Por: Carol Rodrigues
Beta: Leeh Rodriigues


Capítulo 1

Formatura. É, era o destino de Harry, que revia todas as lembranças e acontecimentos durante todos esses anos. Nem podia acreditar que, finalmente, iria se formar. Tinha muitas palavras acumuladas na garganta, mas iria expô-las somente na hora certa, que estava se aproximando. Guardou o álbum de fotos na gaveta e desceu as escadas indo para a sala, onde seus pais já se encontravam, impacientes. Eles estavam mais ansiosos e nervosos que o próprio filho.
- Você está... Maravilhoso, meu filho! – sua mãe correu o abraçando forte, nem podia acreditar que a formatura enfim, havia chegado, e muito menos ele.
- Vamos? Já estamos atrasados – seu pai sorria radiante. Entraram no carro e foram á caminho do colégio.
Pelo caminho, Harry sentiu uma sensação boa, mal via a hora de ver seus eternos melhores amigos. Ao chegar, como provável, a formatura já tinha começado. Ele correu e sentou-se ao lado de , que sorriu dando um beijo em sua bochecha e entrelaçando as mãos.
- Hoje, suponho que é um grande dia para os formandos desse ano. Tiveram um esplêndido estudo, se dedicaram, batalharam e conseguiram o objetivo. O que é um orgulho não só para vocês e seus pais, como para nós, diretores e professores. Bom, vou deixar o discurso agora para a nossa querida aluna, – ela levantou-se sorrindo e ocupou o lugar na frente de todos. Ao olhar a multidão, pensou em desistir, mas foi forte e pigarreou, pegando a folha na pequena mesinha.
- Bom, eu tinha escrito um pequeno texto, mas acho que nada disso se encaixa com o verdadeiro sentimento que estamos sentindo agora, neste momento, então... – ela amassou a folha e respirou fundo. – A maioria de nós, alunos, durante todos esses anos desde o pré, a primeira série em diante, o que mais desejamos é que o colégio finalize e nós finalmente poderemos ficar livres dos estudos. Mas ao conseguirmos isso, sentimos falta de tudo. Do colégio, principalmente das pessoas que passaram pela nossa vida, que ficarão marcadas para sempre de algum modo, e até por mais impressionante que seja, sentimos falta dos estudos. Agora estamos passando de uma fase de diversão, para uma fase de responsabilidade e sabedoria. Tenho a certeza de que aqui, tivemos o aprendizado, e aprendemos como lidar com os acontecimentos e para que caminho a vida nos leva lá fora. Talvez muitos de nós nos separaremos, talvez alguns caminharão conosco durante o resto de nossas vidas – deixou escapar algumas lágrimas. – Mas sempre nos lembraremos deste momento, destes formandos, das pessoas especiais que nos ajudaram passar por obstáculos, dos professores alegres que animavam as aulas, enfim, sentiremos saudades de tudo. E, representando todos nós, temos apenas uma palavra para resumir tudo isto dito agora: Obrigado. Obrigada por terem conseguido fazer nossa adolescência a melhor fase de nossa vida, agora é nossa vez de seguir em frente e mostrar á vocês tudo o que aprendemos. É nossa vez, de dar orgulho á vocês. Obrigada pais por terem sempre querido o melhor para nós, qualquer erro que cometemos, vocês nos fazem enxergar. Obrigada amigos, se não fossem por vocês, nada teria graça. Obrigada por tudo. Parabéns para nós, por termos conseguido! Viva os formandos!
Todos os formandos gritaram batendo palmas e o diretor abraçou , antes de assumir o posto.
- Tenham certeza que nós temos orgulho de vocês, muito – ele sorriu e pegou uma folhinha localizada na mesma mesinha. – Queremos parabenizar os formandos de hoje, que são: , Daniel Jones, Dougie Poynter, Harold Judd, , , , Thomas Fletcher [...] – quando ele terminou de dizer todos os nomes, os alunos jogaram seus chapéus para cima e rodavam, rindo e brincando.
- Dougie! – se jogou em cima do mesmo, abraçando-o fortemente e logo em seguida, o beijando ternamente.
- Nós nos formamos! – Tom gritou puxando todos para um abraço, e eles sentiram ali segurança e proteção, e, além disso, como se pudesse ser o último de suas vidas. Se despediram de seus pais, pois decidiram que iriam comemorar em um lugar especial, onde somente os garotos sabiam onde era.
- Eu conheço esse caminho – falou pensativa, reparando cada virada que davam. Tom deu uma risada baixa e ela deu um leve tapa em seu ombro.
- Já disse, não vou contar. Promessa e segredo. – ela bufou cruzando os braços e Tom distribuiu beijos pelo seu pescoço, isso sempre dava certo.
- Que bom que vocês tem boa memória, pois eu não lembro – Danny falou coçando a nuca e a própria namorada lhe deu um pedala. O dia ainda estava claro, o sol brilhava forte, e o vento batia suavemente. Eles estacionaram o carro numa garagem á céu aberto. Ao redor, não tinha mais nenhum outro carro. O chão continha várias pedrinhas, fazendo o carro balançar. Saíram e caminharam por uma estrada cheia de pedras também, até acharem o tal lugar, agora, coberto com grama.
- Eu lembro deste lugar – pulou feliz percorrendo pelos quiosques.
- Como esquecer daqui? – Harry suspirou, mas com um certo desapontamento ao relembrar.
- O baile será á noite, então nós queríamos ter um tempo a sós com vocês, talvez os últimos momentos, num lugar que talvez seja a última vez que venhamos aqui. – Dougie abaixou a cabeça, colocando as mãos no bolso e chutando algumas pedrinhas que apareciam pelo caminho.
- Gente – respirou fundo pegando nas mãos de Dougie -, vamos fazer uma promessa? – todos a encararam, não queria afastar-se deles. – Prometem que nunca vamos nos separar? – todos se entreolharam, e sem questionaram, prometeram juntos.
- Vamos falar a verdade, como vamos conseguir manter contato? O problema não é a faculdade diferente que vamos fazer, mas a distância das cidades que vamos morar – eles abaixaram a cabeça, não podiam negar. – Admitam.
- Tom, ás vezes, o que importa não é a distância, isso nós vamos superar. Por mais que o destino seja cruel, vamos conseguir combatê-lo – abraçou-o.
- O parquinho me espera – sorriu correndo para seu tão querido parquinho, e Dougie correu atrás. Danny, , e Harry foram passear pelo lugar, matar a saudades de cada canto, enquanto e Tom preferiram ficar sozinhos.
Encontraram a mesma rede no mesmo lugar, amarrada na árvore e deitaram. Tom fazia carinho na cabeça de e às vezes dava pequenos beijos, era maravilhosa para ele a sensação de estar ali com ela, queria poder compartilhar aquele momento para sempre.
- Sabe , desde que eu te conheci, meu mundo mudou. Você fez que ele girasse em sintonia, e fez meu coração bater a cada toque seu. Sabe por quê? – ele deu um sorriso maroto, e ela o olhou curiosa.
- Por quê?
- Porque o meu coração reconhecesse o seu toque, reconhecesse seu dono. Meu coração é seu.
ficou estática, palavras não saiam da sua boca, tinha perdido a fala, mas resolveu ter uma bela resposta, pois ele merecia.
- O meu mundo também mudou, mas ele tem um certo problema, sabe qual é? – ela sorriu e se acomodou melhor na rede, aproximando-se mais de Tom.
- Qual?
- Meu mundo só existe com uma pessoa, e se essa pessoa não está comigo, meu mundo simplesmente desaba. Meu mundo só gira por você.
Tom acariciou o rosto de com os dedos, e decidiu que aquela era a hora.
- . – ele engoliu a seco, tinha receio da resposta, mas arriscou. Afinal, nunca ia saber se não tentasse. – Quer casar comigo?

Capítulo 2


- Porque tudo que é bom acaba rápido? – perguntou enquanto balançava no balanço, pensativa.
- Tudo que é bom, dura tempo suficiente para ser inesquecível – Dougie piscou, voltando a empurrá-la.
- Ser somente inesquecível não é o suficiente para mim – ela encostou o pé na areia, para que o balanço parasse. Dougie deu a volta e agachou-se.
- E o que é suficiente para você? – ela aproximou-se e ambos fecharam os olhos, era tão boa aquela sensação.
- O tempo suficiente para mim, é ter você para sempre – ela deixou uma lágrima cair e ele limpou, odiava vê-la chorar. Deu um pequeno beijo nela e levantou-se puxando-a consigo.
Foi em direção àqueles brinquedos onde se pode andar por vários lugares e no fim contém um escorregador, e logo entendeu o recado. Dougie entrou dentro dele, engatinhando por já quase não caber e percorreu pelo brinquedo. Dougie escorregou pelo escorregador e logo em seguida , quando ele já estava de pé. Ajudou-a a levantar-se e encostou sua testa na dela.
- , não se preocupa com o amanhã. Viva o hoje e o agora – ele segurava o rosto dela com as mãos delicadamente. – Afinal, nossa história está apenas começando. O resto ainda não foi escrito, e isso só está nas nossas mãos - ela sorriu e o envolveu num beijo doce e suave.

- Sentia tanta falta de passear por aqui com você – Harry abraçou pelos ombros, e a mesma se acolheu em seus braços, era sua proteção. Passaram ao lado do grande lago e ela suspirou.
- Queria poder voltar ao tempo e concertar meus erros cometidos, assim, o futuro seria completamente diferente, e com certeza, seria melhor.
- Você não pode planejar o futuro pensando no passado. Não há maneira alguma de mudar o acontecido.
- Estava pensando enquanto estávamos no carro, que a cada passo dado, sua vida pode mudar radicalmente. Se tivermos que escolher entre uma direção e outra, tudo pode mudar, por apenas um único movimento. – ela sentiu as lágrimas invadirem seus olhos, mas foi forte e não as deixou cair.
- É verdade. Mas, o que você quis dizer com concertar seus erros?
- Harry, eu preciso te contar uma coisa – ela parou de andar e respirou fundo. Ele permaneceu parado, esperando. – É que...
- Olha! Aquele campo de futebol ainda está ali! – Harry sorriu radiante e correu até o local, deixando uma furiosa para trás. Ela correu até ele e quando percebeu, já estavam dentro do pequeno campo.
- Harold! – ela gritou. Harry pegou uma bola que estava posicionada no meio do campo e encarou-a, sorridente.
sentiu seu corpo enfraquecer, não queria estragar sua felicidade, mas aquilo era preciso. Era agora ou nunca.
- Eu estou grávida. – a bola que estava na mão de Harry, caiu num impulso. Harry ficou boquiaberto, sem reação. Colocou as duas mãos na cabeça e deu meia volta, andando perturbado. começou a chorar baixo, e soluçava, tinha medo desta exata reação. – Desculpa, eu... Eu não imaginava que isso ia acontecer, sei que você não queria este filho, mas... – enquanto ela falava descontrolada e deixava todas as lágrimas caírem, Harry aproximou-se devagar dela e colocou uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha. Com uma mão, entrelaçou as duas mãos e com a outra, acariciou seu rosto.
- ... Nós vamos ser pais! – ele gritou e abraçou-a forte, girando-a no ar.
- Você não ficou chateado, e nem...
- Chateado? Esse é o melhor dia da minha vida! Eu vou ter um filho! Com a mulher que eu mais amo – ambos não continham a felicidade, sorriam o máximo possível. – Entretanto, como você contou-me a notícia exatamente num campo de futebol, vou querer ter um time de futebol, melhor você ir se preparando. – eles riram e Harry puxou-a pela cintura, enquanto passou os braços pelo pescoço dele. Olharam para cima, o céu cheio de nuvens.
- Como as nuvens... – ele olhou-a, o olhar mais doce e sincero dentre todos estes anos. – Você me faz flutuar e voar pelo céu.

- Impressionante como o tempo pode passar, mas este lugar não muda – e Danny estavam no mesmo local que poucos anos atrás, onde se pescava. desceu a rampa ficando na borda da margem e Danny abraçou-a por trás. Observaram a própria imagem refletida na água limpa. – Pensando bem, nem nós mudamos muito – ela olhou para cima, onde Danny olhava para o além.
- Lembra de quando nós estávamos no exato lugar? Sinto que estamos revivendo a mesma cena – ele apoiou o queixo no ombro dela.
- E como esquecer? – apertou os braços dele contra seu corpo.
- Ainda tem medo do futuro?
- Não – ela virou-se ficando a poucos centímetros dele. – Mas eu ainda tenho medo de te perder.
- Eu vou estar sempre aqui – ele lhe deu um pequeno beijo. – Você é como um sol para mim. Você ilumina meu dia. – ela sorriu sincera.
- Meu anjo.

Capítulo 3

- , anda logo! – Dougie gritou impaciente. – A gente não vai para nenhum concurso de beleza – ele andava de um lado para o outro, á espera da irmã.
- Deixa de ser chato, Dougie – ela apareceu descendo as escadas e Dougie olhou incrédulo. – Aliás, essa mesma cena se repete quase todos os dias.
- Essa exata, nunca. Acho que vou ter que levar uma metralhadora junto comigo – ela riu e deu um leve tapa no irmão.
- Até que você ficou bem de terno – ele ajeitou a gravata.
Pegaram um táxi e olharam através da janela, a bela noite. As lojas ainda estavam abertas, ruas lotadas, parecia um verdadeiro formigueiro. Os carros buzinando impacientes pelo trânsito movimentado, mães berrando com seus filhos desobedientes, adolescentes em frente ao shopping conversando alto, tudo se destacava um pouco.
Porém, algo em especial chamou a atenção dos dois irmãos que até então, brincavam e cantavam gritando as músicas que tocavam na rádio. Eles olharam de relance para a loja onde compraram seus vestidos e ternos, e viram uma mulher com um véu bordado caindo sobre o rosto, o deixando irreconhecível. Ela, de princípio, apenas olhava a vitrine para um vestido preto muito bonito, que por coincidência, tinha escolhido o mesmo, mas ela deu mais uma olhada nos outros vestidos e achou o perfeito para ela, que combinava perfeitamente para ela, como se tivessem feito o modelo do vestido, pensando em como se moldaria em seu corpo. A mulher aproximou-se da porta da vitrine e pegou a chave que estava no balcão. O sinal fechou e os irmãos aproveitaram para observar o que ela iria fazer, aquilo estava suspeito.
A mulher abriu a porta e pegou o vestido e simplesmente foi embora. Detalhe: A loja estava cheia até demais, e completamente ninguém reparou que ela tinha praticamente roubado um vestido de uma das lojas mais famosas e vigiadas.
O sinal abriu e o carro deu partida. Dougie procurou a mulher com os olhos, mas ela havia sumido num piscar de olhos. segurou as mãos do irmão e eles sentiram um frio, aquilo não era algo normal e de costume de acontecer. Tinha algo atrás disso, e o maior medo deles, é que sabiam que se relacionava á eles.
Ao chegarem ao baile, que estava sendo realizado na escola, a música já dava para ser escutada do lado de fora, e pelo visto, a festa estava animada.
- Até que enfim vocês chegaram! – Daniel falou abraçando a namorada pela cintura e dando-lhe um beijo estalado na bochecha. Dougie viu seus amigos se aproximarem e arregalou os olhos ao ver suas garotas preferidas.
estava com um vestido rosa e com o cabelo solto. Seu braço continha algumas pulseiras, parecia uma boneca. era uma das que mais chamavam a atenção, com o cabelo caído no ombro e seu lindo vestido branco, parecia de casamento. Como Tom mesmo brincou, perguntando se ela queria casar com ele naquele mesmo momento. E a propósito, ela aceitou o pedido de casamento de Tom imediatamente. estava com um vestido rosa, que continha vários detalhes. Parecia vestido de princesa. O de , na opinião de Dougie, era o mais chamativo, e como dizer no ponto de vista dele? Gamante. Vestia um vestido da cor rosa bebê, que ia até os joelhos. Era obrigatório todos os garotos usarem terno, e as garotas um tomara-que-caia, a cor era de livre vontade.
- Você é a mulher mais linda desse baile – ele falou baixo em seu ouvido. sorriu sem graça, corando.
- Quem quer bebida? – , a mais bêbada, perguntou levantando a taça.
- Eu! – Harry, mais bêbado ainda, aceitou, os outros concordaram rindo e lá se foi o casal de bêbados pegar mais bebida.
- , não é perigoso? – Harold perguntou a vendo beber enquanto esperava o garçom pegar as outras latas de cerveja. – Você está grávida...
- E o que é que tem?
- Pode acabar fazendo mal para o bebê...
- Lógico que não.
- Parece que você não sabe se cuidar – ele falou retirando a taça de sua mão. se estressou e a pegou de volta.
- Você está insinuando que eu não tenho cuidados?
- Não, eu estou contestando que você é jovem ainda e estou tentando fazer com que você entenda que beber demais pode fazer mal para o bebê.
- Então quer dizer que nem de uma criança que ainda nem nasceu, eu sei cuidar? Primeiro, Harold, eu sei cuidar muito bem da minha vida sozinha. Segundo, não preciso dar satisfações para você do que eu faço ou deixo de fazer. Sou casada ou ao menos noiva sua? Não – ela pegou algumas cervejas e foi em caminho da mesa.
Harry refletiu por um momento e esqueceu do principal, pedí-la em casamento. Mas como fazer isso? Não tinha dinheiro nem para se sustentar, imagina sustentar uma esposa, um filho, uma família! Pois é, ele estava perdido e ferrado.
- Precisa dar satisfações quando esse filho que você carrega na barriga, também é meu, e eu não quero que você acabe com ele.
- Acabar com ele? Eu pretendo cuidá-lo com meu maior carinho e amor, pois ele é a coisa mais preciosa que aconteceu na minha vida até agora, porque sei que a outra coisa, logo vai me abandonar – Harry tentou falar algo, mas ela interrompeu, continuando a dialogar. – Na verdade, sei que não vai ter tempo nem de visitá-lo, nem de dividir os custos porque você nem ao menos decidiu que faculdade vai fazer, acho que você deve estar esperando que um milagre aconteça na sua vida, ou que caia dinheiro do céu. Harry, isso não vai acontecer! Você precisa se mexer, correr atrás do que você quer, que eu sei que não é esse filho. Harry, eu sei que você tem esse sonho de ser pai, mas sei também que essa não era a hora exata, e que não era isso que você esperava, ter um filho tão cedo. E o que vai ser da nossa vida? Eu vou passar noites acordada acudindo ele quando chorar e precisar de um colo, eu que vou alimentá-lo e me sacrificar com ele, enquanto você vai ir uma vez por semana visitá-lo pela distância e ainda quando tiver suas folgas, vai passar suas noites em baladas, bebendo e se divertindo, porque é isso que você sempre faz, e não é porque você vai ser pai que isso vai mudar de uma hora para outra. A responsabilidade e o cuidado não se cria de repente. E no fim dessa história toda, a única que vai realmente se importar com nosso filho sou eu, Harry! Eu! Você acha realmente que vai ser fácil? – ela chorava, sem perceber. – Não vai – ela deu meia-volta e continuou a andar, porém, parou no meio e colocou uma mão na testa e a outra na barriga.
- ! – Harry gritou e correu, pegando-a no colo, desmaiada.

Capítulo 4

Do outro lado do baile, mais aproximadamente do refeitório, numa mesa isolada...
- Oh, vocês vieram! – Julie disse sorrindo puxando uma cadeira e logo sentando-se nela, nem ao menos perguntando se podia. Ao lado, sentou Luna.
Sim, são as duas que haviam brigado com . Quer dizer, tinham feito as pazes e de vez em quando conversavam, ou pelo menos tentavam. Julie piscou para Danny e ele tentava disfarçar, mas não conseguia, sempre a achou muito bonita e ainda mais agora, estava mais. Julie vestia um vestido rosa, com um laço preto em volta e batia um pouco acima do joelho. Seus cabelos lisos voavam, mostrando seus belos brincos de argola. Já Luna, nunca conseguiu se dar bem com e no mesmo momento, dava olhares insignificantes para a mesma, com raiva dela que abraçava Dougie. Luna usava um vestido preto com um laço rosa bebê no meio e um coque no cabelo.
levantou-se da mesa e foi até a pista de dança, extravasar, não estava a fim de agüentar os olhares de Danny em Julie, e vice-versa. Ela dançava, rodava e se soltava, balançando o cabelo e mexendo no mesmo, rebolando, remexendo o corpo sem se importar quem estava olhando. Sempre fora muito tímida, mas sentia que naquela hora, precisava dançar sem ligar para o que os outros pensavam, pelo menos uma única vez na vida, e se divertiu muito fazendo isso. Até algo lhe atrapalhar. Numa jogada de cabelo, viu um vulto passar pela multidão. Virou o rosto, seguindo o vulto com o olhar e se deparou com a entrada. Lá se encontrava alguém reconhecível.
- Hei – Daniel apareceu em sua frente assustando-a. Ela não respondeu, e ele aproveitou para abraçá-la por trás e distribuiu beijos em seu pescoço, o que a fazia delirar, mas não aquele momento.
- Agora não Danny – ela falou baixo se soltando e foi procurar o irmão, que ainda estava na mesa conversando com . Danny arqueou as sobrancelhas e sentiu que tinha algo estranho e foi atrás da namorada questionar.
- Dougie, olha para lá – ela apontou e ele arregalou os olhos. percebeu o namorado estremecer, a pele se contrair e o puxou para mais perto.
- O que tem demais? – e Daniel perguntaram ao mesmo tempo.
- Essa mulher... – não pôde terminar a frase, ouviram cervejas irem ao chão e a música parou de tocar. Os quatro correram para onde tinha vindo o estrondo e viram Harry com no colo. As outras pessoas os rodearam, preocupadas.
- O que aconteceu? – Tom perguntou desesperado chegando por último.
- Nada, não aconteceu nada! – ele respondeu nervoso, levando-a para um lugar mais seguro.
- Mas...
- Ela vai ficar bem! – ele gritou e sumiu pela multidão. Logo, apareceu com um papel na mão.
- ! Aonde você se meteu? – Tom agarrou-a.
- Calma, eu só estava dando uma volta. Olha, eu encontrei uma mulher e ela pediu para que eu entregasse este bilhete ou para a ou para o Dougie – ele logo arrancou da mão de e leu o que tinha escrito.
- De que mulher vocês estão falando? – Luna se intrometeu.
- Daquela – ela apontou para uma garota loira, com um penteado de tranças contornando o cabelo e com um vestido preto, que tinha um laço preto e uma florzinha delicada. Uma moça muito bonita. – Que está sentada numa cadeira.
- Você está tendo ilusões? – Julie arqueou a sobrancelha e todos a encararam. – Não tem ninguém sentado ali! – as duas se afastaram e eles se entreolharam, assustados. Agora estavam vendo coisas também?
- O que está escrito no papel? – perguntou tentando enxergar algo no papel que continha desenhos ilegíveis e Dougie tentava decifrar.
- Bom, são desenhos de lugares, que eu tenho quase certeza que já os vi.
- São aqui mesmo da escola... – ela falou olhando atentamente cada detalhe e prendeu a respiração ao lembrar.
- Todos sabem onde devemos ir, certo? – concordaram com a cabeça com um pouco de receio e começaram a andar aos devidos lugares.
- Hei – Danny puxou pelo braço e levou-a até a pista de dança. Entrelaçaram as mãos e Danny suspirou. – Eu preciso te contar algo.
- Essa não e a melhor hora para... – ele a interrompeu.
- Eu sei, eu sei – ele deu um meio sorriso e se apressou a falar. – Eu vou mudar de país. Nós nunca mais vamos poder nos ver – não teve tempo de raciocinar, o alarme foi acionado e as pessoas começaram a correr desesperadas, e afinal, o que havia acontecido?

Capítulo 5

- , acorda! – Harry a havia levado para a sala de aula, onde tinha a grande lousa e, um dia, tinha sido a sala de aula deles. Ele deu leves tapas no rosto da namorada, estava acostumado com ela desmaiar do nada. Na verdade, não era bem do nada, de costume era quando ela ficava nervosa, ou estressada, o que acontecia muitas vezes. Acumulou tudo, a bebida, o nervoso, a raiva, e principalmente o bebê. – Meu amor – ele deu um leve beijo em seus lábios e ela foi abrindo os olhos aos poucos.
- Hm... – ela espreguiçou-se e tentou levantar, porém, sentiu uma pontada na cabeça, o que a fez encostar-se novamente na parede. – Droga, desculpa por ter te dado trabalho, de novo.
- Estou acostumado. Muitos anos de convivência – ele abaixou a cabeça e sentou- se na mesa ao seu lado.
- Harry – ela encostou sua mão na dele e sentiram um arrepio, que não sentiam há muito tempo. – Desculpe-me. Eu me descontrolei e botei para fora tudo que estava entalado na minha garganta. Estive pensando nisso, e acabei chegando á aquela conclusão. Juro que não era minha intenção dar aquele escândalo bem no baile, e... – Harry a calou com um beijo.
- Está tudo bem, relaxa, eu te entendo. Melhor irmos procurar os outros, depois conversamos sobre isto.
- Certo, mas antes... – o puxou pelo terno e o beijou ternamente. Após alguns minutos dentre o beijo, sentiu um arrepio, um vento passar por suas costas e finalizou o beijo devagar. – Hm, eu senti alguma coisa, e... – ela olhou para a lousa e sentiu uma tontura imensa, suas pernas fraquejaram e Harry percebendo isso, a segurou pela cintura.
- , o que houve? – ela apontou para a lousa e ele se virou, assustando-se com o que via. Na lousa, estava escrito a frase “Vocês nunca estarão sozinhos” e com sangue. gemeu alto e Harry olhou para o pulso dela, que como de previsto, estava sangrando. Era o sangue dela.

- De acordo com o mapa desenhado, aqui é para onde devemos ir. Mas não faz sentido, é a sala de balé! – Tom coçou a nuca e voltou a tentar compreender.
- É claro que faz sentido! Aqui é a antiga sala de TV, onde víamos filmes e tudo mais. Onde tudo voltou á tona – deu alguns passos, mas Tom a segurou pelo braço.
- É melhor não entrarmos... – franziu a testa.
- Você sempre foi o mais forte que não acreditava... O que aconteceu com você? – ele respirou fundo.
- Passei a encarar a realidade. Percebi que não adiantava fugir do evidente.
Eles deram as mãos e entraram na sala de balé. O que aconteceria a partir dali, só o destino poderia dizer...
- Acende a luz – murmurou apertando o mais forte possível a mão de Tom, sabia que deveria até estar doendo, mas seu medo era maior.
- Sem energia – ele tentou ligar, mas nada. – Engraçado como essas coisas só acontecem em momentos assim - eles se posicionaram em frente do grande espelho que ocupava toda a parede, e observaram o reflexo deles.
Pela pequena sala, continham apenas algumas almofadas jogadas pelo chão espalhadas, e um bastão no outro lado da parede, para os que praticavam balé se exercitassem. As almofadas permaneciam somente pela questão de que a TV continuava lá, por ser a antiga sala de vídeo, quando não se tinha aulas de balé, as aulas de vídeo e demonstrações continuava presente. Um raio forte caiu, refletindo no espelho, deixando somente os três mais claro por alguns minutos. Três? Atrás de e Tom, tinha uma presença surpreendente de um adolescente. Foi muito rápido, e antes que se movimentassem, a TV fora ligada sozinha.
- Mas porque exatamente a sala de computação? Esta sempre fora minha área favorita da escola... E também, a única – Danny correu para o primeiro computador e o abraçou. Quando afastou-se, viu a foto da Raven, do filme O exorcista, daquele jogo de labirinto.
- Talvez seja por isso – virou-se e colocou as mãos no rosto, cobrindo os olhos. Tinha pavor daquela foto.
- , por favor – Danny abraçou-a por trás e abaixou as mãos dela aos poucos. – É apenas uma foto, não tem nada aqui.
- Não mesmo? – ela abriu devagar um dos olhos, com receio e Danny negou com a cabeça, rindo de leve. Ela levantou a cabeça aos poucos, e olhou para a porta, por estar de frente para ela. Na parte de cima da porta, tinha um quadrado com vidro, onde podia ter a visão do que acontecia do outro lado, e viu um rosto que não era de costume. – AAAAAHHHHHHH! – eles gritaram.
- Harold, o que diabos você está pensando em fazer? – perguntou ao ver o namorado andar de um lado para outro, impaciente e juntando o máximo possível de cadeiras e mesas.
- Não estou pensando, vou fazer. Eu preciso te tirar daqui – Harry subiu com dificuldade, e reparou na flexibilidade que ele tinha. A educação física tinha lhe feito bem... Ao conseguir subir em cima de todas as cadeiras e mesas, olhou para baixo, com medo de cair. Fez força e tirou a grade que se encontrava no teto, impedindo a passagem á tubulação. Colocou os dois braços, um de cada lado e deu impulso, se apoiando na parte acima do teto, seus pés balançavam no ar, e enfim subiu. Olhou para os dois lados para se certificar que estava tudo bem ali em cima, e se ajoelhou. – Vem, !
- Mas, Harry... Já parou de sangrar – o sangue tinha parado, completamente do nada. Por dentro, estava se remoendo de medo de subir todas aquelas cadeiras, medo não por ela, mas sim pelo bebê.
- De qualquer jeito, venha logo, estamos perdendo tempo! – ele fez sinal com as mãos. Ele estava desajeitado, com as suas costas batendo pelo tubo de ventilação ser pequeno, em seus pensamentos, achava que quem deveria estar em seu lugar era Dougie. Aliás, onde estariam os outros?
bufou e subiu as cadeiras e mesas devagar. Harry estava impaciente e olhava para os lados, preocupado, queria sair dali o mais rápido possível. Ele estendeu a mão para que pegasse, já que estava na última cadeira, porém, ela se desequilibrou e caiu com tudo no chão.

