A festa tava ótima, eu não conhecia todos que estavam lá, a música era boa e eu estava com calor. Peguei um copo de batida de morango e fui pra fora daquela casa. Juro que eu quase espalhei migalhinhas de pão no caminho pra saber como voltar, de tão grande que ela era. E não, eu nem sabia de quem era a casa, ou ao menos quem fosse o dono.
Eu estava bem, até. Pelo menos pra alguém que acabou de ver o namorado te traindo com uma qualquer. Tá bom, na verdade a gente tinha terminado hoje logo no início da tarde. Então não era traição. Mas ainda era muito cedo pra ele ficar com outra, afinal a gente namorou por um ano e dois meses, e isso sim é muito tempo.
É. Eu estava bem. E eu me orgulhava disso.
- , você está bem?
- Acho que sim , hoje sim pelo menos, não sei se vou continuar assim amanhã. Melhor aproveitar, não acha?-disse abrindo um pequeno sorriso.
- Claro, posso te fazer companhia? – ele se sentou do meu lado sem nem ao mesmo esperar pela resposta.
- Pode sim, se é que adiantaria não concordar né – continuei sorrindo pra ele, o que não era lá tão difícil sabe...
, meu melhor amigo, guitarrista do McFLY e pro meu azar - ou não - extremamente lindo. Eu era apaixonada por ele antes de conhecer e namorar o Vini. Tá, quem eu 'tô querendo enganar?! Eu ainda posso ser apaixonada por ele. Sim, eu estou bem confusa no momento. Acho que foi por isso que o Vini terminou comigo. Mas o é galinha, não se iludam. E não, eu não fiquei com ele... ainda. Nós estávamos sentados num balanço de dois, e havia luzinhas de natal por todo o jardim, e não me pergunte porque há pisca-pisca natalino em plena véspera do dia dos namorados. Seria clichê se eu dissesse que hoje ele me parecia mais encantador ainda? Talvez sim.
- Tá linda hoje pequena
- Brigada xuxu, você também está bem apertável hoje.
- Só hoje? - perguntou ele dando aqueles sorrisos de canto de boca. Só Deus sabe o quanto eu odeio simplismente amar aquele sorriso.
- e suas aulas de egocentrismo – eu tive que rir da pergunta dele. Óbvio que ele nunca soube que apertável nem chega perto do que eu acho dele.
- Ele não te merece, – disse sério me encarando com aqueles olhões .
- É, pode ser mas...
- Mas...?
- É tão estranho , porque eu me sentia bem com ele, a gente se dava bem e eu gostava de ficar junto...
- Você o ama? - ele me interrompeu
- Não.
- Não? – ele me olhou bem intrigado nessa parte
- Não? – ah, ele me deixa insegura.
- Tá me confundindo, ! – ele me encarou confuso.
- Ok, desculpa, você que me deixa confusa.
- E então? – é, ele não desiste.
- Não, eu não o amo, gosto bastante... Mas não é aquela coisa de sentir calafrios quando vê, ficar sorrindo o tempo todo feito uma idiota, perder o controle dos pensamentos e toda essa coisa melosa de conto de fadas infantil que todos nós fazem acreditar que existem. Nunca foi assim.
E ele continuou me olhando, e aquele silêncio dele estava começando a me deixar constrangida. E olha que eu nunca fico constrangida na presença dele. A não ser quando ele me viu saindo do banho uma vez, mas isso não vem ao caso agora.
- Menos mal então. –por um momento ele me pareceu aliviado.
- Porquê? – já senti a minha mão apertar o copo com mais força.
- Porque você sofre menos daí.
BÉÉ, RESPOSTA ERRADA FOFO. Mas o que eu esperava afinal? Uma declaração?
- É isso é verdade, mas eu não queria ter que passar o dia dos namorados sozinha amanhã. É deprimente.
- Ah que é isso, e o que a gente fez em todos os dia dos namorados que existiram até agora, hein? Vamos fazer esse dia que nem foram todos os dos outros anos. Simples assim.
- E eu vou poder te comprar um presentão também? – pedi que nem uma criança pede doce.
- Presente? Oba! Adoro presente!- o sorriso lá de novo - O teu tá pronto, já.
- Uhuuul! O que que é? – perguntei me virando totalmente pra ele.
- Não vou contar né pequena, perde a graça.
- Ah vai, ! Pode sim que eu sei, você sabe que eu sou curiosa – comecei sacudindo o ombro dele. Eu sei que ele odeia isso. E eu fazia isso de propósito.
- Para , não vou contar, vai ter que esperar até amanhã e do mesmo jeito, nem sei se você vai gostar...
- Nem vem , você tem um dom especial pra me dar presentes. Lembra do Fred?
- O passarinho?
