Última atualização: 27/08/2022

Capítulo 19

girou em seus próprios calcanhares, virando o corpo para trás, e o sorriso que tinha em seu rosto se desmanchou no exato momento em que a figura de Margarethe apareceu em seu campo de visão. Era como se todo o clima tranquilo daquela noite tivesse evaporado em questão de um segundo. A presença, a aura que a mais velha carregava consigo ainda era capaz de retirar qualquer brilho que a loira tivesse.
mantinha os olhos fixos na loira, que estava a sua frente, e praticamente não piscava. Toda a sua atenção estava em porque, ao menor sinal de desconforto por parte dela, proporia que os dois deixassem o local.
– Margarethe... – Audrey intercedeu, encarando a mulher com um sorriso ladino no rosto. – Por que você não deixa a menina em paz como fez por uma boa parte da sua vida?
A loira teve vontade de sorrir em agradecimento pela resposta da avó, porque ela havia presenciado tudo que viveu na infância e detestava tanto Margarethe quanto ela.
– Menina? – a mulher riu, balançando a cabeça de um lado para o outro, mas mantendo o sorriso nos lábios. – Audrey, não tem mais cinco anos e não vive mais presa à barra da sua saia... Acho que ela pode muito bem responder por si, sem precisar da sua intercessão...
Audrey se preparou para responder, mas a neta lhe lançou um breve sorriso e um aceno negativo com a cabeça para que ela não falasse nada. Inspirou o ar com força, olhando para Margarethe e usou um dos melhores sorrisos falsos que poderia ter.
– Eu não fico surpresa por vê-la querendo saber da minha vida pessoal e nem por querer criar confusão em um momento como esse – balançou os ombros. – Não que seja da sua conta, mas este é o .
– É um prazer conhecê-lo, – a mulher esticou a mão na direção do austríaco para que pudesse cumprimentá-lo. – Talvez eu deva pedir desculpas pelos modos da e pela singela falta de educação dela.
– É um prazer conhecê-la, Margarethe – segurou na mão da mulher, apertando-a em um cumprimento rápido. – Não vejo motivos para que a senhora se desculpe, já que foi educada o tempo inteiro – seus olhos procuraram pelos azuis da loira, lançando-lhe um sorriso ladino para que pudesse demonstrar que a apoiava.
– É que ela sempre busca criar essa tensão quando nós estamos no mesmo ambiente... – murmurou e teve vontade de rolar os olhos. – Aliás, este é meu marido, Afonso. Você se lembra dele, filha?
A loira sorriu sem mostrar os dentes na direção do mais velho, o cumprimentando com um aperto de mãos e fez o mesmo, assim como Audrey, que mantinha uma expressão carrancuda diante dos outros dois, nem disfarçando o seu incômodo com a presença deles no local.
– Como está seu trabalho, ? – o português perguntou encarando a loira, que deu os ombros, detestando que o assunto Fórmula 1 fosse abordado naquele momento.
– Estamos liderando os dois campeonatos com uma boa folga – balançou os ombros, não muito a fim de se estender no assunto. – Está tranquilo.
– Ainda não pensa em desistir disso? – Margarethe arqueou as sobrancelhas na direção da filha, que lhe lançou um olhar cerrado antes de negar com a cabeça em resposta.
– Isso é o que eu amo fazer. Por que eu desistiria? – riu sem humor.
– Querida, você sabe que esse não é um universo para as mulheres. Essa coisa de carros e de futebol não é para nós... Convença-se disso – riu, sendo acompanhada pelo marido.
– O automobilismo ainda mais – Afonso murmurou, concordando com a esposa. – Ainda temos algumas mulheres fazendo sucesso no futebol delas, mas e no automobilismo? Quantas mulheres pilotos que vocês conhecem? Quantas foram campeãs? – riu, balançando e jogando a cabeça para trás como se aquilo fosse uma grande e divertida piada.
– O que você acha sobre isso, ?
O chefe da Mercedes comprimiu os lábios para que pudesse esconder o sorriso que teve vontade de dar e girou o rosto, retirando os olhos de para que pudesse responder a pergunta de Margarethe.
– Eu acho que é uma grande bobagem acreditar que o automobilismo não é um universo para as mulheres. Na Fórmula 1, nós já contamos com um número, ainda pequeno, de mulheres trabalhando nos bastidores e já existe um bom número de meninas nas categorias mais baixas. Então, é uma questão de pouco tempo para que tenhamos mais mulheres pilotando – sorriu, virando-se na direção de Margarethe. – Fora que a , a única chefe de equipe mulher, está fazendo um excelente trabalho na Red Bull. Nós estamos tendo um pouco de trabalho contra...
– Você também trabalha no automobilismo? – Afonso perguntou, encarando o moreno ao notar que, em todas as frases, ele se incluía.
– Eu sou diretor e chefe da Mercedes – sorriu fraco. – A equipe que mais está sofrendo com o sucesso da .
A mulher soltou uma risada fraca, balançando a cabeça ao ouvir as palavras de . Ele já havia lhe dito algumas vezes como ela era boa no que fazia e ela sempre se sentia contente por vê-lo enaltecer o seu trabalho, ainda que soubesse que não havia ganhado nada. Porém, ver falando isso para Afonso e Margarethe era um sabor a mais. Ouvir o homem dizer que ela era uma boa profissional e que a sua equipe era um sucesso na frente de quem sempre a criticou por seu trabalho era algo capaz de fazê-la sorrir sem querer parar.
– Eu sigo acreditando que esse tipo de universo não é para mulheres – a mulher de cabelos brancos deu os ombros. – Nós somos mais frágeis, não podemos estar em um ambiente como esse, ainda mais porque essas viagens todas afastam a mulher do principal, que é casar e ter filhos – fez uma pausa, apontando para a loira. – Não vê a ? Abandonou um casamento para seguir essa vida e agora está perto dos trinta, sem filhos... Somente vivendo para o trabalho. Quando isso tudo acaba, ela chega em casa para o quê? Para aquela vira-lata que ela tem. Você acha que isso é vida, ?
– Meu Deus, Margarethe! – Audrey repreendeu a antiga nora, balançando a cabeça de um lado para o outro e, antes que o austríaco pudesse responder a pergunta que lhe havia sido feita, se manifestou.
– Se você quer saber, a minha vira lata tem muito mais caráter e carinho por mim do que você já teve em toda a minha vida – riu, sem humor. – E já que você quer saber, eu mesma posso te responder... Isso é vida sim. É o que eu gosto de fazer e o que me faz feliz – soltou o ar de forma mais pesada e podia sentir as suas mãos tremendo por causa da raiva que a consumia naquele instante. – Eu não preciso ter filhos ou me casar para ser uma mulher realizada. Eu posso sentir a mesma felicidade que outras mulheres apenas com o meu sucesso profissional. Aliás, todos os dias eu me sinto realizada porque eu vejo como valeu a pena abandonar a porcaria daquele casamento para ser a mulher que eu sou hoje.
Finalizou a sua resposta e nem mesmo esperou que a mais velha falasse alguma coisa. Apenas girou em seus calcanhares, caminhando para longe de onde eles estavam e retornando para o jardim.
se apressou, seguindo atrás da loira, vendo que ela seguia para a parte da frente da casa, e tentou passar por todos os convidados sem atrair muita atenção, ainda que fosse difícil para um homem com quase dois metros de altura.
colocou as mãos nos quadris, puxando o ar e soltando repetidas vezes. Ela levou uma das mãos ao peito, fechando os olhos para que pudesse se acalmar porque ainda tremia, mas só de não estar mais perto de Margarethe, ela já conseguia se sentir um pouco melhor.
permaneceu parado a alguns passos de distância da loira, apenas a observando e esperando o momento que achasse certo para que pudesse se aproximar.
Naquele pouco tempo de conversa pode entender porque não gostava da mãe. A maneira como a mais velha parecia gostar de criticá-la era surreal e explicava um pouco sobre a dificuldade que a loira dizia ter com famílias, apesar de parecer possuir uma relação boa com Audrey, Brooke e Ruggero.
– Pessoal! – a voz de Brooke na parte de trás do jardim atraiu a atenção do austríaco. – Nós vamos iniciar o nosso jantar. Então, dirijam-se todos aos seus lugares, por gentileza.
suspirou baixo, rompendo a pequena distância que existia entre ele e , colocando uma das mãos sobre o ombro dela bem devagar para que não a assustasse, mas logo a mão da loira cobriu a sua e um sorriso leve surgiu nos lábios dela.
– Me desculpe tê-lo feito passar por isso... – murmurou ainda com os olhos fechados e ele riu fraco.
– Não foi nada... – balançou os ombros. – Se você não tivesse dito aquilo a ela, eu teria dito algumas verdades...
abriu os olhos, encontrando os castanhos de presos nela e permitiu-se soltar uma risada antes de levar a outra mão em direção à nuca dele.
– Obrigada, – soltou o ar, rindo fraco, aproximando-se dele para que pudesse selar os lábios nos dele em um beijo casto, mas demorado.
– Você quer voltar para o hotel? – perguntou, encarando a loira assim que os lábios se separaram e, antes que ela pudesse responder, puderam ouvir a voz de Brooke outra vez.
– Alguém viu a minha irmã?
soltou uma risada fraca, arqueando as duas sobrancelhas na direção do austríaco como se questionasse se aquela frase de Brooke respondia à pergunta dele.
– Acho que isso foi um não.
– Querer é algo diferente de poder – suspirou, afastando-se do austríaco, que riu, concordando com a cabeça.
– Então, vamos voltar – sorriu. – Estou ansioso para ouvir você terminar de contar para Audrey sobre quando nos conhecemos... Você estava ficando vermelha!
A loira o empurrou pelo peito, balançando a cabeça antes de passar por ele em direção à parte de trás do jardim. O chefe da Mercedes soltou uma risada alta, dando uma pequena corrida atrás da loira para que os dois pudessem retornar para o local juntos e ela não hesitou em segurar a mão dele.
– Eu estava indo agora mesmo atrás de você – Ruggero sorriu, parando em frente ao casal antes de encarar a filha mais velha. – Eu vi você falando com a sua mãe. Está tudo bem?
– Margarethe estava apenas sendo inconveniente é desnecessária, como sempre – deu os ombros, percebendo que a maioria das pessoas já estavam sentadas à mesa. – Vamos nos sentar?
– Ali – o mais velho chamou antes que a filha pudesse se afastar. – Tenha um pouco mais de paciência com a sua mãe, por favor.
– Eu já gastei toda a minha paciência da noite com ela, Ruggero – soltou o ar de forma pesada e o mais velho apenas cerrou os olhos em sua direção. – Mas eu vou me segurar para não estragar a noite da Brook.
– Eu sei que você não faria isso, querida – Ruggero sorriu, fazendo um singelo carinho no ombro da filha antes de soltar: – Eu já não posso dizer o mesmo da sua mãe.
e soltaram risadas fracas com a frase do mais velho e a loira balançou a cabeça de um lado para o outro antes de voltar a caminhar em direção à mesa, onde Brooke estava parada próxima, ainda a esperando.
, algum problema se você e o se sentarem separados? – a mulher de cabelos castanhos claros encarou a irmã mais velha com um sorriso fraco no rosto em um silencioso pedido de desculpas. – Eu não sabia que você viria acompanhada, então eu te coloquei perto da Tracy e do Reece...
– Onde o vai ficar? – questionou antes de responder a pergunta feita pela noiva e o austríaco se apressou em tranquilizá-la.
, não precisa se preocupar...
– Eu o coloquei perto da Betty.
– Ótimo – sorriu, suavizando a expressão de seu rosto porque não ficaria em paz o jantar inteiro se soubesse que estava perto de Margarethe. O pobre do homem não merecia tê-la por perto por tanto tempo.
Brooke sorriu, contente com a resposta e indicou os lugares dos dois antes de se sentar na cadeira bem ao centro da mesa, ao lado de Scott. A loira girou em seus calcanhares, ficando de frente para o austríaco e ele sorriu antes de depositar um beijo leve em sua bochecha.
– Estarei de olho em você,  – falou em um tom de voz baixo para que apenas escutasse e balançou a cabeça, mordendo o lábio inferior para esconder o sorriso que surgiu em seus lábios. limpou a garganta, voltando à sua postura mais séria antes de seguir em direção à ponta esquerda da mesa, sentando-se no lugar vago ao lado direito de Betty e sendo cumprimentado pela mais nova.
– Você deu sorte de não se sentar ao lado bruxa...
soltou uma risada, buscando abafá-la com a mão para que não chamasse atenção das pessoas próximas ao ouvir a forma que a mulher se referiu à Margarethe, mas, pelo pouco que já havia visto, já tinha entendido que aquele apelido realmente era ali que combinava com ela.
– Parece que é unânime na família não gostar dela – murmurou em tom mais baixo, olhando para Betty, que balançou a cabeça em sinal de positivo.
– Acho que você sabe tudo que ela fez a passar, não é? – o austríaco concordou com a cabeça e a mulher continuou a falar. – Não há como a gente gostar dela sendo que ela fez isso com a filha... Ainda faz, na verdade. Ela adora fazer comentários ruins sobre a vida da .
– Eu percebi – disse, olhando para a mulher de cabelos com mechas alaranjadas. – Quando nós estávamos falando com a Audrey, ela se aproximou e fez alguns comentários sobre a Fórmula 1 não ser um universo para mulheres.
– Isso é desde que a se divorciou – Betty pontuou. – Ela acha que foi o automobilismo que fez a sair de casa e não as merdas que o ex a fez passar...
optou por ficar em silêncio e apenas balançou a cabeça porque aquela parte da história de ele não conhecia. Se Betty fosse contá-la, ele queria que ela falasse de forma espontânea e que ele não parecesse um curioso sobre aquele assunto.
– Assim, a minha prima nunca precisou dela. A vovó fez um excelente trabalho para criá-la, tanto que ela é essa mulher foda que está aqui hoje – os olhos dos dois procuraram a loira, que conversava de uma forma descontraída com Tracy. – Mas a bruxa não enxerga isso. Acha que o término do casamento da foi o maior fracasso da vida dela só porque o Billy era filho do prefeito.
Billy?
uniu as sobrancelhas, questionando em seus próprios pensamentos se aquele era o nome do ex-marido de , mas, pelo que a mulher ao seu lado falava, parecia ser.
– Até parece que o casamento dela com o meu tio deu certo para ela querer criticar o término do da ... – Betty riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Eu acredito que ela faz questão de criticar a porque ela tem uma carreira profissional, sabe? A gente sabe que esse era o sonho da bruxa, mas que ela teve que abrir mão quando se casou e engravidou. Acho que ela meio que quer que as filhas tenham o que ela teve – fez uma pausa, levando o olhar para Brooke, que sorria para uma foto ao lado do noivo. – Brook já está seguindo esse caminho.
concordou com a cabeça outra vez, pegando o copo de água e levando até os lábios para dar um breve gole. Uma pequena pausa para que pudesse pensar no que poderia responder ao que havia escutado.
Quando lhe contou uma parte de seu passado nas férias de verão, ele já havia achado ruim, mas nada que o preocupasse muito porque a maioria das pessoas possue histórico de relacionamentos ruins e tóxicos.
Mais cedo, ouvir contar sobre a sua relação com os pais o deixou um pouco mais preocupado. não teve uma relação com o pai, já que o homem faleceu quando ele tinha oito anos, mas a relação com a mãe havia se tornado forte em meio a todas as dificuldades que a família teve ao longo vida em Viena. Lembrou-se de Portimão, quando falou para a loira que as mães se preocupavam com os filhos, quando ela disse que Margarethe não parava de ligar. Na época, não havia entendido muito bem a reação dela com as chamadas, mas agora era muito capaz não apenas de entender a reação de como de concordar em querer que a mais velha ficasse o mais longe possível de sua vida.
tinha me contado algumas partes, mas, ainda sim, eu me surpreendi – riu fraco e Betty balançou os ombros antes de virar o rosto na direção dele com um sorriso nos lábios.
–  ? – arfou em surpresa e o austríaco franziu o cenho pela reação dela, que levou as mãos até à boca. – Isso é tão fofo!
Soltou uma risada um pouco mais alta, atraindo a atenção de algumas pessoas da mesa, incluindo da loira sobre quem os dois falavam. se desligou da conversa com Tracy para observar como parecia estar bem ambientado ao lado de sua prima e ficou aliviada por perceber que o clima pesado que Margarethe havia tentado instaurar não perdurou. Uma das amigas de Brooke se levantou, atraindo a atenção de todos ao bater com o talher em sua taça e sorriu fraco antes de anunciar que estava na hora de alguns discursos para o casal.

