Marvin Perdido
Escrito por Loira Poynter.


Revisada por: That Pereira


Era uma noite fria e já era tarde da noite na Inglaterra. Mais precisamente, Londres.
Quatro amigas inseparáveis estavam fazendo uma 'festinha do pijama'. Elas moravam juntas há dois anos e se davam muito bem.
- Amiga! Traz a Vodka que eu quero beber! - gritava para , que estava na cozinha.
- Traz nada não, ! A tem que parar de ser pé-de-cana profissional. - berrou.
- Pelo menos essa é a única coisa que faz direito. Se fosse profissão, estaria trilionária. - riu junto com as amigas que estavam na sala, sentadas no chão. trazia pipoca e Coca-Cola.
- Rá rá! - deu língua pra todas elas.
- O que vamos fazer agora? - perguntou colocando a pipoca na boca.
- Hum... Boa pergunta! - respondeu, fazendo o mesmo que sua amiga.
- Se tivessem trago a bebida, isso estaria mais animado. - retrucou. - Aqui só tem Coca-Cola! - Ela fez uma careta enquanto bebia o conteúdo do copo.
- , faz um favor? Cala a boca e fica quieta?! - deu um pedala na amiga.
- Como alguém cala a boca e fica quieta? - ria demais e quase não conseguia falar direito.
- Ah... - fez cara de pensativa. - É... É pra dar ênfase! - Ela deu ênfase na ênfase e abriu um sorrisão!
- Entendemos a "ênfase", ! - ria junto com todo mundo.
- Eu gostava mais quando a gente tava zuando a . - fez beicinho. - Era divertido! - Ela cruzou os braços e continuou fazendo beiço.
- Ouunt, amiga! A gente pára! - apertou ela forte.
- Aah! Tá esmagando! - Ela tentava respirar.
- Montinho! - pulou em cima delas, sendo seguida por .


Enquanto isso, em um reino distante...
Não vamos mentir, certo?! Não era em um reino distante. Aliás, ali poderia ser a terra da Rainha e seu império Real, mas naquele apartamento não tinham príncipes... De forma alguma!
- Dude... Olha só! - Harry dizia levantando a almofada que, antes, ele estava sentado em cima. - Tem pedaço de pizza aqui! - Ele pegou a fatia com a maior cara de nojo possível. - Eco! - E antes que ele pudesse arremessar para longe aquele treco podre, aparece Dougie e tira o pedaço de sua mão.
- Quê isso, cara? Desperdiçando comida desse jeito? - Ele cheirou a pizza - Hum.. Calabresa! E nem parece ter mais que dois dias. - O rapaz abocanhou a fatia que estava em sua mão.
- Urgh! Que você era porco eu sabia! Mas fala sério! Isso já é nojento demais! Até pra você! - Harry se levantava do sofá, indo em direção à cozinha.
- Volta aqui amor, eu estava brincando. - Poynter fez sua melhor voz de gay, enquanto corria atrás do Judd.
- Sai fora, cara! Não encosta em mim, seu podre! - Harry corria o máximo que podia, até que, finalmente, ele chegou à cozinha e Dougie foi logo atrás.
Tom e Danny estavam no quarto e assim que ouviram a 'briga' desceram correndo.
- Dude, se esses gays quebrarem alguma coisa da minha casa... - Tom dizia, e descia a escada.
- Cara, não sei porque você tá todo preocupado... - Danny colocou a mão no ombro de Tom, fazendo-o parar. - Se tivesse alguma coisa pra ser quebrada aqui... Se não tivesse tão bagunçado... Se desse pra ver pelo menos o chão da sala, até que você teria razão pra ter esse ataque todo. Mas agora você não tem. - Danny deu um tapinha nas costas do amigo, que ficou na escada olhando Jones descer e andar até a cozinha, de onde vinham os berros.
- Sai, Dougie! - Harry corria em volta da mesa da cozinha.
- Volta aqui, amor! - Dougie ria e corria atrás de Harry.
- Dudes.. - Danny parou Harry e segurou no braço de Dougie, fazendo-o parar também. - O que vocês estão discutindo? - Parecia que ele era o único que consertava as coisas entre os caras por ali.
- Esse nojento comeu uma pizza de não sei quantos anos atrás e agora tá correndo atrás de mim que nem um gay e ainda tá com a pizza na boca. - Harry olhou com nojo pro lado.
- Ele quem me deu a pizza e agora tá com nojo. - Dougie se defendeu, engolindo o que restava na boca.
- Eu que dei a pizza? O seu tamanho tá afetando o funcionamento do seu cérebro, Poynter? - Judd deu uma batidinha na cabeça do menino.
- Rá rá! Olha quem fala... É o Sr. Gigante! - Dougie fez cara de bravo.
- Perto de você até uma criança de cinco anos é considerada gigante! Seu pintor de rodapé! Se o McFly acabar, você já tem uma profissão! - Harry riu, mas logo percebeu o olhar de fúria do Furacão Poynter e saiu correndo... de novo!
- Ai, ai... Crianças, não quebrem a cozinha do Tio Fletcher, senão ele briga! - Jones saiu do local e se deparou com o dito cujo ainda na escada. Mas ele estava sentado no último degrau e com a cabeça entre as pernas. Ele parecia soluçar.
Danny chegou perto dele e pôde perceber que o rapaz chorava. Como ele odiava ver qualquer pessoa, ainda mais um dos seus melhores amigos, naquele estado. Que raiva que ele sentia. Mas não demonstrava. Daniel passou o braço de Tom pelo seu pescoço e o ergueu.
O conduziu até a sala, jogou o que tinha no sofá no chão, e deitou seu amigo lá.
- Calma, cara... Você vai ficar melhor! - Danny tentava animar Tom.
- Como ela pôde, dude? - Tom já estava vermelho e sua respiração estava descompassada. - Ela... Ela disse que... Me amava! Ela sempre dizia isso... - Então ele não aguentou mais e não se importava de chorar. Afinal, foi o que fizera nas últimas semanas.
- Ela não te merece Tom e nem você merece uma pessoa como ela. Ela é mentirosa, além de atrevida e safada! - Danny não aguentou e soltou, sem querer, essas palavras. Tom o olhou feio. Ainda amava Giovanna.
Apesar do que ela havia feito, os últimos anos dele foram bons e foram ao lado dela. As coisas que compartilharam, as brincadeiras, as piadinhas internas... Agora tudo era passado. Por quê? Por causa dela! A única culpada daquela situação toda era ela e que pelo visto, não estava sofrendo como o Tom. Afinal, ela que trocou ele por outro. Por que ela ficaria triste sendo que não era a 'chifruda' da relação? Sim... Ela teve a coragem de trair o McGuy. Mas, tem louco para tudo nesse mundo, certo?
- Ei! Os guys finalmente saíram da cozinha! Não quebraram nada lá não, né? - Danny ria da cara dos amigos.
- Claro que não... Nós sabemos nos comportar, tá? - Harry fez carinha de criança.
- Montinho! - Dougie pulou em cima de Danny, que caiu em cima de Tom. Harry se juntou aos amigos, ficando por cima.
- Ah! Socorro! - Tom gritava e estava mais vermelho que antes. Mas pelo menos seus amigos o fizeram esquecer a Gio por um tempo.


Voltando ao apartamento mais badalado de toda Londres... mentira, elas não tinham vida social.
- Então... O que nós fazemos agora? - deu um gole na sua Coca-Cola.
- É... A pipoca já acabou! - fez carinha triste e colocou a última pipoca sobrevivente (não por muito tempo) em sua boca.
- Oh! Como você percebeu que a pipoca acabou? Será que é porque você comeu tudo e não dividiu? - gritou com a amiga.
- Ain, credo... Se eu soubesse, tinha deixado pra você! - fez cara de ofendida. Só cara mesmo! Ofendida? Nem um pouco!
- Como você ia deixar pra mim se você comeu minha pipoca?! A minha pipoca da minha vasilha?! - se alterava mais a cada palavra.
- Calma, xuxú! Você devia saber como a é com comida. - tentava controlar .
- Se ela tivesse bebido, nada disso estaria acontecendo. - fez cara de esperta.
- Claro que não estaria acontecendo. Nós estaríamos super bêbadas e não conseguiríamos nem abrir a boca pra falar... Quanto mais discutir! - retrucou.
- Então por isso mesmo que eu apoio a bebida nesse apartamento. Com pessoas bêbadas, não se discute. E isso geraria menos confusão entre nós. - O sorriso vitorioso apareceu no rosto de quando viu que suas amigas não tinham como argumentar de volta.
- Ah! Mas eu não vou mesmo comprar essas coisas aí! - se levantou do chão e sentou no sofá.
- Eu não dei a idéia pra começarmos a beber! - fez o mesmo que .
- Eu não sou a bêbada-mor dessa casa! - imitou as anteriores.
- Tá certo... Tá certo! O que eu não faço por vocês? - se levantou do chão e foi para o quarto trocar de roupa.
- Povo... Tá tarde já! Vocês não acham que é perigoso... - foi interrompida por .
- Que ela saia a essa hora? Imagina! sabe se cuidar! - Ela deu seu melhor sorriso.
- Disso eu sei... Mas eu ia perguntar se não é perigoso beber a essa hora... - olhou para as amigas.
- Ah! Desencana! - deu um pedala nela e todas (menos , porque ela estava se arrumando pra sair, lembra?) começaram a rir.


De volta aos porquinhos mais lindos...
- O que vamos fazer agora? - Dougie perguntou enquanto cutucava a cutícula do dedão do pé e quando arrancava uma pelezinha, colocava na boca.
- Que tal você parar de ser nojento? - Harry deu um pedala nele.
- Qual seu problema hein, cara? - Dougie se levantou e estufou o peito.
- MEU PROBLEMA? O problema é contigo, dude! - Harry também se levantou e deu uma dedada com o indicador no peito do Poynter. - Onde já se viu ficar tirando a pele do dedão e colocando na boca? SEU PORCO! - Harry gritou com o amigo, que por consequência, caiu na porrada com o mesmo.
- Ei... Ei! - Tom tentava inutilmente separar os dois. - EI, SEUS ANIMAIS! DÁ PRA PARAR COM A BRIGA SEM MOTIVO? - Tom berrou no meio da sala e todos (inclusive Danny, que não tinha nada a ver com isso) ficaram com medo do que o Fletcher tinha se transformado.
Todos ficaram com medo da atitude dele e tentaram se recompor.
- Caramba! Dá pra ajudar aqui, por favor? Bora que eu não aguento mais ver essa casa desse jeito! - Tom foi para a área de serviço e buscou panos, vassouras, baldes, alvejantes, desinfetantes...
- Inseticida? Pra quê? - Danny era curioso.
- Sei lá, cara... - Tom coçou a cabeça.
- O Fletcher tá certo! Vai que tem baratas, ratos... - Dougie dizia meio assustado quando foi interrompido por Harry.
- IDIOTA! Ratos não se matam com inseticida! - Outro pedala foi depositado na cabeça do nosso pobre nanico fofo!
- Vamos nos dividir! - Fletcher começou. - Eu e Danny ficamos na sala e vocês dois na cozinha. Depois cada um arruma seu quarto e o cômodo que faltar, nós arrumamos juntos, ok? - Tom perguntou e todos assentiram com a cabeça. - E vê se não se matam lá dentro, tá?
- Se depender de mim, o Poynter já é um homem morto.
- E você vai me matar como? Usando o super inseticida? - Dougie fez cara de deboche.
- Oh querido Poynter! Não se preocupe! Uma coisinha do seu tamanho é só pisar. É moleza pra qualquer um aqui. E eu não tenho tempo para desperdiçar com inseticida só pra matar um insetinho insignificante como você! - Harry apertou a bochecha do menino e foi pra cozinha.
- Ai, ai... Esses dois ainda vão se matar. E eu não vou limpar. Já te aviso! - Danny reclamou com Tom.

Voltando ao apê das meninas:
- Aê galera! Tô saindo! - estava sentada no sofá, calçando seu all star.
- Tá, mas não demora! - gritou da cozinha.
- É! E será que dá pra você ir num supermercado 24 horas? - perguntou, mas logo recebeu dois pedalas. Um da e outro da .
- Sua lesa! Ela tem que ir num supermercado 24 horas! Já tá tarde e nenhuma loja fica aberta até essa hora!
só resmungou algo incompreensível e logo voltou a falar.
- Será que dá pra você trazer M&M's, ? Twix também! - perguntou.
- Biscoito! - falou, imitando direitinho o carinha.
- Caramelo! - também fazia igual.
- Chocolate! - adentrou a cozinha gritando 'chocolate' e elas caíram na gargalhada! Adoravam imitar aquela propaganda.
- Tá... Eu trago o twix! - deu um beijo em cada uma, pegou o dinheiro e saiu de casa.

