Finally Awake
por Bells Tucholski



- Cadê a , ? - perguntou, a mesma pergunta que ele fez nas outras 'sociais' em sua casa.
- Está trabalhando, como sempre, . - disse bufando.
- Dude, 'tá ficando cada vez pior, né? - dessa vez foi quem falou.
- Aham! Eu não estou aguentando mais, sério mesmo. Acho que vou pedir um tempo para ela, se eu conseguir, claro. - disse com um suspiro.
- Porra, mas vocês se amam, dude. Você não pode acabar com o namoro de vocês que já dura oito anos! - se pronunciou pela primeira vez desde que chegara.
- Eu sei, dude, mas eu não aguento mais! Eu e a não temos um tempo mais para nós, eu falo com ela por bilhetinhos! Quando ela sai pro trabalho, eu estou dormindo, quando ela chega, eu estou dormindo. Não dá mais para suportar, por mais que eu a ame, não dá mais! - ele falou, convicto.
- Cara, eu sempre falei pra você segurar as pontas e seguir em frente, você sabe que ela te ama e que não é total culpa dela essa situação. - falou.
- Eu já falei pra ela mais de mil vezes, pra ela largar aquele trabalho explorador, que nós temos dinheiro o suficiente para viver uma vida sofisticada por uns cinco anos! Mas ela sempre diz que não quer viver sustentada por mim, porque ela é uma mulher batalhadora etc. Eu já cheguei a dizer à ela que o trabalho é mais importante do que eu para ela e o que ela fez foi bufar e se trancar no quarto, me fazendo dormir na sala!
- Sua situação é pior do que eu imaginava. - disse, dando dois tapinhas no ombro do amigo.
- Concordo! - falou.
- Mais um! - dessa vez. - Mas como seu amigo, eu devia te dar aqueles mesmos conselhos de sempre, para você suportar essa ' trabalhadora' e seguir em frente, mas, dessa vez, eu vou ser diferente. Se você realmente acha que vai te fazer bem esse tempo, vá em frente, eu quero só o seu melhor!
- Obrigado, cara, eu acho que é isso que eu vou fazer mesmo. - disse, caminhando pela porta. - E tudo isso agora, que eu ia pedi-la em casamento...
- Tenta aguentar mais um pouco, cara, não quero te ver daquele jeito que você ficou quando você e a terminaram por três dias. Quem sabe ela muda... - falou.
- To esperando ela mudar há dois anos, quando ela começou a trabalhar. - falou, abrindo a porta. - A gente se vê, dudes. - e saiu.
- Falou. - disseram os outros três em uníssono.
- Tomara que o mude de idéia... - disse com um suspiro.
- Tomara mesmo. - e disseram juntos.


