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Capítulo Único


Não é a primeira vez que faço isso, e até onde me conheço bem garanto que não será a última. Passei a observá-la com frequência após passar por aquele prédio de quatro andares, mais especificamente pelo telhado, e ouvir sua inquestionável habilidade no piano. Talvez com ritmos um pouco modernos e repetitivos demais para o meu paladar, mas ainda assim capaz de me prender por horas a fio naquela sacada. Não fosse pelo fato de que não preciso mais me alimentar, até diria que me esqueço de fazer isso quando gasto meu tempo observando-a. Tentei ler sua mente. Mente jovem, insaciável, a típica euforia de fazer e realizar tudo com rapidez e urgência; nenhuma experiência relevante como aquela absorvida ao longo da vida como a de David, mas possuía paixão pela vida e grande petulância. Se eu já a possuí? Não era possível simplesmente terminar a noite sem provar um pouco do seu sangue. Seu sono era tão profundo que adentrar aquele apartamento com certo descuidado não a despertava. Lestat, Lestat. Tenha um pouco de dignidade e faça isso quando ela estiver acordada e sóbria! Qualquer um diria que quando mortal você foi um maldito aproveitador de moças bêbadas largadas no meio da rua. Nem pense em deixar Marius ficar sabendo disso. Mas aquilo era irresistível demais para mim. E Deus vai me perdoar por isto, já cometi pecados piores. Ele é testemunha, e o Diabo também.

Andei pelo corredor escuro e entrei no quarto grande e parcialmente iluminado pelas luzes da rua. Janelas abertas, cortinas brancas esvoaçando, possibilitando a qualquer invasor de entrar e roubar o que quisesse daquele quarto. Balancei a cabeça em reprovação. Olhei para seu corpo na cama, uma garrafa de scotch meio vazia descansava sobre a mesinha de vidro ao lado. Muito bem. Aproximei-me e o odor sensual de seu sangue invadiu minhas narinas, sua posição de lado favoreceu o ataque e delicadamente cravei minhas presas em sua veia liberando somente um pequeno fluxo de sangue. Já chega, ainda que eu quisesse consumir cada gota de seu sangue. Ofegante, chupei a carne branca em volta da ferida, lambi o sangue que insistia escorrer, mas eu precisava parar. Era mais prazeroso deleitar-me aos poucos, noite após noite, estimular ao máximo o desejo lascivo de possuir um mortal sem deixar sua chama esvair, para finalmente, um dia, fartar-me com todo seu sangue e trazê-lo todo para dentro de mim num momento de clímax e prazer inimaginável aos sentidos humanos. Gemi de prazer, seu sangue quente ruborizava meus lábios, passei a língua neles e me afastei. Fechei as janelas evitando fazer barulho, olhei para trás e ela ainda continuava inerte. Passei por uma delas e me escondi na escuridão da noite.

Noite seguinte, e lá estava ela novamente. Agora sentada numa poltrona com as pernas encolhidas no assento, os cabelos pretos e lisos enrolados num coque atrás da nuca. Sua mão apoiava-se à boca e o olhar apreensivo perdia-se nos arranha-céus lá fora. Ora, estava com medo? Sorri. Assim era melhor. O que seria a aparição majestosa de um ser fantástico e irresistível como eu sem uma pitada de medo? É assim que um predador abate sua presa, afinal. O prazer da dominação sobre o mais fraco sempre faz o banquete parecer mais saboroso. Deus, eu odiaria que fizessem isso comigo se fosse mortal, pensei. Meus olhos percorriam toda sua extensão numa expressão erótica. Tentei captar as imagens da sua mente. Nada muito nítido. Flashs rápidos e embaçados, todas decorrentes de sonhos. Deixei essas imagens na sua cabeça ao longo das noites em que me alimentei dela. Sonhos parecidos de alguém sem rosto se aproximando e deixando-a em seguida. Uma figura alta e esguia de cabelos longos e loiros, cachos largos e macios caídos sobre os ombros. Senti que estremeceu. Seus dedos tocaram o ferimento no pescoço, fazendo-a queixar-se de dor. Que diabos é isso? Perguntou-se. Insetos? Olhou para o alto inspecionando todo o cômodo. Ri quase alto demais. A campainha tocou e o som despertou-a de seus pensamentos em mim. Fiquei enfurecido com o atrevimento. Quem seria o maldito a essa hora? Olhei para o relógio. Ela levantou num pulo, soltou os cabelos que agora batiam na “altura do sutiã”, como dizem os mortais modernos, abriu a porta e foi beijada por um belo homem alto de pele morena, cabelos longos e olhos castanhos. Arqueei a sobrancelha. Ela retribuía os beijos ainda mais avidamente em devoção, seus dedos percorriam os cabelos daquele homem. Ela sorriu e sibilou algo em seu ouvido logo depois que ele parou e fechou a porta. Sorrindo ela caminhou com ele para o quarto levemente iluminado. Certo.

