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Autora VIP do Mês - Agosto

Lolly B.

laurablezins@hotmail.com
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Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu ser a Autora VIP do Mês do FFOBS?
AUTORA: Fiquei muito surpresa, foi uma amiga/leitora quem me mostrou. Valeu, Fer! <3

FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu escrevo desde que me lembro, mas a primeira fanfic que, de fato, postei foi há exatos dez anos – inclusive trouxe para o site e estou reescrevendo em comemoração. A fanfic é de Harry Potter, que foi o tema que me abriu as portas para o mundo das fics e agora estou imensamente feliz que tenha um espaço cada vez mais crescente no ffobs também. Curiosamente, eu já gostava de trabalhar os sentimentos das personagens e o que acontece no interior delas muito mais do que o enredo em si, está sendo bem interessante constatar isso ao reescrevê-la.

FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Como eu mencionei acima, gosto muito de trabalhar a psique e os sentimentos das personagens, como as emoções humanas incidem no nosso comportamento, nas nossas escolhas. Eu sempre fui fascinada pelo comportamento humano, por como as pessoas sentem no íntimo e por que fazem o que fazem; gosto muito de psicologia e de tentar compreender a natureza humana, então acredito que trazer isso para minhas histórias é uma forma de tentar compreender essa grandeza toda que nos habita a todos, além de adicionar uma profundidade e uma veracidade para as personagens.

FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Eu escrevo como hobby, porque amo e porque me faz bem, porque me transporta para outros mundos, então acho que acabo conseguindo lidar bem com isso. Da mesma maneira que eu leio algumas fanfics que não curto tanto, as pessoas também vão ler as minhas histórias e talvez procurar algo diferente, é natural. Recentemente Forgetful deu um boom no site (acho que foi o que nos trouxe aqui, nesta entrevista, inclusive) e recebi um par de comentários negativos; faz parte. Nós temos muitos tipos diferentes de histórias no ffobs, muitos tipos diferentes de maturidade de leitores e acho que, como comecei muito cedo, já li muita coisa e tive várias fases, eu consigo compreender o que se passa quando a gente se decepciona com algo em alguma fic. Quanto a cobranças é mais complicado, haha. Comecei a escrever shortfics para não ficar “devendo” atualizações, capítulos e finais (coisa que me deixa muito ansiosa), mas agora cá estou, há mais de um ano devendo a parte 2 de Forgetful.

FFOBS: Se você pudesse trazer a vida um personagem de qualquer de suas histórias, qual seria e por quê?
A: A Cate de Forgetful, com certeza! A criança mais fofa da vida hahaha. Acho que as leitoras vão concordar.

FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: No processo que tenho buscado escrever as fics nos últimos anos, já sei exatamente o que vai acontecer. Facilita ao dar um desenvolvimento mais tangível para a história e evitar furos (só os deuses sabem quantos furos minhas fanfics já tiveram haha), mas confesso que é mais fácil quando se trata de uma shortfic e, especialmente, se for oneshot – que é o modelo que mais gosto de escrever. Escrevo a história toda e posto de uma vez só. Com as longs o processo é um pouco mais enrolado porque elas tendem a levar mais tempo (anos, até) e a gente acaba esquecendo certos detalhes, mudando outros; nós, autoras, acabamos mudando muito nesse meio tempo também, então é natural que reflita na fic.

FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Algo para a TV, com certeza – série ou filme. Eu sou muito visual e amaria poder traduzir tudo que está na minha cabeça para a realidade, além de poder combinar com minha formação em Moda e figurino.

FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Eu amo autores brasileiros, especialmente poetas. Cecília Meireles, Adélia Prado, Leminski, Carlos Drummond de Andrade, Álvares de Azevedo, Manoel de Barros. Eu acho a literatura brasileira fantástica, mesmo quando não ficcional, amo Grande Sertão Veredas, Relato de um certo oriente, Memórias póstumas de Brás Cubas. O lirismo, as construções de imagens, os sinônimos, a sonoridade, tudo me encanta.

FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: Acho que seria Forgetful, que foi a fanfic que escrevi com mais esmero até hoje, mas adicionada das duas partes que ainda virão (espero que venham haha); a segunda já está sendo escrita, inclusive.

FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: Nossa, não tenho nada engatilhado nesse sentido haha! Mas provavelmente seria algo sobre o Loki se apaixonando por uma humana, é um plot que existe na minha cabeça e tenho muita vontade de escrever.

FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: A Elizabeth de Ways to love é inspirada na minha melhor amiga da vida real haha ela existe! Muitas coisas da vida da Lola, de Forgetful, também foram inspiradas na vida real. Vocês vão ver mais dos pais dela e dessa vida na continuação.

FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: Eu gosto muito de observar as pessoas e como elas se comportam, então acredito que minhas personagens acabem sendo uma mistura de tudo que eu acabo absorvendo dessas observações, do que me toca e me interessa. Algumas são baseadas em pessoas reais, como a Eliza que mencionei acima.

FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: Eu entro em transe muito fácil – na estrada, no banho, fazendo alguma atividade repetitiva e é quando esses insights normalmente vêm. Talvez a mais estranha de todas tenha sido enquanto estava costurando à máquina.

FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: As partes dois e três de Forgetful, com certeza, que já têm nome e plot definidos. Concomitante a isso, preciso terminar de reescrever Ways to love. Depois, quem sabe crio coragem de escrever uma long? O plot também já existe, só falta a coragem de embarcar hehe.

FFOBS: Por fim, que tal citar um trecho de uma fic que você escreveu e sente orgulho?
A: “Nathan passara a reparar na esposa. Como, afinal, pudera não reparar, nas primeiras semanas? Ele agora não conseguia entender. Charlotte era o centro de tudo. Das lembranças. Da casa. Da vida dele. Ainda assim conseguira ignorá-la por muito tempo. Tempo demais. Tempo suficiente para que ela acreditasse. Quando a imaginara desesperada, antes de sair com o carro, não imaginava como ele ficaria ao vê-la daquela maneira. Naquele momento tudo que Nate queria era saber como confortá-la, como garantir a ela que estava bem depois do pequeno passeio. Queria poder olhar para ela e fazê-la entender que estava tudo bem, porém mal conseguia encará-la. Nathan simplesmente não sabia como fazer aquilo. Não conseguia abraçá-la, nem ir até ela e falar mais do que as desculpas que já tinha pedido, mas também não conseguia ir. Não conseguia se mexer, a ideia de sair da garagem e deixá-la sozinha ali era irreal. Então ficaram os dois parados no subsolo da casa, Charlotte com as mãos ainda no rosto, sem querer deixar que Nate visse suas lágrimas, e Nathan com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa, apenas aturdido com toda aquela situação.”

FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: Obrigada a todo mundo que leu Forgetful e nos trouxe até aqui. É um imenso prazer poder dividi-la com vocês e foi uma surpresa maravilhosa ter tido um apoio crescente desde que ela foi postada; Forgetful me devolveu o prazer de escrever depois de anos sem postar nada e de quebra trouxe meninas incríveis para minha vida, eu só tenho a agradecer – essa jornada da escrita nem sempre é fácil e são elas que acabam me motivando nos dias difíceis. Espero que possamos nos encontrar em breve com mais histórias para dividir, foi um prazer compartilhar um pouquinho de mim com vocês (: