NEVER THINK
Por Nana



Capítulo 1

"Eu era um pássaro que voava e voava, mas no fim sempre batia a cara em alguma árvore de ferro por aí... Não me deixe... uísque (??)"
- ? Você está bem? Ou o uísque já está fazendo efeito? - perguntou a amiga .
- Eu estou bem, perfeitamente bem! Tirando o fato de essa danceteria estar um porre!

O fato não era que a danceteria estava um porre, mas sim eu. Não sabe o quanto eu estava entediada demais depois de um dia desgastante e perturbada naquela universidade. Dançar era terapia para mim.

- Olha só aquele cara que 'hot'!
- , ele parece ser casado. Até parece que um bonitão desses ia dar 'sopa' por aqui sozinho, ou apenas com uma pobre namorada.
- Se você não for lá, você nunca irá saber.

Tá eu estava exagerando demais na bebida, além da faculdade, tive que sair de casa ouvindo umas trocentas palavras da boca de minha mãe. Não sei onde aquela mulher arruma tanto discurso e sempre bate na mesma tecla: ", você precisa arrumar um emprego". Então eu só queria 'pegar' alguém e me distrair.
Eu fui dançar, talvez a minha dança hipnotizasse aquele belo par de olhos e aquele lindo sorriso. Quando percebi, ele estava me olhando - era o que eu queria - mas espere... Por que esse sentimento de medo agora? Resolvi voltar para o lado das minhas amigas.

- Cansou? - perguntou a amiga Patie.
- Ah! Ele deve ser casado mesmo, que desperdício!
Quando eu disse isso, reparei um frescor passando por mim, quando eu me virei:
- Olá, tudo bom?
- Oi, tudo ótimo e você?
- Bem melhor agora. Prazer. Peter.
- Hum, Peter? Prazer. .

Sim, ! Essa sou eu. Um estranho ser humano de 21 anos de idade, estranha, com cabelos encaracolados nas pontas, estranha e sempre tentando manter a calma (ah, e mais estranha...).
- , que nome lindo. Parece nome de... gata.
- Gata?
- Meu primo tem uma gata que se chama .
'Era só isso que faltava' - eu pensei.
- Que engraçado...
- Aquelas são suas amigas?
- Sim, Patie e . Hum, eu acho que conheço você de algum lugar, você é ator?
- Sim, eu trabalhei em alguns filmes e fiz uma série.
- Fastlane?
- Isso mesmo!

Uma das coisas mais estranhas que eu já achei nessa vida, quando paqueramos alguém a noite toda e sempre ficamos com uma incerteza roendo o dedão do pé. Nunca sabemos onde vai dar e quando menos esperamos acontece o pior, ou o melhor. Está certo que o Peter nem está perto de ser o meu príncipe, mas como homem ele é demais.

Depois do terceiro copo de líquido de não-sei-o-que que tomamos, eu pisquei e lá estávamos numa sala restrita da danceteria. Eu esperava que não tivesse ninguém com dores lá. Só eu! Com uma dor que o único remédio para curar só Peter tinha! Me jogar na parede e me lascar um beijo daqueles.
E foi o que ele fez... E como. As mãos dele deslizavam por todo meu corpo, ele levantou minha perna e prendeu em seus quadris. Beijava meu pescoço como se fosse um lobo mau, mas um lobo mau gostoso e sedento de prazer. Mas claro que posso dizer que mil coisas passavam pela minha mente naquele instante:
"Oh meu Deus! Quem é ele? O que eu estou fazendo? Por quê? Para ceder mais um capricho meu? Amanhã como vou reagir a isso?"
Mas logo vem as respostas de -para-. Ele é um tal de Peter-Fatia-de-bolo-não-sei-o-que-lá-das-contas-Nelli, arredondamente MORANGULAR. Em outras palavras: 'delicioso'. Por que eu estou fazendo isso? Porque eu quero! E o amanhã? Deixa para amanhã mesmo!

Me envolvendo nesses pensamentos, percebi que em alguns instantes estávamos deitados nus em um sofá mesquinho da sala.
Quando ele me olhava nos olhos parecia que eu ia ao céu.

Depois daquele dia eu nunca mais vi o Peter. Apenas no Daily Mail, uma semana depois, onde estava escrito que ele havia casado! A minha reação? Foi uma das mais normais possíveis: UM GRITO durante a apresentação do Robert Pattinson na aula de Literatura.
Lá estava ele tentando parecer um Shakespeare dos povos baixos de Londres. Ele já não ia com minha cara, depois disso então...
Mas uma coisa em Robert sempre me fascinou, além dele, o olhar! O olhar dele era tudo! Quando ele me olhava, eu me sentia o Woodstock do desenho do Snoopy, pequena e frágil, mas adorava tê-lo por perto. A diferença é que nunca seríamos amigos...

Até porque ele não merece a minha amizade depois que ele colou chiclete no meu assento! Cara, aquela goma demorou cinco dias para sair da minha saia! Mas era só eu me lembrar daquele olhar que compensava, desculpava, parava tudo...

...Num só instante!

Então eu estava no meu sofá, parada que nem uma bocó lembrando disso tudo. Por quê?


Capítulo 2

Naquela noite eu precisava de um devaneio imediatamente! Minha mãe, como sempre, já estava reclamando de tudo e um mundo. Então eu tinha que devanear. Enquanto na TV passava um programa de fofocas, que citava o Peter e um filme que ele ia fazer... Então eu fui recordando...

Mas eu fiquei indignada comigo mesmo por encaixar o Robert nas minhas recordações de bêbada, apesar de que ele também é um bêbado, e pensar nele é coisa de bêbado... Enfim, se eu pensasse nele mais uma vez durante o dia seria um alerta de perigo...

- , você não vai à faculdade?
- Calma, mãe, já estou indo!

Eu estudava em Cambridge ao norte de Londres, longe do centro. É por isso que eu amo esse lugar! Não gosto de coisas muito movimentadas. fala que eu sou como bicho-do-mato. Sou mesmo, deve ser esse o jeito que ela define pessoas 'estranhas'.
- Olá, meninas, tudo bem?
- Sim, pelo menos comigo...
- E você, ? Por que não?
- Briguei com ontem...

era o namorado da , eles sempre brigavam por um motivo: O Bar! Ele fazia shows lá no barzinho da cidade para garantir uns trocadinhos, mas sempre havia umas groupies fogueteiras. aturava, mas às vezes aparecia cada uma...
- Nem precisa me dizer, já sei até o que foi - eu disse a ela.
- É!
- E você e Jack, Patie?
- Acho que estamos no caminho certo, saímos nesse fim de semana e ficamos!
- Isso é ótimo! Acho ele um ótimo rapaz...
- Com aquela bundinha linda - disse , implicando com Patie.
- Você já tem a sua bundinha lindinha, sua cebó.
- Cebó? O que é isso?
- Ela está cebando meu macho...
- Ah ta. - Eu ri.

Patie é muito maluca, ela sempre inventa essas definições para as pessoas...

Está certo que dá uma solidão quando vemos nossas amigas com namorados e a gente não... Mas eu estava muito bem naquele momento!

- Eu vi o Peter no jornal hoje de manhã.
- Oh, ele se separou? - Patie me perguntou.
- Não – bufando -, Patie. Ele vai fazer um filme, acho que de vampiros. Ele será Carlisle Cullen.
- Crepúsculo! - disse .
- Ahn? - eu disse
- É baseado naquele livro que eu te dei de presente de aniversário.
- Ah sim, lembrei!
- Você já leu?
- Estou na página 7 - eu disse. 'Desde do dia que você me deu' - eu pensei.
- Cruzes! Vampiros! - Patie disse cortando o assunto.

Uma das coisas mais engraçadas sobre Patie e : Patie odiava filmes de terror e coisas do gênero. Já amava tudo isso, mas tinha medo de BORBOLETAS!

- Meninas, olhem, o Pattinson! - disse .
- Cretino!
- Por que ele é cretino, Patie? - eu perguntei, tentando parecer menos Amy Winehouse o possível.
- Ele pôs meu nome na cadela dele!
- Ah sim, a Paty, e não Patie. Ele te ama, fato!

As meninas caíram na gargalhada. Enquanto Robert estava vindo com seus óculos Ray-Ban cor de breu, eu já estava no corredor. Quando olhei rapidamente para o mural, meu nome estava lá!

- ; O que diabos meu nome está fazendo ali?

Quando me preocupei em ler, vi que tinha sido 'escolhida' com mais cinco garotas pelo próprio Robert para assisti-lo gravando seu novo filme...
Graças ao bom anjo ele estava passando perto de mim na hora para que eu pudesse voar e cima dele e matá-lo!
- Você é maluco? Como você ousa a colocar meu nome em um anúncio com o tom de que eu deliro por você?
- E não? Você está sempre me olhando...
Eu tive que interrompê-lo, mas eu ia falar o quê? Já que isso era a mais pura verdade. Fazia quatro anos que eu não conseguia desviar meus olhos do dele!
- Então eu pensei... que você está 'gamadinha' em mim - ele disse olhando para os amigos dele e rindo.
'Vai, , ele merece uma resposta' - eu pensei.

- Hmm, você que deve estar! Se você repara que eu te olho, é porque você olha para mim, foi você quem escreveu meu nome aí, me solicitando. Ou seja, é você que está correndo atrás de mim, então quem está 'gamado' é você...

Nem preciso dizer que a cara dele foi ao chão, aquela carinha de cachorro sem dono. Mas ele estava pedindo por isso e eu não podia deixar me levar por esses pensamentos e delírios 'Robertizados'. Se minhas amigas soubessem disso...

Durante a aula, o professor ficou me enchendo de perguntas pessoais. Dava vontade de dar na cara desse ameba. E a cada resposta, Robert ria ou me olhava.
Até que eu quis devanear... De novo... Dessa vez eu estava parada no meio de uma pista de dança, não havia som, não havia pessoas. Apenas uma bela risada já conhecida e um olhar... Aquele olhar. Foi quando ele se aproximou mais e pôs a mão na minha cintura.

Naquele momento, eu fechei meus olhos de verdade. Quando me deixei levar pela realidade, o alerta do intervalo soou. Também, eu não queria mesmo...
Quando abri os olhos, aí que não havia som e nem magia mesmo. Tinha um bando de gente estraga prazer e um professor ameba me olhando com cara de análise.
Minhas amigas e eu ficamos na sala durante o intervalo e logo me perguntou:
- O que houve?
Báh! Num tinha como esconder nada dela! Até se eu estivesse com dor no umbigo ela saberia.
- Cansada! Estou tendo devaneios estranhos, e preciso de um emprego!
- Se você está cansada, para que quer um emprego? - brincou Patie.
- Boa pergunta! - eu respondi.
- Mas falando sério, por que você não tira um bico a noite no bar onde o toca? - Patie me sugeriu.
- Estão precisando de gente lá?
- Estão sim, acho que para servir!
- É, e eu ainda pago você por fora para você vigiar o para mim - disse aos risos.

Naquele dia, eu não fui de carro, e também não quis voltar de ônibus, fomos embora caminhando. Eu não sei de onde a gente tira tanto assunto para gossipar, inventamos cada coisa que não está em algum gibi ou script de filmes.

Robert morava no início da minha rua. Aliás, às vezes eu até esquecia que ele residia lá. Nunca fomos à faculdade juntos ou voltamos juntos, o que minha mãe achava perfeito! Ela queria que eu ficasse bem longe dele.

Chegando em casa, senti a presença de uma outra pessoa. Fui até a cozinha, de onde eu escutava os barulhos, quando vi quem estava conversando com minha mãe?... A Sra. Pattinson!
Ela ia à minha casa alguns dias da semana. Minha mãe ADORAVA ela. Mas por que justamente naquele dia ela tinha que estar aqui em casa?
Só para atormentar mais a minha mente?
Enfim, eu estava certa que a cada dia que passava, ou nesse caso a cada hora, a minha paixonite de ginásio estava renascendo.


Capítulo 3

Fui para o meu quarto. Mal abri a porta e o telefone tocou. Era minha irmã . Eu sempre estranhei o fato do nome dela ser maior do que o meu.
- Oi, , mamãe está?
- Está sim! Ela está conversando com a Sra. Pattinson.
- Hum, e o Bobby está aí?
- Que Bobby?
- O Robert!
[Ah, eu havia esquecido que minha irmã era amiguinha de infância dele... Desde que se juntou com um dos melhores amigos dele...]
- Ele não está aqui - eu respondi arrogante.
A sempre soube da minha quedinha pelo Robert. Diferente de algumas relações entre irmãos, ela é muito mais do que uma simples irmã para mim.
- Então, , você sabe se a mamis vai vir para cá?
- Ir?
- É, ela vai ficar uns dias comigo aqui no centro, mas não sei quando ela pretende vir.
'Não acredito! Eu vou ficar sozinha, por algum tempo aqui? Que desastre ambiental!' - eu pensei.
- Vou passar a ligação para ela! Te amo!
- Também te amo!

