Ela está sedada. Só por precaução. Seu organismo precisa repousar para se recuperar. Você sabe como funciona, Edward.
- Por favor...
- Vá. Mas seja rápido, sim?
Mal ele tinha respondido e eu já estava no quarto da UTI. Era torturante vê-la ali, tão indefesa, machucada, lutando para sobreviver. Um bolo se formou em minha garganta e eu queria gritar tamanha era minha dor por ver meu amor ali, imóvel. Aproximei-me da cama e ela parecia tranqüila entre tantos tubos e fios. Eu sabia que ela não podia me ouvir, mas foi inevitável não sussurrar ao seu ouvido.
- Amo você, mocinha. Fica boa logo.


Capítulo 23 – Recuperação

’s POV

Um burburinho leve chamou minha atenção e eu me esforcei para compreender o que era dito.
- Posso participar da conversa? – eu disse e minha voz saiu rouca. Só depois abri os olhos e encarei a face mais linda de todo o universo.
- ! – seu tom foi de alívio e felicidade. – Como você está, meu amor?
- Confusa, com sede, um pouco perdida, sentindo como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. – e sorri fracamente. – O que eu estou fazendo no hospital?
- Qual é a última coisa de que se lembra, ? – só aí fui perceber a presença de Carlisle.
- Humm.... – eu me esforcei e tentei puxar da memória minhas lembranças. – A apresentação de dança, a volta pra..... casa..... Rose! – eu exclamei quase em um grito. – Teve um acidente, ela estava machucada. Ela está bem? – meus olhos corriam de Edward para Carlisle na máxima velocidade que eu podia.
- Amor... – Edward segurou em minha mão, então eu soube.
- Não.... – as lágrimas desceram soltas. – Não a Rose.
- Shii. – ele enxugava minhas lágrimas. – Está tudo bem.
- Diz que ela não sofreu muito, Carlisle. Diz que foi rápido, por favor. – mas ele desviou os olhos dourados. – Droga. – e mais lágrimas escorriam. – Como.... como o Emm está?
- Ele... está levando. – Edward respondeu e logo me interrompeu. – Você precisa ficar calma, está bem? Precisa estar tranqüila para poder se recuperar.
- O que aconteceu comigo? Qual a extensão dos meus machucados? Que dia é hoje?
- Hoje faz uma semana, . Você está tendo uma ótima recuperação, mas se machucou feio. Perna, braço e costelas quebradas, um tornozelo luxado e um machucado na cabeça. – disse Carlisle calmamente.
Eu ia perguntar mais alguma coisa, mas minha mãe entrou no quarto – oh-oh, minha mãe por aqui? Isso não daria muito certo – e correu para meu lado.
- Filha, filha, filha! Você acordou amor. Como você está? Está com dor?
- Calma, mãe. – eu sorri levemente. – Está tudo bem. Estou em ótimas mãos.
- Ah, eu sei. O Dr. Carlisle é excelente. Seu pai se deu muito bem com ele.
- Papai está aqui também?
- Claro, achou que ele não viria para cá?
Carlisle e Edward nos deixaram a sós – debaixo de algum protesto da minha parte, é claro – e minha mãe relatou detalhadamente tudo o que tinha acontecido. Logo depois meu pai entrou no quarto também e passamos algum tempo conversando. Pelo o que tinha entendido, eu passaria cerca de um mês ainda no hospital e depois seria mais um mês de repouso em casa.
Meu pai só ficou mais alguns dias em Forks e depois voltou para o Brasil, deixando minha mãe de babá. Ela ficou grudada em mim quase que o tempo todo, não me deixando muito tempo com Edward e eu já estava morrendo de saudade do meu namorado. Fizemos um trato: eles revezariam as noites e as tardes comigo no hospital. Quase todos os dias alguém da família Cullen vinha me visitar, com uma exceção: Emmett.
- Por que ele nunca vem, Edward? – eu perguntei numa noite em que ele estava lá comigo. – Sinto saudade dele.
- Humm..... – Edward não era de hesitar, então eu estranhei um pouco. – Ele ainda está abalado, amor.
- Claro. – eu respondi, mas sem acreditar completamente naquilo. Tinha alguma coisa ali. – Amor, pode me fazer um favor?
- O que quiser, minha linda. – ele disse num tom preocupado.
- Quero beijo. – eu disse com a cara mais inocente do mundo. Ele riu divertido e me deu um longo e apaixonado beijo. Como eu sentia saudade de passar o tempo todo o beijando, abraçando, fazendo amor.
Os dias passaram até que rápido, Edward ou Alice sempre me deixavam mais ou menos à par das matérias da escola e quando vi, já estava na hora de voltar para casa.

Edward’s POV

Entramos em contato com a família da e logo eles já estavam em Forks. Carlisle explicou o que tinha acontecido e cerca de uma semana depois do acidente ela acordou. Sua recuperação estava além das nossas expectativas. Foi tão bom vê-la acordada e relativamente bem. A parte mais difícil foi dar a notícia da “morte” de Rose. Todos tínhamos concordado que ainda não era a hora de contarmos a ela o que realmente tinha acontecido, inclusive a própria Rose. Ela ficou um pouco revoltada no começo, dizendo que queria ter partido junto com seus pais, mas quando percebeu que poderia ficar com Emm para todo o sempre, digamos que sua visão dos fatos mudou um pouco. Ela estava se comportando muito bem para uma recém-criada e Jazz estava realmente surpreso com suas reações – ele era o integrante da família que mais conhecimento tinha sobre recém-criados – já que ela demonstrava um grande autocontrole e tinha se adaptado bem à nossa dieta vegetariana.
tinha que dividir sua atenção entre eu e sua mãe, até que entramos num acordo de que alternaríamos os dias de cuidados, assim ambos – eu e sua mãe – teríamos a chance de ficarmos sozinhos com ela.
Todos nós íamos visitá-la com freqüência, exceto Emm que estava meio que de babá da Rose. sentiu falta dele, mas pareceu entender o “abalo” de meu irmão com a tragédia ocorrida. De qualquer modo, eu falaria com Emm para ele aparecer por lá, o considerava como um irmão mais velho, eles tinham se dado bem desde o começo, era natural ela sentir falta dele.
Aquele mês passou rápido e logo ela poderia ir para casa. Eu sentia uma falta absurda de tê-la para mim, em meus braços, mas sabia que teria que refrear esse desejo carnal. E digamos que ela não ajudava muito, já que sempre que possível, ela dava um jeito de me provocar com seus beijos. Até debilitada aquela pequena era safada. E eu gostava pouco, não é? Mesmo tendo que nos refrear quase que o tempo todo. Pelo menos significava que ela estava se recuperando em todos os sentidos.
Finalmente chegou o dia em que ela voltaria para casa. O braço estava quase totalmente recuperado, assim como o tornozelo. As costelas também estavam quase boas e a perna progredia numa velocidade superior à normal. Talvez conseguisse se recuperar mais rapidamente do que as previsões do meu pai. Conversei com Emm naquela tarde e ele topou aparecer para uma visita. Seu grande temor era que ele deixasse transparecer que Rose estava melhor do que imaginava e isso estragaria nossa omissão. Claro que contaríamos a ela, mas no momento certo.
- Não acredito que você está aqui! – ela exclamou quando viu meu irmão parado na varanda da sua casa. – Vem aqui, me dá um abraço.
- Quanta saudade, maninha. – ele disse sincero. – Desculpe não ter ido te ver é que...
- Eu sei, Emm. – ela o cortou. – Também sinto falta dela. – ela o encarou intensamente. – Como você está?
- Estou indo. – ele disse sem conseguir encarar aqueles olhos . – E você? Quando vamos dançar uma salsa?
- Agora? – ela sorriu e mudou o clima da conversa.
Emm fez questão de levá-la para o segundo andar, segurando-a com todo o cuidado. Eles passaram algum tempo conversando enquanto eu e sua mãe organizávamos algumas coisas pela casa, para facilitar tudo. Os primeiros dias foram mais complicados, apesar da casa ter dois quartos, sua mãe insistia em querer dormir no quarto da , pois não queria ficar longe da filha nenhum instante sequer. Depois de muita conversa e lábia, conseguiu convencer sua mãe de que ficarem juntas no quarto minúsculo não fazia bem para nenhuma das duas e o que a convenceu foi o fato do outro quarto – quase nunca usado por – ser bem ao lado do dela. Eu mesmo me encarreguei de providenciar as mobílias necessárias, pois estava louco de saudade de poder ter minha amada aconchegada em meus braços outra vez.
Eu passava todas as noites com e quase fomos pegos várias vezes porque sua mãe resolvia aparecer no meio da madrugada para saber se estava tudo bem. Nossas carícias aos poucos estavam voltando a fazer parte da nossa rotina, mas ainda não podíamos abusar muito.
Aquele segundo mês passou bem rápido, tinha começado com fisioterapia e já conseguia andar, usando aquelas botas de imobilização, podendo voltar ao colégio e a uma rotina quase normal. Apesar de negar, sei que ela sentiu o baque de voltar ao colégio e não encontrar com sua melhor amiga. Cortava-me o coração omitir a verdade dela, mas Rose tinha que estar totalmente sob controle para que ambas pudessem se encontrar, já que ela mesma também sentia muita saudade da amiga humana.
Seu pai tinha vindo fazer uma visita e buscar a esposa, já que a filha estava completamente recuperada e estava na casa naquela noite. Eu apareci, como sempre, depois que eles já tinham dormido e fui aninhar minha amada em meus braços.
Ela estava extremamente safada naquela noite, talvez o perigo pela presença dos pais a tenha estimulado, pois foi só eu deitar na cama que ela me beijou ferozmente, com muito desejo.
- . – eu a adverti, mas ela não ligou muito.
- É só a gente ficar bem quietinhos. – ela disse naquele tom que me fazia derreter e não resisti ao segundo beijo.
Quando dei por mim ela mordia a própria mão para segurar o gemido no ápice do nosso prazer, enquanto eu mordia meu lábio, também abafando meu gemido. Deitei-me ao seu lado depois e a puxei para meu peito. Ela segurava uma gargalhada.
- O que foi? – eu perguntei curioso.
- É rir para não chorar, Edward. Amo meus pais, mas não vejo a hora de poder ficar sozinha com você.
- Nem eu, meu amor, nem eu. – trocamos mais um beijo e ela adormeceu em meu peito.

’s POV

Foi uma deliciosa surpresa encontrar Emm à minha espera na porta de casa. Ele me abraçou, fez questão de me levar até o quarto e passamos algumas horas conversando. Procurávamos evitar o assunto Rose, mas era quase impossível e sempre que seu nome surgia, Emm fazia uma carinha triste, mas não era bem isso que seus olhos me diziam. Ele evitava me encarar diretamente e eu senti como se algo estivesse sendo escondido de mim. Resolvi não pensar nisso e aproveitar a visita do meu “irmão mais velho”.
Quando chegou à noite, eu queria que Edward ficasse comigo, mas minha mãe não queria me largar sozinha de jeito nenhum. Depois de alguns dias e algumas noites mal dormidas por não estar no meu “canto seguro” resolvi intimá-la a dormir no quarto ao lado. Houve um pouco de discussão – e muita persuasão da minha parte – mas finalmente ela acabou concordando que ambas ficaríamos melhor se ficássemos cada uma num quarto.
Desde então Edward passava todas as noites comigo, me aninhando em seu peito seguro, mas ele me contava que várias vezes quase fomos pegos porque minha mãe simplesmente resolvia aparecer no quarto para ver se eu estava bem. Minha recuperação estava muito boa, até Carlisle estava surpreso e eu quase não sentia mais dor em minhas costelas, que era o que realmente mais incomodava. Passei a fazer fisioterapia no meio do segundo mês e a usar aquelas botas ortopédicas, permitindo que eu voltasse a andar e a ir ao colégio.
Foi bem difícil encarar o colégio sem Rose. Claro que Edward e Alice estavam sempre ao meu lado, mas eu sentia uma falta latejante da minha amiga. Tentei amenizar ao máximo meu sofrimento – não queria perturbar meu amor com minhas angústias – mas tenho certeza de que ele percebeu o que se passava em meu coração.
Uma das coisas mais difíceis nesse período todo foi passar as noites com Edward e não fazermos nada além de alguns beijos. Meu corpo clamava pelo dele e eu sabia que o dele pelo meu, mas ele ainda tinha alguns receios quanto a minha recuperação. Ele era sempre tão preocupado! E para ajudar, meu pai apareceu para ver como eu estava e levar minha mãe de volta ao Brasil. Eles ficariam por mais dois dias e depois voltariam para casa. Até surgiu uma discussão se eu deveria ou não voltar com eles para o Brasil, mas eu fiquei firme em minha decisão de continuar em Forks. Nada me faria sair daquela cidade!
Edward apareceu naquela noite e eu estava empolgada demais, saudosa demais para deixar passar mais um minuto sequer sem sentir seu corpo em mim. Logo que ele chegou eu lasquei o maior beijo, deixando minhas intenções tão claras quanto o sol. Ele ainda tentou me refrear, mas eu sabia que ele queria tanto quanto eu, então foi só questão de provocar mais um pouquinho e fizemos um amor maravilhoso naquela noite. Claro que por causa da presença dos meus pais no quarto ao lado, não pudemos fazer barulho, e eu quase arranquei um pedaço da minha mão quando a mordi para abafar o forte gemido que aquele orgasmo maravilhoso tinha me proporcionado. Reparei que Edward também teve que tomar uma atitude semelhante, e quase gargalhei com aquela situação patética, que felizmente terminaria dali dois dias. Debrucei-me sobre o peito do meu amado, mas meu sono não foi exatamente tranqüilo.

Alice caminhava tristemente por um campo seco, sua expressão era de dor, de angústia, de ansiedade. Mas ela não estava em Forks. O brilho do sol era diferente e só depois fui reparar que ela não brilhava quando o sol a tocava. Sua imagem era a mesma, mas seus olhos não eram dourados e sim de um azul profundo. Eu via uma Alice humana. Ela estava perto de uma placa e seus olhos passaram de relance por ela, deixando que eu lesse a palavra escrita: Biloxi, Mississipi. Aquilo não fazia sentido para mim, mas de algum modo fazia para ela. E havia um outro nome, esse ela não viu, pois era apenas um pedaço de papel que voava ao seu redor enquanto ela fechava os olhos e lágrimas impotentes escorriam de seus lindos olhos azuis: Mary Alice Brandon.

- Alice! – eu acordei num impulso, dizendo seu nome alto demais.
- O que houve, ? – Edward me perguntou, mas parou por um segundo. – Seu pai vem aí, eu já volto. – ele desapareceu e eu voltei a me deitar na cama, cobrindo meu corpo nu.
- Filha? Tudo bem?
- Ahã. – eu fingi uma voz rouca. – Foi só um sonho, pai. Não se preocupe.
- Ok, durma bem então. – ele disse fechando a porta e no segundo seguinte Edward já estava ao meu lado.
- Com o que você sonhou?
- Com a Alice. – eu tentei me recordar dos detalhes. – Havia dois nomes: Biloxi no Mississipi e Mary Alice Brandon. – ele me encarou com os olhos brilhantes. – Será que isso tem alguma coisa a ver com... o passado dela?
- Talvez, amor. Assim que eu chegar em casa eu vou falar com ela, ok? – e me encarou agora mais tranquilo. – Agora venha, meu corpo já sente falta do seu calor. – e me beijou docemente antes de eu adormecer novamente.


Capítulo 24 – Despedidas

Edward’s POV


Conforme a rotina que tinha se estabelecido na casa da enquanto seus pais estavam por lá, eu a deixei assim que ouvi os primeiros sinais de movimentação e voltei para minha casa. Enquanto corria, fiquei pensando no seu sonho. Será mesmo que ele podia ter alguma coisa a ver com o passado da Alice? Ela não havia me dado muitos detalhes, mas algo me dizia que estávamos perto de acabar com a agonia da minha irmã caçula.
- Alice? – eu a chamei assim que apareci na sala.
- O que houve, Edward?
- teve outro sonho. – eu respondi e logo todos já estavam na sala, inclusive nossa mais nova integrante.
- Foi outro pesadelo, Edward? – Rose perguntou preocupada.
- Não, não diria isso. – fiz uma pausa. – Ela sonhou com você, Alice.
Todos encararam minha irmã e em seguida ela teve uma visão onde caminhava por um campo seco, com Jasper ao seu lado e uma grande construção com altos muros ao fundo.
- Para onde nós vamos, Edward? – ela me perguntou, já segurando as mãos de Jasper.
- Biloxi, Mississipi.
- Isso... soa... familiar. – Alice disse muito lentamente. – Preciso falar com a .
Todos concordamos e apenas demos mais um tempo, até que ela tivesse acordado e tomado o café da manhã com a família.

’s POV

Como tinha acontecido em todas as manhãs, quando minha mãe veio me acordar, Edward já não estava mais ao meu lado. Eu estava cada dia melhor e agora a única coisa que me incomodava era a bota ortopédica. Mas, como Carlisle tinha me garantido que só precisaria usá-la por mais uma semana, eu tentava me conformar e não ficar ansiosa demais. Os planos para aquele sábado eram apenas passear um pouco por Forks e talvez fôssemos até La Push, uma praia perto da cidade, situada dentro de uma reserva indígena. Eu estava terminando minha refeição quando meu celular tocou.
- Oi, Alice! – eu exclamei alegremente.
- ! Preciso conversar com você, sobre seu sonho. – ela disse ansiosa.
- Eu sei, Allie. – eu respondi calmamente. – Se quiser, venha agora, almoçaremos fora mais tarde.
- Já já estou aí. – ela desligou sorrindo.
Subi para meu quarto para me arrumar e logo Alice já estava a porta.
- Preciso dos detalhes, . – ela disse ao se sentar em minha cama.
Eu tentei ser o mais detalhista que minha memória me permitia, e percebi que em vários momentos, era como se Alice estivesse voltando no tempo, como se alguma coisa em sua memória quisesse emergir.
- Obrigada, maninha. – ela me abraçou algum tempo depois. – Assim que eu tiver alguma novidade, eu aviso, ok?
- Espero mesmo que isso possa lhe ajudar de alguma maneira, Allie. – ela me deu um beijo estalado na bochecha e desapareceu em seguida.
Saí com meus pais e passamos o restante do dia conhecendo a tal reserva. Foi divertido até, tirando a falta que eu sentia da companhia do Edward e o incômodo de ter aquela bota apertando meu pé.
- Foi uma pena você não ter podido nos acompanhar essa tarde, Edward. – disse minha mãe com um sorrisão nos lábios enquanto jantávamos.
- Também acho, mas eu tinha alguns assuntos da escola para organizar. – ele respondeu educadamente.
- E será você quem substituirá seu pai na administração da escola, Sr. Cullen? – esse foi meu pai, não se mostrando tão simpático.
- Ainda não sabemos, Sr. . – ele novamente foi educado. – Provavelmente essa responsabilidade ficará comigo e meus irmãos.
- Pai, que tipo de pergunta é essa? – eu tentei deixar um clima mais leve. – Já está querendo aposentar o Carlisle é? – todos sorrimos. – Ou será que vocês estão considerando aprender a dançar e o querem seqüestrar para o Brasil?
- Até parece. – meu pai riu. – Só curiosidade, minha filha. Só curiosidade.
Terminamos a refeição rapidamente e ficamos mais um tempo conversando na sala. Pelo que pude sentir, minha mãe tinha se encantado verdadeiramente por meu namorado e sua família, já meu pai ainda tinha algumas ressalvas, mas estava extremamente grato por eu ter uma família tão dedicada a cuidar do meu bem estar enquanto eu estivesse longe de casa. Edward foi embora, mas eu sabia que logo mais estaríamos juntos novamente. Ainda passei algum tempo na sala com meus pais e depois subi para meu quarto, sem querer admitir que estava cansada pela agitação do dia. Fiquei lendo alguma coisa até que a casa ficou silenciosa e meu amor apareceu, para minha alegria. Eu o recebi com um doce beijo e logo me aconcheguei em seu peito.
- Posso perguntar uma coisa? – eu disse enquanto ele afagava meus cabelos.
- O que quiser. – ele respondeu calmamente.
- Por que não foi até La Push conosco?
- Humm... – ele ficou um pouquinho mais tenso. – Digamos que eu não posso ir até lá. – apenas virei meu rosto em direção ao seu, com uma cara de interrogação. – Não somos bem vindos nas terras Quileutes. Mas ainda não é hora de entrar nesses detalhes com você.
- Tenho outra saída? – eu disse fazendo bico.
- Por enquanto não. – ele deslizou o dedo pelo meu nariz. – Ah! Não faça essa carinha. – ele pediu.
- Só se você me recompensar. – eu disse já sorrindo.
- Como? – ele sorriu também.
- Você sabe bem. – eu mordi meu lábio inferior.
- Você é impossível. – ele sorriu e veio me dar um beijo que começou doce, e foi se intensificando conforme nossos lábios se moviam e nossas línguas se encontravam.

Edward’s POV

Assim que voltou da casa da , Alice fez as malas e logo ela e Jasper partiram para a tal cidade. Eles não sabiam quanto tempo ficariam fora, mas todos nós estávamos com boas sensações em relação a essa viagem de Alice. Apesar de quase nunca falarmos sobre aquilo, doía em cada um de nós a angústia de Alice por não saber nada sobre seu passado humano. Era como se faltasse um pedaço nosso, uma porção da nossa família. E todos queríamos que Alice fosse feliz.
disse que passaria o dia em La Push com seus pais, por isso eu não pude acompanhá-los. A reserva é um local proibido para nossa família, a menos que queiramos uma briga com os lobos, o que não é nossa intenção.
À noite eu fui até sua casa e passamos algum tempo conversando enquanto eles jantavam. E voltei mais tarde, para passar a noite com meu amor. Perceptiva como sempre, ela quis saber o motivo de eu não ter ido com eles e eu apenas disse que um dia contaria a ela, mas só quando ela se tornasse uma de nós, então eu teria que explicar sobre o pacto e as terras quileutes.
Ela fez bico, claro, mas foi só um pretexto para conseguir alguns beijos a mais. Como se ela precisasse disso! Comecei um beijo inocente, mas minha namorada era assanhada demais – adoro – e logo ela já estava contornando meus lábios com sua língua quente e úmida.
Eu nos girei na cama, fazendo com que ela ficasse confortável e fui depositando beijos ao longo da sua mandíbula e pescoço, brincando com minha língua fria em sua pele quente. Ela engoliu em seco e bagunçou ainda mais meus cabelos, não deixando que eu me afastasse muito de seus lábios. Eu sorri com aquilo. Sem muita paciência, ela habilidosamente tirou minha camiseta e logo seus dedo passaram a deslizar em minhas costas, deixando um rastro de fogo por onde passavam. Gemi baixinho na curva do seu pescoço e foi a vez dela de sorrir com o prazer que me proporcionava.
Minhas mãos precisavam tocar em todas as partes do seu corpo, então rapidamente tirei a camisola que ela vestia, deixando-a apenas com a calcinha, e fui brincando com meus dedos por toda a lateral de seu corpo enquanto minha língua se ocupava de sugar deliciosamente o lóbulo da sua orelha.
- Oh... – ela sussurrou o mais baixo que conseguiu, mas ainda estava nítido para mim, o que provocou uma onda de excitação em meu corpo todo.
Ela desceu as mãos pela minha cintura e começou a brincar com o cós da minha calça, desabotoando-a em seguida e abrindo o zíper, fazendo com que minha excitação ficasse ao alcance de seus dedos. Inesperadamente ela passou a me acariciar ainda por cima da minha boxer, o que me fez soltar outro suspiro prazeroso. OMFG! Quando eu acho que já sei o que esperar dela... Ela tentou descer minha calça, mas a posição não era exatamente favorável, então eu a ajudei e logo estávamos apenas com as roupas íntimas. Eu me levantei um pouco mais, sustentando o meu peso em um dos braços e percorri meus olhos pelo seu corpo, lindamente esculpido. Eu sei que eles brilharam de desejo, e sei também que ela viu isso. Desci minha mão livre até seu colo e contornei o coração que saltava aos olhos, perfeitamente desenhado em sua pele por uma mancha de nascença. sorriu com meu carinho e em seguida fui descendo meus dedos mais um pouco, até encontrar seus seios maravilhosos e dedicar bastante atenção a eles, não só com as mãos, mas também com a língua. se contorceu de prazer e prensou os próprios lábios para não deixar que o gemido saísse alto demais.
Voltei correndo até sua boca convidativa e a beijei apaixonadamente, sugando sua língua e deixando que nossos gostos de misturassem numa composição única e viciante. Ela forçou seu corpo contra o meu e eu facilitei seu movimento, girando-nos e permitindo que ela se posicionasse sobre meu quadril. Ela voltou a me beijar e depois foi dando beijinhos pelo meu queixo e descendo em direção ao meu peito. Beijou cada centímetro de pele do meu tórax e depois desceu para meu abdômen, dedicando mais algum tempo ali, o que estava me deixando maluco.
Foi quando ela desceu ainda mais os lábios, arrumando seu corpo, e encontrou o cós da boxer. Seus dedos subiam e desciam pela parte interna da minha coxa, provocando arrepios de prazer e eu esmaguei o lençol na tentativa de controlar outro gemido. Ela percebeu minha reação e pude sentir seus lábios se contraindo num sorriso na pele do meu abdômen. Sem se intimidar, ela voltou a acariciar meu membro por cima da boxer e brincava com o elástico da mesma. Nem vi direito quando ela simplesmente puxou a boxer para baixo liberando meu “amigo” pulsante. Nossos olhos se cruzaram e os dela tinham um brilho quase pecaminoso. Céus, o que ela faria? E então ela desceu seus lábios até ele, provocando-me uma descarga elétrica de tanto prazer. Ela o beijou, o lambeu e ficou ali, brincando comigo, como se estivesse num parque de diversões. Eu procurei ao máximo segurar minhas reações, mas ela estava me enlouquecendo com sua boca maravilhosa e meu gemido saiu quase como um rugido.
- ... – eu tentei me controlar.
Ela apenas levantou um pouco seu rosto e me encarou com um sorriso matreiro e uma de suas sobrancelhas arqueadas, instigando-me ainda mais. Eu já estava muito perto de atingir o clímax, mas não queria fazer isso sozinho, queria ela comigo, juntos, sempre. Então com cuidado eu nos virei novamente e voltei a ficar por cima, ela fez uma carinha de quem ainda não tinha se divertido o suficiente, mas eu daria um jeito nisso. Fui em direção à sua boca e comecei um beijo lento e profundo, percorrendo cada milímetro da sua boca e língua deliciosas. Ela gemeu em meus lábios. Ainda sem deixar de beijá-la, voltei a percorrer seu corpo e fui chegando até seu ventre; percorrendo o cós da calcinha com meus dedos gelados, provocando um pequeno espasmo em seu corpo. Ela gemeu novamente e eu praticamente arranquei sua calcinha, sem dó da peça de roupa.
- Edward.... – ela suspirou ao pé do meu ouvido.
Voltei a me concentrar em seu corpo, e desci minha mão pelo interior da sua coxa, subindo vagarosamente enquanto ela arranhava vorazmente minhas costas. Ah, aquilo era bom demais! Eu caminhei meus dedos até sua virilha e senti sua “menina” pronta para mim. Beijei-a novamente, calmamente e, no exato momento em que a penetrei com um dedo, aprofundei aquele beijo, fazendo-a se contorcer novamente e quase gritar em meus lábios. Ela arfava sob meu corpo enquanto eu a estimulava e a beijava os lábios, o pescoço, a orelha e voltava para sua boca.
- Oh... Edward... eu vou... – ela conseguiu sussurrar, então eu tirei meus dedos dela e posicionei-me sobre ela, apenas pressionando-a com meu membro pulsante.
- Vamos juntos, meu amor. – eu disse em seu ouvido e ela relaxou o corpo, dando-me passagem.
Comecei o movimento de modo lento e delicado, deixando que ela se acostumasse comigo. Ela prendeu a respiração por um segundo e mordiscou o lábio. Foi então que ela passou a pressionar seu corpo contra o meu, convidando-me a continuar e aumentamos o ritmo juntos. Nossos movimentos foram intensos e profundos e logo eu senti o orgasmo vindo. Ela cravou as unhas em minha pele de mármore e eu grudei nossas bocas, abafando nossos gemidos de prazer. Ambos ofegávamos e eu saí dela, puxando-a para meus braços.
- Isso foi.... muito intenso. – ela sussurrou em meus lábios.
- Deliciosamente intenso. – eu concordei e dei um beijinho na ponta do seu nariz.
Ela sorriu divertida e então deixou-se em meu peito, brincando de desenhar em meu abdômen e eu cantarolei baixinho, para que ela descansasse tranquilamente.

’s POV

Fizemos um amor maravilhoso aquela noite, e só não foi mais perfeito porque tínhamos que controlar nossos gritos. Ok, quem vê até acha que sou uma escandalosa de primeira, mas é que é terrível ter que ficar se controlando quando se quer demonstrar o quanto os carinhos estão sendo prazerosos. Enfim, aquela tinha sido a última noite de sons abafados, pois meus pais embarcariam para o Brasil naquela tarde, então eu e meu amor poderíamos voltar a derrubar a casa com nossas demonstrações de afeto.
Ele me puxou para meu porto seguro, vulgo seus braços, e logo eu adormeci ao som da sua voz de veludo.

Eu estava no meio de uma confusão de sons e imagens: gritos, sirenes, vozes familiares que não faziam sentido, lágrimas, uma grande nuvem escura cobria o céu e ao mesmo tempo havia uma linda tonalidade de vermelho e laranja como pano de fundo. Eu não sabia onde estava, nem o que estava acontecendo. Sabia apenas que meu peito ardia com uma dor dilacerante e eu não conseguia respirar.

- Céus! – eu disse com a voz presa na garganta e sentia meu coração descompassado.
- O que houve ? – Edward perguntou ao me abraçar por trás.
- Ai... – eu suspirei ainda meio perdida. – Uma confusão, pânico, dor, tristeza e o céu tinha um tom vermelho. – eu respondi, revivendo a cena.
- Shiii... – ele apertou o abraço ao meu redor, pousando a cabeça em meu ombro. – Já acabou. – e me deu um beijinho na curva do pescoço.
- Ainda bem que você sempre fica aqui comigo. – eu disse um pouco mais recuperada. – Fica bem mais fácil de me recuperar. – e fui girando até que já estávamos deitados novamente. – Amo você.
- Eu também, meu amor, eu também. – ele disse e ficou fazendo cafuné até que o sono voltou a me envolver.
Exatamente como aconteceu durante aquele mês inteiro, minha mãe veio me chamar para o café e Edward já não estava mais ao meu lado. Meu pai já estava na cozinha e me recepcionou com um lindo sorriso, o que me deixou alegre por ele estar ali. Passamos grande parte do dia conversando sobre qualquer coisa, planejando minha ida para casa nas férias e também sobre meu futuro, já que eu batia o pé de que, se fosse para fazer uma faculdade, seria por lá. Meu pai fez um pouco de cara feia, mas ele viu como eu estava feliz, que acabou desemburrando a cara e praticamente concordando com meus planos.
Almoçamos num dos únicos restaurantes de Forks e então eles foram arrumar as malas. Senti um aperto no coração por vê-los se preparando para irem embora que uma lágrima boba insistiu em descer. Eu respirei fundo e me recompus deixando a choradeira para a hora da despedida, no aeroporto em Port Angeles.
Carlisle e Esme fizeram questão de nos acompanhar até o aeroporto e acabamos indo todos em sua luxuosa e espaçosa Mercedes. Minha mãe me enchia de recomendações ao longo do caminho, acompanhada por meu pai. Seria até cômico se não estivesse sendo tão constrangedor. Depois de aproximadamente uma hora de viagem, chegamos ao aeroporto. Meus pais foram fazer o check in e despachar as bagagens, enquanto nós os aguardávamos no saguão.
Eu estava abraçada a Edward quando senti um aperto tão grande no peito que o ar me faltou e fiquei imediatamente zonza. Apoiei-me nele no exato instante em que minhas pernas falharam.
- ? O que foi? – ele já me apoiava e Carlisle se aproximava.
- O que houve querida? – ele perguntou segurando em meu pulso e contando meus batimentos.
- Não sei. – eu finalmente disse. – Uma sensação estranha, ruim. – eu tentei respirar, mas o ar ainda entrava com dificuldade.
Edward me apertou em seus braços, afagando meus cabelos e cantarolando em meu ouvido, o que foi me acalmando aos poucos. Logo eu já conseguia respirar melhor e já me sentia mais forte.
- Melhor? – perguntou Carlisle ao meu lado.
- Acho que sim. – eu lhe dei um fraco sorriso. – Talvez me despedir dos meus pais esteja me afetando mais do que imaginava.
- Ô, minha querida. – Esme afagou minha bochecha com seu sorriso maternal. Eu apenas sorri de volta enquanto meus pais caminhavam em nossa direção.
- Bom, chegou nossa hora. – disse meu pai com a voz um pouco rouca. – Cuide-se, mocinha.
- Vou me cuidar, pai. – eu sorri e lhe dei um abraço apertado. Ele retribuiu com a mesma intensidade.
- Foi um prazer conhecê-los. – ele disse dirigindo-se a Carlisle e Esme. – Obrigado por cuidarem da minha preciosidade. – Carlisle e Esme o abraçaram e desejaram boa viagem.
- E o Sr. – ele olhou para o Edward. – Cuide bem da minha filhota, heim. Faça com que ela seja feliz ao seu lado.
- Eu farei, Sr. . – Edward respondeu com um meio sorriso.
E então chegou a vez da minha mãe, que já estava com os olhos mareados. Ela se despediu de Carlisle e Esme primeiro, depois de Edward e enfim me abraçou forte.
- Eu tenho muito orgulho da mulher forte em que você se transformou, filha. – eu deixei que as lágrimas jorrassem. – Cuide-se, ok? E desculpe sempre ter atrapalhado sua vida na dança.
- Ah, mãe. – eu sussurrei em seu ouvido. – Eu amo você, muito!
- Eu também, meu amor. – e me deu um beijo estalado e carinhoso na testa. – Fique bem, minha princesa. – ela se afastou, abraçando meu pai que agora também não segurava algumas lágrimas tímidas.
- Boa viagem! – eu gritei. – Eu amo vocês.
- Também te amamos, amor! – meu pai disse e mandou um beijo com a mão.
Agarrei-me ao Edward e solucei. Ele apenas me aconchegou um pouco mais em seus braços. Depois que eles entraram na sala de embarque, nós quatro seguimos para um local de onde era possível observar o embarque e a decolagem. Vi meus pais subirem os degraus e adentrarem no pequeno avião que os levaria a Seattle e aguardamos até a decolagem. O avião seguiu até a cabeceira da pista e outra onda de terror meu invadiu.
- ? – os três perguntaram ao mesmo tempo quando meus joelhos falharam e eu só não caí porque Edward me segurava.
- Não pode ser.... – eu disse apenas para mim, quando o sonho voltou com tudo no exato momento em que o avião acelerava para decolar.
- , o que você está sentindo? – Edward estava ao meu lado, forçando-me a olhar para ele. – Fale comigo, amor.
Eu apenas virei meu rosto para a janela de vidro e vi o avião decolar. Então foi tudo muito rápido e, ao mesmo tempo, como se estivéssemos em câmera lenta, quando os celulares de Edward e Carlisle tocaram ao mesmo tempo. Os dois voltaram seus olhos aterrorizados para mim e então o clarão vermelho e laranja atingiu nossos olhos.


