Fic by: Blue Zebruda! | Beta: Lilá

Sozinha, por mais uma vez. Aquilo doía muito mais do que deixava que as pessoas percebessem. A cama de casal pedia por mais um corpo além do seu. Aquilo era doloroso demais. Sozinha no escuro apenas sobre a luz do luar. Ela gostava de observar as pessoas sobre a luz da lua, vê-las dormirem, sorrirem ou apenas observar todos os seus movimentos. Seu lado estava vazio, ela tinha que ocupar o meio da cama para não parecer a ela que era tão grande. Sua solidão era grande. Aquilo era injusto. Ela estava lá, querendo que um corpo ocupasse o lado vazio, querendo observar alguém sobre a luz do luar, querendo se sentir feliz por isso, querendo se sentir finalmente amada. Ela estava lá, tão sozinha quanto os últimos anos. Esperando que alguém a salvasse do fundo do poço. Esperando que ele a salvasse.
Ela sabia que ele a salvaria, mas era tão difícil de aceitar que era ele a única pessoa que poderia salvá-la.
Depois da noite passada, se tornava evidente para ela que ele era o único que a salvaria da sua própria destruição.
Ela estava com medo. Com tantos desconhecidos no mundo, ele não podia ser o escolhido.
Não o seu melhor amigo.
Não .

Ele se virou por mais uma vez na cama. Inquieto, não conseguia dormir. Ela, era tudo culpa dela. A dor em seu peito, a angústia amarga dando espaço ao desespero apenas com o pensamento de que talvez pudesse não vê-la mais. Uma semana havia se passado, ela não saía de sua cabeça por um segundo sequer. Era tudo sobre ela e sobre a noite que tiveram. Noite com a qual ele sonhara por anos, noite que ele queria que se repetisse por muitos anos. Como ela não conseguia enxergar que ele era tudo o que precisava? Que ele sempre fora o que ela precisara. Ele sempre esteve lá por todos esses anos, notável demais como melhor amigo, invisível o suficiente para que ela nunca percebesse que ele sempre fora o que ela procurara.
Sensível demais ela o provara. Ela finalmente havia se rendido a sua dor, procurando no único em que não procuraria o conforto que precisava. Rodeada de pessoas, mas solitária demais. Ela fingia ser forte, mas pra ele era transparente como um cristal. Ela era um cristal. Frágil demais, facilmente de ser quebrada. Ela estava despedaçada por dentro, gritando desesperadamente por socorro. Ele era o único que ouvia, mas ela não queria que ele a reconstruísse.
Ela buscava ajuda em um desconhecido que esperava que aparecesse e a salvasse, não nele.
Ele que esteve lá por todos esses anos, que estava disposto a sempre salvá-la.
O melhor amigo dela.
O melhor amigo de .

Duas semanas. Ela olhava fixamente para o lado vazio em sua cama. Imaginando o corpo dele ali, querendo tocá-lo e sentir sua pele macia e quente por seus dedos. Ela deixou que seus dedos tocassem levemente o travesseiro ao seu lado. Não era a mesma coisa, não era ele. Suspirou pesadamente, desejando que ele estivesse ali agora, afagando seus cabelos e cantando para que pudesse dormir. A dor rotineira se mostrou presente, uma lágrima deslizou por seu rosto. Duas semanas sem contato depois de finalmente ter se entregado a sua decadência. Ela o provara e gostara, esse era o seu medo. Ela nunca poderia ter provado-o, quanto mais gostado.
Ela sentia falta dele. De tudo que o envolvia. Do barulho irritante que fazia com a boca quando queria irritá-la até suas piadas idiotas que só ele mesmo parecia entender. Sentiu falta do seu sorriso que só ao vê-lo a fazia sorrir junto, de seu toque de luxúria, mas ao mesmo tempo apaixonado pelo seu corpo.
Ela o queria e aquilo era totalmente errado.
Ele era o seu melhor amigo.
Esticou a mão até o criado-mudo ao seu lado, fazendo com que o aparelho telefônico em cima do mesmo reproduzisse por mais uma vez as mensagens deixadas por ele ao longo daquelas duas semanas.
Sorriu ao ouvir a voz de .

Encerrou a chamada em seu celular assim que ouviu a gravação da caixa postal. Três semanas em que seu contato era apenas a gravação de sua voz. Desistira de deixar mensagens. Pensou em ir até sua casa, mas percebera que ela não queria falar com ele, quanto mais vê-lo. Ela não ligava, não lhe deixava mensagens, sequer respondia qualquer tentativa sua de contato. Ele que a conhecia tão bem, agora não sabia mais quem ela era. Amaldiçoou-se mentalmente por tê-la em seus braços e em sua cama há três semanas. Desejou que a melhor noite de sua vida não tivesse acontecido. Era melhor tê-la sem poder tocá-la do que perdê-la para sempre por tocá-la.
Deixou que uma lágrima deslizasse por seu rosto. Ela era tudo que ele precisava, mas pelo que parecia isso não era recíproco. Ele estava enlouquecendo sem notícias, sem ver o seu sorriso e ouvir sua risada que secretamente o fazia ficar cada vez mais apaixonado.
Se o inferno fosse melhor do que aquilo, ele o aceitaria.
Ele queria vê-la, tocá-la. Dizer o quanto ela era linda e o quanto ele sentia sua falta.
Dizer a ela o quanto amava .