- Sim - meus olhos brilhavam pela lembrança do dia em que eu vi ele na gaiola no meu quarto.
- Hahaha, mas ele morreu né?
- Credo , nem fala uma coisa dessas, ele tá muito vivo no momento e ele vai assim ficar por um longo tempo.
- Tudo bem pequena, eu não sabia que ele estava vivo ainda - ele sorriu se desculpando
- É, pelo jeito faz tempo mesmo que você não vai lá em casa...
- É, muito tempo... Desde que você começou a namorar o Vini...
- E a gente sempre dizia que não ia se separar por nada né... - ele me acompanhou no sorriso triste
- Ei! Nem vem que eu não tive culpa de você ter arrumado um namorado ciumento!- ele começou rindo
- Ah nem vem , suas ex’s também sempre me odiavam!
- Hahaha, é verdade e você odiava elas também... Sem contar que sempre dava um jeito para eu terminar com elas, sua safada!
- Hahaha, eu sou má – fiz minha cara de oi-i’m-from-hell-and-i’ll-kill-you e comecei a embalar o balanço - eu dizia que você ficava com três ao mesmo tempo e elas se revoltavam, mas eu acho que elas gostavam de ser cornas porque ficavam contigo mesmo assim.
- Fazer o quê se eu sou irresistível – inflou o peito e piscou o olho pra mim.
- Você não muda mesmo, né mala?
- Que bom, não gosto de mudanças... - ele disse abrindo mais um sorriso. - Mas de vez em quando é bom...
- Pode ser...
E nós ficamos lá, conversando por mais um tempo... Comecei a ficar com frio e apesar de estar gostando da companhia do , eu quis ir embora.
- Então... Já chega pra mim hoje... Essa festa já deu o que tinha que dar - dei um beijo rápido na bochecha dele e levantei do balanço.
- Já?! Mas tá cedo ainda pra ir embora pequena.
- Eu sei mas pra mim, a festa acabou...
- Ok, te acompanho até em casa então. Posso, humilde dama?
- Claro que sim, humilde cavalheiro - respondi rindo e saí de lá.
Eu podia falar que o céu estava coberto de inúmeras estrelas e que nós dois andamos olhando para elas até chegar em casa, mas as nuvens de Londres impediam isso de acontecer. A única coisa que se via no céu era uma lua minguante que despontava de vez em quando dentre as nuvens. Tinha neblina diante de nós e estava realmente frio.
O me abraçou pela cintura e nós caminhamos assim, até que ele notou que eu estava tremendo.
- Sua boca tá roxa, - disse ele rindo. Eu já disse que ele é um insensível?
- Em vez de ficar preocupado comigo fica me tirando, sua mala!
- Mas é que a sua boca tá realmente roxa e engraçada – e o sorriso estava lá de novo.
- Na verdade nem é do frio... É o meu novo gloss, o que acha? – brinquei fazendo biquinho, rindo também.
- Na verdade eu prefiro aquele rosa que você usa, ou usava... Mas esse também fica bonito.
- Não era rosa, era incolor , e sim eu ainda uso ele - falei mostrando a língua.
- Huuh, então o rosado é natural, - ele disse meio impressionado - legal dude.
- Hahaha, você é louco .
- Eu gosto da sua boca, roxa, rosa ou preta - ele me olhou sorrindo - é bonita. - Oh, erm... Obrigada?
Eu simplesmente devo ter ficado verde, azul e depois amarela, porque esse elogio foi totalmente inesperado. E pra falar a verdade era por isso que eu gostava tanto dele. Ele é tão imprevisível e ao mesmo tempo tão transparente.
- Que isso cara de repolho, vai ficar envergonhada agora? – é, eu sabia que a parte sensível iria embora logo.
- Fica quieto que eu só fiquei surpresa com o comentário tá? Fica no teu canto aí Mr. , você não consegue me deixar constrangida.
- Mas eu consigo te deixar surpresa – disse ele com um sorriso, todo orgulhoso.
- Ok, já vi que eu não vou ganhar essa- disse rindo, vencida.
- Acho bom mesmo , porque nós acabamos de chegar. Tá entregue! – paramos no jardim da minha casa.
- Obrigada nobre cavalheiro, você me salvou de possíveis seqüestros, como posso retribuir seu favor? – o sorriso que ele tinha no rosto depois dessa frase foi impagável.
- Na verdade a gente podia...
-NEM VEM , seu maníaco sexual! - disse rindo
- Ok ok, então que tal filme, cobertas e chocolate?
- Como nos velhos tempos? – pedi
- Como nos velhos tempos. – sorri e abri a porta.
(...)
- Wow, o Fred tá bonitão ainda. Puxou pro papai aqui.
Levantei uma sobrancelha e fiquei olhando pra ele.
