Por mais que pareça, essa não é uma história de amor.
Wakefulness: Dezoito de Dezembro de Dois mil e quinze.
Tive mais um pesadelo e acordei assustado.
Tinha sido assim por anos seguidos. Astoria viajava
constantemente me deixando com Scorpius ou ,
e estes dias normalmente tem sido os piores.
era nossa filha menor, tinha apenas cinco
anos. Já Scorpius, iria ingressar para Hogwarts esse
ano por ter 11 anos. Era inverno e as janelas estavam
embaçadas e lá fora, a neve caia. Era aquele o dia
macabro em que ela fora levada para longe, exatamente
uma semana antes de a perder para sempre. Como tinha
certeza de que não iria dormir, pus meu roupão e peguei
o candelabro seguindo pelo corredor.
Cheguei até o quarto de e apaguei as velas
ao sentar-me na cadeira de balanço perto de sua cama.
Pela janela uma pequena fresta de luz iluminava parte do
rosto de minha filha bem fracamente.
- Papai? – ela chamou abrindo os olhinhos cor de mel. – Está aí?
- Estou. Volte a dormir.
- Eu... Papai, eu... Poderia contar uma história para
mim?
- Contos de Beedle? – Eu perguntei cansado, pegando
seu exemplar. Um livrinho grosso de capa escura.
- Não. Quero uma história do papai! Mamãe esses
dias contou a mim e S. como foram seus anos escolares!
Até explicou porque escolheu o nome Scorpius para ele. –
Ela exclamou sentando-se na cama. – Ela não me contou
porque meu nome é , papai. Por quê?
- Porque ela não sabe direito. Fui eu que dei-lhe esse
nome.
Ela sorriu curiosa e perguntou bem baixinho se
poderia contar.
- É uma longa história. Envolve meus tempos de
estudos, é chata até.
- Conte-me, deve ser fascinante!
Eu larguei o livro e sorri antes de voltar a olhá-la
novamente.
- Tudo bem. – eu disse beijando lhe o topo da cabeça
quando sentou-se no meu colo.
“Tudo começou há muito tempo em
Hogwarts. Foi no meu primeiro dia. Todos estavam
ansiosos pela seleção, não sabíamos direito como era
realizada e falavam que Harry Potter estava no meio
deles. Estava rodeado por Crabbe e pelo tio Goyle.
Caçoamos do garoto que tanto falavam e desde
aquele dia nunca fomos amigos. Logo entramos no
salão principal, um lugar bonito, com longas mesas
lotadas de alunos maiores e o teto feito para parecer
com o céu noturno além de milhares de velas que
flutuavam iluminando tudo. O que nos selecionou foi
um chapéu, muito mal-tratado e com a habilidade de
falar. Era bastante inteligente e ao nos por na cabeça
dizia em que casa entraríamos - que seriam nossas
famílias de mentirinha por todo o ano. Fui
selecionado para Sonserina, como já desejava
assiduamente, para deixar o seu avô feliz.
Foi a primeira vez que vi uma garota, ao qual
gostei muito depois de um tempo. Tinha cabelos
negros e pele clara, assim como bonitos olhos cor de
mel como os seus e de sua mãe. Ela estava na mesa
de Grifinória com dois garotos de cabelos ruivos
idênticos. Foi uma das que ficou calada quando fui
escolhido para Sonserina enquanto os gêmeos me
caçoaram. Nos olhamos por um tempo antes de eu
me sentar de costas e por algum tempo me recusar a
olhá-la. ”
- Por que, papai?
- Porque quando você olhava uma “sangue-ruim”
ou mestiça, você tinha de olhar com nojo, não com
intensidade.
- Que é Sangue-ruim, papai? – perguntou fazendo
careta.
- É um termo que as pessoas usavam para pessoas
que não tinham dois pais bruxos e que sabiam fazer
magia. Naquele tempo, tinha muito preconceito com
essas pessoas. Hoje os tempos mudaram e você pode
olhar para quem quiser e como quiser.
- Ah, que bom! Continue, esta legal. – ela disse
sorrindo.
“O tempo passou, eu e meus amigos de
Sonserina costumávamos irritar muito os alunos
das outras três casas, e eu mesmo tinha um certo
prazer em perseguir Harry Potter, Rony Weasley
e Hermione Granger. Em meio a poções e aulas,
comecei a ouvir certos comentários sobre aquela
menina que me recusava a olhar. Ela se chamava
, e era amiga dos gêmeos Weasley –
aqueles que caçoaram de mim no primeiro dia – além
de ser uma das garotas mais populares de Grifinória
por ser bastante corajosa e viver se aventurando e
causando problemas com os dois garotos. Ela estava
no segundo ano, um ano acima de mim. Mas era o
máximo que eu sabia dela. Já que era mestiça – filha
de um bruxo com uma pessoa não-mágica – eu não
podia sair procurando por informações sobre ela.
Com o tempo, mais ou menos para Março, ela
começou a andar com Harry e seus amigos, durante
a troca de aulas e ficar sentada perto deles no salão
principal. Tinha então de olhá-la mesmo a contra
gosto e quando iria irritar os três, tinha de arrumar
algo para ofendê-la também. Não era uma tarefa
fácil, já que tinha uma certa amizade por ela. Quando
a insultavam tinha sempre uma resposta a altura na
ponta da língua. Ela obviamente não ia com a minha
cara.”
- Papai! – chamou puxando meu roupão –
Se tinha vontade de conhecê-la, por que não brigou contra
todos para poder fazer isso?
- Porque eu tinha medo. – eu disse, a voz baixa e
ressentida – Quando você for maior, querendo ou não
terá medo de fazer algo. Mamãe e eu não faremos isso,
mas alguém fará você sentir. É como ter medo de um
monstro no armário. Mas o monstro que falo é um que
representa como a pessoa vai agir quando descobrir.
- Quem o fazia sentir medo?
- Seu avô, os meus colegas... Muita gente, na verdade.
- Que triste. – ela murmurou. “Quando estava no segundo ano, comecei
a usar a sala precisa – Uma sala que aparece no
sexto andar, quando você precisa de algo muito
urgente. Ela aparece com essa coisa. No caso, papai
precisava de um pouco de paz. Sem preconceito,
brigas ou olhares de nojo. Aparecia meu quarto, um
lugar onde sabia que podia ser eu mesmo sem me
preocupar com nada. Mas eu não podia ir muitas
vezes, ia sempre de vez em quando, quando tudo
começava a parecer dar errado. Por exemplo, quando
no meio de um monte de pessoas, me sentia sozinho.
Preferia me sentir sozinho não havendo ninguém
comigo.
Seguia-se um tumulto por causa de uma
Câmara Secreta, e de um ser que petrificava gente.
Achava isso o máximo na época, um ser que mandaria
todos que não tinham “direito” a estudar magia
seriam expurgados. Na segunda metade do ano
letivo, um jogo de Quadribol foi cancelado e foi nesse
momento que eu comecei a não gostar mais dessa
criatura e de toda aquela história. Hermione Granger,
uma garota monitora da Corvinal e... . Todas
as três foram petrificadas na biblioteca.
Fui três vezes escondido de todos até lá, vê-la.
Até hoje me orgulho de ter tido coragem o suficiente
para tal feito. Madame Pomfrey, a enfermeira, foi a
única a descobrir das visitas, pois ela mesma abriu
a porta da enfermaria tarde da noite nessas duas
últimas. De certo modo confiava nela o bastante para
que soubesse e ela nunca o contou, nem mesmo para
a própria .
Algum tempo depois, Harry e Rony
descobriram o segredo da câmara e uma grande prole
de mandrágoras da professora Spout fez os alunos
voltarem a acordar. Foi um choque, no dia que ia vê-
la, a porta abrir-se e ela mesma recepcionar-me um
tanto apática e sumi assim que os gêmeos chegaram
e ela foi abraçada por ambos ao mesmo tempo, rindo
pra valer. A festa de encerração foi realizava com
o salão coberto de Vermelho e dourado em vez do
verde e prata que todos achavam que seria. Mas não
me emburrei tanto com esse fato, estava me sentindo
desconfortável o suficiente com ela me encarando
vez ou outra com muita intensidade. Só havia dois
motivos para seu interesse: Ou ela sabia que eu tinha
ido visitá-la ou tinha algo de muito chamativo em
mim.”
- Agora, . Quero que vá dormir. – falei um pouco
menos apático. Ela bufou brava.
- Mas agora que a história estava ficando boa! – ela
gemeu se arrastando para a cama.
- Prometo que amanhã depois do café eu conto mais
um pedaço. – disse ao tampá-la.
- Promessa de dedinho? – ela pediu manhosa estendo
a mãozinha com o dedo mindinho levantado. Ora,
Astoria, por que a acostumara a fazer isso? Eu sorri um
pouco sem graça e segurei-lhe o dedo rapidamente.
- Promessa de dedinho. – dei um beijo em sua testa e
me afastei enquanto ela sorria feliz. – Tenha bons sonhos.
Não sei ela, mas tive uma noite difícil depois daquilo
tudo.
Deep Sadness: Dezenove de Dezembro de dois mil e quinze.
Papai não cumpriu a promessa de dedinho.
Pensei em reclamar, em chorar ou ficar sem falar
com ele, mas achei que ele tinha algo ruim não deixando
me contar o resto da história. Talvez fosse medo! Ou
estivesse triste! Mas por mais que ele estivesse triste com
a tal coisa, não precisava ficar sempre quietinho como
minha coruja (a única diferença entre os dois é que não
ficava dormindo e sim olhando para um lugar por muito
tempo). No começo, cheguei a pensar que eu tivesse
feito algo errado e ele estivesse me dando um gelo. Mas
era impossível! Papai nunca ficava com aquele olhar tão
triste.
Eu brincava com Onnyx (a elfa da casa) desde manhã no jardim fazendo uma série de tortas de lama.
Havia mais lama na minha roupa que no prato, mas ela
não sorria tanto quanto eu (ela estava enfeitado com
duas contas negras que peguei em casa e uma folha seca
torta, e tinha um bonito sorriso, aliás). Ofereci a Onnyx
toda sorridente e orgulhosa com meu feito, e ela a cobriu
com uma pequena camada de neve. Parecia apetitosa, e
tive até vontade de prová-la.
Percebi então que na porta dos fundos de casa, papai
estava de pé com seu longo sobretudo negro e gorro
verde e prata com uma pluma na ponta que parecia algo
que um duende usaria. Papai não era um duende, pois
era muito alto, mas se fosse, seria genial. Ele tinha um
traço de sorriso no rosto. Achei a hora perfeita para falar
com ele. Peguei a torta e corri até ele:
- Papai, Papai! Olhe o que Onnyx e eu fizemos!
