Don't Speak.




You and me, we used to be together, every day together, always.
(Você e eu; costumávamos estar juntos, todo dia juntos, sempre.)

Foi assim que tudo começou, exatamente quatro anos atrás, no começo da High School; novas amizades, novos grupinhos, tudo novo. Eu estava sentada sozinha em um dos bancos espalhados pelo jardim da nova escola esperando pela única amiga minha do primário que fora para o mesmo colégio que eu, mas ela estava demorando e eu não me sentia capaz de fazer amizades, sempre fora muito tímida. O que não imaginava é que aquele menino de cabelos castanhos e olhos extremamente chamativos e provocantes; , iria chegar até mim com todo aquele sorriso e se apresentaria.

- Hey, novata? Eu sou , do primeiro ano também, mas pode me chamar de - Ele sorriu, estendendo a mão para mim e sentando ao meu lado, eu apertei sua mão e sorri timidamente olhando aqueles olhos que só faziam mostrar que o conjunto olhar-sorriso dele eram uma perfeita combinação. Era hora de falar algo.
- , ou apenas mesmo. Novata e sozinha. Quer dizer, minha amiga ainda não chegou... - Eu não tinha muito que falar mesmo, mas já comecei com besteira. Senti minhas bochechas queimarem enquanto ria. Devia ter visto.
- Normal o nervosismo de primeiro dia de aula, certo? - Afirmei com a cabeça com medo de dizer algo - Fica tranqüila, eu não vou deixar você sozinha... Q-quer dizer, você e sua amiga, claro, quando ela chegar...
- Obrigada... - Ele gaguejou! Que bonitinho! Ok, eu tinha que parar de começar a imaginar coisas, ele apenas era mais um novato simpático lindo e maravilhoso, nada demais. chegou e logo eu a apresentei à . Conhecia muito bem a minha melhor amiga pra perceber que ela também achara bonito. Fomos os três conversando até uma mesa onde mais três rapazes estavam sentados conversando com duas meninas. Ali eu comecei uma nova fase na minha vida, ali, naquela mesa, estavam as pessoas que fariam parte da minha vida nos próximos quatro anos. Inclusive . Por quem eu me apaixonaria perdidamente.

I really feel that I'm losing my best friend. I can't believe this could be the end.
(Eu realmente sinto que estou perdendo meu melhor amigo, eu não acredito que isso possa ser o fim.)

- Hey, - Ele apenas levantou o olhar do caderno que tinha no colo e olhou para mim sentada na grama abraçando seu violão. Eu queria perguntar pra ele se ele ainda me amava como ele havia dito naquela vez, na metade do primeiro ano...

