Accidental Love
Autora: Letícia and Brisa K. | Beta: Sofia Queirós


Prólogo
É exatamente disso que a vida é feita, de MOMENTOS. Momentos que temos que passar, sendo bons ou ruins, para o nosso próprio aprendizado. Nunca se esquecendo do mais importante: Nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível. A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser.



Capítulo 1
“Eu não preciso de ninguém que não queira estar comigo.”
Sentei-me em frente do espelho, meu rosto muito bem maquiado na verdade escondia uma vibração e nervosismo enorme que tomara conta de mim desde que meu namorado, Josh, marcara um jantar para esta noite. Minha mente estava tomada por isso. Josh andou agitado o dia inteiro, meio que sumiu e respondia secamente minhas ligações e mensagens. Já sabia o que era ele estava ansioso e nervoso. Conheço Josh, antes de tomar qualquer decisão importante ele fica assim, se distancia do mundo e de todos. Hoje é dia dos namorados e também nosso aniversário de namoro de três anos e eu estou nessa ansiedade pra ir logo pra porra do jantar porque eu sinceramente acho que é hoje que ele me pede em casamento. Sério, por que mais ele estaria tão nervoso? Mas garanto a vocês que eu estou mil vezes mais. Chequei pela última vez meu cabelo, maquiagem e roupa. Estava tudo OK, meu celular vibrou e vi uma mensagem de ) , minha melhor amiga, dizendo ‘’ARRASA GATA, NÃO ESQUECE QUE EU SOU MADRINHA, TÁ?’’ Tomara que você esteja certa, . Logo em seguida, ele vibra de novo, ‘’To passando aí, ’’. ? Meu Deus, ele realmente está nervoso.
Em menos de 5 minutos ouvi meu interfone tocar e Louis, o porteiro, avisar que Josh estava me esperando. Desci pelo elevador super animada, meu coração palpitava feito louco. Entrei em seu carro e dei um beijo rápido nele. Josh estava lindo, como sempre, eu simplesmente amava quando ele usava camisa xadrez e deixava o cabelo meio bagunçado. Fora aquele sorriso de tirar o fôlego de qualquer um. Já disse que ele é lindo?
O caminho até o restaurante foi torturador, nossos olhares mal se cruzaram, podia ver sua excitação em seus olhos, tive até a impressão de que suas mãos estavam tremendo. O único som que se ouvia, era uma música qualquer da rádio de Londres tocando bem baixo.
O restaurante era bem bonito, comida típica holandesa que o Josh tanto adorava. Foi ali que tivemos nosso primeiro encontro.
- Reservei nossa mesa, . – Acho que foi a primeira vez desde que saí de casa que Josh falou mais que duas palavras. Enfim, nos sentamos e ficamos um tempo em silêncio. Dava pra observar claramente que o restaurante estava lotado de casais, também comemorando o dia dos namorados. Era uma noite muito bonita, o clima estava um pouco frio, perfeito pra sair com seu namorado e depois acabar em casa, dormindo de conchinha. E eu quero que assim seja. Josh pediu um vinho de entrada.
- , eu tenho que te falar uma coisa, bem séria... – Disse Josh, pegando em minhas mãos. Comecei a suar frio, senti a queimação em meu rosto e tive que me segurar pra meus olhos não lacrimejarem.
-Josh, sabe que não precisa hesitar... Pode falar, apesar de eu já imaginar o que é...
-Sabe? Que bom, então pode ser até mais fácil... Você sabe, que esses quatro anos foram os melhores da minha vida... A gente se conheceu num momento tão difícil pra mim e tudo foi acontecendo tão rapidamente que quando eu percebi, estava prestes a comemorar meu aniversário de quatro anos com você. – Não sei como meu coração ainda não tinha pulado pra fora pela minha boca, minhas mãos estavam tremendo, e Josh percebeu isso. Meus pés não conseguiam parar de bater fora de ritmo, e eu estava prestes a gritar. Não aguentava mais.
-Eu sei, Josh... Eu também me sinto assim, tudo tão depressa, mas tão certo ao mesmo tempo...
-Exatamente, e é por isso que eu acho que isso tem que mudar, ... Tanto tempo já passou, e tantas coisas boas aconteceram em nossas vidas, por isso que eu acho que é a hora certa... Nós dois estamos na melhor época de nossas vidas, ainda somos jovens e temos muito que viver ainda... - JOSH, PARA DE ENROLAÇÃO, GAROTO!
- Josh, eu concordo plenamente com tudo isso!
- Que bom, , porque eu acho que...
É agora! Finalmente, depois de todos esses anos, ele ia dizer tudo o que eu queria ouvir naquele momento.
- Que a gente devia dar um tempo.
- ACEITO! – Eu disse isso tão empolgada olhando seus olhos, que... Opa, pera aí, ele terminou comigo? Foi isso mesmo? Levantei-me da cadeira na hora.
- O que você disse, Josh? Repete, seu cretino!
- Pra gente dar um tempo, você disse que sabia, ! Pensou o quê?
- EU PENSEI QUE VOCÊ FOSSE ME PEDIR EM CASAMENTO, SEU IMBECIL! – Me exaltei mesmo, e falei bem alto pra que todo mundo pudesse ouvir. Josh cobriu seu rosto com suas mãos e pediu pra eu sentar.
- , calma... Senta aqui, vamos conversar. De onde você tirou essa história de casamento? Tá louca?
- Porra, Josh! Depois de quatro anos você vem e simplesmente fala que devemos terminar porque a gente tem muito que viver? Conta-me outra, porque com essa você não me engana.
