Autora: Bruna Pagano | Beta-Reader: Nanda até o capítulo 7 - Bih a partir do capítulo 8


Sinopse


"Eu tenho uma porção de coisas para te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas..." - Caio F. Abreu.

Capítulo 1 - Life


Caio Fernando Abreu... Estava eu aqui no meu quarto tentando pronunciar direito o nome desse escritor brasileiro.
Conheci uma menina brasileira no twitter, ela se chama . Conversa daqui, conversa de lá, eu acabei virando amiga dela. Amiga a distância, dizendo melhor. Conversávamos por twitter, email e até skype algumas vezes.
Um dia eu disse a ela que adorava ler poemas, livros e tudo mais, aí ela começou a me mandar pequenos trechos desse Carlos Fernando Abreu, que, pelo jeito, pra mim é difícil de pronunciar o nome. Agora sempre que ela vê algum desses trechos legal, ela traduz e me manda.
Sou , odeio meu nome, por isso prefiro que me chamem de . Tenho 15 anos e moro em Londres desde que me entendo por gente. Nasci em Liverpool e minha família se mudou pra cá quando eu tinha apenas alguns meses de vida.
Meu pai se chama John e é Diretor Administrativo de uma empresa, então não tem muito tempo pra passar com a família, porém quando tem faz de tudo pra dar atenção a todos. Minha mãe se chama Emma e é professora em uma escolinha infantil aqui perto. Ela é muito engraçada e sempre tenta fazer uma gracinha pra animar seus filhos. Tenho um irmãozinho de dois anos que chama Oliver e é lindo, meu amor eterno.
Você pode me achar a menina mais metida do mundo quando me vê pela primeira vez, mas eu não sou. Eu sou muito "engraçada, louca, retardada, fofa e, apesar de tudo, legal", palavras do meu melhor amigo. Meu melhor amigo é um otário, ele é a pessoa mais boba eu conheço e, quando estamos juntos, ficamos piores ainda. Porém ele é um tanto quanto tímido quando se trata de pessoas desconhecidas. Mas enfim, o conheci com um ano de idade, assim que cheguei a Londres. Minha mãe e a mãe dele são amigas do colegial e não perderam contato. Ele chama Zayn, tem 15 anos também e é meu melhor amigo. Ele é meu irmão, meu porto seguro, ele é tudo pra mim. Porém somos melhores amigos mesmo, nunca tivermos nada e pretendo manter assim. Apesar de... Deixa quieto, vai.
Ele mora no final da minha rua, umas sete casas depois da minha, mas nossas mães já estão tão acostumadas com a nossa amizade que nem ligam dele vir aqui ou de eu ir lá a hora que quisermos. Elas vivem falando que isso vai dar casamento, mas a única coisa que Zaz e eu fazemos é rir.
Meu namorado tem muito ciúmes dele, porque eu já deixei bem claro que não vou perder a amizade do Zayn pra ninguém, não importa. E ele também tem ciúmes de muita coisa que tenho mais liberdade de fazer com Zayn do que com ele... Enfim, ele chama Damon (se pronuncia Daimoun), tem 15 anos e estamos no 1° ano. Ele é legal, pra falar a verdade eu gosto muito mesmo dele, afinal ele é meu namorado, mas amo ele de verdade, sabe? Ele me faz rir e é muito fofo comigo.
Sabe, eu não tenho tantas amigas assim, porque pra falar a verdade eu me dou melhor com os meninos, não sei porquê. Porém as que eu tenho são incríveis, tenho a Isabella, ela está na minha classe e é bem legal, é uma das minhas melhores amigas.
Bom, voltando... Estou aqui no meu quarto, hoje é domingo e eu dou graças a Deus por não ter aula. Estou deitada na cama com meu iPhone e lendo esse trecho que a me mandou, estou viajando, ouvindo música e no twitter.
As músicas aqui estão em ordem aleatórias e começou a tocar uma música que eu amo, Wonderwall... Eu apenas fechei meus olhos e tentei aproveitar o máximo dela. Ela é perfeita.
Ia começar a cantarolar minha parte preferida: "Cause maybe, you're gonna be the one that sav...", quando sinto alguém pulando em cima de mim na cama, meu iPhone cai no chão e leva meus fones juntos. Eu abri os olhos num pulo.
- Seu imbecil! – Gritei. - Sai de cima de mim, animal. - Eu disse, enquanto observava meu melhor amigo em cima de mim.
- Olha o respeito, menina. Pede desculpa. - Ele disse, rindo e fazendo força em cima de mim, me impedindo de me mover. Eu ri.
- Zayn querido, pode sair de cima de mim? - Eu disse em um tom meigo, tirando com a cara dele. Ele riu e parou de forçar.
- Só se você me pedir desculpas. - Ele disse e, assim que notei que ele não estava mais me forçando, eu o empurrei, o fazendo cair no chão. Um barulho enorme soou quando ele caiu. Sentei-me na cama e observei ele sentar no chão e levar a mão até a cabeça.
- Sério, Zaz, desculpa. - Eu me coloquei ao lado dele no chão.
- Sai de perto de mim, menina. Não precisava jogar minha cabeça no chão. Sua intenção era me matar com um traumatismo craniano que eu sei. - Aquilo me fez rir e eu o abracei.
- Desculpa, não queria te machucar. - Ele olhou pra mim e sorriu de lado.
- Não foi nada, . - Ele tinha a mania de me chamar de , eu não gostava, mas já tava acostumada. Só ele me chamava assim também. Ele fez um cafuné no meu cabelo e levantou.
Nesse momento minha mãe entrou no quarto.
- O que aconteceu? Ouvi um barulho. - Ela disse toda carinhosa.
- Sua filha tentou me matar. - Zayn tinha essa liberdade com a minha mãe? SIM. Ela foi perto dele e o abraçou.
- Porque faz isso com ele, filha. Ele é tão bonzinho... - Essa é a vida, minha mãe defendendo ele ao invés da própria filha. Ok, drama on.
Ela riu e saiu do quarto. O resto do dia foi divertido, o Damon e a Isa vieram aqui também e a gente assistiu a uns filmes, mas eles não foram embora tarde porque amanhã cedo eu tinha aula... Por favor, só em pensar já me desanima...

Capítulo 2 - Escola e surpresas!


Segunda-feira como sempre é um lixo e não estou com a mínima vontade de ir pra escola hoje, porém tenho que ir.
Como todos os dias, acho que hoje não vai ter nada de diferente. Estamos em setembro, 25 pra ser clara, e as aulas mal começaram. (na Inglaterra as aulas começam em setembro).
Acordei por volta das 6:30 da manhã, levei uma das mãos até meus olhos, desembaçando-os e, enfim, levantei e fui até o banheiro me arrumar.
Como sempre em Londres, hoje era uma manhã fria, então me troquei e peguei uma blusa quente, minha escola era bem fria.
Desci e, como todos os dias, minha mãe já tinha preparado meu café. Minha mãe era um anjo e como ela tinha que ir pra escolinha logo pela manhã para dar suas aulas, ela sempre dava uma carona pra mim e para o Zayn.
Eu tomei meu café meio rápido, porque como sou lerda eu sempre me atraso. Peguei minha bolsa, meus livros e fui para o carro.
Minha mãe, como sempre, deu duas buzinadas em frente à casa do Zayn e ele entrou no carro.
-Bom dia, Emm. - Ele disse todo meigo pra minha mãe e, sim, ele a chamava de Emm.
- Acho que sou invisível, né. - Eu disse, percebendo que ele não tinha dado bom dia pra mim.
- Bom dia, . - Ele disse sério, o que me fez rir. Zayn sério? Isso mesmo produção?
- Bom dia, Zayn Javadd. - Eu disse e ele também não aguentou e começou a rir.
- Não dá, . Não conseguimos ser formal. - Minha mãe olhou pra gente e soltou um riso pelo nariz, o que me fez rir.
- Chegamos! - Minha mãe anunciou assim que parou o carro em frente à escola. Mais um dia, vamos lá.
- Tchau, mãe. - Eu disse, dando um beijo na bochecha dela. Zayn se inclinou para o banco da frente, deu um beijo em sua bochecha também e falou um tchau, descendo do carro.
- Ah, filha. - Ela me chamou. - Não se esqueça de mandar um beijo para o Damon.
- Tá bom, mãe. - Falei e soltei um riso pelo nariz. Percebi que Zayn já tinha entrado na escola e meio que corri para alcançá-lo.
Encontramos-nos com o mesmo grupinho de sempre. Eu, Zayn, Isa e Damon.
Quando vi Damon, eu perambulei até ele e sorri.
- Bom dia, amor. Como vai? - Eu disse e ele meio que sorriu de volta. Mas sei lá, estava estranho, parecendo forçado. Ai, , coisa da sua mente.
- Bom dia. - Sentiu a diferença? Eu sim. Ele me deu um selinho.
E o sinal tocou. Não eram todas as aulas que ficávamos juntos e nessa minha primeira aula era com Zayn e Isa, menos com Dai (gostava de chamar ele assim).
Minha primeira aula, em plena segunda feira, era matemática, ou seja, desastre. Eu odiava matemática e só consegui passar nos testes porque Zayn é muito bom e sempre me ajuda. E outra, o professor não gostava de mim, sei lá o porquê, desde o primeiro dia.
Minha segunda aula era biologia, a qual eu gostava entre aspas, era uma das aulas em que me dava bem. Porém ficava sozinha nessa a aula. A terceira era inglês, com todos e a quarta era história, com Daimon. E enfim o intervalo.
Estava andando até o meu armário para guardar meus livros e pude ver Damon indo até o armário da Isa, se posicionando na frente dela e conversando com ela. Achei estranho, não que eu estivesse com ciúmes dela, mas é que ele sempre vinha me ajudar a carregar os livros e me acompanhar até a cantina, o que hoje não fizera. Estava tão focada neles que nem estava olhando por onde eu andava, até que com toda a delicadeza do mundo eu tropeço em alguma coisa e derrubo meus livros no chão. Logo chacoalhei a cabeça e voltei a mim. Abaixei-me no chão para juntar os livros.
- Hey, o que aconteceu aqui? - Zayn disse, se abaixando para me ajudar.
- Nada, eu só me distraí. - Eu disse, olhando Damon e Isa. Ele olhou na mesma direção que eu olhei.
- Discutiu com Damon? - Ele perguntou já se levantando do chão com dois livros meus nas mãos. Eu peguei outros três livros e me levantei.
- Não, Zaz. Só acho que ele está estranho. - Eu chacoalhei a cabeça. - Mas é coisa da minha cabeça, deixa quieto. - Ele bagunçou meu cabelo e se dirigiu ao meu armário pra guardar os livros.
- Relaxa, . - Ele disse e me puxou pelo braço em direção a cantina.
Chegamos lá e sentamos-nos à mesa de sempre, com Damon e Isa. Eles já tinham pegado seus lanches, e eu fiquei meio magoada porque o Damon sempre pegava pra mim, e hoje não. Eu sei que é a coisa mais boba pra se magoar, só que ele é meu namorado, né. Dirigi-me à fila com Zayn e pegamos nossas bandejas.
- Ficou chateada, né? - Ele disse, com a cabeça de lado, olhando pra mim.
-Um pouco, Zaz. Ele está muito estranho. - Eu andei em direção à mesa e Zayn me seguiu. - Mas deixa pra lá. - Nos sentamos.
- Deixa pra lá o quê, ? - Isa perguntou, enquanto eu dava um gole no meu suco de maça.
- Nada não. São uns negócios da aula de matemática. - Olhei pra Zayn com uma cara de "por favor, minta" e ele entendeu.
- É ela está com uns problemas em logaritmo, mas depois eu explico. - Quando ele falou isso, Isa e Damon viram que não era nada importante e voltaram a comer seus lanches. Damon não disse uma palavra, o que o deixava mais estranho ainda, ele era falante, engraçado... E parece muito que ele está me escondendo algo.
Terminamos de comer e o sinal ainda não tinha batido, então fomos até nossos armários pegar os livros para as próximas 3 aulas. Antes de me direcionar aos armários, eu dei uma passada básica no banheiro, pra me olhar no espelho, sei lá, era mania. Saí do banheiro e segui em direção aos armários. Peguei meus livros, olhei em volta e não vi Dai nem Isa.
Corri um pouquinho pra alcançar Zayn no corredor.
- Qual sua próxima aula? - Ele perguntou.
- Literatura e a sua? - Eu falei com um "ar de animação".
- É geografia... - Ele fez uma pausa. - Mas vamos comigo até a cantina, quero pegar uma garrafa de água.
- Eu também preciso, vamos. - Ele assentiu e seguimos.
Íamos por um corredor largo onde ficavam os armários e, logo no final dele, virando a esquerda, era a cantina. Antes de virar e avistar a cantina, eu senti pisar em algo, então parei e me abaixei para ver o que era e Zayn continuou. Era apenas meu lápis perdido, eu o peguei e levantei. Quando vi, Zayn estava voltando.
-Não precisa mais, , deixa quieto. - Ele disse meio que com raiva na voz.
- O que foi Zayn? - Eu disse meio assustada com a reação dele.
- Não foi nada. - Ele disse seco.
- Preciso pegar minha água, Zayn, vamos. - Eu o puxei pelo braço.
- , é melhor não ir. - Eu o ignorei, pensando que era algum tipo de brincadeira e o puxei.
Quando cheguei lá, entendi o porquê ele não queria que eu entrasse lá...

Capítulo 3 - Era pra ser normal?


Ok, hoje é só uma segunda-feira qualquer... Essas palavras se repetiam na minha mente ao lembrar um dos meus primeiros pensamentos essa manhã, que hoje seria um dia qualquer.
E não está sendo um dia qualquer, pelo menos pra mim.
Assim que cheguei à porta da Cantina eu pude ver, senti meu coração parar por um minuto e logo minha respiração acelerou. Senti a mão do meu melhor amigo tocar meu braço e então minhas pernas bambearam e não consegui mais segurar o peso do meu corpo e desabei nos braços dele.
Acho que vocês antes do que eu já devem ter percebido, vi Daimon e a Isa se beijando. Mas pude perceber que o beijo deles não era pegação total, era um beijo calmo, sei lá, talvez com amor.
Claro, , como você foi burra e lerda. Quando eles chegaram tarde lá em casa juntos, quando eles chegaram ao cinema juntos, eles sempre chegavam juntos quando íamos sair e eu, inocente, não conseguia pensar em nada. Sou tão inocente, tão bobinha.
Talvez eles se apaixonaram e não achavam uma saída de como contar pra mim... PARA, . COMO VOCÊ É INOCENTE! PORQUE SEU NAMORADO E SUA MELHOR AMIGA FIZERAM ISSO COM VOCÊ?
Foi então que percebi que Zayn me segurava bem forte e que Isa e Daimon vinham na minha direção.
- Nós podemos explicar. - Eles disseram em coro.
- NÃO TEM O QUE EXPLICAR! POR FAVOR, DEIXEM ELA. - Zayn gritava com eles. Ele estava com muita raiva.
- , não é o que você está pensando... - Daimon disse e depois bufou, enfim tomei forças.
- Pra você é, . Não é mesmo, isso vai mais além. - Eu disse e consegui tomar o peso do meu corpo de volta. Eu me virei e comecei a caminhar, Daimon segurou meu braço.
- , não vai, por favor. - Ele disse com certo arrependimento na voz. Eu observei Isa e vi que ela não falava nada, apenas observava.
- Não quero mais falar com você, por favor, não me procurem mais, nunca mais. - Eu me virei e corri para um lugar qualquer. Pude perceber que uma rodinha se formou em nossa volta, mas eu não queria saber. Eu fui empurrando as pessoas e saindo de lá.
- ELA NÃO MERECIA... - Foi a última coisa que consegui ouvir, Zayn gritando.
Eu fui, ainda em choque, para a quadra aberta e me sentei na última fileira da arquibancada. Pude ouvir o sinal bater, mas mesmo assim continuei lá. Eu gostava de sentar lá e ver os treinos do pessoal, seja futebol ou o que for. Eu abracei meus joelhos e encostei minha cabeça neles. Depois de uns 2 minutos, que pareciam horas, eu senti alguém se sentar perto de mim.
- ... - Zayn me chamou daquele jeito que só ele chamava. Eu levantei minha cabeça e o vi com os braços abertos, indicando um abraço. E eu o abracei. Encostei minha cabeça no seu ombro e então percebi que todas as lágrimas que se juntaram com a confusão escorreram.
Eu já estava esperando pelo maior sermão da minha vida, estava esperando Zayn falar que eles não são amigos de verdade e blá, blá, blá. Mas não.
- Vai ficar tudo bem. - Ele disse, passando os dedos pelo meu cabelo. - Eu te prometo. - Ele olhou pra mim, esperando um tipo de resposta, o que eu não consegui dar. Enfim, eu me soltei do abraço dele e suspirei.
- Promete? - Eu disse baixo, mais pra mim do que pra ele. Ele olhou pra mim e com o polegar limpou uma lágrima do meu rosto.
- Prometo. - Ele deu um beijo na minha testa e se levantou. Eu o segui. - Você quer que eu ligue pra sua mãe vim te buscar?
- Não, Zaz. Eu posso ficar pra essas aulas que restam. - Eu disse cabisbaixa. - Mas não vou ligar pra minha mãe não, a gente volta a pé como todo dia. Não vou tirar ela do trabalho.
- Tudo bem então, . Mas eu vou pra sua casa então, tá? - Ele disse já me puxando pra entrarmos na escola. - Eu fico de tarde lá com você, pra não ficar sozinha. - Meu pai chegava tarde, meu irmão e minha mãe ficavam na escolinha até as 18:00, ou seja, iria ficar sozinha.
- Não precisa, Zaz. Não quero atrapalhar seus planos. - Eu disse já no corredor dos armários, talvez eu tenha sido um pouco seca, sei lá. Na verdade, não sei o que queria, talvez ficar sozinha, sei lá, minha mente está em conflito no momento.
- Tudo bem querer ficar sozinha. - Ele disse com a cabeça baixa. Eu o olhei com um olhar de confusão, de não saber o que pensar. Logo já estávamos na porta da minha sala. Era aula de literatura e Isabella estaria lá. Na verdade, ia pegar os últimos quinze minutos de aula, afinal, o sinal já tinha batido faz tempo. Eu pedi licença para a professora e ela disse que era melhor eu esperar o sinal da próxima aula bater.
Voltei para o corredor e vi Zayn sentado no chão, encostado nos armários.
- Não foi pra aula? - Eu perguntei assim que o vi.
- Não, o professor não vai me deixar entrar. Vou esperar o sinal bater. - Eu sentei do lado dele e fiz apenas um "hm" e não consegui falar mais nada. Eu não sei por que estava agindo desse jeito, eu ainda estava em choque e não sabia o que pensar. Pude ver uma menina, mais ou menos da minha altura, com os olhos verdes e os cabelos loiros passar. Zayn grudou os olhos nelas sem ao menos disfarçar, mas quando ela o olhou, ele abaixou a cabeça.
- Quem é ela? - Eu perguntei sem pensar.
- O nome dela é Bethany, ela é da minha aula de geografia. - Ele disse com os olhos brilhantes.
- Tá afim dela, né? - Eu perguntei sem pensar mais uma vez.
- Não... Estou... - Ele se enrolou.
- Não precisa esconder de mim. - Eu disse e logo ficamos em silêncio.
Mais uma vez abracei meus joelhos e encostei minha cabeça neles. Pude ouvir o Zayn suspirar, talvez ele me entendesse, ou talvez eu pensasse que ele me entendia. Ficamos em silêncio até o sinal bater. Minha próxima aula era Química, com o Daimon e a Isabella.
Zayn me acompanhou até a sala e quando estávamos chegando, Daimon e Isa estavam parados na porta de costas pra gente, ou seja, não tinham nos visto ainda.
- Isa, agora a cagada já tá feita... - Ele dizia pra ela.
- Não é cagada, Daimon, se você gosta de mim e eu de você, nós tínhamos que acabar juntos... - Ela respondeu, e essa doeu!
- Eu gosto muito de você, Isa, mas, sei lá, tenho dó da . - Quando ele disse isso, as lágrimas se juntaram e eu fiz a maior força possível para não derramar uma que seja. Segurei a mão do Zaz com força.
- Não tenha, Daimon. - Eu falei, passando no meio deles. - Dó é a última coisa que eu preciso que sintam por mim. - Soltei a mão de Zayn e entrei pra sala. Fui me sentar na última carteira da fileira da janela. Logo os dois entraram com a maior cara de bunda do planeta e se sentaram nas primeiras carteiras da primeira fileira.
Essa aula parecia uma eternidade, não acabava, véi. Até que o sinal bateu e me deu um alivio em pensar que minha próxima aula era arte, com Zayn.
Segui pra sala e, quando cheguei, Zayn já estava lá. Eu me sentei ao lado dele, porém continuava quieta. Essa aula passou rápida e logo já estávamos indo embora.
Passei no meu armário, peguei minha bolsa e deixei meus livros lá. Logo encontrei Zayn de novo e nós fomos caminhando para casa, como de costume.
Chegando à porta de casa, nós paramos e ele me olhou. Então eu me virei e fui caminhando até a porta da minha casa, abri a porta e respirei fundo. Ele se virou pra caminhar em direção a sua casa, então eu o chamei.
- ZAYN. - Eu gritei e logo ele se virou. - Volta, por favor. - Eu disse esse "por favor" mais pra mim do que pra ele, e ele veio caminhando devagar até parar na minha frente.
Então pareceu que todo o choque e toda a pressão se despencaram pelas minhas veias e eu comecei a chorar. Ele me abraçou.
- Vai ficar tudo bem, , vai ficar bem. - Ele falava enquanto acariciava minhas costas e me guiava em direção a sala de casa. Pude ouvir o barulho dele fechando a porta.
Joguei minha bolsa na mesa de centro, sentei no sofá e abaixei a cabeça, ainda em lágrimas. Ele jogou sua mochila no outro sofá e veio até mim. Ele se abaixou na minha frente.
- Eu te prometi que tudo vai ficar bem. Agora acredita em mim, . - Ele me abraçou e eu joguei minha cabeça no seu ombro, tentando acreditar que era verdade que tudo iria ficar bem.

