Autora: Anny Martins | Beta: Thais


Por mais que pareça, essa não é uma história de amor.

Wakefulness: Dezoito de Dezembro de Dois mil e quinze.

Tive mais um pesadelo e acordei assustado.
Tinha sido assim por anos seguidos. Astoria viajava constantemente me deixando com Scorpius ou , e estes dias normalmente tem sido os piores.
era nossa filha menor, tinha apenas cinco anos. Já Scorpius, iria ingressar para Hogwarts esse ano por ter 11 anos. Era inverno e as janelas estavam embaçadas e lá fora, a neve caia. Era aquele o dia macabro em que ela fora levada para longe, exatamente uma semana antes de a perder para sempre. Como tinha certeza de que não iria dormir, pus meu roupão e peguei o candelabro seguindo pelo corredor.
Cheguei até o quarto de e apaguei as velas ao sentar-me na cadeira de balanço perto de sua cama. Pela janela uma pequena fresta de luz iluminava parte do rosto de minha filha bem fracamente.
- Papai? – ela chamou abrindo os olhinhos cor de mel. – Está aí?
- Estou. Volte a dormir.
- Eu... Papai, eu... Poderia contar uma história para mim?
- Contos de Beedle? – Eu perguntei cansado, pegando seu exemplar. Um livrinho grosso de capa escura.
- Não. Quero uma história do papai! Mamãe esses dias contou a mim e S. como foram seus anos escolares! Até explicou porque escolheu o nome Scorpius para ele. – Ela exclamou sentando-se na cama. – Ela não me contou porque meu nome é , papai. Por quê?
- Porque ela não sabe direito. Fui eu que dei-lhe esse nome.
Ela sorriu curiosa e perguntou bem baixinho se poderia contar.
- É uma longa história. Envolve meus tempos de estudos, é chata até.
- Conte-me, deve ser fascinante!
Eu larguei o livro e sorri antes de voltar a olhá-la novamente.
- Tudo bem. – eu disse beijando lhe o topo da cabeça quando sentou-se no meu colo.

“Tudo começou há muito tempo em Hogwarts. Foi no meu primeiro dia. Todos estavam ansiosos pela seleção, não sabíamos direito como era realizada e falavam que Harry Potter estava no meio deles. Estava rodeado por Crabbe e pelo tio Goyle. Caçoamos do garoto que tanto falavam e desde aquele dia nunca fomos amigos. Logo entramos no salão principal, um lugar bonito, com longas mesas lotadas de alunos maiores e o teto feito para parecer com o céu noturno além de milhares de velas que flutuavam iluminando tudo. O que nos selecionou foi um chapéu, muito mal-tratado e com a habilidade de falar. Era bastante inteligente e ao nos por na cabeça dizia em que casa entraríamos - que seriam nossas famílias de mentirinha por todo o ano. Fui selecionado para Sonserina, como já desejava assiduamente, para deixar o seu avô feliz. Foi a primeira vez que vi uma garota, ao qual gostei muito depois de um tempo. Tinha cabelos negros e pele clara, assim como bonitos olhos cor de mel como os seus e de sua mãe. Ela estava na mesa de Grifinória com dois garotos de cabelos ruivos idênticos. Foi uma das que ficou calada quando fui escolhido para Sonserina enquanto os gêmeos me caçoaram. Nos olhamos por um tempo antes de eu me sentar de costas e por algum tempo me recusar a olhá-la. ”

- Por que, papai?
- Porque quando você olhava uma “sangue-ruim” ou mestiça, você tinha de olhar com nojo, não com intensidade.
- Que é Sangue-ruim, papai? – perguntou fazendo careta.
- É um termo que as pessoas usavam para pessoas que não tinham dois pais bruxos e que sabiam fazer magia. Naquele tempo, tinha muito preconceito com essas pessoas. Hoje os tempos mudaram e você pode olhar para quem quiser e como quiser.
- Ah, que bom! Continue, esta legal. – ela disse sorrindo.

“O tempo passou, eu e meus amigos de Sonserina costumávamos irritar muito os alunos das outras três casas, e eu mesmo tinha um certo prazer em perseguir Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger. Em meio a poções e aulas, comecei a ouvir certos comentários sobre aquela menina que me recusava a olhar. Ela se chamava , e era amiga dos gêmeos Weasley – aqueles que caçoaram de mim no primeiro dia – além de ser uma das garotas mais populares de Grifinória por ser bastante corajosa e viver se aventurando e causando problemas com os dois garotos. Ela estava no segundo ano, um ano acima de mim. Mas era o máximo que eu sabia dela. Já que era mestiça – filha de um bruxo com uma pessoa não-mágica – eu não podia sair procurando por informações sobre ela. Com o tempo, mais ou menos para Março, ela começou a andar com Harry e seus amigos, durante a troca de aulas e ficar sentada perto deles no salão principal. Tinha então de olhá-la mesmo a contra gosto e quando iria irritar os três, tinha de arrumar algo para ofendê-la também. Não era uma tarefa fácil, já que tinha uma certa amizade por ela. Quando a insultavam tinha sempre uma resposta a altura na ponta da língua. Ela obviamente não ia com a minha cara.”

- Papai! – chamou puxando meu roupão – Se tinha vontade de conhecê-la, por que não brigou contra todos para poder fazer isso?
- Porque eu tinha medo. – eu disse, a voz baixa e ressentida – Quando você for maior, querendo ou não terá medo de fazer algo. Mamãe e eu não faremos isso, mas alguém fará você sentir. É como ter medo de um monstro no armário. Mas o monstro que falo é um que representa como a pessoa vai agir quando descobrir.
- Quem o fazia sentir medo?
- Seu avô, os meus colegas... Muita gente, na verdade.
- Que triste. – ela murmurou.
“Quando estava no segundo ano, comecei a usar a sala precisa – Uma sala que aparece no sexto andar, quando você precisa de algo muito urgente. Ela aparece com essa coisa. No caso, papai precisava de um pouco de paz. Sem preconceito, brigas ou olhares de nojo. Aparecia meu quarto, um lugar onde sabia que podia ser eu mesmo sem me preocupar com nada. Mas eu não podia ir muitas vezes, ia sempre de vez em quando, quando tudo começava a parecer dar errado. Por exemplo, quando no meio de um monte de pessoas, me sentia sozinho. Preferia me sentir sozinho não havendo ninguém comigo.
Seguia-se um tumulto por causa de uma Câmara Secreta, e de um ser que petrificava gente. Achava isso o máximo na época, um ser que mandaria todos que não tinham “direito” a estudar magia seriam expurgados. Na segunda metade do ano letivo, um jogo de Quadribol foi cancelado e foi nesse momento que eu comecei a não gostar mais dessa criatura e de toda aquela história. Hermione Granger, uma garota monitora da Corvinal e... . Todas as três foram petrificadas na biblioteca. Fui três vezes escondido de todos até lá, vê-la.
Até hoje me orgulho de ter tido coragem o suficiente para tal feito. Madame Pomfrey, a enfermeira, foi a única a descobrir das visitas, pois ela mesma abriu a porta da enfermaria tarde da noite nessas duas últimas. De certo modo confiava nela o bastante para que soubesse e ela nunca o contou, nem mesmo para a própria .
Algum tempo depois, Harry e Rony descobriram o segredo da câmara e uma grande prole de mandrágoras da professora Spout fez os alunos voltarem a acordar. Foi um choque, no dia que ia vê- la, a porta abrir-se e ela mesma recepcionar-me um tanto apática e sumi assim que os gêmeos chegaram e ela foi abraçada por ambos ao mesmo tempo, rindo pra valer. A festa de encerração foi realizava com o salão coberto de Vermelho e dourado em vez do verde e prata que todos achavam que seria. Mas não me emburrei tanto com esse fato, estava me sentindo desconfortável o suficiente com ela me encarando vez ou outra com muita intensidade. Só havia dois motivos para seu interesse: Ou ela sabia que eu tinha ido visitá-la ou tinha algo de muito chamativo em mim.”


- Agora, . Quero que vá dormir. – falei um pouco menos apático. Ela bufou brava.
- Mas agora que a história estava ficando boa! – ela gemeu se arrastando para a cama.
- Prometo que amanhã depois do café eu conto mais um pedaço. – disse ao tampá-la.
- Promessa de dedinho? – ela pediu manhosa estendo a mãozinha com o dedo mindinho levantado. Ora, Astoria, por que a acostumara a fazer isso? Eu sorri um pouco sem graça e segurei-lhe o dedo rapidamente.
- Promessa de dedinho. – dei um beijo em sua testa e me afastei enquanto ela sorria feliz. – Tenha bons sonhos. Não sei ela, mas tive uma noite difícil depois daquilo tudo.

Deep Sadness: Dezenove de Dezembro de dois mil e quinze.

Papai não cumpriu a promessa de dedinho.
Pensei em reclamar, em chorar ou ficar sem falar com ele, mas achei que ele tinha algo ruim não deixando me contar o resto da história. Talvez fosse medo! Ou estivesse triste! Mas por mais que ele estivesse triste com a tal coisa, não precisava ficar sempre quietinho como minha coruja (a única diferença entre os dois é que não ficava dormindo e sim olhando para um lugar por muito tempo). No começo, cheguei a pensar que eu tivesse feito algo errado e ele estivesse me dando um gelo. Mas era impossível! Papai nunca ficava com aquele olhar tão triste.
Eu brincava com Onnyx (a elfa da casa) desde manhã no jardim fazendo uma série de tortas de lama. Havia mais lama na minha roupa que no prato, mas ela não sorria tanto quanto eu (ela estava enfeitado com duas contas negras que peguei em casa e uma folha seca torta, e tinha um bonito sorriso, aliás). Ofereci a Onnyx toda sorridente e orgulhosa com meu feito, e ela a cobriu com uma pequena camada de neve. Parecia apetitosa, e tive até vontade de prová-la.
Percebi então que na porta dos fundos de casa, papai estava de pé com seu longo sobretudo negro e gorro verde e prata com uma pluma na ponta que parecia algo que um duende usaria. Papai não era um duende, pois era muito alto, mas se fosse, seria genial. Ele tinha um traço de sorriso no rosto. Achei a hora perfeita para falar com ele. Peguei a torta e corri até ele:
- Papai, Papai! Olhe o que Onnyx e eu fizemos!
- Parece apetitosa, . – ele disse. – Mas agora, deixe sua bonita torta com Onnyx e vá até a Sra. Costa para ela dar uma pequena limpeza nesse narizinho arrebitado e sujo. – ele tocou meu nariz ao falar e eu funguei, mas ri - Porque iremos fazer as compras de Natal.
Dei a Onnyx a torta e corri feliz até meu quarto onde madame Costa me esperava. Ao terminar de lavar-me e por um vestido bonito e rodado verde como o de uma princesa, eu fui até papai. Nós fizemos uma pequena visita ao Beco Diagonal no centro e compramos belos presentes para mamãe e S., além de que papai me deu alguns livrinhos de histórias da Floreios e Borrões como pedi, assim como um sorvete da Florean. Contudo, fiquei triste ao, de novo, não entrarmos na maior loja e mais legal do beco, A Gêmialidades Weasley.
- Por quê?
- Porque não me dá boas lembranças o dono, George Weasley. Não que tenha me feito algum mal, mas é melhor não vê-lo.

