Charlotte


Escrita por: Evy Pacheco
Betada por: Carolina França


CAPÍTULOS: CAPÍTULO ÚNICO



Charlotte


Afrouxei a gravata. Quando reparei que o relógio do computador marcava 19 horas, já estava na hora de ir para casa. Peguei meu celular pessoal pela primeira vez naquele dia e continha 5 ligações de minha noiva e dezenas de mensagens. Nosso casamento seria amanhã e ela parecia bem enlouquecida com os últimos ajustes, enquanto eu estava enlouquecido na ideia de ter que me casar amanhã.
Leatrice tinha um gênio bem difícil quando queria, não poderia dizer que o casamento foi algo que eu concordava plenamente, mas havia chegado a hora. Eu já estava com 32 anos e bilhões na conta bancária, o maior escritório de advocacia do país, um reality show sobre minha vida e meu emprego assistido por milhões. Minha noiva eu conheci através do programa, o roteiro perfeito que os produtores pediram, era um processo milionário contra uma famosa marca de lingeries, na qual ela continua sendo modelo. Na época, ela reivindicava um prêmio prometido as principais garotas da marca. Acabamos ganhando e ela ganhou o direito de não ser demitida pelas reivindicações.
Desviei dos meus pensamentos com batidas na porta.
- Entre. – pedi, enquanto me ajeitava na grande cadeira de couro do meu escritório.
- Olá Sr. . – era Kenneth, meu principal sócio e dono de 30% das ações do meu escritório de advocacia, afinal, eu não conseguia estar lá 24 horas e Kenneth Kilgore fazia isso muito bem.
- Desculpe Kenneth, não posso conferir nada agora, preciso de um bom banho e cama. – antes que ele me amolasse com problemas, peguei meu blazer e reparei Nova York já iluminada, o Empire State era meu principal ponto de visão dali.
- Na verdade eu e alguns advogados preparamos uma pequena surpresa pra você, acredito que trará um pouco de diversão.
- Diga que não trouxe a emissora de TV aqui. – reclamei, não gostava que me filmassem de surpresa.
- Na verdade, vai ser algo bem mais divertido, vamos te raptar para uma despedida de solteiro. – fiquei frustado, afinal, eu havia dito milhares de vezes que não queria uma despedida de solteiro, eu não tinha mais energia para gastar em clubes de striptease, afinal, já fui um grande frequentador de cerca de 90% desses locais quando jovem. Eu consegui consolidar o trabalho de meu avô neste ramo, quando ele faleceu me deixou tudo e eu consegui transformar uma pequena firma em uma gigante do ramo com apenas 25 anos. Dos 21 aos 25, com o dinheiro da família no bolso, a única coisa que me alegrava eram noites de bebedeira e stripclubes. Antes que eu pudesse negar as aventuras da minha despedida de solteiro não planejada, alguns advogados da firma entraram e rapidamente me imobilizaram, tampando meus olhos com uma venda preta.

A aventura até o possível club que me arrastaram demorou cerca de 25 minutos, e só retirariam minha venda próximo ao horário do show. Alguns advogados já pareciam bem alterados com a quantidade de álcool que vieram tomando na limousine alugada por Kenneth.
- Estou ficando impaciente. – disse para Kenneth, que apenas riu dizendo que já voltava. Ouvia algumas conversas paralelas, mas não imaginava como era o lugar que eu estava, mas as músicas pelo menos eram bem animadas.

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- Eu acho bom você melhorar essa cara de enterro antes da apresentação de hoje, você sabe qual é seu alvo. – o clima nos bastidores da boate Burlesque era intenso com a discussão de duas pessoas.
- Você sabe muito bem que eu não faço esse tipo de serviço sujo. – ela retrucou mais uma vez, tentando a todo custo fugir daquela situação.
- Não precisa de dinheiro? É isso que putas como você fazem, se vendem por iss.o – ele não poderia receber uma reação melhor do que ela teve, a de dar um tapa naquele rosto e desmanchar o sorriso cínico estampado.
- Se você cumprisse o que tinha me prometido há três anos atrás, eu não precisava me sujar tanto.
- Eu não sou o responsável por sua vida. Agora faça o seu trabalho e seduza aquele imbecil.
- Você sabe muito bem que a fase de promiscuidade dele foi embora e ele nem sequer chifra a noiva “mulher maravilha”. - retrucou ela, fazendo aspas com as mãos.
- Eu conheço aquele homem e sei que isso ele não vai desperdiçar. – ele tocou o queixo da garota, que com nojo se trancou no banheiro, esperando que ele fosse embora o quanto antes.

