A Trilha das Férias
by: Jaqueline Fletcher.


Vou começar me apresentando. Meu nome é , tenho 17 anos, moro com meus pais em Liverpool uma cidade muito linda e cheia de coisas caras e pessoas fúteis. Estou no último ano do ensino médio e estudo numa escola muito conceituada e que somente os de classe alta freqüentavam.
Apesar de minha pouca idade e minha grande irresponsabilidade eu já sou dona de duas empresas, ou melhor, duas empresas estão em meu nome, mas realmente que comanda são meus pais.
Deles eu também não posso me queixar, pois sempre foram presente e protetores. Super-protetores definiriam melhor eles, para você ter noção nem pagar uma conta no banco eu sou capaz de fazer sozinha.
Mina vida é como de qualquer outro adolescente inglês da alta sociedade. Logo pela manhã eu vou para a escola onde encontro com meus amigos que são muito loucos e podem até ser mais ricos que eu. Durante a tarde eu faço meus cursos, não que eu vá precisar no futuro, mas é mais como hobby mesmo. Faço aulas de piano, violão, fotografia e desenho. E quando anoitece eu fico na minha casa, mais precisamente no meu quarto, onde fico assistindo filmes e vendo programas idiotas na minha televisão que é exageradamente grande.
Hoje já é sábado e, como eu tinha combinado antes, 3 amigas minha viriam aqui em casa para discutirmos o que vamos fazer durante as férias. Meu grupo, o pessoal que ficam comigo na escola, não é composto somente por 4 garotas ricas e mimadas, mas sim por 4 garotas rica e mimadas e 4 garotos ricos e estilosos.
Enquanto eu descia a escada de piso de mármore branco ouvi a campainha tocar e como esperado Sandra, a governanta, foi abrir a porta e as quatro já estavam entrando.
- . – vinha em minha direção. Ela era bonita, segundo minha mãe nós oito éramos os mais bonitos da escola, essa vestia uma calça jeans com uma blusa cacharrel rosa-bebê.
- Oi . – A cumprimentei com dois beijos – Oi . – era a mais mal humorada do grupo, vivia tendo ataques de raiva, mas não vá pensar que são aqueles ataques de patricinhas quando quebram as unhas, os ataques dela era de sair batendo nas amigas/amigos e chingando.
- Oi . – Ela me respondeu com seu belo humor costumeiro.
- ! – gritou, essa sim era patricinha, mas não era como as outras. Eu a considerava assim, pois ela era muito consumista e viva indo ao cabeleireiro e manicure, e claro, como toda boa patricinha vivia fazendo frescura por tudo.
Depois dos cumprimentos eu puxei todas para a sala de TV. E como eu esperava lá já havia uma mesa preparada com nossas guloseimas (chocolate, balas, bolachas, refrigerante, sucos e etc.). Nos sentamos no sofá, eu, nos sentamos no maior e e sentaram no menor.
- Então, quando começam as férias mesmo? – Perguntei, eu iria fazer a reunião e não tinha ao menos idéia de quando as férias começavam. Sempre fui esquecida e nunca lembrava de marcar as coisas na minha agenda.
- Nesse final de semana. – respondeu. – E o que você tava pensando em fazer?
- Para falar a verdade eu não pensei em nada. – Fiz a melhor cara de santa que conseguia fazer. Era para eu ter pensado, mas eu simplesmente tinha esquecido desse detalhe.
- Sabia, ela sempre esquece. – disse rindo. – Eu pensei em acampar. – lançou um olhar para como se perguntasse “Penso-em –algo?”
- Eu pensei em ficar aqui em Liverpool mesmo com os meninos e já era. – respondeu.
- Ah mas isso é muito monótono de mais. – Eu reclamei. Meu pensa bem, ninguém em sã consciência ficaria sem fazer nada durante as férias.
- Preciso comer para pensar. – Falei indo pegar minha Trakinas favorita sabor limão.
- onde está o CD do My Chemical Romance? – perguntou. Pelo que eu conhecia minha amiga, nenhuma idéia iria sair da cabeça dela ao menos que tivesse alguma musica tocando. Acabei de lembrar também que pode parecer estranho, mas nós nos amarramos em rock. Os meninos têm até uma banda que está começando, mas que já fazem sucesso na cidade.
- Tá lá no meu quarto. – levantou e saiu correndo na direção de meu quarto.
- Puta merda to sem idéia nenhuma. – Falei tentando extrair alguma coisa de minha cabeça. sempre dizia que no lugar do meu cérebro eu tenho teia de aranha, ela fala tanto isso, que eu to começando a acreditar. Posso me esforçar ao máximo e realmente não sai nada que preste.
- Novidade. – Dessa vez quem falou foi . Ela e riram enquanto que acabara de chegar colocava o CD no rádio.
Começou a tocar Under Pressure. Paramos o que estávamos fazendo e começamos a pular descontroladamente. Meu coração batia rápido demais, mas eu não estava nem ligando para isso, tava querendo me divertir.
- TIVE UMA IDÉIA. – ouvi o grito irritante da ao meu lado. Parei e fiquei encarando ela, e fizeram o mesmo. Corri até o rádio e parei a música.
- Fala logo sua feia. – Falei rindo
- Besta. Bom eu pensei assim. – Ela começou a falar bem devagar, só para fazer suspense, isso me irritava profundamente. – Bom eu conheço um lugar onde eles fazem trilhas. Só que é diferente, porque tipo, o povo desse lugar nos dá um mapa e lanternas apenas, a trilha e feita durante a noite. Não vem nenhum monitor junto conosco. Mas obviamente o local é monitorado.
- Gostei. – Fui a primeira a falar. Sempre gostei dessas coisas mais nunca tive coragem de fazer sozinha.
- Também. Vou me sentir no Ghosting Hunt. – falou. Ela sempre gostou dessas coisas. Minha amiga às vezes (sempre) me assusta dude. - ? – Virei para ela. Essa estava com uma cara estranha. Ela nunca fora fã de escuro, mas sempre bancava a durona. Apesar de sua cara de assustada eu tinha certeza que ela iria aceitar somente para não se fazer de fraca.
- Por mim tudo bem. – Ela respondeu dando de ombro.
Passamos a tarde toda juntas. Minha mãe aparecia na sala a cada 2 horas para verificar se ainda estávamos vivas. Eu havia amado essa idéia e estava realmente empolgada. Logo que as meninas foram embora eu resolvi ligar para os meninos que estavam todos na casa do também não gostava muito de escuro, era orgulhoso igual , mas acabou por concordar após uns minutos se negando a ir conosco.
