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Pelados em Santos
por Carol ASG


Challenge #14

Nota: 7,6

Colocação:




Vitor é um garoto que está em uma fase confusa de sua vida.
Ele e seus amigos estão vivendo férias de puro tédio, até que decidem passar o resto delas na praia... Lá Vitor
acaba conhecendo uma garota, que de cara parece ser mais uma garota comum em sua vida, mas com o tempo ele acaba
descobrindo que ela é mais que isso.



Vitor é um garoto que esta em uma fase confusa. Ele e seus amigos estão vivendo férias de puro tédio, até que decidem passar o resto delas na praia... Lá Vitor acaba conhecendo uma garota, Francisca, que de cara parece ser mais uma garota comum em sua vida, mas com o tempo ele acaba descobrindo que ela é mais que isso.


Tudo começou nas férias, mas não aquelas férias de "sombra e água fresca", fantástica, que você vai para um grande parque de diversões. Era férias do tipo que te deixa sem animo pra tudo, até pra tentar se animar. Aquelas que não te tiram de casa. - Como diz minha mãe. - Que te deixa com os miolos mole.
Por mais tédio que tivesse, eu só queria ficar em casa, fazendo nada.

Como eu estava um tremendo idiota!

Eu sempre fui estilo esportista nas férias, mas... Essas férias estavam diferente. Eu estava diferente.

Bem, aqui vai o motivo, e, as pessoas que me levaram a sair do meu mundinho tedioso de São Paulo, para o mundo de diversão e alegria de Santos.

Na sala da minha casa, jogando vídeo game...
- Daqui uma semana acabou mordomia e a gente não fez nada. - Assim disse Rick. Só hoje ele repetiu isso umas 10 vezes.
- Falta uma semana e eu não peguei ninguém. - Lucas disse fazendo sua melhor voz de desanimo.
- Eu queria tanto ir pra praia. - Fernando disse como quem não quer nada e me olhou de rabo de olho.
- É praia seria legal!!! - Rick disse de imediato, se animando.
Foi então que eu me toquei. Eles estavam falando do apartamento que meus pais tem, mas não usam, na praia de Santos.
- Vitor, bem que você poderia levar a gente pra Santos. Lá as praias são lindas. - Lucas disse. E pela a primeira vez desde que entrei de férias eu senti uma pontada de animação. Talvez seja por ter visto eles tão alegre e animados ao meu redor.
- Claro! Vamos amanha mesmo. - Por algum motivo isso me animou.
E então começou o zum zum zum. E blá, blá, blá.

***

Depois de um dia cruzando o Atlântico. Quero dizer, cruzando o Estado de São Paulo até Santos, dentro da minha Brasilia amarela, que eu herdei do avô, eu e meus amigos chegamos no apartamento, que por sinal é BEM espaçoso, mas nada tão luxuoso. Ele contém quatro quartos, dois banheiro, cozinha e sala. Chagamos mortinhos de cansaço. Tomamos banho, pedimos pizza e caímos na cama. No dia seguinte passamos o dia inteiro surfando. Estávamos enferrujados. Em vez de pegarmos onda, as ondas pegavam a gente. Mas foi divertido!

No fim da tarde sentamos na areia e olhamos o sol se por, mas não por muito tempo. De volta ao apartamento, pensamos em pedir pizza e terminar a noite por isso mesmo. Mas foi só escultar um carro passar com o volume alterado que eu me lembrei que aqui em Santos tem ótimas baladas e nem precisa ser maior de idade para entrar.
- Galera! A gente estamos em Santos e vamos comer pizza e ir dormir? De novo? Fala sério!!! Atravessamos o Estado para dormir. Aqui tem vários tipos de baladas, bares, casa de shows. A gente não pode ficar parado. Precisamos de uma dose de diversão. - Eu me senti com 20 anos, apesar de ter apenas dezesseis, depois de disse essa frase.
Meus amigos não perceberam isso, acho que é por eu sou bastante maduro para a minha idade. Até minha silhueta esta a favor disso! Eles já se acostumaram.
Claro que com essas palavras e uma pose de "durão" eles se animaram. Nos arrumamos e saímos procurando por diversão.

