Tropeçar Ao Acaso




1. Just My Luck


Tá, só uma liçãozinha: quando você está a um passo do seu sonho, não tropeçar pode ser burrice.

Sabe o que é ter sorte? Não, sorte não é sair e encontrar o amor da sua vida estacionando o carro numa vaga que você tinha certeza que seria sua. Tá, isso também é sorte, mas eu tô falando de outra sorte, da minha sorte. Sabe, aquela sorte de convercer as suas três melhores amigas a gastarem a grana da faculdade para fazerem uma viagem para Londres assim do nada, só porque você teve uma certa intuição de que sua vida podia mudar por lá e agora. Sorte é ficar num lugarzinho gostoso e ver que as suas amigas não se arrependeram de vir com você. Agora, sorte, sorte mesmo, você tem quando faz isso tudo e ainda ganha uma promoção numa rádio local. O prêmio? Que tal quatro ingressos na VIP (n/a: quem não pode, sonha!) pro show do McFly hoje?

Ah, fala sério, ir numa viagem que você sempre quis fazer e ver os meninos que você sempre quis conhecer? It's just my luck!
Era por isso que eu estava histérica e irracional nesse momento.
- EU NÃO ACREDITO, EU NÃO ACREDITO! - eu berrava, pulando na cama do hotel, enquanto minhas três amigas ficavam me olhando e rindo de mim. Respirei fundo e tentei ficar calma. - Eu não acredito que o vai tocar pra mim! - de repente, voltei a pular. - AAAAAAAAH, EU TENHO QUE IR NO SHOPPING!
Eu peguei a primeira calça jeans que eu achei e fui trocando na frente das meninas. Mas segurou o meu braço, ainda rindo.
- Ei, , sussega. Deixa eu te explicar, criatura. Você ganhou esses ingressos a uma semana. Você já comprou tudo o que tinha pra comprar, revistou tudo o que podia umas cinco vezes. Já reservamos tudo o que tinhamos que reservar, até táxi. E ele não vai tocar exatamente pra você, mas sim para meia Londres, né? Então sussega.
era 'A' razão. 'A' racional, 'A' prática. E claro, 'A' desmancha-prazeres.
- Não corta o barato dela, ! - gargalhava . - Deixa ela sonhar!
Sabe aquela pessoa que consegue sonhar sem tirar os pés do chão? Que sempre vê o lado bom das coisas? Bem, essa era a .
- É, deixa ela em paz, se torture com a sua própria descrença, mas deixa ela ser feliz, monstra! - sorriu , vendo eu correr e abraçá-la.
era a coisa mais dramática do século. Mas eu a amava assim mesmo.
- Ih, gente, menos estresse, vai. Eu só tô falando isso porque daqui a uma hora o táxi chega e ela ainda tá pulando que nem uma macaca albina. - deu os ombros.
- Ah, , você não tá falando isso porque a gente vai se atrasar, você tá falando porque é... - eu comecei. Mas peraí, acho que tem algo errado. - O QUE? UMA HORA? UMA HORA PRO TÁXI CHEGAR?
Eu dei um pulo tão grande, nem queira saber quão grande. E então eu paralisei vendo minhas amigas fazerem o mesmo. Nós nos olhamos, como em transe e de repende, quando eu menos me dei conta, nós quatro estávamos correndo feito loucas pro banheiro, uma entrando na frente da outra, querendo tomar banho. Droga, a gente ia se atrasar muito!
- ISSO É SIMPLESMENTE A MINHA SORTE! - gritei do banheiro, sarcasticamente.
Cinquenta minutos depois, e estavam prontas, mas eu e a ainda corríamos feito loucas.
- ANDA LOGO, SUAS ENERGUMENAS DESCLASSIFICADAS, EU VOU PERDER O PELADO! - berrava . saiu do banheiro, maqueada e linda, sorrindo.
- Pronto, do meu coração, eu estou pronta!
Era bem o estilo dela, despojado. Usava uma calça jeans escura skinner, seus tênis Adidas, e uma bata branca.
- Tá linda, amiga! - disse beijando o seu rosto. - Agora eu, como estou?
era daquele jeito. Aquele rosto de anjo e aquelas roupas nem um pouco apropriadas. Usava uma saia jeans, umas sapatilhas pretas e uma blusinha, digamos, brilhante demais. Enfim, nela tudo ficaria lindo. E era assim que ela estava.
- Tá um arraso, amiga! - disse , entrando no quarto. - Agora olhem para mim e sejam criticas!
vinha do jeitinho que qualquer menina normal iria para um show. Vinha com seus All Star vermelhos, calça jeans bem despojada e uma baby look preta, básica. Não deixava de estar bonita também. A beleza dela talvez fosse até a melhor do que a de qualquer outra, era a beleza natural, que todos dizem.
- Uii, é hoje que o infarta! - brinquei saindo do banheiro. - Quero opiniões, quero opiniões.
Bem, eu acho que arrasei, se quer saber. Eu coloquei um shortinho jeans, meus All Star pretos, e uma bata verde água. Prendi o meu cabelo num rabo de cabalo alto e despojado e voalá! Lá estava eu, sorrindo, louca de felicidade.
- OMG, , se mata, você vai fazer o nem me querer mais! - fingiu chorar. Eu gargalhei.
- Certo, se pelo menos o me olhar, eu tô satisfeita. - sorri, humilde. E então o interfone tocou e eu atendi.
- Srta. ? Bem, o seu táxi chegou.
- Ah, sim, obrigada.
Desliguei o interfone, e olhei para as meninas, nervosa.
- É agora. Vamos.


2. Five Colours In Her Hair.


Um estádio bem grande. Eu nem sabia que lugar era aquele, mas eu sabia que era o lugar certo. Eu sorri e pagou o táxi. Paramos na frente do local. Era bem grande. Eu olhei para as meninas e vi um brilho nos olhos delas. Eu deveria estar igual.
Me lembrei daquele dia, daquela época.

Flashback On.
- Everybody wants to know her name,
How does she cope with her new found fame?
Everyone asks me,
Who the hell is she?
That weirdo with five colours in her hair.

- Ei, , que é que você tá cantando? - perguntou .
- Dá uma olhada, amiga. É uma banda chamada McFly. Eu baixei porque ouvi falar que essa banda promete. Você sabe que eu não resisto uma novidade.
- E já tá cantando assim? - pegava um dos meus fones.
- Ah, cara, eu amei demais eles! Você tem que ver como são bonitinhos, o tem os olhos perfeitos, meu Deus, o é maravilhoso e o é tudo de sexy, mas, amiga, eu tô apaixonada!
- Apaixonada? - me olhou, espantada.
- É, o nome dele é , ele é tipo, PERFEITO! Eu tô apaixonada demais por ele!
riu e se concentrou na música. - Hm, não é que eles são bons? Ei, , , chega aqui. Escuta isso! - E deu um fone para cada uma.
Viciamos tanto no McFly que no meio da aula cantávamos as músicas do nada. Um dia a professora deu um piripaque.
- DÁ PRAS QUATRO CALAREM A BOCA? NA OITAVA SÉRIA AS SENHORITAS JÁ DEVERIAM SABER QUE MÚSICA É INADMISSÍVEL, NÃO É? VAMOS, CALEM-SE JÁ!

Nós rimos baixinho. Desde aquele dia, nossa amizade se resumiu em quatro, e nossos amores também.

Flashback Off.


Eu segurei na mão de e . Sorri para .
- Vamos, tá na hora.

Bem, tem uma coisa que eu não contei a vocês. Os nossos ingressos não era só VIP's. Eles também era especiais. Nós entramos sem precisar ficar na fila e uma segurança nos mostrou os nossos lugares. Eu arregalei os olhos, doente de felicidade. Seis cadeiras um pouqiinho mas a frente da área VIP, separada por uma grade. Impossivel.
- A GENTE VAI SENTAR AQUI? NA PRIMEIRA FILEIRA? EXCLUSIVAMENTE? - berrei.
- O-H-M-E-U-D-E-U-S! - falou pausadamente.
- Srtaªs , , e , por favor. Mantenham-se calmas. - disse a segurança.
- Porque a gente não joga cinco cores no cabelo dela? - resmungou .
se sentou na cadeira, petrificada enquanto pulava, vindo me abraçar.
- A gente vai ficar pertinho, , pertinho! - berrava ela, enquanto eu a abraçava.
Eu estava sem palavras. Não havia nada no mundo que poderia demonstrar tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Eu sorria feito uma boba, era um sonho, só podia! AAAH, MÃE, NÃO ME ACORDE!
Sabe, quando eu cheguei naquele dia a anos atrás, dizendo para a que eu estava apaixonada, bem, não era mentira. Eu não sei como eu pude deixar isso acontecer. Eu me apaixonei, passou de algo somente de fã, virou paixão, amor de verdade. É platônico, pelo amor de Deus! Mas eu me apaixonei, eu não pude evitar. A voz dele entrou nos meus ouvidos, penetrou na minha mente e se instalou no meu coração. E foi só escutar a voz dele uma vez na minha vida e saber que era pra parar dali. Nunca mais escutá-lo, nunca procurar pelo famoso . Mas eu não quis parar. Eu tinha, mas isso era razão o suficiente? Suficiente para abondonar aquele cara que me deixava sonhando acordada no meio do dia, ou aquele cara que me fazia chorar sem motivos, só por ouvir a sua voz? Não, não foi suficiente. E então eu me entreguei a algo completamente impossivel. E eu sabia que ia quebrar a cara. Mas que quebrasse! Se fosse pelo , tudo valeria a pena.