- To vendo que não dá pra conversar com você agora, olha... Quando você deixar de ser neurótica você me liga, ok? E aí a gente pode conversar que nem dois adultos e continuarmos nossa amizade... Agora toma – Ele se levantou, abriu a carteira e jogou umas notas pra mim – pra você pegar seu táxi. – E simplesmente foi se retirando.
- Josh, espera! – Nisso, ele voltou um pouco até perto de mim.
- O que foi? – Me respondeu com uma cara de sínico que eu nunca tinha visto na minha vida.
- Eu não preciso disso, e nem preciso de você. Pega esse dinheiro e enfia no meio da tua bunda. – E nisso, eu soquei o dinheiro no seu peito... Mas acho que foi um pouco forte demais, e Josh caiu... Em cima da mulher que trazia um carrinho de doces. Mas eu estava tão puta, mas tão puta com toda a situação, que nem vontade de rir me deu... Retirei-me daquele restaurante o mais rápido possível, não sabia pra onde ir e ir pra casa não era uma opção. Eram nove horas ainda, meu dia dos namorados não podia ser tão horrível assim.

Capítulo 2
“E que venham novos sorrisos. Novas histórias e novas pessoas.”
Saí sem rumo, com meus saltos nas mãos e maquiagem borrada. Parecia uma cena típica de um filme meloso sem nexo nenhum. Pra completar, só faltava começar a chover. Além de tudo, minha barriga roncava. Eu achei que ia ter um jantar bem legal né, saí sem dinheiro nenhum... Devia ter ficado com a porra do dinheiro do Josh só pra ele ter mais prejuízo, mas o prejuízo maior dele foi me perder, claro... Ok, me perdoem, eu to na merda. Se ninguém tá aqui pra aumentar minha auto-estima, deixa eu me iludir, tá? Passei em frente de uma lanchonete cheia de casais de adolescentes. Ai, que saudades dessa época. Acho que quem me viu, deve ter achado que eu era louca. Fiquei parada uns 15 minutos por fora da lanchonete olhando pela enorme janela de vidro. Foda-se os casais, eu queria era um hambúrguer enorme daquele, isso sim. Na verdade mesmo, eu queria o Josh, mas... Resolvi parar de bancar a louca, e continuei meu caminho sem rumo. Experiência de vida: Quando você tá na merda, relaxa, porque vai piorando, sabe? Eu estava com fome, com os pés doendo e meu, Londres tem tantas pracinhas, porque não tinha uma pracinha aqui perto? Eu necessitava isso! Meus pensamentos foram interrompidos com uma voz me chamando. MEU DEUS, LONDRES É TÃO GRANDE, POR QUE EU TENHO QUE ENCONTRAR ALGUM CONHECIDO ESSAS HORAS? “Hey’’ me chamou de novo. Virei-me e vi que na verdade não era nenhum conhecido, na verdade, era alguém que eu nunca tinha visto. Não que eu me lembre.
- Te conheço? – Falei para o rapaz, me aproximando.
- Na verdade não, mas te vi parada na frente da lanchonete e achei que você tava com fome. Alias, você não deveria falar com estranhos a essa hora e muito menos estar sozinha no dia dos namorados. E se eu fosse um estuprador? - Meu Deus, ele era bem gato na verdade, ser estuprada por ele não ia ser sacrifício nenhum. - Oi? Você dormiu?
- Desculpa, tava em transe... Eu não devia mesmo falar com você, tchau. - Me virei e saí andando.
- Não! Volta aqui, eu não sou nenhum estuprador, eu juro! Prazer, meu nome é , .
Eu juro que eu não queria saber, mas esse cara era tão gato, que eu parei de andar inconscientemente. Dei meia volta e parei na frente de .
- , . – E apertei sua mão.
- Muito bem, , repetindo... Você tá com fome? Quer comer lá na lanchonete? Ou ir a outro lugar? Sei lá... Pode falar, fiquei preocupado com você.
- Não, tá tudo bem... Eu não sei pra onde to indo, to perdida, to desesperada também, meus pés estão doendo, minha maquiagem tá horrível, eu to com sono, eu to com fome... Eu to com tudo, tem solução pra isso? – Ele deu uma risada gostosa depois que despejei essas palavras nele, e logo em seguida abriu o maior sorriso que já vi.
- Claro que tem solução, chama-se hambúrguer da Khri’s! E não aceito não como resposta. Pensa lá você não vai estar mais perdida, seus pés irão descansar você pode ir ao banheiro arrumar sua maquiagem, se tiver com sono dá pra cochilar e vai saciar sua fome. Além disso, vai ter uma ótima companhia... Os garçons de lá são bem simpáticos! – Não pude evitar, e não consegui deixar de rir... Ele estava sendo bem legal comigo, na verdade.
- Tudo bem, você me convenceu, e além da ótima companhia em perfeito estado emocional que eu me encontro, vai ter mais uma despesa porque eu estou completamente zerada.
Ele apenas retribuiu o meu sorriso e começou a andar em direção à lanchonete. A lanchonete parecia, na verdade, uma casa noturna, era bem decorada estilo americano anos 70, Jukebox e Karaokê. De fato, me sentia um tanto deslocada naquele meio, eu e provavelmente éramos os mais velhos dali. Sentamos-nos em uma mesa meio afastada, pediu qualquer coisa pra comer e o silêncio se instalou.