Eu estava na quadra na educação física, era a aula mais chata do dia. Nem , nem , nem nenhum dos meus outros amigos faziam parte daquela aula, apenas Jullie, a irmã de que andava conosco, mas ela não gostava muito de mim e eu acho que era ciúmes, afinal, ela gostava de e eu passava muito tempo com ele. Eu também gostava de , mas ele não sabia disso, na verdade apenas sabia disso. Eu estava sentada na arquibancada alegando uma suposta cólica para não precisar jogar Handebol. Eu estava começando a ficar boa em atuação com as várias mentiras que eu inventava para matar as aulas de handebol.
- Psiiiiu - Ouvi alguém chamar por perto, mas achei que era apenas barulhinhos - Psiiiiu! , caralho! - Olhei pra trás e vi embaixo da arquibancada me olhando, na hora coloquei a mão prendendo a saia, tipo um shorts, pra que ele não visse minha calcinha.
- ! O que faz aqui? - Ele ria enquanto eu ficava vermelha. Eu adorava o riso de e ele fez sinal pra eu o seguir - Tá louco? Eu tô no meio da aula!
- Você, pelo jeito inventou algo pra matar aula. Aproveita a mentira; pede pra sair e ir, sei lá... no banheiro. Inventa algo! Tô te esperando fora da quadra - Ele mandou beijo no ar pra mim e eu sorri boba esquecendo de dizer que não ia, quando me toquei ele já tinha sumido. Bufei e fui até a professora.
- Professora... A cólica ficou mais forte. Posso ir à enfermaria, pedir pra tomar algo e... sei lá, ficar deitada um pouco, pra ver se passa? - Pedi receosa olhando a professora que me encarava como se buscasse um sinal de mentira, mas eu era uma boa atriz. Ela afirmou com a cabeça e saí da quadra vendo parado de pé, encostado no carro de alguns dos professores, numa pose a lá John Travolta. Na hora, a musiquinha do Grease passou pela minha cabeça e eu fui cantando até ele.
- I got chills, they're multiplying, and I'm looooooooosing control, 'cuz the power you're suplying, it's eletrifying! - Ele começou quando reconheceu a musica que eu cantarolava o ritmo.
- You better shape up, 'cuz I need a man, and my heart is set on you, you better shape up, you better understand, to my heart I must be true... - Continuei a musica sorrindo enquanto ele tentava, fracassando, imitar o John Travolta.
- Nothin´ left for me to do. You're the one that I want, you are the one I want, oh oh oh, honey, the one that I want, you are the one I want - Cantamos juntos o refrão - The one I need, oh yes, indeed - Começamos a rir depois que exagerou no finalzinho da letra e saímos de perto do carro andando pelo pátio da escola até a árvore que geralmente sentávamos na hora do almoço.
- Ok, você não me tirou de uma aula pra cantarmos Grease, certo? - Ele deu de ombros.
- A idéia original era ouvir você cantar What I'm Feeling do Flash Dance enquanto eu imitava as danças da Jeniffer Beals no filme, você sabe que eu danço igualzinho - Ele começou a dançar e eu comecei a rir.
- Sério, . Que foi? - Perguntei assim que ele parou de dançar (e eu de rir) e nos sentamos encostados na árvore.
- Nada, eu só estava matando aula e resolvi ter um pouco de companhia... Pensei em você entediada lá na educação física... - Ele falava como se estivesse com pena de mim e riu ao me ver arquear a sobrancelha.
- Eu estava assistindo o jogo e torcendo para a minha amiga Jullie, ok? - Eu tentei me defender e ele riu mais ainda.
- Claro, sua amiga Jullie que te fuzila com o olhar porque não tem uma bazuca pra realmente te matar...
- Temos nossas desavenças... - Fingi lixar a unha e ele continuou rindo, mas logo parou e ficou me olhando enquanto eu fingia estar interessada na minha unha. Olhei para ele a tempo de ver que ele mordia o lábio inferior e aquilo me causou um arrepio.
- Sério, eu só queria te ver, e ficar sozinho com você... - Ele falou de repente e eu sorri.
- Sozinho, comigo? - Se soubesse como é perigoso o que ele fala perto de mim, se ele soubesse como aquelas simples palavras podiam me causar madrugadas de sonhos...
- É... Eu, sei lá... Queria tirar uma dúvida que eu tenho na minha cabeça... - Ele sentou mais perto de mim e senti seu perfume invadir os meus pulmões. Fiquei tão entretida com os olhos de , que não reparei que a distância entre nossos rostos desaparecia.
- Que dúvida? - Perguntei um tanto rouca. Acho que a proximidade de me fazia perder os sentidos.
- É que, você sabe, desde o primeiro dia de aula, quando eu vi você lá sentada sozinha... Eu pensei que... Bom, eu quis falar com você e ser simpático, só não pensei que pudesse... - Ele mordeu seu lábio inferior novamente com seus olhos voltado pra minha boca - Só quero tirar uma dúvida...
- Então tire... - Falei simplesmente sentindo o nariz de colar no meu, sua respiração batia em minha boca e não tive como não fechar os olhos, senti a mão quente de pousar em meu rosto enquanto as famosas (clichês e bregas) borboletas começaram a dançar um rap no meu estômago, foi a minha vez de morder o lábio e logo em seguida os lábios de grudaram nos meus em um lento selinho, então sua língua apareceu pedindo passagem que eu concedi. Iniciamos um beijo lento, mas delicioso. beijava muito bem, sentia sua língua quente percorrer toda a extensão de minha boca enquanto brincava com a minha e sua mão fazia carinho com o polegar em minha bochecha, eu poderia ficar ali pra sempre. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, mas só sei que quando se afastou de mim com um sorriso, eu queria mais. Ele sorriu e encostou a cabeça na árvore me olhando.
- É, eu estava certo. Sem dúvida nenhuma... - Ele olhou dentro dos meus olhos e passou novamente o polegar pela minha bochecha - Eu estou perdidamente, loucamente, infinitamente apaixonado por você.
- Eu sempre estive... - Fora tudo que eu consegui falar antes dos lábios quentes e doces de me beijarem novamente. Meu coração palpitava, feliz. , o menino mais perfeito do mundo, meu melhor amigo, e que eu amava acima de tudo, estava ali em meus braços, e era totalmente meu.