Como já era quinta feira e as aulas só acabariam na sexta minha mãe me permitiu faltar á escola. Liguei para , avisando que não iria, e eu acabei descobrindo que nem ela nenhum de meus amigos iriam também.
No dia seguinte acordei cedo, incrível, milagres realmente acontecem. Acordei com vontade de fazer compras. Levantei lentamente de minha cama de casal respirei fundo e fui para o banheiro, tomei um banho, escovei os dentes fiz minhas necessidades. Desci correndo as escadas ouvindo um grito de Sandra, pedindo para que eu parasse de fazer bagunça logo cedo.
Comi tudo rapidamente, voltei ao meu quarto coloquei uma calça jeans, uma blusa preta simples e um blusão de veludo prata por cima. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para e depois uma para ambas estavam escrita a mesma coisa. “ To afim de faze compras, vamu no xops? Passe para a galera.”
Era sempre assim, resolvíamos as coisas de ultima hora e sempre dava certo. Acho que falei que estava a fim de fazer compras somente para ser uma desculpa, estava morrendo de vontade de ver um dos meus amigos que me chamava a atenção há muito tempo, mas nunca tive coragem de falar.
Entre nós oito, já havia rolado de tudo. já foi namorada de , e atualmente estava ficando com . Eu já havia beijado todos, mas somente beijado, ficadas sem significados. e também, mas nós três nunca tivemos nada mais sério com , , e . Peguei minha bolsa preta enorme, enfiei meu celular e minha carteira junto com meu estojo de maquiagem que já estava na bolsa e sai em direção a porta de minha grande casa.
Entrei no meu Mustang vermelho conversível e segui para o local marcado. Liguei o rádio e segui a rua. Rapidamente cheguei, estava tão distraída com as musicas empolgante que tocavam.
- Até que não demoro tanto como de costume. – - Boa tarde pra você também . – Disse. Cumprimentei todos e fomos às compras.
Os garotos apesar de sempre vestirem preto e tênis, adoravam fazer compras, e muitas vezes eles demoravam muito mais que eu e as meninas para escolher uma simples camiseta.
Fizemos nossas compras e como de costume fomos comer um lanche no Mcdonalds e depois tomar sorvete. Enquanto comíamos nós aproveitamos e marcamos a data de nossa incrível aventura. Ainda bem que eu não era a única que estava empolgada para que fizéssemos a trilha. E sendo assim a data acabou ficando para esse final se semana mesmo.
pediu para seu pai ligar para a agencia e agendar essa aventura para nós. O pai do foi escolhido pelo simples motivo de que os sempre conseguiam o que queriam e essa fama corria quase que a Inglaterra inteira, sendo muito fácil de liberarem qualquer coisa para ele.
- Então amanhã nós nos encontramos onde mesmo? – pergunte. Eu sei que eles já haviam falado antes, mas como sempre eu fico perdida em pensamentos e perdendo a maior parte da conversa.
- Na casa do as 19:30. – Na casa de quem? Ok agora eu gelei. Injusto isso, eu tremo só desse menino chegar perto de mim imagine eu indo na casa dele? 0.o
- Ah sim. – Tentei disfarçar os meus sentimentos.
- Vou embora. Cansei de ficar aqui. – anunciou ela levantou e se despediu, mas quando chegou perto de ela parou.
- Posso ir com você? – O garoto pergunto fazendo uma cara realmente fofa. Eu fiquei meio confusa porque ele iria com a sendo que ele tava de carro?
- Pode, mas e o seu carro?
- Depois eu mando alguém vir pegar. – levantou e se aproximou de e foi passou um braço por sua cintura.
Esses dois sempre estão grudados. é perdidamente apaixonada por , e ele por ela, mas ninguém assume isso. Um fica provocando o outro com carícias ou até mesmo falando de terceiros que possivelmente algum deles pudessem ficar ou ter algo mais sério.
Todos fomos embora. Eu dormi realmente cedo, estava ansiosa para o que eu viveria com meus amigos naquela trilha.
Esses dias eu tava fazendo uma pesquisa no Google sobre essa agência e vi que podíamos escolher o nível de dificuldade que queríamos e os diversos tipos de coisas que enfrentaríamos, tudo para deixar a aventura mais emocionante.
Acordei tarde no sábado, já passava de meio dia. Levante e fui até a janela, estranhei, pois o meu quarto estava escuro de mais, abri a cortina e constatei que estava chovendo muito. Droga, tudo para estragar o passeio.
Desci, comi um pão com frios que havia em cima da mesa e ainda bebi um pouco de coca-cola.Coca-cola de manhã é o que há!*-*
Subi para meu quarto novamente comecei a preparar minha mochila, a agência havia mandado e-mails em nossas casas mandando uma lista de coisas que teríamos que levar nessa trilha. Ela duraria uma noite inteira, mas como era muito mais que duas horas de duração teríamos que levar comida e roupas reservas.
Vesti uma calça jeans preta e uma blusa verde com uns desenhos em dourado, coloquei meu coturno, peguei meu celular coloquei no bolso de trás de minha calça, peguei minha mochila e fui até a casa de no horário combinado.
- Dessa vez eu não fui a última a chegar! – Falei notando que ainda não havia chegado.
- Pois é. To achando que ele amarelou. – falou caindo na gargalhada.
- Frouxo do jeito que ele é, é bem capaz de nem vir mesmo. – falou rindo ainda mais.
Esperamos por mais 20 min até que resolveu dar o ar da graça!
- Demorei? – falou segurando uma risada. Eu odeio quando o pessoal começa com ironias.
Todos pegaram suas coisas, entramos numa van que a agencia havia mandado para nos levar e seguimos ao nosso temeroso e esperado destino.
Tivemos que escutar um monte de recomendações estranhas do tipo não se separem em momento algum, fiquem todos com as lanternas ligadas e assim por diante. Por fim um do grupo foi escolhido para que ficasse com o localizador, que no caso foi o que colocou o aparelinho na mochila junto com suas calças limpas.
A chuva ainda não havia parado, a noite estava mais escura que o normal e mesmo assim ninguém pensava em desistir, ou melhor, com exceção de e .
Todos nós tivemos que colocar nossas mochilas na costa, colocar uma bota especial para que não ficássemos com os pés encharcados e entrarmos na van novamente.
- Eu peguei minha lanterna? – se perguntava. Pela cara que fazia, eu pude concluir que ele estava muito agitado, apesar do frio ele estava muito vermelho, o que o deixava com a cara mais fofa ainda.
- Chegamos. – O motorista nos avisou. Todos nós descemos e ficamos parados embaixo de um toldo que era a única coisa no meio daquele monte de mato.
