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Última atualização: 28/03/2025

Prólogo

O vento estava tão gélido que fazia com que os pelos não parassem de arrepiar-se e rostos corarem. Não havia mais uma folha em qualquer árvore por toda a cidade, o que trazia um ar ainda mais melancólico para o momento. O outono foi embora, dando lugar ao escuro e frio inverno.
Alguns preferem o calor que o verão traz e com ele inúmeros piqueniques e parques repletos de pessoas indo e vindo, enquantos outros preferem o inverno, com pessoas agasalhadas, casais abraçados tentando se aquecer e flocos de neve grudados em todos os lugares possíveis.
Enquanto a primavera traz consigo doces aromas das incontáveis tipos de flores, pólen e tudo aquilo que a estação nos traz, o outono é marcado pelas cores laranja e marrom das folhas e flores que banham o chão.
Apesar da noite álgida, muitos veículos trafegavam de um lado para o outro, pessoas apressadas percorriam calçadas e ruas em direção aos seus destinos. O inverno mal chegara e já trazia as consequências para a cidade: acidente de carro, ponte interditada e trânsito congestionado.
Era um dia atípico na cidade e o clima não favorecia em nada. O fluxo de carros e pessoas estavam ao extremo e com certeza atrasaria o evento.

null null respirava fundo enquanto sorria. Apesar da maioria ter uma aversão ao inverno, null gostava. Achava que tudo ficava mais favorável, já que o seu humor dependia disso e naquele momento seu humor estava extremamente agradável. Sentia que nada e nem ninguém tinha poder de mudar isso.
A música que tocava na rádio naquele momento era uma das favoritas do rapaz, que sorriu largamente. Até isso deixava seu humor mais mavioso. Encostou a cabeça no vidro do carro e observou a paisagem enquanto apreciava a música.
Após o término da música, lembrou que não havia avisado sobre seu atraso ao pai e então, tirou o celular do bolso e avisou.
No mesmo minuto, seu celular vibrou e era uma resposta do pai que dizia que não tinha problema desde que o atraso não fosse demais. Guardou o celular no bolso e voltou a contemplar a paisagem.