Capítulo 25 – Dor

Edward’s POV

Depois que adormeceu em meus braços, dormiu tranquilamente por um longo tempo, até que seu coração se acelerou e ela acordou subitamente depois de outro pesadelo. Ela descreveu um cenário de tragédia, mas não conseguia se lembrar de mais ninguém além dela mesma. Sei que ela ficou um pouco impressionada com aquilo e eu tentei confortá-la da melhor maneira possível. Enquanto ela dormia novamente, meu cérebro passou a tentar decifrar aquele mistério, já que a maioria dos sonhos dela, de uma forma ou de outra, acabavam ou virando realidade ou fazendo menção a ela.
Logo o dia chegou e eu tive que ir embora, ainda um pouco preocupado com as “visões” do meu amor.
- O que foi, Edward? – perguntou Rose ao perceber minha expressão de preocupação.
- teve outro pesadelo. – eu respondi sem entrar em muitos detalhes.
- Você acha que esse pode vir a se tornar real, como o que ela teve conosco? – ela perguntou preocupada também.
- Honestamente eu espero que não, Rose. – soltei um pesaroso suspiro. – Ela sofria muito nesse sonho e acho que ela já teve sofrimento demais para um período tão curto de tempo.
Rose apenas concordou com a cabeça e voltou para a garagem onde mexia em um dos carros. Eu nunca tinha reparado nesse lado “adoradora de carros” dela. Talvez porque ela nunca tenha mencionado isso com a e quando nos conhecemos de verdade, ela passou a ter pensamentos exclusivos sobre meu irmão.
Bom, sei que foi dessa maneira que eu passei meu tempo – pensamentos perdidos e um pouco de música – até que chegou a hora de levar os pais da até o aeroporto. Alice e Jasper tinham ligado mais cedo, dizendo que tinham chegado na tal cidade e Alice começaria suas investigações. Carlisle e Esme fizeram questão de nos acompanhar e pude ver a surpresa nos olhos dos pais da quando coubemos todos confortavelmente na Mercedes de Carlisle.
A viagem foi tranqüila, seus pais faziam várias recomendações à filha e logo já estávamos em Port Angeles. Enquanto eles cuidavam das bagagens, teve um leve mal súbito, algo como um pressentimento talvez, mas logo se recuperou e se preparou para se despedir de seus pais. A despedida foi emocionante para eles e eu podia ver o quanto eles a amavam e, mesmo sem poder ler a mente da , eu sabia que ela os amava muito também.
Eles foram em direção ao salão de embarque e depois seguiram para o avião. Estávamos os observando do saguão quando teve outra queda de pressão, como se algo muito ruim tivesse vindo à tona em sua mente.
- Não pode ser... – ela sussurrou muito baixo, com desespero em sua voz.
E então os fatos seguintes aconteceram de modo muito rápido: meu celular e o de Carlisle tocaram no mesmo instante: Alice no meu e Jasper no do meu pai.
- Edward, os pais da ... – mas minha atenção foi desviada para seu rosto em pânico e então vimos a explosão.
O que antes era um avião em procedimentos de decolagem havia se transformado numa enorme bola vermelha e alaranjada, que tingia todo o nosso horizonte com suas cores quentes. Em seguida veio o barulho da explosão e os vidros sendo estourados pela diferença de pressão. Joguei-me sobre , para protegê-la dos estilhaços no mesmo momento em que Carlisle e Esme repetiam o meu gesto.
- NÃO! – ela gritou em meu peito, lágrimas desciam impotentes de seus olhos.
- Shiiii. – eu disse em seu ouvido, sabendo que naquela hora nada do que eu falasse poderia confortá-la.
- Não... – a palavra saiu num sussurro baixo e distante e ela desmaiou em meus braços.
- Carlisle! – eu o alertei. Ele segurou em seu pulso, tentando sentir sua pressão.
- Temos que tirá-la daqui. – ele disse pesarosamente.
As sirenes do corpo de bombeiros já se faziam ouvir e havia uma enorme torre de fumaça negra tomando conta de todo o céu. Exatamente como no sonho que ela tivera mais cedo.
- Edward.... – ele sussurrou em meu ouvido. – Meus pais....
- Shiii. – eu a acalantei em meus braços enquanto o aeroporto inteiro estava em caos.
Eu a peguei em meus braços e seguimos para o carro de meu pai. Ambos estavam abalados com os acontecimentos e eu podia sentir todo o pesar que Esme sentia pela minha amada.
- Por que Alice não nos avisou antes sobre isso? – eu perguntei quase com raiva da minha irmã por ela não ter poupado de mais esse baque.
- Alice tem outros interesses no momento, Edward. – Carlisle disse num tom claro de crítica a minha reação. – E não se esqueça de que ela tentou nos alertar.
Era verdade, meio tarde demais, sem dúvida, mas ela tinha tentado. Eu não podia descontar em minha irmã a raiva que eu sentia por não poder salvar dos sofrimentos a que ela estava sendo exposta constantemente.
Agora ela dormia em meus braços e Carlisle voava pela estrada; Esme perguntava como ela estava de vez em quando, mas nós três sabíamos que ela estava em choque. Logo chegamos a sua casa e eu corri com ela até seu quarto, aninhando-a na cama e me colocando ao seu lado. Eu estaria ali quando ela acordasse.

’s POV

Eu estava no meio de uma confusão de sons e imagens: gritos, sirenes, vozes familiares que não faziam sentido, lágrimas, uma grande nuvem escura cobria o céu e ao mesmo tempo havia uma linda tonalidade de vermelho e laranja como pano de fundo. Eu não sabia onde estava, nem o que estava acontecendo. Sabia apenas que meu peito ardia com uma dor dilacerante e eu não conseguia respirar. Pude ver os rostos dos meus pais em meio àquele tumulto todo, suas expressões pareciam tranqüilas e aos poucos eles foram se afastando de mim, indo em direção a uma enorme bola de fogo vermelha.

- NÃO!!! – eu gritei apavorada em minha cama.
- Calma, amor. – Edward disse ao me abraçar com força, me aninhando em seu peito.
- Edward... – eu grudei em seu pescoço. – Ai... foi só outro pesadelo. – eu constatei com alívio, mas ainda sentia meu peito doendo muito.
- ... – ele puxou meu rosto para que pudesse olhar em meus olhos. E então eu não encontrei alívio ali, por ter saído de mais um sonho ruim. A tristeza estampada ali, naqueles lindos olhos dourados, cortou meu coração.
- Não. – e minha voz quase não saiu, tamanho era o nó em minha garganta. Não podia ser verdade!
- Você precisa ser forte, amor. – ele disse baixinho, puxando-me novamente para seu peito.
- Não... não... não.... – eu queria gritar, mas minha voz não saía. As lágrimas lavavam o meu rosto e os soluços se arrastavam pelo meu peito. Não podia ser, não meus pais, não minha família!
- Chora, amor. – ele deu um suave beijo no topo da minha cabeça. – Desabafa toda a sua dor. – e eu chorei mais ainda, mas nem isso fazia com que a dor sobre humana cedesse ao menos um pouquinho. Eu os queria de volta, eu os queria vivos e bem e em segurança.
E então eu fui sentindo que não tinha mais ninguém comigo, que eu estava sozinha no mundo. Nem avós, nem tios, nem irmãos, nem amigos, nem Rose, nem meus pais. Meus laços humanos tinham sido desligados, cortados, arrancados de mim sem a minha permissão, sem a minha vontade. Eu agora só tinha ligação com o mundo sobrenatural, meu namorado vampiro e minha família – porque eu já os considerava minha família também – vampira. Talvez eu estivesse sendo injusta por pensar assim, mas toda e qualquer ligação que eu tinha com o mundo humano, com a vida humana, tinham sido tirados de mim. Só me restavam meus seres míticos e não fazia mais sentido continuar nesse mundo como humana. Eu tinha que convencer o Edward a me transformar, a fazer com que eu fizesse parte de verdade desse seu mundo fantasioso, mas ele era sempre contra isso. E isso não fazia sentido já que ele dizia que me amava. A menos, é claro, que ele não me queira em seu mundo. Oh, céus! Tudo estava tão confuso. Meu peito doía cada vez mais a cada inspirada que eu dava e as imagens da explosão não saíam da minha mente. Aquilo machucava demais e eu queria me esquecer de tudo.
Edward me balançava em seus braços, me segurando como se eu fosse um bebê em seu colo, acariciando minhas costas delicadamente e cantarolando baixinho uma melodia suave e reconfortante. Mas isso só fazia com que eu ficasse me lembrando do motivo dele estar agindo dessa forma, da sua tentativa de me confortar pela perda tão brusca de meus pais. Outra onda de pânico me invadiu e eu não queria mais sentir nada daquilo. E eu sabia que só tinha um jeito de eu esquecer, ao menos naquele momento, de toda a dor que eu sentia ali: Edward. Eu precisava dele, eu precisava de seu corpo, eu precisava de seus carinhos me deixando numa confusão de sentimentos que não havia espaço para pensar em nada, apenas em nós dois.
Eu subi meus lábios encharcados e salgados até a parte inferior da sua orelha e depositei um beijo ali, aspirando o seu aroma adocicado e tentando fazer com que esse contato aliviasse a dor.
- ... – ele disse num tom quase de incredulidade. – Não é hora para....
- Eu preciso de você. – eu o encarei com os olhos ainda ardendo por causa das lágrimas. – Eu preciso que me ajude a esquecer essa dor que está me matando. – ele acariciou minha bochecha molhada. – Eu preciso sentir que ainda tem alguém por mim nesse mundo.
Ele me encarou mais profundamente e entendeu a minha necessidade naquele momento. Entendeu que só ele poderia me ajudar a enfrentar tudo aquilo. Entendeu que eu precisava me sentir amada não só com palavras, mas com gestos, com atos. No segundo seguinte ao encontro dos nossos olhares ele atacava minha boca, num beijo quase desesperado.
Eu joguei meu corpo contra o seu, afundando minhas mãos em seus cabelos e ele passou a beijar cada pedacinho do meu rosto, secando minhas lágrimas – que ainda desciam dolorosas – com seus beijos e me apertou forte contra o peito, como se quisesse fundir nossos corpos num só.
- Eu estou aqui por você, meu amor. – ele disse quando se afastou um pouquinho para que eu respirasse.
Eu não consegui responder, apenas voltei a colar nossos lábios, devorando sua língua com a minha, mas ainda não era suficiente, eu precisava de mais para poder esquecer. Fui tateando seu tórax até encontrar os botões da camisa e passei a abri-los até que consegui me livrar daquela peça. Deslizei minhas mãos pelo seu peitoral e aquilo começou a desviar minha atenção, fazendo com que eu tomasse ciência daquele corpo ao meu alcance. Ele me girou em seus braços e me ajeitou delicadamente sobre o colchão, posicionando seu quadril sobre o meu enquanto ainda me beijava.
Em seguida ele desceu as mãos até achar o primeiro botão da minha camisa, e o desabotoou delicadamente. Desceu os lábios pelo meu queixo e pescoço, até chegar no decote da blusa e depositou um beijo molhado ali. Ele abriu o segundo botão, e novamente beijou o local onde minha pele acabava de ser exposta, chegando ao contorno dos meus seios. Ok, agora as coisas tinham engrenado, pois eu já sentia a corrente elétrica percorrer meu corpo ao sentir seu hálito e lábios em minha pele. Ele foi repetindo o gesto até ter acabado de abrir todos os botões e beijado praticamente todo o meu tronco.
Habilidosamente ele puxou minha cintura, fazendo com que eu ficasse sentada a sua frente e desceu a camisa pelos meus braços, provocando a familiar sensação de formigamento por onde seus dedos frios passavam. Soltei um gemido ainda tímido e ele me olhou com cobiça e com desejo. Uma de suas mãos subiu até meu rosto e o segurou enquanto ele me beijava docemente e abria meu sutien com a mão livre, desfazendo-se da peça rapidamente. Eu voltei a enlaçar seu pescoço e ele foi nos deitando lentamente, pressionando seu corpo contra o meu e me fazendo perceber sua excitação. Outra onda hormonal percorreu meu corpo e agora, a única coisa que eu queria era senti-lo em mim mais uma vez.
Ele desceu seus lábios dos meus e foi em direção ao lóbulo da minha orelha, sugando-o vagarosamente enquanto uma das mãos descia delicadamente até meus seios, e os acariciava gentilmente. Meu corpo se arrepiou de imediato e dessa vez o gemido foi mais pronunciado. Edward sorriu em meu ouvido e voltou correndo para meus lábios, brincando com nossas línguas e sugando meu lábio inferior. Depois ele foi descendo pelo meu pescoço e logo encontrou meus seios, passando então a dedicar longos e preciosos momentos acariciando-os e me deixando completamente louca de tesão. Vez ou outra ele roçava seu membro em mim, insinuando-se descaradamente, o que me fazia involuntariamente pressionar meu quadril contra o seu, conseguindo arrancar um gemido de seus lábios gélidos.
Ele desceu mais um pouco os lábios até encontrar com meu umbigo e ficou mais um tempo ali, beijando-o, lambendo-o, sugando-o, brincando com sua língua. Eu já não sentia coisa com coisa, não havia nenhuma razão em meus pensamentos e eu só queria ele, Edward, para mim. Enquanto ainda brincava em meu ventre, ele aproveitou a proximidade de desabotoou minha calça, abaixando o zíper em seguida, e descendo uma das mãos por dentro da calça, acariciando meu sexo por cima da calcinha. Um espasmo tomou conta do meu corpo e arfei com o carinho. No segundo seguinte minha calça tinha desaparecido e ele também tinha se livrado das suas roupas, ficando completamente nu para mim. Ele voltou a pressionar seu corpo contra o meu, tendo agora apenas minha calcinha como barreira, o que me deixava mais louca ainda.
Seus lábios estavam em todos os lugares ao mesmo tempo, do mesmo modo que suas mãos percorriam todo o meu corpo, não dando chance para que eu conseguisse me concentrar numa sensação só. Ele voltou a acariciar meu sexo sobre a calcinha enquanto roçava os lábios em minha mandíbula, indo dos meus lábios a minha orelha e voltando aos meus lábios. Ele enfiou a mão dentro da minha calcinha e passou a me fazer carinhos ali, me fazendo arfar com o toque gelado em minha pele em chamas e então me deu um beijo profundo e quente quando introduziu o primeiro dedo. Minha respiração se prendeu sozinha e eu finquei minhas unhas em suas costas, apertando-o contra mim o mais que pude. Seus lábios abafaram meu gemido alto.
Logo depois ele saiu de mim e arrancou a calcinha com grande facilidade e se posicionou sobre mim. Ele se apoiou sobre os cotovelos, olhando fixamente para mim quando começou a me possuir lentamente. Eu engoli em seco e ele avançou mais um pouco, com muita delicadeza. Seus lábios desceram até os meus, dando leves selinhos enquanto ele saía e voltava, num movimento lento e profundo. Nossos olhares voltaram a se cruzar e eu via não só desejo ali, mas amor também. Muito amor.
- Eu amo você, . – ele disse baixo enquanto continuava o movimento lentamente.
- Eu sempre vou te amar, Edward. – eu disse deixando que a lágrima presa jorrasse livre.
Ele voltou a descer sua boca até a minha e aprofundou o beijo enquanto aumentava lentamente o ritmo dos nossos movimentos. Era tão bom senti-lo em mim, me possuindo, me completando, me preenchendo, me amando. Ele arfava em meu pescoço, segurando-se ao máximo para que chegássemos juntos ao ápice e eu o enlacei com as pernas, para facilitar esse momento. E então, num movimento profundo e firme ambos explodimos naquela sensação de “pequena morte”, como dizem os franceses. Ele me beijou ternamente antes de sair de mim e me puxar para junto do seu corpo.
Eu estava exausta, inebriada e – por que não? – abobalhada com todo o prazer diferente que ele tinha me proporcionado. Edward era sempre muito carinhoso, mas tinha sido ainda mais essa noite. Eu não queria, mas meus pensamentos não me deixaram esquecer do motivo de tudo aquilo.
- Obrigada, amor. – eu disse beijando seu peito nu. – Obrigada por aliviar um pouco a minha dor.
Ele não respondeu nada. Apenas afagou meus cabelos, minhas costas e meus braços, procurando me deixar o mais confortável possível, enquanto beijava meus cabelos. Uma lágrima escorreu dos meus olhos e ele passou a cantarolar minha canção, o que fez com que meu sono fosse menos angustiado, mas ainda assim doloroso.

Edward’s POV

Como eu imaginei que seria, ela acordou atordoada, achando que tudo não passava de mais um pesadelo, mas logo ela caiu em si e a dor a tomou por completo. Doía-me ver seu desespero, sua angústia e a única coisa que eu podia fazer era tentar confortá-la, tentar garantir que as coisas ficariam bem. Mas era apenas isso. Eu queria arrancar aquele sentimento dela, deixá-la o mais longe possível de tudo que a fizesse sofrer, mas isso era algo que estava além dos meus poderes sobre humanos, além da minha vontade.
Foi mais ou menos nessa hora que ela começou a me beijar de modo insinuante. Será que tudo isso tinha afetado sua razão? Aquela não era hora para trocas de carinhos, para fazer amor. Mas o modo como ela disse que precisava de mim, que ela se sentia sozinha, que precisava saber que haveria alguém para cuidar dela, derrubou todas as minhas defesas e eu entendi que esse era o modo pelo qual eu poderia confortá-la melhor naquele momento. Ainda parecia meio confuso, mas ela já tinha dito que quando estava comigo ela se esquecia de todo o mundo, então eu faria com que isso se realizasse e, pelo menos naquele momento, ela se esqueceria daquela dor que tanto a machucava.
Dediquei toda a minha atenção e carinho a ela naquela hora, só ela importava ali, e fiz tudo que eu sabia para que ela melhorasse. Claro que eu me envolvi naquilo também, já que ver prazer em seus olhos fazia com que eu mesmo sentisse prazer, e fizemos um dos melhores amores das nossas vidas, repleto de carinhos, de atenção e de delicadeza. Não era hora para um tórrido sexo, e sim de conforto, de amor.
Logo depois ela adormeceu em meus braços, mais calma e acho que até mais forte para enfrentar os dias que viriam.
Ela acordou tarde naquela segunda-feira e, apesar de estar abatida, parecia um pouquinho mais centrada.
- Como você está? – eu perguntei quando procurou por meu olhar.
- Bem, eu acho. – ela fez uma pausa. – Eu não sei..... não sei o que fazer daqui para frente. – seus olhos marearam. – Provavelmente tenho que tomar um monte de providências.
- Tem sim, mas não precisa ser agora. – eu disse acariciando seu rosto. – Carlisle está cuidando de algumas coisas para você. – ela me fitou intensamente.
- Já sabem, bem, o que foi que aconteceu?
- Parece que foi um acidente. – eu respondi, relembrando a rápida conversa que tive com meu pai pelo telefone, enquanto ela dormia profundamente. – Um curto-circuito perto do tanque de combustível. – ela tremeu, provavelmente ao relembrar a cena. – Ei. – eu a chamei, trazendo-a para meu peito. – Não precisamos falar sobre isso agora.
- Obrigada, amor. – ela enxugou uma lágrima. – Foi por isso que a Alice não viu nada com antecedência. Ninguém tomou decisão alguma.
- Ahã. – eu concordei. era extremamente perceptiva mesmo.
- Ela já conseguiu alguma informação no Mississipi?
- Ainda não. Ela e o Jasper querem voltar para cá e...
- Não. – ela me encarou. – Diga a ela para continuar suas buscas. Isso é importante para ela. – ela deu um longo suspiro. – Apesar de tudo, a vida continua.
Eu sabia que ela estava tentando se manter forte, e que ela realmente queria acreditar no que estava falando, mas eu também sabia que não seria nada fácil. Naquele dia ela ficou sabendo que os corpos tinham sido recuperados e ela decidiu cremá-los e jogar as cinzas no mar. Ela queria ir até La Push, pois fora um dos últimos lugares em que esteve com seus pais, mas nós não podíamos acompanhá-la na reserva. Eu não podia contar a ela sobre a existência dos lobisomens, nem do tratado, então consegui convencê-la a mudar de idéia.
- Sei que você queria ir lá, mas como você terá que voltar ao Brasil para arrumar as coisas, talvez lá seja um bom lugar para isso. – eu disse da maneira mais gentil que podia.
- Acho que você pode ter razão. – ela disse abalada. – A vida deles era lá, e não aqui.
Embarcamos para o Brasil no dia seguinte e passamos cerca de uma semana e meia por lá, até que ela conseguisse resolver toda a burocracia. Eu passava o dia em sua casa – já que ela morava numa cidade ensolarada – e saímos algumas vezes à noite, para que eu conhecesse um pouco do seu mundo antes de Forks.
- Você tem certeza de que quer voltar para lá? – eu perguntei. Ok, não era a pergunta que eu queria fazer, mas tinha que fazê-la, afinal ela tinha passado por tantas coisas ruins em Forks.
- Claro que tenho. – ela abriu um leve sorriso. – A menos que você queira ficar por aqui. – eu ia dizer que isso era impossível e tal, mas ela não me deixou falar. – Você e sua família são tudo o que eu tenho agora, Edward. Estarei onde vocês estiverem.
Não consegui responder aquilo e apenas a abracei forte, enquanto ela trancava a casa e guardava com carinho as chaves dentro do bolso da calça. Voltamos para Forks naquela noite.

’s POV

Aqueles dias foram mais difíceis do que achei que seriam. Primeiro a cremação e depois a volta para o Brasil, para resolver os assuntos pendentes. Doía muito entrar em casa e sentir o cheiro deles ali, sua presença incrustada em cada cantinho dali. Não teria suportado se não fosse a presença de Edward ao meu lado. Passamos mais ou menos uma semana por lá até que tudo estivesse devidamente resolvido. Herdei até que uma boa quantia das aplicações do meu pai, mas isso não me encantava nem um pouco. Preferiria mil vezes a presença deles ao dinheiro.
Um pouco antes de sairmos da minha casa Edward perguntou se eu tinha certeza de que queria voltar para Forks. Eu respondi que sim, já que era onde ele e sua família estavam. Eu até ia ser meio grossa e dizer que iria até o inferno se fosse preciso, mas achei melhor ficar quieta. Eu tinha entendido a pergunta dele, afinal eu já tinha tido algumas péssimas experiências em Forks, mas tinha tido também as melhores da minha vinda. Então, sim, eu tinha certeza de que queria voltar com ele para Forks. Pegamos o avião naquele sábado à noite e eu tinha certeza de que não voltaria para o Brasil tão cedo.
Chegamos no meio do dia seguinte e como eu estava exausta, dormi rápido e praticamente o dia todo, além da noite também. Acordei com o toque suave de Edward e uma claridade estranha vinda da janela.
- Eu devo estar muito grogue mesmo. – eu disse coçando os olhos. – Até parece que está fazendo sol.
- E está. – ele respondeu sorrindo.
- Uau. – eu disse com um pequeno sorriso nos lábios. Eu ainda não conseguia sorrir largamente. Por mais que começasse a aceitar os fatos, eu ainda estava de luto. Mas então meu pequeno sorriso desapareceu. – Você não poderá ir comigo à escola hoje.
- Infelizmente não, meu amor. – ele também perdeu o sorriso.
- Seria mais fácil se você estivesse lá.
- É só por hoje. – ele disse tentando me animar.
- E o que você vai fazer hoje?
- Vou caçar com Emm. Ele quer ver se consegue achar algum urso.
- Urso? – eu soltei um pouco abismada.
- É. – ele sorriu novamente. – Ele tem uma certa birra com ursos.
- Tudo bem. – eu suspirei pesadamente. – Nos vemos à noite então?
- Sem dúvidas. – ele me deu um selinho e desceu para fazer meu café da manhã. Logo depois eu tomei a refeição e segui para a escola – finalmente livre da bota ortopédica – enquanto ele desaparecia na floresta.
Encarar o colégio foi mais difícil do que eu imaginava. Várias pessoas vieram falar comigo, dar os pêsames e tal, mas eu sabia que a maioria estava sendo falsa, principalmente a dupla Jéssica e Lauren. Agüentei o máximo que deu, mas na hora do intervalo, quando me vi sozinha no refeitório abarrotado de pessoas, senti falta de todos: Edward, Alice, Rose. Minha garganta fechou-se num nó e eu tive que sair dali para respirar. O brilho do sol ajudou a me recuperar um pouco e então decidi que precisava sair dali, aquele colégio estava me sufocando. Peguei as chaves da Chevy e a liguei, indo em direção à minha casa. Já estava quase estacionando quando outro bolo se formou em minha garganta: não era ali que eu queria estar, não queria ficar sozinha naquele momento, precisava desabafar. Pisei fundo no acelerador, decidida a encontrar alguém com que eu pudesse conversar naquela hora: Esme.
Eu sabia que os meninos não estavam em casa e que Carlisle estava no hospital, então seria uma boa oportunidade de passar algum tempo com ela, conversar, espairecer e tentar colocar alguma ordem na minha vida.
Demorei cerca de quinze minutos até que finalmente cheguei à mansão dos Cullen. Ao primeiro olhar ela parecia abandonada, pois não se ouvia barulho nenhum, mas eu sabia que isso era só impressão. Subi os degraus da entrada lentamente – já fazia tanto tempo desde a última vez que eu estivera ali – e empurrei a porta da sala, que sempre ficava destrancada. Ouvi um barulho vindo do segundo andar e olhei para a escada, já esperando por Esme, mas não foi bem ela quem eu vi. Não! Não podia ser! Definitivamente não podia ser!
- Rose? – minha voz saiu num sussurro incrédulo.
- ! – ela exclamou, com uma voz quase encantada e um tom de espanto. – O que faz aqui? – peralá! Como assim o que EU faço ali? O que ELA fazia ali? Ela estava viva afinal? Eles a tinham transformado? Por que ninguém havia me dito nada? Por que esconderam isso de mim? Eu sofri horrores com a falta que sentia dela e ela estava aqui o tempo todo?
- Nós podemos explicar. – disse Esme surgindo ao lado de Rose.
- Vocês.... – mas minha voz não me deixou terminar a frase. Eu estava puta da vida com eles. Todos eles tinham mentido para mim! Edward tinha mentido para mim! Uma lágrima de raiva escorreu em minha face e girei nos calcanhares, seguindo em direção à porta. Uma rajada fria de ar me envolveu, fazendo com que eu me encolhesse ainda mais e revelando uma realidade muito cruel: eu não podia confiar em mais ninguém, nem em Edward.
Eu dei mais um passo em direção à porta, mas fui impedida por um toque gelado que me virava imediatamente. Rose me encarava com um brilho estranho nos olhos, vidrados quase e só então fui reparar que eles não eram dourados e sim vermelhos. Um vermelho muito escuro, quase preto para ser mais exata. Esme aproximou-se tentando afastar Rose de mim, mas minha ‘amiga’ a empurrou com um braço só, fazendo-a parar do outro lado da sala.
- Bem que o Edward disse. – ela sibilou engolindo seco e me prensando contra a parede. – Seu cheiro é delicioso.


Capítulo 26 – Explicações

’s POV

Eu ainda não podia acreditar no que estava prestes a acontecer: minha melhor amiga tinha virado uma vampira, ninguém tinha me contado nada e agora ela estava prestes a me matar! Em minha mente os meus pesadelos com ela voltaram com toda a força. Aquilo não podia ser real!
- Você não precisa fazer isso. – eu disse num fio de voz, encarando aqueles novos olhos desconhecidos diante de mim. Pude ver uma faísca de consciência passando por ali e, por um momento, achei que ela desistiria.
- Eu não... consigo evitar. – ela disse num tom quase de desculpas e inclinou o corpo em minha direção enquanto eu desistia e fechava os olhos.
Um vento passou por mim e fiquei livre dos braços gelados por dois segundos. Abri os olhos e olhei incrédula para um Carlisle lutador, que tentava afastar Rose de mim, ambos engalfinhando-se pela sala. Contudo, ela se livrou dele com a maior facilidade, jogando-o pelos pés ao andar de cima e voltou sua atenção para mim, que continuava estática em meu lugar. Esme correu novamente, tentando impedi-la mais uma vez, mas no segundo seguinte também voava pela sala.
- Não! – uma voz familiar invadiu o ambiente me dando segurança no exato momento em que ele e Emm chocavam-se contra a vampira.
- Calma, Rose, olha pra mim! – Emm berrou segurando a amada num abraço de urso, fazendo-a encará-lo.
Carlisle e Esme correram em direção aos dois filhos para ajudá-los a segurar Rose. Ela aparentava estar dando muito trabalho a eles. Carlisle e Emm finalmente conseguiram dominar minha amiga e seguiram para fora da casa, acompanhados por Esme, enquanto Edward voltava finalmente sua atenção para mim, que ainda estava parada no mesmo lugar, apenas assimilando tudo o que tinha presenciado.
- ! Você está bem? – ele apareceu ao meu lado em meio segundo, segurando em meus ombros.
- Não! – eu gritei, saindo do meu transe, explodindo de raiva. – Nem um pouco bem!
- Ela te machucou? – ele procurava por algum indício em meu corpo.
- Antes tivesse sido ela. – eu disse baixo, com a voz embargada e encarando tristemente aquele par de olhos dourados. Eu soltei meu braço de suas mãos e segui para a porta.
- , eu... – ele tentou dizer me segurando pelo pulso.
- Vocês mentiram para mim, Edward. VOCÊ mentiu para mim. – eu vi que sua expressão era de dor, mas a minha era ainda maior. Puxei meu braço com força e segui correndo para a picape; eu tinha que sair dali naquele momento.