- Parece apetitosa, . – ele disse. – Mas agora,
deixe sua bonita torta com Onnyx e vá até a Sra. Costa
para ela dar uma pequena limpeza nesse narizinho
arrebitado e sujo. – ele tocou meu nariz ao falar e eu
funguei, mas ri - Porque iremos fazer as compras de Natal.
Dei a Onnyx a torta e corri feliz até meu quarto onde
madame Costa me esperava. Ao terminar de lavar-me e
por um vestido bonito e rodado verde como o de uma
princesa, eu fui até papai. Nós fizemos uma pequena visita
ao Beco Diagonal no centro e compramos belos presentes
para mamãe e S., além de que papai me deu alguns
livrinhos de histórias da Floreios e Borrões como pedi,
assim como um sorvete da Florean. Contudo, fiquei triste
ao, de novo, não entrarmos na maior loja e mais legal do
beco, A Gêmialidades Weasley.
- Por quê?
- Porque não me dá boas lembranças o dono, George
Weasley. Não que tenha me feito algum mal, mas é
melhor não vê-lo.
Ao chegar em casa, papai sentou na poltrona grande
perto da lareira e ficou observando as chamas, enquanto
eu e Onnyx organizávamos os presentes debaixo da
árvore. Logo me sentei no tapete macio, encostada as
pernas de papai e abri o livro de poucas palavras. Já
conseguia ler um pouquinho em voz alta.
- , acabei de me lembrar que prometi algo para
você. – ele falou e puxou-me para seu colo, o livro caiu
no chão e nenhum de nós deu nenhuma importância ao
mesmo. – O resto da história sobre a garota que tinha seu
nome.
- Papai, não precisa disso. Sei que pensou nela o
dia todo. – disse brincando com os dedos. – Estava com
os olhos opacos e parecendo distantes como quando
começou a contar-me a história. – Ele fez expressão
impressionada. Mas acabou murmurando apenas “eu
devia ter esperado” – Papai fica triste quando lembra
dela, então não conte a história e fique feliz de novo!
- Irei pensar nela de qualquer forma, principalmente
essa semana, então, pelo menos lhe contarei uma história
descente em sua infância, ao qual não envolva coelhos
falantes e tocos que cacarejam.
“No começo do terceiro ano, ela voltou a
escola toda machucada e traumatizada. A mãe havia
morrido numa explosão enquanto faziam uma viagem
numa geringonça trouxa, e ela tinha visto tudo, mas
de alguma forma sobrevivera. Agora ela estava
morando por um tempo com os Weasley, mas eu não
sabia de nada disso. Ela agora ficava direto com os
Weasley, não me olhou diretamente até o meio do
ano.
As coisas seguiam até que bem, tirando
o fato de que Dementadores guardavam a escola
para impedir que Sirius Black entrasse. Eu enchia os
garotos de Grifinória e o Hagrid, o guarda caça que
virara professor de Trato das Criaturas Mágicas. Ainda
visitava a sala precisa sempre que podia. Numa noite,
entrou na sala chorando. Eu nunca a tinha
visto ali e foi um choque para ambos.
- O que faz aqui?
Ela nada falou, só saiu correndo da sala sem
mais nem menos. Alguns dias depois eu ia andando
sozinho pelo corredor do sexto andar em direção a
sala quando fui barrado por ela. Estava com feições
endurecidas e parecia brava.
- Você, Malfoy! Por que ainda não espalhou
para todos que me viu chorando? – ela parecia
bastante curiosa com o fato. – Pensei que fosse
um ser oco que não se preocuparia se esse fato me
magoaria ou não, só que ganharia mais atenção.
- Se fosse o caso, mais valeria eu mesmo ter
secado as lágrimas e ter certeza disso. – eu disse
continuando a andar. – Não se espante, por mais
que não pareça, há coisas que eu entendo. Como a
tristeza.
- Bem, então está parecendo que você tem
um coração. – ouvi pelas costas.
- Tenho, é claro. Mas está endurecido e
perdido, não perca seu tempo procurando-o. Há
coisas melhores para se fazer.
Ela então se foi. Pensei por um segundo se
valia a pena ir atrás dela e pedir que esquecesse a
minha última frase, mas não o fiz por orgulho. Na
verdade, me privei de muita coisa por causa desse
fardo.
Dias depois, todos andaram preocupados.
Alguns alunos da Grifinória tinham jurado ter visto
Sirius Black no dormitório do terceiro ano, Rony
Weasley disse convicto depois que portava uma faca
comprida e parecia querer atacar Harry. Bem, nessa
noite todos foram levados para o salão principal
para dormir no chão em sacos de dormir conjurados
com magia. Fui um dos primeiros a chegar vindo
de Sonserina e deitei-me num dos últimos perto da
parede. Então para minha surpresa, apareceu
e deitou ao meu lado, de barriga para cima e olhos
abertos.
- Estou confusa, Malfoy. Pensava que não
fosse o tipo de garoto que gostasse de ficar sozinho.
- É uma falsa sensação então. Às vezes, todo
mundo se sente sozinho. – eu disse arriscando olhá-
la. Ela estava virada para mim.
- Por que você é assim? Todo estranho...
Quando não há ninguém ao redor me trata bem,
quando há me chama de escória. Como posso achar
isso ao menos normal? – ela falou, os olhos piscavam
como se estivesse com sono. – Você é bipolar ou bate
a cabeça diversas vezes por dia?
- Só tento ser aceito.
- Está tentando ser aceito pelas pessoas
erradas, Malfoy. Só você não percebe? – ela se
levantou e deu uma batidinha amigável em meu
ombro. – Vou indo com os meus amigos da “escória”,
antes que os seus cheguem.”
- Papai, então naquela época só ela te entendia?
- De certa forma, sim. – ele disse, triste mais com um
ar de inteligência. É uma coisa que eu desconfio que ele
só adquiriu depois de adulto. – Até hoje, , quando
preciso conversar com alguém sobre algo que venho
sentindo ou pensando contraditório ao meu normal, meu
primeiro pensamento sempre é ela.
- Mamãe sabe disso?
- Sabe, mas ela respeita. De qualquer forma é
passado. Quando crescer, vai perceber de que as
lembranças boas nem sempre vão te fazer sorrir.
Principalmente quando ela não acaba tão bem como
deveria.
“Depois daquelas palavras, pensei muito nela
e tentei entender como a cabeça daquela Grifinória
Mestiça funcionava. Talvez eles fossem mesmo
bem diferentes das pessoas ao qual sempre estive
acostumado. Acho que era mais confiável e leal do
que qualquer pessoa já tenha existido. Mas, por
mais que eu quisesse conversar com ela sempre que
pudesse, dizer “olá”, ou qualquer outra coisa em
público era um desafio. Ela pertencia a um mundo –
O que importava era o amor, a própria vontade, o seu
jeito de pensar, a sua família e principalmente a paz
– e eu a um completamente diferente – arrogante,
preconceituoso, sujo, hipócrita e sem escrúpulos. Não
é sempre que você consegue deixar a fossa que se
meteu, principalmente quando a água quase te afoga.
Foi um ano difícil para mim, fui muito
rebaixado com a vitória de Grifinória na copa de
Quadribol e ainda na das casas. O hipogrifo Bicuço,
do bobalhão do Hagrid, não foi executado por ter
me atacado e Sirius Black fugiu de novo. A parte
boa é que ao ficar sozinho numa noite na torre de
astronomia, foi até lá me consolar. Não
com palavras, mas com apenas um aperto de mão
enquanto encostou a cabeça em meu ombro.
- Foi um ano difícil para você, Malfoy. Mas
piores virão, acredite. – ela disse bem baixinho – Isso
é só uma pequena prova.”
- Agora, cama. – ele falou me tirando de seu colo e
pondo no chão.
- Ah, por que você para sempre na melhor parte?
- Talvez porque esse seria um capítulo, e bons
ouvintes sabem que é melhor ter expectativa e não ouvir
tudo de uma vez sem imaginar nada. Além de que está
tarde. Diga boa noite e vá para a cama com a Sra. Costa
antes que ela vá para casa.
- Ah! – fiz bico mais dei um beijo na bochecha de
papai desejando boa noite e corri ao encontro da Sra.
Costa que me esperava nas escadas. – Pode me contar
uma história antes de ir? – perguntei animada a ela
enquanto subíamos a escada.
- Se for uma boa menina e deitar sem delongas
poderei contar algo. Promessa de dedinho?
- Promessa de dedinho. – falei sorrindo agarrando seu
dedo.
Dance in the hall: Vinte de dezembro de dois mil e quinze.
Eu batucava a bancada de mármore impaciente. Sra.
Costa preparava o café a um certo tempo e normalmente
nos dias que acordo cedo fico estressado com tudo, mas
principalmente com a demora.
- Irá demorar muito ainda, Madame Costa? –
perguntei carrancudo. Tenho de dizer, certos hábitos de
criança a gente nunca mesmo irá perder.
- Não, senhor. Não mesmo.
Me virei para a porta de entrada onde apareceu meu
pai ao ter desaparatado. Ele cambaleou e então seguiu
em minha direção, sempre aparentaria ser um homem
arrogante mesmo quando parara de ser.
- Dia, Draco.
- Dia, pai. Como anda em casa?
- Calmo. Na verdade, muito monótono sem você e
.
Tínhamos passado alguns dias nas férias de verão por
lá, papai ficará muito incomodado quando eu recusei ir
no inverno.
- Ah. Só gostaria de sentir-me um pouco em casa
antes de voltar a ficar até tarde no Ministério todos os
dias. É difícil ter um tempo aqui.
Ele tinha sentado ao meu lado e conversamos sobre
meu trabalho na seção de Cooperação Internacional
em Magia. Era um tanto monótono, mais qual assunto
comum de adultos não era?
- Vovô! – gritou no alto da escada animada
descendo rapidamente e pulando nele, abraçando-o com
força. – Senti tantas saudades!
- Seu pai é o culpado. Você podia muito bem passar
essas férias comigo e Narcisa.
- Não fale assim, vovô. Papai é muito legal mesmo! –
ela me defendeu cruzando os braços – Ele até tem me
contado uma história dos tempos de escola dele que é
mesmo fascinante!
- Tem mesmo, Draco? – ele me perguntou.
- Tenho.
Onnyx então surgiu de algum canto e
começou a tagarelar algo para ela e a segui-la para o
jardim coberto de neve.
- Nada disso, mocinha. – disse Sra. Costa correndo
com o vestido levantado até as canelas atrás delas. – Tem
de comer antes, e pentear os cabelos, além de por uma
roupa de frio. O que falo todos os dias?
- Sra. Costa é ótima para quando Astoria não está. E
mesmo com essas regras todas, a adora.
