This is how WE do
Por Annelise



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Acidentes acontecem. Basta estar na hora errada, no lugar certo. Afinal, ninguém pode prever o que vai acontecer em, tipo, 5 segundos. Por isso, quando eu corria rindo, em disparada, pelo shopping, nunca imaginei que ia trombar com alguém, e que esse alguém ia ser ele. Digo, com tanta chance pra eu cair em cima de alguém, eu tinha mesmo que cair em cima do ?

*Flashback*
- Vini! Pára com isso! - sussurrei, mas meu amigo nem ligou, e riu baixo. Moreno, de olhos claros, alto e com um físico bom, meu melhor amigo Vinicius era uma perdição pras garotas. Menos pra mim. Não sei se é pelo fato que nós nos conhecemos faz tempo e tudo o mais, mas o máximo que tinha acontecido era alguns beijos numa festa. Sério.
- , quem não arrisca, não petisca! - Eu fiquei na dúvida se aquele era o ditado mesmo, mas também não lembrava, então tudo que fiz foi dar ombros e me abaixar perto dele. - Olha lá.
Ele me apontou um guarda gordo, que procurava algo com os olhos. Procurava alguém. Vini.
- Você é um babaca. Por que você foi aprontar?! - perguntei, levantando e ajeitando meus shorts. Estava calor hoje, eu estava usando o shorts, meu all star laranja e uma blusa também laranja caída no ombro, com a frase "You're truly unbelievable". É, trecho da música do All Time Low, Hello Brooklyn. Quando saí de casa, meu pai me lançou um olhar de desaprovação, então acho que eu estava bonita. Eu tenho olhos , cabelos e meio . As pessoas dizem que eu sou bonita, mas não sei, você nunca está satisfeita consigo mesma, certo? Haha. É que eu me acho muito... comum. Parece que todo lugar que eu vou tem alguém como eu, às vezes mais bem vestida e tudo o mais. É que eu sou meio moleca, cresci no interior e agora que tô na cidade grande, então eu prefiro usar um jeans ou algo assim do que uma saia. Ah meu Deus, eu estou falando (pensando?) demais, olha o Vini falando comigo.
- Eu odeio quando você faz isso. - Ele fez um bico fofo e eu ri, apertando suas bochechas.
- Você me conhece, Vini. - Dei ombros e um sorriso inocente. Ele ia falar alguma coisa, mas nesse momento arregalei os olhos e saí em disparada.
- O que foi? - ele gritou e virou-se pra trás, dando de cara com o policial gordo com quem ele tinha aprontado mais cedo. - Ah, merda - ainda pude ouvir, enquanto me afastava correndo e rindo. Vini sabia que não podia contar comigo pra essas coisas, mas ele sempre acabava me desculpando.