Edward’s POV

Não foi fácil deixar naquela manhã, mas com o sol brilhando eu não poderia ir ao colégio. Apesar dela já parecer um pouco melhor, eu não queria deixá-la sozinha. Nos despedimos na cozinha e eu voltei para casa.
- Como ela está, Edward? – Rose perguntou e eu sabia que sua preocupação era sincera.
- Aos poucos ela está conseguindo. – eu disse ao me largar no sofá.
Eu queria muito vê-la.
- Você sabe que ainda é muito cedo, Rose. – eu respondi a seu pensamento.
- E você sabe como eu me sinto por não poder amparar minha amiga! – ela explodiu em revolta. – Estou com saudades dela, ela sempre foi tão minha amiga, eu tinha que estar ao seu lado nessa hora!
- Nós sabemos como se sente. – disse Emm vindo ao nosso encontro. – Mas ainda é muito perigoso, linda. – Emm tinha uma capacidade incrível de acalmar Rose.
- Eu sei, Emm. – ela suspirou e jogou-se em seu colo. – É só que sinto muita falta dela.
Passamos mais um tempinho ali, Rose se acalmou completamente e logo eu e meu irmão saímos para nossa caçada. Fomos um pouco mais longe, mas não muito e logo encontramos alguns ursos “perdidos” pelo caminho. Eu me saciei rapidamente e então passei a observar Emm, que ainda estava se divertindo com seu lanche quando meu celular tocou.
- está indo para casa! Corre! – disse Alice em tom de desespero. Eu nem consegui responder a minha irmã, saindo correndo da pedra em que estava.
- O que houve, bro? – perguntou Emm um pouco atrás.
- está indo para nossa casa agora. – eu respondi num jato.
- Merda! – ele resmungou e acelerou o passo.
Não estávamos tão longe assim, apenas uns 20 minutos de casa, mas seria tempo mais que suficiente para as duas se encontrarem e uma tragédia ser iniciada. Com esse pensamento, corri o mais rápido que pude, seguido de perto pelo Emm.
Assim que chegamos eu voei para a sala enquanto ouvia alguém sendo arremessado pela casa: Esme. Eu e Emm corremos para cima de Rose e a seguramos, mas a danada era forte pra caramba e só demos conta quando Carlisle e Esme apareceram para nos ajudar.
- Calma, Rose, olha pra mim. – disse Emm e finalmente ela desviou os olhos de .
- Emm... – ela suplicou e ele e meu pai a tiraram de lá, seguidos por Esme.
- ! Você está bem? – eu voei para seu lado. Sua expressão era um misto de terror, incredulidade, dor.
- Não! – ela gritou finalmente me encarando. – Nem um pouco bem!
- Ela te machucou? – não parecia machucada. Será que teve alguma fratura interna?
- Antes tivesse sido ela. – ela soltou num tom baixo e frio, e só aí fui entender o que ela queria dizer. Cortou meu coração ver aquele sentimento em seu rosto. Ela se soltou dos meus braços e seguiu para a porta.
- eu... – eu tinha que explicar a ela, tinha que dizer que sentia muito por tudo aquilo. Puxei-a pelo braço e seus olhos ardiam de raiva. Ela se sentia traída.
- Vocês mentiram para mim, Edward. VOCÊ mentiu para mim. – ela cuspiu as palavras em meu rosto e a dor por tê-la machucado me invadiu. Como pude ser tão estúpido? Eu sabia que ela me odiaria por ter mentido. Ela voltou a puxar o braço e correu para a picape, arrancando em seguida.
- Dê um tempo a ela, Edward. – disse Esme chegando ao meu lado. – É informação demais.
- Eu devia ter imaginado que isso aconteceria. – eu me repreendi. – Ela poderia ter...
- Mas conseguimos evitar, Edward. – disse Carlisle colocando-se ao lado da esposa. – Foi por pouco.
Eu o encarei e bufei. Nada estava me ajudando naquela hora. Eu precisava ficar sozinho para pensar e fui subindo para meu quarto quando senti dois cheiros muito familiares e uma onda de paz invadiu a casa.
- Como a está? – perguntou Alice.
- Acabou de sair daqui, odiando-me até a morte. – eu respondi sem emoção.
- O que aconteceu? – perguntou Jazz
- Ela apareceu do nada aqui em casa e eu quase a matei. – disse Rose com uma voz de partir o coração. – Como eu pude tentar atacá-la?
- Não foi sua culpa, Rose. – disse Emm tentando consolá-la. – É muito difícil mesmo e você só tem alguns meses. Aliás, até que você teve bastante controle. Se fosse outro recém-criado, não teria perdido tempo conversando com ela. – ele reforçou e ficamos todos em silêncio por um tempo.
- Eu sei que ela deve estar me odiando e com medo, mas eu preciso falar com ela. – ela disse quase em súplica.
- Não sei se é uma boa ideia. – disse Emm.
- Emmett, agora ela já sabe que eu não morri. Precisamos conversar. – ela insistiu. – Nem que seja por telefone.
- Hum, assim eu não vejo problema. – Emm disse e ambos me encararam com pedidos silenciosos em suas mentes.
- Eu vou falar com ela sobre isso. – eu soltei e levantei-me do sofá.
- Não, Edward. – disse Alice imediatamente e vi sua visão. – Deixa que eu falo com ela. Se você for agora, vocês acabarão brigando, Eddie.
- Faça como quiser então. – eu disse subindo carrancudo para meu quarto, mesmo sabendo que era o certo a fazer, larguei-me na grande cama que havia sido usada uma única vez. Segundo Alice, estava dormindo naquele momento – talvez tentando organizar suas ideias e sentimentos – e não contive o impulso de aparecer por lá, só por precaução para saber se ela estava bem. Eu ainda pude sentir o cheiro de lágrimas quando parei à janela e aquilo cortou meu coração morto. Sabia que não podia ficar por ali durante muito tempo e acabei voltando para casa, triste e culpado por fazer minha vida sofrer tanto e desnecessariamente.

’s POV

Como eles puderam fazer aquilo comigo? Todos eles viram meu sofrimento com a morte da Rose.
- Morte... – eu soltei em voz alta, com desdém.
Aquilo era imperdoável! Como Edward teve capacidade de mentir de modo descarado para mim? Meus olhos estavam mareados, mas era de raiva, de ódio, de incredulidade. Parei a picape de qualquer modo na entrada de casa e subi correndo para meu quarto, desabando na cama em lágrimas e depois caí num sono pesado e profundo.

Eu corria muito, com todas as minhas forças, mas nem assim conseguia escapar daqueles olhos quase negros que me perseguiam incansavelmente. Finalmente ela me alcançou e me fez encará-la de perto. – Não faz isso, Rose. – eu supliquei. Ela apenas deu um sorriso triste, como se também não gostasse do que estava por fazer. – Sinto muito, mas é impossível para mim. – e seguiu os dentes afiados para meu pescoço.

- Não! – eu berrei quando acordei daquele pesadelo. Tinha sido muito semelhante ao que acontecera mais cedo na mansão.
Realmente não parecia que Rose tinha alguma opção diante de mim, mas nem assim eu consegui me sentir menos aterrorizada. Observei a claridade pela janela e constatei que devia estar no meio da tarde. Meu estômago deu uma ligeira resmungada e só aí me lembrei de que não almoçara naquele dia. Resolvi descer e preparar qualquer coisa, só para enganar a fome. Estava terminando o lanche quando ouvi alguém na porta. Espero que não seja o Edward, não quero falar com ele.
- Alice? – eu disse surpresa. – Você voltou! – e me joguei em seus braços, saudosa da minha amiga. Mas então eu me lembrei de que ela também havia escondido a verdade sobre Rose de mim, então a soltei e caminhei para o sofá. Ela apenas me seguiu.
- . – ela sentou-se ao meu lado. – Sei que você deve estar muito brava com todos nós, e com razão. – ela suspirou e desviou o olhar. – Mas posso tentar explicar nossas razões?
Eu encarei seus lindos olhos dourados e vi aquela expressão de preocupação, culpa e dor. Eu não conseguia ficar com raiva dela, não da Alice.
- Fala de uma vez. – eu disse num tom seco.
- Quando Carlisle encontrou vocês no acidente, viu que o estado da Rose era muito grave mesmo, e que nenhum esforço humano seria suficiente para salvá-la. Emm estava desesperado e pediu que nosso pai a transformasse, e foi o que ele fez. Rose ardeu por três dias, e então era uma de nós. – ela dizia pausadamente, enquanto imagens daquela noite voltavam a minha mente. – Você estava em estado crítico no hospital, em coma, então não tinha como te contarmos nada. E, por fim, achamos que seria mais prudente para ambas que você não ficasse sabendo de nada por enquanto.
- Mas vocês podiam ter me contado quando eu acordei! – eu elevei um pouco minha voz. – Alice, você sabe o quanto eu sofri pela morte dela.
- Eu sei, . – ela voltou a dizer. – Mas era muito perigoso, você insistiria em vê-la e isso não acabaria bem.
- Por que perigoso? – eu perguntei, mas logo respondi minha própria pergunta com as imagens da manhã. – Ela tentaria me atacar como fez hoje.
- Ahã. – Alice respondeu.
- Vocês poderiam ter me explicado tudo isso. Eu me contentaria em saber que ela estava bem. Talvez uma conversa por telefone, sei lá.
- Seus pais estavam por perto o tempo todo e...
- Não o tempo todo. Edward ficava comigo à noite também. Ele podia ter me contado. – e minha última frase quase nem saiu, tamanha era minha dor.
- Sei que erramos, . Sei que ele errou. Mas entenda, foi tentando te proteger. Nenhum de nós queria que você sofresse mais do que já estava sofrendo, mas nossa preocupação com você foi maior do que o bom senso.
As palavras da Alice foram entrando em minha mente e, de algum modo eu sabia que eram verdadeiras. Mas o que doía de verdade, nem era a mentira em si, era o fato DELE não ter confiado em mim.
- Como ela está? – eu me referi a Rose.
- Apavorada por quase ter te machucado. Seu sangue já é naturalmente uma tentação para nós, mas para uma recém-criada, é muito mais potente. O apelo é muito mais forte, quase tão forte quanto para o Edward.
- Que droga! Não queria causar isso a ela. Mas como eu podia adivinhar? – eu disse jogando os fatos em Alice. – Desculpe, Allie, mas ainda estou brava e triste. Vocês são tudo o que me resta no mundo... – minha voz ficou embargada com aquela triste realidade. – Se eu não puder confiar em vocês, em quem mais eu confiarei?
Alice me abraçou forte, parecendo entender perfeitamente o que eu sentia e eu desabei mais uma vez, agora amparada por ela.
- Ele não fez por mal, . Doía em meu irmão o que ele estava fazendo, mesmo achando que era o certo doía-lhe ver o seu sofrimento. Nunca duvide do amor dele, . Nem do nosso. – eu me afastei olhando aqueles doces olhos dourados e respirei fundo.
- E nem vocês do meu. – tenho certeza que se Alice pudesse, lágrimas de emoção estariam descendo por seu rosto de fada.
- Tenho que ir agora. – ela disse. – Você tem uma ligação importante para fazer e eu tenho que ajudar nos preparativos de uma viagem. – e seguiu para a porta.
- Viagem? Quem vai viajar? – eu a questionei, mas logo outra coisa me veio em mente. – Por falar nisso, como foi a sua? – eu perguntei antes que ela desaparecesse.
- Foi muito boa, mas depois a gente fala sobre isso. Só vou adiantar que você me ajudou muito. – mandou um beijinho pelo ar e desapareceu porta afora.
Fiquei pensando no que ela disse e em seguida já estava com o telefone nas mãos.
- Alô? – uma voz feminina atendeu.
- Rose?
- ! – ela soltou num alívio. – Como você está? Por favor, amiga, me perdoe! Eu juro que não queria, mas foi impossível. Eu queria ter te contado tudo, queria estar ao seu lado, mas agora vejo que não poderia fazer isso até estar pronta e entendo o que eles fizeram, então os perdoe também. O Edward está sofrendo tanto e...
- Rose! – eu gritei tentando fazer com que ela ficasse quieta. – Tá tudo bem, respira agora, ok? – e sorri.
- Boba. – ela sorriu do outro lado da linha. – Mas é sério, como você está?
- Acho que agora estou melhor. Você me assustou, criatura! – e ri para deixar a conversa num nível agradável. – Da próxima vez, me avisa antes de ir direto pro meu pescoço, ok?
- Não tem graça, ! – ela tentou parecer brava, mas eu sentia seu sorriso. – Acho que foi a surpresa que atrapalhou tudo. Talvez se eu soubesse da sua presença, tivesse conseguido me controlar. Sinto muito, de verdade.
- Eu também, amiga. Não queria te causar essa dor.
- Ah, ! – e passamos algum tempo conversando. Era tão bom ter minha amiga de volta! Apesar de a sua voz estar um pouco diferente, lembrando a sinos, ainda era a minha boa e velha amiga Rosalie. Bateu um certo alívio por saber que ela estava bem e feliz. Ela não era mais humana, mas ainda era como se fosse, exceto pelo fato dela querer muito o meu sangue.
Eu realmente me sentia mais aliviada depois da nossa conversa e a dor da traição já estava quase esquecida, quase. Doía-me ficar longe dele, doía-me ter brigado com ele, mas não tinha como eu ter tido uma reação diferente da que eu tive. Por outro lado eu começava a entender as razões deles, dele. Lembrei-me do nosso primeiro contato e sua reação ao sentir meu cheiro; eu não podia culpá-los, afinal, por querer evitar que a mesma coisa acontecesse caso eu e Rose topássemos uma com a outra. Edward já tinha mais de um século de existência, e quase isso de privação ao sangue humano, e mesmo assim quase não se controlou; era de se esperar que Rose, tendo apenas alguns dias – ou meses hoje – tivesse a reação que teve. Entrei no banho decidida a sair de lá e procurar por Edward. Já não suportava mais ficar longe dele. Tínhamos que, no mínimo, conversar e desabafar nossas aflições.

Alice’s POV

Eu e o Jazz tínhamos acabado de pousar em Seattle e nos preparávamos para o vôo até Port Angeles, quando tive a visão da chegando em casa e sendo atacada pela Rose. Liguei para o Edward imediatamente enquanto o Jazz ligava para o Carlisle. Íamos ligar para Esme quando inesperadamente a bateria dos dois celulares pifou completamente.
- Não acredito, Jazz! – eu o encarei sem entender como não previra que aquilo aconteceria.
- Vamos, Allie. – ele já puxou meu braço e corremos o máximo que podíamos.
Eu ainda podia ver Rose atacando , o que significava que nenhum deles tinha chegado a tempo. Já estávamos nas proximidades de Forks quando minha visão mudou e vi salva. Mas nem por isso deixamos de correr até nossa casa. Quando chegamos, não sentimos mais seu cheiro no local e imaginei que ela teria ido embora extremamente triste com tudo o que havia acontecido.
Rose estava realmente assustada por ter tido a capacidade de tentar atacá-la, mas todos sabíamos que não era culpa dela, afinal de contas ela era uma recém-criada e, convenhamos, o sangue da fazia até Carlisle dar uma estremecida na base, nunca vi coisa igual! Ela queria falar com a amiga, nem que fosse por telefone e minha visão seguinte foi de Edward e discutindo. Consegui impedi-lo de ir até ela, mas ele não ficou feliz com minha visão.
A conversa com ela não foi fácil, mas eu podia entender como ela se sentia: traída pelas únicas pessoas que lhe restavam, enganada pelo amor da sua vida. Mas depois das minhas palavras, finalmente consegui fazer com que ela ao menos pensasse no nosso lado da história, no fato de nos preocuparmos com sua segurança, no fato de a amarmos tanto quanto ela nos amava. Já no final da conversa tive uma visão com Emm e Rose de partida, então logo me apressei para casa, dando a deixa pra conversar com Rose.
- Como foi com ela, Alice? – Edward perguntou assim que eu coloquei os pés em casa.
- Digamos que já não os vejo mais brigando. – eu respondi faceira, sabendo que eles ficariam bem. – Dê-lhe apenas o tempo de conversar com Rose e depois você pode ir correndo para lá.
- Obrigado, maninha! – ele me abraçou realmente aliviado. – E não pense que me esqueci das suas histórias. Logo darei toda a atenção que você merece.
- Eu sei disso. – eu disse alegremente indo em direção ao quarto de Rose.

Edward’s POV

Alice viu quando acordou e foi correndo para lá, ansiosa e receosa pela conversa que teriam. A espera por sua volta foi torturante, mas minha atenção foi momentaneamente desviada quando Carlisle sugeriu que Emm e Rose passassem um tempo no Alasca, o que não era uma má idéia realmente. Alguns momentos depois o telefone tocou e Rose atendeu, iniciando uma séria conversa com . Alice apareceu em seguida.
- Como foi com ela, Alice? – eu perguntei agoniado, mas me acalmei assim que Alice repassou rapidamente a conversa em sua memória.
Eu sabia que estava muito triste comigo, e até entendia seu ponto de vista, só não agüentava ficar longe dela, sem poder explicar eu mesmo as minhas razões, sem pedir o seu perdão.
Rose desligou o telefone depois de algum tempo e eu sabia que as coisas estavam bem entre elas. Obviamente não era seguro as duas se encontrarem novamente, mas só o fato de poderem se falar já fazia com que um pouco da saudade fosse diminuída.
- Acabei de falar com Tanya e eles estão ansiosos pela chegada de vocês. – disse Carlisle a Emm e Rose. – E parece que eles também têm uma nova integrante. Imagino que isso será muito interessante.
Inevitavelmente Alice percorreu nosso futuro próximo, verificando essa nova integrante, mas não achou nada suspeito ou perigoso. Acenei sutilmente para minha irmãzinha e ela sorriu de volta, concordando comigo. Essa era uma das razões para Alice e eu sermos um pouco mais unidos do que o restante da família: podíamos tentar manter todos a salvo sem precisarmos trocar uma única palavra.
Pode ir, maninho, está decidida a conversar com você. Eu apenas dei um beijo estalado em sua bochecha e corri pela floresta até a casa da minha antes que ela aparecesse em nossa porta outra vez.

’s POV

Saí do banho, coloquei uma roupa qualquer e segui para a porta, com meu destino certo: a mansão Cullen. Mas ao abrir a porta, topei inesperadamente com ele, Edward, parado feito uma estátua grega a minha frente.
- Alice? – eu o encarei sugerindo que ela tinha me visto sair de casa.
- Ahã. – ele respondeu me encarando, mas depois desviou os seus lindos olhos dourados. – Não seria prudente você aparecer lá em casa sem aviso hoje.
- Eu.... realmente sinto muito por.... – eu comecei a dizer, mas ele me interrompeu.
- Não é você quem tem que pedir desculpas, . – ele disse num tom culpado.
Eu não consegui, simplesmente não consegui me controlar e o abracei o mais forte que pude, afundando meu rosto em seu peito, enquanto ele enlaçava minha cintura, prendendo-me a ele. Era tão bom senti-lo ali, comigo. Mas eu não podia me esquecer de que ainda estava chateada com ele, que ele tinha que saber que o que fizera, embora com a melhor das intenções, tinha sido errado.
- Me perdoe, meu amor. – ele disse com o rosto enfiado em meus cabelos. – Eu sabia que não era certo te esconder as coisas, só queria te proteger, evitar que você corresse perigo. Eu...
- Edward. – eu o interrompi séria, tentando controlar o lado que estava adorando tê-lo em meus braços novamente, e o fiz olhar em meus olhos. – Eu sei que você teve a melhor das intenções. Posso entender isso. – eu disse, com um tom ainda seco, ele me encarava com atenção. – O que está difícil de aceitar, o que mais me magoou foi você não ter confiado em mim.
- Eu confio, . – ele tentou argumentar, mas eu o impedi.
- Então me prometa que essa foi a última vez em que não me contou a verdade. – eu mantive meus olhos firmes nos dele. – Não importa o quão grave ou dolorosa seja a verdade, não importa se for o maior segredo do mundo, prometa que você não me esconderá nada.
- , eu... – ele ainda ia tentar argumentar.
- Edward, eu posso aguentar qualquer coisa se você estiver ao meu lado. – suspirei relembrando a recente morte trágica dos meus pais e um pequeno bolo se formou em minha garganta. – O que eu não suporto, o que faz com que eu me sinta perdida e sozinha no mundo, é ser traída por você.
- Eu sinto tanto, minha linda! – ele disse voltando a me apertar contra seu peito. Eu sabia que estava sendo dura com ele, mas ele tinha que saber que ele era a única coisa que importava para mim. – Eu fui um idiota! Por favor, me perdoe.
- Prometa-me que nunca mais fará isso outra vez. – eu disse afastando novamente meu rosto, encarando-o com os olhos brilhando, pois estava prendendo as lágrimas ali.
- Eu prometo. – ele disse encarando-me firmemente, deixando transparecer em seus olhos toda a sinceridade de suas palavras.
As teimosas lágrimas que eu tanto segurava em meus olhos foram mais fortes e rolaram pelo meu rosto nessa hora, mas foi em sinal de alívio e não de tristeza. Eu levei uma das minhas mãos até seu rosto perfeito e o puxei para o meu, selando nossos lábios em seguida. Aquele beijo não foi exatamente apaixonado, foi um beijo cúmplice, um pedido de desculpas de ambas as partes, um beijo de reconciliação.
- Eu te amo tanto, . – ele disse depois que nossos lábios se afastaram.
- Eu também te amo muito, Edward. – eu respondi e me arrepiei com uma brisa mais gelada. – Agora que as pazes foram feitas, que tal sairmos da porta e irmos prum lugar mais quentinho, heim? – eu disse encolhendo-me em seus braços, com o clima mais leve e pacífico novamente. Exatamente como tinha que ser entre nós dois.
No segundo seguinte estávamos em minha cama, aninhados confortavelmente um nos braços do outro. Ele deu um suspiro pesado e eu o encarei interrogativamente.
- Você ainda não disse que estou perdoado. – ele fez um bico lindo.
- É claro que está perdoado. – eu disse e lhe dei um selinho. – Não conta pra ninguém, mas nem se eu realmente quisesse não perdoá-lo, eu conseguiria.
- Seu segredo está seguro comigo. – ele disse rindo e me apertando em seu peito duro.
- Bobo. – eu resmunguei sorrindo. – O que a Rose e o Emm vão fazer no Alasca afinal? – eu perguntei, já que minha amiga não tinha explicado isso direito.
- Bom, já te falei que existem outros vampiros vegetarianos mundo afora, né. Nossa família conhece há algum tempo um desses clãs, os Denali, que moram no Alasca e nós achamos, a idéia foi de Carlisle na verdade, que seria bom para Rose, ficar um tempo por lá, enquanto ela ainda não se acostuma com... o cheiro humano.
- Eles estão indo embora por minha causa? – eu me sentei na cama, quase indignada. – Isso não é justo, Edward.
- Não é só esse o motivo, . Rose é conhecida na cidade. Se de repente alguém topar com ela, qual explicação teríamos para sua morte?
- Humm..... – eu resmunguei com o argumento deles. – Quanto tempo isso vai durar? Quero dizer, ela sempre vai sofrer com isso?
- Infelizmente sim, amor. Mas com o tempo nós conseguimos nos acostumar com o cheiro e fica bem mais fácil. O primeiro ano é o mais complicado de todos, mas depois disso as coisas vão melhorando.
- Um ano? Ficarei todo esse tempo sem vê-los?
- Passará rápido, amor. E Rose tem bastante autocontrole, talvez esse tempo seja mais curto e ela consiga lidar com seu cheiro mais rapidamente.
- Edward... – eu ia começar meu discurso sobre minha transformação, mas desisti da idéia.
- O que foi?
- Nada, deixa pra lá. – eu disse e voltei a encostar minha cabeça em seu peito.
- O que é, ? Você sabe que pode me falar qualquer coisa.
- Eu sei. – eu respondi. – E eu vou mesmo, mas não agora, não hoje. – eu não queria brigar novamente com ele, sendo que acabamos de fazer as pazes. Mas ele não me escaparia dessa conversa e eu sabia que, no fundo, ele sabia do que se tratava aquela pergunta. – Quando eles vão partir?
- Na verdade, eles foram no começo da noite. – ele respondeu receoso.
- Bom... – eu suspirei um pouco chateada por não ter me despedido deles. – Eles têm telefone por lá, né?
- Claro, sua bobinha. – ele desceu o dedo pelo meu nariz. – Você poderá falar com eles sempre que quiser.
Eu senti um leve arrepio com o carinho dele, e até comecei a me animar um pouquinho com a idéia de avançarmos aquelas carícias, mas meu corpo foi traiçoeiro e soltei um bocejo involuntário, evidenciando o cansaço emocional a que aquele único dia havia me exposto. Edward sorriu com minha “revolta” e começou a cantarolar minha música, chamando um sono tranqüilo e sereno.

Rosalie’s POV

Enquanto seguíamos para Denali minha mente repassava o que tinha acontecido naquele dia, desde o desejo súbito pelo sangue da até nossa reconciliação por telefone. Apesar de eu querer muito estar ao seu lado, confortando-a naquele momento difícil, eu tive a prova derradeira de que ainda não estava pronta para encarar seu aroma tão convidativo.
Finalmente, depois muitas horas de viagem, chegamos e eu conheci as lindas irmãs Denali – Kate, Irina e Tanya – e a nova integrante, Paola. Confesso que fiquei um pouco insegura com aquele bando de vampiras lindas e solteiras encarando o MEU ursão. Na verdade, Tanya era a única que não me preocupava, pois segundo Emm, ela era completamente apaixonada pelo Edward. Já as outras três só faltaram babar, mas o que me confortou foi que Emm não tirava seus olhos de mim e garantiu que eu era a vampira mais linda do mundo todo. Fofo! E infelizmente, não pude conhecer Carmen e Elezar porque eles estavam viajando em uma nova lua de mel, segundo Tanya.
- Quer dizer então que o Edward finalmente desencalhou? – perguntou Kate divertida depois de escutar um pouco das novidades trazidas por Emm.
- Pois é. – ele disse um pouco constrangido pela presença de Tanya. – E não foi só ele! Eu também encontrei minha alma-gêmea. – e me deu um beijo estalado na bochecha.
- Emm. – eu disse envergonhada.
- Uma pena isso também. – disse Irina. – Todos os bons partidos estão saindo do mercado. – e me encarou. – Você teve muita sorte.
- Eu sei. – eu respondi, devolvendo o beijo que ele havia me dado, provocando uma careta na vampira.
Apesar dessas pequenas “demarcações de território” no início, logo a convivência se tornou muito agradável. Como éramos as novatas na “turma”, Paola e eu passamos um tempo maior juntas.
- Então quer dizer que você é italiana?
- Pois é. – Paola riu. – Fui transformada há vinte anos, mas nunca gostei da idéia de ter que matar pessoas para me alimentar. Em minhas andanças pelo mundo ouvi falar dos vegetarianos e acabei chegando aqui, sendo muito bem recebida por todos. – ela sorriu com olhos angelicais. – E você?
- Humm.... – eu inspirei profundamente. – Faz apenas alguns meses que fui transformada. Eu, meus pais e minha amiga voltávamos de uma pequena viagem quando sofremos um grave acidente. Minha amiga sobreviveu, mas meus pais morreram na hora e eu teria morrido também, se Emm não tivesse pedido a Carlisle para me transformar.
- Interessante. – seus olhos revelaram um pequeno brilho. – Quer dizer que você já namorava o Emmett antes de ser transformada?
- Ahã. Não só eu, como minha amiga. Ela e o Edward estão juntos, mas ela ainda é humana. – eu suspirei. – Na verdade, é mais ou menos por causa dela que eu estou aqui. Eu quase a ataquei.
- Não me diga! – Paola fez uma careta de espanto. – Mas o Edward não pensa em transformá-la? Eu digo, se os Volturi ficam sabendo....
- É, eu sei. – fiz uma pausa relembrando as histórias sinistras que Emm havia me contado sobre a realeza vampírica. – Mas eu ainda acho que ele vai acabar transformando a .
- Entendo. – ela disse e me encarou com olhos curiosos. – Você parece gostar muito dela.
- Eu a amo. – eu respondi lembrando-me de sua carinha alegre. – Foi a melhor pessoa que eu já conheci, a melhor amiga.
- Seu sentimento é lindo. – disse Paola com certa emoção na voz. – Acho que eu gostaria muito de conhecê-la, saber como é ela.
- Bom... – eu disse pegando uma foto nossa que eu sempre trazia comigo. – Por enquanto acho que pessoalmente vai ser meio difícil, mas essa aqui... – eu disse e apontei para a foto. – ...é minha amiga. .
- Realmente... – Paola disse pensativa. – Parece um encanto de garota. – ela completou com um sorriso angelical nos lábios e me devolveu a foto.



Capítulo 27 – Uma Espécie de Dom

’s POV

Mais uma vez acordei aninhada nos braços do meu amor e me senti a pessoa mais feliz do mundo naquele momento. Ele beijou suavemente minha testa enquanto eu me espreguiçava e sentava na cama, naquela bela manhã de terça-feira.
- Como se sente hoje? – ele perguntou deslizando o dedo fino pela minha bochecha.
- Melhor, eu acho. – fiz uma pausa reflexiva. – Uma hora vou ter que me acostumar à ausência deles, né.
- Isso vai levar o tempo que for necessário, . – ele disse afagando meu rosto. Uma pontada de dor surgiu em meu peito, mas eu a dissipei, mudando o rumo da conversa.
- Você já conversou com Alice? Ela conseguiu encontrar suas respostas no Mississipi?
- Ainda não conversamos decentemente. – ele respondeu com um sorriso de lado. – Quer ir até lá?
- Mas e o colégio? – eu perguntei espantada por Edward estar cogitando matar aula.
- Um dia não vai fazer diferença. – ele respondeu risonho.
- Então não precisa perguntar duas vezes. – eu disse pulando da cama, indo em direção ao banheiro.
Como sempre, ele preparou um café para mim e logo depois seguimos para a mansão. Durante o trajeto eu fiquei um pouco nervosa, imaginando se eles estariam muito chateados comigo por ter feito Rose e Emm irem embora. Mas como se lesse minha mente – será mesmo que ele não pode lê-la? – Edward segurou forte em minhas mãos.
- Eles estão mais receosos que você, . Ninguém estava gostando de te esconder a verdade. – eu apenas sorri de lado e logo chegamos.
O clima realmente estava um pouco pesado, mas logo nós conversamos e tudo estava resolvido.
- Vai, Alice, conta o que você descobriu! – eu me larguei no sofá ao seu lado.
- Bom, eu descobri o motivo de não ter lembranças humanas. Parece que eu fui internada em um sanatório por minha família, porque eu tinha visões quando era humana ainda, e todos me julgaram louca. Fiquei enterrada ali por algum tempo, presa em um quarto escuro, até que para me proteger de um vampiro sádico, um outro vampiro me transformou. Ele foi morto por aquele que queria me matar e eu fiquei por conta própria, até finalmente encontrar o Jazz e depois o Carlisle.
- Nossa, Alice. – eu exclamei sem saber exatamente o que falar. Não era uma história das mais alegres, diga-se de passagem.
- Não precisa se preocupar, . Eu finalmente sei o que aconteceu comigo. – e ela me abraçou emocionada. – Graças ao seu sonho, eu consegui fechar o buraco que faltava em minha vida. Pode não ser a melhor história, mas agora eu estou completa.
- Que bom que pude te ajudar, Allie. – eu lhe dei um beijo na bochecha e todos pareciam sensibilizados pelo relato de Alice. Foi então que uma dúvida pairou sobre minha mente.
- ? – ela perguntou ao sentir a mudança em meus batimentos cardíacos.
- Vocês acham que.... bom... esses meus sonhos... possam ser alguma espécie de... dom? – eu não sabia direito como falar aquilo.
- O que quer dizer, querida? – manifestou-se Esme, enquanto todos os outros se entreolhavam.
- Vocês já pensaram nisso. – eu constatei em voz alta.
- Já, amor. – Edward disse envolvendo minhas mãos. – Ainda não conseguimos entender a lógica dos seus sonhos, mas acho que nenhum de nós tem dúvidas em relação a isso ser um dom.
Ficamos todos em silêncio por um momento, enquanto eu analisava aquelas palavras do Edward. Então eles acreditavam mesmo que meus sonhos eram uma espécie de premonição. Nem eu entendia o que queriam dizer, apenas sabia que de agora em diante cada sonho ou pesadelo que eu tivesse, teria que ser encarado com outra perspectiva.
- Acho que está na hora da comer alguma coisa. – disse Esme quebrando aquele silêncio desconfortável. Eu insisti que não queria dar trabalho, mas logo desisti e seguimos todos para a cozinha enquanto ela preparava alguma coisa. Depois de quase me empanturrar com aquela torta de legumes, Edward se levantou e colocou-se às minhas costas.
- Venha. – ele sussurrou em meu ouvido, como se percebesse que eu ainda não tinha dito tudo o que precisava e me levou para seu quarto.
- Edward.... – eu encarei seus olhos dourados e era a hora de falar. – ...se isso for mesmo verdade, então eu.... eu virarei mesmo uma vampira.
- Eu sei. – ele disse abaixando o rosto e desviando o olhar. – Definitivamente você será uma vampira. – e eu pude sentir dor em sua voz. – Alice já te viu transformada.
- Quando? – eu perguntei com um tom acima do normal, espantada com a revelação.
- Logo depois que nos conhecemos. – ele continuou fitando o nada. – Eu até decidi me afastar de você, mas a visão não mudou. E seus sonhos repetidos. Eu não tenho dúvidas.
- Você não está feliz com isso. – eu disse serenamente, abraçando-me às suas costas.
- Não me entenda errado, . – ele girou em meus braços para me encarar. – É que essa não é a vida que você merece. Você é boa demais para ser condenada a isso. Eu já te expliquei meus motivos.
- Eu sei que já. – eu envolvi seu rosto em minhas mãos. – E eu te entendo, amor. Não concordo com muita coisa, mas entendo. – ele fechou os olhos quando eu deslizei meu polegar em seus lábios. – Mas ambos sabemos que isso irá acontecer. Mais cedo ou mais tarde, já que eu sonho com isso e Alice me viu.
- Ah, ! – ele afundou a cabeça na curva do meu pescoço, apertando-me em seus braços. – Como eu queria que não precisasse ser assim.
- Eu sei, amor. – e eu desci meus lábios até seu pescoço, dando um suave beijo ali. Ficamos assim, abraçados por algum tempo. – Como vai ser, Edward? Quando?
- , não precisamos pensar nisso agora. Podemos esperar...
- Esperar o quê? – eu me afastei um pouco, tentando não demonstrar minha impaciência com sua relutância. – Não tem mais nada que me ligue ao mundo humano, Edward. Meus pais estão mortos e minha amiga é uma vampira agora. Todos os meus afetos agora são vampiros. Você é um vampiro.
- Eu... – ele suspirou profundamente. – ...não estou pronto para fazer isso. Eu poderia te matar.
- Você não vai. – eu lhe garanti, tentando suavizar sua expressão.
- Só me dê mais um tempinho. – ele disse e eu arqueei uma sobrancelha. – Me dê um ano pelo menos.
- Muito tempo. – eu balancei negativamente a cabeça. – No máximo até o ano letivo acabar.
- Mas faltam só dois meses! – ele esboçou incredulidade.
- Edward Anthony Masen Cullen! – eu coloquei as mãos na cintura, impaciente.
- Ok, ok. Quando as aulas acabarem. – e sorriu derrotado.
- Nossa, quem escuta pode até achar que você não me quer para sempre ao seu lado. – eu sorri brincalhona.
- E é justamente por te querer para sempre que estou cedendo, sua diabinha manipuladora. – ele me agarrou pela cintura.
- Eu também te amo, viu! – e finalmente rimos mais descontraídos.