***

Fomos a um barzinho onde tocava MPB. Lucas já tem 19 anos, então, isso facilitou para comprar cerveja, - gelada é claro!!! Nós estávamos realmente enchendo a cara? Bom, eu não! Não sou desses. Eu gosto do verdadeiro e sei que se beber até perder os sentidos, não será verdadeiro. Entendi? Eu curto o gosto do álcool, mas não bebo até cair. Isso não é diversão pra mim. Diversão é momentos, de sorriso e gargalhada, para guardar e ser lembrado para sempre, e usar nos momentos de distração.

Já havíamos pagado a conta quando avistei uma morena de cabelos enrolado e olhos castanho. Lembrei que a cor do pecado era marrom e, marrom realmente era a sua cor. Foi um relance tão perfeito!!! Ela passou tão... perto. Voltei a olha-la intensamente. Ela me olhou, sorriu e desviou os olhos sentando em um banco de madeira encostado ao balcão do bar. Seu perfume ficou no ar. Ela sorriu pra mim. Eu poderia me dar bem!
Meus amigos já estavam chamando um táxi, pretendíamos ir para alguma balada ou casa de shows, qualquer coisa que tocasse música dançável.
Eu me senti um idiota parado ali no meio da passagem do bar.
Dei alguns passos em sua direção...
Me aproximei do balcão, onde ela estava e a ouvi pedir uma dose dupla de conhaque.
E, então, meu celular começou a tocar (Tam, tam, tam. Tam, tam, tam, tam. Tam, tam, tam, tam, tamm We all came out to Montreaux...) Sim, meu toque é Smoke On The Water do Deep Purple.
Me afastei imediatamente. Quando olhei a tela do celular vi o nome de Rick, olhei para fora do bar e lá esta ele olhando para minha cara e gargalhando. Fui até ele e disse para esperar mais um pouco. Ainda não havia táxi, então voltamos todos para o bar.
Dentro do bar a garota estava sentada, sozinha, em uma mesa em um canto escuro. A olhei e ela percebeu que eu a encarava sem disfarçar e retribuiu da mesma forma com um sorriso básico nos lábios.
Me aproximei com o rabo entre as pernas. Eu não sabia o que dizer, deixei para resolver no momento, então ela sorriu e disse:
- Smoke on the water é uma boa música para onomatopeiar né? Até agora ela não saiu da minha cabeça. - Ela disse sorrindo e me fazendo rir também. Ela reparou em mim. *-* Isso me deixou feliz pra caramba! Me animei e me aliviei um pouco da pressão que sentia. E mesmo não sabendo o que dizer procurei começar parecendo calmo.
- Vitor. - Estiquei a mão para ela que a segurou e em seguida se apresentou.
- Francisca, mas pode me chamar de Fran.
E foi a parti disso que conversamos, nos entrosamos e lhe apresentei a meus amigos imbecis.
Ela mora em uma cidade vizinha daqui, mas tá passando uns dias na casa dos tios. Tem 18 anos. Faz faculdade de cinema. Mora com os pais e blá, blá, blá. Essas coisas que você encontra em qualquer garota.

Depois de 1 hora conversando, percebi o quanto ela era animada e divertida. Ela ama aventuras, e ela ama feijão com jabá, o que é uma coincidência porque eu também.
- Você que mora por aqui. Nos indica algum lugar... - Fui interrompido por um grito do Rick.
- Éhhh. Queremos dançar. - Ele levantou os braços como se estivesse dançando.
- Sei um lugar aqui pertinho que da para entrar sendo de menor e até que é bem legalzinho. - Seu olhar penetrante estava sobre mim. Senti um arrepio e uma onda de calor passou pelo o meu corpo. Ela mordeu seu lábio inferior, se tirar os olhos de mim, o que me levou a imaginar o quanto seus lábios poderiam ser doce. Ela parecia me hipnotizado, me fazendo ficar parecendo um bobo.
Sai do encanto quando Fernando levantou da mesa para pagar a conta. Foi quando percebi o quanto eu tinha corado.

