A Much Closer Christmas

Escrita por: Cah (Kerouls)
Revisão por: Gabriella



- Feliz nativersário! – Falei alto, me jogando na cama ao lado da garota adormecida.
- , essa piada já ficou velha! – Riu, coçando os olhos e se espreguiçando em seguida.
- É, eu sei, mas ainda é a única que eu tenho.
sentou na cama, ainda se esticando toda, na tentativa de fazer seu corpo acordar também. Ri dos movimentos dela, mesmo já estando acostumado a observá-la fazer isso todas as manhãs.
- Ainda rindo do nativersário? Sério?
- Nah. – Abanei a mão no ar e mudei de assunto. – O que temos programado pra essa véspera de Natal barra seu aniversário? – Sentei ao seu lado e a abracei pela cintura.
- Hm, meus pais não vão vir pra cá esse ano. – Ela lamentou.
Desde que começamos a namorar, sete anos atrás, os pais dela sempre passavam o Natal em Londres com a gente. Mas esse ano eles resolveram viajar para algum país na África e acabamos ficando órfãos, especialmente porque a mãe da faz o melhor peru de Natal que eu já experimentei.
- Sem problemas, podemos fazer nossa própria ceia.
- Podemos? – Ela me olhou, arqueando uma das sobrancelhas. Eu apenas dei de ombros e sorri, sem acreditar muito em minhas próprias palavras.
Ficamos abraçados em silêncio por alguns minutos. Não sei quanto à , mas eu estava lembrando os Natais que passamos juntos, até mesmo antes de começarmos a namorar, quando ainda éramos melhores amigos.
- Quer ver seu presente? – Perguntei, vendo-a abrir um sorriso quase maior que o próprio rosto.
- Pensei que você nunca fosse perguntar! – Riu.
A levei até a sala onde a mesa estava pronta para o nosso café da manhã. E a melhor parte é que, diferente do ano anterior, eu não tentei fazer nada, a Starbucks merecia os créditos esse ano.
- Essa é a primeira parte do presente. – Falei, convencido.
- Mal posso esperar pelo resto. – Ela sorriu, beijando levemente meus lábios e sentando-se a mesa para aproveitar o enorme café da manhã.

- Certo, estou pronta para a segunda parte do presente! – falou animada, sentando ao meu lado no sofá.
Puxei suas pernas para meu colo e ela me abraçou apoiando a cabeça em meu ombro. Sorri por alguns segundos enquanto colocava a mão no bolso do meu moletom e sentia as duas credenciais que havia conseguido.
- Fecha os olhos. – Sussurrei em seu ouvido e a observei controlar um sorriso e colocar as mãos sobre os olhos. – Não, só fecha, sem as mãos.
- I’m gonna pick up the pieces and build a Lego House… - Cantei baixinho enquanto colocava a credencial em volta de seu pescoço. – Pode olhar.
Ela segurou a credencial e cobriu a boca com uma das mãos, sem acreditar no que via.
- Não! – Gritou, me olhando ainda desacreditada. – Você... Não... Como você conseguiu? – Finalmente falou.
- Tenho meus contatos, mas isso não importa. – Coloquei a minha credencial em meu pescoço e sorri para ela, vendo-a devolver com o sorriso mais sincero possível. – Gostou?
- Tá brincando? É uma credencial pro show que o Ed Sheeran vai fazer só pra convidados hoje à tarde.
olhou novamente a credencial, como se para confirmar se era real e me olhou com um sorriso bobo no rosto. Antes que eu tivesse tempo de dizer mais alguma coisa, ela se jogou em cima de mim, fazendo com que deitássemos no sofá.
- Sou louca por você, sabia? – Disse, acariciando meu rosto.
- Eu é que sou absurdamente apaixonado por você. – Coloquei seu cabelo atrás da orelha e selei nossos lábios.
A minha intenção com o beijo era apenas criar um momento romântico, mas quando percebi as mãos dela já estavam me arranhando por debaixo da camisa e sua língua se movia com vontade dento da minha boca, fazendo com que aquele beijo romântico se transformasse em puro desejo.
Não demorou muito para que nossas roupas estivessem jogadas pelo chão da sala e nossos corpos nus se encontrassem com intimidade. Sete anos de experiência fizeram com que nos conhecêssemos perfeitamente e soubéssemos exatamente do que cada um gostava, mas cada toque ainda parecia novidade. A adrenalina e a paixão ainda pareciam intactas, como nas primeiras vezes.

