Encontro de Halloween
História por Lary P. Oliveira | Revisão por Larys


"The witches fly
Across the sky,
The owls go, "Who? Who? Who?"
The black cats yowl
And green ghosts howl,
"Scary Halloween to you!""


(Nina Willis Walter)


- Não acredito que você vai perder a festa mais esperada do ano, .
- Já disse que não vou. - dei de ombros, permanecendo com os olhos fixos na série que passava na tv.
- E mesmo assim eu continuo sem acreditar. - Eu podia sentir o olhar pasmo de sobre mim. Ela já vestia sua fantasia de estrela pornô zumbie - embora ela insistisse que era apenas um zumbie um pouco mais alegre - e me fuzilava com o olhar. Fala sério, eu só não estava a fim de me arrumar toda pra chegar naquela maldita festa e ver o maldito do meu ex no maior amasso com outra. Passo, obrigada.
- E é assim que o Hunter ganha. - começou ela, como se tivesse lido minha mente. - ele tá lá se divertindo com os amigos enquanto você fica em casa curando dor de cotovelo.
Rolei os olhos, me mantendo calada.
bufou e pegou a bolsa preta que estava ao meu lado com um pouco mais de força do que o realmente necessário, quase acertando em mim.
- Você que vai se dar mal, amanhã eu mostro as fotos. - falou minha super-amiga-mais-do-que-compreensiva.
Resmunguei algo que nem eu mesma entendi em resposta, o que só a deixou mais irritada ainda, fazendo-a bufar mais alto e sair do dormitório, batendo os saltos altos no chão de madeira.
Depois que ela bateu a porta, tentei me concentrar em Bones, mas aquele caso parecia desinteressante demais, pro meu desgosto. Desisto de tentar ver qualquer coisa na tv e tento dormir, pra ver se o tempo passa mais rápido, mas o barulho ensurdecedor da música que vinha do pátio principal da faculdade, onde estava tendo a festa, simplesmente não permitia que eu nem cochilasse. Claro, né, , ninguém estava tentando dormir em plena noite de halloween com uma super festa acontecendo ao lado, só você. Rolei pra um lado, rolei pro outro, mas parecia que aquele lençol que forrava a cama estava me dando alergia, eu não conseguia mais nem ficar deitada.
Merda, se eu for atrás da , vou ter que aguentar ela dizendo que me avisou até o fim dos meus dias. Quer saber? Dane-se. Dane-se ela que vai me zoar, sem dúvida, dane-se o Hunter, aquele babaca que preferiu a vadia da Lana, dane-se que a fantasia que escolheu pra mim mal cobria um palmo da minha coxa. Hoje era noite de halloween e eu não ficaria no cubículo do meu dormitório o resto da noite pra me arrepender no dia seguinte.
Quase correndo, fui até o guardarroupa e tirei de lá a embalagem com minha fantasia dentro. Dei uma risada sem humor ao tira-la da capa e medi-la no meu corpo. Se sem pôr ela já estava curta, quando eu vestisse então... Perfeita. Anotei mentalmente de agradecer depois.
Meia hora mais tarde, peguei minha bolsa e saí pro corredor, que estava deserto, com a exceção de um casal se amassando perto do numero 629. Ignorei os pombinhos com os hormônios a flor da pele e rapidamente desci as escadas, rumo ao pátio, meus ouvidos se acostumando a música extremamente alta.
Tinha tanta gente naquele campus, que era difícil acreditar que metade eram estudantes.
- Ei, . - fechei os olhos, com um único pensamento na cabeça quando ouvi aquela voz me chamar: "Merda".
Respirando fundo, forcei meu sorriso mais meigo e simpático e me virei na direção da pessoa que me chamou.
- Hunter.
- Princesa, quanto tempo. Parece que você andou me evitando. - não consegui evitar e soltei uma gargalhada.
- Coisa da sua cabeça. Eu teria algum motivo pra te evitar? - ironia, pra que te quero?
- Espero que não, , eu gosto muito de você, apesar de ter pisado feio na bola e não quero que você fique com raiva de mim. - ele fez sua melhor cara de cachorro que caiu da mudança. Se havia uma pessoa que eu conhecia como a palma da minha mão, era Hunter. Ele podia ser um canalha filho de uma mãe, mas ele não gostava quando as pessoas ficavam chateadas com eles, principalmente se fosse alguém com quem ele já tenha se importado. Como eu esperava que fosse meu caso.
- Não esquenta, Hunter, eu não vou morrer, sou muito jovem pra achar que minha vida acabou só porque você me trocou por outra.
Mesmo que ele já estivesse um pouco alto por causa do álcool, suas bochechas ficaram vermelhas. Eu sorri, sentindo o peito leve como eu não sentia há semanas - desde que flagrei Hunter com Lana. Eu até poderia tê-lo desculpado, se não fosse pela cena que se seguiu.
