História por Nathy | Revisão por Leeh



Eu me olhava no espelho e me reconhecia perfeitamente, como se eu tivesse sido feita para viver aquele momento. Sentia-me única.
Conseguia enxergar toda a sala a minha volta, pois eu estava em cima de um banquinho não muito alto, enquanto a costureira fazia os últimos ajustes na parte de trás do meu vestido.
Era isso... Dentro de algumas horas eu iria ser mais feliz do que jamais pude sequer imaginar.
Meu coração palpitava e minha mãe, já devidamente arrumada e usando um lindo vestido verde água, andava nervosa de um lado para o outro, me deixando um pouco apreensiva. Será que era normal se sentir assim? Oras... Devia ser, afinal, era o dia do meu casamento.


Apesar de não estar calor na rua, eu suava. Não era um suor comum, eu estava suando frio. Estava nervoso como jamais estive. Sentia que, se estivesse de pé, minhas pernas cederiam ao peso do meu corpo e o smoking que eu tanto lutei para não amassar, viraria algo patético.
Eu me sentia estranho, nunca, nenhuma vez em minha vida, fiquei tão nervoso. Nem no meu primeiro show com a banda... Acho que só ela tinha essa capacidade. A capacidade de me fazer suar no tempo frio, de fazer as minhas pernas tremerem e de fazer os meus amigos me encararem com pena.
Eu me sentia ridículo com todos aqueles olhares caridosos vindo em minha direção, mas, acima de tudo, eu me sentia feliz. Eu só precisava esperar mais algumas poucas horas para ela ser minha. Para sempre.
- Cara, você tá horrível! – passou dizendo mais uma vez por mim, me lançando o mesmo olhar que todos eles me lançavam. E o pior: ele me parecia muito sincero.
- Ok, , não precisa me lembrar disso a cada cinco minutos. Já tenho preocupações o bastante por hoje! – eu retruquei irritado. Eu me sentia uma mulher na TPM, estava com graves alterações de humor.
- Mas o não tá mentindo, ! – dessa vez disse, me fazendo abaixar a cabeça e passar a mão pelos cabelos.
- NÃO OUSE FAZER ISSO, ! – ouvi uma voz esganiçada gritar e, um segundo depois, senti minhas mãos deixarem a minha cabeça. Só podia ser a minha mãe.
- Pelo amor de Deus, mãe! – eu rolei os olhos. Hoje as pessoas tinham tirado o dia pra me incomodar, não havia outra explicação.
- Não role os olhos para mim. E não ouse tocar no seu cabelo... Ele tem que ficar decente pelo menos por hoje! – e, sem nem sequer ouvir a minha resposta, ela virou e saiu esvoaçando o seu vestido bordô para a outra parte da igreja.


- Você precisa de blush nesse rostinho, querida. Está muito pálida – eu ouvi a voz da maquiadora dizer, pela décima quinta vez em dez minutos, a mesma frase.
- Concordo, . Você está muito pálida, minha filha... – ouvi a minha mãe dizer, pela décima quinta vez em dez minutos, a mesma frase.
Sim, eu estava surtada.
- Vocês vão entupir meus poros com tanta maquiagem! – respondi impaciente e as vi saindo do meu quarto, um pouco ofendidas. Bufei para eu mesma. Por que eu tinha que ser tão estourada?
Logo em seguida, ouvi batidas na porta, respondi um baixo “entre” e ela se abriu. estava ali, parada, com um lindo vestido lilás que eu tinha a ajudado a escolher. Ela era a minha melhor amiga e a minha madrinha, talvez ela conseguisse me acalmar...
- Tá nervosa? – ela me perguntou, com um sorriso no canto dos lábios, se sentando na minha cama. É, definitivamente eu iria me acalmar. Não sabia e nem conseguiria ser grossa com ela.
- Não sei se essa é bem a definição... Eu estou... Ah, não sei! – levantei e fiquei andando de um lado para o outro, assim como minha mãe estava fazendo há alguns minutos.
- Você sabe que tudo vai sair melhor do que o planejado, não sabe?
- Sei... – respondi sem muita certeza, mas com muita esperança.
- Então não há motivos para se preocupar. Te vejo daqui a pouco! – ela piscou e me deu um abraço bem apertado, saindo logo depois e me deixando sozinha no meu quarto com os meus próprios pensamentos.
E os meus pensamentos vagavam por tantas lembranças minhas com o ...

Flashback

- Vem, , não precisa ter medo! – dizia, puxando a amiga pela mão para a pista de patinação. Patinar no gelo nunca foi uma das atividades preferidas de , mas ela havia prometido que iria. E foi.
- Calma, , eu to tentando me equilibrar! – disse, se segurando cada vez mais firme na barra de ferro que circundava a pista.
- Ah, cansei de te esperar! – falou avoada, soltando e deslizando no gelo com leveza. Ela adorava aquilo, era nítido, já não poderia dizer o mesmo. Sempre que ia patinar, acabava caindo. Era como se entre sua bunda e a pista houvesse uma atração magnética.
Finalmente tomou coragem e soltou a barra. Respirou fundo e deu um impulso para frente, mas o que sentiu não foi o ar gelado em encontro ao seu rosto, e sim algo pesado bater de encontro ao seu corpo. E como já eram velhas conhecidas, a bunda de e o gelo se encontraram mais uma vez, causando uma sensação muito desagradável na menina.
- Ai, me desculpa! – uma voz masculina se fez ouvir entre a dor e o frio que sentia no momento. Seria cômico se não fosse trágico.
- Ok, não foi sua culpa. Minha bunda e a pista de patinação compartilham uma velha história de amor... – ela disse tentando se levantar, mas escorregou mais uma vez. Viu o estranho lhe estender a mão em sinal de caridade e aceitou. Logo estava olhando para ele. E por que não havia olhando antes? Como ela pode desperdiçar tempo olhando para outro lugar senão aqueles olhos?
- Hum... eu sou o e também já fui meio estabanado com patins e gelo... – ele disse simpático e sorriu. sentiu que o calor em suas bochechas poderia derreter todo aquele gelo com maior rapidez do que o próprio fogo.
- Eu nunca vou tomar jeito mesmo, odeio esse lugar... – ela respondeu, cruzando os braços emburrada. – Ah, desculpe! O meu nome é .
- Posso perguntar uma coisa? – ele arqueou uma sobrancelha, de forma muito sexy, a garota pensou.
- Pode, sim.
- Se odeia patinar, o que faz numa pista de patinação? – ele riu nasalmente e ela corou novamente. Como era ridícula aquela situação.
- Bem... a minha amiga me obrigou a vir, ela adora isso! – apontou para , que estava a uma boa distância dos dois, sorrindo de olhos fechados e deslizando no gelo.
- Ela parece realmente gostar... – comentou baixo, mais para si próprio do que para a menina...
- Uhum.
- Bem... eu, hum... vou indo. Tome cuidado, pode acabar batendo em alguém não tão legal quanto eu... – disse depois de algum momento de silêncio no qual nenhum dos dois sabia o que falar. Deu uma piscada para ela e se afastou. Os cabelos balançando contra o vendo o deixava mais sexy, pensou.
E, afastando esses pensamentos da cabeça, voltou a se agarrar na barra de metal para não ir de encontro ao gelo novamente.


End flashback

Foi um jeito inusitado de se conhecer, realmente. Mal sabia eu que a partir daquele momento, o momento em que o conheci, minha vida mudaria. Para melhor.


- Quer conversar, cara? – se aproximou de mim novamente, dessa vez com um ar sério, coisa que me surpreendia nele.
- Não sei, só quero que o tempo passe... – eu respondi sincero.
- Então fala, assim o tempo passa rápido e quando você mal esperar, já vai estar casado! – ele me disse, dando um sorriso com o canto da boca e me fazendo lembrar o quanto era bom ter amigos. Ok, isso foi gay.
Após um momento de silêncio, resolvi seguir o conselho de .
- Sabe do que eu tava lembrando? – eu disse com um olhar sonhador, apoiando meus cotovelos nos joelhos.
- Hum? – murmurou para que eu prosseguisse.
- Do dia em que eu conheci ela, . Você foi meio que o responsável, lembra? – ri e ele fez o mesmo.
- Claro que sim, se não fosse por mim, você nunca teria ido patinar aquele dia! – ele gargalhava.
- É sim... Foi um dia muito bom aquele.
- Sabe, ... você nunca me contou como vocês se encontraram depois. Como foi? – me perguntou, com uma sobrancelha arqueada. Eu realmente nunca havia contado aquilo para ele.
- Não poderia ter sido coincidência maior, ... – eu respondi, com o olhar vago, me lembrando daquele dia como se fosse ontem. Eu lembrava de todos os dias com ela, bons ou ruins, só existia a nas minhas lembranças.

Flashback

Fazia um dia quente em Londres e o sol estava brilhando intensamente acima das poucas nuvens, algo raro para aquela época do ano. levantou a cortina e encarou a rua por alguns segundos. Não faria mal dar uma volta e espairecer um pouco, certo? O trabalho estava o sobrecarregando.
Saiu caminhando calmamente, sem rumo. Gostava especialmente de dois lugares da cidade na primavera, o Green Park e o St. James’s Park, que ficavam perto um do outro. Decidiu-se pelo segundo, por causa da vista.
Havia muitas pessoas e quase nenhum espaço vago em que se pudesse sentar, até mesmo na grama. Era o efeito que um dia daqueles poderia causar em uma cidade na qual o sol se escondia com frequência. Certamente ninguém ficaria em casa com um tempo daqueles.
Avistou uma árvore milagrosamente vazia e se aproximou dela. Parecia ser um carvalho, era muito alto. sentou, mas ao mesmo tempo, sentiu algo bater em seu cotovelo e olhou instantaneamente para o lado.
- Desculpe! – ele e mais uma voz disseram ao mesmo tempo. A dona da voz sorriu, achando graça da situação. Ele não sorriu.
- Ei, você é a menina que odeia patinar! – exclamou, como se tivesse descoberto que gatos miam e cachorros latem.
- Eu mesma. – ela respondeu rindo alto.
Após um segundo de silêncio, ela prosseguiu:
- Que coincidência, não é? Quer dizer... uma semana depois, nos encontramos novamente... – a menina sorriu gentilmente olhando para o céu claro.
- Pois é... – disse e parou de falar abruptamente, hipnotizado pelos olhos dela.
- . – ela disse.
- Eu sei, ou você realmente pensou que eu fosse esquecer o seu nome? Não tem como... – piscou e ela sorriu aliviada.
soltou um suspiro. Isso queria dizer que ele também havia pensado nela durante a semana? Porque ela realmente não o havia tirado do pensamento. Os olhos dele estavam em seus sonhos, assim como o seu sorriso.
- Sabe o que isso significa? – ele perguntou rindo timidamente.
- Bem... não. O que significa? – riu de volta, com a testa franzida em sinal de dúvida.
- Significa que eu vou ter que pedir o seu telefone. A não ser que você queira esperar mais uma semana para nos encontrarmos coincidentemente para você ter certeza de que isso é o destino. – piscou, pegando seu celular do bolso, a fim de salvar o número da garota.
- Vai precisar de mais do que isso para me convencer, . – ela disse simplesmente, fechando o grosso livro que lia e encarando-o.
- Então vem comigo! – ele disse, a puxando do chão pela mão e a conduzindo para mais um dos seus lugares preferidos.


End flashback

- E o que você fez para convencê-la, ? – me perguntou.
- Você é muito curioso, sabia?! – eu respondi rindo. Mal acreditava que estava rindo, mesmo com todo aquele nervosismo.
- É, eu sei... mas quem sabe essa tática que você usou não funcione com alguma garota?
- Como se você precisasse! – nós dois rimos e me eu lembrei novamente do que havia feito para conseguir o telefone daquela garota naquele lindo dia de primavera. O nosso dia.


