Escrita por: Mariana Nogueira
Betada por: Isa






PRÓLOGO


Último dia do semestre, última prova. E eu, como sempre, a última a sair da sala de aula. Sempre fui uma aluna muito aplicada, confiro todas as provas que faço para evitar erros desnecessários. Ócio do tratamento digno de regime militar pelo qual sempre fui tratada pela minha família. Agora, mesmo morando longe, não consiguia me livrar dos ensinamentos para “beirar a perfeição” que meus pais sempre exigiram de mim.
Continuei caminhando pelos corredores, que mais pareciam saídos daqueles filmes de terror que se passavam nos high schools. Ao sair pela porta da frente da faculdade, encontrei alguns veteranos amontoados nas escadarias, rodeados por barris de cerveja, entre eles meu ex namorado, Lex. No começo do namoro, Lex se mostrou um perfeito gentleman, aqueles que abrem a porta do carro para a dama sair, compram flores, fazem surpresas românticas e organizam jantares maravilhosos. Sempre achei a cena toda forçada demais, mas nunca reclamei. Minha mãe sempre dizia que eu não era uma mulher comum, porque não gostava de muito romance, a coisa toda de ser muito meloso me entediava um pouco. Eu estava acostumada com as tentativas de Lex pra me conquistar. Nos primeiros 4 meses do nosso namoro tudo estava uma maravilha. Os dois estudantes de Direito, com uma carreira brilhante pela frente, os destinos cruzados, aptos a formar uma bela família enquanto nadavam na sua piscina de dinheiro numa casa em Malibu. Mas ai começaram as crises.
Lex começou a se tornar uma pessoa de temperamento explosivo, voltava das festas da faculdade caindo de bêbado, tentava me beijar a força e quando eu tentava resistir, eu sempre acabava machucada, tanto física quanto psicologicamente. Foi a gota d’água pra mim. Terminei o namoro com ele depois de mais 6 meses aguentando todas as baixarias. A verdade é que eu pensava que podia contornar a situação toda, que podia ajudá-lo de alguma forma, mas só me enganei. Ele não aturou o fim do namoro, espalhou pra todo o campus que ele que tinha me dado um fora, e eu deixei que a situação permanecesse assim. Lex era popular, era bonito, rico e reconhecido no campus por suas notas excelentes, antes de se tornar um idiota. Eu poderia aguentar alguns sorrisos forçados das meninas que sempre sonharam que nosso namoro terminasse e alguns olhares de pena. Com certeza era melhor do que aguentar o namoro com ele. E eu que achei que ele se conformaria rápido, pegaria qualquer uma das vadias que abriam as pernas para ele quando ele passava pelos corredores, e esqueceria da minha existência. Mas ele começou a se tornar obsessivo. Mesmo nos intervalos na cafeteria perto da faculdade, quando ele estava rodeado por duas meninas e seus amigos, e eu entrava para pegar meu frappuccino, ele parecia estar com os olhos fixos em mim, eu arriscaria que talvez cheios de ódio.
E naquela noite não foi diferente. Enquanto eu descia as escadarias que marcavam a frente da faculdade, Lex desviou a atenção da conversa com seus amigos pra me observar. Não sei porque, mas naquela noite o olhar que ele me lançou me deu calafrios. Era um olhar diferente, um olhar de determinação, o olhar que o caçador lança para a sua caça antes de dar o bote. Fingi indiferença e me dirigi ao estacionamento, mas não sem antes observar a grande aglomeração que se iniciava na frente do campus. A faculdade da qual eu fazia parte era a mais reconhecida de todo o país. O diretor era um cara bilionário, conceituado, mas um pouco marcado pela mídia por escândalos de desvio de dinheiro. E naquela noite, no final do semestre, enquanto o mesmo descia as escadarias em direção ao seu carro, milhares de jornalistas se aglomeravam ao seu redor, querendo saber informações sobre seu envolvimento em mais um escândalo. Seus seguranças o rodeavam, enquanto todo o campus se virava para observar a agitação. Todos ali estavam acostumados. Tenho certeza que muitos dos alunos só não abandonavam a faculdade por ela promover um futuro promissor.
Continuei caminhando em direção ao estacionamento que ficava do lado direito do campus, e agora estava completamente escuro, um breu. Tive dificuldade para encontrar meu carro, mais que o normal. Assim que coloquei meus olhos nele, abri a bolsa para pegar minhas chaves e, com a distração, senti que fui prensada contra o carro. O baque foi tão forte que senti que a qualquer momento o ar ia abandonar meus pulmões. Uma mão forte segurava meus dois pulsos presos as minhas costas e a outra mão pressionava minha cabeça na lataria do carro. Eu teria começado a gritar por socorro, mas a adrenalina misturada ao susto não me deixava raciocinar. Quando eu estava começando a cogitar a possibilidade de um assalto, escutei uma voz familiar saindo de trás de mim.
- Se eu fosse você não começaria a gritar, - Lex sussurrou muito perto do meu ouvido – Ninguém vai te escutar daqui!
As lágrimas vieram como uma enxurrada. É claro que ele estava preparando alguma coisa quando passei por ele mais cedo, eu só não conseguia imaginar que ele iria tão baixo.
- O que você quer, Lex? – minha voz quase não saía.
- Quero relembrar nossas noites de amor, estou com saudades, minha – a voz dele saía, mais diabólica que nos dias em que ele voltava violento das festas.
- Lex, por favor, me solta – eu implorava – Você sabe que vai se arrepender depois, eu sei que você está bêbado e fora de si...
- Eu nunca quis tanto algo na minha vida, meu amor – eu conseguia sentir o bafo da cerveja atravessando meu cabelo enquanto ele falava – Só quero deixar minha marca nesse seu corpinho maravilhoso pra você não se esquecer a quem pertence.
Então ele pressionou o seu corpo com o meu na lateral do carro. Era completamente impossível eu me mover, Lex tinha o sêxtuplo da minha força, resultado dos anos de prática de futebol americano. Eu só conseguiria me desvencilhar dali por algum milagre.
Pressionando meu corpo cada vez mais de encontro ao carro, ele soltou um dos meus pulsos e desceu a mão até a parte da frente da minha calça, desabotoou e senti seus dedos indo de encontro a minha calcinha. Eu chorava sem parar e implorava pra que ele parasse. Em todos os meses de namoro, mesmo nas piores fases, ele nunca tentara fazer algo assim. Quando eu me recusava a transar com ele, ele somente revidava com palavras, as vezes alguns puxões pra me beijar de maneira agressiva, mas nunca estupro. Quando eu senti que as minhas forças já estavam se esvaindo de tanto me debater e gritar por ajuda, e seus dedos estavam chegando ao encontro da minha intimidade, senti um puxão e de repente Lex não estava mais atrás de mim. Ouvi lamúrias da parte dele, xingando alguém, mas eu não tinha forças para me virar. Minhas pernas não me obedeciam e eu estava escorregando pela lataria do carro enquanto ia de encontro ao chão, ainda chorando muito. Quando comecei a ouvir barulhos de socos e gemidos de Lex, me virei com muito esforço. Eu não conseguia ver muita coisa, pois o estacionamento permanecia escuro, mas conseguia ver uma figura encorpada em pé, com os punhos fechados, enquanto outra se esgueirava pelo chão, com as mãos na barriga. Concluí que a pessoa no chão era Lex, pela forma do agasalho da faculdade que reconheci em seu corpo de quando tinha visto ele mais cedo nas escadarias. A pessoa de pé, meu suposto salvador, era a incógnita. Pela sombra, pude ver que ele tinha ombros largos, estava vestindo uma camisa social com as mangas dobrada até os cotovelos e uma calça, também social. Tinha uma gravata que reluzia com a pouca luz que tinha no estacionamento.
Ao seu lado no chão, tinha um amontoado, o que parecia ser um blazer que deduzi ser dele. Lex tentou levantar, um pouco cambaleante, pronto pra desferir um soco na cara do outro, mas o mesmo foi mais rápido e lhe acertou um soco na barriga. Enquanto Lex gemia e cobria a barriga com as duas mãos, pude ver a figura da outra pessoa desferindo mais e mais socos. Achei que Lex ficaria inconsciente a qualquer momento, e foi realmente o que aconteceu. Apesar de estar grata ao outro cara por ter me salvado, eu estava muito assustada. Ele tinha acabado de socar meu ex namorado, o cara mais machão e mais forte que eu já tinha visto em toda a minha vida, e tinha deixado ele inconsciente. Eu não sabia quais eram as suas intenções, como ele nos achou nesse estacionamento e nem o que ele faria comigo, agora que estava se aproximando de mim lentamente. Ele pegou seu blazer no chão, ficou ao meu lado e estendeu a mão para que eu levantasse. Percebi que eu ainda estava chorando muito e que tremia incontrolável. Ele pareceu se dar conta que eu não conseguiria esboçar nenhuma ação, pois logo posou as duas mãos na lateral da minha cintura e me pegou no colo, me colocando no capô do carro em seguida.