'S POV


Cheguei em casa duas e meia da manhã, como sempre, e dessa vez encontrei o acordado.
- Oi, amor, o que está fazendo acordado? Estava me esperando? - falei com um brilho nos olhos de felicidade. Era raro encontrá-lo me esperando acordado.
Eu nunca tinha tempo para o e me sentia mal por isso. Era horrível vê-lo somente nos fins de semana, e quando via. Estava cansada do meu trabalho já, mas não conseguia largá-lo, tamanha era a minha paixão por ele. Eu amava o meu trabalho, mas com certeza amava muito mais, era isso o que eu pensava, mas minhas atitudes eram contrárias. Já havia refletido várias vezes quando o me falava para largar o trabalho e vivermos do dinheiro dele do, já inexistente, McFLY. A questão não era amar mais meu trabalho do que , isso jamais será verdade, é só questão de orgulho. Odeio ser orgulhosa, mas não consigo mudar.
- Estava... – eu sorri e ele continuou. – Mas eu te esperei porque eu quero conversar sério com você. – meu sorriso desmanchou e ele suspirou.
- Não é sobre o meu trabalho de novo não, né? – falei suspirando e ele negou com a cabeça. – É sobre o que, então?
- Senta. – dei a volta no sofá e sentei-me ao lado dele. Ele segurou minhas mãos carinhosamente e eu pude notar um brilho diferente no olhar dele, como se ele estivesse prestes a chorar.
- Fala, amor. – eu disse, aflita.
- É sobre nós, . Eu não aguento mais a nossa situação. – ele falou e eu já comecei a chorar, sabendo o que viria a seguir. – Eu quero ter...
- Por favor. – eu coloquei um dedo em sua boca carinhosamente, impedindo-o de falar. – Não termina comigo, meu amor. – eu já estava aos prantos nesse momento. – Por favor, eu não posso viver sem você, você sabe disso! – ele retirou meu dedo levemente de sua boca e segurou novamente minha mão.
- Não parece ser verdade isso o que você acabou de me dizer, . - ele também chorava, só não estava como eu.
- Por q-que não? Eu te amo mais do que a minha própria vida, !
- Pelo simples fato de você viver mais com os seus pacientes do que comigo! Eu estou cansado de ser seu namorado só nos fins de semana, . Eu não quero isso. Eu quero você de segunda a domingo, 365 dias por ano, 24 horas por dia! E você não me ama mais do que sua própria vida. Você sempre disse que seu trabalho era sua vida e você não pode largá-lo nem por um momento que seja por mim! – ele disse, exaltando-se um pouco, mas não parando de chorar.
- Mas você me tem durante todo esse tempo, ! E é claro que eu te amo mais do que meu trabalho! É por você que eu saio de lá sorrindo, porque finalmente eu vou poder te ver, nem que seja dormindo.
- Não mesmo, . Eu te tenho por dois dias, quando você não está de plantão nos fins de semana!
- Perdão, amor, eu juro que eu evito os plantões e tudo mais, mas, por favor, eu te imploro, não termina comigo.
- Você sempre diz isso, . Mas dessa vez eu já tomei minha decisão, vou dar uma volta agora, ok? – ele se levantou, mas eu o puxei de volta, dando-lhe um beijo. Ele correspondeu com a mesma intensidade, mas eu sabia que aquele seria o nosso último beijo. cortou o beijo e me abraçou forte.
- Eu te amo mais que tudo nessa vida e você sabe disso, mas eu não posso continuar assim. – ele não me deu tempo para responder. Quando vi, ele já havia saído pela porta. Sentei no chão e desatei a chorar, minha vida havia perdido totalmente o sentido, agora que havia partido.


Ouvi um barulho de porta e acordei, notando que já havia amanhecido. Quando vi parado na porta olhando para o meu corpo deitado no chão, eu sorri.
- Foi tudo um sonho? – eu disse sorrindo.
- Não, eu vim pegar minhas coisas. – meu sorriso desmanchou e o segui até o quarto, já chorando.
- Aonde você vai morar? – perguntei parada na porta enquanto o via pegar uma mala.
- Na casa do até achar um apartamento por aqui, ou talvez eu volte para . – ele disse sem ao menos virar para me encarar e começou a colocar algumas roupas dele na mala.
- Não volte para , por favor, eu não posso suportar a nossa separação, se você mudar de cidade, eu não sei o que será de mim. – eu disse, abraçando-o pelas costas.
- Você não devia estar no trabalho? – ele se soltou de mim e continuou a pôr as roupas na mala. Pude notar uma lágrima caindo do olho dele, mas ele a limpou rapidamente.
- Devia, mas não tenho forças nem motivação para trabalhar hoje, vou ligar pra lá e dizer que estou doente.
- Você devia ir pro trabalho, se distrair. – ele disse, tentando parecer indiferente.
- Me distrair do quê? Eu não tenho mais nada desde que você saiu por aquela porta ontem à noite. – eu disse, dando de ombros.
- Pare com isso, ! – ele disse, ficando bravo.
- Parar com o que, ? – falei.
- De me fazer sentir pior do que já me sinto por ter terminado com a mulher que eu amo. – ele falou, voltando ao normal.
- Por que você não volta com ela, então? – falei, tentando sorrir.
- Porque eu não posso aguentar viver com e ao mesmo tempo sem ela. Agora terei que me acostumar a viver somente sem ela, mas será fácil, já que faz duas semanas que eu não a vejo por causa dos plantões nos fins de semana. Agora não terei mais que dar explicações sobre o seu trabalho quando meus amigos me perguntarem onde você está. – nessa hora ele já chorava também.
- Eu largo tudo por você, . – disse, segurando as mãos dele, ele as soltou rapidamente.
- Não adianta, . Essa é sua decisão por hoje, mas quando eles ligarem vai tudo voltar ao normal. – ele disse, fechando a mala e seguindo para a sala.
O telefone tocou.
- Alô? – eu atendi. – Oi, Marty. – olhei de relance para e o vi revirar os olhos.
- Precisamos de você aqui agora, um acidente feio ocorreu.
- Ok, já estou a caminho, Marty. – não ouvi a resposta dele ao ouvir o barulho da porta e ver que já havia partido. Desliguei o telefone e desatei a chorar.
Chorei por uns 10 minutos somente ao receber outra ligação do hospital perguntado se eu já estava a caminho. Eu tive que ir trabalhar, já que havia dito a ele que iria.


