O Estranho Mundo de Jack.
Fic by: May Fontes | Beta: Lilá

Capítulo 1 - Oi, tudo bem? Meu nome é Jack!

- You're only happy when I'm wasted/ I point my finger but I just can't place it/ Feels like I'm falling in love/ When I'm falling to the bathroom floor/ I remember how you tasted /I've had you so many times, let’s face it/ Feels like I'm falling in love alone/ Stella would you take me home?/ Stella would you take me home?
- Jack!! - minha mãe gritou do andar de baixo - abaixa o volume do aparelho e da tua voooz!!
- Tá, mãe! Foi mals ae! - gritei de volta.
Cara, nem tinha reparado que eu tava cantando alto... Peguei isso do meu pai, eu acho. Bom, deixa eu me apresentar... Oi, tudo bem? Meu nome é Jack! Ah... Tenho 16 anos. Mas não sou um garoto não! Sou uma G-A-R-O-T-A! O meu nome mesmo é Jackeline, mas ninguém me chama assim - só os meus pais quando estão com raiva.
Meus pais? Ah... Eles são demais! Os melhores do mundo! Eles são e - sobrenome de solteira é -, mas alguns os chamam simplesmente de e , eu os chamo de mãe e pai mesmo.
Ele é membro da banda McFly - que em minha opinião, é a melhor banda que existe -, junto com o tio , tio e tio . Mamãe é produtora de um programa de TV super famoso. Por causa desses dois eu conheço muuuuita gente famosa e vou a muitas festas.
Às vezes eu acho isso um pouco ruim, porque há muitas pessoas interesseiras na minha escola que querem a minha amizade só para ir nessas festas. Mas claro, eu tenho meus fiéis amigos, Abbie e Oliver, que nunca me usariam - só pra tentar ficar com uma garota ou algum garoto.
E também, por causa dessas duas pessoas que me trouxeram ao mundo que eu namorei com Rupert Grint, fiquei com Nicholas Hoult, Robert Pattison - eu sei que eles são um pouquinho mais velhos que eu.
Eu fui um presente maravilhoso - como diz o papai - e também uma pequena dor de cabeça - isso já foi a minha mãe -, mas os dois me amam, bem, é o que eu acho. Se não fosse por aquela certa coisa ter acontecido, eu não estaria aqui hoje.

# Flashback on - 's POV #

Mas que otária que eu fui! Muito otária mesmo! E eu achando que ele queria algo sério! Mas nããão, claro que não... Era só sexo mesmo.
Sou apenas uma adolescente de 18 anos! Que tá no segundo ano de faculdade e que não possui muita experiência em namoro! Claro...
Depois de ele ter dito que eu era uma pessoa incrível, que pessoas como eu não existiam, o vi beijando Nancy Sammuels (leia-se comendo) em um canto escondido da faculdade. E quando ele me viu - com uma cara chocada - ele simplesmente disse que não tinha nada sério entre nós.
E agora, depois de ter dado um tapa na cara dele e sair correndo da faculdade, estava chorando, sentada e com as costas encostada num carvalho do Hyde Park, na sombra, bem escondida pra que ninguém me visse.
Bem... parece que não deu muito certo.
Estava com a cabeça baixa, entre os joelhos, quando vi um par de tênis brancos à minha frente.
- Oi. - o dono dos tênis falou comigo.
Levantei a minha cabeça e olhei para ele. Cara, como ele era lindo! Tinha olhos que me deixaram hipnotizada! Até que murmurei um "oi" baixinho para ele.
- Então... - ele se agachou na minha frente - eu e meus amigos - ele apontou para 3 caras que estavam bem afastados de nós - vimos você aqui sentada, sozinha, e resolvi vir falar com você. Ah! Sou o ! - ele estendeu a mão.
- - estendi a minha mão -, mas prefiro .
- Ok. - ele se sentou - Então... Tá tudo bem?
Quem era ele? Ele era só um estranho que eu acabei de conhecer! E ele estava aqui comigo, nessa situação horrível, perguntando como estava, como se me conhecesse há muito tempo!
- Só um pouco. - falei. Sei que não o conhecia, mas sentia que eu podia conversar, me abrir com ele.
- Posso saber o que houve? - ele pegou minha mão - Não é normal ver uma garota chorando debaixo de um carvalho em um parque.
- Foi... Foi só um idiota que me usou... - falei e deixei cair algumas lágrimas.
- Ei! Ei! Não chora mais não! Ele só pode ter sido um idiota mesmo pra usar uma garota linda como você. - ele me abraçou, tentando me acalmar – Olha... você não quer vir conosco? Nós ficamos preocupados com você.
Olhei para trás e os amigos dele continuavam lá, esperando-o. Fiquei olhando para e assenti com a cabeça. Afinal, era melhor do que ficar chorando sozinha.
Ele se levantou primeiro, depois segurou minhas mãos e me levantou. Ele insistiu em levar minhas coisas, por isso minhas coisas estavam em uma de suas mãos, e na outra estava minha mão, me puxando com ele para seus amigos.
- Gente - nos aproximamos dos três -, essa aqui é a .
- Oi. - dei um sorriso tímido.
- Prazer, sou o .
- Eu sou o .
- E eu sou o príncipe , mas se você quiser posso ser um rei. - com essa, ele me fez rir, e os outros 3 deram um pedala nele.
- A gente tava indo na sorveteria, você quer ir? - me perguntou.
- Tá. Por mim tudo bem. - falei.
Fomos andando em direção a sorveteria. Eles ficaram perguntando coisas sobre mim, e eu sobre eles. Descobri que eles tinham uma banda chamada McFly, mas ainda não tinham nenhum contrato. E de mim, eles descobriram que eu estava na faculdade, fazendo produção de Rádio e TV.
Quando chegamos lá, fizemos nossos pedidos. Estava tudo bem, até que o deixou cair, sem querer, sorvete na calça do , e esse foi tentar revidar e deixou cair no , que pegou também no , e em mim. Então começamos uma guerra, e só paramos quando acabaram os sorvetes. Nunca tinha me divertido tanto.

# Flashback off - 's POV off #

- Everytime I fall asleep my dreams are haunted/ And everytime I close my eyes I'm not alone/ And everytime I cry I'm right back where you wanted/ I try to drown you out so/ Down goes another one...
Toc toc
- Oe!! Quem é?
- Jack, sou eu! - era o papai.
- Entra aí...
- Hey! Tô indo na casa do tio . Vai querer ir?
- Mas é claro!! - não pude dizer não. Esse era um dos meus pontos fracos, a casa do tio , lá é muuuuuuito legal - Me deixa só vestir uma roupa, já que você me pegou desprevenida - pois eu estava só de toalha. - Tá. Tô te esperando lá em baixo - e ele saiu do quarto.
Peguei minhas roupas íntimas e depois vesti. Coloquei uma skinny preta, all star verde e uma blusa baby look branca com a frase "filinha do papai" - um presentinho do meu pai, óbvio -, e fiz um coque frouxo, já que estava com preguiça de arrumar o cabelo. Desci as escadas e encontrei mamãe e papai na cozinha.
- Tô pronta, pai.
- Tá... Tchau, querida. - papai deu um beijo em mamãe.
- Tchau, querido. - mamãe retribuiu o beijo.
- Tchau, mãe. - dei um beijo em sua bochecha, e logo depois fomos para o carro.
Tio não morava tão longe assim, mas papai preferia ir de carro, primeiro: para nossa segurança, evitar ter um monte de fãs em cima dele ou encontrar paparazzis; segundo: porque somos preguiçosos e não queríamos andar.
Dez minutos depois, estávamos na frente da casa do tio . Como intimidade é foda, papai nem tocou a campainha. Ele simplesmente tirou a chave do bolso e entramos na casa. Todos tinham a cópia da chave da casa dos outros, agora imagina a situação: você tá no seu quarto, aí você esquece algo na sala e precisa pegar lá, e você desce e pega, e quando está indo pra escada - que é bem em frente à porta de entrada - um dos seus tios abre a porta e VOCÊ ESTÁ SÓ DE TOALHA!!! E você simplesmente diz "e aí, tio?! Coé o papo?!". Perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu.
- Henry! Pára de correr e deixa eu te pegar!! - tio estava correndo atrás de Henry. Henry é o filho do tio , de dois anos. Sua mãe morreu na hora do parto.
- Nããããããããããããããããããããããããããããããããão!! - Henry corria de tio , depois ele me viu - Jaaaaaaaaack!! - ele correu na minha direção, de braços abertos. Eu me agachei e ele me deu um abraço e ficou no meu colo.
- Fala, pequenino - dei um beijo em sua bochecha.
- Cara, como você faz isso? - tio me perguntou - Estou tentando pegar ele desde que eu cheguei aqui...
- E isso já faz meia hora! - tio gritou de algum lugar.
- Bem... Vai ver por que ele sabe que você vai maltratá-lo? - falei - E ele sabe que não vou fazer isso. - e comecei a fazer cosquinhas no Henry, e ele começou a rir.
- Cadê o ? - perguntou papai.
- Tá no banheiro - tio falou -, me deixando aqui em baixo cuidando dessa peste.
- Ele não é uma peste! - falei.
- É! Eu não sou uma peste! - Henry concordou comigo - Jack... Bora assistir um filme?
- Tá! - e fui com Henry para a sala.
Tio havia saído do banheiro e veio falar comigo. Depois eles estavam em algum lugar conversando enquanto eu estava assistindo "Alvin e os esquilos" com o Henry, quando um tio entra correndo pela sala que nem um louco.
- Vocês nem sabem! - tio parou assim que percebeu que só estava eu e Henry na sala – Oi, Jack. Cadê o resto?
- Sei lá... Espera só um pouco... Henry - ele olhou para mim -, no 3, ok? - ele balançou com a cabeça. Contei com os dedos, e quando chegou no 3...
- PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!!!! - nós dois gritamos.
E logo apareceram dois pais na porta da sala, e mais outro que não era pai.
- O que foi? - os dois perguntaram.
- Nada. O tio quer falar com vocês. - e dei um sorriso para eles.
- Desembucha. - papai falou se sentando ao meu lado.
- Adivinhem o que eu tenho aqui na minha mão? – tio falou todo feliz.
- Uma passagem só de ida pro hospício? - tio falou e todos riram, menos Henry que estava concentrado no filme.
- Haha. - tio riu sarcástico - Seus idiotas! Aqui tá dizendo que fomos indicados pra dois prêmios do VME!!
Nós simplesmente ficamos de pé e começamos a pular e a gritar.
- E quais são os prêmios? - tio perguntou.
- Melhor clipe pop e música do ano - tio falou.
E eles começaram a gritar que nem menininhas. Eu só fiquei olhando para eles e me perguntando por que eu gostava tanto deles. Opa! Tem algo vibrando aqui atrás. Ah... É o meu celular.
- Alo? - falei.
- Cadê você, sua louca? - adoro o carinho da Abbie.
- Hey, Abbz, tudo bem com você?
- Esquece esse troço e me responde logo onde você tá!
- Na casa do tio , por quê?
- Porque eu e o Oliver estamos parados na frente da tua casa que nem patetas aqui! - Tá, já vou praí.
- Vem logo, sua vaca! - ouvi Oliver gritar no fundo - Você ouviu o Oliver! Tchau.
- Tchau. - desliguei – Ô, tu aí - papai me olhou -, tô indo pra casa porque o Oliver e a Abbie estão lá na frente me esperando.
- Tá. - ele simplesmente falou isso, esquecendo que eu vim com ele.
- Nossa... Eu esperava ouvir um "tá, filha, a gente já ta indo". Mas nããão! Ele só diz "Tá".
- Ha... Aproveita e leva o Henry junto. - tio falou - A gente quer beber um pouco.
- Credo! - peguei Henry no colo - Vocês são um bando de bêbados! Tchau!
- Tchau! - os quatro falaram juntos.
- E tome cuidado! - papai falou. Sabia que ainda existia um pouco de espírito paterno nele.
Fui andando pela rua com Henry no meu colo. Eram 20 minutos andando até minha casa. Sempre que Henry via um cachorro, ele parava para fazer carinho. E depois de mais 5 cães, chegamos na minha casa. Tinha duas criaturas sentadas na escada da frente.
- Até que enfim! - Oliver gritou.
- Olha só quem veio junto! O Henry! - Abbie falou.
- Claro... Aqueles caras queriam beber e me mandaram cuidar dele. - falei.
- Tá... Agora bora entrar porque nós estamos esperando por você há um tempão!! – Oliver reclamou.
Abri a porta de casa, e reparei que as luzes estavam todas acesas.
- Mas... A minha mãe não tá em casa? - me perguntei.
- Tôôô! - depois vi que minha mãe estava na cozinha - Só que eles não quiseram entrar.
Olhei feio para o dois e eles só deram um sorriso.
- Tá... - fomos subindo para o meu quarto - O que vocês vieram fazer aqui?
- O de sempre... - Oliver falou. O de "sempre" dele significa que ele não tinha nada pra fazer, e vem fazer nada junto comigo.
- Minha mãe e meu pai brigaram... De novo! - Abbie falou se jogando em minha cama. Sempre que os pais dela brigavam, ela vinha para minha casa – Ai, Jack, eu simplesmente não agüento mais! É sempre por uma besteirinha... Queria que eles fossem iguais aos seus - ela olhou para o porta-retrato que tinha duas fotos. Uma era de meus pais de quando ela estava grávida de mim, e outra era uma foto igualzinha, só que agora eu estava junto com eles.
Meus pais se casaram jovens - a dona tinha 20 e seu tinha 21 - e eles casaram quando mamãe estava grávida de mim. Mamãe estava linda! Na foto só deles dois, mamãe estava com o vestido de noiva – uma noiva grávida. Eu tenho até o bonequinho do bolo, que era a noiva grávida e o noivo com as mãos na barriga dela.
Eu estava sentada na minha cama, com Henry dormindo no meu colo, e Abbie e Oliver estavam deitados no chão. Estávamos jogando adedonha, até que eu lembrei de algo.
- Eu já falei pra vocês que o McFly foi indicado pra dois prêmios no VME? - os dois, rapidamente, se sentaram e ficaram me encarando - Que é? Até parece que eles nunca foram indicados...
- Mas pela primeira vez você vai! - Abbie falou.
- E você vai nos levar! - Oliver falou com o dedo apontado na minha cara.
- E como é que vocês sabem que dessa vez eu vou?
- Porque você está bem - os dois falaram.
Pois é... Das 5 vezes que o McFly foi indicado, as 5 eu tive alguma coisa. Uma eu estava com catapora, outra estava com resfriado, outra eu estava com alguma doença estranha, outra eu tive que operar de apendicite 2 dias antes da premiação e fiquei com uma babá e uma enfermeira em casa, e outra eu tinha quebrado o pé no dia, e a mamãe não me deixou ir. Mas dessa vez eu vou estar lá para ver meu pai e meus tios ganharem!
- Bem, tomara que eu esteja bem até lá, nunca se sabe... – falei.
- Vira essa boca pra lá! – Abbie falou.
- Você vai ficar bem até lá – Oliver veio em minha direção e deu um beijo na minha cabeça – Agora eu tenho que ir pra minha casa.
- Vou com você – Abbz falou – Tchau, Jack!
- Tchau.
Depois eles saíram do meu quarto. Fiquei sentada mais um pouco na cama, depois me deitei ao lado de Henry e dormi.

Capítulo 2 – O grande dia.

Um mês depois...

Tá... Eu já tô pronta, mamãe já tá pronta, e só falta o papai. Que estranho, sempre somos nós, mulheres, que demoramos mais pra nos arrumar, mas aqui em casa a coisa é um pouco diferente. Eu estava usando um vestido rodado tomara-que-caia marrom escuro um pouco acima dos joelhos, com um cinto marrom claro, um casaco de couro da mesma cor do cinto e uma sapatilha marrom claro com um lacinho – não sou muito fã de saltos altos –, maquiagem destacando os olhos e cabelos soltos com alguns cachos, e mamãe estava com um vestido rosa de um ombro só que ia até o cotovelo, era colado no corpo e também um pouco acima dos joelhos e um sapato de salto alto dourado, maquiagem parecida com a minha e os cabelos presos em um penteado que era uma trança de raiz.
- Caramba! – mamãe, que estava sentada ao meu lado do sofá, me olhou – O teu pai demora pra se arrumar desde que eu o conheci!
- É mesmo? – falei.
- É... Mas se não fosse por isso, talvez você não estivesse aqui.
- Como assim?
- Bem...

# Flashback on – ’s POV #

[n/a: quando aparecer uma fala entre parêntese, é a fala da Jack]

- Será que o ainda vai demorar? – perguntei.
- Provavelmente sim... – falou.
- Ele e o são umas noivas pra se arrumarem. – falou.
- Mas eu já estou aqui há 10 minutos! – se defendeu.
Estávamos na sala da casa deles – sim, eles moram juntos – nos preparando para ir para um pub, mas o ainda estava se arrumando.
- ! – gritou.
- Que é?! – perguntei.
- Você pode vir aqui em cima rapidola?! Preciso de ajuda!
- Ai, minha santa mãe...
- Você precisa de ajuda pra colocar as roupas, ? – gritou.
- Ou pra pentear os cabelinhos? – gritou.
- SE EU TIVESSE FALADO COM VOCÊS, TERIA FALADO O NOME DE VOCÊS! MAS EU CHAMEI A , ENTÃO CALEM A BOCA E DEIXEM ELA VIR LOGO AQUI!! – gritou lá de cima.
- Deixa eu subir logo – falei e me levantei do sofá.
Subi as escadas, fui para o corredor e andei em direção ao último quarto do lado direito, onde a criatura chamada ‘’ estava.
- O que é... – não consegui terminar a frase.
- Qual dessas eu escolho? – ele, que estava sem blusa e com um pedaço da cueca branca aparecendo, se virou para mim com duas blusas na mão, uma xadrez azul e vermelha e uma pólo azul escura.
- A-a pólo azul escura.
Ele jogou a xadrez em cima da cama e começou a vestir a blusa. Eu me virei. Sei lá porque, acho que porque eu estava constrangida. Senti algo tocando os meus ombros.
- Porque você tá vermelha? – ele me virou de frente para ele. Eu abri a boca e não consegui falar, ele estava muito próximo – Você não precisa ficar assim. – ele foi se aproximando, e eu não conseguia desviar, pois seus olhos estavam me hipnotizando. Depois, sua boca encostou-se à minha, e eu a abrir, lhe dando passagem (- Mãe, me poupe desses detalhes, por favor! Sou a filha de vocês!). Ficamos um bom tempo em seu quarto nos beijando, até que os outros três apareceram na porta.
- AÊÊÊ! FINALMENTE! – falou.
- A gente sabia que isso ia acontecer! – .
- Mas não precisava ser agora. – – Já que estávamos de SAÍDA!
Então e eu nos ajeitamos e saímos de mãos dadas do seu quarto.