Capítulo 4 - Seguir em frente


Subi para o meu quarto pra me trocar e Zayn ficou na sala. Iria ver se ele tinha deixado alguma camiseta aqui pra poder trocar também. Abri meu armário e vi uma camiseta do Zayn, peguei e a joguei em cima da cama, depois me troquei.
Meu celular vibrou com uma notificação do twitter:

" mandei mais frases pra você por dm, xx . Love you"


Logo eu respondi qualquer coisa como um obrigado e também te amo e fui checar minhas dm's. Estava lá, mais um trecho desse Carlos Fernando Abreu:

"Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar." - Carlos F. Abreu

Quando li isso, eu me sentei na cama e suspirei. Essas palavras resumiram tudo o que eu estava sentindo, parece que isso veio na hora certa. Realmente.
Ouvi alguém bater na porta e com toda certeza era Zayn.
- Pode entrar, Zayn. - Eu meio que gritei e logo ele entrou.
- Achou uma blusa pra mim? - Ele disse, sentando do meu lado na cama.
- Aham. - Eu estiquei meu braço por trás dele e peguei a camiseta que estava em cima da cama. - Aqui ó. - Eu dei pra ele.

- Nossa, eu procurei pra caramba essa camiseta em casa e no final tava aqui. - Ele riu e eu ri pelo nariz.
Ele tirou a blusa dele ali mesmo, nós não se importávamos, só que não tive como não reparar no tanquinho dele. Eu chacoalhei a cabeça e desviei o olhar, rindo pelo nariz de novo.
- Ta rindo do que, hein, menina? - Ele perguntou, ficando na minha frente.
- De nada, Zaz, deixa. - Eu olhei pra ele e ele estava com um sorriso meio maligno.
- Agora vou te dar motivos pra rir. - Ele mordeu o lábio inferior e se aproximou rápido, me fazendo cócegas.
- PAAAARhahahaha - Eu comecei a rir, mas ele sabia que cócega era meu ponto fraco. Logo ele parou e ficou de pé, indo em direção à porta. Eu fiquei de pé na cama e pulei de cavalinho nas costas dele, rindo. Ele meio que bambeou porque foi de surpresa e logo endireitou as pernas, me segurando.
- É assim que eu gosto de te ver, , sorrindo. - Ele disse e logo correu em direção as escadas.
- Me deixa descer, vai, não quero que aconteça um acidente duplo nessa escada. - Eu ri e logo desci do ombro dele.
Nós descemos e fomos direto pra cozinha ver o que iríamos almoçar. Eu tava morrendo de fome. Nós fizemos um macarrão rápido e sentamos-nos à mesa pra comer. Enquanto comíamos, nos conversávamos.
Zayn contava piadas e histórias engraçadas. Eu sabia que ele estava fazendo isso para tentar levar minha mente pra outro lugar, pra me fazer esquecer o que acontecera hoje cedo. E por incrível que pareça ele estava conseguindo.
Depois que comemos, nós arrumamos a cozinha e fomos pra sala. Ficamos vendo televisão, depois fizemos pipoca e vimos um filme. Um jogava pipoca no outro, umas almofadas voavam, mas nada demais. Enfim a tarde passou.
Quando percebi, estava quase dormindo no sofá e Zayn no outro. Despertei quase no pulo quando ouvi o carro da minha mãe encostando. Fui até o quintal para ajudar ela, meu irmãozinho, livros da escolinha, bolsa, fechar a porta, abrir a porta e assim por diante. hahaha
Assim que meu Oliver me viu, ele veio correndo na minha direção. Quando estava prestes a pegá-lo no colo, ele passa por mim e pula no colo de Zayn, que estava logo atrás de mim. É a vida, meu irmão amava Zayn. E eu fiquei com cara de taxo.
Assim que minha mãe viu a cena, ela riu e me chamou parar ajudar ela a pegar uns livros que estavam no carro. Eu os peguei, fechei a porta do carro e entrei em casa, onde todos já estavam. Levei as coisas da minha mãe até a mesa da entrada e deixei lá.
Logo estávamos todos na cozinha, onde minha mãe preparava um doce café da tarde. Minha mãe é um anjo, fala sério, chega do trabalho, cansada, e ainda vem servir os filhos e o filho postiço. Quando sentei na cadeira do lado de Zayn, Oliver esticou os braços me pedindo colo, eu fiz bico e assenti negativamente com a cabeça.
- Não, Oliver, agora fica aí com Zayn, não é dele que você gosta? - Ok, eu tenho definitivamente ciúmes do meu irmão e do Zayn também. Minha mãe só observou e riu, Zayn fez uma carinha de mal e levantou uma sobrancelha.
- , colo. - Meu irmão disse com aquela vozinha falha dele (voz de criança de 2 anos) que me seduzia. Eu estiquei meus braços e o peguei. Dei um abraço bem forte e um beijo estralado na bochecha, ele riu gostoso.
- Então, gente, como foi a escola? - Minha mãe perguntou, enquanto trazia um prato com biscoitos e uma jarra de leite a mesa. Na hora minha expressão mudou ao lembrar-me do ocorrido. Zayn olhou pra mim e apertou minha mãe debaixo da mesa. - Ei, que carinhas são essas? O que aconteceu? - Minha mãe disse meiga.
- Ah, Emm, é que a escola não foi tão boa hoje. - Zayn disse. O que deixou minha mãe mais intrigada ainda. Logo tivemos que contar a história inteira e tal, mas eu fiz o máximo dos máximos para não chorar.
-... E foi isso mãe. Ai como o Zayn é um menino muito chato - Eu disse em ironia, olhando pra ele -, ele veio passar o dia comigo para eu não me sentir sozinha. - Eu sorri fraca e Zayn sorriu. Minha mãe ficou indignada.
-Filha, não consigo acreditar. O Daimon e a Isa... Eu achava... - E ela começou com todo aquele discurso de mãe que achava que eles eram bonzinhos, mas se eles fizeram isso é porque não são amigos de verdade e blá, blá, blá. No final, ela me abraçou e deu um beijo na minha testa. - Mas vai ficar tudo bem, filha. - Pude perceber que meu irmão dormiu no meu colo, então minha mãe o pegou e o levou pro quarto.
- Viu, vai ficar bem. As mães nunca mentem. - Zayn disse, se levantando da cadeira.
- E os melhores amigos também não. - Eu disse mais pra mim, só que ele ouviu e deu um sorriso lindo.
Pude ouvir o celular dele tocar e tinha certeza que era Trisha, mandando ele ir pra casa. Afinal eram 19:30 e ele nem tinha ido pra casa ainda.
- Ela mandou um beijo pra você, . - Eu sorri e mandei outro, enfim ele desligou.
O acompanhei até o quintal e, quando ele estava saindo, meu pai chegou. Ele desceu do carro, bagunçou o cabelo de Zayn e falou um oi, depois me abraçou, me deu um beijo na testa e entrou.
-Zayn... - Eu falei e ele virou pra mim. -Obrigado por tudo, tá... - Eu disse, ficando sem graça e andando até ele.
-De nada, . Você sabe que pode sempre contar comigo... - Eu o abracei e falei um "você também pode" no seu ouvido e pude ver ele se afastar.
-ATÉ AMANHA! - Eu gritei antes de entrar em casa. Ele gritou um "ATÉ" e foi pra casa dele, logo eu entrei.
Minha mãe já tinha contado a história a meu pai, o qual ficou muito bravo e chateado com Damon. Mas quer saber? Não quero nem saber mais desse assunto, seguir em frente é o certo agora... E é isso que vou fazer.
Depois de conversar com meus pais, eu fui para meu quarto, liguei música e fui tomar um banho. Deixei a música tocando, enquanto ficava deitada na cama apenas esperando o amanhã chegar, até que peguei no sono.

Capítulo 5 - Meet and Greet


A semana passou e, por incrível que pareça, talvez eu tenha superado. Não que eu tenha deixado de gostar do Daimon e tal, mas passou né, e o passado é passado.
Acho que o melhor de tudo foi chegar à escola e estar sorrindo. Isso quebrou a perna de todo mundo que estava falando do ocorrido.
Na terça e quinta nós tivemos as aulas extras de tarde. Toda terça e quinta a gente tinha que escolher alguma coisa pra fazer na escola, seja algum esporte, música, teatro, grupo de ciências e etc. E como sou apaixonada por música, eu e Zayn fazíamos música nas terças e teatro nas quintas. Gosto muito de tocar violão e cantar, porém tenho medo de cantar em público. Acho que ninguém nunca me ouviu cantar.
Enfim era sexta-feira, quando cheguei à escola hoje cedo, eu fui até o meu armário, guardei minha bolsa, peguei uns livro e o fechei. Quando estava indo encontrar o Zayn, eu tropecei e esbarrei em alguém, pude ver meus livros voarem para o chão. Eu abaixei para pegá-los.
- Me desculpe, me desculpe mesmo. - Ele se abaixou para me ajudar e enfim olhei pra ele. Nossos olhares se encontraram e eu fiquei hipnotizada por aquele par de olhos brilhantes. Enfim levantamos do chão.
- Ér... Não foi culpa sua... Desculpa-me. - Eu disse meio boba ainda. - Você é novo aqui, nunca te vi... - Eu disse, o observando.
- Sou, na verdade comecei hoje então estou meio perdido. - Ele disse, me devolvendo um livro. - Sou , prazer.
- Sou . Qual é sua primeira aula?
- É Química, e a sua ? - Que triste, não era a mesma que a minha, mimimi.
- Ah, a minha é inglês. Mas eu te mostro onde é a sua sala... - Eu fiz uma pausa. - Se você quiser...
- É claro que sim. - Ele disse, com um sorriso que me fez sorrir. Eu o acompanhei até sua sala e, antes de entrar, ele falou um "te vejo por aí" e entrou.
Eu segui pra minha sala com um sorriso, não sei por quê. Cheguei lá e era aula de Inglês, com o Zayn. Sentei-me ao seu lado, ainda meio boba por aqueles olhos verdes.
- Onde você estava, mocinha? - Ele perguntou quando sentei.
- Ah, é que eu fui mostrar pra um menino novo onde era a sala dele... - Eu dei de ombros.
- hmm... E quem é?
- O nome dele é , ele começou hoje. - O professor entrou na sala e pediu silêncio.
As aulas foram normais hoje. No intervalo veio conversar comigo e descobrimos que nossas duas últimas aulas seriam juntas. Nós trocamos número de telefone. Zayn foi falar com Bethany no intervalo, então não consegui apresentar ele a .
Eu mal falava com Bethany, porque tenho certeza de que ela não gosta nem um pouco de mim. Quando estou com Zayn e vamos falar com ela, ela me olha de cima a baixo e depois se vira pra falar com ele. Sinto-me meio desconfortável com isso, mas como Zayn é meu melhor amigo e ele tá afim mesmo dela, eu não falo nada pra ele.
Na hora da saída, quando estávamos indo embora, vimos no corredor da escola um cartaz bem grande e brilhante:

"1º SHOW DE TALENTOS - MOSTRE SEU TALENTO! INSCRIÇÕES COM A PROFESSORA JULIA. GARANTA SUA VAGA!!!"


Assim que li, meu estômago revirou. Era minha chance de poder perder o medo e cantar pela primeira vez na frente de um público.
Logo todos começaram a falar que iriam se inscrever e tal, e a empolgação dominou a escola.
Como de costume, eu e Zaz voltamos caminhando.
- E aí, , vai se inscrever ? - Ele disse enquanto andávamos.
- Não sei, Zayn. E você? - Eu falei meio insegura, não sabia mesmo se ia.
- Vou. - Ele deu um sorriso torto. - Eu amo cantar, , e sei que você também. Deveria tentar. - E nós fomos falando se eu iria ou não se inscrever.
Até que chegamos à casa dele, hoje eu iria almoçar aqui. Nós entramos e Trisha (mãe de Zayn) já estava a nossa espera. Doniya (irmã mais nova) chegou abraçando ele e depois me deu um abraço. Nós deixamos nossas bolsas no quarto do Zayn e depois fomos pra mesa. Waliyha (irmã) já estava na mesa e, assim que nos sentamos, Safaa (irmã) chegou e se sentou com a gente.
Elas eram um amor de pessoa, tanto as irmãs dele como a mãe. Nós riamos enquanto almoçávamos por tanta besteira que falamos. Zayn falou do show de talentos que teria na escola e as meninas ficaram animadas. Como as meninas eram mais novas, elas ficavam em uma parte diferente da escola. A escola era dividida em blocos "Jardim de infância", "Ensino fundamental" e "Ensino médio". Então não víamos elas na escola.
Bom, terminamos de comer e fomos pro quarto. Lá nós mexemos um pouco no computador e conversamos. Zayn me falava de Bethany, o quanto ela era legal e blá, blá, blá. Eu escutava sem falar nada, mas por dentro me trazia um desconforto. Qualquer pessoa diria que eu estou com ciúmes, mas não... Ciúmes do Zayn? Por favor, ela só não gostava de mim. Eu não poderia fazer nada.
Depois descemos e vimos um filme com as meninas. E enfim a tarde passou...
Minha mãe me ligou quando eram umas 16:00 horas e disse pra eu ir pra casa, que nós iríamos pra Liverpool nesse final de semana visitar minha avó. Despedi-me do pessoal e fui pra casa.
Arrumei minha mala voando. Eu amava ir pra casa da minha avó, ver meus primos que moravam perto dela e tudo mais.
Eu tomei um banho rápido e me troquei. Depois minha mãe me pediu pra dar banho no Oliver e terminar de arrumar as coisas dele, e assim eu fiz.
Eram mais ou menos oito horas quando tudo estava pronto. Eu peguei minha mochila com um ombro e peguei meu violão com o outro. Levei minhas coisas para o carro e logo estávamos indo.
Quando estávamos a caminho, um carro fechou o carro dos meus pais, o que fizera meu pai frear bruscamente, dando um susto em todos. Oliver começou a chorar e eu tentei acalmá-lo sem tirar da cadeirinha. Na hora o outro carro parou e uma mulher muito bonita desceu do carro, meio que desesperada. Ouvi meu pai sussurrar um "tinha que ser mulher" e desceu do carro pra ver se algo tinha acontecido.
- MAIS CUIDADO! - Meu pai gritou irritado para a mulher. O que fez minha mãe descer do carro.
- Me desculpe, me desculpe.. - A moça falava meio perdida.
Vi que um menino também desceu do carro da moça e eu o reconheci. Logo desci do carro.
- ? - Eu gritei assim que desci.
- ? - Ele disse de volta.
- Você o conhece? - Meus pais falaram ao mesmo tempo.
- Sim, ele começou hoje na escola e pelo que entendi chegou ontem à noite na cidade. - Eu disse, tentando acalmar a situação.
- Sim, moço. Desculpe-me, eu cheguei ontem de uma cidade no interior e não estou acostumada com tudo isso. - Meu pai respirou fundo e se acalmou.
- Sendo assim não foi nada...
- Anne . - Ela completou. - Anne .
- John Houston. - Eles se cumprimentaram e meu pai voltou ao carro. Eu e minha mãe o acompanhamos e, mais uma vez, Anne pediu desculpas antes de voltar para o carro.
Logo sinto meu celular vibrar: "1 Nova Mensagem: "

"Bom jeito dos nossos pais se conhecerem, né? kkkkkk xx "


Capítulo 6 – What Your Problem?