*End Of Flashback*
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Tenho três sílabas sobre o Brasil: IN-CRÍ-VEL. Tudo, o clima, a comida, os lugares, os carros e, principalmente, as garotas. Sério, quando eu ouvia as outras bandas falarem 'pô, o Brasil só tem mulher bonita' eu achei que tavam tirando com a minha cara. Certo, não tem mulheres bonitas aqui, tem umas meio feinhas (faz parte, nada é perfeito), mas as que são bonitas, elas são tão... WOW. Absolutamente, absurdamente, extremamente e vários outros mente, PERFEITAS. Bundas, peitos, rosto e sorriso. E parece que elas estão sempre sorrindo. Não sei se é porque elas sabem quem eu sou, porque eu sou famoso ou sei lá, mas em todo lugar que meus olhos encaram os olhos de uma brasileira, eles estão sorrindo. É, vocês já ouviram aquilo que olhos sorriem e tudo o mais...
Estávamos eu e a minha trupe - lê-se , e - conhecendo um dos shoppings daqui num dia de descanso. Depois do meu discurso sobre as brasileiras, você pode imaginar minha surpresa quando uma delas caiu em cima de mim. Tipo, literalmente, como um anjo, caiu do céu e... ok, sem piadinhas sem graça. Mas ela estava vindo correndo, sorrindo - sempre sorrindo! - e POFT!, nós dois estávamos no chão.
Minha cabeça doía, porque eu batera com ela no chão, e meu rosto estava coberto por cabelos e . Eu podia sentir seu corpo quente sobre o meu e esse fato deixou meu sangue correndo mais veloz em minhas veias. Ela era gostosa. 'Acidentalmente' passei minha mão pelas suas curvas, só pra ter certeza. Porra...!
- OMG - ela soltou e se apoiou em suas mãos, levantando-se levemente e me olhando nos olhos. Arregalou-os, belos olhos grandes e , contornados com lápis preto. Sutil, poderosa e linda. - OMG - repetiu e, de um salto, levantou-se e estendeu sua mão pra mim. - Me desculpe! - exclamou, uma voz linda também. Eu não sei se estava atordoado pela sua beleza ou pelo fato de a parte de trás da minha cabeça estar latejando com força e me fazendo ver estrelinhas.
- Sem problemas - falei, piscando e vendo o mundo girar levemente. Ela realmente tem essas pernas ou é coisa da minha cabeça? A garota estava com o cabelo bagunçado e mordia o lábio inferior, me olhando aflita. Sexy.
- Eu... sinto muito mesmo. Eu devia olhar pra onde estava correndo e... - Ela não terminou, eu balancei minha cabeça.
- Sem problemas - repeti. , e , atrás de mim, também a olhavam idiotamente. Caiam fora, babacas, é minha, eu vi e toquei primeiro. - Ahn, sou , - me apresentei. Não sei se foi realmente necessário, na blusa dela está escrito "You're truly unbelievable", e, certamente, ela é realmente inacreditável... Enfim, essa é uma frase da minha música, Hello Brooklyn.
- Eu sou , mas... pode me chamar só de - ela falou, sorrindo de leve. Ah, o sorriso.
Off

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Eu estava morrendo de vergonha. E queria que Vini aparecesse e me tirasse dali logo. Digo, eu praticamente passei que nem um trator por cima do meu maior ídolo. Ele deve estar achando que eu sou gorda. Meu Deus, será que eu estou gorda?! E por que ele não para de me olhar assim? Eu tô ficando com vergonha. Droga, devia ter vindo com bermuda, TODOS eles estão secando minhas pernas... Er, que vergonha, Céus.
- Ahn - soltei, olhando , e , que estavam mais atrás. piscou várias vezes, sem tirar o sorriso do rosto, e bateu com a mão na testa. Deusdocéu, ele é lindo até fazendo isso.
- Ah sim, esses são , e . - Eles foram acenando respectivamente, como se fosse necessário. Eu acenei com a cabeça e corei.
- Certo - falei, e, nesse momento, Vini deu o grito mais importante da minha vida.
- ! - E essa sou eu. Virei-me rápido, finalmente dando uma desculpa pra parar de encarar os olhos de (e dando outra pra eles encararem minha bunda) e olhar meu melhor amigo, que vinha com cara de bravo.
Fiz uma careta pra ele e lancei indiretas sobre quem estava atrás de mim. Assim que ele reparou, estacou e arqueou as sobrancelhas. Mordi meu lábio, pedi licença pros meninos por cima do ombro e fui até ele.
- Fudeu fudeu fudeu fudeu fudeu fudeu... - cheguei falando, totalmente morta de vergonha e ele riu baixo.
- O que você fez?
- Atropelei o . - Escondi meu rosto nas mãos e Vini gargalhou. Isso que eu chamo de melhor amigo.
- Sério? E ai?
- E ai que ele se apresentou, disse que não tinha problemas... Meu Deus, Vinicius, eu to morta de vergonha! - Eu não podia, sei lá, ter encontrado ele no show, ou sei lá? Se bem que eu senti passando a mão em mim, não sei se acidentalmente, sei lá, só sei que eu senti o corpo dele embaixo do meu e, meu Deus, eu já tinha visto nas fotos, mas sentir é uma coisa COMPLETAMENTE diferente.
- , ele tá te secando, aproveita! - Vini me olhou safado e eu olhei séria pra ele. - É o que você sempre quis, para de ser boba, vamos lá.
- O quê? Não não não. - Eu fui sendo puxada e assim que cheguei perto dos ATGuys calei minha boca e só sorri amarelo.
- Hey, sou Vini - ele se apresentou sorrindo e os outros o cumprimentaram, também sorrindo amarelo. Será que eles pensam que Vini é meu namorado? Me soltei dele nesse momento e passei a encarar meus pés. - Desculpa aí por ela, sabe como é. - Percebi Vini dando ombros e fiz bico, olhando-o.
- Você fala como se acontecesse todo dia! - reclamei e todos riram. Corei.
- Então eu tive a sorte que isso só aconteceu comigo? - disse, me olhando sorrindo, e eu corei ainda mais, dando um sorriso tímido. Céus, não é que ele é ainda mais lindo pessoalmente mesmo?!
- Ou o azar, depende do ponto de vista. - Do meu, foi realmente sorte. Ele voltou a rir e eu cocei o nariz.
- Vocês tão de passeio aqui, pra conhecer a cidade e tudo o mais? - Vini perguntou e eu olhei pra , porque ele respondeu.
- Pois é. Também estamos atrás de uma festa pra ir. - Eles riram e olhou pra mim de novo. Os olhos de Vini brilharam. Eu sabia o que ele ia fazer.
off