Um ser ruivo vestido de bruxa - o que foi bem apropriado - veio por trás de Hunter e, sem mais nem menos, o virou e o beijou. Lana o agarrava como se quisesse come-lo vivo e o desgraçado nem ao menos lembrou que eu estava ali. Bufei e com o ódio fervendo dentro de mim, fui andando sem rumo, apenas seguindo o cheiro da bebida. Não literalmente, claro.
Ótimo, meu celular estava no dormitório e nenhum sinal de até agora. Eu já tinha avistado alguns conhecidos, mas estava sem humor pra parar e falar com eles. Algumas tequilas e outras bebidas desconhecidas depois, eu já me sentia tão alegre que estava dançando sozinha, perto do bar. O garçom, que por sinal era bem bonitinho (ou era efeito do álcool?), de vez em quando me lançava olhares bem sugestivos e sorrisos provocantes, mas então Lana apareceu, arrastando Hunter pelo pulso até a parte gramada a minha frente, que estava servindo como pista de dança, e os dois começaram a se atracar. Fala sério, era perseguição? Pedi mais uma dose de tequila pro garçom fofo e lançando um último sorriso colgate pra ele, de agradecimento, rumei pros fundos da faculdade, onde estaria mais calmo e eu poderia beber com privacidade.
José (Cuervo) e eu estávamos na nossa, em um pátio fechado, deserto. Eu estava com pena de acabar com a dose e com preguiça de ter que ir pegar mais depois, então decidi beber aos poucos. Decisão muito inteligente a minha... beber tequila aos poucos... Finalmente meu cérebro estava começando a agir por conta própria. Era isso que eu queria. Minha boca queimava deliciosamente e eu ainda conseguia sentir o gosto da tequila. Como se alguém pudesse me ver, ajeitei a saia, que era irritantemente curta, e cruzei as pernas, logo desatando a dar risada de mim mesma por estar sozinha e ligando se minha calcinha ia aparecer ou não. Levantei do banco e fui até a mesa que era usada pelo técnico de esportes. Tentei mexer nas gavetas, pra ver se achava algo interessante, mas estavam trancadas. É, eu não tinha nada pra fazer e o José havia finalmente me abandonado e deixado o copo vazio.
- Achei que a festa era no outro pátio. - falou uma voz desconhecida atrás de mim. Dei um pulo, por sorte não um berro, de susto, virando e ao ver que era apenas um garoto, recostei minha lombar na mesa, sentindo minhas pernas fracas.
- Se você quer me matar, faça isso de outro modo, que seja mais menos doloroso do que de susto.
- Desculpa. - ele riu, vendo que eu estava tremendo e aquilo me deixou com raiva. Eu odiava tomar sustos, ainda mais de alguém que eu nem conhecia.
Não respondi e apenas fiquei ali, esperando a tremedeira passar. Ele foi se aproximando de mim e por mais que um lado do meu cérebro dissesse: "Corre!" Eu queria vê-lo mais de perto. As luzes não estavam todas acesas, então, a distancia, eu podia ver apenas parte da sua fisionomia.
Só conseguia ver que ele era loiro, com a franja caindo nos olhos. Sua fantasia era de príncipe, toda azul marinho e parecia envelhecida, amarelada nos babados que deveriam ser brancos e a maioria da parte azul estava um pouco desbotada. Mesmo ainda a distância, embora não pudesse ver a cor de seus olhos, via que eles brilhavam de uma maneira diferente... Com sorte, a lâmpada acima de mim estava acesa e quando ele chegou a aproximadamente dois metros de mim, eu pude vê-lo bem mais claramente. E meu queixo caiu.
Aquele garoto era lindo. Do tipo príncipe, mesmo. Do tipo que você vê em filmes. Além de loiro, sua pele era tão branca que era quase transparente, e seus olhos de um azul quase água, que brilhavam de uma maneira divertida e misteriosa, como se estivessem escondendo algo.
- E então, por que não tá aproveitando lá fora, como todo mundo? - perguntou ele, inclinando a cabeça levemente pro lado e enfiando as mãos nos bolsos, timidamente.
- Eu não tô muito com o espírito da coisa. - ele deu uma risadinha e eu o olhei confusa.
- Nada não, desculpa.
- Então, nem era pra eu ter saído do meu dormitório, pra começar.
- Não gosta do Halloween? - ele perguntou, me olhando como se eu fosse um ET.
- Não é isso, eu só não tô muito animada. - forcei um sorriso, abaixando o olhar pra minha saia, que estava querendo subir de novo, e a puxei pra baixo. Quando ergui meu olhar novamente, vi o do ser a minha frente fixo nas minhas coxas, sua boca minimamente aberta.