De volta ao chiqueiro:
- AH! - Um grito fino e alto veio da cozinha.
Tom e Danny saíram correndo da sala e foram direto socorrer Dougie. Como eles sabiam que era ele em apuros? Essa é fácil de responder. NINGUÉM grita do jeito que ele gritou. Até uma mulher grita mais grosso que isso. Não... Não estou falando que o Poynter é gay. Estou AFIRMANDO esse fato!
- Que foi? - Tom chegou afobado na cozinha.
- AH! OLHA! OLHA! OLHA! AH! - Dougie gritava em cima da mesa e apontava para o chão em direções diferentes tentando mostrar que uma barata estava ali.
- Onde? Onde? - Danny procurava por ela e ia com a vassoura atrás.
- AH! - Harry subiu na mesa e agarrou o Dougie... Por segurança - leia-se: medo -.
- AH! - Os dois gritaram junto quando a barata passou na frente deles.
- Calma gente, é só uma barata! - Tom ria da situação dos amigos. - Pode deixar que o Marvin caça! - Ele deu um sorriso, mostrando a covinha.
- É? E cadê o Marvin? - Harry ainda estava agarrado em Dougie.
- Eita! Cadê o Marvin? - Tom saiu procurando e revirando tudo que via pela frente. - Meu Deus! Eu perdi meu gato! - Tom saiu da cozinha e foi procurá-lo em outro lugar.
- Ah... Eu não vou descer enquanto essa barata ainda estiver aqui. - Dougie emburrou. - Tenho traumas de infância! - Ele cruzou os braços.
- Bom... Eu acho melhor ajudar o Tom a encontrar o Marvin, não é? - Harry ia descer, mas viu o pacote de salgadinho se mexer e voltou pra cima da mesa. - Ain! Eu acho... Melhor... Hum... - ele pigarreou - É... Vou fazer companhia pro Poynter... Sabe né?! Ele pode ficar sozinho com essa barata e não vai ser bom... E... Você sabe... O Dougie é medroso... Então... - Harry quando ficava nervoso, se enrolava nas palavras e se não o calassem, ia ficar falando, falando, falando...
- Entendi, Harry! - Danny riu dele. - Mas o que que custa admitir o medo? Não dói, sabia? - Danny gargalhou e saiu da cozinha, deixando o Judd com muita raiva.
- Ele me paga! - Harry socou a mesa. - ele estava sentado nela - e abraçou o Dougie quando viu o mesmo pacotinho de salgado se mexer novamente, revelando um rato cinza e gigante saindo de dentro dele.
- AH! - Eles gritaram juntos. Mas antes que o rato os devorassem eis que surge de debaixo da geladeira, ele, ou melhor... ELE! O SUPER MARVIN!
Marvin pula em cima do rato e sai correndo atrás dele porque o mesmo fugiu.
- MARVIN! - Harry e Dougie bradaram de emoção. - NOSSO HERÓI! - Eles se abraçaram e saíram da cozinha atrás do Marvin.
O gatinho era preciso e discreto. Se escondia em cada canto da casa e se preparava para o ataque quando o rato fugia. Até que em uma certa hora...
Marvin sai correndo atrás do roedor e cada vez mais ele ia se aproximando de Dougie, que estava com Harry na sala, observando a cena de ação que rolava ali. Como Poynter estava começando a se desesperar só de pensar que o ratinho poderia passar por ele, em seu último momento de sanidade, ou não, ele só conseguiu pensar em uma coisa e sem querer querendo...
- AH! - Dougie gritou quando o rato veio atrás dele. O rapaz abriu a porta da sala e seguiu correndo e gritando pelo corredor, enquanto o ratinho ainda estava atrás dele. - SAI! SAI! - Ele corria mais ainda.
- DOUGIE! VOLTA AQUI, CARA! - Harry corria atrás do Marvin, que corria atrás do rato, que corria atrás de Dougie.
Poynter conseguiu se desviar do bichinho, que continuou correndo escadaria abaixo com Marvin em seu encalço. Com o barulho todo, os vizinhos abriram suas portas, se deparando com o Dougie agachado, ofegante e com cara de pavor.
- Dude... O que aconteceu? - Danny tinha ouvido os gritos (aliás, quem não tinha?) e foi socorrer o amigo.
- Cara... Rato... Gigante... Eu... Marvin... Porta... Aí... - ele parou, colocou a mão no peito e tentou inspirar mais ar - Ajuda... Escadas... Fuga... - Dougie ia falando coisas desconexas e os outros, incluindo os vizinhos, prestavam atenção à cada "detalhe".
- Dude, foi só eu ou você também não entendeu nada? - Harry perguntou para um rapaz que estava na rodinha, ouvindo a história.
- Ridículo! E eu pensando que era coisa mais importante! - o rapaz falou com desprezo.
- Dude! O rato... GIGANTE! GIGANTE! GIGANTE! - Dougie falava descontroladamente. Ele realmente estava assustado e traumatizado.
- Nem pra matar ratos hoje em dia os homens servem. Onde esse mundo vai parar, meu Deus? - Uma senhorinha perguntava enquanto levantava as mãos em direção aos céus.
- GIGANTE! GIGANTE! GIGANTE! GIGANTE! - Poynter repetia sem parar.
- Guys, acho melhor levar ele lá pra dentro, antes que mais alguma coisa aconteça. Ele tá apavorado e o corredor não é o melhor lugar para cuidar dele. - Danny disse.
- Concordo! Me ajuda a levar ele, Tom. - Harry pediu ao amigo.
- Tá. - Tom ia ajudando Dougie a se levantar. - Peraí! - Ele deixou Harry segurando o menino. - Dude... Você disse Marvin, certo? - Ele assentiu com a cabeça - E... Onde está ele? - Tom perguntou.
- Dude... GIGANTE... GIGANTE... GIGANTE... - Dougie ia dizendo e fazendo cara de psicótico, é claro que ele já estava melhor. Ele tinha medo era de apanhar. Tom o agarrou pelo colarinho da camisa e o suspendeu só um pouco enquanto prensava o menino na parede que estava atrás dele.
- Cara... Eu não vou repetir! CADÊ O MEU GATO? - Tom estava vermelho de raiva.
- Ei, ei, ei! Vamos largar o Dougie, por favor? - Harry e Danny tentavam acalmar Fletcher.
- Olha, pelo que eu vi, o Marvin é um excelente caçador. E isso significa não parar enquanto a presa não estiver morta. Eu sei disso porque esses dias eu estava assistindo Animal Planet e vi isso sobre os felinos. E gatos se encaixam como felinos, certo? E se não me engano, pelo o que o nosso caro amigo falou, o rato desceu pelas escadas, ou seja, Marvin foi atrás dele, e isso tudo que dizer que... - Danny ia falando quando foi interrompido por Tom.
- Que meu gato saiu atrás do maldito rato porque o Poynter foi incompetente pra matar e agora Marvin tá perdido nessa cidade. É tudo culpa sua! Nanico IMBECIL! - Tom lançou um olhar fuzilante para Dougie.
- Foi mal, cara! Você sabe que eu tenho traumas e eu estava extremamente apavorado. - Poynter tinha, finalmente, falado uma frase completa dessa vez.
- E agora? O que nós fazemos? - Harry perguntou.
- Olha, no mesmo programa do Animal Planet eles falaram os animais que tem memória fotográfica e tudo mais. Os gatinhos também estavam incluídos nessa lista. E pelas minhas experiências em Bolton, quando os gatos dos vizinhos se perdiam, eles não procuravam por eles porque sabiam que no dia seguinte os bichinhos estariam em casa de novo. - Danny sorriu feliz.
- Tá! Só que o Marvin não pode se encaixar nesse "perfil"! Ele é novo, não tem senso de direção, não mora em Bolton! Mora em Londres! Cidade grande, sabe? E ele fica perdido até dentro do banheiro! - Tom exclamou ficando mais desesperado.
- Mas Tom, seu banheiro é gigante... Até eu fico perdido lá dentro de vez em quando! - Dougie deu uma risadinha envergonhada.
- NÃO FALA COMIGO! - Tom explodiu de raiva. E seus amigos sabiam que o melhor que tinham a fazer era tirar Poynter de perto dele.
- Dougie, entra agora. - Harry ordenou.
- Mas eu quero ajudar a achar o Marvin, dude! Foi meio que minha culpa também! - Ele estava com a cabeça baixa. Marvin era a única coisa boa que tinha sobrado ao amigo e ele sabia disso.
- MEIO QUE SUA CULPA? FOI TOTALMENTE CULPA SUA, POYNTER! SÓ SUA! SÓ SUA! - Ele apontava o dedo na cara do amigo. - E VOCÊ NÃO QUER AJUDAR A ACHAR O MARVIN! VOCÊ QUER UMA FORMA DE SE REDIMIR COMIGO! E QUER SABER DE UMA COISA? NÃO VAI TER! - Tom gritou a plenos pulmões a última frase e continuou. - Você tirou a melhor coisa que eu tinha dentro daquele apartamento. Eu preferiria ser assaltado, roubado, sequestrado, amordaçado e até torturado! Mas eu não admito perder o Marvin! Eu posso passar por tudo nessa vida porque eu sei que vou me alegrar assim que chegar em casa e ver que ele está dormindo em seu cestinho, quietinho, tranquilo. Ele sempre foi meu companheiro e vocês sabem disso! Ele que me consolava quando vocês estavam curtindo a vida! Era ele! - Tom se sentou no chão.
- Calma, Fletcher! A gente vai achar o Marvin. - Danny deu um sorrisinho e bateu no ombro do seu amigo.


"Pela estrada afora eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vo-vo-zi-nha!"
cantava mentalmente, enquanto saltitava alegre pelas ruas de Londres. Qualquer um que passasse, pensaria que era mais uma maluca que fugiu do hospício. Mas ela realmente não se importava.
Sabia de cor o caminho para o supermercado. Já fora tantas vezes, que não tinha o perigo de se perder. Passava na frente de vários becos, até que algo a fez parar. Na verdade, foi um movimento. Era um lugar pouco iluminado e sujo.
Uma pessoa normal, fingiria que não viu e sairia correndo o mais rápido possível. Mas essa não era . Coragem era seu nome do meio. Mentira, nem era! Mas ela não pensava em nada de ruim que pudesse acontecer. O que deve ser, será. Esse era seu lema. E se tivesse que morrer agora, morreria. Nada a preocupava de verdade. Levava a vida numa boa.
Foi se aproximando do vulto devagarzinho e quando chegou bem pertinho, percebeu que se tratava de um gatinho. Um solitário, assustado, pequeno, fofo e sujo gatinho.
- Ount! Que fofinho você é! Qual seu nome pequeno? - perguntava enquanto colocava Marvin em seu colo. - Meu nome é , viu? Prazer em conhecer você! - Ela apertou e balançou a patinha do gato, como se fosse gente. - Você é tão bonitinho! Vou te levar pra casa! As meninas vão te tratar muito bem! A gente vai dar banho, comida, água... Você deve estar com sede, não é, fofinho? - A menina falava enquanto saía do beco com o bichano no colo. - Você tem dono? Olha, eu sei que pode ser vergonhoso, mas se você fala, esse é um bom momento pra me mostrar, sabia? Eu não tenho preconceitos com animais falantes. Eu até acho eles uma graça! E se você for um deles, não tem problema não, viu? A gente lá em casa aceita animaizinhos de qualquer raça, cor, falante ou não e de qualquer orientação sexual. Você tem namorada? Porque eu tenho uma amiga que tem uma gatinha que é uma gatinha mesmo, se é que você me entende! - Ela ria sozinha da sua piadinha infame e ia sendo observada atentamente por Marvin. - Ah! Se você jogar no outro time, também não tem problemas! Eu conheço gatinhos abertos a novas experiências e tenho meus contatos! - sorriu de lado e ia conversando com o bichinho, seguindo rumo à sua casa.


- Dudes, eu vou sair pra procurar pelo Marvin. - Tom tinha entrado no apartamento e saiu com as chaves do carro.
- Quer que a gente vá com você? - Danny perguntou.
- Não precisa. - Fletcher ia descendo as escadas.
- Olha, acho melhor irmos com ele. Do jeito que ele tá, é melhor tomar conta. E vamos ser quatro. Isso aumenta as chances de reencontrar o Marvin. - Harry disse.
- Eu vou pegar as chaves do carro e encontro vocês lá embaixo. Segura o Tom e avisa que nós vamos com ele. - Danny ia entrando no apartamento.
Harry e Dougie desciam as escadas. Estavam com muita pressa e não queriam esperar pelo elevador.
- TOM! - Dougie gritou o mais alto que pôde.
- ESPERA! - Foi a vez de Harry.
- Que foi agora? - Thomas perguntou.
- Vamos com você. Vai ficar mais fácil de procurar. - Harry era quem tinha que falar tudo. Fletcher não queria nem olhar para Dougie.
- Tá, mas vamos logo! Cadê o Danny?
- Cheguei! Bora! - Jones tinha acabado de descer as escadas. Eles seguiram para o estacionamento. Tom e Harry foram em um carro. Danny e Dougie em outro. Dirigiam pelas ruas de Londres, na menor velocidade possível.
Tom estava com a cabeça do lado de fora da janela e gritava pelo Marvin, enquanto Judd olhava de um lado para o outro, procurando o mesmo. No carro de trás não era diferente.
- Ei, dude! Pára o carro! - Dougie cutucou Danny.
- Que foi Poynter?
- Aquele ali não é o Marvin? - Ele apontou para uma menina de cabelos negros, que passava na calçada e ia conversando com o gatinho que estava no seu colo.
- Deve ser não! Ela parece ser bem familiarizada com o gato. - Danny coçou a cabeça.
- Harry! Sou eu! Fala pro Tom parar o carro e aguardar. E manda ele olhar pro lado do passageiro. Vai passar uma menina de cabelos pretos com um gatinho no colo. Fala pra ele ver se é o Marvin. - Dougie falava no celular. - Tá! Tchau! - Ele desligou e Jones o olhou.
- Que foi? - O baixinho perguntou.
- Nada não! Nada não! - Danny ria disfarçadamente.
- Fala sério, dude! Me conta do que você tá rindo! - Dougie pediu.
- É que pela primeira vez, você não ficou olhando pra ver se a garota era hot ou não. Isso foi, além de esquisito, engraçado.
- Rá rá! Eu que sou o garanhão da banda, não é, Mr. Jones acima de 16 anos?! - Poynter disse ironicamente.
- Deixa quieto... Deixa quieto!
O celular de Dougie tocou.
- Que foi, Harry? Sério?! Estamos indo praí! - Ele desligou rapidamente o aparelho e desceu do carro.
- O que houve, nanico? - Danny desceu atrás dele.
- Anda que no caminho eu te conto.

O que aconteceu foi: Realmente, aquele era o Marvin no colo da e Tom foi atrás de seu gatinho precioso.

