Your Valentine
por Letícia Vaz | betada por Yasmin Duarte
revisada por Lelen


Londres, Inglaterra.
Quinta, 12 de Fevereiro de 2009. (Noivado)

- Eu não acredito, ! Não acredito que você não tem nem coragem de vir até mim, me contar o que aconteceu. Realmente não acredito que você está falando isso por telefone, o mesmo problema de sempre, as mesmas desculpas de sempre. É sempre a mesma coisa, . É SEMPRE A MESMA COISA! - já estava exaltada com aquela discussão. Usava um vestido de seda cor de vinho, e brincos e colar de diamantes. Mais um dos presentes caros que , seu namorado, lhe dera. Ela olhava atenciosamente para o anel, também de diamante, que se encontrava no dedo anelar da sua mão direita. Cada vez que olhava a escritura " & , I will always love you..." que se encontrava no mesmo, sentia um forte aperto no coração. Essas discussões entre eles eram rotineiras, aconteciam quase todos os dias. E a principal causa era que nunca podia comparecer nos compromissos dos dois... Segundo, terceiro, quarto aniversário de namoro, e assim foi. Todas essas datas terminaram assim: chorando, e tentando se desculpar. E sempre com as mesmas desculpas: Noite de autógrafos, jantar com a produtora, show de última hora. Essa vida de estrela de a cansava. Ele tinha uma banda com outros três amigos, onde ele era o . o namorava mesmo antes da fama do McFly, ela esteve ali comemorando a primeira música deles nas rádios, nas paradas de sucesso, o primeiro disco de ouro, prata, bronze... Platina! Mas, em um instante, essa banda comeu todo o tempo que ela passava com o garoto. Já não existiam mais tardes passeando pelos parques e pelas ruas pacatas de Londres, super sessão de filmes, cinema de última hora... Ela não sabia por quanto tempo mais teria que agüentar aquilo. realmente o amava, intensamente, do fundo do seu coração. Mas, se eles casassem, iria continuar assim. A mesma história. Ela não sabia o que fazer, não conseguia se ver vivendo longe de , mas, ao mesmo tempo, não conseguia mas ter que sofrer pelas bobagens que ele fazia.
- Não, , não! Eu... Eu... - Ela gaguejava, entre soluços, e tentava conter o choro. Seu rosto estava vermelho e inchado .- Eu.. Eu tô cansada. Cansada de ter que sempre passar os dias mais importantes da minha vida sozinha, e terminá-los brigando com você. Você não entende? Meus pais, toda a minha família estava aqui esperando para que anunciássemos nosso casamento e você... Você não apareceu, ! Como você pôde fazer algo assim comigo?
- , minha pequena... Eu te amo. Desculpe-me, . Eu juro que não faço da próxima vez, mas, realmente, não deu tempo de...
- , CANSEI. AS SUAS PALAVRAS SÃO TÃO FÚTEIS, ESCORREGAM DA SUA LÍNGUA COMO SALIVA, VOCÊ NÃO DEVE SABER NEM O SIGNIFICADO DELAS. QUANTAS VEZES VOCÊ PROMETEU A MESMA COISA, ? HEIN? ME DIZ? QUANTAS VEZES VOCÊ JUROU AMOR PRA MIM E ME DEIXOU NA MÃO? CANSEI, , CANSEI. - Ela respirou por um segundo, e suas amigas, que estavam ali no quarto com ela, a seguraram e tentaram tirar o celular dela. Ela não podia se exaltar mais do que já estava. Antes de tirar o celular da menina e desligá-lo, ela ainda pode dizer uma palavra ao celular - Acabou.
desabou a chorar. Seus soluços ficavam cada vez mais fortes, seu nariz hiperventilava. Ela estava ficando sem ar, e não conseguia soltar uma palavra sequer. pegou o edredom da cama da menina e a embrulhou. Ficou ali durante bastante tempo, apenas abraçando a amiga e dando-lhe palavras de consolo. já estava bem mais calma, já respirava quase uniformemente e já havia tirado o brinco e os colares.
- Obrigada por tudo, ... Ei, eu não queria estragar a sua noite junto com a minha. Você podia sair com o , ou sei lá, pass... - sussurrou.
- Não, , tudo bem. Amiga é pra isso e eu sempre vou estar aqui com você - disse, interrompendo a amiga - Bom, eu acho que você precisa de um banho. Um banho longo e quente de banheira, pra você relaxar. Vou arrumar pra você.
saiu do lado da amiga e depositou um beijo em sua testa, seguindo até o banheiro.
Enquanto a menina estava sozinha na sala, deitada em seu extenso sofá e enrolada em seu edredom, ficou imaginando em cada coisa que se passara. Aquele era pra ser o dia mais feliz e memorável de sua vida, mas ele havia estragado tudo como sempre. Dali a dois dias seria o Dia dos Namorados (ou Valentine’s Day, como chamavam na Inglaterra) e ela passaria sozinha, apenas lamentando por aquilo.
a buscou e levou-a até o banheiro. Enquanto tomava banho e relaxava, ouvindo Oasis, cozinhava algo.
Ela saiu do banheiro e então se enxugou. Caminhou vagamente até o seu quarto e se olhou no grande espelho que se encontrava ao lado do armário. Ela estava com seus olhos inchados, olheiras fortes marcavam seu rosto. O que, há algumas horas atrás, era um rosto belo e sorridente havia se transformado em uma marca de decepção e tristeza.
- Aqui, . Um chocolate quente para você. – Disse , entrando no quarto da amiga com duas xícaras cheias com chocolate quente e marshmellow.
- Obrigada, amiga... Não sei como te agradecer. Você pode dormir aqui essa noite? – perguntou, pegando a sua xícara.
- Tudo bem, . Eu iria fazer isso, você querendo ou não. – Riram – Vou fazer uma pipoca enquanto você escolhe um filme bem legal pra nós vermos... Nada de romance, hein?!
- Ok, Ok... Nada de romances! – riu e foi até a prateleira de DVDs.
voltou com a pipoca e então foram ver o filme: “Quatro Amigas e Um Jeans Viajante”, o preferido delas, por ela e suas amigas formarem exatamente quatro. Mais ou menos na metade do filme, dormiu. tirou o filme e então tentou fazer o mesmo que a amiga.