Nem preciso dizer que fui trocando mensagens com o e Zayn quase que a viajem inteira. De vez em quando as sms cessavam pela falta de sinal ou por qualquer coisa.
Oliver dormia chupando o dedo, minha mãe e meu pai conversavam sobre qualquer coisa da qual não dava a mínima atenção.
Logo me peguei olhando pra escuridão da noite, olhando pro nada, mas pensando em tudo.
Eu já tinha superado o acontecimento da semana passada, com Damon e Isa, ou pelo menos pensava que já. Mesmo com um amigo maravilhoso como Zayn eu ainda sentia um vazio dentro de mim. Poxa, Isabella era minha melhor amiga, eu confiava nela. E ver a pessoa que eu amo/amava, e minha melhor/ex melhor amiga juntos é a pior sensação aqui dentro de mim.
Damon foi meu primeiro namorado de verdade, apesar de nunca chegarmos a fazer nada “além”, eu o amava. E para um primeiro namoro essa foi a pior primeira intenção. Como fui ingênua.
Muitas possibilidades de talvez voltar a falar com Isa passavam pela minha mente, mas tinha certeza de que não conseguiria, não como antes.
Fui totalmente cortada dos meus pensamentos quando senti meu celular vibrar, anunciando uma nova mensagem do .

“Então, vai fazer alguma coisa no show de talentos?”

Logo respondi: “Não tenho certeza, e vc?” - e senti meu celular vibrar mais uma vez anunciando uma mensagem do Zayn.

Troquei sms com eles até chegar à casa da minha avó.

Chegando lá matamos as saudades de todos. Minha avó, Rose; meu avô, Edward; meu primo, minha priminha, meus tios.
Meu tio não morava com a minha avó, mas morava na mesma rua e, como souberam que viríamos hoje, todos decidiram se reunir aqui.
A casa era simples, porém desde a minha existência eu amava esse lugar. No quintal dos fundos tinha uma varanda com uma rede vermelha, que por sinal é meu lugar favorito.
Depois de jantar todos juntos, fui até a rede e meu primo me acompanhou. Will era meu primo, ele tem 16 anos e me dou muito bem com ele. Nós conversamos muito até perceber que era 3 da manhã.
Fomos pra sala, e notei meu irmão e minha priminha (irmã do Will) dormindo no sofá. Ela é linda, olhos azuis e cabelos pretos assim como do irmão. Mary é seu nome, e não fazia nem dois meses que tinha completado seus 4 anos. Então quando se juntava com meu irmão gastavam todas as energias que podiam, brincando, correndo, pulando e fazendo coisas de crianças.
Os adultos conversavam, e pude ver meu pai e meu tio dando boas risadas lembrando-se da juventude. Passaram-se meia hora, e ao perceberem o horário avançado eles foram embora prometendo voltar amanhã. E nós fomos arrumar nossas coisas para dormir.
Aqui tinha um quarto, ao qual era nomeado “quarto dos netos”, onde tinha alguns brinquedos e três camas, ou seja, os netos sempre dormiam aqui quando vinham pra cá.
Peguei meu irmão do sofá e o trouxe para o quarto, o deitei em uma cama e disse para minha mãe não se preocupar que ficaria com ele essa noite, afinal minha mãe precisa descansar também.
Coloquei meu pijama - um shorts curto, e uma camiseta que era de Zayn, a qual eu era apaixonada por ser muito confortável e grande, cobria o shorts, que com muito custo ele me deu. Ela era simples, azul com uma escrita qualquer no meio. Talvez seja coisa do meu psicológico, mas às vezes conseguia sentir seu cheiro nela. Enfim...
Depois fui ao banheiro, fiz minha higiene e fui ao quarto para cuidar de Oliver.
Como estava muito calor eu o troquei, deixando-o apenas de cuequinha de carrinhos, o qual ficava muito sexy. Ele logo pediu sua mamadeira que sempre tomava antes de dormir. Eu fui até a cozinha e ele me acompanhou segurando minha mão. Fiz a mamadeira e voltamos para o quarto.
Eu o coloquei em uma cama com sua mamadeira e com sua fraldinha, aquelas que crianças têm mania de prender na chupeta, mas ele ficava apenas com a fralda do que com a chupeta. Deu dois goles em sua mamadeira.
-Imã – era assim que ele me chamava. Eu falei um “oi”. Logo olhei pra ele, e ele estava com uma carinha de pidão. Eu conhecia bem aquele olhar, ele queria deitar aqui comigo. Eu abri os braços em sinal pra vir, e ele veio com sua fraldinha arrastando no chão e sua mamadeira.
Quando chegou perto da cama, eu o peguei no colo, e o encostei em meu peito, deixando confortável tanto pra mim, como pra ele. Acariciava seus cabelos com a ponta dos dedos até perceber que ele dormia feito um anjo. Então me levantei, tirei a mamadeira da mão dele, coloquei uma camisetinha nele e o ajeitei na sua cama. Dei um beijo em sua testa e sussurrei um “eu te amo”, o qual tinha mania de fazer mesmo ele estando dormindo.
Logo me vi apagando as luzes e deitando na minha cama, exausta.

O sábado em si foi muito bom. Meus tios vieram aqui de novo e fizemos churrasco na piscina. Era muito bom estar com a família reunida. Meu tio e meu pai contavam histórias do quais morríamos de rir, jogamos vôlei na piscina, derrubamos minha mãe e tia Sandra na piscina e nosso dia foi esse. Estava um dia digno de não ficar enfiado dentro de casa. Quando eram 18h mais ou menos, nós saímos da piscina e fomos tomar um banho, depois o pessoal ainda foi para a churrasqueira e ficaram lá batendo papo. Pude ver meu primo saindo de casa, não sei aonde ele ia. E também não deu tempo de perguntar.
Eu fui até a rede com meu violão, e assim que me sentei ouvi meu celular tocar, olhei no visor e meu coração pulou um pouco... Era . Hesitei um pouco, mas atendi.
Ele tinha me ligado apenas pra jogar conversa fora, o qual eu tinha gostado. Ele me contou mais sobre ele, e vice-versa, também me disse como foi seu dia e eu também, ficamos mais ou menos meia hora conversando.
Enfim consegui dedilhar meus dedos pelas cordas do violão, tocando qualquer coisa que me veio à mente. Quando vi meu primo vindo em minha direção com mais alguém, um amigo talvez.
Quando se aproximaram de mim, não tive como não notar o amigo de Will, seus cabelos brilhantes, arrumadamente bagunçados o deixava mais charmoso do que deu a entender.
- , esse aqui é . - Meu primo disse. - Ele mudou pra cá faz pouco tempo.
- Prazer. - Eu disse com um sorriso bobinho e olhando em seus olhos, o qual logo desviei o olhar, envergonhada.
- O prazer é meu. - Ele disse por fim.
- Então, prima. - Will disse, sentando do meu lado na rede. - Ta tocando o que ai? - Apontou pro violão.
- Ah, nada demais. - Eu disse. se sentou no chão perto da rede.
O toca. - Ele disse e pude perceber ficar um pouco vermelho.
- Sério? - Eu disse surpresa e lhe dando o violão. - Então toca ai pra gente. - Ele pegou o violão, sem graça.
- Não toco tanto assim. - Ele disse e deu um sorrisinho, então começou a tocar. E depois começou a cantar bem baixo Wonderwall. Preciso dizer que quase morri? Então meu primo e eu começamos a cantar com ele.
Assim a claridade do sol foi tomada pela luz da linda lua que estava exposta no céu. Depois de cantarmos meia dúzia de músicas nós fomos interrompidos pela minha avó nos chamando para comer.
Ele era muito legal, ele era o tipo de pessoa que não precisava medir esforços para gostar dele, ele é espontâneo a ponto de você se sentir à vontade com ele mesmo tendo conhecido hoje.
E assim que percebemos, o final de semana passou. Já era domingo, e já estávamos indo embora. Como passa rápido não?

Pov's Zayn

Como a vai passar o final de semana fora da cidade, eu tenho que arrumar alguma coisa pra fazer né, mesmo que sem ela.
Acordei tarde no sábado, afinal preciso do meu descanso, né? Acordo todos os dias seis e meia da manhã.
Lá pelas duas da tarde estava mexendo no computador. Se pensou em Twitter, pensou certo. Se pensou na ... Espera, vocês não pensaram, né... Tá bom, estou stalkeando ela, sei lá, mania talvez?
Estou vendo que ela anda trocando muitos tweets com esse que ela tanto me fala. Não consegui falar direito com ele ainda, mas parece ser um cara legal... Só que longe da ... O que eu to pensando? A é só minha amiga, e também é só minha menina, minha pequena, minha melhor amiga e minha irmã. E o dever de um irmão é cuidar, né?
Fui interrompido dos meus pensamentos com meu celular tocando, chacoalhei a cabeça tentando esquecer o assunto e atendi meu celular.

- Início da chamada-
- Alô?
- Oi, Zayn. É o Brian. - Achei estranho Brian estar me ligando. Nós éramos amigos, mas então ele entrou no time de futebol da escola e ficou popular. Brian é legal, só que às vezes ele deixa essa coisa de popularidade subir a cabeça, então acabamos nos afastando.
- Ah, oi, Brian, beleza?
- Beleza, Zayn. E aí, vai fazer alguma coisa hoje?
- Nem vou, por quê? Algum plano? - Seria legal sair com Brian de novo, acho que sentia falta das idiotices que nós fazíamos juntos.
- Ótimo! Sempre tenho planos, Zayn... Vai ter uma festa hoje à noite na casa da Cassie, os pais dela estão viajando, e você sabe né... - Ele disse a última parte com uma voz um tanto maliciosa.
- Não sei viu, cara. Ach... - Antes de terminar de falar ele me cortou.
- AH! Qual é, cara! Vai ser legal, e só pra te animar a Bethany vai estar lá. Você vive me dizendo que a gente não sai mais juntos e agora vai arregar, para vai.
- Tudo bem então, que horas você vai? E onde é? - Disse sem vontade, mas já que não tenho outra escolha.
- Vai começar às nove da noite, e se você quiser eu passo aí umas 8:40.
- Beleza então... Falou.
- Falou.
- Fim da Chamada -

Já são 8:30 e eu ainda não terminei de me trocar. Pois é, esse sou eu, o preguiçoso. Eu fiquei vendo televisão quase que a tarde toda e quando percebi eram 7:30. Meus pais e minhas irmãs foram na casa de uns amigos da família, e eu avisei que iria a tal festa. Minha mãe disse pra ter juízo e deu aquele pequeno sermão que todos os filhos escutam antes de ir a uma festa.
Estava pronto, coloquei uma blusa branca básica, uma calça jeans preta e tênis.
Ouvi uma buzina, peguei minha jaqueta e desci. Brian estava com mais três meninos no carro. Eu os reconheci logo de vista, o loiro mais alto que dirigia era do terceiro ano, o baixinho perto e Brian de cabelos castanhos era do segundo ano ambos do time de futebol e Brian com seus cabelos pretos estava no segundo também. Assim que entrei no carro senti um cheiro enorme de bebida, você sabe né... Um esquenta talvez.
Bom, no caminho eles foram falando sobre meninas, como eram gostosas e tudo mais, e estava na cara o quanto Brian mudara.
Chegamos à casa dessa Cassie, e assim que entramos já dava pra ver que os móveis da sala haviam sido empurrados de qualquer jeito para os cantos das paredes, os jovens que estavam dançando pareciam estar bêbados. Havia vários casais se pegando. Na área externa havia uma piscina onde meninas apenas de sutiã pulavam levando junto alguns garotos que estavam na beira.
-Vamos lá, Zayn, vamos nos divertir. - Brian disse, passando por mim e indo até um balcão, pegando o primeiro copo com qualquer coisa e o virando de uma vez.
Senti meu estômago revirar, não estava acostumado com essas coisas. Claro que eu saio, vou a festas e tudo mais. Mas aqui o clima era diferente, não sei bem como explicar.
- Oi. - Esqueci meus pensamentos assim que vi uma Bethany parada a centímetros de mim. Ela estava com um vestido agarrado, que marcava bem o corpo lindo que ela tem. Seus cabelos loiros estavam arrumadamente bagunçados, o que a deixava mais bonita.
- O-olá – por que eu to gaguejando? Zayn, porque ta agindo assim perto dela?
- Te vi ai sozinho. Com uma carinha de cão – Ela soltou um riso pelo nariz. - E decidi vim perguntar se está a fim de dançar. - Eu assenti com a cabeça, mas não me movi. Como eu sou idiota, cara. Talvez ela tenha percebido que estava um pouco tímido, e então ficou conversando comigo ali por um bom tempo. Depois de ela conseguir puxar uma conversa boba sobre coisas inúteis, eu finalmente me pronunciei.
-Que tal dançarmos agora? - Eu falei.
Ela assentiu e logo me puxou pro meio da sala, onde todos dançavam e se pegavam ao mesmo tempo. Brian e o menino loiro (Jason) passaram por mim e gritaram um “você é rápido... boa escolha” e saíram rindo feito idiotas, eles estavam mais alterados que o normal. Eu sorri de lado, envergonhado.
A menina começou a dançar ao som de “We found love” e foi chegando cada vez mais perto de mim, até que estávamos dançando colados. Agora eu estava totalmente afim dela. Meu Deus, que menina! Assim que senti o corpo dela colado com o meu novamente não tive duvidas, coloquei minhas mãos na sua cintura e a beijei. E para minha surpresa, ela retribuiu. Toda a timidez se foi, e o beijo foi ficando mais intenso até pararmos por falta de ar.
-Que tal bebermos algo, Zaza? - Ela sussurrou bem perto do meu ouvido assim que a música acabou e me puxou pelo braço até o balcão me dando um drink qualquer. Sem ao menos verificar o que estava bebendo, eu tomei, e depois tomei outro e outro.

...

Acordei me sentindo horrível, uma dor de cabeça enorme. Desembacei os olhos e tentei lembrar onde estava. Assustei-me ao perceber que estava em um quarto deitado na cama, e pra piorar sem camisa. Assustei-me mais ainda quando percebi que Bethany estava dormindo do meu lado, estava apenas com um sutiã e um short. Tentei me lembrar de alguma coisa, e a última coisa que tinha a mente era que tinha tomado uns drinques. Eu juro que tentava me lembrar, mas não conseguia. Um desespero correu minhas veias ao pensar que tinha levado Bethany pra cama.
Tentei achar meu celular e ele estava no criado mudo do lado da cama. Percebi minha camiseta jogada no chão.
Olhei no visor e eram 8 horas da manhã. Tinham 8 ligações da minha mãe, 7 sms da mesma querendo saber onde eu estava. Levantei num pulo. Eu tinha passado a noite aqui sem ao menos dar satisfações a ninguém, e por sinal tinha feito uma burrada também. Peguei minha camiseta, que pelo visto estava fedendo.
- Aonde você vai? - Bethany disse com uma voz cansada. E que pergunta idiota, aonde mais eu iria às 8 da manhã de domingo depois de ter bebido feito louco no sábado e acordar na cama com uma garota?
- Pra casa, né. - Eu tentei falar de um jeito calmo, a qual tentativa falhou.
- Olha Zayn, relaxa. Se você tá pensando que fizemos algo errado, além de beber até cairmos, ficarmos que nem idiotas correndo pela casa – Ela fez uma pausa. - Nós não fizemos o que você está pensando. - Um peso enorme saiu das minhas costas e minha expressão se aliviou. Então ela continuou. - Eu acordei de madrugada, nós dois estávamos acabados jogados na cama de qualquer jeito. Então eu tirei meu vestido que estava imundo, e achei esse short, então o coloquei e, como estava calor... - Ela levantou as sobrancelhas. - Depois te vi todo torto aí e te ajeite, tirei sua blusa porque estava toda molhada e fedendo. - Ela riu pelo nariz e eu fiz o mesmo.
- Obrigado, Bethany. Qualquer outra menina teria... - Ela me cortou antes de me deixar terminar.
- Eu não sou qualquer outra menina, Zayn. - Ela disse, se levantando e já arrumando uma blusa (obviamente de Cassie) para vestir. - Apesar de você implorar, eu não o fiz. - Ela gargalhou.
-Como assim? - Eu disse assustado.
- Fica de boa... Quando fui te arrumar de madrugada você não falava coisa com coisa... Até disse que queria dar uns amassos quentes e tal. - Ela riu ainda mais, o que me fez rir e me aliviou.
- Desculpe, Bethany – Eu ri – mas quando se está bêbado ninguém controla o que diz. - Ela riu e então descemos.
A casa estava uma bagunça, na sala os móveis ainda arrastados e uns 5 jovens dormindo (leia como: jogados) no chão da sala. Antes de sairmos um silêncio tomou conta de nós.
- Hm... - Eu falei - Obrigado pela noite, me diverti muito. - Assim que disse isso, ela pareceu se surpreender com minha atitude e chegou perto de mim.
- Obrigada você, Zayn, também me diverti muito. - Ela fez uma pausa, fitando os pés. - Você é diferente dos outros. - Assim que ela disse isso não resisti e a puxei pra perto, selando nossos lábios, algo naquela garota mexia comigo.
- E você é diferente das outras. - Eu disse assim que separei nossos lábios. Ela sorriu de lado.
- Então nos vemos na escola. - Ela piscou e meu estômago revirou. - Tenho que ajudar Cassie com a bagunça.
- Você sabe que eu queria ficar pra ajudar, mas não posso. - Eu disse, olhando nos olhos dela e ela se aproximou de novo.
- Relaxa, Zayn, eu sei tem que ir. - Ela passou os braços pelo meu pescoço. - Mesmo que eu queira que você fique. - Passei os braços por sua cintura e finalmente a beijei e nos separamos somente por causa do fôlego. Ela sussurrou um obrigada e me deu um beijo na bochecha, depois seguiu a procura da Cassie.
Sai de lá e fui pensando na desculpa que teria que dar pra minha mãe. E pensei na ideal: . Peguei meu celular e disquei o número dela.

