Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu ser a Autora VIP do Mês do FFOBS?
AUTORA: Meu Deus, ainda não consigo acreditar! Eu sou leitora do FFOBS desde 2012 (mais de 10 anos!) e nunca pensei que estaria na posição de autora, quem dirá dando uma entrevista por causa de uma fanfic minha. Estou bastante lisonjeada.

FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu comecei a escrever aos 12 anos, lá em 2010, quando eu era fã de Guns N’ Roses, Skid Row e Mötley Crüe. Minhas primeiras histórias só tiveram um capítulo, no máximo dois, e foram perdidas com o tempo porque o site se tornou só de fanfics sobre anime. Porém, considero minhas primeiras histórias mesmo as que escrevi em 2011, misturando o Lemmy Kilmister (Motörhead) com vários outros ídolos e a parte 2 com a filha da personagem principal com o Deathstars (uma banda sueca que despertou meu amor pela Suécia). Na época, eu escrevia “Rock of Love” em um caderno de colírios da Capricho e tinha vários leitores que acompanhavam na minha própria sala de aula haha. Uma vez, eu e meu caderninho fomos parar na diretoria por causar rebuliço no meio da aula.

FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Meu intuito é mostrar que todos nós podemos sonhar e dar vida aos nossos sonhos de alguma forma, por mais doidos que eles sejam.

FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Procuro ver o que posso melhorar, mas se a intenção da pessoa é só destilar ódio, eu mando mentalmente ir catar coquinho na praia. Sobre cobranças, eu acredito ser minha pior inimiga nesse aspecto. Sendo bem sincera, ainda estou aprendendo a lidar com os dois, mas acredito que o tempo torna tudo mais fácil.

FFOBS: Se você pudesse trazer a vida um personagem de qualquer de suas histórias, qual seria e por quê?
A:O Ace, é claro! Além de ser meu ídolo que já faleceu, ele é um docinho de coco em ORT20C. Ainda tenho dificuldades em superar ele enquanto personagem para escrever minha outra fanfic. Se eu pudesse escolher algum outro, seria a Lilly porque ela é doidinha, mas uma boa amiga.

FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: Depende. Quando iniciei ORT20C, em 2020, eu tinha uma ideia de como levaria tudo até o final, mas eu fui além desse final e fiz um plot twist (que me deu muito trabalho, mas rendeu muitas páginas e deu uma nova vida para a fanfic). Como se transformou em um processo contínuo, eu optei por só postar quando tivesse escrito tudo e tivesse certeza de como ela terminaria para não a deixar morrer com um “continua...”. Atualmente, estou escrevendo outra fanfic. Essa já tenho todo um planejamento desde o começo, meio, clímax e final. Então, para resumir, um pouco de cada.

FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Um livro, mais pela afinidade que tenho com livros.

FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Minha inspiração pessoal são algumas fanfics antigas do site que vivo lendo e relendo, como: Biology, Betting Her, Wacko, Dylan, Não Conte Aos Paparazzi etc. Enquanto escritora, eu diria que a obra “Romancista Como Vocação” do Murakami ajudou muito com meu processo criativo esse ano. Já as inspirações para escrever ORT20C foram “Perdida” da Carina Rissi e “Outlander” (a série de TV).

FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: De todas as histórias que escrevi ao longo da vida e a que estou escrevendo atualmente, eu transformaria One Rode To 20th Century em livro porque considero a obra da minha vida. Eu já a reescrevi várias e várias vezes, ainda reescrevo para postar no site toda atualização e isso me diverte. Acho que ela tem potencial para ser um livro, com certeza.

FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: Acho que eu não mudaria a sinopse, ficaria a que está mesmo. Gosto bastante dela.

FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: O início da história quando a Sonne (personagem principal) não encontra fanfics com o ídolo dela (que é o meu também), aconteceu na realidade. Como estamos falando de um ícone do gênero musical metal que faleceu em 2004, não dá para esperar encontrar fanfics por aí e eu me frustrei bastante tentando. Por isso, eu decidi escrever a minha própria só para ter o que ler quando me desse vontade e ela acabou se tornando uma original. Minha irmã, Amanda, e minha amiga, Tammy, que me convenceram a postar essa doidice toda. E ao contrário da Sonne, eu não viajei no tempo para encontrar o Ace, infelizmente haha.

FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: A inspiração para o Ace vem do próprio, o mexer no cabelo, a carinha de desconfiança, o sorriso de lado, é tudo do que vi ele fazendo em vídeos. A personalidade dele são fragmentos que tirei de entrevistas e que romantizei, o real é bem ácido, sarcástico e misterioso (nada a ver com ele, por isso que acabou se tornando uma história original baseada nele). Cabe ressaltar também que o jeito como ele fala e age são característicos de homens jovens dos anos 80/90. A Sonne é um misto de personagens principais de fanfics e livros que li. Ela é a típica personagem principal: confusa, ciumenta e cede aos desejos com facilidade para se arrepender depois.

FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: Eu costumo acordar no meio da noite imaginando as cenas. No outro dia, se eu me lembrar, escrevo tudo e sempre dou risada do quão inusitado é o processo criativo.

FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: O nome da minha próxima fanfic é “Ghost on the dance floor”, inspirada numa música do Blink-182. O personagem principal é um fantasma que assombra o apartamento da personagem principal. A princípio, era para ser uma short. Porém, está se encaminhando para ser mais uma long. Não sei, vamos ver o que vai sair. Ela será postada logo, logo.

FFOBS: Por fim, que tal citar um trecho de uma fic que você escreveu e sente orgulho?
A: Bom, aqui vai um spoiler do capítulo 31 de ORT20C. “– [...] eu vou me esquecer disso aqui e só você terá lembranças... – seu tom de voz indicava tristeza. – Eu não quero me esquecer, Sonne. Me virei para ele e acariciei seu cabelo longo. Nunca tinha parado para pensar na viagem do tempo na perspectiva dele. Realmente, as memórias que estou fazendo viveriam só em mim, assim que eu entrasse em outra realidade. De repente, a atmosfera se tornou melancólica. – Eu vou te fazer viver tudo de novo, vou te ensinar como me tocar, agir, falar. Tudo. Nós faremos uma reprodução perfeita, como no teatro – falei, quebrando o silêncio pesado. Estou mesmo disposta a viver tudo de novo com ele, se ele também estiver disposto a viver comigo. Ele sorriu e enterrou a cabeça no meu peito, suas mãos espalmaram minhas costas. – Obrigado por voltar para mim – ele murmurou abafado pela minha pele. – Eu me perderia no tempo mil vezes para voltar para você – admiti, sorrindo um sorriso carregado de história até vir parar aqui.”


FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: Quero agradecer, de coração, a oportunidade. Foi um prazer imenso participar dessa entrevista, ainda mais sendo leitora do site há tantos anos. Também quero agradecer todo mundo que vem acompanhando One Rode To 20th Century e mergulhado nessa aventura que está sendo viajar no tempo com a Sonne.