3. Smile.


Duas horas pro show. Eu estava a mil.
Ao nosso lado, havia uma menina e uma mulher. Ganharam uma promoção de algum site, sei lá. Eu já não me importava com nada disso. Minha garganta começou a se fechar de tanto nervosismo, eu comecei a soar na palma das mãos. Vi que não estava apresentável para ver o . Me levantei, nervosa.
- Meninas, eu tô indo comprar alguma coisa pra beber.
- Você tá bem, ? Você tá... verde! - se assutou .
- Verde? Oh, que modéstia, , ela tá.. Verde Abacate! - riu-se . Revirei os olhos;
- Menos, tá? Eu vou lá, vocês querem alguma coisa? - perguntei.
- Não, eu vou ficar aqui. - disse , sorrindo. - Molha o rosto um pouco, .
- Pode deixar, eu vou com ela. - sugeriu e eu assenti. - , fica ai. Quer alguma coisa?
- Quero, quero umas batatas chip's e uma coca. Ligth, hein! - disse ela. A se achava A gorda. Coitada. Nos despedimos e fomos.

- , eu preciso ir no banheiro. Entra na fila da lanchonete? - perguntei, me sentindo mal.
- Tá tudo bem, ? Você tá verde abacate mesmo! - ela disse, assustada - Pelo amor do Deus , amiga, não me diz que você vai desmaiar! Você vai acabar perdendo o show!
- Não! Não, fica tranquila, meu sangue só precisa de açucar! - falei. - Compra uma coca pra mim, da comum. E eu também quero um sanduiche natural. Por favor.
- Tudo bem, lava o rosto, molha a nuca, tá? Eu já volto.

Eu fui até o banheiro que, incrivelmente, estava vazio. Só havia uma moça que limpava a pia, concentradamente. Entrei em um dos boxes e coloquei a minha cabeça em direção ao vaso. Fechei os olhos, respirei fundo e a voz do invadiu os meus ouvidos.

- Oh, you just got be happy But sometimes that's hard, so just remeber to smile, smile, smile and that's a good enough start.
- Ér, a senhorita tá passando bem? - me perguntou a moça, ao me escutar cantar.
- Sim, eu tô...
Não foi possivel terminar a frase. Tudo o que eu tinha comido naquele dia voltou e de uma forma nada legal. Eu vomitei bastante, até meu estomâgo não ter nem mais uma ervilha pra me mandar pro exterior. Eu dei a descarga, saí do banheiro e vi que ainda estava sem cor. Meu Deus, não me deixa passar mal hoje, por favor!
Lavei a boca, as mãos, molhei a nuca e os pulsos. Me ajeitei e me olhei no espelho. Estava apresentável, tinha cor novamente. Agradeci a moça que havia me ajudado e saiu do banheiro. Esbarrei com .

- Droga, fiquei preocupada com você! Ih, acho que nem precisava, você tá melhor, né? - ela sorriu.
- É, eu só precisava vomitar aquela torta de frango do almoço. - falei, rindo.
- EEEEECA! - se estremesceu, rindo. - Vamos, come logo.
Eu me sentei para comer. Quando terminei, olhei o meu relógio e dei um pulo. Uma hora pro show.
- , vamos logo! Uma hora!
Nós duas saímos correndo e voltamos ao nossos lugares.
- Vocês demoraram! Que droga, ficamos preocupadas! - resmungou .
- É, a gente quase teve um infarto aqui! - dramatizou . Revirei os olhos.
- Menos, meninas, só sorriam, sorriam, sorriam! Os nossos bebês vão tocar em uma hora! - falei, sem conseguir me conter.

Estava começando. O meu maior sonho. E era hoje.


4. Ill Be Ok.


Cinquenta minutos. Quarenta. Trinta, vinte. Dez minutos. Dez munitos pro show começar e pro meu coração pular da boca e ir parar em cima do palco.
- , me abana, , me assopra, , me segura. GENTE, EU TÔ MORRENDO! Mentira, Ill be ok! - eu berrei, gargalhando. As meninas estavam tão nervosas como eu. se sentou na cadeira ao meu lado e começou a murmurar algo. Acho que estava rezando. Ela sorria a cada palavra dada, emanava fé e felicidade. E então soltou alguma coisa sobre . Eu sorri.
estava completamente nervosa agora. Sabe, ela tinha aquela pose de responsável e certinha, mas não passava de uma imcompreendida. Era por isso que ela era nossa amiga, minha e das outras meninas. Nós a compreendíamos, entendíamos e apoiávamos. Agora ela estava sorrindo feito uma pata (n/a: ?) para o nada. Provavelmente se imaginando apertando a bunda do , claro. Sim, ela era pervertida igual a todas nós. Qual é, somos adolescentes!
estava eufórica, sentava, levantada, andava, mexia no cabelo. Não conseguia parar quieta. Faltando vinte minutos, começou a chorar abraçada em . Dizia que não podia acreditar que em vinte minutos o estaria ali, a apenas alguns passos dela. a abraçou e começou a pensar nisso também e já deu pra perceber no que deu, né?

Flash Back

- Não dá pra acreditar, o Dougie, o meu bebê, ali! Eu não aguento! - chorava .
imaginou o ali, a poucos metros dela e começou a chorar também. se sensibilizou e abraçou as outras, chorando também. Ouvia-se ela sussurrar algo sobre para sempre. Eu sorri, me juntei a elas e fechei os olhos. E então imaginei o só olhando pra mim, só sorrindo e demonstrando a sua covinha perfeita e pronto, estava aos prantos também. Elas sorriram, agora eu chorava mais que todas juntas.
- Calma, . - sorria .
- Eu estou bem. Meninas, obrigada! Eu não estaria aqui sem vocês, obrigada! - eu falei, entre as lágrimas. Elas me abraçaram mais.
- Nós iríamos a qualquer lugar com você, amiga. Obrigada por ter ganho o concurso! - brincou . Ri.
- Amo vocês, minhas melhores. Já deu pra perceber que os meus melhores momentos são com vocês, né? - disse .
Nós nos abraçamos mais ainda. Tudo se completava, tudo era perfeito. E era tudo nosso.

Fim do Flash Back


Eu só estava parada, rindo do nada que nem uma retardada. O iria tocar, meus sonhos se realizarem, minhas melhores amigas comigo, DIZ O QUE MAIS EU PRECISO?

E então o show começou. Fou aquela zoada que só Deus sabe! O entrou primeiro, com os primeiros acordes de Falling In Love, fazendo a praticamente desmaiar. Logo depois veio o , que só conseguiu fazer a chorar mais ainda, o , que fez abrir um sorriso enorme no rosto de e então ele. O . O meu . O meu . E então eu enlouqueci.


5. Don't Stop Me Now.


Trinta minutos de show e eu já estava sem voz. Isso me deixava com bastante raiva, eu queria gritar, eu queria poder ter certeza que mesmo com a minha voz misturada nas outras, o estaria me ouvindo. Eu só queria poder fazer parte daquele mundo, daquele agora. Numa hora eu comecei a chorar de raiva e de emoção, a banda cantava Too Close For Comfort e era uma música que marcou o fim do meu namoro com o Jake.
Eu ainda me lembrava de como eu olhei nos olhos dele e comecei a chorar, pedindo pra ele não ir. Ele me olhou e disse que não era um da vida, eu não podia invadir os segredos dele. A culpa não foi minha, a mãe dele me contou que ela e o seu marido estavam se separando e que Jake estava mal com isso e estava ficando agressivo. Mas ele achou que eu investiguei, me disse isso e me largou. Eu estava começando a gostar dele. Eu gostava do jeito que ele sorria e do jeito que piscava pra mim, mas eu estava com ele para tirar da minha cabeça essa coisa de amar alguém impossivel. Bem, ele me deixou quando eu mais precisava, me afastou quando eu queria entrar. E essa musica fez todo sentido na época.