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Quando o som começou a aumentar, Kenneth retirou minha venda e eu pude ver tudo finalmente após meia hora sentado ali. O local era imenso e eu nunca havia pisado em nada parecido. Toda a decoração era vermelha e preta, nós estávamos em uma grande mesa, bem em frente ao palco principal que parecia muito grande para um clube de striptease que eu tinha em mente. Um grande bar com luzes vermelhas piscava ao fundo e aproximadamente 50 pessoas aguardavam o show.
- Que stripclub é esse? Nunca estive aqui. – perguntei a Kenneth, que sentava ao meu lado direito. Uma mulher, vestida de forma provocativa deixou uma grande caneca de cerveja na minha frente. “Por conta da casa”, ela disse, piscando e saindo do alcance da nossa mesa.
- Você nunca veio aqui porque não é um stripclub, meu caro. – Kenneth parecia bem empolgado, não imaginava que um homem sério como ele gostava de coisas diferentes. Continuei com um ar de dúvida, olhando ao meu redor, tentando decifrar onde eu estava até ele esclarecer tudo: - É um clube burlesco, meu caro amigo – aparentemente meu sócio havia acertado na tarefa de me surpreender. Acreditava que clubes assim eram fáceis de se encontrar na Europa, mas não no coração de Nova York.
A cerveja daquele lugar era maravilhosa, assim como o serviço de buffet. Tudo para agradar todos os gostos. Muitas mulheres também estavam no local para assistir o show, devia ser extremamente bom. A primeira atração da noite foram cinco mulheres, todas com roupas provocantes que encenaram sobre uma noite de jogatina em Las Vegas. Uma banda acompanhava todas as apresentações no canto superior direito, dentro de um dos camarotes do local. Alguns dos advogados da firma pareciam ter 18 anos de tanta empolgação ao verem mulheres bonitas dançando sensualmente. Muitos, se não fosse por Kenneth bloquear, estariam jogando dinheiro no palco como se estivessem um club de striptease de quinta categoria.

