Evelyn Pacheco


Capítulo 1



Eu não conseguia dormir direito desde que vi o anúncio de testes para aquele musical. Bonequinha de Luxo foi um grande marco do cinema e quem nunca se imaginou na vida da personagem principal interpretada pela maravilhosa Audrey Hepburn? Meus passeios pela 5ª Avenida em Nova Iorque não eram os mesmos desde que minha mãe me apresentou o longa.
A New York Public Library acabou virando o meu lugar favorito no mundo, o meu refúgio. O ar encantador é o mesmo visto nas cenas do filme, um pouco mais modernizado, claro. Porém, ao entrar naquele lugar, eu me sentia a própria Holly.
Peguei uma caneta vermelha que estava dentro de uma gaveta em minha escrivaninha, no pequeno escritório dentro do meu apartamento, circulando o anúncio:

Broadway procura atores e cantores para o especial "Breakfast At Tifanny's". Os interessados devem se dirigir a Broadway.com & Theatre Direct International, localizada na 729 7th Avenue, 6th Floor. Informações podem ser obtidas pelo telefone 212.541.8457


Relaxei meu corpo na cadeira, sorrindo para o jornal em minha frente. Essa era a minha grande chance. Peguei o celular que estava ao meu lado, mandando uma mensagem para minha mãe, que curtia sua aposentadoria, junto com meu pai em seu país de origem, o Brasil: "Veja, mamãe, estou ansiosa e preciso que você me deseje sorte antes de sair de casa". Tirei uma foto do anúncio, anexando-a junto com a mensagem.
Levantei-me em direção ao banheiro do meu quarto, precisava de um banho relaxante antes de seguir para o local indicado para os testes.

Coloquei meu violão dentro de sua capa, voltando a pegar o celular para conferir a resposta de minha mãe: "OH, QUERIDA! Esse papel já é seu. Eu e seu pai estamos torcendo por você e esperamos estar na sua estreia na Broadway". Não exagere, mãe, pensei, enquanto colocava o celular dentro de minha bolsa, saindo apressada do apartamento.
Assim que coloquei meus pés na rua, senti o vento gelador bate em meu rosto e levantei o braço, chamando por um táxi. Fui prontamente atendida entrando em um dos táxis amarelos, tão comuns na cidade. Um senhor de aproximadamente 60 anos, com uma barba branca e um sorriso gentil, conduzia o veículo. Entreguei a ele o endereço esperando que esse pequeno trajeto fosse feito o mais rápido possível.

Observei o grande prédio em minha frente, minha mãos suavam, demonstrando meu estado de ansiedade. Porém o sorriso não saía do meu rosto, mesmo que eu não conseguisse nenhum papel, só ter a chance de fazer um teste para broadway já era considerado grande demais para mim. Apesar de viver tocando em barzinhos da cidade, minha grande vontade era juntar minhas duas paixões: a música e a encenação.

Ao chegar ao 6º andar vi que outras 3 pessoas estavam na frente para conversarem com a atendente. Outras 4 pessoas estavam sentadas nas cadeiras atrás de mim, preenchendo uma ficha.
- Olá, gostaria de fazer o teste para o Breakfast At Tiffany's. – disse assim que chegou a minha vez, a atendente em minha frente sorriu para mim, entregando-me uma ficha.
- Por favor, preencha esta ficha, é o último teste do dia. – ela parecia aliviada ao dizer que aquela seria a última vez que ela entregaria aquela ficha no dia enquanto eu ficava mais radiante ainda, sentindo que a minha sorte estava ao meu lado.
Preenchi atentamente o papel, que continha perguntas básicas e algumas pedindo referências de trabalhos anteriores. Devolvi para a atendente, que sorriu agradecendo.