x


terminou de secar as mãos, girando a chave e a maçaneta da porta do banheiro para que pudesse deixar o local, mas desejou fechar a porta de novo e se trancar lá dentro por mais algum tempo assim que seus olhos pararam sobre Margarethe.
– Você não vai me dar descanso mesmo? – ela cerrou os olhos na direção da mais velha, deixando que um suspiro pesado escapasse por seus lábios.
– Eu não falei nada dessa vez... – ela ergueu as mãos em sinal de rendição e a loira teria caído se não a conhecesse tão bem.
– Continue assim – piscou, preparando-se para passar por ela, mas a voz da mulher fez com que a loira parasse de caminhar.
– Ele é um galanteador nato, – murmurou, girando o corpo para que encarasse as costas da mais nova na expectativa de que ela se virasse para olhá-la. – Você viu a forma como ele conversava com a Bethany? – balançou a cabeça de um lado para o outro, fazendo uma breve pausa ao ver os ombros se se levantarem. – Ou talvez deva ver com os seus próprios olhos a forma como ele está conversando com a Tracy...
– Qual é o intuito disso, Margarethe? – girou o corpo e cruzou os braços na altura dos seios, não dando a menor importância para o que ela havia dito e sim na razão daquela fala.
– Eu achei que você fossa mais esperta, ... – deixou que uma risada sarcástica escapasse pelos seus lábios. – Você acha que ele está apaixonado por você quando, na realidade, ele apenas está com você para alimentar o ego dele.
– E esse seu parecer vem baseado em...
– Homens mais velhos só querem mulheres mais novas ao seu lado para que possam se mostrar diante da sociedade, querida. Ele precisa mostrar que ainda é jovem em algum aspecto – riu. – E você vai acabar sendo vista como uma interesseira, mas eu duvido que você tenha potencial para tanto.
– Nem para interesseira eu sirvo? – soltou uma risada alta, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Então, eu posso adicionar isso à lista de coisas que eu não herdei de você – sorriu de forma sarcástica, vendo a expressão de surpresa surgir no rosto da mais velha. – Não foi por isso que você se casou com o Afonso? Foi capaz até mesmo de deixar a Brook para trás apenas para viver uma nova vida em Portugal.
– Escute aqui, ...
– Não, não, Margarethe – tratou de interrompê-la, dando um passo para perto dela e erguendo o dedo em riste na direção do rosto dela. – Escute você – sorriu sem mostrar os dentes. – Eu estou exausta dos seus comentários sobre a minha vida pessoal e sobre mim. Eu não sou culpada pelas coisas que você teve que abrir mão quando engravidou de mim ou pelo seu casamento com Ruggero não ter dado certo... Ou seja lá qual for o motivo louco que você tem para despejar tanta raiva assim sobre mim – deu os ombros. – A partir de hoje eu não vou mais me sujeitar a ouvi-los calada. Eu estou farta de você querer interferir na minha vida e causar mais traumas do que você já causou. Você mesma já me disse que não me considera sua filha... O que é ótimo porque eu já não te considero como mãe há anos – fez uma pausa, tomando uma lufada de ar para que pudesse terminar de falar. – Siga a sua vida e continue esquecendo que eu existo quando estivermos no mesmo ambiente e, até mesmo, se estivermos no mesmo país.
A loira girou o corpo, pisando forte em direção à escada que levava ao primeiro andar da casa e sentindo as suas pernas tremerem levemente, assim como as mãos, que ela tentava apoiar no corrimão para conseguir algum sustento para que pudesse chegar ao fim da escada em segurança.
– Meu Deus, ! – Audrey se aproximou, pondo as mãos nos bíceps da neta para que pudesse guiá-la em direção ao sofá da sala de estar. – Você está bem? Está pálida, querida!
Respirou fundo algumas vezes, fechando os olhos e fazendo do jeito que Dorothea já havia a ensinado para que pudesse voltar a ter o controle das suas emoções. Passou a mão pelo rosto, colocando as mechas do cabelo para trás da orelha e focou os olhos nos de Audrey, finalmente lhe lançando um sorriso mínimo.
– Eu estou bem, Audrey – informou para tranquilizar a mais velha. – Eu tive uma conversa com a Margarethe.
– Uma conversa? – riu, dando uma ênfase maior naquela palavra. – Desde quando ela é uma pessoa que dá para conversar? – arregalou os olhos ao fim da própria frase e levou uma das mãos até a boca, fazendo com que sorrisse fraco. – Que o seu pai não me escute falando isso!
– Foi uma conversa meio unilateral mesmo... – a loira arqueou as sobrancelhas, fazendo com que a avó entendesse o que ela queria dizer e soltasse uma risada. – Eu espero que ela tenha entendido o recado.
– Só se ela for burra o suficiente para isso – deu os ombros, balançando a cabeça outra vez. – Também não diga isso ao seu pai.
– Se você prometer que não irá contar que eu falei com ela – estalou a língua no céu da boca. – O Ruggero ainda acredita que a culpa disso tudo é dele.
– É claro que eu não irei contar, querida – sorriu, colocando as mãos sobre as da neta. – Esse é mais um segredo nosso!
sorriu contente e se atirou sobre a mais velha, envolvendo-a em um abraço apertado. O calendário apertado da Fórmula 1 e a distância entre as duas cidades não permitia que ela visitasse a avó o tanto quanto gostaria, mas ela se sentia feliz por ambas ainda possuírem a mesma conexão da época em que viviam juntas.
Ainda estava orgulhosa de si mesma. Jamais havia pensado que seria capaz de enfrentar Margarethe e de falar algumas coisas na sua cara, mas estava feliz que o havia feito. E, o principal, se sentia um pouco mais leve depois disso. Era como se ela estivesse fechando uma das portas de seu passado, preparando-se para abrir novas e viver o que já não a amedrontava mais tanto quanto antes.
– Eu vou procurar o para irmos embora – anunciou após o abraço e a mais velha sorriu de forma larga.
– Ele me pareceu um bom homem – Audrey disse, encarando a mais nova. – Conversou muito comigo e me prometeu uma visita com os filhos dele. Ao que parece, a menina sabe tocar piano!
A loira sorriu ao ouvir a forma animada que Audrey contou sobre Rosa tocar piano, fato que era desconhecido por ela, mas entendendo perfeitamente o entusiasmo da mais velha porque era uma exímia pianista e havia passado boa parte de sua vida dando aulas. conseguia se lembrar das diversas vezes que ouvia as músicas clássicas de dentro de seu quarto.
– Eu posso confessar uma coisa? – indagou em um tom de voz mais baixo, com o rosto próximo ao da avó, que balançou a cabeça em sinal de positivo e com os olhos repletos de expectativa.
sorriu outra vez, sabendo que não precisava guardar segredos de sua avó porque ela conseguia entender os seus medos como ninguém.
– Eu acho que eu tenho muita sorte de tê-lo na minha vida.
Audrey arregalou os olhos com a confissão que ouviu. Sempre havia escutado a jovem lhe dizer que o trabalho havia se tornado o grande amor da sua vida e que ela jamais se abriria para uma relação novamente. Agora, ela estava ali, bem a sua frente, com uma expressão tímida misturada com um pouco de culpa para lhe confessar que estava se envolvendo outra vez.
– Eu tenho certeza de que ele tem muito mais sorte por tê-la na vida dele, minha querida – murmurou antes de depositar um beijo no meio da testa da mais nova e sussurrar que estava feliz por ela. Havia tanto tempo que não a via daquela maneira que não podia evitar que seus olhos marejassem.