Num impulso, subi ao telhado e caminhei em direção a janela do quarto de dormir; desci na sacada sem fazer barulho e esgueirei-me para que não me vissem. Ela já estava parcialmente nua, sendo embalada pelos braços rijos daquele cara de 1,85m que travava uma batalha com o fecho do sutiã. Iniciantes, pensei. Sua pele branca sob a lingerie de seda preta despertava um resquício de sensações humanas que eu ainda tentava conservar em mim. Fiquei furioso. Eu quis estilhaçar aquela janela, invadir aquele quarto e dilacerar os dois. Ou desmembrá-lo com a minha força inigualável e vê-la sofrer com a cena macabra até não aguentar mais e enlouquecer. Por que não ir até lá, Lestat? Você é mais poderoso que muitos vampiros anciãos, senão até mais que a própria Maharet. Bebeu litros do sangue da Mãe, desafiou o sol e sobreviveu, é filho da puta e cruel desde bebezinho e por que não praticar mais uma crueldade? Vai queimar no inferno de qualquer jeito, não vai? Os dois já estavam nus, ela de bruços e ele sobre ela. O maldito nem ao menos teve a decência de pô-la numa posição que a fizesse olhar para os seus olhos, e o mais estranho era que ela parecia gostar disso. As estocadas rápidas e violentas levavam-na ao êxtase, ela dobrou os joelhos usando a panturrilha para pressionar o corpo dele contra o dela. Em seus olhos ela o idolatrava, venerava cada parte de seu corpo e cada fio de cabelo. Eu a quero, quero agora mesmo. Mesmo que o prazer não seja recíproco, pois o ato de beber sangue sobrepõe a qualquer onda de prazer humano e, naturalmente, não respondemos mais a qualquer estímulo sexual, com exceção da minha bela pessoa, é claro, o sangue de Akasha tem me trazido certos benefícios. Eu só queria saber como é estar no lugar dele; a minha vontade de ser visto, prestigiado e venerado não se apagou em duzentos anos. Se meros mortais conseguiram a façanha de tornarem-se deuses ao longo da história, porque um imortal como eu não poderia? Eu iria, e seria o deus dela. Os movimentos bruscos, puxões e arranhões resultavam em gemidos constantes de prazer e dor. Esses mortais são estranhos. Movimentei-me sem querer. Eu não conseguia e não queria mais me conter, alguém da minha estirpe ter de observar aquilo e se contentar com a condição de vampiro voyeurista era demais. Mas então o cara se levantou, vestiu a calça jeans surrada, a camisa preta de algodão e calçou os sapatos. Deu-lhe um leve beijo fechando o zíper e deixando a moça com “cara de paisagem”; como um cliente em um prostíbulo que deixa algumas moedas sobre a mesa após o ato de dois minutos. Senti que ele desceu as escadas e chegou à rua. Olhei para a rua lá embaixo. É agora.