Capítulo 6

- , nós já rodamos a escola inteira, não achamos nenhum ponto específico, uma pista, nada! – Dougie pousou uma mão nos seus cabelos loiros, e a outra tentou arrumar sua gravata.
- Talvez não tenhamos um lugar certo... – ela sentou-se na beirada da piscina de bolinha e viu de reflexo, um vulto. – Ou talvez este seja o lugar.
- ! – Dougie gritou puxando-a para mais perto. Uma mão tinha saído de trás de , entre as bolinhas coloridas, e desaparecido rapidamente.
- Alunos e alunas, urgente! – eles pularam ao levarem um susto vindo do autofalante, com o som bem alto. – Dirijam-se ao portão principal do colégio imediatamente. Repito, dirijam-se ao portão principal do colégio imediatamente. Um acidente ocorreu, em alguns pontos da escola está com fogo, não sabemos ainda o motivo, mas logo resolveremos. Os bombeiros estão á caminho, praticamente todos os alunos já saíram, mas se alguém mais estiver aí, por favor, venham o mais rápido possível – os dois nem pensaram duas vezes, saíram correndo em direção á saída, tinham a esperança de que encontrariam seus amigos do lado de fora, sãos e salvos. Porém, algo os fez parar bruscamente. – Infelizmente, nós teremos que fechar a escola, antes que mais alguém se machuque. Alguém estará aí dentro de poucos minutos para resgatar os que não puderam sair. Não fiquem preocupados, nós os tiraremos daí – Dougie sentiu um arrepio passar pelo seu corpo e a mão gelada de , ela estava pálida. A garota da loja de roupas, que aparecera na festa, estava parada na frente deles, em cima de... De uma mesa? Quer dizer, ela estava completamente na mesa, seu corpo passava por ela, deixando a metade de seu corpo invisível. Ela piscou para eles, e se sentiram sem saída.

- O chamado – murmurou para si mesma, se sentindo fraca. Tom, irritado, não comandou nos seus atos e deu um chute no vidro. – Thomas, você vai se machucar! – ele não lhe deu ouvidos e chutou mais forte ainda, fazendo o vidro quebrar-se todo e cair no chão partido. assustou-se mais com o noivo do que com a própria TV. Ele se olhou num dos pedaços de vidro partido, sua respiração estava pesada, estava enlouquecendo, tinha agonia de ficar em lugar apertado, no escuro, e ainda mais nervoso. – Assim você só está fazendo a situação ficar pior. Ok, relaxe. Vamos fazer um teste. Quem você acha que pode ser?
- Bucknear Smith? – ele brincou, zoando a namorada. – Smithinho, como está você? – ele revirou olhos, rindo, mas parou de rir ao ouvir duas batidas de leve na parede. – Você quer nos fazer mal? – nenhuma resposta. apertou sua mão mais forte, por dentro ela estava se roendo de medo, mas tentava não demonstrar isso. – Bata duas vezes se a resposta for sim. – primeiro, somente uma batida, o que os fez aliviar. Porém, em seguida, duas batidas forte, os fazendo estremecer. Olharam em direção ao canto da sala, onde tinha um tabuleiro. Se agacharam e viram, que era o tabuleiro de Ouija.
- Tudo que precisávamos – bateu a cabeça na parede, cansada daquilo. – De novo não, de novo não – ela choramingou. Sentiram um vento forte em suas mãos, como se estivesse congelando e ela encolheu a mão.
- Quem é você? – Tom serrou os dentes, com o dedo no copo. Esperou uma resposta, mas nada além do silêncio. – Diga, quem é você!? – o tom agressivo dele fez com que encostasse num dos vidros que estava perto dela, e percebeu sua mão sangrar. Ao fundo, Tom jurou ter ouvido uma risada. Ele respirou fundo e decidiu fazer outra pergunta. – Você é um homem? – o copo andou lentamente até a palavra sim e voltou ao centro. – Qual seu nome? – perguntou com receio e o copo foi somente pra a letra B e depois o copo se auto jogou na parede, quebrando-se violentamente.

Capítulo 7

- Danny... – cutucou-o e o mesmo apenas murmurou algo, sem coragem de tirar seu rosto do pescoço da namorada. – Já está tudo bem, nós temos que sair daqui – ele negou com a cabeça e a segurou mais forte, se aconchegando nela. Na impressão de , ele estava com uma junção de medo e pavor, que o fazia ter vontade de... Dormir? – Danny, está doendo – ela reclamou. Estavam os dois embaixo da mesa de um dos computadores, “protegidos” pelos dois bancos em sua frente. Enfezada, aproveitou que ele foi a largando aos poucos e saiu lá de baixo, e logo em seguida, Danny saiu também, todo dolorido por ter estado espremido por longo tempo.
- O que é isso? – ele franziu a testa ao olhar para a lousa que se encontrava na parede, com mais desenhos, só que não muito agradáveis. – Esses desenhos não estavam ai quando chegamos – a vez foi de agarrar-se ao corpo do namorado, fazendo-o rir. – , agora quem está com medo é você.
- Acho que voltar para debaixo da mesa é uma ótima idéia, como fui te contrariar? – ela já ia se encaixando na primeira mesa vista, até Danny a puxar pelo braço.
- Não podemos mais tentar escapar disso – ela concordou suspirando e analisaram o desenho.
- Meu Deus... – foi tudo o que ela pode soltar antes de cair no choro. Era como um mapa, onde já estava tudo planejado, por exemplo como seria a morte de cada pessoa. Cada passo que dariam, tudo montado. Viram aonde seus amigos se encontravam, e a cada desenho, se apavoravam mais, com a questão na cabeça de se seus amigos já haviam chegado na reta final. – N-nós p-precisamos salvá-los! – gaguejava e pegou na maçaneta, mas logo em seguida desistindo, sentia-se totalmente inútil por não poder ajudá-los, e o que mais lhe dominava era a culpa. A culpa de ter começado tudo isso. – Eu queria nunca ter jogado aquela droga de brincadeira do compasso, queria que não tivesse faltado luz, queria que tudo tivesse sido diferente – Danny a abraçou, depositando um pequeno beijo em sua cabeça.

*Flashback on*

- ‘Tá bom heróis, mas o que vamos fazer agora? - disse descendo do colo de Danny.
- Brincadeira do compasso? - perguntou Tom.
- O QUE? - os quatro responderam e ficou quieta com o espanto deles.
- Ué, Tom tem razão. Se for para ficar parado olhando um pra cara do outro, vamos fazer alguma coisa.

*Flashback off*

- Nós não podemos mudar o que ocorreu, . Tente entender isso.
- Eu sinto muito.
- Hei – ele limpou as lágrimas que caiam incontrolavelmente de seus belos olhos. – Nós não podemos mudar o que ocorreu, mas nós podemos fazer com que o futuro seja melhor, basta querer.
- Não basta só querer, Danny – ela soltou-se de seus braços e se arrependeu por ter feito isso, o calor tinha passado. – A vontade é o que até sobra, o problema é que não há outra saída.
- Sempre tem uma segunda opção. Você está comigo nessa? – ele pegou em seu rosto delicadamente e ela sorriu de leve, concordando. Ouviram um estrondo e assustaram-se. – Melhor nos apressarmos, antes que seja tarde.

- ! – Harry fez menção de descer, mas o impediu.
- Eu estou bem, Harry. Vá buscar ajuda, pelo amor de deus! – Harold estava indeciso, embora teve que fazer uma decisão cruel, decidiu continuar o caminho, pelo menos sabia que ela estaria a salvo. Ele começou a refletir sobre essa frase, e chegou à conclusão de que, o que um espírito iria preferir para se divertir? Uma garota grávida, ou um garoto num cubículo, andando na ventilação? A resposta era óbvia e lógica. Enquanto contorcia-se no chão com algumas dores na barriga, Harry engatinhava com dificuldade, por quase não conseguir se locomover. Numa virada, começou a ouvir baixos assobios, mas pensou que era o vento forte. A cada passo que dava, os assobios iam aumentando, até em uma outra virada, dar de cara com um rosto assustador. Ele deu o berro mais alto de sua vida e começou a engatinhar de ré, dar a volta seria impossível. O espírito se aproximava cada vez mais, e Harry já não agüentava mais a força que estava fazendo, se desequilibrou e acabou deitando, por seu cotovelo ter dado mau jeito, tinha a certeza de que ele tinha saído do lugar. Continuou, agora a se rastejar, para algum lugar que nem ele mesmo sabia aonde iria dar. Somente com a mão e os dois joelhos apoiados, ele ainda gritava e às vezes gemia de dor, tentando fugir da figura horripilante. Andava com a cabeça baixa para não se desesperar mais ainda, e quando olhou para frente, o espírito já não estava mais lá. Seu coração estava acelerado, sua respiração ofegante e sentiu-se mais tranqüilo, ao mesmo tempo se perguntando para aonde ele tinha ido. E a coragem para seguir a diante? Tinha desaparecido. Ele olhou para trás para ver se tinha alguma noção da onde estava, mas com o que se deparou fora, novamente, o espírito. Gritou novamente e acabou caindo num “buraco”, derrubando todas as cadeiras e indo parar no chão.
- Harry! – gritou juntando-se ao namorado e fazendo carinho em seu cabelo, olhando para o mesmo ponto onde ele apontava.
- J...J... – ele estava tonto, via as coisas se multiplicarem, principalmente o espírito. tentava entender, mas não via nada, o que a deixava nervosa, por não compreender. As últimas palavras antes de Harry desmaiar, pela batida forte, fora: Jim.

Capítulo 8

- Eu sabia que não era normal ver alguém roubar uma loja de vestidos, e ninguém fazer nada – Dougie arqueou a sobrancelha, e pela primeira vez, se sentiu superior, corajoso, não a temia. Para o que sempre fora o mais medroso, ele estava se superando, afinal devemos ter medo dos humanos, e não de fantasmas. Eles não podem te fazer mal.
- Quem disse que não podemos fazer mal? – Stacy jogou os belos cabelos loiros para trás e cerrou os olhos, era impossível Billie ter gostado... Daquilo. – Pois bem, não vou fazer mal á vocês, não agora. Entretanto, quero lhes pedir um favor – ela os rondou, sentindo o medo percorrer pela veia dos dois, o que a fazia dar um de seus sorrisos malignos. – Na verdade, eu exijo que vocês me obedeçam.
- O que você quer de nós? – Dougie foi ríspido.
- Assim não, querido. Você fere meus sentimentos – revirou olhos.
- Diga logo e nos deixe em paz – já estava impaciente.
- Eu citei por acaso a palavra “paz”? Eu proponho um acordo. Vocês farão exatamente o que eu pedir – ela passou os dedos pela bochecha de Dougie, a fim de irritar . – E não contarão para ninguém. É simples e prático.
- Não sou obrigada a te obedecer, você não manda em mim.
- Tem certeza disso, querida? – Stacy jogou contra a parede, sem mover um músculo se quer. – Pense duas vezes.
- Qual é o trato? – a imensa vontade dele era acudir , mas sabia que se fizesse isso, ia ser pior para os dois. Stacy o observou por alguns minutos.
- Vocês logo saberão – e ela sumiu, como o vento.
- Aqui, eles estão aqui! – Luna apareceu correndo e puxou os dois pela mão até a saída da escola, onde encontraram Harry e dentro da ambulância e Tom, , e Danny em volta.
- O que houve com eles? – perguntou preocupada, tentando se enfiar no meio da multidão.
- Eles caíram, e vão precisar ser medicados melhor no hospital – Danny explicou, ainda pensando no mapa, não tirava aquilo da cabeça, nem .
- É realmente necessário? – Dougie mordeu os lábios, agora tremendo. Caiu a ficha somente agora, e os efeitos começavam a dar sinais.
- É bom eles ficarem em observação, pelo menos essa noite. Foi uma caída forte. Os médicos disseram que Harry tem alguns ferimentos pequenos pelo corpo, principalmente na testa e deslocou o cotovelo. O bebê da está bem, mas deram um remédio para ela dormir por estar muito agitada, dizendo coisas que não se encaixavam – explicou e sentaram-se na mureta, um pouco afastados, para que pudessem conversar em privacidade.
- Os bombeiros ao entrarem na escola, disseram que estava tudo praticamente destruído... – fez uma pequena pausa, brincando com seus próprios dedos e balançando as pernas, e continuou – pelo fogo. Sabe o que eu mais achei estranho? A sala de informática estava com a lousa branca, sem nenhum ponto de caneta. A nossa sala de aula, as carteiras e cadeiras em seus devidos lugares, e a sala de balé estava perfeitamente igual, principalmente o vidro, ainda todo na parede, como se nada tivesse acontecido, sem tabuleiros.
- , posso te perguntar uma coisa? – Tom tentou arrumar seu terno todo amarrotado, mas só conseguiu deixá-lo mais amarrotado ainda.
- Claro.
- Como você sabe disso tudo? – engoliu a seco e Danny enrijeceu junto, tinham combinado que não contariam sobre o quadro, se não, o que achariam? Que isso está virando um estilo ‘Premonição’?
- Nós imaginávamos que fosse acontecer. Teria alguma coisa diferente, mesmo que fosse um detalhe que quase não se pudesse ver, teria! Mas estava absolutamente tudo certo, o que torna isso surreal – Danny concertou o erro da namorada.
- É melhor irmos para casa – falou com um ar de cansada. Deram uma última olhada na ambulância e os médicos disseram que amanhã mesmo, Harry e teriam alta, era só para ficarem em vigilância. Mas, somente uma pergunta: Quem disse que a noite para e seria fácil?

Capítulo 9

- , desliga essa droga de televisão, pelo amor de Deus! – Dougie colocou o travesseiro em cima de sua cabeça, na tentativa do som diminuir.
- Se você estivesse realmente com sono, conseguiria dormir de qualquer forma.
- Você sabe que não consigo dormir com televisão ligada. Antes que eu seja grosseiro contigo, pode pelo menos ir para a sala?
- Mas, o meu filme... – ela fez bico e viu um travesseiro sendo arremessado em seu rosto.
- Dá para ir logo pra sala? – ele levantou a metade do corpo, fazendo gestos com o braço.
- Mas eu quero ficar na companhia do meu irmãozinho – ela fez manhã e ele olhou para o teto impaciente, fingindo chorar.
- Então assiste ao seu filme em outro dia, desliga a droga da televisão e dorme, irmãzinha – ele voltou a deitar e fechou os olhos, rezando para ela aceitar sua brilhante proposta.
- Seu chato! Vou tomar um banho – ela desligou e levantou-se, colocando sua pantufa e indo ao armário, pegar uma toalha e sua roupa.
- Isso, vá tomar banho, e boa noite! – Dougie exclamou e se acomodou, puxando as cobertas, se cobrindo até o pescoço e abraçou o ursinho que tinha lhe dado de presente do dia dos namorados.
entrou no banheiro, colocou suas coisas em cima de um banquinho e entrou no chuveiro, ligando-o. Cantava alguma música qualquer enquanto lavava seu cabelo. Sentiu um vento forte bater e arrepiou-se, certificando-se de que a janela minúscula estava fechada e preferiu não ligar. Abriu um pouco a porta do box, não havia ninguém, apenas o vapor quente embaçando o espelho. Deu de ombros e voltou a cantar, diminuindo um pouco o volume da voz, talvez fosse seu irmão escandaloso se remexendo na cama. O vento batia com mais força, e ouviu um barulho como se fosse de porta se abrindo.
- Dougie? – ela perguntou, mas não teve resposta. – Dougie, é você? Não começa com graça, por favor – pensou que talvez pudessem ser seus pais, mas eles foram viajar logo após a formatura, e só voltariam daqui a mais ou menos três meses, ou até mais.
Desligou o chuveiro e enrolou-se na toalha. Sair para ver o que estava acontecendo, ou não? Optou por secar-se primeiramente, colocou a nova roupa, pegou o secador para seu cabelo não ficar tal molhado e passou a mão pelo espelho, para que o vapor quente saísse. Alguns minutos se passaram e coçou a nuca, na realidade estava morta de medo, mas decidiu que venceria isso e abriu a porta vagarosamente. Olhou para os lados, permanecia tudo tranqüilo como antes, e seu irmão chegava até a roncar. Desceu as escadas com a mão no corrimão e foi para a área de serviço em passos apressados, pegando alguns pregadores, estendendo sua toalha molhada e colocando no varal. Abriu a janela e viu a paisagem, a noite estava escura, não havia lua, nem estrelas. Nenhum movimento na rua, não passava carros nem pessoas, e as luzes estavam todas apagadas, talvez por já ser bem tarde e todas as pessoas estarem dormindo. Uma movimentação agitada nas árvores estava cheias de morcegos, era normal de noite. Fechou a janela e virou-se, sentindo o vento novamente bater em seu rosto, fazendo seu cabelo voar e arrepiar-se.
Ao passar pela sala, tinha algo de diferente. Em sua poltrona, estava sentado um jovem... De costas. Ele estava encostado na poltrona, relaxado. Seu coração disparou e preferiu ir deitar-se, era o sono, ele estava a afetando. Correu pela escada sem se importar com o barulho que estava fazendo e deitou-se na cama rapidamente, encolhendo o máximo possível, fechando os olhos com força. Desde criança tinha medo de ver essas coisas, e aquilo só podia ser um pesadelo. Estava com medo de abrir os olhos, e supostamente o que iria encontrar, por tanto, abriu apenas um olho devagar. Pelo quarto, tudo normal. Mas ao olhar para a porta, o mesmo jovem estava parado. Não dava para ver sua aparência, por estar muito escuro, mas quase conseguiu reconhecer aqueles olhos verdes. Ele virou-se e continuou a andar pelo corredor. ficou na curiosidade, e não sabia o que fazer. Ficar, ou ir procurá-lo? Uma loucura na vida não faz mal. Pensou em chamar Dougie que dividia o quarto com ela, mas aquela idéia não ajudaria. Levantou da cama e calçou as pantufas, incerta. Foi para a sala, a procura do tal jovem, mas não o achou. Aquele vento de alguns minutos atrás voltou com velocidade e ela estremeceu. Porque ela não tinha continuado na cama confortável mesmo? Sentiu alguém se aproximar dela por trás e seu corpo ficou duro como pedra, ia perder a força á qualquer momento, até encostarem nela. virou-se bruscamente, pronta para gritar, até tamparem sua boca.
- Fica quieta! – Dougie pediu e ela lhe deu tapas no peitoral. A raiva era imensa.
- Porque não me avisou que era você? – perguntou emburrada.
- É legal te ver assustada. – ela cerrou os olhos e ele saiu correndo para a cozinha, fugindo dos socos da irmã.
- Aliás, o que o senhor-estou-morrendo-de-sono está fazendo acordado?
- Eu... Vim pegar um pouco de água – ele falou abrindo a geladeira e pegando a garrafa de água. – Estou com sede.
- Que desculpa mais esfarrapada – cruzou os braços, se encostando na bancada. Dougie deu alguns goles em seu copo e jogou o resto na pia.
- Você sabe bem o motivo... – então Dougie também havia visto.

abriu os olhos lentamente, coçando-os e piscou várias vezes, tentando achar alguma razão para estar naquele local. Olhou ao redor, o quarto estava escuro, mas enxergava o tom bonito de azul das paredes, e o teto branco. Ao seu lado, se encontrava mais duas macas, ocupadas por pessoas desconhecidas. No outro lado, tinham vários aparelhos médicos e o suporte para soro, onde o soro era ligado pela injeção á sua veia. Ao reparar nisso, lhe deu uma aflição e preferiu não pensar no assunto. Mas, onde estava Harry? Por que tinham os separado?
- – uma voz ecoou pelo quarto silencioso, assustando-a. Ela olhou rapidamente na direção de onde vinha a misteriosa voz, mas não havia nada.
- Quem está aí? – ela falou alto, e depois colocou a mão em sua boca, tampando-a. Tinha se esquecido de que no mesmo quarto, dormiam duas crianças em sono profundo, que por sorte, não ouviram e prosseguiram seus sonhos. Ela levantou-se da maca e carregou o segurador junto, apoiando-se nele. Estava morrendo de medo, mas sabia que isso não adiantaria, teria que lutar pela paz. Abriu a porta e saiu devagar do quarto, dando conta que todas as luzes estavam apagadas, apenas algumas luzes brancas fracas. Um frio percorreu seu corpo, deixando-a arrepiada.
- ... – a voz continuava nítida, como naqueles filmes de terror. – Venha até mim... – ela deu alguns passos, tremendo, e olhou para trás, assustando-se com o que via.
As luzes, que já estavam fracas, começaram a se apagar do fim do corredor, e a cada segundo que passava, as outras iam juntamente se apagando, deixando a visão de embaçada. Não viu outra solução, além de correr, sendo que correr com um segurador não é nada agradável. Não tinha uma direção certa, ia para onde o destino lhe levasse, até que se viu sem saída. Correu até o fundo, onde só restava uma única porta enorme, mas estava trancada. Ela se desesperou, olhando para os lados, e aquelas luzes iam se apagando cada vez mais. Reparou na placa em cima de uma porta não percebida até agora, e tentou ler o que estava escrito, concluindo “Escada de emergência”. Não teve tempo para pensar, correu e a pior parte, descer as escadas com uma injeção em sua veia... Ótimo! Corria rápido pela escada, pulando de dois em dois degraus, até acabar tropeçando e se segurou no segurador, sua grande utilidade. O barulho fino da porta se abrindo e fechando lhe alertou, estava na hora de correr mais.
– Você não vai conseguir escapar... – a voz disse calma e deu uma risada maléfica. sentiu que seu pesadelo se aproximava a cada degrau, até ver sua salvação, a porta no fim do corredor. Foi o mais rápido e a abriu, ia fechando quando algo puxou sua perna.
- AH! Me solta! – ela berrou, apavorada. Viu dois olhos castanhos escuros antes da porta se fechar bruscamente. Deu alguns passos para trás, com sua respiração falha e sentia que seu coração ia sair pela boca a qualquer hora. Isso só piorou quando sentiu uma mão pousar em seu ombro. – AAAHHHH!
- Não, não! Calma, sou eu. – Harry a abraçou forte e encostou-se na parede, enquanto chorava rios. Escorregaram as costas pela parede, até caírem no chão e Harry continuou fazendo carinho na namorada. – Nós precisamos sair do corredor, é perigoso.
- É perigoso? Diga-me então um lugar que é seguro nessa droga de lugar! – ele entendia sua raiva incontrolável, mas arrastou-a de volta para seu quarto. Foram pelo elevador, talvez fosse mais tranqüilo, era somente um único andar de diferença. Fechou a porta e olhou para as duas crianças estáticas. - Estranho, elas estavam na exata mesma posição de quando eu sai... – colocou uma mão no rosto do garoto, afastando seu cabelo que caia nos olhos, e afastou-se incrédula.
- O que foi? – Harry olhou para o garoto, seu olho estava totalmente branco, e não respirava mais. Estava morto.

Capítulo 10

- Bom dia! Estamos em frente ao hospital da cidade, como podem ver, ocorreu um acidente na noite anterior. Um garoto foi morto misteriosamente. De acordo com o que soubemos, ele estava em perfeita saúde, recuperado e hoje mesmo teria alta. Estava super empolgado e ontem, ao anoitecer, de madrugada mais especificadamente, ele foi achado em seu quarto, morto. Nenhum fato comprova a morte dele, o que é mais estranho. Tentamos falar com a paciente que comparecia no mesmo quarto, porém, ela não quis dar a entrevista. Voltaremos logo, com mais informações – a repórter esperou o sinal de que poderia sair da posição.
- Que coisa mais sobrenatural, não? – o câmera-man passou a mão pela testa, limpando o suor provocado pelo sol excessivo.
- Concordo. Deve ter algo atrás disso... O que você suspeita que seja? – ela sentou-se na calçada, observando mais repórteres de outros canais que chegavam a cada segundo.
- Prefiro não dar minha opinião, quero ficar fora disso – perceberam a aglomeração de pessoas na porta principal e foram lá também, estranhando a movimentação. Pelo visto, eles tinham descoberto novos detalhes e não queriam passar, para que não espalhasse.
- Vem comigo – ela fez um gesto com a mão, indicando a porta coberta com um pano nos fundos, onde ninguém ainda tinha reparado. Eles entraram devagar e subiram pelas escadas, até chegarem ao andar que estava o quarto de . Viram uma enfermeira sair de lá e esconderam-se atrás da porta.
- Como ela está? – o médico questionou pousando uma mão na cintura.
- Está bem, mas precisei dar-lhe um calmante. Ela está muito perturbada, e acho melhor você conversar com o namorado dela, ele tem algo para lhe contar particularmente – ela segurava uma bandeja com remédios.
- Certo, irei lá. Mas me diga, como está o bebê?
- Por enquanto parece estar bem, mas o nervoso extremo dela pode acabar fazendo mal á ele – estavam somente os dois no corredor vazio e silencioso, dando eco em suas vozes. O chefe do hospital preferiu esvaziar os quartos daquele andar e passar para outros. Além de ser perigoso, sabia que seria por pouco tempo, eles precisavam desse isolamento.
- Doutor, posso lhe perguntar algo? – ela mordeu o lábio, mas a curiosidade não a conteve. – Como ficou o assunto sobre o garoto?
- Nós suspeitamos, que... – ele coçou a nuca, meio indeciso. – tenha algum assassino aqui – ela levou a mão á boca, surpresa. – Mas, por favor, tenha a calma e não diga isso para ninguém, ok? Não é certeza, o corpo dele está sendo investigado. Não achamos sangue nem nada parecido pelo corpo, muito menos no lençol, o que deixa o caso mais difícil de ser solucionado.
- E a garotinha que estava ao lado do garoto? – o doutor respirou pesado.
- Entrou em coma – a repórter escutava tudo com atenção, tinha as novidades nas mãos. – Melhor eu ir falar logo com o Harry. – a enfermeira se afastou, descendo pelo elevador e mantendo sua feição de assustada, enquanto o médico deu duas batidas na porta e esperou. Harry abriu-a e logo em seguida fechou-a atrás de si.
- Harry, seja sincero e diga a verdade. Não complique mais a situação, nos ajude a desvendar! – Harry olhava com a sobrancelha arqueada. – Ontem á noite, quando tudo aconteceu... Você e a viram algo estranho?
- Não irei mentir doutor. Só peço que não se assuste – ele estava sério, e pálido. Seus olhos um pouco inchados, pois tinha passado a noite em claro. – Nós não só vimos, como sentimos coisas estranhas. Quem passou pelo pior, foi a , mas tenho certeza que esta não é a melhor hora para falar com ela á respeito. – o doutor concordou e agradeceu, descendo pelo mesmo elevador e Harry deu uma espiada no corredor vazio e sombrio, logo em seguida entrando e fechando a porta. A repórter e seu comparsa não deixaram a chance escapar, e bateram duas vezes na porta, dando de cara um garoto loiro, que logo em seguida fechou a porta novamente.
- Por favor, nos deixe entrar! – ela implorou e Tom encostou o ouvido na porta.
- Quem é?
- Só um minuto...
- Não tem ninguém aqui não, você está ouvindo vozes, tchauzinho.
- Eu juro que não agüento mais esses repórteres. Parecem que não sabem cuidar das próprias vidas. – reclamou e botou o copinho com calmante em sua frente. – Não, obrigada.
- Stress envelhece, sabia? – comentou enquanto via o tanto de pessoas do lado de fora, pela fresta da janela.
- Nós não podemos continuar nessa situação. – Dougie confirmou sentado no sofá, e concordou, com a cabeça relaxada em seu ombro.
- O problema não é esse. Eu só queria entender o porquê – Danny suspirou cansado, apoiando-se com uma mão na pequena mesinha.
- E quem está fazendo isso. – complementou.
- Essa é fácil. Jim, Stacy e Brian. – Harry observava o chão, sem ânimo algum.
- Espere. Não são aqueles três, que um é primo, outra namorada e outro amigo do Billie? – franziu a testa, recordando.

*Flashback on*

“Os oito amigos se entreolharam assustados e com um certo receio, abriram o tabuleiro onde já havia tudo lá. Letras, o copo, e encima de tudo estava escritoTabuleiro de Ouija’. Mal abriram e viram o copo se mexer.
- Qual o seu nome? – Perguntaram vendo que não havia outra saída. Rapidamente, o copo se moveu.
- Jim, Stacy e Brian. – Sim, eram os três que estavam á poucos minutos atrás com eles.”

“- Jim é o espírito que me perseguia. – Eles ouviram uma voz conhecida, e logo depois o viram descendo as escadas.
- Billie! – sorriu.
- Lembra que eu disse pra vocês que minha namorada e meu melhor amigo tinham me abandonado? Então, são eles. – Os oito ficaram boquiabertos.”


*Flashback off*

- Exatamente. Mas não me pergunte o motivo dessa perseguição – sorriu sem vontade e se aconchegou no ombro do namorado.
Muito tempo depois, o céu já começava a escurecer. Danny olhou para os lados, agora encostado na parede perto da porta e respirou fundo, sentindo algumas lágrimas caírem de seus olhos. Tirou uma carta de seu bolso, e colocou no sofá perto de que estava deitada dormindo, assim como todos os outros que se acomodavam em algum canto do quarto. Ele abriu a porta devagar e fechou-a, deparando-se com aquele imenso corredor, que só de falar um “ai” já dava eco. Entrou no elevador e ao chegar na parte térrea, viu o tanto de jornalistas que lotavam o hospital. A sorte é que não sabiam que ele era amigo de Harry e , por tanto, conseguiu sair tranquilamente despercebido. Que insistência, será que não tinham mais nada de interessante a fazer, a não ser investigar os problemas dos outros? Ele passou reto por uma repórter que tagarelava alto, esboçando um sorriso, orgulhosa.
- Boa noite, cidadãos! Estamos de volta com o jornal noturno, onde você encontra as notícias mais recentes e chocantes. Para dar início, nós descobrimos muitas coisas. Diretamente do hospital do centro, informamos que o garoto morto, pode ter sido assassinado durante a noite, e a garota entrou em coma. Será que quem fez isso, foi o casal chamado e Harold? Bom, isso ainda não podemos confirmar, mas é nossa suspeita. E a sua, quem é?
abriu os olhos lentamente e esfregou-os, se espreguiçando e esticando pernas e braços, batendo com os pés no braço do sofá. Levantou-se piscando os olhos várias vezes, pela vista ainda estar um pouco embaçada e fitou seus amigos preguiçosos dormindo como anjos, menos seu namorado, que não se encontrava ali. Viu uma carta ao seu lado e abriu-a estranhando.

Capítulo 11

“Minha pequena ...

Desculpe-me pelo quanto que te fiz sofrer, e pelo que estou fazendo, mas não tenho outra saída. Meus pais me obrigaram durante todos esses dias a fazer minhas malas e mudar para Califórnia. Não teve meio de fugir deles, sempre me achavam e chegávamos até a discutir feio, não há outra maneira. Estou partindo esta noite, e não tenho previsão para voltar. Eu queria passar somente uma última noite com você, para te apreciar, sentir seu cheiro, o doce gosto de sua boca, tocar sua pele, mas vejo que isso será impossível. Tenham força, dará tudo certo, vocês vão conseguir escapar disso.
Nós vamos escapar. Qualquer coisa é só me ligar, de alguma forma eu estarei aí para te proteger e te salvar. Não tenha medo, tudo será solucionado e nós poderemos realizar nossos planos feitos durante todos esses anos. E outra coisa, , aqui está o papel com o mapa, não esqueça do nosso plano, tenha força e confiança em si mesma. Eu volto para te buscar. Nem a distância pode nos separar.