- ? - me chamou me despertando das minhas lembranças com a sobrancelha erguida. Eu balancei a cabeça e tentei me lembrar de como respirar, depois de quatro anos, aqueles olhos mesmo que distantes ainda mexiam comigo - O que você ia falar?
- Nada... Nada demais... Eu só queria saber se você vai querer ir ao baile de formatura... - Menti. Eu queria perguntar o que tinha acontecido com a gente, porque ele estava distante, porque não parecia que tínhamos passado três anos e meio juntos, sim, três anos e meio de namoro. Mas o que mais me doía, ele não parecia o meu amigo , aquele do primeiro dia de aula, aquele que ajudava em tudo, era como se eu estivesse o perdendo. Eu queria saber o porquê daquilo tudo, mas eu tinha medo de ouvir a resposta.
- Não sei, talvez não... Com esses lances da banda, você sabe que eu não tenho saco pra agüentar bailes... - Ele disse, dando de ombros e eu apenas sorri fraco. Ele não iria ao baile comigo e isso, por mais fútil que fosse, era tudo o que eu tinha sonhado o ano inteiro.

It looks as though you're letting go and if it's real, well I don't want to know.
(E parece que você está deixando acontecer e se isso for real, bem eu não quero saber.)

- Ai , essa escola me cansa, sabia? - estava jogada na minha cama enquanto eu folheava uma revista sem realmente ler o que estava escrito. Eu apenas queria resolver a falta de tato que havia entre mim e , mas não sabia como, então resolvi chamar para passar o dia comigo. O que foi uma péssima idéia. Depois de duas horas falando apenas de , o namorado dela e consecutivamente melhor amigo de , ela finalmente resolvera deitar em minha cama, falar da escola e ouvir música; nada que me ajudasse a distrair - Você e o estão brigados ou coisa assim?
- Não, por quê? - Obrigada . Na próxima vez que eu quiser sofrer tortura, eu chamo a Jullie. Acho que ela é um pouco mais compreensiva.
- Sei lá, ultimamente vocês não andam mais juntinhos, como sempre. Nem vejo o fazendo aquelas coisas que ele fazia pra te agradar... Desculpa falar, , mas parece que você é a única ultimamente ligada naquela relação - Uma pontada passou pelo meu coração e eu senti vontade de chorar. estava certa. estava distante mesmo, eu não era a única a reparar nisso. Olhei para ela e senti a lágrima quente rolar pelo meu rosto, fui até a cama e deitei com ela.
- Eu não sei o que fazer... Ele parece distante, parece que não me ama mais...
- Já tentou falar com ele? - Mordi o lábio lembrando do dia anterior, sentados na grama do pátio enquanto compunha algo. Eu queria falar, mas não consegui. Balancei a cabeça negativamente e virei meus olhos para que me abraçou - Amiga, é melhor vocês conversarem, pode estar rolando algo estranho, você não pode deixar que o que vocês sentem um pelo outro morra, mas também não pode viver esse amor por vocês dois... Você tem que saber como se sente em relação a vocês, agora.
- Mas esse é o meu medo, ! Saber que ele não sente mais nada por mim, que o amor acabou. Eu tenho medo disso! - Olhei minha imagem no espelho da porta, eu não saberia como viver se me deixasse, não queria acreditar nisso, não queria tornar isso real. Se estava deixando o nosso amor morrer, eu não queria saber. Eu não iria suportar saber que isso era real.

Don't speak, I know just what you're saying, so please stop explaining. Don't tell me 'cuz it hurts. Don't speak, I know what you're thinking, I don't need your reasons. Don't tell me 'cuz it hurts.
(Não fale, eu sei o que você está dizendo, então por favor pare de explicar, não me diga, porque machuca. Não fale, eu sei o que você está pensando, eu não preciso das suas razões, não me diga porque machuca.)

Eu ouvia meu celular tocar. Era a vigésima quinta vez que me ligava hoje, eu não queria falar com ele, não depois da cena que eu vi na escola, aquilo ainda martelava em minha cabeça. Eu sabia que algo estava errado entre nós, mas não imaginava que era aquilo, que chegou a esse ponto. Depois de três anos juntos, eu vi abraçando outra, sorrindo e conversando, e eu vi o nervosismo nos olhos dele quando me viu ali parada olhando pra ele. Ele veio atrás de mim me dizer que não era nada do que eu estava pensando, mas eu não queria saber, não queria ouvir. Eu apenas acelerei o passo e sai da escola voltando para a casa. Não queria falar com ninguém, me joguei na cama depois de trancar a porta, ligou e eu não atendi, foi na minha casa e ficou na porta do meu quarto pedindo pra entrar, eu fingia que não ouvia, ele pedia pra se explicar, mas eu não queria ouvir. Doía. Depois de algum tempo, ele desistiu e foi embora, mas continuou ligando. Eu não ia atender, eu não ia ouvir, eu apenas queria ficar sozinha e não pensar. Eu não queria saber o que ele ia explicar, eu não queria saber por que, eu só queria ficar sozinha e sentir aquela dor.

