Hunts and Other Drugs 2


Capítulo 1 – Out on This Open Road

If there’s something strange in your neighborhood
Who you gonna call?
Ghostbusters!
If it’s something weird and it won’t look good
Who you gonna call?
- GHOSTBUSTERS! – As irmãs gritaram juntas enquanto dirigiam.
- É pra entrar ali! – apontou antes que se empolgassem tanto que errariam a estrada.
- Ok, calma... – disse diminuindo um pouco a velocidade, o que não funcionou. – Se segura, moça!

Ela virou o volante e o carro fez uma curva cantando pneus. Pelo menos conseguiram entrar na estrada.

- Por que você tem que virar loucamente o volante desse jeito? – perguntou se soltando do que quer que tenha sido que ela tinha se agarrado.
- Who you gonna call? – continuou cantando ignorando completamente a irmã.
- Sério. Já percebeu o tanto que você corre nessas estradas?
- I ain’t afraid no ghost!
- Tudo bem, desisto de você. – disse suspirando. – É mais fácil morrermos num acidente de caro do que numa caçada.
- Ok, chatinha... – disse e diminuiu a velocidade. – Ta bom assim pra você?
- Sim, obrigada.
If you’ve had a dose
Of a freaky ghost baby
You better call
Ghostbusters!
- Ai, , pelo amor de Deus, parece que eu to dirigindo um fusca velho com motor ruim ainda por cima! – começou a reclamar chorosamente.
- Você quer ação? – perguntou e a irmã fez que sim com a cabeça. – Vai numa montanha russa.
- Jamais. – Ela respondeu e continuou a dirigir lentamente. – Sério... A gente tem um carro decente... E com o motor bom!
- Não adianta me olhar com essa cara de morte... – disse rolando os olhos e observando o mapa durante um tempo. – Entra aqui à esquerda.

E ela passou reto.

- Ei! Gênio! Esquerda! – disse abanando o mapa desesperadamente e olhando pra estradinha que ficou lá atrás. – Por que diabos você fez isso?! Foi por que eu não te deixei correr loucamente?!
- E se for por causa disso? – perguntou com um meio sorriso convencido no rosto. – O que você vai fazer?
- Você não faz idéia... – disse numa voz macabra. – Primeiro vou bater com a sua cabeça na janela e te jogar lá pro banco de trás.
- Que medo. – disse com uma sobrancelha erguida e não levando muito a sério. Mesmo assim, estava com um pouco de medo. conseguia ser bem assustadora quando queria.
- Sério... Por que você fez isso, animal?
- Achei um caso. – A irmã respondeu piscando.
- Um caso? E nem me disse?
- Fala sério, . Estamos numa estrada, à uma da manhã, não tem nenhum ser vivo ou morto por aqui e eu to dirigindo essa droga faz horas. – disse rolando os olhos e rindo de si mesma. – Achei um caso aqui por perto... Bem mais perto do que essa cidade que você queria ir.
- E é sobre o quê?
- Pega o laptop.
se esticou e pegou o laptop no banco de trás do carro. Ligou e fuçou algumas pastas, achando a pasta de "casos" que a irmã sempre fazia. Essa pasta ainda era subdividida em duas: a pasta de "resolvidos" e a pasta de "em aberto".
Ela abriu a pasta "em aberto" e achou um monte de casos. A maioria que ela tinha achado e a irmã tinha pedido pra salvar no computador. Ficou observando durante um tempo.
- Qual deles que é?
- Playing with the boys.
- Tipo a música do Top Gun? – perguntou e a irmã fez que sim com a cabeça. – Eu tenho medo do que vai ser esse caso...
abriu o caso e se deparou com a última coisa que esperava: um parque de diversões. Balançou a cabeça rindo, fazendo a irmã rir também.
- Desculpa, mas foi o melhor nome que eu consegui achar, primeira coisa que me veio na cabeça.
- Mortes num parque? Mas isso não acontece toda hora? – perguntou ao ler por cima.
- Olha o número de mortes.
- Uau... O número de crianças é estupidamente maior que o de adultos. – Ela comentou vendo as reportagens coletadas. – Ok. Não quero ver as fotos. Já vi uma e já foi ruim o suficiente.
- Qual? A do pai que tentou proteger o filho e acabou com um vidro atravessado na cabeça?
- Não. Obrigada por me descrever uma imagem horrível.
- De nada.
- Foi essa aqui. – disse mostrando pra irmã.
- Ah... Essa aí é tensa também. – disse dando de ombros e voltando os olhos pra estrada.
- Você é estranha. – disse rindo. – Só eu sei como você quase não dorme algumas noites.
- E miseravelmente me arrasto pra sua cama. – respondeu rindo. – Nada que você também não faça, .
- Por que você escolheu esse caso? – perguntou de repente.
- Achei que você ia gostar. – respondeu fazendo a irmã rir. – Fala sério eu te arrastei pra subir e descer pirâmides comigo no México.
- Mas eu gostei de ir também.
- Deve ter adorado andar loucamente pelo caminho dos mortos com um sombreiro gigante pra te proteger do sol. – disse ironicamente fazendo a irmã rir. – Qual foi a última vez que fomos num parque?
- Há muito tempo atrás.
- É. E eu lembro como a gente se divertia. Quem sabe a gente não tira um proveito desse caso. – disse sorrindo e piscando, fazendo a irmã rir.
- Ok. Segurem-se homens, estamos chegando! – gritou de repente e as duas começaram a rir.

- Eu estava pensando... – Sam falava com um monte de recortes de jornal no colo e tentando achar um deles. – Sobre um caso...
Dean ficou olhando com uma sobrancelha erguida. Podia jurar que daqui a pouco Sam ia fazer um livrinho de colagens de jornal. Criança.
- Calma, não é esse... – Sam disse espalhando os recortes mais ainda em seu colo.
- Por que não faz colagens, Grace Kelly? – Dean perguntou rindo e Sam lançou aquele olhar de poucos amigos.
- É que eu tinha achado um caso interessante aqui por perto... – Sam resolveu ignorar e voltar a procurar em seu bolo de casos.
Dean não resistiu. Sem o irmão perceber, abriu os vidros do carro e correu mais ainda, criando uma ventania enorme e fazendo todos os papéis voarem para, literalmente, todos os lados.
- Dean! – Sam gritou tentando agarrar os papéis, mas falhando miseravelmente. – Qual é o seu problema?!
- Ta vendo? Se você tivesse um livrinho, não teria esse problema, Grace. – Dean disse ainda morrendo de rir.
- Pelo menos eu sei em que cidade era. – Sam disse louco da vida e pegando o mapa no porta luvas. – Vira ali e depois espera, porque vai ter que virar de novo.
Dean virou e continuou na mesma velocidade. Sam não percebeu que estavam próximos do que chamava de correr "loucamente", por isso continuou olhando o mapa.
- Ta. Quando você chegar perto de um posto, vai ter uma saída pra direita. – Sam disse analisando o mapa. – Vira lá.
Continuaram indo até acharem o posto. Só que, ao invés de virar na saída, Dean continuou reto. Sam rolou os olhos e suspirou.
- Sério. Dean, qual é o seu problema hoje?!
- Já temos um caso. – Dean disse sorrindo e Sam fez cara de "como assim". Dean tirou os olhos da estrada por um momento, procurando nos papéis caídos. Pegou um recorte de jornal que estava ao seu lado. – Hora de se divertir.

Sam pegou o recorte e leu superficialmente. Começou a rir sozinho.

- Parque de diversões? Sério?
- Super sério.
- Hmmm... Morte de crianças e alguns pais que tentaram protegê-los... – Sam começou a ler com mais calma. – Proteger do quê?
- A polícia deixou esse detalhe fora do caso. – Dean respondeu sarcasticamente.
- Ou seja, eles não fazem a menor idéia do que seja. – Sam concluiu voltando a ler o papel. – Vejamos... Foto das mortes... Auch.
- É, eu sei. Meio traumatizante pra quem nunca viu esse tipo de coisa. – Dean disse dando de ombros.
- Meio? Dean, esse cara praticamente perdeu a cabeça! – Sam disse mostrando a foto.
- Eu sei. Mas vai me falar que a gente nunca viu coisa pior. – Dean respondeu e Sam teve que concordar.
- Não acha meio estranho o maior número de mortes ser de crianças? – Sam perguntou analisando o caso. – Sei lá. Parece que os pais morreram por acaso.
- Danos colaterais. – Dean completou e o irmão concordou.
- Pra mim ta parecendo um espírito muito bravo.
- Ou um poltergeist. – Dean disse pensando. – Fala sério, o jeito que as crianças morreram também são meio estranhos.
- Eu tava vendo... Na verdade alguns médicos tão falando que elas podem ter entrado em coma antes de morrer. – Sam disse achando a parte do artigo que falava aquilo. – "Legistas suspeitam que as crianças possam ter entrado em coma induzido antes de sofrerem as terríveis mortes".
- Que bonito. Um poltergeist com senso de moral. – O irmão respondeu ironicamente. – Pelo menos elas ficam inconscientes antes de morrer.
- Não faz com que elas parem de sentir. – Sam disse voltando a atenção para o recorte.
- Gostou do caso agora? – Dean perguntou sorrindo. Sam rolou os olhos, rindo. – Cara. É um parque de diversões.
- Ok, você me convenceu. – Sam riu balançando a cabeça. – A gente só vai nesses lugares pra caçar, já percebeu?
- Já. Pensei que dessa vez a gente podia passar um tempo a mais por lá, o que você acha? – Dean perguntou e o irmão ficou olhando para ele com um meio sorriso no rosto. – Que foi?
- Dean Winchester louco pra ir num parque de diversões? – Sam perguntou rindo. – Realmente, estamos no apocalipse.
- Engraçadinho. – Dean disse balançando a cabeça. – Vai me falar que você também não quer ir...
- É... – Sam disse suspirando e se esticando no banco, cruzando as mãos atrás da cabeça. – Acho que ficar um tempo a mais por lá seria bom.
Ligaram o som em seguida, deparando-se com Ghostbusters. Começaram a rir e deixaram a música tocar, enquanto seguiam à noite para a cidade desejada.

Capítulo 2 – Twenty Ways to Start a Fight

- Nossa, isso aqui é tipo o Six Flags... – comentou quando elas passaram na frente do parque.
- Em proporções menores, claro. – disse também analisando o parque.
- Incrível que esteja assombrado. – A irmã respondeu e tomou mais velocidade para irem até o hotel.
- Poltergeists são filhos da mãe. – disse dando de ombros. – Assombram qualquer lugar. Até maternidades se a gente deixasse.
- Maternidades? – respondeu rindo. – Nem preciso dizer o quanto isso seria estranho.
- Só releva e finge que eu nunca falei isso. – riu. – E pelo amor de Deus, promete que a gente vai naquelas latas que giram insanamente!
- Ah, então eu não posso correr na estrada onde a velocidade máxima é de 120 quilômetros por hora, mas a gente pode ir na sua lata que gira, pelo menos, a uns 60 por hora. – disse rindo, mas se sentindo totalmente injustiçada.
- É. – disse dando de ombros. – E provavelmente é menos que 60 por hora.
- Vou pensar no seu caso.
- Mas ...! – ia começar seu discurso com cara de gato de botas e voz chorosa, mas a irmã interrompeu.
- Você lembra o que aconteceu da última vez que fomos nessa coisa?
- Bom... Nós saímos andando que nem o Jack Sparrow e tivemos que sentar em uma mureta para respirar.
– E depois voltamos pra onde todo mundo tava... Em câmera lenta. – adicionou.
- Vai me falar que você não se divertiu? – perguntou e as duas começaram a rir. É óbvio que tinham se divertido até quase se matarem.

- A gente só vai passar aí amanhã, não é? – Sam perguntou quando passaram na frente do parque.
- Óbvio, Grace. – Dean respondeu observando o lugar pelo vidro do Impala.
- Cara... Você pode parar de me chamar de Grace?
- Nope.

Como se Sam esperasse uma resposta diferente.

- Aposto que você vai querer ir na montanha russa umas quinhentas vezes. – Ele comentou rindo e se lembrando da última vez que foram em um parque.
- Claro! E você vai do meu lado pra gritar que nem uma menininha. – Dean disse rindo e também se lembrando.
- Eu não grito que nem uma menininha. – Sam respondeu. – Pelo que eu me lembro bem, você ficou agarrado no carrinho gritando insanamente da primeira vez.
- Não fiquei. – Dean se defendeu. – Estava curtindo o momento. Quem estava morrendo de medo era você.
- Não estava.
- Estava sim.
- Ok, Dean. – Sam rolou os olhos. – Agora vamos ficar discutindo que nem crianças?
- Vadia.
- Idiota.
Chegaram ao hotel e Sam entrou para fazer as reservas enquanto Dean estacionava o carro. Encontraram-se no meio do estacionamento.
- Aparentemente só tinha mais um quarto. – Sam disse mostrando as chaves. – Depois da série de mortes no parque, um bando de curiosos começou a chegar à cidade pra ir lá.
- Morte: a melhor propaganda possível! – Dean disse sorrindo tipo colgate. Pegou as chaves de Sam e algo captou sua atenção. – Sam... Você ta reconhecendo aquele carro?
- Ta parecendo um Ninety Eight... – Ele disse e finalmente entendeu. – Não dá. Ia ser muita coincidência encontrar as irmãs no mesmo caso. De novo.
- Vai saber... – Dean disse e deu de ombros. Na verdade, o estacionamento estava muito escuro então era difícil distinguir o tipo de carro.