Saímos do bar. E fomos a baladinha. Chegando lá dentro os meninos, Lucas, Rick e Fê se jogaram na pista de dança separadamente e começaram a paquerar. Eu e Fran dançamos juntos.
Fran fazia minha temperatura subir com seu rebolado. Fala sério!!! Isso foi discreto! Ela tava me seduzindo, e eu só estava me segurando porque sabia que com ela eu teria de ir até o fim.
E eu nunca fui até o fim.

- Se você ficar dando mole ela pode partir pra outra. - Fernando me puxou pelo o braço, me dando um rápido susto. - Agarra logo essa gostosa. - Por sorte Fran não estava por perto para ouvir isso.
- Eu vou. Só não quero ir rápido de mais.
- Ela tá te dando mole faz tempo e você pensando em ir de vagar. Pega sua melhor cantada e usa com ela agora. - Ele me empurrou para a direção de Fran.

(put, put, put, pu-pu-put, put, put...) E eu nada de pensar em uma boa cantada. Então, com os pensamentos do momento, criei uma.
Me aproximei de suas costas, passei a mão por sua barriga. Assim que ela sentiu meu toque parou de dança e se virou para mim. Olhei em seus olhos e consegui dar o primeiro passo.
- O ângulo da sua boca até a minha pode ficar mais perfeito que isso. - Isso vai entrar para o meu livro de 'melhores cantadas'. -
- Ah é? Como? - Ela colocou seus braços em volta do meu pescoço. Seu olhar deu o sinal certo. Ela estava no jogo! Eu a beijei. Foi um beijo calmo e desejado.

Acabou que eu a levei para meu apartamento e fomos até o fim no quarto dos meus pais. Não foi nada do que eu imaginei... Foi melhor.

xD

Eu me sinto diferente. Me sinto encorajado, forte, revigorado, feliz. Eu quero gritar.

Na manha seguinte quando abri os olhos a primeira coisa que vi foi seus cabelos e suas costas nua. Dei um leve sorriso ao senti seu perfume adocicado. Levantei com o cuidado de não acorda-la. Tomei banho e fui ao mercado compra o café da manha, já que eu era o único acordado.
O mercado era ali mesmo na esquina.
Quando cheguei no apartamento ninguém perambulava pela casa, Fran ainda estava deitada, dormindo como um anjo.
Fui para a sala.

Talvez 10 horas da manha seja muito cedo para eles depois da festa de ontem. Será que hoje tem sol?!!! Quero surfar!!!
Me aproximando da janela, enquanto pensava, olhei a claridade do céu. Com certeza não teríamos um dia ensolarado. O céu estava nublado. Apoiei os braços e fiquei pensando em como o número sete pode dar medo, ou só um pouquinho de medo... Sempre que eu venho para esse apartamento encosto nessa janela e aqui, nesse sétimo andar, eu observo do alto como a vida aqui é mais tranquila comparada a da minha casa.
Estava perdido em pensamentos e me surpreendi quando Fran me abraços por trás e disse:
- Bom dia!!! - Ela estava entusiasmada. E pela sua voz deduzi que estava sorrindo.
- Bom dia! - Respondi me virando de frente para ela e encontrando uma Fran enrolada no lençol. Se eu fosse normal não teria aguentado e teria levado ela de novo para a cama, mas eu não sou normal. - Fui ao mercado, e não sabia o que você gosta pro café, então, comprei frutas, pão, queijo, presunto, mortadela, leite...
- Pão com manteiga e café puro já estava bom o suficiente. - Seus olhos brilhavam. - Onde estão minhas roupas? - Ela sorria. Foi então que eu me lembrei que as tinha guardado, porque como eu disse 'não sou normal', eu tenho mania de arrumação. - Se eu não conhecesse essa cara de surpreendido diria que você as escondeu para me levar para a cama de novo.
Eu ri.
- Eu as guardei no armário do meio. O vestido e o sutiã no cabide, - já que ela está com a calcinha, - as sandálias estão lá também. - Ela sorriu como agradecimento e caminhou em direção ao quarto. - Eu vou montar a mesa do café. - Falei mais para mim do que para ela.

