: I Won't Give Up
Autora: Mah Carvalho | Beta: Thais



Prólogo

Olá, meu nome é , mas todos me chamam de , atualmente moro na Inglaterra e divido uma casa com a minha amiga . Ela faz fotografia e eu gastronomia, somos amigas desde que eu me entendo por gente e não nos desgrudamos uma da outra, só não falam que somos irmãs porque ela é mil vezes mais linda que eu.
Eu sou mais uma daquelas garotas que será a próxima na família a tomar conta das empresas e com isso decidiu estudar mais o assunto, passo o dia em uma cozinha testando novas receitas e temperos. Meu cabelo fica o dia todo dentro de uma touca e o que eu mais uso é avental e crocs, é assim que passo o dia.
é totalmente o oposto de mim, anda o dia todo maquiada, usa roupas, e ao contrário de mim, não passa o dia todo em uma cozinha.

Não que eu reclame de passar o dia todo cozinhando, não me leve a mal, eu amo o que faço, faço com gosto e amor; mas é que eu queria sair mais, me arrumar mais, e ter amigos! THIS! Nunca tive muitos amigos, sempre fui muito calada, na minha, na faculdade, quase não falo com ninguém, exceto meu parceiro de fogão. . Ainda não contei pra vocês que, além de , meu outro amigo é ele. é como se fosse um irmão que eu nunca tive, assim como . Nos conhecemos no primeiro dia de aula. Ele era novo, eu também, acabamos por esbarrar um no outro nos corredores da faculdade e assim começou nossa amizade. Bem clichê, eu sei, mas aconteceu.
tem talento, muito talento por sinal. Suas receitas são as melhores que eu já experimentei. Ele mora com um amigo que eu não conheço, um tal de , ele diz que vai nos apresentar mas nunca consegue, tadinho! Não sei nada sobre esse amigo dele, mas segundo , nos dariamos bem.

Não sou uma garota de pegar todos os garotos que eu vejo pela frente, não tô a fim de ser mais rodada que prato de microondas. Eu tive apenas um namorado, Lucas, um sem noção que mora no Brasil e só fazia cagada. Não sei como fui capaz de me apaixonar por algo como ele, sofri muito com o término porque, por mais batido que ele fosse, eu o amava. Mas Lucas é passado. O que importa é que estou na terra da rainha e do McFLY e o que mais tem são garotos lindos e simpáticos. Confesso que já tive algo por no começo, mas passou, e meu amor por ele é apenas como amigo. Já tivemos um rolo, algo rápido, mas não era pra acontecer e ficamos só na amizade. No assunto ciúmes, e ganham de qualquer pessoa nesse mundo. Nunca vi pessoas para ter ciúmes de mim como os dois. Mas são uns amores e até acho que eles sentem algo um pelo outro, estão sempre se falando e se olhando de uma forma diferente, não entendo como eles ainda não namoram! também não é de muitos amores, nunca achou um que prestasse, assim como eu, ela não tem muita sorte nesse assunto. Dessa forma, acabamos largadas no sofá de casa com potes de sorvete, caixas de pizza hut e refrigerante, e alguns dias se junta a nós duas e passa a noite em casa. Nessas noites podem acontecer de tudo! Mas não acontece! Hehe. Nós apenas conversamos, cozinhamos e vemos filmes melosos ou de terror, quando ele está em casa.

Capítulo 1

Um dia desses que eu cheguei em casa bem tarde devido as reposições de aulas na faculdade por causa de uma gripe que não me deixou sair da cama, eu dou de cara com a dormindo no colo de dorminhoco que babava mais do que homem quando vê mulher gostosa na rua. Eles estavam tão fofos que decidi subir direto pro meu quarto e não atrapalhar o momento fofura, mas só depois de tirar uma foto daquele momento. Não sabia o que tinha acontecido naquela casa enquanto eu estive fora, mas não seria uma má idéia ter aqueles dois juntos. Eles formam um lindo casal, e eu estava lá sozinha de vela enquanto minha amiga dava uns pegas no meu melhor amigo.
É, , vai ficar pra titia.
Fui para o meu quarto e tomei um banho bem demorado e quentinho e coloquei um curativo em um corte que fiz hoje enquanto cortava algumas cenouras quando ouvi me chamar.
- , já tomou banho, meu amor? - ela me chamou de amor, e ela sabe a eu odeio que me chame de amor. não tem amor a própria vida.
- Já tomei sim, xuxu. Por quê? - retruquei como xuxu, já que ela odeia que chamem de xuxu.
- , sua bitch, você me chamou de xuxu, quer morrer, é? - quanto amor da parte dela!
- , quer parar de gritar e subir aqui no quarto? - chamei ela e ela subiu correndo e quase caindo da escada.
- Então , vamos sair? Eu sei que você tá cansada e passou o dia estudando, mas vamos sair, vai? - Ela me pediu fazendo aquela carinha de cachorrinho abandonado que ela sempre faz quando quer muito algo. – Vamos, , por favooor?
- Ah, vamos logo, vai, aonde você quer ir? - falei e ela pulou no meu pescoço fazendo com que eu caísse no chão. Ficamos assim até um sonolento aparecer no quarto e pular em cima de nós duas.
- .toUpperCase()), SAI DE CIMA DE MIM, SEU GORDO CHATO! - gritou e eu quase fiquei surda. Depois de uns cinco minutos assim nós decidimos ir em um restaurante de comida japonesa que abriu aqui em Londres de frente com o London Eye.

Me troquei, colocando uma calça jeans, meu vans azul claro com uma camiseta do McFly que comprei em um dos shows que fui aqui em Londres, jaqueta de couro, um cachecol para enfrentar o friozinho que fazia em Londres naquela noite e peguei minha Louis Vuitton que estava na mesinha, não quis trocar de bolsa porque sempre esqueço de algo. Decidi fazer uma maquiagem bem leve só para tirar minhas olheiras e dar uma corada no rosto pálido.
Quando desci as escadas, vi uma cabeçinha que era de encostada no ombro de . Decidi tirar uma satisfação com aqueles dois e no momento em que eu gritei que estava descendo eles se separaram e eu ri. Eles não queriam que eu soubesse que eles estavam juntos. Desci tranquilamente e decidi que ia falar com um dos dois, só não sabia com quem.
No momento em que eu abri a porta, me arrependi um pouco de sair de casa, estava mais frio do que quando eu cheguei em casa, por isso falei para eles tirarem o carro da garagem e me esperar que eu ia pegar mais um casaco. Eles concordaram e saíram.
Fui até meu quarto para trocar a roupa e tirei a jaqueta de couro e coloquei um mais pesado de lã, eu ficaria mais protegida do frio com ele. Peguei também uma touca de lã cinza e saí. Enquanto eu descia, ouvi um celular que deduzi ser o de pelo toque, que eu havia escolhido alguns dias antes. Resolvi atendê-lo, pois sei que ele não ficaria bravo com a minha atitude. Olhei no visor e vi a foto de um garoto lindo, com olhos que mais parecia o mar, e fui checar o nome e era o tal garoto que morava com , . Atendi, com um pouco de vergonha.
- E AE, SUA BIXA, CADÊ VOCÊ, MEU AMOR? - ele disse e eu rolei os olhos, mas ri quanto amor esses dois.
- Err, é a amiga dele, ele acabou de sair daqui de casa e deixou o celular. - eu disse sentindo meu rosto esquentando.
- Ah, desculpa, espera aí, eu to falando com a amiga da faculdade dele, a tão famosa ? - ele disse com um tom que eu deduzi ser de surpresa.
- É, eu acho que sim, mas por que "a tão famosa "? - eu perguntei meio espantada.
- Ele sempre fala de você, você sempre tá com ele o dia todo, nas aulas e então você sempre ta nas conversas, por isso a "tão famosa " - ele disse meio constrangido, talvez não era para ele ter me contado, não sei.
- Entendi, mas então, eu tô saindo e vou ver ele daqui a pouco quer que eu passe algum recado? - eu disse já meio constrangida, pois o silêncio que ficou.
- Ah, claro! Pede pra ele me ligar assim que puder, não é nada urgente, mas se ele puder eu vou agradecer. - disse ele com um pouco de vergonha, pelo que eu percebi.
- Ok, pode deixar que eu falo para ele te ligar. - eu disse pronta pra desligar e com vergonha, não sei porquê.
- É... Eu vou desligar e foi muito bom falar com você, , quer dizer, posso te chamar de , né?! - ele disse, eu achei a coisa mais fofa ele me chamando pelo apelido.
- Ah, claro que pode, não tem porque não poder e foi bom falar com você também, , esse é seu nome não é?!
- É sim - disse ele.
- Ok, , eu vou desligar agora porque minha amiga ta me esperando. Até mais. - disse eu não querendo desligar, não queria deixar de ouvir a voz dele, sei lá, me fazia bem de alguma forma.
- Claro, não se esquece de falar com ele?
- Não, pode deixar que eu passo o recado. Boa noite, .
- Boa noite, , até mais e beijos.
- Beijos - eu respondi sentindo meu rosto esquentar novamente.
Sai de casa com um sorriso que eu tentava esconder não sei porquê. Tranquei a casa e fui em direção do carro e entrei no banco de trás, já que tava dirigindo e estava na frente e ela me perguntou por que da minha demora.
- Nossa, , aconteceu algo? Você demorou um pouco.
- É que ligou no celular do que tinha ficado na mesinha da sala e eu atendi porque poderia ser algo urgente. Conversamos e ele passou recado, . Pediu para você ligar pra ele. - eu disse e dei o celular para , ele e falou que mais tardei ligaria para .
abaixou o quebra sol do carro, e me olhou pelo espelho com uma cara de "precisamos conversar". E eu balancei a beça em afirmação. Não seria uma conversa muito curta, tenho certeza.

Chegamos ao restaurante e ainda não estava muito cheio, pois era oito da noite da quinta feira. O London Eye estava iluminado e os casais tiravam fotos juntos e famílias estrangeiras que se maravilhavam com a beleza da cidade. Claro que como toda fotógrafa, não perdeu a oportunidade de registrar todos aqueles momentos e uma pequena e intrusa lágrima escorreu pelo meu rosto quando vi todas aquelas famílias juntas, se divertindo.
Eu já estava morando na Inglaterra há dois anos. Dois anos sem ver minha família, apenas se falando via internet, pois telefone é muito caro. Sinto falta das minhas coisas lá, por mais cansativos e difíceis fossem os dias no Brasil, eu não estava sozinha e não pagava minhas coisas. Minha vida mudou muito, essa viagem com era apenas uma viagem de férias, uma viagem dos sonhos da maioria das adolescentes da nossa idade. Quando me mudei para a Inglaterra em definitivo, tinha de 18 para 19 e já era responsável para ter uma vida sozinha, mas juntas passamos alguns perrengues.
Minha família não é a mais rica da cidade ou coisa do tipo, mas sempre estudei em escolas particulares e eram sempre as melhores da cidade, junto com . Parte da minha família mora em São Paulo e a outra parte no Mato Grosso. Eles sempre trabalharam muito e a confeitaria já tem mais de 15 anos e só ganhou algum reconhecimento de alguns anos pra cá. Eles sempre me criaram no ritmo de vida deles, saindo da escola e indo direto pra confeitaria. Passava o dia todo lá, ajudava com o que conseguia a podia, que fosse uma louça eu já estava ajudando e eu acabei aprendendo as coisas e resolvi seguir a mesma vida. Eu sempre vi que a vida da minha família nunca foi muito fácil, mas sabe, eu não me importava muito. Nunca fui uma garota de dar problemas na escola e muito menos em casa, minha mãe me ensinou a fazer as coisas de casa e aos 12 já sabia fazer coisas que garotas mais velhas que eu não sabia.
Devo muito a todos eles, passamos por muitas dificuldades e foi com elas que eu aprendi e me tornei o que sou hoje; não estou me gabando ou algo do tipo, só tenho orgulho de tudo o que eu já passei e fiz, sempre aprendi muito com todos eles e agradeço ate hoje pelo voto de confiança que eles me deram de sair do Brasil e morar eu e minha amiga sozinha em um pais desconhecido e sem nenhum adulto pra nos ajudar.
Enquanto pensava em tudo isso, já estava enchendo a mesa de comida e eu nem sabia o que pegar primeiro. Eles viram o meu pequeno choro e me perguntaram o que havia acontecido:
- , tá tudo bem com você? - perguntou meio preocupada.
- Sim, , só estava vendo todas essas famílias juntas e me deu saudades do Brasil, de saber que estamos aqui há dois anos e não saber quando vamos vê-los novamente. - depois de falar isso pra eles, meu choro voltou, e agora também estava com seu rosto umedecido e tinha um tentando nos ajudar.
- Nossa, como passou rápido, não?! Parece que foi ontem que nos entramos naquela casa e só tínhamos as malas e dois colchões. - falou secando as lágrimas que ainda teimavam em cair.
sabe de tudo que já passamos porque ele já nos ajudou muito, devo muito a ele e a sua família. Acho que é por isso não nos desgrudamos um do outro e tem tanta consideração por ele.
- Mas o que importa é que estamos todos bem, vocês com a casa do jeito que vocês queriam e eu tenho as coisas mais preciosas da minha vida aqui comigo. - ele falou tentando melhorar o clima e nos abraçando pelo ombro e dando um beijo na minha testa e na de , como eu amo ele. - Agora, vamos comer se não o hot roll de vocês vai esfriar e vocês vão fazer o maior escândalo aqui no restaurante.

Depois de umas duas horas comendo sem parar e colocando o papo em dia resolvemos dar uma volta pelas redondezas do London Eye e voltar para casa e decidiu ligar para . Meu estômago revirou na hora em que ele comentou que faria a ligação. Queria falar com ele novamente.
Nesse momento me puxou pra uma barraquinha de pipoca doce que tinha ali perto e começou o interrogatório.
- , a sua cara não me engana, o que aconteceu, flor? - disse ele querendo entender e tentar me ajudar, se ela pudesse.
- Ai, , não dá pra esconder nada de você mesmo, que saco! - disse eu dando meu dinheiro pra que ela pagasse as pipocas e peguei o meu pacote e o de enquanto ela pagava e pegava o seu.
- Foi esse amigo do , não foi? Me fala logo, , que eu resolvo isso rapidinho - ela falou pegando um pouco da pipoca e comendo.
- É, foi ele sim. Quando eu vi a foto dele no celular do , quase tive um treco de tão lindo que ele é. O olho dele é meio azul ou verde não conseguiu distinguir e ele tem um cabelo lindo. Fui obrigada a atender e falar de uma vez com ele. - eu disse sentindo que estava flutuando. E foi a vez da escandalosa da berra pra todo mundo.
- TEMOS UMA APAIXONADA AQUI, MINHA GENTEEE! Onw, que linda, enquanto você falava tudo isso seus olhos brilhavam como eu nunca tinha visto antes. - ela disse sorrindo e percebendo a cagada que tinha feito. As pessoas já estavam nos olhando estranho, pois estávamos falando em português. Nós fizemos meio que uma promessa se sempre falar uma com a outra em português e nunca esquecermos nossa língua verdadeira.
- Dá pra calar a boca, ? As pessoas ouviram tudo isso que você falou e agora eu quero cavar um buraco e enfiar minha cabeça dentro. - falei sentindo meu rosto mais uma vez naquele dia queimar.
- Mas sabe, , agora sendo sincera e falando sério, de vez em quando é bom tem alguém. Eu sinto falta de um namorado e acho que você também sente falta. Tenho certeza que você sente falta porque vejo nos seus olhos quando você vê um casal entrando no London Eye ou andando pelas ruas de mãos dadas. Eu vejo isso nesses pequenos olhos cansados que você sente falta. Entendo que você quer dar o máximo de si nessa faculdade, mas pega um pouco desse tempo que você tem pra faculdade e transforma num tempo teu. Depois do Lucas, você não teve mais ninguém. Pensa nisso . - ela disse tudo isso enquanto nos sentávamos nos banquinhos próximo de onde estava.
De onde eu e estávamos sentadas dava pra ouvir um pouco da conversa de com . Ouvi uma parte que me deixou meio feliz e meio em duvida.
- Ela me falou que vocês se conversaram hoje... - ele falou prestando atenção na conversa. – Olha, , ela é minha melhor amiga. Eu posso até te ajudar, mas você vai ter que tomar muito cuidado. é muito sensível e não namora há anos por causa de traumas de um tempo atrás. Toma cuidado com o que você vai fazer com ela, porque se você magoar, eu te estouro na porrada... - só ouvimos essa parte, pois ele virou para o outro lado, mas só pelo que eu percebi, não fui só eu que balançou com essa conversa mais cedo.
Eu olhei pra e ela me olhou surpresa, acho que foi com o que falou. Pelo o que entendemos, ele quer tentar alguma coisa comigo, pois as únicas amigas de somos eu e . ele já tá dando uns pegas, tenho certeza, e ele me tem como a irmã mais nova dele, a joia mais preciosa que ele já teve na vida. Palavras dele.

desligou o telefone e foi até onde eu e estávamos. Tentamos disfarçar nossas caras de espanto e ele perguntou sobre o que falávamos. Tive que mentir e falar que conversávamos sobre o meu cansativo dia de estudo/trabalho.
Ele pegou a pipoca dele das minhas mãos e devorou elas mais rápido do que eu e comemos a nossa, nunca vi como cabe tanta coisa dentro dele.
Ficamos mais uns dez minutos conversando e esperando , que não parava de tirar fotos do lugar, que realmente estava lindo.
Voltamos para a nossa casa e pediu se podia dormir em casa, já que ficaria nos pais dele e não queria ficar sozinho na casa. Ele subiu pro quarto de hóspedes e entrou no banho enquanto eu separava a roupa dele e toalha, já que ele sempre ficava aqui em casa e deixava suas coisas aqui. Deixei as roupas dele em cima da cama e a toalha pendurada na porta do banheiro e avisei que estaria no meu quarto:
- , tô indo pro meu quarto e eu já arrumei a sua roupa que esta em cima da cama e a sua toalha ta aqui na porta.
- Obrigada, , te amo e valeu por separar a roupa e a toalha.
- Magina, , boa noite, te amo.
- Boa noite, , eu também te amo muito.

Entrei no meu quarto e fui logo entrando no banheiro e ligando o chuveiro bem quente, pois o frio ainda estava grande. Também liguei o ar condicionado do quarto quente para que na hora que eu saísse do banheiro não tivesse choque térmico. Tomei um banho um pouco demorado e consegui relaxar. Sai do banho enrolada no meu roupão com os cabelos molhados enrolados na toalha. Troquei de roupa colocando um pijama bem macio e quente e coloquei minhas pantufas da Minnie e decidi descer um pouco na sala e desci com uma coberta, um travesseiro e meu celular deitei no sofá e liguei em um filme qualquer para esperar o sono chegar. Pensei que encontraria dormindo no sofá, mas percebi que ela estava no quarto e por isso tomei todo o espaço do sofá.
Quando dei por mim, estava sendo carregada por até meu quarto e estava atrás levando minhas coisas, ela arrumou minha cama e ele me deitou, me cobriu e abaixou o ar condicionado que estava bem forte. me deu um beijo na testa e me deu um na bochecha, me desejando boa noite, saindo, apagando as luzes e encostando a porta do quarto. E foi dessa forma que eu adormeci com a conversa que tive com na cabeça e só acordei no outro dia.

Acordei quase onze horas da manhã e a casa estava em silêncio, algo muito raro quando se tem uma morando junto com você.
Decidi ficar mais um pouco na cama pois hoje eu não teria aula, ontem nas reposições acabei pedindo pro meu professor se eu poderia adiantar a aula de hoje e ele me autorizou. Adoro quando ele está de bem com a vida. Quando o relógio do meu quarto apitou onze vezes, eu decidi levantar e tomar um banho e arrumar meu quarto. Fui para o banheiro e liguei o chuveiro para ele já ir esquentando. Enquanto isso eu fui arrumar minha cama e separar uma roupa confortável, já que pelos meus planos, ficaria em casa por todo o dia. Fui para o banho e lá demorei uns dez minutos, estava tão gostoso que não queria sair. Reuni forças e desliguei o chuveiro me secando rapidamente e colocando meu roupão, organizei o banheiro, escovei meus dentes e penteei meus cabelos e fui para o quarto ouvindo o barulho de chave abrindo a porta, deduzi que era e ela me gritou lá de baixo para que eu a ajudasse com as compras.
- , tem como você me ajudar aqui em baixo? - disse ela me chamando e deixando algo cair no chão.
- Claro que sim, , espera que eu só tô colocando minhas pantufas. - Eu as coloquei e desci correndo quando entra em casa com os últimos pacotes de compra.
- Nossa, você comprou bastante coisa dessa vez, quanto saiu essa compra? - perguntei abrindo os pacotes e tirando as coisas de dentro e arrumando dentro dos armários e geladeiras.
- Ah, essa não foi muito cara não, ficou mais barata que a última que você fez. - ela disse colocando sua bolsa no sofá e tirando os sapatos e as blusas.
- Ah tá, e aí, como foi sua manhã na faculdade?
- Foi bom, , e você? Não foi pra faculdade por que, hein, senhorita? - ela perguntou indo em direção da cozinha.
- Eu fiz a aula ontem e pedi descanso hoje. O professor me deu e deve estar louco comigo, pois ele teve que fazer a aula com uma menina não muito agradável que não sabe nem ralar um queijo. - eu disse rindo.
- Nossa, , que maldade a sua, eu nem posso falar muito porque se você não tivesse me ensinado algumas coisas, eu viveria de fast food e comida congelada. - ela disse rindo também.
- Isso é verdade. Que horas vocês acordaram hoje? - perguntei guardando as últimas verduras na geladeira.
- Eu fui mais cedo, acordei umas cinco e meia, e foi mais tarde, deve ter saído umas sete e eu acho que ele pegou o seu carro. - ela disse apontando para o porta chaves da casa.
- Ah, não tem problema, eu não vou sair hoje mesmo, espero que ele cuide bem do meu bebê, vou passar café, você quer, ? - eu disse pegando a cafeteira. - Falando nele, olha quem tá chegando aí com meu bebe são e salvo - eu disse saltitante pelo meu carro ainda estar inteiro.
- Quero sim, , faz uma xícara pra mim que eu faço os pães na chapa - sim, eu tenho uma chapa de padaria na minha cozinha.
- Bom dia, família linda. - disse entrando e se desfazendo de todos os seus casacos e de seus tênis, deixando as chaves do carro no porta chaves.
- Bom dia, , meu carro está inteiro, não está? - perguntei apontando a faca que usava para cortar os pães e me segurando para não rir.
- Nossa, mas a TPM já chegou? Tá ovulando, é, bebê? - ele perguntou rindo. - Tá sim, , seu carro está inteiro. Eu acho que vou pra minha casa ver como estão as coisas por lá e mais tarde eu volto. , você me leva? - ele perguntou fazendo carinha de cachorro sem dono.
- Não, vai a pé, você já andou muito com meu carro. - eu disse tentando não rir novamente. - Claro que eu levo, , só me dá o tempo de comer algo e trocar de roupa.
- Tá, eu te espero e eu também quero pão na chapa e café. Ouviu, ? Quero pão. - ele disse depois que a já tinha desligado a chapa.
- Ai, , como eu te odeio. Eu ja desliguei a chapa e você sabia. - disse ela ligando a chapa novamente e fazendo cara de brava. - Quer com muita ou pouca manteiga? - ela perguntou já cortando o pão.
- Com pouca, senhorita. E não precisa deixar ele muito tempo na chapa, se não ele fica duro. - ele disse se divertindo com a cena.
- , vem dar um jeito no seu amigo, ele anda muito folgado! - ela gritou e eu ri.
- Dá um jeito você, , ele também é teu amigo. - eu já não conseguia mais me segurar e comecei a rir com as caretas que fazia atrás da .
- Tá, deixa que eu faço o pão e não me peça mais para comer japonês com você, ! - falou fingindo estar bravo.
- Nããão, meu amorzinho, pode deixar que eu faço o seu pão! Como você quer mesmo? - ela perguntou desesperada com medo que o que falou fosse verdade.
Eu só ria com a cena dos dois, eles realmente combinavam um com o outro, se davam super bem, e os são lindos! Olha que casal perfeito. Enquanto é toda arrumadinha e delicada, eu tô aqui largada no sofá da nossa casa de coque mal feito, óculos, pijamas e pantufa vendo bob esponja na nick.
Terminei de comer e levei minha bandeja pra cozinha, e ver o que aqueles dois aprontavam quando vi, estava os dois lavando as louças e conversando como se nada tivesse acontecido.
- Nossa, o que aconteceu aqui? , você tá lavando louça? Meu Deus, , o que você fez com a minha amiga? - perguntei surpresa.
- Eu não fiz nada, só tiramos par ou ímpar pra ver quem lavava a louça e eu ganhei! - ele disse feliz.
- Tadinha da minha bebê, você não presta, ! - eu disse fingindo indignação. - Vou me trocar e nós já vamos, pode ser, ?
- Claro, , eu vou terminar de ajudar a e nós vamos.

Subi pro meu quarto e me troquei, colocando minha fiel calça jeans junto com meu vans branco, uma camisa de manga cumprida branca e um casaco preto. Além de tudo isso coloquei um cachecol. É, eu sentia frio. Fui pro banheiro e escovei meus dentes e soltei meu cabelos, prendendo apenas minha franja. Peguei a mesma Louis Vuitton do dia anterior e desci encontrando todo empacotado e toda molhada, ri da cena.
- Vamos? - perguntei para
- Vamos sim, . - ele deu um beijo na testa de e abriu a porta me dando passagem. Fomos até a garagem e eu tirei meu carro e foi ligando o som e o ar condicionado. Seu semblante estava estranho, não consegui decifrar.
- , dá pra me contar o que tá acontecendo? Você tá me deixando aflita com essa sua cara. - eu disse meio nervosa.
- Nossa, calma, mas você percebeu algo? Digo, tá tão na cara assim? - ele perguntou olhando pra mim.
- Olha, eu já até sei sobre o que você quer falar. É a , não é?!
- Como você sabe? - ele perguntou surpreso.
- Eu cheguei em casa ontem e vocês dois dormiam abraçados no sofá, mais tarde, enquanto eu descia pra a gente ir jantar ela tava com a cabeça apoiada no seu ombro e quando e avisei que estava descendo vocês tomaram um susto e trocaram de posição. - disse tudo isso sem perder a atenção no trânsito, que estava grande no centro de Londres. – Vocês dois não me enganam, conheço vocês o suficiente pra saber que se gostam. Mas agora fala você.
- Eu nem sei o que falar, . - ele falou e rio. - Não sabia que você tinha visto tudo isso e quero que saiba que não estamos escondendo nada de você. Pelo contrário, queria falar com você sobre o assunto e ver o que você acha.
- Eu que te pergunto... O que você acha dela, ?
- Eu realmente gosto dela, ela é fofa e tem o jeito dela, não sei, é diferente de todas as minhas namoradas ou ficantes. - ele disse com um brilho nos olhos que eu nunca tinha visto antes.
- Olha, você não precisa dizer mais nada porque só esses teus olhos ja falaram por você. E pode ficar tranquilo que eu aceito você como cunhado! -eu falei e ele deu mais uma de suas risadas. - Mas toma cuidado comigo, menino, você sabe do que eu sou capaz de fazer com una faca de carne na mão. - ele riu de novo e dessa vez eu o acompanhei.
- Faca de carne, ? Não poderia ser a de pão, não?! - ele falou e ficamos nesse papo até chegarmos na casa dele.
- Quer entrar, ? Acho que a casa esta vazia, eu tomo um banho, dou uma geral e aí a gente pode pegar a e sair.
- Ah, se não for te incomodar, eu te espero sim. Mas vamos fazer assim, enquanto você toma banho, eu vou à Starbucks aqui do bairro e pego um café pra nos dois, pode ser? - perguntei e ele concordou.
- Claro que sim, , mas... Como você vai entrar? Eu vou estar sozinho e no banho.
- Querido, esqueceu a cópia que você me deu? - eu tirei a chave do carro e balancei a cópia da chave da casa dele.
- Meu Deus, o que me deu pra eu te entregar uma copia da chave da minha casa? Sou louco mesmo. - ele fez cara de indignado e eu comecei a dar socos nele.
- Para, menina! Dói, sabia?! - ele falou passando a mão no braço e rindo.
- Tá, sai logo do carro e vai trocar essa cueca fedida enquanto eu compro nosso café.
- Tá bom, mamãe, se cuida e vem logo com meu café. - ele me deu um beijo e saiu do carro entrando em casa.
Liguei o carro e saindo em direção a Starbucks do bairro onde ele morava. Dava uns dez minutos a pé, mas tava muito frio e decidi ir de carro mesmo.

Chegando na Starbucks fiz nosso pedido e pedi um para viagem. Sentei em uma das cadeiras perto do balcão e esperei ele sair. Retirei os cafés e abri a porta do café recebendo uma rajada de vento. Nada que não desse pra suportar, mas fui correndo até o carro entrando no quentinho novamente. Durante o caminho de volta ate a casa de eu peguei um pequeno transito, nada muito demorado, devido um acidente perto do centro.
Chegando na casa de , estacionei na frente da casa e tomei coragem pra sair do carro. Peguei o meu café e o de , minha bolsa e saá do carro, trancando-o e indo ate a porta da casa, abrindo ela com facilidade e dando de cara com um garoto só de calca de moletom e meias saindo da sala e indo até a cozinha. Tomei um pequeno susto e tenho certeza que ele também tomou. O garoto voltou pra sala e colocou um blusão, e estava todo vermelho, e eu fui pra cozinha de quase sem forca nenhuma nas pernas deixando os cafés em cima do balcão e sentando em um dos banquinhos que tinha perto da bancada. Peguei meu café e comecei a tomar ligando meu celular entrando no twitter, quando sinto alguém atrás de mim.
- Er, me desculpa, não sabia que alguém além de mim e de tinha a chave. - ele disse e eu me virei.
- Tá de blusa? - eu perguntei e segundos mais tarde eu me arrependi do que havia falado.
- Ah sim, coloquei. Você é a garota que eu conversei pelo celular do ?- ele perguntou abrindo a geladeira.
- Sou sim, sou a "tão famosa " - falei fazendo aspas com os dedos.
- Mas olha, nem precisei apresentá-los. , ele te tratou bem enquanto eu tomava banho? - me perguntou me abraçando de lado e me dando um beijo na bochecha.
- Ta sim, tirando o susto que levamos um com o outro quando eu cheguei, está tudo bem. - eu disse depois de retribuir o beijo em . - Ah, toma logo seu café se não ele vai esfriar.
- Posso falar uma coisa? Vocês parecem um casal de namorados, meu Deus, não sabia que vocês eram tão amigos. - disse se sentando na bancada perto da pia.
- Parecemos, mas não somos. - disse e meu celular vibrou em cima da mesa. Era .
- Oooi, . - eu atendi tentando não prestar atenção no papo dos dois.
- Oi, , onde você tá? Tô preocupada, você demorou.
- Me desculpa, bebê! Eu acabei ficando aqui na casa do e vai se arrumando que nós vamos sair. Fica bem linda pra arrasar no centro de Londres. - eu disse gesticulando, como se ela estivesse vendo. Os dois ficaram observando a cena e riram do que eu falei.
- Ah tá, mas aonde vamos, ? Que roupa eu coloco?
- Não sei ainda, mas coloca uma jeans skinning com a ugg que eu te dei e um casaco bem pesado porque tá muito frio.
- Nossa, verdade, vou fazer isso, me dá vinte minutos e fico pronta.
- Ok, já estamos aí em casa, fica de olho pela janela e pega um par de luvas de couro no meu quarto? Tá em cima da cama, eu acabei esquecendo em casa.
- Claro, , pode deixar que eu levo pra você.
- Então ate vinte minutos bebê, te amo.
- Beijos, , te amo.
Desliguei o celular colocando ele em cima da bancada e tomando um pouco do meu café.
- Então, vai com a gente? - eu perguntei querendo que ele respondesse que sim. Eu queria realmente conversar mais com ele.
- Se ele quiser, por mim tudo bem, você vai, ? - perguntou dando um leve beliscão em que eu percebi.
- Ah, se não for incomodar, eu quero sim, vou passar o resto do dia em casa mesmo. - ele disse tomando o resto de sua água e colocando o copo na pia.
- Me dá cinco minutos e eu tô pronto - continuou ele descendo da bancada e indo em direção do quarto.
- É... Parece que temos acompanhante pra alguém essa noite. - disse sem olha pra mim.
- Como assim, ? - eu disse sentindo algo revirar dentro de mim.
- Ele vai por tua causa, . Fica esperta com ele. - ele disse apontando para mim. - O moleque é rápido quando quer. E ele vai aparecer pronto em uns dois minutos.
Não deu outra. Uns dois minutos depois aparece na sala com calça jeans, vans branco, camisa de manga cumprida branca e touca. Seu casaco estava atrás da porta junto com seu cachecol. Eu apenas fiquei observando abobada aquela linda paisagem e ele parecia em transe quando o mala do decidiu abrir a matraca.
- Vocês combinaram ou foi impressão minha? - ele disse e eu me virei para fazendo o sinal de que eu mataria ele assim que eu pudesse. - Meu deus, não, tudo menos faca de carne. - disse e ficou apenas observando.
- Toma cuidado comigo, menino, eu sou perigosa. - eu disse olhando para .
- Vocês tem problema, só pode. - disse pegando seu casaco rindo e vestindo-o.
- Não, mas agora é serio. Vocês dois estão quase idênticos. Isso foi de propósito ou impressão minha? - disse colocando o último casaco e eu fiz o mesmo.
- Eu que vou saber? Coloquei a primeira roupa que vi e eu nem conhecia o menino. Foi coincidência, . - eu disse tentando não pensar que aquilo foi de propósito.
- Vou deixar vocês pensarem o que quiser. Mas também peguei a primeira camiseta que vi. Não tenho culpa se temos gosto parecido. Bom gosto pra ser mais preciso. – Saímos da casa e logo abri o carro e sentindo uma mão tentando pegar as chaves da minha mão - não senhor , eu dirigo. To com saudades do meu carro sabia.
- Então tá, senhorita, vai logo porque já deve ter tido um treco com a nossa demora. - disse entrando no banco ao meu lado sendo segui por que sentou atrás de mim.
Pegamos aquele pequeno trânsito normal de Londres e chegamos em casa estava sentada nos degraus da casa, quando nos viu saiu correndo e entrou no carro.
- Sua louca, não falei pra esperar dentro da casa que tava frio?! - eu disse em tom de reprovação. como não é bobo nem nada pediu pra trocar de lugar com que já conhecia não sei de onde e então não precisaram ser apresentados nem nada. Eu senti um pequeno frio na barriga quando senti a presença dele ao meu lado.
- Aonde vamos? - eu perguntei.
- Você decide hoje, . Vamos comer algo e depois damos uma volta pela cidade, pode ser, meninos? - perguntou e os dois aceitaram.
- Ok, vamos comer massa hoje. - eu disse sendo ignorada por e , que já conversavam animados um com o outro.