Eu te amo Daniel Jones.”


jogou a folha com raiva no sofá e levantou-se apressada, saindo do hospital. Não sabia que rumo seguir, pois não sabia por onde Danny tinha ido. Continuou a andar reto, e numa das esquinas, avistou um ponto de ônibus, onde tinha no máximo três pessoas sentadas, entre elas um garoto bem reconhecível e seus respectivos pais. O ônibus parou e eles subiram os três degraus, desanimados, segurando aquelas malas pesadas. A porta fechou e continuou a correr, chegando lá, o ônibus já dava partida.
- Danny! – ela deixou escapar algumas lágrimas e viu o namorado no vidro, com uma das mãos na janela. Ele sentia seu coração partido, como se estivesse deixando uma vida toda para trás, um amor que nunca encontraria igual.
correu atrás do ônibus o mais rápido que pôde, mas percebeu que não funcionaria, pois ele acelerava cada vez mais e ela já estava ficando com falta de ar. Era boa em corrida, mas não naquela hora, quando mais precisava, suas forças e energia estavam esgotadas. Ela agachou-se e chorou, sentindo-se perdida. O que faria daqui para frente? Estava totalmente sozinha, todo o plano do mapa, não conseguiria sozinha, não era forte o suficiente. Tentou acalmar-se, para que os batimentos de seu coração também diminuíssem e levantou-se, olhando ao redor. Estava completamente perdida. Seus passos eram um pouco apressados, a procura de uma saída, mas só conseguia se perder mais, e o pior de tudo: nenhum sinal de vida. O vento começou a bater forte, fazendo as folhas caídas das árvores se arrastarem pelo chão. O tempo fechou, estava escuro demais para ser apenas seis horas da tarde. Parecia o fim do mundo, as nuvens pretas carregadas de chuva; precisava logo chegar ao hospital. Esfregou seus braços tentando aquecê-los, provocado pelo frio, mas foi uma tentativa falha. Sua boca tremeu e pernas fraquejaram. Seu tornozelo começou a doer, dificultando o andar. A força do vento começava a assobiar, e balançar as árvores com suas lindas folhas verdes. Ela tentou apertar o passo, correndo, mas não adiantou, na verdade só piorou. Uma chuva começou a cair com pingos bem carregados, e parar em alguma casa ou lanchonete com cobertura não ia adiantar, pois todas as luzes estavam apagadas, parecia até estar sem energia ou uma rua abandonada. Sentiu-se sendo perseguida, e sabia que não era sua mente. Olhou para trás, e não deu noutra. Viu o espírito de Brian, com seus olhos verdes vazios, lembrando-se do dia em sua casa. Continuava a correr, e ainda era perseguida, até perder o equilíbrio e cair no chão. A chuva virou tempestade, fazendo sua visão ficar molhada, e para piorar, pequenas pedras de gelo caiam juntamente.
– AAAHHHH! – ela berrou, para que alguém ouvisse. Sentiu o espírito se aproximar cada vez mais e viu que era o seu fim.

Capítulo 12

- ! – ela ouviu a voz de Danny ecoar pelo lugar vazio e forçou os olhos a enxergar seu namorado correndo em sua direção. Seria uma alucinação? Sua mente sendo controlada pela vontade imensa de ser salva? Não, era a realidade. O espírito sumiu e Danny a enrolou em seu casaco, levando-a de volta para o hospital.

se remexia na cama, agitada, tendo um pesadelo. Nele, o espírito continuava a persegui-la. O lugar era irreconhecível por ela, mas muito nítido. Era uma pequena praça, e ao redor havia várias casas simples, mas muito bonitas, com um toque que parecia até de boneca. Estava de noite, e ela fugia do espírito que a rondava. Caiu no chão e ao ele se aproximar, deu um grito, vendo tudo ficar preto. Abriu os olhos rapidamente, vendo seus amigos a olhando assustados, e logo correu, a abraçando.
- Calma , calma. Está tudo bem, passou, foi só um pesadelo – ela concordou um pouco atordoada e olhou para o lado, a olhava querendo correr para abraçá-la, mas era impossível, já que Harry a prendia a ficar na cama. Deu um sorriso sincero, passando-lhe confiança.
- Cadê a e o Tom? – ela emitiu a voz baixa.
- Eles foram para casa, descansar um pouco.
- E por que vocês não fazem o mesmo?
- Não vamos deixá-los aqui sozinhos, . – Dougie falou fortemente botando ordem, com os braços cruzados. – Precisamos agora ficar juntos.
- Eu estou com fome – resmungou passando a mão pela barriga. – Vem comigo tomar um café? – ele concordou dando uma ultima espiada em sua irmã e saíram pelo quarto. Harry, ao ver bocejar, efeito ao calmante, fechou a cortina que separava as duas camas, dando liberdade á . A mesma olhou para o lado, e viu a quieta presença de Danny, virado de costas, que fazia sons como se fosse choro.
- Dan... Você... Está chorando? – ela balbuciou com medo de sua reação. Ele balançou a cabeça, fungando e olhou para cima, buscando o ar. – Desculpe.
- Desculpar pelo que? – sua voz saiu estremecida, mas forte.
- Por tudo... – ela olhou para suas pernas que mexiam inquietas por debaixo do lençol. – Você á uma hora dessas poderia estar bem longe desse sufoco, se não fosse por mim. Você bem que podia ter me deixado morrer, acho que seria melhor.
- Melhor para quem? – encostou sua cabeça na parede, fechando o zíper de seu casaco, o frio aumentava.
- Para você... Você não teria mais preocupações e poderia viver tranquilo.
- Viveria sentindo uma culpa imensa dentro de mim, você quis dizer – ele se desencostou e virou, assim, deixando ver suas olheiras e seu rosto cansado. – Pare de dizer idiotices. Acha realmente que eu te deixaria ali? – sentou-se no pequeno espaço não ocupado da cama e tentou acariciar o rosto da namorada, entretanto, ela virou o rosto na direção oposta.
- Por que você ia embora? – ele retirou sua mão abaixando seu olhar. – Eu sei que não é o motivo da carta, não adianta mentir. Não para mim.
- É complicado explicar... Eu pensava que com a minha ausência, te deixariam livre disso tudo, e que o que lhe prendia á isso, era eu.
- Danny – ela chamou-o, mas ele permaneceu na mesma posição, prestes a chorar. – Danny, olhe para mim! – ele a encarou, com o reflexo da luz em seus olhos. – A única coisa que me importa é vencer isso, com você. Não importa o que acontecerá, somente... Prometa-me que... Nunca mais me deixará? – ela chorou baixo e ele sorriu aproximando seus rostos.
- Eu prometo, nunca – e então, ele colou seus lábios num doce beijo. – Me desculpe – ele murmurou sem partir o beijo. Do outro lado da cortina, e Harry se entreolharam, felizes pelos melhores amigos terem se acertado, e deram um beijo de esquimó.

- Buffy, cadê você? – procurava sua cachorrinha pela casa toda, mas ela não se encontrava em lugar algum. Foi até seu quarto, e sua caminha super chique estava vazia. Ia já dando meia-volta para continuar á procura, até ver a coberta de sua cama tremer. Arqueou a sobrancelha e acendeu a luz, se agachando e levantou a coberta, encontrando sua cachorrinha tremendo. – Oh Buffy, o que houve? – ela veio correndo ao encontro da dona e fez carinho em seu pelo liso, e reparou que ela ainda estava com a fitinha rosa, que veio junto quando a comprou. Aos poucos, ela foi tranquilizando e os tremores pararam, já abanava seu rabinho feliz. – Bom, já que você se animou novamente e parece estar bem, vou tomar um banho rápido, ok? Se comporte! – pegou sua toalha e roupa e foi ao banheiro, dando uma olhada rápida na cachorrinha, constatando que ela roía agora seu osso enorme. Abriu o chuveiro e sentiu as gotas quentes, a refrescando.
Olhou pela janela um pouco embaçada, já deveria ser tarde, nem tinha consultado o relógio para saber que horas eram, mas algo lhe tirou a atenção. Ela ouviu como se fossem unhas na porta, desesperadamente. Desligou o chuveiro e saiu, enrolando-se na toalha e abriu a porta, vendo Buffy entrar correndo e se agarrar em sua perna. Olhou para o corredor, não havia nada. Fechou novamente a porta, pegando Buffy no colo e lhe dando um beijinho.
– Não há nada, pequena. O que está acontecendo com você? – colocou a cachorrinha novamente no chão e viu a mesma se encolher com os olhos arregalados e olhou para trás, não vendo nada. Chegou a pensar que a cachorrinha estava doida e tendo alucinações, mas lembrou de um detalhe importante: cachorros veem espíritos. Tentou esquecer esse fato e sentou-se no pequeno banco, penteando o cabelo. Buffy começou a rosnar e se assustou, ela sempre teve medo dessas coisas, e era raro latir, ainda mais rosnar. Logo, ela começou a chorar, assustando de vez. Ela pegou sua cachorrinha e saiu, ligando para Tom, havia algo muito estranho. Mal sabia Jully, que o que Buffy via, era um homem pelo espelho, com uma faca na mão. Mas não demorou muito para descobrir isso, pois viu rastros de gotas de sangue pelo chão, e Buffy sabia que vinha da faca do homem, que pingava.
- Tom... – buscou o ar, ao namorado atender o telefone. – Venha para cá imediatamente.

Capítulo 13

Tom subiu as escadas do prédio pulando de dois em dois degraus, com pressa. Pegou a chave em seu bolso, pois quando ganhou o apartamento de presente dos pais, a primeira coisa que fez foi fazer uma cópia e dar para Tom. Ele abriu a porta, e viu todas as luzes apagadas.
- ? – ele chamou-a, sem obter resposta alguma. Adentrou na cozinha, e quando se virou, estava atrás dele, com uma expressão apavorada, o que acabou também o assustando. – Meu amor! O que foi?
- Nós precisamos levar a Buffy para o veterinário – Tom arqueou a sobrancelha e ela apontou com o olhar em direção á cachorrinha em seu colo, que tremia.
- Mas...
- Eu te explico no caminho, vamos – Tom fechou a porta e desceram rápido do prédio, entrando no carro dele. deu um pequeno beijo na cachorrinha. - Vai ficar tudo bem, Buf! - olhou o namorado, que prestava atenção no transito, com as duas mãos no volante, cabisbaixo. – Obrigada Tom!
- Posso saber o que aconteceu?
- A Buffy viu espíritos... E ela tem medo disso. E para completar, haviam manchas de sangue pelo chão todo.
- Eu não vi nada... – novamente o interrompeu.
- Eu sei! Desapareceu – ele a olhou pelo canto do olho, desconfiado. – Não quero que a Buffy passe pelo mesmo que a gente, ela não. Vou tentar deixá-la no pequeno hotel que tem lá no pet shop. Pelo menos, sei que lá, ela estará bem – ele concordou e olhou pelo retrovisor, o que preferia não ter visto. Viu Jim sentado no banco de trás, prendendo seu olhar. Mas estava diferente, ele estava... Queimado. Tom abaixou os olhos colocando a mão na cabeça e engoliu a seco, encostando o carro. abriu a porta e tirou o cinto, saindo com a cachorra no colo. – Você não vem?
- N-não. – ele falou com dificuldade e viu a namorada se distanciar. Se fosse para acontecer alguma coisa, naquele momento, estaria á salvo.

- E isso aqui, onde eu coloco? – perguntou tirando uma chupeta do baú e quase rolando de tanto rir.
- É... É... Foi a minha primeira chupeta. Minha mãe quis guardar de recordação – Dougie coçou a nuca, arrancando o objeto da mãe dela, que ainda ria.
- Que fofinho! – ela pegou sua câmera fotográfica e tirou uma foto.
- Não! – Dougie riu alto a abraçando pela cintura e roubando a chupeta. Ela fez cara de cachorro sem dono e bico.
- Devolve! É tão bonitinha – Dougie levantou o braço com a chupeta e as vezes trocava de mão, e mesmo sendo bem alta, não alcançava. Irritou-se e pulou em cima dele, fazendo-o cair em cima da caixa.
- Olha o que você fez – ele riu, colocando a chupeta na boca.
- Que bonitinho, Dougie – e de vingança, ela tirou uma foto dele com a chupeta na boca.
- Hei, devolve isso! – antes que ele dissesse algo a mais, o calou, juntando seus lábios num beijo. Dougie se apoiou com o cotovelo na caixa e colocou a mão em sua nuca, aprofundando o beijo e sentiu colocar o cotovelo em algo duro.
- Hm... – ele se separou um pouco para poder afastar o objeto, mas viu que era algo diferente. – O que é isso? – sentou-se e pegou na mão, constatando que era um álbum de fotos.
– É seu? – ele negou com a cabeça e abriu, vendo várias fotos da mesma família. E eles sabiam quem era... - Dougie, essa carta – apontou para a carta na primeira página do álbum. – Não era aquela que...
- Sim – ele sussurrou, tremendo.

*Flashback On*

- Não! Eu quero descobrir o que tem aqui – , a curiosa, abriu a caixinha e se deparou com o que tinha. Várias e várias fotos. – Viu? Nada demais – Ela riu de canto tirando todas as fotos dali até que viu algo diferente de uma simples foto. – Uma carta.
- Me dá aqui. – Dougie pediu e assim, o deu a carta. Dougie pigarreou e começou a ler.

Querido Primo,
Meus pêsames. Eu realmente não sei nem o que dizer. Jim era muito importante na vida de todos, principalmente na minha que sou padrinho dele. Se eu estou assim, imagino como você está. Não gosto nem de me imaginar no seu lugar, apesar de que tenho visto meu filho brincando com certas coisas que não tenho gostado muito. Eu só tenho a te dizer, força. Muita força pra passar por isto. É difícil, eu sei, mas um dia nós superamos essa perda. Saiba que pode contar conosco sempre, sabe que sempre foi meu melhor amigo. Bom, estou te mandando uma quantia em dinheiro, espero que isso ajude. Abraços.

*Flashback Off*

- Como essa carta veio parar aqui? – Dougie dobrou-a novamente e colocou de volta ao lugar anterior.
- Espera! – ele olhou , curioso. – Nós não chegamos a ver as fotos naquele dia, né? – ele concordou com a cabeça e olharam para a primeira foto. Era de uma família grande, mas não conseguiram identificar ninguém em especial. Viraram a página, o álbum era pequeno. Olharam para o fim da foto, onde estava escrito “Pete e Jim”. Ambos arregalaram os olhos e ficaram boquiabertos, não podia ser verdade... Próxima página, o queixo deles foi literalmente para o chão. “Jim, Stacy, Brian e Billie = jamais se separarão” e no final, tinha um grande risco, cortando a palavra “separarão”.

*Flashback On*

- O que tinha acontecido lá mesmo? – Dougie perguntou tentando lembrar. revirou olhos, não iriam deixá-la esquecer.
- Uma família, casal e dois filhos que foram mortos pelo primo do pai. E depois o primo se matou, ele se chamava Pete – ela fez um joinha com a mão.
- EU LEEEMBRO! – pulou. – Eu ouvi boatos de que o filho do Pete também morreu... O motivo eu não sei, mas eu lembro que o nome dele começava com J.

*Flashback Off*

Capítulo 14

- É o seguinte – Dougie jogou o álbum de fotos numa das pequenas mesas, onde os amigos estavam reunidos, numa praça. e Harry já tinham tido alta, o bebê de estava ótimo. Tom, naquele dia do veterinário, após a cena no carro, não viu mais nada, simplesmente tinha desaparecido, pro seu alivio, e tinha convidado a ficar em sua casa, mesmo porque, futuramente iriam morar juntos, pelo casamento que até então, tinha sido esquecido. Danny se balançava no balanço, atento á conversa, enquanto estava pensativa, olhando ao redor do pequeno parque, já tinha sonhado com aquele lugar. – Vamos virar detetives por alguns dias, tipo missão impossível – ele piscou.
- Raciocinem conosco. Achamos este álbum no baú que estava junto com a chupeta de Dougie – ele lhe deu um olhar reprovador, mas ignorou. – Essas fotos não parecem familiar à vocês? – ela apontou para a foto em que apareciam os quatro espíritos que os seguiam.
- Oh meu deus – levou uma mão á boca, relembrando. – Inacreditável.
- O que querem deduzir com isso? – apoiou os cotovelos na mesa.
- Passamos horas tentando encaixar os fatos, e então chegamos á uma conclusão. Vamos recapitular tudo. Pete é pai de Jim. Jim morreu, por algum motivo que ainda não identificamos. Pete matou a irmã de Billie que pelas fotos, ainda era somente um pequeno bebê indefeso, e também matou seus respectivos pais. Após isso, se matou. Pai de Billie era padrinho de Jim, e também tem Stacy e Brian, que foram mortos por Jim.

*Flashback On*

- Você é que nem seu pai – disse sem pensar.
- Do que você está falando? – ele deu alguns passos á frente e eles deram para trás.
- Foi seu pai que matou o primo dele, e a família – os sete a olhavam assustados, do que ela estava falando?

- Sabe o meu pai, que vocês tanto falam mal dele? Então, Billie é filho do primo do meu pai, entenderam ou querem que eu desenhe? – Jim fez gestos com a mão.

- Bom, isso já faz algum tempo, ele começou a brincar da brincadeira do copo e... Bom, não interessa.
- Jim é o espírito que me perseguia – eles ouviram uma voz conhecida, e logo depois o viram descendo as escadas.
- Billie! – sorriu.

- O Pai de Jim matou minha família pelo dinheiro. Quando Jim morreu, meus pais deram uma boa quantia em dinheiro á eles para ajudá-los, mas eles se aproveitaram disso e acabaram matando meus pais, assim ficando com a herança. Tá bom que o certo era ficar comigo o dinheiro, e ficou, mas eu passei a morar com eles e eles viviam me fazendo sofrer, e pegavam todo o dinheiro pra eles. Agora me diz, quem agüenta isso. Eu acabei me matando. E não esquecendo que Jim me perseguia, mas nunca teve coragem de me matar – ele olhou para Jim.

- Por quê? Não fui eu que matei seus pais.
- Mas foi você que matou Stacy e Brian – ele olhou sério para Jim, todos arregalaram os olhos, Jim engoliu a seco.

*Flashback off*

- Faltou mais algum detalhe? – perguntou para o namorado, que pensativo, discordou com a cabeça.
- Ah, que confusão! – Danny balançou a cabeça, tentando entender aonde queriam chegar com aquela conversa. – E o que pretendem fazer?
- Tem somente uma pessoa no meio dessa história toda que até agora não apareceu... – murmurou, raciocinando consigo mesma. – A mãe de Jim.
- Exato! Acertou na mosca. O problema agora é achá-la para nos dar mais informações, e tentar nos ajudar a nos livrar disso.
- Não precisamos mais nos preocupar com isso – falou mostrando o endereço quase ilegível na carta, com a letra bem pequena.
- Vocês tem uma boa estratégia – ouviram uma voz de fundo, logo em seguida de uma risada sarcástica. Olharam em volta, estavam sozinhos naquela pequena praça. As luzes das casinhas em volta todas apagadas, num silêncio extremo, como se nem tivessem pessoas nas casas. A rua não tinha movimento algum, apenas alguns assobios de pássaros e mais adiante, tinham várias escolas, mas todas estavam em aula. Estavam completamente sozinhos ali. Ou não, principalmente quando as vozes e risos começaram a se aproximar. Engoliram a seco, pensando numa escapatória. se contorceu, sentindo sua barriga dar voltas, e acabou vomitando ali mesmo. Ainda estava no começo da gravidez, e geralmente vomitava muito.
olhou de um lado para o outro, e viu reflexos de alguém que ela conhecia muito bem, só não acreditava ser ele.
- Seu ponto fraco – a voz de Billie ecoou em sua cabeça, enquanto tentava enxergá-lo, quase pedindo para que ele parasse. – Não é Jim, nem Stacy e muito menos Brian – sua cabeça começava a ficar perturbada, e virou-se, de acordo com os movimentos de Billie. – Pense , pense! Lembre de seu sonho – com isso, veio em sua memória a cena de seu pesadelo, e percebeu que era aquele exato lugar. O lugar por onde ela tinha entrado, era diferente pelo que tinham entrado no lugar. Viu um ponto distante e sem pensar duas vezes, saiu correndo.
- ! – Danny se desesperou e correu atrás dela, assim, todos fizeram o mesmo, sem entender muito se aquilo era o certo. Ela corria o mais rápido possível, para que não a alcançassem e a fizessem parar.
- Ora, não fujam – a voz invadiu seus ouvidos novamente. – Esse é apenas o começo – a voz deu novamente a risada, e viu uma criança, com um rosto de boneca, super delicada, parada em sua frente, assim parando bruscamente para não atropelá-la.
- ! O que você está fazendo? – Harry esbravejou, um pouco mais a frente, ao ver a namorada parada. continuou atenta na criança.
- A criança...
- Não tem criança nenhuma, droga! – ela arregalou os olhos.
- Cuidado – a criança sussurrou, apontando para a barriga de .
- , onde você está indo? – Danny respirou ofegante, parando ao seu lado, já que ela havia parado de correr. Segurou sua mão, para que se acalmasse.
- Aqui – sua voz soou rouca, apertando mais forte a mão do namorado. Tom olhou para os dois, confuso, e resolveu perguntar:
- Como você sabia o caminho até aqui? – estavam em frente á grande, poderiam até chamar de mansão, comparada ás outras que tinham visto na pracinha, esta, era mais isolada e silenciosa.
- Na verdade, eu não sabia. Só segui meu instinto de detetive – brincou, não querendo confessar o sonho. Deu um passo, pisando no tapete listrado e Danny colocou um braço em sua frente, impedindo-a.
- Melhor virmos outro dia... – ele sugeriu, encarando seus olhos.
- Eu concordo – Harry falou rapidamente, observando acariciar a barriga, preocupada.
- É exatamente esta casa... – Dougie mordeu os lábios passando os olhos pela carta que continha o endereço. Olhou para a plaquinha com o número, era essa a casa.
- Vamos, amor – acariciou o cabelo do namorado, puxando-o delicadamente. permanecia em silêncio, apenas pensando consigo mesma. Tinha muitas questões embaralhadas em sua cabeça, e nenhuma com resposta. Talvez, só esta casa e os moradores dela, poderiam explicar tudo.

Capítulo 15 – totalmente baseado em The Kill – 30 Seconds to Mars

Danny olhou pela janela do carro, as árvores cobertas pelos flocos de neve que caiam aos poucos, entretanto, somente um detalhe lhe chamava a atenção, estava bem atento e ao mesmo tempo nervoso, com suas mãos suadas, brincando com os próprios dedos.
- Esta casa é sinistra – Tom fez careta vendo a única casa no fundo da rua. Harry estacionou com uma certa distância. – Não acredito que precisamos realmente fazer isso. – revirou os olhos, roendo as unhas. – E se não tiver ninguém aí?
- É a única solução, só saberemos se tentarmos – tentou se locomover, embora estivesse esmagada. se curvou, vendo a casa e suspirando. Abriram a porta e saíram, enfim, se sentindo livres, sem sufoco.
- Não sinto mais minha costela, meus ossos partiram-se – Dougie resmungou, colocando a mão no lugar afetado, fingindo dor e tentando andar.
- Quer ver como a dor passa logo? – levantou a mão, como se fosse lhe dar um tapa.
- Olha que incrível! Passou – ele deu um sorriso de canto e saiu correndo, fugindo de . Tocou a campainha e esperou. Tocou muitas outras vezes, e nada.
- Você vai quebrar assim, e não vai adiantar nada... – Harry alertou ao ver o amigo continuar a apertar a campainha, que nem uma criança. Pôs-se na frente e virou a maçaneta, descobrindo que a porta estava aberta. “Que tudo dê certo” pediu em seus pensamentos, e abriu a porta, assim os outros o seguiram, adentrando na sala.
- Tem alguém em casa? – Danny gritou e aproximou-se da mesa central.
- Tem um bilhete aqui – mesmo sem saber para quem era, poderia ser um papel como qualquer outro, decidiu abrir e ler. – “Sei quem são vocês. Volto logo, não saiam daí. E um aviso importante: Não entrem no penúltimo quarto do corredor.”
- Sinistro – repetiu Tom indo em direção á sala de piano.
- Aonde ele vai? – arregalou os olhos, quando os perderam de vista. deu de ombros, sentando-se no sofá, sabia que segui-lo não adiantaria. Logo, as quatro garotas olharam para a sala, e não viram nenhum de seus namorados.

- Até que não foi uma má idéia vir aqui – Dougie riu, subindo no skate e andando com ele pelo corredor enorme. Olhou para trás, Danny tentava se equilibrar em outro. Ensiná-lo naquela hora não seria legal, então o deixou para trás e percorreu pelo corredor, até ver uma sombra, como se fosse uma pessoa, vestida de preto, andando numa virada. Arqueou a sobrancelha e a curiosidade falou mais alto, assim indo atrás do tal homem, que em todas as curvas, virava.
Danny, que já tinha desistido de andar de skate, tinha achado uma bola de basquete perdida e jogava contra a parede. Aquilo era um castelo, ou coisa do tipo? Tinha de tudo...
Tom estava na sala de música, tocando piano. Em toda a sala, somente tinha aquele instrumento, ele tentava se descontrair um pouco. Tirou os olhos das teclas, para pegar seu pequeno copo de água, mas parou ao ver os grandes olhos azuis o encarando. Tom não teve medo, e sim nervoso, e começou a cantar.

What if I wanted to break
(E se eu quisesse terminar)
Laugh it all off in your face
(Rir de tudo na sua cara)
What would you do?
(O que você faria?)
What if I fell to the floor?
(E se eu caísse no chão?)
Couldn't take this anymore
(Não pudesse mais aguentar)
What would you do?
(O que você faria?)

andava desnorteada, a procura de algum dos meninos, até encontrar o penúltimo quarto do corredor semi-aberto. Engoliu a seco, com uma enorme dúvida se entrava ou não.
foi até o banheiro e olhou para o espelho, seu grande temor desde muito tempo atrás. Viu um vulto no mesmo, e não teve medo, tinha que vencer esta luta. Tocou no espelho com o dedo lentamente, e o mesmo quebrou-se violentamente.
Dougie viu o homem parar e parou também, nunca tinha visto aquele homem antes, e resolveu desafiá-lo, sentindo que tinha motivo.

Come break me down!
(Venha me destruir!)
Bury me, bury me!
(Me enterre, me enterre!)
I am finished with you!
(Eu terminei com você!)
What if I wanted to fight
(E se eu quisesse lutar)
Beg for the rest of my life
(Implorar pelo resto da minha vida)
What would you do?
(O que você faria?)

Capítulo 16

abria a porta de todos os quartos, com um arrepio enorme correndo por suas veias, e o arrepio só aumentou até abrir a porta do terceiro quarto. Ali estava Jim, com a aparência que se mostrava ultimamente, todo queimado.
Harry que tinha achado o porão, acendeu as luzes e achou uma escrivaninha, com uma máquina de datilografia em cima. Sentou-se na cadeira de madeira, e observou a folha em branco, coisa velha... Olhou para frente, e viu aqueles dois olhos verdes penetrantes encarando-o. Harry engoliu a seco, sentindo um arrepio pelo seu corpo.
Danny ouviu passos se aproximando e bateu a bola com mais força, botando medo em si mesmo, sentia que precisava de um pouco de adrenalina, e começou a cantar também.

Say you wanted more
(Você diz que queria mais)
What are you waiting for?
(O que você está esperando?)
I'm not running from you
(Eu não estou correndo de você)
Look in my eyes!
(Olhe nos meus olhos)
You're killing me, killing me!
(Você está me matando, me matando!)

- Droga, eu falei para vocês ficarem aqui embaixo e me esperarem! – uma mulher apareceu pela porta gritando e assustou-se, voltando a gemer. – O que houve com você?
- Nada... Minha barriga está doendo muito. – gemeu mais alto, quase um grito.
- Cadê os outros? – a mulher jogou sua bolsa no sofá, irritada.
- Eu não sei! – gritou, agora sentindo dores mais fortes e sentando-se.
- Não saia daí, irei procurá-los – queria ir junto, mas sabia que em tais circunstâncias não seria possível.
, com seu dedo sangrando ouviu a voz de Dougie e correu até ele, que agora diminuía o som, com seus lábios tremendo.
- Corre! – gritou ao ver o espírito se aproximar cada vez mais de seu namorado, e Dougie largou o skate, correndo com de volta para a sala.
Tom encarou aqueles olhos azuis com uma raiva enorme, mas sua expressão foi mudando ao perceber que Stacy não queria se vingar, ela queria alguma outra coisa... Ela abaixou a cabeça, e desapareceu.
- Eu só queria te avisar – sua voz ecoou baixa, sumindo aos poucos. Tom mordeu os lábios e voltou para a sala. viu Danny se aproximar com as mãos no bolso e correu até o mesmo, dando-lhe socos no tórax, chorando.
- Para! O que foi? – ele segurou seus pulsos, estranhando sua reação.
- Não achamos , e Harry.



Capítulo 17

- Então... Como a senhora sabia que viríamos? – perguntou. Ela e Dougie eram os que estavam mais interessados. Não que Tom, Danny e não estivessem, mas a preocupação com seus respectivos namorados era maior.
- Eu vi vocês pela janela ontem, e também ouvi a conversa. Suspeitei que viriam hoje. De qualquer forma, o bilhete já estava feito. Mas vejo que não me obedeceram.
- Você é a mãe de Jim? – Dougie coçou a nuca, mostrando o álbum de fotos que tinha levado consigo, mas sabia que não era, só se tivesse mudado drasticamente...
- Jim? – ela pronunciou seu nome com as mãos tremendo. – Não. Sua mãe morreu.
Eles reviraram os olhos. A família toda morreu? Assim complicava bastante.
- Por que?
- Desgosto pelo que o marido fez – deu de ombros.
- E por acaso, o que a senhora é? – perguntou prestando atenção na conversa pela primeira vez.
- Empregada. Essa casa era deles, e após a morte de Jim, isto se tornou um inferno.

