~ 1. How Am I Supposed to Know?

Eu era uma garota normal, ou pelo menos eu achava que era…
Todas as manhãs, eu levantava às 6h30min, me arrumava, tomava café e ia para o inferno que chamavam de escola. Sempre fui uma boa aluna, embora sempre fosse mais “na minha”... Ok! Eu sempre fui antissocial mesmo, e daí? As pessoas meio que me forçavam a ser assim, pois é, eu sempre fui considerada uma nerd loser na escola. Pelo menos meu cérebro não atrofiou, igual ao de certo grupo de meninas muito cor de rosa da escola.
Como dá para notar, sou do tipo que dispersa a atenção com facilidade, mas isso tem uma explicação lógica! Que é mais um dos motivos de porque me acham estranha. Minha mente não funciona como a mente de pessoas normais (mas, afinal, o que é ser normal?). Para se ter uma idéia básica, minha mente costuma “deletar” fatos, pessoas e informações como se eu nunca tivesse tomado consciência de suas existências, além do mais, sou “excessivamente criativa”, o que significa (mais uma vez) que minha mente e imaginação têm vida própria. Sério, às vezes, até eu mesma me assusto com cada absurdo e idéias mirabolantes que eu mesma crio.
Outro fator que contribui para me acharem esquisita é que tenho o hábito de falar sozinha. Não é como se eu tivesse um amigo imaginário ou algo assim. Eu sei que estou sozinha, mas falo comigo mesma, me faço perguntas, me auto-respondo, me dou conselhos, conto piadas para mim mesma, só que faço tudo isso em voz alta e nem ligo se estou trancada no meu quarto, na cozinha lavando a louça, caminhando nas ruas ou sentada no ônibus. Simplesmente gosto do meu blá, blá, blá comigo mesma.
Tenho três melhores amigas, não que eu tenha somente elas como amigas, mas é que essas três cruzes que eu carrego, são quase como irmãs para mim.
A é um pseudo-hobbit disfarçado de gente, pois é, ela não é muito alta... Ela costuma ser a mais dinâmica de nós quatro e isso me dá sono, verdade, minha amiga me dá sono, o que eu posso fazer? Às vezes acho que ela é meio carente, porque vive metendo os pés pelas mãos, com planos mirabolantes, tentando arranjar um namorado, o que gera risos e apostas entre mim, a e a , não que a gente não queira a felicidade da , é que é quase um instinto.
Continuando... A “” não é a pessoa mais esperta e inteligente do mundo, mas tem um coração desproporcional ao seu tamanho (coração gigante para uma salva-vidas de aquário. Haha).
A ... É a mais nova entre nós e é a mais azeda também. Acho que a mãe dela chupava muito limão durante a gravidez. Eu já disse que sou preguiçosa? A é tanto quanto eu, talvez até mais... O que nos deixa na dúvida: será que ela nunca quer fazer nada e é sempre do contra porque é preguiçosa ou porque é mal-humorada?
Já a é a nossa CDF, dude, às vezes até irrita, sabe? Sempre tira as melhores notas e todos os professores a adoram... O bom é que sempre colamos dela nas provas. Eu gosto de ler e leio muito, mas a lê três vezes mais do que eu. Mas ela não é aquelas nerds chatas, pelo contrário, ela adora uma festa e é a que sempre bebe mais entre a gente.
Já mencionei que toco bateria? Pois é, eu toco! A toca violão e a toca teclado, a não toca nem pedrinha no rio, porque ela não consegue fazer quicar... Nós viajamos all the time imaginando sobre a banda que queremos (e vamos!) montar. A nossa inspiração? McFly, é óbvio!
Nós quatro somos loucas por McFly e cada uma de nós tem o seu McGuy favorito, mas isso não vem ao caso... Ou sim? Ok! A é Poynter, eles super combinam, mas eu particularmente acho que quando eles tiverem filhos devem implantar chips rastreadores nas crianças para não perdê-las debaixo da mobília...
A é Judd e eu juro que se eles se conhecerem e namorarem vou mandar que façam seguro de vida, comigo sendo a beneficiária, porque azedos como os dois são, vão viver brigando e um dia acabarão se matando. Eu recebo o seguro e vivo feliz e rica para sempre. FIM! Legal, né?
A é Jones, o que é perfeito... Vai que ela consiga deixá-lo menos idiota, certo?
E eu? Fletcher, é claro! O que mais poderia ser? Como não ficar apaixonada por aquele ser monocóvico, lindo, loiro e totalmente gostoso? E a covinha? Pelas cuecas de Merlin... Eu daria tudo para colocar meu dedinho naquela covinha! Ok, parei...
Voltando ao assunto anterior... Nós estamos quase surtadas esperando pelo álbum novo do McFly que deve ser lançado em menos de um mês... Parece que o primeiro single vai ser de uma música chamada “Please, Please” e um cover do Queen, “Don't Stop Me Now”.
Please, Please? Bizarro, né?
Na verdade não é bizarro... Eu acho, e somente eu, porque eu tenho sonhado com eles cantando uma música sobre uma garota alienígena... Mas quando contei isso para , inclusive a idéia que eu tive para o vídeo dessa música (mesmo que eu não lembre da música realmente), algo sobre eles treinando um deles para ser lançado para o espaço atrás da tal garota... Sabe o que ela fez? A vaca CONFISCOU meus DVDs de Star Wars e Doctor Who! Ela disse que eu viajo demais nessa coisa de aliens. ARGH!
Eu acho isso uma tremenda bobagem, como tirar Luke Skywalker e o David Tennant da minha vida pode me fazer esquecer do meu sonho de infância?
Quando eu era criança, eu sonhava em ser cientista da NASA, o fato de eu ser uma negação em física não me fez gostar menos de Astronomia... É algo que faz parte de mim...
Como quando olho o céu, à noite, o brilho das estrelas me faz sentir realmente viva, é como se houvesse algo através do Universo esperando por mim e toda vez que vejo uma estrela cadente... É como se elas quisessem me mostrar um caminho a seguir... Difícil explicar...


~ 2. Here Comes the Storm

deu um pulo na cama, olhou para o relógio, na mesinha ao lado, era exatamente quatro horas da madrugada.
- Mas que droga! – Virou-se na cama, fechou os olhos e logo voltou a dormir.

Já era 7h45min da manhã quando as quatro se encontraram na mesma mesa, sob a mesma árvore de todos os dias, durante quase dez anos, que era o tempo em que as quatro amigas se conheciam e estudavam no mesmo colégio. Era começo de outubro, logo, ainda era outono na Inglaterra, fazia pouco mais de um mês que as aulas haviam começado, mas as amigas pareciam não se ver há dias de tanto que tagarelavam.
- Poxa, gente, é sério, eu preciso mesmo ir comprar um par de tênis novo, não quero ir sozinha... Por favorzinho com açúcar, vamos todas comigo? Depois da aula? – pedia com o mesmo olhar do gato do Shrek.
- Vai devolver meus DVDs? – perguntou emburrada. fez que não. – Então eu não vou!
- Ah, ... Que maldade comigo. – choramingou. abriu a boca para responder, quando cochichou em seu ouvido:
- Teus DVDs estão escondidos debaixo da cama dela, dentro de uma mochila velha, de cor laranja.
piscou, cúmplice, para , que sorriu e fez que sim com a cabeça.
- AI MEU DEUS!! Deixa eu contar...
, que lia concentrada, jogou o livro longe, assustada com o berro de . começou a rir do susto de uma e da histeria da outra, enquanto só revirava os olhos. Enquanto falava, abria a mochila, de onde tirava um pequeno cartaz enrolado, mostrando para as outras, era uma escala de horários.
- Seguinte... Terça é o show, certo? Então na sexta, depois da escola, eu vou para a bilheteria, começar a fila... Essa é a escala que fiz dos horários de cada uma, como podem ver, à noite ficaremos nós quatro, para ser mais seguro.
- Quem sabe a gente consiga vê-los indo fazer passagem de som. – batia palmas no seu momento foquinha.
- Claro! Leve um binóculo super potente para conseguir ver o Poynter. – falou, já escondendo-se atrás de , que ria.
- Sua besta! – mostrou a língua.
- , - a chamou, para que as duas nem começassem a discutir. - essa noite, eu tive aquele sonho de novo.
novamente revirou os olhos, e olharam para as outras duas, curiosas.
- Que sonho? – franziu a testa.
- Ah! Aquele dos cocozões gigantes que vêm buscar a para a terra da cocolândia. – respondeu, recebendo um “Ah!” de entendimento de , ainda estava confusa.
- Cocozões?
- Não são cocozões... São alienígenas. Aliás, parecem algum tipo de guarda imperial alienígena, pelas roupas que eles usavam. É que eles são bem altos e marrons, daí a futura senhora Poynter diz que eles são cocozões. – explicava, meio sonhadora.
- Mas, ... Esse sonho é tipo... Velho, né? – fazia careta.
- Faz quase dois anos que ela sonha com os cocozões... – intrometeu-se.
- Cada vez esse sonho é mais freqüente... – ainda parecia estar com a cabeça em Júpiter.
- Vai ver é um tipo de aviso. – falou pensativa, enquanto fazia “uh” com cara de suspense e resmungava que “não era para dar corda para as maluquices da maluca da .”.
Mas o sinal bateu, anunciando o início das aulas e as quatro correram para suas respectivas salas de aula. , e eram do terceiro ano, era do segundo, logo, ela não tinha nenhuma aula com as outras três, que tinham a maior parte das aulas juntas.
Nesta manhã, enquanto e tinham aula de Literatura, tinha aula de Geografia, sala para a qual ela rumou.

“... portanto, o dia solar é mais longo do que o sideral, mas apenas em cerca de 3 minutos e 56 segundos.
1 dia solar = 24 horas (solares)
1 dia sideral? 23 horas, 56 minutos e 4 segundos (solares)
Outra pergunta: Qual é, então, o tempo gasto pela Terra para dar um giro completo em torno de si mesma? O referencial mais adequado para se medir a rotação da Terra é dado pelas estrelas distantes e não pelo Sol. Devido às próprias distâncias das estrelas, que estão muito mais longe do que o Sol, suas posições no céu são praticamente constantes. Portanto, emprega-se o período sideral...”


Enquanto a garota anotava a explicação do professor, seu olhar foi atraído para a rua. Atraído e não simplesmente vagou aleatoriamente, porque sua visão focou-se diretamente sobre a sombra de um grande carvalho, onde, surpresa e com os olhos arregalados, distinguiu claramente um...
- OMFG! UM COCOZÃO!
Ela gritou, levantando-se da cadeira, enquanto toda a turma e o professor voltavam seus olhares para a garota, que, ao dar-se conta de que gritara no meio da aula, sorriu envergonhada.
- Érrrr... Professor, posso ir ao banheiro? Sabe como é, né... Preciso fazer aquele coc...
- Pode ir, Senhorita .
O professor interrompeu a garota e sua descompensação sob as gargalhadas do resto da turma. olhou mais uma vez para a figura alta e marrom, antes sair correndo da sala de aula. Nunca correra tanto na vida, enquanto fazia a volta no prédio, amaldiçoava a porcaria daquela escola por ser tão grande. Ao chegar ao exato carvalho, no qual avistara a figura estranha, sentiu as pernas molengas e a total falta de ar.
- Ok! Mais atividades físicas para mim... – Ela resmungava enquanto procurava qualquer vestígio alienígena próximo da árvore, mas não encontrou nenhuma mísera pedrinha reluzente pela radioatividade... Nada! Nem as folhas secas ou a grama pareciam ter sido pisadas, era como se tivesse sido um sonho, exceto pela certeza da garota de que ela estava bem acordada.
Quando o sinal tocou, ela correu para a próxima aula, seria química, aula que ela tinha junto com as amigas. As aulas costumavam serem em duplas, mas as três sempre davam um jeito de sentarem juntas e, naquela aula, não foi diferente, as três fofocavam durante os exercícios.
- ... e foi isso. Eu corri até lá e nadica de nada. – relatava para as amigas sobre seu quase ‘contato imediato de primeiro grau’.
- , olha para mim, – falava séria, como nunca havia feito na vida. – amiga, tu estas me assustando agora, sério... Gostar dessa coisa toda de ficção científica e E.T.s é uma coisa... Agora, achar que eles estão realmente vagando pelo planeta, é outra bem diferente... Acho que tu deveria mesmo procurar um médico.
- Credo, , eu não sou e nem estou ficando louca. Que saco!
- Amiga, a só está preocupada contigo. E tu há de convir que essa história é, no mínimo, muito absurda...
- Ah! Ótimo então... Tenho que me lembrar de nunca mais contar nada para vocês. – levantou-se bufando, entregou sua folha de exercícios feitos pela metade e saiu da sala ainda mais emburrada.
A semana passou irritantemente lenta. Possivelmente porque mal falava com as amigas por ainda estar “profundamente ressentida com a absurda descrença das amigas” como ela mesma resmungava quando as outras se aproximavam.
O final de semana havia finalmente chegado. As meninas estavam fazendo o revezamento como haviam combinado previamente.
Mais uma vez, acordou num pulo, era madrugada de sábado, as amigas estavam do lado de fora da barraca, conversando, eram quatro horas da madrugada. A menina não conseguiu voltar a dormir, ficava repassando as imagens do sonho, parecia até cenas tiradas de Star Wars...

“Uma cidade praticamente vazia, se não fosse pelas tropas imperiais contra-atacando os invasores. Soldados trajando uma espécie de armadura prateada reluziam, iluminados pelos três sóis de Gallifrey, atacavam com força e rapidez inumanas. Talvez porque eles realmente não fossem humanos. Eram guerreiros nascidos em Betelgeuse, no setor Z treinados em Alpha3, planeta pertencente ao “Cinturão de Orion”, um sistema planetário, também conhecido como constelação, onde eram localizadas as melhores academias de treinamento militar da galáxia. Alpha3 era colônia de treinamento militar exclusivo de Gallifrey, que é um dos planetas mais ricos de toda a história intergaláctica, motivo pelo qual, há 8684 anos Gallifrey tornou-se sede do Império Monárquico Galáctico. Que agora, estava sendo atacado pela Aliança.
A Aliança era formada por piratas espaciais, não passavam de ladrões assassinos, com um forte poder de ataque e quase nenhuma organização, cruéis e completamente sádicos, eles recrutavam todo e qualquer tipo de escória para lutar e saquear em seu nome.
O pouco, ou quase nada, que se sabia sobre a Aliança era culpa exclusiva do Conselho Imperial, formado pelos líderes monárquicos dos planetas regentes de cada região espacial, o problema foi que eles não deram importância aos primeiros ataques, embora bem sucedidos, de pequeno porte, deferidos pela Aliança, ao longo dos anos.
Agora parecia ser tarde demais.
Por ordem do Imperador, seu filho e único herdeiro deveria ser levado às pressas para um lugar secreto, livre do perigo.
Assim uma pequena nave foi lançada, em fuga, cujo destino, era conhecido por poucos...”