Eu me lembrava sempre das surpresas que ele me fazia e não duvidava nem um pouco que ele fosse capaz de tudo.
Apesar de conhecer há um bom tempo, ele me surpreendia com coisas novas todos os dias. Era uma das coisas que eu mais admirava nele, ele podia ser o mesmo homem e vários diferentes, tudo ao mesmo tempo.
Me lembrei na hora do que ele havia feito para conseguir o meu telefone.

Flashback

- Para onde você está me levando? – perguntou assustada com a repentina animação do garoto, que quase corria a puxando pela mão.
- É uma surpresa! – ele respondeu rindo, sem parar de andar.
- E eu devo confiar em você? Você pode ser um maníaco, um serial killer, um estuprador, um sequestrador, um louco que fugiu do manicômio, um...
- Eu pareço ser alguma dessas coisas? – parou de frente para a garota, a interrompendo, com um sorriso lindo que mostrava todos os seus dentes. Definitivamente ele não parecia nada ameaçador, muito menos com o sol iluminando seus cabelos.
- Não... mas é que... – ela tentou justificar-se, mas ele a interrompeu novamente.
- Sem “mas”. Só curta o momento, ok? – pediu, ficando sério.
E, sem mais nenhuma palavra, ela simplesmente o seguiu, feliz por poder confiar em alguém e poder acreditar que ainda existiam ótimas pessoas no mundo. Enquanto pensava nisso, havia parado um táxi na rua e abriu a porta para que ela entrasse.
- Nós vamos ao Kew Gardens, por favor – informou ao motorista.
- Não lembro de conhecer esse nome... – disse um pouco frustrada. Ela era muito perfeccionista, gostava de saber de tudo.
- Que bom, assim se torna mais surpresa ainda.
Aquilo foi tudo que ela obteve como resposta. Não gostava muito de surpresas, mas estava gostando daquela, sem motivo aparente.

O motorista parou o carro na frente do local e a menina se perguntou como não havia se lembrado daquele nome. Era tão especial para ela.
- Bem vinda ao meu refúgio! – sorriu desajeitado, talvez até um pouco envergonhado. Aquele não deveria ser o refúgio de mais nenhum homem.
- É o Jardim Botânico! – ela disse com os olhos marejados, olhando as lindas tulipas que estavam perto da estufa principal
- O que foi? Eu fiz algo de errado? – perguntou assustado, não entendia por que a menina estava chorando.
- Era o lugar preferido da minha avó. Ela me trouxe aqui dias antes de falecer, dizendo que sabia que não duraria muito, mas sempre teria um pedacinho dela aqui se eu quisesse conversar.
Agora tudo fazia sentido, mas ele não queria deixar ela triste, só queria o seu telefone, por enquanto...
- Desculpe, , não sabia que era tão doloroso, nem fazia ideia... se eu soubesse... que burro!
- Está tudo bem, . De verdade. É ótimo vir aqui depois de tanto tempo.
- Se você quiser podemos ir embora, sério! – ele insistiu.
- Não tem problema. Eu adorei vir aqui, juro. Vamos... – as lágrimas dela já haviam parado de cair, agora a garota ostentava um sorriso nostálgico.


End flashback


- Nossa, , que bola fora! – riu e eu o imitei.
- Como que eu ia adivinhar, ? – perguntei.
- É... não tinha como mesmo. Mas se eu fosse a , não teria te dado o meu telefone! – gargalhou.
- Se você fosse ela, eu não estaria me casando hoje, seu idiota! – retruquei brincando.
- Tá... E ela deu só o telefone ou teve algo mais? – ele perguntou com os olhos semisserrados.
- Olha o respeito, porra!
- Ué, só perguntei. Calma, cara. Relaxa. – falou colocando a mão no meu ombro e dando algumas batidinhas amigáveis.
- Ok, me desculpa. Ela me deu só o telefone sim – disse me lembrando da situação.

Flashback

O sol já estava quase se pondo quando os dois finalmente pararam de andar e se sentaram em um banco ao lado da estufa principal. O silêncio predominava, mas não era um silêncio constrangedor, nem incômodo. Era até bastante confortável.
- Hum... gostou mesmo de ter vindo aqui? – perguntou à garota.
- Adorei! Foi um ótimo dia. Aqui é lindo demais, não é? – disse radiante.
- Foi um ótimo dia para eu também. Eu adoro vir aqui, a inspiração para as músicas aparecem de repente.
- Uau, você compõe músicas? – ela perguntou curiosa. Apesar de terem passado boa parte da tarde juntos e terem se conhecido bastante, ainda tinham muito o que saber um do outro.
- Tenho uma banda com uns amigos desde a época de escola. – explicou a ela.
- E você não me disse isso em todo esse tempo? – fingiu estar brava, o deixando encabulado.
- Ué, você também não me disse o que faz da vida! – ele cobrou.
- Nada de mais... estudo jornalismo e trabalho como tradutora/intérprete.
- Como se isso fosse pouco, é legal demais! E eu sou o baterista do McFLY.
- McFLY é o nome da sua banda? – ela perguntou atônita.
- É... a ideia do nome não foi minha,
(Fletchers, relevem) nós somos bons...– o menino falou com orgulho.
- Eu sei que são! Você não vai acreditar, mas uma semana antes de nos conhecermos lá na pista de patinação, eu fui a um show de vocês!
- É sério? – ele perguntou e a menina assentiu. – Você quer ainda mais provas de que isso é o destino? – ele continuou, sorrindo.
- Depois disso, não mais! – ela também sorriu.
- Então, será que agora você pode me dar o seu telefone? – perguntou com um pouco de receio na voz e um olhar penetrante. Não havia jeito de resistir.
- Devido a tudo isso, acho que posso.


End flashback


Sorri comigo mesma ainda me lembrando do dia em que me levou ao Kew Gardens, nosso lugar especial. Ele havia me conquistado de vez a partir daquele momento, não havia como negar. Outro fato inegável também era que eu não resisti ao olhar dele no segundo em que ele pediu o meu telefone.
Eu era um pouco cética, até descrente, quanto a esses assuntos de almas gêmeas e destino, porém me tornei mais flexível ao perceber que o destino tinha mesmo colocado a minha alma gêmea no meu caminho.
Eu nunca mais o deixaria sair de perto de mim.


- Aê! Finalmente, garanhão! – comemorou ao ouvir o desfecho da minha história. Ele sabia que eu odiava ser chamado de garanhão.
- Mais do que na hora, né? – falei aliviado.
- Eu sabia que você era capaz! – gargalhou. A risada dele era muito contagiante, todos adoravam.
- E aí? Falta muito? – perguntei, com todo o nervosismo vindo à tona novamente.
- Menos do que antes! – aquele idiota que eu chamo de amigo, respondeu.
- , não brinca com o tempo... – bufei, mas ri logo em seguida.
- Menos uma hora de espera para você... Viu como falar faz o tempo passar?
- Obrigado, cara, não tenho como te agradecer... Por tudo! – eu disse sincero.
- Só seja e faça ela muito feliz, ok? – disse.
- Pode ter certeza absoluta disso! – respondi com toda a verdade em meu coração.
- Você vai ficar bem aí? – ele me perguntou, já se levantando.
- Vou, pode ir. Valeu mesmo, cara! – levantei e o abracei. Foi a cena mais gay de toda a minha vida.
- De nada. Qualquer coisa me chama... – ele disse e saiu, me deixando com os meus pensamentos mais uma vez.


Eu tentava ao máximo não me mover para não amassar ou arrastar o vestido no chão, mas o nervosismo tornava isso cada vez mais difícil.
Eu olhava à minha volta e só via sinais de no meu quarto. No meu mural, muitas fotos nossas e alguns bilhetes que ele me escreveu. Peguei um e li, dizia: “You are what my dreams are made of.”, aquele havia sido o primeiro bilhete que ele me escreveu, com poucas semanas de namoro.
Sentei novamente na minha cama e me lembrei do dia em que demos nosso primeiro beijo.

Flashback

finalmente havia conseguido o telefone de , dois dias atrás. Ele estava com o celular na mão, um pouco temeroso se deveria ou não ligar. Depois de longos momentos de reflexão, finalmente apertou o botão para discar.
- Alô? – a voz dela atendeu do outro lado e o estômago dele despencou.
- ? – perguntou, mesmo sabendo que era ela mesma.
- Sim. É o ? – ela perguntou e percebeu que ela estava sorrindo.
- Parabéns, você acaba de ganhar um bombom! – ele brincou, imitando aqueles programas de TV que dão prêmios.
- Oi! Quero o meu bombom mesmo, hein? – os dois riram na linha.
- Você vai ganhar, prometo. E aí, tudo bem? – o garoto perguntou envergonhado.
- Tudo sim, e com você?
- Tudo certo. Desculpe não ter ligado antes, não tive muito tempo.
- Ah, sem problemas. Mas eu já estava achando que você nem ia me ligar... – brincou.
- Eu nunca faria isso com você! – falou num sussurro.
- Eu sei.
- Mas, hum... me diga, tem algo marcado para hoje à noite? – ele mudou de assunto.
- Estava pensando em ver um filme, comer pipoca e tomar chocolate quente. Você tem uma proposta melhor?
- Não sei se a minha proposta vai te conquistar, eu espero que sim! – disse, desejando que aquilo fosse mesmo verdade.
- Proponha, então... – disse para ele prosseguir.
- A minha banda vai fazer um show hoje, queria muito que você fosse...
- Claro! Quero mesmo te ver. – ela não esperou ele terminar o convite.
- Eu também quero. – ele sorriu.
- E você me deve um bombom!
- Te dou dois se você for! – brincou.
- Proposta irrecusável. Me diga logo o endereço... – pediu.
- Eu te busco em casa, né?! Que tipo de convite seria esse se não tivesse serviço completo?
- Ok, senhor cavalheiro. Se não for muito incômodo, eu aceito.
- Não vai ser incômodo algum. Só preciso saber o seu endereço.
- Claro, anota aí. – deu o seu endereço e explicou como se chegava ao seu apartamento, apesar de ele ficar numa rua bastante conhecida e não precisar daquelas informações, ele deixou a garota falar pelo simples prazer de ouvir a sua voz.
- Certo, anotado. Posso passar lá pelas 20h30?
- A hora que você quiser. Pra mim está ótimo! – ela concordou.
- Então ok. Te vejo mais tarde, . Beijos.– se despediu.
- Até mais, . Beijos. – também se despediu e os dois desligaram.
olhou para o relógio, que marcava 18h. Decidiu por fazer algo para comer e ir logo tomar o seu banho. A menina se arrumou lentamente, pois havia muito tempo ainda.
Ela colocou uma blusa azul com um laço branco envolvendo a cintura, e uma saia preta meio rodada. Prendeu duas mechas do cabelo para trás, deixando a franja solta e para o lado. Passou uma maquiagem leve, mas que se notava, e estava pronta. “Simples e chique”, ela pensou.
Quando chegou, ela desceu cautelosamente as escadas, temendo cair com seu scarpin preto. Ele vestia uma camisa social branca, com os dois primeiros botões abertos, uma calça jeans cinza e um tênis preto. Os dois se cumprimentaram e logo seguiram para o pub onde aconteceria o show.

