NOMEDAFIC


My Lovely Fan

Ficton por Cah Bitencourt | Betagem por Letii Gregory


É só mais uma noite qualquer, em um país qualquer. Ta certo, ta certo. Eu sei que no Brasil tem muitas fãs lindas e apaixonadas por mim, aquelas que surtam quando você aparece, e te deixam surdo.

Eu já conheci uma garota assim e agora eu vou contar um pouco da vida dela pra vocês.
- Joe, você tem uma entrevista na MTV e depois ta livre. - disse meu agente/pai ao sair do meu quarto no hotel.
- Ta bem – disse eu, dando de ombros.
Aquela rotina estava me cansando. Todos sabiam que o que eu mais queria naquele momento eram minhas preciosas férias. Cantar era uma paixão, mas tenho que confessar que cansa bastante.
Fui até o hall do hotel esperando que não houvesse nenhuma fã maluca por ali. Mas, claaaro! Tinha que ter uma. Na verdade, ela não era tão maluca quanto eu estava acostumado. Ela era bem bonitinha.
- Oi, Joe! – a garota disse sorrindo com todos seus lindos e brancos dentes.
Ta, agora vou descrevê-la: ela era alta, cabelos pretos caindo até a cintura, e uma franjinha que era atirava no olho, igual a mim quando tinha o cabelo grande. Um belo sorriso, uma camiseta escrito I ? JOSEPH e o resto eu não me lembro bem porque me perdi naqueles lindos olhos .
- Ahn, oi – eu disse meio sem jeito. Eu sei que isso é estranho, ficar embasbacado por causa de uma fã bonitinha, sendo que tenho fãs lindas pelo mundo inteiro.
Essa deveria ser tratada como todas as outras, mas de alguma forma eu não conseguia.
A garota veio até mim e me abraçou. Tenho que dizer que o cabelo dela cheirava a maça, e eu adoro maçã.
- DEIXA DE SER GAY, JOE! É SÓ UMA FÃ - disse mentalmente.
Envolvi seus ombros com meus braços e senti a cabeça dela repousar em meu ombro. Depois de alguns longos segundos a garota me soltou com os olhos marejados, mas ainda sorrindo.
- Me desculpe por isso. Quase molhei sua camisa com minhas lágrimas - a garota disse limpando algumas lágrimas que começavam a escorrer por seus rosto.
- Não tem problema não. Já me acostumei - sentei sorrir simpático, mas do nada o sorriso da linda garota sumiu e se fez um biquinho.
- Pode tirar uma foto comigo, Joe? – ela pediu como se tivesse despertado de um sonho estranho.
- Claro. Papai, você pode tirar a foto pra ela? – entreguei a câmera da garota a meu pai que estava ao meu lado o tempo inteiro e a garota se postou ao meu lado para tirar a foto.
- Posso ver como ficou? – pedi sem jeito.
- Eu sou suspeita pra dizer isso, mas você ficou lindo – ela disse corando um pouco.
Realmente, a foto havia ficado linda.
– Ficamos bem juntos, não é?
- Ah, sim. Sou, mas pode me chamar de . - ela disse amigavelmente.
- Muito prazer. Bom, preciso ir agora. Até mais.
-Até mais, Joe, foi um prazer.

MTV!

Como sempre, cheguei na entrada da MTV, e a mesma estava tomada de fãs gritando meu nome, com seus cartazes e fotos estampadas em suas camisetas . Eu simplesmente amo as minhas garotas e tento recompensar o esforço que elas fazem para tentar se aproximar de mim nem que seja por um segundo.