- Pronta? – Perguntei, ouvindo passos no corredor.
- Prontíssima! – surgiu em meu campo de visão me fazendo sorrir. Seu cabelo estava preso na trança complicada que ela odeia fazer, mas sabe que eu adoro o resultado. Ela deu uma voltinha rápida e me abraçou em seguida, selando nossos lábios levemente.
- Agora vamos logo que eu não quero chegar atrasada! – Ela me puxou pela mão e eu sorri, sabendo que ainda faltava mais de uma hora para o show.
A intensa movimentação nas ruas fez com que passássemos mais de meia hora no carro até que chegássemos, pouco antes do show, em um famoso bar no centro da cidade.
Entramos no bar com literalmente me arrastando pela mão. Sua empolgação era tanta que ela não conseguia caminhar, suas pernas apressadas não escondiam sua felicidade por estar ali. Sentamo-nos em uma das mesas que não estavam reservadas e uma garçonete apareceu prontamente. Pedimos duas cervejas e observamos os técnicos fazerem os últimos ajustes no palco.
- ‘Tô tão animada! – apertou minha mão enquanto tentava controlar o riso.
- Percebi! – Ri, passando meus braços por seus ombros.
Não demorou muito para que Ed Sheeran entrasse no palco e cumprimentasse todos os presentes no bar antes de começar o show.
acompanhava as músicas, cantando baixinho sem tirar os olhos do palco. Eu não era tão fã quanto ela, mas conhecia todas as músicas de tanto ouvir o cd, que parecia ser o único que ouvia ultimamente.
Quando a última música foi anunciada um coro de lamentações foi ouvido. se ajeitou na cadeira, prevendo qual seria a música, era fácil lembrar qual ainda não havia sido tocada, especialmente porque era a sua favorita.
A melodia de Lego House começou a ser tocada e eu percebi que aquela devia ser a favorita de muitas pessoas por ali. A voz de Ed Sheeran se misturou com a da plateia, não parecia haver alguém que não soubesse toda a letra da música. ao meu lado se movia lentamente e cantava de olhos fechados. Sorri a observando, orgulhoso de mim mesmo por ter conseguido as credenciais, nada poderia me deixar mais feliz e satisfeito do que o sorriso que tomava conta do rosto dela.

- Não acredito que acabou. Quero de novo. – disse, entrando no carro.
- Até que foi bem melhor do que eu esperava. Ele manda muito bem ao vivo. - riu do meu comentário e balançou a cabeça negativamente.
- Cara de pau. Você sabia cantar todas músicas e só faltou se levantar pra dançar em algumas partes.
- Claro, você ouve o cd o dia inteiro, eu já decorei todas as letras. – Dei de ombros.
- Uhum, tá bom. – Gargalhou.
Enquanto eu dirigia ela caiu em silêncio, talvez repassando o show inteiro em sua mente. Seus dedos estavam entrelaçados nos meus e seu polegar acariciava levemente minha mão. Ela finalmente percebeu que eu não estava fazendo o caminho de volta pra casa e me olhou, curiosa.
- Quero passar em um lugar antes de ir pra casa. – Expliquei.
- Hm, espero que não seja muito longe porque a julgar pelas nuvens completamente escuras, uma chuva pesada está vindo.
Estacionei o carro em uma rua movimentada e a apressei, pegando sua mão e caminhando em meio às pessoas que tiravam fotos das luzes natalinas já acesas por causa das nuvens escuras que escondiam quase completamente o sol.
- , que diabos estamos fazendo no centro da cidade na véspera de Natal e a essa hora?
Apontei a enorme roda gigante completamente iluminada e sorri.
- Dá pra acreditar que estamos juntos há 7 anos e nunca vimos as luzes de Natal do alto da London Eye? – Comentei.
Compramos o ingresso e estramos na fila rezando para que conseguíssemos entrar em uma das cabines antes que chovesse.
Enquanto esperávamos ficamos observando as voltas que a roda gigante dava e ouvindo um dos artistas de rua que, por coincidência, tocava uma música do Ed Sheeran. sorriu e eu a abracei, movendo nossos corpos lentamente, no ritmo da música.
Ficamos tão distraídos com as músicas que o artista cantava nem percebemos o quão perto de entrarmos em uma das cabines estávamos. A espera acabou não sendo tão longa quanto esperávamos.
Entramos na cabine com uma família de quatro filhos, um casal de idosos e um grupo de amigos falando uma língua que eu imaginei ser espanhol. me puxou para ficarmos em um lugar que desse para apreciar a vista e eu a abracei por trás enquanto a roda gigante começava a ser mover novamente.