- Então, pra onde você tava indo? Ou realmente estava sem rumo? Fiquei preocupado de verdade, você parada na frente da lanchonete, com um olhar meio vago, toda destruída... – Não sei qual foi minha reação, mas acho que no mínimo, fiz uma cara de incrédula pelo o que ele tinha acabado de dizer, e isso fez com que ele risse novamente de mim. Tenho cara de palhaça, é?
- Obrigado pela parte que me toca, mas sim, eu estava sem rumo de verdade... Agradeço sua preocupação, mas agora acho que nada pode me ajudar, viu... Ontem minha vida era do tipo perfeita, sabe? Mas daí chegou o Dia dos Namorados e ferrou com tudo. Sério, de hoje em diante, eu odeio o Dia dos Namorados. – Despejei aquelas palavras de uma vez, só parei porque o fôlego me faltava e estava a ponto de rir de mim novamente. Qual problema dele?
- Mais uma que odeia o dia dos namorados, mas se me permite, por quê? Posso te provar o contrário, o dia dos namorados na realidade é um dia bem legal, .
- Legal? Legal pra você que estava aqui nessa lanchonete, sem companhia, provavelmente pra encontrar uma garota bem bonita aqui, levar ela pra casa, fazer um sexo tântrico louco e depois mandar ela ir pastar. Agora pra mim não, eu só namorava há quatro anos com o Josh e hoje, comemorando nossos 4 anos e em pleno dia dos namorados, levei um pé na bunda no lugar de um anel de noivado. É, bem legal esse tal de dia dos namorados mesmo. - Tipo assim, eu sou daquelas que ri na cara dura da desgraça alheia, e pelo visto eu não era a única. Aliás, esse aí ria de tudo. Sério, ele começou a gargalhar da minha desgraça. Tipo, é legal com os outros, COMIGO NÃO! – , é sério, para de rir! Não tem graça nenhuma. - Bom também seria se ele me obedecesse. - PORRA, para de rir, ! – Não queria fazer isso, mas debrucei na mesa, fingindo choro pra ver se aquele cara parava. Yeah, funcionou.
- Desculpa ! Mas quantos anos você tem mesmo? 12? Levou o pé na bunda do namorado e por isso sai descalça, descabelada, maquiagem borrada sem rumo por aí? Entendo que você tava chateada, mas não é motivo pra você sair louca por aí... Enquanto ele tá com alguma puta de esquina agora, era pra você estar na sarjeta, talvez até sendo estuprada porque você para pra conversar com estranhos na rua e ainda deixa eles te levarem pra comer. Repetindo, a tua sorte é que eu não sou um estuprador e te trouxe pra comer, e não pra ser comida. E de novo, o dia dos namorados não é um dia ruim, é um dia bem legal. Não é porque ESSE dia dos namorados foi ruim pra você, que todos serão.
- Não adianta tentar me convencer, . Sinto em te dizer, mas você não vai conseguir.
Nesse momento, os lanches chegaram. THANKS GOD! Era um motivo pro parar de falar e me deixar em paz. Sério, eu não preciso de ninguém pra me dar lição de moral nessas horas. Poxa, eu só quero um ombro amigo (tá, nem precisa ser amigo. Na situação que eu to, conversava até com estátua de praça). Enfim, ficamos comendo em silêncio por minutos, acho que tanto ele como eu estávamos mortos de fome. Devoramos tudo em pouco tempo, e ficou me encarando.
-O que foi? Minha boca tá suja? – Perguntei, limpando os cantos da minha boca.
- Não, só tua mente... Vou te provar que o dia dos namorados pode ser bem divertido, mesmo levando um pé na bunda, de maquiagem borrada e com um desconhecido. Agora, vai ao banheiro arrumar esse seus olhos que depois tenho uma surpresa.
Puts, tinha até me esquecido que devo estar parecendo a Amy Lee depois de tomar chuva (Desculpa quem curtir Evanescence, ok? Mas enfim). Me levantei, corri pro banheiro rapidinho e nossa, que rosto é esse, ? Já não é lá aquelas coisas, ainda mais com esses olhos de quem levou uns bons socos. Não tinha muito o que fazer, água não resolvia, e se eu esfregasse demais iam acabar ficando inchados. Quer dizer, mais inchados.
Assim que abri a porta do toalete, rolei os olhos pelo lugar e percebi que não estava mais em nossa mesa. “Ótimo’’ pensei. Além de levar um fora do Josh, ainda sou deixada plantada aqui no restau...
- Senhoras e senhores, gostaria de chamar minha querida e grande amiga pra vir aqui no palco comigo. – Olhei pra onde vinha aquela voz e percebi que estava no palco do Karaokê. Filho da puta, que porra ele tá fazendo? – Por favor, , não vai deixar seus fãs esperando! - Tudo bem, tudo bem e tudo bem. Respira, , dá meia volta e sai pela porta... Ela é tua amiga e nem tá tão longe assim, finge que seu nome é Malika e você é do Cazaquistão, não conhece nenhuma e muito menos esse cara que tá com um microfone. - É, gente... Ela é meio difícil, mas tudo bem. - Nem via mais falar, eu estava indo em direção a porta quando de repente, senti duas mãos em minha cintura e meus pés saíram do chão.
- Que por... , ME LARGA! – E não é que ele me botou nos seus ombros e me levava em direção ao palco? As pessoas olhavam pra mim, umas rindo e outras confusas.
