- Dimitri, para onde você esta me levando? – perguntou Rose.
- Fique calma e vamos andando. No caminho eu te explico. – respondeu ele.
Os seguiram até o carro da Academia e saíram em direção à estrada. Rose estava cada vez mais nervosa. Será que seria outro dos testes de aptidão que ela teria que fazer? Ela lembrava bem como foi o último, ao chegarem à mansão, havia doze corpos, cinco de Damphirs e sete Morois. Não era uma cena que escapava da mente com facilidade.
-Da para você me dizer de uma vez para onde estamos indo? – reclamou ela com o seu instrutor.
- Acalme-se e relaxe, quando chegarmos você saberá o que irá fazer. – respondeu ele.
- Ao menos você poderia tirar dessa estação de country antigo, nem fora da Academia você varia o gosto.
- Mas isso é o que me acalma, não aquelas músicas da Britney Spears que você tanto ouve. Não sei como é possível relaxar com aquilo, deixa qualquer um em um estado de nervos muito maior do que já se encontrava.
- Realmente, isso vindo do cara que ainda esta nos anos 80, é realmente um fator a ser levado em consideração...
- Não vamos entrar nessa discussão novamente. Roza, você sabe que isso não nos leva a nada. Mas somente hoje eu vou deixar você escolher a estação, só não me deixe louco, por favor.
E como sempre acontecia, no momento em que ele a chamou de Roza, ela relaxou contra o banco e colocou em uma estação que tocava no momento She Will Be Loved, do Maroon 5.
Dimitri olhou para ela e pegou em sua mão, somente soltando-a quando tinha de trocar a marcha. Por todo o resto do caminho eles permaneceram em um silêncio confortável. Apenas se satisfazendo com a presença do outro ao seu lado e deixando todos os problemas que tinham de enfrentar, dentro dos muros da Academia.
-*-*-
Ao chegarem a Great Falls, Rose ficou ainda mais desconfiada sobre o motivo da viagem. Pensava que era para o teste de aptidão, mas no meio do caminho reparou que não seria possível, não sabia de nenhum dhampir que residisse na região...
Dimitri estacionou perto de um centro comercial e logo foi saindo do carro. Rose que nem tentava mais adivinhar o que acontecia, foi atrás dele e logo viu que ia em direção a uma casa de grelhados e saladas. Não entendeu bem o motivo, aquela cidade corria algum risco de ataque de strigois, pois não via outro motivo para sair da Academia. Apesar de que tomar um sol depois de tantos dias ficar observando somente a lua, era realmente reconfortante.
Dimitri pediu uma refeição para cada um deles e foi se acomodar em uma mesa. Rose sentou-se junto dele e o olhou de forma interrogativa.
- Esta bem, o intuito da viagem é um tempo para descanso. Eu sei muito bem que todas essas horas dentro da Academia não tem sido fáceis para você. Depois da volta da viagem, onde você ficou sabendo como é realmente um ataque de strigois, e todas as perguntas que eu venho observando serem feitas a você, além de toda a pressão que os professores estão fazendo em cima de você e o modo como anda reagindo à elas, percebi que precisava de um tempo. – respondeu ele à pergunta muda. – Hoje você tem o dia para relaxar, fazer as compras que eu reparei que você tanto queria e no final da tarde estaremos pegando a estrada de volta.
- Sério? Isso realmente não é algum tipo de treinamento especial e tudo mais só porque eu fiquei dois anos fora da Academia e preciso me recuperar e atualizar?! – responde Rose.
- Não. Agora coma porque você vai precisar da energia.
Depois de ambos terminarem a refeição, andaram por todo o centro comercial com Rose entrando em lojas de departamentos, vestidos, maquiagem e até mesmo em uma de lingerie para provocar Dimitri.
Perto das 16 horas, foram deixar todas as compras no porta-malas do carro e Dimitri disse que tinha um local onde queria levá-la. Rose que adorou a idéia inicial dele de tirá-la por um dia de sua rotina, pensou que nada mais poderia surpreendê-la.
Ao pararem em frente a um balcão, Dimitri pediu ao atendente:
- Um par de patins 44 e outro 37, por favor. - quando Rose ouviu o pedido, não acreditou no que estava acontecendo. Ele realmente tinha levado-a para patinar no gelo. Não era algo que ela fizesse com freqüência, mas sabia se virar.
- Vamos lá, Roza. Coloque seus patins, esse é a nossa última parada do dia. – disse Dimitri.
- Ainda não estou acreditando! Quando vamos poder fazer isso de novo? – pediu Rose.
- Será muito difícil termos outra chance igual a essa, então vamos aproveitar o final da tarde.
Ambos trocaram seus sapatos pelos patins e entraram no ringue de patinação no gelo. Rose logo saiu deslizando e rodopiando rapidamente, enquanto Dimitri apenas ia devagar. Ele gostava de assisti-la se divertindo, fazia com que suas preocupações se acalmassem por um momento e seu coração relaxa-se.
Depois de muito ver Rose se divertindo, Dimitri puxou-a pela cintura e começou a deslizar lado a lado com ela. Rose adorou o momento que estava tendo com ele, era difícil vê-lo sair do modo guardião e simplesmente curtir sem preocupações, acabou por relaxar e encostar a cabeça contra o ombro dele, onde este fez um carinho em seu cabelo.
Ao ver que o por do sol estava chegando ao final, Dimitri fez Rose rodopiar em seu próprio eixo, e ao final a abraçou pela cintura e deu um suave beijo em sua boca.
Rose se surpreendeu ao primeiro momento, mas logo se deixou levar, afinal não era todo o dia que a iniciativa partia dele. Aproveitou o beijo, que a seu ver fora rápido demais, mas quando parou para observar, o sol já havia se posto. Aproveitou para dar um último selinho nele antes de saírem do ringue.
- Você sabe o quão difícil será disse acontecer novamente. – falou Dimitri em relação ao beijo.
- Eu sei, mas não custa aproveitar as oportunidades que são oferecidas. – respondeu Rose.
- Roza, Roza, cada dia me surpreendo mais com você.
- Eu sei, afinal, preciso manter um cara interessado. – respondeu ela, dando uma piscadinha.
Dimitri soltou uma risada e após colocarem seus sapatos se direcionaram ao carro.
Retornaram à Academia e a partir do momento em que atravessaram os portões voltaram a ser o Dimitri-guardião e a Rose-aluna. Guardando os momentos passados em um lugar especial no coração, mas que não seria observado por mais ninguém.