piscava, encarando a ‘parede’ da barraca, não conseguia entender como um lugar destruído e sob ataque poderia lhe parecer tão acolhedor... Ouvindo as risadas das amigas, resolveu sair da barraca, juntou-se a elas, mas por vezes seu olhar perdia-se no brilho quase apagado de poucas estrelas que pareciam ignorar o amanhecer que começava lenta e preguiçosamente. Ela não contaria às amigas sobre este sonho...
A segunda-feira chegara rápido, era o dia que antecedia o show do McFly, a movimentação no Shepherds Bush Empire, em Londres, estava começando. Vans chegavam com caixas e amplificadores, era um entra e sai constante.
Porque não queriam perder nada, as amigas resolveram não ir para a escola nem na segunda, muito menos na terça... Filmavam tudo e todos que passavam em direção do ‘teatro’. Algumas vezes chegavam ao cúmulo de parar algumas pessoas para ‘entrevistá-los’.
, que segurava uma escova de cabelos cor laranja, fingia ser uma repórter e a escova era seu microfone. Ela parou um rapaz careca que parecia ser simpático.
- Oi, bom dia. Poderia nos conceder uma entrevista?
- Isso aí é um “microfone”? – Ele perguntou apontando a escova de cabelos, enquanto fazia aspas com os dedos, em meio às próprias risadas.
deu de ombros, enquanto analisava a escova: - Bem... É...
- Ok, então, vamos à entrevista? – Ele respondeu (ou perguntou), bem-humorado.
- Certo! Qual é o seu nome, senhor? – fazia pose de repórter séria.
- Senhor? Poxa... Pareço tão velho assim? – Ele olhava para si mesmo. – Me chamo Neil.
- Hm... E o que o senh... Ppa! Tu trabalhas com o McFly ou é funcionário do Empire?
- Eu trabalho com o McFly desde que eles começaram, para falar a verdade.
- Que legal! – Os olhos de brilharam. – E qual a tua função, exatamente?
- NÃO... , isso é chato de perguntar. Pergunta se o Poynter é cheiroso! – , que filmava, intrometeu-se, provocando a gargalhada de Neil.
- Ah, claro.... Porque todo mundo quer saber o quão fedido é o pequeno Poynter. – resmungou, cruzando os braços, já meio emburrada.
- HEY! Neil, é verdade que o Harry dorme com um ursinho de pelúcia? – cutucava o rapaz, enquanto falava.
Mas o celular dele tocou, o que o distraiu da divertida discussão das meninas, sobre o que perguntar.
- Érrrr... Hm... Garotas! – As três o encararam. – Eu preciso ir. – também se emburrou. – Mas eu não acho que o Poynter seja cheiroso, não que ele feda, pelo menos, na maior parte do tempo pelo menos... E o Harry, eu nunca o vi com urso de pelúcia, então acho que não, quem tem um macaco de pelúcia é o Danny e ele sim dorme com ele, só que o Harry chupa o dedo quando dorme. Bem, tchau meninas, foi um prazer...
Ele sorriu e deu as costas, tinha um beiço gigante no rosto, mas ainda teve tempo de gritar:
- E O TOM?
Neil riu e respondeu, também aos gritos: - ELE PEIDA ENQUANTO DORME!
As amigas caíram na gargalhada, zoando , que continuava fazendo bico.
- Duvido que o Tom peide dormindo, ok?
E foi guardar as coisas do acampamento apra quando sua mãe chegasse estar tudo pronto, já que na última noite, elas não usariam barraca, por estarem ansiosas demais.
Eram quase duas da tarde, a mãe de havia acabado de sair e as meninas resolveram ‘almoçar’, então, cada uma pegava seu Pringles e sua Coca, quando uma van branca estacionou. Neil foi o primeiro a sair dela, carregando dois cases identificados como ‘Yellow bass’ e ‘Blue bass’, logo após, Tommy desembarca, falando ao celular, nada curiosas e fofoqueiras, as meninas esqueceram que iam ‘almoçar’ e ficaram prestando atenção na conversa de Tommy, que parecia estar falando com Fletch, que parecia já estar chegando ao Empire. Então se dá conta de que Neil segurava um case...
- OMG! TOM’S RED GUITAR? Neil... Deixa eu ver essa guitarra? Por favorzinho com açúcar? Eu até te dou meus Pringles... – Com o olhar do gato do Shrek, estendeu sua lata intocada de Pringles. Mas, para o seu desapontamento, ele negou se desculpando e continuou andando. – Poxa... Mas é a guitarra mágica do Tom...
Tommy provavelmente ficou com pena da menina e do beiço gigante e olhar derrotado que ela fazia enquanto resmungava algo sobre ‘aquela guitarra ser mágica’, tão logo ele desligou o celular, foi até as meninas, que eram as únicas no local...
- Não me digam que vocês já estão aqui para o show?
- TOMMY! - se empolgara com a presença do homem, dando-lhe um abraço apertado. - Como tem passado nosso Irmão gêmeo do Alan Rickman Robert favorito?
- Na verdade, estamos aqui desde sexta-feira à tarde, mesmo eu achando exagero por parte de uma certa maluca que eu insisto em considerar amiga... – lançava um olhar assassino para . Desde o começo ela e protestaram sobre ficar “na fila” por tanto tempo.
Tommy, que encarava com um baita ponto de interrogação na testa, voltou sua atenção para e não pode deixar de rir pelo jeito com que a menina falou e olhou para a outra.
- Então perguntar se vocês são fãs seria estupidez... Mas não acho que vocês devam ficar brabas com a amiga de vocês... – Ele sorriu para .
- Ah! Queria ver o senhor passar uma tarde com ela, sem ter vontade de esganá-la uma única vez. – riu de canto, de um jeito brincalhão.
- Façamos o seguinte, eu convido vocês quatro para entrar e assistir a passagem de som do McFly e vocês três perdoam a amiga de vocês por ela tê-las feito passar tanto tempo na fila, o que acham?
Mal Tommy terminara de dar sua sugestão, já estava aos pulinhos em volta dele, e faziam muita força para não berrarem enlouquecidamente. Tommy entrou na frente, as meninas foram logo atrás, estavam radiantes com a sorte que haviam tido. Mas não os seguiu... Sua atenção havia sido fixada em duas figuras, muito altas, grandalhonas em todos os sentidos, na verdade... E marrons!
O carro que trazia a banda estacionou a poucos passos da menina, que olhava fixamente para o mesmo ponto, não queria nem piscar para ter certeza de que não os perderia de vista. Tom, um dos integrantes do McFly, o preferido de , saiu do carro, sorriu simpático para a menina, mas a verdade foi que ela não o percebeu próximo a si, caminhava desconfiada em direção dos dois seres que estavam relativamente longe. Harry, que saíra do carro logo após Tom, deu de ombros, fez uma careta para o colega de banda, e os dois entraram no teatro... Danny os seguiria de perto, mas acabou sofrendo um acidente no caminho.
- OUCH!
- AI, MAS QUE DROGA! – estava sentada no chão, perdera os dois aliens de vista.
- Desculpa, eu te machuquei? Descul... – Mas ela não deu atenção para Danny, que ainda estava sem graça por tê-la derrubado. já tinha corrido para longe dele, tentando achar algum rastro dos dois seres que ela tinha certeza, a estavam seguindo.


~ 3. Star Girl

Tommy havia deixado as meninas no local onde seria a área vip do show e foi somente quando ele se afastou que percebeu a falta da quarta integrante do ‘Quarteto Fantástico’.
- Ok, alguém sabe me explicar onde a se enfiou? – Ela olhava a sua volta procurando algum sinal da amiga.
- Ela estava bem atrás de mim. – coçou a nuca meio confusa.
- Só falta a toupeira ter se perdido, já pensou? – começou a rir.
- Claro... Daí ela entra sem querer no camarim e dá um flagrante no Poynter e no Jones se pegando, traindo o Tom e o Harry, pobres cornos... – parecia filosofar sobre esta possibilidade.
- Vai ver ela só foi ao banheiro. – revirou os olhos. Foi neste exato momento que quatro garotos sorridentes se aproximaram delas.
- Hey. O Tommy disse que teríamos platéia pra passagem de som. Tudo bom, garotas? – Tom foi o primeiro a cumprimentar as meninas, seguido pelos outros.
- Danny, vocês vão tocar alguma música do novo álbum amanhã? – tinha os olhos brilhando. Embora as três estivessem quase surtando, tentavam fazer seu melhor para agir naturalmente na frente dos ídolos.
- Na verdade, vamos... Vamos tocar o primeiro single... – Ele parecia satisfeito por alguém lhe fazer esse tipo de pergunta, geralmente só perguntavam coisas idiotas pra ele, como por exemplo, “por que o tênis do Tom era amarelo”.
- Será Please, Please? – se meteu na conversa.
- Também. Vocês já ouviram? – Dougie cutucava Harry. – Nos inspiramos na quase namoradinha do Judd aqui! – Harry deu um pedala em Dougie.
- SIIIIIIIIIIIIIM! – As três disseram juntas. – Ouvimos o lançamento na BBC Radio One, sexta. – completou.
- E gostaram dela? – Danny parecia interessado na opinião das meninas.
- Sim, a gente adorou, menos a , ela estava meio decepcionada. – respondeu, mas tapou a boca ao perceber que dissera aos McGuys que alguém não gostara da nova música deles.
- E quem é a ? – Harry ergueu uma sobrancelha, tentando descobrir, mentalmente, qual das três seria a tal menina.
- Ela não está aqui, aliás, achamos que ela possa ter se perdido aqui dentro do Empire. – revirava os olhos, mas com uma expressão de quem iria zoar muito a amiga se isso tivesse mesmo acontecido.
- Na verdade, – se meteu. – não é que ela não tenha gostado, ela gostou... É que a maluca estava achando que vocês iam lançar uma música sobre um cara que é apaixonado por uma alienígena, ou qualquer coisa do tipo.
Danny arregalou os olhos para Tom, que franziu a testa para .
- E vocês gostaram dessa música? – Ele perguntou, quase surtando, tentando manter a compostura, porque a música aparentemente tinha vazado.
- Na verdade, a é meio maluca, sabe, e ela sonhou com a tal música, porque, ah, Tom! Você sabe melhor que eu que essa música não existe, né. – respondeu num tom impaciente, se perguntando porque o Fletcher estaria perguntando para ela por uma música que ele sabia que não existia. Grande palhaço que Tom Fletcher é.
- Claro... Não existe... – Tom lançou um olhar significativo para os colegas de banda e voltou-se para novamente. Enquanto os outros cinco tagarelavam sobre qualquer bobagem, ele estava curioso sobre a música que a tal amiga delas havia sonhado. – Mas, então... – Ele a olhou como quem pergunta o nome da menina.
- .
- Certo, ... Fiquei curioso... Essa tua amiga sonhou com essa música mesmo? E ela contou o que exatamente sobre a tal música?
- Bom... Ela não falou muito, até porque ela viaja demais nessa coisa de alienígenas e tal... Daí eu não dou muita atenção quando ela começa a falar nisso... Mas, basicamente, disse que o ritmo da música era mais agitado, sabe, e falava de um cara que se apaixonou por uma alienígena, mas que ela não estava com ele, tinha ido embora ou sei lá... Daí... – começou a rir. – A é tão criativa pra certas coisas... Que ela até imaginou um vídeo pra música.
Tom ficou realmente surpreso, porque Star Girl realmente existia... E ele não entendia como ela teria vazado, mas o estranho é que a menina sonhara com um vídeo? Como ela poderia saber que a música seria vídeo também, se somente o áudio vazara? Até porque, a idéia do vídeo estava única e exclusivamente na cabeça dele próprio.
- E ela disse como seria o tal vídeo? – Ele tentava falar num tom divertido, mas a verdade é que estava se mordendo de curiosidade, não só para saber como seria o vídeo imaginado pela menina, mas também, e principalmente, para conhecer a própria.
- Bom... Basicamente, ela disse que vocês treinariam um de vocês para ser lançado ao espaço, acho que pra ir atrás da tal E.T.. Ela não deu muito detalhes, porque daí começou a divagar sobre a tua covinha. – abafou um riso. – Como ela mesma diz, e, Tom, juro que são palavras da ... “Como eu queria tocar naquele buraquinho lindo feito por alienígenas que o Tom tem na bochecha.”
Até mesmo Tom riu da imitação de ... Realmente, queria conhecer a menina, até para ouvir os detalhes sobre o vídeo, porque, pelo que tudo indicava... A garota tivera uma idéia muito parecida com a do próprio Tom.
- Então, , diz para a tua amiga que ela é uma garota bastante criativa e que eu gostaria muito de conhecê-la... E que se ela prometer não furar meu rosto, eu deixo ela colocar o dedo na minha covinha. – Com isso ele sorriu, deixando a mostra a famosa e única covinha de Tom Fletcher.
Enquanto as amigas se divertiam, cantando e inventando coreografias malucas, assistindo ao “show particular do McFly” (leia-se: passagem de som!), do lado de fora do Empire, sentava no chão, recostada à parede do teatro, quase sem fôlego e amaldiçoando-se por ter perdido uma chance de conhecer os McGuys por nada. Maldita hora que os malditos cocozões apareceram. A menina estava ponderando sobre começar a concordar com ... Talvez estivesse mesmo tendo alucinações... Deveria parar de pensar naqueles seres estranhos.
Muito tempo depois... continuava sentada na calçada, abraçando as pernas e com o rosto enterrado nos joelhos, quando sentiu alguém cutucar-lhe. Preguiçosa e desanimadamente, ela levantou a cabeça, dando de cara com , cujo sorriso parecia não caber mais em seu rosto.
- , onde foi que tu te enfiou? Ficamos preocupadas... – Ela sentou-se ao lado da amiga, que apenas deu de ombros.
- Estava por aí... – não contaria nada, nem sobre os cocozões, nem sobre começar a concordar que estava louca.
- Sua besta, foi tão perfeito! Eles foram tão fofos... Nossa! Acho que realmente consegui extrapolar o meu próprio limite de adoração pelo McFly, amo eles mais do que antes... – tagarelava feliz, sem perceber a cara triste de quem queria se matar que fazia. Porque, por mais que tentasse pensar que aquilo não fora grande coisa, estava realmente furiosa consigo mesma, por ser tão estúpida.
- Hm... Será que tu merece que eu dê o recado do Tom para ti? – também sentara-se ao lado de , falava meio brincalhona, como quem quisesse provocar alguma reação mais animada na amiga, porque, ao contrário de , havia percebido o quão chateada a outra estava.
- Recado do Tom? Pra mim? Como assim? Explica, ... – tinha um brilho novo no olhar, estava empolgada e curiosa... Mas, ao mesmo tempo, tensa, porque poderia ser uma brincadeira sem graça de .
- Foi assim... A perguntou se eles iriam tocar música nova, né... Daí o Danny acabou perguntando se a gente ouviu Please, Please e se gostamos... Daí a disse que tu não tinha gostado e o Harry quis saber quem era a , né... Daí eu expliquei que não é que tu não tinha gostado, mas que tu estava batendo pé que o single seria daquela música de aliens, né, e o Tom ficou curioso e perguntou que música era essa e de onde tu tinha tirado essa idéia e tal... Em resumo, neguinha do meu coração, - abraçou , meio de lado. – essa música não existe, provado e comprovado pelo próprio Tom Fletcher! Mas ele disse que te achou uma garota bastante criativa e queria muito te conhecer e disse que até te deixa pôr o dedo na covinha dele. – deu uma piscadinha arteira para .
- Mas ele disse mesmo que a música não existe? Tipo, - tentou imitar a voz de Tom. – “Nós não gravamos nenhuma música que fale sobre um E.T.”?
- Claro... – ia respondendo.
- ... Que não, né, ! – se meteu. – Ele não disse com essas palavras, só ficou surpreso pela tua idéia, mas pareceu até que ele gostou.
fez uma cara desgostosa para , quem sorria pra . Não que ela gostasse da amiga pagar de maluca por aí, mas estava exagerando um pouco ao falar que Tom negara a existência da música.


~ 4. Don’t Stop Me Now

Terça, por volta das 17 horas, o Empire estava lotado. Fãs alucinadas ocupavam seus lugares enquanto esperavam impacientes pelo início do show marcado para as 17h30min. , , e encontravam-se exatamente nessa ordem, lado a lado, na grade. Estavam entre os microfones de Tom e Danny, embora mais próximas de Danny do que de Tom.
Finalmente as luzes se apagaram totalmente...
“CAUSE OBVIOUSLY SHE’S OUT OF MY LEAGUE. I’M WASTING MY TIME COZ SHE’LL NEVER BE MINE…”
De repente, as luzes se acendem ao mesmo tempo em que há uma espécie de explosão no palco, revelando os quatro garotos que, guiados por um breve solo inicial de bateria, entoavam ‘Obviously’, um de seus hits do primeiro álbum. Foi como se o teatro viesse abaixo, tamanha histeria traduzida em gritos dos fãs ali presentes, não era diferente com quatro meninas, em específico. Elas pulavam e gritavam as letras das músicas desafinadamente e cada vez mais animadas.
Tão logo terminaram ‘I’ll Be Ok’, a banda aproveitou para tomar água, recuperar o fôlego e conversar com a platéia.
- E aí, Londres! Estão se divertindo? – Danny deu início à conversa, tendo como resposta gritos cada vez mais altos.
- Como vocês sabem, ‘Please Please’ é o primeiro single do nosso novo álbum... – Tom falava e a platéia delirava.
- É, a gente escreveu ‘Please Please’ em homenagem a namoradinha do Harry! – Dougie meteu-se no discurso de um jeito debochado.
- HEY! Eu não tenho namorada! – Harry defendeu-se ao microfone.
- Pobre Harry, está carente... Alguma de vocês quer ser a namorada do Harry? – Danny falava com a platéia enquanto apontava Harry na bateria. Provavelmente todas as garotas ali presentes devem ter apontado para si mesmas enquanto gritavam “EU QUERO!”.
- Ah! NÃO! Não, não, não! Tirem o olho do MEU futuro marido. Harry Judd não está disponível porque ele é MEU namorado! – Dougie fazia cara indignada pra platéia, enquanto falava de um jeito bem gay.
- QUEM QUER OUVIR ‘PLEASE PLEASE’? – Tom incitava a platéia, ainda rindo dos colegas de banda.
E foi sob mais gritos da platéia que McFly tocou ‘Please, Please’ ao vivo, pela primeira vez. O tempo pareceu passar mais depressa do que o normal e mais uma vez os garotos conversavam com a platéia, anunciando a última música ‘Memory Lane’, em tom de despedida. Mas quando o último acorde da música morreu, o quarteto não saiu do palco. Tom foi até Danny e falou algo em seu ouvido, Danny assentiu com a cabeça e foi falar com Dougie e Harry, aos cochichos. Enquanto isso, Tom postava-se ao microfone de Danny, olhou para a platéia e sorriu, deixando a mostra sua única covinha.
- Nós quatro... – Ele apontou de si, para o resto da banda. – Achamos que vocês foram um público fantástico, então resolvemos dar um presente para vocês.
- YEAH! Vocês querem ouvir mais uma música inédita? – Danny gritou e a platéia respondeu de imediato.
- Dude, eu acho que eles não querem... – Dougie pôs as mãos na cintura.
- Vocês querem mais uma música? – Danny voltou a gritar e a platéia respondeu ainda mais alto.
- É o seguinte... - Tom voltara a falar, ainda no microfone do Danny. –... Ontem nós conhecemos três fãs... – Nesse momento Tom olhou diretamente para , e , enquanto Danny, que também as encarava, sorriu e piscou para as meninas.
- Dude, elas eram gostosas... E meio malucas! – Dougie gesticulava freneticamente com as mãos enquanto fazia caretas, o que provocou gargalhadas geral. Tom retomou a fala ao microfone.
- Essas três fãs falaram de uma amiga delas...
- Fazer fofoca é feio, meninas! – Danny interrompeu.
- Falou aí, Gossip Jones! – Harry se pronunciara, arrancando mais gargalhadas de todos e resmungos de Danny.
- De qualquer modo... - Tom sacudiu as mãos. –... Eu fiquei curioso sobre algumas coisas, depois de conversar com essas fãs. Uma pena que não tenhamos conhecido a amiga delas também... – Nesse momento, , e começaram a pular, gritar e apontar para , que estava parada, sem reação, olhando fixamente para Tom. Ela estava roxa de tanta vergonha. Tom a encarou por alguns segundos, ele a conhecia, tinha certeza disso, só não se lembrava de onde. Ele sorriu e apontou diretamente para e novamente falou ao microfone. – Star Girl!
abriu um sorriso de orelha a orelha... Sabia o que viria, ou pelo menos tinha uma boa idéia do que seria, cutucou , perguntando se Tom havia chamado de star girl e apenas cutucava enquanto o McFly começava a tocar a música nova, a mesma música com a qual sonhara. Tom cantava, praticamente, sem tirar os olhos de , queria analisar as reações da garota, que cantarolava mais da metade da música junto com os McGuys.