x


O caminho de volta para o hotel havia sido em um silêncio absoluto. até tentou olhar para para checar se estava tudo bem com ela, mas, como não se recordava perfeitamente do endereço do hotel, já tinha que dividir a atenção entre a pista e o GPS do carro.
A loira seguiu para o banheiro assim que os dois entraram na suíte em que estavam hospedados e ele balançou a cabeça, decidindo retirar a roupa que usava. O austríaco entrou no closet, retirando o paletó e a camisa que vestia, os deixando pendurados em qualquer superfície do local quando escutou o barulho da porta do banheiro sendo aberta.
... – chamou enquanto se dirigia até a parte principal do quarto. – Está tudo bem com você?
Seus olhos foram para a porta do banheiro e a expressão de surpresa surgiu em seu rosto ao ver a loira parada próxima ao batente da porta com um sorriso ladino no rosto e usando nada além de uma lingerie preta rendada. percorreu todo o corpo dela com o olhar, sentindo suas bochechas se levantarem em um sorriso malicioso que não passou despercebido por .
– Eu preciso de você, – disse com os olhos presos no dele naquela conexão que os dois possuíam e que exalava o desejo que um tinha pelo outro. – Agora.
Em passos rápidos, o austríaco rompeu a distância entre os dois e envolveu a loira pela cintura com uma das mãos enquanto a outra tratou de ir para a nuca dela, trazendo-a para unir os lábios em um beijo demorado. As suas línguas se movimentavam da mesma forma que suas mãos acariciavam um ao outro. Tanto quanto pulsavam de desejo e parecia que o quarto ficava quente a cada segundo que passava.
empurrou o corpo dela um pouco para trás, fazendo com que ela fosse de encontro à parede próxima à porta do banheiro. A loira reclamou um pouco pelo choque térmico causado, mas ele não se importou, beijando toda a extensão do colo dela. comprimiu os lábios ao sentir os de no bico do seu seio, ainda por cima do sutiã, levando uma das mãos para os cabelos escuros do homem e o puxando com a força que possuía para tentar extravasar todo o tesão que percorria o seu corpo naquele momento.
Ele levou a ponta dos dedos para os ombros da loira, empurrando de uma vez as alças da lingerie e afastou-se para que pudesse observá-la. sorriu de ladino, colocando um dos braços para trás para desabotoar o sutiã e tratou de atirar a peça em um canto qualquer do quarto antes de voltar a apertá-la contra si. Ela suspirou quando sentiu os dedos dele adentrando a sua calcinha, soltando um gemido sôfrego quando sentiu os lábios dele em seu pescoço, distribuindo uma série de beijos molhados pelo local enquanto seus dedos se movimentavam de forma circular sobre o seu ponto de prazer.
fincou as unhas nos ombros do mais alto quando ele se curvou um pouco, enfiando dois dedos dentro dela uma vez e deixou que um novo gemido saísse em um tom mais alto. Fechou os olhos com força, mordendo o lábio inferior com força enquanto os dedos de se movimentavam de uma forma rápida. O austríaco levou os lábios até o ouvido da loira, mordendo levemente o lóbulo de sua orelha antes de sussurrar:
– Eu adoro saber que você precisa de mim o tanto quanto eu preciso de você.
A mulher abriu os olhos, encontrando os olhos castanhos fixos nos seus e sentiu um arrepio percorrer a sua espinha antes de ele retirar os dedos de dentro dela, indicando a cama.
Retirou a calcinha, deixando-a pelo chão e atirou o corpo sobre a cama de casal enquanto assistia ao moreno retirar a calça que vestia para se deitar na cama por cima dela, voltando a distribuir uma série de beijos por toda a extensão do seu corpo até chegar aos lábios avermelhados da loira.
cruzou as pernas ao redor da cintura de e os dois gemeram juntos quando o membro dele a penetrou fundo. Ela voltou a abrir os olhos e, ao ver que ele estava com os olhos fechados, distribuiu beijos por seu queixo, sentindo o homem começar a movimentar o quadril de forma mais rápida.
A conexão que os dois possuíam, em diversos aspectos, já era absurda, mas na cama conseguia se sobressair ainda mais. já sabia que não encontraria ninguém que a tratasse da maneira que ele a tratava ou que a levasse à loucura como ele fazia – ao ponto de ela dizer que estava o querendo ou de simplesmente aceitar transar com ele durante uma bandeira vermelha.
... – chamou-o no momento em que sentia o seu corpo começar a dar os sinais, seus pés já começavam a formigar e ela já contraia o seu interior, fazendo com que o austríaco fechasse os olhos com força. Abriu os olhos, encontrando os azuis da loira outra vez e intensificou os movimentos do próprio quadril, entrando e saindo de dentro dela quase que por completo. As respirações descompassadas já se misturavam e ambos os corpos transbordavam de suor e de luxúria.
– Diga, – pediu, encarando-a ainda que sua visão estivesse um pouco turva naquele momento.
– Eu... – sentiu o corpo inteiro tremer, recaindo sobre a cama no momento em que iria falar. Soltou um suspiro de cansaço misturado com decepção, assistindo ao austríaco atingir o próprio ápice antes de deixar o corpo recair também, rolando para o lado para que pudesse ficar de barriga para cima.
Os dois permaneceram silêncio e a conseguia sentir a culpa consumi-la naquele momento, esperando que sua respiração se normalizasse quando sentiu os braços do austríaco a envolvendo e a trazendo para cima de seu peito. Ela suspirou, repousando a cabeça sobre o peito dele, aproveitando aquele momento pós-sexo.
Não havia mais dúvidas de que era .
E era uma droga ainda não conseguir dizer isso em voz alta. Especialmente, era uma droga não conseguir dizer isso para ele – não quando ele já havia dito com todas as letras e já havia provado as suas palavras.

🏎🏆✨


A manhã do sábado foi movimentada porque o casamento de Brooke estava marcado para às onze horas da manhã. dispensou o convite da irmã para se arrumar com ela na casa de Ruggero porque aquilo significava ficar no mesmo ambiente que Margarethe e, por mais que ela quisesse que a mais nova tivesse um dia incrível, ela não iria se submeter à presença da mais velha.
A loira se arrumou na tranquilidade da suíte do hotel em que estava hospedada com , colocando o vestido laranja que possuía alças trançadas que se uniam em suas costas, deixando boa parte dela de fora, e tinha um fluído na parte debaixo. Seus cabelos estavam presos em um coque baixo enquanto alguns fios caíam sobre a parte da frente do rosto, contrastando com a maquiagem que havia feito para o dia enquanto havia escolhido um terno azul escuro.
– Eu vou ficar ao lado da Betty durante a cerimônia – anunciou para a loira assim que os dois pararam próximo à igreja em que aconteceria o casamento, já vendo a mulher de cabelos alaranjados na companhia de uma outra de cabelos vermelhos.
– Certo – balançou a cabeça, acenando para a prima mais velha antes de selar os lábios nos do austríaco de forma demorada. – Te vejo ao final.
– Aguardarei ansiosamente – piscou antes de se afastar em direção à prima de , sendo recebido com um abraço rápido. – Olá, Betty!
, deixe-me apresentar a minha noiva, Evie – apontou para a mulher de cabelos vermelhos ao seu lado que era um pouco mais alta do que ela e abraçava pelos ombros. – é o namorado da , amor – a mulher balançou a cabeça antes de encarar o austríaco e lhe lançar um sorriso delicado.
– É um prazer conhecê-lo, – estendeu a mão para que pudesse cumprimentá-lo.
– Eu digo o mesmo, Evie – sorriu em resposta, apertando a mão dela. – Animadas para o casamento?
– Ansiosas – a ruiva sorriu, balançando a cabeça de forma positiva. – Estamos planejando o nosso para o ano que vem.
– Se você parar de me enrolar... – Betty murmurou, dando uma leve cutucada na mulher, que rolou os olhos com o comentário e fez com que o chefe da Mercedes soltasse uma risada alta com aquele momento.
– Acho que a cerimônia já vai começar... – Evie anunciou ao ver um Chevrolet 1868 se aproximando da entrada da igreja e ponderou o olhar entre a noiva e o austríaco. – Vamos entrar?
Betty e concordaram com a cabeça e o austríaco deu uma última olhada em para se certificar de que estava tudo bem. A loira conversava com o rapaz que seria seu par, Reece, e fez um movimento com a cabeça na direção do austríaco, que sorriu antes de continuar a seguir para o interior da igreja.
voltou a atenção para o que Reece comentava ao seu lado depois de ver Betty, Evie e entrarem na igreja, sorrindo para o seu par para a cerimônia ainda que não tivesse prestado atenção em nada do que ele havia dito no último um minuto porque era incrivelmente chato, mas tratou de sorrir para que ele não acabasse se sentindo mal por causa disso.
A sua salvação foi quando o carro com Brooke entrou em seu campo de visão, iniciando uma pequena movimentação entre os funcionários para que pudessem alinhar as pessoas para a entrada na igreja para que pudesse ocorrer, finalmente, o início da cerimônia.
Uma música clássica começou a ecoar dentro da igreja, fazendo com que os convidados se levantassem para que pudessem assistir à entrada. Scott entrou acompanhado pela mãe, sendo seguido por Margarethe acompanhada do pai do noivo e, logo, os padrinhos e madrinhas passaram. sorriu ao ver passar pelo corredor da igreja e, no momento, em que os seus olhares se cruzaram, ele lançou uma piscadela na direção dela, fazendo com que a mulher balançasse a cabeça de um lado para o outro da forma mais discreta possível para que conseguisse esconder um sorriso que surgiu em seus lábios, voltando a ficar na caminhada em direção ao altar. Foi impossível para o austríaco não pensar, mesmo que por alguns segundos, no dia em que seria entrando na igreja para o casamento deles. Não conseguia imaginar como seria o casamento deles, já que jamais haviam conversado ou projetado isso para o futuro, mas ele sabia que ela ficaria perfeita. Seria ainda mais perfeito ela se tornando oficialmente a senhora .
Sentiu uma mão em seu ombro e balançou a cabeça, abrindo e fechando os olhos até focar em Betty, que tinha um olhar divertido no rosto, e apontou para o banco novamente para que o austríaco percebesse que precisava voltar a se sentar. Brooke e Scott estavam à frente do padre e o senhor já iniciava as suas palavras.
– Talvez seja melhor usar um babador... – sussurrou, o acertando com o cotovelo de forma leve e fazendo com que ele escondesse uma risada, balançando a cabeça.
– Eu estava pensando em ver a vestida de noiva entrando na igreja para se casar comigo – confessou, fazendo com que a mulher arregalasse os olhos de forma surpresa antes de soltar uma risada fraca.
se casando? – Bethany sussurrou, soltando uma nova risada, e o que chamou a atenção de foi a forma sarcástica que ela havia mencionado aquilo. Optou por não questionar, virando o rosto para frente para que pudesse acompanhar a cerimônia, ainda que seu olhar somente ficasse em e na forma como ela parecia concentrada no que era dito pelo padre.
Ele observou todas as suas reações, analisando-as, nem mesmo se importando com o que acontecia ao redor — e que, teoricamente, deveria requerer mais atenção porque, para ele, nada mais importava do que .