As lágrimas corriam livremente por seu rosto. A dor era muito maior agora. Ela sentia sua falta, desejava mais do que tudo que ele estivesse ali para acalmá-la e dizer que tudo ficaria bem, que nada mudaria entre os dois e que tudo continuaria o mesmo. Mas o medo lhe impedia de pegar o telefone e discar os números memorizados há tanto tempo, de dirigir até a casa que conhecia tão bem. Medo do futuro, medo do que poderia acontecer com eles. Ela sempre desejara ter alguém em sua vida e agora que percebera que ele sempre esteve lá, tinha medo de perdê-lo por qualquer motivo idiota.
Então percebeu o que era óbvio. Ela estava o perdendo.
Quatro semanas sem respondê-lo, deixando-o no escuro.
Ela estava se afastando por sua insegurança, deixando que seu medo tomasse conta de si e acabasse com algo que nem havia começado ainda.
Nessas quatro semanas ela percebera o quanto ele fazia falta em sua vida.
Nessas quatro semanas ela percebera o quão apaixonada estava por .

Um mês em que seu rosto o assombrava. Inquieto, se revirou pela cama. A loucura e a angústia já haviam tomado conta de si. Ele perdera seu único motivo para sorrir. Olhou o relógio no criado-mudo ao lado de sua cama. Duas da manhã. Ele não agüentava mais aquilo, ser tão impotente. Um mês exato sem vê-la ou ouvir a sua voz pronunciar palavras diferentes das gravadas em sua caixa postal que ele decorara. Aquilo teria um fim. O tempo daquele inferno já havia se esgotado. Pôs um basta em todo aquele sofrimento. Ele faria algo, iria até ela e diria tudo o que estava sentindo.
Ele queria vê-la, queria beijá-la. Queria tocar sua pele delicada e sentir a maciez de seu cabelo em suas mãos.
Aquele sofrimento teria um fim. Ele finalmente tomara uma atitude que deveria ter tomado durante todo aquele mês inteiro.
Levantou-se determinado de sua cama. Ele iria até sua casa.
Sua angústia não podia durar por mais um segundo.
Nunca mais deixaria que fugisse de sua vida.

As lágrimas já encharcavam seu travesseiro. Era inevitável não deixar que caíssem depois daquele mês inteiro. O sono não lhe vinha mais e seus pensamentos eram focados somente nele. Ela o queria mais do que nunca. Não agüentava mais aquela dor. Achava que estava no fundo do poço antes de tê-lo, mas percebera que aquilo não fora nada. Ela agora se encontrava no fundo do poço, totalmente despedaçada e destruída. Gritando desesperadamente para que ele voltasse e curasse as feridas que ela mesma havia feito em seu próprio coração. Ela estava desesperada, então decidiu enfrentar seus medos. O futuro viria depois inevitavelmente, mas ela faria o presente. Sentou-se sobre a cama pegando o telefone no criado-mudo ao lado. Discou rapidamente os números que já conhecia tão bem e como resposta ouviu a voz dele na gravação de sua caixa postal. Exclamou um palavrão alto, mas aquilo não seria o suficiente para impedi-la de vê-lo. Levantou-se rapidamente e correu até seu closet, vestindo a primeira roupa que encontrou pela frente.
Desceu as escadas correndo, pulando os dois últimos degraus. Pegou a chave de seu carro jogada em cima do aparador no hall de entrada. Ao abrir a porta levou um susto.
Lá estava . Prestes a tocar sua campainha.

Ele a encarou. Seus olhos completamente vermelhos, seu rosto inchado. Ela chorara a noite inteira e aquilo era evidente. Vê-la daquele jeito destruíra seu coração. Ambos estavam tão machucados quanto imaginavam. Ele não a deixaria daquele jeito. Curaria todas suas feridas mesmo se ela negasse sua ajuda. Ele a reconstruiria e juntaria todos os pedaços de seu coração. O tempo fez com que a saudade falasse mais alto. Ele encarou seus olhos brilhantes que tanto lhe fizeram falta. Nunca mais deixaria que aquele olhar escapasse do seu. Sem esperar qualquer reação da garota a sua frente, ele a beijou, fazendo com que sua mão direita se enroscasse aos fios de cabelo em sua nuca e sua mão esquerda apertasse a curva de sua cintura.
Sua angústia sumira completamente assim que os lábios de colaram-se aos seus.