- Ei, colega, aqui em cima - falei, chamando sua atenção e apontando pros meus olhos. Ele ficou constrangido e, por mais que aquilo devesse ter me deixado com raiva, sua reação me deu vontade de rir, foi quase que fofo. - E então, estranho, não vai me dizer qual é o seu nome e por que também está aqui sozinho, em vez de com os seus amigos tentando arranjar alguma garota lá fora? - ele sorriu sem mostrar os dentes, deixando seus olhos azuis pequenininhos, de uma forma adorável.
- Eles não estão mais aqui, só eu. E parece que eu dei mais sorte estando aqui sozinho do que se estivesse lá fora. E meu nome é Doug Poynter.
Senti minhas bochechas esquentarem, mais do que já estavam quentes do álcool, e tentei mudar de assunto.
- Eles te abandonaram aqui sozinho, Doug? Não são amigos muito legais, né?!
- Eles não abandonaram, tiveram que ir embora - seu sorriso murchou um pouco.
- Entendi. Não completamente, mas deixa pra lá. - ele voltou a alargar o sorriso, me olhando fixamente.
- E você? Ainda não me disse seu nome.
- . - respondi, assentindo bobamente com a cabeça. Resquícios do álcool, com certeza.
- Onde está seu namorado, ? - perguntou Doug, dando um passo a frente, diminuindo nossa distância, mas aquele ato não me despertou nenhum perigo e, pela primeira vez, eu percebi que havia esquecido a raiva que estava de Hunter.
- Deve estar por ai com outra. - respondi, sem sentimento na voz. Pela primeira vez eu falava dele e não doía... Era um tanto quanto libertador.
Doug pareceu constrangido novamente, mas eu sorri e me apressei a voltar a falar.
- Nós terminamos. Na verdade ele terminou comigo. Mas eu já estou bem. Fiquei bem há alguns minutos. - e não havia mentira nenhuma naquela última frase, pro meu espanto. - Quer saber? Eu tenho que fazer uma coisa, resolver um assunto, me espera aqui, Doug.
Dizendo aquilo, sai às pressas do pátio, indo pro lugar onde havia visto Hunter pela última vez. Pra minha sorte, ele estava com alguns amigos em uma roda, gargalhando de alguma coisa, provavelmente idiota, que um deles havia falado.
- Hunter, posso falar com você? - perguntei, quando cheguei próximo o suficiente pra que ele me visse e ouvisse.
- Claro, - ele me olhava desconfiado.
- Então tá. Você é um tremendo de um fiho da puta, canalha, que só sabe enganar toda garota que namora e vai acabar como um daqueles velhos que pagam garotinhas pra não morrerem sozinhos. Ou então, a opção que eu mais desejo pra você: que você encontre alguém que ame muito e essa pessoa parta o seu coração igualzinho você fez com o meu. Então, vá se foder e leve a Lana com você. Talvez vocês até gostem, ná, mas desde que seja longe de mim, façam o que vocês quiserem. Eu te superei. Idiota.
E deixando-o com mais cara de idiota ainda, saí correndo e rindo de volta ao pátio. Doug esperava onde eu o havia deixado. Agora ele estava escorado na mesa e tinha o olhar perdido. Assim que me viu entrar, ele cerrou os olhos, esperando uma explicação pra minha súbita felicidade.
- Obrigada, Doug. - e antes que pudesse me contêr, me joguei em seus braços. Eu estava tão feliz, me sentindo tão leve, que apenas queria dividir aquilo com alguém; e fora graças a Doug que eu consegui desabafar na cara de Hunter. Ele me abraçou também, embora visivelmente surpreso. Deu pra perceber quando sua respiração parou no momento em que eu me atirei em seus braços.
- De nada, eu acho. - sua voz saiu fraca em meu ouvido e então minha risada cessou. Agora eu me achava completamente ciente da posição em que me encontrava. Meus braços estavam ao redor do pescoço de Doug, sua boca soprando a respiração em meu ouvido e suas mãos desciam lentamente, desde meus ombros, até a base da minha, coluna, onde permaneceram. Me afastei, mas não pude faze-lo completamente, graças ao toque de Doug na minha cintura que, por mais suave que fosse, me mantinha presa ali, basicamente entre suas pernas. A distância foi suficiente apenas pra que nossos narizes praticamente se encostassem e minha respiração ficasse alterada. Seus olhos estavam tão próximos dos meus, que eu podia ver nitidamente sua coloração, mesmo com a luz fraca do ambiente. Abri minha boca pelo menos três vezes, tentando achar algo coerente pra dizer que nos tirasse daquela situação, mas do mesmo jeito que frase nenhuma se formava em meu cérebro, eu estava mais do que bem ali.
Seus olhos alternavam entre os meus e minha boca, e com um aperto mais firme em minha cintura, Doug colou nossas bocas, fazendo com que eu finalmente quisesse respirar e puxasse a maior quantidade possível de ar pros meus pulmões. Antes que ele pudesse pedir permissão, minha língua já encontrava a sua e eu sabia que iria me envergonhar depois, de toda aquela pressa, mas no momento eu não estava pensando, simplesmente.
