Am I In This Thing Alone? - Parte II
Escrita por: Isadora
Betada por: Camila E.


- ? – eu disse, espantanda.
- Eu resolvi me importar. – ele disse, sentando ao meu lado. Segurou a minha mão e, com isso, eu vi que eu não estava sozinha naquilo.
- Mas... Sinceramente, , eu pensei que você não se importava. – virei a cabeça pra minha mãe, pedindo pra ela sair de lá. Ela entendeu o recado e foi para o balcão perto da porta de entrada. – Você acabou comigo falando que não se importava, que tanto faz eu ter esse filho ou não, que mesmo assim, você ia sair de Londres e...
- ...
- , calma. – eu o interrompi, tirando minha mão das dele. – Você acabou comigo. Em um mês, eu fiquei mais desesperada do que eu já fiquei em meus dezesseis anos. Eu não sei como alguém tem tanta influência sobre mim. Por que você não faz isso mais fácil pra você mesmo? Por que você não vai encontrar com os seus amigos? Por que não vai ensaiar com a sua banda? Se você for embora desse lugar, vai ser muito mais fácil. Vai ficar com a Aubrey, ela é linda, loira, popular, a garota que todos os homens querem ter e que todas as meninas querem ser. Ao contrário de mim. Eu sou feia, loser, a garota que todos os homens ignoram e que todas as meninas desprezam. E olha os bônus: ela não tá grávida e você pode assumir ela pra quem quiser. Vão te dar parabéns, mas eu acho que não é isso que fariam se soubesse que a gente tava ficando. – sorri cinicamente. – A porta tá ali, é muito fácil você dar cinco passos e deixar a pior época da sua vida pra trás. – apontei a porta com o olhar.
- , vamos por partes. Nunca foi minha intenção te deixar mal, nunca foi minha intenção te deixar desesperada.
- Então por que você fez isso?
- ... – Ele suspirou. – Eu não quero nada melhor nem mais fácil pra mim, eu quero o melhor e o mais fácil pra você, pra nós dois. Eu não me importo com a Aubrey. Ela era um passatempo. Ela era uma garota que eu coloquei do meu lado pra tomar o lugar de alguém. O seu lugar. Eu não me importo se ela tá grávida ou não, ou se você tá grávida ou não, eu quero ficar do seu lado. E eu era idiota. Com você, eu aprendi muito. Eu tinha vergonha de você, sim. Eu pensava “Eu, , ser visto com .” – ele soltou uma risada baixa irônica. – Eu não sei como eu pude ser tão idiota, de verdade. E essa não foi a pior época da minha vida. Foi a melhor. Porque apesar dos problemas, eu passei ela com você. Eu nunca pensei em me apaixonar, não antes de ter uma vida feita. Mas aconteceu, . Eu te amo. Eu to apaixonado por você, e eu quero que você saiba, que você tendo ou não esse filho, eu vou estar sempre com você, não importa onde e nem quando.
- , pára de fazer mais difícil pra mim, então. Pára de me iludir, pára de falar coisa que não é verdade! Pára de falar coisa da boca pra fora, igual você fez na Starbucks. Porque se não fosse aquilo, a gente não estaria aqui agora. Imagina pra onde suas mentiras vão levar a gente dessa vez? Por favor. – fechei meus olhos, tentando impedir uma lagrima de cair.
- Me perdoa por isso, eu sei que é tudo minha culpa. Mas dessa vez, é verdade. Eu te amo, . Eu não sei como eu não percebi isso antes! – algumas mulheres sentadas em cadeiras próximas o suficiente para ouvir a conversa nos encaravam e me olhavam com reprovação. – Por favor, . Você não sabe como você é especial pra mim. Não sabe como eu te amo.
- ... – suspirei baixo.
- Garota – uma mulher sentada a 3 cadeiras de distancia de mim disse. –, quantos anos você tem?!
- Hm... Dezesseis. – Olhei, com medo.