- Jamais, eu te falei que ia te provar que o dia dos namorados não é tão ruim assim, mas você tem que deixar. Conhece Cruisin do Duets? Que ótimo, é uma canção linda. E se você tentar correr, eu vou te buscar e só vou te deixar em paz quando a música terminar, então se você não quiser passar mais vergonha e não quiser sentir minha força, fica quieta e acompanha a letra.... E não aceito não como resposta. - Fiquei em choque, sem ter o que fazer. Escutei as primeiras batidas da música e o que eu mais desejava naquele momento era cavar um buraco, enfiar minha cabeça e não tirar mais. Como eu queria ser uma ema.
- Baby, let’scruise... – não cantava mal, na verdade, ele cantava até bem viu? Só espero que continue assim, porque eu sou fã de Duets e não quero ter más lembranças dessa música. Tipo, me entendam. Eu entrei em choque e esqueci-me de cantar a minha primeira frase, e só sai desse transe quando me deu um belo cutucão.
Segui cantando Cruisin com , e os olhares da plateia não eram muito bons. Talvez essas crianças de 15 anos nunca tenham ouvido falar em Gwyneth Paltrow e Huey Lewis. Pobres mentes, tsc, tsc... Minha tortura terminou rapidinho, obrigado por terem criado uma música bem curta e por eu conseguir ser rápida o suficiente pra pular do palco antes de inventar qualquer outra coisa. Agora, me chamem de louca se quiserem, mas foi até que bem legal. Josh nunca quis cantar comigo em nada. Mas tudo bem, não vou ficar comparando os dois.
- Se divertiu um pouquinho pelo menos? – Disse , batendo na minha cabeça. Adoro gente delicada.
- Babaca master, eu fui forçada a cantar... Acha que eu me diverti? – Novamente ele ria da minha cara, não aguentei bancar a malvada e tive que rir junto. – Obrigada, . De verdade, mas da próxima você pode me avisar que eu tento ficar menos nervosa, tá? Muito obrigada pelo lanche e pelo Duets. Mas acho que é melhor eu já ir. Tenho muitos filmes tipo Cartas para Julieta, A Última Música e Diários de uma Paixão pra assistir essa noite... E ah, muita pipoca também, potes de sorvete e bombons. Foi um prazer te conhecer.

Capítulo 3
"Apaixone-se por alguém que te procure sem precisar de motivo especial."
Deixei sozinho e segui em frente. Mas porra, qual o problema dele em me deixar sozinha? Ele não deixou, simplesmente segurou meu braço, deu um sorrisinho de canto e disse: Você acha que eu vou deixar você se afogar assim? Se eu deixar você ir pra sua casa, você vai acabar engordando 20 kg em uma semana, vai virar uma bola de neve de tão obesa e vai ficar pra titia. E na boa, você é bonita e não vou deixar isso acontecer com você. Te prometi um dia dos namorados legal, e que assim seja. Já até sei aonde vamos, e novamente, não aceito não como resposta.
O que eu podia fazer? Sair correndo gritando, tropeçando pela rua no lugar de aceitar ter uma noite bem divertida com um cara que eu tinha acabado de conhecer, que me aparentava ser alguém bem agradável e extremamente e irrevogavelmente gato? Bom, acho que qualquer boba aceitaria. E como eu sou uma tremenda boba... Acompanhei até o estacionamento da lanchonete e entramos em seu carro.
- Vou te levar num parque, tem algo contra roda gigante?
- Nada contra... Mas prefiro ficar só no parque, brinquedos não são muito minha praia.
- Tá brincando comigo, né? Vou ignorar seu receio contra brinquedos e estou te forçando a ir e ponto final.
- Mas eu nem contestei! Só falei que não curtia, tá? Mas sim, eu vou. – Porque afinal, das outras vezes que ele me forçou fazer alguma coisa, me rendeu um bom lanche e, apesar da vergonha, me diverti cantando Duets com ele. To começando a ir com a cara desse sujeito.
O parque não era muito distante dali, então não demorou muito pra que as luzes tomassem meus olhos e sentisse de longe o cheiro de pipoca. Andamos com passos não muito apressados até a roda gigante, que agora parecia muito mais gigante... Ficamos em silêncio por alguns minutos, e meus pensamentos iam começar a se distrair, porém não deixou porque resmungou bem alto que precisava ir ao banheiro.
- Porra, agora? Preciso mesmo ir ao banheiro , você pode ir comprando as entradas?
- Tem claro... Se você me der o dinheiro. Lembra? To zerada, mas juro que vou te pagar tudo! – Respondi meio sem graça... Ai, como me arrependo de não ter pegado o dinheiro do Josh.
- Essa noite vai me sair muito cara, viu – Respondeu ele entre risos enquanto tirava umas notas de dinheiro do bolso. Entregou-me e saiu. Fiquei observando-o de longe enquanto me dirigia para a fila, pedindo por fim duas entradas, talvez meia entrada, ele não era lá muito alto, tsc, tsc. Não demorou muito tempo pra que chegasse, que, aliás, ele chegou com uma caixinha colorida na mão.
- Preciso guardar isso no carro, comprei pra uma pessoa... Você pode ir pegando a fila da roda gigante?
- Claro, vai lá. – Respondi meio seca. Por algum motivo, tinha me esquecido de que eu poderia nunca mais ver aquele cara, e que talvez eu já esteja criando alguma expectativa. Olha, me deem um desconto, tá? Poxa, acabei de terminar com o Josh e simplesmente do nada me aparece um cara desses, qualquer uma ia começar a acreditar que príncipes encantados existem, tá? Desculpa mundo, desculpa sociedade. Mas tudo bem, né ? Você nem conhece ele direito. Vai que ele tem uma mulher e 7 filhos perdidos pelo México? Me dirigi até a fila da roda gigante, que não estava muito grande. Talvez chegasse nossa vez e não teria chego ainda.
apareceu repentinamente do meu lado e me entregou um casaco.