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- Sorte a de vocês, hoje à noite vai ter uma lá perto de casa, a gente vai tá lá - o cara, Vini (acho que só lembrei do nome dele por causa do nosso amigo, Vinny Vegas), ofereceu e eu voltei a olhar . Que menina linda, cara. É como eu sempre imaginei uma garota brasileira. Virei para os caras.
- E ai? Temos tempo?
- Opa! - concordou, acho que ele tava imaginando se teria amigas. Eu estava preocupado se esse cara era o namorado dela.
- Passa o endereço então, nós aparecemos por lá – falei, sorrindo e olhando . Ela me olhava também, um misto de curiosidade, felicidade e confusão. Ela sorriu de leve quando eu a olhei e desviou os olhos.
- Até lá então - Vini disse, depois de passar o endereço do local da festa e o telefone dele. - Qualquer dúvida, me liga.
Eu tenho uma dúvida. A está solteira?

Eu estava nervoso, nunca tinha ficado nervoso pra ir pruma festa. Esses lugares são como meu segundo reino, o primeiro é o palco. Íamos nos exibir um pouco por lá, como os garotos perfeitos. Imagine só, All Time Low, uma banda internacional, numa festinha colegial. Ah, se não fosse a . Ela era o motivo pelo qual eu estava indo, e pelo qual eu estava nervoso. Digo, eu tô acostumado com garotas, e com festas, e com os dois juntos. Mas não estava acostumado com garotas brasileiras, festas brasileiras ou os dois juntos. Parecia uma outra coisa, eu não sabia o que fazer, como fazer. Fiquei pensando idiotices por todo o caminho, até chegarmos ao lugar da festa. Estava mais frio agora de noite, então ela provavelmente não estaria de shorts.
Assim que descemos do carro, várias pessoas arregalaram os olhos, apontaram pra gente, gritaram e vieram correndo. Nós sorrimos tímidos, nunca nos acostumamos com tudo isso. Tiramos fotos com garotas bonitas, garotas feias, garotas putas (uma tirou foto mordendo minha orelha, sexy e assustador), meninos, de tudo quanto é jeito.
- Espero que a noite valha - murmurou pra mim e eu concordei. Pra ele eu não sei, mas a minha eu ia fazer.
Off