Com a força da mente, dei um impulso e pousei levemente a uns cinco metros de distância atrás dele. Andei a passos largos com as mãos no bolso forçando-me a sentir o delicioso odor de seus cabelos cacheados. Seu corpo movia-se casualmente. Enlouqueci. Na próxima rua sem saída, disse a mim mesmo. Adiantei o passo e empurrei seu corpo pesado para longe, parando a dez metros de distância de mim. Voei sobre ele e arranquei a carne de seu pescoço, quebrando-o infelizmente; o sangue quente e escarlate bombeado direto do coração jorrou longe, fechei a minha boca no ferimento e me fartei de seu sangue. Veja, elegância não era o meu segundo nome nesse momento, meus métodos de caça costumam ser mais requintados e cautelosos, todos vocês sabem disso. Mas quem mandou ele se meter no meu caminho? Que seja. Aquele homem era grande e suculento, chupei aquela grande ferida aberta sentindo em minha língua o gosto metálico do pouco sangue que ainda escorria. Já era o suficiente por uma noite. Olhei para o relógio que apontavam quatro e quarenta. Puxei um lenço do bolso e limpei a minha boca melada de sangue. Passei a mão pelos cabelos para tirá-los da minha visão, eu parecia um leão. Com o sangue quente aliviando a fome e ruborizando levemente meu rosto, decidi dar uma volta pela cidade antes que o sono finalmente me dominasse por completo.

Noite seguinte. Eram em torno das vinte e uma horas, fazia frio e as janelas do apartamento dela estavam fechadas. Vesti roupas pretas para chamar o mínimo de atenção possível, somente a echarpe destoava um pouco em tons de cinza. Concentrei-me para abrir a fechadura da janela, que rapidamente respondeu ao meu comando. Entrei no apartamento atento a qualquer sinal de movimento, o local estava vazio, andei alguns passos e o chacoalhar de chaves do outro lado da porta de entrada chamou minha atenção. Escondi-me na escuridão, atrás de uma réplica de uma escultura renascentista. Ela entrou, belíssima, trajando preto dos pés a cabeça. Deixou o pacote que segurava sobre o sofá e começou a retirar os sapatos, e depois o casaco e a blusa. Seus sentidos denunciaram algo de errado no local, talvez uma presença; varreu cuidadosamente o local com os olhos, mas finalmente deu de ombros e foi para o quarto. Abriu a garrafa de scotch e despejou uma grande quantidade. Embriagar-se após a meia-noite havia se tornado algo frequente. Eu sabia que não era insônia, e sim a ligeira crença de que se embriagando supostamente teria aqueles sonhos de novo. Sonhos dos quais ela sentia medo, mas que faziam-na lembrar-se deles em várias horas do dia gerando aquela excitação diante do desconhecido. Ora, era sensual e eu sabia que as mortais adoravam isso. Eu a vi pela pequena abertura da porta quando despejou scotch no copo de vidro pela terceira vez. Estava mais relaxada, reflexos lentos e respiração suave. Chega de perseguir esta moça, Lestat. Dois meses de paixão platônica por uma mortal autodestrutiva já são mais que suficientes. Você vai abordá-la neste quarto e terminar com isso de uma vez por todas, e ela estará sóbria desta vez. Ela está quase bêbada, adiante-se antes que ela caia na cama. Entrei no quarto sem falar nada, seu reflexo estava lento, como eu havia dito, e perceber minha presença ali custou-lhe alguns segundos. Ela me encarou petrificada.

- Quem diabos é você? Saia já da minha casa!
- Ora, mon cher. Vai me dizer que não se lembra mais de mim?

Aproximei-me lentamente, permitindo que visualizasse e processasse pouco a pouco cada atributo daquele demônio loiro. Meus olhos azuis e entrecerrados transmitiam aquela habitual frieza glacial; e nos lábios, uma sensualidade um pouco agressiva. Minha pele, certamente chamou mais atenção do que qualquer outra coisa. Ela engoliu seco e recuou alguns passos, sentindo aquele típico terror que precede a morte, como acontece com qualquer mortal.

- Meu Deus. – Sussurrou aterrorizada.
- Oh, é mesmo? Então deveria se ajoelhar. – Sorri. Minhas presas apareceram.

Felizmente, seus olhos não desgrudavam dos meus, o que favoreceu com que eu a ajudasse a relaxar um pouquinho através da hipnotização. Ela piscou e pôs o copo sobre a mesa, parecia estar mais intrigada e curiosa do que assustada agora. Ela revivia os sonhos na mente.
- Então é você o maldito demônio que assombra meus sonhos.