- Tudo bem, retiro o que eu disse. Eu nem queria ser pai de um piriquito verde do mesmo. - ele disse rindo
- Maluco, hein.
O filme estava bom, tirando os comentários do nas partes quentes (N/a: qualquer coincidência é proposital, HSAIUHSASAHU).
- , você é realmente muito tarado. Você faz isso com todas?
- Não todas. – ele disse rindo do comentário
- Ah tá, acredito. Com quem você não faz então? – minha expressão mais duvidosa neste momento.
- Com você – ele disse calmamente
Como é que ele consegue? Digo, olha os comentários dele e ele fica calmo desse jeito. Como eu queria conseguir isso. Mas já que não consigo eu simplesmente fiquei quieta.
- Viu?
- Viu o que?
- Eu consegui – ele disse rindo pegando um punhado de pipoca naquelas mãos enormemente lindas.
- O que você conseguiu afinal?
- Te deixei constrangida - olha o sorriso eu-me-acho de novo - e nem vem dizer que não porque eu vi suas bochechas e acho que você não quer que eu fale de que cor que elas estavam, certo? – ele piscou pra mim
Eu ri, ou melhor, gargalhei. Ele era impossível.
- Tudo bem, eu admito. Mas foi só um pouco e pode parar de se achar o garanhão – mostrei a língua.
- Foi muito e eu nem me acho o garanhão - ele se fingiu de ofendido - Claro que se acha - falei entretida com o filme
- E eu posso?
- Óbvio que sim - pensei revirando os olhos.
- Como é que é? –e le sorria divertido e eu só queria saber do que ele tava rindo.
- O quê? – eu tava confusa. Eu não falei nada alto. Ou falei?
- Você disse que eu podia me achar - é ele realmente estava rindo de mim.
- Ah merda, não me diz que eu falei isso alto – disse pegando uma almofada e tapando meu rosto.
- Digo sim - ele ria alto.
- Ah merda, eu e minha mania de pensar alto demais – falei com a voz abafada pela almofada.
- O que você disse ? –ele abaixou a almofada e quando eu abri os olhos ele estava a sete dedos de distância do meu rosto e eu não conseguia tirar os olhos daquele sorriso dele.
- ? – ele me olhava achando graça da situação. Realmente , muito engraçada essa cena mesmo, tão engraçada que eu tô com essa cara de paisagem - olhando para uma paisagem - e sem conseguir pensar direito e nem tô rindo.
- Eu... Eu disse que... Que eu tenho mania de pensar alto – falei praticamente sussurrando as palavras. Ele estava perto demais, perigosamente perto.
- Erm, ? – agora era ele que tava me assustando com essa cara de paisagem - Vamos termina de ver o filme?
Ele balançou a cabeça. Mas que merda é essa!? O que ele pretendia afinal? E porque ele tava chegando mais perto de mim? E o pior: porque a minha barriga ficava gelada e quente?
E ele se aproximou mais. O sorriso? Não tava mais lá. Ele me encarava com aquelas olhões mais uma vez, me desarmando. Senti a mão dele me fazendo cócegas na nuca. Como ela foi parar lá? Eu tava ficando tonta, os olhos dele continuavam doces e eu já podia sentir sua respiração rápida. A boca dele era tão linda. Como eu pude ignorar isso? E ah meu deus, ela estava perto demais, eu não conseguia distinguir mais os traços dele.
Vi ele fechando os olhos e sem perceber acabei fazendo o mesmo. A sensação era perfeita. Os lábios dele encaixados nos meus, o carinho e a tontura, tudo estava me deixando louca. E quando eu achei que não podia melhorar ele me beijou. E céus! Como ele beijava bem! Como eu consegui ficar tanto tempo sem isso? A sensação? Não vou nem descrever, pois você vai achar que é coisa de novela e que não existe na verdade. Eu nem ao menos conseguiria dizer o meu nome quando finalmente nossas bocas se separaram para retomar o fôlego. Ele sorria. Eu sorria. Não sei como podia ficar melhor. E o que eu tava fazendo no colo dele mesmo? Melhor não responder, já que eu nem sei como eu fui parar lá.
- Sabe pequena - ele disse docemente já com os lábios inchados - eu tô começando a gostar de mudanças - e abriu o sorriso, o mais fofo. Eu apenas sorri de volta e o beijei.




(2/02/09) HEY EVERYONE! Primeira fic que eu terminei de digitar. *-* isso é tão...awn ._. espero que tenham gostado afinal..um obrigado especial pela minha bff (natállia) porque se não fosse as ameaças dela essa fic não estaria aqui, é. E obrigada a quem leu também. Então, vou terminar as minhas outras e ser feliz. :D take care sweethearts *-*

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