x


– Meus pés estão me matando – Betty murmurou ao retornar para a mesa, sentando-se na cadeira vazia próxima à . A mesa principal havia sido deixada somente para os noivos, que tinham entrado na recepção ao som de Perfect, de Ed Sheeran, e feito a primeira dança como marido e mulher oficialmente.
Depois, os discursos tomaram conta e falou algumas breves palavras, permitindo que Tracy e Lindsay, as duas melhores amigas de Brooke e que conheciam mais o casal, falassem por mais tempo. Agora, encontrava-se sentada à mesa da família , na companhia de Betty, já que Ruggero e Adelaide dançavam, Evie estava do lado de fora do salão para fumar e havia ido ao banheiro enquanto Audrey conversava com uma amiga do outro lado da mesa.
– Você não parou de dançar desde que a festa começou... – riu, dando um gole em sua bebida e a prima rolou os olhos.
– É para isso que as pessoas vão para uma festa – sorriu, tirando um pouco os pés de dentro da sandália e encarando a loira. – A bruxa não apareceu para te encher?
– Ontem eu dei um basta nisso – murmurou, balançando os ombros, e Betty bateu palmas, fazendo com que ela risse novamente. – Falei para ela que continuasse fingindo que eu não existo que eu vou continuar fazendo o mesmo.
– Quem diria que um dia teria coragem para fazer isso, não é mesmo?
Bethany sorriu, vendo a prima concordar com a cabeça; também havia ficado surpresa por ter a súbita coragem, mas sabia que era necessário fazer aquilo ou jamais conseguiria se livrar da mais velha.
– Você trouxe um namorado para o fim de semana, enfrentou a bruxa... Acho que estou diante de uma nova – riu, esticando a mão para que pudesse buscar sua taça. – Eu realmente não vou me surpreender se você se casar.
franziu o cenho, quase cuspindo o vinho que havia acabado de colocar na boca, se engasgando por alguns instantes até que conseguiu engolir o líquido. Seu olhar, uma mistura de surpresa e de pânico, se voltou para Betty.
– Me casar? – indagou, sem entender. – Por que eu me casaria?
A mulher de cabelos em tom laranja soltou uma nova risada, como se aquela fosse a piada mais divertida que já havia escutado até que seus olhos repousaram na loira outra vez, entendendo que não era brincadeira e ela realmente não entendeu o comentário.
– O estava sonhando em te ver casando com ele, .
Betty arqueou as sobrancelhas ao ver a boca da mais nova se abrir em um completo choque e levou uma das mãos até o antebraço dela para que pudesse a segurar enquanto a loira parecia ter entrado em um pequeno transe.
? – chamou, tentando fazer com que ela a respondesse, mas o silêncio ainda reinava e ela parecia presa em seus próprios pensamentos. – Bem que a Evie me diz que eu falo demais... – murmurou, preocupada, dando um leve tapa na própria testa, não querendo chamar a atenção das pessoas, e estalou os dedos na frente da loira para tentar chamar sua atenção outra vez. – Por favor, fale comigo ou eu serei obrigada a derramar todo o champagne da minha taça no seu rosto e isso vai acabar com a sua maquiagem...
queria se casar com ela.
havia entrado em uma pequena combustão no segundo em que ouviu aquela informação. Ela não se via vivendo daquela maneira de novo e, só de pensar, o seu corpo inteiro já travava de medo. Ela sabia que estava se abrindo, se permitindo viver e estava gostando do que os dois estavam tendo. Não podia negar que gostava de , mas a ideia de um casamento ainda a assustava como nunca.
, eu vou contar até três...
A voz de Bethany fez com que ela fechasse os olhos e respirasse fundo, mas, antes que ela pudesse responder que estava tudo bem, as suas irises azuis focaram em uma pessoa que entrava no salão em passos largos e com um sorriso no rosto. O terno cinza claro contrastava com o seu tom de pele branco e os cabelos loiros que ainda eram tão compridos quanto antes. Mesmo de longe, ela podia perceber que a gola da blusa branca escondia uma das tatuagens do pescoço dele.
Prendeu o ar ao ver o momento em que Margarethe abriu os braços para envolvê-lo em um abraço bem apertado. Os dois permaneceram assim por alguns segundos até que se afastaram e trocaram algumas palavras.
Ela passou a caminhar na frente, o guiando para algum lugar e pode ver o exato momento em que eles chegaram à mesa em que Brooke e Scott estavam sentados para que pudessem cumprimentar os recém-casados.
Bethany girou o corpo na cadeira ao perceber que a loira encarava um ponto fixamente e sentiu a boca de abrir em choque ao ver a figura loira que ela mais havia passado a odiar nos últimos tempos.
– O que... – respirou fundo, virando-se para que pudesse voltar a encarar a prima e, dessa vez, segurando nas duas mãos dela. – O que ele está fazendo aqui?
– Eu... – soltou o ar de forma pesada, tentando controlar as suas respirações, ainda que estivesse um pouco difícil. – Eu não sei.
Levantou-se da cadeira de forma abrupta, fazendo com que Betty a soltasse e com que a taça que estava entre suas mãos fosse de encontro ao chão. Apesar da música tocada por uma banda local, o barulho foi ouvido pelas pessoas próximas à mesa, incluindo a mesa dos noivos, e foi impossível  seus olhares não se cruzarem naquele momento.
Um sorriso ladino surgiu nos lábios dele ao vê-la de novo após tanto tempo. Não pode deixar de passar os olhos por toda a extensão do corpo dela, analisando-a e percebendo que, claramente, estava diante de uma mulher diferente do que antes.
girou o corpo, pronta para deixar o ambiente, não se importando com nenhum dos olhares que estavam sendo lançados em sua direção e nem de parecer uma menina medrosa. Apenas precisava sair dali. Precisava de ar fresco para que pudesse voltar a respirar normalmente.
Seu primeiro passo foi interpelado por uma superfície um pouco maior que ela e relativamente mais dura. Seu corpo estava prestes a ir ao chão, para completar aquela cena horrorosa, mas, por alguma razão, isso não aconteceu.
.
A voz de soou perto de seu rosto e, por um breve instante, foi como se tudo estivesse perfeitamente bem. Ela sorriu, com a sua mente retornando ao local, e seus olhos se fixaram no moreno a sua frente, que tinha uma expressão de preocupação no rosto, além dos braços ao redor da cintura dela.
– Está tudo bem?
O ar pareceu voltar para ela enquanto se recolocava sobre os próprios pés, sem a ajuda do austríaco, e ele a encarou, ainda mantendo as mãos nos dois lados de sua cintura.
– Eu preciso tomar um ar – anunciou, sem fazer um convite para que ele a acompanhasse e nem dando tempo para que ele perguntasse se ela queria a sua companhia.
assistiu a loira sair em disparada para a porta do salão e virou-se para Betty, já pronto para perguntar o que havia de errado, quando ela se apressou em responder os seus olhos repletos de dúvida.
– Vai atrás dela! Acho que ela precisa de companhia agora...
Franziu o cenho e até iria dizer que não havia dito nada sobre querer a sua companhia, mas pela maneira que Betty acenava de forma incisiva, ele se deu por vencido e seguiu pelo mesmo caminho que a loira havia ido.
Para a sua total surpresa, encontrou apenas Evie na porta do local, terminando de apagar um cigarro, e ela o encarou com um leve sorriso no rosto antes de dizer, mesmo que ele não tivesse feito pergunta alguma.
seguiu para o jardim – apontou a direção do local e ele sorriu em sinal de agradecimento antes de praticamente correr atrás dela.
mantinha as mãos nos quadris, tentando ter o controle de sua respiração novamente embora sua mente estivesse um borrão naquele momento. As memórias lhe abatiam de uma forma imensurável e ela só conseguir sentir à vontade de correr para bem longe de Bristol.

Flashback.

A loira encarava a própria figura do espelho, se perguntando em silêncio se havia alguma coisa de errado com a mulher que aparecia bem diante dela. Os cabelos loiros compridos caiam por seus ombros e estavam quase no meio de suas costas, mas estavam bem cuidados. A sua aparência era de uma pessoa cansada, com olheiras um pouco mais aparentes, e que não haviam sido cobertas com o corretivo ainda.
Ao lado do espelho, uma foto do dia do casamento estava em um porta retrato. O sorriso que ela tinha no rosto, naquele registro, era largo e exalava uma parte da felicidade que existia quando aquele dia aconteceu.
Um ano depois, nada era mais o mesmo. Nem o seu casamento, nem seu marido e, muito menos, ela.
– Por que está se encarando há tanto tempo? – a voz fez com que ela fechasse os olhos e com que todo o nojo que sentia surgisse.
– Achei que eu tivesse visto uma mancha no meu corpo – murmurou e ele pareceu não dar muita importância para aquilo, balançando os ombros.
– Talvez você devesse se cuidar mais – projetou os lábios para frente. – Sempre me pergunta por que eu não te levo quando saio com os caras e a resposta está bem a sua frente, no espelho... Como que eu poderia ter alguém assim ao meu lado? – riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Você consegue ver porque a Mel é uma companhia melhor para o casamento do John? É por causa disso.
– Melanie é uma melhor companhia porque ela dá para você no fim da noite. Ele sorriu de forma larga, abrindo um pouco os dois braços antes de responder com um certo orgulho, que só foi capaz de aumentar o nojo que ela sentia:
– Mais uma razão para ela ser a minha companhia.
– Mas eu sou a sua esposa.
– No papel, .
– Por que não se divorcia de mim, então? Não me deixa em paz para viver a minha vida e ir atrás dos meus objetivos?
– E quais seriam os seus objetivos, ? Você já tem uma vida boa, está em um bom casamento e eu te dou tudo o que você precis. – sorriu. – Você acha que a felicidade está na faculdade de engenharia? Ou nesse sonho estúpido de trabalhar na Fórmula 1? – riu de forma sarcástica antes de balançar a cabeça de um lado para o outro. – Não me faça perder tempo com as suas bobagens.
O som da porta batendo foi o que fez com que a loira pudesse voltar a respirar de forma tranquila novamente e também o momento em que ela permitiu que uma lágrima escapasse por seus olhos.
Se arrependia todas as vezes em que não ouviu Audrey quando ela lhe dizia que aquele casamento parecia ser uma bobagem e que ele não parecia ter um forte amor por ela. Se arrependia todas as vezes em que ele era grosseiro. Se arrependia, se arrependia e se arrependia. Era só esse sentimento que existia na vida dela naquele momento.