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Eu sabia que eles tinham chegado pela aglomeração na porta. Flashes, gritinhos, tudo no mesmo lugar. Eu estava nervosa, digo, não parava de me olhar, eu tinha medo do que aconteceria aqui. Festas colegias nunca prestam, fato. Vini gosta delas, e dessa vez eu só vinha por causa do All Time Low. Assim que eles apareceram no meu campo de visão, reparei como estava lindo. Digo, ele é lindo, mas hoje à noite estava fantástico. Eu estava insegura, mas eu achava que estava bonita também. Nada falso demais, se fosse pra acontecer alguma coisa, eu queria que acontecesse com a , e não com quem quer que eu estivesse fingindo ser. Respirei fundo. Vini tinha me falado pra aproveitar. Ele estava na minha, eu gostava dele, aproveite. Mas e depois? Como eu ficaria? Ele ficaria bem, iria pra, sei lá, Holanda e pegaria uma holandesa, depois Japão e por aí vai. Eu seria só a brasileira. Ou uma brasileira.
Ele me vira e sorria pra mim, vindo na minha direção. Não sei como poderíamos nos relacionar assim, nós nem nos conhecíamos devidamente. Eu só atropelei ele, e pa pum. Ele estava vindo na minha direção pra dizer oi, com seu sorriso lindo.
- Olá - falou inclinando e beijando minha bochecha. Morri, beijos mil.
- Oi - falei tímida. encostou-se perto de mim e sorriu.
- Eu esqueci de perguntar mais cedo. Você não se machucou na queda, machucou? - Seu sorriso torto tava me deixando atordoada, e que bonitinho, ele se preocupa comigo.
- Ahn, não, relaxa. - Eu caí em cima de uma coisa bem gostosa, não se preocupa. - Você se machucou? Eu fiquei tão atordoada por... ser você... e por aquilo ter acontecido que também não perguntei. - Ele riu de leve e piscou pra mim.
- Se preocupa não, você compensou isso. - Fiquei pensando como teria compensado, quando a dona da festa, Pat, apareceu perto do , vestida como uma travesti das ruas escuras da madrugada. Fiz uma careta de leve, mas ela não viu, porque só tinha olhos para .
- Será que vocês podem tocar? Uma música só?! - ela pediu, o perfume barato dela me enjoava. Ela estava quase do tamanho de , por causa do salto, e não sei se ele tava muito confortável com isso.
- Ahn, a gente veio mesmo pra se divertir... não pra tocar... - ele falou sem jeito e eu sorri de lado. era legal e fofo demais pra dar uma patada, mesmo que fosse numa garota como Pat.
- Aaah, por favor, . - Ele arregalou levemente os olhos e eu segurei o riso.
- Ahn, ok. Uma música então. - Ele deu um sorriso sem graça e ela pulou frescamente. Segurou em sua mão e o puxou pro palco. lançou um olhar assustado pra mim, e dei ombros. Eu, infelizmente, não podia fazer nada.
Em tempo recorde, todos os garotos do All Time Low estavam no palco, cercados por garotas histéricas. me procurou com os olhos e achou, então sorriu. Eu sorri também, e percebi Vini ao meu lado. Ele piscou pra mim e sussurrou em meu ouvido:
- A noite é sua. Ele tá caído aos seus pés, . Não deixa essa chance escapar.
Eu não ia. Não importava se ia ser mais uma, eu ia ser A mais uma, ia fazer se lembrar de mim como A brasileira e mostrar a ele como nós fazíamos. Como se lesse meu pensamento, ele anunciou a música no microfone.
- Nós não costumamos tocar essa música em shows. Mas nós também não costumamos tocar em festas colegiais. Então, pra nossa estréia nesse ramo - alguns risos -, é assim que nós fazemos! (This Is How We Do)
Os primeiros acordes tocaram e eu acompanhei o ritmo com o pé no chão. Alex começou a cantar e eu comecei junto. Minha voz não era muito boa, mas eu não me importava, ninguém estava ouvindo realmente. Todos pulavam e dançavam, e quando na música falava para levantar os copos, ou remexer, todos faziam. Eles realmente fizeram da noite um clássico, eles tocavam e nós dançávamos. E, com certeza, eles eram a festa, exatamente como na música.
Assim que acabou, todos aplaudimos e eles sorriram. Mesmo relutantes em ir lá, eles arrasaram. Aquele era o reino deles, aquilo era o que eles faziam de melhor. Desceram do palco e eu apenas esperei. viria até mim, saberia onde me encontrar.
off