-Início de Chamada-
- Alô? - Ela disse com voz sonolenta.
- , desculpa te acordar a essa hora da manhã, mas preciso urgentemente da sua ajuda. - Eu disse muito rápido, meio que desesperado.
- Argh! - Ela gemeu como se estivesse realmente dormindo.
- É sério, menina!
- O que você fez? - Ela disse e logo em seguida riu.
- Fui a uma festa ontem, bebi mais do que podia, acordei na cama com uma garota, estou fedendo a álcool e agora tenho que ir pra casa inventar uma desculpa pros meus pais.
- VOCÊ O QUÊ? - Ela alterou o tom de voz. - FOI PRA CAMA COM QUEM?
-CALMA! - Eu gritei. - não fui pra cama com ninguém. Depois te conto tudo, mas preciso da sua ajuda. Você tá em casa?
- Não, Zayn, esqueceu que to em Liverpool? - Ela disse mais calma.
- Que merda, eu esqueci. E agora, ? Me ajuda então... - Eu disse me desesperando de novo.
- Não sei, Zayn... Deixa-me pensar. - Ficamos em silêncio por uns 30 segundos, que pareciam horas.
- E ENTÃO? - Eu meio que gritei.
- Calma, estressadinho. - Ela fez uma voz irritante. - Tá com a chave da sua casa aí ? - Eu chequei os bolsos da calça e estava, mas não fazia diferença.
- Não importa se estou com as chaves ou não, minha mãe já deve ter acordado e percebido que não estou em casa. - Eu disse irritado. - Eu to tentando te ajudar, se você continuar falando desse jeito comigo eu desligo e volto ao meu precioso sono. - Ela disse com raiva na voz. Eu respirei fundo.
- Foi mal, , mas é que to meio irritado. Desculpa tá? - Eu forcei pra fazer a voz mais calma e apeladora possível.
- Tudo bem, Zayn... - Ela disse e ficou em silêncio por um tempo.
- ?
-Tive uma ideia! - Ela disse como se tivesse descobrindo a América.
- Fala, fala. - Falei ansioso.
- !
- Como assim ? O que ele tem haver com isso? - A impaciência tomou conta da minha voz.
- Eu falo com ele, você pode ir pra casa dele, ele te empresta roupas. De lá você liga pra sua mãe, pede desculpas e fala que encontrou um amigo da escola, que foi pra casa dele. - A ideia era boa mesmo.
- E se ela perguntar por que não liguei pra avisar?
- Fala que você ia ligar, mas aí foi ver um filme e pegou no sono. Ai quando acordou viu que o celular tava no vibra, e por isso não atendeu as 10 ligações que Tia Trisha te fez. - Ela disse, conhecendo mais minha mãe do que eu mesmo.
- Ok, , ideia boa. Agora segunda parte, será que o topa? - disse meio apreensivo.
- Claro, vou ligar pra ele aí explico, e mando ele te ligar. - Um alívio tomou conta de mim.
- você é a melhor. Te amo, menina.
- Eu sei que sou. - Ela riu e eu virei os olhos.
- Convencida.
- Também te amo, seu bobo. Beijos. - Então a linha caiu.
-Fim de Chamada-

Esperei por uns 10 minutos, que pareciam meses. E então meu celular tocou. Era . E enfim tinha dado certo, esse cara era realmente gente boa.
Fui pra casa dele e meio que expliquei de novo o que tinha acontecido. Ele riu e me contou uma história que aconteceu com ele, quase a mesma coisa. E nós começamos a conversar e, pra minha surpresa, estava me dando bem com ele. Enfim decidi enfrentar a Dona Trisha e liguei pra ela.
Nos primeiro minutos de ligação ela estava realmente nervosa, depois com jeitinho eu fui falando com ela, e ela foi se acalmando, até que pra minha surpresa ela pediu pra falar com . Passei o telefone e sussurrei um “coloca no viva voz”, e assim ele o fez.
- Alô? - disse apreensivo.
- Olá, , como vai ? - minha mãe disse calma, ufa!
- Olá – Ele olhou pra mim, perguntando com os olhos o nome da minha mãe e eu sussurrei. - Trisha, vou bem e você?
- Bem, obrigada. - Ela falou. Ele tentou se acalmar. Apesar de estar visível que ele estava nervoso. -A próxima vez que quiser que meu filho durma na sua casa, lembre-se de lembrar ele que ele tem uma mãe, ok? - Eu segurei o riso, e pude ouvir minha mãe rindo do outro lado da linha.
-Claro, dona Trisha. É que ontem estávamos desligados mesmo, vendo filmes e nem nos lembramos do celular que estavam aqui no andar de cima. - Ele disse e logo minha mãe o cortou.
- É brincadeira, , eu sei que são adolescentes e tudo mais, e vocês sempre vão aprontar alguma pra nos deixar preocupadas, loucas e velhas. - Ela disse soltando o riso, fazendo rir.
Depois de mais alguns minutos que pareciam horas de conversa, minha mãe decidiu que vinha aqui me buscar.
Conversei com enquanto minha mãe não chegava. Ele me apresentou pra mãe dele, que é muito gente boa. Ele teve que contar o porquê eu estar ali. Eu fiquei muito nervoso no começo, pensei que ela podia falar alguma coisa pra minha mãe, mas depois percebi que ela era aquele tipo de pessoa que entendia a mente adolescente, e ela até fez um plano de como inventar desculpas pra minha mãe.
Enfim minha mãe chegou, conversou um pouco com Sandra e ficou satisfeita por saber que era "verdade" o que eu falara pra ela no telefone. Eu agradeci o mais uma vez, e logo eu e minha mãe estávamos indo pra casa.

Pov's

Chegamos a Londres por volta das 17 horas. Assim que cheguei em casa, arrumei minha coisas e ajudei minha mãe com Oliver.
Antes mesmo de perceber, Zayn estava no meu quarto me contando sobre seu final de semana.
- , eu beijei a Bethany! - por fim ele disse, e parecia mais feliz do que criança quando ganha um brinquedo novo. Mas pra minha surpresa, aquilo causou um incomodo enorme em mim.
Ciúmes? Não. Ciúmes do Zayn, eu? Ok, eu estou com ciúmes. Talvez porque aquela garota, apelidada por mim de "Mrs. Perfeição" (por ter um corpo perfeito, um cabelo perfeito, e tudo que você possa imaginar) não me descia pela garganta. Tava na cara que ela não gostava de mim, mesmo sem eu ter feito nada pra ela.
- Hum, que legal, Zayn. - Eu disse meio desanimada.
- Ah! O que foi, ? Eu conto pra você que beijei a menina que estou querendo ficar a meses e é assim que você reage? - Ele falou meio inconformado pelo jeito que falei com ele.
- Eu disse que é legal... E bom pra você, Zayn. - Eu tentei parecer o mais interessada possível, apesar de não estar.
- , o que foi, hein? - Ele falou, sentando ao meu lado na cama.
- Nada. - Eu disse pra ele, que arqueou uma sobrancelha.
- Eu te conheço, fala aí o que tá rolando.
- Tá, vou falar, mas promete que não vai ficar bravo comigo? - Eu disse e ele assentiu positivamente. - Então fala: , eu prometo que não vou ficar bravo com você. - eu disse meio que rindo e ele riu.
- , prometo que não vou ficar bravo com você. - Ele disse, tentando imitar minha voz, o que resultou em um tapinha em seu ombro. – Sério, , fala o que foi.
- aBethanynãogostademim - Eu disse tudo de uma vez, me embolando nas palavras.
- O QUÊ? - Ele riu a me ver tropeçar nas palavras.
- A Bethany não gosta de mim tá legal! - por fim eu disse, e fiquei com medo da reação dele. Então ele começou a rir.
- Para de ser boba! Porque ela não gostaria? Tudo bem que você é bem tontinha e idiota - Ele riu e eu fiz cara de criança mimada cruzando os braços. - Tirando isso, ela não tem motivos.
- Tem sim... Você mesmo disse que eu sou tonta e idiota. - EU fiz bico de manha e dei as costas, então o senti me abraçando por trás.
- Pequena, tava brincando. - ele disse de um jeito hiperfofo. - Drama of queen, era brincadeira.
- Saiba que só sou tonta e idiota porque aprendi com meu melhor amigo. - comecei a rir.
- Ah é? É assim então? - me olhou com uma cara malvada. Ele ameaçou fazer cócegas em mim e eu comecei a me esquivar, rindo, quase implorando pra que não fizesse.
Depois de uns 10 minutos de idiotices mentais, esquecemos o assunto e descemos pra comer alguma coisa.

[...]

Segunda-feira é com certeza o pior dia da semana. Acordar cedo depois de um domingo cansativo é o que mais mata.

Chegamos à escola e logo vi Bethany no grupinho de amigos dela, os quais podem ser chamados de 'populares'. O único que eu conhecia ali do meio era o Brian, o qual tinha mudado muito desde quando essa coisa de popularidade subiu a cabeça.
Eu tentei ignorá-los e seguir meu caminho. Mas quando percebi ela estava na nossa frente, deu um abraço bem apertado e longo no Zayn, depois olhou pra mim e falou um "Ah, oi, ."
Eu olhei pra Zayn com um olhar "falei que ela não gosta de mim”, mas ele nem percebeu, estava tão hipnotizado por Bethany.
- Zayn, por que não vem falar com os meninos? Eles querem que você fique com a gente. - Ela disse, apontando o grupinho onde estavam os meninos, um loiro, o Brian e um de cabelos pretos. Também tinha uma menina, com cabelos castanhos escorridos.
- Tudo bem, vamos. - Ele nem ao menos se importou em me chamar, ou em lembrar que eu estava ali. Então Bethany passou seu braço no dele e o guiou até o grupinho.
Me senti uma merda. Gente, eu existo, tá. Fui até o meu armário pegar meu livros e encontrei no caminho.
- Hey, . - Ele disse, chegando perto de mim com um sorriso adorável.
- Oi, . - Falei meio sem emoção. Ele virou a cabeça levemente tentando identificar minha expressão.
- O que foi, ?
- Nada não, só tenho medo de perder meu melhor amigos pra uns tais de populares. - Eu disse, forçando um sorriso.
- Só alguém muito bobo podia trocar você por falsidade, intrigas e coisas do tipo. - Ele disse e ri pelo nariz.
- Vamos ver né. - Eu disse caminhando ao seu lado. - , vou ao banheiro rapidinho, te encontro na sala.
Então ele disse um "ok" e seguiu o corredor. Eu entrei no banheiro, me olhei no espelho, bagunçando de leve minha franja.
- Olha quem está aqui. - Ouvi uma voz falar por trás de mim. No inicio pensei que não fosse pra mim, mas depois percebi que talvez fosse e me virei. Bethany.
- Ah, oi, Bethany. - Falei naturalmente, meio surpresa por vê-la falando comigo.
- Só quero te avisar uma coisa, querida. - Ela disse de um jeito irônico, o que me fez arquear a sobrancelha lhe dando espaço para continuar. - Não quero ver você colada com o Zayn, tá legal?
- Ãh? - Eu disse sem pensar em uma resposta melhor.
- É isso que você ouviu. - Ela não levantava a voz em nenhum momento, só que eu não estava entendendo o que ela queria dizer. - Zayn vai ser parte do nosso grupo agora, e acho que ele não se encaixaria no meu grupo se andasse com alguém como você.
- Quem você acha que é, garota? Só porque se autonomeia popular acha que pode controlar os outros? - Eu disse já com muita raiva, tentando não aumentar a voz também.
- Eu sou Bethany Muller, e se você quiser uma guerra, que fique claro que você vai perder. - O sangue me subiu. Eu peguei minha bolsa em cima do balcão e saí do banheiro. A última coisa que pude ouvir foi ela rindo e falando em vão: "Seu amiguinho vai ser meu...".

Quem essa menina pensa que é pra falar comigo desse jeito, ou quem ela pensa que é pra achar que pode manipular alguém como Zayn? Eu estava tentando evitar esse pensamento, mas o que ela falou não saia da minha mente: "... e acho que ele não se encaixaria no meu grupo se andasse com alguém como você.".
Ouvi o sinal bater e fui meio que correndo pra sala, ainda com muita raiva. Zayn não fazia essa aula comigo, a qual só fez minha raiva aumentar. Sentei do lado de .
- O que houve, ? - Ele disse ao notar minha mudança de humor, porém não queria falar sobre isso agora.
- , por favor agora não. - Eu o olhei com um olhar de "explico mais tarde" e ele entendeu.
-Faça o que quiser. - Então o professor chegou e começou a ministrar sua aula.

Felizmente era hora do intervalo. Pareciam que as horas não passavam hoje, as aulas duraram mais do que minha vida toda. Assim que guardei meus livros e cheguei ao pátio, ouvi uma voz dos rádios da escola com um aviso:

"Atenção caro alunos, as aulas se iniciaram novamente daqui à uma hora devido a uma reunião com os professores."

Pude ouvir várias pessoas comemorarem, e isso foi um alívio pra mim. Em plena segunda-feira uma hora livre na escola, graças ao Bom Deus.
Assim que cheguei à cantina, encontrei logo de cara. Tentei procurar Zayn e me decepcionei ao encontrá-lo com o mesmo pessoal de hoje cedo. Assim que o vi, Bethany o abraçou e olhou em minha direção, o que me fez desviar o olhar.
Entrei na fila com e pude ver ela vir em nossa direção. Ela parou na minha frente.
- , querida, . - Assim que ela disse isso, do jeito mais irônico possível, notei virar com os olhos arregalados.
- Bethany, não enche. - Eu disse seca, me virando pra .
- Se quer que seja assim, então vai ser. Foi fácil - Ela riu irônica. - Foi fácil convencer Zayn de andar com a gente. - Meu sangue subiu, não aguentei e saí da fila, explodindo de tanta raiva e fui à direção de Zayn, vi Bethany correr até ele para alcançá-lo antes de mim.
- ZAYN - Eu disse meio alterada, assim que cheguei à frente dele. Ele parou o que estava fazendo e olhou pra mim. Bethany fechou a cara, como se estivesse triste.
- Zayn, você tem que mandar sua amiga se controlar. - Bethany disse com uma voz falha, como se algo a tivesse atingido.
- O QUÊ? - Eu gritei, olhando pra ela.
- Calma, , eu só tava tentando ser sua amiga, mas se você não quer nem tentar não precisa me tratar desse jeito. - Ela disse se fazendo de vitima, Zayn arregalou os olhos.
- O que aconteceu, ? - Ele virou a cabeça pra ela - Bethany? - minha respiração estava acelerada devido à raiva que estava sentindo.
- Eu fui tentar conversar com ela na fila, chamar pra ficar com a gente. - Ela fez uma pausa dramática. Eu pensei que eu fosse a rainha do drama, mas to vendo que temos uma vencedora. - Aí ela me tratou como se eu fosse um lixo, falou que não era pra ficar perto de você e tudo mais. - PORQUE FEZ ISSO? - Zayn disse meio que alterado, olhando pra mim. Se não estivesse ali para me segurar eu juro que quebrava a cara daquela cobra ali mesmo.
- Não fiz! - Eu disse. Ele me olhou com uma cara de merda como se não acreditasse no que eu acabara de falar, então virei às costas e saí andando em direção ao corredor dos armários. me seguiu. O corredor estava vazio pelo fato das aulas serem adiadas uma hora. Sentei no chão perto do meu armário e sentou do meu lado.
- Não entendo essa garota, ! - Ele disse com raiva. – Por que ela fez isso? - Eu apenas fitava o chão sem falar nada. - E me desculpe, , não entendo seu melhor amigo que preferiu acreditar nela do que em você.
- , essa menina é uma cobra... - Então contei a ele tudo o que aconteceu pela manhã, no banheiro. Ele ficou indignado, tanto quanto eu fiquei. Ficamos em silêncio por um bom tempo, tanto eu como ele não sabíamos o que fazer. Então pude ver um Zayn saindo da cantina e vindo em direção a nós dois.
- , me deixa conversar com a a sós por favor. - Ele disse ainda irritado. me olhou e eu assenti com a cabeça, então ele se levantou e saiu dali.
Zayn sentou ao meu lado e ficamos em silêncio.
- Quer me explicar o que aconteceu? - Ele disse da forma mais seca possível. - Se você tem ciúmes dela é só você me falar, mas não precisa tratar ela assim. - Ele disse ficando com raiva na voz de novo.
- ZAYN! - Eu gritei assim que ele terminou a última frase. - Zayn. Será que você não consegue ver? Ela que veio falar coisas pra mim, veio falar pra eu ficar longe de você. - Ele meio que riu irônico.
- Quer mesmo que eu acredite que a Bethany falou pra você ficar longe de mim? - Nossa, eu fiquei mais irritada ainda, só que ao invés de explodir, a decepção tomou conta de mim, por saber que meu melhor amigo acredita mais em uma menina que conheceu a alguns meses do que em mim, que conhece há 14 anos.
- E por que eu mandaria ela ficar longe de você? - Eu falei baixo, olhando pros meus tênis.
- Ciúmes, talvez? - Ele disse indiferente, como se a resposta fosse óbvia.
- Qual é o seu problema, Zayn? Prefere acreditar em uma menina que nem conhece direito do que em mim? - As lágrimas já se juntavam nos meus olhos.
- Me desculpa, mas não sei o que pensar. - Aquilo foi o fim pra mim. Eu me levantei e dei as costas, andando pra qualquer lugar.
- ... - Foi a última coisa que consegui ouvir antes de entrar no banheiro feminino.
Como a maioria das pessoas da escola estavam pelos ginásios esportivos vendo os treinos, ou pela cantina comendo alguma coisa, o banheiro do corredor era o último lugar aonde alguém iria.
Sentei-me no chão e deixei algumas lágrimas escapar. Como isso? Não entendo, não entendo. Então ouvi um choro vindo de dentro de umas cabines do banheiro.
- Oi? Tem alguém aí? - Eu disse com a voz falha. E nada. Ouvi mais uma vez o choro e então segui o barulho e abri a porta da cabine. Uma menina linda, com os cabelos loiros compridos, com lindos cachos nas pontas a qual eu nunca tinha visto na escola. Ela chorava muito.
- O que aconteceu com você? - Eu disse, preocupada, e então ela levantou os olhos pra me olhar.
- Você não tem haver com isso, por favor, pode me deixar sozinha? - Ela tentou não ser grossa. Então pedi desculpas e voltei a me sentar no chão onde me encontrará a cinco minutos.
Depois de uns dez minutos, a menina saiu da cabine e se sentou ao meu lado.
- Me desculpe por falar com você daquele jeito. - Ela disse, com os olhos inchados e com uma voz falha.
- Não foi nada, todo mundo tem seu dia mau. - Eu disse.
- Sou Savannah. - Ela disse toda meiga. - E tenho a leve impressão de hoje ser um dia ruim pra nós duas.
- Sou , e sua impressão está certa. - Eu sorri fraco, e ela de volta.
Então começamos a conversar. Ela me contou que mudou pra cá faz poucos dias e que contra sua vontade. Ela era do 1° ano também, mas desde que entrou aqui não conseguiu assistir nenhuma aula sem falar que estava passando mal e vir ao banheiro chorar.
Ela estava acostumada com sua vida na Irlanda e seus pais se mudaram pra cá assim que seu avô morreu, semana passada. Ela tinha amigas lá, ela tinha uma vida lá e teve que abrir mão de tudo pelos pais dela.
Ela era uma pessoa supermeiga e doce. Senti que seriamos grandes amigas, então como ela tinha sido tão sincera comigo em contar sua história eu contei a minha. Ela não conseguia acreditar no fato de que os populares manipulavam as pessoas mais do que podiamos imaginar.

[...]

Finalmente o sinal bateu anunciando que as aulas teriam inicio novamente. E por coincidência minha aula era com e com Savannah, mas não com Zayn. Apresentei a ela, e ficamos conversando durante as últimas aulas. era um amor, ele realmente tentava animar nós duas com palhaçadas, o que estava dando certo.

[...]