~ 4.1. Tom’s Point Of View

Eu não havia esquecido da conversa estranha que tive com aquela garota... Qual o nome dela mesmo? Hm... Acho que é ... Algo assim... Quanto mais eu pensava tentando encontrar alguma explicação lógica sobre a tal amiga delas, mais perdido eu me sentia. Porque, simplesmente, não havia explicação lógica. A verdade é que quando chegamos ao hotel, eu fui direto pra internet, passei a noite procurando indícios de que Star Girl vazara, mas não tinha nada. Cheguei a criar vários logins em fóruns e chats de fãs, me passando por nosso fã, tentando saber se alguém mais havia falado de algo que parecesse com essa música, mas ninguém sabia de nada. Impossível ter vazado e só essa garota ter tido acesso...
Pouco antes de subirmos ao palco do Empire, tive uma idéia. Fui conversar com o Danny e ele topou, se um de nós visse aquelas meninas entre o público, tocaríamos Star Girl no final do show. Elas estavam na fila há dias, provavelmente estariam bem próximas ao palco, seria fácil de localizá-las. E eu estava certo, não levou mais do que duas músicas para eu reconhecer aquelas três. Elas pareciam estar se divertindo, o que é ótimo, gosto de olhar as fãs durante o show... O modo como elas cantam conosco e como sorriem... É bom saber que eu alegro pessoas. Mas a questão ali era saber quem era a quarta menina... A que sonhara com Star Girl, a que, aparentemente, teve a mesma idéia que eu... Isso me parece incrível!
Depois que tocamos Memory Lane, isso era o final do show, fui até o Danny, falando baixo.
- As três estão aqui na frente, dude, é perfeito, assim a gente descobre quem é a outra menina. Avisa o Dougie e o Harry que vamos tocar Star Girl, ok?
Meus amigos são demais, porque a verdade é que ensaiamos pouco essa música. Quando eu digo pouco, quero dizer duas vezes, no máximo. Mas lá estava o Jones, pronto para me ajudar! E, sem dúvidas, os outros dudes também não reclamariam. Voltei ao microfone do Danny, para ficar mais perto das três.
- Nós quatro... – Apontei de mim para os dudes. –... Achamos que vocês foram um público fantástico, então resolvemos dar um presente para vocês.
- YEAH! Vocês querem ouvir mais uma música inédita? – Danny gritou e a platéia respondeu de imediato, dude, é um fato! Temos os melhores fãs do mundo!
- Dude, eu acho que eles não querem... – Dougie pôs as mãos na cintura, já mencionei que ele parece uma dona de casa ralhando com os filhos quando faz isso? Pois é, ele parece!
- Vocês querem mais uma música? – Danny voltou a gritar e novamente nossos fãs foram à loucura.
- É o seguinte... - Eu voltei a falar, meio incerto do que dizer, pela primeira vez na minha vida. Qual é, eu estava ansioso de tanta curiosidade. –... Ontem nós conhecemos três fãs... – Eu olhei instintivamente para as três quase a minha frente, pude ver que Danny também as encarava sorrindo.
- Dude, elas eram gostosas... E meio malucas! – Dougie gesticulava freneticamente com as mãos enquanto fazia caretas, como não rir daquele projeto mal-acabado de hobbit? Eu tentei engolir e riso para continuar a falar.
- Essas três fãs falaram de uma amiga delas...
- Fazer fofoca é feio, meninas! – Danny, o próprio sujo, falando do mal lavado.
- Falou aí, Gossip Jones! – Harry também resolveu se meter e me atrapalhar, poxa, eu já estou todo enrolado e eles ainda ficam fazendo gracinhas, embora o Judd tenha razão, não há ser mais fofoqueiro que o Jones.
- De qualquer modo... - Sacudi as mãos, tentando voltar ao foco. –... Eu fiquei curioso sobre algumas coisas, depois de conversar com essas fãs. Uma pena que não tenhamos conhecido a amiga delas também... – Nesse momento, as três que estavam na passagem de som começaram a pular, gritar e apontar para uma quarta menina, que estava na ponta, mais perto do meu microfone. Devia ser ela... Tinha que ser a tal garota do sonho, ela parecia estar tímida, não consegui tirar meus olhos dela. Sabe aquela sensação de que tu já viu uma pessoa, aquele tipo de certeza de que a conhece, mas não sabe de onde? Eu sabia que a conhecia, muito provavelmente de sessões de autógrafos ou já devo tê-la visto no meio da platéia em algum show. Não é difícil de acontecer isso... Sem eu mesmo me dar conta, sorri para ela. Quando apontei para ela, vi que ela sorriu também e eu, sinceramente, espero que ela tenha compreendido que eu queria mostrar que a música que, segundo a amiga dela, foi um sonho que existia, e não que eu a estava acusando nem eu sei bem do que... Enfim, voltei ao microfone, com o dedo apontando para ela. – Star Girl!
Eu não consegui desviar minha atenção, me vi quase em choque porque ela parecia conhecer a letra, ou pelo menos, parte da letra. Dude, isso é estranho demais, como ela poderia sonhar com a música? Decorar a letra, e, o mais estranho de tudo, criar um pseudo-roteiro de um vídeo igual ao que eu havia pensado, e o mais chocante é que eu não escrevi a idéia em lugar nenhum. Ou essa menina consegue ler minha mente ou... Ela consegue ler minha mente! Legal, acho que vou ter que comprar um capacete de metal igual ao do Magneto, dos X-mens.

~ 4.1. Tom’s Point Of View Off


Tão logo o show terminara, Tom foi até Neil e o puxou para a lateral do palco, onde apontou para algumas meninas.
- Dude, está vendo aquelas quatro meninas? – Neil fez que sim com a cabeça. – Corre até lá e convide-as para conhecer o camarim...
Tom deu um tapinha no ombro do roadie, que correu até as meninas. Obviamente elas aceitaram imediatamente, mal acreditando na sua sorte.
Enquanto isso, no camarim, Tom acabara de anunciar que teriam visitas. Quando batem à porta e antes mesmo de que alguém fosse atender, ela se abre, somente a fresta suficiente para que Neil pusesse seu cabeção para dentro.
- Er... Tom, elas podem entrar agora? – Tom olhou para Danny que assentiu.
- É agora! Pode sim, Neil.
O roadie abriu a porta, dando passagem para quatro meninas que, apesar dos sorrisos imensos, pareciam bastante calmas.
- Ah! Nem acredito que nós fomos escolhidas... Sempre quis conhecer vocês, Tom... Posso tirar uma foto contigo? De preferência colocando meu dedo na tua covinha? – Uma das garotas começou a falar como uma matraca. Tom deu seu melhor sorriso e abraçou a menina para tirar a foto.
- Dude, não era para ser as mesmas meninas de ontem? – Harry cochichou com Danny que apenas deu de ombros, sorrindo amarelo para o amigo.
Não muito longe dali, quatro meninas conversavam enquanto iam a pé para casa.
- Ai, meu Deus! Que show incrível! Vocês viram como o Harry tocou? Ele é demais, isso é um fato... – gesticulava exageradamente enquanto falava, estava elétrica.
- Sabem, eu não consigo entender porque o Tom mentiu. – falava de um jeito pensativo.
- Como assim o Tom mentiu? – franziu a testa, intrigada.
- Ele disse que Star Girl não existia, mas, obviamente, existe. – deu de ombros.
- Ele não disse que a música não existia e... – foi interrompida por .
- E é óbvio que ele pensou que a música tinha vazado ou que a gente o estivesse espionando. Se coloque no lugar dele, . Uma estranha chega pra ti falando que outra estranha sonhou com algo que tu fez e que deveria ser segredo... Tu não tinha que ter falado NADA ao Tom. E, pra começar, isso não era um segredo teu, pra ti achar que tinha liberdade de escolher quem poderia saber dele ou não. – Mesmo estando brava, falava baixo e com calma.
- Mas eu nem sabia que era um segredo. – defendeu-se.
- Acontece que tem coisas que as pessoas têm que ter bom senso de não sair falando para qualquer um. – Agora sim, levantara a voz. , no entanto, começou a rir.
- Dude, tu acaba de falar que Tom Fletcher, amor da tua vida, tua pia entupida, é qualquer um.
falava entre gargalhadas. bufou e saiu pisando firme enquanto andava mais rápido para se distanciar das amigas, para não socar uma delas (leia-se: !). e trocaram olhares.
- , tu perdeu uma ótima oportunidade de ficar calada.
- É, dude, pisou feio na bola.
- O que eu fiz? – olhou de uma para outra, que voltaram a caminhar, seguidas por uma que parecia confusa. – Sério, meninas, eu não saquei... Expliquem...




~ 5. Just My Luck

Um mês se passou desde o show, embora estivesse muito frio, o dia estava bonito com um sol fraco pairando sob suas cabeças. Uma tarde perfeita para quatro amigas saírem às compras, pois em duas semanas teria o Yule Ball da Hampstead School, escola das meninas, que nada mais era do que um baile para comemorar o inverno... A verdadeira definição de um Yule Ball havia sido perdida ao longo dos anos...
As meninas encontraram-se na casa de e de lá pegariam um ônibus ‘Linha 8’, ou seja, a linha que ia para a Piccadilly Circus.
Chegando ao centro ‘do burburinho’ da cidade, as meninas começaram a entrar em todas as lojas possíveis. Provaram incontáveis vestidos. (esse) e (esse) já haviam achado os seus, faltava ainda encontrar os vestidos perfeitos para e .
O problema é que estava distraída, desde o show do McFly, há um mês, ela decidiu não ver, ou fingir não ver, aqueles seres bizarros, apelidados carinhosamente de cocozões. Quando via algum, fingia para si mesma que era somente uma sombra, ou algo do tipo. Mas naquela tarde, no centro de Londres, para onde quer que ela olhasse, parecia ver aquelas criaturas em meio aos turistas que pareciam aparecer de todos os cantos, fora uma sensação estranha de estar sendo seguida. Não que ela estivesse com medo, só era... Estranho, o que acabou por se forçar a acreditar que fosse mais uma maluquice da sua mente. Tentando ignorar ao máximo essa sensação, entrou com as amigas em mais uma loja e foi nesta que encontrou o seu vestido.
“Ótimo!” Pensava . “Agora só eu não tenho o que vestir, baile idiota...”. Foi então que uma vendedora entrou por uma porta que deveria levar ao estoque, trazendo um cabide, onde havia uma daquelas capas para proteger vestidos. Ela sorriu para e olhou para as outras meninas, todas com sacolas nas mãos, exceto a própria .
- Não encontrou nada que gostasse, querida? – A vendedora perguntou, ainda sorrindo.
- Hm... Na verdade, não. – deu de ombros.
- Posso ter a ousadia de perguntar qual a ocasião? – A tal vendedora parecia interessada no assunto, e o mais estranho, animada!
- É só o baile de inverno da escola. – respondeu prontamente, com um sorriso feliz no rosto.
- Ah! – Havia um tom de desapontamento na vendedora, que logo se recompôs, ela faria algo sobre isso. – Bom, acho que, talvez, possa te ajudar, na verdade esse vestido aqui. – Ela indicou o que carregava em suas mãos. – Acabou de ser entregue, acho que pode te servir.
- Que mulher estranha... – fazia caretas enquanto cochichava com , que apenas concordou com a cabeça, olhando curiosa para o embrulho.
Mas a vendedora pareceu ouvir o cochicho de porque lançou-lhe um olhar muito mal-humorado. Mas logo voltou sua atenção à , como se nada a tivesse distraído, ela abriu a capa, revelando o vestido mais perfeito do mundo, ao menos na opinião da menina, que o olhava maravilhada. Com os olhos brilhando, a menina correu para o provador, com o vestido nas mãos. Como estava demorando demais lá dentro, a vendedora foi até o provador, batendo de leve na porta da cabine.
- E então, ficou bom?
se olhava, pasma, no espelho, dando voltinhas lentas enquanto se analisava. Tinha que ter alguma coisa errada com o vestido. Mas finalmente abriu a porta do provador, ainda com o vestido.
- Qual a chance do vestido perfeito servir perfeitamente sem precisar de nenhum ajuste? – Ela sorria de orelha a orelha.
- Praticamente nula! – respondeu.
- Pois este serviu! – deu uma voltinha, para as amigas verem.
- O mundo é injusto, fica a dica! – resmungou, ela teria que levar seu vestido para ser encurtado.
voltou ao provador e trocou-se sem demorar muito, saiu olhando abobalhadamente para o vestido.
- Vou levar!
A vendedora sorriu, pegou o vestido começando a embrulhá-lo numa caixa imensa, revestida com papel de seda, enquanto falava com .
- Esse vestido é uma peça única, sabe? Na verdade ele foi feito para a festa de noivado de um membro da realeza... Mas alguma coisa aconteceu e o noivado foi adiado.
- Membro da realeza? Mas os herdeiros são homens... Hello! Harry e Willian... – dizia, cética.
- Mas existem os consortes, que também são considerados membros da realeza... – A vendedora explicava, parecendo ofendida.
- Nossa! E qual deles será que vai noivar? – coçou a nuca.
- Ué... Eu achei que o Willian já estava noivo... – falou meio compenetrada em tentar lembrar-se.
- Ui! Que íntimas... Willian... Por que não o chamam de Will de uma vez? – abafava o riso.
Nesse meio-tempo, pagara sua compra e agora segurava uma sacola gigantesca onde estava a caixa com o vestido, enquanto conduzia as três patetas para fora da loja.


~ 6. Home is Where the Heart Is

- Meu rei!
A mulher reverenciava um homem, que embora tivesse os cabelos parcialmente grisalhos, não perdera a altivez.
- Levante-se, Andhara, essas formalidades não são necessárias para você. – Ele fez um pequeno gesto sutil, no exato momento em que a figura feminina postou-se ereta. – Conte-me, como está meu filho? Ele já sabe quem realmente é?
- Meu senhor, é com pesar que tenho-lhe uma negativa. Sua Alteza Real conheceu sua consorte, mas ainda assim, nada parece ter realmente mudado.
- Tem certeza de que eles se encontraram?
- Sim, meu rei. Tenho certeza. O Capitão Zath me assegurou de que Sua Alteza encontrou sua consorte. Eu mesma tive a honra de conversar com ela, meu senhor. Pude ver, eu mesma, o brilho de uma verdadeira filha de Gallifrey acendendo-se em seu olhar. Acredito, meu senhor, que já não demora e os filhos mais queridos estão voltando para casa.
O rei sorriu, como há anos não o fazia. Desde a ascensão da Aliança, até sua completa dizimação passara cerca de 17 anos terrenos, ou 173 anos estelares. Fora tempo demais, mas ainda assim, rei Ambrosyus sabia que o melhor para seu filho, seria crescer longe da guerra e do perigo. Mesmo que a Aliança tenha tentado vasculhar a Galáxia atrás do príncipe herdeiro, não encontraram mais do que pistas falsas sobre seu paradeiro. Pistas, estas, implantadas pelo próprio Império.
- Muito bem, Andhara. Agradeço-lhe por sua fidelidade e ajuda ao longo destes anos. Mas, agora, deves ir de encontro a sua senhora, acredito que minha esposa já não agüenta mais de ansiedade pelas notícias que trazes.
- Sim, meu rei.
Com uma breve reverência, Andhara retirou-se da presença do rei. Atravessou o palácio, sendo cumprimentada e reverenciada ao longo do seu caminho. Ela era conhecida por todos não só de Gallifrey, como uma grande parte da Galáxia, não só por ser dama de companhia da rainha Galladriel, mas por ser sua amiga mais fiel e confidente. Todos sabiam que Sua Majestade confiara somente à Andhara, a missão de vigiar e cuidar de seu filho e sua noiva enquanto ambos estivessem longe de casa. Andhara era considerada como um membro da família real, tanto que fora a única pessoa que não tivesse ‘sangue-azul’ presente no nascimento da menina prometida ao príncipe e o mais importante, fora testemunha de sangue no ritual de juramento e entrega desta menina, então com um único dia de vida. Aquela era uma honra obtida por poucos e nunca por alguém que não fosse Real por nascimento.
Passou por dois guardas, à porta da biblioteca do palácio, que bateram continência em sinal de respeito a sua presença.
- Majestade. – Ela sussurra de um jeito carinhoso. A rainha, que lia compenetrada, levantou seu rosto, que iluminou-se por um sorriso verdadeiro ao ver sua amiga.
- Oh! Andhara, já falei que transpusemos há muito tempo estas barreiras da formalidade.
- Perdão, minha senhora, mas realmente não consigo me permitir chamar-lhe pelo nome. Parece-me demasiado desrespeitoso.
A rainha riu, fazendo gestos como se espantasse a formalidade, puxando Andhara para um abraço. Ao contrário do rei, Galladriel mantinha sua jovialidade intacta, não que ela não fosse uma rainha bastante jovem, quem a visse sem conhecê-la não diria que ela tinha 789 anos. Seus cabelos eram longos e lisos de um tom de dourado que mais parecia ouro banhado pela luz solar, os olhos eram quase tão dourados quanto os cabelos. Sua pele clara, não deixava dúvidas de que ela era um membro da realeza, era como se a rainha irradiasse luz própria. A beleza delicada e sua aparência frágil escondiam uma verdadeira guerreira, que esteve ao lado do marido durante os 170 anos de trevas, pelos quais a Galáxia passara. Agora, tudo o que Galladriel queria era poder abraçar o seu bebê.
- Conte-me, Andhara, como está meu filho? Sua guarda pessoal tem tomado conta dele?
- Sim, minha rainha, eles não deixam Sua Alteza sozinho por muito tempo. Não foi à toa que sua guarda pessoal fora escolhida de modo tão rígido.
- E como ele está? Queria tanto poder ver o meu bebê...
Sem responder de imediato, Andhara retirou do seu bolso um pequeno disco branco, com alguns botões, apertou uma seqüência de três botões e uma imagem tridimensional se formou. Maravilhada, não com a tecnologia, mas com o que via na gravação, algumas lágrimas correram silenciosas pelo rosto de Galladriel, este era o primeiro ‘contato’ que ela tinha com o seu bebê, desde que ele fora enviado à Terra.
- Oh... Ele está tão crescido! – A rainha fungou. Andhara riu do jeito nada majestoso da rainha, naquele momento.
- Se me permite dizer, ele lembra você, em todos os aspectos, o olhar... O sorriso...
- Ambrosyus já viu isso?
- Não, minha senhora, eu gravei para você.
- Acho que ele ficará enciumado ao saber que o filho não se parece com ele.
- Acredito que sim. – As duas riram.
- Eles já se conheceram? Já se apaixonaram? – A rainha quis saber sobre seu filho e sua consorte.
- Receio não ter boas notícias quanto a isto, minha rainha.
- Como assim? Ela está bem, não está?
- Sim, mas... – Andhara tentou continuar, mas a rainha a interrompeu novamente, andando de um lado pro outro.
- Este encontro deveria ter sido há 2 anos. Eles já deveriam estar apaixonados... Meu filho já deveria saber quem é e estar pronto para assumir isso...
- Calma, Galladriel... – Andhara pegou a mão da rainha, tentando tranqüilizá-la. – Se ainda não aconteceu, é porque eles ainda não estavam prontos. Eu sei o que a profecia diz, mas profecias podem ser interpretadas erroneamente.
- ANDHARA! – Aphrodith, outra das damas de companhia da rainha, entrara na biblioteca, como se fosse um furacão. Segundo a lenda, Aphrodith fora concebida por um ser superior, na Terra esse ser seria chamado de Cupido, sua mãe jamais soube explicar a gravidez, ela simplesmente engravidou e por ter sido tocada por um ‘deus’ Dunna, mãe de Aphrodith, fora levada ao santuário de Magathread. Aphrodith era tão impulsiva e espontânea quanto o amor e paixão, que todos acreditavam, ela fazia aflorar nas pessoas.
- Olá, Aphrodith. – Andhara, assim como Galladriel sorriram. Aphrodith fez uma reverência graciosa.
- Minha rainha, como está?
- Melhor agora... – Galladriel apontara para a imagem tridimensional que ainda estava ligada, mostrando o seu filho... Aphrodith prendeu a respiração, levando a mão à boca.
- Não pode ser... Mas... Oh! Ele está tão bonito... Eu sempre soube que ele seria bonito... E ela, Andhara, como está? Entregou-lhe o vestido? Ele a viu no vestido? Eu sei, deveria trabalhar com moda, mas aquele vestido... É especial... Ele é para os dois se apaixonarem...
Andhara fez uma cara estranha, parecia que não queria contar o que deveria contar à Aphrodith, respirou fundo, tomando coragem.
- Não exatamente... Eles ainda não... É complicado explicar porque as vidas do príncipe e da consorte são complexas... Lamento, mas, talvez, ele não a veja naquele vestido.
- Como não? Eu estudei para fazê-lo, ele é perfeito... O alinhamento planetário do Sistema Solar junto com.. Oh, céus, por que ela não usará o vestido?
- Como posso explicar? Na verdade o vestido acabou indo parar num baile de colegial...
- O QUÊ? – Aphrodith estava furiosa. – COMO ASSIM EM UM BAILE DE COLEGIAL?
- Longa história... Eu...
- De qualquer forma, o vestido não vai servir em seja lá quem tentar usá-lo. Ele foi feito somente para uma mulher e somente ela o vestirá. – Aphrodith parecia, agora, divertir-se com a possibilidade de o vestido sufocar qualquer outra pessoa que tente usá-lo...
- Mesmo assim, talvez ainda aconteça... – Andhara pensava alto.