Sexta, 13 de fevereiro de 2009. (Sexta-Feira 13)

Ela acordava pela quinta vez com o seu celular tocando, e o mesmo nome de sempre no visor. . Será que ele não iria desistir? Resolveu atendê-lo.
- Alô, ? O que você quer? Eu já disse, não quero falar com você! – A menina brigou, ainda grogue.
- Eu deixei quatro recados no seu celular, minha . Eu preciso ver você. Eu te amo, TE AMO! dizia, do outro lado do telefone, praticamente chorando. – Eu estou aqui em baixo. No seu prédio. Me receba, por favor.
Ela sentiu um forte aperto no coração. Não sabia se iria resistir ao vê-lo, não sabia se iria conseguir não correr até seus braços e o sufocar num abraço forte e cheio de amor. Ela olhou para sua mão novamente e então reparou no anel de noivado que ainda estava lá. “ & , I will always love you...” Aquilo martelava na sua cabeça. Sabia que aquilo era verdade, por mais que tentasse, iria o amar para sempre. Pensou durante mais ou menos um minuto, apenas ofegando ao celular. Ele esperava ansioso por uma resposta.
- Tudo bem. Venha. Você ainda tem coisas para pegar aqui, mesmo. Leve-as logo, não quero lembranças suas na minha casa. – Ela desligou o celular antes mesmo de esperar qualquer resposta dele. Ela sentiu seus olhos se encherem de lágrimas novamente. Não sabia como conseguira dizer algo assim para o amor de sua vida, sabendo que era mentira... O que mais ela queria eram coisas dele ali, o cheiro dele, a vida dele para lembrá-la do quanto eles se amavam.
Ela olhou para o lado, pela primeira vez sentindo falta de sua amiga, e então reparou a sua ausência. No lugar onde ela dormira estava um bilhete. Ela o pegou e leu: , o veio me buscar para tomarmos café-da-manhã juntos. Espero que você fique bem, amiga. Eu te amo.
Com amor,
.
As lágrimas que estavam em seu olho insistiram em cair. E dessa vez conseguiram fazê-lo. Pela primeira vez na vida, era como se sentisse inveja da sua amiga. Mas, como ela poderia sentir algo assim tão horrível? Nem ela mesma sabia.
Ding Dong... (n/a: Sou péssima em onomatopéias, me desculpem g_g)
O som da campainha flutuando pelo apartamento a acordou de seus pensamentos. A menina levantou grogue e foi até seu banheiro, reparando no seu estado.
Ding Dong...
apertou novamente na campainha, a fazendo perder a paciência.
- Já vou, espere. - Ela gritou com a voz falha.
Apoiou os cotovelos no batente da pia e abriu-a. Fez uma concha com a mão e coletou um pouco de água, o bastante para molhar seu rosto. Passo a mão levemente no rosto, fazendo a água escorrer sobre o mesmo. Abaixou a cabeça, fitando a água que jorrava e caia no ralo. Desligou a pia e ergueu a cabeça, se deparando novamente com sua imagem refletida no espelho. Se virou e pegou a toalha de rosto que se encontrava ao lado da pia, pendurada em uma argola de metal, e se enxugou.
Saiu do banheiro e foi até a porta, a abrindo. Deparou-se com um mais pensativo do que o normal, com o cabelo bagunçado e inquieto, andando de um lado para o outro. O susto que o garoto levou com a porta sendo aberta foi súbito, o fazendo olhar instantaneamente para a mesma.