Parei e feitei-a pela ousadia. Sorri. Maldito, gostei da definição. Aquilo me deixou ainda mais atiçado.

- É claro. Achou o quê? Que eram insetos?

Ergui seu pulso e cravei delicadamente minhas presas nele, sentindo seu sangue quente e uma onda de choque percorrer meu corpo. Como eu era invasivo! Ela gemeu, não um gemido de dor, exatamente. Fiquei extasiado com aquela atenção, o jeito como ela me olhava, admirando aquela bela criatura fantástica que ela nunca havia visto antes. Sua respiração entrecortada e as batidas rápidas do seu coração borbulharam meu sangue. Peguei-me circundando sua cintura com meu braço direito. Se ela virasse o pescoço para mim, a brincadeira acabaria na mesma hora. Ela esticou o braço para trás e alcançou uma lâmina dividida ao meio, deslizou superficialmente sobre a veia pulsante do pescoço sem causar-lhe dano e minúsculas bolhas de sangue brotaram da ferida. Aquilo me pegou de surpresa, como era despudorada aquela garota. Eu estava começando a adorar aquilo.

- Ora, vamos. Você não quer?

Fiquei tonto. Seus lábios beijaram meu queixo com uma sensualidade somente encontrada em vampiros. Sorri. Abaixei a cabeça devagar, meus lábios encontraram os seus. Beijei-a rasgando-lhe as roupas, o grande volume entre as minhas pernas tentava fazer o mesmo com as minhas calças. Virei seu corpo de costas para mim, e de frente para o espelho sobre a penteadeira de carvalho. Lambi aquele sangue em seu pescoço e o mordi devagar, deslizando minhas mãos sobre a pele macia de seu corpo. Eu queria tocar aquela fenda quente e molhada e não hesitei em fazê-lo, ela arqueou as costas quando penetrei sua cavidade. Continuei com os movimentos, agarrei-a com mais força o suficiente para não lhe quebrar os ossos, ela pendia a cabeça para trás, sobre os meus ombros, e o sangue jorrava em pequenas quantidades na minha boca. Olhei com os olhos desejosos e entrecerrados o reflexo de nós dois no espelho. Ela era minha, completamente. Levei-a para a cama, fiquei de joelhos e a pus de frente para mim olhando para dentro de meus olhos. Ela tirou minhas roupas, e apesar do leve tom dourado da minha pele a típica textura rígida sem rugas ou poros a sobressaltou um pouco. Puxei seu corpo para perto de mim, e senti sua mão tocar o meu órgão. Ela gemeu, beijando e chupando o meu lábio inferior. A expressão do seu rosto era quase de súplica, e lentamente vi seus lábios percorrerem meu peito largo, meu abdômen, passando pela coxa e finalmente em meu órgão. Não posso dizer que senti prazer com o ato, apesar de ser prazerosa aquela cena. Meu corpo não é o mesmo de quando eu era um jovem de vinte anos. Prazer, somente com o sangue. Mas o sangue da Mãe alterou alguns detalhes físicos, entre eles, o de que não consigo controlar uma ereção, ela é permanente. Será que Akasha tinha consciência de que isso ia acontecer? Sorri maliciosamente. Sua boca percorria toda a extensão do órgão, parando na extremidade e massageando-o em seguida, senti o calor da sua boca e até que gostei. Mas a posição de submissão em que ela se encontrava e saber que ela fazia aquilo para o prazer próprio, e principalmente, saber que eu estava proporcionando aquele prazer, isso sim, me fazia perder a cabeça. Lentamente ela subiu de volta para o meu abdômen, depois peito, pescoço, queixo e boca, meus cachos dourados pendiam sobre meu rosto levemente úmido de suor. Ela parecia estar implorando uma reação final minha. Sorri. Não, melhor esperar um pouco. Deitei-a na cama sobre metade de seu corpo, e beijei sua boca, minha mão insistia em tocar aquela região úmida. Observei seus espasmos, e a expressão de seu rosto enquanto eu desferia as estocadas com meus dedos. Minha boca encontrou seus seios, e me esforcei ao máximo para não cravar minhas presas neles, mas foi em vão. Soltei um gemido abafado e louco de desejo, agilizei as estocadas, meus cachos caiam solto sobre seu peito e eu só conseguia ver aquele monte de carne macia e rosada em meu rosto. Opa, hora de parar. Seus gemidos estavam mais altos, seu corpo suava e se contorcia. Não quero que chegue ao clímax agora, aliás, eu comando o seu corpo. Fiquei de joelhos novamente, puxei seu corpo a pus sentada sobre mim. Meu órgão a penetrou totalmente, e sua cabeça pendeu para trás. Seus braços pareciam indefesos, próximos ao meu rosto. Adorei aquela submissão e lambi seu queixo macio. Iniciei as estocadas devagar, seu quadril em movimentos harmoniosos implorava por aquilo, seus gemidos guturais eram quase abafados. Enrolei meus braços em sua cintura e aumentei a velocidade, a penetração era total. Soltei alguns gemidos, meus cabelos grudavam na minha pele molhada. Ela estava tão absorta eu seu próprio prazer que me senti ligeiramente incomodado com a falta de atenção da sua parte. Agarrei seu cabelo ainda penetrando seu corpo e forcei a para que olhasse em meus olhos.