Eu desci as escadas euforicamente para entregar o telefone à minha mãe, e já pronta para escutar a conversa delas. Eu estava com uma meia no pé e eu quase tropecei no degrau e caí. Quando cheguei à sala, mamãe estava com a Sra. Pattinson e o filho dela... Hãn? O filho dela? O que ele estava fazendo aqui? E eu? O que estava fazendo com uma meia, apenas, no pé, e furada! Eu estava parecendo um telettubie de tão lezada...
- Mãe, a ! - eu disse pigarreando.

Que bom, ninguém reparou na minha meia...

(risos ao fundo)

- Para, ! - eu disse.
era minha irmã mais nova! Ela estava rindo da minha meia quase para fora e furada, parecendo o Bozo.
Eu tive que sair da sala voando e imaginando o que o Robert estava fazendo na minha sala. E ele sem educação nem para dar um OI. Apenas sorriu para acabar com as minhas veias.

Eu só sabia de uma coisa: que eu precisava beber! Sim! Beber, cair e levantar. Eu ia ficar entorpecida durante todo o dia seguinte se isso acontecesse, a dor da ressaca nem me deixaria pensar em quem é Robert Pattinson!
'Ah, esquece!' - eu pensei.

Eu tirei a meia, peguei o Haroldo, meu urso, e dormi a tarde toda, nem quis saber de nada. Eu estava com a mente cansada, tanta besteirada que eu tenho andado pensando! Acho que uma viagem ao Afeganistão resolveria tudo.

Eu acordei com o barulho do galho da árvore batendo na minha janela. Estava chovendo! Chovendo 'dogs and cats', em outras palavras, canivete!
- Que ótimo! - eu disse.

Assim eu faria uma pipoca e assistiria a um filme.
Quando desci, a , estava vendo TV. Para a minha alegria ela estava assistindo Harry Potter.
- Ninguém merece! - eu disse resmungando.
Um filme com o Robert! Ele estava no filme e apareceu bem na hora em que eu pisei na sala.
Fui para a cozinha e fiz a minha pipoca, ela ficou pronta em dois minutos. Coloquei na bacia e subi para meu quarto.
Ver filme sozinha é estranho... Mas eu já estava acostumada! Abri minha caixa de filmes que estavam debaixo da cama e escolhi um que gravei recentemente, mas não havia assistido ainda: 'Norbit' com Eddie Murphy. Devia ser comédia, mas só aquela maquiagem de mulher gorda estava me enlouquecendo, então escolhi um desenho, da Disney de preferência. Nemo. Sim! Eu amo!
- Vou ver pela milésima vez!
Enquanto o filme passava, eu olhei pela minha janela e vi o Robert passando em frente a minha casa. Ele estava olhando para a janela do meu quarto, mas mal ele sabia que eu estava vendo.

Minha mãe, como sempre, invadiu meu quarto! Não sei o que há com essa mulher! Acho que minha avó esqueceu de ensiná-la a bater antes de entrar. Ela queria me avisar que ela e passariam umas três semanas com a no centro.
Minha mãe estava era querendo vigiá-la com George, aposto!

George era meu cunhado. Ele é um dos melhores amigos do Robert. Aliás, graças a ele que minha irmã o conheceu. Eles namoram há quatro anos e moram no centro, mas não na mesma casa, ainda - eu acho. Enfim, é por isso que minha mãe quer ir tanto para lá!

Aproveitei que ela tinha saído do quarto e pausei o filme e fui tomar banho. Durante a noite não consegui dormi, eu estava entediada e aborrecida. E imaginando o que o Robert estava imaginando enquanto olhava para minha janela....


Capítulo 4

No dia seguinte, meu pai ligou. Minha mãe e ele eram juntos e separados. É porque às vezes rolava uma recaída entre eles. Eu não conversei com ele, mas mamãe disse que ele estava bem e com saudades.
Enfim, catei minhas coisas e desci, eu estava morta de ânsia para ir à faculdade. Mas tive que tomar café antes. Logo depois, peguei meu Beetle e me mandei.
Era engraçado escutar música às 6 da manhã ou alguns minutos a mais, era cada uma que tocava. Por exemplo, naquele instante estava tocando 'Like a Virgin', da Madonna. Eu aproveitei o embalo e comecei a cantar:

"Like a virgin... Touched for the very first time... Like a virgin
When your heart beats (after first time, "With your heartbeat")... Next to mine"

Quando virei a esquina, pude ver e Patie me esperando na porta da faculdade. Eu buzinei.
- Oi, meninas!
- Oi! Por que você veio de Beetle hoje? - elas perguntaram.
- Não estava muito a fim de andar.
- Vamos entrar - disse.

Claro que eu contei a elas sobre a estranhíssima visita do Robert à minha casa. Eu estava tentando esconder meu olhar cada vez que eu falava. Eu estava sedenta para vê-lo.
Quem olha assim, pensa que ele nunca tinha ido à minha casa. Mas sim, ele nunca tinha ido, até eu começar a sentir essas esquisitices por ele.

Então quando pisei no corredor, lá estava ele! Todo de preto, como na maioria das vezes, e com aquele olhar tímido de sempre e às vezes malicioso.
'Você nunca saberá ao certo o que ele pensa' - eu disse para mim mesma.

- Meninas, vou beber água - eu disse.
Sim, olhá-lo me deu sede, muita sede.
Enquanto eu estava 'estacionada' no bebedouro, eu senti algo passando, ou alguém atrás de mim. Quando...
- Deixa um pouco de água para mim, oh!
Sim era o Robert! E estava falando comigo, com o tom irônico de sempre.
- Claro! - A única palavra que eu poderia dizer!

Então eu saí para o príncipe poder 'matar sua sede'!
Todos haviam entrado em suas salas, restava apenas nós dois no corredor.
- Por que você age como se eu fosse um estranho, digo, um qualquer? - ele me perguntou.
- Porque você é estranho comigo! - eu disse num tom não identificado nesse planeta.
- Eu não! Toda vez que eu falo com você ou tento ser seu amigo, você é crua comigo!

‘Pera...
"Crua?" O que ele quis dizer com isso?
- Ah, você quer que eu seja legal com alguém que fica publicando cartazes me convidando para algo que vai parecer uma 'surubinha' e com entonação de que eu aceitaria numa boa?
- Você é muito complicada - ele disse.
- Não sou a única.

Entramos na sala, era um teste em duplas e como nós dois éramos DOIS e estávamos lá fora...
- Vamos sentar juntos! - Ele riu.
- É né, fazer o quê?

Patie logo olhou para mim com cara de interrogação. Ela estava fazendo o trabalho com a .

Estudar Música era legal! Eu não queria ser uma GRANDE cantora, era que eu não tinha porra nenhuma para fazer em casa, então eu disse: "Vou estudar Música". E aí veio Robert de 'brinde'.

- Você vai querer responder? - ele me perguntou.
- Ser você quiser, fique à vontade! - eu disse.

Enquanto ele respondia as perguntas do teste, ele me olhava estranho. Eu percebi que ele queria continuar a conversa.

- Então... Por que você fez aquilo ontem? - eu perguntei.
- Foi uma infantilidade, eu sei... Mas de que outro jeito eu poderia fazer com que você prestasse atenção em mim agora?
'Eu presto atenção em você, seu besta! Há quatro anos!' - eu pensei.
Eu não disse nada, mas corei.

- Não precisa ficar vermelha, a culpa é minha. Eu não era muito legal aos 12 anos de idade, né?
- Não mesmo! - eu disse e ri.
'E lá eu ainda não gostava de você' - eu pensei.
- Então desde que eu me mudei para sua rua, há quatro anos, eu percebi que tinha que mudar umas coisas. E uma delas era te pedir desculpas. Eu sou péssimo com essas coisas...
- Não precisa! Eu já entendi o recado! - eu disse tentando não parecer tão animadinha.

Ele riu. Mas que sorriso perfeito e encantador. Eu poderia até cair se pudesse, mas todos da sala iam ver e perguntar: 'O que houve?'
E então o que eu ia dizer? Caí por causa do sorriso mega-lindo-perfeito do Robert? Não mesmo!
Ainda mais que a Patie estava olhando, ela ia tirar sarro até na hora do meu funeral. Ela ia me ver lá morta, ia apontar para minha cara, rir e dizer: Vou sentir falta de você caindo no teste por causa do sorriso do Pattinson, sua bitch!

- Então, o que você foi fazer na minha casa ontem? - eu perguntei.
- Fui buscar minha mãe, ela tem medo do novo vizinho - ele disse e riu timidamente.
- É, eu também... Mas ninguém sabe - eu disse rindo também.
- Agora eu sei. Mas você ontem estava meio... perturbada.
'Ainda bem que ele disse MEIO, ele nem podia pensar em me lembrar da palavra: MEIA! E furada ainda...' - eu pensei.
- Estava estressada, minha mãe anda me chateando demais!
- Eu sei como é - disse ele assinando nosso teste e se levantando para entregar ao professor.

Antes de sair da sala, ele olhou nos meus olhos tão estranho que eu até pensei que ele ia me pedir em casamento. Mas era só para pensar mesmo!
- Vou dar uma festa lá em casa sexta! Chame suas amigas e vá! E não comenta com mais ninguém, por favor, - ele disse sussurrando.

Eu fui à lua e voltei! A minha única resposta foi um sim balançado com a cabeça. Então ele foi embora.

Na hora da saída, eu esperei as meninas. Elas ainda estavam com aquela cara de ponto de interrogação, então eu apenas resumi a história.
- Por favor, digam que vocês NÃO irão a essa festa! - eu proclamei.
- Haha. Claro que vamos! - disse , rindo parecendo o Gato Félix com as mãos na cintura.
- Eu sabia! Mas espero que não seja nenhuma pegadinha dele...
- Não é! - Patie disse.
Eu confiava nela, Patie sabia interpretar as pessoas. Por causa dela que eu descobri que meus pais andam fornicando por aí.

Então eu dei carona a elas e depois fui para casa. Minha mãe e já estavam saindo para o centro.
- Oi, pode deixar eu levo vocês até a rodoviária - eu sugeri.
- Ai, meu anjo, obrigada - minha mãe disse.
Ajudei minha mãe a colocar as coisas no carro, enquanto nos aguardava dentro dele.
- Mamãe, vamos! - a peste rolicinha gritou.
- Calma! - minha mãe respondeu.
Minha mãe, no carro, começou a perguntar da escola. Coisa que era normal dela sempre que não tinha assunto comigo.
- Está legal agora. – É, eu disse isso.
Chegando à rodoviária, ela me lembrou de todo estoque, de tudo quanto é coisa, que tinha em casa. Parecia que eu tinha 10 anos!
- Está bem, mãe, mande beijos para e George.

E lá foram elas. Eu não podia comemorar minha liberdade de três semanas, porque eu sabia que meu pai iria aparecer a qualquer momento para checar se eu estava grávida, ou morta. E minha mãe ligaria sempre...

Quando cheguei em casa, esquentei o almoço e fiquei imaginando se o ser Robert-legal-Pattinson-comigo iria existir todos os dias. Então veio a neurose que ele descobriu que eu estava realmente 'gamadinha' na dele.

Peguei minha comida e sentei na varanda de casa, que dava para a rua. Sim, era fogo para vê-lo.
E foi quando ele passou com uma das irmãs dele. Eles acenaram para mim, ainda bem que eu já tinha terminado. Não me imaginaria lambendo os dedos e o Robert passando, seria mais um mico para a listinha... Mas seria engraçado.

Estava escutando um barulho de sininhos batendo. Era e sua bike da Hello Kitty.
- Oi, amiga, vim passar a tarde com você. Tem problema?
- Claro que não! E a Patie?
- Ah, ela está com Jack!
- Ow, o que será que ela está aprontando, hein?
- Larga de ser boba, eles foram levar o primo dela ao zoo.
- Hoje?
- É, eu também achei estranho. Você falando assim, posso imaginar também que ela está aprontando...

Então e eu ficamos a tarde toda conversando e vendo filmes.
- E você e o ?
- Estamos bem!
- E as 'groupies'?
- Estão na mesma, a gente sempre briga por isso, eu taco o cabo da vassoura nele. Mas ele parece que está em Vênus! Disse que qualquer coisa que ele aprontar com elas, eu não perdôo mesmo! E ainda quebro um cabo de vassoura na cabeça dele! - disse ela aos risos.
- Mas o que elas fazem?
- Ah, ele não é nenhum cantor famoso, sabe. Mas elas o tratam como se fosse, mas é para ficar de foguinho. É show, à noite, gente carente, velhas safadas... Você sabe como é.
- Entendi! Mas até as velhas?
- Sim, e olha que elas são as piores.
Até que já era 7 da noite.
- Tchau, , nos vemos amanhã - ela disse.
- Tchau e obrigada pela tarde.

