CAPÍTULOS: [Único]






Última atualização: 12/06/17

Único


Para muitas pessoas, eu era apenas um cara bruto com uma aparência de vilão da Disney, e eu gostava dessa reputação. Porém, essa reputação ia por água a baixo quando eu via ela, sentada no sofá, com o cabelo sem ver pente há dias, comendo sucrilhos com danone. E eu servindo de empregado para a patricinha mimada que adorava me irritar. Eu estava agradecendo por estar no último prato.
—Gatinho!— fala manhosa, entrando na cozinha, e tentando me abraçar por trás, sendo impedido por meu desvio.
—Gatinho? Você bagunça a pia inteira com a porra de um sucrilhos com danone, e nem deixa nada para mim. Agora vem com falsidade?— a vejo fazer um biquinho pensativo.
—Exatamente. E agora te convido para um banho com a sua princesinha.— sorri vitoriosa, jogando os cabelos para o lado, fazendo o típico sinal de "me siga". É, eu odiava amar aquela mulher.
Não estávamos casados, juntados era a palavra certa. Não era aquelas histórias clichês de melhores amigos de infância, até porque sempre fui distanciado de amizades; era uma história diferente demais. Eu conhecia um cara, que conhecia outro cara, e ele me disse que tinha uma garota nova na cidade, que não queria transar com ninguém. Na cidade pequena e pacata que morávamos, carne nova de qualidade era significativo de: Vamos transar. Ela era direita naquela época, até frequentava igreja. Em uma tarde de verão ensolarada qualquer, nos encontramos na porta do açougue, parecia estar fazendo um puta esforço carregar aquela sacola pesada, então, me ofereci. Levei até a casa dela, ela me chamou para entrar, e, meu amigo, não é só panela velha que faz comida boa. A menina assou um pernil (fora de época, diga-se de passagem) como minha mãe nunca fez, e comida era algo que eu presava demais. A gente se embebedou um pouquinho e paramos na cama, com respiração ofegante, e nus. Durante várias semanas, meu membro e minha mente faziam questão de lembrar dela, porém, não a via. Só a vi novamente quando ela foi na minha casa, quem passou o endereço não sei, só sei que transamos de novo. E de novo. E de novo. Quando eu tomei vergonha na cara e chamei ela pra morar comigo, para você ver o quanto a gente demorou pra ter um relacionamento sério.
A sem vergonha estava em cima do vaso sanitário quando cheguei no banheiro, tentando mudar a temperatura do chuveiro. Não porque a demônia amava tomar banho pelando, mesmo no calor de matar. E eu amava banho frio, até quando estava nevando. Ficávamos nessa guerrinha de gelando versus pelando, e ela sempre ganhava.
—O que você 'tá fazendo?— perguntei cruzando os braços.
—Malabarismo com as estações do chuveiro, idiota.— ralhou, conseguindo trocar o que queria.
Despiu-se da pouca roupa que usava, entrando com uma expressão satisfeita embaixo da água quente. Pegou o sabonete junto com a espoja, se limpando completamente. Parou por um segundo, me olhando com uma cara desaforada.
—'Tá olhando o quê?
—Você veio aqui fazer o quê? Se aproveitar da jovem inocente e virgem que eu sou?— expressou o biquinho adorável novamente.
Retirei minha blusa xadrez, a jogando na pia, o resto da roupa a acompanhou. Olhei-me brevemente no grande espelho, que implantou assim que chegou, posso dizer que fiquei satisfeito com a visão. As pessoas (lê-se ex-namoradas) diziam que eu tinha muitos pelos pelo corpo, o que eu não negava, já que nunca fui muito ligado com aqueles negócios de depilação, a virilha era a única exceção.  sempre declarou ser a favor daquilo, uma vez que eu era muito mais másculo com aquilo. Lembro-me do dia que eu me depilei inteiro para fazer uma surpresa de aniversário para ela, virei motivo de chacota por longos dias, e nunca queiram ver zoando alguém.
—Oh, meu bem. Gilete de vez em quando não faz mal.— apoia as mãos em meu tórax, tentando alcançar minha boca para dar um selinho, desviei.
—Da última vez que eu fiz isso deu uma merda tão grande.— ri da minha própria desgraça.
—Awn, bebê, não chora.— fala com um falso sentimento.— Agora, lava meu cabelo.— entregou o shampoo e condicionador na minha mão.
Eu podia dizer que estava queimando, levantar os braços e trocar a temperatura, renderia uma briga e eu ficaria sem sexo por semanas, até meses, porque banho, para , era coisa séria. Me calei, colocando uma quantidade mediana de shampoo nas mãos, começando a passar pela raiz. Ela estava de cabeça baixa, coçando os olhos constantemente. Reclamei com ela, dizendo para fechar a porra dos olhos. Não tardei a passar o condicionador nos longos fios dela, ela ergueu o rosto para poder me observar. A diferença de tamanho era nítida, uma vez que ela batia abaixo da minha cintura, e era engraçado desde o dia que eu tive que mudar tudo da casa (que ficava no alto) por causa do toco de gente que ela era. A vantagem é que ela podia tombar a cabeça para trás enquanto lavava o cabelo dela e me observar com os olhos curiosos. Com um pouco de receio, fiz um leve carinho nos fios, a vendo ronronar como uma gatinha. Terminei de lavá-los, dando um tapa ardido em seu bumbum empinado.
—Vou te levar para comer um hambúrguer.— fala terminando de subir a calça jeans, que era três números a menos que o dela.
, onde você vai encontrar lanchonete às...— chequei o relógio, arregalei os olhos. Já estava tão tarde assim?— três e vinte e quatro da manhã?
's Lachonete ao seu dispor, gatinho.— mandou um beijo no ar, correndo para a cozinha.
Em poucos minutos, um hambúrguer enorme estava na mesa. Enorme no sentido de: ter mais coisas do que deveria. Ketchup, alface, tomate, cenoura (porque ela colocou isso?), molo de salada, hambúrguer, uns pedacinhos de algo verde, e pepino. Eu duvidava muito que ela comeria tudo aquilo, e ela insistiu que eu comesse também.
—Esse negócio 'tá parecendo o suco do chaves. Não vem não.— neguei com o dedo indicador, a moça deu um sorriso malicioso.
—Se você negar meu pão, eu te nego dois meses de sexo.
—Nem você aguenta dois meses sem sexo.— soltei uma gargalhada leve. Ela deu de ombros, colocando o pão dentro da boca novamente.
Eu fiquei lá, longos quinze minutos, olhando a minha mulher comer o pão que parecia delicioso. Ela demorava muito para comer, de modo que tivesse uma hora e meia de almoço apenas para comer. Eu riria se não fosse preocupante.
Ela largou a louça toda na pia, falou que lavaria depois que acordasse. Eu, o mais sensato, resolvi lavar a louça para poupar o serviço dela de manhã. Aproveitei para pensar no presente de dia dos namorados, que estava perto. Imaginei que poderia levá-la para comer um hot dog na esquina, já que não era nada chegada a restaurantes, ou comprar outro anel para ela, com um novo propósito.
Terminei de guardar o último garfo na pia, sequei minha mão no pano de prato, e subi para o quarto, deixando metade de minhas roupas no caminho. Quando cheguei lá, ela já estava roncando, e muito alto. Estava sem camisa, nem sutiã, me fazendo duvidar se estava usando os trajes de baixo. Dei de ombros, me deitando delicadamente na cama. Deitei minha cabeça acima de seus seios, com os braços envolvendo suas coxas. Senti-a suspirar e me agarrar em um abraço desajeitado.