Edward’s POV

Minha noite com a foi tranqüila, depois de tantos encontros e desencontros. Ela havia me perdoado por não ter contado a história sobre a transformação da Rose e já estávamos bem novamente. Ela acordou bem disposta pela manhã e eu comecei a sentir que ela começava a superar as perdas em sua vida. Depois do café fomos para minha casa, já que ela queria conversar com Alice – e eu também, já que tinha tido apenas um vislumbre de suas descobertas – e todos nos reunimos na sala.
O clima ainda estava um pouco pesado devido a nossas atitudes em esconder da a nova condição da Rose, mas depois de alguns pedidos de desculpas e demonstrações sinceras do sentimento que unia minha família vampira àquela linda e doce humana a situação voltou a ser a mais amigável possível.
Em seguida, Alice contou em detalhes suas descobertas e finalmente eu pude sentir minha irmã completa, inteira, sem sombras e dúvidas em relação a quem ela era. Sua história humana não era das mais felizes, mas o alívio que ela sentia era tamanho, que parecia quase como se ela tivesse feito uma descoberta encantadora.
Foi logo depois dessa conversa que finalmente caiu em si sobre a natureza de seus sonhos, da grande e real possibilidade deles terem um significado premonitório. E foi também quando entramos na discussão sobre seu futuro. Ela sabia melhor do que ninguém qual era o seu destino, mas eu ainda tentava encontrar um modo, um jeito qualquer que fosse para impedir aquela situação. Infelizmente eu sabia que não tinha jeito; a visão da Alice não tinha mudado em nada e continuava sonhando que era transformada. Tentei ganhar algum tempo, mas ela foi irredutível e no fim das contas, ela estava certa: não havia motivos para esperarmos mais, a não ser o fato de eu temer realmente não conseguir me controlar e matá-la ao invés de apenas transformá-la. Eu teria que me preparar muito bem para aquilo.
- Nossa, fazia tanto tempo que eu não vinha aqui. – ela comentou, passeando pelo quarto e tateando meus CDs, enquanto tentava dissipar de vez o clima mais pesado da última conversa.
- Muito tempo mesmo. – eu disse ao abraçá-la por trás e lhe dar um beijinho no pescoço. Senti seu corpo tremer e ela engoliu em seco.
- Humm.....erm... – ela resmungou, tentando desviar a atenção. – O que você anda ouvindo? – ela perguntou enquanto apertava o play. Logo começou a música que ela tinha colocado na nossa quase primeira vez, e senti seu rosto ficar vermelho. – Uau. – ela soltou.
Senti a corrente elétrica passar por nosso corpo e a apertei um pouco mais contra meu peito, roçando o queixo em seu ombro e sentindo seu corpo bambear.
- Por que não fica aqui essa noite? – eu disse com uma voz que saiu rouca.
- Não precisa pedir duas vezes. – ela respondeu e virou a cabeça, a fim de encontrar meus lábios e iniciou um delicioso beijo cheio de desejo.
- Ham-ham. – ouvimos alguém raspar a garganta e eu ainda não tinha me dado conta de que era o Jazz. Qual é, Edward, vai me ignorar aqui é?
- Oi, Jazz. – disse ofegante e corada depois de alguma relutância.
- Nós preparamos um ravióli para você, . – ele disse calmamente, modificando o clima ao nosso redor. – Você deve estar com fome.
- Fome? Imagina! Acabamos de almoçar e... – ela parou e olhou ao redor, percebendo que a luz do dia já tinha desaparecido e logo seu estômago resmungou. – Não é possível! – ela riu meio boba. – O que você fez com o tempo, heim? – e me deu um cutucão na costela.
- Nada. – eu respondi quase surpreso por também não ter visto o tempo passar.
- E então, vamos? – disse Jazz com um sorriso divertido ao ver a confusão da .
- Claro, Jazz. – ela disse e me puxou pela mão.
Logo o cheiro da comida invadiu o ambiente e os olhos da brilharam. Enquanto ela degustava o prato, conversamos sobre amenidades e ela quis saber mais sobre os Denali.
- Quer dizer que a tal Tanya arrasta um bonde por você, é? – ela me encarou com um pouco de ciúmes disfarçado.
- Não é assim, . No PASSADO... – eu enfatizei a palavra. – ...ela teve um ligeiro interesse, mas eu a desencorajei e hoje somos apenas amigos.
- Posso acreditar nisso, Esme? – ela se dirigiu para minha mãe, justo para ela que era praticamente incapaz de mentir.
- Hum.... erm.... claro, . – ela gaguejou e percebeu. Desculpe, filho, mas não é bem assim e você sabe.
- Ahã. – ela disse com um tom irônico, encarando-me desconfiada.
- Não importa o que ela sinta, . É você quem eu amo e nada vai mudar isso. – eu disse finalmente, sendo o mais sincero possível.
- Ok. – ela sorriu largamente e segurou em minha mão. – Agora eu acredito em você.
- Boba! – eu puxei sua mão e a beijei delicadamente.
Depois que ela terminou o jantar, ela quis ligar para Emm, para saber como tinha sido a viagem e passaram algum tempinho conversando. Se Emm não fosse completamente apaixonado por Rose, eu até ficaria com ciúmes do jeito carinhoso com que ambos se tratavam. achava isso engraçado, e sempre que podia, aproveitava para me pentelhar.
- Agora venha. – disse Alice já puxando minha amada pelo braço. – Sei que está louca por um banho e eu vou te emprestar um pijama.
- Alice, não precisa se incomodar. – tentou argumentar. – Uso uma camiseta do Edward.
- Nem pensar! – ela quase sibilou. – Você realmente acha que vou perder a chance de te produzir para essa noite?
- Alice! – ela sussurrou baixinho, extremamente envergonhada. Mas minha irmã nem ligou e praticamente arrastou para seu enorme banheiro.
- Não se preocupe. – disse Jasper. – Eu darei um jeito de tirá-la daqui essa noite.
- Vamos todos caçar mais ao norte, que tal? – disse Esme totalmente minha cúmplice.
- Não sei como agradecer. – eu respondi realmente emocionado com minha família.
- Sendo feliz, filho. – disse Carlisle com um brilho nos olhos. – A maior satisfação em uma família é a de que todos estejam felizes.
Fui para meu quarto, preparar o cenário para aquela noite. Já fazia mais de uma semana que eu e não ficávamos “juntos” de verdade. A última vez tinha sido logo depois da morte de seus pais, quando ela estava frágil e sensível. Durante a viagem ao Brasil apenas dormimos juntos, pois tudo estava sendo muito difícil para ela e ontem, bom, ela estava com emoções demais na cabeça para se entregar a isso. Mas hoje não. Hoje éramos só nós dois, e meu corpo clamava pelo dela.
- Ela já está se trocando. – anunciou Alice a minha porta. – Divirta-se maninho. – e saiu saltitante antes mesmo que eu pudesse agradecer.
Eu tinha deixado o quarto iluminado apenas por velas aromáticas – nessas horas tinha que agradecer a Alice por suas bugigangas todas – e decorado com pétalas de rosas vermelhas pelo chão e sobre a enorme cama branca. Virei-me para a parede de vidro esperando que ela aparecesse e logo senti seu delicioso aroma.
- Oi. – ela disse timidamente.
- Oi. – eu disse depois de me virar e observá-la por um segundo, sorrindo de lado.
- Acho que você tem convivido muito com a Alice. – ela disse observando o quarto. – Já está com tendência a super produções. – e sorriu, mordiscando o lábio inferior.
- É o mínimo que você merece. – eu disse caminhando em sua direção. – Aliás, você está linda.
- Obrigada. – ela respondeu já com aquele brilho malicioso nos olhos. – Alice que não me ouça, mas eu realmente prefiro uma camiseta sua. – e sorriu de lado. – Esse babydoll é lindo, mas não é exatamente confortável.
- Bom, Alice que não me ouça, mas eu realmente prefiro você sem nada. – e passei a língua em meu lábio inferior, mordendo-o em seguida, já tendo certa dificuldade em conter meus desejos.
- Acho que eu posso resolver isso. – ela disse caminhando até encontrar meu corpo e dirigir os lábios para meu ouvido. – Mas adoraria ter sua ajuda nessa tarefa. – e me deu um selinho no pescoço.
Ok, foi o suficiente. Enlacei sua cintura com um dos braços, enquanto a mão livre seguiu até sua nuca e joguei meus lábios contra os seus, num beijo quase desesperado. envolveu meu pescoço com os braços e emaranhou os dedos em meus cabelos, enquanto se entregava totalmente aquele beijo.
Fomos cambaleando – como pode? Um vampiro não cambaleia! – até a cama e eu estava completamente inebriado pelo clima sensual que nos envolvia. Deitei de costas e a posicionei sobre meu corpo, sentindo a leve pressão que ela fazia sobre mim. movimentou seu quadril sobre o meu e ambos sentimos a excitação nos envolver. Oh, fuck! Minha namorada é gostosa demais! Ela levantou um pouco o corpo deixando suas mãos espalmadas sobre meu peito nu, já que eu vestia apenas uma calça de moletom, e me encarou com aqueles olhos banhados em luxúria. Ela percorreu a extensão do meu tórax com os olhos e desenhou levemente o contorno dos meus mamilos, umedecendo os lábios enquanto me enlouquecia.
- Tão gostoso. – ela soltou num sussurro baixo e rouco, sorrindo de lado ao voltar a me fitar.
Eu nada respondi, apenas coloquei-me sentado, segurando em sua cintura e atacando seu pescoço, desviando mechas do seu cabelo com a mão enquanto minha língua gelada se encarregava em fazer seu corpo se arrepiar. Ela gemeu baixinho em meu ouvido, atiçando ainda mais meu desejo e enroscando seus braços em meu pescoço, bagunçando ainda mais meus cabelos. Minhas mãos escorregaram pela lateral do seu corpo até a altura da cintura e eu desci mais um pouco, roçando a parte externa de suas coxas, até a altura dos joelhos e depois fui voltando lentamente pela coxa e subindo, levando comigo a camisola sexy que Alice lhe havia emprestado. Afastei um pouco meu rosto, para olhar aquele corpo divinamente esculpido e suspirei inebriado.
Ela ainda tinha os braços em meus ombros, então foi descendo as mãos pelo meu peitoral até atingir o cós da minha calça. Desviou as mãos para encontrar as minhas e as guiou gentilmente até seus seios, soltando outro gemido quando minha pele fria entrou em contato com seu corpo quente. Meu membro já pulsava desesperado dentro da minha boxer, mas tínhamos a noite inteira pela frente, então tentei me controlar mais. percorreu a extensão dos meus braços enquanto eu acariciava seus seios e voltou aos meus ombros, posicionando ambas as mãos em minha mandíbula. Nossos olhos se encontraram mais uma vez.
- Me beija, Edward. – ela pediu e eu voei até seus lábios, não resistindo ao seu pedido.
- Oh....... – eu soltei após sentir toda a paixão em seu beijo profundo, sedento.
Rapidamente eu nos girei na cama e a aconcheguei no colchão, posicionando-me sobre ela. Suas mãos brincavam em minhas costas e eu escorreguei meus lábios até o lóbulo da sua orelha, sugando-o com mais força do que o habitual, surpreendendo-a e fazendo outro gemido escapar por entre seus lábios. Fui descendo minha boca pela lateral do seu pescoço, atingindo a clavícula e descendo mais um pouco, até encontrar seus seios desnudos. Alternei os carinhos entre um e outro, brincando com os mamilos até ela suspirar alto e pesadamente, fazendo com que um sorriso se abrisse em meus lábios.
- Edward.... – ela disse com a respiração entrecortada.
Eu desci mais um pouco minhas carícias, passei pelo umbigo e cheguei ao cós da calcinha, minúscula por sinal, olhando-a com uma expressão sacana. Ela sorriu mordiscando levemente o lábio e afundou os dedos em meus cabelos, concordando com meu carinho. Alice teria que me perdoar, mas não tive paciência com a delicada lingerie e logo ela jazia despedaçada no chão do meu quarto. Desci uma das minhas mãos pela parte interna da coxa da e senti sua respiração falhar uma vez. Fui subindo o carinho lentamente, sentindo seu corpo dar leves tremidas e arfar novamente. Minha mão chegou ao seu sexo junto com meus beijos.
- Oh, céus! – ela arfou alto e eu pulsei mais uma vez com o prazer latente dela.
Dediquei-me a acariciá-la com toda a paciência e delicadeza que aquela região merecia, sendo gentil ao introduzir meus dedos enquanto sugava-a com um ritmo constante. Seu gosto era delicioso!
- Edw..ar... eu... oh... fuck... – ela soltou palavras desconexas quando atingiu o ápice em meus lábios e eu senti todo o seu corpo estremecer em espasmos de prazer.
Eu pude sentir o meu gozo quase chegando, então subi para seus lábios e ela me beijou intensamente, apertando-me fortemente contra seu corpo, pressionando meu membro rígido. Eu afastei meus lábios momentaneamente para que ela respirasse então ela forçou seu corpo nos girando.
- Minha vez. – ela disse com um tom quase vingativo e eu estremeci.
estava completamente nua sobre meu corpo, proporcionando-me uma das melhores visões que eu já tive. Ela foi direto para o lóbulo da minha orelha e mordeu-me ali, provocando uma onda elétrica por meu corpo já torturado. Foi fazendo um caminho de fogo por todo o meu pescoço e depois desceu, passando pelo pomo de Adão. Continuou sua descida pelo centro do meu peito, enquanto suas mãos já estavam na barra da calça e no mesmo momento em que ela enfiou a língua em meu umbigo, apertou deliciosamente meu membro por cima da calça.
- ... – eu deixei sair em uma lufada de ar.
Eu já estava em ponto de bala e ela ainda vinha com essa tortura! OMFG! Ela continuou brincando em meu umbigo e barriga, fazendo desenhos imaginários em minha pele enquanto enfiava a mão por dentro da minha boxer até encontrar meu membro dolorido de excitação. Ofeguei novamente cravando as unhas no colchão a fim de descarregar meu prazer. riu com aquilo e depositou um beijo suave na base do cós da minha calça. Movimentou-se mais um pouco para baixo e num movimento lento e torturante, foi arrastando a calça e a boxer juntas, expondo-me a seus caprichos e desejos. Ela encarou meu membro com um ar extremamente malicioso e depois me fitou, deixando-me à beira da loucura.
Ela voltou novamente a se posicionar entre as minhas pernas e sem pedir permissão, beijou minha cabeça, fazendo com que eu gemesse alto com seu carinho. Seus lábios percorreram toda a minha extensão e sua língua voltou pelo mesmo caminho, enquanto uma de suas mãos apertou-me fortemente na coxa. Pura que pariu! Não vou agüentar assim! No segundo seguinte ela envolveu-me completamente dentro de sua boca e iniciou o movimento que me levava à loucura extrema.
- ... assim eu.... nã...não... – eu soltei, mas ela nem me ouviu, pois continuou seu carinho torturante.
Eu ofegava como nunca tinha ofegado antes na vida, eu já não sabia direito nem onde estava tamanho era meu prazer e então senti o clímax chegando e derramei-me dentro dela, num misto de alívio e prazer. Ela ainda beijou-me algumas vezes e eu a encarei quase incrédulo.
- Delicioso. – ela disse com a expressão mais diabólica possível. – Seu gosto é perfeito.
Ok, eu nem tinha me recuperado daquela descarga e meu corpo já estava se colocando de prontidão outra vez. O que é essa mulher? O que ela faz comigo com uma simples frase? Puxei-a para meu corpo novamente e ataquei sua boca, fazendo com que nossas línguas dançassem juntas. Eu a posicionei sob meu corpo e já a estimulava com os dedos enquanto ela apertava com gosto minha bunda.
- Eu quero você em mim Edward. – ela disse num sussurro já ofegante e eu não resisti novamente ao seu pedido.
Sabia que ela estava pronta para mim, assim como eu estava completamente pronto para ela e fui possuindo-a lentamente. Ela me puxou com mais força e entrei completamente, sentido-a arfar e me beijar mais uma vez. Saí dela e entrei novamente, de modo lento, sabendo que com isso eu a provocava ainda mais. Arfei quando ela cravou as unhas em meus braços e saí novamente, mas dessa vez entrei rápida e profundamente, fazendo com que ela estremecesse e gritasse meu nome.
- Caralho......... – eu gemi alto com o impulso que ela deu indo de encontro ao meu quadril.
- Mais rápido, Edward. – ela quase implorou e eu obedeci, obviamente.
Aumentei nosso ritmo, produzindo movimentos constantes e extremamente prazerosos, e comecei a sentir o novo orgasmo chegando. ofegava e beijava meu ombro e eu desci uma das mãos até encontrar seu sexo, estimulando-a ainda mais para que finalmente chegássemos juntos ao ápice do prazer.
- Oh...... – ela soltou.
- Fuck... – eu completei e debrucei-me delicadamente sobre ela, aumentando a pressão de nossos corpos enquanto lhe dava leves selinhos por toda a face e pescoço.
- Que saudade que eu estava disso. – ela disse selando nossos lábios mais uma vez.
- Nem me fale. – eu respondi antes de finalmente desconectar nossos corpos e a puxar para meu peito.
- Se já é desse jeito agora... – ela disse com sensualidade na voz. – ...nem quero ver quando formos iguais. – e seu tom era quase brincalhão.
- Nem eu. – eu disse, apenas pensando que se agora ela já me deixava maluco, imagina quando ela não precisar descansar. Estou fodido! No bom sentido, claro.
Um bocejo escapou por seus lábios e eu sabia que o cansaço começava a dominar aquele lindo corpo.
- Durma, meu amor. – eu cantarolei em seu ouvido. – Tenha lindos sonhos.
- Boa noite, meu lindo. – ela disse num fio de voz, já perdendo a consciência.

’s POV

Depois que Edward fez a indecente proposta de eu dormir lá eu só consegui pensar naquela noite. Já fazia um tempo que não ficávamos juntos e meu corpo clamava desesperadamente pelo dele. Jantei um delicioso ravióli preparado por Esme, Carlisle, Alice e Jasper e depois Alice me fez usar uma linda e desconfortável camisola sexy da Victoria’s Secret antes de nos deixarem a sós para aquela noite. Já disse que adoro minha família vampira?
Inevitavelmente eu me lembrei daquela quase primeira vez e prometi a mim mesma que não ficaria mordendo meu lábio, a fim de evitar qualquer tipo de “acidente de percurso”, como o próprio Edward havia denominado. Entrei no quarto e o encontrei todo decorado com velas e pétalas de rosas. Estava lindo, maravilhoso, mas minha atenção estava toda naquele vampiro parado diante da parede de vidro, usando apenas um moletom. Oh, God!
Ele caminhou até mim e logo já estávamos atarracados um ao outro. Edward surpreendeu-me com suas carícias, levando-me à loucura e me torturando ao mesmo tempo, enquanto me proporcionava um prazer quase indescritível. Mas, como não era justo que apenas eu me divertisse na brincadeira, dediquei-me a lhe proporcionar o mesmo tipo de carinhos e pela primeira vez, o fiz ter um orgasmo sem mim. E foi maravilhoso provar seu néctar inebriante.
Não satisfeitos ainda, já que a saudade era grande, nos dedicamos a mais carícias e fizemos um amor maravilhoso ainda naquela noite, até que meu corpo caiu extasiado sobre o colchão. Eu adorava sentir tudo o que sentia quando ele me tocava e não sabia como seria quando eu não fosse mais humana, mas só a idéia de não precisar perder tempo descansando, já me deixava animada com aquela etapa que não tardaria tanto assim a chegar. Exaurida das minhas energias eu logo adormeci, sobre seu peito gelado e acolhedor, ao som da sua voz de veludo cantarolando para mim.

Estava tudo muito confuso e as imagens passavam rápidas demais em minha mente, até que finalmente percebi que eu estava no papel de expectadora daquelas cenas. Na primeira eu vi a mim mesma presa a uma cruz, sozinha, rodeada pelos Volturi e mais uma vampira estranha, que tinham uma expressão de vitória. Na cena seguinte havia um bebê que chorava desesperadamente em meio a chamas. Outra cena foi a de minha avó segurando meu pai no colo. Mais uma cena e era minha mãe me mostrando um colar e brincando com minha marca de nascença. E a cena seguinte, Carlisle segurando o primeiro bebê nos braços e este com o mesmo colar no pescoço.

Sentei-me na cama arfando com a sequência de imagens e minha mão instintivamente estava sobre aquela peculiar marca de nascença em meu peito. Eu suava frio e levei alguns segundos até perceber Edward quase desesperado ao meu lado.
- ? O que foi amor? – ele estava diante de mim encarando meus olhos perdidos.
- Eu... – eu tentava organizar aquilo tudo em minha mente. Algumas imagens não faziam o menor sentido, já outras eram extremamente familiares.
- Outro pesadelo, amor? Você está bem? – ele começou a me chacoalhar. – Fala comigo, !
- Eu preciso ir para casa. Agora! – eu disse enfática.
- O que houve? – ele tentou acalmar a voz.
- Preciso me certificar de uma coisa, Edward. – eu disse com meu cérebro funcionando a mil por hora.
- Ok, vamos lá então. – ele pareceu chateado por eu não dar detalhes.
- Assim que alguma coisa fizer sentido eu te conto, sim? Só preciso ter certeza antes. – e afaguei seu rosto de traços perfeitos. – Está tudo bem.
- Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? – ele já parecia mais tranqüilo.
- Eu sei. Só quero tirar uma cisma antes, só isso. – e selei nossos lábios.
Vesti a roupa que tinha usado durante o dia e logo já estávamos correndo pela mata. Eu ia tentando juntar os pedaços daquele sonho e nem percebi que já estávamos em meu quarto. Acendi a luz e comecei a revirar as coisas de meus pais, que eu tinha trazido do Brasil, para guardar de recordação. Uma dor invadiu meu ser com a saudade despertada por revirar aquelas coisas, mas não tinha tempo para ela naquele momento.
- Achei! – eu quase gritei quando finalmente peguei o objeto.
- O que é, ? – Edward sentou-se ao meu lado e eu lhe mostrei o colar de prata com o pingente em formato de coração com uma rosa e uma adaga em seu centro. (n/a: é o pingente da capa dessa fic.)
- Meu pai deu a minha mãe quando ela engravidou de mim. – então coloquei o pingente sobre a marca de nascença, um perfeito coração dois tons mais escuro que a tonalidade natural da minha pele – como eu e ela costumávamos fazer – e ele percebeu a semelhança. – Nós sempre brincamos que ela devia ter encostado o pingente na barriga e por isso eu nasci com essa marca. – e sorri com a lembrança. – Apesar de ter sido um presente de meu pai para ela, minha mãe me deu quando eu fiz 15 anos. Mas eu decidi deixar com eles quando vim para cá, como uma lembrança, sabe.
- É lindo, mas ainda não entendo. – ele disse com um olhar confuso que poucas vezes vi.
- Esse colar era do meu pai, na verdade. Ele o ganhou da minha avó quando completou 15 anos. E ela contava que o tinha ganhado do meu bisavô, quando ela completou 15. – eu sorri com mais uma lembrança das histórias da minha família.
- É uma jóia de família, mas ainda não sei por que te deixou tão abalada. – ele ainda me encarava.
- Segundo meu pai contava, meu bisavô foi deixado em um cesto, na porta da casa dos meus tataravós numa noite escura de tempestade. A única coisa que ele carregava era esse colar. Ele foi criado pelos meus tataravós, que partiram da Itália para o Brasil quando ele tinha cerca de 5 anos. Mais tarde ele conheceu minha bisavó, casaram-se e teve uma única filha, minha avó. Quando minha avó completou 15 anos, meu bisavô deu a ela o colar, um presente de aniversário. Minha avó cresceu e conheceu meu avô e logo ela ficou grávida do único filho: meu pai. Ela lhe deu o colar quando ele fez 15 anos. E com eu pai foi a mesma coisa: ele conheceu minha mãe, logo casaram e quando minha mãe engravidou, ele lhe deu o colar. – eu ia juntando as peças em minha mente, tentando achar a lógica do meu sonho. – E, seguindo a tradição da família, quando eu fiz 15 anos, eles me deram o colar.
- Ainda não vejo nada estranho. – ele disse.
- O estranho é que meu bisavô, minha avó, meu pai e eu temos essa mesma marca. – eu disse apontando para a região perto da clavícula. – E a coisa fica estranha de verdade quando, no meu sonho dessa noite, Carlisle apareceu segurando meu bisavô nos braços... – senti Edward ficar apreensivo a minha frente. – ...e eu apareci num ritual de sacrifício promovido pelos Volturi.
- Como é? – ele sibilou com fúria.
- Pode parecer loucura, mas acho que foi Carlisle quem salvou meu bisavô e o colocou na porta da casa dos meus tataravós. – eu disse encarando-o com a seriedade das palavras. – Só não sei onde os Volturi se encaixam nisso.
- Vamos descobrir. – ele disse já me colocando em suas costas e correndo novamente pela mata. – Eles já devem ter voltado da caçada.
Novamente nem vi a “viagem” passar e logo já estávamos na bela mansão.
- Carlisle? – Edward o chamou e ele apareceu na porta do escritório.
- Algum problema? – ele nos olhava com receio.
Entramos no escritório e Edward encostou a porta.
- Por acaso você reconhece essa marca? – eu disse lhe mostrando meu colo.
- Acho que vi algo semelhante uma vez, muito tempo atrás. Por quê?
- Ela lhe diz alguma coisa? – eu insisti.
- Não, . O que está havendo? – ele encarava Edward com firmeza.
- E esse pingente, por acaso você já o viu antes? – eu disse mostrando-lhe o colar e o vi ficar mais branco do que ele já era.
Corri meus olhos para o Edward e pude ouvir um rugido raivoso se formando em seu peito enquanto ele se colocava protetoramente ao meu redor, provavelmente lendo as memórias de seu pai.
- Onde você conseguiu isso, ? – Carlisle disse quase em pânico.



Capítulo 28 – Antepassados

Carlisle’s POV


- Onde você conseguiu isso, ? – eu perguntei chocado com a visão do objeto. Não podia ser! Aquele ela o símbolo dos Salvatori della Notte! Eu já não via aquele brasão há quase de 150 anos. Jurava que eles tinham sido completamente exterminados pelos Volturi. Mas então, como tinha aquele colar? E a marca! Oh, sim a marca; agora eu a reconheço. Santo Deus!
- Está na minha família há gerações. – ela respondeu nitidamente assustada com minha reação de espanto e a reação protetora de Edward. Meu filho não sabia da existência daquele grupo, pois quando eu o transformei, eu já não ouvia mais falar sobre os Salvatori. – O que tudo isso significa afinal? – ela perguntou impaciente.
- Está tudo bem por aqui? – perguntou Jasper entrando na sala, seguido por Alice e Esme. Eu apenas fiz um sinal com os olhos.
- , porque não nos conta como esse colar foi parar em suas mãos? – eu a estimulei e ela contou a história da sua família. Como eu não percebi que aquele bebê era um Salvatori? Não fazia idéia de que aquela criança que eu havia salvado era o último descendente do grupo!
- E foi isso. – ela terminou o relato. – Esse colar passou de geração para geração até que chegou a mim. E junto a isso, veio a marca em formato de coração. Todos os donos do colar também a possuíam. – ela respirou fundo e olhou para Edward. – Agora vocês vão me explicar o que isso significa?
- Antes disso. – eu a interrompi e vi a impaciência em seus olhos. – Gostaria de saber como você chegou a esse colar essa noite.
- Eu sonhei com isso. – ela respondeu. – Eu era uma expectadora dos acontecimentos e vi o colar em minha família, vi você salvando meu bisavô e... – ela fez uma pausa e Edward a abraçou protetoramente. – ...e me vi junto aos...
- Não! – ela foi interrompida pelo grito de Edward, que encarava furioso Alice. – Isso não vai acontecer! – ele apertou mais forte em seus braços, numa tentativa de proteção.
- O que houve, Alice? O que você viu? – perguntava olhando de Edward para ela.