- Ah... – deitou na cama embaixo do lençol. – Tão confortável...
- Sabe o que ia fazer isso aqui ficar melhor? – perguntou também se cobrindo só com o lençol. – Ar condicionado. Ta quente que nem o inferno aqui.
- Concordo... – A irmã respondeu se abanando. – Eu to morrendo... Mesmo assim, essa é uma das melhores camas que a gente dorme em semanas.
- Fato. – suspirou. – Bom... Boa noite, querida. Até amanhã.
- Até. – respondeu fechando os olhos. – Sonhe que está girando na sua lata com aquele Sam maravilhoso.
- Sonhe com o Dean lindo girando com você na lata. – respondeu rindo. – Porque aposto que ele gira mais fraco do que eu. E amanhã você é minha vítima.
- Podia ter me poupado da risada do mal no final da frase, né? – falou virando de lado e suspirando. – Boa noite, dear.
Um tempo passou e as duas estavam quase dormindo. De repente, começaram a ouvir muitos barulhos no quarto do lado. Como por exemplo: a porta batendo, alguém se jogando na cama, passos mega altos...
- Meu... Quem são os cretinos do quarto do lado? – perguntou abrindo os olhos e querendo atirar em alguma coisa.
- Tomara que eles morram... – comentou cobrindo a cabeça com o travesseiro.
- Sério... São três e meia da manhã. Quem chega num motel há essa hora? – perguntou, mas as duas fizeram questão de ignorar. Afinal... Era um motel.
- CARA! Eu vou dar um chute neles! – disse se levantando de repente em uma fúria mortal.
ficou observando a irmã com uma sobrancelha erguida. simplesmente começou a esmurrar a parede. E ficou lá, esmurrando.
- Hmmm... , acho que pode parar agora. – disse depois de um tempo. – Ou você vai derrubar a parede e teremos que aturá-los pessoalmente.

- Ah, gente chata... – Dean disse e começou a esmurrar a parede de volta.
- Dean... Dean, não vai quebrar a parede... – Sam disse fazendo o irmão parar.
- Isso aqui é um hotel. Pessoas não ficam enchendo o saco por causa de silêncio num motel.
Por mais que Sam não quisesse admitir, Dean estava certo. E outra, eram três e meia da manhã, não iam ficar agüentando o povo chato do quarto ao lado.
Dean ligou a T.V – um pouco mais alto do que o normal, mas quem liga? – e se jogou na cama, que fez um barulho horrível. De repente, ouviram o pessoal do quarto ao lado novamente. Só duas batidas, mas muito mais fortes do que as primeiras.
- Cara, mas que diabos?!

- Dessa vez quem vai quebrar a parede é você. – disse com um sorrisinho no rosto. Estava deitada novamente e em pé batendo loucamente.
- Cara, eu não quero ouvir a T.V daquele animal! – disse irritada. – Quero dormir! Estou desesperada pra dormir!
- Não só você... – comentou de volta enquanto a irmã se jogava na cama novamente.
- PARA COM ISSO, CARA!
As duas se olharam com aquele olhar de morte que mulheres conseguem fazer muito bem, especialmente as irmãs. Não conseguiam acreditar que aquele ser do quarto ao lado estava gritando para elas pararem.
Agora o cara tinha despertado a ira das irmãs .

- Dean! Precisava gritar?! – Sam disse se assustando com o berro repentino do irmão.
- Sam, você quer alguém te enchendo o saco há essa hora?! – Dean perguntou e Sam não respondeu. – Foi o que eu pensei. Aproveita aí e dorme.
- Acho que não vai ser tão fácil assim. – Sam disse suspirando. – Você deve ter deixado o cara do quarto ao lado bem irritado.
- Dane-se. – Dean deu de ombros. – Se ele quiser reclamar, que venha pessoalmente. OUVIU?!
- Para de gritar, vai. – Sam suspirou e começou a se trocar para dormir. – Vamos dormir mais do que quatro horas dessa vez, ta?
- Ok, Grace. Bom sono de beleza. – Dean disse desligando a T.V e se ajeitando pra dormir também, sem se esquecer de colocar a faca embaixo do travesseiro.

- Bom dia, Sammy!
Sam acordou com o rádio tocando super alto e Dean cantando alegremente pelo quarto enquanto ia escovar os dentes.
- Achei que você não ia acordar nunca mais. – Ele disse com a escova na boca. – Uma da tarde. Hora de tomar café e ir trabalhar.
- E você ainda ta pensando no café da manhã?
- Claro! Agora se arruma logo que eu to morrendo de fome.
Sam terminou de se arrumar e eles pegaram as coisas que iam precisar: EMF, sal em casos de emergência e dinheiro. Não iam precisar da identidade falsa dessa vez.
- Eu vi uma lanchonete lá na esquina que... – Dean falava, mas parou logo que os dois saíram do apartamento. Tinham pisado em algo estranho...

Quando olharam para baixo, não conseguiam acreditar. Aquela droga era tinta rosa! Uma poça enorme de tinta rosa!

- Ah, fala sério! – Sam saiu da poça, mas mesmo assim deixava pegadas cor de rosa choque pelo chão. Olhou o estado da sola. – Meu sapato!
- Quem foi o...? – Dean nem precisou terminar a frase. Souberam que era o cretino do quarto ao lado.
- Eu falei pra você não gritar... – Sam saiu andando com o olhar de morte.
- E eu ia lá saber que ele tinha tinta rosa choque?! – Dean reclamou seguindo Sam e tentando limpar o sapato. – Isso é coisa de menina!

- Agora, agora! Eles estão saindo... – narrava.
Na verdade, não conseguiam ver o rosto dos caras do quarto ao lado. Estavam sentadas no carro e bem longe, só conseguiam ver as silhuetas. E estavam se divertindo como nunca. Finalmente os dois pisaram na poça de tinta e saíram pulando pra lá e pra cá.
- Eles tão muito bravos! – comentou quando começaram a xingar.
- , mete o pé nesse acelerador, porque se eles alcançarem a gente... – disse ainda rindo, mas batendo no braço da irmã para que ela se apressasse.
- Ta com medinho deles? – brincou, mas começou a dirigir imediatamente.
- Viu o tamanho deles? – perguntou olhando para trás. – Acho que nem precisariam de armas pra matar a gente!
- Há! Eu acho que nós duas conseguimos matar aqueles caras sem nada. – comentou e as duas foram correndo para o parque, ainda morrendo de rir da cara dos vizinhos.

Capítulo 3 – One Look Could Kill

- Nossa... – As duas disseram juntas. Estavam entrando no parque.
- Sabe o que isso merece? – perguntou toda animada e tirando uma câmera do bolso. – Uma foto!
- Moço! – chamou a primeira pessoa que viu pela frente. – Pode tirar uma foto nossa?
- Claro! – O homem respondeu pegando a câmera. – Façam uma pose!
As duas se abraçaram animadamente e sorriam bobamente. Em seguida só viram o flash. Aquela era a única foto mais atual em que as duas saíram sorrindo e se abraçando.
- Obrigada! – pegou a máquina. – Olha que meigo...
- Não começa a zoar logo de cara. – respondeu pegando a câmera de volta. – E aí? Vamos nas latas?
se virou para responder e se deparou com a irmã de olhinhos brilhantes e um sorriso imenso e radiante no rosto.
- Que medo... Isso sim é algo que não se vê todo dia... – Ela comentou e levou um tapa. – Obrigada, já estava pensando que você tinha sido seqüestrada por um metamorfo.
- Você faz a nossa vida parecer tão sem graça...
- Respondendo a sua pergunta... – começou para evitar uma discussão. – Não. Não vamos nas latas.
- O QUÊ?! – Isso porque ela queria evitar uma discussão. – VOCÊ PROMETEU!
- Não prometi nada. Disse que ia pensar no seu caso. – Ela falou e ficou quieta. – Vamos dar uma olhada no parque inteiro antes e daí, talvez, a gente vá nas suas latas.
- Ok... – respondeu pegando o EMF e colocando um fone de ouvido. A irmã fez o mesmo. – Vamos começar no sentido horário?
fez que sim com a cabeça. Aproximaram-se do primeiro brinquedo que viram e ficaram rondando, fingindo que estavam escutando música e conversando. Passaram ao lado das latas e quase enlouqueceu e saiu correndo até lá, mas conseguiu se controlar.
Depois de algumas horas pra andar o parque todo, voltaram ao mesmo lugar onde começaram a busca. E com resultados não muito animadores.
- Nada no meu EMF... To começando a achar que ele ta quebrado. – disse batendo no aparelho. – E o seu?
- Também nada. Ou não tem campo eletromagnético ou... – começou a bater com o aparelho na perna. – Essa droga quebrou de vez.
- A gente foi em tudo, né? – estava achando muito estranho. Começou a observar todos os brinquedos, mas percebeu que tinham passado por todos.
- Sim... – respondeu desanimada, mas, de repente, parecia que havia tido uma iluminação. – Ou quase sim.
- Quase sim não existe. Só talvez.
- Chata. – disse rolando os olhos. – Enfim, a gente não foi em um.
- Qual?
- Casa mal assombrada.
Só de ouvir o nome, as duas gelaram. Olharam para a casa mal assombrada e arrepios desceram pelas espinhas. Só o lado de fora já era relativamente assustador, imagina o lado de dentro.
- Tem certeza? – perguntou querendo que a irmã desse uma resposta negativa.
- ... Eu ia me lembrar de ter entrado num lugar daqueles.
- Ah, não. Não vamos ter que entrar, né? – disse beirando o desespero.
- O EMF não ia mostrar nada do lado de fora.
- Para de parecer tão centrada! Aposto que você também não quer entrar!
- Claro que não! – disse como se fosse óbvio. – Mas é pelo bem da humanidade!
- Para com isso, é ridículo... – respondeu e elas começaram a rir.
- Vamos? – estendeu o braço.
- Vamos. – enroscou seu braço com o da irmã e as duas caminharam destemidamente em direção à casa mal assombrada.

- Licença, amigo... – Dean se apoiou no balcão do motel. O cara olhou para ele. – FBI. Pode nos dar a chave do quarto ao lado?
O homem não disse nada. Só olhou o distintivo dos irmãos e deu a chave. Dean e Sam voltaram mais que contentes, abrindo a porta do quarto. Só encontraram duas camas desarrumadas e malas embaixo delas.
- Então são dois caras. – Dean disse entrando no quarto.
- O que você pretende fazer por aqui?
- Só uma pequena brincadeira... – Dean disse com aquele sorriso de quem vai fazer alguma coisa errada. Tirou um sabonete do bolso.
- O que é isso?
- Um sabonete que deixa a pessoa preta onde ela passa. - Dean respondeu e trocou os sabonetes no banheiro. Quando percebeu, Sam estava espalhado alguma coisa nas toalhas. – O que é isso?
- Pó de mico. Eu também tenho direito de planejar as minhas vinganças. – Sam respondeu espalhando em todas as toalhas de banho.
Deixaram o quarto e devolveram as chaves para o cara do motel. Agora a próxima parada era o parque de diversões.
O que não demorou muito. Chegaram lá rapidamente e, assim como as moças, ficaram observando tudo pelo que passavam. Pararam no meio do parque.
- E aí? – Sam perguntou.
- Vamos nos separar. – Dean explicou e pegou o EMF. – Você vai pela esquerda e eu pela direita. Quando terminar, a gente se encontra aqui.
- Ok.
Cada um foi para seu lado e começaram a varredura pelo parque. Fingiam que escutavam música e observavam os brinquedos. Porém, assim como as irmãs, não encontraram nada.
- Encontrou alguma coisa? – Sam perguntou tirando os fones enquanto se aproximava do irmão.
- Nada. O EMF nem pensou em apitar. – Dean respondeu.
- Pode ter quebrado. – Sam sugeriu. Dean lançou um olhar de morte.
- Eu construí esse EMF. Ele não quebra.
- Ok, foi só uma sugestão...
- Ei, Sammy, você passou na frente da casa mal assombrada? – Dean perguntou tentando se lembrar se ele tinha passado.
- Hmmm... Não. – Sam balançou a cabeça. – E você?
- Também não.
- Então vamos lá. Vai ver o poltergeist tem senso de humor.
Os dois balançaram a cabeça e tiraram os fones do EMF. Entraram juntos na casa mal assombrada.

- Eu falei que trazer as armas era uma coisa boa. – disse carregando sua arma e feliz da vida.
- Mesmo assim temos que esconder de todos os pirralhos que passam correndo pela gente. – reclamou. Sim, já estavam na casa mal assombrada.
Caminhavam por um corredor que parecia ser feito de pedra, com uma péssima iluminação, gelado e com poças d’água que eram formadas por goteiras. Ouviam o barulho de ratos passando por lugares que elas não conseguiam ver.
- Quero matar o cara que inventou um calabouço numa casa mal assombrada... – reclamou quase atirando na parede.
De repente, criancinhas passaram por elas correndo e gritando em desespero. As duas esconderam as armas e encostaram-se nas paredes.
- Ok. Quando crianças correm e gritam é porque tem algo do mal à frente. – disse. – Estejamos avisadas.
- A morte é apenas o começo... – disse numa voz de filme de terror e as duas começaram a rir. Quando viraram a esquina, depararam-se com uma enorme sala de celas, escura, onde não dava para ver nada.
- Legal... – disse ironicamente. – Eu te ajudo a matar o cara que inventou isso daqui...
- Muito Horror em Amityville... – suspirou. – Por que diabos a gente se lembra dessas coisas em situações como essas?!
- Agradeço se você não ficar me lembrando. – disse rolando os olhos.
Elas andavam cautelosamente. Cada barulho que ouviam olhavam na direção para ver o que era. De repente, um barulho veio de uma cela.

