Eu nunca fui do tipo que usava saias curtas e blusas decotadas. Nunca me importei com exterior, pra mim o que valia era o que as pessoas tinham por dentro. Nunca fiquei com todos os garotos do colégio nem com garotos que acabava de conhecer. Minhas notas eram perfeitas, e eu não repetia em nenhuma matéria. Nenhuma. Antes dele. . Ele foi tipo o meu criador. O criador dessa . A que usa saias curtas, blusas decotadas e até vestidos de um palmo de comprimento. A que pouco se importa com seu interior, se o que tem por fora não é bonito, quero nem saber o que você tem por dentro. Aquela que perdeu as contas de quantos já ficou, de com quantos garotos, da escola ou não, já passou a noite. Minhas notas poderiam estar piores, acredite, mas eu estudo no final do ano e passo! Essa sou eu! Ou pelo menos aquela que todo mundo conhece...
A de verdade é aquela que existia antes de tudo isso acontecer. E se eu sou arrogante e prepotente é tudo culpa de . Eu odeio ! Pra mim ele morreria hoje mesmo. Não pelo fato dele ser o cara mais bonito que já vi na vida, nem porque ele tem aqueles olhos lindos e aquele sorriso perfeito, não é isso! Eu comentei que também não é porque ele tem aquele corpo maravilhoso que eu nem presto atenção nas aulas de Educação Física? Pois é, não é por isso também. Porque na verdade, eu odeio MUITO ele.
Tudo aconteceu há um ano, quando eu era a esquisita sem amigos que todo mundo zoava pelo fato de ter ido ao baile de formatura, e caído depois de escorregar num líquido azul. E e seus três amiguinhos tinham que se aproveitar disso, e de mim, claro! Eles apostaram, deveria ficar comigo, transar comigo e me fazer pagar um mico maior do que cair na frente do colégio inteiro. Que no caso foi, estar numa praia – que eu achava ser deserta e longe de toda civilização – com , erm... Como eu posso dizer? Para não usar termos chulos, eu estava bem à vontade, da forma como vim ao mundo. Dois dias depois meu corpo, minha cara de desespero, minhas lágrimas e o motivo da maior vergonha da minha vida, estavam estampados em tudo que é lugar. E quando eu falo “tudo que é lugar” eu tô querendo dizer: celulares, armários, banheiros, cadernos e afins.
O ainda tentou se desculpar, não entendo o porquê, mas ele ainda veio até mim, pra dizer que não sabia, que não queria que isso acontecesse, e que me amava de verdade. Claro que eu não acreditei, na verdade nem pensei sobre o assunto. Lembro bem o que o Brian do terceiro ano falou no exato momento em que ele terminou de falar. Foi algo como: “Bom trabalho, . Até que ela tem peitos legais!” No que acreditar depois disso? Preciso dizer que chorei horrores, e que supliquei pedi ao meu pai pra mudar de colégio, cidade, país e continente? Pois é, eu pedi. O que ele disse?
- Você supera. Você é mais forte do que imagina. Isso ainda vai te fazer crescer, mudar, e ser alguém melhor.
Claro que ele não sabia das proporções do problema. Eu morava com meu pai, minha mãe vivia em Bolton. Não, eles não eram separados, toda sexta-feira à tarde minha mãe voltava pra casa. E no domingo pela manhã voltava pra a casa de Bolton. Por que tudo isso? Bem, meu pai é dono de uma rede hotéis. Apesar de não serem hotéis de luxo, é o que sustenta e dá conforto para nossa família. Meu pai, minha mãe, meus tios, todos trabalhavam e viviam em função desses hotéis. Não contei à minha mãe, não contei ao meu pai, eu não tinha irmãos ou amigos.
E se você acha que meu pai foi rude comigo, vou dizendo que você está errado, afinal, eu não contei nada. Na verdade, contei, mas foi algo mais do tipo “Pai, me tira dessa cidade, gosto de um cara e ele me decepcionou muito”, não do tipo “Pai todo mundo do colégio tem uma foto minha pelada”. Afinal, já era difícil ter minha mãe e meu pai longe de mim 24 horas por dia. A verdade é que eu não queria, realmente, mudar de cidade. Por quê? Bem, eu acreditava piamente que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Então estaria mais segura aqui do que em qualquer outro lugar do mundo.