- Acho que não preciso perguntar se você está bem quando é visível que não – a voz saía máscula e grossa, desejei que ele estivesse sussurrando no meu ouvido – Você está ferida em algum lugar?
Balancei a cabeça negativamente, embora sentisse que meu orgulho estava destruído. Meus pulsos doíam, minha cabeça doía, meu corpo inteiro doía, mas eu não sentia que estava gravemente ferida. Agora com a pouca luz que refletia no estacionamento eu conseguia ver os traços do meu anjo da guarda. Os cabelos levemente desgrenhados, os traços do rosto. Ele parecia ser muito bonito. E forte. Quando ele me pegou no colo consegui sentir seu abdômen contra meu ombro, resistente como uma rocha. Ele parecia olhar pra mim, mas eu não conseguia decifrar.
- Você precisa ir à polícia denunciar esse cara – ele comentou, calmo, mas imperativo – O que ele estava tentando fazer com você aqui é ... – ele fez uma pausa – Não tenho palavras pra descrever. Ele pode tentar de novo, só prometa pra mim que vai denunciá-lo.
Eu queria responder, mas não conseguia. Eu ainda estava muito surpresa com todos os acontecimentos. Fiz um sinal afirmativo com a cabeça e ele pareceu se convencer.
- Infelizmente não posso te acompanhar, tenho trabalho a fazer – ele soava tão carinhoso - Você acha que consegue se virar sozinha?
- Acho que sim – me esforcei em dizer.
Eu continuava sentada no capô do carro, com o blazer dele envolto nos meus ombros, abraçada ao meu corpo, enquanto ele estava na minha frente, o mais próximo possível e atento a todos os meus movimentos. Eu queria abraçá-lo, chorar e agradecer pelo que ele tinha feito por mim, mas achei que seria precipitado demais.
- Então eu já vou indo. Pode ficar com o blazer, tenho dezenas desse em casa – ele deu o que pareceu ser uma última checada no corpo de Lex estirado no meio do estacionamento – Entre no carro, vá até a delegacia e denuncie ele. Vou dar um jeito de chamar alguém pra ver se ele acorda e segurá-lo aqui até a polícia chegar!
- Okay! – eu afirmei e fiz o que ele obedeci.
Antes de dar a partida no carro, abri a janela e murmurei um obrigada quase inaudível. Eu teria duvidado que ele havia escutado, se ele não tivesse virado a cabeça na minha direção e olhado nos meus olhos com um dos cantos da boca levantado, fazendo um sinal afirmativo antes de colocar sua atenção novamente no meu ex desacordado.


CAPÍTULO ÚNICO
Alguns meses depois ...


Eu estava de volta à faculdade. No dia do ocorrido, alguns meses atrás, fui até a delegacia e denunciei Lex. Como eu não tinha provas nem testemunhas presentes que poderiam relatar o que aconteceu, decretaram somente uma medida de segurança, uma ordem pra que ele estabelecesse uma distância segura de mim enquanto frequentávamos o último semestre da faculdade.
Quanto ao meu anjo da guarda ... Não fiquei sabendo mais nada sobre ele. Voltei junto com os policiais para a área do campus aquela noite, para que eles tomassem as devidas providências quando a Lex, mas Lex estava sob a supervisão do inspetor do campus, que disse que ele tinha sido deixado ali inconsciente por um homem que pediu que ele ficasse de olho em meu ex. Não vi ninguém que se assemelhasse ao que eu conhecia dele nas proximidades da faculdade. Não recebi notícias. Nada.
Depois de longos dois meses longe daquele lugar que agora me causava arrepios, eu estava de volta. Os boatos sobre o ocorrido naquela noite já tinham se espalhado durante as férias, e o que as pessoas sabiam eram os boatos inventados por Lex: que eu pedi que ele me seguisse até o estacionamento para que conversássemos sobre uma possível volta do namoro e que demos uma rapidinha do lado de fora do meu carro e que depois eu teria me arrependido e fingido uma tentativa de estupro para a polícia. Nojento, desprezível. Agora enquanto eu andava pelo corredor, as pessoas me lançavam olhares de incredulidade e vergonha alheia. Só o que eu queria era finalizar minhas últimas matérias, fechar o curso e dar o fora daquele lugar o mais rápido possível.

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Para chegar até o meu destino, no caso a sala onde eram ministradas as aulas de Direito Penal, eu precisava passar em frente a sala do diretor. E claro, lá estavam seus fiéis escudeiros de plantão na porta (vulgo seguranças). Estava andando distraída com alguns papéis nas minhas mãos quando esbarrei em alguém.
- Ops ... Desculpa! – olhei pra cima, para encontrar dois pares de olhos me fitando – Eu estava destraída ...
- Sem problema - voz familiar - Só tenha cuidado por onde anda! – ele disse divertido, mas revelando alguma mensagem subliminar implícita na frase.
Continuei meu caminho, agora mais atenta, e tirando as paranoias da minha cabeça. Eu estava definitivamente tensa com as matérias finais. Queria passar em tudo com êxito, e queria sair daquele campus rápido.
As aulas passaram rápido, estava descendo as escadarias da faculdade e indo em direção ao outro lado da rua. Depois do ocorrido no estacionamento eu evitava de todas as formas deixar meu carro lá, e sempre procurava as vagas mais próximas da faculdade e mais iluminadas. Entrei no carro, dei partida, sem antes observar, mais uma vez, o nosso tão polêmico diretor saindo das grandes portas do campus, sendo seguido por seus seguranças.