Ao chegar em casa, papai sentou na poltrona grande perto da lareira e ficou observando as chamas, enquanto eu e Onnyx organizávamos os presentes debaixo da árvore. Logo me sentei no tapete macio, encostada as pernas de papai e abri o livro de poucas palavras. Já conseguia ler um pouquinho em voz alta.
- , acabei de me lembrar que prometi algo para você. – ele falou e puxou-me para seu colo, o livro caiu no chão e nenhum de nós deu nenhuma importância ao mesmo. – O resto da história sobre a garota que tinha seu nome.
- Papai, não precisa disso. Sei que pensou nela o dia todo. – disse brincando com os dedos. – Estava com os olhos opacos e parecendo distantes como quando começou a contar-me a história. – Ele fez expressão impressionada. Mas acabou murmurando apenas “eu devia ter esperado” – Papai fica triste quando lembra dela, então não conte a história e fique feliz de novo!
- Irei pensar nela de qualquer forma, principalmente essa semana, então, pelo menos lhe contarei uma história descente em sua infância, ao qual não envolva coelhos falantes e tocos que cacarejam.

“No começo do terceiro ano, ela voltou a escola toda machucada e traumatizada. A mãe havia morrido numa explosão enquanto faziam uma viagem numa geringonça trouxa, e ela tinha visto tudo, mas de alguma forma sobrevivera. Agora ela estava morando por um tempo com os Weasley, mas eu não sabia de nada disso. Ela agora ficava direto com os Weasley, não me olhou diretamente até o meio do ano.
As coisas seguiam até que bem, tirando o fato de que Dementadores guardavam a escola para impedir que Sirius Black entrasse. Eu enchia os garotos de Grifinória e o Hagrid, o guarda caça que virara professor de Trato das Criaturas Mágicas. Ainda visitava a sala precisa sempre que podia. Numa noite, entrou na sala chorando. Eu nunca a tinha visto ali e foi um choque para ambos.
- O que faz aqui?
Ela nada falou, só saiu correndo da sala sem mais nem menos. Alguns dias depois eu ia andando sozinho pelo corredor do sexto andar em direção a sala quando fui barrado por ela. Estava com feições endurecidas e parecia brava.
- Você, Malfoy! Por que ainda não espalhou para todos que me viu chorando? – ela parecia bastante curiosa com o fato. – Pensei que fosse um ser oco que não se preocuparia se esse fato me magoaria ou não, só que ganharia mais atenção.
- Se fosse o caso, mais valeria eu mesmo ter secado as lágrimas e ter certeza disso. – eu disse continuando a andar. – Não se espante, por mais que não pareça, há coisas que eu entendo. Como a tristeza.
- Bem, então está parecendo que você tem um coração. – ouvi pelas costas.
- Tenho, é claro. Mas está endurecido e perdido, não perca seu tempo procurando-o. Há coisas melhores para se fazer.
Ela então se foi. Pensei por um segundo se valia a pena ir atrás dela e pedir que esquecesse a minha última frase, mas não o fiz por orgulho. Na verdade, me privei de muita coisa por causa desse fardo.

Dias depois, todos andaram preocupados. Alguns alunos da Grifinória tinham jurado ter visto Sirius Black no dormitório do terceiro ano, Rony Weasley disse convicto depois que portava uma faca comprida e parecia querer atacar Harry. Bem, nessa noite todos foram levados para o salão principal para dormir no chão em sacos de dormir conjurados com magia. Fui um dos primeiros a chegar vindo de Sonserina e deitei-me num dos últimos perto da parede. Então para minha surpresa, apareceu e deitou ao meu lado, de barriga para cima e olhos abertos.
- Estou confusa, Malfoy. Pensava que não fosse o tipo de garoto que gostasse de ficar sozinho.
- É uma falsa sensação então. Às vezes, todo mundo se sente sozinho. – eu disse arriscando olhá- la. Ela estava virada para mim.
- Por que você é assim? Todo estranho... Quando não há ninguém ao redor me trata bem, quando há me chama de escória. Como posso achar isso ao menos normal? – ela falou, os olhos piscavam como se estivesse com sono. – Você é bipolar ou bate a cabeça diversas vezes por dia?
- Só tento ser aceito.
- Está tentando ser aceito pelas pessoas erradas, Malfoy. Só você não percebe? – ela se levantou e deu uma batidinha amigável em meu ombro. – Vou indo com os meus amigos da “escória”, antes que os seus cheguem.”


- Papai, então naquela época só ela te entendia?
- De certa forma, sim. – ele disse, triste mais com um ar de inteligência. É uma coisa que eu desconfio que ele só adquiriu depois de adulto. – Até hoje, , quando preciso conversar com alguém sobre algo que venho sentindo ou pensando contraditório ao meu normal, meu primeiro pensamento sempre é ela.
- Mamãe sabe disso?
- Sabe, mas ela respeita. De qualquer forma é passado. Quando crescer, vai perceber de que as lembranças boas nem sempre vão te fazer sorrir. Principalmente quando ela não acaba tão bem como deveria.

“Depois daquelas palavras, pensei muito nela e tentei entender como a cabeça daquela Grifinória Mestiça funcionava. Talvez eles fossem mesmo bem diferentes das pessoas ao qual sempre estive acostumado. Acho que era mais confiável e leal do que qualquer pessoa já tenha existido. Mas, por mais que eu quisesse conversar com ela sempre que pudesse, dizer “olá”, ou qualquer outra coisa em público era um desafio. Ela pertencia a um mundo – O que importava era o amor, a própria vontade, o seu jeito de pensar, a sua família e principalmente a paz – e eu a um completamente diferente – arrogante, preconceituoso, sujo, hipócrita e sem escrúpulos. Não é sempre que você consegue deixar a fossa que se meteu, principalmente quando a água quase te afoga.
Foi um ano difícil para mim, fui muito rebaixado com a vitória de Grifinória na copa de Quadribol e ainda na das casas. O hipogrifo Bicuço, do bobalhão do Hagrid, não foi executado por ter me atacado e Sirius Black fugiu de novo. A parte boa é que ao ficar sozinho numa noite na torre de astronomia, foi até lá me consolar. Não com palavras, mas com apenas um aperto de mão enquanto encostou a cabeça em meu ombro.
- Foi um ano difícil para você, Malfoy. Mas piores virão, acredite. – ela disse bem baixinho – Isso é só uma pequena prova.”


- Agora, cama. – ele falou me tirando de seu colo e pondo no chão.
- Ah, por que você para sempre na melhor parte?
- Talvez porque esse seria um capítulo, e bons ouvintes sabem que é melhor ter expectativa e não ouvir tudo de uma vez sem imaginar nada. Além de que está tarde. Diga boa noite e vá para a cama com a Sra. Costa antes que ela vá para casa.
- Ah! – fiz bico mais dei um beijo na bochecha de papai desejando boa noite e corri ao encontro da Sra. Costa que me esperava nas escadas. – Pode me contar uma história antes de ir? – perguntei animada a ela enquanto subíamos a escada.
- Se for uma boa menina e deitar sem delongas poderei contar algo. Promessa de dedinho?
- Promessa de dedinho. – falei sorrindo agarrando seu dedo.

Dance in the hall: Vinte de dezembro de dois mil e quinze.

Eu batucava a bancada de mármore impaciente. Sra. Costa preparava o café a um certo tempo e normalmente nos dias que acordo cedo fico estressado com tudo, mas principalmente com a demora.
- Irá demorar muito ainda, Madame Costa? – perguntei carrancudo. Tenho de dizer, certos hábitos de criança a gente nunca mesmo irá perder.
- Não, senhor. Não mesmo.
Me virei para a porta de entrada onde apareceu meu pai ao ter desaparatado. Ele cambaleou e então seguiu em minha direção, sempre aparentaria ser um homem arrogante mesmo quando parara de ser.
- Dia, Draco.
- Dia, pai. Como anda em casa?
- Calmo. Na verdade, muito monótono sem você e .
Tínhamos passado alguns dias nas férias de verão por lá, papai ficará muito incomodado quando eu recusei ir no inverno.
- Ah. Só gostaria de sentir-me um pouco em casa antes de voltar a ficar até tarde no Ministério todos os dias. É difícil ter um tempo aqui.

Ele tinha sentado ao meu lado e conversamos sobre meu trabalho na seção de Cooperação Internacional em Magia. Era um tanto monótono, mais qual assunto comum de adultos não era?
- Vovô! – gritou no alto da escada animada descendo rapidamente e pulando nele, abraçando-o com força. – Senti tantas saudades!
- Seu pai é o culpado. Você podia muito bem passar essas férias comigo e Narcisa.
- Não fale assim, vovô. Papai é muito legal mesmo! – ela me defendeu cruzando os braços – Ele até tem me contado uma história dos tempos de escola dele que é mesmo fascinante!
- Tem mesmo, Draco? – ele me perguntou.
- Tenho.
Onnyx então surgiu de algum canto e começou a tagarelar algo para ela e a segui-la para o jardim coberto de neve.
- Nada disso, mocinha. – disse Sra. Costa correndo com o vestido levantado até as canelas atrás delas. – Tem de comer antes, e pentear os cabelos, além de por uma roupa de frio. O que falo todos os dias?
- Sra. Costa é ótima para quando Astoria não está. E mesmo com essas regras todas, a adora.
- Imagino o quanto. – disse papai virando-se para a bancada onde Sra. Costa punha o café da manha e tagarelava sobre algo se servindo de ovos e bacon.