E foi com a reflexão sobre a frase do meu pai, que eu percebi que não adiantava muito chorar. Por mais que chorar fosse mais fácil, não era isso o que eu queria de verdade. Eu queria mostrar a todos e principalmente ao que eu era forte, que se ele foi capaz de me humilhar, eu seria capaz de fazer igual ou até pior com ele. E foi o que eu fiz. No dia seguinte chorei lágrimas verdadeiras em um ombro amigo falso. O do próprio , que me dizia coisas como “Desculpa” ou “Tudo vai ficar bem”.
Eu não acreditei, ou fiz a maior força para não acreditar. Eu o odiava, muito, mas eu não tive ninguém que me desse apoio, que me emprestasse seu ombro amigo para que eu borrasse com minhas lágrimas, então foi um momento difícil pra mim. Acredite! Fiz ele acreditar que ainda o amava, e não me diga que eu o amo, porque eu já disse: Eu odeio ! Ele disse que ninguém poderia nos ver junto, eu já imaginava, claro. Mas isso não atrapalharia meu plano de vingança. Nós saíamos secretamente, sempre. Íamos ao cinema sempre nas últimas sessões, comprávamos lanche e comíamos dentro do carro, numa rua esquisita no outro lado da cidade, ele ria de mim no colégio para não levantar suspeita, mas quando nos encontrávamos atrás das arquibancadas do campo de futebol na hora do intervalo, ele sempre me pedia desculpas. E eu claro, desculpava-o. Não seria isso que atrapalharia meu plano, certo?
Ao mesmo tempo em que “namorávamos”, eu mandava cartas apaixonadas para Sean. Assinadas por . Todas as cartas e bilhetinhos direcionados a mim por eu mandava para Sean. Que tratava cada vez mais com indiferença. Na festa de aniversario de , um dos amiguinhos idiotas de , pedi ao DJ para mostrar um vídeo – que pedi pra fazer pra mim, falando coisas fofas, depois toquei no assunto do Sean, comentando a minha indignação sobre como ele estava o tratando – que eu havia editado onde se declarava para Sean abertamente. Com frases do tipo “Seu sorriso é lindo” ou “Seus olhos me encantam”. Claro que sabia que tinha sido eu.

- Isso é pra você saber que posso passar por burra uma vez. Mais do que isso não! – Falei ao me aproximar dele. Todo mundo parou pra prestar atenção na nossa conversa. – Essa sou eu ! Aquela que nem você, nem ninguém podem enganar mais! Eu te amei de verdade, mas você não tem noção de como me arrependo disso! Eu te odeio, !

E desde então sou tida como a rainha do colégio. E pra falar a verdade, é mais fácil ser assim. Eu não era só a esquisita sem amigos que levou o maior tombo no baile, eu era a esquisita sem amigos que levou o maior tombo no baile e que tinha fotos suas espalhadas por tudo que é canto do colégio. Preciso acrescentar que essas fotos não eram nada agradáveis de ver? Se pelo menos ninguém soubesse da minha existência, ou fingissem não me ver, se eu fosse tipo invisível. Eu não me importaria, mas meu nome tava na boca de todos do colégio. E geralmente em frases que continham complementos tipo “A idiota do tombo do baile” ou “A lesada que todo mundo viu nua”. Ser a rainha do colégio, a líder das lideres de torcida, tudo isso fazia de mim alguém em que ninguém pode mexer, falar, maldizer, rir ou me levar para uma praia deserta. Era o meu escudo.