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O fim de semana passou a se tornar o período da semana mais aguardado por mim. Eu ficava em casa, finalizando algum artigo para a faculdade, lendo algum livro, ou assistindo algum filme na TV. Mas esse fim de semana seria diferente. Depois de constante insistência de , minha amiga de estágio, eu estava me preparando pra sair para um show num pub. Isso era, com certeza, a novidade do mês. Eu sempre era relutante quando o assunto era sair de casa para curtir a noite acompanhada de bebidas e música alta estourando meus tímpanos. Mas decidiu que eu precisava sair do meu mundinho particular, dar as caras no mundo, tirar um pouco do estresse acumulado da faculdade e do estágio. A banda a qual iríamos assistir a apresentação era de seu namorado, e mais 3 amigos. Eu não estava empolgada, tudo que eu mais queria era ficar em casa assistindo a maratona de The Vampire Diaries que iria começar em meia hora. Cogitei ligar pra e dizer que trocaria sua companhia por Damon Salvatore, mas ela ficaria muito desapontada e eu temia que ela viesse me buscar pelos cabelos em casa.
Acabei demorando mais que o esperado para me arrumar. Estava com uma roupa confortável, não vulgar, mas que era apropriada para uma noite num pub para um show. Fiz uma maquiagem mais carregada, coisa que eu não fazia desde o fim do namoro com Lex, peguei meus pertences e desci em direção ao hall do prédio, quando avistei me esperando em frente a um taxi. Ela estava radiante por finalmente ter conseguido me tirar de casa.
- Ah, vamos lá, - ela disse enquanto entrávamos no táxi – Tira essa carranca do rosto e abre um sorriso. O show vai ser divertido, os meninos são ótimos E lindos. Posso te apresentar a eles, você só não pode cair de amores pelo meu ! – ela riu da própria piada e eu acompanhei, dando um soco no seu braço.
Minutos depois estávamos em frente ao pub, que estava lotado. Realmente, os garotos deviam ser ótimos mesmo, o grande número de pessoas revelava isso. estendeu dois crachás vip ao segurança, que deixou que nós passássemos. Agora estávamos nos dirigindo à área de camarotes do pub, com uma mesa que dava uma visão perfeita do palco.