-Toma, achei que você ia poder ter frio lá em cima... Fica saindo assim, de vestidinho curto e cavado. Cuidado com estupradores! - Não pude deixar de ficar vermelha e sorrir meio de lado.
- Obrigado, mas se me permite qual tua encanação com estupradores? Você já foi estuprado, por acaso? – fechou a cara de repente. Falei merda?
- Olha, sem querer ser grosso, mas sendo, tá? Isso é uma pergunta super pessoal e não é legal você sair perguntando pras pessoas se elas já foram estupradas. Um estupro na vida de alguém é um marco inapagável, e que muda teu psicológico por completo, tá? Se eu já fui estuprado, o problema é meu. Você não tem que perguntar e nem tem nada a ver com isso.
- DESCULPA, DESCULPA E DESCULPA! Eu jamais ia imaginar isso. Eu... Eu... Desculpa ...
Sério, onde eu poderia enfiar minha cara? Teria sido bom se eu tivesse ainda com a cara enfiada no palco da lanchonete. colocou as mãos em seu rosto e ficou quieto por um instante.
- HÁAAAAAAAAAA, BRINCADEIRINHA! Não, meu bumbum nunca foi tocado. Mas o problema é que se eu fosse algum maníaco sexual, eu provavelmente te estupraria. Você é bem bonita, . Só por isso, toma cuidado! - É, acho que dessa vez eu não fiquei vermelha, e sim roxa, rosa, verde, azul, amarelo... Virei um arco íris. – Não precisa ficar com vergonha – E ele começou a rir da minha cara.
- Esqueci que você tinha me enganado, babaca. Você merece mil tapas agora. – E voei pra cima de , dando uns petelecos na tua cabeça.
Vesti seu casaco antes de entrar na roda gigante. Acomodei-me ao lado de , que passou o braço em torno de minhas costas. Sério, eu arrepiei. AFF OLHA EU VOLTANDO PROS MEUS 15 ANOS TENDO CHILIQUES DE MENININININININHAS VIRGENS. Aff, . Sério, você tá ficando babaca perto desse cara. Livra-se disso, mulher!
- Então, . Você sabe da minha história, mas e você? O que fazia sentado numa lanchonete sozinho?
- Imaginei que você fosse perguntar isso. Bom, eu tenho uma banda e a gente tá tentando a sorte. A gente tem viajado muito. Eu nasci aqui em Londres e morei a vida inteira aqui também. Mas chega uma hora que a gente precisa tentar coisas novas né? Aqui em Londres não tava dando muito certo, resolvemos sair pela Europa, tocando em barzinhos... Bem assim, sabe? Pra ver se algum dia dá certo. Mas nesse meio tempo, minha antiga noiva terminou comigo, e a gente costumava ir naquela lanchonete, foi ali que a gente se conheceu e tal... Eu vou ali por costume, nada demais. Sem remorso nem nada, e acredita se quiser, eu já fiz a mesma coisa que você quando ela terminou comigo, saí a noite sem rumo na merda. Mas eu não dei sorte de encontrar alguém mega gata e que me levasse pro parque e pagasse um jantar pra mim. Na realidade, eu fui assaltado.
- Esqueceu de falar que a pessoa mega gata era convencida também? Que auto-estima, hein ?
- Fazer o que né? Gente iludida é assim mesmo, ! – Caímos na risada. era alguém bem legal, e eu não posso deixar de admitir que a melhor coisa me aconteceu hoje foi ter conhecido ele, pelo o menos até agora sim. - A gente não comeu uma sobremesa lá na lanchonete! Aqui nesse parque tem o melhor algodão doce do mundo.
- Depois a gente vê isso, ... Mas fico triste por você também. E tomara que tua banda dê certo, de verdade. Mas só se você me contratar pra ser a empresária de vocês, porque de tiete... To fora.
- Não tem nada triste nisso, na verdade, foi até bom ela ter me largado, porque eu não teria coragem de largar ela... Ela chorava demais, e sabe, não suporto ver uma mulher chorar... Acho que você já sabe disso, né? E outra, minha banda nem começou a fazer sucesso e você quer ser empresária? Pra que? Pra tirar mais dinheiro de mim? Relaxa, você já tá fazendo isso muito bem.
- Hey, você que me convidou pra fazer isso tudo tá? Babaca! – E dei soquinhos em teu braço, enquanto ria. Ai, Deus, já falei que ele é lindo rindo?
Descemos da roda gigante, que aliás, dava uma vista incrível de Londres. Fazia tempo que não parava pra ver como essa cidade era linda a noite, toda iluminada. Parece que ela ficava mais linda ainda no dia dos namorados, sabe? Todo esse clima de romance pra uma cidade maravilhosa como Londres combinava perfeitamente.
pegou em minha mão e foi me levando até o algodão doce, que ficava perto de uma barraquinha daquelas de tiro ao alvo, sabe? E comprou algodão doce pra gente que era maior que nossas cabeças juntas.
- Ok, . Você pagou um lanche pra mim, me levou na roda gigante e comprou algodão doce. Sabe o que tá faltando pra ficar que nem aqueles filmes de adolescente e clipe da Jojo?