Our memories. They can be inviting but some are altogether, mighty, frightening. As we die, both you and I, with my head in my hands I sit and cry.
(Nossas memórias. Elas podem ser convidativas, mas algumas são completamente, certamente, assustadoras. Enquanto nós morremos, eu e você, com minha cabeça em minhas mãos, eu sento e choro.)

- Hey sweet, o que faz aqui? - estava só de boxer, quando abriu a porta para mim. Ele parecia um pouco confuso.
- ! São quase oito horas! Lembra-se que a gente tem aula e que a gente vai a pé? - nunca se atrasara. Ele parecia abobado, devia ter passado a noite bebendo e jogando videogame com , e , claro. Rolei os olhos rindo e entrei na casa dele e fui subindo até o quarto dele - Você realmente tem que parar com essas noitadas de Mortal Kombat com os meninos em dia de semana, olha só pra você, tá com cara de ressaca e...
- ! Eu... - começara a falar quando me viu estática parada na porta de seu quarto olhando para aquele projeto de prostituta nua em sua cama - Eu posso explicar!
- Eu não acredito no que eu estou vendo - Minha voz saiu falha.
- Eu realmente não lembro de como eu parei aqui com ela, eu... - Ele começou a falar e eu deixei até porque, não saia nada de minha boca, eu estava parada olhando aquela cena - Acho que eu bebi demais, ontem eu e os meninos fomos numa festa, desse pessoal que quer que a gente toque no bar deles. Eles fizeram uma festa e nos chamaram pra conhecer o lugar ontem. E-eu achei que fosse uma coisa mais light, você sabe, mas aí a gente começou a beber, e eu não sei por que eu fiz isso, , de verdade, eu não trairia você, em sã consciência!
- , eu... - Eu queria xingá-lo, machucá-lo, eu queria espancá-lo e dizer o quanto eu odiava ele por ter me traído, mas os olhos de eram os mais sinceros que eu já tinha visto, eu sabia que ele estava falando a verdade. Ele não fazia idéia do que havia acontecido ali, mas isso não tirava o erro dele ter bebido - Você podia ter bebido menos...
- Eu sei, eu sou um idiota mesmo. Por favor , acredita em mim, eu te amo e você sabe disso... - Ele me abraçou, mas eu estava sem reação, a breteira deitada na cama já havia acordado e olhava pro quarto, tão tonta quanto . Ela me olhou e eu lancei um olhar fuzilador pra ela que pegou suas roupas na hora e sumiu dali sem nem olhar para , acho que já estava acostumada com esse lance de acordar em cama de estranhos.
- , eu ainda não acredito que você me traiu - Eu finalmente deixei as lágrimas caírem e eu senti que ele também chorava, era estranho ver frágil, chorando, eu não sabia como reagir aquilo, ele me traíra, mas não fora em consciência. Isso me dava desconfiança sobre as vezes que eu já acordei ele de ressaca; quantas mais podiam ter rolado - Quantas vezes já aconteceu isso?
- Como assim? - Ele perguntou me olhando confuso.
- , essa não é a primeira vez que te pego de ressaca, muito menos a primeira vez que você sai de porre com os meninos por aí... Quantas vezes você já me traiu, bêbado? - Minha voz estava arrastada pelo choro.
- Nenhuma, , você sabe que eu nunca faria isso com você. Essa vez foi a pior de todas, eu juro pra você que ela foi a única e aliás eu nem sei o que aconteceu hoje - Ele parecia nervoso, parecia querer provar isso, eu apenas fechei os olhos e deixei as emoções falarem alto. Abracei e afundei minha cabeça em seu pescoço respirando seu perfume que eu adorava, ele retribuiu meu abraço e afagou meus cabelos me reconfortando - Eu te amo minha pequena, você sabe que eu nunca fazia nada que pudesse te magoar.
- Eu também te amo, ... - E mesmo depois daquilo tudo, nós ainda nos acertamos, e ainda conseguimos ser felizes. era perfeito e eu sabia que podia confiar nele, era só mantê-lo sóbrio. Sorri, limpando as lágrimas e deitei em sua cama, já havíamos perdido a hora mesmo. Não iríamos para a escola, ficaríamos o resto do dia juntos.