- Imagino o quanto. – disse papai virando-se para
a bancada onde Sra. Costa punha o café da manha e
tagarelava sobre algo se servindo de ovos e
bacon.
- Papai! – ela gritou lá da rua enquanto tomava uma
dose de Whisky de fogo. Ela era uma das únicas que eu
iria atrás numa hora dessas.
- O que é, ? – gritei da varanda. Ela vinha
correndo com a roupa coberta de neve e o cabelo
espetado por muitas folhas secas.
- Hora da história! – ela gritou feliz. Papai tinha ido
embora há um tempo, e ela tinha sumido o dia inteiro
no jardim com Onnyx. Ela era uma menina muito
aventureira, igualzinha a mãe.
- Antes, um banho. – eu falei ao vê-la entrar de
supetão no escritório. – Sra. Costa está na cozinha.
Meia hora depois, já estava escuro e eu e
estávamos sentados na poltrona de couro da sala. Ela
estava devidamente limpa e trajava seu pijama preferido
de estrelas azuis e eu fitava a lareira por um instante
pensando nas palavras que usaria.
“No próximo ano, antes do começo das
aulas, aconteceu um evento histórico. O final da copa
mundial de Quadribol, Irlanda x Bulgária. Um jogo
espetacular. Eu e seu avô vimos o jogo no camarote
do Ministro da Magia, e antes de chegarmos até lá,
tive de desdenhar Harry Potter e os Weasleys que
veriam na cobertura do campo, o considerado pior
lugar. Mas algo me surpreendeu.
- Papai. Que... Quem é ela? – perguntei
apontando discretamente , que estava num
canto ao lado de um homem culto de terno. Ela não
estava muito interessada no que acontecia em volta,
e apenas enrolava os cabelos com os dedos. – A vi em
Hogwarts.
- Ela é filha do diretor do Departamento
de Mistérios. Ela é mestiça, mas com sobrenome
forte. – ele disse – Nunca mexa com ela. Não quero
ter problemas com o pai dela. É um homem muito
estranho.
Fiquei apavorado com essa revelação. Ela
nunca havia dito, ou ao menos ouvira falar dela. Céus,
ela era maluca ou o quê? Com o sobrenome dela,
nunca mais seria chateada pelo pessoal da Sonserina
e por mim, por que ela nunca o usou?
Depois dessa, não prestei muita atenção
no jogo. E depois disso quando ouve um alvoroço
vindo de um incêndio e dos Comensais da Morte de
máscaras, eu apenas observei o estrago de longe. Não
era uma coisa para se orgulhar hoje em dia, mais seu
avô estava no meio deles.”
- Por que o vovô iria fazer isso? Voldemort era mal!
Vovô é muito bom para seguir algo assim!
- Ele é bom. Mas não faz muito tempo que ele
perdeu o medo. Sabe, muitos dos seguidores de
Voldemort só estavam lá por ter medo ou terem sido
ameaçados. Na época, era muita coragem se opor a ele.
“Houve então um evento até o momento
escondido pelos organizadores em Hogwarts: O
desafio da Taça Tribuxo. Três provas para definir
um ganhador de três escolas tradicionais bruxas
diferentes. Só poderiam ser campeões jogadores com
mais de 17 anos. Qual foi a surpresa quando a Taça
escolheu como um quarto campeão, o Potter.
Bem, o negócio foi duro. Enfrentar aquela
injustiça toda. E ainda que no fim era tudo uma
armação de Voldemort! De qualquer forma, não foi
por isso que o ano seria estragado, não... Muito pelo
contrário. Eu e nos encontramos no primeiro
teste. Ela tinha ajudado os gêmeos antes nas apostas
e só falei com ela durante a prova de Victor Krum. Eu
a puxei para debaixo da arquibancada.
- Que foi, Malfoy? Sente saudade de conversar
com alguém que realmente te ouça?
- Não imagina o quanto.
- Olha, não posso me demorar. – Ela disse
cruzando os braços – Meus amigos também não
precisam saber que eu falo com você. E eles logo
sentiram minha falta. Então, vamos logo com isso.
- Por que nunca contou que seu pai é o diretor
do Departamento de Mistérios?
- Talvez porque nem todos gostam de ficarem
famosinhos por causa do sobrenome, Malfoy. – ela
disse carrancuda. – Desculpe, força do hábito.
- Não se desculpe. É a verdade.
- Olha. Você seria uma pessoa melhor,
Malfoy, se você não usasse esse broche. – ela disse
se aproximando de mim e tirando o broche que
zombava do Potter. – Pode não ser O fã dele, mais
respeito é bom as vezes.
- Só não entendo porque você sempre tenta
me mudar, mesmo sabendo que é impossível.
- Oras, Malfoy, esse é o meu papel: Acreditar
que as pessoas podem mudar, o seu é mentir para
ser aceito. – Ela sorriu triste e se afastou. – Tchau. Outra hora nos falamos.”
- Papai. Você já gostava dela nessa hora?
- Já, só não queria admitir, além de que eu não
conhecia bem o sentimento e era fácil enganar a mim
mesmo dessa forma. – eu disse sorrindo. – E também
não era a hora certa para descobrir. Mas gostar dela, eu
sempre gostei, ela conseguia de alguma forma despertar
o lado bom de mim e isso era lindo.
- Como ela conseguia?
- Com paciência, e muita calma. Ela também não era
das que mais se importava com os insultos. – eu a olhei
por um instante. – Ela também falava apenas a verdade,
em nenhum momento me enganou como muitos faziam,
nunca disse o que não era.
“No baile de Inverno, tradicional dos torneios
tribuxo. Foi a próxima vez.
Eu não tive a coragem de convidá-la para ser
meu par, mas pensei muito na hipótese depois do
incidente em que o professor Moddy me transformou
em roedor e ela foi a única que não riu. Bem, então
eu fui com Pansy Parkinson. Ela já arrastava asa para
mim há algum tempo e vivia colada em mim, Crabbe e
no Tio Goyle. Ela aceitou na hora. Era muito patética,
manipulável e preconceituosa, mas foi uma boa
companhia principalmente por ter ficado calada.
estava magnífica – como
praticamente sempre – com um vestido rosa delicado
demais para ela e os cabelos normalmente lisos,
encaracolados. O único defeito era o ruivo que
a acompanhava. George Weasley com seu terno
remendado a divertiu muito naquela noite. Eu,
por outro lado, apenas dancei umas três músicas
com Pansy e então me sentei. Ela brigou comigo,
perguntou se não iríamos dançar mais e porque eu
estava sendo tão distante com ela. Disse então que
não dançaríamos mais, e que ela que procurasse algo
melhor para fazer pois ela estava enchendo o meu
saco. Ela saiu do salão totalmente contrariada e fiquei
esperando o momento certo para fazer algo, apenas
sentado na mesa observando por enquanto.
George então foi falar com uma garota de
Beauxbatons e seguiu até uma mesa onde
Rony Weasley observava Hermione Granger e Victor
Krum dançarem animados. Eu então pus me a sair a
passos largos e pesados, arrumando a flor do terno.
Ela falava de algo que ele devia tomar coragem, mas
eu percebi que olhou eu passar com muito interesse.
Segui para fora, no pátio de pedra que dava
na ponte coberta e entrada do castelo. Fiquei parado
olhando para o nada, de costas para as portas.
- Malfoy? – Ouvi a voz de que fez
eco na pedra. Continuei na mesma posição. – O que
faz aqui? Está horrível o tempo e logo irá nevar! –
ela havia se aproximado e sua mão estendida quase
tocava meu ombro direito quando me virei para ela.
Eu então me curvei bem de leve, mal tirando
os olhos dela.
- Mas o que você está...
- Me concede essa dança?
- Mas... Não há música.
- Finja que o silêncio é a canção. É até a
melhor música de todas.
- Bem, o baile é onde queremos que seja.
Então, sim. Adoraria dançar.
Eu então a puxei com delicadeza e ela
entrelaçou as mãos em meu pescoço, eu em sua
cintura com extremo cuidado. Ficamos nos movendo
devagar numa dança sem melodia e sincronizada.
Eu tropecei e ela sorriu. Os olhos dela eram muito
bonitos.
Então quando estávamos prestes a encostar
os lábios, ouvimos passos e um conversa animada de
alguma garota de Beauxbatons satisfeita e corremos
para uma pilastra, nos escondendo atrás dela. O casal
passou rápido e logo pudemos respirar em paz.
- Tenho de ir. – ela disse me olhando direto
nos olhos – George deve estar a minha procura.
Ela então beijou minha face e subiu correndo
as escadas do castelo. Eu contudo fiquei ali extasiado
apenas pensando no que acabara de acontecer.”
- Ela tinha essa mágica que mamãe tem de deixar
você sem fala. – concluiu . – Ela sabe como fazer
você ficar pensando nela por bastante tempo.
- Sim. Você, sua mãe e ela. São duas mulheres e uma
garotinha que conseguem me deixar sem fala sem muito
esforço.
“Naquele ano, a vi mais uma vez um pouco
depois da segunda prova, mas ela estava eufórica
demais com a vitória de Potter em segundo lugar,
e eu não muito animado com isso. Foi muito breve
então.
A última foi depois do discurso de
Dumbledore em homenagem a Diggory, que morreu
nas mãos de Voldemort e avisando da volta do bruxo
das trevas. Eu esperei que saísse do salão atrás de
uma pilastra e quando ela passou muito tempo
depois, sozinha, eu a puxei.
Ela estava fungando e muito carregada com
o medo. Embrenhou o rosto entre minhas vestes
e chorou. Ela então contou-me sobre a mãe, o pai
que não era muito ligado a ela e sobre a morada na
casa Weasley. E ainda como aquilo tudo de morte
a assustava de alguma forma muito mais intensa
agora, principalmente com a volta de Voldemort. Foi
a única vez que devia, mas não consegui consolá-la,
típico. Então eu apenas afaguei sua cabeça e a deixei
desabafar.”
- Papai?
- Sim?
- Esse ano acabou então?
- Sim, quer ir dormir?
- Seria ótimo, estou com muito sono. – ela me deu um
beijinho de boa noite e saiu gingando para o andar de
cima.
Passei mais um tempo observando a lareira antes de
subir também e novamente dormi muito mal.
Secrets and feelings: Vinte
e um de dezembro de dois mil e
quinze.
Acordara com uma forte dor de cabeça, mas fiquei
com receio de lançar um feitiço anestesiante na mesma.
Então passei o dia reclamando com madame Costa,
enquanto havia saído com a avó para um parque
qualquer.
Os dias tem sido difíceis. O quanto mais tento não
pensar nela mais pensamentos sobre ela me vêem
a cabeça. É complicado lutar contra uma coisa que
realmente não se quer.