Chegando lá, e encontraram os outros meninos da banda sentados em uma mesa bem em frente ao palco.
- E aí, gente?! – cumprimentou os amigos.
- Beleza, cara? – disse.
- Quem é a sua amiga, ? - perguntou.
- Pessoal, essa é a . – apresentou a garota, que estava um pouco encabulada.
- Ah! A famosa ! – riu, deixando muito envergonhado.
- Não sabia que eu era famosa, ... – riu, piscando para , que gargalhou.
- É e muito, nos últimos dias ele só fala de você! – entregou, deixando um muito vermelho parado ao lado da garota.
- Ah, hum... , esse é o , esse o e esse é o . – disse , muito encabulado, apontado para cada um dos respectivos amigos.
- Muito prazer, meninos! – falou simpática e eles retribuíram a simpatia.
E assim a conversa transcorreu até a hora que o McFLY foi chamado ao palco para tocar. desejou boa sorte aos meninos e eles subiram ao palco, deixando a garota sozinha na mesa.

O show foi ótimo, eles tocaram algumas músicas próprias e fizeram vários covers. Quando o show acabou, os meninos voltaram à mesa, onde se encontrava radiante.
- Você gostou, ? – perguntou, muito suado e ofegante.
- Adorei! Vocês são ótimos. Eu já sabia, mas hoje foi a confirmação! – ela respondeu feliz.
- Ficamos felizes que você gostou! – disse.
- É, agora vamos ter pelo menos uma fã! – disse, recebendo um olhar de reprovação de . anunciou que voltaria logo, se levantou e foi atrás de uma mulher que passava pela mesa.
- O não toma jeito mesmo... – murmurou para .
- Ele parece ser tão inocente... – a garota respondeu.
- Espere até você conhecê-lo melhor! – riu, tomando um gole da sua cerveja.
- Você quer beber algo? – perguntou à garota.
- Quero só um refrigerante. Gostaria de ficar sóbria essa noite. – piscou e ele engoliu seco. O que será que ela queria dizer com aquilo?
foi em direção ao bar e pegou o refrigerante para e uma cerveja para si. Quando ele estava voltando para a mesa, viu se esquivando de um homem que tentava agarrá-la. O garoto correu até a mesa e a puxou para perto de si, livrando-a dos braços do tal homem.
- Ei, você tá louco? – esbravejou irritado.
- Vaza daqui que o papo é entre eu e a gatinha! – o homem sorriu malicioso, olhando para as coxas de .
- A gatinha tem nome e dono, retardado! Vaza você! – gritou, cada vez mais irritado.
- Vai se ferrar, engomadinho! – o homem disse, dando um soco no nariz de , que revidou rapidamente.
- SEU IDIOTA! – berrou, tentando, sem sucesso, separá-los. , e apareceram e separaram os dois, empurrando o homem para o chão.
- Meu Deus, ! Seu nariz! – correu para o garoto. A blusa dele, antes branca, estava manchada de sangue e muito amassada. Seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos demonstravam muita raiva.
- Que cara idiota! – exclamou cerrando os dentes.
- Me segura senão eu vou atrás dele. – falou fechando os punhos e sendo acalmado por um também muito irritado.
- Seu nariz tá sangrando muito, . Vamos pro hospital! – disse, franzindo a testa.
- Não. Prefiro cuidar disso em casa mesmo. – disse, passando a manga da camisa pelo nariz, tirando o excesso de sangue acumulado no local.
- Vamos para a minha casa então, é bem perto daqui! – ela convidou.
- Vocês se importam se eu for agora? – perguntou para os amigos.
- Claro que não. Falamos-nos amanhã. – falou e todos se despediram.
- Ei, . Se divirta! – puxou num canto e falou.
- , pare de beber, meu amigo... – fez uma cara de desapontado, dando tapinhas no ombro do amigo.
e saíram do pub e caminharam até o carro dele.
- Me dá as chaves. – pediu.
- Eu posso dirigir! – retrucou.
- Ah, claro. E quem vai estancar o sangue do seu nariz? – ela botou as mãos na cintura. Ele pegou as chaves do bolso da calça e entregou-as para , que sorriu vitoriosa.
- Assim é melhor! – a garota brincou.
Foram em silêncio todo o caminho para a casa dela, que era curto. Quando chegaram, disse para esperar na sala enquanto ela pegava o kit de primeiros socorros no banheiro. Quando ela voltou com o kit na mão, viu ele de pé em frente a sua estante de CDs.
- Você achou os meus bebês? – falou suavemente atrás dele.
- Eles são lindos, assim como a mãe. Você tem muito bom gosto, isso é raro nas garotas... – virou lentamente, ficando de frente para ela.
- Eu sou diferente das outras. Sei o que é realmente bom! – ela disse piscando.
- Percebi isso há algum tempo. – ele falou sério, dando um passo e ficando mais perto dela, que sorria maliciosa.
- Vem cá, vamos cuidar disso! – disse, ainda sorrindo.
- Posso por uma música antes? – perguntou, com um CD dos Beatles na mão.
- Claro. Sinta-se em casa. Mas antes me dê a sua camisa, ela tá toda manchada, vou por de molho... – ela estendeu a mão, esperando enquanto ele desabotoava a camisa, sorrindo maliciosamente para ela, que o encarava. não quis parecer invasiva nem inconveniente, mas não tinha como não dar uma olhada no corpo dele. Era lindo. Ela ficou um pouco vermelha, mas tentou disfarçar.
Pegou a camisa e foi colocá-la de molho, quando voltou para a sala, estava tocando Hey Jude baixinho, dando um clima muito agradável ao ambiente.
- Boa escolha! – disse, se sentando no sofá e pegando o material para limpar o rosto de .
- É a minha preferida. – falou indo se sentar ao lado dela no sofá.
- Você está com frio? – perguntou sem tirar os olhos das gazes que ela separava.
- Nem um pouco, não se preocupe! – disse, olhando ao seu redor e admirando o quanto o apartamento dela era arrumado.
- Pode chegar mais perto, eu não mordo. – pediu, com uma gaze na mão e voz suave. Ele não hesitou nem um segundo e se aproximou dela. Enquanto ela limpava todo o sangue do rosto de e ele fazia algumas caretas de dor, o garoto observava com atenção o rosto de traços delicados dela.
- Você tá me analisando? – perguntou, ainda limpando o rosto dele.
- Admirando. – ele respondeu sorrindo e ela se arrepiou.
Após mais alguns momentos de silêncio, ela disse:
- Pronto. Não acho que tenha quebrado, então só limpei.
- Obrigado, ! – agradeceu.
- De nada. Você ainda me deve dois bombons! – a menina gargalhou.
- Ah, bom você ter me lembrado... – ele se afastou um pouco dela e pegou dois pequenos embrulhos no bolso da calça, entregando-os à garota.
- Não acredito que você trouxe mesmo! – gargalhou, sentindo ele se aproximar dela novamente.
- Eu prometi. Não descumpriria uma promessa pra você. – disse, a fazendo se arrepiar de novo. Ele percebeu e sorriu.
A música que tocava no momento já não era reconhecida por nenhum dos dois. não conseguia desviar os olhos dos olhos dele e ele fazia o mesmo com os dela, alternando o olhar para a boca.
- Você estava muito compenetrado no palco, sabia? – ela quebrou o silêncio.
- Nunca me disseram isso... – sorriu, achando graça da observação.
- Compenetrado exatamente como está agora! – ela sorriu com o canto dos lábios.
- Quando você gosta mesmo de algo, só dá atenção para aquilo no momento... – ele lançou um olhar penetrante para a garota, que sorriu maliciosa, enquanto ele se aproximava mais. O espaço no sofá já era mínimo.
- E o que é mais importante pra você agora? – perguntou, ainda mais perto dele, que já estava com a mão delicadamente no rosto dela.
- Você! – disse num murmuro, com os lábios encostados nos lábios dela, que sorriu antes de finalmente selá-los de vez.
Os lábios de finalmente se abriram dando passagem para a língua de entrar. O beijo dele tinha gosto de menta, ela pensou. As mãos do garoto, que antes estavam no rosto dela, agora deslizavam até a sua cintura, e as dela massageavam os cabelos dele.
O beijo que tinha começado calmo e delicado, ia se intensificando. Os corpos dos dois estavam colados, foi quando puxou para sentar no seu colo. A garota lançou a ele um olhar malicioso e se sentou no colo dele, de frente, com uma perna de cada lado. sorriu e encostou a sua testa na dela, depois mordeu o lábio inferior da menina, que o beijou com mais voracidade ainda. As mãos dele agora passeavam pelas coxas dela, levantando o máximo que podia a saia da garota. Ele amaldiçoou aquela saia mentalmente.
não se importava mais se estava sem ar e acreditava que ele também não estava se importando muito com aquela questão no momento. Ele estremeceu quando a garota desceu as mãos vagarosamente pelo seu peito nu. percebeu a reação de e repetiu o movimento, o fazendo fechar os olhos.
A boca de desceu para a curva do pescoço dela, onde ele dava leves chupões. Certamente no dia seguinte se perceberiam pequenas marcas.
levantou do colo de e o empurrou lentamente, o fazendo deitar no sofá. Ela o olhava de modo provocante e ele estava adorando aquilo. Nunca havia conhecido uma mulher com tanta atitude como aquela.
A menina deitou em cima dele, que tentava tirar a blusa dela sem muito sucesso. quebrou o beijo e tirou a própria blusa. Quando ela pos a mão no fecho do sutiã, perguntou:
- Você tem certeza de que quer isso?
- Eu sei muito bem o que eu quero! – ela sussurrou no ouvido dele, o fazendo arrepiar.
não hesitou e voltou a beijá-la, cada vez com mais vontade. Quando ele ia tirar a saia dela, o celular dele tocou. Os dois interromperam o beijo e ele exclamou olhando para o visor do celular:
- Mas que droga! O que o quer comigo essa hora?
- Tudo bem, atenda... – ela disse compreensiva, já saindo de cima dele.
- Alô? – atendeu muito mal-humorado, enquanto a garota riu nasalmente, sentada ao seu lado.
- Como assim, ? – pausa. – Ok, eu já vou... – a feição de variou da irritação para a preocupação em segundos, enquanto ele ouvia atentamente.
- O que houve? – perguntou quando ele desligou o celular.
- e bateram o carro! – respondeu passando a mão pelos cabelos. A menina cobriu a boca com as mãos.
- Meu Deus! E como eles estão?
- No hospital, sofreram alguns arranhões, mas nada grave. pediu para eu ir pra lá... – ele disse desanimado.
- Você quer que eu vá com você? – se ofereceu.
- Não, fique em casa e descanse. Não quero que os meus problemas sejam seus também.
- Não pense assim, só quero te ajudar. – ela disse com a voz baixa.
- Eu sei, mas é melhor você ficar! – ele pediu levantando do sofá, mas se sentou de novo.
- O que foi? – ela perguntou, pegando a sua blusa de um canto e a vestindo de volta.
- Eu... preciso me acalmar um pouco... – ele respondeu encabulado, fazendo-a rir.
- Eu vou lá pegar uma roupa pra você enquanto isso... – e, dizendo isso, ela foi à procura de uma camisa que coubesse nele. A única coisa que achou foi um suéter enorme que usava para dormir.
- Desculpe, isso é tudo que eu tenho pra te oferecer! – voltou à sala e entregou o suéter para ele.
- Está ótimo, eu passo em casa e pego uma camisa antes de ir pro hospital... – ele agradeceu vestindo o suéter.
- Eu levo você até lá embaixo. – disse, indo em direção a porta.
Os dois desceram as escadas sem muita vontade. Ainda podiam sentir o gosto do beijo um do outro em suas bocas.
se encostou na porta do carro, sem fazer menção de entrar.
- Eu ligo pra você amanhã. Me desculpa mesmo, . – ele se desculpou, triste.
- Tudo bem! – ela respondeu um pouco envergonhada. – Ah, ...
- Sim?
- Quero que você saiba que essa noite foi maravilhosa! – ela sorriu, chegando perto dele.
- Pra mim também. Foi ótima mesmo! – ele deu um passo à frente, a puxou pela cintura e a beijou com vontade.
partiu o beijo, mas continuou abraçada nele, sussurrando em seu ouvido:
- Isso não acaba aqui.
- Pode ter certeza que não! – respondeu, a beijando de novo.
Eles se separaram e o viu entrar no carro e dar a partida. Os dois ostentavam sorrisos bobos no rosto...