Como mágica, a minha voz voltou do nada. Eu sorri e voltei a berrar. O chegou na parte do palco onde nós quatro nos encontravámos e cantou, olhando para todas nós, mas parando o seu olhar em . Ela ficou branca, seus olhos brilharam intensivamente e ele soltou aquele sorriso perfeito. Então a não conseguiu sustentar o olhar forte dele, abaixou a cabeça, sorrindo e chorando ao mesmo tempo. De repente levantou a cabeça de novo e voltou com mais gás que antes. Eu não a entendia.

E então uma hora e cinquenta de show. Eles anunciaram a última música. Eu não podia acreditar. Era o meu sonho acabando. Eu não podia deixar isso acontecer.
- Don't stop me now, I'm having such a good time, I'm having a ball, don't stop me now, If you wanna have a good time just give me a call. Don't stop me now ('cause I'm havin' a good time), don't stop me now (yes I'm havin' a good time), I don't want to stop at all...
O começou cantando pelo refrão, fazendo todos irem junto com ele. Eu olhei para as minhas amigas, que eram uma mistura de tristesa e alegria, cansaço e energia, sonhos e realidade. E então me veio a idéia.

Tudo veio em câmera lenta até mim, não que eu pensasse devagar, mas era tudo que estava devagar. Eu vi o palco e vi um segurança que rodava por ali a cada dois minutos. Vi os meninos e vi o no meio do palco. Olhei pros meus pés e eles já haviam entendido o recado. Olhei para as meninas e sorri.
- Estou indo atrás dos meus sonhos, vocês vêm? - perguntei.
- Hã? Do que você tá falando, ? - perguntou .
- Vou subir no palco. Vocês vêm? - repeti.
- Pirou, foi? A gente não pode fazer isso! - falou .
- Ah, qual é, é a ultima música, o que a gente vai tá perdendo? Vamos! - falei, já me levantando, ouvindo os meninos finalizarem a música. me segurou pelo braço.
- Você não pode ir lá, , é errado!
- Errado é eu ver o meu sonho ir embora. Você não entende... - comecei.
- Claro que entendo, você acha mesmo que só você se apaixonou, ? Não, eu, a , a , todas acabamos nos apaixonando. Por eles. Pelos impossiveis. Mas a gente não pode fazer isso. É errado! - falou . Eu olhei para as minhas amigas. Agora eu via. Eu não era anormal. E se fosse, nós quatro éramos. Porque elas eram iguais a mim. Iludidas e apaixonadas. Eu sorri para elas e olhei para , me soltando dela delicadamente.
- Não me pare agora! Vem comigo!

E então eu corri. Corri pro palco, no exato momento em que o segurança virou as costas. me largou, olhou pro segurança, olhou pro e foi atrás de mim. As outras meninas não ficaram pra trás, foram junto.
E quando eu estava a dois passos do , DOIS PASSOS, eu juro, eu tropecei. HAHAHA, pode rir da minha cara, isso não é sorte. Isso é azar, só pode! Mas... peraí, eu não caí no chão. Ow, onde é que eu tô indo? OH MEU DEUS, UM BURACO! Eu não quero cair ali!

É, é um pouco tarde. Eu caí. E não sei como sair!


6. Please, please!


Eu caí em cima de alguma coisa macia, ainda bem. Olhei rapidamente pra cima e vi lá as cabecinhas do , , , , , . Acho que eles iam me dizer alguma coisa, mas antes alguém interrompeu.
- Peraí, gente, eu quero ver também! - berrou .
O pequeno problema, pequenininho mesmo, foi que o veio correndo. E não conseguiu parar a tempo.
Quando eu percebi, estava com a cara na barriga do , a mão debaixo da bunda do (n/a: AMÉM!), sem contar que todos estavam amontoados em cima de mim. Quando consegui olhar pra cima de novo, vi o pendurado na borda do buraco, não tinha caído por inteiro. Ainda.
- ME AJUDA, GENTE! EU TÔ CAINDO! - berrava.
Mas a gente não conseguiu ajudá-lo, foi tarde. Ele segurou numa corda do lado de fora e parece que essa corda tava presa por dentro, na portinha daquele alçapão, se é assim que eu posso chamar aquele buraco. E então, BUM! Tudo escuro e silencioso.
- Ér, ...? - começou . - Deixa eu entender. Você tem um plano maluco de subir no palco, ok?
- Ok. - respondi.
- E realmente sobe, ficando a dois passos do senhor , né?
- É. - falei, sorrindo.
- E então você cai, não foi?
- Foi. - falei.
- E o empurra todo mundo...
- SEM QUERER, TÁ? - berrou .
- ... sem querer - acrescentou . - dentro desse buraco, certo?
- Certo. - dei os ombros.
- E então ele fecha esse troço SEM QUERER, - acrescentou , rapidamente, ao perceber que ia rebater outra vez. - né?
- Uhum. - respondi.
- Então a gente tá presa num buraco escuro, sem uma única luz com o McFly? Estou correta? Diz que sim!
- Ér... sim. - falei, sorrindo. E então ela berrou no ouvido de alguém, que parecia ser pelo grito.
- AH, MEU DEUS DO CÉU, MEU JESUS CRISTINHO! EU ESTOU NO MESMO METRO QUADRADO QUE O ? Alguém me ressussita, eu acho que morri!

Deu pra ouvir o rir, achando graça de . E então todos estávamos rindo, gargalhando. Mas um barulho um pouco conhecido soou.

" (Please please please), co-co-co-come on with me now. (Please please please) mu-mu-mu-must be a dreamer. (Please please please) I wanna get with you. Please, please, please, bitch please. "

- Ér... esse não é o celular do ? - perguntou . Senti alguém segurar firme a minha mão. .
- , pra quê você trouxe um celular pro show? A gente nunca faz shows com eles. - disse .
Bem, o meu coração voou. Deu um salto tão grande no meu peito que eu não consegui pensar direito. Então era isso. A intuição, a viagem, a promoção, o show, a idéia, o buraco, o .. tudo! Tudo se guiava para aquele momento. E então eu percebi. Por mais que fosse impossivel, aquilo não era só sorte. Era mais que isso. Era destino.
- Ér, eu esqueci de tirar do bolso. Isso é musiquinha de quando tem mensagem. Deixa eu ver.
tirou o celular do bolso, abriu e iluminou um pouco o lugar. Vi abrir o maior sorriso do mundo. Aquilo era um sonho do qual nenhuma de nós queríamos acordar.
- Ih, acabou os meus créditos. Porque? Eu ainda tinha uns trinta centavos...
Eu gargalhei, jura mesmo que ia ficar com trinta centavos no celular? Ele continuou catucando o celular. De repente deu um sorriso amarelo.

- É gente, descobri o por quê do fim dos créditos. Não parece boa coisa.
- Fala logo, , que merda você fez agora? - perguntou , com certo medo na voz.
- Bom, eu, eu, eu... mandei uma mensagem pro Fletch!
- Aê, , pensou em alguma coisa! - disse , sorrindo. Vou desmaiar rapidinho, dá licença.
- O problema é que eu mandei a mesma mensagem que eu mandei antes da gente vir pro show. Vocês se lembram?
- Ah, eu lembro, a gente pediu pra ele... AAAAH, EU NÃO ACREDITO! - gritou . - VOCÊ MANDOU MESMO ESSA MENSAGEM?
- Foi sem querer! - ele disse, choroso - Foi um acidente! Quando eu cai, acho que apertei alguma coisa sem querer então a mensagem foi automaticamente...
- Você não tá falando daquela mensagem de que o Fletch não precisava pegar a gente, né? A que você mandou do hotel porque a gente queria passar na casa da minha mãe, né? Diz que não. - dizia , com os olhos estreitos.
- Se eu falar que não, você não vai me bater? - perguntou , encolhido.
- NÃO CREIO! VAMOS BATER NELE! - Berrou . Os três voaram em cima do pobre , que tentava se defender de qualquer jeito. Eu olhei para a , que estava apavorada com a idéia de alguém TOCAR no . Suspirei e fui para onde estava os meninos.
Agora que os meus olhos estavam acostumados com a escuridão, estava mais fácil de enxergar.
- Ei, vamos parando, crianças! - falei. chegou logo depois, tentando tirar de cima da cabeça do .
- É, por favor, por favor.
Os meninos saíram de cima do e deixaram o garoto respirar. Ele olhou para e sorriu. Ela ficou sem graça.
- Vocês tem celular? - perguntou . Tiramos os nossos celulares da bolsa.
- Sem sinal. - disse .
- Sem sinal. - disse .
- Sem sinal. - disse .
Olhei o meu aparelho. Tinha sinal. Um pontinho, mas tinha. Mas eu não estava preparada para ir embora. Não agora.
- Sem sinal. - falei, finalmente.
Eles suspiraram. Então nos sentamos, cada um em um canto. Alguém resolveu falar, depois de um longo silêncio.
- Acho que a gente deveria se apresentar, né? - falou .