# Flashback off – ’s POV off #

- WOW! Papai foi é esperto! – falei – Fico feliz por ele ter feito isso – dei um sorriso para ela.
- Eu também. – um papai usando um terno com a gravata frouxa e muito bonito que estava descendo a escada falou – Se não fosse por isso, eu não teria as duas mulheres mais importantes da minha vida! – ele deu um beijo na mamãe e um na minha bochecha – Agora vamos!
Fomos para o carro do papai. Ele foi na frente dirigindo, mamãe ao seu lado e eu atrás. Íamos cantando Fireflies do Own City. Somos uma família tão feliz. Trinta minutos depois, chegamos ao lugar onde ocorreria a premiação. Encontramos-nos com tio e – sua mulher, tio , tio e – sua noiva.
Entramos e sentamos em nossos lugares, fiquei entre mamãe e papai. Fiquei olhando para o local, estava muito bonito! Luzes, pessoas famosas, tudo em uma combinação perfeita! Sei que eu devia estar acostumada com isso, mas é a minha primeira vez no VME. Vi uma pessoa estranha passando no corredor, acho que era a Lady Gaga pela roupa.
Apagaram as luzes! Já ia começar.

Já se passaram 5 prêmios. Os de: melhor artista, melhor banda, melhor álbum, artista revelação e melhor clipe hip hop. Alguns artistas já cantaram: Lady Gaga, Pixie Lott, Robbie Williams, até o McFly. Agora, seriam anunciados os indicados para o prêmio de melhor clipe pop do ano, uma das categorias que o McFly tá concorrendo. Aí! A mulher começou a falar e o papai ficou apertando a minha mão.
- Os indicados para o prêmio de “Melhor clipe Pop” do ano são: Pixie Lott – Mama Do; McFly – Transylvania; U2 – Vertigo; Muse – Undisclosed Desires; E Kaiser Chiefs – Good Days Bad Days. E o vencedor é... – papai apertou tanto a minha mão que ela nem tinha mais cor – MCFLY!!
Todos nós começamos a pular de alegria. Papai me levantou do chão e fez a mesma coisa com a mamãe. Os quatro foram para o palco, receber o prêmio. Eu, mamãe, e estávamos gritando, ficamos muito felizes por eles.
- Bem... Não sei nem o que falar! – Papai.
- Só que eu queria agradecer a todos quem votaram em nós – tio .
- Agradecer às pessoas que estão sempre com a gente – tio .
- Principalmente aquelas que convivem conosco! Muito Obrigado! – tio .
Depois eles receberam a estátua de astronauta e voltaram para os seus lugares. Dei um abraço no papai, e eu juro que eu vi uma lágrima cair de seus olhos.
Meu celular tava vibrando, devia ser uma mensagem da Abbie e do Oliver. E eu estava certa.
A gnte acabou de ver o McFly ganhar o prêmio! Parabens! Xx
- Pai – ele me olhou -, o Oliver e a Abbz mandaram um parabéns pra vocês.
- Manda um obrigado pra ela, em nome do McFly – e mandei a mensagem para ela. Agora ia ter mais um artista se apresentando, e ia ser... Jonas Brothers? Nem tinha percebido que eles estavam ali. Só sei que depois da apresentação deles, seria o próximo prêmio, que é o de melhor música do ano. Papai já estava apertando a minha mão de novo.
Opa! Eles terminaram! Já vão falar!
- A próxima categoria pode ser a mais importante da noite, é a de “Melhor Música do Ano”, e os indicados são: Jason Mraz – I’m Yours; McFly – Smile; Lady Gaga – Bad Romance; E Muse – Supermassive Black Hole. E o vencedor é... MCFLY! Podem vir aqui de novo, rapazes!
Eles quase que correram para o palco. Dessa vez eles pegaram a estátua e ficaram brigando pra ver que iria segurar.
- Bem, essa música foi feita pensando nos nossos fãs – tio .
- E também pensando que nunca devemos parar de sorrir, mesmo que você esteja em uma situação ruim – papai.
- Não tenho palavras... – tio falou e depois, enxugou uma lágrima que escorria pelo seu rosto.
- Muito Obrigado! De novo! Vocês são os melhores! – tio .
Eles voltaram para os seus lugares. Dei um abraço em todos eles e peguei o prêmio. Era igual ao outro, mas sei lá... Esse parecia mais bonito.
Esperamos acontecer as outras premiações que estavam faltando. Quando saímos, estava cheio de fotógrafos e repórteres na porta - como sempre, depois de algum evento -, que ficaram gritando para que os famosos falassem com eles. O McFly foi lá. Responderam algumas perguntas e tiraram algumas fotos. Teve uma que o papai me puxou e me segurou no colo, e beijou minha bochecha, e eu tipo que fiquei cega com tantos flashes.
Nos despedimos de todos e fomos para casa.
- E aí, Jack? - papai falou comigo assim que entramos em casa - Gostou?
- Mas é claro! Pena que eu nunca tinha ido antes...
- Não se preocupe - ele me abraçou - Vamos dar uma festa esse fim de semana comemorando.
Ah... As festas sempre que eles ganham algo. É tão legal! Das 5 vezes que eles foram indicados, ganharam 3 vezes, ou seja, já tivemos 3 festas de comemoração! O lado ruim era que: ou eu estava doente ou era nova demais pra ficar até o final da festa. Mas dessa vez não! Eu vou tomar todo cuidado possível para que eu não tenha nada!
- HA! - gritei e os dois olharam para mim - Pela primeira vez eu vou participar da festa até o fim!
- Você não é normal mesmo - mamãe falou - Também... Olha quem é o teu pai - mamãe me deu um beijo na cabeça e subiu para o seu quarto.
- Depois dessa – papai começou - me fez até pensar em desistir da última premiação de hoje.
- PAI! EU NÃO PRECISAVA SABER DISSO!
- Ah, minha filha, como você acha que você foi feita? Hein? - ele beijou minha cabeça - Agora deixa subir que eu não vou desistir do meu prêmio mesmo! - ele subiu as escadas correndo.
Tá... Não sei se vou conseguir dormir direito hoje.

Capítulo 3 – A festa.

- Mãe?! Pai?! Cadê vocês?!
Que legal... acordar cedo numa segunda de manhã e os seus pais não te responderem não é nada legal.
- Por acaso tem alguém aqui? – entrei na cozinha, e como eu esperava, não tinha ninguém – Será que eles tão brincando comigo? – vi dois papéis colados na geladeira – Que é isso?
“Filha, eu tinha uma reunião hoje cedo no trabalho. Não pude te esperar. Liga pro Neil e pede pra ele te levar pra escola. Te amo. Mamãe.”
“Criaturinha, você acabou com o chocolate, né? Safada! Agora eu tenho que comprar mais! HAHAHA! Bem, foi mal aí, filha, não pude te esperar pra te levar pra escola, tinha uma reunião com os seus tios. Te amo. Papai.”

HAHAHA! Deveu, pai! Acabei com todo o chocolate! Bem, valeu por me esperarem, era só me acordar mais cedo pra me levar pra escola, não é tão difícil. Cadê o telefone?
- Alô? Neil?
- Alô? Jack! E aí, garota?
- Fala, cara! Tá tudo ótimo... He, Neil...
- Pera, me deixa adivinhar. Seus pais saíram e pediram pra eu te levar pra escola, certo?
- Certo!
- Em 10 minutos tô aí. Tchau!
O Neil é sempre bom nessas horas. Mas é claro que eu não chamo ele só essas horas. “Tá, agora deixa eu subir e pegar as minhas coisas que o Neil não demora”.

20 minutos depois.

- Valeu, Neil! – falei abrindo a porta do carro dele.
- De nada, Jack! Sabe que sempre que precisar é só ligar. – ele falou e deu um sorriso.
- Ok, Neil. Até. – saí do seu carro e fechei a porta.
“Ai, agora tenho que andar até o outro lado do colégio porque a porcaria do meu armário fica pra lá. Vou andar rápido pra tentar evitar certas pessoas”. Pena que eu não consegui.
- Jack! – Stacey praticamente gritou meu nome.
- Stacey – virei sem nenhum sorriso no rosto.
- Então – ela se aproximou de mim -, a festa desse final de semana vai ser boa, não é?
- Como assim, festa? Você nem fui convidada.
- Ela foi sim! – Emily, uma das amigas de Stacey falou.
- Cala a boca, Emily! – Stacey gritou com a amiga – Bem, Jack, claro que eu fui convidada. Não é só porque você é a filha de que vai levar aqueles seus amiguinhos. - Então como você foi convidada?
- Meu pai trabalha no mesmo lugar que a sua mãe, e ele ganhou dois ingressos dela, um para ele e para minha mãe, mas como nenhum dos dois vai, vai eu e minha irmã mais velha.
- Então você não foi convidada – ela me olhou de um jeito confuso. – O convite foi para o seu pai e sua mãe, não para você e sua irmã.
Assim que falei isso, ela abriu a boca, tentando falar algo, mas não deixei. Fui logo embora de lá.
Cheguei ao meu armário e Oliver já estava lá.
- Ei, por que você demorou?
- Stacey – respondi e ele entendeu na hora – Cadê a Abbz?
- Não sei – deu de ombros – Acho que ela não vem hoje.
- Também acho – andamos para a nossa sala – Ah! Não se esquece da festa sábado, hein!
- Ok. Eu sabia que já estava convidado. Não precisava falar.
- Metido! Não fica se achando, não! Eu, você e Abbie vamos ter companhia naquela festa.
- Quem? Você por acaso chamou a gostosa da Lilah? Tô doido pra pegar ela!
- Claro que não, seu jumento! – dei um tapa na sua cabeça – A Stacey vai tá lá com a irmã.
- Como assim? Como?
Expliquei para ele toda a história. Teríamos uma semana longa pela frente.

E finalmente sábado...

Estávamos no local da festa, que era no salão de festas do melhor hotel de Londres. Mamãe e papai estavam por aí, conversando com alguns convidados, assim como o tio , tio , tio . Eu estava sentada na mesa, com Henry no colo. Tia e tia estavam comigo na mesa.
Abbie e Oliver ainda nem tinham chegado. Eles me falaram que queriam chegar um pouco tarde pra ver como era o glamour de entrar numa festa dessas.
Eu estava usando um vestido preto tomara que caia com uma faixa branca, cabelos soltos e sapato de salto branco. Tia usava um vestido bege de alcinha, sapato peep toe laranja e cabelo preso num rabo de cavalo alto. Tia usava um vestido tomara que caia vinho, salto preto e cabelos presos num coque. Henry estava fofo! Usava um terninho preto, onde a blusa era azul clara, e o seu cabelo estava arrumadinho.
- Ele não está lindo?! - falei para as minhas tias.
- Um príncipe! - tia .
- Vai conquistar todas! - tia apertou a bochecha de Henry.
- Ai! Palem! Fico com vergonha! - Henry escondeu seu rosto nas mãos - Eu sei que sou lindo, mas não pleciso que vocês fiquem falando!
- Essa criança é que nem o pai. - tia comentou.
- Se acha a útima jujuba do pacote. - tia falou e ri.
- Mas ele está certo, não é filho?! - tio chegou e pegou Henry de meu colo.
- É sim, pai! - Henry deu um beijo em sua bochecha.
- Jack, seus amigos chegaram. Vai aproveitar um pouco essa festa. - tio se sentou e ficou lá na mesa.
Saí da mesa e fui procurar Abbie e Oliver. Fui olhando para as pessoas da festa e vi Alex Pettyfer parado perto do bar, conversando com alguém. Ele me olhou e deu um sorriso, retribuí mandando um tchauzinho e uma piscada. Um pouco mais a frente pude ver Stacey conversando - se jogando - em cima de um cara, o qual não reconheci.
Quase na entrada, vi aqueles dois que eu chamava de amigos, com um sorriso enorme no rosto. Abbie usava um vestido preto que ia até o pescoço e costa nua, seus cabelos estavam presos num coque, com alguns fios soltos, maquiagem leve e um scarpin rosa. Oliver estava usando calça jeans preta, sapato social preto e uma blusa branca de manga três quartos.
- Amiga! Que é isso aqui?! - Abbie veio me abraçando.
- Acho que chegamos juntos com a Pixie Lott! Ela é muito hot! - Oliver comentou e Abbz e eu demos um tapa nele.
- Depois apresento vocês pra alguns que eu conheço, agora vamos! Vocês têm que ir falar com meus pais. – puxei-os pela mão até onde meus pais estavam - Pessoas que eu chamo de mãe e pai! – achei-os.
Eles estavam na nossa mesa, junto com os outros. Mamãe usava um vestido tomara que caia verde musgo, com um decote V no busto, um peep toe bege e cabelos soltos. Meu pai usava sapato e calça social preta com uma blusa social rosa clara. Meus tios não estavam muito diferentes, onde apenas mudava as cores das blusas.
- Oi, gente! - Abbie e Oliver falaram juntos.
- Parabéns! Fiquei muito feliz por vocês! - Abbie falou.
- Eu também. Vocês mereciam. - Oliver.
- Obrigado, Abbie e Oliver. - meu pai.
- Agora com licença, nós vamos curtir a festa! - novamente, peguei a mão de meus amigos e fomos para o meio daquela bagunça.
Cruzamos a pista e paramos perto do bar.
- Vocês são uns puxas sacos. – falei.
- Nós?! De jeito nenhum! Eu realmente fiquei feliz por eles. – Abbie fez uma cara de cachorrinho que caiu do caminhão.
- É verdade, Jack! Nós não podemos ficar felizes por eles? – Oliver concordou com Abbz, indo abraçá-la.
- Ô gente! Tô só brincando! – reclamei.
- Com licença. – Ouvi uma voz atrás de mim. Virei-me e tomei um susto – Por acaso você é a Jackeline?
- S-s-sim. Sou eu, mas prefiro ser chamada de Jack.
- Bom, Jack, prazer. Sou Alex Pettyfer. – ele esticou sua mão. Fiquei igual a uma pateta olhando, até que Abbie me deu um cutucão e a apertei.
- Prazer Alex. – encarava seus olhos e não soltava sua mão. Não sei por que eu estava assim. Já conheci tantos caras famosos. Abbie me cutucou de novo – Alex, esse aqui são meus amigos. Abbie e Oliver.
- Olá, Abbie, olá, Oliver. – Alex apertou suas mãos.
- Oi. É um prazer conhecê-lo. – Abbie parecia meio animada.
- Olá, Alex. – já Oliver o tratou como um ser humano normal. Graças!
- Bem, queria desejar parabéns para seu pai e seus companheiros. Acho o trabalho deles ótimo. – Alex falou olhando nos meus olhos.
- Ah... eles estão bem ali. Se você quiser ir lá falar com eles é... – ia falando, mas ele não me deixou terminar.
- Também era uma desculpa para vir falar com você. – juro que fiquei paralisada quando ele falou isso.
Já ia responder, mas fui interrompida por uma voz conhecida.
- Olha só quem já chegou! Abbie e Oliver! E olá para você também, Jack. Vi você aqui, mas não tive a oportunidade de falar com você. – Stacey apareceu – Olá novamente para você, Alex.
- Olá, Stacey. – Alex.
- Espera aí! Vocês se conhecem? – perguntei, apontando um para outro.
- Sim. – Stacey deu de ombros.
- Até ainda agora nós dois estávamos conversando. – Alex falou olhando de Stacey para mim.
- Ah, entendi. E Stacey, qual aqui é a sua irmã? – fiquei procurando.
- É aquela ali que está conversando com o seu pai e o com o . – ela apontou para uma mulher de vestido roxo, que era muito parecida com ela – A Sarah parece estar de divertindo ali com os dois. – olhei de novo e meu pai, tio e Sarah davam risadas e bebiam um gole de champanhe – Bem, gente, vou pegar uma bebida e aproveitar um pouco mais essa festa. Tchau. – ela nos olhou com desdém e saiu andando.
- Affe. Até aqui temos que agüentar ela? – Oliver comentou.
- Verdade. Já basta na escola. – Abbie concordou.
- Ela que veio falar comigo. Eu a tinha visto de longe e pelo seu jeito de andar vi que ela parecia ser uma pessoa fútil. Não ia falar com ela, mas ela veio até mim. – Alex falou – Ela ainda deu em cima de mim. Falou coisas que não quero repetir. Dei um jeito de escapar de lá.
- Ainda bem. Essa menina é um demônio. – falei.
- Prefiro garotas mais naturais, assim como você. – ele piscou pra mim. Fiquei um pimentão.
- Jack, filha. – minha mãe apareceu atrás de mim – Vamos logo. Os meninos já querem brindar.
- Já vou indo, mãe. – ela assentiu com a cabeça e saiu – Bem, que tal depois do brinde nos encontrarmos lá fora? – falei para Alex.
- É uma boa proposta, senhorita. Vou ficar lhe aguardando. Até mais. – ele pegou minha mão, beijou-a e saiu.
- Pode me explicar o que foi isso? – Abbie andava no meu lado direito.
- Impressão minha ou ele estava flertando com você? – Oliver, o super lento, falou.
- Claro que sim, né, Oliver? – dei um tapa nele – Sabe que eu não sei por que fiquei assim? Eu sempre estive acostumada a ficar no meio de famosos e ficar com eles, mas esse daí eu não sei por quê.
- Tá apaixonada! – os dois falaram juntos.
- Claro que não! Conheci o menino ainda agorinha. – eles iam falar, mas não deixei – Sentem-se logo! Eles já vão começar.
- Bem, gente – tio começou -, mais um ano e mais uma conquista.
- Nesse caso foram duas. – papai.
- Exatamente, meu caro amigo , foram duas. – tio continuou.
- Mas é claro que não iríamos conseguir isso sem os nossos queridos fãs. – tio .
- E especialmente as nossas mulheres. – tio .
- Menos pra mim. Tô solteiro, gente! – tio gritou e todos riram.
- Também não podemos esquecer os nossos filhos. Jack – olhei para o meu pai -, você, assim como a sua mãe – mamãe apertou minha mão -, foram inspirações para algumas músicas. Vocês são as mulheres da minha vida. – sorri, mamãe apertou mais ainda minha mãe e quando a olhei, ela deixou cair uma lágrima – Por favor, mamãe e mana, não fiquem ofendidas com isso. Vocês também são as mulheres da minha vida, mas acontece que uma delas saiu de mim e a outra eu posso beijar. – olhei para minha avó e para minha tia, que riam, assim como todos.
- E eu não quero esquecer o meu filhinho, o Henry. Você me faz sentir mais completo, mesmo sua mãe não estando aqui. – tio se abaixou e ficou na altura de Henry, que pegou o rosto do pai e deu um beijo no seu nariz.
- Não chola, papai. A mamãe tá aqui, ó. – Henry apontou para o coração.
- Eu não tô chorando, seu sapeca. – tio o pegou no colo e todos riram – Mas a mamãe tá aí sim. – todo mundo fez “oooown”.
- ... – tio .
- E ... – tio .
- Vocês também foram grandes inspirações para nós. Amamos vocês. – eles falaram juntos.
Já viram três mulheres e uma adolescente chorarem numa mesa? Sim, elas e Abbie estavam chorando. Acho que o mais engraçado disso tudo foi a Abbie. Quando eu perguntei por que ela, e não eu estava chorando, ela só falou que queria que os pais delas fossem assim. O velho problema dos pais. Como pude esquecer?
Fui até meu pai e lhe dei um grande abraço. Foi só assim pra eu deixar uma lágrima cair. Mamãe veio por trás e também nos abraçou. Amava a minha família. Abracei o resto do povo e depois fui para o jardim me encontrar com o Alex.