- Claro, tinha que ser adolescente. – ela revirou os olhos. – Não tenho certeza se você sabe, mas todas nós nessa sala mataríamos por uma declaração como essa! Você ainda tem muito o que aprender. Enquanto você não aprende, segue o meu conselho. Sai desse lugar e vai conversar com ele, pensa no que ele te disse. Você tem sorte de ter um namorado como esse. Uma coisa que nenhuma de nós tem! Me faz um favor e pensa duas vezes antes de fazer isso. Você tá sendo precipitada.
- Hm... – Eu olhei pra baixo, pra minha mãe (que ouviu o discurso de longe, assim como todas da clínica), pra . Eu encontrei esperança em seus olhos. Eu apenas sorri para a mulher e me levantei, me dirigindo a minha mãe. – Mãe, eu acho que você ouviu o discurso ali. – ri baixo, e minha mãe assentiu com a cabeça. – Eu concordo com ela. Eu nem conversei com o ... – lembrei que tinha dito que conversei com ele. – direito. Cancela dessa vez, eu vou conversar melhor com ele, com você e a gente decide o que é melhor pra todo mundo.
- Tem certeza? Porque sinceramente... – ela chegou mais perto. – Você vai seguir o conselho de uma mulher que você conheceu em uma clínica de aborto?
- Por mais que ela seja uma estranha – dei distancia entre nós duas. –, ela tá certa. Tem como você fazer isso?
- Hm, claro. – ela sorriu e se virou para a mulher atrás do balcão para conversar.
- Eu fico feliz que você tenha pensado melhor. – sorriu, colocando a mão na minha cintura.
- , eu espero que você saiba – tirei as mãos dele da minha cintura. – que eu vou pensar melhor, mas eu ainda não te desculpei. – me virei, abri a porta da clínica e abri a porta do carro. Me sentei lá dentro e liguei o aquecedor. Abracei minhas pernas, encolhida, tentando fazer com que meus braços e minhas pernas se esquentassem, pensando nos discursos que ouvi lá dentro, quando vi pelo pára-brisas, chorando.
- Shit. – abri a porta do carro, pra ver o que tinha de errado com ele. – O que foi, ?!
- , você é a coisa mais importante pra mim! Será que você não entende isso?! Ou não quer aceitar que alguém te ama mais que a própria vida?! , por favor, me escuta! Quando eu te fiz mal, eu fiz mal a mim mesmo, porque você é parte de mim agora, parte da minha vida! Aceita que eu te amo mais do que qualquer coisa no mundo! – ele chorava mais a esse ponto, o que me fez chorar também.
- , eu adoraria aceitar isso. Eu adoraria acreditar nisso e eu adoraria que isso fosse verdade.
- Mas é, ! Eu fui um retardado por ter mentido pra você. Eu sei que você não vai acreditar mais em mim, mas eu preciso que acredite. Eu preciso que você saiba que eu to falando a verdade! – ele ainda chorava.
- É difícil agora, ... – ele chegou perto, e me abraçou.
- Você precisa acreditar em mim. Mas se não quer, pelo menos acredita que eu te amo incondicionalmente, mais do que eu já amei qualquer pessoa. E que eu preciso ter você comigo, abraçada comigo. Eu não agüento passar muito tempo longe de você. E se eu passo, é o tempo todo pensando em você. – eu me rendi, coloquei minhas mãos em volta de seu pescoço, e nós ficamos nos esquentando lá por um tempo.
- Eu acredito em você. – dei um beijo na bochecha de .
Ouvi a porta da clinica abrir, mas não liguei. Não ligava pra mais nada.
- ? – minha mãe chamou.
- Sim? – eu disse, ainda com a cabeça apoiada no ombro de .
- Vamos?
- Eu... Quero ficar. Posso ir embora com o ? – assentiu com a cabeça.
- Pode... – minha mãe disse, entrando no carro, ligando o motor, e saindo de qualquer lugar perto da clínica.
- , obrigado por me deixar passar a melhor época da minha vida com você, obrigado por acreditar em mim, obrigado. Mesmo.
- , eu te amo. – eu olhei nos olhos de e o beijei. Rompi o beijo e apoiei a cabeça em seu ombro de novo. – Por favor, não me deixa sozinha de novo?
- Nunca.


comments powered by Disqus