- Papai! – ela gritou lá da rua enquanto tomava uma dose de Whisky de fogo. Ela era uma das únicas que eu iria atrás numa hora dessas.
- O que é, ? – gritei da varanda. Ela vinha correndo com a roupa coberta de neve e o cabelo espetado por muitas folhas secas.
- Hora da história! – ela gritou feliz. Papai tinha ido embora há um tempo, e ela tinha sumido o dia inteiro no jardim com Onnyx. Ela era uma menina muito aventureira, igualzinha a mãe.
- Antes, um banho. – eu falei ao vê-la entrar de supetão no escritório. – Sra. Costa está na cozinha. Meia hora depois, já estava escuro e eu e estávamos sentados na poltrona de couro da sala. Ela estava devidamente limpa e trajava seu pijama preferido de estrelas azuis e eu fitava a lareira por um instante pensando nas palavras que usaria.

“No próximo ano, antes do começo das aulas, aconteceu um evento histórico. O final da copa mundial de Quadribol, Irlanda x Bulgária. Um jogo espetacular. Eu e seu avô vimos o jogo no camarote do Ministro da Magia, e antes de chegarmos até lá, tive de desdenhar Harry Potter e os Weasleys que veriam na cobertura do campo, o considerado pior lugar. Mas algo me surpreendeu.
- Papai. Que... Quem é ela? – perguntei apontando discretamente , que estava num canto ao lado de um homem culto de terno. Ela não estava muito interessada no que acontecia em volta, e apenas enrolava os cabelos com os dedos. – A vi em Hogwarts.
- Ela é filha do diretor do Departamento de Mistérios. Ela é mestiça, mas com sobrenome forte. – ele disse – Nunca mexa com ela. Não quero ter problemas com o pai dela. É um homem muito estranho.
Fiquei apavorado com essa revelação. Ela nunca havia dito, ou ao menos ouvira falar dela. Céus, ela era maluca ou o quê? Com o sobrenome dela, nunca mais seria chateada pelo pessoal da Sonserina e por mim, por que ela nunca o usou?
Depois dessa, não prestei muita atenção no jogo. E depois disso quando ouve um alvoroço vindo de um incêndio e dos Comensais da Morte de máscaras, eu apenas observei o estrago de longe. Não era uma coisa para se orgulhar hoje em dia, mais seu avô estava no meio deles.”


- Por que o vovô iria fazer isso? Voldemort era mal! Vovô é muito bom para seguir algo assim!
- Ele é bom. Mas não faz muito tempo que ele perdeu o medo. Sabe, muitos dos seguidores de Voldemort só estavam lá por ter medo ou terem sido ameaçados. Na época, era muita coragem se opor a ele.

“Houve então um evento até o momento escondido pelos organizadores em Hogwarts: O desafio da Taça Tribuxo. Três provas para definir um ganhador de três escolas tradicionais bruxas diferentes. Só poderiam ser campeões jogadores com mais de 17 anos. Qual foi a surpresa quando a Taça escolheu como um quarto campeão, o Potter.
Bem, o negócio foi duro. Enfrentar aquela injustiça toda. E ainda que no fim era tudo uma armação de Voldemort! De qualquer forma, não foi por isso que o ano seria estragado, não... Muito pelo contrário. Eu e nos encontramos no primeiro teste. Ela tinha ajudado os gêmeos antes nas apostas e só falei com ela durante a prova de Victor Krum. Eu a puxei para debaixo da arquibancada.
- Que foi, Malfoy? Sente saudade de conversar com alguém que realmente te ouça?
- Não imagina o quanto.
- Olha, não posso me demorar. – Ela disse cruzando os braços – Meus amigos também não precisam saber que eu falo com você. E eles logo sentiram minha falta. Então, vamos logo com isso.
- Por que nunca contou que seu pai é o diretor do Departamento de Mistérios?
- Talvez porque nem todos gostam de ficarem famosinhos por causa do sobrenome, Malfoy. – ela disse carrancuda. – Desculpe, força do hábito.
- Não se desculpe. É a verdade.
- Olha. Você seria uma pessoa melhor, Malfoy, se você não usasse esse broche. – ela disse se aproximando de mim e tirando o broche que zombava do Potter. – Pode não ser O fã dele, mais respeito é bom as vezes.
- Só não entendo porque você sempre tenta me mudar, mesmo sabendo que é impossível.
- Oras, Malfoy, esse é o meu papel: Acreditar que as pessoas podem mudar, o seu é mentir para ser aceito. – Ela sorriu triste e se afastou. – Tchau. Outra hora nos falamos.”


- Papai. Você já gostava dela nessa hora?
- Já, só não queria admitir, além de que eu não conhecia bem o sentimento e era fácil enganar a mim mesmo dessa forma. – eu disse sorrindo. – E também não era a hora certa para descobrir. Mas gostar dela, eu sempre gostei, ela conseguia de alguma forma despertar o lado bom de mim e isso era lindo.
- Como ela conseguia?
- Com paciência, e muita calma. Ela também não era das que mais se importava com os insultos. – eu a olhei por um instante. – Ela também falava apenas a verdade, em nenhum momento me enganou como muitos faziam, nunca disse o que não era.

“No baile de Inverno, tradicional dos torneios tribuxo. Foi a próxima vez.
Eu não tive a coragem de convidá-la para ser meu par, mas pensei muito na hipótese depois do incidente em que o professor Moddy me transformou em roedor e ela foi a única que não riu. Bem, então eu fui com Pansy Parkinson. Ela já arrastava asa para mim há algum tempo e vivia colada em mim, Crabbe e no Tio Goyle. Ela aceitou na hora. Era muito patética, manipulável e preconceituosa, mas foi uma boa companhia principalmente por ter ficado calada.
estava magnífica – como praticamente sempre – com um vestido rosa delicado demais para ela e os cabelos normalmente lisos, encaracolados. O único defeito era o ruivo que a acompanhava. George Weasley com seu terno remendado a divertiu muito naquela noite. Eu, por outro lado, apenas dancei umas três músicas com Pansy e então me sentei. Ela brigou comigo, perguntou se não iríamos dançar mais e porque eu estava sendo tão distante com ela. Disse então que não dançaríamos mais, e que ela que procurasse algo melhor para fazer pois ela estava enchendo o meu saco. Ela saiu do salão totalmente contrariada e fiquei esperando o momento certo para fazer algo, apenas sentado na mesa observando por enquanto.
George então foi falar com uma garota de Beauxbatons e seguiu até uma mesa onde Rony Weasley observava Hermione Granger e Victor Krum dançarem animados. Eu então pus me a sair a passos largos e pesados, arrumando a flor do terno. Ela falava de algo que ele devia tomar coragem, mas eu percebi que olhou eu passar com muito interesse. Segui para fora, no pátio de pedra que dava na ponte coberta e entrada do castelo. Fiquei parado olhando para o nada, de costas para as portas.
- Malfoy? – Ouvi a voz de que fez eco na pedra. Continuei na mesma posição. – O que faz aqui? Está horrível o tempo e logo irá nevar! – ela havia se aproximado e sua mão estendida quase tocava meu ombro direito quando me virei para ela.
Eu então me curvei bem de leve, mal tirando os olhos dela.
- Mas o que você está...
- Me concede essa dança?
- Mas... Não há música.
- Finja que o silêncio é a canção. É até a melhor música de todas.
- Bem, o baile é onde queremos que seja. Então, sim. Adoraria dançar.
Eu então a puxei com delicadeza e ela entrelaçou as mãos em meu pescoço, eu em sua cintura com extremo cuidado. Ficamos nos movendo devagar numa dança sem melodia e sincronizada. Eu tropecei e ela sorriu. Os olhos dela eram muito bonitos.
Então quando estávamos prestes a encostar os lábios, ouvimos passos e um conversa animada de alguma garota de Beauxbatons satisfeita e corremos para uma pilastra, nos escondendo atrás dela. O casal passou rápido e logo pudemos respirar em paz.
- Tenho de ir. – ela disse me olhando direto nos olhos – George deve estar a minha procura. Ela então beijou minha face e subiu correndo as escadas do castelo. Eu contudo fiquei ali extasiado apenas pensando no que acabara de acontecer.”


- Ela tinha essa mágica que mamãe tem de deixar você sem fala. – concluiu . – Ela sabe como fazer você ficar pensando nela por bastante tempo.
- Sim. Você, sua mãe e ela. São duas mulheres e uma garotinha que conseguem me deixar sem fala sem muito esforço.

“Naquele ano, a vi mais uma vez um pouco depois da segunda prova, mas ela estava eufórica demais com a vitória de Potter em segundo lugar, e eu não muito animado com isso. Foi muito breve então.
A última foi depois do discurso de Dumbledore em homenagem a Diggory, que morreu nas mãos de Voldemort e avisando da volta do bruxo das trevas. Eu esperei que saísse do salão atrás de uma pilastra e quando ela passou muito tempo depois, sozinha, eu a puxei.
Ela estava fungando e muito carregada com o medo. Embrenhou o rosto entre minhas vestes e chorou. Ela então contou-me sobre a mãe, o pai que não era muito ligado a ela e sobre a morada na casa Weasley. E ainda como aquilo tudo de morte a assustava de alguma forma muito mais intensa agora, principalmente com a volta de Voldemort. Foi a única vez que devia, mas não consegui consolá-la, típico. Então eu apenas afaguei sua cabeça e a deixei desabafar.”


- Papai?
- Sim?
- Esse ano acabou então?
- Sim, quer ir dormir?
- Seria ótimo, estou com muito sono. – ela me deu um beijinho de boa noite e saiu gingando para o andar de cima.
Passei mais um tempo observando a lareira antes de subir também e novamente dormi muito mal.

Secrets and feelings: Vinte e um de dezembro de dois mil e quinze.