Capítulo 2

Eu não sei o que falar nessas ocasiões, por isso fico quieta, pois quando falo, só sai besteira. Mas tomou a iniciativa e puxou assunto.
- Você é daqui, ? - por pouco não tive um treco quando ouvi ele me chamando pelo apelido novamente.
- Não, sou do Brasil, mas já moro aqui há dois anos. - eu disse sem perder o foco na estrada.
- Percebi, não é sempre que vemos garotas como você aqui. - ele disse e eu corei, não sei por quê.
- Vou levar isso como um elogio. - eu disse mostrando um sorriso tímido.
- Mas é serio. As garotas daqui não são simpáticas e bonitas como vocês. Elas sim são frias e mal educadas. - ele disse e senti seu olha em mim.
- Isso vem da pessoa. Sempre fui assim, puxei minha família. Falamos muito e somos simpáticos, lidamos com as pessoas o dia todo e você acaba sendo obrigada a ser assim. Mas isso vem de pessoa. Odeio pessoas mal educadas e secas. Foi difícil me acostumar aqui. - eu disse. - Não que todos sejam secos, mas você sabe...
- Te entendo e sempre tive vontade de ir ao Brasil. Mas nunca tive oportunidade.
- É gostoso, mas é muito quente, não sei se me acostumaria novamente. Gosto muito daqui. - eu disse ligando o radio.
- E o que você faz aqui? - acho que isso é um interrogatório.
- Eu estudo gastronomia, junto com . Sou a herdeira de uma rede de restaurantes e confeitarias no Brasil, por isso decidi estudar o assunto, mas não pretendo voltar ao Brasil e tocar as empresas, meu sonho é montar algo meu aqui em Londres. Não quero ser conhecia como herdeira, quero ser conhecida pelo que eu suei pra conseguir.
- Você parece que não é do tipo que vai torrar toda a grana dos pais quando eles deixarem tudo pra você. Você não tem irmãos?
- De fato isso não faz o meu estilo e não, sou filha única e neta única. Acho que chegamos. - eu disse diminuindo a velocidade e entrando no estacionamento. - , pega minha bolsa que tá aí atrás?
- Claro, , pego sim. - ela disse me entregando a bolsa e meu par de luvas.
Saímos do carro e o manobrista me entregou um papel do estacionamento e guardei dentro da bolsa.
- Mas olha só, melhor restaurante de massa de Londres. Gostei, . - disse que pela sua cara parecia faminto, pois ainda não havíamos almoçado e já era quase três da tarde.
- Uma mesa para quatro, por favor. - disse antes que eu falasse qualquer coisa.
A recepcionista nos levou até um lugar mais distante da porta e mais quentinho, nós tiramos o casaco e nos acomodamos: de frente para e de frente para mim, foi espontâneo, até parecíamos casais. Pegamos o cardápio e pedi um simples spaghetti ao molho bolonhesa que eu amo, e fui seguida por que pediu o mesmo. pediu nhoque ao molho branco com brócolis e pediu um spaghetti ao molho vermelho com almôndegas. Pedimos refrigerante, que chegaram antes do prato.
Enquanto nosso pedido não chegava, eu e continuamos nosso papo e ele parece que gostou que eu falava da minha vida pra ele.
- Mas agora me conte um pouco de você. Não sei quase nada da sua vida. - eu disse brincando com o guardanapo de papel que estava em cima da mesa.
- Ah, não tenho muito o que contar. Eu faço arquitetura e moro com desde quando comecei a faculdade. Sou da Inglaterra mesmo. O que mais você quer saber?
- Como você conheceu ? - eu disse e nosso pedido chegou.
- Bom, nós somos amigos desde que nos entendemos por gente. Estudamos juntos, morávamos na mesma rua, essas coisas. Passamos uns meses sem se falar e ele apareceu onde eu ainda morava me perguntando se eu queria ir morar com ele, pois ele soube que tinha passado na faculdade e uma casa seria muito para ele morar sozinho. Acabei aceitando de primeira e meus pais levaram na boa. - ele disse entre uma garfada e outra de sua macarronada.
- Entendi. Mas são vocês que fazem as coisas e tal? Por que os dois são solteiros e você sabe... Eu que sou garota e moro com outra mulher já é difícil manter tudo organizado. - eu disse enquanto enrolava um pouco de spaghetti no garfo.
- Temos uma empregada. Eu não sou o tipo organizado, mas o que estudo pede organização, então aprendi a me organizar melhor depois da faculdade. sempre foi mais organizado. É tranquilo. Ele arruma o quarto e a cozinha, eu mantenho o meu arrumado e dou uma ajuda nas roupas e a empregada limpa e arruma o resto. É simples. - ele disse e tomou um pouco de seu refrigerante.
- Nunca perguntei isso para , por isso a curiosidade. Mas não deve ser muito fácil. Mas com o tempo a gente aprende. Por mais difícil que seja.
- Vocês tem empregada? Porque pelo que ele me fala que vocês duas não tem muito tempo pra fazer essas coisas... - ele disse olhando para mim.
- Temos sim, é brasileira também, ela trabalhava para minha mãe e quis tentar algo fora do Brasil. Chamamos e ela aceitou trabalhar com a gente. Ela limpa uma vez na semana e eu e mantemos, fazemos o básico, eu fico com meu quarto, roupas e a cozinha, com o quarto dela e a sala.
Depois desse papo sobre empregadas e casa nós terminamos de almoçar em silêncio, assim como e , aposto que eles acharam engraçado a nossa conversa. Terminamos de almoçar, pedimos a conta e colocamos nossos casacos e saímos do restaurante.
- O que faremos agora? - perguntou.
- Pensei em dar uma volta pela cidade, mas tô quase mudando de ideia. - eu disse enquanto entregava o papel do estacionamento para o manobrista. - Tá muito frio e eu preciso da minha coberta.
- Eu tô com a , não tô muito a fim de sair agora, vamos mais tarde? - disse , depois de entrar no carro.
- Então vamos fazer assim, , deixa eu e em casa, a gente descansa, vocês vão pra casa, descansam também e as sete nos passamos e pegamos vocês duas e saímos, pode ser? - disse e todos concordaram.
- Pode sim, dá tempo de eu fazer minhas unhas, que estão um lixo. - eu disse.
- Isso, , aí você aproveita e faz a minha também. - disse eu fiz que sim com a cabeça.
- Então vamos. - falou pela primeira vez depois da nossa conversa no restaurante.
Saí com o carro do estacionamento e peguei a estrada de volta para a casa.
- , pega um cd do McFly dentro do porta luvas, por favor? - eu disse apontando para o porta luvas.
- Claro mas... Qual dos CDs? Você tem todos. - ele perguntou tirando todos eles e colocando no colo.
- Ah, pega qualquer um, gosta de McFly? - eu perguntei
- Gosto sim, conheço poucas músicas, mas eles são bons. - ele disse tirando cd da caixinha e colocando no rádio. - Acho que você gosta muito deles... Ou eu estou enganado?
- Ah, digamos que todos os shows que eles fazem em Londres eu vou. E compro uma camiseta. É meio normal. Amo eles. - eu disse e descobri que ele tinha colocado Just My Luck pra tocar, pois comecou a tocar 5 Colours In Her Hair.
A música comecou e eu nao aguentei e comecei a cantar. Senti que seus olhos me observavam e ele me fez outra pergunta.
- Você namora, ? - ele disse quebrando o silêncio.
- Não namoro há anos. Nem sei mais como é ter um namorado. - eu disse sendo o mais sincera possivel.
- E você quer um namorado? - ele perguntou novamente e percebi que e observavam nossa conversa.
- Se eu gostar da pessoa, ela gostar de mim e der certo, por que não? - eu disse ligando a seta e entrando na avenida principal de Londres.
- Há quanto tempo não namora? - ele perguntou se virando para mim.
- Quase três anos. Tive problemas com uma pessoa no Brasil, com isso veio a minha viagem com a aqui para a Inglaterra e não tive tempo de mais nada. - eu disse parando o carro por conta do trânsito. - E você? Namora? - eu perguntei sem querer. Foi nesse intante que percebi que ele era especial. Eu me importava com essa resposta. Eu queria que ele respondesse não. Eu esperava por essa resposta.
- Não, estou a dois anos sem namorar, não encontrei ninguém ainda. Mas acho que isso vai durar por pouco tempo. - ele disse e eu nao havia entendido.
- Como assim? - eu perguntei e bufou. Nao entendi porquê.
- Ah, conheci uma garota essa semana, percebi que ela é especial e queria tentar alguma coisa. Nao sei se ela quer algo, ela é muito ocupada sabe... - ele disse e seu rosto ficou vermelho. E eu entendi o que ele quis dizer.
- Então quer dizer que você já tem uma sortuda? - eu disse querendo tirar mais coisas dele.
- Tenho. Ela é linda, sabe. Eu fico meio bobo perto dela, mas não sei se ela sente o mesmo por mim... - ele disse com carinha triste.
- Mas você conhece bem ela? - eu perguntei.
- Conheco um pouco dela. Tô pensando em tentar algo, o que voce acha, ? - ele disse com um pequeno sorriso e acho que ele entendeu meu jogo.
- Olha, não sou muito boa em conselhos mas, tenta. Sai com ela e conhece mais ela. Não fica dando em cima dela. Mulheres não gostam disso. - eu disse sendo sincera. - Bom, acho que chegamos na casa das moças. - eu disse e levei um tapa na cabeca.
- , não se esqueca da faca de carne! - eu disse tentando parecer brava mas nao aguentei e comecei a rir.
- Não falei? Vocês dois tem problemas! - disse.
- Ainda bem que não sou só eu que acho isso. - foi a vez de falar. - Mas agora tchau, vão tomar um banho e descançar que eu quero ir pra casa. - falou quase empurrando pra fora do carro.
- Calma, a gente já vai. , sete horas, viu? Vê se não vai esquecer e dormir até amanhã. - disse e me veio na cabeça uma vez que marcamos de sair e eu perdi a hora e dormi das cinco da tarde a sete da manhã do outro dia. Desde então ele sempre me alerta e me liga meia hora antes. Coisa de .
- Foi bom falar com você, , obrigada pelo conselho. - disse me dando um beijo demorado da bochecha.
- Magina. Só nao machuque essa garota. Nenhuma mulher merece sofrer por homem. - Eu disse e ele concordou abrindo a porta do carro e dando espaço para entrar, logo depois batendo a porta do carro e foi para dentro da casa.
- , me diga o que foi aquela conversa dentro do carro? - disse se virando para mim.
- Eu não sei, . Eu tô meio perdida. Faz tempo que isso não acontece comigo. Sera que é de mim que ele estava falando? - eu disse apoiando a cabeca no vidro enquanto o farol na abria. - Eu tô com medo. E se tudo isso nao for momento? Ou se eu nem for eu a garota que ele falou?
- Ai, , pelo jeito que ele falou, e o que ele falou, eu acho que ele tá falando sim de você e acho que ele foi verdadeiro. - ela disse e senti que ela foi verdadeira.
- Agora, dona , vamos chegar em casa e fazer uma tarde de spa. Você tem que estar deslumbrante para o Sr. . - ela disse e eu revire os olhos.
- Querida, eu sou deslumbrante! - eu disse jogando os cabelos de lado e acelerando o carro.
- , vamos comprar sorvete? - disse olhando pra mim com os olhos brilhando.
- , estamos em um frio de quase zero graus e você querendo sorvete? Você tem problemas, acabei de ver - eu disse balancando a cabeça em negação - Mas ok, vamos passar no mercado e comprar o sorvete! - eu disse virando o carro e indo em direção ao supermercado.
Demoramos mais alguns minutos até o supermercado pois o trânsito não estava ajudando muito e parei logo na entrada para que fosse buscar o sorvete que ela queria. Pedi para que ela comprasse alguns chocolates e dei meu cartão a ela.
- , compra umas barras de chocolate e passa tudo no meu cartão.
- Nossa, , o te deixou tão boazinha assim, é?! Espero que continue dessa forma.
- , vai logo antes que eu tome esse cartão de você! E não demora - eu gritei antes que ela fechasse a porta do carro e saiu correndo.
Enquanto estava no mercado eu decidi mexer um pouco no celular e foi nesse instante que ele vibrou, era uma mensagem de um numero estranho.

"Quero te ver mais linda do que já é essa noite. Te vejo em duas horas. Xx "

Eu nao acreditei no que li. E tomei um susto ao olhar no relogio do carro. Eram cinco da tarde e eu nem havia tomado banho. Liguei para apressando ela.
- , cade você? Já são cinco horas e nem banho eu tomei. E ainda preciso fazer minha unha.
- Como se só você não estivesse pronta, né, ? Eu não posso fazer nada se até a fila de dez volumes tá gigante. - ela disse e eu me xinguei mentalmente por ter entrado naquele mercado.
- Tá, mas anda logo! - eu disse desligando o celular.
Meu tweetdeck apitou e fui checar minhas mentions e vi uma de .

“Você leu minha mensagem? Xx"

- Responde por mim, por favor? - pedi para .
- O que eu falo? Que você não recebeu ou não conseguiu responder?
- Não sei. Eu vi a mensagem, mas não tive coragem de responder. Tomei um susto. Responde aí, só não fala besteira - eu disse e ela comecou a digitar.
Eu não sabia o que ela havia respondido, mas espero que não fosse palhaçada. Depois de acabar com um dos pacotes de chocolate nós chegamos em casa e eu fui direto para meu quarto.
- , vou subir, qualquer coisa entra lá - eu disse jogando minha bolsa no sofá junto com as chaves do carro e o celular.

Entrei no quarto ligando o ar condicionado e deixando em uma temperatura boa para ficar sem roupa pesada. Fui ao banheiro e liguei o chuveiro logo depois me livrando dos casacos. Entrei em um banho quente e não muito demorado, porque precisava fazer minha unha. Terminei meu banho e me sequei colocando um shorts e uma camiseta bem confortáveis até a hora de sair.
Sequei meu cabelo e fiz chapinha, depois enrrolando apenas as pontas e deixando a franja de lado e solta.
A parte mais difícil foi escolher a roupa. Não sabia o que usar, Londres estava fria e eu teria de estar preparada para a madrugada. Acabei chamando para me ajudar.
- , pode vir aqui no quarto? - eu disse colocando a cabeca para fora do quarto.
- Tô indo - ela disse saindo da sala e subindo as escadas. - O que foi, ?
- Preciso de ajuda com as roupas. Não sei o que usar. - eu disse me jogando na cama e foi olhar meu guarda roupa.
- , hoje tá frio. Coloca aquele vestido preto de renda de manga cumprida com uma meia fio 40 e um belo casaco. Os acessórios eu deixo por tua conta. Tenta chamar mais atenção para a make, o que voce sabe fazer. Agora vou tomar meu banho.
- Vai lá, , e obrigada pela ajuda. - eu disse e ela saiu do quarto fechando a porta. Eram seis horas, era o tempo de passar um esmalte na unha, fazer a maquiagem e se vestir. Acabei pintando de preto, por ser minha cor preferida. Esperei secar uns minutos e quando vi eram quinze pra sete da noite. Levantei correndo da cama e fui para o banheiro fazer a maquiagem. Foi básica, escovei os dentes e começei pelo delineador preto e sombra branca que acabei combinando com um batom vermelho sangue, blush e máscara nos cílios. Cabelo ok, unha ok, maquiagem ok, so faltava a roupa, que eu vesti o mais rápido que pude quando ouvi a porta da frente ser aberta e a voz de e ecoarem pela sala. Passei um perfume, dei uma última olhada no espelho, acabei gostando do conjunto e desci para a sala.
- Meninos, já chegaram? - eu disse enquando descia me segurando no corrimão para nao cair com o salto.
- Mas olha quem esta descendo. Uaaau, , ta linda hein?! - disse me olhando de cima em baixo e me dando um beijo na testa.
- Nossa, hein, , não era pra levar a mensagem tão a sério. - disse e eu senti meu rosto esquentar. - Tá linda. - ele disse e me deu um beijo no rosto e eu senti me arrepiar toda.
- Gente, ainda preciso pegar algumas coisas la em cima e chamar a . Já volto. - eu disse morrendo de vergonha. - Fiquem a vontade e , teu doce tá na cozinha.
- Epa, ele tem doce e eu não, o que é isso, hein, ? Fui trocado, é?! - disse e eu ri enquanto subia as escadas.
- , os meninos ja chegaram. Eu já tô pronta, me empresta aquela sua carteira da Louis Vuitton? Só falta pegar meus documentos e celular.
- Pode pegar, , já estou pronta. Agora, que casaco eu pego? - ela disse apontando para um creme e um vermelho.
- Pega o vermelho, combina com o sapato e a bolsa. - eu disse de dentro do meu quarto. Peguei meu casaco em cima da cama , desliguei o ar condicionado e sai fechando a porta do quarto e encontrando saindo do quarto já vestindo seu casaco e com a sua bolsa. estava linda com uma camisa manga longa preta, saia plissada preta, meia calça e um peep toe vermelho vinho e uma carteira na mesma cor do sapato.
Descemos juntas e os meninos quase tiveram um treco. Ele ficaram parados em pé na nossa frente sem falar uma palavra.
- Estamos prontas - disse sem tirar os olhos de .
- É... Acho que estamos - eu disse sentindo a mao de pegar na minha. - Eu só preciso pegar algumas coisas na minha bolsa e podemos ir - eu disse em seguida, saindo do transe.
Ele soltou minha mão e pegou a bolsa, que estava no sofá, junto com o celular.
- É essa bolsa? - ele perguntou levantando ela.
- Essa mesma. - eu disse enquanto colocava meu casaco e tentava se recompor daquele momento.
- Meninos, vão saindo na frente que nós já vamos. - eu disse esperando o momento em que caisse ali na sala.
- Ok, estamos indo, vamos no meu carro. – disse logo em seguida abriu a porta e os dois sairam.
- , meu Deus, obrigada. Achei que fosse desabar a qualquer momento! Meu Deus, eu não consegui fazer nada quando ele parou na minha frente. - ela disse indo ate o lavabo e se olhando no espelho.
- Eu tambem tive a mesma reação, mas quando pegou na minha mão. Foram coisas tão simples e nós estamos desse jeito, . Como pode? - eu disse arrumando minha franja.
- Tá, agora vamos porque se não eles vão pensar que não vamos mais sair. - eu disse quase arrastando pra fora do lavabo.
- , eu vou te falar uma coisa e não quero que você fique brava, mas eu acho que gosto de . Ele é seu melhor amigo e por favor, não fique brava comigo. - ela disse com uma carinha meio triste enquanto saíamos de casa e eu fechava a casa.
- Por que eu ficaria brava, ? Ele tambem gosta de você, ta na cara dos dois. Vai, aproveita, nao é todo dia que um aparece na nossa vida. - eu disse e ela riu.
- Digo o mesmo pra você, . gosta de você. E você, olha pra você, toda derretida e fofinha perto dele. Ai como é bom te ver assim. - ela disse e me abraçou meio desajeitada.
- Eu não me via assim há muito tempo. - eu disse segurando uma lágrima. - Mas chega, né, vamos borrar toda a maquiagem. - eu disse guardando a chave no bolso e abrancando pela cintura, por ela ser mais alta que eu. Todos são mais altos que eu. Essa é a realidade.
Fomos rápido pois o frio estava grande e entrei no banco de trás ao lado de . Eu estava em festa por dentro, não estava entendendo nada dentro de mim. Mas estava feliz, muito feliz. Ele pegou na minha mão e eu correspondi, apertando-a um pouco mais. Eu queria saber onde iamos e parece que ele adivinhou meus pensamentos.
- Calma, nós vamos levar voces a um lugar legal. Relaxa. - ele disse baixo, para que só eu ouvisse. Percebi que e também estavam bem. Eles conversavam baixo e ela fazia carinho nele. Nunca vi meus amigos dessa forma. Estava estampado no rosto dois a alegria que sentiam quando estavam perto um do outro.
Começamos a conversar e perguntou como era minha vida no Brasil e como eu me acostumei no frio da Inglaterra e essas coisas. Eu respondi dando o máximo de atenção em cada resposta e parecia uma criança ouvindo uma história antes de dormir. Estava lindo em uma calça não muito justa e clara, uma camisa azul marinho e um casaco pesado preto com um cachecol por dentro e um vans escuro. Se perfeição existe, ela estava na minha frente.
Depois de uma meia hora de carro, chegamos a um restaurante francês no centro de Londres. desceu do carro e me ajudou a sair, fez o mesmo com e entramos rápido no restaurante que ja havia certo movimento.
- Eu tenho uma reserva no nome de - falou com a recepcionista e ela nos levou até a mesa e fizemos nossos pedidos voltando a conversar, todos juntos. Pedimos vinho e não bebemos muito, pois queriamos aproveitar cada momento daquela noite.
- Então gente, o que faremos depois de jantar? São oito e meia e acho que poderiamos ir a um pub, quem sabe. - disse pegando sua taça e dando um gole de seu vinho.
- Pode ser. Mas eu e a já vamos sair. - disse e eu me assustei.
- Nós vamos? - eu disse e ele balancou a cabeça afirmando. - Aonde vamos?
- Não sei ainda, mas com esses dois eu não fico! Não quero ver o que vai acontecer.
- Também não quero. - eu disse rindo e me bateu no braço.
- Ai, sua ogra, doeu, viu?! - eu disse passando a mão onde ela me bateu.
- Tadinha da , só leva de vocês dois, nunca vi! - disse abraçando me de lado e e nos olharam e eu senti que ia ficar vermelha igual a um pimentão.
- Finalmente alguém pra me defender! - eu disse abraçando ele pelo pescoço.
- Ai gente, pelo amor de Deus, se beijem logo e pede ela em namoro, . Vocês são muito lindos juntos! - disse e eu queria um buraco pra enterrar minha cabeça.
- Nossa, gente, que demora desse jantar não?! - eu disse tentando disfarçar e apoiou a cabeça no meu ombro sussurrando no meu ouvindo.
- Bem que um beijo não seria má ideia. - ele disse e eu me arrepiei por inteiro.
Um lado me dizia que era para eu tentar alguma coisa. Mas meu outro lado. O lado machucado me dizia para esquecer, nao tentar nada pois eu ja havia me machucado uma vez. Decidi ouvir a voz que me dizia para tentar e virei o resto na direção dele e fechei os olhos, entrelaçando minhas mãos na sua nuca e ele entendeu o recado, segurando minha cintura tentando nos aproximar mais e eu e me deu um beijo que eu perdi o fôlego. Ele cortou nosso beijo devagar dando varios selinhos em seguida.
- Acho que temos um casal, meu querido - disse e eu e nos separamos com um pouco de vergonha e sorrimos pro dois que estavam na nossa frente.
- Acho que sim, . E eu achando que esses dois iam ficar enrrolando pelo resto da noite. - disse.
Eu não sabia o que falar, acabei ficando na minha e não demorou muito para que nosso jantar chegar. Conversamos sobre várias coisas enquanto comiamos e eu percebi que era dificil ficar ao lado dele sem rir, que era palhaço eu ja sabia, mas era uma novidade para mim.
Terminamos o jantar e pagamos a conta saindo do restaurante. Já dentro do carro nos decidimos o que iamos fazer.
- Gente, eu tive uma ideia. Tá passando um filme que quero muito ver, o que vocês acham de irmos assistir? - eu disse sentindo que me abraçava, me aconcheguei para poder espantar o frio, que estava muito grande.
- Mas, , não estamos vestidas para ir ao cinema. - disse.
- E tem roupa certa para ir ao cinema? - perguntou olhando para ela.
- Ah, por mim pode ser, não tava muito afim de festa hoje. Vamos deixar para amanhã. - disse e todos concordaram. ligou o carro e fomos em direção do shopping.
Durante o caminho rolaram mais alguns beijos, eu estava feliz, e tambem via isso nos olhos dele. Não o conhecia muito bem, mas sabia o suficiente para saber isso.

Capítulo 3

Chegamos no shopping e nos dividimos, os meninos foram direto para o cinema e eu e fomos comprar doces. Fizemos a festa e compramos tudo que tínhamos direito. Saímos da loja e fomos para a porta do cinema encontrar com os outros dois, não perdeu a oportunidade e comecou a falar.
- zinha, minha querida, o que foi aquele beijo? - ela perguntou pegando algo na sacola.
- Eu não sei, a única coisa que eu sei é que eu tô gostando dele. Fazia muito tempo que isso não acontecia, eu só queria saber se ele sente o mesmo. - eu disse procurando meu celular que tocava dentro da bolsa.
- Alô?
- , onde vocês estão? Eu e estamos preocupados. – disse.
- Demoramos tanto assim? Estavámos comprando doce, eu e precisamos de doce.
- Ah tá - ele disse rindo. - Vem rápido porque já vai começar, estamos fora do cinema.
- Ok, estamos quase chegando.
- Então tá, beijos, te amo. - ele disse e eu fiquei sem palavras mas apenas três saíram da minha boca.
- Também te amo. - eu disse abrindo um sorriso e vendo de costas.
olhou pra mim e deu pulinhos de alegria, literalmente. Acho que ela estava mais feliz do que eu, e eu apenas ria da reação dela.
- Ele falou que te ama, ? - ela perguntou ja mais calma.
- Uhum. Eu não sabia o que responder, acabou saindo um eu te amo também. Ai, meu Deus, isso tá mesmo acontecendo comigo? - eu disse colocando as mãos no rosto tentando segurar um grito.
- Ai, , que lindos vocês dois. - ela disse me abraçando de lado.
- Eu ainda não tô acreditando, mas agora corta o assunto porque estamos chegando. Muda de assunto. - eu disse tentando desfarçar a minha alegria.
Chegamos perto dos meninos e não me contive abracando pela cintura, ele automaticamente se virou e me deu um selinho demorado pegando as sacolas da minha mão. Quando nos separamos e ele pegou na minha mão percebemos que a casa tinha mais um casal. e estavam abraçados e se beijando um pouco afastados de mim e de . Quase dei um grito, mas me contive colocando a mão na boca e demonstrando a minha alegria, logo depois abracei , que não entendia o porque de toda a minha alegria.
- , tá tudo bem, meu amor? - ele me perguntou me olhando.
- Tá sim, só estou feliz por aqueles dois. Eu espero por isso há quase dois anos. - eu disse pois eles estavam vindo em minha direção. - Depois te explico melhor, amor. - eu disse dando mais um selinho.
- Então, gente, vamos entrar? - perguntou e percebi que os dois estavam abraçados e com os rostos mais fofos que eu já vi.
- Vamos sim, casal. - disse tentando tirar uma com a cara deles e entrelacou nossos dedos me levando para dentro do cinema.

Entramos nas salas e fomos os quatro para o fundo do cinema. Eu não sabia qual era o filme que "iriamos ver". Se bem que a essa altura, o que eu menos iria prestar atenção era no filme. sentou e eu sentei em seguida, colocando minha bolsa no chão e abracando . me ofereceu chocolate e eu acabei aceitando e o filme comecou.
- Você não ta pensando em ver o filme e comer chocolate, né, ? - perguntou fazendo carinho em meu braco.
- Não mesmo. - eu disse e ele me deu mais um daqueles beijos de me tirar o fôlego.
- Mas meu Deus, o filme nem comecou e vocês já estão assim? Vão para um motel logo. - disse e a minha sorte é que só estavam nós quatro na sala.
- , cala a boca, come seu chocolate e me deixa em paz, por favor? - eu disse e ela nem deve ter me ouvido pois já estava ocupada.
- Eu acho que ela nem ouviu o que você falou. - disse me abraçando mais forte. - E eu acho que deveríamos fazer o mesmo que eles. - continuou me dando mais um beijo.
O filme se resumiu basicamente em beijos, algumas palavras, beijos, doces e mais beijos. Não que somos viciados em beijo mas eu estava há dois anos sem namorado ou algo do tipo. Tava na hora.
A sessão terminou e eu nem sei o que aconteceu, nem eu, nem os outros. Fomos para casa e os meninos acabaram dormindo lá, pois enquanto estavamos no cinema comecou a nevar e o Londres parou, sorte que conseguimos desviar a tempo e chegamos em casa cedo.

Chegamos em casa e eu fui arrumar arrumar uma roupa para os meninos enquanto arrumava um lugar para eles dormirem. Fui no quarto de hóspedes e percebi que só tinha uma camiseta, uma calça de e duas cuecas. Fui até meu quarto e peguei a maior camiseta que eu tinha e a maior calça de moletom. Acabei pegando uma camiseta do McFly e uma calça de moletom masculina que eu tinha comprado, adoro moletom largo.
- Gente, um dos dois terá que usar minhas roupas. , traga suas roupas aqui para casa denovo. Vocês decidem quem fica com qual roupa e podem usar o banheiro do quarto de hóspedes, ok, xuxus? As toalhas estão na cama. - eu disse deixando as roupas no braco do sofá e fui ate e o abracei.
- , eu fico com as roupas da . - ele falou do nada e em um impulso eu apertei meu abraço e ele correspondeu me apertando e me dando um beijo na testa.
Quando percebi estavamos sozinhos na sala e eu decidi tomar um banho e trocar de roupa. - , vou tomar um banho, já volto, tá? Fica a vontade, liga a tv e tem comida na cozinha. - eu disse e ele me deu um beijo antes de me soltar.
- Vai, mas não demora, vou ficar com saudades. - ele disse e minhas pernas tremeram.
- Ai, meu Deus, pense que valerá a pena, vou ficar cheirosa! - eu disse me soltando do abraco que eu não queria soltar. - Não demoro, prometo.