Pera aí, eu to ficando maluco. Eu vi aquela fã do hotel ali na grade de proteção? Não, não é possível! Eu saí do hotel tem menos de 40 minutos, pegamos um trânsito dos infernos... Como ela foi parar ali? Eu ando comendo muito açúcar.
Desci do carro e fui falar com as fãs. A gritaria era sempre a mesma, mas tenho que confessar que as brasileiras tem um tom mais alto do que todas as fãs do mundo. É incrível a gritaria delas.
- JOE! POR FAVOR, VENHA ATÉ AQUI - uma garota baixinha pediu chorando. Então eu mesmo peguei a câmera de sua mão e tirei a foto.
Pois é, meus amigos, não estou ficando louco. Era mesmo a garota do hotel. Mesmo sorrisinho, as mesmas covinhas na bochecha, mesmos olhos ...
- OI, JOE! – Ela se dirigiu a mim sorrindo, depois de eu ter tirado uma foto com a garota que estava a seu lado.
- Hey! Você é rápida, não? – falei brincando e ela riu.
Tiramos mais uma foto e dessa vez ela entregou uma carta a mim.
- Leia só a noite, quando você for dormir. Por favor.
Eu não entendi muito bem o porquê daquilo, mas cada um tem sua loucura. Não é assim que funciona?
- Claro. Até mais então.
E então Big Rob me puxou para dentro da MTV, assim deixando muitas fãs gritando e chorando. Eu sou curioso demais, queria realmente ler aquela carta, mas... Ta, vou ser sincero, eu fiquei meio mexido por causa daquela garota. Fala sério, aquelas covinhas são um charme! E o jeito que ela fica meio paralisada quando eu chego perto, chega a ser engraçado.
Já falei que amo minhas fãs, né? Então ok.
E entrevista na MTV foi boa. Engraçada também. A garota que me entrevistou estava um pouco nervosa, mas mesmo assim foi legal. Almocei em um restaurante e quase explodi de tanto comer. A culinária brasileira tem o poder de nos deixar assim.
Voltei ao hotel novamente. Atendi as fãs que estavam ali a minha espera, mas a que eu realmente queria encontrar de novo não apareceu. Nem depois, no hall do hotel, onde tinha a visto pela primeira vez ela não apareceu. Eu achei estranho, mas relevei porque ela deve ter tido uma tarde cansativa naquele lugar onde ela era espremida enquanto outras fãs queriam falar comigo.
Tomei um banho e me deitei na cama para relaxar um pouco. Acabei adormecendo e tendo um sonho, um pouco estranho para a ocasião.

Estávamos e eu. Deitamos na mesma cama onde me encontrava naquele momento. Ela estava abraçada a mim e quando eu ia acariciar seu braço, senti algo molhado. Sangue. Olhei assustado para ela, que estava de olhos fechados. Seus pulsos estavam cortados e o sangue se derramava sobre seu próprio corpo e sobre mim mesmo.
Acordei totalmente assustado com aquilo. Algo naquele sonho estava muito errado. Mas é como eu disse antes: acho que comi muito açúcar no café da manhã.
- Joe, meu filho. Precisamos ir. A passagem de som começa em 40 minutos – Papai disse batendo a porta da suíte.
- Tudo bem, me dê 5 minutos e eu já desço – respondi com a voz um pouco alterada.
Minha voz estava rouca. GREAT! Pra quem vai fazer um show essa noite pra mais de 15 mil fãs, estou ótimo.
Bebi um energético e um chá que minha babá sempre me dava quando eu estava com a voz daquele jeito. Oh, tia Sara, que saudades de você.
Novamente no hall do hotel pretendia encontrar Caroline, mas ela não apareceu de novo. Tudo bem, está se tornando obsessão ficar esperando por aquela garota em todo lugar. Qual é, Joe, é só uma fã – repeti para mim mesmo antes de entrar no carro, indo em direção a casa de shows onde me apresentaria naquela noite.

AFTER SHOW

Posso dizer uma coisa? Acho que nunca fiquei tão cansado e suado em toda a minha vida. É sério. O Brasil é o melhor lugar do mundo pra se fazer show. O publico praticamente te leva a fazer todo tipo de loucura no palco, e eu simplesmente adoro isso.