- Onde nós estamos? – perguntou pegando numa das mão de Harry, enquanto pegava a outra, assustadas. Estava tudo muito escuro, não enxergavam nada, somente reconheciam as vozes.
- Eu não sei... – Harry falou incerto, tentando andar e acabou tropeçando em algo. As luzes foram acesas e as cortinas pretas abertas, assim viram que estavam num baile. Olharam para suas próprias roupas, terno e vestido. Varias pessoas, na maioria casais, dançavam ao ritmo da música. Avistaram Billie com seus pais e irmã, que aparentava ter seus seis ou sete anos, sentados numa das mesas centrais. Stacy e Brian já não se encontravam mais lá. Quer dizer, estavam... Mas como vultos que mudavam de direção várias vezes, com o intuito de avisar-lhes algo. e Harry correram atrás dos dois, onde iam até uma portinha semi-aberta, enquanto ficou parada observando Billie. Era um garoto particularmente lindo, mas profundamente triste. Sua mão apoiava sua cabeça na mesa e balançava a perna freneticamente. Sua irmã brincava com uma bonequinha, enquanto seus pais conversavam, trocando caricias. Pareciam ser uma família feliz, até então...
- Você está ficando louco, Pete – e Harry conseguiram passar pela porta, sem ter que abri-la, despercebidos, como se não existissem. O bom de ser espírito por um dia...
- Olhe para nós dois e veja bem quem está ficando louca. Nós não podemos perder esta oportunidade! – ele fazia gestos com as mãos.
- Que oportunidade? De ver seu irmão morto, somente pelo dinheiro dele? E a culpa depois disso, onde se encaixa? – ele revirou os olhos enquanto a mulher esbravejava.
- Você ainda diz “somente pelo dinheiro”? É pelo dinheiro. Olhe à sua volta, acha que sobreviveremos nesta situação que nos encontramos?
- Prefiro ficar assim do que ser culpada por um assassinato. Eu já falei Pete, não irei fazer isto. Veja bem, eles nos deram a maior força, não digo financeiramente, mas para passar pelas dificuldades, e é assim que você retribui? – ele bufou, dando um soco na parede, sempre fazia isso quando se estressava, era algo normal.
- A escolha é sua. Vai me ajudar ou não? – ela estremeceu, mas precisava ser forte.
- Depois do que você teve coragem de fazer com nosso próprio filho? Não – virou-se e voltou para o baile, indo beber algo.

Capítulo 18

- Ela sempre vinha desabafar comigo, por ser a única pessoa que ela confiava completamente, muito por causa que eu convivia, sabia das coisas que aconteciam nesta casa, era impossível não saber com as brigas com vozes altas – a empregada enrolava seus cabelos morenos cacheados com a ponta dos dedos.
- Mas o que aconteceu com Jim, afinal?
- Desculpe, mas isso nem eu mesma sei. Eles sempre esconderam isso de mim. A única coisa que eu sei, é que ele foi encontrado todo queimado... – e então, Tom lembrou-se de quando o viu no carro. – Até hoje não encontraram o motivo.
- Pelo que a senhora contou, Pete parecia ser um cara perturbado... – Danny exclamou olhando para o chão.
- E era. Muitas vezes pensamos até em interná-lo em clínicas psiquiátricas, mas sabíamos que não daria certo, ele só iria aprontar mais.
- Eu estive conversando com a um dia destes, ela contou-me que não entendia o fato de Pete precisar de dinheiro. O que houve?
- Bom, como foi dito, ele era tachado como louco. Após a morte do filho, ele piorou drasticamente, e acabou perdendo o emprego. Não conseguia conter a raiva que tinha de seu irmão, por ter crescido na vida, ter arranjado um ótimo trabalho, ser rico e ter uma família perfeita. Pete e sua família sempre tiveram problemas, vira-e-mexe estavam brigando e quase botando a casa abaixo. Tinha inveja de seu irmão, e não compreendia, às vezes eu o pegava no quarto falando sozinho, “nós tivemos a mesma criação, como pode dar tudo errado para mim?” e o que ele não sabia, era que ele mesmo transformava tudo no pior. Eu fui a primeira empregada deles, e convivi com o Pete que conheci, totalmente diferente, alegre e espontâneo. Mas voltando à questão do dinheiro, ele perdeu o emprego e não tinha mais como pagar suas imensas dividas por ter uma casa enorme como essa, e uma casa onde passavam as férias no meio da floresta. – arregalou os olhos, sabia que o primeiro acampamento deles tinha algo a ver com essa história, tudo agora estava se encaixando. – E não conseguia arranjar nenhum emprego, todos o recusavam, alegando que não precisavam ou simplesmente diziam que o chamariam. Ele mandava o currículo, mas nunca era chamado, e assim, começou a se irritar mais ainda, chegando ao ponto de querer matar o próprio irmão e a esposa, para assim, ficar com a grande herança dos filhos.
- Mas... Ele matou a irmã de Billie por que? – franziu a testa, se acomodando melhor no sofá para ouvir a história.

Capítulo 19

- Nós precisamos fazer algo! – olhou para os lados, procurando por Pete.
- , não tem o que fazer! Isso tudo já aconteceu, voltamos para o passado somente para rever o que ocorreu e poder entender – Harry explicou pausadamente e ela arqueou a sobrancelha, desentendida. Era loucura demais para crer.
- Você ainda não entendeu, ? – perguntou boquiaberta, esquecendo por um momento da lerdeza de sua amiga, e puxou-a pelo braço, para continuarem a procura. – Ela falou para não entrarmos nessa sala exatamente por isso. Como um quarto secreto, que nos traz para o passado. Talvez já tenha acontecido isso com ela antes – deu de ombros e avistaram Pete, convidando a família do irmão para dar uma volta. Sua esposa logo apareceu correndo e puxando-o pelo braço disfarçadamente.
- Você não vai fazer isso! – rangeu os dentes, perdendo as estribeiras.
- Não é você quem vai me impedir – ele arrancou o braço com força.
- Cadê o Billie? – perguntou cutucando Harry que o procurou com os olhos, achando o mesmo na mesa de comidas encarando cada prato com tédio. A mãe de Jim percebeu isso e correu até o menino, abraçando-o pelo ombro.
- Querido, vem dançar com a tia! – ela sorriu, e ele ficou sem entender, mas acabou aceitando, ainda confuso. Os três amigos foram atrás de Pete com a família, e viu que os levou até a antiga casa.
- Minha casa... – levou a mão à boca, agora começando a entender e sentindo as pernas vacilarem, tremendo na base.
- Por que você nos trouxe aqui? – perguntou o irmão, curioso. Pete tirou uma faca que escondia nas costas e deu a facada na barriga dele. A esposa gritou indo o socorrer. O sangue escorria pelo tapete onde o homem encontrava-se estirado, já sem vida.
- Desculpa... – ficaram boquiabertos. Como ele era capaz de fazer isso? Sem motivos claros, repentinamente?
- Seu infeliz! – ela berrou, o alcançando, mas ele fora mais rápido, segurando-a pelo braço e dando a facada também nela. A pobre filhinha abraçava a boneca sem reação, enquanto o tio recolhia os corpos ensanguentados. Ela não perdeu tempo e pegou o telefone, discando os números. Não tinha muita certeza do que estava acontecendo, ou porque seus pais não respondiam nem se moviam. Mas sabia que havia algo muito estranho naquela situação, que as peças não se encaixavam em sua pequena mente completamente confusa e solitária.
- Alô, é da polícia? – balbuciou não contendo o choro com sua voz de criança, mas o telefone foi arrancado de sua mão. Olhou para cima, morrendo de medo, e deu o último grito de sua vida, antes de ser morta, também com uma facada.
Voltando ao baile, Billie procurava seus pais, e os três amigos puderam jurar que Billie durou pelo menos 30 segundos parado olhando para eles. Podiam ter certeza disso, mas sabiam que estavam delirando e ninguém acreditaria neles. Era somente uma simples coincidência.

I tried to be someone else But nothing seemed to change
(Mas nada pareceu mudar)
I know now, this is who I really am inside!
(E eu sei agora, isto é realmente o que eu sou!)
Finally found myself! Fighting for a chance I know now,
(Finalmente eu me encontrei! Lutando por uma chance e agora eu sei,)
This is who I really am
(Isso é o que eu realmente sou)

Capítulo 20

- Ainda acho que a ideia de ele ir para o hospício era melhor... – Dougie olhou para um retrato na mesa central e pegou, observando-o.
- Te garanto que ele arrumaria um jeito de escapar.
- E por que você disse que não podíamos entrar naquele quarto? – perguntou recordando. , Tom e Danny não prestavam mais quase atenção, queriam procurar novamente em todos os quartos, qualquer lugar, dali eles não podiam ter saído.
- Aquele era o quarto de Jim – ela deu um leve sorriso, mas que lhe deu a impressão de ser forçado.
- E por que a senhora ainda mora aqui? – ela olhou em direção à Dougie, com uma expressão séria. Digamos que até assustadora. O sorriso forçado já não lhe fora agradável. A cara fechada então... – Desculpa, sem ofensas, é que...
- Ninguém quer comprar esta casa, dizem que é amaldiçoada, e eu prometi para a dona da casa, cujo é a esposa do Pete, que eu cuidaria da casa para ela. Não é fácil largar algo que te pertenceu como seu próprio lar durante tantos anos... Na verdade, eu nem deveria estar contando tudo isso à vocês – ela abaixou a cabeça, arrependida.
-Por que? Nós compreendemos que é algo sigiloso. Jamais espalharíamos ou contaríamos a alguém. Isso ficará somente entre nós, juro!
- Não é esse o problema... – suspirou, limpando as lágrimas que estavam prestes a escorrer pelo seu rosto.
- ! – Danny gritou, ao ver a namorada descendo as escadas e correndo, se acomodando em seus braços, e chorando. – Já passou – ele depositou um beijo em sua cabeça, acariciando-a.
- ! – Tom foi abraçá-la, mas ela afastou-se, indo em outra direção. – O que foi?
- Você não pode imaginar as coisas que eu vi... – ela falou se perguntando se tudo o que viu era real. Tom não falou nenhuma palavra, apenas abraçou-a forte. A garota tremia da cabeça aos pés, e ele sentiu um aperto no coração por não poder fazer nada que a fizesse melhorar.
- Ai – gemeu e Harry correu até ela, colocando a mão em sua barriga.
- Não é melhor nós...
- Não, já vai passar – ela respirou fundo olhando para o teto, contendo o vômito.
- Acho melhor nós irmos, está ficando tarde – falou levantando-se e vendo o estado físico de seus amigos. Todos visivelmente apavorados.
- Certo. Mas me prometem uma coisa? – a empregada perguntou mordendo o lábio. – Tomem cuidado – eles concordaram incertos e despediram-se dela. Aquelas últimas palavras deveriam ter algum sentido.
Durante a madrugada, a senhora empregada desceu as escadas, fechando as janelas que ainda estavam abertas. Um vento forte e gelado lhe fez estremecer, resolvendo deitar-se logo. Deitou-se na cama, deixando somente o abajur ligado e puxou o travesseiro contra si, com somente um olho semiaberto. Ouvia a chuva cair com força, com suas gotas pesadas do lado de fora e puxou as cobertas, aquecendo-se. Um relâmpago caiu, e juntamente o abajur apagou. Ela ouviu um barulho, como se algo estivesse quebrando na cozinha e colocou sua pantufa, dando passos lentos pelo corredor imenso. Colocou a mão na maçaneta do antigo quarto de Jim, estava trancado. Mordeu o lábio inferior e respirou fundo, tremendo. Pegou seu celular no bolso e ligou para polícia.
- Alô? Boa noite, eu acho que tem alguém na minha casa... Não, ainda não fui olhar, eu moro sozinha e estou ouvindo coisas quebrando-se no andar de baixo. Como assim vocês não podem vir? Alô? – a ligação começou a dar interferência e ela ouviu os passos aproximando-se cada vez mais. Deu um passo para trás, engolindo a seco.
Resolveu ligar novamente, mas tudo que ouvia eram zumbidos. Desceu as escadas lentamente, tropeçando nos próprios pés, sem olhar para onde ia, seguindo a intuição. A sala em que se deparava era muito mais aterrorizante com apenas a luz do celular iluminando-a, tinha um toque sombrio, como se a qualquer momento em que a luz iluminasse a poltrona ou qualquer canto, iria aparecer algo. Seu coração estava disparado, e o celular não funcionava. Apertava todos os botões histericamente, entrando em desespero. Parou no último degrau e deu um pulo ao ouvir pratos quebrando-se na cozinha.
Haviam duas possibilidades. Ou alguém havia invadido a casa - o que era quase impossível, pelas chances serem de 0,1%. Quem invadiria uma casa mal assombrada? Todos temiam só de chegar perto. Ou então, tudo tem uma consequência. Ela deveria ter pensado duas vezes antes de contar àquele grupo de adolescentes sobre Pete, Billie e Jim. Entretanto, era insuportável vê-los naquela agonia. Mas será que se ela pudesse voltar ao passado, ela seria tão egoísta ao ponto de ignorá-los, ao suportar a própria dor? Deixá-los sem respostas, sofrendo, ao invés de passar por este pesadelo?
Talvez. Afinal, era sua vida que estava em risco.
Caminhou em passos lentos até a cozinha, encarando os pedaços de vidro distribuídos pelo chão, tomando cuidado para não pisar em nenhum e cortar-se. Fechou a porta do armário - cujos pratos e copos despedaçados estavam lá - que estava aberto e pulou novamente ao sentir o celular vibrando em sua mão. Seu coração encheu-se de esperança, podia ser a polícia, tinha de ser!
- Alô? - Atendeu suspirando, esperando por uma resposta. Mas tudo que recebeu foram grunhidos e sussurros incompreensíveis, que à medida que o tempo passava, tornava-se mais alto e grave. Ela prensou o celular contra o ouvido a fim de tentar compreender a mensagem.
- Você não está sozinha... – ouviu-se do outro lado do celular, a voz tremida e ao mesmo tempo aterrorizante. A porta abriu novamente, assustando-a, e batendo com força logo em seguida, fazendo esse movimento repetidas vezes. No mesmo instante, todas as demais portas do armário abriram-se, e uma em especial, onde continha diversas facas, começou a tremer.
- Oh, Meu Deus... - sussurrou antes de gritar o mais alto possível, e ver todas as facas indo à sua direção.

A noite para eles não fora muito boa, pensaram nos acontecimentos o tempo inteiro, era difícil de se esquecer. Sem contar os pesadelos, que lhe perseguiam até nessas horas.
Ao amanhecer, Dougie foi o primeiro a acordar, se espreguiçando e deu um pequeno beijo em , que resmungou um pouco, mas largou-o, assim, ele pode se levantar. Todos aproveitaram que os pais de Dougie e estavam viajando, para passarem a noite lá. Caso algo acontecesse, estariam juntos. Ele preparou seu café com leite e passou a manteiga na torrada, indo para a sala com o copo e comendo a torrada. Ligou a TV no noticiário, e prestou atenção.
- Bom dia, cidadãos. A primeira notícia de hoje é de uma mulher, que morava numa das casas chamada de mais assombrada da cidade, morreu durante a noite – Dougie arregalou os olhos, e acabou deixando o copo cair no chão, fazendo um grande estrondo e o vidro se espalhar pelo chão. – Boatos dizem que ela foi morta pelo espírito que lá habita. Se for verdade ou não, só saberemos depois. Agora os policiais estão investigando.

Capítulo 21

- Descanse em paz – o padre lamentou, e os oito aproximaram-se do caixão, cada casal com um guarda-chuva por estar chovendo muito. Jogaram uma flor em seu caixão e abraçou Danny, chorando.
- Ela não merecia isso – balançou a cabeça, encarando o caixão. Olhou para os amigos que estavam com a cabeça baixa, fungando. – Acho que é melhor nós irmos embora. Já demos trabalho demais...
- Um de vocês é ou Dougie? – um dos policiais questionou, encarando atentamente cada rosto. A expressão era visivelmente culpada. Eles sentiam-se culpados pela morte dela. Se não a tivessem procurado... Talvez, provavelmente, nada disto teria acontecido. Mas não fora proposital, não era a intenção deles procurá-la, só queriam informações... Contanto, não imaginavam que teria consequências tão trágicas.
- Somos nós – Dougie fungou, com os olhos cansados, abraçando a irmã pelo ombro. – Por quê?
- Achamos esta carta na casa da mulher, e aqui diz que é para ser entregue à vocês – ele estendeu a carta e pegou, estranhando. - Obrigada... – murmurou ao vê-lo afastar-se e abriu a carta, onde estava escrito:

Eu precisava contar tudo o que aconteceu para alguém, obrigada por virem ontem, eu sabia que isso ia acontecer. Eu quero dar um conselho à vocês: Vão para algum outro lugar, saiam deste ambiente. Quanto mais pensarem nisso, pior será. E, novamente, tenham cuidado!”

5 meses depois.

- E ali está o bracinho, conseguem enxergar? – o médico apontou para a tela.
- Sim – sorriu radiante com lágrimas nos olhos, super feliz. Apertou a mão de Harry, que estava mais feliz ainda, se possível. Seus olhos brilhavam com intensidade, estava realizando um sonho magnífico. – Doutor, já dá para distinguir qual o sexo do bebê? – ela perguntou enquanto o médico limpava sua barriga com um papel, sua barriga já estava enorme. Estava com sete meses.
- Lógico, mas infelizmente, o bebê estava numa posição que não dava para ver direito, desculpe. Mas quem sabe no próximo ultrassom?
- Melhor não... – olhou rapidamente para o namorado. – Eu queria que fosse surpresa – ele deu um sorriso doce, fazendo-a derreter.
- Ok. Mas , acho melhor você já ir se preparando, pois só faltam dois meses! E pelo que eu vi, seu filho parece estar ótimo e com pressa para nascer – deu um riso de canto, anotando algumas coisas num papel enquanto Harry ajudava a descer da cama. – Já compraram o berço, e já fizeram as malas?
- Foi a primeira coisa que fiz, comprar o berço e as roupinhas – ela lembrou-se da saída com as amigas para comprar as coisas para o bebê.
Tinha sido bem complicado, pois era uma coisa mais linda que a outra, e suas amigas lhe mostravam cada vez mais coisas, deixando-a mais confusa. A conversa com o médico fora bem agradável, ela aproveitou a oportunidade para fazer questões, e Harry prestava atenção em cada uma, sem deixá-las escapar. No fundo, sentia-se até meio perdido, e com medo, pois não sabia se iria conseguir dar conta de cuidar do bebê... Se iria ser um bom pai. Era sua primeira experiência, e apesar da felicidade absurda, ele estava um pouco agoniado com a ideia de que em poucos meses, ele estaria segurando um bebê em seus braços. E não um bebê qualquer. Era seu filho.

- Vocês demoram demais – Dougie resmungou buzinando.
- Dougie, a praia não vai sair do lugar – revirou os olhos, entrando no carro e tentando se acomodar no colo de Tom.
- Como está a Buffy? – ele perguntou, tirando as mechas de cabelo da noiva de seu rosto, para o outro ombro. Tinham passado rapidamente no veterinário para saber como Buffy estava.
- Ótima, mas preferi deixá-la lá por alguns dias. Sinto muita falta dela, mas sei que lá ela está protegida, e com pessoas que sabem cuidar bem dela.
- E quem disse que você vai dirigir? – Harry bateu o pé repentinamente, olhando para Dougie.
- Eu disse! – fez bico, batendo no peitoral, como autoridade.
- Sai daí! – Harry lhe deu um forte tapa na cabeça, e assim Dougie desistiu, indo para o banco de trás, caindo em cima de , e Danny que o empurraram, assim, ele caindo em seus pés. Harry sentou no banco do motorista e deu partida com o carro.
- Cara, o que você andou comendo? Está cada vez mais pesado – Danny falou ao sentir o peso em seu pé, e Dougie deu uma cotovelada no mesmo, fazendo doer mais ainda, e Danny berrou. tampou os ouvidos e reclamou sobre estar um tanto quanto surda.
- Onde que fica a tal praia, por acaso? – Harry contorceu-se, olhando para trás.
- Esquerda, vira à direita, segue em frente, direita, segue em frente, esquerda, direita, segue em frente...
- Espera! – ele pediu, assim calou-se. – Quantas horas? - Uma – fez uma voz triste. encostou a cabeça no carro, olhando a paisagem, e acariciou sua barriga. Logo, logo, teria um filho. Aquilo era mágico!
Quarenta e cinco minutos depois...
- Harry, está tudo bem aí? – perguntou, sentindo o carro parar aos poucos. – Ainda não chegamos...
- Vocês me matariam se eu disser que a gasolina acabou? – apertou o acelerador, mas só fez o carro parar de vez.
- Sim – rangeu os dentes e bateu a cabeça no vidro, fingindo choro.
- Ah, qual é! De qualquer jeito, estamos numa praia – ele abriu a porta, saindo do carro e olhou ao redor. – Não sabia que o deserto era tão perto.
- Praia, mar e sol! – Danny gritou correndo até a praia, quase caindo na areia mole e quente. Tom ajudou Harry abrir o porta-malas e pegou um guarda-sol, quatro cadeiras e duas toalhas. E claro, não se esquecendo da cerveja.
- Que calor absurdo, certeza que estamos no mesmo país? – brincou passando a mão pela testa suada, e colocou seus óculos escuros.
- Era aqui mesmo que vocês planejaram vir? – Dougie perguntou para , pisando na areia e deixando seu chinelo ser invadido pela areia.
- Não, era um pouco mais adiante, onde tem um hotel.
- Daniel, volta aqui! – gritava impondo ordem, como se fosse mãe de Danny, já que ele ia cada vez mais para o fundo do mar. Ele não atendeu seu pedido, até sumir. – Daniel! – gritou novamente irritada e adentrou no mar, nadando à procura do namorado. – Danny, cadê você?
- Harry, você já imaginava que isso ia acontecer? – perguntou quase entrando dentro da grande mala dele, onde achou um isopor com latas de refrigerante dentro, rodeadas de gelo e até comida tinha.
- Descobrimos uma nova profissão para o Harry – bateu palmas, tirando sua roupa, assim ficando só de biquíni e deitando-se na cadeira sob o olhar de Dougie em seu corpo. – Ele será o profeta do século!
- Na verdade, eu tinha conferido a gasolina ontem a noite, e vi que tinha muito pouca, só que acabei esquecendo de colocar hoje de manhã – ele deu um sorriso sem graça, dando um gole em sua cerveja.
- Além de bêbado, tem perda de memória recente – prendeu o cabelo num rabo de cavalo e roubou um salgadinho da bolsa de Harold.
- O que a está tentando fazer? – Tom arqueou a sobrancelha, observando o mar bem agitado.
- Tentando dar uma de heroína, sendo que ela não sabe nadar muito bem... Harry, qual é a sua previsão pro dia? – olhou-o, passando o protetor solar em seu corpo, enquanto Harry engolia a seco, lembrando-se de como tinha sido difícil se aguentar durante esses sete meses, por ela estar grávida... Mas por outro lado, sua barriga estava grande, e deu um sorriso alheio ao saber que dentre dois meses, ele teria um filho.
- Prevejo que se não formos ajudar , ela e Danny morrerão afogados e meu filho ficará traumatizado sem padrinhos – concordou e se entreolharam, esperando alguém se pronunciar.
O mar estava muito agitado, com suas ondas altas e fortes. avistou que se fosse mais longe, iria acabar se afogando, nunca fora muito boa em natação, apesar de amar nadar. Viu um saco boiando e jogou-o longe, com nojo. Gritou pelo nome do namorado diversas vezes, e abraçou-se, tentando aquecer-se pela água estar gelada. Sentiu algo se aproximar debaixo da água, e olhou para baixo, procurando o que fosse, até sentir duas mãos em sua cintura e gritou, virando-se.
- Calma – Danny ria alto e segurou no braço de , que soltou com força.
- Seu idiota! – deu vários socos em seu peitoral, e mexeu-se pela água, nadando de volta para a areia.
- Eu estava brincando! – Danny fez gestos com os braços, indo atrás dela.
- Pois não teve graça nenhuma – respondeu nervosa, e pisou em um buraco na água, assim perdendo o equilíbrio e afundando.
- ! – rapidamente ele foi para debaixo da água, procurando , o que não demorou muito para avistá-la caindo levemente. Pegou-a em seus braços e voltou para a areia, deitando-a e agachando-se.
- O que aconteceu? – os amigos logo correram, preocupados. Danny os ignorou e fez respiração boca a boca duas vezes, sem resposta, e na terceira ela acordou cuspindo toda a água engolida. Danny colocou as mãos no joelho, respirando arfante e não se atreveu em tentar abraçá-la. o encarou, balançando a cabeça e colocou uma mão na areia molhada, levantando-se e afastando-se, deixando os amigos sem resposta.

Capítulo 22

- Está de lua hoje? – perguntou enquanto seguia .
- O Daniel que está com fogo no rabo, isso sim – bufou e parou, já que se distanciavam cada vez mais dos amigos.
- Posso saber por acaso o que você está procurando numa tentativa falhada por não ter nada nem ninguém aqui além de nós?
- Algum carrinho de água de coco...
- Água de coco? Você nem ao menos gosta disso! Sabe , acho que você engoliu água demais... Não quer que eu telefone para algum médico? – revirou olhos, soltando uma risada abafada, calçando seus chinelos.
- E você está vendo algum por aqui?
- Não... Mas eu conheço alguém bem melhor, para ser seu médico de plantão, faz respiração boca a boca e tudo – prendeu o riso, mas por dentro, estava com raiva de Danny, pela brincadeira escrota.
- Só não te bato por você estar grávida. Aliás - sentaram-se na calçada e brincaram na areia com os pés, fazendo vários formatos –, como ficou o assunto sobre o Harry?
- Na mesma – abaixou os olhos, pegando uma vareta e escreveu “Razão para viver” relembrando de seus momentos juntos.

*Flashback On*

- É? Como? - Ela sorriu fingindo que não sabia o que aconteceria. Mas realmente ela não entendia, ele nunca deu TANTA bola pra ela, porque daria agora? Mas ela deixou pra pensar tudo aquilo depois, queria aproveitar ao máximo. - Assim - ele puxou ela pra mais perto ainda e a beijou profundamente, a cada segundo o beijo ficava melhor.
- , eu sei que isso pode parecer idiota, mas... Eu queria que você soubesse que todo esse tempo que a gente está junto significou muito pra mim – ele olhava nos olhos dela. – Você é a razão por eu ser feliz, eu só tenho é que te agradecer.
- Own, babe – sorriu com os olhos brilhando e se aproximou de Harry. – Eu amo você. – Harry sorriu e a beijou. Não era um beijo como outros que haviam trocado, ali tinha amor de verdade.

- Hm, não mesmo? Então me da um beijo. – Ele pediu a virando, deixando de frente para ele.
- Não, estou em greve de beijo – Ela cruzou os braços.
- Deixa disso, eu sei que você não está. Ok, eu me rendo, eu te desculpo – ele olhou para que continuava com a mesma expressão. – Obrigado por tornar meus piores dias nos quase melhores da minha vida. O melhor foi quando eu te conheci, e melhor que esse com certeza não existe. Eu te amo – finalmente sorriu e o beijou.

*Flashback Off*

- Vou dar um puxão de orelha nele se não te pedir logo em casamento – brincou, sentindo um vento fraco bater pelo seu rosto, fazendo os fios de cabelo voarem. suspirou, acariciando a barriga.
- Não me importa casamento, aliança e papel passado. Para mim só importa que ele me ajude a passar pela fase que vem pela frente, e ser um bom pai para meu filho, que sei que irá conseguir. Somente isso.

Capítulo 23

- Chega de beber! – exclamou arrancando a lata de cerveja da mão de Danny. Ele relutou, mas lhe deu um tapa.
- Não é assim que você vai conseguir se desculpar com a .
- Cara... – Harry lhe deu leves tapas nas costas, rindo de canto. – Você precisa urgentemente de um psicólogo.
- Está frio... – Mari passou os braços pelo corpo, sentindo o arrepio.
- Eu posso te aquecer, se você quiser – Dougie levantou a sobrancelha mordendo os lábios e caiu da cadeira, rindo.
- Hm, eu quero sim – piscou e engasgou-se de tanto rir.
- Olha a boca, tem menores aqui! – Tom apontou para Danny que olhava sem direção alguma, pensativo.
- Tinha esquecido, desculpa. Deixa a diversão para depois então – riu pulando no colo do namorando, esquecendo que estavam numa cadeira de praia e caíram com tudo na areia.
- Acho que ele hipnotizou... – Harry estralou os dedos no rosto de Danny.
- Deixa ele. Gente, e o que vamos fazer? Não podemos passar a noite na praia, vai esfriar muito, precisamos logo ir ao hotel.
- Vou tentar ligar – Tom levantou-se e olhou para e Dougie, crianças super felizes brincando de montar castelinhos de areias, uma cena muito linda. Tentou por uns 10 minutos, até ver que não adiantava, não tinha sinal. Olhou para trás, e Harry tentavam segurar o guarda-sol, que era quase levado pelo vento. – Não tem sinal, e agora?
- Nós podíamos andar e procurar... – sugeriu, fechando sua cadeira e colocando a blusa grande de Tom.
- E se não acharmos? Continuaremos perdidos do mesmo jeito, vai ser perigoso. Acho melhor ficarmos aqui mesmo e, fazer um acampamento – Harry esboçou um sorriso tirando os óculos escuros, mostrando seus belos olhos azuis.
- Claro, como não pensei nisso antes? – intrometeu-se, ironizando. – Deitaremos na areia para dormir, e seremos levados pelo vento ou engolidos pelos terríveis monstros da água.
- Apoio totalmente! E se vier um tsunami, ou um furacão? – Dougie olhou para o castelinho, com pena de ele ser destruído.
- Dougie...
- Ou até pior! E se tiver um vulcão escondido por aqui perto e explodir? Eu quero a minha casa! – ele fez drama, colocando as mãos no rosto, fingindo chorar que nem um bebê.
- Eu trouxe barracas – Harry ignorou-os, se dirigindo à e Tom.
- Tenho certeza agora que você já planejava tudo isso... – cruzou os braços e arregalou os olhos, escondendo-se atrás de Tom. – Harry... Você é um assassino maluco nos trazendo para uma ilha deserta para nos matar?
- Ei! Foi a que deu a ideia, me tira dessa! – apontou para a garota que tinha uma cara de anjo. – Ela sabe o que fizemos no verão passado!
- Nada? – Tom olhou para o céu, já estava começando a escurecer. Olhou para a sua blusa no corpo de , e mordeu os lábios, resistindo a tentação. – Quem disse que você podia pegar?
- Não preciso que me digam o que fazer ou não, isso já é propriedade minha, assim como o dono desta blusa também é – ela puxou-o pelo cós da calça e depositou um pequeno beijo no canto de sua boca, assim, saindo correndo. Tom correu atrás dela e abraçou-a pelas costas, distribuindo beijos em seu pescoço, fazendo a garota delirar, até estragar o momento. - Cadê o Daniel? – perguntou percebendo a falta de Danny, que já não estava mais no mesmo lugar que anteriormente.
- Vai ver que ele que é o assassino e foi em busca de alguma metralhadora...

