Always Better Late than Never
Autora: Fabiana | Beta: Thais


E então, estavam se preparando para o fim do mundo.
Sam, Dean, e estavam dentro do Impala rumo a casa de Bobby. O silêncio predominava.
Mesmo após salvarem as pessoas e o mundo de monstros e criaturas, não poderiam lutar contra o fim, a profecia Maia era antiga e já era de conhecimento público, o que tornava as coisas piores, milhares de pessoas estariam desesperadas e provavelmente fazendo coisas estúpidas no ultimo dia de vida.
Mas de alguma maneira estavam tranquilos, fizeram bem seus trabalhos e foram além do que pensavam que poderiam, e graças a seu sangue, suor e lágrimas, muitas pessoas puderam viver por mais um tempo livres de qualquer assombração.
- E então, qual o plano para o fim? – Perguntou Dean casualmente, tentando quebrar o silêncio.
Ninguém respondeu e Dean bufou em chateação.
- Eu sei que ninguém aqui está pronto para isso, mas sejamos realistas. Vamos lá, novamente, quais os planos para o fim?
O silêncio iria prosseguir até quebrá-lo humildemente:
- Acha mesmo que não temos chance, Dean?
Sam e olharam para ela ligeiramente surpresos, há quase uma semana ela estava silenciosa, aliás, desde que a profecia chegou até eles.
- Sinceramente, acho que não.
- Ok. – Foi a única coisa que pode falar antes de virar o rosto novamente para a janela. Sam continuou observando-a até o grito de encher o carro.
- Sam, me deixa ficar aí na frente com Dean? Posso, amor? não vai mais abrir a boca pelo jeito, pelo menos aí com você posso fazer meus planos para a nossa última noite. – Disse olhando sugestivamente para Dean do retrovisor. Sam fez uma careta de desgosto e Dean parou o carro para que ambos trocassem de lugar.
Dean aumentou o som do carro e foi cochichando com durante boa parte do caminho. Sam se aproximou de que mantinha o rosto apoiado no vidro frio:
- Você está bem, ? Já tem planos para hoje?- Perguntou, quase esperançoso. Ela o olhou e percebeu que e Dean haviam parado de conversar para observá-los ou pelo menos tentar ouvi-los.
- Estou, Sam, é só que... Eu não sei, parece que agora que chegou o fim do mundo, eu percebi o quanto perdi sabe, o quanto poderia ter tido, mas... - Foi cortada antes de poder continuar por Dean que soltou uma risadinha depravada ao perceber que e Sam estavam conversando muito perto, sem realmente perceber que o motivo era o volume exagerado de Metallica que saía dos auto-falantes.
- Até que enfim, não é, irmãozinho? Estava começando a duvidar de suas habilidades! E você, nerdzinha, pensei que...
Antes que Sam pudesse responder, deu um soco nas costelas de Dean fazendo-o parar de falar ao perceber a fisionomia de .
- Como estava dizendo Sam, pretendo dormir até morrer, literalmente. - E encostou a cabeça no vidro novamente e o assunto parecia totalmente encerrado.
Ao chegarem na casa de Bobby, Jo e Adam estavam sentados abraçados na varanda e Ash veio recebê-los sorrindo e os cabelos em corte mullet brilhando avermelhados com o sol.
- Buenos dias, bitches, prontos para assistirem ao fim do mundo que conhecemos?
-Até tu, Ash? - sorriu sem humor ao amigo.
- Porque esse mau humor todo, é pelo que Dean disse? Você sabe que ele não está errado, você poderia ter dito a verdade. - disse secamente, na verdade, toda a situação a deixava estressada, mas assim como o namorado, era ótima em fingir levar as coisas levianamente.
- Não é mau humor, , eu só estou cansada disso tudo. Não estou pronta para ver esse mundo despedaçar, e não precisa insinuar o quão covarde eu sou, sei disso há tempos. – Quase gritou a última parte, queria desabar, mas não podia, pelo menos não frente de todos. Sam e Dean que estavam com Adam se aproximaram para saber o motivo do stress.
- Que há contigo, gatinha? Tu tá me deixando preocupado sabe, tu tá muito sinistrona.- Perguntou Ash baixinho pensando em qual seria o motivo para o estado da garota. tentando aliviar a situação que sem querer, trouxe a tona comentou com Ash sorrindo:
- Ui, grossa, vamos pra dentro, Ash. Deixa a Senhorita Mau-Humor de lado. Isso que dá, sabe, a falta de uma boa noite de sexo. – E piscou marota, esperando um xingamento ou um chute no meio das canelas.
Mas nada veio a seguir. Ash arqueou as sobrancelhas em confusão, Dean olhou assustado e Sam deu um olhar terrivelmente preocupado para que olhava abobalhada. O moreno se surpreendeu com o silêncio, esperando por uma resposta espirituosa de , mas só pode ouvir o silêncio.
Sem aviso, a mulher deu as costas, com a cabeça baixa e entrou na casa de Bobby sem dizer uma palavra. Após minutos de silêncio alguém resolveu se pronunciar.
- O que diabos foi isso? – Perguntou Jo que observava tudo ao lado de Adam.
- Eu não sei, mas pretendo descobrir. - Sam comentou, saindo também, sem perceber o olhar que os presentes trocaram.
- Isso não vai dar certo – Comentou Dean coçando a nuca, puxando pela mão.
Bobby estava sentado sobre a mesa abarrotada de livros, com a testa franzida. Estava preocupado com o fim e agora, com a garota que viu crescer, subir as escadas feito um raio, e parecia seriamente perturbada. Ele suspeitava o motivo. E suspirou cansado. Jovens, tão novos e tão complicados. Pensou antes de ver o mais alto dos Winchesters entrar na sala de estudos, com um olhar tão preocupado que Bobby quase sorriu.
- Onde está , Bobby? Ela não parece bem.
- Olá pra você também, Sam, sim estou ótimo e você? Como ela estaria bem, é o fim do mundo, idiota. – Respondeu o homem de meia idade com o sarcasmo pingando na voz, mas com real intuito de adiar a conversa por algum tempo, até conversar com a garota.
Dean, Sam e Bobby estavam na sala de estudos relembrando os velhos tempos onde suas maiores preocupações eram com Wendigos ou pés de coelho amaldiçoados. Até o assunto voltar ao mesmo: 21/12/2012. A destruição. O fim.
Dean deu um sorriso melancólico e coçou a nuca sem jeito, confessando a seguir.
- Eu ia pedir em casamento, sabe, mas com todo esse falatório, não consegui. Essa é a única coisa na qual me arrependo no momento. – Sam e Bobby se entreolharam chocados – Que é? A culpa não é minha se ela me laçou direitinho. – O loiro suspirou e continuou – O fato de não poder dar essa felicidade a nós dois me magoa. Eu a amo, mas não posso me lamentar agora.
- Quem é você e o que fez com meu irmão? – Perguntou Sam abismado, Dean jamais fora dos mais sensíveis.
-Não seja idiota, Sammy, é só que... Como disse, e eu a compreendo, perdemos tempo por medo ou acomodação e agora não existe mais tempo para consertar. – Bobby só observava com esperança nos olhos, aqueles garotos eram sua família, e nada pior que ver a família dessa maneira
-E você, Sam? Não vai mesmo dizer nada a ela? A ? Antes que pergunte, sim, eu percebi. Acho que a única pessoa que ainda não percebeu foi ela.
Sam olhou para Bobby cheio de pesar e tristeza.
- Não posso fazer isso, eu fui covarde por todo esse tempo embora não fosse minha intenção, e agora seria injusto dizer só porque todos nós vamos morrer.
Bobby ponderou se levantando.
- Isso serve para os dois cabeças ocas, não acham que algumas horas felizes são melhores do que nada? Melhor do que morrer no escuro sem saber se eram correspondidas? Algumas vezes precisamos nos arriscar para que as coisas sejam diferentes. Pensando melhor, como seria se tivessem uma segunda chance? Deixariam tudo passar outra vez?
- Uma segunda chance era tudo que eu precisava – murmurou Dean e Sam concordou solene.