E agora a banda do , a McFLY, tá preparando um vídeo clipe. Tipo caseiro, pra mandar para um programa na MTV onde passam os clipes de bandas não tão conhecidas. É tipo, a porta de entrada para um futuro sucesso. Todo mundo do colégio tá ajudando e totalmente focado nesse tal vídeo clipe. E quando eu falo todo mundo, é tipo todo mundo MESMO! A galera do teatro arrumando figurino e locais para fazer as cenas, a turma da dança preparando coreografias, os que fazem parte da turma de cinema emprestando filmadoras e afins, as lideres de torcida se organizando para dar o melhor de si na frente das câmeras, e eu sendo escolhida pra fazer o papel principal do vídeo clipe. E eu nem sei o porquê, já que não me inscrevi pra nada do tipo.
- Mas por que a vai ser a principal? – Megan, também conhecida como Vaca Porca, disse com aquela voz estridente dela.
- Se isso é um problema pra você, tudo bem, pode ficar com o papel. – Eu disse dando de ombros, eu não gostaria mesmo de passar praticamente 24 horas por dia agarrada ao e os amiguinhos dele.
- Mas você foi a escolhida, por votação! - disse pra mim.
- Votação de quem? Nem tava rolando uma votação pra valer, ninguém comentou, nem sequer pediram que eu votasse em alguém.
- Não é uma votação entre todos do colégio. Só entre os caras da banda! – disse, e eu pisquei tentando pegar a informação.
- Mas isso é tão injusto! – Vaca Porca gritou com uma voz estridente. Suspirei alto, cansada daquele papo.
- Não se atrase, ensaio hoje à tarde no auditório. Começamos a gravar pra valer amanhã! – disse e sorriu pra mim. Retribui o sorriso. O que é? Eu sou gentil, tá?
E a tarde estava eu, no auditório esperando o maldito ensaio começar. Caroline veio até mim, entregando uns papéis, onde estava escrito o que eu deveria fazer. Antes que pudesse ler alguma coisa, os garotos entraram no palco rindo e fazendo barulho. parou de rir assim que me viu. E como sempre abaixou a cabeça, sem falar nada. Os outros garotos me cumprimentaram e eu fiz o mesmo com eles, sorrindo educadamente. Comecei a folhear as folhas lendo por alto.
- Blá, blá, blá... Abraça e o beija! - Eu vou ter um par romântico? Pulei para a última pagina. – Garota: , figurantes: todo mundo menos eu e a banda – falei ao olhar para o tamanho da lista. – Garoto: !
Tudo parou por um momento. E eu só tive certeza de uma coisa: Eu não faria clipe nenhum! Isso era fato! Eu não poderia simplesmente ser o par romântico do . Abraçar e beijar? Voltei para a segunda folha. É realmente tava escrito “Abraça e o beija” lá. E agora? Sair correndo, sair de fininho, dizer que vou ao banheiro e voltar para casa ou...
- Licença! – me ouvir falar, e todos pararam o que estavam fazendo para me escutar. – Eu vou ter que abraçar e beijar alguém?
- O ! – disse alegre, para o meu desespero.
- Olha, eu não quero parecer rude nem nada, mas é que eu prefiro morrer atropelada por um trem bala ao ter que abraçar e beijar o ! – falei pausadamente para que todos entendessem.
- Eu te falei cara, ela não ia topar! – disse olhando de para mim.
- , por favor. É o nosso futuro que está em jogo! – falou quase que implorando.
- Por que vocês não chamam a Megan? Ela tá maluca pra fazer parte disso, e ela não veria problema em beijar o !
Sorri e me levantei preparada para sair dali. correu até mim, com uma cara meio desesperada. Ele tinha os olhos arregalados e estava respirando fundo.
- Não queremos alguém sem cérebro. Tudo bem que o cérebro dela não vai aparecer, mas queremos alguém em quem confiamos ! Por isso que todos nós votamos em você!
Certo, agora sim eu queria sair loucamente e correr até estar longe o bastante pra ninguém me achar e me olhar com aqueles olhos pidões e desesperados. Olhei para todos os lados, menos para ele. Eu não poderia.