Capítulo 4 – Desentendimentos.

O final daquela festa foi ótimo! Assim que fui para o jardim, Alex me esperava lá. Sentamos num banquinho e ficamos conversando. Depois Abbie e Oliver apareceram e conversaram um pouco com a gente, mas não por muito tempo, pois fomos dançar. Vi Stacey algumas vezes, e uma dessas vezes ela estava se agarrando com um cara. Safada. Toda vez que eu via a irmã dela, eu a via com o meu pai e com um dos meus tios. Minhas tias estavam bebendo um pouquinho. Algumas ficaram alegrinhas, menos minha mãe, pois ela tinha que ficar de olho em mim, no Henry e no meu pai.
Quando eu estava sozinha de novo com Alex lá fora, eram umas duas da manhã, e estávamos quase nos beijando, minha mãe apareceu e disse que não estava se sentindo bem e que ia pra casa. Disse para eu dormir na casa da Abbz e que de vez em quando eu deveria olhar o Henry, que estaria com a minha avó.
Alex e eu voltamos para a pista de dança, onde eu podia aproveitar a festa e de vez em quando olhar para Henry. O que eu achei estranho foi que nem tinha feito quinze minutos que a mamãe tinha ido embora, o papai veio me perguntar onde ela tava. Falei que ela tinha ido pra casa porque ela não tava se sentindo bem. Ele me falou para ir dormir na casa da Abbie também e que ele estava indo pra casa ver como mamãe estava.
Fiquei com Alex. Cara, como ele beija bem. Quando estava indo embora, ele me chamou pra sair na sexta. Disse que ia pensar no caso dele e que ligaria para confirmar. Tive que me fazer de difícil. Ele me deu seu telefone e eu dei o meu. Foi uma das melhores noites da minha vida.
Abbie me deixou em casa depois dessa longa noite.
- Obrigada por me deixar em casa, Abbz. – falei enquanto descia do carro.
- Eu que tenho que agradecer pela noite de ontem. Foi ótima! – ela falava alegre.
- Sei disso. – pisquei para ela e ela retribuiu – Tchau, Sr. Foster, tchau, Abbz. Até a escola.
- Tchau. – os dois falaram juntos e logo depois saíram.
Entrei em casa e estranhei. Domingo de manhã costumava ser um dia agitado aqui, com os meus tios e tias, Henry, vovó, fazendo um churrasco e todo mundo na piscina. Que estranho.
- Mãe! Pai! Cheguei. – gritei lá de baixo.
- Oi, filha. – mamãe apareceu na porta da sala – Como foi o resto da festa? – me beijou na testa.
- Ah. Foi legal. Cadê o papai? E o resto do povo?
- Ressaca, o resto do povo resolveu descansar, e acho que seu pai foi pra casa do seu tio . Sabe como é. Seu pai continua com aquele espírito adolescente. – ela piscou e vi que ela parecia estar chorando, e uma lágrima caiu.
- Mãe, você tava chorando? Não chora não, mãe. – abracei-a.
- Não é nada, filha. É que eu estava vendo um filme de romance e sou sensível para essas coisas.
- Ah bom. Sei como é isso. Sou assim também. – ela só balançou a cabeça – Bem. Vou subir, tomar um banho e dormir mais um pouco. Não tive lá aquelas noites de sono.
- Tá. Vai lá ,filha. Qualquer coisa, vou estar aqui na sala ou no quarto. – assenti e subi.
Eu estava com uma sensação estranha. Sei lá. Parecia que não tinha ninguém em casa. Com o papai aqui sempre parecia ter um movimento, porque ele sempre vinha me irritar. Ele era tão presente. Quando saía em turnê e era longa, sempre dava um jeito de vir me visitar. Foi assim em todas as fases da minha vida.
Entrei no meu quarto, tirei minha roupa e fui pro chuveiro. Depois daquele banho bem tomado, vesti meu pijama e me joguei na cama. Dormi rapidinho.

Acordei e olhei para a janela. O sol estava se pondo e já ia escurecer. Levantei-me e fui lavar o rosto e escovar os dentes. Peguei meu celular e tinha duas chamadas não atendidas e uma mensagem de Abbie, que falava “casa do Oliver às sete?”. Olhei para o relógio e eram cinco e quarenta e cinco. “Se eu for, dá tempo de me arrumar”. As ligações eram da Abbie e do ALEX?! Esse eu vou ligar!
- Alô? – ele atendeu.
- Alex? É a Jack!
- Ah! Oi, Jack. E aí? Tudo bem?
- Tudo ótimo! Você me ligou?
- Sim, sim. Queria saber se você não quer tomar sorvete hoje. Pode chamar seus amigos se quiser.
- Claro! Pode ser umas seis e meia, sete horas?
- Sim. Na sorveteria do shopping no norte, ok?
- Tá. Te vejo daqui a pouco.
- Ok. Vou tá te esperando. Beijos.
- Beijos. - desligamos.
Mandei uma mensagem para Abbie falando "mudança de planos. Sorveteria do shopping do norte com o Alex às 18h30m ou 19h. Avise pro Oliver. Espero vocês lá". Fui ao meu armário e peguei uma calça skinny preta, uma regata branca e uma sandália de dedo amarela. Hum... Faltava alguma coisa! Ah! “Tem uma blusa amarela do papai que por cima dessa regata ia ficar legal”.
Fui para o quarto de meus pais. Mamãe estava deitada na cama e parecia que ela ainda estava chorando.
- Mãe, você ainda tá chorando por causa do filme?
- Não. - ela se sentou - Essa vez é por causa de um livro. - ela me mostrou um livro. Era o caçador de pipas.
- Eu também já chorei por causa desse aí. - estava indo para o closet deles, mas mamãe me interrompeu.
- Aonde você vai?
- Na sorveteria do shopping do norte, ok? - ela assentiu com a cabeça - Só vim pegar uma blusa do papai aqui que vai ficar boa nessa minha combinação.
Entrei no closet e a primeira parte era da mamãe. Quando virei para a do papai tomei um susto. Não tinha nenhuma roupa. Achei que estava doida. Abri e fechei a porta pra ver se era verdade. Fui ao armário do canto, onde eles guardavam roupas antigas, e também não tinha nada do papai lá. Também não achei os sapatos. Não achei nada. Entrei em desespero e corri pra fora daquele closet.
- Mãe - falei com a voz meio embargada, por causa do choro que queria sair -, cadê as coisas do papai?
- Filha... - ela mordeu os lábios e começou a chorar - O seu pai...
- CADÊ O MEU PAI? - comecei a chorar.
- Ele não mora mais aqui. Vamos divorciar.
Não me agüentei em pé e desabei no chão. Meu choro estava me fazendo soluçar. Minha mãe tentou se aproximar.
- NÃO! Sai de perto!
- Filha! Não foi minha culpa! Você tem que entender...
- Entender o que? Que vocês brigaram e ele foi embora? E que em vez de você ter me contado, preferiu que eu descobrisse?! Ô mãe, se toca! - saí do quarto correndo.
- Não, Jack! Eu ia te contar! Juro!
- Você podia ter me contado antes de eu ter entrado no closet! Você podia! - já estávamos na rua. Um táxi passou e o chamei.
Entrei nele e fui embora, deixando minha mãe na porta de casa, chorando. Falei o endereço para o taxista. Era o único lugar para o qual queria ir.
Quando cheguei à frente daquela casa meu choro já tinha diminuído. Dei uma nota de cinqüenta para o taxista e disse para ficar com o troco.
Toquei a campainha e esperei um pouco. Tio abriu a porta. Ele não fez nada, só se afastou para que eu entrasse. Apontou com a cabeça para o quintal de sua casa. Da porta de vidro pude ver meu pai. Ele estava de costas pra mim, deitado numa espreguiçadeira e com uma lata de cerveja na mão. Abri a porta e ela fez barulho, fazendo com que meu pai se virasse.
Ele ficou em pé. Andei um pouco, depois corri até ele. Abracei-o com muito força e minhas lágrimas voltaram a cair.
- Calma, Jack. - ele fazia carinho na minha cabeça - Vai ficar tudo bem.
- Como?
- Não sei, mas vai.
- O que aconteceu, pai? – olhei-o.
- Acho que você não está com cabeça pra ouvir isso agora.
- Mas você vai me contar?
- Claro, filha, quando você estiver pronta. - ele deixou uma lágrima cair.
Entramos na casa de tio , que estava vendo um filme com Henry. Eu e meu pai nos sentamos no outro sofá e deitei no seu colo. Meus olhos ficaram pesados até que os fechei e dormi.

Capítulo 5 - Mudanças.

Já fazia uma semana que eles estavam separados. Papai comprou uma cobertura em um prédio perto da casa do tio . Tinha até meu quarto lá.
Mamãe me chamou pra conversar. Ela me contou a história. Ela estava andando pela festa, vendo como estavam as coisas. Uma hora ela estava passando perto da escada e viu meu pai se agarrando com outra mulher, que estava usando um vestido roxo. Era a irmã de Stacey. Mamãe tinha ficado sem reação. Ela falou "" e ele a olhou. Foi quando ela me achou e disse que estava indo embora.
Ela já estava em casa, arrumando as coisas dele, e foi aí que ele apareceu. Papai falou que não era aquilo que ela estava pensando, que a menina tinha o agarrado e não o deixava sair. Mamãe falou que não agüentava mais, um bando de mulheres dando em cima dele e as traições. Ela tinha agüentado demais. Foi quando ele foi embora.
Na escola eu estava depressiva. Oliver e Abbie não falavam nada. Até Alex apareceu lá pra me reconfortar. Quase bati na Stacey, falando que ela só tinha aparecido naquela festa pra acabar com a minha vida. Ela só respondeu "não é minha mesmo". Ah, se não fosse o Oliver me segurar, eu teria dado uma surra nela.
Era uma quinta feira e eu estava no carro de tio indo para o apartamento do papai, indo terminar de arrumá-lo. Henry dormia no meu colo e tio estava cantando algumas músicas, me fazendo rir muito.
- Pô, tio! Cantando musicas de Hércules?
- Eu não tenho culpa! Essa peste aí gosta e me faz ouvir!
- Fique sabendo que a peste tá dormindo.
- Então já posso colocar no rádio. - ele colocou e estava tocando One For The Radio - Até aqui?!
- Não muda! Gosto dessa música! - ele continuou dirigindo - Sabe se o papai tá lá no apartamento?
- O ? Não. Ele está com a e os advogados vendo o papel da separação.
- Hum... - baixei a cabeça.
- Não fica assim não, garota. De um lado vai até ser bom ter pais separados.
- Como pode ser bom? - falei irônica.
- Você não vai ganhar um presente só, vai ter duas casas...
- É. Por esse lado até que vai, mas...
- Mas o que?
- Mas não vou chegar em casa e ver os dois juntos. - uma lágrima caiu de meus olhos. - Calma, Jack. Isso aí vai se resolver. Agora acorda essa peste porque nós já estamos chegando.
Olhei para frente e pude ver a minha nova casa. Era minha primeira vez lá. Cara, é um prédio muito alto. Como o meu pai pôde comprar o último andar?! Ele quer me matar?
- Vamos logo, criaturas. Temos muitas caixas pra abrir. - tio estava saindo do carro.
- Eu não vou fazer nada. - Henry se pronunciou - Jack, me carrega?
- Bonitinho você, hein? O teu pai te carrega.
- Eu? Por que eu? Não foi pra mim que ele pediu.
- E não foi de mim que ele saiu. - peguei Henry e passei para seu pai.
- Nem de mim! - olhei feio para ele - Tá, ele tem uma parte de mim. Sabia que você dá trabalho? - ele falou pro filho.
- Sim. Por isso que eu faço essas coisas. - Henry falou com uma cara sapeca e tio o olhou indignado.
Ele falou com o porteiro e fomos pro elevador. Clicou no botão que tinha o número 35?! Meu pai quer me matar.
Assim que abriu a porta do elevador, abri minha boca. Cara, aquilo era enorme. Nós já estávamos na sala, que já tinha algumas coisas arrumadas. Não sabia que meu pai tinha gosto, já que era a mamãe que decorava.
- Jack - olhei para tio -, suba aquelas escadas e vá até o fim do corredor, porta à direita.
- Isso aqui é um duplex?! Minha nossa senhora.
Subi as escadas. Tinha uma sala com uma parede de vidro, onde podia ver a piscina, a churrasqueira. Nossa! Fui até o corredor e caminhei até o fim. Abri a porta à direita. Era o meu quarto, e por incrível que pareça, ele já estava arrumado.
Tinha uma cama de casal no meio, uma mesa para estudar e outra para o computador. Duas portas. Uma era o banheiro e outra para o closet. As paredes eram brancas com uma vermelha. Era lindo.
Tinha uma carta em cima da cama. Peguei e li.
"Espero que você goste. Eu e seus tios fizemos com todo o carinho. Tomara que você se sinta em casa. Papai".
Por isso que eu amava meu pai. Ele sabia me surpreender.
- E aí? - virei para a porta e papai estava lá - Gostou?
- Eu amei! - corri e o abracei - Você sabe me impressionar, .
- Eu sempre sei como impressionar mulheres. - ele riu e beijou minha cabeça - Não tem nenhuma caixa para você abrir não. Terminamos tudo ontem, só falta a sala mesmo.
- Ah, tá. Esse lugar é muito legal, o ruim é que é muito alto.
- Só não chegar perto da varanda.
- Como foram as coisas lá?
- Vimos que ia ficar com o que, e...
- E o que?
- E amanhã vamos nos encontrar de novo pra ver quem vai ficar com você.
- Ai! Não quero falar disso agora.
- É... Vamos curtir enquanto podemos.
Fomos para a sala e ficamos jogando vídeo game a tarde inteira.

Dez horas da manhã de uma terça feira e estava no carro com mamãe. Tive que faltar a escola hoje. Estávamos indo para a tal reunião pra ver quem ia ficar com a minha guarda. Ainda não estava falando direito com minha mãe.
Descemos do carro e meu pai já estava lá.
- Oi, Jack! - ele me abraçou e beijou minha testa.
- Oi, pai!
- . - ele olhou para mamãe.
- Olá, . - ela falou normal com ele. Pelo menos isso.
- Já estão nos esperando. Só faltavam vocês.
- Tá. Vamos logo.
Entramos no prédio e falamos com uma mulher. Ela nos guiou até uma sala, onde seria a reunião. Lá já estavam os advogados. Sentei-me na ponta e meus pais se sentaram nas laterais, próximos de mim, e ao lado de cada um sentou seu respectivo advogado.
- Tá, vamos logo ao que interessa. A Jack vai ficar com quem? - papai.
- Bem, acho que a Jack deveria ficar com a mãe, pois foi dela que ela saiu. Ela terá mais segurança no lar materno. - o advogado de mamãe falou.
- Ela tem que ficar com o pai também. Ela precisa do pai na vida. - advogado do papai. - A Jack vai ficar comigo. Sou a mãe dela e sei o que é melhor pra ela. - mamãe.
- Ha! Nem pensar, dona . Se você não sabe, eu ajudei a fazer essa criança. Ela tem meus olhos, meu nariz. Ela também tem que ficar comigo!
- Pra viver naquele mundo cheio de vagabundas?! Não, obrigada, acho que não quero isso pra minha filha.
- Vagabundas?! Ela foi ontem na minha casa e ela é totalmente habitável! Ela tem até o quarto dela!
- Então vai ficar assim. Nos dias de semana ela vai ficar na casa da mãe e nos fins de semana na casa do pai. - o advogado da mamãe falou.
- Ô! Espera aí! E eu aqui?! Não tenho direito a escolher não? - falei e todos me olharam - Eu tenho 16 anos, acho que já posso escolher, não acham?
- Fala então o que você pensa. - papai me apoiou.
- Será que eu posso ficar uma semana na casa dele e outra na dela?
- Inviável. - mamãe.
- Mãe, se eu tiver que escolher uma das duas casas pra ficar no dia de semana, iria ser na casa do aqui, porque ele não me contaria do modo que você contou que meus pais estavam se separando. - falei e mamãe ficou me olhando - Tchau pra vocês. - saí da sala.
Não ia ficar lá ouvindo com quem deveria ficar. Simplesmente achava aquilo injusto. Pensa aí, eles são os meus pais. E não que eu gostasse mais de meu pai, mas eu tava com raiva da mamãe pelo jeito que ela me falou da separação. Sei que também deveria estar com raiva do , mas acho que ele não fez aquilo. Ele ama minha mãe, nunca faria isso com ela.
Os dois estavam saindo do prédio. Viram-me e andaram até mim.
- Bom, Jackeline... - iiiih! Mamãe usou o meu nome, não deve ser algo bom -, já tomamos nossa decisão.
- Você vai ficar na casa da sua mãe nos dias semanais e na minha nos fins de semanas. - papai.
- Mas você pode ir a casa dele quando quiser. - mamãe completou.
- Hum... Que legal. - dei de ombros.
- Ah, qual é, Jack?! Estamos tentando! - mamãe.
- Sério? Não parece. - falei e ela só ficou me encarando.
- Bom, vou indo trabalhar. Você fica com ela à partir de hoje?
- Com o maior prazer. - papai me abraçou pelos ombros.
- Ok. Comporte-se, Jack. - ela beijou minha testa – Tchau, .
- Tchau, . – a vimos ir embora - Agora vamos nos divertir.
- Hoje à noite não, . Tenho algo para fazer, por isso não me espere acordado.
- Tá engraçadinha. - rimos e fomos para seu apartamento.