Acordara com uma forte dor de cabeça, mas fiquei com receio de lançar um feitiço anestesiante na mesma. Então passei o dia reclamando com madame Costa, enquanto havia saído com a avó para um parque qualquer.
Os dias tem sido difíceis. O quanto mais tento não pensar nela mais pensamentos sobre ela me vêem a cabeça. É complicado lutar contra uma coisa que realmente não se quer.
Talvez eu quisesse lembrar dela. Sofrer parecia bom o suficiente para mim. Tinha certos problemas para aceitar que ela tinha me deixado por outro e não iria voltar, nunca. Acho que sofrer estava de bom tamanho.
- Sr. Malfoy, por favor vá se deitar pelo menos para relaxar essas suas preocupações. – pediu madame Costa ao fazer um feitiço que limpou a mesa em um piscar de olhos.
- É complicado, madame Costa. Tenho certeza que se eu deitar na cama, irei dormir por conta do cansaço.
- Isso é ótimo, Sr. Malfoy.
- Não quando os pesadelos mais medonhos sobre um amor do passado definhando e pedindo ajuda tomam- lhe a cabeça. – eu disse com tom paranóico. Apoiei os cotovelos na mesa e a cabeça pendi sobre as mãos, massageando bem levemente. – Tenho mais é de ficar desperto pensado nela acordado e sem tanto remorso como a noite.
Ela ficou quieta por um instante. Largou a varinha na mesa, limpou as mãos molhadas num pano de prato e se aproximou de mim lançando um olhar preocupado.
- Isso não faz bem para o Sr. Devia parar de remoer o passado e pensar no seu presente. Em sua esposa, em seus dois filhos maravilhosos e em sua carreira, além da saúde.
- Que adianta saúde se qualquer um pode a qualquer momento matar lhe com um feitiço simples como o Avada Kedavra? – eu disse remoendo fatos antigos. – Matar alguém que você ama, te enlouquecer com as lembranças! – fiquei quieto por um instante encarando seu rosto assustado. – Apenas me arranje um café forte e pare de me aconselhar.

- Papai! Papai! – ouvi a voz de vinda da porta. Ela largou o guarda chuva na entrada e veio correndo em minha direção, ensopada. – Como está? – ela pulava rapidamente como se estivesse muito animada.
- Bem, estou bem. – eu disse levantando o olhar até seu rosto. – E você, ? Como está?
- Perfeitamente bem. Vovó Narcisa me deu um cachorrinho! – ela saiu correndo novamente para a entrada e pegou uma caixinha cheia de furos onde havia um bichinho muito pequeno e igualmente peludo. – É lindo né?
- Sim, é muito bonito. Você que terá de cuidar dele, e contar a sua mãe. Ela vai ficar possessa ao vê-lo. – de raiva provavelmente. Ela odiava pêlos e aquele bichinho o tinha aos montes. – Não irá comer?
- Não. Vou me sentar com Mr. Cute enquanto você vai me contar sobre seu quinto ano.
- Apressada e mandona, como sua mãe. – eu disse rindo. - Será que herdou algo meu?
- A esperteza, senhor Malfoy. – gritou Sra. Costa da cozinha. – É inteligente como o senhor.
- Hm. – avaliei minha filha que sorria ao acariciar o bolinho de pêlos. – Talvez seja mesmo.

“Nas férias de verão antes do começo das aulas vi perambulando com os gêmeos pelo Beco Diagonal. Eu tinha ido com meu pai comprar algumas coisas e no momento eu saia da loja de Vassouras com um kit para manutenção da minha Nimbus 2001. Eles conversavam sobre possíveis pontos para uma loja, bem animados. Ela me olhou por um instante, mas eu logo sai dali e ela continuou sua conversa animada com os gêmeos. Eles pararam na frente de uma loja grande e vazia um pouco mais a frente.
- Que tal essa? – ela sugeriu olhando para trás rapidamente. Eu estava parado no meio da rua de lajotas como um tolo observando-os. – Parece um bom lugar para a Gêmialidades Weasley.
- Achou um lugar para a loja e ainda nos deu uma sugestão de nome! – disse um deles. – George, elimine a possibilidade do nome Orifícios pulantes, faça me o favor.
Eu então deixei a vigília e entrei na Floreios e Borrões assim que vi Fred Weasley, - o que havia falado – entrelaçar a mão com e ela sorrir para ele apenas. Quando cheguei em casa, só pude me jogar na cama e ficar brincando com uma bolinha e pensando em esquecê-la de vez. O que não aconteceu.”


- Qual a sensação que teve?
- Uma série de queimações no peito, os dedos pinicarem, e os olhos estreitarem. Além de uma vontade quase insaciável de bater nele, até afastá-lo dela. Era o que eu identifico como ciúme. – eu disse pensativo. – Mas não podia fazer nada para separá-los. Não era nada para ela a não ser um playboyzinho mimado que fala com ela escondido.
- Cada sentimento estranho, papai.
- Acha o ciúme estranho, ? Espere para conhecer o amor. – eu ri por um instante erguendo o rosto. – É o sentimento mais complicado que existe. Pode ser confundido com ódio, aversão ou carinho. Faz as pessoas ficarem tolas, e pode mudar de hoje para amanhã. E não tem valor algum, mais muitos trocariam tudo para o sentir. É devastador, complexo e sem validade determinada. Você pode sentir uma explosão no peito, uma dorzinha de cabeça ou os músculos contraírem quando seu amado chegar. E ainda mesmo com mil palavras, descrevê-lo é impossível. É ruim, mas quem sente não se importa com isso.
- O que sente quando vê a mamãe? E quando via a ?
- Quando vejo sua mãe... Apenas tenho uma vontade incessante de sorrir, de tamanha felicidade que sinto. E... , eu sentia arrepio e um friozinho estranho no pescoço. Com cada amor é diferente.

“Naquele ano, as coisas estavam mais interessantes ainda. Professora Umbridge, uma megera do ministério com cara de sapa veio tocar o terror em Hogwarts. Fudge, o ministro da magia na época estava desconfiando de Dumbledore, como se ele quisesse tomar o ministério ou algo do tipo divulgando aos alunos que Voldemort retornará e dando depoimentos para o Profeta Diário. As coisas estavam criticas com a professora por lá. Estava dando aulas de Defesa contra as Artes das Trevas ao qual nem usavam varinhas. E depois de um tempo começou a fiscalizar a aula dos professores a fim de encontrar algo para que os demitisse.
Vi um dia pregando algo no mural no corredor do salão principal. Estava vazio. Mandei Crabbe e Goyle buscarem algo que supostamente tinha esquecido no salão comunal de Sonserina e fui falar com ela.
- Olá.
- Que é isso, Malfoy? – ela virou-se assustada em minha direção. – Aqui é muito movimentado, alguém pode aparecer a qualquer momento!
- Se acontecer você se finge ofendida e eu faço cara de arrogante como sempre e você sai, como se tivesse a insultado. – ela concordou um pouco ansiosa e voltou a pregar a folha. – Que é isso?
- Alguns testes que Fred e George estão querendo fazer. É bem simples, na verdade. Mas um tanto nojento. É para a Gemialidades Weasley, futura loja deles. E nem tente fingir que não sabe do que estou falando. Vi você olhando-nos aquele dia enquanto falávamos sobre isso.
- Não cheguei a ouvir o que era a mercadoria. - chegou a abrir a boca para responder mas em vez da resposta ela me empurrou dizendo:
- Cai fora, Malfoy. Estou de saco cheio de você.
- Mas... O quê? – logo entendi o porque da reação. Fred e George Weasley tinham surgido ao seu lado.
- O que está acontecendo?
- Malfoy veio me encher o saco. – ela falou cruzando os braços.
- Ora, o que eu viria fazer perto de uma mestiça imunda como ela?
Fred tentou vir para cima de mim, mas ela segurou sua mão e fez sinal negativo com a cabeça.
Umbridge surgira com sua prancheta e sorriso diabólico pelo corredor as minhas costas, observando nossos movimentos mínimos e subindo a escada devagar. Os gêmeos engoliram em seco, sem poder se virar para ver se ela já havia sumido.
- Hm, Malfoy. Sentimos pelas nossas desavenças de tanto tempo. – disse George calmo. – Aceita algumas guloseimas em pedido de paz? – e assim, Fred estendeu-me um saquinho marrom e bastante estufado.
- Tanto faz. – peguei o saco e logo Crabbe e Goyle surgiram com Pansy Parkinson.
- Que está acontecendo, Draquinho? – perguntou ela melosa. Eu fiz uma careta antes de me voltar para os três.
- Estava dando um “oi” para a escória e pondo-os em seu lugar. Vamos logo, eles me dão nojo. – Os Weasley fizeram careta e continuou com sua natural Poker Face enquanto passamos por eles. Um pouco mais adiante eu disse. – A propósito, Crabbe, Goyle, querem umas guloseimas?
Alguns minutos depois, ambos saíram vomitando do salão principal. Disfarçando, vi encurvada sobre a mesa com uma pena laranja em mãos, riscando algo. Ela pediu a um aluninho da Grifinória que passou perto da mesa alguma coisa e lhe entregou um pergaminho bastante dobrado. Ele encolheu os ombros e voltou a se sentar. Na saída do salão Principal, ele veio até mim e Pansy.
- Para você, daquela menina de arco laranja na cabeça. – eu arranquei o pedaço de pergaminho de seus dedos com aspereza e murmurei um “suma” entre dentes.
- O que é, Draco? – Pansy tentou ver o que estava escrito por cima de meus ombros enquanto eu lia rápido.

Bem, minhas solenes desculpas pelas vomitilhas e
sincero agradecimento pelo teste bem sucedido das
GEMIALIDADES WEASLEY #33.
Pelo menos, não foi você nesmo que as consumiu.
Se fosse o caso, seria um tolo.
A propósito, Fred mandou escrever:
PAZ É O CARALHO! ANTES A SONSERINA QUE PEÇA!
Xx xX


- Ela é bastante corajosa. – observou , com os olhos quase fechados de sono.
- É sim. Todos os Grifinórios são corajosos. O chapéu seletor escolhe os garotos de Grifinória por essa qualidade principalmente.