’s POV

Ok, ainda não tinha conseguido nenhuma resposta para todas as dúvidas que pairavam em minha mente: o que significava aquele colar, porque Edward e Carlisle tinham ficado tão abalados, por que eles estavam tão relutantes em me contar as coisas? Qual era afinal o grande segredo?
Antes de me responder, Carlisle quis saber como eu tinha reencontrado o colar e eu comecei a contar sobre meu sonho. Mas quando chegou na parte em que eu contaria sobre os Voturi, Edward rosnou de raiva, encarando uma Alice desolada.
- O que houve, Alice? O que você viu? – eu perguntei olhando para ela e voltando a olhar para Edward. Mas ninguém me dizia nada. – Pelo amor de Deus, alguém vai me explicar o que está acontecendo? – eu falei mais alto, chamando a atenção de todos para mim. – Edward?
- ... – ele ficou reticente.
- Você prometeu não me esconder mais nada, lembra? – eu encarei seus olhos dourados e vi dor neles. Algo estava muito errado ali.
- Eu sei. – ele afagou minha bochecha e me fez sentar. Jazz colaborou deixando o ambiente mais calmo. – Carlisle, conte a ela o significado do pingente e depois eu direi a visão de Alice. – ele disse e viu concordância nos olhos de todos os presentes. Obviamente eles já sabiam o que Alice tinha visto. Teriam conversado em velocidade vampírica?
- Esse pingente, , é o símbolo dos “Salvatori della Notte”. – disse Carlisle. – Os salvadores da noite. E a sua marca de nascença... – ele olhou pesarosamente para Edward. – ...é a marca que identifica os membros desse grupo.
- Certo... – eu respondi reticente, ainda juntando as peças em minha cabeça. – Eu tenho a marca de um grupo. E o que esse grupo faz exatamente para que vocês tenham ficado tão aterrorizados? – houve mais um momento de silêncio angustiante.
- São caçadores de vampiros. – Edward disse finalmente, encarando firmemente meus olhos. – Esse é um grupo muito antigo, quase tão antigo quanto nós, vampiros. E sua missão é destruir todos os vampiros que encontrarem pela frente.
- Caçadores de vampiros? – eu disse sem realmente acreditar naquelas palavras. – Vocês estão me dizendo que uma marca de nascença e um colar fazem de mim uma caçadora de vampiros?
- Isso. – disse Carlisle, ainda com pesar.
- E isso quer dizer exatamente o quê? – eu me levantei e caminhei pelo escritório. – Que eu tenho que.... que caçar vocês? Isso é ridículo. – eu disse revoltada, encarando a estante.
- É a sua missão, . – disse Carlisle em um tom baixo. – Tudo se encaixa perfeitamente agora.
- Como assim? – eu me virei para encará-lo.
- Seu fascínio por vampiros desde a infância, sua falta de medo em se aproximar, a incapacidade de Edward em ler a sua mente e de Jasper manipular seus sentimentos. – ele me encarou com olhos esclarecedores. – São características da sua natureza caçadora. Está no seu sangue. Seus pesadelos, eles começaram logo depois que você ganhou o medalhão?
- Acho.... acho que sim. – eu disse incrédula relembrando que, desde que tinha visto aquele pingente, quando completei 15 anos, meus pesadelos começaram.
As palavras dele me fizeram entrar em outro estado de consciência. Aquilo até que fazia sentido, se observado pelo ângulo que ele expunha, mas e aí? Eu estava destinada a caçá-los? A destruí-los? Não! Eu não poderia, eu não conseguiria, nem mesmo se o apelo da minha natureza me ordenasse.
- Eu renego minha natureza. – eu disse voltando-me a eles. – Eu simplesmente não posso fazer essas coisas. Não com vocês. – e meus olhos marearam com o desespero.
- Calma, . – disse Edward me abraçando ternamente. – Você não terá que fazer nada, meu amor. – estar ali, abraçada a ele era o que me bastava. Eu não queria saber se eu era uma caçadora ou não, se meu sangue me mandava fazer alguma coisa ou não. A única coisa que importava era estar ao seu lado, sentindo-o ao meu redor. E foi aí que veio a imagem do ritual de sacrifício.
- Onde os Volturi se encaixam nisso tudo? – eu perguntei tirando a todos do momentâneo instante de calmaria. E então a ficha caiu. – Foi isso que você viu, não foi Alice? Eles virão atrás de mim, pelo que eu sou.
- Eles não vão conseguir. – Edward rosnou ao meu redor. – Eu não vou deixar.
- Quantos caçadores ainda existem? – eu perguntei, tentando ignorar o pavor que aos poucos me tomava.
- Você é a última. – disse Carlisle seriamente. – Quando eu salvei aquele bebezinho, não fazia idéia de que ele era um Salvatori. Nem sabia que aquela chacina era obra dos Volturi. Apenas peguei a criança nos braços e a deixei na porta de uma família que eu sabia, por trabalhar no hospital, que tinha perdido uma criança recentemente. – ele suspirou com as lembranças talvez. – Ele estava confortavelmente aninhado em um manto, por isso não vi o medalhão.
- E como eles não descobriram o que você fez? Aro não pode ler sua mente também? – eu perguntei confusa, lembrando-me de quando Edward me contara sobre os dons dos Volturi.
- Eu já havia deixado o convívio com eles. – Carlisle respondeu. – Algum tempo depois espalhou-se a notícia de que todos os Salvatori haviam sido destruídos e os vampiros estavam a salvo, mas eu não liguei um fato ao outro.
- Mas, se eles acreditavam que seus inimigos estavam destruídos, como souberam da ? – perguntou Esme, pronunciando-se pela primeira vez.
- Alguém deve ter descoberto a falha e começou uma nova caçada. – disse Jasper medindo as palavras. – Mas ainda não sei como explicar como chegaram até você, .
- Isso não importa realmente agora. – disse Edward me abraçando.
- Eles sabem que está conosco e já se decidiram a vir atrás dela. – disse Alice colocando-se ao meu lado e segurando minha mão. – Temos que tirá-la daqui o mais rápido possível.
Houve mais um momento de silêncio e então Carlisle levantou-se e seguiu até a janela. Edward dirigiu seu olhar ao pai e logo este disse.
- Podemos ir para Denali. – ele disse. – Falarei com Tanya. Ela não se negará a nos ajudar.
- Mas e a Rose? – eu perguntei.
- Ela não chegará perto de você, amor. – disse Edward em meu ouvido.
- Não é isso. – eu balancei a cabeça negando o raciocínio dele. – Não tenho medo dela. Só não quero que ela sofra por minha causa.
- Ela ficará bem, . – disse Alice. – Ela só precisa estar consciente da sua presença. Posso ver isso.
Todos pareceram mais relaxados e Carlisle fez a ligação. Alguns minutos depois ele voltou a atenção para nós e anunciou que partiríamos em um dia. Com as coisas mais ou menos organizadas, o clima ficou um pouco mais leve e logo eu comecei a me sentir cansada.
Chegamos novamente ao quarto do Edward e ao ver a imensa cama um bocejo pronunciado escapuliu por entre meus lábios. Ele apenas sorriu e me puxou para seu peito, aconchegando-me ali.
- Que namorada você foi arrumar, heim! – eu disse em sua pele.
- O que quer dizer? – ele ergueu a cabeça para me fitar.
- Oras. – eu sorri de lado. – Além de ter o aroma mais tentador do mundo para você, sou uma caçadora de vampiros e agora uma fugitiva da realeza vampírica!
- Pois é, né. – ele disse descendo a ponta do dedo pelo meu nariz. – Sabe como é, minha vida estava pacata demais. – e riu sem muita alegria.
- Se eles nos encontrarem...
- Eles não vão. – Edward disse firme.
- Se eles nos encontrarem... – eu ignorei a interrupção e continuei meu raciocínio. – ...Carlisle estará seriamente encrencado.
- Talvez não. – Edward disse. – Apesar de não concordar com as atitudes deles, Carlisle não agiu de má fé e tenho certeza de que Aro levará isso em consideração. – então ele me abraçou forte. – Mas não temos que pensar nisso, já que não acontecerá nada disso. – ele deitou minha cabeça novamente em seu peito e começou a cantarolar minha canção.
- Edward?
- Sim, amor?
- Acho que sei um jeito de impedir todo esse problema. – eu disse sentando-me na cama e encarando seus olhos.
- , você não...
- Claro. – eu respondi imediatamente. – Se eu estiver transformada quando eles chegarem, não haverá mais problema. Eu já serei uma vampira e toda a linhagem de Salvatori terá desaparecido comigo.
- Mas...
- Por favor, Edward, pense comigo. – eu quase implorei. – Nós já tínhamos decido que isso aconteceria. – eu o encarei firmemente. – É só antecipar um pouquinho.
Ele bufou contrariado – eu sabia das ressalvas que ele tinha, mas diante das novas circunstâncias, aquilo me parecia bastante lógico – mas percebeu finalmente que eu tinha razão.
- Só vamos esperar até que cheguemos a Denali, está bem? – ele sentou-se a minha frente.
- Por quê?
- Porque estaremos no meio do Alasca, com pouquíssimos seres humanos ao redor, e com toda a estrutura e ajuda para que você se adapte o mais fácil e rápido possível ao nosso estilo de vida. – ele respondeu quase triunfante ao ver a compreensão em meus olhos.
- Em Denali então. – eu respondi com um leve sorriso nos lábios, que logo foi quebrado por mais um bocejo.
- Venha dormir, meu amor. – ele disse novamente me puxando para seu peito. – Aproveite, pois suas noites de sono estão chegando ao fim. – e riu sem muito humor.
- Não fique triste, Edward. – eu disse beijando seus lábios delicadamente. – Poderemos aproveitar esse tempo de outras maneiras. – e sorri de lado.
- Você é impossível, dona ! – e riu também, começando minha canção logo em seguida. Não demorei nem cinco minutos para dormir e o sono, dessa vez, foi tranqüilo, apesar de todas as revelações daquela madrugada.

Edward’s POV

Eu não tinha entendido a magnitude de tudo aquilo até ver as lembranças de Carlisle. Durante séculos os vampiros foram caçados pelos Salvatori, e estes pelos vampiros, num duelo praticamente eterno. A guerra ficou enterrada sob as luzes da caça às bruxas, mas estava mais viva do que nunca naquela época. O próprio Carlisle havia sido caçado uma vez, mas conseguira escapar e passou a tomar mais cuidado com seus hábitos. Durante o período em que esteve ao lado dos Volturi, ele aprofundou seu conhecimento sobre aquele grupo e sobre todos os rituais que envolviam a morte tanto dos da nossa espécie, quanto a morte dos caçadores quando capturados.
Ele chegou a presenciar um extermínio, e a visão que ele teve foi uma das mais cruéis que ele já presenciara. E fora exatamente o que Alice havia visto: os Volturi tinham planos de executar o ritual rigorosamente, abusando de todos os requintes de crueldade durante a execução de seu inimigo.
Como se representasse algum perigo para alguém! Uma pessoa tão doce, tão maravilhosa! Ela nunca faria mal algum a ninguém. Eu não permitirei que ela corra esse risco. Nunca! Jamais!
Sua reação perante a verdade sobre sua história a deixou revoltada e logo ela entendeu o perigo que corria. Mas, para variar só um pouquinho, ela não demonstrou medo. Parece que seu cérebro funciona de modo um pouco diferente, não se deixando abater pelo medo ou terror, mas sim encarando-o de frente. Talvez fosse resquício de sua real natureza, mas definitivamente a colocava em mais perigos do que o normal.
Quando finalmente ela relaxou um pouco fomos até o quarto, mas ela ainda me preparou mais uma: veio com a idéia de antecipar sua transformação a fim de tentar evitar maiores problemas para todos nós. Obviamente eu não gostei da idéia de imediato, mas analisando a situação de maneira mais fria e racional, ela tinha razão. Se ela já fosse uma vampira quando os Volturi a encontrassem, não teriam mais motivos para se preocupar com seu inimigo e ela não seria condenada ao fim de sua existência. Logo ela adormeceu em meus braços e eu quis aproveitar cada segundo daquilo, pois dentro de dois dias, no máximo, eu deixaria de sentir o calor da sua pele e os batimentos do seu coração. Seu sono seguiu tranqüilo e sem mais pesadelos, e não tardou para que a claridade de mais uma manhã invadisse o meu quarto. se mexeu em meus braços e me encarou com um rostinho cansado.
- Bom dia. – ela disse sem aquela animação matinal costumeira.
- Oi, linda! – eu respondi. – Volte a dormir, amor. Você quase não descansou essa noite.
- Não posso. – ela respondeu. – Se vamos embora entre hoje e amanhã, tenho que arrumar algumas coisas, cancelar o colégio, organizar uma mala no mínimo. – e sentou-se na cama dando um longo bocejo.
- Não precisa se preocupar com isso. Carlisle vai ao colégio resolver nossa situação e tenho certeza de que a sua também. – e acariciei seu rosto. – E quanto a sua mala... bom, Alice já tem alguns planos.
- Oh, céus! – ela exclamou deixando-se cair no travesseiro ao meu lado e afundando o rosto ali. – Ela não vai querer brincar de boneca comigo, vai?
Eu não consegui responder devido às gargalhadas que não consegui conter. Envolvi-a novamente nas cobertas e em meu peito e logo ela apagou novamente. Cerca de duas horas depois ela acordou novamente, dessa vez com um rostinho mais descansado e, depois de tomar o tradicional café da manhã, eu a levei até sua casa.
- Carlisle já decidiu quando vamos? – ela me perguntou.
- Amanhã cedinho. – eu respondi brincando com uma mexa do seu cabelo. – Como você está?
- Não sei ao certo. – ela respondeu com um suspiro. – É um pouco estranho ter que me despedir assim das coisas.
- Está com medo? – eu a encarei mais intensamente.
- Não. – ela sorriu sincera. – Só estou absorvendo todas as mudanças que acontecerão em breve na minha vida. – ela passou seus delicados dedos ao longo do meu rosto. – Não se preocupe, amor. Estou bem com tudo isso. Só quero dar uma última volta pela cidade antes que o dia termine.
- Tudo o que você quiser, meu anjo. – eu a abracei e senti que todas as suas palavras eram sinceras e verdadeiras.
Passamos o dia na sua casa encaixotando suas coisas e deixando tudo preparado para nossa longa viagem. não tinha trazido muitas coisas na verdade, a maioria eram roupas e objetos pessoais, já que a casa tinha sido alugada mobiliada já. No final da tarde eu levei tudo para minha casa, deixando com ela apenas uma pequena mala de mão.
- Quero passar essa última noite aqui, Edward. – ela disse sentada na cama.
- Claro, minha linda. – eu respondi.
Ela preparou alguma coisa rápida para comer e depois seguimos para sua Chevy. Demos uma demorada volta por Forks, passando pela antiga casa de Rose, pela lanchonete onde ela almoçava às vezes, pelo colégio agora vazio e por fim pela escola de dança. Eu havia preparado uma pequena surpresa para ela, já que não dançávamos desde a fatídica noite do acidente de carro e pedi que ela parasse ali.
- Por que tenho que ficar de olhos vendados Edward? – ela ria impaciente.
- Por que é uma surpresa, oras. – eu respondi divertido. Posicionei-a no centro do salão e finalmente retirei a venda.
- Edward.... – ela sussurrou admirada, com um lindo sorriso nos lábios e os olhos levemente mareados.
- Teremos a eternidade inteira para dançarmos, minha linda, mas como humana apenas mais essa noite. – eu disse segurando seu rosto em minhas mãos.
Ela não disse nada, apenas olhou mais uma vez ao redor, observando a meia luz produzida pelas velas, os arranjos de rosas brancas e vermelhas espalhados pelo local e alguns tecidos caídos do teto e presos às paredes, formando arcos finos e delicados.
- Você é perfeito, meu amor. – ela disse algum tempo depois e beijou meu rosto suavemente. Eu nos posicionei e dei play no aparelho de som. (n/a: leiam ouvindo essa música –Música 11)

’s POV

Com certeza aquele parecia ser mais um sonho que eu estava tendo. Edward me conduzia delicadamente pelo salão, fazendo com que eu sentisse que flutuava ao invés de dançar. Eu tinha meu rosto apoiado em seu ombro e ele segurava gentilmente em minha cintura enquanto dançávamos lenta e deliciosamente aquela linda música. Era perfeita para aquela ocasião. Ele me girou algumas vezes, sempre me trazendo de volta ao abrigo de seu corpo e, vez ou outra, dava-me selinhos ora nos lábios, ora nas bochechas, ora em minha testa. Confesso que esperei por um tórrido tango quando abri os olhos e me deparei com aquele cenário, mas ele conseguiu me surpreender com aquela melodia delicada e tão apaixonada. Dançamos coladinhos durante toda a música e ele finalizou a dança deitando meu corpo em seus braços e dando-me um beijo doce, delicado, sincero, de amor eterno.
- Eu amo você. – eu disse mergulhando naqueles olhos de ouro. – Para sempre.
- Para sempre. – ele repetiu e me beijou novamente, com um pouco mais de paixão dessa vez. Eu me arrepiei completamente com seu toque e senti, mais do que em todas as outras vezes, a magnitude do nosso amor.
Eu nem precisei falar para que ele entendesse que estava na hora de irmos embora dali e seguimos diretamente para minha casa. Ele fez questão de me carregar no colo porta adentro, voando até meu quarto e colocando-me gentilmente sobre a cama.
- Eu tenho mais uma surpresa para você. – ele disse com um sorriso arteiro nos lábios.
- O que é? – eu perguntei curiosa e admirada com o brilho intenso de seu olhar. Ele afastou-se um pouco, ficando momentaneamente de costas para mim e depois se voltou, encarando-me com um meio sorriso que me deixou inebriada.
- ... – ele se ajoelhou a minha frente e deixou à mostra uma pequena e delicada caixinha de veludo preto. Oh, céus! Ele não vai fazer o que eu estou achando que ele vai fazer, né? – ...você aceita se casar comigo? – e abriu a caixinha, revelando uma delicada e lindíssima aliança em ouro, com detalhes em baixo relevo e uma única pedrinha brilhante no centro.
- Eu tenho mesmo que responder? – eu disse com a voz embargada pela emoção que aquela cena me fazia sentir. Eu simplesmente não conseguia segurar o sorriso em meus lábios.
- Por favor... – ele disse olhando-me fixamente.
- Aceito. – eu sorri enquanto uma lágrima escorria pelo meu rosto. – Com todo o amor que existe em meu coração e em minha alma. – Edward retirou a aliança da caixinha e a colocou em meu dedo anelar da mão esquerda, beijando-a em seguida e depois voltando a olhar para mim.
- Você é a pessoa mais importante da minha vida, da minha existência. É a minha própria vida. Serei seu eternamente, meu amor. – ele disse com tanta emoção que se ele pudesse, eu juraria que estaria com lágrimas em seus olhos, assim como eu estava nos meus.
- Eu já sou eternamente sua. – eu respondi e puxei seu rosto para selarmos nossos lábios, para selarmos nossa união.
Aquele beijo começou terno, doce, delicado. Nossos lábios apenas levemente encostados, dançando num ritmo suave e cúmplice. Senti novamente aquele gostoso arrepio provocado pelo seu toque em minha pele e separei meus lábios, convidando-o a unir nossas línguas numa coreografia mais sensual. Seu toque gelado em minha boca quente, a mistura de nossos sabores, a sincronia de nossos movimentos só me fazia constatar mais uma vez o óbvio: ele era o meu destino; independente da minha natureza, independente da sua natureza.
Ele foi me subindo pela cama delicadamente, mas com firmeza, mostrando que estava tão envolvido quanto eu naquele momento de entrega. Aconchegou-me no centro da cama, sob seu corpo e afastou nossos lábios para que eu respirasse. Nossos olhares se cruzaram mais uma vez e agora já existia, além de ternura e amor, desejo e paixão ali. Eu puxei novamente seus lábios para os meus, quase com desespero e esse beijo foi intenso, profundo, completamente apaixonado. Minhas mãos passaram a percorrer suas costas de mármore e bagunçar ainda mais seus cabelos, enquanto as suas mãos percorriam toda a lateral do meu corpo, pressionando-me em pontos estratégicos e fazendo com que todos os pelos da minha pele se arrepiassem.
- Edward... – eu sussurrei baixinho enquanto ele roçava seus lábios frios em meu pescoço.
Ele riu em minha pele e seguiu em direção ao lóbulo da minha orelha, sugando-o lentamente e torturando-me com aquele carinho. Engoli em seco quando ele beijou a região logo abaixo e corri minhas mãos para a barra da sua camiseta, puxando-a para cima enquanto arranhava suas costas, sabendo que estava deixando ali um caminho de fogo. Edward terminou de tirar a peça rapidamente e pressionou suavemente seu corpo sobre o meu, fazendo-me senti-lo todo sobre mim. Oh, God!
Ele então sentou-se, apoiado em seus joelhos, sobre meu quadril e passou a brincar com a barra da minha blusa, subindo-a vagarosamente e revelando aos poucos meu ventre, minha cintura, a base das costelas e o começo do meu sutien. Parou ali e desceu seus lábios para a região desnuda, passando sua língua em cada centímetro de pele aparente e brincando com meu umbigo. Arfei com seus carinhos e meu corpo começava a ter discretos espasmos de prazer.
Eu forcei então meu corpo para cima, ficando sentada diante dele enquanto ele terminava de subir a blusa e se livrava da mesma. Desci meus braços enlaçando seu pescoço enquanto devorava seus lábios e colava nossos troncos. Ele enlaçou os braços em minhas costas e foi desenhando cada detalhe de pele ali, deixando aquele delicioso rastro de formigamento que sua pele fria proporcionava. Delicadamente ele abriu meu sutien e foi se livrando daquela peça, enquanto nossas línguas brincavam de se achar. Livre daquele pedaço de tecido, Edward colou nossos corpos novamente e o contato de meus seios nus com seu peito provocou uma onda elétrica de excitação por todo o meu corpo. Afundei ainda mais meus dedos em seus cabelos cor de bronze e suguei seu lábio inferior, provocando nele um gemido grave de prazer.
Afastei-me um pouco dele, para poder encarar seus olhos de luxúria e desci minhas mãos, arranhando-o delicadamente desde os ombros até o cós da sua calça. Ele fechou os olhos com o carinho e mordeu o próprio lábio inferior, num nítido gesto de prazer. Aquilo fez com que meus lábios implorassem pelos seus novamente e o beijei no exato momento em que fiz pressão com minha mão em seu membro pulsante. Com isso consegui arrancar outro gemido de prazer dele, o que me deixou mais excitada ainda. Ele nos deitou sobre o colchão novamente e passou a roçar os lábios pelo meu pescoço, clavícula, colo, entre os seios e seguiu até meu umbigo novamente. OMFG! Minhas mãos voaram para seus cabelos novamente e, com maestria e rapidez ele abriu minha calça e a deslizou por minhas pernas, deixando-me apenas com a calcinha. Seu sorriso sacana ao me analisar provocou outra onda de excitação e eu me coloquei de joelhos, atarracada novamente em seu pescoço. Ele desceu as mãos pela lateral do meu corpo e quando chegou na altura de meus quadris, deslizou a mão pela minha bunda e me apertou contra seu corpo, fazendo com que me chocasse com seu quadril e seu volume rígido e pulsante.
- Delícia.... – eu sussurrei em seu ouvido enquanto descia novamente minhas mãos pelas suas costas e começava a brincar com o cós da sua calça. Fui percorrendo toda a extensão do tecido até encontrar o botão, mas não o desabotoei e sim deslizei minha mão sobre o tecido e pressionei fortemente seu membro.
- Oh, ... – ele não segurou e gemeu em meu ouvido, com aquela voz rouca de desejo. Pressionei novamente aquele volume todo e ele gemeu novamente, cravando os lábios em meu pescoço.
Subi a mão em direção ao botão e finalmente abri a calça, descendo o zíper e fazendo com que a peça escorregasse por suas coxas até os joelhos. Não resistindo à tentação, direcionei ambas as mãos até sua bunda e o puxei para mim, fazendo com que nossos corpos se chocassem mais uma vez e tomassem consciência um do outro. Houve outro grunhido da parte dele e um arfar da minha parte nessa hora, e eu deslizei minhas mão para dentro da sua boxer, apertando novamente aquele bumbum maravilhoso. Puta que pariu como ele era gostoso!
Sem pensar muito, eu desci a boxer pelas suas coxas, deixando seu corpo livre para mim e segui minhas mãos lentamente pela linha do seu quadril, passando por aquelas entradas perfeitas e finalmente chegando ao meu objeto de desejo.
- Você.... deixando... maluco.... – ele arfou em meu ouvido enquanto simplesmente pulverizava minha calcinha. Ah, como eu adorava deixá-lo à beira da loucura!
Edward deslizou as duas mãos até a parte de trás da minha coxa e sem sacrifício nenhum me colocou enroscada em seu quadril, deixando nossos sexos em contato extremo, provocando sensações indescritíveis. Nem vi quando ele terminou de se livrar das roupas, pois no momento seguinte eu estava novamente deitada sobre o colchão e Edward pressionava seu quadril contra o meu, roçando seu membro e me provocando espasmos de excitação e ansiedade.
- Eu... quero... você.... – eu disse em seus lábios, forçando minhas pernas e pressionando ainda mais nossos corpos.
E no momento seguinte meu amor deu início ao movimento, entrando lenta e profundamente em meu corpo, fazendo-o tremer de prazer. Edward manteve um ritmo lento e profundo, sem muita força, apenas provocando aquela cócega prazerosa, me deixando completamente fora do ar.
- .... – ele grunhiu em meu ouvido uma vez mais, com a voz carregada de prazer.
- Oh, Edward.... – eu gemi em resposta, sentindo o clímax chegando.
Aumentei um pouquinho nosso ritmo e encarei fixamente seus olhos dourados, que me diziam que ele também estava quase lá. Usei toda a minha força para prender-me ao máximo em seu corpo enquanto ele dava mais uma investida, dessa vez rápida, forte e profunda e gememos juntos, quando nosso orgasmo chegou ao mesmo tempo para nós.
- Wow! – eu arfei quase sem voz.
- Ahã! – ele também ofegou e desceu sua testa até encostar na minha. Ficamos nos encarando por alguns instantes até que ele deu um beijinho na ponta do meu nariz e outro em meus lábios. – Você ainda vai me matar. – ele disse num sorriso bobo.
Eu não consegui articular nenhuma resposta, apenas gargalhei divertida e acariciei seu rosto antes de beijá-lo mais uma vez e ele colocar-se ao meu lado, puxando-me para seu corpo em seguida.
- Sabe... – eu comecei, apoiando meu queixo em seu peito e o fitando. – ...estou realmente curiosa para saber como serão essas sensações todas depois.
- Tem receio de alguma coisa? – ele perguntou fazendo uma careta de interrogação.
- Não é receio... – eu disse. – ...é que já é tão maravilhoso e perfeito agora, que não consigo nem imaginar o que ainda falta para sentir, entende?
- Acho que entendo. – ele respondeu. – Também tenho essa curiosidade, porque, querendo ou não, eu ainda não posso me soltar totalmente, senão... – eu o interrompi colocando o indicador em seus lábios.
- Logo logo nós descobriremos, meu amor. – eu disse e ele beijou meu dedo delicadamente.
- Logo. – ele repetiu e me aninhou novamente em seu peito.
Eu confesso que não queria dormir, mas a noite anterior mal dormida e o gasto de energia de alguns momentos atrás repercutiram em meu corpo e logo minhas pálpebras estavam se fechando sozinhas.
- Durma com os anjos, meu amor. – ele cantarolou.
- Você também. – eu respondi e embarquei na inconsciência.

(...)

- Amor? – eu ouvi ao longe, numa suave melodia. – ? Acorde meu anjo.
- Já? – eu resmunguei manhosa.
- Aham. – ele respondeu numa voz divertida. – Temos que ir, linda.
Eu finalmente abri os olhos e notei que ainda estava escuro. Fui meio grogue para o banheiro e demorei um pouco a mais ali, até finalmente estar desperta o suficiente. Edward tinha preparado um café leve e o levou na cama para mim, mimando-me um pouco. Não demorei muito a tomar aquela refeição e enquanto eu terminava de fechar aquela última mala, ele correu até a cozinha e voltou.
- Pronta? – ele segurou em minha cintura.
- Pronta. – eu disse, dei uma última olhada em meu quarto e seguimos – eu com a Chevy e ele com o Volvo – para a mansão.
- Você vai me deixar organizar sua festa, não vai? – disse uma Alice saltitante assim que coloquei os pés na sala.
- Tenho outra escolha? – eu disse rindo e já imaginando que tipo de festa ela organizaria.
- Não! – ela gritou e me abraçou forte. – Que lindo! Que feliz! Você vai adorar tudo, !
- Alice! – Edward a repreendeu, provavelmente vendo as armações da irmã. – Menos, ok?
- Ah, Edward! Deixa de ser chato! – e todos acabamos rindo daqueles dois.
Depois de tudo arrumado nos carros, Carlisle, Esme, Jasper e Alice se acomodaram na Mercedes e eu e Edward fomos com o Volvo, seguindo para o norte, rumo a Denali.


Capítulo 29 – Denali

’s POV


Não sei bem quanto tempo a viagem durou porque dormi grande parte do caminho. Quando acordei ainda era dia e o sol brilhava imponente num lindo céu azul.
- Uau! – eu exclamei encantada.
- Lindo, não? – Edward disse ao notar minha expressão admirada.
- Ahã. – eu respondi girando a cabeça para ver todos os ângulos da paisagem. – Que horas são?
- Quase sete da noite. – ele respondeu e completou, notando minha expressão. – Os dias e as noites são um pouco diferentes por aqui.
- Estou vendo. – eu respondi. – Ainda falta muito?
- Não. – ele sorriu e acariciou minha bochecha. – Mais uma hora mais ou menos. – eu apenas assenti e voltei a apreciar a tundra colorida e a imensa cadeia de montanhas coberta pela neve branca. (Foto 05)
Aquela hora passou rápido e finalmente chegamos à casa das três irmãs vampiras. Emmett também estava parado à porta e pude ver que numa das janelas no alto da casa, encontrava-se Rose, com um misto de felicidade e insegurança no rosto.
- ! – gritou meu irmão mais velho e correu em minha direção, abraçando-me com força enquanto me girava no ar.
- Emm! – eu respondi segurando em seu pescoço. – Que saudade disso, maninho!
- Nem fale, sua pestinha! – ele gargalhou e me colocou no chão. – Como você está?
- Agora eu estou bem, Emm. Ao lado das pessoas que eu amo. – eu respondi e vi seu sorriso se alargar mais. – Como ela está?
- Rose está bem. Morrendo de saudade de você. – e ambos olhamos para a janela, de onde ela abriu um largo sorriso e acenou para mim.
- Será que conseguiremos ficar frente a frente? – eu perguntei com um misto de esperança e receio.
- Tenho certeza que sim. – ele respondeu e finalmente deixou que Edward me apresentasse às vampiras.
- ... – ele disse abraçado firmemente em minha cintura. – Essas são Kate, Irina e Tanya.
- Olá, meninas. – eu disse no meu tom mais cordial possível, tentando não demonstrar a súbita insegurança que se abateu sobre mim diante daquelas beldades.
- Oi, . – disse Irina sorridente, mostrando todos os seus dentes brancos e afiados.
- Apenas . – eu respondi e forcei-me a sorrir também.
- ! – disse Kate, a segunda irmã, mais simpática que a primeira. – Lindo nome. – e sorriu menos ameaçadoramente para mim. – Seja muito bem vinda a nossa casa. Espero que goste.
- Tenho certeza de que vou gostar, Kate, obrigada. – eu respondi à vontade com ela.
- É um prazer conhecê-la. – disse por fim Tanya, com um tom seco e desviando constantemente os olhos para Edward. Senti o mesmo um pouco mais rígido ao meu lado.
- O prazer é todo meu, Tanya. – eu respondi formalmente, sentindo toda a tensão ali. Tanya era lindíssima e por um momento não entendi o motivo do Edward não ter se encantado por ela e sim por mim.
- Tanya, querida! – disse Esme logo em seguida, acompanhada por Carlisle. – Como é bom revê-la.
- Onde está a nova integrante? – perguntou Carlisle mudando o rumo da conversa.
- Ah, meus amigos. Paola saiu para caçar. Mas deve estar de volta em breve. Vamos entrar. – ela respondeu seguindo para dentro da casa.
Eu olhei para Edward ao meu lado, que ainda me segurava firme ao seu lado e sorri, garantindo-lhe que eu estava bem com tudo aquilo. Ele finalmente relaxou um pouquinho e seguiu seu olhar para Jazz, que tinha um sorrisinho de lado nos lábios, e então entendi que Jasper usara seus poderes.
- Foi mesmo necessário, Jazz? – eu perguntei curiosa.
- Ahã. Não estava muito a fim de perder minha cunhada tão cedo. – ele respondeu em tom de brincadeira.
- Bom, nesse caso, obrigada, cunhadinho. – eu respondi rindo e seguimos para a porta. Mas antes de finalmente entrar, eu me virei para o Edward.
- E a Rose?
- Ela está bem, amor. – ele afagou minha bochecha. – Emm está com ela agora e assim que ela se acostumar com seu cheiro, vocês poderão se ver. – eu sorri em resposta. – Vamos? – eu acenei com a cabeça e adentramos à residência.
A conversa rolava solta lá dentro, e Tanya manteve-se o tempo todo ocupada com Esme, Alice e Carlisle. Kate foi a que melhor me recebeu e senti que Irina estava um pouco enciumada também, não sei se por causa do Edward em si, ou pelo fato dele ter preferido uma humana à sua irmã. Sei que depois de cerca de uma hora a tal Paola chegou e minha impressão não foi das melhores já que ela me era familiar, mas eu não sabia bem da onde.
- Nossas visitas chegaram! – ela exclamou divertida e veio até a sala. – Sou Paola, a mais nova integrante da família... – e riu encarando Irina, com alguma piadinha interna. – ...pelo menos até que elas resolvam me expulsar. – e todos rimos com sua brincadeira.
Paola foi apresentada à família e enquanto isso, pude perceber Edward e Alice analisando-a de cima a baixo.
- E, finalmente... – ela parou a minha frente. – A humana da família. – e estendeu a mão para mim.
Retribuí o gesto amigável e aceitei sua mão, mas então outra coisa estranha aconteceu: nossos olhos se conectaram e por uma fração de segundo senti como se ela me odiasse profundamente. A sensação passou tão rápido quanto veio e, aparentemente, apenas eu senti isso, pois ela continuava com um lindo sorriso na face.
- Prazer em conhecê-la, Paola. – eu disse para não parecer antipática.
- Oh, você é um doce. – ela exclamou ainda sorridente. – Rose a descreveu perfeitamente.
- Obrigada. – eu disse e ela foi se sentar ao lado de Irina e Kate. Olhei para Edward, imaginando se ele teria percebido minha impressão, mas seus olhos dourados estavam tranqüilos.
- Tudo bem? – ele me encarou intrigado.
- Aham. – eu disse e sorri, mas eu sabia que o sorriso não tinha chegado aos meus olhos.
- ... – ele disse em tom de alerta.
- Depois falamos. – eu tentei sorrir mais convincente. – Não é nada.
Ele ia dizer alguma coisa, mas foi interrompido por passos nos degraus da escada que dava para a sala onde estávamos e Rose apareceu, sendo amparada – ou contida seria melhor? – pelas fortes mãos de Emmett em sua cintura.