Eu pensei em chamar a Patie para fazer uma tarde dessas comigo um dia! Fazia tempo que a gente não fofocava.
Como eu, como sempre, não tinha nada para fazer, eu liguei meu notebook e entrei no Messenger, fazia uma semana que eu não conversava com aquele povo! Quando uma solicitação de amigo me deixou de pernas bambas! Sim, era o Robert e seu e-mailzinho do MSN. Ouch! Aposto que foi o George que deu!
É claro que eu, E.T., aceitei! Ignorar nem passava pela minha cabeça. Ele não estava online, e nem ninguém interessante. Nem a Patie. É, nem ela que está SEMPRE online no Messenger! Ela diz que é o caso de urgência se a e eu precisarmos de alguma coisa.
O que será que ela estava fazendo?

...

- Ai que droga! O Jack adora me estressar - disse Patie sentada no seu sofá, chutando a mesinha.
Jack e ela tinham acabado de discutir. Ele não gostou de saber que as amigas tinham saído para a gandaia.
Então ela voltou para casa, com raiva. Porque ela achava que ele não tinha esse direito de 'tomar conta da vida dela'.
- Quem será? - disse ela se referindo a alguém que estava batendo na porta de sua casa.
- Sou eu! Jack!
- Santo Sapateiro! O que você quer?
- Quero conversar.
Então ela abriu a porta.
- A senhora veio embora e se esqueceu de uma coisa...
- Eu não me esqueci de nada - disse ela num tom forte.
- Sim, você esqueceu! Que eu gosto de você e só quero seu bem!
- Ah é? Se você quisesse meu bem, você não tentaria impedir minha diversão!
Jack respirou fundo.
- Ah, você quer se divertir? Então vou te mostrar o que é diversão! - ele disse.
Então Jack puxou Patie pela cintura e a beijou como nunca havia beijado antes. Patie não estava acreditando no que ele estava fazendo. Jack sempre tão na dele... Eles caíram no sofá, quando ele a colocou sentada em seu colo. Os beijos ficavam mais ardentes. Jack a beijava passando a mão por dentro de suas roupas. Patie estava fora de si.
- Jack, o que fizeram contigo no zoológico?
- Acho que o leão me mordeu! Estou com o veneno dele.
Patie riu.
'Não posso me esquecer da prova!' - ela pensou.
Alguns minutos depois...
- Gostou da diversão? - Jack perguntou com olhar malicioso.
- Não sei o que dizer... - disse ela corando.
Ele se levantou e foi ao banheiro.

Patie misturou as roupas dele e 'catou' algo para que ele não percebesse.

- Que foi? - disse Jack logo após voltar do banheiro.
- Eu acho que quero me divertir mais.
- Você não estava com raiva de mim?
Patie o olhou de cima a baixo para ele daquele estado, nu, e disse: Não!
Jack a beijou.

...

- Espero que Patie entre mais tarde pelo menos e que ela esteja bem! - eu disse.
Eu liguei o rádio, detesto ficar na internet sem som. Coloquei o CD número 29 das minhas canções favoritas. Até que uma música me fez viajar nos meus pensamentos e eu fiquei meia-hora parada sem piscar!

"Sinto-me como uma guitarra nunca usada... Afastada de todo o mundo... E eu me pergunto

Quem eu quero ser?..."
Era 'No one', da Aly & Aj, uma das músicas que eu mais gosto.

Pensei se ela queria me dizer algo. Afinal, não era nada fácil ser uma .


Capítulo 5

Eu fui tomar banho e deixei as ilusões idiotas de lado. Elas iam embora junto com as células epiteliais do meu corpo. Olhando-me no espelho, vi que tinha uma espinha, que mais parecia Plutão, no canto esquerdo do meu queixo. Precisava acabar com ela. Como sempre, eu vencia!

Quando eu voltei do banho, Robert estava online e havia me deixado um 'oi' e 'tudo bem?', conversa típica do Messenger.
'Olha que legal, ver um olá do Robert embalado por My Immortal, que supimpa!' - eu pensei.
Eu respondi que estava tudo bem e, apesar de saber que com ele também, eu perguntei por educação. E foi o que ele respondeu.
Eram dez horas da noite, Robert e eu ficamos conversando até as cinco da manhã pela internet. Eu nunca havia feito isso com ninguém! Eu só tinha mais uma hora para dormi. Então me despedi, quando ele me mandou uma última mensagem.

'Olha, vou te fazer uma pergunta e não quero não como resposta' - ele digitou, causando-me medo.
- O quê?
- Vamos no meu carro amanhã? Ou hoje... É o mínimo que posso fazer por fazer você ficar acordada até tarde.
- Está bem - eu respondi, será que era o sono?

Sei que não dormi nada! Fique me lembrando da nossa conversa. Ele falando que era para eu esquecer qualquer maldade que ele tinha feito comigo no passado, prometeu nunca mais me decepcionar, disse que gostava de ter a minha amizade e falar comigo, que eu sou mais legal que a ... E que ia me comprar uma saia nova quando recebesse o salário dele.
Ah, e ficou me contando o que ele fazia nas noitadas de cachaça dele.
Ele ainda me contou sobre o filme novo dele, que, aliás, o livro pelo qual se baseia está no meio da minha gaveta de calcinhas. Não sei por que o guardei lá! Acho que irritei com os primeiros capítulos e o taquei longe. Minha mãe deve ter pegado e guardado lá...

Resumindo, eu não li o livro, então eu não tinha assunto sobre isso para comentar com ele.
Até que veio a idéia de lê-lo. Durante essa uma hora de soninho que me restava, eu tinha que fazer algo.
Lá estava ele, bem onde eu falei! E o marcador estava lá também na página 30. Onde eu havia me irritado. É, poxa, um vampirinho bestinha tentando esconder que salvou a menina do acidente de carro... Tentando fazer ela de maluca. Aí eu me irritei mesmo.
Ah, que legal! Eu ia ler um livro agora só para ter assunto com Robert, que coisa 'bestial'.

Então eu voltei a ler o livro quando me dei conta que tinha alguém buzinando sem parar em frente a minha casa. Era ele!
Eu desci que nem louca, mas quando pisei na sala, lembrei que eu não havia escovado os dentes. Voltei. Snif!
Catei tudo que tinha que levar e saí. Lá estava ele e sua BMW preta! Ele e seu sorriso tímido e sua boquinha vermelhinha.
- Você está um trapo - ele me disse.
- E você com esse cabelo, você penteou ele hoje? - eu perguntei.
- Eu nem tomei banho hoje - ele teve a capacidade de me informar. - Nem hoje e nem ontem! - ele continuou.
- E amanhã? - eu perguntei.
- É um caso a pensar. Mas acho que você deveria começar a ter medo de mim.
- Por quê? - eu perguntei assustada e abrindo a porta do carro.
Ele apenas deu um sorriso maléfico e pediu para que eu entrasse no carro.

Durante o percurso até Cambridge, Robert ligou o som do carro para abafar o silêncio, já que eu ainda estava pensando porque ele disse que eu devia temer ele.
Mas me desliguei por causa da música que estava tocando. Ah sim, 'Open your eyes', do LMNT. Não tinha certeza se o grupo era esse mesmo. Mas uma frase da música me chamou atenção: "abra seus olhos para o amor...", arrepiei-me toda. Então percebi que o Robert estava rindo. Aliás, não sei do que ele tanto ri, acho que o café-da-manhã dele foi o Elmo, da Vila Sésamo.
- O que foi? - eu perguntei, enrugando a testa.
- Nada - ele disse rindo com os olhos. - Você está com medo! - Sim ele exclamou esta oração.
- Não! - eu disse.
- Ah, olha a sua cara! Eu não vou machucar você, não se preocupe, eu não sou um vampiro como Edward ou Carlisle.
- Carlisle? - eu perguntei como se referisse a alguém.
'Ah sim! O Doutor Gostoso do livro!' - eu lembrei!
- Ele é o pai de criação do personagem que eu faço.
- Que ator irá fazê-lo? – Gente, eu perguntei na maior inocência! EU JURO!
- O Peter Facinelli, acho que você não conhece...
- Peter o quê? – Eu arregalei os olhos.
Ele se espantou com a minha reação e repetiu quase soletrando: FACINELLI.

Eu morri! E de boca aberta ainda. Como pode?
A última coisa que escutei ele dizendo: 'Somos grandes amigos!'

Cara, eu não estava acreditando que o Robert havia falado aquele nome maldito!
- O que houve, ?
- Nada, acho que esse nome é meio conhecido para mim. – Sim, eu, canalha, disse isso.
- Oh, por que você não vai me ver gravando? - ele me sugeriu.
- Melhor não, estou muito bem assim!
(Eu não quero ter uma recaída, isso sim!)

Chegando à faculdade, Robert abriu a porta para mim. e Patie estavam lá me olhando como se eu fosse de outro planeta.
- Bom, vou deixar você com suas amigas - ele me disse.
- Obrigada por me trazer, Robert! – Sério, eu disse isso.
'Por me trazer e deixar meu dia mais feliz' - eu pensei, mas sobre o dia mais feliz era irônico.
- Nada, disponha. – Ele me tentando...
E lá se foi a realeza. 'Reine em mim' - eu pensei.

- Uau! Que chegada, hein - disse .
- É!
- O que houve? - perguntou.
Então eu contei a elas sobre o MSN, a carona, a saia e... Peter!
- Que merda! Mas vocês podem se pegar de novo, aí ele tira seu 'atraso'! - me 'sugeriu'.
- Estás louca? Ele é CASADO!
- Mas não está morto e é gostoso! - Patie incentivou.
- Vocês são loucas! Eu não quero nada com ele, eu acho.
- Ah é, seu alvo atual é o Robert! - disse .
- Atual? De sempre! - continuou Patie.
- Dá para vocês pararem! Vamos entrar se não chegamos atrasadas na aula.

Eu, como sou super curiosa, perguntei à Patie porque ela não estava no MSN ontem, ou hoje.
- Eu estava brincando de batalha naval com Jack - disse ela aos risos.
- Hum, está ficando sério - eu zombei.
- Foi só uma brincadeirinha, depois te amostro a prova! - disse ela com um olhar delinquente.

Dia de aula de Literatura! Não sei por que diabos a gente estudava isso se fazíamos Música. Diziam que era para instruir a gente. Então o professor não deu uma 'aula', ele exibiu um filme. Eu quase morri na sala do quanto estava me incomodando. "Diário de uma paixão" não era uma das coisas que eu estava pedindo para começar meu dia. Assim que o 'amebesta' acendeu as luzes, eu me levantei e sai da sala correndo. Fui direto para o banheiro. Olhei-me no espelho como de costume, havia uma ruga de preocupação na minha testa. 'Por quê?'. Ontem ela nem estava lá...

Então, quando saí do banheiro, e Patie estavam no corredor. Elas queriam saber o que houve.
- Vamos sair hoje à noite? - eu sugeri.
- Claro, pelo menos eu não tenho nada a fazer - disse .
- Nem eu! - disse Patie convicta.

Robert havia ido embora, ele saia cedo devido às gravações do filme que estavam rolando por ali. Depois, eles mudariam de locação. Bom, ele me disse isso.
Quando acabaram as aulas, fui direto para casa, eu estava morta de sono. Queria 'recarregar' minhas energias para de noite.

Eu dormi que nem uma pedra a tarde inteira. Quando eu acordei, estava tudo escuro. Fui olhar na janela, e a minha casa na rua estava parecendo a 'mansão mal-assombrada' dentre as outras.
Meu celular tocou, mas eu não sabia onde ele estava. Como sempre, demorei uns três minutos para achá-lo. Estava dentro da gaveta de blusas. Era Patie:
- Já estamos passando ai, amiga! - ela me disse e desligou.

Eu nem havia tomado banho! Fui bem rapidinho, afinal, eu não era um Robert. Eu nem sabia com que roupa eu ia. Então peguei um vestido preto mesmo e uma sandália da mesma cor que era da . Estava pronta!
Depois de cinco minutos, elas haviam chegado. estava de saia preta de babadinho e com umas coisas estranhas penduradas e Patie com seu vestido vermelho de matar. Acho que Jack não 'aproveitou' a noite anterior... Eu acho...
- Vamos - ela disse.
- Opa!

Fomos no carro de Patie. Eu tenho medo dela dirigindo, era pior que minha mãe! Claro que na volta eu iria voltar ao volante.
Lá estava aquela danceteria ordinária, nem eu acreditei quando passou pela minha cabeça encontrar Peter lá. Ele agora era casado! Não iria estar mesmo.
E depois vem o Robert à minha cabeça. Quando isso acontece, a disse que eu fico com cara de jumenta beiçuda.
Eu era uma besta!
- !
- Oi, Patie!
- Vamos dançar, amiga!