’S POV OFF


Haviam se passado um ano e três meses desde aquele dia em que havia partido. estava um ‘caco’, trabalhando por mais tempo que podia, tinham dias que ela sequer dormia em casa e tirava um cochilo no hospital. Não havia se envolvido com nenhum outro homem, não parava de pensar em . Às vezes, o trabalho conseguia distraí-la, mas isso durava apenas alguns minutos.
Durante esse tempo, saiu mais do que devia, ficou mais bêbado do que devia, transou com mais mulheres do que devia, pensando em . Até que um dia resolveu parar com isso e entrar em outro relacionamento. Ele sabia que não amava , mas preferia se enganar. Ela sabia de e estava disposta a fazer com que se esquecesse dela. Sabia até que não a amava como ela o amava, mas mesmo assim estava ali pronta para fazer isso acontecer.


’S POV


Estava no hotel esperando chegar para sairmos. Hoje completávamos quatro meses de namoro. Ele parecia estar esquecendo , mas eu sabia que ele nunca ia fazê-lo por completo e eu o respeitava nisso, sei de tudo o que eles passaram e oito anos de namoro não se esquecem tão fácil. A campainha tocou e eu levantei, indo atender.
- Oi, amor. – eu disse, dando um selinho nele.
- Hey, baby, está linda hoje! – ele sorriu.
- Obrigada, querido, você também está. Agora vamos logo porque eu quero saber onde você está me levando. – ele riu e balançou a cabeça, concordando.
- Ok, vamos lá. – ele abriu a porta para eu entrar e seguiu para o outro lado, para o banco do motorista.
Ficamos conversando durante o caminho, até ele parar em frente à Torre Eiffel e subirmos para o restaurante que ficava no topo. Estávamos passando a semana em Paris. Vivíamos viajando, já que nenhum de nós trabalhava.
- Aqui é lindo, amor! Você sabe que eu sempre quis vir aqui, né? – eu disse com os olhos brilhando e lhe dando um selinho.
- Eu sei, foi por isso que eu te trouxe aqui. Vem, estou faminto. – eu ri e ele me puxou para a mesa que estava reservada para nós e logo pedimos o que iríamos comer.
- O que você queria me dizer, amor? – disse enquanto aguardava os nossos pratos chegarem.
- Pensei que você não fosse perguntar. – ele sorriu de lado e pôs a mão no bolso, tirando uma caixinha vermelha, eu sorri abertamente. – Sem mais delongas, quer se casar comigo, ? – eu sorri mais ainda e me levantei, indo abraçá-lo.
- Ainda tem dúvidas? Claro que sim, meu amor. Eu te amo tanto! – falei entre lágrimas, quase o sufocando.
- Eu também te amo, amor! – eu o larguei completamente com o choque. Era a primeira vez em que ele dizia que me amava. – O que foi? – ele perguntou, assustando-se.
- Você disse que me ama? – eu disse sorrindo.
- Sim, por quê? – eu não o respondi, só o abracei e lhe dei um beijo apaixonado. Separamo-nos ao ouvir o pigarro do garçom que já havia chegado com o nosso jantar. Ficamos conversando durante o jantar e depois fomos para o hotel ter uma noite daquelas.