Subi as escadas correndo e encostei a porta do quarto tirando meu casaco e me livrando dos saltos que me incomodavam, prefiro mil vezes meu vans. Abri o zíper do vestido e fui para o banheiro e tirei o resto da roupa entrando no box e ligando o chuveiro bem quente. Tomei um banho rápido e vesti meu pijama branco de pug colocando minhas pantufas da minnie e uma blusa de moletom, prendi o cabelo em um coque mal feito e coloquei meus óculos, já que sentia minha cabeca latejar um pouco, era a falta deles.
Enquanto eu abria a porta do quarto pra tirar a umidade que ficou no quarto, dei de cara com saindo do quarto com as minhas roupas e não é por nada não mas, ele ficou lindo naquela camiseta preta com a capa do MITO impressa.
- Voces dois são rápidos no banho, hein?! - falei abrindo a porta.
- Não costumo demorar muito mesmo. Esse é seu quarto? - ele perguntou.
- É sim, pode entrar. - eu disse dando espaco para que ele entrasse.
- Acho que você realmente gosta de McFly. - ele disse observando meu quarto de adolescente. Meu quarto não tinha nada demais. As paredes eram brancas, e uma delas era tomada por posters de todas as bandas que gosto. Tinha de tudo, Mcfly, All Time Low, The Maine, Boys Like Girls entre outras. Porém, a maioria dos posters era do McFly, mais especificamente do Tom. O resto era normal, uma cama de casal, uma escrivaninha com meu MacBook, meus livros e papéis, tem também um guarda roupa e um criado mudo ao lado da cama com meu celular e despertador. Nada demais.
- Hm, uma cama de casal, gostei. - ele disse com cara uma cara maliciosa e me abracou.
- , posso ter essa cara, mas sou uma santa, ok? - eu disse e ele fez um bico e não me segurei e dei um selinho. - Vamos, me ajuda a pegar umas coisas aqui.
Fui ate o guarda roupa, abri o maleiro e apontei para uns cobertores e travesseiros que estavam lá em cima.
- Pega todos que estão aí e pega também os travesseiros. Vai colocando em cima da cama pra mim, por favor? Vou falar com a . - eu disse e ele me abraçou.
- Acho melhor você não ir falar com ela. Enquanto eu subia pra tomar banho ela e estavam na cozinha no maior amasso. Fica aqui no quarto comigo, e deixa eles? - ele disse e a proposta era realmente muito tentadora.
- Ai, meu Deus, como você consegue, hein, garoto? Ok, você venceu, só me ajuda a arrumar a cama que tá frio e não quero passar frio de madrugada.
- Se você estiver com frio durante a noite, eu te esquento. - ele disse e apertou o abraço. Me aconcheguei nos braços dele e encostei minha cabeça no peito dele e ficamos assim por uns cinco minutos e eu olhei para ele e em um movimento ele me beijou. Menino esperto.
terminou o beijo com selinhos e fomos arrumar a cama. - Quer pegar algo lá em baixo? - eu perguntei terminando de guardar as roupas e o sapato que tinha usado no dia.
- Você que sabe. Eu não tô com fome agora, mas se quiser, vamos pegar pra não precisar pegar mais tarde.
- Vamos então, pelo menos não corro risco de pegar aqueles dois fazendo coisas lá embaixo. - eu disse e ele me abraçou por trás e descemos.
Chegando na sala adivinha quem eu encontro? e deitados no sofa com a tv ligada. Eu e tentamos fazer o mínimo de barulho na cozinha, mas acordou e foi ate lá.
- O que os pombinhos estão fazendo aí dentro? - disse antes de entrar na cozinha. - É seguro entrar?
- Dá pra parar de palhaçada e entrar logo? Estamos arrumando algumas coisas pra levar lá pro quarto. Quer algo? - eu perguntei pegando algumas coisas no armário.
- Agora não, , juízo vocês dois lá em cima, tá avisado, hein, . Pode deixar que depois eu faço algo pra mim e pra . - ele disse pegando a garrafa de água na geladeira.
- Dou o mesmo aviso pra vocês dois aqui na sala ou em qualquer canto da casa. Se eu ouvir qualquer coisa, quebro o clima e você morre, menino. - eu disse fazendo cara de brava.
- Pode deixar, dona , eu tomo conta dela e prometo não fazer nada que ela não queira. - ele disse fazendo cara de safado.
- !
- Calma, , pode deixar, não vai acontecer nada. - ele disse
- Tá, vamos ver. Mas agora eu preciso da minha cama, vamos subir? - eu disse olhando pra .
- Vamos, eu levo essas coisas e você vai na frente com o refrigerante. - ele disse pegando os pacotes de salgadinhos e algumas coisas que eu tinha preparado.
- Tô esperto com vocês dois. Olhem lá. - disse voltando pra sala e deitando ao lado de .
- Tá bom, papai. - disse baixo. - boa noite pra vocês.
- Boa noite. Durmam bem - disse e se cobriu.

’s POV

Minha noite foi perfeitamente perfeita (N/a: perfeitamente perfeita existe? Enfim... KKKK). e juntos, eu e juntos, não preciso de mais nada. O momento do beijo da foi lindo, dava pra ver que os dois estavam tão felizes e isso me deixou muito feliz. mereçe, sofreu muito já.
Depois do jantar fomos ao cinema e antes de “vermos o filme”, eu e nos beijamos. Nunca senti nada parecido em toda a minha vida. Foi um beijo tão calmo, tinha tanto sentimento por minha parte e parte de que foi algo único em toda a minha vida. Minhas pernas ficaram moles e parecia que ia desmaiar a qualquer momento. tem pegada. Nunca vi ninguém com tanto jeito como ele. Ele sabia ser delicado, não era aquele ogro como muitos que já encontrei na minha vida - como se eu tivesse ficado com muitos homens nessa minha pequena vida. Enfim, o beijos terminou, fomos “ver” o filme e acabamos mais se pegando no cinema, do que vendo o filme. Percebi que e fizeram a mesma coisa.
Fomos pra casa e fui arrumar as coisas pros meninos e acabei arrumando a sala mesmo. Peguei as coisas no quarto e desci pra sala encontrando com o cabelo molhado extremamente sexy e com um de seus pijamas que ele deixava em casa. Sério, sempre tive uma queda (tombo) por , mas ele era amigo da minha melhor amiga, tinha medo do que ela poderia falar se tivessemos algo.
- Agora eu posso falar, você fica extremamente sexy de cabelo molhado – eu disse entrando na cozinha e sentindo meu rosto quente.
- Querida, eu SOU sexy – ele disse se virando para mim.
- Ok, senhor sexy, já arrumei tudo aqui na sala e vou ficar aqui com você até eu pegar no sono – eu disse pegando uma maçã na fruteira.
- Por que não a noite toda? Duvido que a e o vão dormir separados. – ele disse me abrançando por trás. – Vai, , fica aqui comigo, vai? – ele disse beijando meu pescoço.
- Meu Deus, que menino insistente. Ok, eu durmo com você. Mas cuidado. Nada de tentar coisas indevidas na sala. Você seria morto pela com faca de carne. – eu disse me virando e deixando a maçã de lado.
- Vamos esquecer a ? Pelo menos agora. Ela me ama muito pra me matar com faca de carne. – ele disse me empurrando até a bancada.
- Tadinha dela – eu disse lhe dando um beijo. Foi calmo, ficamos algum tempo nos beijando e depois fomos pra sala e começou a passar alguma comédia romantica. Assisti até onde consegui mas acabei pegando no sono abraçada a . Acho que nunca tive um travesseiro tão bom quanto esse.

’s POV off

Chegamos no quarto e deixamos as coisas no chão, ele apagou a luz, deitamos e ligamos a TV procurando algo para ver.
- Amor, tá com frio? - perguntou e fiz que sim com a cabeça.
Então, lembra no começo da historia que eu disse que odiava que me chamasse de amor? Retiro o que disse.
Estava passando atividade paranormal 2. Não que eu odeie esse filme, mas entre ele e qualquer outro, eu fico com o qualquer outro. Acho que vocês ate já sabem o que aconteceu. Eu fiquei com medo, ficamos abraçados durante todo o tempo, comemos tudo o que levamos para o quarto, conversamos sobre varias coisas, alguns amassos, eu comecei a ficar com sono, desligamos a TV e ficamos apenas sentindo um ao outro e foi assim que meus olhos começaram a se fechar, eu me senti a pessoa mais feliz do mundo e assim adormeci abraçada a .

No outro dia, acordei com a claridade da luz batendo no meu rosto e senti falta de algo. Meu lado estava vazio. Enrolei mais um tempo na cama e decidi levantar e procurar o povo daquela casa que tava tão silenciosa.
Escovei os dentes e minha cara estava ótima, e não fui irônica. Era domingo e eu não tava a fim de sair, por esse motivo eu não tirei o pijama. Desci as escadas e vi a TV ligada e barulhos na cozinha, fui ate lá e estavam os três acordados tomando café.
- Nossa, ninguém me chamou para o café da manha com a família reunida? - eu disse indo ate e me sentando ao lado dele.
- Não ganho beijo de bom dia? - ele disse fazendo a carinha mais fofa que vocês possam imaginar.
- Todos que você quiser. - eu disse e dei-lhe um beijo.
- Eeew, a essa hora da manhã? Caramba, a não acordou de mal humor! , cadê a minha amiga? O que você fez com ela? - disse fazendo aquele pequeno drama que só ela sabe fazer.
- Gente, menos, por favor. Hoje é domingo e não tenho porque ficar de mal humor. - eu disse fazendo o meu leite com chocolate matinal.
- Aham, sei. Aconteceu alguma coisa ontem, tê esperto com vocês dois, hein? - disse mordendo seu pão.
- Aconteceu sim. Eu só me caguei toda vendo atividade paranormal 2. - eu falei. - O que foi? Não posso ter medo do filme não?
- Eu não tê acreditando que vocês viram atividade paranormal. - falou com cara de indignada.
- Por quê? Você queria que fizessemos festa a noite toda e acordasse vocês dois? Pra isso eu vou pro motel. - eu disse e olhou pra mim surpreso. – O quê? Só fui sincera. Tá, vamos mudar de assunto.
- O que faremos hoje? - perguntou.
- Por mim eu ficaria aqui vendo qualquer coisa e ajudando a no almoço. - disse e olhou para com cara de interrogação. - Relaxa , hoje é dia da fazer o almoço. Todo domingo, na verdade. Eu ajudo ela e coloca a mesa e lava os pratos. - explicou.
- Ah tá. Não tô acostumado com essa rotina de vocês, mas por mim ficaria aqui tambem. Só preciso pegar umas roupas em casa, vamos lá depois, ?
- Vamos sim. Vamos depois do café. Aí da tempo de voltar pro almoço, o centro deve estar parado por causa da neve dessa madrugada. - disse tomando um pouco de seu café. - , o que faremos hoje?
- Não sei, dá pra fazer qualquer coisa. Acho que uma macarronada não ia mal. Tem carne, dá pra fazer carne de panela, podemos fazer rizzotto de camarão, ou podemos fazer uma batata ao forno. Vocês que sabem, o que vocês escolherem eu faço. - eu disse terminando meu café e colocando as coisas na pia. - Vão pra casa trocar de roupa e qualquer coisa eu ligo e vocês passam no mercado pra comprar algo? - eu disse voltando para meu lugar a abraçando .
- Claro, , vamos sim. - disse.
- Vou pra sala. Vamos? - eu perguntei olhando para todos. - Deixa a louça ai que depois eu lavo com a do almoço.
O telefone tocou e eu me assustei, não sabia quem era, atendi.
- ? - a pessoa perguntou e logo eu descobri quem era.
- MÃE. - eu disse gritando e me sentei no sofá. - Tudo bem, mãe? Qua saudades! - eu disse sentindo meus olhos encherem de água.
- Ah, minha filha, tudo indo. E as coisas por aí, como vão? A faculdade? E , como ela está?
- Vão ótimas, mãe, a faculdade tá ótima e também. Precisamos conversar, só que mais tarde.
- Então, filha, eu tô te ligando e eu vou ser bem direta. Sua avó está doente. - ela disse e uma lágrima rolou pelo meu rosto.
- O que ela tem, mãe? - eu disse colocando o telefone no viva voz. Não tinha nem forças para segurá-lo. Nesse momento , e já estavam do meu lado.
- Ela tem câncer. É um tipo muito raro e ela fará a cirurgia amanhã. - ela disse e eu perdi meu chão. Vi que tambem tinha lágrimas nos olhos e e estavam chocados.
- , filha, você esta aí?
- Estamos sim, tia, está em choque e também. É o , lembra de mim?
- Claro, querido. Ainda bem que está aí. Elas vão precisar de você. Eu vou desligar e filha, depois nos falamos via skype. Te liguei porque acabei de receber a notícia e queria que você soubesse. Se cuida e todos nós te amamos. , cuida das duas por mim por favor? - minha mãe disse com voz de choro.
- Cuido sim, tia. Pode deixar que nao vou deixá-las. - disse me abracando.
- Obrigada, querido. Qualquer coisa eu ligo. Beijos e se cuidem.
- Mãe, espera. Eu te amo. - eu disse quase sem conseguir falar. - Manda beijos pra vovó.
- Mando sim, filha. Nós amamos vocês. Beijos.
- Beijos. - todos falaram e ela desligou o telefone.
A minha única reação naquele momento foi procurar o abraço de . Ele estava do meu lado e eu logo o abracei sendo abracada por e . Ficamos assim por uns dez minutos e se pronunciou.
- , não esquece que nós estamos aqui, ok? Conte com a gente para o que precisar. - ela disse desfazendo o abraço e secando as lágrimas do rosto.
- É isso mesmo, pequena. Conta com a gente. - disse me abracando novamente e me dando um beijo na testa. - Nós te amanos e nunca vamos te deixar.
Ficamos na sala, aos poucos fomos nos ajeitando no sofá e um tempo depois eu adormeci no colo de e acordei na minha cama. Me assustei e fui procurar por alguem e achei deitada no sofá sozinha. Olhei no espelho da sala e eu estava acabada. Estava com olheiras, cabelo bagunçado e meu corpo estava cansado. Voltei para o quarto e peguei meu cobertor e meu celular. Havia una mensagem de e uma da minha mãe. Li primeiro a da minha mãe:
"Filha, está tudo bem? Estou preocupada com você. Liguei aí agora pouco e me falou que você não está nada bem. Me responda assim que ver. Te amamos!"
Uma lágrima escapou e procurei pela mensagem de .
"Pequena, saí e você ainda estava dormindo, espero que esteja melhor. Logo estaremos de volta na casa. Nao se preocupe com jantar. Levaremos tudo pronto. Te amo. Seu grandão. Xx"
Ri dos nossos apelidos, eu não tinha muita altura e ele era muito mais alto que eu. Enquanto eu pegava as coisas e descia, ouvi a porta abrindo e eram os dois. Não tinha como confundir a voz deles. Antes de descer ouvi perguntando de mim.
- A acordou? - ele perguntou e notei preocupação na voz dele.
- Acho que ainda não. Nao sei como ela vai encarar isso. Ela é forte mas depois do que vi agora cedo. A mãe dela ligou e estava muito preocupada. Coitada da e da família dela, eles não merecem passar por isso. Nunca vi ela naquele estado. - ela disse com a voz embargada pelo choro.

Decidi descer, pois precisava dos três. Eu precisava ver e com eles eu me sentia melhor. Desci puxando a coberta atrás de mim e ainda estava com cara de sono. Eles estavam na cozinha e eu decidi ir ate la e ver o que eles aprontavam.
- Oi, família. - eu disse indo ate a geladeira e procurando por algo pra beber.
- Boa noite, pequena. Troxemos comida, vamos jantar? - disse indo até onde eu estava e me abracou. - Você esta melhor? Fiquei preocupado. - ele disse e continuamos abracados e eu fiz que sim com a cabeça.
- , sua mãe ligou aqui em casa. Queria saber como você estava, ela está preocupada com você. - disse - Melhor você ligar para ela.
- Ela me mandou mensagem, vou responder mais tarde, eu ainda não absorvi o que tá acontecendo. - eu disse sentindo uma lágrima rolando pelo meu rosto e secou secou ela.
- , independente do que acontecer, você não está sozinha. Conta com a gente, tá? - disse e eu fui até ele e o abracei.
- Eu te amo muito, muito mesmo. Obrigada por tudo que vocês estão fazendo por mim. – enquanto eu falava fui ate e a abracei. - Te amo, meu amor. Obrigada por estar comigo todo esse tempo. - eu disse a ela que estava com lágrimas pelo rosto.
- Magina, , eu também te amo. - ela disse me abracando mais forte.
Fui ate e o abracei pela cintura e ele me apertou contra seu corpo.
- Te amo, grandão, obrigada por entrar na minha vida. - eu disse olhando para ele e ele sorriu.
- Tambem te amo, pequena. - ele disse e me deu um beijo. - Vamos jantar? - ele disse olhando para mim, e .
- Vamos porque eu não almocei e tô com muita fome. - eu disse secando as lágrimas do rosto e sentei ao lado de .

Jantamos e foi tudo tranquilo, conversamos sobre coisas diferentes, os meninos fizeram palhaçadas, depois lavamos a louça e arrumamos a cozinha. E no meio de toda essa confusão, eu me senti feliz, feliz por ter pessoas tao especiais ao meu lado. Depois de arrumarmos tudo perguntou se queriamos sair e andar pelo bairro. Não estava muito tarde e o bairro não era perigoso. Eu e fomos nos arrumar e colocamos quase a mesma roupa. Calça jeans, camiseta, uma blusa de moletom e ela colocou sua UGG e eu meu all star. Terminamos de nos arrumar e saimos.
e na frente, eu e atrás. Ele me abraçou pelo ombro e como minha altura não ajuda muito, abracei ele pela cintura, andavamos em passos lentos e não haviamos falado nada. Para mim era um momento de reflexão por tudo o que estava acontecendo na minha vida nesses últimos dias. Meu rolo com , Camia e juntos, a doença da minha avó. Tudo isso me deixava feliz e triste ao mesmo tempo.
Não sabia ao certo o que havia entre eu e . Só sei que criei um sentimento tão bom por ele que eu nem sei descrever o que era, algo que nunca havia sentido.
Eu via nos olhos dele que estava feliz, e ele fazia questão de demonstrar isso com cada gesto, por mais simples que fosse. e são um caso a parte, amo ver os dois juntos, sempre falei isso para ela mas ela nunca acreditou. Eu espero que não seja só mais um rolo.
Todas essas coisas me deixam feliz, mas aí entra a doenca da minha avó. Jamais pensei que minha família passaria por um momento desse. Ela nos ajudou muito e se hoje em dia minha familia é do jeito que é foi porque ela se manteve forte e nos deu força para continuar. Enquanto pensava em tudo isso, lágrimas comecaram a cair e logo percebeu.
- Pequena, ainda chorando? - ele perguntou parando de andar. - , me dê as chaves da casa que eu e vamos voltar. Podem continuar andando - ele disse e vi meus amigos se aproxinarem de nós.
- Ok. Fica bem, . - disse me abraçando e depois abracou e disse baixo, mas consegui ouvir. - Cuida dela, por favor. Se precisar, o telefone da mãe dela tá perto do telefone na sala. - ela disse e ele respondeu que estava tudo bem.
Voltamos andando devagar e sem dar uma palavra. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo e estava com medo. Chegamos na casa e fomos para meu quarto e acho que nunca chorei tanto na minha vida como naquela noite, mas depois de uma meia hora chorando, eu me acalmei e ficamos deitados vendo algum filme bobo e recebi o melhor cafune da minha vida. Logo depois, e chegaram e descemos para a sala e acabamos com o nosso estoque de doces e os meninos foram em bora. Eu e ficamos sozinhas depois de um tempo e colocamos o papo em dia. Falamos sobre tudo e fomos dormir porque amanhã era outro dia, eu espero que seja um dia melhor do que o dia de hoje.

Capítulo 4

Uma semana se passou e não deixei de falar com minha família um dia. Queria acompanhar cada passo, mesmo não estando lá. Eu estava com , mesmo não sabendo o que nós tinhamos. Estava na cozinha da faculdade junto com e ele me chamou.
- , preciso de um favor seu e do . - disse em mais uma de nossas aulas práticas.
- Vamos ver se podemos te ajudar. Pode falar. - eu disse enquanto cortava alguns legumes.
- Quero pedir em namoro, mas não sei como nem onde. Pensei em um jantar em casa mesmo, só nós quatro e eu peço ela em namoro no final. - ele disse e quase chorei com o que ele havia acabado de me falar.
- Isso é sério, ? - eu perguntei sem acreditar no que ele havia me falado.
- É, . E aí? Você me ajuda? - ele perguntou olhando para mim.
- É claro que eu te ajudo! Eu quero ver vocês dois juntos! - eu disse e parei o que estava fazendo e fui abraçá-lo. - Eu tô tão feliz por vocês dois.
- Obrigada, , te amo. - ele disse me abracando e me deu um beijo na testa.
- Magina, , faço o precisar pra que tudo saia lindo. Quero ver vocês dois felizes. - eu disse voltando a minha mesa.
Não paramos de conversar durante um segundo no resto da aula. Tinhamos que pensar no jantar, que seria daqui um dia na casa dele. Era mais fácil de manter o segredo.

O primeiro tempo terminou e saimos para o descanço. Peguei meu celular e digitei uma mensagem para , espero que ele não esteja na aula.
"Temos um jantar a preparar para amanhã. Vou precisar muito da sua ajuda e não conte nada à . Depois conversamos. Te amo e boa aula. Xx"
Mandei a mensagem e fui até o refeitório almoçar, estava morta de fome e precisava de comida rápido. Me servi e fui em direção a mesa em que estava.
- Já comendo? Foi rápido hoje. - eu disse me sentando e pegando meus talheres.
- Tô morrendo de fome, o tempo foi muito curto para fazer um prato como aquele. - ele disse tomando um pouco do suco.
- Também achei. Então, mandei mensagem para avisando do jantar e pedi para ele não contar para .
- Ah, ok. Tem certeza que não vai atrapalhar, ?
- Claro que não, cozinho com todo o prazer esse jantar.
O dia se passou normal e fui para a casa de para conversar com e decidir o que faria no jantar.

No sábado, dia do jantar, passei o dia fora com procurando os ingredientes, almoçamos e fomos para casa preparar o jantar. nunca tinha me visto cozinhar e acho que ele ficou meio bobo, não entendi muito bem. Fiz algo fácil, que não me desse muito trabalho, massa caseira ao molho branco com truffa italiana e vinho. E na minha opinião estava ótimo. Decidi cozinhar a massa quando eles chegassem, pra ficar tudo fresco. Fiz também uma torta holandesa que era a preferida de . Terminei tudo e me ajudou arrumar a bagunça e fui tomar um banho, pois eu estava de farinha até os cabelos, sem bricadeiras.
- Grandão, vou tomar banho, já volto. - eu disse indo em sua direcão e o abraçando.
- Vai logo que os dois já já vão chegar e você tá toda cheia de farinha e tá me sujando. - ele disse me dando um beijo e limpando a farinha do meu rosto. - Usa o meu banheiro, tá? Coloquei as suas coisas no meu quarto e ele tá limpinho. A empregada limpou hoje. - ele disse. - Mas antes, eu preciso conversar com você. - ele disse fazendo uma cara meio preocupada.
- Fala, aconteceu algo?
- Aconteceu. Semana passada eu liguei no celular do meu amigo e uma garota meio estranha antendeu, conhece ela? Então, depois daquela conversa eu fiquei imaginando como ela seria, eu gostei dela e no outro dia ela veio até a minha casa e me pegou só de calça e meia e foi uma das maiores vergonhas que eu já passei na vida. Depois fomos almoçar e nos tornamos amigos, no mesmo dia fomos jantar e acabamos nos beijando, eu senti ali que ela é a mulher da minha vida. Fiquei sabendo que ela não tem muita sorte com namoros e o último cara acabou com o coração dela. Ela recebeu uma das piores notícias da vida dela e eu senti que não poderia abandoná-la naquele momento e nem pro resto de nossas vidas e agora, eu queria fazer um pedido e a minha vida depende da resposta dessa mulher. , namora comigo? Prometo que nunca vou te abandonar e jamais vou te fazer sofrer. - eu estava sem palavras e havia lágrimas nos meus olhos. Eu estava tremendo. Eu tive uma reação, abracei com todas as minhas forças e depois de um tempo nos separamos e ele repetiu a pergunta.
- Então, aceita namorar comigo?
- É claro que eu aceito. - e ele tirou uma das alianças que estava na caixinha e colocou no meu dedo. Eu fiz o mesmo e nos beijamos, foi o melhor beijo da minha vida com o homem da minha vida.
- Acho que vou tomar um banho. - eu disse e ele me deu mais um beijo e subi.
Tomei banho, me troquei e sequei o cabelo deixando ele natural, coloquei uma roupa simples, não podia dar muito na cara usando vestido e tal. Calça jeans, ankle boot preta, uma camisa colorida com um colar e uma maquiagem simples. Fiquei olhando a aliança na minha mão durante um tempo e a campainha tocou. Desci correndo e fui até a cozinha, onde a água já estava fervendo e coloquei a massa para cozinhar. Enquanto isso coloquei meu avental e liguei o fogo do molho. Eles entraram na cozinha e já estava terminando de ralar a trufa no molho.
- Família, o jantar está servido. - eu disse colocando a travessa em cima da mesa e tirando o avental.
- Nossa, , o negócio tá cheiroso, hein? - disse me abraçando por trás. – E você tá mais alta também.
- Nossa, , verdade. Mas não mudou muita coisa. - disse.
- Xiu, , olha o seu tamanho, menina.
- , sou mais alta que você, querida.
- Tá, chega vocês duas, vamos jantar. - disse cortando o assunto.
- Vamos porque esse negócio tá com uma cara ótima. - disse, não sei como pode comer tanto como ele e ficar magro!
Depois de um tempo falou.
- e , o que é isso na mão de vocês? - ela perguntou apontando para nossas mãos.
- Acho que são alianças, né, . - eu disse olhando para a aliança prateada que estava no meu dedo. - Como assim? Vocês estão namorando e não me falou nada? - Eu estou namorando a menos de uma hora. O que você quer que eu faça? - eu disse olhando para ela.
- Ai meu Deus, que lindos. - ela disse se levantando e me abraçou. – Parabéns, amiga, que você seja a pessoa mais feliz do mundo com ele. - enquanto ela falava, senti lágrimas escorrendo. Depois de todos os parabéns, fui até a geladeira pegar a torta e antes de servir, pediu para falar.
- Eu queria falar umas coisas e queria que os três prestassem muita atenção. Há quase três anos conheci as duas mulheres mais especiais da minha vida, uma delas é minha melhor amiga, e a outra, melhor amiga dela. Quando vi a amiga dela pela primeira vez, senti alguma coisa estranha. Ela me deixou diferente e a partir daquele dia começei a cuidar dela como nunca cuidei de ninguém. Os anos se passaram e eu achei que ela não gostava de mim, há alguns dias atrás, percebi que estava errado e vi que era ao lado dela que eu tinha que ficar e cuidar dela como um joalheiro cuida de sua joia. Eu amo ela, como nunca amei ninguém na vida e agora eu quero saber dela se ela aceita namorar comigo? - ele disse tudo isso olhando diretamente para ela, tirou uma caixinha azul de veludo e a abriu. Lágrimas caiam do rosto de , assim como caiam do meu. Abracei e ele segurou na mão em que estava a aliança.
apenas abraçou e disse algo, que não entendi. Eles se afastaram e cada um colocou a aliança na mão do outro e se beijaram, acho que nunca vi cena tão linda como aquela. Depois de tudo, eu e levantamos e fomos abraçar o casal, teve mais choradeira e depois voltamos aos nosso lugares e comemos a torta. Eu e tiramos a mesa, arrumamos a cozinha e decidimos ir para a minha casa e deixar os dois sozinhos. Nós subimos para pegar as nossas coisas e nos despedimos dos dois.
O caminho foi tranquilo, chegamos em casa, fomos nos trocar e ficamos na sala. Rolaram alguns amassos, algumas conversas e eu não parava de olhar para nossas alianças. Estava muito, muito feliz mesmo, eu o amava, descobri isso a pouco tempo e quero que isso dure para toda a vida.
- Eu te amo tanto, pequena - ele disse fazendo cafuné em mim.
- Também te amo - eu disse acariciando seu braço.
E foi dessa forma que ficamos até pegar no sono.

- , e já estão aqui. Já é uma da tarde. - me chamou e acordei num pulo depois que ele falou a hora.
- , por que você não me acordou mais cedo? - eu perguei me alongando.
- Desculpa, , é que você tava tão linda dormindo que eu perdi a hora. - ele disse me abraçando.
- Awn, que lindo você. Já tomou café? - eu disse distribuindo beijos pelo seu rosto.
- Não, eu tava esperando você. Aí os dois chegaram e tão lá em baixo arrumando as coisas.
- Ah tá, vou trocar de roupa e já desço. - eu falei saindo da cama e indo até o banheiro.
- Quer descer mesmo, ? Por mim a gente ficaria aqui no quarto, sabe... Tá frio la em baixo - ele disse disse aparecendo na porta do banheiro.
- Ah, sei. Mas não. Mais tarde quem sabe... - eu disse fazendo a minha higiene.
- Aham, vou cobrar, dona . Tô lá em baixo, não demora. - ele disse deixando o quarto.
Terminei de me arrumar e desci, tomamos café e nosso dia se resumiu em dormir, comer e ver tv. E a noite conversei com a minha familia via Skype. Estavam todos comigo e eu decidi contar que estava namorando.
- Mãããe, que saudades. - eu disse sentindo uma lágrima escorrer.
- Oi, filha, também estamos com saudades. Quem está aí com você? - ele disse se referindo aos meninos.
- Mãe, esse é o . - eu disse apontando pra ele. - E esse é . Meu namorado. - eu disse e ele apoiou seu rosto no meu ombro e sorriu.
- Oi. - ele disse acenando para a câmera.
- Oi, querido. , precisamos conversar depois. - ela disse e eu tapei o rosto com a maos sentindo vergonha. - Tá bom, mãe. Depois. Então, e a vovó? Como ela tá?
- Não tá muito bem não, querida. Ela fez a cirurgia semana passada, mas só pegamos o resultados dos exames ontem. - ela disse secando uma lágrima. - Ela não está bem, ela vai precisar de radioterapia, pois o tumor é maligno.
Enquanto ela falava tudo isso eu não tirava os olhos da tela do note, senti que alguém me abraçava.
- Mãe, tem alguma coisa que eu possa fazer? Por favor, me fala.
- No momento é orar pra que dê tudo certo. Ela vai começar amanhã, vamos ver como ela vai reagir a todo o tratamento.
- Quer que eu volte pra cuidar das coisas?
- Não precisa, querida, seu tio esta de volta pra nos ajudar. Continue em Londres estudando. É o melhor que você pode fazer nesse momento.
- Carla, o que você precisar de nós é só falar que nós faremos o que pudermos - disse mesmo sem conhecer ela e me senti segura de alguma forma.
- Obrigada, querido, cuide bem da que eu ficarei mais tranquila.
- Mãe, quem tá aí com você? - eu disse ouvindo vozes atrás dela.
- Seus tios e seus avós. - conforme ela foi falando, eles foram aparecendo atrás dela.
- Cadê a vovó? Quero falar com ela. - eu disse segurando o choro e vendo ela se sentar. – Oi, vó.
- Oi, minha querida, quanto tempo. Veja só, a ! - ela disse sorrindo.
- Oi vovó, como a senhora está? - sempre ia na casa dos meus avós comigo, e sempre chamou ela de vovó.
- Estou ótima, um pouco de dor, mas o suportável. Queridas, quem são os rapazes?
- Esse é , namorado da . E esse é , meu namorado.
Eles acenaram e falaram algumas coisas que eu e traduzimos para ela. Conversamos por uma hora mais ou menos e nós desligamos por causa do fuso horário. Tinha que acordar cedo na segunda.

Os anos se passaram e tudo foi melhorando. Esse ano nós quatro nos formamos. E hoje é a minha formatura. O dia que eu tanto sonhei chegou, e com ele veio toda a minha familia do Brasil. Todos conheceram e e a maravilhosa Londres.

Flashback

- , será que eles vão gostar de mim? – perguntou ansioso.
Estávamos no aeroporto esperando a minha família e a da . Acho que nunca vi e tão ansiosos como naquele dia.
- Gente, querem parar de dar piti que eles estão chegando? - disse e correu até o desembarque abraçando seus pais.
A essa altura, eu já estava chorando. Faziam cinco anos que eu não os via. A saudade estava grande. Os meninos se aproximaram e ficaram observando nós matarmos a saudade de todos. Logo depois de ver todos, fomos apresentar os meninos às famílias. Nem preciso falar o que as nossas avós e mães falaram, não é? Nos dividimos em vans e nos nossos carros e fomos para a nossa casa. Depois de dois anos juntos, os meninos quase se mudaram para a nossa casa, mas conseguimos dividir as famílias, a minha veio pra casa que eu e morávamos, e a família da foi para a casa dos meninos. Eles se acomodaram nas casas e foram descançar.

End Flashback

Como disse, hoje é o dia da formatura de e a minha. A casa tá uma bagunça e eu saí com pra buscar meu vestido e o terno de .
- Meu amor tá se formando hoje - disse pegando minha mão e dando um beijo nela enquanto dirigia.
- E a sua é semana que vem. - eu disse acariciando seu braço.
- Já sabe o que vai fazer daqui pra frente? - ele perguntou estacionando o carro.
- Não sei ainda. Não sei se volto pro Brasil e toco a vida lá, ou se tento algo aqui. Penso em abrir um restaurante ou algo do tipo.
- Você que sabe, meu amor, vou te apoiar no que você escolher.
- Vamos deixar pra pensar nisso depois da festa?
- Melhor, vamos logo pegar as roupas.
Fomos até a loja e eu experimentei meu vestido. Era azul royal e tomara que caia longo, sem muita informação. Voltamos para casa e fui arrumar cabelo e maquiagem enquanto os homens estavam na sala vendo o famoso futebol.