As duas se olharam e resolveram se aproximar. Foram chegando perto. Cada vez mais. Uma luz se acendeu repentinamente, quase cegando as moças e, quando elas abriram os olhos novamente, havia um homem parado na frente delas, ensanguentado.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – As duas gritaram e se abraçaram desesperadamente.
- , eu te mato por ter me arrastado até aqui!
- Cala a boca, !
Depois de gritar desesperadamente, elas se acalmaram.

E finalmente perceberam o quão idiotas estavam sendo.

Era um boneco de cera.

- Legal. – disse nem um pouco animada. – Eu berrei que nem uma garotinha de sete anos por causa de um boneco de cera.
- Isso. Foi. Péssimo. – disse tentando parar de tremer. – A gente precisa de mais autocontrole...
- Com certeza...
E voltaram a andar. Ainda não enxergavam nada à sua frente, só algumas coisas. Quando ouviam um barulho em alguma cela, não chegavam perto. Até que ouviram um baque vindo de trás. Sendo assim, viraram-se para ver o que era.

Nada.

Ok, aquilo já estava começando a ficar entediante.

Mas quando deram um passo para trás, bateram em algo que estava atrás delas. Pessoas.

- AAAH! ATIRA! ATIRA! – começou a gritar histericamente sem conseguir carregar a arma. – CORRE!
- AAAH! NÃO! ATIRA! – Mas também não conseguia manusear a arma. – CORRE! , CADÊ VOCÊ?!
- TENTA ATIRAR! – conseguiu carregar a arma e agora estava tentando mirar. Mas descobriu que estava correndo desesperadamente em círculos.
- TO TENTANDO! – respondeu também correndo em círculos e finalmente conseguiu carregar a arma. – !
- CADÊ O CHECKPOINT QUANDO A GENTE PRECISA DELE?! ! ATIRA!
- A GENTE VAI MORRER! ATIRA VOCÊ!
Nem preciso dizer que tudo isso que elas falaram foi muito rápido. Pararam na frente das pessoas, segurando as armas o mais forte que conseguiam e tremendo como loucas.

E quando viram quem era, desejaram que tivesse sido o poltergeist.

- O que diabos vocês dois estão fazendo aqui?! – As duas perguntaram se apoiando nos joelhos e respirando com calma.

Sam e Dean, que já estavam rindo, começaram a rir mais ainda.

- Provavelmente a mesma coisa que vocês estão fazendo aqui. – Sam disse ainda tentando parar de rir.
- Não, Sam... Estamos trabalhando, não correndo e gritando desesperadamente por aí. – Dean corrigiu sem ao menos tentar parar de rir.
- Tanto faz... – disse balançando a cabeça. – Vamos conversar lá fora.
- Ok. – Sam deu de ombros e os irmãos se voltaram para a entrada que vieram.
- Não, não! Eu não vou por esse caminho de jeito nenhum! Vou por lá, porque já conheço! – disse e se virou para o caminho que vieram.
Foi só as moças andarem um pouco que um esqueleto caiu quase em cima delas, parecendo que tinha estado lá para apodrecer, coberto de sangue. Na hora as duas saíram correndo atrás dos irmãos.
- Ok! Você vai à frente e quando alguma coisa for aparecer me avisa! – disse agarrando o braço de Dean. – Sem gracinhas!
- Sam... Você está sujeito a ser agarrado desesperadamente se alguma coisa aparecer... Portanto me avise, ok? – pediu também se agarrando ao braço dele.
Não que Sam achasse ruim ser agarrado por ela, mas no estado de desespero que a moça se encontrava era capaz que morresse asfixiado.

Finalmente saíram da casa mal assombrada. Sam foi agarrado inúmeras vezes e se escondia com frequência atrás de Dean, abraçando-o por trás. Quando chegaram do lado de fora, elas se sentaram em uma mureta.
- Por quê? – perguntava. – Por quê?
- O quê? – Dean perguntou de volta.
- Vocês surgiram do além? – completou sabendo que naquele momento a irmã não teria capacidade de fazer aquilo, já que estava indagando para as forças do universo.
- Não surgimos do além. Estávamos checando com o EMF. – Dean disse tirando o aparelhinho do bolso.
- Ah... – As duas ainda não estavam em condições completas de falar.
- Então... O que vocês estavam fazendo? – Sam perguntou percebendo que elas não iam falar voluntariamente.
- A mesma coisa que vocês. – disse suspirando.
- Agora me expliquem uma coisa... Vocês são caçadoras e tem medo de casas mal assombradas? – Dean perguntou sem acreditar.
- Só as de parques. – explicou.
- Considere isso um trauma de infância... – completou e se levantou.
- Ta melhor? – A irmã perguntou de volta.
- Nem vem...
- O quê? – Sam e Dean não entendiam nada.
- LATAS! – berrou do além. – Vamos!
Ela agarrou o braço de , que agarrou o braço de Dean, que puxou Sam pela camisa e todos saíram correndo dessa maneira maravilhosa. Pararam na fila das latas.
- Você parou para pensar que o Dean realmente está aqui? – perguntou e a irmã deu de ombros.
- Você vai comigo. Ponto. Vocês dois... – Ela apontou para os irmãos. – Finjam que não existem.
- Podem filmar pra gente, por favor? – perguntou antes que eles fossem embora e jogou a câmera.
- Elas vão ficar girando insanamente durante todo esse tempo? – Sam perguntou logo que se apoiaram na grade do brinquedo.
- Rápido, Sammy. Prepare os primeiros socorros... Essas duas não vão sair vivas de lá. – Dean disse e Sam foi à barraquinha mais próxima comprar garrafas d’água.

E voltou correndo, óbvio.

- Voltei a tempo? – Ele perguntou parando ao lado do irmão.
- Yep. Elas acabaram de se sentar. – Dean respondeu e logo elas acenaram, fazendo com que eles acenassem de volta.
Deram as instruções e o brinquedo começou a girar naturalmente.
- Pronta? – perguntou mais que animada.
- Pronta! – respondeu no mesmo humor.
As duas colocaram as mãos na rodinha do centro e começaram a fazer força para girar. E giraram. E giraram.
- Pode me deixar girar um pouco sozinha! – gritou.
soltou e levantou os braços, começando a gritar. A irmã só dava risada e pegava mais velocidade ainda com a lata. Depois de pegar tanta velocidade, soltou um pouco e levantou os braços, gritando junto com a irmã.
- ! Você não faz idéia da força que eu to fazendo com a cabeça pra olhar pra você! – gritou de repente.
- Ah, é? Então faz assim ! – começou a balançar a cabeça. – Fecha os olhos e solta a cabeça!

E a irmã fez o que ela disse.

- Meu Deus! Que estranho! – gritou e voltou a segurar a cabeça. – Vou passar mal desse jeito!
Elas começaram a rir e voltaram a girar a lata, com o máximo de força que conseguiam. Chegou uma hora que desistiu e colou os braços nas laterais da lata enquanto colocava cada vez mais força no disco que fazia o objeto girar. E elas não paravam de rir.
- Meu. Deus. – Dean e Sam disseram juntos. Estavam observando a cena com a cabeça inclinada. E Dean filmando, claro.
- Elas são insanas... – Sam comentou vendo aquele negócio girar loucamente. Literalmente.
Finalmente o brinquedo parou e as duas saíram andando. No começo estavam normais, até começar a ir acidentalmente na direção de e a irmã a empurrar para o lado, começando a andar feito uma bêbada também.
- Vocês estão bem? – Dean perguntou não sabendo se segurava pelos ombros quando elas se aproximaram.
- Sim! – As duas gritaram juntas.
- Vamos de novo? – perguntou super animada, mesmo não conseguindo se agüentar em pé.
- Não. – A irmã respondeu rindo. – Preciso sentar. E de água.
As duas se sentaram num banco e os Winchesters estenderam as garrafas d’água que Sam havia comprado.
- E aí? Filmou? – perguntou pegando a câmera de volta.
- Filmamos, mas acho que... – Dean teria acabado de falar, mas viu uma pessoa correndo pelo parque e gritando que tinha perdido o filho.
Os quatro ficaram observando a pessoa. Sabiam que era uma vítima em potencial. Bom, não só em potencial, provavelmente era a vítima do dia. As irmãs suspiraram.
- Podem cuidar dessa sozinhos hoje? – pediu. Eles só a encararam. – A gente não queria terminar um dia tão bom desse jeito.
- Tudo bem. – Sam respondeu sorrindo.
- ! – disse batendo no braço da irmã e encarando o horizonte, boquiaberta.
- Que é?!
- Sorvete...
Elas nem precisaram falar mais nada. Só se olharam e saíram correndo, rindo que nem bobas. Os dois ficaram observando enquanto pegava os sorvetes e pagava. As duas saíram andando, conversando e rindo, para um lugar bem longe deles.
- Vamos lá... – Dean disse batendo no braço de Sam. – Hora de salvar pessoas.

Capítulo 4 – Like a Record, Babe

- ... Você quer sair desse banho? – perguntou enrolada na toalha e apoiando o pé na banheira, a fim de terminar de se depilar.
- Eu ainda nem passei sabão... – A irmã reclamou pegando o objeto de referência.
- Como assim? Você ta aí há séculos cantando Scorpions e não passou a droga do sabonete?! – estava indignada. – Você sabe como é chato ficar parada só com a toalha?!
- Sei. E você sabe como é chato ter a irmã chatinha te enchendo enquanto você ta tomando banho?! – perguntou e nem precisou de resposta. Mesmo assim, não saiu de lá.
- Vê se vai rápido. Por favor.
- Ok.
Até aquele momento, tudo corria relativamente bem.

- Senhor... – Sam se aproximava do homem que corria desesperadamente pela perda do filho. – Oi. Nós somos do FBI, talvez possamos ajudar.
- FBI?!
- É uma daquelas coincidências, sabe? Estávamos de férias por aqui e pensamos em te ajudar. – Dean disse dando de ombros. O homem pareceu repentinamente aliviado.
- Meu filho... A última vez que eu o vi foi na casa mal assombrada... – Ele passava as mãos pelos cabelos freneticamente.
- Bom, por que não vamos dar uma olhada lá? – Sam perguntou começando a se dirigir ao local. – Normalmente o último lugar onde a criança foi vista é o melhor para começar a se procurar.
Caminharam até a casa mal assombrada e o homem indicou onde o filho estava quando sumiu. Dean se preocupou em procurar vestígios do que pudesse ter levado a criança embora enquanto Sam distraía o homem e fazia as clássicas perguntas.
- Então... Alguma suspeita de onde ele possa estar? – O homem perguntou ainda desesperado. Com certeza não ia se acalmar se não visse o filho na sua frente.
- Nesse momento, pode estar em qualquer lugar. Mas acho que quem o levou não deixou o parque. – Dean explicou tentando parecer o mais profissional possível. – Sam, posso falar com você um pouquinho?
- Um momento. – E Sam foi atrás de Dean, deixando o homem sozinho por um momento.
- Se realmente foi alguma coisa sobrenatural, não deixou nenhum vestígio. – Dean disse quando estavam longe. – Mas eu quero dizer, nenhum mesmo.
- Então... É mais provável que tenha sido um crime humano. – Sam disse suspirando. – Vai, Dean. Não me diga que esse caso não está estranho.
- Bom... Está. Agora vamos ajudar o cara antes que ele tenha um colapso e morra de infarto... – Ele respondeu e os irmãos voltaram para junto do homem.
- Acho que podemos procurar aqui por perto. – Sam disse e o homem concordou. Assim, começaram uma busca nos brinquedos mais próximos.
Rodaram tanto que acabaram achando o menino dentro de uma loja chorando pelo pai. O homem agradeceu várias vezes – mais do que eles já tinham sido agradecidos durante todas as vidas que tiveram – e, quando notaram, já estava tarde.
- Acho que não tem mais nada que dá pra fazer hoje. – Dean disse suspirando.
- Cara... Eu odeio ter que esperar mais uma pessoa morrer pra saber com o que estamos lidando. – Sam comentou se sentindo completamente derrotado e indo pro carro.
- É. Eu também. – Dean respondeu e começou a dirigir para o motel.

- AAH!
- Que foi, mulher?! – se assustou com o berro repentino vindo da banheira.
Isso porque já estava toda vermelha de ficar se coçando. Não sabia a razão, mas estava se coçando loucamente e aquilo já estava irritando. Quando abriu a cortina do Box, encontrou a irmã com o braço preto.
- Mas que...? Você ta preta! Tipo, literalmente! – disse impressionada e começou a rir. – Como...?
- Vai rindo! – respondeu irritada. – Essa droga de sabonete! Quer ver?

E esfregou no braço da irmã.