Todo clube, não importa o quão ruim ou bom seja, sempre tem uma atração principal. Nos clubes de striptease que eu costumava frequentar, muitas mulheres tinham o que eu chamava de “incríveis poderes”. Em uma boate burlesca, a principal estrela se chamava “Charlotte” e toda hora uma voz anunciava que o show especial desta noite estava próximo.
- Já viu um show dessa Charlotte? - perguntei a Kenneth, que extremamente animado respondeu que a mulher era espetacular e deixava todas as outras dançarinas daquele lugar no chinelo. Aparentemente, ele era um cliente fiel do clube e já conhecia sobre todas as mulheres de lá.
Quando a quarta apresentação acabou o clube apagou todas as luzes da pista e bar, deixando apenas o palco iluminado. Com uma rapidez impressionante, uma equipe trazia alguns cenários, que remetiam a um escritório cheio de objetos iluminados. A garçonete trouxe outra caneta cheia de cerveja para mim, mais uma vez dizendo que era por conta da casa, acredito que meus amigos deram belas gorjetas para ela. A banda deu início ao grande show da noite. Diferente das outras apresentações, uma mulher cantava a música. Cerca de doze mulheres, vestidas de roupas de couro preto e cabelos pretos, se rastejavam para o centro do palco. Do centro, surgiu Charlotte, cantando. Então a doce voz que preenchia o clube era dela e extremamente deliciosa, assim como ela. Ela estava com um salto preto enorme, o que a deixava bem mais alta que todas as mulheres que estavam no palco. Sua roupa não podia ser mais sensual e prendeu toda a minha atenção para ela. Longos cabelos loiros e olhos azuis pareciam me fisgar. Com o apoio de duas garotas, ela subiu em cima da mesa montada no centro, cantando e dançando de um jeito único, gritos do público eram ouvidos toda vez que ela fazia um movimento diferente, como deitar na mesa e ser recebida por diversas mãos das outras garotas, que passeavam pelo seu corpo magnifico.
Todo o número era como se as mulheres do palco tentassem arrancar um pedaço dela. Próximo ao fim, Charlotte estava bem na minha frente, seus olhos cruzaram com os meus, já fascinados por todos os movimentos daquela mulher. Era diferente de tudo que eu já tinha visto, eu estava a um ponto de ficar excitado apenas com aquela mulher cantando e dançando em um palco, sem se esfregar em um poste de pole dance.
“Baby I'm preying on you tonight, hunt you down eat you alive, just like animals, animals”.
Ela se afastou da frente do palco, junto com todas as outras dançarinas, que fizeram uma barreira na qual ninguém conseguia ver o que se passava onde Charlotte estava. As dançarinas deram espaço, deixando Charlotte livre, que voltou com uma metralhadora nos braços e munições , cantando a última estrofe da música. Com um barulho de tiro, a apresentação acabou com o palco totalmente escuro e eu totalmente alucinado por aquela mulher.
- O que você sabe sobre ela? - perguntei para Kenneth assim que o número acabou.
- Que ela desperta a curiosidade de todos. – ele riu, enquanto eu já estava nervoso por ele não ter mais informações pra mim. – Ninguém sabe nem o nome verdadeiro dela e o clube nunca informa quando ela vai se apresentar. Por isso sempre está cheio, todos vêem na expectativa de conhecer ela. – terminei de tomar minha caneca e sai decidido a conversar com aquela mulher. Se a ideia era ter minha última noite de diversão antes do casamento, com certeza ela poderia fazer isso pra mim. Apesar de Leatrice conseguir ser muito insuportável quando ela queria, nunca havia passado pela minha cabeça a ideia de trair alguém até a apresentação desta mulher. Fui atrás do palco, provavelmente o lugar mais fácil de encontrar uma dançarina. Três seguranças deixavam algumas garotas sair do corredor, mas ninguém podia passar aparentemente. Parei alguns segundos na frente deles, tentando decifrar se ela era uma daquelas garotas que saiam dos camarins e desfilavam pelo corredor apressadas.