~ 7. Party Girl

, e chegaram cedo à casa de . Era o dia do baile da escola e elas decidiram passar a tarde juntas, para se arrumarem, enquanto se divertiam juntas. Tocaram a campainha da casa, sendo recebidas pela mãe de , que as mandou para o quarto da menina. entrou como um furacão.
- Hey, como vai a pequena Fletcher? – Pulou em cima de , que estava distraída no computador.
- Estaria melhor se uma miniatura de baleia não estivesse me esmagando. – Ela riu da cara que fez. – Hey, girls... Nossa! Quanto tempo vocês pretendem ficar aqui em casa?
Ela não pôde deixar de se assustar, porque cada uma das amigas trazia, além do cabide com seu vestido, uma mala.
- Bom, a gente trouxe tudo o que vamos precisar... – começou a explicar.
- E o que não vamos precisar também... – jogou-se deitada na cama de , fazendo com que alguns ursos que estavam ali caíssem no chão.
- É que cada uma trouxe seu secador, sua chapinha... Suas maquiagens... Para não perdermos tempo esperando, sabe? – piscou para a amiga.
- Sem problema... Vocês podem pendurar os vestidos de vocês ali com o me... MÃE! CADÊ O MEU VESTIDO? – mostrara o cabide atrás da porta onde seu vestido deveria estar, mas ele não estava mais lá. Ela, então, saiu correndo do quarto, atrás da mãe.
- Como eu vou saber, ?! Não entrei no teu quarto. – A mãe respondera, concentrada no bolo que fazia.
- Mas, mãe, ele estava atrás da minha porta, pendurado, e agora não está mais... – choramingou.
- Tu deve tê-lo guardado em outro lugar, até parece que tu nunca esquece nada... – A mãe revirou os olhos, voltando a ler a receita.
voltou ao quarto, começou a revirá-lo atrás do seu vestido, as amigas estavam ajudando. Foi quem o encontrou, dobrado dentro da caixa da loja, dentro do roupeiro, bem escondido atrás de algumas blusas de lã.
- , está aqui! Caramba, porque tu o escondeu? – derrubou parte das roupas para tirar a caixa de onde estava.
- Mas eu não o coloquei aí. – franzia a testa.
- Sei... – a encarava, incrédula.
- Eu juro, eu não coloquei aí, ainda mais escondido, a caixa estava vazia em cima do armário...
- Tanto faz, pelo menos agora sabemos onde ele está e não vamos mais perdê-lo. – sorriu.
Com o som ligado, dançando e entre brincadeiras e risadas, as meninas passaram a tarde fazendo unhas, depilando pernas, bebendo drinks feitos e contrabandeados para o quarto escondidos da mãe de , arrumando cabelo, comendo, maquiando umas as outras... Uma tarde típica entre amigas, que precedia um baile escolar. Os meninos que seriam seus acompanhantes passariam na casa de exatamente às 19 horas. Eram 18h30min, elas estavam praticamente prontas, só faltava vestirem-se.
Mas, para o total desespero de , seu vestido simplesmente não fechou. Estava tão apertado que ela mal conseguiu passá-lo pelos quadris.
- Ai, meu Deus, ele não quer fechar! O que eu faço? – Ela andava de um lado para o outro, no quarto, sendo seguida por , que tentava fechar o tal vestido a qualquer custo.
- Amiga, lamento, mas tu deve ter engordado. – olhava a cena, tentando não rir do desespero de .
- Ah! Claro, engordei uns dez quilos em menos de duas semanas... É claro que eu não engordei... Eu até perdi peso. – choramingava, não por estar morrendo de vontade de ir naquele baile idiota, mas porque havia combinado com James de irem juntos e ela não queria deixar o amigo na mão.
- Certo. Então esse vestido não serve, vamos pensar, meninas. Temos vinte minutos para resolvermos isso. – tentava manter a calma.
- Eu tenho o vestido que usei no casamento da minha prima... – , respondeu, pensativa.
- Seria perfeito se tu não tivesse peitos um pouco menores que os da ... – respirou fundo, ainda pensando.
- Peitos um pouco menores, nossa... Tu foi tão boazinha, ... A simplesmente não tem peitos, enquanto a é uma vaca leiteira. – ria como uma hiena, ainda mais quando , brincando, mugiu.
- AH! EU JÁ SEI! – saiu correndo do quarto... Foi até o quarto de hóspedes, revirando o baú que havia ali. – VOILÀ! – Ela tirou uma roupa dobrada de lá de dentro. Vestiu-se ali mesmo, sob o olhar descrente de ...
- Não, tu não pode usar esse vestido, .
- Por que não? – As duas voltavam ao quarto.
- Meninas, vocês lembram do baile a fantasia que fomos vestidas de princesas da Disney, ano passado? – perguntou, e fizeram que sim. – se enfiou na fantasia dela, dá para vocês dizerem para essa maluca que o baile não é à fantasia? – Nesse momento, entrou no quarto, indo procurar sapatos que combinassem com o seu vestido.
- Ah... Eu gosto do vestido da Giselle. – sorriu.
- É... Vai que assim a ache seu príncipe encantado e o encante por ser a própria encantada. – fazia uma careta, confundiu-se a si própria.
- , amorzinho da minha vidinha.... Deixa eu te explicar de modo que fique bem claro, ok? – sorria, fez que sim. – Ou eu vou fantasiada ou de calça jeans e All Star.
- É... Fantasiada... – foi obrigada a concordar.
Tão logo terminara de se vestir, os meninos chegaram, em dois carros, de modo que, em cada um, iriam dois casais. James, o par de , era apenas um amigo, embora ele quisesse algo além de amizade com a menina. Eram parceiros de vídeo-game e costumavam discutir ficção científica, visto que, James, assim como , também era um geek loser da escola e como se davam tão bem, ela aceitou o convite dele de irem ao baile, mesmo contrariada. Afinal, baile não era algo tão atrativo para ela.

Enquanto oito adolescentes entravam no ginásio da escola, que estava todo decorado para a ocasião, do outro lado de Londres, Danny entrava na casa de Tom. Ele parecia estranho, mais estranho do que o normal.
- E aí, dude. – Tom sorriu para o amigo.
- Tom, está afim de sair?
- Sair? Onde? Jones, tu bebeu? – Tom abanava a mão em frente ao rosto do amigo.
- Sair, ué... Ir pra balada, pegar umas gatinhas... E aí, vamos? – Danny sorriu, mesmo não sendo seu sorriso habitual e cativante. Era um sorriso vazio.
- Não vai dar, dude, eu estou ocupado. – Tom fez uma careta.
- Ah, Fletcher! Qual é, vamos lá... Quem sabe tu não desencalha esta noite, dude! – Danny deu um soquinho em Tom, que estranhou ainda mais a atitude dele.
- Sério, Jones, convida o Poynter, aposto que ele vai querer. Eu não posso mesmo.
- Tá, né... Então eu vou me sentar e ver televisão, posso? – Jones agora parecia ser o velho Jones de sempre... Jogou-se no sofá. Ligando o televisor da sala de Tom. – Dude, que tal uma cerveja?
Tom limitou-se a balançar a cabeça negativamente e voltar ao que estava fazendo. Sentou-se ao piano, tocando algumas notas, eventualmente fazendo algumas anotações em um caderninho que estava sobre o instrumento.

No baile, as meninas riam descompensadamente, enquanto James e Matthew, que era o acompanhante de , faziam uma dança extremamente ridícula e gay. Havia perdido uma pequena aposta com as meninas e esse fora o mico escolhido para os dois. Não que os populares estivessem olhando ou se importavam com um grupo de ninguéns, mas certamente, além de losers, os meninos seriam tachados de bixas.
Quando o rei e a rainha do baile seriam anunciados, os oito amigos decidiram ir embora. As meninas foram deixadas na casa de , iriam dormir ali. Mas quem disse que elas queriam dormir? Estavam agitadas demais, além disso, sentiam-se lindas. Queriam aproveitar a noite. Sendo assim, foram até a casa de , pegar o carro conversível que a menina havia ganho de aniversário e que quase nunca dirigia. Tinham a noite como destino. Colocaram McFly para tocar enquanto cantavam alto e riam muito umas das outras.
- Meninas! Eu tive uma idéia! – disse, sem tirar os olhos da rua.
- Ih... Lá vem bomba... Se preparem. – zoava.
- Fala, . Conte-me tudo! – , que ia no banco da frente, dava apoio moral para , que estacionou no meio fio e encarou as outras.
- Lembram daquelas fotos que saíram na internet, dos guys?
- Ah, claro... Qual das milhares fotos? – rolava os olhos.
- Aquelas que eles pareciam estar em casa. Aparecia a rua e a porta da casa do que parecia ser a do Tom...
- Ah! Essas... O que tem elas? – parecia interessada.
- Meu Thominus... – Os olhos de brilhavam.
- Eu meio que pesquisei... Acho que sei que rua é... Vamos até lá? – Os olhos de também brilhavam.
- VAMOS! – As outras três gritaram.
- Mas primeiro... – nem terminou o que ia dizer, saindo do carro, indo em direção de um bar meia-boca, que ficava um pouco mais a frente de onde o carro estava. Quando ela voltou, trazia consigo várias garrafinhas de Smirnoff Ice. Não que ela tivesse idade para poder comprar bebida alcoólica, mas o barman também, nem perguntara nada quando ela pediu as bebidas... Então, cada menina pegou uma garrafinha, as que sobraram, ela pôs no cão do carro, com cuidado.
- Oh, claro! Encher a cara para não lembrarmos a vergonha que vamos passar ao bater na porta da casa de um estranho. – riu.
- Quem disse que vamos bater na casa de alguém? – arregalou os olhos.
- É uma boa idéia... Vamos bater na tal casa da porta, se a encontrarmos, certo? – e brindaram com suas garrafinhas.
Animadas, cantando e bebendo, as meninas atravessaram a cidade. Paravam a cada dez minutos, ou ao avistar o boteco mais próximo, para comprarem mais bebidas. O resultado disso foi quatro garotas rindo do nada e para o nada e um carro que fazia mais zigue-zague no meio da rua, do que qualquer coisa. fora a que mais bebera, estava nervosa com a idéia de bater, às quatro da manhã, na casa de algum estranho qualquer, perguntando por Tom Fletcher. Seria bizarro demais, isso se não fossem presas por perturbar a paz noturna de algum cidadão responsável.
Finalmente chegaram a tal rua. diminuiu a velocidade para que pudessem procurar a tal porta...
- AQUELA ALI! – gritou, apontando para uma casa branca, cuja porta era meio marrom claro, na verdade, era cor de madeira mesmo, mais puxado para o amarelo, por ser madeira clara.
- Isso! – batia palmas, animada. – Qual de nós vai?
- Tu, ué... A casa é do Fletcher! – revirou os olhos.
- Ah, não! Não vou, não... E eu estou vestindo uma fantasia... Nem sonhando eu bato ali... Se fosse de um dos outros três... Mas não do Tom! – entrara em pânico.
- Eu vou! – levantou, decidida, ficando de pé, dentro do carro, mas acabou perdendo o equilíbrio e caiu sentada novamente, provocando risos. aproveitou a amiga bêbada e a incentivou.
- Isso, ... Vai na frente, eu vou estar bem atrás de ti!
sorriu para e com certa dificuldade saiu do carro... olhou para , que não havia se mexido no banco.
- Tu não ia estar bem atrás dela?
- Mas eu estou, só não estou bem atrás dela, extremamente perto dela. – deu de ombros, indicando que estava mesmo atrás de , embora estivesse bem longe da amiga.
não havia percebido que estava sozinha, à soleira da porta de um desconhecido, estava bêbada demais para isso. A menina, aliás, nunca havia bebido daquele jeito e talvez só dessa forma mesmo para que tivesse tanta coragem. Tocou a campainha, na verdade, ela pôs o dedo na campainha e esqueceu-se de tirá-lo, provocando um som longo e irritantemente alto. As três amigas gargalhavam no carro, quando a porta da casa se abriu, mais do que depressa, as três se abaixaram nos bancos, fingindo que o carro estava vazio.
- Hm... Posso ajudar? – Um rapaz só de boxers atendeu a porta.
- Eu quero falar com o Toms Flester! – falou de um jeito embolado.
- Flester? – O garoto levantou uma sobrancelha. – Aqui mora um Fletcher...
- Esse também serve! – enfiou o dedo na cara do rapaz, já entrando na casa.
Danny achou estranho uma garota aparentemente bêbada aparecer na casa do amigo, mas fez com que ela sentasse no sofá da sala.
- Hm... Fica aqui e não sai daqui que eu vou lá acordar aquele gordo... – Ele subiu as escadas correndo, o que lhe custou tropeções e um tombo, entrou no quarto do amigo, e tentou acordá-lo, sem nenhum sucesso... Tom apenas resmungava para a mãe deixá-lo dormir mais cinco minutos, então roncava alto. Danny pensou... Pensou... E como não teve nenhuma idéia (Novidade!) desceu novamente, dando de cara com a menina, na sala. - Moça, o Tom está dormindo... Quer deixar algum recado?
encarou Danny, ela sabia quem ele era, mas achava que estava sonhando, afinal, jamais acreditaria que ela própria estivera na casa do Tom, no meio da noite, com Danny Jones... E como era somente um sonho, ela simplesmente o beijou do jeito mais apaixonado e intenso que pode.
Do lado de fora da casa, as amigas esperaram. Passaram-se dez minutos... Trinta minutos... Uma hora e nada de .
- Acho que a gente deveria bater na casa, a está demorando. – estava nervosa.
- Tu viu quem atendeu a porta? Eles devem estar trancados num quarto fazendo coisinhas inapropriadas para essa hora... – fazia uma cara safada. havia caído no sono há uns vinte minutos, no banco de trás.
- Mas, ... E se eles... A machucarem? – parecia querer chorar.
- Ah! Claro, porque os guys são, na verdade, terroristas disfarçados de rock star. Fala sério, .
Já eram quase seis da manhã, em algumas poucas casas podia-se ver alguma pouca movimentação de pessoas acordando, naquela rua, de casas ricas, provavelmente a movimentação era dos empregados. Mas mesmo assim, três meninas, com vestidos de festa (e uma fantasia de princesa!) chamariam a atenção, com certeza. Foi então que surgiu o impasse... Bater na casa, atrás de , que era o que queria, ou ir embora e deixar a amiga aproveitar a noitada com o Jones, que era a idéia da . As meninas acordaram , para que ela decidisse. Como boa mal-humorada recém acordada que era, trovejou um “Vamos embora.” e arrancou o carro. Deixando pra trás.
, mesmo aconchegada em sua cama, quentinha, não conseguiu dormir, pensando na amiga e na morte lenta que ela, e teriam, assim que aparecesse...




~ 8. Met This Girl
Capítulo betado por Natty.