- Fala sério. Você não podia ficar preta sozinha. Tinha que me sacanear também. – disse lançando o olhar de morte.
- Não adianta. Esse olhar não assusta. – Mesmo assim, foi um pouco para trás, no caso da irmã dar uma de Psicose. Sabia que sempre levava uma faca de prata aonde quer que fosse. – Como esse sabão foi parar aqui?
Ela saiu do banho e se enrolou na toalha. Foi até o quarto procurar uma roupa e percebeu que a irmã não estava lá.
- Ei! Cadê você?
- No banho. – respondeu e foi até o banheiro, desligando o chuveiro. – EI!
- Você vem junto comigo. – Ela disse estendendo a toalha para a irmã.
- Mala...
As duas foram até o quarto. E com sua faca.
- ... Você parou pra pensar quem está no quarto ao lado?
- Hmmm... Os Winchesters. Por quê? – ainda não tinha entendido. Só pensava em se coçar e tomar banho.
- Eles são os seres que pisaram na tinta rosa, lembra? – perguntou também começando a se coçar.
- Você acha que foi vingança?! – perguntou já completamente irritada com a coceira.
- Sabonete preto e pó de mico. Que criativo... – reclamou se coçando loucamente.
- WINCHESTERS! – gritou esmurrando a parede. – EU OUVI O IMPALA CHEGANDO! VENHAM AQUI... AGORAAA!
- Ok. Até eu teria medo agora. – disse rindo, mas logo ficando irritada novamente com a coceira.

Não deu um minuto e ouviram os dois batendo na porta.

- Por favor, que elas estejam só de toalha... – Dean torcia repetindo seu mantra várias e várias vezes parado à porta.
- Você só pensa nisso? – Sam perguntou rolando os olhos, mas rindo internamente.
- E você não? – Dean perguntou de volta e Sam reconsiderou. Mas o irmão foi mais rápido. – É óbvio que não. Desculpa, Grace.
Quando a porta se escancarou encontraram uma . De toalha. Dean abriu um sorriso enorme, sinceramente pensando se a irmã dela também estaria assim. E Sam ficou com cara de besta, completamente sem jeito. Estava tão sem jeito que ignorou o olhar de morte não ignorável de .
- O que diabos vocês fizeram? – Ela perguntou com uma voz completamente assustadora.
- Como assim? – Dean perguntou dando de desentendido e entrando no quarto. Sam vinha atrás, sem palavras.
- Sério, Dean... Continue nesse caminho e essa faca vai estar no seu coração daqui alguns segundos. – disse brincando com a faca. E claro, também de toalha.
E foi a hora de Dean ficar bobo. Nunca pensaria que a veria naquela situação... Mas ela estava só de toalha. E molhada ainda por cima.
- Eu não vou perguntar de novo. – disse realmente brava. Detalhe, as duas ainda estavam se coçando.
- Ok. A gente colocou algumas coisas no banheiro de vocês. – Sam disse tentando ser diplomático.
- Algumas coisas?! Por quê?! – As duas perguntaram juntas.
- Por causa da tinta rosa? – Dean perguntou como se fosse óbvio. – Meu carro quase ficou rosa!
- Ok. Mas vocês pediram. – comentou dando de ombros.
- Calma aí! Nós tínhamos acabado de chegar! – Dean se defendeu imediatamente. E lá se foi o plano de Sam de fazer tudo diplomaticamente.
- Ninguém precisava escutar a sua T.V! – respondeu. – AH! O que vocês colocaram nessas toalhas?! Foi pó de mico?!
- Idéia do Sam. – Dean apontou. Sam olhou querendo matá-lo.
- Escutem... E escutem muito bem... – disse se aproximando de Sam e a irmã começou a se aproximar de Dean. Naquele momento eles realmente ficaram com medo.
- A vingança ainda está por vir... – disse enquanto eles planejavam ficar cada vez mais longe delas.
- Aguardem... – completou e abriu a porta. – Agora fora!
- Tudo bem! Não precisa ficar tão nervosa... – Sam disse saindo quase imediatamente. – Estamos indo.
- E o que vocês vão fazer pra eu sair? – Dean perguntou com um sorriso sacana no rosto.
- Dean... SAI! – gritou apontando a faca para ele.
E ele não pensou duas vezes. Saiu.

- Psicose. A única coisa que eu consigo pensar agora. – Dean disse ao sair do quarto.
- Você realmente precisava querer perturbar as duas mais ainda, não é? – Sam perguntou suspirando.
- E viu? Minhas preces foram atendidas: elas estavam de toalha.
- Grande coisa. – Ta. Até parecia que Sam não tinha se importado.
- E molhadas.
- Você vai pensar nisso a noite toda. – Sam brincou, mas o irmão confirmou. – Desisto de você, Dean. Tenho coisas melhores para fazer.
- Ah, é? O quê?
- Descobrir o que ta matando um monte de crianças e pais em um parque de diversões? – Sam perguntou como se fosse completamente óbvio. Bom... E era.
- Você sempre tem que acabar com a alegria, né? – Dean disse suspirando e entrando no quarto, fazendo quase tanto barulho quanto no dia anterior.
E logo ouviram alguém esmurrando a parede. Começaram a rir e cuidaram pra não fazer tanto barulho – o que realmente foi em completamente em vão.

- Eles realmente não aprendem, né? – perguntou rolando os olhos logo depois de bater na parede.
- São os Winchesters. É óbvio que não. – disse pegando suas roupas e balançou a cabeça. – Precisamos de toalhas.
- Eu mato aqueles dois... – disse entre os dentes.
Abriram a porta do quarto e checaram vinte vezes para ver se não havia ninguém por perto. Depois de confirmarem, saíram correndo até o quarto dos irmãos, batendo loucamente na porta. Sam abriu e ficou encarando durante um tempo.
- Hmmm... Oi? – Ele disse encarando a situação com uma sobrancelha erguida.
- Deixa a gente entrar? – pediu com olhos pidões e não tinha como recusar.
- Já voltaram? – Dean perguntou com aquele sorriso imenso e mostrou a faca. – Você não larga essa droga?!
- Não.
- O que vocês estão fazendo aqui? – Sam perguntou fechando a porta e cruzando os braços. Há pouco tempo as duas estavam querendo arrancar a cabeça deles a facadas, então por que voltaram? Iam finalmente fazer aquilo?
- Precisamos do banheiro de vocês. – declarou e eles ficaram olhando impressionados.
Hora perfeita para tirar vantagem/chantagem.
- Existem condições... – Dean começou a falar já com o sorriso safado.
- Dean... A única coisa que você vai conseguir arrancar de mim nesse estado é uma facada. – disse passando por ele, ignorando completamente a situação.
- É culpa de vocês que nosso banheiro está completamente inutilizável. Assim como as nossas toalhas. – disse seguindo a irmã e as duas se trancaram no banheiro.
- Cara... Eu acho que elas vão roubar nossas toalhas. – Sam comentou. Os dois se olharam e saíram correndo para ver se conseguiam abrir a porta.
- Esqueçam! As toalhas são nossas agora! – gritou e arrastou qualquer coisa para segurar a porta e não terem os irmãos invadindo o banheiro no meio do banho. Quando se virou, a irmã já estava entrando na banheira.
- Esquece. Dessa vez, eu vou antes.

No dia seguinte, Dean e Sam encontraram um bilhetinho antes de sair do motel. Antes de ir ao parque, as garotas deixaram o bilhete embaixo da porta e foram embora.
- "Encontre a gente no parque ao lado das latas"? – Sam leu enquanto iam para o Impala. – O que elas querem fazer? Caça ao tesouro?
- Sei lá. – Dean respondeu entrando no carro. – Só sei que estou sentindo falta da minha toalha.
Dirigiram até o parque como no dia anterior. Estava um calor escaldante, pleno verão americano. Encontraram as duas usando shorts, blusas de manga curta e com os cabelos presos em tranças e rabos de cavalo.
- Bom dia, moças. – Dean disse ao encontrá-las. Elas se viraram sorrindo.
- Não to gostando do sorriso. – Sam comentou chegando perto. – Tem algo de sinistro em tudo isso.
- Pelo amor de Deus, vocês caçam criaturas todos os dias e estão com medo dos nossos sorrisos? – perguntou rindo. Os dois ergueram uma sobrancelha.
- Não se preocupem, a gente não vai fazer nada. – disse rindo logo depois também. – Quase nada.
- Ta vendo? Tem até uma risada do mal no final. – Sam adicionou ainda encarando as duas com receio.
- Podia ter disfarçado a risada, né ?
E nisso, elas começaram a empurrar os irmãos para a fila de um brinquedo. E não era qualquer brinquedo. Eram as latas.
- Vocês vão aprender o verdadeiro significado de vingança. – disse rindo junto com a irmã.
- Sam... Da próxima vez que recebermos um bilhete, lembre-me de não fazer o que ele manda.
- Vamos! É a nossa vez! – empurrou os irmãos enquanto escolhia a lata.
Sentaram e ficaram esperando começar. As irmãs riam que não conseguiam parar e os irmãos não sabiam se saíam correndo ou se ficavam. Mas, como já tinham chegado lá, não iam embora.
- Segurem-se homens. – disse com a voz mais sexy que conseguiu fazer.
- Está na hora. – disse imitando a voz da irmã.

E a lata começou a girar lentamente.

- Vamos girar?
Elas nem precisaram de uma resposta. Agarraram a rodinha do meio e começaram a girar. No começo iam devagar, analisando a reação dos irmãos. Eles estavam como se nada estivesse acontecendo. Então começaram a ir mais rápido.
- Ah, vai. Ontem vocês estavam girando mais rápido. – Dean disse para provocá-las. Sam rolou os olhos.
- Calma. Tem que começar devagar... – respondeu.
- Pode soltar, . Eu tomo conta a partir daqui.
- Então você é a louca que fez isso aqui girar insanamente. – Sam comentou e ela assentiu com a cabeça.
- Talvez você queira segurar em alguma coisa. – Ela disse piscando e começou a girar.
De repente, estava girando muito rápido. Assim como no dia anterior, seguravam as cabeças para não passar mal. Os Winchesters começaram a rir. Aquilo fez com que elas rissem também. Naquele momento, todos estavam se divertindo.
- Isso é... – Dean começou a falar.
- Muito rápido! – Sam completou e elas começaram a rir mais ainda.
- Ah, não é nem metade! – respondeu. – ! Pode me ajudar?
- Claro! – disse e começou a ajudar a irmã, botando mais força ainda na lata.
Perderam a noção de tempo. Só sabiam que tudo girava. Em todas as direções também. Finalmente, depois do que pareceu muito tempo, o brinquedo parou. Demorou um pouco para a lata deles especificamente parar de girar, mas parou.
- Conseguem andar homens? – perguntou saindo da lata e deixando a portinha aberta para eles.
Sam e Dean saíram da lata... Cuidadosamente. Depois que haviam saído, um se apoiou no outro e andavam lentamente e tomando cuidado para não cambalear. As irmãs saíram andando como antes, sem se importar se pareciam duas bêbadas incondicionais.
- Como... Como...?
- Como vocês saem vivas? – Sam completou a pergunta do irmão, depois dos dois terem se largado em um banco.
- Anos de prática. – respondeu piscando em seguida.
- Ok... Vocês conseguiram a vingança... – Dean disse suspirando e pensando que NUNCA MAIS se enfiaria numa lata daquelas.
De repente, começou uma movimentação estranha. Pessoas correndo para lá e para cá. E depois seguranças. Sabiam o que tinha acontecido: mais uma morte.
Nem precisaram se falar, correram para o local como se suas mentes estivessem interligadas. E, ao chegarem lá, as suspeitas que esperavam estarem erradas se confirmaram: os seguranças estavam tirando todos de perto e aquilo só podia ser por causa de morte. Ou mortes.
- O que aconteceu? – Dean perguntou ao segurança mais próximo logo que chegaram.
- Sem detalhes... Volte para o parque.
- É sério, nós podemos ajudar. – disse e tirou as credenciais do bolso. – FBI.
Logo que ela começou a tirar do bolso a irmã fez o mesmo. E logo que ela acabou de falar, os Winchesters fizeram o mesmo. O policial ficou olhando incredulamente.
- É. Difícil de acreditar. Estamos em férias conjuntas e tropeçamos com um corpo num parque de diversões. É uma coincidência incrível e não vai lá pensando que a gente gosta. – disse rolando os olhos e suspirando. – Mas estamos aqui. E podemos ajudar.
- Ok... Podem entrar. – O homem respondeu saindo da frente deles. Provavelmente estava com medo de levar um tiro.
O brinquedo era nada menos do que a casa mal assombrada em si. E encontraram o pai e a criança, mortos na masmorra onde tinham se visto pela primeira vez. O pai estava preso às barras das celas, na parte de fora, degolado e com sangue pingando de suas roupas. Já o garoto, estava estatelado no chão, sem nenhuma marca, mas completamente sem vida.
- É o pai que vocês ajudaram ontem? – perguntou curiosa e evitando olhar para o pai.
- Não. – Sam disse suspirando. – Mas quem dera tivéssemos ajudado.
- Tudo bem, pessoas. O que temos aqui? – perguntou analisando o pai.
- Uma morte ensangüentada e outra extremamente limpa. – respondeu sabendo o que a irmã queria. Idéias e análises.
- O pai está parecendo um dano colateral. – Dean respondeu pensativo. – E tem muito sangue.
- Vampiros têm muita necessidade de sangue. – Sam deu a idéia.
- Não. – balançou a cabeça. – Ou a criança estaria drenada.
- Ele teve um senso de moral repentino e pensou "ah, por que fazer a criança sofrer loucamente?" – Dean disse sarcasticamente. Todo mundo o ignorou.
- Hmmm... – olhava a garganta do homem morto.
- Você quer parar de chegar tão perto de pessoas mortas brutalmente? – perguntou rolando os olhos e parando de observar a irmã.
- Acho que isso é um pouco difícil no nosso trabalho. – Sam respondeu tentando acalmar a moça. – Não gosta de sangue?
- Não é isso... Ta, é um pouco isso. Mas essas imagens costumam ficar grudadas na minha mente. – respondeu bufando. Sam sorriu. Pelo menos uma pessoa sentimental naquele tipo de trabalho.
- Ok! Então eu paro de encarar o corte ensangüentado e não descubro que foi feito por uma faca! – disse e cruzou os braços, apoiando-se na cela ao lado do morto. – Então... Alguma suposição?!
- Faca? – Dean perguntou franzindo o cenho. – Ok, isso é estranho. Essas coisas simplesmente não saem pensando em matar seres humanos com facas. São mais do tipo... Enfiar meus dentes super afiados na carótida deles e arrancar um pedaço.
- Não nesse caso. É um corte limpo e rápido.
- Limpo? – perguntou e a irmã abriu a boca para responder. – Claro. Ele só ta pingando sangue.
- Não tem bordas irregulares... – comentou em voz baixa fazendo biquinho depois, deixando a irmã falar por cima dela.
- Eu escutei. – Dean sussurrou para ela, fazendo-a sorrir.
- Ok. Então vamos dizer que eu sou a criatura... – Sam começou a pensar. – Meu objetivo é a criança. Mas o pai vem pra cima de mim querendo defender o filho. Eu... Pego uma faca e mato ele?
- Prendeu antes na cela. – adicionou. – Não faria sentido matar e prender depois.
- Ta, mesmo assim não faz sentido! – Sam disse balançando a cabeça. – Depois ele vai lá e mata a criança, que não tem nenhuma causa de morte aparente!
- Tudo bem, pessoas. Eu achei que já tinha dado todas as dicas. – disse suspirando. – Ignorem o pai. Finjam que ele não apareceu. O que temos?
- Droga. – entendeu. Teria entendido de cara se tivesse examinado o homem como a irmã fez. – Droga, droga, droga.
- Coma induzido antes das mortes. – Dean disse e Sam fez que entendeu. Finalmente estavam falando da mesma coisa.
- Estamos lidando com um Striga. – disse com um meio sorriso no rosto.