- Ei, Malfoy!
- O que foi? – eu perguntei me virando e dando de cara com a dez passos de mim. As coisas tinham ficado criticas ao ponto de que Umbridge virasse quase Dumbledore na escola, sendo a alta inquisidora. Clubes tinham de ter sua permissão para continuarem funcionando. Havia rumores de que Potter estava reunindo um pequeno grupo de alunos para ensinar um pouco mais de magia que aprendera na prática. estaria nesse grupo. E eu estava na brigada inquisitorial, ao lado de Umbridge para ganhar pontos positivos nos NOM’S.
- Nem se preocupe em tentar entrar na Sala Precisa para procurar-nos. – Ela se aproxima ao falar bem devagar. – Ela não irá aparecer. Eu a enfeiticei para isso mesmo.
passa por mim rapidamente e transpassa a parede onde a Sala Precisa devia estar. Eu não a vejo mais sinto que está ali parada na porta me observando, além de que sua respiração entrecortada a denunciava.
- Por que isso tudo, ?
Ela se inclina para fora e assim eu vejo metade de seu corpo para fora. Estava a poucos centímetros de distância de seu rosto, o coração no peito batendo forte. Ela agarrou minha nuca e me beijou, saindo de vez da soleira da Sala Precisa. Estava muito surpreso e nem mesmo percebi que ela tirava gentilmente a prancheta de Umbridge de minhas mãos.
- Uma garantia, Malfoy. – Ela disse se afastando um pouco. Eu respirava ofegante e mantive o olhar nos seus lábios que mexiam devagar ao falar. – Porque por mais que eu goste de você, você mesmo me mostra que não presta. – ela se afasta definitivamente dando três tapinhas amigáveis em minha face. – Pense nisso.”


- Papai? Falta bastante ainda para terminar este ano? – ela perguntou bocejando.
- Falta. Mas se você está com sono podemos parar e terminar amanhã.
- Não papai, continue.

“ – Malfoy, sempre tão previsível. - Por que acha isso? – eu perguntei, mas ela se afastou. Ele vai atrás dela e segura sua mão perguntando de novo entre dentes. Ela tinha feito careta de dor quando a tocou mais eu não dei atenção no momento.
- Fala exatamente o contrário do que pensa, age sempre do modo errado. Será que só se preocupa com o que os outros acham?
- Novidade para você, . O mundo é feito disso, atitudes se baseiam no que as pessoas ao redor pensam não o que você próprio acha disso.
- Não, Malfoy. O mundo é cheio de gente que sabe que não adianta ser aceito sem ser você mesmo e por uma minoria constituída de babacas como você, que acham que vão conseguir fingir para sempre sem a máscara de mentiras cair!
Ao me empurrar ela gritou de dor, e se ajoelhou segurando a mão esquerda entre a outra. Me ajoelhei em seu lado e puxei sua mão com delicadeza. Com a luz fraca da tocha no porta-archote preso a parede, eu vi a frase escrita com sangue em carne viva:
“Não devo desobedecer o regulamento”
- Que é isso?
- Isso, é o que você ganha em ser contra a cara de sapa. – ela disse entre dentes puxando a mão.
– Se quer saber faria tudo de novo. – ela se levantou e saiu muito rápido.
Me senti mal instantaneamente por ter feito parte daquilo. Mas o que estava feito não poderia ser mudado. Ia continuar com Umbridge.

A operação que falamos dias atrás foi um fiasco, Draco.
Ele está bravo e agora decidiu me destituir. Talvez sua mãe também.
Terá de falar com ele assim que voltar para casa.
Precisará ser forte e aceitar qualquer for a proposta que dê,
pelo bem de sua mãe e meu.
Bons NOM’S. Até as férias.
Xx Lucio Malfoy xX


Oh, céus. Onde estava quando preciso falar sobre isso? Não, eu não posso falar sobre isso, o que estou pensando? Não quero e não vou envolver mais alguém que gosto e necessito nesse caminho. Se perder meu pai e minha mãe já seria horrível não iria perde-la também.

Como a vida pode simplesmente mudar de curso tão rapidamente? Deveria ser impossível. Sai do sofá em que sentara no quarto e segui para o salão Comunal. Assim que toquei o piso escuro e a luz esverdeada tocou minha pele, fui agarrado por Pansy Parkinson, animada e imaculavelmente chata.
- Bom dia, Draquinho! – ela diz com a voz alta e enjoada. Em meu ver, Blásio tinha sérios problemas mentais por gostar dela.
- Dia, Pansy.
- Estou tão animada, estão dizendo que há uma notícia bombástica no Profeta Diário e... – Desde este momento eu não ouvi mais nada. Estava ocupado com meus pensamentos e dava respostas curtas como ‘Hum’ ou ‘Legal’ nos momentos que ela calava a boca e esperava uma resposta.
O salão Principal naquela manhã estava lotado de alunos alvoroçados que gritavam juntos e me fizeram desejar voltar ao salão comunal de Sonserina onde havia paz e silêncio. Ao sentarmos na mesa de Sonserina Blásio praticamente esfregou na minha cara o exemplar matinal do Profeta Diário.
- Leia.
Puxei o jornal de suas mãos irritado enquanto ele ria com prazer. Uma grande foto de Dumbledore e Potter cobria grande parte da página. “AQUELE-QUE- NÃO-DEVE-SER-NOMEADO RETORNA”, em negrito e em letras maiores em destaque. Começara o pesadelo definitivamente então.
- Sabe, uns estranhos de Grifinória e a Di-Lua foram com o Potter, a Granger e o Weasley para o ministério ontem. Montando os testrálios.
- Quem?
- Não faço idéia do porque mais estão espalhando mesmo assim. Ginny Weasley, Neville Longbotton, a Di-Lua e… Como é o nome mesmo… .
- O que tem de impressionante nisso? – eu disse tomando um gole do Suco de Abóbora.
- está na enfermaria, a cama rodeada de cortinas.
Tentei no momento apenas não demonstrar o pânico ou terror que senti ao ouvi-lo. Quase olhei para trás para ver se ela estava lá na mesa de Grifinória e rir de sua mentira. A garganta seca, suando frio e mantendo o olhar fixo na janela. Esse seria o resumo do meu café da manhã.
Contudo, mais tarde, fui à enfermaria e realmente ela estava lá. Vi as cortinas por uma fresta na porta quando Madame Pomfrey atendeu a porta.
- Quer vê-la?
- Sim, por favor. Deixe-me vê-la nem que por um minuto.
- Alguns hábitos nunca mudam. – ele disse dando um sorriso frio, e abrindo a porta para me dar passagem. – Tenho de avisar que ela está mal. – ela disse fechando a porta.
- O que há com ela?
- Ela decide te contar ou não. Não sei ao menos o que você é dela para dar tal informação. – ela diz se dirigindo para a porta dos fundos. – Tem vinte minutos antes de eu vir tratá-la.
Ela sumiu e eu entrei pelo meio das cortinas e a vi deitada, muito pálida e apática. Sentei-me no pé da cama a observando a mão repousando sobre suas canelas. Ela abriu os olhos bem devagar. Eles estavam opacos e sem profundidade, era triste vê-la desse jeito.
- É você mesmo, Malfoy? – ela falou com a voz sumindo de tão frágil.
- Sim, sou eu.
- Pensava que não viria.
- Eu vim.
Ficamos quietos e eu a encarei. Pelo que eu via não tinha nada de tão ruim nela, nem parecia tão ruim como eu depois do ataque dos gêmeos contra mim, tirando a palidez. Era possível que apenas estivesse escondido pela coberta. Fiquei curioso e tive vontade de pedir que me contasse o que tinha acontecido para ela estar mal.
- Ela contou?
- Não. Ela disse que você decidiria contar ou não.
- É bastante assustador. – ela comentou olhando-me, tinha certeza que minha expressão denunciava minha curiosidade. – Não deveria ficar curioso em ver.
- Não irá me contar o que é?
- Não, irei te mostrar.
Ela botou as cobertas de lado e pediu que me aproximasse. Ela levantou a blusa até o busto revelando no canto esquerdo do corpo uma grande cratera de sangue como um arranhão colossal seguia até a perna e acima da blusa, como uma enorme cicatriz, se recuperando devagar.
- Por Merlin. – eu sussurrei assustado observando o sangue quase negro escorrer devagar.
- Malfoy, isso foi o próprio Voldemort quem produziu. Já sabia que não teria como curar isso antes mesmo de me levantar do chão frio do Ministério. Tenho sorte de estar viva. – ela disse com surpreendente calma, baixando a blusa. – É muito destrutivo. Parece que em vez de cicatrizar ele continua crescendo. Nessas condições, logo não poderei mais andar, e se puder, terei essa marca para sempre.
Ela volta a tampar a coberta, tampando o corpo até o queixo.
- Vá embora, vou entender se não falar mais comigo, sou uma completa anormal agora.
- Não. Uma vez contigo – disse me aproximando e segurando sua mão. – sempre com você.
Ela sorriu e isso bastou. O buraco que parecia ter nascido em meu peito cicatrizou-se instantaneamente. Eu tinha a alegrado e isso bastava.
- Sr. Malfoy, fora. – disse Madame Pomfrey entrando. – Preciso cuidar dela agora.
- Volto quando puder, . – eu digo dando um beijo rápido em sua testa lisa e suada. – Melhoras.
Sai, voltando a sentir o peito latejar de mágoa e culpa. ”


- ? Está bem?
- Com sono. – ela diz sonolenta aconchegada a meu peito. – Muito sono.
- Bem, vamos lá para cima.
Eu a levo para cima e a deito em sua cama, ela dorme profundamente.
- Não acha que essa história esta tomando um rumo muito triste e dramático para uma garotinha como ela entender, Sr. Malfoy? – pergunta Madame Costa parada a porta. Era uma mulher de cabelos castanhos grisalhos e óculos redonda, o rosto já enrugado e fino que vestia normalmente longos vestidos cinzentos. – Ela pode ser inteligente, mas esse tipo de história é muito dramática para os mais novos. Poderia contar quando ela for maior.
- Estava mesmo pensando em fazer isso. – eu confesso olhando-a bem, tinha feições muito inocentes e não precisava conhecer algo tão triste logo nessa idade. – Só gostaria de ter alguém para desabafar. Bem lá no fundo, isso ainda me incomoda.
- Eu ando ouvindo-a sem querer, Sr. E dizem que sou uma ótima ouvinte. – ela comenta. – Poderia desabafar comigo. Seria bom para nós dois.
- Então está certo. Amanhã conto para a senhora o resto. – eu digo apagando as velas do castiçal e seguindo para fora com Madame Costa.

Findings And Fights: Vinte e dois de dezembro de dois mil e quinze.