Minhas mãos fecharam-se em punho, enroscadas em seus cabelos macios, enquanto Doug apressadamente descia a boca pelo meu pescoço, deixando suas mãos correrem livres pelo meu corpo. Minha boca formava um 'o' quando, em um movimento ágil e rápido, Doug me segurou e nos inverteu de posição, de modo que eu ficasse sentada na mesa e ele entre minhas pernas.
Não consegui reprimir um sorriso ao ver a expressão de Doug me vendo naquela posição. Apressei-me em desabotoar aquela complicada fantasia, surpreendendo a mim mesma. Eu nunca fui o tipo de garota que ficava com qualquer um pelos cantos, mas eu não tinha controle com aquele estranho extremamente lindo, era algo que não existia naquele momento. Eu só conseguia pensar em uma coisa: eu o queria, ali.
Quando finalmente terminei de tirar seu colete e toda aquela parafernalha que ele vestia na parte de cima, Doug já havia tirado minha blusa e agora trabalhava no espartilho que eu vestia, não interrompendo os beijos em meu maxilar e pescoço, que estavam me deixando cada vez mais ensandecida.
Minhas unhas desciam pelas suas costas, esfomeadas em deixar sua pele translúcida o mais vermelha possível. Ao sentir minhas quase garras rasgando o máximo de extensão de suas costas que conseguiam, Doug intensificou suas mordidas, chupões e gemidos que dava em meu ouvido. A cada som rouco que sua garganta emitia, meu corpo estremecia e meu sangue borbulhava em minhas veias. O calor se tornava insuportável e, em um ato ensandecido, segurei suas mãos, que me prensavam contra ele pelas costelas, e as retirei do meu corpo, para que pudesse eu mesma tirar o espartilho, jogando-o em um canto qualquer. O sorriso que se abriu nos lábios de Doug ao fitar meu tronco nu, foi o suficiente pra retirar qualquer vestígio de ar que ainda restava em meus pulmões. Ele estava diante de mim, distante o suficiente pra que pudesse me encarar tão intensamente que precisei reprimir um gemido. A única parte de nossos corpos que se tocavam eram nossos quadris, que eu mantinha prensados um ao outro envolvendo minhas pernas ao redor de Doug. Mais lentamente do que eu gostaria e precisava, Doug deslizou as mãos pela lateral das minhas pernas, subindo a panturrilha, passando firmemente pelas minhas coxas, até chegar a minha saia, a qual Doug adentrou suas mãos sem o menor pudor e apertou minha bunda, ainda mantendo a distância de nossos corpos, observando cada reação minha atentamente. Seus olhos percorreram toda minha extensão antes de chegar em meus olhos e, mesmo que eles pegassem fogo, sustentei seu olhar. Ninguém nunca tinha olhado pra mim daquela maneira, mesmo os namorados que se diziam apaixonados por mim, o jeito que ele me encarava era quase invasivo, era como se ele soubesse de muita coisa que eu não soubesse. Como se fosse a última vez que fôssemos nos ver. Foi aí que meu cérebro teve um "click". Era isso. Claro que Doug me queria apenas pra uma noite, a noite de halloween que ficaria sempre na sua lembrança, mas nada além disso. Talvez ele fosse de alguma faculdade distante, ou tivesse namorada...
Antes que eu me perdesse em pensamentos e pudesse me arrepender de qualquer coisa, os lábios de Doug descendo pelo meu pescoço em direção ao meu colo me chamaram a atenção novamente. Ao vê-lo naquela posição, sem camisa, os cabelos uma confusão só, e entre minhas pernas, a boca beijando meu colo avidamente... Não consegui evitar de soltar um longo e necessitado gemido. Doug ergueu o olhar e me lançou um sorriso, encostando o dedo indicador sobre seus próprios lábios, pedindo pra que eu fizesse silêncio, parando momentaneamente de me beijar enquanto o fazia. Tá bem, já entendi, vou ficar quietinha, agora pode voltar ao que estava fazendo.
Após longos minutos me torturando com beijos pela minha barriga enquanto suas mãos me acariciavam sabiamente, resolvi impedir a mim mesma de entrar em combustão e o puxei de volta pra mim o mais suave que pude pelos cabelos. Estava na minha vez de brincar. Deslizei meus lábios suavemente pelo seu maxilar até seu ouvido, me empenhando em distribuir beijos ali, enquanto minhas mãos desciam por seu peito e abdome sarados na medida certa, até o cós de sua calça, que graças a Deus, era segurada apenas por um elástico. Captando minhas intenções, Doug pressionou o quadril contra o meu com o triplo de força e firmeza, me fazendo senti-lo perfeitamente. Ao me afastar, ergui meu olhar encontrando o dele a centímetros de distância, tão enevoado quanto eu mesma estava me sentindo. Perdida, confusa e muito, muito excitada.