- Bom, como vocês já devem estar sabendo, nós temos vários níveis de dificuldade, a primeira ,que é a mais simples, é uma caminhada de duas horas apenas sem nenhuma outra coisa que possa causar emoção demais. A segunda é uma caminhada de 3 horas com algumas coisas plantada pela equipe para atrapalhar o caminho de vocês e causar certa emoção. E por fim o terceiro nível, que é uma caminhada de 4 horas com extrema emoção. Vocês escolhem. Mas primeiramente vocês vão ouvir uma pequena história verídica, que aconteceu em algum lugar muito perto daqui.
Ok, comecei a estranhar esse cara, esse passeio tava começando a ficar muito sinistro. Todos nós nos juntamos mais ainda ficando muito próximos do Tiozinho. Fixei meu olhar no cara quando ele começou a falar.
- Prestem muita atenção nesse mapa, tentem não se perderem, pois uns anos atrás, não me lembro muito bem, três pessoas que estavam prontos e até mais preparados que vocês, fizeram o mesmo caminho que vocês escolheram. A noite também estava chuvosa, não dava para enxergar muito além de um metro na frente deles mesmo. Me lembro como se fosse ontem como aqueles três estavam ansiosos para esta trilha começar.
- Puta merda, o que aconteceu com eles? – perguntou, apesar de querer parecer forte, estava estampado na sua cara o medo. Ela apertava a mão do nosso querido amigo que fazia umas caretas estranhas.
- Calma, você já descobrirá. – O filho da puta do instrutor lançou um olhar estranho para nós. Ficou um pouco em silencio e logo continuou. – Como é de costumes preparamos todos os vigias, que obviamente ficam escondidos durante as caminhadas de quem segue as trilhas, mas mesmo assim foi estranho e aconteceu tudo muito rápido. Um grito foi ouvido ao longe, os vigias não sabiam o que havia acontecido. Mas quando chegaram para ver se estavam os três bem, apenas encontraram pedaços dos corpos, e suas roupas no caminho.
- Não quero mais ir. – Eu disse com a voz num tom apavorado. Logo ouvi concordando comigo.
- Calma , ele está falando só para assustar você sua lerda. – disse com um tom despreocupado na voz.
- Bem, depois desse acontecimento o pessoal que ainda faz trilha por aqui diz ver algumas assombrações, ou algo a ver com espíritos. Por isso é muito importante que vocês não deixem o localizador bem protegido, e tentem não se perderem. Agora por favor, a votação do nível que vocês pretendem seguir.
A única iluminação do que havia lá era a lanterna do Tiozinho que estava explicando essas coisas para nós. Nós deveríamos manter nossas lanternas na bolsa até o momento em que nos entregassem o mapa e após isso nós oito teremos que seguir sozinhos.
- Eu voto pelo primeiro nível. – se pronunciou rapidamente. Garoto medroso.
- Cala boca sua anta. Eu voto pelo último nível. – disse e olhou para mim esperando que eu concordasse com ele.
- Eu também quero o último.
Todos votaram e somente e votaram no primeiro nível. O resto do pessoal optou pelo ultimo nível. Minha adrenalina já estava começando a querer comandar meu corpo e eu me segurei para não sair correndo. Comecei a olhar em volta para tentar descobri por onde seguiríamos, mas foi inútil, pois estava tão escuro que eu não conseguia ver nem o e a que estavam do meu lado. Tirando o silêncio sinistro que tinha aquele lugar. Todos estávamos com cara meio de assustado até mesmo que sempre falara que não tinha medo de nada estava fazendo umas caretas estranhas.
O Tiozinho nos deu duas lonas grandes, cordas e um mapa estranho, ele era longo, vinha numa pasta transparente onde tinha apenas uma caneta. Peguei a pasta, minha curiosidade fora maior, o mapa continha “apenas” cinco folhas. Era composto por uma tabela a primeira coluna era uns desenhos, na segunda coluna tinha umas frases dando dicas do que poderia ser o desenho. E na última coluna tinhas apenas a quilometragem de um ponto indicado no mapa ao outro.
O Tiozinho se despediu e nos largou naquele toldo totalmente no escuro, pois ninguém havia lembrado de pegar as lanternas na mochila. Não enxergávamos mais nada, então virei e peguei minha lanterna vermelha que estava em cima de tudo dentro de minha mochila.
Os únicos sons que ouvíamos era nossas vozes e as gotas grossas de chuva batendo nas folhas das enormes árvores. Nos juntamos em um circulo e achamos melhor escolher um líder para o grupo( , que iria ficar com o mapa, um assistente que iria ficar iluminando o mapa(. Sim fizemos de propósito, deixaríamos os dois juntos para ver se durante o caminho eles conseguiriam dar um andamento no relacionamento deles.
Uma corrente de vento passou por nós, fazendo a chuva nos molhar parcialmente. Ninguém sabia ao certo porque ainda não havíamos começado nossa trilha. Na minha opinião era porque estávamos tentando criar coragem de encarar aquela chuva forte e gelada.
- Cambada, é melhor irmos. Quanto mais cedo sairmos daqui, mais cedo chegaremos. – falou. Esse estava parado abraçando a ficante que estava começando a ficar apavorada com medo do escuro.
- Por milagre, eu tenho que concordar com o . – falou e logo depois ouvi . falar alguma coisa que ficou abafada pelo peito de .
- cadê você?- perguntou.
- Aqui desse seu lado. – Ela falou passando a mão no ombro dele. Tava escuro mais pude ver que ele sorriu levemente.
foi o primeiro a sair debaixo do toldo, seguido de perto por que estava segurando o mapa como se ele fosse quebrar. Logo atrás deles vieram eu e , e atrás de nós estavam , , e . Seguimos reto no que parecia nos levar para uma trilha estreita de barro. URG barro era tudo o que eu não queria, além de molhada ainda eu iria ficar suja? Mundo injusto!
O chão estava liso e já estava começando a me irritar mais ainda, não parava de reclamar. Até já estava de saco cheio das reclamações dele. Ela se juntou a mim e a .
Comecei a estranhar, o Tiozinho havia falado que nós teríamos algumas surpresas pelo caminho, mas eu estava estranhando, por enquanto não tinha acontecido nada de estranho.
Tive a sensação de que a chuva estava ficando mais forte, ou melhor, acabei de ter certeza, começou a trovejar fazendo eu gritar a cada trovão que dava. Levei diversos tapas na cabeça, mas ignorei, e daí eu tenho medo de trovão mesmo. A culpa não é minha.
e haviam parado, quase trombei com o , mas senti uma mão me puxando para trás, quando virei notei que era o que havia percebido minha distração e resolveu me segurar antes que acontecesse alguma tragédia do tipo perder ou molhar o mapa.