Três meses depois daquele jantar, eu já estava na ‘sala de espera’ para poder, enfim, me casar com . Durante esse tempo, eu e havíamos melhorado nosso relacionamento, mas eu ainda podia ver um vazio no seu olhar sempre que o nosso assunto acabava. Eu sabia que ele estava pensando em e não queria que ele se casasse comigo pensando nela ainda, por isso eu mandei um convite do nosso casamento à ela.


’S POV ON


Hoje faz exatos três meses que eu havia me demitido do hospital. Eu estava com 25 anos, com cara de 40, exausta. Estava com um pote de sorvete no colo e segurando o convite, que havia recebido uma semana atrás, nas mãos. Li aquele bilhete várias vezes, não conseguindo saber de quem era aquela caligrafia.
“Esta é a sua última oportunidade de tê-lo, por favor, não falte.”
Era o que estava escrito no bilhete. Era hoje o casamento da tal com o . Eu sabia que ele estava noivo, me deixava a par de tudo sem que soubesse. Eu estava quase desistindo de no dia em que recebi esse convite.
Eles já deveriam estar se casando a essa hora e eu só comendo sorvete. Então, ouvi um latido de Puppy, meu companheiro desde que partiu. Com o susto, acabei jogando o convite no chão e ele foi para embaixo do sofá, agachei-me para pegá-lo, mas me deparei com outra coisa além do convite. Era uma caixinha preta de veludo, abri e pude reconhecer a caligrafia de junto de um anel de brilhantes.
, quer se casar comigo? Já que nunca te encontro, resolvi pedir assim mesmo. Hahaha. Eu te amo para sempre, minha pequena, nunca me deixe ir, corra sempre atrás de mim, tá? Como se algum dia eu fosse ir embora e deixar de te amar. Com amor, .”
Eu só consegui rir com aquilo ao perceber o quanto eu fui tonta. Ele nunca havia partido, sempre esteve ali me esperando.
Levantei-me, peguei minha bolsa e a chave do carro e saí do jeito que estava, de calça jeans surrada e um moletom qualquer. Segui para o endereço que estava no convite. Ao chegar lá, desci do carro e abri as portas da Igreja sem nem me preocupar com o que os convidados iriam pensar. Pude ver olhar espantado para mim e também, mas logo depois ela sorriu ao notar que era eu.