(...)


No andar de cima e estavam em silêncio, Jo estava longe de ser vista, provavelmente dando um amassos em Adam.
- Eu sinto muito pelo que disse lá embaixo, acho que ando convivendo muito com Dean – Disse a amiga que olhava pela janela. – Eu não ando muito bem com todo esse lance sinistro de fim, eu tinha planos, sabe, embora ache que Dean jamais faria uma coisa dessas. Queria que nos tornássemos mais sérios, sabe, tipo, uma casa, um jardim, mas sem cachorros, eles me dão nojo e filhos bem pro futuro, essas coisas. Mas Dean não curte esses lances, então, meio que só tenho você pra descontar a raiva, com todo respeito. – ambas riram
- Eu peço desculpas, exagerei. É que tudo isso me tira do sério, quando eu resolvi ter coragem, quando decidi o que queria da vida, percebo que meu tempo acabou. Isso simplesmente me tira do sério e literalmente, me esfrega na cara o quão covarde eu fui, o quanto poderia ser diferente, mas... Quem liga, os lances acabaram, a festa acabou, tudo acabou.
- Queridas, ainda há tempo. – Disse Bobby suavemente, encostado na soleira da porta. – Você sempre foi inteligente, não venha dar uma de idiota agora. Você sempre foi tão forte, não pode fraquejar agora.
- Mas Bobby, ser forte com que finalidade? Acabou!
- Só lhes digo uma coisa, isso serve pras duas. Você, , não acha que algumas horas felizes são melhores do que nada? Melhor do que morrer no escuro sem saber se era correspondida? Algumas vezes precisamos nos arriscar para que as coisas sejam diferentes. E você, , tenho certeza que por você, Dean era capaz de tudo, até mesmo esse pequeno sacrifício. - E saiu do quarto deixando as garotas embasbacadas para trás.
- Eu só queria uma segunda chance, faria tudo diferente. – murmurou para si mesmo.