Capítulo 6 - Como assim?!

Sete meses depois...

- Mãe, você tá aqui? - abri a porta do seu quarto.
- Estou sim, filha. E não apressa, pois já estou pronta! - ela se virou de frente para mim.
Ela estava usando um vestido azul marinho de um ombro só e um pouco acima do joelho, cabelos presos num coque, sapato de salto prata e maquiagem leve.
- Você tá uma gata!
- Você também, Jack. - ela segurou minha mão e me rodou.
Estava usando uma skinny preta, blusa branca de lantejoulas, sapato peep toe branco, cabelos soltos e maquiagem leve que destacava os olhos.
Hoje era um dia especial para nós duas. Hoje completo seis meses de namoro com Alex, e para mamãe era festa de 10 anos do programa que a mamãe trabalha, e o Blink 182 estaria lá! Claro que a mamãe já os conhecia, mas eu iria os conhecer hoje! Alex ficou com um pouco de ciúmes, mas ele sabia que era a minha segunda banda favorita - depois de McFly.
- Ok, Jack. Agora vamos. – mamãe pegou a carteira e as chaves do carro – Daqui a pouco a festa começa e não posso me atrasar.
- Mas foi a senhora que ficou enrolando. Eu estava pronta há um tempão. – Ahá! Dei uma resposta muito legal pra ela.
- Ah! Só fica quieta e me escuta reclamar. Precisava culpar alguém pelo atraso. – ri dela.
A festa seria na Fabric, que é tipo uma boate. Hoje seria fechada para o evento. Lá era muito legal. Tem uns ótimos DJs, muita gente animada, bebidas. Foi lá que fiquei com o Nick Hoult.
Chegamos lá e eu só tinha uma palavra na boca: UAU! – se isso for uma palavra. A entrada tinha um cartaz enorme dizendo “Parabéns pelos 10 anos da People Notice!” – sim, essa era o nome do programa – e outro cartaz com a foto do Blink. Fiquei louca. Não acredito que eu os conheceria. Entramos e de novo fiquei boquiaberta. Lá dentro estava lindo! Decoração toda em prata e branco. Simplesmente lindo.
Sentei-me em uma mesa, enquanto mamãe falava com o pessoal com quem ela trabalhava. Recebi uma mensagem do Alex dizendo “Tô aqui na frente” e eu respondi “Estou sentada numa mesa que é impossível me vê”. Ri. Minha mesa era logo a primeira. Vi-o entrar e ele começou a rir.
- Poxa, amor – ele me puxou pela cintura -, achei que ia ter que ficar te procurando.
- É que eu sou uma mulher difícil.
- É... sei disso. – ri com isso. Ele me deu um selinho. – Feliz seis meses.
- Feliz seis meses. – dei outro selinho nele, que não me deixou separar, logo começando um beijo.
- Crianças! Não acham que está ainda cedo pra isso? – mamãe apareceu e nos separamos – A festa nem começou.
- Olá, senhora . – Alex falou. Sim, ela voltou a usar o nome de solteira.
- Olá, Alex. Feliz seis meses. – ela respondeu.
- Obrigado. – Alex agradeceu e sorri para ela.
- Bom, agora eu irei abandonar vocês porque os meus convidados já estão chegando. E fiquem sabendo que estou por aí. – ela saiu.
- Impressão minha ou hoje a sua mãe tá parecendo ciumenta?
- Deve ser por que o papai tá viajando e ela precisa pegar isso quando ele tá longe. – respondi e voltamos para a mesa.
Papai estava em uma turnê há uns três meses. Antes de ontem ele veio me visitar. Ele não consegue ficar muito tempo sem me ver. Disse pra ele me levar, mas não deixou porque eu ia perder muita aula. Injusto.

A festa estava bombando. O Blink havia chegado já fazia um tempo. Velho, quando eu os vi, quase pirei! Agarrei os pulsos de Alex e os apertei muito forte que ele ficou reclamando. Mamãe me chamou para conhecê-los. Quando apertei a mão de Tom DeLonge, Mark Hoppus e Travis Barker parecia que o mundo tinha parado. Eles falaram que eu tinha a cara de minha mãe e olhos do meu pai. Morri com isso – mesmo muita gente me dizendo isso.
Já tinha acontecido o brinde de 10. Todo mundo bebendo champanhe. Algumas pessoas já estavam altas, mas como sempre, minha mãe estava alerta. Ela era uma boa mãe. Seu único erro foi abandonar meu pai, o que não vem ao caso.
Estava num canto, sentada com o Alex. Estávamos nos beijando.
- Tenho – um selinho – uma – outro selinho – coisa – e mais outro – pra você. – ele parou e me olhou.
- O que é?
Ele tirou do bolso da calça uma caixinha pequena e azul. Abriu-a e tinham duas alianças pratas com uma listra dourada lá dentro.
- Ai meu Deus! – coloquei as mãos na boca.
- São alianças de namoro. – ele pegou uma, depois pegou minha mão direita, e colocou no meu dedo anelar – Fico muito feliz por ter conhecido você, Jack. Você é diferente de qualquer garota que eu já conheci. – ri com isso – Você não liga para o que as pessoas dizem. Você é louca, é o seu jeito de ser. – ri mais uma vez e deixei uma lágrima cair – Eu te amo.
Hã? Como é? Ele por acaso falou “eu te amo”?
- Eu te amo também! – o abracei bem forte. Peguei a outra aliança e coloquei no seu dedo – Espera aqui que eu já volto. Vou mostrar pra mamãe.
Ele me deu um selinho e me levantei. Procurei minha mãe num canto e nada. Fui para outro e também nada. Até que a encontrei. Ela estava em um canto, perto da entrada, conversando com Mark Hoppus. Fui andando até eles, que ainda não tinham me visto, mas parei quando Mark se aproximou dela. Mamãe deu um sorrisinho e ele se aproximou mais ainda. Tá... Por que o Mark tá segurando a mão da minha mãe? Por que ela tá dando sorrisinhos sem graça para ele? Por que ele colocou uma de suas mãos no ombro dela? Por que ele tá BEIJANDO ELA?
Minhas mãos ficaram caídas do lado do corpo e a minha boca ficou totalmente aberta. Eles estavam realmente se beijando, ali na minha frente? Uma lágrima caiu de meu olho. Não estava acreditando naquilo. Finalmente minha mãe abriu os olhos no meio daquele beijo e me viu ali. Rapidamente ela se afastou de Mark e eu saí correndo de lá. Não queria que ela me visse.
Fui até onde Alex estava e ele ficou todo preocupado quando me viu chorando. Perguntou o que aconteceu, mas não o respondi. Disse para que ele me tirasse logo dali. Não agüentava mais ficar lá.
Eu tentei o máximo sair dali sem que a minha mãe me visse, mas não deu certo.
- Jack, filha, calma! – ela segurou meu pulso.
- Ah, mãe! Me deixa! Quero ir embora. – tirei meu pulso de sua mão.
- Mas você não pode sair correndo toda vez que acontece algo.
- Acontece que TODA vez que acontece algo, é uma coisa que não é legal. Que me pega de surpresa e não me faz bem!
- Você preferiria que eu te contasse em casa? Que eu tinha beijado o Mark?
- Pra falar a verdade, mãe, eu preferiria. Eu pelo menos não teria sido pega de surpresa. – ela ficou me olhando, com aquele olhar de mãe – Aproveita sua festa que eu vou aproveitar o resto do meu dia de seis meses de namoro, onde eu ganhei um anel de compromisso e ele me disse “eu te amo”. – ela ficou boquiaberta, depois fui embora.

Nós tínhamos ido para a casa do tio , já que a tia estava lá e Henry estava com ela, e também porque eu não estava com a chave de nenhuma das casas.
Quando cheguei, tia me abraçou, pois minha cara estava um pouquinho inchada. Contei tudo pra ela, que só ficou ouvindo, depois ela falou que isso é normal, quando um casal se separa, quer encontrar alguém de novo. Meu pai não parecia querer isso, pois não o vi com ninguém ainda, e olha que eu sei o seu passado. Meus tios não são nem um pouco dedo-duro.
Alex e eu estávamos deitados no sofá da sala. Henry estava dormindo e tia estava lá pra cima, só não sei se dormindo. Alex estava dormindo, abraçando a minha cintura. Eu não conseguia pregar os olhos.
Fiquei pensando em tudo que aconteceu. Meus pais se separaram, meu pai continua solteiro e minha mãe ficou com Mark Hoppus. Que vida legal a minha.
A campainha tocou. Assustei-me com seu barulho. Tia desceu e abriu a porta.
- Olá, . - Oi, . A Jack tá aí?
- Aham. Deitada lá no sofá. Entra aí.
Fechei meus olhos e fingi estar dormindo. Mamãe tocou no meu ombro.
- Filha, acorda. - ela me balançou mais um pouco, até que abri os olhos - Vamos pra casa. Já tá tarde.
Apenas a olhei. Não queria trocar ainda nenhuma palavra com ela. Acordei Alex, ele também precisava ir embora.
Fui de mãos dadas com Alex até seu carro. Dei-lhe um selinho e depois nos despedimos. Fui para o carro da mamãe, que já estava lá dentro. O caminho até nossa casa foi silencioso. Odeio silêncio. Finalmente estávamos em frente a nossa casa, mas nenhuma de nós saiu.
- Jack... - mamãe começou a falar e a olhei - Vou estar mentindo se eu negar que foi uma coisa de uma única noite.
- O que aconteceu com o Mark hoje? - ela afirmou com a cabeça - Como assim?
- Eu já tinha falado com todos eles pelo telefone. Já havia saído com eles, duas vezes, mas na última todos já tinham ido e só o Mark ficou. Ficamos conversando, ele me paquerou algumas vezes, e hoje foi a primeira vez que aconteceu... Sabe, Jack - algumas lágrimas saíram de seus olhos -, o seu pai foi realmente bom pra mim, mas... mas eu tenho que tentar seguir em frente. Aquilo que acontec...
- Shii, mãe. - a abracei - Calma. Não tô com raiva da senhora. Só quero que você seja feliz. Mesmo que eu ache que você tenha que voltar com o papai, mas não vou falar isso pra você agora.
- Obrigada. - ela me olhou, com um sorriso imenso - Vamos pra casa.


Capítulo 7 - Felicitações?!

Se passaram seis meses desde o ocorrido. Mamãe e Mark estão namorando, e não é um relacionamento à distância, pois o Blink resolveu vir morar aqui em Londres. Papai continua sozinho, mas está feliz. Ele diz que sou a mulher da vida dele - se bem que sei que minha mãe é também.
A dona e seu estão se falando bem. Até parece que ela esqueceu tudo aquilo.
Estávamos na casa de meu pai. Estavam tio e Henry, tio e tia , tio e tia - agora sua mulher -, meus dois amigos retardados, Abbie e Oliver, Mark, e é claro, meus pais e meu namorado. Todos estavam aqui porque hoje eu faço 17 anos. Uhuuu!
- Vamos, Jack. Só mais uma foto! - minha mãe estava com a câmera na mão.
- Você está falando isso desde a décima foto...
- Qualé, garota! Só se faz 17 anos uma vez! - ela tentava.
- Assim como 15, 16, 18, e vai indo. - todos riram da cara que a minha mãe fez.
- Você ainda não tirou uma foto com o Henry e nem comigo e com seu pai.
- Tá. - me levantei e fui pegar Henry - Só essas duas e A-C-A-B-O-U, ouviu, dona ?
- Sim, Jackeline. - olhei feio para minha mãe e ela mandou língua. Desgraçada.
Tirei uma foto com Henry. Ele apertou minhas bochechas enquanto eu beijava a dele. As com meus pais sempre são as mais bonitas, pois são as mais espontâneas - graças ao meu pai. Ele me puxou pela cintura e apertou minha barriga, e comecei a rir, depois ele puxou a mamãe de lado, que estava rindo da minha desgraça. E assim saiu a foto. Três idiotas dando gargalhada.
- Hora do parabéns. - tia e tia apareceram com um bolo de duas camadas. E logo todos cantaram aquela famosa música de parabéns.
- Faz um desejo, filha. - meu pai apertou meus ombros e o olhei.
Claro que o meu desejo ia ser isso: ver ele e a minha mãe juntos de novo.
- Vai ablir os plesentes agola? - Henry me perguntou. Ele tinha uma caixinha nas mãos.
- Sim, eu vou. O seu vai ser o primeiro. - peguei o presente e fui me sentar no sofá. Alex sentou-se ao meu lado e Henry no meu colo. O resto sentou por aí. Rasguei cuidadosamente (ok, é mentira), e lá dentro tinha uma baleiazinha de pedra.
- Juro que não foi eu quem escolheu. Foi esse monstrinho aí. - tio falou e veio até minha frente - Ele falou que era sua cara, então comprei.
Olhei indignada para Henry. Todo mundo tava rindo de mim.
- Ei, criança, por acaso tas tirando com a minha cara? Hein? Não me curte, não?! - todos riam do meu tom de desespero.
- Não. - Henry falou com uma cara engraçada. O povo só faltava se jogar no chão - Eu te amo. - Henry me abraçou. Todo mundo fez "ooown".
- Ai que fofo! Também te amo, peste! - o abracei.
- Você é como uma ilmã pla mim. Mas sei que você não é minha ilmã de sangue, pois você é filha da tia e tio , e polque minha mãe só me teve, e ela tá aqui dentlo. - ele apontou para o coração. Todo mundo continuava com o "own". - Papai, já dilse pla você não cholar.
- Esse garoto só pode tá tirando com a minha cara. - todos riram e ele pegou Henry de meu colo - Esse aqui foi o que EU escolhi.
Ri e peguei a sua caixa. Abri e tinha um colar com a letra J.
- Valeu, tio . Adorei! - fui colocando-o no meu pescoço e tio piscou.
- Abre o nosso! - tio e tia gritaram.
- Tá... Já que insistem. - era uma caixa grande. ERA UM WOODY! E COM A CORDINHA! - AAAAAAH! Amei! - eles deram aquele sorrisinho de "nós somos demais".
- Você vai gostar mais do meu. - tio veio se exibindo com sua caixa, até que tia lhe deu um cutucão - Quer dizer... O nosso. - ri e peguei a caixa. ERA O SENHOR BATATA.
- AAAH! Eu sempre quis um senhor batata! Amei!
- Tá vendo como eu sei escolher? - lá estava tio se exibindo, até que tia lhe deu um pedala.
- O nosso! - Abbie e Oliver gritaram.
- Espera. Os dois vão me dar um presente SÓ?! Que absurdo!
- Não. - Oliver.
- Cada um tem um, só que juntamos. - Abbie.
- Ah... Saquei. - peguei sua caixa e a abri. Era um porta-retrato com uma foto que tiraram no dia do aniversário do Oliver. Ele tava triste nesse dia porque três dias antes a ex dele terminara com ele, então eu e a Abbz aparecemos lá para animá-lo. Na foto era eu e a Abbz carregando o Oliver para jogá-lo na piscina.
- Foi um dos melhores dias da minha vida. - Oliver.
- E esse porta retrato tem uma história. - Abbz falou. - Lembra quando estávamos naquela loja de vidros e eu quebrei quatro pratos porque você me fez rir e tive que pagá-los? - afirmei e ri - Pois é... Cuidado pra não se cortar com o porta-retrato. - ela piscou.
- Vocês são dois chatos! Por isso que eu amo vocês! - abracei aqueles dois idiotas.
- Esse aqui é o meu. - Alex me deu uma caixa grande. Abri e era o box de Friends.
- Adoro essa série! Obrigada, amor! - dei um selinho nele.
- Olha aqui o meu também. - Mark veio com uma caixa retangular. Eram todos os cds do Blink, e autografados!
- Adorei, Mark! - abracei a caixa.
- Aqui o meu, filha. - mamãe me deu uma caixa. Era uma pulseira de pérolas, com um anel combinando - Era da sua avó.
- Que lindo, mamãe! Amei. - a abracei.
- O meu, COM CERTEZA, é o melhor. - papai apareceu com uma caixinha. Abri-la e tinha um papelzinho escrito "Parábens, filhoca! Tá ficando velha! Hahaha. Te amo". Olhei feio para o papai - Que tal tirar o fundo falso? Pensei que você fosse inteligente... - tirei o fundo. Arregalei os olhos. Era uma chave de carro.
Estava em estado de choque. Corri até meu pai e o abracei. Com certeza foi o melhor. Não precisavam palavras. Afastamos-nos e ficamos sorrindo.
Depois o povo ficou conversando, comendo, bebendo. Minha tia , uma amigona da mamãe lá do Brasil - de quando ela morou lá -, me ligou e me deu parabéns. Agora mamãe estava conversando com ela.
- Ah! - mamãe mostrou as caras depois de uma longa conversa na cozinha. Todos a olhavam - Jack, adivinha quem vai vir pra cá pra Londres e morar aqui? A ! - nós duas sorrimos, e logo depois todos olharam pro tio .
Ele ficou encarando seu copo, fingindo o máximo possível que não estava tão alegre quanto os outros estavam. Antes do Henry e da mulher dele, ele e tia tiveram um caso, os dois estavam mesmo apaixonados um pelo outro. Ela voltou para o Brasil, mas de vez em quando vinha pra cá e rolava algo. Só parou porque tio casou e teve um filho. Mas agora, não vai ter nada para impedi-los.
Tudo havia voltado ao normal, exceto pelo Henry ter derrubado um pouco de refri no chão. Mamãe foi à cozinha pegar um pano e Mark foi atrás dela. Eles estavam demorando. Fui lá, mesmo sabendo que eles poderiam estar fazendo outras coisas, mas precisava pegar o pano pra limpar aquilo. Parei quando ouvi umas risadas.
- Ai, Mark! Pára! – mamãe ria. Dei uma espiadela e Mark estava fazendo cosquinhas nela – Eu tenho que achar um pano. Vamos logo!
- Ok... – quando mamãe ia se abaixar pra procurar numa gaveta, Mark a agarrou e ela começou a rir, depois a virou, deu um beijo nela e ficaram se encarando – , eu... eu acho que te amo.
Mamãe ficou o encarando. Eu estava estática ali também, com os olhos arregalados. Alguém chegou e colocou a mão no meu ombro. Virei rápido, antes que desse um grito devido ao susto.
- Que foi, Jack? – meu pai perguntou.
- Também te amo, Mark. – ouvimos minha mãe falar.
Meu pai ficou me encarando. Eu não tinha o que fazer, então dei um passo para frente e o abracei.
- Não esquenta, pai. Eu te amo. Esse é um amor que você nunca vai perder. – falei no seu ouvido. Ele me abraçou mais forte e colocou seu rosto na dobra de meu pescoço. Acho que senti uma lágrima.
Uma pena que hoje, nem todos ficaram felizes com algumas coisas.