Eu me acabei a noite toda, dancei, dancei, dancei. E bebi também, para variar. Fiquei a noite toda na tequila.
[Se beber, não dirija, sempre beba com moderação. Se você é menor, nem tente! Cerveja tem um gosto HORRÍVEL.]
...Nem parecia que eu tinha aula amanhã.
Peraí? Aula? Eram três da manhã e eu ainda estava lá!
- Gente, precisamos ir!
- Oh my Gosh! - disse .
- Sim, são três horas da manhã! Temos aula daqui a pouco.
- Como podemos esquecer? - disse Patie.
- Mas se não formos? - eu sugeri.
- Amanhã tem trabalho de classe, - disse .

Então saímos correndo, quase que entramos no carro errado.
- É aqui, Patie - gritou.
- Deixa que eu dirijo, hoje vocês dormem lá em casa - eu ordenei.
- Está bem, senhora Pattinson - disse Patie.
As bebuns riram.


Capítulo 6

Chegamos em casa doidas! Quem olhava nem imaginava que tínhamos que acordar daqui a três horas. E iria ser com uma baita dor de cabeça.
- Ah, vamos fazer o seguinte: vamos para a aula na hora do trabalho - sugeriu.
- Ótima idéia - Patie concordou e eu balancei a cabeça.

Então iríamos para a faculdade às dez horas. Talvez eu nem visse o Robert amanhã, mas pelo menos eu ai dormir e, quem sabe, não chegar com olho de drogada na sala de aula.
Patie foi tomar banho, enquanto eu arrumava meu quarto com , colocando colchonetes e lençóis.
- Hei, que carinha é essa? - me perguntou.
- Eu me sinto preocupada. Ah, sei lá, algo vai acontecer...
- Cruzes!
...
- Ai, nada melhor que tomar um banho gelado - disse Patie se jogando no colchonete e agarrando um travesseiro.
Eu fui tomar meu banho. Fiquei imaginando o que aconteceria na festa de sexta. Seria isso que estava me incomodando? Claro! O Peter poderia estar lá! Ou, de repente, não... Quem sabe não daria uma baita dor de barriga nele e... Esquece. Mas seria muita canalhice do destino deixar que o Robert o convidasse.

Enquanto ia tomar banho, eu tentei conversar com Patie, mas foi inútil, a criatura dormiu assim que eu pensei em abrir a boca. Então abracei o Haroldo e fiquei conversando com ele. Quem dera se ele me desse respostas.
Como era de se esperar, eu sonhei. Sim, eu sonhei! Sonhei que estava parada no meio da rua esperando algo. Quando aparecia Peter e Robert. Peter me dizia que eu era uma qualquer que se insinuou para ele. Robert concordava e dizia que agora eu estava fazendo isso com ele.
Eu acordei espantada! Olhei para o relógio: eram 4:30 AM.
Olhei para os colchões. e Patie estavam dormindo. deveria estar sonhando com algo bom, pois estava com um sorriso enorme estampado no rosto.

Eu voltei para dormir. Não tive sonho nenhum, só o vazio. Que bom, porque eu não estava a fim de mais sonhos. Aliás, estão começando a me encher.

O despertador tocou, eram dez horas. A dor de cabeça cretina estava lá. Se alguém passasse na rua e escutasse os gemidos de nós três, ia pensar outra coisa qualquer que não fosse dor de cabeça.
Eu desci e preparei um pequeno café-da-manhã para a gente.
- Credo, , esse café tá muito aguado - disse Patie.
riu.
- Põe mais açúcar!
- Como se adiantasse - ela disse rindo.
Então fiz um suco rápido para a dona 'reclamona'.
Estávamos prontas para mais um dia naquela chatice, dessa vez pelo Beetle.

- , você pensou no que eu te falei? - me perguntou.
- Sobre?
- O trabalho no bar! - Patie respondeu.
- Ah, seria uma boa para passar o tempo. E o extra, , seria divertido - eu disse aos risos.
- Ah, porque eu falei com ontem, ele disse que ia te indicar.
- Jura? Agradeça a ele por mim.
- É, se você for mesmo, vai ter que conseguir uns rangos de graça lá para a gente - disse Patie.
- Você só pensa em comer - disse .
- Claro, e existe coisa melhor?
- Dormir! - eu complementei.
Ambas riram.

Patie estava mexendo na bolsa dela, estava tirando algo... Era um... SAMBA CANÇÃO!
- Que isso, Patie? - perguntava enquanto eu olhava pelo retrovisor.
- O samba-canção do Jack!
- Sim, percebe, mas o que você está fazendo com ele? - eu questionei rindo.
- Ah, para amostrar sobre a nossa noite, aquela que eu não entrei no MSN.
- Sabia! Não era batalha naval nada!
- , você achou que o jogo era o jogo?
- É! - eu disse sem graça!
Patie riu.
- Cada uma de vocês vai ter que fazer isso também! - Patie disse.
- O quê? - perguntou.
- Pegar a samba canção para provar que teve uma noite daquelas!
- Não creio!
- Vai sim, , e nem adianta negar!
- Com quem?
- Pega do Pattinson! Ou do Peter.
- Pára!!!

Chegamos à universidade, não tinha ninguém lá fora. Chegamos bem na hora do trabalho.
Robert havia saído da sala, pois seu material ainda estava lá.
- O trabalho será em dupla - o professor 'ameba' falou.
- Ai, eu terei que fazer sozinha - eu disse.
- Não, você fará o trabalho com o Pattinson, e nem adianta reclamar - disse o professor Patolino.
Até parece que eu ia reclamar, né, gente? A gente ia poder conversar, eu adorava conversar com ele.
- Pattinson, senta com a - o professor amebesta disse.
'Cara retardado, ele não sabe pronunciar meu outro sobrenome, fala meu segundo nome que é um desastre faunal' - eu pensei.

Robert sentou ao meu lado. A primeira coisa que ele me perguntou foi se eu ia à festa no dia seguinte. Eu disse que ia.

O silêncio predominou o ambiente, todos estavam fazendo o trabalho. Patie e sentaram do nosso lado. Robert estava passando cola para elas.
- Peter estará na festa - ele disse.
- O quê? - eu perguntei, quase enfartando.
- É, o Peter. Ele me disse ontem que irá à festa e ele me disse também que está ansioso para rever você...
- Me rever? - eu perguntei ofegante.
- Sim, eu comentei de você ontem. Ele me disse que te conhece, que vocês se conheceram numa danceteria e ficaram colegas.
'Ele disse só isso? Quer dizer, não era para ele ter dito nada!' - eu pensei.
- Ah, se for o mesmo Peter que eu estou pensando, foi sim - eu disse com a cara mais lavada do mundo.

e Patie escutaram tudo. Patie estava até branca depois que o Robert disse que o Peter ia à festa. Já estava com uma cara de sadomasochista. Eu nem quero saber o que ela estava pensando.

- É, você quer andar na praça hoje à tarde? Eu estou de folga hoje. Eu sei que sua mãe viajou...
- É, ela foi visitar minha irmã. Aceito sim - eu disse. 'Cara, não acredito que tive a cara-de-pau de aceitar' - eu pensei.

Robert era inteligente, pelo menos eu achava. Ele sabia muito sobre música... Então fazer trabalhos e testes com ele era ótimo. Ele nunca me perguntava nada, ele pegava a olha e saia respondendo. Eu me sentia mal com isso, às vezes.
- Te pego às quatro - ele disse.
- Está bem.


Capítulo 7

Robert e eu estávamos no corredor, ele ficou me contando como era divertido nas gravações do filme.
- Seria legal se você fosse um dia lá - ele disse se aproximando mais de mim.
- Quem sabe... - 'Não mesmo, não com o fatia-de-bolo lá' - eu pensei.
- Sabe sabia que no filme eu também sento com a menina nas aulas de Biologia.
- Robert?
- O quê?
- A gente não tem aula de Biologia! - eu disse.
- Eu sei, tô começando achar que você é a minha Bella! - ele disse quase encostando seus lábios nos meus.
Mas isso foi interrompido por um ser chamado , batendo a porta da sala.
- Tchau.
Ele foi embora. Será que ele estava chateado com que eu falei da aula de Biologia?

Nem precisava dizer que eu estava super ansiosa para de tarde. Ainda mais depois dessa cena.
- Nossa, vocês demoraram - eu reclamei para disfarçar.
- Sei - disse .
- A gente tinha que disfarçar a cola - disse Patie.
- Então o Peter vai à festa? - fez o magnífico favor de lembrar a tentação.
- É, ele vai. E, aliás, por que você fez aquela cara quando ouviu? - eu perguntei.
- Não era por isso. Estava reparando como Pattinson é delicinha. Que coxão e 'popozão'!!!
- Pára! - disse Patie num tom irônico e de defesa. - Você vai deixá-la com ciúmes - ela continuou.
- Querem parar! Vocês vão almoçar lá em casa?
- Sim! Mas depois a gente vai sair de lá voando. A tem um encontro.
- Para de falar , Patie!
- , , , ...!
- Stop! - eu tive que gritar.
riu. Patie estava impossível, eu acho que era a bebida que ainda tinha efeito no sangue dela.
Pegamos o Beetle e fomos para casa. Robert estava na porta da casa dele, eu buzinei e ele acenou. Eu estava achando estranho a gente se falar agora. E mais estranho ainda ele tomar iniciativa de se desculpar pela infantilidade dele atual e de anos atrás.
'O mundo ainda não está perdido' - eu pensei.

cozinhou, eu não sabia fazer nada de comida. Por mim, só almoçava na rua mesmo. Nós estávamos gargalhando na cozinha quando a campainha tocou. Olhamos uma para a outra com os olhos arregalados esperançosos. Fui atender.
'Ah, é só meu pai' - eu pensei.
- Ahn? Pai? O que está fazendo aqui?
- Eu estava passando e vim ver você.
- Ah, claro que está!
'Fala logo que a dona mandou' - eu pensei.
- Sua mãe pediu - ele falou.
- Já imaginava. Quer almoçar? está cozinhando.
- Sim.

Nós quatro almoçando até parecíamos uma família. Senti falta da mamis nesse momento.

Meu pai ficou uns minutos depois do almoço e foi embora. Depois eu deitei um pouco. As meninas também haviam ido embora.
...
Eram quatro da tarde, eu já estava pronta. Escolhi algo bem simples: uma calça jeans e uma blusa baby look de manga do Mickey preta, era minha favorita! E meu all star, claro, o que seria uma caminhada sem ele?

- Robert, você está quarenta minutos atrasado! - eu disse já ficando entediada de esperar.
'Será que ele errou o caminho da minha casa' - eu deduzi.
- Só se fosse bem besta! - eu disse rindo. – Não, ! Ele está te dando um 'bolo'! Como você é burra, ele quis se fazer de seu amigo, te deixar mais encantada por ele e depois fazer isso para zombar da sua cara. Claro! - eu disse.

Já eram cinco da tarde, ele realmente não apareceu. O meu coração pedia coisas absurdas às vezes e a maioria eu sempre atendia.
Eu resolvi ir até a tal praça, de repente ele estava lá, quem sabe...
Peguei as chaves da porta e lá fui eu, a pé mesmo.
Cheguei à pracinha, não havia nenhum Robert Pattinson lá. Só crianças. A não ser que ele tivesse tomado uma pílula de pó de pirilimpimpim para bebês.
Era certo, ele havia me feito de besta, e eu também me fiz indo no parque.

Como eu estava a pé, nem passava pela minha cabeça que iria chover.
Só senti os pingos e foi quando a chuva resolveu cair de vez!
- Que merda! - eu gritei durante o caminho de volta para casa.
Eu não consegui segurar, parei no meio do caminho, escorei numa árvore e comecei a chorar.
Como eu fui burra! Onde eu enfie minhas regras de relacionamento? Ah, esqueci, abri uma exceção para o ROBERT! - eu disse gritando.

Eu fui escorregando pelo tronco da árvore. Em alguns segundos, eu estava sentada na grama, com a chuva caindo no meu rosto, e eu chorava. Era literalmente uma tempestade num copo d'água. Eu era o copo de plástico vagabundo.
O meu cabelo estava todo ensopado, parecia que alguém tinha me jogado naqueles córregos de Veneza.

Levantei-me e fui para casa. Eu estava virando a esquina da minha rua quando Robert estava abrindo a porta da casa dele.
Quando eu passei, ele me viu. 'Que ódio!'
- Ah, ! - ele disse.

Eu fingi que nem era comigo, adiantei o passo, ou melhor, ativei meu lado Forrest e corri, ele nem podia ver o estado de trapo da minha cara.
- ! - Robert gritava do início da rua.
Lá estava a minha casa! Eu entrei e tranquei a porta. O telefone tocou que nem doido e eu não quis saber. Começaram a bater na porta também!