Eles ficaram ali durante um minuto, apenas olhando um para o outro, até que se pronunciou.
- Posso entrar, ?
- Po... Pode sim, . – Ela gaguejou, grogue. Grogue. Essa palavra já estava definindo o dia dela, quantas vezes ela já não havia ficado assim só naquele dia?
- Ok. – Ele sussurrou, passando pela menina que segurava a porta, extasiada com o menino.
Ele se sentou no largo sofá, que ainda tinham marcas do dia anterior. Edredons, copos ainda cheios de água, e o conjunto de jóias que ele havia dado para ela usar justo naquele dia. O olhar dele parou neles, fitando-os. Ele se curvou ao joelho, pondo os cotovelos no mesmo e sua mão sobre seu rosto, sustentando sua cabeça. estava em pé, ao lado da mesa de jantar que ainda tinha talheres e pratos sobre ela. Ela o olhava curiosa, tentando imaginar o que ele poderia estar pensando. Ele a tirou dos pensamentos quando disse:
- Olha, , eu... Eu errei. Eu sei disso. Mas você não acha que é demais?
- Demais é ter que te esperar, sabendo que você nunca vem. DEMAIS É TER QUE OCUPAR A NOITE DAS MINHAS AMIGAS ME CONSOLANDO. DEMAIS É ACORDAR TODO MÊS SABENDO QUE EU TÔ BRIGADA COM VOCÊ. – As lágrimas que caíram de manhã já voltavam a preencher os olhos da menina. Ele a olhava, assustado. – DEMAIS... É TER QUE ATURAR SEMPRE A MESMA COISA, SÓ PARA ME MAGOAR. Eu já falei, ... EU CANSEI!
- , nós nos amamos, qualquer coisa pode passar se o amor entre nós é verdadeiro e...
- Não, , já perdi a conta de quantas vezes tive que ouvir isso e voltar atrás. AGORA NÃO, , NÃO DESSA VEZ, NÃO NOVAMENTE!
Ele levantou e então segurou nos braços da menina, calmamente, que chorava lágrimas que pareciam nunca acabar.
- Me dê um motivo. Apenas um. Um motivo pra eu saber que eu não devo mais voltar.
Ela soluçava alto e estava de olhos fechados, tentando não olhar para ele. A vontade que ela tinha agora era de soltar-se dele e o abraçar, enterrar sua cabeça no seu peito protetor e o ouvir dizer palavras de consolo. Mas ela não poderia deixar isso acontecer, não mais. Apenas para ela se magoar novamente mais tarde? Não, não poderia. Ela procurava pelas palavras na sua cabeça, mas elas insistiam em se embaralhar e se formar um enorme emaranhado, a proibindo de pensar em qualquer coisa sensata.
- Porque eu... Eu... Eu não... Não te amo mais.
Ele a olhou perplexo, suas sobrancelhas juntas formando uma expressão de dúvida e descrença. Ela a soltou e continuou a olhando. Ela ainda evitava olhar em seus olhos, e seu choro já nem era mais possível de se ouvir, de tão forte que sua respiração e soluços estavam.
- Bom... Se... Se você não me ama mais, é melhor eu ir. – olhou para o chão e andou até a porta, ultrapassando-a e a fechando. se segurou na mesa atrás de si, tentando não cair. Ela saiu correndo para seu quarto e afundou em seu travesseiro, chorando cada vez mais e mais. Como ela pôde dizer aquilo para ele? Uma mentira tão descarada como aquela? Onde estava o 'para sempre' que eles sempre diziam um para o outro? Milhares e milhares de perguntas como essas pairavam sobre sua cabeça sobrecarregada. O resto daquele dia foi cansativo e sombrio para . Definitivamente, a pior sexta-feira treze de sua vida.