null não entendia o porquê de tamanha importância que seu pai deu ao jantar que teriam naquela noite. Apesar de não ser nenhuma novidade, pois sua vida inteira foi marcada por jantares importantes com políticos e pessoas da realeza, não sendo nada surpreendente para o homem. Contudo, seu pai deu certa ênfase a esse em especial, porém não revelou quem estaria nesse jantar e muito menos qual seria o assunto.
Não seria a primeira vez que o pai fazia isso, pois o homem era carregado de mistério que nem mesmo sua mãe entendia bem, mas que apenas concordava. Quase sempre não revelava antes seus assuntos, entretanto sempre avisava quem seriam os convidados para que a família estivesse preparada e recebesse bem. Isso fez null estranhar, mas seu pai disse que ele precisava confiar. E o rapaz confiava. Confiava cegamente, pois sabia que suas decisões e atos sempre eram os mais corretos e justos possíveis.
O rapaz havia perguntado à mãe a respeito do jantar e principalmente quem seriam os convidados, porém ela disse que não sabia. Isso o fez estranhar ainda mais, pois sua mãe não conseguia mentir e certamente estava naquele momento e o homem queria saber o porquê. Tentou de todas as formas para que a mais velha revelasse, contudo todas suas tentativas foram frustradas, só restou esperar que o motivo fosse revelado.
Olhou no relógio e percebeu que estava na hora. Voltou seu olhar para a janela do carro e notou que estava se aproximando de casa, fazendo o homem suspirar em alívio. ”Certamente chegarei em menos de dez minutos”, pensou o jovem. O trânsito naquela região começou a fluir melhor e mais uma vez, sorriu. Tudo estava conspirando a seu favor.
Como o cálculo mental que ele havia feito, realmente chegara em menos de dez minutos. Despediu-se do motorista e logo passou pela imensa porta de entrada. Seus ouvidos foram tomados por vários sons: uma música agradável ecoava baixo no ambiente, passos e mais passos e algumas vozes. Um dos empregados foi em sua direção e avisou que estavam à sua espera na principal sala de jantar. Franziu a testa. Só usavam esse cômodo casos extremamente especiais. Deu de ombros e caminhou até o local indicado anteriormente.
Começou a ouvir algumas vozes, algumas conhecidas por ele, como a de seus pais e sua irmã mais nova, Sophia, porém outras não conseguiu reconhecer. Quando chegou à porta, cumprimentou o porta-voz e esperou ser anunciado, entrando logo em seguida.
Na enorme mesa estavam sentados seis pessoas: seus pais e sua irmã no lado esquerdo; e outras três pessoas no lado direito. Endireitou o corpo e falou:
– Boa noite a todos. Peço perdão pelo atraso. – inclinou a cabeça rapidamente, em um gesto de perdão. O homem à frente sorriu. Passou os olhos rapidamente pelas pessoas ainda estranhas e sentou-se. Havia uma mulher e um homem mais velhos, provavelmente tendo a idade parecida de seus pais, e também uma jovem. Seu olhar pousou nela, analisando-a. A bela dama tinha cabelos que pareciam sedosos apenas ao olhar, olhos marcantes e lábios carnudos, que agora traziam um leve sorriso tímido. “Com certeza era muito linda aos olhos de qualquer pessoa”, pensou o rapaz.
– Tudo bem, filho. O importante é que não demorou. – o pai voltou os olhos para os convidados e continuou: – Alexander, esse aqui é meu querido filho null , mas podem chamá-lo de null . – o jovem moveu a cabeça rapidamente em direção ao pai. Jamais chamava-o de null na frente de outras pessoas. Um calafrio percorreu rapidamente em sua espinha.
– Um rapaz muito educado, William. - respondeu o homem.
– Filho, esses são Alexander null , sua esposa Amelia null e sua adorável filha, null null . Alexander é rei de Lorien.
– Um prazer inenarrável conhecê-los, majestade. – respondeu null .
– Não precisa me tratar assim, meu jovem. Afinal, somos quase uma família agora. – disse o rei de Lorien.
– Como assim? – O jovem perguntou sem entender.
null , esse jantar é um jantar especial, de noivado. – respondeu o rei.
– Não entendi, pai.
– Esse é o jantar do seu noivado, filho. – antes que o rapaz falasse, o mais velho continuou: – null null é sua noiva.


Capítulo Um: O Destino Selado

A chuva tamborilava contra as janelas do palácio de Lorien, lançando sombras tremeluzentes pelo salão iluminado apenas pelo fogo bruxuleante na lareira. O cheiro de madeira queimando misturava-se ao aroma dos lírios frescos dispostos em vasos de porcelana, um perfume normalmente reconfortante para null null. Mas, naquele momento, ela mal o notava.
Seus dedos estavam crispados ao redor da capa dura do livro que repousava em seu colo, as páginas esquecidas diante das palavras que ecoavam em sua mente. Palavras que haviam acabado de sair da boca de seu pai, o rei Alexander null.
— Você será prometida a null null, príncipe herdeiro de Eldoria.
O choque percorreu seu corpo como um raio.
— Você quer que eu faça o quê? — A voz de null saiu mais alta do que ela pretendia, carregada de incredulidade e pavor. Algo que jamais aconteceu, pois sempre falava de maneira doce e tranquila.
Ela sabia que, como princesa, seu casamento poderia ser decidido por interesses políticos. Sempre soube. Mas, no fundo, havia nutrido a esperança de que seu pai, apesar de rígido e pragmático, ao menos lhe concedesse a chance de escolher entre algumas opções, de conhecer a pessoa antes de ter sua vida vinculada a ela para sempre.
E seu pai havia dito que ela não iria casar tão cedo e que, se ela se apaixonasse por alguém até chegar o momento propício para casar, então ela poderia ter a chance de escolher e casar por amor.
Em vez disso, seu destino havia sido selado sem sequer uma consulta.
O rei suspirou pesadamente, como se já previsse aquela reação.
— Isso não é sobre você, null. É sobre nosso reino, sobre o futuro de Lorien.
Aquelas palavras fizeram algo dentro dela se partir.