Sim, era ele. Eu estava parada que nem uma estátua pensando se abria ou não.
- ! Abra a porta - ele não disse, ele falou pausadamente.
- Vai embora - eu gritei.
- ? Por que você correu de mim? Por que você está assim comigo?
- Já disse, vai embora!
- Olha! Eu vim aqui às cinco horas e você não estava, eu te liguei e você não atendeu. Não coloque a culpa toda em mim pelo nosso passeio não ter dado certo.
'Que mentiroso'! Meu telefone nem tinha nenhuma ligação dele.

Acho que ele estava procurando alguma forma educada de dizer que eu era babaca.
- Abra a porta, eu só quero falar com você - ele insistiu.
Eu não resisti e abri a porta. Lá estava ele com aquele olhar cretino e enganador.
- Bom, eu abri a porta para dizer que, se for para você ficar me fazendo de besta, eu não quero nem ser considerada sua vizinha. Esquece que eu moro aqui.
- Dá para você me deixar falar? Assim você está parecendo mesmo uma doida estúpida!
- O que, você está me xingando? E na minha casa? Fora daqui! - eu gritei, e acho que até a Sra. Smith, que é surda, escutou.

Eu empurrei Robert para fora e tranquei a porta de novo! Eu subi as escadas engatinhando, tava parecendo uma bêbada. Fui tomar banho e dar um jeito no estado que eu estava.

Eu estava transtornada, não queria ver nenhum ser humano por um bom tempo. O telefone tocou, era minha mãe:
- ! Onde você estava?
- Fui caminhar.
- Seu pai me disse que você estava bem feliz de tarde.
- Nada, eu só sai ontem.
- Meu anjo, vou ficar aqui por um mês, sua irmã está reformando o apartamento. Quero ajudá-la.
- Um mês?
- Você dá conta aí?
- Claro! - 'Que beleza, um mês longe da .'
- Vou desligar, baby, saudades suas.
- Também, mãe... Te amo!
- Te amo.
Ela desligou.

Ah, que legal! Eu seria torturada durante um mês inteiro. Claro, porque, com minha mãe aqui, eu não teria tempo para ficar pensando no Robert!
Então agarrei o Haroldo e dormi.


Capítulo 8

Eu acordei eram quatro da manhã. Liguei a TV e estavam passando clipes na MTV. Era 'Ray of Light', da Madonna.
'Eu sei que eu sou um raio de luz, Maddy' - eu disse 'Atchin' e espirrando.
- Ahn? Espirrando?
Sim! Eu estava doente. Já estava sentindo a minha cara e garganta latejarem.
- Culpa daquele Pattinson! Se eu não tivesse saído na chuva para caçar ele, eu estaria muito bem agora.
Fui tentar voltar a dormir, só consegui até as sete. Não fui à faculdade, eu estava péssima. Não conseguia nem descer as escadas direito. Eu também estava morrendo de medo de cair.
Nem preciso dizer que mais tarde a equipe 'CSI' bateu na minha porta.
e Patie vieram à minha casa de tarde, eu disse a elas tudo que ocorrera.
- Eu escutei uma história diferente - Patie disse.
- O quê? - eu perguntei achando estranho.
- O Robert! Ele me contou a versão dele.
- É, , eles viraram coleguinhas - disse zombando dela.
- Pode parando! - Patie a advertiu.
- Conta o que ele disse... - mandou.
- Bom, ele disse que a é maluca e que nem deixou ele se explicar ontem.
- Ah! Que eu sou maluca eu sei, ele deixou isso bem específico ontem, só faltou desenhar - eu disse.
- Ele também disse que marcou com você quatro horas, mas ele teve que resolver umas paradas, então às cinco ele passou aqui e você não estava. Quando ele te viu, logo percebeu que você estava chateada.
- Ah, umas paradas? Significa que ele falaria a mesma coisa para mim! Ou seja, ele me fez de palhaça. Ou estava até por aí caçoando de mim...
- Calma, ! - disse.
- Ele é babaca, você não devia dar atenção ao que ele fala!
- Bom, eu acho que ele contou isso para ela, porque ele já sabia que ela ia te contar. Foi essa a intenção dele - disse.
- Bom, esqueçam ele!
- E a festa, você não vai?
- Não, eu estou doente, graças ao anfitrião.
- Ah sim, mas passa lá. Nós iremos, depois viremos para cá. Prepara nosso colchão... - disse .
- Que abuso, hein...!
- Até mais tarde.


Capítulo 9

Eu me deitei no sofá, fiquei assistindo as besteiras que a TV passa de tarde. Estava muito entediante meu primeiro dia doente. Também minha mãe não estava aqui, quando fico doente ela me trata que nem bebê, só falta me colocar no colo.

Falando nela, ela me ligou às seis horas da tarde:
- Alô - eu disse com uma voz esforçada.
- , minha linda, você está bem?
- Sim, mãe, é só uma gripe.
- Gripe? Como está o tempo aí?
- Ontem choveu...
- Tome o remédio que deixei no armário do lado esquerdo da pia.

Acredite, minha mãe deixou remédio para tudo, e em cada lugar...
- Bom, estou ligando para falar que ficarei uns meses a mais aqui.
- Mãe, você vai morar aí daqui a pouco.
- Bem, sua irmã descobriu que está grávida, preciso ajudá-la nos três primeiros meses.
- Grávida?
- Sim!
- Mande parabéns, ela e George!
- Está bem!!! Vou desligar, querida, melhoras e faça o que eu te mandei...
- Está bem, mãe!
- Não tome nada gelado e nada de baladas!
- Está bem, mãe!

Eu dormi um instante depois que ela desligou. Acordei com o barulho da campainha.
- Quem é?
- É o Peter!
- PETER?
'Não creio, tenho que escovar os dentes' - eu pensei.
- Espera, já vai!

Por que causa, motivo, razão e circunstância eu estava tão entusiasmada em ver Peter? Fazia quase um ano que eu não o via, quase...

Então eu abri a porta. Lá estava ele com aquele olhar sorridente, convidando-se para entrar.
- Nossa, você está diferente - ele disse.
- Deve ser por que eu estou doente - eu disse ironicamente.
Ah, agora sei por que você não foi à festa.
- É por isso, e outras coisas...

Bom, eu não convidei o Peter para entrar. Eu o convidei para sentar na varanda. Além da nossa conversa, outro ruído vinha da rua, o da tal festa. Parecia que as pessoas estavam indo embora.
- Suas amigas foram à festa. Com dois rapazes.
- Substituição do cofre...
Peter riu.
- Uhn, como vai a vida de casado?
- Na verdade, quando a gente se conheceu, eu já era casado. Mas a gente estava passando por uma crise, nós temos filhos já.
'Quem teve um filho agora fui eu, cretino' - eu pensei.
- Nossa - foi o que eu disse.
- Olha, desculpa por ter feito isso, você deve estar se sentindo usada agora. - Aquele belo par de olhos verdes me disse isso.
'Não, imagina' - eu pensei em tom irônico.
- Não, a gente estava com a temperatura elevada e rolou.
Ele riu e balançou a cabeça.
- Bom, eu acho que meu passeio durou mais do que um OI!
- Como assim?
- Como você não foi à festa, eu disse ao Robert que iria vir te visitar, te dar um oi. Ele me disse que você está chateada com ele...
- Fofoqueiro!
- Mas por que você não foi, claro, além de estar doente?
- Eu não quero assunto com Robert, ele vive aprontando comigo. Quando eu achei que ele fosse mudar, ele me decepcionou.
Nessa hora, Peter me olhou espantado e se levantou.
- Bom, já vou!
- Por que você fez essa cara? - eu perguntei.
- Acho que você deveria conversar com ele, ele também está decepcionado com você.
Peter sabia de algo, mas não tinha como e eu nem queria arrancar isso dele.
- Tchau - ele me disse beijando a minha testa.

Está certo que ficamos mais de trinta segundos nos olhando e cada um olhava para os lábios do outro. Mas eu tinha em mente que, se eu deixasse acontecer de novo, ia virar hábito. E ele era casado! Que nojo...
Tão nojo que não resistimos e nos beijamos! Sim eu beijei aquele ser de novo! Pena que com o Robert nunca aconteceria. Com quem a gente quer, não acontecesse essas coisas...
- 'Cof' - alguém fingiu uma tosse.
'Peraí, alguém? Alguém me viu beijando Peter? Não creio!' - eu pensei.
- Que ótimo - eu disse.
- Ele é intrometido, não? - Peter disse para disfarçar.

Sim, era Robert na porta da minha casa, olhando aquela cena desnecessária e ridícula.
- Me desculpa, foi um impulso - Peter disse.
- Já é a segunda vez que você me pede desculpa hoje e pelo quase mesmo acontecimento. Na próxima, não perdoo você.

Ele fechou a cara.
- Putz, porque eu também sou culpada porque deixei, então deveria me desculpar também? - eu disse, tentando não olhar para o Robert.
Mas olhei! Lá estava ele com um olhar julgador. Eu era uma tremenda conhecedora de olhares 'Roberteríanos'. Aquele era de querer matar alguém! Espero que seja o Peter...
- Peter, você disse que não ia demorar. Nikki está te esperando.
'Quem é Nikki?' - eu pensei enquanto Robert se comunicava num tom agressivo com Peter, que nem fez questão.
- Bye, ! - Peter disse.
- Bye.

- Vamos, rapaz, que cara é essa? - Peter disse agarrando Robert de lado e tratando ele como fosse seu filho.
Robert riu e eu pude ver o olhar dele para Peter, era algo como 'Está desculpado, cara, mas não faça de novo'. O meu nem queira saber...

Eu entrei. Olhei para a TV e estava passando 'Happy Tree Friends' na MTV. Como eu sentia pena daqueles bichinhos. Tão fofos e sendo estralhaçados.
'Me senti assim com o olhar do Robert' - pensei.
E o bicho azul estava escovando os dentes com um pirulito em formato de rodela de laranja.
Da onde as pessoas tiram essas coisas?

Eram três da manhã, a minha campainha tocou novamente. Eram Patie, , Jack e .
- Entrem - eu disse meio desengonçada.
- Quer dizer que você está doente? Sabe o que é bom? Molhar a bunda na água fria - me sugeriu.
- Vou me lembrar disso mais tarde - eu repliquei.
- Você já fez isso? - Jack perguntou a ele.
- Já! Mas é a que toma conta da minha 'poupança'.
- Que piada sem graça - disse aos risos.
- Você está melhor? - Patie me perguntou enquanto Jack e se acabavam de rir com o desenho na sala.
- Estou, ou estava, nem sei mais.
- O que aconteceu?
- É, pode falando! - ordenou.
- Não liga para ela, encheu a cara de cachaça hoje - gritou da sala.
- O Peter veio aqui.
- Sim, isso sabemos...
- Rolou um beijo e só...
- Um beijo? Depois fala que não queria nada! - disse me julgando.
- Ah, , rolou... O Robert viu.
- Disso eu também sei - disse Patie.
- São amiguinhos agora. Ro e Pa.
- Sim. Cuidado, ela vai pegar ele de você, essa biscateira - disse Jack.
- Até o Jack já sabe?
- Pode falar que a Patie é fofoqueira, ela que me contou.
- Do Bobby com a ? Tô sabendo também - disse.
- A rua toda já sabe...
- Só nós quatro, - disse .

Eu odiava quando ele me chamava disso, mas como ele sabia...
Os rapazes eram legais. eu conhecia há mais tempo, ele namorava a há uns três anos. Eu digo que ele vive enrolando ela. Ele só falta me tacar uma bomba.
Já o Jack era a recente 'cria' da Patie. Ela parecia estar apaixonada dessa vez. Eles se conheceram pelo myspace. Antes disso, ela vivia dizendo que a internet era uma merda.
Ele é legal. Gosto dele, ainda mais quando me dá sorvete. Antes ele achava que tinha que ganhar minha confiança para ficar com a Patie. Bobo...

- O que tem para comer? - perguntou.
- Nada! - eu disse em tom de brincadeira.
- Mentirosa! Me dá comida! Eu sou seu convidado! Eu estou com fome!
- Isso porque são quase quatro da manhã - disse Jack.
- Desculpa, , você sabe como ele é - disse batendo no .
- Já estou acostumada. Gente? Vocês são de casa!
- OBA! - disse .

Começamos a dar gargalhadas. Quando isso acontecia, com nós cinco juntos, a gente ultrapassava do que se chama 'normal'. Nós fazíamos disputa para ver quem gargalhava mais alto.
A rua toda deveria estar ouvindo. Eu estava bem melhor.
- Por que vocês não dormem aqui?
- Até que enfim ela convidou - disseram Patie e juntos.
- São irmãos mesmo... - disse Jack.
Eles riram e eu boiei na conversa.
- Tudo que a Patie fazia na festa, o também fazia - Jack me explicou.
- Foram separados na maternidade - disse .


Capítulo 10

Eles dormiram lá em casa. Mandei os meninos dormirem na sala. Eles não curtiram muito.