- Ei! Moça! - Ele cutucou .
- Pois não? - Ela se virou.
- Eu acho que esse gato é meu. - Ele tentou tirar o Marvin de seu colo.
- Então, quando você tiver certeza, me procura. Porque enquanto você achar que ele é seu, eu não te entrego! E eu nem te conheço pra saber se você é realmente confiável ou não! Vai que você quer esse gatinho lindo pra vender ou contrabandear ou pra fazer sabão? As banhas de cachorro são melhores que de gato. Então, vai caçar cachorros! - Ela deu língua para ele e saiu andando.
- Ow! Espera! - Tom segurou o braço dela. - Esse gato é meu! De verdade!
- Como eu posso ter certeza disso?
- Olha, o nome dele é Marvin, ele não tem nem um ano de idade. Ele foi a única coisa que me restou de bom nessa vida! Me devolve, por favor? - Ele fez sua melhor carinha.
- Então quer dizer que você não tem amigos, não tem família, não tem namorada, não tem emprego, não tem dinheiro, não tem nada nem ninguém. Somente esse gato? - Ela o olhou incrédula.
- Não! Também não é assim. Eu só não tenho namorada. Ela terminou comigo e saiu do nosso apartamento. Sabe, eu fiquei devastado e super arrasado. Mas enquanto meus amigos estavam na farra, ou estavam curtindo as meninas, o Marvin era quem me consolava. - Tom assumiu uma feição triste.
- Quer dizer que ele fala? - tinha os olhos brilhando.
- Quê? - Ele não entendeu nada.
- Você disse que ele te consolava, ou seja, ele fala. Não é? - Ela explicou.
- Não, ele não fala!
- Ah! Que droga! - ficou triste.
- TOM! - Danny veio correndo em sua direção. Os outros estavam vindo atrás dele.
- ! - se virou e deu de cara com suas amigas.
- O quê que vocês estão fazendo aqui? - Thomas e perguntaram ao mesmo tempo para seus amigos.
Eles começaram a explicar, mas todos falando juntos não dava muito certo e ninguém entendia nada.
- AH! - gritou. - Vamos parar com a feira, por favor? Que tal se cada um contasse devagar o que aconteceu aqui, hein? - Ela sugeriu. Não preciso nem dizer que Danny ficou encantado com ela. Eles contaram como foi que chegaram lá e se apresentaram.

- Povo, eu tô com fome! - passou a mão na barriga. - Preciso alimentar meus filhotinhos! - Ela fez biquinho.document.write(Lais), não fala assim porque as pessoas vão te achar anormal! Eles mal te conhecem! E você tá passando uma impressão errada! - deu um pedala na amiga. Esse ato fez com que Harry ficasse babando por ela.
- Desde quando eu sou normal, ? - retrucou. - E não me importo! - Ela deu de ombros. - Mas só pra esclarecer, os meus filhotinhos são minhas lombrigas, tá? Eu não tenho filhotinhos de verdade. Seria esquisito demais! - Ela riu.
- Jura que você também tem lombrigas? - Dougie perguntou com os olhinhos brilhando.
- Tenho! Por quê? Você acha estranho?
- Estranho? Isso pra ele é mais do que normal! Acho que encontramos o casal perfeito aqui! - Harry deu um cutucão em Dougie.
- É verdade! Que lindo! Os dois são os naniquinhos da turma! - falou.
- Eles dois tem lombrigas na barriga. - Harry completou.
- Você é mais novo também? - perguntou a Dougie. Ele afirmou com a cabeça.
- Você é alvo de piadinhas? - Danny perguntou à . Ela afirmou com a cabeça.
- QUE LINDO! ALMAS GÊMEAS! - As meninas gritaram.
- Agora falta fazer a pergunta principal. - Tom tinha se pronunciado pela primeira vez, após o encontro. - , você gosta de lagartos?
As amigas riram.
- Se essa daí gosta? Ela ama lagartos! Só não tem um lá em casa porque a gente não deixa! É esquisito demais. Eles são... Frios. - falou e fez uma careta.
- CARACA! ACHAMOS O CASAL PERFEITO! - Harry disse. - E é sério que você não gosta de lagartos? - Ele perguntou à .
- Não... Eles são esquisitos demais pro meu gosto. Por quê?
- Porque eu também acho isso. Legal, nossa opinião combina. - Ele deu uma piscadinha para ela. amou.
- Eu tô com frio gente! - se arrepiou e tentou se cobrir com as mãos.
- Usa o meu casaco. - Danny retirou o moletom e entregou pra menina.
- Não precisa, Danny. Obrigada! - Ela sorriu fraquinho.
- Que isso, ! Não precisa ficar com vergonha nem nada.
- Na verdade, eu tô com medo de estar fedido! - Ela tapou o nariz e fez uma carinha engraçada. Danny ficou sem graça. Nem sabia o que responder. - Tô brincando, Danny! Você é muito cavalheiro. A piadinha foi só pra quebrar o gelo! - vestiu o casaco. - Nossa! Que perfume você usa? - Eles engataram em uma conversa super empolgante: Fragrâncias.
e Harry trocavam olhares suspeitos. e Dougie conversavam sobre lagartos e lombrigas. Tom e só se olhavam. Mais nada.
- Gente! Meu estômago tá reclamando de fome! - Dougie passou a mão pela barriga.
- E eu tô com frio! - tremia o queixo. Apesar do casaco de Danny, ela estava de short curto e isso não é roupa para se usar na noite mais fria da Inglaterra.
- Vamos fazer o seguinte. Nossa casa é pertinho daqui. Nós vamos pra lá, lanchamos, conversamos, acertamos a história toda, desenrolamos o que temos que desenrolar e depois decidimos o que fazer. Que tal? - propôs.
- Gostei da idéia! Bora! - Tom concordou.
Os oito foram andando para os carros estacionados. A divisão foi: Danny e na frente, e Dougie atrás. Tom e na frente, Harry e atrás. Não durou nem cinco minutos a viagem. O apartamento era realmente perto dali.

- Gente, só não repara na bagunça! - foi abrindo a porta.
- Nossa! Quem dera se nosso apartamento fosse bagunçado desse jeito. - Harry gargalhou.
- Então, sintam-se à vontade. - tentou ser o mais anfitriã possível.
- , me mostra a coleção de lagartinhos de massinha que você tem?! - Dougie fez carinha de criança.
- Ah! Vamos subir! Tá lá no meu quarto! - Ela puxou a mão do garoto e foram subindo as escadas.
- USEM CAMISINHA! - Danny e gritaram juntos. Risos ecoaram pelo local.
- Depois ele fala que eu que sou o garanhão. Não perde tempo, esse nanico! - Danny resmungou. só sabia rir.
- Tom. - chamou ele para um lugar mais reservado. Foram para a varanda.
- Que foi, ? - Apesar de todos eles terem se conhecido há pouco tempo, já se sentiam da família, vamos dizer assim. Não se sabe o que acontecia entre eles, mas era como se fosse inevitável ficarem separados. Pareciam imãs que necessitavam ficar juntos. Todos eles se sentiam assim em relação às meninas e vice-versa.
- Olha, desculpa pelo chilique lá em baixo. Mas é que eu não sabia se o Marvin era mesmo seu gatinho. Foi mal! - Ela ficou corada.
- Não fica assim! Tudo bem! - Ele sorriu e pela primeira vez, que tinha reparado, ele mostrou a covinha.
- Covinha! Covinha! Covinha! Covinha! - Ela repetia sem parar. viu a cena e saiu para socorrer a amiga.
- ! Me ajuda! - puxava para fora da varanda. A menina estava em choque.
- ! - gritou. desceu correndo e quando viu o que acontecia, foi pra cozinha e pegou um copo de água fria, jogou na cara de . Ela parou de repetir a mesma palavra. Mas ficou estática.
- Meu Deus! O que aconteceu com ela? - Tom perguntou assustado.

Após as amigas colocarem no quarto, se sentou a começou a contar para os meninos:
- É que o ex-namorado dela tinha covinha. Justamente na bochecha esquerda. Ele foi o primeiro namorado dela, durou anos. Ela tinha se entregue totalmente à ele, tanto emocionalmente como fisicamente. Era como uma devoção. Um vício. Ela amava muito o cara. Fazia tudo o que ele quisesse, sem reclamar, sem perguntar.
continuou. Era como se tivessem ensaiado:
- Era uma escrava pra falar a verdade. Ele usava e abusava dela. Apesar da gente não gostar dele, ela nunca terminava. Até que um belo dia, ela prepara uma noite mais do que especial para o cara, faz o jantar à luz de velas, deixa tudo pronto e sai pra comprar a sobremesa porque ela tinha esquecido. Ela não voltou pra casa. Ficamos preocupada e então fomos atrás dela. - tinha os olhos cheios de lágrimas. Não era fácil lembrar da amiga daquele jeito. Danny sabia exatamente como ela se sentia. A abraçou.
continuou porque sabia que as outras não conseguiriam falar:
- Sabe como encontramos a ? - Eles balançaram a cabeça de forma negativa. - Ela estava deitada no chão, fria, sem respirar direito e ela tinha batido a cabeça. Ela ainda soluçava, mas ela não se mexia. Parecia que não tinha forças pra levantar. - Sua expressão era triste, como se estivesse revendo a cena. - Trouxemos ela pra casa, ajudou a a se recuperar. Fizemos nosso trabalho como amigas, né?! E o pior de tudo, é que não faz nem um mês desse incidente. Nunca soubemos o motivo dela ter ficado daquele jeito. Ninguém nunca teve coragem de tocar no assunto. E agora que ela viu sua covinha, ela voltou a surtar, Tom! Desculpa por isso! - Ela sorriu sinceramente.
- Cara! Eu não acredito que isso tenha acontecido com ela! Coitada! - Dougie se sentou ao lado de e segurou sua mão.
- Meninas, tem como eu ver a , por favor? - Tom pediu educadamente.
- Você tem certeza? - perguntou. Ele só assentiu positivamente.
- O quarto dela é o segundo à direita. Pode ir! - sorriu para ele.
- Obrigado! - Ele beijou o topo da cabeça da menina e subiu as escadas.
- Olha meninas, eu não sei deveríamos falar isso, mas eu acho que seria bom vocês saberem logo de uma vez. - Harry começou. Danny continuou:
- O Tom passou por uma situação parecida com essa e foi na mesma época da .
- Foi por isso que ele quis vê-la? - perguntou à Danny.
- Espero que sim, . Espero que sim! - Ele sorriu para ela.
- Eu acredito que, com a mesma experiência, eles possam se ajudar. - Dougie disse.
- Vamos torcer para que tudo dê certo! - cruzou os dedos, como se fizesse um pedido.


No quarto de :
- ? - Tom abria a porta do quarto devagarinho.
- Não quero ver você, Tom! Então, pode pegar essa sua covinha e ir embora daqui! - A voz de saía abafada porque ela tampava a cara com o travesseiro.
- Nem mesmo pintado de... Chocolate? - Ele retrucou.
- Não! Nem mesmo pintado de... peraí! Você disse chocolate?! - Ela foi destampando o rosto.
- Foi! - Fletcher já estava dentro do quarto. Tinha fechado a porta.
- Mas... Não era pra ser ouro?! - perguntava confusa.
- Bom, ouro é clichê demais. Chocolate é melhor. - O rapaz sorriu de uma forma fofa. Mas... a covinha apareceu!
- AH! - cobriu o rosto de novo. Tom, no desespero, colocou a mão sobre a bochecha esquerda.
- PRONTO! PRONTO! JÁ COBRI! JÁ COBRI!
- Posso olhar agora? Está coberto mesmo?
- Tá! Pode olhar! - Ele foi tirando o travesseiro com a mão livre. - Viu? Sem covinhas! - Ele falava e mantinha a mão esquerda na bochecha esquerda.
- Obrigada! Mas, como você ficou sabendo da covinha? - Ela colocou a mão na cintura. Ambos estavam sentados na cama de casal.
- As meninas me contaram sobre seu trauma.
- Que trairas! - gritou com raiva.
- Que nada! Elas fizeram o trabalho de amigas! - Tom sorriu fofamente. - O que elas sabiam contar, elas contaram. Agora eu vim aqui ver como você está.
- E ouvir o resto que você não sabe, certo? - perguntou como se estivesse escrito no rosto dele.
- Exatamente!
- Tá! Eu conto! Mas com uma condição! - Ela declarou.
- Sabia que estava bom demais pra ser verdade! Estava muito fácil! - Ele sorriu. - Fala, qual é a condição?
- Você vai ter que deixar o Marvin aqui por uma semana! - A menina sorriu feliz.
- É o quê? - Ele se levantou da cama.
- Ah, Tom! Fala sério! Nem é tão ruim assim! - Ela fez biquinho.
- Fala sério você, ! O Marvin é tudo pra mim! - Ele se sentou novamente. - Escolhe outra coisa, menos o Marvin! - Ele fez biquinho.
- Depois eu penso em outra coisa! Deixa eu contar logo.
- Conta! Conta! - Tom batia palmas animadamente.
- Que gay! Tá pior do que as meninas! - Ele deu língua.
- Então, conta pô! - Fletcher engrossou a voz e fez cara de macho man!
- Ai... Tá! - pigarreou e fez uma voz do tipo daquelas mulheres de aeroporto e começou a narrar.
- Era para ser uma noite especial. Eu tinha preparado a comida, tinha decorado a casa, tinha comprado roupas novas, tinha ficado a tarde toda no salão, tinha feito tudo do bom e do melhor. Estava im-pe-cá-vel! Era pra eu estar orgulhosa de mim mesma, se não fosse pela cabeça de vento aqui ter esquecido do mais importante: a sobremesa!
Bom, eu tinha ainda uns 20 minutos e o mercado fica bem pertinho. É rápido o caminho. E eu já tinha idéia do que eu iria fazer: morangos com chocolate. Avisei pras meninas que ia no mercado pra comprar a sobremesa. A se ofereceu pra ir no meu lugar e a quis me dar carona, mas eu não tinha aceitado. Eu já estava me sentindo mal por ter que tirar minhas amigas da própria casa delas. Mas eu não pude reclamar porque eu me sentia mais à vontade e elas também não queriam ficar ouvindo o suposto barulho que eu iria fazer naquela noite. Até parece!
Então eu saí e mais ou menos onde você me achou hoje, eu vi uma coisa que não tinha me agradado em nada. Era um carro que balançava freneticamente. Eu cheguei mais perto, eu e minha curiosidade e vi algo nada agradável.
Acho que você pode colocar seu cérebro para raciocinar e descobrir o que eu vi. Pois bem, era ele mesmo com uma morena sem graça. É claro que eu interrompi! Não sou besta! Brigamos feio e ele disse que sempre fez isso. Nunca me senti tão incapaz. Parecia que tinham tirado a minha vontade de viver. Minha cabeça não funcionava e minha mente não queria compreender as últimas palavras dele, apesar de eu ter ouvido tudo.
- Quais foram as últimas palavras dele? - Tom perguntou quase chorando com a narração de .
- Parecia que ele tinha decorado antes. Ele disse: "Eu não sinto muito por tudo isso. Eu o fiz ciente dos meus atos. Eu sei que eu te magoei. Também, não espero que você me perdoe. E por isso, eu estou indo embora da sua vida. Eu vou sair daqui com a Gio. Espero que você consiga seguir em frente sem mim. Adeus, !" E ele saiu com o carro. Foi isso. - A menina terminou de falar e viu o Tom parado, olhando pro nada. - Que foi Tom? - Ela colocou sua mão por cima da dele.
- Qual era o nome? - Ele fitou-lhe os olhos.
- Will.
- Hã?
- Will, William! Sabe? Meu namorado safado. - Ela falou de um jeito esquisito.
- Não! O nome com quem ele estava fugindo.
- Ah! Acho que era Gio, tipo isso! - Ela fez uma careta.
- Você acha ou você tem certeza? - Ele perguntou desesperado.
- Eu... Eu... Tenho certeza. Por quê? - estava assustada com tudo aquilo.
- Não acredito! - Tom passou a mão pelo rosto. Desabou no chão.
- Meu Deus! Tom! - foi socorrê-lo. - Você está bem? Que que houve? - Ele estava deitado no chão, olhando o teto, estático.
- , eu passei por uma situação parecida com essa sabe? - Ele não olhava para ela. - Minha namorada me largou pra ficar com outro e eu descobri que ela me traía sempre. Foi horrível. Nunca tinha me sentido tão desprezado. Eu era o resíduo morto da ameba do cocô do cavalo do bandido mais idiota da face da terra! Eu não prestava. E isso foi no mesmo tempo que aconteceu com você. Quando você disse aquele nome, caiu minha ficha. Giovanna era minha namorada. Ela me largou para ficar com seu namorado. E ele te largou para ficar com ela. Entendeu? - Agora Tom olhava para . O que ela fez? Chorou. Chorou muito. Aliás, os dois choraram. Sentiam muito pelo o que tinha acontecido com ambos. Eles realmente se entendiam. Foram trocados, desprezados, descartados. Mas dariam a volta por cima.