- ? - Senti uma mão em minha cintura e eu despertei daquelas memórias que corriam pela minha cabeça, todos os momentos com : bons e ruins. Todas as brigas, as discussões, os beijos, os carinhos. Olhei para a pessoa que me acordara e era , eu sabia que uma hora ou outra teria que encará-lo, mas eu não sabia como reagir. Naquela época, se ele virasse e me dissesse que não havia sido nada, aquela troca de carinhos na escola eu acreditaria, mas agora não. Eu sabia que não era mais o mesmo em relação a mim, eu sabia que não iria durar muito, mais. Mas o que mais me dava medo não era o fato de eu saber que não iria se explicar; era o fato de que ele não queria mesmo me explicar. Ele só estava ali para se certificar de que eu estava bem, não tinha emoção nos seus olhos, não era o que eu fiquei por todo aquele tempo.
- Acabou, não é? Não é mais o que era antes... - Eu consegui dizer, arrastando as palavras enquanto novas lágrimas chegavam aos meus olhos. não disse nada, apenas mordeu o lábio preocupado, confirmando. Deixei as lágrimas rolarem e me abraçou, não dissemos mais nada durante um bom tempo, eu fiquei apenas ali no peito de deixando rolar as lágrimas e lembrando de tudo o que passou nos últimos tempos; nossas memórias, apenas lembranças de hoje em diante, parte do passado.

It's all ending, I gotta stop pretending who we are... You and me, I can see us dying ... are we?
(Está acabado, eu estou parando de fingir quem nós somos... Você e eu, eu posso nos ver morrendo... nós estamos?)

- ! Sai dessa fossa, menina! Já faz duas semanas! - Amanda estava sentada no pé da minha cama e estava parada na porta me olhando preocupada. Fazia duas semanas desde que e eu havíamos terminado. Estava sendo difícil vê-lo todo dia na escola e não falar com ele; eu preferi assim, mas já começava a me arrepender. Sentia falta de , ele era o amor da minha vida, eu o amei por quatro anos e ainda o amava. Depois de tudo, eu ainda o queria; era ele quem eu queria para o resto dos meus dias. Mas ele não sentia mais o mesmo e isso me matava, me consumia, eu não fazia mais nada. Saía da escola, ia pra casa, deitava e passava o resto do dia enterrada nas cobertas, brigando com as memórias. Aquilo já estava começando a ser rotina. e Amanda começaram a ir em casa, às vezes, tentar me animar, mas não funcionava; eu nunca respondia. Na verdade, há duas semanas eu não dizia uma palavra.
- , você tem que superar, em vez de se martirizar pelo fim, lembra dos bons momentos... Lembra disso e fica feliz por ter tido eles, bola pra frente garota: o high school acabou, você vai pra faculdade, vai conhecer zilhões de caras e vai se apaixonar de novo... não é o único no mundo... - Era aí que se enganava. era o único no mundo pra mim; o único que eu queria; o único que eu precisava e as lembranças do nosso passado só aumentavam as feridas, as estancavam, deixavam abertas. Não tinha como me recuperar, apenas de volta me salvaria do meu triste fim, apenas o amor dele. E esse parecia estar morto.

Os dias se passavam e em vez de melhorar, só piorava, encarar os olhos de . E sentir a pena dele era o que mais me doía, às vezes eu me perguntava POR QUE ele tanto me olhava com aqueles olhos de pena, ele conseguira o que queria, não estava mais comigo; podia ser feliz com quem ele quisesse! Por que ele parecia ainda se importar comigo? Por que ele ainda me olhava com aquele martírio no olhar sendo que estava ali, ao lado da menina daquele dia, com quem conversava animadamente depois de me olhar por algum tempo? Se ele realmente gosta dela, porque me machuca tanto demonstrando se importar? Eu tinha que esquecer , eu tinha que parar de sofrer.