Capítulo 5 – You Got to Give the Other Fellow Hell

- Más notícias... – comentou quando voltaram ao quarto. Planejaram ir ao parque à noite para prevenir mais um ataque. – Estamos sem balas de ferro.
- Quê?! – perguntou desesperada e foi até a irmã. – Já procurou nas duas malas? – Afirmativo. – E no carro? Tem que estar no carro!
- Nessas horas seria ótimo ter um Tony Stark com a gente. – comentou observando a irmã correndo loucamente pelo quarto procurando por balas de ferro. – Hmmm... Centrinhos...
- Sabe, você ta parecendo um pouco doida agora. – respondeu ainda correndo pelo quarto.
- Não sou eu quem está procurando insanamente por uma coisa que não existe.
- Para de pensar no Robert Downey Jr. E vai procurar no carro! – jogou as chaves em cima da irmã. – Agora!

[n/a: Pra quem não entendeu a brincadeira: envolve Homem de Ferro, Sherlock Holmes e Robert Downey Jr.]

A moça foi até o carro – ainda pensando em seus centrinhos – ignorando a presença dos Winchesters no Impala ao lado.
- O que você acha que ela vai fazer? – Dean perguntou tirando os olhos do porta-malas cheio de armamentos.
- Não sei. Perguntar pra ela não ia ser mais fácil? – Sam respondeu dando de ombros.
- É. Se ela tivesse prestado atenção na primeira vez que eu chamei...
- É minha impressão ou isso é ressentimento? – Sam perguntou tirando os olhos das armas. Ele tinha que ver a cara do irmão. – Primeira vez que uma mulher ignora completamente Dean Winchester!
- Cala a boca.
- Provavelmente ela está preocupada com alguma arma. – Sam respondeu voltando a atenção ao porta-malas.
- De qualquer jeito, eu to gostando da vista. – Dean disse se apoiando no carro com aquele sorriso safado.
Acontece que estava jogada, apoiando com os braços no estofado e se sustentando com as pernas do lado de fora. E Dean encarava. Quando Sam entendeu o que estava acontecendo, rolou os olhos e resolveu visitar .
Chegando lá, nem teve que bater na porta: estava aberta. Entrou e encontrou a moça sem blusa, correndo de um lado para outro, procurando alguma coisa loucamente. E repito, sem blusa.
- Desculpa! Eu não sabia...! – Sam começou com o discurso logo que ela notou o estado em que se encontrava e o indivíduo em questão no quarto.
- Não, tudo bem... – Ela respondeu dando de ombros e sorrindo. – Você já me viu de toalha mesmo.
- Hmmm... Ok. – Sam ainda estava meio sem jeito, mas fazer o quê? – O que vocês estão procurando tão desesperadamente?
- Nossas balas de ferro acabaram. – respondeu finalmente se sentando na beirada da cama e descansando. – Como vamos caçar um Striga sem essas balas?
- Nós temos. – Ele respondeu se apoiando no móvel da T.V, na frente dela. – Podemos emprestar algumas.
- Emprestar? – Ela perguntou com um pequeno sorriso safado no rosto. – E como um dia eu posso te recompensar por isso?
- Não sei. – Sam fingiu ingenuidade. – Teria que surgir com uma ótima idéia.

- Precisando de ajuda, caçadora? – Dean perguntou se apoiando ao lado de , no carro.
- Ah, oi Dean. Não te vi aí. – respondeu entrando e depois voltando do carro. Suspirou. – Ah, vou ter que entrar.
E, Falando isso, quase literalmente mergulhou no carro. Dean ergueu uma sobrancelha e segurou a porta, abaixando-se para ver o que tinha acontecido. E lá estava a moça, de joelhos no chão, debruçando-se para ver se havia alguma coisa embaixo dos bancos da frente. Ele fez o mesmo.
- O que você está procurando? – Dean perguntou olhando para ela, mas ainda abaixado.
- Balas de ferro. – Ela explicou e se levantou, fazendo-o se levantar também.
- A gente tem de sobra, podemos te emprestar.
- Jura? Balas de ferro de sobra?
- Se fossem de prata estariam em falta. – Ele respondeu piscando e saindo do carro, estendendo a mão logo em seguida. – Ajuda pra sair?
Ela suspirou e segurou a mão dele, sendo retirada do carro. Fechou tudo e foi com Dean até o quarto, conversar com Sam e .
- Temos balas! – comentou com um sorriso gigante logo que entrou no quarto.
- Engraçado, eu ia comentar a mesma coisa! – disse e riu da cara de desapontada que a irmã fez.
- Você. É. Ruim. – A irmã respondeu. – Você só merece uma bala.
- Se reclamar demais eu pego os centrinhos! – ameaçou. A irmã se calou imediatamente e se sentou na cama.
- Centrinhos? – Os dois perguntaram juntos.
- Longa história... – disse suspirando. – Bom. Precisamos nos preparar.
- Nós temos balas suficientes para nós quatro. – Sam assegurou. – Não precisa se preocupar.
- Beleza. Quer levar a shotgun? – perguntou pegando a mala embaixo da cama.
- Pra quê? – perguntou tendo certeza que dessa vez a irmã tinha endoidado.
- Eu tenho mania com coisas grandes. – Ela respondeu. Só Dean riu.

Chegaram ao parque e estacionaram os carros com uma certa distância deste. Tiveram que escalar os portões que fechavam o local, mas nada muito difícil.
- O que vocês acham de nos separarmos? – Dean perguntou quando chegaram ao centro do parque.
- Momento Scooby Doo! Eba! – e comemoraram enquanto pegavam as armas.
- Ok. Daphne, você vem comigo. – Dean disse apontando para .
- Mas eu que era a Daphne! – reclamou e começou a rir.
- Então você vai com o Fred. – A irmã disse e foi ao lado de Sam. – Eu vou com o Salsicha.
- Então vamos, Daphne. Eu te protejo.
- Já viu que no filme ela surta por ser a donzela em perigo?

- Então vocês tinham um acordo para ver quem ia ser qual personagem? – Sam perguntou enquanto andava com pelo parque. Os dois carregando shotguns de cano serrado.
- Yep. Eu era a Velma.
- Toda garota quer ser a Daphne.
- Bom... Tenho problemas com constantes donzelas em perigo. – Ela respondeu piscando. – Sei muito bem me proteger sozinha.
Sam riu e eles continuaram andando. Estavam chegando perto do carrossel, quando este ligou sozinho e começou a girar. Os dois ficaram observando com uma sobrancelha erguida.
- Sabe... Eu sei me proteger, mas ainda sou capaz de sentir medo. – Ela disse observando aquela bizarrice. – Parques de diversão podem ser assustadores à noite.
- Não diga... – Sam comentou suspirando e começou a andar. – Vamos checar. Você vai por aquele lado e eu por esse, ok?
- Ok. Se eu for arrastada pelo pé faço questão de gritar seu nome desesperadamente.
Então, os dois começaram a andar. Cada um seguia por um lado do carrossel, a fim de se encontrarem do outro lado. E, com sorte, encontrariam algo no caminho. Mas parecia que a sorte não estava do lado deles.
- Alguma coisa? – Ele perguntou ao vê-la.
- Nada...
Foi só responder que ela percebeu alguma coisa se mexendo rapidamente na sua direção, vindo de trás de Sam. Era grande e rápida. Não pensou duas vezes: com uma mão, apontou e atirou na coisa.

E Sam não sabia o que fazer.

Por quê? Bom, atirar com aquela coisa não é pra crianças e nem pessoas fracas. Não que fosse fraca, mas sempre atirava com as duas mãos e a arma fazia uma força de volta que era incrível. Naquele dia, atirou direto e ainda estava meio distraída.

O que fez com que a força do tiro a fizesse se estatelar no chão.

Ação e reação, pessoas.

Sam não sabia o que fazer, então deu uma olhada para ver no que ela tinha atirado. Então correria para protegê-la e quem sabe carregá-la para um lugar seguro. Mas quando viu no que ela tinha atirado...
- Você ta bem? – Ele perguntou se aproximando e segurando o riso.
- Melhor impossível. – respondeu sarcasticamente e se sentando. – Acertei?
- Se você tava querendo atirar na aranha... É, acertou. – Sam disse rindo e se abaixando ao lado dela.
- Aranha? – Ela perguntou e encarou o animal explodido no meio do chão. – Então era isso que estava correndo mortalmente até mim!
- Você achou que era o quê?
- Não era só isso que tinha lá, Sam. – explicou antes que ele achasse que ela estava louca. – Tinha um vulto.
- Consegue andar? – Ele perguntou ficando realmente preocupado. Estavam num lugar não muito seguro.
- Na melhor das hipóteses... – Ela respondeu dando de ombros. – Sabe... Cair em cima de um banco pode ser bem dolorido.
Ele nem tinha percebido que a moça tinha atingido um banco. Não tinha literalmente voado para longe, só caído no chão. E o que tinha exatamente atrás dela antes da queda?
- Vem cá, eu te ajudo. – Ele disse estendendo a mão e ajudando-a a se levantar.
Caminharam durante um tempo, mas, com aquela velocidade, seriam capturados rapidamente. E, sinceramente, Sam não queria acabar como o cara da casa mal assombrada.
- Quer que eu te carregue?
- Não! Minhas pernas só doem, não precisa disso!
- , precisamos sair daqui rápido e ir para um lugar seguro! – Ele disse sabendo que a faria reconsiderar.
- Sam... Não estou machucada o suficiente para ser carregada.
Maldito orgulho.

- E aí, Daphne? Pra que lado? – Dean perguntou enquanto observavam uma bifurcação.
- Não quer se separar de novo? – sugeriu já sabendo a resposta.
- De jeito nenhum! Você é a donzela em perigo. – Ele disse sorrindo. – Direita ou esquerda?
- Direita.
E foram para esse lado. Caminharam um pouco, aproximando-se das latas. Do nada, elas se ligaram, assim como o carrossel.
- Ok, Fred. Hora de proteger sua donzela. – comentou ficando com um pouco de medo.
- Fica de costas pra mim. – Ele pediu e ela o fez.
Assim, os dois andavam um de costas para o outro, a fim de cobrirem os dois lados e evitarem um ataque surpresa. Chegaram perto das latas para checar e nada. Não havia ninguém. Mas notou um vulto.
- Dean... – Ela sussurrou. – Dean! Tem um vulto às nove horas!
- To vendo. – Ele disse se virando para ela. – Vamos chegar perto devagar...
E foram chegando perto. Não sabiam se o vulto os encarava ou não, só sabiam que estavam próximos da área de tiro. Mais um pouco e...

- AAH! – deu um berro agudo quando sentiu alguma coisa gelada se arrastando por sua perna.