Lá na sala...
- Gente, será que o casal morreu? - perguntou preocupada.
- O único casal que tem aqui é você e o Poynter. - Danny respondeu e a menina ficou corada.
- Casal nada! - Dougie reclamou.
- Eu sei muito bem o que vocês fizeram lá em cima. - sorriu maliciosamente.
- A gente nem teve tempo pra começar nada. Vocês me chamaram aqui em baixo pra ajudar a e cortaram a minha brincadeira. - agora tinha entrado na onda de zuação. Poynter ficou envergonhado, mas também caiu dentro.
- É mesmo! Seus sem-graça! , quer voltar a me mostrar os lagartinhos de massinha? - Ele sorriu sugestivamente para ela.
- Claro! Vem comigo! - Ela puxou o nanico pelas mãos. Virou para seus amigos e disse. - Nada de interrupções dessa vez! Eu me recuso a descer quando eu me trancar no quarto, ouviram? - E saíram os dois da sala. Chegaram ao quarto e foram brincar de Monopoly do Bob Esponja. Mal sabiam seus amigos...
- Vixi! A casa vai cair desse jeito! - Harry zuou.
- Vai nada! Eu conheço minha amiga e tenho certeza que ela não vai deixar acontecer. - olhou Harry.
- Sua amiga você garante que não vá fazer nada, agora o Poynter... - Danny riu. deu um pedala nele.
- Credo, gente! Ele é amigo de vocês! Isso é jeito de falar? - brigou com os guys.
- Desculpa, mãe! - Eles falaram juntos fazendo biquinho. As meninas riram.
- Mas é sério, será que a e o Tom morreram lá em cima? - ficou preocupada.
- Ou eles morreram ou eles estão aproveitando a noite... - Danny deu uma piscadinha pra Harry e começaram a rir.
- Nossa! Não é possível que tudo nesse mundo pra vocês se resuma à sexo. É taradisse demais pra uma pessoa só! - estava indignada.
- Nem tudo... Minha avó não me lembra sexo! - Danny fez cara de esperto.
- Pois é... Concordo! - Harry apoiou Jones.
- Tá, vamos acreditar, não é ? - tinha cara de descrente.
- Claro, amiga! - deu um sorrisinho. - E o Coelhinho da Páscoa veio ontem pra nos convidar pro casamento dele com a Fada dos Dentes, tá? - As meninas caíram na gargalhada.
- Ei! Não teve graça! - Judd fez cara de criança.
- É! Todo mundo sabe que o Coelhinho da Páscoa é solitário e não pode ficar com a Fada dos Dentes. É como falar que o Roger Rabbit namora a Jessica Rabbit!
- Mas eles namoram, Jones! - Harry deu um pedala nele.
- Ah, é? Não sabia! - Danny coçou o queixo.
- Por que você acha que eles têm o mesmo sobrenome? - perguntou.
- Sei lá! Tem tanta gente com o sobrenome igual! Que nem a Ashley Judd e o Harry Judd! - Danny apontou para o rapaz.
- Faz sentido... - pensou.
- Tá, mas todo mundo sabe que eles estão juntos. Você nunca se cansou de ver o Fletcher assistindo "Uma Cilada para Roger Rabbit" quando ele estava na fossa essa semana?
- Olha, depois da segunda vez que ele colocava aquilo pra assistir no mesmo dia, eu ia viajar pra algum lugar do mundo que não fosse a sala do Tom.
- O quê que tem eu? - O menino ia descendo as escadas de mãos dadas com a .
- Nada... Vocês estão melhores? - perguntou.
- Sim, mas não queremos tocar no assunto, por favor. - se sentou no sofá.
- Certo. Não vamos falar nada. - Danny levantou as mãos como alguém que se rende.
- O que vocês estavam falando de mim, hein? - Fletcher se sentou do lado de e colocou o braço por cima dos ombros dela, entrelaçando suas mãos.
- É que o Danny não sabia que o Roger Rabbit é casado com a Jessica Rabbit! - riu.
- Nossa, Jones! Em que mundo você vive? - perguntou incrédula.
- Eu não sabia, tá? - Ele deu língua.
- Aí falamos que você assistia àquele filme o tempo todo. Daí falamos seu nome e você desceu. - Harry explicou.
-Ah, entendi! - Ele sorriu.
- , amiga, vamos na cozinha, por favor? - sorriu.
- Pra quê?
- A fez um bolo de chocolate com cobertura de chocolate e decorado com morango só pra te animar. Você não quer comer? - riu.
- Oba! Bolo! - saiu correndo para a cozinha.

Chegando lá...
- Epa! Cadê o bolo? - A menina revirava a geladeira.
- Não tem. - falou séria.
- Como assim? - fez beicinho.
- O bolo foi uma tática pra te prender na cozinha e fazer você contar tudo o que aconteceu lá no quarto. - falava tão séria quanto .
- Ah, entendi! Vocês abusaram da minha inocência. - balançava a cabeça negativamente.
- Inocência que você não tem mais, colega! Desembucha o babado agora! - se sentou na pia.
- Tá... Conversamos e eu contei a história toda pra ele. Aí, essa é a parte que vocês não sabem. O Willdiota me traiu. E a garota era uma tal de Giovanna, que é a ex-namorada do Tom. Ele me largou pra ficar com a Gio, ela largou o Tom pra ficar com o ele. Tipo isso.
- Uau! Que novela mexicana! - riu.
- Pois é... Aí choramos e nos conformamos com a situação e prometemos ter um ao outro para sempre se ajudar no que for preciso. Foi basicamente isso. - deu de ombros.
- Ah, então podemos voltar para a sala. - sorriu e desceu da pia.

Lá na sala, Tom contava o mesmo para os meninos.
As girls chegaram e o assunto foi encerrado no mesmo momento.
- Gente, cadê a ? - se sentou do lado de Tom.
- É! E cadê o Poynter? - Tom perguntou.
- Eles estão lá em cima colocando a casa pra cair. - Harry gargalhou.
- Hã? - Nenhum dos dois tinha entendido.
- Nada não! Então... Que tal se sairmos? - deu a idéia.
- Boa! Vamos pra um pub novo que abriu aqui perto? - perguntou. Eles aceitaram.
- A gente chama o casal lá em cima? - Danny riu.
- Acho melhor não. Eles não querem ser atrapalhados da diversão! - Todos riram.
- Então vamos, povo!
As meninas trocaram de roupa rapidamente. Eles saíram no carro dos meninos em direção ao novo pub.

Chegando lá, cada um foi pra uma mesa, em pares. Os minutos se passavam e eles se resolviam amorosamente.
Tom e combinaram que iriam namorar para tentar esquecer os ex's. Nada melhor do que os que sofreram essa situação toda se ajudarem a seguir em frente. voltou a confiar no sexo oposto e agora sem trauma de covinhas. Covas pra ela só serviam se for pra morder ou colocar o dedo. Pobre Tom...
Harry não disperdiçava chances de xavecar . Ela não perdia chance de dar uma tirada nele. No final da noite, não resistiu ao encanto de seus olhos azuis e eles acabaram ficando. Ela pensou que seria mais uma. Ele descobriu naquela noite que ela era quem ele sempre esteve procurando. Harry demoraria um tempo pra convencer disso, mas ele estava disposto a lutar por ela.
Danny demorou pra "se declarar" pra e ela foi quem teve a iniciativa do primeiro beijo. Eles estavam mais bêbados do que não-sei-o-quê e tiveram a brilhante idéia de ir para Las Vegas se casar e criar seus 7 filhos em Bolton. Se não fosse pelos outros, eles provavelmente estariam agora consumando o casório durante a lua-de-mel que seria em algum lugar do mundo.

Altas horas da madrugada...
- Dougie, onde será que o pessoal se meteu? - descia as escadas.
- Sei não... - Ele vinha atrás dela. A menina viu que a porta estava entre aberta.
- OMG! Será que eles foram abduzidos por ET's verdes cabeçudos caolhos e melequentos?! - Ela se desesperou.
- Não, ... Pára com isso! - Poynter riu fraquinho. - ET's não são caolhos e cabeçudos, ainda mais melequentos! E se eles foram abduzidos, o teto teria que estar estragado e não a porta aberta. Dã! - Ele deu um tapa na testa dela.
- É mesmo! Que idéia a minha! - Ela deu um tapa na própria testa e riu fraquinho.

No pub...
- Cambada, vamos? Tá tarde já! - bocejou.
- Vamos mesmo! - Danny a abraçou, tropeçando nos próprios pés.
- O Jones não tá em condições de dirigir. Judd, você vai levar o carro dele. - Tom entregou a chave para o rapaz.
- E vocês não estão em condições de saírem por aí à noite. Todo mundo vai pro nosso apê. Amanhã vocês voltam pra casa de vocês, beleza? - sugeriu.
- OBA! SURUBA! - Danny gritou no meio da rua, fazendo algumas pessoas que estavam perto olharem pra eles.
- Cala a boca, Danny! Não vai ter suruba em lugar nenhum! - sussurou.
- AH, POXA! EU QUERIA SURUBA! - Ele gritou de novo.
- Entra aí, vai! - Harry colocou Jones no banco de trás com . Ele se sentou no lado do motorista e no passageiro. Tom e foram pro cooper do Fletcher.

Lá dentro..
- Ei, Tom! - cutucou-o.
- Quê? - Ele virou para olhá-la.
- Aquele ali não parece o Marvin? - Ela apontou para um gatinho que andava na calçada.
- Acho que não, ... O Marvin tá em casa. - Ele sorriu para ela.
- Alô, ?! O Marvin tá aí?
- Não sei não ... Eu desci agora com o Poynter e a porta estava semi aberta. Deixa eu procurar.
- Vai rápido! - apressou a amiga.
- Ai meu Deus! ! Eu não acho o pulguento em lugar nenhum! - quase gritou.
- Primeiro: Ele não é pulguento! Segundo: Ai, meu Deus! Obrigada, tchau! - desligou o telefone na cara da menina.
- Tom! Os Poynter's encontraram a porta do apartamento aberta e o Marvin não está lá! - estava desesperada.
- Não acredito! Não é possível, meu Deus! - Tom estava incrédulo.
- MARVIN! - Os dois saíram correndo atrás do bichano...

Fim.

N|A: Oi gente! Vim aqui dizer que essa fic foi uma homenagem pra minha Flet-chá favorita: (e também a única que eu tenho porque ela não deixa mais ninguém gostar do Sr. Covudo) Alessandra Maraschino! \o/
Emoção muito forte porque eu comecei a escrever faz muito tempo e eu finalmente consegui terminar! xD
Agradecimentos especiais às minhas professoras do fundamental por terem me ensinado a ler e a escrever.
Aos meus pais por me deixarem usar o computador e a internet.
Aos McGuys, porque sem eles não teria sentido escrever isso.
Ao Marvin, por concordar em ser o principal dessa fic! *-* ahsuahsuahsuahsuahs brincadeira!
À minha playlist que também me ajuda. (McFly, The Maine, Taylor Swift, Blink 182, Lady Gaga, Kings of Leon, Paramore, Boys Like Girls e muitos outros :D)
À minha imaginação fértil, porque sem ela, eu seria uma ameba ambulante.
Às minhas amigas por terem que me aturar todo dia e por terem que ler minhas fics pra ver se tá bom ou não! (: I love you suas lesadas! S2 haushaushaush
E à beta-reader que teve o trabalho de corrigir e postar no site :) (muito obrigada amor!)
Obrigada por terem perdido seu tempo, ou não, lendo essa fic e essa nota. Vou me já, porque se não a notinha fica maior do que o próprio texto! :P
Comentem ou não, fiquem à vontade.
Grazie! (follow me on twitter: @lalah_santos)
Beijos :*
Hasta La Vista Baby! xD

By: Lais Santos, vulgo Loira Poynter. (:
Marvin Perdido
Marvin Perdido
Escrito por Loira Poynter.