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Meu corpo vibrava. Nós realmente não estamos acostumados a tocar This Is How We Do, mas é uma música legal e eu nunca imaginei que as pessoas reagiriam assim. Vou falar com os caras pra colocarmos ela mais vezes no setlist. Desci do palco um pouco suado. Outra música já tocava, meio tutis tutis, mas eu mal ouvia. Pessoas me cercavam, mas eu não as via direito. Se eu não soubesse que isso acontece com frequência depois de um show - meu êxtase é tanto que eu nem consigo me localizar direito -, eu ficaria preocupado com aquele galo que latejava na minha cabeça. Culpa de hoje mais cedo, óbvio, mas eu não estava bravo. Mesmo o show sendo de uma música só, eu estava animado. O que eu queria agora era chegar até , puxá-la para um beijo e levá-la pra cama. Er. Eu sei que é meio rápido, mas eu não tenho muito tempo aqui no Brasil, as coisas têm que ser feitas às pressas. Certo, eu não vou levá-la pra cama se ela não quiser, mas se ela quiser, ótimo.
Saí daquele embolorado de gente e a encontrei no mesmo lugar que estávamos antes do show. Ela sorria pra mim e eu me aproximei dela. abriu os braços e eu franzi a sobrancelha, sorrindo de leve. Fui até ela e ela me abraçou.
- Eu tô suado - falei, sem me importar realmente, o abraço dela era muito bom. Senti ela rindo baixinho.
- Não importa - sussurrou e afundou seu rosto no meu pescoço. Apertei um pouco mais o abraço, e todo aquele pensamento de levá-la pra cama, fazer tudo às pressas, me pareceu errado. Eu poderia abraçá-la desse jeito para sempre.
- You're truly unbelievable, I can't miss this chance to take you... - cantarolei em seu ouvido e pude ver seu sorriso se alargar. Ela levantou a cabeça e olhou em meus olhos.
Quando você tem uma brasileira linda, gostosa, alegre e sorridente nos seus braços, te olhando depois de você cantarolar que ela é inacreditável e não pode perder a chance de pegá-la, só te resta uma opção do que fazer. Beije-a. E foi o que eu fiz. Inclinei meu rosto e juntei meus lábios aos lábios macios dela num ato rápido, sem dar chance de ela recuar. Mesmo achando que ela não faria isso realmente. No início foi apenas um selinho demorado, meus lábios pressionando os dela, minhas mãos em sua cintura maravilhosa, suas mãos em meu cabelo e peito. Quando eu decidi passar pra algo mais, ela não me impediu, então logo eram as mesmas coisas de antes, mas agora sua língua brincando com a minha carinhosamente. Não era um beijo rápido, desesperado, sedutor, nem nada. Era um beijo. Um beijo carinhoso, profundo, gostoso. Levei uma mão à sua nuca e pressionei minha boca contra a dela, fazendo o beijo aprofundar mais. Depois de um longo tempo de beijo, nos afastamos ao mesmo tempo, mas mantivemos nossos rostos próximos. Eu estava meio ofegante, ela não, seu hálito suave batendo em meu rosto. Abri meus olhos e encarei-a. Ela me olhava também, um sorrisinho sapeca no rosto. Uma música começou a tocar e ela me puxou pra onde as pessoas dançavam.
- Vem cá - falou. Eu estava meio hipnotizado, só a seguia e queria mais beijos, mais carícias, mais . - Agora é minha vez de te mostrar como fazemos. - Ela piscou e no segundo seguinte estava rebolando em minha frente.
Off