- Papai? – acordei com um barulho estranho. Havia um vulto abaixado perto do meu armário com uma varinha empunhada. – O que está fazendo?
- Arrumando sua mochila de roupas. – ele disse assim que a última peça de roupa entrou na mochila. - Por quê? Vamos passear?
- Você vai passar um tempo na casa de seus avós.
- Mas... E papai? E a Madame Costa? E o resto da história? Quero ouvir o resto da história!
Ele levantou a cabeça, e me olhou por um tempo enquanto eu debatia os braços arrumando desculpas para não ir. Gostava da casa do vovô e da vovó mais queria ouvir o resto da história. Ele se levantou e sentou ao meu lado na cama.
- , essa história é algo muito sério para você entender. – ele falou bem calmo. – É muito triste o fim. Gostaria que não soubesse que nem sempre a finais felizes. Pelo menos por enquanto.
- Não irá me contar a história então, papai?
- Hm... Se quando você for maiorzinha e já saber mais sobre o mundo, e ainda estiver disposta a ouvir, eu prometo que conto.
- Promete?
- Prometo. – ele diz dando um beijo em minha testa. – Quer ir na casa dos seus avós?
- Quero sim, papai.
Lembranças de

O começo do ano sempre é difícil, mas é pior, muito pior quando todos que te veem lançam olhares tortos e se afastam. Muletas, que maravilha. Além de ter um cânion no corpo, ainda tenho de usá-las.
O melhor de tudo isso, é que meus amigos mesmo, Fred, George e Lino Jordan tinham deixado a escola. É isso, nunca mais vou ter amigos (pelo menos esse ano aqui em Hogwarts). Quer dizer, o Malfoy está me evitando e Harry, Rony e Hermione tem suas próprias preocupações, não sou muito fã de Neville, Luna é meio que o oposto de mim e não me dou muito bem com ela e Ginny me odeia. Êêê, que beleza. Voltando ao Malfoy, tinha notado que além de me evitar ele está com um ar tristonho. Que ótimo começo de último ano.
Pelo menos eu vou estudar mais né? Bem, se Merlin quiser eu passo nos NIEM’S.
As aulas de Poções com o Slugorn eram até que legais e foi uma beleza a primeira principalmente, pois ganhei uma dose de Veritaserum ao concluir perfeitamente a poção Felix Felicis. Era fácil fazê-la, principalmente quando se fez ela com o pai a vida toda e três vezes só nas últimas férias.
Fui convidada aos encontros de Slugorn e fui convidada a uma festa perto do natal. Fazia algum tempo que observava Draco e ele parecia muito distante e apático além de muito pálido. Não tenho o visto caçoando dos alunos das outras três casas nem mesmo de Potter tem sido comum.
Estava mais do que na hora de ver o que estava acontecendo com ele. E porque duas menininhas com balanças estão paradas perto da Sala Precisa.
Passei delas com um feitiço de confundir (Conffundus) e entrei na sala. “Preciso ver o que ele está fazendo”.
Ele estava na sala dos objetos, era como eu a chamava. Uma sala cheia de entulho deixado pelos alunos ao longo do tempo. Mas ele estava preocupado apenas com um grande armário empoeirado no canto.
- Pensei que não podia entrar aqui. – Eu disse, me encostando numa estante a suas costas. Ele sequer virou-se para me olhar.
- Era válido apenas até seu segredo ser revelado e a “AD” foi mesmo. – ele disse mexendo em algo no canto do armário. – Não está aqui por isso, e nem devia estar aqui observando.
- Crabbe e Goyle de vestidos, essa eu não esperava ver. – eu ignorei sua última frase, e ri irônica ao imaginar os dois gorduchos na porta, as pernas tremendo. – Irá ter um baile, organizado pelo professor Slugorn perto do Natal. Estava pensando se gostaria de ir comigo.
- Por quê? Nenhum dos gêmeos aceitou? – ele agora deu sua habitual risada de escárnio. – Não, obrigado. Vá sozinha, para variar.
- Não, se eu convidasse, eles sairiam do Beco Diagonal só para vir, como bons amigos fazem. E eu só te convidei, Malfoy, porque quero saber porque diabos ano passado disse “Uma vez contigo sempre com você.” E agora me ignora como se não fosse nada.
- Assuntos para sua própria segurança, agora saia. Tenho de fazer isso sozinho.
Eu desencosto da estante e falo, apertando seu ombro gentilmente:
- Eu saio, Malfoy, mas só aviso antes que sei cuidar de mim mesma. Não me subestime tanto.
Ele toca minha mão com a sua, e com uma voz sofrida responde:
- Da última vez que teve de se defender sozinha, você conseguiu essa cicatriz. E não quero que algo pior... Aconteça.
Eu me livro de sua mão devagar e viro-me, deixando a sala e sentindo seus olhos cinzentos em minhas costas.

Fui ao baile com Fred. Mas não digo que me arrependi, apenas fiquei surpresa ao ver Filch trazer Draco Malfoy, trajando um terno negro pelo colarinho.
- Ele estava perambulando pelos corredores.
Disse que foi convidado.
Mudei o peso dos pés incomodada. Fred notou e se aproximou passando o braço pela minha cintura. Deve ter parecido que ia cair. Ao olhá-lo sorrir para mim protetor, senti uma onda de afeto tomar meu corpo e amolecer as pernas. Como ele podia ser tão... Perfeito? Logo fui retirada a força de meu devaneio. Malfoy com sua tremenda falta de educação e rispidez me tirou a concentração.
Fazia um tempo que Fred se declarara “loucamente apaixonado por mim” e ali estava ele, mesmo depois do silêncio que se seguiu depois da declaração. E Draco, com toda ladainha de que só estava longe para o meu bem. Oras, tenho de me decidir, gosto mais de Fred ou de Draco? Não... Qual deles amo mais? Snape aparecerá e defendeu Draco que saiu bufando. Era agora, Fred ou Malfoy?
Sorri, decidida ao perceber que não era uma questão difícil. Nunca fora. Na verdade estava explicito o tempo todo o escolhido.
Entrelacei a mão a de Fred e o puxei um pouco para baixo até ficar em minha altura.
- Eu escolho você. – eu sussurrei ao pé de seu ouvido, com o ar entrecortado.
- Para quê?
- Eu escolho você para amar. – Ele riu, mal acreditando, e eu continuei. – Não porque eu quero, mas porque preciso de você. Há muito tempo mesmo. Desculpe-se fui tola ao ponto de não perceber.
Apertei com mais força sua mão.
- Eu te amo.
- Só percebeu isso agora? – ele perguntou sussurrando.
- Não, eu meio que já sabia. Decidi que não precisava mais esperar.
Ele sorri do jeito mas doce que já vi, literalmente meu coração parou extasiado com a linda visão. Pude apenas sorrir em troca, enquanto parecia que a muleta não era mais o suficiente para agüentar meu corpo mole e sem força.
- Está afim de uma volta no jardim e uma possível briga de bolas de neve em vez dessa festa chata, bela dama? – ele disse se encurvando como num pedido formal. Eu ri, e respondi entrelaçando nossas mãos.
- Adoraria, meu gentil cavaleiro.
Assim, na primeira oportunidade que tivemos deixamos a festa e seguimos para fora, ele correndo comigo no colo (com protestos meus). Então, se você olhasse de qualquer janela do dormitório de Grifinória veria dois vultos andando devagar pelo gramado coberto de neve, de mãos dadas e sussurrando frases fofas e até algumas piadinhas sobre casais.
Creio que ninguém deve ter notado a cama vazia no dormitório das garotas do 7º ano, e se notaram, nunca me perguntaram o que eu fazia fora da cama naquela noite. Mas se perguntassem, eu diria que tive a melhor noite do mundo com o cara mais perfeito deste, feito apenas de risos e frases bobas.

A próxima vez que encontrei Draco foi alguns dias antes do fim do sétimo ano. Já tinha me acostumado com a habitual distância que ele mantinha de mim e até com a ignorância e indiferença que rondava aqueles olhos cinzentos e distantes. Na verdade, não ligava muito para suas atitudes tolas desde a festa de Slugorn (com um cara perfeito como Fred, para que eu passaria tempo pensando em outro?). Contudo minha antiga preocupação veio a tona nesse dia. Era o terceiro jantar que ele não aparecia. Estaria ele comendo? Duvido muito. Goyle não estava na mesa também. Aquele maldito trabalho na sala dos objetos estava matando ele. Sai da mesa com um cálice de suco de abóbora e me dirigindo diretamente para o sexto andar.
Goyle estava sob o efeito da Poção Polissuco com a fisionomia de uma menina do primeiro ano. Segurava uma balança e estava na porta da sala Precisa. Confundi-o de novo com o Conffundus e penetrei a sala.
Escura e repleta de pertences antigos de alunos que não as queriam mais como na última vez... Malfoy estava parado em frente ao armário, botou algo dentro e o fechava com receio. Ouvi o canto de um pássaro e este foi logo interrompido na melhor parte.
Tentava me aproximar em silêncio, mas acabei esbarrando em uma pilha de livros bastante torta que logo ao ser tocada, cedeu, e os livros caíram produzindo um som alto e seco. Malfoy se virou exatamente em minha direção e estreitou os olhos para ver direito quem o espionava no escuro canto.
- ? – ele exclamou ao ver-me – Como conseguiu entrar aqui duas vezes seguidas?! Não ouvi o barulho da balança...
- Feitiço para confundir. É bem simples e eficaz, já ouviu falar?
- Aquele idiota...
- É a última vez que venho aqui, acredite e não se preocupe. – me segurei na muleta e empurrei o cálice pela superfície da mesa que nos separava. – Suco de abóbora. Você deve estar morto de fome e sede.
Ele me lançou um olhar desconfiado e cedendo a sede ele pega o cálice rápido e engole todo o conteúdo em três goles e larga a taça.
- Era só isso? – ele pergunta, parado no mesmo lugar, observando-me dar a volta na mesa em sua direção, escorregando a ponta dos dedos na superfície lisa.
- Na verdade, não. Tinha uma pequena esperança de que me contasse o que tanto fica fazendo aqui no meio desse entulho todo, com esse armário aí. Alguma chance de me contar? – eu disse inclinando a cabeça.
Estava de frente para ele encostada na mesa, batucando os dedos no tampo.
- Estou consertando o armário sumidouro para que você-sabe-quem mande seus comensais pelo gêmeo que tem na loja Borgin e Burkes.
Nossa, não pensava que fosse algo tão sério. Bem que fazia sentido já que ele estava além de fissurado no trabalho ali, estava pálido e apático. Mas... Faz muito sentido que ele queria distância de mim. Ele se preocupava comigo mesmo? Ele não devia ter me contado, ele estava em perigo agora. Eu também estava mas minha vida não parecia importar em momento algum com a hipótese de ele ser machucado.
Por mais que tivesse escolhido Fred – e não quisesse o trocar por absolutamente nada – eu tinha que admitir, amava Draco também. Não tanto, mas o suficiente para estar morta de preocupação.
- O que tinha na bebida? – ele perguntou segurando me pelo colarinho da blusa. Bufava de raiva e os olhos fulminavam de ódio. – Sabe o quão perigoso é você saber disso, sua louca?
- Havia Veritaserum na bebida. Eu ganhei do professor Slugorn. Vai continuar me contando a verdade, Malfoy. Tente me estrangular com as mãos. Só não esqueça que estou com uma varinha e não tenho medo de usá-la.
Ele obviamente me soltou. Inteligente ele ainda era.
- O que há no armário?
- Um pássaro. Irá contar a Dumbledore?
- Não. Ele já sabe disso, imagino eu. – eu digo batendo as vestes. – Está um passo a frente de vocês.
- Como sabe?
- Ele me pediu algo estranho. Ele sabia que eu viria atrás de você e o faria falar. Ele me pediu que não o fizesse. Sabe, Malfoy, ele sabe que você podia mudar o seu destino, mas ninguém iria fazer você desistir disso, já que sua família está em perigo. – Me aproximei então, mas ele deu um passo para trás se afastando. – Por que... Você me mandou ficar longe de você? Pensava que gostava de mim.
- Estava preocupado que Voldemort viesse atrás de você também se acabasse descobrindo do plano. Foi, é claro, uma preocupação tola, já que agora você sabe, por conta própria. – ele disse se afastando novamente quando tentei me aproximar novamente. – Devia, é claro, ter imaginado que isso aconteceria.
- Por que estava preocupado?
- Porra... Não é óbvio? Talvez porque eu te ame!
- Co... Como?
Ele se aproximou, puxou minha nuca e me beijou. Surpresa, eu cedi passagem. Contudo, houve um som de ar comprimido, afastei-me dele devagar, curiosa e culpada.
- O que foi isso?
- O pássaro... Voltou.
Ele se afastou seguindo para o armário. Fiquei no mesmo lugar, observando. Ao abrir a porta, o canto preso foi solto e um corpo pequeno emplumado, deitado de bruços foi visto. Abri a boca assustada ao constatar que ele estava morto. - Funciona, finalmente. – ele falou com a voz tremida.