O celular despertou as dez horas da manhã. Minhas costas nuas estavam quentinhas, alguma coisa ou alguém estava grudado em mim, poderia ser até um dos vários gatos da minha namorada. Tentei puxar meu corpo para longe, na direção contrária do colchão, e fui respondido com um resmungo. Tentei novamente e os braços da garota se apertou mais ainda. Era uma droga quando ela fazia isso; se grudava em mim feito cola, e era um custo para se soltar. Era até gostoso quando eu não tinha mais nada para fazer no dia, porém, quando eu tinha, era um empecilho enorme.
—Porra, .— reclamei com a voz cheia de sono.— Me solta.
—Só mais cinco minutinhos, gatinho. Tá tão quentinho aqui.— falou manhosa, me apertando ainda mais.
—E como você quer ir pro shopping assim? E hoje é nosso dia de fazer caminhada, também.— ela bocejou, virando-se para o outro lado.— Anda, , levanta essa bunda gorda dai.— e minha única resposta foi um suspiro barulhento, mostrando que a moça havia voltado a dormir.
Se tinha algo mais delicioso de se observar eu desconhecia. caminhava com uma calça legging a minha frente, com tênis esportivo da Adidas, um top que mostrava seus "pneus", e o cabelo em rabo de cavalo. Ao mesmo tempo que me deixava embasbacado de tão grande que aquele cu era, me deixava desconfiado também. Eu tomava cuidado para não manter uma distância enorme dela, para poder marcar meu território. Ela não era propriedade minha, eu não havia a comprado, a culpa não era minha se eu fosse um pouco mais desconfiado dos outros homens.
—Seu sapato tá desamarrado, gatinho.— soltei um som mostrando que não havia entendido o que ela havia dito, então ela repetiu.— Seu sapato, gatinho. Presta atenção, gigolô.
—Seus apelidinhos são tão... amorosos.— sorri irônico, me abaixando para poder amarrar meus cardaços. se aproximou mais de mim, ficando bem atrás de mim, de onde vinha algumas vozes femininas. Em um movimento inesperado, ela apoiou as unhas (exatamente, não era as mãos, eram as unhas mal feitas e que ela quase nunca cuidava) na minha bunda, batendo ritmicamente, como se estivesse marcando território.
—Você me chama de leprosa, quer falar o que de meus apelidos?— terminei de amarrar o tênis assim que ela terminou de proferir a frase, quase no mesmo instante que cinco mulheres loiras (e sem bunda) passaram pela gente, jogando um charme inexistente em cima de mim. Talvez existisse, sim, um charme, todavia, eu não me importava mais.
—Quem eram elas?
—E eu tenho cara de banco de dados para saber?— deu de ombros, se preparando para voltar a caminhar.
Eu adorava shopping, adorava compras, poderia passar um dia inteirinho só comprando coisas novas. Diferente de minha namorada, que ficava de saco cheio sempre que eu pedia para ver uma outra loja. Agora, estávamos dentro de uma joalheria, a atendente forçando a dar uma olhada em relógios para me dar no dia dos namorados, a mesma negava com uma cara horrível de "Vá se foder". Eu, por outro lado, estava sozinho dando uma olhada em anéis enormes. Porque anel, para , era como pênis: quanto maior, melhor.
—Posso ajudar, senhor?— um homem se aproximou. Tinha cabelos ruivos falsos em um topete, olhos verdes que pareciam lentes, e uma roupa mais colada que o recomendável.— O anel é para o senhor?
—Vou comprar para o dia dos namorados.— sorri amigável enquanto o outro deu um sorriso malicioso. Seria cômico se não fosse preocupante.
—Eu adoraria ganhar um desses de dia dos namorados.— mordeu os lábios.
—Desses o quê?— uma voz feminina perguntou atrás de mim.
—Com licença, a senhora é...?— debochou o atendente.
—Eu sou a pessoa que ele vai dar o anel. E você, é a RuPaul pobre?— segurei minha vontade enorme de rir, porém não passou despercebida por ninguém.— Me dá licença, estamos indo.
—Estamos?— eu ainda estava indeciso sobre os anéis. Agora não, ! Agora não, por favor.