- Seria estúpido se eu dissesse que eu queria que essa noite não acabasse? - perguntei ao pé de seu ouvido, sentindo seus dedos apertarem meus quadris. Doug apenas me olhou, como se quisesse dizer alguma coisa, mas não o fez. Pelo contrário, sua boca buscou a minha avidamente e subitamente com mais pressa, se desfez rapidamente da minha saia, me deixando apenas de calcinha e sapatos. Quando ele parou novamente pra me observar, aproveitei a deixa e me levantei da mesa, ficando praticamente de joelhos na sua frente e agachando conforme ia levando sua calça até os calcanhares. Subi novamente, espalhando beijos por aquele abdome cor de neve delicioso.
Me pegando de surpresa, Doug agarrou a parte de trás das minhas coxas, me pegando no colo e fazendo com que instintivamente eu envolvesse minhas pernas ao seu redor novamente e o agarrasse pelos ombros. Sorrindo pela minha reação, Doug me pôs de volta na mesa, porém, dessa vez não contente o suficiente, uma de suas mãos me empurrou pelo ombro até que eu estivesse deitada. Tentei controlar a respiração, estava praticamente vergonhoso o tanto que eu estava ansiosa, principalmente quando Doug subiu na mesa e deixou parte do seu peso cair em mim, pressionando todos os lugares certos.
Todas aquelas preliminares estavam me levando à loucura, e foi com alívio e mais uma explosão de ansiedade que eu fechei os olhos ao sentir Doug tirar minha calcinha lentamente. Alguns segundos depois, Doug se posicionou novamente em cima de mim. Envolvi seu quadril com minhas pernas, esperando o finalmente. Antes, porém, Doug levou os lábios ao meu ouvido e sussurrou com uma sinceridade que me pegou mais desprevenida do que suas palavras:
- Eu queria não precisar te abandonar, queria tanto poder ficar com você... mas eu não posso, nunca vou poder. - e então me completou, não me dando ao menos tempo pra processar o que ele havia acabado de falar. Eu só sabia que naquela hora nada importava, apenas o chocar de nossos corpos, em um ritmo cada vez mais intenso, era fator suficiente pra tirar qualquer dúvida ou pensamento da minha cabeça. Eu o apertei mais ainda contra mim, me entregando de vez ao que fosse que estivesse acontecendo.

- What the fuck... - resmunguei, ao sentir a superfície dura embaixo de mim. Levantei, me sentindo perdida por alguns intantes, e quando meu olhar recaiu sobre a mesa do técnico, as lembranças caíram sobre a minha cabeça de uma só vez. Hunter, Hunter e Lana, tequila, pátio, Doug... sexo...
Olhei pra baixo com os olhos arregalados e percebi que estava vestida com a mesma roupa da noite anterior, com um adicional. Uma jaqueta azul desbotada, com babados brancos amarelados. Chequei ao redor, mas eu estava sozinha. "- Eu queria não precisar te abandonar, queria tanto poder ficar com você... mas eu não posso, nunca vou poder..."
Eu não sabia se ria, se chorava, ou se simplesmente permanecia ali estática. Resolvi que nada daquilo me ajudaria, que precisava enfrentar o fato de que Doug havia ido embora e que eu deveria encarar o que acontecera na noite anterior do mesmo jeito que ele estava fazendo: apenas como uma noite de sexo casual, numa festa de halloween da faculdade. Não era tão anormal, era? Não, claro que não, as pessoas faziam sexo com estranhos o tempo todo... E por que eu tinha a sensação de que algo ainda não estava explicado?
Com a cabeça pesando toneladas, embora meu corpo estivesse bastante relaxado, voltei calmamente pro dormitório, apertando a jaqueta ao meu redor, tentando chamar o menos de atenção pra minha pessoa, que tinha o típico visual de quem não tinha feito boa coisa durante a madrugada. E que madrugada... Quando dei por mim, já estava de cara com a porta que tinha o letreiro: e . Entrei e tirei a jaqueta, cheirando-a uma última vez antes de colocá-la dentro do meu armário. Antes que pudesse piscar, um par de braços me envolveu, quase me sufocando.
- Parabéns, amiga, que lindo, finalmente você me escutou e resolveu aproveitar a vida. - se afastou e continuou me encarando com aquele sorriso digno de gato da Alice.
- O quê...?
- Ah, você sabe. Você chega aqui depois de uma noite toda fora, com a mesma roupa, os cabelos parecendo que tomou um choque, maquiagem borrada... Quem você pegou? O Ullys, do senior? Ou o Derek, de economia? Quem...
- Ei, , não pira, respira - a interrompi antes que ela se empolgasse mais ainda. Porém, antes que pudesse impedir, sorri, confirmando as expectativas dela. - Mas não foi nenhum deles. - continuei, antes que ela recomeçasse a tagarelar.