- ... Posso falar com você? – virou o rosto, vendo Danny em pé com a cabeça baixa, com seu cabelo ainda molhado.
- Vai lá – sussurrou em seu ouvido cutucando-a, e saiu de perto, indo encontrar os amigos que arrumavam a barraca.

Capítulo 24

- Posso saber o que aconteceu aqui? – perguntou vendo Harry com certo esforço de fazer a barraca ficar parada num lugar exato.
- Graças, alguém para me ajudar! – ele abraçou-a, mas logo a soltou. – Ok, não dá para você me ajudar... Não pode fazer esforço nenhum durante esses dois meses.
- Harry, é uma barraca, é leve – ela riu feliz pelo cuidado que ele tinha.
- Bom, a nossa já está montada. Eles que se virem. Nossa noite já pode ser bem aproveitada – mordeu sua orelha, e desceu os beijos até seus lábios, selando-os num beijo doce e tranquilo. Foi até sua barriga e brincou com a mesma. deixou escapar algumas lágrimas, mas logo limpou.
- Olha, achei América! – gritou correndo e quase tropeçando.
- Ela quis dizer que achou gravetos... – Dougie corrigiu, e logo estavam sentados ao redor da fogueira que tinham feito.
- Desculpa a pergunta, mas isso é algum tipo de dança da chuva? – perguntou, colocando suas mãos na de Tom, que estavam ao seu redor, abraçando sua cintura por trás. – Fogueira, gravetos, mar, praia...
- Nós poderíamos virar índios. Eu tenho vários objetos para artesanato, e...
- Está bem, . Essas suas ideias doidas podem fazer mal ao bebê.
- Minhas ideias são ótimas, ok! – ela ficou boquiaberta e lhe deu um soco leve no ombro. – A primeira roupinha que farei para o bebê será indígena.
- Pobre filho meu... O que será de sua vida, traumatizado eternamente.

- Me desculpe, eu sei que você não nada bem, não devia ter feito aquela brincadeira – Danny sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem, estava sem blusa, e morrendo de frio.
- Bom saber que você enxerga isso – chutou a areia aos poucos com os pés. – Mas também admito que exagerei um pouco, só que me afogar não foi muito legal – deu um sorriso fraco e sentou-se numa grande pedra próxima.
- Você me desculpa? – ele sentou-se ao seu lado e ela encarou seus olhos, fazendo-a viajar naquele azul mais lindo que o mar ou o céu.
- Só se você não tentar me matar de novo – ele riu baixo e colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Se eu fizesse isso, me matava junto. Você é meu anjo, minha pequena – ele puxou-a para mais perto e cantou em seu ouvido. fechou os olhos e relembrou de cada momento que passaram juntos, de como eram felizes, e nada podia deter isso.

*Flashback On*

- Você não entende - ela disse quase chorando.
- O que é que eu não entendo?
- Nada, é melhor esquecer isso, esquece o que eu disse - disse ela já limpando as lagrimas.
- Hey, eu não quero esquecer que você me ama, mesmo porque você não sabe como eu te amo.
- E como? - Ela perguntou já sabendo a resposta, pensou que ele iria dar um abraço nela ou coisa do tipo, mas não. Danny a puxou pra mais perto e a beijou, ambos sem reação deixaram se levar pelo beijo longo. Podia ser o fim de uma grande amizade ou o começo de um novo amor.

- Olha como a noite está linda, as estrelas... - disse olhando pro céu, eles estavam deitados no pequeno jardim da escola.
- Uhum, isso é só menos lindo que você - Danny disse olhando nos olhos de , como aquela garota conseguia fazer seu dia ficar melhor, era tudo que ele precisava.

- Sabe... Às vezes eu tenho medo do futuro – disse se virando, olhando para o além. A vista dali era muito linda, água limpa, dava pra ver a própria imagem.
- Por quê? – Danny encostou o queixo no ombro de que suspirou.
- A gente nunca sabe o que pode acontecer no dia de amanhã – ela olhou pra baixo. – Pra ser sincera, tenho medo de perder você.
- Nunca mais fale isso – ele entrelaçou seus dedos no dela, assim levantando os braços. O vento estava batendo um pouco mais forte. – Eu amo você, pequena – ele disse no seu ouvido.
- Eu também te amo – ela abaixou os braços fazendo com que Danny a abraçasse. O sol estava começando a se por, queriam vivenciar aquele momento mais que tudo.

- ... – Danny colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha dela. – Eu só quero que você saiba, que mesmo estando preso numa casa, a beira da morte... Eu consigo ficar feliz, pois você está comigo – ele olhou no fundo dos olhos dela. A mesma sorriu.
- Não importa o que vai acontecer hoje ou daqui pra frente, contando que você esteja comigo, é isso que importa. Eu amo você...
- Eu também – ele sorriu e aproximou seus lábios do dela, assim a beijando.

*Flashback Off*

Ela colou seus lábios ao dele, e passou a mão pelo cabelo molhado, acariciando seu peitoral, abraçando-o. Olharam para o horizonte, o céu estrelado, por tanta coisa já haviam passado, e muita coisa tinha mudado. Como o amor que sentiam um pelo outro, havia crescido, e aumentava a cada olhar. Mesmo já conhecendo o toque um do outro, a sensação era a mesma, como se fosse o primeiro beijo. Tinham amadurecido, mas sabiam que aquele amor, era um amor sem fim.

Capítulo 25

- Bom, já que todos comparecem aqui, em paz – Tom deu um olhar não muito amigável para Danny e . – Eu tenho um discurso a fazer.
- Eba! Discurso, discurso! – bateu palmas feliz e lhe deu um beliscão.
- Eu queria anunciar, que depois de mais de sete meses, eu finalmente, tenho os papeis na mão, com o casamento marcado – ele mostrou as folhas e enquanto todos comemoravam, estava boquiaberta, sem reação. Já tinha passado tanto tempo que achava que ele tinha até esquecido disso. – Portanto, silêncio, por favor! – gritou no ouvido de Dougie que se encolheu. olhava a cena contente, sabia que eles se amavam mais que tudo. – Irei fazer o pedido oficial – ele sorriu, mostrando sua covinha. Agachou-se à frente de e tirou uma caixinha de seu bolso. Abriu-a, mostrando que dentro havia uma aliança de ouro. – , aceita ser minha esposa até que a morte nos separe?
continuava sem reação, como se aquilo fosse somente um sonho, não podia acreditar, e todos os momentos que tiveram juntos veio em sua cabeça, vendo como tinham sido felizes, e ela nem tinha reparado.

*Flashback On*

- Se esse seu par é quem eu penso, você está muito enganada, porque... Ele te ama, só não tem coragem de demonstrar isso - Tom disse entre risos.
- Interessante, acho que eu preferia que esse par se declarasse logo de uma vez e não me fizesse sofrer tanto - se levantou e fez menção de descer as escadas, mas sentiu alguém puxar seu braço e quando se virou não teve tempo de falar nada, Tom a beijou.

- Mas agora está muito melhor – ele se aproximou dela e a beijou. Após se separarem se observaram alguns segundos e Tom olhou para o sol se pondo. – Você foi a primeira que eu beijei, primeira ficante, primeira melhor amiga. Minha primeira namorada, e única para sempre – ele acariciava o cabelo dela. estava com os olhos brilhando sorrindo abobada, quem diria que um dia os dois estariam juntos.
- Eu amo você – ela sussurrou. Tom sorriu e os dois voltaram a olhar pro sol, abraçados.

- , você está parecendo criança, e isso já é desde ontem – Tom riu alto. – Minha bruxinha, eu amo você – ele se aproximou mais.
- Hm, verdade? Você ficaria com uma bruxa?
- Haha, depende, se for uma bruxa linda como você, qual o problema? – Ele sorriu.
- Já tô vendo que falar de bruxas pra você não foi bom, agora você vai me trocar pela primeira bruxa que ver na frente.
- Você é única, . E eu amo você mais que tudo – Ambos sorriram, se aproximou e o beijou.

*Flashback Off*

- Nem a morte pode nos separar – ela sorriu radiante, jogando-se nos braços do noivo. Abraçou-o forte e separou-se um pouco, observando cada traço de seu rosto. Selou seus lábios num beijo profundo, sentindo as lágrimas invadirem seus olhos.
- Quem um dia imaginou que o Tom ia ser o primeiro entre nós a se casar levanta a mão – somente Danny levantou um dedo.
- Qual é, eu sou esperançoso! Quem imaginava que Harry ia ser o primeiro a ser pai? – todos levantaram a mão e ele arregalou os olhos.
- Ei! Eu só sei aproveitar a vida sem moderação, ok? Mas vejam pelo lado positivo, agora tenho a melhor namorada, e vou ter um filho, vocês não – ele deu língua e beijou a testa de .
- Bom, acho melhor irmos dormir para acordar bem cedo amanhã. Pensei em alguns ficarem aqui e outros irem buscar algum lugar que pelo menos dê para ligar para o reboque. E ainda mais depois dessa declaração, terei bons sonhos – encostou a testa na de Tom, fechando os olhos.
- Verdade, eu não quero ser devorado por um urso – Danny encolheu-se.
- Não existem ursos numa praia...
- Por tubarões gigantescos então!
- Boa noite pessoal – levantou-se, arrastando Danny junto e cada um foi para sua respectiva barraca, sobrando somente apertando os joelhos contra o corpo, com o queixo apoiado nas pernas. Olhava atentamente para as faíscas de fogo e suspirou, estremecendo ao sentir o vento fraco.
- Não vai entrar? – Dougie colocou a cabeça para fora da barraca e assentiu com a cabeça, entrando lentamente. Deitou ao lado de Dougie e olharam para cima.
- Você está brava comigo? – ele perguntou baixo.

Capítulo 26

- Não. Por que estaria? – virou a cabeça, encarando-o respirar fundo.
- Tom e vão casar, Harry e vão ter um filho, e nós estamos na mesma.
- O que você quer dizer com “na mesma”? – questionou, em dúvida.
- Você já deve ter cansado de mim – deu uma risada triste. – Nunca fiz nada para esquentar nossa relação... Digo, você entendeu.
- Nunca é tarde demais – ela deu um sorriso malicioso, mas logo o desfez. – e Danny também estão assim, não somos os únicos – vendo que Dougie não iria fazer nada para mudar isso, rolou, ficando em cima dele. Dougie sempre fora tímido demais, apesar de ter dado o primeiro passo para ficarem juntos, talvez foi a única vez que teve coragem.
- Você vai continuar me amando mesmo não sendo como você queria? – fez carinho em seu cabelo caído pelo rosto. olhou em seus olhos azuis, como não se apaixonar por ele?
- Eu sempre te amei e vou te amar pelo resto da minha vida, Dougie. Você é o único que conseguiu conquistar meu coração, sinta-se orgulhoso por isso.
- Eu tenho orgulho de ter você só para mim – Dougie aproveitou o momento delírio de , virando-a num movimento brusco e ficando por cima dela, piscando. Ela mordeu os lábios e o puxou pela nuca, lhe beijando ferozmente. A cada segundo que o beijo ficava mais profundo, ambos recordavam do que tinham passado juntos.

*Flashback On*

- Er, amor? Você sabe que eu nunca me apaixono e nem pretendo me apaixonar.
- Será mesmo? - ele fez cara de desconfiado. - Tem certeza que não sente NADA, nem um pouquinho por ninguém? - ele foi se aproximando cada vez mais, já conseguiam sentir a respiração um do outro.
- Dougie... - Ela não conseguiu falar mais nada, pois foi interrompida por um beijo, era um beijo de medo junto com amor. Finalmente, ela sentiu algo estranho, mas depois ela percebeu o que era. Era o amor, algo que ela nunca sentiu e ele fazia com que isso existisse.

- Quem disse que eu vou te trocar? Mas pensando bem... Se ele for bonito vale a pena - disse ela, mas logo mudou de ideia vendo a cara de irritado que Dougie fez. - Eu estou brincando bobo, eu não quero mais ninguém além de você.
- Verdade? - os olhinhos dele brilhavam. -
Claro, quer dizer, se você também quiser ficar comigo lógico.
- Depende, se eu conhecer alguma fantasminha melhor que você quem sabe - ele disse e viu a cara de emburrada que ela fez e ele riu alto. - Viu como é chato ser trocado?
- Mas eu estava brincando.
- E eu também estou, melhor que você é impossível - disse ele se jogando pra trás caindo e puxando junto.

- Você gosta de me agarrar, né? – Dougie perguntou rindo para que estava abraçada nele já fazia horas.
- Aham – ela sorriu. – Ainda mais porque está frio, e eu não tenho no que me aquecer...
-... E aí eu sou a sua última opção – ele disse completando a frase dela.
- Não, a melhor – ambos sorriram.
- Ainda acha que não gosta de ninguém? – Ele perguntou com certo receio.
- Sabe Poynter, eu já estou com você há dois anos e meio. Acho que se eu não gostasse de ninguém, eu não estaria com ninguém, não acha?
- Ah, vai ver que você está namorando comigo só por prazer e...
- Dougie! É você quem eu amo e sempre vou amar – os olhos de Dougie brilharam.
- Eu também te amo – ele se aproximou dela e a beijou.

*Flashback Off*

Dougie levantou a barra da blusa dela, passando a mão por sua cintura, aproximando-a de seu corpo. Estava fazendo um frio tenebroso lá fora, mas dentro daquela barraca, esquentava cada vez mais. Ele mordeu seu lábio inferior, provocando-a e arrancou a blusa de Dougie, rindo envergonhada. Dougie distribuiu beijos pelo seu pescoço, levando á loucura.
- Dougie... – ela gemeu de leve. – Dougie! – mas agora já era um chamado de desespero, pedindo para parar. – O que é aquilo? – ela apontou para uma sombra preta que se aproximava cada vez mais.
- Pode ser ajuda... Talvez nos acharam – estava raivoso por ter tido a oportunidade com , mas ao mesmo tempo, preocupado.
- Não acho que o que está vindo aí é uma ajuda... – ela engoliu a seco, apertando o braço de Dougie firmemente.
- Eu sabia que tinha ursos por aqui... – ele brincou tentando descontrair, mas não deu certo. A sombra se aproximava cada vez mais, assustando-os.
- Não vai lá, por favor! – ela implorou quando Dougie ficou de joelhos, botando sua blusa novamente. Ele pegou em seu rosto com as duas mãos, e deu um pequeno beijo nela.
- Se algo acontecer, saiba que eu te amo. E fique bem quietinha – ela assentiu com a cabeça, com algumas lágrimas nos olhos e Dougie saiu da barraca.
Observou a sombra dos dois, enquanto Dougie andava para trás, parecendo assustado. A outra sombra pegou uma faca e o coração de disparou, com a vontade imensa de sair dali e salvar o namorado. Ele levantou a mão com a faca e Dougie gritou, sentindo a facada. colocou a mão na boca, engolindo o choro por mais que fosse impossível.
A sombra se aproximou da barraca, e se encolheu na mesma, rezando. O que deu certo, pois a sombra ao sentiu um vento forte passar, simplesmente desapareceu. viu o corpo do namorado deitado na areia, com a respiração pesada, tentando sobreviver, mas Dougie não aguentou e acabou desmaiando.

Capítulo 27

- Olhe só, quanto dinheiro! – Pete jogou as notas, espalhando-as pela mesa, rindo alto. Olhou para a esposa, que estava encostada na janela, olhando pelo vidro.
- Onde você escondeu os corpos? – perguntou secamente e rude.
- Na nossa casa onde passamos as férias. Poucas pessoas sabem da existência daquela casa, não teremos problema em relação a isso. – Dougie arqueou a sobrancelha, olhando de um para o outro, e engoliu a seco ao recordar-se da casa quando o carro deslizou da estrada e desmoronou floresta a baixo.

*Flashback On*

Seguiram as pegadas e acabaram chegando no porão. Ascenderam as luzes e continuaram seguindo as pegadas, até que viram da onde vinha aquele sangue. Era deles mesmo. Da família do Jim. O corpo deles ainda estava naquela casa. Só que, havia mais corpos não identificados ali, e um deles, tinha os traços de uma pessoa que eles conheciam, e muito.

*Flashback Off*

- Estou tão feliz pelo meu plano ter dado certo – ele sorriu radiantemente, explodindo de felicidade, embora a mulher cheia de nojo revirasse os olhos. – O que você tem? – bufou.
- Você não tem sentimentos, muito menos coração – cuspiu as palavras, sem coragem de encará-lo. - No que você se transformou, Pete? Num terrível monstro? – suspirou, contendo as lágrimas. – Sinto falta daquele Pete que eu conheci, totalmente diferente, divertido e que não se preocupava com pequenas coisas. – observou a neve cair lentamente e desejou estar lá.
- Pense pelo lado positivo...
- QUE LADO POSITIVO? DE EU SER ESPOSA DE UM ASSASSINO? – ela fez gestos com a mão, esbravejando e apontou o dedo em direção a ele. – Sabe a imensa vontade que eu tenho? De te abandonar, é o que você merece: viver sozinho eternamente, sem ninguém ao seu lado. – ele pegou o dedo que estava em seu rosto com força, ameaçando torcê-lo e apertou seu braço, fazendo-a gemer.
- Faça isso para você ver o que lhe acontece – cerrou os dentes, furioso. – E nunca mais aponte esse dedo na minha cara - soltou violentamente seu braço e ia se afastando, quando ela falou num tom calmo.
- Não tenho medo de você – ele deu uma risada cínica e virou-se abruptamente, dando um tapa em seu rosto. Ela colocou a mão no lugar afetado com um toque recém-avermelhado, boquiaberta e correu para a cama, desabando no choro. Ele fechou a porta fazendo um enorme estrondo e a empregada se aproximou assustada.
- Não se atreva a entrar ali dentro – avisou com um ar perigoso. Entendendo imediatamente o recado, ela deu passagem para ele e ao ver que como sempre depois de brigas, ele tinha pegado seu carro e ido para o bar, entrou no quarto e consolou a amiga.

When darkness turns to light
(Quando a escuridão se tornar luz)
It ends tonight
(Isso termina essa noite)
A falling star
(Uma estrela cadente)
Least I fall alone
(Pelo menos eu caio sozinho)
I can't explain what you can't explain
(Eu não posso explicar o que você não pode explicar)
You're finding things that you didn't know
(Você está encontrando coisas que você não sabia)
I look at you with such disdain
(Eu olho para você com tanto desprezo)

Dougie assistiu a cena com remorso, uma enorme vontade de matar Pete invadindo-o... Se ele já não estivesse morto. Ouviu uma voz cantarolar e caminhou em direção ao quarto de onde vinha a canção. Abriu a porta lentamente e viu Billie sentado numa poltrona, compondo uma nova música, o que tinha muito talento e era sua paixão. Dougie sentou ao seu lado, na beirada da cama e descobriu milhares de lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Dougie abaixou a cabeça, triste por Billie.
- Eu nunca quis fazer mal a vocês... – Billie sussurrou. Dougie levantou a cabeça automaticamente, arregalando os olhos. Ele estava realmente falando com Dougie? – Estava perturbado demais, doente, odiava a minha vida. Acabei passando a impressão errada, só queria que vocês me perdoassem.
- Billie, olhe para mim – ele atendeu a seu pedido, levantando o olhar e juntamente sacudindo seu cabelo, pela franja atrapalhar sua visão. – Não tem do que se desculpar. Você tem seus motivos, e compreendemos isso. Mas agora, você precisa nos ajudar a relutar e... – Dougie brincou com seus próprios dedos, respirando fundo. – Poder vencer mais essa batalha. Só queremos ter uma vida normal, felizes como éramos antes.
- E é exatamente por isto que eu peço desculpas. Se não fosse por mim...
- Acha que não está sendo divertido para nós descobrir tanta coisa, e poder te ajudar a superar isso e descansar em paz? – ele deu um sorriso sincero, esquecendo por um segundo do terror intenso que passaram durante tanto tempo, por causa do garoto à sua frente. – Fora que uma parte da culpa também é nossa, nós que chamamos você.
- Dougie, não é Jim, nem Stacy e muito menos Brian que está os assombrando. Jim tem mais motivos que eu para ser surtado. Mas pense bem, é evidente, a resposta está bem clara, só basta vocês interpretarem e enxergarem.
- Pete? – Dougie já tinha pensado nisso há muito tempo antes. Contudo, ainda continha certas dúvidas a respeito. Deveria realmente acreditar em Billie? Afinal, suas desculpas eram sinceras? Ele as comprovou, mas quem deve acreditar fielmente num espírito, que ainda mais, além de fazê-los passar por sofrimento, nem os conhecia direito? Fantasmas são mentirosos. E isso não é nenhuma novidade.
- Procure seu ponto fraco, e logo o atingirá.

Capítulo 28

- Oh, Dougie, você voltou! – abraçou-o, com uma expressão de desespero. Ele sentiu uma forte dor no peitoral e gritou, tentando afastá-la delicadamente, embora sua dor não permitisse tal ato cuidadoso. – Calma, você ficará bem!
- Eu estou bem, só...
- Está? Olhe para seu corpo! – curvou-se, olhando para o tórax, e seu abdômen contraiu, vendo um imenso corte de facada. mordeu os lábios acariciando o cabelo do namorado. – Isso ficará uma bela cicatriz...
- Sorte que não foi profundo – Harry intrometeu-se, tomando seu suco e fazendo um barulho irritante com a caixinha chegando ao fim.

- Quando te encontramos, você estava completamente ensanguentado. Pensamos até que você ia... – engoliu as próprias palavras, recusando-se a pronunciá-las.
- , isso está totalmente alterado! – Danny pestanejou analisando o mapa. Ele e a namorada estavam sentados num banco comprido no calçadão da praia.
- Tomamos caminhos diferentes, então não deu certo o plano de sabe quem estava fazendo. – Deu de ombros, coçando o queixo e pensando em quais seriam as possibilidades de existir outro mapa escondido em algum lugar.
- Tenho medo que haja outro mapa e estejamos predestinados a encontrá-lo. – Silabou parecendo adivinhar as questões dela. suspirou pesadamente, pousando a palma da mão contra a do namorado, que entrelaçou seus dedos.
- Danny, não é possível comandar nossos atos e movimentos! Esse mapa era somente uma dedução do que poderia ocorrer, ou então uma estratégia para nos confundir – um trovão agitou o céu, iluminando a escuridão anormal da manhã. Eles direcionaram o olhar juntamente ao relâmpago, constando a escuridão que se aproximava com mais intensidade, como se fosse noite, e eram apenas nove horas da manhã. – Vai chover forte... Melhor voltarmos para o carro – Danny concordou e voltaram para onde se encontravam os outros amigos.
- Só espero que não alague – ele murmurou para si mesmo.
- A e o Tom estão demorando demais. Será que conseguiram encontrar alguém?

- Ali, Tom! Parece ter um mini hotel, e um estacionamento – pulou e correu em disparada, abrindo a porta do hotel e avistando apenas um balcão pequeno e dirigiram-se a recepcionista.
- Bom dia, você tem quantos quartos sobrando?
- Nenhum – respondeu ríspida, voltando a colocar seus óculos que caiam perto do nariz, olhando para o computador e digitando.
- Mas nós precisamos de abrigo, e...
- Por favor, retirem-se – Tom fechou o punho, com uma vontade enorme de dar um soco naquela mulher, mas logo achou uma solução.
- Tem um assassino aqui perto. Se você não pedir por ajuda, logo ele invadirá sua espelunca e provavelmente te cortará em pedacinhos e jogará no mar pros peixes e caranguejos comerem – a mulher mirou-o apavorada.
Rapidamente, pegou o telefone e ligou para polícia. Algumas horas depois, a polícia chegou e levou os oito amigos de volta para casa, juntamente com o carro. Revistaram toda a região da praia, mas não encontraram ninguém que os pudesse ameaçar. Não discutiram, já imaginavam que não acreditariam neles, mesmo Dougie tendo um enorme corte. Ele em particular foi levado direto ao hospital em emergência e , e Danny foram juntos. precisava descansar, andava muito cansada por conta do bebê que carregava; e Harry foi buscar os pais de e Dougie no aeroporto, que exatamente naquele dia, tinham acabado de chegar de viagem. Harry emitiu a permanência de Dougie no hospital, para não os preocupar. Disse que eles tinham ido para outra cidade comprar algo que estavam precisando há muito tempo, e ainda não tinham chegado. Aquilo não poderia ser dito por muito tempo, pois Dougie ficaria com a cicatriz, e logo eles veriam. Tinham que pensar em alguma justificativa. O pior é que odiava mentir para os pais. Enquanto Tom e haviam ido buscar Buffy no pet shop.
- Cadê ela? Estou com muitas saudades! – estava ansiosa, a última vez que a viu foi antes de irem à praia, e fora muito rápido.
- ... – a veterinária abaixou os olhos e Tom levou a mão à cabeça, e a outra apertou a mão de forte. O tom de voz da mulher não era sinal de boas notícias. – Você realmente quer ver a Buffy?
- Como assim? É óbvio que eu quero vê-la! Imediatamente! – ela elevou um pouco o tom da voz e Tom acariciou-a, para que se acalmasse.
- Venha – sussurrou e eles a seguiram, parando na porta onde tinha a placa ‘Emergência’ e isso já a fez congelar por inteiro. Abriu a porta e viu alguns cachorrinhos, com machucados, ferimentos e um em especial, com uma cortina ao redor da mesa onde encontrava. A veterinária abriu a cortina lentamente, com um aperto no coração, e lá estava Buffy.
- O... Que... Aconteceu com ela? – Tom gaguejou, boquiaberto. Seu coração disparou, profundamente incrédulo e em choque.
- Quando abri o pet shop logo de manhã bem cedo, vim primeiramente como de costume na sala de emergência, onde é a sala que os cachorrinhos precisam de maior cuidado. Normalmente fica uma pessoa contratada os vigiando, mas normalmente nós damos algum remédio leve para dormirem. Neste dia a pessoa não pôde ficar muito tempo e logo foi embora. Quando cheguei, Buffy estava toda ensanguentada e com os pelos voando pela sala. Os outros cachorros não latiam, mas tremiam muito, como se estivessem com medo de algo, e de vez em quando rosnavam. Se eu chegasse um pouco mais tarde, ela estaria morta – ela acabou chorando, seu xodó sempre fora Buffy. – Desculpe, eu fiz de tudo que pude. Ela já foi operada, mas continua entre a vida e a morte – debruçou-se na mesa, abraçando delicadamente a cachorrinha sem pelo algum, com muitas marcas pelo corpo e chorou profundamente. Tom juntou-se ao choro, e acariciou a cachorrinha que abriu os olhos lentamente, soltando um gemido fino, chorando, o que os fez chorar mais ainda. Olhou para sua veia ligada ao soro, aquilo não poderia estar acontecendo...
- O que nós fizemos para merecer isso? – perguntou, enquanto andava pela rua alheia, os olhos com olheiras e inchados. Ela não se sentia mais apenas uma vítima, agora ela tinha uma raiva imensa de quem estava não só os atormentando, mas atingindo aqueles que tinham uma importância enorme em sua vida. Machucar e torturar era uma coisa; pôr a vida de Buffy que nada tinha a ver com isso em risco, era loucura que a deixava furiosa.
- Não existe uma resposta exata para isso – Tom fungou, suspirando. - Ela vai ficar bem, pensamento positivo. Buffy é forte, não fica assim . - Tom abraçou-a e logo voltava a chorar, molhando sua camisa.

Capítulo 29

- Está muito cheio, eu quero descansar, poxa – reclamou fazendo drama enquanto Danny a puxava para dentro da balada, e a mesma recuava.
- Por favor, ! Só um pouquinho, ok? – ele fez cara de cachorro sem dono e revirou os olhos. Tinha como rejeitar a tal pedido dessa forma?
- Vamos logo – a balada estava lotada de pessoas pulando e dançando, a música alta de estourar os tímpanos, os efeitos de luz cegáveis, e vários casais. Sentaram-se em bancos na frente do balcão e pediram uma bebida.
- O Dougie vai ter alta amanhã – deu um gole em seu refrigerante e viu o namorando dar vários goles na cerveja, se empolgando.
- Que bom que foi apenas um corte, não chegou a atingir órgãos – ele teve de gritar para ser escutado, e ela concordou quando uma nova canção eletrônica começou a tocar.
- Eu adoro essa música! – ela gritou pelo som estar alto e Danny apenas assentiu com a cabeça, pegando mais uma cerveja prestes a devorá-la. – Larga essa lata e vem dançar comigo, seu chato! – ele resmungou, mas após muita insistência, foi puxado a força contra a vontade para a pista de dança. colocou os braços ao redor do pescoço dele e Danny pousou uma mão em sua cintura, trazendo-a para mais perto e a outra em seu cabelo, afastando de seu rosto e ela fechou os olhos sentindo seu toque em sua pele macia.

When it seems like the world around you is breaking
(Quando parecer que o mundo a sua volta está desmoronando)
And it feels like there's no one else around you
(E sentir que não há ninguém mais ao seu redor)
And it's quiet there's a silence in the darkness
(E está calmo como um silêncio na escuridão)
As you walk in the crowded empty spaces
(Enquanto você anda em espaços vazios entre a multidão)
And you stare at the emptiness around you
(E você olha fixamente para o vazio ao seu redor)
You wanna go to the city and the bright lights
(Você vai querer ir para a cidade e as luzes brilhantes)
Get away
(Fuja)

virou-se de costas para Danny, colocando seu cabelo para somente um lado, caído sobre o ombro enquanto o outro ficou livre, provocando-o. Ele distribuiu beijos pelo seu pescoço que viraram chupões e ela livrou-se dele, dando a volta nele e passado a mão pelo seu corpo. Ambos dançavam, e Danny se remoía por dentro. Ela puxou-o pela gola da camisa e ele mordeu seu lábio, fazendo-a suspirar. Segurou nos cós da sua calça e puxou rapidamente, fazendo-o sorrir malicioso.

Cuz I will be there and you will be there
(Porque eu estarei lá e você estará lá)
We'll find each other in the dark and you will see
(E nós iremos nos encontrar no escuro e você verá)
And I'll see you too cuz we'll be together in the dark
(E eu também verei porque nós estaremos juntos no escuro)
Cuz if it's coming fort you then it's coming for me
(Porque se vir pra você, virá pra mim também)
Cuz I will be there, cuz we need each other in the dark
(Porque eu estarei lá e nós precisamos um do outro no escuro)
And if it terrifies you then it terrifies me
(E se isso assustar você, irá me assustar também)
Cuz I will be there, so we've got each other in the dark
(Porque eu estarei lá, então nós teremos um ao outro no escuro)

Danny colou seus lábios e brincou com a sua língua, aprofundando o beijo cada vez mais. Não ligavam para a multidão ao redor deles, naquele momento era apenas os dois e mais ninguém importava. Separaram-se ofegantes e Danny a conduziu até uma parede, prensando-a na mesma. Ela envolveu os braços em seu pescoço e entrelaçou os dedos no cabelo dele, acariciando-o enquanto se beijavam ferozmente, como se fosse a última vez, um enorme desejo brotando.