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Eu estava meio perdida com o beijo. Assim, eu acabei de beijar , o meu maior ídolo, o cara pelo qual tive um amor platônico idiota por um tempão. O cara que achei que nunca ia dar bola pra mim, que eu nunca sequer ia chegar perto, imagina beijar. Mas eu consegui manter a compostura enquanto ele me olhava meio idiotamente. Sorri com aquilo e tudo que pensei é que era minha vez de mostrar como é que nós fazemos aqui. Por isso o puxei para a pista de dança. Por isso falei aquilo. Eu queria seduzir, eu queria saber que estava seduzindo . E eu queria me sentir absurdamente bem com isso.
Uma música eletrônica qualquer começou. Eu não estava a fim de dançar psy, eu queria bagunçar meu cabelo e rebolar, rebolar até o chão e deixar aquele homem doido. Cheguei perto dele, mexendo o quadril e vendo seus olhos acompanharem minhas curvas. Nessa noite, sob o olhar de , eu estava me sentindo poderosa, linda e perfeita. Nenhuma outra garota conseguiria me fazer descer.
Dancei com , rebolando pra ele, mostrando como é que eu fazia, durante um bom tempo. Ele só sorria de forma boba pra mim, dançava às vezes, mas a maior parte do tempo ficava colado em mim, sentindo meus movimentos e passando a mão pelo meu corpo. Eu não me importava de estar parecendo uma vadia, ou qualquer coisa do gênero. Porque, afinal, era .
Algum tempo depois, começou a tocar funk, e eu estava um pouco cansada. Encostei meu corpo no de e falei em seu ouvido, enquanto ele passava suas mãos pela minha cintura:
- Preciso de algo pra beber. - Fiz uma careta e ele riu, beijando minha bochecha.
- Ser linda assim cansa, é? - Mordiscou minha orelha e, sem deixar que eu respondesse, pegou na minha mão e levou-me até onde servia-se as bebidas. Servimo-nos de qualquer coisa ali e ficamos próximos. Percebi Vini me olhando com um sorriso e assim que sorri de volta, ele piscou pra mim e fez joinha. Os outros ATGuys não estavam à vista.
- O que quer fazer agora? - perguntei. Virei meu copo e deixei-o em cima da mesa. fez o mesmo e me puxou pela cintura.
- Isso - falou, antes de voltar a me beijar. Deixei o beijo rolar por pouco tempo. Quando me afastei, me olhou confuso. Sorri de leve e lhe dei um selinho, pegando-o pela mão e puxando-o para longe da mesa de bebidas. Não queria todo mundo nos olhando. Entrei na casa, eu conhecia bem ali, já tinha estado algumas vezes. Assim que entramos num corredor mal iluminado, me virou e me colou na parede, beijando-me. Dessa vez o beijo era rápido, forte, e tinha algo mais. Retribuí com a mesma vontade e logo estávamos quase nos engolindo, eu quase entrando na parede, tamanha pressão que ele fazia com seu corpo contra o meu. Quando suas mãos entraram por baixo da minha blusa e tocaram minha barriga, descobri o que o algo mais era. Desejo.
off

:
Achamos um quarto, meio às cegas, porque eu não parava de beijá-la, e nem pretendia. conhecia a casa, mas comigo grudado em seu corpo estava difícil, admito. Mas não queria me afastar dela, eu sabia que ia durar pouco, então ia fazer o pouco durar em questão de intensidade. Assim que chegamos ao quarto, deitei-a na cama e fiquei por cima, ainda com meus lábios junto aos dela. Ela levantou minha camiseta, ela sabia o que eu queria, sabia que era rápido demais, que era arriscado, que talvez amanhã eu não me lembrasse, e mesmo assim, eu parei de beijá-la por poucos segundos para que o pano da minha camiseta passasse por cima da minha cabeça. Aproveitando a pausa, tirei a dela também e a observei com cara de idiota. Obrigado, Deus, por ter inventado o Brasil e as garotas. Olhei em seus olhos e mordi meu lábio. me olhava também, e sorriu sapeca.
- Você sabe que isso não vai durar pra sempre, não é? - perguntei. Por mais excitado que eu estava, eu não queria magoá-la. Não queria que ela acordasse no dia seguinte e chorasse. riu baixinho e se apoiou em um cotovelo, levando a mão livre à minha nuca e me puxando de volta para um beijo.
- Eu aprendi com uma música que sonhos só duram uma noite. - Ela piscou pra mim e eu sorri de lado. - Eu já sei disso faz tempo.
Voltei a beijá-la com toda a minha vontade, sem hesitar nenhuma vez, e, naquela noite, eu tive a garota brasileira, mostrando-a como eu fazia, e ela me mostrando como é que ela fazia.