Talvez eu quisesse lembrar dela. Sofrer parecia bom o
suficiente para mim. Tinha certos problemas para aceitar
que ela tinha me deixado por outro e não iria voltar,
nunca. Acho que sofrer estava de bom tamanho.
- Sr. Malfoy, por favor vá se deitar pelo menos para
relaxar essas suas preocupações. – pediu madame Costa
ao fazer um feitiço que limpou a mesa em um piscar de
olhos.
- É complicado, madame Costa. Tenho certeza que se
eu deitar na cama, irei dormir por conta do cansaço.
- Isso é ótimo, Sr. Malfoy.
- Não quando os pesadelos mais medonhos sobre um
amor do passado definhando e pedindo ajuda tomam-
lhe a cabeça. – eu disse com tom paranóico. Apoiei os
cotovelos na mesa e a cabeça pendi sobre as mãos,
massageando bem levemente. – Tenho mais é de ficar
desperto pensado nela acordado e sem tanto remorso
como a noite.
Ela ficou quieta por um instante. Largou a varinha na
mesa, limpou as mãos molhadas num pano de prato e se
aproximou de mim lançando um olhar preocupado.
- Isso não faz bem para o Sr. Devia parar de remoer
o passado e pensar no seu presente. Em sua esposa, em
seus dois filhos maravilhosos e em sua carreira, além da
saúde.
- Que adianta saúde se qualquer um pode a qualquer
momento matar lhe com um feitiço simples como o
Avada Kedavra? – eu disse remoendo fatos antigos. –
Matar alguém que você ama, te enlouquecer com as
lembranças! – fiquei quieto por um instante encarando
seu rosto assustado. – Apenas me arranje um café forte e
pare de me aconselhar.
- Papai! Papai! – ouvi a voz de vinda da
porta. Ela largou o guarda chuva na entrada e veio
correndo em minha direção, ensopada. – Como está?
– ela pulava rapidamente como se estivesse muito
animada.
- Bem, estou bem. – eu disse levantando o olhar até
seu rosto. – E você, ? Como está?
- Perfeitamente bem. Vovó Narcisa me deu um
cachorrinho! – ela saiu correndo novamente para a
entrada e pegou uma caixinha cheia de furos onde havia
um bichinho muito pequeno e igualmente peludo. – É
lindo né?
- Sim, é muito bonito. Você que terá de cuidar dele,
e contar a sua mãe. Ela vai ficar possessa ao vê-lo. – de
raiva provavelmente. Ela odiava pêlos e aquele bichinho o
tinha aos montes. – Não irá comer?
- Não. Vou me sentar com Mr. Cute enquanto você
vai me contar sobre seu quinto ano.
- Apressada e mandona, como sua mãe. – eu disse
rindo. - Será que herdou algo meu?
- A esperteza, senhor Malfoy. – gritou Sra. Costa da
cozinha. – É inteligente como o senhor.
- Hm. – avaliei minha filha que sorria ao acariciar o
bolinho de pêlos. – Talvez seja mesmo.
“Nas férias de verão antes do começo das
aulas vi perambulando com os gêmeos pelo
Beco Diagonal. Eu tinha ido com meu pai comprar
algumas coisas e no momento eu saia da loja de
Vassouras com um kit para manutenção da minha
Nimbus 2001. Eles conversavam sobre possíveis
pontos para uma loja, bem animados. Ela me olhou
por um instante, mas eu logo sai dali e ela continuou
sua conversa animada com os gêmeos. Eles pararam
na frente de uma loja grande e vazia um pouco mais a
frente.
- Que tal essa? – ela sugeriu olhando para
trás rapidamente. Eu estava parado no meio da rua
de lajotas como um tolo observando-os. – Parece um
bom lugar para a Gêmialidades Weasley.
- Achou um lugar para a loja e ainda nos deu
uma sugestão de nome! – disse um deles. – George,
elimine a possibilidade do nome Orifícios pulantes,
faça me o favor.
Eu então deixei a vigília e entrei na Floreios
e Borrões assim que vi Fred Weasley, - o que havia
falado – entrelaçar a mão com e ela sorrir
para ele apenas. Quando cheguei em casa, só pude
me jogar na cama e ficar brincando com uma bolinha
e pensando em esquecê-la de vez. O que não
aconteceu.”
- Qual a sensação que teve?
- Uma série de queimações no peito, os dedos
pinicarem, e os olhos estreitarem. Além de uma vontade
quase insaciável de bater nele, até afastá-lo dela. Era o
que eu identifico como ciúme. – eu disse pensativo. –
Mas não podia fazer nada para separá-los. Não era nada
para ela a não ser um playboyzinho mimado que fala com
ela escondido.
- Cada sentimento estranho, papai.
- Acha o ciúme estranho, ? Espere para conhecer
o amor. – eu ri por um instante erguendo o rosto. –
É o sentimento mais complicado que existe. Pode ser
confundido com ódio, aversão ou carinho. Faz as pessoas
ficarem tolas, e pode mudar de hoje para amanhã. E
não tem valor algum, mais muitos trocariam tudo para o
sentir. É devastador, complexo e sem validade determinada.
Você pode sentir uma explosão no peito, uma dorzinha
de cabeça ou os músculos contraírem quando seu amado
chegar. E ainda mesmo com mil palavras, descrevê-lo é
impossível. É ruim, mas quem sente não se importa com
isso.
- O que sente quando vê a mamãe? E quando via a
?
- Quando vejo sua mãe... Apenas tenho uma vontade
incessante de sorrir, de tamanha felicidade que sinto. E...
, eu sentia arrepio e um friozinho estranho no
pescoço. Com cada amor é diferente.
“Naquele ano, as coisas estavam mais
interessantes ainda. Professora Umbridge, uma
megera do ministério com cara de sapa veio tocar o
terror em Hogwarts. Fudge, o ministro da magia na
época estava desconfiando de Dumbledore, como
se ele quisesse tomar o ministério ou algo do tipo
divulgando aos alunos que Voldemort retornará e
dando depoimentos para o Profeta Diário. As coisas
estavam criticas com a professora por lá. Estava
dando aulas de Defesa contra as Artes das Trevas ao
qual nem usavam varinhas. E depois de um tempo
começou a fiscalizar a aula dos professores a fim de
encontrar algo para que os demitisse.
Vi um dia pregando algo no mural
no corredor do salão principal. Estava vazio. Mandei
Crabbe e Goyle buscarem algo que supostamente
tinha esquecido no salão comunal de Sonserina e fui
falar com ela.
- Olá.
- Que é isso, Malfoy? – ela virou-se assustada
em minha direção. – Aqui é muito movimentado,
alguém pode aparecer a qualquer momento!
- Se acontecer você se finge ofendida e eu
faço cara de arrogante como sempre e você sai, como
se tivesse a insultado. – ela concordou um pouco
ansiosa e voltou a pregar a folha. – Que é isso?
- Alguns testes que Fred e George estão
querendo fazer. É bem simples, na verdade. Mas
um tanto nojento. É para a Gemialidades Weasley,
futura loja deles. E nem tente fingir que não sabe do
que estou falando. Vi você olhando-nos aquele dia
enquanto falávamos sobre isso.
- Não cheguei a ouvir o que era a mercadoria. -
chegou a abrir a boca para responder
mas em vez da resposta ela me empurrou dizendo:
- Cai fora, Malfoy. Estou de saco cheio de você.
- Mas... O quê? – logo entendi o porque da
reação. Fred e George Weasley tinham surgido ao seu
lado.
- O que está acontecendo?
- Malfoy veio me encher o saco. – ela falou
cruzando os braços.
- Ora, o que eu viria fazer perto de uma
mestiça imunda como ela?
Fred tentou vir para cima de mim, mas ela
segurou sua mão e fez sinal negativo com a cabeça.
Umbridge surgira com sua prancheta e sorriso
diabólico pelo corredor as minhas costas, observando
nossos movimentos mínimos e subindo a escada
devagar. Os gêmeos engoliram em seco, sem poder se
virar para ver se ela já havia sumido.
- Hm, Malfoy. Sentimos pelas nossas
desavenças de tanto tempo. – disse George calmo.
– Aceita algumas guloseimas em pedido de paz? –
e assim, Fred estendeu-me um saquinho marrom e
bastante estufado.
- Tanto faz. – peguei o saco e logo Crabbe e
Goyle surgiram com Pansy Parkinson.
- Que está acontecendo, Draquinho? –
perguntou ela melosa. Eu fiz uma careta antes de me
voltar para os três.
- Estava dando um “oi” para a escória e pondo-os em seu lugar. Vamos logo, eles me dão nojo. – Os
Weasley fizeram careta e continuou com sua
natural Poker Face enquanto passamos por eles. Um
pouco mais adiante eu disse. – A propósito, Crabbe,
Goyle, querem umas guloseimas?
Alguns minutos depois, ambos saíram
vomitando do salão principal. Disfarçando, vi
encurvada sobre a mesa com uma pena laranja em
mãos, riscando algo. Ela pediu a um aluninho da
Grifinória que passou perto da mesa alguma coisa e
lhe entregou um pergaminho bastante dobrado.
Ele encolheu os ombros e voltou a se sentar.
Na saída do salão Principal, ele veio até mim e Pansy.
- Para você, daquela menina de arco laranja
na cabeça. – eu arranquei o pedaço de pergaminho
de seus dedos com aspereza e murmurei um “suma”
entre dentes.
- O que é, Draco? – Pansy tentou ver o que
estava escrito por cima de meus ombros enquanto eu
lia rápido.
Bem, minhas solenes desculpas pelas vomitilhas e
sincero agradecimento pelo teste bem sucedido das
GEMIALIDADES WEASLEY #33.
Pelo menos, não foi você nesmo que as consumiu.
Se fosse o caso, seria um tolo.
A propósito, Fred mandou escrever:
PAZ É O CARALHO! ANTES A SONSERINA QUE PEÇA!
Xx xX
- Ela é bastante corajosa. – observou , com os
olhos quase fechados de sono.
- É sim. Todos os Grifinórios são corajosos. O
chapéu seletor escolhe os garotos de Grifinória por essa
qualidade principalmente.
- Ei, Malfoy!
- O que foi? – eu perguntei me virando e
dando de cara com a dez passos de mim.
As coisas tinham ficado criticas ao ponto de
que Umbridge virasse quase Dumbledore na escola,
sendo a alta inquisidora. Clubes tinham de ter sua
permissão para continuarem funcionando. Havia
rumores de que Potter estava reunindo um pequeno
grupo de alunos para ensinar um pouco mais de
magia que aprendera na prática. estaria
nesse grupo. E eu estava na brigada inquisitorial, ao
lado de Umbridge para ganhar pontos positivos nos
NOM’S.