Quando estava terminando de colocar a mesa do café da manha ela apareceu já vestida e com os cabelos molhados penteados em um 'rabo de cavalo'.
- Tomei um banho rápido. Espero não ter demorado.
- Que nada ainda não terminei de colocar a mesa. Senta. - Puxei uma cadeira para ela. - Sinta-se a vontade.
Assim que se sentou, segurou minhas mãos, me olhou e sem seu sorriso.
- Olha, desculpa por ontem a noite. Eu não costumo dormi com o primeiro que encontro na rua. Tô até me sentindo um pouco mau por isso. Não que tenha sido ruim, mas eu não deveria ter feito isso horas depois de te conhecer. - Deu um sorrisinho triste, como se falasse diz alguma coisa.
- Tudo bem! Eu também não costumo fazer isso. Não sei o que me deu, é confuso! Desde que te vi passar por mim no bar é como se eu tivesse sentido uma atração em você, um ima. Você despertou sentimento que eu nem lembrava que existia. Muito obrigado! Agora eu me sinto vivo. - Beijei suas mãos que ainda estavam nas minhas. Ela deu um sorriso e seus olhos brilharam, levantou-se da cadeira e me abraçou.
- Você é fantástico.
- Que nada. Você quem é. - Respirei fundo me se estivesse aliviado por dizer o que realmente sentia. - Agora vamos comer. Estou morrendo de fome!!!
Rimos. Alguns minutos depois os caras foram despertando e se juntaram a nós na mesa.

Logo começou a chover. E eu gostei dessa ideia. Pensei em quanto tempo eu não me divertia tomava banho de chuva.
Estava só eu e Fran, os rapazes saíram. Parece que eles encontraram algumas garotas depois que eu sai da balada ontem e marcaram de sair para almoçar com elas hoje.
Lá fora a chuva caía e o que eu mais queria era fazer uma loucura.
- Hey, vamos a praia?
- Agora?
- Sim.
- Vamos!! - Pensei que ela negaria, mas ela aceitou.

Chegando lá...
Comecei a tirar minha roupa. A chuva estava fraquinha, mas ventava, e estava calor. Afinal, era verão. E não tinha nada de relâmpagos e trovoadas para atrapalhar.
Eu queria fazer minha loucura agora.
- Vamos entrar no mar? - Disse começando a tirar a camisa. -
- Agora?
- Sim. Vamos? - Tirando a calça. -
- Ahã! - Ela também se despiu.

Estávamos só com nossas roupas intimas, quando corri pro mar e retirei a minha e entrei na água. Olhei para trás e ela me observava. Joguei o pedaço de pano, que segurava, para longe do mar.
- Vem. - Gritei a chamando. Ela correu e fez o mesmo que eu.
Brincamos feito criança na água. Nos beijamos feito adolescente na água, mas a chuva começou a ficar grossa então saímos.
Eu deveria ter pegado uma toalha ou algo assim, foi horrível vesti a cueca com areia. /:

Chagando no apartamento não havia ninguém. Os caras estavam se divertindo mesmo! E eu não tenho do que reclamar, também estou me divertindo.
Tomamos banho juntos, mas como o cabelo dela é maior que o meu, eu sai primeiro do banho.

***

Ela estava do outro lado da cama e eu sentado de frente para o espelho da penteadeira da minha mãe.
- Tem uma escova de cabelo para me emprestar? - Seu cabelo estava molhado, e parecia mais enrolado seco.
- Claro! - Disse com minha voz mais doce a entregando a escova que estava em cima da penteadeira. -
- Você viu meus sapatos? - Ela perguntou. Virei a cabeça pelo quarto procurando, me equilibrei um pouco para o lado e os encontrei de baixo da cama. Não faço a mínima ideia de como foram parar lá. Me levantei, peguei os sapatos e a entreguei. Ela me deu um beijo rápido, pegou os sapatos e andou para o banheiro.