- , você vai ao baile com o , certo? - Ela me olhou, assustada por me ouvir falar depois de quase três semanas muda.
- Vou... Vou sim... E Amanda vai com o . Por quê? - Desanimei. Se Amanda tinha par para o baile, eu não iria de castiçal.
- Eu ia falar de ir ao baile com vocês, mas se Amanda também tem par, eu não quero ficar de velão...
- , eu não vou ao baile, não gosto, mas se você quiser, eu posso ir com você... - sorriu. Ele era outro, que sofria como eu; gostava de Jullie, que gostava de . Ele nunca ia aos bailes do colégio, pois não queria convidar nenhuma menina a não ser Jullie, e eu não queria fazer ele ir ao baile só por minha causa.
- Tudo bem, , não precisa fazer isso por mim... Eu não sou uma boa companhia, ultimamente... - Eu tentei sorrir e ele me abraçou de lado sorrindo.
- Hey, , você é minha amiga á quatro anos. Se eu não te achasse uma boa companhia, mesmo estando deprimida assim, eu não iria me oferecer pra ir ao baile com você - Ele continuava sorrindo e isso me contagiou a sorrir também - E outra, quero te ajudar a se animar.
- Ok, então...
- Te pego às oito, gatinha. Esteja pronta para mim - Ele imitou um daqueles garanhões de filmes típicos de sessão da tarde me fazendo rir um pouco. era um amigo legal.
Olhei para o lado ainda rindo e observei . Ele não me olhava mais, mas tinhas os olhos presos em uma pulseira em seu braço, mordi o lábio. Aquela pulseira eu havia dado para ele alguns meses atrás, disse que ela só se arrebentaria se eu deixasse de amá-lo. Eu sorri lembrando daquele momento; podia não me amar mais como namorada, mas acho que daqui um tempo, acho até que pudéssemos ser amigos novamente.


I know just what you're saying, so please stop explaining. Don't speak, don't speak, no. I know what you're thinking, I don't need your reasons; I know you're good, I know you're real good.
(Eu sei o que você está dizendo, então pare de explicar. Não fale, não fale, não. Eu sei o que você está pensando, eu não preciso das suas razões, eu sei que você é bom, eu sei que você é realmente bom.)

Aquela idéia fora estúpida. No que o baile me ajudaria a esquecer ? Um monte de casais dançando músicas lentas da pista da quadra, uma sala fechada com uma espécie de música eletrônica e dois casais de amigos meus felizes. Se não fosse por que tentava me animar, evitando olhar para Jullie com o seu par, eu já teria ido embora faz tempo. Eu tentei me animar com o fato de que não iria ao baile; pelo menos ele havia dito que não. Aquilo poderia me ajudar a me divertir despreocupada de seus olhos mirados na sua nova garota. Mas parece que a Lei de Murphy gostava de me atazanar; estava ali com aquela ruiva desgraçada. Eu tentei respirar, mas era cada vez mais difícil me lembrar como mandar ar para os pulmões, era como se algo os apertasse. A dor voltava a cada momento que eu olhava ; eu já estava me acostumando com ela, mas eu não a queria aquela noite, eu havia ido ali para esquecê-lo. Eu não queria vê-lo com outra, me lembrar que ele tinha outra.