AI MEU DEUS, FAZ ESSE HOMEM PARAR DE RIR SE NÃO VOU AGARRAR ELE AQUI MESMO!
- Não, não sei... O que tá faltando?
- Você jogar tiro ao alvo ali do lado e conseguir aquele ursão enorme pendurado!
- Aaaaaaaaaaaaaah, tá! Claro, né? E você sair com um ursão do parque. Como não pensei nisso antes? Mas sinto em te dizer, eu sou péssimo em pontaria... Mas vamos lá, né?
Fomos até a barraquinha e bem, começou a atirar. Alías, ele estava TENTANDO atirar. Ele não mentiu quando falou que era péssimo em pontaria.
- , o nome disso é Tiro AO ALVO! Você já acertou o teto, mas não derrubou nenhuma caixinha ainda!
- Ok, eu avisei tá? E meus tiros já acabaram. Vou subornar o cara... Dá uma disfarçada, dá uma volta e volta aqui daqui uns 2 minutos enquanto eu o convenço.
E assim eu fiz me afastei um pouco, mas podia ver conversando com o cara da barraca, mas pelo visto, não funcionou muito bem... Porque saiu de lá com as mãos abanando.
- Tudo bem, ainda gosto de você, tá? – Eu disse a ele, abraçando-o.
- Droga, ele queria me cobrar 300 pila pelo ursão... Desculpa, mas só vou poder te dar depois que eu ficar famoso...
- Tudo bem, tudo bem... Relaxa, ! E agora?
- Agora tá faltando uma coisa, mas não pode ser aqui... Vou ter que te levar em outro lugar.
- OMG, aonde vamos?
- Então, já ouviu falar no Motel Eros que tem na estrada entre Londres e Bath. Lá é bem legal, vamos?
- ! Me respeite! – e comecei a rir.
- To brincando, não curto tua fruta... Sou gay. Vou te levar numa praça aqui perto que tem um monte daqueles artistas de rua, sabe? Deve ter alguma coisa legal lá.
Olha, eu sei que ele tava brincando quando falou que era gay, mas se ele não me falasse que tinha uma noiva, eu acreditaria, sabia?

Capítulo 4
“Estima-se que 99% das mulheres possuem a Síndrome do "será que ele diz isso pra todas?"
Novamente, entramos em seu carro e eu vi a caixinha colorida brilhando no banco de trás e eu fiquei imaginando pra quem ele poderia dar aquilo e mais ainda, o que estaria dentro daquela caixa.
A praça era meio escura, meia luz sabe? E estava meio vazia também, tinha apenas alguns casais perdidos e alguns artistas de rua tocando. Em particular, um me chamou atenção. Era um senhor bem de idade já que estava sentado num dos bancos e tocava um violão bem detonado, e parecia se divertir sozinho e como se enquanto ele toca seu violão, o mundo inteiro podia acabar e ele não estaria nem aí.
- Eu sou fã desse senhor, pode até parecer babaca falando, mas eu acho incrível quando alguém ama alguma coisa e se dedica de corpo e alma pra aquilo. E eu sinto isso quando vejo ele tocando, que apesar de todas as dificuldades que são visivelmente fáceis de se perceber que ele passa, não perde o sorriso no rosto e o prazer que tem por tocar. E eu quero que quando minha banda for famosa, as pessoas vejam isso no meu rosto. – falava com um brilho nos olhos incrível, e eu não consegui responder nada pra ele, porque aquilo me fascinou de uma maneira tão grande e forte que eu não conseguia pensar em nada a não ser observar aquele senhor tocando ao lado de . – Tá faltando também a dança, . Dança comigo?
- Dançar, ?
- É, dançar. Sabe quando duas pessoas ficam mais próximas, se envolvem nos braços da outra e dançam no ritmo de alguma música? Então, é isso mesmo. Vem – E me puxou pela mão pra mais perto do senhor, que tocava alguma música que eu conhecia, mas não estava lembrada.
- Yellow, perfeito! Adoro Coldplay. – Disse enquanto colocava as mãos em minha cintura.
Eu estava sem fôlego praticamente, eu não conseguia raciocinar. A única coisa que consegui fazer foi entrelaçar meus braços em torno do pescoço de e encostar minha cabeça em seu peito. Ficamos assim um bom tempo, dançando bem devagar. Na verdade, a gente nem dançava, basicamente só estávamos girando e indo de um lado para o outro. Tantas coisas se passaram na minha cabeça nesse momento, e eu simplesmente não conseguia focar em outra coisa. Vi que era hora de me soltar de quando a primeira lágrima estava pra rolar de meus olhos. Acho que percebeu isso, e ficou quieto. O senhor parou de tocar logo em seguida e falou:
- Vocês formam um casal lindo que nem eu e minha Miranda formávamos quando tínhamos suas idades. Aproveitem, porque nada é pra sempre.
- Viu, ? Tá na hora de me assumir – Disse quebrando o clima sério que tinha ficado, me fazendo rir. Nem nessas horas sérias ele perdia o bom humor. – Acho que agora só falta a foto pra completar, né?
- Foto? Jamais, tenho que pedir pro meu empresário primeiro...
- O quê? Me poupa, ! Vou tirar uma foto sua e vai ser agora! – Disse isso e enfiou a mão no bolso pegando o celular e mirando pra mim. E eu? Saí correndo, né! E saiu correndo atrás de mim, eu não via mais pra onde estava indo. Sério, correr de salto não é uma boa ideia, sabia? O resultado? O óbvio, eu cai. O que não era óbvio e com certeza é culpa de Murphy, é que eu caí num daqueles quadrados de areia que as crianças costumam brincar e que gatos enterram cocô.
não conseguia parar de rir, e ao invés de me ajudar, o babaca simplesmente deitou do meu lado e tirou a merda da foto.