As I look into the sky
(Enquanto eu olho para o céu)
There's sparks bright as ice
(Há fagulhas brilhantes como o gelo)
You want me to take you over there
(Você quer que eu te leve até lá)
I want you to stay with me
(Eu quero que você fique comigo)
We'll hold each other in the dark
(Nós nos abraçaremos no escuro)
Now we're saved together in the dark
(Agora nós estamos a salvo, pois estamos juntos no escuro)
Cuz we've got each other in the dark
(Porque nós temos um ao outro no escuro)

Logo, todas as luzes se apagaram e as pessoas gritaram, um pouco agitadas pela escuridão. Muitas acharam que era pela letra da música, mas ao ver que não voltava, optaram por sair. Daniel e continuaram imóveis, por ter muita gente correndo para sair, só achavam estranho, poderia ser apenas uma queda de energia e as pessoas se precipitavam.
- Acho que vou lá ver o que aconteceu, se querem alguma ajuda...
- Não Daniel, você não vai! – gritou, lembrando de Dougie. O irmão e agora o namorado, mas não mesmo! Ela avistou algo na escuridão, uma sombra perto da claridade, e resolveu desviar o olhar. Poderia ser somente uma pessoa como outra qualquer.
- Mas e se... – ele cambaleou e percebeu que o efeito rápido da bebida já dava resultado.
- Mas nada, vamos embora logo e não me desobedeça! – ordenou e Danny bufou sendo arrastado pela namorada. Entraram no carro e olhou-se pelo retrovisor, ajeitando seu cabelo desarrumado. Olhou para Danny pelo canto do olho, percebendo que ele mordia os lábios, sem tentativas de difarçar. – O que foi? – ela riu timidamente ajeitando a saia.
- Já disse hoje que você está linda? – ele curvou-se, colocando uma mão em sua perna e a beijando intensamente.
- Danny... – ela murmurou entre o beijo e afastou-o com cuidado. – Melhor nós irmos para casa – ele fez uma cara insatisfeita, mas não achou opção. Piscou os olhos com força morrendo de sono e encarou-o. – Acha que você tem condições de dirigir? Se você quiser, eu dirijo e...
- Você nem tem carta de motorista, – ajeitou-se no banco e o silêncio dominou o carro. Danny parou em um sinal e fechou os olhos, cansado. Deveria ter ido à balada qualquer outro dia, mas era insistente. O sinal abriu e cutucou-o, assim ele abriu os olhos rapidamente e acelerou. Numa das curvas, ele não viu um poste e acabou batendo o carro no mesmo. foi para frente e voltou, batendo no assento com força. Olhou para o lado, onde Danny estava com a cabeça encostada no vidro.
- Danny! – ela gritou, puxando o namorado de volta para o encosto, e ele colocou uma mão na testa, onde sangrava.
- Ai – Daniel gemeu, fechando os olhos fortemente. – Droga! – o vidro do carro estava todo quebrado, partido em pedaços. – Você está bem?
- Estou, estou – ela respondeu rapidamente, tentando achar algum papel no porta-luvas. Pegou o primeiro em branco que achou e colocou em sua testa, limpando o sangue, mas sangrava cada vez mais. Procurou mais coisas no porta-luvas, e só achava coisas que não prestava e não serviam para nada. – Que droga, Daniel! Você não tem nenhuma caixinha com coisas simples para acidentes? – olhou de volta para o namorado, que quase caia para o lado. – Calma, Danny! O que está acontecendo?
- Estou vendo... , cadê você? – ele sussurrou quase inaudível, pois sua cabeça rodava.
- Estou aqui, meu amor – fez carinho em seu cabelo, aproximando-o de seu colo.
- ... – viram as imagens se multiplicarem cada vez mais e engoliu a seco, buscando forças para falar em sufoco. – Liga para alguém, rápido – falou fracamente até as imagens se mudarem para um lugar totalmente diferente, como se não estivesse mais no carro.

Capítulo 30

- Se você não parar com isso agora mesmo, levará uma bela surra. – Pete gritou, impondo, já levantando o braço.
- Legal – Jim deu de ombros, voltando a pegar a folha, compasso e lápis. Vendo que seu filho não o obedecia, deu um chute no mesmo. Jim encolheu-se contra a parede e abaixou a cabeça, lágrimas já não caiam mais, haviam secado de tanto derramá-las. Essa não era a primeira vez que Pete agia de tal maneira. Certo que Jim também não devia brincar com esse tipo de coisa, era perigoso, portanto, sem colaboração. Mas quem disse que ele fazia realmente a brincadeira? Somente fingia, mas nunca teve coragem, muito também porque o impediam.
- Da próxima vez, será muito pior – avisou batendo a porta com força, a ponto de o chão tremer, consequentemente.
- Não terá próxima vez – pausou, esforçando-se para que a palavra saísse entre dentes –, pai – soltou com desgosto. Abriu a janela e olhou para baixo. A distância até o chão era grande, mas do mesmo jeito equilibrou-se, pulando, e caindo com força no chão. Olhou para os lados, ninguém parecia ter percebido ou notado seu ato atrevido. Deu uma última olhada na casa, sentindo pena de deixar sua mãe sozinha com aquele inútil, mas ela sabia se cuidar e achava que ela conseguiria se livrar dele. Danny mirou a janela de sua casa, enquanto Jim corria, a fim de pular o muro e ir para a rua, e avistou Pete, com os olhos cerrados, só faltava sair fumaça de tanta raiva que transbordava. Concentrando-se em seguir Jim, o encontrou próximo da casa de e Dougie, logo, adentrando pelo portão. Lá estava Billie com os braços abertos, dispostos a ajudar. Jim abraçou-o, entregando-se às lágrimas incontroláveis, e logo Stacy e Brian apareceram.
- Não fica assim, cara – consolou-o e Danny observou a sala um pouco diferente do normal, tentando juntar os fatos de acordo com que Dougie tinha contado, e chegou a conclusão de que esta cena, aconteceu antes mesmo de Pete matar os pais de Billie, mas que aparentemente no momento, não estavam em casa. E antes mesmo da morte de Jim.
- Tem como eu passar alguns dias aqui? Não aguento nem mais um dia naquela droga de casa.
- Jim, não é que eu queira falar, mas o primeiro lugar que seu pai irá te procurar, é aqui. – Brian disse diminuindo o volume da televisão, para não incomodar o amigo.
- Eu sei disso! Mas, pelo menos, só por hoje. – Billie esfregou a mão pelo rosto, jogando-se no sofá e apoiando o cotovelo nos joelhos.
- E depois, quando ele te achar, o que você fará? – Stacy abraçou Jim, tentando acalmá-lo. Jim fechou os olhos por alguns segundos e respondeu firmemente, mas com a voz um pouco quebrada.
- Irei matá-lo.
- Claro, vai lá comprar uma arma e atira nele – Billie bocejou.
- Estou falando sério – Brian virou-se, encarando-o e estremeceu, sabendo que ele falava a verdade, já que em seu tom de voz, não havia nem um sinal de brincadeira ou dúvida.
- Isso não resolverá os problemas...
- Como não? É absolutamente o que resolverá! – Billie levantou-se, caminhando até uma porta perto da escada, e tirando uma arma de lá. Danny arregalou os olhos, aquela porta sempre esteve trancada...
- Toma – Billie estendeu a arma para Jim que hesitou, esticando lentamente a mão, até pegá-la, tremendo. Nunca tinha estado com uma arma nas mãos antes, e ainda mais carregada. Olhou para a arma e lembrou-se de seu pai, de quando era criança, como brincavam, riam e se divertiam juntos. Largou a arma num impulso, fazendo-a cair no chão e trazendo um estrondo. Voltou a chorar baixo, a ponto de soluçar, e Stacy apertou-o em seu abraço. – Não é tão fácil assim... Melhor você voltar para casa e tentar se entender com seu pai, ou ficar aqui mesmo.
- Vocês não entendem, nunca entenderam e espero que nunca entendam como é passar somente um segundo naquele inferno – saiu dos braços da amiga, direcionando-se a porta, e batendo-a sem dó. Danny notou o olhar chateado de Billie, como se tivesse fracassado na tentativa de ajudá-lo. Resolveu ir atrás de Jim, que estava perdido em seus pensamentos andando sem rumo. Voltou para casa e pegou seu carro na garagem, saindo e indo pela estrada. Não sabia onde ia parar, só precisava de ar livre, sem sufoco. Ligou o rádio cantando a música que tocava, e diminuiu a velocidade, abrindo a janela e sentindo o vento fraco bater em seu rosto, tranquilizando-o. Olhou pelo retrovisor num relance, e avistou o carro de seu pai. Bufou acelerando, e aproveitou que não tinha nenhum carro o atrapalhando do outro lado, e foi para o mesmo, mas logo o carro de seu pai estava ao seu lado, o atormentando.
- Jim, pare o carro! Por favor, vamos conversar – pediu dando uma buzinada e Jim revirou olhos, visivelmente cansado da situação.
- Agora você quer conversar? Depois de chutar e maltratar seu próprio filho? Eu quero aproveitar minha vida, me deixa em paz! – ele gritava para seu pai ser capaz de escutá-lo claramente, e Pete parou o carro bruscamente, pedindo novamente para o filho parar, mas ele não o fez. Tudo o que Jim viu antes de apagar, foi um caminhão de combustível vindo em sua direção em alta velocidade, e sem conseguir desviar, bateram violentamente.
- JIM! NÃO! – Pete gritou saindo do carro, completamente desesperado correndo em direção ao acidente, porém, tudo já estava em chamas, com a fumaça atrapalhando embaçando sua visão. E foi a partir daí que Pete enlouqueceu por completo. Ver seu próprio filho morrer, e pior ainda, por sua culpa, o fez perder a cabeça de vez. Danny via tudo boquiaberto, totalmente sem reação, era algo muito inacreditável.

Capítulo 31

Danny acordou com um enorme susto, a água gelada batendo em seu rosto, dando-lhe um choque e fazendo-o pular com o repentino.
- Desculpa, cara – Harry colocou o balde de volta ao lugar e viu seu tapete encharcado; aquela não tinha sido uma boa ideia.
- Onde estamos? – balançou os fios de seu cabelo molhado, dando um banho nos amigos ao lado, com o coração disparado. Pousou a mão no peito, respirando fundo, concentrando-se em recuperar e controlar a respiração.
- Na casa do Harry... Preferimos cuidar de você aqui – olhou-o tristemente, ajoelhando-se no chão com muito cuidado, pela barriga estar grande. Olhou ao redor, observando os quadros de paisagens naturais, cachoeiras e riachos, e a luz branca clara em seus olhos ainda adormecidos. Percebeu então que estava a salvo, aquilo não tinha passado de apenas um sonho (ou talvez não).
- Obrigado por me salvarem daquele pesadelo – descansou a palma da mão na testa, já não sangrava mais, deveriam ter colocado gelo para parar o sangramento. Fizeram um bom tratamento.
- O que aconteceu, Dan? – entrelaçou seus dedos ao do namorado, mas quando ele abriu a boca para começar a dialogar, ele sentiu um enjoo enorme o invadir. Levantou-se rapidamente e correu para o banheiro, agachando-se e sentindo seu estômago todo contorcer-se, vomitando. sentiu uma forte dor na barriga, como chutes, mas diferentes, e mordeu o lábio com força, controlando-se para não gemer, era apenas uma contração, ia passar.
- Eu vou pegar uma roupa nova pra ele... – Harry correu até o seu quarto, deixando-os a sós.
- Foi a bebida e a batida – Danny encostou-se na parede quando se recompôs, e sentou ao seu lado, dando um beijo estalado em sua testa. – Depois você nos conta, é melhor você descansar. – Danny desabou a cabeça em seu ombro de tamanho cansaço, adormecendo.
O período em que esteve desmaiado, não foi suficiente para melhorar, já que foi repleto de aventuras e tensões. Ele estava mais esgotado que antes, se possível. levou a mão à barriga, sentindo a mesma dar várias voltas e sentiu aquele gosto amargo na boca, prestes a vomitar. Afastou-se delicadamente de Danny, segurando-se para não ser precipitada, e engatinhou até o vaso, vomitando. Odiava muito vomitar, ainda mais porque, não era a primeira vez que isso acontecia aquele mês. Esforçou-se o máximo possível para não fazer barulho, embora fosse quase impossível. Fechou os olhos aliviando a sensação repentina, mas não parecia ter finalizado.
- ... – a voz de Danny soou duvidosa, fazendo-a perder o fôlego e suspirar pesadamente. Fez esforço para não vomitar mais, e virou um pouco a cabeça, deparando-se com Danny olhando-a seriamente. – Você...
- Não é nada, não é nada! – respondeu nervosa rapidamente, dando a descarga, sem coragem para encarar o namorado. – Foi somente a bebida... – mentiu, pois tinha tomado uma única lata de refrigerante, e ainda que fosse bebida alcoólica, ela costumava ser firme para tal coisa. Foi quando se lembrou de sua noite com Danny poucos meses atrás.
- Eu coloquei as peças de roupas em cima da cama... – Harry deu dois leves toques na porta, distraindo-os.
- Valeu, cara – Danny levantou-se com ajuda do amigo, e apesar de contra gosto, foi carregado até o quarto de Harry. virou-se, dando de cara com encostada no batente da porta.
- ... – ela continha a mesma expressão que Danny. Na verdade, até mais certa. Elas se conheciam há tanto tempo, tantas confissões compartilhadas, uma conhecia a outra melhor que qualquer um. abaixou a cabeça, sentindo-se culpada.
- Eu não sei...
- Melhor irmos dormir, já está tarde – ela aconselhou, visto que ninguém estava na melhor disposição para discutir os acontecimentos. Ambas foram para os devidos quartos, e abriu a porta em que Danny estava com receio. Olhou para trás e lhe mandou uma piscada, como se dissesse ‘vai em frente’, o que a deu coragem. Fechou a porta atrás de si, tirando seus sapatos, e deixando-os em um canto perto da parede. Deitou-se ao lado de Daniel, e acomodou-se, arrumando o travesseiro. Puxou a coberta para si e vendo o namorado descoberto, ajeitou a coberta nele também, como se estivesse cuidando de uma criança, o que a fez parar para refletir. Olhou para Danny, que agora mantinha os olhos abertos, encarando-a com aquele azul penetrante. Ela encostou a cabeça no travesseiro, sentindo a respiração tranquila de Danny bater em sua bochecha.
- Desculpa... – ela sussurrou sem saber ao certo o que dizer, entrelaçando seus dedos no dele. – Não tenho certeza absoluta ainda.
- Aconteça o que acontecer - ele passou o dedo indicador pela sua bochecha, fazendo-a fechar os olhos ao sentir seu toque, que lhe proporcionava o mesmo efeito –, eu vou estar sempre com você, minha pequena.
- Quando o carro bateu... – ela relembrou a cena e sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo. – Tive tanto medo de te perder – ele puxou-a pela cintura para mais perto, colando seus lábios num suave e sincero beijo.

Já no outro quarto, as coisas não estavam muito boas... Harry, como sempre, tinha caído num profundo e pesado sono, parecia um urso que só hibernava. sentiu uma pontada forte na barriga, e sentou-se com o susto, equilibrando-se na cama com uma mão e com a outra na barriga. Não, não podia estar nascendo, só se fosse prematuro... Mas o médico tinha visto, estava tudo tão certo, quer dizer, até o momento. As contrações passaram de fracas para fortes, e ela gemeu baixo, mordendo os lábios com força. Começava a suar, e estava prestes a chamar Harry, quando começou a ter visões. Assim como tinha acontecido com Danny, as imagens mudavam de lugar, e por sorte, a dor juntamente ia passando. Até se encontrar em um local totalmente diferente do que se encontrava antes.

Capítulo 32

- Eu só queria que você estivesse aqui – era Stacy. Ela lamentava, acariciando para sua barriga. – Por que, Jim? Por que você teve que ir bem agora? – ela pegou uma faca que escondia na mesa ao lado de sua cama, e apontou para a barriga magra. arregalou os olhos e seu queixo foi até o chão, praticamente. Logo, Brian adentrou no quarto e diante de tal cena, desesperou-se, pegando a faca da mão de Stacy com pressa. Ela tentou relutar, mas estava sem forças ou coragem.
- Você enlouqueceu, garota? – gritou, olhando da faca, para ela, enquanto chorava. viu um vulto passar e foi até a porta, certificando-se que era Billie, escondendo-se do lado de fora da porta, atencioso na conversa.
- Brian... – ela jogou-se em seus braços, desabando no choro. Billie sentiu um aperto no coração, mas de princípio não entendia o motivo do choro, nem queria se intrometer. Apesar de Stacy ser sua namorada, desconfiava de algo a mais. – Eu estou grávida – ela falou respirando fundo e secando as lágrimas.
- Co... Como assim? – ele gaguejou, paralisado. – De... Billie?
- Eu tentei vencer meu desejo arrebatador. Minha mente dizia “Não faça isso, pois se arrependerá depois”, mas meu coração dizia “Siga em frente, você o ama”. Não pude combater isso, me sinto péssima. Foi quando eu briguei com Billie, sempre escondi esse amor por Jim, e ele me acolheu em seus braços de uma maneira inesperada, e não pude esperar nem mais um segundo.
- Então... Esse filho é de Jim? – ela concordou com a cabeça. Brian levantou-se, com as mãos na cabeça, apavorado. recordou algumas palavras de Billie.

*Flashback On*

- Quieta, Stacy – Billie elevou a voz assustando todos, até a própria mulher. – Depois de tudo que você me fez, NUNCA será perdoada, entendeu bem? E muito menos você, Brian – ele olhou para os dois com uma expressão de raiva, mas seus olhos diziam a verdade. Era a tristeza.
- O... Que eles fizeram? – perguntou com receio. Billie olhou para eles e puderam reparar bem no rosto dele. Billie era um rapaz muito bonito, não merecia ter morrido assim tão jovem.
- Lembra de que eu disse pra vocês que minha namorada e meu melhor amigo tinham me abandonado? Então, são eles – os oito ficaram boquiabertos.
- Como assim? Mas porque eles se mataram?
- São idiotas, sempre ficaram seguindo esse palerma do Jim, e depois que ele morreu se afastaram de mim. Depois foi que eu descobri que eles haviam morrido e eu nunca soube o motivo.

*Flashback Off*

- O Billie vai te matar – falou duramente, indeciso. Billie era seu melhor amigo, e Stacy, melhor amiga. Foi quando começou a pensar consigo mesmo: Billie tem uma ótima família, tem dinheiro, e pode no futuro ter um bom emprego e ser feliz com um amor verdadeiro. Já Stacy, não era tão rica assim, tinha vários problemas familiares e quando seus pais descobrissem, iriam botá-la para fora de casa. Ou seja: Ela ficaria sem casa, sem família, sem namorado, sem um pai para criar seu filho. Então, por mesmo que fosse uma decisão difícil, acabou optando por ajudar Stacy, achava que Billie entenderia. Mas estava errado... Mesmo porque, seu pensamento também não estava certo: Quem disse que ter dinheiro e uma família boa, significa que pode ter uma vida ótima e com extrema felicidade? Stacy sempre fora o amor de sua vida, e descobrir aquilo... Doeu demais, uma dor incomparável, nem conseguia acreditar no que ouvia.
- Exatamente por isso que eu quero me matar... Melhor do que ver Billie sofrer, eu me odeio eternamente pelo que fiz. Por favor, me devolve a faca – ela implorou, indo atrás de Brian que jogou a faca pela janela, quebrando o vidro.
- Eu vou te ajudar, droga! – ela recuou, com um pouco de medo. Ele abaixou os olhos, confuso. – Me desculpa, só não sei se isso é o certo a fazer. Que droga, Stacy, por que você fez isso? Você por acaso sabe o quanto o Billie te ama? Não, você não faz nem noção! – ela chorava mais a cada palavra de Brian que a afetava. – E quando ele descobrir, como vai ser?
- Ele não vai descobrir – falou entre soluços. – Vou sumir. Não sei para onde vou, como vou me sustentar, mas encarar Billie... – gaguejou, afogando em suas próprias lágrimas. Ou seria dito, afogando nas mentiras? – Vai ser a coisa mais dolorosa para mim. Nunca tive a intenção de fazê-lo sofrer...
- Não precisa mais se preocupar com isso – Billie saiu de trás da porta, falando com desdém. Continha suas lágrimas, não iria gastá-las com alguém que não merecia. – Não teve a intenção, mas já conseguiu – deu meia volta e andou com passos largos para fora da casa. Stacy seguiu-o, gritando e chorando.
- Billie, por favor, me deixa explicar! – ela segurou em seu braço e Billie soltou o mesmo com força.
- Explicar o que? Que você me enganou durante todos esses anos e me fez de trouxa? Que você me traiu com meu próprio primo, e agora está carregando um filho dele em sua barriga?
- Eu vou colocar o nome dele de Henry... Em homenagem a seu pai – ela acariciou a barriga e Billie engoliu a seco. começou a compreender as coisas lentamente. Tinha percebido somente agora que dentro da casa, havia várias caixas com coisas dentro. Stacy e Brian tinham ido ajudar Billie a se mudar para casa de Pete. Seus pais e a irmã já tinham morrido. Billie ia falar algo antipático, mas somente de lembrar o nome de seu pai, irritou-se profundamente e saiu correndo pela rua, sem direção.
- Henry... – murmurou, relembrando o combinado com Harry. Se fosse menina, se chamaria Gabriella. Se fosse menino, Henry...

- AAAI! – berrou, sacudindo Harry descontroladamente, fazendo-o acordar num impulso, assustado.
- O que houve? Mais contrações? – perguntou preocupadamente. Ela apenas concordou com a cabeça, respirando com dificuldade. – Vou levá-la ao hospital – levantou-se rapidamente, arrumando a mala do bebê com as primeiras coisas que via pela frente.
- Não... Harry... – ela sussurrou após uns minutos, sentindo as dores passarem aos poucos. – Não precisa – sentiu o bebê dar um forte chute e engoliu a seco, rezando para não ser o que ela estava pensando.

Capítulo 33

- Filho do céu! Não creio que você está internado e mentiram para mim! – a mãe de Dougie gritou, abrindo a porta brutamente e levou um susto, pulando da cadeira, e coçando os olhos sonolentos.
- Um sonho tão bom... – ela olhou para o teto, relembrando seu sonho destruído por gritos histéricos. Olhou para Dougie, que recebia vários beijos da mãe e arregalou os olhos, perguntando-se se não tinham reparado na presença dela ali, a poucos centímetros de distância.
- Olá, – o pai dele a cumprimentou educadamente, e retribuiu o sorriso. – Como ele está? E, aliás, como isso aconteceu? – Dougie lhe deu um olhar apreensivo, e inventou tudo na hora, improvisando.
- Ele está ótimo, receberá alta amanhã mesmo. Foi só um cortezinho pequeno – a mãe arqueou a sobrancelha, abrindo todos os botões da camisa de Dougie para comprovar se estava falando a verdade. segurou o riso.
- Por acaso você chama isso de cortezinho pequeno? – Apontou, ironicamente, e muito furiosa.
- Teoricamente, sim. Eu estava tentando ensinar ele a cozinhar, quando acidentalmente, ele acrescentou um ingrediente a mais na receita e acabou estourando tudo. O fato do corte é pelo motivo dele estar segurando uma faca no momento ocorrido, pois estava cortando... Legumes! E aí acabou se cortando sem querer, no desespero – Dougie não se conteve, gargalhando.
- , isso está parecendo Meninas Super Poderosas mais o seu livro de receitas, que são um desastre – ela cutucou-o sob o olhar dos pais e deu um sorriso leve, torcendo para que eles acreditassem e ignorassem o comentário.
- Engraçado... A cozinha estava em perfeitas condições quando chegamos. – Pigarreou, estranhando a explicação.
- Foi na casa da – ele respondeu rapidamente. – Acabamos com a cozinha dela, por isso ela está morando com o Tom agora – Dougie piscou.
- Interessante... Coitada da , vocês dois terão que pagar uma reforma na cozinha dela depois – Dougie arregalou os olhos, engolindo a seco.
- Claro, nós daremos uma bela reforma na cozinha dela, e com capricho. Podemos reformar também o quarto, se ela quiser... Pelo prejuízo ter sido grande, como recompensa – esboçou um sorriso alegre enquanto Dougie faltava quase rolar de tanto rir.
- Ok, nós voltaremos daqui a pouco, vamos tomar um café – o pai dele falou puxando a esposa para fora contra a vontade, e Dougie olhou para maliciosamente.
- Gostei da ideia. Que tal uma cama nova também? Bem resistente, de preferência...
- Claro, a cama atual dela nunca iria satisfazer nós dois – ela riu alto, entrando no clima da brincadeira. - As coisa com nossos amigos não estão muito boas...
- Por quê? Quem mais engravidou?
- Dougie! – ela lhe deu um tapa de leve e ele gemeu.
- Coitado de mim, ainda estou mal e preciso de muita atenção, sabia? – fez biquinho e não resistiu, lhe dando um selinho. – Isso não basta – ele riu fraco, segurando e puxando-a, fazendo ela se deitar em seu colo e ele se curvou, mordendo seu lábio inferior.
- Se você ainda não percebeu... – ela suspirou. – Nós estamos em um hospital.
- E daí? – ele desceu os beijos até seu pescoço a fazendo delirar.
- Não é porque estamos num quarto particular, que você pode se aproveitar assim de mim, só por estar doente – riu baixo, acariciando seu cabelo.
- Que tal então você virar enfermeira? – a desafiou, encostando seu nariz no dela.
- Nhá, não, tem que cuidar de muitos pacientes... Eu só quero cuidar de um – puxou-o pela gola da camisa, passando a mão pelo seu peitoral, já que os botões da blusa estavam abertos, por causa de sua mãe.
- Veja o lado positivo, você pode dar comida para eles, dar banho – ele riu abrindo sua boca, com a respiração batendo na boca dela, provocando-a.
- Estou começando a gostar da ideia... E o que mais posso fazer?
- Isso – ele acabou com o espaço que restava entre os dois, colando os lábios. Eles se beijavam ferozmente, como se precisassem um do outro, nem ligavam por ter câmeras naquele quarto, até ouvirem um pigarro e logo se separaram num impulso. pulou da cama e deparou-se com os pais de Dougie encarando-os seriamente. Ela deu um sorriso de leve e arrumou seu cabelo despenteado. Dougie só ria, sem um pouco de vergonha.
- Er... Eu vou... Vou dar um telefonema – e saiu rapidamente da sala.
Dirigiu-se ao telefone mais perto, estranhando como o hospital estava vazio.
Digitou os números que sabia de cor e encostou-se na parede, olhando para o grande balcão onde duas colegas conversavam.
- Que bom que você voltou de férias! – a recepcionista, que estava atenta ao computador, digitando com pressa, sorriu sincera.
- Estava com tantas saudades daqui! Conte-me, muitas novidades? Hospital andou muito agitado? – a médica debruçou-se no balcão, curiosa.
- Tem um caso que aconteceu já faz alguns meses, um garoto foi morto misteriosamente e uma garota que estava na cama ao lado entrou em coma – contou baixo, como se fosse um segredo. A médica ficou boquiaberta.
- Sério? E a garota continua em coma? – ficou atenta na conversa e torcia para a chamada ser atendida logo.
- Não – ouviu falarem repetidas vezes “alô” do outro lado da linha, mas não respondeu –, está morta também – ela deixou o telefone cair.
- Como assim? – a médica arregalou os olhos, surpresa.
- Também não descobriram o motivo – a recepcionista deu de ombros e voltou a digitar sem olhar para as teclas do teclado. piscou algumas vezes horrorizada e pegou o telefone novamente.
- Eu chego aí em poucos minutos – falou com a voz trêmula, sabia que , do outro lado do telefone, entenderia pelo seu tom. Voltou para o quarto onde Dougie era paparicado pelos pais, e pegou sua bolsa na poltrona. Dougie olhou-a sob a luz forte da lâmpada, tentando desviar de sua mãe. - ... – chamou-a alto. Perdida em seus pensamentos obscuros, se segurava para não contar o que tinha descoberto a Dougie. Ele iria querer ir com ela e desvendar esse mistério, mas não estava em condições. Ela olhou para sua larga ferida e sentiu uma enorme dor no coração. Cada traço de seu rosto era como uma escultura perfeita. Por que isso estava acontecendo?
- Eu já volto... – fechou a porta e saiu do hospital. Caminhou até o ponto de ônibus mais próximo e sentou-se num dos bancos, olhando para a rua. Esticou o pescoço para avistar se vinha algum ônibus, mas nada além de carros e motos. Começou a ouvir um canto baixinho e virou a cabeça devagar, percebendo somente agora que havia uma presença ao seu lado. Era uma garotinha virada de costas, cantando uma canção de ninar, carregando um ursinho nos braços delicados.
- Menininha... – levou o dedo a seu ombro, vagarosamente, encostando a ponta do dedo e a menina movimentou-se. Ela engoliu a seco, aquela garota não parecia normal.
A menininha virou-se lentamente e deu um berro. Seu rosto branco pálido, com varias marcas pelo braço e cheia de sangue. Ela estendeu seu bracinho delicado e fez um barulho estranho. levantou-se com o coração disparado e viu um ônibus se aproximar. Correu para o mesmo, sem nem ao menos saber para onde ele ia, mas precisava sair dali. Subiu os pequenos degraus do ônibus com presa, e sentou-se no primeiro banco vazio que achou, ao lado da janela. Passou a mão pela cabeça, fechando os olhos e lembrando-se do caso menina em coma, seria ela aquela menina? Somente e Harry a tinham visto, só eles poderiam comprovar isso. O ônibus só continha quatro ou cinco pessoas distraídas em seus pensamentos, o que a fez ficar mais aliviada por não terem reparado nada. Encostou a cabeça na janela, sua respiração voltava ao normal. Entretanto, várias imagens iam se mudando a cada movimento do ônibus, até se formar em um rosto de um espírito, todo preto – queimado. Olhou para trás, e o corpo todo queimado do espírito estava no banco de trás, encarando-a.
- AAAH! – ela gritou, pedindo desesperadamente para o motorista parar o ônibus. Os passageiros se entreolhavam, com a maior tranquilidade, pois não viam nada de diferente. O motorista atendeu seu pedido, e parou o ônibus, assim, desceu. Deu graças a deus por estar a apenas uma quadra da casa de e correu o mais rápido que pode.