Ela precisava ir embora, já que não avisou os tios que iria dormi fora de casa.
- Vamos almoçar antes de você ir? - Ela sorriu alegremente.
- Eu estou com fome mesmo!
Ela pegou sua bolsa, eu peguei as chaves e saímos de mãos dadas.
Combinamos que ela me levaria em um lugar legal e eu pagaria a comida.
No restaurante encontramos nosso prato favorito no menu: Feijão com jabá, claro que pedimos.
Durante o almoço conversamos sobre nossas vidas. Eu acabei contando que morava em Laranjeiras quando era criança, que meus pais tem uma casa no Paraguai, e que meu sonho era tocar guitarra na TV, e que eu herdei uma Brasília Amarela do meu avô, e um defeito meu é que eu sempre esqueço as datas importantes...
Ela tinha dezessete anos quando fugiu de casa por que seus pais não aceitavam que ela fosse dançarina ou fizesse cinema, parece que eles queriam que ela fosse arquiteta e que demorou um pouco para ela ser aceita de volta na família, e seu defeito é ser rebelde, acredita que ela tem um arame tatuado de baixo do seio direito?

Seu telefone tocou e ela pediu licença para atender fora do restaurante, foi então que percebi que ela já havia acabado de comer e no meu prato ainda tinha comida.
Quando ela voltou para a mesa a perguntei se queria mais alguma coisa, mas ela não quis. Pedi a conta, paguei e saímos.
- Meus familiares vão fazer um churrasco amanha as duas da tarde. - Ela pegou seu bloco de notas e anotou alguma coisa. - E você esta convidado se quiser ir. - Ela destacou a olhinha e me entregou. Era um endereço. Olhei em seus olhos e ela fez o mesmo, mas desviou em seguida. - Tenho que ir agora.
- Ah é. - Sorri e abri os braços onde ela veio e se confortou por alguns segundos. Depois, me pegando desprevenido, me beijou.
- Obrigada por tudo. Até depois.

Voltei para casa, que ainda estava vazia e fiquei pensando no tanto de coisas eu havia feito hoje e nem era cinco horas da tarde. É sempre bom acordar cedo, o dia rende mais!!!
Logo meu celular tocou era o Fernando.
- Alô.
- Tá fazendo o que?
- Nada.
- Eu e os caras combinamos de ir aquele barzinho de ontem a noite. Você e a Fran tem que ir. Assim você conhece a Bianca, Stefany e Gabi
- Tá bom. A gente aparece por lá.
- Tá. Tchau.

Liguei para a Fran.
- Vai fazer alguma coisa essa noite?
- Diz que você tem alguma programação comigo essa noite, por que eu realmente não quero ficar em casa com meu primo chato em pleno sábado.
- Calma! - Disse sorrindo. - Eu tenho.
- Vamos fazer o que?
- Os caras vão para aquele bar e nós fomos convidados.
- Tá bom. Que hora eu passo aí? - Olhei para o relógio. Ainda era seis horas.
- Às oito horas e meia.
- Tá ótimo, te vejo depois, beijos. - E desligou.

Ela foi pontual, oito e meia estava tocando a campainha.
Saímos então para o bar onde encontraríamos com meus amigos.
Enquanto estava no bar, encontrei minha ex-professora, de Português, Juliana. Ela foi a melhor professora que eu tive, foi ela quem conseguiu colocar a tal "sintaxe" na minha cabeça. Essa matéria é chata pra caramba, ao contrário da professora Juliana.
Ela sempre usava calças Fiorucci e seu marido, o Paulo, era professor de Educação Física e sempre usava roupas da Reebok.
Logo os doidos chegaram acompanhados das garotas que eles haviam conhecidos na balada outro dia: Bianca, Stefany e Gabi.
Elas eram legais. Animadas. Eram a cara de cada um.

No fim da noite nós, os caras, levamos as damas para suas casas.

***

No dia seguinte acordei cedo, como sempre. Esperei o tempo passar para me arrumar e sair de táxi para o churrasco da família da Fran. Saí deixando todos os caras avisados.