Depois de quase 10 minutos estávamos quase no topo. A vista não poderia ser mais incrível, a cidade estava completamente iluminada e vê-las do alto era inacreditável. Apertei contra mim e beijei sua bochecha.
- Sabe o que eu lembrei hoje cedo? – Sussurrei em seu ouvido.
- O quê? – Perguntou, curiosa, virando-se de frente para mim.
- Da segunda vez que nos encontramos. Lembra?
- Claro que lembro. – Riu. – Já parecíamos amigos há anos. Ficamos a noite inteira jogando conversa fora.
- Hm, e você se lembra de uma parte especifica da conversa? – Eu sabia que ela lembrava, mas achei graça de sua feição pensativa.
- Eu lembro de muitas partes especificas da conversa. Falamos sobre bandas que gostávamos, shows que já tínhamos idos, amigos em comum... Ah, e sobre politica! Por sinal essa parte da conversa foi completamente anormal, já que não entendíamos nada sobre o assunto. – Rimos.
- Foi uma boa conversa. –A olhei, colocando seus cabelos atrás da orelha. – Mas você não citou a parte que eu estava lembrando.
- Hm, vejamos... – Ela selou os lábios nos meus por breves segundos. – Por algum acaso eu deixei escapar que você era meu cara ideal?
- Agora estamos progredindo!
- E talvez, por algum outro acaso, eu disse que caso estivéssemos solteiros aos 25 eu te pediria em casamento?
- Aqui estamos, ambos com 25.
- Maaaaas... – Fez uma pausa, apertando carinhosamente meu nariz. – Não estamos solteiros. – Sorriu, vitoriosa, e virou-se de costas, voltando a observar a vista.
- Esperei 7 anos pra nada, então? – Comentei, voltando a abraçá-la. Ouvi sua risada baixa e imaginei se ela achou que eu estava apenas brincando.

Chegamos em casa ensopados, já que não conseguimos evitar a chuva na saída da London Eye. O caminho até em casa foi rápido e silencioso. As ruas já não estavam mais tão cheias de gente, a maioria delas já estava em casa começando a celebrar a véspera de Natal.
- Tudo que eu preciso agora é um banho. – comentou, já tirando a roupa.
- E comida! – Completei.
- Nossa ceia! – Ela quase gritou. – Não acredito que nos esquecemos de comprar as coisas.
- Eu não esqueci. – Confessei. – Só não estou com saco pra passar horas na cozinha preparando uma ceia.
- Chinesa? – Ela sugeriu, lendo meus pensamentos. – Eu peço e você prepara a banheira?
- Perfeito. – Roubei um selinho e ela riu, pegando o telefone e digitando o numero de seu restaurante chinês favorito.
Preparei a banheira do jeito que gostava. Coloquei seus sais favoritos, bastante espuma e me certifiquei de que a temperatura da água estava certa, nem fria e nem quente.
- Ufa, foi por pouco. – Ela entrou no banheiro usando apenas calcinha e sutiã. – Eles disseram que o meu pedido seria o ultimo do dia. Por alguns minutos esqueci completamente que é véspera de Natal.
- E o seu aniversário. – Completei, achando graça da cara de espanto que ela fez ao lembrar-se desse fato.
entrou na banheira e me olhou quando viu que eu estava indo para o chuveiro. A olhei, sem entender e ela fez bico mostrando a espuma em sua mão. Momentos como esse, em que não precisávamos de palavras para nos entender, me faziam, de alguma forma, amá-la ainda mais.
Entrei na banheira e sentei de frente pra ela. sorriu pra mim e eu sorri de volta, sentindo nossas pernas se tocarem debaixo d’água. Ela brincou com as bolhas ao seu redor de um jeito infantil e eu apenas a observei, tentando ler seus pensamentos e saber o que se passava em sua mente em um momento como aquele. Na verdade eu queria saber se havia momentos em que ela também me amava ainda mais.
- Que foi? – Perguntou, curiosa.
Sorri, balançando a cabeça, sem vontade de confessar o que estava pensando. - Seu olhar estava tão intenso. – Sua feição ficou séria de repente. – Tem alguma coisa te preocupando?
- No momento não. – Sorri, tranquilizando-a e acariciei sua perna por debaixo d’água. – Só estava pensativo.
- Não quer dividir seus pensamentos comigo?