Sete da noite e eu fui a primeira a descer, encontrei os meninos prontos e não sabia quem tinha o maior sorriso. Meu pai, minha mãe ou . Meu pai veio até mim me abraçou, sendo seguido pela minha mãe e veio logo atrás.
- , minha filha, você está linda. - meu pai disse me dando um beijo na testa.
- Pai, não posso borrar a maquiagem. - eu falei lhe dando um beijo.
- Não mesmo, minha bebê está tão linda. - minha mãe falou secando uma lágrima.
- Mãe, a maquiagem.
- Ai, gente, esqueçam a maquiagem, vocês são lindas com ou sem ela. Tá maravilhosa, meu amor. - disse me dando um beijo.
Saímos de casa e combinamos de encontrar e com as famílias no salão de festas. Chegando la encontrei e corremos para colocar a beca, pois começaria em alguns minutos. Antes da entrega dos diplomas, alguém teria que fazer o discurso e eu sabia que acabaria nas minhas mãos e eu não havia feito um esboço ou algo do tipo. Fui na coragem e na fé.
- Bom, gente, acabou sobrando pra eu fazer o discurso em nome da sala. Não sou boa para falar em público e não tenho um texto, então me perdoem caso tenha alguma falha. - eu disse no extremo do meu nervosismo. - Há cinco anos quando cheguei em Londres com a minha amiga nunca pensei que havia um lugar como esse, que acolhesse os alunos como me acolheram e me ajudaram. Eu, em nome da turma de formandos, agradeço desde já a Deus, a nossas famílias, amigos que nos apoiar e nos ajudaram quando foi possível. Sem eles não seríamos nada. Nunca pensei que fosse amadurecer como amadureci, e tenho certeza de que isso aconteceu com os outros. Estudar aqui me ajudou a entender como algumas coisas acontecem e conheci pessoas que com certeza eu vou levar para toda a vida e sei que também aconteceu com outros na turma. Muito obrigada por fazerem desses cinco anos estudando aqui, os melhores cinco anos de nossas vidas. Obrigada. - eu disse tentando segurar o choro.
Depois desse fiasco de discurso eu desci do palco e encontrei limpando o rosto.
- Tava chorando, é?
- Não, meu olho tava coçando, sabe...
- Conta outra, . Vai, tava chorando por quê?
- Ah, , aconteceram tantas coisas nesses cinco anos que nós nos conhecemos, jamais pensei que teria pessoas assim como você, a e .
- Verdade, também não pensava que aconteceria tantas coisas como aconteceram nesses cinco anos. Mas eu tô tão feliz sabe, tá dando tudo tão certo que eu tenho medo.
- Esquece esse medo e pensa que vai dar tudo certo. Daqui a pouco estaremos formados e a nossa vida vai realmente começar.
- Quero que começe com nós quatro juntos.
- Claro, quem sabe não podemos ter os nossos restaurantes, fotografando para revistas famosas e com seu escritório trabalhando?
- Meu Deus, quanta coisa. Vai dar tudo certo!
- , vamos mais perto do palco porque já te chamam.
- Vamos.
Eu e recebemos nossos diplomas e depois teve a festa, que foi um show a parte. Dancei com , meu pai e meu avô e as famílias foram para casa deixando apenas eu, , e .
- , vou pegar uma bebida, quer algo? - me perguntou depois de sairmos da pista de dança.
- Pega uma água pra mim, por favor?
- Pego sim, já volto.
Enquanto ele se distanciava sentou e começamos a conversar.
- E aí, Mahzinha, meu bebe se formou! - ela disse me abraçando.
- Pois é, , e agora? O que nós vamos fazer? Vamos voltar pro Brasil?
- Não sei, , antes não tinhamos o que nos segurasse aqui por tanto tempo. Mas agora temos e .
- Pois é... Nao quero deixar , preciso dar uma resposta pro meu pai essa semana, se volto com eles ou se continuo aqui. Eu tô confusa.
- Entendo, , pensa bem, é a sua vida, a nossa vida.
voltou com duas garrafas na mão e atrás dele.
- Sobre o que falam? - perguntou sentando-se ao lado de .
- Sobre nosso futuro. Tô perdida, preciso da ajuda de vocês.
- , já falamos, vamos te apoiar qualquer seja a sua decisão. É claro que queremos que vocês fiquem aqui, mas se a sua decisão é voltar, vamos ter que aceitar. - disse.
- Já sei. , vamos abrir um restaurante juntos?
- Como assim? Você tá falando de sociedade?
- É, o que você acha? Aí você fica aqui, e segunda nós começamos a ver as coisas do restaurante.
- Por mim tudo bem. Então eu fico aqui, nós abrimos o restaurante e ficamos todos juntos.
- Ae, vocês não vão nos largar! - disse me dando um beijo.
- Eu jamais ia te largar, . Eu te amo demais pra fazer uma coisa dessas. - eu disse segurando seu rosto e olhando nos seus olhos.
- Também te amo, , fiquei com medo de você ir embora e me deixar sozinho aqui. - Ele disse deixando uma lágrima cair pelo rosto.
- Ei, não chora não, grandão. Já tá decidido, eu vou ficar e eu nunca vou desistir de nós. - eu disse secando suas lágrimas. - Vai, para de chorar, não gosto de te ver assim.
- E eu não quero te ter longe de mim.
- Não terá. Já te disse, jamais vou desistir de nós.
- Nem eu. Te amo tanto, . - disse levando sua mão no meu rosto acariciando e me beijou. Foi um beijo calmo, depois de algum tempo ele foi cortando o beijo com vários selinhos.
- Também te amo, grandão. Muito.
- O casal, vamos para casa? Não tô mais aguentando esses sapatos. - disse abracada a .
- Vamos, também tô cansada, precisando da minha cama. - eu disse pegando minha bolsa.
Fomos nós quatro no mesmo carro, eu e deixamos e na casa de e fomos para casa. Chegamos em casa e estavam todos dormindo então entramos tentando não fazer muito barulho. Chegamos no quarto e me abraçou por trás distribuindo beijos por todo o meu pescoço e foi abrindo o zíper do meu vestido. Me virei e começei a desabotoar sua camisa enquanto iamos em direção da cama e caímos. Acho que não preciso contar a o resto da noite...

Acordei e ainda estava dormindo feito um anjo. Decidi levantar e arrumar o café da manhã pra todos, peguei a camisa do que estava jogada perto da cama e vesti colocando um shorts e indo em direção ao banheiro e logo desci indo até a cozinha e ligando a cafeteira. Logo minha mãe acordou e comecou a me ajudar.
- Mãe, deixa que eu arrumo, vai descançar, por favor?
- Magina, querida. Como foi a festa ontem? Que horas vocês chegaram?
- Foi ótima! Chegamos quase quatro da manhã.
- Nossa, chegaram tarde. A formatura foi linda, eu tô muito feliz por você, querida. - ela disse me abraçando.
- Eu também estou muito feliz, mamãe. Er, mãe, eu preciso conversar com você.
- Pode falar. - ela disse sentando na mesa.
- Então, eu pensei muito sobre voltar pro Brasil e já decidi. Eu vou ficar aqui. Não posso deixar tudo aqui, não posso deixar essa casa, essa cidade e nem . Não dá. Seria muito dificil voltar. - eu disse secando algumas lágrimas. Não seria um assunto muito fácil de se conversar. - Seria difícil assim como foi difícil deixar o Brasil, mas agora eu tenho uma oportunidade aqui.
- Eu entendo, querida. Fica tranquila, eu sei que seria difícil e já tinha falado com seu pai e ele vai entender.
- Eu espero. - eu disse e vi lou descendo as escadas com meu pai.
- Bom dia, senhoritas. - meu pai disse beijando minha mãe e me dando um beijo na testa.
- Bom dia. - eu e mamãe falamos juntas.
- Já tomaram café? - perguntou.
- Não, levantamos agora pouco, estavamos esperando vocês. - eu disse.
Tomamos café e os pais da chegaram junto com os dois. Decidimos mostrar pros meninos como se faz um churrasco brasileiro e meu pai e o da junto com a foram no mercado, eu e minha mãe fomos cortar algumas coisas pro almoço enquanto e a mãe dela foram arrumar a mesa. Os meninos chegaram, nós terminamos o almoço e fomos comer, depois arrumamos tudo e fomos a uma sorveteria próximo de casa e voltamos pra casa e fui ajudar minha mãe com as malas e fomos descançar. Eu estava cansada, mas feliz pelo dia, pela primeira vez em cinco anos eu passei ao lado da minha família.

Na segunda, acordei aliviada por saber que não precisaria mais ir pra faculdade e fui me arrumar pois os pais de chegariam em casa e nem o café estava pronto. Meus pais junto com os da embarcariam meio dia para o Brasil e eu definitivamente iria comecar a minha vida com , e . Fui até cozinha e liguei a cafeteira indo até a sala e ligando a tv e procurando algum filme.
- Pequena, já tá acordada? – disse com a cara toda amassada e deitou do sofá pedindo colo.
- Acordei cedo pra fazer o café, daqui a pouco os pais da vão chegar e nem o café vai estar pronto. - eu disse fazendo cafuné em .
- Relaxa e tenta aproveitar o tempo que resta com a tua família, e o cafuné tá muito bom. - ele disse fazendo a cara mais fofa que já vi na vida.
- Me ajuda a arrumar a mesa?
- Ajudo sim, pequena, vamos porque eu quero entrar na piscina hoje, o dia tá bonito.
- Nossa, que milagre você entrando na piscina. Desde quando a gente tá junto você quase nunca entrou nela. - eu disse indo até a cozinha e comecei a arrumar as coisas. Meus pais acordaram e os da chegaram, tomamos café juntos e saímos a caminho do aeroporto.

Chegando lá, fiz o check-in de todos e começamos a nos despedir. Odeio despedidas. Eles embarcaram, nós quatro voltamos pra casa, eu e chorando, e nos consolando. O resto do dia se passou tranquilo, eu não estava bem, sentia falta dos meus pais, tudo passou tão rápido. Há cinco anos eu era uma estrangeira de 18 anos em Londres com uma amiga e fazia gatronomia. Hoje tenho 23, estou formada, tenho o melhor namorado do mundo e os melhores amigos que alguém poderia ter. Me sentia muito feliz, me sentia completa.
Escureceu e e decidiram ficar em casa mesmo. Fomos pedir algo pro jantar e acabamos na pizza. Jantamos e fomos nos deitar.

Acordei no outro dia cansada e ouvi barulhos vindos do andar de baixo, coloquei um blusão de que estava jogado na poltrona do quarto e fui ver quem era. Chegando na cozinha vi que era que fazia o café junto com a .
- Nossa, que horas são? - eu disse meio transtornada.
- São onze da manhã, . E você não me parece muito bem. - disse pegando algo no armário. - O que foi amiga?
- Não sei, . Acordei agora e tô me sentindo meio estranha, acho que foi a partida dos meus pais, não sei.
- Baixinha, não fica assim. Vamos tocar a vida, logo vocês vão se encontrar de novo. - disse me abracando. - Poxa, vamos lá, você consegue.
- Eu sei disso, é dificil mas eu já tô acostumada. Mas, e o nosso restaurante, hein, ?! - eu disse retribuindo o abraço.
- Por mim tá de pé, , temos que conversar sobre isso mais tarde.
- Então... – eu disse entendendo minha mão para – Prazer, sócio.
- O prazer será todo meu, sócia. – ele disse apertando minha mão e me puxando para outro abraço. – Só não chora, por favor. – ele disse secando meu rosto.
- Ei, moleque, não posso dar um beijo e um abraço na minha namorada e chef de cozinha, não? – disse encostado na porta da cozinha.
- É, mocinha, também quero um beijo e um abraço do meu namorado e chef de cozinha. – disse.
- Calma, gente, tem e pra todo mundo. – eu disse abraçando .
- Parabéns, minha pequena. Você não sabe como eu tô feliz por vocês dois.
- Eu também estou, , obrigada por estar aqui comigo – eu disse lhe dando um beijo. Foi calmo e rapido.
- Ei, casal, vão pro quarto. – disse.
- Ah, , vai procurar o que fazer, vai. – eu disse lhe dando um tapa do braço.
- Ai, doeu, sua cavala.
- Crianças, não briguem, por favor – disse se sentando na mesa. – Vamos tomar café porque eu tô com fome.
Tomamos café e tiramos a mesa, a louça, claro, sobrou pra mim e . Terminamos de arrumar as coisas e subi pro meu quarto para tomar um banho. O dia se passou sem nenhuma novidade.

Capítulo 5

’s POV

Passaram-se dois meses e e estavam indo assinar o contrato de compra do local onde o restaurante iria se intalar. Ela estava saindo de casa e estava transtornada, nós tinhamos acabado de discutir e ela tinha que ir no centro assinar o contrato. Ela estava chorando muito e o motivo foi o mais futil pelo qual já discutimos: o restaurante. Ela estava muito ocupada e eu entendia isso, mas já estava tomando muito tempo dela e tinha dias que nem nos falávamos, apenas fui falar com ela e acabamos discutimos. Como falava, ela saiu de casa transtornada e foi em direção ao centro. Eu estava preocupado.

’s POV

Eu e brigamos feio e eu precisava assinar o contrato no centro, não podia mais continuar aquela briga e acabei pegando as chaves do carro e sai transtornada, odiava brigar com ele. Me sentia culpada, mesmo não tendo culpa aguma. Entrei no carro e dei partida. Decidi pegar o caminho mais longo pois precisava pensar sobre tudo, precisava absorver nossa discussão.
A estrada estava vazia e a pista seca, ótimo, pelo menos não teria que me irritar com trânsito. Começou a tocar Payphone do Maroon 5 e desviei minha atenção para o rádio com a intenção de aumentar o som, e não percebi que um caminhão vinha na mesma pista que eu, só que na direção contrária e não consegui desviar.

’s POV

Eu estava no escritório de casa trabalhando em alguns projetos quando meu celular toca em cima da mesa, o número era desconhecido mas decidi atender.
- Alô?
- Bom dia, senhor ? – uma mulher muito educada falou do outro lado da linha.
- Sim, é ele mesmo, de onde fala? – eu perguntei meio desconfiado.
- Senhor, aqui é do Hospital Central e precisamos que o senhor venha até aqui o mais rápido possivel. – enquanto a mulher falava eu já estava colocando o primeiro par de tênis que estavam na minha frente e desci correndo pegando a chave do carro e trancando a casa o mais rápido que conseguia.
- Meu Deus, a . Moça, o que aconteceu com ela? Me fala por favor. – eu disse já em desespero.
- Senhor, não tenho permissão para falar sobre isso por telefone, venha até o Hospital e procure a recepção. – ela disse calma.
- Estou aí em dez minutos. – eu disse entrando no carro e dando partida.

Enquanto estava a caminho do hospital, liguei para e pedi para que ele fosse para o hospital.
- , pelo amor de Deus, vai pro Central, a sofreu um acidente. , a minha ! Não pode acontecer nada com ela. – eu disse sentindo lágrimas pelo meu rosto.
Cheguei no hospital e encontrei e sentados no corredor, os dois estavam com o rosto vermelho e cheios de lagrimas.
- Pelo amor de Deus, o que aconteceu com ela? , me fala, o que aconteceu com a minha ? – disse segurando pelo ombro.
- , não é o momento de se desesperar. sofreu um acidente, o estado dela é muito grave e ela está em coma. Por favor, fica calmo porque a precisa de todos nós unidos e fortes do lado dela. – as palavras ecoaram pelos meus ouvidos e foram como um balde de água fria em cima de mim. Eu perdi meu chão, perdi minha vida.
Eu não poderia perder , ela é a coisa mais importante pra mim. Eu não tinha reações, apenas me deixei cair sobre um banco e começei a chorar, em partes era culpa minha, não poderia ter deixado ela sair naquele estado. Senti me abraçar, ela também chorava muito. Logo o doutor veio falar com nós três.
- Senhor ? – ele perguntou olhando pra mim e pro .
- Sou eu. Como ela tá? – eu perguntei com o resto de forças que tinha.
- O estado dela ainda é grave, não sabemos se ela terá sequelas ainda. – ele disse olhando algumas anotações na prancheta.
- Quanto tempo ela pode ficar dessa forma, doutor? – perguntou parecendo a mais forte de nós três. Só parecendo mesmo.
- Não se sabe. Ela pode acordar hoje, como daqui anos. Não podemos dar uma estimativa.
- Podemos vê-la doutor? – eu perguntei o olhando.
- Apenas um, por favor. – ele respondeu.
Olhei para e e ele falaram para eu ir, ele estaria no café do hospital, se eu precisasse de algo. Me levantei com calma, com medo de cair, estava meio tonto, mas precisava ver minha . Andamos até o final do corredor e paramos na porta do quarto.
- Vou deixá-los a sós, mas não demore, ela precisa de descanço.
- Pode deixar. Ah, doutor, vou arcar com todas as despesas, coloque tudo em meu nome.
- Não se preocupe com isso agora, rapaz, o que eu menos quero é dinheiro. Só quero ver meus pacientes bem. – ele respondeu apertando minha mão.
- Muito obrigada, doutor.
- Não tem o que agradeçer. Só estou fazendo meu trabalho. – e saiu em direção a outro quarto. Decidi tomar coragem, abri a porta e encontrei imóvel, ligada a aparelhos. Não aguentei vê-la dessa forma e lágrimas brotaram em meus olhos. Dane-se se isso parece gay, minha namorada tá em coma. Me aproximei da cama e segurei sua mão e minhas lágrimas começaram a molhar seus braços. Não escondia mais meu choro. Puxei a cadeira que estava próxima á cama e me sentei, ainda de mãos dadas.
- ? , meu amor? Sei que você está me ouvindo, seja onde você estiver. – pausei enxugando meu rosto. – Quero me desculpar por tudo isso. É tudo culpa minha. Me desculpa, por tudo, por tudo mesmo. Se eu não tivesse deixado você sair naquele estado você não estaria aqui. Me perdoa. Eu te amo, não quero e não posso te perder. Você é tudo pra mim, minha vida, minha casa, minha alegria, meu chão. Não me deixe, , eu te imploro. Temos toda uma vida pela frente, ela não pode acabar aqui. Isso não seria justo com nós. Essa noite seria especial para nós, eu ia te pedir em casamento, e fazer de você minha de uma vez por todas, mas a minha vontade de te ter por perto foi maior e eu acabei fazendo uma cagada e deu no que deu. Espero que você me perdoe por todos os meus erros e espero que quando você acordar, ainda sinta o que eu sinto por você. Eu te amo, . – e assim eu encostei minha cabeça no seu braço e meus soluços invadiram o quarto silencioso. Fiquei até o momento em que o médico pedira para que eu deixasse o quarto.
Fui até o café onde e estariam e encontrei os dois conversando e bebendo algo.
- E ai, como ela tá? – perguntou bebendo um gole de seu café.
- Tá lá, pálida, deitada naquela cama em coma, tudo por minha culpa. Ela não me merece, merece algo melhor, eu sou um monstro. – eu disse sem chorar, já não tinha mais lágrimas.
- , não me fala uma coisa dessas nem de brincadeira. Você não tem culpa denada. Aconteceu, oras. Poderia ter acontecido com qualquer um de nós. – disse me abraçando.
- Nem brinca, . Ela vai acordar e tudo vai voltar ao normal. – disse tentando me confortar.
- Deus te ouça, . Deus te ouça. Se vocês quiserem, pode ir. Eu vou ficar aqui. Não posso sair daqui. – eu disse me encostando na cadeira.
- Meninos, eu realmente preciso ir. Amanhã eu tenho um photoshoot pra fazer cedinho. Mas eu vou ao menos pegar uma troca de roupa pra você e já te trago. Não vou te deixar aqui nesse estado, sem nenhuma escova de dentes ou algo do tipo. – disse se levantando.
- Não se preocupe, , eu vou ficar bem. Podem ir, qualquer movimento eu ligo pra vocês.

Sete meses depois do acidente, continuava em coma. E eu estava horrivel, não saia do hospital por nada, não poderia deixar a minha sozinha lá. Às vezes em que eu ia pra casa era obrigado por e , quando um saia, o outro ficava, prometemos que jamais a minha pequena ficaria sozinha no hospital. Hoje estava no hospital e entrou pelo saguão indo em minha direção, sentou-se ao meu lado e segurou minhas mãos.
- , vai pra casa, toma um banho, come alguma coisa e dorme um pouco, pelo amor de Deus, você vai ficar doente dessa forma. Se a acordar hoje, ela não ficaria feliz em te ver dessa forma, vai, tira essa barba.
- Eu não posso, tenho que estar aqui pra quando ela acordar. – eu disse sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
- Ela não gostaria de te ver dessa forma. Vai pra casa, tá preparando alguma coisa pra você comer e tenta dormir. Se não conseguir, pelo menos deita pra descançar o corpo. – ela disse sendo insistente e se eu não fosse, ela iria inssistir até o momento em que eu fosse para casa.
- Ok, eu vou pra casa. Mas qualquer movimento dela, quaquer coisa, por favor, , me liga que eu venho correndo. – eu disse lhe dando um beijo na testa dela. – Cuida dela por mim, , eu amo muito ela para perdê-la dessa forma.

Saí pela porta do hospital e vi todas aquelas pessoas com casacos e luvas enfrentando o frio de Londres. Eu não sentia frio, estava de camiseta, pra mim o tempo não fazia mais diferença. As pessoas olhavam pra mim com receio, eu estava barbudo, só de camiseta, jeans e um tênis, com olheiras profundas e eu não me importava com isso, eu poderia estar com a pior cara do mundo, mas a minha pequena estava em coma, e ninguém sabia quando ela voltaria. Eu parei tudo, parei meu trabalho, parei minha vida. Tudo agora gira em torno dela, minha vida depende da , ela é a minha vida. Eu me sentia culpado, era culpa minha. Não precisava ter tocado naquele assunto, tudo iria se resolver e ficariamos bem. Entrei no carro e comecei a chorar, parecia que tudo isso nunca teria fim. Depois de me acalmar liguei o carro e fui pra casa. Estacionei o carro e entrei em casa e ouvi barulhos na cozinha.
- Você não cansa da cozinhar não? - eu perguntei sentando na bancada.
- Se eu cansasse não tinha me formado em gastronomia. - ele disse. - E aí? Como você tá? - ele perguntou meio preocupado.
- Me sentindo culpado. Esse acidente é culpa minha. Não era pra eu ter falado tudo aquilo e muito menos ter deixado ela sair de casa naquele estado. Agora ela tá lá, em uma cama de hospital, desacordada e ninguém sabe quando ela vai acordar. - eu disse tudo isso de uma vez.
- , pare de se culpar, por favor, aconteceu por acaso. Você não pode mandar no tempo e muito menos no futuro dela. Ela vai acordar e vai voltar. Pensa positivo e vai tomar um banho e tira essa barba. Tô fazendo algo pra você comer e depois você vai dar uma descançada.
- Valeu, , acho que não aguentaria tudo isso sozinho. Você e a tão me ajudando muito.
- Amigos são pra isso. E eu jamais abandono meus amigos.
Ele me abraçou, isso pode soar meio gay, mas me senti bem, eu precisava desabafar com alguém e fazer isso com a não seria a mesma coisa. Fui pro quarto da , que na verdade era nosso, eu mais ficava lá do que na casa que eu morava com e olhei no criado mudo do lado da cama, era um presente que comprei pra ela antes de brigarmos e pretendia entregar a ela na noite do dia em que brigamos, no jantar que ela faria pra comemorar a a assinatura do contrato. Em cima da cama tinha uma roupa separada, talvez tenha separado antes de sair. Tirei minha roupa e entrei no banho. Primeiro passo foi tirar a barba, realmente eu estava feio, tirar a barba me fez sentir melhor, mas não o suficiente, só me sentiria bem se tivesse do meu lado.
Terminei meu banho, me troquei e desci pra comer, eu estava com fome e a comida de cheirava longe. Jantei e subi pro quarto ligando a tv e comecei a pensar em tudo o que estava se passando e acabei pegando no sono.

Acordei no outro dia com a me chamando.
- , acorda. Vai se trocar porque precisamos ir correndo pro hospital. - quando ela disse isso me levantei em um pulo e me troquei correndo.
- O que eles falaram? - eu perguntei a ela.
- Nada, me ligou agora pedindo pra irmos pro hospital mas não me falou o que aconteceu.
Me troquei correndo colocando uma camisa xadrez que vi no guarda roupa, jeans com um tênis qualquer e um casaco pesado com uma touca, nem o café da manhã tomei, estava ansioso, minha preocupação aumentou mais do que no dia anterior, espero que seja algo bom.
- Tô pronto, vamos? - eu perguntei à .
- Vamos.
O caminho foi rápido e não nos falamos, estávamos apreensivos e não sabíamos o que aconteceu com a . Chegando no hospital entramos direto, as pessoas lá já nos conheciam e não precisavamos mais de credenciais ou algo do tipo.
Parei na porta do quarto e a abri rápido, vendo deitada na cama, estava com o braço engessado e ao lado dela. Elas estava pálida ainda. Seus lábios secos e os cabelos bagunçados. Seus olhos pareciam pesados e tinha grandes olheiras. Eu parei na entrada do quarto e lágrimas caiam pelo meu rosto, eu não tinha reações, a minha tinha voltado. Fui até a cama e me sentei ao lado dela, percebi que e sairam do quarto e eu olhei pra ela.
- , me perdoa? - eu disse segurando a mão dela e chorando. - Por favor, me perdoa?
- Perdoar o quê, ? Você não fez nada. Você não tem o que pedir desculpas.
- Tenho sim, pela nossa discussão naquele dia. Se eu não tivesse falado tudo aquilo ou deixado você sair de casa naquele estado você não estaria aqui hoje.
- , não foi culpa tua, meu amor. Era pra acontecer, e já passou, esquece aquela briga, esquece esse acidente, vamos viver daqui pra frente?! - ela disse secando as minhas lágrimas.
- Eu vou tentar, mas me promete uma coisa? – eu perguntei a ela.
- Prometo.
- Promete que você me perdoa por todas as cagadas que eu fiz até hoje? - Prometo, , mesmo você não tendo culpa de nada, eu prometo.
conseguiu falar pouca coisa e logo apontou para a jarra d’água na mesinha ao lado da cama, a boca dela tava seca. Dei um copo a ela e ela pediu outro. Logo depois ela pediu para que eu deitasse ao lado dela e assim ela adormeceu. Minha princesa voltou.

Duas semanas depois.
Estávamos os quatro no quarto do hospital depois de uma grande bateria de exames da , e eu resolvi fazer o que eu deveria ter feito há muito tempo.
- Eu quero aproveitar que tá todo mundo aqui e vou ser rápido. Há três anos atrás, por causa de uma ligação, eu conheci a pessoa mais incrível do mundo. Eu nem imaginava o quão importante ela se tornaria na minha vida, e há oito meses isso se confirmou, não sei como aguentei ficar oito meses dentro desse hospital esperando por algum sinal seu. – eu disse olhando para . – Na minha mente rodavam apenas o medo de te perder e a culpa por tudo o que aocnteceu naquele dia, mas agora tudo voltou ao normal, e você está aqui comigo. Lembro de quando pedi você em namoro, o quanto que você chorou, e fiquei imaginando qual a sua reação quando eu te pedisse em casamento. E eu quero fazer esse pedido agora, não posso mais perder um minuto da minha vida sem você do meu lado. – a essa altura já estava chorando, acompanhada de . No mesmo momento tirei do boldo da calça o presente que eu havia comprado há dois meses atrás. Abri a caixinha na frente da e ela já não segurava mais as lágrimas.
- , você aceita se casar comigo? – eu disse olhando nos olhos dela.
- E-e-eu a-a-cei-tô. – ela disse em meio ao seu choro.
Tirei o anel de brilhantes da caixinha e coloquei em seu dedo. Percebi que e choravam. Enquanto colocava o anel olhava no fundo de seus olhos e ela por sua vez não desviou em nenhum momento. Eu me sentia o homem mais feliz no mundo. Ela me fazia feliz. Toda aquela culpa pelo acidente ou o medo de perdê-la sumiu e estava de volta, acordada e em meus braços novamente. Coloquei o anel em seu dedo e ela me puxou e me deu um beijo. Um beijo calmo, sem segundas intenções.

’s POV

Eu havia acordado, estava comigo e eu estava agitada, ele logo me acalmou e ligou para avisando que eu havia acordado. me explicou o que havia acontecido e logo o médico chegou, fez alguns testes rápidos e falou que teria de ficar por mais duas semanas no hospital para fazer exames e ver se eu ficaria com sequelas. Logo depois a enfermeira chegou, trocou meu soro e saiu deixando eu e sozinhos novamente. Eu estava tonta e sentia minha boca seca e meus olhos pesados. Houve um momento em que eu ouvi a porta sendo aberta e parado com os olhos cheios de lágrimas. Eles me pediu desculpas por algumas coisas e eu falei outras que nem eu sabia ao certo o que falava. Depois de um tempo acabei adormecendo. Alguns dias após eu ter acordado estavamos todos juntos quando comecou a falar e tirou uma caixinha do bolso e me pediu em casamento. Eu chorava, dessa vez de alegria. sempre me surpreendeu e eu não tinha reacões. Não deixamos de olhar um nos olhos do outro e quando ele terminou de colocar o anel eu lhe puxei e dei um beijo. Foi um beijo calmo, não possuia segundas intenções. e choravam e foram nos abraçar e ficaram mais um tempo no quarto. Logo depois foram embora e passaria a noite comigo.
- Tô tão feliz por ter te volta. - ele disse sentado ao meu lado.
- E eu tô feliz por te ter aqui comigo, grandão. Deita aqui comigo? - eu disse me ajeitando na cama que tinha espaço para os dois.
- Não, , tenho medo de te machucar. - ele disse com um pouco de receio.
- quer parar com a palhaçada e deita logo aqui. Eu tô com saudades e você tá com cara de que não dorme faz tempo. - eu disse o repreendendo.
- Isso é verdade. Não durmo há quase oito meses. Quando dormia era nas cadeiras aqui hospital ou nessa poltrona dura aqui. - ele disse tirando o tênis.
- Como assim? Oito meses? Eu tava em coma há quase oito meses?
- Pois é, dona . Me abandonou por oito meses. Eu tava quase louco e barbudo. Só comia porque a e me obrigavam.
- Tô vendo, olha a sua cara, essas olheiras. E você emagreceu muito também. Meu Deus, olha a merda que eu fiz.
- Não, eu que fiz a merda. Mas vamos esquecer tudo isso. E eu tenho certeza de que você vai me engordar. - ele disse com um sorriso divertido no rosto.
- É claro que eu vou, namorado, quer dizer, noivo meu não passa fome e muito menos emagrece do meu lado.
Ele se arrumou na cama e me abraçou, eu peguei o cobertor, coloquei em cima de nós dois e encostei a cabeça em seu ombro. Liguei a tv e ficamos em silêncio apenas sentindo a presença e acabei pegando no sono.

Acordei no outro dia e não estava ao meu lado, procurei pelo quarto e o vi na porta do quarto, estava segurando uma bandeija na mão. Ele fechou a porta e colocou a bandeija em cima da estante.
- Bom dia, bela adormecida. Vamos acordar que o café chegou.
- Bom dia, grandão. Preciso de uma escova, uma pasta de dente, uma toalha e um pijama limpo. Me sinto imunda.
- Ta tudo dentro da sua mala. passou aqui logo cedo e deixou uma mala com algumas coisas nossas. Toma o café e vai tomar um banho, você pode sair hoje ainda. - Ele disse com um sorriso no rosto.
- Meu Deus, que povo rápido esse. Senta aqui e toma café comigo. - eu disse fazendo um coque e bebi um pouco do suco que estava na bandeija.
- Relaxa que eu tomei café mais cedo. Eu já fui pra casa, tomei banho. tava acordado tomando café, aproveitei e comi com ele. - ele disse abrindo a mala e tirando algumas coisas de lá. - Até exame você já fez hoje.
- Como assim, ? Eles fizeram tudo isso e eu não acordei?
- Eles colocaram um sedativo no soro, isso fez você dormir por mais tempo. - ele disse se sentando ao meu lado.
- Nossa, não percebi nada. Espero que eu possa sair daqui logo. Odeio hospital. - eu disse. Tomei meu café e fui tomar meu banho, acho que foi o pior banho na minha vida! Nunca tinha quebrado o braço e eu não poderia molhar o gesso, e eu tava ligada a um monte de fios e tinha o soro... Enfim, quase precisei de ajuda no banho. Depois de uns dez minutos após o banho, o médico que estava cuidando de mim entrou no quarto.
- Senhorita , teve muita sorte, hein?! Um braço quebrado, nenhuma sequela... Sou obrigado a te mandar para a casa, você não tem mais o que fazer nesse hospital. Só vai precisar de alguns cuidados que eu acho que esse rapaz aqui pode muito bem dar conta. Nada de esforços por uma semana, evite pegar peso e nada de álcool por quinze dias por conta dos remédios que ainda estão no seu organismo. Daqui a pouco a enfermeira vai passar aqui para te livrar desses fios e você pode sair.
Enquanto ele dizia tudo isso eu apenas sorria, daqui algumas horas eu estaria em casa. Odeio hospital, só nao me pergunte por quê.
- Pode deixar doutor, eu vou cuidar bem dela. - ele disse apertando a mão do médico.
Logo depois que o médico saiu do quarto, a enfermeira apareceu e foi soltando todos os fios e, por último, o soro.
- Pronto, minha querida, pode descer. Quando sair, passe na recepcão e assine alguns papéis. - ela disse empurrando um carrinho onde tinha algumas agulhas e outras coisas até a porta.
- Quer ajuda, ? - perguntou segurando a minha mão.
- Quero, acho que tô um pouco tonta. - eu disse me apoiando nele.
- É normal, querida. Se precisar, eu vou pegar uma cadeira de rodas. - ela disse sendo carinhosa.
- Magina, enfermeira, não precisa. Eu já tô bem, fiquei muito tempo deitada. Acho que é por isso. Pode ficar tranquila, ele me ajuda.
- Você não tem noção do quanto esse rapaz te ama. Não saiu desse lugar por nada, eu via porque eu que cuidei de você o tempo todo. Não deixe esse rapaz ir embora ouviu, querida?! Ele te ama muito. - ela disse me ajudando enquanto Louis pegava as bolsas no quarto.
- Eu sei... Me pediu em casamento ontem. - eu disse mexendo no anel.
- Mas que amor. Parabéns pelo noivado. Agora eu tenho que ir, tenho que passar em alguns quartos.
- Obrigada por tudo.
- Vamos, , já peguei tudo. - ele disse dando o braço pra eu me apoiar.