Eram quase duas horas da tarde quando começou a sentir um peso sobre sua cintura. Achou estranho porque nenhuma das meninas tinha o braço tão pesado... Lentamente, abriu os olhos, dando de cara com um quarto desconhecido. Ela desceu o olhar para a mão que estava em cima dela e entrou em desespero.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! - Danny acordou assustado, caindo da cama. Olhava para os lados, procurando o fogo. olhou pra ele, arregalou os olhos, encheu os pulmões e... - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Tom entrou no quarto com tudo, assustado com os gritos de uma garota, dentro da sua casa. Nem sabia que havia uma garota ali, pra começar. Olhou pra menina, que se cobria com o cobertor, e dela olhou para Danny, que parecia confuso.
- Hm... Eu devo perguntar o que aconteceu aqui? Porq... – Ele não terminou a frase, um BUM foi ouvido. Era , desmaiando.
- Jones, o que tu fez com a menina, dude? – Tom ajudava Danny a colocá-la na cama.
- Eu? Nada! Ela apareceu aqui no meio da madrugada, bêbada, perguntando por ti... – E assim Danny contou como ela apareceu, como eles começaram a dar uns amassos no sofá da sala, até ela dormir, ele levá-la para o quarto, tirar o vestido que a menina usava e os dois dormirem sem terem feito nada de mais.
- Na-nada mesmo? – Os dois estavam entretidos na conversa que não notaram acordando, até a menina falar, entre lágrimas.
- Nadinha, eu juro! – Danny fez um X sobre o peito, como se selasse um juramento.
- Então... Tu estava atrás de mim... Nos conhecemos? – Tom sentou-se na beira da cama, franzindo a testa.
- Eu? Perguntando por ti? – Ela arregalou os olhos, foi nesse instante que tudo voltou a sua memória. – AI MEU DEUS! Que vergonha... E-eu tenho que ir... Será que vocês poderiam... – Ela indicou a porta. - Só para eu me vestir...
Os meninos saíram do quarto, trocando olhares desconfiados. Ambos achavam que conheciam a menina, só não sabiam de onde. Quando abriu a porta, deu de cara com Danny sorrindo.
- Vim ver se precisava de alguma coisa... Quer café?
fez que não.
- Eu preciso ir... Eu... Deveria estar em casa... Que vergonha!
- Tudo bem, quer que eu te leve? – Danny sorriu, novamente.
- Hey! Afinal, tu não disse porque estava atrás de mim. – Tom apareceu no pé da escada.
- Tom... Desculpa, sério... Eu estava bêbada e minhas amigas bêbedas me fizeram vir aqui... Desculpa mesmo, eu não sei onde estava com a cabeça... Jamais invadiria a casa de um dos meus ídolos assim... – voltara a chorar, sentia-se humilhada.
- Hey! Tudo bem... Já passamos por isso antes, né, Tom? – Danny deu um abraço na menina. – Pelo menos tu estavas comportada e foi convidada a entrar. Diferente das outras que invadiram nossa casa.
- Dude, é verdade... – Tom arregalou os olhos, lembrando-se de alguns episódios com fãs histéricas. – Mas onde tu moras? Precisa de um táxi?
correu até a janela, o carro de não estava ali, ela estava começando a entrar em pânico. Explicou onde morava e pediu, muito sem graça, para Tom chamar um táxi, mas no final, os dois McGuys acabaram por levá-la até a casa de .
Era uma rua onde as casas eram todas iguais, de tijolinhos com portas e janelas brancas... Tipicamente britânico. Pararam em frente ao número 206. desceu do carro, não sabia nem o que dizer para agradecer, não só por terem dado carona para ela, mas, principalmente, por não terem chamado a polícia. Assim que ouviu um barulho de carro, correu para a janela. Respirou profundamente, aliviada ao ver sua amiga sã e salva e...
- Oh meu Deus! São o Tom e o Danny! – Ela estava incrédula. Tinha certeza de que se fosse com ela, ela acabaria presa.
Enquanto se despedia de Danny, fazendo mil agradecimentos, Tom olhava distraído para a rua, para as casas... Seu olhar recaiu sobre a janela do quarto de , onde ela olhava, boquiaberta, para a calçada. Ele a encarou. Se tivesse certeza de que era a menina do show, ele seria capaz de escalar a parede. Olhou novamente para , então finalmente soube de onde conhecia a menina.
- ... Tu não estavas com umas amigas, no Empire, na passagem de som? – Tom perguntou, sem tirar os olhos de , que também o encarava, sorrindo abobalhadamente.
- Er... Sim... – disse, incerta. Provavelmente ele iria reclamar de alguma coisa...
- E tu moras aqui? – Ele sorriu para , a tranqüilizando.
- Ah, não... Aqui mora a , aquela nossa amiga que tinha se perdido, mas tu provavelmente nem lembra que a te falou dela.
- Lembro sim! Claro que lembro. – Ele sorriu e voltou a olhar para cima. Perfeito, agora saberia como e onde procurar a menina que, até então, sem outra explicação, lia sua mente.
Depois de mais mil pedidos de desculpa por parte da menina, ela entrou na casa da amiga. Tom olhou uma última vez para a que estava na janela, sorriu e acenou... acenou timidamente para ele e voltou-se para dentro do quarto, onde acabara de entrar. Tom entrou no seu Mini azul e arrancou. Enquanto dirigia, um plano ia se formando em sua mente... Ele iria conhecer aquela garota!


~ 9. The Heart Never Lies
Capítulo betado por Natty.


Tom havia deixado Danny em casa e assim que chegou na sua própria, foi direto para o piano. Uma idéia para uma música havia surgido em sua mente. A letra era curta, ainda assim o havia tocado de um jeito absurdo, como nenhuma outra música havia feito. Uma sensação de querer voltar para casa tomou conta do seu peito, e o que lhe parecia mais estranho é que não era a casa da sua mãe que ele queria... Um sentimento que ele não conseguiria explicar, mas que estava muito claro e forte dentro dele. Uma sensação de falta, que precisava ser preenchida.

“Laid back and looking at the stars
And maybe you’ll see in to your soul”


Ele terminou de transcrever a música, fechou os olhos e começou a tocar uma melodia calma, que fazia com que o garoto se sentisse melancólico...

“And maybe the line that guide you home
Maybe it guiding me home”


Era isso! De algum jeito ele havia descoberto o que lhe fazia falta... A questão era: Como buscar o que lhe fazia falta?
Ele precisava pensar... Precisava terminar algumas coisas, não poderia deixar nada inacabado. Para seu desespero, ele precisava fazer algumas despedidas também. E isso seria o mais difícil. Seu coração pesou dentro do seu peito, parecia querer parar de bater por alguns instantes, sentindo uma saudade avassaladora antecipada. Queria ter as pessoas que mais amava por perto, pelo maior tempo possível, embora Thomas soubesse que não havia muito tempo. Ele iria partir simplesmente porque era seu destino. Porque não pertencia ao lugar onde estava... Cruzou os braços sobre as teclas do piano, recostou a cabeça e chorou. Não saberia dizer por quanto tempo ele havia chorado, nem quando era criança ele chorava tanto por tanto tempo...
Quando a tarde começava a findar, ele juntou algumas peças de roupas, enfiou de qualquer jeito dentro de uma mochila, entrou no seu Mini e dirigiu...
Bateu à porta daquela casa que era tão cheia de lembranças... Tudo o que ele queria, naquele momento, era colo. Exatamente como quando era criança e acordava assustado, no meio da noite... Tocou a campainha. Uma senhora atendeu a porta e, ao ver Tom, ali, não teve outra reação, se não abraçar o filho e fazê-lo entrar.
- Por que não avisou que vinha, Tom? – Debbie o conduzia até a cozinha. – Aposto que não jantou, não é? Carrie, pegue prato para o teu irmão, por favor?
- TOM! – Carrie abriu um sorriso imenso quando viu o irmão. – Que saudades de ti, panaca. – Pulou em cima do mais velho, quase o derrubando.
- Também senti saudades, sua fedelha chata. – Tom retribuía o abraço com força. – Cadê o pai?
- Na garagem, onde mais? – Debbie respondeu, voltando sua atenção pro fogão.
- Não mais... Thomas! – Bob, que recém entrara na cozinha, puxou o filho para um abraço. – Por que só eu não sabia que o Tom vinha?
- Ninguém sabia, pai, o ‘Tomto’ não avisou ninguém. – Carrie sorriu, arrumando o lugar do irmão à mesa.
Os quatro Fletchers sentaram-se à mesa, havia muito tempo que não tinham um jantar em família e divertiram-se apenas conversando e curtindo a presença uns dos outros. Tom quis saber tudo o que estava acontecendo em casa e os outros três queriam saber tudo sobre o lançamento do novo álbum do McFly.
Mal viram as horas passarem, quando Tom se deu conta, estava tarde e os pais tinham que ir dormir porque trabalhavam na manhã seguinte, e Carrie teria aula. Ele foi para seu antigo quarto e, pela primeira vez em muito tempo, se deu conta de que sentia saudades da sua infância, da casa dos pais e de ser coberto pela mãe, assim que ele deitasse pra ir dormir.
A casa estava em silêncio há algum tempo, Tom ainda estava absorto em pensamentos, quando a porta de seu quarto abriu. Carrie pôs a cabeça para dentro e quando viu o irmão acordado, entrou, fechando a porta atrás de si.
- Está com medo do monstro do armário? – Tom brincou com a irmã, que se sentava à beira da cama dele, com as pernas cruzadas, em posição de índio.
- Haha... Que engraçadinho... Até parece que você também não tinha medo quando era criança.
- Então reconhece que está com medo, é?
- Para, Tom! É sério... Vim saber o que está acontecendo...
- Hm... Além de eu estar querendo dormir, mas a minha irmãzinha chata não deixar, nada de mais... Por quê?
- Porque a mim tu não engana... Tom, você aparece do nada, sem avisar, com uma mochila e os olhos esbugalhados... Mamãe e papai estavam felizes demais para perceberem, mas tu parecia estar assustado.
- Carrie, é sério, não é nada de mais...
- Se não é nada de mais... É porque é alguma coisa.
Tom revirou os olhos, mas pensou... De algum jeito, não podia simplesmente abandonar todos sem dar alguma explicação. Só não sabia como explicar o que nem ele sabia exatamente.
- Carrie... – Ele olhou para baixo, mexia as mãos, nervosamente. – É que eu vou embora...
- Oh! É claro que vai... Tem a tua casa...
- Não... Espertinha. Eu vou embora mesmo, para sempre. – Carrie arregalou os olhos, prendendo a respiração.
- Tom... Vo-você vai... Morrer?
- Claro que não! – Ele riu. – Eu só... Tenho que ir... Para algum lugar...
- Ok... E para onde é? – Ela ergueu uma sobrancelha.
- Hm... Não sei ainda...
- Mas... Vai voltar algum dia, certo? – Ela agora parecia querer chorar, ele fez sinal para ela deitar ao lado dele, assim a abraçou, fazendo cafuné na cabeça da irmã.
- Eu não sei, Carrie... Eu espero que sim... Não posso abandonar vocês... Eu não quero abandonar vocês... Eu amo vocês, todos vocês... – Tom deu um beijo na testa da irmã, que ainda chorava silenciosamente. Definitivamente, aquilo não podia ser um adeus... Ele não permitiria que fosse.




~ 10. Chills in the Evening


Um burburinho atravessou as paredes silenciosas do palácio. De algum modo, todos em Gallifrey já sabiam. Andhara ignorava os olhares curiosos de todos, seguia em passos firmes e apressados pelos corredores, não correspondia às continências que os guardas lhe faziam. Estava excitada demais para isso, precisava encontrar o Rei e a Rainha imediatamente. Adentrou o salão de jantar, sem esperar ser anunciada, parou próxima a mesa, fez uma reverência delicada em direção à Ambrosyus e sorriu para sua senhora. Por um breve instante, seu olhar se perdeu atrás de uma das janelas, no céu púrpura que anunciava o anoitecer em Gallifrey.
- Meu Senhor... Minha Rainha... Trago-lhes notícias. – Andhara sorriu, um sorriso aberto e iluminado. – Ótimas notícias.
O rei limpou a boca com o guardanapo, bebeu um gole do cálice de vinho a sua frente.
- Andhara, junte-se a nós. Acredito que o que quer que seja, pode esperar até o final do jantar, não pode?
Andhara negou com a cabeça e o Rei fez sinal para que ela continuasse.
- Meu senhor, ele lembrou-se. De algum modo... Há poucos instantes. Algo fez com que sua memória fosse ativada por conta própria. Ele sabe que deve voltar para casa. Sabe que é aguardado e está se preparando para isso.
Galladriel levou a mão à boca no exato momento em que seus olhos encheram-se. Ambrosyus parecia não acreditar, não esperava por aquela notícia. Estava convencido, há tempos, de que seu filho não se lembraria de nada se sua memória não fosse induzida a isso. A Rainha abraçou a amiga, Rei Ambrosyus levantou-se, esperou que a esposa e a amiga partissem o abraço e pediu que Andhara lhe acompanhasse. E assim ela o fez.
Foram até a sala do trono, que era uma espécie de escritório, onde outros os aguardavam. Rei Ambrosyus deu algumas ordens aos presentes, que foram, imediatamente, preparar tudo para a volta do príncipe. Novamente ele estava sozinho, com Andhara.
- Meu rei, sei que está esperando detalhes, mas ainda não tenho muito a lhe dizer. O que posso lhe garantir é que ele não vai abandonar o seu nome Terreno.
O Rei assentiu. Não era comum membros da realeza adotarem outros nomes e embora Zephyr fosse o nome escolhido para o príncipe, era compreensível que ele estivesse apegado e acostumado a Thomas, seu nome Terreno.
- Mais alguma coisa?
- Ele não quer cortar os vínculos que têm na Terra, meu Senhor.
- Que assim seja! – Ambrosyus levantou-se novamente, sorrindo satisfeito. Teria o filho de volta. E, até então, tudo que o seu primogênito queria, era simples de ser providenciado. – Mais alguma coisa?
- Não, meu senhor. Mas o avisarei assim que souber de mais alguma coisa.
- Na verdade, Andhara, quero que volte à Terra. Quero que você, pessoalmente, recepcione meu filho e de .
- Sim, meu Senhor, com honra e orgulho, parto neste instante.
- Vá em paz, Gallifrey vai com você.
Andhara fez uma breve reverência e saiu apressada, embarcaria imediatamente, rumo à Terra.