Capítulo 8 – Uma mudança repentina.

- Cara, nem parece que faz mais de um ano que você e o papai separaram e que estou com o Alex quase todo esse tempo, que você e o Mark estão juntos quase por um ano... - eu falava enquanto mamãe dirigia.
- E aonde você quer chegar? - ela me olhou rápido, depois voltou a olhar pra frente.
- Que o tempo passou rápido! O Henry já, já vai fazer 4 anos e já fala direitinho! Me lembro daquele dia, na casa do tio , quando ele tinha apenas 2 anos...
- Querida, não exagere. Ele fez 3 anos há alguns meses atrás, e é verdade, ele está falando bem.
- E por falar em tio , você vai perder o aniversário dele!
- Não tenho culpa se as datas coincidiram.
Pois é, o que tá acontecendo é o seguinte: Mamãe e Mark vão completar um ano juntos, e por causa disso, eles vão viajar durante uma semana lá pra Grécia - eu acho. Então, durante essa semana, vou ficar na casa do meu papito. Também vai ter a festa do tio , onde todos esperam que ele e tia voltem, pois faz dois meses que ela já está aqui e nada.
- Mas, mãe! O tio é o meu padrinho.
- Assim como o e o são também.
- Mas a senhora não perdeu o aniversário deles!
- Pois eu não tinha nada nessas épocas. E, Jack, eu já expliquei pra ele, e ele entendeu. Já até dei seu presente.
- E o que é? – perguntei toda curiosa. Geralmente a mamãe dava presentes muito legais para eles, o qual todos podiam aproveitar.
- Você vai ver lá. – ela me olhou com uma cara sapeca e piscou.
Finalmente estávamos em frente ao prédio do papai. Ele estava lá em baixo, me esperando.
- Ok, Jackeline, comporte-se. Não é por que você vai ficar livre de mim durante uma semana que vai sair que nem uma doida por aí. - ela tentava me olhar sério.
- Até parece que mesmo com você perto de mim eu não sou assim. Oi, pai! - acenei pra ele, que se aproximou.
- Olá, filha. Oi, .
- Oi, . Como vai? - não sei por quê, mas sempre que eles se tratavam bem, parecia que tinha um cabide na minha boca.
- Bem, e você? - ela acenou com a cabeça - Faça uma boa viagem. Não faça nada que eu não faria. - ele piscou para ela.
- Ah... Pode deixar. - ela riu sem graça.
- Então você não esqueceu? - ele deu um sorriso esperançoso.
- Não tem como não esquecer... - ela falou baixo, mas ambos ouvimos.
- Bom... Então já sabe o que não pode fazer mesmo!
- ! Pare com isso, seu idiota! – ela deu um soco fraco em seu braço.
- AAAAAH! Vocês são os melhores pais do mundo! Me abracem, pelo o amor de Deus! – puxei os dois para um abraço triplo. Momentos como esse não pode desperdiçar.
- Ok, senhorita, que tal agora você pegar sua mala? – mamãe falou enquanto saía do abraço.
- Tá. Credo, não precisa ser assim. – fui tirando a mala do seu carro – Até parece que a senhora não me quer mais...
- Durante essa semana, não mesmo! – ela falou como se fosse um alívio se livrar de mim e fiquei boquiaberta para ela, então começou a rir – Que isso, minha princesa! É claro que vou querer saber de você sim! Você é o meu bebê, mesmo com 17 anos e já começando a ter rugas. – ela veio apertar minha bochecha.
- HAHA, olha como eu tô rindo. – ri sarcasticamente para ela.
- Tá. Vou guardar essa até o fim da viagem. Tchau, querida, comporte-se. – ela me abraçou e beijou minha testa.
- Tchau, mãe. – a abracei.
- Tchau, . – ela deu um beijo em sua bochecha.
- Tchau, . Faça uma boa viagem. – ele retribuiu o beijo. Logo depois ela entrou no carro e foi embora.
- , o senhor não presta mesmo. – falei para ele, que só me olhou com uma cara de desconfiado.
- Mas o que foi que eu fiz dessa vez, Jack? – um pequeno sorriso tinha em seus lábios.
- Sabe muito bem do que eu estou falando.
- É... você não deixa escapar nada mesmo.
Ele pegou minha mala, depois fomos para o seu apartamento.

Uma semana depois.

Estava aqui na casa de tio , mas nenhum deles estava lá, só as mulheres e o Henry. Fazendo o que? Ah... Aquelas coisas de mulher: cabelo, unhas, fofocas. Sabe como é.
O aniversário do tio foi demais! O presente que a mamãe tinha lhe dado era uma jukebox! Cara, de onde ela tira essas coisas eu não sei, mas foi muito legal! Além do que, finalmente, tio e tia ficaram juntos, e já era pra valer mesmo, pois estavam namorando. Ela já tinha sua chave de casa, já dormiu duas noites aqui. Muita gente acha que eles podem estar indo rápido demais, mas nenhum deles sabe o passado, a história entre eles. Henry estava se dando muito bem com ela, com direito de deixar tocar nos seus legos – que é uma coisa bem difícil vindo dele.
De repente, a campainha tocou. Tia foi abrir, e quem apareceu lá foi minha mãe!
- MAMÃE! – me levantei e fui abraçá-la – Que saudades!
- Olá, querida! Nunca pensei que isso fosse sair de sua boca, sendo apenas uma semana. – ri e ela me abraçou mais forte – Parece que está tendo uma reunião feminina aqui, com direito a um rapaz.
- Mas é claro! Alguém aqui tem que vigiá-las. – Henry falou e todas riram.
- Cara, você realmente puxou ao seu pai. – Tia pegou-lhe no colo e deu um beijo em sua bochecha.
- ! Soube da notícia já. Parabéns! - minha mãe a abraçou.
- Obrigada. Eu e Henry já estamos nos dando bem, não é, garoto? – ele só balançou a cabeça, confirmando.
- E, , obrigada pelo jukebox! O adorou! – tia falou – Você o perdeu dançando Elvis.
- Realmente foi engraçado. – tia falou e todas concordaram – Ah! Já que estão todas aqui, finalmente posso falar: Eu estou grávida! – ela deu um gritinho agudo no final.
- Ai, meu Deus! – essa foi minha mãe.
- Não acredito! – tia se levantou da poltrona.
- Tô meio por fora, mas parabéns! – tia . - Viva! Mais uma criança para eu ser babá! – pulei de alegria e elas riram – Mas, de verdade, tia , parabéns! Você e o tio merecem uma criança.
- Obrigada, querida. – ela veio me abraçar.
- Quanto tempo? – minha mãe perguntou.
- Faz um mês. Minha menstruação não estava vindo, e ela é totalmente regular, por isso achei estranho. Comprei um teste de farmácia e deu positivo, mas antes de cantar vitória, fui ao médico, o que só fez confirmar minhas suposições. Contei ao , e ele deu o sexto sorriso mais lindo que eu já vi.
- Sei que não tem nada a ver, mas qual é essa aí dos sorrisos? – perguntei, curiosa.
- O primeiro foi quando nós ficamos juntos pela primeira vez, o segundo quando eu aceitei o seu pedido de namoro, o terceiro quando eu aceitei o pedido de casamento, o quarto foi quando eu disse sim, que queria ficar com ele pelo resto da minha vida, o quinto, bem... vocês sabem do que foi, que infelizmente não deu certo, e o sexto foi esse. – ela terminou de falar e todas fizeram “ooown”.
- Espera! Vocês estão tentando desde... – tia começou a perguntar.
- Sim. – tia logo lhe cortou.
Não era uma coisa que ela gostava de lembrar, ninguém gostava, mas a história foi essa: três anos atrás, tia tinha conseguido finalmente ficar grávida, mas quando ela estava com quatro meses, ela caiu, não lembro como, e teve um aborto. Foi muito triste, pois eles estavam casados há dois anos, e namoraram durante um bom tempo – tipo, ao mesmo tempo que minha mãe e meu pai começaram – e já queriam um bebê. O médico disse que o útero dela ficou fraco depois do aborto, por isso não estava conseguindo engravidar. Agora, finalmente, eles conseguiram.
Ficamos conversando mais um pouco, até que minha mãe fez um sinal com a cabeça para que eu fosse pra cozinha. Agora estávamos nós duas aqui.
- Que foi? – fui logo direta.
- Só peço que você não fale alto, não faça cena, e também não vá embora correndo. – ela me olhava apreensiva.
- Ok... Tá me assustando.
- Quer que eu seja direta ou embrome um pouco?
- Direta.
- O Mark me chamou para morar com ele. – silêncio. Quando ia abrir a boca pra argumentar, ela levantou o dedo indicador, demonstrando que ia falar mais – Mas eu tinha você, e não podia levar em consideração só a minha vontade, além de que você não ia querer sair dali. Por isso que eu disse que aceitaria, mas se fosse na nossa casa. – silêncio de novo. Sentia seu olhar nervoso sobre mim, até que resolvi falar.
- Ok. Eu aceito.
- Espera, você não vai falar mais nada? Não vai tentar argumentar? Nadinha mesmo?
- Não, mãe! Eu já disse que quero lhe ver feliz. – a abracei – E, mãe, eu não ia fazer nada, nem cena, nem sair correndo.
- Não? Então escondi isso aqui à toa. – ela tirou do bolso a chave do meu carro.
- Ai, mãe! Não acredito nisso! – peguei a chave e coloquei no meu bolso, rindo daquela atitude.
Claro que eu estava feliz pela minha mãe, mas eu preferia que fosse outro cara que estivesse indo morar na nossa casa.


Capítulo 9 – Surpresa!

Até que tudo estava indo bem.
Uma semana depois de minha mãe ter me dado a notícia, Mark já estava instalado lá em casa, mas ele não tinha vendido sua antiga casa.
Admito. Era meio estranho acordar e ver o Mark lá em casa, e às vezes ele estava só de bermuda ou apenas com a calça do pijama. Pelo menos eu não o vi de cueca – graças!
Se fosse outra situação, eu diria que era uma visão divina, mas como era o cara que estava namorando minha mãe, a idéia ficou meio distorcida na minha cabeça de adolescente estranha.
Minha vidinha continuava a mesma. Escola durante os dias de semana, casa do meu pai nos fim de semana ou quando eu ficasse chateada com a mamãe, casa dos meus tios de vez em quando, saía com o Alex ou ele ia lá pra casa, meus amigos me irritando todo dia. E foi assim minha vida nos últimos quatro meses desde que o Mark se mudou lá pra casa. Não foram mudanças drásticas.
Hoje nós vamos a uma premiação de música, na qual o McFly e o Blink foram indicados, infelizmente na mesma categoria. Todo mundo ia dessa vez, incluindo Abbie, Oliver e Alex.
Eu usava um vestido curto tomara-que-caia preto com decote de coração, um scarpin laranja – agora eu amo usar sapatos de salto -, cabelos presos num coque bem arrumado e uma maquiagem leve, não destacando nada. Minha mãe não parecia minha mão. Juro! Ela usava uma meia calça quadriculada preta e vermelha, um macaquinho preto tomara-que-caia bem radical, sapato fechado preto, cabelo todo solto e ondulado e uma maquiagem que destacava seus olhos. Não era mesmo a minha mãe. Enquanto eu estava arrumada, ela estava meio que rockeira. E o Mark? Ah... Ele estava normal, de calça jeans, uma blusa verde e um tênis branco. A única coisa que complementou foi o casaco.
Estávamos no carro, já chegando ao local que ia acontecer à premiação. Pelo que eu sabia, todos já estavam lá e estavam nos esperando. Mark estacionou e logo muitos flashes vieram nos cercando. Fomos andando rápido até nos livrarmos de tudo aquilo.
Já lá dentro, vi meu pai, que assim que bateu os olhos em mim, nos apressou com a mão, falando que já ia começar.
Eu sentei entre Alex e meu pai, já minha mãe sentou na fileira da frente, junto com Mark e seus companheiros, Tom e Travis.
Faltava pouco para a categoria em que o McFly e o Blink estavam competindo e eu estava nervosa. Gosto muito do Mark, mas é claro que eu queria que meu pai e meus tios ganhassem.
Finalmente chegou a hora. Taio Cruz, que ia fazer a entrega desse prêmio, ficou falando um pouco antes de abrir o envelope. Quando finalmente o fez, apertei as mãos de meu pai. Ele estava muito nervoso.
- E o vencedor é... Blink 182! – Taio falou no microfone.
Olhei para meu pai e meus tios. Como bons perdedores, eles sorriram e aplaudiram. Pro meu pai foi meio difícil fazer isso, pois a ex-mulher dele estava namorando um dos caras que ganhou o prêmio.
Tom, Travis e Mark ficaram muito felizes. Mark abraçou minha mãe e lhe deu um belo beijo, depois disso eles foram para o palco. Quando meu pai viu essa cena, ele ficou tenso.
- Nossa, estamos muito felizes! – Tom falava no microfone.
- Realmente é um troféu muito bonito. – Travis olhava e erguia o prêmio.
- Nós realmente ficamos muito felizes. Desde que estamos morando aqui em Londres, esse é o nosso primeiro prêmio e, não sei em relação a eles, mas comigo vem acontecendo coisas ótimas! – Mark estava empolgado – Eu queria muito chamar uma pessoa aqui comigo agora. , venha aqui, por favor!
Olhei para minha mãe, que me olhou, e ela estava com uma cara tensa, do tipo “o que eu faço?”. Vendo que minha mãe não ia, Mark correu até ela, que hesitou, mas ele conseguiu levá-la até o palco. Ela dava sorrisos amarelos, demonstrando nervosismo.
- , se eu não fizer isso agora, não sei quando eu vou ter coragem de fazer isso de novo, e também é uma ótima oportunidade. – Mark falava enquanto minha mãe não sabia o que fazer. Meu pai estava atento a tudo que eles faziam. Olhei para Alex, Abbie e Oliver, que também não entendiam nada.
O inesperado aconteceu. Mark se ajoelhou e tirou um caixinha do bolso. O público fez silêncio.
- Mark...? – minha mãe murmurou. Ela estava com os olhos arregalados.
- , você foi uma das pessoas que fez da minha vida uma das melhores aqui nessa cidade. Você tem uma ótima filha – senti olhares sobre mim – e também tem ótimos amigos. Você gostaria de se tornar minha esposa?
Não sei quem estava mais tenso, eu ou meu pai. Nossos olhares estavam presos naquele pequeno objeto brilhante. Minha mãe, que antes estava com uma cara de assustada, foi formando um sorriso em seu rosto, e ela balançou a cabeça, confirmando o pedido.
Todo mundo, menos meus amigos, meu pai e meus tios ficaram em pé, aplaudindo aquele momento. Olhei para meus amigos, pedindo pra que eles ficassem em pé e meu pai fez o mesmo com meus tios. Apenas nós dois ficamos sentados, abraçando um ao outro. Ia ser uma mudança horrível para nós dois.