End flashback




Aquela noite teve os seus altos e baixos. Lembro que cheguei muito irritado ao hospital, apesar de não poder descontar nos garotos. Sorri das minhas lembranças.
Olhei para minha mão esquerda, ainda sem nada, e a imaginei com a aliança dourada que eu havia comprado pra nós.
O nervosismo ainda predominava em meu corpo, mas me lembrar de tudo o que e eu passamos juntos só me acalmava. Agarrei-me àquela tática e continuei devaneando por minhas lembranças até o dia em que a pedi em namoro.

Flashback

e já estavam saindo há um mês e meio. O relacionamento dos dois estava se tornando cada vez mais sério. Ela era presença constante nos ensaios da banda e até opinava em algumas músicas novas dos meninos.

A garota estava deitada no sofá, vendo TV, quando ouviu o celular tocar. Já sabia quem era.
- Oi! – ela atendeu, se deitando novamente.
- Hey! Tudo bem? – a voz de perguntou do outro lado da linha.
- Tudo sim, e com você?
- Melhor agora – disse fazendo voz de conquistador barato.
- Essa é péssima, ... – gargalhou.
- Uma pena que a verdade seja tão banal – ele refletiu, também gargalhando.
- Ok, eu acredito em você!
- Assim está melhor. Mas e aí, o que você estava fazendo? – perguntou.
- Estava deitada vendo TV, agora só estou deitada – ela gargalhou, continuando. – E você?
- Estou indo pra casa agora. Estava preparando uma surpresa pra você – ele sussurrou.
- Que surpresa? – ela perguntou curiosa.
- Ué, se eu contasse, não seria mais surpresa! – exclamou obviamente.
- Ah, que chato que você é! Você sabe que eu sou curiosa! – disse manhosa.
- Você vai descobrir hoje, se aceitar sair comigo – ele propôs.
- Lógico. Para onde nós vamos? – perguntou.
- É surpresa! Você não vai me fazer falar, só com suborno! – o garoto brincou.
- Eu te dou um bombom se você me falar! – ela riu lembrando-se da história do bombom.
- Não quero isso. Eu quero você.
- Você já me tem – ela sorriu suavemente.
- Eu passo aí às 20h. Vamos jantar juntos, tá? – informou-a.
- Ok. Já vou ir me arrumar então. Tenho que ficar à sua altura – disse olhando para o relógio, que marcava 18h45.
- Você está muito acima do meu nível, acredite – elogiou a menina, que corou do outro lado da linha.
- Você é muito bobo, sabia?
- Por você, bobona – ele retrucou.
- Eu também sou – ela sorriu.
- Eu vou lá terminar de preparar a sua surpresa, ok? – disse, olhando o relógio também, e vendo que não tinha muito tempo.
- Certo. Te espero então.
- Até mais. Beijos, .
- Beijos – ela se despediu, já levantando do sofá e indo escolher a sua roupa
A menina optou por uma calça jeans skinny e uma blusa preta bem fina, colocando uma jaqueta de couro por cima. Escolheu um sapado de salto, com a ponta redonda, estilo boneca, azul celeste. Ela se arrumou lentamente. Preferiu deixar o cabelo solto, estava com alguns cachos nas pontas e ela gostou do efeito.
Passou uma maquiagem que marcava bastante os olhos.
Assim que ela terminou de colocar os itens que precisaria dentro da bolsa, o interfone tocou. Ela desceu as escadas e cumprimentou com um selinho. Ele usava uma camisa pólo azul marinho com detalhes prateados, uma calça jeans largada e um tênis estilo skatista.
- Você está linda – elogiou a menina, ainda a segurando pela cintura.
- Você também – ela retribuiu o elogio, o beijando.
A menina, tão hipnotizada, nem tinha reparado que ele estava com um buquê de flores na mão.
- São para você – estendeu as flores.
Ela sorriu e pegou o buquê da mão dele.
- São tulipas, as minhas preferidas! – disse radiante.
- Eu sei ler mentes, então? – ele brincou surpreso. Não sabia mesmo que eram as flores preferidas dela.
- Acho que sim! – falou cheirando as tulipas.
- Tem um bilhete aqui – informou muito vermelho, apontando para o meio das flores. o pegou e leu, dizia “You are what my dreams are made of”. pulou no pescoço dele, o beijando.
- Obrigada, eu amei!
- Era parte da sua surpresa – disse encabulado.
- Só parte? Não tenho certeza se aguento o resto! – os dois riram. abriu a porta do carona para entrar e eles seguiram até um restaurante.
Era um lugar muito bonito, eles se sentaram em uma mesa no canto esquerdo do local. O jantar foi muito agradável, quando estavam juntos tudo se tornava agradável.
- Tem mais uma surpresa pra você essa noite – a informou.
- Assim eu fico mal acostumada, sabia? – ela brincou.
- Vamos? Senão fica muito tarde – perguntou e ela assentiu. Pediram a conta e saíram do restaurante.
- Podemos ir a pé. Eu prefiro, e você?
- Sequer sei aonde vamos! Tô só por você – riu, pegando na mão dele, que a apertou em sinal de carinho.
Eles andaram um pouco. Fazia uma noite muito estrelada. Da rua em que eles estavam, dava para enxergar com perfeição a London Eye, que girava lentamente, e se lembrou que nunca havia ido lá. Não comentou nada, pois não queria que soasse como um pedido.
Eles andavam vagarosamente, não havia nada mais importante quando estavam juntos do que o outro. Apesar de nunca ter dito nada a , ele sabia que estava muito apaixonado por ela, e ela certamente correspondia aos seus sentimentos, apesar de também nunca ter falado isso para ele.
- Espere aqui, eu já volto – pediu. Ela assentiu e viu ele se afastar. ficou pensando na sorte de poder dizer que ele estava junto com ela e se perdeu nesses pensamentos, enquanto ele voltava sorrindo.
- Pronto, consegui! – gritou, enquanto corria ao encontro dela feliz.
- O que, ? – perguntou curiosa, andando até ele.
- Aluguei uma cabine na London Eye só para nós! – ele avisou radiante, vendo os olhos dela brilharem e o sorriso dela se alargar ainda mais.
- Como você conseguiu isso? – perguntou.
- Eles fecham cabines para comemorações e datas especiais, como lua-de-mel, ano novo, aniversário, etc., mas tem que ter feito a reserva com antecedência.
- Eu não sabia disso! Mas, espera aí, como você conseguiu sem reservar e ainda mais sem data especial? – ela arqueou a sobrancelha exatamente como ele fazia quando estava intrigado.
- Mas tem um motivo especial – ele disse a abraçando pela cintura.
- E eu posso saber qual é? – ela perguntou, colocando as mãos em volta do pescoço dele.
- Você – ele disse simplesmente.
- Eu quero saber o real motivo... – ela pediu.
- Lá em cima. É essa a minha principal surpresa desta noite. conduziu até a entrada da London Eye, e eles entraram na cabine número 13. Era uma dessas especiais, onde havia um sofá oval, uma mesa com comida e bebida e uma luz ambiente avermelhada, que realçava as estrelas claras no céu.
- Meu Deus! É perfeito aqui! – a menina exclamou, com os olhos brilhando ainda mais.
- Você merece – falou a abraçando por trás, encostando seu queixo no ombro dela.
- Você é maravilhoso. Obrigada – ela agradeceu, virando o rosto um pouco, de modo que pudesse enxergá-lo.
A roda começou a se movimentar e apertou as mãos de , que estavam em sua cintura.
- Você já veio aqui, né? – perguntou, quase soando óbvio.
- Nunca... – ela murmurou.
- Sério? Eu vim uma vez com os garotos – ele lembrou-se.
- A segunda vez é ainda melhor. É o que dizem – riu alto.
- E a primeira vez é inesquecível! – os dois riram novamente.
- Como Londres é linda daqui de cima... – comentou.
- Como você é linda de todos os ângulos – ele falou baixo no ouvido dela, que se virou completamente de frente para ele.
- Lindo é você.
- Você quer ser só minha? – perguntou baixinho, a encarando firmemente.
- Eu já sou – ela sorriu fechando os olhos.
- Não oficialmente. Ainda não.
- Então torne isso oficial – falou, sendo beijada logo em seguida. – Você quer ser só meu? – ela perguntou, de forma enfática, após o beijo.
- Quero – o menino respondeu, a beijando novamente, de leve. – E quero fazer isso do jeito certo.
- Como é o jeito certo? – ela perguntou, já sabendo a resposta.
- Assim: , quer namorar comigo? – olhou fundo nos olhos dela e perguntou. Ele viu os lábios da menina se abrir em um sorriso sincero. “Como ela é linda”, ele pensou.
- Não – ela disse séria e ele estremeceu. – Eu quero MUITO! – completou gargalhando.
- Você me deixa nervoso às vezes, sério! – ele disse, a beijando.
- E você só me faz feliz – ela disse passando a mão pelo rosto dele.
- Isso é porque você me deixa feliz. Só você.

End flashback



Lágrimas cada vez mais grossas se formavam em meus olhos, mas eu não podia nem pensar em chorar. Se eu o fizesse, minha mãe me deserdaria e a maquiadora iria se suicidar, e me levar junto. Eu só iria chorar na hora certa, se sentisse vontade. E certamente sentiria.
Eu segurava o bilhete que ele havia me dado há 5 anos firmemente em minhas mãos. Muita coisa podia ter mudado, mas o nosso amor prevaleceu cada vez mais forte.
Houve altos e baixos na nossa história, mas sempre esteve lá quando eu precisei. Ele era compreensivo, além de sempre me dar conselhos. Eu não podia querer ou pedir mais nada dele, era tudo perfeito.
Tentei me lembrar, detalhadamente, da única vez que brigamos.

Flashback

e estavam comemorando 2 meses de namoro naquele dia. foi até a casa do namorado para lhe fazer uma surpresa, mas para a sua própria surpresa, quem abriu a porta foi uma mulher em trajes mínimos. Realmente mínimos.
- Er... O está? – perguntou, sentindo-se desconfortável.
- Sim, entre. Vou chamá-lo. , docinho! – ela berrou. – Visita pra você! - Já vai, – a voz do menino respondeu vinda de algum cômodo no interior do apartamento. apareceu na sala em poucos segundos, vestindo apenas uma boxer, com os cabelos desgrenhados, e abriu um sorriso quando avistou sentada no sofá com uma cara de pouquíssimos amigos.
- , que surpresa boa – ele disse, indo até ela, que estava com os olhos úmidos.
- Pena que eu não posso dizer o mesmo, ! – levantou-se do sofá.
- Quê? Como assim? – ele perguntou confuso.
- Eu que pergunto! O que significa isso? – ela apontou para a mulher de poucos trajes, que não estava prestando atenção neles, e em seguida para seminu parado em frente a ela. Ele riu, achando graça da situação, e ela se descontrolou:
- Você acha que eu tenho cara de palhaça? Não sabia que sexo era tão importante pra você! Acabou, !
- Como assim, ? Você não está entendendo! – ele tentou falar, nervoso, mas ela não queria ouvir.
- Nem quero. Acabou – as lágrimas escorriam sem pudor pela face da garota, que o olhava com um misto de raiva e tristeza.
- Não é nada disso, ! Deixe-me explicar! – ele pediu suplicante, se aproximando dela.
- Eu trouxe isso pra você. Não sei se você lembra, mas hoje faríamos dois meses de namoro. Faça bom proveito com ela! – gritou jogando o embrulho que carregava aos pés dele e saiu do apartamento do garoto.
- NÃO! Volta aqui! Me ouve! – berrou indo atrás dela, porém não passou da porta, não poderia sair correndo de boxers na rua. Ela sequer olhou para trás.

não enxergava a rua à sua frente, as lágrimas não paravam de cair. Ao longe, avistou a London Eye e não conseguiu acreditar que aquilo estava acontecendo com ela.

não pôde acreditar que ela havia cometido um erro tão grande sem nem ao menos ouvi-lo. Não se conteve e deixou algumas lágrimas caírem de seus olhos. Viu o embrulho que ela havia jogado no chão de seu apartamento e o recolheu. Abriu e viu que era um porta-retratos com uma foto dos dois, porém, devido à queda, o vidro tinha se quebrado.