Quando cheguei no endereço a encontrei sentada em um banco na calçada. Paguei o taxista e fui de encontro a ela.
- Oi. - Sorri e a cumprimentei com um selinho.
- Está ansioso?
- Um pouco. - Sorri timidamente.
- Tá! Normal. - Ela soltou o ar com força. - Como já disse minha família é muito certinha e desde quando eu fugi de casa, eu sou a ovelha negra dessa família, então, não estranhe se ouver algumas indiretas desconfortante. Ok? - Ela não esperou que eu respondesse e me puxou pela mão, para dentro da casa.
Fui recebido com beijos e abraços.
- Essa é minha irmã. A Ana Júlia, mas todos a chamam de Aninha.
- Prazer em conhecer-la Aninha. - Ela apenas sorriu. E continuou as apresentações. Pai, mãe, tio, tia, primo.
Eles me trataram como se fosse alguém da família o que fez eu me senti acolhido, ou até adotado.

***

No meio da noite eu era o único sóbrio por lá, e a família dela já estava falando bobagens.
Papo vai, papo vem. E eu me perdi em pensamentos, até que...
-... Mas o Vitor não tem problemas com isso. - Oi? Ouvi meu nome. - Afinal o signo da Fran é de leão. Garanto que entre quatro paredes ela é bem selvagem. - Não acredito que Carlos, o primo da Francisca, disse isso no meio de todos. Que idiota!
Todos me olharam e eu olhei para a Fran que me olhava com uma expressão de 'eu te avisei'.
- Acho que não é um problema quando se é Rock-Star. Vocês sabiam que ele queria ir tocar guitarra na TV?
Ela conseguiu mudar de assunto me tirando de uma enroscada.
- Sério? - Aninha perguntou animada. - Você é músico? Eu toco violão...

Depois dessa alfinetada de Carlos, resolvi ir embora.
Quando todos estavam distraídos com outras coisas nós fomos para um canto.
- Deu para entender por que eu gostaria de estar bem longe daqui? Se eu pudesse iria para outro país, só pra ficar longe do idiota do Carlos.
- Tudo bem. Eu não me importo.
Ela me abraçou com os olhos brilhando.

...me despedi de quem estava acordado. Meu táxi me esperava lá fora. Fran me levou até a porta do táxi, me passando a impressão de que ela não queria que eu fosse embora. Ela me deu mais um de seus beijos de coco, o que me fez sonhar a noite toda com seus lábios.

Quando cheguei no apartamento Rick estava na sala sozinho assistindo um filme de comédia. Eu me sentia triste por ter deixando Fran em casa, mesmo sabendo que eu voltaria para casa em menos de uma semana e a deixaria definitivamente e por um longo tempo.
- Ai Rick, - choraminguei, - meu docinho de coco tá me deixando louco.
- Docinho de coco?
- É. A Fran tem um daqueles brilhos labial com sabor de coco. - Ele fez cara de intendimento.
- Cara você já é pirado.
- E o cabelo dela é tão...
- Da hora! - Ele completou a minha frase.
- E o corpão de violão. - Disse aumentando a lista de palavras carinhosas para as características de Fran. Espera aí! Rick tem fetiches por cabelos!
- Hey!!! Ela é minha. - Ele me olhou sorrindo.
- Você sabe que estou brincando. Eu tenho a Bianca.
- Tá. Tá. Vou pro meu quarto. - Saí da sala sem esperar sua resposta.
Rick não queria me levar a sério!
Acabei dormindo.

***

Na manha seguinte...
São oito e meia, quem será que está tocando a campainha a essa hora?
Levantei da cama, de samba canção mesmo e fui atender, afinal o apartamento era meu.
Passando pelo o corredor vi pela a brecha da porta do quarto, Fernando fazendo pirraça: socando o travesseiro por ter sido acordado. Ele sempre faz isso quando acordam ele. rsrs
Abri a porta e Fran entrou animada me abraçando.
- Bom dia!!! - Disse como se tivesse ganhado na loteria.
- Bom dia! - Disse de vagar.
- Se arruma e vamos na praia.
Tem coisa melhor do que acorda com uma pessoa que você gosta muito te acordando com muito entusiasmo?! Bom, para mim isso é grande coisa!!!