~ 11. Ultraviolet


A mãe de estava na cozinha, acabara de servir uma xícara de chá para si, quando algo na rua chama a sua atenção, havia algo de metal, pairando na altura do poste de luz que ficava bem em frente a casa. Ela soube que era a hora.
Deixou a xícara em cima da pia e subiu as escadas, bateu na porta do quarto da filha.
- , preciso que você vá à padaria para mim.
- Mas, mãe... As meninas estão chegando, posso esperar elas, primeiro?
- Não. Eu lamento, tem que ser agora.
- Mas, mãe...
- Sem mais, eu explico para as tuas amigas que tu tivestes que partir...
- Credo! Parece que eu vou morrer atropelada no meio do caminho e nunca mais voltar... – resmungava enquanto calçava seu All Star velho de guerra. Desceu as escadas, ainda resmungando sozinha... Encontrou a mãe na cozinha, ela parecia querer chorar. – Mãe, é sério, eu não vou morrer, ok?
- Claro que não! Mas que besteira, filha.
- Certo... E o que eu tenho que comprar? E o dinheiro? – estendeu a mão e a mãe meio que foi empurrando a filha, delicadamente até a porta.
- Compre alguma coisa que tu goste... Eu não fiz nada para o chá. Provavelmente tuas amigas vão querer comer algo...
Ela abriu a porta para a filha, que deu três passos para a rua, quando viu o mesmo objeto de metal pairando sob o poste de luz. Ela arregalou os olhos e tentou voltar pra dentro de casa, tentando arrastar a mãe junto, mas a mãe a empurrava de volta pra rua.
- Mãe, eu não sei se você viu, mas tem um treco esquisito voando em cima do poste... Dá pra gente entrar agora? – estava em pânico.
- Não, não... Filha, você precisa ir à padaria... Tem que ser agora...
- MAS MÃE... TRECO... BIZARRO... VOANDO... MEDO! – sacudia os braços freneticamente, apontando para a pequena sonda que ainda pairava por ali, quando ouviu um ‘crack’, virou-se para trás e arregalou ainda mais os olhos. – AAAAAAHHHHH, MÃEEEEE... OS COCOZÕES! ENTRA! ENTRA!
Mas a mãe não entrou, apenas sorriu para a filha e a abraçou.
- Agora nós vamos para casa, meu amor... Não precisa ter medo...
- ÓTIMO! – Mais uma vez, tentou entrar em casa, mas a mãe a impedia.
- Viemos buscá-la, Alteza. Por favor, nos acompanhe.
Foi o que bastou! Os cocozões não eram suficientemente grandes e assustadores. Eles agora tinham que falar com ela... Foi demais para o pobre coração da menina, que, pelo pânico, acabou desmaiando.
Desmaiada, não se viu sendo pega no colo por um dos soldados de Gallifrey, que ela apelidara de ‘Cocozão’, não sentiu quando fora tele transportada para um gigantesco Cruzador Imperial, que ela chamaria simplesmente de nave... Mas a menina sentiu quando alguém afagou seus cabelos. abriu os olhos lentamente, dando de cara com uma figura conhecida, que sorria para ela. Não era sua mãe...
- Hey! Eu te conheço! Da loja... Do vestido... Ele encolheu, sabia? – fez uma careta, mostrando que estava brava por causa do vestido. Andhara sorriu.
- Desculpe-me por isso. Mas eu precisava entregar-lhe o vestido, Alteza. – ergueu uma sobrancelha. – Como eu disse, ele deveria ser usado quando Vossa Alteza encontrasse a senhorita.
- Haha. Engraçado, notou a quantidade de alteza que você usou na mesma frase? Você é amiga da minha mãe? Por q... HEY! – Finalmente a menina deu-se por conta de que não estava no seu quarto, ou em qualquer outro cômodo da sua amada casa. – ONDE É QUE EU ESTOU?
Andhara levantou-se, estava sentada na beira da cama onde a menina fora deitada, foi até uma janela de vidro, vedada, e olhou para fora. Virou-se e encarou a menina, dando-lhe um sorriso.
- Estamos indo para casa...
- Mas eu estava em casa! NA MINHA CASA! E fui tirada de lá... EU QUERO IR PARA A MINHA CASA!
- Desculpe por minha petulância, mas a senhorita nunca sentiu como se não pertencesse àquele lugar? Nunca sonhou com um mundo diferente, o qual sentia ser seu verdadeiro lar? - A menina, obviamente, tinha uma resposta para ambas as perguntas. Sim, ela nunca se sentiu parte de coisa alguma, sempre tivera aqueles sonhos estranhos e uma sensação de perda quando olhava o céu... Andhara voltou a sentar-se, desta vez, numa cadeira, próxima à cama. - Posso contar-lhe uma história, Alteza? – fez que sim, sem pronunciar uma palavra sequer. – Há muitos anos, Gallifrey, o planeta onde eu nasci, foi atacado. Houve uma guerra terrível e não tínhamos idéia de quanto tempo ela duraria... Gallifrey é um planeta lindo e pacífico... Mas também é onde vive a Família Real, e foi por quererem a morte do Imperador que nos atacaram. Foram anos terríveis. Foi como se as trevas recaíssem sobre nós e nosso Rei teve que tomar a decisão mais difícil de sua vida. Seu filho era um alvo, um alvo fácil demais, porque Zephyr era somente uma criança... O Rei Ambrosyus não podia permitir que a vida do seu único herdeiro fosse arriscada. Assim, ele mandou seu filho para um planeta muito, mas muito distante de Gallifrey, para que o menino pudesse crescer em segurança... Obviamente, ele não poderia manter somente o seu filho a salvo, havia outras vidas as quais eram necessárias serem preservadas. Então seu filho fora mandado para o planeta Terra, obviamente uma criança não sobreviveria sozinho, certo? Pessoas de confiança do Rei e da Rainha também foram enviadas para tomarem conta do menino. Uma escolta pessoal, formada pelos melhores agentes do grupo de Inteligência Militar de Gallifrey foi enviada para garantir a segurança do príncipe, além de sua consorte, . A família de também não tinha conhecimento militar, logo seriam mais úteis na Terra, tomando conta da jovem, que um dia será Imperatriz da Galáxia...
não podia negar que estava gostando da história, parecia um conto de fadas de ficção... Os olhos da menina brilhavam por mais da história. Mas algo não fazia sentido para ela.
- Certo, mas onde é que EU entro nessa história? Porque, veja bem, se você me chamou de alteza antes há um engano... Porque Vossa Alteza é tratamento para príncipes e... Sabe, eu sou uma garota, logo, não posso ser um príncipe.
- Vossa Alteza não reconheceu ainda a própria história? A senhorita é , a consorte do príncipe Zephyr...
- WOW! Pode parar! Eu não vou casar com o Zaphod não! Nem conheço o cidadão. – Andhara riu, não tinha como não rir do jeito nada ‘real’ da menina.
- Lamento, Alteza, mas vocês são noivos desde o exato momento em que a senhorita nasceu.
- Isso é contra a lei! – parecia determinada. – E eu não me chamo , logo... Vocês pegaram a garota errada e eu gostaria de ser devolvida à minha vida NA TERRA! Obrigada.
- Alteza, acha mesmo que vocês seriam enviados à Terra e não teriam seus nomes alterados? e são parte de uma mesma pessoa: você. – Andhara sorriu.
- Mesmo que isso seja... Isso aí que você falou, não altera o fato de que eu não conheço o Zaphod e não vou casar com ele. E ninguém vai me obrigar...
- Zaphod? Oh! O príncipe Zephyr? Como pode ter tanta certeza de que já não o conhece?
- Hmm... Por que além de ver aqueles cocozões, eu não me lembro de ter visto nenhum outro alien? – respondeu, incerta.
- Cocozões? – Andhara fez uma careta involuntária.
- É... Sabe, os grandões marrons... – indicou a porta, porque achou que eles estariam do lado de fora do quarto onde as duas estavam.
- Ah! Não são... Quer dizer eles são Thals. É uma raça de guerreiros... E, voltando à sua questão anterior, Alteza, eu pareço uma alienígena? A senhorita parece uma? Seus pais, que não são terráqueos, parecem alienígenas?
- Meus pais são aliens? – levou a mão à boca, surpresa.
- Claro que são, sua família da Terra é a sua família verdadeira, que lhe acompanhou nesses anos de exílio...
- Eu nunca... Imaginaria... – estava realmente chocada, afinal, quem não estaria?


~ 12. She Left Me


Tom havia passado o final de semana na casa dos pais. Não achava que fora tempo suficiente para ‘estocar ainda mais lembranças’ de sua família, mas, mesmo assim, sabia que teria que voltar para casa. Ainda tinha os amigos e companheiros de banda. Não sabia o que diria a eles. Simplesmente dizer “Hey, dudes, eu sou um extraterrestre e tenho que ir para casa, a bilhões de anos luz daqui.” Seria, no mínimo, ridículo. Deveria forjar a própria morte? Ele não sabia mesmo o que fazer... Arrumou suas coisas, despediu-se dos pais e da irmã, que chorava como nunca, por ser a única que sabia o que estava acontecendo realmente...
Dirigiu de volta a Londres, e, durante o caminho, Tom pensava em . Ele achava que ela poderia ser a chave de tudo o que estava acontecendo. Ela sabia de alguma coisa. Ela tinha que saber. Ela podia ler a mente dele. Talvez ela fosse uma alienígena também. Talvez, Tom pensou, ela quisesse ir embora com ele... Ele queria que ela fosse embora com ele.
Reduziu a velocidade do carro, estava em uma rua calma, do subúrbio de Londres, onde as casas eram todas iguais, todas de tijolinhos a vista, com portas e janelas brancas. Finalmente ele encontrara o número 206. Estacionou o carro em frente a casa, desceu e foi até a porta. Ajeitou a roupa e passou as mãos pelos cabelos, sentia-se nervoso. Tocou a campainha. Ninguém atendeu. Tocou novamente... E nada. Caminhou de um lado para o outro por alguns minutos e voltou a tocar a campainha. Mais uma vez, nada nem ninguém.
Um vizinho viu o rapaz insistindo na casa ao lado da sua e resolveu ir até ali, talvez o garoto estivesse perdido.
- Boa tarde... Será que eu posso ajudar? – O vizinho franziu a testa, aproximando-se de Tom.
- Hm, sabe me dizer se a família que mora aqui viajou ou algo assim? – Tom apontou a casa atrás de si, enquanto falava.
- Família que... Não, não! Ninguém mora nessa casa há uns sete anos. A antiga proprietária faleceu e nenhum familiar se interessou pela casa.
Tom olhou para a casa novamente, conferiu o número da casa... Forçou a memória. Ele tinha certeza de que era aquela a casa em que ele havia deixado a amiga de há poucos dias.
- Não... Desculpe, mas o senhor deve estar enganado, há menos de uma semana eu trouxe uma menina aqui, ela disse que uma amiga dela morava aqui, uma senhora simpática abriu a porta para essa menina entrar, a amiga estava naquela janela. – Tom apontou a janela onde ele vira .
- Sinto muito, mas você realmente deve ter te enganado. Ninguém vive aí.
Tom foi até uma janela, espiar para dentro da casa. Ela realmente parecia abandonada.
- É... Acho que me enganei... Obrigado, de qualquer jeito.
- De nada. – O vizinho ia voltando para casa, mas parou e voltou-se para Tom. – Que mal pergunte, qual o nome da família que você está procurando? Talvez eu os conheça...
- Eu... Não sei. O nome da garota é . – Havia uma faísca de esperança em Tom.
- Não... Desculpe... Não conheço nenhuma que more aqui por perto...
Tom não acreditava naquilo. Estava ali, bem na sua frente, ou melhor, não estava ali. Era por isso que ele não acreditava. Ele sabia que aquele era o lugar... Algo estava errado... Algo estava acontecendo.

Chegou em casa quase uma hora depois. Havia rodado a cidade para espairecer e pensar. E quanto mais pensava sobre tudo o que estava acontecendo, mais perto de nenhuma conclusão ele chegava. Sentou-se ao piano, começando a tocar uma melodia suave, que, de algum modo, o tranqüilizava. Ouvindo a sua própria música, ele sabia que tudo ficaria bem. Mesmo que sua possível star girl o tivesse abandonado sem mesmo que ele a tivesse tido.
Algum tempo depois a campainha tocou, era Danny.
- Hey, Fletcher. Que cara péssima, dude, eu venho te visitar e você me recebe com essa cara de peixe morto.
- Danny, minha cerveja acabou. – Tom rolou os olhos.
- Oh! Não acredito que eu venho te dar o meu amor incondicional e tu achas que eu quero tua cerveja? – Danny se fazia de ofendido.
- E não quer? – Tom parecia desconfiado.
- Bom, não é esse o ponto da questão. – Danny levantou o dedo, tentando parecer sábio.
- E qual é? – Tom deu um pedala no amigo.
- Outch! Assim magoa, amor...
- Ohh... Desculpe, paixão, eu te compenso à noite pela dor... – Tom piscou, brincalhão.
- Certo, certo... – Danny jogou-se no sofá, ligando a televisão. – Vamos sair esta noite?
- Só nós? – Tom sentou-se ao lado de Danny.
- Não, o Harry ligou para o Dougie, que me ligou para te ligar, mas você não atendeu ao telefone, daí eu resolvi vir até aqui. Estávamos pensando em ir ao The George (esse pub existe mesmo, ok? Fica na esquina da Great Portland Street, com a Mortimer, no lado oeste de Londres!), faz um tempo que não vamos lá e os caras acharam que seria o melhor lugar pra caçar mulher esta noite. – Danny deu de ombros.
- Claro. A gente se encontra lá, então.
Tom subiu para o seu quarto. Se havia perdido a garota da sua vida, porque não encher a cara e conhecer outras garotas? Aliás, nem ele sabia como ele próprio concluíra que uma desconhecida era ‘a garota da sua vida’. Deveria estar ficando louco.


~ 12.1 Tom’s Point Of View


Que noite! Dude, que dor de cabeça… Nunca bebi tanto na minha vida… E agora essa claridade está realmente me irritando... A medida que eu ia abrindo meus olhos, estranhava mais o lugar onde eu estava e mais eu tentava lembrar o que havia acontecido na noite passada.
Pub... Bebidas... Jones... Aposta! Certo... Era isso. Olhei pro lado só para ter certeza e ali estavam elas, as duas garotas com quem eu havia passado a noite mais vazia da minha vida. Analisando as duas loiras peitudas, concluí que elas eram bonitas, mas, realmente, não eram elas quem eu queria. Levantei devagar, tentando não acordá-las. Nessas horas eu realmente agradeço por não ser o Jones, nesse caso, já teria acordado o prédio inteiro. Recolhi minhas roupas e fui me vestir do lado de fora do quarto onde elas estavam. Ora, não ia dar chance para o azar e derrubar algo, fazendo com que as duas acordassem e acabassem grudando em mim, igual a um par de carrapatos albinos. Existem carrapatos albinos? Bom, deixa pra lá...
Já vestido, conferi celular, carteira e chaves... Pronto para ir embora, quando escuto barulhos do quarto onde elas estão.
- Tom? – Uma voz manhosa me chamou. ARGH!
- Er... Hm... Fala? – Como é mesmo o nome dela?
- Volta para a cama, amor.
AMOR? Af, transa comigo uma vez e já me chama de amor? Fala sério, bando de aproveitadoras...
- Eu já volto, gatinha... Vou à cozinha...
- Okay... Não demora...
- Pode deixar...
Melhor sair voando daqui. Meu belo Mini azul estava me esperando na frente do prédio delas. Ou de uma delas. Ou seja lá de quem for... Só quero ir para casa. Enquanto cruzava as ruas, despreocupado, tamborilava no volante cantando...

“I'm looking up for my star girl I guess I'm stuck in this mad world The things that I wanna say But you're a million miles away And I was afraid when you kissed me On your intergalactical frisbee”


Existe algo mais patético do que cantarolar sua própria música enquanto dirige? Eu acho que não... Resolvi parar em uma Starbucks, cafeína logo cedo... Opa! É quase meio-dia... Como ia dizendo... Cafeína ao meio-dia sempre é bem vinda.
Estacionei meu belo Mini e quando ia entrar na Starbucks, quem eu vejo? Isso mesmo!
“É o meu dia de sorte!” Eu pensava feliz enquanto ia até a garota.
- Hey... ... Né? – Eu não tinha certeza do nome da menina maluca e bêbada do Jones...
- Tom? Oh meu Deus! Lembra de mim? - Ela sorriu e ao mesmo tempo em que estava feliz, parecia constrangida.
- Claro, claro! Como está?
- Tudo bem... – Nesse momento uma das amigas dela forçou uma tosse. – Ah, é... Bom, essas são a e a , as duas desnaturadas que estavam comigo naquela noite e que me deixaram para trás.
Eu sorri para as meninas, acho que elas estavam na nossa passagem de som. Tinha 99% de certeza disso.
- Fiquei preocupado, deu tudo certo depois? Quer dizer, te deixamos na casa da tua amiga... A , aliás, como é que ela está? – Perguntei assim, como quem não quer nada, na cara dura mesmo!
- ? Que ? – franziu a testa e olhou para as outras duas, que também pareciam não saber de quem eu estava falando. Ah! Qual é, meninas... É a amiga de vocês!
- Sabe... A ... A que estava na casa onde eu te deixei. – Então olhei para a loira, acho que é a . – Aquela que você me contou que sonhou com uma música do McFly... Lembra? – Sorri, mostrando todos meus dentes branquinhos, agora não tinha como elas fingirem que se esqueceram da .
- Tom, você e o Danny me deixaram na casa da . – Ela apontou a outra menina de cabelos escuros. – Não conhecemos nenhuma ... Acho que você está confundindo.
- Nós entendemos. – A tal da falou. – São muitas fãs, impossível não confundir. – Ela piscou.
Como assim? COMO ASSIM?
Eu não estou confundindo nada e nem ninguém... Elas que devem ter batido a cabeça, ou andam se drogando... Porque eu sei que elas tinham sim uma amiga chamada ... Ela queria colocar o dedo dela na minha covinha... Ok, isso pareceu gay demais. Tenho que parar de andar com o Jones!
- Er... Então... Eu confundi... – Cocei a nuca, estava nervoso. – Eu preciso ir, meninas, então... Nos vemos por aí... Tchau.
- Tchau, Tom! – Elas responderam em coro, sorrindo de um jeito estranhamente abobalhado.
Voltei para o meu carro e fui para casa. Como assim a casa dela estava vazia há sete anos e as amigas não lembram mais dela? Impossível eu ter sonhado tudo isso... A menos que eu esteja sonhando... AGORA! É isso! Eu estou dormindo e isso é um sonho! Quando eu acordar, vou procurar a e ela vai estar lá, na casa dela.

~ 12.1 Tom’s Point Of View Off





~ 13. All About You/’s Point Of View


Então tudo é real.
Eu sou mesmo nascida em um planeta muito distante da Terra. 54168755 de anos-luz, para ser mais precisa.
E eu sou praticamente uma princesa! ISSO É TÃO LEGAL!
A única coisa que eu ainda acho meio tensa nisso tudo é que eu ainda não conheci o tal Zaphod... Ou Zephyr, ou seja lá como é o nome do meu noivo. Noivo! Minhas amigas iriam achar maluquice eu casar com alguém que eu nem sei quem é... Mas agora, para mim, parece muito normal, acho que é porque faz quase dez dias que estou em Gallifrey e acho que estou bem adaptada. Sinto falta daquelas três malas que eu chamo de amigas, mas, pelo menos, minha família está aqui comigo.
É claro que eu tenho muito o que aprender sobre a vida no espaço... E sobre vários planetas e sobre famílias reais de outros planetas, mas, ainda assim, é tão legal, que eu realmente não me importo em ter aulas todos os dias, quase o dia todo.
Andhara vive aqui no palácio também... E ela está me ajudando muito. Ela e a Aphrodith estão, na verdade. É tão divertido quando elas começam a discutir sobre qualquer bobagem, como quando eu fui apresentada à Aphrodith, fiquei sabendo que ela quem fez o vestido lindo que Andhara me vendeu e que o vestido era mesmo para mim, por isso que ele serviu perfeitamente, mas que, por eu pretender usá-lo para ir a um baile com outro que não meu noivo, ah, meu noivo, isso é bizarro, enfim, por isso que o vestido se auto-encolheu. É estranho, mas ela aproveitou para me explicar que isso é algo comum em roupas feitas em Kailash, um pequeno planeta que fica... Oh, eu não lembro! Mas, enfim, lá vivem as melhores estilistas e os maiores fabricantes de roupas de luxo... Isso é algo que eu ainda acho surreal. Quando eu estava na Terra e precisava comprar roupas, pegava um ônibus e ia para o shopping, aqui eu pego um Cruzador de pequeno porte e vou até algum planeta, ás vezes nem tão próximo. Viva a teoria da relatividade, certo?
Faz quase dez dias que estou aqui e nesses dias eu tenho me preparado para recepcionar meu futuro marido, o fato de eu aceitar casar não quer dizer que eu vá fazer... Coisinhas com ele, ok? Conheci os pais dele, que são meus quase sogros, que são reis, na verdade, no mesmo dia em que cheguei e foi incrível, porque eles me receberam como se eu fosse filha deles. Quero só ver como será daqui alguns anos, quando a rainha e eu formos sogra e nora se o amor vai continuar predominando! Ok, isso não foi engraçado.
O que também não é engraçado, é o fato de todo mundo saber como é o tal príncipe, menos eu. Andhara disse que quer que seja surpresa, ela disse que quer ver minha cara quando eu estiver frente a ele, pela primeira vez, que segundo Aphrodith não será realmente a primeira vez. Espero que ele seja bonito...
Ás vezes queria simplesmente que tudo isso fosse um dos meus sonhos malucos... Não que eu não goste daqui, porque eu realmente gosto. O planeta é lindo, não que eu o tenha visto por completo, longe disto, mas o pouco que vi... Temos três sóis durante o dia e quando anoitece o céu fica de um tom púrpura lindo. As estrelas daqui brilham quase dez vezes mais do que pareciam brilhar na Terra. Acho que por serem outras estrelas, vai saber... Um dos meus lugares favoritos para sentar e apenas não pensar em nada é o jardim do palácio, é imenso, mais parece um bosque de conto de fadas... Há tantas flores lindas, infinitamente mais perfumadas que as da Terra. Nesse jardim há uma fonte, onde gosto de me sentar e ficar ouvindo o barulho das águas... Às vezes isso me fazer correr para o banheiro, com vontade de fazer xixi, mas quando isso não acontece, eu simplesmente fecho os olhos e esqueço de tudo. São nesses poucos momentos que aquela sensação de ausência de algo, ou alguém, quem sabe até ‘mais que um alguém’, que eu não sei quem ou o que é... E que insiste em dominar o meu peito, vai embora e somente sobra a sensação de leveza. De estar vivendo um sonho. Acho que me sinto sozinha demais aqui. Por mais que eu esteja cercada por pessoas, ou deveria chamá-los de seres? Enfim... São estranhos para mim. Há muita formalidade na maior parte do tempo, isso quando não sou tratada como uma boneca de porcelana quebrável. Eu realmente queria minhas melhores amigas, aqui, comigo. Talvez parte do que eu sinta seja porque eu soube que elas já não se lembram de mim. Andhara me explicou que suas lembranças foram alteradas e minha existência foi removida. Minhas melhores amigas, aquelas com quem vivi a maior parte da minha vida, com quem dividi meus melhores momentos e as maiores tristezas, não lembram que eu existo, não lembram de nada do que passamos juntas. E agora estou aqui, nesse quarto idiota, sentada em uma cama gigante, olhando, através da janela, para as estrelas, pensando no que elas devem estar fazendo, e essas lágrimas idiotas insistem em cair... Eu não devo chorar... Eu não posso chorar. Mas eu não consigo não chorar...