- Ei, você não é aquele cara do reality show do advogado mandão? - o segurança que estava ao meio me perguntou, era a deixa para que eu conseguisse o que eu queria.
- Sou sim. Tem como eu conversar com aquela Charlotte? - os três riram da minha cara com o meu pedido, provavelmente muitos homens faziam a mesma coisa.
- Olha, eu vou deixar você passar só porque eu e minha esposa gostamos muito do seu programa, mas o mais próximo que você vai chegar dessa mulher é quando ela estiver no palco. – dei de ombros, pronto para entrar no corredor e procurar o camarim que ela estava. – Segue até o fim do corredor e vire a direita, no fim você vai encontrar o camarim dela, estará identificado na porta. – foi mais fácil do que eu pensava, eu tinha a necessidade de saber quem era aquela mulher e como ela conseguia fazer isso com um homem. Ajeitei a camisa social que eu vestia, apertando a gravata, precisava dar uma boa impressão para ela. Eu tinha quase certeza que meu rosto aparentava cansaço e a barba por fazer me deixava um pouco mais desleixado, tirando o aspecto do “advogado durão do reality show”. Trombei com algumas garotas no caminho do corredor, que era um pouco escuro, assim como o restante do clube. Algumas mulheres me analisavam da cabeça aos pés, era bem desconfortante. No fim do corredor, virei a direita, assim como o segurança me informara, nem um pouco feliz com o que eu vi ao fundo: um outro segurança, bem maior que os três do início do corredor. Estava parado com pose de durão na porta do camarim que continha uma pequena placa escrito “Charlotte”.
- Olá. – tentei dar o meu melhor sorriso para o grandalhão, que apenas descruzou os braços e me encarou.
- O que o senhor deseja?
- Gostaria de falar com a Charlotte. – seu rosto permaneceu rígido, sem nenhuma reação com o meu pedido.
- A senhorita Charlotte não está esperando ninguém nesta noite. Infelizmente será impossível conversar com ela.
- Gostaria de tentar, você sabe quem eu sou? - tentei sorrir, porém aquele homem me deixava realmente nervoso.
- , advogado de sucesso, estrela de um reality show sobre uma firma de advocacia e que está comemorando hoje sua despedida de solteiro. Sua fortuna é avaliada em cerca de 60 bilhões de dólares. – fiquei sem palavras, acho que assim que pisei nesse lugar, devem ter buscado uma ficha minha. – Você não é o primeiro cara em uma despedida de solteiro que procura essa mulher. Sugiro que você volte para a pista e assista os últimos shows da noite com seus amigos.
Eu já não sabia mais o que fazer para ter atenção do segurança, que continuava firme nas minhas tentativas de conversar com Charlotte e entender porque aquela mulher me fascinava tanto. Quando tentei oferecer dinheiro, ele quase me chutou daquele lugar.
- Você gosta de beisebol? - perguntei, em uma mais uma jogada de aproximação.
- Quem não gosta? - pela primeira vez o grandalhão sorriu para mim e foi ai que encontrei minha deixa. Leatrice havia me dado ontem dois ingressos para o jogo do New York Yankees no próximo mês, durante a abertura da temporada e ainda estavam na minha carteira.
- Olha, eu tenho dois ingressos para a abertura da temporada do New York Yankees e eu não vou poder ir, se você me der qualquer informação ou deixar eu conversar com essa mulher eles são seus. – propus, exibindo os dois ingressos para o segurança, que rapidamente tirou os bilhetes da minha mão.
- Saia pela lateral direita do clube, no estacionamento. No fim da rua você vai encontrar uma portinha, que é por onde ela sai. Haverá um taxi esperando por ela lá, você tem dez minutos até ela sair e acredite, ela é bem rápida. – mal esperei ele terminar de falar e sai correndo para fora do clube, aguardando a saída de Charlotte.