Sábado, 14 de fevereiro de 2009. (Valentine’s Day)

sentia os raios de sol invadirem seu quarto. Abriu seus olhos lentamente, incomodada com a claridade. Procurou o relógio na cômoda ao lado de sua cama para saber que horas eram. 11:30 A.M. Ela havia acordado tarde, e ainda estava muito cansada. Decidiu que iria tomar um banho e ir até a Starbucks mais próxima de sua casa. Ela não poderia passar aquele dia sozinha, presa em sua casa, isso só lhe traria lembranças ruins e a faria sofrer. Apertando os olhos e se espreguiçando, pôs os pés no chão, sentindo uma camada lisa e fria no chão. Estranhou, sentiu falta de seu tapete peludo, presente de , e então fitou o chão. Bem ao lado de seus pés se encontrava um cartão vermelho com uma escritura prata: “Para ”. Ela o apanhou e o abriu, encontrando um pequeno papel no seu interior. Se surpreendeu com o que estava escrito.
“ Vamos brincar de Esconde-Esconde? Ache o tapete e com as pistas você irá descobrir quem sou eu... xoxo!”
Olhou com a testa franzida novamente para o papel. Quem estaria fazendo aquela brincadeira idiota com ela, logo de manhã? Provavelmente seria , numa tentativa besta de atrair a atenção da amiga para qualquer outra coisa que não fosse “Dia de São Valentim” ou “I will always love you...” . Ou apenas o nome .
Pensou um pouco, ainda com os olhos sobre o papel. Então, refletiu: Por que não? Se levantou e percebeu que a porta de seu quarto estava trancada. “Idiota”. Ela pensou. Procurou por cada espaço do quarto e então achou o tapete, dentro do box do banheiro. “Que sem criatividade, pensou, novamente. Ao abri-lo, percebeu que havia outra carta e a chave do quarto. No exterior da carta estava escrito: Paixão. Abriu o cartão e se deparou com uma nova mensagem.

Contam que uma vez se reuniram todos os sentimentos e qualidades do homem. Quando o tédio bocejava pela terceira vez, a loucura, como sempre tão louca, propôs: "Vamos jogar Esconde-Esconde?". A curiosidade, sem conseguir se conter, perguntou: "Esconde-Esconde? Como é isso?"
É um jogo, explicou a loucura, em que eu escondo o rosto e começo a contar de um até um milhão, então vocês se escondem, e quando eu terminar de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará o meu lugar para continuar o jogo.