’S POV ON


O padre havia acabado de perguntar o típico “Se há alguém aqui que é contra esse matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre” quando a porta da Igreja se abriu e eu pude ver ali parada. Ela parecia ter envelhecido uns 10 anos desde o dia em que eu fui embora, mas ainda estava linda.
- O que você está fazendo aqui? – perguntei confuso.
- Eu vou ser direta e não quero que me interrompa, ok? Eu sei que não deveria estar aqui, porque esse dia nunca deveria ter chegado. Eu sempre disse que o amava mais do que meu trabalho, mas nunca agi de um modo que isso parecesse verdade. Mas o grande fato é que isso sempre foi verdade, só que meu orgulho não me deixava sair do meu trabalho e ficar sendo sustentada por você. Durante quatrocentos e cinquenta e sete dias, eu fiquei trabalhando que nem uma doida, com semanas inteiras passadas no hospital sem ao menos ir para casa. Não queria ficar em um lugar onde tudo me lembrava você, . Mas eu estava me cansando dessa vida, então, há três meses eu resolvi me demitir. Durante esses três meses eu fiz coisas que sempre quis fazer, como passar um dia inteiro em um SPA e até pular de asa delta, mas essas coisas eu disse que faria com você, então tudo o que eu fazia me lembrava você. Foi com você que eu construí minha história e planejei meu futuro, mas não soube escolher direito. – falava da porta da Igreja, chorando e parecendo uma louca, mas estava linda assim.
- Eu... – comecei a falar e me interrompeu com um ‘Shhh’. Calei-me e prosseguiu.
- Uma semana atrás eu recebi o seu convite de casamento e praticamente entrei em depressão, liguei pra no mesmo momento pedindo uma explicação, perguntando o porquê de ele não ter me dito que você estava se casando. Ele foi lá para casa, me consolando, como fez nos últimos um ano e seis meses. Enquanto ele estava lá, eu reparei em um bilhete que havia dentro do envelope e não reconheci a letra, no bilhete estava dizendo que esta era a minha última chance de ter você para sempre. Fiquei encarando aquilo por uma semana e não pretendia vir ao seu casamento, porque para mim, se você estava se casando, já havia me esquecido. Isso era até hoje, quando eu deixei o convite cair e encontrei isso. – ela mostrou a caixinha com o anel que eu havia comprado para ela no dia em que a deixei. – Com um bilhete seu dizendo para eu nunca deixar você ir e sempre correr atrás de você, e cá estou, bancando a idiota em seu casamento. Eu não vim aqui para pedir que você largue tudo agora e corra para mim, porque não é isso o que eu quero. Eu só queria dizer que eu te amo mais do que tudo nessa vida, acima de qualquer emprego idiota que eu possa voltar a ter um dia. Eu te amo e nunca deixarei você ir do meu coração, lá você permanecerá para sempre. – aos prantos, ela sorriu e se virou, eu a vi saindo e fiquei sem reação. Olhei para em minha frente, que sorria feito boba.
- Ela demorou para chegar... – ela sorriu atrás das lágrimas que saiam de seus olhos.
- Você...? – perguntei abobado.
- Aham. Agora vai lá, você também a ama, o que ainda está fazendo aqui? – ela sorriu mais ainda, me fazendo sorrir também.
- Eu nunca menti ao dizer que te amava. – dei um beijo na testa dela e saí correndo atrás de , que estava quase entrando em seu carro.
- !– eu gritei, fazendo-a olhar para mim espantada e sorrir logo depois. Corri até ela sem prestar atenção na rua, até ouvir um grito dela.
- , CUIDADO! – olhei para o lado e a última coisa que eu vi foi um carro vindo em minha direção. Eu já não sentia mais nada.
- ! – foi a última coisa que eu ouvi antes de seguir aquela luz branca que pairava diante de mim.


’S POV OFF




- ! – gritou e acordou assustada. Olhou para os lados espantada e tudo o que viu foi um lugar vazio ao seu lado na cama. Levantou assustada procurando por ele em seu banheiro primeiramente e depois seguindo para a cozinha correndo, trombando com alguém no caminho.
- , você está bem? Ouvi o seu grito e me preocupei! – a pessoa falou, ajudando-a a levantar.
- !– gritou mais uma vez e abraçou a pessoa. – Que bom você está aqui, amor. Eu tive um pesadelo horrível! Você ia embora e se casava com outra e... – não a deixou terminar de falar, calando-a com um selinho.
- Calma, amor, eu estou aqui e não irei embora e muito menos me casarei com outra. Eu te amo, ok? Nada vai mudar isso!
- Promete? – chorava.
- Prometo! – sorriu e sorriu junto. – Agora vamos tomar café, tenho uma surpresa para você na festa na casa do depois do seu trabalho...
- Não vou trabalhar hoje. – ela disse, seguindo-o.
- Por que não? – ele olhou-a espantado.
- Porque foi por causa disso que você foi embora no meu sonho. E porque esse sonho me fez finalmente enxergar o que eu quero, e eu quero ter mais tempo para você e o trabalho me impede, além do mais, temos dinheiro o suficiente para viver uma vida sofisticada por uns cinco anos. – falou, convicta.
- Ok, senhora-eu-amo-meu-namorado-e-largo-tudo-por-ele, vamos tomar café. – falou se achando e riu, logo foram tomar café. Esse dia passou com os dois em casa se amando o dia inteiro, sem desgrudar um do outro nem para atender ao telefone.


À noite, na casa de .