Não era sobre ela. Nunca era.

Seu dever. Sua responsabilidade. Seu papel como princesa. Toda sua vida havia girado em torno desses conceitos, dessas obrigações inescapáveis. Desde criança, aprendera que sua felicidade era um luxo secundário diante das necessidades do reino. Mas se casar com um completo estranho — não, pior, com null null — era uma sentença cruel demais para aceitar sem resistência.
Ela se levantou, largando o livro no sofá sem se importar quando ele escorregou para o chão.
— Isso é um erro. — Seus olhos, geralmente doces, agora faiscavam de frustração. — Eu nunca sequer falei com esse homem, e agora você quer que eu passe o resto da minha vida ao lado dele?
Ela já ouvira histórias sobre null null. O príncipe herdeiro de Eldoria, famoso por desafiar a realeza, desprezar os protocolos e agir como se seu título fosse um fardo insuportável. Um homem que fazia questão de mostrar ao mundo que não queria ser rei.
E agora, ele seria seu marido?
Seu coração batia forte, como se tentasse escapar da gaiola que acabava de se fechar ao seu redor.
— O tratado já foi assinado. O casamento acontecerá dentro de um mês.

Um mês.

null sentiu um nó apertar sua garganta. Em um mês, ela deixaria tudo para trás. Sua casa. Seu povo. Sua liberdade.
Seu destino já estava escrito, e não importava o quanto protestasse, não havia escapatória.
Engolindo a bile que ameaçava subir, ela perguntou:
— E null… ele sabe disso?
O rei hesitou por um breve momento antes de responder:
— Ele foi informado hoje.

Então, ele também havia sido obrigado.

Por um instante, null imaginou a reação dele. Frustração? Raiva? Ou apenas indiferença?
De repente, um pensamento a atingiu como um golpe no estômago. Se ele já tivesse alguém? Se houvesse uma mulher que ele amasse, alguém que agora precisaria abandonar por causa desse casamento?
Um casamento arranjado já era ruim o suficiente, mas ser forçada a casar com alguém que talvez a odiasse antes mesmo de conhecê-la tornava tudo ainda pior.
— Ele concordou? — Ela perguntou, embora já soubesse a resposta.

O olhar de seu pai era impassível.

— Ele não tem escolha. Assim como você.
A indignação fervia em seu peito, mas null sabia que era inútil continuar discutindo. Seu pai tomava decisões como quem move peças em um tabuleiro de xadrez — friamente, estrategicamente. Para ele, ela não era uma filha, mas um instrumento para fortalecer Lorien.
Ela respirou fundo, tentando controlar a tempestade dentro de si. Seu coração gritava em protesto, mas sua mente sabia que não adiantava insistir.
Quando voltou a falar, sua voz saiu baixa, mas firme:
— Então, que seja. Eu amo o senhor. Mas eu juro a você, pai… Eu nunca vou esquecer que fui forçada a isso.
E, sem esperar por uma resposta, virou-se e saiu do salão, sentindo o peso de um destino que não escolhera esmagar seus ombros.

Naquele momento, ela soube.

Sua vida nunca mais seria a mesma.