- , é melhor você ficar mais atenta. – Ele me disse lançando um olhar de carinho. Eu apenas concordei com a cabeça e fui para perto da . Se eu ficasse perto de e desse um trovão naquele momento eu provavelmente acabaria agarrando ele e não era bem isso que eu queria. Mentira era sim!
Comecei a olhar minha volta e notei que estávamos num lugar onde a mata estava totalmente fechada, não tinha mais a pequena trilha que havia se formado no chão para nós seguirmos. e olhavam confusos para o mapa e eu notei que eles não tinham certeza de onde estávamos. Ok acho que a agência não precisava de muito para nos causar emoção, nós mesmos nos confundíamos e causávamos emoções de mais.
Tomei o mapa da mão da a fim de descobrir onde estávamos. Olhei a folha anterior e reconheci uma bifurcação que havíamos passado por ela não muito tempo atrás.
- Aqui, olhem. Nós passamos por essa bifurcação a um tempinho atrás, acho que faz uns cinco minutos. Podemos voltar e tentar achar novamente o caminho. – Falei tudo isso muito baixo, quase num sussurro e muito rapidamente.
- Fiquei assustado com sua esperteza agora . – me zoou mas teve que concordar que eu havia sido mais esperta que ele mesmo.
Encontramos a bifurcação. Peguei o mapa e vi que nós havíamos virado para a esquerda e o mapa pedia para que virássemos para a direita. Ok depois eu que sou a lerda do grupo 0.o
Eu já estava completamente encharcada, a temperatura do meu corpo havia baixado e certeza que minha boca estava num tom arroxeado. Cruzei meus braços meio desengonçadamente por culpa de minha enorme mochila. Estava tentando me aquecer mais nada que eu fazia estava funcionando.
- OMG, estou morrendo de frio. – Falei para que estava caminhando silenciosamente e estranhamente ao meu lado.
- Eu também. Estou até tremendo. – Ela falou. aproximou dela e a pegou pela cintura. Ok admito, fiquei com inveja, porque o não poderia ao menos ser cavaleiro e me ajudar a esquentar também?
Ops, acho que minha inveja acabou passando, senti uma mão puxar meu braço. estava exatamente atrás de mim. Me virei e perguntei o que ele queria. Ele não respondeu, apenas me abraçou e me deu um beijo na testa. Minha barriga havia gelado mais ainda, mas nem liguei, o que importava é que eu estava entre os braços do garoto que eu amava. Mesmo ele não sabendo ele conseguia me fazer muito feliz.
Continuamos caminhando abraçados e por um momento me senti segura naquele lugar tão molhado e estranhamente mais gelado que o normal. Comecei a reparar em minha volta, avistei um arbusto que ficava se mexendo. Um pavor tomou conta do meu corpo, esperava que alguma coisa saísse de lá e nos atacasse no exato momento em que todos se distraíssem. Estava esperando que fosse algum fantasma de um dos três caras que morreram nessa maldita estrada.
também assustou, pude sentir ele apertar minha cintura um pouco mais forte. gritou e escondeu seu rosto no peito de que estranhamente soltou um risinho que eu e pudemos ouvir de onde estávamos.
Eu fiquei realmente aflita, me aproximei mais de , sério, eu estava com medo e não estava querendo tirar casquinha dele não. Mirei minha lanterna para aquele montinho estranho e pude reparar que tinha um par de olhos vermelhos me encarando e um arrepio subiu por minhas costas. Nesse momento se mexeu indo em direção do lugar e apenas um coelhinho saiu disparado passando rapidamente pela nossa frente e seguindo para o outro lado da rua.
- Maldito coelho. – falou. – Ele assustou a . – Oinnn, o preocupado comigo *-*.
- Vamos continuar, não quero ficar aqui muito tempo. – falou olhando para que concordou com a cabeça e continuou a andar.
Caminhamos silenciosamente por 15 min. Acho que todos estavam com medo, até mesmo os meninos que eram extremamente barulhentos estavam quietos.
- Galera, tive uma idéia. – falou. Todos nós paramos envolta dele para podemos escutar com mais clareza. – Vamos começas a cantar. Aí todos se distraem com as músicas e não ficam pensando besteiras.
- Nossa até que enfim uma boa idéia . – zoou.
- puxa uma música ae! – Falei/gritei. A chuva só aumentava a cada minuto.
- Pega alguma das que vocês escreveram ok. – falou. Sim gente nossos amigos têm uma banda e chama McFy. E sim, é porque eles são viciados em “Back to the Future”.
- To pensando... – Puta merda, o tem o pensamento mais lerdo que o meu, vai demorar.- ... – Depois, acho que de uns 5 min, ele começou a cantar com sua voz linda e cativante. - When everything is going wrong/ And things are just a little strange / It's been so long now you've forgotten how to smile / And overhead the skies are clear but it still seems to rain on you ./ And your only friends all have better things to do. – Gente vocês não tem noção de como eu amo essa música. Eu e começamos a cantar junto com eles e logo todos estavam cantando essa música.
Andamos mais e mais, cantando musicas idiotas e nos divertindo, até pude esquecer que estávamos numa trilha, e tenho certeza que todos aqui haviam se desligado também. Mas uma pergunta não saía de minha cabeça:
- Onde estamos?
- Não sei. – me respondeu, e nessa hora ela virou para o mapa.
- , estamos no caminho certo? – Ela o olhou insegura.
- Pensei que você estava seguindo o mapa. – Ele respondeu passando a mão direita sobre seu moicano.
- Não acredito que estamos perdidos. – começou com seu showzinho ridículo.
- Não queria dizer, mas sim estamos perdidos. – falou olhando para nós com uma cara de desesperada.
- Me dá o mapa. – Pedi sem a educação que minha mãe havia me ensinado. Peguei-o e analisei. Olhei em minha volta e não reconheci nada e também não me lembrei de nada que pudesse ajudar. – Agora eu realmente não posso ajudar, não tenho a mínima de onde estamos.
- pega o maldito localizador e tenta ver se tem como avisar os malditos Tiozinhos desse maldito lugar. – Enquanto fazia o que havia mandado eu pegava meu celular e tentava ver se tinha linha.
- Meu celular está sem linha. – Falei e todos ficaram com a cara mais aterrorizada ainda.
- Galera nessa merda aqui não tem nada que possa avisar os caras. – disse com raiva.
- Me dá isso aqui, você nunca acha nada mesmo
. – já estava irritado. Pegou o localizador da mão de rapidamente fazendo o aparelho cair numa poça e se perder no meio da lama.
- Merda , olha o que você fez. – o olhou com mais raiva ainda.