- Você quer beber alguma coisa, ? – ela me perguntou.
- Já que você me convenceu a estar aqui, quero alguma coisa bem forte – eu disse, sorrindo. Já que eu já tinha me prontificado a sair, porque não arriscar?
- É isso ai, menina. Assim que eu gosto! – ela disse, estendendo a mão para que eu batesse em um high five.
Logo o show começou, me apontou seu namorado no palco. Ele era muito bonito, de fato, mas não tanto quanto um de seus amigos de banda. Ele era simplesmente encantador. A voz era maravilhosa e ele tinha um corpo espetacular que ficava evidenciado pela camiseta que ele usava.
- , quem é aquele? – eu perguntei, apontando.
- Ah, eu sabia que você ia se interessar por ele – ela disse, me lançando um sorriso malicioso enquanto mexia o corpo no ritmo da música que eles tocavam – Aquele é o . Não se engane pela expressão de bad boy dele, a verdade é que ele é um amor de pessoa!
Continuei encarando ele pelo resto do show inteiro. Eu estava hipnotizada. O modo como ele se movimentava pelo palco, parecendo amar o que estava fazendo era tão espontâneo e verdadeiro. O show continuou, insano. As pessoas que estavam amontoadas na pista em frente ao palco pulavam, gritavam e cantavam as músicas descontroladas. Eu conhecia alguns covers que eles faziam, mas era só. Basicamente, passei praticamente o show inteiro rindo das gracinhas e caras apaixonadas que fazia, e em alguma parte do show olhou pra ela e mandou um beijo, dizendo no microfone que “Aquela era sua garota, que ele estava transbordando de alegria por ela estar ali e que ele amava muito”. Achei que ela ia infartar ali do meu lado pelo estado de choque que ela ficou, mas logo já estava pulando e gritando de novo, orgulhosa de seu namorado e dos colegas de banda dele.
Ao final do show, segui até o backstage. Passamos por um longo corredor, abarrotado de pessoas indo e vindo com instrumentos e equipamentos do show, até chegarmos em uma porta fechada. deu duas batidas até ser atendida por um sorridente que a pegou no colo e a girou, até que ela estivesse o cobrindo de beijos. Eu permaneci na porta, rindo como uma idiota dos dois, até que ela se lembrou de ter me deixado plantada ali.
- Meninos – ela disse e todos passaram a prestar atenção nela – Essa é minha amiga, . , esses são os meninos...
Eles gritaram um “OI” conjunto e vieram me cumprimentar. Animados, sorridentes e em estado de êxtase, eles contavam como era a sensação de ter a casa cheia num show como aquele e eu prestava atenção, maravilhada. Foi nesse momento que olhei na direção de , o tal garoto pelo qual eu tinha ficado encantada durante o show, e ele estava me fitando descaradamente. Acho que senti minhas bochechas tomarem uma coloração avermelhada pela intensidade daquele olhar. Ali, de perto, ele parecia ainda mais lindo. Agora ele vestia um boné com a aba pra trás e uma camisa xadrez com os dois primeiros botões abertos. Simplesmente maravilhoso. E continuava a me olhar. Parecia que nós estávamos num mundo alheio àquele cubículo de quatro paredes. Os outros continuavam a conversar, mas nós estávamos iniciando uma conversa particular só de olhares. O que me deixou mais extasiada é que de alguma forma, o modo como ele me olhava acendeu uma chama familiar dentro de mim. E eu estava adorando.
- [...] e ela não sai muito, né ? – só consegui acompanhar metade da frase que estava tentando formular.
- Oi? Desculpa, não acompanhei o que você disse ... – falei, piscando algumas vezes, enquanto ela me olhava com uma expressão maliciosa.
- Claro, claro amiga. Em uma disputa das minhas palavras com os belos olhos do eu sempre vou perder ... – ela disse, fazendo graça, e eu devo ter corado violentamente.
A atenção de todos na sala estavam voltados para nós dois agora e eu queria matar por me colocar nessa situação constrangedora. Logo eles tinham engatilhado outra conversa, distraídos demais pra lembrar que eu estava parecendo um pimentão. Dessa vez, até me integrei na conversa, contando alguns fatos desconhecidos sobre , como uma vingança pessoal pela minha amiga ser uma grande língua solta. Mas ela estava se divertindo até demais. Quando estávamos a quase duas horas ali conversando, todos decidiram que era hora de ir embora. se ofereceu para me dar uma carona, já que ele levaria , mas assim que eu disse que pegaria um táxi para não desviar o trajeto deles e disse aonde eu morava, se prontificou.
- Eu posso levá-la, se você quiser, claro – ele disse, educado, se dirigindo a e a mim – Não vai desviar meu trajeto e é até bem perto de onde eu moro.
, que estava ao lado de me lançou o terceiro sorriso malicioso naquela noite. Eu concordei que ele me levasse, e antes de me despedir de , ela sussurrou um “Aproveite a sua noite!” pra mim, rindo em seguida. Fui seguindo pelos corredores do backstage até estarmos em um estacionamento escuro que ficava nos fundos do pub. Uma sensação terrível se apoderou de mim e eu estava tremendo abraçada ao meu corpo involuntariamente. Parei na porta, antes de dar o primeiro passo em direção àquele breu, e pareceu ter percebido, por parou e se virou na minha direção.
- Tá tudo bem com você? – ele perguntou, apreensivo.
- Tudo – eu respondi, engolindo seco – Só tenho um pouco de medo de escuro!
- É normal ter medo do escuro – ele abriu um sorriso maravilhoso – Vem que eu vou do seu lado até a gente chegar ao meu carro, talvez assim o medo passe!
Ele foi até o meu lado e passou um os braços pelos meus ombros, me abraçando de lado. O cheiro dele logo invadiu minhas narinas. Era um cheiro ótimo. Talvez se eu fosse um pouco mais atrevida, como , eu teria me aproveitado da situação e aproximado meu rosto um pouco mais de seu pescoço só pra aproveitar a sensação de inalar aquele perfume delicioso. De certa forma, me senti mais segura com ele me abraçando até o carro. E aquela sensação familiar de segurança estava me invadindo novamente. Ele abriu a porta do passageiro pra mim e eu entrei, coloquei o cinto e esperei até que ele estivesse dentro do carro também. Ele sorriu na minha direção, ligou o rádio e deu partida no carro. Iniciamos uma conversa enquanto John Mayer e sua bela voz embalava o clima dentro do carro. Ele me contou como conheceu os meninos e como decidiram formar a banda, que eu descobri que se chamava 5 Seconds Of Summer. Eu, por outro lado, contei sobre como conheci , como ela havia me convencido a aparecer ali naquela noite e sobre o meu nervosismo com as provas finais da faculdade. Ele escutava tudo com tanta atenção que eu nem me preocupei em pensar se estava falando demais. A conversa com ele simplesmente fluía.
- Me lembre de agradecer a por ter convencido você de aparecer no show hoje a noite – ele disse, e sorriu. Aquilo era um flerte descarado, mesmo?
Eu devo ter corado muito, porque ele dirigia, prestando atenção no fluxo a sua frente, mas ao mesmo tempo estava olhando pra mim. E eu não conseguia tirar meus olhos dele. Incrível que até o modo como ele dirigia conseguia me tirar de órbita. Ele estava com a mão direita no volante, enquanto a outra estava apoiada na lateral do carro e um de seus dedos tocava levemente o lábio inferior. Agora ele estava concentrado demais no movimento da rua, o que me permitia encará-lo o quanto eu quisesse.
- Você se importa se passarmos em um restaurante antes de eu te levar pra casa? – ele perguntou, me tirando dos devaneios – Eu estou com muita fome, esse show literalmente acabou com as minhas energias ...
- Ah, claro ... Não tem problema!
Alguns minutos depois estávamos em frente a um Outback que ficava a 20 minutos a pé do meu apartamento. Ele escolheu alguma coisa do cardápio, e como eu estava com um pouco de fome aproveitei pra pedir algo também. Conversamos sobre mais muitas coisas, contei a ele que eu tinha saído de casa pra cursar Direito em uma das melhores faculdades do país e ele me contou um pouco sobre sua vida também. me contou que viera da Austrália pra tentar a sorte em um novo continente. Arrumou um emprego bom, que pagava extremamente bem, iniciou um trabalho extra como personal em uma academia da cidade e como passatempo resolveu montar a banda com os meninos. Eu estava verdadeiramente impressionada com tudo o que ele fazia, com tudo o que ele almejava ser, com o sonho dele de achar alguém pra amar e montar uma família. Descobri também que ele era 4 anos mais velho que eu e já havia cursado uma faculdade, isso ficava evidente pelo jeito que ele parecia conhecer muito bem sobre tudo e pela sua inteligência. Em poucos minutos eu estava admirada por aquele homem na minha frente. Ao final do jantar ele insistiu que eu deixasse ele pagar a conta.
- Ah não – ele sorriu – Você não vai fazer essa desfeita comigo. Afinal de contas, eu desviei você do seu caminho, te obriguei a me aguentar por quase uma hora sentada aqui ... Eu preciso fazer alguma coisa por você!
- Não seja bobo, - eu ria, dando um tapa leve no seu braço – A conversa foi ótima. Mas já que você insiste tanto, eu deixo você pagar. Se você me prometer que, se houver uma próxima oportunidade, vai me deixar pagar a conta!
- Isso é um modo que você encontrou de, indiretamente, pedir que eu saia com você de novo? – ele sorriu, malicioso, e eu senti que meu coração ia parar de bater.
- Talvez ... – adicionei toda a malícia que eu consegui na minha voz, respondendo, enquanto ele se virava para o caixa e pagava a conta.
Seguimos novamente em direção ao carro, agora como destino a minha casa. Eu sabia que em menos de 10 minutos eu estaria na frente do meu prédio e teria que me despedir dele. Mas eu não queria dizer adeus. tinha despertado em mim em miseras horas, tudo o que Lex não conseguiu em meses. Me arrependi no mesmo momento de estar comparando meu ex com . Eles eram completamente diferentes. Mas pensar em Lex me fez imaginar meu anjo salvador de novo. Eu só queria encontrá-lo mais uma vez e agradecer por tudo que ele tinha feito por mim.
Como o esperado, logo chegamos em frente ao meu apartamento. Eu dei um longo suspiro, me soltando do cinto, enquanto me acompanhava com o olhar. Então uma ideia passou pela minha cabeça. Uma ideia que nunca teria vindo à tona alguns meses atrás, quando eu ainda era uma pessoa com um pouco de juízo na cabeça. Mas ali, naquela situação, eu estava tão envolvida com aquele homem que precisava fazer alguma coisa pra ter sua companhia por pelo menos mais algumas horas.
- Chegamos – ele disse.
- É ... – eu estava tomando a coragem necessária pra soltar as palavras de uma vez, até que elas vieram – Você quer descer?
Ele pareceu cogitar um pouco a proposta, mas acabou concordando. Esperei ele em frente ao prédio, enquanto ele procurava um lugar próximo para estacionar. Passamos juntos pelo hall do prédio, seguimos até o elevador e ao meu andar. Logo estávamos dentro do meu apartamento.
- Sinta-se em casa! – eu disse, sorrindo – Só um minuto que vou tirar esses saltos que estão me matando.
- Okay! – ele respondeu, enquanto observava o apartamento.
Fui até o quarto, tirei os sapatos e aproveitei pra me olhar no espelho e ver se estava tudo no lugar. Mas porque eu estava me preocupando tanto? Será que eu queria algo a mais com ele ali dentro do meu apartamento? Esse pensamento fez uma chama se acender dentro de mim. Eu queria, claro que eu queria. Eu estava encantada por aquele homem de todas as maneiras possíveis. Pelo modo gentil que ele me tratava, pela inteligência, pelo sorriso e claro, pelo corpo maravilhoso. Quando voltei pra sala, ele estava observando alguns porta-retratos meus espalhados por uma mesa de canto.
- Sua família? – ele perguntou.
- Sim – eu disse, me aproximando – Esse é o meu exército particular – nós rimos – É sério, você não deveria rir, fui criada sob o regime da ditadura militar!
- Tenho que confessar que estou com um pouco de medo, você não segue os costumes da sua família não é mesmo? Espero que você não tenha nenhum objeto de tortura aqui!
Eu ri com o comentário e ele me acompanhou. De repente nós paramos, ele olhando fixamente nos meus olhos, e eu senti o espaço da sala diminuindo e o ar começando a faltar. Então, sem me dar tempo pra assimilar os movimentos, ele passou um dos braços pela minha cintura, colocou uma das mãos na minha bochecha e me beijou. Quando eu pensei que não poderia se tornar mais viciante, ele me vinha com uma nova surpresa. O beijo dele provocava correntes elétricas que iam do meu dedo do pé até meu último fio de cabelo. Era calmo, mas ao mesmo tempo cheio de vontade. Ele explorava cada canto da minha boca com a sua língua e eu estava completamente entregue.
- Me avise se você achar que as coisas estão indo rápido demais – ele sussurrou próximo ao meu ouvindo enquanto trilhava beijos da minha boca até meu pescoço.

OBS: algumas partes das cenas que seguem foram retiradas do livro “Belo Casamento”, de Jamie McGuire. Só avisando, porque caso alguém já tenha lido, pode achar que é plágio, por isso estou colocando os créditos!