Até hoje aquela cena não sai da minha cabeça. Tem noites que sonho com aquilo. Mark, minha mãe, um anel, um pedido, uma aceitação. Pra mim não parece que cincos meses atrás esses elementos se juntaram numa cena só e que foram reais. Pois é, foi real mesmo.
Nesses cinco lentos meses que se passaram foi tudo praticamente pra esse casamento, o qual eu não estava nem um pouco empolgada. Já minha mãe não parava de pensar nisso. Era convite, vestido da noiva e das damas de honra, comida do Buffet, flores, isso, aquilo e mais aquilo e blá, blá, blá! Quanta coisa!
Acho que hoje era o único dia que não estava voltado para o casamento – o qual eu acho que era daqui duas semanas. Estávamos no hospital, todos – quando digo todos, são minha mãe, meu pai, meus tios, minhas tias e Henry – esperando ansiosos pelo o que acontecia dentro daquela sala. Tio ligou desesperado para todos, falando que a tia estava com a bolsa estourada e entrando em trabalho de parto. Era um momento marcante na vida de todos nós. Finalmente o casal perfeito tendo o seu filho, para se tornar a família perfeita.
Tio e tio se abraçavam, parecendo duas bichinhas, minha mãe e tia apertavam as mãos uma da outra e davam gritinhos, tia estava sentada no chão, em posição fetal – uma cena muito engraçada – e meu pai estava apoiado na parede, bem próximo da porta onde estava acontecendo tudo. Eu estava sentada, com Henry no meu colo, tentando lhe explicar o que estava acontecendo.
- Então, você finalmente entendeu? – lhe perguntei e ele apenas afirmou com a cabeça – Então me explique.
- O casal, que no caso é o tio e a tia , entram naquela sala e fica esperando o bebê chegar através de uma cegonha, que o trás embrulhado num lençol ou azul ou rosa, dependendo se for menino ou menina. – ele deu um grande sorriso, demonstrando que tinha entendido tudo.
- Isso mesmo, garoto! Agora vá ali e fale pro seu pai tudo que você aprendeu comigo. Talvez isso o acalme um pouco. – assim que terminei de falar, ele foi correndo em direção ao pai e lhe contou todo feliz. Tio riu e abraçou o filho. Sorri com aquela cena.
Tio abriu a porta e apareceu sério. Todos estavam de pé e se aproximavam dele. Sua cara não era das melhores. Estávamos começando a ficar preocupados.
- Gente... – ele estava com a voz e a cabeça baixa, mas depois a levantou e tinha um sorriso no rosto – Ela é a coisa mais linda desse mundo! – todos soltaram o ar, aliviados.
- , seu desgraçado! – meu pai lhe deu um leve soco e depois o abraçou – Você queria nos matar do coração?!
- Acho que depois da cena que eu estava vendo lá dentro, precisava rir um pouco. – ele disse e todos riram com ele.
- Tá, , agora nos diga qual é o nome da nossa afilhada linda. – minha mãe falou e todas as mulheres se arrumaram em fileira, com os braços cruzados e encarando-o sério.
- O nome dela é Sophia, a nossa esperança. – ele estava com aquele sorriso estampado no rosto.
- Que lindo! Eu quero vê-la! – exclamei.
- Calma que agora estão a limpando e fazendo todas essas coisas, mas daqui a pouco vocês vão vê-la.
Ficamos ali mais um pouco, dando parabéns ao tio e conversando sobre bebês. As mulheres estavam amando aquilo tudo. Meu pai e tio davam algumas dicas para o tio dos primeiros dias e depois como ele ia sofrer por ter que acordar à noite para fazer o bebê parar de chorar. Parece que eu e Henry demos trabalho. Hehe. Uma enfermeira nos pediu licença, estavam tirando tia do quarto, numa cadeira de rodas.
- Nossa! Amiga, você está acabada! – tia a olhava espantada e ria.
- Tirando a , mas vocês três, incluindo a Jack, e vocês aí também – ela apontou para meu pai e meus tios – não fazem a mínima idéia de como é ter uma criança saindo por um buraco pequeno.
Todos estavam boquiabertos e eu comecei a rir. Sério. Aquilo tinha sido muito engraçado. A tia na raiva ainda do pós-parto. Eles também não agüentaram e começaram a rir. E com uma cara fechada, tia estava indo para o seu quarto e nós a seguindo, esperando para ver sua filhinha.
Ela era a coisinha mais linda do mundo! Mesmo ainda tendo aquela cara de joelho que todo recém-nascido tem – claro que eu não falei isso alto. Seus olhos eram azuis, assim como o de todo recém nascido é quando nasce, e seus cabelos parecem ter puxado para o de tio . Temos que esperar ela crescer mais um pouco pra ver para quem ela realmente puxou. Claro que nenhum dos meus tios pensou assim e falou que Sophia tinha puxado para a tia , já que ela era linda e que nunca puxaria para a feiúra dele, mas tio nem se importou, já que ali estava mais uma coisa valiosa na sua vida. Um belo sorriso no rosto. Mais um para a lista da tia .
Eu estava com sede e disse que ia até a máquina de refrigerantes. Como não sabia o caminho, claro que me perdi. Passei pela frente da maternidade, naquela sala que tem uma janela de vidro com vários berços onde estavam os bebês. Não resisti e parei. Fiquei admirando aquelas coisinhas pequenininhas que não tinham a menor idéia do que se passava no mundo a fora. Eram inocentes. Não tinham que entender o mundo estranho dos adultos. Que inveja deles.
Lá dentro, uma enfermeira pegou um bebê e viu que eu estava observando seus movimentos. Ela me mandou um sorriso e eu lhe respondi com outro. Ela carregou o bebê e o sentou de frente para mim, mandando um tchauzinho. Eu ri e lhe mandei um também. Depois ela voltou a carregar a criança e levar para um casal que lhe aguardava ali mesmo. Pelo jeito, acho que eles não eram os pais biológicos do bebê, pois a mulher não demonstrava nenhum sinal de que estava grávida e que teve a criança algum tempo atrás, pelo menos.
Acho que de certa forma, isso não importa, porque aquela criança receberá o amor deles. Ser adotado significa que você cresceu no coração de sua mãe, e não em sua barriga. Não sabemos a situação que a mãe daquela criança passava, por isso não posso julgá-la.
Uma mulher, usando aquelas roupas de hospital e com uma pantufa, apareceu e ficou ali observando os bebês. Ela tinha aquele mesmo sorriso que tio tinha.
- Qual é o seu? – lhe perguntei. Ela virou-se para mim e depois voltou para os bebês.
- São dois para falar a verdade. São gêmeos. – ela me olhou e balancei a cabeça – São aqueles dois bem ali, o menino e a menina que estão no berço colado. – ela apontou e olhei naquela direção. Eles estavam dormindo.
- São lindos e fofos.
- Obrigada. E você? Por acaso algum aqui é seu ou é seu irmão? Porque você parece jovem pra ter tido um filho. – ela me olhava meio assustada.
- Haha! Não... Nenhum aqui é meu filho e nem meu irmão, mas hoje nasceu a minha “prima”. – fiz as aspas com as mãos.
- Como assim “prima”? – ela repetiu meu gesto.
- Porque meu pai tem três amigos e eles são como irmãos. Eu os chamo de tio, naturalmente. – ela ia assentindo com a cabeça – E hoje foi muito especial porque esse meu “tio” e sua mulher estavam tentando há muito tempo ter um bebê, e finalmente hoje isso aconteceu.
- Ah tá. Entendi. – ela balançava a cabeça.
- Querida, vamos. – um cara, que deveria ser o marido daquela mulher, apareceu e a chamou – Vamos ver nossos filhos.
- Ok. – ela falou com ele e depois se virou para mim – Parabéns pelo seu “tio”. – ela riu.
- Obrigada. Pra você também. – ela balançou a cabeça e foi com o marido.
Eu continuei parada ali, olhando aqueles bebês. Assustei-me quando senti uma mão em meu ombro. Olhei assustado para a pessoa, era apenas a minha mãe.
- Ei, Jack! Você tava demorando, por isso vim te procurar. – minha mãe me abraçava pelos ombros.
- Ah... É que eu me perdi e acabei passando por aqui. Não resisti e fiquei aqui. – ela confirmou com a cabeça e olhou para os bebês – Ainda agorinha eu estava conversando com uma mãe aqui que também teve seu bebê hoje, quer dizer, bebês, já que são gêmeos.
- Que legal! Eles ainda estão aqui? – ela ficou procurando lá dentro.
- Não. Eles foram com a mãe, acho que para o seu quarto.
- Ah, poxa! Eu queria vê-los. – ela fez beiço.
- Também apareceu aqui um casal que acho que eles tinham adotado um bebê.
- Como você sabe que eles adotaram e que não era deles? – minha mãe me olhava com uma cara de dúvida.
- Porque a mulher não tinha nenhum aspecto de que estava grávida. Ela não tinha um pingo de barriga e também porque não parecia que ela tinha acabado de ter o bebê, já que aqui estão todos os recém-nascidos.
- E como você sabe disso? – apontei para um berço, onde tinha escrito “Sophia”, junto com a hora e a data do nascimento – Entendi.
- Mas tudo bem que aquela criança foi adotada. Nós não sabemos qual era a situação de sua mãe biológica e com certeza a sua mão vai amá-lo de verdade. Ser adotado significa que você cresceu no coração de sua mãe, e não em sua barriga.
Ficamos ali em silêncio, olhando aquelas crianças, até que minha mãe se virou de frente para mim. Assustei-me, pois havia algumas lágrimas acumuladas em seus olhos e algumas escorridas.
- Ok, Jack, preciso te contar algo. – ela estava com a voz embargada.
- Calma, mãe! O que foi que aconteceu? Você tá me assustando. – fui levando-a para uns bancos que havia ali.
- Quando eu descobri que estava grávida de você, fiquei totalmente assustada. Eu não sabia o que fazer. Não tinha contado ainda para o e estava com medo de contar. Que garota, nos seus 19 anos, queria ficar grávida sem ter uma vida pronta? – ela enxugava as lágrimas – Finalmente tive coragem de contar para o seu pai e, ao contrário do que eu esperava, ele aceitou muito bem, numa boa. Disse que ia me ajudar em tudo que podia.
- Que bom, mãe! Ainda bem. Seria pior se ele tivesse reagido de outro jeito, não acha? – eu tentava acalmá-la – Mas por que você está chorando? – ela respirou fundo e continuou.
- Seu pai e eu estávamos mesmo apaixonados, tanto que nos casamos quando eu ainda estava grávida, como você viu. – assenti com a cabeça – Só que eu não tinha certeza ainda. Sabe como isso pode mudar sua vida? Eu queria terminar a faculdade, estabelecer uma boa condição financeira. Todas essas coisas para poder ter uma ótima vida e aí começar, sabe? – ela me perguntou e eu só balancei a cabeça – Eu pensava que uma criança podia atrapalhar isso tudo. Nunca pensei em abortar, não achava justo tirar a vida de uma criaturinha que não tinha culpa de estar ali, mas eu pensei em adoção. – eu arregalei meus olhos – Eu pensei lhe dar para a adoção. O seu pai nunca concordou com isso, ele queria ficar com você. – meus olhos estavam cheios de água.
- Mãe... – minha voz estava embargada e baixa.
- Mas ele tinha certo diferencial de mim. Ele tinha uma banda, os meninos, então tinha mais tempo livre do que eu. Eu estava na faculdade, com os meus pais longes, e por isso estava assustada. – ela me olhava – Eu ainda estava em dúvida, tanto que na hora em que você nasceu eu não lhe olhei diretamente e nem carreguei. estava lá comigo e ele te segurou. Eu o vi sorrindo, o sorriso mais lindo que eu tinha visto, depois do seu. – ela agora estava sorrindo e fazendo carinho em meu rosto. Eu ainda estava assustada – Mas quando eu te vi, lá do berçário, automaticamente me apaixonei por você. Você era minha, apenas minha, fruto de um amor verdadeiro.
- Você... Você não me queria? – eu estava chorando.
- Não, querida. Eu estava apenas assustada. – agora ela me abraçava – Você era a coisa mais linda do mundo. Você era minha, como sempre vai ser! Não tem amor maior do mundo que o amor de uma mãe.
- Mas por que, mãe? Por que você queria me dar?
- Filhinha, eu estava apenas confusa, sozinha, mas não totalmente, pois o estava lá comigo. Ele me fez ver que era aquilo que eu queria: uma vida com ele e com você. – ela enxugava minhas lágrimas e fazia carinho – O que me deixou assustada naquela época é porque ele não tinha ficado surpreendido quando falei que estava grávida. Quer dizer, ele nem ao menos ficou questionando! Todas as meninas que eu via grávida na minha faculdade choravam e os namorados ficavam questionando se era deles mesmo.
- Pelo menos você me falou... Teria sido pior se eu tivesse descoberto de outra forma. – ela balançou a cabeça – O papai é demais! – falei e rimos.
- Eu sei disso. Seu pai é uma ótima pessoa. Você tem todo o direito de me odiar agora e amar o seu pai para sempre. – estávamos de lado agora. Ela olhava para algum ponto na parede. Eu a abracei, ela se assustou.
- Dona , você é mesmo diferente. Eu cresci em sua barriga e em seu coração. – ela me deu um beijo na cabeça e ficamos abraçadas – Eu vou estar lá com você, mãe, no seu casamento, mesmo querendo que você volte para o meu pai, já que ninguém pode substituí-lo.
- Ninguém irá substituí-lo. Nem para você, nem para mim. Agora vamos voltar para aquele quarto e olhar aquela pequena miniatura de com .


Capítulo 10 – Explicações.

Se eu falar que não estou ansiosa, estou mentindo.
Amanhã é o casamento de minha mãe com um cara – que é muito legal –, mas não é o meu pai.
Nós, as damas de honra – sim, estou nesse grupo –, estamos fazendo a última prova do nosso vestido, já que a tia não está mais grávida e teve que reajustar o vestido.
O modelo foi escolhido porque ele era neutro, podia ser usado tanto se você estivesse grávida ou com o seu corpo normal. Tudo pela tia . Ele era roxo, tomara-que-caia, com um decote de coração, longo e era meio repuxado para o meio, bem de baixo dos seios. Era realmente um vestido muito bonito. O que eu não entendia era por que nós todas tínhamos que experimentar.
- Vocês estão lindas! – minha mãe, que estava sentada nos observando, exclamou.
- Querida, nós somos naturalmente lindas, ok?! Esse vestido só nos ajudou a ficar mais ainda lindas! – tia falava, fazendo aqueles gestos de rappers. Foi engraçado.
- Mãe, agora me explica por que nós estamos experimentando de novo? Quer dizer, por que não foi só a tia que experimentou, já que ela que estava grávida? – perguntei para minha mãe.
- Tenho que concordar com a Jack, . - Anne, a irmã de Mark, que também era uma das damas, falou - A única pessoa que deveria estar experimentando o vestido é a . Os vestidos estão perfeitos! Pra que isso tudo?
- Ei, garota, me respeita aí! Não tive culpa se essa coisinha linda resolveu aparecer duas semanas adiantadas! – tia falou comigo e depois foi para o carrinho de bebê que estava ao lado de minha mãe e carregou Sophia. Ri dela.
- Porque, minha querida filha e querida cunhada, eu precisava ver se nenhuma de vocês tinha engordado ou emagrecido, além da , é claro. – essa mandou um olhar mortal para minha mãe – E precisava ver se vocês ainda continuavam combinando, e claro que eu estava certa! – ela bateu suas mãos.
- E por que você não está experimentando o vestido de noiva de novo? – tia sentou ao seu lado.
- Porque eu sei que ele está perfeito no meu corpo. – todas olharam feio para ela.
- Irei defender minha nora. Ela veio experimentar ontem o vestido e, claro, está perfeito para ela. Além do que ele já está guardado em seu devido lugar. - Kerry, ou senhora Wernz, mãe de Mark, defendeu minha mãe, e essa só sorrisos.
- Vocês estão cansando minha beleza. Agora com licença que vou tirar esse vestido porque tenho um encontro com o meu namorado lindo e maravilhoso e também tenho que descansar para o grande dia da madame aí. – fui andando de um jeito metido e elas riram de mim.
- Verdade, meninas, vocês precisam tirar esses vestidos e descansar. Amanhã vocês vão ter que acordar cedo pra se arrumar e ir lá pra igreja. – minha mãe empurrava as minhas tias para o provador.
- Não sei pra que a empolgação. – tia .
- Verdade! Já que você vai fazer isso pela segunda vez... – tia .
- Meninas... – minha mãe falou e depois não ouvi mais nada.
Terminei de me vestir e me despedi delas. Fui para o meu carro, doida para encontrar o meu namorado e aproveitar o resto da minha noite, já que amanhã ia ser outro dia e não saberia como ele ia ser.

Alex e eu não fizemos nada de diferente do que costumávamos fazer. Fomos ao cinema e depois comer em alguma lanchonete. Por favor! Nenhum pensamento impuro! Somos comportados - quando queremos. Hehe.
Como eu estava com meu carro, fui para o apartamento do meu pai, já que a minha outra casa tinha virado um hotel para minha mãe e minhas tias – além de uma pequena despedida de solteira que com certeza deveria estar acontecendo – e eu só queria dormir.
Para a minha surpresa, meu pai não estava em casa. Para a minha segunda surpresa, eu não estava com a chave. Droga! Um ponto para o esquecimento, Jack! Fazer o que, a não ser ligar pro meu pai. Só pode ser a Lei de Murphy, já que ele não estava atendendo. O que mais me falta? Descer, ir pro meu carro, o pneu furar e começar a chover. Espera que eu vou ali na porta e bater na madeira três vezes para que isso não aconteça.
Não tinha alternativa a não ser ir à casa de alguns dos meus tios, e com certeza iria ser para a do tio . Selado. Alguns minutos depois eu estava batendo em sua porta. Quem veio abrir a porta foi tio , usando um avental de cozinha com desenhos de corações e a frase “sou o cozinheiro da casa!” e com um pouco de trigo nas bochechas.
- Olá, Jack. Estou fazendo biscoitos! Logo, logo eles estarão prontos!
- Ok. Han... Tio, se o senhor não tivesse tido uma filha há alguns dias atrás, eu diria que o senhor é gay. – eu ria dele.
- Isso não quer dizer que ele não seja. – tio apareceu e sentou-se na escada.
- Vá se ferrar, ! – tio bateu com a colher de madeira que tinha em mãos na cabeça de tio – Você fala isso agora, mas fica doidinho quando os biscoitos ficam prontos. – tio voltou para a cozinha.
- Não posso negar isso. Aqueles biscoitos são deliciosos! – tio falou, olhando para mim e depois seguiu tio . Um tempinho depois, tio apareceu descendo as escadas.
- Hey, Jackeline. O que você faz aqui? Já coloquei o Henry pra dormir. Não preciso mais de seus serviços. – ele deu um beijo em minha testa e me abraçou.
- Haha, como você é engraçado, tio . – Olhei-o séria e lhe dei um soco fraco no ombro.
- Mas o que você faz aqui?
- Simplesmente vou para a minha casa e meu pai não está lá, depois vejo que também não estou com a chave. Não queria ir pra minha casa, pois todas as mulheres estão lá e com certeza devem estar fazendo uma despedida de solteira.
- Ah! Você não sabe onde seu pai está? – neguei com a cabeça – Ele está ali no quintal. Ele está meio abalado. – eu balançava a cabeça, séria – Melhor você ir lá com ele enquanto eu vou ali ver se aqueles dois não vão explodir minha cozinha e acordar o meu filho com o barulho.
Tio foi para cozinha e eu continuei parada ali, encarando a porta de vidro que dava para os fundos de sua casa. Devagarzinho fui andando até lá e com muito cuidado, abri a porta de correr. Fiquei parada ali, olhando meu pai sentado na beira da piscina, tocando seu violão.
- I didn’t mean to hurt you/ I’m sorry that I made you cry/ Oh no, I didn’t want to hurt you/ I’m just Jealous Guy. – ha! Não tinha música melhor pra combinar com esse momento do que Jealous Guy do Lennon? Acho que não. Fui me aproximando dele, que parou de tocar quando me viu sentar ao seu lado – Hey, Jack. – ele deu um fraco sorriso.
- Hey, pai. – respondi com um mesmo sorriso.
- Ansiosa?
- Se eu disser não será uma mentira, então sim, estou ansiosa. – ele voltou olhar para frente, para o nada – Mas acho que não estou feliz. – ele voltou a me olhar.
- Não está feliz? Como não, Jack? É a sua mãe...
- Cai na real, pai... A sua ex-mulher, minha mãe, vai casar amanhã com um cara que não é você! – apoiei minha cabeça em seu ombro – Eu queria que fosse você.
- É a vida, filha... Temos que aprender a nos adaptar a ela. – ficamos em silêncio.
- A mamãe me contou que eu quase fui para a adoção. – papai se afastou e me olhou – No dia que a Sophia nasceu, ela me contou.
- Acho que só na cabeça dela aquilo ia acontecer, porque eu nunca, mas nunca mesmo, ia querer você longe de mim. Você é o meu anjinho, a minha bonequinha. – ele me abraçou e começou a fazer carinho em minha cabeça – Ninguém pode mudar o amor que eu sinto por você.
- Nem o meu por você, papai! – o abracei mais forte.
- Sua mãe sempre foi cabeça dura! Ela tinha aquilo na cabeça porque ela dizia que ainda não estava em condições estáveis para criar uma criança, mas na verdade ela sempre quis você. – dei um sorriso com aquilo – Eu te queria antes mesmo de saber que você existia.
- Como assim? – me afastei um pouco para que pudesse encará-lo.
- Vou te contar uma coisa que ninguém sabe.
- Nem mesmo os meus t... – ele não me deixou terminar.
- Nem mesmo os seus tios. Foi assim...