●●●


O estalo seco da porta se fechando ecoou pelo grande salão do Palácio de Eldoria, mas null null mal percebeu. Seu sangue fervia, as palavras de seu pai ainda reverberando em sua mente como uma sentença de morte.
— Isso é uma piada, certo? — Sua voz saiu ríspida, carregada de incredulidade e fúria contida.
O rei William null não demonstrou qualquer emoção. Sentado em seu trono de ébano, com a postura impecável e a coroa reluzindo sob a luz do imenso lustre de cristal, ele encarava o filho como se estivesse diante de um mero subordinado, não do próprio herdeiro.
— Não há nada de engraçado nisso, null. O tratado já foi assinado. Você se casará com null null dentro de um mês.
A bile subiu à garganta de null, e ele cerrou os punhos ao lado do corpo.
— E em que momento eu fui consultado sobre isso?
Seu pai arqueou uma sobrancelha, como se a pergunta fosse absurda.
— Você não foi.
null soltou uma risada amarga. Claro que não. Como se sua opinião importasse. Como se sua vida não fosse nada além de um peão em um jogo que nunca quis jogar.
— Isso é ridículo! — Ele deu um passo à frente, a raiva pulsando em suas veias. — Você quer que eu case com uma mulher que eu nunca vi na vida? Com uma princesa que provavelmente é tão submissa às vontades do pai quanto você quer que eu seja às suas?
O rei franziu o cenho, finalmente demonstrando impaciência.
— Controle-se, null. Você é o príncipe herdeiro. Seu casamento fortalecerá Eldoria e garantirá que nossa aliança com Lorien seja inquebrável.
null balançou a cabeça, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.
— Ah, claro. Porque o poder de Eldoria é tudo o que importa, não é? Dane-se o que eu quero. Dane-se o que null quer. O que importa é o maldito trono.
— Exatamente. — A resposta do rei veio sem hesitação, gélida e intransigente.
null sentiu o ar escapar de seus pulmões. A raiva crescia dentro dele, sufocante, esmagadora. Mas, por trás da fúria, havia algo mais sombrio: desespero.
Ele pensou em Allison.
Os cabelos escuros espalhados sobre o travesseiro enquanto ela ria de algo bobo que ele dissera. O jeito como ela segurava sua mão sob a mesa nos jantares escondidos que tinham nos cafés de Eldoria. Os beijos roubados em becos escuros, onde ninguém poderia vê-los.
Ela era sua.
E agora, por ordem do rei, não seria mais.
— Eu amo outra pessoa. — A confissão escapou de seus lábios antes que ele pudesse se conter, sua voz carregada de um peso que ele raramente deixava transparecer diante do pai.
Mas William null nem piscou.
— Isso não tem importância.
null sentiu o peito apertar. Ele sabia que seu pai era frio, mas ouvir aquelas palavras com tamanha indiferença foi um golpe.
E pela resposta do pai, seu relacionamento secreto com Allison talvez não fosse tão secreto assim. O rei reagiu sem demonstrar surpresa alguma. Na verdade, quem foi pego de surpresa diante da reação do pai foi o próprio null.
— Tem importância para mim!
O rei suspirou, levantando-se de seu trono. Caminhou até null, parando diante dele com o olhar severo.
— Você pode brincar de amor enquanto não tem responsabilidades, null. Mas você é o herdeiro de Eldoria. Sua obrigação é com esta coroa, não com seus caprichos juvenis.
Capricho.
null sentiu as unhas cravarem em suas palmas. Como se seu amor por Allison fosse insignificante. Como se fosse algo passageiro, sem peso, sem significado.
— Eu não sou um boneco que você pode manipular! — Ele rosnou, sentindo a raiva transbordar. — Eu nunca quis essa droga de coroa! Nunca quis esse título! E com certeza não quero esse maldito casamento!
O rei permaneceu impassível.
— Mas você terá.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
null sentiu um nó na garganta, seu peito subindo e descendo rapidamente, a respiração acelerada.
Então, ele riu.
Foi uma risada sem humor, amarga, repleta de ironia e resignação.
— Você sabe o que é pior, pai? — Sua voz saiu baixa, mas afiada como uma lâmina. — Você pode me obrigar a casar com essa garota. Pode me prender dentro desse palácio e me fazer usar essa coroa idiota. Mas você nunca vai me fazer amá-la.
Virou-se bruscamente e saiu do salão, as botas ecoando contra o mármore enquanto ele atravessava o corredor.
Por dentro, sentia-se sufocado.
Seu destino havia sido decidido. E ele odiava cada parte disso.

