Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu ser a Autora do Mês do FFOBS?
AUTORA: Muito feliz! Acompanho o FFOBS desde meus quinze anos e sempre vi autoras maravilhosas respondendo essa entrevista. Sempre pensei “será que um dia vai ser eu?” mas nunca acreditei que realmente as pessoas iam querer saber mais sobre mim, afinal, eu não dava tanto valor assim para as minhas histórias, tanto que apenas duas foram realmente enviadas para o site. Estar no mesmo lugar de gente que eu cresci lendo é realmente uma sensação muito legal.

FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu sempre escrevi. Desde muito pequena. Eu acho que assim como jogadores de futebol crescem com a bola no pé, eu nasci com o papel e caneta na mão. Eu não sei sobre o que foi a minha primeira história, mas eu lembro de ser pequena e sentar na mesa da sala de jantar com papel e caneta e ficar lá por horas escrevendo uma história. Imagina? Enquanto outras crianças brincavam eu ficava na mesa imaginando cenários impossíveis. Criança super anormal.

FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Eu quero poder passar uma sensação de movimento. De sair do lugar. Eu comecei a escrever Door 74 no meio da pandemia e de uma crise emocional muito forte por passar tanto tempo dentro de casa. Sempre fui uma pessoa que saída cedo pra trabalhar e estudar e chegava tarde em casa então me ver fechada dentro de um quarto com apenas as minhas coisas e vendo o mundo da janela foi algo muito difícil pra mim. Eu senti a necessidade de sair disso pra me manter em pé durante esse tempo. Como histórias tem esse poder de fazer a gente viajar sem sair do lugar eu achei a oportunidade perfeita pra desligar a cabeça desse momento difícil que estamos passando e fazer com que as minhas leitoras (e eu) possamos passear e curtir a vida sem sair de dentro das nossas casas por enquanto.

FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Eu tento não ligar. Sou uma pessoa muito perfeccionista e me cobro muito para que tudo saia perfeito. Antes de um capítulo ser enviado eu já mudei a história vinte vezes porque eu quero que as minhas leitoras possam sentir o que eu senti, então qualquer erro é como uma facada. Acredito também que a gente nunca pode levar críticas negativas como algo 100% verdade, a gente nunca vai ser tão ruim quanto pensam que a gente é, mas também nunca vamos ser tão bons como acham que somos. Por isso, analisar a crítica que é feita, tirar suas próprias conclusões e avaliar suas intenções com aquilo que você fez é fundamental. Criticas sempre vão existir, o que importa é você saber que fez o seu máximo para fazer o que é certo e no fim do dia seguir em frente tomando tudo o que acontece de errado como aprendizado.

FFOBS: Se você pudesse trazer a vida um personagem de qualquer de suas histórias, qual seria e por quê?
A: Eu não tenho como não dizer a Laura de Door 74. Eu acho que apesar dela se culpar muito, ela é uma pessoa muito corajosa, que não pestanejou antes de escolher viver na Holanda e quer muito aproveitar a juventude dela. E é assim que eu vejo a vida, acho que a gente tem que aproveitar cada oportunidade que aparece

FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: Eu sou muito impulsiva então começar Door 74 ou qualquer outra história foi sempre algo muito intuitivo. Eu vejo um filme, tenho uma ideia, e já começo a escrever. Mas ao longo da história eu gosto muito de criar playlists e descobrir musicas que narrem a trajetória dos personagens então meu spotify é cheio de playlists, uma pra cada história. Eu escuto a mesma música diversas vezes pensando em como continuar a contar sobre aquele personagem e no fim as coisas fluem de uma forma bem legal.

FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Provavelmente uma série de TV. Acho que tem mais espaço pra desenvolver a história e abusar da criatividade. Não gosto de histórias curtas, gosto de passar dias pensando naquilo e ser totalmente consumida pela narrativa. Livros, embora incríveis, não te dão a oportunidade que as telas dão de dar vida aos seus personagens e realmente tira-los do papel. E o filme, apesar de conceder isso, é muito curto.

FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Suzanne Collins é e sempre será a minha maior inspiração como escritora. O que ela fez em Jogos Vorazes e A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é tudo o que eu quero pra minha vida como escritora. Acho que os personagens dela são excessivamente bem construídos, ela passa emoção em cada palavra e te deixa com o coração na mão. Assim, ler não é a atividade que mais exige de você então é muito fácil você pegar no sono quando tá lendo um livro. Pra isso não acontecer você precisa contar uma história tão envolvente que seja capaz de fazer o seu leitor perder o sono, viciar no que esta lendo e descompassar os batimentos cardíacos dele. Eu acho que ela faz isso de uma maneira que ninguém mais faz. Eu queria MUITO ser como ela.

FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: Eu queria muito transformar uma shortfic que vai entrar logo no FFOBS do ficstape do The Vamps. Acho que a personagem e a história que eu conto ali é muito sobre um processo de crescimento e amadurecimento que eu tive na minha vida, então acredito que essa história é algo que as pessoas precisam ouvir. Ou melhor, ler.

FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: Eu to muito no mood da formula um então se hoje eu tivesse que criar uma história totalmente original a sinopse provavelmente envolveria muito romance no paddock.

FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: Várias. Eu gosto muito de usar acontecimentos reais para criar cenas porque te da mais perspectiva de como trabalhar. O autor ter frequentado o lugar, ter vivido aquilo com certeza o torna capaz de descrever a cena de forma melhor e passar para o leitor todas as emoções daquilo que está acontecendo.

FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: Gosto muito de me inspirar em personalidades que a gente já conhece de forma geral. Já me inspirei desde Joe Biden até no Karim Benzema. Eu gosto de conhecer artistas e pessoas novas, descobrir novas músicas, filmes... Acho que tudo isso influencia no processo criativo e em criar personagens com características promissoras. As vezes você vê algo numa entrevista de um jogador de futebol que bate certinho com o personagem que você está criando então porque não usar de inspiração?

FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: Como eu falei antes, eu gosto muito de criar playlists que contam a mesma história que eu quero contar então sempre que eu tenho um tempo livre eu escuto essa playlist. A academia tem sido um lugar que eu tenho tido muita ideia principalmente naquela escada horrível que quase mata a gente. Geralmente quando eu to quase morrendo subindo é quando eu tenho boas ideias.

FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: A próxima fanfic que vai entrar no site é referente ao ficstape Cherry Blossom do The Vamps eu to bem animada porque é uma história muito especial pra mim e que passa uma mensagem que é importantíssima para os dias que a gente tá vivendo. Inclusive, já contei um pouco sobre os personagens lá no grupo do facebook.

FFOBS: Por fim, que tal citar um trecho de uma fic que você escreveu e sente orgulho?
A: Eu realmente gosto de todo o prólogo de Door 74. Foi a parte mais legal de escrever. Como é muito grande eu não vou colocar aqui, mas só digo à quem interessar que: vale a pena ler.

FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: Quero muito agradecer a todas as leitoras (e leitores) que gostam de Door 74 e surtam em cada capítulo, comentam, me cobram por mais, dão sua opinião... É muito gratificante ter essa troca com vocês. Eu realmente não esperava que alguém fosse ler o que eu escrevi, o FFOBS é lar de muita história boa então é muito bom saber que vocês compraram a ideia e toparam acompanhar. Espero que continuem acompanhando não só Door 74 mas tudo mais o que vem por aí. Beijão.