- Nem se preocupe em tentar entrar na Sala
Precisa para procurar-nos. – Ela se aproxima ao falar
bem devagar. – Ela não irá aparecer. Eu a enfeiticei
para isso mesmo.
passa por mim rapidamente e
transpassa a parede onde a Sala Precisa devia estar.
Eu não a vejo mais sinto que está ali parada na
porta me observando, além de que sua respiração
entrecortada a denunciava.
- Por que isso tudo, ?
Ela se inclina para fora e assim eu vejo
metade de seu corpo para fora. Estava a poucos
centímetros de distância de seu rosto, o coração no
peito batendo forte. Ela agarrou minha nuca e me
beijou, saindo de vez da soleira da Sala Precisa. Estava
muito surpreso e nem mesmo percebi que ela tirava
gentilmente a prancheta de Umbridge de minhas
mãos.
- Uma garantia, Malfoy. – Ela disse se
afastando um pouco. Eu respirava ofegante e mantive
o olhar nos seus lábios que mexiam devagar ao
falar. – Porque por mais que eu goste de você, você
mesmo me mostra que não presta. – ela se afasta
definitivamente dando três tapinhas amigáveis em
minha face. – Pense nisso.”
- Papai? Falta bastante ainda para terminar este ano?
– ela perguntou bocejando.
- Falta. Mas se você está com sono podemos parar e
terminar amanhã.
- Não papai, continue.
“ – Malfoy, sempre tão previsível.
- Por que acha isso? – eu perguntei, mas
ela se afastou. Ele vai atrás dela e segura sua mão
perguntando de novo entre dentes. Ela tinha feito
careta de dor quando a tocou mais eu não dei
atenção no momento.
- Fala exatamente o contrário do que pensa,
age sempre do modo errado. Será que só se preocupa
com o que os outros acham?
- Novidade para você, . O mundo é
feito disso, atitudes se baseiam no que as pessoas ao
redor pensam não o que você próprio acha disso.
- Não, Malfoy. O mundo é cheio de gente que
sabe que não adianta ser aceito sem ser você mesmo
e por uma minoria constituída de babacas como você,
que acham que vão conseguir fingir para sempre sem
a máscara de mentiras cair!
Ao me empurrar ela gritou de dor, e se
ajoelhou segurando a mão esquerda entre a outra.
Me ajoelhei em seu lado e puxei sua mão com
delicadeza. Com a luz fraca da tocha no porta-archote
preso a parede, eu vi a frase escrita com sangue em
carne viva:
“Não devo desobedecer o regulamento”
- Que é isso?
- Isso, é o que você ganha em ser contra a
cara de sapa. – ela disse entre dentes puxando a mão.
– Se quer saber faria tudo de novo. – ela se levantou e
saiu muito rápido.
Me senti mal instantaneamente por ter feito
parte daquilo. Mas o que estava feito não poderia ser
mudado. Ia continuar com Umbridge.
A operação que falamos dias atrás foi um fiasco, Draco.
Ele está bravo e agora decidiu me destituir. Talvez sua mãe também.
Terá de falar com ele assim que voltar para casa.
Precisará ser forte e aceitar qualquer for a proposta que dê,
pelo bem de sua mãe e meu.
Bons NOM’S. Até as férias.
Xx Lucio Malfoy xX
Oh, céus. Onde estava quando
preciso falar sobre isso? Não, eu não posso falar
sobre isso, o que estou pensando? Não quero e não
vou envolver mais alguém que gosto e necessito
nesse caminho. Se perder meu pai e minha mãe já
seria horrível não iria perde-la também.
Como a vida pode simplesmente mudar de
curso tão rapidamente? Deveria ser impossível.
Sai do sofá em que sentara no quarto e segui
para o salão Comunal. Assim que toquei o piso escuro
e a luz esverdeada tocou minha pele, fui agarrado por
Pansy Parkinson, animada e imaculavelmente chata.
- Bom dia, Draquinho! – ela diz com a voz alta
e enjoada. Em meu ver, Blásio tinha sérios problemas
mentais por gostar dela.
- Dia, Pansy.
- Estou tão animada, estão dizendo que
há uma notícia bombástica no Profeta Diário e... –
Desde este momento eu não ouvi mais nada. Estava
ocupado com meus pensamentos e dava respostas
curtas como ‘Hum’ ou ‘Legal’ nos momentos que ela
calava a boca e esperava uma resposta.
O salão Principal naquela manhã estava
lotado de alunos alvoroçados que gritavam juntos
e me fizeram desejar voltar ao salão comunal de
Sonserina onde havia paz e silêncio. Ao sentarmos na
mesa de Sonserina Blásio praticamente esfregou na
minha cara o exemplar matinal do Profeta Diário.
- Leia.
Puxei o jornal de suas mãos irritado enquanto
ele ria com prazer. Uma grande foto de Dumbledore e
Potter cobria grande parte da página. “AQUELE-QUE-
NÃO-DEVE-SER-NOMEADO RETORNA”, em negrito e
em letras maiores em destaque. Começara o pesadelo
definitivamente então.
- Sabe, uns estranhos de Grifinória e a Di-Lua
foram com o Potter, a Granger e o Weasley para o
ministério ontem. Montando os testrálios.
- Quem?
- Não faço idéia do porque mais estão
espalhando mesmo assim. Ginny Weasley, Neville
Longbotton, a Di-Lua e… Como é o nome mesmo…
.
- O que tem de impressionante nisso? – eu
disse tomando um gole do Suco de Abóbora.
- está na enfermaria, a cama rodeada
de cortinas.
Tentei no momento apenas não demonstrar
o pânico ou terror que senti ao ouvi-lo. Quase
olhei para trás para ver se ela estava lá na mesa
de Grifinória e rir de sua mentira. A garganta seca,
suando frio e mantendo o olhar fixo na janela. Esse
seria o resumo do meu café da manhã.
Contudo, mais tarde, fui à enfermaria e
realmente ela estava lá. Vi as cortinas por uma fresta
na porta quando Madame Pomfrey atendeu a porta.
- Quer vê-la?
- Sim, por favor. Deixe-me vê-la nem que por
um minuto.
- Alguns hábitos nunca mudam. – ele disse
dando um sorriso frio, e abrindo a porta para me dar
passagem. – Tenho de avisar que ela está mal. – ela
disse fechando a porta.
- O que há com ela?
- Ela decide te contar ou não. Não sei ao
menos o que você é dela para dar tal informação. –
ela diz se dirigindo para a porta dos fundos. – Tem
vinte minutos antes de eu vir tratá-la.
Ela sumiu e eu entrei pelo meio das cortinas e
a vi deitada, muito pálida e apática. Sentei-me no pé
da cama a observando a mão repousando sobre suas
canelas. Ela abriu os olhos bem devagar. Eles estavam
opacos e sem profundidade, era triste vê-la desse
jeito.
- É você mesmo, Malfoy? – ela falou com a
voz sumindo de tão frágil.
- Sim, sou eu.
- Pensava que não viria.
- Eu vim.
Ficamos quietos e eu a encarei. Pelo que eu
via não tinha nada de tão ruim nela, nem parecia tão
ruim como eu depois do ataque dos gêmeos contra
mim, tirando a palidez. Era possível que apenas
estivesse escondido pela coberta. Fiquei curioso e
tive vontade de pedir que me contasse o que tinha
acontecido para ela estar mal.
- Ela contou?
- Não. Ela disse que você decidiria contar ou
não.
- É bastante assustador. – ela comentou
olhando-me, tinha certeza que minha expressão
denunciava minha curiosidade. – Não deveria ficar
curioso em ver.
- Não irá me contar o que é?
- Não, irei te mostrar.
Ela botou as cobertas de lado e pediu que
me aproximasse. Ela levantou a blusa até o busto
revelando no canto esquerdo do corpo uma grande
cratera de sangue como um arranhão colossal seguia
até a perna e acima da blusa, como uma enorme
cicatriz, se recuperando devagar.
- Por Merlin. – eu sussurrei assustado
observando o sangue quase negro escorrer devagar.
- Malfoy, isso foi o próprio Voldemort
quem produziu. Já sabia que não teria como curar
isso antes mesmo de me levantar do chão frio do
Ministério. Tenho sorte de estar viva. – ela disse
com surpreendente calma, baixando a blusa. – É
muito destrutivo. Parece que em vez de cicatrizar
ele continua crescendo. Nessas condições, logo não
poderei mais andar, e se puder, terei essa marca para
sempre.
Ela volta a tampar a coberta, tampando o
corpo até o queixo.
- Vá embora, vou entender se não falar mais
comigo, sou uma completa anormal agora.
- Não. Uma vez contigo – disse me
aproximando e segurando sua mão. – sempre com
você.
Ela sorriu e isso bastou. O buraco que
parecia ter nascido em meu peito cicatrizou-se
instantaneamente. Eu tinha a alegrado e isso bastava.
- Sr. Malfoy, fora. – disse Madame Pomfrey
entrando. – Preciso cuidar dela agora.
- Volto quando puder, . – eu digo
dando um beijo rápido em sua testa lisa e suada. –
Melhoras.
Sai, voltando a sentir o peito latejar de mágoa
e culpa. ”
- ? Está bem?
- Com sono. – ela diz sonolenta aconchegada a meu
peito. – Muito sono.
- Bem, vamos lá para cima.
Eu a levo para cima e a deito em sua cama, ela dorme
profundamente.
- Não acha que essa história esta tomando um rumo
muito triste e dramático para uma garotinha como ela
entender, Sr. Malfoy? – pergunta Madame Costa parada
a porta. Era uma mulher de cabelos castanhos grisalhos
e óculos redonda, o rosto já enrugado e fino que vestia
normalmente longos vestidos cinzentos. – Ela pode ser
inteligente, mas esse tipo de história é muito dramática
para os mais novos. Poderia contar quando ela for maior.
- Estava mesmo pensando em fazer isso. – eu
confesso olhando-a bem, tinha feições muito inocentes e
não precisava conhecer algo tão triste logo nessa idade.
– Só gostaria de ter alguém para desabafar. Bem lá no
fundo, isso ainda me incomoda.
- Eu ando ouvindo-a sem querer, Sr. E dizem que sou
uma ótima ouvinte. – ela comenta. – Poderia desabafar
comigo. Seria bom para nós dois.
- Então está certo. Amanhã conto para a senhora o
resto. – eu digo apagando as velas do castiçal e seguindo
para fora com Madame Costa.
Findings And Fights: Vinte
e dois de dezembro de dois mil e
quinze.
- Papai? – acordei com um barulho estranho. Havia
um vulto abaixado perto do meu armário com uma
varinha empunhada. – O que está fazendo?