Fim do flashback.


fechou os olhos com força, repetindo algumas vezes o exercício de respiração para que conseguisse se acalmar. Levou as mãos até o peito, percebendo que, aos poucos, conseguia realmente se acalmar e abriu os olhos quando sentiu uma brisa leve bater em seu rosto, fazendo com que alguns dos fios de cabelo da loira fossem parar nele, os quais ela se apressou em afastar.
a assistia à distância e se aproximou dela assim que percebeu que ela havia aberto os olhos. A loira sorriu ao notá-lo caminhando à sua presença e não perdeu tempo em se aninhar no meio dos braços do mais alto, encostando a cabeça em seu peito enquanto seus braços o envolviam pela cintura.
– Betty disse que eu deveria vir – murmurou para tentar justificar a sua presença ali, ainda que ela não tivesse dito nada porque já havia entendido que ela não gostava de mostrar as suas vulnerabilidades, mesmo diante dele.
– Ela fez certo – murmurou com um sorriso mínimo nos lábios enquanto sentia a mão de descer por seu braço de forma recebida em uma singela carícia.
Os dois permaneceram em silêncio por alguns longos minutos, escutando apenas as respirações um do outro, e tinha um adicional que era poder ouvir as batidas do coração de enquanto tinha os olhos fechados, se questionando se deveria retornar para o hotel ou não.
– Quer me contar o que aconteceu? –  perguntou em um tom de voz baixo, comprimindo os lábios para esperar uma resposta da loira, que respirou de forma mais pesada e resetou os ombros.
– O meu ex-marido está aqui.
– Billy? Repetiu o nome que havia escutado de Betty e a loira se afastou do peito dele para que pudesse encará-lo, com uma expressão surpresa no rosto.
– Como você sabe sobre...
– Betty falou o nome durante o jantar de ontem – respondeu ao perceber que a voz da loira parou para falar o nome do ex e concordou com a cabeça enquanto soltou um leve suspiro. – E, pelo que entendi, a sua família não sabe muito bem a razão do término de vocês...
– Apenas a Betty sabe a história completa – murmurou, vendo o austríaco concordar com a cabeça, mas se mantendo em silêncio para que ela pudesse continuar a falar, caso quisesse. – Ela me ajudou em tudo, inclusive na mudança para Londres.
O homem balançou a cabeça, respirando fundo algumas vezes e uniu as sobrancelhas com a reação dele. O olhar de passeou pelo jardim por algumas vezes, não encarando a loira de pronto, e ela colocou a mão em seu antebraço.
– Se você tiver alguma pergunta...
– Eu tenho várias – riu fraco. – Especialmente sobre o seu casamento, mas eu entendo se você não quiser falar sobre isso – ela balançou a cabeça de um lado para o outro e ele concordou, deixando um suspiro preso na própria garganta.
...
– Seja honesta, – pediu, virando-se para que pudesse olhá-la nos olhos outra vez.
Era absurdo como ele era fascinado naquelas írises azuis cristalinas e como olhar para elas o levavam para um novo universo.
A loira concordou com a cabeça, mantendo os olhos fixos em , esperando que ele perguntasse o que quisesse. O casamento ainda era uma ferida aberta e ela ainda se sentia vulnerável para falar sobre aquele assunto, ainda mais em meio ao casamento da irmã.
– Você ainda sente algo por ele?
A pergunta fez com que a loira arqueasse as sobrancelhas em total sinal de surpresa. Não conseguia identificar se o tom de voz usado pelo austríaco indicava algum ciúme, como quando ele havia perguntado sobre ela e Michael, ou se era apenas uma curiosidade.
Estava pronta para respondê-lo que aquela era uma pergunta absurda quando viu a figura loira se aproximando de onde eles estavam. A forma como seu corpo inteiro tremeu da cabeça aos pés fez com que franzisse as sobrancelhas ao observá-la, tentando entender o que estava acontecendo.
"Ela estava assim em razão da pergunta?", se questionou em silêncio, balançando a cabeça de um lado para o outro, e estava pronto para se afastar, dar um tempo para que ela pudesse permanecer com a própria consciência quando ouviu uma voz masculina que não conhecia.
! Que surpresa encontrá-la em Bristol novamente!

Capítulo 20

balançou a cabeça de um lado para o outro, fechando os olhos por alguns instantes para pedir aos céus para que aquela cena não fosse real e que o loiro evaporasse de sua frente assim que ela reabrisse os olhos. Não queria ter que lidar com ele, nem encará-lo e muito menos tê-lo por perto. Ele era uma figura que ela sempre havia pedido aos céus para que nunca precisasse encontrar novamente, mas aparentemente seu pedido não havia sido atendido e toda a família ainda nutria um carinho por ele – até por não terem ideia do que aconteceu para que os dois se divorciassem.
A loira reabriu os olhos devagar e suas írises se repousaram no inglês, que estendia a mão para cumprimentar . O austríaco encarou a mão estendida em sua direção, mantendo as suas mãos dentro dos bolsos da calça, levantando o olhar para o homem a sua frente sem mudar a sua expressão de desgosto.
– Huh... Ok – Billy sorriu sem graça ao perceber que havia sido deixado com a mão no ar, sem receber nenhum cumprimento do homem desconhecido e girou o corpo para encarar , que ainda formulava uma maneira para fugir daquele momento embaraçoso. – , fiquei surpreso quando Margarethe me disse que você estava em Bristol para o casamento da Brook... Não pude deixar de vir vê-la com os meus próprios olhos.
engoliu seco as palavras enquanto sua mente procurava alguma para dizer, mas simplesmente parecia que todo o seu corpo havia travado naquele momento. Era como se estivesse de volta a anos atrás e como se ele ainda possuísse o mesmo poder sobre ela, como se ela não pudesse se manifestar enquanto ele não concluísse o próprio pensamento.
– Bem que algumas pessoas me disseram que você havia ficado diferente, mas eu não imaginei que seria tanto assim – Billy soltou uma risada fraca, correndo os olhos pela loira para que pudesse analisá-la e não hesitou em levar uma das mãos à pequena mecha de cabelo dela que estava solta, mas a mão firme de o impediu de continuar a tentativa de aproximação, fazendo com que ele encarasse o austríaco com uma risada divertida no rosto. – Usando mais maquiagem, roupas mais chamativas, se portando como uma...
– Como uma... – repetiu o final da frase que o homem pareceu não querer continuar e manteve o olhar duro em sua direção, esperando que ele tivesse coragem de fazê-lo, mas, outra vez, a resposta dele foi apenas uma risada seguida de um balançar de ombros.
– E parece estar dando para o homem certo dessa vez – apontou para o austríaco. – Conseguiu chegar à porcaria do cargo que queria com a ajuda dele, não foi? Depois de me fazer de otário diante da cidade inteira...
– Olha só... – o austríaco se manifestou ao perceber que ainda parecia estar travada com a presença do outro próximo a ela. Em um ímpeto, decidiu que era melhor ele defendê-la, ainda que não soubesse totalmente o que havia acontecido entre os dois.
– Desculpe, mas eu não me lembro de tê-lo chamado para a conversa – Davies murmurou, lançando um olhar na direção do mais alto. – Não é porque você está pegando a para mantê-la no cargo que você tem o direito de se intrometer no momento.
– A gente já deixou de ser casado há uns sete anos, Billy – a loira murmurou em um fio de voz, fazendo com que os dois homens se virassem para encará-la. Podia sentir as suas mãos geladas e o suor escorrendo por sua nuca, mas sabia que precisava se manifestar para evitar uma discussão maior ainda. Não era hora e nem mesmo o lugar para que acontecesse aquilo. Ainda precisava retornar para a festa.
– Porque você quis – sorriu sem mostrar os dentes, apontando o indicador na direção da mulher. – Poderia ter continuado comigo, vivendo a vida linda que nós tínhamos enquanto eu me preparava para ser a continuação do meu pai para Bristol. Mas é claro que você não poderia esperar por isso, não é? Queria seguir essa porcaria de sonho para encontrar um velho rico que te desse mais do que eu... – balançou os ombros. – Parece que atingiu o seu objetivo.
– Eu... – respirou fundo, fechando os olhos por alguns segundos antes de voltar a encarar o loiro. – Eu não sou essa mulher que você me pintou para todos e você sabe melhor do que ninguém que a nossa história não foi essas mil maravilhas. Não ache que falando essas coisas perto do o fará acreditar que eu sou uma grande vadia porque ele sabe tudo o que aconteceu.
– Tudo? – uniu as sobrancelhas, encarando a loira enquanto confirmava com a cabeça a alguns passos de distância de , antes de sorrir de forma sarcástica.
– Tudo sobre o merda que você é.
Davies levantou o olhar ao ouvir aquela frase e, se estivessem em um desenho animado, aquele era o momento em que seu rosto ficaria todo vermelho e sairia fumaça pelas suas orelhas, tamanha era a raiva que ele sentia pela frase do austríaco. Ele deu um passo para frente, erguendo o braço esquerdo para trás e se preparando para que pudesse desferir um golpe no rosto do moreno, se não fosse o fato de ter se intrometido entre os dois para evitar que a agressão acontecesse.
O inglês bufou com raiva, levando as mãos em direção aos bíceps da loira e os apertando com força para que pudesse retirá-la de sua frente para conseguir se aproximar de . resmungou ao sentir o aperto forte em seus braços e se mexeu, retirando as mãos de Reece da loira e o empurrando, ficando na frente da mulher.
, por favor, não vamos causar uma cena – pediu, segurando no braço do mais velho para que ele não tentasse nada contra o outro homem e demorou alguns segundos para que o austríaco caísse em si, percebendo que era realmente melhor não causar problemas naquele momento. Inspirou fundo, balançando a cabeça de um lado para o outro e permitindo ser levado pela loira para longe de Davies. Os dois caminhavam em passos lentos em direção à entrada do salão quando parou de forma abrupta, fazendo com que trombasse de leve no corpo dela e soltasse uma risada fraca.
A tensão ainda estava presente em cada canto do seu corpo e, se ele não fosse um homem tão respeitoso, teria acertado alguns bons golpes no meio do rosto do ex-marido da loira. Porém, não era um selvagem e nem precisava agir como um, muito menos precisava provar qualquer coisa para ela.
– Me desculpe por isso – disse assim que ficou de frente para o moreno, indicando com o olhar a parte do jardim onde eles estavam há alguns minutos, colocando as mãos nos ombros dele. – Eu disse que o meu passado é fodido – riu sem humor. – Eu não esperava que o Billy fosse aparecer e ser tão desagradável dessa forma.
– Está tudo bem, – sorriu, tentando relaxar os ombros e encarando a loira com um sorriso para que pudesse mostrar para ela que já estava mais calmo do que antes.
Ela concordou com a cabeça antes de sentir uma mão sobre seu ombro, girando um pouco o pescoço e encontrando Evie parada com um sorriso largo nos lábios.
– Brooke vai jogar o buquê e está procurando você.
A loira soltou uma risada antes de retornar ao salão, assim como Evie e . seguiu para o centro do local, onde um considerável número de mulheres já estava esperando o momento que a noiva fosse jogar o buquê e teve vontade de rolar os olhos, tentando deixar o ambiente de uma forma discreta.
– Você não vai fugir, – Betty murmurou, puxando a loira pelo braço para que ela ficasse parada ao seu lado, fazendo com que ela soltasse uma risada.
– Você já não está noiva? Por que quer pegar o buquê? – indagou enquanto o rapaz da banda que tocava anteriormente começava uma contagem regressiva para que Brook pudesse atirar o buquê para as amigas.
– A sua irmã pediu para que eu não deixasse você escapar desse momento – confessou, fazendo com que a loira arregalasse os olhos e encarasse o local onde a irmã mais nova havia acabado de arremessar o buquê.
O arranjo fora atirado na direção da loira e, ao vê-lo vindo em direção ao seu rosto, não teve outra escolha a não ser segurá-lo, ouvindo os gritos e murmúrios de lamentação de boa parte das convidadas enquanto, ao seu lado, Betty morria de rir de sua cara de pânico e Brooke batia palmas de longe.
soltou uma risada ao ver a loira com o buquê em mãos e um olhar assustado no rosto. Assim que os olhos dela procuraram os dele, erguendo o buquê em sua direção, ele elevou um pouco o copo que segurava para que pudessem fazer um brinde distante para aquele momento, chamando a atenção de Audrey.
– Fazia um bom tempo que eu não via a minha neta dessa maneira... – murmurou, também com os olhos na loira antes de virar para encarar o austríaco, que estava em pé ao seu lado. – Você faz bem para ela, .
– A sua neta é uma mulher incrível, Audrey – a mais velha concordou com a cabeça e a frase fez com que o sorriso em seu rosto se alargasse um pouco mais, ainda mais pelo fato do homem não ter retirado os olhos de , que seguia falado com Betty, do outro lado do salão.
– Atenção, pessoal! – Scott sorriu ao notar que todos os olhares dos convidados foram em sua direção assim que ele falou no microfone. – Além da tradição do buquê, há a tradição de dar a liga que a noiva veste para um dos padrinhos – falou, indicando a pequena peça branca em seus dedos, ouvindo gritos por parte de seus amigos. – E eu sei que essa tradição diz que eu deveria jogar, igual a Brook fez com o buquê, para que os meus amigos pegassem, mas eu quero fazer diferente. Eu vou dar para um convidado especial que está aqui hoje.
Um silêncio se fez presente entre todos os convidados enquanto o rapaz soltava risadas, se divertindo com aquela decisão que havia acabado de tomar para divertir um pouco mais a noite.
– Graças ao céus que a minha cunhada pegou o buquê porque, caso o contrário, isso tudo ficaria estranho demais – coçou a nuca, dando alguns passos pelo salão até que parasse próximo à mesa da família . – , a liga é sua! – anunciou, estendendo a peça para o austríaco, que balançou a cabeça, não entendendo bem qual era aquela tradição.
– Não conhece a tradição? – Audrey questionou ao ver que ele permaneceu parado e o homem negou com a cabeça. – Você precisa colocá-la na perna da , a mulher que pegou o buquê, e tirá-la para uma dança.
balançou a cabeça, finalmente entendendo de que se tratava aquela tradição e caminhou em direção à , do outro lado do salão. O olhar de pânico por ter pego o buquê já havia passado e, agora, todo o medo da loira era referente ao fato de que iria dançar diante de todos com o austríaco. Não se sentia envergonhada e nem amedrontada pela situação que viria, mas tímida por ter tantos olhares voltados para ela naquele momento. Não havia como se esconder ou como fugir daquela dança porque o austríaco estava quase a sua frente e parecia bem disposto a cumprir a tradição.
se agachou, mantendo um joelho dobrado e fez um leve sinal para que a loira posicionasse a perna sobre a sua. Assim que ela o fez, ele passou a liga por seu pé e subiu por sua perna com uma lentidão que deixava ambos agoniados, mas que parecia passar despercebido pelas pessoas que assistiam a cena.
Assim que colocou a liga na coxa da loira, ela abaixou a perna, retornando à posição original e o austríaco se levantou, estendendo uma mão na direção dela em um convite silencioso para que pudessem cumprir a segunda parte da tradição.
– Scott... – chamou o noivo, que se aproximou rapidamente do chefe da Mercedes, contente por ele ter gostado da ideia, e parou ao lado do casal. – Eu posso pedir uma música?
soltou uma risada nasalada, desacreditada com a audácia no casamento dos outros enquanto o inglês balançou a cabeça em sinal de positivo de forma repetida, tamanha era a sua euforia.
– Claro, – sorriu, fazendo um sinal para que um dos rapazes da banda se aproximasse. – Qual a música que você quer? – Can't Help Falling in Love.
Scott sorriu, um pouco surpreso com a escolha da música, mas o músico concordou com a cabeça, retornando para o posto junto à banda enquanto o noivo ia se juntar à esposa na mesa em que ambos estavam sentados.
Os primeiros acordes da canção de Elvis Presley começaram a ecoar pelo salão, fazendo com que alguns convidados aplaudissem e balançou a cabeça de um lado para o outro enquanto colocava as duas mãos em seus quadris, permitindo que ela unisse as mãos atrás de sua nuca.