Não voltei a ver a durante nossa mini turnê no Brasil. Eu não me esquecia dela, em nenhum momento, mas eu sabia que nunca poderia ser mais que aquilo. Ela era uma colegial do último ano, pronta pra começar uma vida nova na faculdade, e eu um músico que viajava o mundo todo. Nunca daria certo, até porque ela mora num país que - por mais que eu goste dele - é longe demais para ir toda hora.
Mas eu nunca, nunca esqueci o que a garota brasileira me mostrou. Que é daquele jeito que eles fazem.
Off

Epílogo.
Um ano depois...
chegou em casa depois da cansativa viagem de carro do aeroporto até sua lá. Tinha acabado de voltar de uma turnê na Europa, e tinha pensado enquanto estava no avião se seria possível fazer um desvio e parar no Brasil. De repente ele sentira falta dos olhos da . Havia meses que não pensava nela, mas não pôde evitar ao entrar no avião. Não tinha ocorrido isso em nenhuma outra viagem, o que ele achou estranho.
Foi bem recebido pelos pais e, depois do banho, encontrava-se na cozinha, comendo comida da mãe, como não fazia há muito tempo.
- Está uma delícia, mãe! - elogiou, sorrindo, ganhando em troca um beijo na testa.
- Que bom, querido.
- Então, quais são as novidades de Baltimore? - perguntou, espreguiçando-se. O pai sacudiu o jornal.
- Conte a ele - resmungou. franziu a sobrancelha.
- Contar o quê?
- Temos uma nova vizinha - sua mãe falou, os olhos brilhando. , que esperava algo mais, desanimou-se. - Ela se mudou pra cá pra fazer faculdade, uma moça apilcada. Veio do Brasil. - Ao ouvir essa palavra, arregalou os olhos.
- Como ela é?! - perguntou, seu coração batendo rápido. Seu pai arqueou as sobrancelhas.
- Eu falei que ele ia ficar empolgado, com mulher no meio...
- Ah, uma moça bonita. Olhos , cabelos e ... - Sua mãe mal terminara de falar, levantou-se e saiu da casa.
Podia ser qualquer brasileira de cabelos e e olhos . Mas depois de se lembrar dela no avião, justo hoje, pensava se seria coincidência. Foi para a única casa que poderia estar sendo ocupada por alguém novo, já que a outra era de um casal jovem. Bateu na porta, o coração a mil, e assim que abriram a porta, seus olhos se arregalaram. Ele reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar, e ela não mudara muito.
- ...! - exclamou, assustada, e ele subiu na soleira da porta, sorrindo de lado. Ela sorriu também e ele a abraçou pela cintura.
- Eu acho que não me lembro mais como é que se faz no Brasil... - comentou, a voz mole. riu e o abraçou pelo pescoço.
- Terei o maior prazer de refrescar sua memória - falou, antes de ter seus lábios pressionados pelos dele.

FIM

n/a:
essa fic foi pro especial do All Time Low do All Time Fics, eu olhei lá e não pude me segurar adoro. HAHAHA E como eles estavam vindo pro Brasil e pa eu realmente me empolguei. Espero que tenham gostado, não deixe de comentar! xx
anne


Em andamento:
Just Like a Dream (McFLY)
O Melhor amigo Dela (Restrita)
She’s Not There (All Time Low)
HOTMail (McFly)
Nights In The Camp II (McFLY)

Finalizadas:
I Was Dreaming So Much (McFly - Jones)
Another Memory Lane Story (McFly)
Wonderland e 'Wonderlindos' (McFly - Poynter)
Nights In The Camp (McFly)
Por Trás De Room On 3rd Floor (McFly)
Post Scriptum (McFly)
Arco-íris Decadente (McFly)
She Was Dreaming So Much (McFly)
Cachinhos Castanhos e os Três McGuys (McFly)
Loira de Neve e o Anão Solitário (McFly)
So Real (Outros)
Snow Globe (All Time Low/Especial de Natal)
Defying Gravity (McFLY)
Holiday in Copacabana (Son Of Dork)
This Is How We Do (All Time Low)

Hiatus:
My Sweet Fifteen (McFly)

Em breve:
Hey, Doctor! (McFly/Andamento)
A garota do futuro (James Bourne/Andamento)


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