- Então... Quem foi? - perguntou ela, pegando minha mão e me arrastando até que eu sentasse na cama, de frente pra ela, que sorria como uma criança prestes a ganhar um caminhão de sorvete.
- Eu não sei se você conhece... Eu nunca o tinha visto antes por aqui. - ela inclinou a cabeça, esperando que eu continuasse. - Doug Poynter.
Como eu esperava, cerrou os olhos, pensativa. Eu podia ouvir as engrenagens do cérebro dela procurando quem era Doug Poynter em sua memória. Como conhecia quase todos naquela faculdade, ela logo ficou frustrada por não conseguir lembrar quem era. Mas eu sabia que ela não ia deixar aquele assunto morrer.

Dito e feito. Depois de esperar que eu tomasse um banho e escovasse os dentes, me arrastou do dormitório. Mal pisamos na praça de alimentação, assim que chegou perto de nós, a primeira coisa que falou foi: - , você conhece algum Doug Poynter?
- Nossa, oi pra você também, , a festa foi ótima pra mim, muito obrigada por perguntar e não, eu não estou de ressaca.
- Bom dia, - falei, vendo revirar os olhos e bufar, impaciente.
- Bom dia, - respondeu a outra.
- Tá, bom dia pra todo mundo, mas eu quero saber quem é o santo Doug Poynter.
- Por que santo? E qual o interesse desenfreado? - perguntou . Dei um tapa na minha própria testa, prevendo o que viria logo a seguir.
- Ele tirou a da dor de corno. - respondeu , sutil como um míssil caindo no mar.
arregalou os olhos e começou a rir.
- Sorry, , agora eu é que quero saber quem é o individuo milagroso. - levantei o dedo do meio pras duas, que me ignoraram completamente enquanto seguíamos caminho da nossa lanchonete favorita.
- Sabe, eu tenho a impressão de que já ouvi esse nome. Doug Poynter... - falou . Senti uma sensação não muito boa na boca do estômago, mas ignorei e continuei fingindo que prestava atenção no cardápio da lanchonete, da qual estávamos paradas em frente. De repente, deu um pulo, assustando tanto a mim quanto a e, sem mais nem menos, saiu correndo da praça. Eu e nos encaramos assustadas.
- Tá bem, né. - falei, tentando me concentrar no que pediria pro café da manhã.
Eu terminava minha omelete quando o celular de começou a tocar estridentemente ao meu lado.
- Fala, sua doida, por que saiu correndo daquele jeito? - pelo jeito era no telefone, então parei de comer e fiquei prestando atenção na conversa. Não me julguem, eu estava curiosa!
ficou algum tempo apenas escutando e então desligou o celular e olhou pra mim com uma expressão confusa no rosto.
- Eu acho melhor a gente encontrar com ela na biblioteca. Ela disse que tá com o Doug lá.
Meu coração disparou e eu tive vontade de sair correndo pra biblioteca, mas não querendo fazer papel de idiota, andei normalmente ao lado de , me controlando pra não apressa-la e fingir que eu não estava nenhum pouco ansiosa.
Meu coração já ameaçava pular pra fora da minha boca e eu tinha que secar a mão na calça jeans de dois em dois minutos. O pior que passava pela minha cabeça era: e se ele não quisesse me ver? E se ele realmente quisesse manter como se nós nunca tivéssemos nos conhecido, manter como caso de uma noite só? Meu estômago despencou com o pensamento e eu me esforcei pra me manter firme. Finalmente atravessei o portal pra biblioteca e meus olhos automaticamente varreram todo o local. Nenhum sinal dele.
- Ei, vocês duas, aqui. - falou , alto demais, sendo repreendida automaticamente pela bibliotecária. Ela estava ao longe, sentada em uma das grandes mesas, com um livro enorme aberto na mesa.
- Onde ele tá? - perguntei antes mesmo de chegar ao seu lado. Ela olhou de mim pra com um olhar aflito e parecia não saber o que fazer. Sentei de frente pra ela, do outro lado da mesa, e esperei que ela desembuchasse. sentou ao meu lado e esperou, como eu. Claro que eu estava muito mais ansiosa.
- , como era, digo, é, ér... descreve o Doug que você conheceu. - aquilo estava cada vez mais estranho. Ela estava, obviamente, me escondendo alguma coisa.
- Bom, loiro, olhos azuis... Com uma fantasia de príncipe azul. Basicamente, lindo. - respondi, vendo-a ficar ainda mais perdida. - , fala logo, você tá me deixando nervosa!