Ela não sabia para onde ir, por isso ligou para , que se ofereceu para fazer companhia à amiga. O celular de tocava incessantemente, mas ela nem se deu ao trabalho de pegá-lo. tentou consolar a amiga, mas nada que dizia fazia efeito.

passou um dia horrível, mas decidiu não ir até a casa de , preferiu deixá-la esfriar a cabeça. Porém ele não desistiu de ligar para ela, mesmo que ninguém atendesse.

não compreendia como ele poderia ser tão cínico e ainda querer procurá-la depois do que ela tinha visto. Quando o sono a venceu, suspirou aliviada. Não aguentava ver a amiga sofrer daquele jeito.

não conseguiu dormir nada durante aquela noite, então ficou planejando mentalmente uma solução. Ela ia ter que ouvi-lo.

abriu os olhos com um pouco de dificuldade, sentia que estava com o rosto muito inchado. Definitivamente não iria sair de casa naquele dia para nada. Levantou e viu dormindo ao seu lado, mas não quis acordá-la.
Foi até a cozinha em passos lentos e quando viu o que – ou quem – estava em sua sala, quase gritou.
estava ali, com um violão, de pé em frente ao seu sofá.
- O que é isso? O que você está fazendo aqui?! – perguntou sentindo seus olhos se encherem de lágrimas novamente.
- Vim explicar para você quem é a mulher que você viu ontem – ele disse extremamente calmo.
- Eu sei muito bem quem ela deve ser! Eu vi! – ela disse indo até a porta e a abrindo.
- Não, você não sabe. é a minha irmã – falou, dando um passo à frente.
- Como assim? Mas vocês estavam quase pelados! – falou confusa, franzindo a testa.
- Minha irmã veio de me visitar de surpresa. Era ela que você viu ontem. Ela é minha irmã, não tem problema andar de boxer na frente dela! Você nem ao menos me deixou falar! – ele protestou, falando rápido e deixando uma lágrima escorrer pelo seu resto. fechou a porta incrédula e andou até o sofá se sentando.
- Eu... Não sei o que falar. Me desculpe! – ela gaguejou, enterrando o rosto nas mãos.
- Não fala nada, só me ouve, tá? – ele pediu, pegando o violão, começando a tocar o refrão de uma música.


You're beautiful inside
Você é linda por dentro
You're so lovely and I can't see why I'd do anything without you
Você é tão adorável e eu não posso ver por que eu não consigo fazer nada sem você
You are
Você é
And when I'm not with you, I know that it's true
E quando eu não estou com você, eu sei que é verdade
That I'd rather be anywhere but here without you.
Que eu prefiro estar em qualquer lugar, mas não aqui, sem você.


acabou de tocar a música e olhou fundo nos olhos de , que chorava e sorria ao mesmo tempo.
- Me desculpa por ter te feito sofrer tanto de ontem pra hoje. Eu não queria isso – disse, ainda com algumas lágrimas teimosas nos olhos.
- Eu é que te devo desculpas! Como eu sou idiota, cabeça dura! – ela disse pondo a mão na testa.
- Você não é idiota. Eu não me apaixonei por uma idiota. Mas é cabeça dura, sim! – o menino disse se ajoelhando na frente dela, que continuava sentada no sofá.
- Me desculpa, por favor... – ela implorou segurando o rosto dele com as duas mãos.
- Se eu não o fizesse, seria o maior erro da minha vida. Tenho certeza – ele disse chegando perto do rosto dela. – Eu te amo.
- Eu também te amo – falou antes de selarem os lábios.

End flashback



Aquele havia sido um enorme mal entendido. Eu não sei o que seria hoje da minha vida sem a . Ela é a minha vida.
Mesmo aquela primeira briga já tendo passado há quase 6 anos, eu senti um frio na barriga como se estivesse revivendo aquele momento horrível.
Depois daquele dia, nós nunca mais brigamos sério, apenas pequenas discussões, todas construtivas e saudáveis para o nosso relacionamento.
Lembrei-me também de que naquele mesmo dia eu e havíamos transado pela primeira vez.

Flashback (continua de onde o último parou)

quebrou o beijo, olhando para os olhos da menina. Não sabia mais como ser feliz sem aqueles olhos.
- Vamos lá pra casa? A gente pode pedir algo pro almoço e passar o dia juntos. Quero compensar o dia que passamos separados – convidou a namorada.
- Eu queria muito, mas a está aqui – respondeu olhando em direção a corredor.
- Eu sei. Como você acha que eu entrei? – riu e continuou: - Eu avisei pra ela que se tudo desse certo eu te sequestraria sem hora para voltar.
- Sendo assim, eu aceito a oferta – disse o beijando.
- Então vamos, quero recuperar cada segundo que perdi do seu lado.

Os dois saíram do apartamento de e seguiram para o apartamento de . Quando o garoto abriu a porta da sua casa, sorriu por estar de volta ali depois do dia anterior.
- Sua irmã não está aqui? – a menina perguntou apurando os ouvidos a qualquer sinal de .
- Ela saiu com as amigas, disse que só voltava à noite.
- Queria me desculpar com ela, estou com muita vergonha.
- Se você quiser ficar até de noite, pode pedir desculpas a ela e conhecê-la – ele disse, quase pedindo que a menina ficasse.
- Tô por você, só saio quando você mandar.
- Então você nunca vai sair daqui – disse a pegando no colo e andando até o sofá, onde sentou ao lado dela.
- O que vamos almoçar? – perguntou com o rosto bem próximo de , causando arrepios a menina.
- Não é nisso que eu quero pensar agora – ela respondeu o beijando.
percebeu que aquele não era só mais um beijo carinhoso dela, era um beijo cheio de segundas intenções. Não havia ao menos começado calmo, já se iniciou cheio de desejo. sabia bem o que ela queria. se inclinou um pouco para frente, quase ficando em cima de , a segurando pela cintura enquanto a mão dela subia e descia pelas suas costas, causando mais que meros arrepios no garoto.
Ele a pegou no colo novamente e a menina cruzou as pernas em volta de sua cintura. não parou de beijá-la, mesmo em enxergar o caminho que estava tomando. As mãos dela bagunçavam os cabelos dele sem dó, movendo-se rapidamente. O garoto finalmente achou a porta do quarto, retirando uma das mãos que seguravam pela coxa e abrindo a porta com certa dificuldade, pois a menina havia decidido arranhar a nuca dele, depositando leves beijos em eu pescoço. Ele não se responsabilizaria pelos seus atos. caminhou até a cama e a deitou delicadamente ali, deitando-se por cima dela com cuidado. botou as mãos por debaixo da camisa ele e arranhou levemente sua barriga, o fazendo fechar os olhos e curvar a boca num sorriso malicioso. O menino dava leves beijos que iam da orelha até o colo, ainda coberto pelo pequeno decote da blusa dela. sabia e estava convicta de que rumo aquilo iria tomar, mas não hesitou um segundo sequer. Ela queria aquilo tanto quanto ele.
A menina puxou a camisa de para cima, e ele livrou-se da peça com agilidade. passou a palma da mão pelo abdome definido do namorado, fazendo-o contrair os músculos ali, os deixando mais definidos ainda. Ela mordeu o lábio inferior em sinal de aprovação. Ele se apoiava com os dois braços, um de cada lado de , impedindo assim que todo o seu peso fosse depositado no corpo frágil da garota. Enquanto as mãos dela percorriam as costas bem definidas dele, deu outro rumo às suas próprias mãos. Rápido e habilidoso, ele puxou a blusa dela para cima, fazendo com que a garota quase não percebesse que já estava sem a peça, que foi jogada em um canto qualquer do quarto, a não ser pelo detalhe de que ele desceu os beijos para os seios dela, ainda cobertos pelo sutiã, tirando-lhe completamente o fôlego. Ninguém nunca tinha dado a ela tanto prazer, mas ela também nunca havia ido tão longe assim com nenhum outro homem. Mesmo assim, teve a certeza de que nenhum outro garoto seria tão capaz e perfeito para aquilo quanto .
Cada lugar do seu corpo que ele percorria, mil sensações se seguiam. voltou a atenção para a boca de , acariciando seus seios por cima do sutiã. Ela, não aguentando mais, o tirou. ficou paralisado, com os olhos em chamas sobre o corpo dela.
- É essa uma das coisas que eu mais amo em você – ele sussurrou contra seu ouvido, a fitando intensamente.
- Os meus seios? – ela perguntou com um sorriso malicioso, o encarando com a mesma intensidade.
- Sua atitude. Apesar de acabar de descobrir que seus seios são lindos – ele sorriu e voltou a beijá-la, agora podendo desfrutar de toda a liberdade que o sutiã antes não proporcionava. gemia algumas vezes durante o beijo, o incentivando, fazendo movimentar as mãos com mais intensidade sobre os seios dela.
desceu novamente os beijos para o pescoço e colo da namorada, porém, agora eles não possuíam nenhum empecilho. Seus lábios tocaram os mamilos rosados dela, causando arrepios em ambos. Enquanto voltava sua atenção para os mamilos dela, acariciava o cabelo do garoto, o bagunçando.
voltou a beijá-la, com muita vontade, enquanto ela abria o botão e o zíper da calça dele, deixando-o somente de boxers e descobrindo toda a sua excitação mais do que aparente. fez o mesmo com a calça dela e sorriu ao ver que ela usava uma calcinha com estampa de sapinhos.
sorriu envergonhada com o olhar do namorado sobre o seu corpo e o puxou para um beijo longo, porém mais calmo que os anteriores.
- Você é muito linda, sabia? – disse quebrando o beijo.
- Você que é lindo – ela sorriu, percebendo que as mãos do garoto estavam paradas na barra de sua calcinha, e continuou: - Você sabe que você é o primeiro, não sabe?
- Eu... Não, na verdade... – ele falou franzindo a testa, um pouco preocupado. – Você quer continuar? – continuou, rezando para que ela dissesse que sim,
- Quero muito – sussurrou docemente, o fazendo sorrir.
- Não vou fazer nada que você não queira – disse enquanto puxava a calcinha dela, a deixando, finalmente, nua.
- Estou em desvantagem agora – ela sussurrou novamente no ouvido dele.
- Vai ficar mais ainda – ele respondeu no mesmo tom de voz, descendo os beijos para a barriga, mantendo contato visual e sentindo os pelas da nuca dela e arrepiarem. distribuía leves beijos pelo ventre da garota, que desciam até as coxas e depois subiam novamente até a virilha. Ele parou de provocá-la e finalmente beijou o seu sexo, fazendo-a estremecer com seu toque suave. O garoto movimentava a língua, ora calma, ora rápida, contra a pele em chamas de , enquanto ela jogava a cabeça para trás e gemia, demonstrando todo o prazer que estava sentindo. Quando a menina sentiu que não ia mais aguentar, soltou um suspiro grave e deixou o seu corpo relaxar, o fazendo perceber que ela tinha atingido o orgasmo.
- Você vai ficar em desvantagem agora – falou ofegante, de um jeito sexy, se recompondo e ficando por cima de .
ia arranhando a barriga de levemente, o fazendo gemer baixinho. Quando ela chegou um pouco abaixo do umbigo dele, o encarou, e como se pedisse ajuda, esperou que ele tirasse a própria boxer.
riu de modo envergonhado quando viu o quão excitado o namorado estava. Ela segurou o membro dele com uma das mãos e começou a fazer leves movimentos de vai-e-vem, observando a expressão mista de prazer com desespero na cara do garoto. Quando ela sentiu o membro de pulsar, avisando que ele não aguentaria muito mais, ele abriu rapidamente a cômoda ao lado da cama em busca de uma camisinha. Ele a colocou com cuidado e ficou por cima da garota novamente, a olhou com cautela e ela assentiu com a cabeça, recebendo um sorriso e um beijo como resposta.
a penetrou devagar e toda a dor que ela esperava sentir simplesmente não veio. O que a invadiu foi uma onda de prazer, e os dois não puderam conter um gemido sincronizado. começou a movimentar-se devagar, logo alternando a velocidade de seus movimentos, fazendo agarrar o lençol à sua volta. Não demorou muito para que ele soltasse um gemido alto e rouco no ouvido da menina, a avisando que havia chegado ao seu clímax. Porém, continuou os movimentos até que ela chegou ao orgasmo também.
a beijou com carinho, saindo de dentro dela e retirando a camisinha, se deitando ao lado de na cama logo em seguida.
- Isso foi... Incrível – disse, acariciando a cintura nua dela.
- Eu sei, pra mim também foi – respondeu, virando a cabeça para ele.
- Eu te amo, pequena. Você é incrível, você faz tudo ser absolutamente incrível – sussurrou encostando seus narizes.
- Eu também te amo, . Muito – ela disse no mesmo tom, o beijando com muito amor.

