Clube dos Seis
Autora: Darth | Beta: Lara

Capítulo 1
POV
Quinze minutos correndo em volta de uma quadra? Isso é melhor que ficar copiando matéria, mas mesmo assim, prefiro correr atrás de uma bola do que em círculos. Não exatamente, até por que a quadra não é redonda, mas é, você entendeu. Passei pela que contava aquela como minha quinta volta em treze minutos - boatos de que eu sou sedentária e nesse momento estou suando e esbaforida - e por , que fazia dupla com uma nerd que dizia ser nossa colega desde o quinto ano mas na verdade nunca a havia visto. Esse é um pequeno conflito que nos persegue por sermos três.
- QUANTA CELULITE NESSA BUNDA, QUE NOJO. - gritou assim que passei por ela. Não havia ar o suficiente para responder então fiz o favor de ignorá-la.
- Último minuto! - A professora gritou e senti seu olhar sobre mim. Quanto percebi todas as meninas correndo e eu parecendo uma avestruz com problemas renais, decidi parar porque, realmente, isso é demais para a minha beleza. Me joguei no meio da quadra e senti poder respirar um pouco melhor. Ouvi aquelas três apitadas infernais e vi a professora vindo até mim. riu alto de algo e ela virou a encarando até que a menina ficasse séria.
- Então, srta. ... - Aí eu parei de ouvir para me concentrar em como desviar das cuspidas que aquela doida dava enquanto gritava. - na próxima aula, ou você vai para a direção. - Terminou dando a última e mais intensa salivada na minha cara. Que nojo, meu Deus.
Sentei na arquibancada enquanto e entregavam o papel com a contagem das voltas das suas duplas. Logo as duas foram em minha direção rindo.
- Tá me devendo dez pila.
- Depende... Quantas voltas? - Perguntei.
- Vinte e cinco. - respondeu com uma expressão de gênio do crime. - E aí, rola?
- Não por que da última vez também burlei suas voltas, então você estava tecnicamente me devendo uma.
- MAS ELA CORREU MAIS QUE VOCÊ, NÉ. - gritou do nada.
- TÁ, TÁ BOM. DO MESMO JEITO EU A AJUDEI.
- Ah, tanto faz. Dez reais eu consigo rápido. - falou pegando sua mochila e indo em direção ao vestiário. Passou por mim e levantou uma cédula, fazendo-me olhar para meu bolso aberto e desacreditando da cara de pau da infeliz.

- Já pensou se não tivesse vestiários pra gente tomar banho depois da educação física? - perguntou enquanto estávamos indo em direção a nossa sala da última aula.
- Ia ser muito legal sentir as patricinhas fedendo.
- Nossa, ia ser muito legal ficar fedendo. - Falei, irônica.
- TAMO FALANDO DAS PATRICINHAS, COISA. - respondeu, dando um tapa na minha cabeça. - NOSSA, JÁ PENSOU OS DESODORANTES DELAS, TIPO MEGA SUPER EXTRA PROTEÇÃO CONTRA ODORES 24HRS.
- PELO MENOS ELAS USARIAM ALGO, IMAGINA A .
- CALA A BOCA VOCÊS DUAS QUE EU SOU CHEIROSA.
- NÃO EM DIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. - finalizou. Desde que paguei uma aposta ficando dois dias sem tomar banho sou considerada mendiga que mora no lixão e toma banho em uma espécie de mini-Tâmisa-não-despoluído. Enquanto na verdade sou uma maníaca por banhos e isso é tudo pura ironia e provocação. Sabe, só explicando, vai que pensam que eu sou porca assim mesmo.
POV off


Aula de química, o típico período do professor aloprado que não quer nada com nada. Há quem se pergunte o que diabos ele ainda faz naquela escola, mas preferem ignorar por gostar da aula folgada que ele dá.
- WEEEEEE ARE THE CHAMPIOOOONS MY FRIEEEEEND. AND WE'LL KEEP ON FIGHTING TILL THE EEEEEEEND - Cantaram as três meninas juntas.
- AI, CHEGA. - falou alto (não gritou) e logo que recebeu um olhar calmo do professor, sorriu. - Minhas cordas vocais precisam de repouso para meu show à noite.
- WE AREEEE THE CHAMPIONS WEEEEEEEE ARE THE CHAMPIONS - continuou sozinha, cantando e performando com as mãos - NO TIME FOR LOSERS! - Apontou para e cinicamente - CAUSE WE ARE THE CHAMPIOOOOOONS...
- OF THE WOOOOOOOOORLD - virou atônita para onde havia vindo aquela voz. Mais exatamente atrás dela. , ai ai, .
- Você conhece? - perguntou empolgada.
- Óbvio! - O menino respondeu. - Isso é um clássico.

Logo ao lado, e tagarelavam sobre algo que provavelmente interessava mais ao menino.
- , pode dizer, eu sou um gênio! - Disse, gabando-se e logo passando a mão pelo cabelo. se limitou a dar uma risada para manter a amizade e não soar chata.
- ? - O professor resolveu se levantar para começar a explicação. Ao lado só se via rindo baixo enquanto o garoto fazia com que suas últimas palavras fizessem sentido contrário - Você pode me relembrar a última parte do conteúdo da aula passada?