Mas mesmo depois do show, aquela carta no bolso do meu jeans estava pesando, como se me chamasse para lê-la logo.
Chegamos ao hotel o mais rápido que o trânsito daquela cidade permitiu. Será que o povo daqui não dorme? Caramba, já se passava das 2 da manhã quando chegamos ao hotel e ainda havia trânsito nos arredores.
Me tranquei em minha suíte e, como se eu fosse um robô, tirei a carta de meu bolso, abrindo-a rapidamente. Na carta estavam escritas exatamente essas palavras:
‘’Bom, se você está lendo essa carta é porque eu finalmente consegui conhecê-lo e se eu não consegui lhe dizer muita coisa essa carta diz tudo que eu realmente queria que você soubesse sobre mim. Eu sei que é estranho, mas eu vou lhe explicar um pouquinho de tudo isso.
Eu sempre disse às minhas amigas e parentes que o dia que eu conseguisse lhe conhecer seria o melhor dia de toda a minha vida. Esse, no caso, seria o meu primeiro sonho. O segundo seria tê-lo para mim. Sim, é isso mesmo. Eu te amo, muito mesmo, e esse amor já passou da coisa de fã e ídolo há um bom tempo. E esse seria o segundo sonho que eu tenho uma vasta certeza de que não vai se realizar e eu sei os motivos de tudo isso. Oh, Joe, nós vivemos em mundos tão diferentes. Sou anos mais nova do que você e um grande detalhe: eu sei que sempre vou ser só mais uma fã maluca que corre atrás do ídolo feito uma louca deslavada, quase o deixando surdo.
Quando começo a pensar o que o resto das suas fãs diriam sobre algo a mais acontecer entre você e eu, logo me vem na cabeça ‘’Oh meu Deus, Joseph, por que você foi escolher essa brasileira ridícula e perdedora? Não é possível! Ela nunca será boa o bastante para o meu Joseph’’.
Eu sei que seria assim, porque passei os últimos 6 anos da minha vida inútil vendo coisas do tipo serem ditas por garotas que se dizem ser suas fãs sempre que você aparecia com uma namorada nova.
Por mais que eu te amasse todo esse tempo, sempre quis que você fosse feliz. Com qualquer que fosse a garota.
Sabe, eu sempre tive problemas em casa. Meus mais são separados e o novo marido de minha mãe vive de implicância com minha irmã mais velha. Na escola eu não sou e nem nunca fui a primeira da turma, nem mesmo a mais popular. Contudo, minha vida foi cheia de altos e baixos e meu maior sonho foi fazer com que você soubesse que eu existia. Depois desse dia, como diria minha avó, ‘’eu poderia morrer agora, mas morreria com um sorriso estampado no rosto’’. Eu nunca levei isso a sério, mas depois de tudo que eu já passei em minha vida entendi realmente o porquê daquela frase. Quem sabe se eu vou conseguir me sentir mais feliz do que senti quando você olhou para mim a primeira vez? Quem sabe se eu vou conseguir realizar os meus sonhos mais malucos? Eu achei que com essa felicidade seria um jeito bom de deixar que meu coração descanse em paz. A hora que você estiver lendo isso provavelmente eu não estarei mais viva, então eu preciso dizer que eu te amo e te amarei para sempre. Te amei do jeito mais bonito e puro que uma mulher pode amar um homem. E por isso escolhi morrer com a certeza de que meu maior sonho foi realizado. Eu só queria te pedir uma coisa: não mostre essa carta a ninguém.
Você foi um presente de Deus na minha vida e eu só tenho a agradecer por todos os momentos que você me proporcionou sem nem ao menos saber. Meu amor por você será eterno.
, 19 anos. Sua vizinha de suíte, sua eterna fã‘’.


Por que diabos isso teve que acontecer? Por que ela fez isso? Será que ela fez isso mesmo? Se matou depois de me conhecer! Não é possível!

