Coração sincronizado. Voltará a pulsar como há tempos não pulsava, sucessivamente. Em câmera lenta, assim que tudo a minha volta se passava por minha mente. Tinha motivo, tinha nome, endereço e outras informações. Tinha um sorriso, porém discreto. Mas não deixava de ser lindo. Apresentado a mim poucas vezes por meios que poderiam ter sido mais próximos. Impossível. Mas sonhar faz parte.
Capítulo 1.
é o cara que você olha e pensa "É esse”. Larguei o chocolate e me viciei nele. Ele fala que me adora e que por mim larga o vício de Coca-Cola. Ele olha nos meus olhos e diz que sou perfeita, exatamente por ter tantos defeitos. Ele ri das minhas birras e, no outro instante, me agrada. Segura minha mão quando ameaço cair e faz com que eu queira aproveitar ao máximo cada minuto ao seu lado. É ele que me faz desejar que o tempo pare, só para que eu possa ficar admirando seu olhar hipnotizante e tão cheio de afeto. Faz-me suspirar de cinco em cinco minutos só por me lembrar de cada toque seu. Faz-me rir das suas piadas tão bobas e tão sem sentido. Deixa-me arrepiada da cabeça aos pés só pelo simples encostar de lábios aos meus (aqueles beijos de filmes com direito a pés levantados e coração disparado). Tem que ser ele para me fazer acordar de bom humor com um SMS de bom dia. Tem que ser, não é qualquer um que aguente esse meu gênio forte e complicadíssimo de se resolver. Não é pra qualquer um fazer com que eu me apaixone todos os dias pelos seus pequenos gestos, mas tão significativos. Ele é diferente. Repara em meu sorriso em vez de qualquer outra curva de meu corpo e diz que sou linda ao invés de gostosa. Repara no meu senso de humor ao invés de minhas roupas e deixa de lado meus defeitos para dar atenção às minhas qualidades. Beija a minha mão e acaricia meus cabelos, me mima e faz sempre meus gostos. Liga-me de volta quando desligo na sua cara. Beija-me na testa, segura na minha cintura e faz com que me sinta bonita mesmo sem maquiagem. Ele é realmente "o cara”. Apenas um defeito: não é totalmente meu.
19:30 PM, Quarta-feira.
(Telefone tocando)
- Alô.
- Oi, amor.
- Ah, oi, . Desculpa, nem notei o número no visor. E aí, tudo bem?
- To bem, princesa. E você, como tá?
- To bem. - Decidi não perguntar o que ele, de fato, queria, mesmo que perguntar não ofenda.
- Então, o que você vai fazer sábado à tarde?
- Nada, por quê?
- Vem passar a tarde comigo? Eu sei que é dia dos namorados e ainda não somos um casal, mas queria passar ao seu lado.
- Pode ser. - Respondi meio desconfiada. Aquilo me soou como uma despedida e senti meu coração ser apunhalado pelo medo.
- Vou à faculdade agora, se cuida. - Antes que eu pudesse responder algo, ele acrescentou.
- Te amo.
(Ligação finalizada)
Meu coração foi a cem mil por hora. Minhas pernas travaram, minhas mãos suaram e me arrepiei inteirinha. Totalmente em choque. se declarando. Foi isso mesmo, produção? Volta a fita, que a ficha ainda não caiu.
Capítulo 2.
21:45 PM.
Era quinta-feira e faltavam ainda dois dias para vê-lo e, definitivamente, acertar essa história. Já são oito meses juntos e nada de rolar algo sério. Esse romance já está virando lance e não é comigo esse negócio de uma noite e nada mais. Talvez seja medo de ambas as partes, medo de não sermos o suficiente um para o outro, medo de se enganar ou querer que as coisas aconteçam rápidas demais. Medo de se apaixonar e depois ter um fim. Medo de se entregar demais e depois não ter regresso. Medo de olhar muito em seus olhos, desejar demais seus abraços e necessitar cada vez mais de seus telefonemas. Por mais que eu queira, terá sempre os contras e esses contras me atormentam. Tá decidido. Ou essa história desenrola ou que tenha um fim de uma vez.
simplesmente sumiu e não retornou minhas ligações. Delirei em pensamentos e adormeci. Acordei no meio da noite em meio aos soluços. Tive um sonho, sendo mais exata, um pesadelo. Nele, Jered me abandonava definidamente. Sonhei com teus olhos nos meus olhos e ouvi o som da sua voz dizendo adeus e confirmando que aquele era o fim. Aliviei-me a ter voltado para a realidade e agradeci por aquilo ter sido apenas um sonho, foi difícil dormir novamente com aquelas imagens na cabeça.