Começou a correr e balançar a perna loucamente para tirar o que quer que fosse aquela coisa que estava lá. Só sabia que era gelado e molhado. Depois de tirar a força o troço da perna, continuou correndo até tropeçar e cair no chão.
- O que foi isso?! – Dean perguntou indignado sem saber se ajudava a moça ou atirava no vulto que fugia.
- Não sei! – Ela respondeu se sentando. – Era gelado e nojento!
- Era uma lagartixa. – Ele disse segurando o riso. – Que saiu correndo em terror quando você começou a pular.
- Para de me zoar, Dean. – Ela falou esticando a mão. Ele a ajudou a se levantar. – Foi do além. Eu me assustei, ta?
- Incrível. Você se assusta com lagartixas e casas mal assombradas, mas quando aparece um vampiro na sua frente... – Ele comentou balançando a cabeça.
- Lagartixas são altamente nojentas! E nosso trabalho não é tão assustador assim, já casas mal assombradas...
- Bom, precisamos arranjar um lugar seguro agora. Aquela coisa ta perambulando por aqui e provavelmente planejando um ataque. – Dean disse depois de rir dela. – Consegue andar?
- Consigo, Dean. Foi só um tropeção.
Andaram rapidamente até encontrarem o que parecia uma lanchonetezinha com as luzes acesas. Na melhor das hipóteses, podiam ser seus irmãos. Na pior... Bom, ainda bem que tinham suas armas.
- Fica atrás de mim. – Dean disse quando chegaram perto da porta e levou a mão à maçaneta. Contou até três e abriu a porta num solavanco.
Entraram mirando e deram de cara com duas armas. Os quatro suspiraram quando finalmente conseguiram ver as pessoas que carregavam essas armas.
- , ta tudo bem? Seu joelho ta roxo! – Sam comentou ao observar a moça. Ela olhou para baixo.
- Nossa, é mesmo. – finalmente percebeu que havia um hematoma gigante em seu joelho e na coxa da outra perna. – Tropecei.
- Por causa de uma lagartixa. – Dean disse antes que perguntassem. começou a rir. – O que aconteceu com você?
- Caí em cima de um banco. – Ela explicou sentada em um refrigerador de sorvete e segurando um pacote de gelo em uma das pernas, sendo que as duas estavam com hematomas.
- Por causa de uma aranha. – Sam disse segurando a risada. – Tinham que ser irmãs.
- Na verdade eu arranquei a lagartixa da minha perna. – disse se sentando ao lado da irmã e pegando um pacote de gelo.
- E eu atirei na minha aranha.
- Com a shotgun? – Dean perguntou sem acreditar. Ela confirmou.
- Agora sei por que você caiu. – disse rindo e levou uma bolsada de gelo.
- A gente ta ferrado, mais alguém percebeu isso? – Sam perguntou suspirando e voltando ao problema deles.
- Estamos fechados num espaço pequeno. Ele pode escolher nos atacar ou atacar alguma criança. – Dean disse apoiando-se no balcão da loja.
- Podemos sair. – As irmãs disseram juntas.
- Vocês conseguem? – Sam perguntou e elas só lançaram o olhar de morte. – Eu tenho que perguntar!
- Conseguimos.
- Quer parar de falar junto comigo? – perguntou retribuindo a bolsada de gelo.
- Desculpa, é mais forte que eu. – respondeu suspirando.
- Estão prontas? – Dean perguntou checando a arma e elas fizeram que sim com a cabeça. – Então vamos estourar os miolos desse desgraçado antes que ele mate mais alguém.

- Sabe o que eu tava pensando... – comentou enquanto faziam uma varredura conjunta pelo parque.
- Sabia que tinha alguma coisa errada.
- Cala a boca, Dean. – Ela disse suspirando. – Perceberam que todos os ataques foram muito perto da casa mal assombrada?
- Hmmm... Realmente, se você for pensar nisso, nunca saem de um raio de pelo menos cinco metros de lá. – comentou pensando.
- É a zona de conforto dele. – completou piscando. – Ou seja...
- Vocês estão com uma vontade mórbida de entrar na casa mal assombrada. – Sam disse sorrindo e elas iam começar a refutar. – Não se preocupem, estamos aqui ao lado...
Por mais que elas quisessem reclamar, não dava. Entraram na casa mal assombrada sem comentar mais nada. Deram graças a Deus que o troço estava desligado.

Mas tudo que é bom, dura pouco.

- Quem foi o filho da mãe que ligou essa droga? – xingou enquanto grudava em Dean. Não o segurou, mas não faria a menor diferença, de tão perto que estavam.
- Eu quero muito atirar nesse cretino... – comentou agarrando o braço de Sam. Involuntariamente, ele sorriu.
- É só ficarmos juntos. Não se preocupem. – Sam disse e quase sorriu de orelha a orelha. Adorava o fato de que ele estava tentando passar segurança a ela.
- Tenho certeza que ele vai estar naquela droga de calabouço. – disse suspirando e, como se fosse possível, grudando mais ainda em Dean. – Aposto minha arma nisso.
- Eu aceito a aposta. – Dean disse e ela não sabia se sorria ou se lançava um olhar de morte pior do que ele já tinha visto antes.
Já que não tinham certeza para onde ir, resolveram seguir para o calabouço. Provavelmente a criatura deveria dormir lá, por isso estava sendo tão chata em relação àquele local. E quando chegaram ao calabouço, Dean gemeu.

Tinha acabado de perder sua arma para uma garota.

Lá estava aquela figura negra e encapuzada, segurando uma criança pelos ombros, na frente do que seria seu rosto. Quando entraram lá, a coisa largou a criança e se virou para a outra saída, a fim de fugir loucamente.
- AH, NÃO! – Sam gritou e saiu correndo com ainda agarrada ao seu braço.
Instintivamente, quando foi se aproximando, segurou a mão dela e, quando estavam a poucos metros de distância, ele a colocou atrás de si. não pôde deixar de se sentir lisonjeada, mas mesmo assim não queria ser protegida por um homem ou qualquer pessoa do mundo. Saiu de trás dele quase no mesmo momento em que Sam a colocou lá.
Já Dean e saíram correndo quase ao mesmo tempo, um ao lado do outro. Checavam pela vigésima quinta vez se suas armas estavam carregadas e continuaram correndo. Quando estavam se aproximando, Dean aumentou sua velocidade para se por à frente dela, mas o segurou pela jaqueta, também correndo mais rápido e o colocando ao seu lado.
- Boa tentativa. – Dean disse segurando o striga pela capa e o jogando para o meio da sala.
O striga estava lá tentando se levantar, quando aquilo passou pela mente deles. Só podiam matá-lo se atirassem na boca dele enquanto se alimentava. Os quatro trocaram olhares.
Sam não ia deixar que Dean fosse. Assim como não ia deixar que corresse para o meio da sala, como também não deixaria. A moça também não ia deixar que Dean fizesse isso. Mesmo assim, Dean a seguraria com todas as forças se ela tentasse alguma coisa, mas não deixaria que Sam fosse para lá. Assim como não queria que ele fizesse isso e, principalmente, não queria aquilo para a irmã.

Ou seja, o mais rápido venceria.

percebeu isso e correu para o meio da sala, quase se atirando em cima do striga. Pegou sua arma e fez menção de atirar, porém a criatura a segurou pelos ombros, assim como fez com a criança, e a jogou contra uma das celas. Ela bateu a cabeça e caiu desacordada.
- Ei! Seu desgraçado folgado! – gritou e foi correndo na direção da irmã, crente de que os Winchester conseguiriam cuidar do striga sozinhos.
Mas tudo aquilo estava acontecendo tão rápido que eles nem tiveram tempo para pensar. O striga se aproximou rapidamente dela e também a agarrou pelos ombros, porém jogou-a em cima de Dean com uma força incrível.
Então só tinha sobrado Sam. Enquanto e Dean reclamavam e tentavam se levantar – depois de terem aterrissado em uma parede dura e um em cima do outro, o que resultaria em vários hematomas – Sam marchou até o striga, segurando bem a sua arma.
Aproximou-se já mirando na boca da coisa, esquecendo-se de que aquilo teria que estar se alimentando. Naquele momento só queria matar aquilo lá. Mas, antes que pudesse atirar, o striga bateu em sua mão, fazendo a arma voar longe. E assim, jogou-o para o mais longe possível também, do outro lado da sala.
Tendo assim eliminado todos os seus adversários – já que Dean havia desmaiado e Sam estava com dores terríveis, tentando se levantar – o striga começou a se aproximar de , que estava começando a ter visões turvas daquela terrível sala.
entrou em desespero. Estava acordada e – até aquele momento – tentando parar com a tontura e a dor de cabeça. Mas quando viu que aquela criatura pretendia se alimentar da irmã, arranjou forças quase literalmente do além.
Estava com Dean desmaiado sobre ela e o empurrou com todas as forças que conseguiu. Ele tombou para o lado e ela se levantou ainda meio bêbada, limpando o sangue que escorria de seus lábios. Pegou a arma de Sam no meio do caminho.
O striga levantou pelos ombros, prensando-a contra a cela. A moça gritou. Imediatamente, a criatura abriu a boca e uma aura branca começou a sair dela. De repente, ouviram um clique ao seu lado.
- Ei, seu loser! – gritou. As atenções se voltaram para ela. - Ninguém mata a minha irmã sem a minha autorização!

E, em seguida, veio o tiro.

ficou vendo aquela imagem bizarra sumindo enquanto sua irmã se estatelava no chão. Finalmente, o striga estava morto.
- ! Você ta... – Ela começou a falar se abaixando ao lado da irmã, que tinha se sentado. começou a abanar as mãos.
- Esquece... Vai lá, o Sam precisa de você... – Ela disse e abriu a boca para refutar. – Vai. Antes que eu te bata.
começou a rir e fez exatamente o que a irmã a disse para fazer.
Correu até o outro lado da sala, encontrando Sam esquecido no chão, cheio de dores, com sangue nos lábios, assim como ela. Parecia um tanto atordoado, mas se recuperando. Ela abaixou ao seu lado e segurou sua cabeça.
- Ta tudo bem? – perguntou ofegante enquanto ele focava os olhos nela. Parecia agora a cena mais linda do mundo vê-lo sorrir.
- Ta... – Ele respondeu vagamente ainda sorrindo. Pela primeira vez não era Dean que lhe fazia aquela pergunta. Era uma mulher... Que ele gostava. – Tudo ótimo.
- Consegue levantar? – Ela perguntou de volta e ele só continuou lá, a aproveitar as mãos dela em seu rosto. – Sam! Você me deixa preocupada assim!
- Consigo. – Ele disse sorrindo e se sentou lentamente, gemendo durante o processo.
- Onde dói?
- Tudo. – Sam disse e os dois começaram a rir.
- Sua arma. – estendeu o objeto para ele. – Ainda bem que estava no meio do caminho.
- Não trouxe a sua? – Ele perguntou curioso pegando a arma de volta e colocando na parte de trás da calça.
- Trouxe... Mas no calor do momento, esqueci de pegar. – Ela disse rindo e ficando vermelha. E naquele momento, no lugar onde estavam, parecia a coisa mais linda do mundo.

se levantou vagarosamente enquanto observava a irmã correndo até Sam. Foi até Dean, segurando-se nas barras de celas conforme passava por elas. Sentou-se ao lado dele, que ainda estava desacordado.
Puxou-o pelos ombros com o máximo de força que pôde, o suficiente para colocar a cabeça dele em sua perna. Logo em seguida, encostou a cabeça na parede e ficou de olhos fechados, esperando a dor passar.
- Bom dia, bela adormecida. – Dean disse arrastado depois de um tempo em que estavam naquela situação. Ela abriu os olhos e olhou para ele. – Tudo bem?
- Tudo... E você? Como vai a cabeça? – Ela perguntou e ele fez cara de quem não entendeu. passou a mão pela testa dele e mostrou que ficou suja de sangue.
- Tão bem quanto você, acho. – Ele respondeu com um meio sorriso no rosto, limpando a testa dela, também suja de sangue.
Os dois riram ao mesmo tempo. Podia parecer loucura, mas acharam aquele um dos melhores momentos que tiveram juntos desde que se conheceram. Ela bateu de leve no peito dele, jogando a cabeça para trás e apoiando-a na parede. Dean ficou observando-a, também rindo.
Quando pararam, ficaram ainda um tempo em silêncio, porém sorrindo. De repente, ela cutucou o rosto dele. Dean só ficou esperando que ela finalmente descesse a cabeça e o olhasse.
- Sua arma. – Ela disse ainda com um fantasma do riso escondido em seus lábios e a diversão nos olhos.
- Ah, você não vai ser cruel e fazer isso comigo, né? – Ele pediu com todo seu riso sumindo bruscamente e com os olhos relativamente desesperados.
- Vou. – Ela disse ainda com aquela diversão estampada no rosto. – Se você quiser de volta, vai ter que pegar.
- Ok, pega... – Dean assentiu com relutância. – Eu vou ter de volta.
- Ah, vai... – respondeu ironicamente e pegou a arma que estava por perto, colocando-a na parte de trás da calça. – Acha que os dois estão bem lá?
- Acho. – Dean disse quase imediatamente, quase rápido demais.
Os dois voltaram a sorrir e encarar o teto, ele aproveitando o apoio que tinha na perna de e ela com a cabeça encostada na parede.