Edward’s POV

Chegamos a Denali no fim do dia e fomos muito bem recebidos pelas meninas. Tanya foi a que deu “mais trabalho”, pois ficou o tempo todo inundando minha mente com perguntas sobre que nem vale à pena relembrar. Kate foi a que a recebeu melhor e Irina, bom, Irina tinha aquele velho hábito de não se dar por satisfeita se não fosse o centro das atenções.
Algum tempo depois finalmente conhecemos a novata do clã: Paola. Quase que ao mesmo tempo, eu e Alice fizemos nosso papel de protetores da família: Alice investigando o futuro daquela vampira, enquanto eu estava atento aos seus pensamentos. Felizmente não havia ali nada que denotasse algum perigo para qualquer um de nós.
Finalmente ela se aproximou da e eu pude ler uma centelha do que parecia ser reconhecimento em seus pensamentos, mas isso passou muito rapidamente e ela parecia realmente encantada pela minha noiva. Depois dos cumprimentos ela se afastou e me olhou, como se quisesse me dizer alguma coisa, mas mudou de idéia no meio do caminho. Eu ia pressioná-la mais um pouco, mas foi bem nessa hora que Emm e Rose desceram as escadas e as duas amigas se encararam.
- Não respire, meu amor. – disse Emm em seu ouvido e Rose obedeceu imediatamente.
Eu não vou atacá-la. Rose pensou e encarou com olhos realmente saudosos.
- Rose. – disse colocando-se de pé lentamente, tentando ao máximo não exalar fortes ondas do seu aroma. – Como é bom te ver, amiga. – e suspirou de emoção. – Você está incrível.
Agradeça a ela por mim, Edward.
- Rose está agradecendo, amor. Ela está sem respirar. – eu traduzi.
- Ah, minha amiga. – disse querendo se aproximar dela, mas eu a segurei no lugar. – Logo isso não será mais necessário, está bem?
Eu quero tanto abraçá-la. Rose pensou e me olhou com aquela expressão de gatinho do Shrek. Por favor, Edward. Eu estou sob controle.
- Não sei, Rose. – eu disse com a sensação de coração partido. – É muito arriscado.
- O que, Edward? – me perguntou.
- Ela... – eu ponderei se falaria ou não, já que nem precisava ser adivinho para saber que também queria abraçar a amiga. – Ela quer te dar um abraço. – eu disse finalmente.
- Oh, Rose. – exclamou com os olhos mareados. A sala inteira estava em silêncio, comovidos com a situação. – Alice? – se dirigiu a minha irmã.
- Vocês duas estarão seguras. – ela respondeu, compartilhando comigo a visão de que Rose não atacaria minha amada.
- Continue sem respirar, ursinha. – sussurrou Emmett no ouvido de Rose e sorriu para . – Venha com calma, maninha.
A tensão era palpável naquela hora e Jazz entrou em ação, para deixar Rose o mais tranqüila possível. foi caminhando lentamente, enquanto eu seguia à suas costas, pronto para desviá-la ao menor sinal de indecisão de Rose. Emm continuava segurando firmemente a cintura de Rose e me encarou, compartilhando do mesmo cuidado que eu.
Alguns instantes depois as duas já estavam próximas demais e ambas deram as mãos, reconhecendo-se, aceitando-se, acostumando-se uma com a outra. E então se entregaram ao abraço tão desejado.
- Ah, ! – Rose disse com sua voz embargada de emoção.
- Rose! – também disse, não controlando mais a emoção. – Como é bom saber que você está viva, minha amiga!
- Ah, que saudade! – Rose ainda disse, gastando quase que totalmente sua cota de ar para se fazer ouvir.
As duas permaneceram um longo tempo abraçadas ali, apenas deixando que o carinho, a saudade e a amizade fluíssem de uma para outra.
- Vem, amor. – eu disse depois de um tempo, não querendo arriscar mais a sorte.
afastou-se um pouco dos braços da amiga, mas antes ainda acariciou o rosto dela, que tinha os olhos brilhantes pela emoção. Rose fez o mesmo gesto, afagando as bochechas de e então afastou-se de vez, seguindo com Emmett para fora da casa.
Obrigada, Edward. Ela pensou antes dos dois saírem correndo pelas árvores.
Em minha mente eu ouvia os suspiros emocionados de Esme e Alice – que estariam chorando de emoção se pudessem – e também de Carlisle e Jazz. Tanya, Irina e Paola não tinham se deixado abater muito com tudo aquilo, mas Kate também suspirava, sensibilizada com a situação. deu mais um longo suspiro e encostou a cabeça em meu peito.
- Tudo bem? – eu ergui seu rosto até que nossos olhos se encontrassem.
- Aham. – ela sorriu e enxugou as lágrimas. – Foi muito intenso, só isso.
- Eu sei, minha linda. Eu sei. – eu a aconcheguei novamente em meu peito e acariciei seus cabelos.
- Ela... ficou bem? – perguntou um pouco depois.
- Sim. – eu respondi sinceramente. – E ficou muito feliz também por conseguir se controlar. Ela tem um grande autocontrole.
- Acho que eu preciso respirar um pouco. – disse e seguimos juntos para fora, enquanto o clima na sala voltava ao normal.
Caminhamos em silêncio por um tempinho, até estarmos longe o suficiente da casa e ela se sentou em um tronco de árvore que encontrou ali.
- Qual o problema, ? – eu perguntei, fazendo com que ela me olhasse nos olhos. – Não está feliz por reencontrar a Rose e tudo ter dado certo?
- Claro que estou, amor. – ela disse abrindo um discreto sorriso.
- Então o que há de errado? – eu insisti. Odiava não poder ler sua mente.
- Não sei explicar direito. – ela começou. – Acho que estou um pouco intimidada pela presença de todas aquelas lindas mulheres. – ela disse finalmente, mas seu tom de voz me dizia que não era nada daquilo.
- Por favor, . – eu tentei descontrair um pouco. – Não faz muito o seu feitio se sentir insegura com relação a isso. Tem outra coisa aí.
- Não tem... – ela soltou ainda mais reticente ainda.
- ... – eu usei aquele tom de alerta, avisando-a de que tinha percebido sua fraca tentativa de não me contar a verdade. Ela sorriu.
- Pode não ser absolutamente nada, Edward, mas.... – ela inspirou e me fitou. – ...mas eu senti alguma coisa estranha em relação à tal Paola.
- Estranha como? – eu a instiguei, pois precisava de mais informações. – Sentiu isso com as outras também?
- Não. – ela respondeu prontamente. – Tipo, a Tanya quer me matar por tê-lo roubado dela, isso é nítido e a Irina parece ser mimada demais, mas com a Paola foi diferente. – e ela respirou profundamente. – Eu meio que senti que já a conhecia de algum lugar, mas não sei de onde e quando ela veio me cumprimentar e apertou minha mão... bom, eu senti, por uma fração de segundo apenas, algo como se ela me odiasse profundamente. E depois passou. – ela terminou e novamente me olhou. – Ela teve algum pensamento diferente?
- Não, . – eu respondi depois de varrer minha memória. – Ela tinha os pensamentos mais doces por você.
- Eu disse... – ela sorriu fracamente. – É só uma besteira. Uma impressão boba. – e seu sorriso se abriu mais um pouquinho.
- Nada é besteira, amor. – eu disse abraçando-a. – Se foi isso que você sentiu, e isso te incomodou, temos que prestar atenção. – e beijei o topo de sua cabeça delicadamente. – Você é muito perceptiva, linda. Não podemos descartar nada.
- Eu não queria te preocupar. – ela disse olhando para mim com aqueles olhinhos angelicais.
- Não me preocupou. – e sorri, beijando a ponta de seu nariz. – Alice vasculhou nosso futuro e essa vampira nova não nos trará problemas. – eu disse e a senti um pouco mais relaxada em meus braços. – Agora vamos, você precisa comer algo e já está esfriando aqui fora. – ela me deu um abraço mais apertado e logo voltamos para a casa das meninas.

’s POV

O reencontro com Rose foi realmente emocionante. Poder abraçá-la e sentir como se aquela ausência toda não tivesse existido. Ainda era ela, a minha amiga de sempre e eu fiquei realmente muito feliz por termos tido aquele momento. Depois daquele momento eu e Edward fomos caminhar um pouco e eu acabei contando sobre minha impressão de Paola, mas como ele me garantiu que Alice e ele tinham se certificado sobre ela, eu me permiti relaxar e desencanar. Kate tinha ajudado Alice na cozinha e fui recepcionada por um creme de palmito no pão italiano extremamente convidativo naquele clima frio da região.
Depois do jantar Kate nos mostrou onde era nosso quarto e Edward fez questão de ficar comigo, ao invés de participar da animada conversa que acontecia na sala.
- Amor, eu ficarei bem. – eu disse tentando convencê-lo.
- Meus interesses estão nesse quarto, e não na sala. – ele disse beijando sugestivamente meu pescoço, o que me desarmou completamente.
- Nesse caso.... não vou mais me opor. – eu respondi de olhos fechados, enquanto aproveitava aquele carinho.
Ele riu em minha pele e subiu seus lábios até os meus, dando-me um maravilhoso beijo. Eu tive que parar para respirar e foi quando um maldito bocejo surgiu sem ser chamado.
- Parece que tem alguém com sono. – ele brincou enquanto afagava minha bochecha.
- Odeio quando isso acontece, ainda mais quando as coisas estão ficando interessantes. – eu resmunguei revoltada, sendo tomada por mais um bocejo.
- Você está cansada, . – ele disse com aquele sorriso torto lindo. – Precisa dormir um pouco.
- Por falar nisso... – eu comecei e ele fez aquela careta de que já sabia qual era o assunto. – Já estamos em Denali.
- Eu sei que já. – ele respondeu sem emoção.
- Ah, Edward, por favor! Não vamos ter que entrar novamente nessa discussão, vamos? – eu disse um pouco impaciente.
- Não é isso, amor. – ele disse me encarando. – É que desde que chegamos, Alice não vê mais os Volturi vindo atrás de você.
- Como é? – o que ele queria dizer com isso? Que só o fato de termos decidido nos esconder e ele me transformar tinha feito com que eles desistissem da caçada? Não fazia sentido! Como eles saberiam? – Não faz sentido, Edward.
- O que não faz sentido? – ele perguntou um pouco confuso.
- Isso. – eu exclamei. – Como eles mudaram de idéia sem nem ao menos terem começado a caçada? Sem saber das decisões que tomamos?
- Não sei, minha linda. – ele disse num tom aveludado, tentando me acalmar. – O que sei é que o perigo já não é tão eminente, então podemos esperar mais um pouquinho.
- Edward! – eu disse mais alto do que o necessário. – Esperar o quê? Estamos aqui, no meio do nada, sem pessoas por perto, com Carlisle para nos ajudar. O que mais você quer esperar?
- Eu... – ele ficou reticente e me encarou com uma expressão que parecia culpa. Suspirou pesadamente antes de continuar. – Eu ainda não estou pronto para deixar de sentir suas características humanas. – ele desviou o olhar enquanto eu assimilava o que ele dizia. – Sei que isso soa extremamente egoísta, mas ainda não estou pronto para não sentir mais a sua... humanidade.
Suas palavras chocaram-se fortemente contra meu peito. Nunca tinha pensado por esse lado. Sempre tinha achado que seu maior problema em minha transformação era me condenar a uma vida sem alma – como ele mesmo dizia – e não que ele gostava de me sentir humana.
- Edward.... – eu busquei seu rosto até fazer com que seus olhos dourados me encarassem. – Por que nunca me falou sobre isso?
- Vergonha do meu egoísmo. – ele disse tentando novamente desviar o olhar.
- Hei. – eu chamei sua atenção. – Eu só insisti tanto por achar que seu único problema fosse seu desejo de algo “melhor” para mim. Não podia imaginar que você gostava tanto dessas minhas “fragilidades”.
- Eu adoro. – ele disse me fitando. – Amo ouvir seu coração batendo, amo sentir o calor que seu corpo exala, amo suas bochechas coradas, amo seus lábios vermelhos, amo sentir o cheiro salgado das suas lágrimas. – aquelas palavras me comoveram de uma maneira intensa e profunda, mas então veio um medo aterrorizante e meu coração deu um salto. Ele me encarou interrogativamente.
- Você ainda vai me amar quando eu não tiver mais nada disso? – eu perguntei num fio de voz, com medo da resposta.
- Ah, ! – ele disse e me abraçou com força. – É claro que vou. Eu sempre vou te amar, minha linda. Com ou sem coração batendo. – então segurou meu rosto em suas mãos. – Só quero poder aproveitar ao máximo enquanto ainda for possível.
- Oh, meu amor! – eu voltei a me grudar em seu pescoço. – Eu só quero te ver feliz, Edward. – e me afastei para olhar em seus olhos. – Esperaremos então até o limite, ok? – ele não respondeu, apenas me abraçou mais forte ainda.
- Você será uma de nós, amor. Não tenho dúvidas em relação a isso. Só não precisa ser amanhã. – ele disse em meus cabelos.
- Eu devia saber que você arrumaria um jeito de ganhar mais tempo. – eu disse com uma voz divertida, para garantir que não estava chateada com aquele adiamento.
- Boba. – ele disse também sorrindo, com sua expressão leve e linda. – Agora venha, vamos dormir, pois amanhã quero te levar para conhecer as redondezas. Você vai adorar. – eu não me opus ao seu pedido, já que estava mesmo cansada e logo o sono veio, embalado pelo som calmante da sua voz.

O campo estava iluminado pelos raios do Sol e ao meu lado uma figura inumana brilhava e sorria alegremente. Olhei-a melhor e constatei ser meu grande amor, livre dos esconderijos das sombras e totalmente à vontade à luz do dia. Houve então uma espécie de redemoinho de folhas e galhos e eu fechei meus olhos, tentando protegê-los da poeira. Quando os abri novamente, não era mais Edward que estava ao meu lado e nem estávamos mais na bela planície do Alasca. Paola tinha um sorriso diabólico nos lábios e seguia comigo em direção a uma reunião de pessoas. No momento seguinte eu já estava presa em uma espécie de cruz de pedra, cercada pelos Volturi. – Muito bem, minha querida. – disse um deles. – Você realizou sua tarefa belissimamente. – e me olhou. Eu encarei aquele monte de olhos vermelhos que me fitavam quase em euforia. – Finalmente chegou sua hora. – Paola disse para mim e ergueu os olhos até o céu, que estava extremamente escuro, iluminado apenas pelo brilho de uma bela lua cheia. O desespero invadiu meu coração e eu olhava ao redor, procurando por Edward, por minha família, por alguém que pudesse me ajudar, mas não havia ninguém ali. Eu estava sozinha. Senti a dor lacerante quando Paola cortou profundamente meu braço e um grosso fio de sangue começou a escorrer do meu corpo para um recipiente que o coletava. – Eu nunca fiz mal algum a vocês! – eu gritei inutilmente enquanto meu braço ardia e lágrimas de desespero escorriam por meus olhos. – Você pode não ter feito, minha querida, mas seus antepassados fizeram. – um dos vampiros disse. – E infelizmente é você quem tem que pagar. – ele completou. Eu soube, naquele momento, que não adiantava implorar por misericórdia, então passei a pensar em todos que eu amava enquanto sentia as forças deixando o meu corpo. Abri os olhos uma última vez e pude ver Paola caminhando lenta e cruelmente até mim, empunhando uma adaga idêntica à existente em meu pingente, e sorrindo satisfeita. – Aqui acaba a linhagem dos malditos Salvatori! – ela disse erguendo o objeto e seguindo em direção ao meu coração.

- NÃO! – eu gritei desesperada sentando-me na cama.
- ! – Edward disse preocupadíssimo ao meu lado, segurando-me fortemente com suas mãos. – Olha para mim, amor!
Eu arfava com o desespero, com a impotência e com a sensação nítida de que aquilo não tardaria muito a acontecer.
- ! – ele me chacoalhou uma vez mais e só aí fui me dar conta realmente da sua presença ao meu lado.
- Céus! – eu grudei em seu pescoço, aninhando-me ali, pedindo que ele me abraçasse o mais forte possível, tentando me sentir protegida de alguma maneira. – Oh, Edward!
- Hei... – ele sussurrava em meu ouvido. – Calma. Está tudo bem. – e deslizava as mãos em minhas costas. – Shii. Eu estou aqui.
Aos poucos sua voz foi me acalmando e meu coração foi voltando a um ritmo normal. Senti que alguém tinha aberto a porta, certamente para saber se estava tudo bem, mas logo depois foi embora, deixando-me ali com meu amor.
- Tome, beba um pouco de água. – ele disse oferecendo-me um copo com o liquido. Eu obedeci prontamente e finalmente consegui respirar melhor. – O que aconteceu, amor? – ele perguntou depois de um tempo, enxugando minhas lágrimas com o polegar. – Eu não conseguia fazer com que você acordasse. E você estava tão desesperada...
- Eles me encontraram. – eu disse num fio de voz.
- Eles? Quem? Os Volturi? – Edward parecia um pouco confuso.
- Ahã. – eu disse e me arrepiei com o nome pronunciado.
- Calma, amor. – ele voltou a me aninhar em seus braços. – Isso não vai acontecer. As visões da Alice mudaram.
- Não, Edward. – eu disse me afastando e encarando aquele lindo par de olhos preocupados. – Vai acontecer. – e minha voz saiu com uma certeza dolorosa. – Tem alguma coisa muito errada por aqui.
- Calma, calma. – ele pediu novamente. – Por que não me conta com o que sonhou exatamente, heim?
Eu concordei, depois de dar um longo suspiro e relatei em detalhes aquele terrível pesadelo, aquela fatídica premonição. Eu o sentia ficando cada vez mais tenso com meu relato, mas ele fazia força para tentar não demonstrar isso a mim.
- Eu não confio nela, Edward. – eu disse ao final do relato. – Ela estava no primeiro sonho também, era de lá que eu a conhecia. Por favor, não me deixe sozinha com ela.
- Não, amor, não vou. – ele me abraçou outra vez, deitando-me sobre seu peito acolhedor. – Não te deixarei sozinha um instante sequer.
- Edward eu.... eu estou com medo. – eu ainda disse afundando minha cabeça em seu peito.
- Shiii. – ele sussurrou. – Vai ficar tudo bem, meu anjo. Tudo bem. – ele passou a cantarolar minha música bem baixinho e então o sono foi me invadindo. Nessas horas eu queria ser suscetível aos poderes do Jazz para ele poder me acalmar do pavor que eu estava sentindo naquele momento. O sono chegou finalmente, mas não foi leve como costumava ser.

Edward’s POV

Aquele sonho da tinha me deixado extremamente preocupado. Alice apareceu na porta para saber se estava tudo bem e eu apenas disse para ela voltar quando já estivesse dormindo.
- Não faz sentido, Edward. – minha irmã disse. – Você sabe o que eu vi. não corre mais perigo.
- Eu sei, Alice. Mas ambos sabemos que não podemos ignorar esse pesadelo. – eu suspirei e acariciei uma mexa de seu cabelo. – Quantas vezes ela já errou?
Alice não respondeu e nem precisava: nunca tinha errado. Alice voltou a percorrer nosso futuro – o imediato e o mais distante – e as coisas tinham voltado ao normal, ou seja, vivendo feliz ao nosso lado, como uma vampira. Nenhum envolvimento com Volturis, com rituais de sacrifício ou com uma Paola maléfica.
- Não sei explicar, Edward. – ela disse finalmente. – Mas vamos todos ficar atentos a qualquer alteração. – ela deu um sorriso triste. – Vou atualizar a todos, ok?
- Obrigado, Allie. – eu respondi e voltei a cantarolar baixinho no ouvido da minha linda. Nem se me obrigassem eu sairia daquela cama naquela hora.
O dia não demorou muito a chegar e estava excepcionalmente bonito naquela manhã. ainda dormia profundamente, então decidi fechar as cortinas para deixar o ambiente mais escurinho e propiciar a ela mais algumas horas de descanso quando escutei a movimentação na sala. Certifiquei-me de que ela estava dormindo tranquilamente e desci correndo para saber o que estava acontecendo.
Mal pus os pés na sala e a visão de Alice me invadiu: alguns membros da guarda dos Volturi estavam rondando Denali. De alguma maneira eles haviam chegado até nós e estavam atrás da .
- O que faremos? – perguntou Rose nitidamente preocupada.
- Temos que despistá-los de alguma maneira. – disse Kate.
- Como eles chegaram até nós? – perguntava-se Esme.
- Eles não vão conseguir chegar até minha irmãzinha. – disse Emm quase rosnando.
- Jazz??? – eu encarei meu irmão, suplicando para que ele acalmasse as pessoas para que pudéssemos pensar com clareza. Funcionou.
- O que temos até agora? – perguntou Jazz, já aguçando seus dons de batalha.
- Eu vi alguns membros da Guarda vindo atrás da . – disse Alice
- E essa noite ela sonhou com seu sacrifício. – eu completei. – Temos que tirá-la daqui.
- E para onde iremos? Voltar para Forks? – perguntou-se Carlisle, mais para si mesmo do que para o restante.
- Por que nós não os enganamos? – manifestou-se Irina pela primeira vez.
- Claro. – disse Paola. – Podemos seguir cada um para uma direção e eles ficariam sem pistas por um tempo. – eu agucei meus sentidos, tentando ver se havia alguma má intenção por trás daquela idéia, mas a mente de Paola estava tão preocupada quanto a de qualquer um de nós.
- Não é uma má idéia. – eu disse finalmente, cogitando sua sugestão.
Você já deveria tê-la transformado, já que a ama tanto. Nos pouparia desse desgaste.
- Eu sei Tanya. Esse era o plano inicial, mas com a aparente calmaria...
Não quis questionar seus motivos, Edward. É só que é um risco muito alto para defendermos uma humana.
- Ela é apenas uma humana para você, Tanya. Para mim, é a minha vida. – eu fiz uma pausa já que todos nos encaravam agora. – Não quero que se arrisque desnecessariamente. Entenderemos perfeitamente se não quiserem se juntar a nós nessa empreitada.
- Não foi isso que eu quis dizer, Edward. – ela bufou, mas depois se acalmou. – Não vou desistir dos meus amigos por uma questão de preferência. – ela completou. Não sei o que você viu nela, mas enfim, não vou abandoná-los nesse barco.
- Obrigado, Tanya. – Carlisle resolveu interferir antes que a coisa ficasse mais feia. – O plano é interessante, mas temos que organizá-lo perfeitamente.
- E se ela ficasse aqui. – continuou Paola e todos nós a encaramos. – Vejam, se nos dividirmos em grupos para despistá-los, eles nunca pensarão em vir procurar justamente no local que abandonamos. – ela disse quase com alegria na voz.
- Faz sentido. – disse Jasper. E em sua mente, já vi todo um esquema montado. Realmente parecia que daria certo.
- Edward? – eu a escutei me chamar e momentaneamente esqueci-me dos acontecimentos da última meia hora. Subi correndo para encontrá-la sentada na cama, com uma linda carinha de sono.
- Bom dia, amor! – eu tentei ficar alegre, mas estava começando a duvidar das minhas capacidades de mentir.
- O que você tem? – ela ajeitou-se melhor na cama. – O que houve?
- Nada amor... – eu disse, mas ela não caiu.
- Nada uma ova! – ela esboçou um sorriso triste. – O que há de errado?
- ... – eu tinha que contar a ela. – Alice teve uma visão e...
- Vai acontecer, não é? – ela se jogou em meus braços.
- Não. Nada vai acontecer. – eu disse puxando seu rosto para mim. – Alice viu a guarda vindo até nós, mas já temos um plano e tudo dará certo.
- Edward.... – ela sussurrou.
- Shiii. Não tema. – eu tentei acalmá-la. – Nada vai te acontecer, meu amor.
- Qual é o plano? – ela perguntou depois de um tempo, com uma coragem tirada não sei da onde.
Sugeri que fôssemos para a sala, onde todos se encontravam e lá colocaríamos uma ordem nas coisas. Emm estava com Rose no lado oposto da sala, perto de uma janela por onde o vento entrava e levava o aroma da para longe de seu olfato. Depois de algumas horas de discussão ficou decidido que Carlisle e Esme ficariam com ela na casa, enquanto o restante de nós se dividiria em grupos, cada um com uma peça de roupa da , para que a guarda nos seguisse.
- Eu sei que é o mais lógico, mas eu não queria ficar longe de você. – ela disse me abraçando com força.
- Eu sei, amor. Você não faz idéia de como é torturante para mim não ficar ao seu lado nessa hora. – eu suspirei e encarei seus lindos olhos . – Mas eles têm razão quando dizem que a guarda vai me seguir achando que você estará comigo. Serei a melhor isca de todas.
- Eu sei Edward. – ela suspirou. – Eu confio muito em Carlisle e Esme. – ela deu outro suspiro e me encarou com os olhos mareados. – Mas tenho tanto medo que algo aconteça a você.
- ... é a sua vida em jogo, não a minha. – eu disse quase rindo. Se bem que se acontecesse qualquer coisa a ela, a minha existência também terminaria. – Eu ficarei bem enquanto você estiver bem.
- E eu posso dizer a mesma coisa. – ela disse e selou nossos lábios num beijo cúmplice.
- Definitivamente, você não é desse mundo! – eu tive que dizer e a abracei com todas as minhas forças.
Logo já era hora de partirmos, pois as visões de Alice estavam cada vez mais nítidas. Formamos três grupos: Tanya, Irina e Paola seguiriam para o leste do Canadá. Kate, Emm e Rose seguiriam para o sul do Canadá e eu, Jazz e Alice iríamos em direção a Forks – que era exatamente a direção por onde a guarda seguia, segundo Alice. Os três grupos estavam conectados por celulares e manteríamos contato a cada 30 minutos.
- Eu amo você. – ela disse ao me abraçar mais uma vez. – Tome cuidado, pelo amor de tudo o que é mais sagrado.
- Eu tomarei, meu anjo. – eu respondi e selei nossos lábios. – Eu também te amo. Muito. – e então nós três saímos em disparada, rumo a Forks.
Já fazia quase duas horas que corríamos pela mata; tudo parecia tranqüilo pelo nosso caminho, assim como com os outros dois grupos, já que havíamos nos falado não fazia nem 20 minutos. E foi quando veio a visão de Alice.
- MAS QUE DIABOS SIGNIFICA ISSO? – ela berrou paralisada diante do que seus olhos mostravam.
- Alice? – Jazz a chamou algumas vezes. – Edward, o que foi?
- Aquela maldita! ELA ME PAGA! – eu berrei e passei a correr na direção contrária em que vinha, voando desesperadamente rumo à casa do clã Denali.


salvar o amor da sua vida.
- Ela já faz parte da nossa família, filho – disse Carlisle. – E nós nunca deixamos de proteger os membros da nossa família.
- Obrigado – eu disse realmente emocionado com a compaixão deles e todos voltaram a suas arrumações.
Vamos conseguir, filho. Pensou Esme ao passar por mim, mas meu olhar correu até Alice e ambos sabíamos que sua visão ainda não tinha mudado. Teríamos que ser mais rápidos se nós quiséssemos ter alguma chance de salvar minha amada.

’s POV

Acordei em um local escuro e frio. Não sabia dizer onde estava, nem se era dia ou noite. Minha última lembrança foi do sequestro de Paola e a bofetada que ela havia me dado. Passei a mão sobre o local e senti uma leve queimação. Filha da puta! Meu sangue ferveu com o ódio que brotava em meu peito. Ah, se eu fosse um pouco mais forte ou se eu já fosse uma vampira! Aquela lambisgoia não seria nada mais do que poeira nesse momento.
Eu me mexi na escuridão, tentando tomar ciência de como meu corpo estava e fui sentindo várias pontadas doloridas, produzidas pelos atos “carinhosos” com os quais ela me tratou durante o nosso “passeio”. Consegui me sentar e encostei a cabeça em algo duro e gelado que parecia pedra e logo depois senti algo pesar em meu pescoço. O medalhão. Peguei-o em minhas mãos e fui analisando-o com o tato. Então quer dizer que isso a machucou? Um pedaço de metal queimou sua pele endurecida. Eu não sabia a explicação, mas com certeza devia fazer parte de alguma lenda mitológica como água benta ou alguma coisa do gênero.
Logo depois vieram em minha mente as imagens do meu último pesadelo e um arrepio atravessou minha espinha: tudo estava caminhando para meu fim em um ritual de vingança. E eu achando que viraria vampira e seria feliz para sempre ao lado do Edward. Oh, Edward! Se eu o conhecia bem, nesse momento ele estaria movendo céus e terras para vir em meu resgate. Claro que era o gesto que meu príncipe encantado tomaria, sendo tão perfeito como é, mas era a atitude mais idiota que ele poderia tomar.
Ele estava caminhando diretamente para sua morte, já que desafiaria as ordens da “realeza” para tentar me salvar. Não! Edward não poderia deixar de existir por minha causa! Mas como, em nome de Deus, eu faria para impedi-lo de chegar até aqui? Eu não podia, essa era a realidade. Nem se eu implorasse para que ele ficasse quietinho em sua casa, ele não aceitaria. O fato, a triste realidade era que em breve eu e meu amor deixaríamos de existir. Aquilo me doía mais do que o próprio fato da minha morte.
Passei a pensar em toda a nossa história juntos, desde o dia em que nos conhecemos até nosso último beijo de despedida.
Ah, como eu tinha sido feliz ao lado daquela belíssima criatura! Como encontrei o amor ao seu lado, em seus braços. Como descobri novas sensações participando da sua vida. Sem sombra de dúvidas, minha ida para Forks tinha sido a melhor decisão que eu um dia poderia ter tomado em toda a minha curta vida. Foi aquela torção no pé, a conquista do terceiro lugar no campeonato de dança meses atrás que havia me levado até Forks e até Edward e seu incrível mundo.
Eu não devia me lamentar, afinal de contas, o fato de eu estar aqui agora, à beira da minha morte, significava que tudo o que eu havia vivido tinha sido real e verdadeiro. Se era assim que tinha que ser, então eu enfrentaria esse último desafio de queixo erguido com toda a coragem que existia em meu coração e com todo o amor que prevalecia em minha alma.
- Pronta para o seu fim? – disse aquela voz cruelmente melodiosa enquanto o lugar onde eu estava era inundado por uma fria luz quase alaranjada.

Capítulo betado por Victoria Mazza






Capítulo 31 – Corrida Contra o Tempo

Edward’s POV

Corremos até o aeroporto mais próximo, que ficava em Anchorage e de lá seguimos em um vôo para a Itália, com escala em Toronto. Sei que devido a fusos horários e distâncias, acabamos chegando a Turin quase no fim da tarde do dia seguinte.
- Temos pouco tempo. – disse Rose com certo desespero em sua voz.
- Nós vamos achá-la. – disse Emmett com uma certeza inquestionável em sua voz, que por um segundo, me fez acreditar naquilo, mas a visão de Alice ainda não tinha mudado, o que significava que chegaríamos tarde demais.
Enquanto atravessávamos o saguão do aeroporto fui me conectando à mente de todas as pessoas ali, tentando achar algum vislumbre de algum lugar parecido com o que vi nas visões de Alice. Um monumento daqueles deveria ser alguma espécie de ponto turístico, não deveria? Foi quando, por pura sorte ou desejo do destino não sei, captei um olhar em direção a uma lojinha de guias turísticos. Corri o mais rápido que pude em velocidade humana, seguido por minha família, obviamente, até que parei diante de uma vitrine com livretos turísticos. Na capa de um deles havia o mesmo local vislumbrado por Alice.
- Procuram por informações sobre Ivréa? – perguntou a jovem atendente. Eu acenei com a cabeça. – Lamento informar que o Santuário está fechado para restauração, mas na cidade há muitas outras atrações e...
- Obrigado. – eu disse em um italiano perfeito. – Era a informação de que necessitava.
- Disponha. – ela respondeu quase abobalhada. Posso lhe dar muito mais do que informações se você quiser, ragazzo. Preferi ignorar esse pensamento e as imagens que se seguiram a ele.
- Existe um santuário em Ivréa, que fica cerca de duas horas daqui, e está fechado para restauração. – eu informei a todos.
- Um cenário perfeito para um ritual antigo. – disse Irina.
Foi quando a visão de Alice teve uma ligeira mudança. continuava sendo a vítima do ritual, mas agora eu podia ver a nós todos na cena, o que ainda não fazia sentido, mas significava que estávamos no caminho certo.
- Temos que correr. – ela disse e logo começamos nossa nova viagem, esgueirando-nos pelos becos escuros até que estivéssemos longe da cidade e pudéssemos utilizar todas as nossas habilidades de corrida.