Saimos do hospital e fomos pra casa, estava com saudades da minha cama, das minhas coisas e da minha comida.
- Olha quem chegou! - abriu a porta e me abraçou. - Que saudades de você, baixinha.
- Baixinha que saudades de você e da sua comida! - disse - Já arrumei a sua cama, , quer deitar aqui na sala ou na cama? - perguntou preocupada.
- Na verdade eu não quero deitar, tô cansada de ficar na cama, quero minha cozinha. - eu disse indo em direção da cozinha.
- Não senhora, você ouviu bem o que o médico falou, descanço por 15 dias sem bebida. - disse brigando comigo.
- Mas eu não tô indo pra uma festa, só quero fazer a minha comida, até eu tô com saudades dela!
Ninguém protestou pois sabiam que eu não ia ceder enquanto não fizesse algo pra comer. Entrei na cozinha observando cada detalhe da qual eu tinha decorado da forma como eu queria. Sentia saudades. Fui direto pra geladeira ver o que tinha, acabei pegando umas batatas, algumas cenouras e coloquei pra cozinhar na panela com água. Iria fazer algo meio brasileiro. Arroz, maionese, uma salada e um frango grelhado. Coisa rápida. Tive que pedir ajuda pois meu braço ainda estava com o gesso e não iria conseguir fazer muita coisa.
Acho que nunca comi tão bem em toda a minha vida, nada como uma comida feita em casa. Comida de hospital é pior que a comida do , olha que a dele não é lá aquelas coisas.
- Nossa, , isso tá bom, dá pra casar já. – disse dando uma garfada na maionese.
- Falta pouco, . Noivos vocês já estão. Daqui a pouco teremos pequenos ’‘s e pequenas ’s correndo pela casa.
- Gente, vamos com calma, né?! Acabei de voltar do hospital e vocês já querem que eu volte?
- Pensa pelo lado bom, voltaríamos pra casa com coisinhas lindas nos nossos braços. – disse passando o braço pelo meu corpo.
- Ai, como você é lindo. Mas acalmem-se, quando chegar o momento, teremos essa casa de pernas pro ar.
Depois dessa conversa, o almoço se passou sem muitas conversas e acabei deixando a cozinha bagunçada, estava muito cansada, ainda sentia o efeito dos remédios no meu corpo. Acabei subindo pro meu quarto enquanto subia atrás de mim me aparando pra que eu não caisse, ainda me sentia meio tonta. Cheguei no quarto e abri a janela pra poder ventilar, não conseguia ficar muito tempo com o lugar sem vento. Fui até o guarda roupa e peguei qualquer pijama e uma lingerie e entrei no banho. Sai do banho e econtrei deitado do lado dele na cama. Depois de três anos juntos nos acostumamos a dormir sempre do mesmo lado da cama, acabamos estipulando nossos lados e dormimos dessa forma em qualquer lugar que vamos. Encostei um pouco a janela e me deitei ao lado dele, virei para o lado direito, que não estava engessado, encontrando com o rosto de .
- Te amo, grandão, bons sonhos. – dei um selinho e acabei pegando no sono.
Acordei cedo no outro dia e vi que ninguém havia acordado. Resolvi preparar o café. Liguei a cafeteira e arrumei a mesa. Deixei a cafeteira passando o café e fui até o jardim e sentei na beira da piscina. Senti falta de tudo isso, mesmo estando em coma, sem consciência. Parece que não via minha casa há anos.
- Já acordada, pequena? Tem que descansar. – disse se sentando ao meu lado.
- Não consegui dormir direito, tive uns sonhos estranhos e meu braço começou a doer. Decidi levantar.
- Foi bom você ter levantado cedo. Precisamos resolver alguns assuntos. – disse me encarando.
- Que assuntos?
- O restaurante. Acabei assinando os documentos no seu lugar, como seu responsável, não sei se fiz certo, mas não poderia simplesmente parar os negócios. – ele disse se sentindo meio constrangido.
- Ei, não fica assim. Fico aliviada que vocês conseguiram dar conta de tudo. Fico feliz também por não ter perdido o local. Obrigada por tudo, .

Capítulo 6

e acordaram logo depois e fomos tomar café.
- , sei que pode estar muito em cima, mas precisamos começar a ver as coisas do restaurante.
- me falou isso agora pouco. Podemos sair pra ver algumas coisas. Tô bem já.
- Tem certeza? Posso ver as coisas e trazer tudo aqui pra você. – disse preocupado.
- Fica tranquilo. Eu vou junto, eu tô bem e não quero ficar em casa. - eu disse tomando um gole do meu leite. - Lindos, vou tomar um banho, , me espera que vou com você.
- Ok, senhorita.
Subi pro meu quarto, tomei um banho rápido e coloquei uma camisa branca com minha fiel calça jeans, um mocassim, minha Louis Vuitton e desci correndo, quase caindo na escada.
- Vamos? – eu perguntei a , que estava sentado no sofá junto com .
- Nossa, , tá linda, hein?! – disse me abraçando. – Desse jeito vai matar seus fornecedores.
- Ai, para com isso, , não é nada.
- Ei, casal, vamos parando por aí que hoje o dia tá cheio. – o mala do falou. – Ah, perdeu, playboy, hoje a é minha – disse tentando tirar uma com a cara de .
- HAHA, , só por hoje.
Me despedi de e e eu e fomos para o centro de Londres e começamos a ver móveis, panelas, reforma para a locação... Essas coisas que todo restaurante precisa ter.

Um ano depois


O restaurante foi montado, e graças a Deus está muito melhor do que imaginávamos. Ganhou o prêmio de melhor restaurante do ano e eu e estavamos trabalhando mais do que nunca e planejando abrir mais dois em Paris e Itália.
Hoje a noite seria longa e agitada. Sábado. Dia de restaurante cheio, filas para uma mesa, pessoas querendo que os chefs venham até elas... É claro que eu e ficamos na cozinha o tempo todo. Não nos separamos por nada. Também, se não tivessem dois chefs, eu não sei o que seria daquele restaurante. Estava dividida entre meu molho e meu filé que tomei um susto quando Martin, uns dos garçons veio me chamar na cozinha.
- Chef , o cliente da mesa 7 solicita sua presença. – ele disse, como sempre, cuidadoso com as palavras.
- Martin, invente alguma história, não posso largar a cozinha agora. – eu disse sem desviar minha atenção do fogão.
- , se eu fosse você, iria até a mesa. Não vai acreditar quando chegar lá. – disse olhando da pequena janelinha que tinha na porta da cozinha.
- Ah, como vocês são chatos. Martin, diga a ele que estou terminando um prato e já estou indo. – eu disse começando a decorar o prato.
- , dê uma passadinha no banheiro, arruma a sua touca e passa uma água na cara pra tirar esse suor. Esteja apresentável para esses clientes. – disse.
- Meu Deus, até parece que é o McFly. , consegue segurar as pontas aí? Eu já volto, não demoro.
Sai da cozinha e segui o conselho de , dando uma passadinha no banheiro pra dar uma arrumadinha na cara. Sai do banheiro e fui em direção da mesa 7 passando pelas outras mesas do salão com os clientes me comprimentando e eu sendo o mais simpática que eu conseguisse, o que não é muito difícil. É sério.
Chegando mais próximo da mesa, ouvi uma risada daquelas que é impossivel confundir. A risada do Jones. Não, não pode ser, eles não podem estar no meu restaurante. Existem resurantes mais chiques e caros que o meu. Não é possível. Eu posso estar sonhando ou algo do tipo... Não, eu estava completamente enganada. Eles estavam lá, rindo, bebendo e comendo da comida que eu mesma preparei enquanto passeava pelo salão. Isso só poderia ser um sonho. Comecei a tremer e tentei manter a calma no caminho até a tal mesa. Quase corri pra cozinha quando Danny olhou na minha direção e falou “A chef está chegando”. Tá, , se acalma, fica tranquila e não mostre que está nervosa.
- Ao que devo a honra de servir uma das maiores bandas do mundo? – eu disse chegando perto da mesa.
- A propósito, a massa estava ótima – Tom disse levantando para me comprimentar.
Todos seguiram ele e me comprimentaram, eu fiquei estática. Não sabia como reagir. Conversamos um pouco e eu não estava acreditando que eles estavam ali, bem na minha frente.
- Então, Danny, soube que temos uma fã aqui... – Tom disse olhando para Danny.
- Eu ouvi comentar, Tom. Será que ela quer uma foto ou algo do tipo? – Danny respondeu olhando para mim.
- Nossa, Chef, você é fã dos meninos? – Gio perguntou.
- Ai, meu Deus, que vergonha, mas não vou mentir, meu quarto tem uma parede de pôsters de vocês. – eu disse ficando vermelha.
- Então não perca tempo e aproveite que eles estão aqui e tire uma foto! – Geórgia disse. Meu Deus, elas são muito simpáticas.
Depois de fotos com cada um deles e uma com todos e mais uma com cada namorada e uma com a mesa toda eu me despedi deles, ufa, quanta foto!
- Meninos e meninas, foi um prazer conhecê-los, mas minha cozinha me chama. Muito obrigada, fiquem a vontade e voltem sempre. – eu disse me despedindo e me virando para a cozinha quando Tom me chama. Mantenha a calma e volte.
- Então, Chef – ele disse e eu o cortei.
- Por favor, .
- Ah sim, , então, eu e a Gio vamos nos casar e não estamos achando um buffet para servir o nosso jantar e todas essas coisas de comida que se tem em um casamento. Vocês prestam esse tipo de serviço? – OMG, PARA TUDO. THOMAS FLETCHER E GIO CONVIDANDO O RESTAURANTE PARA SERVIR O CASAMENTO? MORRI.
- Ah, claro. Servimos todos os tipos de refeições para festas e comemorações. Fazemos o seguinte, passe na recepção quando forem embora e peça para a recepcionista agendar um horário comigo e com o outro Chef para conversarmos melhor, combinado?
- Claro. Então nos vemos qualquer dia desse, e parabéns, está tudo ótimo. – ele disse apertando minha mão.
- Muito obrigada e sinta-se a vontade. – eu disse apertando sua mão e voltando para a cozinha.
- ZAYN, POR QUE NÃO AVISOU QUE EU IA ME ENCONTRAR COM O MCFLY? TINHA ME ARRUMADO MELHOR – eu disse pegando um copo d’água para tentar me acalmar. - , eu acabei de conhecer simplesmente os caras que mudaram a minha vida, você tem noção do que isso significa pra mim? Eles jantaram no nosso restaurante, comeram da nossa comida, nos elogiaram e o Tom ainda convidou o restaurante para servir o casamento. VOCÊ TEM NOÇÃO DE COMO EU TÔ FELIZ? EU TÔ QUASE MORRENDO. – eu disse tudo isso enquanto todos pararam o que estavam fazendo e ficaram me olhando.
- Hey, voltem a trabalhar. Papo meu e da disse acabando com a alegria deles. – Mas espera aí, ele falou tudo isso e convidou o restaurante pro casamento? – ele perguntou assustado.
- Não foi só ele não, querido, a banda toda e as namoradas deles também elogiaram. , esse foi o melhor dia da minha vida. Você pode ter certeza. – eu disse secando uma lágrima que teimou e descer. - Meu sonho se realizou. Não preciso de mais nada.
- Claro que precisa, , precisa fazer esse casamento. Nós vamos fazer esse casamento.
- Claro que vamos. Agora, se me dão licença, eu vou ligar o rádio e vai tocar McFly até o último cliente pagar a conta e estiver tudo limpo. – eu disse ligando o rádio que eu tinha na cozinha.
- É hoje. Se preparem. – disse avisando o pessoal que estava na cozinha.
Todos foram embora e ficamos apenas eu e no restaurante para fazer as listas de compras, fechamento do caixa e todas essas coisas de resturante. Chegamos em casa e ainda tinham luzes acesas. .
- Nossa, ), ainda acordado? - Eu disse entrando no escritório dele. Todas vez que não consegue dormir ele vai pro escritório terminar algum projeto.
- Insônia. Aproveitei pra terminar uns projetos de umas casas. E você? Demorou hoje...
- Tem comida pra você lá embaixo. Demorei porque fiquei arrumando as coisas, pois amanhã teremos convidados lá no restaurante. Tom e Gio marcaram uma reunião comigo e com pois eles querem que nós servimos o casamento. – eu disse na maior tranquilidade do mundo.
- Pera. Tom? Tom Fletcher? O cara que eu mais tenho ciúmes nesse mundo?
- O cara que tem um buraco na cara, uma estrela no peito e a boca afundada...Esse mesmo, . – eu disse lembrando os vários “apelidos” que ) dava pro Tom.
- Eu não tô acreditando, . – ele disse se levantando e me abraçou, me dando um beijo. Eu com certeza era a pessoa mais feliz.
- É sério isso? – entrou pelo escritório berrando.
- É, amiga! – eu disse a abraçando.
- Meu Deus, tô muito feliz por vocês – ela disse olhando pra mim e pro .
- Obrigada, amor. Nem eu tô acreditando ainda. Parece um sonho. – eu disse tirando meus sapatos.
- Vai, , me conta como foi? – disse curioso. E lá vou eu contar toda a história...
- Que fofos, . Nossa, nem imagino como você deve ta se sentindo. Agora vamos dormir porque alguém aqui não pode ter olheiras por causa da reunião de amanhã. – disse saindo do escritório.
- Acho que eu vou ficar de guarda amanhã nessa reunião. Não confio nesse cara. – disse.
- AI MEU DEUS, QUANTO CIÚMES DESSE MEU NOIVO. QUE LINDO. – Eu disse abraçando-o pela cintura no caminho pro quarto.
- Não é ciumes. Apenas estou cuidando do que é meu por direito.
- Sei... Tô bem ligada nessas suas clientes aí. – eu disse o provocando.
- , vai tomar seu banho, vai... E não se preocupe com elas. São todas feias perto de você. Já falei que eu te amo hoje? – ele disse me abraçando.
- Não... – eu disse encostando nossos rostos e sentindo sua respiração.
- Eu te amo.
- Não ouvi, ) – eu disse provocando um pouco.
- Eu te amo. – ele disse próximo ao meu ouvido me causando arrepios por todo o corpo.
- De novo.
- Eu te amo, eu te amo, eu te amo, . Eu te amo e sempre te amarei. – ele disse e senti lágrimas se formando em meus olhos e senti seus lábios próximo aos meus. Não resisti e o beijei. Me sentia como se há muito tempo não sentia o seu beijo, um dia é muito tempo. Fui quebrando o beijo com selinhos e permanecemos abraçados durante um bom tempo no quarto.
- Vou tomar meu banho – eu disse.
- Vai, mas não demora – ele disse me apertando em seus braços. – Tô com saudades.
Tomei meu banho tentando relaxar o máximo que eu conseguisse. Coloquei um pijama qualquer e deitei na cama. ) já estava deitado procurando algo pra ssistir na tv.
- , não vai achar nada essas horas pra ver. Já são duas e meia da manhã. – eu disse me ajeitando para deitar (me senti uma velhinha falando isso. Mas ok).
- Tô entediado. Vai, deita logo que eu preciso abraçar alguma coisa, tá muito vazia essa cama. – ele disse fazendo carinha de cão largado.
- Virei travesseiro agora, é?! Bom saber. Nunca mais trago comida pra você. Vai comer o que tiver. – eu disse me deitando e virando para o lado oposto dele.
- E você vai me deixar com fome? Duvido. – ele disse se jogando em cima de mim. – Nenhum beijinho de boa noite, ?
- Ah, que menino carente, meu Deus. Não vai ganhar um beijinho, vai ganhar todos os que você quiser – eu falei me virando e o beijando.
- Aaaah, agora sim. Essa é a minha . – ele disse me abraçando.
- Boa noite, ). – eu disse me ajeitando em seus braços.
- Boa noite, baixinha. – ele me abraçou e assim dormimos, juntos, como todas as noites.

No outro dia acordei com umas disposição incrível. Dez e meia da manhã lá estava eu em baixo do chuveiro tomando um belo banho pra melhorar a cara amassada. Precisava estar ótima para hoje. Eles chegariam no restaurante umas onze e meia, então tinha tempo. Terminei meu banho com calma e fui em busca de algo confortável, porém nada muito largado. Acabei escolhendo uma calça jeans, uma camisa social e um cap toe que tinha ganho do ). Fiz um rabo de cavalo e passei uma maquiagem leve, só pra desfarçar as minhas olheiras. Desci para a cozinha e fui fazer o café e logo desceu e tomamos café só nós dois, deixandoa s coisas em cima da mesa, logo os outros dois iam tomar café. Peguei minha bolsa que tava na sala e as chaves do meu carro, hoje quem ia dirigindo seria eu. Fui com calma até o restaurante que não era lá tão longe de casa. Chegando lá preparamos um café da manhã simples, algo pra agradar os convidados e seria algo para beliscar mesmo.
Todos nós sabemos que os ingleses são pontuais, e mais uma vez eles não nos decepcionaram. Onze e meia em ponto ouço o sensor de presença que tinha na porta apitar e eu avistar Tom e Gio entrando de mãos dadas pelo restaurante. Estava na cozinha então fui logo me apressando em ir recebê-los e fui tirando a touca e meu avental no caminho.
- Bom dia. – eu disse comprimentando os dois.
- Bom dia, , posso te chamar assim? – Gio me deu dois beijinhos e me perguntou. – É assim que se cumprimentam no Brasil, não é?
- Claro que pode, eu até prefiro. E sim, é assim que nos cumprimentamos no Brasil. Me deu até saudades.
- Bom dia, . – Tom disse pela primeira vez.
- Bom dia, Tom. Gente, vamos nos sentando, já está vindo. Mas então, o que procuram? – eu disse pegando um caderno e uma caneta.
- Bom, , precisamos de um restaurante, um buffet, algo que possa trabalhar com as comidas em nosso casamento. Eu sou meio lesada para essas coisas e eu e Tom achamos melhor procurar pessoas da área para tratar. Precisamos de ajuda, é basicamente isso.
E esse papo se estendeu até as quatro da tarde e algumas coisas foram acertadas. Como era domingo, não tínhamos pressa em conversar e por isso o papo rendeu tanto. Conheci um pouco dos dois, mais do que eu conhecia, e acabei dando umas idéias pro coquitel, jantar e as sobremesas. Acabamos ficando tão amigos que os dois convidaram eu e , ) e como convidados para o casamento. Ok, quase surtei, mas o máximo que saiu da minha boca foi: “Muito obrigada pelo convite e estaremos lá.” Marcamos outra reunião naquela mesma semana, no restaurante mesmo, seria uma espécie de degustação de vários sabores de bolos, docinhos, bem casados, decoração, de tudo isso.
Sinto vergonha de tudo o que eu falei em toda a minha vida da Gio. Ela é uma pessoa adorável, que ama muito o Tom e não quer o mal de ninguém. Me arrependo e não tenho vergonha de falar isso. Nos despedimos e eles foram embora, e eu e ficamos pra ajeitar o que bagunçamos.
- E aí, , como se sente? - ele perguntou tirando a mesa.
- Ainda vai perguntar, ? Me sinto nas nuvens, literalmente. – eu disse quase tendo um treco. - Vai, vamos arrumar logo isso tudo que eu tô precisando de descanço.
Arrumamos as coisas e fomos pra casa, antes passando no mercado pra fazer a compra da semana e chegamos em casa quase oito da noite. Eu estava cansada.
- Nossa, foram fazer as coisas pro casamento, foi?! – perguntou ajudando eu e a tirar as compras do carro.
- Não, mas foi quase isso. Acho que a tá em choque. – disse.
- Não tô entendendo mais nada.
- , Gio e Tom nos convidaram para o casamento. Só isso, . – eu disse flutuando.
- AH, BRINCOU? É SERIO ISSO, GENTE? – disse entrando em choque.
- Ah não, , você também não. Já basta a em choque. – ele disse.
- Quem tá em choque aí? – apareceu DO NADA na porta da sala.
- Mas olha, quem é vivo sempre aparece. Não ganho beijo não? – eu disse pegando as compras no carro.
- Ganha até mais... – falou me abraçando por trás.
- Olha o horário, crianças. – falou pegando as últimas compras.

Passamos o resto do dia em casa planejando as coisas pro casamento e logo me dei conta que já estava noiva há um ano e não tinha visto nem um guardanapo do meu casamento. Me senti culpada, muito culpada mesmo. Não sei, ) deve achar que eu to enrolando ele. Meu Deus, eu sou muito burra mesmo.
- )? – eu perguntei abaixando a tela do meu note.
- Oi – ele falou abaixando o volume da tv.
- Já se passaram um ano do meu acidente. – eu falei tirando meus óculos.
- Já faz um ano? Meu Deus. – ele falou não entendendo onde eu queria chegar.
- Já. Faz um ano do nosso noivado, também. – eu falei com medo da resposta.
- Nossa, tudo passou tão rápido. – ele falou.
- Passou. Eu acho que tá na hora de começarmos a ver as coisas do casamento. – eu falei.
- , não vá se atarefar demais, pelo amor de Deus. Mas sim, podemos começar a ir atrás das coisas. Podemos começar o quanto antes, pois eu tô terminando uns projetos e são todos tranquilos. – ele falou todo olhando pra mim.
- Não, eu e estamos com tudo em ordem já pro casamento deles e sabe, acho que já ta na hora de ver as coisas do casamento. Ver a Gio o Tom arrumando as coisas me deixou com vontade. – eu falei e do nada me veio uma alegria.
- Claro, vamos começar sim. Essa semana eu ainda não tenho nada. Vou estar livre uma semana e quero te ajudar em tudo o que eu puder pra que tudo saia lindo. – ele falou e eu não aguentei e o abracei.
- Obrigada por tudo, ), obrigada mesmo. Eu te amo. – eu falei e senti lágrimas escorrer pelo meu rosto.
- Eu também te amo, .

Capítulo 7

Um mês se passou desde aquela última conversa. Faltam cinco dias para o casamento da Gio e do Tom, e eu estou quase ficando louca. Estamos acertando os últimos detalhes das mesas de doces, coquetel, jantar, bebidas, tudo que um casamento tenha direito na questão comes e bebes. Acho que nunca vi algo tão bem planejado como esse casamento, tudo tão lindo, parece um conto de fadas, sem brincadeiras.
Agora eu estou correndo com a atrás de um vestido pra ela, um terno pro , e dos bordados das roupas que eu o vamos usar para cozinhar no casamento, porque se você achou que eu ia para a cozinha de longo e salto, estava muito enganado. Nada que um belo avental, uma calça preta, uma touca bem trabalhada e crocs pra ficar dentro da cozinha não resolvam o assunto. Depois quando eu for andar pelo salão, será outra história. Mandei bordar nossos nomes e o nome do restaurante no avental do e no meu, esse evento merecia um avental novo. Como estava falando, tô na rua com a , quando meu celular começa a tocar, era .
- Oi, meu amor – ele falou e senti como se fosse a primeira vez que ele estava me ligando, sempre foi assim.
- Oi, – eu respondi.
- Acho que você vai ficar feliz com o que eu vou te contar. – ele falou e meu estômago logo começou a dar voltas de curiosidade.
- Fala logo, , você sabe quando eu fico ansiosa. – eu falei.
- Encontrei uma locação linda pro casamento. Um cliente aqui do escritório me indicou, marquei pra gente conhecer umas três e meia, único horário que eles tinham esse mês, consegue ir? – ele falou tudo de uma vez que eu fiquei meio em choque. Pode até ser estranho da minha parte, mas não sabia que ele estava se empenhando tanto.
- Brincou, ? Onde é? - eu perguntei.
- Não vou falar nada, senhorita. Fica pronta que passo duas horas pra te pegar e vamos ver a locação.
- Aaaah, odeio ficar ansiosa, . Mas tudo bem, é por uma boa causa. Passa no restaurante que eu vou estar lá, tenho que receber a encomenda de vinhos de Portugal e uns cortes argentinos. Depois eu tô livre a tarde, mas tenho que voltar as sete pro jantar. Dia de salão cheio.
- Fica tranquila. Será entregue antes das sete, senhorita. Vou desligar, mais tarde a gente se fala, beijos, te amo.
- Vai lá amor, te amo, até mais. - desliguei o celular e eu e entramos em uma loja de roupas para festa.
- , me chamou pra ir junto com ele para Paris. – ela falou enquanto experimentava um vestido.
- E você vai, não vai? – eu perguntei.
- Não sei, não quero o atrapalhar enquanto ele estiver na feira. – ela falou.
- Mas. , a feira acontece durante o dia, e você não vai atrapalhá-lo. Se ele tá te chamando, é porque ele quer a sua companhia nessa viagem. Queria eu passar uma semana lá. Da última vez que fui, foi bom.
- Ai, não sei – ela falou abrindo a cortina do provador. – Que tal esse? – ela saiu mais linda do que de costume.
- É esse, . Tá lindo.

Ela acabou comprando aquele vestido mesmo e eu reservei o terno do . Almoçamos e voltamos para o restaurante. havia acabado de chegar e me chamou pra fazer o cardápio da noite, o ajudei, recebi as carnes e os vinhos e logo já estava me esperando.
- Demorei? – perguntei entrando no carro e logo lhe dando um beijo.
- Não, nossa, tava com saudades. – ele falou.
- Mas não se empolgue. Vamos que eu tô curiosa. – eu falei me arrumando e colocando o cinto.
- Vamos, né?! Mas só mais um beijo, vai?! – ele perguntou fazendo bico.
O caminho foi tranquilo, conversamos sobre coisas aleatórias e, por fim, chegamos no local e meu Deus, o lugar era lindo. Havia um terraço maravilhoso, onde poderia ser servido o coquetel, uma capela linda e um salão maravilhoso, todo revestido de dourado, com grandes lustres e um vasto tapete que cobria todo o salão. Enquanto a organizadora nos mostrava o local, eu não tinha palavras, acho que se não tivesse , não conseguiria um lugar desses. Rodamos toda a locação e chegamos no salão principal, o mais lindo de todos, o maior e o mais caro. Era aquele. Preço? 50,000 libras. Tinha capacidade para mais de trezentas pessoas. Ok, não sei se vou encher aquele salão, muito menos como pagar, mas isso não importa.
- É esse, . É esse o salão. – eu falei com lágrimas nos olhos.
- Mas, , temos tanta gente assim? O preço eu nem falo nada, posso pagar, mas... - ele falou coçando a cabeça.
- Temos sim. Pensei em chamar alguns clientes do restaurante, os que vão com mais frequência lá. – eu falei tirando algumas fotos do salão, se precisar em alguma ocasião.
- Então tá, quer dar mais uma olhada em outras locações ou vamos reservar essa? – ele perguntou.
- Não querendo me intrometer, nem nada, mas esse salão é muito concorrido por noivas e empresas para fazer eventos – a moça falou olhando em uma folha. – Tem duas datas disponíveis, como já estamos no meio do ano, as datas são para o ano que vem, são elas dia 20 de abril e dia 4 de agosto. – ela falou e, opa, temos um problema. Abril tem eventos da gastronomia na cidade e agosto tem eventos de arquitetura do .
- , temos problemas. Viagem pra NYC e pra a feira de gastronomia. Caem todas nesses dias – eu falei checando as datas na minha agenda.
- Nossa, verdade. Temos um grande problema – ele falou.
- No caso, senhores, seria mais seguro reservar um desses dias, pois já temos pessoas interessadas – legal, mais pressão.
- Vamos pegar o dia 4. Teremos mais tempo pra organizar tudo – eu falei, tentando seguir a lógica.
- Não, vamos pegar o dia 20. Por ser seu aniversário, – ele falou. – E seria mais fácil você sair mais cedo da feira do que eu sair de NYC.
- É, seria complicado, mas pode ser. Dia 20. Pronto, o casamento será no dia 20 – eu falei.
- Ok, gente, já está reservado. Vamos arrumar a papelada e vocês assinam ainda hoje, daqui uma hora, mais ou menos, ou segunda, perto das nove. – ela falou e saiu andando.
- , preciso ir pro restaurante, tá sozinho lá. Já são seis horas. – eu falei MEIO preocupada.
- Segunda eu tenho uma reunião as oito e meia. Acho que tem que ser hoje – segundo problema no primeiro dia de organização. Isso vai ser longo.
- Então vamos assinar logo esses papéis – falei pegando meu celular na bolsa. – Podem ir, só vou fazer uma ligação.
Liguei no telefone da cozinha e deram dois toques, Gerard atendeu.
- Boa noite, Che. – ele atendeu.
- Boa noite, Gerard. tá ai? Pode falar agora? – eu perguntei.
- Só um instante, Chef. Vou chamá-lo. – escutei o telefone pendurado, batendo na parede.
- Oi, , tá tudo bem? – perguntou e percebi que estava preocupado.
- Tá sim, . Só preciso de um favor seu. Tenho que assinar as papeladas ainda hoje, tem como segurar as pontas aí mais um pouco? Em quarenta minutos eu tô ai. É o tempo de toda documentação ficar pronta – eu falei.
- Claro, . tá aqui comigo, fica tranquila. Mas venha logo, pois hoje vai lotar e temos clientes especiais, fizeram a reserva agora pouco, vem arrumada pra cá. – Ele falou e logo me deu um frio na barriga. A última vez que isso aconteceu, eu conheci o McFLY.
- Quem é dessa vez, ? – Eu perguntei ansiosa.
- São algumas bandas, reservaram metade do restaurante e querem comida brasileira. Ou seja, você que vai cozinhar pra eles porque eu não sei fazer o que você faz. – ele falou e minha ansiedade aumentou.
- Dentro de uma hora eu tô ai. – eu falei. – Tenho que desligar, obrigada por tudo, .
- Magina, , boa sorte com as coisas por ai.
- Obrigada. Beijos, te amo. – eu falei.
- Te amo – ele falou e desligou o telefone.

Fui até o escritório e encontrei fazendo pequenos projetos do salão.
- Já está desenhando? Temos uma hora e meia. Tenho um grande jantar pra fazer, foi de última hora – eu falei me sentando na cadeira ao lado dele.
- Ela foi checar nossos dados e já tá fazendo a papelada. Minha cabeça tá cheia de ideias e tenho que desenhar pra não esquecer – ele falou sem parar de desenhar.
- Eu nunca te vi desenhando dessa forma, parece tão fácil – eu falei o admirando.
- Mas é tudo questão de técnica. A mesma coisa é eu ver você cozinhando, parece tão fácil , mas não sei fazer nem arroz – ele falou rindo.
- Realmente, é tudo técnica. Eu tô tão ansiosa. – falei.
- Pro casamento? Eu também tô. Quero que chegue logo, tá tão longe. – ele falou e fiquei meio surpresa. Homem geralmente não fala essas coisas.
- Não quero contratar buffett. No dia do casamento vou só contratar mais gente e quero que sejam pratos feitos por nós dois e quero que seja minha equipe – eu falei. – Não confio nesses buffets de hoje em dia.
- E a minha equipe vai trabalhar junto com a organizadora. Não quero qualquer projeto pro casamento.
Se passaram alguns minutos e a moça voltou com uma papelada, e que papelada, nunca assinei tanto papel na minha vida.
- Bom, vocês conseguiram essa locação e vai ser um casamento lindo, tenho certeza. Vocês formam um lindo casal, parabéns – ela falou apertando nossas mãos. Saímos correndo em direção ao restaurante e tivemos que entrar pelos fundos, pois a frente estava cheia de paparazzis na porta. As bandas.
- , chegou na melhor hora. Eles acabaram de chegar e pediram as entradas – falou e fui olhar os pedidos.
- É muita gente, onde eles estão? – eu perguntei lavando as mãos.
- Próximos a porta. Vai olhar.
Fiz o que ele falou e dei de cara com The Maine, All Time Low e WATIC.
- Meu Deus. Não é possível. , você tem noção de quem são? – eu perguntei.
- Sim, os caras daqueles posters que você tinha na parede há uns dois anos atrás. – ele falou.
- Vamos começar logo esses pratos. – eu saí e fui logo fazer as coisas. Jantar brasileiro, comida brasileira. O cardápio brasileiro é o que mais faz sucesso no restaurante, por isso nunca tiramos ele, claro, sempre mudando os pratos, mas todos com tempeiros brasileiros. É uma forma de eu matar a saudade de casa.
As entradas aos poucos foram terminadas e logo fui começando arrumando a bagunça que eu fiz na minha bancada.
- Você não vai na mesa? – perguntou.
- Não, você sabe que eu não gosto de aparecer em público – eu falei finalizando o ultimo prato.
- Eu acho que você deveria ir. Aproveita pra conhecer os caras das bandas que você gosta – ele falou.
- Não, só vou se eles chamarem, e vai junto. - eu falei e coloquei o último prato na bancada para ser servido.
- Ok, então. – ele falou voltando a mexer no celular.