- Cadê a , ? - perguntou, a mesma pergunta que ele fez nas outras 'sociais' em sua casa.
- Estou aqui. – apareceu atrás de , sorrindo.
- Olha quem está aqui. Não é a Sra. Trabalho-cem-por-cento? – falou, achando graça da própria piada.
- Hahaha, idiota! – deu um tapinha nele e saiu para cumprimentar e , que estavam na sala com suas respectivas namoradas e a namorada de .
- O que aconteceu, dude? – perguntou quando se retirou.
- Ela teve um pesadelo e disse que ia largar o trabalho, porque lá eu a abandonava e me casava com outra por causa dele e resolveu se demitir. Coisa de doida! – riu, indo para sala e fez o mesmo.
O jantar ocorria bem, até a hora em que pediu a atenção de todos ali presentes.
- Hoje completam 8 anos e 10 meses que eu estou com a mulher da minha vida, . – falou e todos sorriram, deixando sem graça. – E hoje, diante todos vocês, eu queria fazer um pedido a ela, que vai mudar as nossas vidas. – puxou a mão de , fazendo-a se levantar e se ajoelhou diante dela. – , você aceita se casar comigo?
- Você ainda tem dúvidas? Eu larguei meu trabalho por você. – ela disse séria, o que fez se assustar um pouco, depois ela riu, levando todos ali presentes a rir junto com ela. – Claro que aceito, bobinho!
se levantou e entregou uma caixinha à , abraçaram-se e se beijaram apaixonadamente. Ela abriu a caixinha e pode ver um bilhete escrito:
, quer se casar comigo? Já que nunca te encontro, resolvi pedir assim mesmo. Hahaha. Eu te amo para sempre, minha pequena, nunca me deixe ir, corra sempre atrás de mim, tá? Como se algum dia eu fosse ir embora e deixar de te amar. Com amor, .”
Ela terminou de ler e riu, lembrando-se do sonho, e olhou pra ele.
- Eu não esperava te encontrar hoje de manhã. – ele disse sem graça, fazendo sorrir.
- Eu nunca te deixarei ir, aconteça o que acontecer. Você será meu para sempre, .
- E você será minha para sempre, . – eles sorriram e se beijaram, fazendo todos ali presentes bater palmas.
- Ei, gente, vão para o quarto! – disse, fazendo todos rirem novamente.
- Idiota! – todos disseram em uníssono e voltaram a rir.


’S POV ON


Já se passaram 5 anos, desde esse dia. Eu e estamos juntos ainda e temos dois filhos lindos, Sophie de 4 anos e Peter (n/a: olha você, Pedro Henrique hahaha) de 3 anos. Estamos vivendo às custas do dinheiro de até hoje e não nos incomodamos com isso. Às vezes, eu faço uns bicos no hospital, mas nada definitivo. Estou feliz assim, com a minha família. Não posso jamais me imaginar longe deles. Só tenho a agradecer por aquele sonho que eu tive, que me fez acordar para vida. Quando finalmente eu acordei e pude recuperar o meu futuro ao lado de que eu estava desperdiçando. Eu nunca havia me sentido assim antes, eu sei que eu estou finalmente acordada. Porque , Sophie e Peter são tudo o que eu estive esperando a minha vida toda. E agora eu sei que estou finalmente acordada para presenciar tudo isso.
Despertei de meus pensamentos ao ouvir meu cantando:
- And I’ve never felt like this before, I know I’m finally awake, finally awake. 'Cause you’re just what I’ve been waiting for, I know I’m finally awake, finally awake.
(E eu nunca me senti assim antes, eu sei que estou finalmente acordado, finalmente acordado. Porque você é simplesmente o que eu estive esperando, eu sei que estou finalmente acordado, finalmente acordado)

FIM


n/b: Oi gente! Tudo bom? Só passando pra avisar/pedir que se vocês encontrarem algum erro, seja ele qual for, me enviem um e-mail [paulabrussi@gmail.com], ou um tweet indicando o erro e o nome da fic. Lembrando que é para enviar para mim, e não para o site. Um beijão pra todas, e obrigada! =]

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