- , se você quiser, a gente pode ir para outro lugar. Eu te levo embora, se preferir... - , como sempre, estava ao meu lado, tentando me acalmar.
- Não, . Eu preciso aprender a conviver com isso, agora. Eu não posso me esconder pra sempre, porque tem outro amor, certo? - Sorri pra ele. Ele me entenderia, ele havia usado aquela frase uma vez, quando falei para ele sobre Jullie.
- Tudo bem... - Ele sorriu e voltou a fitar a menina na pista de dança. Eu olhava e sua mão pousada no ombro da ruiva, aquilo me doía.
- Eu vou lá fora, respirar. - Eu sorri quando ele tentou ir comigo - . Vai falar com a Jullie, pode ser sua última chance...
- Mas... Er, ok - Eu queria ficar sozinha e ele entenderia. Saí da quadra e me sentei no primeiro banco no pátio; estava silencioso, exceto pela musica que vinha ao longe da quadra e da sala eletrônica. Olhei aquela vista da escola e me dei conta de que era o banco que eu havia sentado no meu primeiro dia de aula, totalmente sozinha, esperando por .
- Você tem certeza de que quer ficar aqui? Sentada, sozinha, com esse vestido de ombro de fora e o frio que tá fazendo? - O som da voz de me fez arrepiar e eu fechei os olhos. Mordi o lábio inferior, não sabia o que responder, não queria responder aquelas perguntas idiotas - Sabe, isso aqui me dá uma sensação de Deja vú.
- Eu sei... Pensei nisso, assim que reparei que banco era... - Disse com a voz arrastada sentindo que não demoraria muito a chorar. Estava com ao meu lado, mas ele não era mais meu. Lembrar do meu passado, ainda mais com ele por perto, era demais. Eu não podia aturar.
- Foi nessa escola que eu passei os melhores quatro anos da minha vida... - Ele tinha o olhar perdido entre as construções da escola, seus olhos cheios de nostalgia; eu fechei os meus evitando olhá-lo. Pra que me martirizar ainda mais com a visão, se o olfato já me destruía por dentro com aquele perfume? , por que você não vai embora?
- Eu também... Mas tudo que é bom, sempre acaba não é? - Eu não estava falando do colegial, muito menos do colégio em si, eu falava de nós. Ele me olhou, me analisou como sempre fazia quando eu precisava de apoio e aconchego. Eu senti o amigo ali, naquela hora.
- Talvez fosse melhor acabar... A gente precisa amadurecer muito, antes de firmar algo... - Ele me olhava com os olhos compreensivos, ele estava esperando pelas minhas lágrimas e eu também, mas eu as segurava ao máximo - Pensa que é como se fosse um pause. Você vai pra sua faculdade de jornalismo e eu vou viajar em turnê com os caras.
- Vocês vão entrar em turnê? - Eu olhei para surpresa, e não haviam contado nada para e Amanda, nem para mim.
- Sim, os caras vão contar pras meninas amanhã, eles não queriam estragar a noite do baile delas contando que teriam que terminar... - Ele mordeu o lábio pensativo - Eu pensei em fazer o mesmo, mas só o fato de pensar em terminar de repente com você depois de mais de três anos... Eu não ia conseguir, eu tentei me afastar aos poucos...
- E a ruiva? - Não resisti, tinha que perguntar. Não queria ouvir contar porque e como se afastou e me esqueceu, mas queria saber isso.
- Uma amiga, apenas. Ela me ajuda a não sair correndo atrás de você quando eu te vejo... - Ele rodava os polegares enquanto eu estralava os dedos. Eu estava nervosa, me deixava nervosa - Eu não queria que tivesse acabado daquele jeito, com você achando que eu gostava de outra, mas eu achei melhor. Assim, quem sabe, você me esqueceria mais fácil, talvez. Aquele dia que eu fui a sua casa, eu fui decidido a dizer que eu gostava dela, que era ela o motivo de eu ter me afastado, mas eu não consegui, assim que olhei em seus olhos. Eu nunca soube mentir pra você - Ele me olhou e sorriu - Eu nunca consegui mentir pra quem eu mais amo.

Hush me, hush me darling. Don't tell me, 'cause it hurts.
(Me acalme, me acalme querido. Não me fale porque machuca.)

Ficamos nos olhando por um bom tempo, apenas curtindo aquele momento. Eu não queria estragar tudo dizendo pra que não me importava com ele longe, fazendo turnê, mas eu sabia que eu não agüentaria ficar presa quatro anos naquela maldita faculdade enquanto meu namorado viajava o mundo fazendo shows; logo eles estariam famosos e cheios de fãs, eu não agüentaria de ciúmes enquanto estivesse longe. Se fosse assim, o fim do namoro ia chegar. estava certo, não era o melhor continuarmos juntos enquanto ele estivesse longe, talvez ele também estivesse certo sobre amadurecer... Namoros de colegial nunca duram mais do que o colegial.
Meus devaneios foram cortados pela porta do ginásio sendo aberta por alguém e a música que começara a tocar me fizera fechar os olhos e sorrir, No Doubt - Don't Speak, eu ouvia aquela música quarenta vezes por dia desde que eu e terminamos. Era como se fosse escrita para mim.

- Quer dançar? - estava de pé em minha frente um tanto receoso, como se fosse a primeira vez que me chamasse para algo. Eu mordi o lábio inferior e afirmei com a cabeça, pegando na mão dele e em seguida o abraçando pelo pescoço. Deixamos que o ritmo lento do começo da música nos envolvesse e ficamos abraçados apenas balando os corpos no ritmo da música; a respiração quente de em meu pescoço e o seu perfume invadindo meu corpo, me deixaram inebriada, como sempre fizera nos últimos quatro anos. Eu apenas curtia aquele momento em silêncio, ouvindo a música ao longe e nossas respirações leves, se acalmando - , eu...
- Shhh... Não fala nada... - Olhei nos olhos de e sorri, ele passou o polegar por minha bochecha e eu beijei a palma de sua mão. Não queria ouví-lo dizer que me amava novamente, aquilo poderia tornar ainda mais difícil quando ele fosse embora. Apenas o beijei, uma última vez, deixando que nossas línguas brincassem enquanto fazia carinho em meus cabelos. A manhã seguinte seria difícil, e os meninos partiriam logo pelo fim da tarde e eu não iria vê-los antes de irem. Mas, no momento, o dia seguinte não me importava, enquanto estivesse ali e me acalmasse; nada importaria; apenas nós dois. Como sempre fora.