End flashback



foi meu primeiro e único homem em toda a vida, e eu dizia isso com orgulho. Eu posso até não ter sido a primeira dele na cama, mas com certeza foi a primeira e a única em seu coração.
Eu continuava nervosa, embora em menor proporção. Sabia que a hora ia se aproximando e meu estômago dava um solavanco só de me lembrar disso. A qualquer hora minha mãe entraria pela porta anunciando que o carro que me levaria à igreja estava lá embaixo me esperando.
Não demorou muito para o meu receio se confirmar. Ouvi duas batidinhas na porta, como se não quisessem me assustar. Minha mãe entrou no quarto, seguida de e da maquiadora.
- Você está pronta? – minha mãe perguntou e eu assenti com a cabeça. Como eu poderia não estar pronta?
Vi sorrir atrás da minha mãe e sorri em resposta.
- , eu vou indo para a igreja, Danny está me esperando. Nos vemos logo – ela se despediu de mim e lançou um beijo no ar. Mandei outro, me levantando da minha cama. Minha mãe me puxou e logo tratou de ir apalpar a parte de trás do meu vestido, o desamassando.
- Como você foi capaz de sentar? – ela falou, como se eu ter sentado fosse uma ofensa pessoal.
- Você queria que eu ficasse de pé criando raízes?! – respondi rindo, vendo a expressão dela se fechar, para logo depois se abrir em um sorriso divertido.
- Podemos ir? – ouvi uma voz vinda da porta do meu quarto e nos viramos para olhar. Era meu pai, que estava muito elegante em seu terno preto, parecia um lorde inglês, apesar de ele nem ser inglês.
- Tudo certo, pai. Podemos ir – o informei.
- Você parece uma princesa, filha – ele disse vindo em minha direção.
- Obrigada.
- Bom, podemos finalmente ir? Você é a noiva, mas não precisa chegar com um dia de atraso – minha mãe interrompeu tentando disfarçar as lágrimas, que estavam se formando em seus olhos, sem sucesso.
Saímos de casa e entrei com cuidado no carro, com ajuda de meus pais. Meu pai sentou-se ao meu lado. Após um breve momento, o carro entrou em movimento, me levando até o homem da minha vida.



Minhas mãos estavam inquietas no meu colo. Em poucos minutos eu deixaria a sala onde eu estava e iria para o meu lugar no altar.
Desisti de ficar sentado e comecei a andar de um lado para o outro.
- Assim você vai abrir um buraco no chão – uma voz disse, me fazendo pular devido ao susto que levei.
- Porra, ! Você quer me matar? – perguntei, parando de andar.
- Não. Se eu te matar, a me mata – ele riu divertindo-se com a minha desgraça.
- Engraçadinho – falei, rindo também.
- Tá na sua hora, sabia? – informou entrando por completo na sala.
- Eu sei. Será que ela já saiu de casa? – perguntei um pouco aéreo.
- Com certeza. A já me ligou avisando para ficarmos nos nossos lugares – disse.
- Obrigada. Então vamos, né? – propus, indo em direção à porta.
- Vamos. Espero que você não desmaie no altar, mulherzinha – riu me dando um soquinho no braço.
- Não sou uma bicha como você, – ri, devolvendo o soquinho.
- Há controvérsias.
- Nossa, desde quando você fala palavras inteligentes assim? – perguntei. Ele sempre era zoado por nós.
- Eu sou uma pessoa inteligente por natureza, apenas prefiro manter isso oculto – rimos. Acredito que ele só estava tentando me fazer relaxar, ele nunca falaria isso na frente dos caras.
- Vamos logo, tá parecendo a noiva, me puxou pra fora da sala.
- Espera só quando for o dia do seu casamento! – eu disse, fechando a porta atrás de nós.
Recompus-me, arrumando meu smoking. Andamos por um pequeno corredor até chegar ao altar. Finalmente prestei atenção na decoração da igreja. Estava toda em tons de lilás, prata e branco-pérola, exatamente como eu e planejamos. Andei mais um pouco e fiquei à vista dos convidados, já devidamente sentados em seus lugares. , e se encontravam ao meu lado no altar, já que eram os padrinhos. As madrinhas ainda não estavam ali, elas antecediam a entrada da noiva, mas ficariam ao lado de .
Enquanto eu observava os detalhes da decoração e recebia sorrisos encorajadores dos meus amigos, as portas da entrada se fecharam, anunciando que ela finalmente havia chegado.



Depois de muito tempo, que não deveria nem ter sido 15 minutos – mas para mim o tempo era muito, mesmo que fosse um mísero minutinho – o carro estacionou em frente à igreja.
Meus pais desceram, me ajudando por causa do vestido. estava parada na frente da porta, já fechada, junto com as outras madrinhas, em uma fileira. Ela me deu uma piscadinha e se virou, preparando-se para entrar a qualquer momento.
Logo aquela porta se abriria e eu teria que encarar todos aqueles rostos conhecidos voltados para mim. O nervosismo que eu estava sentindo antes não era nada comparado ao de agora.
Posicionei-me atrás de minhas madrinhas e esperei o momento de entrar. Meu pai também se posicionou ao meu lado, entrelaçando seu braço ao meu. Eu estava pronta.



A enorme porta de madeira finalmente se abriu, fazendo com que todas as cabeças se virassem naquela direção. À frente estavam as madrinhas, caminhando até os seus lugares ao lado do altar. Meus olhos a procuravam, mas a porta estava estreita demais para eu conseguir enxergá-la. Quando as madrinhas tomaram seus lugares, as portas se abriram mais ainda, me dando a visão que eu tanto queria.
estava radiante, com o braço entrelaçado ao pai. Quando nossos olhares se encontraram, seu sorriso tornou-se maior ainda, assim como o meu, a deixando ainda mais linda se isso fosse possível. O vestido era tomara-que-caia, com um pequeno detalhe em renda e cristais que simulava uma manga, justo até a cintura, onde era bordado em cristais, e depois se abria em uma cauda detalhada também bordada com cristais.
Os seus cabelos longos estavam caindo em cachos perfeitamente arrumados ao longo de suas costas, quase chegando na cintura e a tiara com cristais era o detalhe perfeito. Ela estava perfeita.
Com passos pequenos, ela começou a andar ao meu encontro. Os poucos passos que faltavam pareciam quilômetros de distância e eu só fui libertados da prisão mental na qual ela me prendia quando seu pai a entregou em minhas mãos.
- Cuide bem dela, filho – ele me disse emocionado.
- Eu vou, senhor. Eu vou – respondi, entrelaçando meus dedos com os de .
Eu realmente iria.



As portas se abriram e eu tive uma rápida visão da igreja por dentro. Parecia estar perfeita.
Tentei enxergar , mas as marinhas tapavam a minha visão. Eu mal podia esperar para vê-lo. As madrinhas começaram a andar e eu gelei, logo seria a minha vez. Após mais alguns momentos de espera, as portas da entrada se abriram completamente.
Todas as cabeças se viraram para mim, mas eu só queria ver uma pessoa. O avistei sem demora, exatamente no lugar onde ele deveria estar. Meus lábios logo se abriram em um sorriso assim como os dele, como se fôssemos um espelho. Com passos vagarosos, meu pai me conduziu até o altar. Minha vontade era correr até e dizer que aquele era o momento mais perfeito da minha vida, e era ele quem estava me proporcionando isso, mas provavelmente eu seria a única noiva no mundo que corre até o altar, por isso preferi andar com passos curtos.
Eu finalmente estava encarando de perto a minha perfeição personificava. Só meu. estava absolutamente lindo, com um smoking preto e prata elegantíssimo. Meus olhos brilhavam só de estar perto dele. Nossa felicidade contagiaria até a pessoa mais emo-depressivo-suicida desse mundo naquele momento.
Meu pai soltou o meu braço e trocou algumas palavras, que eu não prestei atenção quais eram, com .



Finalmente toquei nela, depois de tantas horas de tortura longe da minha menina, que já não era mais menina, mas eu continuava a chamar assim. Ela estava de mãos dadas comigo, ao meu lado, mais perfeita do que eu sequer imaginei.
- Você está perfeita – sussurrei baixinho enquanto nos virávamos de frente para o padre.
- Você está mais que isso – disse, me lançando o melhor e mais sincero dos sorrisos.
Eu apertava forte a mão dela, como se torcesse para aquilo não ser um sonho, enquanto o padre proferia as palavras finais do ritual todo, logo antes dos nossos votos.
Vou ser sincero, eu não prestei muita atenção no que ele estava dizendo, e provavelmente levou muito tempo, mas agora estava do meu lado, tudo estava mais rápido.
Eu fiz os votos primeiro, prometi amá-la em qualquer circunstância de nossas vidas, e ela fez o mesmo, com lágrimas nos olhos.
O padre abençoou as alianças e as colocamos no dedo, de onde nunca mais sairiam. Eu também deixei algumas lágrimas caírem.
- Pode beijar a noiva... – foram as últimas palavras que eu ouvi antes de encostar minha boca no pedaço de perdição que a boca dela era pra mim. Sério, ela me levava ao paraíso com aqueles lábios, de todas as maneiras. Um dia sem beijá-la parecia uma eternidade. Sob os aplausos da igreja, nos separamos.
- Eu te amo – disse à minha esposa.