Tudo o que eu consegui fazer foi soltar um gemido baixo. Ele continuava me beijando, e agora eu tinha agarrado minhas duas mãos em volta de sua nuca. Eu podia estar perdendo minha sanidade, mas a aquela altura não estava nem me importando. Fui guiando ele até o quarto, sem nos separarmos do beijo. Ao chegarmos na beirada da cama, me virou e abriu lentamente o zíper do vestido, beijando cada pedaço de pele que ia ficando exposta. O vestido caiu no chão e eu me virei de frente pra ele, abrindo o fecho sutiã. Tirei sua camisa de modo que agora eu tinha uma visão espetacular de seu abdômen definido na minha frente. Passei as unhas por ele, enquanto soltava um gemido baixo, fechando os olhos. Era uma estrutura sólida e eu estava amando deixar minhas unhas passearem por toda aquela extensão.
- , eu não sei o que você fez comigo – ele sussurrou – Mas acho que eu estou completamente entregue a você!
Ouvir aquilo saindo da boca do homem que eu passei a admirar em apenas algumas horas fez eu me sentir a mulher mais poderosa do mundo. Ele puxou minha calcinha lentamente pra baixo. Parou em meus tornozelos e eu chutei para longe. Ele me envolveu com os braços, inspirando fundo e me puxando pra junto de seu peito. Eu sentia a necessidade pulsante de ter ele dentro de mim. me direcionou para frente e eu rastejei na cama. Ele estava me observando, chutando os sapatos para longe e deixando a calça e a boxer cair no chão. Me deitou de costas para o colchão e então se ajeitou encima de mim. Ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e beijou meu nariz. Apesar de toda a pressa para que estivéssemos naquela situação, eu adorava o jeito carinhoso com que ele me tratava. O corpo dele estava entre as minhas pernas abertas, e eu podia senti-lo junto às minhas coxas, a poucos centímetros de onde eu queria que ele estivesse. Ele foi devagar enquanto me penetrava gentilmente, fechando os olhos por um segundo antes de voltar mais uma vez o olhar contemplativo para o meu. Ele se movimentava sobre mim vagarosamente, com ritmo, beijando minha boca sem parar. Assim que relaxei e comecei a mover meu corpo junto ao dele, se abaixou. Ele enganchou a mão por trás do meu joelho e me puxou com gentileza para cima, parando na altura dos meus quadris. Ele me penetrou novamente, agora mais fundo. Suspirei e ergui os quadris para junto dele. Ele me beijou e me saboreou, e sussurrava com os lábios junto aos meus. Embalando seu corpo contra o meu, me desejando, rasgando minha pele enquanto erguia minha outra perna e empurrava meus joelhos para junto do meu peito, de modo que pudesse me penetrar ainda mais fundo. Eu gemi e me mexi, incapaz de continuar calada enquanto ele se posicionava e me penetrava de diferentes ângulos, mexendo os quadris até que minhas unhas estivessem cravadas na pele de suas costas. As pontas dos meus dedos estavam cravadas a fundo em sua pele suada, mas eu ainda podia sentir seus músculos ficando salientes enquanto eu deslizava sob eles. As coxas de se esfregavam e se chocavam nas minhas nádegas. Ele se mantinha erguido sobre um dos cotovelos, e então se ajoelhou, puxando minhas pernas até que meus tornozelos estivessem repousando em seus ombros. Ele fez amor comigo com mais força e aquilo enviava centelhas de adrenalina por todo o meu corpo. Isso levava cada ponta de prazer que eu já estava sentindo a um outro nível.
- Ah, meu Deus ... - eu disse, perdendo o fôlego depois de pronunciar seu nome.
Minhas palavras fizeram com que seu corpo enrijecesse, e o ritmo de seus movimentos se tornou mais rápido, mais rígido, até que gotas de suor se formaram na nossa pele, facilitando que deslizássemos um contra o outro.
Eu relaxei os quadris, deixando meus joelhos caírem ainda mais separados um do outro e mais próximos à cama. me penetrou profundamente repetidas vezes, os movimentos se intensificando conforme ele gemia. Agarrei meu joelho, puxando-o em direção ao peito. A dor era tão boa, era viciante, e eu a senti se acumulando até que meu corpo se tensionou, em arroubos curtos porém fortes. Eu gemi alto, sem me importar com quem poderia ouvir. gemeu em resposta. Por fim, seus movimentos ficaram mais lentos, porém mais fortes. Seu corpo se contorceu e tremeu enquanto ele pressionava a testa com força na minha bochecha.
Ambos sem fôlego, não dissemos nada. sorriu, pressionou os lábios nos meus com força e então enterrou o rosto no meu pescoço, adquirindo uma respiração pesada minutos depois.

*Fim da intervenção de “Belo Casamento”!

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Acordei no outro dia sozinha na cama ... Tateei o outro lado do lençol buscando por pistas de que realmente estivera ali na noite anterior, mas nada. Assim que coloquei os dois pés pra fora da cama, consegui achar algo que me provara que tudo foi real. A camisa xadrez dele ainda estava lá, sinal que ele não tinha ido embora. Peguei-a e vesti, me dirigindo até o banheiro pra fazer minha higiene matinal. Procurei na sala, nos outros quartos, quando finalmente o encontrei na cozinha, vestindo apenas a boxer e com o boné da noite anterior na cabeça, com a aba pra trás. Ele estava distraído demais com algo no fogão, que nem percebeu quando eu entrei na cozinha e o abracei por trás.

- Bom dia! – sussurrei contra as suas costas, que tinham marcas vermelhas deixadas pelas minhas unhas, mas que não pareciam tão profundas – Quer dizer que agora além de lindo, inteligente e um corpo maravilhoso, você sabe cozinhar?
Ele se virou pra mim e sorriu, me dando um selinho em seguida.
- Sou um homem mil e uma utilidades – ele disse, ainda sorrindo malicioso e passou os olhos pelo meu corpo coberto somente pela sua camisa e uma calcinha – E minha camisa fica, definitivamente, mais sexy em você!
Descobri que ele estava preparando um café da manhã delicioso com o que encontrou na minha geladeira, segundo ele, um gesto de agradecimento por ter proporcionado a melhor noite da vida dele. Assim que fui me juntar a ele na mesa, ele me puxou para seu colo, e eu permaneci ali o café da manhã inteiro, enquanto trocávamos alguns beijos. Depois de mais alguns amassos matinais, estávamos deitados novamente na minha cama.
- Tenho que ir trabalhar – ele disse, enquanto fazia carinho nos meus cabelos e eu estava apoiada em seu peito.
- É, eu preciso ir pra faculdade também – eu disse, fazendo bico – Tenho alguns trabalhos pra apresentar na parte da tarde.
Ele pareceu ficar um pouco apreensivo com as minhas palavras, mas eu não me importei. Nós nos arrumamos, e ele estava chegando a porta pra ir embora quando fui correndo até ele, enganchei as duas pernas ao redor de sua cintura e dei um beijo de despedida.

- Eu te ligo mais tarde – ele disse e me deu vários selinhos enquanto eu permanecia agarrada a ele – Acho que depois de ontem você não vai conseguir se livrar de mim tão fácil.