7. Lonely.


- Vai, meninas primeiro. Nós ainda somos educados. - brincou .
- Ah, não, vocês primeiro. A gente não conhece vocês, sabe? Oh, peraí, seu nome é ? É que você tem cara de se chamar , acertei? - disse , brincando. Todos começamos a rir. E então a teve uma idéia.
- Gente, que tal um jogo de pergunta e resposta?
- Boa! - disse .
- Mas como? Não tem como rodar nada aqui no meio. - falei.
- É fácil. - começou . - Olha, meninos, dentro desse... porão tem quatro fãs de vocês. Mas cada uma gosta mais de um. Então vocês perguntam as coisas " para a fã de fulano " entendeu? Nós sabemos quem são você, não precisamos disso.
- Bem bolado! - disse . Eu sorri. Era impossivel não sorrir ao ouvir a voz dele.
- Começa, . - ouvi o falar.
- Hm, deixa eu pensar. Fã do , você acha ele um panaca por ter jogado todos nós aqui e ainda ter nos trancado e ainda ter mandado a única pessoa que poderia salvar a gente ir embora sem nós? - disse ele.
- Não. - respondeu , calmamente.
- Não? - disse .
- Não. Ele não fez por querer, gente. A culpa são dos últimos quatro neurônios dele que você acabaram de matar, batendo nele. - respondeu.
Nós ficamos em silêncio e então desatamos a rir. É, Sorte No Amor, quem nunca tinha visto?
- Bem, agora a fã do pergunta pra alguém. - disse . -
Ér.. . - sorri. - Você vai se casar com a sua namorada?

Meu sorriso se desmanchou. Tá, eu mato a .
- Você não é a minha fã, né? Porque se for, bem, está atrasada. Eu terminei com ela semana passada. - respondeu ele, sem demonstrar nenhum arrependimento. Voltei a sorrir.
- Sério? Por que? - quis saber .
- Bem, isso é outra pergunta. Vamos, é a minha vez. Fã do . Você acha ele um porco imundo? - ele perguntou para a . Eu gargalhei.
- Deixa eu responder, deixa! - disse, brincando.
- Cala a boca, . - disse . - É, digamos que não é muito bonito soltar um pum e deixar o cheiro para os outros, né? - ela falou e eu ouvi o sussurrar algo como 'maldita entrevista'. Ele se importava com o que uma fã dele pensaria. Isso era bem legal. - Mas isso não me fez, ér, como eu vou dizer, hm...
- Me amar menos? - sugeriu , convencido. Alguém deu um tapinha nele.
- Seu metido! - disse , sem graça. - Mas vamos deixar essa definição. Hm, pergunta pro . Diga-nos, , qual é a música que você mais gosta, no momento?
- Sei lá, eu gosto de tocar Lonely.
- Por que? - perguntei.
- Ah, minha mãe disse que essa música diz muito pra ela. Acho que é porque ela ama mais o e o do que a mim. Ajude-me baby, eu estou tão cansado de estar sozinho.
Gargalhamos todos. O coração de batia tão rápido que eu podia escutar.
- O já perguntou. Passa. - disse .
- Ah, não, deixa ele perguntar. - disse .
- Tá, minha fã. - senti estremecer, mesmo longe de mim. - Porque você gosta de mim?
- Normalmente porque você fica pelado. - disse , nervosa, mas mesmo assim, brincando. Rimos. - Mentira, gente. É que quando eu ouvi Transylvania, bem, eu escutei uma voz que não era as que eu já conhecia. E eu me apaixonei pela sua voz. Depois eu comecei a pesquisar mais, e fui gostando do seu jeito, enfim, isso tá me deixando sem graça! - finalizou.
- Eu gostei disso. - falou , de um jeito pervertido.
- Calado, . - disse . - Minha vez. Fã do , vamos lá. Você ama ele? Digo, se apaixonou por ele? Eu acho impossivel, mas...
tomou um tapa de alguém, adivinha de quem? Quis estrangular o . Safado, sem vergonha, porque comigo, gente? Eu me calei. Silêncio.
- Vamos, responde. - disse , provocador. Então eu tive uma idéia.

- AAAAAAAH! - berrei. Todos deram um pulo.
- O que é, o que é? - disse , olhando para todos os lados.
- Tem algum bicho aqui, ele me mordeu! - falei. Foi o suficiente. Todos começaram a correr, de uma lado pro outro, dando de cara com todos. Quando sossegamos, cada um estava num canto. tremia de medo. Se fosse uma aranha, ela iria se matar, certeza.
- Va-va-mos d-dormir. - disse ela. Todos assentiram. Cada um foi para um lado.
- Só mais uma pergunta. - falou . Me dei conta de que ele estava do meu lado. - Qual é o nome de vocês? Aproveitem e falem logo de quem vocês são fãs.
- , , , . - Luna falou, como quem se apresenta para o menino. Todos rimos.
- Ér... meu nome é . Oi . - disse ela, com vergonha.
- Oi, . - respondeu o menino, sorrindo. Será que a desmaiou?
- versos , beijos. - disse ela. Nós rimos.
- Eita, isso é uma briga? - perguntou Dougie, ainda rindo. E então eu virei meu rosto para a direção do Tom.
- . . - falei, na cara de pau.
- Eu casei com você? - perguntou , querendo rir.
- Casou, você ainda só não sabe. - eu completei, e todos rimos. E então eu resolvi que era hora de dormir.


8. Not Alone.


Legal, eu resolvi que era hora de dormir mas, bem, eu não consegui. Eu tinha medo de fechar os olhos, dormir e descobrir que aquilo era um sonho. Um sonho do qual, assim que eu acordasse, teria acabado. Então eu não consegui dormir. Fiquei acordada ouvindo os roncos do , misturado nos roncos do . Eu ria a cada respirada. Era impossivel.

E então alguém me catucou.
- Ei, você é a , né? - ouvi sussurrar. Me subiu um arrepio pelo corpo inteiro.
- É, sou eu. - sorri.
- Te acordei? - perguntou.
- Não, eu não estava conseguindo dormir. - falei.
- É, nem eu. - ele falou. - Quer conversar?
- Isso vai para a memória, me chamando no meio da madrugada para conversar. UAU! - sorri. Ele gargalhou.
- Acho que só nós dois estamos acordados. Estamos sozinhos.
- Não sozinhos. - concertei. - Estamos um com o outro, né?
- É, você tem razão. Então, vai querer me contar da sua vida? - ele perguntou.
- Um joguinho de perguntas e respostas perticular? - perguntei, sorrindo.
- Isso aí. Pode começar. - ele sorriu.
- Herdou essa covinha de quem? - perguntou, hipnotizada no sorriso dele. Ele riu baixinho.
- Do meu avô. Dizem que só eu tenho. - ele sorriu, orgulhoso. - Minha vez. Como veio parar em Londres? Você não é daqui, é?
- Não. - respondi - Nós quatro somos brasileiras. Eu vim com uma intuição de que eu poderia mudar a minha vida aqui, agora. E então ganhei uma promoção da rádio, ingressos VIP's e especiais. E cá estamos. - sorri.
- Que sorte, hein? - ele falou.
- É, mas eu acho que seja mais que isso. - respondi, enigmática.
- O que então? - perguntou.
- Ei, é a minha vez, seu ladrão! - brinquei. - Me perdoe pela pergunta, eu sou fã, não em controlo! Mas.. porque você terminou com a sua namorada?
- Não era pra contar, sabe, ninguém, além de eu e os caras sabe disso. - ele disse sério. Depois sorriu - Mas como você é uma groupie descontrolada e pode me matar se eu me calar, bem, eu vou lhe contar. - E então o sorriso sumiu outra vez.
- Ei, , não se preocupe, se não quiser falar, tudo bem... - comecei.
- Não, tá tudo bem. Eu preciso falar pra alguma menina. Vocês sempre sabem o que dizer. E eu tenho certeza que isso não vai vazar. - ele piscou. Morri, obrigada.
- Ér, pode... ér, ficar seguro disso. - falei, recuperando os meus sentidos. Então ele se aproximou mais ainda de mim. Ficamos nós dois encostado numa parede, com as pernas encolhidas. Fazia frio.

