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Autora VIP do Mês - Dezembro

MC Fanfiqueira

mcfanfiqueira@gmail.com
@FanfiqueiraMC
@mcfanfiqueira
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Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu ser a Autora VIP do Mês do FFOBS?
AUTORA: Achei loucura kkkk Na real, nunca imaginei que pudesse acontecer. Apesar de ter um número legal de leitoras que me acompanham em quase todas as fics que escrevo, sinto que sou uma autora meio… nichada (?) Não é comum ter um número muito variado de leitores ou uma quantidade muito grande de acessos.

FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu tinha uns 13 anos, tinha recém mudado de cidade, não conhecia ninguém e comecei como a maioria das autoras: lendo. Uns meses depois, coloquei a mão na massa. Escrevi shortfics de dois ou três parágrafos, até partir para minha primeira long, que chamava Namora Comigo? (rs) Lembro como era a história, mas prefiro não comentar. Era publicada no orkut. Mas minha primeira fic publicada no FFOBS ainda está disponível, só não falo o nome porque eu ainda usava meu nome real!

FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Sou da opinião que tudo o que produzimos tem que ter responsabilidade. Fui uma criança/adolescente que consumiu muito conteúdo impróprio para a minha idade. Olhando para trás, percebo o quanto esse conteúdo influenciou minha maneira de ver o mundo, de ser e de agir durante um período da minha vida, para o bem e para o mal. Por isso, todas as vezes que escrevo, lembro de mim naquela época e, enquanto adulta, penso no que seria melhor para uma pessoa em formação consumir. Não acho que proibir ou restringir o conteúdo seja o caminho, mas usá-lo como uma ferramenta educativa e informativa cumpra um papel muito maior, socialmente falando. Por exemplo, se crio um personagem que tenha questões relacionadas à saúde mental, esse personagem sempre irá procurar ajuda, irá se tratar; se escrevo cenas de sexo, em todas, os personagens usam contraceptivos (dos mais variados), se não usam, existem consequências, boas e/ou ruins.

FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Acho que nunca passei por uma crítica realmente negativa ou cobranças de qualquer natureza. Todas as vezes em que conversei com as minhas leitoras a respeito, sempre foram interações muito respeitosas, de ambos os lados. Inclusive, já usei essas conversas para construir histórias que contemplassem outras visões que não as minhas. Tanto que já perdi as contas de quantas vezes mandei capítulos inteiros para uma ou mais pessoas darem opinião e me dizerem se soava verossímil.

FFOBS: Se você pudesse trazer a vida um personagem de qualquer de suas histórias, qual seria e por quê?
A: Essa pergunta é muito difícil! Mas acho que escolheria Isis Tillsman, protagonista de nothing revealed, everything denied e everything revealed, nothing denied (parte II da primeira). Foi a primeira personagem que escrevi com a minha profissão de formação (jornalista). É uma personagem que tem bastante de mim, mesmo achando que não somos tão parecidas. Ela é uma boa amiga, muito profissional, muito séria, mas muito engraçada, fala muito palavrão e uma pessoa muito sensível. É o tipo de pessoa que eu gostaria de andar no recreio kkk

FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: Depende. São muitas variáveis. Às vezes, eu começo já sabendo onde quero que essa história chegue, porém, ao longo do processo, muita coisa acontece, os planos mudam e o fim muda. Já aconteceu de escrever uma história que só descobri o fim quando terminei de escrever (Girl on the screen), pois, na minha cabeça, existiam três finais possíveis e fui escrevendo de forma que os três continuassem possíveis até o penúltimo capítulo, quando decidi o que iria acontecer mesmo.

FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Com certeza seria a série Fleabag. É uma história que fala muito sobre os tempos em que vivemos e o sentimento que é comum a todos em algum momento da vida: a solidão. Podemos estar cercados e conviver com várias pessoas diariamente e, ainda assim, estarmos sozinhos por não permitir que outras pessoas nos toquem para além da superfície.

FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Eu tenho uma quantidade absurda. Uma lista infinita! Mas, para citar só meus companheiros de FFOBS, Carter e PPESILVA. Os maiorais!!

FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: Provavelmente, Girl on the screen. Essa história marcou meu retorno para a escrita depois de quatro anos em um hiatos traumático, tem um plot muito diferente de tudo que eu já escrevi e é a única que teve vários spin-offs.

FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: Colocando toda a minha capacidade como pitaqueira aqui, hein? No auge da solidão causada pela pandemia de Covid-19, um homem envia uma mensagem para um número aleatório a fim de puxar conversa, procurando por Clair. Em resposta, a outra pessoa confirma se chamar Clair. Mas o que ele pode encontrar quando estava procurando alguém que nem mesmo existe?

FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: Todas as minhas fics tem personagens que existem na vida real (não estou falando de pessoas famosas), saibam disso! Quanto são? Descubra!

FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: Os nomes vêm de dicionários de nomes. Escolho de acordo com a personalidade que eu quero que eles tenham. Os aniversários são escolhidos de acordo com os signos, que são decididos de acordo com a personalidade que terão. Os pares românticos são formados a partir de paraísos astrais. Às vezes, faço playlists, mas sempre escolho algum artista/banda para que o personagem seja obcecado. A partir daí, todo o resto vai surgindo. Sempre digo que os personagens ganham vida depois de um ponto e aí se escrevem sozinhos.

FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: Caras, eu não sei se eu posso falar isso aqui kkkkk Acho melhor deixar baixo mesmo! Mas a maioria das minhas cenas surgem quando lavo louça ou tomo banho. Comum, né?

FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: Tenho algumas (muitas) ideias. Uma delas vai ser uma long de uma short que já está no site. Chama fallingforyou. E a outra será algo um pouco mais pesado do que estou acostumada, então, estou me preparando psicologicamente para esse momento. A premissa será: os protagonistas irão se conhecer no hospital, um deles está se recuperando de uma tentativa de suícidio.

FFOBS: Por fim, que tal citar um trecho de uma fic que você escreveu e sente orgulho?
A: “Novembro de 2021, Hoje disquei seu número no telefone, mas aí lembrei que quem foi embora fui eu.” (Girl on the screen, capítulo 36) Por causa desse trecho, eu recebi alguns muitos áudios de leitoras chorando kkkkk

FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: O meu último recado é mais um pedido para todo mundo que escreve: responsabilidade com suas criações! Sempre seja empático; o que você não souber, pesquise, pergunte; tente sempre se colocar no lugar do outro; quando necessário, assuma o tom do adulto responsável e se questione sobre quem é seu público, como falar com ele. Fazer esse movimento é importante para que a gente crie conteúdos saudáveis, informativos e que ultrapassem as barreiras do entretenimento.