- Arrumando sua mochila de roupas. – ele disse assim
que a última peça de roupa entrou na mochila.
- Por quê? Vamos passear?
- Você vai passar um tempo na casa de seus avós.
- Mas... E papai? E a Madame Costa? E o resto da
história? Quero ouvir o resto da história!
Ele levantou a cabeça, e me olhou por um tempo
enquanto eu debatia os braços arrumando desculpas para
não ir. Gostava da casa do vovô e da vovó mais queria
ouvir o resto da história. Ele se levantou e sentou ao meu
lado na cama.
- , essa história é algo muito sério para você
entender. – ele falou bem calmo. – É muito triste o fim.
Gostaria que não soubesse que nem sempre a finais
felizes. Pelo menos por enquanto.
- Não irá me contar a história então, papai?
- Hm... Se quando você for maiorzinha e já saber
mais sobre o mundo, e ainda estiver disposta a ouvir, eu
prometo que conto.
- Promete?
- Prometo. – ele diz dando um beijo em minha testa. –
Quer ir na casa dos seus avós?
- Quero sim, papai. Lembranças de
O começo do ano sempre é difícil, mas é pior,
muito pior quando todos que te veem lançam olhares
tortos e se afastam. Muletas, que maravilha. Além de
ter um cânion no corpo, ainda tenho de usá-las.
O melhor de tudo isso, é que meus amigos
mesmo, Fred, George e Lino Jordan tinham deixado
a escola. É isso, nunca mais vou ter amigos (pelo
menos esse ano aqui em Hogwarts). Quer dizer, o
Malfoy está me evitando e Harry, Rony e Hermione
tem suas próprias preocupações, não sou muito fã de
Neville, Luna é meio que o oposto de mim e não me
dou muito bem com ela e Ginny me odeia. Êêê, que
beleza. Voltando ao Malfoy, tinha notado que além
de me evitar ele está com um ar tristonho. Que ótimo
começo de último ano.
Pelo menos eu vou estudar mais né? Bem, se
Merlin quiser eu passo nos NIEM’S.
As aulas de Poções com o Slugorn eram até
que legais e foi uma beleza a primeira principalmente,
pois ganhei uma dose de Veritaserum ao concluir
perfeitamente a poção Felix Felicis. Era fácil fazê-la,
principalmente quando se fez ela com o pai a vida
toda e três vezes só nas últimas férias.
Fui convidada aos encontros de Slugorn e fui
convidada a uma festa perto do natal. Fazia algum
tempo que observava Draco e ele parecia muito
distante e apático além de muito pálido. Não tenho o
visto caçoando dos alunos das outras três casas nem
mesmo de Potter tem sido comum.
Estava mais do que na hora de ver o que
estava acontecendo com ele. E porque duas
menininhas com balanças estão paradas perto da Sala
Precisa.
Passei delas com um feitiço de confundir
(Conffundus) e entrei na sala. “Preciso ver o que ele
está fazendo”.
Ele estava na sala dos objetos, era como
eu a chamava. Uma sala cheia de entulho deixado
pelos alunos ao longo do tempo. Mas ele estava
preocupado apenas com um grande armário
empoeirado no canto.
- Pensei que não podia entrar aqui. – Eu
disse, me encostando numa estante a suas costas. Ele
sequer virou-se para me olhar.
- Era válido apenas até seu segredo ser
revelado e a “AD” foi mesmo. – ele disse mexendo em
algo no canto do armário. – Não está aqui por isso, e
nem devia estar aqui observando.
- Crabbe e Goyle de vestidos, essa eu não
esperava ver. – eu ignorei sua última frase, e ri
irônica ao imaginar os dois gorduchos na porta, as
pernas tremendo. – Irá ter um baile, organizado pelo
professor Slugorn perto do Natal. Estava pensando se
gostaria de ir comigo.
- Por quê? Nenhum dos gêmeos aceitou? –
ele agora deu sua habitual risada de escárnio. – Não,
obrigado. Vá sozinha, para variar.
- Não, se eu convidasse, eles sairiam do Beco
Diagonal só para vir, como bons amigos fazem. E eu
só te convidei, Malfoy, porque quero saber porque
diabos ano passado disse “Uma vez contigo sempre
com você.” E agora me ignora como se não fosse
nada.
- Assuntos para sua própria segurança, agora
saia. Tenho de fazer isso sozinho.
Eu desencosto da estante e falo, apertando
seu ombro gentilmente:
- Eu saio, Malfoy, mas só aviso antes que sei
cuidar de mim mesma. Não me subestime tanto.
Ele toca minha mão com a sua, e com uma
voz sofrida responde:
- Da última vez que teve de se defender
sozinha, você conseguiu essa cicatriz. E não quero que
algo pior... Aconteça.
Eu me livro de sua mão devagar e viro-me,
deixando a sala e sentindo seus olhos cinzentos em
minhas costas.
Fui ao baile com Fred. Mas não digo que
me arrependi, apenas fiquei surpresa ao ver Filch
trazer Draco Malfoy, trajando um terno negro pelo
colarinho.
- Ele estava perambulando pelos corredores.
Disse que foi convidado.
Mudei o peso dos pés incomodada. Fred
notou e se aproximou passando o braço pela minha
cintura. Deve ter parecido que ia cair. Ao olhá-lo
sorrir para mim protetor, senti uma onda de afeto
tomar meu corpo e amolecer as pernas. Como ele
podia ser tão... Perfeito? Logo fui retirada a força
de meu devaneio. Malfoy com sua tremenda falta
de educação e rispidez me tirou a concentração.
Fazia um tempo que Fred se declarara “loucamente
apaixonado por mim” e ali estava ele, mesmo depois
do silêncio que se seguiu depois da declaração. E
Draco, com toda ladainha de que só estava longe para
o meu bem. Oras, tenho de me decidir, gosto mais de
Fred ou de Draco? Não... Qual deles amo mais? Snape
aparecerá e defendeu Draco que saiu bufando. Era
agora, Fred ou Malfoy?
Sorri, decidida ao perceber que não era
uma questão difícil. Nunca fora. Na verdade estava
explicito o tempo todo o escolhido.
Entrelacei a mão a de Fred e o puxei um
pouco para baixo até ficar em minha altura.
- Eu escolho você. – eu sussurrei ao pé de seu
ouvido, com o ar entrecortado.
- Para quê?
- Eu escolho você para amar. – Ele riu, mal
acreditando, e eu continuei. – Não porque eu quero,
mas porque preciso de você. Há muito tempo mesmo.
Desculpe-se fui tola ao ponto de não perceber.
Apertei com mais força sua mão.
- Eu te amo.
- Só percebeu isso agora? – ele perguntou
sussurrando.
- Não, eu meio que já sabia. Decidi que não
precisava mais esperar.
Ele sorri do jeito mas doce que já vi,
literalmente meu coração parou extasiado com a
linda visão. Pude apenas sorrir em troca, enquanto
parecia que a muleta não era mais o suficiente para
agüentar meu corpo mole e sem força.
- Está afim de uma volta no jardim e uma
possível briga de bolas de neve em vez dessa festa
chata, bela dama? – ele disse se encurvando como
num pedido formal. Eu ri, e respondi entrelaçando
nossas mãos.
- Adoraria, meu gentil cavaleiro.
Assim, na primeira oportunidade que tivemos
deixamos a festa e seguimos para fora, ele correndo
comigo no colo (com protestos meus). Então, se
você olhasse de qualquer janela do dormitório
de Grifinória veria dois vultos andando devagar
pelo gramado coberto de neve, de mãos dadas e
sussurrando frases fofas e até algumas piadinhas
sobre casais.
Creio que ninguém deve ter notado a cama
vazia no dormitório das garotas do 7º ano, e se
notaram, nunca me perguntaram o que eu fazia fora
da cama naquela noite. Mas se perguntassem, eu diria
que tive a melhor noite do mundo com o cara mais
perfeito deste, feito apenas de risos e frases bobas.
A próxima vez que encontrei Draco foi
alguns dias antes do fim do sétimo ano. Já tinha me
acostumado com a habitual distância que ele
mantinha de mim e até com a ignorância e
indiferença que rondava aqueles olhos cinzentos e
distantes. Na verdade, não ligava muito para suas
atitudes tolas desde a festa de Slugorn (com um cara
perfeito como Fred, para que eu passaria tempo
pensando em outro?). Contudo minha antiga
preocupação veio a tona nesse dia. Era o terceiro
jantar que ele não aparecia. Estaria ele comendo?
Duvido muito. Goyle não estava na mesa também.
Aquele maldito trabalho na sala dos objetos estava
matando ele. Sai da mesa com um cálice de suco de
abóbora e me dirigindo diretamente para o sexto
andar.
Goyle estava sob o efeito da Poção Polissuco
com a fisionomia de uma menina do primeiro ano.
Segurava uma balança e estava na porta da sala
Precisa. Confundi-o de novo com o Conffundus e
penetrei a sala.
Escura e repleta de pertences antigos de
alunos que não as queriam mais como na última vez...
Malfoy estava parado em frente ao armário, botou
algo dentro e o fechava com receio. Ouvi o canto de
um pássaro e este foi logo interrompido na melhor
parte.
Tentava me aproximar em silêncio, mas acabei
esbarrando em uma pilha de livros bastante torta
que logo ao ser tocada, cedeu, e os livros caíram
produzindo um som alto e seco. Malfoy se virou
exatamente em minha direção e estreitou os olhos
para ver direito quem o espionava no escuro canto.
- ? – ele exclamou ao ver-me – Como
conseguiu entrar aqui duas vezes seguidas?! Não ouvi
o barulho da balança...
- Feitiço para confundir. É bem simples e
eficaz, já ouviu falar?
- Aquele idiota...
- É a última vez que venho aqui, acredite e
não se preocupe. – me segurei na muleta e empurrei
o cálice pela superfície da mesa que nos separava. –
Suco de abóbora. Você deve estar morto de fome e
sede.
Ele me lançou um olhar desconfiado e
cedendo a sede ele pega o cálice rápido e engole todo
o conteúdo em três goles e larga a taça.
- Era só isso? – ele pergunta, parado no
mesmo lugar, observando-me dar a volta na mesa
em sua direção, escorregando a ponta dos dedos na
superfície lisa.
- Na verdade, não. Tinha uma pequena
esperança de que me contasse o que tanto fica
fazendo aqui no meio desse entulho todo, com esse
armário aí. Alguma chance de me contar? – eu disse
inclinando a cabeça.
Estava de frente para ele encostada na mesa,
batucando os dedos no tampo.
- Estou consertando o armário sumidouro
para que você-sabe-quem mande seus comensais
pelo gêmeo que tem na loja Borgin e Burkes.
Nossa, não pensava que fosse algo tão sério.