Revisada por: That Pereira


Era uma noite fria e já era tarde da noite na Inglaterra. Mais precisamente, Londres.
Quatro amigas inseparáveis estavam fazendo uma 'festinha do pijama'. Elas moravam juntas há dois anos e se davam muito bem.
- Amiga! Traz a Vodka que eu quero beber! - gritava para , que estava na cozinha.
- Traz nada não, ! A tem que parar de ser pé-de-cana profissional. - berrou.
- Pelo menos essa é a única coisa que faz direito. Se fosse profissão, estaria trilionária. - riu junto com as amigas que estavam na sala, sentadas no chão. trazia pipoca e Coca-Cola.
- Rá rá! - deu língua pra todas elas.
- O que vamos fazer agora? - perguntou colocando a pipoca na boca.
- Hum... Boa pergunta! - respondeu, fazendo o mesmo que sua amiga.
- Se tivessem trago a bebida, isso estaria mais animado. - retrucou. - Aqui só tem Coca-Cola! - Ela fez uma careta enquanto bebia o conteúdo do copo.
- , faz um favor? Cala a boca e fica quieta?! - deu um pedala na amiga.
- Como alguém cala a boca e fica quieta? - ria demais e quase não conseguia falar direito.
- Ah... - fez cara de pensativa. - É... É pra dar ênfase! - Ela deu ênfase na ênfase e abriu um sorrisão!
- Entendemos a "ênfase", ! - ria junto com todo mundo.
- Eu gostava mais quando a gente tava zuando a . - fez beicinho. - Era divertido! - Ela cruzou os braços e continuou fazendo beiço.
- Ouunt, amiga! A gente pára! - apertou ela forte.
- Aah! Tá esmagando! - Ela tentava respirar.
- Montinho! - pulou em cima delas, sendo seguida por .


Enquanto isso, em um reino distante...
Não vamos mentir, certo?! Não era em um reino distante. Aliás, ali poderia ser a terra da Rainha e seu império Real, mas naquele apartamento não tinham príncipes... De forma alguma!
- Dude... Olha só! - Harry dizia levantando a almofada que, antes, ele estava sentado em cima. - Tem pedaço de pizza aqui! - Ele pegou a fatia com a maior cara de nojo possível. - Eco! - E antes que ele pudesse arremessar para longe aquele treco podre, aparece Dougie e tira o pedaço de sua mão.
- Quê isso, cara? Desperdiçando comida desse jeito? - Ele cheirou a pizza - Hum.. Calabresa! E nem parece ter mais que dois dias. - O rapaz abocanhou a fatia que estava em sua mão.
- Urgh! Que você era porco eu sabia! Mas fala sério! Isso já é nojento demais! Até pra você! - Harry se levantava do sofá, indo em direção à cozinha.
- Volta aqui amor, eu estava brincando. - Poynter fez sua melhor voz de gay, enquanto corria atrás do Judd.
- Sai fora, cara! Não encosta em mim, seu podre! - Harry corria o máximo que podia, até que, finalmente, ele chegou à cozinha e Dougie foi logo atrás.
Tom e Danny estavam no quarto e assim que ouviram a 'briga' desceram correndo.
- Dude, se esses gays quebrarem alguma coisa da minha casa... - Tom dizia, e descia a escada.
- Cara, não sei porque você tá todo preocupado... - Danny colocou a mão no ombro de Tom, fazendo-o parar. - Se tivesse alguma coisa pra ser quebrada aqui... Se não tivesse tão bagunçado... Se desse pra ver pelo menos o chão da sala, até que você teria razão pra ter esse ataque todo. Mas agora você não tem. - Danny deu um tapinha nas costas do amigo, que ficou na escada olhando Jones descer e andar até a cozinha, de onde vinham os berros.
- Sai, Dougie! - Harry corria em volta da mesa da cozinha.
- Volta aqui, amor! - Dougie ria e corria atrás de Harry.
- Dudes.. - Danny parou Harry e segurou no braço de Dougie, fazendo-o parar também. - O que vocês estão discutindo? - Parecia que ele era o único que consertava as coisas entre os caras por ali.
- Esse nojento comeu uma pizza de não sei quantos anos atrás e agora tá correndo atrás de mim que nem um gay e ainda tá com a pizza na boca. - Harry olhou com nojo pro lado.
- Ele quem me deu a pizza e agora tá com nojo. - Dougie se defendeu, engolindo o que restava na boca.
- Eu que dei a pizza? O seu tamanho tá afetando o funcionamento do seu cérebro, Poynter? - Judd deu uma batidinha na cabeça do menino.
- Rá rá! Olha quem fala... É o Sr. Gigante! - Dougie fez cara de bravo.
- Perto de você até uma criança de cinco anos é considerada gigante! Seu pintor de rodapé! Se o McFly acabar, você já tem uma profissão! - Harry riu, mas logo percebeu o olhar de fúria do Furacão Poynter e saiu correndo... de novo!
- Ai, ai... Crianças, não quebrem a cozinha do Tio Fletcher, senão ele briga! - Jones saiu do local e se deparou com o dito cujo ainda na escada. Mas ele estava sentado no último degrau e com a cabeça entre as pernas. Ele parecia soluçar.
Danny chegou perto dele e pôde perceber que o rapaz chorava. Como ele odiava ver qualquer pessoa, ainda mais um dos seus melhores amigos, naquele estado. Que raiva que ele sentia. Mas não demonstrava. Daniel passou o braço de Tom pelo seu pescoço e o ergueu.
O conduziu até a sala, jogou o que tinha no sofá no chão, e deitou seu amigo lá.
- Calma, cara... Você vai ficar melhor! - Danny tentava animar Tom.
- Como ela pôde, dude? - Tom já estava vermelho e sua respiração estava descompassada. - Ela... Ela disse que... Me amava! Ela sempre dizia isso... - Então ele não aguentou mais e não se importava de chorar. Afinal, foi o que fizera nas últimas semanas.
- Ela não te merece Tom e nem você merece uma pessoa como ela. Ela é mentirosa, além de atrevida e safada! - Danny não aguentou e soltou, sem querer, essas palavras. Tom o olhou feio. Ainda amava Giovanna.
Apesar do que ela havia feito, os últimos anos dele foram bons e foram ao lado dela. As coisas que compartilharam, as brincadeiras, as piadinhas internas... Agora tudo era passado. Por quê? Por causa dela! A única culpada daquela situação toda era ela e que pelo visto, não estava sofrendo como o Tom. Afinal, ela que trocou ele por outro. Por que ela ficaria triste sendo que não era a 'chifruda' da relação? Sim... Ela teve a coragem de trair o McGuy. Mas, tem louco para tudo nesse mundo, certo?
- Ei! Os guys finalmente saíram da cozinha! Não quebraram nada lá não, né? - Danny ria da cara dos amigos.
- Claro que não... Nós sabemos nos comportar, tá? - Harry fez carinha de criança.
- Montinho! - Dougie pulou em cima de Danny, que caiu em cima de Tom. Harry se juntou aos amigos, ficando por cima.
- Ah! Socorro! - Tom gritava e estava mais vermelho que antes. Mas pelo menos seus amigos o fizeram esquecer a Gio por um tempo.


Voltando ao apartamento mais badalado de toda Londres... mentira, elas não tinham vida social.
- Então... O que nós fazemos agora? - deu um gole na sua Coca-Cola.
- É... A pipoca já acabou! - fez carinha triste e colocou a última pipoca sobrevivente (não por muito tempo) em sua boca.
- Oh! Como você percebeu que a pipoca acabou? Será que é porque você comeu tudo e não dividiu? - gritou com a amiga.
- Ain, credo... Se eu soubesse, tinha deixado pra você! - fez cara de ofendida. Só cara mesmo! Ofendida? Nem um pouco!
- Como você ia deixar pra mim se você comeu minha pipoca?! A minha pipoca da minha vasilha?! - se alterava mais a cada palavra.
- Calma, xuxú! Você devia saber como a é com comida. - tentava controlar .
- Se ela tivesse bebido, nada disso estaria acontecendo. - fez cara de esperta.
- Claro que não estaria acontecendo. Nós estaríamos super bêbadas e não conseguiríamos nem abrir a boca pra falar... Quanto mais discutir! - retrucou.
- Então por isso mesmo que eu apoio a bebida nesse apartamento. Com pessoas bêbadas, não se discute. E isso geraria menos confusão entre nós. - O sorriso vitorioso apareceu no rosto de quando viu que suas amigas não tinham como argumentar de volta.
- Ah! Mas eu não vou mesmo comprar essas coisas aí! - se levantou do chão e sentou no sofá.
- Eu não dei a idéia pra começarmos a beber! - fez o mesmo que .
- Eu não sou a bêbada-mor dessa casa! - imitou as anteriores.
- Tá certo... Tá certo! O que eu não faço por vocês? - se levantou do chão e foi para o quarto trocar de roupa.
- Povo... Tá tarde já! Vocês não acham que é perigoso... - foi interrompida por .
- Que ela saia a essa hora? Imagina! sabe se cuidar! - Ela deu seu melhor sorriso.
- Disso eu sei... Mas eu ia perguntar se não é perigoso beber a essa hora... - olhou para as amigas.
- Ah! Desencana! - deu um pedala nela e todas (menos , porque ela estava se arrumando pra sair, lembra?) começaram a rir.


De volta aos porquinhos mais lindos...
- O que vamos fazer agora? - Dougie perguntou enquanto cutucava a cutícula do dedão do pé e quando arrancava uma pelezinha, colocava na boca.
- Que tal você parar de ser nojento? - Harry deu um pedala nele.
- Qual seu problema hein, cara? - Dougie se levantou e estufou o peito.
- MEU PROBLEMA? O problema é contigo, dude! - Harry também se levantou e deu uma dedada com o indicador no peito do Poynter. - Onde já se viu ficar tirando a pele do dedão e colocando na boca? SEU PORCO! - Harry gritou com o amigo, que por consequência, caiu na porrada com o mesmo.
- Ei... Ei! - Tom tentava inutilmente separar os dois. - EI, SEUS ANIMAIS! DÁ PRA PARAR COM A BRIGA SEM MOTIVO? - Tom berrou no meio da sala e todos (inclusive Danny, que não tinha nada a ver com isso) ficaram com medo do que o Fletcher tinha se transformado.
Todos ficaram com medo da atitude dele e tentaram se recompor.
- Caramba! Dá pra ajudar aqui, por favor? Bora que eu não aguento mais ver essa casa desse jeito! - Tom foi para a área de serviço e buscou panos, vassouras, baldes, alvejantes, desinfetantes...
- Inseticida? Pra quê? - Danny era curioso.
- Sei lá, cara... - Tom coçou a cabeça.
- O Fletcher tá certo! Vai que tem baratas, ratos... - Dougie dizia meio assustado quando foi interrompido por Harry.
- IDIOTA! Ratos não se matam com inseticida! - Outro pedala foi depositado na cabeça do nosso pobre nanico fofo!
- Vamos nos dividir! - Fletcher começou. - Eu e Danny ficamos na sala e vocês dois na cozinha. Depois cada um arruma seu quarto e o cômodo que faltar, nós arrumamos juntos, ok? - Tom perguntou e todos assentiram com a cabeça. - E vê se não se matam lá dentro, tá?
- Se depender de mim, o Poynter já é um homem morto.
- E você vai me matar como? Usando o super inseticida? - Dougie fez cara de deboche.
- Oh querido Poynter! Não se preocupe! Uma coisinha do seu tamanho é só pisar. É moleza pra qualquer um aqui. E eu não tenho tempo para desperdiçar com inseticida só pra matar um insetinho insignificante como você! - Harry apertou a bochecha do menino e foi pra cozinha.
- Ai, ai... Esses dois ainda vão se matar. E eu não vou limpar. Já te aviso! - Danny reclamou com Tom.

Voltando ao apê das meninas:
- Aê galera! Tô saindo! - estava sentada no sofá, calçando seu all star.
- Tá, mas não demora! - gritou da cozinha.
- É! E será que dá pra você ir num supermercado 24 horas? - perguntou, mas logo recebeu dois pedalas. Um da e outro da .
- Sua lesa! Ela tem que ir num supermercado 24 horas! Já tá tarde e nenhuma loja fica aberta até essa hora!
só resmungou algo incompreensível e logo voltou a falar.
- Será que dá pra você trazer M&M's, ? Twix também! - perguntou.
- Biscoito! - falou, imitando direitinho o carinha.
- Caramelo! - também fazia igual.
- Chocolate! - adentrou a cozinha gritando 'chocolate' e elas caíram na gargalhada! Adoravam imitar aquela propaganda.
- Tá... Eu trago o twix! - deu um beijo em cada uma, pegou o dinheiro e saiu de casa.