’s POV

Paola não foi exatamente delicada ao me tirar do meu cativeiro improvisado e foi me arrastando por uma pequena mata até que chegamos ao local dos meus pesadelos. Confesso que estremeci ao ver que realmente estava lá e que meu fim se aproximava a cada segundo. Pude perceber os mantos negros posicionados em um semicírculo, de frente para o que parecia ser uma cruz talhada na rocha.
Sem muito esforço um vampiro grandalhão me puxou e logo me colocou em “meu lugar”, deixando meus braços um pouco para baixo, amarrando-me pelos pulsos, pela cintura e pelos tornozelos. Não tinha como eu escapar de lá.
- Ora, ora, ora! – disse um outro vampiro, de longos cabelos negros e voz macia. – Vejo que finalmente estamos diante da última descendente dos Salvatori della Notte.
- Sim, mestre. – disse Paola com alegria em sua voz. – Depois de décadas, finalmente eu a encontrei.
- Fez um excelente trabalho, minha cara. – ele disse satisfeito e caminhou em minha direção. – Embora ela não me pareça perigosa.
- Mas ainda é uma Salvatori. – disse outro vampiro, com um ar entediado e uma voz rouca.
- Devemos seguir com o ritual. – disse o terceiro, com os cabelos brancos e uma voz quase infantil.
- Sim, irmãos. – o primeiro respondeu. – O ritual será realizado, mas tudo a seu tempo. Ainda não é noite plena e a Lua não está no céu.
Todos ficaram calados por um tempo, apenas observando-me, analisando-me como a um ratinho de laboratório. Foi quase a mesma sensação que tive logo que me mudei para Forks, com exceção de que naquela época eu não tinha razões para temer pela minha vida.
- Mestre? – chamou outro vampiro, um pouco mais baixo e muito jovem. – Como podemos ter certeza absoluta de que ela é mesmo uma caçadora, de que a linhagem não foi perdida com o tempo?
- Com medo de que tenhamos cometido um erro, querido Alec? – disse o primeiro vampiro com um sorriso indecifrável nos lábios brancos.
- Apenas curioso, mestre. – ele respondeu e estendeu suas mãos ao mais velho. Nessa hora lembrei-me das conversas com Edward e deduzi que aquele deveria ser Aro.
Meus devaneios foram interrompidos por uma risada divertida e maléfica ao mesmo tempo, enquanto ele analisava o que o outro havia lhe dito.
- Querendo brincar com a comida, Alec? – gracejou o que eu pude perceber ser uma linda garota, com ar angelical e um sorriso demoníaco nos lábios. Jane.
- Por que não? – ele sorriu de lado. – Ainda teremos algum tempo de espera.
Meu sangue congelou em minhas veias com a idéia do que aqueles dois seres podiam querer fazer comigo. Aro aproximou-se de Paola e lhe perguntou algo, que foi respondido imediatamente e então ele me encarou curioso.
- Vejamos se você é imune a mim. – e tocou em minha mão direita, segurando-a com mais força do que o necessário até que finalmente a soltou. – Interessante.
- Alec? – ele disse e o garoto se aproximou. – Sua vez, meu querido.
O tal Alec concentrou-se em mim e então uma espécie de névoa foi se aproximando do meu corpo até envolver-me completamente. Durou alguns instantes e logo depois desapareceu.
- Maravilhoso. – Aro sorriu largamente vendo que aquela névoa, que devia causar alguma coisa em mim, não surtiu o efeito desejado. – Jane, minha cara?
E então a linda menina me encarou, sorrindo de modo quase divertido, mas com o passar do tempo sua expressão foi se fechando até que ela desviou o olhar, nitidamente desapontada.
- Extraordinário! – Aro exclamou quase com empolgação em sua voz. – Não há mais nenhuma dúvida. Somente um Salvatori poderia ser imune a todos os nossos poderes. – e se afastou novamente, indo conversar com seus irmãos.
Olhei para cima e vi que o céu já havia perdido as cores do crepúsculo e agora era tão negro quanto os mantos dos vampiros à minha frente. Como eu gostaria de vê-lo uma última vez, meu amor! O suspiro ficou preso em minha garganta. Eu não podia ser fraca diante deles, não diante dos meus carcereiros, dos meus exterminadores. Fechei meus olhos e passei a lembrar dos rostos de todos os que eu amava: meus pais, Esme, Carlisle, Jazz, Alice, Emm, Rose e finalmente Edward. O meu Edward, meu único, grande e verdadeiro amor. Por onde ele andaria? Como estaria? O que sentiria quando soubesse do meu desfecho? Novamente meu momento de paz foi interrompido pela fala de um dos vampiros.
- A Lua surgiu! – anunciou o de cabelos brancos, Caius.
- Está na hora. – disse o de cara entediada, Marcus.
- Está com medo, criança? – perguntou-me Aro, crente de que sabia a resposta.
- Não. – eu respondi firmemente, encarando seus assustadores olhos vermelhos. – Não tenho medo do meu destino, seja ele qual for.
- Comovente. – ele disse sarcasticamente. – Sua coragem é inútil, mas não deixa de ser comovente. – e fitou-me uma última vez antes de se afastar definitivamente. – Paola?
Não contive um arrepio quando a vi caminhando em minha direção, com os olhos vidrados de satisfação e ódio, segurando em uma das mãos a adaga que poria fim à minha vida.
Ela se aproximou de meu braço direito, delicadamente ajeitou o recipiente abaixo da minha mão e, com a ponta da adaga, fez um grande e profundo corte em meu antebraço, fazendo com que o sangue jorrasse livremente. Eu prendi minha respiração, fechei os olhos, travei as mãos, mas não gritei com a dor dilacerante. Eu NÃO daria esse gostinho a eles. Infelizmente não consegui segurar um grunhido baixo e grave, mas não deixei que nenhuma lágrima escorresse dos meus olhos.

Edward’s POV

Corríamos a toda velocidade pela penumbra da noite italiana sem fazermos comentário algum. O silêncio era uma nítida alusão à preocupação de todos com o sucesso de nossa jornada. Alice viu quando eles decidiram brincar com , usando seus dons, mas sua decepção fora tão grande quanto meu alívio ao ver que ela nada sentira, mesmo imaginando que Jane teria usado de todo o seu potencial. Alice sorriu comigo por um segundo, antes de ter a visão reformulada e visto Paola se aproximando com a adaga, para dar início ao ritual de sacrifício.
- Temos que ir mais rápido. – eu anunciei e disparei usando toda a minha velocidade sobrenatural. Eu era o mais rápido de todos, então apenas me desliguei deles e disparei estrada adentro.
Não demorou muito para que eu começasse a notar seus cheiros e o cheiro dela, minha ! Ela ainda estava viva e pela primeira vez a dor provocada por seu aroma não me incomodou e sim me deixou aliviado por saber que ela ainda estava viva. Agucei todos os meus sentidos e pude ouvir seu gemido preso no fundo da garganta e em seguida seu aroma me atingiu com muito mais força e intensidade. Ela estava sangrando.
NÃO! Eu gritei em meus pensamentos com ódio por a estarem machucando. Mas esse seria o único ferimento, eu já estava perto o suficiente para aparecer e salvá-la.
- Realmente. – Aro disse triunfante. – Ela é uma guerreira. Orgulhe-se, minha querida. Sua linhagem será encerrada por alguém de fibra. – e pelos pensamentos de Aro vi que forçou um sorriso irônico enquanto mantinha a mandíbula travada, evitando mostrar a dor que sentia. Eles vão me pagar!
Foi nesse instante que minha presença foi sentida por Demetri – aquele maldito rastreador – e ele se aproximou de Aro, oferecendo-lhe o braço. Não! Aro pensou antes de se colocar em posição de defesa, atrás de Demetri, Felix, Alec, Jane e Paola.
- Parem! – eu disse, surgindo exatos dois segundos depois, deixando-os todos com expressões espantadas e pensamentos confusos. Mas meus olhos foram desviados imediatamente para minha amada presa naquele altar. – ... – sussurrei baixo quando nossos olhares se cruzaram e vi esperança passando por seus lindos olhos .
- Edward.... – ela também sussurrou, abrindo um pequeno sorriso.
- Tocante! – disse Aro surgindo por entre os mantos de seus protetores. – Mas temo que essa cena emocionante não ajudará em nada no destino dessa pobre criatura.
- Deixe-a ir, Aro. Por favor. – eu pedi, encarando-o novamente. – Ela não lhes fez mal.
- Jovem Edward, filho de Carlisle. – ele cantarolou enquanto caminhava de um lado para o outro, lentamente. – Ela é uma Salvatori. É nossa obrigação eliminarmos nossos inimigos.
- Mas ela não é uma inimiga. – eu reafirmei. – Até poucos dias atrás nem ela mesma sabia da sua natureza. Você não pode condená-la por algo que ela nem sabia existir. – Aro começou a pensar nessa possibilidade, mas Demetri, assim como eu, sentiu o cheiro de minha família.
- É uma armadilha, mestre. – ele disse. – Ele não está sozinho.
Aro voltou sua cabeça para mim no mesmo instante em que todos surgiam às minhas costas e correu para trás da proteção de seus guarda-costas. Os cinco – Demetri, Felix, Alec, Jane e Paola – colocaram-se em posição de ataque no mesmo momento em que minha família me flanqueou, repetindo a posição. Minha mente foi invadida pela visão de Alice e aquela batalha iminente, definitivamente, não acabaria bem, nem para nós, nem para .

’s POV

Antes que eu pudesse raciocinar direito depois da dor em meu braço, topei com os olhos dourados e protetores de Edward. Ele havia me encontrado! Mas então um medo percorreu meu corpo: ao ter vindo atrás de mim e estar enfrentando uma decisão da realeza, certamente ele seria castigado e exterminado. Não, isso não podia acontecer, mas o que eu poderia fazer? Eu, apenas uma reles humana, sem nenhum poder sobre eles?
Foi quando Aro, que até então mantinha uma conversa até que civilizada com Edward, esgueirou-se para trás dos seus protetores e eu pude ver todos aqueles rostos familiares surgirem por entre as colunas de pedra. Todos estavam lá, até Tanya e Irina. As duas fileiras de vampiros estavam em posição de ataque e eu vi as coisas se complicarem de verdade. Com exceção de Kate – e ela precisava estar em contato físico com seu opositor para machucá-lo – nenhum dos meus amigos possuía algum poder que pudesse machucar seu adversário. Ao contrário dos meus inimigos, que possuíam Jane e suas ilusões torturantes e Alec, cujo dom eu ainda não sabia bem como funcionava, mas era de se imaginar que não era nada muito agradável.
- Aro! – disse Carlisle finalmente quebrando aquele silêncio. – Não precisamos disso. Que tal uma conversa civilizada?
- Meu bom e velho amigo. – disse Aro colocando-se na frente de Felix. – Não me agrada nem um pouco o fato de termos nos reencontrado em situação tão complexa.
- Nem a mim, Aro. Nem a mim. – Carlisle disse educadamente. – E entristece-me saber que você quer destruir alguém tão querido por mim.
- Mas amigo, essa garota por quem você tem tanta estima, é uma caçadora. Sua natureza é nos caçar, nos destruir. – ele fez uma pausa e me encarou. – Não posso simplesmente ir contra a minha natureza de autopreservação.
- Autopreservação? – Carlisle exaltou um pouco a voz. – Você está promovendo o sacrifício de alguém inofensivo, e não se autopreservando, caro amigo.
- Como você pode ter tanta certeza de suas conjecturas, meu amigo? – Aro perguntou e imediatamente Carlisle aproximou-se oferecendo-lhe a mão.
- Carlisle... – eu disse com a voz começando a ficar fraca, já que meu sangue continuava a jorrar. Ele apenas olhou-me e sua expressão passou-me certa tranqüilidade.
Enquanto Aro “lia” os pensamentos de Carlisle, meu olhar foi direcionado para meus amigos, que mantinham toda a sua atenção no que acontecia entre os dois vampiros. Apenas Rose me encarava, sua expressão denotando compaixão por mim e um ódio quase mortal por me ver sofrer. Imaginei que não estaria sendo fácil para ela estar ali, mas ela sorriu e eu quase me senti tranqüila com seu gesto.
- Não é possível! – Aro exclamou enquanto afastava-se de Carlilse. – Você o salvou!
- Sem saber o que era, Aro. – disse Carlisle num tom firme. – Você sempre soube das minhas tendências.
- Oh, sem dúvida. – ele quase debochou.
- Ela não tem culpa do sangue que carrega. – Carlisle disse finalmente.
- Não, realmente não. – Aro foi se afastando, seguindo em direção aos irmãos. – Creio ter que reavaliar nossas decisões, irmãos.
- Não! – ouviu-se então o grito quase histérico de Paola. – Ela é uma inimiga, destruiu minha família! Tem que ser eliminada! – e partiu para cima de mim, com a adaga em punho.
No mesmo momento Edward lançou-se de seu lugar e colocou-se entre nós, fazendo com que a vampira se chocasse contra ele. Ambos rosnaram em direção um ao outro, colocando-se em posições de ataque.
Os outros vampiros também se realinharam, obrigando meus amigos a se reposicionarem também e, novamente a tragédia estava desenhada a minha frente.

Edward’s POV

Minha tentativa de persuadir Aro foi quase patética, pois ele nem me dava ouvidos realmente. Apenas quando os outros me alcançaram e Carlilse começou a conversar com seu “velho amigo” é que Aro passou a prestar mais atenção aos reais fatos. Aro não gostou nada de saber que Carlisle havia sido o responsável pela sobrevivência de um Salvatori, mas também pôde ver que ele, de fato, não sabia a quem estava salvando. No momento seguinte senti uma esperança em meu peito, quando Aro decidiu rever seus conceitos e até cogitava abrir uma exceção. Mas foi nesse mesmo momento que Paola surtou e foi em direção à , com a adaga em mãos. Imediatamente coloquei-me em seu caminho e recebi o choque, jogando-a para longe. Todos se exaltaram com a reação de Paola e colocaram-se em estado de alerta máximo.
Será um bom jeito de resolver as coisas, sem sujarmos realmente nossas mãos. Aro pensou e em seguida ordenou.
- Alec? Todos eles exceto Edward. – e no momento seguinte, meus pais, meus irmãos e minhas amigas estavam sob a total privação sensorial provocada pelo dom de Alec.
Percebi a guarda colocando-se confortavelmente em posição de expectadores enquanto Paola caminhava lentamente em minha direção. Eu passei a prestar toda a atenção do mundo em seus pensamentos, mas ela conseguia me enganar, usando seu dom de manipulação mental, então logo tive que abdicar ao máximo dessa minha vantagem, para lutar com ela apenas com meus sentidos mais aguçados. Não era fácil fazer isso. Ela conseguia me enganar e muitas vezes me vi pego de surpresa por seu ataque disfarçado. Não! Eu não podia sucumbir a isso. Se ela vencesse essa batalha, estaria perdida para sempre. Eu já ouvia seu coração bater mais fracamente e sua respiração começar a ficar difícil. Não lhe restava mais muito tempo, eu não podia falhar com ela.
- Cuidado, Edward! – ela gritou com força, alertando-me de um golpe mais forte que Paola pretendia me dar.
Mas não foi rápido o suficiente e ela me acertou em cheio com um pesado pedaço de granito. Fiquei atordoado por alguns instantes, sem saber exatamente onde estava.
- EDWARD! – gritou desesperadamente e pude ver Paola se encaminhando em direção a ela, à minha .
- Nem pensar. – eu ouvi um rugido atrás de mim e instantes depois, Paola voava sobre minha cabeça gritando de dor. Ainda levei um segundo para ver que Rose estava ao lado de , de alguma maneira livre dos poderes de Alec.

’s POV

Edward lutava sozinho e bravamente contra Paola e seus truques mentais, enquanto meus amigos pareciam perdidos, sem direção, completamente alienados. Eu ainda não entendia o dom de Alec, mas me parecia tão perigoso quanto o de Jane ou mesmo Paola.
Sem poder contar com sua capacidade de ler a mente de Paola, Edward estava em desvantagem, pois ela o enganava sempre, deixando-o muito susceptível aos seus ataques.
- Cuidado, Edward! – eu gritei, usando um pouco da força que me restava, tentando alertá-lo, mas foi em vão. Paola conseguiu nocauteá-lo com um pedaço de pedra e sorriu satisfeita quando ele simplesmente não se moveu no chão. – EDWARD! – eu gritei em desespero, minhas energias esvaindo-se de meu corpo a cada segundo.
Foi então que ela me encarou novamente, abriu ainda mais aquele sorriso quase vitorioso e deu um passo largo em minha direção, com a adaga em punho.
- Nem pensar! – foi o que ouvi em uma voz extremamente familiar. Ao olhar para o lado, Rose estava a centímetros de mim, protegendo-me da sádica vampira. Eu tinha que ajudá-la de alguma maneira, já que ela tinha se libertado, de alguma maneira do poder exercido por Alec e estava ali, ao meu lado, sofrendo com sua sede, para me proteger. Como que num passe de mágica, voltou a minha mente a imagem do medalhão e a fragilidade de Paola a ele. Era isso, era a minha chance.
- Rose, o medalhão em meu pescoço. – ela me encarou e olhou para o pingente. – Vai te machucar um pouco, mas vai machucá-la também.
Rose nem pensou, apenas deu aquele sorrisinho malandro que ela dava às vezes e puxou de uma vez a corrente de meu pescoço. Pude ver Edward se recuperando ao fundo e Rose, ignorando a queimação do metal em sua pele, jogou-o direto no rosto de Paola, empurrando a vampira para longe.
No momento seguinte Rose estava caída no chão, contorcendo-se de dor e eu olhei instintivamente para Jane, que trazia aquele maquiavélico sorriso nos lábios.
No outro plano, enquanto Paola lutava contra a dor da queimadura, deixou de manipular a mente de Edward por uma curta fração de segundo, mas foi o suficiente para que ele a atacasse e a jogasse para longe de mim. Nossos olhares se encontraram por um milésimo de segundo e então ela me acertou. Em cheio. Bem no meio do meu coração.

Edward’s POV

A atitude de Rose foi como um bote de salvação e eu pude atacar Paola, mas não com rapidez suficiente para impedir que ela atirasse a adaga em direção à , acertando-a em cheio. Ela não gritou, apenas olhou para o peito e uma lufada de ar saiu por entre seus lábios. Seu coração falhou uma vez.
- NÃÃÃÃOOO! – meu ódio, minha dor, meu pesar, minha tristeza, minha raiva me impulsionaram e eu apenas enxerguei aquela vampira na minha frente. Nada mais existia a não ser o desejo de matá-la. Corri em sua direção e nem percebi os pensamentos que ela me dirigia, prendi-a com força pelas pernas, forçando-a para baixo enquanto num movimento rápido e preciso, torci e arranquei sua cabeça, desmembrando-a em seguida com uma rapidez tamanha que até me surpreendi.
- Vamos embora. – ouvi Aro dizer ao fundo. – Trata-se mais de uma questão familiar do que qualquer outra coisa. – ele pareceu entediado. – De mais a mais, a humana não sobreviverá. – e em segundos todos aqueles mantos negros haviam desaparecido.
- ! – Rose gritou ao se ver livre da tortura de Jane.
- Oh, não! – e essa foi Esme, saindo do transe induzido por Alec.
Voltei correndo para onde estava, seu coração cada vez mais fraco pela ferida mortal. Emm e Carlisle já a tinham tirado daquele lugar e ela estava deitada sobre o solo, ainda com a adaga em seu coração enquanto Tanya e Irina encarregavam-se de queimar os restos de Paola.
- Amor? – eu me aproximei e vi que ela mantinha os olhos fechados. – ?
- Tire essa adaga dela! – pediu Kate, aterrorizada com toda a cena.
- Afastem-se todos. – pediu meu pai. – Ela precisa de ar. Edward é agora, filho. Ela só tem mais algumas batidas do seu coração.
- Ed.... Edward.... – sussurrou e abriu levemente os olhos. – Vo... você está... vivo....
- Shiii. – eu disse com a voz embargada. – E você também ficará. – e acariciei sua bochecha quente uma última vez. Ela sorriu e fechou os olhos, como se estivesse dormindo.
Acenei para meu pai e no mesmo instante em que ele puxava a adaga, eu cravava meus dentes em seu pescoço, deixando que o veneno invadisse sua debilitada corrente sanguínea. Seu sangue entrou em contato com minha garganta e por uma fração de segundo fui tomado pelo sentimento de vitória do meu monstro interior, deliciando-se com aquele manjar dos Deuses. Mas na fração de segundo seguinte eu já tinha recuperado o controle dos meus instintos e voltei minha atenção ao meu grande amor. Sentir o gosto de seu sangue em minha garganta era gratificante, mas saber que agora ela estava a salvo, era mais gratificante ainda. Lentamente afastei minha boca de sua pele e segui para o machucado em seu braço, fazendo com que a ferida cicatrizasse quase que instantaneamente. Beijei delicadamente a parte superior de seu seio, onde a adaga tinha penetrado e fiz a mesma coisa, livrando-a também daquele ferimento. E então as contrações começaram.

’s POV

Eu não senti dor quando a adaga cortou minha carne e afundou até atingir meu coração. Na verdade, não sei dizer o que foi exatamente que senti. Talvez surpresa por ela ter conseguido me acertar, finalmente.
O ar logo me faltou e as coisas ficaram distorcidas ao meu redor. Os sons não faziam sentindo, assim como as imagens e as sensações. Mas eu não estava preocupada com isso, eu só precisava saber se minha família ficaria bem, se Rose ficaria bem, se Edward ficaria bem.
Senti meu corpo sendo sacudido e minha posição espacial mudou, mas não tive forças para me mexer, até que ouvi sua voz ao meu ouvido.
- Amor? – eu ouvi ao longe. Ele parecia tão distante. – ? – seu tom era tão macio e aveludado como nunca fora antes.
Houve um burburinho ao redor, mas isso não me importava, eu só precisava dele naquele momento.
- Ed.... – o ar me faltou. – Edward.... – tentei novamente e com uma força que eu já não tinha mais, consegui abrir meus olhos. Ele estava ao meu lado, sem nenhum arranhão, lindo como sempre. – Vo... você está... vivo....
- Shiii. – ele respondeu, sua voz embargada. – E você também ficará. – e senti seus dedos gelados percorrerem meu rosto. Sim, com ele ao meu lado eu ficaria bem.
Caí na escuridão novamente e de repente me vi em brasas. Meu corpo todo ardia em chamas, meu braço, meu peito, meu pescoço. Percebi ali que meu real destino estava se cumprindo. Aquele ardor todo era o veneno se espalhando em meu corpo, iniciando a minha transformação. Terminando a era humana e iniciando a era imortal.



Capítulo 32 – Eternidade

’s POV

Não sei dizer quanto tempo passei sentindo a fogueira em meu corpo. Não tive muita consciência do que acontecia ou deixava de acontecer ao meu redor naquele momento. Eu sabia que aquilo me machucaria, que aquela dor quase insuportável faria com que eu implorasse pela morte, faria com que me arrependesse de ter desejado a transformação, mas apesar de tudo, do fogo, da dor, da incapacidade momentânea, eu sabia também que tudo passaria.
Aos poucos fui percebendo o ambiente de modo diferente ao meu redor, tudo extremamente mais nítido, mais claro, mais límpido: sons, aromas, tato. Eu sentia o cheiro fortíssimo de terra molhada e o reconheci de imediato: estávamos em Forks. Mas o que estávamos fazendo em Forks? Não era para estarmos todos naquele fatídico local que eu nem sabia dizer onde era? Eu ouvia a movimentação da casa e pude identificar claramente cada um dos seres ali ao meu redor. E estavam todos bem! A cada momento o fogo diminuía e eu soube que o martírio estava no fim. Com uma última pontada, quase um grito de clemência, o fogo ardeu em meu peito, subiu para minha garganta e ali ficou, em sua nova morada por toda a eternidade.
- ? – ouvir meu nome foi estranho e adorável ao mesmo tempo. Se antes sua voz me parecia melodiosa, agora eu não conhecia um adjetivo para descrevê-la. Sorri com aquilo e lentamente abri meus olhos. – Oi. – ele disse com o sorriso mais lindo da face da Terra.
Encarei-o por alguns segundos, analisando o dourado daquela íris, praticamente ouro líquido de tão fluido que estava. Meus olhos foram desviados momentaneamente para seus lábios, que estavam desenhados em um meio sorriso, um pouco preocupado, um pouco feliz, o que me fez alargar ainda mais o meu próprio sorriso.
- Oi. – eu finalmente disse e estranhei enormemente o som que minha voz produziu. Era algo como sinos, mas não tão estridente quanto. Era estranho, mas lindo.
Edward ajudou-me a levantar e aos poucos fui percebendo toda aquela nova realidade que se abria diante de meus novos olhos. Eu via as partículas de poeira no ar e ouvia o riacho como se estivesse ao seu lado, sentia o cheiro de pólen da pequena plantação de milho que havia perto da cidade.
- Uau! – eu disse meio que abobada. – Isso é incrível.
- Como se sente, querida? – foi só aí que notei Carlisle ao meu lado. Aliás, não só ele como a família inteira.
- Uau! – foi a única coisa que consegui responder naquele momento e todos sorriram com minha reação.
- E sua sede? – perguntou um Jasper meio preocupado. Eu fechei os olhos e me concentrei em minha garganta: ardia. Tentei engolir, para ver se melhorava, mas nada aconteceu.
- Isso... arde um pouco. – e sorri. – Mas parece tudo bem por enquanto.
- Não se fazem mais vampiros recém-criados como antigamente. – ele soltou sério, mas então todo mundo caiu na gargalhada.
Edward colocou uma das mãos em minha cintura e eu senti a antiga corrente elétrica fluindo entre nossos corpos. O antigo desejo de sentir seus lábios nos meus, de tocar seu corpo, a necessidade de estarmos unidos. Olhei para sua mão e só aí notei que a minha era agora da mesma tonalidade. Por um momento esqueci-me do desejo de meio segundo atrás e passei a analisar minhas mãos, meus braços, curiosa com as mudanças que teriam acontecido em meu corpo. Ouvi o sorriso alegre de Alice enquanto ela se aproximava de mim.
- Venha ver. – ela disse e segurou em minha mão, levando-me até o outro lado do quarto, diante de um grande espelho. OK, parei agora! Essa aí sou eu? PQP! Cara, esse negócio de virar vampira fez muito bem pro meu ego! Eu estava linda! Tão linda quanto as irmãs Denali, tão linda quanto Esme, Alice e até mesmo Rose. Sorri para minha nova imagem e passei a prestar atenção em meu rosto. Meus traços já delicados ficaram ainda mais evidentes e minha pele toda tinha uma leve tonalidade perolada. E então parei em meus olhos.
- Por que não são dourados? – eu perguntei um pouco receosa.
- Seu organismo está se alimentando do pouco sangue que ainda restava em seu corpo. – disse Edward parando ao meu lado. – Ainda serão assim por um tempo, mas com a dieta animal, logo ficarão tão dourados quanto os meus.
- Não ficarão não. – eu disse divertida. – Os seus são únicos.
- Boba. – ele disse tocando meu nariz com a ponta do dedo. – E aí, o que achou? – ele perguntou encarando-me pelo espelho.
- Acho que saiu melhor do que a encomenda. – e ri. – E você, o que achou? – eu logo perguntei, sentindo uma pontinha de insegurança por não ser mais a mesma de antes.
- Existe algum adjetivo para “mais que perfeita”? – ele disse alargando novamente aquele sorriso torto.
- Bobo. – e minha mão pousou em seu ombro. – Vem aqui. – eu disse recordando-me totalmente do meu desejo inicial, quando ele apoiou a mão em minha cintura. Eu tinha que beijá-lo.
Ele sorriu malicioso enquanto nossos rostos foram se aproximando e nos entregamos a um beijo que começou suave, de conhecimento e reconhecimento, até que o desejo falou mais alto e ambos aprofundamos aquele carinho, sentindo-nos um no outro. Minha concentração foi quebrada por uma risada meio encabulada, digamos assim, e notei uma Esme envolvida nos braços do marido.
- Ops. – eu disse rindo e não senti mais o calor em minhas bochechas. Por um lado seria bom. – Desculpe. – e todos riram. Ok, mais uma vez eu estava me sentindo o ratinho de laboratório, sendo observada por todos. Isso não ia acabar não? E então senti minha garganta arder um pouco mais intensamente e instintivamente levei uma das mãos até ela.
- Acho que está na hora de alguém caçar. – disse Emm brincalhão.
- Claro. – eu disse encarando-os. – Só tenho que fazer uma coisa antes. – olhei pra Rose e ela me entendeu no mesmo segundo.
Ambas corremos uma para os braços da outra e nos entregamos àquele abraço tão esperado, sem receios, sem medos, sem sofrimentos. Ela não sofria mais com meu aroma, eu não sofria mais por lhe machucar. Naquele momento senti falta das lágrimas, pois não sabia como demonstrar de outra forma a emoção que eu sentia, a felicidade por estarmos juntas novamente.
- Bem vinda. – ela sussurrou em meu ouvido. Nossos olhares se cruzaram mais uma vez e nos reconhecemos novamente.

Edward’s POV

lutava como uma guerreira contra a dor que meu veneno lhe causava, quase nunca gritando, como se soubesse que os gritos não adiantariam em nada. Cerca de uma hora depois Emmett e Jasper apareceram com um pequeno jatinho nas redondezas e logo embarcamos todos, com destino a nossa casa. Não foi muito difícil burlar as restrições dos espaços aéreos internacionais e em menos de meio dia estávamos novamente em Forks.
Sua transformação foi mais rápida que o normal e Carlisle atribuiu a isso à considerável falta de sangue em seu corpo quando finalmente a salvamos. A parte boa foi que ela sofreu menos e em menos tempo eu teria meu amor de volta aos meus braços. Sua mudança física acontecia rapidamente e todos vimos a bela criatura em que ela se transformava.
acordou dois dias depois e teve as reações mais surpreendentes de todos os tempos: não se sentiu ameaçada pela nossa presença, não entrou em choque com suas modificações e, principalmente, parecia nem ligar para o ardor fundo em sua garganta. Já tínhamos nos surpreendido com Rose, mas com fora ainda mais confuso.
E tão logo ela se pôs de pé, logo estávamos atracados um ao outro num beijo delicioso de reencontro. Ainda bem que ela continuava exatamente a mesma nesse quesito!
Um pouco antes de sairmos para caçar, presenciamos a cena emocionante do abraço daquelas duas amigas. Foi realmente tocante sentir o carinho e afeto que uma tinha pela outra, e sentir também o alívio pela tensão que tinha sido quebrada com o desaparecimento do seu aroma humano. E só então saímos para caçar.
Outra surpresa, sem dúvida. se entregou muito facilmente aos seus novos instintos animais e caçou um grande cervo com grande maestria, como se já fizesse isso há séculos.
- Não tem alguma coisa um pouquinho menos sem-graça do que cervos? – ela disse limpando um singelo filete de sangue que escorria pelo canto de seus lábios.
- Podemos procurar um pouco mais ao norte. – eu disse e comecei a correr. – Siga-me.
Ela corria com tamanha graça e charme que me desconcentrou algumas vezes, fazendo-me admirar ainda mais aquela mulher. Corremos até quase a fronteira com o Canadá, e finalmente encontramos um urso. Ela sorriu maliciosa para mim e foi espreitando o animal silenciosamente. Quando ela estava pronta para dar o bote, algo aconteceu e ela desistiu daquela caça.
- ? – eu a questionei quando ela surgiu ao meu lado.
- É uma fêmea com filhote. – ela disse quase com candura. – Não posso fazer isso com eles.
Não sei qual foi a expressão que eu demonstrei em meu rosto, mas ela me encarou por alguns segundos, tentando decifrar todo o meu espanto com tal atitude e riu de lado.
- Que foi? – ela disse do modo mais inocente possível.
- Você interrompeu um ataque porque era uma fêmea com filhote? – eu ainda estava incrédulo.
- Claro! – ela disse com certa indignação. – Não ia deixar o filhote sem mãe, nem uma mãe sem filhote. Não vou destruir uma família só para saciar minha sede. Acho que me contento com outro cervo, macho, sem filhos por perto.
Eu só consegui abraçá-la e encará-la ainda pasmo. Só ela mesmo, só minha ; mesmo sendo uma predadora agora ela ainda conseguia discernir o certo do errado e isso tendo apenas algumas horas de vida. Definitivamente ela não existia. Voltamos pelo mesmo caminho e encontramos um belo bando de cervos, com o qual pudemos saciar completamente nossa sede naquele momento, sem matar nenhuma fêmea ou filhote.
Chegamos em casa no fim da tarde e ela quis ficar um pouco perto do riacho, ouvindo sua nova melodia enquanto admirava o céu.
- As tonalidades são ainda mais lindas agora. – ela disse com fascínio. – Deve ser perfeito em um dia sem nuvens.
- Não se preocupe, você terá a eternidade para admirar. – eu disse colocando-me a suas costas.
- Nós teremos. – ela me corrigiu e deu-me um beijo na bochecha.
Eu já tinha começado a me empolgar com aquele beijo, não vendo a hora de ficar a sós com minha , quando Alice surgiu em minha mente. Traga-a pelos fundos e não a deixe ver a sala, Edward. Eu sorri de lado e puxei sua cintura, seguindo em direção à casa.
- Não vamos pela porta da frente? – perguntou curiosa.
- Não. – eu respondi simplesmente, tentando conter o riso.
- Edward... – usou um tom que era pra ser ameaçador, mas nem ela conseguiu conter a curiosidade. Ao chegarmos mais perto da casa ela sentiu a doce fragrância que existia ali. – O que Alice está aprontando?
- Não se lembra? – eu me diverti, vendo sua confusão. Ela apenas abanou a cabeça, então eu a levei para dentro da casa, desviando da sala como havia pedido minha irmã.
Logo chegamos ao quarto de Alice e eu a deixei sob os cuidados dela e Rose, enquanto seguia muito divertido para meu quarto, onde encontrei o que Alice havia separado para mim.
Jasper apareceu logo depois em meu quarto, com um sorriso brincalhão como não via há muito tempo em sua face e me acompanhou até a sala, onde tive uma agradável surpresa: Alice, Rose e Esme tinham aproveitado nossa excursão de caça para organizar tudo deixando a sala completamente decorada em tons de branco e dourado, vários arranjos de flores se espalhavam pelas janelas e degraus da escada, enquanto o ambiente estava discretamente aromatizado pelos perfumes de rosas vermelhas.
Todos estavam devidamente trajados de modo social e eu fui ao encontro de meus pais, enquanto Emm conversava animadamente com as irmãs Denali.
- Nervoso, filho? – Carlisle me perguntou.
- Acho que não. – eu respondi. – Será que ela vai gostar?
- Claro que vai, Edward. – disse minha mãe afagando meus ombros.
E foi então que todos se arrumaram em seus lugares e Jazz soltou o som, antes de seguir para o pé da escada, seguido por Emm. A primeira a aparecer foi Alice, toda sorrisos e desviando bravamente seus pensamentos para que eu não tivesse nenhum vislumbre da minha noiva. Ambos seguiram em minha direção e tomaram posse de seus lugares. Logo depois foi Rose quem apareceu, linda também, e nem tentei espionar seus pensamentos, pois pelo modo que ela olhava para Emm, sabia que ela tinha toda sua atenção voltada para ele naquele momento.
E então, depois que eles já tinham chegado aos seus lugares também, a música mudou, passando para a Marcha Nupcial enquanto surgia, magnífica no topo da escada.