Saí correndo de minha suíte com o coração a mil. Não é possível que aquela garota tenha feito isso. Por que? Será que sua vida era tão ruim assim a ponto dela pensar em se matar. Inacreditável. Aquelas palavras ainda estavam em minha cabeça: ‘’A hora que você estiver lendo isso, provavelmente eu não estarei mais viva’’ e ‘’ Sua vizinha de suíte, sua eterna fã’’. Minha vizinha de suíte. Ok.
Minha suíte era 402 , então ela estaria ou no 401 ou 403. Mas não havia tempo para erros. Só queria que houvesse tempo de eu bater na porta de um daqueles quartos e aquela linda garota abrir a porta com aquele sorriso trêmulo e a voz falha.
Fui primeiro no 401 e assim que bati na porta, fui surpreendido pela camareira saindo do quarto com um daqueles carrinhos cheiros de produtos de limpeza .
- Pois não, senhor. Deseja alguma coisa?
Ta, eu provavelmente deveria estar com os olhos arregalados, rosto corado e respiração ofegante. Ela devia achar que eu estava tendo um colapso nervoso. E realmente eu estava, só não entendia direito o porquê. Mas sabia que tinha que tentar salvar aquela garota e quem sabe entender toda a história dela.
- Me desculpe a pergunta, eu estou procurando uma garota. Ela é um pouco mais baixa do que eu, cabelo preto, olhos e usa uma camiseta escrito I Love Joseph. A senhora viu alguém com essas características? – Perguntei ofegante e a mulher continuava a me fitar com medo.
-Na verdade, eu não tenho certeza, mas acho que vi uma garota assim no hall do hotel há algumas horas atrás. Conversando com você! Puxa, você é aquele cantor que está hospedado aqui. É um prazer conhecê-lo, eu... - a mulher começou a falar sem parar e se eu não estivesse correndo contra o tempo ficaria ali conversando com ela, sem problema algum.
- Me desculpe, senhora, mas eu realmente preciso encontrar essa garota . Ela está... ela... ela está a beira da morte! E eu preciso muito encontrá-la.
Ela parou de me fitar com aquele olhar estranho por alguns segundos, dando lugar a um olhar de espanto, e de repente sua voz ganhou um tom a mais.
- O senhor não acha que ela...
-Sim, senhora, eu tenho quase certeza, por mais que seja horrível – eu completei a frase da camareira.
-Meu Deus! Precisamos encontrá-la. E já. Olhe, eu tenho essa chave que abre todas as portas do hotel, é meio que uma chave mestre. Vamos ver se a encontramos nesse andar – Ela disse já saindo do carinho e indo em direção a porta que estava a sua frente.
- Se a senhora me permite, acho deveríamos começar em ordem. Tente abrir o 403, pois o 402 é o meu quarto – Eu disse parando ao lado da mulher.
- Oh, sim, sim, claro. 403 – Ela respondeu meio afobada.
Ela se postou na frente da porta e disse para eu esperar ao lado, caso seja alguma fã maluca tentando me agarrar. Eu ri internamente por isso e agradeci a senhora. Ela abriu a porta devagar, para se certificar de que não tinha ninguém dentro do quarto .
Como eu previa, não havia ninguém lá dentro, então eu esperei a senhora sair do caminho para adentrar no recinto. No chão havia algumas marcas de sangue, o que confirmava as minhas desconfianças... Só esperava que não tivesse chegado tarde demais.
Praticamente chutei a porta do banheiro e quando entrei lá não era bem o que eu procurava. Uma mulher com aparência cansada deu um grito assim que me viu adentrar no lugar.
- SEU IDIOTA! VOCÊ ASSUSTOU MEU FILHO! SAIA ANTES QUE EU CHAME A SEGURANÇA!
Eu nem sabia o que falar. Não sabia se era o susto ou a angústia por não ter achado a garota. Só me lembro de ter saído sem dizer uma palavra, e só fui cair na real quando já estava correndo pelas escadas até o hall do hotel . Eu precisava encontrar a minha fã ainda com vida.
Cheguei ao balcão de informações quase sem fôlego. Não sabia que podia correr tanto em tão pouco tempo. A recepcionista me fitou assustada e esperou até minha respiração normalizar um pouco para falar.
- Me ajude... Tem uma garota. Ela está hospedada aqui, mas eu não sei em qual quarto ela está, e, ai meu Deus... Ela está prestes a fazer uma grande besteira. Você precisa me ajudar!
A moça ainda me olhava assustada, mas agora parecia que havia entendido a gravidade do assunto e respondeu depois de alguns segundos que demorou pra entender. Normalmente eu iria achar engraçado a garota ser tão lenta, mas naquela situação era de dar raiva. Pense comigo: você conhece uma garota, ela chama a sua atenção e aí ela diz que te ama, mas que vai se matar. E as pessoas a sua volta parecem não se importar com isso. Agem numa lentidão tremenda e você não pode fazer nada pra mudar isso. Sim, se você for como eu sabe que é irritante.
- Bom, senhor, se não sabe em que quarto ela está, pelo menos sabe o nome da garota? – ela perguntou com toda calma. Confesso que aquilo me acalmou um pouco, mas não o suficiente.
- Não sei bem... Acho que é . Mas o sobrenome eu não faço a menor ideia. Mas, por favor, me ajude. Eu não sei bem, mas eu sinto que se a gente demorar com isso vai ser tarde demais . – Eu praticamente supliquei a moça do balcão.
- O senhor não acha que ela... – ela perguntou e com um aceno com a cabeça terminei a frase dela.
Do nada, ela pegou o telefone, começou a teclar coisas no computador e depois saiu com uma chave nas mãos.
- Senhor Jonas, se for quem estamos pensando, ela é filha de um administrador do hotel. E ela provavelmente deve estar no primeiro andar, que é onde fica hospedada sempre que vem aqui. O nome dela é e... Por favor, salve-a.
Ela me olhava com os olhos cheios de lágrimas e segurava minhas mãos com força. Eu peguei a chave de suas mãos pequenas e saí correndo para as escadas novamente. Precisa chegar a tempo para salvar aquela garota, a minha adorável fã.
Corri como se não houvesse amanhã, e nesse caso, não havia amanhã. Não havia amanhã para salvar aquela garota da loucura que estava a ponto de fazer, ou se já tivesse feito e fosse tarde demais.
Cheguei às suítes do primeiro andar e parei na porta da primeira delas. Olhei novamente para o cartão para confirmar o número. Tudo certo, era agora. Ou encontraria uma menina totalmente saudável ou o pior teria acontecido e tudo estaria acabado. Girei a chave num movimento rápido e a porta destrancou. Corri suíte adentro e cheguei até o banheiro e quando meus olhos focalizaram a garota, suspirei de alívio.
Ela estava dentro da banheira. Ela chorava e em suas mãos havia uma lâmina. Corri até ela, que até aquele momento não tinha percebido que eu me encontrava no recinto e peguei a lâmina de suas mãos . me olhou surpresa . Seus olhos estavam vermelhos. Parecia que estava chorando há horas e horas a fio.
- Joe... Joe, o que você ta fazendo aqui? – Ela perguntou baixinho.
Eu olhava para ela e nem sabia o que responder. O que eu estava fazendo ali? O que eu vi naquela menina para ter ficado tão fixado nela? O que...
- Eu vim te salvar, . Eu não podia deixar você fazer isso. Acabar com a sua vida assim, eu... – ela me interrompeu.
- Mas eu sou somente uma fã, Joe, não precisa se importar comigo. A minha vida é tão... tão... – ela não terminou a frase. Eu a abracei e ela começou a chorar novamente. Depois de incontáveis minutos daquele jeito, eu tirei-a da banheira e levei até a cama, onde a cobri e fiquei com ela até adormecer.