Estava escrito apenas isso. Ela pegou a chave do quarto e o abriu, se deparando com várias e várias pétalas de rosas espalhadas pelo corredor. Elas levavam à todos os cômodos da casa, fazendo ziguezagues quanto “entravam e saiam” de algum compartimento. Ela seguiu a primeira trilha e entrou na cozinha. As pétalas a levavam até a pequena mesa que se encontrava no lugar, que era usada apenas para o café-da-manhã dela e de . Em cima da mesa, ela encontrou mais um cartão. Ao contrário do anterior, esse continha outra coisa escrita; Alegria. Repetiu o que havia feito com as outras cartas, encontrando outra nova mensagem na mesma.
O entusiasmo bailou, seguido pela euforia, e a alegria deu tantos saltos que convenceu a dúvida, e inclusive a apatia, que nunca se interessava em nada. Mas, nem todos quiseram participar. A verdade preferiu não esconder-se. Para quê se, no final, sempre a achariam? A arrogância achou um jogo muito tonto, mas no fundo o que a chateava era que a idéia não havia sido dela. A covardia preferiu não se arriscar-se.
Um, dois, três... A loucura começou a contar.
Ela voltou pelas rosas e seguiu até o próximo lugar. Entrou no quarto de hóspedes, e em cima da cama estava mais um famoso cartão. Neste estava escrito Desejo.
A primeira a se esconder foi a preguiça, que, como sempre, caiu na primeira pedra do caminho. A fé subiu aos céus, e a inveja se encontrou atrás da sombra do triunfo, que, pelo seu próprio esforço, havia subido na árvore mais alta.
A generosidade quase não conseguiu esconder-se, cada lugar que encontrava lhe parecia maravilhoso para alguns de seus amigos, que foi um lago cristalino para a beleza; a raiz de uma árvore: perfeita para a timidez; um tufão de vento: magnífico para a liberdade, e assim acabou se escondendo em um raio de sol.
O egoísmo encontrou um lugar muito bom desde o princípio: ventilado, cômodo, mas apenas para ele. A mentira se escondeu no fundo dos oceanos... Mentira, na realidade se escondeu atrás do arco-íris. E a paixão e o desejo no quarto dos vulcões. O esquecimento, me fez esquecer aonde havia se escondido, mas não é importante.

A menina riu e então se lembrou das tardes que passava com , deitada nessa cama, apenas olhando o céu límpido pela varanda do quarto. Sentiu cada coisa que eles sentiam quando estavam perto um do outro, a sensação de nunca mais quererem se separar, como se fossem gêmeos siameses, grudados um ao outro. Ela achou estranho que fosse , já que ela faria de tudo para fazê-la esquecer de nesse dia... A angústia e a curiosidade tomaram conta dela, e então resolveu continuar o caminho de flores. O próximo compartimento foi a lavanderia. Dentro de uma pequena vasilha vermelha onde ficavam os cabides, encontrou mais uma carta. E a palavra dessa vez era Carinho.
Quando a loucura estava contando 999.999, o amor ainda não havia encontrado um lugar para se esconder, pois todos estavam ocupados, até que no final encontrou uma roseira, e decidiu esconder-se entre suas flores e espinhos.
Um milhão... Contou a loucura, e começou a procurar. A primeira a aparecer foi a preguiça, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou a fé conversando com Deus sobre zoologia. Podia sentir a paixão e o desejo vibrando nos vulcões. Em um descuido encontrou a inveja e, claro, pode deduzir onde estava o triunfo. Ele nem precisou procurar o egoísmo, pois ele mesmo saiu de seu esconderijo, avistando ser um ninho de vespas.

Aquilo tudo a estava fazendo refletir. Quem estaria fazendo aquilo?
Andou vagamente até o próximo lugar, e então foi levada ao banheiro de fora do seu quarto. Preso ao lado do espelho, estava a pista. Admiração.
De tanto caminhar, sentiu sede e, alcançando o lago, descobriu a beleza. Com a dúvida foi com certeza mais fácil, a encontrou sentada perto dali, sem decidir de que lado esconder-se.
Assim, foi encontrando a todos. O talento, entre a grama fresca. A angústia, em uma cova escura. A mentira, atrás do arco-íris. Mentira, ela estava no fundo dos oceanos. E até encontrou o esquecimento, que já havia se esquecido que estava brincando de Esconde-Esconde. Mas só o amor não estava em nenhum lugar.