- Pronto, não adianta tentar fugir de mim.
- Quem não vai fugir vai ser você de mim, a foto vai ficar aí no teu celular... Amanhã vou te esquecer, ... Mas você não, vai ter a foto aí pra sempre e fim!
- Existe um botão que apaga fotos, sabia? Não vou precisar lembrar dessa sua cara feia, besta!
- Obrigado, muito obrigado pelos elogios, viu? Eu amei.
Estávamos rindo demais até aí, mas daí as risadas foram cessando e continuávamos deitados na caixa de areia com coco de gato olhando pro céu. Estava sem estrelas e cheio de nuvens, mas continuava linda a noite. Me virei, e vi que estava olhando pra mim.
- O que foi? Tem cocô de gato no meio cabelo? – Ele deu uma risadinha abafada seguida de um sorriso um pouco... Tímido? Talvez seja o adjetivo que melhor combinava com aquele sorriso.
- Não, teu cabelo tá lindo... Mas se me permite, porque aceitou sair comigo?- Ele disse, e agora estava me olhando sério. Desviei meu olhar um pouco, olhei pro céu novamente e comecei a falar.
- Eu também não sei. Não vou mentir que o fato de eu estar chateada com Josh ajudou, mas não sei. Alguma coisa no meu subconsciente disse pra eu aceitar sair com você.
- Mentira, tu queria abusar desse corpinho aqui. – Disse , me fazendo rir um pouco.
- Droga, me descobriram! Mas não, . Quero dizer, você é lindo, teu sorriso é encantador, mas tinha alguma coisa além disso. Na verdade, você me viu numa hora que eu precisava de um ombro pra me consolar, sabe? Alguma válvula de escape que fizesse eu esquecer o que tinha acabado de acontecer comigo. E de verdade, eu não sei o que faria se você não tivesse aparecido. Eu quero te agradecer por tudo que você fez por mim essa noite, você é um cara incrível e tua noiva foi uma babaca de ter te largado, mas eu agradeço ela porque se não fosse isso, eu provavelmente não teria te conhecido e estaria com 20 kg a mais agora. Você me salvou, de verdade. E eu jamais vou esquecer isso. Não vou perguntar se eu posso fazer algo em troca disso pra você, porque eu não vou pro Motel Eros com você. - Ele estava vermelho, mas deu uma risadinha depois que falei isso – To brincando, é que de fato, nada que eu fizer pra você vai ser suficiente pra compensar tudo que você fez por mim essa noite. - Não sei como eu tive coragem de falar tudo isso pra ele. Devia ter dito que queria abusar do corpo dele e fim. Mas eu não podia. foi incrível comigo a noite inteira, e eu realmente fico muito grata a ele por tudo que ele fez por mim. - Mas e você? Por que me chamou pra sair? Acho que quem queria abusar de algum corpo aqui era você, e o corpo era meu, hein?! – Ele deu outra risada, daquela bem gostosa.
- É claro, mas você não quis ir pro Motel comigo... Então eu desisti. Brincadeira, é que eu realmente acredito que existem príncipes encantados e que amor não é banal. Mas não é essencial, e ninguém morre de amor. Vi você triste e sozinha. Eu estava disponível, e resolvi te salvar. Pelo o menos por essa noite, já que você disse que vai esquecer de mim amanhã porque não tem foto minha no teu celular. Mas tudo bem , tá? Eu supero isso. E não precisa me agradecer por nada, e se tem alguém que é incrível aqui é você. Nunca conheci alguém tão meiga como você, e tão sincera com seus próprios sentimentos. Babaca foi esse Josh aí que não quis casar com você, e tenho certeza que quando ele se der conta disso, ele vai sentir tamanho remorso que não vai aguentar. Você é linda, . E ainda bem que você aceitou sair com um babaca feito eu, porque minha noite não poderia ter sido melhor. E acredita em mim, logo esse babaca vai querer voltar pra você... e você bobinha, é capaz de aceitar, a não ser que...
- A não ser, o que? – Olhei para seus olhos, que adotaram um tom penetrante e me olhava fixamente.
- A não ser que ele já esteja ocupado por algum outro babaca...
- Te garanto que é um babaca muito melhor.
- Também acho.
- É, acho que eu gosto de babacas, né?
- Tudo bem, a gente releva isso. E essa é a hora que o babaca aqui te leva pra casa porque já está ficando bem tarde e você tem que descansar - ele disse se levantando de repente enquanto eu me sentava e o encarava um pouco confusa. Tudo bem, realmente seja melhor eu ir pra casa. Ele me ajudou a levantar e me guiou até seu carro. O silêncio se instala de novo entre nós. Nosso único diálogo depois disso, foi ele perguntando meu endereço. E fim da noite.

Capítulo 5
“Calma, seja paciente o amor verdadeiro só acontece uma vez na vida o amor da nossa vida é um só e se for realmente ele, ele vai voltar se não for apenas siga e supere porque um dia será.”
Era assim que acabava, você conhece o príncipe encantado, mas esquece que é Cinderela e que o encanto se acaba e tudo volta a ser como era antes. Talvez assim seja melhor, a gente fica menos vulnerável e aprende a ser mais forte. me deixou em frente do meu prédio, abri a porta de seu carro e ele veio a meu encontro.