Bem que fazia sentido já que ele estava além de
fissurado no trabalho ali, estava pálido e apático.
Mas... Faz muito sentido que ele queria distância
de mim. Ele se preocupava comigo mesmo? Ele não
devia ter me contado, ele estava em perigo agora. Eu
também estava mas minha vida não parecia importar
em momento algum com a hipótese de ele ser
machucado.
Por mais que tivesse escolhido Fred – e não
quisesse o trocar por absolutamente nada – eu tinha
que admitir, amava Draco também. Não tanto, mas o
suficiente para estar morta de preocupação.
- O que tinha na bebida? – ele perguntou
segurando me pelo colarinho da blusa. Bufava de
raiva e os olhos fulminavam de ódio. – Sabe o quão
perigoso é você saber disso, sua louca?
- Havia Veritaserum na bebida. Eu ganhei
do professor Slugorn. Vai continuar me contando a
verdade, Malfoy. Tente me estrangular com as mãos.
Só não esqueça que estou com uma varinha e não
tenho medo de usá-la.
Ele obviamente me soltou. Inteligente ele
ainda era.
- O que há no armário?
- Um pássaro. Irá contar a Dumbledore?
- Não. Ele já sabe disso, imagino eu. – eu digo
batendo as vestes. – Está um passo a frente de vocês.
- Como sabe?
- Ele me pediu algo estranho. Ele sabia que
eu viria atrás de você e o faria falar. Ele me pediu que
não o fizesse. Sabe, Malfoy, ele sabe que você podia
mudar o seu destino, mas ninguém iria fazer você
desistir disso, já que sua família está em perigo. – Me
aproximei então, mas ele deu um passo para trás se
afastando. – Por que... Você me mandou ficar longe
de você? Pensava que gostava de mim.
- Estava preocupado que Voldemort viesse
atrás de você também se acabasse descobrindo do
plano. Foi, é claro, uma preocupação tola, já que agora
você sabe, por conta própria. – ele disse se afastando
novamente quando tentei me aproximar novamente.
– Devia, é claro, ter imaginado que isso aconteceria.
- Por que estava preocupado?
- Porra... Não é óbvio? Talvez porque eu te
ame!
- Co... Como?
Ele se aproximou, puxou minha nuca e me
beijou. Surpresa, eu cedi passagem. Contudo, houve
um som de ar comprimido, afastei-me dele devagar,
curiosa e culpada.
- O que foi isso?
- O pássaro... Voltou.
Ele se afastou seguindo para o armário.
Fiquei no mesmo lugar, observando. Ao abrir a
porta, o canto preso foi solto e um corpo pequeno
emplumado, deitado de bruços foi visto. Abri a boca
assustada ao constatar que ele estava morto.
- Funciona, finalmente. – ele falou com a voz
tremida.
Narrador – terceira pessoa:
Cerca de uma semana depois, os Comensais
invadiram o castelo assim que Harry Potter e Albus
Dumbledore chegaram no castelo com a réplica de
uma Horcrux. Dumbledore foi morto por Severo
Snape e uma batalha se seguiu.
estava lá, lutando pelo castelo, obstinada. E Draco
Malfoy foi com os Comensais para fora do castelo.
estava parada ao lado de Potter enraivado
que esbravejava com Snape. Draco a olhou por um
segundo e então sumiu dentro da floresta Proibida.
O dia seguinte foi o mais triste possível.
Primeiro: todos os alunos viram o corpo do amado
diretor, frio e duro, e logo todos levantaram suas
varinhas para destruir a marca negra no céu escuro.
Enquanto Harry, Rony e Hermione traçavam
seu destino e do mundo bruxo ao conversarem na
torre de Astronomia, e Fred traçavam os
seus, ao decidir que ficariam juntos, quer o que
acontecesse no fim.
Uma decisão romântica e trágica, no fim.
Wonderwall and Brain
Sickness: Vinte e Cinco de
Dezembro de dois mil e quinze.
“ estava agora morando
com os gêmeos.
Depois do casamento e de a logros dos
gêmeos ser destruída, eles se mudaram com Lino
Jordan para um lugar escondido. Estavam todos
decididos a se oporem a Voldemort de qualquer
forma e até o fim.
Tempos depois formaram a rádio secreta
de informações sobre a batalha. Mudavam
constantemente. Alguns membros da Ordem vez ou
outra aparecia para ajudá-los e para , havia
apenas três consolos naqueles tempos sombrios: 1. A enorme possibilidade de Harry, Rony
e Hermione estarem vivos e fora de
qualquer rastro dos comensais. 2. Lupin, que contava com felicidade sobre
a criança que crescia no ventre de sua
amada Tonks. 3. George, Lino e, principalmente, Fred
estarem ao seu lado e bem na medida
do possível.
Draco Malfoy estava em profunda agonia
e reprimido. Nunca estivera tão pálido e assistia
todo o terror de Hogwarts calado pelo seu próprio
bem. Parecia que a única motivação que tinha
para não enlouquecer era que e seus pais
continuavam vivos, mesmo que distantes.
Na batalha final, ela chegara com os membros
da Ordem da Fênix, junto aos gêmeos e muitas outras
pessoas.
No momento em que as paredes ruíram e
Percy gritou segurando o corpo do irmão morto,
que Rony se mantinha de joelhos ao lado dos
dois, foi a primeira vez em anos que ela chorou
verdadeiramente, em silêncio, coberta por fuligem, a
mente voando entre pensamentos horríveis e loucos,
a visão enturvada.
Outras maldições vieram voando do escuro.
Harry gritou para que Percy e se movessem,
pois teriam de fugir, não havia mais nada a fazer por
Fred. Contudo, não foi. Rony a puxou pelos
pulsos e ela foi obrigada a correr junto a eles. Não
via, mas só o que acontecia realmente mais vultos
diversos assim como explosões, pessoas encapuzadas
e destruição, paredes ruindo diante dos olhos, luz
verde.
Ela foi acolhida nos vários minutos que
se seguiram por Percy, Lino e George. George
ficou assustado ao perceber que os olhos estavam
desfocados e uma linha de sangue corria pelo
rosto da menor. Ela foi abrigada num canto, onde a
confusão a tomou por completo e os vultos diversos, além dos verdadeiros corpos que caiam
alguns passos a frente, fez com que ela se encolhesse
mais e mais desejando morrer. Sangue corria pelos
olhos em vez de lágrimas e a batalha continuava de
frente a sua mente confusa. Até que acabou. Ou no
mínimo pareceu.
Os corpos foram recolhidos e postos no
salão Principal. George e observaram o
corpo de Fred Weasley, assim como muitos outros de
companheiros, como Lupin, Tonks, Colin Creevey e
muitos outros que haviam deixado a vida também em
prol do bem. desejou ter morrido também
e estar esticada ao lado de Fred, aproveitando as
maravilhas do paraíso.
Mas tudo estaria acabado em alguns
minutos. Perdera a luta final entre Harry Potter e
Voldemort, ou a espetacular ira da Sra. Weasley com
Bellatriz Lestrange resultando na morte dos últimos
partidários do mal.
Não importava, afinal. Nunca mais voltaria
a ser a mesma pelo curto tempo de existência
que lhe restava. Malfoy seria o último a ver o ser
estrondosamente louco e visionário que fora
um dia. A morte de Fred fizera com que a
mente e o corpo quisesse morrer, e ela quase o fez,
por enquanto.
Logo depois do fim, que realmente
começaram a se preocupar com . O fim.
Parecia que o mundo tinha acabado e renascido das
sombras. No caso da garota pálida de longos cabelos
negos era o contrário: As sombras haviam nascido da
luz. Isso estava preocupando a todos.
Madame Pomfrey realmente não sabia o que
dizer sobre o estado dela. Os feridos da batalha eram
tratados pelas ágeis mãos da enfermeira e o fluxo de
gente entrando e saindo da enfermaria era enorme.
Apenas uma cama continuou ocupada pela mesma
pessoa e lacrada com as cortinas.
ocupava-se em dormir por quatorze
horas, gritar e espernear na cama por conta dos
pesadelos, e nas outras dez horas ficar encolhida
vendo luzes verdes transpassarem as cortinas e as
dilacerarem por completo e o teto ruir e cair em cima
de um Fred sorridente ao lado da cama.
George, principalmente, ficava horas a
fio sentado ao lado dela até que sete dias depois
Madame Pomfrey decidiu-se sobre ela:
- Sr. Weasley, nunca vi um caso tão estranho
como o de sua amiga, a Srta. . Ela não fala
direito, quase não reconhece as pessoas, tem noites
de profundo terror e vê coisas onde não há. – ela
enumera as coisas olhando vez ou outra as cortinas
fechadas. – Ela tem a chamada esquizofrenia, não é
comum acontecer em bruxos, mas em não-mágicos, é
muito comum. Tem de ser levada ao St. Mundungus.
Principalmente por causa dessas lágrimas de sangue
que não param de cair.
Depois de duas semanas no ST. Mundungus,
ela foi liberada com o mesmo diagnóstico. Os
curandeiros disseram que ela sofria de esquizofrenia,
simples ao qual ainda não era prejudicial a si e aos
outros, se agravasse seu estado como tentar se matar
ou machucar alguém com quem conviva tinham de
levarem-na diretamente de volta, sem demora.
George levou-a para casa, disposto a cuidar
dela. A Sra. Weasley tinha se oferecido também, mas
ele decidiu que seria melhor, em memória do amado
e falecido irmão que cuidasse de seu amor.
Contudo, era difícil tentar reconstruir a
Gemialidades Weasley, criar novos logros e cuidar
dela. Ela tinha de receber um tratamento muito
especial e delicado. Tinha de ser acordada e acalmada
durante os pesadelos, alimentada na boca e protegida
quando desperta.
George não dormia há algum tempo e estava
lastimável, quando levada pela extrema
loucura, certa de que tinha de salvar Fred e que
ele correra para fora, no Beco Diagonal, foi o ápice.
A primeira fuga de muitas que viriam. Mas ela foi
acolhida no beco por uma antiga colega de Fred,
Angelina Johnson, que se apiedou do ex-colega de
time, começando a ajudá-lo com suas coisas e a
cuidar de . As coisas se aquietaram e foi
dessa convivência, que Angelina e George começaram
a se apaixonar.
Depois de muitos dias que formaram quatro
meses de paz, as coisas se normalizavam no mundo
bruxo, menos para aqueles três que nunca mais
estariam na linha normal de raciocínio lógico, pelo
menos enquanto a jovem esquizofrênica estivesse
entre eles.
numa nova fuga do apartamento de
George, correndo pelo Beco Diagonal atrás de um
vulto de cabelos ruivos, enquanto os prédios antigos
ao redor pareciam desabar e as pessoas ao redor
estarem todas encapuzadas, ela vê uma figura no
meio da multidão que parecia brilhar.