De volta ao chiqueiro:
- AH! - Um grito fino e alto veio da cozinha.
Tom e Danny saíram correndo da sala e foram direto socorrer Dougie. Como eles sabiam que era ele em apuros? Essa é fácil de responder. NINGUÉM grita do jeito que ele gritou. Até uma mulher grita mais grosso que isso. Não... Não estou falando que o Poynter é gay. Estou AFIRMANDO esse fato!
- Que foi? - Tom chegou afobado na cozinha.
- AH! OLHA! OLHA! OLHA! AH! - Dougie gritava em cima da mesa e apontava para o chão em direções diferentes tentando mostrar que uma barata estava ali.
- Onde? Onde? - Danny procurava por ela e ia com a vassoura atrás.
- AH! - Harry subiu na mesa e agarrou o Dougie... Por segurança - leia-se: medo -.
- AH! - Os dois gritaram junto quando a barata passou na frente deles.
- Calma gente, é só uma barata! - Tom ria da situação dos amigos. - Pode deixar que o Marvin caça! - Ele deu um sorriso, mostrando a covinha.
- É? E cadê o Marvin? - Harry ainda estava agarrado em Dougie.
- Eita! Cadê o Marvin? - Tom saiu procurando e revirando tudo que via pela frente. - Meu Deus! Eu perdi meu gato! - Tom saiu da cozinha e foi procurá-lo em outro lugar.
- Ah... Eu não vou descer enquanto essa barata ainda estiver aqui. - Dougie emburrou. - Tenho traumas de infância! - Ele cruzou os braços.
- Bom... Eu acho melhor ajudar o Tom a encontrar o Marvin, não é? - Harry ia descer, mas viu o pacote de salgadinho se mexer e voltou pra cima da mesa. - Ain! Eu acho... Melhor... Hum... - ele pigarreou - É... Vou fazer companhia pro Poynter... Sabe né?! Ele pode ficar sozinho com essa barata e não vai ser bom... E... Você sabe... O Dougie é medroso... Então... - Harry quando ficava nervoso, se enrolava nas palavras e se não o calassem, ia ficar falando, falando, falando...
- Entendi, Harry! - Danny riu dele. - Mas o que que custa admitir o medo? Não dói, sabia? - Danny gargalhou e saiu da cozinha, deixando o Judd com muita raiva.
- Ele me paga! - Harry socou a mesa. - ele estava sentado nela - e abraçou o Dougie quando viu o mesmo pacotinho de salgado se mexer novamente, revelando um rato cinza e gigante saindo de dentro dele.
- AH! - Eles gritaram juntos. Mas antes que o rato os devorassem eis que surge de debaixo da geladeira, ele, ou melhor... ELE! O SUPER MARVIN!
Marvin pula em cima do rato e sai correndo atrás dele porque o mesmo fugiu.
- MARVIN! - Harry e Dougie bradaram de emoção. - NOSSO HERÓI! - Eles se abraçaram e saíram da cozinha atrás do Marvin.
O gatinho era preciso e discreto. Se escondia em cada canto da casa e se preparava para o ataque quando o rato fugia. Até que em uma certa hora...
Marvin sai correndo atrás do roedor e cada vez mais ele ia se aproximando de Dougie, que estava com Harry na sala, observando a cena de ação que rolava ali. Como Poynter estava começando a se desesperar só de pensar que o ratinho poderia passar por ele, em seu último momento de sanidade, ou não, ele só conseguiu pensar em uma coisa e sem querer querendo...
- AH! - Dougie gritou quando o rato veio atrás dele. O rapaz abriu a porta da sala e seguiu correndo e gritando pelo corredor, enquanto o ratinho ainda estava atrás dele. - SAI! SAI! - Ele corria mais ainda.
- DOUGIE! VOLTA AQUI, CARA! - Harry corria atrás do Marvin, que corria atrás do rato, que corria atrás de Dougie.
Poynter conseguiu se desviar do bichinho, que continuou correndo escadaria abaixo com Marvin em seu encalço. Com o barulho todo, os vizinhos abriram suas portas, se deparando com o Dougie agachado, ofegante e com cara de pavor.
- Dude... O que aconteceu? - Danny tinha ouvido os gritos (aliás, quem não tinha?) e foi socorrer o amigo.
- Cara... Rato... Gigante... Eu... Marvin... Porta... Aí... - ele parou, colocou a mão no peito e tentou inspirar mais ar - Ajuda... Escadas... Fuga... - Dougie ia falando coisas desconexas e os outros, incluindo os vizinhos, prestavam atenção à cada "detalhe".
- Dude, foi só eu ou você também não entendeu nada? - Harry perguntou para um rapaz que estava na rodinha, ouvindo a história.
- Ridículo! E eu pensando que era coisa mais importante! - o rapaz falou com desprezo.
- Dude! O rato... GIGANTE! GIGANTE! GIGANTE! - Dougie falava descontroladamente. Ele realmente estava assustado e traumatizado.
- Nem pra matar ratos hoje em dia os homens servem. Onde esse mundo vai parar, meu Deus? - Uma senhorinha perguntava enquanto levantava as mãos em direção aos céus.
- GIGANTE! GIGANTE! GIGANTE! GIGANTE! - Poynter repetia sem parar.
- Guys, acho melhor levar ele lá pra dentro, antes que mais alguma coisa aconteça. Ele tá apavorado e o corredor não é o melhor lugar para cuidar dele. - Danny disse.
- Concordo! Me ajuda a levar ele, Tom. - Harry pediu ao amigo.
- Tá. - Tom ia ajudando Dougie a se levantar. - Peraí! - Ele deixou Harry segurando o menino. - Dude... Você disse Marvin, certo? - Ele assentiu com a cabeça - E... Onde está ele? - Tom perguntou.
- Dude... GIGANTE... GIGANTE... GIGANTE... - Dougie ia dizendo e fazendo cara de psicótico, é claro que ele já estava melhor. Ele tinha medo era de apanhar. Tom o agarrou pelo colarinho da camisa e o suspendeu só um pouco enquanto prensava o menino na parede que estava atrás dele.
- Cara... Eu não vou repetir! CADÊ O MEU GATO? - Tom estava vermelho de raiva.
- Ei, ei, ei! Vamos largar o Dougie, por favor? - Harry e Danny tentavam acalmar Fletcher.
- Olha, pelo que eu vi, o Marvin é um excelente caçador. E isso significa não parar enquanto a presa não estiver morta. Eu sei disso porque esses dias eu estava assistindo Animal Planet e vi isso sobre os felinos. E gatos se encaixam como felinos, certo? E se não me engano, pelo o que o nosso caro amigo falou, o rato desceu pelas escadas, ou seja, Marvin foi atrás dele, e isso tudo que dizer que... - Danny ia falando quando foi interrompido por Tom.
- Que meu gato saiu atrás do maldito rato porque o Poynter foi incompetente pra matar e agora Marvin tá perdido nessa cidade. É tudo culpa sua! Nanico IMBECIL! - Tom lançou um olhar fuzilante para Dougie.
- Foi mal, cara! Você sabe que eu tenho traumas e eu estava extremamente apavorado. - Poynter tinha, finalmente, falado uma frase completa dessa vez.
- E agora? O que nós fazemos? - Harry perguntou.
- Olha, no mesmo programa do Animal Planet eles falaram os animais que tem memória fotográfica e tudo mais. Os gatinhos também estavam incluídos nessa lista. E pelas minhas experiências em Bolton, quando os gatos dos vizinhos se perdiam, eles não procuravam por eles porque sabiam que no dia seguinte os bichinhos estariam em casa de novo. - Danny sorriu feliz.
- Tá! Só que o Marvin não pode se encaixar nesse "perfil"! Ele é novo, não tem senso de direção, não mora em Bolton! Mora em Londres! Cidade grande, sabe? E ele fica perdido até dentro do banheiro! - Tom exclamou ficando mais desesperado.
- Mas Tom, seu banheiro é gigante... Até eu fico perdido lá dentro de vez em quando! - Dougie deu uma risadinha envergonhada.
- NÃO FALA COMIGO! - Tom explodiu de raiva. E seus amigos sabiam que o melhor que tinham a fazer era tirar Poynter de perto dele.
- Dougie, entra agora. - Harry ordenou.
- Mas eu quero ajudar a achar o Marvin, dude! Foi meio que minha culpa também! - Ele estava com a cabeça baixa. Marvin era a única coisa boa que tinha sobrado ao amigo e ele sabia disso.
- MEIO QUE SUA CULPA? FOI TOTALMENTE CULPA SUA, POYNTER! SÓ SUA! SÓ SUA! - Ele apontava o dedo na cara do amigo. - E VOCÊ NÃO QUER AJUDAR A ACHAR O MARVIN! VOCÊ QUER UMA FORMA DE SE REDIMIR COMIGO! E QUER SABER DE UMA COISA? NÃO VAI TER! - Tom gritou a plenos pulmões a última frase e continuou. - Você tirou a melhor coisa que eu tinha dentro daquele apartamento. Eu preferiria ser assaltado, roubado, sequestrado, amordaçado e até torturado! Mas eu não admito perder o Marvin! Eu posso passar por tudo nessa vida porque eu sei que vou me alegrar assim que chegar em casa e ver que ele está dormindo em seu cestinho, quietinho, tranquilo. Ele sempre foi meu companheiro e vocês sabem disso! Ele que me consolava quando vocês estavam curtindo a vida! Era ele! - Tom se sentou no chão.
- Calma, Fletcher! A gente vai achar o Marvin. - Danny deu um sorrisinho e bateu no ombro do seu amigo.


"Pela estrada afora eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vo-vo-zi-nha!"
cantava mentalmente, enquanto saltitava alegre pelas ruas de Londres. Qualquer um que passasse, pensaria que era mais uma maluca que fugiu do hospício. Mas ela realmente não se importava.
Sabia de cor o caminho para o supermercado. Já fora tantas vezes, que não tinha o perigo de se perder. Passava na frente de vários becos, até que algo a fez parar. Na verdade, foi um movimento. Era um lugar pouco iluminado e sujo.
Uma pessoa normal, fingiria que não viu e sairia correndo o mais rápido possível. Mas essa não era . Coragem era seu nome do meio. Mentira, nem era! Mas ela não pensava em nada de ruim que pudesse acontecer. O que deve ser, será. Esse era seu lema. E se tivesse que morrer agora, morreria. Nada a preocupava de verdade. Levava a vida numa boa.
Foi se aproximando do vulto devagarzinho e quando chegou bem pertinho, percebeu que se tratava de um gatinho. Um solitário, assustado, pequeno, fofo e sujo gatinho.
- Ount! Que fofinho você é! Qual seu nome pequeno? - perguntava enquanto colocava Marvin em seu colo. - Meu nome é , viu? Prazer em conhecer você! - Ela apertou e balançou a patinha do gato, como se fosse gente. - Você é tão bonitinho! Vou te levar pra casa! As meninas vão te tratar muito bem! A gente vai dar banho, comida, água... Você deve estar com sede, não é, fofinho? - A menina falava enquanto saía do beco com o bichano no colo. - Você tem dono? Olha, eu sei que pode ser vergonhoso, mas se você fala, esse é um bom momento pra me mostrar, sabia? Eu não tenho preconceitos com animais falantes. Eu até acho eles uma graça! E se você for um deles, não tem problema não, viu? A gente lá em casa aceita animaizinhos de qualquer raça, cor, falante ou não e de qualquer orientação sexual. Você tem namorada? Porque eu tenho uma amiga que tem uma gatinha que é uma gatinha mesmo, se é que você me entende! - Ela ria sozinha da sua piadinha infame e ia sendo observada atentamente por Marvin. - Ah! Se você jogar no outro time, também não tem problemas! Eu conheço gatinhos abertos a novas experiências e tenho meus contatos! - sorriu de lado e ia conversando com o bichinho, seguindo rumo à sua casa.


- Dudes, eu vou sair pra procurar pelo Marvin. - Tom tinha entrado no apartamento e saiu com as chaves do carro.
- Quer que a gente vá com você? - Danny perguntou.
- Não precisa. - Fletcher ia descendo as escadas.
- Olha, acho melhor irmos com ele. Do jeito que ele tá, é melhor tomar conta. E vamos ser quatro. Isso aumenta as chances de reencontrar o Marvin. - Harry disse.
- Eu vou pegar as chaves do carro e encontro vocês lá embaixo. Segura o Tom e avisa que nós vamos com ele. - Danny ia entrando no apartamento.
Harry e Dougie desciam as escadas. Estavam com muita pressa e não queriam esperar pelo elevador.
- TOM! - Dougie gritou o mais alto que pôde.
- ESPERA! - Foi a vez de Harry.
- Que foi agora? - Thomas perguntou.
- Vamos com você. Vai ficar mais fácil de procurar. - Harry era quem tinha que falar tudo. Fletcher não queria nem olhar para Dougie.
- Tá, mas vamos logo! Cadê o Danny?
- Cheguei! Bora! - Jones tinha acabado de descer as escadas. Eles seguiram para o estacionamento. Tom e Harry foram em um carro. Danny e Dougie em outro. Dirigiam pelas ruas de Londres, na menor velocidade possível.
Tom estava com a cabeça do lado de fora da janela e gritava pelo Marvin, enquanto Judd olhava de um lado para o outro, procurando o mesmo. No carro de trás não era diferente.
- Ei, dude! Pára o carro! - Dougie cutucou Danny.
- Que foi Poynter?
- Aquele ali não é o Marvin? - Ele apontou para uma menina de cabelos negros, que passava na calçada e ia conversando com o gatinho que estava no seu colo.
- Deve ser não! Ela parece ser bem familiarizada com o gato. - Danny coçou a cabeça.
- Harry! Sou eu! Fala pro Tom parar o carro e aguardar. E manda ele olhar pro lado do passageiro. Vai passar uma menina de cabelos pretos com um gatinho no colo. Fala pra ele ver se é o Marvin. - Dougie falava no celular. - Tá! Tchau! - Ele desligou e Jones o olhou.
- Que foi? - O baixinho perguntou.
- Nada não! Nada não! - Danny ria disfarçadamente.
- Fala sério, dude! Me conta do que você tá rindo! - Dougie pediu.
- É que pela primeira vez, você não ficou olhando pra ver se a garota era hot ou não. Isso foi, além de esquisito, engraçado.
- Rá rá! Eu que sou o garanhão da banda, não é, Mr. Jones acima de 16 anos?! - Poynter disse ironicamente.
- Deixa quieto... Deixa quieto!
O celular de Dougie tocou.
- Que foi, Harry? Sério?! Estamos indo praí! - Ele desligou rapidamente o aparelho e desceu do carro.
- O que houve, nanico? - Danny desceu atrás dele.
- Anda que no caminho eu te conto.

O que aconteceu foi: Realmente, aquele era o Marvin no colo da e Tom foi atrás de seu gatinho precioso.