- Você quer dividir os seus?
deu de ombros, como se não se importasse e se aproximou, ficando bem em frente a mim. Senti seus dedos tocarem minha testa, tentando se livrar de alguma ruga de preocupação que ela via. Sorri quando ela deslizou seu dedo indicador até o meu nariz e o apertou carinhosamente.
- Quer ouvir uma coisa engraçada? – Falou, já rindo. Balancei a cabeça confirmando e sorri vendo ela olhar para baixo timidamente. - Eu não faço mais idéia de como era a minha vida antes de você. – Suspirou, pensativa. – Eu tento lembrar as coisas que eu fazia, dos lugares que eu frequentava... Minha vida era assim tão ruim sem você?
- Não sei. – Ri, dando de ombros. – Eu sei que a minha melhorou bastante depois que você apareceu e eu odiaria ter que voltar a viver sem você. – Beijei sua bochecha, sentindo sua pele quente.
Não pareceu demorar muito para que a campainha tocasse. Nos entreolhamos, assustados por termos passado tanto tempo na banheira sem nem ao menos percebermos.
Sai da banheira apressado, gritando para que a pessoa esperasse. riu, duvidando que eu fosse atender a porta apenas de toalha e eu a provoquei falando que esperava que o restaurante tivesse mandado uma entregadora, ao invés de um entregador.
Infelizmente o entregador era o mesmo de sempre... Tim, Tom, algo assim. Coloquei a comida em cima do balcão na cozinha e corri para o quarto para colocar uma roupa qualquer. Certifiquei-me que ainda estava no banheiro e abri a última gaveta do armário, afastando as roupas e pegando a caixinha preta que eu havia colocado ali há alguns dias. Coloquei-a no bolso e gritei que estava esperando por ela na cozinha.
Não demorou muito para que aparecesse vestindo sua calça de moletom com desenhos natalinos e uma camisa branca.
- Tá ai uma coisa mais velha que a minha piada do nativersário. – Apontei para sua calça. Ela fingiu uma risada e abriu a geladeira, pegando duas latas de refrigerante.
- Ah, a ceia que eu sempre sonhei. – Brincou, me acompanhando até a sala.
Sentamos no carpete e encostamo-nos ao sofá, na televisão O Grinch havia acabado de começar, mas não estávamos prestando muita atenção.
acendeu as luzes da pequena árvore de Natal montada perto da janela, não havia presentes debaixo dela, o que me fez perceber que esse ano a véspera de Natal seria um pouco melancólica sem a troca de presentes.
Ouvimos um trovão do lado de fora e segundos depois o barulho forte da chuva que havia voltado a cair. Puxei para mais perto de mim e cobri nossas pernas com o edredom que estava jogado no sofá. Não era o Natal ideal, mas era perfeito para nós dois.
Com as caixinhas de comida chinesa já no lixo e os talheres na lava-louça, abri a geladeira em busca dos dois cupcakes havia escondido desde cedo. ainda estava na sala assistindo televisão e eu aproveitei para pegar as velas e colocá-las em cima dos cupcakes. O número 2 no cupcake azul e o número 5 no capcake rosa.
Voltei para sala cantando parabéns e sentei novamente ao lado de , observando-a levar a mão até a boca, surpresa, e segundos depois seus olhos encherem de lágrimas.
- Faz um pedido. – Falei, colocando os cupcakes em frente a ela.
Depois de pensar por alguns segundos ela me olhou e sorriu, mas não um sorriso comum, um sorriso que eu sabia que ela reservava para ocasiões especiais, um sorriso que podia ser visto em seus lábios e em seus olhos.
- Um pedido? – Repetiu. Confirmei, vendo-a fechar os olhos e assoprar as velas. – Casa comigo?
Antes que ela pudesse abrir os olhos eu a segurei pela cintura e selei nossos lábios, sentindo-a corresponder ao beijo com a mesma excitação. Lembrei no nosso primeiro beijo na piscina da minha antiga casa, a eletricidade que passava do corpo dela para o meu e os choques que depois de sete anos ainda me atingiam toda vez que ela se aproximava de mim daquele jeito.
- Eu não faria você esperar 7 anos pra nada. – Ela sussurrou, me abraçando depois de separar nossos lábios. – Eu falei uma vez que com você eu namoraria, casaria, teria filhos e passaria o resto da minha vida me gabando por ter um cara como você e é exatamente isso que eu pretendo fazer.