—É, estamos.  A não ser que queira passar a data comemorativa sem namorada.
—Não se preocupe, eu aceito...
—Ah, cala a boca e vai arrumar essa lente, senhora.— cortou o atendente, me puxando pela mão para fora da loja.— Puta que pariu, hoje tá foda ein. Não basta aquelas biscates te olhando na caminhada, agora a RuPaul? Não me gasta muito não.
—Vem, vamos comer alguma coisa na praça de alimentação.— puxei sua mão, colocando as sacolas na mão livre.
Os olhares direcionados para gente não eram os melhores. Na verdade, o único defeito de era parecer ter dezesseis anos. Ela não tinha o rosto tão de mulher assim, o corpo parecia ainda estar se desenvolvendo, apesar dos vinte e poucos anos. E eu, bem, parecia um ogro, lenhador, e pedófilo. Era por isso que as pessoas achavam errado, julgavam errado, sem nem ao menos olhar a porra da data que o RG constava. Essa, entre outros fatores, me fazia querer socar todo mundo.
fez o biquinho adorável para a câmera do celular. Estávamos na praça de alimentação, acabando de comer nosso lanche, e tentando tirar uma foto decente. Na primeira tentativa, minha mão estava suja, e o aparelho caiu; na segunda, o cabelo da minha namorada me tampou quase por inteiro. Estávamos na terceira quando a foto saiu decente, e já queria que eu passasse para ela pôr de plano de fundo.
—Por favor.— implorou. Ela queria entrar em uma loja de sex shop para comprar alguns apetrechos, como se os que ela tivesse não fosse bastante.
—Você já tem vários, menina.— revirei os olhos.
—Não tenho aquela fantasia de raposa. Quero, aliás.— apontou para a vitrine com os olhos brilhando. era dona de fetiches estranhos.
—Ah, entra logo nessa porra, analfabeta do caralho.— xinguei-a, vendo um sorriso animado aparecer em seu rosto. Ela quis me puxar, recuei.— Tem várias mulheres ai dentro, se eu entrar você sabe a merda que dá.
—Me encontra em casa. Beijo, gatinho.— me deu um selinho, entrando na loja sem nem olhar para trás.
Ou havia se esquecido, ou estava se fazendo de tonta. Hoje é dia dos namorados e eu preparei uma programação para nós dois, esperando ela vir me desejar feliz dia dos namorados, o que, claro, não veio até agora, e já passava da uma da tarde. De repente, vejo-a trajada com um uniforme de guerra (coisa de gamer, nem gaste seu tempo tentando entender), com uma airsoft apontando para o chão.
—Parada, meliante.— gritou, subindo no sofá, e apontando a arma para um lugar específico. Deu o primeiro tiro, errando. O segundo pareceu sem objetivo aparente. O terceiro acertou o inseto. Ela estava tentando matar a porra de uma barata inocente.— Ufa. Imagina, gatinho, se a meliante resolve te assustar como me assustou. Sou sua salvadora. Por nada.— se jogou ao meu lado no sofá.
, que dia é hoje?— perguntei como se fosse óbvio, erguendo as sobrancelhas.
—Terça-feira?— imitou meu gesto, olhando para todos os lados.— Ah, não. Não me diga que eu esqueci o aniversário de algum gato e que terei que comprar um presente de última hora, por favor.
—Tinha que ser uma meliante mesmo.— gargalhei fazendo referência a luta recente dela. Tirei um papel de programação do bolso, fingindo estar o lendo.— Pelo visto, teremos que cancelar nossas tarefas de hoje...— falei pensativo.
—Cancelar o quê?— tomou o papel de minhas mãos, lendo o escrito com uma expressão surpresa e culpada.— Ah, é só o dia dos namorados, comunzão.
Comunzão? É inacreditável, sabia.— me endireitei no sofá, indo em direção a cozinha, me seguia apressadamente.
—Eu estava guardando seu presente para mais tarde.— e bastou aquilo para minha imaginação fluir, já que há alguns dias ela estava em uma loja de sex shop sozinha.— Agora, vamos cumprir o primeiro item da lista antes que o tio do hot-dog feche.
 —! Vamos, cacete!— gritei na porta do quarto. O tempo estava esfriando, e ainda estava de toalha, sentada na cama, vendo algo interessante no celular.
