Unwritten Rendezvous


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Última atualização: 20/10/2024

Prólogo

A tarde outonal estava carregada de um tom dourado quando entrou no pequeno café da esquina da 5ª Avenida. O lugar, geralmente um refúgio acolhedor, parece hoje um refúgio de solidão para . O aroma de café fresco e o murmúrio baixo das conversas pareciam distantes, como se o mundo ao seu redor tivesse sido abafado por um manto de tristeza.

hesitou na entrada, os olhos marejados de lágrimas que se esforçava para conter. Seu coração estava pesado com a dor que mal conseguia entender, a traição de Richard , seu marido, revelada apenas algumas horas antes. A notícia tinha chegado como um golpe inesperado, e o silêncio que preenchia sua mente parecia ainda mais ensurdecedor do que qualquer palavra.

Ela escolheu uma mesa isolada, perto da janela, onde poderia observar a movimentação da rua sem ser vista. Sentou-se com um suspiro cansado, retirando o lenço do bolso e secando os olhos. O café, que geralmente era seu lugar de conforto e escape, parecia agora um cenário de perda e desconsolo.

Enquanto esperava, um jovem de olhar atento e uma presença serena entrou no café. , com seu blazer escuro e um olhar inquisitivo, estava ali para uma reunião a fim de conseguir uma vaga como estagiário assistente. Ele estava confiante. Ele se sentou em uma mesa mais ao fundo, bem de frente para a mesa da mulher. Sua atenção desviou-se para , que parecia mergulhada em sua própria tristeza.

A troca de olhares foi breve, mas suficiente para sentir uma conexão. Havia algo na expressão dela, na forma como parecia alheia ao mundo ao seu redor, que o fez querer oferecer um pouco de conforto. Precisava se concentrar em sua reunião, pois queria muito aquele emprego.
Apesar de conseguir manter-se concentrado no homem, o editor chefe, algumas vezes a mulher chamava sua atenção.

A reunião fora ainda melhor do que ele esperava e estava ansioso para o que lhe aguardava. Despediu-se do homem e um forte impulso tomou conta de seu corpo e quando voltou a si, se viu parado em frente a mulher que tanto chamara sua atenção desde o início.

— Oi. Está tudo bem? – disse o homem. – Beba isso, vai te ajudar.

ergueu o olhar, surpresa com a oferta inesperada. Havia algo genuíno na maneira como ele a olhou, algo que a fez sentir que talvez, apenas talvez, pudesse encontrar um pouco de consolo naquela tarde sombria.

— Desculpa. Eu não quis te atrapalhar. – ela disse secando o canto do olho. – Eu já estou indo.

— Não, não. Fica. – ele disse estendendo a xícara de chá dele. – É camomila. É pra acalmar.

— Obrigada. – ela disse tomando um gole devagar.

— Tudo bem com você? Quer conver…– ela suspirou pesado.

— Meu marido tá me traindo com minha cunhada. A mulher do irmão dele. Peguei os dois no escritório dele.

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Continua...