- Eu te amo mais – respondi a , radiante.
- Como se isso fosse possível – ele riu, me abraçando pela cintura.
- É muito possível. Aliás, você tá uma perdição com esse smoking – sorri pervertida.
- Será que já podemos ir para a lua-de-mel? – riu, fingindo uma cara de desespero.
- Acho que temos muito a fazer antes de ficarmos sozinhos – falei desanimada. Qual é? Eu queria mesmo ficar sozinha com ele!
- Tem razão. Vamos, Sra. ? – ele estendeu o braço, me conduzindo até a saída da igreja. Recebemos a tradicional chuva de arroz, muitos cumprimentos dos nossos amigos mais próximos, muitos sorrisos e no fim todos foram se dispersando para ir ao local da festa. Seria na casa dos pais de , que tinham uma enorme casa em Londres e um enorme jardim, perfeito para a nossa festa.
Entrei com na limousine que nos levaria até lá e vi o resto das pessoas fazerem o mesmo em seus respectivos carros.
- Você tá absurdamente sexy com esse smoking, Sr. . – eu sussurrei maliciosamente no ouvido do meu, agora, marido.
- Não faz assim, . Você tá brincando com o perigo... – falou fechando os olhos e passando uma das mãos dele pela minha cintura, a apertando forte.
- Eu adoro o perigo, você sabe... – falei, ainda no ouvido dele, subindo minha mão por sua perna.
- Você me deixa louco assim, pequena – ele disse, me beijando em seguida. Como minha mão estava ali na coxa dele, pude sentir a calça se contrair enquanto ele tentava, em vão, achar alguma brecha em meu vestido. Senti sua excitação aumentar e passei de leve minha mão por seu membro, por cima da calça. Ele soltou um gemido e eu ri.
- Você tá extremamente sexy com esse vestido, pena que ele é tão comportado – ele suspirou, beijando meu pescoço.
- Calma, só mais um pouco e você vai me ter só pra você – eu ri, acariciando sua nuca.
- Tem certeza que não quer ir pra lua-de-mel agora? – perguntou, quase suplicando.
- Nananinanão. Temos deveres a cumprir com nossos convidados, além do mais, vou fazer da sua vida inteira uma lua-de-mel – eu pisquei, passando a língua pelos lábios só para provocá-lo.
- Assim não dá, . Vou ficar assim a festa toda? – perguntou apontando para o seu membro mais do que duro.
- Quem disse que precisamos ficar a festa toda? – sorri e ele entendeu o recado.
- Você tá linda mesmo nesse vestido. – meu sorriu fofo.
- Obrigada, amor. Isso é porque você não viu embaixo dele – segurei o riso, eu estava mesmo a fim de provocá-lo.
- Por favoooooooor... Você não tem pena de mim? – ele fez biquinho e eu o beijei.
- Tenho, mas quero te provocar bastante pra quando nós pudermos ficar sozinhos, ver o que você é capaz de fazer comigo.
- Você não faz ideia! Faço agora mesmo! – ele disse, passando a mão nos cabelos.
- Já te disse, não precisa se apressar. Todos os seus dias serão lua-de-mel comigo – o beijei novamente, com mais vontade.
- Deus, o que eu fiz pra merecer uma mulher tão perfeita? – ele olhou pra cima, como se falasse com Deus.
- Sabe o que você fez? Nasceu assim, todo lindo – o beijei –, gentil, carinhoso, gostoso, e perfeito – a cada adjetivo, eu o beijava.
- Você também é tudo isso, amor. E só minha – ele sorriu. Ficamos o resto do caminho só curtindo o tempinho que tínhamos a sós.
Logo chegamos à casa dos pais de . Alguns convidados já haviam chegado e se instalado no jardim. Havia mesas decoradas em lilás, prata e branco, como na igreja. A piscina estava com uma iluminação mais escura, assim como todo o resto das luzes, dando um aspecto mais calmo e familiar à festa. Em um canto estava a mesa com comida e 3 ou 4 garçons circulavam por entre as mesas de convidados, servindo as bebidas. , e já estavam lá, assim como .
- Foi a cerimônia mais linda do mundo, ! – berrou se jogando em mim enquanto eu tentava sair do carro.
- Obrigada, mas não precisa me destruir depois dela! – todos riram.
- Sem problemas, deixo isso pro – ela deu uma piscadinha e saiu em direção à mesa dos meninos.
- Ela nem sabe o quanto isso é verdade – disse me abraçando por trás.
- Que romântico saber que você quer me destruir, – fingi estar braba.
- Não vou fazer isso. Vou te deixar doidinha, você vai ver só – ele disse no meu ouvido e eu me arrepiei. Ele já estava conseguindo.



Rá, depois de todas as provocações que eu aguentei na limousine vindo pra cá, nada mais justo do que a sofrer também. Nossa cerimônia foi linda e a festa também estava sendo, mas eu só conseguia pensar no que tinha por baixo daquele vestido. Ela podia estar perfeita nele, mas com certeza ficaria melhor sem. Ô se ficaria.
Depois que todos os convidados estavam devidamente servidos e já satisfeitos, eu e começamos a circular por entre as mesas para tirarmos as fotos e receber os cumprimentos dos nossos amigos. Eu sentia que aquilo tudo ia demorar muito, em algum outro momento eu até gostaria de fazer isso com o maior prazer, mas se você tivesse uma mulher como te provocando o tempo todo desde a saída da igreja, saberia o que eu estava sentindo.
Os deveres com os convidados finalmente haviam terminado, eu e já tínhamos dançado a valsa e cortado o bolo. Agora a pista de dança estava liberada para todos e algumas pessoas já se arriscavam nela. Parei perto da mesa onde estava.
- Tô cansado, cara – suspirei, me jogando em uma cadeira ao seu lado.
- Eu imagino, você não para quieto – riu da minha cara. Lembre-me de matar esse filho da puta.
- Você é abominável, – eu falei fazendo uma cara entediada e ele gargalhou.
Ficamos em silêncio por alguns momentos até falar, apontando para a minha esquerda:
- Acho que você perdeu a sua mulher pra . e estavam dançando, completamente descompassadas, uma música antiga que tocava. Acredito que elas realmente queriam dançar daquele jeito, porque se matavam rindo cada vez que inventavam um novo passo.
- Droga, o que faço agora? – eu disse para , fingindo desespero e passando uma das mãos pelos meus cabelos. olhou para mim nesse exato momento e mordeu o lábio inferior. Ela ficava absurdamente sexy fazendo aquilo, e eu sei que ela o mordeu porque também achava que quando eu mexia no cabelo, eu ficava sexy. Pisquei pra ela que retribuiu.
- Acho que você não precisa se esforçar muito, , que olhava toda a cena atentamente, falou baixo e eu fiquei um pouco envergonhado. Ora, minha mulher estava me seduzindo na frente do meu melhor amigo, isso é, sim, muito constrangedor.
- Cala a boca, . Vai cuidar da sua vida – eu dei um pedala nele, que soltou um “outch” e se levantou me dando um soquinho no braço e seguindo a direção de onde estava com , a puxando para dançar, agora que a música que tocava era lenta.
virou-se para mim, fazendo um movimento de “vem cá” com o dedo indicador em minha direção e entrou dentro da casa, sem nem me olhar. Fiquei parado por um segundo e despertei dos meus pensamentos, indo atrás dela. Olhei pra trás e vi e rindo e me olhando. Estendi o dedo médio em um gesto grosseiro pra eles, virei novamente e entrei na casa dos meus pais. estava parada no meio da escada que levava ao segundo andar sorrindo do jeito que eu amava. Que estúpido dizer isso, eu amava qualquer coisa que ela fazia.
- Queria fugir um pouco de todas aquelas pessoas – ela confessou baixo, estendendo as mãos para mim. Assenti, concordando, e subi as escadas até onde ela estava, só que um degrau abaixo, a abraçando pela cintura.
- E onde você quer ir agora? – perguntei.
- Vem cá que eu te mostro – me puxou escada acima e quando já estávamos no corredor, ela me prensou na parede e me beijou. Sim, você deve estar pensando que eu sou um viado por não prensá-la na parede, mas a verdade é que ela não me dava muito tempo pra pensar em nada, ela sabia que eu amava quando era ela quem tomava a iniciativa, então o fazia.
As mãos dela arrepiavam os cabelos da minha nuca enquanto as minhas passeavam do pedaço descoberto das suas costas até a sua cintura. Ouvimos um barulho de porta batendo no andar de baixo e a voz da minha mãe falar meu nome. fez sinal de silêncio para mim, me puxando para a primeira porta à esquerda de onde estávamos.
- Que lugar mais sexy eu te trouxe, hein?! – ela riu baixo. Ri no mesmo tom que ela ao constatar que estávamos no banheiro.
- Você queria tanto assim fugir das pessoas?
- Queria aproveitar um pouco com o meu marido – se aproximou de mim, mas dessa vez eu fui mais rápido e a prensei contra o balcão que ficava na mesma parede que o enorme espelho.
- Hum... Assim que eu gosto – ela gemeu em meu ouvido enquanto eu beijava seu pescoço com vontade.
- Safada – sussurrei entre os beijos.
- Gostoso – ela sorriu de lado, me puxando pelo cós da calça. Eu já disse que essa mulher me deixa louco? E só tende a piorar, graças a Deus.
Sentei-a na bancada com um pouco de dificuldade devido ao vestido, e tentei me encaixar entre as suas pernas. Beijávamo-nos com rapidez e eu sentia minha calça ficar cada vez menor.
- Senti tanto a sua falta hoje – eu disse em meio a mais um beijo.
- Eu também senti a sua. Muito – ela falou, com as mãos por dentro do meu smoking.
- Esse vestido é um pouco inconveniente nesse momento – eu observei, fazendo o contorno do corpo perfeito dela com as mãos.
- Eu sei. Sorte que a sua roupa não é – piscou, sorrindo com o canto da boca e levantou da bancada, fazendo com que eu me encostasse na parede fria do estreito banheiro. Eu não tinha entendido o que ela disse, mas quando a vi se abaixar em direção ao meu quadril, gelei. Ela era boa demais pra ser real.
- Quer sofrer um pouquinho agora? – me perguntou agachada, de maneira que seu rosto ficasse na altura perfeita da minha cintura.
- Agora e sempre que você quiser – eu suspirei enquanto ela acariciava minhas coxas por cima da calça. abaixou a minha calça e sorriu me encarando enquanto passava a mão sobre meu pênis. Eu gemi baixo e ela o apertou, me levando literalmente à loucura. Senti minha boxer ser abaixada e envolver meu membro com a mão, me fazendo estremecer. Instantaneamente pus a cabeça para trás quando ela depositou um beijo na glande, o engolindo por inteiro logo em seguida, até a base.
Gemi alto dessa vez, não me aguentando enquanto ela continuava a me chupar, às vezes lenta e às vezes rapidamente. Eu não sabia como preferia, tudo que ela fazia era maravilhoso.
Eu segurava sua cabeça enquanto ela me encarava, provocante. Percebi que meu orgasmo estava próximo ao sentir meu membro pulsar em sua boca e aumentou a velocidade dos movimentos.
- – ouvimos uma voz chamar meu nome e nos afastamos. Não acredito que minha mãe ainda me procurava. levantou-se e eu fechei minha calça com uma feição nada amigável, enquanto ela arrumava seu vestido. Ela parecia divertir-se com a situação, eu queria ver se fosse ela no meu lugar.
- Mas que merda... – resmunguei passando a mão pelos cabelos.
- ? É você ai? – a voz da minha mãe veio do outro lado da porta.
- Sou eu sim, mãe. Já vai – disse impaciente.
- Estou te procurando há um tempão, finalmente. Onde está a ? – ela perguntou, provavelmente parada do outro lado da porta, e segurou o riso. Semicerrei os olhos, como ela podia rir?!
- Deve estar com a lá embaixo. Vai falar com ela que eu já desço – disse por fim, me acalmando. Ouvi os passos de minha mãe ficarem cada vez mais distantes e me olhei no espelho, tentando arrumar meu cabelo completamente desarrumado.
- Eu gosto dele assim – deu de ombros, referindo-se ao meu cabelo, encostada na parede à minha direita.
- Eu sei, mas o que vão dizer se eu aparecer acabado e mal-humorado lá embaixo agora? – virei para ficar de frente para ela.
- Eu não ligo se virem que meu vestido está amassado e meu cabelo um horror, eu sou a dona dessa festa, oras – riu, passando a mão pelo cabelo. Eu sinceramente não consegui enxergar onde ele estava um horror, para mim continuava lindo como no instante que ela entrou na igreja.
- Você continua impecável, .
- São seus olhos, porque eu ‘tô um trapo e meus pés realmente doem – ela disse, jogando os braços em volta do meu pescoço, como se tirasse o peso dos pés doloridos.
- Hora de irmos? – perguntei esperançoso, e ela percebeu isso na minha expressão.
- Hum... – colocou a mão no queixo como se pensasse e arqueou uma sobrancelha.
- Ah, ... Você me torturou demais hoje, quero te recompensar, vaaaamos... – implorei, estendendo a última palavra de modo que ficasse infantil.
- Tem recompensa? Agora eu penso com carinho... – ela fez bico e eu ri, esperando uma resposta.
- E então? – perguntei.
- Vamos! ‘Tô cansada dessa festa, quero ficar só com você em algum lugar que não seja o banheiro – gargalhamos alto e a puxei pra fora do banheiro. Procurei minha mãe por cima de tantas cabeças que se encontravam no jardim e não demorei a encontrá-la.
- Mãe, eu achei a ... E nós estamos indo, estamos muito cansados, temos um voo cedo amanhã – avisei e ela fez uma cara de tédio. Ela odiava fazer sala, ainda mais para tantas pessoas.
- Eu perdoo só porque é seu casamento, mas você me deve essa – minha mãe piscou, rindo em seguida. Ela deu um beijo em mim e outro em .
Despedimo-nos de poucas pessoas que estavam ali, loucos pra ir embora logo.
- Mas já? São só três da manhã! – protestou, fazendo-se ouvir apesar da música alta, quando a avisamos.
- Eu sei, mas queremos descansar... – disse, como uma desculpa esfarrapada.
- Descansar, sei... – riu. Eu só não o matava agora porque queria muito ficar sozinho com a minha mulher, mas ele ia me pagar em outra ocasião.
- Cala a boca, . Você devia ir fazer o mesmo! – retruquei com ar superior só pra ver a expressão que ele faria.
- Ir descansar? – ele perguntou. Mas que melhor amigo lerdo eu tenho, caralho.
- Aaaaaaaaaaaaaai, ! Vem, deixa de ser empaca foda, vamos deixar eles se divertirem na lua-de-mel – o puxou, mandando beijos no ar, e eu o vi perguntar baixo a ela o que eu quis dizer com aquilo. merecia o céu por aguentar aquele lesado, lembre-me de recompensá-la. Mas não agora, naquele momento eu só queria recompensar uma pessoa.
riu e me acompanhou até a saída da casa, acenando para algumas pessoas que passavam por nós no caminho. Nossa lua-de-mel seria em Nice, litoral francês, porém só iríamos viajar no dia seguinte, por isso reservamos a suíte nupcial em um hotel cinco estrelas para passarmos a noite.