- Fudeu. – Foi isso apenas que saiu de minha boca.
- Desculpa galera, eu só...- começou a falar mais o interrompeu.
- Não precisa se desculpar. – disse. Ok, precisa sim. Agora estamos no meio do nada com uma chuva desgraçada caindo e sem ter como ninguém nos encontrar.
- É, não precisa. – Falei olhando para o chão e voltando aos braços de .
- Vamos continuar nessa trilha aqui, em algum lugar ela vai dar. – falou e tomou a frente do grupo novamente.
Após um tempo de caminhada a paisagem foi mudando bruscamente. Não tinha mais aquelas árvores assustadoras e matos altos em nossa volta. Agora tinha apenas velhas casas e construções estranhas e que me lembrava àquelas cidades fantasmas que apareciam em filmes de terror.
- Sinistro. – falou no meu ouvido. Eu já não estava mais abraçada com ele.
- Vamos parar em algum lugar, não to agüentando essa mochila nas minhas costas. – reclamou.
- Aham, vamos parar naquela capela. Deve ter alguém que possa nos informar de alguma coisa por lá. – Disse .
A capela era terrivelmente assustadora, na frente tinha uma espécie de jardim mal cuidado, com arbustos secos, flores mortas, carroças sem rodas paradas de formas estranhas formando um circulo no meio de um monte de espinhos também secos. Havia também um caminho de pedras que levavam até a entrada da capela. A porta de madeira mal tratada estava entreaberta e logo conclui que poderia haver alguém lá ainda.
- Vamos então. – Tomei a frente do grupo, estava com pressa, queria chegar primeiro e tirar essa mochila de minhas costas. Mas infelizmente eu sou a garota mais azarada de todo o mundo e tropecei em uma pedra que estava mal encaixada. Senti uma dor tremenda em meu tornozelo. veio correndo em minha direção, agachou perto do meu pé. Levantou minha calça parcialmente e viu que meu tornozelo havia virado uma bola, inchou rapidamente e a dor só aumentava.
- , consegue levantar? – veio correndo preocupada.
- Não sei. Ta doendo muito. – Disse me apoiando nos braços de e tentando levantar. Os outros já estavam em minha volta tentando me ajudar.
- leva minha mochila, vou carregar ela lá para a capela. – disse isso. Me assustei, não sabia que se preocupava tanto comigo. Talvez ele gostasse de mim também, e eu não estava sabendo.
- Aham. – tirou a mochila e atirou-a em cima do poor . Ele se aproximou de mim, me pegou no colo e carregou com toda delicadeza para o interior da capela. abriu a porta, mas quem entrou primeiro foi e . O lugar estava escuro e muito sujo. me colou em um banco e sentou a meu lado fazendo massagem no meu tornozelo e dizendo algo como “ já vai passar”.
- , obrigada por tudo. – Falei, precisava agradecê-lo pelo que estava fazendo por mim.
- Por nada. – Ele sorriu e me fez sorrir também. Meu olhar ficou preso ao dele por um tempo, mas fiquei com vergonha e desviei. Comecei a observar aquele lugar, Havia estranhas imagens com cores desbotadas preso nas paredes. Não reconheci nenhum “santo”, estranhei que também não havia anjos ou algo do tipo que se encontrava em uma igreja normal. Haviam apenas velas derretidas perto de um suposto altar.
estava sentada junto com num banco meio afastado, estavam próximos demais, quase cochichava com ela. Ela sorria e ele também e quando vi eles estavam no maior beijo. Aleluia, até que enfim esses dois se cataram.
- , olha o e a ! – Falei com a boca ligeiramente aberta.
- Ae , até que não demoro muito para virar Homem e catar a . – zoou.
- Fica quieto, cuida da que tu ganha mais. – falou e voltou a beijar uma com uma estranha cara de apaixonada. e estavam vendo a igreja, e e estavam sentados em outro banco abraçados, um aquecendo o outro.
- e , tentem achar alguém para nos informar onde estamos. – Disse a eles, queria mais que tudo voltar para minha enorme cama e ligar minha enorme televisão. Eles levantaram e seguiram para a lateral do altar. Pouco tempo depois ouvi um barulho estranho e e vieram correndo e ambos estavam com os rostos pálidos.
- O que aconteceu? – perguntou se afastando de .
- Tem um cara morto lá dentro. – falou e seguiu para perto da porta.
- Você ta brincando né? – perguntou se sentando ao meu lado.
- Não mesmo. Melhor sairmos daqui. – Disse me levantando. A dor do meu pé já havia diminuído e agora poderia andar, mancando, mas podia andar.
Saímos todos rapidamente, me ajudou a andar enquanto pegava minha mochila e a dele para aliviar um pouco o peso que carregava. Queria tanto sair daquela igreja assustadora.
Seguimos a estrada sem rumo. Até que decidimos parar em alguma casa e pedi informação, mas ninguém queria abrir a porta ou nos atender. Nenhum carro passava por aquela “cidade”, nenhum barulho dava para ouvir, parecia um cenário de filme de Terror. Peguei meu celular para tentar ver se tinha sinal, mas não, nenhum risquinho aparecia no visor, mesmo assim tentei ligar para casa, mas não chamava.
- Como vamos sair desse lugar? Não tem sinal, estamos sem o localizador e acho que ninguém mora nessa merda de cidade. – Falei e lágrimas corriam pelo meu rosto. Ok eu estou desesperada.
- Calma amiga, vai dá tudo certo. – chegou perto de mim.
- Quero meus pais! – Birrei.
A caminhada demorou um pouco mais, pois ninguém queria permanecer naquela cidade estranha por muito mais tempo. Aquela cidade, da qual nem sabia da existência, me lembrava alguma outra que eu já havia visto. Ah sim, agora me lembro, era uma cidade muito parecia com aquela daquele filme que a Paris Hilton (Minha ídola) fez. Puta merda esqueci o nome. Mais tarde eu lembro!
- Seu pé está melhor? – me perguntou. Ele estava caminhando ao meu lado e de o tempo todo. Sempre ficava olhando para meu rosto, provavelmente tentando saber, pelas minhas caretas, se eu sentia dor ou não.
- To bem melhor. – Respondi um pouco mais calma. nos olhava estranho, acho que até sei por quê. Acho que ele nunca havia visto tão atencioso com alguém e principalmente comigo, uma patricinha metida à aventureira. apesar de muito educado, maluco também, sempre fora do tipo de ficar na dele, sem muitas preocupações com o restante do grupo.
- Galera, alguém tem alguma idéia de onde estamos? – perguntou com uma expressão cansada. Seu cabelo estava totalmente arrepiado devido à chuva e os galhos de árvore que enroscavam nos cabelos durante essa maldita trilha.