Narrador – terceira pessoa:

Cerca de uma semana depois, os Comensais invadiram o castelo assim que Harry Potter e Albus Dumbledore chegaram no castelo com a réplica de uma Horcrux. Dumbledore foi morto por Severo Snape e uma batalha se seguiu. estava lá, lutando pelo castelo, obstinada. E Draco Malfoy foi com os Comensais para fora do castelo. estava parada ao lado de Potter enraivado que esbravejava com Snape. Draco a olhou por um segundo e então sumiu dentro da floresta Proibida.
O dia seguinte foi o mais triste possível.
Primeiro: todos os alunos viram o corpo do amado diretor, frio e duro, e logo todos levantaram suas varinhas para destruir a marca negra no céu escuro. Enquanto Harry, Rony e Hermione traçavam seu destino e do mundo bruxo ao conversarem na torre de Astronomia, e Fred traçavam os seus, ao decidir que ficariam juntos, quer o que acontecesse no fim.
Uma decisão romântica e trágica, no fim.


Wonderwall and Brain Sickness: Vinte e Cinco de Dezembro de dois mil e quinze.

estava agora morando com os gêmeos.
Depois do casamento e de a logros dos gêmeos ser destruída, eles se mudaram com Lino Jordan para um lugar escondido. Estavam todos decididos a se oporem a Voldemort de qualquer forma e até o fim.
Tempos depois formaram a rádio secreta de informações sobre a batalha. Mudavam constantemente. Alguns membros da Ordem vez ou outra aparecia para ajudá-los e para , havia apenas três consolos naqueles tempos sombrios:
1. A enorme possibilidade de Harry, Rony e Hermione estarem vivos e fora de qualquer rastro dos comensais.
2. Lupin, que contava com felicidade sobre a criança que crescia no ventre de sua amada Tonks.
3. George, Lino e, principalmente, Fred estarem ao seu lado e bem na medida do possível.

Draco Malfoy estava em profunda agonia e reprimido. Nunca estivera tão pálido e assistia todo o terror de Hogwarts calado pelo seu próprio bem. Parecia que a única motivação que tinha para não enlouquecer era que e seus pais continuavam vivos, mesmo que distantes.

Na batalha final, ela chegara com os membros da Ordem da Fênix, junto aos gêmeos e muitas outras pessoas.
No momento em que as paredes ruíram e Percy gritou segurando o corpo do irmão morto, que Rony se mantinha de joelhos ao lado dos dois, foi a primeira vez em anos que ela chorou verdadeiramente, em silêncio, coberta por fuligem, a mente voando entre pensamentos horríveis e loucos, a visão enturvada.
Outras maldições vieram voando do escuro. Harry gritou para que Percy e se movessem, pois teriam de fugir, não havia mais nada a fazer por Fred. Contudo, não foi. Rony a puxou pelos pulsos e ela foi obrigada a correr junto a eles. Não via, mas só o que acontecia realmente mais vultos diversos assim como explosões, pessoas encapuzadas e destruição, paredes ruindo diante dos olhos, luz verde.
Ela foi acolhida nos vários minutos que se seguiram por Percy, Lino e George. George ficou assustado ao perceber que os olhos estavam desfocados e uma linha de sangue corria pelo rosto da menor. Ela foi abrigada num canto, onde a confusão a tomou por completo e os vultos diversos, além dos verdadeiros corpos que caiam alguns passos a frente, fez com que ela se encolhesse mais e mais desejando morrer. Sangue corria pelos olhos em vez de lágrimas e a batalha continuava de frente a sua mente confusa. Até que acabou. Ou no mínimo pareceu.
Os corpos foram recolhidos e postos no salão Principal. George e observaram o corpo de Fred Weasley, assim como muitos outros de companheiros, como Lupin, Tonks, Colin Creevey e muitos outros que haviam deixado a vida também em prol do bem. desejou ter morrido também e estar esticada ao lado de Fred, aproveitando as maravilhas do paraíso.
Mas tudo estaria acabado em alguns minutos. Perdera a luta final entre Harry Potter e Voldemort, ou a espetacular ira da Sra. Weasley com Bellatriz Lestrange resultando na morte dos últimos partidários do mal.
Não importava, afinal. Nunca mais voltaria a ser a mesma pelo curto tempo de existência que lhe restava. Malfoy seria o último a ver o ser estrondosamente louco e visionário que fora um dia. A morte de Fred fizera com que a mente e o corpo quisesse morrer, e ela quase o fez, por enquanto.
Logo depois do fim, que realmente começaram a se preocupar com . O fim.
Parecia que o mundo tinha acabado e renascido das sombras. No caso da garota pálida de longos cabelos negos era o contrário: As sombras haviam nascido da luz. Isso estava preocupando a todos.
Madame Pomfrey realmente não sabia o que dizer sobre o estado dela. Os feridos da batalha eram tratados pelas ágeis mãos da enfermeira e o fluxo de gente entrando e saindo da enfermaria era enorme. Apenas uma cama continuou ocupada pela mesma pessoa e lacrada com as cortinas.
ocupava-se em dormir por quatorze horas, gritar e espernear na cama por conta dos pesadelos, e nas outras dez horas ficar encolhida vendo luzes verdes transpassarem as cortinas e as dilacerarem por completo e o teto ruir e cair em cima de um Fred sorridente ao lado da cama.
George, principalmente, ficava horas a fio sentado ao lado dela até que sete dias depois Madame Pomfrey decidiu-se sobre ela:
- Sr. Weasley, nunca vi um caso tão estranho como o de sua amiga, a Srta. . Ela não fala direito, quase não reconhece as pessoas, tem noites de profundo terror e vê coisas onde não há. – ela enumera as coisas olhando vez ou outra as cortinas fechadas. – Ela tem a chamada esquizofrenia, não é comum acontecer em bruxos, mas em não-mágicos, é muito comum. Tem de ser levada ao St. Mundungus. Principalmente por causa dessas lágrimas de sangue que não param de cair.