Capítulo betado por Thais M.



Capítulo 34

Tom estava em seu quarto escrevendo algumas músicas, quando começou a ouvir vozes.
- Quem é? - Ele repetiu mais algumas vezes, sem resposta alguma. Apenas o barulho de alguém subindo a escada e gemidos que vinham de cima, sendo que estava no último andar da casa. Ele, com medo, já suando, pegou um canivete e se escondeu atrás da porta. Aos poucos, o barulho foi se distanciando e ele decidiu sair devagar do quarto. Quando já estava fora, olhou para os dois lados e não viu ninguém. Começou a andar poucos centímetros e ouviu um gemido forte que vinha de seu quarto. Olhou para trás e se deparou com alguém não reconhecido em uma roupa preta, parecia um vulto e com uma faca na mão se aproximando dele cada vez mais.
- AAAH! - Tom gritou e desceu as escadas correndo. Segurou-se no corrimão, fazendo um barulho alto com o tênis e abriu a porta, na intenção de sair de casa, mas acabou trombando com que tocava a campainha numa tentativa inútil, já que estava quebrada.
- Tom! Calma, por que você está assim? – não dava para identificar quem estava pior. Provavelmente, em vista, pareciam dois loucos precisando urgentemente ser internados num manicômio.
- Tem algum assassino aqui dentro! Ele estava no meu quarto, e me seguiu na escada, e... – atropelava-se nas palavras, respirando arfante.
- Respira, e expira. Agora, vamos verificar isso, ok? – fechou a porta e o acompanhou nos dois lugares. Nada.
- ! O que aconteceu? Fiquei preocupada com seu telefonema! – aproximou-se, carregando uma bandeja com pães, torradas e xícaras.
- Já explico melhor... Mas antes, temos que achar o tal assassino.
- Assassino? – Tom revirou os olhos, subindo pelas escadas.
- Acho que é melhor que ele explique... – apontou para um Thomas irritado já no andar de cima.
- Venha – subiram pelas escadas e Tom abriu a porta do quarto de hóspedes.
- Festinha particular e nem me chamaram? – indagou , dando dois beijinhos no rosto de , Harry, e Danny, que estavam sentados espalhados pelo chão, conversando.
- Comida! – Harry roubou a bandeja da mão de , colocando no meio deles, logo atacando o pão. lhe deu um pedala na cabeça, fazendo-o quase se engasgar. – Que foi? Minha barriga estava até roncando já.
- Você estava muito ocupada fazendo companhia ao Dougie no hospital, . Não quisemos te incomodar... Mas muitas coisas aconteceram nesse pouco tempo que você esteve lá... – olhou para baixo, com um olhar frouxo e Danny percebeu que não era exatamente pelo acidente.
- me contou quando liguei ontem a noite... A Buffy continua na mesma? – serviu-se, pegando uma xícara e derramando o chá nela.
- Ela nunca será a mesma. Ainda tem muitos ferimentos, eu já não sei mais onde deixá-la, nenhum lugar é seguro – encostou a cabeça no ombro de Tom, olhando para seu anel de noivado.
- Licença – o celular de Danny tocou e ele pediu, saindo do quarto para atender.
- Coisas muito sobrenaturais estão voltando a acontecer. Eu ouvi a conversa de duas mulheres, sobre aquela garota que estava em coma, ela morreu – arregalou os olhos e arrepiou-se. – Então eu fui pegar o ônibus, e tinha uma menina... Toda cheia de sangue, não tenho certeza de quem era, mas desconfio que seja aquela garota.
- Espera um pouco... – Tom parou de comer a torrada, dando uma última mordida e começou a pensar. – Eu tive um sonho uma vez... Meu deus! – ele ficou boquiaberto e os amigos se entreolharam. – Lembram quando estávamos na escola, eu acabei dormindo na aula e acordei berrando?
- Lembro... Até achamos que foi por conta do filme que tínhamos visto no dia anterior – Harry falou de boca cheia.
- Eu... Meio que revivi aquela cena. Foi idêntica!

*Flashback On*

Era uma sexta-feira, a noite estava cada vez pior, chovia forte e o vento assobiava. Tom estava em seu quarto, escrevendo algumas músicas, quando começou a ouvir vozes.
- Quem é? - Ele repetiu mais algumas vezes, sem resposta alguma. Apenas o barulho de alguém subindo a escada e gemidos que vinham de cima, sendo que estava no último andar da casa. Ele, com medo, já suando, pegou um canivete e se escondeu atrás da porta. Aos poucos, o barulho foi se distanciando e ele decidiu sair devagar do quarto. Quando já estava fora, olhou para os dois lados e não viu ninguém. Começou a andar poucos centímetros e ouviu um gemido forte que vinha de seu quarto. Olhou para trás e se deparou com alguém não reconhecido em uma roupa preta, parecia um vulto e com uma faca na mão se aproximando dele cada vez mais.
- AAAH! - Tom acordou gritando desesperadamente na sala de aula e todos olharam assustados para ele.
- O que houve, amor? - perguntou baixo, fazendo carinho no cabelo de Tom.
- Eu acho que aqueles filmes de ontem não me fizeram bem - ele disse passando a mão pelo rosto, estava suado, com o coração acelerado. - Eu tive um pesadelo.
- Calma, já passou, ok? Foi só um sonho.

*Flashback Off*

- Não foi só um sonho... – sussurrou para si mesma, encostando-se na beirada da cama.
- Droga de vida – Danny abriu a porta esbravejando, pegando seu casaco jogado no colchão. Colocou o celular no bolso e saiu pela porta.
- O que deu nele? – Harry arqueou a sobrancelha, pegando mais uma torrada e mastigando saborosamente. achou aquela reação anormal, e levantou-se de fininho, saindo despercebida.
- Harold, eu também estou faminta, sabia? – deu um tapa fraco no braço de Harry, tentando roubar a torrada. Ele riu, fazendo aviãozinho e colocando em sua boca. quase mordeu seu dedo junto.
- O mais estranho de tudo, é que eu estava na cozinha preparando a comida e não ouvi nada... – acariciou o rosto de Tom, com pena.
- Muito menos eu – Harry falou se deliciando com o último pão que restava.
- Eu juro que eu ouvi e vi! Agora estou ficando louco também? – bufou, passando a mão pelos seus cabelos loiros.
- Ninguém citou isso, Tom... Mas é realmente estranho, pois estávamos aqui no quarto ao lado, e você falou que tinha uma surpresa para nós, mas demorou mil anos para voltar. A gente precisa solucionar isso, já não aguento mais.
- Concordo. Aliás, já vai fazer quase um ano que nos formamos... E a faculdade? – mordeu os lábios.
- Eu vou fazer veterinária. Graças a deus consegui achar uma faculdade aqui mesmo e convenci meus pais a não mudarem de cidade – esboçou um sorriso feliz, mesmo porque, além do emprego, precisava se concentrar na gravidez. O bebê estava prestes a nascer.
- Acho que vou fazer jornalismo... – na verdade ainda estava indecisa.
- , acho que você se daria bem na cozinha – ela riu fraco com o comentário de . – É sério! Aí você monta um restaurante e eu cuido das pessoas que ficarem doentes com intoxicação alimentar, e... – lhe deu um tapa forte e se encolheu, gargalhando. – É brincadeira, poxa. Eu vou fazer medicina, já estou quase certa disto. E vocês, garotos?
- Surpresa – Tom olhou para Harry pelo canto do olho e sorriram.

- Daniel, espera aí! – corria atrás do namorado, mas ele conseguia ser mais rápido, andando em passos largos. Ela agarrou seu braço e ele soltou com força, parando e virando-se para ela. olhou para seus olhos vermelhos, encharcados de lágrimas. – O... O que foi? – ela aproximou-se dele, colocando uma mão em seu rosto, mas ele se afastou.
- Eu preciso mesmo mudar de cidade, agora não há mais saída.
- Como assim? Mas você tinha convencido seus pais a ficarem aqui por pelo menos algum tempo, até as coisas se ajeitarem! O que deu em você agora?
- , você não entendeu? Eu preciso – ela revirou olhos.
- Faça o que você quiser, então.
- MEU PAI MORREU, ! – ele gritou, chorando mais ainda. Ela ficou estática, abriu a boca, mas não obteve nenhum som. Queria desculpar-se, mas não sabia como. Quis abraçá-lo e o acolher em seus braços, falando que tudo ficaria bem, mas não era tão fácil assim. - Eu vou voltar para minha cidade natal com minha mãe para o enterro, e provavelmente ela vai me obrigar a ficar lá – sua voz agora estava mais calma, mas gaguejando. – Você acha realmente que eu queria te abandonar? – ele limpou as lágrimas com as mãos, mas não adiantou muito. – Eu só queria que meu pai não tivesse morrido, e eu pudesse ser feliz com você para sempre. Queria que nada disso tivesse acontecido. Eu odeio minha vida – olhou para o céu, respirando fundo e piscando diversas vezes, tentando conter o choro. – Um acidente de carro... – riu sozinho, lembrando-se de Jim e Pete. – Bateu num caminhão de combustível. Coincidência, não? – ele aproximou-se de , encarando-a profundamente, ambos chorando, cada um com seu próprio motivo. – Seja feliz, ok? Você vai encontrar alguém que realmente te mereça e te faça a mulher mais feliz do mundo, e que vai te amar. Mas nunca se esqueça... – ele encostou sua testa na dela, dando um leve beijo em seus lábios. Talvez o último. - Ninguém nunca vai te amar como eu te amo – encarou seu rosto, querendo parar naquele momento, guardando cada traço de seu rosto, da mulher que mais amou. Distanciou-se dela, sem olhar para trás, até ouvir gritar com toda a força que lhe restava.
- Eu estou grávida.

Capítulo 35

- Gostaram da música? – Tom perguntou animado, dedilhando em seu violão.
- Amei! – pulou em seu pescoço, abraçando-o. Ou melhor, sufocando-o.
- Eu também adorei! Mas acho melhor irmos embora, está ficando tarde – Harry ajudou a colocar seu casaco.
- Que nada, durmam aqui hoje! Tem quartos sobrando – Tom sorriu apressando-se a pegar alguns cobertores de dentro do armário.
- Não precisa se incomodar...
- Melhor vocês aproveitarem, não é todo dia que ele está de bom humor assim – Tom deu um olhar para não muito agradável e a mesma escondeu-se.
- Já que insistem... – deu de ombros, agradecendo.
- Eu vou voltar mesmo para o hospital. Preciso ver como Dougie está – na realidade, tinha medo do que ia encontrar pelo caminho até o hospital, mas não podia ser defendida eternamente pelos amigos. Precisava enfrentar. Despediu-se deles e saiu da casa.
O frio era arrebatador, sua mão quase dura, lábios tremendo. Qualquer pessoa que passava ao seu lado já era motivo para assustar-se, pensando ser uma assombração. Olhou para o mesmo ponto, do outro lado da rua, onde tinha uma menina com o cabelo preso, um vestido que chegava até o joelho, balançando as perninhas pequenas e com um ursinho na mão. Virou o rosto passando batido, e apressou o passo. Não demorou muito para que chegasse ao hospital. Na sala principal, poucos pacientes esperavam para serem atendidos sentados nas fileiras de cadeiras. Foi direto para o elevador e apertou o botão que ia para o terceiro andar. A porta fechou-se e ela virou-se, olhando-se no espelho. Ajeitou seu penteado e reparou em seu rosto um pouco pálido. Fez uma careta desejando ter alguma maquiagem em sua bolsa. Tirou seu cachecol pelo lugar já estar mais aquecido e desviou o olhar para o canto do espelho, sentindo seu coração disparar. Aquela mesma garota estava lá, com seus barulhos estranhos, querendo dizer ‘cuidado’. Perseguição, talvez? A garota deu um passo para frente e para trás, até se ver encurralada. Engoliu a seco respirando arfante e ouviu o barulhinho fino avisando de que havia chegado ao andar pedido. Saiu apressadamente e correu para o quarto de Dougie, fechando a porta atrás de si e fechando os olhos. Teria sido melhor ter ficado na casa de Tom...
- O que houve, ? – Dougie ameaçou levantar da cama, mas logo sentou ao seu lado.
- Nada, não aconteceu nada – respondeu rapidamente, dando um sorriso amarelo. – Desculpa ter atrapalhado o seu sono – ele continuou com a expressão de que estava mentindo para ele, porém não a questionou. Ela depositou um beijo em sua testa e encolheu-se na poltrona aproximada da parede, fechando os olhos e tentando se acomodar.
- Deita aqui... – ele ofereceu e ela negou. Não queria incomodá-lo apesar de não estar nenhum pouco confortável. Suspirou fechando os olhos e adormeceu.

- Qual é o trato? – a imensa vontade dele era acudir , mas sabia que se fizesse isso, ia ser pior para os dois. Stacy o observou por alguns minutos.
- Vocês logo saberão – e ela sumiu, como o vento.


Aquilo fez acordar rapidamente, com o coração agitado. Olhou para Dougie, dormia como um bebê. Até algo lhe tirar a atenção. A porta, que até então permanecia trancada, estava aberta. Viu um vulto passar e botou a mão na cabeça, balançando a mesma. Seguir ou não? Cometer uma loucura.
Levantou-se e abriu a porta. Olhou para os lados, não viu nada, nem ninguém. O vulto passou bem rente á ela fazendo-a assustar-se, e resolveu seguir o espírito, que mudava de lado diversas vezes. As luzes bem fraquinhas começaram a piscar. Ela rezou para que parasse e ficassem acesas, mas o contrário aconteceu. Elas apagarem-se. Sentiu-se completamente perdida, agora distante do quarto e vozes começaram a invadir sua cabeça. Fixou o olhar num ponto branco distante e forçou os olhos a enxergar o que era, o que não fora muito preciso, pois a luz se aproximava cada vez mais, ficando maior. Dizem que quando estamos no fim da vida, entramos na luz branca. Seria aquele seu fim? Não exatamente.

- Olá, – aquela voz suave despertou . Levantou os olhos, reconhecendo aquele jardim florido.
- Olá, Billie – olhou-o firmemente. Ele sentou-se na grama e olhou para o verde escuro. – O que você tem para me contar?
- Eu? – arqueou a sobrancelha, dando de ombros. – Nada. Por quê?
- Você chamou-me...
- Te chamei? Não, na verdade vocês nunca giraram o compasso novamente, então será difícil se livrarem de mim – se equivocou, elevando o tom de voz. Embora sempre tenha gostado de , tinha necessidade de ser um pouco rude. Entretanto, não foi bem recebido.
- Billie! – ela exclamou, indignada. – Estamos querendo te ajudar, sabia?
- Desculpa – balançou a cabeça, suspirando. – , vocês precisam solucionar isto rápido. Acho que já dei a vocês todas as dicas. O que falta mais?
- Todas as dicas? Você só nos mostrou como sofreu, e tivemos que sofrer junto! Aposto que não queria ter tido aquelas visões.
- Certeza disso que você acaba de falar? Eles te contaram direitinho o que viram? Pois parece que não. Somente dei pistas à vocês... É só saberem diretamente por onde procurá-las.
- Mas... Os policiais não retiraram todos os corpos daquela casa?
- Nem todos. Ainda resta um e que não está lá – ele olhou disfarçadamente para a casa ao nosso lado e voltou a atenção para a grama. se perguntava “Por que estamos exatamente perto da casa de ?”, mas resolveu eliminar a questão.
- O mapa dele está chegando na reta final, . O plano dele está dando certo.
- Que mapa? – ela franziu a testa, desentendida.
- e Danny não te contaram? – deu uma risada abafada e ela viajou em seus olhos quase transparentes de tão claro.
- N-não... – ela gaguejou. Odiava essa mania quando estava nervosa.
- Pergunte a eles. Acho que saberão te explicar melhor.
- Billie... – ela chamou-o após um tempo em silêncio. – O que aconteceu com Stacy e Brian? – ela reparou ele arrepiar-se e sua mão se fechar, com raiva. Seus olhos não tinham o mesmo significado.
- Lembra que eu contei que nós fazíamos a brincadeira do copo?

*Flashback On*

- Era uma noite, Halloween, eu, minha namorada e mais dois amigos estávamos na minha casa, ou seja a do Dougie e - ele apontou pros dois irmãos. - E estava chovendo muito. Meus pais não estavam em casa e eu tinha alugado um DVD de terror e, pra ter mais emoção, a gente zoando decidiu brincar disso, com vela e tudo. No começo eu tava só zoando, mas depois comecei a gostar da brincadeira e fiz mais algumas vezes, assim como eles também. Só que da última vez que eu brinquei o espírito começou a me perseguir assim como eu tô fazendo com vocês - ele sorriu. - Só que, assim, ele era antipático e sempre demonstrou que me odiava, só que eu não sei por que ele não conseguia me matar. Parece que, ele era algum parente meu alguma coisa assim, eu já nem lembro mais e eu já tava irritado com a minha droga de vida. Sabe, eu sempre fui infeliz, os únicos amigos que eu tinha eram os três e mais ninguém, ainda mais naquele dia que minha namorada tinha me dado um pé na bunda. Cara, aquilo doeu demais, eu amava ela mais que tudo nesse mundo, vocês não tem noção, mas o amor é assim mesmo, né, a gente sofre, sofre e nunca aprende.

*Flashback Off*

- Os três amigos que eu havia citado eram Stacy, Brian e Jim. Mas, então, aconteceu aquilo tudo do acidente e nós continuamos fazendo. Porém, no dia após da morte de Jim, ele começou a nos perseguir pela brincadeira do copo. E, sei lá, eu não entendia bem a razão para ele ter tanta raiva de nós. Sempre o tratamos da melhor maneira possível, principalmente quando estava passando pelos momentos mais difíceis da vida dele, mas parece que ele não deu valor. E no dia de sua morte, nós meio que brigamos. Mas não acho que aquele seria um motivo para tanta raiva... Enfim, depois que descobri a gravidez de Stacy, nunca mais a vi. Parecia que ela tinha medo de me ver, medo que eu fosse fazer algo contra ela... Como se eu tivesse muita coragem para ao menos encostar um dedo nela, imagina matá-la. Eu ouvi uma conversa de Brian contando que ele tinha decidido assumir o filho de Stacy, e até achei legal da parte dele, um amigo de verdade faz isso mesmo. Mas as coisas a partir daí começaram a piorar... Eu ficava atormentado com meus quase tios, coisa que realmente não os considero e vi no jornal contando sobre a morte de Stacy e Brian. Foi um choque extremo para mim, juro que não acreditei. Até hoje não sabem o motivo da morte deles, apareceram mortos, no campo de futebol do clube que frequentavam – bufou olhando para o céu. – Brian me irritou durante muito tempo. De vez em quando vinha em casa, e ao invés de me ajudar a superar os problemas, ele só os piorava, dizendo que eu era um irresponsável, que precisava colaborar e ajudar Stacy. Como se eu tivesse muita culpa pelos erros que ela cometia, claro – deu uma risada irônica. – Nunca pensei que minha vida levaria esse rumo.
- Billie... – chamou-o gentilmente. – Por que você contou tudo isso pessoalmente para mim, não como uma visão que nem os outros?
- Por quê? Queria ter a mesma sensação? – ela riu dando um leve soco em seu ombro, e ambos se assustaram. Ela tinha tocado nele. De verdade. Billie ficou boquiaberto, há muitos anos atrás não sentia alguém tocá-lo. – Queria agradecer por tudo que vocês estão fazendo, mas não tenho palavras para isso. Nenhuma outra pessoa faria isso além de vocês – ela sorriu sincera.
- De nada, Billie. Só queremos ver você descansar em paz, é tudo que você mais precisa – ele retribuiu o sorriso e mordeu os lábios. Queria abraçá-lo, mas não sabia se era o certo a fazer. Billie, percebendo isso, desapareceu.

Capítulo 36

- Assistir filmes de terror. Ótimo, era tudo o que eu mais queria - brincou enquanto Harry botava um de seus filmes prediletos no DVD do quarto. Abriu um mega sorriso e jogou-se ao lado de .
- Harold, sabia que você é muito chato? – ele ia falar algo, mas fora interrompido por uma almofada atingindo-o. escondeu-se, gargalhando.
- Vou buscar mais pipoca – Tom levantou-se, indo para a cozinha.
- Meu herói! Sempre lendo meus pensamentos – sorriu arregalando os olhos ao filme começar. Agarrou a almofada mais perto, cujo era .
- E eu morro de medo sem alguém para abraçar mesmo? – fez bico. Ninguém se manifestou. – Então tá né... – o filme ia ficando mais assustador somente pelo começo, e olhava para os lados, quase desistindo de assistir, e em seus pensamentos atordoados, ela pensava: “Tom até agora não voltou. Será que ele fora engolido pela pipoca assassina?” Até a televisão desligar-se e a luz do corredor apagar.
- Uuh... – Harry começou a fazer músicas sombrias, e apertou com força seu braço. Ele atacou-a fazendo cócegas e , e se entreolharam.
- , onde o Danny foi mesmo? – perguntou comendo os restos da pipoca, as pequenas migalhas, com a mão cheia de manteiga.
- No enterro do pai... Prometeu voltar depois disso. Se não me engano, o enterro foi hoje. Ele vai voltar pela madrugada, ou amanhã de manhã.

- E o Dougie não ia ter alta no hospital ontem?
- Sim. Mas disseram que seu corte precisava cicatrizar. Se fosse por ele, já teria ido embora faz tempo, mas meus pais também complicam tudo – permanecia calada, olhando para a porta semiaberta, onde havia uma sombra.
- O que é aquilo? – ela apontou para a sombra preta. Tentou enxergar os amigos, mas estava muito escuro. Como provável, a energia tinha caído.
- O que? – perguntou baixo, acomodando-se na cama. Logo, um vento forte muito frio bateu, fazendo a porta bater violentamente.
- Por favor, fiquem quietas – Harry elevou a voz, já que e gritavam. e juntamente bateram nelas, fazendo-as se calarem. A porta de repente abriu-se sozinha. Detalhe: Estava anteriormente com a batida, trancada. O vento assobiava como o filme que tinham acabado de ver.
- Eu te mato, Harold – rosnou, atenta á porta. A porta balançou, indo para frente e para trás lentamente, e por fim, batendo novamente com força. Continuou abrindo e fazendo os mesmos movimentos, deixando-os desesperados. – , tem lanterna aqui?
- Você acha que eu vou ter uma lanterna dentro de um quarto pra que? – ela esbravejou, irritada.
- Pra momentos como esses, tonta! – e lá se foram eles procurarem alguma lanterna perdida. Mas tudo que conseguiram, foi encontrar um celular de Tom jogado na mesa do computador. ligou-o e observou o rosto de seus amigos sob a pequena luz. Olhou para o canto da porta, onde tinha um espírito com uma faca na mão. Ela gritou, soltando o celular e caindo, sentindo-se fraca. Seus amigos logo a socorreram. O frio aumentava, fazendo-os quase congelar. Sentaram-se no chão e se entreolharam, com o celular no meio.
- Mantenham a calma... É somente isso que eu peço – Harry olhou para as quatro mulheres que mais confiava, sentindo que precisava mais que nunca protegê-las. – Acho que estamos presos aqui, e precisamos nos distrair.
- COMO VOCÊ QUER QUE EU ME DISTRAIA NESSA SITUAÇÃO? – alterou-se.
- Certo – respirou fundo. – Então como vocês acham que é possível solucionar este problema?
- Com o mapa que está com a ? – ela olhou para que mantinha os olhos fixados no celular, á procura da luz, tremendo.
- Que mapa? – encarou-a, surpresa.
- Você sabe muito bem...
- Eu não estou mais com ele! O antigo mudou totalmente...
- Não custa olhar – deu de ombros e revirou os olhos, negando.
- De acordo com todos os fatos que juntamos, não chegamos a nenhuma conclusão exata... O que acham que devemos fazer?
- Sabe, eu estava pensando um dia desses, em ir até a casa na floresta – Harry sugeriu, passando as mãos pelo cabelo, nervoso.
- Enlouqueceu? – gritou fazendo gestos.

- Legal – Tom riu sozinho vendo a luz piscar, até apagar de vez. Derramou refrigerante no copo e tomou, virando-se e encostando-se na pia. Ao ver uma sombra em sua frente, soltou o copo sem perceber, fazendo-o se quebrar pelo chão agora cheio de vidro espalhado. Ele bem que sabia que tinha um assassino em sua casa... Agora tinha certeza. – O que você quer? – gaguejou. A sombra aproximou-se com a faca pontuda, mas a opinião de Tom mudou ao sentir a sombra passar pelo seu corpo. Era um espírito. E pensou consigo, “Espíritos não fazem mal” repetiu em sua mente, se conscientizando disto, embora estivesse morrendo de medo. Tentou correr, mas tropeçou com a perna fraca e caiu. Olhou para trás, a sombra aproximava-se. Olhou em seus olhos angustiados grandes, e percebeu que tinha um grande pedaço de vidro adentrado em sua pele. Gritou, com a dor e encarou aqueles olhos, fazendo-o ter várias visões.

“Garoto se suicida após enlouquecer. De acordo com testemunhas, ele começou a ter uma mudança de humor muito repentino. Um amor de pessoa se tornava a mais horripilante e temida. Passou por muitos sufoco dentre estes breves anos, com a perda de melhores amigos e familiares. Furioso por vários motivos, ontem á noite, foi encontrado morto na sua antiga casa, em seu quarto.” Dizia a manchete do jornal. Logo, viu Pete achando o corpo e levando escondido da polícia para a casa na floresta, onde passavam as férias. “Primo do pai do famoso caso do garoto Billie, foi morto. Ainda não temos provas de como isto ocorreu, suspeitamos que tenha sido morto por algum conhecido, ou ele mesmo se matou. O corpo ainda não foi achado, está desaparecido por muitos meses, embora tenha sido dado como morto.” Dizia outra manchete. A imagem mudou-se para a antiga casa de Billie, cujo e Dougie moram, e Pete com uma arma na mão.

- Caramba, , e o que você quer que nós façamos? Ficarmos parados enfrentando tudo novamente? Eu cansei, tá bom? CANSEI! – ela abaixou a cabeça e Harry abraçou-a, se desculpando. mordeu os lábios, sentindo as contrações voltarem. Gemeu, estavam fortes.
- Certo. Vamos para a casa então. De acordo com que Billie me disse, ainda resta um corpo. Pode ainda estar naquela casa, mas talvez não exatamente no porão, onde foram achados os outros – levantou-se, procurando algo para segurar no escuro.
- Mas... Tinham ossos no armário da cozinha, e no guarda-roupa de um dos quartos, não tinha? – pousou a mão no queixo.
- Uhum. Mas os policiais não conseguiram identificar de quem era. Acho que eram da família de Billie, que apenas o pai dele estava também no porão – deu de ombros e concordaram. permanecia quieta, não conseguia prestar muita atenção na conversa, sentia uma dor intensa.
- Vocês ouviram um grito? – perguntou e arregalou os olhos, lembrando-se de Tom. Correram o mais rápido possível até a cozinha, onde o acharam caído no chão, encolhido e tremendo. Seu braço continha alguns ferimentos, sangrando, por causa do vidro.
- Tom! – correu abraçando-o, e Harry ajudou-a, levantando Tom e levando-o até o sofá, onde sentou-se, pasmo. – Tom? – perguntou passando o dedo pelo seu rosto pálido. Ele hesitou, balbuciando trêmulo.
- Nós precisamos sair daqui.

Capítulo 37

- Eu quero ir! Por favor! – implorava e Tom revirou os olhos, obrigando-a a sentar-se novamente no sofá.
- Não! Não mesmo! Você vai ficar aqui com a e , em segurança.
- Toma cuidado... – ela deu-lhe um beijo, como se fosse o último.
- Certeza que você não se importa de eu não poder ir junto? – mordeu os lábios. – Desculpa...
- ! Você está a apenas alguns dias de parir, acha realmente que eu te botaria em perigo? – sorriu levemente, dando um doce beijo em seus lábios. – Logo, nós formaremos uma família. Teremos um lindo filho, .
- Ou filha – corrigiu brincando e abraçou-o forte. jogou os colchões pela sala de sua casa, aproveitando que os pais iam passar a noite na casa de parentes, e observou todos se despedirem.
- Poxa, por que a pode ir e eu não? – fez bico.
- Ela vai? – Tom arregalou os olhos e cruzou os braços.
- Vou. E nem venham discutir comigo! – bufou decidida, pegando as chaves do carro de Harry e saíram. Foi só entrarem no carro, para começar a chover.
- Nós temos tanta sorte – Harry brincou dirigindo pela estrada. Não tinha trânsito algum, a estrada completamente vazia, somente eles.
pegou o celular e mandou uma mensagem para Dougie, falando que amanhã o visitaria, e que tudo estaria resolvido. Encostou a cabeça na janela, deixando algumas lágrimas escaparem. Na verdade, não sabia nem se sobreviveria á essa noite. Tom ligou o rádio, mas todas as estações estavam fora de ar, talvez pela localização que não pegasse. Cantava para si mesmo então, observando a chuva cair calmamente pela janela. Na casa de , ela, e procuravam algo pra se distrair na televisão, mas em tudo que pensavam, era se tudo estava correndo bem. Estavam preocupadas ao extremo, em silêncio, sem ter o que falar. recebeu uma ligação, e afastou-se para atender. procurava algo na cozinha para cozinhar, e lembrou-se de que sua mãe havia guardado uma receita em alguma das portas trancadas, só não lembrava exatamente qual. Pegou o molho de chaves em cima da bancada, e foi tentar achar o caderno cheio de receitas. sentia cada vez mais contrações, e respirava pesadamente, não queria preocupar as amigas mais ainda.
Dougie estava no seu quarto, no hospital, descansando, quando teve um pesadelo horrível e acordou rapidamente com o susto. Tudo apagado; olhou para a porta fechada e passou a mão pela testa, respirando fundo.
Danny dirigia de volta para a cidade, sua mãe tinha implicado muito e acabaram discutindo, mas sentia que precisava urgentemente ajudar seus amigos. Parou num sinal e olhou de relance para o lado, onde havia uma folha que não se encontrava lá anteriormente.