Amor. Aquela palavra a fazia sentir como se milhares de facas estivessem a perfurando. Seu coração foi ficando cada vez mais apertado, e a vontade de chorar estava invadindo seus pensamentos. Foi seguindo as rosas até chegar na sala. Ela estava totalmente – dou ênfase na palavra – coberta com aquelas pétalas. O aroma daquele lugar era fantástico. Em todos os lugares que ela pisava, podia sentir rosas e mais rosas. Naquele lugar foi mais difícil achar a carta, por esta ser da mesma cor das flores.
Mas, quando a achou, logo a abriu. Amor.
A loucura buscou atrás de cada árvore, debaixo de cada pedra do planeta, em cima das montanhas e, quando estava para dar-se por vencida, avistou uma roseira, pegou um canivete e começou a mexer os ramos de flores. Quando, de repente, um doloroso grito se escutou... Os espinhos haviam ferido os olhos do amor. A loucura não sabia o que fazer para desculpar-se: chorou, rezou, implorou, pediu perdão, e até prometeu ser seu guia.
Então, desde a primeira vez que se jogou Esconde-Esconde na terra, o amor é cego e a loucura sempre o acompanha.
P.S.: Vá até a varanda.

Ela já não continha mais as lágrimas que jorravam pelos seus olhos. O líquido gelado passava sobre suas bochechas quentes, que a fazia lembrar das mãos de quando tentava parar o seu choro. Ela chorou ainda mais. Agora ela tinha certeza de quem estava fazendo aquilo. Andou lentamente até o lugar que o cartão havia lhe indicado. Chegando lá, encontrou uma enorme caixa de presentes, vermelha com uma faixa branca. Ali ainda haviam muitas rosas, e ela já não se sentia incomodada por estar descalça. Aquilo estava a relaxando.
Em cima do embrulho, que era quase do seu tamanho, tinha um pedaço de papel da mesma cor do laço que envolvia o embrulho. Lá estava escrito: Abra a caixa.
Ela fez o que o papel mandou, soltando o laço e tirando a tampa da caixa. Pôs-se na ponta dos pés, para que pudesse enxergar o que se encontrava no interior da mesma. Lá tinham muitas e muitas rosas, com espinhos e tudo. Em cima tinha mais uma carta, mas, diferente das outras, ela era branca. Com caneta preta estava escrito: Loucura. Ela abriu a carta.
,
Eu não sei exatamente o porquê de estar fazendo isso. Talvez seja a dor por saber que estou te perdendo, ou a dependência que eu sinto por você. Mas eu não consegui dormir um minuto sequer essa noite, pensando nas palavras que você havia me dito. Como eu pude ser tão idiota? Te machucar a ponto de te fazer dizer essas palavras tão horríveis... Eu só peço que me desculpe. Eu só quero que pense, e junte todos esses sentimentos para saber o que eu realmente sinto por você. E, fique sabendo, que eu faria qualquer coisa por você. Iria até o fim do mundo para te entregar milhares de estrelas. Paixão. Faria-te rir com as minhas bobagens, apenas para ter o gosto de te ver feliz. Alegria. Querer te ter cada vez mais perto de mim, ter sua boca encostada na minha, me fazendo suspirar com o seu perfume, ofuscando o de qualquer flor do mundo. Desejo. Te abraçar e te fazer cafuné, sentindo você dormir abraçada em mim. Carinho. Ver que tudo o que você faz é certo, e que você sempre se garante do que faz, ao contrário de mim. Admiração. Te abraçaria cada vez mais forte, apenas para não te perder. Amor. Morrer por você... Até mergulhar entre milhares de rosas cheias de espinhos, só para te ter... Loucura.
Talvez essa seja a última vez que eu possa falar isso, então quis fazer do melhor modo.
Eu te amo, meu amor. Feliz dia dos namorados.
With love...
Your Valentine.