’s POV on

Por que ele foi atrás de mim? Por que ele ficou todo aquele tempo comigo? Não havia motivos para ele ficar. Eu sou uma em um milhão... Simplesmente não havia motivos para ele ter ficado, me salvado... Cuidado de mim.

Acordei e dei de cara com um papel, que estava repousado ao meu lado na cama. A última coisa que me lembro foi de ter visto Joe no banheiro e depois ter chorado encostada em seu ombro. Abri o papel que estava dobrando ao meio, me deparando com uma caligrafia muito bonita, e comecei a ler calmante.

"Bom dia, minha adorável fã.
Espero que esteja bem. Bom, se você acordou e eu não estou ao seu lado, por favor, eu te peso pra ficar aí quietinha que eu não demoro a voltar e, por favor... Fique aí. Joe".


Ri baixinho pelo cuidado que ele estava tendo comigo e voltei a me deitar na cama. Comecei a pensar em algumas coisas, em como o mundo dá voltas. Em um dia eu me sentia o verme do coco do cavalo do bandido, e no outro, o homem da minha vida, a pessoa que eu mais amava no mundo estava com medo de que eu tentasse alguma coisa. Queria que minha mãe estivesse aqui comigo, ela com certeza ficaria orgulhosa de mim... E depois brigaria comigo por eu ter tentado suicídio. Como ela dizia ‘ Se Deus deu a vida a você, não será você mesma que vai tirá-la de si. Ela vai acabar quando sua missão nesse mundo estiver completa. " Ah mamãe, que saudades de você.