n/a: [meganamodeon]NHAAAAAAAAAA, eu podia ter feito um final melhor, mas tudo bem. EU SEI que essa fic não é do tipo final feliz. É triste sim, mas eu queria MUUUUITO fazer essa song fic. Sempre morri de vontade de escrever uma song fic com essa música do No Doubt, mas nunca tive a idéia e então essa madrugada me veio a idéia de escrever isso e eu acho que ficou bom. Espero que vocês tenham gostado também e cara, se você ficou triste com o final, por ele ir embora e pá, ela ficar sozinha e bla bla bla... Não se preocupe. Se vocês pedirem, eu faço a continuação. Até pensei numa continuação pra ela, prontofalei ;x Mas antes da continuação, quero que deixem comentários dizendo o que acharam, eu ADOOOOOOOOOOORO críticas. Sério, ouvir uma pessoa dar uma opinião é muito bom, e eu adoro as criticas chatas e legais que fazem das minhas fics. Então pliiiis leitora linda do meu s2, deixa um coment pra mim dizendo o que achou e se deve ou não ter continuação. Sou suuuuper frágil e nescessito de vocês pra ter incentivo ;xx Ok, vamos aos agradecimentos.
1º: Izzy: Essa fic eu escrevi por sua causa então considere-a um presente pra você, surpresa \o/ Foi engraçado, eu comecei a escrever uma fic e me deu vontade de colocá-la no Addiction. Então fui até o classificado de betas fuçar pra ver o que eu achava e confesso que fiquei SUUUUPER insegura na hora de escolher, mas optei pela Izzy. E acabou que eu super-adorei ela. Conclusão: Não mandei a fic pro Addiction, mas ganhei uma amiga *----* E sim, eu quis que você betasse a fic que eu escrevi por sua causa. Eu escrevi por sua causa porque você me mandou uma song fic sua e sei lá, meio que me inspirou a escrever a song fic que eu sempre quis. Então Betty, eu te amo ok?
Babi Dewet: Porque a Babi Dewet? Por causa da SAN! Siiiiiim, a idéia de fazer a song fic inspirada num tipo de despedida do mcguy e a personagem principal veio da parte da SAN II em que os meninos vão embora para Londres (pra quem não leu SAN II fica aí um spoiler chato, desculpa ;x). Então, se eu não fosse uma leitora compulsiva de SAN e se a Babi não tivesse escrito SAN, essa song não existiria, prontofalei!
2º Audrey: Pooo, ela é a melhor cara! Tenho que agradecer a ela! Ela leu TUDO antes de eu mandar pro site e depois deu uma linda critica que pô, me pois no céu. Ela me deu o maior apoio, mesmo agente se conhecendo tão pouquinho pelo Twitter, né xuca? Mas valeu e espero que goste de Dont Touch the Guys tbm *faz figas*
Nathy: Pooooooooo, agente tem as MELHORES viagens quando o assunto é McFly. Agente vai pra Lua canta Stargirl e volta :* Além de que ela lê TOOOODAS as minhas maluquices, sempre. HAHAHAHAHAHAHA A Nathy é minha mais nova paixãozinha poynter que eu já amo s2
(e desculpa povo) e mais importante: DANNY JONES! Cara a minha paixão por esse cara não tem limites, sério. Ele é simplesmente o cara que me inspira a escrever fics, e compor musicas. Sinceramente, eu sou apaixonada por ele mesmo! HAHAHAHAHA, ok já deu pra entender que eu sou né? Sério se não fosse essa coisinha chamada , eu não sei o que eu andaria fazendo nas minhas madrugadas solitárias. Eu te amo, dude.
E quero agradecer também a vocês! Que leram a fic, poo é muito bom poder escrever uma fic e compartilhar com vocês duuuudes e eu espero que tenham gostado, espero coments e quem sabe até novos amigos? ;) Add no msn e orkut e tá tudo ceeerto \o/ AH, sigam no twitter tbm -q Beijos. [/meganamodeoff]

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