- Uaaaaaaaaaau! Que vista incrível! – eu disse assim que entrei no quarto, seguida por que carregava nossas malas. Antes de irmos ao hotel, tínhamos passado em nosso apartamento para pegarmos tudo para a viagem. Não queríamos nos atrasar no dia seguinte.
A suíte era absurdamente invejável, eu não acreditava que estava ali e que poderia desfrutar daquilo por uma noite inteira. Era linda, enorme, aconchegante. Um luxo. A parede a minha frente era feita completamente de vidro, tornando possível ver a London Eye e sua iluminação impecável de todas as noites, à direita estava a enorme cama king size.
- Gostou? – perguntou, largando as malas ao lado da porta e me abraçando por trás.
- É lindo! Dá pra ver a London Eye! – eu respondi, virando um pouco o rosto de modo que ele pudesse beijar o canto da minha boca.
- Escolhi especialmente pela vista. Para nos lembrarmos da noite que começamos a namorar assim que olharmos pra lá – falou baixo, apontando para a enorme parede de vidro a nossa frente.
- Você é tudo que eu preciso pra ser feliz, sabia? – falei, me virando de frente para ele, o dando um selinho.
- Você é mais do que eu preciso pra ser feliz, de tão perfeita – ele concordou encostando seus lábios de leve nos meus, não demorando a pedir passagem para explorar a minha boca num beijo apaixonado. Era uma sensação indescritível ser beijada por , ele era incrível em tudo o que fazia, mas ainda assim conseguia me tirar o fôlego com um só olhar, com um só beijo. Nosso beijo foi se aprofundando e logo uma parte do smoking de já se encontrava no chão. Ele tateava a procura do fecho do meu vestido, em vão.
- Amor... Espera só um minutinho, eu já volto – pedi a ele, pegando uma das malas que tinha separado e entrando no banheiro.
Com cuidado, tirei o meu vestido e procurei minha lingerie, a vestindo com cuidado também. Arrumei meu cabelo e a maquiagem e saí do banheiro, me deparando com só com a calça do smoking servindo duas taças de champanhe, virado de costas pra mim. Eu adorava costas masculinas, ainda mais as dele. Pigarreei, desviando sua atenção da bebida e o fazendo se virar pra mim. A expressão dele quando me viu naqueles trajes foi absolutamente impagável, os olhos dele estavam em chama sobre o meu corpo, eu simplesmente amava essa sensação.
- Nossa... – tentou falar, mas sua voz falhou.
- Eu digo o mesmo, Sr. – caminhei até ele.
- Tudo isso é pra mim? – ele perguntou, colocando as mãos em volta da minha cintura.
- Isso e muito mais. Aliás, você me poupou muito trabalho, sabia? – sorri, afundando meu rosto na curva de seu pescoço. Eu amava aquele cheiro.
- Digo o mesmo. Finalmente consigo te tocar – rimos e ele me entregou uma das taças que estavam em cima da mesa. – Quero fazer um brinde à mulher mais linda do mundo, a minha mulher – ele levantou a sua taça.
- E eu quero fazer um brinde ao único homem que me fez feliz em toda a minha vida, e vai continuar fazendo até o fim dela – fiz o mesmo movimento e as taças se tocaram levemente. Bebemos um gole e logo senti o ar me abandonar assim que os lábios dele tocaram os meus e as suas mãos, agora com total liberdade, apertaram a minha cintura.
Fiquei grata por ele já estar sem camisa e eu poder me perder naquela maravilha que era o seu peitoral. Não percebi que ele estava me empurrando até que a parte de trás dos meus joelhos batesse na cama e eu fosse delicadamente deitada, com deitando sobre mim.
- Você vai sofrer muito agora – sussurrou no meu ouvido, me arrepiando.
Ele desceu os beijos para meu pescoço, não demorando a ir para meu colo. As mãos dele passeavam por minhas pernas, dando leves apertões nas minhas nádegas de vez em quando. Não demorou muito para que abrisse o fecho do meu sutiã e se livrasse da peça, concentrando todos os seus beijos em meus seios. Eu acariciava seus cabelos, mas parei quando ele começou a traçar um caminho com a língua até o meu umbigo, me arrepiando por inteiro. soltou a minha cinta-liga e jogou minha calcinha longe, acariciando minhas coxas e deixando algumas marcas. Os beijos dele foram descendo ainda mais por minha barriga e eu prendi a respiração quando ele me lançou um olhar cheio de malícia, só a soltando, em um suspiro pesado, quando senti sua língua quente em contato com a minha intimidade. Ele era ótimo em tudo que fazia, mas existiam algumas coisas que ele se superava e muito. A língua de trabalhou muito bem, logo me levando ao orgasmo. Era incrível a sensação que eu sentia, de pessoa feliz e completa.
Após o meu orgasmo, ele continuou mordiscando meu clitóris, mas dessa vez inserindo um dedo em mim. Minhas costas estavam arqueadas na cama e ele continuou com os movimentos, agora com dois dedos, até o meu segundo orgasmo. A feição de era de completa satisfação, mas com certeza ele queria recompensa. E ele a teria.
Levantei atordoada, o empurrando na cama de modo que ele ficasse deitado. Livramo-nos da calça dele rapidamente e sem aviso algum engoli todo o seu membro de uma só vez. Os gemidos dele eram um incentivo para que eu continuasse cada vez mais rápido. Eu sabia que ele não iria aguentar por muito mais tempo, eu estava o torturando desde a igreja, nenhum homem era de ferro. E eu tinha razão, ele puxou de leve meu cabelo, fazendo com que minha boca perdesse contato com o seu pênis e eu entendi o recado.
Sentei em cima dele, sentindo-o me penetrar lentamente. Ele enterrou o rosto em meu pescoço e eu ouvi seus gemidos cada vez mais altos perto do meu ouvido. Eu adorava ter o controle da situação e naquele momento eu tinha pleno controle. Comecei me movimentando lentamente, até sentir as mãos de apertarem forte a minha cintura e ele gemer mais alto contra minha pele suada, implorando por mais. Atendo ao seu pedido silencioso enquanto ele acariciava meu seio com uma mão e guiava meus movimentos com a outra. As veias do pescoço dele estavam salientes e a expressão em seu rosto era de puro prazer, coisas que só me deixavam com mais tesão.
Aumentei o ritmo dos movimentos, tornando-os rápidos, era visível que já não estávamos mais aguentando. A mão firme de agarrou meus cabelos e com um gemido prolongado e rouco, ele chegou ao orgasmo, sendo seguido por mim.
Saí de cima dele, nossos corpos suados demonstravam o quanto estávamos cansados.
Ficamos nos encarando, deitados um de frente para o outro por um breve momento de silêncio, até ele falar:
- Eu sou o homem mais sortudo do universo.
- Por quê? – perguntei sorrindo.
- Porque a mulher mais perfeita é a minha – sorriu e me beijou.
- Se é assim, eu também sou a mulher mais sortuda do mundo – retruquei brincando com seus dedos. Encaramo-nos por mais alguns minutos, em silêncio, e pude ver que tinha um brilho indescritível nos olhos. Tive certeza que também estava com aquele mesmo brilho.
Fiz menção de levantar da cama e perguntou:
- Aonde você vai?
- Me vestir – respondi simplesmente.
- Ah, mas não vai mesmo – ele riu, me puxando de volta, me deitou e com o rosto a centímetros do meu, eu perguntei:
- E o que você vai fazer para impedir?
- Isso – me calou com um beijo cheio de desejo.
Aquela seria uma longa noite. Longuíssima. Nós, definitivamente, a faríamos ser.
Fim!



Nota da Autora: simmmm! demorou alguns (muitos) anos pra eu terminar essa trilogia, mas finalmente ela tá aí! agradeço muito muito muitoooo a todo mundo que pediu pra eu escrever a terceira, pq ela não tava na minha cabeça quando eu comecei e foi graças a quem pediu que ela tá aqui hoje. agradecimento especial pras minhas amigas - que eu não vou citar, mas elas sabem quem são - que leram, criticaram, elogiaram e até me fizeram mudar algumas coisinhas da história. tem o toquezinho delas aí também.
aos que tão lendo essa n/a: muito obrigada. é muito bom saber que tem gente que realmente lê o que eu escrevo e qualquer xingamento/elogio (de preferência elogios, ok? hahah) cês podem falar comigo no twitter (@nathymjp) ou pelo facebook (facebook.com/nathymjp) e é isso aí.
muuuuuito obrigada e espero que essa história tenha atingido pelo menos um pouquinho as expectativas de vocês! beijão!




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