Depois de duas semanas no ST. Mundungus, ela foi liberada com o mesmo diagnóstico. Os curandeiros disseram que ela sofria de esquizofrenia, simples ao qual ainda não era prejudicial a si e aos outros, se agravasse seu estado como tentar se matar ou machucar alguém com quem conviva tinham de levarem-na diretamente de volta, sem demora.
George levou-a para casa, disposto a cuidar dela. A Sra. Weasley tinha se oferecido também, mas ele decidiu que seria melhor, em memória do amado e falecido irmão que cuidasse de seu amor.
Contudo, era difícil tentar reconstruir a Gemialidades Weasley, criar novos logros e cuidar dela. Ela tinha de receber um tratamento muito especial e delicado. Tinha de ser acordada e acalmada durante os pesadelos, alimentada na boca e protegida quando desperta.
George não dormia há algum tempo e estava lastimável, quando levada pela extrema loucura, certa de que tinha de salvar Fred e que ele correra para fora, no Beco Diagonal, foi o ápice. A primeira fuga de muitas que viriam. Mas ela foi acolhida no beco por uma antiga colega de Fred, Angelina Johnson, que se apiedou do ex-colega de time, começando a ajudá-lo com suas coisas e a cuidar de . As coisas se aquietaram e foi dessa convivência, que Angelina e George começaram a se apaixonar.
Depois de muitos dias que formaram quatro meses de paz, as coisas se normalizavam no mundo bruxo, menos para aqueles três que nunca mais estariam na linha normal de raciocínio lógico, pelo menos enquanto a jovem esquizofrênica estivesse entre eles.
numa nova fuga do apartamento de George, correndo pelo Beco Diagonal atrás de um vulto de cabelos ruivos, enquanto os prédios antigos ao redor pareciam desabar e as pessoas ao redor estarem todas encapuzadas, ela vê uma figura no meio da multidão que parecia brilhar.
- Malfoy. – Ela abraça o garoto escondendo o rosto em seu peito.
- . – Ele suspira aliviado acariciando- lhe a cabeça e se sentindo muito feliz. – Finalmente te encontrei.
- ! – gritou George ao vê-la, ele correu em direção a eles ofegante. – Malfoy, sei que tivemos nossas desavenças mas, obrigado por segurá- la. – ele sussurra algo ao pé do ouvido da garota que imediatamente pula em suas costas prendendo os pés na sua cintura. Ele começa a andar de volta à Gemialidades Weasley onde já havia um bom movimento de clientes.
Draco o seguiu e engoliu em seco, se perguntando se era certo perguntar a ele o que tinha. Decidiu que precisava saber, mesmo que não fosse bom.
- O que há com ela?
- Não ouviu falar? – ele perguntou surpreso, Draco fez que não, mantendo a feição interpretável.
– Esquizofrenia. Está tendo uma loucura surreal ao ponto de ver coisas que não há, esquecer das coisas e não reconhecer as pessoas. Está sendo jogada para longe da realidade pela própria mente.
- Ela me reconheceu.
- Sorte a sua. Nos piores dias, ela não sabe nem quem ela própria é. – George para, e vira-se para Draco, tinha rosto escondido em seu ombro e parecia o morder, mas ele não ligava. – Desde quando você se importa?
Um pequeno silêncio se seguiu e então Draco pronunciou:
- Tem tempo para ouvir uma história?
E foi assim que George, minutos depois, soube de toda a história escondida que os dois viveram embaixo do nariz de todos e Draco também tinha entendido a situação em que Weasley estava e queria cuidar de , então pediu que deixasse ela ir com ele para a mansão Malfoy. Com os NIEM’S prestados, mesmo na época de Voldemort a solta, ele estava definitivamente livre da escola a não ser que desejasse prestar o último ano novamente. Ele preferiu cuidar da amada. George avisou:
- Draco, é uma coisa muito difícil e cansativa cuidar dela. Ela não te deixará dormir, se distrair ou comer em paz. Terá de sempre dar total atenção a ela.
- Eu sei. Estou disposto a cuidar dela do melhor jeito possível. – Ele disse – Eu tenho tempo e dinheiro, você tem de cuidar de sua loja e criar novos logros. Será melhor para você, e de certo modo para mim e .

George acabou aceitando a oferta de Draco, e depois ele saiu com nas costas, toda sua bagagem nas mãos e as instruções para melhor cuidar dela na memória.
Nos próximos dias, o estado de piorou. Ficava parada num canto da casa agarrada as pernas, os olhos transbordando sangue e de vez em quando gritando. Malfoy não cuidava mal dela, na verdade, era até mais cuidadoso que George e Angelina. Ficava quase sempre no quarto, e era sempre calmo a medida do possível com ela. Foi atacado por ela quando ela não o reconheceu, várias vezes, mas ele a acalmou sem a machucar.
Ele a alimentava direito, a acordava quando tinha pesadelos, e a abraçava protetoramente quando acordada. Mas quando ela mesma queria morrer, era complicado cuidar dela ou fazê-la melhorar. Quando ele era obrigado a sair, e esquecia a porta aberta por distração, ela saia de fininho. Já tinha se cortado diversas vezes com vidro, facas ou qualquer coisa que ela pensasse que poderia se machucar. Agora para a própria segurança a porta do quarto sempre estava fechada e as janelas seladas o que resultava num escuro total.
As coisas ficavam cada vez piores quando pioraram de vez, dia dezoito de dezembro de mil novecentos e noventa e sete. Ela caíra da escadaria da casa e ao ser aparada, não conseguia falar e parará de respirar. Draco a levou diretamente ao ST. Mundungus e ficou parado em casa apenas esperando notícias, sem ao menos pregar os olhos direito.

Sete dias e nada. Melhora ou piora.
Continuava perigosa a si mesma.
Draco foi surpreendido quando um gato feito de luz penetrou a sua sala, e na voz de Angelina Johnson disse que fugira do hospital e não tinham idéia de onde ela fora.
Ele iria aparatar para o St. Mundugus naquele mesmo instante, mas o parque que ficava algumas quadras de distância lhe veio a cabeça. Era um lugar que ela iria gostar. E quando abriu os olhos depois da pressão do ar ao redor se viu de pé na grama de frente ao lago daquele mesmíssimo parque.
Viu uma figura boiando no meio do lago. Tinha cabelos negros espalhados em volta do corpo, e uma mancha vermelha na água em volta. Era... . A luz da lua iluminava-a e parecia fazê-la brilhar ou fosse apenas uma impressão falsa que ele tivera ao gritar seu nome e pular no lago atrás dela.
Ele nada pela água congelante e chega até o corpo. Sentia-se estranho, como se não tivesse mais pés, mais era apenas o efeito do frio. Agarrou-o rosto imerso e estrondosamente frio.
- ! Acorde, por favor, por favor. – ele disse ao trazê-la para a margem. Pequenos flocos de neve começaram a cair numa dança sincronizada pelo céu, enquanto ele chorava e tampava a garota com seu casaco quente. – Por favor, acorde.
Ela abriu os olhos que tinham sido cobertos de sangue e mais lembravam piche, ela não via absolutamente nada. Ela mal ouvia os gritos de Draco enquanto morria cada vez mais rapidamente.
- Draco, eu estou tão... Feliz. – ela disse num sussurro uma brisa suave mexeu as folhas das árvores e a grama amarelada. A neve vinha cada vez mais inclinada ao solo mais nada importava a Draco, ela estava morrendo. Ele aproximava seu rosto do dela devagar e sussurrou em troca.
- O que você fez?
Ela ergueu minimamente a mão direita onde uma varinha de mogno curta repousava. Era de um dos curandeiros.
- Por que você fez isso? – ele perguntou apoiando o rosto no colo da garota, imaginando ela lançando um feitiço mortal em si mesma. Os olhos cheios de sangue denunciavam que tinha afetado diretamente a cabeça já fragilizada. – Você não pode morrer. Não pode, não pode...
- Todos... Se vão, Draco.
Era o primeiro momento que ela o chamava pelo nome e soava bonito em sua voz, mesmo que num sussurro tão frágil.
- Não vá, não me deixe.
- Eu estarei feliz. – a voz ia diminuindo ainda mais e ele ergueu o rosto repousando as mãos frias nas bochechas dela, cobertas por sangue. Ela fechou os olhos, parecendo mesmo feliz – Você ficará feliz também. Eu estou feliz... No natal.
- Não vá, não deixe-nos. Não me deixe.
- Estarei junto de Fred, olhando por você e por todos vocês, Draco. – ela disse tocando lhe a mão, os olhos abertos – Deixe-me ir... Está tão perto...
- Não, fique aqui. Eu te amo. Porra, eu te amo tanto.
A brisa marcou lhe enquanto ela fechava os olhos devagar e ele gritava para que não fosse. A neve caia com mais intensidade enquanto ele chorava cada vez mais forte e sofrido, agarrando o corpo leve dela contra o próprio corpo, e gritando de raiva, de ódio, e de tristeza, principalmente.
A noite foi longa, e Draco se manteve lá junto ao corpo até de manhã quando acharam-nos e o obrigaram a se separar do que fora a garota que amará.”


- Foi uma longa noite. – contei a madame Costa enchendo mais uma vez seu copo de Whisky. A neve caia lá fora e a pouco o Natal chegara. Decidira não ir para a casa de meus pais comemorar o Natal. Tinha um bom motivo para lastimar a data, infelizmente. – Se não tivessem nos achado, provavelmente estaria congelado ao lado dela e morto.
“Ela, contudo, devia estar mesmo cuidando de mim. Fui achado, e sobrevivi a duas tentativas de suicídio nos sete meses que se seguiram. Encontrei Astoria um ano depois e ela me ajudou muito, dada a sua tremenda vocação em compreender e aceitar. E assim me apaixonei por ela. Me deu dois filhos maravilhosos e tenho um bom emprego no Ministério.”
“Mas se tivesse a chance de mudar o passado, deixaria tudo – menos – para consertar todos os erros que cometi.”
- Ao me contar. Não me parece o senhor esse moço, tão sofrido.
- O medo, o amor e a perda transformam as pessoas. Mas se quer saber, ela está feliz com Fred, onde quer que esteja, e isso me deixa feliz. – por mais que eu gostaria que estivesse feliz comigo – e o amor se resume em gostar tanto de alguém ao ponto de deixá-la ir com outro, se ele a faz mais feliz que você. Eu à amava e ainda mantenho à bem aqui.
“Contudo, não adianta viver sonhando no que podia ter acontecido e esquecer de viver.”
- Ela está bem, senhor. Enquanto o senhor estiver. – diz madame costa largando a costura que fazia a mão para tomar um gole. – E tenho certeza de que as pessoas não morrem enquanto ainda há alguém que lembre dela. - Pois me lembrarei para sempre. Até poder vê-la de novo.
Em um lugar mais acima, em um tal paraíso, realmente os risos de um casal feliz seguia e duas estrelas brilharam ainda mais intensamente.

Fred Weasley ↯ 02/05/1997

↯ 25/12/1997

Fim


N/a: Ei, Ladies, Anny finalmente conseguiu terminar algo \õ/
Primeira história terminada especialmente para o especial do HP, meu lindo, eu sei o final ficou uma droga. Agradecimentos rápidos: Alini Hoffmann, minha prima, fofa e maravilhosa (No) por finalmente começar a gostar de Harry e me dar bastante ânimo e me fazer rir de montão; Emanuely Santanna, colega que me ajuda de montão a montar minhas histórias; Thais, minha beta fofa, que mesmo comigo enchendo seu saco, continua dizendo que tenho dom de escrever (O que eu sei que não tenho); E a você leitora fofa, que além de terminar a FHC está lendo minha nota E-N-O-R-M-E.
Gostou da história? Leia minha outra fanfic eu deixo: Just a Story
Comentários me deixam feliz então sejam boazinhas e façam essa autora feliz com um minuto do seu tempo. Bem, Enjoy, e até a próxima ladies. XOXO’s

Nota da beta: Hey, encontrou algum erro nessa fic? Me mande um e-mail avisando! xx


comments powered by Disqus