- Na cidade do filme “A casa de cera” – respondeu mal-humorado.
- Isso! – Exclamei. Todos olharam para mim com cara de quem diz “Isso-o-que?”
- Isso o que criatura? – perguntou.
- Esse nome que eu estava tentando lembrar. – Falei e todos me lançaram olhares de bravos. Acho que eles, por um momento, pensaram que eu sabia onde nos encontrávamos. - Cala a boca . – falou. – Acho melhor continuar a andar porque vá que o fantasma daquele cara da igreja queira nos perseguir. Ai quem sabe ele não possua um de nós e tente nos matar, um por um.
- Amorzinho. – foi irônica, ela estava começando a se irritar de verdade com o pobre namorado. – Se não for ajudar, não atrapalha.
- Ok parei. – Ele falou e a abraçou.
- Vamos andando. pode me soltar, posso ir sozinha agora. Valeu. – falei e ele me soltou. Pegou minha bolsa que estava com e a levou por um tempo também. Dessa vez caminhamos sem parar, acho que já fazia mais de uma hora que caminhávamos.
A paisagem novamente mudou, agora parecia que estávamos numa estrada e ao redor havia apenas um descampado com uma ou outra árvore seca. Era somente grama com lama, nenhuma casa, nenhum hotel. Não havia nada naquele lugar. Como assim, tudo isso existia e eu não tinha conhecimento?
- Galera, eu não agüento mais. – falou com uma cara de derrotado. Agora fiquei balançada e com só. Tadinho ele havia carregado minha mochila por boa parte do percurso e agora confessando que estava cansado. Isso para ele parecia como dizer que Beatles nunca haviam existido.
- Eu também não, quero parar, to com sono e com fome. – Falei tudo rapidamente e logo escutei e concordarem fervorosamente comigo.
- Vamos entrar nesse descampado e fazer uma barraca com essas lonas ai agente dorme e amanhã tentamos encontrar o caminho de casa. – Falou tomando a liderança de . Esse seguiu na frente, não agüentava mais também.
A chuva havia diminuído, agora não passava de uma garoa fina, mas a temperatura havia abaixado mais. estava com o rosto rosado e eu tinha certeza que estava também. Reparei que quando alguém falava fumacinha saia de nossas bocas. Meu corpo começou a tremer, mas tentei me segurar o máximo que pude afinal iríamos dormir logo-logo.
- acho que aqui está bom. – Falei. Era o lugar perfeito, havia um árvore por perto com uma moita na frente (usaríamos de banheiro), o chão era plano e fofo.
Todos nós paramos e começamos a montar uma barraca improvisada com a enorme lona que nos deram. As mochilas foram usadas para apoiar as laterais da nossa “barraca”.
- Preciso mijar. – falou fazendo careta.
- Vai à moita. – respondeu rindo.
- Também quero. – falou .
- Vão os dois juntos então. Só que não façam nenhuma coisa que eu não faria. – disse provocando risos neles.
- Idiotas. – falou antes de sair da “barraca”. Eu, e , estamos arrumando nossos sacos de dormir enquanto , e - Já acabaram de se trocar? – perguntou histérica. – Quero tirar essa roupa molhada.
e haviam voltado de mão dadas do nosso banheiro improvisado. Nem imagino como eles haviam feito suas necessidades juntos. Melhor nem pensar. Porque será que eles estavam com os dedos entrelaçados? Alguma coisa havia acontecido e eu não sabia o que era. A única coisa que sabia é que era boa, boa de mais.
já estava tirando a camisa e as calças sem vergonha nenhuma. Grande coisa, porque ele teria também? Já os vi só de cueca tantas vezes que acho que não poderia contar nos dedos.
- Anda logo . To com frio sabia. –reclamava dessa vez e eu concordei.
- Pronto agora podem se trocar. – falou e ele e os meninos ficaram olhando para nós, e nós apenas ficamos encarando eles. Nunca que eu havia ficado na frente deles só de calcinha e sutiã. Provavelmente as meninas também, acho que até a ainda não havia tirado a roupa para .
- Vocês não vão se trocar não? – perguntou com um sorriso malicioso no canto de seus lábios.
- Com vocês olhando? – perguntou num tom de ironia.
- Sim. – respondeu chegando um pouco mais à frente dos outros meninos e sentando bem perto de onde estava.
- Nem pensar, podem ir para fora. – Falei, ou melhor, ordenei.
- Eu não vou sair de novo. Não vou me molhar agora que to com roupas secas. – reclamou e os outros, por nosso desagrado, concordaram.
- Então virem de costas. – falou. Mas eu sabia que eles não iriam fazer isso. E mesmo que fizessem ele iriam ficar espiando com toda certeza.
Esse papo já estava me estressando, então comecei a tirar meu casaco e minha blusa ficando só de sutiã. Fiquei um pouco envergonhada porque todos estavam me olhando, quando digo todos é porque eram todos mesmo, mas não parei arranquei tudo fiquei somente de calcinha e sutiã. Só que eu havia esquecido de separar minhas roupas secas e então fui mexer em minha mochila para procurá-las e todos continuavam me olhando.
- Que foi? Eles iriam nos ver assim de qualquer jeito mesmo. – Expliquei para as meninas que estavam com cara de “como-assim?”
- Verdade, eu não vou pegar uma gripe agora que eu comecei a namorar. –falou e começou a tirar a roupa também. Os meninos nem se quer piscavam, e sabe que eu até gostei disso, estava olhando pra mim, me analisava de cima a baixo. Gostei de saber que ele estava me admirando. Acho que de certa forma consegui chamar a atenção dele.
e não tiveram escolha e fizeram o mesmo. Depois que todos já haviam se trocado e os sacos de dormir estavam devidamente arrumados era hora de escolher os lugares onde cada um dormiria.
Apesar dos meninos terem colocado os sacos de dormir de um lado e as meninas de outro, eu tinha certeza que iria querer dormir do lado de . Dito e feito, mal havia deitado e ela já estava indo em sua direção. havia deitado ao lado de e sim ela havia apoiado sua cabeça no peito de . Ambos estavam com cara de bobos. e não fizeram diferente, um ficou ao lado do outro dividindo o mesmo cobertor (Só o saco de dormia não aquecia o suficiente para o frio que fazia naquele maldito lugar). veio em minha direção deitou ao meu lado e ficou me olhando. Eu não sabia o que fazer quanto a isso, não sabia se era prudente eu deitar ao lado do menino que amava, não responderia por meus atos. Visto que eu não me movi pegou em minha mão e me puxou delicadamente para baixo, seu toque foi o suficiente para decidir que sim, eu iria dormir ao lado dele.