A certeza de que ele era a única coisa que precisava fora confirmada assim que sentiu sua língua quente tocar a sua. Elas dançaram em perfeita sincronia dentro de suas bocas, como se tivessem sido feitas para ficarem juntas. Como ela não percebera antes que o que sempre procurara esteve sempre ao seu lado? Como conseguira ser cega o suficiente para não perceber que o homem de sua vida esteve sempre lá? Ela não se importou com seus medos naquele momento. Ela os jogara pela janela assim que a boca dele colou-se a sua. Aquele era seu porto seguro. Ela sempre estaria segura enquanto ele estivesse por perto. Ela sabia que ele a protegeria de tudo e de todos, ele a trataria como uma pedra preciosa.
Suspirou enquanto deixavam evidente a saudade que sentiam um do outro naquele beijo. Puxou-o para mais perto, querendo que seus corpos se fundissem num só.
Naquele momento ela teve certeza que era nos braços de que queria passar o resto de seus dias.

A saudade ainda falava mais alto. Um beijo não era o suficiente para suprir toda a necessidade que ele tinha dela. Ofegante, separou seus lábios dos dela, depositando um selinho nos mesmos. Passou seu braço esquerdo por trás de seu pescoço e o direito por debaixo de seus joelhos, erguendo-a em seu colo. Ela fechou a porta com um empurrão e ele subiu as escadas com ela em seu colo. Deitou-a delicadamente sobre a cama ao chegar ao quarto, como se qualquer movimento brusco pudesse quebrá-la. Arrancou sua própria camiseta, colando novamente seus lábios nos dela ao livrar-se do empecilho. Não queria pensar em nada a não ser na garota que fazia seu coração bater mais rápido. Sentia-se o homem mais feliz por tê-la. A dor do último mês havia ido embora completamente.
Ele estava com novamente. Não havia mais motivos para sentir dor.

Rapidamente todas as suas roupas estavam ao chão. Não havia nada mais para atrapalhar a união dos dois. Ela se sentiu totalmente completa quando o sentiu dentro de si. Não precisava de mais nada naquele momento. Eles eram um só, fazendo com que a felicidade explodisse em ambos os corações. Se o mundo acabasse naquele momento, eles não se importariam. Eles estavam juntos e nada poderia mudar isso.
Eles se beijaram fervorosamente ao sentirem que atingiriam o ápice juntos.

- Eu te amo. – disse entre o beijo, segurando o rosto do amado em suas mãos. percebeu que todo aquele mês de dor não fora em vão. Ele finalmente ouvira o que sempre sonhara da garota de seus sonhos. Ele era o homem mais sortudo e feliz do mundo.
- Eu te amo. – disse a , fazendo com que o coração dela se consertasse num segundo. Ela não tinha mais motivos a temer. Eles nunca mais ficariam longe novamente.

Selaram seus lábios ao chegarem ao clímax. caiu exausto sobre a cama, fazendo com que deitasse aninhada em seus braços.

- Cante para eu dormir. – pediu , fechando os olhos ao sentir o afago de em seu cabelo.

“You’ll always be the girl I will never forget. You’ll always be the girl getting stuck in my head.”

Fim.

N/A (13/03/2011): Hello dears! Como estão? :D
Uou, eu nunca escrevi uma fanfic tão rápido como essa! Ontem a noite estava eu aqui em casa, ouvindo o Les Robots do Seb Lefebvre, quando começa a tocar Getting Stuck In My Head, fazendo com que a história dessa fanfic surgisse na minha cabeça. Comecei a escrever e bom, está aí! Espero que vocês tenham gostado porque eu, sinceramente, me simpatizei com essa fanfic, o que é um milagre! Então por favor, comentem me dizendo o que acharam! :D
Queria agradecer a Anny por ter ficado acordada até as 4:30 da manhã pra ler a fanfic, a Lilá por sempre me aturar e betar minhas histórias, a Xuh e a Juh, minhas lindas ondas que sempre me incentivam a escrever, e a você leitora por ler mais uma das minhas histórias.
Por favor, não me peçam uma continuação dessa fanfic. Pode parecer clichê o que vou dizer agora, mas quero que vocês imaginem o final que as personagens levaram. Se houvesse uma continuação dessa fic quebraria toda a “magia” que ela tem!
E podem ficar tranquilas, pois eu não abandonei a Where You Are III. Só estou com um bloqueio passageiro, isso acontece sempre comigo, não é nada demais e nem é um motivo para eu abandonar a fic. E para compensá-las na demora de atualização, resolvi mandar essa short. Sei que não é mesma coisa, mas espero que vocês entendam.
Bom, um último obrigada ao Seb da Lilá, por ter gravado a música que me inspirou! xP
Beijos!
Blue.

P.s.: Caso vocês tenham curiosidade em ouvir a música é só clicar aqui.

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Minhas outras fanfics:

The Lost Angel [Simple Plan / Finalizadas]
Nothing Else Matters When I’m With You [Slash / Finalizadas]
Where You Are [Restritas / Finalizadas]
Where You Are II [Restritas / Finalizadas]
Where You Are III [Restritas / Em andamento]

N/B: Que coisa mais linda! *-* Adorei a idéia de cada parágrafo acabar com o nome de cada um :O
Parabéns mais uma vez, Blue! Por tudo que escreve que é sempre tão lindo e bem escrito.


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