Não foi difícil encontrar o lugar apontado pelo segurança, e assim como ele havia explicado, um taxi estava bem próximo da porta pela qual ela iria sair. Minha única opção era aguardar.
Após oito minutos esperando Charlotte a porta finalmente se abriu, me pegando de surpresa com toda a sua beleza. Diferente do palco, ela vestia uma calça jeans, sapatilhas e um casaco para se livrar do frio. Os olhos tinham a mesma intensidade dos que chamaram minha atenção no palco, mas diferente da apresentação, ela tinha longos cabelos pretos, que a deixavam ainda mais bonita.
- Oi, será que eu posso falar com você?
- Quem é você? - ela me perguntou surpresa, só notando minha presença naquele momento. Sua voz era marcante, como eu já imaginava ao ouvir ela cantando. - Acabei de ver seu show e estou surpreendido.
- Obrigada. - as bochechas dela coraram e ela revelou um belo sorriso tímido. – Porém estou um pouco ocupada agora.
- Não vá. – peguei em seu braço e ela me olhou assustada, pronta para em qualquer segundo chamar alguém para defendê-la. – Eu não vou machucar você. – soltei seu braço e ela os cruzou, me encarando.
- Diga logo o que você quer. – mesmo tentando me ameaçar ela, ainda parecia uma doce mulher e muito indefesa.
- Eu quero você. – ela soltou uma risada gostosa e eu fiquei ainda mais encantado, até ela jogar um balde de água fria em mim.
- Aqui não é um prostíbulo e as coisas não funcionam assim comigo.
- Amanhã é meu casamento, eu só queria uma chance, vai ser a última da minha vida. – tentei a convencer a todo custo.
- Você é bem direto, mas eu tenho outros planos, . – então era isso, ela me conhecia, por isso não fugiu na aproximação e se fez de desentendida perguntando quem eu era.
- Então você deve saber sobre minha índole intacta. – ela confirmou com a cabeça, mas se afastou em direção ao taxi. – Você poderia pelo menos tomar um café comigo? - eu estava vidrado por uma pessoa que eu nem devia saber o nome verdadeiro.
- Um café às 10 da noite? Isso é estranho. – ela riu descontraída da minha tentativa.
- Duvido que algum homem tenha te feito essa proposta.
- É realmente diferente, vamos, entre no taxi. – um ponto a mais pra mim, mesmo deixando totalmente exposto todas as minhas vontades com aquela mulher. Seu ar misterioso me fascinava. Era a melhor maneira de comemorar meu último dia de solteiro. Enquanto Charlotte conversava com o taxista, meu celular vibrava, vi que Leatrice tentava me ligar mais uma vez. Rejeitei a chamada e escrevi uma breve mensagem para deixar ela contente: “Não vejo a hora de te ver de noiva amanhã. Boa noite” , uma total mentira, porque a única coisa que se passava na minha cabeça naquele momento era estar na cama com Charlotte. Ela me deu um sorriso confiante quando o taxista deu a partida no automóvel. Dois minutos depois ele havia parado em uma pequena cafeteria.
- Espere ai um minuto, tudo bem? - ela me pediu e eu, como um bom homem obediente e fascinado por ela, concordei. Observei ela entrar apressada no local, que estava completamente vazio e fazer um pedido a atendente. Não sabia no que aquela noite ia acabar, mas mesmo assim estaria aproveitando todas as tentativas. Minutos depois ela entrou novamente no carro, segurando um suporte com dois cafés e um cupcake na outra mão. Ela pediu que eu segurasse um dos copos e me ofereceu um pedaço de seu doce, que eu recusei.
- Onde você mora? - ela me perguntou quando o taxista perguntou o destino da noite. Então ela havia aceitado meu jogo. Dei a ele meu endereço já confiante que ela não iria me escapar. Com o olhar inocente, Charlotte se aproximou de mim no banco de trás do táxi, eu prestava atenção em sua boca no copo de café, enquanto ela me dava um meio sorriso, sua mão, sem nenhum sinal de timidez, avançou para a minha calça, pego de surpresa, quase cuspi o café que eu estava tomando, mas adorei a atitude, assim como as outras partes do meu corpo que pensavam sozinha. Estiquei meu braço esquerdo no banco, puxando ela para mais perto, sem perder tempo, ela grudou seus lábios no meu pescoço, continuando com as carícias na minha calça, ela iria me levar a loucura antes mesmo de chegarmos na minha cama. Assim que o taxista anunciou que havíamos chegado em meu prédio, tirei uma nota de 100 dólares da carteira e deixei para ele, puxando Charlotte para fora do carro o mais rápido que consegui. Ela riu com minha pressa e rebateu:
- Calma, nós temos a noite inteira e você sabe disso. – puta merda, essa mulher quer me deixar louco! Assim que entramos no elevador, a encostei no espelho e puxei seu rosto para um beijo, mostrando toda a necessidade que eu tinha daquela mulher naquele momento.