Estava apenas eu e outra garota na recepção do local, ela seria a próxima a ser chamada. Vi muitas pessoas saindo do local tristes por terem que esperar mais um dia para se inscreverem.
- Margareth Stump. – a atendente disse, fazendo a garota se levantar contente da cadeira em que estava. Olhei para o relógio, que marcava 17:45, queria que o tempo voasse para que a minha vez finalmente chegasse.
Alguns minutos se passaram, quando Margareth saiu da sala, ela parecia desapontada e o medo começou a tomar conta do meu corpo. E se eu fosse uma droga e eles me rebaixassem?
Minha onda de pensamentos ruins foi cortada assim que simpática atendente me chamou.
- . – assenti para ela, levantando-me e seguindo para a porta pela qual vi os outros candidatos entrando e saindo. Surpreendi-me assim que meus olhos notaram o lugar em que eu estava. Era um pequeno auditório. Um rapaz estava sentado no palco, balançando suas pernas, ele possuía um papel em mãos.
- Você deve ser , a última candidata do dia. – ele abriu um sorriso maravilhoso para mim, o que me aliviou por alguns instantes, balancei a cabeça para ele, assentindo com a frase que ele acabara de dizer. – Vejo que veio preparada, isso é bom. – ele apontou para o violão que estava nas minhas costas. – Prazer, sou . Ele desceu do palco, caminhando em minha direção, estendendo a mão. Apertei, observando a careta que ele fazia. – Está nervosa, ?
- Um pouco. – tirei o violão de minhas costas, apoiando-o em uma poltrona que estava ao meu lado.
- Percebi assim que você apertou minha mão um tanto forte para uma mulher, sem querer ofendê-la. – ele riu, sentando-se em uma das cadeiras da primeira fileira. – Bom, vamos ao que realmente interessa, o que preparou para o seu teste? - notei deixando minha ficha de inscrição ao seu lado, ele me encarava com um olhar angelical, tentando me passar confiança em um momento tão apreensivo para mim.
- Se eu falar que vou tocar Moon River você não vai se surpreender, né? - abriu um sorriso maior ainda para mim.
- Já ouvi muito essa música hoje. Mas não de você, ou seja, eu ainda posso ser muito surpreendido. – ele piscou para mim e eu senti minhas bochechas corarem. Por que tão charmoso? Eu esperava que esses produtores de grandes peças fossem velhos rabugentos e não homens extremamente encantadores. – Pronta? - tirei o violão da caixa, subindo no palco e encarando aquele lugar tão vazio.
continuava me observando, atento à situação. Sentei-me no banquinho de madeira, apoiando o violão em minha perna. Dedilhei os primeiros acordes da canção, começando em seguida.

Moon river, wider than a mile
I'm crossing you in style some day
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you're going, I'm going your way


Eu não conseguia decifrar as feições que fazia assim que comecei a cantar. Em alguns momentos o observei fechando os olhos, atento a todas as palavras e acordes da canção. Apenas naquele momento notei uma câmera apoiada no canto esquerdo do palco, porém continuei cantando encarando o homem a minha frente.

Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end, waiting, round the bend
My Huckleberry friend, Moon River, and me


- Sua voz é muito doce, . – ele disse assim que terminei a canção. Senti-me aliviada por ele não ter me rebaixado ou algo do tipo. Peguei o violão, descendo do palco, observei se locomover até o local onde estava a câmera, provavelmente a desligando.
- Deve ser cansativo tantos testes em um dia. – falei, colocando o violão dentro da capa.
- Você nem imagina o quanto, me sinto exausto. – sorri para ele, dirigindo-me à saída do auditório. – Ei, espere. – virei o rosto, vendo me seguir com uma pasta em sua mão.
- Espero ver seu teste de atuação na fase dois. - acompanhei ele para fora o auditório, surpresa por sua fala. Não me avisaram que os resultados eram dados na hora.
- Isso quer dizer que passei para a próxima fase? - perguntei, observando retirar um chaveiro de sua calça jeans, pegando uma chave e trancando o local. A atendente não estava mais por ali.
- Infelizmente eu não decido isso sozinho, mas na minha singela opinião seria bom te ver mais uma vez. Acho que estou impressionado. - ele piscou novamente para mim e eu não entendi o real significado daquela frase: ou ele achava que eu era uma ótima pessoa para ou papel ou estava me cantando. Fiquei feliz com as duas opções.
tinha olhos intensos, podia reparar nos músculos em sua camiseta polo e no jeito despojado que chamava muito minha atenção. Claro que não era uma boa ideia flertar com um dos produtores do espetáculo, ele provavelmente pensaria que eu estava fazendo isso para conseguir um papel. Apesar de querer muito estar no espetáculo, eu não estava tão desesperada a tal ponto.
Assim que chegamos à calçada, me surpreendeu ao me abraçar. Fiquei alguns segundos parada até retribuir o carinho. Pude sentir seu delicioso perfume, eu me sentia bem e confiante naquele momento.
- Espero te ver logo, , foi um prazer. – ele disse assim que me soltou, de novo fui enganada por minhas bochechas, que denunciaram que eu estava envergonhada pela situação.
- Tchau, . – falei quando vi ele entrando em um táxi. Segundos depois entrei em outro táxi estacionado na rua, observando o veículo em que estava partir.