Na hora da saída, passei no meu armário, guardei os livros e peguei minha bolsa. Estava caminhando para a saída como todos os dias. Mas algo me surpreendeu assim que saí da escola. Zayn.
- , me espera. - Eu não pude fazer outra coisa a não ser esperá-lo. - Não vou deixar você voltar sozinha pra casa, mocinha. - Ele disse, tentando esquecer o que tinha acontecido. Eu forcei um sorriso.
- Tudo bem, Zayn, vamos então. - Eu disse e fui caminhando junto com ele. Já estávamos quase chegando em casa.
- Olha, , desculpe por ter te tratado do jeito que te tratei, mas estava nervoso. - Ele falou olhando pro chão, mas com uma voz arrependida. Eu suspirei. Zayn é meu melhor amigo, não podia perder ele pra qualquer coisa, mesmo depois de tudo que Bethany falou eu decidi esquecer e ver até onde isso ia.
- Tudo bem, Zayn, não quero você longe de mim. - Eu disse sincera, porque é verdade. Paramos em frente minha casa e ele me abraçou. Eu passei meus braços por sua cintura e apertei bem forte.
- Te amo, . Vamos esquecer o que aconteceu hoje, tá legal? - Ele disse ainda abraçado comigo, passando os dedos pelos meus cabelos.
- Também te amo, seu bobo. - Queria realmente esquecer o que acontecerá mais cedo, perder meu melhor amigo não está na lista de coisas pra fazer esse ano...

Capítulo 7 - “... quebrada e curada, então quebrada e curada novamente!"


Algumas semanas tinham se passado do acontecimento. Zayn não tinha se afastado, porém não estava presente, difícil de explicar, eu sei. Ele falava comigo de boa, ia em casa, eu na dele - bem menos do que antes, mas não era a mesma coisa.
Ele não ficava muito comigo na escola, voltava pra casa comigo raramente e ficava mais com Bethany. AH! E a Bethany, ela continuava me fazer ouvir merdas – desculpa, ouvido. Toda vez que eu esbarrava nela, ou a encontrava no mesmo ambiente, ela arranjava qualquer coisa pra me provocar, fosse ficar beijando o Zayn na minha frente - o que me incomodava - ou falava coisas idiotas e bobas, mas que ficavam na minha cabeça.
Ela chegou até a me falar que logo, logo ele ia parar totalmente de andar ou falar comigo, porque eu não chego ao nível dele.
Eu sei que são besteiras, mas machucam. Ouvir que eu não sou boa o suficiente pra ter um amigo como o Zayn é horrível. E sinto falta dele, muita.
Savannah e se tornaram amigões pra mim. Eles são demais, cara, amo muito eles. Savannah vem quase todo dia pra minha casa depois da escola, pra não vir sozinha. Alguns dias eu ia a casa dela ajudar ela arrumar o quarto por causa da mudança recente e tudo mais. Tínhamos virados grandes amigas. Minha mãe conheceu a mãe dela e elas acabaram por virar 'amigas' também. também vinha alguns dias depois da escola, outros ele ia pra casa porque tinha que ajudar a mãe.
Quando Zayn não estava na escola com os meninos do time de futebol, ou com a Bethany por aí, ele vinha em casa.
E assim as semanas foram passando. Eu não contava a Zayn nada do que Bethany me dizia, era melhor não causar mais brigas e discussões, já estou quase o perdendo não quero dar outros motivos pra que isso aconteça por inteiro.
Hoje é quinta, acabei de chegar da aula extra de música, são 4 da tarde. Nem Savannah, nem , nem Zayn podiam vir pra cá hoje, ou seja, sozinha.
Fui pro quarto, tomei um banho e me joguei na cama pegando meu note e meus fones. Coloquei qualquer música do reprodutor pra tocar e entrei no twitter. Postei alguns tweets e conversei com a Rachel um pouco. Logo ela me mandou mais uma frase do Caio Fernando Abreu:

"Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos..." - Caio F. Abreu

Logo suspirei. Por favor, substitua esse "alguém" por "Zayn". Sinto - me tão mal, tão insegura, com tanto medo de perdê - lo. Acho que perder Zayn é a pior coisa que pode acontecer comigo. Cara, ele é meu melhor amigo, meu anjo. Mas eu estou fazendo ele se afastar de mim, e eu quero ele.
Lágrimas se juntaram, levantei e fui até um pequeno criado mudo que ficava perto da minha cama, abri a gaveta e peguei a primeira coias que me fazia lembrar ele.

~flashback on~

- Zaaaaaaaaaaaaaaayn! - saí correndo assim que vi meu melhor amigo passando pela porta da minha casa, no meu aniversário de 10 anos. Eu corri feito uma louca e o abracei. - Não acredito que você veio Zayn.
Eu não estava acreditando que ele tinha vindo de verdade. Na quinta feira ele e sua família foram pra Bradford, onde é a casa dos avós dele, e pelo fato do pai de Trisha estar doente eles falaram que não ia conseguir chegar a tempo da minha festinha de 10 anos. Quando eu vi que ele conseguiu chegar a tempo eu esqueci todas as outras crianças.
- É, , eu consegui ! - Ele falava tão empolgado quanto eu. - Minha mãe conseguiu me trazer! - Quando ele disse isso, eu saí correndo e abracei Trisha.
- TIAAAAAAAA! Você veio! Obrigada, obrigada! - Então a soltei e abracei as irmãs do Zayn e depois o pai dele.
- Imagina, querida, você não sabe o quanto estamos feliz por estarmos aqui!
Logo nos juntamos as outras crianças e brincamos de pega - pega, esconde - esconde e derivados de festa infantil.
Assim a festa passou, já era noite, por volta das 10 horas, nossas mães estavam na cozinha dando uma geral e nossos pais conversavam na varanda sobre qualquer coisa.
- , espera só um pouquinho que eu tenho uma coisa pra você. - Zayn disse, fazendo sinal com as mãos para esperar. Eu assenti, sorrindo. Observei-o indo até a cozinha falar com sua mãe, depois ir até a bolsa dela e pegar um embrulho então voltou.
- O que é isso? - Eu disse, olhando o pequeno pacotinho que ele carregava.
- É pra você, fui eu que comprei. - Ele sorriu satisfeito pela informação. - E comprei em Bradford quando tava no shopping com a minha avó, aí me lembrei de você. - Então ele esticou o braço, me dando o embrulho.
Eu abri o pacote muito feliz e, assim que segurei o objeto nas mãos, um sorriso se formou de orelha a orelha.
- Obrigada, Zayn, obrigada! - Eu o abracei com força. Eu segurava um colar, com um pingente pequeno na forma de um coração com uma pedrinha que brilhava no meio. Era delicado, tão lindo.
- Não foi nada, . - desde pequeno ele tinha esse jeito meigo de me tratar. - Mas tem um significado... - ele fez uma pausa. - Que eu pensei sozinho, viu. - Eu ri.
- Então o que significa? - Eu disse analisando cada detalhe do pingente. - É um coração, fim. - Ele riu e eu ri em seguida.
- Mas o que essa pedrinha no coração significa? - Eu perguntei, inclinando a cabeça para um lado.
- Finge que esse coração é o meu coração tá? - Eu assenti e ele continuou. - E essa pedrinha é você. Você é minha melhor amiga e nossa amizade é uma das melhores coisas pra mim. Então no meu coração tem um luzinha que se chama e no seu tem uma que chama Zayn. - Ele riu sem graça.
- Que lindo, Zayn. - Eu disse com os olhos brilhando. - Me ajuda a colocar, vem! - Eu disse empolgada, dando o colar na mão dele e tirando o cabelo das costas pra ele prender o colar...

~flashback off~

E assim eu encontrei do jeito que eu me lembrava, só um pouco mais empoeirada, o colar com o pingente do coração e a pedrinha brilhante que já não brilhava tanto. Eu desci, limpei-o e assim coloquei em meu pescoço.
Essa pedrinha é o Zayn, ele está aqui comigo e agora, limpa, brilhava mais do que nunca, como se fosse nova de novo.
Ah! Como eu sinto falta daquele bobo todo dia aqui em casa, falando merda, me fazendo cócegas, me irritando. Sinto tanta falta dele.
Peguei meu celular, entrei na pasta de sms pro Zayn e digitei:
"Sinto sua falta, te amo! xx"
Porém, quando fui enviar não tive coragem o suficiente e apenas a salvei em rascunhos.

[...]

As aulas até que passaram rápidas essa manhã, Savannah e só falavam merda nas aulas, o que as deixavam muito mais legais, e quando tínhamos aulas com o Zayn era um quarteto que só falava merda e ria de coisas idiotas.
- O que é isso? - perguntou, enquanto mexia no pingente do meu colar.
- Um colar, nunca viu? - Eu disse, rindo da cara dele.
- Quero dizer, quem te deu? - Ele riu pelo nariz.
- Ah, o Zayn - fiz uma pausa, olhando o colar. - Quando eu tinha 10 anos.
- Nossa, que legal. - Ele disse e Savannah nos observava. Então abaixei a cabeça.
- Você sente falta dele né, ... - Ela falou, colocando uma das mãos no meu ombro. Eu suspirei.
- Sinto. - Dei um sorriso forçado e então o sinal bateu e, por fim, iria embora.

Fui ao meu armário, guardei meus livros e na hora de ir embora consegui alcançar Zayn caminhando no corredor sozinho.
- Zayn? - Eu disse, chegando perto dele. Ele se virou.
- Oi, . - Ele parou, esperou eu alcançá-lo e fomos caminhando.
- Ei, o que vai fazer hoje? - Eu disse meio desanimada.
- Hoje não vou fazer nada... – nem o deixei terminar a frase.
- Então vai pra casa hoje, eu não quero ficar sozinha de novo. - Eu meio que implorei e quando vi o tom que minha voz tinha chegado eu tentei voltar ao normal.
- Tudo bem, eu vou, mas e Savannah ou ?
- Eles não podem ir hoje... - Eu abaixei a cabeça. - Mas tudo bem se não puder.
- Qual é, eu disse que vou. - Então fomos até em casa conversando sobre coisas bobas.

Quando chegamos em casa, deixamos as mochilas e fomos ver o que íamos comer.
- Que tal um macarrão, ? - Ele disse, abrindo o armário da cozinha.
- Pode ser, é a única coisa que a gente sabe fazer. - Eu ri e ele riu em seguida, pegando o pacote de macarrão e me dando um pacote de molho.
Enquanto esperávamos a água ferver, eu já ia esquentando o molho. Começamos a fazer palhaçadas, até que molhei a ponta do dedo com um pouco de molho e fiz uma mancha no nariz do Zayn, o qual deu uma risada e olhou com um olhar vingativo. Então seu celular tocou.
Como estava mais perto do balcão, eu o peguei e saí correndo pela cozinha.
- ME DÁ MEU CELULAR, MENINA! - Ele gritava, rindo.
- NÃAA... - Eu não consegui terminar a frase assim que vi quem ligava: "Bethany". Eu parei de rir e entreguei o celular na mão dele. Ele o pegou e atendeu.
- Oi Beth - Ouvi-o falar assim que levou o celular à orelha.
- Onde eu to? - Ele disse assim que ouviu ela responder do outro lado da linha.
- Eu to na casa da . - A ouvi aumentar o tom de voz o ponto de conseguir ouvir, então ele fez um sinal pra esperar, abriu a porta da cozinha e foi no quintal falar com ela.

Vi que o macarrão e o molho estavam prontos e os desliguei, então sentei na cadeira e apoiei minha cabeça sobre meus braços na mesa. Quando percebi já estava chorando. Não estava chorando de ciúmes, ou de raiva da Bethany, mas estava chorando por sentir falta.
Por sentir falta dessas palhaçadas, por sentir falta das idiotices e brincadeiras de crianças. Ouvi-o entrar de volta pra cozinha e puxou uma cadeira, se sentando do meu lado, então não aguentei e me vi soluçar.
- ? O QUE ACONTECEU? - Ele meio que gritou ao me ouvir chorar. Eu tentei limpar as lágrimas, mas as malditas teimavam em sair.
- Não foi nada, Zayn. - menti em meio o choro.
- Como nada, ninguém chora por... - Não o deixei terminar e as palavras saíram como uma bola de canhão:
- Sinto sua falta, sinto muito sua falta. - Então abaixei a cabeça e comecei a chorar de novo. Ele ficou estático, talvez não esperasse isso. Então senti ele me abraçar e encostei minha cabeça no seu peito, molhando sua camiseta com as lágrimas e tentava abafar o som dos soluços.
- Hey, shhhh - Ele disse calmo, enquanto passava as mãos pelos meus cabelos. - Eu to aqui, . To aqui, pequena. - Então minhas lágrimas foram cessando.
Assim que parei totalmente de chorar, Zayn levantou minha cabeça, segurando meu rosto com as duas mãos e dando um beijo na minha testa.
- Zayn... - Então suspirei.
- , eu sempre vou estar aqui quando você precisar, não precisa ficar assim. - Ele acariciava o meu rosto com a ponta dos polegares, então o abracei com força tentando acreditar.

[...]

Pov's Zayn

- ME DÁ MEU CELULAR, MENINA! - Eu gritei e comecei a rir.
- NÃAA... - Então ela parou de falar e me deu meu celular.

~Ligação on~

- Oi, Beth. - Falei assim que vi o nome dela no identificador.
- Oi, Zayn, onde você tá? - Ela disse com uma voz impaciente.
- Onde eu to? - EU tinha ouvido bem ela, mas não sei por que falei isso sem pensar.
- É, onde você tá? - Ela disse ainda impaciente.
- Eu to na casa da . - Eu disse calmo pra tentar acalmar ela.
- NA CASA DE QUEM? - Então assim que a ouvi gritando, eu suspirei e fui até o quintal pra não causar mais problemas.
- To na casa da , Bethany, ela pediu pra vir passar a tarde com ela hoje. Por quê? - Eu falei o mais calmo possível.
- Porque eu queria te ver, Zayn, queria ficar com você hoje. Mas já to vendo que não vai dar, né. - Ela disse meio irritada.
- Beth, não é isso, você quer ir em casa mais tarde? - Eu disse.
- Mais tarde que horas? - Ela falou com a voz mais calma.
- Eu te ligo, pode ser? - Falei da forma mais adorável possível, haha.
- Pode, mas não esquece tá? - Ela fez uma voz de manha.
- Não vou esquecer... Eu preciso entrar agora, tenho que almoçar. Depois a gente se fala, beijo.
- Beijo, amoré. A gente se fala.

~Ligação off~

Assim que desliguei o celular eu comecei a pensar coisas em vão, olhando pra grama da casa da . Logo balancei a cabeça e entrei. Assim que cheguei à cozinha, vi a sentada com a cabeça encostada nos braços.
Eu não pensei que fosse nada, pensei apenas que ela estivesse cansada, então arrastei a cadeira perto dela e, quando ia cutucar ela com a ponta do dedo, ouvi-a chorar.
- ? O QUE ACONTECEU? - Eu meio que gritei ao perceber que tinha algo errado. Ela puxou a manga da camiseta e tentava limpar as lágrimas, mas não adiantava.
- Não foi nada, Zayn. - Ela mentiu e, como conheço muito bem essa menina, quando ela diz que não tem nada ela tem tudo.
- Como nada, ninguém chora por... - Ela não deixou eu terminar e me cortou.
- Sinto sua falta, sinto muito sua falta. - Então ela abaixou a cabeça e começou a chorar alto, que até soluçava. Eu congelei. Não sabia o que pensar, como eu sou um idiota. Como eu não percebi que ela sentia minha falta, como eu não percebi que sentia falta dessa boba.
- Hey, shhhh - Eu disse, tentando acalmá-la. Abracei-a e fiquei acariciando seus cabelos. - Eu to aqui, . To aqui, pequena. - Eu segurei o rosto dela e dei um beijo na testa.
- Zayn...
- , eu sempre vou estar aqui quando você precisar, não precisa ficar assim. - Eu acariciei o rosto dela com as pontas dos polegares e ela me abraçou bem forte. Eu retribuí o abraço.
Ainda estava estático. Como eu cheguei ao ponto de fazer isso com ela? Ver ela assim era a pior coisa pra mim, minha melhor amiga desse jeito é horrível.
Talvez pensar em dar um pouco de espaço a ela não foi a melhor opção.
Enfim, como eu prometi a Bethany que ligaria pra ela eu não pude ficar muito tempo aqui. Quando eram umas 16:30 eu decidi ir embora.
- , eu tenho que ir. – Falei, me levantando do sofá onde estávamos sentados juntos vendo qualquer coisa na TV.
- Já? - Ela fez bico.
- Sim, tenho umas coisas pra fazer ainda. - Ela levantou e me levou até a porta.
- Então, tá. - Abriu a porta. - A gente se vê, né...
- Claro, pequena, a gente se vê. - Dei um beijo na testa dela e fui pra casa.

[...]

- Mãe, sabe a Bethany? - Estava na cozinha com a minha mãe tentando ser o mais natural possível.
- Sei, filho, aquela sua amiga da aula de geografia. - Minha mãe disse, enquanto comia seu waffer.
- Sim, ela mesma.
- O que tem ela? - Ela disse com a boca um pouco cheia.
- Ela vai vir aqui daqui a pouco tá... - EU disse, me envergonhando. Ela pra me provocar me olhou de um jeito que me deixou mais sem graça ainda.
- Hmmmm... Vão estudar, né... Sei... - Ela disse, tirando uma com a minha cara.
- Para de ser boba, dona Trisha. - Eu disse, rindo.
- Bobo é você... Tem alguém como a e fica perdendo tempo com essas populares. - Ela disse e riu, então logo continuou: - Mas tudo bem, eu e sei pai temos um compromisso e a Doniya vai com a gente. Aí ela pode vir, só que você vai ter que ficar com suas irmãs. - Eu suspirei por dentro, mas não teria outro jeito dela vir.
- Tá bom, mãe, eu cuido das meninas. - Eu falei e ficamos conversando mais um pouco sobre coisas bobas.

[...]