# Flashback on – ’s POV #

[n/a: lembre-se que as falas dentro dos parênteses são da Jack e um deles é o Guy e a Jack.]

A noite de ontem foi ótima! O McFLY finalmente tinha conseguido o seu contrato e isso com certeza foi motivo para comemorar.
Fomos para um pub qualquer e bebemos bastante. Pedimos que servissem champanhe para todos pela conta da casa, já que era uma noite de comemoração. Acabou que o lugar virou uma festa para nós, que não sei como apareceu uma faixa enorme escrita “Parabéns, meninos, pela sua vitória!”. Acho que já estava bêbado. Via algumas pessoas conhecidas, outras não passavam de meros estranhos para mim. Tinha apenas uma pessoa ali que eu nunca ia esquecer o rosto. Era .
Ela estava na pista, dançando com , a namorada de , e com , uma amiga sua do Brasil pela qual era apaixonado. A bebida devia estar mesmo tomando conta de mim, pois fui dançando em sua direção e ela ria. Não sou um bom dançarino.
Ela, ainda rindo, me abraçou pelo pescoço e me deu um selinho demorado. Quando ela ia se afastar, me aproximei de novo e aprofundei mais ainda o beijo. Comecei a passear com as mãos dentro de sua blusa (Pai! Me poupe desses detalhes!), mas ela apertou minha bunda, lembrando-me do lugar que estávamos.
Aproveitamos mais um pouco a festa e depois fomos para o meu flat. E ficamos lá, depois de uma noite cansativa, não apenas pela festa (Vou imaginar que vocês ficaram jogando vídeo-game a noite inteira até cansar...).
Acordei primeiro e a vi deitada ali do meu lado, dormindo. Era uma cena maravilhosa de ver pela manhã. Gostaria de ter ficado assim até ela acordar, mas a vontade de ir ao banheiro era maior. Levantei-me e fui ao banheiro. Quando estava fazendo xixi, olhei para baixo e arregalei os olhos. Afinal, quem consegue fazer xixi usando camisinha? (COMO ASSIM?! AAAAH!/ - Deixe-me continuar, Jack./ - Desculpa!).
Claro que fiquei assustado. A camisinha tinha furado. Eu precisava contar para . Voltei para o quarto, mas quando cheguei perto da cama, parei. Ela estava tão serena ali, seria uma pena acordá-la e a deixar preocupada.
Eu amava aquela garota. Queria passar o resto da minha vida com ela. Se for pra acontecer isso, era o destino. O meu destino com ela. Era pra passarmos o resto de nossa vida juntos. Estou disposto a isso.

# Flashback off – ’s POV off #

- Um mês depois ela apareceu lá em casa, chorando. Perguntei o que ela tinha e respondeu que achava que estava grávida, pois estava atrasada. Eu sabia que ela estava, mas fui correndo na farmácia mais próxima que tinha e comprei alguns testes. Esperamos alguns minutos, até que vimos o resultado e lá estavam elas, as duas barrinhas vermelhas, confirmando meu pensamento. – meu pai estava sorrindo.
- E a minha mãe? Como ela reagiu? – eu estava com algumas lágrimas acumuladas.
- Ela não chorou, apenas deixou algumas lágrimas caírem, assim como você está pra fazer. – ri disso – Me aproximei dela e a abracei, dizendo que tudo ia ficar bem e que íamos criar essa criança com todo o amor e carinho que ela merecia.
- Acho que mereço mais. – ele me deu um leve empurrão e depois me abraçou – Mas como foi pra vocês escolherem o meu nome?
- Eu jurava que era um menino e eu estava muito fascinado pelo Jack Chan naquela época. – Dei-lhe um beliscão – Outch! Isso doeu! – ri de sua desgraça – Falando sério, na minha cabeça você ia ser mesmo um menino, pois me imaginava jogando futebol com você.
- Mas eu adorava jogar futebol quando era menor! E ainda gosto!
- Eu sei! De alguma forma você tinha que atender meus desejos... Ok, voltando ao seu nome. Nós não sabíamos o sexo, mas pra mim você ia ser um menino. Um dia estava assistindo Batman, o de 1989, e sua mãe estava comigo, já no sétimo mês de gravidez. Achei que Jack Nicholson estava demais em seu papel de Coringa, e foi assim!
- Quer dizer que meu nome é em homenagem ao Jack Nicholson por fazer o Coringa em Batman? – ele confirmou com a cabeça – Se pelo menos fosse pelo Jack Sparrow...
- Esse filme nem existia na época!
- Eu sei.
- Mas quando vi que você não era um menino, nem liguei, pois você estava ali, em carne e osso. – ele falava com certo brilho no olhar – Fui cortar seu cordão umbilical e depois lhe carreguei. Olhei no fundo de seus pequenos olhos e falei “seja bem-vida ao mundo, Jack”. Claro que sua mãe disse que Jack não poderia ser nome de menina, por isso ficou Jackeline, mas sempre a nossa Jack.
- Que tocante, papai! – dei-lhe um beijo na bochecha e deitei em seu colo.
- Ei, vocês dois, hora de dormir! – tio gritou da porta – Alguma daquelas mulheres tem que estar linda amanhã e com certeza vai ser a Jack, pois elas devem estar fazendo sei lá o que e nem quero imaginar.
- Estamos indo, papai ! – eu e meu pai gritamos para ele, que só nos expulsou de novo de lá.
- Acho melhor irmos. Daqui a pouco ele pode aparecer com um taco de baseball, para nos expulsar. - meu pai pegou seu violão e se levantou, logo em seguida me dando a sua mão e me ajudando a levantar - Quer ir dormir lá em casa ou ficar por aqui mesmo?
- Estou com preguiça de dirigir até sua casa, então vamos ficar por aqui mesmo. – Abracei-o de lado e fomos andando para dentro da casa de tio .
- Poxa! Agora tenho que tomar uma decisão difícil. – olhei-o, com certa dúvida - Ou vou ter que dividir o quarto de hóspedes com aqueles dois lindos, o e o , ou vou dormir com o gostoso do . - ri de sua decisão "difícil".
- Seja como for, vou dormir com o Henry mesmo.
- Vou dormir com o mesmo. e não vão querer me dar atenção. - paramos em frente ao quarto de Henry e papai me deu um beijo na testa - Boa noite, filha.
- Boa noite, pai. – dei-lhe um beijo na bochecha e entrei no quarto, deitando ao lado de Henry e esquecendo por um instante que dia seria amanhã.

Depois de uma boa noite de sono ao lado daquela criança - que se mexia muito e me deu um saco -, meu pai me acordou dizendo que minha mãe tinha ligado e que eu tinha que ir para o salão. Imagina um salão só pra todas aquelas mulheres.
Estavam lá todas as damas de honra, Sophia, sra. Wernz e minha mãe, claro. Essa estava tendo o seu dia de noiva, enquanto o resto de nós estava apenas fazendo o cabelo, unha e maquiagem. Todas, menos minha mãe, estavam prontas.
As damas estavam com o vestido, cabelo preso num rabo-de-cavalo alto e bem feito, brinco de pérolas bem pequenos com um colar combinando, maquiagem leve com a boca meio rosada e um sapato de salto da cor do vestido. A sra. Wernz usava um vestido longo vinho, com manguinhas e um decote V não muito vulgar, cabelo preso num coque banana, sapato baixo bege, maquiagem leve e brincos de pérolas. Sophia estava a coisa mais fofa do mundo! Usava um vestidinho meio bege com um laço rosa, uma tiarinha rosa e um sapatinho branco. Dava vontade de apertar!
Nós fomos já para a igreja, que era a St James Westminster. Ela era realmente muito bonita, tanto por dentro quanto por fora. Minha mãe tivera sorte de conseguir esse lugar.
Na pequena recepção que tinha ali na frente, todos cumprimentavam Mark e tiravam algumas fotos enquanto esperavam a cerimônia e a noiva.
O Mark estava muito elegante. Usava uma blusa social branca, paletó, calça e sapatos pretos, uma gravata vermelha - o qual ele se gabava falando que era italiana - e com o cabelo penteado. Os padrinhos, que eram meus tios e mais Tom e Travis, estavam meio parecidos com Mark, mudando apenas a cor da gravata que era roxa.
- Nossa! Quem é essa gata?! - ouvi uma voz atrás de mim. Quando virei, era Abbie, e ao seu lado estavam Oliver e Alex.
- De quem você está falando? A noiva nem tá aqui ainda. - Oliver falou e recebeu um tapa meu e da Abbie - AI! Eu estava brincando! As duas estão lindas! Se vocês quiserem eu até falo que o Alex está um tesão!
- Não, obrigado. Passo o elogio. - Alex fazia uma cara estranha para Oliver enquanto vinha em minha direção - Oi. Você está linda. - ele me deu um selinho.
- Obrigada. Você também. - ouvi um "caham" vindo de trás do Alex - E vocês também!
Oliver e Abbie fizeram pose.
Ela usava um vestido preto de frente única, sapato peep toe laranja, cabelos soltos com cachos nas pontas, maquiagem delineando bem seus olhos e um pequeno par de brincos. O Oliver estava parecendo um dos Jonas Brothers! Sério! Ele usava uma blusa social azul clara, calça e colete cinzas, gravata amarela, tênis branco e o cabelo todo engomadinho. Ainda bem que o Alex estava ali pra me salvar dessa visão, usando apenas uma blusa social branca com alguns botões abertos – sexy! –, calça, paletó e sapatos sociais pretos.
- Jack, - Abbie me chamou para um canto pouco longe dos meninos – será que a gente pode conversar? É algo meio importante...
- Mas é claro! O que é? – eu estava preocupada, pois Abbie estava com uma cara meio séria.
- Desculpe, meninas, mas vocês vão ter que falar isso depois. – meu pai nos interrompeu – A sua mãe já está chegando.
- Ok. – assenti pra ele – A gente fala sobre isso depois, tá?
- Tudo bem. – ela deu um sorriso fraco.
Olhei para o meu pai, que estava ali me esperando. Meus olhos se voltaram para Alex, que estava logo ali atrás e depois voltaram para o meu pai. Eles simplesmente estavam iguaizinhos. Lindos!
Juntei-me com as outras damas de Honra e seus parceiros. Tia entregou Sophia para meu pai e minha tia, sua irmã, e esses entraram. De repente senti dois bracinhos abraçarem minhas pernas. Olhei para baixo e vi Henry com um sorriso muito bobo no rosto. Ele estava igualzinho ao pai, tanto na roupa quanto na aparência. Abaixei-me e lhe carreguei. Alguns costumes nós não conseguimos perder.
Alguns minutos depois, fomos avisados que a noiva havia chegado. Mark ficou nervoso. Todos começaram a se arrumar, pois a cerimônia ia começar.
Nós, padrinhos e damas, fomos os primeiros. A ordem foi a seguinte: Tom e sua mulher, tio e tia , Travis e Anne, tio e tia , tio e tia e por último eu, sozinha. Agora deveriam entrar a mãe da noiva e o pai do noivo, mas como os meus avós não estão mais vivos e o pai de Mark não puderam vir, entrou logo a Sra. Wernz e Mark. Esse, quando já estava próximo, comentou algo com Tom, que só balançava a cabeça. Ele ia fazer algo, mas tio o interrompeu e falou algo para eles e depois ele foi saindo discretamente e voltou para a porta da igreja. Uma música calma começou a tocar e Henry apareceu, o pajem levando as alianças. Foi um coro na igreja de “awn!”, pois ele estava muito fofo. Já próximo de nós, ele foi para a direção de seu pai.
A marcha nupcial começou. Todos os olhares estavam voltados para a porta da igreja. Assim que ela se abriu, vimos tio de mãos dadas com minha mãe. Então era isso, Mark havia pedido para Tom entrar com ela, mas tio disse que ele ia. Esse cara é demais. Minha mãe estava linda. Seu vestido era ao mesmo tempo simples e bonito. Frente com um decote em U e alças de renda, atrás ele era de costas nuas, fazendo alguns detalhes com a renda, também não era um vestido volumoso, mas com um pouco de calda, cabelos presos num coque que parecia uma rosa e uma tiara, brincos bem pequenos, maquiagem bem leve, o sapato não dava para ver, mas eu sabia que era um que parecia uma sapatilha, com um saltinho bem baixo e cor creme.
Finalmente ela chegou perto de nós e estava toda sorridente. a entregou para Mark, que não estava muito diferente dela. Olhei para o meu pai e ele só olhava para mim, com um sorriso fraco no rosto. Fomos sentar em nossos lugares. A cerimônia de verdade finalmente ia começar.


Capítulo 11 – Será um final feliz?

Não fui à muitos casamentos, mas eu sabia que demorava um pouco essa parte. Tava demorando até demais. Mãe, eu te amo muito e tals, mas será que dá pra acelerar isso aí? É meio que chato ficar sentando e levantando, erguer a mão em direção a vocês.
- Antes de continuar a cerimônia, há alguém aqui que é contra esse casamento? Ou fale agora ou cale-se para sempre. – cara, será que o padre leu o meu pensamento?
Olhei para todos na igreja. Parecia que eles iam deixar aquilo continuar, a não ser por aquela pessoa que me prendeu o olhar. Meu pai. Ele havia apoiado os braços no banco e levantou-se um pouquinho, mas parou, vendo todos na igreja quietos, então voltou a sentar no banco, deixando a cabeça baixa.
Pai! Como assim? Você não ia falar? Vai deixar quieto? Cadê aquele corajoso?
- Como não há ninguém, vamos continuar... – o padre falou.
- Espera! – gritei e me levantei, involuntariamente. Todos os olhares foram em minha direção.
- Jack? – minha mãe falou baixinho. Mark me olhava meio assustado.
- Ahn. Desculpa. Foi meio involuntário isso... – minha mãe balançou a cabeça e voltou a olhar para Mark – Mas acho que vou continuar. – ela parou imediatamente. Olhei para o meu pai, que estava agora em pé, apoiado no banco da frente, apenas me observando. Minha mãe voltou a olhar para mim, com um olhar de indignação - Olha, mãe, você não vai se orgulhar muito de mim, mas acho que fiquei muito tempo calada.
- Como assim, filha? – ela deu um passo em minha direção, mas fiz sinal para que ela parasse.
- É o seguinte: Mark, você é um cara muito legal, bacana, faz parte do Blink 182, uma banda que gosto muito. Você é realmente demais! – ele balançava a cabeça assentindo – Mas acontece que esse é a minha mãe, e aquele cara é o meu pai. – esse fez uma cara de espanto quando o mencionei – Mãe, eu sei que todo esse tempo eu falei que eu a queria feliz, e continuo querendo, mas acho que isso não vai dar certo. – algumas lágrimas começaram a surgir em meus olhos – Eu sei que o meu pai não fez besteira nenhuma, pois uma garota vaca do meu colégio, que não devia estar lá naquela festa, queria simplesmente acabar com a minha vida! E assim ela conseguiu, pelo menos uma parte! – as lágrimas começaram a cair – Eu sei que você o ama ainda. Não é possível que esse amor tenha ido embora. Eu estou aqui pra provar isso. – ela me olhou com certa dúvida – Aquele homem te ama, mãe! Ele nunca, mas nunca deixou te amar. E sabe como eu sei isso? Simplesmente porque ele, e mais ninguém, pois nunca contou isso pra ninguém, além de mim ontem à noite, já sabia da minha existência antes de você saber que estava grávida. - ela me olhou, depois olhou para o lugar do meu pai. Acompanhei seu olhar, mas ele não estava ali.
- Como assim, Jack? – ouvi a voz da minha mãe.
- Ele sabia que a camisinha estava furada. – falei com a voz baixa. Minha mãe colocou as mãos na boca – Isso mesmo. Na noite em que fui feita, ele havia ido ao banheiro e viu que a camisinha estava furada. Ele ia lhe acordar e lhe avisar, mas ele disse que não conseguiu, pois você estava tão serena dormindo, além do que ele te amava, e ainda ama, e queria construir um futuro com você. Por isso que ele te apoiou em tudo, desde a hora em que você sabia que estava grávida até o meu nascimento. – assim como eu, minha mãe chorava – Olha... se vocês quiserem continuar com isso, tudo bem, mas eu não vou ficar aqui pra assistir isso. Desculpa, mãe.
Não fiquei para ver sua reação, pois saí correndo sem nem olhar para trás alguma vez. Quando abri a porta da igreja e dei alguns passos, sentir alguém me puxando. Era meu pai. Apenas o abracei e chorei, solucei, chorei e solucei. Com o tempo foi diminuindo, virando apenas algumas lágrimas. Meu pai fazia carinho em minha cabeça.
- Calma, Jack. Você não fez nada de errado. Apenas expressou sua opinião, deixou tudo aquilo que estava preso sair. – ele deu um beijo na minha cabeça.
- Será que eu não estraguei tudo? – o olhei – Ela não vai me odiar?
- Querida, claro que ela não vai te odiar. Ela é sua mãe. Isso nunca vai mudar, entendeu? – balancei minha cabeça, ainda deixando as lágrimas caírem – Você quer ir pra casa?
- Por favor.
Meu pai limpou minhas lágrimas e me puxou pela mão. Na outra, ele estava com o celular, provavelmente mandando uma mensagem para sua irmã.
Entramos no seu carro e no silêncio fomos para seu apartamento.