- Ok, tudo bem... Eu... Eu faço! – disse relutante, me arrependendo no instante seguinte! Todos gritaram e me aplaudiram! Não entendi a dos aplausos, mas tudo bem. Sorri fraco. Voltando para o meu lugar. A música era Met This Girl, uma das músicas escritas por eles. Preferiram não fazer um cover, queriam mostrar que tinham potencial e essas coisas de quem se acha muito, sabe?

Eu não vou mentir pra você, eles são bons. Muito bons! Mas eu não poderia dizer isso em voz alta, minha reputação de garota que tá pouco se importando com a capacidade das pessoas de serem boas em algo iria acabar no mesmo instante! O clipe era basicamente divido em quatro cenas. A primeira era em um bar, onde eu deveria conversar, rir e conversar de novo com o . A segunda era na sala de aula, eu entraria na sala em câmera lenta – adoro efeitos especiais, principalmente câmeras lentas, deixam você com um ar de sexy – e fingiria estar tendo algum tipo de ataque paixonítico por mim. Na terceira cena, todos nós conversamos na cantina, ele se mostrando irritado por conta da aproximação entre os garotos e eu, enquanto eu sorria e fingia conversar com os garotos sobre coisas engraçadas. E na quarta e última cena, na qual eu dei o nome de “A Mais Temida” era em uma espécie de baile, onde eu e dançávamos ao som da música. Era na última cena que todos apareceriam, dançando e girando até o horizonte. Essa cena teria de ser filmada duas vezes, porque teria que estar cantando e dançando comigo ao mesmo tempo. Afinal, quem escreveu esse roteiro mesmo? Ou seja, eu deveria abraçar e beijar duas vezes. Alguém ai tem uma agulha para que eu possa me furar até o fim dos meus dias por conta desse pesadelo chamado de vida? Obrigada! E agora eu estava abraçada ao , dizendo coisas como “Você é imprestável” ou como “Não pise no meu pé, se não te mato” e fingindo rir de coisas como “Para de ser idiota” ou “Cuidado pra não escorregar e cair em algum canto do salão”.
- Ai que nojo, meu Deus! – falei baixo me aproximando dele nos últimos acordes da música.
- Não foi isso que você falou na nossa primeira vez! – Ai, que cachorro, idiota, ele vai ver, se esse viado pensa que... Do que eu tava falando mesmo?
A língua de pedia passagem, e por mais que eu prendesse as malditas borboletas no meu estômago faziam festa. Uma mão dele foi depositada calmamente sobre minha cintura e a outra no meu rosto. A sensação era boa, e se eu pudesse ficaria assim por dias, meses, anos, décadas, todos os infinitos dos infinitos. Brad então gritou algo como “Corta” e eu dei a iniciativa de me afastar. Afinal você já sabe né? Eu odeio !
Limpei a boca mostrando que não havia gostado. Pra mim já basta! Cansei de brincar de estrela, não gravaria nada outra vez, não faria mais nada. Além de ir pra casa. Se eu fui rude ao deixar todo mundo lá? Oh, mil desculpas a todos, mas ficar mais um segundo perto do seria algo que traria terríveis consequências. Nem eu, nem você queremos isso, certo? Entrei no carro, perplexa e dirigi ate minha casa.

Certo, são duas da manhã e eu estou me dirigindo à cozinha para pegar meu kit para noites com insônia, composto por: um pote de nutella, sorvete de flocos e barras de chocolate. E não eu não estava tentando engordar, apenas explodir de tanto comer. Apenas isso. Me sentei de frente pra janela, e enquanto eu comia, minha mente funcionava a mil. Algo gritava: EU NÃO AMO ! Enquanto outra coisa gritava ainda mais forte: EU AMO , MUITO, SEMPRE! Eu me forçava a ouvir apenas a primeira, por mais difícil que fosse. A lua me via de longe, talvez me dizendo o quão imbecil eu era. O quanto eu era idiota por ainda amar aquele – outro - idiota.
- Mas eu não o amo! – disse em voz alta olhando pra ela. Como resposta ela quase gargalhou de mim, eu poderia estar sonhando, mas juro ter ouvido gargalhadas altas sendo direcionadas a mim. Vadia! A lua era uma vadia! Isso sim!