—Eu já estou quase pronta. Me dê cinco minutinhos, gatinho.— resmungou, coçando o nariz.
—Tá esfriando, você vai morrer doente se continuar assim.
...— chamou manhosa, deixando o celular de lado para me encarar, o brilho de seus olhos estavam denunciando o que viria.— Vá se foder pra lá.
O tempo não era dos melhores, o vento forte não contribuía, e minha namorada já estava tossindo. Porém, o hot dog estava maravilhoso demais para eu me importar com doenças. Acabamos nos entretendo ali, tudo começou quando sujou minha barba de ketchup e quis limpar com a língua, eu só revirei os olhos e lasquei mostarda em seu cabelo, pedindo para limpar com a língua, ela fez cara feia e revirou jogando batata-palha dentro da minha camisa. O funcionário do estabelecimento fazia uma cara feia, se fosse o dono, estaria sorrindo e falando como a vida é bela para pessoas jovens. Enfim, pagamos a conta com alguns a mais pela bagunça e prejuízo, nos preparando para voltar para nosso lar.
Agora era a hora que eu começava a me preocupar com a doença de , já que ela tossia a todo segundo, me fazendo desmarcar dois itens da programação.
—Desculpa estragar nosso dia.— falou tossindo, toda enrolada em cobertas, com gorro na cabeça, o nariz vermelho e o olho fundo.
—Culpa sua mesmo, fica saindo no frio.— tentei brincar, sorrindo em seguida. Ela fez uma expressão dolorida, vi seus olhos enchendo de água, seus lábios sendo franzidos.— Eu não quis ofender.
—Ofendeu, .— colocou a cabeça debaixo da coberta, fazendo o drama que eu não suportava. Apenas me levantei, pronto para ir para o quarto, talvez deitar e assistir alguma coisa que me aliviasse.— !
—O que é?— perguntei do meio do caminho. Ela sorriu cúmplice, puxando um pouco da coberta e das pernas, me convidando para voltar ao lado dela.— Você me xinga e depois quer carinho, safada?
—Eu não te xinguei, gatinho.— pelo "gatinho" percebi que estava tudo normal. Em passos fortes e emburrados, voltei a me sentar no sofá, os dedos frios de seus pés se chocaram minhas bochechas, me fazendo sentir o quão gélido estavam.— Tá tão quentinho.
—Você já se pesou na balança depois da caminhada?— questionei após alguns minutos em silêncio.
—Tô doente.— diz manhosa, se aconchegando em meu peito.— Será que dá para meu namorado lindo e maravilhoso ir buscá-la para mim?
—Não.
—Ah, qual é. Você não faz porra nenhuma o dia inteiro, o que custa ir buscar a balança para sua namorada em estado grave?
—Você é um saco!
—Você é um gato.— piscou, dando um sorriso malandro em seguida.
Eu nem me lembrava onde tinha deixado a balança, e se eu perguntasse para os gatos o máximo que faria era miar. Fui até a dispensa, pegando o objeto nem tão pesado, o carregando até a sala. Com dificuldade, se livrou do monte de coberta, do monte de roupa (que, na visão dela, faria uma grande diferença), e subiu na balança. Enquanto o objeto carregava, sorrateiramente, coloquei um pé firmemente atrás do dela, de modo que não percebesse meu feito.
—Caralho, . Eu tô mais pesada que um caminhão de concre...— olhou para baixo, vendo meu pé invasivo ali.— Você é comediante?
—Deveria ver sua cara.— falei entre risos.— Caminhão de concreto, é?
—Espero que não seja comediante, não vai ganhar nada na profissão.
—Hein, acho que ainda dá para realizarmos o último ítem da lista...— sugeri, passando a mão na barra da camisa, fingindo timidez.
—O último era ir ver algum filme daquele ator gostoso no cinema, nem vai rolar, não quero ver a rua nunca mais.— convicta, cruzou os braços, negando com a cabeça.
—Eu queria conversar isso com você já tem um tempo... A gente se conhece há um bom tempo, desde três cidades atrás. E, ah, eu sou horrível com texto, declaração, e afins...— abri a caixinha de anel de noivado.— Quer cas...
—SIM!— gritou empolgada, se jogando em cima de mim.