Capítulo 2



O barzinho em que eu costumo me apresentar estava lotado na noite desta sexta-feira. Eu ainda estava com o pensamento no teste feito durante a tarde para Broadway. Enquanto eu tocava e cantava a última música da setlist, senti aqueles olhos , os mesmos que me encantaram durante a tarde, me observarem bem em frente ao palco.

You're stuck on me and my laughing eyes
I can't pretend though I try to hide
I like you, I like you

I think I felt my heart skip a beat
I'm standing here and I can hardly breathe
you got me, yeah, you got me

The way you take my hand is just so sweet
And that crooked smile of yours, it knocks me off my feet


Eu adorava aquela música e também o olhar de atento a todos os meus movimentos. Sorri para ele, demonstrando que eu já tinha percebido sua presença. Ele deu um gole em sua cerveja, retribuindo meu sorriso.

Oh, I just can't get enough
How much do I need to fill me up?
It feels so good it must be love
It's everything that I've been dreaming of
I give up. I give in. I let go. Let's begin
Cause no matter what I do
Oh (oh) my heart is filled with you


Assim que desci do palco, ajeitei o meu vestido e encontrei na lateral, me esperando. - Belo show, devo ressaltar que fiquei impressionado pela segunda vez no dia.
- Você estar aqui é uma bela coincidência? - perguntei, dando um gole em sua cerveja, ele riu, balançando a cabeça e negando o fato.
- Diria que às vezes é bom levar trabalho pra casa e olhar a ficha de inscrição dos candidatos. - então era isso, ele havia me pegado de surpresa. Na ficha em que me inscrevi eu dizia que me apresentava no Hugs! porém não coloquei os dias da apresentação.
- Ok, você conseguiu me deixar surpresa. Agora me diz como adivinhou que eu tocaria aqui justo hoje? - segui até o bar, sentando-me em um dos poucos bancos vazios do local, se sentou ao meu lado direito, pedindo duas cervejas ao barman.
- Você deveria saber que este local tem um site e nele a agenda da semana, certo? - ele arqueou uma das sobrancelhas, fazendo-me rir em seguida.
- Ponto para você! - peguei uma das cervejas que estavam no balcão, tinha um sorriso sedutor em seu rosto que conseguiria me levar para o mal caminho em poucos minutos.

Eu não podia negar, aquela tinha sido uma das noites mais divertidas e memoráveis que eu tive nos últimos anos. A vida de era completamente diferente da que eu levava. Os nossos únicos interesses em comum eram a paixão pela música e o filme Bonequinha de Luxo. Apesar de ser um produtor de sucesso, ele sonhava em viver perto da natureza, enquanto eu gostava da selva de pedras em que vivia. queria ser um pescador e tocar seu violão ao entardecer, sentado próximo a um rio de águas limpas e tranquilas. Eu queria me apresentar para um teatro lotado cantando e atuando. Enquanto ele tinha dinheiro sobrando no bolso, eu tentava me sustentar sozinha em Nova Iorque e continuar por aqui, pensava: "Por que eu não me mudo para a Amazônia?".

- Desculpe, querida, mas vamos fechar. – Lucy, a gerente do local, veio até onde estávamos sentados, eu só percebi que o local estava vazio quando acenderam as luzes, olhei envergonhada para ela, pedindo desculpas e saindo do local em seguida, com ao meu alcanço.
- Que vergonha, , por que não me avisou que já era tão tarde? - o sol já começava a aparecer, enquanto poucos carros circulavam pela rua. Puxei o braço de para ver o relógio: eram 5h30! - MEU DEUS! - ele apenas riu do meu desespero, dando de ombros.
- Eu não percebi que era tão tarde, acho que o assunto fluiu. Vamos dividir um táxi? - ele perguntou e eu concordei, vendo ele acenar em seguida, chamando a atenção de um táxi que passava pelo local.
Antes de eu dar meu endereço, pediu que o taxista parasse na cafeteria mais próxima. Assim que estávamos na frente do local, ele pediu para que eu o esperasse no veículo que ele já voltava. Confirmei com um sorriso, observando entrar no local.
Alguns minutos depois ele saiu com duas sacolinhas de papelão e um papelzinho em mãos, que entregou ao taxista.
- Onde estamos indo? - perguntei, curiosa tentando ler o que estava escrito no papel.
- Aguarde e não me olhe assim! - ele reclamou da cara feia que fiz, eu não gostava de surpresas.
- E o que você comprou aí? - perguntei tentando abrir uma das sacolinhas e tomando um leve tapa na mão de .
- Apenas pare. – ele riu, pegando as sacolas e colocando do seu outro lado, impedindo que eu conseguisse pegar facilmente. Bufei, apenas aguardando.