“…The world is on my shoulders so much pressure to prevail
This is the story of my life
And it's a sad and lonely tale
So what's the point in trying if your destiny is to fail?
You won't survive
But I must survive

I'm on the run from everyone
Where moons and suns collide
My back's up against to wall
I'll never fall when I find all
The dragon balls...”


Limpei o rosto assim que ouvi batidas leves na minha porta.
- Entre.
- Alteza. – Andhara fez uma breve reverência. – O Rei e a Rainha a esperam. O momento chegou.
Fiz que sim, mesmo sorrindo, eu me sentia insegura, estava nervosa. Aphrodith me fez usar o vestido vermelho, que voltou a servir perfeitamente. Eu estava pronta, ou deveria estar, porque não me sentia pronta de verdade. Peguei minha tiara de prata, arrumei-a na cabeça, ainda tinha vontade de rir de mim mesma usando uma tiara de princesa. Respirei fundo e segui Andhara. Ele estava chegando. Finalmente, eu conheceria Zephyr.


~ 14. Look At The Sky


Tom estava sozinho em casa. Começava a anoitecer e ele estava entediado. Havia tentado ligar para os amigos, mas nenhum deles havia atendido o telefone, então... O que restava era ele jogar-se no sofá, assistir Star Wars e comer pizza, sozinho.
Quando ele levava o segundo pedaço da sua pizza à boca, a campainha tocou. Resmungando muito, ele foi atender. Danny estava mais a frente, Harry e Dougie mais atrás, os três pareciam estranhamente animados.
- E aí, dudes, entrem.
- Não... Tom, a gente tem que ir. Viemos te buscar.
- Ir para onde, Jones? Eu não estou a fim de sair pra encher a cara e...
- Não, Tom, - Harry intrometeu-se. – Nós vamos para casa, dude!
Foi então que Thomas viu, mais atrás dos amigos, quatro seres muito altos e corpulentos demais para seres humanos. A hora havia chegado. Ele apenas assentiu, desligou a televisão e fechou a porta atrás de si. Em silêncio, eles se aproximaram das quatro figuras que faziam a guarda naquela noite, antes do tele transporte ser acionado, Tom deu uma última olhada a sua volta. Queria guardar cada pedacinho daquele lugar, na memória.
Numa fração de segundos, os quatros se viram no interior de uma espaçonave. Um Cruzador Imperial, para ser mais preciso. Foram conduzidos até seus aposentos, um quarto ao lado do outro, exceto o de Tom, que ficava a frente do quarto do meio. Estavam impressionados demais e curiosos demais para perderem tempo fofocando. Cada um, simplesmente entrou no seu aposento, querendo ver tudo.
Não se passaram nem quinze minutos, Danny praticamente invade o quarto do Tom.
- Dude, isso aqui é demais! – Danny parecia mais abobalhado do que nunca.
Dougie, que recém havia entrado no quatro de Tom, deu um pedala no amigo.
- Não é mais, dude, é Vossa Alteza Real. – Ele fez uma careta debochada.
- Pelo menos é o Tom, ele pode ser “alteza”, se tu fosse o príncipe, teria que ser Vossa Baixeza Real. – Harry, que também recém invadira o quarto de Tom, zoava Dougie.
- Haha, muito engraçado. – Dougie revirava os olhos.
- Qual é, Poynter, se fosse o Harry, seria Vossa Bicheza, sacou? Bicha? Bicheza? – Danny ria da própria piada, Tom apenas observava os amigos e ria com eles. Ele estava mais do que feliz porque, pelo menos, teria os três junto com ele.
- Vocês esquecerem que meu novo nome é Deimos, certo? – Harry revirava os olhos enquanto falava. – A personificação do terror. Demais, né, Fletcher?
- Grande coisa... Artemis é o deus da caça, ok? Eu sou um caçador... – Dougie estufava o peito.
- É... E Artemis, também é um nome feminino... – Harry gargalhou com a cara que Dougie fez.
- E o Danny? – Tom quis saber.
- Hyperion. – Danny rolou os olhos.
- É... Ele está bravo porque o nome dele é de um personagem de Harry Potter... – Dougie debochava do amigo.
- Mas é um titã também... – Tom deu de ombros. – Além do mais, é melhor que Zephyr... Eu não quero mudar de nome, não. Gosto de ser Tom!
- Mas você pode tudo, dude. Outch! – Danny fora cutucado por Dougie.
- Olha o respeito com o principezinho... – Dougie deu a língua para Tom, rindo.
- Ah, claro, porque se vocês três começarem com frescura, eu posso mandar prendê-los e torturarem vocês... Não esqueçam que agora eu sou o todo poderoso Tom Fletcher!
Eles riram, sabiam que nada mudaria entre eles, não realmente. Continuariam a ser quatro melhores amigos, que se divertiam na presença uns dos outros... A única coisa que preocupava a cabeça de Tom, naquele momento e que iria atormentá-lo a viagem inteira, era saber que ele estava comprometido. Sabia que havia uma consorte e que, um dia, eles deveriam se casar. Ele realmente esperava que ela não fosse um alienígena verde de duas cabeças...




~ 15. Stars – The Orbit Idea

O imenso Cruzador finalmente pousou. Estavam todos ansiosos... Primeiro, um grupo de dez soldados Thalsinianos, também conhecidos como ‘cocozões’, desceram da nave, formaram duas colunas, em posição de sentido... Então, Deimos, Artemis e Hyperion, que, na verdade, eram Harry, Dougie e Danny, desembarcaram, seguidos de perto por Zephyr, que era Tom. Os quatro foram até o Rei e a Rainha; Harry, Danny e Dougie fizeram uma reverência exagerada, e assim ficaram, curvados sob a presença de seus senhores. Galladriel não se conteve e puxou Tom para um abraço. Ela não estava chorando, mas parecia prestes a isso. Até mesmo Ambrosyus esquecera as formalidades e abraçou o filho.
Foi então que o olhar de Tom cruzou com o olhar de . Ele parecia não acreditar no que via, ela, por sua vez, olhou para Andhara e Aphrodith, que fizeram um sinal afirmativo com a cabeça. Era ele, seu príncipe realmente era o seu príncipe. A menina sorriu e fez uma reverência delicada quando Thomas se aproximou dela. O olhar dele brilhava intensamente, o sorriso dela queria dizer algo mais a ele. E ele parecia ter entendido... Pegou a mão da menina e fez com que ela se pusesse ereta. Ficaram apenas se encarando, de mãos dadas. Ela não queria fazer nada errado, havia formalidades a serem seguidas, e ele simplesmente não sabia o que fazer. Queria abraçá-la, mas antes que conseguisse, seu pai o conduziu, a frente do pequeno cortejo de boas-vindas, através dos corredores do palácio. Tom seria apresentado aos seus súditos.
andava logo atrás de Tom e seus pais, e, enquanto caminhava, olhava sorrateiramente para os outros três, até então, McGuys. Aquilo estava parecendo maluquice demais, com um gesto rápido e discreto, ela pediu que os meninos se aproximassem...
- Então vocês são tão extraterrestres quanto Tom e eu? – Ela falava aos sussurros.
- Yep! Isso é tão legal, né? – Dougie respondeu, empolgado.
Harry, naquele momento, estava concentrado em não deixar Danny pendurar-se nas imensas janelas do palácio para espiar a multidão na rua. tentava segurar a risada, “Há coisas que não vão mudar de jeito nenhum...” ela pensava.
Enquanto o Rei apresentava o filho, num breve discurso, ovacionado pela multidão, não só de Gallifreyanos, mas de seres de tantos planetas quanto se podia imaginar, todos queriam ver aquele que, um dia, seria seu líder, Tom só pensava em sair dali... Puxar pela mão para poderem conversar... Havia tantas coisas que ele queria dizer... Tantas coisas que queria saber sobre ela...
Um baile grandioso os aguardava, membros da Realeza Galáctica estavam ansiosos por cinco minutos da atenção de Tom e do Rei Ambrosyus. Mas, em um momento de distração dos seus pais, Thomas, com a ajuda de sua guarda pessoal, praticamente seqüestrou do baile...

A noite estava quente e as estrelas pareciam brilhar mais do que nunca, Tom e caminhavam lado a lado, em silêncio, por um longo tempo. Tantas coisas invadiam as mentes de ambos, perguntas, declarações... Não sabiam por onde começar. Tom respirou fundo...
- Então... Te chamo de ? – Ele sorriu, deixando sua covinha a mostra.
- . – Ela sorriu para ele, completamente derretida pelo olhar do garoto.
- Eu... Fui atrás de ti... Mas um vizinho disse que a casa em que você morava, estava vazia há 7 anos...
- Eu soube disso... – Ele abriu a boca, mas ela não deixou que ele perguntasse. – Sobre as pessoas terem suas memórias alteradas. Não sabia que tu tinhas ido atrás de mim.
- Não?
- Não. Não sabia nem que você... Era você... Que é o Zephyr... Você entendeu, certo? – Ela riu de sua própria confusão.
- Uhum... Por que não te disseram quem eu era? – Ele parecia interessado.
- Não sei... Mas ainda vou perguntar para Andhara... Então poderei te contar. – Ela piscou.
- Você podia ler minha mente? – Tom parou de caminhar, estava curioso.
- Não! – Ela riu. – Por quê? Você pode ler a minha? – Agora ela parecia preocupada, morta de vergonha que ele lesse seus pensamentos pecaminosos que o envolviam.
- Não... Mas bem que eu queria. – Ele sorriu novamente, voltando a caminhar, estavam, agora, no jardim que ela tanto gostava.
- Eu só sonhava contigo, com Gallifrey... Mas achava que eram só sonhos... Até o McFly tocar Star Girl naquele show. Cheguei a achar que eu estava ficando maluca. – Ele a abraçou.
- Então somos noivos desde que você nasceu... Isso sim parece ser maluquice... – Ele não sabia como agir perto dela, era tudo muito estranho. Ela sentia o mesmo.
- Somos noivos. – Ela riu.
- Então eu posso te beijar... – Ele fez uma cara sacana.
- Sem chances, Thomas! Eu nem te conheço direito... – Ela o fez parar, com a mão estendida, afastando os corpos.
- Mas vamos casar... – Ele riu, ainda de um jeito sacana.
- Nem vem... Fique sabendo, Vossa Alteza, que eu corro muito rápido! – Ela falou, brincalhona.
- Então corre!
Foi brincando que os dois passaram a primeira noite juntos, em Gallifrey...

Os dias foram passando, cada vez mais, e Tom sentiam-se mais conectados, se antes ela havia tido dúvidas sobre ser prometida de alguém que ela não conhecia, agora já lhe sobravam certezas de que ela nascera para ele. Tom, de algum modo, já sabia que era ela, a garota da sua vida, a única a quem ele amaria, desde que pôs os olhos nela, naquele show em Londres.
E, embora tudo parecesse muito distante, em um planeta praticamente esquecido, tanto , quanto Tom e os guys, ainda havia saudades e vontade de voltar. queria as amigas de volta. Tom sentia falta da família que ele deixara na Terra, ele sabia que, do mesmo jeito que , e não lembravam de , seus pais e irmã não lembravam dele. Logo, não sofriam, o que, em parte, o tranqüilizava, mesmo que não acabasse com a angústia que ele sentia.
As lembranças de suas vidas na Terra eram constantemente o assunto das conversas de Tom e , de Tom com os amigos, de com os guys... Então, um sabia das saudades que os outros sentiam...
O aniversário de Thomas estava próximo, seria a sua maioridade, o que significava, para um homem nascido em Gallifrey, a data do seu casamento. Por mais que buscasse um presente perfeito para Tom, tinha uma única idéia na sua cabeça e nada parecia mais perfeito e certo do que isso, para ela. Então, ela acabou procurando a única pessoa que poderia lhe ajudar. Esperou ser anunciada, e, mesmo que o Rei Ambrosyus a esperasse com um sorriso amigável, ela hesitou.
- Desculpe-me, Sua Majestade, se estou atrapalhando, posso falar-lhe em outro momento. – Ela já não tinha mais certeza de ter tido uma boa idéia.
- Aproxime-se, , perdão... . Não está me atrapalhando e não se esqueça de que logo será quase minha filha. – Ela não pode deixar de notar o quão amigável aquele homem parecia. Apesar de ser um líder entre outros reis e soldados, ele conseguia ser gentil e deixar, não somente a ela, mas a qualquer um, bastante confortável.
- Senhor, eu gostaria de falar sobre o presente que gostaria de dar para Tom... Perdoe-me, mas somente o senhor poderia ajudar-me a dar este presente a ele.
- Venha aqui, minha filha. Sente-se e me conte o que tu estás pensando. – Ele fez um gesto, indicando uma pequena bergere próxima a ele. Ela sentou-se e respirou fundo.
- Vossa Majestade sabe que ele tinha uma vida na Terra... E ele realmente gostava de quem era e... – mordeu o lábio, reunindo coragem, sabia que o Rei poderia sentir-se irritado. -... Ele amava muito a sua família da Terra. E ainda ama. – Ela espiou o Rei, analisando suas reações. Ele suspirou, concordando.
- Eu esperava por isso... Obviamente sinto ciúmes, já que ele é meu filho e chamou outro de pai, por anos...
- Entenda, Majestade, que o Senhor Fletcher nunca irá tirar seu lugar no coração do Tom, mas ele tem um cantinho para ele também. Tom sente saudades dos Fletchers e sente saudades da vida que tinha... A música é parte do que o Tom é, e eu acho cruel demais privá-lo da sua paixão pela música e do convívio com a família Terrena dele.
- Eu... – O Rei fez uma careta involuntária. -... Entendo e sou obrigado a aceitar isso. Mas no que isto se relaciona com o presente que você quer dar para o Tom?
- Bom... É aí que o senhor entra, Majestade. Estive com Tom, há alguns dias, conhecendo alguns de nossos cientistas e engenheiros... E pensei que poderíamos usar um par daqueles portais tridimensionais... Para interligar Gallifrey à Terra... Porque, dessa forma, Tom e os meninos poderiam voltar a Terra e manter a sua banda, porque eles são realmente bons... Além do mais, ele poderia manter contato com a sua família da Terra, sem ter que deixar Gallifrey por mais do que algumas horas... Quer dizer, se pudéssemos dar isso a ele, Tom certamente seria feliz por completo... E eu só quero a felicidade dele.
- Entendo. Mas onde esconderíamos o portal que deve ficar na Terra? Já imaginou se algum humano passar por ele, por engano? – Ambrosyus parecia até divertir-se com a hipótese.
- Acho que... Poderíamos conversar com a família Fletcher, sem que Tom saiba, é claro. Contar-lhes tudo desde o começo, e, quem sabe, o portal pudesse ficar na propriedade deles. Ou na casa que Tom tem, se é que ele ainda a tem... – Ela tentava ponderar sobre alguma saída fácil, rápida e segura para este pequeno problema.
- Então, façamos o seguinte. A senhorita seguirá, assim que estiver pronta, para a Terra. Levará consigo uma pequena escolta, é claro. Converse com esses... Fletchers, e, se eles compreenderem a aceitarem, colocaremos um portal na Terra. Se eles tiverem algum tipo de reação negativa, acharem que você é louca ou fugirem assustados, suas memórias serão removidas e o assunto será esquecido. Concordas?
- Sim, Majestade. É indiscutivelmente justo. Só tenho mais um pedido a fazer. – riu, nervosa, achava que já estava abusando de sua sorte.
- Pode pedir, minha filha.
- Poderei levar Deimos, Artemis e Hyperion comigo? – O Rei a encarou, curioso. – Porque a família Fletcher os conhece bem, eles eram muito amigos de Tom e, eu, serei apenas uma estranha para eles. Acredito que com a presença dos três, os Fletchers aceitarão com mais facilidade...
- Que assim seja.
Fazendo uma pequena reverência, retirou-se da presença do Rei. Passando a correr à medida que se distanciava da sala do trono e se aproximava de seus aposentos. Queria partir imediatamente.