- Não tem como eu explicar, é melhor você ver por si mesma. - respondeu ela, virando o livro que estava a sua frente na minha direção. - Vê se esse é o Doug que você conheceu? - Tinha uma colagem de uma reportagem que datava de 31 de outubro de 1990. Havia algumas fotos, mas decidi primeiro ler a reportagem. "INCÊNDIO EM UNIVERSIDADE MATA 39 PESSOAS, 26 ESTUDANTES". Continuei lendo. Havia sido aqui na faculdade, mais precisamente, no pátio fechado... Onde eu tinha conhecido Doug. Passei os olhos pelas fotos, até que uma só não me fez gritar porque eu não tive forças pra tal. De fantasia azul, rindo lindamente e com o cabelo mais arrumado do que eu havia visto... Doug. Com a cabeça a mil, li a legenda: Dougie Lee Poynter, estudante do quarto período, 20 anos.
WHAT THE FUCK?!
- , você tá bem? - eu apenas captava as vozes delas ao longe. Só conseguia continuar com o olhar fixado naquela foto desgastada pelo tempo. A mesma fantasia. Era noite de halloween quando tudo aconteceu. Uma vela usada em uma abóbora havia começado o incêndio. Mas... Eu o toquei... Minha cabeça doía. Eu escutava alguém rindo, gargalhando, e levou algum tempo até que eu percebesse que esse alguém era eu. Eu estava tão nervosa, tão confusa, que não conseguia parar de rir. Me dobrei, deixei a cabeça pender na mesa, pesada como nunca, e parei de rir, vencida pelo cansaço e pelos estranhos sentimentos que borbulhavam dentro de mim.
Parte de mim achava que era uma pegadinha.
Parte de mim sabia que não havia como ser uma pegadinha.
Parte de mim se perguntava como aquilo era possível.
Parte de mim tentava achar uma explicação.
Todo eu estava perdido.
Eu tinha total noção de que as minhas amigas ainda estavam ao meu lado, achando que eu estava louca de vez.
Mas espera, eu tinha como provar que não estava louca.
Levantei, mais tonta do que esperava, e quase cai estatelada no chão, mas me segurei e comecei a correr, desejando poder me tele transportar pro dormitório naquele minuto. Depois do que pareceu uma eternidade, eu praticamente arrombei a porta do dormitório, ofegante e desesperada. Abri meu armário, onde havia posto a jaqueta azul. Estava uma bagunça e nunca, em toda a minha vida, eu desejei tanto ser organizada como naquele momento. Comecei a tirar todas as roupas emboladas, jogando-as pelo ombro, sem me importar nenhum pouco onde elas iriam parar. Até que tirei a última peça. E nada da jaqueta.
Olhei pra trás, vendo todo o pequeno cômodo coberto por roupas minhas. e estavam paradas à porta, olhando pra mim com uma mistura de apreensão e pena. Eu não era digna de nenhum dos dois, porque nem as atacaria, nem estava louca. EU ESTIVE COM DOUG! Eu o toquei, o beijei, fiz muito mais e teria percebido se ele fosse... Fosse o quê? A palavra surgia na minha mente, mas era absurda demais pra que eu sequer considerasse. Fantasma.
Continuei procurando, com medo de que na pressa eu a tivesse arremessado pra trás sem ver. Mas nada, nenhum sinal do azul desbotado, nem dos babados brancos. Nada. Fiquei parada de pé no meio do quarto, ofegante e sem palavras, consciente e, ao mesmo tempo, não consciente da presença das outras duas pessoas.
- , fica calma, talvez você só tenha bebido um pouco demais e sonhado com tudo isso e...
- CLARO QUE NÃO, ! - gritei, fazendo-a se calar no mesmo instante. Me arrependi assim que gritei e então fechei os olhos, respirei fundo e tentei me acalmar. - Eu... Eu passei a noite com ele, nós... Nós... Eu acordei com a sua jaqueta. A mesma roupa que ele aparecia naquela foto. - minha voz ficava cada vez mais baixa e fina conforme eu ia falando. - O fato é: eu nunca tinha visto aquele livro na minha vida, eu nem sabia que tinha acontecido um incêndio aqui. Tem que ter outra explicação!
Deixei meu corpo trêmulo cair sentado na cama atrás de mim e enterrei o rosto nas mãos.

- Não espere por mim, esse trabalho que o Sr. Perkins passou tá me matando e eu tenho que terminar essa semana.
- Tudo bem, não vou insistir. - respondeu ela. Desejei uma boa festa pra e desliguei o celular. Só o que eu queria naquela noite era me enterrar em trabalho e graças a Deus eu tinha o suficiente pra fazer. Me inclinei novamente sobre a pilha de folhas com anotações e esfreguei os olhos, sentindo-os arder pelo sono. Já passava da meia-noite e eu me sentia exausta, porém, não me atrevia a sair daquela biblioteca. Com a aproximação daquele dia, eu ia ficando cada vez mais nervosa, mesmo fingindo que estava tudo bem. Eu fingia porque sabia que e esperavam que eu voltasse a surtar a qualquer momento, desde o ano passado... Mas não, aquilo não ia acontecer novamente, eu não tinha ainda a explicação para aquilo tudo que havia acontecido, só sabia que não queria ser tratada como louca novamente pelas minhas melhores amigas, como se merecesse seus sentimentos de pena. Graças à proteção acústica da biblioteca, eu não podia ouvir a algazarra que com certeza estava acontecendo lá fora. Halloween. Eu não podia nem mesmo ver os cartazes nas paredes do campus que sentia calafrios. Fantasias, então, não queria nem ouvir falar.