Pisquei diversas vezes até entender onde havia nos levado. Por um momento até pensei que fosse brincadeira e tudo começou a se encaixar: o táxi, a cafeteria e a 5ª avenida. Ele me trouxe para tomar café da manhã na Tiffany!
- Achei que você ia gostar de incorporar um pouco de Holly Golightly. – ele me deu uma das sacolas que segurava, abrindo a própria e tirando um café e um salgado de dentro, sorrindo para mim.
- Eu nunca vim aqui tomar um café da manhã, porém está tudo vazio, assim como no filme. – abri contente o pacote em minhas mãos, retirando o café e dando um gole. - Essa loja é um sonho.
- Talvez seja um sonho estarmos aqui também. – encarei , que prestava atenção na vitrine em sua frente. Isso era muito mais do que eu esperava de um homem, um que eu conhecia havia menos de 24 horas!
O nosso café terminou na casa de , com a desculpa de que eu devia experimentar o bolo que ele havia comprado no dia anterior. Assim que passei pela porta do seu apartamento (bem grande, por sinal), ele me pressionou nela, jogando a sacola com o resto do seu café no chão, sujando o carpete bege, paramos o beijo e nos entreolharmos, rindo.
puxou minha mão para que eu o acompanhasse até o segundo andar, onde estava seu quarto. Sua língua brincava com a minha em uma perfeita sintonia, enquanto ele dava pequenos passos em direção à grande cama localizada no meio do comodo. Assim que me deitei nela, puxei pela camisa que ele vestia, sendo retribuída com um sorriso, seguido de mais um beijo.

Capítulo 3



Dois meses haviam se passado desde o dia em que eu e aproveitamos a companhia um do outro. Não tivemos mais contatos e ninguém me ligou avisando sobre os papeis. Eu havia feito um segundo teste de atuação, mas não estava presente, apenas outros 3 produtores. Como já havia passado um certo tempo, minha curiosidade foi maior e eu estava na frente do computador, pronta para pesquisar alguma novidade referente ao musical.
Eu não devia estar surpresa ao ver o primeiro resultado mostrado no Google. Emilia Clarke estava escalada para o espetáculo. No momento que fechei o notebook, a campainha tocou.
Estranhei ninguém da portaria ter me avisado, além de ser 8 horas da manhã. Quem visita alguém neste horário? Assim que abri a porta, dei de cara com um dos porteiros do meu prédio, George. Ele segurava uma sacola de papelão em uma mão e um grande cartão na outra.
- Quem mandou isso? - perguntei assim que peguei as coisas de sua mão.
- Um funcionário da cafeteria que deixou, disse que no cartão há uma explicação. Tenha um bom dia, senhorita .
Concordei e em seguida fechei a porta do apartamento, abrindo em seguida o cartão:

Minha querida Holly, ou , como preferir. Me desculpe por não ter entrado em contato antes, mas os períodos de teste são bem intensos. Tenho uma ótima notícia pra você. Pensei em tomarmos café novamente na Tiffany, mas estaria muito lotado então resolvi mandar apenas o café. Podemos nos encontrar às 10 horas no prédio da Broadway? Juro que você não vai se arrepender.



Atrás do cartão havia ainda uma letra de uma música, que eu reconheci sendo a do Deep Blue Something:

You'll say, we've got nothing in common,
Você dirá que não temos nada em comum
No common ground to start from,
Nenhuma base em comum para começarmos
And we're falling apart,
E estamos nos separando
You'll say, the world has come between us,
Você dirá que o mundo está entre nós

Our lives have come between us,
Nossas vidas estão entre nós
Still I know you just don't care.
Mesmo assim eu sei que você não se importa

And I said, "What about 'Breakfast at Tiffany's?'"
E eu disse, "que tal Bonequinha de Luxo?"
She said, "I think I remember the film,
Ela disse, "eu acho que me lembro do filme,
And as I recall, I think, we both kind of liked it."
Que eu me lembre, nós dois gostamos".
And I said, "Well that's, the one thing we've got."
E eu disse, "bem, está aí, a única coisa que temos."