Alguns minutos depois, os pedidos foram chegando e, meu Deus, como esse povo come. Fui começando a preparar os pratos e Gerard entrou na cozinha com mais pedidos.
- Chefs, os donos desses pedidos estão pedindo a presença dos senhores. – ele falou.
- Eu não vou. – eu falei.
- , não começa. – falou me repreendendo.
- Não, não vou. Não posso sair daqui, não agora. – eu falei não tirando a minha concentração nas cebolinhas.
Fui terminando os pratos junto com e ele logo voltou com essa história.
- , você não vai mesmo? – ele perguntou limpando o prato.
- Ai, tá, eu vou. Só deixa eu trocar meu avental, olha meu estado. – eu falei.
- Não precisa, pelo menos eles não ficam de olho em você. – falou, coisa ciumenta.
- Vamos, , não se pode negar isso a um cliente. – falou.
- Meu Deus, como vocês falam, me espera, eu já volto. – eu falei soltando meu avental.
Subi no meu escritório, no segundo andar do restaurante. Fui até meu armário e peguei outro avental, limpinho, bonito e coloquei.
- , é só um cliente, não é a Rainha. – falou encostado no batente da porta.
- Eu sei, , mas olhe o meu estado – eu falei colocando o avental. – Vamos, eu não posso demorar, a cozinha não pode ficar sozinha.
Descemos e encontrei na porta.
- Boa sorte, . – falou me dando um selinho.
Abri a porta da cozinha e fui até a mesa em que eles estavam, passando por outros clientes e sempre os comprimentando. Vi conversando super animado com o pessoal e sorri para mim mesma.
- Boa noite a todos – eu falei me apoiando no encosto em que Alex e John sentavam lado a lado.
- Boa noite, Chef. – Alex respondeu se virando e olhando para mim e, meu Deus, que ele era lindo eu já sabia, mas ao vivo e a cores ele é mais ainda.
- Gostaram da entrada? – perguntei.
- Claro, quem não gosta de comida brasileira, ainda mais feita por uma brasileira? – Jack falou.
- Hey, tem britânico aqui e cuidado que o namorado dela tá ali atrás. – falou e todos riram.
- Ok, vamos respeitar as nacionalidades. – eu falei como se fosse acabar com a terceira guerra mundial.
Conversamos por uns dez minutos e a maior parte do tempo conversei com Alex e John.
- Meninos, o papo tá muito bom, mas temos que voltar ao trabalho. A cozinha chama pelos seus chefs. Vamos, ? – Eu falei o percebendo que nos observava e não parecia muito amigável.
Nos despedimos e voltamos para a cozinha, e eu subi no escritório pra trocar de roupa, fui até o banheiro e vi sentado na minha cadeira. Percebi que ele estava irritado.
- O que foi, ? – Perguntei enquanto lavava as mãos. Já comentei que chef de cozinha tem a mão mais limpa do mundo? Já perdi as contas de quantas vezes já lavei as mãos hoje.
- Nada, . – ele respondeu.
- Fala, . O que aconteceu? – ai tem coisa.
- Nada, . Corre que tem um monte de pedidos. – ele falou.
- , dá pra falar logo? Tô começando a ficar irritada. – eu falei secando as minhas mãos.
- Você percebeu como aqueles dois olhavam pra você? Principalmente o tal do Alex? – ele falou ficando vermelho.
- Você só pode estar brincando comigo. – eu falei.
- Não, eu não estou. Nunca falei tão sério em toda a minha vida. – ele falou ainda sentado.
- Por favor, , eles são apenas clientes. E eu estava apenas sendo simpática e fazendo o meu papel de chef do restaurante – eu falei. – Isso é ciumes?
- Não, só estou apenas cuidando do que é meu. – ele falou baixo. – Você poderia ao menos ter saido de perto deles, até que você estava gostando, vai?! - PERA, ele falou que eu estava gostando? Eu estava apenas trabalhando. Não, eu não ouvi isso. – Viu? Você tava gostando, nem contestou o que eu falei. – ele falou.
- , para de falar besteira.
- Eu não tô falando besteira, é apenas a verdade. – ele falou com o rosto vermelho.
- QUANDO EU FUI NO SEU ESCRITÓRIO E AQUELA LOIRA PEITUDA TAVA EM CIMA DE VOCÊ, EU NÃO FALEI NADA. VOCÊ SEMPRE TÁ COM A RAZÃO, SEMPRE VOCÊ, E QUEM SAI ERRADA EM TODA A HISTÓRIA SOU EU, TÔ CANSADA DISSO – Eu falei não me aguentando mais e soltando tudo o que estava guardado.
- EU ESTAVA TRABALHANDO E NÃO ESTAVA DANDO ATENÇÃO. – Ele gritou de volta.
- NÃO JUSTIFICA! VOCÊ TAMBÉM NÃO SAIU DE PERTO DELA! – eu falei tentando segurar as lágrimas que estava para sair pelos meus olhos.
- ELA VEIO APENAS TIRAR UMA DÚVIDA SOBRE O PROJETO! – ele se justificou.
- E EU FUI ATÉ A MESA PORQUE ELES PEDIRAM. Chega , não vou falar mais nada porque isso não vai levar nós dois a lugar nenhum. – eu falei indo para a porta em direção a cozinha.
- Eu vou embora. – ele falou pegando a chave do carro.
- NÃO, você não vai. Você vai ficar aqui até eu terminar tudo. – eu falei.
- Quem falou que eu não vou? – ele perguntou.
- Eu tô falando, já se esqueceu o que aconteceu na nossa última discussão? Hein? Não se lembra de mais nada, tudo já se apagou na sua mente? Você se esqueceu de tudo o que eu passei? – eu falei.
- Tá, eu fico. – ele falou voltando para a cadeira, se sentando.
Sai, deixando no meu escritório. Acabei sentando no final da escada e as lágrimas logo vieram, e as deixei cair sem pudor ou vergonha. Odeio brigar com ele. Ouvi passos em minha direção.
- O que foi, ? – perguntou se abaixando.
- Nada.
- Fala logo, . O que aconteceu? – ela falou se sentando ao meu lado na escada.
- Eu e , nós brigamos. – e lá fui eu contar todas a história para ela.
- Pera, eu não sabia dessa história da loira. – ela falou indignada.
- Pois é... – eu falei passando a mão pelo meu rosto.
- Deixa esse comigo, ele tá ferrado quando chegar em casa. Coitado. – ela falou e eu ri.
- Você não vai fazer nada. Eu já falei tudo o que ele precisava ouvir. Eu me viro na hora que chegar em casa – eu falei. – Só posso te pedir uma coisa?
- Claro, fale.
- Fica de olho nele pra mim, enquanto eu tô na cozinha? Porque ele falou que ia pra casa, mas eu tô com medo. Da última vez que fiz isso, não deu muito certo. – eu falei meio receosa.
- Claro, , agora limpa esse rosto, arruma esse cabelo e volta pra cozinha porque meu namorado tá ficando louco lá. – ela falou levantando e me puxando junto com ela.
- Coitado do seu namorado. – eu falei.
Fui pro banheiro, passei uma água no rosto e arrumei meu cabelo, voltando para a cozinha.
- Nossa, demorou, hein, mocinha?! Aconteceu algo? – perguntou.
- Nada não. – eu falei.
- Olha lá, hein, , tô de olho em você. – ele falou.
- , quer calar a boca? – falou.
- Nossa, tá, não tá mais aqui quem falou. – ele falou levantando a mão.
Pra aliviar toda a minha tensão, fui fazer o que amo, cozinhar. Me concentrei nos pratos que nem vi a hora passar. Uma e meia quando o último cliente foi embora e eu, e fomos arrumar toda a cozinha enquanto o resto do pessoal arrumava o salão.
- Meu Deus, pensei que a noite não ia acabar nunca. Quanta coisa. – falou.
- Pois é, eu só preciso do meu chuveiro e da minha cama. Minha cabeça tá pesada. – eu falei sentando no chão da cozinha.
- Vamos embora? – falou.
- Vamos. Preciso subir pra pegar algumas coisas e já vamos.
Subi para a minha sala e encontrei dormindo na minha cadeira e um rastro de lágrima no canto do rosto.
- , vamos, acorda. Vamos pra casa. – eu falei.
- Hã? Oi? Ah, vamos sim. – ele falou se levantando.
- Vamos, mas eu vou dirigindo, você não tá em condições. – eu falei pegando a chave da sua mão.
- Tá, tudo bem.
Descemos, e estavam desligando as luzes e checando o que faltava.
- Tô pronta gente, vamos? – eu falei apagando o salão.
- Vamos. – os dois sairam de mãos dadas e fechamos o restaurante. Mais um dia de trabalho cumprido.

O caminho foi tranquilo e sem conversas, nós dois estávamos cansados. Chegamos os quatro juntos em casa e eu fui direto pro banho, ainda sem trocar nenhuma palavra com . Entrei no banho e deixei a água cair sobre a minha cabeça como se fosse o último banho da minha vida. Deixei tudo o que havia de ruim sair com a água. Sai do banho e me troquei, logo depois escovando meus dentes e saindo do banho. Encontrei sentado na poltrona do quarto e logo que ele me viu, se levantou e foi pro banheiro. Tentei o ignorar e desci pra cozinha pra pegar um copo d’agua e encontrei comendo um pedaço de pudim que eu havia feito um dia antes.
- Falou com ele? – ela perguntou.
- Ele nem olha na minha cara. – eu falei bebendo minha água.
- Relaxa, vai dar tudo certo. – ela falou apreciando seu pudim, gorda.
- Tomara. – eu falei – Vou subir, preciso da minha cama. Boa noite.
- Boa noite, , te amo. – ela falou.
- Te amo.
Subi pro quarto e encontrei deitado na cama sonolento. Apaguei a luz do quarto deixando apenas uma luz baixa ligada e deitei na cama, apagando o meu lado. Rodei, rodei, rodei e nada de dormir. Percebi que tava assim e pelo visto não iamos conseguir dormir.
- , tá acordado? – perguntei me virando pro seu lado.
- Tô sim. – ele falou com a voz cansada.
- Me desculpa por hoje. – eu falei.
- Não, você me desculpa. Eu fiquei com ciúmes e acabei descontando tudo em você, não foi justo o que fiz hoje. – ele falou se arrumando e virando para mim.
- Desculpo. – eu falei fechando meus olhos. Acabei de tirar um grande peso sobre as minhas costas. O silêncio reinou no quarto por alguns minutos até me chamar.
- ?
- Oi – eu respondi sonolenta.
- Você tá chateada comigo? – ele perguntou.
- Não. – eu falei e senti uma mão no meu pescoço. me puxou, me deu um beijo calmo e logo depois adormeci com ele me abraçando.

Acordei no outro dia me sentindo melhor. Como era domingo, eu e decidimos não abrir o restaurante. As compras já estavam feitas, então o dia de hoje seria de descanso. Me levantei indo até o banheiro e fiz minha higiene, amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo e desci pra cozinha para preparar o café da manhã e acabei ligando meu note, que estava jogado na sala. Sentei no sofá e fui ver o que estava acontecendo no mundo. Abri meu email. Cinco emails da minha mãe. Ops. Ferrou. Depois teria que responder tudo com muita calma. Abri sites de fofocas e acabei vendo algo que me intrigou muito. A matéria dizia “Chef e dona do La Cuisine e arquiteto noivos?”. Tá, tinha fotos de nós dois na locação ontem, fotos da minha mão com a aliança, fotos de nós dois chegando e saindo do lugar. Mas que povo folgado! Fico apenas me perguntando por que tem paparazzi me seguindo? Sou famosa por acaso? Eu, hein. Desliguei o computador e voltei pra cozinha, fiz um cappuccino e sentei no balcão que dava para a piscina. O dia até que estava lindo, frio e com sol, adoro dias assim. Enquanto pensava na vida, ouvi passos adentrando a cozinha, vi servindo um pouco de café e vindo até onde eu estava sentada.
- Bom dia. – ele falou encostando no balcão.
- Dia, dormiu bem? – perguntei.
- Sim e você?
- Bem. - falei sem tirar os olhos da minha xícara.
- me contou que você e brigaram. O que aconteceu? – ele perguntou.
- Nada. Foi só uma discussão. – eu falei querendo não tocar no assunto.
- Pelo que eu entendi o negócio foi mais sério. Tem certeza de que não quer conversar? – ele falou e eu o olhei pela primeira vez no dia.
Existem certas coisas que eu não consigo conversar com ninguém, só com . Assim como tem assuntos que só saem com a ou com , meio estranho, eu sei, mas são assim que as coisas acontecem. Ele me olhou com uma cara de “Me conta tudo que dependendo do caso eu quebro a cara do teu noivo”, tá, meio estranha essa cara, mas foi exatamente assim que eu interpretei. Me julgue. E lá foi a contar toda a história de novo.
- Relaxa, , tudo vai se resolver. Foi só uma crise de ciumes. – ele falou.
- O que é isso, ? – eu falei fingindo indignação.
- O quê? Você queria que eu falasse que ia matar ele, tirar o amiguinho dele ou coisa e tal? Sou homem também. – ele falou e eu ri.
- Não acredito que você tá defendendo ele. Mas ok. Vocês são amigos, nada mais justo. – eu falei. – Mas a gente já se acertou, eu não consegui dormir sem falar com ele. – eu falei sentindo meu rosto queimar.
- Que linda você, ainda bem, não ia aguentar vocês dois de rabo virado nessa casa. – ele falou.
- Muito engraçado, Sr. . Mas então, , me falou que você a chamou pra ir para Paris. – eu falei tentando tirar algo dele. Ele estava planejando algo.
- Chamei, mas não sei se ela quer ir. – ele falou cabisbaixo.
- Ela vai, mas me diga o que tem planejado nessa cabecinha? – eu falei.
Ele foi até a porta, procurou se tinha alguém descendo e fechou a porta da cozinha e voltou onde estávamos sentados.
- Então, , é o seguinte, vou precisar da sua ajuda... – ele falou e eu o ouvi atentamente. O que ele me contou? HA, segredo. Fiquem atentos nos próximos capítulos dessa novela mexicana. Comecei a dar pulinhos de alegria, mas fui obrigada a parar quando ouvimos alguém descendo as escadas. Era o . Ele entrou na cozinha, serviu um pouco de café e me deu um beijo na testa.
- Dia. – ele falou.
- Dia. – eu e respondemos.
- Sobre o que falam? – ele perguntou como se nós não tivéssemos brigado na noite anterior.
- Sobre a viagem de para Paris. Últimos detalhes. – eu falei.
- Hm. – ele respondeu tomando um gole de seu café. – podemos sair hoje, o que vocês acham?! – ele falou me abraçando.
- Vamos – eu respondi. – Preciso comprar algumas coisas.
- Quem precisa fazer compras? – entrou na cozinha com um ótimo humor.
- Tô vendo que tem alguém feliz – eu falei. – A festa ontem foi boa, hein?! – eu continuei.
- Nem te conto, amiga – ela falou com cara de safada.
- Então gente, o que faremos hoje? – falou tentando desconversar.
- Vamos ao shopping? – Ela falou.
- , meu amigo – falou. – Prepare a paciência que essas duas vão comprar o shopping todo hoje. – ele falou.
- A gente deixa elas lá e voltamos para a casa pra ver a final do campeonato hoje. – falou.
- Não, senhores, você vão ficar junto com a gente. – eu falei.
- Ai, gente, vamos tomar esse café direito que eu tô morrendo de fome. – falou passando a mão na barriga.
- Meu Deus, parece que tem alguma coisa ai dentro. – falou.
- Nem cogita essa idea ainda. Nem leão, nem criança. Por enquanto não. – falou e percebi que ficou meio chateada. Cala a boca, meu querido amigo.
Tomamos café e tava tudo, digamos, tranquilo, se não tivesse falado aquilo. Eu e parecíamos que nunca havíamos brigado. Eu e ficamos com a louça enquanto e ficaram com o resto da casa. Nós somos espertos.
- Você tá chateada comigo? – ele perguntou enquanto lavava a louça.
- Não, e você? – perguntei.
- Tembém não. – ele falou sorrindo. Fui até ele e o abracei pela cintura.
- Te amo, . – ele falou e um sorriso brotou no meu rosto.
- Eu também te amo. – eu falei lhe dando um beijo.
- Casal ternurinha, dá pra terminar logo com essa louça e ir se arrumar? – falou encostada na porta.
- Vai tomando banho que a gente já vai – eu falei. – E você é muito chata.
- Também te amo. – ela falou me mandando beijinho pelo ar.
Terminamos a cozinha e subi pro quarto para tomar um banho. Escolhi uma roupa qualquer e coloquei em cima da cama, entrei no banheiro tirando meu pijama e ligando o chuveiro. Tomei um banho rápido, sai do banho enrolada na toalha com os cabelos pingando e morrendo de frio, tinha aberto a janela.
- , dá pra fechar essa janela que tá frio?! – eu falei me arrepiando.
- Nossa, , não tá tão frio assim. – ele falou fechando a janela.
- Tá sim – eu falei pegando a minha roupa e voltando para o banheiro. Me troquei sentindo que estava me aquecendo. Sequei as pontas do meu cabelo e fiz uma maquiagem leve. Enquanto tomava banho, eu arrumava a bagunça da noite passada quando ele me chama.
- , onde tá aquela calça que você me deu? – ele falou saindo do pequeno closet apenas de toalha na cintura, cabelo molhado e o tórax com resquícios de água. Extremamente sexy. Enquanto ele falava, eu apenas o observava e, meu Deus, eu sou muito sortuda, tenho o noivo mais lindo do mundo.
- ? Oi? Você tá bem? – ele falou se aproximando cada vez mais de mim.
- T-t-t-o-tô – eu falei meio atordoada.
- Tô vendo – ele falou rindo e apoiando as mãos na minha cintura.
- Não tenho culpa se tenho o noivo mais lindo do mundo – eu falei sentindo meu rosto queimar.
- Ai, que linda, ela tá com vergonha – ele falou me abraçando.
- , você tá me molhando. – eu falei dando soquinhos no seu peito.
- É só isso que você consegue? – ele falou me desafiando.
- No momento, sim. Vai se trocar logo que daqui a pouco a tá dando a louca aqui – eu falei tentando sair do seu abraço.
- Por mim a gente ficaria aqui no quarto sabe – ele falou dando beijinhos no meu pescoço. – Eu não ia me importar de passar o dia todo aqui com você – ele falou e eu já estava quase cedendo.
- , por favor, não faça isso, no pescoço não. – eu falei tentando resistir.
- Tá, vamos logo que eu quero voltar cedo para casa – ele falou.
- Não fica assim, por favor. – eu falei o abraçando pelas costas.
- Tá – ele falou. Eu o soltei pegando a minha bolsa e desci para a sala. Sentei no sofá e ouvi descendo.
- Já tá pronta, ? – ela falou se sentando.
- Tô sim. – falei ligando a tv.
Os meninos desceram e fomos para o shopping. Andamos o shopping todo parando de loja em loja. Os meninos já estavam cansados e sem paciencia enquanto eu e a experimentávamos um monte de roupas.
- Crianças, o que vocês acham de pararmos pra comer? Já são duas horas da tarde. – falou olhando no relógio.
- É, ai nós vamos para casa, ver algum filme, dormir. – falou me abraçando.
- Meus Deus, como reclamam. – eu falei passando o braço pela sua cintura. – Vamos logo comer porque até eu tô com fome.
Fomos até a praça de alimentação e me permiti comer um big lanche do McDonald’s.
- Como cabe tanta coisa ai dentro? – perguntou.
- Tenho que alimentar o pequeno ser que tem aqui dentro – eu falei passando a mão na barriga. Ele me olhou meio assustado e logo eu entendi o que era. - Calma, eu não tô grávida. – eu falei rindo da reação dele.
- Eu, hein. – ele falou.
Terminamos de comer e fomos para a casa descansar, pois segunda seria um dia longo. Eu só queria a minha cama.

Chegamos em casa e eu fui direto pro quarto, largando as sacolas em cima da poltrona, colocando meu pijama e deitando na cama. Mais tarde senti algo caindo sobre meu corpo. Era o gordo do meu noivo.
- Sai daqui, – eu falei.
- Não, senhorita, vamos continuar o que paramos hoje de manhã? – ele perguntou com cara de safado me dando beijos no pescoço.
- Que fogo, hein?! Meu Deus – eu falei passando a mão pelo seu pescoço e puxando seu cabelo.
- Isso não é fogo, isso é saudade. Eu não tenho mais a minha noiva em casa. – ele falou com carinha de cachorro largado.
- Dá pra parar de falar e me beija? – eu falei o puxando para um beijo.
Ele foi subindo a minha blusa e eu fui me arrepiando.

- Eu te amo – ele falou deitando ao meu lado e me puxando para deitar no seu peito.
- Eu te amo muito – eu falei e acabei adormecendo.
Acordei meio perdida, olhei para a janela e já estava escuro lá fora. Virei para o outro lado e não estava lá. Me levantei e tomei um banho rápido, colocando novamente meu pijama e desci.
- Olha quem acordou. – falou.
- Vocês já estão jantando? Que horas são? – eu falei meio perdida.
- São nove da noite – falou. – Vem comer logo porque você vai ficar sem pizza. – ela falou. Ok, tinham três caixas de pizza para quatro pessoas, é muita coisa. Peguei um pedaço e sentei no chão me encostando no sofá. Foram um, dois, três, quatro, cinco pedaços de pizza. Meu record.
- O que vocês fizeram lá em cima para estarem com tanta fome assim? – perguntou.
- Nem te conto, amiga. – eu falei e vi ficar vermelho
. - Então gente, a pizza tava boa, né?! – falou.
- Mudando de assunto, eu preciso pedir uma coisa pra vocês dois. – eu falei sentindo meu estômago revirar de ansiedade e nervosismo.

Capítulo 8

- Bom, nós vamos nos casar... - eu falei.
- Mas é claro. - falou.
-Posso continuar? Obrigada. Então, nós queremos vocês dois como nossos padrinhos. - eu falei ansiosa e de repente sinto um peso em cima de mim. tinha pulado. Depois de toda a sessão abraço eles confirmaram que seriam nossos padrinhos e a minha felicidade só aumentava.
Todos foram dormir e eu acabei ficando acordada, o restaurante não iria abrir na segunda, então não precisava me preocupar. Fiquei olhando as coisas do casamento com a Gio, já era tarde, mas noiva preocupada não dorme.

Quatro dias depois

- Quinze minutos pra servir, quero tudo pronto. - eu gritei da minha bancada, precisava de tudo pronto e ainda faltavam dez pratos.
Eu corria contra o relógio, pois eu tinha que servir a entrada, o prato principal, e a sobremesa, fora as mesas de doces e bebidas que tinham que estar sempre abastecidas. Uma verdadeira loucura, mas que eu consegui dar conta junto com .
Todos os pratos servidos, convidados contentes, noivos também. Já havia saído da cozinha e estava trocada, como se estivesse participando da festa há muito tempo. Tinha deixado meu cabelo pronto, ficaria dentro da touca e não ia estragar. Maquiagem fazia em cinco minutos e o vestido já estava pronto, só me trocar e ir pra festa.
Fiquei com até que comecei a ficar com sono e decidimos ir embora.

Alguns dias depois

e vem discutido há alguns dias, no casamento de Tom eles estavam brigados. E eu estava perdida atrás das coisas do casamento, trabalhando, não tinha tempo de me ajudar, como falou que iria fazer. Cheguei ao restaurante depois da primeira prova do vestido e ouvi no telefone. Ele desliga e joga a colher longe.
- Dá pra parar de tacar as coisas e me explicar o que está acontecendo? - eu falo colocando meu avental.
- Nada, não está acontecendo nada. - ele fala e eu não insisto.
A noite no restaurante demorou a passar, o clima na cozinha estava pesado e não dava notícias desde cedo. foi embora mais cedo e eu fiquei pra fechar o restaurante. Enquanto dirigia para a casa, vi um homem parecido com saindo de um pub com uma loira usando um micro vestido que não tapava nem meus seios. Não poderia ser . Ele estava trabalhando.
Decidi ir mais devagar para ver até onde eles iriam. O casal parou em um carro preto igual ao de , olhei a placa e era o carro dele.
Soquei o volante com toda a força que eu tinha, com uma raiva que nunca tinha sentido antes. Esperei eles entrarem no carro e dar partida. Ele saiu rapidamente e eu fui atrás deles, estava perdida e não sabia o que fazer. Ir ou não atrás deles. Acelerei o carro e fui atrás dos dois, iria descobrir tudo. Fui atrás deles até pararem em um motel na beira da estrada... Maldito, cachorro, mentiroso. Não acreditava no que via. O carro entrou e os portões se fecharam. Espero que ele tenha onde dormir amanhã.
Dirigi até em casa e não sei como consegui esse feito.
- , onde você tava? Tava quase ligando pra polícia. - falou enquanto eu tirava os meus sapatos, jogando-os em qualquer lugar. Apenas me sentei no sofá, coloquei as mãos na cabeça e me permiti chorar na frente da minha amiga.
Contei tudo para ela e só faltou ela pegar o carro, ir até onde eles estavam e dar uma surra em e na loira. Típico da . Não deixei. Apenas pedi ajuda com as coisas que iria fazer. Daria um susto em que ele nunca ia esquecer em toda a sua vida.
Acordei no outro dia com as costas e o pescoço doendo por ter dormido no sofá. Ouvi a porta da sala batendo e logo me levantei, me deparando com um amassado com cara de que tinha acordado não fazia muito tempo.
- Mas o que está acontecendo? - ele perguntou tentando não chutar as malas que estavam no meio do caminho.
- Você vai fazer uma pequena viagem. De ida. Vai sair da minha vida e nunca mais voltar. - Eu falei ainda sentada. - Você vai voltar para a sua casa, acabo com as coisas do casamento hoje mesmo, devolvo tudo aquilo que você gastou e vamos viver como se nada tivesse acontecido, cada um no seu canto. - eu falei me segurando para não chorar. Senti a presença de alguém atrás de mim e pelo toque nas minhas costas era .
- Mas o que eu fiz pra você estar fazendo essa palhaçada toda? - ele perguntou alterado. Seu bafo de bebida entregava o que ele havia feito.
- Você sabe o que fez e o que vem fazendo. Cansei de correr atrás de tudo pro casamento e agora cansei de vez. Chega. Agora por favor, tira as suas tralhas da minha sala. Tenho que descansar porque trabalho hoje. - Eu falei sem nenhum pingo de emoção.
- , eu trabalho, não fico em casa o dia todo pra correr atrás de tudo pra você. E a noiva aqui é você, você que tem que ver as coisas do seu gosto. - ele falou tentando se explicar. - E o que aconteceu noite passada não foi nada. - ele falou se entregando.
- Pronto, não preciso de mais nada. Só de você saber que saiu noite passada e fez cagada já basta pra mim. Cansei . Não dá mais. - Eu falei e se intrometeu.
- , deixa ele pelo menos se explicar. - Ele falou.
- Cala a boca e deixa eles se resolverem, . Não se intromete. - falou.
- Não, ela pode mandar ele pra fora de casa sem mais nem menos. Tem que ter um por quê. - ele respondeu entrando na minha frente e nisso eles também começaram a discutir.
- Sai da minha frente você também, . Ou você vai junto com ele. Aliás, toma isso, acho que é seu. - eu falei tirando a aliança que estava no meu dedo, dando para .
- Se você defender o , faça o favor de sair da minha frente e nunca mais aparecer. - falou entrando na minha frente. Percebi que começou a tirar as coisas da sala.
Eles param de discutir e subiu as escadas, apenas parando para falar para que esperasse, pois ele iria junto.
Aquilo me apertou o coração, acabei com meu noivado e com o namoro da minha amiga. Não é justo com ela. Em poucos minutos lá estavam os dois saindo pela porta da casa que foi deles durante muitos felizes anos.

Em alguns dias eu já havia vendido o restaurante para outra pessoa, divido em duas partes e dei uma parte para . Pois ele também não queria mais vínculos comigo nem com . Acabei com os meus maiores sonhos. Meu casamento e meu restaurante. Com mais alguns dias eu já tinha visto uma casa nova, colocado meu passaporte em dia, comprado passagens de avião na primeira classe, porque pelo menos isso eu e merecemos. Nosso destino? NYC. Eu e decidimos recomeçar em outro lugar, pois encontrávamos com eles em todos os lugares, e queríamos recomeçar.
Frequentávamos os mesmo lugares e tínhamos os mesmos amigos. NYC seria um ótimo lugar para recomeçar. Vida nova, país novo, pessoas novas. Embarcaríamos em alguns dias e a maioria das coisas já tinham sido arrumadas e seria despachadas no dia do embarque. Coisas nossas, simples que não abríamos mão seriam levadas. Mas mobília seria toda deixada ali, aquelas coisas continham uma longa história e elas seriam guardadas ali. Nós venderíamos a casa, com toda a mobília. Não precisávamos de lembranças.
Deve estar se perguntando se eu tive momentos de dpt (depressão pós término). Sim, eu tive. Mas uma hora ou outra teria que me reerguer. E eu tinha também e tinha que ajudá-la, apoiá-la mais do que nunca. Mas todas as noites quando encosto minha cabeça no travesseiro eu choro. Choro de saudades, choro de ódio, choro de amor, choro de rancor. E acordo todos os dias com um rosto cheio de olheiras, todos os dias eu passo base, corretivo e todos os produtos que disfarcem as manchas.
Todo o dinheiro que eu tinha guardado para o casamento e eu tinha gasto, consegui de volta. Tinha também o dinheiro da minha parte do restaurante, que estava bastante valorizado. Estava vivendo disso. Uma parte foi para a compra da casa em NYC. Está próximo ao centro, é menor que essa, contando com o dinheiro da venda da casa em Londres, o dinheiro daria para a compra e mobília da casa nova. havia preparado um lanche e enquanto comia, passava um filme pela minha cabeça dos momentos que eu tinha passado com naquele quarto. Todas as noites juntos, as conversas e as brincadeiras. Lembrança de quando nos encontramos pela primeira vez. Do primeiro encontro, primeiro beijo.

Uma semana depois

Sete da manhã e nós já tínhamos tomado café e estávamos arrumando as ultimas coisas. Meu celular tocava uma musica qualquer no alto falante quando Party Girl começou a tocar e eu logo reconheci quem tava me ligando. Tom.
- Não me fala que é hoje que você vai embora? - Gio falou.
- Bom dia, também te amo e tô morrendo de saudades. Então, é hoje sim. - Eu falei e Gio bufou.
- Então me conceda um último almoço antes de você ir embora. - Tom falou.
- Sim, eu concedo. Embarco as seis da tarde. Eu e seremos de vocês até as quatro. - Eu falei.
- Você vai largar eu e a Gio, isso sim. Como eu vou viver sem a sua macarronada? - ele falou fazendo drama.
- Eu passo a receita pra Gio. - Eu falei.
- Mas o dela não é o seu. - ele falou. - Só liguei pra falar que eu e a Gio queremos nos despedir de vocês.
- Almoço? Mas em um restaurante porque minha cozinha já tá desmontada. – Eu falei.
- Ok. Passamos ai meio-dia. Beijos.
- Beijos.
Continuamos arrumando as últimas coisas e depois de muito trabalho colocamos tudo em ordem. Quinze minutos depois, meio-dia, a campainha toca. Tom e Gio. Pegamos as malas, fechamos as casa toda e nos despedimos daquele que foi nossa casa por muitos anos. Um lugar que tem muitas histórias para contar, em que nós passamos a maior parte do tempo dentro dela. A minha primeira casa fora do Brasil. Fechamos a porta da frente, sequei algumas lágrimas e fomos juntas para o carro. Estávamos de partida para uma nova vida. Fomos para um restaurante próximo do aeroporto e logo fizemos os pedidos. Enquanto conversávamos senti um cheiro conhecido que eu gostava muito, mas que não consegui saber qual era. Era de um homem que havia passado ao meu lado. Tom o parou, pareciam se conhecer e logo que ele virou para cumprimentar Gio reconheci de quem era o cheiro. Era dele. Estava acompanhado de uma bela loira. A mesma com quem peguei ele naquela noite. Cumprimento apenas Tom e Gi e foram embora, sem nem ao menos olhar pra minha cara. Típico dele. Engoli o choro e me concentrei no copo de coca na minha frente. Logo os pratos chegaram, almoçamos, pagamos a conta e fomos andar por Londres antes de irmos embora. Passamos pelo Big Bang, London Eye, pelo meu antigo restaurante, que estava lotado para o horário e fomos para o aeroporto.
Eu estava com o coração apertado. Vi com os olhos cheios de lágrimas. Parte disso era culpa minha. Ela abriu mão do sonho dela, do namorado dela, da vida dela por mim. Não era justo eu a deixar desamparada justo agora. Londres era o nosso maior sonho. Mas um sonho sempre tem fim e o nosso teve. E agora estamos indo atrás de algo que não sabemos como vai começar e nem se vai ter fim e nem sabemos ao certo do que vamos atrás. Felicidade? Um novo amor? Vida nova?