No dia seguinte, eu não fui ao colégio, nem no outro, nem o após e nem o depois. Fiquei três semanas sem ir para o colégio. Faltavam dois meses para mamãe voltar e o recesso da faculdade de um mês. Na primeira semana, eu não fui porque estava doente, na segunda, eu estava 'naqueles dias de mulher' e, na terceira, era preguiça mesmo.

Tocavam a campainha direto, eu só atendia quando era meu pai, as meninas ou o Jack com meu sorvete. Mas amanhã eu voltaria para a faculdade. Será que alguém sentia a minha falta? Eu sim... De alguém.

No dia seguinte, eu fui mesmo! Fui de Beetle. A caixa de correios estava lotada de cartas, joguei tudo no banco de trás do carro.
- Ainda bem que nenhuma conta venceu sem eu ver. A não ser que papai pegara...
Com isso eu me atrasei, 'que ótimo serei o centro das atenções.'

- Olha quem apareceu! ! Pensei que tinha se esquecido da gente - disse o mega ameba.
- Senti sua falta também! - eu disse, 'e de te chamar de AMEBA' - eu pensei.
Olhei em volta da sala, todos me olhavam. O Robert estava sentado num canto com uma cadeira vazia ao lado dele. Patie e estavam com o belo sorriso de sempre estampado no rosto.
- ! Senta ali com o Pattinson! - disse o fígado cru.
'Eu não acredito' - eu pensei
- Por quê? - eu questionei.
- Porque os dois perderam o meu trabalho da semana passada (a que eu não fui por preguiça) - disse ele debochando da minha cara e... do Robert.

Eu olhei para as meninas e elas estavam me confirmando sobre o trabalho.
Então lá fui eu sentar ao lado do tal Pattinson. Ele estava com um cheiro estranho... Mas, para me matar, estava usando uma camisa semi-aberta - de botões.

- Oi - ele me disse.
- Oi - eu respondi com um tom confortante para ele.

O professor disse que agora teríamos dupla na aula dele. Então ele fez o favor de escolher, e ele disse que o Robert sempre seria o meu par.
Dessa vez eu que fiz o trabalho! Eu puxei a folha e sai respondendo.

Robert estava rindo
- Do que você está rindo?
- De você!
- Ham! Disso eu sei, quero saber o porquê.
- Você fica engraçada com raiva.

Eu dei um sorriso amarelo para ele e fechei a cara.
Enquanto eu respondia as perguntas do trabalho do amebinha, o Robert começou a bancar o bom cristão.
- Me desculpa por aquele dia.

Eu apenas olhei para a cara dele. Não estava a fim de falar sobre isso. Ele me deu um olhar de cachorro arrependido. Parecia que era de propósito, porque ele ficava segundos sem piscar com ele.

- O que houve com você? Não te vi mais na rua, você sumiu da faculdade... E... não foi à festa...
- Estava doente.
- Três semanas?
- Eu não estava muito bem.
- Foi por causa da chuva - e ele disse pausadamente.
- Sim.
- Me desculpa. Eu marquei às quatro com você, mas apareci depois porque minha mãe me pediu para levar minha avó no médico. Ela estava muito doente.

Eu apenas quis me jogar da Torre Eiffel.
Como eu não estava na França, eu olhei para ele e abaixei minha cabeça.

- Eu achei que você fosse lembrar o que eu tinha te prometido - ele disse.
- Sobre decepções?
- Isso.
- Eu me lembrava todos os dias e agora que vi a possibilidade de meus pensamentos serem mentiras foi concretizada.
- E se não tivesse? Eu creio que voltaríamos tudo de novo - Robert disse.
- Seria pior...

Estavam todos quietos fazendo a leitura que o ameba tinha sugerido. Tinha gente viajando, e tinha gente até dormindo.
O professor tinha ido lá fora.
Oportunidade perfeita para aprontar algo.

Robert estava inquieto, ele não parava de batucar na mesa. Então eu coloquei minha mão na dele para que ele parasse... Ele ficou me encarando. Eu resolvi encarar também.
Eu girei meus olhos em torno da sala, o Robert me olhou com uma cara estranha, balançou a cabeça e virou o rosto.
Eu não resisti... E nem VOCÊ resistiria... Eu o agarrei pelo pescoço e colei meus lábios no dele!
Foi um ato de segundos... Ninguém viu! Eu assinei nosso nome no papel e, na hora, o amebão entrou na sala. Ótima chance para escapar.
Eu saí da sala voando, o Robert ficou lá com uma cara de bocó. Só o professor não entendeu por que eu saí já que a aula não tinha terminado.
estava dormindo em cima do livro e Patie estava lendo uma revista e não o que o 'protozoário' pediu.

Eu peguei o Beetle e estacionei na esquina na faculdade, eu precisava contar logo isso para minhas amigas.

O primeiro que vi saindo foi o Robert. Ele estava com uma cara de Smurf do caramba. O meu beijo transforma os homens em 'Smurfs', eles ficam azuis e andam estranho. Eu me escondi. Lá estavam vindo Patie e . Eu dirigi e estacionei mais à frente na esquina. Foi quando elas passaram:
- Hei meninas - eu disse sussurrando.
- O que você está fazendo aqui? - me perguntou.
- É! E por que você está sussurrando? E por que você está com essa jaqueta? E por que está com esses óculos escuros? E por que você fugiu da aula? - Patie me encheu de perguntas, eu senti que não havia acabado.
- Primeiro, eu estou aqui porque estava esperando vocês, ué... Estou sussurrando porque as árvores tem ouvido. Estou com óculos e a jaqueta para passar despercebida. E eu fugi da aula.
- E por que você fugiu da aula? E por que não nos avisou que viria hoje? Hein? Hein? - continuou Patie, e agora sim ela havia acabado.
- Ah, eu não sabia se vinha... E eu beijei o Robert durante a aula.
- Ah, tá legal... O QUÊ? Você beijou o Robert? - disse berrando.
- Fala baixo!
- Agora entendi tudo! Você está se escondendo dele, não está? E aposto que o coitado nem imaginava que isso ia acontecer - disse .
- É isso mesmo! - eu disse gritando.
- Calma, Britney! - disse Patie.
- Vamos, entrem no carro - eu sugeri.

Então elas entraram, mas não paravam de rir.
- O que houve?
- Você acha mesmo que vai se safar dessa? Ele mora logo na sua rua... - disse .
- Não sabe que a é amebinha? - disse Patie.
- Eu ameba? Ah tá!
- É sim, AMEBA ! - ela continuou.
- Ai, por que eu fiz isso?
- Porque você está gamadinha na dele - disse .
- Quê? Para! Não estou! Sabe o que é? Vocês que ficam enchendo a minha cabeça, aí eu fico com isso na cabeça! ROBERT ROBERT.

Ambas caíram na gargalhada.
- Parem de rir!
Eu entrei na delas e comecei a rir também, mas o meu sorriso desapareceu quando vi alguém em frente à minha casa, escorado na árvore, fumando...


Capítulo 11

Sim, o Robert estava em frente à minha casa!
Eu nem queria saber o que ele queria... Mentira!
- Vamos nos mandar logo, Patie, antes que a gente sobre - disse .
- O quê? Vocês vão me deixar sozinha aqui?
- Ué, ele quer é você, não a gente! - disse Patie.
- Caramba, que amigas eu fui arrumar...
- Não reclama, vai lá ver o que ele quer e depois nos conta!

E lá se foram as ingratas, nem para poste elas me servem, para me esconder... Então eu também sai do carro e fui andando em direção à minha casa.
- Robert? O que você está fazendo aqui? - eu perguntei lentamente.
- ! Você é maluca? Ou quer me deixar maluco? - ele me perguntou jogando o cigarro no chão e pisando em cima.
- Acho que sim, sou maluca. Eu falo com você... - eu respondi, fazendo-o rir.
- É, você me beija e sai que nem uma maluca da sala de aula, me deixando com cara de babaca... Me senti o Shrek.
- Não falta muito - eu disse ironicamente.
- !
- O que você quer de mim, Robert? Ta, eu te beijei, pronto, acabou!
- É... - ele disse colocando as mãos no bolso e levantou a sobrancelha para mim.
- Tá, então eu vou para casa, mas eu detesto serviços inacabados! - ele continuou.
- Indo para casa? Como assim, do nada? Depois eu que sou louca! E que história é essa de serviço inacabado?

Está certo que eu deveria ter o deixado ir embora mesmo, porque o danado veio puxando a minha cintura e... ME BEIJOU! Cara, eu beijei o Robert, duas vezes no mesmo dia. Que progresso! Poxa, mas logo ali, os Smiths poderiam estar vendo... Os Walters... A Sra. Pattinson...
- Pára! - Eu interrompi o beijo!
Ele me olhou e foi embora. Acho que bastante irritado. Garotos...
Eu não tive coragem de deixa-lo ir.
- Robert! - eu gritei, fazendo-o olhar para trás. Ele estava voltando, para a alegria de minhas veias pulsantes. O sensualismo do olhar dele não tinha nem um pouco de piedade por elas.
- O que foi?
- Robert, desculpa! Acho que eu estou me deixando levar por algumas coisas...
- Que tipo de coisas? - ele me perguntou seriamente.
- Ah, você se aproximando de mim, a gente sentando junto praticamente todo os dias na faculdade... Sei lá!
Ele baixou a cabeça e balançou.
- Robert, posso te perguntar uma coisa?
- Sim.
- Esses dias você estava passando aqui na rua... E ficou olhando para a minha janela, o que você estava pensando? - eu disse apontando para a janela do meu quarto.
- Você está a fim mesmo de saber? Porque acho que depois dessa declaração que você me deu, não vai fazer diferença eu contando ou não.
Nossa, o Robert estava completamente zangado, ou decepcionado com algo. E a culpa era minha, como sempre. Eu não podia me deixar levar. Ainda estava com um pé atrás em relação a ele, e chateada.
Já pensou se isso tudo fosse num estilo "Ela é demais"? E eu fosse apenas uma aposta? Mas eu estava cada vez mais tentada a essa tentação Roberteriana.
- Eu quero saber! - eu disse empinando a cabeça.
- Nada de interessante. Só pensei quando que você ia cair na real que eu gosto de você de verdade - ele disse, cruzou os braços e foi embora.

Dessa vez eu o deixei. Afinal, Robert me deixou muito sem graça, eu estava quase mijando nas calças, literalmente, e precisava entrar.
"Eu não acredito que ele me disse isso. Só para me atormentar mais! Deveria ser proibido criar perfeições dessas! Demais para os meus pulsos!"
Eu passei a tarde olhando para o teto da minha sala. Até parece que aquele treco azul ia me dar respostas, ou o Robert ia cair de lá... "Hum, isso seria bom".
Com isso, para acabar com a minha tranqüilidade, a campanhinha toca.
- Hum, é você? O que deseja?
- , deixa eu entrar...


Capítulo 12

- O que você quer?
- Ah, , já está irritada?
- Ah, Patie, é o Robert, essa coisa de gostar dele, vocês me perturbando com isso também...
- Ah, nossa, tu está com os cachorros, né?
- Não! Estou irritada. Com ele. Ele, ele, ele me beijou de novo, Patie!
- DE NOVO? Mas foi você quem beijou ele da primeira vez!
- Mas ele correspondeu, então ele me beijou também - eu disse fazendo bico.
- Ah, eu só vim ver o que tinha acontecido, amiga!
- Ah, foi isso, ele me beijou e me atormentou mais, como sempre...
- Como assim? - ela me perguntou.
Então eu contei para ela a história sobre a janela. Não sei para que...
- Ele te ama, !
- Estás louca? Onde é que o Robert ama alguém, ele nem sabe o que é isso!
- Ah! Todo mundo sabe sim, , até o sabe... Por que o Robert não pode saber?
- O é outro... Não sabe de nada também.

Patie passou a tarde comigo. Acho que ela estava pensando que eu transei com Robert.
"Só foi um beijo", ela não parava de me perguntar e eu me segurava para não rir.
Depois ela foi para casa, eu sabia que ela ia contar tudo para . E depois eu ia ouvir mais asneiras sobre o Robert. Que saco!
Mas, apesar disso, eu sempre agradecia pelas amigas maravilhosas que eu tinha!

Eram umas seis da tarde, não tinha NADA para fazer. Foi então que eu resolvi dar um passeio na rua.
Claro, lógico, evidente (muito, muito, muito...) que com isso eu já torcia o meu pescoço para encontrar o Robert.
Eu estava tentando parecer o mais normal o possível quando sai de casa. Quando eu pisei no último degrau da minha casa... ele estava lá.
Mas o que ele tava fazendo a minha porta?
- O que você faz aqui?
- Nada. Eu estava passando, só isso... Mas acho que te devo uma ida à praça...
- Você não acha que está muito tarde para ir na praça não?
- Não!
- Qualquer coisa que acontecer você será responsável!
- Está com medo de quê?
- Sinceramente, eu estou em dúvida sobre os meus medos...
Claro, era ele, meus pulsos rasgarem, as minhas veias romperem... Meus lábios se decomporem... O que será que podia acontecer? Eu sei sou muito dramática. Dr.Phiiiiiiiiiiil me salva!