A tarde escurecia e a noite estendia seus domínios, e , estavam sentadas sobre o carro, observando as estrelas. Nenhuma das duas havia avistado nem Sam nem Dean.
Jo, Adam e Ash voltaram para RoadHouse para fazerem companhia a Ellen que a pedido dos caçadores, ficaria a frente do bar enchendo suas canecas de cerveja até que a Terra explodisse.
A porta bateu com estrépito quando Dean saiu para fora, rumo a como se nada mais existisse:
- Mas o que diabos? – Questionou assustada.
- Eu preciso te dizer uma coisa, , muito, muito séria!
- Dean Winchester, você está me assustando.
Sam se juntou a eles com um sorriso mascarado em seu rosto, o que não passou despercebido por , que conhecia todas as suas características. Ao perceber o rumo de seus pensamentos, o coração dela se apertou.
- Deixe-me falar de uma vez, sim? Antes que eu perca toda a coragem. – Ele se ajoelhou- , eu amo você e há tempos queria te dizer isso: quercasarcomigo?
Sam e franziram a testa confusos, não entenderam nada mas tinham um palpite muito bom que foi confirmado quando pulou nos braços do loiro e gritava “ SIM” histericamente enquanto ele colocava um anel simples em seu dedo.
- Hum, , o que exatamente Dean disse? Eu não entendi nada, e supondo que vocês falam a mesma língua estranha... – Disse com os olhos marejados, estava tão feliz pela amiga que não pode segurar o sorriso.
- ELE ME PEDIU EM CASAMENTO? NÃO SÓ ISSO! DE BONUS SEREMOS PARCEIRO NA LUTA CONTRA O APOCALIPSE ZUMBI, AHHHHH!!! - exclamou chorando enquanto só podia rir das expressões confusas de Sam e principalmente Dean.
- The Walking Dead. Ah, deixa pra lá. – Disse indisposta a explicar aos homens a paixão da amiga pela série que assistia sempre que Dean dormia.
Dean e continuaram sua comemoração quando Sam chegou e parou na frente de , com a expressão profundamente séria, a encarando profundamente até tomar uma respiração profunda.
- , eu sinto muito por isso, por ser tarde, por não ter sido bravo como Dean foi quando conheceu .
- O que você quer dizer? - Perguntou ela assustada.
- Eu só precisava me confessar antes que me arrependesse novamente. Eu amo você, e eu sempre fiz. Eu pensei que se estivéssemos juntos, seria um perigo a mais para você, mas percebi que o único medo que eu tinha e que eu tenho era de não ser o suficiente e, infelizmente, nas nossas últimas horas de vida, eu vim humildemente pedir desculpas e dizer que , eu simplesmente, queria ter feito isso antes, uma hora dessas estaríamos contando nossas próprias historias e relembrando nossas melhores historias juntos. – Os olhos de ambos marejavam , antes que pudesse dizer mais, foi cortado pelo dedo dela em seus lábios.
- Eu estava prestes a te dizer a mesma coisa agora. Não queria dizer nada no nosso último dia, mas um homem muito sábio me chamou de idiota e disse que algumas horas felizes podem ser melhores que mais uma noite no escuro. Eu fui covarde e seria hoje novamente. Eu também te amo, sempre amei e só preciso de uma coisa para morrer feliz.
Ambos se aproximaram e Sam se abaixou por ser absurdamente alto até seus lábios se encontrarem. O beijo durou pouco mais tempo suficiente para que lágrimas escorressem dos olhos da mulher.
Dean e já haviam entrado, talvez para comemorar o noivado de uma maneira mais íntima e Sam e só se encaravam. Até dizer a frase que mais amava, de um filme que nem lembrava mais o nome.
- Sam Winchester, “você ainda vai me amar de manhã”?
- Sim, eu vou.
- E se não houver um amanhã?
- Então eu te amarei mesmo assim. – Ambos se abraçaram sem dizer mais nada.

(...)


No quarto de Dean e , ambos se abraçaram em silêncio.
- Dean, eu amo você. E embora tudo possa acabar essa noite, eu vou continuar te amando.
- Eu também te amo e sempre vou. Podemos ter um cachorro?

(...)


Na sala, Bobby assistia a televisão sorrindo. O relógio marcava 7:00 da manhã do dia 22 de dezembro e milhares de pessoas se diziam arrependidas de ter vendido suas casas ou estocado quilômetros de papel higiênico caso sobrevivessem. Mas sabia que as crianças que viu crescer, que no momento dormiam abraçados ou de mãos dadas no andar de cima, não se arrependeriam de nada, porque afinal, uma nova chance havia lhes sido dada e tinha certeza que dessa vez fariam tudo valer a pena.
Assim como as pessoas que quando acordassem e se dessem conta que nada havia acabado, resolvessem mudar sua atitude para melhor, resolvessem fazer tudo diferente, para que nunca esperassem chegar à beira do abismo para perceberem o quanto poderiam ter visto novas paisagens. E Bobby tinha esperança que após o quase fim, as pessoas também se renovassem.


FIM



N/A.: Heeeeey gente. Escrita as pressas para o Especial Fim do Mundo.
Espero que ele realmente não acabe agora e que todos façam sua parte para que ele mude pra melhor, porque já 'tá precisando né?!. Espero que gostem. Beijooo.

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