●●●


A noite estava fria quando null estacionou sua moto nos fundos do pequeno café no centro de Eldoria. Era um lugar discreto, afastado dos olhares curiosos, onde ele e Allison costumavam se encontrar em segredo. O cheiro de café fresco misturava-se ao perfume adocicado das flores na entrada, mas, pela primeira vez, aquele aroma que sempre lhe trazia conforto não surtiu efeito.
Seu peito estava pesado. Ele não sabia exatamente como dizer a verdade sem destruir tudo.
Empurrou a porta lateral e encontrou Allison sentada em uma das mesas no canto mais escuro do salão. Seu longo cabelo escuro caía em ondas suaves sobre os ombros, e seus olhos cor de avelã estavam fixos na xícara entre as mãos.

Ela sabia.

Antes mesmo que ele dissesse qualquer coisa, null percebeu pela tensão em sua postura, pelo jeito que seus dedos tamborilavam contra a cerâmica.
Foi então que null lembrou. A prima de Allison é casada com um homem que trabalha na secretaria real. Agora tudo fazia sentido.
Ele se aproximou devagar e sentou-se à sua frente, sentindo um nó apertar sua garganta.
— Você está atrasado. — A voz dela era calma, mas sem emoção.
null engoliu em seco.
— Allison…
Ela ergueu o olhar para ele, e o que null viu ali o fez querer arrancar a própria pele. Não havia raiva explosiva, nem gritos. Apenas mágoa.
— Então é verdade.
Ele passou a mão pelos cabelos, frustrado, impotente.
— Meu pai assinou um tratado com Lorien. O casamento foi arranjado sem que eu tivesse escolha.
Os olhos de Allison brilharam com lágrimas contidas.
— Você prometeu, null. Você disse que encontraríamos um jeito. Que não importava o que acontecesse, você se casaria comigo.
null sentiu o peito apertar ainda mais.
Ele lembrava. Deus, como lembrava. As madrugadas em que ficavam deitados lado a lado, sonhando com um futuro onde pudessem estar juntos sem medo. Ele havia segurado a mão dela e prometido que não importava o que seu pai fizesse, não importava a tradição ou a coroa, ele sempre escolheria Allison.
Mas agora estava ali, prestes a quebrar todas aquelas promessas.
— Eu não tive escolha. — Sua voz saiu quase um sussurro, carregada de frustração e culpa.
Allison soltou uma risada amarga, balançando a cabeça.
— Não teve escolha? Você sempre tem escolha, null. Você poderia ter recusado, poderia ter lutado. Mas, em vez disso, está aqui para me dizer que vai casar com outra mulher.
Ele apertou os punhos sobre a mesa.
— Eu nunca vou amá-la. — Ele disse, firme. — Esse casamento é só um jogo político ridículo. null não significa nada para mim. Você é a única que eu amo.
Allison o encarou por um longo momento, o lábio inferior tremendo levemente.
— E o que isso muda? — Sua voz falhou. — Você vai se casar com ela de qualquer forma. Vai dormir ao lado dela. Vai compartilhar uma vida com ela.
null sentiu um gosto amargo na boca. O que poderia dizer? Que nunca tocaria null? Que nunca olharia para ela como olhava para Allison? Que sempre, sempre amaria apenas a mulher à sua frente?
Ele abriu a boca, mas Allison ergueu a mão, interrompendo-o.
— Sabe qual é a pior parte? — Ela sussurrou, as lágrimas finalmente escapando e rolando por seu rosto. — Eu quero acreditar em você, null. Quero acreditar que, não importa o que aconteça, sou eu quem você ama. Mas como eu posso? Como posso confiar nas suas promessas quando você já está quebrando todas elas?
Aquelas palavras foram um golpe certeiro.
null sentiu sua garganta fechar, e, pela primeira vez, percebeu que, independentemente de suas juras, de sua raiva ou de seu desprezo pelo casamento arranjado, ele já estava perdendo Allison.
E talvez nunca pudesse tê-la de volta.
E isso o fazia odiar Lorien. Odiar Eldoria. Odiar seu pai.

Odiar null null.



Continua...