- Ei! Moça! - Ele cutucou .
- Pois não? - Ela se virou.
- Eu acho que esse gato é meu. - Ele tentou tirar o Marvin de seu colo.
- Então, quando você tiver certeza, me procura. Porque enquanto você achar que ele é seu, eu não te entrego! E eu nem te conheço pra saber se você é realmente confiável ou não! Vai que você quer esse gatinho lindo pra vender ou contrabandear ou pra fazer sabão? As banhas de cachorro são melhores que de gato. Então, vai caçar cachorros! - Ela deu língua para ele e saiu andando.
- Ow! Espera! - Tom segurou o braço dela. - Esse gato é meu! De verdade!
- Como eu posso ter certeza disso?
- Olha, o nome dele é Marvin, ele não tem nem um ano de idade. Ele foi a única coisa que me restou de bom nessa vida! Me devolve, por favor? - Ele fez sua melhor carinha.
- Então quer dizer que você não tem amigos, não tem família, não tem namorada, não tem emprego, não tem dinheiro, não tem nada nem ninguém. Somente esse gato? - Ela o olhou incrédula.
- Não! Também não é assim. Eu só não tenho namorada. Ela terminou comigo e saiu do nosso apartamento. Sabe, eu fiquei devastado e super arrasado. Mas enquanto meus amigos estavam na farra, ou estavam curtindo as meninas, o Marvin era quem me consolava. - Tom assumiu uma feição triste.
- Quer dizer que ele fala? - tinha os olhos brilhando.
- Quê? - Ele não entendeu nada.
- Você disse que ele te consolava, ou seja, ele fala. Não é? - Ela explicou.
- Não, ele não fala!
- Ah! Que droga! - ficou triste.
- TOM! - Danny veio correndo em sua direção. Os outros estavam vindo atrás dele.
- ! - se virou e deu de cara com suas amigas.
- O quê que vocês estão fazendo aqui? - Thomas e perguntaram ao mesmo tempo para seus amigos.
Eles começaram a explicar, mas todos falando juntos não dava muito certo e ninguém entendia nada.
- AH! - gritou. - Vamos parar com a feira, por favor? Que tal se cada um contasse devagar o que aconteceu aqui, hein? - Ela sugeriu. Não preciso nem dizer que Danny ficou encantado com ela. Eles contaram como foi que chegaram lá e se apresentaram.

- Povo, eu tô com fome! - passou a mão na barriga. - Preciso alimentar meus filhotinhos! - Ela fez biquinho.document.write(Lais), não fala assim porque as pessoas vão te achar anormal! Eles mal te conhecem! E você tá passando uma impressão errada! - deu um pedala na amiga. Esse ato fez com que Harry ficasse babando por ela.
- Desde quando eu sou normal, ? - retrucou. - E não me importo! - Ela deu de ombros. - Mas só pra esclarecer, os meus filhotinhos são minhas lombrigas, tá? Eu não tenho filhotinhos de verdade. Seria esquisito demais! - Ela riu.
- Jura que você também tem lombrigas? - Dougie perguntou com os olhinhos brilhando.
- Tenho! Por quê? Você acha estranho?
- Estranho? Isso pra ele é mais do que normal! Acho que encontramos o casal perfeito aqui! - Harry deu um cutucão em Dougie.
- É verdade! Que lindo! Os dois são os naniquinhos da turma! - falou.
- Eles dois tem lombrigas na barriga. - Harry completou.
- Você é mais novo também? - perguntou a Dougie. Ele afirmou com a cabeça.
- Você é alvo de piadinhas? - Danny perguntou à . Ela afirmou com a cabeça.
- QUE LINDO! ALMAS GÊMEAS! - As meninas gritaram.
- Agora falta fazer a pergunta principal. - Tom tinha se pronunciado pela primeira vez, após o encontro. - , você gosta de lagartos?
As amigas riram.
- Se essa daí gosta? Ela ama lagartos! Só não tem um lá em casa porque a gente não deixa! É esquisito demais. Eles são... Frios. - falou e fez uma careta.
- CARACA! ACHAMOS O CASAL PERFEITO! - Harry disse. - E é sério que você não gosta de lagartos? - Ele perguntou à .
- Não... Eles são esquisitos demais pro meu gosto. Por quê?
- Porque eu também acho isso. Legal, nossa opinião combina. - Ele deu uma piscadinha para ela. amou.
- Eu tô com frio gente! - se arrepiou e tentou se cobrir com as mãos.
- Usa o meu casaco. - Danny retirou o moletom e entregou pra menina.
- Não precisa, Danny. Obrigada! - Ela sorriu fraquinho.
- Que isso, ! Não precisa ficar com vergonha nem nada.
- Na verdade, eu tô com medo de estar fedido! - Ela tapou o nariz e fez uma carinha engraçada. Danny ficou sem graça. Nem sabia o que responder. - Tô brincando, Danny! Você é muito cavalheiro. A piadinha foi só pra quebrar o gelo! - vestiu o casaco. - Nossa! Que perfume você usa? - Eles engataram em uma conversa super empolgante: Fragrâncias.
e Harry trocavam olhares suspeitos. e Dougie conversavam sobre lagartos e lombrigas. Tom e só se olhavam. Mais nada.
- Gente! Meu estômago tá reclamando de fome! - Dougie passou a mão pela barriga.
- E eu tô com frio! - tremia o queixo. Apesar do casaco de Danny, ela estava de short curto e isso não é roupa para se usar na noite mais fria da Inglaterra.
- Vamos fazer o seguinte. Nossa casa é pertinho daqui. Nós vamos pra lá, lanchamos, conversamos, acertamos a história toda, desenrolamos o que temos que desenrolar e depois decidimos o que fazer. Que tal? - propôs.
- Gostei da idéia! Bora! - Tom concordou.
Os oito foram andando para os carros estacionados. A divisão foi: Danny e na frente, e Dougie atrás. Tom e na frente, Harry e atrás. Não durou nem cinco minutos a viagem. O apartamento era realmente perto dali.

- Gente, só não repara na bagunça! - foi abrindo a porta.
- Nossa! Quem dera se nosso apartamento fosse bagunçado desse jeito. - Harry gargalhou.
- Então, sintam-se à vontade. - tentou ser o mais anfitriã possível.
- , me mostra a coleção de lagartinhos de massinha que você tem?! - Dougie fez carinha de criança.
- Ah! Vamos subir! Tá lá no meu quarto! - Ela puxou a mão do garoto e foram subindo as escadas.
- USEM CAMISINHA! - Danny e gritaram juntos. Risos ecoaram pelo local.
- Depois ele fala que eu que sou o garanhão. Não perde tempo, esse nanico! - Danny resmungou. só sabia rir.
- Tom. - chamou ele para um lugar mais reservado. Foram para a varanda.
- Que foi, ? - Apesar de todos eles terem se conhecido há pouco tempo, já se sentiam da família, vamos dizer assim. Não se sabe o que acontecia entre eles, mas era como se fosse inevitável ficarem separados. Pareciam imãs que necessitavam ficar juntos. Todos eles se sentiam assim em relação às meninas e vice-versa.
- Olha, desculpa pelo chilique lá em baixo. Mas é que eu não sabia se o Marvin era mesmo seu gatinho. Foi mal! - Ela ficou corada.
- Não fica assim! Tudo bem! - Ele sorriu e pela primeira vez, que tinha reparado, ele mostrou a covinha.
- Covinha! Covinha! Covinha! Covinha! - Ela repetia sem parar. viu a cena e saiu para socorrer a amiga.
- ! Me ajuda! - puxava para fora da varanda. A menina estava em choque.
- ! - gritou. desceu correndo e quando viu o que acontecia, foi pra cozinha e pegou um copo de água fria, jogou na cara de . Ela parou de repetir a mesma palavra. Mas ficou estática.
- Meu Deus! O que aconteceu com ela? - Tom perguntou assustado.

Após as amigas colocarem no quarto, se sentou a começou a contar para os meninos:
- É que o ex-namorado dela tinha covinha. Justamente na bochecha esquerda. Ele foi o primeiro namorado dela, durou anos. Ela tinha se entregue totalmente à ele, tanto emocionalmente como fisicamente. Era como uma devoção. Um vício. Ela amava muito o cara. Fazia tudo o que ele quisesse, sem reclamar, sem perguntar.
continuou. Era como se tivessem ensaiado:
- Era uma escrava pra falar a verdade. Ele usava e abusava dela. Apesar da gente não gostar dele, ela nunca terminava. Até que um belo dia, ela prepara uma noite mais do que especial para o cara, faz o jantar à luz de velas, deixa tudo pronto e sai pra comprar a sobremesa porque ela tinha esquecido. Ela não voltou pra casa. Ficamos preocupada e então fomos atrás dela. - tinha os olhos cheios de lágrimas. Não era fácil lembrar da amiga daquele jeito. Danny sabia exatamente como ela se sentia. A abraçou.
continuou porque sabia que as outras não conseguiriam falar:
- Sabe como encontramos a ? - Eles balançaram a cabeça de forma negativa. - Ela estava deitada no chão, fria, sem respirar direito e ela tinha batido a cabeça. Ela ainda soluçava, mas ela não se mexia. Parecia que não tinha forças pra levantar. - Sua expressão era triste, como se estivesse revendo a cena. - Trouxemos ela pra casa, ajudou a a se recuperar. Fizemos nosso trabalho como amigas, né?! E o pior de tudo, é que não faz nem um mês desse incidente. Nunca soubemos o motivo dela ter ficado daquele jeito. Ninguém nunca teve coragem de tocar no assunto. E agora que ela viu sua covinha, ela voltou a surtar, Tom! Desculpa por isso! - Ela sorriu sinceramente.
- Cara! Eu não acredito que isso tenha acontecido com ela! Coitada! - Dougie se sentou ao lado de e segurou sua mão.
- Meninas, tem como eu ver a , por favor? - Tom pediu educadamente.
- Você tem certeza? - perguntou. Ele só assentiu positivamente.
- O quarto dela é o segundo à direita. Pode ir! - sorriu para ele.
- Obrigado! - Ele beijou o topo da cabeça da menina e subiu as escadas.
- Olha meninas, eu não sei deveríamos falar isso, mas eu acho que seria bom vocês saberem logo de uma vez. - Harry começou. Danny continuou:
- O Tom passou por uma situação parecida com essa e foi na mesma época da .
- Foi por isso que ele quis vê-la? - perguntou à Danny.
- Espero que sim, . Espero que sim! - Ele sorriu para ela.
- Eu acredito que, com a mesma experiência, eles possam se ajudar. - Dougie disse.
- Vamos torcer para que tudo dê certo! - cruzou os dedos, como se fizesse um pedido.


No quarto de :
- ? - Tom abria a porta do quarto devagarinho.
- Não quero ver você, Tom! Então, pode pegar essa sua covinha e ir embora daqui! - A voz de saía abafada porque ela tampava a cara com o travesseiro.
- Nem mesmo pintado de... Chocolate? - Ele retrucou.
- Não! Nem mesmo pintado de... peraí! Você disse chocolate?! - Ela foi destampando o rosto.
- Foi! - Fletcher já estava dentro do quarto. Tinha fechado a porta.
- Mas... Não era pra ser ouro?! - perguntava confusa.
- Bom, ouro é clichê demais. Chocolate é melhor. - O rapaz sorriu de uma forma fofa. Mas... a covinha apareceu!
- AH! - cobriu o rosto de novo. Tom, no desespero, colocou a mão sobre a bochecha esquerda.
- PRONTO! PRONTO! JÁ COBRI! JÁ COBRI!
- Posso olhar agora? Está coberto mesmo?
- Tá! Pode olhar! - Ele foi tirando o travesseiro com a mão livre. - Viu? Sem covinhas! - Ele falava e mantinha a mão esquerda na bochecha esquerda.
- Obrigada! Mas, como você ficou sabendo da covinha? - Ela colocou a mão na cintura. Ambos estavam sentados na cama de casal.
- As meninas me contaram sobre seu trauma.
- Que trairas! - gritou com raiva.
- Que nada! Elas fizeram o trabalho de amigas! - Tom sorriu fofamente. - O que elas sabiam contar, elas contaram. Agora eu vim aqui ver como você está.
- E ouvir o resto que você não sabe, certo? - perguntou como se estivesse escrito no rosto dele.
- Exatamente!
- Tá! Eu conto! Mas com uma condição! - Ela declarou.
- Sabia que estava bom demais pra ser verdade! Estava muito fácil! - Ele sorriu. - Fala, qual é a condição?
- Você vai ter que deixar o Marvin aqui por uma semana! - A menina sorriu feliz.
- É o quê? - Ele se levantou da cama.
- Ah, Tom! Fala sério! Nem é tão ruim assim! - Ela fez biquinho.
- Fala sério você, ! O Marvin é tudo pra mim! - Ele se sentou novamente. - Escolhe outra coisa, menos o Marvin! - Ele fez biquinho.
- Depois eu penso em outra coisa! Deixa eu contar logo.
- Conta! Conta! - Tom batia palmas animadamente.
- Que gay! Tá pior do que as meninas! - Ele deu língua.
- Então, conta pô! - Fletcher engrossou a voz e fez cara de macho man!
- Ai... Tá! - pigarreou e fez uma voz do tipo daquelas mulheres de aeroporto e começou a narrar.
- Era para ser uma noite especial. Eu tinha preparado a comida, tinha decorado a casa, tinha comprado roupas novas, tinha ficado a tarde toda no salão, tinha feito tudo do bom e do melhor. Estava im-pe-cá-vel! Era pra eu estar orgulhosa de mim mesma, se não fosse pela cabeça de vento aqui ter esquecido do mais importante: a sobremesa!
Bom, eu tinha ainda uns 20 minutos e o mercado fica bem pertinho. É rápido o caminho. E eu já tinha idéia do que eu iria fazer: morangos com chocolate. Avisei pras meninas que ia no mercado pra comprar a sobremesa. A se ofereceu pra ir no meu lugar e a quis me dar carona, mas eu não tinha aceitado. Eu já estava me sentindo mal por ter que tirar minhas amigas da própria casa delas. Mas eu não pude reclamar porque eu me sentia mais à vontade e elas também não queriam ficar ouvindo o suposto barulho que eu iria fazer naquela noite. Até parece!
Então eu saí e mais ou menos onde você me achou hoje, eu vi uma coisa que não tinha me agradado em nada. Era um carro que balançava freneticamente. Eu cheguei mais perto, eu e minha curiosidade e vi algo nada agradável.
Acho que você pode colocar seu cérebro para raciocinar e descobrir o que eu vi. Pois bem, era ele mesmo com uma morena sem graça. É claro que eu interrompi! Não sou besta! Brigamos feio e ele disse que sempre fez isso. Nunca me senti tão incapaz. Parecia que tinham tirado a minha vontade de viver. Minha cabeça não funcionava e minha mente não queria compreender as últimas palavras dele, apesar de eu ter ouvido tudo.
- Quais foram as últimas palavras dele? - Tom perguntou quase chorando com a narração de .
- Parecia que ele tinha decorado antes. Ele disse: "Eu não sinto muito por tudo isso. Eu o fiz ciente dos meus atos. Eu sei que eu te magoei. Também, não espero que você me perdoe. E por isso, eu estou indo embora da sua vida. Eu vou sair daqui com a Gio. Espero que você consiga seguir em frente sem mim. Adeus, !" E ele saiu com o carro. Foi isso. - A menina terminou de falar e viu o Tom parado, olhando pro nada. - Que foi Tom? - Ela colocou sua mão por cima da dele.
- Qual era o nome? - Ele fitou-lhe os olhos.
- Will.
- Hã?
- Will, William! Sabe? Meu namorado safado. - Ela falou de um jeito esquisito.
- Não! O nome com quem ele estava fugindo.
- Ah! Acho que era Gio, tipo isso! - Ela fez uma careta.
- Você acha ou você tem certeza? - Ele perguntou desesperado.
- Eu... Eu... Tenho certeza. Por quê? - estava assustada com tudo aquilo.
- Não acredito! - Tom passou a mão pelo rosto. Desabou no chão.
- Meu Deus! Tom! - foi socorrê-lo. - Você está bem? Que que houve? - Ele estava deitado no chão, olhando o teto, estático.
- , eu passei por uma situação parecida com essa sabe? - Ele não olhava para ela. - Minha namorada me largou pra ficar com outro e eu descobri que ela me traía sempre. Foi horrível. Nunca tinha me sentido tão desprezado. Eu era o resíduo morto da ameba do cocô do cavalo do bandido mais idiota da face da terra! Eu não prestava. E isso foi no mesmo tempo que aconteceu com você. Quando você disse aquele nome, caiu minha ficha. Giovanna era minha namorada. Ela me largou para ficar com seu namorado. E ele te largou para ficar com ela. Entendeu? - Agora Tom olhava para . O que ela fez? Chorou. Chorou muito. Aliás, os dois choraram. Sentiam muito pelo o que tinha acontecido com ambos. Eles realmente se entendiam. Foram trocados, desprezados, descartados. Mas dariam a volta por cima.