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Meses depois, as coisas com não podiam estar melhores. Ele tinha me pedido em namoro em um jantar surpresa preparado por ele e , que tinha ficado extasiada depois que contei pra ela que eu e passamos a noite que sucedeu o show juntos. Hoje eu faria a última prova da faculdade e logo estaria fora dali. Eu estava tão estressada nos últimos dias com as provas de final de curso e apresentação de monografia, e sempre teria que agradecer por ser tão paciente e me ajudar com tudo. Quando não estava trabalhando ou ensaiando pra algum show da banda, estava no meu apartamento me apoiando e me ajudando com os últimos detalhes do trabalho de conclusão de curso e com a matéria das provas. Ele tinha uma ótima tática de incentivo. Se eu respondesse tudo certo, ganhava uma noite de sexo que me deixava com marcas por uma semana. Okay, quando eu errava ganhava do mesmo jeito. Tudo estava indo às mil maravilhas pra nós. O mesmo não podia ser dito do caso do diretor da faculdade.
Naquela tarde, enquanto eu me dirigia para a porta de saída da faculdade, quase alcançando as escadas, depois de ter terminado a minha última prova e dando adeus a tudo o que me fazia mal ali (principalmente Lex), eu observei o aglomerado mais uma vez. Milhares de jornalistas estavam em volta do diretor da faculdade, enquanto o mesmo era protegido por seus seguranças. Foi ai que eu gelei. Do lado esquerdo do diretor estava o homem que eu tinha aprendido a amar com todas as minhas forças, trajando roupas sociais. Ele estava com uma expressão séria, preocupado principalmente em não deixar que nenhum jornalista se aproximasse do homem gordo e baixinho que era o diretor, se esgueirando de todo mundo. Permaneci ali parada, ligando os fatos, pensando em como nunca reconheci ele ali em todos esses meses, mas ai me dei conta de outra coisa que me fez ficar perplexa.
O brasão que ele carregava do lado direito do blazer era o mesmo que estava no blazer que eu tinha guardado no meu apartamento. Então todas as memórias daquela noite vieram como um vendaval carregando tudo o que vê pela frente e eu tive que me apoiar em um dos pilares que enfeitavam a faixada da faculdade pra não cair. Os olhos, o sorriso no canto dos lábios, o físico, o carinho nas palavras, a voz ... Tudo era familiar. E era familiar porque era quem tinha me salvado naquela noite. Ele que impediu que Lex fizesse algo comigo. E, mesmo não sabendo, eu estava me envolvendo com o homem que salvou minha dignidade. Eu deveria estar sentindo gratidão naquele momento, devia estar feliz e devia correr até ele e enchê-lo de beijos. Mas tudo o que eu conseguia sentir era decepção e raiva. Raiva porque ele escondeu aquilo de mim. Raiva porque estávamos juntos a meses e ele nunca se deu ao trabalho de me contar aquilo. Decepção porque ele tinha presenciado tudo que eu tinha passado aquela noite e não dividira comigo que sabia de tudo.
Depois de ter colocado o diretor da faculdade devidamente em seu carro e ter afastado a maior parte dos jornalistas com a ajuda de outros seguranças, ele olhou até o topo das escadarias e me viu. Só ai me dei conta que meu rosto estava molhado e eu estava chorando silenciosamente. Assim que seus olhos encontraram os meus ele pareceu ter entendido o que estava acontecendo, ele pareceu concluir por si só que eu já sabia de tudo. fez menção de vir até mim, mas eu desci as escadas em disparada até o meu carro e ele permaneceu em seu lugar, parado, apenas me observando partir.

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167. Esse era o número de mensagens que apitavam na tela do meu celular. Todas de . Todas pedindo perdão. Todas pedindo pra que eu voltasse pra ele. Eu tinha resolvido me esconder do mundo durante 1 semana. já havia me visitado 5 vezes em todos esses dias e eu a evitava e pedia ao porteiro que não a deixasse subir. Eu não queria falar com ninguém. Precisava de um tempo só pra mim. Queria pensar sobre o motivo de ter escondido tudo aquilo de mim. Ele havia presenciado o meu desespero, havia me aconselhado a denunciar Lex e depois simplesmente sumira por meses, pra depois aparecer de surpresa e invadir minha vida. Ele não tinha esse direito. E era por esse motivo que eu o estava ignorando.
Mas a verdade é que eu sentia sua falta. Sentia falta de seu carinho, sentia falta do seu sorriso, seus olhos, do corpo dele colado ao meu depois de uma noite maravilhosa. E depois de uma semana sem falar com ele, decidi que estava na hora de dar uma chance para que ele se explicasse. Liguei para , pedindo desculpas por ter ignorado suas tentativas de falar comigo e expliquei a situação. No fim da ligação ela disse que já havia contado tudo a ela e que entendia o que estava se passando. Pedi que ela viesse até o meu apartamento porque precisava da minha amiga pra me ajudar a definir algumas decisões. Minutos depois, cá estava ela.
- Você nunca mais faça isso comigo, sua desnaturada – ela entrou como um furacão pela porta do meu apartamento. Tentou parecer séria e chateada, mas logo começou a rir – Eu senti sua falta!
- Aw amiga, eu também sentia a sua! – eu disse, correndo para abraçá-la.
- Mas sabe ... Tem alguém que sente sua falta mais do que eu – agora ela já estava esparramada no meu sofá, com uma expressão preocupada - , ele está muito mal ... me disse que ele não se concentra nos ensaios da banda, não frequenta a academia e quase foi demitido do emprego de segurança. Parece que você enlaçou ele direitinho, honey. Da ultima vez que nós nos falamos ele disse que não conseguia ver uma vida sem você. Isso partiu meu coração!
Não sei quando começou, mas o choro veio. veio correndo ao meu encontro e me abraçou.
- Ah , não chora. Se eu soubesse que você ia ficar assim não tinha aberto minha boca grande!
- Eu sinto tanta falta dele – eu sussurrei enquanto as lágrimas rolavam – Parece que em meses eu acabei me tornando dependente dele de uma maneira que nem eu consigo controlar.
- Eu te entendo, . E eu sei também que é por isso que você me chamou aqui hoje. Você vai falar com ele, não é mesmo?
Enxuguei as lágrimas enquanto ria. me conhecia muito bem mesmo.
- Eu sabia que era isso – ela disse, dando pulinhos – Ah, o vai ficar radiante, assim como os meninos. Vamos ter nosso casal favorito de volta.
- Ei, ei. Easy, girl! – eu disse, contendo os ânimos – Eu só vou dar uma chance para que ele se explique. Não sei se vamos voltar. Nem sei se ele me quer de volta depois de todo esse tempo também!
- Não fale uma besteira desse tamanho, você por acaso ouviu o que eu disse? Amiga, aquele homem está literalmente de quatro por você, eu consigo até ver a cara de bobão quando você aparecer na frente dele hoje. E é por isso mesmo que eu te trouxe isso! – ela tirou uma sacola da Victorias’s Secret da bolsa, e eu já fazia uma ideia do que tinha ali – Sexo de reconciliação é sempre o melhor, . Vai por mim, eu sei muito bem o que digo. Então você precisa estar vestido A melhor, para O melhor. Considere isso como um presente de uma amiga que quer que você mate aquele idiota cabeça-dura do ... De prazer! – ela me lançou um sorriso malicioso.
Nós rimos e eu a abracei. sempre foi minha confidente e eu estava extremamente em dívida com ela por ter a ignorado aquela semana. Ela me ajudou a me arrumar, escolheu um dos melhores vestidos que eu tinha no guarda-roupa, um sapato, arrumou meu cabelo e fez uma maquiagem linda. Eu parecia outra pessoa.
- MULHER – ela gritou, dando pulinhos e batendo palminhas de alegria – Se eu fosse homem eu te pegava agorinha mesmo!
- Ai meu Deus, espero que minha condição de “mulher pronta para matar” não vá pelo ralo quando eu olhar pro . Você sabe que eu não resisto...
- Eu te garanto que assim que ele botar os olhos em você o amiguinho dele vai pedir socorro de dentro das calças e quem vai perder a fala vai ser ele – ela me lançou um sorriso malicioso. Eu tinha medo de quando ela se empolgava demais com alguma coisa – Você vai até lá, vai conversar tudo o que precisa conversar com ele, vai esperar que ele te peça perdão de joelhos e depois vai ter o melhor sexo da sua vida, porque é assim que as coisas sempre acabam. É a regra!
- Você não tem jeito mesmo, ! – eu disse balançando a cabeça em negação.
Saí do prédio acompanhada por , chamei um táxi e ela logo estava se despedindo de mim e entrando em seu carro. Em meses de namoro, eu nunca tinha ido até a casa de e isso me deixava um pouco receosa. Somando isso ao fato de que eu não sabia qual seria a sua recepção, meu estômago estava parecendo uma máquina de lavar em movimento.