- Malfoy. – Ela abraça o garoto escondendo o
rosto em seu peito.
- . – Ele suspira aliviado acariciando-
lhe a cabeça e se sentindo muito feliz. – Finalmente te
encontrei.
- ! – gritou George ao vê-la, ele
correu em direção a eles ofegante. – Malfoy, sei que
tivemos nossas desavenças mas, obrigado por segurá-
la. – ele sussurra algo ao pé do ouvido da garota
que imediatamente pula em suas costas prendendo
os pés na sua cintura. Ele começa a andar de volta
à Gemialidades Weasley onde já havia um bom
movimento de clientes.
Draco o seguiu e engoliu em seco, se
perguntando se era certo perguntar a ele o que
tinha. Decidiu que precisava saber, mesmo
que não fosse bom.
- O que há com ela?
- Não ouviu falar? – ele perguntou surpreso,
Draco fez que não, mantendo a feição interpretável.
– Esquizofrenia. Está tendo uma loucura surreal ao
ponto de ver coisas que não há, esquecer das coisas
e não reconhecer as pessoas. Está sendo jogada para
longe da realidade pela própria mente.
- Ela me reconheceu.
- Sorte a sua. Nos piores dias, ela não sabe
nem quem ela própria é. – George para, e vira-se para
Draco, tinha rosto escondido em seu ombro
e parecia o morder, mas ele não ligava. – Desde
quando você se importa?
Um pequeno silêncio se seguiu e então Draco
pronunciou:
- Tem tempo para ouvir uma história?
E foi assim que George, minutos depois, soube
de toda a história escondida que os dois viveram
embaixo do nariz de todos e Draco também tinha
entendido a situação em que Weasley estava e queria
cuidar de , então pediu que deixasse ela
ir com ele para a mansão Malfoy. Com os NIEM’S
prestados, mesmo na época de Voldemort a solta,
ele estava definitivamente livre da escola a não ser
que desejasse prestar o último ano novamente. Ele
preferiu cuidar da amada. George avisou:
- Draco, é uma coisa muito difícil e cansativa
cuidar dela. Ela não te deixará dormir, se distrair ou
comer em paz. Terá de sempre dar total atenção a
ela.
- Eu sei. Estou disposto a cuidar dela do
melhor jeito possível. – Ele disse – Eu tenho tempo e
dinheiro, você tem de cuidar de sua loja e criar novos
logros. Será melhor para você, e de certo modo para
mim e .
George acabou aceitando a oferta de Draco,
e depois ele saiu com nas costas, toda sua
bagagem nas mãos e as instruções para melhor cuidar
dela na memória.
Nos próximos dias, o estado de
piorou. Ficava parada num canto da casa agarrada
as pernas, os olhos transbordando sangue e de vez
em quando gritando. Malfoy não cuidava mal dela,
na verdade, era até mais cuidadoso que George
e Angelina. Ficava quase sempre no quarto, e era
sempre calmo a medida do possível com ela. Foi
atacado por ela quando ela não o reconheceu,
várias vezes, mas ele a acalmou sem a machucar.
Ele a alimentava direito, a acordava quando tinha
pesadelos, e a abraçava protetoramente quando
acordada. Mas quando ela mesma queria morrer, era
complicado cuidar dela ou fazê-la melhorar.
Quando ele era obrigado a sair, e esquecia
a porta aberta por distração, ela saia de fininho.
Já tinha se cortado diversas vezes com vidro, facas
ou qualquer coisa que ela pensasse que poderia se
machucar. Agora para a própria segurança a porta do
quarto sempre estava fechada e as janelas seladas o
que resultava num escuro total.
As coisas ficavam cada vez piores quando
pioraram de vez, dia dezoito de dezembro de mil
novecentos e noventa e sete. Ela caíra da escadaria
da casa e ao ser aparada, não conseguia falar e
parará de respirar. Draco a levou diretamente ao
ST. Mundungus e ficou parado em casa apenas
esperando notícias, sem ao menos pregar os olhos
direito.
Sete dias e nada. Melhora ou piora.
Continuava perigosa a si mesma.
Draco foi surpreendido quando um gato
feito de luz penetrou a sua sala, e na voz de Angelina
Johnson disse que fugira do hospital e não
tinham idéia de onde ela fora.
Ele iria aparatar para o St. Mundugus naquele
mesmo instante, mas o parque que ficava algumas
quadras de distância lhe veio a cabeça. Era um lugar
que ela iria gostar. E quando abriu os olhos depois
da pressão do ar ao redor se viu de pé na grama de
frente ao lago daquele mesmíssimo parque.
Viu uma figura boiando no meio do lago.
Tinha cabelos negros espalhados em volta do corpo,
e uma mancha vermelha na água em volta. Era...
. A luz da lua iluminava-a e parecia fazê-la
brilhar ou fosse apenas uma impressão falsa que ele
tivera ao gritar seu nome e pular no lago atrás dela.
Ele nada pela água congelante e chega até o
corpo. Sentia-se estranho, como se não tivesse mais
pés, mais era apenas o efeito do frio. Agarrou-o rosto
imerso e estrondosamente frio.
- ! Acorde, por favor, por favor. – ele
disse ao trazê-la para a margem. Pequenos flocos de
neve começaram a cair numa dança sincronizada pelo
céu, enquanto ele chorava e tampava a garota com
seu casaco quente. – Por favor, acorde.
Ela abriu os olhos que tinham sido cobertos
de sangue e mais lembravam piche, ela não via
absolutamente nada. Ela mal ouvia os gritos de Draco
enquanto morria cada vez mais rapidamente.
- Draco, eu estou tão... Feliz. – ela disse num
sussurro uma brisa suave mexeu as folhas das árvores
e a grama amarelada. A neve vinha cada vez mais
inclinada ao solo mais nada importava a Draco, ela
estava morrendo. Ele aproximava seu rosto do dela
devagar e sussurrou em troca.
- O que você fez?
Ela ergueu minimamente a mão direita onde
uma varinha de mogno curta repousava. Era de um
dos curandeiros.
- Por que você fez isso? – ele perguntou
apoiando o rosto no colo da garota, imaginando ela
lançando um feitiço mortal em si mesma. Os olhos
cheios de sangue denunciavam que tinha afetado
diretamente a cabeça já fragilizada. – Você não pode
morrer. Não pode, não pode...
- Todos... Se vão, Draco.
Era o primeiro momento que ela o chamava
pelo nome e soava bonito em sua voz, mesmo que
num sussurro tão frágil.
- Não vá, não me deixe.
- Eu estarei feliz. – a voz ia diminuindo ainda
mais e ele ergueu o rosto repousando as mãos frias
nas bochechas dela, cobertas por sangue. Ela fechou
os olhos, parecendo mesmo feliz – Você ficará feliz
também. Eu estou feliz... No natal.
- Não vá, não deixe-nos. Não me deixe.
- Estarei junto de Fred, olhando por você e
por todos vocês, Draco. – ela disse tocando lhe a mão,
os olhos abertos – Deixe-me ir... Está tão perto...
- Não, fique aqui. Eu te amo. Porra, eu te amo
tanto.
A brisa marcou lhe enquanto ela fechava os
olhos devagar e ele gritava para que não fosse. A
neve caia com mais intensidade enquanto ele chorava
cada vez mais forte e sofrido, agarrando o corpo leve
dela contra o próprio corpo, e gritando de raiva, de
ódio, e de tristeza, principalmente.
A noite foi longa, e Draco se manteve lá
junto ao corpo até de manhã quando acharam-nos
e o obrigaram a se separar do que fora a garota que
amará.”
- Foi uma longa noite. – contei a madame Costa
enchendo mais uma vez seu copo de Whisky. A neve
caia lá fora e a pouco o Natal chegara. Decidira não ir
para a casa de meus pais comemorar o Natal. Tinha um
bom motivo para lastimar a data, infelizmente. – Se não
tivessem nos achado, provavelmente estaria congelado ao
lado dela e morto.
“Ela, contudo, devia estar mesmo cuidando de mim.
Fui achado, e sobrevivi a duas tentativas de suicídio nos
sete meses que se seguiram. Encontrei Astoria um ano
depois e ela me ajudou muito, dada a sua tremenda
vocação em compreender e aceitar. E assim me apaixonei
por ela. Me deu dois filhos maravilhosos e tenho um bom
emprego no Ministério.”
“Mas se tivesse a chance de mudar o passado,
deixaria tudo – menos – para consertar todos os
erros que cometi.”
- Ao me contar. Não me parece o senhor esse moço,
tão sofrido.
- O medo, o amor e a perda transformam as pessoas.
Mas se quer saber, ela está feliz com Fred, onde quer
que esteja, e isso me deixa feliz. – por mais que eu
gostaria que estivesse feliz comigo – e o amor se resume
em gostar tanto de alguém ao ponto de deixá-la ir com
outro, se ele a faz mais feliz que você. Eu à amava e ainda
mantenho à bem aqui.
“Contudo, não adianta viver sonhando no que podia
ter acontecido e esquecer de viver.”
- Ela está bem, senhor. Enquanto o senhor estiver.
– diz madame costa largando a costura que fazia a mão
para tomar um gole. – E tenho certeza de que as pessoas
não morrem enquanto ainda há alguém que lembre dela.
- Pois me lembrarei para sempre. Até poder vê-la de
novo.
Em um lugar mais acima, em um tal paraíso,
realmente os risos de um casal feliz seguia e duas estrelas
brilharam ainda mais intensamente.
Fred Weasley ↯ 02/05/1997
↯ 25/12/1997
Fim
N/a: Ei, Ladies, Anny finalmente conseguiu terminar algo
\õ/
Primeira história terminada especialmente para o
especial do HP, meu lindo, eu sei o final ficou uma droga.
Agradecimentos rápidos: Alini Hoffmann, minha prima,
fofa e maravilhosa (No) por finalmente começar a gostar
de Harry e me dar bastante ânimo e me fazer rir de
montão; Emanuely Santanna, colega que me ajuda de
montão a montar minhas histórias; Thais, minha beta
fofa, que mesmo comigo enchendo seu saco, continua
dizendo que tenho dom de escrever (O que eu sei que
não tenho); E a você leitora fofa, que além de terminar a
FHC está lendo minha nota E-N-O-R-M-E.
Gostou da história? Leia minha outra fanfic eu deixo: Just a Story
Comentários me deixam feliz então sejam boazinhas e
façam essa autora feliz com um minuto do seu tempo.
Bem, Enjoy, e até a próxima ladies. XOXO’s
Nota da beta: Hey, encontrou algum erro nessa fic? Me mande um e-mail avisando! xx