Autora do Mês - Junho
Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu ser a Autora do Mês do FFOBS?
AUTORA: Fiquei super feliz. Às vezes é difícil e cansativo conciliar a vida real, as
responsabilidades, com a vida de autora, as atualizações, divulgação e todas essas
coisas que ficam por trás dos panos. Então foi uma surpresa maravilhosa e um sinal
de que, mesmo nem sempre sendo fácil, tem pessoas que gostam e valorizam o
que eu produzo e isso me deu um super ânimo.
FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu sempre escrevi, mas também sempre fui tímida demais para publicizar.
Durante a pandemia tinha muito tempo e uma amiga, já autora do FFOBS, me
motivou e eu decidi arriscar. Desde lá nunca mais parei, além de um hobby gostoso,
eu amo criar, dar vida e tocar pessoas com o que escrevo. Já são mais de 20
histórias e milhares de páginas escritas. No início eu era péssima, mas com o
tempo, ouvindo conselhos de autoras mais antigas, melhorei muito. Mas nas
primeiras...nossa, eram terríveis hahaha. As primeiras aqui foram –
simultaneamente – The Curve of a Dream e ELE, as duas melhoraram muito com o
tempo – felizmente.
FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Acho que sempre quis trazer o realismo pras minhas histórias. Algo que as
pessoas pudessem se reconhecer e se enxergar. Algo que tocasse, que causasse
reflexão, que atiçasse sentimentos e que despertasse a emoção. Mas acho que o
reconhecimento, representatividade. Me orgulho em conseguir – nem sempre –
representar pessoas reais, com erros e acertos, defeitos e qualidades, acho que é
isso. Tirar essa máscara de perfeição e mostrar que todos têm direito a um final feliz
e que os personagens felizes das histórias têm muito em comum com eu e você do
outro lado da tela.
FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Eu amo. Pode parecer estranho, mas eu adoro receber críticas negativas porque
me fazem olhar por outra perspectiva e melhorar minhas histórias. Amo receber
cobranças, porque funciono muito melhor sob pressão. E claro, é bom que existam
críticas e cobranças, porque isso mostra que há alguém do outro lado te recebendo,
lendo o que você produz. Sempre brinco com algumas leitoras sobre isso.
FFOBS: Se você pudesse trazer a vida um personagem de qualquer de suas histórias, qual seria e por quê?
A: Acho que o Michael Madden, de The Curve of a Dream. Ele é bom. Seria um ser
humano legal para se ter no mundo, acho que quem já leu concorda comigo sobre o
ruivo.
FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: Depende. Eu sempre tenho mil ideias pipocando, então as vezes a história já
começa com um final traçado, mas no meio dela eu resolvo mudar tudo. Mas
geralmente tenho tudo esquematizado na cabeça, o ponto certo onde quero chegar,
o que acontece é não ter traçado ainda como chegar até ele. As histórias se
escrevem sozinhas, então, nem sempre dá para seguir o que se planejou lá no
início.
FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Seria uma série, definitivamente. Eu amo pensar nas minhas histórias como
livros, mas enquanto escrevo, geralmente vejo as cenas em minha cabeça como se
fosse um filme. Mas como penso em muitos detalhes, muitas partes, acho que um
seriado longo e cheio de pontas que vão se fechando durante as temporadas seria
ótimo.
FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Eu tive o privilégio de cruzar o caminho de muitas autoras incríveis na minha
trajetória no FFOBS. Minhas referências lá são pessoas que admiro enquanto
autoras e que posteriormente tive o privilégio de me tornar amiga, como a Carol F
(além de autora, foi minha primeira scripter), Larissa F., Devlin e a Mari D. Fora do
site, minhas referências são autores como Saramago, Hemingway, Virginia Woolf,
García Marquez...
FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: Eu acho que todas merecem, mas ELE. Acho que seria um livro transformador
para muita gente. Não é exatamente uma fanfic, é uma original, mas acredito que a
história mereça.
FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: Ela achava que a vida não a podia surpreender mais, que tinha controle sobre
tudo e que havia conseguido domar e amarrar todos seus sentimentos. Mas o
destino é galopante e tudo pode mudar para sempre ao entrar em um simples
quarto de hospital.
FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: Todas hahaha. Tem muita inspiração e pessoas reais da minha vida nas minhas
histórias, em literalmente todas. Minhas amigas estão nelas, minha família, até
mesmo minha profissão. Mas acho que posso mencionar uma shortfic em especial –
Drive to Survive: Daniel Ricciardo – quase todas as falas do personagem principal
foram falas reais que eu ouvi de uma pessoa na época. Então, é basicamente literal.
FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: Depende de para quem eu escrevo. Algumas vezes me inspiro em pessoas que
conheço, outras vezes construo do zero. Tenho algum conhecimento graças a
minha profissão, então adoro desenvolver toda personalidade, dificuldades e vida
dos personagens, um por um. Mas no geral, conheço muita gente devido minha
profissão e uno isso a minha criatividade.
FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: ELE eu escrevi porque basicamente sonhei com a história. Não é o mais
estranho, mas talvez o mais curioso. Às vezes tenho esses insights no trabalho,
ouvindo alguém falar algo importante – é o mais comum.
FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: No momento estou focada em terminar alguns ciclos e seguir com os que já
iniciei. Meu mais novo é The Sun Devils. Tudo começou com uma brincadeira,
literalmente fanficando com uma amiga. E aí a história virou esse bicho sem
controle e maior que nós duas. Ela é diferente de tudo que já fiz, quem me
acompanha sabe que meus textos geralmente abordam a vida mais madura, com
personagens em estágios diferentes. Mas em The Sun Devils resolvi me arriscar no
mundo universitário, essa coisa de professores e líderes de torcida. E preciso
confessar, está sendo incrível demais.
FFOBS: Por fim, que tal citar um trecho de uma fic que você escreveu e sente orgulho?
A: Vou deixar um trecho de The Curve of a Dream:
– Então é assim morrer? – Perguntei o encarando por debaixo das sobrancelhas, com o
cenho franzido pela luminosidade do céu nublado.
– O que? Morrer? – Ele deu uma risada nasalada, olhou para o lado e balançou a cabeça
negativamente, ainda sorrindo. – Não, ainda não... Pode chamar de pit stop.
– Se eu não morri...isso é uma alucinação? – Indaguei confuso, começando a me revoltar
com minha situação. – Ah, qual é! Quando enfim consigo, quando estou perto de realizar
meus sonhos, dou defeito? Ah, não!
– Você é sempre dramático assim? – Ele ainda ria.
[...]
– Se eu não morri, então o que está acontecendo? Por que eu estou conversando com
você? Nada pessoal.
– É como eu disse, entenda como um pit stop. – Anthony deu de ombros.
– Por que eu ganharia um tempo com você?
– O que? Não quer? – Anthony girou o corpo para me encarar. – Não acha que pode
aprender nada comigo?
– Não, imagina, não foi o que eu quis dizer. É só que...sei lá, do céu ou de onde quer que
você esteja morando agora...– Anthony riu outra vez. – Bom, você deve ter visto o que
aconteceu, visto que eu não sou...bom, não sou exatamente um dos representantes do seu
fã clube. – Expliquei encabulado.
– E é isso que faz de você o candidato perfeito.
FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: Tenho muito a agradecer a cada uma das leitoras, que nesse percurso se
tornaram amigas e sempre compram e embarcam nos projetos que apresento. E se
tem alguém por aí, que leu a entrevista e tem um projetinho, um texto guardado no
fundo da gaveta. Por favor, não faça como eu e espere anos para publicizar, permita
que as pessoas acessem esse tesouro também.