- Maldição. Olhe para mim! - Uma voz gutural e nem um pouco harmoniosa chamou-lhe atenção. Meu rosto feroz era puro terror, meus olhos eram chamas, minhas presas pareciam mais brancas e pontiagudas, não sei como não a machuquei no beijo.

Seus olhos encontraram os meus, e estavam lacrimejando. É aquela reação típica decorrente de uma explosão de prazer quase incontível. Estava trêmula, suas mãos agarravam meus cabelos e falava algo inaudível entrecortadamente. Ah, certo. Tudo bem.

- Eu o amo. Eu o adoro...
- Ora, eu também a amo, mon cher. – Me acalmei.

Seu corpo arqueou novamente, meu órgão tocava repetidamente algum ponto dentro dela que liberava espasmos e ondas de prazer. Os deliciosos fluídos que saiam de seu corpo molharam toda a região do meu órgão, o odor típico daquela excitação sempre me enlouqueceu, principalmente quando eu era mortal. Seus lábios me beijaram e senti suas unhas fincarem minha pele. Estava chegando, seria agora. Uma explosão de prazer estava prestes a dominar seu corpo. Eu ia fincar minhas presas com toda a violência em sua veia e mergulhar junto com ela naquela torrente de prazer quando um pedido inesperado saiu da sua boca.

- Agora. Beba.

Sem hesitar perfurei aquela veia espessa e pulsante em seu pescoço, ela chegou ao clímax no momento da minha invasão. Deitei-a na cama devagar, agarrei seu cabelo por trás e puxei sua cabeça para deixar seu pescoço ainda mais exposto para mim. Um gemido gutural e horripilante saía de mim, como uma fera bestial abatendo a vítima. O sangue jorrava na minha língua e céu da boca. Lambi, chupei sua carne e mordi de novo. E de novo. Deus, como aquilo era magnífico! Os braços perdiam a força contra as minhas costas, sua tonalidade lentamente atingia uma palidez mórbida, a cabeça pendeu para o lado. Pelos batimentos cardíacos rápidos e fracos percebi que a morte estava chegando. Parei com os lábios pingando sangue e olhei seu rosto. É, quase. Bom, Marius disse que não, mas que seja. Dilacerei meu pulso e o sangue jorrou em sua boca. Um espasmo que abriu seus olhos e acordou seus sentidos despertou sua atenção para o sangue. A vida retornava. O preto profundo e acetinado nos cabelos. Os olhos azuis vidrados, e agora empalidecidos emanando a vida sôfrega e delirante do dom das trevas. Uma beleza jamais testemunhada neste mundo sob a graça do Criador. Estendi a mão. Bem vinda ao meu mundo.

Fim!



Nota da autora: (01/08/2015)
Bom, é isso. :) Quanto ao título, quebrei a cabeça e descobri que não sei bem elaborar um sem que soe parecido com nome de novela mexicana rs, mas creio que o que importa é o conteúdo, que aliás, eu gostei. Espero que tenham gostado. ;)




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