Acabei com o pote de nutella antes mesmo de piscar. Próxima parada? Sorvete de flocos, seu lindo! E de repente lagrimas saíram dos meus olhos sem a minha permissão. Eu era tão fraca! Ah, meu Deus como eu era fraca! Uma completa imbecil. Eu já chorei tanto por ele que eu já estava acostumada. Secretamente, às vezes, eu chorava depois de todos dormirem, embaixo do edredom, tapando a boca pra não fazer zoada. Eu tinha tantas lembranças, boas, ruins, fortes, simples, alegres, depressivas, tanta coisa da gente. Mas parecia que tudo girava em torno dele. E se eu era forte, era pra mostrar pra ele que eu podia ser forte. Se eu era alegre, era pra mostrar pra ele que eu sabia ser feliz sem ele. Se eu era corajosa, era pra mostrar pra ele o quanto eu era capaz. E se eu era sexy, era pra mostrar pra ele o que ele perdeu.
Olhei pro chão percebendo que o que me restava eram duas barras de chocolate, já que eu acabei de acabar com o sorvete de flocos. Abri a primeira, e ela me trouxe a lembrança do beijo de . Eu ainda era capaz de sentir. Os pelos da minha nuca se arrepiaram com tal lembrança. Sem pensar muito me levantei, peguei o casaco que estava jogado na cadeira e caminhei determinada. Me vi entrando no carro sem nem pensar direito no que eu tava fazendo. Eu não sabia exatamente pra onde ir, eu só queria simplesmente... Ir.
Peguei a estrada depois de alguns minutos, eu sabia onde eu estava indo, só não fui capaz de deixar isso claro pra mim mesma. Me vi passando direto da placa que dizia que só era permitido velocidade até 60 km por hora. Entrei na estradinha de barro e parei assim que vi aquelas árvores. Sai do carro e caminhei firme em direção à praia. Parei próximo ao mar. Lembrando de cada detalhe daquela noite. Eu ainda era capaz de ouvir as buzinas e as risadas. Os gritos e a luz dos faróis piscando em minha direção. Me virei bruscamente tentando encontrar algum carro, alguém, um sinal de vida. Dessa vez eu não deixaria barato, se alguém gritasse, risse ou apontasse pra mim, seria capaz de matá-lo ali mesmo, sem arma alguma. Apenas pelo ódio e a angústia que sentia.
- ? – ouvir uma voz me chamar. Virei novamente e me deparei com me olhando. Meus olhos que antes estavam marejados agora pareciam cascatas de lágrimas. Deixando aquela ferida a mostra, pra quem quisesse ver.
Eu me sentia mais vulnerável do que nunca, como se apenas um simples ventinho fosse possível para me derrubar pra sempre. Enxuguei as lágrimas, inutilmente, abaixando a cabeça. Eu nunca tinha mostrado pra ninguém esse meu lado. O fraco, o sensível, o que precisa de um abraço a cada cinco minutos. Ele olhava pra mim, eu sabia. Levantei minha cabeça, olhando pra ele. Os olhos dele estavam marejados também, eu podia jurar que ele choraria a alguns minutos.
- Por que você fez isso comigo? – perguntei baixinho, com medo da resposta. Ele respirou fundo, como quando se quer engolir aquele nó na garganta. Olhou pro chão, e depois pra mim, sorrindo de lado. Ainda assim, ele era tão lindo!
- Eu não sei. – Suspirei alto, fazendo pouco caso daquela resposta.
- Não sabe ? – perguntei perplexa. – Como assim você não sabe? Então você se torna meu amigo, uma pessoa em quem eu podia confiar. Sabendo como eu me sentia em relação a isso. Não venha me dizer que não, porque você sabia que eu nunca tive amigo algum! E depois você me faz me apaixonar por você, sendo a pessoa mais fofa, engraçada e amável do mundo. Eu me entreguei a você. Você foi o primeiro, . E foi tão lindo, tão bom que eu pensei que tudo era recíproco. Mas não, mesmo sabendo como eu me sentia em relação a tudo isso você me trouxe aqui! Exatamente aqui! – Pisei forte onde eu estava. – E você vem me dizer que não sabe?