- Ela me traiu. Mas não foi só isso, ela foi capaz de me trair com o Bourne! Fala sério, com o Bourne? Aquela imitação barata de ? Ah, se fosse pra me trair, podia ser com alguém que tivesse mais classe e que não fosse meu amigo, né? Mas tá, eu supero.
Eu abaixei a cabeça. Por mais que isso não fosse uma coisa exatamente ruim para mim, eu imaginei como deveria estar. Ele era amigo dele, ela era a namorada dele! Como eles puderam...?
- Aquela vaca...! Como ela pôde...? - sussurrei. Acho que ele escutou porque ele começou a rir. Mas ele começou a rir alto. Alto demais, por sinal. Eu tapei a boca dele com a mão.
- Shiii! Fica quieto, , quer acordar todo mundo? - exclamei, rindo. Ele se concentrou, respirou fundo e tirou a minha mão da sua boca.
- Desculpa, me calei. É só que eu tinha razão quando disse que vocês sabem sempre o que falar. - ele falou sorrindo. Eu retribuí o sorriso, feliz.
- Minha vez. Qual música do McFly tocou muito no seu rádio? - ele perguntou. Nem pensei pra responder.
- Not Alone e POV. Eu sou apaixonada demais por essas músicas! - falei empolgada. Ele sorriu.
- Eu também. Modéstia parte...
- Você tá cantando muito bem naquelas músicas, eu sei, eu sei. - o cortei. Ele gargalhou baixinho.
- É... Que tal tentar dormir?
- Eu... Não quero. Tô com medo. - revelei, envergonhada. O que é que eu estava falando?
- Medo? De que? - ele parecia confuso. Suspirei. Começou agora termina, pensei com raiva.
- Tenho medo de dormir e descobrir que eu tô sonhando. Eu não quero que isso se torne mais um dos meus sonhos impossiveis e idiotas. Eu só quero que seja real. - falei, me sentindo a maior idiota do mundo.
Mas não parecia que estava me achando a maior idiota do mundo. Não. Ele sorriu pra mim. Sorriu e eu nunca vi os olhos de alguém brilharem daquele jeito pra mim. Aquilo me fez sorrir instantaneamente.
- Eu seguro a sua mão. Prometo não soltar até você dormir. Isso não é um sonho. Eu vou arranjar um jeito de te mostrar isso. Ér, deixa eu ver.. Toma. Isso é uma pulseira que eu mesmo fiz. - ele me entregou a pulseirinha de miçangas, me fazendo sorrir. - Só dorme porque eu fiquei comendo e dormindo o dia todo, mas você não, né?
- É, - ri baixinho. - Vou tentar dormir.
Eu deitei um pouco naquele chão frio e senti se deitar do meu lado. E então ele segurou a minha mão e colocou em cima da sua barriga, entrelaçada na dele. Peraí, tem certeza MESMO que isso não é um sonho?
- ? - sussurrei.
- Oi? - ele me respondeu.
- Obrigada. - falei sorrindo. O ouvi rir um pouquinho.
Eu não consegui nem cochilar com ali, segurando a minha mão. Acho que ele percebeu isso, porque ele apertou gentilmente a minha mão e começou a sussurrar a música que eu mais gostava, Not Alone.
Tá, agora era definitivo, aquilo REALMENTE era um sonho. Mas eu estava com muito sono pra tentar ficar acordada. Adormeci logo em seguida.


9. POV - Point Of View.


Eu estava dentro de um quarto extremamente escuro, ouvindo as vozes das minhas amigas. Elas não estavam felizes comigo.
- O que você acha que está fazendo, ? Isso não é um sonho. - berrava .
- Você está ficando maluca? Como você vai enfrentar isso? E as consequencias? - me advertia .
- Você está fazendo tudo errado, sua trouxa! Como pôde...? - gritava .
- Do que vocês estão falando? Eu.. não fiz nada! - dizia eu, tentando me justificar.
As vozes continuaram me julgando sem motivo e eu tentava me defender em vão. Tudo que eu queria era que aquele escuro me engolisse, acusações de coisas que eu nunca fiz vindas das minhas melhores amigas pareciam flexas me atravessando. E então eu o vi. Vinha andando no escuro e a cada passo que ele dava, o quarto ia se iluminando. Ele ergueu a mão dele para mim, branca e macia. Me olhou dentro dos olhos e, então, o toque final. Ele sorriu.
- Eu não te acho qualquer uma. É o meu ponto do vista. E eu acho que é ele que conta. - ele falou. E então um telefone começou a tocar, a tocar POV. Eu olhava para os lados e não via nada. E então olhei para . Ele me olhava com o olhar triste, decepcionado.
Aquilo doía, dude! Eu então ergui a mão, tentando segurar o seu rosto, mas ele se afastou de mim.

Eu acordei pulando, pulando mesmo. ainda segurava a minha mão, ou seja, ele me sentiu pulando. Então acordou também, assim como todo mundo. O som do meu celular tocando ainda soava, eu o procurava com certo alívio de ter podido me despertar daquele sonho. POV ainda ia tocando. Eu já estava começando a ficar com raiva, quando achou o pequeno aparelho.
- Parou de tocar. - ele disse. - Cara, que aparelho irado! Deixa eu ver.. - e então ele abriu o celular. Quando o abriu, foi prestar atenção logo no que eu menos queria que ele visse.
- O seu celular tá com sinal? - ele falou, asperamente.
Bem, sabe quando você percebe que alguém mudou o tom de voz e simplesmente tem vontade de grita FUDEU DE VEZ ? Pois bem, essa era eu. Ah, fala sério, você iria me culpar? Quem não iria querer ficar trancada com dentro de um quartinho escuro, o ouvindo cantar sua música preferida e segurando a sua mão? Deixa eu responder pra você. Ninguém.
Eu me sentei no chão, prendi meu cabelo num nó. Eu olhei para ele, sinceramente constrangida.
- Ér... deve ter aparecido agora. - falei, me sentindo mal. Mal porque minha mentira tinha acabado e mal porque, pelo jeito que me olhava, bem, acho que ele não acreditou muito em mim.
- Ah, é sério? Porque será que eu não tô acreditando? - ele falou, com sarcasmo. Ei, cadê o perfeito dos meus sonhos? - Fala sério, tá cheio de ligações aqui, isso foi no meio da madrugada, a gente tava dormindo! Se ligaram pra você, bem, tinha sinal!
Eu estava constrangida. Cara, porque ele estava me julgando? Porque todos estavam me julgando? Porque o sorriso que o ergueu quando ouviu que o toque do celular era uma música dele havia sumido? Droga, eu era um fã, acima de tudo. Uma fã que fazia loucuras como todas as fãs. E mais ainda, uma fã apaixonada de verdade! Eu não podia deixar o cara que eu amava ir embora sem fazer nada. Ah qual é?
Mas já chega de mentiras. Chega de mentir.
Isso não é um sonho.
Isso aqui gera consequencias.
Eu estou fazendo tudo errado.

- Tudo bem, eu confesso. Tinha sinal desde ontem a noite. - falei, abaixando a cabeça.


10. Falling In Love.


Eram mais de dez da manhã quando o Fletch apareceu para nos tirar de lá. Descobrimos que aquele era o lugar onde se guardavam os instrumentos de bandas locais que tocavam lá nos dias de semana. E descobrimos que nunca mais iríamos ver os meninos do McFly. Eles não queriam nos ver. Era o fim de um sonho. Um sonho nosso. E a gente não estava feliz com isso.
Você deve estar pensando que eu estou globalizando demais, mas eu não estou. Quando eu digo nós, eu quero sim dizer eu, , e .
Elas acabaram confessando. Os seus celulares também tinham sinal. Tiveram a noite toda. Acho que é por eles não serem do Londres.
, e tiveram uma reação semelhante a de . Eles esbravejaram, gritaram, brigaram mas no final, aceitaram os nossos telefones e acabaram ligando para o Fletch.
Agora todos nós estávamos fora do estádio, no estacionamente, onde se encontrava um carro para levar os meninos para um hotel.
Nós estávamos ali, paradas, sabendo que era a última vez que eles estariam vendo a gente. Era uma despedida.
tinha sido a primeira a tomar coragem. Puxou o pela mão e o carregou para trás do carro. Logo depois veio a e, por incrivel que pareça, . Todas pegaram seus respectivos garotos e os levaram para uma última conversa particular. Fazendo eu ficar a sós com , mais uma vez.
Ele tinha que ir embora. E eu tinha coisas pra falar.