Lá na sala...
- Gente, será que o casal morreu? - perguntou preocupada.
- O único casal que tem aqui é você e o Poynter. - Danny respondeu e a menina ficou corada.
- Casal nada! - Dougie reclamou.
- Eu sei muito bem o que vocês fizeram lá em cima. - sorriu maliciosamente.
- A gente nem teve tempo pra começar nada. Vocês me chamaram aqui em baixo pra ajudar a e cortaram a minha brincadeira. - agora tinha entrado na onda de zuação. Poynter ficou envergonhado, mas também caiu dentro.
- É mesmo! Seus sem-graça! , quer voltar a me mostrar os lagartinhos de massinha? - Ele sorriu sugestivamente para ela.
- Claro! Vem comigo! - Ela puxou o nanico pelas mãos. Virou para seus amigos e disse. - Nada de interrupções dessa vez! Eu me recuso a descer quando eu me trancar no quarto, ouviram? - E saíram os dois da sala. Chegaram ao quarto e foram brincar de Monopoly do Bob Esponja. Mal sabiam seus amigos...
- Vixi! A casa vai cair desse jeito! - Harry zuou.
- Vai nada! Eu conheço minha amiga e tenho certeza que ela não vai deixar acontecer. - olhou Harry.
- Sua amiga você garante que não vá fazer nada, agora o Poynter... - Danny riu. deu um pedala nele.
- Credo, gente! Ele é amigo de vocês! Isso é jeito de falar? - brigou com os guys.
- Desculpa, mãe! - Eles falaram juntos fazendo biquinho. As meninas riram.
- Mas é sério, será que a e o Tom morreram lá em cima? - ficou preocupada.
- Ou eles morreram ou eles estão aproveitando a noite... - Danny deu uma piscadinha pra Harry e começaram a rir.
- Nossa! Não é possível que tudo nesse mundo pra vocês se resuma à sexo. É taradisse demais pra uma pessoa só! - estava indignada.
- Nem tudo... Minha avó não me lembra sexo! - Danny fez cara de esperto.
- Pois é... Concordo! - Harry apoiou Jones.
- Tá, vamos acreditar, não é ? - tinha cara de descrente.
- Claro, amiga! - deu um sorrisinho. - E o Coelhinho da Páscoa veio ontem pra nos convidar pro casamento dele com a Fada dos Dentes, tá? - As meninas caíram na gargalhada.
- Ei! Não teve graça! - Judd fez cara de criança.
- É! Todo mundo sabe que o Coelhinho da Páscoa é solitário e não pode ficar com a Fada dos Dentes. É como falar que o Roger Rabbit namora a Jessica Rabbit!
- Mas eles namoram, Jones! - Harry deu um pedala nele.
- Ah, é? Não sabia! - Danny coçou o queixo.
- Por que você acha que eles têm o mesmo sobrenome? - perguntou.
- Sei lá! Tem tanta gente com o sobrenome igual! Que nem a Ashley Judd e o Harry Judd! - Danny apontou para o rapaz.
- Faz sentido... - pensou.
- Tá, mas todo mundo sabe que eles estão juntos. Você nunca se cansou de ver o Fletcher assistindo "Uma Cilada para Roger Rabbit" quando ele estava na fossa essa semana?
- Olha, depois da segunda vez que ele colocava aquilo pra assistir no mesmo dia, eu ia viajar pra algum lugar do mundo que não fosse a sala do Tom.
- O quê que tem eu? - O menino ia descendo as escadas de mãos dadas com a .
- Nada... Vocês estão melhores? - perguntou.
- Sim, mas não queremos tocar no assunto, por favor. - se sentou no sofá.
- Certo. Não vamos falar nada. - Danny levantou as mãos como alguém que se rende.
- O que vocês estavam falando de mim, hein? - Fletcher se sentou do lado de e colocou o braço por cima dos ombros dela, entrelaçando suas mãos.
- É que o Danny não sabia que o Roger Rabbit é casado com a Jessica Rabbit! - riu.
- Nossa, Jones! Em que mundo você vive? - perguntou incrédula.
- Eu não sabia, tá? - Ele deu língua.
- Aí falamos que você assistia àquele filme o tempo todo. Daí falamos seu nome e você desceu. - Harry explicou.
-Ah, entendi! - Ele sorriu.
- , amiga, vamos na cozinha, por favor? - sorriu.
- Pra quê?
- A fez um bolo de chocolate com cobertura de chocolate e decorado com morango só pra te animar. Você não quer comer? - riu.
- Oba! Bolo! - saiu correndo para a cozinha.

Chegando lá...
- Epa! Cadê o bolo? - A menina revirava a geladeira.
- Não tem. - falou séria.
- Como assim? - fez beicinho.
- O bolo foi uma tática pra te prender na cozinha e fazer você contar tudo o que aconteceu lá no quarto. - falava tão séria quanto .
- Ah, entendi! Vocês abusaram da minha inocência. - balançava a cabeça negativamente.
- Inocência que você não tem mais, colega! Desembucha o babado agora! - se sentou na pia.
- Tá... Conversamos e eu contei a história toda pra ele. Aí, essa é a parte que vocês não sabem. O Willdiota me traiu. E a garota era uma tal de Giovanna, que é a ex-namorada do Tom. Ele me largou pra ficar com a Gio, ela largou o Tom pra ficar com o ele. Tipo isso.
- Uau! Que novela mexicana! - riu.
- Pois é... Aí choramos e nos conformamos com a situação e prometemos ter um ao outro para sempre se ajudar no que for preciso. Foi basicamente isso. - deu de ombros.
- Ah, então podemos voltar para a sala. - sorriu e desceu da pia.

Lá na sala, Tom contava o mesmo para os meninos.
As girls chegaram e o assunto foi encerrado no mesmo momento.
- Gente, cadê a ? - se sentou do lado de Tom.
- É! E cadê o Poynter? - Tom perguntou.
- Eles estão lá em cima colocando a casa pra cair. - Harry gargalhou.
- Hã? - Nenhum dos dois tinha entendido.
- Nada não! Então... Que tal se sairmos? - deu a idéia.
- Boa! Vamos pra um pub novo que abriu aqui perto? - perguntou. Eles aceitaram.
- A gente chama o casal lá em cima? - Danny riu.
- Acho melhor não. Eles não querem ser atrapalhados da diversão! - Todos riram.
- Então vamos, povo!
As meninas trocaram de roupa rapidamente. Eles saíram no carro dos meninos em direção ao novo pub.

Chegando lá, cada um foi pra uma mesa, em pares. Os minutos se passavam e eles se resolviam amorosamente.
Tom e combinaram que iriam namorar para tentar esquecer os ex's. Nada melhor do que os que sofreram essa situação toda se ajudarem a seguir em frente. voltou a confiar no sexo oposto e agora sem trauma de covinhas. Covas pra ela só serviam se for pra morder ou colocar o dedo. Pobre Tom...
Harry não disperdiçava chances de xavecar . Ela não perdia chance de dar uma tirada nele. No final da noite, não resistiu ao encanto de seus olhos azuis e eles acabaram ficando. Ela pensou que seria mais uma. Ele descobriu naquela noite que ela era quem ele sempre esteve procurando. Harry demoraria um tempo pra convencer disso, mas ele estava disposto a lutar por ela.
Danny demorou pra "se declarar" pra e ela foi quem teve a iniciativa do primeiro beijo. Eles estavam mais bêbados do que não-sei-o-quê e tiveram a brilhante idéia de ir para Las Vegas se casar e criar seus 7 filhos em Bolton. Se não fosse pelos outros, eles provavelmente estariam agora consumando o casório durante a lua-de-mel que seria em algum lugar do mundo.

Altas horas da madrugada...
- Dougie, onde será que o pessoal se meteu? - descia as escadas.
- Sei não... - Ele vinha atrás dela. A menina viu que a porta estava entre aberta.
- OMG! Será que eles foram abduzidos por ET's verdes cabeçudos caolhos e melequentos?! - Ela se desesperou.
- Não, ... Pára com isso! - Poynter riu fraquinho. - ET's não são caolhos e cabeçudos, ainda mais melequentos! E se eles foram abduzidos, o teto teria que estar estragado e não a porta aberta. Dã! - Ele deu um tapa na testa dela.
- É mesmo! Que idéia a minha! - Ela deu um tapa na própria testa e riu fraquinho.

No pub...
- Cambada, vamos? Tá tarde já! - bocejou.
- Vamos mesmo! - Danny a abraçou, tropeçando nos próprios pés.
- O Jones não tá em condições de dirigir. Judd, você vai levar o carro dele. - Tom entregou a chave para o rapaz.
- E vocês não estão em condições de saírem por aí à noite. Todo mundo vai pro nosso apê. Amanhã vocês voltam pra casa de vocês, beleza? - sugeriu.
- OBA! SURUBA! - Danny gritou no meio da rua, fazendo algumas pessoas que estavam perto olharem pra eles.
- Cala a boca, Danny! Não vai ter suruba em lugar nenhum! - sussurou.
- AH, POXA! EU QUERIA SURUBA! - Ele gritou de novo.
- Entra aí, vai! - Harry colocou Jones no banco de trás com . Ele se sentou no lado do motorista e no passageiro. Tom e foram pro cooper do Fletcher.

Lá dentro..
- Ei, Tom! - cutucou-o.
- Quê? - Ele virou para olhá-la.
- Aquele ali não parece o Marvin? - Ela apontou para um gatinho que andava na calçada.
- Acho que não, ... O Marvin tá em casa. - Ele sorriu para ela.
- Alô, ?! O Marvin tá aí?
- Não sei não ... Eu desci agora com o Poynter e a porta estava semi aberta. Deixa eu procurar.
- Vai rápido! - apressou a amiga.
- Ai meu Deus! ! Eu não acho o pulguento em lugar nenhum! - quase gritou.
- Primeiro: Ele não é pulguento! Segundo: Ai, meu Deus! Obrigada, tchau! - desligou o telefone na cara da menina.
- Tom! Os Poynter's encontraram a porta do apartamento aberta e o Marvin não está lá! - estava desesperada.
- Não acredito! Não é possível, meu Deus! - Tom estava incrédulo.
- MARVIN! - Os dois saíram correndo atrás do bichano...

Fim.

N|A: Oi gente! Vim aqui dizer que essa fic foi uma homenagem pra minha Flet-chá favorita: (e também a única que eu tenho porque ela não deixa mais ninguém gostar do Sr. Covudo) Alessandra Maraschino! \o/
Emoção muito forte porque eu comecei a escrever faz muito tempo e eu finalmente consegui terminar! xD
Agradecimentos especiais às minhas professoras do fundamental por terem me ensinado a ler e a escrever.
Aos meus pais por me deixarem usar o computador e a internet.
Aos McGuys, porque sem eles não teria sentido escrever isso.
Ao Marvin, por concordar em ser o principal dessa fic! *-* ahsuahsuahsuahsuahs brincadeira!
À minha playlist que também me ajuda. (McFly, The Maine, Taylor Swift, Blink 182, Lady Gaga, Kings of Leon, Paramore, Boys Like Girls e muitos outros :D)
À minha imaginação fértil, porque sem ela, eu seria uma ameba ambulante.
Às minhas amigas por terem que me aturar todo dia e por terem que ler minhas fics pra ver se tá bom ou não! (: I love you suas lesadas! S2 haushaushaush
E à beta-reader que teve o trabalho de corrigir e postar no site :) (muito obrigada amor!)
Obrigada por terem perdido seu tempo, ou não, lendo essa fic e essa nota. Vou me já, porque se não a notinha fica maior do que o próprio texto! :P
Comentem ou não, fiquem à vontade.
Grazie! (follow me on twitter: @lalah_santos)
Beijos :*
Hasta La Vista Baby! xD

By: Lais Santos, vulgo Loira Poynter. (:

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