- Eu me arrependo tanto, você não tem noção! – Um vento forte passou por nos, me fazendo perceber que estava com um minúsculo short. Mesmo arrepiada por conta do frio, continuei na mesma posição.
- E você consegue ter noção do que é ser a piada do colégio? Eu não tô falando de uma coisinha simples como cair no baile, ! Eu tô falando de mim, do meu corpo, da minha vida. Eu preferia cair em todos os bailes até meus vinte e cinco anos do que ter passado por isso.
- Mas se tornar a pior pessoa do mundo não ajuda muito! – ele disse num tom acusador.
- Não ajuda muito? É claro que ajuda. Sendo a pior pessoa do mundo, não dou chance a ninguém rir de mim, a se aproveitar de mim e dos meus sentimentos. Ajuda e muito se você quer saber.
- Com todo mundo te odiando? – ele perguntou sarcástico.
- E qual é a diferença? Antes me odiavam porque eu era patética, agora me odeiam porque eu sou foda. De qualquer forma, me odeiam. E eu tô pouco me lixando pra isso, contanto que não se atrevam a brincar com meus sentimentos novamente.
Passamos cerca de 5 minutos apenas sustentando um o olhar do outro. Com medo de perder um só segundo daquele momento. Apesar da raiva, da dor e das palavras ditas, estávamos aproveitando a presença um do outro. Mesmo que a uns dois metros de distância.
- Você me amou de verdade? – Ele perguntou baixinho, quase sussurrando. Eu ri da pergunta com quem ri da pergunta mais tola do mundo inteiro.
- Eu ainda te amo, ! – Falei me entregando. – Eu sempre te amei!
Confessei novamente, e não me arrependi de ter feito! Eu tava realmente cansada daquilo tudo. era um idiota, e disso acho que todo mundo já sabe, mas ao contrário do que eu disse a você, eu amo ! Sorri pra ele como quem acaba de confessar sua maior pirraça. Ele sorriu de volta. Dando passos firmes até mim. Acho que quem olhasse de longe acharia que éramos o casal mais feliz do mundo. Nós nem éramos um casal de verdade. parou em minha frente com uma lágrima provavelmente de felicidade rolando pelo seu rosto. Eu beijei sua bochecha com a finalidade de enxugar a lágrima.
- Eu te amo muito! – Ele disse sorrindo. E novamente nos beijamos. E eu nem preciso dizer que foi o melhor beijo da minha vida, assim como todos os outros com .
E então eu vi crescendo em mim uma pontinha de esperança. Esperança de que tudo desse certo dessa vez, de que tudo fosse voltar a ser perfeito. Sem mágoas, sem dor, sem ressentimentos. Só eu e , juntos pra sempre.



N/a: Olá babies! Tô fazendo a nota muito mais pra explicar sobre a fic do que qualquer outra coisa! Então, vou fazer a fic dividida em três. Mine; Yours; Ours. Uma vai ser o complemento da outra. E as três, serão do ponto de vista da garota. Queria me desculpar pelo numero de perguntas, sei como é chato responder a tantas perguntas assim. Mas era necessário! Gente, eu perdi até o raciocínio, tava vendo That’s The Truth! O que foi aquilo? ;O *orgulho* Voltando pra fic, espero que gostem e antes de terminar queria mandar beijinhos. Pra Mandy por ser a melhor amiga que todo mundo queria ter, pra Cami que acabou de tomar uma decisão difícil, e pra Leeh por estar me agüentando mais uma vez. Qualquer duvida, qualquer coisa é só deixar nos comentários. Irei responder os que eu puder! xoxo. @caahq
Outras fics: All My Secrets e Intoxicate Me Now

N/b: Qualquer erro na fic mande para leeh.rodriigues@gmail.com :) Não utilizem a caixa de comentários, por favor. Agradeço desde já.


comments powered by Disqus