Logo que chegamos fomos fazer o check-in e despachamos o mundo de malas que carregávamos.
- Agora é só esperar. – eu falei me jogando em uma cadeira.
- Você vai nos largar, ok, tudo bem. Cortei relações. – Tom falou e meu coração apertou. Há alguns anos eu era apenas uma fã e hoje sou amiga e o cara que eu amava tá do meu lado fazendo manha. Eu não preciso de mais nada.
- Vocês tem quem ir pra lá quando der. Nossa casa não é muito grande, mas cabe mais dois. – falou.
- Nós vamos, não precisa nem chamar. E vocês, senhoritas, nada de dormir tarde, não se esqueçam de escovar os dentes, não comam muito fast food e não se esqueçam da gente. – Tom falou enquanto eu ria e Gio me acompanhava.
- Como você ousa ir embora sem falar tchau pra mim? – ouvi uma voz atrás de mim e logo fui abraçada. Dougie.
- Odeio despedidas. Por isso não falei nada. Até porque eu sei que você vai baixar na minha casa sem ser chamado. – eu falei enquanto estava abraçada a ele, um abraço bom, que eu vou sentir falta.
- Sai da frente, nanico, minha vez. – Danny falou.
- Maldade, Jones, maldade. – Dougie falou e ganhei o maior abraço de urso em toda a minha vida.
- Não se vá, fique e cozinhe pra nós. Prometo dar uma surra no . – ele falou e eu ri. Quem dera se fosse tudo tão fácil. Ele me abraçou ate Harry dar sinal de vida.
- Sai daí sardento que ela tá é com saudades do baterista dela. – ele falou e eu o abracei. Se você quer um abraço que te conforte e te deixe em paz, abrace Harry. – Vamos sentir sua falta, mocinha. – Ele falou. Abracei as meninas e logo meu voo foi anunciado. Abraçamos a todos e fomos para o portão de embarque. Passamos pelo raio-x e entregamos nossos bilhetes. Fomos recebidas pelos comissários da empresa na porta do avião nos sentamos na poltrona, apertamos o cinto e fomos para a cidade dos sonhos, NYC. Observava a pequena Londres se afastando de mim e meu coração foi se apertando.
- Se arrepende de algo? – falou.
- De nada. E você? – perguntei e ela negou com a cabeça. Encostei a cabeça na janela, fechei os olhos e uma lágrima escorreu. Uma lágrima que representava tudo o que sentia naquele momento.
Não conseguia dormir, e percebi que já estava no décimo oitavo sono. Peguei um livro que tinha colocado na bolsa e comecei a ler. Um tempo depois peguei no sono e só acordei em solo Americano.

Um mês depois

- , vai logo que o taxi chegou. – eu gritei da porta. Londres estava fria e branca devido à neve e eu estava quase congelando. – , anda logo que eu tô virando picolé! – eu gritei e ela apareceu.
- Caaalma, tô indo. - Gio ligou perguntando se estávamos chegando. Estamos atrasadas. – eu falei lhe dando uma pequena bronca, ela saiu correndo e chamou o elevador. Estávamos novamente em Londres. Para passar o Natal com a família Fletcher. Estávamos atrasadas porque prometi ajudar Gio com a ceia, e já eram sete da noite. Saímos do hotel e entramos no taxi, passando por todos os lugares e ruas que eu conhecia como a palma da minha mão, no tempo em que morei por lá. Fazia um mês que estava em NYC, ainda estava montando o restaurante e já estava com seu estúdio pronto. Chegamos ao nosso destino e dei o dinheiro para o taxista, deixando com ele uma boa gorjeta – Feliz Natal. – Falei e sai do taxi e ouvi um feliz natal de dentro dele.
- Feliz natal – falei assim que Gio abriu a porta! A abracei e fez o mesmo. Olhei para a sua barriga, depois olhando para ela. – Então quer dizer que teremos bebe nessa casa? – falei e Tom apareceu. Depois de cumprimentar a todos fui pra cozinha ajudar Gio. Depois de tudo arrumado, as pessoas foram chegando, fui conhecendo gente nova. Peguei uma taca de champagne e fui conversar com algumas pessoas que estavam por ali. Estava um pouco enjoada e com uma pequena dor de cabeça que incomodava. Chegada a hora do jantar e assim que adentrei a sala de jantar, tive que correr par o banheiro. O enjoo aumentou e acabei vomitando.
- Tá tudo bem, ?! – Ouvi Gio perguntar do lado de fora. Depois de um tempo abri a porta com a maquiagem toda borrada e lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Tô sim. – falei forçando um sorriso.
- Desculpa ser tão direta, mas... Você tá grávida, ? – Ela perguntou e eu me assustei.
- Não, não, impossível. Faz tempo que eu... Ah, merda. – eu falei. – Chama a , por favor?!
- Tem um teste que eu não usei na primeira gaveta. Eu vou lá chamá-la. – ela falou e fechei a porta. Procurei o tal teste e olhei para ele. Fazer ou não?
Fiz o teste e não tive coragem de olhar.
- Olha você, . Não tenho coragem. – Eu falei.
Ela se aproximou da pia e o olho, começando a chorar. Ela olhou pra mim.
- Positivo. – ela falou e eu me sente no vaso. Ok, eu estava grávida. me abraçou e comecei a chorar.
- Quer ir embora? – perguntou.
- Não. Não tô doente. Vamos ficar. Pega minha bolsa no sofá, lá tem uma bolsinha com umas maquiagens, vou dar uma arrumada nisso daqui e vamos jantar com todos e passar o Natal juntas. Vai ser meu único Natal grávida e eu não vou passar jogada em um sofá chorando porque tô grávida do meu ex. – eu falei limpando meu rosto molhado pelas lágrimas que teimavam em cair.
Arrumei minha maquiagem, esperei um tempo até que parasse de tremer e desci para o jantar. Percebi olharem em mim, mas não liguei, colocando um pouco de comida no prato e jantando. Enquanto ajudava Gio a tirar as coisas da mesa contei a ela que tinha dado positivo, ela quase me matou de tanto abraços, assim como Tom, e pedi para que ela não contasse a ninguém. Fomos para a sala trocar os presentes quando a campainha tocou e era segurando uma caixa grande e meio pesada, pelo que percebi. estava atrás dele, também segurando um embrulho menor. Fingi que não tinha os visto e continuei conversando com Georgia. Ela foi falar com o namorado e fiquei sentada no sofá na minha, apenas pensando no que eu tinha descoberto há uma hora.
- Quer uma taça de vinho e um amigo de volta? – uma voz familiar me perguntou e logo vi que era .
- Não tô bebendo, mas aceito meu amigo de volta. – eu falei e ri.
- Te pedir um abraço é muito? – ele perguntou e eu praticamente voei pra cima dele. Morria de saudades do meu amigo. – Sinto tanta falta de vocês. Nem faz noção.
- Você também faz. Mas precisamos de um tempo. Tá tudo muito recente ainda. – eu falei – Foi muito difícil, sabe. Eu ainda não me recuperei, nem . Tô tentando colocar minha cabeça no lugar. Começar de novo. – falei.
- Por que NYC? Não poderia ser aqui? – Ele falou e eu balancei a cabeça negando.
- Ainda preciso de um tempo. Tem muita coisa acontecendo de uma vez só. – eu falei e ficamos em silêncio. Parecíamos duas pessoas que acabaram de se conhecer.
- O que faz em NYC?
- Montando uma filial da doceria da família em NY – falei. – E você?
- Voltamos com uma banda que tínhamos. Não sei se vai pra frente, mas estamos tentando. – ele falou. – Mas não respondeu a minha primeira pergunta. Por que não está tomando o vinho? Você sempre amou vinho. – ele falou.
- Ok, somos amigos, não somos? Não quero que conte pra ninguém, farei isso sozinha. Poucos sabem, até porque descobri faz algumas horas, mas testes dificilmente falham. Eu tô... – eu falei.
- Grávida? – ele me cortou e eu comecei a chorar novamente. - É dele?
- E vai ser de quem? Não fiquei com ninguém a não ser com ele. Não saio dando por ai. – Falei. – Desculpa. Muita coisa na cabeça.
- Magina. Eu que fiz pergunta idiota. – ele falou. – Aproveita que ele tá aqui. Resolve tudo, volta com ele, se casem e fiquem feliz. Não acham que esse é o final de uma história e o começo de outra?! – ele falou.

- Não, e não é pra você falar pra ele. Não quero mais nem falar com ele. Não agora. Vou cuidar dessa criança sozinha. Na minha casa com a . Seremos apenas eu e essa criança. Sem .
- Não é justo com ele, . Mas não posso te forçar a nada, porém sou tio dessa criança, ela será mimada até o ultimo fio de cabelo e vou aparecer lá na sua casa, você querendo ou não. – ele falou e eu ri. Conversamos mais um tempo e logo a troca de presente começou, e eu tinha tirado a Gio, dei roupinhas pra ela e para o bebê, mandei fazer iguais. Acho fofo mãe e filho se vestindo iguais, quando o bebê é menina. Chegou a hora de e quase pari meu filho quando ele falou que o presente era pra mim. Ele deu todos os elogios do mundo, e tudo isso foi pra mim. Ele entregou o presente e , sabendo da gravidez, pegou o presente e colocou perto do sofá onde eu estava. Dizem que pegar peso não é uma boa quando se está grávida. Abri o embrulho e era uma coleção de todos os livros de Rick Riodan, o autor de Parcy Jackson. Ok. Ele me conhece e sabe que eu não achava todos os livros dele. Fez uma coleção e me deu. Mas nem por isso meu coração vai amolecer. Todos trocaram presentes, e as pessoas começaram a ir embora. Tom insistiu que levaria eu e para o hotel, pois aquele horário já não se via taxis na rua.
Chegamos no hotel, tomei um banho, coloquei meu pijama e deitei na cama que dividia com . Comecei a acariciar minha barriga.
- Tá feliz? – perguntou.
- Mais que você imagina.

Capítulo 9

~ Oito meses depois ~

Oito meses depois e aqui estamos nós. Farei uma retrospectiva rápida do que aconteceu nesses oito meses. Voltei pra NYC logo depois do natal e fui ao médico, estava realmente grávida. Não de um, mas de dois. Sim, gêmeos. Entrei em desespero, não sabia como ia cuidar de um, quanto mais de dois. Dei graças a Deus por ter ao meu lado, que me ajudou a não surtar.
Depois de ter um ataque, fomos atrás das coisas para os bebês, montamos quartinho, todo o enxoval, estava tudo arrumadinho. Seriam duas meninas. Ok, ai sim eu pirei de vez, mas não tinha mais volta.
Terminei de arrumar a doceria e só não estou trabalhando porque minha barriga não permite. Apenas administro, cuido de fornecedores, essas coisas.
está com seu estúdio e trabalha o dia todo, nos vemos apenas a noite.
Estava deitada quando ouvi a entrar e ouvi alguém falando. Decidi não dar muita importância, talvez fosse alguém do estúdio. Estava deitada porque a dor que eu estava nas costas quase não estava mais me deixando dormir. Essas duas aqui dentro pesam, e muito. Comecei passar a mão na barriga e pensar em como as coisas seriam se estivesse perto. Seria diferente, com certeza.
Levantei e desci as escadas devagar indo para a cozinha. Passei pela porta e vi . Ele vinha pra NYC desde que soube da minha gravidez e não me largou por um minuto, parecia até pior que . Os dois não voltaram. É como se fossemos três amigos, como na época da faculdade. Entrei na cozinha e fui pegar um pouco de água na geladeira, virei pra pegar e copo e a campainha tocou.
- Eu atendo – falei já sabendo quem era.
Era Joel, meu namorado. É, pois é. Ele era chef, assim como eu e nos conhecemos em umas das semanas de gastronomia que eu frequentava. Nós conversamos por algumas vezes e acabamos por amigos. Nos encontrávamos de manhã, ele ia até a doceria, eu almoçava em seu restaurante. Ele me chamava pra sair, eu ia, mas é claro, com todos os cuidados com os bebês. Ele era dono de alguns restaurantes pelos EUA e nos víamos todo os dias pois o restaurante dele ficava ao lado da minha doceria. Até que em um dia que fiquei por último na doceria e ele no restaurante, conversamos um pouco acabamos nos beijando. Ai você já sabe... Pedido de namoro, ele sabendo da gravidez, se preocupando comigo e me ligando a cada cinco minutos pra saber das meninas. Em uma de nossas conversas acabei contando o que aconteceu entre eu e e ele falou que ia cuidar das meninas como se fossem suas filhas. Admito que isso só contribuiu pra eu gostar mais dele. Digamos que goste dele, goste de ter ele junto comigo, mas não o amo. Não como ele. Sinto dó dele e raiva de mim, mas a presença dele me ajudou a ficar mais calma, a esquecer e tentar viver. E a cada dia que passa, esse sentimento cresce. Quem sabe um dia possa o chamar de amor.
- Já falei que cada dia que passa você fica mais linda? – ele falou e senti meu rosto queimar.
- Já falei que cada dia que passa você fica mais fofo? – falei ficando na ponta dos pés pra alcançar seu rosto. Joel era alto, bem mais alto que eu, e loiro. O beijei e ele entrou.
Meu dia foi basicamente ficar em casa com Joel, enquanto e conversavam. Tentava deixar os dois sozinhos sempre, quem sabe não voltam. Nunca mais tive noticia de , a única coisa que sabia é que ele estava em uma banda com e que estavam crescendo pelo Reino Unido.
Acabei adormecendo no colo de Joel e acordei, sentindo a cama úmida. Ok, isso não era xixi.
- Joel, acorda. Joel, a bolsa. – eu falei o cutucando.
- O que foi, ? – ele falou meio sonolento.
- Joel, acorda, a bolsa estourou. - eu gritei e ele pulou da cama.
- Meu Deus, o que eu faço? – ele falou colocando o tênis.
- Chama a . Eu preciso pegar as bolsas com as coisas das meninas, a minha bolsa com meus documentos e preciso pegar... – falei, sendo interrompida pela .
- Meu Deus, , eu tava passando aqui na porta quando ouvi você falar. Vão nascer? – ela falou nervosa.
- Vão. – eu falei tremendo. Ok, admito, estava com medo. Não sabia do que exatamente, mas estava.

POV~

Meu Deus, elas vão nascer. Não sabia quem estava mais nervoso. Eu, ela ou Joel. Ele até parecia ser o pai das meninas. Eu logo troquei de roupas, peguei minha bolsa. Fui pro quarto da , pegando as bolsas das meninas que já estavam prontas, ajudando-a colocar as sapatilhas.
- Tá tudo bem, ? Calma, logo a gente chega no hospital. – eu falei nervosa.
- Vamos logo, só preciso chegar no hospital. – ela falou. Parecia sentir dor, mas acho que ela segurava e não reclamava pra não assustar Joel nem a mim, o que não estava dando muito certo. Ela estava com a testa suada e não conseguia andar direito.
Joel logo apareceu, a ajudando a descer as escadas e chegar no carro. Enquanto isso eu já tinha colocado tudo no carro e fechado a casa. sentou no banco de trás do carro e fui com ela e Joel foi dirigindo. Quer dizer, voando.
- Joel, pelo amor de Deus, vai mais devagar senão vou vomitar. – falou.
- Você tá quase tendo suas filhas e tá pedindo pra eu ir devagar. Meu Deus, , eu tô nervoso, posso não ser o pai dessas crianças mas preciso chegar logo nesse hospital porque quero que elas nasçam logo pra eu ver os rostos de quem eu vou cuidar e... – Joel fala muito quando tá nervoso.
- Fica quieto e VAI LOGO PORQUE TÁ DOENDO. – Ela falou. Ok, ele parecia o pai das meninas. – acho que você não quer que eu suje o seu carro e que elas nasçam aqui. – ela falou.
- Uma hora você manda eu ir devagar outra hora ir rápido. Se decida, . – ele falou.
- Só quero ter logo as... – ela falou e eu a cortei.
- Dá pra vocês dois calarem a boca que quem vai precisar ir pro hospital daqui a pouco sou eu com dor de cabeça. – falei e os dois ficaram quietos.

Chegamos logo no hospital e logo a foi levada pro quarto depois de outro pequeno barraco enquanto eu acertava as papeladas, junto com Joel. teria que fazer cesária, devido complicações que poderiam ocorrer durante um parto normal.
- A senhora me dê um minuto que vou buscar a cadeira de rodas. – a enfermeira falou cordialmente.
- Um minuto? Eu tô quase morrendo de dor e elas tão quase nascendo e você me manda esperar um minuto. Daqui um minuto elas podem ter nascido aqui no meio do hospital. Você quer que elas nasçam aqui, porque eu tô quase deitando aqui no chão de tanta dor que eu... – foi a vez de Joel acalmar a situação.
- , calma, pelo amor de Deus. Elas não vão nascer aqui na recepção. Deixa ela ir pegar a cadeira de rodas. – ele falou a abraçando e eu falei pra coitada da enfermeira que estava assustada que ela poderia buscar a cadeira.
Fomos para o quarto enquanto a sala de cirurgia era preparada e tinha impressão de que ela ia morrer de dor. Joel andava de um lado para o outro no quarto nervoso e eu estava sentada perto da cama segurando a mão dela. A cada contração dela ela apertava mais forte, fazendo quase prender a circulação da mão, com tamanha força.
Joel acabou me colocando pra ficar com enquanto o parto acontecia.
- Sou namorado dela, mas você é amiga dela desde pequena. – Ele falou. – Ela precisa mais de você do que de mim. Vai, eu vou ficar aqui fora, esperando e assistindo tudo. Vocês duas esperam por isso mais do que eu e só você pode ajudá-la e mais ninguém.
Apenas assenti. Fui me preparar, colocar avental, touca, máscara, luvas e essas coisas.
- Cadê o Joel? – ela perguntou enquanto estava deitada.
- Ele pediu para que eu entrasse, falou que só eu poderia te ajudar e ficar do seu lado nesse momento. – eu falei pegando em sua mão.
- Obrigada, . – ela falou e o médico deu inicio á cirurgia. Logo a pequena Kylie nasceu, e depois Ann veio ao mundo. Eu chorava de alegria, elas estavam ali. A enfermeira as trouxe para ver e depois mostrou para Joel, que estava assistindo pelo vidro. Ele chorava, assim como eu e . Logo deram os pontos nela e ela saiu da sala de cirurgia.

~ Algumas horas depois ~

- Ai, como dói. – eu falei tentando me mexer na maca.
- Hey, mamãe, vamos com calma ai. – Joel falou se levantando da poltrona.
- Cadê elas? – Perguntei.
- Daqui a pouco a enfermeira vai trazê-las. Elas são tão lindas. – ele falou com um brilho nos olhos. – Lindas como a mãe. – ele continuou e eu queria pular daquela cama e lhe dar um beijo.
- Quando vou sair daqui? Tô quase morrendo de dor. Não sei o que é pior, antes ou depois. – eu falei fazendo careta.
- O médico falou que só daqui uns quatro dias. Sem pegar peso, repouso por mais alguns dias e eu vou ser obrigado a ficar em casa. – ele falou. – Não que eu não queira ficar em casa com vocês.
- Err, Joel, não precisa se responsabilizar. Você não é obrigado a nada. – eu falei.
- Elas podem não ter meu sobrenome, mas enquanto eu tiver aqui vou cuidar delas como se fossem minhas, ok? – ele falou e uma lágrima rolou. Seria algo que Louis não faria. Ou eu penso que não.
- Ok. – falei e ele me deu um beijo na testa. Assustei quando bateram na porta e era a enfermeira empurrando dois carrinhos transparentes e com mantas rosas.
- Ok, eu vou ficar perdido com pessoinhas iguais. – ele falou apontando pras duas. Logo peguei cada uma no colo e não acreditava que depois de nove meses elas estavam ai. Não era a situação que eu queria, mas estava feliz do mesmo jeito.
Ainda não dava pra saber com quem elas se pareciam, mas esperava que se parecessem menos possível com .
- Elas são muito lindas, se parecem com o pai. – a enfermeira falou e vi Joel ficar vermelho. Se ela soubesse da metade da história não falaria isso.
- Err, obrigado. – ele falou meio sem jeito.
- Vou deixá-los a sós, se precisar aperte a campainha. Parabéns. – ela falou e saiu, fechando a porta.
- Ela tava cantando meu namorado? – eu falei apontando pra porta e fingindo estar brava.
- Ela não é você. – ele falou e eu quase pulei da cama.
- Se eu não tivesse nessa cama, com não sei quantos pontos e essas duas no colo eu pulava e te dava um beijo.
- Não seja por isso. – ele falou e me beijou.
- Err, então, gente, tem crianças no recinto, realmente. – falou entrando no quarto.
- Bater na porta pra quê?! – eu falei e ela riu.

Passei alguns dias no hospital por conta dos pontos, mas logo fui liberada indo pra minha linda casa. Estava com saudades e hospital e algo que eu odeio tanto que é quase impossível explicar, deve ser por causa do acidente que não deve ser lembrado. tem me visitado quase todas as semanas, com a desculpa de que uma prima que ele gosta muito tinha ganho gêmeas e que ele era o padrinho, em partes era verdade. A família dele é grande então não teve muitos problemas. Joel fica mais aqui do que no restaurante ou na casa dele, segundo ele, tenho que repousar muito e ele não consegue ficar longe das meninas, o que em partes é verdade, porque até eu não quero desgrudar delas. Fico no quarto quase o dia todo, deixo as janelas fechadas enquanto elas dormem com medo de alguém entrar. Ok, pode ser neura, mas agora eu entendo porque minha mãe sempre cuidou muito de mim. Sou mãe agora. Soa diferente, mas é a realidade. Não sei se sabe que ele é pai. Deve ter visto porque saiu em pelo menos uns quatro jornais sobre a “Gravidez da mais nova empresária do ramo de doces de NYC”, mas pra eles, o pai é desconhecido, e até tiveram alguns pequenos boatos de que Joel era o pai. Não liguei muito pra isso, mas sinto que foi bem desconfortável ter gente rondando seu trabalho por uma foto da sua barriga. Joel também não ligou muito e apenas me ajudou, assim como faz agora. Enquanto eu durmo ele olha as meninas, tenho café da manhã na cama todos os dias, e na primeira semana que tava em casa eu tinha também almoço e jantar, mas logo perdi a mordomia. Triste. Ele não mora comigo, somos apenas eu, as meninas e . Não poderia cometer o mesmo erro que da primeira vez, eu não ia. Cada um tem sua casa, ele chega de manhã, assim que vai pro estúdio, e sai quando já tá dando onze e pouco, pra podermos passar um tempo juntos enquanto as meninas dormiam. E será assim até o casamento, se tiver. Agora minha vida é inteiramente dedicada a Ann, Kylie e a empresa. Menos a empresa, mais as meninas. Ele é muito carinhoso com elas, tem até certos momentos que penso que ele é o pai delas. Ele é até queria ser, mas não deixei que ele fizesse isso, era minha responsabilidade e elas não iam crescer com ele sendo a figura paterna delas, não acho justo com ele e nem certo. Tivemos uma grande discussão de durou alguns dias até ele entender o meu lado. Nos primeiros dias ele ficavam com uma delas enquanto eu dava de mamar para a outra e acostumamos dessa forma. Estava fazendo isso hoje com Ann enquanto Kylie ainda dormia. A ouvi chorar, mas logo ela parou e pensei que tinha voltado a dormir, como sempre acontece e quando vi que Ann já tinha parado de sugar o leite, comecei a dar os famosos tapinhas nas costinhas dela enquanto a levava pro quarto dela e pegaria Kylie pra fazer o mesmo quando chego no quarto e encosto no batente da porta.
- Prometo que não serei igual ao seu pai, você pode não ter meu sangue, mas vou cuidar de você, da sua irmã e da mãe até o dia que eu puder. Eu prometo. – ele falou com Kylie no colo.

~ 5 anos depois ~

- Vamos, mamãe, vamos ver tio . – Kylie falou me puxando pela mão enquanto Ann andava ao lado de Joel “calmamente”. Sabia que ela estava ansiosa, mas não demonstra muito o que sente, parecida comigo.
Na verdade ela é parecida comigo em tudo. Cabelos, olhos, boca, nariz, e até a forma de se expressar. Já Kylie é o oposto da irmã e igual ao pai. Elétrica, tinha cabelo, boca e olhos, tudo igual ao do pai.
Estávamos entrando no MSG para ver One Direction. Presente de aniversário de para as meninas. A vida delas era One Direction. É o dia todo ouvindo as mesmas musicas e ouvindo elas falarem do favorito delas, . É, coincidências ou não chego a duvidar que elas amam do que a própria mãe delas. Mentira, mas não param de falar nele o dia todo. Entramos e nos sentamos nos lugares numerados, na primeira fila. caprichou dessa vez. Não estava muito feliz, pois veria depois de quase seis anos sem noticias dele, não o via desde o natal e segundo ele nunca namorou e que o que chamam de namoro na mídia é apenas marketing. O show ia começar em instantes e não sabia quem estava mais animado. As meninas ou Joel. É, pois é. Ele sabia todas as músicas, dançava com as meninas, gritava com elas, pulava com elas e tudo isso em casa, não queria nem ver o que ia sair nesse show. Algo que me chamou a atenção foi duas meninas que vieram falar comigo, dizendo que me reconheceram, que não acredita em toda a história que foi contada sobre meu passado com , que elas sabem que ele não é o santo como a maioria das fãs pensam que ele é e que elas me acham muito linda como mãe. Isso me deixou meio constrangida e o máximo que eu falei foi no começo, tentando convencê-las de que não era eu, mas depois acabei agradecendo pelos elogios e elas voltaram para os seus assentos, uns três depois do meu.
O show começou e o estádio inteiro foi a delírio. As meninas pulavam e Joel as acompanhavam e eu achava a coisa mais linda ele brincando com as meninas dessa forma. olhou algumas vezes pra onde estávamos e acenou pras meninas. Ou eu tava louca, ou Louis passou o show inteiro olhando pra mim.
Comecou a tocar Little Things e essa eu sabia de cor, sempre gostei dessa musica, não sou fã, mas essa é a minha preferida. Sabia a ordem na qual eles cantavam, pois já vi o clipe dessa musica umas dez mil vezes com as meninas, mas estranhei quando começou cantando, eles estava sentado bem próximo de onde nós estávamos e cantou a música toda pra mim, se eu não estivesse enlouquecendo ou delirando. Agora essa musica fazia todo o sentido. Tudo o que ele falava na musica era verdade. Tudo. Exatamente tudo. Todos perceberam pra onde ele olhava e senti olhares em mim, mas não me importei. Eu inconscientemente cantei a musica junto com ele e no fim vi meu rosto molhado com lágrimas. termina a musica com um “Eu te amo” e todos eles saíram e voltaram, cantando qualquer outra musica que eu não conhecia, mas todos cantavam. Me sentei e acabei pensando em tudo de novo, tudo o que aconteceu, os cinco anos juntos, em tudo o que aconteceu e o que passei com ele.

O show acabou e tínhamos o M&G, fazia parte do presente de . Pedi pra que ele não falasse que eu ia, mas pelo que percebi ele abriu mais uma vez a grande boca dele.
- , se você não quiser, eu vou. – Joel falou passando as mãos pelos meus ombros, ele percebeu que eu estava tensa.
- Relaxa, eu vou também, um dia esse momento ia chegar. – eu falei forçando um sorriso.
- Quem tem que relaxar aqui é você. Vamos, nossas credenciais são diferentes e se a gente não entrar logo, aquelas duas ali nos matam. – ele falou pra Kylie e Ann na nossa frente que pulavam feito loucas.
- Vamos logo com isso. – eu falei pegando na mão de Joel.
Mostramos nossas credenciais e o segurança bateu na porta, logo abriram a porta e era . O encontro foi mais rápido do que pensei. Ok, nada de nervosismo, você não o ama, você tem Joel agora.
- Ahn, é você, entra. – ele falou olhando pra mim e não consegui entender aqueles olhos que decifrava tudo há anos atrás.
- Err, obrigada. – Falei de mãos dadas com Joel, eu tinha Kylie em seu colo e Ann do meu lado.
- Olha quem chegou. Minhas sobrinhas lindas. – falou levantando do sofá. Elas logo gritaram “Tio ” e o abraçaram. Depois de um tempo meio quieta com Joel do meu lado conheci os outros meninos e veio falar comigo.
- Err, Joel, posso falar com a ? É rápido, prometo. – Ele falou e Joel fez que sim com a cabeça. – Me desculpa, , sério mesmo. Ele acabou descobrindo que você tava aqui hoje, deve ter olhado na lista, não sei. – ele falou tentando se desculpar.
- Relaxa, , eu... Eu não sei o que falar. Em Little Things parecia que ele tava sendo tão...
- Sincero. – falou atrás de . – Se importa se eu falar com você? – ele perguntou.

Capítulo 10

- Ahn, não, magina. – falei. – , olha as meninas pra mim, por favor. – falei e eles assentiu com a cabeça. – E então...? – perguntei coçando o nariz.
- Você tá nervosa. – ele falou e eu não entendi. – O nariz. Uma de suas manias.
- Ah tá, é... Uma das minhas manias. – eu falei.
- Suas filhas? – ele falou apontando pras meninas.
- Sim. Minhas princesas. – falei com um sorriso no rosto.
- Minhas também? – ele perguntou e meu sorriso desmanchou. Não sabia o que falar. Contar ou não?
- Ahn, não. – menti – São de Joel. – falei. Ele sabia que eu estava mentindo.
- , para de mentir. Você tá quase tendo um treco que eu tô percebendo, e elas não são dele. Você engravidou logo depois que foi embora. Ou já estava grávida quando se mudou. São minhas filhas, não são? – ele falou e eu congelei.
- Não quero falar sobre isso aqui. – falei.
- Mas não são dele. Isso tá na cara. Elas não se parecem em nada com ele. – ele falou. – Mas uma delas é bem parecida comigo, e a outra com você. Só me fala, são ou não minhas? – ele perguntou e eu prometi pra mim mesma que não ia fazer isso. Não podia contar.
- Não, , elas não são suas fillhas! – eu falei.
- Para de se enganar, para de me enganar, para de enganar a elas e o pobre coitado do seu namorado. Fala logo, eu tenho direito, eu ajudei a fazer. – ele falou.
- Pai não é aquele que faz, é aquele que cria. Você não tem maturidade nenhuma pra cuidar de duas crianças. Você é frio, sem amor, só pensa em si mesmo, só quer saber da sua fama e ter uma namoro de fachada, nem pra isso você presta, tem que pagar alguém pra falar que te ama. EU tenho pessoas que me amam! EU tenho um NAMORADO que me ama e me RESPEITA ACIMA DE QUALQUER COISA. Ele sim é o pai delas, ele sim não me trocou por uma vagabunba qualquer enquanto eu trabalhava. Ele passa o dia todo comigo ajudando a cuidar delas e fazendo o trabalho que VOCÊ deveria fazer e que se VOCÊ não tivesse feito o que fez, VOCÊ estaria no lugar dele. Nem em Nova Iorque eu estaria. Nós teriamos nos casado, elas teriam nascido, seriamos uma típica familia londrina que almoça junta aos domingos. MAS NÃO. VOCÊ ESTRAGOU TUDO. VOCÊ ROUBOU O MEU SONHO. VOCÊ ACABOU COMIGO, VOCÊ... – e fui interrompida por uma mão na minha boca.
- Chega, . Você não precisa disso. – falou.
- Não, eu preciso falar o que ta guardado há anos. – eu falei tentando me soltar.
- Não na frente delas. – ela falou e eu lembrei de Kylie e Ann.
- Vamos. – falei indo até elas. – Mas você ainda tem muito pra ouvir. – eu falei olhando pra .
Peguei as meninas, Joel e fomos embora. ia ficar mais um tempo pra tentar acalmar os meninos. Eu tremia, mal conseguia enxergar um palmo a minha frente, minha vontade era de subir no pescoço de , por pouco não o fiz. Arrumei as meninas nas cadeiras e entrei no banco do passageiro, Joel foi dirigindo em silencio, assim como todo o carro. Logo chegamos em casa e mandei as meninas pro banho enquanto ia fazer algo pra comer. Ou chorar abraçada a Joel. Segunda opção, por favor.
- Eu nem sei o que te falar, . – ele falou me abraçando. – Vocês dois tem muito o que conversar.
- Eu não quero nunca mais olhar pra cara dele. Ta proibido One Direction e nessa casa. – eu falei.
- É bem pior do que eu pensei. Quer que eu te conte o final dessa história ou...
- Fica quieto e me abraça, por favor. Só preciso disso, deixa o sermão pra mais tarde. – eu falei. Ele me abracou até ouvirmos os passinhos das duas descendo as escadas.
- Mamãe, que acoteceu? – Kylie perguntou. Ainda falava algumas palavras erradas, o que a deixava fofa.
- Nada não, meu amor. Joel vai colocar um desenho pra vocês enquanto mamãe termina o jantar, ok? – falei e ela balançou a cabeça.
Fiz algo rápido pra elas, jantaram, escovaram os dentes e foram dormir. Joel falou que ficaria comigo mas eu insisti pra que ele fosse pra casa, logo chegaria e eu ficar bem. Eu duvidava de mim mesma, mas tinha que ficar sozinha.
Joel foi embora e entrei no banho. Chorei mais um pouco e sai depois de quase uma hora, meus dedos já estavam rugados. Coloquei um pijama qualquer, liguei meu celular a caixinha de som que tinha e coloquei no suffle. Comecou The A Team, claro que Ed tinha que aparecer. Deitei na cama tentando não pensar, apenas descansar meu corpo e acabei pegando no sono.