Então eu aceitei ir caminhar com Robert na praça.


Capítulo 13

Então fomos Robert e eu passear na praça, eu estava estranhando esse fato. Claro, realiza, passear numa pracinha com um cara lindo de morrer que vivia pentelhando sua vida. Mas, sinceramente, acho que era amor encubado. Da parte dele, óbvio...

- , por que sua mãe não gosta de mim? - ele me perguntou.
- Não sei, acho que se deve ao fato de suas longas noitadas e bebedeiras...
Ele riu.
- Ah, diga a ela para parar de ser preconceituosa!
- Você realmente não conhece a Dona !
- Sei que ela ainda é apaixonada pelo seu pai.
- O quê?
- É, eu sei, ando percebendo as olhadas... O jeito.

Caramba! Acho que o bairro inteiro deve comentar a recaída dos meus pais!

- Guarda isso para você! - eu disse.
- Por quê? Você não deseja que eles voltem?
- Pra quê? Para aturar as mesmas brigas de sempre?
- Então os deixa só no 'affair' - ele disse rindo.
- Robert, tudo o que eu quero é arrumar um emprego, mesmo que seja pouca coisa! Com meus pais voltando ou não...
- Agora entendo porque você é TÃO estressada - disse ele, enfatizando.
- Ah, que abuso! Estressada? Eu?
- É! Você! Se manter a calma, vai dar tudo certo.
- Filosófico, hein, Robert!
- Claro! Eu sou Robert Pattinson, baby!

Nessa hora sentamos nos balancinhos, que estavam vazios. Robert sugeriu uma disputa:
- Não quero fazer isso - eu disse.
- Por quê?
- Porque pode ser perigoso, não quero cair numa hora dessas.
- Qual seria o problema? - ele perguntou.
- O primeiro seria machucar a minha bunda, provavelmente eu ficaria parecendo uma 'jamanta'.
Robert gargalhou.
- Que drama! Tudo isso para não disputar comigo, porque já sabe que eu vou ganhar!
- Até parece! Eu só me preservo, seu convencido.

Então começamos a nos balançar e ele pegou na minha mão.
- É para ficar mais emocionante - ele disse.
- Que rídiculo - eu disse.
- Ah, ! Por que você sempre estraga o momento?
- Que momento? - perguntei na inocência.
- Esse!

Então ele segurou a minha mão e começamos a ir mais alto. Eu estava vendo estrelas, literalmente, mas era tudo lindo. Só não entendia o fato de Robert estar rindo tanto!
- E aí, cansou? - ele perguntou.
- Não, está muito alucinante!
- Agora sim é hora de parar... - ele sugeriu.
- Por quê? - eu perguntei espantada.
- Porque agora que você está gostando vai que você queira dar uma de doida... No final você cai e eu serei o culpado!
- Nossa - eu disse mais espantada ainda.

E o pior disso tudo é que o danado tinha razão. Eu não ia dizer isso a ele, nem maluca, porque ele ia logo dizer: EU SEI DISSO!
- Acho que devemos ir para casa - eu disse.
- É, eu também acho - ele disse olhando nos meus olhos.
- Então vamos... - Única coisa que consegui dizer depois de ficar uns instantes em choque.
- Você está bem? - ele perguntou.
- Claro! - 'Não, eu estou gritando 'me beija' por dentro'.

Acho que ele me ouviu pensando, porque ele se virou, olhou para o céu, puxou meu braço e me beijou. De novo! Cara que beijo... As estrelas estavam voltando de novo. E dentro de mim ainda tive a coragem de me perguntar por que eu estava correspondendo.
- Foge comigo! - ele disse.
- Para onde? - eu perguntei maravilhada.


Capítulo 14

- Para o bar ali da esquina.
O encanto foi embora. Eu dei um tapa no braço dele.
- Sério, vamos lá. Seu amigo está tocando hoje!
- Está...
Eu mal respondi e ele me puxou, levando-me até o bar.
- Você está maluco?
- Ah, , curte mais enquanto sua mãe não está aqui!
- Eu curto tudo com ela aqui!
- Duvido que se ela estivesse aqui você estaria comigo agora.
- Qual o problema que você tem com a minha mãe? - eu perguntei agressiva.
- Calma! Nenhum, só não entendo porque ela tenta sempre me afastar de você.
- Ela nunca fez isso!
- Você sabe que sim. - Ele disse isso agressivamente também.
- Robert, do que você está falando?
- Poxa, naquele dia que eu passei na sua casa, que minha mãe também estava lá... Lembra?
- Lembro.
- Ela disse que você era muito certa para andar com 'meu bando'. Claro que minha mãe achou que era brincadeira.
- Quem sabe com quem eu ando ou não sou eu, Robert. Qualquer coisa ela tem que aceitar. E vamos logo ao seu barzinho antes que eu desista!

Chegamos ao bar do bairro. Sempre esteve ali, mas foi mudando com os anos. Agora havia sido ampliado. O toca lá e a havia me dito que tinha vaga de garçonete.
Quando eu entrei, logo me lembrei de quando eu era mais nova, eu ia bastante lá com meu pai.
tocava uma música dele mesmo, era alguma coisa de Little Joanna. Mas quem diabos era Joanna? E de olho azul ainda. Esse ... Mas eu gostei da música, super fofa, ela me distraiu do Robert. Fique parada lá, ouvindo feito uma bocó, quando avistei o Robert de tricô com uma garçonete.
- Robert, você some e não avisa? - eu disse.
- Ah, você estava tão envolvida com a música do - ele disse caçoando.
- É muito bonita!
- Ah... , essa é minha prima, Ally!
A moça e eu nos cumprimentamos. E ficamos conversando uma parte da madrugada - sim, madrugada. Eu estava imaginando a quantidade de ligações do telefone lá de casa. Já o Robert estava sentando com o violão no palco.
- Ahn - eu disse com uma cara de interrogação.

Ally me contou que às vezes ele cantava lá.
- Hum. - 'Um brinde se eu trabalhar aqui', eu pensei.

Ele estava cantando uma música do U2, que eu esqueci o nome, mas era bonitinha.
De repente, ficou um silêncio no local. O Robert já estava meio 'gaga', o cara tinha tomado umas biribas durante minha conversa com a prima dele. Até que...
- Quero dedicar a próxima música para a pessoa mais doce que já conheci... !
E ainda apontou para mim! ‘Peraí, ele dedicou uma música pra minha pessoa? Oh meu Deus!
- For you, Never Think - ele disse.

You'll learn to hate me
(Você aprenderá a me odiar)
But still call me baby
(Mas ainda me chama de querido)
Oh love
(Oh amor)
So call me by my name
(Então me chame pelo meu nome)

A música de fato estava me incomodando. Mas o que me deixava magoada era que talvez ele nem lembrasse disso que estava fazendo. Afinal, ele estava um pouco alto.
Quando ele terminou, todos o aplaudiram, o povão gostou da música.
Então Robert veio até mim e perguntou se eu tinha gostado da música.
- Sim, é linda - eu respondi.

Sentamos um pouco e eu não deixei mais ele beber.
- , você deve estar achando que eu estou bebão, né?
- Não, que isso... Imagina! - eu disse ironicamente.
- Eu ainda lembro onde moro e sei que já tenho que te levar para casa.
- Agradeceria, eu estou com sono.

Então fomos para casa e, durante a caminhada, ele falou sobre a gravidez da .
- Sua irmã não está grávida - ele disse.
- Como assim não? Minha mãe me disse.
- Ela mentiu para sua mãe - ele disse com um sorriso inexplicável.
- O que você sabe?
- Olha, , eu acho que sua irmã que deve te contar isso. Eu não quero me meter. Quero que você saiba que o que ela disser, é idéia dela e do George!
- Robert, o que você sabe? - eu perguntei curiosa e um pouco assustada.
Estávamos em frente da minha casa, ele agarrou nos meus braços e olhou nos meus olhos e disse:
- Não posso te contar, pergunte à sua irmã. Só quero que você fique ciente que isso foi idéia dela e do George. Como eu disse, sua mãe nunca deixaria estarmos desse jeito agora!
Ele me beijou (de novo! de novo! de novo!) e foi embora.

E eu fiquei com cara de jegue sem entender nada. Só estava ansiosa para que chegasse amanhã para ligar para .

O dia parecia ter sido um sonho. Muita coisa estranha e quase perfeita para um dia só. Quase, porque ele dedicou uma música e talvez nem lembraria.
Eu tinha que descansar, a semana que viria seria a última antes das férias. E eu estava doida para falar com a .
A madrugada foi muito difícil, eu não conseguia dormir de jeito nenhum pensando em Robert, na música, em Robert, na minha irmã, Robert...

No dia seguinte, eu acordei com o barulho do telefone. Era uma da tarde. 'Me superei' - pensei. Era minha mãe.
- ! Onde você estava? - disse minha mãe histérica.
- Mãe, eu só estava dormindo.
- A essa hora? O que você fez ontem?
- Fui naquele bar onde o trabalha!
- Sozinha?
- Não, mãe, fui com alguns amigos! - eu disfarcei.
- Sabe, sua irmã não está grávida - disse minha mãe aliviada.
- O que, como assim?
- Ela não está, eu descobri.
- Como?
- Minha filha, eu estive com três seres na minha barriga, eu sei...
- Mas por que ela disse que estava, então?
- Ela disse que você precisava ficar sozinha para resolver alguns problemas, por isso quero saber... Algum problema, ?
- Não, mãe, a está maluca!

Ah! Agora faz sentido! Ela queria que eu ficasse 'sozinha' com Robert para me acertar com ele, aposto! , você me paga! 'Mas te devo uma' - eu pensei.
- Mãe, cof, mas ela está bem? – Eu pigarreava.
- Claro, meu anjo!
Depois ela disse:
- Seu pai me disse que te viu com Robert, quer me contar algo, ?
- Ah, mãe, é que o Robert e eu estamos nos dando bem agora, ficamos amigos e só.
- Olha, , não quero você bebendo com esse menino por aí...
- Mãe, você deveria conhecê-lo melhor, você vive falando para eu não julgar as pessoas antes de conhecê-las, lembra? E ele é filho da sua melhor amiga... Mãe, que isso? Um descaso!
- Sei, minha flor, mas você sabe como ele é...Mas se a amizade dele te convém...
- Mãe, o que fizeram com você aí?
- Por quê?
- Está aceitando tudo numa boa.
- , essa história da sua irmã me fez ver que eu pego muito no seu pé.
- Até parece, mãe - eu disse para confortá-la.
- , tenho que desligar. Semana que vem voltamos.
- Hum, agora adiantou... Beijos!
- Te amo!

Nossa eu fiquei tão pasma que nem consegui pedir para falar com minha irmã.

Quando desliguei o telefone, a campainha tocou. Eram Patie e .
- Hello, Girls!
- Oi nada! falou tudo que aconteceu no bar ontem...


Capítulo 15

- Ahn... Não aconteceu nada de interessante, ué! - Eu sempre me fazia de misteriosa.
- Ah não? Robert te levar lá, Robert te oferecer uma música... Nha, que lindo - diisse com ar de apaixonada.
- Jack nunca me ofereceu uma música - Patie disse e eu ri.
- Ele não canta... - provocou.
- Tá, mas poderia oferecer uma da rádio, né. - Elas começaram a discutir.
- Ok. Tá, é verdade. Nós fomos passear na praça... Foi legal.
- Se beijaram de novo? - me perguntou.
- Sim - eu confirmei sorrindo que nem besta.

Contei a elas sobre a história da . Patie amou, claro. ficou meio surpresa, mas também aprovou.
- Sua irmã é uma diva - disse.
- É? Eu não acho!
- Por quê? Ela está te ajudando com Robertinho.
- Patie, sim, claro, ela está. Mas custava eu saber dos planinhos dela? - eu disse cruzando os braços.
Elas riram.

Mais tarde, eu voltava da lanchonete. Estava um pouco cansada devido a noite conturbada. Estava ajeitando a bolsa e deparei com Robert na calçada.
- Oi - eu disse num tom tímido.
- Oi... Posso falar um instante com você?
Ok, ele me lançou um olhar preocupante. Um olhar de 'pé na bunda'.
Então já me preparava para o balde de água fria.
- Na verdade, eu vim me despedir.
- Ahn? Você vai embora? - eu disse e sabia.
- Sim e não... Eles vão filmar o restante do filme em outro país.
Filme maldito. Por isso que nunca fui com a cara daquele livro, sabia que um dia iria me causar problemas.
- Por favor, não fique chateada ou pense algo errado.
- Por quê? Somos só amigos. - Eu tentava parecer conformada.
- Você sabe do que estou falando. - Ele pegou na minha mão.
- Oh, sobre ontem? Ah ok... Mas não estamos presos um ao outro.
Ele sorriu vergonhoso.
- Robert, boa sorte... Eu sei que você batalhou por isso e merece o que anda acontecendo com você. Eu desejo todo sucesso do mundo para você. Sei que agora você irá conhecer pessoas novas, um mundo novo... O que uma amiga maluca britânica teria nisso? - Soltei minha mão dele. Quando me virei, ele me puxou. Segurou-me pela minha nuca e começou a me beijar. Tão doce e ardente.
- Adeus, minha doce , espero revê-la algum dia - disse e logo me beijou, despedindo-se.
Entrei em casa e fechei os olhos. Com certeza a dor não ia durar muito.