Capítulo 6 – Your Love is a Sweet Misery

- Arrumou tudo? – perguntou ao ver a irmã folgadamente na frente do espelho terminando uma longa trança.
- Yep. – respondeu passando o elástico várias vezes para segurar o cabelo. – Estou até com a arma do Dean.
Ela mostrou a arma presa na parte de trás da calça enquanto jogava o cabelo para trás. riu.
- Não esqueceu nada mesmo? – Ela perguntou só para se assegurar. A irmã lançou o famoso olhar de morte. – Já disse que você não me assusta.
- Sei. – A irmã respondeu incrédula e colocando uma blusa que estava em cima da cama. Era branca e tinha dois riscos de tinta vermelha no meio, formando a bandeira da Inglaterra. – Vou lá fora perturbar o Dean. Vê se chama o Sam e daí vocês podem ter um pouco mais de... Privacidade.
- Safada! – disse fingindo indignação, porém rindo como a irmã. Pegou a faca que estava em cima da cama. – Vê se não esquece!
E jogou a faca. a pegou no ar e colocou junto com a arma de Dean. Como cabia tanta coisa na parte de trás da calça delas, nem as irmãs sabiam.

- E aí, Winchesters? Prontos para deixar a cidade? – surgiu perguntando e os dois, que estavam fechando o porta-malas, viraram-se para responder.
- Quase. A ta no quarto? – Sam perguntou sorrindo logo ao vê-la.
- Yep. Divirta-se. – respondeu apontando para o quarto e ele suspirou. Ela não podia ser um pouco mais discreta?
Quando foram deixados a sós, Dean ainda a encarava. Ela estava usando uma calça de couro preta – não das justas, mas aquelas mais largas – e a blusa da Inglaterra. Não sabia se eram botas ou o que, mas calçados pretos. E, apesar de estar com várias escoriações no lado direito do rosto, estava o que ele podia definir como... Bonita.
- Vão agora ou só amanhã? – Ela perguntou e ele finalmente voltou a prestar atenção à conversa. Tinham matado o striga no dia anterior e ficado pela cidade só para ver o que a polícia ia concluir. Agora que o caso já tinha sido fechado, estavam prontos para ir embora.
- Agora. – Dean respondeu e foi até a parte da frente do carro. Ela o seguiu. – Vamos dar uma volta por aí. Quem sabe surge algum trabalho pelo caminho. E vocês?
Sentou-se no banco de motorista. apoiou um pé no carro e ficou recostada à porta. Observava Dean ajeitando as coisas.
- Também. – Ela disse dando de ombros e olhando para a estrada. – Muita coisa pela frente ainda.
Ficaram um momento em silêncio. Então aquela era mais uma despedida. Só tinham que se decidir o que fariam com ela.
- Eu estava pensando... – Dean começou a puxar o assunto. Ela voltou a prestar atenção nele. O que o deixou um pouco sem jeito. – Por que não viajamos juntos? Pelo menos uma parte da estrada.
sorriu. Passou uma perna por cima dele, sentando em seu colo. Dean tinha que ser sincero: não esperava esse tipo de reação. Ela estava com as mãos espalmadas em seu peito e evitava seus olhos.
- Se viajássemos juntos... – Ela começou, finalmente olhando para ele. – Podíamos assistir algum show...

E o beijou.

- Ou apostar uma corrida na estrada. – Dean disse sorrindo e a beijando em seguida. Já sabiam onde aquilo ia dar.
Dean deslizou os dedos pelo passante da calça dela, puxando-a mais para perto. sorriu e voltou a beijá-lo, subindo as mãos vagarosamente para o pescoço dele.
- Acho que não vai precisar disso... – Dean disse tirando a faca da calça dela. A moça riu. Ele tirou outra coisa. – Tão bom te ter de volta, querida.
E dizendo isso, colocou a arma na sua calça, parando completamente de beijar a moça.
- Nem pense em parar agora, seu idiota. – disse puxando-o pela nuca.
Ela manteve os olhos fechados enquanto Dean descia os beijos, passando pela mandíbula e chegando até o pescoço. subiu uma mão para os cabelos dele, abrindo um pouco os olhos. Mas, ao invés de alegria, havia neles uma leve tristeza.

- Oi . – Sam disse com um sorriso ao entrar no quarto. A moça estava sentada na cama, amarrando sua bota.
- Sam... Você precisa aprender a bater na porta. – disse rindo e lembrando-se que da última vez estava de sutiã. Ele riu meio sem jeito.
- Então vocês vão embora hoje também? – Sam se sentou ao lado dela. Imediatamente ela se levantou, indo pentear os cabelos.
- Yep. Não temos tempo a perder. – Ela respondeu e ele quase pôde ouvir um suspiro de infelicidade no final da frase. – O mundo precisa de nós.
Não agüentaram e começaram a rir. Era óbvio que ela tinha dito aquilo de propósito, mas acabou soando mais ridículo do que esperava. Ao pararem ficaram um tempo em silêncio. Ele observava as ondas dos cabelos dela se espalhando pela escova.
- Sabe o que eu estava pensando...? – Sam perguntou ainda meio em alfa.
- Que eu sou linda?
- Isso eu não penso, tenho certeza. – Ele respondeu rindo. tentou esconder as bochechas vermelhas atrás do cabelo. – Você ainda tem que me pagar por aquele empréstimo.
- Qual? – Não, ela não estava brincando com ele. Era sério. Estava tão preocupada em repassar as coisas que tinham que levar na viagem que aquele tipo de conversa simplesmente não se processava.

Sam se limitou a dar um pequeno sorriso e continuar olhando para ela.

- O. Que. Foi? – perguntou deixando a escova em cima da cômoda e olhando para ele com certo... Receio.
Ele riu divertidamente. Inclinou-se para frente, esticando-se ao máximo, e segurou-a pelo pulso, puxando-a para a cama junto com ele. Ela caiu sobre Sam e os dois ficaram rindo.
- Eu gosto de você, Sam. – Ela disse de repente. Os dois ficaram sérios. – Muito até.
Ele passou os dedos pelos cabelos dela, que formavam uma cortina ao redor de seu rosto. Acariciou lentamente a bochecha da moça enquanto ela sentia tudo de olhos fechados. soltou um suspiro involuntário.
- Eu também gosto muito de você. – Ele disse num sussurro, naquela voz grossa e rouca.
Foi tão rápido que ela só percebeu o que estava acontecendo quando sentiu os lábios dele grudados nos seus, enquanto aquelas mãos grandes afagavam seus cabelos. De repente, só notou que já tinham deslizado até sua cintura, na altura da calça.
Discretamente, Sam foi descendo suas mãos até segurar uma das coxas dela, enquanto a outra mão segurava a nuca da moça. Em um movimento rápido, fez com que rolassem para o lado e logo estava por cima. deu um sorrisinho entre os beijos.
Nem perceberam como, mas Sam já estava sem a sua clássica camisa xadrez. Ela deslizou as mãos até chegar aos braços dele, segurando-os de leve. Passou uma de suas pernas pela dele, enroscando-as. Finalmente tomou impulso... Mas não deu certo. E olha que tinha usado uma força consideravelmente grande.

Sam a estava segurando. E era muito mais forte do que ela.

- Ah, isso já é maldade... – Ela disse baixinho e só o viu sorrindo, antes de voltar a beijá-la.

teve uma pequena dificuldade para finalmente arrancar a blusa de Dean. Primeiro foi a jaqueta de couro - jogada para fora do carro – e depois a camisa verde, que não queria de jeito nenhum passar pelos braços dele.
Com um pouco de brutalidade, a camisa indesejada finalmente saiu de lá e foi jogada no banco ao lado, junto com a faca. E, por fim, a camiseta preta foi jogada no banco de trás.
Dean se inclinou um pouco para frente junto com ela, o que acabou fazendo com que a buzina tocasse. Os dois começaram a rir, mas logo ignoraram. Ele demorou, mas conseguiu soltar a trança da moça, levando um tapa em seguida. Tanto trabalho para nada...

Algum tempo depois, por alguma razão, pararam. Só assim perceberam que precisavam de ar. Isso fez com que se encarassem.

Dean a olhava nos olhos, assim como ela fitava aqueles olhos esverdeados. Parecia que ambos sentiam a mesma coisa: estavam juntos, mas algo incomodava...
- Não. – Ela disse de repente, em um tom de voz seco. Dean ficou olhando sem entender.
- O quê? – Ele perguntou achando que não tinha ouvido direito.
- Não.
- Mas nós podemos... – Dean ia começar a criar uma situação, mas ela pousou os dedos nos lábios dele, fazendo-o se calar.
- Você viu o que aconteceu hoje. Alguém tinha que se colocar em perigo. – Ela começou a explicar. Ele abriu a boca e ela o impediu de falar novamente. – Se fosse só você e o Sam, dariam um jeito. Mas aquele tipo de indecisão é prejudicial numa caçada.
- E você prefere ser extremamente racional então? – Ele perguntou depois de alguns momentos de silêncio.
- Se eu e o Sam estivéssemos em perigo, nós dois gritando o seu nome, quem você ajudaria? – perguntou e Dean não sabia o que falar.
Continuou encarando a moça com o olhar normal, mas com milhões de coisas passando pela cabeça. Finalmente abriu a boca para responder, mas não conseguiu dizer nada. Voltou a encará-la.
- Você tem razão. – Ele declarou finalmente. – Não vai dar certo.
Beijaram-se novamente. Ela se inclinou para pegar a blusa dele que estava jogada no banco de trás. Logo em seguida, pegou a faca e saiu do carro.
- Você fica tão bem sem blusa... – Ela comentou andando e se sentando no capô do Impala, começando a fazer a trança. Novamente.
- Imagino você sem, linda. – Dean rebateu enquanto colocava a camisa verde, já fora do carro. Pegou a jaqueta e jogou no capô, apoiando-se ao lado dela. – Gosto mais do seu cabelo solto.
- Que romântico. – respondeu ironicamente e deu um selinho nele. – Acho que paguei minha dívida, né? Daquele beijo com juros da última vez...
- Ah... Não. – Ele disse e ela ficou olhando indignada. – Agora você tem mais dívidas. Vou cobrar esse beijo... – E apontou para dentro do carro. – Com juros.
- Meu Deus, da próxima eu não sobrevivo...
- Ei... Você acha que os dois estão se divertindo lá dentro? – Dean perguntou com um sorriso sapeca no rosto. Ela lançou um olhar repreensivo. – O que foi?
Não precisaram de mais nada. Começaram a caminhar juntos em direção ao quarto, com sorrisos maldosos estampados no rosto.

O dia já estava quente. E parece que tinha ficado ainda pior para e Sam. Se estavam suados? Bom, acho que isso dá para concluir logo de cara.
Ela tentava de todas as maneiras possíveis imagináveis ficar por cima. Mas Sam estava se divertindo em segurá-la por lá. Ria quando ela começava a xingar, morder e – quando realmente saia do sério – tentava bater.
- Sam... Você não presta. – Ela conseguiu falar entre beijos. A única resposta que obteve foi um beijo sorridente.
Claro que aquele tipo de resposta era mais que suficiente. Mas já estava começando a tomar aquilo como um desafio... Então ele podia fazer o que quisesse, ela não desistiria tão fácil de mudar a situação.
Sam deslizou as mãos para o quadril dela, puxando para cima. respirou fundo... Pra onde tinha ido toda a porcaria do oxigênio naquele quarto?! Assim não dava mais!
Em um movimento rápido, conseguiu entrelaçar as pernas nas dele e em seguida segurou a nuca de Sam... Com toda a força que conseguiu achar, tomou o impulso.

E finalmente conseguiu.

Até ele olhava abismado para ela. se sentou e ficou respirando durante um tempo, mas ainda o prendendo com as pernas.
- Ar, Sam. Eu necessito de ar. É biologicamente requisitado. – Ela disse respirando fundo e ele começou a rir.
- Já ta sem ar? – Ele perguntou em um tom que beirava a arrogância. lançou um olhar indignado.
- Só por causa disso, vou demorar mais tempo do que realmente iria. – Ela deu de ombros. – Respirar os cinco por cento de oxigênio restantes por aqui.
- Acho que você não agüenta.
- Quer apostar?
estava com um sorriso convencido no rosto, assim como Sam. Os dois se encaravam e já estavam quase rindo da bobeira. Só que, competitiva do jeito que era, ela resolveu demorar mesmo. Sam só ficou encarando.
- Que foi? Você me encheu, agora agüenta! – disse cruzando os braços.
- Ah, é? – Ele perguntou com a mesma expressão que estava antes de puxá-la para a cama. Só que mais... Medonha.
E começou a se mexer. Imediatamente ela sabia que ele ia virar a situação e nunca mais ela teria a chance de se virar novamente.
- Sam! Para! Sam! – Ela começou a gritar, apoiando no peito dele e tentando segurá-lo. E ele só ria... Ainda estava indeciso se viraria ou não. – PARA!
Enfim, para resolver a situação de uma vez por todas, Sam a puxou novamente pelos pulsos, voltando a beijá-la. Realmente, aquilo era demais para ela pensar em resistir.
- Eu voto em colocarmos uma coleira.

Não era possível.

Imediatamente os dois pararam de se beijar para ver se era mesmo quem eles estavam pensando que havia entrado no quarto.
- Prefiro GPS. – Dean deu de ombros. – É por satélite, mais eficiente para esses dois. Principalmente com a Grace.
se jogou na cama ao lado de Sam e ficou com a cara enterrada no travesseiro. tinha falado primeiro e já estava trocando idéias com Dean... Há quanto tempo os dois estavam por lá?! Se pudesse cavar um buraco e se jogar dentro, o faria.
- POR QUÊ?! – Ela gritou, mas tudo o que ouviram foi um berro bizarro e abafado.
- Qual é a alegria de vocês de ficar interrompendo a gente e nos deixando com vergonha? – Sam perguntou naquele seu jeito irritado.