- Então, obrigado por tudo de novo, . Você me salvou, de verdade.
- Já disse que não precisa agradecer, . Foi um prazer te conhecer. - E me deu um beijo na bochecha e saiu com seu carro. O quê? Ele não vai pedir meu telefone mesmo? Tudo bem, tudo bem. Ele me salvou por algumas horas, mas agora era a hora de ir pro meu apartamento e me afogar naqueles filmes. Agora que eu estava sozinha, tudo começou a voltar. Toda a história com Josh e esse capítulo com o .
Subi até meu apartamento, não dei boa noite ao Louis e nem nada. Apenas entrei, tirei a roupa e tomei um banho rápido. Meu corpo começava a pesar, me deitei na cama, mas não conseguia dormir. Não conseguia parar de pensar em . Por que ele não pediu meu telefone? Sei que não podia esperar nada de um cara que eu havia acabado de conhecer, mas ele era diferente, não era? O problema deve ser comigo mesmo, o Josh fugiu... E agora o fugiu.
Fui até a cozinha, tomei um remédio para dormir e fui em direção a meu quarto. Porém, um som estridente soou e me virei pra ver de onde vinha. Era o interfone. O que Louis queria?
- Senhorita , você deixou cair um objeto aqui no saguão... O Peter do 23 acabou de encontrar, e a senhorita foi a única que passou por aqui antes dele...
- Tudo bem, Louis... Me dá um minuto que já estou descendo.
Louis estava me esperando na entrada do elevador do saguão, e assim que cheguei, ele pediu pra eu acompanhá-lo até a recepção.
- , deixaram isso aqui pra você.
Hora que eu vi, não acreditei. Havia um urso enooooooooooooooorme branco do parque, e mais uma caixa avulsa branca.
- Mas... Quem deixou isso aqui, Louis? – A resposta era óbvia, eu sabia quem era. Mas não acreditava.
- Foi um rapaz, ele não falou o nome... Falou que era uma encomenda sua e pediu pra te entregar. Me convenceu também a mentir pra senhorita, falando que tinha deixado cair uma coisa aqui... Ele achou que se ao contrário, você não desceria. Desculpa, mas acho que é por uma boa causa.
- Obrigado, Louis! Boa noite.
E subi com o urso e a caixa até meu apartamento. Eu estava com um certo receio de abrir, mas ao mesmo tempo, MUITO feliz. Ele comprara meu urso, acredita?
Abri a caixa, e lá tinha um DVD e uma foto. Olhei a foto, e era a que ele havia tirado pelo celular. Eu estava horrível, e estava meio tremida também. Atrás da foto, havia escrito ‘’lava o cabelo, tá cheio de cocô de gato’’. Quanto amor, né? E quando abri o DVD, uma ‘’carta’’ caiu. Reconheci o filme na hora, era Duets,da música que cantamos no Karaokê, e em seguida abri a carta, estava escrito:
“Eu havia te prometido uma noite dos namorados perfeita, não? Agora está quase completa, com direito a jantar, sobremesa, passeio, trilha sonora e o ursão. Sabe o que está faltando?Me liga, 78891542, assinado: .”
Não pensei duas vezes, peguei o telefone correndo e liguei pra :
- Você é um babaca! - Eu disse assim que ele me atendeu.
- Não, você que vai ser a maior babaca do mundo se não abrir a porta nesse minuto.
- Mas... Tá... – Corri até a porta e abri com o telefone nos ouvidos ainda.
- Surpresa. – Era parado em minha porta com uma das mãos pra trás – A última coisa está aqui comigo.
- Não, o que tava faltando era só você mesmo.
- Não, você tá errada de novo. E quanto isso aqui? – Tirou a mão que estava em suas costas e me estendeu a caixinha colorida do parque – Mal você sabia que era pra você a caixinha, ficou toda curiosa achando que era pra outra pessoa.
- Eu? Curiosa? Claro que não, ! – Peguei a caixinha de sua mão e abri correndo.
- É, to vendo que você não tava curiosa pra saber o que tinha dentro.
Quando abri a caixinha, me veio a surpresa. Era um anel rosinha, daqueles de plástico que você tira em máquinas de moeda. – O que é isso, ?
- O anel que você estava esperando essa noite. Sei que não é muita coisa, mas foi o melhor que consegui.
- , você é incrível.
Depois disso, não sei bem como aconteceu. Eu estava prestes a chorar, e se dependesse do meu senso babaca de ser, eu teria começado a chorar ali que nem uma idiota e ia deixar o parado na porta. Mas obrigado, Deus por ter me dado uma luz e mesmo inconscientemente, não pensei duas vezes ao agarrar e beijá-lo. Só assim me senti 100% completa. Agora sim meu dia dos namorados estava perfeito. Eu tinha o anel, o ursão, trilha sonora e . E é como diz o ditado “Deus escreve certo pelas nossas linhas que se não fossem tortas, não teriam se cruzado.” E o que me resta agora? Ah, essa é fácil... é ser feliz e viver agora... é perfeito, eu sei. Mas vou viver o presente e parar de pensar no futuro, sem criar expectativas, apenas viver...
- Agora não sou mais um estranho, agora não tem perigo de você me chamar pra entrar com medo de ser estuprada... – Disse rompendo nosso beijo.
- Ou tem. – Respondi sucintamente meio que sem pensar enquanto sorria novamente, mas dessa vez, nada de sorriso tímido.
É, acho que não precisa dizer mais nada. Agora o resto dessa história... Vai ficar pra próxima.


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