O céu estava muito nublado, as nuvens escuras.
Fiquei pelado, mas dessa vez quando olhei para trás ela havido pegado minhas roupas e saído correndo. Vesti a cueca e sai correndo atras dela. Ela gritava e gargalhava ao mesmo tempo. Ela estava muito desengonçada: 1° caiu minha camisa, 2° minha carteira. Ela estava só com minha calça e ainda corri.
- Tá, tá... - Foi desacelerando - Parei! - Virou-se e veio em minha direção e me entregou a calça.
- Isso vai ter troco. Só não agora porque estou mortinho da silva.
Me vesti e me joguei na areia enquanto ela só se apoiou nos joelhos.
- Você correu uma maratona e não cansou? - Disse vendo-a de pé. -
- Eu corro quando dá. Já você tem uma vida parada né. Não tem espaço entre os prédios de São Paulo para você correr? - Gargalhei.
- Quando estou de ferias sempre faço exercícios, só não da durante a semana, e lá tem parques. - Sorri travesso.
- Lá em São Paulo, você usa esse all star azul?
- Não muito. Ele é meu tênis da sorte, só uso em momentos especiais.
- E vir a praia é especial como?
- Com você é especial.

- Eu queria poder levar você comigo. Mas como não dá, quero que você fique com esse anel (o anel que eu usava desde os 15 anos, era o anel que meu pai me deu dizendo que estava na família a várias gerações. Eu não sabia que precisaria dele tão cedo!). Eu sei que é simples, mas é de coração.
- Eu...
- É só uma lembrança. Mas eu vou querer de volta. - Talvez, para te dar de novo. - É só para eu ter certeza de que vamos nos ver de novo.
- Você é tão... especial. - E me beijou.
- Se eu te dar meu endereço você vai me visitar?
- Claro que vou. - Seu sorriso era de orelha a orelha. A abracei forte. - Pena que tenho que ir agora. Mas como odeio despedidas vou dizer um até logo. Até logo.
- Até.
Dei-lhe um selinho demorado. Entrei na minha Brasília e dirigi a caminho de São Paulo. No carro a viagem foi silenciosa. Parece que não sou o único que vai sentir falta de Santos, ou das 'pessoas de lá'.
- Eu não vejo a hora de voltar. - Lucas disse.
E todos os outros responderam:
- Eu também.

***

Algumas semanas se passaram...

Estava tudo no lugar, minha cama, minha mesa, meu computador, meu armário; mas eu sentia que que faltava um detalhe. E não qualquer detalhe! Eu estava mau de novo, e dessa vez o tédio era apenas uma balinha perto de todo o resto do sofrimento. Só me restou a lembrança e se estou com ela eu te desejo, eu sonho em cometer esse pecado. Eu realmente tenho sonhado com seus lindo olhos castanhos. Seus lábios com gosto de coco. Com a união de nossos corpos. Como nossas mãos se união tão perfeitamente!!! Acho que estou apaixonado. Se não for isso por que ela está me deixando louco?

Olhei sem querer para o calendário na parede e cai na realidade. Amanha era segunda e eu já teria aula de novo. E talvez, não a veria de novo.

***

No dia seguinte...
Quando estava saindo de casa avistei um táxi parando na frente do meu portão.
E quem eu vejo sair do carro? Isso mesmo o meu docinho de coco. A Fran.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ AQUI. - Gritei. Eu cheguei a pensar que estava louco, mas não pararia um carro na frente da minha casa e não sairia ninguém, entendi?
- Eu pedi transferência da faculdade. Não aguentei de saudades.
Corri em sua direção jogando a mochila no chão. Ela pulou entrelaçando as pernas em minha cintura e nos beijamos.
- Acho que te amo.
- Acho o mesmo em relação a você. Isso é possível?
- Tanto faz. Quero aproveitar o tempo que tenho com você.
- Tem lugar para ficar?
- Ah, na casa da minha tia. Já que você conhece aqui melhor que eu, me leva nesse endereço? - Tirou um papel do bolso da calça e me entregou um papel.
- Claro.

Entramos no táxi a caminho do tal endereço. Ficamos abraçados, eu ainda não acreditava que ela estava lá. Do meu lado. Segurando minha mão. Com o meu anel no dedo indicador.

FIM!

N/A: Essa é minha primeira Fanfic, espero realmente que gostem, e estou aberta a criticar.
Obrigada! ;)


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