- Hou - chamou nossa atenção - Por que não vamos no cinema esse fim de semana?
- Não pode ser outro dia? - perguntou - Vou ter que estudar e fazer aquelas coisas loucas que a professora de artes pediu.
- Aquela professora é doida. Acha que sairmos por aí vestindo panos ao som de música indiana é arte. - protestou, fazendo todos ao redor rirem. À proposito, os meninos estavam ali juntos.
- Arte mesmo é o nome do cara... Como é mesmo? - perguntou - É... Oititica. - Arriscou.
- CARA, O-I-T-I-T-I-C-A. QUE TIPO DE PESSOA SE SENTE FELIZ COM UM SOBRENOME DESSES? - berrou com aquele jeito doido, falando mais com as mãos do que com a própria boca.
- Já pensou tipo, Oi Titica! - começou.
- E aí, Titica! - arriscou, dando o ar da graça pela primeira vez desde que saíram da sala de aula.
- Tchau, Oi Titica - Foi a vez de , que fez todos rirem.
- Ai, vocês são muito idiotas - falou, rindo com a mão apertando a barriga. - Preciso ir embora antes que faça um cosplay de aqui na frente da escola.
- Cosplay de ? - perguntou. O menino que conhecia melhor as meninas há pelo menos meia hora, quis se informar. Ele tinha uma amizade forte com , que também tinha com , mas mesmo assim nunca havia tido contato direto com as garotas.
- AH NÃO É NADA NÃO, ACHO BOM A CALAR A BOCA ANTES QUE EU FAÇA UM COSPLAY DE BRITNEY SPEARS CONTRA O PAPARAZZI. NO CASO A SERIA O PAPARAZZI.
- Essa ameaça é antiga, por favor, , você é melhor que isso. - disse forçadamente decepcionado, sendo acompanhado por .
- AH, ENTÃO... VOU FAZER UM COSPLAY DE... Ah, não importa. Tanto faz, sei que a não falaria. - mandou um olhar ameaçador para a menina.
- quando ri muito tem dificuldades para segurar a bexiga. - disse baixo, mas o suficiente para deixar fula da vida - CORRE, .
Assim, saiu resgatando uma boa quantia de ar no pulmões para chegar até sua casa, enquanto a sete palmos do chão Hélio Oiticica se revirava no caixão pelas audácias feitas em seu nome. Enquanto corria atrás de , que já estava a uma quadra de vantagem, o que é muito para aquela tal sedentária de mais cedo; , e apenas riam das duas figuras. Logo o último menino se despediu, virando a esquina junto a .
- Então... - disse, um pouco baixo.
- Oi? Falou comigo? - perguntou para o menino que tinha suas mãos nos bolsos dianteiros, olhando-o engraçadamente.
- Sim. - Afirmou no seu tom normal - Onde você mora?
- Daqui a duas quadras, e você?
- Três.
- Hum.
- Posso ser sincero? - perguntou, coçando a nuca.
- Depende sobre o quê. - respondeu incerta. - Nada de sinceridades sobre, por exemplo, uma criança que veio esses dias e jogou na minha cara que tem um olho maior que o outro. - A menina fez cara de ofendida fazendo o outro rir. - Cara, isso é normal em todo mundo. Mas uma criança vir me dizer isso, é tipo, porra. E foi de má índole, ele queria me ver sofrer. - Terminou observando se recompor das risadas que dera, ela tinha certeza que ele não havia prestado atenção em um terço da sua reclamação... Mas ele riu. Seria isso bom ou ruim?
- Não, não é sobre isso. - disse ainda rindo um pouco. - É só que vocês são muito diferentes do que eu pensava. - Confessou - sempre me fala de vocês, mas eu nunca me aproximei muito, não sei exatamente por quê, acho que eu tinha medo.
- NOSSA, MAS POR QUÊ? - mostrou-se realmente intrigada.
- Porque vocês são meio fora da casinha. Mas percebi que são legais. - disse - Inclusive, se forem ver algum filme, estou me autoconvidando.
- Você já estava convidado. - riu. - Bem vindo ao Dark Side, Jovem. Que a força esteja com você. - Assim ela disse, virando a esquina de sua rua e acenando para o menino que a observava, até mesmo quando ela virara o rosto tão seriamente que poderia ter dado com a cara em um poste se não se alertasse antes.


- Some, seu pirralho! - gritou para .
- MAS POR QUE VOCÊ NÃO VAI DEIXAR? - A menina o torturava, desejando vê-lo beijando seus pés e pedindo desculpas por ter cutucado para contar sobre sua bexiga. Não que isso fosse um grande problema, mas sabe, drama sempre é legal. E se ela puder usar , melhor ainda. - É SÓ UMA PARTIDA, JURO!
- Sabe o que eu vou fazer? - ameaçou - Vou espalhar para os seus amigos que você ligava para o Bom dia e Companhia na esperança de poder gritar "PLAYSTATION, PLAYSTATION" igual a um alienado para tentar ganhar um. - Ela riu alto da sua cara de decepção, como diz aquele ditado: pimenta nos olhos dos outros é refresco. - Você sabe que eu falo sério, não sabe?
- Sei. - O menino respondeu de cara fechada.
- Cara feia para mim é fome, meu querido.
- Exatamente, to morrendo de fome. - se aproveitou e passou para dentro da casa de , empurrando-a. - O que temos para o almoço?
- Torta na sua cara, idiota.
- ! - A avó de adentrava a sala junto ao seu tom de reprovação. - Olha os modos com o menino .
- Vim almoçar com vocês hoje, estava morrendo de saudades da senhora. - O garoto falou enquanto podia perceber se remoendo por dentro. Não é que ela se incomodasse com a presença dele, isso é TPM ou crise existencial. Cura rápido.
- Mas, , por que não me avisou que ele viria? Teria feito algo melhor... - A menina deu um sorriso amarelo em resposta, falando um baixo "Ele não viria" e subiu as escadas em direção ao seu quarto.

Continua...

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Nota da Beta: Qualquer erro nessa fanfic é meu, então me avise por email ou mesmo no twitter. Quer saber quando essa fic vai atualizar? Fique de olho aqui. Obrigada. Xx.

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