Wise men say
Only fools rush in
But I can't help
Falling in love with you


sorriu ao perceber que o austríaco murmurava em um tom mais baixo a letra da canção enquanto a guiava pelo salão em passos devagar no ritmo da melodia. Não conseguia – e nem ousava – retirar os seus olhos do homem a sua frente, assim como ele não se permitia retirar os olhos do universo azul dos olhos dela.
...
Ainda que ele estivesse com os olhos presos nela, parecia tão envolto na canção que ela não conseguia ter certeza se ele a escutaria. Quando o polegar fez uma leve carícia em sua cintura, ela teve uma resposta ao seu chamado.
– Você me fez uma pergunta mais cedo e eu ainda não respondi...
Ele concordou com a cabeça, aguardando que ela desse a resposta a sua pergunta, mesmo que já nem mais se lembrasse da mesma. Naquele momento, era como se existissem apenas os dois no mundo e a canção fosse o guia para o que estavam vivendo.

Should I stay?
Would it be a sin
If I can't help
Falling in love with you?


A loira soltou um suspiro, procurando pelas palavras, encarando os próprios pés. Soltou uma risada fraca ao perceber que era, praticamente, levada pelo homem, passeando por todo o espaço de uma forma plena.
Estar com estava se mostrando algo tranquilo, ainda que o clima da corrida os afetassem diretamente um pouco, mas era algo que ela jamais havia experimentado antes. A assustava saber que uma relação poderia ocorrer dessa maneira ao mesmo passo em que a fazia bem pensar em viver uma relação em paz.
– Eu não tenho nenhum sentimento por ele. Nem mesmo sinto raiva pelo que ele me faz passar. Eu só... – suspirou antes de voltar a falar. – Eu me sinto indiferente.
sentiu como se um peso saísse dos seus ombros com aquela resposta. O sorriso fraco que a loira o lançou após fim da frase fez com que ele também sorrisse porque era ameno ouvir aquelas palavras. As suas mãos apertaram mais a cintura da loira, querendo trazê-la para mais perto de seu corpo, mas isso não foi possível porque se manteve na mesma posição para que pudesse continuar com os olhos na direção dele.

Like a river flows
Surely to the sea
Darling, so it goes
Some things are meant to be


– Eu gosto de estar com você, – confessou, quase fazendo com que o homem desse um pulo de felicidade ao ouvir aquilo. – Eu quero estar com você.
sorriu, sentindo a felicidade percorrer todo o seu corpo naquele momento e o seu coração bater um pouco mais rápido do que o normal, fazendo com que ele quase se atrapalhasse com os passos da dança que eles ainda faziam.
– Eu amo você, – disse em um tom de voz claro e pausado para que ela conseguisse ouvir e entender perfeitamente a frase.
ignorou o arrepio que percorreu o seu corpo naquele momento. A forma intensa com que os olhos de a encaravam fazia com que ela ficasse quase que inebriada; a forma como os dedos dele apertavam a sua cintura esquentavam o seu corpo.
– Eu adoraria conseguir dizer isso para você com todas as letras.
Um sorriso triste tomou conta do rosto da loira enquanto se sentia um pouco aliviado por ouvir aquela frase. Ainda que ela não tivesse dito com todas as letras, ela estava mostrando os seus sentimentos. Estava mostrando que o amava.
Ele balançou a cabeça de um lado para o outro, levando uma das mãos para a nuca da loira para trazer os seus lábios até os dele.
O beijo se iniciou lentamente com muito cuidado e carinho, os dois se curtiam naquele momento. Era o necessário para selar as palavras que haviam acabado de ser ditas, para reafirmar o que um sentia pelo outro e até para mostrar que, às vezes, eles nem precisavam de palavras.
Audrey foi a responsável por iniciar uma salva de palmas no ambiente, assistindo com um largo sorriso no rosto a sintonia que o casal possuía. A forma como o seu coração batia rápido era o que lhe mostrava a felicidade por estar vendo a neta sendo feliz de novo.

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abriu os olhos na manhã daquela segunda-feira, sentindo um cheiro bom vindo da cozinha do seu apartamento. Uniu as sobrancelhas enquanto os seus olhos estavam presos no teto branco do quarto, se perguntando o que estaria acontecendo no outro cômodo.
O restante da festa de Brooke no sábado havia sido tranquilo. Margarethe e Billy não ousaram mais procurá-la, fazendo com que ela agradecesse aos céus por aquilo para poder curtir o restante do dia em paz com .
No domingo, haviam passeado um pouco por Bristol, ainda que ela não gostasse muito da cidade, mas fê-lo porque jamais havia ido e parecia muito interessado em visitar alguns lugares que havia visto na internet. Retornaram para Londres à noite e os dois haviam decidido jantar juntos, o que fez com que acabasse dormindo no apartamento de . A loira colocou o robe vinho de seda, empurrando a porta do quarto para que pudesse deixar o mesmo e seguindo em direção à cozinha para saber o que o austríaco estava aprontando no local para que o cheiro se espalhasse pelo quarto. Sorriu ao encontrar o austríaco parado próximo à ilha da cozinha, balançando a cabeça de um lado para o outro com a cena. Teve a sua presença anunciada por Ariel, que soltou um latido alto antes de se aproximar, colocando as patas sobre as suas pernas e fazendo com que ela se curvasse para que pudesse acariciá-la.
– Bom dia, piscou na direção dela, lançando-lhe um sorriso malicioso antes de perguntar: – Dormiu bem?
– Perfeitamente bem, – devolveu o sorriso, voltando a erguer o corpo e se sentando em um dos bancos em frente à ilha da cozinha. – Bom dia.
O homem apoiou as duas mãos sobre a bancada, projetando o corpo para frente para que pudesse encostar os lábios nos dela em um beijo demorado.
– O que você está preparando?
– Fiz um café da manhã – murmurou. – Cozinhar não é a minha especialidade, mas eu sei fazer algumas coisas. – riu, apontando para os pratos que estavam prontos e se virou para buscá-los para que os dois pudessem tomar o café.
– Eu gosto de cozinhar – disse, balançando os ombros. – Me falta um pouco de tempo, mas eu gosto. Aprendi com a minha avó...
– Audrey te ensinou muita coisa... – riu, levando uma garrafada dos ovos mexidos até a boca e a loira concordou com a cabeça.
– Ela fez o papel de mãe na minha vida – deu os ombros. – Me dava conselhos, me dava colo. Me ensinou a cozinhar, a tocar piano...
– Você toca piano? – sorriu maravilhado com a informação e a loira riu, concordando com a cabeça. – Rosa está aprendendo a tocar piano. Ela é fascinada.
– Audrey me disse que você prometeu apresentar as duas.
– Agora me parece uma ótima ideia juntar vocês três... Imagina o belo concerto que poderia sair desse encontro? – sorriu novamente. – Aliás, eu não quero te pressionar a nada, mas...
franziu o cenho, encarando o austríaco com as sobrancelhas arqueadas a espera do que ele iria falar, mas a continuação da frase não veio. Ela se apressou para engolir um pedaço da fruta que tinha colocado na boca para que pudesse perguntar o que ele queria.
– Mas...
– Você não acha que poderíamos marcar um dia para você ir à Áustria? – arqueou as sobrancelhas. – Conhecer a minha família.
Os olhos da loira o encararam de forma arregalada, fazendo com que ele soltasse uma risada fraca. levou o copo de suco até os lábios para que pudesse ter um tempo a mais para pensar em uma resposta. Não queria dizer não. havia se esforçado e ido para o fim de semana em Bristol; agora parecia que era o momento para ela deixar os seus medos de lado para conseguir conhecer a família dele. Havia dito para si mesma que estava fechando algumas portas de seu passado para que pudesse se abrir para o novo. O novo era estar com , era ter coragem para conhecer a família dele, era viver a relação que os dois possuíam.
– Stephanie já me mandou várias mensagens para saber quando isso vai acontecer – riu, chamando a atenção de . – Você acha que poderíamos ir para lá depois dos Estados Unidos?
A loira demorou mais algum tempo para responder. Ainda achava, no mínimo, curioso que a ex-mulher de quisesse tanto conhecê-la.
– Eu acho que podemos fazer isso, .
O alívio percorreu a espinha do austríaco, fazendo com que ele jogasse a cabeça para trás, sorrindo em pura felicidade porque conseguiria reunir a loira à sua família.
– Eu vou mandar uma mensagem para Ste... Acho que ela vai comemorar.
soltou uma risada alta, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de se levantar do banco em que estava sentada, checando a hora no relógio que havia pendurado na parede.
– Mas, por enquanto, vamos nos atentar a nossa realidade. Temos o Grande Prêmio da Rússia no próximo fim de semana! – anunciou. – Eu preciso me arrumar para ir para a fábrica.
Nem mesmo esperou por uma resposta, apenas seguiu em direção ao próprio quarto para que pudesse tomar um banho e se arrumar para iniciar um novo dia na fábrica da Red Bull Racing.
O fim de semana havia sido maravilhoso em algumas partes, ela havia aproveitado a companhia do austríaco o máximo que podia, mas precisava retornar a sua realidade, que era focar na temporada que a sua equipe ainda tinha pela frente.
Era hora de assumir a função chefe da equipe Red Bull Racing.