Assim que entramos no apartamento tratei de tirar o blazer do meu terno e desfrouxei a gravata que já me incomodavam bastante, Charlotte parecia encantada com o espaço.
- É tudo bem decorado, deve ter alguns toques da sua noiva. – fiz cara feia só de ser lembrado que Leatrice existia. Calei Charlotte com mais alguns beijos e lentamente a direcionei até o quarto, onde uma grande cama nos esperava.
Ela jogou o casaco no chão, dando lugar a uma regata branca que marcava o belo corpo que ela tinha. Rapidamente ela veio em minha direção na cama, me puxando para um beijo. A temperatura do quarto aumentava ao mesmo tempo que nosso beijo ia se intensificando mais, alguns botões da camiseta que eu usava já estavam jogados no chão, assim como a gravata e eu fiz questão de desfivelar meu cinto e abrir o botão da calça social. Charlotte aproveitou a deixa para acariciar meu membro, me deixando ainda mais excitado com a situação. Rapidamente, Charlotte retirou sua regata e calça, ficando apenas com uma lingerie cor de rosa, tão delicada como uma garotinha, imagem que ela não passava no pouco tempo que passei com ela.
Apressada, ela me fez tirar a camiseta e a calça logo em seguida, me deixando apenas de cueca boxer deitado na cama. Ela mordeu os lábios notando o meu estado naquela cama, fiz com que ela se sentasse e acomodasse no meu colo. Charlotte aproveitou a deixa para se esfregar em mim, enquanto eu grudava meus lábios em seu pescoço, fazendo uma trilha de beijos até seu seio, ainda coberto pelo sutiã. Com uma das mãos, acariciei seu seio, enquanto a outra usei para tirar o fecho da peça que estava me impedindo de avançar no momento. Antes que eu pudesse continuar com todas as carícias, Charlotte me parou e saiu do meu colo, o que me deixou confuso por alguns segundos, até ela pegar minha gravata.
- O que você vai fazer com isso? - eu nunca havia sido preso na minha vida, mas só de pensar nisso consegui ficar ainda com mais tesão por aquela mulher. Desde que a vi no palco, a única coisa que ela havia me deixado era completamente fascinado. Ela puxou meus braços, me prendendo com nó frouxo na cama.
- Eu gosto assim. – ela me disse de forma sapeca, me observando totalmente vulnerável e nas mãos dela. A primeira coisa que ela fez depois de me amarrar foi tirar minha cueca, com aquele sorriso sapeca, Charlotte encostou seus lábios em meu pênis, me deixando alucinado sem poder usar minhas mãos. Ver aquela cena e não poder colocar as mãos em seu cabelo e controlar sua velocidade me deixava maluco, porém ela sabia muito bem como usar sua boca e me dar muito prazer só com aquilo. Eu estava prestes a explodir quando ela perguntou por camisinhas, resmunguei que estavam na gaveta ao lado, louco para ver aquela mulher continuar com aquilo. Charlotte sabia muito bem o que estava fazendo e rapidamente achou um pacote de camisinhas, rasgando e colocando em mim. Sozinha, ela retirou sua última peça de roupa e sentou em meu membro. Eu estava louco para poder encostar nela e ajudar ela a subir e descer, porém ela tinha pleno domínio de seu corpo e do meu. Até os gemidos dela me excitavam ainda mais, eu estava a ponto de explodir quando ela soltou meus pulsos, já marcados pelo nó da gravata. Inverti de posição com ela, tomando conta da situação. Com ela embaixo de mim e nossos corpos suados e grudados, aumentei minhas investidas, ouvindo Charlotte gemer cada vez mais alto, alguns segundos depois senti o corpo dela tremer, anunciando seu orgasmo. Segurei por mais algumas estocadas antes de desabar de prazer por aquela mulher.
- Despedidas de solteiro devem ser assim. – ela disse, tirando o cabelo suado de seu rosto, ri com seu comentário, emendando uma pergunta que tinha em mente desde que entrei no táxi:
- Por que dançarina burlesca?
- Por que advogado? - ela retrucou em seguida e eu apenas falei que havia feito minha pergunta primeiro, Charlotte torceu o lábio, enfim respondendo:
- Gosto de dançar e de dinheiro. Sua vez.
- Gosto de dinheiro – puxei ela para mais perto, adormecendo em seguida.

Acordei com o telefone de casa que não parava de tocar, meu corpo ainda estava cansado da noite anterior. Olhei para o relógio ao lado da cama, que marcava 13 horas, eu tinha duas horas para chegar a igreja, porém um bilhete ao lado da cama chamou minha atenção:

Tenha um ótimo casamento, tão bom quanto as fotos e vídeos que fiz da noite passada. Sua noiva e seus produtores vão adorar o conteúdo.


.K.




FIM



Nota da autora: Provavelmente esse especial é um dos mais legais do ano! Todas as mulheres enlouquecidas e eu espero que vocês tenham gostado. Vocês podem entrar em contato comigo através do meu Facebook ou do meu Twitter.
Minhas fics no site são:

Brazil Hilton (McFLY)
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