Meus olhos começaram a marejar, mas assim que ouvi o barulho da porta sendo aberta, tratei de engolir o choro e respirar fundo antes de ver quem entrava na suíte. Era ele novamente. Ele não havia me abandonado novamente e eu o amava cada vez mais por isso.
- Bom dia, mocinha. – ele disse sorrindo com seus lindos dentes brilhantes.
- Bom dia, senhor Jonas – eu disse brincando enquanto me sentava.
- Você está bem? – ele perguntou preocupado.
- Acho que sim. Só com um pouco de fome – confessei a ele que ainda me olhava de um jeito estranho.
- Bom, disso a gente pode cuidar, mas antes eu queria te perguntar uma coisa – eu balancei como incentivo e ele continuou: - por que você ia fazer aquilo? Sua vida é tão ruim assim?
E então eu contei tudo para Joe, desde quando era pequena, quando perdi minha mãe. O motivo de eu não ter amigos, meu pai só ligar pro trabalho, contei um pouco sobre minha vida de fã... E ele escutava tudo, de vez em quando fazia alguma pergunta e eu respondia sinceramente.

Joe’s POV on

Sete anos depois daquele dia, cá estou eu no mesmo país, sentado na mesma cama e com a mesma garota, só que desta vez casado com a garota. Depois daquele dia, não desgrudei de . Levei-a num psicólogo para ajudar em seus problemas emocionais e depois de todo o tratamento ela foi comigo para Los Angeles onde, há 2 anos atrás, ela terminou a faculdade e finalmente decidimos que já era hora de oficializarmos nossa união. Ela era uma garota extremamente bonita, sua personalidade forte me chamou atenção e aqueles olhos... Eu nunca mais poderia esquecer aqueles olhos, agora da garota que eu amo. era uma pessoa completamente amável e tudo para ela na nossa vida juntos era como um sonho. Ela era minha fã, sonhava em fazer parte da minha família, conhecer meus pais e meus irmãos. Sonhava que um dia eu pudesse notá-la e finalmente chegarmos onde estávamos hoje: casados e felizes como nunca estivemos antes.
Seu pai era administrador do hotel onde eu havia conhecido . Ele, por sua vez, quase teve um infarto quando soube que sua única filha tinha tentado suicídio. Ele passou a ter mais cuidado e carinho pela filha e confiou a mim a vida de sua filha, pois sabia o quanto eu era importante na vida da mesma.
saiu do banheiro sem o vestido de noiva, agora com um vestido azul de pano fino e com os cabelos soltos feitos e cachos que a deixavam perfeitamente bonita.
- Tudo bem... Marido? – ela deu uma gargalhada gostosa e eu a acompanhei, e depois ela continuou – eu adoro falar isso. Marido, marido, marido, marido – e riu de novo.
- Eu acho que vai ser fácil me acostumar a te chamar de esposa, esposa – não aguentei e comecei a rir novamente.
Nós rimos novamente e ela ficou séria de repente.
- Já eu acho que não vou te chamar de marido por muito tempo, sabe – ela disse séria e eu comecei a ficar preocupado com a seriedade que ela usava para falar.
- Por que você acha isso, querida? – perguntei preocupado.
Ela colocou as mãos para trás de seu corpo e em seus lábios um belo sorriso brotou do nada, me contagiando e me aquecendo por dentro.
- Porque tenho outro nome pra você – ela disse marotamente.
- Posso saber qual é, senhora Jonas? – perguntei me aproximando dela.
- Papai – ela disse sorrindo.
Tirou de trás de seu corpo um par de sapatinhos de bebê azul. E dali em diante descobri o verdadeiro significado da palavra felicidade.

Fim

N/a:
E aí, garotas?! Gostaram? Bom, essa historinha na verdade surgiu de um sonho que eu tive a algumas noites atrás e aí sentei na frente do computador e escrevi em meia hora. Enfim, espero que tenham gostado e se não gostaram... Eu gostei dessa coisa de escrever fiction, então já comecei a escrever uma long e daqui a um tempinho ela aparece aqui no ffobs, ok? Não deixem de comentar! Beijinhos.

PS: Se quiser xingar a autora, aqui está meu twitter, facebook e forms. Enjoy!

Nota da Beta: Hey, pessoa! Só pra avisar que se você encontrar qualquer erro na fic pode entrar em contato comigo por e-mail. E não custa nada deixar um comentário pra fazer uma autora feliz, porque ela merece.
Letii

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