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O táxi parou em frente ao endereço indicado, paguei o motorista e desci, tremendo. Era uma casa bonita, localizada mais ou menos no centro da cidade, que tinha uma pequena sequencia de degraus na entrada. Toquei a campainha e esperei alguns minutos até que ouvi o barulho da tranca sendo aberta. estava com as mesmas roupas sociais que eu havia visto aquele dia em frente a faculdade, só que agora estava sem o blazer e a gravata, com os dois primeiros botões da camisa social abertos e as mangas dobradas até os cotovelos. Ele parecia abatido, com marcas embaixo dos olhos, e o cabelo desgrenhado que eu tanto amava. Assim que colocou os olhos em mim, alguma fagulha de alegria passou por seus olhos.
- ? – ele parecia não acreditar que eu estava mesmo ali.
- Oi, .

Ele me encarou da cabeça aos pés e pareceu se perder com as palavras. Eu sentia tanto sua falta que o que eu mais queria agora era correr até ele e beijá-lo até que ele ficasse sem fôlego. Mas eu tinha um objetivo indo até ali, e iria com ele até o final.
- Será que eu posso entrar? – perguntei – Eu gostaria de conversar com você!
- Claro – ele acordou do transe, me dando passagem.
Entrei em sua casa e uma sensação de conforto me atingiu. Era completamente diferente do que eu estava esperando. Era tudo muito bem decorado e organizado. Quem entrasse ali nunca diria que um cara mora ali sozinho. Me peguei perguntando a mim mesma porque ele nunca tinha me levado ali. Foi ai que me dei conta que as paredes eram cobertas por prêmios, as prateleiras cheias de fotos, e cada uma daquelas coisas evidenciavam seu trabalho como segurança. Era só eu entrar ali que rapidamente ligaria os fatos, assim como fiz no outro dia, na faculdade.
- Muito bonita ... – eu disse, envergonhada – A sua casa!
- Obrigado – ele respondeu, parado no meio da sala enquanto me assistia observar cada canto, com as mãos no bolso.
Finalmente, depois de gravar cada canto daquele cômodo na minha memória, me virei pra ele. Eu via a saudade nos olhos dele, que refletiam os meus. Olhar pra ele era como uma súplica pra que eu esquecesse tudo que eu tinha ido fazer ali. Eu respirei fundo, e comecei.
- Por que você escondeu tudo de mim?
Ele respirou fundo, tirou as mãos dos bolsos e passou-as pelo cabelo, em sinal de frustração.
- Eu juro que eu não queria esconder nada de você, baby - golpe baixo, chamar de “baby” é golpe baixo, - Aquela noite do show, assim que botei os olhos em você no camarim ... Eu ia te contar tudo. Mas eu me senti impotente. Eu me sentia fraco por ter te abandonado aquela noite. Eu te deixei partir sozinha. Eu deveria ter dito um DANE-SE para o trabalho e ter te acompanhado até aquela delegacia, deveria ter te ajudado quando você estava visivelmente abalada. Mas eu não consegui!
- Mas você me ajudou, - eu disse me aproximando dele – Se você não tivesse aparecido naquela noite, Lex teria feito coisas comigo que teriam me marcado de maneira permanente pelo resto da vida, você foi meu anjo da guarda!
Ele estava incomodado. Queria continuar, queria me falar mais coisas, mas não conseguia. Ele grudou os olhos em mim e prosseguiu.
- Baby, aquela noite ... – ele fez uma pausa – Aquela noite no estacionamento, não foi a primeira vez que botei os olhos em você.
Eu não estava entendendo, devia haver um grande ponto de interrogação estampado no meu rosto. Mesmo assim, fiz uma expressão, incentivando que ele continuasse.
- Como você deve saber, eu sou um dos seguranças do diretor da sua faculdade – eu assenti – Trabalho com isso a algum tempo, mas fui contratado pelo campus no meio do ano passado. Algumas semanas depois que comecei a trabalhar lá, vi você atravessando as escadarias, indo até a cafeteria. Eu não soube o que aconteceu comigo quando coloquei os olhos em você, mas algo dentro de mim pareceu ter acordado. Você era simplesmente a criatura mais linda que os meus olhos já tinham visto – meu corpo tremia violentamente, imaginando o rumo que aquele discurso ia tomar – Mas eu não podia me envolver com ninguém do meio, afinal, era o meu ambiente de trabalho, existiam regras. Eu sempre observava você caminhando pelo campus, cheia de livros nas mãos, os óculos escorregando no rosto, andando apressada pra chegar a próxima aula. Uma vez cheguei até a abrir a porta da sala pra você, e você me respondeu com um “obrigada” – ele sorriu – Foi um mísero “obrigada”, mas eu sentia que tinha ganhado o meu ano. Ai veio aquela noite. Eu estava montando guarda na frente do campus quando vi aquele babaca do seu ex amontoado nas escadarias e você descendo até o estacionamento. Minutos depois ele te começou a te seguir e eu sabia que aquilo não daria em boa coisa. Pedi que um dos meus colegas montassem guarda no meu lugar e fui atrás dele – as lágrimas estavam surgindo nos meus olhos e eu sentia que a qualquer momento meu coração sairia pela boca – Quando vi ele te prensando no carro, meu coração se desfez em pedaços por não ter chegado ali antes e ter evitado que ele te tocasse. Você parecia tão frágil nos braços daquele brutamontes e tudo que eu mais queria era te tirar dali. Corri na direção em que vocês estavam, chegando a tempo de socar aquele filho da puta até que ele ficasse inconsciente. Eu teria matado ele, mas eu tinha que cuidar de você. Nunca senti uma vontade tão grande de te abraçar como senti aquela noite. Eu queria te ajudar, mas eu não sabia até onde meu auto controle chegaria. Eu não podia me arriscar, não podia me envolver com você tão próximo de você se formar e colocar em risco o seu curso todo – aquilo aqueceu meu coração, ele estava pensando mais em mim do que nele mesmo. As lágrimas já rolavam pelo meu rosto – Então deixei que você fosse sozinha. No outro dia eu me certifiquei que tudo tinha saído bem, espumando de raiva por não terem prendido aquele filho da puta.
Nós estávamos sentados no sofá, um de frente pro outro, e ele segurava minhas mãos, limpando minhas lágrimas uma vez ou outra. Eu queria que ele parasse para que eu pudesse aliviar toda a saudade acumulada no meu peito, mas deixei que ele continuasse.
- Então veio o dia do show. Meses depois daquela noite. Eu não conseguia tirar você da minha cabeça por nem um minuto. E quando eu te vi atravessando a porta do camarim aquela noite, foi quase um sinal do destino dizendo que eu precisava fazer com que você fosse minha. A partir daí você sabe o que aconteceu ... Tirando a parte que eu pedi que mudassem meu turno como segurança na faculdade, pra que você não descobrisse tudo. Mas doía em mim te encontrar e saber que eu estava escondendo parte de mim de você. Porque eu queria que você se tornasse parte de mim e eu queria ser seu por inteiro. Aquela tarde no campus, quando você me viu ... Eu não sabia que você estaria lá. Você trocou o turno da sua ultima prova e não me avisou, e quando eu te vi escorada no pilar, no topo a escadaria, com os olhos marejados, eu sabia que você tinha ligado todos os pontos. Você saiu correndo, eu queria te seguir, mas sabia que você precisava de um tempo – ele fez uma pausa, olhou nos meus olhos e beijou minha mão – Doeu tanto, baby. Esses dias que eu passei longe de você foram um castigo pra mim. Um castigo por ter escondido tudo isso e por ser um covarde por não ter te contado tudo antes. Eu temia que você ficasse brava e foi exatamente o que aconteceu.
Ele colocou as duas mãos no meu rosto, limpou as lágrimas e me puxou para que eu me deitasse em seu peito.
- Me perdoa, baby. Por favor ... – eu não conseguia ver seu rosto, mas sua voz estava arrastada. Ele estava chorando também – Eu não consigo ver minha vida sem você. Eu não sei qual o feitiço que você lançou em mim desde a primeira vez que coloquei os olhos em você, mas eu só penso em você, todos dia, toda hora, todo minuto, todo segundo. Eu só preciso de você pra me sentir completo. Por favor, volta pra mim.