08:10
Era sexta-feira e mais um dia chato, sem graça e novamente sem sinal de . Passei o dia inteiro na cama folheando páginas de um livro qualquer sobre amor e escutando músicas melosas. Porra, to apaixonada, só pode. A me ligou no fim da tarde e me convidou para sair, recusei por estar tristonha demais. É amor, tem que ser. As músicas de pagode já começaram a fazer sentido. Qualquer filme de romance que vejo, imagino nós dois na cena e, sempre que me falam de algo verdadeiro, eu me lembro dele. Sei lá, só quero acordar junto dele, tomar café da manhã e jogar videogame. Assistir filme agarradinhos e andar de mãos dadas por aí. Quero vestir sua camisa, mesmo que fique enorme em mim, e quero ouvi-lo falar que estou linda mesmo assim. Quero também seu moletom quando estiver com frio e teus beijos quentes nas noites frias de inverno. Quero tê-lo para ligar no final da tarde e adormecer no telefone sem perceber. Quero seus SMS me arrancando suspiros e, principalmente, quero ele. Sem ser pela metade, quero-o inteiro, assim como quero ser inteirinha dele. Se isso não for amor, preciso urgentemente de um psicólogo. Essa carência deve estar me consumido e não devo estar sabendo lidar com ela.
Sábado, 1:45 PM.
Acordei com aquele livro na cara, meu celular vibrando e toda desajeitada na cama. Duas novas mensagens e uma ligação perdida. Notei rapidamente que se tratava de querendo saber do meu atraso. Levantei rapidamente, lavei o rosto e fiz minha higiene pessoal. Coloquei uma roupa básica e liguei avisando que estava a caminho. morava a cinco quarteirões longe de minha casa, fiz todo esse percurso a pé, com música alta nos fones de ouvido. Não demorei muito a chegar. Notei que ele não me esperava no portão assim como eu tinha pedido, apertei o interfone e ouvi sua voz rouca e um tanto nostálgica.
- O jogo começou e você é a participante principal, siga essas instruções e receberá o seu prêmio.
- Que instruções? – Perguntei, confusa.
- Primeira instrução: Entre e feche o portão, vire-se e verá um bilhete.
Capítulo 3.
Virei-me como ele me informou e avistei um papelzinho branco colado no portão, que dizia:
"Faça carinho no Rex e encontre o bilhete."
Rex era a tartaruga de e nunca havia se aproximado dela. Tomei coragem e a encontrei perto da porta de entrada, virei para baixo e li o bilhete grudado em seu casco.
"Venceu o medo. Leia outro bilhete atrás de seu vaso favorito."
Pensei comigo: Orquídeas. Corri pra lá e li.
"Vá até a garagem e pegue o próximo bilhete no para-brisas do carro."
Fui até lá e li atentamente:
"Deve estar curiosa sobre o motivo de tudo isso, adoro essa sua carinha de quero saber... Bom, dá um pulo lá na varanda e veja se tem algo pra você dentro da máquina de lavar."
Ri por ele estar se divertindo e eu obedecendo por querer saber o que significava tudo aquilo, achei que seria uma tarde como as outras. Juntos, sem dizer nada, apenas trocando carícias, mas não. Essa foi diferente. Cheguei na varanda e, antes mesmo de chegar perto, já avistei o bilhete.
"Muito bem, agora pegue a chave e entre na casa. Procure no meu quarto meu passatempo preferido e note nossa única foto juntos."
Rapidamente, abri a porta e fui até seu quarto, mexi no mouse do computador para que a tela se acendesse, vi nossa foto e aquilo mexeu comigo pra caralho. Arrepiei inteira e soube, naquele momento, que realmente não era uma paixãozinha passageira e sim amor verdadeiro. Dei play no vídeo e apareceu ele todo tímido e com uma voz irresistível.