’s POV

Aparentemente minha primeira caçada havia sido muito bem sucedida e finalmente voltamos para casa, empanturrados de sangue de cervo. Eu tinha acabado de dar um beijo na bochecha de Edward e percebi que ele tinha se animado com aquela idéia, mas então alguém entrou em seus pensamentos e logo ele me arrastava, pela porta dos fundos, para dentro da casa. Senti um delicado aroma de rosas por toda a casa e então imaginei que Alice estaria aprontando mais uma de suas artes. Só quando Edward me entregou a ela e Rose, ambas me trancaram no quarto e eu topei com um delicado vestido branco foi que eu estremeci.
- O quê...? – eu comecei a balbuciar.
- Você não tinha se esquecido da sua festa de casamento, tinha? – ela perguntou lépida e faceira, abrindo aquele baita sorriso.
- Alice.... – eu disse, sem realmente saber o que fazer.
Minhas duas cunhadas me deixaram pronta em alguns minutos apenas, com cabelo e maquiagem feitos e eu comecei a perceber que ela tinha preparado “A” festa, bem ao estilo Alice. Elas me deixaram a sós por dois minutos, enquanto se arrumavam e foi quando eu pude parar para me analisar: o vestido era simples, na verdade, de seda champanhe com um delicado bordado no busto e uma discreta cauda em renda. O decote era em V e as alças finas cruzavam nas costas, em vários pontos diferentes, dando a impressão de um delicado espartilho. Eu usava um sapato de salto fino, também champanhe e meu cabelo estava preso em um displicente rabo de cavalo. Uma maquiagem não muito carregada, mas sofisticada finalizava a produção.
Nem bem tinha terminado minha análise quando as duas voltaram ao quarto e eu vi como estavam deslumbrantes. Alice deu-me as instruções e logo depois uma delicada melodia começou a tocar.
- Você está linda, . – disse Rose. – Você merece ser feliz depois de tudo o que passou.
- Rose...
- Opa, minha vez. – ela sorriu me interrompendo. – Nos vemos lá embaixo! – e desapareceu porta afora.
Eu respirei profundamente algumas vezes, mesmo sem precisar fazer isso e então escutei a deixa para minha entrada. Pensei em meus pais por um segundo, nos sorrisos alegres quando nos despedimos no aeroporto e sabia que eles estavam felizes por mim naquele momento. Dei um longo passo e então parei, no alto da escada, admirando o cenário à minha frente.
As meninas tinham mesmo caprichado e, se eu ainda fosse humana, com certeza estaria chorando naquele momento, enquanto eu descia os degraus ao som da marcha nupcial. Logo que cheguei ao último degrau, havia um pequeno tapete vermelho que me levava diretamente ao “altar”, onde se encontrava Carlisle e ao seu lado, o amor da minha existência.
Quando nossos olhos finalmente se encontraram, eu sabia que tudo tinha valido à pena. Diante de mim estava o homem com quem eu queria passar o resto da minha eternidade, o homem que eu amava acima de tudo e de todos. Ali, diante dos meus olhos estava a minha própria existência. Finalmente cheguei até eles e Edward segurou em minha mão, beijando minha testa e em seguida virando-se para Carlisle.
- Queridas amigas. – ele disse olhando para as irmãs Denali. – Amada esposa. – e fitou Esme. – Adorados filhos. – encarou Jasper, Emm, Alice e Rose, e em seguida olhou para Edward e para mim. – Sei que não tenho nenhum poder legal ou divino para presidir uma cerimônia como esta. – ele fez uma pausa e voltou a sorrir para mim. – Mas tenho o poder do amor de um pai para com seus filhos. Diante de mim encontram-se duas criaturas que vivenciaram muitas experiências, passaram por muitas dificuldades e sofrimentos. Mas, acima de tudo, são pessoas que se aceitaram, que se amaram e que sempre lutaram para fazer com que todas as dificuldades fossem superadas.
Olhei para o lado e percebi o quão importante para Edward eram aquelas palavras de seu pai. Apertei um pouco mais sua mão na minha e ele me encarou, sorrindo, com seus olhos dourados ainda mais brilhantes.
- É por esse sentimento que me sinto à vontade de estar aqui nesse momento. – ele completou. – A união de vocês, Edward e , é uma benção para essa família e traz grande alegria para nossos espíritos. É a comprovação de que o Amor supera qualquer barreira, qualquer dificuldade, qualquer desejo contrário a ele. – fez outra pausa e era como se eu pudesse sentir ainda meu coração, apertado com a emoção daquele momento. – Edward, , vocês aceitam a responsabilidade de permanecerem juntos, como amigos e amantes, com respeito e amor, para enfrentarem juntos toda e qualquer experiência, por toda a eternidade?
- Aceito. – ele respondeu puxando minha mão para cima e beijando-a com muito carinho.
- Aceito com todo o amor existente em minha alma. – eu respondi, com a voz um pouco trêmula. Repeti o seu gesto e beijei delicadamente o dorso de sua mão.
- É com imensa felicidade que anuncio que, a partir de agora, você faz parte oficialmente dessa família. – e me olhou mais profundamente. – Bem vinda ao lar, minha filha. – aquelas palavras mexeram profundamente comigo, pois era a maior prova de todas de que eu não estava sozinha no mundo, que apesar da morte de meus pais biológicos, eu tinha sim uma família que me amava e que faria qualquer coisa pelo meu bem estar. E depois, como de praxe em um casamento convencional ele disse, entre sorrisos. – Pode beijar a noiva.
Edward segurou em meu queixo e foi puxando-o até aniquilar qualquer distância entre nossos lábios e me beijou terna e docemente, enquanto ouvíamos os aplausos e assobios ao nosso redor.

Edward’s POV

Quando a vi, no alto da escada, quase perdi meu fôlego. sempre fora linda aos meus olhos, mesmo quando humana; e agora, meu Deus do céu, era sem sombra de dúvidas a vampira mais linda de todo o planeta – Rose que não me escute! Ela desceu graciosamente os degraus e continuou assim até chegar ao meu lado. Foi quando meu pai deu inicio àquela cerimônia e me comoveu com suas palavras.
Finalmente, éramos marido e mulher e, depois do tradicional beijo, fomos curtir nossa festa, né. Teve o momento de cumprimento de todos e, se eu mesmo não estivesse inebriado com tanta felicidade, estaria quase desesperado com todos aqueles pensamentos melosos e românticos. Seguimos então para a parte da frente da casa, onde meus irmãos tinham montado uma pequena pista de dança e então Emm anunciou a primeira dança da noite: a valsa dos noivos. Mas..... como não podia ser diferente, ao invés de uma valsa, fez-se ouvir uma melodia bem diferente. (n/a: Música 12)
sorriu divertida enquanto eu estendia a mão para ela e nos deixamos levar por aquela belíssima mistura de música eletrônica com a sua grande paixão: o tango. Agora que ela não era mais tão frágil e quebradiça, eu inovei em vários passos, surpreendendo-a a cada movimento e arrancando vários aplausos e elogios da nossa singela platéia. E não é que a filha da mãe também resolveu improvisar? Logo estava dando voltas ao meu redor, abusando de seu charme natural e provocando-me os desejos mais intensos possíveis. Terminamos aquela belíssima dança com uma pose bem sensual. (Foto 06)
- Quanta pressa, senhora Cullen. – eu sussurrei em seu ouvido.
- Você sabe que paciência nunca foi uma das minhas melhores qualidades. – ela também disse num sussurro, e deu uma quase imperceptível mordidinha em minha orelha, sorrindo quase inocentemente logo em seguida. Calma, Edward! Foco, mantenha o foco!
- Será que eu posso ter a honra de dançar com a minha mais nova filha? – interrompeu-nos Carlisle.
Ambos assentimos sorrindo e logo rodopiava um bolero com meu pai, enquanto eu dançava com Esme e os outros também seguiam para a pista. E assim seguimos, trocando os casais e dançou um fox com Jasper e uma salsa com Emm. Todos nós também dançamos com as irmãs Denali e logo depois a melodia passou para algo mais clássico. Conversamos durante mais algum tempo até que as três decidiram ir embora.
- Confesso que não entendia o fascínio que Edward tinha por você, no começo, mas hoje vejo que não teria como ser diferente disso. Vocês nasceram um para o outro. – disse Tanya ao se despedir da . Eu sabia o quanto era difícil para ela assumir uma derrota, mas alegrava-me saber que ela desejava nossa felicidade. Irina foi um pouco mais seca, como de costume e Kate a mais sentimental, também como de costume; e em seguida as três partiram para suas vidas no Alasca.
- Muito bem, as malas estão prontas. – anunciou uma Alice toda agitada, para variar.
- Malas? – me olhou de lado. – Vamos viajar?
- Vamos. – eu disse puxando-a pela cintura. – Achou que não teria uma lua de mel, é? – ela não respondeu, entendendo as quintas intenções em meu olhar.
- O jatinho já está abastecido e pronto. – anunciou Emm todo feliz.
- Jatinho? Desde quando vocês têm um jatinho? – ela me encarou espantada.
- Bom, desde que tivemos que te resgatar na Itália. – disse Jasper adorando a confusão estampada no rosto da minha esposa.
- Itália? – ela voltou a me encarar.
- Depois te explico. – eu disse dando um beijo em seu pescoço. – Agora vamos.
concordou na hora e passamos às despedidas da nossa família. Esme, Alice e Rose só faltaram chorar lágrimas de verdade com a emoção de toda aquela noite e eu não podia deixar de reparar que até mesmo Carlisle, Jasper e Emmett também estavam muito emocionados. Depois de beijos e abraços e a entrega daquele presente especial, finalmente estávamos nós dois voando rumo ao Brasil.

’s POV

Quando eu achei que a coisa já tinha terminado, fomos levados até a frente da casa e nos deparamos com uma bela pista de dança. No lugar da tradicional valsa, Edward me convidou para um tango e eu me senti completa ali, finalmente em paz ao lado das pessoas que eu mais amava no mundo.
Obviamente ainda faltava uma parte para que minha felicidade fosse plena e, pelas expressões do meu marido, eu soube que ele pensava da mesma maneira que eu. Nós nos provocamos ao longo daquele tango e eu não resisti a dar aquela mordidinha estratégica no lóbulo da sua orelha. Ele sorriu malicioso e eu soube que não demoraríamos muito a ter nosso momento a sós.
Depois de dançar com meu pai e meus irmãos, aproveitar a festa que Alice tinha organizado e conversar mais um pouco com as irmãs Denali, elas decidiram partir e fui contemplada por uma trégua da parte de Tanya. Não sei se algum dia seremos amigas, mas soube naquele momento que, ao menos, rivais não seríamos mais.
Fiquei confusa quando Alice anunciou que minhas malas estavam prontas e Emm disse que o jatinho estava pronto. De onde afinal tinha surgido um jatinho? Mas Edward apenas me olhou e garantiu que logo me explicaria. Houve então o momento da despedida e seguimos para o avião.
- ! – ouvi Rose me chamando. – Tenho uma coisa para você.
- Rose! – eu a repreendi, mas com um sorriso nos lábios.
- Na verdade, é algo seu, que foi remodelado. – ela disse e me entregou um embrulho prateado.
Todos estavam ao meu redor, meio que ansiosos para ver minha reação. Abri o embrulho e fiquei paralisada por um momento ao ver o que tinha em mãos: o meu medalhão de Salvatori estava delicadamente alojado dentro de um delicado cudo de vidro.
- Assim ele não te machucará e você poderá guardá-lo como lembrança. – ela disse com os olhinhos brilhando.
- Eu... – eu não sabia o que dizer e imediatamente olhei para minha marca de nascença, que continuava presente em minha pálida e gélida pele de vampira.
- Ele faz parte de quem você é, amor. – disse-me Edward. – Faz parte da sua história, da nossa história.
- Vocês são impossíveis. – eu disse finalmente, alargando meu sorriso. – Obrigada. A todos. – houve então um abraço coletivo e finalmente estávamos voando em direção ao sul.
- O que vamos fazer no Brasil? – eu perguntei sentada ao lado do Edward.
- Surpresa! – ele cantarolou e deu aquele sorriso torto.
- Eita, que marido mais misterioso que eu fui arrumar! – eu disse e lhe dei um selinho. Ele apenas riu e retribuiu o carinho.
A viagem foi um pouco longa, tivemos que parar duas vezes para abastecer o pequeno avião e nesse trajeto acabei aprendendo a pilotar. Ou pelo menos a ter as noções básicas para conduzir uma aeronave. Chegamos ao Rio de Janeiro um pouco antes do amanhecer.
- Amor, prenda sua respiração. Serão apenas uns vinte minutos. – ele me disse, afagando minhas bochechas.
- Entraremos em contato com humanos? – eu perguntei um pouco alarmada.
- Sim. – ele respondeu, encarando-me firmemente. – Mas se você não estiver respirando, não terá como sentir o aroma e você ficará bem.
- Tem certeza? – eu ainda o encarei preocupada.
- Absoluta. – ele disse e me deu outro selinho.
- Mas e quanto ao Sol? – eu perguntei, dando-me conta de que estávamos no Brasil.
- Ainda temos tempo. – ele disse e me encarou. – Vamos?
Eu o fitei mais uma vez e vi segurança em seus lindos olhos dourados, então sorri, tranquei a respiração e saímos da aeronave. Seguimos diretamente para um taxi e este partiu pelas avenidas cariocas. De fato eu não senti o aroma do sangue humano, mas também fiquei privada de sentir qualquer outro tipo de aroma. Foi ali que percebi como era ruim ficar sem um dos sentidos. A viagem durou cerca de 20 minutos, conforme Edward havia falado e logo estávamos embarcando em uma lancha, partindo a toda velocidade mar adentro.
- Pronto, pode voltar a respirar. – ele disse ao enlaçar minha cintura.
- Como é bom ter o olfato de volta. – eu disse inspirando profundamente. – Adoro esse cheiro da maresia. – ele sorriu ao meu lado. – Afinal de contas, para onde você está nos levando?
- Ok, vou te contar. – ele disse divertindo-se. – Estamos a caminho da Ilha de Esme.
- Ilha de Esme? – eu repeti em tom de pergunta.
- Aham. – ele disse ainda divertido. – Carlisle quis fazer um agrado a Esme certa vez e lhe deu uma ilha.
- Ah, claro. – eu soltei num tom de concordância, colocando-me de frente para ele. – Um mero agrado. – e caí na gargalhada. – Só vocês mesmo.
- Que foi? – ele perguntou meio confuso.
- Edward! Normalmente quando se quer fazer um agrado, você dá uma jóia, talvez, não uma ilha. – e sorri divertida.
- Bom, é melhor ir se acostumando com ESSE tipo de agrado, senhora Cullen. – ele disse largando o timão e me puxando para um beijo mais empolgado. Sua língua foi à procura da minha e eu fiquei momentaneamente inebriada por aquele beijo.
- E falta muito para chegar nessa ilha? – eu perguntei um pouco ofegante, não mais por falta de ar.
- Já estamos quase lá. – ele disse e voltou sua atenção ao barco. Cerca de meia hora depois avistamos a ilha, juntamente com o sol que surgia majestoso no céu brasileiro.
Edward ancorou a lancha no píer e logo me puxou para fora do barco. No segundo seguinte as malas já estavam dentro da casa, mas não ficamos por lá já que ele me arrastou para a praia deixando que aqueles raios tocassem minha pele.
Eu vi seu rosto brilhar ao toque da luz e só então fui perceber que eu também brilhava. Tirei o casaco que usava por cima do meu “vestido de noiva”, deixando minha pele à mostra enquanto observava admirada as fagulhas coloridas que emanavam de meu corpo.
Quando voltei minha atenção para o Edward novamente, não o encontrei ao alcance da minha vista, mas logo fui surpreendida por seus braços fortes envolvendo-me por trás.
- Bem vinda à nossa lua de mel. – ele disse baixinho ao pé do meu ouvido e eu teria arrepiado se fosse possível.
Eu girei em seu abraço para ficar de frente para ele e encarei mais uma vez seus lindos olhos dourados. Não foi necessário dizer absolutamente nada. Nossos rostos foram se aproximando lentamente, cada um aproveitando cada segundo daquilo, até que nossos lábios se tocaram finalmente. Somente ali eu fui realmente prestar atenção à textura da sua pele, que agora já não era mais dura e gelada, e sim macia e tão quente quanto a minha. Seus lábios moldaram-se perfeitamente aos meus e sua língua dançou com a minha num sincronismo perfeito. Éramos iguais agora.
Aquele beijo foi se aprofundando enquanto ele me apertava contra seu peito e eu afundava minhas mãos em seus cabelos, fazendo com que ele soltasse um grave gemido em meus lábios. Ele desceu as mãos pela lateral do meu corpo, passando pelo meu bumbum e dando um leve apertão ali, fazendo com que eu soltasse um gemido gostoso. Ele riu em meus lábios e desceu mais um pouco as mãos, atingindo minhas coxas e puxando-me para cima com muita facilidade, enquanto eu enroscava minhas pernas em seu quadril.
Afastei um pouco meu rosto, para admirá-lo mais uma vez e encontrei ali a personificação da felicidade. Sorri ao ver que ele realmente estava feliz e acariciei gentilmente sua face, correndo os dedos por seus olhos, seu nariz e terminando em seus lábios. Ele sorriu outra vez com o carinho.
Continuei a descer minhas mãos e comecei a abrir os botões da sua camisa branca, ficando sem muita paciência no final e puxando-a com um pouco mais de força, fazendo com que a peça se despedaçasse.
- Ops. – eu disse numa vergonha fingida e ele riu alto, fazendo-me rir também.
Depois, aproveitando que eu me mantinha sozinha presa a seu corpo, ele deslizou as mãos ao longo das minhas pernas e voltou o caminho, trazendo consigo o vestido que eu ainda usava. Quando chegou na altura da minha cintura, ele apenas forçou um pouquinho o tecido e o vestido rasgou-se em dois, caindo ao lado do meu corpo e deixando-me apenas de calcinha.
- Ops. – ele disse de modo tão divertido e sensual ao mesmo tempo, que não consegui ficar longe daqueles lábios e o ataquei novamente.
Edward passava as mãos quentes na pele das minhas costas e deixava não mais um rastro de formigamento, e sim um rastro de fogo por onde seus dedos tocavam. Não vi direito quando saímos da praia ensolarada e chegamos ao quarto principal da casa. Edward encostou-me numa cômoda, acomodando-me em sua superfície e em menos de meio segundo eu me livrei da sua calça, deixando-o apenas com a boxer branca. Afastei-me novamente para admirá-lo.
- Ainda mais lindo do que antes. – eu disse mordendo meu lábio inferior.
- Ainda mais perfeita do que antes. – ele disse e no segundo seguinte estávamos deitados na imensa cama de casal.
Ele tentou me manter sob seu corpo, mas não era o que eu queria naquele momento, então forcei nossos corpos e foi com muita facilidade que eu inverti nossas posições. Pois é, agora eu era tão forte quanto ele – até mais por um tempo – e tiraria vantagem daquilo, com certeza. Sentei-me sobre seu quadril e pude perceber que sua excitação já estava muito evidente. Forcei-me sobre ele pressionando-o um pouco e ouvi meu amor ofegar com aquilo. Desci correndo meu corpo sobre seu tronco e abocanhei seus lábios com sede, fazendo com que nossas línguas se encontrassem rapidamente e depois fui acalmando os movimentos, produzindo um beijo profundo e intenso. Edward percorria toda a extensão das minhas costas com seus dedos, subindo até meus cabelos e depois voltando, até encontrar novamente meu bumbum. Foi numa dessas excursões que ele simplesmente puxou minha calcinha de lado e me deixou completamente nua.
Eu desviei meus lábios dos seus e fui fazendo o tradicional caminho até o lóbulo da sua orelha, sugando-o intensamente antes de dar a mordidinha fatal.
- Céus, ! – ele ofegou e apertou minha bunda com vontade.
- Oh, Edward... – eu gemi ali em sua orelha e voltei a pressionar meu quadril sobre seu membro rígido.
Decidi abandonar aquela região e fui descendo minha língua por seu pescoço até encontrar um de seus mamilos. Passei a acariciá-lo com a língua enquanto subi uma das minhas mãos até encontrar os lábios dele e ele passou a sugar meu dedo indicador com prazer. Enquanto ele estava distraído com esse pequeno momento de prazer, fui escorregando a mão livre pela lateral de seu corpo até a altura do quadril e a subi rapidamente, levantando o meu quadril no mesmo momento em que apertava com força o seu membro.
- Oh, fuck! – ele gemeu alto enquanto eu sorria em sua pele e dava leves mordiscadas em seu mamilo.
Desci mais um pouco minha boca, chegando ao seu umbigo e passei a brincar com ele, enquanto Edward ainda chupava meus dedos e eu o acariciava por cima da boxer. Senti a pulsação de seu membro em minhas mãos e me desfiz da boxer com a mesma facilidade com que me desfiz das calças, envolvendo-o completamente em minha mão e massageando-o em movimentos de vai e vem.
- ... eu... não... agüentar... – ele soltou as palavras de modo desconexo, mas eu sabia bem o que elas queriam dizer.
Eu mesma já estava completamente excitada com aquela brincadeira, mas ainda não era minha vez, então num ímpeto, abandonei seu umbigo e passei a beijar seu membro, dando a ele toda a atenção e carinho que merecia. Edward levou as mãos aos cabelos, num nítido gesto de tentar se controlar, mas eu sabia que o levaria à loucura em alguns minutos. Passei a dar mais atenção ainda aos carinhos que eu ministrava e logo percebi meu amor agarrando com força os lençóis da cama enquanto gemia gostoso e seu néctar delicioso jorrava em meus lábios.
- Puta que pariu, ! – ele conseguiu dizer depois, com a voz grave e rouca. Eu apenas ergui meu rosto, sorrindo maliciosamente para ele, enquanto umedecia meus lábios com a língua.
Mas eu não tive muito tempo para admirar meu feito, pois no segundo seguinte ele estava sobre mim, beijando-me loucamente, roçando os lábios quentes em minha mandíbula e pela primeira vez ele mordeu o lóbulo da minha orelha, sugando-o em seguida e fazendo com que eu sentisse o choque elétrico em meu novo corpo. Uma de suas mãos alojou-se em um dos meus seios enquanto o outro recebia a atenção de seus lábios sedentos e ele não se fez de rogado, sugando-o, lambendo-o, beijando-o e mordiscando-o, provocando em mim algumas sensações já familiares e outra totalmente novas e ainda mais prazerosas.
- Edward... – eu me permiti gemer seu nome enquanto ele me acariciava com vontade, sabendo que agora não correria nenhum risco de me machucar.
Ele alternou os carinhos entre meus dois seios e a mão que estava livre passou a percorrer cada centímetro da minha pele. Eu já podia sentir leves contrações em meus músculos com o prazer que ele me proporcionava quando ele passou a brincar com meu umbigo, mordiscando ao seu redor. Ele desceu uma das mãos livres até a altura dos meus joelhos e foi subindo-a lentamente pela parte interna da minha coxa, enquanto a outra mão brincava com meus seios e sua língua maravilhosa fazia desenhos aleatórios em meu ventre. Sua mão continuava a subir enquanto minha respiração acelerava, só imaginando o destino final daquele trajeto. Houve outro espasmo de prazer, dessa vez um pouco mais pronunciado e ele sorriu em minha pele com seu hálito agora quente. E foi então que ele, numa sincronia perfeita afundou a língua em meu umbigo no exato momento em que penetrou-me com um dedo, fazendo-me arfar de prazer com o movimento súbito.
- Oh, céus! – eu quase berrei com aquilo e então ele desceu os lábios até meu sexo, acariciando-me com sua língua enquanto seus dedos movimentavam-se dentro de mim.
Era como se novamente eu pudesse sentir meu sangue correndo em minhas veias, jorrando hormônios por todo o meu corpo e ao mesmo tempo eu sentia leves pontadas elétricas estimulando cada ponto sensitivo em meu corpo. Suas carícias passaram a ficar mais rápidas e meu corpo todo entregou-se a espasmos desconexos quando Edward me proporcionou um orgasmo fantástico.
- Ooohh... Edward....... – eu gemi alto e em bom som enquanto meu corpo tremia com aquela descarga de prazer. Do mesmo modo que eu, ele me encarou com um olhar de luxúria e sorriu satisfeito.
Ele fui subindo lentamente por entre minhas pernas, beijando meu ventre, lambendo meu umbigo, acariciando meu seios até que finalmente encontrou meus lábios e me beijou de modo profundo e muito insinuante. Foi maravilhoso constatar que eu não estava nem um pouco cansada.

Edwrad’s POV

A parte que me preocupava na nossa viagem era o rápido contato que teríamos com humanos na chegada ao Brasil, mas tirou de letra e logo estávamos a caminho da ilha. Chegamos com o sol e foi lindo vê-la brilhar com os raios. Ela era perfeita.
Não tendo mais o que esperar, demos inicio então à nossa tão aguardada lua de mel. As carícias começaram ainda na praia, mas logo já estávamos entre os lençóis da cama e minha esposa me proporcionou um dos melhores orgasmos que eu já tinha tido com ela. Claro que não a deixei na mão e não muito tempo depois eu sentia todo o seu corpo tremer com a intensidade do prazer que eu havia proporcionado a ela.
Mas ainda era pouco. Não tínhamos que descansar e logo ela percebeu isso. Fui subindo meus lábios pelo seu tronco nu, beijando cada pedacinho de pele da minha amada até que encontrei seus lábios quentes à espera dos meus e nos entregamos a um beijo intenso.
Delineei seus lábios com minha língua enquanto fazia pressão em seu sexo com meu membro novamente rígido e desejoso de prazer. sorriu com aquilo e forçou seu corpo para cima, roçando nossos sexos e aumentando nosso prazer. Eu cai de boca em seu pescoço, sugando-o com vontade, sem medo de machucá-la e ela soltou um gemido baixo com aquilo, arranhando minhas costas e conseguindo, agora, me fazer sentir um pouquinho de dor com tal gesto, mas uma dor muito prazerosa. Ela desceu as mãos até minha bunda e me puxou fortemente contra si, aumentando ainda mais a pressão de nossos corpos e eu senti mais um latejar em meu membro sedento por aquele corpo.
Sem mais paciência, e sabendo que ela também começava a perder a dela, eu a penetrei de uma única vez, profundamente, fazendo com que seu corpo arqueasse com o meu. Sai dela e estoquei novamente, mais profundamente ainda e ela gemeu alto de prazer. E quando eu saí pela terceira vez e estoquei novamente, ela envolveu suas pernas ao redor do meu quadril e forçou ainda mais seu corpo contra o meu, intensificando a pressão e o prazer. Foi minha vez de gemer em seu ouvido. Com as pernas ao meu redor, ela me impediu de sair completamente dela outra vez, passando a controlar melhor nossos movimentos e nosso ritmo.
puxava-me para seu corpo com muita vontade e nossos movimentos foram ficando cada vez mais rápidos e fortes e eu já não temia mais por sua fragilidade, entregando-me completamente ao meu desejo e instinto. Nossos olhos estavam conectados o tempo todo e ambos podíamos ler nosso prazer no olhar do outro. Comecei a sentir a explosão vindo e vi o mesmo em seus olhos vermelhos, sabendo então que chegaríamos juntos ao clímax. Aumentamos ainda mais nosso ritmo até que ela me prendeu fortemente com as pernas numa estocada profunda e ele chegou. Nossos corpos tremeram juntos e nossos gemidos foram altos e livres. Ambos ofegávamos com aquela descarga prazerosa e foi o melhor de todos os orgasmos que eu já tinha tido em toda a minha existência.
- Wow! – ela disse ainda me fitando.
- Uau! – eu exclamei em concordância.
Só então eu consegui sair dela e larguei-me na cama. Nesse exato momento sentimos um crack e a cabeceria da cama caiu no chão. Tivemos um ataque de risos com aquilo e só depois se virou e se alojou em meu peito. Ela apoiou o queixo em meu tórax e me encarou.
- Eu escutei sininhos. – ela disse com um sorriso bobo. – Eu nunca tinha escutado sininhos.
- Bom, eu vi estrelas. – eu disse rindo da comparação que ela fez. – E eu também nunca as tinha visto.
Ela continuou me fitando, parecendo pensar em alguma coisa.
- O que foi, amor? – eu perguntei.
- Nada. – ela disse e sorriu lindamente. – É que eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida. – e fez uma pausa. – Tenho até medo de pensar nisso.
- Medo? Por quê?
- Medo de que um dia isso acabe.
- , não vai acabar. – e acariciei sua bochecha. – Temos a eternidade para sermos felizes agora.
Ela não respondeu. Subiu os lábios até os meus e deu-me um selinho doce.
- Eu amo você, Edward Cullen. – ela disse com o olhar brilhante.
- Eu amo você, Cullen. – eu respondi e selei novamente nossos lábios. – Para sempre.
- Para sempre. – ela respondeu e repousou a cabeça em meu peito novamente, deixando que a brisa quente e úmida dos trópicos levasse embora dali qualquer sentimento que não fosse alegria, felicidade e Amor.

’s POV

O sol brilhava forte do lado de fora do nosso quarto e eu me encontrava deitada sobre o peito do meu marido. Repassei tudo o que tinha acontecido comigo desde o dia em que cheguei a Forks e não tinha mais dúvidas de que eu havia nascido para chegar àquele momento. O momento de felicidade completa nos braços do meu amor. Depois de tudo o que eu tinha vivido, nada mais natural do que olhar para esse céu azul, para esse mar esverdeado, para o homem ao meu lado e simplesmente saber que realmente existe um “...e foram felizes para sempre.”


FIM



Nota da Autora: E nossa aventura chegou ao fim!!! A mocinha fica com o vampiro no final e todos vivem felizes para sempre... nesse caso, literalmente... hehehe..mas e aí, o q acharam desse último cap e da fic de um modo geral????? Bjoss...e obrigada por me acompanharem até aqui.....Line
Twitter (@alinebassoli) e blog ( Fics da Line) )Bjinho =D




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