Então, sem que Tom soubesse, uma pequena nave saiu, rumo à Terra, levando , Danny, Harry e Dougie.
- Eu ainda não entendi, o que é que nós vamos fazer na Terra mesmo? – Danny coçava a nuca. Harry deu-lhe um pedala.
- Coitadinho, Harry, não faz isso com a criança... - ria, enquanto fazia cafuné na cabeça de Danny.
- Deixa o principezinho saber desse amor todo entre vocês dois, para ver se o Danny não vai ser castrado. – Dougie fazia uma cara maldosa, olhando de para Danny, ela apenas mostrou a língua para Dougie.
- Seguinte, Danny... Nós vamos encontrar os pais do Tom. Vamos explicar tudo para eles, sobre Tom ser de outro planeta... Enfim, a gente tem que fazer com que eles aceitem isso, para que vocês possam voltar à Terra, para continuar o McFly. – Ela explicava ao Jones.
- Porque vai ser bem fácil fazer com que eles não surtem ao saber que somos extraterrestres... – Harry rolava os olhos.
- Pelo que o Tom me disse, a Carrie meio que sabe alguma coisa... Talvez a gente devesse conversar com ela primeiro... Quem sabe ela saiba como contar aos pais deles... – estava pensativa.
Assim foi feito. e os meninos procuraram primeiro Carrie... Foi uma conversa longa, embora fácil, porque a menina estava bastante curiosa sobre Gallifrey, naves espaciais, vida extraterrena, mas, fora a quantidade de perguntas que ela fez, aceitou facilmente sobre quem era seu irmão e parecia bastante empolgada com a possibilidade de conhecer um planeta distante. Já com Bob e Debbie Fletcher foi um pouco mais complicado. Primeiro, acharam que tudo era uma brincadeira do filho e dos amigos... Depois, passaram a pensar que Harry, Danny e Dougie estavam loucos. Por fim, conseguiu convencê-los de que tudo era real, mostrando algumas gravações, imagens tridimensionais de Tom em Gallifrey, uma, em especial, que mostrava Tom falando o quanto sentia falta de seus pais. Foi depois de ver o olhar triste do filho, que os Fletchers se convenceram de que tudo aquilo era real e eles tiveram certeza de que jamais abandonariam o filho. contou-lhes também sobre o casamento dela com Tom, que seria no dia do aniversário dele, ela própria sentia-se estranha por contar isso aos seus futuros sogros, ou ex-futuros sogros? A situação, de um modo geral, era bastante inusitada.
Naquele mesmo dia, um grupo, liderados pelo engenheiro chefe, Dr. Kapoor, um Silurian, uma criatura intraterrestre, verde, que lembrava muito um lagarto, o que, possivelmente, explicaria o interesse de Dougie pela raça do cientista, instalou o portal na peça anexo da garagem, que era usada pelo Sr. Fletcher como uma espécie de oficina. O combinado era de que eles esperariam o aniversário de Tom para irem a Gallifrey fazer uma surpresa para o filho.
A família Fletcher estava feliz, por Tom e pelos outros três McFlys, por poderem participar da vida do filho, por ele não precisar ter que deixar sua banda, que ele tanto ama. Danny, Harry e Dougie também estavam radiantes, pois voltariam a tocar.
Com o sucesso da missão em mãos, voltou para Gallifrey, junto com os três McFlys. Estava ansiosa para ver os testes com os portais que levariam à Terra. Tudo teria que estar perfeito para o aniversário do seu amado.

O dia que antecedia o casamento havia chegado! Estava tudo pronto. O portal funcionava perfeitamente, havia sido testado com soldados Thalsinianos e com terráqueos, cujas lembranças dos testes foram apagadas logo depois. O palácio estava sendo todo decorado para a grande festa dupla, por causa do casamento e do aniversário de Tom.
estava em seu quarto, fazia alguns dias que a ansiedade aumentava cada vez mais e agora ela chegava a vomitar tamanho nervosismo pelos acontecimentos do dia seguinte. Estava sentada na cama, tentando distrair-se com um livro, quando a porta de seu quarto se abriu devagar.
- Posso entrar?
- Thomas! Você não deveria estar aqui, sabia? Não deveríamos nos ver esta semana... – Ela riu, mas fez sinal para que ele entrasse. Tom trancou a porta atrás de si e correu, pulando na cama, onde a sua noiva estava.
- Poxa, eu senti saudades! O que eu posso fazer? – Ele falava, enquanto dava beijinhos no ombro da menina.
- E se forem te procurar? – Ela se encolhia, com cócegas.
- O Harry vai dizer que eu estava muito cansado e fui dormir, com ordens de não ser incomodado.
- Muito espertinho... – Ela virou-se de frente para ele e o beijou de um jeito delicado e apaixonado.
- Pois é... Te orgulhe do marido que escolheram pra ti... – Ele piscou e voltou a beijá-la.
Era como se o tempo parasse para os dois todas as vezes que estavam sozinhos... Naquele momento, nada importava para eles, eram apenas dois jovens que se amavam e queriam curtir um ao outro... Os beijos foram ficando mais intensos e agora Tom estava quase que deitado sobre , suas mãos percorriam a barriga da garota, sob a blusa que ela usava, ela acariciava a nuca dele com uma das mãos e a outra arranhava a cintura e as costas de Tom, causando-lhe arrepios, quando as mãos dele acalcaram os seios da menina, ela o empurrou para o lado, estava morrendo de vergonha, por conta da sessão de amassos dos dois.
- O que foi, ? – Tom parecia confuso.
- Er... Tom... Acho que a gente não deveria... Você sabe... Né? – Ela estava muito sem graça.
- Mas, amor, nós vamos nos casar amanhã... Esqueceu?
- Não, Tom... Mas acho que a gente deveria deixar certas coisas para depois do casamento... Não estamos na Terra, não esquece que aqui, as coisas são diferentes... E mais rígidas...
Ele resmungou, mal humorado, mas acabou concordando... Apenas voltou para a cama para dormirem, abraçados. O dia seguinte seria longo e cheio de surpresas para , era o que ele pensava.

Na manhã seguinte, Tom acordou bem cedo, saiu do quarto de , sem acordar a menina. Passou no seu quarto, tomou banho e se vestiu. Foi até as pistas de aterrissagens, logo, um Cruzador de pequeno porte estaria pousando em Gallifrey, trazendo, o que Tom pensava ser, o melhor presente para .
Ao acordar, sozinha, sorriu. Era o grande dia! Embora estivesse completamente nervosa, ela sabia que aquele seria o melhor dia da sua vida. Mas, antes que pudesse levantar da cama, a porta do seu quarto foi aberta com um som estrondoso. Ela não viu muita coisa antes de sentir seu corpo ser esmagado.
- AAAHHHHHHH, EU NÃO ACREDITO!
- PENSOU QUE IA FUGIR DA GENTE ASSIM, SEM DAR SATISFAÇÃO?
- NÓS FICAMOS PROFUNDAMENTE MAGOADAS COM ISSO, VIU, MOCINHA?!
reconheceu as três pessoas que a esmagavam imediatamente, mesmo que as três gritassem ao mesmo tempo. Eram , e ...
- Ah, saiam de cima de mim, suas gordas! Vão acabar me matando esmagada, e, então, não vai haver casamento!
- Ué... Eu me candidato a casar com o Tom, se for esse o caso. – fazia uma cara inocente. lhe deu um tapa no ombro. – HEY, DOEU!
- Isso é para deixar bem claro que o Tom é só meu! - fazia cara de má.
- É... Cuidado, , Sua Alteza aqui vai mandar cortarem tua cabeça! – piscou para , que sorria abobalhadamente.
- Como é que vocês chegaram aqui, afinal? Quer dizer... Quem foi que... – Ela estava mais feliz do que nunca, chegou a esquecer-se de que estava nervosa.
- Presente de casamento. – abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Hm... E quem me deu este presente? – franzia a testa.
- Eu, é claro! – Tom estava escorado na porta, de braços cruzados, sorrindo. – O melhor noivo do mundo!
Imediatamente, pulou da cama, correndo para os braços do amado. Abraçando-o com força, ela o beijou de um jeito carinhoso, enquanto ele a tirava do chão, girando a menina no ar. Eles só se afastaram quando o coro de ‘OOOOWNNN’ ficou um pouco mais alto do que deveria.
- Foi o melhor presente do mundo! – sorriu, dando um último selinho em Tom. – Mas, agora, suma daqui porque eu preciso me arrumar, e você também...
Ela começou a empurrá-lo para fora do quarto, mas o garoto sempre voltava para roubar um último selinho... Ele só se deu por vencido e foi embora quando ouviu as vozes de Andhara e Aphrodith se aproximarem. Elas traziam o vestido da noiva e a ajudariam a se arrumar.

Diferentemente das cerimônias de coroação, que eram muito longas, as cerimônias de casamento em Gallifrey não eram, os noivos trocavam votos de amor e fidelidade eternas, o rei abençoava a união. A festa, pelo contrário, durava dias...

“Põe-me como selo sobre o teu coração,
como selo sobre o teu braço,
Porque o amor é forte como a morte,
E inexorável como o Sheol a paixão,
Sua chama é chama de fogo
Veementes labaredas de Javé

As muitas águas não poderiam apagar o amor,
Nem os rios afogá-lo;
Ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado”


Tão logo o Rei Ambrosyus abençoou a união do filho e de sua consorte, deu-se início a festa. Mas tinha algo a mostrar para Tom... Então, pegou a mão do seu, agora, marido e o conduziu até próximo a um pilar afastado do barulho de música e dos convidados.
- Tom, eu queria dar o teu presente... Eu achei que tinha sido uma idéia de gênio... Mas parece que realmente pensamos parecido, então, pode não ser mais tão surpresa assim... – falava e ria ao mesmo tempo, já que Tom tivera uma idéia parecida, trazendo as amigas da menina para o casamento deles.
- , você sabe que não precisa, certo? – Tom pegou a mão de , fazendo carinho dela, enquanto olhava nos olhos da sua amada. – Só estarmos juntos é o melhor presente que você poderia me dar...
- Tem certeza disso? – Ela soltou a mão da dele, levantando uma sobrancelha, no melhor estilo Harry Judd.
- Claro! Não me diz que você está duvidando do que eu sinto por ti? – Ele parecia chocado.
- Hm, não... Ainda... Mas me diz isso novamente, depois de ver... – Ela segurou Tom pelos ombros e fez com que ele virasse, ficando de frente para Debbie, Bob e Carrie, que estavam parados bem atrás dele.
- PAI? MÃE? Eu não acredito nisso! – Ele abraçou os pais com força, lágrimas de alegria escorriam dos olhos de Tom. Ele virou-se para Carrie, sorrindo. – Achei que ia me livrar de ti, sua fedelha chata.
- Nem pensar, panaca! – Rindo, Carrie pulou no pescoço do irmão.
pediu licença e afastou-se, deixando Tom conversar com os pais, havia muita coisa que eles precisavam dizer uns aos outros. Então ela foi até onde as amigas estavam sentadas.
- E então, meninas... O que acharam de Gallifrey? – sentou-se com as três.
- O que achamos? – tinha uma expressão abobalhada.
- Dude, você mora num castelo. FALA SÉRIO, ! – não conseguia esconder o deslumbre.
- Pois é... E tinha uma certa pessoa que achava que eu era louca quando eu sonhava com isso aqui, né? – fez uma careta para .
- Ah, dude, desculpa, mas, poxa, como é que eu iria imaginar que tudo o que você sonhava era real e eram, tipo, lembranças reprimidas?
- Calma, , eu não estou brigando. Eu entendo. Eu mesma cheguei a achar que eu estava enlouquecendo por ver aqueles soldados Thalsinianos.
- Aqueles o quê? – parecia confusa.
- Os cocozões... Na verdade, são a guarda imperial, são soldados Thalsinianos. – sorriu ao explicar.
- Mas por que, afinal, você conseguia vê-los e nós não? – perguntou, parecendo curiosa.
- Eles estavam mesmo atrás de mim, fazendo minha escolta. Eu os via sem querer, e, quando eles percebiam que haviam sido vistos, se escondiam. Eles se movem muito rápido, se um Thalsiniano passar correndo por vocês, no máximo, vão sentir o vento dele, nem um borrão poderia ser percebido, a menos que estivesse prestando muita atenção...
As meninas ficaram conversando mais um pouco até um “UHUM, UHUM” ser ouvido, vindo de amplificadores. Danny estava no palco, postado atrás de um microfone, segurando uma guitarra, junto com Harry na bateria e Dougie, que também estava atrás de um microfone, e segurando seu baixo amarelo-ovo. Havia um microfone vago no palco.
- Gostaríamos de sua atenção... Como muitos sabem, eu sou Hyperion, guarda pessoal do príncipe herdeiro e, nas horas vagas, sou Danny, guitarrista do McFly. – Danny deu um sorriso idiota. – Quando vivíamos na Terra, eu, Deimos, ou Harry, e Artemis, que também é conhecido como Dougie, tínhamos uma banda junto com o Tom... – Tom agora ocupava seu lugar no palco, com sua guitarra. – E pensamos, por que não deixá-los ter a honra de ouvir o McFly tocar também?
Tom foi até Danny e deu um pedala no garoto.
- Não liguem para ele, ele pensava que era de Bolton, por isso é assim... Aproveitem o show... – Tom apontou para , sorrindo e piscando. – Para a minha verdadeira Star Girl...

It seems I know you
And you know me as I am
Even it’s the first time
That you put your eyes around me

This strange certainty
Comes stronger now for me
And that miss feeling in my chest
Disappeared with no regret

[chorus]

Would you believe me?
This is real is not your eyes
Would you believe me?
We were made to be, isn’t just lies
We were promised by the stars
Even on a darks war’s time
Take your destiny
Believe me, be with me

Take my hand
Let’s go home
Never thought might belong
To another place so far?

I’m flying to your dreams to be sure
That you know that my love isn’t that low
Bringing you back, giving you double life
Until we belong to that galaxy in fact

[chorus]

Would you believe me?
This is real is not your eyes
Would you believe me?
We were made to be, isn’t just lies
We were promised by the stars
Even on a darks war’s time
Take your destiny
Believe me, be with me

If galaxy defenders stay forever
We will be together

[chorus]

Would you believe me?
This is real is not your eyes
Would you believe me?
We were made to be, isn’t just lies
We were promised by the stars
Even on a darks war’s time
Take your destiny
Believe me, be with me

If galaxy defenders stay forever
We will be together x 2


, , e na mesma hora levantaram e foram para frente do palco fazerem o que sabiam fazer de melhor. Gritar, pular e cantar junto com o McFly. Não demorou muito para outras criaturas, de vários outros planetas, se animarem e se juntarem às meninas. Logo depois tocaram Star Girl, música favorita de , entre outras que eles sabiam que as meninas gostavam.
Quando o show acabou, Tom correu até e a beijou, pouco antes de pegar a mão da menina e a puxar, correndo.
- Tom, onde vamos?
- Surpresa, amor... – Tom fez uma cara arteira.
- Corre devagar! – corria e ria ao mesmo tempo, Tom a levou para uma nave pequena, que ele aprendera a pilotar desde que chegara a Gallifrey.
- Tom, você está fugindo de Gallifrey?
- Na verdade, estou raptando minha esposa, para curtirmos nossa lua de mel sozinhos... – Ela gargalhou.
- E para onde vamos?
- Fly away, watch the night turn into day dance on the Milky-Way melt me with your eyes... – Ele cantarolou.
- Hey, Fletcher, seja menos piegas e nos diga onde está a cerveja.
Tom encarou Danny... E, de Danny, seu olhar percorreu os rostos sorridentes de Harry, Dougie, , e . Ele revirou os olhos, resmungando, mal humorado.
- Tem gente que não se manca mesmo... Eu querendo ficar sozinho com a e agora tenho que carregar esse bando junto... Eu devo ter muito pecado para pagar mesmo...


To be continued…
Nota da Autora: Minha primeira fic publicada! Quanta emoção... Pra quem não sabe e caso queira saber, esta fic foi um sonho meu... sim, um sonho... cool, right? Enfim, eu não acho que muita gente leia os agradecimentos, mas aqui estão, de qualquer jeito...
Meu primeiro mega master obrigada vai para Tolkien, Douglas Adams, JK Rowling, Eoin Colfer e Meg Cabot por serem meus escritores favoritos no mundo inteiro! Russell T Davies e Steven Moffat por trazerem Doctor Who para a minha vida *-* MOFFAT YOU RULES!. Steven Spielberg, que para mim é quase um verdadeiro Mestre Jedi, dude... não sei o que seria de mim sem Stars Wars, ET e Indiana Jones...
Também quero agradecer a Carol Ratleg, primeira pessoinha que leu esta fic e que me deixava cada vez mais empolgada para escrevê-la. Te amo, minha Jones! Thais, minha Bourne, compositora da música apresentada nesta fic. Música que eu disponibilizarei para download... ela é linda né? Thanks, Thais... VAMOS DOMINAR O MUNDO! /momento Pink&TheBrain
Minha gringa favorita, Bethany, que não vai ler isto aqui e mesmo que leia não vai entender lhufas porque ela não fala português MAS está esperando ansiosamente pela tradução para o inglês desta fic (Muito breve!)
Thanks tb para Linoquinha, Lee, Vick (minha pulguinha), Jaisa, Vicky, Dany e para minha beta, Thai, que me aturou por um longo tempo! (y)
McFly, valeu por existirem e fazerem parte da minha vida. Eu logo farei parte da vida de vcs também, assim que eu casar com o Fletch <3
Por último e não menos importante, um máster thanks a minha imaginação fértil, fruto de uma mente desocupada. Amo meu cérebro!
Leiam e comentem *-*
Qualquer dúvida, sugestão e xingamento:

thestargirl@live.co.uk
http://greey.tumblr.com/
http://twitter.com/Fletch_pegael
Beijos =*****
Greey
Nota da Beta: Foi um prazer betar essa fiction, Grey! Ela me surpreendeu muito. Parabéns pela originalidade e espero que você tenha muito sucesso com todas as outras fictions!
Parabéns!

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