Deitei-me e logo me abraçou, ficamos de conchinha, seu braço passava por minha cintura e segurava minha mão. Ficou brincando com meus dedos, cada toque eu me arrepiava mais ainda, minha barriga gelava, meu coração disparava. Não agüentei e senti que precisava encarar aqueles olhos que tanto me encantavam. O encarei e ele manteve seu olhar no meu. A lanterna ainda estava ligada e podia ver não tão claramente seu perfeito rosto.
Uns sussurros ainda eram audíveis, já havia passado muito tempo que eu e estávamos naquela posição e nem sequer um minuto desviamos o olhar um do outro. Não sabia o que os outros estavam fazendo, se algum deles já haviam se beijado, se já estavam dormindo ou simplesmente se estavam olhando nós dois.
Por um súbito momento o silêncio prevaleceu e eu pude perceber que a chuva já havia passado. Meu braço começou a dormir e a formigar mudei minha posição contra gosto, mas mesmo assim encarando ele.
- No que está pensando? – sussurrou inesperadamente.
- Em você. – Foi automático. Ele sorriu, suas mão que estava em minha cintura fez um movimento rápido e quando pude perceber já estava colada ao corpo dele, nem um mísero espaço ficou entre nós e ele colou seus lábios aos meus tão rapidamente que assustei. Seus lábios eram quentes, aconchegantes e perfeitos para me aquecer. Nosso beijo se intensificou e assim ficamos por um tempo.
Meus dedos agora já estavam entrelaçados aos deles, eu fazia carinhos constantes em sua mãe e ele retribuía. Separei nossos lábios, novamente a contra gosto, por falta de ar. Levantei minha cabeça um pouco e encarei seus olhos e uma pergunta escapou de minha boca:
- Porque demorou tanto? – Eu assustei quando, depois de muito tempo, meu cérebro processou as palavras que saíram de minha boca.
- Porque estava com medo de você não me corresponder. – Ele respondeu depois de pensar um pouco na resposta, acho que ele estava com medo de dizer alguma coisa que pudesse me magoar.
- Faz muito tempo? – Minhas perguntas não estavam sendo diretas, mas ele compreendia.
- Desde um tempinho depois que nos conhecemos e viramos amigos. – disse e sorriu. Aquele sorriso perfeito me fez corar. Mais nada fora dito naquele momento. me puxou novamente e fungo no meu pescoço. Aquilo me fez arrepiar mais ainda, e senti uma cócega na minha barriga. distribuiu beijinhos por todo meu pescoço e queixo. Eu passava a mão por sua nuca e seus cabelos. Pude sentir seu corpo ficar inquieto. Infelizmente tive que interromper esse ato um tanto quanto estranho para os que viam não tão claramente. Poderiam pensar que estávamos fazendo outra coisa bem diferente.
- , aqui não. O pessoal ta aqui e vão pensar que estamos fazendo coisas um tanto quanto diferente do que na verdade estamos. – Ele sentou e um sorriso um tanto quanto estranho brotou em sua face. Um sorriso cheio de malícia. Eu teria gostado de ver aquele sorriso se fosse em outro lugar, mas não num lugar como aquele nada romântico e totalmente sombrio.
Fingi que não vi aquele sorriso e puxei-o novamente para baixo. Ele deitou com uma cara um pouco de desapontado. Novamente ignorei. Não era uma boa idéia transar com um garoto na primeira ficada. Não que não fosse impossível porque sei que se estivesse em um ambiente um pouco diferente isso provavelmente teria acontecido. Puxei o braço dele e passei por minha cintura novamente ficando na mesma posição inicial.
Já havia se passado das quatro horas da manhã quando eu e ele decidimos dormir. A lanterna permaneceu ligada à noite inteira somente porque e estavam com medo suficiente para tremerem e chamarem suas próprias mães.
Acordei com um selinho dele. Pela primeira vez na vida eu acordei sorrindo, havia esquecido o meu mau humor que era tão constante nas minhas manhãs. nos olhou estranho, provavelmente ele não viu nada do que aconteceu ontem.
Saímos da barraca improvisada. O tempo estava claro, porém nublado, recolhemos toda a bagunça. As meninas foram para trás da moita primeiro que os meninos, pois todos acordaram com vontade de fazer xixi.
- , pode ficar aqui seu tarado. – Pude ouvir chamando o tarado do que tentava nos espiar enquanto fazíamos nosso xixi e nos trocávamos em grupo (Urgh).
- Você não vai ver a mais uma vez somente de calcinha e sutiã. – Ain que fofo o me protegendo de tarados.
- , de um jeito nesse seu namorado. – , comentou e deu um tapa na menina que estava com uma cara de brava. Ela saiu rápido de lá. Nós a seguimos e só pudemos ver ela xingando eles. Esses dois brigam mais se amam. Fato.
Após todos irem ao nosso banheiro natural recomeçamos a caminhada. Tentamos loucamente usar o celular, mas naquele fim de mundo nada era possível com a tecnologia. A estrada agora voltando a ser de terra e ficando cada vez mais estreita. Seguimos por ela. agora estava andando comigo de mãos dadas. , e que estavam atrás de nós ficavam cochichando sobre nós dois. Não era nada absurdo, mas alto o suficiente para e ouvirmos e corarmos.
Muito tempo se passou. Sem chuva e sem sol, e logo achamos uma outra cidade, era um tanto maior e moderna que a outra. O portal da cidade era todo colorido. Até fiquei pensando se não era uma cidade para gays, porque havia todas as cores da bandeira dos gays.
achou uma padaria. Comemos algumas coisas e pedimos para o tiozinho, dono de lá, nos emprestar o telefone.
- Alô,Pai? – estava apoiado ao balcão e nós, o resto, estávamos tentando ouvir alguma coisa da conversa. – Nos perdemos nessa maldita trilha aqui...calma...sim...todo mundo bem...tá...tchau. , ele quer falar com você – estendeu o telefone e o pegou.
- Oi Sr. ...todos estão bem sim...ele não estava mentindo não...ontem de noite encontramos uma cidadezinha estranha mas lá ninguém queria ou podia nos ajudar...agora estamos na cidade que vem logo depois da outra...numa padaria bem na entrada da cidade...aham...pode deixar. Tchau.
- Que bom que meu pai confia em mim. – fez uma cara de desapontado e depois riu.
- Que ele falou? – Perguntei pulando e com um sorriso maior que minha própria cara. - Ele vai ligar para aquele maldito lugar e vão mandar um resgate. È para esperarmos aqui. – disse voltando a mesa e todos o seguimos. Nem acredito que estamos prestes a sair desse lugar estranho.