Fiquei eufórica e um tanto surpresa quanto a essa aparição misteriosa de . Além de ter deixado uma letra que se encaixa muito no que eu disse para ele no dia do bar: não temos nada em comum. Porém minha curiosidade em saber o que ele tinha para mim foi tão grande que deixei o café onde estava e corri para o meu quarto, procurando uma roupa adequada para me encontrar com ele.

Entrei apressada no elevador do prédio da Broadway, minhas pernas tinham vida própria e eu não conseguia ficar mais de 2 segundos parada.
A mesma atendente estava no balcão, porém dessa vez o local estava vazio.
- Bom dia. – ela me olhou, sorrindo em seguida. – me pediu para vir. – deixei minha bolsa em cima do balcão, procurando o cartão em seguida. Não que fosse uma boa ideia mostrar aquilo para uma pessoa que eu não conhecia, mas se fosse me ajudar a entrar era isso que eu faria.
- Você deve ser a , certo? - ela perguntou e eu confirmei, fechando minha bolsa, que já estava bem revirada. – Ele está te esperando, só entrar na porta à direita.
Segui para o local indicado, era uma pequena sala de reuniões, estava sentado na ponta, sorrindo para mim, enquanto atrás dele havia um telão. Na tela estava pausada uma cena minha, durante minha audição.
- Hey, , que bom que veio. Por uns momentos pensei que não iria aparecer, acabo de sair de uma reunião importante. Sente-se, por favor. – sentei-me na outra ponta da mesa, cruzando a perna e balançando meu pé. A presença de no local me deixava mais nervosa do que eu já estava antes. Eu não entendia onde ele queria chegar e o que queria de mim. - Bom, como percebeu eu estava vendo seu vídeo, porém eu não estava sozinho. – ele deu um meio sorriso, deixando-me mais nervosa ainda. – Talvez você tenha visto algo sobre o musical e a Emilia, juro que queria ter te contado mas não sabia como. Enfim, depois de acertamos o contrato com ela, a HBO acabou interferindo, pois as gravações da próxima temporada de Game of Thrones iria acabar atrasando e eles não poderiam ficar sem uma das personagens principais e nem ela queria sair. Eu também menti um pouco para você fora esse assunto. – arregalei os olhos em surpresa.
- Como assim? - perguntei, mais confusa ainda com a situação.
se levantou, sentando-se na cadeira ao meu lado.
- Bom, eu não sou um dos produtores. Eu sou o diretor do musical, espero não te assustar. Eu não podia escolher os atores sozinhos, você foi muito bem cotada até aparecer a Emilia. Bom, eu agradeci quando não deu certo com ela porque a única Holly que vinha em minha cabeça era você.
Ele se levantou novamente, enquanto eu ainda estava estática, tentando absorver as informações que ele acabara de me dar. Ele queria que eu fosse a Holly do musical! Estava tão absorvida em meus pensamentos que só fui acordada com me abraçando.
- Espero que você não rejeite minhas propostas? - seu perfume invadiu minhas narinas e eu sorri, feliz em realizar um grande sonho.
- Propostas? Você só me fez uma.
- A segunda é você topar sair comigo outra vez e me perdoar por não ter te ligado por todo esse tempo, eu posso cantar a música do Deep Blue Something pra você ver que a gente pode dar certo sim. – dessa vez, fui eu quem dei um beijo em !

FIM

N.A: Fazem quase seis anos que eu não publico nenhuma fic. Quando vi o anúncio do especial fiquei empolgada (e tinha acabado de ver sobre a Emilia Clarke interpretar a Holly em uma adaptação) e me peguei escrevendo minha primeira short. Eu tinha mais algumas cenas em mente, porém o trabalho acabou me atrapalhando e como só fiquei sabendo do especial no período de encerramento (porque sou lerda) tive que cortar algumas coisinhas. Espero que tenham gostado e espero que agora que terminei a faculdade eu volte a escrever bastante! **:
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