- Só tem um problema... – Confessei, arqueando a sobrancelha e sorrindo. – Você meio que estragou a terceira parte do seu presente.
fez uma cara triste, mesmo sem entender sobre o que eu estava falando.
- Sério?
- Sério, mas eu posso concertar isso.
Peguei a caixinha que estava dentro do meu bolso e me ajoelhei bem a sua frente, vendo sua feição assumir os mais diferentes níveis de surpresa quando ela viu o conteúdo.
- Se você me der a chance, eu é que gostaria de passar o resto das nossas vidas me gabando por ser casado com a mulher mais incrível que eu já conheci.
balançou a cabeça concordando e lutando para não deixar que as lágrimas que se acumulavam em seus olhos caíssem. Quando eu coloquei o anel em seu dedo ela finalmente desistiu de lutar contra as lágrimas. Segurei seu rosto próximo ao meu e beijei o caminho que suas lágrimas fizeram até seus lábios.
- Antes que eu me esqueça... – Falou, interrompendo o beijo e sorrindo. – Seu presente está em cima da cama.
me pegou pela mão e me levou até o quarto, apontando a caixa em cima da cama. Desfiz o laço e tirei a tampa, vendo um ukelele dentro da caixa. Quando peguei o instrumento reparei em algo escrito em tinta preta.
- Para , um abraço, Pe... Pa... – Tentei ler a assinatura e deixou uma risada escapar. – Paul! – Falei, conseguindo entender o primeiro nome. – Paul Ma... Paul McCartney? – Gritei, me levantando e olhando para .
- Hey, Jude, don’t make it bad, take a sad song and make it better... – Ela cantarolou.
- É sério? – Perguntei, ainda a olhando sem acreditar. Sentei na cama novamente e olhei o ukelele em minha mão, lendo novamente o autógrafo. – Como você conseguiu? – Minha voz era quase um sussurro.
- Meus pais têm um amigo que conhece um cara que já trabalhou com o Paul. – Ela deu de ombros. – Longa história.
- , isso é... inacreditável! Deve ter dado tanto trabalho.
- Não tem importância. Eu faria qualquer coisa pra ver esse sorriso que está no seu rosto agora. – Falou, sentando ao meu lado e beijando minha bochecha carinhosamente.
Coloquei o ukelele no criado mudo com cuidado e deitei na cama, com ao meu lado. A abracei, tentando deixar os nossos corpos os mais próximos possíveis, querendo absorver todo o calor que emanava de seu corpo. Ela descansou sua cabeça em meu ombro e eu beijei sua testa, sentindo ela entrelaçar nossas pernas.
Não sei dizer por quanto tempo ficamos ali, deitados, apenas sentindo a presença um do outro. Percebi que vez ou outra tocava a aliança em seu dedo, como se tentasse confirmar que era mesmo real. Lembrei subitamente que os cupcakes ainda estavam no chão da sala e corri para resgatá-los. Se fosse verão eles já teriam derretido.
- Quando você arrumou tempo pra comprar cupcakes? – perguntou, curiosa. Estávamos comendo os bolinhos na cama e tentando não fazer muita bagunça... Sem sucesso.
- De manhã, quando você estava dormindo. Achei que fosse chegar em casa e você iria estar já na cozinha, você nunca dorme até tão tarde.
Com um aceno ela deixou claro que não se importava. Quando olhei para seu rosto vi que ela tinha se lambuzado e estava suja com a cobertura rosa até no nariz. Dei risada quando ela fez bico e aproximou o rosto do meu. Me lambuzei com a cobertura azul do meu cupcake e selei nossos lábios, sabendo que aquilo não era uma boa idéia já que estávamos evitando bagunça.
Quando nossas línguas se encontraram eu pude sentir o gosto de morango em sua boca. Ela passou um braço por meu pescoço e eu a segurei pela cintura, trazendo seu corpo para mais perto do meu. Senti algo em minha bochecha e percebi que tinha me lambuzado ainda mais com seu cupcake. Não deixei barato e fiz a mesma coisa, só que ao invés da bochecha eu lambuzei sua testa.
Como dois adolescentes em começo de namoro passamos o resto da véspera de Natal esquecendo o resto do mundo e aproveitando a presença um do outro. A presença, os corpos, os toques, os beijos e tudo que depois de sete anos ainda parecia inexplorado.
Já havíamos namorado e estávamos prestes a casar, tudo que restava era colocar a terceira parte do plano em ação. Não queríamos um filho antes do casamento, mas estávamos mais que dispostos a treinar a execução do plano.


Fim



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