Sentei no colo dele. me deu um selinho e me aconcheguei em seu peito. Ele estava com uma blusa de moletom que o deixava mais fofo ainda e extremamente quentinho. Fiquei observando a janela, mas não havia nada de interessante que pudesse prender minha atenção por muito tempo. Comecei a encarar os meus amigos e vi que e agora estavam com os dedos entrelaçados e com sorrisos gigantescos na cara, espero que agora esses fiquem juntos de vez. e , como já havia visto ontem realmente estavam ficando. , estava sentada no chão junto a nossa mesa e estava com a cabeça em seu colo. Ela ficava fazendo carinho em sua cabeça e dava selinhos também.
Ficamos esperando por cerca de duas horas até o resgate chegar. Chegou um carro da polícia, uma ambulância, e um carro com o monitor da maldita agência de aventuras. Fiquei pasma ao ver o exagero que o pai do causou. Todos que estavam perto ficaram nos encarando quando nos aproximamos daquele lindo desfile de carros. Provavelmente pensando que éramos alguns criminosos ou algo do gênero.
Chegamos ao ponto de início novamente. O Tiozinho provavelmente estava encrencado porque estava discutindo com um policial e de tempo em tempo lançava olhares horrendos para nós que estávamos indo na direção dos carros dos respectivos pais.
Meu pai nem olhou para mim direito, ele não era totalmente de acordo que eu me metesse nessas encrencas, e ficava meio chateado. Para falar a verdade eu nem liguei para ele, que importava isso agora. Daqui algumas horas ele já estaria normal comigo novamente.
Nada iria estragar o meu humor. Fui até e dei-lhe um selinho demorado. Meu pai nos encarou e não expressava nada em seu rosto por um bom tempo, mas logo ele sorriu para mim. Ele sempre gostou de e não tinha nada contra isso. Minha mãe como sempre estava elegante e lançando sorrisos em nossa direção. A expressão dos pais de não era diferente.
- Até depois . – Falei em seu ouvido.
- Até depois linda. - Ele também disse isso em meu ouvido.
Corri para o carro preto de meus pais e adentrei rapidamente. Chegamos em casa rapidamente. Sandra já havia preparado alguma coisa para eu comer. Comi o mais rápido que pude, tomei um banho e depois fui me deitar. Estava cansada e minha aparência não era das melhores.
Acordei cedo com o meu celular vibrando. Vi que era uma mensagem do .
“Linda tudo bem? Vamos sair hoje? Eu, você e o pessoal? Te amo”
Essa era a mensagem. Simplesmente eu não consegui responder, fiquei olhando para o visor parada, sem reação alguma. Não sei quanto tempo fiquei assim. Resolvi ligar:
- ?
- Linda, tudo bem?
- Tudo sim e ai?
- Bem também. Então vamos sair hoje?
- Vamos, mas onde?
- Sei lá, qualquer lugar está bom, a única coisa que preciso para o lugar ficar perfeito é você do meu lado. – Ok, confesso, gelei.
- Eu também. – solto uma risadinha muito fofa.
- Vamos ao cinema então. – Ele sugeriu.
- Por mim tudo bem. Vamos na sessão das oito ta. Ainda to com sono. – Ri e ele riu também, mas por educação do que qualquer outra coisa.
- Ok, então até lá. Te amo.
- Também te amo.
Corri para minha cama novamente. Me cobri e mil coisas passaram por minha cabeça. Se não fosse por essa experiência e idéia estranha nada do que vivi ontem teria acontecido.
sempre gostara de mim e eu nunca havia percebido, ele sabia como ser discreto, mas como não havia percebido que eu gostava dele também. Achava que isso era tão óbvio. Ele é perfeito, discreto e ainda meio lerdo. A mistura perfeita para a perfeição, pelo menos pro meu gosto.
Como pode depois de tanto tempo, bastou apenas uma noite somente entre amigos e alguns perigos para tudo se acertar, não somente para mim, mas também para meus amigos e amigas. Irônico. Agora deixamos de ser apenas oito amigos e nos tornamos casais. Não oficialmente ainda, mas tenho certeza que muito em breve estaremos com alianças de compromisso.
E como a vida já havia traçado isso para nós, era tão simples enxergar, a eterna paixão de por , mesmo quando eles ainda não estavam ficando, era visível, e não sei porque eles demoraram para se acertar. e era previsível de mais, até mesmo para eles, tanto é que estão juntos a um bom tempo. e têm o mesmo jeito de ser, complicado e perfeitinhos. Agora eu e realmente foi uma surpresa para ambos. Faltou apenas uma conversa direta, nada que umas latas de cerveja não ajudassem, e nós podíamos estar junto já a muito tempo.
Incrível como a vida nos entrega quebra-cabeças fáceis de montar e nós mesmo complicamos. Mas talvez se não houvesse essas confusões amorosas, essa esperança antes de ficar com o cara perfeito, noites em claro pensando em como seria se estivéssemos juntos, acho que o amor poderia não ser tudo o que estou sentindo agora.
Sinto a cada minuto longe dele que poderia ficar desesperada o suficiente para me jogar da janela, que se ele me negasse depois do que passamos na barraca eu poderia morrer, que viraria um vegetal, sem reações e emoções. Ainda bem que ele não me rejeitou, porque amor rejeitado dói muito mais que amor platônico.
Apenas posso dizer, que essas férias, mesmo estando no começo, foram as melhores de minha vida, ou pelo menos por um bom tempo dela. me fez lembrar que a vida é muito mais que apenas pegação, dinheiro e compras. Que a vida é, amizade, fidelidade, companheirismos e sem duvida a vida é Amor.


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N/A: Gente obriga por lerem minha fic. Tipo assim to muito emocionada... essa fic foi baseada em fatos reais que aconteceram comigo! Tipo obviamente os McGuys não estavam lá e nem defuntos neh?!:B Preciso fazer uns agradecimentos rápidos. Mentira nem tão rápidos assim...
Bom primeiramente eu gostaria de agradecer minhas amigas Max, Nanni e Gaby por sempre me darem apoio e me ajudarem a scriptar essa fic. Vocês me deram uma boa parte da inspiração para escrever e dar as características aos personagens! Em segundo, porém não menos importante, quero agradecer minha Beta Cilla, que é uma fofa e topou me ajudar! Obrigada mesmo Flor! E terceiro, agradeço o pessoal do escoteiro de Itu, por me darem a grande idéia dessa fic, foi numa trilha estranha e chuvosa que eu passei por uma aventura parecida! AHh! Flores da minha vida, não esqueçam de comentar, sejam boazinhas ok!! Beijos.

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