Ouvi o barulho da porta e antes de gritar "deixa que eu abro", Waliyha já tinha aberto a porta. Eu desci meio que correndo.
- Oi, Beth. - Eu disse, chegando perto da porta. - Você já pode entrar agora, Wali. – Disse, tentando parecer normal e então ela voltou pra dentro e voltou a ver televisão com a Doniya, a Safaa estava dormindo no quarto.
- Oi, Zayn. - Ela me deu um selinho. - Sua irmã é fofa. - Soltei um riso pelo nariz.
- Vem, vamos entrar. Tá meio frio aqui fora, né. - Eu falei e então ela passou os braços pela minha cintura e entrou comigo.
Apresentei-a pras minhas irmãs, depois subi pro meu quarto. A gente conversou bastante, também demos uns beijos, haha.
Eu realmente não sei o que a tem contra ela. Mas as coisas são confusas pra mim, porque elas não se batem? Ciúmes talvez?
Enfim, eu gosto muito das duas, porém quando elas estão separadas. Só que são coisas diferentes. é minha melhor amiga, apesar de... Deixa quieto. E, Beth, eu gosto dela pra caramba.
Lá fora chovia e eu ainda estava com Bethany no quarto fazia um tempo já, nós estávamos 'estudando' e eu queria ficar com ela o máximo possível. Nós estávamos conversando e prestes a dar um beijo 'mais quente' quando Waliyha entrou no quarto.
- ZAYN. - Ela entrou e chegou perto de mim. - Que é? - Ainda bem que me afastei de Bethany a tempo. Cara, bem na melhor parte alguém atrapalha.
- To com fome. - Ela disse sem perceber nada, com toda aquela inocência de criança.
- Fala pra Doniya fazer alguma coisa pra você. - Eu disse seco.
- Esqueceu que ela não tá em casa? - Ela disse irritada, mostrando a língua, o que me irritou.
- Não vê que a gente está estudando, Waliya? Desce. Depois eu vejo o que eu faço pra comer. - Fui muito grosso, não sei por que estava agindo assim, eu sempre sou muito paciente com as minhas irmãs.
- Tudo bem. - Ela disse bem baixo e saiu com a cabeça baixa. Logo coloquei a mão na nuca pra pensar no que acabei de fazer. Agi por impulso. Quando percebi, Bethany olhava pra mim.
- É... - Eu já ia arrumando uma desculpa.
- Onde paramos Zayn? - Ela me olhou com malícia.
- Ah, é... - Eu disse me aproximando dela e a beijando. Então escuto o meu celular tocar.

Pov's

Bom, depois que Zayn foi embora, eu fui pro meu quarto, tomei um banho, coloquei free fallin do John Mayer pra tocar e entrei no twitter.
Meus pais não estavam, eles tinham ido à casa de uns amigos e levado o Oliver. Como eu não estava muito animada eu não quis ir, ainda mais com essa chuva. Quando chove, eu gosto de ficar em casa.
Eu viajo nessa música, e quase chorei quando ouvi as seguintes palavras sendo cantadas:
"And I'm a bad boy cuz I don't even miss her” (E eu sou um cara mau porque eu nem sinto a falta dela).
“I'm a bad boy for breakin' her heart..." (Eu sou um cara mau por quebrar o coração dela).
Ouvir que ele era um "cara mau" é horrível, Zayn não é um cara mau, nunca foi... Ele mesmo me disse hoje que vai estar aqui para o que precisar. Ele não é mau.
Por incrível que pareça tinha outra DM da e outra frase:

"Não se deixe entusiasmar a ponto de não conseguir distinguir amor de atração, amor de carência, amor de insegurança, amor de fantasia [...] " Caio F. Abreu.

Fiquei que nem uma idiota olhando pra tela do computador. Isso não é verdade. Não estou apaixonada por Zayn, eu sei distinguir essas coisas. Logo ouvi a campainha tocar. Fechei a tela do meu note e desci correndo pra atender.
Assim que abri a porta vi uma cena que me surpreendeu. Waliyha e Safaa na chuva. Assim que abri a porta elas entraram correndo e me abraçaram, mesmo elas estando molhada eu não neguei o abraço.
- O QUE ACONTECEU, MENINAS? - Eu disse desesperada ao ver o estado delas. Safaa, a menor, chorava.
- O Zayn tá em casa com aquela amiga dele, nem deu atenção pra gente. O papai e a mamãe saíram e a gente tá com fome e agora com frio. - Wali disse muito magoada.
- Pera, o Zayn tá em casa e deixou vocês virem pra cá, sozinhas? - Eu disse indignada.
- Não, ele nem percebeu que a gente saiu. - Safaa disse triste. E fui aí que percebi que elas estavam tremendo e com frio.
- Gente, vem vou pegar uma toalha pra vocês se enxugarem e uma roupa quente. - Eu peguei nas mãos delas e levei-as até meu quarto.
Lá elas se enxugaram e eu dei um moletom quente pra elas, o qual ficou enorme. Depois as levei pra cozinha e nós jantamos a comida que minha mãe tinha deixado.
Levei-as pra sala, peguei um cobertor e deixei-as assistindo um desenho enquanto fui ao meu quarto ligar pro Zayn.
Cara, como ele pode fazer isso com as irmãzinhas? Talvez Zayn seja um cara mau, porém eu prefiro não acreditar. Porque ele não é mau, ele não é! - Eu pensava.
Elas são tão boazinhas e com certeza a 'amiga' que está lá é a Bethany pra ele fazer isso com as irmãs dele. É ela, com certeza.

~ligação on~

- ZAYN. - Eu disse irritada assim que ouvi a voz dele.
- O que foi, ? - Ele respondeu no mesmo tom que eu.
- Não tá sentindo falta de nada não? - Eu falei muito nervosa.
- Como assim? - Ele falou sem entender.
- Vou ser mais clara. Duas meninas, pequenas, fome, frio, uma delas chorando. - Eu disse.
- O QUÊ? - Ele gritou.
- SUAS IRMÃS, ZAYN, WALIYHA E SAAFA! - Eu gritei.
- CADÊ ELAS, ? - Ele gritou de volta, provavelmente foi até a sala ver se elas estavam lá.
- HÁ UNS 45 MINUTOS ELAS BATERAM NA MINHA PORTA TODAS MOLHADAS, ENQUANTO VOCÊ FAZIA NÃO SEI O QUE COM UMA AMIGUINHA SUA. - Não aguentei e soltei essa. - EU AS MANDEI ESPERAREM. MANDEI ESPERAREM, QUE EU IA VER O QUE IA FAZER PRA COMER. - Ele gritou muito irritado. Eu respirei fundo, soltei os ombros e tentei me acalmar.
- Só que elas são duas crianças e queriam atenção. - Falei mais calma. Ouvi-o falar um: "Beth, você vai ter que ir embora".
- Espera aí que eu to indo aí já. - Ele disse.
- Agora não precisa. Elas já comeram; já tão aquecidas e já tem companhia. - Eu disse, me irritando de novo.
- Não importa. To indo aí.
Então ele desligou.

~ligação off~

Eu desci pra ficar com as meninas e me sentei no sofá. Safaa deitou no meu colo e eu fiz cafuné no cabelo dela, logo ela estava dormindo. Então percebi que Wali tava chorando. Coloquei Safaa deitada no sofá e fui falar com ela.
- O que foi Wali? - Eu disse, enquanto passava a ponta dos dedos no seu rosto, limpando suas lágrimas.
- Não quero que você e o Zayn briguem. Foi a gente que fez vocês brigarem. - Ela falou em meio os soluços. Então ouvi a campainha.
- Wali, não chora por isso, vocês não fizeram nada. Agora limpa essas lágrimas, menina, enquanto eu abro a porta. - Eu disse. Dei um beijo na testa dela e ela abraçou minha cintura. Ouvi a campainha de novo e gritei algo como um "Já vou!".
Assim que abri a porta Zayn, entrou correndo, tirou o moletom molhado ficando apenas de camiseta e seguiu pra sala sem falar nada pra mim. Quando cheguei à sala, ele estava sentado na ponta do sofá de frente pra Waliyha, ela ainda chorava.
- Wali, me desculpe por não ter dado atenção pra você, eu não sei o que deu em mim. - Ele disse, enquanto passava as pontas dos dedos no rosto dela, assim como eu. - Eu prometo que nunca mais vou fazer isso, eu sou um idiota.
- Não é idiota, Zayn. - Ela disse, acalmando o choro. Então o abraçou e Zayn a puxou pro seu colo e deu um beijo na sua bochecha. Wali olhou pra mim e abaixou a cabeça, triste.
- Wali, o que foi? - Zayn perguntou, erguendo a ponta do queixo dela.
- A culpa é minha, né, Zayn? - Ela perguntou tentando conter o choro que logo veio a tona. - Não, você não tem culpa nenhuma... - Ele fez uma pausa. - Culpa do quê, Wali? - Então ela olhou pra ele e depois pra mim.
- De vocês brigarem e de ela gritar com você e você com ela. - Então ela levantou e me abraçou pela cintura. Então Zayn ficou estático, não sabia o que falar e fitou meus pés.
- Não, Wali, a culpa não é de ninguém, a gente não brigou sério. - Eu disse, passando uma mão nos seus cabelos.
- Então quero ver se não estão brigados. - Ela disse com toda aquela inocência de criança, que deu vontade de morder suas bochechas. Então Zayn se levantou, Wali me soltou e eu o abracei bem forte. Ele retribuiu. Então toda a raiva que eu sentia dele passou.
- Viu, Wali? A gente só discutiu, mas não brigamos. - Ele disse ainda abraçado de lado comigo. - É, Wali, tá vendo? - Então Zayn deu um beijo na minha bochecha. Wali levantou correndo e abraçou nós dois.

Zayn ligou pra mãe dele e disse que estava aqui em casa e que a hora que ela chegasse era pra pegar eles aqui. Então passou um tempo e elas estavam dormindo no sofá.
- Quer comer alguma coisa, Zayn? - Falei um pouco sonolenta. - Na verdade sim. - Ele riu. - Então vem. - Eu levantei e fiz sinal com a mão pra ele me seguir. Ficamos em silêncio enquanto eu fuçava os armários. - Quer chocolate?
- Sim! - Ele disse animado como uma criança quando ganha doce. Peguei umas três barras e fomos pra sala de novo. Colocamos um filme qualquer e sentamos um do lado do outro pra dividir o chocolate.
- É... - Ele começou. - Me desculpe por hoje, , eu não sei o que deu em mim... - Ele disse, abaixando a cabeça. Eu suspirei.
"Claro, Zayn, te desculpo, porque é sempre assim, né. Você faz cagadas e me pedi desculpas e eu não sei por que, mas uma força muito grande dentro de mim diz que não tem problema, diz que desculpa e que quer você por perto, porque não tem problema eu estar quebrada e curada, então quebrada e curada novamente." - Eu pensei, mas não respondi.
- Amigos são pra isso, né... - Eu forcei um sorriso, ele sorriu e me abraçou de lado no sofá.
- Sei que sou um idiota, mas eu te amo.
"Não é, mas tá agindo como um" - Também te amo.

Capítulo 8 - So hard and so fast.


1 mês havia se passado...

Bom, minha vida tá tão sem graça quanto a sua, haha, brincadeira... mas se não fosse por e Savannah minha vida seria um lixo.
Zayn está cada vez mais idiota, mais otário por causa daquele menina que prefiro não citar o nome.

Era sexta feira, e estávamos no intervalo de aulas. O show de talentos acontecia daqui 4 meses, porque tínhamos que ter tempo pra ensaiar, e se você quer saber se eu ia participar ou não... Nem eu sabia direito. Eu andava ensaiando algumas músicas, mas quando pensava em me apresentar na frente da escola inteira, um medo me consomia por inteiro.
- ? - ouvi alguém me chamar e cortar meus pensamentos. -? - Savannah me chacoalhou.
- O que foi? - eu disse, voltando a mim.
- Você anda muito desligada, hein.. - ela disse e em seguida riu, fazendo-me revirar os olhos e rir pelo nariz.
- Oi, San, desculpa, tava pensando no show de talentos.. - eu disse chacoalhando a cabeça.
- Ah tá, e aí, vai participar? - ela perguntou enquanto mexia no meu cabelo.
- Ainda não sei ... - então lembrei que ela queria me falar algo. - Mas então, o que você queria me falar?
- Ah, verdade! - ela disse e depois colocou uma mecha do próprio cabelo atrás da orelha, então olhou para a esquerda, depois para a direita.
- Fala logo, menina. - eu disse, dando um tapinha no ombro dela.
- Aqui não dá, vem comigo. - ela levantou e me levou até a arquibancada, no último banco.
- Precisa de tudo isso ? - eu disse quando chegamos lá.
- Sim, é que ninguém pode ouvir. - ela falou sussurrando.- Promete que não vai contar pra ninguém, você vai ser a primeira a saber. - ela disse meio insegura.
- Claro que prometo, San, somos amigas, lembra? - eu disse com ironia e ri, mas ela estava séria. - O que acontece, amiga?
- Eu ... - ela fez uma pausa e abaixou a cabeça, então a levantou. - ... Gosto do . - quando ela disse isso, levei um susto, nunca pensei que ela gostasse dele. Acho que ando tão desligada que nem notei que minha melhor amiga está apaixonada pelo meu... Hm, amigo.
- SÉRIO, SAN? - eu gritei e a abracei.
- Não faz escândalo, eu não quero que ninguém saiba. - ala disse meio envergonhada.
- Ain, amiga, desculpa. - eu disse, voltando ao tom normal. - Mas por que não fala pra ele?
- Eu tenho medo de me machucar. - ela falou e ficamos em silêncio.
- Seu segredo está bem guardado, pode acreditar. - então San me abraçou e o sinal bateu.

[...]


- Por que vocês sumiram hoje na hora do intervalo? - perguntou assim que nos encontrou no final das aulas.
- Foi você que sumiu, agente ficou te procurando ... - San mentiu.
- Ah, claro, eu tava na mesa de sempre, no lugar de sempre, na hora de sempre... - ele cruzou os braços e revirou os olhos.
- , para de ser chato, a gente tava conversando, só isso... - eu disse enquanto andavamos para fora da escola.
- Ah, legal, e me deixam sozinho. Vocês vão 'conversar' - ele fez aspas com as mãos - e me deixam que nem bobo sozinho.
- A gente não te deixa que nem bobo, você ja é um. - eu disse e ri pelo nariz, o que fez Savannah rir.
- Cala a boca, palhaça. - ele disse rindo também. - Mas e aí, vão me falar sobre o que estavam conversando? - nessa hora San ficou tensa.
- Uma coisa muito interessante pra você... Quer mesmo saber? - eu disse olhando para ela com um olhar de "deixa comigo".
- Claro que quero. - ele disse.
- Eu pedi um absorvente pra ela , e ela teve que ir na sala buscar, quer um também? - eu disse rindo, e ele riu sem graça.
- Ah, legal. - ficou totalmente sem graça.
- Gente, a gente se vê amanhã na festa, tenho que ir pra casa. - eu disse, pegando o caminho de casa.
- Tá bom, amiga, beijos. - San disse de longe.
- Beijo, ... - disse e eu soltei um beijo no ar para eles e fui para casa sozinha aquele dia.


Vocês devem estar se perguntando que festa, né? Desculpa, esqueci de falar, no dia seguinte era a festa de aniversário da Beatrice, é uma menina da nossa turma de literatura. Ela é bem legal e também é popular, só que não é que nem os outros.
Ela é um amor de pessoa, muito legal e seria mancada se a gente não fosse na festa dela, na aula ela faz dupla com San e eu com .
O único problema, só para estragar, é que Bethany ia estar lá também, como eu disse, ela é amiga de muita gente.

Assim que cheguei em casa, eu fiz a coisa que sempre faço às sextas à tarde: DORMIR.
Fui acordada pelo meu celular tocando, assim que atendi pude ouvir a voz desesperada da minha mãe.
~Ligação on~
- Alô, ! - ela disse com uma voz muito aflita.
- Oi, mãe, o que aconteceu? - eu disse, despertando totalmente.
- Filha, você não sabe, ligaram da escola do Oliver, ele está passando muito mal e alguém precisa buscá-lo rápido. - ela disse quase chorando.
- Ai, meu Deus! O que ele tem, mãe? Você vai buscá-lo? - eu disse ficando aflita.
- Não sei direito, filha, a moça da escolinha não explicou. E o problema é que eu não tenho como sair daqui agora, hoje é sexta e é dia de reunião geral, eu vou tentar sair o mais rápido possivel. Mas como aí é mais perto da escola do que daqui, vai buscá-lo, filha eu avisei que você ia pegá-lo. - ela disse tudo de uma vez, e eu demorei para responder enquanto raciocinava.
- Quer que eu pegue ele sozinha? - eu disse a primeira coisa que veio a minha mente, meu irmão é minha vida, fiquei mais desesperada ainda ao pensar que podia ter acontecido algo com ele.
- Filha, por favor. - ela disse quase chorando. - Chama o Zayn, filha, pede pra ele ir com você, mas pega ele pra mim. - ela falou.
- Tá bom, mãe, eu vou pegar ele, não se preocupa. - é a pior coisa para falar a uma mãe preocupada.
- Filha, cuida dele também, tá, chego em casa o mais rápido possível. Eu te amo.
- Eu também te amo, mãe, e vou cuidar do meu irmão. Fica com Deus. - eu disse para tentar acalmá-la, mesmo eu estando muito aflita.
- Você também, beijo. - e ela desligou.
~Ligação off~

Quando se tratava do meu irmão eu ficava totalmente aflita. Levantei-me correndo e nem arrumei a cama, coloquei uma calça jeans e uma blusa qualquer, amarrei o cabelo em um coque e fui correndo para a casa do Zayn. Cheguei lá e toquei a campainha desesperada. Ele abriu a porta. Com Bethany.
- ? O que foi? - ele falou como se não esperasse que eu aparecesse por lá. Bethany me mediu.
- Não foi nada, Zayn, deixa. - eu disse já com voz de choro. Puxei a manga da minha blusa e a passei nos olhos evitando as lágrimas. Ele puxou meu braço.
- O que foi? Você estava chorando? - falou olhando nos meus olhos.
- Não. A Trisha tá aí? - ia pedir para ela me levar, ia ser melhor.
- Não ela tá trabalhando. - puts, como eu sou lerda, lógico que ela estava trabalhando.
- E suas irmãs? - eu disse sem pensar.
- Qual é, , fala o que foi... Você sabe que elas tão na escola. - ele falou, aproximando-se de mim, e Bethany só me olhava, mas não falava nenhuma palavra.
- Ligaram da escola do Oliver e disseram que ele tá passando mal e que é pra pegar ele lá, e rápido. - eu disse já chorando.
- Eu... - ele olhou para Bethany. - Nós vamos com você. - "Não, será que você não entende que não quero que essa menina fique cuidando da minha vida?"
- Tá, mas vamos rápido. - eu disse, já secando as lágrimas e caminhando até a calçada. Logo eles me alcançaram.