Eu ia casar.

, o Brutus da vida real, estava para se casar com Olívia, a princesinha mimada. Era inacreditável até para mim. Sabe, quando eu a vi, nunca pensei que levaria tão longe. Foi ela quem levou longe, sem nem precisar de minha ajuda. E eu amava aquela mulher, amava tudo nela, mesmo tendo defeitos irritantes, eu continuava a amando. E, depois daquela noite maravilhosa de sexo que ela me deu, eu tive mais certeza.

era a coisa mais irritantemente amável que eu já havia visto.



Fim



Nota da autora: Muito amor envolvido. Não queria me expor, mas, já me expondo, foi escrita com uma versão maior do Joel, de The Last of Us, porque ele é um homão da porra. Eu sei, eu sei, estavam esperando uma cena restrita dela com a fantasia, eu não levo jeito para isso, e não quis forçar nada, então, sem cenas restritas. Brutus e Olívia, quem nunca shippou, não é mesmo? Sempre achei o Popaye meio pombo. Enfim, por mais que tenha uma certa competição dentro do especial, eu escrevi por diversão; não fiz para ganhar nada, só para mostrar que casais iimpossíveis podem, sim, ter finais felizes. Mas se quiser me dar o prêmio eu aceito de bom grado. Brincadeiras a parte hahahahaha. Você é sempre bem-vinda na caixinha de comentários.




comments powered by Disqus




TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SITE FANFIC OBSESSION.