sentia suas pernas fracas e bambas, não conseguia ficar em pé por mais nenhum minuto. Aquele choro de forte que ela havia convivido bastante durante esses dias voltava. Mas, dessa vez, não era por tristeza e sim por felicidade. Amor. Ela o amava, e nunca poderia negar isso. Soluçava fortemente e imagens dela com invadiam seus pensamentos. Cada momento que passaram... Risos, choros, brigas, carinhos... Só em pensar no seu cheiro ela ficava mais atordoada.
Sentiu uma mão em seus ombros. Aquela doce e macia mão. Se levantou de súbito, olhando para ele. Ele estava com as roupas rasgadas e com vários cortes superficiais sobre sua pele, como se milhares de rosas tivessem o ferido. Nas mãos ele tinha um enorme buquê de rosas com espinhos, que feriam suas mãos. Ela podia ver a dor em sua face, mas ao mesmo tempo a paixão no brilho de seu olhar. Ela o abraçou, com cuidado, e afundou seu rosto em seu peito protetor. Exatamente como queria fazer no dia anterior. Ela sentiu-o chorando assim como ela, com seu nariz fincado em seu cabelo, apenas sentindo o seu cheiro, para que pudesse se lembrar para sempre dela.
o olhou dentro dos olhos. Ambos estavam com uma expressão mista de alívio, dor, felicidade e... Amor. Ela sussurrou em seu ouvido:
- Eu te amo, e nunca vou te abandonar, My Valentine.


[b]Nota da Autoura[/b]: XXXXXXXXXXXNT, QISO; HAUHAUAH ai eu tô tão feliz, eu super lovei essa minha fic :~ err, muito modesta sabe HAUAHUAHA. Ai cara, essa história veio super do nada na minha cabeça sabe... sexta-feira treze, nada pra fazer, FFADD sem atualização, muito azar (quebrei dois espelhos só nesse dia HAUHAUHA 14 anos de azar, ér u.u) e véspera do Valentine's Day. (Poisé eu escrevi essa fic faz tempo, mas uma preguiça de mandar pra betar sabe..) Aí, eu, mente brilhante -n que presta muita atenção na aula sabe HAUHAU resolvi fazer uma fic com esse texto que tava no meu livro de espanhol (: bom, eu tive que traduzir ele todinho, então se tiver meio idiota a culpa é minha por cortar palavras ou substituir outras! HUAHUAH bom... eu gostei, espero que você também :) e, lá vai os agradecimentos...TCHAN TCHAN TCHAN TCHAN hauahuaha. Quero agradecer á Ranna e Paloma que leram minha fanfic antes de todo mundo *-* á minha beta que betou a fic (oh, não me diga q) ao Abner professor de espanhol por ter botado esse texto MÁRIMO no meu livrinho amado -n t1t1 e agradecer novamente a Ranna por despertar meu lado emótico e romântico. Ok, eu te amo rann, não me bata. E agradecer NOVAMENTE á Paloma, por ela me aguentar falando de fic fic fic e...Fic! HAHAHHAHAHA Te amo papa! (agora a Papa é pop HAUHAUHA) E... Claro, á vocês todos, minhas leitoras queridas, sem vocês não seria NOTHING huahuahua. Ah, e gente, antes de ir queria comentar um fato chorante e emo com vocês... QUE ISSO CARA, MCFLY EM MAIO, BRASIL, SETE SHOWS, AAAAAAA PIREI e já chorei LIIIIIIIITROS, fica a dica G_G cara já pensou? Eu morro, é, eu morro! HAUHAUHA te amo Dougie, meu namorado lindo -q HAUHA Ok, chega de história, essa n/a já tá mais grande do que eu esperava (tá nem tá enorme, mas tudo bem)... Comentem, seja pra elogiar ou criticar. Eu aproveitarei tudo só num caldeirão, MUAHHAHAHAHA (parei).
Beijos, [b]Lets[/b] Go!
Orkut.
Msn: letciavaz@hotmail.com.



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