- , olha só, eu... - comecei.
- Não quero nenhuma desculpa, não venha de papinho pra cima de mim, . - ele disse, seco.
- Dá pra calar a sua boca e só me ouvir? - eu perguntei, sentindo uma certa raiva. - O que você tá achando, que eu tô feliz? Feliz por ter mentido pra você e pros meninos? Acha mesmo que eu tô feliz de ver tudo terminar desse jeito? - eu falava, com os meus olhos enchendo de lágrimas. - Acha mesmo que eu tô feliz por ter me apaixonado? Não, eu não estou, ! Sabe porque? Porque as pessoas que eu mais admirei até hoje estou entrando num carro com raiva de mim e das minhas amigas e porque o cara pelo qual eu fiz o fazer de me apaixonar é um sonho, e como todos os sonhos, ele é impossivel! Eu não tô feliz, . E nem se eu pedir desculpas agora vai adiantar de alguma coisa, porque o que menos me importa é a raiva que vocês estão sentindo. O que mais me dói é saber que você tá indo embora, escorregando das minhas mãos. E eu não posso fazer nada.
Eu finalizei, já chorando. estava meio pasmo, acho que não esperava por aquilo. Ele, inesperadamente me abraçou.
- Desculpe. - eu sorri ao ouvir aquilo. Mas não esperava o que vinha a seguir. - Eu também não posso fazer nada.
Eu o olhei, ainda com algumas lágrimas nos olhos. Eu não o culpava. Eu era apenas uma fã. Apenas mais uma. Aquelas lágrimas eram apenas umas lágrimas. Apenas mais umas. E aquelas palavras eram apenas umas palavras. Apenas mais umas.
Ele me soltou e entrou no carro. Eu fiquei parada, vendo as meninas voltarem. Parece que a coisa foi melhor pra elas do que pra mim.

Entramos num táxi, ouvindo a falar, feliz da vida.
- Ai eu pedi desculpas e ele me beijou! Gente, me beijou! ESTOU B R A N C A ! - ela contava, alegre. Eu sorri. Por mais que estivesse triste, eu achava bom pra ela. Pelo menos uma de nós tinha se dado bem.
Depois de um certo escândalo, elas conseguiram se controlar.
- Eu pedi desculpas ao , disse que não era uma dessas groupies fanáticas, mas eu estava vivendo um sonho e tal.. enfim, ele me desculpou, mas não me beijou. - confessou , sorrindo. - Não me beijou, mas me deu o seu número do celular!
comemorou junto com , que também tinha pedido desculpas, também tinha sido desculpada, também não tinha sido beijada e também tinha conseguido o número pessoal do . resolveu contar vantagem.
- Eu também tenho o número do , tá? - ela falou. Convencida.
E então um estalo. Só mais uma tentativa, eu pararia ali.
- , me dá o número do ?
Ela deu os ombros e me passou. Eu comecei a escrever uma mensagem de texto.
, é a . Antes de mais nada, peça desculpas a todos por mim, eu não fiz por mal. Ainda admiro e gosto muito de vocês.
Lembra do nosso jogo de perguntas e respostas? Lembra que eu fiquei te devendo uma resposta? Você me perguntou se eu tinha me apaixonado pelo . Aí vai: I could've fallen in love. E eu me apaixonei.

Mandei a mensagem e me afundei no banco do táxi. Eu tinha que tomar aquela decisão. Era preciso.
- Vamos voltar para o Brasil. O mais rápido possivel.
As meninas não contestaram. Elas me conheciam. E eu não estava bem.


11. Easy Way Out.


Nós voltamos para o hotel e simplesmente desmaiamos. Eu não quis comer como as outras meninas, eu não sentia fome. Eu só entrei num banho demorado. Demorado demais. Eu só queria me lavar daquelas palavras, mas cada vez mais que a água tocava o meu corpo, parecia querer tatuá-las mais em mim. Aquilo doía. Doía muito. E eu não consegui mais me segurar.
Chorando, eu pensei que eu era uma fraca, como alguém pode se apaixonar por ? Como? Mas não, depois eu saquei. Eu era forte. Mais forte do que eu imaginei.
Ouvir o cara que você ama te dizer que não pode fazer nada por você, bem, não é muito animador. E se segurar para não chorar durante um caminho de uma hora e quarenta minutos de trânsito é bem difícil. Eu era forte. Eu ia me iludir com isso.
Saí do banho, segui para perto das meninas e as abracei. Eu precisava saber que pelo menos elas me amavam, que não iam me largar por ser uma idiota fracassada. Onde está a teoria do ser forte? Foi para o ralo junto com a água.
Elas me consolaram quando eu contei o que tinha acontecido e então decidimos. Iríamos embora dois dias depois. Isso ia ser difícil. Mas o que foi fácil até agora?

Dois dias se apassaram, telefonou para um dia depois de sermos libertados e passou o dia todo com ele. Parece que e também foram. Embora insistissem, eu não quis ir, fiquei em casa, apenas arrumando as minhas coisas. O que eu faria lá, ficar vendo a se agarrar com (n/a: eu iría querer ver minhas best fazer isso!), a e a se desenrolando pra cima do e do e ficar vendo o me ignorar? Não, obrigada.
Mas assim que elas chegaram, me disseram que o não havia ido. Não sabiam porque, os meninos haviam se calado para esse assunto. Enfim, todo o resto que eu imaginei aconteceu, ficou com o , ficou com o e com o . Eu estaria doente de euforia se fosse outro dia. Mas não hoje.
No outro dia, a gente acordou tarde, tomou café e foi para o aeroporto, direto. Eu estava passando minhas malas quando dei um piti. Havia deixado meu celular dentro de uma das bolsas. Corri para pegá-la, me meti no meio de um monte de gente, deixei meus óculos de sol caírem, mas recuperei o meu celular. Sorri vitoriosa e voltei para junto das meninas.
Mas assim que eu segurei o celular, me deu um ódio tremendo. Um ódio enorme. Um ódio maior do que a minha tristesa. Tudo por culpa daquilo. Daquele aparelhinho maldito. Num ato impulsivo, eu comecei a caminhar em direção a uma lixeira. Mas antes de conseguir chegar lá, o aparelho vibrou.
Mensagem de texto. E eu não conhecia o número.
Então é assim? Uma saída fácil? Pensei que você fosse mais forte. .
Eu praticamente congelei. Não conseguia falar, não conseguia respirar. E quando descongelei, eu só consegui gritar.
- What? Easy Way Out? He is crazy? - berrei.
Todos pararam para me olhar. As meninas pegaram o celular da minha mão e leram a mensagem.
- Sim, eu sei, ele é louco, mas pare já de gritar, sua desnaturada! - sussurrou . Eu a olhei.
- Desculpe. - falei, sem expressão. Coloquei os meus óculos de sol mais uma vez, sentindo os meus olhos ficarem úmidos. Então eu subi no avião e fui a viagem toda chorando.
Sim. Uma saída fácil. Mas se isso significava menos dor, eu não tinha vergonha disto. Ele não sabia de nada.


12. Ignorance.


Bem, desde que voltamos para o Brasil, se passaram dois meses. E muita coisa mudou.
Os meninos passaram a nos ligar todos os dias. Sim, isso inclui a mim. , e me ligavam sempre. Mas não . Enfim, além de me ligarem bastente, eles ainda conseguiam ligar mais ainda para as meninas. Nós ficamos muitos amigos, amigos bem próximo. Isso me ajudou na primeira semana. Mas só na primeira.
O McFly veio em turnê para o Brasil e o aproveitou para pedir a em namoro. As meninas também não demoraram muito e sim, estão namorando com os outros garotos. O nem sequer perguntou como eu estava. Ignorance.
Eu não me curei. Eu comecei a perceber que esse amor era muito maior do que eu imaginei. Eu não queria mais sair, eu não queria fazer cursinhos para a faculdade, eu não queria mais nada da vida.
As meninas resolveram ir morar em Londres. Sim, eu também achei loucura no começo, mas depois de encontrar com os três meninos - a excessão é sim o - eu vi a verdade. Eles se amavam de verdade. Foi rápido, tão rápido que quando eles me viram, já havia aquele ar de paixão pairando no ar. Então eu não pude fazer nada a não ser apoiá-las e desejar boa sorte. Porque foi isso que elas fizeram a mim. Não julgaram, só me apoiaram. E eu nunca iria esquecer disso.
A verdade é que elas quiseram me arrastar pra lá de qualquer jeito. Fizeram de tudo e mais um pouco. Mas eu não fui. Eu não podia ir. Não agora que eu tinha aceitado o fim. O fim do que nunca existiu.

Dois meses se passaram e eu tentava seguir a minha vida sem pensar no quanto tropeçar era horrivel. No quanto seguir intuições era roubada. Mas eu passei a ser perseguida por intuições e tropeços. Tropeçar tinha virado rotina, assim como ter certas intuições, como ligar o rádio e encontrar uma música do McFly tocando ou ir ao jornaleiro e encontrar a primeira revista que eu bater o olho com a capa dos meninos. Não era fácil.