Uma semana se passou depois da discussão com e não nos vimos depois disso. Sabia que ele estava nos EUA, o país estava uma bagunça e as meninas queriam vê-los de novo.
- Elas querem ir de novo. Me recuso – falei pra .
- Ingresso não é problema e você sabe disso. – ele falou.
- Como se o problema fosse esse. Não quero ver nem foleado a ouro.
- Vocês vão acabar ficando juntos. – ele falou.
- Tenho Joel. Não preciso do . – falei e Joel entra na cozinha.
- Depois de uma declaração dessa você merece um beijo.
- Melação aqui dentro não, por favor. – falou.
Ficamos conversando até dar a hora de buscar as meninas e também saiu, tinha ensaio e pediu para que eu levasse as meninas pra passagem de som. Acabei as levando e quasa fui pra casa. deixou avisado que eu poderia aparecer com as meninas então não tive muitos problemas para entrar pelo palco e esperei que eles terminassem o que faziam. Logo ele me viu e as meninas correm em sua direção.
- Que bom que veio. – ele falou com Kylie no colo e Ann agarrada em uma de suas pernas.
- Elas iam me irritar até eu trazê-las, melhor pular essa parte. – falei. – tá aqui? – perguntei inconscientemente.
- Tá por ai conversando com o Tom. – ele falou e eu quase gritei.
- O Tom tá aqui?! – perguntei.
- Sim. Acho que estão escrevendo musicas pro cd novo e Tom passou aqui. – falou. – E eles estão chegando. – ele continuou.
- Err, atrapalho? – perguntei.
- !! Quanto tempo! – Tom falou e nos abraçamos.
- Não sabia que tinha tanta intimidade com o seu ídolo, . – falou.
- Cala a boca, . – falei e voltei a conversar com Tom. tentou entrar na conversa algumas vezes mas percebeu que não ia adiantar muita coisa. Ficamos conversando até as meninas reclamarem de fome. Me despedi dos meninos e sai com elas, logo sentindo uma mão agarrando meu braço.
- Posso ir com você, digo, almoçar? – ele pediu.
- Pra você ficar me irritando e falando merda. Melhor não. – respondi.
- Não, eu... Me desculpa por agora pouco, e por esses dias atrás. Não devia ter falado aquelas coisas. – ele falou.
- Vamos logo, não vai querer ouvir a gritaria das duas com fome. – falei. Abri a porta do carro e fui arrumar as meninas na cadeirinha e ele foi pelo outro lado me ajudar. – Não precisa, pode deixar. – falei. Ele não ouviu e continuou. Teimoso desde sempre.
Sai com o carro do MSG e tinham paparazzis por toda parte, teria fotos minha e das meninas rodando por todo o mundo em questão de segundos.
- Se essas fotos sairem, eu juro que eu te mato, . – eu falei apertando o volante.
- Relaxa. – ele pegou o celular, ligando pra alguém.

Chegamos no restaurante de Joel e as meninas foram se sentar na mesa que queriam enquanto eu ia falar com Joel. foi atrás delas e começou a brincar com elas.
- Desculpa por ter trazido . – falei.
- Não precisa se desculpar. Vocês precisam conversar. – ele falou.
- É... eu acho.Traz o de sempre pra mim e pras meninas, ele eu não sei o que vai pedir, provavelmente uma massa, é o que pede quando vai a restaurante, se isso não mudou. – falei de novo sem perceber o que falava.
- Acho que foi isso que ele acabou de pedir. - Ele falou olhando para a tela do computador na sua gente. – Vocês se conhecem tão bem. Acho que demoraria anos pra te conhecer como você o conhece. – Joel falou com um olhar triste.
- Para, por favor. Eu vou voltar pra mesa – falei e ele me deu um beijo daqueles bem dados, quando ele cortou percebi que olhava para nós dois. chegou no restaurante e se sentou junto comigo e olhou pra mim.
- Estranho, eu sei.
- Muito estranho, mas pode ser um recomeço. Ele pelo menos gostou das meninas. – ela falou.
- Mas é claro. São as filhas deles, se não gostasse, eu ia desistir da vida – falei. Elas vieram pedir pra ir para um cantinho com brinquedos que tinha no restaurante, deixei e ele olhou pra mim e .
- São lindas. – ele falou. – Claro, são minhas.
- Abaixa a bola ai, só Kylie se parece com você. Ann é o oposto da irmã. – falei.
- Tanto faz. São lindas de qualquer jeito. – ele comentou. – Passou muito rápido. Parecia que foi ontem que vi no jornal que você estava grávida. Quando vi sua foto e o tamanho da sua barriga eu me assustei. Vi você com o americano juntos, desejei que fosse eu naquela foto, se não tivesse acontecido nada eu estaria no lugar dele e eu teria visto elas crescerem. Mas só as vi por fotos. Sabia que não vinha visitar prima nenhuma. Vi as fotos dele com as meninas e com você no celular dele, quase o segui pra saber onde você morava para poder falar com você e ver como estava. Elas me chamariam de pai, não ele. – ele falou.
- Elas não o chamam de pai. Papai foi embora e Deus as deu para a mamãe de presente. Um dia, quem sabe, papai voltaria. Tio Joel era amigo da mamãe e a ajuda em quase tudo com elas assim como Tio e Tia .
- Elas não perguntam sobre o pai?
- Pra que, se elas sabem até a cor da cueca que você ta usando – falei – mas para elas você é apenas o da One Direction, amigo do Tio . E suas fãs acabam comigo, não mereço nada do que falam de mim. – falei.
- Não posso fazer nada. Em partes é verdade, que você me largou, me trai...
- Não termina essa frase. Você sabe muito bem da verdade. Quem traiu aqui foi você.
- Mas me jogou pra fora de casa.
- É claro, você passa a noite com uma loira enquanto eu trabalhava feito uma louca e corria atrás das coisas do casamento. É claro que eu ia fazer algo.
- Mas não era motivo.
- Claro que era.
- Chega os dois, aqui não é lugar pra discutir sobre isso. E o almoço já foi servido. – falou. Fui pegar as meninas e almoçamos todos em silêncio, tirando as brincadeiras das meninas.

apareceu a noite em casa com e Joel dormia, pois tinha trabalhado o dia todo, ficaria sozinha com . As meninas já dormiam e eu assistia um filme qualquer na tv.
- Premonição? – ele perguntou se sentando ao meu lado.
- Acho que sim, não to prestando muita atenção. – falei. Ficamos um tempo sem se falar e acabamos nos aproximando. Quando percebi estavamos um ao lado do outro.
- Você tinha medo de filmes assim. – ele falou.
- E-e-eu acho q-que sim – falei olhando para seu rosto.
- Me perdoa, por favor? Já se passaram quase seis anos. Vamos agir como adultos. Podemos ser uma família aqui ou em Londres, onde você quiser, eu só quero ficar ao lado das minhas filhas e do seu lado. – ele falou e as primeiras lágrimas começaram a cair em silêncio. – Você não sabe como faz falta. É tão ruim chegar em casa e ela estar vazia, sem McFly e cheiro de comida. Pensa na vida que eu posso te dar agora. Você pode ficar em casa e cuidar das meninas, ou então viajar comigo.
- , não preciso do seu dinheiro. E se você acho que eu vou voltar com você porque o mundo todo te conhece e você tem dinheiro, é melhor você sair daqui. – falei.
- Eu sei que você não quer nada do que eu tenho. Eu te conheço o suficiente para saber isso. Eu só preciso que você volte. Tudo o que eu faço é pensando em você, e agora nas meninas. – ele falou e uma lágrima desceu pelo seu rosto. – Eu não vou desistir de nós dois, , não vou.
- , eu tenho Joel agora. Não é tão simples assim.
- Claro que é. Você também não terminou comigo depois de anos? Eu não sei mais o que eu faço. Não sei mais o que eu falo. Eu cheguei no limite, não vou falar mais nada, agora é com você. Você sabe que eu não vou desistir, mas não sei mas o que falar pra fazer você voltar. – ele falou.
- Eu to perdida, , é muita coisa na minha cabeça. A doceria, Joel, as meninas, você. Eu preciso pensar. Isso envolve muita gente.
- Só volta. Só isso, te dou o tempo que você precisar, te espero por toda a vida. – ele falou. Logo eles foram embora e eu fui para o jardim da casa. Puxei a barra do meu moletom até o joelho e coloquei os pés dentro da piscina.

Dois dias se passaram e a conversa com rodava pela minha cabeça. Eu pensava muito sobre tudo o que ele falou e precisava conversar com Joel. Sai da loja e fui até o restaurante e logo fui entrando. Joel estava na cozinha preparando a cozinha para a hora do almoço e logo percebeu a minha entrada.
- Ao que devo a honra de sua visita? – ele falou vindo me abraçar.
- Acho que eu preciso falar com você. – falei.
- Eu também. Mas não sei se aqui é o lugar certo. – ele falou e seu rosto mudou, parecia um pouco triste e preocupada.
- Precisava falar logo, não to mais conseguindo guardar. – falei.
- Todos saindo da cozinha, vamos. Vamos logo não tenho o dia todo. – ele falou e todos sairam. – fala.
- É sobre .
- Ah, esse cara.
- Posso continuar? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça. – Ele veio falar comigo anteontem e eu preciso tomar uma decisão.
- , é o seguinte, antes de você começar, eu tenho que te falar algumas coisas. Eu ouvi a conversa de vocês e acho que você deve ir com ele. Vocês se amam, ele não vai desistir de você, e um dia vocês vão ter que ficar juntos. Antecipa isso, não quero ser um impecilio. Eu te amo muito, mas não posso ficar com você amando ele. Vocês se amam. Olha as meninas, Kylie é a cara dele. Eu nunca serei o pai delas e um dia elas vão descobrir a verdade. É melhor assim, . – ele falou tudo isso e eu fiquei para sem ter o que falar. – Vai lá, liga pra ele e fala que você vai voltar. Você também tá sofrendo, e eu não posso te fazer feliz como ele te faz. Vai doer, mas um dia passa. E eu acabei conhecendo uma moça esses tempos, não rolou nada mas posso tentar. Eu vou ficar bem. Acho.
- Eu não sei nem o que falar, Joel.
- Não fala. Só me dá um abraço e vai atrás de . Você merece ser feliz pelo menos uma vez na vida. – ele falou.
- Eu fui muito feliz ao seu lado Joel, pode ter certeza. – falei.
- Eu também fui, mas tudo o que é bom dura pouco. – ele falou e eu o abraçei bem apertado.
- Boa sorte, você vai encontrar alguém, pode ter certeza. – falei e sai do restaurante. Liguei pra e pedi para que ela fosse buscar as meninas pois ia falar com . Fui para o hotel e para a minha sorte, estavam todos lá. abriu a porta e mandou eu entrar.
- está? Precisava falar com ele. – falei.
- Você tá nervosa, aconteceu alguma coisa? – ele perguntou.
- Não, só preciso falar com ele. Pode chamá-lo?
- Ele tá no quarto, é só entrar, não precisa bater. – falou. Fui onde ele falou que estava e bati na porta, sendo recebida por sem camisa, apenas de calça de moletom e meias.
- Err... Desculpa, não sabia que vinha. – ele falou, ficando vermelho.
- Ahn, magina. Como na primeira vez. – falei apontando pra ele.
- Ah, verdade. Isso seria um bom começo? – ele perguntou se aproximando de mim.
- Talvez, mas precisamos conversar antes de tomarmos alguma atitude – falei. Ele me mandou sentar na cama e ele colocou uma camiseta.
- Bom, sobre o que vamos falar? – ele perguntou.
- Sobre nós.

Capítulo 11

Eu simplesmente não sabia o que falar, não sei o que me levou até aquele quarto, a sua frente, sentada naquela cama. Me senti como há alguns anos, quando o encontrei pela primeira vez. Imagens passaram pela minha cabeça, cenas de um filme que já tem mais de dez anos, dias felizes, brigas, pedidos, sorrisos, palavras, carinhos e noites. Tudo voltou com a força de uma pancada, uma batida. O acidente, o pedido de casamento, a noite que nos separou, as malas, dicussão, Nova Iorque, as meninas e minha última conversa com Joel. Aqui estou eu, pronta para uma nova vida.
- E então... ? - ele perguntou quebrando a série de pensamentos que me abordaram. Acordei do meu pequeno sonho e sequei as poucas e pequenas lágrimas que cairam. - Não aguento mais te ver chorar, me parte o coração. - ele falou, quase sussurando.
- Nem eu aguento mais chorar, já são anos chorando todas as noites pensando em como tudo estaria hoje, onde e como você estaria, se estava bem, se estaria fazendo shows e se estaria feliz. Anos pensando em você, anos te amando em segredo, anos me perguntando por quê? Por que ? - falei em meio lágrimas as quais não conseguia segurar. - Por quê? É só essa a resposta que eu quero e ninguém conseguiu me responder. Eu só quero algo diferente, algo novo, uma vida nova, aqui ou em qualquer lugar. Uma vida na qual tenhamos quatro pessoas como protagonistas, uma família na qual foi desfeita antes mesmo de começar. Não dá , sem você eu não consigo ter essa vida, minha história não fica completa, o final não parece bom e feliz o suficiente, falta algo, falta você. - falei.
Ele parecia um boneco de cera, parado, sem reação. Lágrimas molhavam sua camiseta recém colocada. Por um momento pensei que ter ido até lá e ter falado isso fora em vão, não ia adiantar, ele não mudaria. Peguei minha bolsa e me levantei da cama e fui andando em direção da porta e a abri mas logo senti a mão dele segurando a minha, ele me puxou e eu já não conseguia mais responder pelo meu corpo. Senti choques percorrendo meu corpo assim que sua mão tocou na minha. A mesma sensação que senti da primeira vez. Fiquei de frente para , olhando no fundo dos seus olhos e novamente, depois de tantas tentativas frustradas, consegui decifrar o que estava estampado em seus olhos. Amor. Lágrimas caiam mas eu não teimava mais em segurá-las, já não era preciso. Senti suas mãos percorrerem minha cintura, chegando em meus braços e por fim em meu rosto. Fechei meus olhos, apenas sentindo seu toque com delicadeza e carinho. Palavras não eram precisas, naquele momento apenas a presença, o toque e os olhares falavam por si só. Por fim senti o quente de seus lábios, macios como sempre, doces como só os dele eram. Naquele momento me esqueci de onde estava, me esqueci de tudo o que aconteceu, das brigas, de tudo. Éramos apenas um, ali, juntos como deveriamos estar há muito tempo. Me senti confortada, feliz e segura como não me sentia desde que tudo aconteceu. Larguei minha bolsa e o abraçei. Ele não teve pudor ao aprofundar o beijo, salgado por causa das tantas lágrimas derramadas e cheio de sentimentos. Amor, saudade. Não um beijo com malícia, e sim um beijo de reecontro. Agora tudo parecia se encaixar, tudo estava em seu devido lugar.
Aos poucos fomos parando o beijo e ele me abraçou. Meu coração se encheu de alegria. O abraçei e seu choro molhava minha blusa, baixo ele foi falando aos poucos as palavras que tanto eu ansiava por ouvir. Pequenos "Eu te amo" eram falados, em baixo tom, apenas para nós. Nos separamos e nos olhamos novamente.
- Eu te amo. - ele falou olhando em meus olhos em meio lágrimas. - Eu te amo muito, muito, como nunca amei ninguém. Me perd... - ele iria começar a falar mas coloquei meu dedo em seus lábios.
- Não fala. Desculpas já não são mais necessárias. Você já se desculpou. Vamos começar de onde paramos, vamos continuar nossas vidas, vamos viver. Temos duas filhas para cuidar, vamos fingir que nada aconteceu. - falei e ele concordou. - Eu te amo. - completei. Ficamos mais um tempo abraçados e decidimos contar a todos.

Contar para as meninas que o pai delas era foi a coisa mais fácil na qual já tive que passar. Elas o aceitaram normalmente e logo já brincavam com ele. Não sei na cabeça delas elas já tinham conseguido assimilar tudo. Elas o chamaram de pai uma semana depois que contamos e acho que ele não conseguia acreditar no que ouvia.
Nos mudamos para Londres alguns meses depois que voltamos. Ele conseguiu uma folga perto da mudança para me ajudar principalmente com as meninas. Era missão impossivel ficar sozinha de olho nas duas no meio do aeroporto lotado. Lógico que no dia que voltamos choveu fotógrafos em cima dele, de mim e das meninas. Todos já sabiam, claro. Eu era xingada e falavam que iam me matar. Mas nada disso me abalou. Apenas continuei ali, em pé e firme ao lado dele. O Natal chegou e como mais surpresas.

Flashback

Estava tudo iluminado com luzes. A casa estava cheia de bonecos de neve e uma grande árvore na sala de estar da nossa casa estava iluminada, enfeitada e cheia de presentes. As meninas corriam por toda a casa enquanto as famílias estavam reunidas. Seria a primeira vez que passaria o Natal com meus pais depois que sai do Brasil. Primeiro Natal em que minha família estava completa. Primeiro Natal meu, de e das meninas juntos. Minha mãe me ajudava nos preparativos finais, conversava com meu pai tentando entender sua tentativa de falar Inglês, a família de chegava e a casa ficava pequena para aquela grande família que se unia.
Anunciei que a Ceia estava servida e todos foram para a imensa sala de jantar que tínhamos preparado com enfeites vermelhos. chegou com e sua barriga de cinco meses. Sim! Ela estava grávida e noiva! Todos ocuparam seus lugares, as crianças ficaram em silêncio e uma oração iniciou-se com pedidos de alegria, paz, e tudo o que uma família como aquela poderia e gostaria de ter. Começamos a comer e todo voltaram a conversar mas logo pediu a atenção de todos presentes.
- Eu não sou muito bom com discursos, mas acho que essa noite mereCe um. Prometo ser breve. - ele falou olhando para mim e para as crianças que prestavam atenção em cada palavra dele. - Há anos conheci a mãe das minhas filhas. As coisas mais preciosas que eu poderia ter na minha vida. Assim como a mãe delas. Brigamos, nos separamos, mas aqui estamos nós, juntos novamente, conforme o destido preparou. E se assim ele quer, nós devemos obedecê-lo e ficar juntos por toda a eternidade, nem que a morte nos separe, nem ela será capaz de acabar com tudo isso. E é por isso, Carvalho, que eu te pergunto, casa comigo? Fica comigo pelo resto dos tempos? - ele falou tirando uma caixinha de dentro de seu terno e a abriu, revelando um lindo anel com um grande diamante no centro.
- Fico, fico com você pelo resto dos tempos. - falei segurando as intrometidas lágrimas. Ele tirou o anel da caixinha e o colocou em meu dedo, se destacando. Me levantei, o abraçei e todos começaram a aplaudir. As meninas gritavam assim como os outros, estavam todos felizes. Continuamos a Ceia depois de abraços e algum tempo depois a casa foi esvaziando-se, deixando apenas vestígios de uma festa e as meninas já dormindo no sofá.

Flashback off

Estava a poucos dias do casamento. Corria atrás dos últimos detalhes e terminava a Tour três dias antes do casamento. Eu estava pirando. Minha mãe me ajudava com as meninas e com o que mais precisasse. Vamos nos casar depois de um ano e meio depois devido a pequenos problemas não problemas.
Dois meses depois do pedido eu descobri que estava grávida. Sim! De novo!
Estava me sentindo estranha, inchada e estava atrasada. Acontecia ás vezes, raramente, mas nunca tinha atrazado um mês, exceto uma vez. Quando engravidei das meninas. estava em tour e eu estava sozinha com as meninas. Tudo me enjoava, tonturas eram constantes assim como o vômito. Era obvio que estava grávida. Fiz quatro testes e dois deram positivo e dois negativo. Fui ao médico, fiz o exame de sangue e deu positivo. Eu estava grávida. tinha acabado de sair em tour e ficaria fora por três meses. Como contar?
Esperei que ele voltasse. Usava roupas largas e evitava sair quando completei o quinto mês. Deixei para descobrir o sexo do bebê quando ele estivesse junto. Contei para as meninas e elas acharam a ideia de ter mais um irmão ou irmã maravilhosa. Pedi segredo e elas o fizeram bem. No dia que ele voltaria fui buscá-lo no aeroporto, e acabei colocando um vestido que marcava bem a barriga. Naquele dia todos saberiam que eu estava grávida. Chegando no aeroporto fotógrafos e fãs estavam espalhados e pedi para que ninguém me reconhecesse, um pouco difícil quando se é noiva de . Fui até a sala de desembarque na qual estava reservada para que a banda saisse com segurança e assim que o vi fi questão de colocar a mão sobre a barriga. Fui andando em sua direção e ele apenas parou e ficou me olhando e eu apenas acariciava a minha não tão grande barriga.
- , você tÁ...
- Grávida. Sim. - falei e lágrimas brotaram em seus olhos assim como nos meus. Nesse momento já tinha se formado uma roda a nossa volta e todos assistiam ao que acontecia. Louis não falou nada, apenas me abraçou e logo depois se abaixou, beijando minha barriga. A essa altura o choro já não era segurado por todos.
- Eu vou ser pai! Eu vou ser pai! - ele gritava. Logo os meninos vieram nos abraçar e voltamos para casa.
Acabamos por decidir que não casaríamos antes que ele nascesse. Sim, um menino, Lucca. Agora, alguns meses depois de seu nascimento o casamento finalmente poderia acontecer. Consegui voltar a minha forma antiga e graças à Deus achei um vestido que entrou como uma luva, o vestido dos meus sonhos. Estava tudo perfeito, tudo maravilhoso. também casou-se, mas não pude aproveitar muito já que Lucca queria toda a atenção pra ele e decidiu nascer no dia do casamento, não que eu tenha ficado triste, mas queria estar com a minha amiga no dia tão especial pra ela. Estava em casa, depois de ter acordado e estava de saída quando senti que a bolsa havia estourado. As meninas ainda dormiam e iria me levar até o salão para que eu passasse o dia todo com .

Flashback

- , me leva pro hospital. Rápido. - Eu falei me apoiando na parede mais próxima.
- O que aconteceu, ? - ele falou correndo em minha direção.
- A bolsa, . Liga para sua mãe e pede para ela ficar com as meninas mesmo que a babá esteja em casa. Pega a bolsa do bebê no quarto dele e a minha que está no sofá e vamos. - falei e ele corria para todos os cantos da casa. Em dez minutos a mãe dele estava em casa e nós fomos para o hospital. - Fala pra elas que as amo, tá? E obrigada por tudo. - falei pra mãe dele e ela concordou e me deu um beijo e desejou boa sorte.
Chegamos no hospital e deu entrada na papelada enquanto eu já era levada para o quarto. Como era apenas Luke, o médico liberou que o parto fosse normal e logo as contrações vieram com mais força. Seis horas depois de muita dor Luke nasceu. Saudável e lindo. O momento em que a enfermeira o troxe para o quarto depois do parto, quando as meninas já estavam lá assim como os pais de foi um dos melhores momentos da minha vida. Ela entrou com o carrinho dele e o colocou ao lado da minha cama, o pegou no colo e passou para o meu. Uma coisinha tão pequena, tão frágil estava em meus braços. As meninas sentaram na cama, uma de cada lado e fizeram carinho no irmãozinho recém nascido delas. estava próximo assim como seus pais, e que chegaram depois.
Flashback off

Muitos casais quando vão casar passam a noite separados, cada um em um quarto, ou em uma casa diferente. Mas quando se tem três filhos e eles querem o pai por tempo integral quando ele está em casa, não é uma tarefa muito fácil. Por isso não nos importamos e passamos a nossa última noite como solteiros juntos. Sem festas, sem bebidas, nós cinco juntos em casa brincando e sem preocupações. Eu estava ansiosa, muito na realidade mas não queria passar isso para ninguém. Mais de um ano me preparando para esse dia, na verdade mais de dez anos esperando por isso. Estava tudo tão bom, tão calmo. Era um sonho? Sem decepções, sem problemas. Essa foi a nossa promessa. O dia passou rápido, mas meninas também estavam ansiosas e elétricas, tinham que vir com um botão para desligar. Luke soltava gritinhos e queria brincar com as meninas, por mais pequeno que ele fosse ele é como as irmãs, elétrico, só para quando está com fome ou sono. As meninas já estavam sonolentas e Luke dormindo calmamente em meu colo. Estávamos na sala, eu na poltrona com ele no colo, com as meninas no chão, encostado no sofá com Kylie encostada em seu ombro e Ann deitada na sua perna, a primeira estava em sono profundo e Ann lutava contra o seu. Me levantei, coloquei Luke em seu quarto, que era ao lado do meu e voltei pra sala. Ajudei a levar as meninas para seus quartos, acabamos arrumando a bagunça que tÍnhamos feito e fomos deitar.
- Finalmente, . - falou me abraçando. - Finalmente está dando tudo certo para nós, depois de anos. - ele falou e concordei.
- Me sinto como em um sonho. Três filhos, praticamente casados. O que mais eu poderia querer? - falei.
- Posso fazer só mais um pedido? - ele perguntou.
- Pode.
- Quero mais dois filhos. Quero cinco filhos, uma família bem grande, assim como a dos meus pais. Uma família que quando for feriado e eles estiverem crescidos, vão lotar a nossa casa, com netos correndo de um lado para o outro. - ele falou pensativo.
- E eu vou virar uma baleia desse jeito. Veremos mais para frente essa possibilidade. - falei e ele me beijou. Realmente as coisas estavam como eu queria.

Manhã do casamento

Acordei animada, feliz. O dia estava lindo. O Sol brilhava com força lá fora e nada ia estragar aquele dia. Acordei cedo e fui fazer um café da manhã enquanto tomava um banho. Eu iria cedo para o hotel onde seria a festa então tinha que deixar algumas coisas prontas. Meu vestido estava no hotel, assim como sapatos e as roupas das meninas e de Luke. ficaria com elas e eu ficaria com Luke, já que tenho que dar de mamar para ele e não está apto à fazer isso. Enquanto o café ficava pronto fui até o quarto de Luke e o peguei e ele logo comecou a chorar de fome. Fui pra sala e me sentei na potrona e dei de mamar para ele. Logo desceu e Ann veio atrás dele, sonolenta.
- Já acordada, princesa? - falei quando a vi descer.
- Pensei que a mamãe já tinha saído, queria te dar tchau. - ela falou e se sentou no espaço que tinha da poltrona e começou acariciar a mãozinha do irmão.
- Mamãe ia no quarto falar tchau pra vocês. - falei fazendo carinho em seus cabelos. Ela se aconchegou e ficou comigo até Kylie chegar e chamar a irmã para ir comer comer com ela. As duas podem ser diferentes, mas não se largam nem por um minuto. Isso me deixa aliviada, melhor do que ter duas filhas que brigam todo o tempo.
Arrumei as últimas coisas, dei tchau para as meninas e para e fui para o Hotel. Chegando lá coloquei Luke, que já dormia, na cama e fui tomar um banho antes que todos chegassem.
Logo comecei a me arrumar e a ansiedade apareceu. Minhas mãos comecaram a tremer e suar. Sentia que um furacão assombrava meu estomago. A ficha estava caindo. Eu ia me casar. Todas aquelas fotos para o álbum, maquiadores, minhas damas de honra, minha mãe, minha sogra e meu filho me fizeram sentir em casa, me deram mais certeza de que tudo o que eu estava fazendo estava certo. Depois de muitos anos. Meu coração batia forte, tinha que me acalmar. Em uma hora entraria na igreja a caminho do homem no qual o destino designou para ser o homem de minha vida. O pai dos meus filhos. Antes de colocar o vestido amamentei Luke novamente e tirei algumas mamadeiras para deixar de reserva.

Meia hora. Minha mãe pediu para que eu colocasse o vestido e os últimos retoques foram dados. Agora sim. Eu ia me casar. Assim que me olhei no espelho, depois dos ajustes, me segurei para que as lágrimas não caissem. As meninas já estavam prontas, com vestidos branco e rosa. Ann entraria jogando pétalas de rosas pelo caminho no qual eu passaria. Luke entraria no meu colo, e meu pai me levaria ate o altar. E kylie levaria as alianças. Troquei luke, peguei as meninas e todos juntos fomos para o carro que me esperava em frente ao hotel. Tinham muitos fotógrafos, imagino que do mundo inteiro, pois logo fiquei sabendo que todos ja tinham fotos do casamento, antes de soltarmos.
O caminho ate a igreja foi o mais árduo no qual ja fiz até hoje em toda a minha vida. Estavam todos em silêncio no carro, que era quebrado pelos barulhos que Luke fazia com a boca. Logo senti o carro parando e senti o frio na barriga aumentar. Minha mãe pegou as meninas e as posicionou conforme o combinado. As portas da imponente igreja se abriram e Ann entrou jogando as pétalas. Logo elas se fecharam para que eu pudesse me posicionar e darem os últimos retoques na maquiagem e cabelo. Logo a cerimonialista liberou minha entrada e Thousand years comecou a tocar, fazendo com qur eu liberasse as prematuras lágrimas. Quando vi toda aquela decoração, não pensei que ficaria tão lindo.

Um corredor imenso cercado por flores brancas e coloridas, formando um arco de flores que terminava no altar. Estavam todos lá, todos os meus amigos que deixei no Brasil, toda a minha família, a família de . Todos. Segurava firme no braco do meu pai e Luke estava quieto, provavelmente não entendo o que estava acontecendo. E mais lágrimas insitiam em cair. Quando cheguei no altar beijou Luke e eu o entreguei para minha mãe que estava próxima. meu pai se cumprimentaram e ele pediu para que cuidasse de mim. Ou ele acabaria com . Ele riu e prometou. Beijou minha testa, pegou em minha mão e me ajudou a subir as pequenas escadas que tinham até chegar no altar. Lá estávamos nós. Na igreja, finalmente.
Depois de um breve discurso, trocaríamos as alianças. Eu tentei me segurar durante todo esse tempo, mas quando começou a repetir o que o padre falava eu não me contive e as lágrimas cairam. Não sei como consegui terminar o juramento, pois chorava muito.
Logo a cerimônia acabou e saímos juntos. Eu, com Luke no colo, Ann ao meu lado e Kylie ao lado de . Vi um brilho e uma foto foi tirar. Uma foto eternizando aquele momento. Nós cinco, todos juntos como uma família.
Entramos no carro que nos esperava e que nos levaría até o salão onde seria a festa. Logo entramos e vimos o elegante e enorme salão cheio de flores e luzes lilás. Uma grande pista de dança estava iluminada com nosso nome do piso e tocava uma música agradável. A maioria dos convidados já estavam lá, as meninas foram brincar com os primos e entreguei Luke, que já dormia para a babá.
Tiramos fotos com todos os convidados e o jantar foi servido. Sem muita demora a pista de dança foi liberada e logo Ed entrou e começou os primeiros acordes de The A Team. me puxou para mais perto e começamos a danças devagar, como se fossemos apenas nós dois, ele encostou seu rosto no meu e fechei os olhos, tentando guardar todos os momentos na minha mente. Senti os lábios de nos meus e me senti feliz, completa como nunca havia me sentido em toda a vida.
Seria esse um felizes para sempre?

Fim

Nota final: Olá, Xuxus, última att. :( Queria agradecer vocês por tudo! Obrigada por me aguentarem, por me não me largarem quando eu demorava para enviar as atts e por terem paciência também. Muito obrigada por cada comentário, por cada sugestão dada. Muito obrigada mesmo, por tudo! Aproveitem a att e não esqueçam de deixar um último comentário.
PS: Prometo não demorar para voltar com algo novo. hehe
Beijos Xx

Nota da beta: Encontrou algum erro nessa fic? Mande-me um e-mail ou um tweet avisando. Não use a caixinha de comentários para isso, por favor. xx

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