DOIS ANOS DEPOIS.

Depois da faculdade, fiquei um tempo trabalhando na lanchonete. Depois fiz curso de alguma coisa. Quando terminei, Patie me convidou para viajar até Vancouver, visitar sua tia.
Acabei aceitando, pois não aguentara mais minha mãe torrando minha paciência com um assunto: trabalho.
não quis vir, ela está grávida e não seria legal se a criança resolvesse nascer aqui em Vancouver. Aí sim entraríamos em pânico.
- , venha conhecer minha tia - Patie chamou.
Eu estava meio envergonhada, iria ficar ali uma semana, na casa de um povo que nunca vi na vida, e ainda usaria o banheiro deles.
- Oi, , seja bem vinda. - A tia de Patie era simpática.
- Oi. - Eu apertei a mão dela.
- Pode me chamar de tia se quiser, ou de Lucy - ela disse sorrindo.
- Tia Lucy. - Eu ri.

Entramos na casa e ela logo nos mostrou onde dormiríamos. Patie estava tão animada e feliz por fazer companhia para a tia, que morava sozinha.
- Não é lindo aqui, ?
- Sim! - eu disse sorrindo, olhando a paisagem pela janela do quarto.
Patie estava mexendo em algumas revista de um cesto que havia no quarto.
- , olha! - Ela apontou a foto de alguém.
- É, né... Tão famoso. - Sim, ela apontava uma foto do Robert.
Pelo visto, aquele filme fez dele um dos maiores artistas do mundo, sempre que líamos ou víamos algo na TV, só dava ele e a menina que trabalhava com ele no filme.
- Será que ele lembra de você? - Patie começou.
- Claro que não, né? Com tanta atriz bonita ao lado dele, acha que ele perderia tempo lembrando de mim?
Patie riu.
- Eu acho que sim. - Riu perversa.
Eu balançava a cabeça rindo também, ainda admirando a paisagem.

Minha mãe, claro, ligou mais tarde. Queria saber de tudo. Se eu pudesse, ficaria um mês aqui. Ou até quem sabe arrumava um trabalho. Seria um bom motivo.

No dia seguinte, acordamos cedo. Patie queria gastar.
O shopping era lindo demais, imenso. Parecia um castelo.
- Olha essas botas, ? - Ela apontava.
- São lindas.
Estávamos conversando, mas logo escutamos um burburinho vindo de fora da loja, e um grupo de adolescentes gritando que nem loucos.
- O que houve? - eu perguntei.
- Ah, é aquela atriz, dessa saga de vampiros - a vendedora da loja informou.
- Ela mora por aqui? - eu perguntei do nada.
- Não, bobinha. Eles gravam os filmes aqui em Vancouver. E por essas redondezas...
- Ah... - eu disse sentindo umas faísquinhas e fitando Patie.
- , o que houve?
- Podemos voltar uma outra hora? - eu pedi.
- Tá bom. - Patie nem questionou, creio que ela já sabia o motivo.

Saímos que nem loucas do shopping, eu puxava a doida pela mão.
- Hey, por que EU estou fugindo?
- Para ajudar SUA amiga.
- Mas eu não fiz nada, e nem você. Por que temos que fugir?
- Eu não sei, Patie, não sei se quero encontrá-lo.
- , ... Você encarou o Peter de frente e está com medo do Robert? Ele gosta de você.
Eu gargalhei.
- Gosta de mim? Patie, ele nem deve se lembrar de mim. Se eu soubesse dessa história das gravações, nem teria aceitado a vir.
- Se eu soubesse, lhe traria arrastada.
- Boba.
- Imagine que cena linda. Vocês se encontram do nada... Aquele olhar de peixe morto... Por alguns instantes. Que lindo - Patie disse suspirando.
- Você anda assistindo muito filme da Disney.
Ela deu os ombros.
- Vamos. - Eu a puxei, indo em direção à casa da tia Lucy.


Capítulo 16

Eu estava me sentindo estranha, realmente não sabia definir o que sentia. O Robert estava ali naquele lugar, e fazia tanto tempo que não o via.
Claro que sei que ele lembra de mim, ele não esqueceria. Apesar de tudo, estudamos juntos e, naquela noite da música, ele não estava tão bêbado assim.
- , nós temos que achá-lo.
- O quê?
- É!
- Patie, você é meio maluca, né? - eu disse fazendo gesto com o dedo indicador, girando perto da cabeça.
- Claro que não. Eu sei que por dentro você está mais que doida para revê-lo.
Suspirei.
- Meninas! - Tia Lucy entrou na casa.
- Oie - Patie e eu fizemos coral.
- Hum, adivinha o que tenho aqui? - Ela escondia algo nas mãos.
- Um rato! - eu disse rindo.
- Uma formiguinha - Patie zombou.
- Ai, como vocês são bobas, ingressos para o show do Kings Of Leon.
- OMG! - Patie e eu começamos a gritar.
- Peraí, quem são esses? - eu perguntei.
- Uma banda, né, sua anta... Googla! - Patie disse.
- Não quero ir de poser... Só conheço uma música. - Eu fiz bico.
- Balança a cabeça quando não conhecer.
- Não vou, Patie...
- Ah, vai sim...

Algumas horas depois...
- Olha, não sei como você me convenceu... - eu reclamava e me encolhia de tanto frio.
- Ah, , você não ia querer chegar em casa e contar que não fez nada... com medo de encontrar o Robert.
- Não é isso, é esse frio.
Patie riu.
De repente senti meu celular vibrando na bolsa.
- Quem é? - Patie era curiosa.
- É ! - eu disse, estranhando.
Começou a tocar a única música da banda que eu conhecia, uma tal de 'Use Somebody', de tantos 'ôôô' não escutava falando.
Puxei Patie para algum banheiro, apesar que mesmo assim ainda escutávamos o barulho, mas pelo menos conseguimos falar com nossa amiga.
- O que houve? - Coloquei no viva-voz.
- O bebê vai nascer. Estou no hospital.
- Aiii Santo Sapateiro - Patie gritava.
- Calma. - Acho que disse para as duas.
- está aí? - Patie perguntou.
- Sim, está... Gente, é agora. Fiquem aí - disse e eu sentia a tensão em sua voz.
- Vai dar tudo certo, estamos aqui. Imagine que nós estamos apertando sua mão - dissemos para a futura mamãe.
- Ok. Espera, e essa música de fundo? Vocês estão onde? - ela berrou.
- Um show... Continue aí, ! - Patie disse, mais ansiosa que a menina.

Alguns minutos depois, escutamos um choro de bebê. Penny havia chegado ao mundo.
Escutamos o choro de felicidade de e ouvimos o médico dizer que tinha desmaiado. Coisa dele, nem estranhamos mesmo.
Fiquei mais um tempo conversando e desejando coisas boas para a nova família, dei o celular a Patie e saí para buscar algo para beber.

No caminho, esbarrei com uma menina. Não sei, a conheço de algum lugar, mas não lembro agora...
- Água, por favor! - eu pedi.
- Com gás ou sem?
- Com gás.
Quando fui pegar os copos, bati meu braço em alguém.
- Desculpa.
Ele ia me pedir desculpas também, mas paramos e ficamos um bom tempo nos olhando.
- Oi... - Robert disse, admirado.
Logo lembrei quem era a menina, a atriz que trabalha com ele no tal filme.
- Oi! - eu disse empolgada demais e comecei a andar.
Ele me seguiu.
- ! - ele me chamou.
- O que foi? - Parei e o encarei.
- Você pode falar comigo... Quanto tempo não nos vemos? - ele disse abismado.
- Algum tempo... - Eu o fitei rindo.
Ele sorriu e virou o rosto, me puxou pela cintura e começou a me beijar.
- Você não sabe o quanto senti sua falta - ele disse bem próximo ao meu rosto.
Não sabia o que responder.
- Por que não respondeu mais as minhas ligações?
Ahn, está aí algo que escondi de Patie. Robert me ligava às vezes, conversávamos, ele falava coisas que pareciam me iludir. Funcionava e eu falava coisas que pareciam iludir ele. Sendo que parei de atender as ligações assim que começaram esses boatos dele com aquela 'garota'.
- Por nada, estava ajeitando as coisas para a viagem, sabe...
- Por que não me disse que vinha? - ele disse com as mãos no bolso.
- Do que adiantaria? Talvez nem nos encontrássemos aqui.
- Você pensava em ir sem falar comigo? - ele disse abismado.
Realmente, sim...
- Não, mas só que eu nem sei onde você mora.
- Podia ligar.. - Ele parecia desapontado.
- Olha, não quero criar problemas.
- Do que você está falando? - Ele riu.
- Sabe... O que as pessoas andam dizendo sobre você... e sua amiga. Já larguei essa vida de amante para trás faz tempo... - eu disse.
Robert gargalhava e eu não entendia.
- Por que está rindo?
- Está com ciúmes da Kristen? - Ele continuava rindo.
- Não!
- Claro que está... Eu não tenho nada com ela. - Ele ria ainda mais.
- Bom para você, então.
- , eu sempre fui vidrado em você... Sempre tentei chamar sua atenção de todas as maneiras. Sabe disso. Não ia colocar tudo a perder agora que consegui.
- Rá. Você conseguiu?
- Claro! - Ele se aproximpu.

Ele ficou me contando como iam as gravações, perguntou quando eu iria embora, respondi que não estava certa ainda...
Então, me convidou para ficar com ele até o final das gravações, respondi que iria pensar.
- Imagina, minha mãe dá a louca.
- Sempre sua mãe.
- Como assim, sempre minha mãe?
- Você se preocupa demais com o que ela pensa.
- Claro, não quero ser deserdada.
Ele riu.
- Sério, não quero que ela fique com raiva de você. Quero que ela goste de você. Não sei se assim seria um bom começo.
- Eu acho que ela gosta de mim...
- Gosta?
- É, bem longe de você. - Ele gargalhou.
Mordi o lábio.
- Isso é muito chato.

Nossa, não sabia dizer que queria ficar com ele. Minhas pernas tremiam tanto que nem sabia mais se era frio, nervoso, ânsia ou vontade de ir ao banheiro.
- Desculpa por não ter respondido as ligações... Fui uma idiota.
- Foi.
- Não concorde.
- Mas foi. Se tinha dúvidas, deveria ter me questionado. - Ele piscou.
Ri falso.
- Ela tem namorado...
- Não 'questionei' nada - eu disse assobiando.
Ele balançou a cabeça.
- Para você eu perco meu tempo dando explicações. Com prazer.
- Sei.
- Espero que faça o mesmo, até se for uma história com Peter.
Corei.
- Desculpa, não queria te envergonhar.
- Não gosto de lembrar disso. Me sinto mal.
- Você não sabia, né? Que ele era casado.
- Não.
Ele assentiu.

Ficamos nos olhando até que eu o puxei pelo pescoço e o beijei. Ele puxava minha cintura para que eu pudesse colar em seu corpo.
- Não tem medo que as pessoas nos vejam? - perguntei.
- Não, porque ai sim falariam a verdade. - Ele riu.
Voltou a me beijar.
Patie surgiu e ficou olhando a cena com um belo sorriso no rosto, estava feliz por mim. Afinal, ela sempre torceu por isso.
- Eu te amo, Robert Pattinson - eu disse. - Você é minha vida agora - eu zombei e ele riu.
- , não estraga o momento - ele respondeu e voltou a me beijar.

Naquele momento, percebi que, quando se tratava do Robert, eu nunca pensava, simplesmente agia. Adorava isso, ele me deixava assim quando estava por perto. E em relação a se arrepender de algo, também nem acontecia. Mesmo que ficasse chateada com ele... Ficaria, mas nunca me arrependeria de nada.
Nem mesmo ficar em Vancouver até o final das gravações sabendo que minha mãe pode me matar.
Mas, pelo Robert, nem pensarei sobre isso...


FIM.


n/a: Meninas, muito obrigada por terem acompanhado a fic. Desculpem qualquer coisa viu, mas aqui estamos ao final.
Obrigada a Deh pela paciência e pela ajuda, sem ela com certeza esta fic não estaria onde está agora.
Sejam felizes e Never Think... just do it :P hahaha [as coisas boas of course!]
bjundas Nana :*


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