Mas hoje era o aniversário da e eu tinha que ligar para ela. Tinha medo do ligar. E se, sem querer, o atendesse? Mas eu não podia mais hesitar.
- Alô? - falou a voz da minha amiga do outro lado.
- ? - perguntei, sorrindo.
- AAAAAAAH, MEU AMOR! - berrou ela, reconhecendo a minha voz.
- Amiga, que saudade! Olha, feliz aniversário, viu? Eu comprei um presente pra você, mas é surpresa, hoje eu mando pelo correio e deve chegar ai no...
- Ei, cale já a boca! - O que fizeram com a minha ?
- Eu hein, que ignorância! - falei. me ignorou.
- Eu faço o aniversário, mas quem ganha o presente é você. Vai chegar ai na sua casa um presente. E se você não aceitar, nós três juramos nunca mais falar com você! - falou ela, com determinação.
- Tudo bem, sua poias. Enfim, eu só liguei pra dizer que eu te amo, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida. Coloque no viva voz. - falei.
- Pronto. - disse .
- Meninas, estão ai?
- Sim. - responderam todas junstas.
- Olha, o aniversário é da , mas eu quero que vocês saibam que eu amo vocês demais, vocês são praticamente tudo na minha vida e que eu sinto mais falta de vocês a cada segundo que passa. Obrigada por tudo. - Eu disse, emocionada. Logo assim que me calei, elas começaram a falar coisas bonitinhas, me fazendo rir, porque falavam todas juntas e eu não entendia nada.
- ENFIM - eu berrei - mande um beijão para os namorados de vocês, ok? Tô morrendo de saudade dos meus meninos macacos!
- Só dos namorados delas?
Aquela voz. Não, não podia ser. De novo não.
Eu fiquei calada durante alguns segundos, com a certeza de que eles - principalmente ele - podiam ouvir a minha respiração ofegante. Eu respirei fundo, tentando me concentrar o bastante para não soluçar ali. Mas a minha voz veio estrangulada num choro.
- Amo todos vocês. Adeus. - e desliguei.
Desliguei e chorei, chorei durante um tempo bem grande. Eu não tinha mais noção das horas. Eu só conseguia chorar.
havia falando comigo. E eu não estava preparada para aquilo.
Então a campainha tocou. Eu enxuguei as minhas lágrimas e atendi. Era o correio, me entregando um pequeno envelope. Das meninas.
Quando abri, a primeira coisa que eu fiz foi pegar o telefone e gritar por horas. Não.
Eu não queria aquele presente. Eu não queria aquela passagem. Eu não podia ir para Londres.


13. The End.


Como elas puderam fazer isso comigo? Como?
Era só nisso que eu pensava enquanto estava dentro daquele avião. Aquelas garotas ainda iam me pagar.
Foram algumas horas cansativas de voô. Elas foram longas demais para eu conseguir dormir direto e curtas demais para preparar o meu psicológico para o que estava por vir.
Saí do avião com sono, frio e medo. Três coisas que eu não gostava de sentir.

Elas três estavam me esperando no aeroporto. Eu quase morri de felicidade quando as vi, minhas meninas, minhas piriquitas, as melhores pessoas que existiam no mundo.
Eu as agarrei no meio do aeroporto de tal modo que fiz todas as atenções serem somente para nós quatro. Elas estavam felizes, eu nunca tinha visto tanta alegria em seus rosto. Eu as invejava por um lado. Porque não eu? Ah, claro, eu era fraca, me lembrei.
Elas me carregaram para o carro e começou a dirigir, contando das suas novidades. Ela era a última. e já haviam falado tudo o que podiam.
- E então eu passei na faculdade de teatro, tô trabalhando numa lojinha num shopping por perto de casa e namorando . Amiga, eu já saí até numa revista! - ela dizia, alegre. Eu gargalhei, só a para gostar de sair numa revista.
Mas aí eu lembrei que eu estava brava com elas.
- Olha, senhoritas , e , eu estou louca para agarrar o pescoço de vocês!
- O que a gente fez? - perguntou .
- O que? Essa droga de passagem! Eu não queria, merda! Tendo amigas como vocês, quem é que precisa de inimigas?
- Credo ! Presta atenção, se você não viesse, você não iria poder ver aquilo. - disse , tranquilamente.
- Aquilo o que? - quis saber.
Então eu olhei para o lado. Era apenas ele. Ele. Ele. Tá, eu sei, era ele. Mas era ele e ele estava perfeito. Vestia apenas uma calça jeans, um All Star, uma blusa branca com um blazer fechado por fora. Ele estava perfeito, encostado naquela BMW conversível preta, olhando para baixo, brincando com as chaves. Ele estava ali. Mas eu não queria estar ali.

- Ah, não, não, não, não! - eu exclamei, nervosa - Eu não vou sair desse carro por nada, não mesmo!
- Ah, qual é, ? Você vai sim! - dizia . - Eu não acredito que a gente te trouxe a Londres pra você dizer que não vai sair do carro. Ele é o , acorda!
- E daí que ele é o grande ? Isso não significa nada, o problema é que eu sou apaixonada por ele, eu sou uma mísera fã e eu não tô preparada para outro não. Isso machuca, gente. - eu falei, num fiozinho de voz. - Vocês não sabem como isso dói.
- Ah, , a gente meio que sabe, mas... - começou .
- Não, , não! Vocês não sabem! Sabem porque? Porque vocês pediram desculpas e eles desculparam! Você sabe o que é passar dois meses inteiros sentindo uma culpa te corroer por dentro? Vocês não sabem! Porque nunca chegou o fim pra vocês!
- E nem pra você, ! Vai lá, por favor! Só escuta o que ele quer te falar. - pediu .
Eu olhei para fora do carro. Agora estava olhando para o nosso carro. Os olhos dele, por um momento, se encontraram com os meus, mesmo o vidro do carro sendo fumê. Isso bastou. Eu já não podia dizer não.
Olhei para as meninas e suspirei. Abri um pequeno sorriso.
- Tendo amigas como vocês, quem é que precisa de inimigas... e de melhores amigas? - perguntei. Elas me abraçaram, me desejando sorte. E então eu sai do carro.

andou na minha direção, um sorriso tímido estampado no rosto. Eu sorri tímidamente também. Estava tremendo.
- Venha, deixa eu assegurar que você não vai tropeçar dessa vez. - ele falou.
- Pode deixa, eu estou bem. - eu falei baixinho. Ele me guiou até o carro. Outra mentira. Eu não estava bem.
Eu me olhei. Estava com um vestidinho tomara que caia estampado, com um casaquinho branco por cima. Nem assim eu ficaria a altura dele. Isso era impossivel.
Ele abriu a porta pra mim e eu me sentei. Meu coração batia mais rápido do que aquela máquina era capaz de correr. Eu estava em pânico. Começou, agora termina, repetia para mim mesma.
Andamos durante um tempo, sem falar uma única palavra. Então entrou numa rua onde eu só via mato pelos lados.
- Aonde nós estamos? - perguntei.
- Surpresa. - ele falou, sorrindo. Eu fiquei curiosa.
Andamos mais um pouco, mato adentro. Então ele estacionou. Quando eu olhei, estávamos num campo de futebol, digamos assim. Um campo no meio da mata fechada, mas era um campo bem legal. Lá dava para se ver a lua perfeita, já que já havia escurescido. Mas não era isso que tinha me feito ficar meio congelada. No meio daquilo tudo tinha uma fogueira. Uma fogueira e seis pessoas.
- Como elas chegaram tão rápido? - eu perguntei, incrédula.
- Atalhos. - ele deu os ombros. Me lembrei quem estava do meu lado e voltei a ficar tensa. Andamos até os outros.
- ! - Berrou , me agarrando. Só ali, naquele momento, eu fui perceber quanta falta eu senti daqueles meninos.
- Criatura divina, que saudade! - falou , me dando um abraço de urso. me deu um beijo no rosto e foi se sentar com Liza.
Eu me sentei no chão e sentou ao meu lado. Eu tentava ignorar a presença dele, mas era impossivel. Ele pegou um violão que estava perto de umas bolsas plásticas. Parecia comida.
- Gente, eu compus uma nova música. Queria tocar. Se as minhas crianças aprovarem, bem, nós gravamos no novo CD. - ele comentou. ia abrir a boca pra falar algo, mas foi mais rápido.
- É bom você achar a música boa, , ou vai apanhar!
se encolheu, fazendo todos rirem e Luna lhe deu um selinho. Tom se posicionou e começou a tocar.
Kicking off is the hardest part
[Retroceder é a parte mais difícil]
Nothing's certain at the start
[Nada é certo no início]
Letting go, so something can begin
[Deixando acontecer, então alguma coisa pode começar]
Figure out how to get a life
[Descobrindo como ter uma vida]
Leave tomorrow, live tonight
[Ir embora amanhã, viver esta noite]
Gotta throw, throw your heart right in
[Tenho que lançar, lançar seu coração]
'Cause we all fall down
[Porque todos nós caímos]
Everybody knows the end
[Todo mundo conhece o fim]
When the curtain hits the floor
[Quando as cortinas atingem o chão]
Everybody knows the end
[E todos conhecem o fim]
Don't wanna get there wishing that you'd given more
[Não quero chegar lá querendo ter dado mais]
It's not over, 'till it's over
[Não é o fim, até ser o fim]
So how do we begin?
[Então como vamos começar?]
When everybody knows the end
[E todos conhecem o fim]
I need to live with nothing fixed
[Eu preciso viver sem nada para consertar]
Don't tell me what's gonna happen next
[Não me diga a próxima coisa que irá acontecer]
I'm alright, I like the way this feels
[Estou bem, eu gosto dessa sensação]
Leave behind all the things I miss
[Deixarei para atrás todas as coisas que sinto falta]
The next stop isn't where you think it is
[A próxima parada não é aonde você pensa que é]
'Cause tonight I'm riding off the rails
[Porque esta noite eu estou andando fora dos trilhos]
'Cause we all fall down
[Porque todos nós caímos]
Everybody knows the end
[Todo mundo conhece o fim]
When the curtain hits the floor
[Quando as cortinas atingem o chão]
Everybody knows the end
[E todos conhecem o fim]
Don't wanna get there wishing that you'd given more
[Não quero chegar lá querendo ter dado mais]
It's not over, 'till it's over
[Não é o fim, até ser o fim]
So how do we begin?
[Então como vamos começar?]
When everybody knows the end
[E todos conhecem o fim]
Is where you hope you never say
[É onde você espera que você nunca diga]
"I could have done it better"
["Eu poderia ter feito melhor"]
And I'm gonna keep what counts and throw away
[E eu manterei o que conta]
What doesn't really matter and I wanna die (and I wanna die)
[E jogarei fora o que realmente não importa e eu quero morrer (e eu quero morrer)]
On the highest height (on the highest height), oh
[No lugar mais alto (no lugar mais alto)]
It's not over (it's not over)
[Não é o fim (não é o fim)]
'Till it's over
[Até ser o fim]
I wanna stay here forever
[Eu quero ficar aqui para sempre]
'Cause we all fall down
[Porque todos nós caímos]
Everybody knows the end
[Todo mundo conhece o fim]
When the curtain hits the floor
[Quando as cortinas atingem o chão]
Everybody knows the end
[E todos conhecem o fim]
Don't wanna get there wishing that you'd given more
[Não quero chegar lá querendo ter dado mais]
It's not over, 'till it's over
[Não é o fim, até ser o fim]
So how do we begin?
[Então como vamos começar?]
When everybody knows the end
[E todos conhecem o fim]