Porém, nem todo o tempo que eu passei evitando aquela data foi o suficiente. Eu sabia o que estava acontecendo lá fora e era o bastante pra me deixar inquieta e completamente sem condições de me concentrar em mais nada. As palavras a minha frente se embaralhavam no papel, como se voassem pra longe de mim, por mais que eu tentasse mantê-las em foco. Meu celular começou a tocar. Terry. Provavelmente querendo saber se eu ia pra festa. Desliguei. Voltei aos papeis. Resultado zero.
Resignada, quase com raiva, juntei tudo de qualquer jeito e guardei de volta na pasta. Olhei pros sofás razoavelmente confortáveis do aposento e considerei passar a noite ali, mas a bibliotecária provavelmente teria um ataque quando chegasse ali no dia seguinte e daria um jeito de me expulsar da faculdade. Recostei as costas na cadeira, tamborilando meus dedos na mesa. Pensei em pegar algum livro pra ler, mas também não adiantaria.
Respirei fundo, peguei meu iPod, coloquei os fones no ouvido, peguei minha pasta e liguei no máximo, me concentrando só na música, sem ao menos reparar muito no caminho que estava fazendo. Mais rápido do que eu esperava, já estava no meu dormitório e foi com um suspiro de alívio que fechei a porta atrás de mim. Larguei a pasta em cima da escrivaninha e dei passos largos até minha cama, deitando-me preguiçosamente nela. Quando ia fechar os olhos, reparei que tinha uma peça de roupa com uma parte pra fora do meu armário. Eu conhecia aquele tecido. Havia procurado por ele por um ano. Levantei lentamente, com a expectativa crescendo absurdamente em meu peito e gritando em minha mente: "Não, por favor, não!" Eu não sei se aguentaria. O ano inteiro tentando negar pra mim mesma que aquilo havia acontecido, tentando de verdade acreditar que só tinha sido um sonho, que eu havia me embebedado e imaginado coisas... E todo aquele esforço ia por água abaixo. Abri a porta do armário e a jaqueta caiu no chão. Meu estômago despencou. Todo o barulho que estava sendo feito do lado de fora, nada chegava aos meus ouvidos, eu estava em choque. A peguei do chão e a segurei com força, tentando provar pra mim mesma se aquilo era real ou não.
- Já que você não foi até mim, eu vim até você - falou uma voz atrás de mim e no mesmo instante meus olhos se encheram de lágrimas. Lágrimas de alivio, de susto, de ansiedade, de raiva e de tantas emoções que não cabiam dentro de mim. Virei. Ele estava lá, parado do outro lado do quarto, perto da janela, como se estivesse ali há muito tempo. Estava exatamente do mesmo jeito de um ano atrás, a pele pálida, os olhos divertidos com as minhas reações, o sorriso ladino que deixava minhas pernas ainda mais bambas, só tinha uma diferença: ele não vestia a jaqueta.
Minha cabeça explodia em perguntas enquanto ele continuava sorrindo pra mim, como se estivesse esperando pra comprar pão na fila da padaria. Vendo meu estado caótico, ele suspirou e estendeu a mão.
- Eu vou te contar tudo. Não fica com medo de mim, por favor.
Uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Meus olhos se fixaram na sua mão estendida na minha frente, mas eu a ignorei e corri até ele. Pegando-o de surpresa, me joguei em seu colo, envolvendo-o com minhas pernas e o abraçando tão forte quanto podia. Enquanto Doug me segurava pelas coxas, eu alisei seus ombros, seus braços, seu rosto, sentindo-o sob minhas mãos, sólido. Encostei minha testa na sua e fechei os olhos, apenas saboreando o alívio de tê-lo ao meu toque. Quando Doug ameaçou recomeçar a falar, encostei meu dedo indicador em seus lábios, interrompendo-o. Ainda sem pronunciar uma palavra, fitei seus lábios, tão próximos dos meus, tão reais. Percebendo minha intenção, Doug sorriu e me apertou mais contra si, porém, quem iniciou o beijo intenso e saudoso fui eu. Todas as perguntas fugiram da minha mente. Em parte, agora eu tinha uma noção de como aquilo funcionava. Seria somente mais aquela noite e quem sabe ano que vem. Um ano era muita coisa, então eu aproveitaria aquele momento da melhor maneira possível com aquele ser do outro plano.

Fim.


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