Dean e começaram a rir.

- Essa! – Ela disse ainda rindo. – Vocês são tão fofinhos quando estão irritados!
- POR QUÊ?! – gritou de novo. Ah, então ela realmente queria uma resposta.
- A gente já vai. – respondeu e todos ficaram em silêncio. A irmã desenterrou a cabeça do travesseiro e ficou olhando para ela. – Que foi? Não temos a noite toda, anda!
- E você só me avisa isso agora? – Olhar de morte. realmente gostava dele. A irmã fez cara de descaso. – Eu tava acabando de arrumar a minha mala.
- Como assim você ainda não acabou?!
Dean e Sam pressentiram uma discussão, então saíram do quarto. Ou sobraria para eles, principalmente para Sam. Já do lado de fora, ouviram berrando que era tudo culpa dele e berrando que era tudo culpa de Dean.
- Calma aí, como que eu fui parar no meio da história? – Ele perguntou se virando para o quarto e parando no meio do caminho.
- Dean, são mulheres. – Sam explicou. O irmão fez cara de compreensão. – Ela não quis vir junto com a gente?
- Não.
- Por quê?
- Ela é mulher. – Dean explicou com um sorriso rápido e Sam, que tinha aderido ao olhar de morte de , se limitou encará-lo. – Que foi? Nem eu entendi o porquê!
Deram de ombros e continuaram caminhando até o carro. Queriam muito que viajassem todos juntos, mas não poderiam forçá-las. Certo?

Certo.

Ou não.

- Dean... – Sam disse quase cantando, encarando o carro delas de um jeito um tanto... Estranho. – Eu tive uma idéia.
Dean o encarou com uma sobrancelha erguida. Agora sim, Sam tinha pirado de vez.
- Cara... Acho que seu cérebro derreteu lá dentro...

- Tudo pronto? – perguntou para a irmã que jogava a última mala no banco de trás do carro e que só respondeu com um joinha. – Ok, então. Tchau, Winchesters.
- Nos vemos na outra vida. – disse brincando e indo até eles.
- Vão pegar que estrada? – Dean perguntou. Queria ter certeza que iria para a estrada oposta.
- A gente tava pensando em ir para Seattle, aquelas bandas... – respondeu pensativa.
- Boa sorte, então. Se cuida, viu? – Dean disse para . Ela o abraçou. – Toma conta da sua irmã, ta?
- Pode deixar. – disse rindo. – Cuida do Sam.
- Bom, acho que a gente se vê por aí, então. – Sam disse para .
- Algum dia, quem sabe. – Ela disse sorrindo. – Precisamos de uma conversa intelectual.
- Sabia. Você fez Direito. – Ele falou em tom acusador e ela confirmou com a cabeça.
- Só durante um tempo. – deu de ombros. – Mas, como é de praxe de todo mundo que faz Direito, você devia ler pra caramba.
- Ainda leio. – Ele se defendeu. Não queria passar de burro. – Da próxima vez que nos encontrarmos, precisamos conversar disso.
Viram que e Dean já tinham se despedido, então também se abraçaram em despedida. teve que ficar nas pontas dos pés para alcançá-lo e, mesmo assim, a criatura continuava alta.

- Você tem que diminuir. – disse indo até ele. – E com urgência. Pareço uma criança do seu lado.
- E você tem que aumentar. – Ele respondeu sorrindo, fazendo-a rir. – Vê se liga pra gente dessa vez.
- Ok. – Ela respondeu rindo. – É que tivemos alguns problemas com celulares.

Momento de silêncio desconfortável.

- . – Imediatamente, ela olhou para ele. – Aquilo que eu falei... Que eu gosto de você... É sério.

Ela sorriu. Radiantemente.

- Eu também estava falando sério. – Ela disse e ele sorriu de volta. – Portanto, se souber que você ficou com alguma outra vadia nos dias que eu estiver longe... Eu mato.
- Não se preocupe. – Sam respondeu. Mas seu sorriso era meio... Triste. – Eu demoro um pouco para superar as pessoas.

E ela não sabia se aquilo era bom ou ruim.
Naquele momento, era ótimo.

- Bobo. – Foi a única coisa que ela conseguiu falar antes de avançar para beijá-lo.

- Então... – foi se aproximando de Dean. Ele sorriu.

Silêncio.

- Você não ta bravo, né? – Ela perguntou de repente.
- Eu? Claro que não. – Dean respondeu se apoiando no capô do Impala e fazendo aquela clássica expressão de ‘não ligo pra nada’.
- Mas magoou. – Ela insistiu e ele só se limitou a olhá-la. Ia responder. – Que coisa mais fofa...
- Ah, eu tenho certeza que você também ta miserável. – Ele disse em tom de brincadeira. Mas, como dizem, toda brincadeira tem um fundo de verdade. – Que coisa mais fofa...
- Sem graça. – Ela respondeu rindo.
- To vendo. – Ele disse com uma sobrancelha erguida, mas não dava para evitar sorrir. – Vem cá.
- Pra quê?
- Vem cá... – Dean disse em um tom mais mandão e lançando seu melhor olhar bravo.
Ela sorriu e foi até ele. Logo que se aproximou, Dean a agarrou pela cintura.
- Até a próxima, linda.
- Até a próxima, bonitão. – Ela disse brincando. Em seguida, estavam se beijando.

- Então... – quase berrou quando os dois não paravam de se beijar.
- Então...! – Ela e Sam repetiram juntos.
- Ok, a gente para. – Dean disse com o olhar de morte. Ainda bem que todos tinham aprendido algo tão útil.
- Vamos lá, . – disse indo até o Ninety Eight. – Ou vamos ficar a manhã inteira aqui dentro.
As duas entraram no carro e acenaram para os Winchesters. Assim, deixaram os dois para trás, virando a primeira esquerda na saída do hotel.

O tempo passou.

The world was on fire
And no one could save me but you
As duas olharam imediatamente para o rádio, repreensivamente.

I never dreamed that I’d meet somebody like you
I never dreamed that I’d lose somebody like you
Ficaram indecisas se desligariam ou não.

No, I don’t want to fall in love
Mas começou a cantar.

With you
só ficou observando antes de se animar. Logo estavam cantando juntas, mais animadas que antes, porém sem a festa que sempre faziam quando estavam no carro.

What a wicked game to play
To make me feel this way
What a wicked thing to do
To let me dream of you
- Acho que hoje vai ser a noite de mega pote de sorvete e nós duas na mesma cama, né? – perguntou em tom de brincadeira.
Com isso, fez a irmã rir. Aquela risada fez as lágrimas que ameaçavam surgir nos olhos dela sumirem. Olhou para e viu que a irmã já tinha derramado algumas.
- Não vai nem esperar o sorvete? – Ela perguntou e riu, mas aquilo não a deixou melhor. – A gente vai encontrar eles de novo.
As duas se olharam e, finalmente, voltaram a cantar em alto e bom som. Como sempre.

No, I don’t want to fall in love
(This love is only gonna break your heart)
With you
- Você acha que elas descobrem hoje? – Sam perguntou com um sorriso de expectativa. Dean começou a rir.
- Acho que vai ser amanhã... Mas espero estar longe o suficiente. – Ele respondeu ainda rindo. – Elas vão vir com uma fúria mortal atrás da gente.
- O que eu daria para ver a cara delas...
E os dois começaram a cantar Led Zeppelin pela centésima vez em uma semana. Estavam se divertindo só de imaginar o que elas fariam.
Acabaram chegando a uma cidade que era bem distante da que estavam. Eram cinco horas da manhã. Dean estava destruído e só queria dormir. Dirigir sem uma única pausa podia ser bem cansativo.
Sam não estava tão cansado, já que tinha dormido metade do caminho. Isso antes do irmão colocar uma música estridente para acordá-lo. Mas, enfim, lá estavam eles num hotel, com camas e sem o rádio para incomodar. Dean teria que arranjar outra maneira de importuná-lo.
- Vê se dorme um pouco. – Dean disse antes de, quase literalmente, capotar na cama, com a cara no travesseiro e ficar sorrindo de olhos fechados. Finalmente... Descanso...
Sam rolou os olhos e se deitou, depois de deixar os celulares no criado mudo, claro. Só aí percebeu como uma cama era boa e como estava com sono. Fechou os olhos e se virou de lado, também sorrindo para dormir.

Mas o celular tocou.

Resolveram ignorar. Talvez a pessoa desistisse.

Tocou de novo. E de novo. E de novo.

- Sammy... Atende essa droga... – Dean disse extremamente incomodado. Quem era o animal que ligava às cinco da manhã?!

Sam atendeu.

- WINCHESTEEEEEEEEEERS! – O grito foi tão alto que ele deixou o celular bem longe e até Dean abriu os olhos, assustado.
- São elas. – Sam declarou. Os dois sorriram.
- ONDE VOCÊS ESTÃO?! A GENTE VAI MATAR VOCÊS DOIS! – Elas gritavam juntas ao telefone.
- Venham achar a gente. – Sam simplesmente respondeu e desligou o celular. Não a ligação, foi o celular mesmo. Enquanto isso, Dean fazia o mesmo com todos os outros. – Boa noite, Dean.
- Boa noite, Sammy.
Os dois estavam extremamente contentes. Tinha dado certo. Agora sim podiam dormir como anjos.

As irmãs tinham acabado de chegar ao hotel. Uma cidade longe da que saíram. Eram dez para as cinco quando estacionaram o carro. largou o volante e jogou a cabeça para trás, fechando os olhos. Precisava dormir.
- , pode pegar minha arma lá trás? – Ela perguntou ainda daquele jeito.
- Claro. Aproveito e pego a minha. – A irmã respondeu e saiu do carro.
Resolveu abrir o porta-luvas para checar os CDs. Queria algum melhor do que as músicas no rádio. Aproveitou também para segurar o sorvete no colo, ou esqueceriam no carro. Abriu o porta-luvas.

Mas quando olhou lá dentro, quase teve um ataque.

Enquanto isso, ia até o porta-malas. Olhava o céu ficando cada vez mais claro e concluiu que teriam que usar os cobertores como cortinas se quisessem que o quarto ficasse escuro como a noite. Enfim, abriu o porta-malas.

E quase teve uma síncope.

- SAAAAAAAAAAAAAAAM! – gritou histericamente.
- DEAAAAAAAAAAAAAAN! – fez o mesmo.

Viu a irmã saindo do carro em fúria.

- Não me diga que...
- Ele pegou TODAS as nossas armas! – respondeu quase arrancando os cabelos. – Todas! TODAS! Não podemos caçar! TODAS!

Respirou fundo.

- O. Que. O. Sam. Fez? – Ela perguntou tentando se acalmar, mas não estava funcionando.
- Simplesmente roubou TODOS os nossos CDs! SEM EXCEÇÃO! – respondeu quase se descabelando duplamente agora que sabia das armas. – Estamos SEM MÚSICA!
sacou o celular e discou um número freneticamente.
- WINCHESTEEEEEEEEEERS!
- São elas. – Ouviram Sam falar orgulhosamente do outro lado da linha.
- ONDE VOCÊS ESTÃO?! A GENTE VAI MATAR VOCÊS DOIS! – Nem sabiam como estavam falando juntas tão bem.
- Venham achar a gente. – Ele respondeu e desligou.

Desligou.

- , entra no carro! – quase gritou. Enquanto isso, a irmã tentava ligar de volta.
- Eles desligaram os celulares! – Ela disse entrando no carro.
Saíram correndo loucamente, cantando pneus e puxando o máximo de potência do motor. Elas iam achar os dois.
- Winchesters, aguardem... – disse em uma voz medonha atrás do volante.
- Vocês vão desejar nunca ter nascido. – completou.
Aceleraram mais ainda, pegando a estrada que estavam antes. Passariam o dia inteiro, e mais a noite se fosse preciso, mas chegariam até eles. Ah, se chegariam.




N/A:
Hey, gente! Nossa, não esperava que fossem gostar tanto da fic! ^^
Espero que gostem ainda mais da continuação! Tive a idéia quando tava com a Pah no Hopi Hari, enquanto a gente se matava nas latas! Isso não é justo, Pah, você já tem duas fics dedicadas a você.
Obrigada mesmo pelos comentários! Vocês não têm idéia de como é bom ver que seu esforço valeu a pena e que as pessoas gostaram, muito obrigada de novo! E desculpa pelos capítulos mortalmente gigantes, é que não dava pra terminar na metade "-.-

Bom, vamos para as músicas... Conseguiram adivinhar o nome dos capítulos?
Capítulo 1 – Lost Highway – Bon Jovi
Capítulo 2 – You Only Live Once – The Strokes
Capítulo 3 – Poison – Alice Cooper
Capítulo 4 – You Spin Me Right Round – Dead or Alive (brega, mas boa!)
Capítulo 5 – Live or Let Die – Paul McCartney
Capítulo 6 – Crying – Aerosmith

Também existem aquelas músicas no meio da fic. A do começo é Ghostbusters – Ray Parker Jr. e a do fim é Wicked Game – Chris Isaak. Vale a pena escutar!

XX

PS: Se existir uma terceira, podem ter certeza que o Cass vai aparecer! Vejo vocês por aí, moças!

N/B: Heey :) parte dois e eu betando de novo *-* desculpa pela demora, a faculdade tá fooooda!! Mas eu adorei, e vcs?? Qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/ xx.



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