"Eu esperei por tanto tempo e já nem sei se esse é o momento. Só sei que não mais aguento, tenho que gritar pra todo mundo ouvir.”
Li aquele bilhete vermelho em cima do teclado e não pude deixar de notar os corações que havia nele, que dizia:
"Vem aqui na sala, to te esperando, vê se não demora."
Meu coração disparou e minhas pernas tremeram. Sintomas de amor. Cadê as minhas pernas para me obedecerem e irem até lá? Simplesmente paralisaram. É incrível esse efeito que tem sobre mim. Eu estava louca, cegamente apaixonada. Com um pouco de dificuldade, caminhei vagarosamente até a sala com o coração na mão e, quando dei de cara com o ajoelhado entre aquelas velas acesas, pétalas forrando o chão, corações neons espalhados e um enorme buquê de rosas em seus braços, não acreditei. Atrás dele, um painel com letras também neons que demorei a entender por conta das lágrimas embaçarem minha visão. Eu não sabia se ria ou chorava. A emoção era tanta que eu ria ao mesmo tempo em que chorava. Não podia ser, foi muito mais além do que imaginei. Li atentamente aquela frase que dizia: “Namora comigo?” E minha reação foi apenas ajoelhar junto a ele e pular em seu pescoço, que me aconchegou de um jeito tão fofo. Pude finalmente sentir meu mundo em meus braços. Ele me entregou o buquê de rosas, avisou-me sobre uma de plástico e completou que iria me amar até a flor morrer. Eu tremia tanto, mas tanto, que quase não conseguia segurar adequadamente aquele buquê tão belo. Ele se levantou, começou a falar e eu respirava fundo.
- Montei um repertório de palavras lindas para impressionar você, mas nada adiantou, nada funcionou. Ao vivo não é tão fácil. É um pedido simples, mas é verdadeiro e não duvidoso. , quer namorar comigo? Andar de mãos dadas e fazer tudo que os namorados fazem? Me fazer feliz e me permitir que eu a faça feliz também? Me deixa aguentar essas suas birra e desfazer esses seus bicos com um beijo? Me deixa lidar com esse seu gênio difícil e todos os instante te fazer sentir importante? Não to pedindo muito, só to pedindo você. - Falou com firmeza e certeza nas palavras.
A essa hora, eu já estava formando um rio de lágrimas, eu não acreditava naquilo que estava acontecendo, era tudo muito lindo. Ele conseguiu apagar da minha mente toda a dúvida que eu estava. A cada palavra que ele dizia, eu me emocionava mais, então decidi que não iria doer em ninguém, muito pelo contrário, eu poderia, eu queria e eu iria aceitar.
Retirou de dentro daquele arranjo de rosas uma caixinha preta que eu já sabia o que havia dentro dela. Abriu e, antes mesmo que me perguntasse de novo, eu respondi mil vezes sim. E acrescentei:
- Sim em todas as línguas, formas e gestos. Sim em todos os ditados que existirem, que eu sou tua, completa e inteiramente sua, em todos os sentidos imagináveis e inigualáveis que puderem existir. - Eu consegui falar entre sorrisos e lágrimas.
Ele se levantou e fez com que eu me levantasse também, colocou o anel em minha mão e me passou a caixinha para que eu colocasse na dele. Em um coro dizemos: “Que seja eterno enquanto dure e que dure para sempre”. Ao final da frase, puxou-me para um beijo tão apaixonante quanto os milhares que já havíamos dado. Esse era completo e não incompleto como os outros. Ficamos em êxtase do abraço e pude concluir que meu conto de fadas se tornou realidade e a paixão virou amor.
The End
Nota da Autora: Eai gostaram da fic? eu particularmente odiei,rs.Verdade esperava mais de mim,na minha cabeça ela tinha ficado mais legal.Quem sabe da próxima né.Era pra ter sido um texto meu e olha o que se transformou.Mesmo não tendo ficado mil maravilhas espero que tenham gostado dessa história de romance.Espero escrever muitas outras,beijinhos da Rhay.XOXO'