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Grande Prêmio da Rússia



– Eu prevejo um domingo de merda pela frente – murmurou para Gary ao final do último treino livre em que Matt Hakvoort nem mesmo tentou dar mais uma volta porque não valeria a pena para ele arriscar.
– Acho que a gente precisa ser otimista – o homem respondeu, retirando os fones de ouvido e ajeitando os óculos de grau. – A Rússia é uma boa pista para nós.
– É uma boa pista quando não precisamos escalar o pelotão inteiro para conseguir uma vitória – suspirou, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Espero que o Checo consiga alguma coisa para ajudar nos Construtores.
– Nada está perdido, – sorriu, tentando dar alguma segurança para a loira que, por mais que tivesse plena confiança no time e nos pilotos, não era boba o suficiente para acreditar que conseguiriam ganhar naquele fim de semana.
Balançou os ombros, seguindo para o interior da garagem da equipe, vendo Helmut Marko e Johan Hakvoort conversando. Escondeu a pequena vontade de rolar os olhos com a presença dos dois homens e tentou passar desapercebida, mas eles notaram a sua presença.
, estamos diante de um fim de semana muito difícil... – Marko murmurou, encarando-a, e a loira concordou com a cabeça, resolvendo mudar o discurso que havia feito para Gary.
– Sem dúvida que é difícil, mas nada está perdido – sorriu fraco, encarando o holandês a sua frente. – Matt trabalha muito e está focado... Ele sabe o que ele precisa fazer.
– Matt é muito seguro – Johan disse. – É óbvio que ele conseguirá um bom resultado aqui porque ele é talentoso, acima de tudo.
– Estamos certos de que tudo dará certo – Marko balançou a cabeça. – Iremos dar um banho na Mercedes, não é, ?
– Eu espero que sim, Marko – afirmou com a cabeça, achando estranha a forma como ele parecia estar sendo incisivo ao proferir aquela frase, mas optando por não apontar aquilo.
Conversou com os homens por mais alguns minutos, a seu contragosto, porque queria ir logo para as entrevistas. Quanto mais cedo acabasse, mais cedo ela poderia estar em seu quarto de hotel, relaxando em sua cama.
Pediu licença para os dois quando viu Louise aparecer na garagem, fazendo um sinal para que ela se aproximasse e, logo depois, indicando o pulso para mostrar que estava na hora de irem para o centro de mídias, afinal, toda a imprensa queria saber o que a chefe da Red Bull Racing tinha para falar sobre o fato de Hakvoort largar em último lugar.
– Como estava a conversa? – a ruiva perguntou, encarando a loira enquanto as duas começavam a caminhar para fora da garagem e a loira suspirou inicialmente em resposta.
– Estávamos falando sobre o Matt – murmurou, balançando os ombros, sem muita importância. – Marko meio que insinuou algo sobre nós darmos um banho na Mercedes.
– Você acha que ele está desconfiando de alguma coisa? – Louise cerrou os olhos na direção da loira enquanto balançou a cabeça de um lado para o outro. Não tinha exatamente muita ideia sobre o que Marko queria dizer com aquela frase ou se era apenas ela pensando demais.
– Eu não sei – riu fraco. – Você acha que nós estamos dando alguma bandeira?
– Apenas aquele momento na Bélgica em que ele colocou o casaco em você – a ruiva pontuou, mas deu os ombros. – Mas a briga em Monza mostrou que a rivalidade ainda está forte...
– Nem me lembre desse fim de semana – soltou o ar, soltando uma nova risada e levando uma das mãos até o rosto. – Sinceramente, espero que esse fim de temporada seja mais tranquilo. Eu preciso de um pouco mais de paz.
– Talvez se o Matt conseguir aumentar a vantagem a tensão diminua.
– Com essas duas corridas, a gente poderia ter aberto uma boa vantagem – se lamentou, parando antes de entrar na porta da sala de mídias e encarando a loira antes de soltar um novo suspiro.
– Você ainda está acusando eles... – Louise riu, balançando a cabeça de um lado para o outro e rolou os olhos, optando por não responder àquele comentário para que não rolasse um novo estresse, mas seguiu em direção à sala de mídias.
cumprimentou Franz Trost, seguindo em direção à cadeira do lado direito, onde o funcionário da mídia da FIA havia indicado, sentando-se ali enquanto o outro austríaco se sentou no lado esquerdo. Os dois ainda trocaram algumas palavras breves sobre suas equipes porque, logo, a atenção do chefe da Mercedes foi tomada pela presença da chefe da Red Bull Racing. usava uma calça preta e blusa da equipe austríaca, mas, ainda sim, conseguia estar incrivelmente linda. Assistiu, ainda que tentasse disfarçar o máximo que podia, enquanto colocavam um microfone na parte da frente da blusa que ela usava e, em pouco tempo, a loira girou sobre os próprios calcanhares, caminhando em direção à cadeira no centro.
– Franz, como está? – sorriu na direção do austríaco, estendendo a mão para que pudesse cumprimentá-lo.
– Muito bem, , obrigado. E você? – sorriu de forma gentil e a mulher balançou a cabeça, arrumando-se sobre a cadeira e cruzando uma perna sobre a outra, antes de girar o pescoço na direção de para que pudesse encará-lo também. Ela sorriu de forma mínima na direção dele para que não chamasse muita atenção das pessoas que estavam ao redor e o chefe da Mercedes sorriu, movimentando a cabeça em um singelo cumprimento, se esforçando ao máximo para não dar qualquer bandeira porque já conhecia a mulher o suficiente para saber que ela não queria que aquilo acontecesse.
O responsável pela condução das entrevistas liberou que os jornalistas iniciassem as perguntas e os três chefes de equipe viraram suas atenções para eles, assistindo a cada uma das perguntas que eram feitas e o respectivo chefe responder.
brincava com os dedos sobre o colo quando ouviu um jornalista de um canal holandês pronunciar o seu nome e o de para uma pergunta para os dois. Podia jurar que viu o moreno ao seu lado sorrir fraco ao saber que a pergunta seria a mesma, mas resolveu focar a atenção no jornalista.
– Lewis largará em quarto lugar nesse fim de semana, enquanto Matt, com duas punições, sairá da última posição do grid. A diferença entre os dois ainda é pequena, nada está ganho ao que se refere ao campeonato. Então, quais as expectativas de vocês em relação à corrida de amanhã e em relação ao rival?
encarou a loira, permitindo que ela falasse primeiro, e tomou uma breve lufada de ar antes de dar um sorriso curto.
– Sem dúvidas de que estamos em uma situação bem desconfortável para esse fim de semana e, olhando para a previsão do tempo, será uma corrida difícil porque há boas chances de chuva. Porém, nós temos total confiança no Matt e eu confio muito na minha equipe para que a gente possa fazer um excelente trabalho – fez um breve pausa para que pudesse escolher as palavras certas para usar na parte da pergunta que se referia à equipe rival. Já estava cansada de drama. – Estamos com uma diferença ainda pequena no campeonato de pilotos. Eu acredito que, se os episódios de Silverstone e de Monza não tivessem acontecido, nós estaríamos liderando com folga. Mas aconteceu e é algo que a gente não pode mudar... Então, vamos nos manter firmes em nosso objetivo, independente do que o Hamilton ou a Mercedes estiver fazendo.
– Tivemos um pouco de sorte do classificatório – confessou, balançando levemente os ombros. – Não vemos o fim de semana e nem mesmo a temporada como perdidos. Ainda temos muito o que  brigar com a Red Bull e não vamos medir esforços para que isso aconteça porque queremos sair de Abu Dhabi como campeões de ambos os campeonatos. Monza seria um fantástico fim de semana para nós, mas não podemos ficar chorando por algo que aconteceu e não podemos mudar. O nosso foco é sempre na próxima corrida e a RBR tem sido um rival muito feroz... Esperamos que as disputas limpas se mantenham até o fim.
Os dois se encararam por um breve instante antes de balançarem a cabeça, virando o rosto para frente para uma série de jornalistas e fotógrafos satisfeitos com as respostas e com os clicks que conseguiram da dupla de chefes de equipe naquele momento.