Eu não agüentava mais o meu celular tocando toda hora. Era Abbz, Oliver, Alex, tio , tio , tia , tia e minha mãe. Será que eles não percebiam que eu não estava querendo falar com eles? Por isso agora ele estava desligado.
O telefone da casa de meu pai também tocava toda hora, mas por sorte havia a secretária eletrônica. Todos que ligavam esperavam até cair na secretária, deixando sua mensagem e eu e meu pai ouvíamos na hora. Eles estavam desesperados atrás de nós. Também, não dávamos notícia desde ontem.
Eu estava no meu quarto, no apartamento de meu pai, usando a roupa mais confortável e comendo porcaria. Tudo que podia engordar estava ali na minha cama, e tudo para mim! Hahaha!
- Hey, Jack. – meu pai falou do outro lado da porta.
- Pode entrar, pai. – ele abriu e veio se sentar ao meu lado.
- Você pegou toda a porcaria da geladeira e veio pra cá. Eu também quero. – ele roubou meu pote de sorvete.
- Você teve sorte que eu deixei as bebidas lá. – ele riu.
O telefone tocou mais uma vez. Meu pai e eu esperamos acabar a mensagem chata de “não estamos em casa. Deixe seu recado e talvez depois nós iremos ouvir.”.
- Vocês não podem simplesmente ficarem escondidos pra sempre! Um dia vocês vão ter que sair daí ou de sei lá onde vocês estão. – era minha mãe – Mas sei que vocês estão aí, pois o carro da minha filha está do lado de fora do prédio. – meu pai e eu nos olhamos. Eu estava com preguiça de manobrar e estacionar, por isso deixei lá fora – Se vocês não atenderem esse telefone, vou ter que tomar medidas drásticas! E , você sabe que sou capaz disso. – terminou o recado.
Nós nem demos bola para o recado. Era mais uma ameaça no meio de outras. Continuamos comendo nossas besteiras, sem esperar que minha mãe aparecesse ali na porta de meu quarto.
- Eu disse que ia tomar medidas drásticas. – ela se apoiou na porta.
- Como você entrou aqui? – meu pai se levantou.
- Fiz uma cópia da chave do . – olhei indignadamente para ela – Mas essa é a primeira vez que a uso.
Agora uma dúvida na minha cabeça: se todos os meus tios tinham uma cópia da casa de meu pai, por que eles não vieram aqui antes?
- , querida, acho que ainda não seria bom...
- , ela é minha filha e quero falar com ela! – minha mãe interrompeu meu pai e voltou seu olhar para mim - Jack, filha, - ela veio se aproximando de mim e meu pai foi para a porta – por que você nunca me contou que você não queria que eu me casasse com Mark?
- Porque eu queria que você fosse feliz. – lágrimas acumuladas em meus olhos – Queria mesmo... Mas um dia antes do casamento, quando o papai me contou a história, percebi que eu não estava feliz. Quando o padre fez aquela pergunta, olhei para meu pai e milhões de perguntas e sentimentos vieram à minha cabeça. – agora as lágrimas já caíam – Percebi que a minha vida ia mudar mais do que já estava mudada a partir daquele momento, e eu não queria aquilo.
- Querida, eu jamais faria algo que você não gostasse. Jamais mesmo! – ela me abraçava – Mas por que não me falou antes? Poderíamos estar evitando isso agora. – ela falou baixinho.
- Porque eu queria que você fosse feliz! – a encarei – Vi que você estava feliz, mas não era aquela mesma felicidade. – minha voz estava baixa, não passando quase de um sussurro, apenas minha mãe ouvia – Eu sei que você o ama ainda mãe. Eu tenho certeza disso.
Ela estava calada, apenas me encarando. Algumas lágrimas haviam caído de seus olhos. Ele os fechou, respirou fundo, voltou a me olhar e falou.
- Verdade, minha filha. Eu o amo. – ela encostou sua testa na minha. Era um momento apenas nosso – Eu amo mesmo seu pai e fui estúpida por lembrar isso só ontem. Todo o tempo que eu passei com Mark, eu ainda sentia algo por seu pai, mas parece que a ficha só foi cair de novo ontem. Naquele dia, naquela festa, eu fui uma burra! Por não ouvir e não ir atrás de respostas. Eu amei o Mark, mas depois percebi que ele não passou também de um grande amigo.
- Como assim, mamãe? – ainda com nossas testas encostadas, olhei em seus olhos.
- Assim que você saiu correndo ontem, dei alguns passos em sua direção, mas parei. Acho que naquele momento tive um insight, pois tudo que eu havia vivido havia passado na minha cabeça. Desde o momento em que conheci seu pai até o casamento de ontem. Lembrei-me bem das ações de seu pai durante toda gravidez e como ele reagiu ao saber. – ela tinha um leve sorriso no rosto – Mark me tirou daquele momento, mas quando me virei para olhá-lo, vi seu pai. Quando ele falou meu nome, voltei a ver o Mark. Foi aí que percebi tudo.
- O que você fez depois? – agora já estávamos deitadas na cama.
- Olhei e seus olhos e disse “desculpe”. – ela estava séria – Baixei a cabeça e ele me acompanhou. Tirei a aliança e coloquei em sua mão. Ele perguntou “você tem certeza?” e eu apenas balancei a cabeça, dizendo que sim. Mark me puxou para um abraço, meio que longo, nos despedimos com o olhar e saí da igreja.
- Desculpa, mãe! – comecei a chorar de novo e a abracei.
- Para de ser boba, filha. – ela fazia carinho em minha cabeça – Você não fez nada de errado, tá? – balancei a cabeça – Agora fica aqui que eu vou lá fora conversar com seu pai.
Ela saiu de minha cama e foi à sacada que ficava bem em frente ao meu quarto. Meu pai estava lá. Ela deixou a porta do meu quarto encostada, mas como sou curiosa demais, levantei-me e fui bisbilhotar. Quando estava chegando lá, tio abriu a porta, me dando um baita susto.
- O senhor por acaso quer me matar do coração?
- Foi mal. Vi sua mãe indo lá pra sacada e vim bisbilhotar aqui. Não sabia que você estava na porta. – ele falava baixinho e ria, depois veio me ajudar a levantar e ver tudo o que acontecia ali.
Primeiro eles estavam parados um ao lado do outro, encostados na mureta. Finalmente eles se viraram, ficando um de frente para o outro. Minha mãe gesticulava e, pelo jeito, chorava também. Meu pai balançava a cabeça e às vezes abria a boca para falar algo. Minha mãe devia estar falando do seu momento de transe e de quando virou para Mark e viu a figura de meu pai, pois este último estava com um sorriso no rosto. Não sei bem como terminou as coisas, mas eles ficaram parados, olhando um para o outro. Minha mãe aproximou-se um pouco de meu pai e encostou sua testa no ombro dele. Ele, parecendo que ia hesitar, mas finalmente colocou as mãos na cintura dela e abraçando-a. Ela retribuiu. Abri um pouco a porta e meu pai me viu. Ele deu um sorriso e fez um sinal com a cabeça para que eu fosse lá. Saí correndo de meu quarto e eles me encaixaram naquele abraço.
Acho que agora eu sei como terminou a conversa.

Epílogo

- Sabia que você é a coisinha mais linda do mundo? Sabia? Sim, você é! – eu estava deitada em minha cama, brincando com o bebê.
- Hey, Jack! – Henry apareceu na porta do meu quarto. Ele estava tão grande com os seus seis anos. Parece que foi ontem que ele tinha dois anos e corria de tio .
- Oi, Henry! Entra. – me sentei na cama e deixei o bebê deitado – O que foi que eu fiz para ter a presença do meu outro amorzinho?
- Ah... É que eu tava com saudade de vocês!
- Own! Que fofo! Vem cá me dar um abraço! – ele veio correndo em minha direção e pulou em mim. Ele olhou para Brian, que estava nos observando – Quer carregar?
- Posso? – ele parecia surpreso. Confirmei com a cabeça.
- Só senta bem aqui, apoiando suas costas na parede. – rapidamente ele me obedeceu, depois peguei Brian – Então, Brian, você quer ir pro colo do Henry? Você quer? – ela começou a rir e a coloquei sentada do colo de Henry e eles ficaram brincando.
Mais uma vez vocês pensaram que era um menino, não é? Pois bem, vocês estão enganados! Brianna, ou Brian – apenas para os íntimos –, era a minha irmãzinha de apenas quatro meses. Acho que meus pais gostam desse negócio de nomes femininos, mas com apelidos masculinos.
O negócio aconteceu assim: depois de tudo resolvido na casa de meu pai, começamos a arrumar as nossas coisas, voltando ao nosso antigo lar. Mark apareceu por lá e ele e minha mãe conversaram. Ele entendeu, ainda por cima percebeu também que a via de outra forma – eu não sabia que o Mark havia brigado com sua antiga namorada e veio pra cá e conheceu minha mãe. Ele percebeu que ainda amava também sua ex – o qual o nome era Skyer. Mark e Syker voltaram, casaram-se e tiveram um filho, o qual – vocês não vão acreditar – deu o nome de Jack. Descobri depois que se eu não tivesse feito toda aquela cagada, ele não teria aquela bela criaturinha.
Três meses depois, cheguei em casa e não havia ninguém lá. Na porta do meu quarto havia um bilhetinho colado dizendo “Viajamos para Las Vegas. Vamos ficar aqui durante uma semana. e vão ficar com você durante esse tempo. Beijos da sua mami e do seu papi!”. Que ótimos pais eu tenho.
Morar com o tio e tia nesse tempo foi quase que a mesma coisa que morar com duas cópias minhas. Eram dois adolescentes que adoravam dormir tarde e acordar tarde, comer bastante besteiras e namorar. Pelo menos isso não deu muito problema quando Alex aparecia lá em casa ou quando saíamos juntos e eu chegava tarde – nosso relacionamento está firme e forte. Por mim até caso com ele!
Uma semana passou e meus lindos pais voltaram de sua viagem e com duas novidades! Eles casaram – que filhos da mãe! – e mamãe estava grávida! Mas não eram só eles que tinham novidade. Tia também estava grávida. Nove meses depois Brianna nasceu e uma semana depois dela vieram os gêmeos, Dylan e Michael, de tio e tia .
- Ei, vocês! – Abbie apareceu em meu quarto – Vão ficar isolados aqui?
- Qual é?! Eu só estava brincando com minha irmãzinha linda, ok? – mandei língua para ela.
- Alguém tinha que ter o requisito beleza entre vocês duas, não acha? – Abbie sentou-se ao meu lado e lhe dei um leve soco.
- Abestada! – rimos e depois nos abraçamos.
- Achei vocês! – Clarisse também apareceu ali. Já tava virando avacalhação essas aparições no meu quarto – Oliver, Claire e Alex chegaram. O resto do povo só está esperando vocês mostrarem as caras lá. – Clarisse aproximou-se de nós, deu uma olhada para Henry, que estava distraído brincando com Brian, e deu um selinho em Abbie, depois sentou ao seu lado.
Vocês lembram que no dia do casamento de minha mãe Abbie queria falar algo comigo? Ela me disse que era bi, mas no momento ela estava descobrindo que tinha mais atrações por garotas do que por garotos. Ela me disse que não ficou comigo porque eu não fazia o seu tipo, o que era uma brincadeira, claro. É porque eu era sua amiga e eu também não estava nem aí para o que ela iria ser, homo, hétero, bi ou sei lá mais o que possa existir, ela é como uma irmã pra mim, assim como Oliver. Nós somos que nem Harry, Hermione e Rony, só que no nosso caso eram duas meninas e um menino.
Clarisse é a namorada de Abbie. Elas se conheceram na aula de arte que Abbie fazia para ganhar pontos extras. Clarisse tinha uma irmã um ano mais nova, que era a Claire. No dia em que Abbz veio nos apresentar a Clarisse, Claire veio junto. Quando Oliver a viu, apaixonou-se por ela e desde então estão juntos – e eu jurando que o Oliver ia ser gay.
Peguei Brian do colo de Henry e estiquei minha mão para esse. Abbz e Clarisse vinham logo atrás. Já no quintal da minha casa, vi minha grande família.
Tio , tia e Sophia, que já andava e sabia falar três palavras: mamãe, papai e Jack – sendo sua babá, claro que a ensinei a falar o meu nome. Eles estavam sentados numa mesa perto da churrasqueira, próximos a tio – que fazia o churrasco – e tia . Quando Henry a viu, foi correndo em sua direção gritando “mamãe”. Ele acostumou a chamá-la assim, pois ela morava com tio e tratava Henry como filho. Tia havia descoberto que não podia ter filho, mas não ligava para isso, pois Henry era seu filho. Ela e tio planejam se casar e concretizar sua família. Tio e tia estavam deitados na namoradeira com Dylan e Michael que estavam deitados em cima de cada um deles e dormindo. Eles eram do mesmo tamanho de Brianna, por nascerem em datas próximas.
- Olha só quem está aqui! As minhas duas coisinhas lindas! – meu pai apareceu e me deu um beijo na testa e também na de Brian, pegando-a no colo.
- Cadê a mamãe?
- Foi na cozinha pegar mais arroz. Seus tios comeram tudo e querem mais.
- Credo! Por isso que a nossa comida acaba. – olhei para a piscina e vi lá meus amigos – Com licença, pai.
Alex, Clair e Oliver estavam sentados na beira da piscina. Clarisse, Abbz e eu nos olhamos e demos um sorriso maléfico. Silenciosamente nos aproximamos deles e os empurramos. Assim que eles emergiram, nos olharam de um jeito mortal e correram atrás de nós. Corremos também, mas não agüentamos por muito tempo, pois ríamos demais. Alex me segurou pela cintura e caímos no chão. Eu ria e ria, não conseguia parar e Alex também, pois ria de mim, mas parece que isso não amoleceu nem um pouco seu coração. Logo ele estava em pé e me carregando nos ombros. Olhei para as minhas companheiras e elas estavam quase na mesma situação que eu. Oliver levava Abby do mesmo jeito que Alex estava me levando e Clair levava Clarisse só no empurrão.
Quando Alex estava para me jogar na piscina, dei algum jeito que acabou nos levando para o fundo juntos. Lá dentro da água nós ríamos iguais a dois retardados. Ele se aproximou de mim e me beijou. Como não agüento segurar por muito tempo o ar, voltei para a superfície. Apoiei-me na beirada da piscina e vi minha mãe caminhando por ali. Do nada me deu uma vontade de abraçá-la, então saí da piscina e corri em sua direção, deixando-a toda molhada.
- Sua desgraçada. – ela falou enquanto me abraçava.
- É que eu te vi caminhando aqui e me deu uma vontade de te abraçar. – eu fazia cara de cachorrinho sem dono.
- Te amo, filhinha. – ela beijou minha cabeça e depois ficou fazendo carinho. Vimos papai sentado com Brian no colo, nos olhando, depois ele se levantou e veio em nossa direção – Antes que ele chegue perto, obrigada por interromper o meu casamento com Mark. Se não fosse por isso, não teria as minhas duas velhas preciosidades e minha nova preciosidade. Vocês são minha vida. – ela me abraçou mais forte.
- Se eu não tivesse feito aquilo, me arrependeria até hoje. Não teria a Brian na minha vida. – encostei minha cabeça no seu ombro.
- Ei! Estou ficando com ciúmes e a Brian também, não é, querida? – ela ficou apenas parada e depois riu. Acompanhamos o seu riso.
Mamãe e eu abrimos nossos braços e papai se juntou ao nosso abraço. Ali estava a nossa família, com um novo membro. É assim que deve continuar. Se aparecer mais membros, ótimo! Desde que todos continuem juntos, pois não conseguimos funcionar separados. Fomos feitos para ficar unidos.
- Olhem! Abraço grupal! – tio gritou.
Logo sentimos vários abraços, virando um enorme abraço grupal. Vi que Alex, Abbz, Oliver, Clair e Clarisse haviam ficado de fora, por isso estiquei meu braço para eles. Hesitaram, mas logo entraram naquele imenso abraço. Como havia dito anteriormente, somos uma família. Só funcionamos juntos.
Esse é o meu mundo. O estranho mundo de Jack.

FIM


n/a: Gente, gente, ACABOU! A-C-A-B-O-U! Não estou acreditando! Minha primeira fic finalizada! :O Ai gente, não acredito que não vou mais escrever as aventuras, complicações e outras coisas da Jack! Eu a amo!
Pra meninas que acharam que eu ia fazer vocês casarem com o Mark, tá aí o final feliz. Eu AMO o Mark, mas é claro que tínhamos que ficar com o nosso mcguy, não é? Hahaha Mas eu dei um final feliz pra todos! E quem aí ficou surpresa com a Abbie? Vocês pensavam que ela ia acabar assim? E o Oliver? Antes eu tinha pensado em fazer ele ser homo, mas nããão! Deixa ele ser hétero e vamos mexer com a Abbie.
Meninas, quero agradecer a todas vocês! Acompanharam-me nas loucuras da fic, nos altos e baixos da nossa personagem, mas não vou parar por aí não! Quem aqui é fã de All Time Low?
Pois é, a próxima fic vai ser desses quatro caras lindos! Espero contar com vocês ;).
Também quero agradecer a minha linda beta! Lilá, lembro que quando eu te conheci eu ainda tava escrevendo a fic e lá na fila do show do ATL tu falastes “quem nem a fic dessa aí! Deixa eles voltarem!”. HAHAHA TO COM SAUDADES!
Espero encontrar vocês na minha nova fic e na minha outra!
Beijos galera do mal!
P.S.: quem for ao show do McFly no RJ, me avisem que assim poderemos nos encontrar!
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Outras fics:
Apenas uma amiga?

n/b: Awwn *-* Que final fofo! Adorei!
Tá vendo, May, antes mesmo do dia 21 de janeiro já tava todo mundo sofrendo com essa fic, olha o taaaanto que a gente teve que esperar pra vê-los juntos!! Hahahaha
Como é que faz pra voltar no tempo e estar sofrendo naquele calor, naquele chão duro, estar sendo esmagada na grade, vendo o Alex de perto tudo de novo? Tem como? Saudadeees! Ai, vou chorar!!!
Deixo vocês aqui. Comentem! Xx - Lilá.

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