Eu estava praticamente pálida. Aquela música poderia não dizer nada para todos. Mas não para mim. Porque o não ia escrever isso pensando na ex namorada. Iria? Não, não iria. Aquela música era feita para alguém. E eu queria muito saber pra quem era.
- E então? O que acharam? - perguntou ansioso.
- Tá ótima, dude! - falou . concordou.
- ? - ele perguntou, levantando uma sobrancelha como se fosse uma ameaça. sorriu largamente.
- Perfeita, cara. Tô dentro.
sorriu.
- Opinião de menina sempre conta. Vamos meninas, o que acharam? - ele quis saber.
- Nem falo nada, é o melhor poeta desde Sócrates. - falou , com simplicidade.
- Linda, . - disse.
- Perfeita! - falou , entusiasmada.
Eu continuei calada.
Todos me olharam. Eu fiquei sem entender nada.
- O que? - perguntei. suspirou e pegou na minha mão, fazendo um iceberg descer pelo meu estômago. Ele me ajudou a levantar e eu me ergui e me deixei ir até aonde ele queria que eu fosse. Nós fomos para um canto mais afastado no campo de futebol. Agora eu estava novamente nervosa. Eu não tinha solução.
parou de frente para mim, respirando fundo. Acho que eu não era a única que estava nervosa ali.
- , me desculpa. Eu estive procurando um jeito de dizer isso a você, mas eu só encontrei um meio, que foi escrevendo uma música. Eu, eu, eu não.. - começou a falar. Eu estava estática. A música era pra mim. Era pra mim. Meu Deus, eu não podia estar mais feliz.
Eu acabei me perdendo no que estava dizendo, ele continuou falando um monte de coisa das quais eu não quis nem ouvir. Eu fui abrindo um sorriso devagar enquanto a idéia de ter feito uma música pra mim penetrava mais adentro do meu pensamento. De repente, quando eu me dei conta, eu havia cortado .
- A música foi... pra mim? - perguntei, hesitante.
- Ér..foi. - ele respondeu, sem graça. - Olha, como eu ia dizendo, me des...
Eu não permiti que falasse mais nada. Eu o agarrei e o beijei como quis fazer desde o momento em que a sua mão tocou na minha, a dois meses atrás. Eu passei meus braços pelo seu pescoço e ele, depois de ter se recuperado do susto, me segurou firme pela cintura. O mundo parou de girar pra mim. Eu não queria abrir os olhos, aquele mesmo medo de ser apenas um sonho. Mas eu senti a pulseira de no meu pulso. E então tive certeza que não, não era apenas mais um sonho. Isso era real.

Quando eu soltei , ele me deu vários selinhos.
- Eu... Quero... Você... Só... Pra... Mim! - ele dizia, entre os selinhos. Eu sorri.
- Eu sempre fui só sua! - falei. Ele me beijou outra vez e segurou a minha mão, me puxando para voltar pra perto dos outros. Eu comecei a andar com ele. Estava flutuando, na verdade.
- Quer dizer que eu posso te apresentar como minha, agora? - ele perguntou, divertido.
- É, eu falei que tinha casado com você, você é que demorou pra saber! - falei e ele riu.
- Tá preparada pra isso? Digo, eu posso ficar longe por muito tempo... - ele falou. Eu interrompi.
- Eu vou esperar.
- ...e pode aparecer boatos nada bons sobre mim... - ele continuou.
- Eu não vou acreditar. - eu falei, com convicção.
- ... e eu posso me encantar por uma brasileira... - ele disse, sorrindo.
- Eu te reconquisto. - falei, séria. Ele parou para me olhar e tocou o meu rosto, sorrindo.
- E então eu vou me dar conta de que me apaixonei pela pessoa certa. Eu te amo. - Ele finalizou.
Eu sorri largamente e me guiei até ele, para beijá-lo. Mas nesse momento, eu tropecei. me segurou a tempo. Ele olhou pra mim, ainda divertido.
- Você não tem jeito com esses pés, hein?
- É, eu já comecei aceitar isso. Até porque, tropeçar a dois passos do seu sonho não é tão ruim assim. - eu falei. me beijou.
Ninguém no planeta estava mais feliz que eu. Porque tendo as melhores amigas que eu tenho, amigos integrantes do McFly e o cara mais gato do mundo e que eu amava como meu namorado, bem, só tropeçando muito mesmo!


Aaah, e pareí, você quer saber o que aconteceu com nós quatro? acabou pedindo em casamento no aniversário dela do ano seguinte. levou pra conhecer a mãe dele, que se apaixonou por ela. acabou levando pra morar com ele, mas logo mudaram de idéia, ele não conseguia ficar longe dos meninos. Então nós compramos um apartamento no mesmo prédio que o deles. Até hoje não sei quem mora com quem, se aquelas lá moram comigo ou com eles. E eu? Bem, eu tô feliz demais. Minha música bombou. E bombou mais ainda quando a dedicou para mim em rede internacional. Essa noite a gente vai sair pra jantar, ele disse que tem uma surpresa pra mim. Eu não sei o que é, mas se for o caso, eu tropeço outra vez. Parece que esse negócio funciona.

THE END






Nota da Autora: Geeeeente, que feliz que eu tô! Primeira fic, quem não se alegra?
Primeiro eu quero agradecer a minha beta, Van, brigada, amor! Sem você isso aqui não saíria dos meus arquivos. Obrigada por ser tão paciente comigo.
Por segundo, eu quero agradecer a minhas amiguinhas do coração, Caroline, Carolina, Isabela, Gabriela. Sei que a Gaby nunca vai ser isso, mas obrigada por ser a minha melhor amiga e por sempre estar comigo, em todos os momentos.
Carol, amor da minha vida, só você mesmo pra me colocar pra frente e me fazer postar isso, garota. Eu te amo, obrigada por me colocar no mundo McFly. Se eu sou viciada no Tom hoje, é por sua causa!
Talooooow, meu amor! Obrigada por sempre me deixar falar (PUTAQUEPARIIIIU!). Eu te amo, minha patricinha!
Bebeeeeela! Minha cebolinha retardada, eu te amo amiga, por sempre estar comigo e ser a minha companheira no ramo de escritora. Seremos as próximas JK's e Stephenie Meyer's!
E obrigada a você, que leu! Espero ter agradado a vocês! Não deixem de comentar, por favor! Beijo amores!

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