No caminho até a escolinha, Zayn foi no meio de nós duas. Ele segurava a mão dela e eu segurava as lágrimas. Ficamos em silêncio, até ser quebrado por ele.
- Mas o que o Oliver tem, ? - ele falou tão aflito quanto eu.
- Eu não sei. - disse baixo. - Mas sei que ele tá mal. - ele falou um "ah" e suspirou, então voltamos a ficar em silêncio.
Chegamos à escola, e assim que entrei na secretaria, a moça me reconheceu.
- Irmã do Oliver, certo? - eu assenti rápido com a cabeça e ela fez sinal para eu entrar com ela, chamei Zayn para ir comigo para pegá-lo. E Bethany esperou na recepção.
Assim que entramos, Oliver estava dormindo, coloquei a mão na testa dele e ele estava ardendo em febre.
- Moça, ele tá só dormindo, né? - Eu disse com a voz falha.
- Sim, ele estava deitadinho aí e pegou no sono. - ela disse bem calma, o que me aliviou. - Mas há mais ou menos uma hora ele vomitou tudo o que comeu e estava tão mole que não conseguia parar em pé. Precisam levá-lo ao hopital. - eu assenti com a cabeça e não consegui me mexer.
- Eu pego ele, moça. - Zayn disse enquanto o pegava no colo. Encostou a cabeça de Oliver, que não tinha nem força para abrir os olhos, em seu próprio ombro. Então eu peguei a mochila dele e fomos para casa.
Novamente, fomos em silêncio. Exceto por alguns suspiros meus, certo, eu estava chorando, tentando me controlar ao maximo para não chorar, só que era inevitável. Pensar que meu irmãozinho podia estar tendo alguma coisa era a pior coisa de todas, eu o amo.
Chegamos em casa, Zayn o colocou na cama e eu os levei até a porta.
- Obrigada, Zayn, de verdade. - falei ainda falhando a voz.
- De nada, , você sabe que pode contar comigo. - ele me abraçou e deu um beijo na minha testa. Bethany não proferia uma palavra a mim, é obvio que tudo aquilo era um incômodo para ela. Ela poderia estar na casa de Zayn, dando uns pegas legais e tudo mais. E justo eu tinha que ir atrapalhar os planos dela. Justo eu.
Assim que eles foram embora, eu subi correndo para o quarto do Oliver. Liguei para minha mãe e expliquei o que ele tinha, ela disse que viria para casa assim que conseguisse sair do trabalho.
Tentei acordá-lo, o que ele fez só que com muito esforço. Então, dei um banho "de gato" nele, daqueles que são bem rapidinho, ao qual minha mãe se refere como tirar a 'nhaca' do corpo. Coloquei uma roupa quente nele e pensei em dar uma mamadeira, mas como ele tinha vomitado eu não dei nada e o deixei dormir.
Eu o coloquei deitado na cama e me deitei ao lado dele. Dei um beijo na testa dele e sussurrei: "eu te amo, você vai ficar bem..." e assim peguei no sono junto com ele.

Acordei ouvindo o barulho da minha mãe encostando o carro. Olhei para o lado e Oliver ainda dormia. Peguei meu celular para ver as horas e eram 16:00, tinham 3 sms e 2 chamadas perdidas. Uma chamada do Zayn e outra da Savannah. Duas mensagens da San e uma do Zayn. Era qualquer coisa perguntando como o Oliver estava, o que tinha acontecido e etc.
Eu desci e fui abrir a porta para minha mãe, expliquei de novo o que tinha acontecido com ele e ela subiu para ver como Oliver estava.

-Dia Seguinte-

- , o almoço está pronto! - minha mãe gritou do lado de fora do banheiro e assim saí do banho, enrolei a toalha na cabeça e coloquei uma roupa qualquer.
- Ele está melhor? - eerguntei assim que cheguei ao andar de baixo.
- Tá do mesmo jeito, filha. - minha mãe disse, já me oferecendo um prato para me servir.
- Quero que ele melhore logo, odeio vê-lo assim. - eu disse meio baixo, e então minha mãe se aproximou de mim.
- Ele vai melhorar, filha. - ela deu um beijo na minha testa. - Ele pode ter pegado alguma virose na escola ou aqui em casa mesmo.
- Promete que vai levar ele no hospital mais tarde? - eu disse manhosa.
- Se ele ficar pior eu levo, filha, tenho que ver se ele vai reagir ao remédio primeiro. - eu suspirei. Então ela se sentou na cadeira do meu lado, saboreando o strogonoff que acabara de fazer.
- Filha, é hoje a festa da Beatrice, né? - ela perguntou, tentando levar nossa conversa a outro rumo.
- É sim, mas não sei mais se vou. - eu disse, dando uma garfada na minha comida.
- Por que? - perguntou de boca cheia.
- Não estou mais com tanta vontade. - eu tinha que ir a essa festa, mas com Oliver doente eu perdia a vontade de sair de casa, queria ficar com ele até ele se curar.
- Para de ser boba, Beatrice é aquela que veio fazer o trabalho de literatura, né? - eu assenti. - Ela é uma graça e você vai sim. - minha mãe disse por fim, levantando-se e colocando o prato na pia.
- Tudo b.. - antes de terminar a frase ela se virou para mim.
- San e o vão também, né? - ela disse, cortando-me.
- Vão. - eu suspirei - Tudo bem, eu vou, quero me distrair mesmo. - eu disse e por fim coloquei meu prato na pia.
- Isso mesmo, filha, quando você voltar Oliver vai estar melhor, você vai ver - ela sorriu e eu sorri de volta.

[...]


Estava no meu quarto separando a roupa que usaria na festa, que aconteceria dentro de algumas horas. Liguei pra Savannah, e ela viria para cá se arrumar comigo. iria direto, e como Zayn me ligou e pediu para ir com a gente eu não neguei.
Na verdade eu não estava nada a fim de ir nessa festa hoje, primeiramente pelo fato do meu irmão estar doente, e outra que eu não queria ver Bethany jogando na minha cara que estava com Zayn. Mas como minha mãe disse que seria melhor distrair a cabeça, como San disse que queria ir comigo e como já estava tudo combinado eu ia, talvez fosse melhor me esquecer um pouco de tudo mesmo.
Fui tomar um banho e falei para minha mãe que Savannah chegaria daqui a pouco, e que se o Zayn chegasse também era para pedir para ele esperar na sala que eu ia me trocar.
Quando saí do banho San já estava no meu quarto.
- Oi, amiga. - ela disse assim que me viu.
- Oi, San, tudo bem? - Respondi, tirando a toalha da cabeça.
- Aham e aí? - ela disse, já tirando as maquiagens da bolsa.
- Também. - respondi enquanto jogava algumas maquiagens em cima da cama. - E aí, já sabe como vai fazer o cabelo, San?
- Sei. - ela sorriu. - E já sei o que vou fazer no seu cabelo também. - eu sorri de volta. Tínhamos combinado que ela faria os cabelos e eu, as nossas maquiagens.
- Como vai ser? - eu disse, já me empolgando um pouco com a idéia de ir para a festa.
- Então, no meu eu pensei em fazer uma meia trança, sabe aquela que você deixa metade do cabeço solto? - eu assenti possitivamente e ela continuou. - E no seu pensei em fazer um preso, tipo um rabo-de-cavalo só que a franja fica tipo um topete, é lindo.
- Você vai fazer um topete em mim? - eu disse irônica rindo da cara dela.
- Claro que não, não é um topete daqueles que o Zayn usa, né. - nós rimos.
- Filha, o Zayn está aqui. - minha mãe gritou lá de baixo. - Ele disse que precisa falar com você.
- Tá bom, mãe, pede pra ele subir que nós ainda não nos trocamos. - eu gritei de volta e pude ouvir passos na escada.
- Oi, . - Zayn disse, abraçando-me. - Oi, San.
- Oi, Zayn. - ela disse daquele jeito meigo dela e entrou no banheiro.
- Prometo que a gente não vai demorar pra se arrumar. - eu disse e ri pelo nariz. Ele levantou as mãos e fez uma cara irônica.
- Vamos ver, né... - ele riu e eu dei um tapinha de leve no ombro dele. - Então, ... - ele parou, como se estivesse pensando nas palavras que iria usar.
- Então... - eu disse olhando para ele e levantando uma sobrancelha.
- É assim... Você sabe, né... - ele começou a enrolar.
- Fala logo, Zayn, o que foi? - eu disse rindo.
- A Bethany vai vir pra cá porque ela vai com a gente, tá? - nesse momento o sorriso desapareceu do meu rosto.
- Zayn... - eu fiz uma pausa. - Você sabe que ela não gosta de mim, por que vai querer trazâ-la pra minha casa?
- , para com isso, não é bem assim. - ele disse erguendo as duas sobrancelhas, como se eu estivesse errada. - Não quero começar outra discussão, sério.
- Não quer começar outra discussão mas quer trazer essa menina pra dentro da minha casa, e você sabe que ela não gosta de mim, você só não aceita isso. - eu disse, já irritada com a situação.
- Ah, para com isso, . - ele disse, batendo as mãos na perna como se estivesse irritado também.
- Tá bom, . - ele disse e eu bati a porta assim que ele saiu. Savannah então saiu do banheiro.
- Calma, . - ela disse, sentando-se na cama.
- Sempre tem que ter algo pra estragar minha noite, não acha? - eu disse soltando o ar.
- Não, não tem, não. - San disse, levantando-se da cama. - Para com isso, você vai à festa pra se divertir, então esquece essa Bethany por um momento e pensa em você, vem, vamos nos arrumar.
- Tudo bem, senhora psicóloga, vou ouvir seus conselhos. - eu disse, rindo e fazendo-a rir, então começamos a nos arrumar.
Eu comecei pela maquiagem, fiz em Savannah uma sombra meio esfumaçada, que começa clara e termina escura, passei um rímel, delineador grosso e um batom rosinha. Enquanto ela arrumava meu cabelo eu ia fazendo meu próprio make. Optei por um delineador grosso, uma sombra esfumaçada também, só que em marron e preto, e rímel, depois passei um batom rosa.
Enquanto separava os acessórios, San fazia o próprio cabelo. Escolhi um anel de dois dedos e um colar escrito delicadamente "love". Ela colocou um anel de cruz e um colar delicado.
Quando vimos, estávamos prontas. Então eu e San descemos para irmos logo, afinal, já estavamos dez minutos atrassadas, coisa de mulher.
Zayn estava vendo televisão, e dei graças a Deus ao perceber que Bethany ainda não tinha chegado.
- Nossa, como vocês tão lindas! - minha mãe disse toda meiga ao se aproximar de nós. Zayn, que estava na sala, veio até nós. Minha mãe subiu, provalvemente para pegar sua bolsa, ela que iria nos levar.
- Uau. - ficou sem graça. - Ér... Vocês estão bem bonitas mesmo.
- Obrigado, Zayn. - Savannah disse e então o celular dela começou a tocar. - É o , vou atender, já volto.
Ficamos em um silêncio constrangedor por um minuto.
- Você tá linda mesmo, . - Zayn disse e sorriu de lado.
- Isso não faz eu ficar menos brava com você. - disse e ele me abraçou.
- ... - ele disse meio manhoso. - Para, por favor. - então olhei nos olhos dele e me perdi totalmente. Ficamos em silêncio de novo. Eu desviei o olhar para disfarçar e foi então que notei suas roupas. Ele usava uma calça jeans preta, uma camiseta branca e um casaco de couro preto por cima, estava lindo.
Nosso silêncio foi interrompido pelo baruho da campainha. Zayn seguiu até a porta e a abriu, e sim era Bethany. Ela usava um vestido rosa chamativo, o cabelo loiro solto e um batom pink destacando bem seus lábios.
- Oi, Zaza. - ela disse e lhe deu um selinho de leve. Eu pensei comigo mesma: "mas que merda é 'Zaza'" e ri pelo nariz. Savannah acenou como um "oi" e logo minha mãe desceu, indicando pra irmos.

Chegando lá fomos super bem recebidos por Beatrice, ela é muito fofa. A festa estava bem cheia até, e assim que chegamos encontramos . Os olhos de Savannah brilhavam e o sorriso em seu rosto não mentia que ela gostava dele de verdade. Assim que ele nos viu se aproximou e dei um sorriso mais verdadeiro que nunca.
Olhei em volta e vi que Zayn e Bethany ja tinham encontrado seu grupinho. Ficar magoada com essas coisas já era normal para mim, era assim na escola, em festas, em qualquer lugar.
Fui me encontrar com San e , e realmente não pude evitar de reparar, os olhos dela brilhavam conforme falava com ela. é um amor de menino, ele era quem tinha me ajudado muito a enfretar tudo isso com o Zayn, ele é um amigo que toda garota gostaria de ter, e seria um namorado perfeito.
Depois de alguns copos de refrigerante e alguns petiscos, eu continuava quieta no meu canto. Começei a pensar que ter ido não tinha sido uma boa ideia. Ver Zayn e aquela menina se pegando de cinco em cinco minutos não era nada legal, apesar de San e tentarem me animar, eles não estavam conseguindo.
- Gente vou pegar mais alguma coisa pra beber já volto. - San disse sorrindo e nós concordamos com a cabeça.
Pude ver Beatrice chamá-la pra mostrar alguma coisa, e sabia que ela não voltaria tão cedo. Então senti se sentar mais perto de mim.
- Então, , o que você tem? Anda tão preocupada... - disse ele meio desanimado com o meu desânimo.
- Tudo ao mesmo tempo, . - eu disse olhando para os meus pés. Sabia que podia confiar nele, ele era meu amigo, afinal.
- E tudo tem haver com Zayn, certo? - ele disse sorrindo meio de lado, deixando-me sem graça.
- A maior parte. - eu disse sem graça. - Mas estou muito preocupada com o Oliver também. - ele levantou as sobrancelhas em sinal para prosseguir. Então expliquei tudo o que tinha acontecido com Oliver, contei o que estava sentindo com Zayn e tudo.
- , você não precisa guardar tudo isso pra você. Eu e a Savannah vamos estar aqui sempre que você precisar. - então ele me abraçou, um abraço longo. Afundei minha cabeça em seu peito e senti seu cheiro. Quando levantei a cabeça nossos olhares se encontraram e não tive como me controlar. Senti meu rosto cada vez mais perto do dele, fechei os olhos e o beijei.
Assim que senti seus lábios quentes eu me perguntei o que estava fazendo. Como eu poderia ter beijado o menino do qual minha melhor amiga gostava, ou pior: como poderia ter beijado um menino que acabara por se tornar meu grande amigo?
Então o empurrei e o vi olhando para mim com uma cara de dúvida assim como olhava para ele. Então me virei com vergonha, e então a vi.
Savannah havia derrubado no chão os copos de bebidas que trouxera e então saiu correndo já em lágrimas.
- Por que fez isso, ? - se levantou irritado. Eu estava em choque, não sabia o que pensar, o que falar ou o que fazer. Eu tinha acabado de beijar o , por quem Savannah era apaixonada. - Bem quando estava começando a dar certo as coisas com Savannah você... Você... - então ele saiu correndo atrás dela.
Abaixei minha cabeça e algumas pessoas ainda olhavam para mim com os olhos arregaládos. Senti as lágrimas escorrerem pela minha pele e então ouvi meu celular tocar. Era minha mãe.
~Ligação on~
- Alô, ? - ouvi uma voz desesperada.
- Oi, mãe, o que aconteceu? - eu disse tentando forçar minha voz, para não sair com som de choro.
- Filha, você precisa vir pro hospital urgente, preciso de você. - senti meu coração pular, meus olhos se arregalaram e perdi o ar.
- O-o-que aconteceu? - repeti.
- Seu irmão teve uma recaída, estou sozinha aqui, pede pro Zayn vir com você, não venha sozinha. Preciso de você. - ela disse rápido, desesperada.
- Estou indo, mãe, estou indo. - assim que disse isso ela desligou o telefone.
~Ligação off~

Ainda com o coração acelerado eu não podia evitar as lágrimas, levantei e fui à procura do Zayn, assim que passei os olhos pelo lugar eu vi uma das amigas de Bethany na ponta da escada e foi para lá que corri.
- Você viu o Zayn? Por favor, viu? - eu disse, enrolando-me nas palavras, e como Bethany fazia ela me olhou com desprezo.
- Você não vai nem querer saber onde ele está agora. - ela disse indiferente.
- EU PRECISO SABER. - gritei.
- Se tá tão interessada fique sabendo que ele foi pro quarto com a Bethany, pronto, feliz agora? - gritou de volta. E sem pensar corri escadas acima.
Chegando lá em cima, havia um casal se pegando no corredor, também do "grupinho dos populares".
- ZAYN! ZAYN! - eu gritei para qualquer direção. - ZAYN! ZAYN! - gritei de novo. - MENINA, PARA DE GRITAR. - Sandra, a que estava com o outro menino ali no corredor, gritou. - Se não percebeu, o Zayn não quer sua presença aqui, acha que ele vai deixar a Bethany de lado pra falar com você?
Isso foi tudo, eu havia entendido muito bem o que ela queria dizer. Ele não deixaria esses momentos de prazer só porque me ouviu chamá-lo.
Tirei os meus sapatos e desci correndo novamente, dessa vez fui até a calçada da frente da casa.
Tudo acontecendo ao mesmo tempo. Tudo havia acontecido muito rápido. Eu estava sem amigos, Savannah e não falariam comigo tão cedo. Zayn não trocaria sua perfeita Bethany por mim. Minha mãe estava com Oliver no hospital, e não tinha como ir para lá. Eu estava sozinha.
A unica coisa que consegui fazer foi me sentar na calçada e chorar esperando por um milagre. Juntei a barra do meu vestido em cima da minha perna, joguei meus sapatos do meu lado e abaixei a cabeça.
- Hey, menina. - ouvi alguém me chamar e levantei a cabeça devagar, observando um par de olhos se arregalar na minha frente. Um menino, mais ou menos da minha idade. - O que houve?
- Moço, você pode me ajudar? - eu disse com voz chorosa. - Eu sei que você não me conhece mas...
- Claro que sim... - ele me cortou antes que eu terminasse a frase. - Do que você precisa?
- Preciso ir pro hospital... - então ele arregalou os olhos novamente. E sem saída eu tive que contar o que acontecera com Oliver. Eu sei que parece estranho você contar sua vida para uma pessoa que acabou de conhecer, mas quando se está sozinha e alguém oferece ajuda, não tem como você negar. Não contei nada de mim, só do que aconteceu com meu irmãozinho.
- Claro eu te acompanho até lá. - ele esticou a mão para me ajudar a levantar e eu a segurei, levantando-me. - Como é seu nome?
- . E o seu? - disse ainda chorosa.
- , . - o menino disse, guiando-me a caminho do hospital.