Won't suffer, be broken, get tired, or wasted
(Não vou sofrer, nem ser violado, ficar cansado ou acabado)
Surrender to nothing, I'll give up what I started
(Render á nada, vou desistir do que comecei)
And stop this from end to beginning
(E parar isso do fim para o começo)
A new day is coming and I am finally free
(Um novo dia está vindo e eu finalmente estou livre)
Runaway, Runaway, I'll attack
(Fuja, fuja, eu vou atacar)

- A chuva está apertando – falou apreensiva, seus lábios tremiam pelo frio excessivo. Apertou o casaco contra o corpo, aquecendo-se.
- Eu sei... – Harry lançou um olhar nada amigável para Tom, que ainda cantava. A pior parte disso tudo, é que se acontecesse algo, estavam longe de seus respectivos(as) namorados(as). Mas o lado bom, é que estavam com seus amigos, acima de tudo.
- Harry... – chamou-o baixo, olhando para os próprios pés acomodados. – Toma cuidado – pediu sincera. Harry mordeu os lábios sem resposta, a chuva estava muito forte e somente o para-brisa não ajudava. Cerrou os olhos para ver o que vinha pela frente, até se deparar com uma mulher vestida de branco, mas dessa vez não reparou e acabou atropelando-a. – HAROLD! – gritou e Tom arregalou os olhos, interrompendo a canção. Desceram apressadamente do carro, observando a mulher esparramada pelo chão asfaltado atrás do carro. Andavam vagarosamente, se entreolharam e Tom cutucou-a, como se fosse adiantar algo. Estava com muito medo, sabia que era algo sobrenatural.
- Moça? Você está bem? – ela virou-se, cheia de sangue, apontando para a barriga dela. O pequeno feto ainda se reproduzindo, todo para fora, partido. Sua bolsa tinha estourado e o bebê ido junto. levou uma mão à boca, segurando o choro por mais que fosse inevitável e Harry levou as mãos ao cabelo, apavorado, puxando-os com força. No desespero, olhou para o lado, reconhecendo aquela mata e correu, descendo mata abaixo. – Harry, volta aqui! É só um espírito! – Tom gritou, sabendo que era Stacy, porém, Harry não deu ouvidos. e Tom resolveram segui-lo antes que cometesse alguma loucura e depararam-se com o que estavam procurando: A casa.

O celular de tocava sem parar e ela atendeu, irritada. Pelo visor, não era nenhum de seus três amigos.
- O que foi? – perguntou sem vontade.
- ! O que você está fazendo? Eu preciso falar com você imediatamente! – era Danny. Estava com muita pressa.
- Eu vou pegar alguns ingredientes para fazer minha comida, que não encontrei nas outras portas... Só resta a perto da escada, por quê? – ela colocou a mão na maçaneta, e apoiou o telefone no ombro, aproximando a cabeça no mesmo. Ouviu interferência na ligação, a qualquer momento ia cair.
- NÃO FAÇA ISSO!

Capítulo 38

Harry abriu a porta, que fez um barulho horrível, como aquelas de filme de terror, velha e enferrujada. Fez força para empurrá-la por estar um pouco emperrada, sendo arrastada pelo chão. entrou logo em seguida, olhando ao redor. A casa estava exatamente igual como haviam deixado. Tom foi para trás ao um relâmpago cair rente a ele.
- Pronto, estamos aqui, e agora? O que querem fazer? – Harry gritou olhando para cima e todos os lados, como se esperasse uma resposta. agarrou o braço de Tom, ele estava alterado. Sabia o que aquilo da Stacy tinha significado para ele. Era haver com ... Tom depositou um beijo na cabeça de , tranquilizando-a e abraçou-a. Mais trovões e relâmpagos caiam, deixando ambos corações acelerados. – Vamos! É só isso que você sabe fazer? Dar sustos nas pessoas? Estou morrendo de medo! – ele berrou fingindo, logo em seguida tendo a porta e janelas fechadas bruscamente. Estavam presos. Harry revirou olhos. – Inútil...
- Melhor fazermos algo antes que seja tarde – Tom sussurrou no ouvido de e ela concordou, soltando-se de seu abraço. Percorreram a casa toda, sem encontrar evidência alguma. Qualquer rastro fora retirado pela polícia, até mesmo os ossos nos armários, o que complicava a situação. Voltaram para a sala onde Harry estava espalhado pelo sofá, e ele encarou-os pensativo.
- Eu já sei o que fazer – levantou-se sem dizer mais nenhuma palavra e direcionou-se à porta. Tentou de todas as maneiras a abrir, sem resultado.
- Você não vai conseguir... – Tom avisou, mas ele ignorou. Resultou que acabou arrancando a maçaneta, e a porta continuava trancada. Ele foi para trás, raivoso e correu gritando, dando um forte chute na porta. Tudo que conseguiu foi fazer sua perna doer. Tom revirou olhos. – Me ajuda aqui, ! – pediu. Ela atendeu, ajudando-o a arrastar o sofá em direção a porta e contaram até três. Correram, e conseguiram quebrar a porta. Por ela já estar enferrujada e velha, foi bem mais fácil. Sua madeira já estava bem fraca. Afastaram o sofá da passagem e saíram da casa, pondo-se em frente à mesma, com os braços cruzados. – Diga sua ideia – Harry não respondeu. A chuva tinha passado, e ele aproveitou, tirando uma garrafa cheia de álcool de seu casaco e ficou boquiaberta, não acreditava que ele ia fazer isso mesmo.
- HARRY! NÃO FAZ ISSO! – e antes que ela pudesse o impedir, ele jogou todo o álcool de dentro da garrafa na casa, acendendo seu isqueiro e jogando-o também. Harry e saíram correndo e Tom permaneceu parado, vendo a casa pegar fogo e lembrando de algumas coisas. Observou suas chamas vermelhas, o cheiro horrível da fumaça e tossiu.
- Não é isso... Nenhuma das visões tinha a ver com essa casa...
- THOMAS! – gritou, puxando-o pelo braço, obrigando-o a correr junto.
- SERÁ QUE VOCÊ NÃO PERCEBEU O QUE VOCÊ ACABOU DE FAZER? – Tom puxou Harry com violência, jogando-o na grama verde escura. – VOCÊ SÓ PIOROU TUDO! AGORA ELE REALMENTE VAI NOS MATAR! AINDA NÃO ENTENDEU ISSO? Você botou fogo na casa dele! Ele vai se revoltar mais ainda, o tal corpo não está aí!
- Talvez fosse isso mesmo que ele queria que acontecesse...

- É a senhorita ? – a mulher do outro lado do telefone questionou.
- Sim. E você é? – arqueou a sobrancelha. Não era de costume um telefonema no meio da madrugada.
- ! Meu deus do céu, graças, finalmente você atendeu ao telefone!
- O que aconteceu? – ela perguntou reconhecendo a voz da veterinária. Estremeceu, torcendo para que fosse alguma notícia boa.
- Acho melhor você vir até aqui, e ver com seus próprios olhos – fungou. prendeu a respiração, e avisou que logo chegaria. Desligou o celular e franziu a testa ao ver se contorcer no colchão.
- Está tudo bem? – ela se agachou ficando no mesmo tamanho que a amiga. apenas assentiu com a cabeça, engolindo o gemido. – Eu vou precisar sair rapidinho ok?
- Aonde você vai? – ela não respondeu e saiu. – Não está nada bem... – murmurou para si mesma, acariciando a barriga. percorreu pelas ruas vazias da cidade até o pet shop, vendo vários vultos pelo caminho. Movimentavam-se rapidamente, e ela apressou o passo, chegando ao lugar destinado, respirando profundamente.
- O que aconteceu com ela? – perguntou arfante. A veterinária chorava muito.
- Desculpa, ... Eu fiz tudo que estava ao meu alcance. Encontrei Buffy toda ensanguentada novamente, mas muito pior do que a outra vez. Ela estava sem batimentos – começou a chorar desesperadamente. – Os melhores veterinários estão aqui fazendo a cirurgia dela. Mas não vou mentir, . A cirurgia é muito perigosa, de risco. Buffy está entre a vida e a morte.

- Tem alguém aí? – Dougie perguntou elevando o tom da voz, vendo a porta se abrir lentamente. Estranho, sua enfermeira não podia ser, pois tinha saído fazia pouco tempo e nem estava na hora do remédio. Voltou sua atenção para a televisão, mas algo o distraiu. Ao desligá-la, constatou que tinha alguém ao seu lado. Olhou para o dito lugar, nada. Olhou para a TV novamente, tinha sumido. Respirou fundo balançando a cabeça, estava tendo ilusões novamente? Olhou para o fim da cama e gritou ao se sentir sendo puxado, vendo tudo apagar.

- Droga, atende! – Danny resmungava, tentando ligar para a namorada, mas ninguém atendia, caía na caixa postal. Observou novamente a folha, se odiando por não estar ali com eles. Era o novo mapa. De acordo com ele, hoje era o fim. E, bom, Danny estava longe dos amigos, não podia salvá-los. Isso é o que ele pensava, mas podia. Deixou algumas lágrimas escaparem ao ver que tudo estava correndo certo para Pete, foi forte e decidiu enfrentar a morte. Ele ia conseguir salvá-los. Tudo ficaria bem... Talvez.

Aquela porta que até então estava trancada, abriu com facilidade. abriu lentamente, com o coração batendo forte e acendeu a luz. Sentiu uma tontura enorme ao ver o que ali tinha, ia quase desmaiar quando ouviu um grito alto de , repleto de pavor.
- , SOCORRO! VAI NASCER! – ela gritou sentindo uma dor horrível pelas contrações e correu, ajudando-a, mesmo sem saber o que fazer exatamente. Afinal, o que tinha no armário?
- Que tal vocês terem... – mesmo distantes, os oito amigos escutaram a voz maligna. – Uma noite aterrorizante?

Capítulo 39

- Que pena que não estão todos juntos - a voz disse sarcasticamente –, morrerão separados. Um final triste... Coitadinhos – gargalhou sem dó.
- Anda logo com essa droga de carro, Harold! – apavorou-se.
- Não pega! – Harry desesperou-se, sem saber o que fazer. Bateu no volante com força, fazendo a buzina soltar um som fino.
Danny não desviava o olhar do mapa, e acabou não vendo que a sua frente vinha um caminhão à toda a velocidade.
adentrou a casa, ouvindo os berros de e secou as lágrimas com as mãos, indo ajudar com o parto.
- Nos deixe em paz, droga! – gritou cuspindo as palavras entaladas em sua garganta, fazendo mais força, suando frio.
- Paz? – a voz riu novamente, como se tudo aquilo fosse engraçado. – Eu só quero me divertir... – falou friamente, voltando a sua voz normal e ambos arregalaram os olhos. Estavam delirando? Não podia ser...
- Táxi, para! – Tom chamou o táxi que passava, por pura sorte. Entraram apressadamente e foram em direção a casa. Já não ouviam mais a voz. Apenas , e .
Danny desviou rapidamente, virando o volante todo e conseguiu escapar da morte por sorte.
- Você não é tão esperto quanto imagina, Pete – sorriu vitorioso.
- Esperem... Acho que ouvi alguém citar o nome Pete. Se não me engano, foi alguém chamado Daniel. Conhece algum, ? – olhou ao redor, procurando se ele estaria escondido, mas nem sinal.
- Danny? – ela levantou-se com pressa, apavorada. – Por favor! Não faça nada com ele! – respirou fundo, tomando uma decisão. – Faça o que quiser comigo. Mas por favor, deixe-o!
- Vejamos... Sua proposta me parece boa – a voz riu baixo, debochada. – Tudo bem, então – um silêncio tomou aquela sala escura. As contrações de tinham abaixado, mas não ido embora. Sua respiração ainda era descompassada, sabendo que a qualquer momento voltaria. Entretanto, a vez de gritar foi de . Ela sentiu uma imensa dor na barriga e caiu, contorcendo-se no chão.
- ! O que houve? – correu acudindo-a e tentou gatinhar até ela, mas fora impossível, pois as contrações vinham e iam.
- Tonta – a voz falou ironicamente. – Não pretendia fazer nada com ele mesmo. Mas acho que uma lição é boa para se aprender... – ela tirou a mão da barriga, que sangrava.
- Meu filho... – ela chorou. O feto não estava ainda nem formado. Não demorou muito tempo para que Danny, Harry, e Tom chegassem.
- ! – Harry correu, abraçando-a. Danny fez o mesmo com , mas chorando. Colocou sua mão na barriga dela, chorando mais ainda.
- Não... Chora... – ela sussurrou com sua voz falha, já não aguentava mais de dor. A barriga não parava de sangrar.
- Você não podia ter feito isso... – ele colocou a cabeça da namorada nos seus braços, acolhendo-a, como se tentasse a proteger.
- Que melação – a voz irritou-se. – Que ótimo. Todos juntos novamente.
- O que você quer de nós, seu infeliz? – Danny bradou, com o olhar cheio de ódio, a ponto de cometer alguma loucura, e não impediriam.
- Ainda não perceberam como a vida de vocês é parecida com a minha? – seu tom de voz abaixou, parecia mais tranquila.
- Não somos psicóticos. Então, não acho nenhuma semelhança nisto. – Tom pronunciou-se, abraçando forte. olhou para os lados, sentindo a falta de Dougie. Era estranho tudo isso estar acontecendo, e ele de fora. Mas por outro lado, até bom. Não corria perigo. Era o que ela imaginava.
- Não sou psicótico. Isso era coisa para o meu quase tio – todos paralisaram completamente. Ninguém se atreveu a dizer uma palavra se quer. – Por acaso, quem vocês estão pensando que é?
- Pete? – gaguejou sentindo um calafrio.
- ? , bem você? Estou tão irreconhecível assim? Pensei que pelo menos você logo descobriria – ela engoliu a seco.
- Não, não, não. NÃO É VERDADE! NÃO É VOCÊ! – ela desabou no choro, pousando as mãos nos olhos, escondendo as lágrimas. A voz calou-se.
- Olá, – aquela voz repetiu-se diversas vezes em sua cabeça. Uma lágrima percorreu pelo seu rosto, tentando controlar-se.
- Olá, Billie.
- Passaram muito tempo sem mim. Já estava na hora – a voz mudou de lugar, e olharam para a porta em que até então estava trancada; ele estava lá, intacto. Caminhou com pequenos passos até eles e parou. Todos estavam sem reação, impressionados. A última pessoa que poderiam desconfiar era Billie.
- Por que você fez isto? – Danny foi seco. – Primeiro se finge de pobre coitado, precisando de ajuda, e era a pessoa mais infeliz do mundo. Depois, tenta nos matar? Qual é a sua? Quando você vai parar com esse inferno? – ele olhou diretamente em seus olhos, dizendo uma única palavra que significava muito.
- Nunca.
- Nós não temos nada a ver com você – abaixou a cabeça.
- Certeza? Vejamos... Pai de Daniel morreu da mesma forma que Jim. E, talvez, pelo mesmo motivo. Danny nunca os contou que tinha problemas sérios com o pai, certo? – deu um sorriso amarelo. Danny sentiu seu sangue correr pelas veias, batimentos acelerados, a vontade enorme de dar um basta naquele bendito espírito. – Só que, o caso foi meio que contrário. Ao invés do filho morrer, foi o pai. Enfim... Harry e me lembram demais Stacy e Jim. Gravidez... – revirou olhos, balançando a cabeça desconfortável.
- Eu não o traí, como a Stacy fez com você! – provocou-o. Ele cerrou os dedos e as contrações de voltaram com força total.
- e Tom... Lembra muito eu e Pete antes de enlouquecer. Ok, eu não enlouqueci. E ... – ele mordeu os lábios.
- sempre acreditou em Billie, desde o começo – suspirou.

*Flashback On*

- Dude, o que é que está acontecendo aqui dentro? Será que... - Danny ia dizendo.
- Billie? Não, nunca! Ele não faria isso - disse certa do que falava.
- NÃO? ELE NUNCA FARIA ISSO COMIGO? ELE NÃO ME MATARIA? – estava quase tendo um ataque.

*Flashback Off*

- Sempre discordando conosco em relação a Billie... – Tom prosseguiu.
- E lembra, para Billie, a Stacy – Harry finalizou.
- Até que vocês não são tão bobos assim. Devo ter dado informações demais com aquelas visões – riu. – Diga, . O que você viu naquele armário?
- Acha mesmo que ela tem condições pra responder? – Danny perguntou furioso, vendo o estado lastimável da namorada.
- Fale, – ele insistiu. Ela abriu os olhos, sentia que ia desmaiar.
- O corpo... De... Pete...
- Exato. Engraçado que morando tantos anos aqui, você nunca teve curiosidade de saber o que tinha naquela porta – ela abriu a boca, e falou com a voz falha, gaguejando e puxando a respiração com dificuldade.
- Você... Matou... Pete – ele engoliu a seco. Danny balançou-a, ela havia desmaiado. Olhou para sua barriga, devia estar com hemorragia de tanto que sangrava. Precisava levá-la ao hospital de qualquer jeito.
- Como ela descobriu? – sua voz estava agressiva.
- O único louco aqui é você, Billie. Sofria e achava que a culpa era completa de Pete. Não tiro sua razão, ele matou sua família. Mas não foi bem assim, ele não chegou até o armário e se deu um tiro – riu raivosa. Enquanto todos discutiam o assunto, ela permanecia quieta apenas ligando os fatos, chegando a varias conclusões. – Aquelas manchetes que Tom viu era só para nos confundir. Você matou Pete, e depois se matou, sentindo-se culpado pelo que tinha acabado de fazer! Típico. E para que não achassem seu corpo, matou-se no porão da antiga casa deles. Seu corpo não foi achado na sua casa. Mais uma vez, quis nos enganar. Nós fomos muito mais espertos que você. Seu plano não deu tão certo como imaginava.
- Talvez... Ainda resta uma parte do plano em que está sendo realizada. A outra, logo vocês verão. Aliás, vocês devem estar se perguntando qual era o trato que Stacy queria. Ela não queria nada... Só a obriguei a fazer isso, para deixar vocês com mais medo. Acho que deu certo – riu sem vontade.
- Billie... – chamou-o, tristemente. – Uma coisa estava certa naquela manchete. Dizia assim: “ele começou a ter uma mudança de humor muito repentino. Um amor de pessoa se tornava a mais horripilante e temida.” Eu conheci esse Billie, um amor de pessoa. Na verdade, todos aqui conheceram. Na casa de férias, sentimos que você queria realmente ser livre, e tinha tomado consciência do que tinha feito. Mas percebo que nada passou de mais uma linda mentira sua. Nós te ajudamos, fizemos tudo o possível. Mas o único problema, é que VOCÊ mesmo não se ajudou! E era o que mais importava.
- A verdade é que ele é um perturbado. Vai sofrer eternamente, preso a esse mundo. Enquanto ele não se redimir, não adianta fazermos nada – Harry revirou olhos, cansado daquele assunto.
- Billie, você só está se auto prejudicando, ainda não enxergou isso? – Tom questionou tomando os devidos cuidados, medindo as palavras a serem ditas.
- Estou começando a achar que os loucos na verdade são vocês – Billie gargalhou. – Esqueceram que quem me chamou foram vocês? – ele gritou. – Eu estava quieto na minha, até então, vocês só pioraram minha vida. Agora, é minha vez de piorar a de vocês – ele piscou, aproximando-se.
- Não temos medo de você! – gritou, confiante do que dizia.
- Realmente não. Vocês têm mais que isso – riu sarcasticamente e desapareceu. gritou; ia nascer.
- Me ajudem! – Harry gritou. e logo correram, socorrendo-a.
- Ela não tem dilatação suficiente! O bebê não vai conseguir nascer! – gritou. Danny pegou no colo e, Harry, a , e levaram-nas para o hospital. Todos estavam no local, apreensivos. Colocaram-nas em macas e levaram para salas diferentes. Harry pôde entrar com na sala, tentando ser o mais forte possível. Odiava ver cirurgias e coisas parecidas.
- Vai ficar tudo bem – Danny deu um último beijo na testa de , antes de levarem-na para a sala de cirurgia. Sentou-se num dos bancos da recepção e pousou as mãos na cabeça, chorando. Por que aquilo estava acontecendo? Por que não era ele no lugar dela?
- Senhorita ? – ela estranhou. Era a enfermeira de Dougie. – Tentei ligar para o seu celular, mas ninguém atendeu. Dougie está sendo operado. Ele foi encontrado em seu quarto, cheio de sangue. Seu corte estava muito maior, profundo. Receio que tenha atingido algum órgão importante... Como o coração e o estômago – ela abaixou a cabeça. ficou boquiaberta e escorregou pela parede, caindo no chão e chorando.
- Diz que eles vão conseguir curá-lo! DIGA! – ela implorou, soluçando.
- Desculpa... Não posso dizer isto. É um caso bem preocupante. Não sabemos nem se ele resistirá...
- NÃO DIGA ISSO! – ela gritou, desabando de vez no choro. O celular de começou a tocar e ela afastou-se de , que até então estava tendo acalmá-la, para atender.
- Alô?
- ... – era a veterinária. Sua voz estava triste, quase não saia. – Eu lamento. A Buffy se foi.

Capítulo 40

- Corre, filho! – Harry gritou rindo. A pequena criança de apenas dois anos corria desengonçada em direção à trave. Chutou a bola bem devagar e bateu em Danny, logo em seguida, entrando no gol. – E é gol! – Harry pegou o filho no colo, girando-o no ar, enquanto Danny fingia chorar, decepcionado por não ter conseguido defender. As garotas riram e foram se sentar para descansar, não era fácil jogar futebol com quatro homens. Suas canelas doíam de tantos chutes. Mas estava sendo um dia bem agradável, apesar de algumas nuvens escuras que se acumulavam no céu.
Dois anos já haviam se passado. precisou ser operada para que seu filho nascesse. Mas ele veio ao mundo cheio de saúde e com um peso ideal para um bebê. Para a surpresa de , a reação de Harry em relação ao bebê foi surpreendente. Ele passava até mais tempo com ele se for possível, era um pai super apegado ao filho. estava muito feliz.
e Tom tinham finalmente se casado, não fazia muito tempo, haviam acabado de voltar da lua-de-mel. Na viagem, ele deu um presente para ela. Era uma cachorrinha idêntica á Buffy. Aquilo só a fez chorar mais ainda, e dedicava-se completamente para que a cachorrinha não sofresse o mesmo que Buffy passou. Mesmo que soubesse que nenhum outro cachorro podia ser comparado com Buffy, sua nova cadela conseguiu a alegrar e esquecer alguns fatos marcantes, por pelo menos um pequeno prazo de tempo. Buffy sempre será única, nem Tom nunca a esquecerão.
O corte de Dougie infelizmente foi profundo, sim. Teve algumas sequelas, como ele ter enjoo muitas vezes em um único mês, mas acabou até se acostumando, e estava fazendo tratamento e tomando remédios para controlar isto. nunca se desculpou pelo ocorrido, sempre pedindo perdão ao namorado, dizendo que não deveria ter saído de seu lado nem por um segundo. Mas, o que aconteceu, é passado... Agora só importa o futuro. E, ele sabia que não fora culpa dela, apesar de ter ficado bem enciumado com as palavras de Billie. Às vezes chegava á pensar “que tolice, ele é só um espírito!‘, mas o amor que Dougie e sentiam um pelo outro era algo inexplicável, e depois daquela noite, isso só aumentou. aproveitava cada momento ao seu lado, como se fosse o último.
meio que entrou em depressão após perder o filho. Danny confirmava que eles teriam outro, ela não precisava ficar se culpando por isso. Mas sempre que ela olhava para Harry e , não podia mentir. Sentia uma imensa tristeza. Não por eles, óbvio que não! Estava extremamente feliz por eles! Mas pensava como seria se tivesse tido seu filho, agora, ela e Danny teriam também uma nova família. Mesmo porque, ele desistiu de tudo, largou a mãe, uma faculdade, para ficar com ela e ajudar a criar essa criança, que agora nem existia.
Os garotos agora tinham formado uma banda, e estavam fazendo bastante sucesso. A casa na floresta foi reformada por eles, e passavam as férias lá, para que pudessem passar dias juntos quando tinham folga. Compraram pelo simples motivo de que achavam aquela casa linda e queriam um tempo somente para eles, um lugar escondido; e sabiam da história toda daquela casa. Não achavam certo tudo vivido ali ser destruído de uma forma tão cruel. Eles criariam ali, uma nova vida, muito mais alegre e feliz que reinaria aquela casa agora, com um aspecto bem diferente do que era antes.
Um trovão alto reinou o campo de futebol, logo em seguida de um relâmpago.
- Mamãe, mamãe! – Henry correu até . Henry. Era o nome do filho de e de Harry. Sabiam de toda a história sobre esse nome, em relação a Stacy e Jim, mas não ligaram. Achavam aquele nome lindo, e já tinham decidido colocar esse nome há muito tempo atrás. Não seria isso que os impediria, não mesmo.
- Fala, querido! – ela abriu os braços e ele sentou-se em seu colo. Danny correu juntamente e jogou-se em , todo suado. Ela fez uma careta e ele abraçou-a, rindo alto. Tom levantou o braço, deixando o brinquedo da cachorrinha no alto, enquanto ela latia balançando o rabinho e pulava. lhe deu um tapa no ombro, exigindo que ele jogasse. Ele riu, sempre fazia isso. Dougie puxou pela cintura e apoiou seu queixo no ombro dela, depositando um beijo em seu pescoço.
- Mais uma pessoa pode brincar conosco? – perguntou feliz batendo palminhas. Harry arqueou a sobrancelha, sentindo pequenas gotas de chuva cair.
- Claro... Mas quem? – encarou-o e Harry juntou-se, sentando em frente.
- Um amiguinho meu – todos se entreolharam e se aproximaram. – Ele se chama Billie! – engoliram a seco. Um novo relâmpago caiu e sentiu um calafrio. Harry lhe deu um sorriso, tranquilizando-a. Todos sabiam que Billie nunca os deixaria em paz, mas sabiam todos seus segredos, não o temiam.

13 anos depois

- Não quero brincar disso – a filha de e Danny fez bico.
- Medo? – Henry brincou e ela negou com a cabeça. – Vai, gente, acabou a energia, não temos mais nada para fazer! Nossos pais também nem estão em casa, foram viajar... Por favor, por favor – implorou.
- Ok, vai, mas se algo acontecer... – a filha de Tom e apontou para ele. – Eu te bato!
- Papel, compasso... O que mais falta? – o filho de e Dougie questionou.
- Escrever as letras do alfabeto e os números na folha – falou a irmã de Henry, outro filho de e Harry.
- Feito – exclamou outro filho de Tom e .
- O...L...Á - o compasso mexeu, apontando pra estas palavras.
- Onde você mora? – o filho de e Danny questionou.
- Aqui... Nesta... Casa – a filha de e Dougie arregalou os olhos. - Nesse... Exato... Momento... Com... Vocês.
- Qual o seu nome? – perguntou Henry, estremecendo.
- Billie - nesse momento, deixaram cair o compasso. A chuva apertou, raios e trovões caíam raivosos.
- Hey, o que houve? – perguntou Henry vendo a filha de e Danny chorar. Os outros se entreolharam, assustados.
- Dizem... Que quando deixam o compasso cair... Acontece algo ruim - disse ela entre soluços. Logo, um clarão veio em seus rostos e a porta abriu-se sozinha, mostrando, ali, um espírito. Os corações deles aceleraram-se batendo rapidamente.
- Que tal vocês terem... – era Billie, com seu sorriso maligno. – Uma noite aterrorizante?

FIM



História finalizada ás 15:00 do dia 24 de junho de 2009

N/a: Eu realmente não sei como começar... Ou terminar, né, já que é a última N/a que eu vou fazer de UNA. Cara, a idéia da história surgiu do nada, num dia em que eu estava sentada no sofá esperando liberarem meu precioso computador para escrever. E então, tudo veio rapidamente, a ponto de eu também escrever num único dia. Depois, eu fui tendo mais e mais idéias já que eu AMO escrever coisas abordando terror, e tinha gostado tanto particularmente daquela história que, aliás, foi a minha primeira! Foi a que me incentivou a continuar, e inclusive, progredir. Hoje eu olho, e não consigo acreditar que chegou ao fim, pois não, eu não pretendo fazer uma parte 5, haha. Aliás, o que acharam do final? Eu fiquei toda contente, haha *-*
Queria MUITO agradecer a Mari, Juh, Leh, Gih e Bárbara, pois talvez nem sabem o quanto me ajudaram a me inspirar para escrever essa história, e até participarem, haha. E também, agradecer ao querido McFly, que se não fosse por eles, e por essas pessoinhas lindas que citei, talvez nem conheceria o mundo das fics, e o quão bom ele é. Muito menos teria em quem me inspirar, imaginar... Enfim, nunca seria a mesma coisa. Por isso, muito muito MUITO obrigada! Principalmente a me incentivarem a seguir em frente, e até me darem idéias para as continuações. Queria agradecer também até ao 30 Seconds to Mars, pois desde o começo da fic, quando eu escrevia, eram só as músicas deles que eu ouvia, e me fazia entrar completamente no clima. E lógico, queria agradecer a todos os leitores! Meu deus, gente... Eu não tenho palavras do quanto os agradeço. Da primeira até a terceira parte, tinham tantos comentários (talvez nem tantos comparado a outras fics, mas que pra mim era mais que suficiente, nunca nem imaginei receber tantos assim!), e me empolgava mais ainda a continuar. Depois que foi trocado a caixinha de comentários e eu acabei perdendo os comentários, logico, fiquei extremamente triste. Mas não foi isso que os impediu a continuar comentando, e eu garanto que guardo cada surto dentro do meu coração e da memória. E agora, eu tô demorando tanto tempo pra postar tudo, nem lembro direito quando eu mandei a primeira parte pro ffobs, e nem por isso vocês desistiram, continuam vindo ver as atualizações, e comentar, e... Cara! Não tem explicação pro que eu sinto, pela tamanha felicidade que eu sinto em cada comentário, e pela tristeza que eu tenho em contar-lhes que a fic chega ao fim. Mais uma vez, obrigada a TODOS! Essa fic, apesar de ser a minha mais 'cafona' por ter sido a minha primeira, não tinha a mesma forma de falar e se expressar como agora, se tornou tão especial, que sim, é a minha preferida! Aliás, eu nunca mais consegui escrever uma fic de terror, como essa. Eu realmente espero que vocês tenham apreciado acompanhar toda essa história, e só mais uma coisinha para finalizar... Tomem cuidado ao olhar para trás, vocês podem descobrir que tudo pode ter sido mais real do que você imagina. Portanto, vire-se, cumprimente o Billie e tenha Uma Noite Aterrorizante ótima! MWHAHAHAHAHAAHA <3333



N/b: Qualquer erro na fic mande para leeh.rodriigues@gmail.com :) Não utilizem a caixa de comentários, por favor. Agradeço desde já.


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