x


– Espera, espera... – Louise abanou a mão no ar, limpando a boca com um guardanapo antes de focar os olhos na amiga a sua frente outra vez.
balançou a cabeça, dando mais um gole em seu vinho, fingindo não se importar com a reação da ruiva a sua frente à série de novidades que havia dividido com ela desde os últimos acontecimentos ainda na Itália até o pedido de para que ela fosse conhecer a família dele.
– Você vai para a Áustria? – perguntou com uma expressão de surpresa tomando o seu rosto. – vai conhecer a família de . É isso mesmo que eu estou ouvindo?
vai para a Áustria e está morrendo de medo disso – murmurou em meio a uma risada um pouco fraca, recostando o corpo na cadeira.
– Com medo de quê? O já não disse que te ama?
– Eu não tenho dúvidas quanto aos sentimentos dele – sorriu, podendo ouvir a voz grossa do austríaco murmurando, com todas as letras, em seu inglês carregado de sotaque, que a amava. – Estou com medo de conhecer as crianças... A ex-mulher dele está louca para me conhecer, palavras dela.
– E isso te amedronta? – riu fraco. – Você mesma me disse que eles são amigos... Ela estava em uma das corridas na Áustria, não estava?
– Sim, com a Rosa, a filha deles.
– Eu já a vi no paddock com o . É uma menina muito bonita – deu os ombros. – Mas vamos ao que interessa: você não precisa ter medo, amiga. Eu sei que conhecer família do namorado é um saco, mas eles parecem estar animados para te conhecer. Isso pode ser bom.
– E se eu não atender as expectativas deles?
– Por que não as atenderia? – riu. – Olhe para a mulher que você é, . Eu não tenho dúvida de que você vai superar todas as expectativas e se tornar melhor amiga da filha, do filho, da ex-mulher, da mãe... De toda família .
– Eu espero que sim, porque de problema já basta a família – murmurou, contendo a vontade de rolar os olhos e deu um novo gole em seu vinho.
A verdade era que não estava com medo de conhecer a família de . Essa palavra era muito forte para descrever o seu sentimento... Talvez receio fosse melhor porque ela não sentia muito bem em ambientes familiares. Ela não sabia lidar muito bem com essa relação e isso costumava ativar alguns gatilhos emocionais que sempre a deixavam mal no ambiente. Mas ela conseguia perceber que havia mudado. Já fazia coisas que jamais tinha pensado, havia se aberto ao novo e o medo do novo já não mais a assustava tanto quanto antes. Ela podia entrar em um ambiente desconhecido sem sentir os fantasmas do passado querendo levá-la de volta.
– Aliás, por que você está jantando comigo hoje ao invés de estar na cama dele? – Smith questionou, encarando a amiga com uma expressão divertida no rosto.
– Ele está em uma reunião para decidir algumas coisas sobre a Mercedes – balançou os ombros. – Acredito que eles vão anunciar a saída do Bottas.
– Estão apenas aguardando ele conseguir um novo assento – Louise arregalou os olhos ao perceber que havia falado demais e soltou uma risada.
– Quer dizer que a senhorita tem informações privilegiadas e não me contou? – cruzou os braços na altura dos seios, curvando o corpo para frente como se aquilo fosse o maior segredo do mundo. – Ele disse para qual equipe ele vai?
– Ele estava acertando os últimos detalhes, mas não me disse – balançou os ombros. – Mas eu acho que ele vai voltar para a Williams... Eu ouvi rumores do Albon, mas não acho que isso seria permitido pelo .
– Helmut que está conduzindo essa situação – a loira franziu o cenho e a ruiva entendeu o que ela quis dizer.
– Briga dos grandes.
concordou com a cabeça, soltando uma risada fraca e sentindo-se tranquila por sua equipe já ter a questão dos pilotos resolvidas. Matt possui um contrato maior e o de Checo estava recém renovado. Apesar de não conversar com sobre a Mercedes, pelo que ela ouvia na imprensa, eles ainda estavam decidindo como resolveriam o outro assento — já que Lewis havia renovado o contrato um pouco antes do verão. Não havia nenhuma preocupação externa ao trabalho da Red Bull e isso era uma beleza para que todos pudessem ter seus olhos voltados para os campeonatos em disputa.
– Agora que já falamos o suficiente sobre mim... – sorriu, deixando a taça sobre a mesa outra vez. – Como está a sua vida pessoal? Como foi o casamento da sua prima no último fim de semana?
– Diferente de você, eu fui para o casamento da minha prima sozinha – riu, balançando os ombros. – Mas, no geral, minha vida pessoal está uma bagunça, mas vou seguindo.
– Nas férias, você se encontrou com o Checo. Não tem o visto mais, fora dos fins de semana de corrida?
– As coisas estão meio mornas – balançou os ombros novamente, vendo o celular vibrando sobre a mesa e se apressando para buscá-lo. uniu as sobrancelhas, assistindo a loira ler algo que havia na tela com um sorriso no rosto antes de começar a digitar.
– Checo? – questionou, curiosa e, quando a ruiva balançou a cabeça de um lado para o outro, soltou uma risada de forma desacreditada. – Meu Deus, Louise!
– Eu tenho um café para tomar agendado para depois desse jantar.
A loira rolou os olhos, rindo pela forma com que a amiga havia falado e como as coisas da vida dela não estavam resolvidas, achando engraçada a forma como ela estava lidando com toda aquela situação, mas optou por não falar mais nada. Se ela estava feliz daquela maneira, era o que mais importava.
agradeceu o motorista que havia o trazido de volta ao hotel. A reunião havia durado quase três horas, mas ele estava mais tranquilo porque tudo havia sido resolvido e, finalmente, seria anunciado.
Checou o celular para ver se havia enviado alguma mensagem, já que a loira havia dito que iria jantar com Louise, mas, ao ver que não havia nada, bloqueou a tela e voltou a guardar o aparelho dentro do bolso do paletó. Cumprimentou com um breve aceno alguns rostos conhecidos que estavam na recepção do hotel e aproveitou para passar pelo restaurante para saber se a loira ainda estava por lá e se poderiam se encontrar.
Da porta de vidro, correu os olhos pelo local, não encontrando a figura da mulher e projetou os lábios para frente antes de balançar a cabeça de um lado para o outro por não vê-la por ali. Queria poder tê-la ao seu lado naquela noite, assim como em todas as outras.
– Procurando por alguém, ? – a voz fez com que ele se sobressaltasse, mas, ao girar o corpo, encontrou a mulher que procurava parada com as duas mãos na cintura, encarando-o com um sorriso discreto nos lábios.
– Procurando por uma mulher loira, muito bonita, por sinal, que não sai da minha cabeça há mais de um ano – murmurou, olhando nos olhos da loira. – Atualmente, ela também não tem saído do meu coração... Você a viu?
não conseguiu esconder o sorriso de seu rosto e balançou a cabeça de um lado para o outro com o comentário, procurando por uma resposta que pudesse ser dada, mas que fosse suficiente para manter o joguinho que os dois estavam tendo.
– Eu não a vi... – projetou o lábio inferior para frente em um pequeno bico antes de soltar uma nova risada. – Por que você não me fala o número de seu quarto? Talvez, caso eu a veja, eu a mande para lá.
sorriu, dando um passo para frente para que pudesse ficar mais próximo da loira e ela arregalou os olhos, olhando para os lados para tentar se certificar que ninguém os via.
– Décimo sexto andar. Mil seiscentos e vinte – anunciou, piscando na direção da loira a sua frente. – Você me fará um grande favor se disse para ela aparecer por lá...
– Eu farei o possível, – retribuiu a piscada, se afastando do moreno e seguindo em direção aos elevadores do hotel sob o olhar atento do mais velho.
sorriu sozinha ao apertar o botão do elevador, desviando o olhar do painel algumas vezes para que pudesse olhar para o austríaco novamente, e sorria ainda mais ao perceber que ele ainda possuía o olhar sobre ela.
Entrou no elevador, apertando o botão do décimo sexto andar e entrando no cubículo, observando as portas se fecharem. Encarou a própria imagem no espelho, percebendo que estava diferente. Não sabia exatamente o que era, mas conseguia se sentir mais leve e mais feliz. Estava mais tranquila quanto à própria vida pessoal, mesmo que a profissional ainda a fizesse querer arrancar os cabelos de preocupação.
Estava feliz.
Estava apaixonada.
Já não havia mais como negar para si mesma e nem mesmo existia razão para fazer isso. Só queria conseguir ter a coragem para dizer em voz alta, de pronunciar as três palavras olhando nos olhos de para que ele pudesse sentir tudo que havia feito ela sentir quando ele disse.
Ela queria ver como os olhos dele reagiriam, qual seria a expressão em seu rosto e a sua atitude após ouvir a frase. Queria ouvi-lo dizer de volta logo após ela falar.
As portas do elevador se abriram e a loira saiu do mesmo, já podendo ver o homem de quase dois metros de altura parado no meio do corredor. Ela o viu abrir a porta do quarto, adentrando o espaço e aproveitou para apressar os seus passos para que pudesse chegar logo ao quarto dele.
fechou a porta atrás de si, passando pela antessala e seguindo em direção à suíte. O mais velho já havia deixado a pasta sobre uma pequena mesa que havia no local e retirava o paletó quando a loira chegou.
– Como foi a reunião?
– Amistosa e resolutiva – sorriu, girando o corpo para que pudesse encará-lá depois de deixar o paletó sobre a poltrona. – Nas próximas semanas nós vamos anunciar as mudanças para o próximo ano.
– Mudanças? – arqueou as sobrancelhas, retirando os saltos e os deixando de lado. – Achei que eram apenas rumores de que a Mercedes tentaria algo de diferente no ano em que teríamos mudanças no regulamento.
– Pode confirmar os rumores – riu, começando a abrir os botões da blusa que vestia. – Vamos ter mudanças no próximo ano...
– Eu ainda prefiro manter os meus olhos nesse ano.
– Isso também – balançou os ombros, retirando a blusa por completo e a deixando sobre a poltrona enquanto a loira sorria com o que estava bem a sua frente. – Mas nós estamos com um olho em cada temporada.
– E talvez não olhando para temporada nenhuma – provocou, fazendo com que o austríaco balançasse a cabeça.
– Eu vou tomar um banho – anunciou, lançando uma piscada na direção da loira. – Está tudo bem se apenas dormirmos hoje?
– Apenas a sua companhia me faz bem, .
sorriu de forma larga, rompendo a distância entre os dois para que pudesse envolver a cintura da loira, trazendo-a para perto de seu peito.
– Há alguns meses seria eu que diria essa frase e você sairia desse quarto correndo – murmurou, colocando uma mecha do cabelo da loira para trás da orelha dela. – Mas eu acho que gosto mais de agora, quando você fala uma frase dessas e os seus olhos se voltam para o chão de uma forma levemente envergonhada.
– Você me observa muito bem – murmurou com a mão espalmada no peito do homem e fazendo com que ele risse.
– Eu te observo há mais de um ano, . Os seus jeitos, as suas expressões, a maneira com você reage a algumas situações... Eu gosto de olhar para você. É o meu hobby favorito – disse antes de juntar os lábios dos dois em um beijo apressado.
levou as mãos para a nuca do austríaco, embrenhando-as nos cabelos curtos dele enquanto as mãos do homem apertavam os seus quadris, mas a mantendo próxima ao corpo dele o suficiente para que pudesse sentir o volume já vivo no meio das pernas dele.
– Eu amo tudo sobre você, .
A frase saiu como um murmúrio em meio ao beijo e ela não conseguiu esconder o sorriso de pura felicidade ao ouvir.
Ela não tinha noção de como era bom se sentir amada.

🏎🏆✨


"Mais um péssimo fim de semana" era a frase que ecoava na cabeça de após ver Lewis Hamilton cruzar a bandeira quadriculada em primeiro lugar. A chuva, que havia aparecido nos últimos momentos da corrida, havia sido fundamental para que Amando Norris perdesse a liderança porque não quis seguir o comando da equipe e parar para trocar pneus. Matt havia conseguido escalar o pelotão e terminou em segundo lugar, mas o esforço não tinha sido o suficiente para garantir que a equipe e ele ainda liderassem os campeonatos. O inglês, além de ter conquistado a centésima vitória, também havia recuperado o primeiro lugar no campeonato dos pilotos e dos construtores, o que deixava preocupada para o próximo fim de semana.
Saiu do seu lugar na pitwall, seguindo direto para a garagem da equipe austríaca porque precisava ir dar entrevistas e teria a reunião com todo o time para que pudessem reavaliar tudo que havia sido feito naquele domingo.
– Um fim de semana ruim – Gary murmurou ao se aproximar dela e a loira balançou a cabeça em sinal de confirmação. – Pior ainda é olhar para as estatísticas e saber que o Hamilton é quem tem mais vitórias nos Estados Unidos.
– Nós sempre estamos prontos para quebrar as estatísticas – riu, balançando os ombros, embora ainda estivesse chateada com o resultado daquela corrida.
– Nós ainda estamos no jogo – o homem disse com um dedo em riste em sinal de confiança e a chefe da equipe balançou a cabeça, gostando de ouvir as palavras porque não seria ela a primeira a desistir.
Eles já estiveram há muitos pontos atrás da Mercedes e foram capazes de virar o jogo. Agora não seria diferente, ainda mais com sete corridas pela frente, sendo duas pistas novas. Era claro que o cenário era favorável e isso muito agradava a loira. Gostava do desafio de ter que bater a equipe mais poderosa do grid e sabia muito bem que sua equipe era qualificada para isso. Abu Dhabi seria a resposta final, mas antes ela tinha algumas etapas para ainda vencer.
Aproveitou que o engenheiro saiu de seu lado e retirou o celular do bolso da calça, lembrando-se de . Tantas vezes ele havia mandado mensagens a felicitando pela corrida que a RBR havia ganho, que agora estavam em situações diferentes e ela se sentia no dever de parabenizá-lo também.
abriu o aplicativo, encontrando algumas mensagens não lidas recebidas e clicou na conversa com o austríaco, rindo ao perceber que era uma mensagem encaminhada.

WHATSAPP

Jantar na minha casa na terça-feira. Saiba que estamos ansiosos para conhecer a .



Franziu o cenho, tentando entender de quem era aquela mensagem e, logo abaixo, o austríaco lhe explicava que se tratava de Stephanie. Balançou a cabeça, soltando uma risada fraca ao reler o texto enviado pela mulher.
Não podia negar que também estava curiosa para conhecê-la, apesar de já ter cruzado com ela uma vez pelo paddock.
Ainda podia se lembrar vagamente da feição dela, mas estava definitivamente animada para estar frente a frente com ela. Agora, estava animada e um pouco ansiosa para o jantar que teriam.
Suspirou, respondendo a mensagem e mandando os parabéns pela vitória do fim de semana antes de voltar a bloquear a tela do celular. Ainda faltavam mais de duas semanas para a data do referido encontro com a família de e ela ainda teria tempo para pensar em tudo que aquele dia a proporcionaria.
Esconderia a ansiedade e guardaria a pontinha de medo que ainda restava em seu corpo para mais próximo da data porque ainda outras coisas para se preocupar e a principal delas era como fazer a Matt Hakvoort vencer no Circuit of the Americas.
O resto podia ficar para depois.



Continua...



Nota da autora:: Olha só quem voltou... Depois de algum tempo, uma att dessa história que tem um espacinho gigante no meu coração! Esse recado é basicamente para pedir, basicamente, que vocês, leitores, COMENTEM nas histórias! Por mais que eu ame escrever, é esse feedback que me faz querer continuar publicando essa história. Então, eu espero comentários bem lindos! Além disso, a principal dessa história tem um perfil no Instagram, onde ela compartilha o dia a dia e dá muitos spoilers... Sigam @aalinahayes!


Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.




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