Pov's Zayn

Eu tinha toda certeza de que não estava pronto para dar um "passa a mais" com Bethany, se é que me entende. Ela estava de qualquer jeito querendo ir para o quarto comigo. Não acho estranho, isso é normal, não é?
Depois de tanto insistir eu não pude evitar e me vi subindo as escadas com ela.
Assim que chegamos ao quarto começamos com a nos beijar, um beijo mais quente do que o outro. Sei que parece meio clichê para um menino da minha idade, mas algo me impedia. Eu estava suando frio, uma tonelada de adrenalina percorria minhas veias.
- Zayn... - Bethany falava em meio os beijos. - Tá na hora de tirar isso, não acha? - ela sorriu maliciosa e eu sorri de volta, então ela tirou minha blusa. E consequentemente tirei a blusa dela. Estávamos prestes a avançar o sinal quando eu escutei alguém gritando meu nome.
"ZAYN, ZAYN" eu ouvi, e reconheceria aquela voz em qualquer lugar do planeta, . E é certeza que ela estava chorando, conheço aquela menina mais que ninguém.
- Bethany... - eu disse tentando conter os ânimos um pouco. - Ouviu alguém gritar?
- Não é nada, Zayn, não é ninguém. - ela disse, chegando perto de mim de novo.
"ZAYN! ZAYN!". Agora tinha total certeza de que era que me chamava. Então me levantei rápido, peguei minha camiseta e a vesti novamente. - Aonde você vai, Zayn? - ela disse com a respiração ainda acelerada.
- Vou atrás da pessoa que está gritando meu nome. Ela não gritaria sem necessidade. - disse e sem ao menos ouvir o que ela tinha para falar eu saí do quarto.
E não vi no corredor. Só vi Sandra e o namoradinho dela.
- Sandra, você ouviu quem gritou? - eu disse meio agitado.
- Ah! Foi aquela sua amiguinha que fica no pé da Bethany às vezes. - com toda certeza era ela. Precisava saber por que ela havia gritado desesperadamente por mim. Precisava saber.
Desci as escadas correndo e não a encontrei. Fui para o quintal do fundo e encontrei apenas Savannah e , ela chorava e ele falava com ela. Perguntei se eles a haviam visto e eles disseram que não sabiam e que não queriam saber. Perguntei mais uma vez se tinha acontecido alguma coisa, e sem esforço ouvi San gritar "ela o beijou!" e começar chorar novamente. Não estava entendendo nada, e ainda não tinha achado .
Procurei pela casa inteira, o que foi uma tentativa frustrada.
- Zayn, não percebe que ela foi embora? - Bethany gritou assim que passei perto dela. Isso me fez parar. - Se fosse algo importante ela teria te esperado, não acha?
- É, Bethany, você tem razão. - então voltei a ficar perto dela, que passou os braços pelo meu pescoço e me deu um beijo na bochecha.
Meu corpo estava aqui, mas com certeza minha mente estava em .
- Bethany, me desculpe, mas tenho que ir pra casa agora. - eu não ia conseguir ficar mais ali sem saber se estava tudo bem com Ela ou não.
- Zayn, não deixa ela estragar sua noite. - ela disse calma.
- Não, Beth, não tem nada a ver com ela. Só preciso ir pra casa. - eu tentei um sorriso falso.
- Tudo bem então, eu vou ficar mais um pouco com Sandra depois vou pra casa também. - ela sorriu de volta.
Então fui embora, é lógico que passei primeiro na casa de antes de ir para a minha, o que foi outra tentativa frustrada, porque não havia ninguém.


Capítulo 9 - "... Está em toda parte."


A caminho do hospital consegui me acalmar um pouco e fui conversando com . Ele me contou que não era da cidade e que estava na cidade porque ele e sua família vieram visitar seus tios e avós. Mas sua família não era daquelas que se diziam unidas, acabaram discutindo e ele saiu para dar uma volta para não ficar no meio da discussão. Quando viu a grande festa que estava tendo decidiu passar na frente para dar uma espiadinha, você sabe, né?
Então ele disse que me encontrou chorando, e assim nos conhecemos. Ele tem 16 anos também. Como ele me contou sua história, decidi contar o que tinha acontecido, não de uma forma detalhada, mas contei por cima que tinha brigado com meus amigos e que meu melhor amigo não estava aqui quando eu precisei dele.
Me deu um aperto no coração tão grande quando ele disse que entendia perfeitamente o que estava acontecendo comigo, porque ele sofria bullying na escola e acabou por acontecer várias coisas desse tipo com ele.
Decidi mudar de assunto e contei sobre meu irmãozinho. No caminho fui orando para Deus não deixar nada acontecer com o meu pequeno. E quando percebemos já haviamos chegado no hospital.
- , me ajuda a limpar meu rosto? - disse e dei um riso forçado pelo nariz. Estava com a cara toda marcada pela maquiagem, e minha mãe não engoliria que estava chorando desesperadamente porque tinha que vir para o hospital.
- Acho que seria uma boa se você passasse no banheiro antes e lavar. - ele riu sem vontade. - Porque aí saem essas marcas. - eu ri sem graça por estar com a cabeça tão longe e não ter pensado nisso.
- Obrigada, vou usar sua dica. - sorri e ele sorriu de volta, virando os olhos.
- Então... - ele fez uma pausa. - Não acho que seja uma boa idéia eu entrar com você, sua mãe não vai gostar de você estar andando com estranhos por aí. - ele riu.
- Minha mãe não vai dizer nada. - disse enquanto passava as mãos no rosto. - Mas se você não quiser entrar eu te entendo. - sorri amarelo.
- Não é nada, só não gosto de hospitais. - ele sorriu de volta.
Nós trocamos números de telefones, respirei fundo e estava pronta para entrar. Na verdade, não de um jeito que eu diria apropriado para ir em um hospital, eu estava com o vestido, os meus saltos na mão e com a maquiagem borrada, ótimo.
- Obrigada, ... - fiz uma pausa. - Obrigada mesmo. - abaixei a cabeça sem graça.
- Você não tem que agradecer, eu aprendi a sempre ajudar os outros. - ele sorriu e então dei um beijo na bochecha dele.
- Até qualquer dia. - disse.
- Até qualquer dia. - então respirei fundo e entrei para o hospital.


Ao entrar fui direto para recepção perguntar sobre minha mãe e meu irmão. A recepcionista me olhou desde os pés até o último fio do meu cabelo, que estava bagunçado. E então não me respondeu nada.
- Olha, moça. - olhei rapidamente para o crachá. - Sra. Sally, esse menino que está internado é meu irmãozinho e eu acabei de vir de uma festa porque estou desesperadamente preocupada com ele, preciso vê-lo. - a mulher arregalou os olhos.
- Ah sim! - ela exclamou. - Você é ? - eu assenti positivamente. - Sua mãe deixou seu nome autorizado para entrar... Então aqui está sua etiqueta de identificação, deixe ela colada em algum lugar visivel e pode subir, é no piso A, quarto 253. - respirei aliviada.
- Obrigado, Sra. Sally. - a mulher sorriu e eu saí e fui direto para o quarto.
Chegando lá, minha mãe estava com uma cadeira ao lado da maca, e meu irmão dormia feito um anjo, com soro na veia.
- Mãe... - disse baixo, entrando no quarto. Ela levantou os olhos.
- Oi, filha! - exclamou e fez sinal para ir perto dela. E assim fiz.
- O que ele tem, mãe? - perguntei com voz chorosa.
- O médico disse que é algo como uma pneumonia. Mas não é uma coisa grave, ele só precisa fazer alguns exames. - respirei aliviada quando ela disse que não era grave.
- Ele vai ficar bem, eu tenho certeza. - disse. chegando ao lado dele e dando-lhe um beijo na bochecha. Minha mãe sorriu ao ver a cena.
- Filha... - eu me virei e minha mãe me análisou rápidamente por alguns segundos. - O que aconteceu, , por que estava chorando? - quela mulher me conhecia mais que ninguém.
- Eu estava preocupada com Oliver, mãe, só isso. - Disse e ela cerrou os olhos.
- Você brigou com , Savannah ou Zayn? - mãe sabe de tudo, não é assim que dizem?
- Só um desestendimento com San, mas coisas de amigas. - menti, realmente querendo que ela acreditasse.
- Ah sim, isso vai passar, sua amizade é muito grande pra perder por pouco... - meus olhos arderam, e tive que segurar todo o muro que estava desmoronando dentro de mim.
- E o Zayn, filha, onde ele está? - ela perguntou.
- Ah, mãe, o Zayn não é meu pai pra ficar atrás de mim o tempo todo. - eu disse, mas pensei irônicamente: "meu próprio pai não fica o tempo todo atrás de mim ou se importa, por que o Zayn ficaria ou se importaria?".
- É aquela menina, né, ? - minha mãe disse e sorri amarelo, pedindo com o olhar para ela mudar de assunto. E ela entendeu.
- Não, mãe, não tem nada a ver. - disse e por fim ela decidiu encerrar isso.
- Onde está meu pai? - eu disse, sentando-me na outra cadeira que havia lá.
- Ah... - ela disse desanimada. - Ele foi para uma conferência com a empresa e só vai voltar segunda. É algo como uma promoção, então ele tem que fazer todas as próximas cinco conferências. - ela disse, e estava claramente na cara dela que ela queria o seu marido ao seu lado, mas que não tinha muita solução.
- Última coisa, filha. Só um acompanhante vai poder passar a noite com ele, e é claro que sou eu. Você precisa ir pra casa se trocar, tomar um banho. - eu não queria deixar minha mãe sozinha de jeito nenhum.
- Não mãe, vou ficar aqui com você, não me importo. - disse rápido.
- Você não pode, no contrato do hospital diz que só pode ficar um acompanhante por noite. - ela disse calma.
- Mas como eu vou pra casa? Não tenho como ir, ou seja, tenho que ficar. - eu disse e ri pelo nariz.
- Eu liguei pra Trisha antes de você chegar, e ela disse que viria te pegar e passaria em casa pra você pegar suas coisas e dormir lá com eles. - arregalei os olhos na mesma hora.
- Não, mãe, não vou dormir lá! - disse alterando o tom de voz, e bastou um olhar dela para já abaixar o tom de novo. - Deixa eu dormir em casa, mãe, a tia me deixa lá e eu durmo lá.
- É perigoso você ficar sozinha, e acha que já não tenho preocupações suficientes com o Oliver aqui e seu pai em outra cidade? - assim que ela disse isso eu fiquei quieta, abaixei a cabeça e assenti.
É verdade, minha mãe já tem preocupações o suficiente para ter mais uma de se preocupar comigo, apesar de não querer nem ver a cara de Zayn eu teria que dormir lá hoje, o que seria péssimo.


Depois de uns dez minutos, tia Trisha chegou e eu tive que descer para ela subir. Só podem entrar o acompanhante e um visitante por vez, e o horário de visita já estava acabando.
Depois que ela desceu e me deu um beijo na testa, indicou para irmos para o carro, e eu rezei para Zayn não estar lá. E ele não estava.
Seguindo para casa, as palavras da minha mãe ecoavam em minha mente: "acha que já não tenho preocupações suficientes com o Oliver aqui e seu pai em outra cidade?"
Sei que ela não quis me atingir com isso, mas é como se eu estivesse sobrando, como se eu estivese atrapalhando e ela não podia ter mais um problema comigo.
Então todos os pensamentos se juntaram: "Como eu pude trair minha melhor amiga?". "Como meu melhor, ou ex-melhor, amigo não entende a merda que ele fez?". "Como vou passar a noite em um lugar que não quero?"
Senti meus olhos arderem, e mesmo estando com a tia eu não aguentei e deixer as lágrimas saírem.
- Não chore, , o Oliver vai melhorar. - ela disse com um tom tão calmo como de um anjo, e não aguentei e comecei a chorar mais. Foi como alguém perguntar o que aconteceu e você chorar mais, é como se você começasse chorando por um motivo e acabasse por mil.
- Eu sei... Sei que ele vai ficar bem. - disse chorosa.
- Não é só isso que está te incomodando, né, amor? - enquanto ela dirigia soltou, uma mão da direção e acariciou meu braço. Então eu desabei.
- É que acontece tudo, tudo ao mesmo tempo, tia! - sabia que podia confiar nela, apesar das brigas com Zayn eu jamais me desapegaria dessa família. As irmãs deles são um doce e gostam tanto de mim, sua mãe é minha segunda mãe e tio Yasser é tudo que meu pai não é. Só Zayn que estava mudando...
- Eu não tô conseguindo, tia, não tô conseguindo aguentar isso. - disse já em prantos.
- Você sabe que pode confiar em mim pra tudo, e talvez tudo o que você precise seja desabafar. - ela disse calma.
Ao perceber estava na minha casa. Ela desceu comigo, eu entrei e fui para o meu quarto pegar algumas roupas. Ela veio junto. E assim, sentei-me na cama e ela, ao meu lado, contei tudo o que tinha acontecido, menos que o Zayn tinha ido para a cama com Bethany.
Contei sobre Savannah gostar de , contei sobre o beijo, contei sobre a distância que Zayn estava, contei que estava com saudades, e contei que estava sozinha, contei sobre e o quão bom tinha sido sua companhia e que não sabia o que fazer, porque os únicos amigos que eu tinha eu mesma fiz o favor de mandar embora.
- Você está errada, ... - eu a olhei com dúvida e ela prosseguiu. - Você nunca vai estar sozinha, querida, você NUNCA vai estar sozinha. - ela deu ênfase no nunca. E depois conversou comigo sobre algumas coisas que tinham acontecido quando ela tinha minha idade.
Pensei que ela fosse ficar surpresa sobre a distância de Zayn, mas enquanto ela falava comigo dava para ver que ela tinha percebido isso antes que qualquer um.
- Não chore, querida, vai passar. Tudo passa. - ela me abraçou e eu encostei minha cabeça no seu ombro, derrubando mais algumas lágrimas.
- Obrigada, Tia, obrigada. - falei enquanto passava as pontas dos dedos no rosto para impedir que mais lágrimas escorressem. - Você sabe que sempre pode contar comigo, né? - ela disse de um jeito fraternal e eu sorri, ainda com os olhos marejados.


Pedi pra ela me deixar tomar um banho rápido e ela aceitou. Fui até o banheiro, arranquei o vestido e o joguei no cesto, entrei de baixo do chuveiro e deixei a água escorrer por alguns minutos sobre meu corpo todo.
Assim que saí do banho ouvi meu celular tocar, mas não toque de chamada, um toque de notificação, e fui ver:
", olhe suas DM's, beijos, ."
Ok, um tweet da com uma daquelas frases que me faria chorar mais que uma criança agora. Respirei fundo e abri minhas DM's:

"Dói. Se me perguntarem o que acontece, só saberei responder isso: dói. Se me perguntarem onde é a dor, ainda assim só responderei: dói.
Tudo tem a ver com aquele grito reprimido, aquele sonho escondido, aquele choro nem sempre contido: dói.
Aquela vontade de cortar a garganta para não poder gritar. Aquela vontade de arrancar os olhos só pra não poder ver.
Aquela vontade de esmagar o coração só para não poder sentir. Mesmo com todas essas coisas incapacitadas ainda assim doeria.
Porque não está na garganta, nos olhos, no coração. Está em toda parte." Caio Fernando Abreu.

Era exatamente isso, acho que essa menina previa o futuro porque todas as frases que ela me mandava se encaixavam direitinho com a minha situação. E era isso: doía. "... Está em toda parte."

Depois coloquei uma roupa qualquer como um shorts e uma camiseta e fomos para a casa dela.
Assim que cheguei lá, dei de cara com um Zayn deitado no sofá vendo televisão, assim que ele percebeu que eu estava logo atrás de sua mãe, deu um pulo. Deu para perceber que ele encarou meu rosto, que ainda tinha traços de choro, os olhos vermelhos.
- O que aconteceu, mãe? - ele disse, já se levantando e chegando perto de nós.
- O Oliver está internado... Então a vai dormir aqui porque sozinha ela não vai ficar. - Trisha disse, dando um beijo em minha testa.
Zayn fez várias perguntas, como se estivesse realmente preocupado, e sua mãe explicou tudo da pneumonia e etc.
Realmente parecia que ele estava preocupado, mas a mim ele não enganava mais, e outra: estar preocupado com Oliver não é estar preocupado comigo.
- E agora eu vou subir pra tomar um banho e dormir. - ela sorriu amarelo para nós e sorrimos de volta, um sorriso forçado. E assim vimos ela subindo as escadas.
Ficamos alguns minutos sem falar nada. Então ele cortou o silêncio.
- Quer subir ou quer ver TV? - ele disse, forçando um sorriso.
- De verdade eu queria dormir... - fiz uma pausa. - O dia foi longo hoje. - disse, devolvendo um sorriso forçado.
- Então vem, vamos subir. - ele falou e andou até a escada, eu o segui.
- Se você quiser ficar lá embaixo eu não ligo. - disse, tentando parecer o mais normal possivel. Não querendo ser grossa, só falando que ele podia ficar lá embaixo se quisesse.
- Não, vou subir também, eu tô cansado. - então subimos e fomos para o quarto dele.
Sempre que dormia aqui nós colocavamos um colchão no quarto dele e dormíamos no mesmo comôdo, isso nunca foi incômodo para ninguém, mas hoje parecia que era, eu não queria ficar perto dele.
Fui até o banheiro e coloquei meu pijama, que se resumia a uma calça de moletom cinza e uma blusa branca. Então deitei no colchão preparada para fechar os olhos e dormir.
- Qual é, ? Nem um "boa noite" você vai me dar hoje? - ele disse, e me lembrei que sempre antes de dormir nós nos xingavamos ou coisa do tipo, esse era nosso boa noite.
- Pede pra Bethany. - eu disse seca. Ele bufou e virou os olhos. Então virei de costas. - Ah, , caramba!- só quando ele estava com raiva que me chamava de , ao ouvi-lo dizer meu nome "inteiro" me virei e o encarei, ele estava com raiva nos olhos. - Já pedi pra você parar com essa história, será que dá?
"Quem dá é a Bethany", pensei mas não respondi.
- Eu só tive um dia cheio hoje... - disse baixo, virando-me de novo e sentindo meus olhos marejarem.
Um silêncio se formou por um minuto. Então senti Zayn se sentando no meu colchão.
- , não precisa ser assim. - ele disse e então me levantei e me sentei ao seu lado, as lágrimas já vieram à tona novamente. Então ele me abraçou e eu começei a chorar de novo.
Eu estava com raiva dele, estava com raiva dele mentir para mim, estava com raiva por todas as vezes que ele disse que tudo ia ficar bem, mas nada ficou bem. Estava apenas sentindo raiva e cada parte do meu corpo doía. Mesmo querendo matá-lo eu não quis me soltar do abraço dele, porque sei que não teria outro desses tão cedo.
", é so fingir. Você finge que acredita, finge que ele se importa com você. Depois tudo vai voltar ao normal, não caia nessa de novo", pensei comigo mesma.
Ele acariciava meu cabelo e então me soltei do seu abraço. Olhei para ele pedindo com o olhar que não perguntasse nada, e ele assim fez.
- ... - ele fez uma pausa. - Boa noite, pequena. - tremi ao ouvir o apelido. Mas como disse a mim mesma, é só fingir que acredito. E assim fiz.
- Boa noite, Zayn. - disse por fim e me deitei de novo. Ele se aproximou e deu um beijo na minha testa, e novamente pensei: "é só fingir."
Então, antes dele apagar a luz, peguei meu iPhone junto com os fones e assim me deitei novamente. Ele apagou a luz e foi para a cama. Coloquei na primeira música que veio na minha cabeça e ao ouvir aquilo sabia que ainda tinha mais forças para continuar de pé.


"If you think you can do that anymore, (Se você acha que ainda pode fazer isso,)
Wont get to far no. (Não irá tão longe, não)
You can't break a broken heart." (Você não pode partir um coração partido)

Por fim tirei meus fones e peguei no sono.
Nota da beta: Qualquer erro nessa fic, seja de português/script/HTML, me avise aqui. Obrigada.

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