Então eu me dei conta. Não podia deixar que aquele homem escapasse da minha vida daquele jeito. Desde que eu tinha saído de casa, já estava disposta a dar a ele uma segunda chance, mesmo sem explicação. Mas depois de todas aquelas palavras e revelações que ele tinha feito ali, eu sabia que eu o queria mais que tudo na vida. Que ele estava marcado em mim pra sempre.
- Eu te perdoo – disse me levantando e apoiando minhas mãos em seu peito, de modo que ficamos com os rostos a centímetros um do outro – Na verdade, nunca estive realmente magoada com você. Eu só precisava de um tempo pra pensar. Mas depois de tudo isso que você falou aqui ... Eu só preciso de você comigo, . Sem você minha vida fica incompleta, eu perco o chão, perco tudo. Eu te amo como nunca amei ninguém em toda a minha vida.
Ele sorriu e eu o acompanhei. Me ajeitei de modo que eu ficasse sentada em seu colo no sofá, uma perna de cada lado de seu corpo, sem me importar se estava com vestido ou não, enquanto ele estava com as duas mãos na minha cintura. Juntei nossos lábios num beijo desesperado. Eu não tinha me dado conta do tamanho da saudade que eu sentia daqueles lábios nos meus, desesperados, pedindo por mais mesmo que já estivessem unidos.

- Você é tão linda – ele sussurrou, separando nossos lábios por alguns segundos antes de juntá-los de novo – Você não sabe o meu estado quando abri essa porta e vi você desse jeito na minha frente. Eu teria te agarrado ali mesmo na porta se não soubesse que precisávamos conversar – ele mordeu meu lábio inferior e o sugou – Sem estar vestida desse jeito você já acaba completamente com a minha sanidade, desse jeito então ...
Eu sorri entre o beijo. Ele era tudo o que eu precisava. Ouvir aquelas palavras vindo dele era tudo o que me fazia feliz.
- A me disse uma coisa hoje … - eu sorri maliciosa.
- Ah é? – ele devolveu o sorriso – E o que ela disse?
- Ela disse que sexo de reconciliação supera todos os outros...
Ele gargalhou, ainda colado em mim, ainda me beijando. Desceu os dedos pelas minhas costas até encontrar o zíper do vestido e começar a descê-lo. Como na primeira noite que passei com ele, ele ia beijando cada parte que ia ficando descoberta. Assim que tirou o vestido, ele observou o conjunto de lingerie que eu tinha ganhado de e engoliu seco. Desabotoei lentamente os botões de sua camisa social enquanto ele assistia cada movimento meu.
- , - ele disse, sorrindo, enquanto se levantava comigo no colo – Sempre sábia com as palavras. Mas eu realmente gostaria de testar essa teoria sobre sexo de reconciliação ser o melhor ...
Eu ri, enquanto ele me carregava até o seu quarto. Aquela noite eu matei toda a saudade acumulada. Me deixei ser dele e permiti que ele fosse meu. Só meu. E no final das contas, minha amiga estava realmente certa ... Sexo de reconciliação era definitivamente o melhor.


EPÍLOGO
Anos depois ...


Eu e estávamos casados a exatos três meses. Tudo foi exatamente como planejávamos. Ele me pediu em casamento no dia em que completamos 5 anos de namoro. Nossa vida não poderia estar melhor. Eu o amava com todas as minhas forças e a única coisa que eu tinha certeza era que queria ele ao meu lado pra sempre. Eu agora era uma advogada conceituada e ele largara o trabalho como personal e como segurança pra se dedicar à banda com os meninos. Estávamos voltando da festa de noivado de e aquela noite e já atravessávamos a porta de nossa casa aos beijos. Ele estava todo trajado em roupa social e fazia tanto tempo que eu não o via vestido daquele jeito que me causava um pane no sistema.
- Baby, vai com calma ... – ele disse rindo enquanto eu o empurrava em direção à cama – Achei que você não poderia ficar mais empolgada do que na semana da nossa lua de mel, mas você está muito agitada – ele me conhecia muito bem, eu sabia que só conseguiria esconder um segredo dele por pouco tempo – O que está acontecendo?
Eu sentei na cama, me dando por vencida, enquanto ele estava esparramado pelo colchão, apoiado pelos cotovelos, olhando pra mim.
- Ei, me conta o que houve – ele pediu, carinhoso.
- Ah honey, você sabe que eu não consigo me controlar quando você está trajado como na época que era segurança - inventei qualquer desculpa.
Ele pareceu não ter engolido a desculpa, mas riu.
- Eu sei que sou irresistível, baby. Mas não é isso ... Você quer me contar alguma coisa!
Eu me levantei, indo em direção ao banheiro para tirar meu vestido enquanto ele permaneceu sentado na cama. Olhei pelo reflexo do espelho quando ele levantou da cama e foi em direção ao armário. Eu já estava só de roupa íntima e agora eu conseguia tocar minha barriga, imaginando que daqui alguns minutos aquela alegria seria compartilhada com quem colocou aquela felicidade toda dentro de mim.
- Baby - me chamou – O que é isso pendurado aqui no meu armário?
Ele pegou o macacãozinho pendurado em um cabide no meio de todas as suas roupas que tinha um envelope no bolso. Abriu o envelope e olhou pasmo para mim.
- Parabéns, papai – eu disse, olhando pra ele com o sorriso mais aberto que eu conseguia dar.
Quando pronunciei aquelas palavras ele pareceu se dar conta do “POSITIVO” em negrito escrito na folha que ele segurava. Com lágrimas nos olhos ele foi até mim, me pegou no colo e me girou enquanto eu ria sem parar.
- EU SOU O HOMEM MAIS FELIZ DESSE MUNDO, BABY – ele gritou – NÃO ACREDITO QUE TEM UMA PARTE MINHA DENTRO DE VOCÊ – ele me colocou sentada no colchão e colocou as duas mãos na minha barriga enquanto olhava nos meus olhos – Eu te amo tanto, tanto que dói. Amo vocês dois!
Ele beijou minha barriga, subindo pelo meu corpo até encontrar minha boca. Eu sabia que minha felicidade estava completa. E ali, olhando nos olhos dele e descendo até o sorriso eu soube. Soube que a feição séria daquele segurança de anos atrás não me assustava mais. Soube que eu era o motivo para o contorno suave em sua expressão severa.


FIM





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